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Figura 6: Reações ao episódio 11
from FERACAST
by Rede Código
Analisando o comentário que profissional Ranieri de Messias fez no lançamento do Feracast, reflete exatamente o que já fora citado aqui, sobre a credibilidade. A inserção de entrevistas, quando o programa estreou, não estava no escopo da equipe de Endomarketing da BRQ, mas como o contato com o profissional não era mais frequente, devido ao home office, dar voz à sugestão proposta abriu novos formatos de fazer um podcast interno e de medir o impacto que tem um profissional fazer uma sugestão e ela ser acatada. Vale mencionar que, algumas edições depois, o profissional (Fig.5) foi protagonista em uma das entrevistas do podcats – no Episódio 15, para falar sobre uma Live que tinha feito no Workplace a respeito de um projeto que estava trabalhando e que impactaria grande parte da empresa. A mudança lenta e gradual para um novo formato de podcast surgiu, com a gravação de entrevistas com especialistas de alguma área da empresa, tirando as principais dúvidas sobre o que ele trabalhava – seja um projeto interno ou com o cliente que a BRQ atende. A pesquisa abordará a importância da implantação das entrevistas no próximo tópico desse capítulo, mas é importante ressaltar que os profissionais precisam tomar nota de que a área produtora do podcast ou do conteúdo proposto está em constante evolução para trazer a memória do modelo de trabalho presencial: uma pausa para o café e para a troca de informações internas. O foco, analisando a estrutura do novo programa, mudou rapidamente após o lançamento do primeiro episódio e a partir do Episódio 11, onde o Líder de uma das soluções de tecnologia investidas pela BRQ contou sobre a importância e o impacto que aquele produto tem na Companhia e marcou o início da evolução do formato do podcast, na BRQ.
Figura 6: Reações ao episódio 11
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Comentários da rede social Workplace, retirados em 01/07/21. Fonte: Workplace
Se antes de alterar o formato do programa era esperado que as pessoas reagissem de uma forma, depois da observação feita pelo profissional Arthur Gameiro (Fig. 6) o impacto pôde ser comprovado, ao menos inicialmente. Fazer com que um funcionário conheça uma das soluções da empresa, em meio a tantas informações, através de um novo formato de mídia que é o podcast esclarece que a definição de Endomarketing de Bekin (2004, p. 3), que é promover a sinergia através de suas ações internas, é notória na prática. O desafio que fora proposto era caminhar junto à rotina de cada colaborador da empresa, garantindo que o teor de conversa permanecesse nas notícias e que as novidades das principais áreas da BRQ fossem relatadas por seus próprios especialistas. E nesse ponto a pesquisa chega em uma zona cinzenta da área de Endomarketing, que fica entre a sugestão e a viabilidade. A aproximação que a nova mídia trouxe de cada profissional com a área de endomarketing foi uma excelente forma de demonstrar humanidade por trás de cada texto, e que a informação ali estava viva e circulando através de pessoas que de trás da tela, as relatavam. Mas o que o ouvinte não sabe, é que, de tudo o que é pleiteado e novo em uma área, são cobrados resultados. De fato, o engajamento contínuo e constante de um grupo de 100 pessoas, como afirmado acima, é muito importante, por motivos de compartilhamento de informações. Mas é preciso entregar métricas condizentes com as metas, que só serão alcançadas se a inovação não cessar e a abertura de conhecer o público permanecer. Esse estudo tem como um dos objetivos entender qual a extensão que essa iniciativa de podcast interno – de profissionais para profissionais, – tem no mercado da comunicação corporativa e empresarial e como a comunicação corporativa pode se fortalecer com o podcast. Se é possível dar sequência aos próximos capítulos e resumir o que fora aprendido: a nova era veio para ficar, mas é preciso conhecer para quem se está comunicando e se o público que vai receber essa mídia está familiarizado com o novo formato.
3.2 Conversa entre amigos, cada um em sua casa
A importância e a familiaridade que o áudio exerce em sua existência serão os próximos tópicos a serem estudados na presente pesquisa. Já foi abordado, mas nesse tópico o foco será diferente: qual o poder de aproximação, de manter todos
juntos, mesmo que digitalmente, o podcast com as informações internas da empresa exerce? Produzir um podcast em endomarketing, traz o controle da narrativa para quem a produz, pois no lugar de “ah, eu ouvi falar...”, o ouvinte vai dizer: “eu ouvi esses dias no Feracast, sobre a nova campanha da área de Marketing. Quero saber mais!”. Ter o poder de agir ativamente nessa percepção e tendo em conta que não existe mais escritório presencial – os profissionais na BRQ estão quase 100% em home office desde o início da pandemia de Coronavírus e sem previsão de retorno – a informação concentra-se e reforça-se nessa nova mídia. As narradoras do podcast da BRQ, antes da pandemia, estavam alocadas no escritório de São Paulo, capital, e eram consideravelmente mais conhecidas pelas pessoas que circulavam o escritório, diariamente. Hoje, o cenário é diferente. De entrevista gravada com um líder de projeto, que reside no Rio de Janeiro, até um podcast gravado com um profissional BRQ que mora nos Estados Unidos da América, mas trabalha para projetos do Brasil, as vozes das produtoras ficaram quase mundialmente conhecidas. Com o áudio inserido na comunicação interna, todos os profissionais, de forma igualitária, podem conhecer as vozes de quem comunica, e ter acesso fácil caso tenham alguma dúvida, porque a voz não substitui a presença, mas tem o poder de entrar e preencher a rotina de um dia comum, no trabalho em casa.“É comum dizer-se que os fatos falam por si. Naturalmente isto não é verdade. Os fatos falam apenas quando o historiador os aborda: é ele quem decide quais os fatos que vêm à cena e em que ordem ou contexto” (CARR, 1996, p. 47). Sincrônico ao objetivo desse trecho do estudo, Edward Carr historiador, jornalista e teórico das relações internacionais, disse exatamente a importância de reforçar através da comunicação o que de fato acontece internamente. Por exemplo, a ordem das notícias nos roteiros do Feracast é por prioridade e conectividade que os assuntos têm, e a entrevista realizada no final é sempre sobre um tema que está em alta, seja na empresa ou no mercado de tecnologia, e é dessa informação que vem a ideia de um podcast ser uma conversa entre amigos. Quando uma conversa é iniciada entre duas pessoas que se conhecem, geralmente, as novidades são relatadas primeiro, seguidas de situações corriqueiras e pormenores. A produção de um podcast, segue a mesma lógica. “A parte das entrevistas é como se a gente chamasse um amigo pra falar e apresentar para o
ouvinte. Isso dá uma dinâmica para a conversa e gera a sensação de proximidade com o narrador” (SANIOTO, 2021, Apêndice D). Essa colocação da entrevistada feita com a Magali Sanioto, uma das produtoras do Feracast, é muito factual e perceptível na audiência. Falando especificamente das entrevistas, que é o carro-chefe do podcast interno da BRQ, atualmente, funciona da seguinte forma: as primeiras perguntas são gerais, como por exemplo o que é a área ou projeto que o entrevistado atua, qual a função dele no fluxo do processo e quais os benefícios que aquela oferta fornece à empresa. As perguntas de fechamento são específicas, como se há casos de sucesso em projetos do cliente, usufruindo das habilidades que a área entrevistada possui e quem o ouvinte pode procurar se quiser saber mais sobre o assunto abordado. Então, há uma ambientação, uma sensação de pertencimento imersivo do ouvinte com o entrevistado, como se estivessem lado a lado. Pôde-se observar em alguns feedbacks recebidos dos ouvintes, que algumas entrevistas realizadas no programa foram oportunidade e porta de entrada para que o ouvinte conheça a informação. Há evidências disso na pesquisa realizada com os profissionais da BRQ, através da plataforma Microsoft Forms, onde um profissional relata ao ser questionado sobre qual informação ele ficou sabendo exclusivamente através do Episódio 16 do Feracast, publicado em 09 de setembro de 2021: “soube da criação do ambiente de treinamento no BTG. Não tinha conhecimento disso, mesmo trabalhando dentro do cliente”, e também nos comentários da publicação do Episódio, realizada no Workplace, a rede social corporativa da BRQ (Figuras 2, 5 e 6)