Reflexo #287 2020-05

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Maio de 2020 / Ano XXVII / #287

Publicação Mensal

Diretor Alfredo Oliveira

Preço €1,00

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Chefe Mota passa ao Quadro de Honra dos Bombeiros das Taipas entrevista pp. 4 e 5

FOTO: LIMA PEREIRA

COVID - 19

Quem casa quer festa e sem festa ninguém casa reportagem pp. 6 e 7

Pe Rubens Marques "É possível globalizar a solidariedade"

Juntas de freguesia na linha da frente junto das pessoas

Trio Os Boémios apresenta o seu novo CD

Fim dos campeonatos distritais gera incerteza

Paróquia da Senhora da Conceição, da cidade do Porto, serve cerca de 400 refeições diárias.

Onze presidentes de Junta apresentam o que tem sido feito no combate à Covid-19.

‘Mamamia’ é o nome do CD que já está no mercado para animar o pós-pandemia.

Brito, Ponte e Sandinenses desconhecem a divisão em que vão competir.

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CASA DE PARTIDA

SOBE EDITORIAL Alfredo Oliveira

O Covid-19 e o controlo da informação Entre ter-se dito que o Covid-19 “até pode ter consequências bastante positivas” para a exportações portuguesas, a 7 de janeiro e a 14 do mesmo mês se ter afirmado que "não há grande probabilidade de chegar um vírus destes a Portugal", até à situação que o país atravessa até ao dia 4 de maio, distam 4 meses. Com menos tempo de distância, temos outras afirmações. A 7 de março: “Se ultrapassarmos isto antes da Páscoa e, chegando ao verão, a situação já estiver controlada, provavelmente a retoma do turismo irá ser muito forte”. A 22 de março: “Não use máscara, é uma falsa sensação de segurança”. A 2 de maio: "É obrigatório o uso de máscaras ou viseiras na utilização de transportes coletivos de passageiros", por via do Decreto-Lei 20/2020, sublinhando-se que o incumprimento “constitui contraordenação, punida com coima de valor mínimo” de 120 euros e máximo de 350 euros. A distância temporal baixa para cerca de 40 dias. Será de sublinhar que todas estas declarações foram produzidas pelos principais responsáveis políticos e da área da saúde em Portugal. Todos sabemos que se está a trabalhar um pouco no escuro e há que dar uma margem de tolerância a estas intervenções. Mas cada vez temos menos dúvidas que o país não se preparou “para o que aí vinha” e foi adaptando o seu discurso à medida que os recursos se tornavam mais disponíveis. Podemos dizer que há também uma “nova lei da rolha” na questão da pandemia e há um alinhamento total da informação dos principais órgãos da comunicação social. Que temos em todos os telejornais? Sequência: número de casos fornecidos pela Direção Geral da Saúde, parte da intervenção da conferência da mesma entidade, António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa, Espanha, Itália e depois, sempre pelo lado mais caricatural, Inglaterra (menos a partir do elogio ao enfermeiro português por parte de Boris Johnson), EUA e Brasil e os “apanhados” a dar vivas a tudo e a todos. Quanto à “lei da rolha”, basta ver que não existe acesso a informação mais detalhada. Não temos acesso a informação de proximidade, com o argumento de não se causar alarmismo social. Por outro lado, temos tido uma sequência de limitações à circulação, direitos e liberdades em nome do bem geral da população. Aqui é sempre de colocar a eterna pergunta: até onde estamos dispostos a abdicar desses direitos e liberdades em nome de um interesse comum?

reflexo O Norte de Guimarães

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Globalizar a solidariedade

Jornalista e comentador

Neste tempo em que O jornalismo tem por vivemos, será sempre de base não misturar informasalientar todos aqueles que ção com opinião. Existem dão o seu melhor para o canais próprios e rubricas benefício dos outros, da coperfeitamente identificadas munidade onde vivem e da para esse efeito. sociedade onde se inserem. Aquilo a que se está a asSão muitos e bons os sistir nos canais generalistas, exemplos que vão sendo principalmente nos seus teleconhecidos. jornais, é a uma competição A todas essas pessoas entre o jornalista que mais e instituições que estão se distingue no seu discurso no terreno a desempenhar emocional. essas tarefas solidárias, fica São raros os exemplos aqui o nosso reconhecimendos jornalistas que se remeto público. tem à sua função principal e cada vez mais assistimos a um jornalista dar a sua opinião antes de colocar a questão ao entrevistado. Para além da praga de comentadores, só faltava mesmo o jornalista usar o telejornal para também ser comentador.

DESCE

PUBLICAÇÃO MENSAL / N.º 286 / Abril de 2020 / Ano XXVII Depósito Legal n.º 73224/93 - Registo n.º 122112 // PROPRIEDADE e EDITOR RFX, Ld.ª - Empresa jornalística registada na E.R.C., em 13 de Abril de 2015, com o n.º 223926 NIF 513 082 689 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Lybra Ibts, Sociedade Unipessoal Lda.; Pedro Filipe de Azevedo Oliveira Marques Vieira; José Henrique Fernandes da Cunha; Alfredo Jorge Salazar Rodrigues de Oliveira; Manuel António Martinho da Silva; António Paulo Duarte Marques de Sousa DIRECTOR Alfredo Oliveira REDAÇÃO José Henrique Cunha; Manuel António Silva; Pedro Vilas Cunha e Bruno José Ferreira CONTACTO Av. da República, 21 – 1.º Dto. - Apartado 4087 - 4806-909 Caldas das Taipas TEL./FAX: 253 573 192 - Email: jornal@ reflexodigital.com TIRAGEM 1500 EXEMPLARES EXECUÇÃO GRÁFICA IMPRESSÃO Diário do Minho - Braga Rua de Sta. Margarida, 4 A - 4710-036 Braga COLABORADORES António Bárbolo; Cândido Capela Dias; Carlos Salazar; Manuel Ribeiro; Augusto Mendes; Pedro Martinho; Teresa Portal REVISÃO DE TEXTO Maria José Oliveira FOTOGRAFIA Lima Pereira; Reflexo; Fotografia Matos ESTATUTO EDITORIAL disponível em www.reflexodigital.com


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ENTREVISTA

Chefe Mota passa ao Quadro de Honra dos Bombeiros das Taipas REFLEXO

de quarteleiro. Trabalhava de dia, de noite, a toda a hora. A minha mulher também atendia telefones, porque eu era o único motorista que trabalhava lá, para fazer serviços de ambulância, como fiz milhares até à data de hoje.

São 49 anos ao serviço da Associação Humanitária dos Bombeiros das Taipas. João Leite Gomes da Mota nasceu no antigo quartel, deu início à sua caminhada como bombeiro a 21 de fevereiro de 1971 e culmina o seu percurso com a ascensão ao Quadro de Honra da corporação. Com uma carreira recheada de louvores e condecorações, como Medalha Cobre da Câmara Municipal de Guimarães, Medalha de Valor e Mérito Grau Ouro, Medalha de Bons Serviços Grau Ouro da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas das Taipas ou Crachá de Ouro 35 anos e Crachá de Cidadania e Mérito da Liga dos Bombeiros Portugueses, revive as suas memórias numa entrevista emotiva e recheada de histórias em exclusivo ao Reflexo. Texto Bruno José Ferreira e Manuel António Silva O seu pai, Isaías Mota, foi o primeiro quarteleiro dos Bombeiros das Taipas. Que memórias recorda do seu pai? Tenho bastantes memórias. A que mais me marca foi quando ele teve a doença que o levou à morte. Foi um homem que serviu a população bastantes anos, fez muitos serviços de ambulância a conduzir sem carta. Andou 32 anos a conduzir sem carta. Passados alguns anos, quando Manuel Piteco chegou cá conseguiu com que ele tivesse a carta. Passados quinze dias infelizmente acabou por falecer, que foi quando eu fiquei com o lugar dele no quartel. Nunca teve problemas por conduzir sem carta? Teve bastantes problemas, mesmo com a Guarda Nacional Republicana (GNR) das Taipas, nomeadamente o Cabo Tavares, que

lhe deu voz de prisão num serviço que ele fez, muito possivelmente numa acusa que fizeram. O meu pai conseguiu levar na mesma a pessoa ao hospital e depois alguém teve o ir buscar a ambulância. Normalmente o meu pai levava a ambulância para os serviços, mas depois não vinha a conduzir. A partir daí tinha uma vida normal. Trabalhava de dia e de noite, era quarteleiro nos bombeiros e foi sempre um homem respeitado, que se dava bem com toda a gente. Fez muito pelas Taipas enquanto bombeiro. Foi, então, por influência do seu pai que entrou para os bombeiros? Eu entrei para os bombeiros porque desde os dez anos que já tinha um gosto especial pelos bombeiros. Nasci no quartel velho, fui criado lá e comecei lá a minha vida.

Um senhor, de nome Aires da Silva Lima, deu-me uns sapatos quadrados e farda eu já tinha, porque era a mascote do quartel velhinho dos Bombeiros das Taipas. Andava com eles na fanfarra, apanhava as baquetas, era a mascote. A partir daí andava ao lado dos bombeiros, ia para os incêndios com eles, era pequeno. Foi assim a minha entrada para os bombeiros. Entre os dez anos e os dezoito anos integrei-me como bombeiro, fiz a escola, era aspirante, passei a bombeiro de 3.ª e comecei a minha carreira depois da morte do meu pai. Antes de o meu pai partir fui para vários incêndios naquele carro velhinho que está exposto nos bombeiros, o ‘studbaker’, cheguei a guiar algumas vezes, mas poucas porque começaram a chegar mais carros uma vez que só tínhamos três caros. Depois desses três carros veio a ‘Bedford’ e a ambulância Volkswagen amarela.

A partir daí o meu pai foi a França buscar uma ambulância e assim se começaram a desenvolver os Bombeiros das Taipas. Passou a quarteleiro em 1983 numas eleições que envolveram alguma polémica, com clivagem entre a direção e o comando. Recorda-se do que se passou? Inscrevi-me como candidato a integrar a corporação dos bombeiros como quarteleiro, eu e Francisco Gouveia. Concorri com ele, houve uma divergência qualquer entre a direção e o comando. Uma parte da direção estava a meu favor, exceto o presidente da direção, Manuel Marques. Não sei se o comandante, José Vilas, também votou contra. Sei que foram dois votos contra e o resto estava a favor. Ganhei a minha candidatura para quarteleiro por cinco a seis votos e foi aí que comecei a minha carreira

Passados quatro anos, em 1987, houve novamente uma das maiores crises dos bombeiros. Como recorda esse período? Em 1987 foi quando houve a desgraça entre o José Vilas e mais catorze bombeiros que pediram a demissão contra a direção, mas já estamos a falar de outra direção, quando estava lá Manuel Alves. Foi uma revolução que houve entre Manuel Alves e o comandante José Vilas, tiveram problemas, e nós tivemos muitas divergências. Uma parte estava a favor do comandante José Vilas e outra parte estava do lado da direção. A partir daí Manuel Alves, nessas divergências, escorraçou o comandante José Vilas do quartel. Nessa altura Manuel Alves pôs-me uma pistola em cima do tablier da ambulância, disse para ir fazer o serviço e se alguém me mandasse parar, porque não queriam que fizéssemos o serviço por causa das divergências, para mostrar a pistola. Esses bombeiros, assim como o comandante foram embora, e com o tempo as coisas voltaram à normalidade. No dia 20 de agosto de 1983 esteve envolvido no acidente com o conhecido carro International. O que se passou? Lembro-me desse dia como se fosse hoje. Houve uma chamada para um incêndio num alpendre em Briteiros Santo Estevão. Ligámos a sirene, como era normal e arranquei com o carro mais alguns bombeiros. No centro da vila, junto à padaria da Belinha, não fazíamos a perpendicular, era sempre a direito e aí o carro já me fugiu um bocado. O carro ia cheio de água. Seguimos o caminho e ao chegar ao Azeiteiro fiz uma ultrapassagem e o carro voltou a figir-me. Vinha um carro em sentido contrário e andei de beira em beira com a viatura desgovernada. Mandei sete pessoas para o hospital, inclusive eu. Alguns ficaram feridos e tiveram de ser hospitalizados. Eu não tive nada. E depois o incêndio, que resposta foi dada? Foi outro carro, porque nesse


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“Atingi o limite de idade, mas não morre o bombeiro” tempo já tínhamos a Bedford. O incêndio resolveu-se da melhor maneira. Esteve também envolvido, se assim se pode dizer, no reconhecimento da Nossa Senhora dos Remédios como padroeira dos bombeiros. Foi um ato que uniu toda a gente e envolveu a corporação? Há quarenta anos a Senhora dos Remédios não ia ao quartel velho. Um ano meu pai falou com alguém para, em vez de ir ao quartel passar só no largo. Falou-se com o nosso pároco na altura, Pe Manuel Joaquim de Sousa, e a partir daí começou a vir a Nossa Senhora dos Remédios ao quartel. Era uma zona muito frequentada, com o Zé da Venda, o Sapo, na parte de cima o Barreto, a Zinha, que também morava lá. Estava tudo habitado nessa zona. Existia também o Sr. Machado, o Zé do Roto, o Gusto Palhas. Num dia começou e depois passou a ir sempre dar a volta ao quartel. Desde aí, passou a ser a padroeira dos Bombeiros das Taipas. Até hoje. Mesmo nestas circunstâncias (Covid-19) fez-se uma homenagem. Temos uma Nossa Senhora dos Remédios no quartel que está exposta para quem quiser ver. Foi uma bonita homenagem com quem estava de serviço. Que outros bons momentos guarda? Os bons momentos que passei fazem-me ficar pena de ter chegado ao fim da carreira de bombeiro. Comecei em 1971 a carreira, fui bombeiro de 3.ª, 2.ª e 1.ª, até chegar a subchefe e chefe. Fico com pena de deixar aquela casa porque foram muitos anos lá a trabalhar. Tem lá muito suor meu. Deixei lá muito trabalho e continuarei a ajudar se assim for necessário. Passei por muitos comandantes, sempre os respeitei e fiz o que ma mandaram. Nunca tive problemas com nenhum com comandantes, chefes ou com quem quer que seja. Em termos operacionais recorda alguma situação que o tivesse marcado particularmente? A coisa que me deixou mais memórias no meu trabalho até à data de hoje foi no dia em que houve uma explosão em São Martinho de Leitões, numa fábrica de pirotecnia. Fui o primeiro a chegar lá e quando lá chegámos vimos pedaços

humanos pelos cantos, quatro ou cinco pessoas faleceram, e quando andávamos à procura ainda vimos um homem vivo no local. Foi o acidente mais marcante nos milhares de serviços que tive até hoje. Nesses milhares de serviços esteve em alguma situação mais complicada, em que esteve em risco? Apertados estamos sempre porque nunca sabemos para o que vamos e quando lá chegamos os incêndios nunca são iguais. Uns tem mais queda para uma coisa, outros têm para outras coisas. Eu tinha queda para tudo. Estava já habituado a tudo e nada se apresentava como um obstáculo. Temos de resolver as coisas na hora, sem ter tempo para pensar. Recordo-me que num serviço encontrámos um ser humano todo queimado e na altura o comandante Gil assustou-se e saiu para fora do local. Ganha-se experiência. Outro acidente que me marcou foi também um em que tive de transportar dois mortos numa ambulância e um ferido à frente à minha beira, porque nesse tempo ainda tínhamos poucos meios. Hoje não se podia fazer isso. Não tínhamos tantos meios, as decisões tinham de ser tomadas. Como vê os bombeiros hoje comparativamente com o passado. Em quase cinquenta anos de serviço as mudanças são muitas… Antigamente não sabíamos o que fazíamos. Não tínhamos a formação que temos hoje. Tive formação de várias áreas, primeiros socorros, incêndios, matérias perigosas, desencarceramento. Temos outra formação e conhecimento, enquanto antigamente era como desse jeito. Carregávamos feridos como se fossem sacos de batatas. A formação é outra, isto desenvolveu-se muito e espero que continue a desenvolver-se cada vez mais para melhor. O que sente hoje ao passar pelo quartel e ver as condições que há nos bombeiros, comparativamente por exemplo com os primeiros anos em que só tinham três carros? Sinto-me muito orgulhoso pela situação atual dos Bombeiros das Taipas, pela frota que tem. É uma corporação com muito poder, trabalhou-se muito para se chegar a

esta situação que temos. Ter os quarenta carros que temos hoje não é o mesmo que ter os três que tínhamos, incomparavelmente. Tinha uma paixão por carros, nos bombeiros conseguiu juntar duas paixões, sendo responsável por muitas intervenções que foram feitas nas viaturas dos bombeiros… Exatamente. As viaturas evoluíram em muita coisa, como material, bombas que se reparavam lá, carros que se reparavam lá, cheguei a fazer reparações para corporações de fora, que me pediam. Agora os carros já são mais adaptados ao nosso serviço, algo que antigamente não acontecia. O que significa para si a passagem ao Quadro de Honra dos Bombeiros das Taipas? A única coisa que deixa pena é que quando passava nas Taipas, à frente na formatura, honrava-me de levar aquela bandeira. Era o meu orgulho. Era a minha casa e é o meu quartel. Não sei se vou continuar a levar, como chefe mais velho continuo a ser dos Bombeiros das Taipas, embora seja do Quadro de Honra. Atingi o fim em termos de idade, mas não acabou o bombeiro. O bombeiro fica na mesma.

LIVRO AHBVCT 125 ANOS A PULSAR PELA COMUNIDADE

O quarteleiro Isaías Gomes da Mota (pai do Chefe Mota)

João Mota conduzia o International no famoso acidente a 20 de agosto de 1983

Imaginava chegar a este patamar quando entrou para os bombeiros? Quando integrei os bombeiros disse para mim mesmo que só queria chegar ao posto do meu pai, subchefe. Acabei por passar mais um grau. Cheguei a chefe. Não podia ir mais longe. Consegui, com orgulho, passar esse patamar. A carreira de bombeiro acaba em chefe, cheguei ao ponto máximo. Como será daqui em diante quando tocar a sirene? Não é fácil deixar de ser bombeiro. É um dom. Quando a sirene toca, toca para todos. Ainda no domingo passado estava no quartel, tiveram uma série de serviços, tive de fazer um telefonema a um colega porque como Quadro de Honra não posso fazer serviço de ambulância. Só em última necessidade. Custa, é duro, mas tem de se aguentar. Se puder ajudar ajudo sempre. Fui-me preparando para isto ao longo dos anos

João Gomes da Mota ao volante de um jeep Willys

Medalha de Ouro da Cidade atribuída pela CMG aos BVCT, a 24 de junho de 2001


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REPORTAGEM

Quem casa quer festa e sem festa ninguém casa DR

A situação de emergência em que o país esteve mergulhado derivado ao novo coronavírus parou por completo a chamada “indústria dos casamentos”. Texto Manuel António Silva Desde empresas de organização de eventos, detentoras das Quintas onde habitualmente se realizam as festas de casamentos e outros eventos, aos fotógrafos, empresa de decoração, de catering, de animação, vendas de vestuário de noivas e noivas e etc, são milhares de eventos já cancelados, com um risco muito elevado de, até final deste ano, continuarem praticamente sem trabalhar. Uma situação que, apesar de tudo, ainda pode ser reparada nos próximos anos, dependendo das possibilidades de cada um para aumentar a capacidade de realizar mais eventos do que aqueles que estavam habituados a realizar anualmente. Isto porque se tratam de iniciativas que podem ser reagendadas, levando a uma maior sobrecarga de trabalho para as empresas que poderão, caso tenham capacidade para o fazer, quase duplicar o seu trabalho. Por outro lado, as limitações que eventualmente possam vir a ser impostas para a realização destes eventos, nomeadamente no que PUBLICIDADE

respeita ao distanciamento social, podem vir a limitar a lotação dos referidos espaços e, dessa forma, levar as empresas a incrementar os seus preços. Para já, são apenas cenários possíveis. Não há ainda muita informação sobre o assunto e as próprias empresas não sabem muito bem com o que contar. As dúvidas ainda são muitas. Ninguém sabe ainda quando poderá ser retomada a atividade e, muito menos, em que condições vão poder voltar a fazê-lo. Que condições serão impostas, que medidas e restrições ao funcionamento dos espaços, em termos de lotação, por exemplo, serão adotadas? Há ainda, pois, muita incerteza no ar. Poucas respostas. De uma coisa parece não restarem dúvidas: à semelhança de outras, esta é uma indústria que está praticamente parada e não se sabe muito bem por quanto tempo?! Foi no sentido de perceber o impacto que esta situação está a ter nessas empresas que abordamos três das mais representativas da nossa região. As respostas às nossas

questões, não variaram muito. Quinta Vila Marita

Quinta da Granja

Hélder Silva, gestor de eventos na Quinta da Granja, em Balazar, refere também que “neste momento, todos os eventos estão a ser adiados e alguns deles, a ser mesmo cancelados. Tínhamos agendados cerca de uma centena e eventos e muitos outros de agendamento previsto. O que estava previsto até julho está tudo adiado e estamos já a adiar eventos que se iriam realizar no mês de agosto. Todo este processo tem sido um pouco difícil. Estamos a falar, em alguns casos, já com evento marcado há mais de 2 anos, que implica também fazer um reagendamento, com todos os fornecedores, para uma outra data. Praticamente todos os eventos estão a ser reagendados para 2021”. Quinta Cedro do Ave

Para Isabel Almeida, gerente da Quinta Vila Marita, em Santa Maria de Souto, “toda esta situação está a afetar muito o negócio. Para o ano de 2020 entre casamentos, batizados e primeiras comunhões estavam previstos cerca de 130 eventos. Neste momento, todos os eventos existentes até ao final do mês de junho foram já adiados, sendo que grande parte tem já nova data entre o final deste ano e o próximo. É desta forma que estamos a proceder, concedendo aos clientes a possibilidade de reagendar o evento entre este ano e o próximo”.

Por seu turno, Luís Miguel Silva, proprietário da Quinta Cedro do Ave, dá conta que “todos os eventos foram reagendados para novas datas, uns para o fim deste ano, outros para datas equivalentes em 2021. Dos mais de 60 eventos que tínhamos marcados, nenhum foi cancelado. Estão todos em reagendamentos e outros ainda mantém as datas previstas inicialmente”

Precisamente sobre o ponto de situação da agenda para o próximo ano, a responsável da Quinta Vila Marita refere estar “praticamente preenchida, sobretudo no que respeita aos finais de semana, entre o mês de maio e setembro”. Constata ainda que se nota um “ligeiro abrandamento” para 2022 “na procura por parte de noivos, o qual esperamos possa ser ultrapassado com o retorno à vida normal, ainda que consideremos que vá ser um processo lento”. Para o próximo ano, a Quinta da Granja também está com a agenda bem preenchida, situação que já se verificava antes desta situação. “Para 2021, estamos com uma taxa de ocupação muito boa pelo que, esperamos poder retomar o nosso trabalho o quanto antes, tendo sempre em conta que no mundo dos eventos não pode haver muitas restrições referentes ao convívio e à proximidade das pessoas que neles existem. Caso a retoma tenha de ser com algumas dessas restrições, não acreditamos que se possa realizar qualquer tipo e evento, enquanto elas se mantiverem”. Na Quinta Cedro do Ave o cenário é idêntico. Uma agenda sobrecarregada de trabalho com os eventos que estão a ser reagendados a acrescer aos que já estavam marcados. Os três responsáveis pelos espaços de que temos vindo a falar, estimam que os prejuízos causados por esta situação sejam significativos. Luís Miguel Silva prefere, no entanto, encarar esse “prejuízo” como uma “quebra na faturação” que será compensada em 2021. “Mesmo com as restrições que possam vir a ser impostas, eventualmente, com redução da lotação para 1/3 da atual – que no nosso caso é de 522 pessoas – ainda ficaremos com condições para continuar a trabalha”, referiu Miguel Silva. Isabel Almeida, da Quinta Vila


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Marita, atendendo à elevada probabilidade de ser imposto pelo Estado um limite máximo de convidados como forma de salvaguardar a saúde dos clientes e staff, admite que a sua Quinta “procurará adaptar-se a tal condição reduzindo, por exemplo, o número mínimo de convidados que habitualmente é exigido aos noivos” Já para Hélder Silva, da Quinta da Granja, “a realização de casamentos e todos os restantes eventos, sem haver um simples abraço, um aperto de mão, é qualquer coisa de inimaginável. Muito sinceramente, penso que sem isso não podemos realizar qualquer tipo de evento”. Com todas estas condicionantes

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e incertezas, é expectável que se venha a sentir um forte impacto económico negativo no setor. Hélder Silva entende que a esse nível, “a retoma possa vir a ser demorada” encarando-a, no entanto, “com otimismo”. “Temos de pensar no futuro. Reinventarmos não vai ser fácil mas, não podemos baixar os braços”, disse a este propósito. Para isabel Almeida, “é expectável que com toda a situação corrente exista um grande impacto negativo no setor dos casamentos, o qual creio que irá ser sentido durante todo o ano de 2020 e possivelmente de 2021. Ainda que possamos gradualmente voltar à normalidade, a insegurança irá

Artigos de vestuário para casamento não se vendem

Esta é outra das áreas de negócio relacionada com a cerimónia dos casamentos. Os artigos de vestuário para casamentos. No caso concreto, a Marilene Noivas, empresa radicada na vila das Taipas há 21 anos e que comercializa artigos de vestuário exclusivamente para noivas e noivos, desde março que regista uma quebra das suas vendas na ordem dos 100%. Helena Oliveira, gerente daquele espaço comercial, dá nota que todos os indicadores apontavam PUBLICIDADE

para “um ano de 2020 excelente para esta atividade, no entanto, a partir de março as vendas caíram 100%. Os nossos noivos com casamentos marcados para abril e maio, não cancelaram, mas optaram por reagendar ainda para 2020. Os casamentos marcados para junho, julho e agosto, a maior parte estão a ser reagendados para o ano 2021”. Mas, nem tudo são más notícias. Ao que tudo indica, os próximos anos, podem trazer trabalho redobrado. “Temos já datas confirmadas

permanecer nas pessoas o que não as incentivará a procurar realizar este tipo de eventos. Para além disso um casamento, por exemplo, é suposto ser um dia de cumplicidade e afetos e não de distanciamento daqueles que os noivos mais amam”. Na Quinta Cedro do Ave, este período tem sido aproveitado para o pessoal que integra o staff poder descansar, “coisa que alguns não sabem o que é há mais de 16 anos” e, ao mesmo tempo, realizar algumas intervenções de fundo no espaço, no sentido de o dotar de melhores condições para que a retoma seja realizada com “mais energia e força, num espaço renovado, com áreas mais amplas”.

para 2021 e 2022 e reagendamentos para 2021. Adivinha-se que 2021, se tudo correr pelo melhor, será um ano de casamentos, uma vez que teremos os casamentos de 2020 e 2021”, refere Helena Oliveira. Em todo o caso, esta expectativa positiva não retira os prejuízos que toda esta situação está a causar e que, para a gerente da Marilene Noivas “são muito avultados, uma vez que ainda não tínhamos todas as vendas feitas para o ano 2020 e a procura para 2021 já se fazia sentir e estamos fechados desde o dia 16 de março”. Quanto à forma como esta área de atividade se poderá adaptar no futuro e às estratégias e mudanças de comportamento a adotar em função das medidas que venham a ser anunciadas para o retorno à “vida normal” Helena Oliveira não tem dúvidas que, de momento, passarão por ser adotadas todas as medidas de segurança recomendadas pela Direção-Geral de Saúde. Em todo o caso, considera que “voltar á rotina vai ser um processo muito lento e difícil”

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OPINIÃO

GRANDES MULHERES Augusto Mendes

Caro Leitor, É, na minha opinião, da mais elementar justiça que nesta fase de pandemia por que passamos, use este espaço de opinião para agradecer o trabalho de duas grandes MULHERES que têm sido o rosto da luta contra o COVID 19 em Portugal: Marta Temido e Graça Freitas! Duas MULHERES que desde a primeira hora têm mostrado uma força e uma garra que, aliadas à sua competência permite que fiquemos com a máxima informação para combater este vírus o que, dentro do possível, nos sossega um pouco. Duas MULHERES que nos habituamos a ver durante 30 minutos na hora do almoço e que muitos julgam, injustamente, apenas por isso, não entendendo que essa deveria ser a menor das suas preocupações. Afinal a sua formação não é a de estar frente às câmaras mas sim na área da saúde. Mas mesmo aí têm sido umas heroínas! Temos assistido, não poucas vezes, nesses briefings diários a jornalistas com uma sede de polémica que não se ajusta a este momento que deveria ser de união. Apenas procuram a polémica e não a melhor forma de informação. Para esses quanto pior melhor para puderem ter sensacionalismo. Um tipo de jornalismo já há muito conhecido noutros países e que em Portugal tem ganho algum espaço nos últimos anos e do qual devo assumir que não gosto! Mas não queria desviar o tema das duas grandes MULHERES que quero aqui destacar. Duas MULHERES que certamente além da preocupação com a pandemia que não lhe deve sair da cabeça 24h/24h terão ainda para se preocupar, e como todos sabemos bem a preocupação que é, com os seus familiares, com todos os problemas de gestão desta pandemia no dia-a-dia e com todos os problemas que já havia no pré-COVID 19 e que não desapareceram. Mas centrando o seu trabalho no COVID 19 podemos afirmar que estão a fazer um grande trabalho! Conseguimos em Portugal o principal objetivo que era que o nosso SNS não entrasse em colapso nos Cuidados Intensivos. É verdade que para isso foram sacrificados outros serviços do quotidiano dos hospitais, mas se avaliarmos bem a situação foi a escolha certa. Caso o SNS entrasse em colapso esses serviços do quotidiano seriam sacrificados à mesma e as vítimas de COVID 19 iriam sofrer com consequências muito mais nefastas. Por isso afirmar que foi a opção correta! É verdade que às vezes podemos ter opiniões discordantes em relação às opções tomadas, é legítimo, mas a coerência e o critério uniforme que tem sido seguido permite-nos a todos encarar o futuro com mais confiança e acreditar que “VAMOS TODOS FICAR BEM”. Ficarei eternamente agradecido ao trabalho destas duas GRANDES MULHERES. Obrigado!


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REPORTAGEM

Lares controlados mas em estado de alerta na região REFLEXO

Ainda não há casos de Covid-19 nos lares de idosos da região, apesar dos “muitos sustos”. Equipas técnicas destas valências têm redobrado a atenção e o trabalho na luta para que o novo coronavírus não entre nestes pontos críticos. Texto Bruno José Ferreira Os lares de idosos têm sido por estes dias um dos principais focos de preocupação em virtude da pandemia Covid-19, uma vez que albergam um grupo de risco, os idosos, e com várias comorbidades associadas. Este facto, atestado pela percentagem significativa de mortes em lares de idosos em Portugal, cerca de 40%, leva a que estas valências estejam na linha da frente da luta como um campo de batalha real. Para já a situação dos lares de idosos da região, nas freguesias circunvizinhas, está controlada sem qualquer caso confirmado de Covid-19. Foi esta a conclusão a que o Reflexo chegou após consultar o Lar Alcide Felgueiras, pertencente ao Centro Social das Taipas, a Casa de Caldelas, a Estrutura Residencial para Idosos de Sande São Clemente e o Lar de Idosos do Centro Social de Brito. No Lar Alcide Felgueiras “está tudo bem”, ainda sem qualquer foco do vírus, confirma Ricardo Costa, presidente da direção do Centro Social das Taipas. “As coisas estão tranquilas, mas não quer dizer que a qualquer momento deixem de

ficar. Temos um grupo de crise, para estarmos em contacto constante e temos seguido o plano de contingência. Noto algum cansaço nas equipas, é verdade, mas temos uma equipa em casa de retaguarda para, se porventura acontecer algum caso, podermos substituir cada pessoa na sua função, e temos ainda uma terceira equipa, por força do encerramento da creche, do pré-escolar, e do ATL, que embora não seja igual ao serviço de geriatria, não deixa de ser uma terceira equipa de salvaguarda”, refere. Alguns sustos mas muita responsabilidade em Brito

Em Brito, no Lar de Idosos do Centro Social, a situação é semelhante. Não há casos e, por isso, José Dias, presidente da instituição, refere a responsabilidade que tem havido entre todos os colaboradores. “Há a registar muita responsabilidade e seriedade de toda a gente; e assim temos levado isto a bom porto, sabemos que trabalhamos com uma população de muito risco e tem de ser dessa forma, fornecendo sempre material adequado. Ainda não há infetados, mas de

vez em quando há muitos sustos. É de lembrar a Câmara Municipal de Guimarães, a Proteção Civil e até muitas empresas que não vão ajudando com máscaras, viseiras para conseguirmos fazer um bom trabalho e para as funcionárias andar com segurança, porque também têm família e têm de estar em segurança”, aponta. O diálogo tem sido uma constante com os colaboradores do lar, nomeadamente auxiliares, enfermeiros, técnicos e todas as pessoas que contactam com os utentes. As reuniões regulares têm ajudado a assegurar a tranquilidade de todos os funcionários. “As pessoas têm muito medo, e temos de pedir que tenham cuidado em casa. Uma coisa é certa, o vírus está lá fora e não cá dentro, só entra se o trouxermos, por isso é que se apela à responsabilidade de todos. Têm havido uma grande colaboração de todos, está a ser seguido escrupulosamente o plano de contingência elaborado de acordo com a Direção Geral de Saúde (DGS)”, explica. Tudo bem em São Clemente mas sem imunidade Outra valência do género é a

Estrutura Residencial para Idosos do Centro Socio Cultural e Desportivo de São Clemente, sendo que a presidente Maria da Conceição Marques destaca que apesar de até agora estar tudo a correr bem não signifique que a batalha esteja ganha, na medida em que não há imunidade no lar. “Tudo o que está ao nosso alcance e nós podemos fazer, fazemos. Até à data tem corrido bem, mas pode acontecer como tem acontecido noutros lados, não somos imunes. A acontecer é porque tem de acontecer e não por descuido da nossa parte ou qualquer negligência”, aponta. Em muito tem contribuído o a forma como todos têm seguido sem reparos o plano de contingência elaborado. “Estamos a seguir as indicações da DGS, usando todos os equipamentos de proteção individual que é aconselhável. Estamos a fazer uma divisão de pessoal, as equipas de espelho, as equipas estão alternadas de sete em sete dias para que, se acontecer alguma coisa, haja sempre um reforço do outro pessoal. Dentro do próprio lar também pomos em quarentena todo o idoso que tenha de sair, indo ao hospital, por exemplo, automaticamente fica isolado num quarto tratado só com uma funcionária e durante catorze dias não estão em contacto com outras pessoas”, explica. Setor privado reclama mais atenção

Prestador do mesmo tipo de serviço mas pertencente ao setor privado, também na Casa de Caldelas, nas Taipas, não se regista qualquer caso do novo coronavírus. “Logo após o primeiro caso de Covid-19 em Portugal a Casa de Caldelas tomou várias medidas no sentido de proteger os utentes. Era importante proteger os colaboradores, dado que só eles poderiam ser o foco de contágio e, assim sendo, foi adquirido equipamento de proteção individual para os colaboradores e foi realizada uma formação sobre meios de proteção, equipamentos e como utilizar. O enfermeiro João Silva, enfermeiro da Casa de Caldelas e responsável pela área da saúde, teve um papel fundamental na sensibilização dos nossos colaboradores para adoção de medidas preventivas”, explica Cátia Doellinger, diretora técnica da Casa de Caldelas, especificando

que os utentes que saem do lar ficam depois em quarentena, estão preparados vários espaços para isolamento e, por exemplo, as equipas passaram a realizar turnos de doze horas. Com as equipas motivadas, o principal problema na Casa de Caldelas tem sido a falta de apoios. “O nosso principal inimigo tem sido a falta de apoio que sentimos por parte das entidades competentes por nos tratarmos de uma entidade privada. De facto, o contato que temos tido por parte destas entidades para levantamento de dificuldades ou solucionar alguns dos problemas que nos deparamos são quase nulos. Temos, no entanto, que destacar que a Câmara Municipal de Guimarães, quando por nós contactada, procurou ajudar dentro das suas possibilidades, o que para nós foi muito importante. Assim como alguns familiares de utentes que doaram equipamentos do proteção individual”, aponta. Apoio domiciliário readapta-se e continua

O apoio domiciliário continua a funcionar e, muitas destas valências e é complementado por outros projetos, como é o caso do projeto ‘Encontro de Saberes’, no âmbito de uma terapia ocupacional doo Centro Social e Paroquial de Vila Nova de Sande levada a cabo por voluntários com a coordenação da Técnica Superior de Educação Social Cátia Pereira. Com as devidas precauções este projeto que tem já mais de dois anos e dá suporte a quase 180 idosos continua. “Com toda esta situação atual tivemos que tomar medidas, encerrando a terapia ocupacional, mas sabemos que por vezes somos a única companhia dos idosos e temos feito acompanhamento diário a nível psicológico, estimulação cognitiva e motricidade, realização e apoio em exercícios de educação física, aquisição de compras, pedidos de medicação e levantamento dos mesmos, tratamento de roupas, pequenas limpezas, realização de trabalhos manuais em casa com os idosos e com os nossos voluntários. Todos estes serviços e atividades são entregues em casa dos idosos seguindo todas as normas de segurança, como forma de manter os nossos idosos bem de saúde, ativos, ocupados e mantendo uma linha de proximidade”, refere Cátia Pereira.


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Pe Rubens Marques "É possível globalizar a solidariedade" DR

voluntária. Somos um povo que mostra a sua solidariedade nos momentos mais complicados. E em termos de produtos, também se verifica essa solidariedade? Para já, sim. Devo dizer que a maior parte das ofertas são de particulares, mas também temos muitas empresas, diversas associações da cidade do Porto e de paróquias da cidade e ainda anónimos que transferem algumas verbas que nos permitem comprar as embalagens para servirmos o jantar. Em que consiste essa refeição? Servimos o jantar das 18h às 20h e a refeição é composta por um prato quente, uma sopa e um pão, três sandes, uma fatia de bolo, três peças de fruta e dois iogurtes.

Rubens Marques foi ordenado padre a 12 de julho 1987. Passou por diversas paróquias e, desde outubro de 2020, está na paróquia da Senhora da Conceição, da cidade do Porto. O apoio social foi, desde logo, uma das suas preocupações. De um jantar de Natal, partilhado com os mais desfavorecidos, passou, em 2009, para um serviço de jantares que, nos dias de hoje, chega às 400 refeições diárias. Entrevista Alfredo Oliveira Como começou esta disponibilidade de prestar o apoio aos mais desfavorecidos? Começou pouco depois de ter sido colocado nesta paróquia. Em 2001 2002, começamos com um jantar de Natal para os sem-abrigo e para os mais pobres. No ano seguinte, apareceram algumas crianças e isso inquietou-nos e mostrou-nos que muitas famílias estavam a precisar de auxílio. Nesse ano, em 2003, abrimos a sala de atendimento social que estava vocacionada para a distribuição de roupa, mas aberta a colmatar outras necessidades, como o pagamento de gás, uma conta ou outra atrasada de eletricidade ou de água e mesmo apoio psicológico e espiritual. Também começamos a disponibilizar ajuda no preenchimento de documentação a ser entregue nas entidades certas para a obtenção de apoios ou subsídios. Tratou-se de uma oferta da paróquia até 2008. 2008 marca o acentuar da crise económica. De que forma é que a paróquia se adaptou a essa situação de crise generalizada? Nessa altura, decidimos abrir a “Porta Solidária” com o serviço de jantares aos mais carenciados.

O projeto foi sendo implementado e a 9 de fevereiro de 2009 teve o seu primeiro serviço, sempre a funcionar até hoje. Como foi a evolução do número de refeições servidas. Foi sempre em crescendo com o agudizar da crise, chegando-se às 300 refeições diárias. Com o passar da crise e com a oferta de mais empregos essa procura foi diminuindo e passamos para uma média diária, em 2019, de 160 refeições. A propagação do vírus e as consequências provocadas nos rendimentos das pessoas voltou a que este nosso apoio atingisse valores nunca alcançados. Que alterações tiveram de implementar com a pandemia da Covid-19? A primeira foi desde logo passar o serviço para o take-away. Até então, as pessoas sentavam-se e jantavam nas nossas instalações. A partir de 12 de março até ao dia 28 de abril, servimos 14.935 refeições, em que chegamos a um pico de 470 refeições diárias. Nos últimos dias, o valor atinge os 420/430 jantares.

Em termos de custos? Valorizando essa refeição em três euros, estamos a falar de 44.805 euros, desde o dia 12 de março deste ano.

Também se tem notado a diversificação das pessoas que recorrem à vossa “Porta Solidária”? A crise provoca esse efeito. Facilmente se passa dos sem-abrigo para famílias e, mais recentemente, um grupo mais jovem da população. Trata-se de um grupo que estava a trabalhar na área do turismo, em restaurantes, snacks bares, em esplanadas, com contratos precários ou mesmo sem contratos. Nota-se uma grande presença da comunidade brasileira que estaria nessas condições. Estava bem integrada, mas foi fortemente atingida por esta crise.

Este projeto exige muito tempo. Como consegue conciliar com os outros serviços ligados à condição de padre? O serviço de caridade, nas suas variadas formas, não desvia do serviço de padre, complementa. Estamos a falar da essência da igreja, aprendemos com Jesus Cristo a estarmos no mundo para servir as pessoas, nas suas necessidades materiais e nas espirituais. Somos uma igreja de “portas abertas”, como diz o Papa Francisco, quer para acolher ou sair à procura das pessoas que necessitem. Estamos num estado de emergência que condiciona a nossa atividade, isso é certo.

Quantas pessoas estão envolvidas neste projeto solidário? Nós, a partir de 12 de março, tivemos de proceder a uma mudança na equipa. Tínhamos um grupo de pessoas já com uma certa idade, que colaboravam, e que, por estarem no grupo de maior risco, tiveram de cumprir as normas de confinamento social. Lançamos uma campanha de angariação de alimentos e de voluntários. A resposta foi positiva e temos dois grupos, de 31 pessoas cada, a trabalhar alternadamente, 62 pessoas a trabalharem de forma

Como têm ultrapassado esse estado de confinamento? Temos apostado no mundo digital e nas redes sociais. Celebro a missa à porta fechada, a igreja está aberta das 9h às 19h, para oração individual. As pessoas estão ansiosas por participar nas eucaristias presencialmente, que é a grande manifestação da igreja, e são os batizados e matrimónios que estão a ser adiados. Por outro lado, gostaríamos de retomar o mais rapidamente possível a assistência espiritual aos doentes e idosos da

nossa paróquia. Quais as consequências desta situação para a igreja e para a própria sociedade? Era importante aprendermos a olhar a pobreza de frente. Depois da crise de 2008, rapidamente se voltou à subsiodependência. Temos todos de repensar e atuar de forma a eliminar a pobreza em Portugal. Há pobreza extrema em Portugal. Os pobres dos mais pobres são aqueles a quem chegam rapidamente as consequências destas crises. A subsiodependência não resolve o problema da pobreza, exige outro tipo de atuação. Temos cada vez mais famílias e jovens a desistir da vida, devido à pobreza. Espero que se trabalhe para se criar mais igualdade, um sentido de justiça e solidariedade maior, uma sociedade mais humana do que tecnocrata. O homem tem de voltar a ser o centro da sociedade, o bem maior da humanidade. Uma sociedade tecnocrata é o lucro, é o sucesso individual à custa do coletivo. A igreja está cada vez mais desafiada a estar no mundo para servir, e temos de repensar o modo de estar próximo dos fiéis num tempo que nos vai exigir um certo distanciamento físico e mesmo com a proibição de grandes assembleias nas igrejas. Uma mensagem final. Somos capazes de ser solidários e próximos uns dos outros e estarmos disponíveis. As crises também podem ser oportunidades recriadoras. Espero que esta crise alavanque o que de melhor temos em nós, de forma a criarmos um tecido social mais justo e pacífico e de maior empenho na defesa do ambiente. É possível globalizar a solidariedade. Vivi a minha infância, juventude e início da idade adulta nas Taipas. Tive a felicidade de estar inserido numa paróquia muito dinâmica, nos escuteiros e associações desportivas, num ambiente de fraternidade e partilha que me ajudou a crescer com este horizonte mais aberto de disponibilidade junto das pessoas. Tive e tenho muitos e bons amigos, com todos vivi o amor de Deus, a boa convivência, a fraternidade e o empenho no bem comum. São estas as minhas raízes.


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REPORTAGEM

Juntas de freguesia na linha da frente em trabalho de proximidade Estrutura organizativa mais próxima das populações, as juntas de freguesia têm por estes dias uma missão acrescida de auxílio e apoio aos seus cidadãos. Poder-se-á mesmo dizer que estão na linha da frente junto das pessoas, quer no combate à propagação do vírus, quer no intuito de atenuar o seu impacto a vários níveis. O Reflexo fez uma ronda pelas freguesias circunvizinhas e inteirou-se da situação junto de cada uma delas. Texto Bruno José Ferreira

Juntaram-se voluntários, cerraram-se fileiras nas associações, pôs-se mãos à obra. Num contexto de pandemia, com o país a passar por Estado de Emergência durante

Sérgio Silva BARCO

“A Junta de Freguesia de Barco tem socorrido todos aqueles que, de alguma forma, têm manifestado preocupação e necessidade. É dessa forma que temos dado mais relevância aos aspetos sociais e tem acontecido alguns casos de dificuldade no pagamento das suas contas de água, luz e gás. Temos PUBLICIDADE

45 dias, as juntas de freguesia e a sua estruturam assumiram e continuam a assumir por estes dias um papel ativo junto das populações. Ajudas que parecem ser simples, como agilizar idas às compras ou aquisição de medicamentos, têm sido algumas das iniciativas que as juntas têm implementado um pouco por todo o território. A Junta de Freguesia de Caldelas, por exemplo, criou campanhas como a “Nós vamos por si”, em que são feitas compras e

entregues em casa de pessoas mais vulneráveis, ou o “Fundo de socorro e emergência”, para auxiliar famílias em condições económicas mais frágeis. Por outro lado, os “Domingos ativos” passaram a realizar-se online e foi lançada uma iniciativa de incentivo a confeção de máscaras reutilizáveis para distribuir pela população. O Reflexo falou, então, com onze presidentes de junta das freguesias circunvizinhas para retratar aquilo que tem sido feito.

socorrido essas famílias com a ajuda da Ação Social da Câmara Municipal de Guimarães. Para além disso temos dedicado particular atenção aos mais idosos, naquilo que necessitam, evitando dessa forma que saiam de casa. Temos também desenvolvido algumas ações de limpeza e desinfeção das ruas da via pública para tentar minimizar a possibilidade de contágio. Contamos iniciar a entrega de máscaras reutilizáveis e gel desinfetante a toda a comunidade. Tenho conhecimento de um caso de infeção, uma família, que estamos a acompanhar.

Disponibilizamos logo todos os meios disponíveis para ajudar. Mas tratam-se de casos que não são tratados de forma aberta. Há sigilo das famílias por isso não temos acesso a mais casos. O que soubemos foi pelos próprios. Temos tido o cuidado de perceber como está a comunidade industrial Todos mostram preocupação relativamente à incerteza do futuro, havendo preocupação natural referente ao pós-Covid-19, não se sabendo como será quando reabrirem as portas. Essa apreensão existe”.

Sérgio Castro Rocha VILA DE PONTE

“Com o aparecimento desta pandemia deparei-me com aparecimento de novos casos de pedidos de ajuda, pessoas que aparentemente até estavam bem na vida e nunca nos tinham procurado, e com isto entraram em contacto connosco, solicitando ajuda da nossa Loja Social. Estamos a ser muito procurados, o que me levou a falar com alguns empresários, a fazer telefonemas, para fazer doações de alimentos, máscaras e diversos equipamentos. No espaço de um mês entregámos sensivelmente 150 cabazes, para se ter uma pequena noção. Desde muito cedo começamos a distribuir máscaras sociais por idosos, pessoas de risco e pessoas com doenças crónicas; já distribuímos mais de 1500 máscaras pela população. Surgiu a situação da falta

de equipamentos para os alunos das escolas. Fui para o terreno, consegui ajuda do Vitória, e conseguimos dez computadores portáteis novos. O primeiro caso no concelho, infelizmente, foi em Ponte, uma senhora que está em casa curada. Sempre que tenho conhecimento de algum caso, de modo sigiloso, falo com as pessoas e ofereço a nossa ajuda. Tenho falado com os proprietários de cafés e restaurantes. Os outros, com redução de volume de negócio, a esmagadora maioria continua a laborar, alguns até mais do que nunca, que fruto deste plano de confinamento beneficia os seus negócios. Alguns, depois de fechar alguns dias, estão a regressar em take-away para minimizar os problemas”


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Isilda Silva LONGOS

“Temos dado resposta de forma individual às pessoas. Temos alguns casos de Covid-19 na nossa freguesia e temos atuado de acordo

Abílio Lima de Freitas BRITEIROS SÃO SALVADOR E SANTA LEOCÁDIA

“Na nossa freguesia posso dizer que, de meu conhecimento, felizmente, ainda não temos nenhum

Vítor Pais UNIÃO DE FREGUESIAS BRITEIROS SANTO ESTÊVÃO E DONIM

“Este momento tem sido vivido com algum receio e recolhimento por parte das pessoas. A junta de freguesia e a GASMAVE têm trabalhado em conjunto para colocar em prática algumas iniciativas

Francisco Gonçalves UNIÃO DE FREGUESIAS DE SANDE SÃO LOURENÇO E BALAZAR

“Temos ido às compras para algumas pessoas de mais idade que não se podem deslocar e têm de

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com cada caso. Temos contactado regularmente as pessoas infetados, questionando se precisam de alguma coisa. Temos dado resposta indo às compras e à farmácia para as pessoas que necessitem e agora estamos com um projeto novo, vamos começar a produzir máscaras para oferecer a toda a população da freguesia. Estamos sempre em alerta constantemente. De forma mais abrangente temos feito a desinfeção que é conhecida das ruas. Não temos tido muitos pedidos

da ajuda, até porque nós temos tentado ir ao encontro das pessoas que, como se compreende, não nos procuram. Nós é que vamos ao encontro das pessoas e ajudamos dentro das nossas possibilidades. É uma situação nova para toda a gente, estamos sempre a prender. Temos alguns estabelecimentos comerciais, apenas está uma pastelaria aberta. Claro que afeta todos. Não temos recebido grande feedback dos empresários, mas é uma situação complicada para todos”.

caso. Tenho procurado saber como têm decorrido as coisas, falando com as pessoas, mas até ao momento não tenho conhecimento de qualquer caso. Temos procurado estar atentos a pessoas que esteja afetadas não pela doença em si mas pelo que possa acarretar, como desemprego ou situações precárias. Temos também a parceira com a Casa do Povo de Briteiros, em que indicámos contactos de pessoas que necessitem de ajuda de retaguarda, idosos, permitindo ao mesmo temo

com a Ação Social da Câmara para reportar casos aos quais temos de estar mais atentos. Obviamente que os comerciantes estão preocupados. Tenho falado com poucos, o que me transmitem é que, de um modo geral, estão a trabalhar a 10por cento, relativamente ao pão e a bens essenciais. Entendo a situação deles, todos temos de entender que os interesses deles colidem com os interesses gerais de saúde pública”.

com voluntários para ajudar as pessoas mais de idade. Temos ido às compras, à farmácia, e outros serviços. Avançámos com um Banco de Emergência Social para dar resposta a situações que nos vamos apercebendo de carências. É inevitável que este momento traga dificuldades para a economia e isso revela-se a nível social. Estamos a ter esses sinais, mais pessoas têm pedido ajuda. Temos tentado complementar as iniciativas que o município tem no terreno. Oficialmente não temos casos confirmados, mas vamos sabendo que há alguns casos na nossa

freguesia. Temos tentado chegar às pessoas para disponibilizar a nossa ajuda, mas até ao momento estamos a falar de situações muito pontuais. No comércio as preocupações são transversais, acentuando-se nos pequenos estabelecimentos. Estão com dificuldades, embora haja uma tentativa de adaptação à situação; temos quatro restaurantes na nossa freguesia, todos têm tentado manter a atividade, embora sabendo que é apenas e só uma forma de tentar ir resistindo. Mesmo esta perspetiva de poder melhorar, mas mesmo assim ainda se olha para esta abertura como algo limitativo”.

estar confinadas nas suas residências. Temos feito a desinfeção das ruas, é uma prioridade, e sempre que é necessário apoiar em alguma situaçã. A junta de freguesia tem estado cá para apoiar a população. Não temos tido muitos pedidos de ajuda, felizmente na nossa freguesia não há muita gente necessitada, e mesmo as mais carenciadas tem alguém na retaguarda que pode dar apoio. . Ainda não temos qualquer pessoa contaminada, até ver na nossa

freguesia, pelo menos que seja do nosso conhecimento. Caso apareça cá estaremos para prestar o nosso apoio e colaborar da forma que for preciso. Os comerciantes estão preocupados porque, no fundo, as despesas continuam a ser as mesmas, desde rendas, impostos e outros custos, e acabam por estar parados sem qualquer fonte de rendimento. É uma situação muito complicada”.

Natália Ribeiro PRAZINS STA EUFÉMIA

“Na nossa freguesia emos alguns casos de algumas pessoas que foram infetadas, mas até agora nada de grave, casos de pessoas que fizeram o tratamento em casa, ficando em quarentena e os familiares também, de uma forma natural. Temos prestado mais apoio burocrático a pessoas que têm necessidade no preenchimento de documentação devido ao lay-off e à segurança social, e também relativamente à escola. Temos estado atentos à situação dos miúdos que tenham necessidades e uma ou outra situação que foi necessário apoiar, em termos de alimentação, por

Fátima Saldanha BRITO

“Cá em Brito desde a primeira hora tentámos cumprir todas as regras. Sensibilizámos as pessoas, estamos a atender apenas por marcação e estamos a fazer o pagamento dos vales. Quando são pessoas com idade até vamos entregar a casa num serviço de proximidade para que a população não fique sem os serviços mínimos, fazendo compras para as pessoas. Estamos a perceber que há várias pessoas com poucos meios para garantir alimentação, pelo que fizemos uma campanha para distribuir cabazes nessas situações. Não podemos esquecer a questão dos equipamentos informáticos

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falta de trabalho. Apesar de ter sido fornecidos tablets aos miúdos, há casos em que não existe ligação à internet, estamos a apoiar nesse sentido, até na impressão de materiais. De uma forma geral, não temos tido nada de excecional ou preocupante. Conjuntamente com a Ação Social da Câmara Municipal de Guimarães já apoiámos com cabazes algumas famílias, mas felizmente poucas. Os cafés estão encerrados porque assim foi determinado. Apenas os que trabalhavam em regime take-away assim continuaram. As empresas, a maior parte confeções, teve de encerrar por falta de trabalho, porque fornecedores e clientes adiaram encomendas. A maior empresa que temos, a Castro & Filhos, está a trabalhar em pleno, salvaguardando as especificações das entidades de saúde”.

por parte das escolas, estamos a tentar fazer uma angariação para ajudar. Entregámos no último fim-de-semana cerca de 5mil máscaras na freguesia, mas para isto acontecer tivemos uma enorme logística a arranjar o material, embalagem e quem nos confecionasse a máscara. Tratou-se de um trabalho árduo operacionalizar isto. Contámos com o CNE e com o MoveBrito para a distribuição, depois de numa primeira fase já termos feito a distribuição pelas pessoas de mais idade. Ao longo deste período foram surgindo situações suspeitas. Fui acompanhando e algum modo, não se confirmaram, mais recentemente tive informação de uma pessoa que acabou por falecer, uma pessoa já idosa. Da nossa maneira temos estado também na linha da frente, estamos todos unidos para haver esta entreajuda para que minimizar os efeitos da pandemia”.


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REPORTAGEM

Fernando Cardoso UNIÃO DE FREGUESIAS DE SOUTO SÃO SALVADOR, SOUTO SANTA MARIA E GONDOMAR

“Em termos de ajudas estamos fazer voluntariado, conjuntamente com as associações da freguesia, ajudando as pessoas em tarefas

Armando Silva SANDE SÃO MARTINHO

“Isto pelo que estamos a passar trata-se de uma situação nova e inesperada para toda a gente, pelo

Bruno Falcão UNIÃO DE FREGUESIAS DE SANDE VILA NOVA E SANDE SÃO CLEMENTE

“Temos estado atentos, desde o início desta situação, com um contacto muito próximo e direto

como comprar medicamentos, ou ir ao mercado adquirir bens essenciais. Temos procedido à desinfeção das ruas do espaço público, fechámos o serviço de secretaria da junta de freguesia, estando agora a trabalhar apenas por marcação. Temos tentado estar atentos e próximos das pessoas, se houver alguma necessidade, por exemplo na altura da Páscoa foram prestadas ajudas a algumas famílias mais carenciadas em colaboração com as associações. Nos próximos dias estamos a pensar em fornecer máscaras e desinfetante à população. Te n h o c o n h e c i m e n t o d e

alguns casos aqui na freguesia. Normalmente as pessoas conseguem dar resposta com o apoio da família, outras ligam e pedem informações, sendo que temos tentando dar resposta e as melhores orientações possíveis. Aqui temos poucos cafés e estabelecimentos, os estabelecimentos que vendem pão, onde temos também os correios, continuam abertos. Temos três cafés completamente encerrados. Está toda a gente na expetativa para ver quando se poderá abrir. Sinto as pessoas com a ideia de no início deste mês de maio poder voltar a abrir”.

que temos de nos adaptar todos. Estamos atentos, estamos a fazer a desinfeção da freguesia. Estamos a dar resposta às pessoas mais carenciadas, tentando ajudar essas pessoas, nomeadamente as que têm de ficar em casa. Temos ajudado com as compras, medicação e alimentos. Vamos estando atentos para dar resposta. A nível de pessoas com o vírus, tive conhecimento de um caso

confirmado, uma pessoa que está internada, é o único caso que tivemos conhecimento, até porque isto normalmente é tratado com algum sigilo. Trata-se de uma preocupação geral, mesmo em termos da economia, é uma novidade para toda a gente e todos temos de nos adaptar. O que temos fazendo, mediante estas circunstâncias, é ir tentando dar resposta ao que se proporcionar”.

com as pessoas; primeiramente as pessoas idosas que vivem sozinhas. Em anonimato temos feito apoio social com a entrega de cabazes, mas sempre de forma discreta. Numa primeira fase distribuímos material de proteção individual, nomeadamente máscaras, batas e luvas ao lar de São Clemente e à Congregação da Sagrada Família, instituições que exigem mais cuidado. Globalmente temos feito a desinfeção do espaço público, de todas as ruas da freguesia e temos trabalhado junto do banco de voluntariado do município no apoio

aos pagamentos de faturas e outros serviços que se têm revelado necessários junto da população. Relativamente à economia, é de conhecimento público que Sande Vila Nova tem um parque industrial com bastantes empresas; já abordámos alguns empresários que deram conta da situação complicada que atravessam, nalguns casos com a adesão ao lay-off. Temos estado em contacto direto para agregar esforços nesta luta que é de todos, com o intuito de minimizar os efeitos desta pandemia para a qual ninguém estava preparado”.

Bombeiros Voluntários das Caldas das Taipas assinalam o seu 133.º aniversário

Fundada em 1887, a corporação taipense teve este ano um dia diferente do que seria de esperar em virtude da pandemia. “Apesar de ser um dia importante para a nossa história, os tempos de hoje não nos permitem celebrar esta data”, pode ler-se numa nota divulgada pelos bombeiros taipenses, que se viram na contingência de não poder

celebrar convenientemente mais um aniversário. A referida publicação é acompanhada por uma fotografia da equipa de bombeiros que esteve de serviço. “As portas estão fechadas, mas a nossa disponibilidade/operacionalidade mantém-se intacta”, asseguram os Bombeiros das Taipas.

Escuteiros das Taipas celebraram 41º aniversário O Agrupamento nº 666 do CNE das Taipas assinalou nos passados dias 2 e 3 de maio a passagem do seu 41º aniversário de fundação. Uma data habitualmante assinalada com a realização de um acampamento de aniversário que este ano, pelas contingências impostas pela pandemia do Covid-19, se assinalou por videoconferência entre os elementos que constituem as diferentes

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ABERTO TODO O DIA

secções do Agrupamento. No sábado à noite, realizou-se o Fogo de Conselho e na manhã de domingo, também por videoconferência, assistiram à Eucaristia, transmitida pela Diocese de Braga, presidida pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga que, na sua homília, fez uma breve refeência ao aniversáruio dos escuteiros taipenses.


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Antigo Mercado terá exposição da Vila das Taipas e receção a turistas

Concurso público está prestes a terminar, o que indica que as obras iniciarão em breve. Nova valência pretende tornar-se numa zona de referência para convívio, terá um posto de receção a turistas e albergará uma exposição da Vila das Taipas. Obra está orçada em 185mil euros. As obras de requalificação do Antigo Mercado das Taipas vão arrancar em breve. O prazo de anúncio do procedimento público foi prorrogado sete dias para prestação

de esclarecimentos e informações a potenciais concorrentes, mas o concurso público para a adjudicação da obra está praticamente terminado, sendo que nos próximos dias a Junta de Freguesia de Caldelas vai proceder à divulgação do respetivo resultado. O Júri encontra-se a avaliar as sete propostas que foram apresentadas para esta obra que tem como preço base 185mil euros e que vai dotar um edifício emblemático do centro da vila de novas valências.

A Junta de Freguesia de Caldelas, presidida por Luís Soares, adianta que que o Antigo Mercado terá um espaço expositivo sobre a Vila das Taipas, bem como um posto de acolhimento e receção para turistas, para além dos espaços de convívio e de restauração anteriormente anunciados aquando do anúncio do projeto. Luís Soares refere que para além da vertente social este será um “espaço de história” e que reforçará a identidade taipense. “Este é mais um compromisso que tínhamos com a população e que será cumprido. Será um espaço de história, porque não destruímos nada que tenha que ver com a memória do Mercado da Vila das Taipas e acrescentamos valor porque albergará uma exposição sobre a nossa identidade coletiva, a identidade dos taipenses”, assegura. A Junta de Freguesia de Caldelas está já a trabalhar no conteúdo funcional que será implementado na exposição sobre a Vila das Taipas e também no posto de acolhimento e receção que será criado para turistas, assim como nos espaços de convívio. A intenção é “privilegiar atividades que acrescentem valor para que o espaço seja uma praça de convívio” nestes espaços que serão concessionados.

Ruas da Lama, da Baiona e do Pedraído serão requalificadas

As ruas da Lama, da Baiona e do Pedraído serão intervencionadas no decorrer do corrente mês de maio pela Junta de Freguesia de

Caldelas, com o intuito de corrigir o mau estado em que se encontram aproveitando a intervenção para a construção de rede de águas

pluviais nestas ruas de freguesia, para além da repavimentação prevista. A obra tem início previsto para esta primeira semana de maio e terá um custo superior a 40 mil euros. Não sendo uma medida prevista pela junta de freguesia, dado o estado de degradação em que estas vias se encontram, acabou por ser uma obra necessária, segundo explica o presidente da Junta de Freguesia de Caldelas, Luís Soares. “Este não era um compromisso inicial da Junta de Freguesia. Contudo nos últimos tempos a situação daquelas três ruas agravou-se muito e por isso esta é uma boa decisão. Vamos arrumar as águas das chuvas que inundavam as ruas e as casas de alguns moradores. No final será feita a repavimentação da rua”, frisa.

OPINIÃO Manuel Ribeiro

Normalidade É uma aspiração antiga: concentrar, naturalmente as que quisessem e que tenham falta de instalações para o efeito, num edifício só, as sedes das associações das Taipas. Essa concentração proporcionaria a existência de uma zona administrativa comum com manifestas poupanças. Esse local, por se situar no coração da vila, seria a antiga praça – hoje mais conhecida por mercadinho. O PS e a Câmara Municipal nunca quiseram e nunca apoiaram tal ideia. Sempre defendemos que qualquer requalificação no mercadinho teria de passar, obrigatoriamente, por esse destino. O PS nunca quis uma casa das Associações nas Taipas; não porque não concordasse com o mérito do projecto mas porque não sentia o progenitor da ideia. A necessidade de requalificação é unânime, ainda mais quando assume foros de urgência pelo aspecto degradado e de abandono que apresenta. É um triste cartão de visitas das Taipas que a actual Junta de Freguesia concede a todos os que lá passam. O mercadinho piorou muito de aspecto. Já não é só um estaleiro, como arremessava o PS ao anterior executivo, é um local abandonado e mal cuidado. Mais do que fazer é preciso saber fazer, com qualidade e utilidade. De acordo com o projecto inicial anunciado ainda não alterado, a antiga praça (mercadinho) será para instalar 3 bares obrigatoriamente para concessionar, pois não estou a ver, nem ninguém, a Junta de Freguesia a explorar de forma permanente 3 bares. Somos contra os 3 bares por duas razões fundamentais: uma é a inutilidade da finalidade: o sector privado já se encarregou de multiplicar por m2 o número de bares na vila das Taipas; abrir mais bares é um erro e prejudica os que já se encontram abertos há muitos anos. Outra é que a função subsidiária das entidades públicas impõe o dever de promover projectos que sejam essenciais para as populações e que estas delas careçam. Certamente que os bares não são essenciais para as populações nem a Vila delas tem qualquer necessidade não preenchida. A ideia de instalar 3 bares no mercadinho revela um facto evidente: a Junta de Freguesia queria, por razões de cumprimento de promessas eleitorais, requalificar o Mercadinho mas nunca soube o que lá fazer. A modos que o projecto de instalar três bares surge como um recurso, à falta de melhor, completamente residual. Estamos em crer que o autismo crónico da Junta de Freguesia para encaixar as propostas da Coligação acabará por ceder por razões de mérito, de oportunidade e acima de tudo por Amor às Taipas e às suas organizações. A não ser assim, perdem-se mais uns anos, perde-se dinheiro público que vai escassear, não tarda muito. A actual conjuntura é uma oportunidade para repensar tudo: o projecto e as suas finalidades de modo a que, o que se faça seja bem feito. É necessário mais substãncia do que forma. Saúde para todos.


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Maio de 2020

reflexo

#287

ATUALIDADE Recolha de bens alimentares e produtos de higiene nos estabelecimentos comerciais

Em conjunto com várias instituições da freguesia, a Junta de Freguesia de Caldelas promove no fim-de-semana de 9 e 10 de maio

uma recolha de bens alimentares e de higiene para reforçar o Banco de Bens de Primeira Necessidade das Taipas, estrutura que apoiou

e tem apoiado sensivelmente uma centena de famílias. Face às necessidades de reforçar esta iniciativa em virtude da Covid-19, que fez disparar o alarme social, será possível contribuir para esta causa nos hipermercados e minimercados da vila. A recolha de bens será levada a cabo por instituições como o Agrupamento de Escuteiros Nº 666 das Caldas das Taipas, os Bombeiros das Taipas, a Unidade de Cuidados Continuados Sol Invictus, o Agrupamento de Escolas das Taipas e a Escola Secundária das Caldas das Taipas. Posteriormente os artigos são atribuídos em cabazes a pessoas/ famílias carenciadas. A atribuição dos Cabazes do Banco de Bens Alimentares e artigos de Higiene da Junta de Freguesia, deve ser feita em situações emergentes e os beneficiários desta medida são indicados pelos serviços sociais locais pelo que apenas são apoiadas verdadeiramente pessoas/famílias em situação de carência. Para evitar a exposição dos beneficiários, os cabazes devem ser entregues pelos serviços sociais sem publicidade.

Três novos contentores subterrâneos de lixo nas Taipas

Os serviços da Câmara Municipal de Guimarães instalaram esta quinta-feira três novos

Moloks, contentores subterrâneos para o depósito de lixo doméstico, em Caldas das Taipas,

correspondendo assim às solicitações quer da junta de freguesia quer da Brigada Verde de Caldelas. Estes novos Moloks foram instalados na Rua Sousa Costa, atrás do cemitério, numa área considerada pela junta de freguesia como uma “zona residencial em franco crescimento, e também na urbanização de Pinhel, junto ao Pavilhão do CART. Nesta zona, junto à urbanização de Pinhel, face à colocação de Moloks a recolha de lixo porta a porta será substituída por este sistema, passando a ser proibido a colocação de lixo na via pública. Na mesma nota em que dá conta da colocação de novos contentores subterrâneos para o depósito de lixo doméstico, a Junta de Freguesia de Caldelas dá conta que tem vindo a desenvolver um trabalho de proximidade com as empresas responsáveis para garantir uma limpeza frequente dos equipamentos de recolha e separação do lixo.

Correios voltam ao horário normal Todas as lojas dos CTT vão voltar a funcionar no seu habitual horário. A loja das Taipas votará a abrir das 9h às 12.30h, reabrindo às 14h até às 17.30h. A normalização dos horários entre em vigor já no dia de hoje, 4 de maio sendo que o uso de máscara passará a ser obrigatório para todos os clientes, dentro da loja. O atendimento continuará a ser realizada “à porta fechada”, ou seja, só poderão permanecer no interior do espaço CTT os clientes que estiverem a ser atendidos. A espera pela sua vez, continuará a realizar-se à porta da loja, garantindo que os clientes em espera

o façam num local arejado e que mantenham a distância mínima sugerida. Numa nota distribuída à imprensa, os CTT dão ainda conta que foram colocadas fitas coloridas sinalizadoras no chão por forma a manter a distância de segurança entre o colaborador e o cliente e um acrílico protetor nos balcões. Referem ainda que os colaboradores dos CTT poderão usar máscara, luvas e gel desinfetante no atendimento aos clientes. Relembre-se que desde 23 de março último que a loja das Taipas estava a funcionar com um horário reduzido, das 9h às 13.30h.

Declaração de IRS até 30 de junho Iniciou a 1 de abril o prazo para a entrega da declaração dos rendimentos relativos ao ano de 2019. Saiba também que pode consignar 0,5% do seu IRS, sem perder nada com isso. O prazo de entrega da declaração de rendimentos do ano de 2019 à Autoridade Tributária, decorre até 30 de junho, independentemente da categoria dos seus rendimentos. Para o efeito, os contribuintes com rendimentos exclusivos de trabalho dependente e pensões, podem utilizar o IRS automático bastando apenas confirmar os dados propostos que são apresentados pela autoridade fiscal. Não concordando, podem sempre fazê-lo pela forma tradicional, assim como todos os contribuintes das restantes categorias de rendimento, estando, no entanto, disponível para o efeito uma declaração previamente preenchida. Todas as declarações terão de ser entregues via Portal das Finanças ficando, a Autoridade Tributária, com o prazo até 31 de julho, como data limite para enviar o dinheiro do reembolso, bem como, as respetivas notas de liquidação a todos os contribuintes. Os contribuintes com impostos a pagar, têm de fazê-lo até ao dia 31 de agosto.

Os contribuintes podem ainda consignar 0,5% do IRS liquidado, ou seja, do valor dos impostos que fica do lado do Estado depois de apurado o valor de reembolso, a uma entidade de solidariedade. Nesta situação, não decorre nenhum prejuízo para o contribuinte. Exemplificando, se o Estado lhe reteve um imposto total de 3 mil euros de imposto e, contas feitas, lhe tiver a devolver 2 mil, os restantes mil euros retidos durante o ano de 2019 serão alocados pelo Estado ao que entender. Se quiser, pode ajudar uma instituição de solidariedade, ou outra, consignando 0,5% desses mil euros (1.000 euros x 0,5% = 5 euros) desde que a mesma conste da listagem que anualmente é publicada pela Autoridade Tributária. Pode ainda, neste caso com custos diretos para o contribuinte, consignar 0,5% do IVA relativo às deduções suportadas em despesas de restauração, cabeleireiro, oficinas de automóveis, alojamento, institutos de beleza, veterinários e ainda 100% do IVA pago em faturas de passes sociais. Conheça a que instituições, em Guimarães, pode consignar essa parte do seu IRS e IVA. Fique também com a listagem completa das instituições que podem beneficiar dessa consignação.


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Festas da Vila e São Pedro canceladas “para não colocar em causa a saúde pública” LIMA PEREIRA

Texto Bruno José Ferreira

As Festas da Vila e São Pedro do presente ano, 2020, foram canceladas em virtude da pandemia Covid-19. Esta decisão foi tomada após um período de reflexão com as entidades institucionais e religiosas, com os artistas e outros parceiros, anunciou a comissão de festas. Assim sendo, todas as iniciativas de cariz popular e religiosas, como a Majestosa Procissão de São Pedro, estão canceladas. O Reflexo falou com David Silva, presidente da Comissão de Festas das Festas da Vila e São Pedro, que referiu que esta atitude foi tomada de forma consciente e com ponderação entre várias entidades envolvidas na organização. PUBLICIDADE

“Pese embora ainda falte algum tempo até às festas, não nos podemos esquecer que tudo o que está a acontecer é uma realidade nova e as pessoas vão ter de tirar algumas conclusões e alterar alguns hábitos, pelo que dificilmente conseguiríamos ter público num cenário otimista em que a pandemia já estivesse afastada. Mais não é do que estar a evitar pôr em causa a saúde pública, até porque temos instruções claras para ficar em casa”, revela David Silva. Nesse sentido, o principal rosto da organização do maior momento de celebração da vila e um dos maiores do concelho, explica os moldes em que tal decisão foi tomada. “Seguindo o que é transmitido

pelo Governo, pelas autoridades de saúde e amplamente difundido na comunicação social, que deveremos atingir um pico da pandemia em maio, juntamente com parceiros e outras entidades que auscultámos, falámos com quase todos os intervenientes na festa, entendemos que seria a melhor solução”, sublinha David Silva, acrescentando que esta é a solução que “representaria menos riscos para os envolvidos”. De resto, tal como já o disse, David Silva e a comissão de festas tiveram o cuidado de auscultar as entidades que são fundamentais na realização das festas. “Falámos com a Comissão Fabriqueira, falámos com a Junta de Freguesia de Caldelas, falámos com o

presidente da Câmara Municipal de Guimarães, falámos com a Turitermas, ou seja, falámos com aqueles parceiros que temos tido nos últimos anos e que sem os quais é impossível realizar o evento. Falámos todos e acredito que alguns deles, que têm outros eventos, seguirão o mesmo caminho”, aponta. A sensivelmente dois meses da data em que se realizariam as celebrações, David Silva acrescenta que teve a compreensão dos intervenientes, nomeadamente artistas com os quais já estava acertada a atuação, revelando que este processo foi simples e teve a aprovação de todos. “Tem havido compreensão por parte de todos. O mundo do espetáculo está comprometido, mas com quem falámos, alguns que já têm uma relação com a comissão e que já olham para as Festas de São Pedro com um olhar de quem quer estar presente, que não estando em 2020 estarão em 2021. Foi uma solução que foi encontrada em conjunto com todos os envolvidos”, atirou. Efeitos da Covid-19, a realização consecutiva das Festas da Vila e São Pedro são interrompidas ao fim de várias dezenas de anos. “Estaremos juntos em 2021”, diz David Silva tal como a comissão de festas deu conta na publicação em que anunciou o cancelamento. Concentração Motard, Banhos Velhos e Corrida Caldas das Taipas tomam a mesma decisão

A exemplo do que acontece com as principais celebrações festivas da vila, outros eventos acabaram cancelados em virtude da pandemia. É

o caso da Concentração Motard, da Programação Cultural dos Banhos Velhos e da Corrida Caldas das Taipas. Tal como o Reflexo deu conta na edição anterior a Concentração Motard estava devidamente programada, mas em stand-by, na medida em que várias decisões tinham de ser tomadas num momento de impasse social. Assim sendo, a direção do Moto Clube das Taipas entendeu cancelar a concentração que este ano teria como palco o Parque de Lazer da praia Seca. Em comunicado o Moto Clube das Taipas cataloga esta decisão como “difícil” mas ao mesmo tempo “responsável e a mais sensata”. Ta m b é m a P r o g r a m a ç ã o Cultural dos Banhos Velhos foi cancelada após numa primeira fase ter apenas sido anunciada a reformulação do programa que teve apresentação marcada mas que acabou por não se realizar. A direção artística da Taipas Termal decidiu então, “como medida de precaução e de saúde pública” adiar a programação cultural para 2021. Este ano seria um ano particular na uma vez que se assinalava uma década de atividade. O mesmo sucede com a 15.ª Edição da Corrida Caldas das Taipas, agendada para 7 de junho, mas que em virtude da pandemia não se realizará. Principal promotor da corrida, o Núcleo de Atletismo das Taipas (NAT) adianta que esta decisão foi tomada conjuntamente com as várias entidades envolvidas na organização da prova, nomeadamente patrocinadores e entidades oficiais, a Junta de Freguesia de Caldas das Taipas e a Câmara Municipal de Guimarães.


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#285

FREGUESIAS Brito SC já tem dois novos relvados sintéticos BRUNO FERREIRA

O Brito Sport Clube já tem à sua disposição dois novos relvados sintéticos, cuja instalação começou no final do último ano. Construídos nos terrenos contíguos ao atual recinto,

os dois novos relvados têm medidas de futebol 7, um deles, e outro de futebol, 5 destinando-se à formação e às três equipas de futebol feminino que o clube tem.

“Era um problema que estava identificado há algum tempo, a falta de espaço para dar condições de treino às nossas equipas. Por isso, estes dois relvados destinam-se à formação, ficando assim o Brito com melhores condições, uma vez que dispõe agora de quatro campos, um de onze, o principal, dois de sete e um de cinco”, refere o presidente do clube, António Freitas. Para além da instalação destes dois novos relvados sintéticos o Brito encontra-se a proceder à realização de outras obras, como por exemplo substituição de todo o sistema de iluminação dos relvados, pelo que “o complexo desportivo do Brito passará a contar com luz LED numa medida que permitirá economizar com a despesa de eletricidade”. Outra das obras que está a ser realizada é a reabilitação e alargamento dos antigos balneários, por baixo da bancada principal, de forma a servir o futebol feminino convenientemente.

Junta de Freguesia de Brito cancelou comemoração da elevação a vila A Junta de Freguesia de Brito cancelou a sessão solene das comemorações da elevação a vila, celebração essa que tinha lugar no dia 19 de abril. Em virtude da situação pandémica, que levou o país ao Estado de Emergência, o executivo cancelou as celebrações dos dezanove anos de elevação a vila. PUBLICIDADE

Ainda assim, a Junta de Freguesia de Brito, presidida por Fátima Saldanha, não quis deixar passar esta data em claro e às 17horas do dia dezanove de abril foram lançadas dezanove bombas, uma por cada ano decorrido desde a elevação a vila. “Fique em Casa. Proteja-se a

si e aos outros!”, foi a mensagem deixada pela junta de freguesia perspetivando-se uma sessão solene diferenciada no próximo ano, quer pela ausência de celebração este ano quer também por se tratar de um número redondo ao assinalar-se duas décadas da elevação a vila.

CD Ponte inicia construção de relvado e melhora parque de jogos Com as competições paradas e toda a sua atividade suspensa, o Clube Desportivo de Ponte tem aproveitado a falta de utilização das suas infraestruturas para proceder a várias obras. O Parque de Jogos Dr. João Afonso de Almeida estará transfigurado quando voltar a receber quer os intervenientes desportivos quer o público. A obra de maior nomeada é a instalação do relvado sintético futebol 7, empreitada que já ganha forma. Este novo relvado será instalado atrás da bancada central, num espaço que até agora estava pelado. Uma obra que, segundo o presidente do clube, Filipe Oliveira, se trata de “uma mais-valia clara para a formação do clube”. Para além do novo relvado sintético, o clube está a proceder a outros retoques nas suas instalações. “Estamos a fazer a cobertura da bancada pequena atrás da baliza e para isso tivemos de subir o muo para criar mais condições e cobrir a bancada, podendo assim colocar lá condignamente os adeptos visitantes”, explica Filipe Oliveira. “Para além disso vamos pintar a bancada toda, a bancada central, e substituir toda a cobertura da bancada, que tem 83 metros de comprimento por cinco metros de

largura, e já tem 23 anos. Vamos também criar uma zona para pessoas com mobilidade reduzida e acompanhantes. No fundo do campo sintético de futebol 7 vamos criar uma zona para ter três ou quatro máquinas de fitness ao ar livre”, enumera o líder máximo do clube. Estas obras já estão em andamento em virtude do final prematuro das competições e mesmo tendo em conta eta situação excecional de pandemia que a sociedade atravessa. Filipe Oliveira atira em declarações ao Reflexo que as obras há muito estavam projetadas no seio do clube. “As obras já estavam projetadas antes do Covid-19 e connosco as obras quando são projetadas e passamos para a execução é porque temos o dinheiro. As infraestruturas, que para nós são uma prioridade, ficam para o clube e o dinheiro que é para obras é para obras e não para outras questões”, assegura. Líder destacado da Série B da Divisão de Honra da A. F. Braga quando os campeonatos foram interrompidos, o Ponte não sabe ainda em que competição irá competir na próxima temporada, acalentando a hipótese provável de regressar ao escalão maior do futebol distrital.


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Junta de Freguesia de Briteiros Santo Estêvão e Donim edita boletim informativo

A Junta de Freguesia da União de Freguesias de Briteiros Santo Estêvão e Donim editou no mês de

abril aquela que foi a primeira edição impressa de “O Guarda Rio”. Com um total de dezasseis

Cemitério de Santo Estêvão arrombado durante a noite O cemitério de Santo Estêvão foi arrombado na madrugada de sábado, 18 de abril. Quando chegou ao local para fazer a devida manutenção, a equipa da junta de freguesia deparou-se com um dos portões do cemitério arrombado, tendo sido as correntes cortadas “aparentemente com recurso a rebarbadora”. A Guarda Nacional Republicana (GNR) das Taipas foi chamada ao

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local para tomar conta da ocorrência, sendo que não se notavam outros sinais de vandalismo nas instalações do cemitério de Santo Estêvão. Ainda assim, a junta de freguesia não põe de parte a possibilidade de terem ocorrido furtos, algo que apenas poderá ser confirmado com o cemitério reabrir as suas portas ao público, algo que não acontece de momento devido à pandemia

páginas, a publicação dá a conhecer a atividade das coletividades da freguesia, assim como outras informações sobre as atividades da junta de freguesia e não só. Vítor País, presidente da junta de freguesia, explica que “O Guarda Rio” trata-se de “um projeto de comunicação comunitária que procurará aproximar ainda mais as pessoas, através da partilha do que de bom se faz na união de freguesias, dando voz às coletividades, organizações comunitárias e instituições”.

Covid-19. A Junta de Freguesia da União de Freguesias de Briteiros Santo Estêvão e Donim pede à população para que faça chegar quaisquer informações às autoridades, de forma a identificar os autores deste arrombamento, mostrando-se ainda “intolerante para com este tipo de comportamento injustificados e de profundo desrespeito para com a comunidade”.

Empresa de Vila Nova de Sande oferece material ao Lar de S. Clemente de Sande A JOMAFE, ofereceu à Estrutura Residencial para Pessoas Idosas do Centro Social de S. Clemente, diverso material de proteção individual para os seus colaboradores. A empresa do setor das utilidades domésticas, instalada em Vila Nova de Sande, dentro daqueles que são os seus valores e responsabilidade social, fez chegar aos colaboradores da referida instituição 800 máscaras de proteção individual, viseiras de proteção e socas higienizáveis para todos os colaboradores, neste último caso, dando resposta a uma oferta da empresa vimaranense de calçado profissional AMF SHOES. Para José Manuel Ferreira, administrador da JOMAFE, esta iniciativa teve na sua base “o facto

de as pessoas idosas serem um dos principais grupos de risco. Daí, termos decidido colaborar neste grande esforço nacional para controlar esta crise pandémica, e ajudar a proteger a sua população mais vulnerável, apoiando quem está mais próximo, neste caso, na Estrutura Residencial para Pessoas Idosas do Centro Social de S. Clemente de Sande”. O responsável pela JOMAFE espera ainda que, “este gesto e outros semelhantes que se verificam um pouco por todo o país, ajude a mitigar os problemas relacionados com a infeção do novo Corona Vírus que, infelizmente, tem tido um impacto particularmente negativo em diversas Instituições de cariz social”.


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#287

ATUALIDADE

Trio Os Boémios tem novo trabalho para animar o pós-pandemia BRUNO FERREIRA

Conjunto musical taipense tem um novo trabalho discográfico pronto, mas em virtude da pandemia a sua divulgação tem de ser feita de forma diferente do habitual. Texto Bruno José Ferreira ‘Mamamia’ é o nome do disco que já está no mercado para animar o pós-pandemia e os primeiros feedbacks apontam a “mais um sucesso”. O trio Os Boémios, grupo musical taipense que no próximo ano completa três décadas de PUBLICIDADE

existência, tem na forja um novo trabalho discográfico que promete ser “mais um sucesso”, na perspetiva de Manuel Leite Silva, principal rosto do reconhecido trio Os Boémios. Em declarações ao Reflexo, Manuel Leite Silva explicou que o disco está pronto,

exibindo-o orgulhosamente, ainda que a divulgação e promoção do mesmo tenham de ser feitas de forma diferente do habitual em virtude da pandemia. “O trabalho está pronto, o CD demorou mais tempo do que seria normal a ser produzido em virtude do momento

que atravessamos, mas está um trabalho muito bom. Preparamonos agora para o divulgar de forma mais intensa nas rádios, por meios alternativos e pelas novas tecnologias, para que as músicas comecem a chegar ao público. As feiras não estão a funcionar, um local de muitas vendas, sabemos que vai ser um pouco diferente, mas a vontade é a de sempre”, refere. Para já, ainda numa fase embrionária, as indicações têm sido boas no que ao primeiro feedback diz respeito. “Esperamos que seja mais um sucesso, como os outros. É essa a expetativa que temos até pelos primeiros indícios. Algumas músicas já têm passado nas rádios, têm sido divulgadas dessa forma e em algumas rádios até atingiram os tops da semana, por isso esperemos que seja um trabalho apreciado pelo público. Sempre que fazemos um trabalho achamos que está melhor que os restantes, porque vamos aprimorando e evoluindo. Até da nossa parte, o que vem de novo é sempre mais apetecido, é com essa expetativa que partimos”, revela Manuel Leite Silva. Com “músicas bonitas demais”, este novo álbum intitula-se ‘Mamamia’, que é o nome do principal tema do CD. “’Mamamia’ é o título de uma música inédita da minha autoria, e este CD terá o mesmo número de temas dos outros já editados por nós, que é dez temas. Contamos que o ‘Mamamia’ seja o destaque, esta música já está a ser passada nas rádios, como na Rádio 5 Estrelas, no Porto, em que esteve duas semanas no top da semana. Atesta que tem qualidade.

Também já divulgámos uma música nas redes sociais, um música brasileira que que tem como título ‘Aceita que dói menos’, e conta com muitas visualizações, o que é claramente um indicador positivo”, aponta. Este grupo de música popular portuguesa vai já no seu 17.º trabalho musical em quase três décadas de existência, um motivo de orgulho para o principal mentor deste projeto, Manuel Liete Silva. “Os Boémios são sempre Os Boémios. No próximo ano cumprimos trinta anos de existência, uma marca bonita. Temos dado muitas músicas à música popular portuguesa e há muita gente mesmo a cantar Boémios, toda a gente canta Boémios. Posso dizer que há muitos artistas a viver das músicas d’Os Boémios”, declara Manuel Leite Silva. Apesar de mais este marco na história do trio Os Boémios, tal como acontece com os restantes artistas, também o grupo taipense tem a sua atividade em suspenso em virtude da pandemia que obrigou a cancelar todos os espetáculos. “Foi tudo cancelado. O último espetáculo que fizemos foi no dia 29 de fevereiro no Luxemburgo e depois no Santo Amaro. A partir do início de março foram cancelados todos os espetáculos que tínhamos para fazer, quase duas dezenas de espetáculo cancelados, fora os que podiam ainda surgir, como é normal. Foi tudo cancelado. Íamos estar no Mónaco agora em breve, no início de junho, mas foi tudo cancelado. Para a música este ano vai ser bastante mau”, regista.


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reflexo

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coisas de antanho

Caldas das Taipas a (des)propósito XXXII

19 de Junho, o dia de Caldas das Taipas

OUVIR por Carlos Marques

CLÃ Véspera (Edição de Autor, 2020)

Comandante José Eduardo de Carvalho Crato

Depois da decisão tomada em sede da Junta de Turismo da Estância Termal das Taipas em 27 de Abril, e da Junta de Freguesia de Caldelas de 30 de Abril, segue requerimento de 4 de Maio do ano de 1940 para a elevação à categoria de vila da povoação de Caldas das Taipas, subscrito pelo secretário da Junta de Turismo da Estância Termal das Taipas, João de Miranda Castro Antunes Guimarães em representação do seu presidente, Comandante José Eduardo de Carvalho Crato, e pelo Presidente da Junta de Freguesia de Caldelas (Taipas), Manuel José Pereira, e dirigido ao Ministro do Interior. Começa por referir que a sua localidade é um recanto no Minho, banhado pelo rio Ave situado entre Guimarães e Braga. Que possui três estabelecimentos termais miraculosos onde se curam doentes de todas as classes sociais, nacionais e estrangeiros, dispondo das melhores instalações do país. Tem um hotel, uma pensão e inúmeras casas de hóspedes, assim desde as classes humildes ao burguês comodista e ao visitante exigente, e até aos grandes capitalistas acomodações próprias e condignas. A localidade tem aspecto atraente, amplas ruas e largos ajardinados e um Parque de Turismo que reúne condições especialíssimas. Possui praia fluvial, barcos para recreio, o melhor campo de patinagem do país, campos de ténis, e variadíssimos jogos e distracções. As Taipas é um privilegiado centro de Veraneio e Turismo. A rede de estradas com partida ou cruzamento PUBLICIDADE

Professor Manuel José Pereira

nas Taipas, que serve o cidadão, o aquista, o comerciante e o industrial tem rápida ligação a todo o país. A freguesia sede possui 1866 almas distribuídas por 430 famílias e é a sede da ZONA DE TURISMO composta por 25 freguesias, onde as colheiras cerealíferas são abundantes, com produção pecuária avultada e uma região vinícola de valor e fama.

Os Clã marcaram regresso para 2020, pondo fim a um intervalo nas suas edições, que vem desde ‘Corrente’, álbum de 2014. A banda de Vila do Conde está no grupo dos projetos que marcaram a diferença no período de viragem do milénio, juntamente com os Ornatos Violeta ou Pedro Abrunhosa. Todos eles giravam em torno do

núcleo centrado na Escola de Jazz do Porto. ‘Véspera’ é então novo disco dos Clã, cujo lançamento está marcado para 22 de maio. Esta sugestão, sendo uma antecipação, tem alguns riscos. Os três temas de avanço apontam contudo para que se espere o melhor, entre o melhor que os Clã fizeram até ao presente.

Texto Paulo Dumas

VER

Os edifícios das Taipas são interessantes, bem construídos e cuidados. Nas Taipas existem importantes industriais, nomeadamente de cutelarias e tecidos de algodão instalados em magníficas fábricas e dirigidas por profissionais competentíssimos. Possui variadíssimos estabelecimentos comerciais, 2 farmácias, 4 consultórios médicos, estação postal com serviços de correios, telégrafos e telefónicos, corporação de bombeiros voluntários com sede própria, lojas de fazendas e mercearia, matadouro e 3 estabelecimentos de venda e carne, mercado permanente feira regional em todas as segundas-feiras, 2 igrejas para o culto católico. Por tudo isto e porque a sua laboriosa e trabalhadora população anceia de ver elevada à categoria de VILA esta donairosa povoação, importante centro termal, agrícola e industrial,como incentivo e prémio aos seus esforços de progresso e engrandecimento, solicitamos que substitua a denominação de freguesia de Caldelas, pelo título de Vila de Caldas das Taipas.

A Herdade de Tiago Guedes (2019) com Albano Jerónimo, Sandra Faleiro, Beatriz Brás, Miguel Borges 2h46min, M/12

Continuando o confinamento, vemo-nos forçados a fazer em casa o que fazíamos fora dela, em circunstâncias normais. A sugestão deste mês vai para a ‘A Herdade’, filme de Tiago Guedes, que sai para os cinemas em 2019, mas que foi transmitido recentemente em quatro episódios na RTP1. Trata-se de um épico, que acompanha uma família desconjuntada na defesa das suas terras,

desde a década de 1940 até à atualidade. A vastidão do horizonte como metáfora de um poder, que não é suficiente para contrariar o orgulho nos laços de sangue. Este filme (assim como um conjunto de outros conteúdos, do documentário ao entretenimento) poderá ser visto através da aplicação RTP Play, disponível para os vários dispositivos.


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DESPORTO

Promoção de Rui Castro é hipótese para o comando técnico do CC Taipas

DR

Terminou a época de voleibol e hóquei em patins

Texto Bruno José Ferreira

Os campeonatos da AF Braga foram dados como terminados em virtude da pandemia Covid-19. Sem qualquer implicação direta para o Clube Caçadores das Taipas no que à questão classificativa diz respeito, uma vez os taipenses não se encontravam em lugares que afetassem o escalão competitivo em que vai participar, a preparação da próxima temporada é agora a missão da estrutura do clube. Uma preparação que, contudo, está dependente de vários constrangimentos. Desde logo a pandemia terá os seus efeitos na sociedade em geral, e o futebol não fugirá à regra, pelo que as receitas cairão de forma abrupta para todos os clubes. Este cenário leva a que a abordagem à próxima época tenha de ser especialmente ponderada. Acresce também que o CC Taipas tem pela frente um ato eleitoral, uma vez que serão agendadas eleições para os órgãos sociais. Tiago Rodrigues, atual presidente, ainda não revelou se será PUBLICIDADE

candidato à presidência, assim como não são ainda conhecidas movimentações para a constituição de outras listas. De qualquer das formas, seja qual for o cenário traçado, o ‘timing’ da realização deste ato eleitoral trará sempre constrangimentos ao planeamento da época e à constituição do plantel. Certeza absoluta é a troca de treinador no CC Taipas, uma vez que José Augusto não continuará no comando técnico. José Augusto, que se estreou como técnico principal precisamente no CC Taipas, foi abordado para continuar, mas vai voltar a integrar a equipa técnica de Manuel Machado. O treinador vimaranense voltará ao ativo para orientar o Berço e, tal como desde início José Augusto deixou patente, voltará a assumir o papel de treinador adjunto, integrando a equipa técnica de Manuel Machado. Perante este panorama a promoção de Rui Castro, que até agora era adjunto, é uma hipótese que está em cima da mesa. Apesar de ser treinador adjunto na época passada, Rui Castro tinha um

papel ativo quer no processo de treino quer nas decisões da equipa, dando inclusive a cara junto da comunicação social. Com 37 anos, Rui Castro iniciou a sua carreira como adjunto nas camadas jovens dos Amigos de Urgeses, passando depois também pelas camadas jovens do Tirsense. Seguiramse cinco temporadas como adjunto do Torcatense, com uma passagem pelo Limianos pelo meio, sempre como adjunto. Embora não seja ainda um dado adquirido, a hipótese de promoção de Rui Castro a técnico principal está em cima da mesa. De resto, a manutenção da espinha dorsal é uma ambição quer da atual direção quer do diretor desportivo Carlos Lima, sendo que a estrutura do CC Taipas já trabalha nesse sentido, tendo abordado a base da equipa da época passada para permanecer no clube. A maioria dos jogadores já respondeu afirmativamente a essa intenção de permanecer no clube, sendo prioridade reforçar o ataque, de forma a substituir André Martins.

Um comunicado conjunto das federações de andebol, basquetebol, hóquei em patins e voleibol, emitido a 29 de abril, colocou fim à época desportiva 2019-2020, nestas modalidades, que já tinham a sua atividade desportiva interrompida desde meados de março. O mesmo documento refere que não será atribuído qualquer título de campeão nacional na corrente época. As subidas de divisão vão, contudo, realizar-se em todas as modalidades, cabendo a cada federação, organizar as referidas competições que deverão ser disputadas entre os meses de agosto e setembro. O mesmo acontece para as descidas de divisão, neste caso, só no hóquei em patins, dado que nas outras três modalidades não ocorrerão. O CART, no caso do hóquei em patins, pela posição que ocupa na tabela classificativa, tudo indica que se verá envolvido, nem na situação de disputa de subida de escalão, nem na de descida. O mesmo já não acontecerá com a formação sénior de voleibol que, fruto da segunda posição que ocupava na tabela aquando a interrupção da prova, irá disputar a subida ao segundo escalão nacional. Não se sabe, contudo, em que moldes. Ricardo Mora, presidente da coletividade taipense também não tem ainda, na sua posse, muita informação sobre como tudo se poderá vir a processar. “Ao que tudo indica, no voleibol, serão constituídas duas séries de quarto equipas cada, uma a norte e outra a sul, para se encontra duas equipas para subir de divisão. Mas, não está ainda nada definido nesse sentido”, referiu a este propósito.


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reflexo

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Fim dos campeonatos distritais gera frustração e incerteza DR

Texto Bruno José Ferreira

Os campeonatos da AF Braga foram interrompidos e dados por concluídos em virtude da pandemia Covid-19. Uma decisão compreendida por todos, mas que ao mesmo tempo abre algumas feridas no que ao plano desportivo diz respeito. Quatro clubes circunvizinhos, Brito, Ponte, Sandinenses e Campelos, estavam na luta pela subida e desconhecem ainda em que divisão vão competir. O sentimento é comum em todos eles: noção de que a saúde está em primeiro, sendo essa uma ideia expressa pelos quatro treinadores dos clubes em questão, mas também esperança na possível subida em alguns casos e desilusão noutros.

Campelos desiludido mas pronto a apostar na próxima época

Britou subiria com todo o gosto

Começando pelo principal escalão distrital, o Pró-Nacional, quando o campeonato foi interrompido o Brito encontrava-se no segundo lugar a quatro pontos do primeiro classificado, ocupando um lugar que eventualmente poderia dar acesso aos campeonatos nacionais. Filipe Gonça, treinador do Brito, reconhece que o clube poderia atacar a subida. “Primeiramente está a saúde e sabemos isso. Tínhamos objetivos, mas esses objetivos acabaram por ser cumpridos. Andámos no top-5, à medida que o campeonato avançou quisemos sempre mais e podíamos até atacar uma subida de divisão. Há que acatar as decisões, mas se fossemos convidados a subir, subiríamos com todo o gosto”, atira. O Brito irá esperar por instruções superiores, ressalvando que estava tudo em aberto. “Na minha ótica, se não há condições para terminar uma época também não haverá para começar uma nova época tão cedo. Faltando

Sandinenses era equipa que melhor jogava futebol, que tinha melhores jogadores, a par com o Ponte, mas o Sandinenses sempre esteve nos lugares da frente, nunca abaixo do terceiro lugar. Fizemos um campeonato regular e era meritório subir”, explica.

oito jornadas penso que não se deveria terminar esta época para começar outra. Esta devia ser terminada e depois sim começar a próxima, nem que fosse em janeiro, mas terminando esta época. Há 24 pontos em disputa, este campeonato é muito imprevisível e tudo estava em aberto”, diz Filipe Gonça ao Reflexo. Ponte confiante e Sandinenses com esperança

No escalão intermédio, a Divisão de Honra, dois clubes vizinhos estavam na luta pela subida. O Ponte liderava o campeonato com quatro pontos de avanço sobre o segundo, o Sandinenses. Uma

luta a dois na qual o Ponte já esteve destacado com uma margem confortável na liderança. Por isso mesmo, o técnico Zé Faria, que assumiu a braçadeira de treinador sem se estrear antes da suspensão dos jogos, não vê outro cenário que não seja a promoção do clube ao principal escalão do futebol distrital. “O plantel para a próxima época está a ser construído para jogar no Pró-Nacional, e contamos com uma decisão nesse sentido. O presidente deu essa indicação e estamos a trabalhar no sentido de preparar o plantel da melhor forma para jogar no principal escalão distrital. Só vemos essa

solução”, assume Zé Faria, que revela qua de qualquer das formas o Ponte ficará privado de juntar o almejado título ao seu palmarés. "Mesmo sendo consumada a subida na secretaria, por assim dizer, as expetativas ficam defraudadas porque o Ponte tinha o objetivo de ser campeão e de juntar esse título ao seu historial, algo que está decidido que não acontecerá”, refere. No segundo posto da mesma série estava o Sandinenses, equipa que andou sempre pelos primeiros lugares e que eventualmente também ocupava um lugar que poderia garantir a subida, dependendo das descidas dos

campeonatos distritais. O treinador Pedro Adão admite ainda uma réstia de esperança. “Temos mantido o contacto com os jogadores e todos estão ainda com esperança, porque nada foi decidido apesar de os campeonatos terem sido parados. Provavelmente não haverá descidas, mas subidas está pendente. É uma frustração para os jogadores, depois do trabalho que fizemos, e até para a aposta direção, que estava numa posição de subida, caso não aconteça acho que é frustrante e de lamentar”, refere. Na ótica de Pedro Adão a subida do Sandinenses seria um prémio justo. “Toda a gente viu que o

O emblema que não está envolvido nesta indefinição é o Campelos, uma vez que estava no terceiro lugar a dois pontos do segundo classificado na 1.ª e última divisão distrital. Ainda assim, dado que andou bastante tempo no primeiro lugar e ainda tinha hipóteses de lutar pela subida, não deixa de ser desolador, segundo o técnico Rui Nogueira. “Estávamos dentro do expectável, a fazer uma época conseguida e a expectar os lugares de subida, mas este término repentino foi um balde de água fria para todos nós. Na nossa série fomos a equipa que se manteve lá em cima mais tempo. O arranque da segunda volta foi menos positivo, que fez com caíssemos dos lugares de subida. Terminámos a primeira volta em primeiro, mas caímos para o terceiro lugar. Ainda tínhamos muito campeonato pela frente e tínhamos mais do que condições para discutir até à última jornada os lugares de subida, até porque ainda iriamos receber os adversários diretos, o que seria uma arma fortíssima”, assegura o treinador, que já tem acordo firmado para atacar a subida em Campelos na próxima época. Oficialmente ainda não foi definida a situação das subidas, estando várias hipóteses em cima da mesa. Ainda assim, a Federação Portuguesa de Futebol já deu a entender que não se registarão subidas aos nacionais. Ainda assim, pode haver convites de subida devido a incumprimento de alguns clubes.


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reflexo

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MÁRIO MANUEL REMÍSIO DIAS DE CASTRO

N: 19-01-1950 | F: 14-03-2020

Obituário

Maria de Oliveira

No dia 30 de Abril, no Hospital Senhor do Bonfim, Vila do Conde, faleceu a Sr.ª Maria de Oliveira, com 100 anos de idade, viúva deJoão de Freitas, residente que foi na Rua dosCuteleiros, Caldelas, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Capela de São Tomé de Caldelas, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.

Maria de Fátima Saraiva Pinheiro Machado

No dia 2 de Abril, no Hospital de Braga, faleceu a Sr.ª Maria de Fátima Saraiva Pinheiro Machado, com 68 anos de idade, casada com Adelino da Silva Pereira Machado, residente que foi na Rua dos Tojais, Ponte, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se no Cemitério de Corvite, indo depois a sepultar neste cemitério.

Maria Vieira Cardoso Almeida

Sua esposa, filhas, genros e netos, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como tanto gostariam, vêm por este meio, agradecer reconhecidamente a todos quantos, pelas mais diversas formas e meios, lhes manifestaram o seu pesar pelo falecimento do seu ente querido. Foi muito reconfortante sentirmos o apoio, carinho e solidariedade de todos. Ultrapassada toda esta fase de confinamento em que nos encontramos e quando tal se tornar possível, a família informará da celebração de Eucaristia a realizar em sua memória.

João Luís Freitas Marques de Carvalho

No dia 10 de Abril, no Hospital de Braga, faleceu o Sr. João Luís Freitas Marques de Carvalho, com 64 anos de idade, casado com Rosa Maria de Oliveira Ribeiro, residente que foi no Centro Social e Paroquial de Ferreiros, Braga. As cerimónias fúnebres realizaram-se no Cemitério Municipal da Atouguia - Guimarães, indo depois a inumar neste cemitério.

Maria da Conceição Cardoso de Araújo Freitas

No dia 17 de Abril, na U.L.D.M. D. Elvira Câmara Lopes, Póvoa de Lanhoso, faleceu a Sr.ª Maria da Conceição Cardoso de Araújo Freitas, com 91 anos de idade, solteira, residente que foi na Rua Engenheiro Duarte do Amaral, Souto (São Salvador), Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se no Mosteiro de São Salvador de Souto, indo depois a inumar no cemitério desta comunidade.

João de Freitas

No dia 7 de Abril, no Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães, faleceu a Sr.ª Maria Vieira Cardoso Almeida, com 69 anos de idade, viúvo de António de Almeida, residente que foi na Avenida de Santo Tirso, Prazins (Santo Tirso), Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se no Cemitério de Prazins (Santo Tirso), indo depois a sepultar neste cemitério.

No dia 18 de Abril, no U.C.C.I. São Pedro, Pinheiro, Guimarães, faleceu o Sr. João de Freitas, com 100 anos de idade, casado com Maria de Oliveira, residente que foi na Rua dos Cuteleiros, Caldelas, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Capela de São Tomé de Caldelas, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.

José Ferreira

Maria Irene Salgado

No dia 10 de Abril, na sua residência, faleceu o Sr. José Ferreira, com 100 anos de idade, viúvo de Antónia de Oliveira Martins, residente que foi na Rua São João Baptista, Ponte, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se na Igreja de São João de Ponte, indo depois a sepultar no cemitério desta comunidade.

No dia 18 de Abril, no Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães, faleceu a Sr.ª Maria Irene Salgado, com 79 anos de idade, casada com José da Silva Miranda, residente que foi na Rua São José – Campelos, Ponte, Guimarães. As cerimónias fúnebres realizaram-se no Cemitério de Ponte, indo depois a sepultar neste cemitério.

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Manik Mané com Steven Gerrard, treinador do Rangers, na conferência de imprensa do jogo com o SC Braga


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