Reflexo #297 2021-03

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Março de 2021 / Ano XXVIII / #297

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19/02/2021 11:59

Miguel Oliveira: "Instituto Cidade de Guimarães aposta na proximidade à indústria local" p. 08

REPORTAGEM

Tesouras e pentes parados: barbearias esperam fim da pandemia p. 04 a 07

Taipas-Turitermas volta a agitar a reunião do executivo vimaranense Ação em tribunal e pedido de auditoria voltam a questionar gestão da cooperativa termal.

p. 06

Associação Humanitária dos Bombeiros das Taipas José das Neves Machado demitiu-se da presidência dos Bombeiros ao fim de quase três décadas.

p. 10

CART retoma atividade em abril Quase cinco meses após a última partida para o campeonato, hóquei tem regresso agendado para 18 de abril.

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CASA DE PARTIDA SOBE Instituto Cidade de Guimarães

Não há volta a dar. As Com um investimento medidas ao combate ao novo de 12 milhões de euros, vai coronavírus têm levado ao complementar o edifício desmoronamento de muitos onde funciona o grupo 3Bs, negócios. Não faltam exemdesde 2008. plos de proximidade de lojas Oito novas salas de inque estão a fechar porque as vestigação, destinadas aos pessoas não aguentam estabiomateriais marinhos e rem tanto tempo com os seus a laboratórios químicos, espaços comerciais fechados. juntando outros espaços Um dos negócios passa polivalentes, permitirão nopelos cabeleireiros. Destaque vas condições para que os desta edição, damos conta de investigadores possam detrês das casas do género, das senvolver os seus trabalhos. mais antigas da vila e que não Sem dúvida, como já essabem o que fazer à vida, sem crevemos diversas vezes, os poderem pegar no “pente e 3 Bs são a âncora do Avepark tesoura” para desenvolverem e espera-se que continue a a sua arte. ser o motor deste parque de Maldito vírus. ciência e tecnologia.

EDITORIAL Alfredo Oliveira

A instabilidade nos Bombeiros Os Bombeiros Voluntários das Caldas das Taipas são, enquanto instituição local, uma das referências da vila e uma das mais respeitadas a nível nacional. Com altos e baixos no seu percurso, foram conseguindo, em crescendo, tornar-se em algo de que qualquer taipense se pode orgulhar. Têm um corpo operacional eficiente e bem equipado e uma direção que, nestas três últimas décadas, conseguiu catapultar a associação para níveis nunca atingidos e, num meio como Caldas das Taipas, coisa que não é de somenos importância, manter-se afastada dos holofotes político-partidários. Manter uma corporação unida e focada na sua tarefa principal, salvar vidas e servir a comunidade, não é tarefa fácil. Manter esse foco ao longo de três décadas é algo que está ao alcance de poucos. José das Neves Machado conseguiu isso e, juntamente com todos os elementos das direções que trabalharam com ele, estão de parabéns e a vila só tem de reconhecer esses méritos. Em termos individuais, José das Neves Machado já teve esse reconhecimento da parte de várias associações taipenses e de instituições políticas, da Câmara Municipal de Guimarães à Junta de Freguesia. Deveria ter acabado o seu último mandato de uma forma tranquila. Tal não foi possível. A 12 de fevereiro, num comunicado dirigido ao Comando, Corpo Ativo e funcionários da corporação, José das Neves Machado justificou a sua saída com motivos relacionados com a sua saúde. Ninguém terá dúvidas que José das Neves Machado deu aos Bombeiros tudo aquilo que podia e, será mais do que justo, aos 84 anos, poder ter uns momentos de maior tranquilidade. Nesta edição temos ainda uma reportagem dos profissionais de “pente e tesoura”, que marcaram os penteados das últimas décadas desta região. Não haverá população masculina que não se tenha sentado nos bancos típicos do salão destes barbeiros.

reflexo O Norte de Guimarães

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PUBLICAÇÃO MENSAL / N.º 297/ Março de 2021 / Ano XXVIII Depósito Legal n.º 73224/93 - Registo n.º 122112 // PROPRIEDADE e EDITOR RFX, Ld.ª - Empresa jornalística registada na E.R.C., em 13 de Abril de 2015, com o n.º 223926 NIF 513 082 689 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Pedro Filipe de Azevedo Oliveira Marques Vieira; José Dâmaso da Cruz de Castro Lobo; José Henrique Fernandes da Cunha; Alfredo Jorge Salazar Rodrigues de Oliveira; Manuel António Martinho da Silva; António Paulo Duarte Marques de Sousa DIRECTOR Alfredo Oliveira REDAÇÃO José Henrique Cunha; Manuel António Silva; Pedro Vilas Cunha, Bruno José Ferreira, Carolina Pereira, Tiago Mendes Dias, Pedro Esteves e Hugo Marcelo CONTACTO Av. da República, 21 – 1.º Dto. - Apartado 4087 4806-909 Caldas das Taipas TEL./FAX: 253 573 192 - Email: jornal@reflexodigital.com TIRAGEM 1500 EXEMPLARES EXECUÇÃO GRÁFICA IMPRESSÃO Diário do Minho - Braga Rua de Sta. Margarida, 4 A - 4710-036 Braga COLABORADORES António Bárbolo; Carlos Marques; Carlos Salazar; Manuel Ribeiro; Augusto Mendes; Pedro Martinho; Teresa Portal REVISÃO DE TEXTO Maria José Oliveira FOTOGRAFIA Lima Pereira; Reflexo; Fotografia Matos ESTATUTO EDITORIAL disponível em www.reflexodigital.com


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REPORTAGEM

Barbeiros esperam sinal verde para tirar pentes e lâminas do repouso REFLEXO

Cafifa, Marcelino e Matias. Três salões e três nomes familiares aos taipenses que se habituaram a cortar cabelo e barba na vila. Anos depois, alguns dos "herdeiros" do ofício dizem estar a atravessar, devido à pandemia, "o pior momento" como profissionais. De portas fechadas há mais de um mês, esperam notícias que coloquem um ponto final na incerteza que vive o setor. Reportagem Pedro C. Esteves A certa altura alguém disse a Duarte Neves que ele tinha uma “barbearia de comunidade”, um lugar de congregação onde as conversas, como plasticina, se iam moldando consoante o passar das horas. Desembocava, maioritariamente, na caça ou nos últimos acontecimentos do mundo da bola e o colóquio entretinha momentos menos atarefados. Aqui, para além de barbas para aparar e cabelos para cortar, “comunicava-se”. Depois de muitos anos a trabalhar na vila, depara-se agora com um panorama atípico. No entanto, e se é verdade que o golpe provocado pela pandemia foi duro, não há sinal de embotamento no estabelecimento recheado de espelhos e fotografias de outros tempos. Também não há, porém, a quem colocar a bata e sentar nas poltronas de couro. Cenário semelhante replica-se nas barbearias de todo o país, inclusive nas de Jorge Teixeira e António Freitas, que partilham o ofício de Duarte Neves. Os salões estão

fechados, os barbeiros em casa. É assim desde 15 de janeiro, altura em que entrou em vigor o primeiro estado de emergência de 2021. Quem barbeia e corta por profissão não tem dúvidas: é o período mais complicado que atravessam como profissionais. “[Falta] essa comunicação, os contactos. A gente vinha para aqui e falava de tudo e mais alguma coisa. É complicado para uma pessoa com quase 69 anos passar agora por isto. Já podia abandonar o trabalho porque tenho idade suficiente, mas não me sinto bem, o que é que eu vou fazer? Além de ganhar algum, como se costuma dizer, vai-se passando o tempo, com os amigos”, explica Duarte Neves. Depois da tropa, montou um salão na Rabata, mas acabou por fixar-se na Avenida da República. Está lá há cerca de 30 anos, naquele cantinho escondido pela sacada de um prédio, sinalizado pela placa onde se lê “Neves Cabeleireiros”. Os quadros colados às paredes

remetem para a juventude, para períodos em que a tesoura e a navalha ainda não eram protagonistas. Trabalhou durante muitos anos, de segunda-feira a domingo, sem nunca esquecer o mote da mãe: um homem com uma tesoura e um pente ganha a vida. Assim o fez. Aprimorou a arte e cultivou amizades com quem se sentava na poltrona. Anseia por deixar para trás “os piores momentos” que chegaram à boleia da pandemia, mas lembra que o desassossego não começou este ano: “No ano passado estivemos fechados um mês e meio”. “Este ano vai a caminho disso”, complementa. E as portas vão manter-se fechadas por mais algum tempo. O Governo aprovou, no decorrer da última semana de fevereiro, as medidas que regulamentam o novo decreto do Estado de Emergência, que estará em vigor entre as 00:00h do dia 02 de março e as 23:59h do dia 16 de março. O Conselho de Ministros decidiu manter em vigor

as medidas do anterior Estado de Emergência – ou seja, barbearias e cabeleireiros vão permanecer encerrados. Poucos dias antes de serem conhecidas as medidas do 12.º estado de emergência, trabalhadores do sector dos cabeleireiros e barbearias juntaram-se para criar o movimento “Estamos por um fio”. Segundo o manifesto, há 26 mil pessoas a trabalhar no sector em Portugal, distribuídas por mais de 10 mil salões. “É o pior momento. Uma pessoa não sabe como é que há de passar o tempo. Eu estou em casa e tenho saudades de vir para o trabalho. Faz falta”, desabafa António Freitas, sentado na poltrona verde da Barbearia Freitas. Começou a manobrar tesouras e lâminas aos 12 anos no salão do tio e nunca mais se desviou do caminho. A paixão apareceu por necessidade, os pais tinham seis filhos e com meia dúzia de anos começou a trabalhar no salão de Francisco Mota. Não houve grande tempo para

estágios. “Nos primeiros dias comecei a ver, mas o meu tio pôs-me logo a trabalhar, antigamente era assim, não era andar meses e meses a aprender, era logo praticamente na hora”, recorda. No final da década de 80 começou a trabalhar por conta própria. Com as navalhas, os pentes e as tesouras parados há mês e meio, no salão atual, no centro comercial Passerelle, assume que os anos vão pesando – “começo a ficar mais cansado”. Para além dos cabelos e das barbas, falta-lhe a rotina. É também pelas amizades que anseia regressar à labuta. “Uma pessoa está habituada a conviver com o cliente e isso faz falta. No primeiro confinamento, as pessoas estavam assustadas. Nem vinham. Estávamos aqui horas e horas sem fazer nada”. “Tenho essa rotina há 45 anos. Não é fácil parar”, acrescenta. Os cortes caseiros e o medo

E como vai ser quando,


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eventualmente, as camadas de proteção dos sucessivos estados de emergência forem levantadas? Jorge Teixeira vaticina tempos complicados para quem vive ganha a vida neste ramo: “Muitos não se vão segurar. Ou começam a trabalhar à revelia, ao domicilio, ou então há muitos deles que não vão ter muitas hipóteses de se segurar”. Dos três barbeiros com quem o Reflexo esteve à conversa, Jorge é o mais novo. A Barbearia Teixeira abriu nas Taipas no início da década de 90 perto da extinta Clínica de Santa Teresa. Entretanto, estabeleceu-se poucos metros ao lado, na Rua Professor Manuel José Pereira. O pai tem uma longa vida dedicada à função e encorajou o filho a seguir o caminho. Não foi amor à primeira vista, mas começou a engraçar com a profissão, agora é um trabalho que admira e elogia: “É uma profissão linda”. Com as portas fechadas, Jorge reconhece que “desde a primeira vaga da pandemia nunca mais foi o mesmo”. “Houve clientes que foram a outros sítios e nunca mais voltaram, outros compraram máquinas e desenrascaram-se em casa. E depois outros começaram a vir, mas aos poucos. E desta vez vai ser igual ou pior”, analisa. Para o barbeiro, o setor da beleza e cosmética poderia ser um dos 52 tipos de estabelecimentos com autorização para operar dentro das normas de segurança. Dá um exemplo: “Eu não vejo qual é a diferença entre eu não poder estar aqui com um único cliente, de máscara e por marcação, e poder ir fazer compras a um centro comercial com mais 40 e 50 pessoas”. Este é também um dos argumentos levantados por uma série de associações ligadas ao setor da beleza e cosmética. “O setor dos cuidados pessoais é dos mais bem preparados, com regras de segurança impostas para o seu funcionamento, para evitar a propagação da pandemia”, lia-se no comunicado emitido em finais de janeiro por várias associações. “No confinamento anterior, ficou comprovada a relevância deste setor e dos seus serviços para a higiene, saúde, autoestima e bem-estar dos portugueses”. No comunicado citado pela agência Lusa, as diversas associações chamam atenção para a iniciativa “O Seu Espaço Seguro”, que reforça a garantia de cumprimento

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das medidas de segurança e de higiene para a contenção da covid-19, implementadas na reabertura dos estabelecimentos dos cuidados pessoais no início de maio”. Estas medidas incluem, entre outras, a imposição de um número limitado de pessoas dentro de um estabelecimento, o acesso aos serviços apenas por marcação, a higienização regular do espaço comercial, a obrigatoriedade de utilização de máscaras, a desinfeção e lavagem frequente das mãos pelos profissionais e clientes, a desinfeção e esterilização dos utensílios profissionais e a utilização de descartáveis e/ou esterilização dos materiais não descartáveis que são de utilização única. As holandesas e a caça

Sem poder receber clientes, o período é propício à nostalgia e para explorar a particular relação cliente-barbeiro. Naqueles poucos metros quadrados do salão cruzam-se faixas etárias, classes sociais e experiências distintas, fomentam-se relações. É também a isto que Jorge Teixeira se refere quando fala “numa profissão linda”. “Nós conversamos com muita gente, há clientes que falam da vida deles, dos problemas deles, outros que são mais reservados. Nós é que nos temos que adaptar a cada cliente. Aquele cliente que gosta de brincar, nós brincamos; aquele cliente que gosta pouco de falar, a gente respeita. Mas aprendemos muito, muito mesmo. Há clientes que nos dão lições de vida. Às vezes chegamos à conclusão que temos sorte”, assinala. Com 69 anos, Duarte Teixeira foi ouvidos de muitas histórias. Começou a gizar o plano de abrir um salão enquanto estava na tropa. Antes do serviço militar, passou pelas cutelarias, pela Câmara Municipal e, pelo meio, arranjava tempo para os salões e para as tesouras. Na tropa, “safou-se”. “Cortava o cabelo aos recrutas, ganhei dinheiro para fazer a tropa, e depois quando vim é que montei o salãozinho na Rabata, estive lá uns anos, casei, o meu irmão trabalhava na Póvoa de Lanhoso e eu então trouxe-o, montei aqui em baixo”, explica. “Tenho clientes que andavam na tropa e, quando regressaram, pediam para cortar o cabelo. E eu ia cortar a casa da minha mãe, era onde combinávamos”.

Há muitos anos ligado ao associativismo taipense, Duarte Neves “gosta de estar dentro das coisas”. Encontrou na caça – “um dos maiores prazeres na vida” – um escape à torrente de más notícias e ao stress provocado pela pandemia de covid-19. Como não pode trabalhar, pega no jipe do clube de caça e vai por aí fora “inspecionar a fauna”. “Pego nele e vou dar uma volta pelo monte a ver se há coelhos, se não há”, concretiza o barbeiro. António Freitas tem ocupado o tempo por casa. O último dia em que trabalhou “foi uma loucura”. Para precaver a possibilidade de enfrentarem semanas descabelados, os clientes acorreram às barbearias à última hora. O resultado foi uma empreitada que começou de manhã e terminou já perto das dez da noite. Passou da azáfama à quietude e ainda se está a adaptar. Tarefa difícil para quem está habituado a desbastar penugem há 45 anos. Aprendeu com tio, mas também com os erros – que, por vezes, deixavam marca. “Ao início estava nervoso, nunca tinha cortado barbas na vida, e o meu tio punha-me a cortar. Depois ele ia acabar, de vez em quando vinha um golpezinho, que era o normal, e depois o meu tia vinha estancar o sangue. E era assim. E no cabelo igual, começava o cabelo, ele vinha acabar”, recorda. Acabou por ser uma boa escola, os clientes eram da vila e formaram-se amizades. Só que no verão não era bem assim: entravam em cena os “forasteiros”, como apelida António, com um sorriso nos lábios. “No verão havia as termas, havia campismo”, lembra, “e nessa altura nós tínhamos uma tabela, e a tabela de preços era aplicada aos forasteiros, o cliente da vila tinha sempre um preço especial, era ordem do patrão. Quando vinha o forasteiro, pagava a tabela. Havia muito turismo, vinham holandeses, alemães, franceses, até que o meu patrão se metia a cortar cabelos às mulheres holandeses. Cortava, depois tirava fotografias e punha lá no salão. Era malandro”. O futuro do setor é incerto e sem promessas de um verão taipense tão animado como o da infância de António Freitas. Resta aos barbeiros esperar pela boa nova. Neste momento, passa por conseguirem abrir as portas o mais rápido possível e tirar o pó aos pentes e tesouras em repouso há mais de um mês.

REFLEXO

As poltronas dos barbeiros não têm acomodado ninguém nas últimas semanas.

Duarte Neves abriu a barbearia na Avenida da República há cerca de 30 anos.

Os irmãos Freitas no salão da barbearia instalada no Passerelle.

"Não vamos voltar a ter, a breve prazo, uma crise tão grave como esta".


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ATUALIDADE

Ação em tribunal e pedido de auditoria voltam a questionar gestão da Tutitermas apresenta, que remeta este assunto para o Ministério Público ou para o tribunal. Já lhe disse isso por escrito três ou quatro vezes. Reúna as condições, se necessário com ajuda dos vereadores, se assim entender que há tanta coisa por resolver, remeta-se para o Ministério Público ou então outras instâncias. Se se põe em causa o funcionamento da Turitermas, então tem que ir a efeitos para outras entidades de investigação”, sustentou Domingos Bragança, desabafando que “não vale a pena criar casos que não existem”. “Há qualquer coisa que não bate certo, mas para todos”

Cooperativa Taipas Turitermas voltou a ser amplamente debatida em reunião de câmara após notícias de alegado assédio moral ao seu secretário-geral. Oposição pede “cabal esclarecimento do que se passa” e exige uma auditoria. Presidente da câmara reconhece que “algo não bate certo” e remete o assunto para os tribunais. Reportagem Bruno José Ferreira O verniz voltou a estalar em torno da Taipas Turitermas, sendo a cooperativa municipal uma vez mais debatida em reunião de câmara pelo executivo municipal. Em causa está um caso de alegado assédio moral ao secretário-geral da Taipas Turitermas, Pedro Pereira, irmão do médico ortopedista Hélder Pereira. A notícia foi adiantada pelo Jornal de Notícias na sua edição de 6 de fevereiro, dando conta de uma ação no Tribunal do Trabalho intentada por Pedro Pereira, que exige “pelo menos 74 mil euros por ter sido afastado e perseguido no posto laboral”, queixando-se de ser vítima de “situações humilhantes”. Este caso está ligado à denúncia da existência de conflito de interesses entre a Taipas Turitermas e uma empresa privada, aludindo a um pretenso desinvestimento na Taipas Termal face à entidade privada que foi criada e que contém serviços concorrentes aos da Taipas Termal, a Clínica Médica de Saúde

da Taipas Turitermas. Tais factos levaram Bruno Fernandes, presidente da comissão concelhia de Guimarães do Partido Social Democrata (PSD), a pedir “cabal esclarecimento sobre o que se passa na Taipas Turitermas”, exigindo mesmo uma auditoria externa às contas desta cooperativa. “O que é que se passa na cooperativa Taipas Turitermas? Vai a autarquia continuar a ignorar estas acusações? A imagem externa da cooperativa, e por arrasto do município, vai continuar a ser posta em causa sem um esclarecimento cabal? O secretário-geral, não um colaborador sem grandes responsabilidades, vem acusar a direção de assédio moral e de o terem esvaziado de competências e de funções. Perante esta cortina de acusações deve a autarquia de imediato ordenar uma auditoria independente, que esclareça de uma vez por todas os atos de gestão colocados em causa. Nomeadamente, a existência,

ou não, de conflito de interesses e de todo este processo que veio a público recentemente. Só assim é possível defender o bom nome da casa, nomeadamente do município e do senhor, que também está a ser acusado”, disse Bruno Fernandes, dirigindo-se diretamente ao presidente da Câmara. Bragança tem ouvido toda a gente

Domingos Bragança respondeu a Bruno Fernandes referindo que não compete ao presidente da câmara interferir neste tipo de processos: “Bruno Fernandes tem opiniões, eu tenho pareceres. Leituras legais da relação que o município de Guimarães tem com as cooperativas, vinculação à legalidade. O que nos vincula, Câmara Municipal, às cooperativas é o cumprimento do contrato-programa na sua execução”. Apesar disso, o líder máximo do município tem ouvido todos

os intervenientes, referindo que se o problema é assim tão grave deve ser avaliado por entidades de investigação e pelo Ministério Público, aconselhando Hélder Pereira a recorrer a essas instâncias, recordando, no entanto, que “para o bem e para o mal” Hélder Pereira foi vice-presidente da Taipas Turitermas. “Não se trata de um cooperante normal, foi vice-presidente da cooperativa. Para o bem e para o mal. Atendi várias vezes o Dr. Hélder Pereira, pessoa que tenho muita consideração, como médico, e com a relação que tenho tido com ele reconheço, e não sou só eu, o seu valor. Sempre disse ao Hélder Pereira, irmão do secretário-geral, que tivesse em conta os órgãos sociais: a assembleia geral, o conselho fiscal, e a própria administração da Turitermas. Sempre lhe disse que, se os órgãos sociais da Turitermas não lhe derem resposta bastante para aquilo que

Relativamente à auditoria solicitada por Bruno Fernandes, que pediu então uma “auditoria independente e clarinha que ponha isto a nu de uma forma objetiva”, Domingos Bragança frisou que sob o ponto de vista jurídico a câmara não pode mandar fazer auditorias às empresas. De qualquer das formas, Bragança relembra que as contas em causa foram aprovadas pelos cooperantes e mereceram um voto de louvor. “As contas que foram postas em causa foram as de 2019 e a assembleia geral de cooperantes, o órgão máximo da cooperativa, aprovou essas contas e, além de as aprovar, aprovou um voto de louvor. Como é que se faz? Então os cooperantes aprovam um voto de louvor e o presidente da Câmara vai fazer uma auditoria? Há qualquer coisa que não bate certo, para todos, e o presidente da Câmara não pode estar a imiscuir-se nas questões em que órgãos sociais têm de funcionar. O que me preocupa é o bom nome, a boa reputação e o futuro desta importante empresa termal para Guimarães e a Vila das Taipas, que continue com os seus projetos para o futuro de forma sólida e consistente”, concluiu. Um discurso similar ao de Sofia Ferreira, atual presidente da Cooperativa Taipas Turitermas, que questionada pelo Reflexo após a reunião de câmara limitou-se a dizer que está preocupada em defender os interesses da cooperativa. “Olho para esta situação como atual presidente da instituição e, portanto, olho com toda a serenidade e com toda a convicção de que tudo farei para defender o bom nome e os interesses da cooperativa”, disse Sofia Ferreira.


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Direito de Resposta Ao abrigo da Lei de Imprensa n.º2/99, de 13 de janeiro, artigos 24.º, 25.º e 26.º, o Reflexo – O Norte de Guimarães recebeu de Hélder Pereira o Direito de Resposta à entrevista a Sofia Ferreira publicado na edição de agosto de 2020, à notícia no Reflexo Digital publicada a 17 de setembro de 2020, à entrevista a Domingos Bragança publicada em dezembro de 2020 e à notícia publicada no Reflexo Digital – O Norte de Guimarães a 8 de fevereiro de 2021, que aqui reproduzimos:

Em primeiro lugar, apelo à tolerância do diretor do jornal Reflexo por permitir que evoque declarações a este órgão de informação que efetivamente ultrapassam o que está na Lei de Imprensa. No entanto, foi este avolumar de declarações diretas e indiretas que atingem a minha reputação que me levou a tomar esta posição pública. Na entrevista à atual presidente da direção da Taipas – Turitermas publicada em agosto de 2020, à questão “Não há, então, um desinvestimento nessa área?”, foi respondido que “Não entendo que haja desinvestimento. Vivemos este último meio ano que não é fácil de caracterizar e que também neste setor teve repercussões muito graves”. À questão “Já se inteirou do estado financeiro em que se encontra a cooperativa?”, foi respondido que “as contas da Turitermas são de conhecimento público”. A Dra. Sofia Ferreira só pode falar na ausência de desinvestimento porque, de facto, certamente não conhece o que foram os atos de gestão tidos recentemente pelo Dr. Ricardo Costa e pelo Engº José Maia Freitas. As contas da Turitermas não são públicas. As contas que foram apresentadas não refletem a realidade da clínica. Eu pedi as contas discriminadas por especialidade médica para vermos qual é a sua evolução antes e depois da aquisição pelo Dr. Ricardo de uma clínica concorrente. Para falar em não desinvestimento, teria de mostrar as contas que eu peço e que mostram que o número de especialidades médicas e o número de consultas por especialidade médica, desde o dia da minha denúncia, tem sido um esvaziar tremendo da clínica, colocando em causa mais de 50 postos de trabalho. Inclusivamente, o secretário-geral, veio-me núncio Jornal Reflexo pedir ajuda, para aumentar o número de consultas, para ajudar a pagar salários. Durante anos, permaneceram nomes de pessoas no EPETED site da Taipas Termal a publicitar consultas de médicos que não trabalhavam lá. No mês seguinte, a 17 de setembro, no Reflexo Digital, está escrito na notícia que dá conta da tomada de posse de Miguel Sousa, como diretor executivo da Taipas Termal, o seguinte, atribuindo-se a citação à Dra. Sofia Ferreira: “Desta decisão resultou celebrar um contrato para Miguel Sousa desempenhar as funções de diretor executivo da Taipas Turitermas ... esta é uma medida que surge no contexto de implementar nesta cooperativa uma “gestão cada vez mais profissional e eficiente.” Em relação à gestão, supostamente, "mais eficiente”, a gestão anterior, que eu tenha conhecimento, só foi alvo, publicamente, de louvores. Estranho que, só depois da minha denúncia, seja preciso mudar o gestor. Alega a Dra. Sofia Ferreira que, para exercer o suposto cargo, que não existe na cooperativa, de Diretor Executivo,

o Sr. Miguel Sousa teve de sair dos órgãos sociais por haver um conflito de interesses. Estranha-se! Porque no tempo da gestão do Engº José Maia Freitas, na qualidade de Presidente da Direção, chamou a si – ilegalmente – as mesmas funções do suposto Diretor Executivo, inexistente. Então? Pode ser-se membro da Direção e supostamente Diretor Executivo com o Engº José Maia, e aí não há conflito de interesse e, agora, com a Dra. Sofia Ferreira já há conflito de interesses?! Pois é, este cargo não existe e está ligado ao processo de perseguição de um trabalhador na empresa, pelo simples facto de ser meu irmão e, sendo essa perseguição uma consequência da denúncia que eu fiz. O próprio Presidente Dr. Domingos Bragança, recentemente em reunião de Câmara afirmou que esse, é um cargo de nomeação e que “não faz sentido serem lugares onde tenham estatuto como se fosse uma categoria profissional”. Recorde-se que a Dra. Sofia Ferreira afirmou que “a titularidade do cargo agora ocupado por Miguel Sousa, é pertença de Luís Soares”. Sucede que, além disto desmentir o Dr. Bragança, a verdade é que, nas palavras do Dr. Luís Soares, sob juramento, em tribunal, este cargo não existe! Também não existe, nas palavras do Dr. Ricardo Costa, assim como também não existe, nas palavras do Engº José Maia, ambos, igualmente, sob juramento. Posteriormente, na edição de dezembro de 2020, foi publicada uma entrevista ao Dr. Domingos Bragança, onde surge a seguinte questão sobre a Clínica Médica de Saúde: “A clivagem que se verificou entre os dois principais rostos desse projeto, Ricardo Costa e Hélder Pereira, causou uma instabilidade interna. Está ultrapassada essa situação?”. O senhor Presidente da Câmara respondeu o seguinte: “Eu não posso responder por questões do foro pessoal e de relacionamento”. Desafio o Sr. Presidente, Dr. Domingos Bragança, a dizer qual foi o problema pessoal e de relacionamento que eu tive com o Dr. Ricardo Costa. Nunca tive qualquer problema de relacionamento ou pessoal com o Dr. Ricardo Costa. Simplesmente assisti ao que considero ilícito e denunciei-o com provas, que o Dr. Domingos Bragança tem no seu email oficial da CMG. Denunciei um conflito de interesses que está consubstanciado nos atos de gestão. Por isso, como já referi, seria fundamental dar conhecimento das contas discriminadas por especialidade médica, as quais me têm sido negadas. Finalmente, a oito de fevereiro de 2021, surge novamente uma notícia publicada no Reflexo Digital, com declarações do Dr. Domingos Bragança, em reunião de Câmara, onde respondeu a um pedido de esclarecimento por parte da oposição, sobre a situação na Taipas-Turitermas. O senhor Presidente da Câmara, de acordo com a notícia, afirma que: “Bruno Fernandes tem opiniões, eu tenho pareceres, leituras legais sobre a relação do município com as cooperativas. As cooperativas têm órgãos próprios, o processo está em tribunal, é o tribunal que vai fazer a sua avaliação e julgamento, não é preciso agir mais”. Mais adiante, é referido que: “Bragança concordou que “há qualquer coisa que não bate certo”, 255 mmmas “para todos” os intervenientes. “Não se trata de um cooperante normal, foi um cooperante que foi vice-presidente da cooperativa. Foi vice-presidente para o bem e para o mal. Tenho falado algumas vezes por telefone com

o Dr. Hélder Pereira, pessoa por quem tenho muita consideração como médico e na relação que tenho tido com ele. Sempre disse ao Dr. Hélder Pereira, irmão do secretário-geral, que tivesse em conta os órgãos sociais da cooperativa, o conselho fiscal, a assembleia geral e a própria administração. Sempre lhe disse que se os órgãos sociais não lhe derem resposta ao que apresenta para remeter este assunto para o Ministério Público e para o tribunal”, apontou. Salienta-se a constatação do Sr. Presidente da Câmara de que há qualquer coisa que não bate certo. O Sr. Presidente da Câmara, noutras declarações, referiu-se a pareceres jurídicos que afirmavam que não havia conflitos de interesse por parte do Dr. Ricardo Costa. Tal foi desmentido, pelo Presidente da Assembleia-Geral da Cooperativa, que me enviou um email a dizer que não existe nenhum parecer jurídico que afirme que não existe esse conflito de interesses. O parecer que o Dr. Domingos Bragança invoca, para dizer que não pode interferir na vida da cooperativa cai por terra, por dois motivos. Primeiro: das poucas atas (só existem cerca de 30% das atas, e nem todas validadas, do período de 2015 a 2020 e que só me foram facultadas depois da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA) ter obrigado a cooperativa a cedê-las), há uma ata da Direção em que o sr. Presidente da Câmara, numa reunião com uma entidade bancária para discutir o estado da dívida da Cooperativa, referiu que a CMG, sendo o cooperante maioritário da cooperativa, iria assumir todas as responsabilidades. Neste caso, já pode interferir na vida da cooperativa. Por outro lado, mais à frente na entrevista, diz “a não ser que esteja em causa a confiança política dos intervenientes”. Ora, perante a gravidade dos ilícitos declarados, ou faz prova de que o que eu digo é mentira e, dessa forma, acaba-se a polémica, ou perante a dúvida, teria de avançar internamente. Em relação à prerrogativa de me pedir para recorrer aos órgãos socias – já o fiz, Sr. Presidente, a seu conselho. Responderam-me que teria de reunir 10% do capital da cooperativa para ter direito ao acesso às contas. Sendo que a CMG é detentora de 95%, eu só consigo ter 10% se o Sr. Presidente quiser apurar a verdade. A resposta, entendo, é que o Sr. Presidente não quer apurar a verdade, negando o acesso às contas. Em relação ao repto de ir para tribunal, deixe-me que lhe diga, Sr. Presidente: eu estou aqui para defender a cooperativa. E essa não é uma obrigação só minha, é de todos os taipenses e é uma obrigação principalmente sua. Ao encobrir esta situação, o senhor é solidariamente responsável por todos os atos de gestão - porque eu dei-lhe conhecimento por escrito para o email da CMG. O senhor chamou-me, falou comigo, bem como com o trabalhador João Pereira, para lhe pedir os esclarecimentos devidos, recebeu-os, recebeu as ditas contas que eu agora peço, mas que não podem ser fornecidas, constatou-as e afirmou que “nem queria olhar para aquilo, que era uma vergonha! Que não se revia naquilo”! A verdade é como o azeite…! E vou bater-me por ela. Com os melhores cumprimentos, Hélder Miguel Duarte Pereira, Cooperador da Taipas Turitermas.

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ATUALIDADE Instituto Cidade de Guimarães: "Vamos levar mais rapidamente o que fazemos às pessoas" HUGO MARCELO

fora. Este pequeno laboratório serve o propósito do grupo, mas, para serviços, vai ser expandido”, esclarece o vice-presidente do 3B’s enquanto mostra os equipamentos ao Reflexo. A sala de histologia no imóvel em funcionamento será ocupada pelo laboratório de biorreatores. Por sua vez, o espaço dos biorreatores estará ligado ao TERM Research Hub por uma passagem pedonal interna. A nova infraestrutura vai ainda “triplicar a capacidade de gabinetes para investigadores” – estarão na parte frontal do edifício, em formato open space. Ciência para o têxtil, para o calçado e para a cutelaria

Complementar ao Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, o novo edifício do Avepark permitirá a obtenção de resultados mais precisos. Assim, o conhecimento traduzir-se-á com mais rapidez em aplicações para a sociedade, diz Miguel Oliveira, vice-presidente do grupo 3B’s. A inauguração não ocorre antes do final de Maio, contudo. Pode até ser a 24 de Junho. Texto Tiago Mendes Dias A futura casa do Instituto Cidade de Guimarães (ICG) já se vê no Avepark: a volumetria e as linhas da construção, com três pisos, assemelham-se às do Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, logo ao lado, onde o 3B’s – grupo de pesquisa em biomateriais, biodegradáveis e biomiméticos – experimenta a recriação de tecido celular a partir de cartilagem ou de pele, por exemplo. Na função, também são parecidos, mas não idênticos, quais gémeos falsos. “´É uma infraestrutura complementar, não redundante da já existente. Vamos ter uma outra capacidade em termos de equipamentos científicos e fazer também um upgrade no desenvolvimento dos tecidos, microtecidos ou biomateriais que desenvolvemos em laboratório”, adianta ao Reflexo Miguel Oliveira, vice-presidente

do 3B’s, grupo de investigação a que pertence desde 2003. Um dos avanços garantidos pelo novo edifício, designado TERM Research Hub – em português, eixo de pesquisa em engenharia de tecidos e medicina regenerativa -, é a instalação de duas “salas limpas”, salienta o cientista taipense. Uma delas terá um “nível muito elevado de pureza”, com “controle atmosférico muito preciso” e um número de partículas em suspensão no ar muito baixo”, atesta. A outra será um laboratório de cultura celular de “qualidade superior” face aos do instituto vizinho. O grupo de investigação da Universidade do Minho (UMinho) espera assim suprir a escassez de “salas e laboratórios climatizados”, imunes à “contaminação das tecnologias”, e acelerar a tradução dos resultados laboratoriais em aplicações para a humanidade. “O desenvolvimento

dos materiais e tecnologias para a aplicação em humanos requer salas limpas. Neste edifício, já teremos laboratórios que vão levar mais rapidamente o que fazemos às pessoas”, esclarece. O investimento de 12 milhões de euros vai garantir mais oito salas de investigação, destinadas aos biomateriais marinhos, a laboratórios químicos semelhantes aos do lado e a algumas das tarefas hoje asseguradas pelo edifício que é casa do 3B’s desde 2008; as escuras salas de microscopia do rés do chão, onde, por exemplo, se analisa a viabilidade da gelatina de tubarão, vão-se mudar para o novo edifício, adianta Miguel Oliveira. No piso superior, o mesmo acontece com o laboratório de histologia (área da biologia que estuda tecidos). “Esta infraestrutura vai ser ampliada. A ideia é também fazer serviços de histologia para Bateria Bosch S4 002

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Mas a ciência a cargo do ICG não se cinge a aplicações para a saúde. O 3B’s já produz conhecimento para a indústria da cortiça e, graças às novas instalações, também o vai fazer para as indústrias têxtil e do calçado, espalhadas pelo concelho de Guimarães, e para a indústria de cutelaria, concentrada nas Caldas das Taipas. “Queremos abrir-nos a um outro conjunto de indústrias com forte impacto local e regional. Além da ciência que levamos para um humano, queremos também dinamizar os setores tradicionais”, explica Miguel Oliveira. No caso da cutelaria, o ICG vai, por exemplo, verificar se há oxidação ou corrosão na superfície das ligas metálicas. “Temos equipamentos para avaliar a superfície de diferentes ligas metálicas usadas em cutelaria e aferir se o aço tem qualidade suficiente. Se há processos de corrosão, é possível perceber o que se está a passar com as ligas metálicas”, esclarece o investigador. Além da análise físico-química do material, os investigadores a cargo desse serviço farão também a análise morfológica com recurso à microscopia, acrescenta. O edifício destinado ao instituto distingue-se ainda como membro do Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico – foi uma

das 40 infraestruturas selecionadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) nos resultados conhecidos a 16 de Dezembro de 2014, após 121 candidaturas. Nessa condição, o equipamento tem a “missão de servir não só a investigação dos 3B’s, mas também o panorama nacional de investigação”, refere o cientista taipense, licenciado em bioquímica e doutorado em engenharia de tecidos e materiais híbridos. Assim, qualquer investigador português poderá usar o TERM Research Hub. Basta um pedido de acesso. “Imagine-se que um investigador da Universidade de Lisboa precisa de fazer um ensaio numa sala limpa. Pode pedir o acesso à infraestrutura. Nós aferimos a qualidade ou o interesse do trabalho e o investigador vem cá”, detalha. Inauguração em junho ou julho

Mais de um ano depois da obra ter arrancado, em novembro de 2019, há ainda etapas por cumprir até ao ICG estar pronto a inaugurar. É certo que a cerimónia solene não vai acontecer antes do final de Maio, avança Miguel Oliveira. Essa espera, acrescenta, também resulta da possível “disponibilidade de agenda de algumas personalidades”, nomeadamente a do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. “Será sempre em Junho ou em Julho. A inauguração oficial vai ser agendada tendo em conta essas agendas, em particular a do Presidente da República”, admite. O investigador reconheceu que 24 de Junho, feriado municipal habitualmente reservado às inaugurações, é uma hipótese. Está, assim, por meses a conclusão de um processo que arrancou em 2013, com uma proposta para um protocolo de cooperação entre a UMinho e a Câmara Municipal, aprovada em reunião do executivo, a 14 de Novembro. O anúncio para o concurso público da obra, todavia, só foi publicado em Diário da República em 30 de janeiro de

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Aquários de conhecimento

2019. Inicialmente, o projecto foi submetido ao overbooking (recurso a fundos não utilizados) do quadro comunitário da União Europeia entre 2007 e 2013, mas a candidatura foi recusada por “falta de maturidade”, admite Rui Reis, presidente do 3B’s e coordenador do TERM Research Hub. “Teve a ver com alguns documentos burocráticos que aquele aviso, ao qual concorremos na primeira vez, exigia e ainda não tínhamos”, diz. Após a integração no roteiro nacional da FCT, o TERM Research Hub assegurou um financiamento de 10,8 milhões de euros – 9,2 do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (85%) e 1,6 do Governo -, verba à qual se juntaram os 1,2 milhões da Câmara Municipal de Guimarães, segundo PUBLICIDADE

o protocolo de cooperação entre autarquia e universidade, assinado em 15 de maio de 2018. Meta de 250 investigadores

Relativamente à quantia disponibilizada ao projeto, o vice-presidente do 3B’s explica que 50% se destina à aquisição de equipamento científico, como microscópios, 25% ao edifício – o valor-base do concurso público era de 3,1 milhões de euros -, e outros 25% à contratação de investigadores “altamente qualificados”. “A contratação destes investigadores tem vindo a ocorrer, mas vai ser aumentada. A perspetiva é contratar mais 40 pessoas a diferentes níveis. A nossa ideia é, nos próximos anos, atingir 240 ou 250 investigadores”, esclarece o investigador.

O 3B’s oscila, para já, entre os 170 e os 200 investigadores, consoante os projetos em curso e o financiamento assegurado. Graças ao Estímulo ao Emprego Científico, da FCT, a entidade tem contratado pessoas a termo incerto, sejam elas investigadores, assistentes de laboratório ou técnicos da equipa de gestão. Esse reforço é um passo rumo ao fim da “precariedade na investigação”, considera Miguel Oliveira, sem no entanto assegurar que o grupo sediado no Avepark ver-se-á livre do fenómeno a curto ou médio prazo. “Com esta incerteza, não podemos garantir que, nos próximos três ou quatro anos, o consigamos fazer, mas estamos a trabalhar nesse sentido”, diz o responsável, um dos 10 investigadores de carreira do 3B’s.

Poder-se-ia esperar os adereços mais distintos num laboratório coordenado por um doutorado em química fossem os balões volumétricos, os funis ou os tubos de ensaio. Não é o caso de Tiago Silva; no futuro espaço de trabalho do investigador, membro do 3B’s desde 2006, as estrelas serão os aquários. A sala projetada para o ICG terá mesmo um aquário de exibição entre os vários aquários de trabalho. “Queremos tê-lo para ficar evidente que trabalhamos com recursos marinhos. Teremos cerca de uma dezena de espécies na sala”, justifica ao Reflexo. Entre essas espécies, sobressai o peixe-zebra, animal nativo dos rios do Sul da Ásia que tem algo em comum com os humanos: vários dos genes que originam doenças, cujo conhecimento poderá ser útil para o seu tratamento. Responsável dos 3B’s pela investigação em biomateriais marinhos, Tiago Silva adianta que, graças às instalações melhoradas do Term Research Hub, a sua equipa vai isolar mais facilmente os compostos de interesse nos organismos marinhos com que trabalha, ao invés de confiar esse trabalho a entidades parceiras. “Podemos verificar a citotoxicidade dos compostos ou avaliar um primeiro desempenho dos biomateriais que desenvolvemos”, adianta. A partir da informação providenciada pelos

modelos de laboratório, nem sempre imediatamente replicável nos seres humanos, a equipa decide ou não avançar com mais estudos, acrescenta. Esse trabalho é a base para parcerias com empresas da área alimentar, nomeadamente de produção de algas – a Algaplus, em Ílhavo, por exemplo, mas também para colaborações com indústrias de processamento de pescado, com o intuito de valorizar subprodutos como as escamas e as espinhas; isso já acontece com a Soguima, empresa de Vila Nova de Sande que contribuiu para a criação de sapatos ou de acessórios a partir da pele de peixe. A investigação dos 3B’s em recursos marinhos também quer estreitar os laços com a Galiza, nomeadamente com universidades como a de Vigo e a de Santiago de Compostela. Tanto o Norte de Portugal, como a Galiza têm uma “forte investigação” sobre recursos marinhos e subprodutos, mas sem se traduzir num tecido empresarial forte na área da biotecnologia, diz Tiago Silva. “À semelhança do resto da Península Ibérica, as regiões não são particularmente fortes em empresas de biotecnologia, quando comparadas com outros países europeus. As empresas são fundamentalmente spin-offs de universidades”, assume.


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ATUALIDADE José das Neves Machado demitiu-se da presidência dos Bombeiros das Taipas Machado e de uma vice-presidente. No final da reunião os membros do Conselho Fiscal pediram a demissão, alegando que com a demissão do Pe. Machado haveria um virar de página na história da associação. Relativamente à questão mais importante, o tema forte da reunião, encontrar uma solução para este impasse diretivo, não houve ainda nenhuma definição e nenhuma conclusão: terminou sem consenso, sem que a atual direção tivesse assumido o mandato até ao final”, refere José Luís Oliveira, presidente da mesa da assembleia geral dos Bombeiros das Taipas. Será necessário um período de trinta dias após o pedido de demissão de José das Neves Machado para que se possam dar passos no sentido de resolver a situação,

uma vez que os estatutos assim o obrigam. Ou seja, até meados de março os membros que restam da atual direção têm de chegar a um consenso, sendo que “os membros da direção estão ainda em análise e ponderação”. Em cima da mesa há dois cenários, conforme explica José Luís Oliveira: “A solução passará por uma de duas vias: ou esta direção assume os destinos da associação até ao final deste mandato, ou então não assume e, nesse caso, iremos para eleições antecipadas”. Relativamente ao conselho fiscal, serão convocadas eleições para eleger os novos membros deste órgão, algo que está prevista nos estatutos. O conselho Fiscal é autónomo da direção e pode ser eleito de forma independente.

Histórico presidente dos Bombeiros das Taipas alega motivos de saúde para abandonar o cargo ao fim de quase três décadas. Diz-se arrependido de ter cedido às pressões para se recandidatar neste último mandato. À sua demissão seguiu-se a da vice-presidente Sílvia Lopes e o Conselho Fiscal, deixando a liderança da instituição num "impasse", segundo o presidente da assembleia geral. Texto Bruno José Ferreira

Bombeiros das Taipas terão uma nova viatura de apoio à secção de mergulho

José das Neves Machado demitiu-se da presidência da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Taipas no dia 12 de fevereiro, sexta-feira, através de um comunicado enviado ao comando, corpo ativo e funcionários da corporação, no qual justifica a sua saída com motivos de saúde. No documento refere ter sido “insistentemente pressionado” para ter avançado com a sua candidatura no último mandato, situação que, assume, “não deveria ter feito” e que de tal se encontra “arrependido”. Ressalva, no entanto, que se a situação financeira dos Bombeiros das Taipas não fosse favorável, como diz ser, não abandonaria o cargo nesta altura. José das Neves Machado lamenta que o momento de pandemia que o país atravessa não permita despedir-se de todos presencialmente. “Tenho de o fazer por este comunicado, para agradecer a todos a amizade que nos uniu ao longo destes anos que foi, sem dúvida, a alavanca que permitiu vencermos todas as dificuldades que se nos depararam neste percurso e que contribuiu para mantermos a casa no patamar desejado”, refere José das Neves Machado no final do documento dirigido à corporação taipense. Por informação que recolhemos,

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Caldas das Taipas terá em breve uma nova viatura na sua frota, viatura essa que servirá de apoio à secção de mergulho da corporação taipense. Já na posse dos Bombeiros das Taipas, esta viatura foi oferecida por uma empresa de transportes de Braga, sendo que vai agora ser caracterizada e adaptada convenientemente para ficar ao serviço dos bombeiros. Como já foi referido, a mesma dará apoio à secção de mergulho dos Bombeiros das Taipas, nomeadamente no transporte e acomodação de todo o material necessário, como os equipamentos usados. José das Neves Machado, presidente que entretanto se demitiu dos Bombeiros das Taipas, adiantou ao Reflexo que se trata de uma viatura que dará outro tipo de condições à secção de mergulho, única existente no concelho de Guimarães. “Trata-se de uma viatura usada, uma oferta, que prestará apoio e dará outro tipo de condições à equipa de mergulho, até porque os fatos como estão não estão nas melhores condições. Somos muito solicitados na zona norte com esta equipa, e assim tudo ficará mais organizado”, refere em declarações ao Reflexo. Um ideia corroborada por Rafael Silva, comandante dos

a sua substituição ficará nas mãos de Manuel Castro, vice-presidente da Direção que, em contacto com ele estabelecido, escusou-se a tecer qualquer comentário sobre o assunto, confirmando apenas ter procedido à marcação de uma reunião de Direção para a próxima quinta-feira, 18 de fevereiro. Vice-presidente Sílvia Lopes também se demite

À demissão de José das Neves Machado seguiu-se também a demissão da vice-presidente Sílvia Lopes a 23 de fevereiro, com efeitos imediatos, conforme a própria confirmou ao Reflexo, não se querendo alongar muito quanto aos motivos da sua saída da direção dos bombeiros. “Apresentei a minha demissão aos órgãos próprios da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Caldas das Taipas, com efeitos imediatos. Entrei para esta associação por convite do Sr. Pe. Machado e no término das suas funções dou por terminadas também as minhas. Aproveito para expressar toda a minha solidariedade e apoio na decisão do Sr. Pe. Machado”, referiu Sílvia Lopes. Enfermeira de profissão, Sílvia Lopes ingressou nos bombeiros em 2002 como adjunta equiparada,

tendo ao longo do seu percurso desenvolvido vários projetos relacionados com a área da saúde, como fóruns e reuniões científicas, entre outros. Em 2019 foi galardoada com a Medalha de Serviços Distintos de Grau Cobre pela Liga Portuguesa de Bombeiros. Liderança “num impasse” e demissão do conselho fiscal

Numa reunião que seria para encontrar soluções relativamente aos órgãos sociais dos Bombeiros das Taipas, mais propriamente à direção, acabaram por se notar mais baixas. O conselho fiscal, constituído por Artur Isac Marques, Salomão Marques e Maria da Conceição Marques, apresentou a sua demissão no final de uma reunião na qual marcaram presença todos os órgãos sociais da instituição. A referida reunião tinha como objetivo debater e resolver a questão diretiva referente às demissões de José Machado das Neves e Sílvia Lopes, mas tal desfecho não se verificou, acabando por resultar em mais demissões na estrutura diretiva dos bombeiros. “Foi realizada uma reunião com todos os órgãos sociais para analisar a continuidade, ou não continuidade, desta direção, na sequência da demissão do presidente Pe.

Bombeiros das Taipas. “Trata-se de um meio precioso para a nossa corporação. Por um lado permitirá acomodar melhor o material, que está numa arrecadação sem as condições ideais, e por outro lado permitirá dar uma resposta mais rápida porque o equipamento estará pronto a ser usado de uma forma mais cómoda”, aponta Rafael Silva. A viatura será caracterizada, transformando-se para ser uma viatura de bombeiros, com as necessárias adaptações, ficando depois desse processo ao serviço da corporação. Vacinação contra a Covid-19 já se iniciou

Noutro âmbito, os Bombeiros das taipas já começaram a ser vacinados contra a covid-19. Daniel Silva foi o primeiro de 26 bombeiros a ser vacinado, vacinação que se processou com o "anseio de mais segurança" por parte dos bombeiros. Rafael Silva, comandante dos Bombeiros das Taipas, acompanhou a vacinação e referiu ao Reflexo que os critérios de escolha dos bombeiros a ser vacinados deram "prioridade a quem tem mais horas de socorro". O processo de vacinação iniciu-se na Unidade de Saúde Familiar de Urgezes, sendo responsabilidade do ACES Alto Ave.


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Confinados, os vimaranenses "chamaram pelos livros". E eles chegaram a casa DIREITOS RESERVADOS

BRUNO JOSÉ FERREIRA

OPINIÃO Augusto Mendes

Espaços verdes e a pandemia

A Biblioteca Municipal Raul Brandão tem feito entregas ao domicílio, cultivando o gosto pela leitura e, no processo, combatendo o isolamento. “Foi uma aposta ganha”, garante Ivone Gonçalves, diretora. Texto Pedro Esteves Em tempos de restrição à mobilidade e de forma a mitigar o isolamento, a exclusão e a desinformação, a Biblioteca Municipal Raul Brandão sai todos os dias para a rua. É que, um pouco por todo o concelho, há gente que continua a “chamar pelo livro” e a biblioteca tem acorrido a quem o faz, palmilhando o concelho para entregar páginas e páginas de companhia durante o período de confinamento. Desta forma, no último mês o ritual matinal tem sido semelhante, com os funcionários a levar a casa de vimaranenses - “de Infantas a São Torcato” – histórias para escapar à realidade. “O feedback que posso dar é melhor de todos”, explica ao Reflexo Ivone Gonçalves, diretora da Biblioteca Municipal Raul Brandão. “Temos recebido pedidos de entrega ao domicílio de todos os pontos do concelho, das freguesias mais longínquas, de quem tem mais dificuldade em vir à biblioteca”. Em média, são feitas cinco entregas por dia, mas, se o interesse continuar a aumentar, a diretora admite que possa também haver novo périplo pelo concelho durante a tarde para saciar a fome de leitura de quem está em casa confinado. Para além da adesão dos

vimaranenses – que foi “melhor do que as expetativas” –, outro sinal positivo é a angariação de novos leitores: há quem nunca tenha feito qualquer requisição e vê agora uma oportunidade para pôr a leitura em dia. “Depois de terem ouvido falar do serviço, ligam para aqui e dizem: ‘Eu preciso, gostava, mas não sou leitora’. Sem problema. Nós fizemos o cartão de leitor, e entregamos os livros. Nada é impedimento para que as pessoas tenham acesso a este serviço”, exemplifica Ivone Gonçalves. “Foi uma aposta ganha”, reforça. Chamar pessoas para o livro

Para além de ser “uma das bibliotecas com o maior índice de empréstimo domiciliário do país”, a Biblioteca Municipal Raul Brandão dispõe de “estruturas de leitura que garantem uma proximidade com a população – para além do polo central, a biblioteca tem núcleos em Pevidém, Lordelo e Caldas das Taipas. Nestes dois últimos, a entrega é feita à porta da biblioteca. No entanto, leitores residentes nestas freguesias (ou nos arrabaldes) pode receber os livros em casa, basta sinalizar ao núcleo mais próximo e a informação chega ao polo central. As regras do empréstimo domiciliário

são as mesmas do regulamento interno: três documentos por 21 dias. Esta iniciativa de levar livros ao domicílio multiplicou-se por todo o país, com as bibliotecas municipais a desempenharem um papel importante no combate à solidão e a cultivarem o gosto pela leitura. E com a manifestação de interesse por parte dos munícipes, poderia a biblioteca prolongar o serviço de take-away para além do período de confinamento? A ideia não está totalmente descartada, mas a diretora indica que há municípios onde, contrariamente a Guimarães, pode fazer mais sentido: “A Biblioteca está bem localizada, tem um enorme número de leitores, temos três polos, uma biblioteca itinerante e uma rede bibliotecas escolares. Não sei se depois fará sentido, quando temos uma estrutura de leitura que estão muito próximas da população.” Para além do esforço no terreno, a instituição também diversificou a oferta através das redes sociais. Com uma programação diária que vai da leitura de contos a entrevistas com personalidades. A rede de bibliotecas escolares também é incluída, com os próprios alunos a fazerem sugestões de leitura. No fundo, “a chamar pessoas para o livro.”

Nos tempos de pandemia em que vivemos, e depois do conhecimento que vamos tendo de como a combater, um dos aspetos que será da maior importância serão os espaços verdes para que as pessoas possam andar ao ar livre. E nesse aspeto os Taipenses são uns privilegiados. Temos uma localização, junto ao Rio Ave, que nos permitiu desde sempre ter zonas de lazer. Mas se já tínhamos o parque de lazer, que teve desde sempre uma grande afluência e o parque de lazer da Quintã (que teve sempre um tratamento descuidado até à um tempo atrás), temos agora também a Praia Seca e o parque das Camélias (este de pequena dimensão e sem espaços de recreação). Mas mais do que ter os parques temos de os ter limpos e cuidados para terem um uso mais efetivo. E é isso que a Junta de Freguesia tem feito desde 2017, mas com maior independência desde o ano passado quando esta Junta de Freguesia decidiu adquirir um trator corta relva para poder ser independente no tratamento dos nossos parques de lazer. E têm sido notórias as melhorias. No parque de lazer temos agora o espaço sempre limpo e cuidado, com a relva e flores tratadas e condutas de água sempre limpas. A Praia Seca já foi possível no ano passado notar que tem uma afluência enorme e que há uma obrigatoriedade de manutenção muito forte, seja na relva, no areal como também na recolha e separação de lixos que é efetuada com todo o rigor. Com o trilho ecológico a afluência será praticamente possível durante todo o ano. O parque de lazer da Quintã, que tem agora um tratamento periódico e contínuo, e à boleia do campo de futebol lá existente, terá este verão um uso muito mais efetivo por parte das crianças e jovens. Se em 2017 falamos de Caldas das Taipas Vila Jardim, vemos agora que o caminho que está a ser seguido nos levará a esse desígnio. Com os parques bem tratados, com os espaços verdes cuidados pelos moradores ao abrigo do projeto Taipas a Florir sempre em crescimento, com a entrada da Vila, que agora com a altura das podas foi possível tratar, estamos certos que esta próxima estação iremos ficar orgulhosos do trabalho realizado pelos trabalhadores da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal. Para continuar este caminho temos agora novas oportunidades e novos desafios: com a Alameda Rosas Guimarães e com a requalificação do centro todas as zonas a ajardinar terão de ser feitas de base e terão de ter a partir daí um acompanhamento permanente. Tudo isto que disse acima só foi de certa forma possível com a delegação de competências da Câmara Municipal de Guimarães dos espaços verdes na Junta de Freguesia. Há coisas que não se reivindicam, conquistam-se!


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reflexo

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ATUALIDADE Investigadora Ana Rita Araújo vence Prémio jovem Biofísico 2021 com trabalho sobre a Alzheimer

Miguel Oliveira integra Comissão de Ética para a Investigação Clínica do SNS

Ana Rita Araújo, investigadora vimaranense natural de São Martinho de Sande, foi distinguida com o Prémio Jovem Biofísico 2021 pela Sociedade Portuguesa de Biofísica. Trabalho galardoado diz respeito à descoberta de um composto de cortiça que pode ajudar no combte à doença de Alzheimer. Texto Bruno José Ferreira A investigadora Ana Rita Araújo, do Grupo de Investigação 3B’s (I3Bs) da Universidade do Minho, foi galardoada pela Sociedade Portuguesa de Biofísica com o Prémio Jovem Biofísico 2021. O prémio é referente ao artigo “Vescalagin and castalagin reduce the toxicity of amyloid-beta42 oligomers through the remodelling of its secondary structure”, desenvolvido no âmbito do doutoramento realizado no 3B’s, com orientação de Rui Reis e Ricardo Pires. “Fiquei muito contente por ter recebido esta distinção. Trata-se de um reconhecimento muito gratificante de um dos trabalhos do meu doutoramento orientado pelo Prof. Rui Reis e pelo Dr. Ricardo Pires”, refere a investigadora natural de Sande São Martinho em declarações ao Reflexo. O estudo em causa começou a ser delineado em 2015, sendo que no ano passado foi publicado na revista científica ChemComm da Royal Society of Chemistry’s. Na base deste trabalho está o estudo de uma estratégia para controlar a doença de Alzheimer através de

compostos extraídos de cortiça, como explica Ana Rita Araújo. “O objetivo deste trabalho era, de uma forma muito genérica, o estudo de dois compostos naturais extraídos da cortiça como estratégia para controlar, ou eventualmente curar, a doença de Alzheimer. Estas moléculas são bioativas e conseguem inibir a formação de placas do péptido amiloide-beta que se acumulam no cérebro ao longo do tempo e que tem sido reportado como um dos principais motivos para a neurodegeneração, perda de memória, entre outros sintomas, que ocorrem na doença de Alzheimer”, dá conta. Esta investigação foi desenvolvida nos laboratórios do 3B’s, o centro de investigação reconhecido internacionalmente que se encontra sediado no Avepark, o Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães. O estudo será apresentado em meados de junho no Congresso da Sociedade Portuguesa de Biofísica, que terá lugar em Coimbra, sendo que, em virtude da pandemia, a aprensetação será feita por vídeoconferência através da plataforma Zoom.

Domingos Bragança congratula Ana Rita Araújo

Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, felicitou a investigadora por esta distinção que se debruça sobre uma temática que afeta várias pessoas. “Esta é uma distinção de importância múltipla, sendo de enaltecer o enorme mérito da investigação de Ana Rita Araújo numa área vital como é a saúde através do valioso contributo para o combate à doença de Alzheimer, que afeta milhares de pessoas em Portugal, e milhões em todo o Mundo, sendo amplamente reconhecido o seu trabalho. Acresce ainda o regozijo para a Câmara de Guimarães o facto desta investigadora vimaranense integrar o Grupo de Investigação 3B’s, que se pauta pela excelência na componente de investigação interdisciplinar, sendo reconhecido pelos seus contributos na área da engenharia de tecidos e medicina regenerativa, a nível mundial”, refere. Ana Rita Araújo integra o Grupo 3B's desde 2011; é licenciada e mestre em Engenharia Química.

O investigador taipense Miguel Oliveira, do Grupo 3B’s, foi recentemente nomeado para integrar a Comissão de Ética para a Investigação Clínica (CEIC) do Sistema Nacional de Saúde (SNS). Este organismo nacional foi implementado em 2005 e é responsável pela emissão de pareceres éticos sobre os protocolos de investigação que lhe são submetidos. Funciona na dependência do Ministério da Saúde, sendo independente no que à componente técnica e científica diz respeito. “Integrei o comité em Novembro de 2020. Trata-se de um painel restrito de especialistas que visa ajudar os investigadores ou empresas em Portugal a aferir sobre o seu protocolo de ensaios clínicos. Imagine-se que uma empresa em Portugal está a desenvolver um dispositivo e quer fazer um ensaio

clínico. Este comité vai averiguar o procedimento clínico necessário e aferir sobre a segurança desse mesmo procedimento, garantindo que os pacientes que vão ser envolvidos nesse ensaio clínico vão ter todas as condições de segurança”, refere Miguel Oliveira ao Reflexo. A Comissão de Ética para a Investigação Clínica reúne quinzenalmente para dar pareceres favoráveis ou desfavoráveis sobre ensaios clínicos que se estão a desenvolver ou vão ser desenvolvidos em Portugal. Miguel Oliveira é vice-presidente do Grupo de Investigação 3B’s, licenciou-se em Bioquímica pela Universidade do Porto e concluiu o Doutoramento em Ciência e Tecnologia dos Materiais – Engenharia de Tecidos e Materiais Híbridos na Universidade do Minho.


Março de 2021

#297

reflexo

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Academia Portuguesa de Cinema premeia projeto com participação taipense

Piso voltou a ceder junto à feira, na Rua Padre Silva Gonçalves

Texto Bruno José Ferreira

A curta-metragem Igor venceu o prémio Melhor CurtaMetragem de Ficção dos Prémios Sophia Estudante, atribuídos pela Academia Portuguesa de Cinema. A jovem taipense Inês Paredes faz parte deste projeto. Recorde-se que este é um projeto interativo filmado em contexto académico que inclusive foi difundido na RTP, tendo sido criado pelo coletivo Igor Montoya, um grupo de seis alunos do Mestrado em Cinema, da Universidade da Beira Interior, no qual Inês paredes está incluída, tal como o Reflexo deu conta em agosto. O concurso Sophia Estudante vai já na sétima edição e na categoria em que a curta-metragem ‘Igor’ está inserida no segundo e terceiro lugar ficaram, respetivamente, os projetos ‘O Copo’ e ‘Alvorada’. Na categoria Melhor CurtaMetragem de Ficção o júri foi composto por Ana Vilela da Costa (Actriz), João Lança Morais (DF), José Farinha (Realizador), Sérgio Praia (Actor) e Edgar Medina (Produtor/ Guionista). Em declarações ao Reflexo, Inês Predes dá conta que não estava à espera de ver o projeto do qual faz parte ser considerado a Melhor Curta-Metragem de Ficção. “De

todo. Para um filme que nem sequer iniciou circuitos em festivais, ao contrário de todos os outros que estão nomeados, foi inimaginável. Na mesma categoria temos o Alvorada, da Carolina Gomes, que esteve no Caminhos, no Fantasporto e no FEST, e ainda fez circuito internacional: no Brasil, no Canadá, E.U.A e Itália; e o Corte, dos gémeos Rapazote, que vem da maior escola de cinema do país, e que esteve integrado no IndieLisboa e no programa Cinéfondation, uma das competições do Festival de Cannes. Ou seja, projetos muito à frente do nosso. Apesar das coisas que partilhamos com os cineastas que referi, a paixão, o esforço e a ambição, naturalmente, não dispomos das mesmas condições. Por causa disso, receber este prémio da Academia Portuguesa de Cinema foi uma bela surpresa”, reconhece. A jovem estudante tipense de Cinema reconhece que este prémio faz emergir vários sentimentos, como reconhecimento, motivação e até mesmo o concretizar de um sonho. “Para a Universidade da Beira Interior representa o reconhecimento do esforço que a universidade tem apresentado em descentralizar o cinema e a formação na área. É preciso que o público saiba que não se ensina cinema só em Lisboa, ou no Porto, também existem boas

instituições fora das metrópoles, nomeadamente no interior do país. Para a equipa é uma enorme de motivação. A pandemia abalou um pouco as coisas, mas acredito que este prémio nos esteja a dizer que conseguimos puxar, fazer mais e esperar que o futuro nos reserve sucesso. Para além do mais que esta curta foi feita apenas a partir da nossa vontade e perseverança, sem orçamentos nem grandes produtoras por trás. É também símbolo de justiça e de emancipação. Para mim é um sonho, em parte, concretizado. Desde os meus quinze anos que luto pelo meu desejo de trabalhar cinema, e tem sido difícil, ao ponto de me questionar inúmeras vezes se deveria simplesmente desistir. No entanto, um prémio dado pela Academia Portuguesa de Cinema é um símbolo máximo de aclamação, e significa que o trabalho que fiz foi reconhecido. Isso traz-me felicidade. Espero um dia vir a ser reconhecida com projetos assinados por mim”, aponta Inês Paredes. A Academia Portuguesa de Cinema institui os Prémios Sophia Estudante como forma de incentivar e premiar os futuros cineastas como também estimular os institutos de ensino e o seu corpo docente a partilharem os resultados dos trabalhos desenvolvidos em contexto escolar.

O piso voltou a ceder junto à feira (Rua Padre Silva Gonçalves), no passado dia 26 de fevereiro, sexta-feira, um local já recorrente deste tipo de ocorrências, registando-se danos numa viatura que ficou imobilizada no buraco que se abriu. A condutora do veículo saiu ilesa do sinistro, ainda que não tenha ganho para o susto, uma vez que carro ficou parcialmente suspenso no referido buraco. A remoção da viatura teve de ser feita de forma meticulosa de forma minimizar os danos, uma vez que o risco de a queda ser de maiores proporções era real. Trata-se de um local, como já foi referido, recorrente neste tipo de situações, tendo a última ocorrido há menos de um ano, mais precisamente no dia 31 de maio, abrindo-se na altura um buraco com quase quatro metros de profundidade em que, na altura, também uma viatura ficou danificada

ao passar nesta rua. Já em dezembro de 2019, há pouco mais de um ano, a Rua Padre Silva Gonçalves esteve encerrada ao trânsito alguns dias também por causa de um buraco de menores dimensões que se abriu precisamente neste local, devido às chuvas fortes que se fizeram sentir. No local estiveram elementos do Posto Territorial das Taipas da Guarda Nacional Republicana (GNR) a tomar conta da ocorrência, assim como elementos da Câmara Municipal de Guimarães, que de imediato cortaram a estrada. Recentemente este local foi intervencionado, dava mostras de querer aluir novamente, sendo o nivelamento retificado com a colocação de alcatrão. A Câmara Municipal de Guimarães voltou a intervencionar esta zona, sendo que passados três dias do sucedido a Rua Padre Silva Gonçalves reabriu ao trânsito.


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Março de 2021

reflexo

#297

FREGUESIAS Biblioteca de Ponte já está em construção e terá mais de 10 mil livros DR

Campelos assinala 68 anos sem festa e com as contas estáveis

Texto Carolina Pereira

A Junta de Freguesia de Ponte iniciou recentemente a intervenção de requalificação da antiga escola EB1/JI de Igreja – Ponte, hoje sede da Junta de Freguesia e que passará a albergar também a biblioteca da vila. O projeto decorre mediante a atribuição de um subsídio em julho de 2020, no valor de 50 mil euros, por parte do Município de Guimarães à freguesia de Ponte para esta requalificação da sede da junta de freguesia, a nível interior e exterior, que além de biblioteca pretende compreender uma universidade sénior. Na página do Facebook da Junta de Freguesia, Sérgio Castro Rocha PUBLICIDADE

sublinha a importância desta iniciativa. “A importância da criação de uma biblioteca, que permitirá a preservação e partilha de conhecimento, geradora de progresso social, será mais um contributo para que a nossa comunidade continue na linha da frente”, refere o presidente da Junta de Freguesia de Ponte. Além de dezenas de milhares de livros, a Biblioteca da Vila de Ponte valer-se-á de espaços de leitura para adultos e crianças, bem como com funções de intercâmbio cultural, propícios a exposições, uma zona de consulta de jornais e revistas e secções multimédia para visionamento de filmes, audição de música e consulta de Internet, distribuídos por cerca de 250 metros

quadrados. Para os mais curiosos acerca do passado da Vila de Ponte, o local terá um espaço onde se poderá consultar o espólio documental e fotográfico da história de Ponte, consubstanciado em centenas de documentos e fotografias. No início do mês de fevereiro, a Junta de Freguesia resolveu também lançar uma campanha de recolha de livros, novos ou usados, à comunidade. Uma forma de aproveitamento que junta o útil ao agradável, assegurando uma nova vida a livros que já não tivessem uso. Está previsto que a biblioteca esteja à disposição da comunidade no dia em que se assinala o Dia Mundial da Biblioteca, dia 1 de julho.

O Clube Operário de Campelos assinala esta segunda-feira o seu 68.º aniversário. Um aniversário diferente dos demais em virtude da pandemia, sem direito a festejos e apenas com foguetes para que a data não passe em claro. José Pimenta, há vários anos na presidência do clube, refere ao Reflexo que contrariamente ao que é tradicional este ano não se realiza o jantar no qual se juntam mais de duas centenas de pessoas. “Infelizmente devido à pandemia não é possível festejar. Este ano não há bolo, temos de cumprir as regras de confinamento e, por isso, não há festa. Vamos deitar meia dúzia de foguetes para assinalar a data, única e simplesmente para não deixar passar em claro a data”, refere. Conhecido por ser um clube que hora os seus compromissos, o CO Campelos atravessa uma fase peculiar. Em virtude da pandemia o cenário está a ficar “complicado”, aponta o presidente. “Neste momento temos as contas controladas, mas está a ficar complicado. Tínhamos um mealheiro, digamos assim, dinheiro da época anterior, que foi dando para pagar as despesas de inscrições, luz, água, gás,

entre outras. Está tudo em ordem, não devemos nada a ninguém, mas o dinheiro desapareceu. Não há público, havia sempre uns bilhetes que se vendiam, mas como não estamos com os sócios também não pagam cotas. Os clubes estão todos em dificuldades, sublinha José Pimenta. Nome incontornável do CO Campelos, José Pimenta prepara-se para deixar a presidência em junho, altura em que o clube vai a eleições. “Mantenho a minha ideia, não posso estar sempre no Campelos. Tenho uma vida passada no Campelos, já lá estou desde 1996, não só como presidente, e acho que já dei o máximo que podia dar ao Campelos. Alguns até já dizem que eu não sou o dono do Campelos, e realmente não sou, o Campelos é dos sócios, dos campelenses, simplesmente, enquanto presidente, tenho de gerir os interesse do clube, à minha maneira, cumprindo todas as obrigações que temos. Foi isso que sempre me preocupou”, refere. Em perspetiva está já a sua sucessão. José Pimenta acredita que este processo está bem encaminhado, revelando que está a ser trabalhada uma lista candidata aos órgãos sociais. “Quem me seguir tem as mesmas ideias que eu, está em perspetivas ser um jovem muito dinâmico, e alguém com interesse em saber a melhor maneira de gerir o clube, procura saber, tem curiosidade. É dessas pessoas que o clube precisa para prosseguir a sua vida”, sugere. Instituição da Vila de Ponte, o Clube Operário de Campelos é um dos mais antigos clubes desportivos do concelho de Guimarães.


Março de 2021

#297

reflexo

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Sande São Lourenço, Souto e Gondomar também com Balcão do SNS24 MANUEL SILVA

OPINIÃO Manuel Ribeiro

De prédio em prédio até à desfiguração total

Sistema de proximidade permite ter uma consulta sem ter que se dirigir ao posto médico ou hospital. Com os hospitais a passar por uma grande taxa de ocupação e sendo aconselhável evitar esses espaços em casos de problemas de menor gravidade, as juntas de freguesia da União de Freguesias de Souto Santa Maria, Souto São Salvador e Gondomar e ainda de Sande São Lourenço e Balazar implementaram neste mês de fevereiro, na sua freguesia, o Balcão do SNS 24. O objetivo destes espaços é facilitar e promover o acesso aos serviços digitais e de telessaúde entre os cidadãos e os profissionais

de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS), através da criação de condições de maior proximidade e redução de barreiras em lidar com os meios técnicos ou mesmo pela sua inexistência. Em comunicado no Facebook, a Junta de Freguesia da União de Freguesias de Souto Santa Maria, Souto São Salvador e Gondomar refere que "apesar da pandemia, não podemos esquecer os outros problemas” e apela ao uso deste balcão. O método é simples, basta que o utente se dirija à sede onde se encontra o balcão, com os devidos documentos e a funcionária da Junta de Freguesia irá proceder à marcação da consulta. No dia da consulta, basta que se dirija

novamente à Junta de Freguesia e fala com o médico virtualmente. Na apresentação deste projeto para a União de Freguesias de Sande São Lourenço e Balazar, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães referiu que este serviço permite resolver questões com mais celeridade. “O serviço de teleconsultas permite resolver questões com maior celeridade e é importante passar esta mensagem de confiança e segurança às pessoas. Para que tudo funcione bem, é importante ainda um acompanhamento técnico e a formação necessária a colaboradores devidamente habilitados para prestar apoio assistido ao cidadão”, referiu.

Souto São Salvador: rua de terra batida passa a ter alcatrão e saneamento A terra batida deu lugar ao alcatrão na rua de Carreira, junto ao campo de jogos de Souto São Salvador, a cerca de 150 metros do rio Ave. A União de Freguesias de Souto São Salvador, Souto Santa Maria e Gondomar anunciou, no domingo, através da rede social Facebook, que a obra está concluída depois de “vários atrasos fruto do mau tempo”. “A pavimentação começou há dois meses e só terminou agora devido ao mau tempo. Estava previsto que demorasse 15 dias”, adiantou o presidente da União de Freguesias (UF), Fernando Cardoso, ao Reflexo. Orçada em 72 mil euros, a

intervenção estava inicialmente calendarizada para 2019, mas a UF adiou a obra para não perder a oportunidade de instalar saneamento. "Achámos que não deveríamos fazer a pavimentação sem saneamento, para que, passados um ou dois anos, não andássemos a rasgar pavimento novo”, explica Fernando Cardoso. “Tivemos de aguardar e de fazer diligências junto da Vimágua para que o saneamento fosse executado antes da pavimentação, daí o atraso”. Essa obra aconteceu em julho de 2020, antecedendo a colocação do alcatrão. A população local já usava “muito aquela rua”, por ser um

“acesso mais direto” a outras áreas e, no futuro, vai utilizar ainda mais, considera o autarca. Responsável por um território predominantemente rural no noroeste de Guimarães, com uma população a rondar as duas mil pessoas, distribuída por três núcleos, Fernando Cardoso reconhece que ainda existem duas ruas de terra batida em Souto São Salvador, a freguesia mais a sul, e “uma ou duas em Gondomar”, a que está mais a norte. Além da rua de Carreira, a UF presenciou ainda a requalificação da rua da Saudade e da rua 24 de Junho ao longo deste mandato, o primeiro de Fernando Cardoso.

Numa crónica do Reflexo de Outubro de 2012, a propósito de construções que estavam a ser erigidas e em projecto, escrevi: “Há muito que me insurjo contra o abastardamento do espaço público, com especial incidência no planeamento urbano, por parte das entidades públicas: municípios, freguesias, empresas públicas e municipais, IPSS do regime, etc. seja qual for a forma de organização que assumam.”. Outubro de 2012 já foi há quase nove anos. A saga da deturpação para não dizer desfiguração do espaço urbano e público não pára. E este povo manso, sem sentido crítico, convencido que ter crítica é ser contra alguém a quem devem estar agradecidos, engole tudo o que lhe dão e faz tentativas de justificar por qualquer razão, porque as há sempre, conformar-se e sobreviver sem se preocupar com o estado em que vão deixar, para os seus filhos e netos, o espaço em geral – público e privado. Querem uma vila sustentável; querem uma vila verde; querem uma eco-freguesia, não basta esconder a nódoa da camisa quando esta está toda amarrotada. Para se ter uma vila com pretensões turísticas não basta, é muito pouco, criar um posto de turismo ou uma loja turística: é necessário preservar a paisagem urbana e evidenciar o que ela tem de peculiar. A Alameda Rosas Guimarães é um do ex libris das Taipas; foi construída a partir de terrenos dados por ilustres taipenses: Rosas Guimarães; família Agrellos e outros. Foi projectada e construída com um local que privilegiava as pessoas, exemplo disso era o facto de ter passeios a bordejar os canteiros e nas margens. Com as obras que estão a fazer, desaparecem os passeios centrais, o dos canteiros – isto é pensar nas pessoas como a propaganda salazarista do PS quer envenenar?; Desaparecem os passeios centrais e os laterais foram revestidos a alcatrão: este piso, numa Alameda que desemboca num parque de lazer que se quer verde e sustentável, é o contrário da sua própria premissa: não é sustentável, não é verde, é um subproduto dos combustíveis fósseis e do ponto de vista estético é uma aberração urbanística. Para “matar” ainda mais a Alameda, autorizaram a construção de um prédio, mais alto que comprido, em cima das piscinas públicas. O abastardamento continua com a construção de um prédio de 5 andares na Rua de Santo António, mais uma vez mais alto que comprido. Em ambos não se cria um lugar que seja de estacionamento na via pública. E se a junta de freguesia não pode ser absolvida dos crimes urbanísticos que estão a acontecer na Avenida do Parque (Alameda) e Rua de Santo António, a mesma é, a titulo principal, responsável por não respeitar o alinhamento das construções existentes, na Rua António Barros, com o prolongamento da parede (enpena) sul do antigo mercado. Só um cego é que não vê! Tudo a “ajudar”, Câmara e Junta PS, à degradação do espaço público, à perda da qualidade de vida e à machadada final na pretensão das Taipas vir a ser um local de referência do concelho.


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Março de 2021

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FREGUESIAS Santo Estêvão de Briteiros e Donim mais próximo da conclusão do novo cemitério MANUEL SILVA

Texto Carolina Pereira

A Junta de Freguesia da União de Freguesias de Santo Estêvão de Briteiros e Donim tem garantido a devida manutenção dos cemitérios da freguesia. Além disso, Santo Estêvão dá mais um passo em direção à conclusão daquele que será o seu novo cemitério. Teve início, na última semana de fevereiro, uma intervenção que se deverá estender até ao mês de março no cemitério de Donim, intervenção essa que visa a melhoria do escoamento de águas pluviais, limpeza e reparação de piso e muros, para além de pintura de

paredes, portões e grades. Além disso, ainda no final desse mês, a união de freguesias teve finalmente a intervenção que permitiu a criação do acesso ao novo Cemitério de Santo Estêvão e, que acontece após a conclusão do processo de expropriação e consequente tomada de posse administrativa de parcela de terreno ocorrida no passado dia 3 de fevereiro. O facto de o novo Cemitério de Santo Estêvão e Briteiros se encontrar cada vez mais próximo de estar concluído, descansa a população desta freguesia que nos últimos anos tem-se visto com

falta de espaço para novas sepulturas, sendo por essa razão “um projeto desejado por todos, sendo a necessidade mais premente para a comunidade de Santo Estêvão de Briteiros, uma vez que o atual se encontra completamente lotado há várias décadas”, ressalva a junta de freguesia. Recorde-se que a primeira fase do novo cemitério se iniciou em março de 2020 e, desde logo, permitiu a criação de uma plataforma com capacidade para 122 sepulturas. Um projeto da responsabilidade da Junta de Freguesia, com o apoio da Câmara Municipal de Guimarães.

Junta de Santo Estêvão e Donim presta apoio na impressão de documentos escolares

A Junta de Freguesia de Santo Estêvão e Donim pretende facilitar os desafios que a pandemia traz aos estudos das crianças numa fase em que o estudo à distância volta a ser uma realidade. Nesse sentido, no passado dia 8 de fevereiro, em que as escolas regressaram ao ensino à distância, a Junta de Freguesia da União de Freguesias de Santo Estêvão de Briteiros e Donim implementou uma iniciativa que disponibiliza o serviço de impressão ou digitalização de documentos e trabalhos

escolares sem custos para as famílias. É intenção da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Santo Estêvão de Briteiros e Donim atenuar as diferenças sociais existentes entre alunos, permitindo a todos ter acesso aos materiais de estudo. Os interessados deverão contactar os elementos do executivo da Junta de Freguesia, para agilizar o processo de impressão e entrega dos documentos.

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Março de 2021

#297

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coisas de antanho

Caldas das Taipas a (des)propósito XLI

Caldas das Taipas, terra d’água - I Fontes, fontenários e chafariz

por Carlos Marques

Sempre pela água, que é a fonte da vida há uma enorme admiração e respeito, até pela sua suavidade, leveza e a beleza que exibe. Tive de me afeiçoar e com ela ter uma ligação estreita, quando ainda muito novo, a mando de minha mãe tinha de levar o cântaro ao fontenário do Montinho encostado ao marco 13 da estrada, e de lá o trazer cheio de água para toda a serventia e uso da casa, pois esta só nos chegou encanada depois da minha vinda da tropa.

Talvez a Câmara, agora que o Hotel da Empresa Termal das Taipas, SA esta novamente à venda, possa comprá-lo, afinal desde 1940 que a municipalidade não compra para si nenhum prédio aqui em Caldas das Taipas, protegendo a empresa que em 1985 ajudei a fundar, a Taipas Turitermas e o seu manancial, defendendo o interesse público, aproveitando para levantar a fonte do leão de água potável que o seu dono mandou soterrar naquele mesmo ano de 1993, de que resta a minha fotografia, e que muita gente das Taipas sabe bem da sua localização, pois dela muito se serviu e saciou.

Mais tarde, em 1993 entronizei a par da cutelaria nas rodas dentadas da indústria, a figura da água na heráldica da nossa vila, ao definir como símbolo, para nossa Bandeira. Brasão e Selo Branco a ponte de 3 arcos, assente num pé de água de 6 faixetas ondeadas de prata e azul, e sobreposta à ponte uma fonte de ouro. No mesmo ano de 1993, é instalado um tanque com chafariz em frente ao Passerelle, e quando abandono as minhas lides autárquicas no final daquele ano fica projectado um grande chafariz para o Jardim Público em frente à casa dos Agrellos. Sem antes na qualidade de tesoureiro da junta de freguesia intentado, sem sucesso, a compra do Chafariz de Taça da autoria de António Martins Ferreira, construído na Praça do Chafariz, hoje denominada de Dr. João Antunes Guimarães que ali esteve implantado entre os anos de 1883 a 1911, até que, já em plena república a 30 de Agosto a municipalidade de Guimarães o ter alienado e dali retirado com base em “requerimento do Sr. Engenheiro Municipal, informa a Câmara que o chafariz existente, na povoação de Caldas das Taipas, junto da Alameda, que tem servido até agora para a água da mesma povoação, hoje distribuída por 5 fontenários, já não é necessário, sendo de utilidade para o Município proceder-se à sua venda. Que o seu valor, atendendo ao estado da pedra, e ao seu feitio, dificilmente lhe permitirá outra aplicação, pode ser na quantia de 20$000 réis”. Ou seja para os responsáveis municipais daquele tempo o chafariz apenas serviria para as pessoas dele se abastecerem de água. Só a sua distância às Taipas se pode perceber daquele conceito, os taipenses tinham por ele uma grande admiração, na Praça onde tudo acontecia, ao seu redor realizava-se a PUBLICIDADE

Não se pode permitir Caldas das Taipas, que deve o seu topónimo à água, que tem nos seus símbolos e em duas circunstâncias esse elemento, que a fornece à cidade de Guimarães, não possua na nossa vila peças arquitectónicas e de mobiliário urbano alusiva à sua arma principal, a água. Caldas das Taipas, 1 de Março de 2021

Fonte de balde; Parque Turismo das Taipas (Foto Lamarts)

feira, o mercado, as trocas, possuía as suas melhores lojas, os embarques e desembarques das diligências, era lá como é hoje o nosso Rossio. De tantos fontenários, e bicas e fontes que usufruíamos na nossa vila e nos saciava a sede não sobra uma, apenas a bica da buvete que jorra água sulfurosa para a cura das maleitas de enfermos, escorrendo-se pela ribeira da Canhota e desta para o rio Ave. Nem mesmo no parque de Lazer sobre uma única a funcionar, pena fora que não me tivessem deixado guardar as pedras da fonte de balde aqui em fotografia, que tentei e quase conseguia, não fora a nefasta intervenção do Cerqueira que preferiu vê-la nos alicerces do muro do parque.

Fonte do Leão; Parque das Termas (Arquivo Carlos Marques)


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Janeiro Março de 2021

reflexo

#297 #295

DESPORTO

“Há muito desânimo, é importante voltar a competir” BRUNO JOSÉ FERREIRA

O CC Taipas já não joga deste o dia dez de janeiro, altura em que mediu forças com Os Sandinenses. Em cinco meses apenas foram realizados sete jogos o que leva a que o desânimo seja uma realidade. Até por isso o técnico Rui Castro diz que é importante voltar a jogar, independentemente de objetivos ou resultados. Texto Bruno José Ferreira O desporto amador está, como se sabe, parado. Em 2021 a equipa do CC Taipas ainda só realizou um jogo esta época ainda só jogou por sete ocasiões, uma delas a contar para a Taça de Portugal. É percetível que estamos num período extraordinário em que o mais importante é a saúde pública, mas ainda assim o Reflexo falou com Rui Castro, treinador do CC Taipas, para perceber como é que o plantel tem enfrentado um novo confinamento que obriga o clube a parar. Não dá para esconder o desânimo com nova paragem na competição, mesmo o grupo estando em contacto. “Com as novas tecnologias,

grupos de WhatsApp e essas coias, temos mais facilidade para falar com os jogadores. Durante o ano já se verificava que havia algum desânimo devido ao para/arranca das competições, mas desta vez acabou por ser um desânimo ainda maior, porque ninguém estava à espera. Quando retomámos em janeiro pensámos que as coisas iam normalizar, nem que fosse a jogar de manhã. No que diz respeito à preparação física, o nosso preparador físico tratou de um plano para os jogadores, para poderem seguir em casa, mas neste contexto distrital não controlamos os jogadores nem podemos estar a obrigar ninguém a cumprir. Obviamente que sei que

há jogadores que vão fazendo, mas também sei que há alguns que não vão fazer rigorosamente nada. O desânimo desta vez é muito maior, porque no passado ainda se ia treinando apesar das paragens, havia o balneário e o espírito de grupo”, refere Rui Castro em declarações ao nosso jornal. Ainda sem indicações quanto a uma possível retoma, há a certeza de que seria necessária uma nova espécie de pré-época para que o regresso possa ser feito com todas as condições. Algo que Rui Castro duvida que possa acontecer. “Uma nova pré-época era necessária, que seria a terceira ou a quarta este ano, pelo menos no caso do Taipas,

mas não sei se vai haver tempo para isso. Neste momento aquilo que poderemos apelar quando tivermos datas, porque ainda está tudo indefinido, é à fome de bola dos jogadores, que acredito que todos têm. Não vamos começar a competição com os índices físicos desejados, nem nós nem ninguém, nenhuma equipa vai praticar o futebol desejado, mas se isto recomeçar é como digo, temos que apelar à saudade é à fome de bola de todos os intervenientes”. Com os dados que estão, por agora, em cima da mesa, o técnico que cumpre o seu ano de estreia enquanto treinador principal assume que mais do que objetivos ou classificações será mesmo regressar à competição, sendo possível treinar e jogar. “Naquilo que me toca, e é

mais uma opinião pessoal, mais importante do que olhar para os nossos objetivos, definidos desde o início da época e que passavam por chegar a uma fase final, neste momento queremos é competir. Não sei em que moldes, como é que a AF Braga vai fazer para acabar a época, se vamos fazer só cinco jornadas, ainda que não me pareça justo; nem tanto pela nossa situação, porque não sei até que ponto este seria o melhor ano para subirmos de divisão, mas para as equipas que estão lá em baixo, porque cinco jogos é pouco. Quem manda é a AF Braga, mas mais importante é competir, mais do que chegar aos quatro primeiros ou ser campeão, porque isso num campeonato como este não nos diz muito”, revela o treinador.

Formação perde 88% dos praticantes em Guimarães devido à pandemia A temporada 20/21 conta com uma redução de 3256 jovens a praticar desporto de concelho de Guimarães e 3112 praticantes no desporto federado, de acordo com um relatório intitulado Impacto da pandemia Covid-19 no desporto federado no concelho de Guimarães. Estes números dizem respeito às principais modalidades coletivas, tais como andebol, basquetebol, futebol, futsal, hóquei em patins e voleibol. Na temporada 19/20 havia 4608 atletas federados nestas modalidades, enquanto que

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esta temporada há apenas 1496. Ou seja, nestes escalões de formação, cuja atividade está suspensa há praticamente um ano, desde março de 2020, há uma redução de 88%. Nestas modalidades há três particularmente afetadas, futebol, futsal e hóquei em patins, as quebras são superiores a 90%. Fazendo uma análise por género é possível perceber que a quebra é mais acentuada entre o sexo masculino. Entre homens há menos 71,53% de praticantes, enquanto que no caso das senhoras a redução é de 37,84%.


Março de 2021

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reflexo

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CART regressa à competição a 18 de abril com um misto de "incerteza e ambição" BRUNO JOSÉ FERREIRA

Federação Portuguesa de Patinagem já definiu calendário para a retoma. Taça de Portugal foi cancelada e o CART deverá voltar a competir quase cinco meses depois do último jogo para o campeonato. Treinador defende que será necessário uma nova préépoca. Texto Bruno José Ferreira A retoma da competição do hóquei em patins, nomeadamente o regresso competitivo da equipa sénior do CART, está agendado para o próximo dia 18 de abril, dentro de sensivelmente um mês e meio. Os taipenses não competem para o campeonato desde o dia 8 de novembro, tendo apenas pelo meio um jogo da Taça de Portugal, competição que entretanto foi cancelada. Tendo como objetivo terminar as competições e garantir o apuramento das equipas portuguesas para as provas europeias a Federação Portuguesa de Patinagem (FPP) já comunicou PUBLICIDADE

aos clubes o calendário da retoma, que, contudo, está refém da situação pandémica. Orlando Ribeiro, treinador do CART, falou ao Reflexo sobre esta situação, admitindo que mesmo havendo datas para competir a incerteza é ainda muita. “Temos o calendário já agendado pela FPP, tivemos uma reunião recentemente com a federação, online, e já nos foram atribuídas datas para o início do campeonato, que será no dia 18 de abril, se não houver nada em contrário. Acreditam que será possível iniciar a nossa atividade no dia 18 fazendo o jogo em atraso

com o Limianos. O calendário está atribuído, mas nós ainda não temos instalações, não podemos trabalhar. A esta distância, se pudermos treinar um mês antes é possível fazer um trabalho, adquirimos condição física aceitável. Se, de facto, o tempo for curto vai ser difícil. Se toda a gente estiver a cumprir vamos estar todos na mesma situação. Seria sempre aconselhável ter seis semanas para readquirir níveis físicos para competir, no mínimo quatro semanas. Estamos na expetativa e sem muito a fazer; uma coisa é certa: não há margem, no mês

de junho temos agendados oito jogos, dois jogos por semana. Vai ser muito intenso e curto até final de julho e não acredito que haja mais datas para agendar jogos. As coisas têm de correr mesmo muito bem”, aponta. O técnico reconhece que será necessário fazer uma espécie de pré-época, tal como referiu também o treinador do CC Taipas [ver página ao lado], até porque nos moldes atuais é difícil manter a condição física necessária para a prática competitiva. “Seguramente que é preciso uma pré-época. Três meses é muito tempo, mas não temos muitas mais armas para os manter ativos. Estamos parados há mais tempo do que o período normal de interrupção entre épocas, o verão. Mesmo nessa fase é mais fácil os jogadores irem fazendo alguma coisa, porque há ginásios e outras ferramentas, algo que neste momento não é possível. Estará toda a gente no mesmo registo, não sei se alguém possa estar a trabalhar às escondidas, porque é certo que as equipas com ambições de subida, as que melhor se apresentarem fisicamente vão tirar alguma vantagem. No CART estamos a cumprir as normas de forma rigorosa”, refere Orlando Ribeiro. Grupo ouvido e ambição para lutar

No meio deste processo o plantel do CART tem usado as redes sociais para se manter em contacto. De resto, ouvir o grupo de trabalho tem sido prática corrente num contexto “amador em que se tenta ser o mais profissional

possível”, reconhesse o técnico. Ainda antes de a competição ter sido novamente parada o grupo reuniu e Orlando Ribeiro reconhece que não se pode censurar qualquer que seja a decisão dos atletas, querem optem por estar disponíveis para jogar ou não. “Numa das últimas conversas quando ainda estávamos em atividade senti necessidade de juntar o grupo e ouvi-lo. Tenho gente que ainda antes do confinamento disse que não estava disponível para continuar na competição. Estavam a fazer um esforço em termos profissionais, em teletrabalho, a abdicar de muita coisa, com pessoas de risco em casa, e não faz sentido não estar a fazer uma vida normal, não estar a trabalhar normalmente e depois treinar quatro vezes por semana e jogar ao fim-de-semana, contactando com muita gente”, reconhece. Mesmo com toda a incerteza e ainda sem muita informação, a partir do momento em que seja possível voltar a colocar patins e pegar no stick o CART vai à luta. “Os jogadores têm estado motivados, com vontade de iniciar, mas vai ser sempre em condições difícil e atípicas com muita incerteza. Seja como for vamos lutar pelos nossos objetivos e vamos agarrar ao que temos, disso não tenho dúvidas que o grupo tudo irá fazer. Vamos à luta com as nossas armas. Uma coisa eu sei, independentemente da forma como a época terminar vai ser sempre atípica e uma época que não vai espelhar a justiça de um campeonato”, conclui Orlando Ribeiro.


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Março de 2021

reflexo

#297

DESPORTO

A petanca espera matar saudades do parque no verão HUGO MARCELO

estão presos, têm saudades de vir ao parque, jogar duas de petanca, conviver com os amigos.” O dirigente afirma que o jogo é para todas as idades, dos 8 aos 80, mas que alguns jogadores podem ter mais receio de reatar, já que pertencem a grupos de risco. José Gonçalves, 71 anos, não esperou pelo galopar do número de casos positivos de covid-19 para deixar o kit de jogo em casa. “Eu fui dos primeiros a parar as bolas. Logo que começou a crise,parei. Nunca mais joguei. Havia colegas meus que ainda iam para o pavilhão de Santo Estevão de Briteiros, que lá é coberto. E no inverno iam para lá jogar. Eu até aí parei”, salienta. Enganar a chuva

Os aficionados pelo jogo da petanca recolheram a casa - e desta vez não foi por causa das cheias. A pandemia tirou aos jogadores "uma boa forma de passar o tempo". Há a esperança de que no verão se possa voltar à arena e frequentar a sede do Clube de Pétanca das Taipas. Texto Pedro C. Esteves António Araújo tem recebido vários telefonemas nos últimos tempos. Do outro lado da linha, alguém pergunta se “acabou a petanca” ou se o regresso está para breve. É que os campos estão desimpedidos há largos meses e a pandemia ainda não deu tréguas. A resposta do presidente do Clube de Pétanca das Taipas aos inquéritos que lhe têm chegado tem sido apaziguadora: “Temos que ter sempre fé. A pétanca e o clube não acabam, estejam descansados.” Com o cessar das atividades, também a sede do clube está fechada. Há um ano, em fevereiro, quem entrasse pelas portadas verdes da casa dos sócios, situada no parque de lazer da vila, encontraria movimento e vozerio próprio de local acolhedor. Afinal, falamos de um local de aglomeração, que juntava aficionados do desporto, mas também quem procurasse “o convívio ou jogar duas de dominó”. Atualmente, as circunstâncias são diferentes. “O pessoal costumava vir jogar, agora não podem vir para aqui para o parque. A sede também está fechada, senão havia muita gente aqui a esta hora. Falava-se de

futebol, de petanca, outros vinham cá para tomar o café, ver jogar”, desabafa o dirigente. “Quando está um tempo bom aqui é uma maravilha”, lamenta. O cenário atual dentro da sede é outro: as mesas arrumadas, as cadeiras encavalitadas e, atrás do balcão, a máquina de café por aquecer. Continuará assim por mais alguns meses. António Araújo vaticina um período incerto nos primeiros tempos de desconfinamento: “É lógico que de início, quando isto abrir, vai haver um bocado de receio, mas pouco a pouco as coisas vão passando ao normal.” A normalidade foi interrompida na primeira metade de 2020. No decorrer do ano passado, logo após os primeiros ecos da pandemia, a Federação Portuguesa de Petanca emitiu um comunicado que determinou o encerramento da época desportiva. Acabaram as competições e, com elas, as deslocações. Um tempo que era uma maravilha

“Íamos para a Espanha, para torneios livres. Mas no ano

passado, as nossas saídas foram até Portimão. Tínhamos as saídas para o Estoril, para Vila Nova de Ourém, Peniche. Agora, o torneio faz-se mais aqui na zona norte, em Lordelo, Rebordosa, Fafe. Depois os apurados iam jogar ao Sul”. José Gonçalves vem “desde o início [do clube]” praticar para o parque da vila. Tornou-se rotina, agora interrompida. “[Este período] custa. Nós passávamos aqui um tempo que era uma maravilha. A amizade, os amigos, e depois os fins-de-semana que íamos jogar fora. Também ajudava a passar o tempo”, indica o jogador. Considera que a seda “tinha um ambiente bom”, mas dava-se melhor na arena da pétanca. “É um passatempo bom para as pessoas que estão paradas passarem o seu tempo. Ganham-se muitos amigos aqui”, sublinha. “Uma pessoa chega aqui às duas ou três horas e está aí a jogar às seis ou sete. Em geral está-se aí duas, três horas por dia a passar um bom tempo.” Opinião corroborada por António Araújo: “Sem dúvida nenhuma [que a petanca faz falta]. Tenho tido conversas com jogadores por telefone, dizem que

Na opinião do atleta, o que fazia falta era um recinto coberto – à imagem do que existe na freguesia vizinha - para que, quando a competição reatar, ser possível treinar nos meses menos solarengos. “Quando está a chover ou no Inverno o pessoal vai todo para lá. Se se vier aqui um dia que estivesse a chover, os carros dão aqui a volta e vão ter a Briteiros.”

O tempo chuvoso é, de resto, o principal inimigo de quem pratica a modalidade. António Araújo alerta para outro problema: as cheias. Tal como aconteceu no início do mês de fevereiro, o Rio Ave tem tendência a galgar as margens e inundar os campos de jogo, situados na zona ribeirinha da vila, no parque, perto da sede. Não há, porém, período tão atípico para os aficionados como este provocado pela pandemia. “Estou ligada à petanca há muitos anos. Este foi um período para esquecer, para esquecer. Tivemos outras situações com as cheias, mas as cheias são dois ou três dias. Mas esta doença… as cheias passam; enchem e vão por ai abaixo”, diz. Otimista quanto ao futuro próximo, o dirigente espera poder abrir a casa aos aficionados o mais rápido possível, assim que as condições o permitirem. Se tudo correr bem, a “sede jeitosa” poderá começar a receber e a acomodar as caras conhecidas no verão. Até lá, as portadas verdes permanecerão fechadas e os troféus que recheiam as prateleiras vão permanecer sem ninguém para os admirar. HUGO MARCELO


Março de 2021

#297

reflexo

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Cheias deixam requalificação do Clube de Ténis dependente da APA BRUNO JOSÉ FERREIRA

Projeto original terá de se sofrer alterações impostas pela Associação Portuguesa do Ambiente em virtude das cheias que regularmente se fazem sentir no Parque de Lazer das Taipas. Obra não está esquecida, mas os trâmites estão a ser revistos. Texto Bruno José Ferreira A obra de requalificação das instalações do Clube de Ténis das Taipas, situadas no Parque de Lazer das Taipas, está dependentes da Associação Portuguesa do Ambiente (APA) para poder avançar. Há sensivelmente um ano foi aprovado pelo município, em reunião de câmara, a atribuição de um subsídio de 145 mil euros para se proceder a uma intervenção de fundo neste espaço, mas a obra não arrancou, sendo a primeira tranche deste subsídio, no valor de 48 mil euros, transferida para este ano. O projeto prevê a construção de novos balneários junto ao talude PUBLICIDADE

da Alameda Rosas Guimarães, um espaço de sede e a criação de um bar de apoio, assim como uma intervenção geral nos courts e na zona envolvente, como é o caso da pérola paralela à Rua Joaquim Pereira Monteiro. Contudo, o projeto inicial esbarra nas exigências da APA, que coloca reservas à intervenção devido ao facto de se tratar de uma zona inundável. “Esta zona trata-se de uma zona inundável e, como tal, podem estar em risco pessoas e bens, pelo que a APA vai impor condições à execução da construção desta obra, condições que não fazemos

ainda a mínima ideia quais serão, mas que pensamos que passarão pelo aumento de cotas, ou muros de suporte de águas. Conforme o projeto estava inicialmente traçado não autorizavam a construção, mas esta obra não está esquecida, está a ser trabalhada, o arquiteto responsável está a tratar do assunto englobando uma equipa de engenheiros que estão a trabalhar em conjunto com APA”, refere José Remísio em declarações ao Reflexo. Em breve terá lugar uma reunião com a APA, sendo certo que “nos moldes atuais não é autorizada construção”, pelo que a equipa municipal que está com o processo em mãos, liderada pelo arquiteto Ricardo Rodrigues, responsável também pela intervenção na Alameda Rosas Guimarães, vai junto desta entidade perceber

as condições para a realização de uma intervenção como a que se se espera realizar. “Apenas depois de reunião com a APA é que daremos o salto para o projeto definitivo, para o licenciamento e construção”, perspetivo José Remísio. Preocupação paisagística também a ter em conta

De resto, esta foi uma realidade adiantada pelo arquiteto Ricardo Rodrigues na edição de setembro do jornal Reflexo, quando foi abordada a intervenção na Alameda Rosas Guimarães. “Temos grandes problemas nesta zona, que é uma zona de grande sensibilidade por causa das cheias. A APA o que deixa fazer é zero e estamos já a tentar contornar isso há vários anos, mas ainda há menos de um ano [ndr: declarações prestadas em agosto] tivemos uma cheia

com 1,60metros, o que torna difícil rebater qualquer argumento. Estamos a trabalhar com um conjunto de engenheiros do Porto, que trabalham com a APA, no sentido de ver o que se pode fazer. Estamos presos pela água, pelas cheias, e também pelo enquadramento paisagístico porque irá interferir na alameda”, lamentou, na altura, o arquiteto. A preocupação paisagística é tida em conta por todos, conforme José Remísio também vinca. “É óbvio natural que tem de haver uma preocupação paisagística. O próprio Clube de Ténis das Taipas, esta direção, teve a preocupação de frisar isso, que tem de haver um interesse paisagístico, ainda que os arquitetos saibam perfeitamente isso, que o nosso clube está inserido num contexto muito peculiar”, sublinha. Noutro âmbito que se reveste de particular importância, o Clube de Ténis das Taipas continua a trabalhar com a Taipas Turitermas o contrato de comodato para que seja possível ao clube ter a tutela do espaço e, dessa forma, realizar a intervenção com o subsídio atribuído pelo município. “ C o m o s e s a b e a Ta i p a s Turitermas tem uma nova direção, com quem já estivemos reunidos, que ficou de pensar no comodato. A ideia é, depois, recorrer para outro tipo de situações, para o IPDJ (Instituto Português do Desporto e da Juventude), mas o IPDJ não atribuiu verbas a ninguém sem esta questão, ou ser proprietário do terreno ou ter contrato de comodato. É disso que estamos a tratar, a ver se conseguimos o contrato de comodato”, atira José Remísio. O avanço da desejada intervenção nos courts de ténis e na zona envolvente está, assim, dependente do parecer da APA para que possa ser redefinido o projeto e posteriormente as obras possam arrancar no terreno.


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FMarço de 2021

reflexo

#297

ATUALIDADE Horta Comunitária começa a ganhar forma junto ao Parque de Campismo

A Horta Comunitária que será criada em Caldas das Taipas já começou a ganhar forma junto ao Parque de Campismo das Taipas, segundo dá nota a junta de freguesia nas redes sociais. O referido projeto está a ser instalado num terreno cedido pela família

da Casa da Seara e contará com sensivelmente 25 espaços destinados à concessão aos cidadãos. “As hortas comunitárias são espaços destinados à horticultura, normalmente como atividade de lazer. São espaços para as famílias, que podem, numa parcela de terreno e de

forma comunitária plantar produtos hortícolas”, pode ler-se na nota da Junta de Freguesia de Caldelas. Para além dos canteiros este espaço terá ainda uma zona de merendas, uma casa de insetos com função de polonização, casa de apoio para guardar materiais, estufa em vidro, canteiro de aromáticas e um viveiro de flores para os jardins da vila. Trata-se de um projeto que prevê a proteção do ambiente, uma vez que a ambição da junta passa por fazer com que seja implementada uma agricultura biológica e sustentável, sem o uso de químicos ou aditivos. O espaço destinado a esta obra da Junta de Freguesia de Caldelas está a ser intervencionado e encontra-se vedado. Na sua génese este espaço será idêntico ao existente junto ao Pavilhão Multiusos de Guimarães, as Hortas Pedagógicas de Guimarães, da responsabilidade do município.

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José Pereira de Freitas No dia 2 de Fevereiro, na sua residência, faleceu o Sr. José Pereira de Freitas, com 84 anos de idade, casado com Maria do Sameiro Salgado de Oliveira, residente que foi na Rua Reitor Joaquim Augusto Maciel Ribeiro Torres, Ponte, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Igreja de São João de Ponte, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.

Palmira de Sousa Faria

No dia 30 de Janeiro, na sua residência, faleceu a Sr.ª Palmira de Sousa Faria, com 71 anos de idade, casada com João Costa Lopes, residente que foi na Rua dos Tojais, Ponte, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Igreja de São João de Ponte, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.

Maria Pereira

No dia 3 de Fevereiro, no Hospital Senhora da Oliveira, faleceu a Sr.ª Maria Pereira, com 80 anos de idade, casada com Manuel Vieira da Cunha, residente que foi na Rua Major, Prazins (Santo Tirso), Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Igreja de Santo Tirso de Prazins, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.

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Manik Mané com Steven Gerrard, treinador do Rangers, na conferência de imprensa do jogo com o SC Braga


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