Outubro de 2019 / Ano XXVI / #280
Publicação Mensal
Diretor Alfredo Oliveira
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©FOTOGRAFIA MATOS
Ano escolar com nova escola e novos diretores Congestionamentos de trânsito automóvel à saída da escola, falta de estacionamento para os professores e incompatibilidade dos projetores vídeo têm sido apontados como contrariedades ao arranque do novo ano letivo na nova escola. Quer no agrupamento das Taipas, quer nos da região as aulas decorrem "dentro da normalidade".
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ENTREVISTA
"Se fizéssemos nas Taipas o que o ministério queria, tínhamos lá gasto dois milhões de euros, que dava para fazer uns remendos" ADELINA PINTO, VEREADORA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO
Elevador da biblioteca não funciona há 20 anos
Terreno para cemitério será expropriado
Autarquia apresenta estratégia para o Turismo
CCTaipas não inscreve juniores na AF Braga
O edifício ainda é propriedade do Ministério da Saúde e a Câmara Municipal diz que não pode atuar
Ao fim de várias décadas não há solução para terreno para cemitério em Briteiros (Sto. Estêvão)
Resultado de uma encomenda a uma consultora aponta a "garra vimaranense" como motivo central da política no setor
A direção do CC Taipas não conseguiu reunir atletas suficientes para formar equipa. Juvenis também em risco
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XX vol. IV
2009 - 2013
Edição comemorativa dos 20 anos do jornal Refexo Um volume histórico, numa edição limitada. Reserve já o seu exemplar.
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CASA DE PARTIDA
SOBE EDITORIAL Alfredo Oliveira
Novo ano letivo e o Pe. João Felgueiras Neste novo ano letivo, naturalmente, o destaque vai para a nova EB 2,3 e para as políticas que a Câmara Municipal de Guimarães está a tentar implementar no terreno. À conversa com Adelina Pinto, vereadora responsável pela área da educação, verifica-se que apesar dos investimentos realizados nos últimos anos, nem tudo está bem ou, pelo menos não se consegue agradar a toda a comunidade educativa. O que se passou e passa com a EB 2,3 é um exemplo de alguma contestação, a que Adelina Pinto não foge e responde a todas as questões. À revelação de que a Associação de Pais da EB 2,3 não fala com a vereadora há meses, segue-se a nota de que estas “não devem ultrapassar as funções que lhes estão consignadas”, considerando “ultrajante levantarem-se essas questões quando se tem a melhor escola do concelho e quando os problemas que existem estão a ser resolvidos”. Muito possivelmente, estarão em causa duas situações que, por vezes, não são totalmente complementares: o investimento feito numa infraestrutura e a sua funcionalidade. A nível concelhio e em termos de política educativa nota-se uma maior abertura para a questão da “municipalização” da educação. Em termos de aposta de dinamização da cultura concelhia para as escolas destaca-se o projeto das artes performativas e a colaboração com o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), perspetivando uma nova aposta na área do desporto. Não é a primeira vez que conversamos com o Pe. João Felgueiras, mas esta foi, sem dúvida, a que mais nos marcou. As suas memórias, com 98 anos de vida, são de alguém que viveu e ainda vive as histórias que marcaram a formação de Timor, desde as ondas de choque provocadas pelo 25 de Abril de 1974 naquele território, as divergências entre os grupos existentes em Timor, a invasão por parte da Indonésia, o referendo de 1999 e a destruição que se lhe seguiu e a independência em 2002. “Para ser um bom timorense não preciso deixar de ser português”, diz o Pe. João Felgueiras, recordando que o próprio primeiro-ministro de Timor, Mari Alkatiri, lhe chegou a dizer: "Timor, esta terra que é sua". Depois de uma passagem pela terra natal, regressa a Timor aos 98 anos e com quase 50 anos neste país. Considera que ainda pode ser útil e como diz, "Um avô não sai de casa, fica até ao fim". A conversa, na sua totalidade, será somente publicada na edição de novembro. Esta entrevista também ficou registada em vídeo, que oportunamente será divulgada no nosso site.
reflexo O Norte de Guimarães
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Braga e Vitória juntos
Contrato à Vimágua
Na sua 19.ª Gala do Pelos deputados da CDU Desporto, a Universidade na última assembleia municido Minho entregou uma pal foi divulgado o concurso distinção especial ao promovido pela Vimágua Sporting Clube de Braga para a “Contratação de Sere ao Vitória Sport Clube de viços para Comunicação Guimarães, no passado dia Institucional”, no valor de 20 de setembro. 10.200 euros. Durante anos, Independentemente do essa contratação era por clube das nossas prefeajuste direto e sempre à mesrências, tem sido um erro ma empresa. Este ano foi a estratégico enorme os váconcurso, mas como afirmou rios agentes desportivos e a deputada da CDU, para sociais alimentarem uma além do preço, a cláusula de rivalidade canalizada para desempate previa que a emalgo efémero. presa vencedora fosse aquela Guimarães e Braga não que ficasse “mais próxima da têm ganho nada estando de sede da Vimágua”. costas voltadas, o futebol é Tivemos conhecimento um exemplo disso e quem que já existem empresas de tem ganho são sempre os comunicação a pretenderem mesmos três clubes. alugar um espaço na própria Braga é o distrito com sede da Vimágua. mais clubes na primeira divisão (juntamente com o Porto) e isso não se faz sentir.
DESCE
PUBLICAÇÃO MENSAL / N.º 280 / Outubro de 2019 / Ano XXVI Depósito Legal n.º 73224/93 - Registo n.º 122112 // PROPRIEDADE e EDITOR RFX, Ld.ª - Empresa jornalística registada na E.R.C., em 13 de Abril de 2015, com o n.º 223926 NIF 513 082 689 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Lybra Ibts, Sociedade Unipessoal Lda.; Pedro Filipe de Azevedo Oliveira Marques Vieira; José Henrique Fernandes da Cunha; Alfredo Jorge Salazar Rodrigues de Oliveira; Manuel António Martinho da Silva; António Paulo Duarte Marques de Sousa DIRECTOR Alfredo Oliveira REDAÇÃO Catarina Castro Abreu; José Henrique Cunha; Manuel António Silva; Paulo Dumas e Pedro Vilas Cunha CONTACTO Av. da República, 21 – 2.º Esq. Apartado 4087 - 4806-909 Caldas das Taipas TEL./FAX: 253 573 192 - Email: jornal@reflexodigital.com GRAFISMO E PAGINAÇÃO Paulo Dumas TIRAGEM 1500 EXEMPLARES EXECUÇÃO GRÁFICA IMPRESSÃO Diário do Minho - Braga Rua de Sta. Margarida, 4 A - 4710-036 Braga COLABORADORES António Bárbolo; Cândido Capela Dias; Carlos Salazar; Manuel Ribeiro; Augusto Mendes; Pedro Martinho; Teresa Portal REVISÃO DE TEXTO Maria José Oliveira FOTOGRAFIA Lima Pereira; Reflexo; Fotografia Matos ESTATUTO EDITORIAL disponível em www.reflexodigital.com
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DESTAQUE
Gestão dos assistentes operacionais é a maior dificuldade das escolas
A adaptação às novas matrizes curriculares, a articulação dos horários dos transportes e sobretudo o défice de assistentes operacionais são alguns dos esforços com que os Agrupamentos de Escolas têm de se debater no início de um novo ano letivo. Apesar dos constrangimentos, as aulas decorrem com normalidade. Texto Paulo Dumas
e meia do que os que estão efetivamente colocados. Essa diferença é assumida pelos cofres da Câmara Municipal de Guimarães.
O ano lectivo de 2019/2020 iniciou-se em meados de setembro. Este é um ano que começa marcado por algumas particularidades no Agrupamentos de Escolas das Taipas, além do novo edifício da escola EB 2,3, há também a passagem de testemunho de Mário Rodrigues a João Montes na direcção. Também a Escola Secundária, tem um novo diretor - Celso Lima, em resultado do processo de eleição e depois de o anterior não ter sido conclusivo, obrigando à nomeação por parte do Ministério da Educação de uma comissão administrativa, que esteve em funções no ano letivo anterior. As escolas das Taipas movimentam cerca de 2730 alunos e
João Montes relativiza falta de projetores na sala de aula
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professores. Se alargarmos os espectro aos agrupamentos de Ponte e de Briteiros, será quase meio milhar de pessoas que se movimentam diariamente à volta das escolas, sem contar com pais e encarregados de educação. Falamos com os diretores dos três agrupamentos de escolas. Apesar das tentativas, não foi possível juntar nesta peça declarações do novo diretor da Secundária. Anualmente há um conjunto de serviços complementares que deverão ser contratados antecipadamente ao início do ano letivo. A Câmara Municipal de Guimarães, que tem sob a sua alçada a gestão dos equipamentos, garante as refeições nas cantinas escolares e o transporte escolar. Além
disso, a colocação de pessoal não docente é também responsabilidade da autarquia, sendo que serão sensivelmente 600 os funcionários colocados para auxiliar o funcionamento das escolas do concelho de Guimarães. Anualmente, o Ministério da Educação faz publicar uma portaria com o número de assistentes operacionais a colocar em cada escola. Esse indicador é calculado em função do número de alunos que se matriculam nas escolas. Para o conjunto das escolas do concelho, excluindo as secundárias e as que não estão na dependência do município, como é o caso do Agrupamento de Escolas Santos Simões, o ministério indica 450 funcionários - menos centena
O professor João Montes, que de momento assume interinamente a direção do Agrupamento de Escolas das Taipas, após a aposentação de Mário Rodrigues, é quem nos recebe nas novas instalações da EB 2,3 de Caldas das Taipas. A construção do edifício, obrigou a que nos últimos dois anos letivos, a comunidade escolar tivesse sido obrigada a seguir os ajustamentos necessários. Os alunos foram distribuídos por várias outras escolas do agrupamento. Em todo o agrupamento e em especial na nova escola, o início do ano letivo decorreu dentro do planeamento que tinha sido estabelecido. João
Montes refere que as expectativas sobre a forma como o novo edifício da escola iria albergar cerca 900 pessoas foram superadas - "tratava-se de um novo espaço, o que poderia representar alguns constrangimentos, que não aconteceram", diz-nos o diretor do agrupamento acrescentando que as expectativas iniciais foram superadas. Os alunos conseguiram adaptar-se aos espaços e à dinâmica inicial própria dos primeiros tempos de utilização de um edifício novo. De acordo com João Montes, a experiência instalada na escola, fez com que a resposta na organização pedagógica seja "bastante eficaz" - "todo o planeamento foi feito de forma a que, quer professores, quer os alunos, se sentissem bastante confortáveis, cada um na sua posição. Isso aconteceu com bastante normalidade". Contudo, este processo de transição e de adaptação não se fez sem alguns constrangimentos, resultantes do dimensionamento da obra e de questões de incompatibilidade dos equipamentos. No caso, a congestão do trânsito automóvel nas horas de largada e de recolha dos alunos junto à escola, numa via de atravessamento e junto a uns semáforos. Quem vem de Braga pode ter de esperar quantidades de tempo significativas para atravessar as Taipas. Também da parte dos professores têm surgido alguns reparos, por estes não terem onde estacionar os automóveis na envolvente à escola. A área de estacionamento automóvel existente junto à entrada norte da escola, foi reduzida. Também os equipamentos existentes de projeção usados nas aulas, não são compatíveis com as ligações que existem na nova escola, o que obrigará à aquisição de novos projetores e ainda a falta de instalação de um cabo para a instalações dos leitores dos cartões dos estudantes não foi instalada no portão sul, estando agora a ser feita. João Montes confirma que há
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"pequenas coisas que ainda não estão resolvidas, mas têm tido o compromisso do município na sua resolução". Há agora o tempo de se seguirem os procedimentos tidos como normais na aquisição pública. "São processos burocráticos que naturalmente trazem uma dificuldade acrescida na hora de resolver os problemas" - descreve João Montes, sobre a aquisição de novos projetores para equipar a escola. Esse processo foi assumido pelo município e está a ser resolvido, garante o diretor do agrupamento, mas acrescenta que não é possível contrariar o andamento normal dos procedimentos. João Montes estima que em meados de outubro, as salas que não têm projetores terão equipamentos novos. O professor desvaloriza a importância que tem sido dada a esta questão e rejeita que tal seja impeditivo do normal funcionamento da escola e das aulas - "não pode haver mau funcionamento das aulas. Um professor tem de se adaptar para desenvolver o seu trabalho. Não é naturalmente a falta de um projetor que irá diminuir a intensidade do processo de ensino. O que seria das escolas quando não havia projetores e só havia o giz e o quadro?" Sobre a dificuldade do estacionamento, João Montes entende que se trata de um problema crítico, mas que está além das capacidades de resolução de uma direção de agrupamento. De qualquer forma, têm sido desenvolvidos esforços na sua resolução. Caberá às entidades competentes tornar o espaço de estacionamento reservado aos utentes da escola, embora o parque existente na entrada norte não resolva todas as necessidades. Também sobre o funcionamento do semáforo, João Montes considera que poderá haver uma nova formatação, de forma a melhor garantir a fluidez do tráfego automóvel. A crescente utilização do portão sul da escola, pela Rua Professor Manuel José Pereira, poderá vir a ajudar a resolver PUBLICIDADE
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o problema que se verifica junto ao semáforo. Falta de assistentes operacionais é "dor de cabeça" das escolas
De acordo com os diretores dos agrupamentos das Taipas, de Ponte e de Briteiros, o início do ano letivo decorreu sem percalços foi uma regra geral, com os professores colocados atempadamente. A grande dificuldade que vem desde os anos anteriores e que se deverá manter nos próximos é a gestão dos assistentes operacionais. O Centro Escolar de Ponte, inaugurado em 2011, é uma constante dor de cabeça para o diretor do agrupamento, o professor Artur Monteiro. Aqui, a lacuna dos assistentes operacionais chega aos 20% e no maior centro escolar do concelho, isso pode ser um problema. "É um centro escolar que foi construído com uma visão de futuro, mas que tem os seus problemas ao nível da operacionalização", refere o diretor. À semelhança do que acontece agora na nova escola das Taipas, a dimensão do edifício e dos espaços exteriores acarretam problemas de limpeza e vigilância de todo o espaço. Na gestão das escolas "para tudo há rácios", refere João Montes, das Taipas, "é uma fórmula determínistica de gestão das escolas", mas que é cega relativamente às especificidades de cada escola. João Montes, assim como os seus homólogos dos outros agrupamentos, percebem que tem havido um esforço grande do município de Guimarães em ir segurando as pontas. O problema da falta de assistentes operacionais nas escolas decorre do envelhecimento destes funcionários, que recorrem à baixa médica, cada vez maior frequência. A recolocação deste pessoal não é um processo fácil e apesar de ser gerido pelo município, tem de seguir um conjunto de regras que são as regras da contratação pública. Esta é sempre uma condicionante ao normal funcionamento das escolas, onde
por vezes "é preciso fazer das tripas coração", desabafa Artur Monteiro, do agrupamento de Ponte, onde há equipamentos que funcionam 12 horas por dia, das 7h30 até à 19h30. Outro dos esforços que têm de ser feitos anualmente, que envolve as escolas, a Câmara Municipal e operadores de transportes, passa por garantir uma articulação de horários que permita aos alunos chegarem a tempo à escola para as aulas e que depois, ao final do dia, haja novamente transporte para os levar de volta para as suas casas. Nos últimos anos as escolas têm-se vindo a adaptar à transição curricular que implica, entre outros aspetos, a redução do tempo das aulas. Novas matrizes curriculares obrigam a esforços extraO
Agrupamento de Escolas de Briteiros está a fazer essa adaptação neste ano letivo e conforme nos descreveu o diretor Luís Morais, houve necessidade de uma profunda reorganização interna da escola. A redução do tempo de cada aula implica um aumento do número de aulas e de intervalos, fazendo aumentar o tempo que os alunos passam na escola. Algumas aulas têm de passar para a parte da tarde em alguns dias da semana, fazendo aumentar o número de refeições que é necessário servir na cantina. A Escola Básica de Briteiros está a fazer 25 anos. Luís Morais fala da necessidade de adaptação aos aos novos tempos e aos novos currículos - "Há uma debilidade grande a nível tecnológico. Aquilo que o ministério disponibiliza está totalmente caduco, são as escolas que estão a fazer um esforço através de verbas próprias, que, no nosso caso, são muito reduzidas, porque somos um agrupamento de pequena dimensão", explica o professor. Neste arranque de ano letivo, a escola de Fafião, em Briteiros (Sto. Estêvão) está em obras de
remodelação. Os alunos desta escola foram transferidos para a escola de Igreja em Briteiros (S. Salvador). Nem isto terá perturbado a normalidade do arranque das aulas - "o espaço não é o ideal para tantas crianças", concede Luís Morais, mas acrescenta que esta "é uma solução temporária que garante todas as condições para o conforto dos alunos. A escola de Igreja teve obras recentemente e garante todas essas condições" As dinâmicas entre agrupamentos é um fenómeno interessante de se perceber e que está diretamente relacionado com as dinâmicas e as necessidades familiares. A ferramenta digital que está a ser desenvolvida pela Câmara Municipal de Guimarães (ver entrevista com a vereadora Adelina Pinto na página seguinte) permitirá fazer uma leitura em tempo real dessas dinâmicas. Por exemplo, dada a centralidade de Caldas das Taipas, muitos encarregados de educação decidem colocar aqui os seus educandos, deixando muitas vezes o agrupamento onde começaram a fazer o 1.º ciclo. Este fenómeno registava-se nos últimos anos, mas a construção da nova escola fez com que mais alunos deixassem os agrupamentos de origem para passar para o Agrupamento de Escolas das Taipas. Quem aponta este fenómeno é o diretor de Ponte, que vê fugir os seus alunos para o agrupamento vizinho - "há sempre uma grande percentagem de alunos que no fim do 1.º ciclo vai para as Taipas e isso é um pouco desolador para nós". Esta opção reflete a opção dos pais de terem os filhos mais próximo do local onde trabalham - "essa é sempre uma opção dos pais, mas a escolha recai sempre por questões práticas do dia a dia e não tanto com projeto educativo das escolas", sustenta Artur Monteiro, que defende que as escolas deverão começar a trabalhar na sua própria promoção ao nível do projeto educativo, dos seus recursos e também das suas instalações.
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NÚMEROS
4757
número total de alunos, professores e pessoal não docente, nos agrupamentos das Taipas, de Ponte e de Briteiros
AGR. ESC. das TAIPAS Pré
1º ciclo
2º ciclo
3º ciclo
213 424 294 472 Professores
Assistentes
125
65
AGR. ESC. de PONTE Pré
1º ciclo
3º ciclo
2º ciclo
170 365 165 295 Professores
Assistentes
111
55
A escola Básica de Ponte tem ainda 38 alunos do ensino secundário em duas turmas
AGR. ESC. de BRITEIROS Pré
1º ciclo
2º ciclo
3º ciclo
158 211 134 186 Professores
Assistentes
90
49
ESCOLA SECUNDÁRIA Ensino Regular
680
Ensino Profissional
325
Professores
Assistentes
101
31
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Vereadora da Educação preocupada com o peso das escolas no orçamento municipal
Vereadora municipal da Educação, Adelina Pinto, está satisfeita com o processo de arranque de mais um ano letivo. No Agrupamento de Escolas das Taipas, com novas instalações e um novo diretor, há aspetos que necessitam de ser ajustados, mas que não deverão comprometer o andamento das aulas. Entrevista Paulo Dumas O ano ano letivo arrancou em condições particulares nas Caldas das Taipas. Como descreve este primeiros dias de funcionamento das escolas? Em termos globais, penso que começou tudo bem. Da parte que serão as nossas responsabilidades, estava tudo em ordem logo no primeiro dia de aulas. Continuamos a fazer melhorias, tentamos não cair no marasmo de fazer sempre a mesma coisa. Por exemplo, o projeto das artes performativas que está mais consolidado, tendo passado para a gestão da Oficina. Há projetos com o CIAJG e vamos lançar em breve um novo projeto na área do desporto. Na escola das Taipas, há algumas questões que necessitam de afinação, que decorrem de se tratar de um edifício novo. São questões funcionais, que não colocam em causa o normal funcionamento da escola. Por exemplo, os projetores que tínhamos não funcionam na instalação da nova escola e estamos a substituir esses equipamentos. Além da escola ser nova, há também um novo diretor. Sim, aliada a essa questão do edifício temos a saída do professor Mário e a entrada de um novo diretor. Era algo que já vinha sendo preparado e o professor João Montes tem sido incansável connosco. É
um facilitador e está sempre do lado da solução. Tem corrido tudo muito bem, a escola está muito bem entregue. A dimensão da escola acarreta um esforço adicional em termos de manutenção. Como tem sido feita essa transição? É de facto uma escola muito grande, que em termos de pessoal não docente nos complica muito. Por exemplo, para a manutenção do pavilhão temos recorrido a uma equipa da Vitrus, que tem ido fazer a limpeza porque, de facto, é demais para os funcionários. A gestão do rácio que nos é atribuído pelo ministério é muito complicada. Esse indicador é calculado em função do número de alunos e não pela dimensão da escola. Estamos a tentar reforçar o número de funcionários, porque a vigilância é sobre uma área muito maior. Sei que há algum desagrado, parece que nunca se vê a parte boa que é o investimento que o município fez nas Taipas. Há de facto alguns problemas, sendo que alguns deles ocorrem em todas as outras escolas. A gestão das baixas médicas do pessoal não docente é apontado como um problema que dificulta o funcionamento das escolas. Haverá forma de o contornar?
Esse é um problema que tem tendência para se agudizar. Há duas questões. Primeiro, o envelhecimento natural dos funcionários. Em segundo, decorrente de termos integrado 200 novos funcionários mais jovens, têm-se registado um número elevado de gravidezes. O que é bom! Significa que as pessoas têm maior estabilidade no trabalho. Já tentamos resolver internamente essa questão, mas não há uma solução que nos permita ter um grupo de pessoas que vamos movimentando para ir resolvendo estes problemas. É algo que decorre dos concursos para a função pública, que é muito estranho. Nós não podemos fazer nada. O processo de descentralização e a transferência da competências das Administração Central nos municípios está a decorrer também ao nível da Educação. Quais são os desafios dos municípios e também nas escolas? É um pouco preocupante. Tratase de um rombo substantivo no orçamento municipal. Pegando precisamente na colocação do pessoal não docente. Essa é uma delegação de competências do ministério. Há uma verba que é transferida pelo ministério para as Câmaras Municipais, de acordo
com o rácio de funcionários por número de alunos. A portaria define 450 funcionários para as escolas de Guimarães sob gestão do município, e faz a transferência da verba correspondente. Neste momento, precisamos de 600 funcionários. Esta diferença é assegurada pelo orçamento do município. Temos duas situações muito difíceis de gerir. Primeiro, aquilo que o ministério se propõe transferir aos municípios é efetivamente o que gasta com as escolas. Só que isso é muito pouco para as escolas e o município tem de cobrir o que falta. A Educação é uma prioridade e não faz sentido assobiar para o lado. Um segundo aspecto é a gestão dos equipamentos. Por exemplo, se fizéssemos nas Taipas o que o ministério queria, tínhamos lá gasto dois milhões de euros, que dava para fazer uns remendos. Para cada escola EB 2,3 o ministério transfere 20 mil euros, ficando da parte do ministério a responsabilidade de fazer as obras grandes. Desde 2009 que temos as EB 2,3 sob a nossa responsabilidade e o ministério nunca pregou um prego em nenhuma escola. Avançamos com a obra das Taipas e precisamos de avançar com a escola de S. Torcato urgentemente. Outro caso é o que gastamos nas AECs que é o dobro daquilo que o ministério nos dá, mas isso tudo bem, faz parte do projeto que o município deseja para a Educação. Quais seriam os termos ideais para a municipalização da Educação? Eu não gosto muito do termo municipalização. A Educação é demasiado importante para se deixar ao critério de 308 municípios. A Educação tem de ser uma prioridade nacional. O caminho é mais aquele que temos vindo a fazer. Há uma parte no funcionamento das escolas na qual as câmaras não se devem imiscuir. Por exemplo, a definição de programas. Isso deve ser o ministério a definir. O caminho passa por criar componentes que distinguem uma escola que está em Guimarães de outra escola que está noutro concelho. Não é melhor, nem pior. É diferente. As escolas devem ser permeáveis a essas diferenças a que deve ser acrescentado ao currículo nacional. Se Guimarães é cidade património da humanidade, os meninos têm de saber isso. Se fomos Capital Europeia da Cultura, temos de fazer públicos desde cedo e é nas
escolas que isso se trabalha. Estes aspetos não devem colidir com o funcionamento normal. Permitir que as crianças vão ao Castelo de Guimarães, ao Paço dos Duques ou que vão assistir a uma peça de teatro no Centro Cultural Vila Flor, isso faz parte da construção de um cidadão de Guimarães. Neste ano particular em que há uma escola com instalações novas, que relação tem mantido com as associações de pais e que papel têm tido estas associações? A Associação de Pais da EB 2,3 não fala comigo há meses. Isso é sinal de que estará tudo bem? Sei que não está. As associações de pais sabem o que penso sobre elas, que têm uma determinada função e que não a podem ultrapassar. A função das associações de pais é verificar e ajudar, sendo participativos, no sentido de as escolas garantirem as melhores condições aos seus filhos. Embora ninguém me tenha comunicado, sei que há algumas questões que têm sido levantadas pela Associação de Pais da EB 2,3 que, para mim, não fazem nenhum sentido. O facto de não termos os projetores a funcionar não é uma questão inibidora do funcionamento das escolas. Se assim fosse fechavamos as escolas do 1.º ciclo. Acho até ultrajante levantarem-se essas questões quando se tem a melhor escola do concelho e quando os problemas que existem estão a ser resolvidos. Em que ponto está a Carta Educativa? A ideia da Carta Educativa Digital é que seja uma ferramenta dinâmica de apoio à decisão em tempo real e de maximização de recursos. Não faz sentido a Câmara estar a pedir informações às escolas sempre que precisa. Têm subsistido dificuldades técnicas na integração do E360 - a ferramenta do ministério que nos dá essa informação. Continuo a acreditar que é um instrumento que ajudará a tomar decisões mais rapidamente, a fazer economias para os cofres do município e garantir que todos os meninos tem a escola que melhor lhes serve, assim como aos pais. Ando a batalhar nisto desde 2013 e sei que será algo que me perseguirá politicamente. Felizmente não tenho mais nada porque consegui fazer tudo o resto com que me comprometi.
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Café Reggiana assaltado nas Caldas das Taipas PAULO DUMAS
OPINIÃO Augusto Mendes
Serviços Públicos
Texto Manuel Silva
Foi assaltado, na madrugada sexta-feira, 27 de setembro, o Café Reggiana. Tudo terá ocorrido por volta das 4h15 da madrugada. O barulho provocado pela quebra da porta de vidro do estabelecimento despertou o filho dos proprietários que, de imediato, se dirigiu para o local onde já não encontrou
ninguém e o assalto já se encontra consumado. Para partir a porta, os assaltantes poderão ter utilizado uma pedra que acabariam por deixar no local. Do interior do estabelecimento, situado na Rua da Taipa e que nas últimas semanas esteve encerrado para gozo de período de férias, ficou à vista o roubo de, pelo menos, um televisor e um
computador portátil. A GNR das Taipas vedou o local, onde já estiveram o Núcleo de Investigação Criminal e o Núcleo de Apoio Técnico daquela força policial, para dar início às habituais diligências que estas situações requerem. Num espaço de poucos dias, é o segundo assalto ocorrido naquela zona, ambos a estabelecimentos da área da restauração.
Material contrafeito apreendido na feira das Taipas ©DR
Numa operação de fiscalização à feira semanal das Taipas, realizada na manhã de ontem, 16
de setembro, foi detetado diverso material contrafeito. No total, foram apreendidas
2.650 peças de vestuário, 213 pares de calçado e 109 acessórios. A ação foi desencadeada através do Posto Territorial da GNR de Caldas das Taipas que contou com o apoio de militares do Destacamento Territorial de Guimarães e do Destacamento de Intervenção de Braga. Uma intervenção que teve como objetivo o combate à contrafação, tendo sido detetado, em várias bancas, artigos contrafeitos de conhecidas marcas registas. Desta ação resultou a identificação de 3 homens e 3 mulheres com idades compreendidas entre os 26 e os 57 anos, pela prática do crime de contrafação. Os suspeitos foram constituídos arguidos e os factos remetidos ao Tribunal Judicial de Guimarães.
Caro leitor, Os serviços públicos universais e tendencialmente gratuitos são o único garante que temos de que qualquer cidadão, independentemente do seu estatuto sócio-económico tem acesso ao mesmo serviço nas mesmas condições de qualquer outro. Trocando por miúdos, o filho do trabalhador por conta de outrem, que recebe o salário mínimo, tem o mesmo acesso à educação e à saúde que o filho de um empresário bem sucedido e com uma situação financeira estável. Este é, quiçá, o mais belo princípio da democracia. A comunidade, como um todo, contribui através dos seus impostos para prestar a todos, os mais favorecidos e os menos favorecidos, serviços públicos de qualidade. No entanto, não é menos verdade que, por mais belo que seja este princípio, tivemos fases da nossa democracia em que não o soubemos defender devidamente. Alternamos momentos de desinvestimento propositado com momentos de privatizações selvagens que delapidaram por completo alguns serviços fundamentais para as nossas populações, nomeadamente as mais desfavorecidas. Temos talvez como exemplo máximo a indesculpável privatização dos CTT. Onde está o nosso serviço postal? Quantos passam semanas sem ver o carteiro e sem receber a sua correspondência, muitas vezes com vales de reforma que são o único meio de rendimento de centenas de idosos? Pois, caro leitor, as políticas têm consequências. Isso tem um propósito e é feito tendo por base uma ideologia. Uma ideologia que nos quer fazer acreditar que os serviços geridos por privados são melhor geridos do que os serviços públicos. Uma ideologia que no diz que os serviços geridos por privados não dão prejuízo e até dão lucro! Uma ideologia que nos diz que os gestores privados são mais competentes do que os gestores públicos. Mas temos de partir de um princípio básico e fundamental: Os serviços públicos não foram feitos para dar lucro. A saúde não é um negócio. A educação não é um negócio. Os transportes não são um negócio. Não. Tudo isto são serviços fundamentais para a vida dos cidadãos, e quando são encarados de um ponto de vista meramente empresarial, têm a falha fundamental de não servir a todos por igual porque nem todos podemos pagar por igual e de deixar de fora aqueles que já menos têm. A saúde tem de tratar a doença rara da Matilde, sabendo que não dá lucro. A educação tem de garantir as mesmas oportunidades para todos. Os transportes têm de servir as populações das freguesias mais distantes da mesma forma das mais próximas dos grandes centros. Não quero com isto dizer que por vezes não gerimos mal os recursos do estado. É um facto e essa é uma luta que não podemos cessar. Primeiro porque os recursos são finitos e segundo porque se aproveitarmos bem esses recursos, mais recursos sobram para reforçar outras áreas do estado. Devemos resistir, com todas as nossas forças, à demagogia dos que querem usar alguns casos conhecidos de má gestão pública, que infelizmente existem, para nos passar a mensagem de que no privado se faz melhor. Quantos casos querem de má gestão privada? O do BES? O do BPN? O da PT? Tenho para mim que um bom gestor gere bem no privado como o fará no público. Não perde qualidades por ser funcionário público. Para concluir deixo-vos um exemplo de como as políticas públicas bem aplicadas, bem geridas e devidamente financiadas dão resultados excelentes e melhoram a vida das pessoas: Alguém ainda se lembra de como funcionava o Centro de Saúde das Taipas antes da criação das Unidades de Saúde Familiar (USF)? Alguém ainda se lembra das filas ás 5h30 da manhã? Alguém ainda se lembra da impossibilidade de marcar consultas no próprio dia? Hoje marcamos! Felizmente, poucos se lembram, e poucos se lembram porque temos hoje um serviço de excelência que presta, como deve, um serviço de excelência às populações.
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ATUALIDADE Elevador da biblioteca não funciona há quase 20 anos PAULO DUMAS
Nova escola EB 2,3 foi tema de debate na Assembleia de Freguesia PAULO DUMAS
Texto Paulo Dumas
Em dezembro de 2017 dávamos notícia nestas páginas da dificuldade que pessoas com dificuldades de mobilidade tinham em aceder ao espaço do pólo das Caldas das Taipas da Biblioteca Raul Brandão, especialmente crianças em idade escolar. A causa dessa dificuldade é a inoperacionalidade do elevador que foi instalado no edifício, mas que nunca funcionou. O edifício foi remodelado e requalificado para sede da Junta de Freguesia de Caldelas e biblioteca, tendo sido inaugurado a 2 de dezembro de 2001. De acordo com o que foi possível apurar, o assunto encontra-se parado nos serviços jurídicos da Câmara Municipal de Guimarães. As dúvidas recaem sobre a propriedade do edifício, que ainda é do Ministério da Saúde. Este assunto da transmissão de propriedade esteve para ser PUBLICIDADE
resolvido aquando da construção do Centro de Saúde de Ponte, em 2006, feita em terreno que pertencia ao município. O trato seria que a Câmara Municipal de Guimarães cedia o terreno ao Ministério da Saúde e, em troca, o edifício do antigo posto médico das Taipas passava para a carteira do município. Acontece que estas transações nunca chegaram a efetivar-se. A Câmara Municipal de Guimarães diz não ter registos sobre essas transferências de propriedade e o processo encontra-se encravado por isso, ou seja a autarquia prefere salguardar-se, não intervindo num edifício que não é seu. O Reflexo tentou por vários meios entrar em contacto com a ARS Norte para pedir esclarecimentos sobre esta matéria, mas sem sucesso. Em setembro de 2018, o executivo municipal aprovou uma adenda ao protocolo sobre o funcionamento do polo da biblioteca nas Caldas
das Taipas. Entre as alterações ao documento estava precisamente a clarificação sobre como deveria ser feita a manutenção do elevador, passando a estar sob gestão do município. Entretanto, a Câmara Municipal pediu um conjunto de pareceres que indicavam a necessidade de substituir todo o equipamento, uma intervenção avaliada em cerca de 18 mil euros. Na altura de avançar com a decisão, os serviços jurídicos da autarquia colocaram dúvidas sobre a intervenção num edifício que não é prorpiedade da Câmara Municipal. Entretanto, o elevador continua sem funcionar, contrariando todos os regulamentos sobre acessibilidade universal em edifícios públicos. O edifício foi totalmente intervencionado em 2001 pela Junta de Freguesia da altura, mas agora a Câmara Municipal vê-se impedida de intervir no mesmo edifício para efetuar a substituição do elevador.
Texto Paulo Dumas
A Assembleia de Freguesia de Caldelas reuniu no passado dia 20 de setembro para a terceira sessão ordinária do ano. Como ponto único da ordem de trabalhos esteve a verificação do trabalho executado pela Junta de Freguesia desde a última reunião da Assembleia, decorrida em junho último. Recordese que entretanto decorreu uma sessão extraordinária no dia 15 de julho e a sessão comemorativa do 19 de junho. A sessão ficou mais uma vez marcada pelas intenções do público, que levaram algumas das suas suas preocupações ao órgão deliberativo da freguesia. A recém inaugurada escola EB
2,3, que entrou em funcionamento no dia 12 de setembro recebendo os alunos para o novo ano letivo, foi tema levado à assembleia, tendo sido referido o congestionamento na Rua do Pinheiral nas horas de ponta. Luís Soares, presidente da Junta de Freguesia justificou alguns dos constrangimentos pelo facto de se tratar de um novo edifício e que estaria a tomar algumas medidas junto da Infraesturuas de Portugal, para uma melhor regulação do semáforo existente junto à entrada da escola. O tema motivou trocas de argumentos entre o público e as mesas o que obrigou à interrupção dos trabalhos pelo presidente da Mesa da Assembleia, Sérgio Araújo.
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Pe. João Felgueiras completa, em 2021, 50 anos de vida em Timor MANUEL ANTÓNIO SILVA
OPINIÃO Manuel Ribeiro
Para memória futura - mínimo ético
João Felgueiras chegou a Díli em 1971. Passou por todos os momentos mais trágicos desse território, sempre presente, junto dos timorenses: o período do 25 de Abril de 1974 e a invasão indonésia no ano seguinte, o referendo de 1999 e a independência em 2002. Com 98 anos de idade passou, mais uma vez, pela sua terra natal para, como diz, "recuperar um pouco as forças para voltar a Timor", para continuar a ser uma "bandeira" de união entre os timorenses. Numa entrevista que será publicada na íntegra na próxima edição do Reflexo e que será colocada em vídeo online no reflexodigital, João Felgueiras deixou uma mensagem para os taipenses: "Deixo uma palavra de agradecimento e de amizade ao povo das Taipas, terra onde fiz a minha primeira comunhão a 19 de março de 1926. Se puderem comuniquem com Timor, é muito importante manter a comunicação entre as pessoas. Peço que continuem a rezar por nós, para que Timor seja uma joia no extremo oriente, como consagrou Camões n’Os Lusíadas, 'O Sol, logo em nascendo, vê primeiro'". Na conversa mantida, com a ajuda da sua sobrinha Maria Leonor, PUBLICIDADE
para uma melhor comunicação, o Pe. João Felgueiras não deixou de abordar todos os momentos mais problemáticos que arrastou este jovem país para uma guerra que condicionou muito o seu futuro: "A guerra no período do 25 de Abril começou por divisões internas entre os timorenses. Desse período até à independência, Timor foi reduzido a cinzas por duas vezes". Para que Timor resistisse à ocupação indonésia, a língua portuguesa foi a bandeira da resistência. João Felgueiras cita uma célebre frase de Max Stahl (que filmou o massacre de Santa Cruz, a 12 de novembro de 1991): "Sem o português, Timor dificilmente encontra força para uma nacionalidade". O receio de que o português possa estar em perigo em Timor não terá muito fundamento. O português, juntamente com o tétum, partilha o estatuto de língua oficial. O Pe. João Felgueiras recorda que, "durante 22 anos, no mato, durante a resistência, eram esses timorenses que viviam nessas condições que ensinavam as crianças a aprender o português, sem salas, sem carteira, no chão". Depois de quase 50 anos a viver em Timor, João Felgueiras considera que para ser "um bom timorense"
não precisa "deixar de ser português" e conta um episódio passado com Mari Alkatiri, primeiro-ministro de Timor: "Há nove anos, no aeroporto, chegou um senhor que se sentou ao meu lado e falou com muita amizade e na despedida disse: 'boa viagem e bom regresso a Timor, esta terra que é sua'". Em Timor só tem amigos nos diferentes quadrantes políticos, mas destaca o papel de Xanana Gusmão, que "foi fundamental na construção da nossa escola Amigos de Jesus". Questionado sobre os motivos que o levam novamente para este território, o Pe. João Felgueiras entende que ainda pode ser útil: "Um avô não sai de casa, fica até ao fim". Por último, questionado sobre as relações de Timor com a Indonésia e se os tempos do conflito estão ultrapassados, o Pe. João Felgueiras afirma que o povo de Timor não guarda rancor: "Com o evoluir dos tempos, hoje, parece-me que os timorenses não olham a Indonésia como um inimigo. Há poucos dias, foi inaugurada uma ponte pequena mas muito linda a que foi dado o nome de Habibie, o antigo presidente da Indonésia que autorizou o referendo que levou à independência de Timor".
Não gosto da palavra Estado vociferada no sentido de público, por oposição a privado e a particular, na conotação que lhe querem atribuir de que o público é que é bom e o privado, sejam os interesses, sejam as actividades, é mau. Quem faz essa distinção, não inocente, quer atingir a integridade ética de quem não partilha perspectivas político/ ideológicas dos mesmos. É um arremesso político gratuito que quer fazer desacreditar. Nunca ninguém ouviu dos partidos situados no centro direita dizer que a esquerda quer a miséria, a confrontação social, o caos económico, baixar pensões, salários baixos, condições de trabalho e precariedade laboral. Apesar do centro/direita ter a certeza absoluta de que as políticas de esquerda levam necessariamente a isso, ninguém ousa dizer que as esquerdas têm por objectivo a miséria, o desemprego, a baixa dos salários e das pensões. E não fazem isso porque existe um mínimo ético que deverá estar presente sempre que se fazem apreciações das outras perspectivas do que devem ser as opções, os caminhos de desenvolvimento e crescimento de um país. Nesse sentido de respeitar solenemente as ideias de outros, de cumprir a democracia pluralista, o centro/direita pede meças à esquerda sedenta de controlar tudo e todos. O centro de direita nunca entrou nem entra pelo caminho fácil da calúnia ideológica – chamemos-lhe assim. Sim. Se o centro direita tem governado este país desde 2015, os salários tinham subido; o desemprego tinha baixado; a carga fiscal não era tão elevada; as pensões, principalmente as mínimas tinham subido mais; a economia tinha crescido, na senda de 2015, e o défice baixava. Mais, o peso das exportações no PIB aumentava; a balança de transações seria menos desequilibrada. Sim, porque o crescimento económico dos últimos 4 anos deveu-se às reformas do governo de Passos Coelho. E esse efeito seria exponenciado porque o centro/direita tem o dom de acelerar a economia, com liberdade e responsabilidade, e de retirar os constrangimentos que impedem o investimento e o crescimento das empresas. Temos que ter menos estado. Pela experiência histórica de muitos e muitos países, a omnipresença exclusiva do estado na economia, na saúde, no ensino, na cultura, nos transportes, nas vias de comunicação, tem dado mau resultado. Por comparação com os países que são do nosso pelotão da zona euro, Portugal tem-se atrasado apesar do crescimento da economia mais motivado por razões de demografia, fixação de estrangeiros com benefícios fiscais e comunidade brasileira; por razões do boom da democratização do turismo que puxaram pelo imobiliário, construção que é a locomotiva do crescimento económico. O país não se preparou para uma crise; para uma subida da taxa de juro; para um retrocesso nas exportações, para um abrandar do turismo, para a caída do imobiliário, pois, reformas estruturais para isso não existiram. Foi um gerir e repartir a abundância que outros, com muito sacrifício, criaram sendo acusados de querer o que nunca quiseram e nem querem. Sem ser demoníaco, fica este texto para memória futura, agora que em 6 e outubro vamos escolher o governo de Portugal dos próximos 4 anos.
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ATUALIDADE A Oficina leva áreas artísticas e performativas às escolas de Guimarães
1º Concurso Literário “A Terra Onde A Lua Fala” Regulamento ©DIREITOS RESERVADOS
Artigo 1º O jornal Reflexo em colaboração com o projeto Ao Sabor dos Livros da Escola Secundária de Caldas das Taipas e com o apoio da Taipas Termal organizam o 1º CONCURSO LITERÁRIO “A Terra onde a Lua fala”. Artigo 2º 1. Os objetivos do concurso são: a) Consolidar hábitos de leitura e escrita; b) Estimular o espírito de iniciativa; c) Promover a escrita criativa; d) Valorizar a expressão literária.
O processo de seleção dos professores que farão o desenvolvimento das áreas artísticas nas escolas de Guimarães foi concluído, com a colocação de todos os professores. O processo decorreu desde o passado mês de julho, com a realização de entrevistas aos professores candidatos. O denominado projeto Mais Três surge de dois outros projetos que vinham sendo desenvolvidos
pela cooperativa A Oficina – o projeto Mais Dois e o Ante Pé, que promoviam a dança nas escolas e envolviam as crianças, através das Atividades de Animação e de Apoio à Família e por via da Componente de Apoio à Família. A coordenação destes projetos, que agora se integram, resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Guimarães (Vereação da Educação) e A Oficina (Educação
e Mediação Cultural). O objetivo é contribuir para o reconhecimento das artes performativas enquanto áreas de conhecimento e como vertentes de formação. Foi colocado um total de 59 professores, para garantir as atividades 3 aos 10 anos, nas escolas do 1.º ciclo básico. Estes profissionais ficam assim vinculados à cooperativa A Oficina, através de um contrato de trabalho a termo resolutivo certo.
Hospital de Guimarães abre espaço de recobro para cirurgias de ambulatório ©DR
O Hospital Senhora da Oliveira tem em funcionamento desde o dia 2 de setembro um novo espaço físico para o recobro tardio. Este espaço é destinado a utentes que, depois de submetidos a intervenções cirúrgicas,
passam a ser acompanhados na sua recuperação. Este novo espaço, que ocupa temporariamente as anteriores instalações do Internamento Geral II, está equipada com cinco camas na ala pediátrica e 10 de
adultos. A Unidade de Cirurgia de Ambulatório ambiciona poder dotar pelo menos duas salas operatórios de espaços destinados a consultas pré-operatórias e espaço para recuperação. Esta medida do Hospital Senhora da Oliveira enquadra-se na sua estratégia de aumento da cirurgia de ambulatório, definida como objetivo pelo Ministério da Saúde. Segundo recomendações nacionais, a cirurgia de ambulatório deve corresponder a 50-70% do total de cirurgias realizadas. De janeiro a agosto deste ano foram realizadas 5.073 cirurgias de ambulatório, projetando-se até ao final do ano, com estas melhorias, realizar-se cerca de 8.000 cirurgias de ambulatório, obtendo-se um aumento de cerca de 25% relativamente ao ano transato.
Artigo 3.º 1. Este prémio literário, na modalidade de prosa, destina-se a revelar e divulgar valores literários dos jovens, sendo assim um estímulo à sua capacidade criativa. 2. O género a concurso é o conto. Artigo 4.º 1. O concurso destina-se a todos os estudantes que frequentam o 2º e 3º ciclos do ensino básico e o ensino secundário no concelho de Guimarães, distribuídos pelos seguintes escalões: Escalão A – estudantes do 5º ao 9º ano; Escalão B – estudantes do 10º ao 12º ano. 2. Os trabalhos apresentados a concurso terão de ser originais, pelo que não serão aceites trabalhos premiados em outros concursos ou que já tenham sido editados. 3. Cada concorrente poderá participar apenas com um trabalho, segundo o seu escalão. 4. Cada trabalho terá de ter, obrigatoriamente, um limite máximo de 5 (cinco) páginas e deve obedecer às seguintes regras de formatação: configuração da página
A4; tipo de letra Arial com tamanho 12 (doze) e espaçamento 1,5 (um vírgula cinco). Artigo 5.º 1. Os trabalhos deverão ser enviados em PDF para o email do jornal Reflexo (jornal@reflexodigital.com) que garantirá o seu anonimato antes de os enviar ao júri. 2. O ficheiro deverá ser guardado com a indicação do concurso literário e do nome do concorrente (ex: concursoliterário_mariasilva). 3. O prazo de entrega dos trabalhos decorre até dia 11 de outubro de 2019. Artigo 6.º 1. O júri será constituído por 3 elementos a designar pelos responsáveis do projeto Ao Sabor dos Livros. Artigo 7.º 1. O nome dos vencedores, assim como os trabalhos vencedores, serão publicados no jornal Reflexo e/ ou na sua página digital. Artigo 8.º 1. Serão premiados os três melhores trabalhos de cada escalão. 2. O júri poderá não atribuir os prémios, desde que entenda que nenhum dos trabalhos revela qualidade literária suficiente para ser distinguido. Artigo 9.º 1. Os exemplares dos trabalhos apresentados não serão devolvidos aos concorrentes. 2. O jornal Reflexo reserva-se o direito de publicar os trabalhos premiados sem que haja lugar a quaisquer direitos de autor. Artigo 10.º 1. Os casos omissos, bem como as dúvidas de interpretação deste Regulamento serão resolvidas pelo júri. 2. Das decisões do júri não haverá apelação.
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Apoio municipal a obras em arruamentos passa a subsídio Programa da Semana Sénior com atividades desde a hidroginástica à musicoterapia ©DIREITOS RESERVADOS
A deliberação foi tomada na reunião do executivo do dia 12 de setembro. Por questões legais, pois as ruas em causa são da freguesia e não da Câmara, a mesma verba em causa deixa de ser atribuída na forma de delegação de competências, passando a ser na forma de subsídio. Em causa está uma deliberação do executivo vimaranense de 7 de junho de 2018 que tinha aprovado a celebração de um Contrato de Delegação de Competências com a freguesia de Caldelas, para a conclusão da requalificação da rua PUBLICIDADE
do Tojal, rua dos Cutileiros, rua do Rabelo e ainda obras na rua do Montinho, mediante a transferência de uma verba de €91.418,98. Esta deliberação tinha sido tomada, reconhece a Câmara, baseada no pressuposto que as ruas acima identificadas seriam da Câmara e não da Junta de Freguesia. Com esta nova deliberação, a verba mantém-se, a forma é que é diferente. Câmara autoriza que verba para a reabilitação do Antigo Mercado de Caldas das Taipas seja utilizada até final deste ano
O apoio de €33.310,12 para a reabilitação do Antigo Mercado tinha sido aprovada em 12 de abril de 2018, pelo executivo vimaranense, através da celebração de um contrato interadministrativo de delegação de competências com a Junta de Freguesia de Caldelas. Como não foi possível executar essa obra, o executivo de Luís Soares informou a Câmara que pretende executar a obra até ao final de 2019, solicitando que essa verba seja utilizada na execução da obra.
Hidroginástica, Musicoterapia e um espetáculo de música popular portuguesa são alguns pontos do programa das comemorações do Dia Internacional do Idoso, a partir de um conjunto de atividades distribuídas pelos dias 7 a 11 de outubro, designada pela Semana Sénior. Este programa foi elaborado pela Divisão de Ação Social da Câmara Municipal de Guimarães, no âmbito do seu Plano Anual de atividades, em colaboração com os parceiros que integram a Rede Social. As atividades incluem uma conferência subordinada ao tema "Estratégias para a Capacitação das Famílias para a continuidade
de cuidados" e abordagem ao Livro "O Jogo - Dar Voz aos cuidadores", no dia 8 de outubro (terça-feira). Está ainda previsto espetáculo musical no Multiusos de Guimarães, agendado para quinta-feira,10, assim como sessões de hidroginástica e de musicoterapia, e ainda rastreios à Diabetes promovidos por técnicos do Hospital Senhora da Oliveira. No dia 9 de outubro, quarta-feira, pelas 14h30, decorrerá a celebração da Eucaristia Sénior, presidida pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga. Todas as atividades são dirigidas à população Sénior das IPSS de Guimarães, bem como à comunidade em geral.
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ATUALIDADE Câmara avança com expropriação de terreno para construção do cemitério de Sto. Estêvão de Briteiros MANUEL ANTÓNIO SILVA
A construção de um novo cemitério na União das Freguesias de Briteiros Santo Estêvão e Donim já se vinha arrastando há mais de 20 anos. O atual está completamente sobrelotado sendo impossível qualquer ampliação devido às construções consolidadas existentes na envolvente. Em janeiro de 2017, o município procedeu à aquisição de duas parcelas de terreno com as áreas de 600 m² e 3.479,44 m². Para o projeto ficar fechado seria ainda necessária a aquisição de uma terceira parcela constituída por um imóvel devoluto numa área total de 652 m², propriedade de Esperança Graciosa Alves Gonçalves e de Parcídio Josué Alves Gonçalves, com usufruto em nome de Maria Emília da Silva Alves Fonseca. A sua aquisição tornou-se mais complicada pois a informação predial aponta para os tais 652 m², enquanto, no ano de 2017, os proprietários, através de um levantamento topográfico, retificaram a área para 1.133 m². A Câmara entendeu, neste processo, que os proprietários, PUBLICIDADE
a nível de documentos prediais e matriciais, se apoderaram de parte de terreno municipal (481 m²), adquirido em 17 de janeiro de 2017. Deste modo, nos termos do parecer jurídico emitido em 12 de novembro de 2018, para efeitos de expropriação, a Câmara deu continuidade ao processo com a área que corresponde ao prédio e que equivale a 652 m², justificando que “a área da descrição predial n.º 920/20080827 não significa, sem mais, que as declarações que lhe estiveram na base correspondam à realidade”. Na reunião do executivo de 12 de setembro, foi aprovado o documento a submeter ao governo no sentido de ser aprovada a declaração de utilidade pública da expropriação do imóvel acima referido bem como a autorização de posse administrativa atendendo a prossecução do interesse público. Para esta tomada de posição, o executivo de Domingos Bragança argumenta que o atual cemitério paroquial se encontra totalmente saturado, com a capacidade máxima de 117 sepulturas, todas ocupadas, já sem qualquer hipótese de
ser ampliado, em face das construções erigidas na envolvente. Refere ainda que esta situação tem obrigado à utilização de sepulturas já ocupadas por defuntos não familiares, bem como ao recurso a outros cemitérios, de localidades vizinhas, para efeitos de inumação dos cadáveres. Neste sentido, os trabalhos necessários à execução do projeto do novo cemitério na freguesia de Briteiros Santo Estêvão são urgentes e revestem-se de interesse público, tendo já sido emitidos todos os pareceres favoráveis, quer por parte do município, quer também por parte das entidades externas (CCDRN (vistoria), Reserva Agrícola Nacional - Entidade Regional do Norte, Direção-Geral da Saúde). A Câmara alega ainda que efetuou várias tentativas junto dos proprietários, no sentido de se adquirir por via do direito privado a totalidade da parcela em causa, não tendo sido possível obter a concordância por parte dos proprietários quanto à alienação da totalidade do prédio acima descrito. O projeto do novo cemitério foi aprovado a 6 de setembro deste ano e a execução da obra será da competência da União das Freguesias de Briteiros Santo Estêvão e Donim. O Reflexo entrou em contacto com Maria Emília da Silva Alves Fonseca no sentido de conhecer a sua posição sobre esta situação. Visivelmente nervosa quando confrontada com este evoluir da situação, não se quis pronunciar sobre o assunto, a conselho do seu advogado. No entanto, confirmou que existem alguns processos judiciais pendentes sobre responsáveis camarários, em virtude de algumas decisões que estes foram tomando ao longo dos últimos anos referentes a este processo.
Câmara aprova voto de louvor a Elisabete Matos Foi no período de antes da ordem do dia da reunião de 12 de setembro, que o executivo vimaranense aprovou por unanimidade um voto de louvor à soprano taipense. Este voto de louvor teve como base a sua nomeação para a direção artística do único teatro lírico português. A partir de 1 de outubro, a cantora lírica assume a função de diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, sendo a primeira mulher a estar à frente do São Carlos. Elisabete Matos estudou canto e violino no Conservatório de Música de Braga, foi depois bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, em Espanha, onde completou a sua formação. Em 2000, foi galardoada
com um Grammy pela gravação do papel titular de La Dolores, de Bretón, com Plácido Domingo, para a Decca. Elisabete Matos recebeu as condecorações de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, e de Grã-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, concedidas pela Presidência da República, foi galardoada com a Medalha de Ouro de Mérito Artístico da Cidade de Guimarães pela Câmara Municipal de Guimarães, e distinguida com a Medalha de Mérito Cultural concedida pela Secretaria de Estado da Cultura, em 2015. Em termos da sua terra natal, já foi homenageada pela Junta de Freguesia, Rotary e associação/jornal Reflexo.
Canil de Guimarães está sobrelotado Foi outro dos assuntos antes da ordem do dia. Bruno Fernandes (vereador do PSD) trouxe ao público o resultado de uma sua visita ao canil/gatil de Guimarães. Afirmou que o Centro de Recolha Oficial (CRO) de animais apresentava “o triplo de animais” previsto para o espaço em causa. Bruno Fernandes mostrou ainda a sua preocupação pelo crescente aumento de animais abandonados nas diferentes freguesias do concelho. Sofia Ferreira, vereadora responsável pelos serviços urbanos,
reconheceu que existe um número de animais acima do previsto, mas que todos tinham um tratamento adequado. Destacou o trabalho desenvolvido pelo CRO na defesa dos animais em articulação com a Sociedade Protetora dos Animais. Por sua vez, Domingos Bragança referiu o papel de destaque que o CRO tem no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Ave e acrescentou que a ampliação do canil/gatil de Guimarães deverá corresponder às necessidades de Guimarães, em termos de um bom acolhimento dos animais.
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Estratégia para o Turismo em Guimarães define 48 medidas a implementar até 2029 PAULO DUMAS
A “garra vimaranense” é a ideia central de onde parte toda a arquitetura da estratégia para o turismo do concelho de Guimarães. O documento foi apresentado na terça-feira, 17 de setembro, no Instituto de Design de Guimarães. Texto Paulo Dumas A Estratégia Turística 20192029 para Guimarães avança com 48 medidas, algumas delas já em execução, agrupadas em 12 projetos, com vista ao fortalecimento do concelho como destino turístico. Esses 12 projetos são por sua vez agrupados em três domínios, que a equipa que elaborou o estudo definiu como estratégicos: o Programa Identitário; a Valorização Territorial e o programa Conhecer Guimarães. O estudo foi desenvolvido pela empresa Bloom Consulting, por encomenda da Câmara Municipal de Guimarães. A equipa esteva a PUBLICIDADE
trabalhar desde a segunda metade de 2018, juntamente com agentes locais no desenho desta estratégia. O objetivo do estudo passava por avaliar a procura de Guimarães e definir qual o seu posicionamento como destino turístico. De acordo com o diagnóstico entretanto elaborado, existe em Portugal uma perceção clara do que é Guimarães e daquilo que tem para oferecer, apesar de ser reduzido o reconhecimento internacional. Como destino internacional é procurado sobretudo por espanhóis. Os agentes locais estão convencidos que Guimarães
proporciona uma sensação positiva. No entanto, quem visita a cidade divide-se sobre se Guimarães oferece ou não uma experiência única. Foram identificadas várias debilidades, que de resto já tinham sido identificadas aquando do lançamento dos trabalhos, em novembro de 2018. O curto tempo de estadia dos visitantes, a excessiva promoção dos recursos turísticos do centro da cidade ignorando os do restante concelho, o fraco interesse que junto dos jovens e o desconhecimento de Guimarães fora de Portugal foram
os problemas identificados. Para debelar estes constrangimentos, a Bloom Consulting avança com um conjunto de cinco recomendações, onde se inclui a procura de experiências complementares ao centro da cidade, unificando o território do concelho. Para isso, é entendido como fundamental alterar o registo de comunicação focado em ativos como o Castelo e o Paço dos Duques de Bragança. Com o principal objetivo de reforçar o papel da atividade turística e reforçar a notoriedade de Guimarães, a “garra vimaranense” foi definida como ideia central, aliada à identidade e ao sentimento de pertença e orgulho, identificado como sendo características dos vimaranenses. A estratégia está então organizada em três programas principais. O Programa Identitário propõe o desenvolvimento e divulgação da identidade vimaranense, com base sobretudo em ativos imateriais. O mapeamento das tradições costumes de Guimarães, a criação de um cartão que confere o estatuto de “Sócio de Guimarães” ou um kit de sobrevivência de Guimarães, são algumas das medidas apresentadas dentro deste programa. No domínio da Valorização Territorial, que procurará promover a valorização de todo o território do concelho como parte do destino turístico de Guimarães, apresentam-se medidas sobre a mobilidade no território, propondo rotas circulares, passando
pelos vários pontos de interesse de Guimarães. Cabem também neste domínio a estratégia de sustentabilidade ambiental ou a pedonalização do centro histórico. O terceiro vetor da estratégia respeita às formas de dar a conhecer Guimarães aos visitantes, reforçando a humanização da experiência. É proposto o desenho de experiências à medida, recorrendo a visitas acompanhadas por habitantes locais. Partilhar as paixões dos vimaranenses é outra das vertentes delineadas, assim como o reforço de uma marca dos produtos vimaranenses foi apresentado como uma medida a desenvolver. De toda a apresentação, feita por Miguel Roquette, responsável pela Bloom em Portugal, houve poucas referências à cultura, apesar da estratégia de afirmação de Guimarães das últimas décadas, potenciando o que se tem chamado de turismo cultural. A articulação com a política da cultura da cidade, especialmente a desenvolvida pelo próprio município foi raramente referida. Apesar do alargado espetro de medidas apresentadas, a estratégia apresentada não deu a conhecer quais as prioridades, nem como essas medidas deverão ser implementadas ao longo do tempo, definindo-se apenas o ano de 2029 como limite para a estratégia. A quantificação dos custos da implementação da estratégia e das medidas foi algo que não foi dado a conhecer, pelo menos publicamente.
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ATUALIDADE Rotaract entrega duas camas articuladas em dia de aniversário
A atual presidente do Rotaract Club, Marília Abreu, realçou os projetos em que os seus elementos têm estado empenhados. Desejou a continuidade das ações que têm sido desenvolvidas nos últimos quatro anos. Domingos Marques, representante do Rotaract que coordena o projeto, agradeceu o contributo que permitiu a aquisição de mais duas camas articuladas. O
protocolo que formalizou a entrega foi assinado no dia do quarto aniversário, ao final do dia de segunda-feira, 30 de setembro. Da parte da entidade que recebe e distribui os equipamentos, Isabel Videira, coordenadora da Sol Invictus, agradeceu o gesto, realçando que as camas são de facto um contributo para a melhoria da qualidade de vida de quem delas precisa. Por serem dispendiosas, nem todos os que
precisam têm acesso a esta comodidade. Além dos clubes rotários – o Rotary e o Interact, esteve presente pela Junta de Freguesia de Caldelas o seu presidente. Na sua breve intervenção, Luís Soares endereçou os parabéns à instituição taipense pelo aniversário, comemorado de forma “atípica” – “normalmente, quem faz anos recebe em vez de dar”, referiu. O presidente da autarquia enalteceu o contributo do Rotaract para a comunidade. Por fim e em representação da Associação Rotary, José Santos, frisou os objetivos do serviço à comunidade do Rotary Club. Estes cumprem-se mesmo em dias de aniversário e através do “companheirismo”, sendo prova disso as quatro camas articuladas que foram entregues até à data, concluiu José Santos. • Paulo Dumas
Educação e Mediação Cultural apresenta projectos integrados para este ano letivo ALFREDO OLIVEIRA
A agenda apresentada pela EMC até ao mês de julho de 2010 pretende juntar “cultura e educação” numa “visão integrada de toda a programação”, para se “chegar a uma maior diversidade de públicos”, obedecendo “a critérios de qualidade no sentido de estruturar os trabalhos com as escolas”. Foi desta forma que o diretor artístico d’A Oficina, João Pedro Vaz, sintetizou a programação do serviço educativo desta cooperativa. Estão contempladas cinco grandes áreas de intervenção. A nível de espetáculos serão ainda apresentados dez até ao mês de julho, mais vocacionados para os alunos
do pré-primário, sendo de destacar, como referiu Fátima Alçada, coordenadora do projecto EMC, as peças de teatro “A Menina do Mar”, integrada nas comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andressen e “Antiprincesas Frida Kahlo”, por Cláudia Gaiolas. Estão previstas seis oficinas e visitas que estarão abertas a grupos informais e a novas sugestões. Para além de quatro grandes exposições, o destaque vai para a área da formação direcionada para professores, alunos e técnicos, com ações acreditadas pelo Centro de Formação Francisco de Holanda e a
área de intervenção ligada aos grandes projetos do programa Educação e Mediação Cultural. Como “Mais Três”, “Lições Iluminadas”, “Pergunta ao Tempo” e “Validade”, projetos sustentados no trabalho em sala de aula. Fátima Alçada referiu ainda que as questões de acessibilidade, nas suas diferentes componentes, serão “uma prioridade”. Assim, está prevista uma aposta em bilhetes a preço reduzido, audiodescrição e linguagem gestual nesses espetáculos. Paulo Lopes Silva, em representação da vereadora da Educação e Cultura, Adelina Pinto, destacou que esta agenda é uma forte aposta “numa cultura para todos, com a participação de todos”, onde no final deste ano letivo, muitos jovens alunos terão conhecido o CIAJG e outros espaços emblemáticos da cidade. A agenda apresentada está mesmo vertida numa agenda que junta a programação e a sua calendarização. • Alfredo Oliveira
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coisas de antanho
Caldas das Taipas a (des)propósito: a sua dimensão XXV
Escolas IV
por Carlos Marques
Acerca das escolas, agora o resultado do trabalho de investigação na freguesia principal de Caldas das Taipas, a de Caldelas, no decurso dos primeiros 30 anos do século passado. 17-10-1901 É aprovado o projecto e orçamento da obra de vedação do terreno da casa da Escola Oficial, da freguesia de Caldelas, na importância de 99$540 réis, e que a mesma obra seja posta em praça pública. 01-12-1901 Proposta para a criação de um curso nocturno na Escola Diária Masculina, tendo esta 800 pessoas de 12 annos para cima, a maior parte não sabia ler, escrever e contar; por isso, como a actual lei da instrucção primária faculta a criação dos referidos cursos, onde sejam necessários, metha à approvação da Junta a sua proposta. Em face disto, resolveu a mesma Junta enviar uma petição a Sua Majestade El-Rei implorando-lhe a graça da criação do dito curso, e ao mesmo tempo pedir a Excelentíssima Câmara de Guimarães, para custear as despesas que o mesmo curso vier a fazer, prestar a sua informação da necessidade do referido curso e fazer chegar ao seu destino a petição que se houver de enviar a El-Rei. 18-12-1901 É presentado ao Governo de Sua Majestade, o pedido da criação d'um curso nocturno na Escola Masculina Diurna, na freguesia de Caldelas, obrigando-se a Câmara a contribuir com as respectivas despesas. 18-04-1902 Officio do Excellentissimo Administrador do concelho de Guimarães, depois da sua leitura e como nenhum dos presentes pedisse a palavra, em Caldas das Taipas; terminando a sua exposição, deliberou, a Junta, approvar e informar positiva e cathegoricamente ser da máxima necessidade a criação de um Curso Nocturno para adultos e rapazes de mais de 12 annos de idade, estabelecido na escola official diurna do sexo masculino d'esta freguesia, com sede nas Caldas das Taipas, e regida pelo actual professor; diz, nesta escola, por a casa se achar em óptimas condições, tanto pela sua capacidade como por ser propriedade do município e estar mobilada, como por se achar situada nas proximidades da maior parte dos seus habitantes; pois que, constando esta freguesia de que faz parte, a importante povoação de Caldas das Taipas, de 1.300 almas aproximadamente, e quais na sua totalidade pobríssimas, além das que affluem às suas Thermas, só há poucos annos possui escola diurna, achando-se entre a sua numerosa
população, 105 habitantes, só, de 12 annos de idade, analfabetos, como se pode provar pelo rol parochial, por não poderem adquirir em seu tempo competente a instrução de que tanto carecem, por serem na sua maior parte lavradores, caseiros, jornaleiros, garfeiros, etc. que, logo de tenra idade precisavam do dia para ganhar o seu sustento, devido a seus pais não lho poderem dar pelo ganho de suas próprias mãos. De muito consta à referida corporação terem manifestado desejos de puderem, se necessário, fosse as noites inteiras, para se instruírem, se por ventura tivessem a felicidade de terem um curso nocturno. 14-04-1902 Requerimento do Senhor Administrador do concelho de Guimarães, pedindo a necessária informação da Câmara acerca da criação d'um curso nocturno para o sexo masculino, na freguesia de Caldelas. A 7 de Maio, o Vereador Dr. Marques acerca d'este assumpto fez a seguinte proposta: “atendendo a que o edifício para a escola d’instrucção primaria da freguesia de Caldelas foi feito por subscripção particular e offerecido à Câmara, estando a Câmara isenta do encargo da respectiva renda, e denunciando este facto a necessidade urgente de se atender à instrucção d'aquele importantíssimo Centro, um dos mais populosos do concelho; atendendo à representação da respectiva Junta de Paróquia dirigida a esta Câmara pondo em relevo a necessidade de criação do curso nocturno reclamado: vista a deliberação da Câmara de Guimarães, de Dezembro último pela qual se compromettem a concorrer com a verba precisa para as despesas de tal curso, e se compromette a concorrer com as despesas respectivas. Posta à votação da Câmara esta proposta, foi rejeitada por maioria, votando a seu favor o proponente e os Senhores Vereadores António de Freitas Ribeiro e Abade João Gomes de Oliveira Guimarães. Foi presente também uma representação da Junta de Paróquia da Freguesia de Caldelas, com data de 23 de Abril findo, pedindo a criação do curso acima referido, e sobre que a Câmara se manifestou deliberando informar desfavoravelmente. 24-01-1904 Requerimento do Senhor SubInspector primário d'este círculo, pedindo para serem reparados os edifícios escolares da freguesia de Caldelas, que se acham em parte em estado de ruína, acompanhado d'um ofício dos respectivos professores, fazendo a descrição de quais as obras indispensáveis. A Câmara deliberou oficiar ao Senhor SubInspector, perguntando qual a verba destinada para as obras no corrente ano, e qual a quantia despendida por conta d'esta verba,
afim da Câmara proceder em harmonia com o preceituado na lei. A 5 de Abril de 1905, o Senhor Sub-Inspector primário, do concelho de Guimarães, requer, participando que os edifícios escolares de Caldelas, carecem com urgência de reparos; e mandou este ofício à Repartição de Obras Municipais para orçar e projectar os indispensáveis. 22-04-1908 A Câmara deliberou aprovar o projecto e orçamento para a obra de reparação e melhoramento do edifício da Escola do sexo masculino e do sexo feminino, da freguesia de São Thomé de Caldelas, na importância de 99$940 réis, e de 99$950 réis, respectivamente, e mandou annunciar a praça para a sua execução. Tendo estas sido adjudicadas a 27 de Maio, a António da Silva Aranha, pela quantia de 99$000 réis, e a Domingos da Silva, pela quantia de 88$500 réis, respectivamente. 22-07-1908 Pagamento a Manuel José Pereira, professor official d'instrução primária da freguesia de Caldelas, dum prémio. 15-01-1911 A Junta de Freguesia principiou por expor em breves palavras que, vários parochianos, por diversas vezes, se lhe tinham dirigido verbalmente, dizendo que em crianças, seus pais, ou por descuido, ou por qualquer outro motivo, lhes não deram a instrução de que tanto agora necessitam e que, se em Caldas das Taipas houvesse uma aula nocturna, nella empregariam todo o tempo de que pudessem dispor, fora das lides dos seus serviços diários, para obterem uma instrução solida que lhes pudesse vir a ser útil e a pátria que tanto amam. Ora, como nessas condições estava uma grande parte dos adultos da parochia, propunha em face d'isso e em virtude do preceituado no artigo 35º do Regulamento da Instrução Primária, de 19 de Setembro de 1902, que a Junta sollicitasse do Governo Provisório da República, a criação de um curso nocturno para adultos, funccionando para acarretar menos despesas na Escola Official Masculina Diurna d'esta freguesia, pois que além disso, pela sua posição pode ser também aproveitável por adultos das freguesias circunvizinhas. Posta esta proposta à deliberação todos a acharam com grande aplauso, e a approvaram unanimemente, tendo firme esperança que, o Governo os atenderia, dotando-os com tão útil como prestimosa instituição, que tanta falta fazia aos numerosos adultos que d'ella se poderiam utilizar.
OUVIR
The Beatles Abbey Road (Universal Music)
Qualquer motivo é bom para regressar à obra dos Beatles, especialmente a um dos seus mais distintos e clássicos discos. "Abbey Road", o último disco gravado pela banda cumpriu 50 anos e esse é o motivo para agora voltarmos a ouvir músicas como "Come Together", "Here Comes The Sun" ou "The End". O disco foi remisturado por Giles Martin, filho do produtor de sempre dos Beatles - George Martin e foi agora reeditado numa caixa comemorativa. Com o
disco original, vem também um conjunto de material extra que vai desde gravações alternativas das músicas do disco e pequenos trechos das conversas dos músicos no estúdio, durante as gravações no mítico estúdio londrino da EMI, em Abbey Road. O disco foi originalmente lançado em 1969 e viria a ser o último registo da banda, apesar de em 1970 ter sido lançado o disco "Let It Be" registado antes das sessões que viriam a dar origem a "Abbey Road".
Texto Paulo Dumas
VER
Os Olhos de Orson Welles de Mark Cousins (2018), 115 min M/12
Desenhos, pinturas e trabalhos inéditos são agora mostrados graças a Beatrice Welles, filha do realizador com a actriz e aristocrata italiana Paola Mori. "Os Olhos de Orson Welles" é um documentário realizado por Mark
Sousins, à volta do universo do realizador inglês, que dirigiu filmes como "Citizen Kane - O Mundo a Seus Pés" ou " As Badaladas da Meia-Noite". Orson Welles conhecido pelo seu trabalho na rádio "A Guerra dos Mundos", transmitido em 1938.
Este filme será exibido pela programação do Cineclube de Guimarães no dia 15 de outubro, pelas 21h45, no Centro Cultural Vila Flor
saiba mais sobre estas sugestões em www.reflexodigital.com
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Outubro de 2019
reflexo
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DESPORTO
Coletivo forte começa a dar frutos MANUEL SILVA
1-0 CC TAIPAS
PORTO d'AVE
Jornada 7 - 29 de setembro de 2019
A formação do Taipas começa a dar sinais de grande poderio coletivo. As três vitórias consecutivas alcançadas nas três últimas jornadas dão enorme alento para o caminho a que os taipenses se propuseram. Com sete jornadas cumpridas, a formação de José Augusto já está intrometida entre os primeiros classificados. Texto Miguel Ribeiro
5-1
1-0 FORJÃES
CC TAIPAS
CC TAIPAS
PRADO
CC TAIPAS
Jornada 4 - 8 de setembro de 2019
Jornada 5 - 15 de setembro de 2019
Jornada 6 - 22 de setembro de 2019
Na deslocação mais longa da época, o Taipas viajou até Forjães, Esposende, para defrontar o líder do campeonato à entrada da 4.ª jornada. Foi um jogo difícil para os taipenses que estiveram melhor na 1ª parte, mas que, durante a segunda, não conseguiram suster a pressão dos da casa que, aos 65 minutos, se colocavam na posição de vencedor. Golo do recém entrado no jogo, Moreira. A equipa de José Augusto ainda foi à procura do empate mas, esbarrou sempre na bem posicionada defensiva caseira que demonstrou, neste jogo, o porquê de ser líder do campeonato e ter apenas 1 golo sofrido, nos 4 jogos já realizados.
Depois de 4 jornadas com exibições intermitentes, o Taipas recebeu o Cabreiros e realizou a melhor exibição da época, refletida nos 5 golos alcançados. A vitória taipense começou a ser fabricada aos 6 minutos por André Martins que fez o primeiro dos seus 3 golos da tarde. Para além de André Martins destaque também para Mário Neiva, que esteve em bom plano e fez o 2-0 aos 26 minutos. Nos minutos finais, André Martins completou o hat-trick com golos aos 42 e 52 minutos. Com 3-0 ao intervalo, a segunda parte serviu apenas para confirmar o vencedor. Aos 72 minutos, Marco Lima reduziu para 4-1 na marcação de uma grande penalidade. O Taipas finalizou a excelente exibição com o 5º golo da autoria do Brasileiro, Tácio.
Depois de uma goleada caseira, o Taipas deu continuidade às boas exibições e foi até ao sempre difícil terreno do Prado vencer por 1-3. A primeira vitória, fora de porta dos taipenses começou a ser construída aos 8 minutos. Mário Neiva marcou o primeiro da tarde. A equipa da casa reagiu de pronto e aos 14 minutos chegou à igualdade com um golo de Bruno Silva. À passagem da hora de jogo, o Taipas com 2 golos, em 2 minutos , ganhou vantagem confortável no marcador. O 1-2 foi da autoria de Basílio. O 1-3 foi apontado pelo melhor em campo, Mário Neiva. Com 6 jornadas realizadas, o Taipas começa a posicionar-se no topo da tabela com 10 pontos.
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7.ª jornada com 13 pontos, menos 1 que o líder da classificação, o Brito, que tem menos 1 jogo realizado. O golo que valeu o triunfo aos taipenses foi apontado por Joel Neto, aos 39 minutos, com um remate certeiro à entrada da área. A partida foi difícil
PRÉMIO
1-3 CABREIROS
Em contínua ascensão na tabela classificativa, o Taipas recebeu o Porto d’Ave e deu sequência aos bons resultados. Foi a terceira vitória consecutiva, a quarta em sete jogos, o que faz com que a equipa de José Augusto termine a
CRAQUE 2019-2020
...
Luís Rodrigues a comandar
mas, a cada vez mais intransponível defesa taipense, deu conta do recado e segurou os 3 pontos. Com a equipa cada vez mais entrosada, começa-se a perceber que os taipenses irão intrometer-se na luta pelos lugares de topo da classificação.
Clube de Caçadores das Taipas #
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º 21º 22º 23º 24º
Nome
Pts
Luís Rodrigues André Buraco Filipe Gusmão Mário Neiva André Martins André Gémeo Nuno Almeida Basílio Lapinha Joel Neto João Ribeiro Best Jota Tiago Vieira Tácio Vinícius Fred Matheus Kymen Bebé Jony Alisson Camões Quintin Nuno Preto
22 21 20 20 20 19 18 17 13 13 11 10 9 9 6 3 2 2 2 2 0 0 0 0
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#280
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CC Taipas não inscreve equipa de juniores e a de juvenis está em risco MANUEL SILVA
Após terem adiado as duas primeiras partidas da divisão de honra da AF Braga, em juniores, os taipenses comunicaram a desistência de participar no referido campeonato. Depois de nas últimas duas temporadas terem militado na 2.ª divisão nacional de juniores, a equipa de juniores do Clube Caçadores das Taipas ia competir, esta época, na divisão de honra da Associação de Futebol de Braga. Dificuldades em formar plantel, levaram a Direção taipense, num primeiro momento, a adiar as duas primeiras jornadas da prova para, a 20 de setembro, comunicarem oficialmente a desistência da prova nos serviços da Associação de Futebol de Braga. Um marco negativo nos quase 100 anos de existência do Clube que, segundo memória de alguns, deverá ter inscrito pela primeira vez uma equipa de juniores em
finais dos anos sessenta, início dos anos setenta. Desde então, não há memoria que tenha existido uma única época em que os taipenses não se tenham apresentado a competição, neste escalão. A Direção do Clube, apesar da nossa insistência, tem optado pelo silêncio relativamente a este assunto, estando a aguardar os desenvolvimentos relativos à formação da equipa de juvenis, para se pronunciar sobre a matéria. Ao que tudo indica, dadas as mesmas dificuldades relativamente à formação da equipa de juvenis, a decisão poderá vir a ser a mesma. O jogo da 1.ª eliminatória da Taça da Associação de Futebol de Braga em juvenis, agendado para 5 de outubro, frente à Oliveirense, já não se realizará, por desistência da prova por parte do CC Taipas. De resto, tem sido notória a perda de atletas nos diferentes escalões de formação do Clube.
Na época passada, o escalão de juvenis já tinha passado de duas para uma equipa em competição. Esta época, o mesmo aconteceu com os iniciados que competiam com três equipas e passaram a ser duas. Nos infantis, o Clube apenas se apresentará em prova com uma equipa de futebol 9 quando, na época transata, tinha também uma de futebol 7. Apenas nos benjamins, comparativamente à época anterior, o Taipas aumenta o número de praticantes, ao ter inscrito três equipas, mais uma que na época anterior. Contas feitas, não será muito exagerado constatar que o Clube, em dois anos, poderá ter perdido perto de metade dos praticantes dos seus escalões de formação. Situação anormal num clube como o Caçadores das Taipas e de que não há memória e que, certamente, para além das consequências desportivas, acarretará prejuízos financeiros para a instituição. Esta situação poderá ainda a repercutir-se na instrução do processo de Certificação de Entidade Formadora, a que o Clube manifestou interesse em se propor, junto da Federação Portuguesa de Futebol. Todos estes acontecimentos, que devem merecer profunda reflexão e análise pelos responsáveis taipenses, não têm sido bem acolhidos pelos associados e simpatizantes do Clube sendo que, na próxima Assembleia-geral Ordinária do Clube, a agendar para breve, será certamente um dos principais temas a debater entre os associados.
Classificação Campeonato Pro-nacional - AF Braga - 2019-2020 # 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
CLUBE Brito Forjães Pevidém Taipas Ribeirão Arões Vilaverdense Torcatense Santa Eulália S. Paio d'Arcos Cabreiros Prado Joane Porto d'Ave Vieira Serzedelo Dumiense Santa Maria
P
J
V
E
D
GM
GS
14 14 13 13 12 11 11 11 10 10 10 7 7 5 4 4 3 2
6 7 5 7 7 7 7 7 6 7 7 5 7 7 6 7 7 6
4 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 2 1 1 1 1 0 0
2 2 1 1 3 2 2 2 1 1 1 1 4 2 1 1 3 2
0 1 0 2 1 2 2 2 2 3 3 2 2 4 4 5 4 4
9 10 11 11 13 5 11 10 9 13 10 7 7 7 5 15 3 2
2 6 3 5 7 7 7 7 8 14 11 10 7 11 11 10 7 10
Campeonato Pró-nacional- AF Braga - 2019/2020 Data 18-08-19 25-08-19 01-09-19 08-09-19 15-09-19 22-09-19 29-09-19 05-10-19 13-10-19 20-10-19 27-10-19 03-11-19 10-11-19 17-11-19 24-11-19 01-12-19 08-12-19
J 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
RES. 1-2 0-0 1-0 1-0 5-1 1-3 1-0
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ABERTO TODO O DIA
Clubes Taipas Pevidém Ribeirão 1968 Taipas Taipas Vilaverdense Forjães Taipas Taipas Cabreiros Prado Taipas Taipas Porto d'Ave Torcatense Taipas Taipas Vieira Serzedelo Taipas Arões Taipas Taipas Santa Maria Joane Taipas Taipas Santa Eulália S. Paio d'Arcos Taipas Taipas Dumiense Brito Taipas
Res.
J Data 18 15-12-19 19 05-01-20 20 12-01-20 21 19-01-20 22 02-02-20 23 09-02-20 24 16-02-20 25 23-02-20 26 01-03-20 27 08-03-20 28 22-03-20 29 29-03-20 30 05-04-20 31 19-04-20 32 26-04-20 33 10-05-20 34 17-05-20
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Outubro de 2019
reflexo
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DESPORTO CART nas meias-finais do Torneio do Minho de voleibol ©DIREITOS RESERVADOS
Duas derrotas no Troféu Jorge Coutinho ©DIREITOS RESERVADOS
Realizou-se no fim-de-semana de 28 e 29 de setembro, a 1ª fase do Torneio do Minho de voleibol no escalão de seniores femininos. A iniciativa, promovida pela Associação de Voleibol de Braga, com o apoio da Taipas Termal, da Junta de Freguesia de Caldelas e do Município de Guimarães, realizou-se no Polidesportivo do Parque das Taipas. A formação do CART, ao ter vencido, no domingo, a equipa do Vólei Clube de Viana, por 3-1, com os parciais de (26:28, 25:16, 25:18, 25:22), garantiu presença nas meias-finais do torneio que se realizam em Viana do Castelo, no Pavilhão Santa Maria Maior, a 4 de outubro. Pela frente, as taipenses, PUBLICIDADE
terão a formação do Sporting Clube de Braga. Nos jogos da 1ª fase, no sábado, o Vila Verde Atlético Clube defrontou e venceu a Associação Desportiva de Esposende – Voleibol, por 3-0 (25:11, 25:8, 25:11). No outro encontro, o Voleibol Clube de Viana venceu o Clube Desportivo Monserrate – Voleibol, também por 3-0 (25:13, 25:14, 25:13). No outro jogo da 2ª fase, no domingo, o Vila Verde Atlético Clube bateu a formação da Associação Desportiva e Cultural de Perre, por 3-0 (25:16, 25:19, 25:23), apurando-se, assim, para a outra meia-final, onde defrontará a equipa do Atlético Vólei Clube de Famalicão.
As meias-finais disputam-se a 4 de outubro, em Viana do Castelo e, no dia seguinte, realiza-se os jogos de classificação do 1º ao 8º classificado. Numa iniciativa que teve por objetivo a promoção da modalidade, também no Polidesportivo do Parque das Taipas, realizou-se a 29 de setembro o Trofeu Comemorativo da passagem do 32º Aniversário da Associação de Voleibol de Braga. Frente a frente estiveram as equipas de seniores masculinos do Vitória Sport Clube e do Ginásio Clube de Santo Tirso. O trofeu ficou nas mãos dos vimaranenses que venceram o jogo por 3-0 (25:21, 25:18, 25:19).
Os seniores do CART estão fora da fase final do
Troféu Jorge Coutinho, iniciativa promovida pela
Hóquei Patins - Seniores - 3ª divisão nacional - Norte - 2019/2020 Data 13-10-19 20-10-19 27-10-19 03-11-19 17-11-19 24-11-19 01-12-19 08-12-20 15-12-19 22-12-19 05-01-20 19-01-20 26-01-20
J 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
RES.
Clubes Académico FC CART CART ED Viana Vila Boa Bispo CART CART Olá Mouriz USC Paredes CART CART Lavra Sobreira CART CART HC Santa Cruz CART HC Marco Gulpilhares CART CART HC Maia HC Paço Rei CART CART CD Póvoa
Res.
J Data 14 02-02-20 15 09-02-20 16 16-02-20 17 01-03-20 18 08-03-20 19 15-03-20 20 22-03-20 21 29-03-20 22 05-04-20 23 19-04-20 24 26-04-20 25 03-05-20 26 10-05-20
Associação de Patinagem do Minho. Inserida no Grupo A, a equipa Taipense tinha como parceiros de série as formações do OC Barcelos e do Famalicense AC. A 11 de setembro, a formação de Orlando Ribeiro recebeu a equipa de Barcelos e foi derrotada por 10-2. Destaque maior para o infortúnio de Fernando Correia, atleta taipense, que sofreu grave lesão na perna e tornozelo que o impedirá de competir nos próximos quatro a cinco meses. A 25 de setembro, cumpriu-se a 2.ª jornada com o CART a receber o Famalicense e a sofrer nova derrota, por 10-4. Com o campeonato da 3.ª divisão à porta, os seniores taipenses já só pensam na primeira partida da prova que está agendada para 13 de outubro no pavilhão do Académico do Porto.
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Outubro de 2019
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Atletas premiados na Gala do Desporto 2019 ©DIREITOS RESERVADOS
No âmbito da Gala do Desporto de 2019 e em conformidade com o Regulamento de Atribuição de Bolsas de
Formação Desportiva, o executivo, na reunião de 3 de outubro, aprova um total de 11 mil euros para os atletas
premiados. Na Gala do Desporto realizada a 7 de setembro foram distinguidos os seguintes
atletas: Jovem Revelação Masculino – João Costa – atleta de Natação; Jovem Revelação Feminina – Catarina Ribeiro – atleta de Ginástica Rítmica; Atleta do Ano Masculino – Paulo Pereira - atleta de Ginástica; Atleta do Ano Feminina – Flávia Ribeiro – atleta de Karaté; Atleta de Desporto Adaptado – Miguel Domingues – atleta de Judo. O atleta do ano terá direito a 10 mensalidades, de setembro de 2019 a junho de 2020, no valor de 250 euros/mês; o atleta jovem revelação receberá 10 mensalidades, no valor de 200 euros/mês; o atleta desporto adaptado receberá 10 mensalidades, de idêntico valor ao escalão anterior.
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Manja Café festeja 30 anos
LAMARTS DIGITAL
Marcelo Pereira terá apoio agora ao serviço do Vitória SC Era algo que ainda não era do conhecimento público, mas Marcelo Pereira, atleta que iniciou a sua atividade no atletismo no Núcleo de Atletismo das Taipas, mudou de clube e está, presentemente, a representar o Vitória Sport Clube. Será um dos seis atletas que vão passar a beneficiar de um apoio extraordinário por parte da Câmara Municipal de Guimarães, num valor de 500 euros/mês, durante um ano. Marcelo Pereira é o 6º melhor classificado no ranking de seniores em 800 metros
e está integrado no denominado programa Esperanças Olímpicas Paris 2024 do IPDJ. Paulo Fontão, do Núcleo de Atletismo das Taipas, é um outro atleta que irá receber idêntico apoio. O executivo justifica esse apoio pelos bons resultados desportivos obtidos, caso do título de Campeão Nacional de Maratona no Escalão Sub 23, além de ter conquistado diversos títulos na formação, sendo ainda Vice-Campeão Nacional Universitário de Estrada.
Os restantes atletas contemplados por esta medida extraordinária são Francisca Jorge, do Clube de Ténis de Guimarães, que integra a seleção nacional de ténis sendo campeã nacional de ténis em singulares e pares e sub 18; Matilde Jorge, também do Clube de Ténis de Guimarães, que integra a seleção nacional de ténis, e alcançou o título de campeã nacional de ténis em pares e mistos; Nuno Costa, do Vitória Sport Club, que integra a seleção nacional de Taekwondo, e já selecionado para os Jogos Olímpicos
de Tóquio; Flávia da Silva Ribeiro, atleta da AJKP – Associação Juvenil Karaté Portugal, campeã nacional de Karaté -68Kg participando em vários campeonatos do mundo e integrando a seleção nacional de Karaté e Manuel Freitas Mendes, do Vitória Sport Clube, que venceu pela quinta vez o Campeonato Nacional Estrada 10km em desporto adaptado, bem como o quarto lugar na Taça do Mundo da Maratona em Londres, garantindo a presença nos Jogos Paralímpicos em Tóquio de 2020.
O Manja Café festejou, no passado dia 20 de setembro, a passagem do seu 30º aniversário. Como forma de assinalar a data festiva, juntou clientes e amigos, ao final desse dia, para um lanche ajantarado, nas suas instalações, situadas na galeria da entrada superior do Centro Comercial Passerelle. Criado em 1989, o Manja Café, coloca ao serviço dos seus clientes um serviço de excelência na área da cafetaria e snack-bar, com uma
esplanada aberta durante todos o ano, em pleno centro da vila das Taipas. A proximidade com os estabelecimentos escolares e a constante procura, por parte dos mais jovens, conduziu ainda à disponibilização de variados menus para estudantes, que têm feito enorme sucesso. O Manja Café é gerido, desde a sua fundação, por Carlos Matos que, com esta iniciativa, quis retribuir a amizade e associar ao sucesso do seu negócio, todos os seus clientes e amigos.
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