Dezembro de 2020 / Ano XXVII / #294
Publicação Mensal
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Loja histórica do centro da vila com o negócio em causa pp. 8 e 9
ENTREVISTA
"A vila das Taipas tem um potencial enorme e a comunidade está a ter o investimento que merece" pp. 04 a 07
Troféu do Moto GP produzido em empresa das Taipas
Empresários da restauração manifestaram-se
Citânia de Briteiros e Castro Sabroso com novo guia
Mais de metade dos jogos do Pró-nacional adiados
Miguel Oliveira fez história e o galardão que o coroou foi produzido nas Taipas.
Protesto contra a falta de medidas de apoio ao setor no recinto da feira.
Da autoria de Gonçalo Cruz, o novo guia tem a particularidade de ser bilingue.
Manuel Machado, presidente da AF Braga, quer futebol mas com responsabilidade.
p. 17
p. 18
p. 20
p. 22
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vol. V
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CASA DE PARTIDA
EDITORIAL
SOBE
Alfredo Oliveira
Domingos Bragança e um 2021 sem confinamentos “A vila das Taipas tem um potencial enorme e a comunidade está a ter o investimento que merece”, esta é a frase de destaque que escolhemos para ilustrar a entrevista com o presidente da Câmara, Domingos Bragança. Duas ideias fortes atravessam toda a conversa mantida com o líder do executivo vimaranense. Por um lado, o facto de realmente estarmos a falar de uma região com um forte potencial. Somos dos que defendem que à vila pouco faltará para proporcionar uma excelente qualidade de vida a quem cá vive. Temos, num raio de cerca de 10 km, estabelecimentos de ensino desde a pré-primária à universidade, diversas unidades de saúde, bombeiros, GNR, termas, rio Ave, parques de lazer, cutelarias únicas no país, associativismo forte e, por que não acrescentar, o segundo jornal mais antigo do concelho e, ainda, uma porta para o mundo a cerca de 35 minutos (aeroporto Sá Carneiro). Quanto ao potencial, pouco faltará acrescentar. Por outro lado, temos “o investimento que merece” esta região norte do concelho. Quanto ao investimento, a situação poderá não ser tão pacífica. Não tanto pelo caudal, mas mais pela forma como tem sido aplicado, apesar de sabermos que haverá alguns setores que reivindicam muito mais investimento. O investimento direto ou indireto, nos mandatos de Domingos Bragança, nesta região, atingiu um volume considerável. Naturalmente, podemos e devemos questionar a forma como esse investimento é aplicado. Ao longo de quatro páginas, Domingos Bragança traça um balanço do que foi sendo feito e avança pra o último ano deste mandato, com a projeção de diversas intervenções que ultrapassam o ano de 2021. Não será necessário assumir uma candidatura a um terceiro mandato para se perceber que o Partido Socialista tem um candidato indiscutível para as autárquicas de 2021. Por esta altura, estaríamos a falar da terceira Gala “A Terra onde a Lua fala”. Por força das circunstâncias, não foi possível avançar com a sua realização. Ficará para 2021, com forças redobradas e, esperemos, livre do novo coranavírus. Só nos resta desejar um Feliz Natal em segurança e um 2021 sem confinamentos.
reflexo O Norte de Guimarães
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Espírito natalício taipense
A zaragatoa na televisão
“Um Natal sem luz, Desde março que não há não é Natal”, dizia o um único telejornal que não Papa Francisco em 2014. fale da Covid 19. É um tema Naturalmente que a luz que incontornável, mesmo que, o Papa referia não ficava na maior parte das vezes, não limitada à parte física. Mas, acrescente nada em termos claramente, um Natal sem informativos. iluminações e sem alguma A última tendência dos animação sociocultural não telejornais é de, em todas as ajudaria a uma promoção de peças jornalísticas, mostraum espírito natalício. rem alguém a meter, literalPodia-se pegar no dimente, uma zaragatoa pelas nheiro que se gasta nas narinas das pessoas que estão iluminações e canalizar a fazer o teste. para outras coisas? Podia, Não havia necessidade! mas não era a mesma coisa e não iria resolver nenhum problema de fundo.
DESCE
PUBLICAÇÃO MENSAL / N.º 294/ Dezembro de 2020 / Ano XXVII Depósito Legal n.º 73224/93 - Registo n.º 122112 // PROPRIEDADE e EDITOR RFX, Ld.ª - Empresa jornalística registada na E.R.C., em 13 de Abril de 2015, com o n.º 223926 NIF 513 082 689 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Lybra Ibts, Sociedade Unipessoal Lda.; Pedro Filipe de Azevedo Oliveira Marques Vieira; José Henrique Fernandes da Cunha; Alfredo Jorge Salazar Rodrigues de Oliveira; Manuel António Martinho da Silva; António Paulo Duarte Marques de Sousa DIRECTOR Alfredo Oliveira REDAÇÃO José Henrique Cunha; Manuel António Silva; Pedro Vilas Cunha, Bruno José Ferreira e Carolina Pereira CONTACTO Av. da República, 21 – 1.º Dto. - Apartado 4087 - 4806-909 Caldas das Taipas TEL./FAX: 253 573 192 - Email: jornal@reflexodigital.com TIRAGEM 1500 EXEMPLARES EXECUÇÃO GRÁFICA IMPRESSÃO Diário do Minho - Braga Rua de Sta. Margarida, 4 A - 4710-036 Braga COLABORADORES António Bárbolo; Cândido Capela Dias; Carlos Salazar; Manuel Ribeiro; Augusto Mendes; Pedro Martinho; Teresa Portal REVISÃO DE TEXTO Maria José Oliveira FOTOGRAFIA Lima Pereira; Reflexo; Fotografia Matos FOTO DE CAPA Bruno José Ferreira ESTATUTO EDITORIAL disponível em www.reflexodigital.com
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ENTREVISTA Domingos Bragança
"Temos de ter um projeto que permita uma bolsa de aparcamento de proximidade ao centro" BRUNO JOSÉ FERREIRA
Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, concedeu uma grande entrevista ao Reflexo. Durante quase hora e meia abordou os principais temas respeitantes à Vila das Taipas, como a intervenção no centro, o estacionamento, a Taipas Turitermas, o Avepark, a mobilidade, o rio Ave e a ciclovia, assim como o combate à pandemia. O líder máximo do município sublinhou a ideia de que está a ser pensada uma solução de aparcamento automóvel para o centro das Taipas, similar ao que se fez no Parque de Camões. Entrevista Alfredo Oliveira com Bruno José Ferreira A requalificação do centro cívico das Taipas é a grande obra do seu segundo mandato, mais até do que a Escola EB 2/3, por exemplo? Considero mais importante, do ponto de vista do que é o futuro, a EB 2/3. São duas obras muito importantes que vão marcar o futuro da vila das Taipas, são duas obras de imenso valor do ponto de vista da sua função. A escola, para o ensino e para a comunidade educativa, é uma escola de referência, trata-se de uma escola nova, pois demolimos tudo e construímos um edifício novo. A nível de EB 2/3, esta deverá ser das melhores escolas a nível do país. Tem uma comunidade educativa muito dinâmica, quer ao nível da associação de pais, quer dos professores, e envolve uma área geográfica muito maior do que a vila das Taipas, tendo um significado enorme, que é o conhecimento. Afirmo muito isto, a aquisição de conhecimento é fundamental para a capacitação dos
nossos concidadãos, neste caso dos jovens. Esta EB 2/3 tem um enorme significado, não esquecendo o investimento, que rondou os 10 milhões de euros. Relativamente à centralidade da vila, sob o ponto de vista público, da opinião dos taipenses e dos vimaranenses, vai ter muito mais impacto, basta relembrar a discussão pública do projeto. Todos sentem, e bem, que se está a interferir no espaço de todos, que a todos diz respeito. Daí que o dia a dia seja muito sentido. Esta centralidade, que junta a Alameda Rosas Guimarães, terá um valor a rondar os 5,5 a 6 milhões de euros, com um impacto enorme no que é o coração, o centro, a identidade, no sentido da afirmação da vila das Taipas. Não tenho memória de tanto investimento, com grandes intervenções com importância enorme na vida da vila das Taipas. Apesar desse investimento a que temos assistido, há sempre
uma certa insatisfação dos taipenses para com a Câmara Municipal de Guimarães. Como explica essa realidade? Esta perceção que foi criada ao longo de dezenas de anos é muito difícil de se afastar. No entanto, a realidade é esta, nunca houve tanto investimento como agora está a acontecer na vila das Taipas, diria na última dezena de anos, sem esquecer, na área abrangente da vila, o Parque de Ciência e Tecnologia. É o recuperar de um investimento que, de certo modo, os taipenses, ao longo de duas, três, quatro dezenas de anos, desejavam e que agora é conseguido. Essa perceção, sinto que está a passar, sinto a identidade dos taipenses como um sentimento de ser vimaranense. É aquilo que para mim deve estar no nosso coração, o sentimento vimaranense na vila das Taipas, onde cada um afirma a sua terra, a sua vila e a sua freguesia. Mas sempre tivemos investimento nas Taipas. É bom recordar
a Escola Secundária (um marco também fundamental), reforço a ideia do Parque de Ciência e Tecnologia, o apoio a instituições como o Centro Social, nomeadamente ao Lar Alcide Felgueiras, tudo foi sempre feito. A leitura da realidade é que os taipenses veem na Câmara Municipal mais do que nunca uma instituição atenta, em coordenação com a Junta de Freguesia. A vila das Taipas tem um potencial enorme e a comunidade está a ter o investimento que merece. Temos de reconhecer o valor da vila e o investimento forte que o município de Guimarães está a fazer por esta vila. A questão mais polémica da intervenção no centro é a diminuição dos lugares de estacionamento. O projeto vai ficar como está ou a Câmara pensa ainda fazer algo relativamente a essa questão? O projeto é este, foi a concurso e é o que temos de concretizar. A
própria lei não permite aumentar trabalhos nem alterar o que foi aprovado. Foi adjudicado a uma empresa, que tem de executar a obra tal como está no documento. É claro que pequenas alterações, de pequeno pormenor, no desenvolvimento da obra podem acontecer sempre, mas alterações ao projeto, de todo, não. Quando se fala em aparcamento nós falamos num projeto futuro que é criar uma bolsa de aparcamento de apoio à centralidade da vila. É outro projeto que já está a ser pensado, mas não podemos fazer tudo ao mesmo tempo. Temos dois anos de intervenção na centralidade da vila, temos a intervenção na Alameda Rosas Guimarães, temos a intervenção no antigo mercado e, se considerarmos também a intervenção que está a ser feita no parque junto ao rio e o investimento enorme que foi feito no ringue, com o apoio direto ou indireto da Câmara, estamos perante uma imensa requalificação. Os projetos têm de ser trabalhados, têm de ser amadurecidos, este projeto do centro está em execução desde 2013, é bom que se perceba, e nós nunca parámos. A elaboração do projeto, a discussão pública (tivemos duas ou três grandes assembleias magnas na vila), o concurso, os vistos das várias entidades, tudo isto demora muito tempo quando há uma intervenção desta dimensão. Sempre o disse, a intervenção nas Taipas terá o cuidado que tivemos no centro da cidade. A fase seguinte para a vila é arranjar uma área de aparcamento de proximidade. Vamos dar também uma solução ao aparcamento, tendo em conta a especificidade da vila, à semelhança do que fizemos na cidade com o Parque de Camões. Está, então, em cima da mesa, fazer algo como o Parque de Camões? Sim, temos de ter um projeto que permita aparcamento de proximidade ao centro. O modelo tem de ser estudado, uma vez que a vila das Taipas tem especificidades diferentes do centro da cidade e as soluções podem ser diferentes. O objetivo é encontrar aparcamento de proximidade ao centro, para que o centro seja, de facto, um centro de comunidade, de vivência, do encontro dos taipenses. Para isso, tem de ter uma boa acessibilidade.
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"Há endividamento na Taipas Turitermas e um plano de pagamento para os próximos anos"
A Taipas Turitermas criou a marca Taipas Termal, com uma Clínica Médica de Saúde e vertente do termalismo. Nesse projeto, estiveram envolvidos o vereador Ricardo Costa e o médico Hélder Pereira. Essa visão, de uma clínica e de um termalismo de referência, terminou? Está em crise? Como em tudo pode haver ciclos de maior expansão, mas não se pode estar sempre a dar esses saltos. Tem de se sustentar as fases de cada degrau, de cada passo. Esta questão do termalismo é fundamental, porque é um ativo excecional, e que tem desenvolvido as valências de saúde, da prestação de serviços de saúde na base do termalismo. É uma riqueza enorme para a vila das Taipas. A questão da pandemia colocou em causa o termalismo? A pandemia trouxe-nos problemas a todos os níveis. Esperamos, todos nós, que a pandemia no próximo ano nos deixe, com uma vacina, senão, é, de facto, um caminho muito difícil. Na estância termal isto é dramático, porque os banhos e os tratamentos exigem presença e há um quebrar quase a pique da atividade. A Cooperativa Taipas Turitermas é uma instituição estratégica para o desenvolvimento e afirmação do termalismo nas Taipas. A clivagem que se verificou entre os dois principais rostos desse projeto, Ricardo Costa e Hélder Pereira, causou uma instabilidade interna. Está ultrapassada essa situação? Eu não posso responder por questões do foro pessoal e de relacionamento. Quanto à cooperativa, posso dizer que, com a nova direção, temos um projeto de continuidade do que tem vindo a ser feito, não houve aqui rutura nenhuma
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quanto à gestão, à liderança e aos objetivos estratégicos da Taipas Termal. A vereadora percebeu que haveria algumas questões que estavam a perturbar o desenvolvimento e o dia a dia da instituição e, pelo que conheço, tudo está a ser resolvido. Acredita que a vereadora Sofia Ferreira é a pessoa certa para retomar esse caminho de sucesso da Taipas Turitermas? Sim, acho que sim. Pelas caraterísticas que tem, de personalidade, de caráter, é a pessoa certa para, nesta fase da vida da Taipas Termal, levar a bom porto a estratégia que vem de há uns anos a esta parte; e para afirmar essa estratégia e abrir outras frentes. Foi aprovado recentemente um novo contrato-programa entre a Câmara e a Turitermas. Acha que isso é suficiente para equilibrar as contas da cooperativa? Não sei se é suficiente, porque neste momento a incerteza é enorme quanto ao futuro das empresas. Depende muito da situação pandémica, se evolui negativamente, se evolui melhor, se passa. Tudo isso faz diferença. Estaremos aqui para ver a cada momento o que teremos de ajustar de acordo com essa evolução. Reconheço que, pelo investimento feito, há algum endividamento da Taipas Termal, portanto, há o plano de amortização ao longo das próximas dezenas de anos, é a isso que temos que dar sustentabilidade. Claro que a pandemia deixou de gerar fluxo de rendimento, temos que ir vendo para ir fazendo essa cobertura, como fazemos para todas as cooperativas, é bom que se perceba isso. À Câmara cabe ver, durante o próximo ano, o que é que isto nos traz de acordo com a evolução da pandemia. Fala-se que esses endividamentos rondarão os 4 milhões de euros. É esse o valor aproximado? Sim, anda por esse valor, entre os 4 e os 5 milhões de euros. Se fosse agora, daria o apoio à construção do pavilhão gimnodesportivo? É o elefante branco da Taipas Turitermas? Direi que a Taipas Turitermas podia não ter feito esse investimento
e a Câmara podia ter feito o investimento. Essa requalificação era necessária, a Taipas Termal assumiu esse investimento, mas reconheço que a requalificação podia ter sido feita nestes ou noutros moldes. Se fosse a Câmara faria um projeto, a Taipas Termal fez este projeto que a Câmara aprovou. Mas a requalificação era necessária. Continuaria a fazer uma obra com aquela dimensão em termos de custos? O investimento está feito, a requalificação era necessária e, portanto, tenho de dizer que o investimento foi bem feito. Em termos turísticos, que papel pode ter a Turitermas na ligação entre Taipas e Guimarães? O termalismo em Guimarães está na vila das Taipas com tudo o que tenha a ver com a área da saúde, do lazer e até de férias. O termalismo tem um enorme potencial e, portanto, o turismo da Câmara Municipal tem de promover e ter em conta este enorme recurso que é o termalismo.
"O Avepark teve altos e baixos nos últimos anos, mas não considero que tenha estado em crise" O Avepark tem conhecido alguns percalços e sucessos, mas nunca atingiu o patamar que se pensaria que pudesse atingir. O que tem falhado? A acessibilidade é a principal dificuldade. Devo dizer que o Parque de Ciência e Tecnologia está com grande dinamismo em termos de intenções de investimento. Obviamente que há projetos que têm maior sucesso, outros que têm um menor sucesso e outros que até podem falhar. Não temos que ter receio dos projetos que lançamos e que possam não ter sucesso. Costumo dizer que o maior insucesso é não fazer nada. No Avepark estamos a terminar o Instituto Cidade de Guimarães, que acrescentará a parte de biomedicina,
dos biomateriais, dos fármacos, da medicina de precisão na área de um projeto enorme que é o Discoveries. Penso que até ao final do ano ou princípio do próximo possa estar pronto. Está entregue ao professor Rui Reis e, portanto, aqui a medicina regenerativa continua a afirmar-se com um potencial enorme. A par disso, temos um projeto em concretização, que o Ministro da Ciência quer ver já em junho ou julho implementado, que é o Centro de Computação Avançada exatamente no Avepark. Já tem ideias mais concretas sobre esse supercomputador? O supercomputador será um equipamento instalado sob o ponto de vista da computação que fará parte da rede europeia de oito centros de computação de top, de investimento público, dos estados europeus. Em Portugal, estará aqui no Avepark, para servir todo o sistema científico do país e o próprio noroeste da península. Estamos a falar de qualquer coisa deslumbrante, do melhor equipamento que há no mundo e que agregará as grandes áreas de computação. Como é consumidor de muita energia, terá de ser quase autossuficiente, terá um conjunto de sistemas de captação de painéis solares para reduzir o consumo a nível zero. No Avepark teremos as duas áreas de futuro: os biomateriais e a computação. Todos os setores precisam de computação rápida, nomeadamente o setor aeroespacial, que também pretendemos que tenha lá uma empresa a desenvolver um conjunto de projetos europeus. Temos o próprio IPCA, na afirmação de cursos técnicos da área de mecânica automóvel, modelagem do calçado, cursos tecnológicos, que está muito satisfeito por lá estar. Depois completa-se com aquilo que é necessário, que é o investimento privado. Neste investimento privado há muitas intenções, estamos até a negociar terrenos para que as empresas possam lá instalar-se. Estamos com uma área envolvente muito grande, que inclui também o Parque Industrial da Gandra e, nunca é de mais falar, embora seja uma multinacional, na Farfetch, que tem a sua primeira base no Parque de Ciência e Tecnologia. O Avepark teve altos e baixos nos últimos anos, mas não considero que tenha estado em crise.
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Tivemos a questão do Spinpark e também uma empresa brasileira que não acabou o projeto, mas está já entregue a outros promotores. Esse contrato está transferido para outros promotores para levarem a efeito o projeto. Não é por aí que as coisas estão mal, a todo o momento a construção será retomada. Este atraso na via dedicada ao Avepark não pode condicionar um pouco a estratégia de crescimento do Avepark? Temos várias alternativas e a área da mobilidade está na agenda. Temos duas agendas fundamentais no presente e no futuro: agenda ambiental e agenda da mobilidade. Na questão da via do Avepark temos três fases. O acordo que temos assinado com o Governo é: uma primeira fase com o desnivelamento do acesso à autoestrada em Silvares; a segunda fase é a rotunda em Ponte, que faz a ligação para o Parque Industrial na Nacional 101 (depois o que se pretende é a requalificação da 101); nesta rotunda começará o tramo com ligação ao Avepark e com ligação a todas as freguesias onde passa. Nunca deixei de repetir que a via do Avepark é uma autêntica variante para a zona norte do concelho, que dará acessibilidade a Prazins Santo Tirso, Prazins Santa Eufémia, Corvite e Barco. Contrariamente ao que tem sido dito, esta via não é intrusiva. É uma acessibilidade que tem percurso pedonal, ecovia e estrada, o que é muito importante. Quem vive nesta área pretende quietude, mas também quer vida urbana, e, isto é futuro, é pegarem na bicicleta e rapidamente, através da ecovia, chegam à cidade. A primeira fase está a terminar, a segunda fase está a concurso e a terceira fase do projeto está aprovada pelas Infraestruturas de Portugal, foi aprovada pela Câmara Municipal de Guimarães, mas está sujeita a estudo de impacte ambiental por iniciativa nossa. Logo que esse estudo esteja aprovado, e quem o faz é a Agência Portuguesa do Ambiente, avançamos imediatamente para a execução, com a aquisição de terrenos (que espero que a maioria seja por via amigável e não por via expropriativa). A via do Avepark teve muita discussão e é um processo demasiado longo. Esta acessibilidade é fundamental para toda a zona norte do concelho.
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ENTREVISTA "Até 2025 a Ecovia do Ave será uma realidade, mas até ao fim deste mandato teremos alguns tramos prontos" BRUNO JOSÉ FERREIRA
A despoluição do rio Ave é irreversível e Domingos Bragança acredita que a Praia Seca será uma praia fluvial reconhecida pelas autoridades competentes. a ecovia terá trechos que serão uma realidade nos próximos meses. Acredita que a Praia Seca será a primeira praia fluvial do concelho, aprovada e certificada pela Associação Portuguesa do Ambiente? Penso que sim, que vai acontecer isso. A Praia Seca tem esta identidade: de um lado a vila das Taipas, do outro Ponte. Se pudéssemos fazer um passadiço ou ligação à outra margem, uma zona lindíssima, constituíamos esta união fortíssima, com a praia fluvial, entre as Taipas e Ponte. Depois, ao longo da margem temos aqueles percursos pedonais e cicláveis nos quais estamos a trabalhar, que são uma das minhas grandes paixões. Como é que está essa Ecovia do Ave? Vai desde Donim, ao longo do Rio Ave, construindo-se os passadiços que forem necessários, recuperando os moinhos que forem necessários, tratando da fauna e da flora das margens. Onde houver possibilidade de fazermos praias fluviais, fazemos, em Donim, em Santo Estêvão de Briteiros, chegando à zona de ligação à cidade, em Ardão – Silvares.
Quando é que este projeto estará pronto? Este projeto vai ser feito por parcelas e vai depender muito da dinâmica das juntas de freguesia. Para a Ecovia do Ave entendi que o melhor seria envolver as juntas de freguesia. Cada junta de freguesia está a tratar da sua área, obviamente com conceitos definidos, com o acompanhamento do Laboratório da Paisagem. Será inaugurada no seu atual mandato? Sim, é bom respeitar todo o tempo. O meu mandato termina para o ano. Neste período do meu mandato, podemos ter alguns tramos da ecovia prontos, admito que Taipas e Ponte, e até também Donim e Santo Estêvão tenham alguns tramos já prontos. Num horizonte até 2025, a Ecovia do Ave será uma realidade. Essa ecovia terá alguns novos pontos de atravessamento do rio em termos pedonais? Estão previstos. Um dos pontos é a ligação entre São Clemente de Sande e Ponte, nos Moinhos de Além, no Monte da Ínsua, onde está prevista uma nova ponte. Mas
podemos contruir mais, podemos construir outra ponte pedonal na Praia Seca, de ligação entre a margem das Taipas e de Ponte. A parte ciclável e pedonal será do lado esquerdo do rio Ave, mas faz todo o sentido termos vários pontos de contacto ao longo da vila das Taipas. Esta mobilidade ao longo do rio Ave permitirá a quem estiver em qualquer parte da cidade poder ir ao rio Ave e percorrer o rio de uma ponta à outra, promovendo a proteção ambiental. O rio Ave terá de ser despoluído? É irreversível. A ecovia vai ser o futuro. A intervenção na Praia Seca já vem do tempo de Constantino Veiga, que envolveu a intervenção do Eng. Pedro Teiga. O anterior presidente, Constantino, que contratou o Pedro Teiga, foi muito entusiasta deste projeto. Pode dizer, agora, o contrário da centralidade, que sempre a aprovou e fez muito bem, e também desta Praia Seca e do tratamento das margens do rio.
"Não passa pela cabeça de ninguém a alta velocidade fazer um desvio para vir a Guimarães"
passado. Mas não nos interessa detetar erros do passado, cada geração dá o seu melhor no seu tempo e tem a ver com várias circunstâncias. Agora, nós temos a oportunidade, de excelência, para desenvolver o nosso sistema de mobilidade. A nossa região, que é fortíssima a nível económico, a nível cultural, a nível científico, tem de mostrar que está unida.
A via dedicada ao Avepark irá permitir a diminuição do tráfego, em algumas zonas, entre as Taipas e a cidade? Entramos noutra área importante, a mobilidade. O Governo anunciou que para os sistemas de mobilidade de Guimarães e Braga existe um valor financeiro de 200 milhões de euros, que podem ser estendidos até 250 milhões, para candidatar aos fundos europeus. O Governo entregou às duas cidades o desenvolvimento dos estudos dos sistemas de mobilidade. Já estamos a trabalhar com uma equipa técnica da Universidade do Minho.
Defende, então, dois sistemas: um interno no interior do concelho e um de ligação à alta velocidade via Braga? O facto de termos conseguido para as duas cidades este valor financeiro para trabalhar a mobilidade é excecional. Não podemos perder esta oportunidade. Cada cidade desenvolve o seu sistema. Este investimento não pode servir somente 200 mil pessoas, tem de ser para meio milhão de pessoas, pois os governos não financiam algo que não tenha sustentabilidade.
Qual a visão da Câmara? A ideia que tenho é de um sistema muito complexo, de um eixo principal de Moreira de Cónegos/ Lordelo (com tramos alternativos onde tiver que se fazer), ligando à cidade e da cidade à vila das Taipas e Avepark. Aqui não há dúvida nenhuma que o melhor é metrobus. Se o estudo disser que o melhor é metro de superfície, também não haverá problema. Na zona das Taipas/Parque de Ciência e Tecnologia existiria uma primeira estação, que liga diretamente ao sistema urbano e à estação de metro de superfície da cidade de Braga; daqui liga à estação de alta velocidade. Teria outra vantagem, pois toda esta zona que vem ter a Guimarães, de Fafe, Cabeceiras de Basto, Felgueiras, Vizela, toda esta corda viria ter ao sistema de mobilidade de Guimarães e daí à alta velocidade. Os vimaranenses não ficarão “de pé atrás” com esta ligação à alta velocidade por Braga? Não passa pela cabeça de ninguém a alta velocidade fazer um desvio para vir a Guimarães. Aqueles que levantam essa questão nunca se lembraram que devíamos ter via dupla de Guimarães para o Porto. É um erro muito grande do
A rivalidade tem de desaparecer nestes projetos comuns? A Universidade do Minho é um exemplo excecional, por que é que teria de haver essa rivalidade na mobilidade? Agora já falam em construir a via larga de Guimarães ao Porto, porque de Guimarães a Braga não tem interesse! A nossa zona metropolitana a construir é esta. Temos pontos em comum, temos a rivalidade histórica que cada um sente, mas o que é fundamental, é termos um território mais competitivo. Guimarães pode receber toda a gente que vem do seu interior geográfico e perceber que num quarto de hora podem estar na alta velocidade, através de um sistema de metro ou tramway. Temos de ter os projetos prontos e candidatados até 2024, pois este projeto é para se realizar até 2030, com apoios comunitários. Não são verbas provenientes do orçamento nacional, são fundos europeus. Caso não concretizemos, perde-se uma grande oportunidade para Guimarães e Braga. Para conseguirmos isto, temos de trabalhar muito, temos de ter os projetos prontos, temos de os fazer aprovar, tendo presente que será muito intrusivo no território, porque abrir caminhos exige muito trabalho. No final, conseguiremos uma grande centralidade para Guimarães.
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200 milhões de euros chegam para concretizar este projeto? Não chegam. Tenho essa noção, para concretizar todo o projeto, não chegam. Mas, se conseguirmos apresentar um projeto credível e sustentável, temos possibilidade de o concretizar, porque os fundos europeus de resiliência económica são para os projetos sustentáveis, da descarbonização. O que pretendemos é tudo elétrico, metrobus ou tramway, é tudo sem combustíveis fósseis, será uma autêntica revolução na mobilidade e uma referência histórica para Guimarães. É um desafio enorme e dez anos é pouco para um projeto desta dimensão. O debate tem de ser feito, é bom que seja feito, mas tem de se tomar decisões.
"Temos combatido a pandemia sem holofotes" Como tem gerido esta questão da pandemia a nível concelhio? A base para uma boa gestão deste período tão difícil de pandemia, em que as prioridades são todas invertidas, é a serenidade e tranquilidade, com muita atenção e muita ação, quase à exaustão física. Temos de ter em conta o imediato, mas é preciso estruturar para o médio e o longo prazo. Esse trabalho de prioridade, primeiro saúde pública a par com a proteção social, está a ser feito. Criámos equipas multidisciplinares exatamente para superar as fragilidades económicas e sociais de alguns grupos. Em Guimarães, tem sido feito tudo para travar a evolução? Do meu ponto de vista, temos feito tudo, mas somos exigentes PUBLICIDADE
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connosco próprios e temos de estar alerta para fazer ainda mais. Quando digo fizemos tudo, não podemos esquecer que a liderança do combate à pandemia não é da Câmara Municipal de Guimarães, mas sim do Ministério da Saúde. Temos atuado, muitas vezes, sem holofotes virados para nós, mas as pessoas e as instituições sabem o que fazemos, basta perguntar nos lares, nos bombeiros e junto das comunidades. Existem alguns setores em que parece haver alguma indefinição, nomeadamente a nível do comércio, restauração e cultura, em que parece não haver uma estratégia perfeitamente definida, de abertura e de fecho ao público. Como tem sido feita essa gestão? Nós temos a nossa intervenção, mas quem define o que tem de ser feito é a autoridade de saúde. Obviamente que o presidente da Câmara tem sempre um poder importante de influenciar decisões. Se a autoridade de saúde entender que determinado espetáculo ou evento não pode realizar-se, o presidente da câmara não pode ir contra isso, tem de aceitar. No entanto, procuramos fazer um trabalho em coordenação com os médicos da saúde pública. Todos os dias comunico com a saúde pública e com o hospital no sentido de saber se está tudo bem ou o que é preciso fazer. Na cultura, temos estado em todo o lado para resolver as situações, como o caso do Guimarães Jazz, que apostou num horário matinal. A pandemia é uma guerra de saúde. Faço sentir a minha voz, mas não há um único caso em que não tenha havido sintonia entre a Câmara e a autoridade de saúde. Pondera avançar com algum
pacote de ajudas ao comércio e à restauração, por exemplo? Eu atendi ao que as associações representativas me propuseram. Estamos em permanente atualização, sabendo que a Câmara é supletiva relativamente às medidas nacionais. Nós não temos a responsabilidade nem temos os meios financeiros que o Governo tem para pôr ao dispor das atividades económicas. Estaremos atentos e em diálogo constante com os comerciantes. Compreendo que as restrições ao horário e ao funcionamento têm sido muito difíceis. Normalmente são estruturas familiares, muito reduzidas, e qualquer quebra é muito difícil e quando penso nisso fico com muita disponibilidade para ajudar e ver o que podemos fazer. Os vimaranenses podem estar tranquilos quanto à pandemia? Haverá resposta médica, está tudo assegurado? O hospital, com a sua direção clínica e a sua estrutura executiva, tem estado muito bem. Ressalvo sempre muito o diretor clínico, o Dr. Hélder Trigo, e o diretor de combate Covid-19, o Dr. Pedro Cunha. Têm sido excecionais, sempre na primeira linha de resolução das questões. Quando há algo para discutir e avaliar apresentam-se sempre. O que posso garantir é a excelente qualidade dos nossos médicos e dirigentes nesta área médica do Hospital Senhora da Oliveira, que acorre, sempre que necessário, às estruturas de rede hospitalar de retaguarda do Verbo Divino para várias soluções, pois tem a disponibilidade de 60 camas. Claro que temos de perceber que as dificuldades são enormes, as solicitações são enormes, e, portanto, o hospital terá dificuldades inerentes à situação crítica de viver em pandemia.
"Espero que o PS encontre uma linha de união" Como é que vê esta evolução recente no partido, com a clivagem nas eleições distritais, com o aparecimento da candidatura de Ricardo Costa, que não teve o apoio das principais figuras do partido em Guimarães? Sou presidente da Câmara. A minha responsabilidade é com todos os vimaranenses. Aqui não tenho fação partidária. Respeito os partidos, respeito o PS, mas a minha liderança é a Câmara Municipal, não tenho liderança socialista. Respeito os atos eleitorais, a pluralidade, as disputas políticas partidárias, mas a minha atenção, a 100 por cento, é o município e os vimaranenses. Mas tinha um vereador, Ricardo Costa, que não apoiou… Disse aos dois, tinha essa obrigação, ao Ricardo Costa e ao Luís Soares, que aqui, na sede do município, a minha responsabilidade era imensa, e foi mesmo assim que disse, a minha principal preocupação foi a governação. Não o surpreendeu a rutura que houve neste grupo das Taipas, entre Ricardo Costa e Luís Soares? O que quero, e desejo, todos sabem disso, é ser paciente e gerador de consensos. Obviamente que os consensos têm limites, se estiverem em causa questões essenciais não há possibilidade de consenso. No entanto, espero e desejo que o PS de Guimarães encontre uma linha de consenso e de união. Que façam as disputas que têm de se fazer, mas depois das disputas feitas e dos atos
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eleitorais feitos que o partido seja forte, porque Guimarães precisa de um Partido Socialista forte como esteve até hoje e assim deve continuar para o futuro. A maior força de um partido é a sua união. Acredita que para as eleições autárquicas do próximo ano o PS vai estar unido? Não tenho pensado nisso. A minha preocupação foi sempre a governação e que o programa que apresentei aos vimaranenses seja cumprido. Sei que acrescentei outras áreas, que não foram sufragadas, mas foi com o consenso de todos, porque a pandemia obriga, mas a minha preocupação é até outubro de 2021, neste momento. Para o ano pensaremos nisso. Avançará com naturalidade para um terceiro mandato? Só posso pensar nisso em 2021. Gosto muito de Guimarães, está no meu ADN. Gosto muito da minha terra e quando digo da minha terra refiro-me às pessoas. Em tudo que estiver ao meu alcance para o desenvolvimento de Guimarães serei sempre uma parte ativa. Nunca serei problema, procurarei sempre uma solução e o que puder dar para Guimarães darei. Em 2025, o que estará disponível para fazer por Guimarães? Estarei sempre disponível para apoiar institucionalmente, fora da Câmara, instituições de Guimarães e da comunidade. Nunca interferirei, politicamente, após deixar de ser presidente. No que me for solicitado do ponto de vista da cidade, discreta e reservadamente, a quem me pedir conselho, a quem me suceder, eu estarei sempre disponível para falar. Nas instituições não políticas do ponto de vista municipal estarei sempre disponível.
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ATUALIDADE Sapataria Júlio Duarte
Crise, pandemia e obras no centro, comprometem negócio CAROLINA PEREIRA
José Maria Duarte conta 68 anos e, desde tenra idade, ainda antes dos seus 10 anos, que anda à volta de sapatos e seus consertos. Semanas havia, como nos referiu, em que “chegava a deitar 50 pares de meias solas”. Hoje em dia, há semanas em que não coloca nem um par. Filho de Júlio Duarte, que ainda hoje dá o nome à sapataria situada bem no coração da vila das Taipas, o Zequinha sapateiro, como pela generalidade dos taipenses é conhecido, continuou a dar corpo a um negócio que já conta com mais de oitenta anos na vila. Há ainda quem o trate pelo nome do seu pai, Júlio Duarte, “principalmente os clientes mais antigos”, afiança. Texto Manuel António Silva com Carolina Pereira De há uns anos a esta parte, conta com a colaboração da sua filha Maria da Luz, a Milú, que “cresceu” ali e tem acompanhado de perto o desmoronar de um negócio que irão acabar por encerrar até final deste ano. A última crise que o país atravessou, as restrições que a pandemia que todos estamos a viver, impôs, e as obras que se realizarão no centro cívico da vila taipense, formam um explosivo cocktail que ajudará a fechar portas a uma das mais antigas casas de comércio de PUBLICIDADE
rua das Taipas. Uma conversa a “meias” com pai e filha, carregada de emoção. Um estado de alma muito difícil de transcrever para o papel. Qual o ano de abertura da Sapataria Júlio Duarte? Contenos um pouco da sua história, de como surgiu?! [José Duarte] Não sei ao certo o ano. O meu pai era empregado do Joaquim Duarte, seu primo direito, e que era o proprietário do negócio. O Joaquim Duarte casou-se e
começou a trabalhar como padeiro, e fazia sapatos ao mesmo tempo. Chegou uma altura em que disse ao meu pai: “Júlio, eu vou optar por ser só padeiro e tu vais ficar com isto. Se a minha profissão enquanto padeiro não der, eu venho e tomo conta disto outra vez”. Nessa altura o seu pai já era funcionário da sapataria? [JD] Sim. Já era funcionário dele. O meu pai devia ter 20 anos. Entretanto o Joaquim deu mesmo padeiro e o meu pai ficou com o
negócio. Continuou a consertar sapatos e a fazer sapatos por medida. Até 1961, mais ou menos, foi assim e já vai na 3ª geração. Como é que o Zequinha aparece nesta situação de sucessão ao seu pai? [JD] Todos os meus irmãos passaram por aqui. Lembro-me de uma fase, em 1961, quando rebentou a guerra em Angola, em que o Serafim Fertuzinhos queria uma bolsa de faca de mato. Mandou fazer uma amostra, não sei onde (?), mas aquilo ficava muito caro e veio ter com o meu pai para saber se lhe fazia?! E o meu pai: “Ah, amanhã faço-te isso”. E o que é que o meu pai fez? O meu irmão João, o meu irmão Domingos e eu, montávamos as bolsas e o meu pai cortava. Eu devia ter 10 anos, e os meus irmãos 11/12. E nós ainda cravávamos e untávamos a bolsa. Depois o senhor Fertuzinhos acabou com aquilo porque começou a fazer na fábrica. Porque ele fazia muito daquilo para Angola. Portanto, com 10 anos já fazia isso e continuou pela sapataria… [JD] Antes disso já cá vinha endireitar tachas. Antes para pregar um par de sapatos não se deitavam pregos fora. Pregava-se a toda a volta e depois entortava-se, para se poder coser. Entortavam-se os pregos todos. Senão, não se podia coser à mão. Acontecia de depois voltarmos a endireitar os pregos para o meu pai pregar outro par no dia seguinte. Não se deitava fora. Agora deita-se tudo fora. Nós vínhamos da escola primária e de tarde vínhamos endireitar as tachas e só depois íamos para casa. Inicialmente a sapataria era junto ao Manecas (parte superior da Avenida da República, junto à atual CGD) e só há 50 e poucos anos que viemos aqui para baixo. Era o Chico Cafifa,
o barbeiro, de um lado, depois eramos nós e depois a entrada dos cavalos do Manecas. Tem o negócio nas suas mãos desde quando? [JD] Desde 2004, dois anos depois do meu pai falecer. [Milú] Isto nunca parou. O meu avô começou a ter problemas, mas o meu pai foi sempre seguindo como sendo do meu avô, como se ele estivesse aqui. Fizemos sempre tudo. Eu fui sempre estando por aqui, a ajudar. Dei-lhe sempre a mão. Até assinaturas ele assinava pelo meu avô. Porque houve uma fase em que esteve mal e não havia hipótese. Nós queríamos era andar para a frente, não é? [JD] Fazia-o com certas assinaturas que não tinham importância. No banco já não era assim. E nunca tivemos problemas com isso (completou Zequinha). Entretanto, a sua filha junta-se ao negócio… [JD] A minha Milú cresceu aqui. É oficialmente funcionária há 15 anos mas está comigo neste negócio há muitos mais. Deram há pouco exemplo de como eram feitos os sapatos. Como é que o negócio evoluiu? [JD] Antigamente era assim: vocês queriam um par de sapatos. O meu pai tirava-te a medida e fazia-te os sapatos. Vinham já com uma ideia de um modelo que queriam e o meu pai tinha sempre um modelo, ou outro e mostrava. E se até vissem um sapato numa montra, diziam que queriam uns sapatos iguais àqueles e o meu pai levava uma esferográfica, ou um lápis, desenhava o sapato e fazia-te o sapato. Nessa altura, que modelos eram mais procurados? [JD] A base era o clássico.
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Antigamente era esse que se usava muito. Chamava-se Inglesa. Também tínhamos o florão, o sapato de biqueira, tudo baseado no clássico que era o que se usava. Também tínhamos os modelos lisos e os luvas de pala. Tudo baseado nos modelos mais clássicos. Também se fazia muito a bota de pneu, para trabalho. Os emigrantes iam todos para a França e todos levavam a bota de cabedal para trabalho. No geral, eram modelos que ainda hoje se usam. Podem vender-se mais, ou menos, mas continuam sempre atuais. Agora o povo anda todo de sapatilhas. É diferente, mas ainda há quem queira só disto.
Recorda-se de algum modelo de sapatos, de senhora ou de homem, ou sapatilhas que tivesse marcado algum tipo de geração? Alguma época? [JD] No tempo que toda a gente jogava à bola no ringue, jogavam com os sapatos que tinham. Havia aqui clientes que rompiam umas solas por semana. Porquê? Porque iam para lá jogar à bola com eles. Mas era assim, porque os solados de antes era tudo couro (enquanto com o punho cerrado batia na sola de um exemplar para que se ouvisse o som característico do batimento na sola) e umaReflexo tarde a jogar futebol núncio Jornal no ringue fazia ir os sapatos à vida. [M] Só mais tarde é que comeEPETED çaram a surgir as borrachas. Até então, só se trabalhava com couro. Houve outros modelos que marcaram diferentes épocas/gerações. Lembro-me das sapatilhas Sanjo e das botas Panter, de camurça, ou cabedal virado, como as pessoas diziam. Eu era miúda e lembro-me que só se vendia daquilo. Mas se pudesse escolher, que modelo mais marcou? [JD] O tal clássico. Vinha uma coleção, tinha de pedir outra a seguir e vendia-se. Atualmente nada
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se vende. Agora é diferente. Ainda há quem procure o “sapato domingueiro”? [JD] Só os cotas como eu é que querem (entre risos). Pessoas que têm de ter a roupa de domingo. Que pensam que os dias não são todos iguais. Ao domingo, é domingo. Nem que esteja por casa todo o dia, tem de ser, é domingo! Porque é que acha que este tipo de negócio deixou de ser atrativo para as pessoas? Não sei. As pessoas acham caro, mas vão a um shopping. Vão lá buscar o mesmo que eu tenho aqui e dão mais dinheiro. Lá por ter as luzinhas e não sei o quê, não sei que mais. Iludem-se e dão. [M] Isto que estamos a dizer é verdade. O que nós vendemos aqui, os nossos fornecedores vendem lá. Nós andamos por lá e vemos que o que nós vendemos aqui a 30 ou 40 euros, lá vendem por 60 ou 70. E as pessoas compram. [JD] Trazem-me aqui sapatos de uma marca famosa, para arranjar, que custam cento e poucos euros. A biqueira, parte da frente, em cabedal e a parte de trás, em napa. Eles chegam lá e dão esse dinheiro. Sapatos desses aqui, não os vendemos nem por 35 euros. [M] Não os vendemos porque dizemos a verdade ao cliente e nesses grandes centros o que interessa é vender. Encobre-se sempre muito. Eles não dizem tudo ao cliente. Não podem dizer. Quando começou a vir essa “porcaria”, que é como costumamos dizer, essa “porcaria” da China por aí dentro, isto há 20 anos para cá, nós não vamos negar que não tivemos aqui também. Não conseguia vender uma peça. E nós dizíamos ao cliente: “Isto custa 10 euros, isto custa 20”, e eles perguntavam “ah mas isto é bom?”, porque eles já sabiam que nós raramente tínhamos calçado desse preço, raramente tínhamos calçado muito
barato. E o que nós respondíamos era “olhe são os artigos de agora, não é a mesma coisa, são os artigos que em todo o lado tem” e essa é a verdade. O perfil de cliente também alterou, ou não? [M] Quando fizemos a última obra aqui tentamos arriscar em coisas diferentes, porque o nosso cliente era sempre de pessoas de 40 e tal anos para cima. E pensamos: bem isto agora vai ser novo, vamos tentar meter umas coisas diferentes, a ver se chama outro tipo de cliente. O que é certo é que não valeu a pena. A gente fazia os investimentos, comprávamos as coisas e não se vendia. O cliente dos 20 ou 30 anos, que é o que compra mais, não aparecia. O nosso cliente agora já nem é o dos 40 e tal é o dos 50 para cima. Cada vez mais se nota que são os filhos a vir comprar para os pais. Os chinelos de quarto, isso sim, ainda há muita gente nova a levar. Entre a clientela habitual, há quem tenha algum tipo de exigência mais especifica, que vocês já conheçam? [M] Sim. Há aquele tipo de cliente que, sinceramente, até me irrita. Tem de ser o meu pai a atender. E porque tem de ser, eu desapareço logo (risos). [JD] Mas isso já se passou comigo e com o meu pai. [M] Mas já não acontece tanto. Só mesmo pessoas de idade já nos seus 70 e tal, 80 e tal anos que ainda dizem: “ai, tem de ser ele! O seu paizinho não está?”. E não vale a pena. Só o que ele diz, é que é.
melhoraram. Fomos andando, as coisas foram-se fazendo. Há meia dúzia de anos para cá é que notamos que as coisas foram sempre caindo. Mas nós andávamos naquela: “isto há de virar”. Só que o problema foi agora esta pandemia que nos veio dizer “olha chega, isto não dá mais”. Temos meia dúzia de clientes por dia, é verdade. E como acabaram de ver, é quase tudo uns chinelitos. É o básico porque as pessoas estão em casa. E o que perspetivam a partir daqui? [M] É acabar. Cada vez mais não vemos volta a dar e depois, tudo o que prevemos do que vai acontecer,… as obras que vão realizar aqui,… nós não estamos para suportar isto por dois anos. É um bocado por aí. Foi agora o tempo que paramos com a pandemia e depois pensar “estar aqui dois anos a comer pó?” - porque é isso que vai acontecer - é dizer assim “olha agora acabou, é para acabar” por muito que não queiramos acabar com uma coisa que já tem muito
[R] O que é que trouxe esta pandemia? [M] Trouxe o pior que podia trazer. Não vamos dizer que foi a 255 mm pandemia que trouxe o pior. Isto já está mau para aí desde 2008 quando houve crise. As coisas nunca
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tempo mas, tem de ser. Não dá. Cada vez mais, isto não dá. Mas não ponderam reabrir depois das obras? [M] Pessoas que já passaram por coisas idênticas, dizem-nos que não será para melhorar. A gente vê por Guimarães. Por amigos que lá temos. Guimarães é uma cidade. E se não tem aquilo que devia ter por ser uma cidade e muita gente vai para lá passear, como é que nós aqui havemos de ter? Não é? Nós somos uma vila. Nós vivemos das pessoas das freguesias vizinhas. Por isso, não podemos estar a pensar que isto vai melhorar. Posso estar totalmente errada e aceito se me apontarem outros pontos de vista. Reabrir depois das obras? Não sei, depende do que poderá acontecer. O meu pai está reformado. Eu é que me tenho de virar. E se me aparecer uma proposta de trabalho, não sei se volto outra vez. Fizemos aquilo que o meu avô sempre quis – comprar a loja. Isso ainda conseguimos fazer. Mais que isso, vamos ver. BRUNO JOSÉ FERREIRA
E já fazemos 9 anos!
Bolo Avô João Novo!
Bolo Rei de Frutos Vermelhos
Novo!
Brownie Mimo de Natal
Bolo de S. Nicolau
Bolo de Noz Naked
O Avô João é uma casa ao nosso jeito. Com alicerces fortes. Uma casa que é vossa... Nossa! Tem sido a concretização de um sonho. Há azáfama quando recebemos os amigos, os clientes, na nossa própria casa. São mais horas aqui vividas do que na nossa residência oficial. A cozinha é pequena mas cheia de Amor. Quando a festa é vossa, também é nossa. São muitos pormenores. Tudo com muita sensibilidade e simplicidade. Aqui só há um ingrediente indispensável. O Amor. Dá trabalho, é certo! Mas a recompensa é de outro mundo. Sentimo-nos abençoados por ter aberto esta casa e por ter os melhores clientes do mundo. O que começou por ser um salão de chá, evoluiu para algo mais, um bistrô, com eventos à sua medida. Desde baby shower, festas de aniversário, batizados, comunhões, despedidas de solteiro, casamento, surpresas, pequenos almoços, pic-nics, e brunchs (ainda eles não estavam na moda, fazemos isto há 9 anos!!!). Aqui fazemos a festa e o bolo ao gosto do cliente. Organizamos os seus eventos, convívios e confraternização de família e amigos, porque a vida merece ser celebrada. Estamos consigo no dia-a-dia, com refeições à hora de almoço. Corremos o país à procura dos melhores produtos. Artesanato, compotas, bolachas, chocolates, chás, queijo da serra, vinhos, conservas, loiça pintada à mão, fazem parte da nossa oferta para poder oferecer um presente bem português e genuíno. Mas a nossa grande aposta são os pequenos produtores e os produtores locais. Temos vindo a dar saltos pequenos e este ano alguns tiveram de ser adiados, mas esperamos, em breve, conseguir concretizá-los. Na nossa casa pode fazer uma refeição deliciosa, diferente e saudável. Já provou a nossa sande de pernil com queijo da Serra? Pois tem de provar! É de comer e pedir mais! Ou o nosso prego em bolo do caco, ou os folhados?… Semanalmente temos o nosso delicioso pão de massa mãe (farinhas em mó de pedra e muitas horas de fermentação e dedicação). Criamos o bolo-rei de frutos vermelhos que já faz parte de imensas mesas de Natal, bolo de S. Nicolau e este ano não podia faltar uma novidade: o bolo Mimo de Natal. Todos eles bem diferentes, mas com algo em comum: cheios de sabores de Natal. "Seria um pecado não repartir muito, sendo que Deus nos dá tanto", dizia S. Nicolau. Este é o verdadeiro espírito de Natal e da nossa vida. Obrigada por fazerem parte dela. E Obrigada... A ti, Avô João.
a r a p r a h l a b tra a s o n a 0 a 1 ç n a Há i f n o c a u merecer a s Faça a sua de encomenda Natal. oe h n a , o t i r b a C vitela de Montalegre. io. v r a g l A o v l o P
o ç i v r e s o n cia n ê l e c x e e Qualidade Av. da República, 205 | 4805-115 Caldas das Taipas | 253 573 714
Feliz Natal A todos os nossos colaboradores, leitores, assinantes, clientes e amigos
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André Coelho Lima teve “experiência enriquecedora” nas eleições dos EUA DR
O vereador municipal André Coelho Lima, que acumula essa função com a de deputado na Assembleia da República, exerceu funções enquanto observador nas eleições presidenciais dos Estados Unidos da América (EUA), enquanto membro da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Esta organização, a primeira acreditada para pronunciar-se sobre a legalidade eleitoral, é composta por deputados de todos os parlamentos europeus, sendo que Portugal tem uma delegação composta por cinco deputados eleitos no parlamento. Enquanto vice-presidente desta delegação e representante de uma das duas maiores forças partidárias portuguesas, André Coelho Lima esteve uma semana nos EUA a acompanhar PUBLICIDADE
o ato eleitoral juntamente com o também deputado Luís Graça. “Nos dias anteriores ao da eleição estivemos todos os dias em briefings com representantes do sistema postal norte-americano, na medida em que havia muitos votos por correio, como se sabe, fizemos briefings com jornalistas, com o jornalista que liderou a investigação da alegada intervenção da Rússia nos votos pela internet na última eleição; ou seja, gente muitíssimo bem colocada quer no patamar político quer no patamar dos média norte-americanos, que nos estiveram a falar sobre o sistema norte-americano, as suas dificuldades. No fundo, estivemos a aprender um sistema eleitoral que é muito complexo, naquilo que representa a observação nas próprias eleições.
No dia das eleições estivemos todo o dia nas mesas de voto em dois estados, Washington DC e Maryland. Todos os outros investigadores internacionais estiveram espalhados pelo país”, conta André Coelho Lima ao Reflexo. Acrescentando que “a OSCE foi a primeira instituição ou entidade internacional acreditada para pronunciar-se sobre a legalidade eleitoral, até pelas suspeições que estavam a ser levantadas pelo presidente em funções”, o vimaranense explica em que consistiu o seu contributo neste processo no próprio dia do ato eleitoral. “Estivemos todo o dia, até ao encerramento, a visitar mesas de voto, a fazer observação eleitoral in-loco. Em todos os sítios falámos com os representantes das mesas de voto; no fundo interpelámos os eleitores, para perceber se estava a demorar muito tempo. Temos um formulário pré-preenchido do que temos de esclarecer”, aponta. Coelho Lima considera que esta foi uma oportunidade única que dispôs para acompanhar de perto um acontecimento com repercussões à escala planetária. “É uma experiência bastante enriquecedora, ter oportunidade de estar no próprio local num momento histórico para o mundo, ainda para mais a certificar-me da regularidade das eleições, já sabíamos antecipadamente que era isso que ia ser alegado, poder testemunhar aquilo que se discutia no mundo inteiro é, de facto, uma oportunidade única. Estou ciente da responsabilidade que tive”, refere o vereador André Coelho Lima em declarações ao Reflexo.
OPINIÃO Manuel Ribeiro
O conjunto das condições conjuntas Na vila, encontram-se em execução um conjunto de obras, na parte mais urbana, que, dizem os políticos do regime, vão transformar a vila para melhor. Tomando como certo que o simples facto de haver obra ou obras não significa necessariamente uma aposta de progresso da terra, teremos que fazer uma reflexão voltada para o futuro. Com muitos anos de atraso, o centro da vila, a alameda do parque e o mercadinho vão sofrer alterações e não transformações profundas com excepção do centro da vila que espero não seja descaracterizada no seu todo. Todas as mudanças são momentos de insegurança e de incerteza. Na falta de certezas sobre o futuro, é obrigatório pensá-lo e são oportunidades de reflexão. A questão fundamental é saber: as obras em curso, por bonitas, pelo refrescamento que vêm dar à vila, são condição suficiente para a viabilidade da Vila; isto é, se vai resolver o apagamento progressivo da vila como destino atractivo e o transformar em destino e zona atractiva para, principalmente, os taipenses e forasteiros? Entendo que por si, as obras não terão esse condão mágico. É necessário muito mais. E esse muito mais é o Rio despoluído e susceptível de uso seguro; é a zona da margem ribeirinha requalificada de modo a torná-la transitável e aprazível: porque não um passadiço que terá de ter 1(um) quilómetro para ser distintivo. Depois, é necessário repensar e construir alternativas ao trânsito no interior da vila e exterior. A ligação à sede do concelho e a uma via de trânsito mais rápido - insiste-se na auto-estrada - é absolutamente essencial para ligar as Taipas à sede do concelho e ao mundo; e ligar o mundo às Taipas. Deste rol de condições sem as quais as Taipas não sairá de cepa torta, deverá eleger-se uma rede de transportes públicos, mais uma vez com ligação à sede do concelho, rápida, frequente, acessível e o mais possível ecológico. Só cumprindo aquelas condições, absolutamente necessárias, em conjunto, para viabilizar as Taipas como local e destino a ter em conta no futuro. Se continuarmos a gastar rios de dinheiro só para avulsamente requalificar locais isolados, sem um plano global, estaremos na mesma: há gasto e não investimento porque o ganho será nulo.
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TAIPAS TURITERMAS UMA AVENTURA BEM SUCEDIDA Neste dia 10 de Dezembro de 2020, não posso deixar de me associar, com alegria e satisfação, às Cerimónias Comemorativas da passagem do 35º Aniversário da Régie Cooperativa TAIPAS TURITERMAS, constituída por iniciativa da Câmara Municipal de Guimarães, por Escritura Notarial, no dia 10 de Dezembro de 1985, com um trabalho extraordinário ao longo destes trinta e cinco anos de intensa atividade, que prestigia as Caldas das Taipas – Vila Termal e Turística.
Aproveito esta oportunidade para saudar todos quantos, naqueles tempos, decidiram apostar nesta iniciativa, que, à altura, foi considerada, por alguns, como sendo uma enorme aventura. Aventura bem-sucedida, na verdade, ao longo destes anos. Deixo, aqui, também, uma palavra de saudade para com todos os Membros Fundadores que já partiram para a Eternidade, nas Pessoas dos Fundadores e saudosos Amigos Dr. Augusto Dias de Castro, e Dr. Mário
A Vila das Taipas beneficia da existência da água termal como recurso natural. A sua utilização remonta ao início da nossa era, aquando da passagem dos romanos pela região. Desde que se iniciou a exploração deste recurso, no início do século XIX (em 1818 iniciou-se a construção do primeiro balneário termal, conhecido hoje como Banhos Velhos), a atividade termal foi-se destacando, acompanhando as tendências de procura dos tratamentos termais. A estância de Caldas das Taipas acompanhou mesmo o apogeu do termalismo clássico e foi outro dos motivos que fez com que a localidade prosperasse, particularmente no período compreendido entre meados do século XIX e finais do século XX. Desde então, o edifício, hoje com mais de cem anos, foi sofrendo algumas intervenções de melhoramento e de alargamento. Estas tinham como propósito: acompanhar os padrões estabelecidos pelas instituições que tutelavam a atividade termal; e alargar o âmbito dos serviços prestados (para além do termalismo clássico, a estância termal passou a disponibilizar serviços na área da Medicina Física e da Reabilitação). Em 1985, a 10 de Dezembro, é fundada a Taipas Turitermas, uma Régie Cooperativa com sede na vila de Caldas das Taipas, no Concelho de Guimarães. É responsável pela captação e exploração da água mineral natural, bem como pela gestão do estabelecimento Termal das Taipas. A Taipas Turitermas pretende ser um polo de atração e desenvolvimento das Caldas das Taipas, fruto do reconhecimento pelos seus utentes da excelência dos serviços proporcionados e ótimas condições para a reabilitação e manutenção do bem-estar. A Cooperativa é, igualmente, proprietária e gestora do complexo de piscinas de verão, do parque de campismo e polidesportivo. Também possui, um complexo desportivo, constituído por dois courts de ténis, utilizados pelo Clube de Ténis de Caldas das Taipas.
PASSADOS 35 ANOS, A TAIPAS TURITERMAS MANT OS SEUS PRINCÍPIOS E VALORES Falar da história da Taipas Turitermas é falar de uma importante parte da história da Vila de Caldas das Taipas. É falar da atividade termal que contribui para o desenvolvimento da Vila há mais de 200 anos e cuja utilização das águas, para fins medicinais, remonta ao início da nossa era, aquando da passagem dos romanos pela nossa região. Na verdade, a indústria termal, que se tem desenvolvido e evoluído há mais de dois séculos nas Taipas, foi a grande impulsionadora para o crescimento da Vila, sobretudo ao nível sócio - económico e turístico, cujo apogeu se verificou no período compreendido entre os finais do século XIX e meados do século XX. Neste contexto, é incontornável a referência ao dia 10 de dezembro de 1985, data da constituição da Régie Cooperativa Taipas Turitermas, a primeira criada em Portugal, com sede
na Vila de Caldas das Taipas e responsável pela captação e exploração da água mineral natural, bem como, pela gestão do Estabelecimento Termal e dos Equipamentos Turísticos das Taipas. Passados 35 anos, a Taipas Turitermas mantém intactos os seus princípios e valores. Pretende continuar a ser um polo de atração não só turístico, mas também económico e de desenvolvimento nas Caldas das Taipas e no concelho de Guimarães, fruto do reconhecimento pelos seus utentes e clientes, da excelência dos serviços proporcionados e condições únicas para a reabilitação e manutenção do bem-estar. Da saúde ao bem-estar, do lazer à cultura, com múltiplas valências que vão desde o balneário termal e clínica de saúde, passando pelo museu cultural Banhos Velhos, ao polidesportivo e, no verão, do parque
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S CELEBRA 35 ANOS Dias de Castro. E, também, uma palavra de muito apreço para com todos os Fundadores, e para com todos Dirigentes que, ao longo destes trinta e cinco anos, estiveram envolvidos, e comprometidos, nos primeiros trabalhos de recuperação e de dinamização do Estabelecimento Termal das Caldas das Taipas, o que faço, naturalmente, nas Pessoas do Engº Abílio Crespo da Costa
Meneses, do Manuel Marques, do Fernando da Costa Marques e, depois, com o Engº Carlos Remísio Dias de Castro. Para a Régie Cooperativa TAIPAS TURITERMAS desejo a continuação de um bom trabalho, ao serviço da Comunidade.
Assinatura da escritura da constituição da Cooperativa Taipas Turitermas a 10 de dezembro de 1985. Foto: Fotografia Matos
MANUEL FERREIRA 1º Presidente da Cooperativa
Inauguração do museu termal e cultural Banhos Velhos, a 24 de Junho de 2010
Apresentação dos cosméticos naturais da Taipas Termal, a 25 de Outubro de 2013.
TÉM INTACTOS TODOS de campismo e do complexo de piscinas, esta Cooperativa complementa-se para cumprir com uma oferta multidisciplinar e de qualidade para quem nos procura. Hoje, a Taipas Turitermas é também uma Cooperativa aberta a toda a comunidade taipense e vimaranense, em constante diálogo com o tecido associativo do território e atenta ao contexto social e económico em que está inserida. Neste dia tão especial, felicito e agradeço a todos aqueles que se dedicaram e continuam a dedicar a esta Missão, desde os seus membros fundadores, cooperantes, dirigentes, colaboradores, parceiros públicos e privados e, especialmente, a todos os trabalhadores que, desde o ano 1985 até hoje en-
grandecem esta Instituição. Infelizmente, a situação pandémica que vivemos impede-nos de assinalar esta data com o programa que todos certamente pretenderíamos, todavia, ainda que de forma simbólica, impunha-se comemorar e partilhar este momento com toda a Comunidade. Passaram 35 anos desde a criação da Taipas Turitermas, mas a melhor forma de honrar com o legado é continuar a inovar e a crescer. É na riqueza do nosso passado que olhamos e perspetivamos um futuro onde o melhor, certamente, ainda estará para vir.
SOFIA FERREIRA Presidente da Cooperativa
Inauguração do novo Edifício Termal, Clínica de Saúde e Unidade de Reabilitação Física e Desportiva a 04 de Setembro de 2015
Inauguração do novo Polidesportivo TaIpas Termal, no parque de lazer da vila, a 24 de Junho de 2017.
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ATUALIDADE Natal na Vila 2020 adaptado à pandemia mantendo a iluminação e o som de rua Diversidade da natureza transforma-se em formas de arte na ESCT
A edição deste ano da Vila Natal em Caldas das Taipas readaptou-se para fazer face à pandemia, contemplando menos iniciativas do que é habitual. Ainda assim, o espírito do Natal não deixa de se fazer sentir, nomeadamente com iluminação do centro da vila e também com o som de rua, numa iniciativa implementada em parceria entre a Junta de Freguesia de Caldelas, Comissão de Festas dar Vida à Vila e o Jornal Reflexo. “O Mercado de Natal é uma iniciativa importante de apoio ao comércio local, implementado em 2017 nas Caldas das Taipas, mas sabemos que este é um ano atípico e tal como está acontecer em várias cidades e seguindo as recomendações e orientações de saúde, PUBLICIDADE
a Vila Natal que nos proporcionou em 2017, 2018 e 2019 momentos de convívio e aglomeração não se irá realizar”, refere David Silva, Presidente da Comissão de Festas, em declarações reproduzidas pela Junta de Freguesia de Caldelas. Numa decisão ponderada entre os vários intervenientes na organização, foi decidido manter as tradicionais iluminações “para que o caminho difícil e escuro atravessado pelo comércio local possa ser iluminado”, aponta David Silva. Por sua vez, Luís Soares assegura que a Vila Natal é mais do que o contexto físico. “Depois do S. Pedro, esta é a segunda iniciativa da Comissão de Festas que não será realizada nos moldes
habituais em função da pandemia. Caldas das Taipas Vila Natal é mais do que um local físico. É uma iniciativa para manter, mesmo sem ponto de encontro de pessoas, e por isso, felicito a Comissão de Festas por não desistir de proporcionar experiências às crianças e famílias com algumas iniciativas que agora foram divulgadas”, dá conta o líder máximo da Junta. Entre a programação destaque para o concerto da orquestra do Norte no Centro Pastoral, às 21horas do dia 11 com organização da Câmara Municipal de Guimarães; e também as peças de teatro da autoria das escolas básicas da Charneca e do Pinheiral. A ativação do som de rua decorre no dia 14 de dezembro.
As obras de arte criadas pelos alunos do 12.º ano da turma 12AV1 da Escola Secundária de Caldas das Taipas (ESCT) tendo como fonte de inspiração os recursos da natureza deram vida a uma exposição marcante neste estabelecimento de ensino. No âmbito da disciplina Oficina de Artes foi proposto executar esculturas em torno da figura humana, utilizando paus, ramos, troncos, raízes de árvores e arbustos. O resultado foram autênticas obras de arte, tal como a imagem documenta. Cármen Silva é a professora responsável por esta unidade curricular, implementou o referido
trabalho denominado “Projeto Criar” e dá conta ao Reflexo que, com estes trabalhos, pretendeu-se “estimular os alunos a desenvolver formas de representação que não sejam puramente agarradas ao desenho”. O balanço é extremamente positivo, até pelo feedback obtido. “Foi uma proposta de trabalho bem conseguida, a avaliar pela reação da comunidade escolar. Teve um impacto muito favorável com entidades de fora da escola, sendo motivo de interesse por parte de associações que trabalham com este tipo de materiais”, refere Cármen Silva.
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Troféu produzido nas Taipas para glorificar feito de Miguel Oliveira BRUNO JOSÉ FERREIRA
Troféu conquistado por Miguel Oliveira no Grande Prémio do Algarve de MotoGP World Championship, principal prova a nível mundial de motociclismo, foi produzido nas Taipas por uma empresa taipense. Apesar de trabalhar na retaguarda a empresa Logcup está orgulhosa pelo trabalho desenvolvido e pelo mediatismo que a sua peça alcançou a nível nacional e não só. Texto Bruno José Ferreira De início a fim na liderança da prova; orgulho nacional. Miguel Oliveira venceu no dia 22 de novembro, domingo, o Grande Prémio do Algarve de MotoGP, um feito para o português, que fez elevar o orgulho na nação. Abertura de noticiários televisivos, capa dos jornais, o tal feito de Miguel Oliveira mexeu com os portugueses; a vila das Taipas não foi exceção, e até de forma mais vincada. Não fosse o troféu erguido por Miguel Oliveira, o símbolo da glória, produzido nas Taipas. O troféu que esteve nas bocas do mundo, em particular em Portugal, foi produzida na empresa Logcup – José Maria Cunha de Deus Lda, junto ao centro da vila. Das Taipas para as mãos de Miguel Oliveira, como escreveu o Reflexo na sua página de Facebook quando o motociclista português elevou o ansiado troféu. “O que deu mais ênfase ao
troféu foi o facto de ter sido o Miguel Oliveira e vencer, porque se fosse outro motociclista provavelmente não tinha o impacto que teve. Já costumamos fazer troféus e placas de homenagem para grandes eventos. Temos clientes espalhados um pouco por Portugal inteiro e até além-fronteiras; claro que um Mundial Moto GP e o facto de ter sido em Portugal dá um impacto maior. Ficamos satisfeitos ao ver o impacto que teve”, refere Filipe Deus, um dos sócios-gerentes. Troféu foi totalmente pensado e produzido na empresa taipense
Uma ideia corroborada por Licínia Deus, também sócio-gerente da empresa que já tem mais de três décadas de experiência: “Claro que é um orgulho, claro que sim. Ainda por cima o design é nosso, trata-se de um troféu que foi produzido cá de raiz, apenas nos
foi fornecido o formato da pista. Todo o desenvolvimento sendo cá ainda mais nos enaltece um pouco. Não estamos habituados a estas andanças, mesmo tendo muitas vezes vários produtos nossos na Comunicação Social, porque estamos um pouco mais na retaguarda ao trabalhamos para revenda; na linha da frente estará sempre o nosso cliente. Ou seja, não trabalhamos com o consumidor final”. Produzido em ferro e madeira, o troféu que Miguel Oliveira tem 49cm de altura e pesa sensivelmente três quilos. Foi produzido nas Taipas à boleia de um dos parceiros comerciais com quem a Logcup trabalha. “Temos parceiros comerciais espalhados por todo o país, como já foi referido; neste caso foi um desses nossos parceiros, em Portimão, que costuma trabalhar frequentemente com o autódromo, o que leva a que indiretamente também trabalhamos porque somos o
fabricante”, atira Filipe Deus. Processo de produção demorou cerca de três semanas Licínia Deus explica ao Reflexo os requisitos que foram feitos pelo promotor do evento. “O requisito que nos fizeram é que tinha de ter o formato do Autódromo do Algarve. Foi-nos fornecido o layout da pista e a partir daí foi feita a conceção em termos de design, e depois foi feito o corte, o acabamento e a montagem em si. Outro dos requisitos era não poder ter mais de quatro quilos e também o facto de não poder ter qualquer componente em plástico. Claro que é um trabalho que requer algum preciosismo. É um prémio à medida que tem um trabalho diferente”, aponta. Entre design, testes, protótipos e confeção das peças finais, até porque foram feitos mais do que um troféu, não só para o MotoGP mas também para o Moto 3, por exemplo, o processo demorou sensivelmente três semanas. Um processo que exige mais mão de obra por se tratar de uma peça exclusiva e não standard. Algo que, de resto, é a atual tendência do mercado, o que obriga a que o setor se tenha de readaptar. “O primeiro modelo que fizemos tinha fundo em acrílico, mas depois o promotor disse que não queria matérias plásticas, optou-se por fazer em ferro. Fez-se de acordo com o pedido do promotor. Até chegar ao modelo final fizemos, pelo menos, mais
dois modelos. De qualquer forma, de início até ao final demorou sensivelmente três semanas”, destaca Licínia Deus. Pessoas mais próximas têm dado os parabéns
Apesar de já se ter produzido troféus e placas comemorativas para diversos eventos, alguns também eles de nomeada, este foi sem dúvida o trabalho mais badalado produzido na José Maria Cunha de Deus Lda. A empresa fundada em 1982 trabalha com quase todas as federações desportivas e inclusive já fez trabalhos para a presidência da república. O feedback, apesar de não ser muito, tem sido positivo. “As pessoas mais próximas de nós obviamente que ficaram satisfeitas e dão-nos os parabéns. Fora isso, não temos tido um feedback muito grande, porque como foi feito em parceria com o nosso parceiro do Algarve, até quem colhe mais os louros é ele, numa maneira de dizer, porque é o intermediário. Tal como em muitos outros casos estamos na retaguarda”, sublinha Filipe Deus. Os louros da vitória ficaram, obviamente, com Miguel Oliveira, o português acelerou a toda a velocidade para o primeiro lugar, mas um pouco do triunfo, ainda que uma ínfima percentagem, é sentida nas Taipas. Ao fim de contas, o troféu que todos os participantes ambicionavam foi produzida na Vila das Taipas, acabando por glorificar Miguel Oliveira. DR
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ATUALIDADE Grupo de empresários da restauração manifestou-se no recinto da feira MANUEL SILVA
A pandemia tem causado dificuldades no setor da restauração, o que levou um grupo de empresários taipenses a manifestar-se contra as medidas do Governo. Protesto não teve a adesão esperada. Texto Bruno José Ferreira Um pequeno grupo de empresários da restauração manifestou-se no passado dia 13 de novembro no recinto da feira semanal das Taipas, não concordando com as medidas decretadas pelo Governo, nomeadamente o recolher obrigatório a partir das 13horas aos fins-de-semana. Rosa Esteves, proprietária de um restaurante numas das principais ruas da vila e mentora da iniciativa, não escondeu que esperava uma maior adesão por parte dos proprietários de estabelecimentos
de restauração, e não só. “Contava com mais gente, porque fui a todos os cafés aqui das Taipas, lojas, cabeleireiros, pequenos lojistas, e todos garantiram que viriam. Todos estão a sofrer consequências, mas pelo que se vê na hora exata, na hora de dar a cara, as pessoas recuam. Não podemos ter medo de lutar pelos nossos direitos, pela nossa vida. Está bem que a Covid-19 é um problema, mas acho que é mais perigoso os contágios nos hipermercados, por exemplo, do que nos restaurantes
OPINIÃO e pequenos estabelecimentos”, desabafou Rosas Esteves. Com um restaurante com capacidade para uma centena de pessoas, atualmente só pode ter trinta em simultâneo, algo que era atenuado ao fim-de-semana. Isso acaba por ficar em causa com esta obrigatoriedade de recolher obrigatória das pessoas a partir das 13horas. “Ao fim-de-semana é quando podemos recuperar mais um pouco, mas ao ter que fechar é um problema, porque não são as diárias que nos dão a ganhar e é precisamente aos fins-de-semana que nos cortam nas pertas, acho uma injustiça o que estão a fazer aos pequenos comerciantes. Tenho as contas em dia, mas foi buscar ao pé de meia, se continua assim vamos ter que fechar as portas”, atira. Uma ideia corroborada por Conceição Miranda, outra das manifestantes, que aponta quebras na faturação na ordem dos oitenta por cento. “Passei de cem diárias para 25 diárias. O que me estava a salvar era o sábado. Trabalhando só uma hora quem me vai pagar as contas?”, questionou a proprietária de um restaurante situado em Barco. Devidamente autorizada pela Câmara Municipal de Guimarães, a manifestação teve acompanhamento da Guarda Nacional Republicana (GNR), nomeadamente o Posto Territorial de Caldas das Taipas.
Elisabete Matos distinguida pela Câmara Municipal de Braga
A soprano taipense, Elisabete Matos, foi agraciada pelo município de Braga com a Medalha Mérito Municipal de Grau Prata, numa cerimónia que decorreu a 9 de dezembro, pelas 18 horas, no Altice
Forum Braga. Com uma vasta e reconhecida carreira internacional, a atual Diretora Artística do Teatro Nacional de São Carlos, recebeu o galardão a par de outras 58
entidades e personalidades que se notabilizaram pelos seus feitos cívicos ou méritos pessoais, em resultado de proposta aprovada em reunião do executivo municipal bracarense, realizada no passado dia 30 de novembro. A cerimónia teve lugar pelas 18 horas, do dia 9 de dezembro, no Altice Forum Braga. Uma situação excecional, tendo em conta as medidas restritivas que se impõem nesta época de pandemia provocada pela COVID-19, dado que habitualmente o Dia da Cidade é assinalado a 5 de dezembro, dia de S. Geraldo, padroeiro da cidade bracarense, Para além das distinções de Mérito de Grau Ouro e Prata, o município bracarense vai distinguir o Hospital de Braga, com a medalha municipal de Grau Honra.
O caminho certo Augusto Mendes
Chegado o mês de Dezembro temos sempre várias tradições a cumprir, e uma delas é fazer um balanço do ano. E o balanço que quero fazer nesta crónica é o do trabalho feito pela junta de freguesia neste ano difícil de 2020 que está a acabar. Na perspetiva política este balanço não pode ser feito sem recuar a 2017 e ver aquelas que foram as promessas eleitorais do Partido Socialista. E são estas que temos de seguir pois foram aquelas em que os Taipenses acreditaram. Nesse sentido 2020 tem sido um ano em cheio! Um ano repleto de concretizações. Na rede viária, mesmo sem estar no nosso programa eleitoral, foi possível concretizar as ruas da Lama e do Pedraído. Temos de olhar para o território como um só e criar as mesmas condições fora do centro como as que queremos para a zona urbana. Ainda não está o caminho todo percorrido mas temos esperança de o conseguir ainda em 2021. A Alameda Rosas Guimarães, talvez a que precisasse de intervenção mais urgente devido à degradação cada vez mais notória dos passeios, está já no terreno e trará aos Taipenses uma renovada avenida de ligação ao Parque de Lazer, com mais comodidade, mais segurança e mais conforto. O antigo mercado está já muito adiantado e permitirá, esperamos todos, que seja um novo polo de atração social, cultural e turístico na nossa Vila. Devo confessar que estou muito entusiasmado com o conceito daquele local e com o respeito que aquele local está a merecer por parte dos responsáveis da obra. Que seja sempre a nossa Praça! A obra de requalificação do centro Cívico finalmente avançou. Uma obra que vai modernizar Caldas das Taipas para os próximos 50 anos. Temos visto agora com o início da obra a dimensão da mesma. Vai muito além de uma lavagem de cara e vai permitir a renovação e requalificação também de todas as estruturas do subsolo. A partir da Praia Seca foi possível começar o trilho ecológico do Ave que, como já disse aqui, tenho esperança chegue às Levadas muito em breve. Mas se nas obras estamos com toda a força, o mesmo podemos dizer dos serviços da junta de freguesia e da Brigada Verde. Nunca, mas mesmo nunca, tivemos os nossos parques tão bem cuidados. A freguesia assumiu a gestão dos 4 parques. Parque de Lazer, Camélias, Quintã e Praia Seca e a partir daí foi possível ter a autonomia que permite um tratamento de maior proximidade sem depender dos serviços camarários. E tem sido um trabalho extraordinário dos colaboradores da junta de freguesia. Na limpeza de bermas temos toda a freguesia sempre limpa e cuidada. Mesmo com a exigência de 3 a 4 limpezas por ano devido à adesão da freguesia ao grupo daquelas que não usam qualquer pesticida para o controlo de ervas. Os nossos espaços verdes, cada vez mais devido ao TAIPAS A FLORIR, estão cuidados e caminhamos a passos largos para o nosso ideal de Vila jardim. Mas o que também ansiámos é que chegue 2021 e com ele mais uma onda de concretizações. Todas daquelas que prometemos aos Taipenses. Destaco duas que são de grande importância: a rotunda de Bouçós/Rabata e a Casa Mortuária. Duas obras que têm já todo o processo adiantado e que em 2021 serão uma realidade. Mas a cereja no topo do bolo será quando conseguirmos que a Praia Seca seja a primeira Praia Fluvial classificada do concelho de Guimarães. Desejo a todos os leitores do Reflexo um FELIZ NATAL e um 2021 cheio de alegria!
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FREGUESIAS Sociedade Martins Sarmento apresentou novo guia da Citânia de Briteiros e Castro Sabroso DR
torne isso viável, o Castro Sabroso é também parte integrante deste guia. Paulo Vieira de Castro, presidente da SMS, marcou também presença na cerimónia, salientando o facto de estarmos perante “lugares interessantíssimos sob o ponto de vista histórico, arqueológico e também paisagístico”, pelo que, no seu entender, e corroborando da
ideia de Samuel Silva, condutor da cerimónia de apresentação, deve ser aproveitado pelo município sob o ponto de vista turístico. O presidente da SMS recordou que esta entidade aguarda pelo resultado de uma candidatura no âmbito do Programa PROVERE que possibilite a intervenção no Castro Sabroso, de forma a que possa ser alvo de visitas.
Prazins Santa Eufémia volta a ter Caixa Multibanco
Texto Bruno José Ferreira
A Sociedade Martins Sarmento (SMS) apresentou no passado dia 21 de novembro, dia em que celebrou 139 anos de história, um novo guia da Citânia de Briteiros e do Castro Sabroso, intitulado “Citânia de Briteiros e Castro de Sabroso. Memória Histórica e Arqueológica”. Da autoria do arqueólogo Gonçalo Cruz esta publicação surge na sequência das publicações iniciadas em 1930 por Mário Cardoso. Esta nova versão, que já se encontra à venda, tem o design de Cláudio Rodrigues e tem a particularidade de ser bilingue, contendo a informação em português e inglês,
sendo o esforço de “um trabalho em equipa”, segundo o autor Gonçalo Cruz na cerimónia de apresentação, que, em virtude da pandemia, acabou por decorrer online. Gonçalo Cruz referiu que este trabalho teve como premissa “escrever um texto que não fosse muito extenso e acessível a várias pessoas, sem termos muito técnicos” que possa ser, ao mesmo tempo, “um guia mas também uma fonte de investigação” académica e para os interessados por estas temáticas. “Os visitantes que vão à Citânia colocam questões, que tendem a repetir-se um pouco: questões como quem eram estas pessoas, de onde vieram, porque é que se foram
embora, porque é que o castro foi abandonado, o que é que comiam, o que é que vestiam, se tinham casamento; questões que chegam ao pormenor. Adaptámos o texto procurando responder a essas questões”, ressalva Gonçalo Cruz. Tendo a Pedra Formosa como imagem de capa, um ícone da Citânia de Briteiros que é a imagem da freguesia e da própria sociedade, este guia com 77 imagens incluiu o Castro Sabroso, algo que não acontecia em edições anteriores. Isto prende-se com o facto de o Castro Sabroso não ser “um sítio arqueológico que esteja visitável, desde há muitos anos”. Mas, como se está a trabalhar numa intervenção que
A freguesia de Prazins Santa Eufémia já conta novamente com uma Caixa Multibanco ATM em funcionamento desde o passado dia 19 de novembro, passando a dispor de uma valência que em tempos a população já pôde usufruir, mas que acabou por ser removida há sensivelmente seis anos, na altura devido ao fecho do estabelecimento. Natália Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Prazins Santa Eufémia, deu conta ao Reflexo dos trâmites deste processo que culminou com uma nova Caixa Multibanco nas instalações da Junta de Freguesia, algo até aqui inexistente na freguesia. “Já tivemos uma Caixa Multibanco que foi retirada há cinco ou seis anos, mais ou menos; estava num estabelecimento no centro da freguesia que entretanto fechou e não havia condições para manter lá a caixa multibanco, pelo que foi retirada. Não foi possível na altura substituir a caixa, colocar noutro local, fomos tentando junto dos bancos encontrar uma
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solução para colocar uma Caixa Multibanco na nossa freguesia, até nas nossas instalações da junta de freguesia, que foi o que acabou por acontecer. O Novo Banco aderiu à nossa proposta e instalou na sede da Junta de Freguesia uma Caixa Multibanco”, explicou. Para a presidente da Junta trata-se de uma medida positiva para a população, na medida em que é prestado um serviço necessário não só para a sua freguesia como para outras freguesias vizinhas. “A Caixa Multibanco aqui existente servia muita população, não só de Prazins Santa Eufémia, mas também de Souto, Gondomar, Corvite, entre outras. Tratou-se de uma medida importante para esta zona, se não as pessoas tinham de se deslocar a Ponte ou às Taipas, por isso, é importante, não só para fazer levantamentos de dinheiro, mas também para realizar outras operações que se possam fazer, como pagamentos”, aponta Natália Ribeiro.
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coisas de antanho
Caldas das Taipas a (des)propósito XXXIX
A renovação da Avenida do Parque da Junta de Turismo da Estância Termal das Taipas, agora Alameda Rosas Guimarães por Carlos Marques
Ano: 1940 - Autor: Dr. Alfredo Fernandes, sendo proprietário legítimo da mesma Carlos Marques
Agora que começaram as obras de melhoramento da alameda, acesso viário, pedonal e no aformoseamento do ajardinado dos seus canteiros. Se a 15 de Dezembro do ano de 1939 se concluiu a construção com a dimensão que ainda hoje perdura e sem qualquer alteração, como a fotografia do Dr. Alfredo Fernandes mostra, com amplos espaços pedonais e viários já de sentidos únicos e com grandes baias para estacionamentos, em tempos que poucos carros lhe acorriam. Tal era a visão de futuro dos então únicos responsáveis pela obra, os membros da Junta de Turismo de Caldas das Taipas, presidida por José Eduardo de Carvalho Crato, acompanhado por Tomás Rocha dos Santos e José Francisco Rosas Guimarães, no seu primeiro mandato. A obra foi adjudicada ao empreiteiro Francisco Pereira de Sousa, mestre pedreiro de Santa Maria de Souto que aplicou materiais de primeiríssima qualidade, ao todo 1.574 metros longitudinais da mais bela cantaria A obra foi executado sob rigorosíssimas Condições Gerais e Programa de Concurso, veja-se a título de exemplo a qualidade da pedra ”a pedra para as guias e as contra-guias serão de granito de grão fino, escolhido nas pedreiras em que os bancos forem
mais homogéneos, será dura, de grão homogéneo e apertado, não geladiça, inalterável pela água e agentes atmosféricos, sem fendas, veios ou lesins, perfeitamente, sã e de coloração uniforme e limpa de qualquer matérias estranha. A pedra não deverá ter falhas no leito, afim de aprese tar uma altura sensivelmente uniforme. As guias dos passeios serão em granito de grão fino trabalhadas a pico fino com as arestas em quina viva ou chanfradas, todas aparelhadas, conforme determinar a Fiscalização dos trabalhos, terão de comprimento mínimo 1,0 e máximo de 1,30 metros, altura fixa de 0,35 e de largura 0,30 metros. As juntas não terão mais de 0,5 cm, e tomadas a cimento e areia fina ao traço de 1:2. O assentamento das guias foi feito de tal modo perfeito e sólido, com cuidado que não se vê, volvidos oito décadas nenhum desalinhamento nem declive. Cumpriram-se as regras da arte e as instruções da fiscalização dos trabalhos, pese embora os atropelos que os carros lhe causaram nos meses de verão, ao estacionarem em cima deles, desde que deixou de funcionar a nossa Junta de Turismo. A obra contemplou também a sua iluminação como também mostra a imagem, com uns belíssimos candeeiros, de tão boa
memória, oxalá voltem a coloca-los pois ainda são fabricados aqueles lampiões na fábrica de Albergaria-a-Velha. Não conheço o actual projecto de renovação, só ouvi falar da mudança de local do pedestal com a imagem do Snr. Rosas Guimarães, de que eu fora incumbido como representante da Junta de Freguesia de então, para que ele estivesse presente no seu descerramento, sem sucesso, tal a sua nobreza de caracter, disse-me 10 minutos antes daquele acto, que não queria qualquer homenagem, pois tudo o que fizera em prole da terra, foi por dever de a servir e de consciência, no dia 19 de Junho de 1990, quando das comemorações dos 50 anos de elevação a vila da nossa localidade. O que se deva fazer, não é mudá-lo de sítio, até porque foi colocada com o Snr. Rosas Guimarães ainda vivo no topo da avenida pela qual tanto lutou, Mas, colocar para onde o querem mudar outros pedestais com busto ou alusão a outro(s) mais ilustre(s) taipense(s) que abnegadamente serviram a nossa terra, por exemplo quem no ano de 1922 esteve na formação da Comissão de Iniciativa e Turismo da Estancia Termal das Taipas, projectou e construiu o Parque de Turismo e Lazer, na forma que ainda hoje mantém, bem como as Avenidas Novas, a Alameda Rosas Guimarães e a Rua Joaquim Ferreira Monteiro. Dentre outros, os projectistas, Engenheiro Auxiliar de 1ª Classe, António Martins Ferreira em Abril de 1924, e o Doutor Domingos Rosas da Siva em Novembro de 1929, num investimento projectado de 240.000$00. A par dos servidores das Taipas no Turismo daquele tempo, onde pontificava o Dr. Alfredo Fernandes, coadjuvado por Dr. João Antunes Guimarães, Francisco Pereira Silvério, António Caetano da Silva, José Jacinto Júnior, Abílio da Silva Oliveira, Dr. Florêncio Leite Pereira de Sousa Lobo, Adelino Ferreira Manso e Fernando de Sousa Ribeiro de Abreu. Em visita recente que fiz ao local, soube que irá ocorrer uma grande diminuição de espaços para estacionamento de carros, o que mais fundamenta a absoluta necessidade da construção dum parque subterrâneo para servir a vila de Caldas das Taipas, que é duma enorme dimensão. Se o presente projecto não esteve em consulta pública, muitas foram ao longo dos últimos tempos as conversas acerca da Alameda do Parque, designadamente no PGU das Taipas, nos PDM´s de Guimarães, e, em acesas discussões locais, desde logo nas sessões da Assembleia de Freguesia, uma das quais pela sua qualidade aqui destaco, na noite do dia 18 de Julho de 1996, a do agora vogal da junta, o Snr. António Joaquim Oliveira pedir no que diz respeito à construção particular na Alameda Rosas Guimarães, que se deveria reclamar como moeda de troca, isto é, ao Proprietário do terreno contíguo em construção, e consequentemente à Câmara Municipal de Guimarães, a cedência duma área de terreno para a Junta de Freguesia, ali instalar a sua sede.
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DESPORTO
Metade dos jogos do Pró-Nacional adiados: “Quero jogos, mas com responsabilidade” ARQUIVO REFLEXO
diversos campeonatos. “Não sei a que nível se coloca isso da falta de verdade desportiva. A falta de verdade desportiva pode ser extensível a todas as competições: não há público, o que tem influência; e há clubes com mais testes de Covid-19 do que outros. Isso são coisas laterais no meio disto tudo, que não podemos controlar. O que desejaríamos era que os campeonatos decorressem de forma natural, nós e todas as associações, a Federação Portuguesa de Futebol e a própria Liga, mas como é isso possível com este cenário? Nem todas as decisões vão de encontro ao que os clubes pretendem. A situação é clara: os clubes estão com dificuldades financeiras, não há público, e isso faz falta. Há toda uma circunstância difícil de gerir, mas acredito nos clubes e nos dirigentes”, aponta. “Não ter público é um atestado de menoridade aos dirigentes”
Mais de metade dos jogos do Campeonato Pró-Nacional da AF Braga foram adiados devido à pandemia. Um cenário incaracterístico, mas que, de certa forma, era expectável. Manuel Machado, presidente da AF Braga apela à serenidade e à compreensão. Dirigente tem mágoa por não ver os miúdos jogar e não compreende porque não há público nos jogos. Texto Bruno José Ferreira O principal campeonato de futebol da Associação de Futebol de Braga, o Pró-Nacional, arrancou no dia 24 de outubro com a realização dos primeiros jogos. De lá para cá estavam agendadas cinco jornadas, mas mais de metade dos jogos não se realizaram devido à pandemia. Na série B, em que estão incluídas as equipas vimaranenses, entre as quais o CC Taipas, o Ponte e o Sandinenses, de um total de trinta jogos apenas se realizaram catorze. Casos de Covid-19 nos clubes, delimitações das autoridades de saúde e até do Governo, nomeadamente limitações à circulação, têm tido um contributo decisivo para este cenário. A título de exemplo, o CC Taipas realizou três jogos até agora, o CD Ponte um jogo e Os Sandinenses dois jogos. Em todos os clubes foram detetados surtos da pandemia, que levaram a que a atividade fosse suspensa. Para estas últimas semanas do ano o calendário foi suspenso e a intenção da AF Braga passa por reagendar os jogos em atraso para que seja possível recomeçar a dez de janeiro com todas
as equipas em pé de igualdade, jogando inclusive e meio da semana com concordância dos clubes em recintos com luz artificial. O Reflexo falou com Manuel Machado, presidente da AF Braga, que referiu que “todo este processo está a ser gerido dentro do que é possível gerir, atendendo a que o mundo inteiro tem muitas dúvidas e poucas certezas”. O dirigente deixou bem claro que a prioridade é a saúde pública e, por isso, as decisões que são tomadas têm todas que ser responsáveis. “A AF Braga é a segunda maior do maís em equipas seniores. É o Porto, depois somos nós e, por fim, é Lisboa. É evidente que nós não estamos a tomar decisões. Nós estamos a fazer intenções para se decidir a ver se é possível, e vamos comunicando com os clubes dentro daquilo que é o razoável na defesa da saúde pública. Queremos o futebol, mas temos que ser responsáveis e só fazer os jogos que seja possível fazer. Pode acontecer a situação que, se nós chegar a janeiro e verificarmos que a calendarização, nomeadamente
no Campeonato Pró-Nacional e na Divisão de Honra não dá para fazer a segunda fase fazemos só uma fase e, de resto, é uma coisa que pode vir a acontecer e estou convencido que, se tiver de acontecer, os clubes não irão por problemas. É muito difícil para quem decide. Temos mais de cem equipas nos seniores, se calhar teríamos cinquenta ou sessenta opiniões diferentes. Quem decide é que tem a responsabilidade de ver as regras que são impostas pela DGS, pelo Governo, com problemas aqui e ali”, aponta Manuel Machado. “Falta de verdade desportiva pode ser extensível a todas as competições”
Mesmo sendo a saúde pública o principal objetivo comum nesta fase, a realidade é que com a realização de jogos a competitividade leva a que verdade desportiva seja posta em causa por vários intervenientes. Algo sobre o qual Manuel Machado não se alonga, uma vez que na sua opinião vários fatores levam a que a verdade desportiva possa ser posta em causa nos mais
De resto, a ausência de público, tal como o próprio Manuel Machado traz à conversa, é uma situação que o dirigente não compreende, quando se comparando com outras realidades. O líder máximo do futebol distrital diz que na maioria dos jogos, mesmo antes da pandemia, os recintos encontram-se longe da lotação máxima. “Não compreendo o que se vai passando a nível desportivo e a nível de outras atividades. A cultura tem moldes para ter espetáculos, mas os clubes também cumprem. Está a passar-se um atestado de menoridade aos dirigentes e aos clubes, o que não é verdade. Os dirigentes são responsáveis. Quando há casos comunicam e não jogam. Ponto. Então não podemos circular entre concelhos e podemos circular a nível nacional, levar o vírus de Braga, ou de Guimarães, para Lisboa ou Leiria, por exemplo? No Campeonato de Portugal, na Liga Revelação, é que não há vírus? Afinal de contas qual é o rácio de contágio no futebol? Qual é o problema de por cem pessoas ou 120 num campo de futebol que leve mil pessoas a nível distrital? É, normalmente, os espetadores em situações normais. Devidamente acondicionados, com máscara e com comportamentos adequados, medir a temperatura, era impossível ter publico?”, questiona o dirigente em jeito de desabafo.
“Ausência de formação pode ser um problema de sanidade mental”
Mas, para além da vertente competitiva nos seniores, ao fim ao cabo o ponto de maior visibilidade da AF Braga, há uma vertente que ainda deixa mais mágoa a Manuel Machado, que é a questão da formação. Desde março que a formação está sem competir, em muitos clubes os treinos estão suspensos e noutros há treinos em moldes diferentes. Algo que Manuel Machado considera “muito mau” e que se pode revelar mesmo um problema de sanidade “mental”. “Como se sabe não há formação, o que é muito mau. Vai ser, ou melhor, está a ser um ano e um período muito mau para a formação. Vai-se perder atletas, infelizmente. Estou esperançado que mais para a frente se possa abrir portas à formação, num campeonato diferente, claro, em moldes diferentes porque isto até pode virar um problema de sanidade mental, não só para os miúdos, mas também para os educadores. Enfim, deixa-me uma mágoa muito grande”, diz Manuel Machado. “É importante que cada um de nós faça a sua parte”
Há mais dúvidas do que certezas, mas ainda assim Manuel Machado tem presente que a mensagem que dever passada é de esperança e de confiança. A convicção o dirigente e essa confiança verifica-se ao ponto de, nesta fase, ainda não se atirar a toalha ao chão no que à realização da festa do futebol distrital diz respeito. “Acima de tudo quero passar uma mensagem de confiança; sabemos que os clubes têm feito tudo e mais alguma coisa para que tudo corra bem. É importante que cada um de nós faça a nossa parte. O que gostaria era que os meninos jogassem, os treinadores gritassem, os adeptos aplaudissem, os árbitros apitassem e tivéssemos a Taça AF Braga, que não podemos ter, para fazer a festa do futebol distrital. Mas, ainda não está posta de parte essa festa. Se em junho tivemos condições em termos sanitários pensaremos em fazer na mesma a entrega de troféus, a quem os venceu. podendo fazer um jogo entre o primeiro de cada divisão, por exemplo, vamos ver. Temos é que cada um fazer a nossa parte”, remata Manuel Machado..
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Fator casa dita leis no arranque do campeonato BRUNO JOSÉ FERREIRA
Classificação | Futebol Campeonato Pro-nacional - AF Braga - 2020-2020 # 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
CLUBE Joane Santa Eulália Vieira Os Sandinenses Serzedelo Arões Ponte Taipas Ribeirão 1968 Porto d'Ave Ronfe Torcatense
P
J
V
E
D
GM
GS
9 7 4 4 3 3 3 3 1 1 1 0
3 3 2 3 2 3 1 3 2 3 2 1
3 2 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0
0 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 0
0 0 0 1 1 2 0 2 1 2 1 1
8 5 2 3 2 3 2 4 1 2 2 0
1 1 0 4 1 5 1 5 2 6 7 1
CC Taipas criou equipa B para dar minutos aos juniores
BRUNO JOSÉ FERREIRA
Derrotas fora de portas e um triunfo em casa, no Campo do Montinho, é o balanço dos três jogos disputados até agora pelo CC Taipas no Campeonato Pró Nacional da AF Braga. O fator casa tem ditado as suas leis numa época atípica em que a equipa de Rui Castro viu as duas primeiras jornadas ser adiadas em virtude da pandemia. Em três jogos o conjunto taipense soma igual número de pontos, fruto do triunfo alcançado em casa frente à equipa do Porto D'Ave, tendo perdido nas deslocações a Arões e a Vieira do Minho. Texto Bruno José Ferreira
3-1 ARÕES
2-0
3-0 CC TAIPAS
CC TAIPAS
PORTO D'AVE
VIEIRA
CC TAIPAS
Jornada 3 - 7 de novembro de 2020
Jornada 4 - 15 de novembro de 2020
Jornada 5 - 22 de novembro de 2020
Após um longo período sem competição em virtude da pandemia, na qual passou por um período de quarentena, a equipa do CC Taipas estreou-se no Pró Nacional apenas à terceira jornada com a deslocação ao terreno do Arões, perdendo por três bolas a uma. Com uma entrada vem falso, o CC Taipas começou praticamente a perder ao sofrer o primeiro golo logo aos seis minutos. Os pupilos de Rui Castro ainda chegaram ao empate antes do intervalo, na transformação de um penálti por parte de Zé Grande. Contudo, o CC Taipas acabou por sucumbir na segunda metade ao sofrer dois golos, não conseguindo somar pontos no primeiro jogo do campeonato, uma vez que as duas primeiras jornadas foram adiadas devido a casos de infeção por Covid-19.
A estreia em casa do CC Taipas demonstrou uma equipa com enorme personalidade, levando de vencida a equipa do Porto D’Ave com um resultado contundente e com uma exibição prometedora. Os taipenses dominaram o jogo em todos os seus capítulos, abrindo o ativo aos 24 minutos com um golo de grande penalidade apontado por João Ribeiro. Doze minutos depois André Bicudo fez o segundo e, já na segunda parte, Pedro Campos foi ao ataque fechar a contagem de pé esquerdo, carimbando o triunfo por três bolas a zero. Um resultado que não sofre contestação e podia ter sido ainda mais expressivo, caso houvesse mais discernimento para efetivar as oportunidades flagrantes registadas na fase final do encontro, em que o Taipas teve várias ocasiões para marcar.
Conquistado o primeiro triunfo e os primeiros pontos da época com uma vitória sem mácula, o CC Taipas viajou até Vieira do Minho com a perspetiva de continuar o crescimento verificado no triunfo frente ao Porto D’Ave, mas foi surpreendido pelo Vieira, acabando derrotado por duas bolas a zero. O resultado foi construído na segunda metade, com o CC Taipas a sofrer o primeiro golo ao minuto 51. Reagiu ao golo sofrido o emblema taipense, procurou o empate, mas sem sucesso, sendo que o Vieira acabaria por confirmar o triunfo já no período de descontos, quando passavam cinco minutos para lá dos noventa, ao fazer um segundo golo que arrumou com as aspirações taipenses de chegar, pelo menos, ao empate neste encontro.
O CC taipas criou uma equipa B sénior para competir no escalão mais baixo da AF Braga, integrando a Série D da 1.ª Divisão. A criação desta nova equipa sénior tem como objetivo formar um grupo sub-23, dando assim uma oportunidade competitiva aos jovens que estão na fase final da formação numa altura em que há muitas dúvidas relativamente aos campeonatos de formação, nomeadamente aos juniores, que em virtude da pandemia estão sem competir. “Tendo em consideração a atual indefinição sobre os campeonatos mais jovens, e com o intuito de dar competitividade aos atletas juniores”, pretende a direção do clube “tentar cativar ex-atletas da formação do clube e outros que tenha potencial para numa fase
mais avançada terem oportunidade de até representar a equipa principal”, anunciou o CC Taipas em comunicado. Este projeto não estava pensado para implementar no imediato, mas dadas as atuais contingências a equipa B será uma realidade e terá Miguel Silva como técnico, que estava escalonado para treinar os sb-19. A equipa B do CC Taipas já realizou dois jogos oficias, somando uma derrota e um triunfo. Na estreia o conjunto secundário do CC Taipas perdeu no terreno do Cavez por três bolas a zero. No primeiro jogo em casa, disputado no Campo n.º2 do Montinho a equipa orientada por Miguel Silva venceu o cepanense pela margem mínima, com um golo de grande penalidade.
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Dezembro de 2020
reflexo
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DESPORTO CART ainda não perdeu e está na vice-liderança da tabela classificativa ARQUIVO REFLEXO
Texto Bruno José Ferreira
A equipa sénior de hóquei em patins do CART está a realizar um arranque de temporada positivo e, disputadas quatro jornadas da Zona A da 3.ª Divisão Nacional ainda não sabe o que é perder, somando três triunfos e um empate. Resultados que colocam a equipa de Orlando Ribeiro no segundo lugar da tabela classificativa e abRem perspetivas para a realização de uma boa época. Orlando Ribeiro, treinador do CART, assume que este arranque de época está a correr dentro das expetativas. “Temos três vitórias e um empate nos jogos disputados. O empate que temos acaba por penalizar um pouco o que foi a nossa abordagem ao jogo. Fomos um pouco PUBLICIDADE
displicentes, acabámos por dar uma parte de avanço e por isso não ganhámos esse jogo. De resto, tem sido um pouco o que esperávamos, jogos muito disputados, todos eles muito equilibrados em que temos conseguido ser competentes para conseguir as vitórias. Em relação ao que nos propusemos e o que está a ser feito até agora, propusemo-nos a lutar pelos jogos todos e é o que estamos a fazer num campeonato, como já disse, extremamente competitivo”, assegura o técnico. Contudo, o técnico reconhece que pelo facto de estarmos numa temporada atípica devido à pandemia é mais difícil manter os padrões normais e até um pouco da motivação nos treinos dada a ausência de competição. “Há uma vertente diferente que vai ser
muito difícil de gerir, que é o facto de nós não estarmos a fazer um campeonato regular em termos de jogos ao final de semana. Os jogadores treinam e motivam-se por ter um compromisso para competir ao fim-de-semana. Não estamos a fazer isso com regularidade. Provavelmente apenas vamos fazer um jogo até ao final do ano, da Taça, esse será feito porque já entram as equipas da 1.ª Divisão. Em termos de campeonato fica tudo um pouco difícil, com estes confinamentos, com estas proibições de circular entre concelhos, e é difícil preparar uma equipa. Este é um campeonato atípico, mas vamos sempre pensar jornada a jornada e neste momento estamos a levar a bom porto os nossos objetivos, estamos a lutar por todos os jogos mesmo estando
conscientes de que não os vamos ganhar todos. Acreditamos plenamente que vamos ganhar bastantes jogos”, refere Orlando Ribeiro em declarações o Reflexo. Esta confiança advém das garantias que o grupo de trabalho dá, essencialmente na vertente de grupo enquanto coletivo, fator que o técnico considera ser essencial. “Na minha ótica enquanto treinador as equipas constroem-se com atletas e depois, com maior ou menor qualidade, com mais ou menos virtudes, com um grupo. Se não tivermos um coletivo e um grupo forte não vamos lá chegar. Temos um grupo com competência, um misto de experiência e de juventude com valor, se conseguirmos trabalhar sobre vitórias seguramente que vai transmitir confiança e vai permitir que naqueles jogos em que perdemos o ano passado por uma diferença mínima, este ano se calhar vamos abordá-los de forma
diferente. Um grupo forte forma-se com vitórias”, aponta. Este fator pode ser importante para evitar que os resultados pendam para os adversários nos pormenores, sendo que Orlando Ribeiro recorda o exemplo do ano passado. “O grupo não se alterou muito em relação ao ano passado, em que acabamos por ser muito penalizados por pormenores. Fizemos jogos altamente intensos com os adversários que acabaram por disputar a liguilha para subir de divisão, mas acabamos por perder esses jogos por pormenores, diferenças mínimas de um golo em jogos que poderiam ter caído para nós e não caíram. Formos muito penalizados na parte final por isso. Este ano temos essa experiência e, de facto, ir ganhando é mais fácil, porque as pessoas acreditam mais no projeto, na ideia, identificam-se por se ganha e fica mais fácil ao treinador passar a mensagem”, conclui.
Classificação | Hóquei em Patins Seniores - 3ª divisão nacional - Norte - 2020/2021 #
CLUBE
P
J
V
E
D
GM
GS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
GDC Fânzeres CART/Guimagold AS Limianos HC Penafiel HC Maia HC Braga B Académico FC HC Marco HC Fão CRPF Lavra ED Viana HC Santa Cruz
15 10 7 6 6 4 3 3 1 0 0 0
5 4 3 3 3 4 2 2 4 1 3 4
5 3 2 2 2 1 1 1 0 0 0 0
0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0
0 0 0 1 1 2 1 1 3 1 3 4
42 17 11 29 16 17 9 9 12 3 6 13
12 13 5 12 9 20 11 11 30 4 11 42
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CART abandonou o Campeonato Nacional da 3ª Divisão de voleibol DR
Vítor Rodrigues corre 251 km em 24 horas e bate record nacional
DR
Texto Manuel António Silva
A poucas horas do primeiro jogo oficial da equipa sénior feminina de voleibol, o CART deu conta no passado dia 7 de novembro da sua desistência do Campeonato Nacional da 3ª Divisão de voleibol feminino. As atletas mostram “indisponibilidade de continuar a treinar e jogar” no atual cenário de pandemia que o país atravessa, deu conta o emblema taipense através de um comunicado. Na base desta decisão está a indisponibilidade demonstrada pelas atletas em treinar e jogar no cenário de pandemia que o país atravessa, que tem sido pintado de negro pelas entidades competentes, nomeadamente pela ministra da Saúde, Marta Temido, em recentes declarações públicas, bem como, por Marcelo Rebelo de Sousa, na sua declaração ao país
relativa à entrada em vigor do de novo estado de emergência. Para os responsáveis da coletividade taipense, “neste momento particularmente sensível, o mais sensato seria a entidade que organiza esta competição decretar a suspensão por 30 ou 60 dias, ou até janeiro de 2021, analisando depois a existência de condições de segurança aceitáveis para se poder competir. Como as indicações de que dispõem não vão nesse sentido não nos resta outra alternativa se não a desistência imediata! Nunca iremos sobrepor o Desporto, neste caso o voleibol amador, à nossa saúde, ao nosso bem-estar, à saúde dos nossos familiares/amigos e à comunidade em geral”, referem no documento. Esta decisão, para já, referente apenas à equipa sénior, pode ser acompanhada de outras em relação a outros escalões
e modalidades onde os atletas também não sintam a segurança necessárias para continuar a treinar e jogar. Recorde-se que no início do passado mês de outubro esta mesma equipa disputou o acesso à 2.ª Divisão Nacional da modalidade. A formação orientada por Pedro Freitas defrontou na primeira partida a equipa do CD Fiães e sofreu uma derrota por 3-0, com os parciais de 21-25, 22-25 e 17-25, numa partida equilibrada, como se constata pelos números, mas que acabou por cair para o lado da formação do Fiães. Com esta derrota no primeiro jogo a equipa de voleibol feminino do CART ficou desde logo arredada da disputa da subida de divisão, acabando por abandonar a competição sensivelmente um mês depois, desistindo da participação na 3.ª Divisão Nacional de voleibol feminino.
O atleta Vítor Rodrigues, bateu no passado sábado, 5 de dezembro, o record nacional de distância percorrida em 24 horas, suplantando a anterior marca. A correr com as cores do Vitória SC, Vítor Rodrigues percorreu 256,1 km durante 24 horas, de forma ininterrupta, conseguindo fazer mais 15km do que o anterior máximo que estava estabelecido. Mesmo em condições climatéricas pouco favoráveis, com
temperaturas muito baixas, chuva e vento forte, Vítor Rodrigues conseguiu atingir a meta a que se propôs neste evento de consciencialização para a saúde mental "Run 4 Your Brain". Depois de em junho ter vencido a Portugal 281 Ultramaratona, prova na qual percorreu 281km, o atleta natural de Souto Santa Maria voltou a superar-se com mais um feito assinalável.
CTM Taipas eliminado da Taça de Portugal na 1ª Eliminatória O Clube de Ténis de Mesa das Taipas foi este domingo afastado da Taça de Portugal da modalidade, ao ser derrotado em casa, na Escola Secundária das Taipas, por um parcial de zero a três pelo CTM Lousada. Tratou-se do primeiro jogo do CTM Taipas após ter sido cumprido isolamento por parte de alguns atletas, o que obrigou a que o clube suspendesse a atividade. Atuaram pelos taipenses João Ribeiro, Joaquim Magalhães e Pedro Castro no jogo
da 1.ª Eliminatória da prova. Esta é uma eliminação considerada “prematura” pelo presidente da Coletividade, Domingos Marques”. O foco do Clube de Ténis de Mesa Taipas volta-se agora para o campeonato, para 2ª Divisão Zona Norte do Campeonato Nacional, onde a equipa taipense está no topo da classificação depois de ter somado vitórias nas duas jornadas realizadas até agora, frente ao Bairro da Misericórida e ao ATM Pousada.
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Dezembro de 2020
reflexo
#294
Obituário
António Fernandes Lima
Luísa de Lima Baptista
No dia 30 de Outubro, na sua residência, faleceu o Sr. António Fernandes Lima, com 78 anos de idade, casado com Aurora Vieira Capela, residente que foi na Rua da Liberdade, Sande (São Lourenço), Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Capela do Espírito Santo – Sande (São Lourenço), indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.
No dia 20 de Novembro, no Hospital Fernando Pessoa Gondomar, faleceu a Sr.ª Luísa de Lima Baptista, com 76 anos de idade, casado com Joaquim de Oliveira Ribeiro, residente que foi na Travessa de Pomardufe, Ponte, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se no Cemitério de Ponte, indo depois a sepultar neste cemitério.
João Capela de Lima
Joaquim Gonçalves da Rocha
No dia 30 de Outubro, na sua residência, faleceu o Sr. João Capela de Lima, com 55 anos de idade, solteiro, residente que foi na Rua da Liberdade, Sande (São Lourenço), Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Igreja de São Lourenço de Sande, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.
No dia 24 de Novembro, no Hospital Senhora da Oliveira, faleceu o Sr. Joaquim Gonçalves da Rocha, com 62 anos de idade, casado com Ana Ferreira Ribeiro Gonçalves, residente que foi na Rua do Eirado, Balazar, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se no Cemitério de Balazar, indo depois a sepultar
Maria Silva da Costa
Manuel da Costa e Silva
No dia 4 de Novembro, na sua residência, faleceu a Sr.ª Maria Silva da Costa, com 84 anos de idade, viúva de Manuel de Castro, residente que foi na Rua do Souto Novo, Corvite, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Igreja de Corvite, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.
No dia 25 de Novembro, na sua residência, faleceu o Sr. Manuel da Costa e Silva, com 91 anos de idade, viúvo de Olinda Pinto Maia, residente que foi na Rua Nossa Senhora dos Remédios, Caldelas, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Capela de São Tomé de Caldelas, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.
Maria da Silva
Teresa de Lima
No dia 7 de Novembro, na Casa de Saúde de Caldelas, faleceu a Sr.ª Maria da Silva, com 94 anos de idade, viúva de Joaquim da Silva, residente que foi na Rua 24 de Junho, Ponte, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se no Cemitério de Ponte, indo depois a sepultar neste cemitério.
No dia 27 de Novembro, no Hospital Senhora da Oliveira, faleceu a Sr.ª Teresa de Lima, com 80 anos de idade, viúva de José Francisco Mendes Salgado, residente que foi na Rua Central, Prazins (Santo Tirso), Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se no Mosteiro de São Salvador de Souto, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.
Emília Ribeiro Dias de Freitas
Maria de Freitas
No dia 19 de Novembro, no Hospital da Luz - Guimarães, faleceu a Sr.ª Emília Ribeiro Dias de Freitas, com 85 anos de idade, viúva de Pedro Manuel de Carvalho Gonçalves, residente que foi na Travessa das Cancelas, Prazins (Santo Tirso), Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Igreja de Santo Tirso de Prazins, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.
No dia 28 de Novembro, no Hospital Senhora da Oliveira, faleceu a Sr.ª Maria de Freitas, com 96 anos de idade, viúva de José Maria Martins, residente que foi na Travessa dos Lameiros, Sande (São Martinho), Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Capela de São Tomé de Caldelas, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.
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Manik Mané com Steven Gerrard, treinador do Rangers, na conferência de imprensa do jogo com o SC Braga
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