Revista Elos 52 . Maio - Junho | 2020

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PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIAR O TUS – Transtorno por Uso de Substâncias, assim designado pelo DSM-5 (Diagnostic Statistical Manual), é uma doença complexa, multifatorial e carregada de estigmas. Depois de um longo percurso, que parte da compreensão da dependência química como uma escolha pessoal e consciente e por isso seu uso merecia punições sociais, finalmente, em 2001 passa a ser classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma doença crônica, progressiva e fatal.

presídios ou vivendo em situação de rua, por se tratar de uma pesquisa domiciliar. Isso aponta para a possibilidade desses números serem ainda maiores que os apresentados no referido levantamento. De acordo com o mais recente Relatório Mundial sobre Drogas 2019 divulgado pelo UNODC – Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, em torno de 35 milhões de pessoas sofrem de TUS (Transtornos por Uso de Substâncias) em todo o planeta. A estimativa anterior era de 30,5 milhões. Além disso, aproximadamente 585.000 mortes e 42 milhões de anos de vida “saudáveis” foram perdidos como resultado do uso de drogas. (World Drug Report 2019)

Essa compreensão foi um importante salto no tratamento da doença. Desde então, pesquisas têm sinalizado dados significativos sobre o fenômeno e apontado para as possibilidades de tratamento, bem como para a necessidade de construção de propostas estratégicas de prevenção para impedir ou adiar o uso e abuso de substâncias psicoativas e consequentemente os problemas ocasionados por eles. Entre maio e outubro de 2015, a Fiocruz em parceria com outras instituições realizou o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, disponível à sociedade por meio da plataforma Arca, mantida na internet pela Fundação.

Não há como negar que o uso abusivo de substâncias psicoativas tem se tornado um grave problema social e de saúde pública mundial (PRATTA & SANTOS, 2006), crescendo nas últimas décadas do século XX e se estendendo para o tempo presente (MENDES, 1999). Não só indivíduos tem sido atingidos pela dependência química , mas também as famílias e a sociedade em que estão inseridos resvalam nas mazelas provocadas pela doença.

“Os dados revelam que 3,2% dos brasileiros usaram substâncias ilícitas nos 12 meses anteriores à pesquisa, o equivalente a 4,9 milhões de pessoas. Esse percentual é muito maior entre os homens: 5% (entre as mulheres fica em 1,5%). E também entre os jovens: 7,4% das pessoas entre 18 e 24 anos haviam consumido drogas ilegais no ano anterior à entrevista”. (Portal Fiocruz)

Além dos elevados gastos com tratamento, é necessário considerar o custo social imputado pelo uso abusivo de substâncias psicoativas, percebido em várias esferas da vida do indivíduo como por exemplo: o desgaste e/ ou rompimento dos vínculos familiares, abandono dos estudos e consequentemente relações de trabalho precárias, desemprego, mortes prematuras, etc.

Porém, o relatório chama a atenção para a necessidade dos dados serem observados com cautela já que a investigação não contemplou a população que encontra-se em abrigos,

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