Porta-voz do design brasileiro no mundo, empresária busca a identidade nacional contida nas origens das expressões do design autoral, da arquitetura e da arte p. 12
Entrevista Zilda Fraletti, uma defensora das artes e dos artistas contemporâneos p. 48
Arquitetura Primeiro Leão de Ouro da Bienal de Veneza é brasileiro p. 76
Para ser global, é preciso ser local. Criatividade genuína tem casa própria, origens claras e raízes profundas. E para Lissa Carmona, empresária que se tornoua porta-voz do design brasileiro no mundo, é justamente essa alma nacional do design feito aqui que arrebata admiradores nos quatro cantos do mundo. O design brasileiro, aliás, é grande porque é ligado à arte, à arquitetura nacionais e a tudo de bom que foi feito no Brasil. De Oscar Niemeyer a Sergio Rodrigues. CEO e curadora da ETEL – marca fundada pela mãe e designer Etel Carmona –, Lissa trabalha no resgate da memória e para promover o legado de designers modernistas, contemporâneos e da
nova geração. Todos brasileiros. Na matéria de capa, ela traz um mosaico de referências, de histórias únicas e peças valiosíssimas que revelam o borogodó nacional.
Lissa também foi uma das convidadas para o talk da primeira edição do Conexão Habitat, junto de Tamara Perlman, da SP-Arte, que trouxe para o MON uma seleção de peças superespeciais de designers brasileiros, produzidas pela Etel. O evento reuniu arquitetos, designers e importantes players do mercado imobiliário, para falar de arte, arquitetura e design de qualidade made in Brazil.
Boa leitura!
Publisher: Cíntia Peixoto, cintia.vieira.peixoto@gmail.com e (41) 99225-7610
Comercialização: Saltori Mídia Estratégica, saltori@saltori.com.br e (41) 99996-9995
R SALTORI REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA | 05.552.266/0001-60
Contato: arevistahabitat@gmail.com
Direção de arte: Igor F. Dranka | ferreiradranka@gmail.com
Edição: Larissa Jedyn | ljedyn@gmail.com
Redação: Larissa Jedyn e Débora Mateus
Colunistas: Débora Mateus (Coluna Spectrum, Arte & Design), Paula Campos (Coluna Sobre Morar), Rodolfo Guttierrez (Coluna É design), Isabela França (Coluna Caleidoscópio), André Nacli (Coluna Ponto de Vista).
Redes sociais: Cristina Fontoura Consultoria, consultoriacristinafontoura@gmail.com - @consultoriacristinafontoura
Créditos: Ruy Teixeira (Foto capa), F22 Studio (Conexão Etel), Gerson Lima.
Impressão: Maxi Gráfica e Editora LTDA. | maxigrafica@maxigrafica.com.br
Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes
habitat RM
Junho e julho de 2023
12 CAPA.
A empresária Lissa Carmona leva o design dos brasileiros modernistas, contemporâneos e da nova geração para no mundo
30 SPECTRUM.
A seleção de mobiliários da ETEL, apresentada na primeira edição do Conexão Design
36 EVENTO.
Saiba mais sobre a primeira edição do Conexão Habitat, no MON
48 ENTREVISTA.
Há 40 anos no mercado de arte, a galerista Zilda Fraletti é uma entusiasta da arte contemporânea
56 É DESIGN.
Empresa tradicional inova e faz até bicicleta de madeira
60 INOVAÇÃO.
Marca de raquetes e acessórios de beach tennis faz parceria inusitada e inspirada com artista
64 SOBRE MORAR.
A casa acolhedora e original do designer Carlos Reichmann
68 DESIGN.
A arte brasileira do Estudio Mula Preta em Curitiba
76 ARQUITETURA.
E o Leão de Ouro da Bienal de Veneza é do Brasil
86 CALEIDOSCÓPIO.
Marca paranaense de torrones e chocolates artesanais de origem amazônica abre sua terceira loja
90 GASTRONOMIA.
Com painel artístico na entrada e cozinha no centro do projeto, Duq mistura referências
97 CONEXÃO.
A cobertura dos eventos em Curitiba
114 PONTO DE VISTA.
André Nacli faz uma reflexão sobre valorização cultural e vida em comunidade
A empresária Lissa Carmona leva o design dos brasileiros modernistas, contemporâneos e da nova geração para no mundo
Por Débora Mateus
“
Asimplicidade sofisticada é muito mais difícil, porque exige mais pensamento e exercício do que a execução rápida”, comenta Lissa Carmona, empresária que se tornou a porta-voz do design brasileiro no mundo, em entrevista exclusiva à Revista Habitat. Reencontrar a identidade do país por meio da história do design autoral, indissociável à arquitetura e às artes brasileiras. Esta é a premissa, que faz com que a CEO e curadora da ETEL – marca fundada pela mãe e designer Etel Carmona –, mergulhe com afinco e alma na incumbência de resgatar a memória e promover o legado de designers modernistas, contemporâneos e da nova geração.
Com veia inovadora e olhar apurado, Lissa desenvolveu um método próprio de edição e reedição dos mobiliários desenhados por nomes como Oscar Niemeyer, Gregori Warchavchik, Lina Bo Bardi, Giuseppe Scapinelli, Joaquim Tenreiro, Percival Lafer, Lasar Segall, Jorge Zalszupin, José Zanine Caldas, Sergio Rodrigues, Isay Weinfeld, entre outros.
Apaixonada por arte, elevou as lojas da marca ao patamar de galeria. Dedica-se não apenas a revisitar as peças desses designers, mas a disseminar suas histórias pelos quatro cantos do mundo, com lançamentos de livros e exposições frequentes. “É preciso ser incansável e determinada. Você não muda e nem constrói nada com uma ação”, conta a empresária.
“O design brasileiro é grande porque é ligado à arte e arquitetura”
Carrinho de Chá Cascas, desenhado pela designer espanhola Patricia Urquiola para a coleção ETEL, e Banqueta Alta, Oscar Niemeyer, reeditada pela marca. Ensaio fotográfico na residência de Oscar Niemeyer. Foto: Ruy Teixeira
Mesa Circular, Joaquim Tenreiro reedição Etel, cadeiras do acervo vintage também criadas pelo designer e tapeçaria Sinalética de Daciano da Costa. Foto: Ruy Teixeira
Aparador Cacos, Etel Carmona em ensaio fotográfico na Casa SP-Arte (2023), criada pelo arquiteto modernista Flavio de Carvalho. Foto: Ruy Teixeira
Cadeira auditório MASP e mancebos, desenhados por Lina Bo Bardi, reedição ETEL. Ensaio fotográfico na Casa de Vidro (projetada por Lina). Foto: Ruy Teixeira
Interior da casa modernista, projetada por Gregori Warchavchik em 1927 com os móveis desenhados por ele à época. Foto: Acervo Família Warchavchik
Poltrona e mesa lateral Itápolis, de Gregori Warchavchik. Foto: Ramanaik
Poltrona Manhattan, Jorge Zalszupin. Foto: Ruy Teixeira
No ano em que a marca celebra 30 anos e exalta os marcos da trajetória, Lissa relembra o início de sua atuação, pouco depois do lançamento da primeira galeria fundada em São Paulo. Foi em 1994, época em que eram produzidos os móveis de Etel Carmona e Claudia Moreira Salles, que ela viu o rumo de sua carreira na área de finanças dar uma guinada. Aceitou o desafio de ajudar a mãe a organizar a primeira exposição em território norte-americano, a International Contemporary Furniture Fair (ICFF), em Nova York. Apesar das intempéries comuns à falta de experiência em eventos daquela grandeza, a mostra foi um sucesso. E culminou na projeção internacional da ETEL, chancelada por uma matéria no jornal The New York Times.
Enxergou a oportunidade como um divisor de águas para expandir e internacionalizar a empresa. Lançou mão da busca por conhecimento, atributo nato, e passou a se dedicar à investigação do design brasileiro com rigor acadêmico.
A escassa bibliografia, apresentou outro universo a ser explorado. No ano seguinte, quando a marca já estava sob seu comando, lançou na galeria em Pinheiros, o livro “Móvel Moderno no Brasil” (1995), de Maria Cecília Loschiavo, uma das primeiras publicações com pesquisas profundas sobre o tema.
Lissa Carmona na galeria da marca, no bairro de Pinheiros, inaugurada em 1993. Foto: Divulgação Mesa Tilt-Top, Claudia Moreira Salles, acervo ETEL. Foto: Divulgação
Éo repertório embebido nas referências das mais distintas esferas criativas e narrativas críticas que ganha o interesse da empreendedora. Amante da boa arquitetura, literatura e filosofia, ela revela ser fã incondicional de Niemeyer, arquiteto reverenciado pelas construções icônicas, que verteu o talento para o design e é reconhecido também pela vasta produção de escritos. Não é à toa que, em paralelo ao ofício de promovê-lo na marca que comanda, ela acumule a função como diretora internacional da Fundação Oscar Niemeyer. Define estratégias para que o trabalho da instituição seja posicionado de maneira assertiva. Intermediou o acordo para levar o raríssimo banco Marquesa Vermelha, que estava no Memorial da América Latina, para uma mostra do Grimaldi
Forum com Christian Louboutin, em Mônaco. A ação, garantiu visibilidade institucional com os devidos créditos e agradecimentos para a fundação, lugar de destaque no catálogo, além de chamar a atenção do príncipe Rainier.
Na poesia, a empresária tem predileção por Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa – autores que servem de inspiração para sua empreitada. “Mas as coisas findas muito mais que lindas, essas ficarão”, cita os versos de Drummond em alusão à missão de perpetuar a memória histórica dos designers que seleciona. As estrofes de Pessoa – “Para ser grande, sê inteiro: põe quanto és no mínimo que fazes” – são levadas como mantra na vida e na carreira. Os escritos reforçam a perseverança que, segundo Lissa, fez valer a pena cada momento difícil para alcançar o êxito no trabalho.
Poltronas Alta Memorial, de Oscar Niemeyer, reeditadas pela ETEL. Uma edição especial da peça foi criada pelo arquiteto nos anos 1970, com exclusividade para o Memorial da América Latina. Foto: Divulgação
Com habilidades complementares em áreas distintas, Etel e Lissa Carmona colecionam feitos memoráveis. Hoje, a ETEL reúne 29 designers e produz 513 peças - entre edições e reedições. Possui três galerias, em São Paulo, Milão e Houston. Além de contar com representantes no Canadá, Coreia do Sul, Líbano, Japão, Dubai, Catar, China, Taiwan e Índia.
O plano de expansão internacional da marca, prevê a presença nos maiores eventos do calendário de design. Entre as principais exposições no mundo, estão marcos como a primeira mostra com designers modernos brasileiros realizada na Embaixada do Brasil no Japão, com projeto de Ruy Ohtake. Além de exibições na Design Week de Milão, na Bie-
nal de Veneza e na Design Miami /Basel. Com frequentes convites para participar de talks, Lissa se tornou referência mundial quando o assunto é design brasileiro. Ela destaca as palestras realizadas no London Design Museum, em Londres e na Design Miami / Basel, onde falou ao lado de Eckart Maise, diretor da Vitra e Francesca Molteni.
Jorge Zalszupin, arquiteto e designer polonês radicado no Brasil, foi um dos primeiros nomes a integrar a curadoria da ETEL. Em 2021, um ano após seu falecimento, nascia um novo projeto idealizado por Lissa, a Casa Zalszupin. A iniciativa foi concebida para conservar a residência projetada pelo designer, onde ele viveu por 60 anos. Fruto da parceria da ETEL com a galeria Almeida & Dale, a casa-museu promove exposições e estabelece diálogos entre as obras de seu criador com grandes nomes da história artística, arquitetônica e do design brasileiros. O espaço consolidado como polo cultural, já foi palco para oito mostras. A mais recente, “Paisagem Interior” entrelaça as histórias de Etel Carmona, David Almeida e Alberto da Veiga Guignard. Curada por Ana Carolina Ralston, fica em cartaz até setembro.
Lançado em 2018, o programa Rosto da Cidade, da Prefeitura de Curitiba, busca resgatar a história e a identidade da capital paranaense com a recuperação urbana da região central e a valorização da arquitetura de prédios e monumentos por toda a cidade.
Oprograma Rosto da Cidade, da Prefeitura de Curitiba, já revitalizou, em parceria com a iniciativa privada, 142 espaços do Centro e do São Francisco. Praças, memoriais, monumentos e ruas da região central e dos bairros também estão sendo renovados ou evidenciados com iluminação cênica por meio do programa da Prefeitura de Curitiba lançado há seis anos.
Os trabalhos do Rosto da Cidade compreendem ainda limpeza de pichações e execução de novas pinturas com aplicação de resina especial que facilita a manutenção dos imóveis inseridos no programa.
Entre os espaços já recuperados estão o Palácio Belvedere (reconstruído totalmente em 2019 após um incêndio), Casa Hoffmann, Casa Romário Martins, Casa da Memória, Memorial de Curitiba, Arcadas de São Francisco, Palacete Wolf, Casa do Artesanato, Conservatório de Música Popular
Brasileira, Solar dos Guimarães, Cinemateca, Teatro Novelas Curitibanas, Cemitério Municipal São Francisco de Paula, Solar do Barão, Biblioteca Inclusiva Darcy Ribeiro, a Capela Santa Maria, a Igreja do Rosário e a Casa da União Paranaense dos Estudantes.
O Museu de Arte Sacra (Masac), anexo à Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Chagas, em pleno coração do Largo da Ordem, está em ritmo acelerado de restauração pelo Rosto da Cidade, por meio da Lei de Potencial Construtivo, da Prefeitura de Curitiba, e reabrirá com a exposição de pinturas históricas da época da visita do imperador Dom Pedro II descobertas durante os trabalhos de revitalização.
Praças e memoriais de Curitiba também estão sendo revitalizados por meio do Rosto da Cidade. A Praça 19 de Dezembro, espaço no Centro tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná, foi toda renovada, passando por uma grande ação de limpeza de seus painéis, da Estátua da Justiça (mulher
nua), do obelisco de concreto armado com 30 metros de altura com o símbolo do Estado e da estátua do Homem Nu, que celebra o trabalhador paranaense. Além disso, uma iluminação cênica em LED passou a valorizar os elementos arquitetônicos do espaço.
O Memorial Árabe, que homenageia a cultura do Oriente Médio, foi outro monumento revitalizado pelo Rosto da Cidade, que recuperou toda a beleza da construção em formato de cubo e características mouriscas. Pintura com resina especial e iluminação cênica finalizaram a restauração da construção sobre um espelho d’água.
O Memorial Paranista, inaugurado em 2021 no Parque São Lourenço, é outro exemplo deste esforço de resgate da história e da identidade da capital proposto pelo Rosto da Cidade. O espaço reúne o maior jardim de esculturas do Brasil e um rico acervo de peças do artista paranaense João Turin. Os visitantes ainda podem apreciar reproduções das fachadas da Casa Paranista e do Ateliê do João Turin, valorizadas por projetores de luz cênica.
Além disso, a arquitetura de 74 espaços por toda a capital, entre monumentos, igrejas e memoriais, já foram destacados com iluminação cênica. Receberam as intervenções a Capela Nossa Senhora da Glória (Alto da Glória), as igrejas Sagrado Coração de Jesus (Água Verde), Nossa Senhora de Lourdes (Campo Comprido), Ortodoxa Antioquina São Jorge (Mercês), Santo Antônio do Orleans (Orleans), Sant’Ana de Abranches (Abranches), Nossa Senhora das Graças e Santa Gema Galgani (Barreirinha), Santa Terezinha do Menino Jesus (Batel), Catedral Ortodoxa Ucraniana São Demetrio (Mercês), o Museu do Automóvel (Mercês) e a chaminé da antiga olaria do Parque Barigui (Santo Inácio).
Vias como Riachuelo, São Francisco, Trajano Reis, Voluntários da Pátria e Kellers também foram renovadas, por meio do Rosto da Cidade, para privilegiar os pedestres, em parceria com o programa Caminhar Melhor.
A Rua Voluntários da Pátria, no Centro, ganhou uma nova galeria de água pluviais, as calçadas ficaram mais largas e receberam faixa de acessibilidade, os cabos de energia passaram a ser subterrâneos e a iluminação agora é sustentada por postes especiais com luminárias de LED. Novos bancos e
arborização completam o pacote de renovação da via.
Já a Rua Doutor Kellers, no bairro São Francisco, está mais segura, confortável e atrativa para moradores, turistas e para quem circula pelo local. A via, que é um dos trechos da tradicional Feira de Artesanato do Largo da Ordem, que acontece aos domingos, foi requalificada pela Prefeitura de Curitiba, ganhou cerca de 500 metros de novas calçadas, mais planas e acessíveis para tornar a movimentação de pedestres mais confortável, além de novo asfalto e sistema de drenagem.
Neste segundo semestre de 2023, a Prefeitura de Curitiba está recuperando imóveis históricos na região das ruas Trajano Reis e Riachuelo. Os trabalhos do Rosto da Cidade agora em julho acontecem no Brechó Casarão, na Rua Paula Gomes esquina com a Rua Mateus Leme.
A sede da Guarda Municipal de Curitiba, em frente ao Passeio Público, também está recebendo aplicação de resina antipichação agora em julho. O prédio histórico onde funciona a Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) também passa por um serviço de remoção de pichações dentro do programa Rosto da Cidade.
Até o final do mês de julho, outros três imóveis históricos da Rua Riachuelo vão começar a ser recuperados pelo Rosto da Cidade.
Outros dois imóveis de grande importância histórica em Curitiba também estão sendo beneficiados pelo Rosto da Cidade. A antiga Casa Lerner, na Rua Riachuelo, vai se transformar no Estúdio Riachuelo, um polo de produção e disseminação de games, animação e ilustração digital. Os trabalhos de restauro do imóvel estão em processo de licitação e a estimativa é que as obras comecem até o final deste ano. A Casa Culpi, edificação histórica de 1887 do bairro Butiatuvinha, construída por uma das famílias de imigrantes italianos da região de Santa Felicidade, passa por revitalização para se transformar em escola de gastronomia.
Pessoas físicas e jurídicas que tenham interesse em participar do programa podem fazer o cadastro pelo site do Rosto da Cidade:
www.curitiba.pr.gov.br/rostodacidade Basta preencher o formulário on-line e levar a documentação a uma Rua da Cidade ou na sede da Prefeitura de Curitiba.
Conheça a seleção de mobiliários da ETEL, apresentada na primeira edição do Conexão Design, evento realizado pela revista Habitat, no MON
Essência sublime da expressão, a criação cintila como uma das mais potentes qualidades da condição humana. No eixo que transforma essa força criativa em forma e função, estão camadas de experimentações reflexivas, poéticas e lúdicas – fontes inesgotáveis de inspiração. Desconstruir e transgredir narrativas, olhar para diferentes tempos: assim surgem concepções estéticas disruptivas. Cem anos de design brasileiro edificado por mentes brilhantes formam a coleção da ETEL. Conheça a seleção de mobiliários de autores que integram as edições e as reedições da marca, apresentadas no evento Conexão Design realizado pela revista Habitat, no Museu Oscar Niemeyer (MON).
Etel Carmona, designer e fundadora da ETEL, é quem comanda, ao lado do mestre marceneiro Moacir Tozzo, o primoroso processo produtivo dos móveis destes grandes autores brasileiros que resgatam as técnicas antigas de marcenaria. Com DNA sustentável, as madeiras são certificadas pelo Forest Stewardship Council (FSC), desde os anos 2000. Em suas criações de design, Carmona espelha o repertório apurado de arte e estética para materializar peças de linhas simples e funcionais.
Vencedor do prêmio Prêmio Pritzker, em 1988, e um dos grandes nomes da arquitetura brasileira no mundo, Oscar Niemeyer criou móveis junto da filha Anna Maria Niemeyer, nos anos 1970. A poltrona Memorial, desenhada especialmente para o Memorial da América Latina, na década de 1980, e o banco Marquesa, criação de 1974, figuram entre as peças emblemáticas que circulam em proeminentes exposições em museus e feiras internacionais.
Duas peças icônicas do mobiliário nacional, criadas por Jorge Zaslzupin, consagrado pela assinatura moderna com influência nos traços escandinavos. Fundador da fábrica L´Atelier, nos anos 1950, o designer foi pioneiro em produzir móveis em série no Brasil. A raríssima cadeira Kanguru, desenhada entre 1959 e 1969, é sustentada em apenas dois pés e destaca o latão, elemento construtivo marcante na estética do autor. O carrinho de chá JZ, desenhado em 1959, foi inspirado nos carrinhos de bebê poloneses.
Reconhecido pelos desenhos industriais com traço inventivo, Percival Lafer estreou como novo nome do portfólio da ETEL, na última edição da SP-Arte. A poltrona PL 115, desenhada inicialmente por ele nos anos 1970, passou a ser reeditada pela marca com acabamentos e construção atualizados.
A arquiteta e designer carioca Lia Siqueira se inspirou no símbolo matemático do infinito para conceber a poltrona de formas orgânicas, sem começo e fim. O móvel, atemporal e confortável, evidencia o preciosismo da marcenaria artesanal.
Foi Fulvio Nanni quem apresentou a designer Claudia Moreira Salles para Etel Carmona na década de 1980. Em 1991, ela desenhou o banco Dueto, sua primeira peça produzida pela ETEL. Um minucioso trabalho eleva a madeira como protagonista e permeia seu processo criativo. A poltrona Siri, concebida para a marca em 2007, não foge à regra: foi criada em capítulos para proporcionar conforto e funcionalidade.
Foto: Fernando Laszlo
Primeira edição do Conexão
Habitat reuniu arquitetos, designers e importantes players do mercado imobiliário no MON, para falar de arte, arquitetura e design de qualidade made in Brazil
Arevista Habitat realizou em junho a primeira edição do Conexão Habitat, um momento para conversar e refletir sobre arte, design, arquitetura e mercado imobiliário. Nesta estreia, a Habitat trouxe para o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, pela primeira vez, peças icônicas assinadas por mestres do design brasileiro para a Etel, consagrada marca de mo-
biliário de luxo. Entre elas, cadeiras e poltronas assinadas por Oscar Niemeyer e Jorge Zalszupin. Além disso, uma conversa sobre a Magnitude do Design Brasileiro, com Lissa Carmona, CEO da Etel, e Tamara Perlman, diretora de negócios da SP-Arte, com a interlocução da jornalista e colunista Debora Mateus. A publisher da Habitat Cíntia Peixoto e a editora Larissa Jedyn receberam os convidados e des-
Debora Mateus, Cintia Peixoto, Lissa Carmona, Camilla Carmona e Tamara Perlman
Poltrona 22 e trio de mesas laterais Maria Preciosa (2008), Etel Carmona
Lissa e Camilla Carmona
“Isso também vale para nós. Passamos muito tempo olhando para o que acontecia fora. E, agora, é preciso olhar para dentro, para uma produção rica e valorosa, que sempre existiu”
tacaram a importância do projeto, que busca divulgar e pensar este segmento na cidade.
Lissa Carmona, que figura a capa desta edição, contou sobre o seu trabalho e reforçou o interesse do mundo pelo design brasileiro. Segundo ela, “para ser global, é preciso ser local”, destacando a relevância e o apreço estrangeiro pela nossa forma de lidar com a nossa cultura regional, marcada pelos materiais originais, rústicos, como madeira bruta e crua, terra. Para Tamara Perlman, que tem experiên-
cia no mercado de arte, o mundo vive hoje um momento de se voltar para as produções da indústria criativa, fazendo a economia inovadora girar. “Isso também vale para nós. Passamos muito tempo olhando para o que acontecia fora. E, agora, é preciso olhar para dentro, para uma produção rica e valorosa, que sempre existiu”, comenta.
O evento, que reuniu arquitetos, designers e importantes players do mercado imobiliário, teve o apoio do MON, Amáz, GT. Building, Baggio Schiavon, Chandon e Noma Hotel.
Andrea Kraemer, Zilda Fraletti e Carolina Scott Bigatá Almeida
“Para ser global, é preciso ser local.”
Glei Tomazi arquiteto, Fernanda Lemos GT Building, e Tâmara Perlman diretora SP Arte.
Lissa Carmona e Tamara Perlman
Marcos Bertoldi e Camilla Carmona
Lissa Carmona e Fernanda Cassou
Coquetel harmonizado pela Chandon
A exposição “Sonoridades de Bispo do Rosário”, com mais de 100 obras, acaba de abrir no Museu Oscar Niemeyer (MON). A mostra coloca o legado de Arthur Bispo do Rosário em diálogo com outros artistas cujos processos criativos foram influenciados por ele e pela convivência com a Colônia Juliano Moreira, onde Bispo do Rosário passou a maior parte da vida como interno. A curadoria é de Luiz Gustavo Carvalho.
“Celebrado e reconhecido postumamente no Brasil e no exterior, num processo incomum, ausente de formação acadêmica, Bispo do Rosário produziu a partir de materiais inusitados, transformando sua genialidade em instalações surpreendentes, comparáveis à obra de Marcel Duchamp ao mostrar que a arte é possível também a partir da simplicidade de objetos do cotidiano”, afirma Juliana Vosnika, diretora do museu.
Evocando os aspectos sonoros e poéticos presentes na obra do artista, os diversos objetos, instalações, colagens, assemblages e estandartes presentes na exposição dialogam com a obra visual, performática e poética de outros artistas que integram a exposição, deixando evidente o impacto de seu legado no cenário da arte contemporânea. São eles: Antônio Bragança, Stella do Patrocínio, Leonardo Lobão, Paulo Nazareth, Marlon de Paula, Rick Rodrigues, Eduardo Hargreaves, Fernanda Magalhães e Guilherme Gontijo Flores. Mais informações em www.museuoscarniemeyer.org.br
A DW! Semana de Design desembarcou em Pernambuco, depois de 13 anos de festival em São Paulo, onde se consolidou como o maior do segmento na América Latina e um dos maiores do mundo. Nesta primeira edição no Nordeste brasileiro, o formato preview apresenta o evento para o público dentro da programação do Circuito Fenearte, lançando as bases da versão completa do festival que acontece em 2024, possibilitando o encontro do artesanato, da arte, do design e da indústria brasileira em Pernambuco. “A integração e a circularidade entre design e artesanato, esse encontro de mundos, é o futuro. Este é o primeiro de vários ciclos e também o reconhecimento da importância
estratégica do estado como hub criativo e de negócios. A proposta da DW! Pernambuco é fomentar a economia criativa, integrar cadeias produtivas e unir forças com movimentos e ações que já existem na região, agregando na valorização do artesanato e da arte popular brasileira”, destaca Lauro Andrade, idealizador da DW! Semana de Design.
Durante a 23ª Fenearte, o estande institucional Circuito Fenearte + DW! Semana de Design de Pernambuco virou lugar de referência e de encontros, com orientações sobre o Circuito, atendimento ao público, intervenções do artista Túlio Augusto e exposição de um exemplar da icônica poltrona Manta Negra, do designer Sérgio J. Matos.
A utilização do vidro na arquitetura vem tendo um crescimento exponencial, seja por sua evolução tecnológica, seja pela racionalização dos processos construtivos. Porém, mais importante, isso se dá pelos custos mais acessíveis que a produção em larga escala trouxe para os produtos.
Ovidro está presente desde sempre no trabalho assinado pela Baggio Schiavon Arquitetura (BSA), principalmente pelo seu potencial como elemento de transição entre os espaços interno e externo. O vidro permite usufruir o melhor da luz, do visual e da insolação, agregando, ampliando e trazendo o espaço externo para dentro de casa. Mais do que isso, o vidro acaba se convertendo em painel decorativo, como um quadro que emoldura uma vista bonita. Do ponto de vista estético, ainda, cria uma atmosfera moderna e sofisticada, permitindo que os espaços sejam valorizados e desfrutados de maneira única.
Esse material está presente em projetos arquitetônicos tanto comerciais quanto residenciais da BSA, desempenhando sempre um papel importante, que ultrapassa a estética. Junto ao alumínio, por exemplo, ele industrializa o processo de construção, eliminando muitas vezes a necessidade de empilhar tijolos, rebocá-los e revesti-los. Segundo Flávio Schiavon, sócio da BSA, a decisão pelo uso do material traz ganhos técnicos importantes, como
um acabamento melhor e menos propenso a patologias. “O vidro tem um papel fundamental na modernização do conceito de construção, permitindo criar conceitos em conformidade com a tecnologia atual e com os processos construtivos, também racionalizando o custo no momento da obra e ao longo do tempo”, analisa o arquiteto.
Todos esses aspectos se cristalizam no uso do vidro como elemento de fachada, o que é simplesmente, segundo Schiavon, fantástico. “Além de sua pureza e leveza, ele cria um contraste entre a fachada e áreas opacas, trazendo brilho para o ambiente. Esse é mais um aspecto que explica a afinidade que temos pelo seu uso”, continua ele.
Pela integração que propõe, os espaços com vidro acabam mais fluídos e flexíveis que os demais, dando percepção de maior amplitude dos espaços. Além disso, o material, com toda a sua tecnologia atual, contribui para o isolamento acústico e térmico, garantindo conforto e bem-estar aos usuários. Sua durabilidade e resistência também são aspectos importantes nas decisões dos projetos da BSA, tornando-o um material confiável e de longa vida útil.
O vidro na arquitetura: estética, funcionalidade e desempenho técnico que vão alémCJB - Corporate Jardim Botânico
“Os projetos com vidro são uma expressão da evolução da arquitetura e da nossa relação com o ambiente construído. Ele nos permitem desfrutar da paisagem, conectar-nos com o mundo exterior e criar espaços que combinam estética, funcionalidade e sustentabilidade e que, por isso, são inovadores e agradáveis. Com o vidro, podemos explorar possibilidades infinitas e conceber projetos arquitetônicos que atendam às necessidades e aspirações da sociedade moderna”, finaliza Schiavon.
Conheça três projetos da BSA que se destacam pelo uso do material:
Uma obra arquitetônica impressionante e inovadora. Localizado em um cenário privilegiado, o Bluh (Barigui Lake Unique Home), do Grupo Avantti, se destaca por sua estética contemporânea e design arrojado. Com uma combinação perfeita de formas geométricas e materiais de alta qualidade, oferece espaços elegantes e funcionais, proporcionando uma experiência de moradia única, com vista para o Parque Barigui.
Conforto, elegância e sofisticação qualificam este empreendimento da Laguna. Ele se destaca por sua arquitetura contemporânea e sofisticada, combinando elementos de design inovadores e materiais de alta qualidade, com destaque para o vidro.
e
Há quase 40 anos no mercado de arte, a galerista Zilda Fraletti se mostra uma entusiasta de artistas contemporâneos, da valorização de nomes regionais e de fomentar o mercado de arte para novos públicos
EM QUASE 40 ANOS NO MERCADO DE ARTE, VOCÊ JÁ
REVELOU TANTOS ARTISTAS E AO MESMO TEMPO VEM FORMANDO UM PÚBLICO PARA A ARTE. ATUALMENTE, O QUE TE INSPIRA, QUAIS SEUS DESAFIOS E SONHOS?
Os desafios e os sonhos continuam mais ou menos os mesmos, ou seja, acompanhar a trajetória de artistas em ascensão e participar do crescimento dos nossos artistas. E colaborar para que maior número de pessoas se interesse e tenha acesso à arte de qualidade, através de exposições, visitas guiadas, conversas com artistas.
39 anos atrás eu iniciei a minha trajetória no mundo da arte organizando grupos para aquisição de obras em 10 vezes, de forma semelhante aos consórcios, possibilitando o início de inúmeras coleções. E ainda temos na galeria esta modalidade de venda.
VOCÊ TEM UM TRABALHO
BASTANTE FOCADO NA ARTE CONTEMPORÂNEA. POR QUÊ?
A arte reflete o tempo em que é criada, e a contemporânea é a arte do nosso tempo, que espelha nossos dilemas, dúvidas, questionamentos. É feita com materiais disponíveis na época em que é criada, com conhecimentos científicos atuais, com as possibilidades virtuais, por exemplo. Os artistas tornam visível o que não conseguimos ver.
VOCÊ TAMBÉM TEM UM OLHAR PARA O DESIGN. QUE PAPEL ELE OCUPA NA EXPRESSÃO ARTÍSTICA E CRIATIVA DOS
ARTISTAS MODERNISTAS E CONTEMPORÂNEOS?
Arte, design, moda, arquitetura, cinema, música, dança, gastronomia, artesanato são formas diversas de criatividade humana. A maneira como as pessoas se expressam para criar em cada uma dessas linguagens é diferente, mas todas são o resultado da nossa necessidade de expressar nossos sentimentos, experiências e emoções. O design está presente em praticamente tudo o que temos ao nosso redor, soluciona inúmeros problemas e torna a vida mais fácil e bonita.
COMO VOCÊ PERCEBE O MERCADO CONSUMIDOR ATUAL DE ARTE E DESIGN?
O mercado cresceu muito, principalmente para o design. Há não muito tempo era bem difícil envolver as pessoas neste mundo, e, hoje, vemos que a maioria se interessa em conhecer, se informar, visitar feiras e mostras, e o número de designers atuantes cresceu enormemente. Espero que isto se reflita também no mercado de arte, que ainda é bem menor. E que a necessidade de buscar conhecer e adquirir obras de artistas sérios, com uma história profissional significativa, também se expanda.
ALÉM DE FALARMOS DE ARTISTAS DO NOSSO TEMPO, OUTRA MISSÃO É FALAR DE ARTE, ARTISTAS E DESIGNERS LOCAIS, REGIONAIS. COMO VOCÊ AVALIA ESSA PRODUÇÃO E A
ENTRADA DESSES CRIADORES NO MERCADO CONSUMIDOR?
Eu sempre fiz questão de apoiar os nossos artistas e designers realizando exposições, divulgando-os, levando a feiras como a SP-Arte. Acredito muito na valorização do que é local e regional e espero que nossos criadores sejam muito reconhecidos nacional e internacionalmente.
Marcelo Conrado, Juliane Fuganti, Cleverson Oliveira, André Mendes, Emerson Persona, Veronica Filipak, Rogerio Ghomes, Bruno Marcelino - estes são alguns dos artistas paranaenses.
CADA VEZ
O MERCADO IMOBILIÁRIO INVESTINDO EM PROJETOS
QUE VALORIZEM ARTE E DESIGN CONTEMPORÂNEO E NACIONAL. COMO VOCÊ AVALIA ESTA TENDÊNCIA?
Vejo com muita alegria e espero que seja uma tendência crescente. Temos visto um início de interesse pela colocação de boas obras de arte nas áreas comuns e nos decorados, mas ainda há muito espaço para crescimento. Empreendimentos de luxo são feitos com materiais de alta qualidade e inovadores, mas, na maior parte dos casos, as obras de arte não acompanham esta tendência.
FALA-SE MUITO EM DEMOCRATIZAÇÃO DA ARTE E DO DESIGN. VOCÊ ACHA ISSO POSSÍVEL? COMO APROXIMAR O PÚBLICO DA ARTE?
Acho possível sim. Como em tudo, há sempre a possibilidade de se encontrar variadas faixas de preços. O importante é saber onde buscar produtos que passem por uma curadoria séria e com conteúdo, que não se limite a reproduzir o que outros já fizeram antes.
Empresário uniu o negócio e o know-how da família com um hobby e vira case de inovação e criatividade
Parma Júnior cresceu sentindo o cheiro da madeira nas montanhas de Minas Gerais, onde nasceu, e na fábrica de móveis da família. Neto de italianos, ele aprendeu cedo as diferenças de matizes de cada espécie, o aroma de cada árvore e o prazer de manusear a madeira. Não demorou muito para Júnior começar a trabalhar na empresa, a Parma
Móveis, fundada em 1961, antes do seu nascimento. De menino curioso, que conhecia todos os processos da empresa, a diretor criativo da Parma, responsável por trazer inovação e criatividade ao negócio e continuar o legado do avô.
Quando não estava mexendo com serragem, Júnior estava andando de bicicleta, paixão antiga que perdura até os dias de hoje. Depois de alguns anos,
ele conseguiu unir os dois amores - o ciclismo e a madeira -, que, aliados a seu conhecimento técnico, levaram à concepção da Parma Wood Bike ou, em outras palavras, uma bicicleta de madeira. Após rigorosos estudos de desenvolvimento, a criação dessa bicicleta impactou o mercado, por causa dos processos exclusivos envolvidos na sua fabricação e da identidade marcante.
Júnior buscou os melhores componentes, pesquisou opções e elegeu a Teka como a madeira ideal para seu produto: uma madeira de reflorestamento, ecologicamente correta e certificada, que se une perfeitamente as rodas coloridas e selins de couro de alta qualidade, gerando um produto ergonômico, com formas orgânicas.
O designer concentrou-se nos mínimos detalhes, priorizando conforto e design. Entretanto, mais do que um item esportivo que preenche todos os quesitos de funcionalidade e praticidade, cada Wood Bike é também uma peça de arte capaz de criar ambientes diferenciados e inusitados.
A Wood Bike teve uma repercussão muito maior do que Parma imaginava. Originalmente foi prototipada em alumínio, depois que o design e a ergonomia se encaixaram, foi para a madeira, que se tornou o material principal e de destaque do produto. Quando se deu conta, o produto já estava na Austrália, representando o design nacional em um evento organizado pela embaixada brasileira. Com destaque no Museu da Casa Brasileira e na CASACOR PR 2023, a bicicleta é a queridinha dos artistas e personalidades, como Zico, Nando Reis, Carlinhos Brown, Fogaça, Michael Sullivan, Toni Garrido, Sérgio Britto entre outros.
Voltar às origens ou talvez nunca deixá-las de lado foi, com certeza, o segredo desta empresa que está sempre se reinventando. A Parma Móveis está hoje na terceira geração, de uma forma diferente, mas com o mesmo propósito de sempre.
Marca descolada de raquetes e acessórios de beach tennis usa estampas exclusivas, criadas especialmente pelo artista plástico Sérgio Pires
As artes, o design e os esportes compartilham a mesma linha sensorial, têm a mesma base estética e diversificada. Na prática, mexem, cada um de um jeito, com corpos, corações e mentes. E foi pensando justamente nisso que a empresária e campeã de tênis Ana Victória Sperandio e o
arquiteto, urbanista e aquarelista Sérgio Póvoa Pires criaram a Victory, uma descolada marca brasileira de raquetes e acessórios de beach tennis do Brasil.
As raquetes são produzidas em fibra de carbono e trazem várias imagens exclusivas que servem também para outras linhas da marca, como óculos, malas de bordo, mochilas, raqueteiras, ecobags e
uniformes. Versões criativas da Monalisa, Marilyn Monroe e de Buda, além de imagens de um vulcão explodindo na ilha de Santorini, de um beijo roxo de paixão, de um ser cibernético e de uma pantera azul, estampam os materiais da coleção. Novas imagens, aliás, já estão na cabeça do artista, que deve ampliar o arsenal imagético e criativo dos produtos.
A criação da marca em si foi inspirada no momento da explosão inesquecível do momento vitória, que sempre vem acompanhada de um beijo - aí o beijo na logo e na mensagem “The Kiss of Victory”, que acompanha as ações da marca.
“Jogo tênis desde muito pequena. Aderi ao beach tennis logo que ele chegou ao Brasil e usava uma raquete antiga que uma amiga emprestou. Fiquei bastante tempo com ela, pois não via necessidade de trocar. Pela insistência dos amigos, fui pesquisar o que tinha no mercado, mas os desenhos e as artes não me atraíam. Nessa mesma época, por coincidência, o Sérgio fez um estudo/brincadeira digital com algumas das aquarelas que ele já tinha em seu portfólio em raquetes de beach tennis. A brincadeira ficou incrível e passamos a pensar na possibilidade de importá-las com a nossa própria marca, com arte e design exclusivos. Assim nasceu a Victory”, conta Ana Victória. “Na sequência, fomos idealizando alguns outros produtos, tanto no mundo do beach tennis, quanto em outros esportes.”
Para o artista, o esporte virou plataforma de trabalho e motivo de mais inspiração. “Sempre gostei de misturar mundos aparentemente diferentes, fazer parcerias aparentemente impensáveis, conversar com pessoas de diversos saberes.
É esta mistura e inquietação que faz a vida valer a pena”, comenta Sérgio Pires.
Para quem ainda desconfia da parceria perfeita, eles recorrem a Sócrates, o filósofo grego: “As duas grandes habilidades necessárias ao desenvolvimento e à formação do ser humano são a arte e o esporte”.
As casas contam a histórias de seus moradores, e nós contamos as histórias dessas casas. No ‘’episódio’’ de hoje, o lar do designer Carlos Reichmann
Observador, curioso e criativo. Essas palavras definem Carlos Reichmann, uma pessoa autêntica, que não tem medo de ousar. Ele teve o privilégio de crescer em uma família com um forte olhar para as artes plásticas, o que deu origem ao seu gosto por cuidar da casa com delicadeza nos detalhes, até mesmo ao montar uma mesa para receber.
Começou seus estudos pelo curso de design de produto, mas sua alma saudosista o fez perceber que os móveis e objetos que já existem têm uma qualidade inigualável e, por admirá-los, percebeu que cursar design de interiores seria o caminho ideal para aplicar essas preciosidades em seus projetos. ‘‘As coisas que já existem são tão boas, que percebi que não preciso de nada novo ao criar meus projetos.’’
Seu estilo de decoração pode ser considerado eclético para alguns, maximalista para outros, mas, para ele, o que uma casa não pode, é ser sem graça!
Intuitivo por natureza, o desenvolvimento do projeto acontece muito naturalmente, considerando cada uma de suas criações uma questão de ocasião. Para ele, todo projeto tem um ponto de partida, um objeto, uma cor ou algum móvel especial, e, a partir disso, desenvolve todo o conceito com riqueza de detalhes. ‘’Como meus projetos costumam ter peças de garimpo, o resultado final depende muito do que vou encontrar.’’
Com sua habilidade em criar composições originais, ele desenvolve ambientes autênticos, com uma harmoniosa mistura entre objetos interessantes, cores e texturas com um objeti-
vo claro: deixar os ambientes chiques e bonitos. Algumas de suas inspirações são: Sig Bergamin, Robert Kime, Lorenzo Castillo, James Andrew, Jorge Elias e Carlos Garcia.
Junto à sua parceira de projetos, a arquiteta Angela Chinasso, teve a oportunidade de decorar alguns ambientes da casa da influenciadora Thai de Melo Bufrem, já que o estilo da casa não a representava mais. O projeto ousado, com a cara da moradora, permitiu que Carlos colocasse em prática toda sua habilidade de criação com uma cliente que tem a autenticidade como marca pessoal.
Em um delicioso apartamento no Bigorrilho, moram Carlos, sua mãe Isabel e seu pet, mais conhecido como ‘’Gato’’.
Isabel, uma mulher interessante, agregadora e extrovertida foi a responsável pela escolha da casa. Durante dois anos costumava passar em frente e se imaginava morando ali, em um apartamento com um terraço cheio de plantas e ‘’cara de casa’’.
Bel, como é mais conhecida, deu carta branca ao filho para decorar o ambiente com seu rico acervo com-
posto por móveis de família, objetos com significado e obras de arte, pelas quais tem muito apreço. Parte delas criada por sua irmã Maria Rita Reichmann, e de outros artistas relevantes como Leonor Botteri e Denise Roman.
Carlos é admirador das coisas antigas e guarda um desejo de ter vivido ‘’no passado’’. Sua casa reflete isso – 90% dos itens são antigos, peças garimpadas em galerias, feiras ou mesmo na internet.
As paredes são em tom caramelo
na sala e verdes na cozinha. Junto ao conjunto de móveis, fazem um jogo de cores e texturas, perfeitamente coordenadas pelo designer, e criam um contexto interessante e curioso. A cozinha surpreende pelo conforto e aconchego. Com uma copa charmosa, ela é um ambiente muito agradável para jogar conversa fora enquanto se toma um café!
Para os moradores, o importante é que sua casa seja bonita, confortável e acolhedora ao ponto de que possam olhar em volta e adorar o que veem.
Uma escrivaninha, peça que pertenceu ao consultório de seu avô, um conhecido pediatra, se destaca no espaço preferido da casa, chama atenção dos convidados e vira tema de conversa. Originalmente usada como móvel de trabalho, ao tirar a cadeira, a escrivaninha transforma-se em bar. Para Carlos, as peças devem ser versáteis e não há problema algum em usá-las de acordo com a ocasião.
Neste mesmo ambiente, fica outra das peças mais emblemáticas do apartamento – um tapete garimpado por Carlos pela internet, que havia sido anunciado como sendo um tapete chinês. Um belo dia, ao movimentar o tapete de lugar, percebeu um texto discreto em uma das bordas: Hang-Kenh. Ao pesquisar o significado, descobriu se tratar da assinatura do tapete, o nome de uma cidade no Vietnã, onde havia uma importante manufatura. O tapete tem suas origens datadas da década de 1930 e os produtos eram exportados para Paris, Londres e Nova Iorque, considerados objetos de desejo na época.
A casa de Carlos e Bel tem uma fotografia curiosa e é repleta de histórias que retratam seus moradores, o que fica claro nas palavras de Carlos: ‘’Morar para mim é simplesmente viver quem se é ’’.
@sobre.morar
Com exclusividade, Simmetria Ambienti apresenta novidades dos designers na capital
Com nome inspirado em uma música do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, o Estúdio de Design de Produtos Mula Preta é de corpo e alma brasileiríssimos. Fundado por André Gurgel e Felipe Bezerra em Natal, no ano de 2012, carrega um DNA genuinamente nordestino, materializado em peças lúdicas que, ao mesmo tempo, são funcionais e sofisticadas. A irreverência e a contemporaneidade da marca conquistaram o mercado nacional e internacional, além de uma porção de prêmios. Agora, o negócio da dupla é representado em terras curitibanas pela Simmetria Ambienti.
Entre as peças expostas ao vivo por a aqui estão duas ganharam recentemente o iF Design Awards 2023, considerado como o “Oscar do Design”, na categoria Produto. As peças premiadas foram a mesa de centro Garoto, que lembra uma barra de chocolate e está exposta na Simmetria, e a mesa de xadrez Gambito, que inclui tabuleiro e dois assentos em uma única peça e está disponível sob encomenda.
O próximo grande lançamento deles sai em agosto. Como amostra do que está por vir, André e Felipe preparam a “Spoilers”. Gurgel explica que, como o próprio nome entrega, “são pinceladas do que vem por aí. Apresentamos releituras de peças icônicas, brincamos com a mistura de materiais e trouxemos uma tecnologia aprimorada“, conta Bezerra.
Entre os “spoilers”, uma seleção de peças especialíssimas da Mula Preta, em Curitiba.
As incríveis mesas de jogos, um dos destaques do design do Mula Preta, ganharam mais uma opção, a mesa de aero hockey Crossman. Ela recebeu este nome em homenagem à Phil Crossman, criador do jogo em que dois oponentes tentam fazer “gol” com uma pastilha redonda, em 1969. De madeira maciça e estrutura metálica, a base do móvel forma um X.
A mesa de jantar PacMan é outra que traz a temática gamer para os móveis da dupla. O tampo é inspirado em um dos mais famosos jogos de videogame do mundo, lançado na década de 1980, cujo objetivo era vencer um labirinto.
Uma das peças mais icônicas do arquiteto modernista Paulo Mendes da Rocha, a cadeira Paulistano, de 1957, também ganhou uma versão contemporânea pelos olhos dos designers nordestinos. Chamada de Paulistinha, ela tem linhas simples e elegantes, com estrutura em aço e assento e encosto em couro.
E a cadeira Sabiá é a primeira peça do estúdio em madeira 100% usinada, com aspecto robusto, que se contrapõe às linhas suaves e arredondadas da peça. Já a Era, é uma espécie de “concha” com estofamento de knit e pés de madeira usinada.
A poltrona Duna, um dos móveis mais conhecidos da Mula Preta, inspirada nas areias das dunas de Natal, cidade de origem de André e Felipe, ganhou uma releitura sustentável. Agora, é feita em plástico reciclado de copinhos de água impressos em 3D.
Brasil vence Leão de Ouro de melhor participação nacional na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023 com pavilhão “Terra”
OPavilhão Brasileiro “Terra”, com curadoria de Gabriela de Matos e Paulo Tavares, venceu pela primeira vez na história o Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023. Até hoje, o Brasil levou premiações referentes às obras completas dos três maiores nomes da sua arquitetura: Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha e Lina Bo Bardi, esta última, italiana radicada no Brasil. Selecionado por um júri presidido
pelo arquiteto e curador italiano Ippolito Pestellini Laparelli, acompanhado de Nora Akawi, Thelma Golden, Tau Tavengwa e Izabela Wieczorek, o espaço vencedor na 18ª Bienal de Arquitetura de Veneza tem como objetivo repensar o passado para projetar futuros possíveis, destacando vazios e silêncios arquitetônicos a respeito de alguns capítulos da história e da civilização brasileiras – tudo muito bem amarrado e conversando abertamente com o tema da edição, O Laboratório do Futuro”.
Segundo Gabriela, a exposição –que pode ser visitada até o fim de novembro, em Veneza, na Itália – funciona como um convite a pensar a terra enquanto tecnologia ancestral e, ao mesmo tempo, do futuro. A ideia é associar essa bagagem com tecnologias atuais e, assim, viver e construir de forma mais consciente e respeitosa com o meio ambiente. A terra vira ponto de partida de conceitos, concepções e narrativas a respeito da formação nacional. E, para isso, se torna elemento poético e concreto no espaço da exposição. Ao cobrir todo o pavilhão com terra, os visitantes entram em contato direto com as tradições indígenas e quilombolas e com a prática religiosa do Candomblé.
A dupla de curadores destaca que a exposição mostra o que várias pesquisas científicas vêm comprovando: as terras indígenas e quilombolas são territórios dos mais preservados no Brasil. Com o trabalho, eles apontam para um futuro pós-mudanças climáticas, em que “descolonização” e “descarbonização” caminham juntas. “Suas práticas, tecnologias e costumes relacionados à gestão e à produção da terra, como outras formas de fazer e compreender a arquitetura, estão situados na terra e carregam consigo o conhecimento ancestral para ressignificar o presente e vislumbrar outros futuros, não apenas para as comunidades humanas, mas também para as não-humanas, em direção a um outro
futuro planetário”, comentam.
Os dois olharam para esses territórios de uma maneira diferente da tradicional, trazendo as referências e a presença ancestral de populações quilombolas e indígenas, ocupantes do território desde sempre. “Contar outras histórias significa desafiar as narrativas canônicas e, não à toa, exibimos Brasília novamente. Um projeto que já foi exaustivamente exposto, mas apresentado aqui a partir de uma perspectiva diferente, de modo que olhamos para a mesma história, mas com um olhar que permite outras interpretações”, diz Paulo Tavares, curador do Pavilhão do Brasil.
O Ministério da Cultura (MinC) investiu R$ 1,5 milhão na mostra bra-
sileira que levou o Leão de Ouro. E a ministra Margareth Menezes, responsável pela pasta, esteve por lá para comemorar com eles. “Quero parabenizar Gabriela de Matos e Paulo Tavares pela vitória na Bienal mais importante do mundo. Eles trouxeram uma temática interessantíssima, instigante e necessária que é a influência dos povos originários e do povo negro na arquitetura do Brasil e todo mundo estava falando muito bem sobre o trabalho desses dois jovens arquitetos. A arquitetura brasileira prova, mais uma vez, que é um vetor de projeção internacional do país”, disse ela, ao representar o governo brasileiro na Bienal e discursou na abertura do Pavilhão.
A Bienal também concedeu o Leão de Ouro de Melhor Participação na Exposição Internacional O Laboratório do Futuro para DAAR (Alessandro Petti + Sandi Hilal), ao passo que o Leão de Prata para participação jovem e promissora foi entregue a Olalekan Jeyifous. Outros
reconhecimentos incluíram uma menção especial para Wolff Architects, Ilze Wolff e Heinrich Wolff, para Twenty Nine Studio / Sammy Baloji, e para o Pavilhão Nacional da GrãBretanha, intitulado Dancing Before the Moon, com curadoria de Jayden Ali, Joseph Henry, Meneesha Kellay e Sumitra Upham. Com curadoria de
Lesley Lokko, a Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023 entregou o Leão de Ouro Especial pelo conjunto da obra ao artista, designer e arquiteto nigeriano Demas Nwoko. A decisão foi tomada com base na recomendação da curadora Lesley Lokko, e aprovada pelo Conselho Diretivo da La Biennale, presidido por Roberto Cicutto.
Thandi Loewenson
O maior empreendimento urbano em madeira do mundo começará a ser construído em 2025 em Estocolmo. A Atrium Ljungberg divulgou recentemente o projeto Stockholm Wood City, que terá 250 mil m² e um conceito sustentável para o mercado imobiliário, o que é essencial já que o ambiente construído contribui com 40% das emissões mundiais de CO₂. Além disso, a Stockholm Wood City está prestes a se tornar um ponto de virada na arquitetura e planejamento urbano sustentável. Situada em Sickla, no sul
de Estocolmo, este bairro inovador oferecerá mais de duas mil residências e sete mil espaços comerciais. Com espaços de trabalho, residências, comunidades, estabelecimentos gastronômicos e espaços de varejo, o objetivo é criar um ambiente urbano vibrante e dinâmico.
Segundo estudos, as estruturas de madeira têm qualidade de ar superior, levam a níveis mais baixos de estresse e níveis de produtividade mais altos e podem armazenar dióxido de carbono.
O escritório neerlandês Mecanoo, em colaboração com Meng Architects e Lola Landscape, foi selecionado como o vencedor do concurso internacional de design para o projeto do Shenzhen Guangming Scientist Valley. O objetivo do projeto é criar uma instalação para pesquisa e inovação, que também atenda um público mais amplo e se relacione com o entorno. O projeto inclui uma área de aproximadamente 1,2 quilômetro quadrado localizada em um local estratégico para atender à comunidade científica de Guangdong, Hong Kong e Macau. Cercado por montanhas, florestas e corpos de água, o local oferece uma vantagem ecológica para o centro de inovação, e o concurso já havia destacado o potencial da área por meio do conceito de “Floresta Científica”, incentivando as equipes a considerarem todos os elementos da natureza como parte do empreendimento.
PISCINA COBERTA
Centro Aquático da Universidade do Sudeste, em Nan Jing, na China, conta com a primeira piscina coberta da instituição. O projeto Arquitetos de Zhou Qi Studio utiliza arcos circulares contínuos para dividir o prédio em partes, eliminando a sensação de alienação do volume. O arco do prédio é como uma flor, tecida em 7 formas repetidas, o que traz movimento. O espaço interno do centro aquático é composto por várias superfícies curvas para criar uma
sensação de ritmo. A água fluida, as pessoas em movimento e a arquitetura estática, concreto cinza e água azul, a luz do sol refratada por venezianas e as sombras formadas pela forma geométrica, tudo isso estimula uma forte sensação de lugar. A estrutura de arco de concreto está de acordo com os requisitos mecânicos, e a fachada usa uma grande área envidraçada, o que forma uma interação entre os comportamentos e a vista das pessoas do lado de dentro e de fora.
O projeto para a Flagship Dolce Gusto Neo mistura inovação, sustentabilidade e arquitetura. Este é o primeiro edifício na América Latina, com sua forma criada por meio de algoritmos, fabricada com auxílio de impressão 3D em materiais biodegradáveis. Este projeto foi concebido para o lançamento da nova linha Dolce Gusto Neo, que utiliza plástico reciclado retirado do oceano para a fabricação de suas máquinas e material biodegradável na composição de suas cápsulas. O projeto do Estudio Guto Requena é uma
reflexão sobre as alternativas urgentes que a construção civil precisa oferecer para não utilizarmos mais materiais de fontes não renováveis e altamente poluentes como o concreto e o aço. Inspirada na delicada flor de cinco pétalas do café, a Loja Conceito se estrutura como uma cúpula formada por cinco eixos, cada um marcado por um pórtico de vidro, possibilitando um edifício que não tem frente ou fundo, trazendo permeabilidade de fluxos e visibilidade total do entorno verde.
A marca paranaense de torrones e chocolates artesanais de origem amazônica abre sua terceira loja perto de Curitiba
Amágica mistura de claras de ovos, mel e amêndoas. Tempo, tempo e mais tempo de fogo, a mão firme a mexer a massa na panela na temperatura ideal, alguns toques de criatividade e muito amor. E... está pronto o torrone da Hagi.
Apurar a mistura branquinha que vai formando sedutoras ondulações até chegar à consistência perfeita foi a inspiração para o conceito da terceira loja da marca paranaense de torrones e chocolates artesanais de origem amazônica, inaugurada há pouco mais de um mês, no City Center Outlet Premium, em Campo Largo, a menos de uma hora de Curitiba.
A ideia dos empresários Nilton, Adriana e Izabel Hagi foi criar um espaço para degustar estas e outras delícias sem se preocupar com o tempo. Poltronas, cadeiras maiores e confortáveis e mesinhas variadas criam lounges dentro e fora da loja para convidar o visitante para uma verdadeira experiência.
O conceito arquitetônico da marca, inspirado realmente na cor e nas formas curvas que remetem às ondulações da textura do torrone ao ser apurado, está em todo o projeto. As prateleiras alongadas e curvas servem de expositores das diversas linhas de chocolates em barra, drágeas, bombons e torrones dos mais diversos sabores.
Com um deck externo de madeira, lounges com capacidade para acomodar até 20 clientes, ombrelones, mesas baixas e poltronas, proporciona um ambiente atrativo e apropriado para um lanche da tarde - opção do cardápio com bolos, chocolates, madeleines, florentines e cantuccinis. Elementos naturais na decoração complementam a atmosfera aconchegante, sugerindo aos clientes uma permanência mais longa na loja.
Ilustrações digitais criadas pelo escritório de arquitetura, branding e experiência de marca Untie Design traduzem o processo produtivo bean to bar, do grão à barra, utilizado pela Hagi e ambientam o espaço interno enriquecendo a experiência do visitante.
Na nova loja, os clientes têm a oportunidade de degustar, além de toda a linha da marca, chocolate quente e cafés, salgados e o esperado fondue de chocolate Hagi, uma experiência única de mergulhar frutas, torrones e cantuccinis, no mais puro chocolate amazônico.
A loja é a terceira da marca que já atendia ao público na loja de fábrica, no Seminário e no ParkShopping Barigui. A novidade do novo endereço é a arquitetura e o cardápio ampliado, uma vez que a proposta do outlet é um tempo mais prolongado de compras. Com isso, a Hagi Torroneria & Chocolateria se apresenta como o local ideal para uma pausa durante a visita ao shopping.
Serviço
Hagi Torroneria & Chocolateria
Loja Fábrica Av. N.S. Aparecida, 742
Painel na entrada e cozinha no centro do projeto, o restaurante Duq mistura referências e proporciona diversas experiências aos clientes
Não é sempre que se vai a um restaurante que mora dentro de uma obra de arte - um painel super contemporâneo, de 38 metros, criado e executado pelo artista plástico André Mendes. Localizado em uma das esqui-
nas mais movimentadas de Curitiba, o Duq chama a atenção tanto de pedestres como dos motoristas que transitam pela região: “Nosso objetivo com esse projeto foi justamente gerar impacto e criar uma nova relação das pessoas com o espaço urbano. É a arquitetura que con-
versa com a arte local e com a cidade”, explica a arquiteta Camila Accioly, que com Marcela Nicz, do escritório Archi. feel de Curitiba, é uma das responsáveis pelo projeto. Ou seja, quem entra no Duq, tem a sensação literal de entrar e interagir com uma obra de arte.
Dentro do restaurante, a sofisticação está presente nos detalhes. Inovador, o projeto de 632m² tem a cozinha como coração: as mesas do restaurante ficam no entorno dela, o que promove a interação entre os clientes e o chef Felipe Miyake, que finaliza os pratos na frente de quem estiver no salão. O restaurante conta com quatro ambientes: lounge, bar, sala privativa para grupos de até 15 pessoas e o salão principal. “A ideia de trazer a cozinha para o centro da casa nos animou desde o início. Durante a pandemia nós estávamos atendendo nossos antigos clientes em casa, em jantares mais intimistas e foi o que nos inspirou. Percebemos o quanto as pessoas gostam de ficar no entorno do chef, ou melhor, no entorno da cozinha. Então resolvemos implantar essa ideia no Duq”, conta Miyake.
Outro detalhe que chama atenção é a adega da casa que separa o salão principal da sala privativa do restaurante. Ela pode ser vista de todos os ambientes do restaurante e esbanja sofisticação. A sala privativa pode ser fechada para grupos de até 15 pessoas. “Nós quisemos colocar a adega num local de destaque porque ela é justamente um dos pontos altos do restaurante. Nós trabalhamos com mais de 480 rótulos de 40 países diferentes. Nosso objetivo é ser a adega mais completa e diversificada da cidade, por isso nós caprichamos no projeto”, explica o sommelier José Vinícius Chupil, que escolheu a dedo os vinhos que servem no restaurante. Chupil, o chef Miyake e o empresário Alexandre Abage são sócios no empreendimento.
Mas, no Duq, o objetivo não é só a beleza. O cliente está no foco do negócio e a busca pelo conforto está em todos os detalhes da casa, inclusive na climatização e sonorização. A climatização envolve um sistema de ar condicionado automatizado e inédito em Curitiba, além disso, o cliente que for ao Duq nos meses de inverno, também vai estar num ambiente com piso aquecido, que proporciona maior conforto térmico. O Duq é o segundo restaurante brasileiro a utilizar esse sistema. O restaurante conta com um sistema de som que potencializa o conforto sonoro
de quem aprecia a refeição. Ao mesmo tempo que os ruídos são minimizados e o conforto sonoro aumenta, o mesmo sistema de som permite que atrações musicais se apresentem em eventos que podem ser realizados no local.
“No Duq, tudo foi pensado para que o cliente possa ter uma experiência agradável e diferenciada. Esse é
o motivo de termos investido em detalhes que impactam no conforto de quem senta para jantar no restaurante. Nós queremos que o cliente saia daqui impressionado com a gastronomia de qualidade, com o serviço que oferecemos e também com a beleza que está presente em cada detalhe do restaurante”, conclui Chupil.
Serviço
Al. Carlos de Carvalho, 360 - Curitiba
Terça a sábado a partir das 19h
Reservas (41) 988 544 751
@duqgastronomia
A Portobello Shop Batel promoveu o Archtrends Talks “Autenticidade na Arquitetura e Decoração”, com o influenciador e fotógrafo Lufe Gomes. Durante a palestra, Lufe compartilhou suas experiências como fotógrafo, enfatizando seu interesse por casas autênticas que refletem a personalidade de seus mora-
dores. Ele também contou histórias incríveis sobre as residências que já visitou em todo o mundo através de seu projeto “Life by Lufe”. O Archtrends Talks é uma série de eventos de conteúdo promovida pelo portal Archtrends e que acontece nas lojas Portobello Shop para público de arquitetos e designers de interiores.
O crescimento vertical de Curitiba, com a construção de edifícios multirresidenciais em antigos “bairros de passagem” da capital, está transformando a região Sul da cidade em termos de concentração de população e, também, de investimentos em obras de infraestrutura urbana e novos comércios e serviços. O bairro Novo Mundo é um exemplo: está no topo da lista de geração de novas unidades de moradia em Curitiba. De acordo com dados oficiais da Secretaria Municipal de Urbanismo, até maio de 2023 foram emitidos 77 alvarás para construção de habitação coletiva na capital, uma média de uma emissão de alvará a cada dois dias. Em 2022, foram 256, que representam qua-
se 13 mil novas unidades residenciais. Destas, 1278 são de empreendimentos erguidos no Novo Mundo. O levantamento mostra que o Novo Mundo foi o segundo bairro de Curitiba que mais obteve liberações de alvarás de construção para habitação coletiva no ano passado. Foram 13, ficando atrás
MULTIPLAN ANUNCIA EXPANSÃO DO PARKSHOPPING BARIGÜI
A maior expansão do PkB traz a natureza como protagonista do projeto arquitetônico e atrações como FunPark, o projeto sustentável Viva Barigui, a volta da HotZone, ainda maior e com novos brinquedos e a ampliação do Park Gourmet que passará a ter 13 operações gastronômicas. A nova expansão do PkB harmoniza a arquitetura e a natureza, trazendo o verde da mata e a luz natural para dentro do shopping. O projeto amplo e espaçoso proporciona conforto,
bem-estar e um ambiente convidativo. O novo conceito exalta as áreas verdes, dentro e fora do shopping, e realça ainda mais as entradas de luz natural, criando um Boulevard suspenso, com um visual contemporâneo e harmônico.
O shopping ganhará um novo piso, com mais de 15 mil m², 75 novas lojas e um Centro Médico que abrigará 25 especialidades diferentes. Com essa expansão, o ParkShopping Barigüi chegará a um total de 417 lojas, incluindo 14 lojas ânco-
apenas do Água Verde. Neste quesito, contabilizando os números de 2021 e 2022, o bairro se mantém entre os cinco mais procurados pelo setor construtivo, totalizando 23 alvarás. É superado pelo Água Verde (54), Bigorrilho (32), Portão (31) e Centro (27), regiões que registram processo de verticalização há décadas.
ras e 8 megalojas, ocupando uma área de construção superior a 200 mil m².
A transformação do PBK se estende para além do shopping e se integra ao meio ambiente, por meio do projeto Viva Barigui, que requalifica as margens do rio, busca revitalizar a vegetação e promover a integração das pessoas com a natureza.
Tem Habitat também no Instagram. Siga, curta e compartilhe nossas notícias sobre arte, cultura, arquitetura e decoração no Brasil e no mundo
@revistahabitat
FASANO JARDINS, sempre me surpreende! Impecável hospitalidade, zelosa, discreta e notável gastronomia. @fasano
CASACOR SP, sob o tema Corpo & Morada, trouxe os tons terrosos, objetos com memória afetiva e muita natureza para dentro do lar.
@casacor_oficial
LUMINÁRIAS desejadas de design, onde o foco é a história que emociona! A primeira Luminária é a ‘Serpent’ do designer Elio Martinelli, 1965, Itália. A segunda é a Luminária ‘Serpente’ de Livio Levi desenhada para o Jockey Club do Rio de Janeiro na década de 60. @antiquariocristianoross
GUILHERME TORRES e sua parede nada convencional, obra da artista plástica Regina Silveira. Adesivos de vinil recortados compõem essa criação. @guilhermetorres
No ambiente Manifesto Deca da Casacor Paraná 2023, Gustavo Scaramella usa sua assinatura ousada pautada no “mix & match” (misturar e combinar) para dar vida a um spa que sai do óbvio e convida a um movimento de autenticidade para além da busca do belo. Na foto de Marcelo Elias, Gustavo Scaramella e Marina Nessi, franqueada da Casacor Paraná.
O presidente executivo do Centro Europeu José Ost, e a influencer Ivy Tavares na abertura da exposição inédita “Buraco no Céu”, do artista visual Túlio Pinto, realizada pelo Museu Oscar Niemeyer (MON), no espaço do Olho. A mostra, com curadoria de Roberta Stubs, reúne 32 esculturas e instalações, algumas com grandes dimensões, que exploram a potência do tridimensional.
O Estúdio Pantarolli Miranda, além de ter sido premiado no festival de criatividade de Cannes (França), também assina o ambiente Estar do Colecionador da Casacor Paraná 2023. A dupla Diego Miranda e Zeh Pantarolli utilizou peças antigas e clássicas da loja Coisas de Família no espaço da mostra, que evocam sentimentos de nostalgia e lembranças de infância, criando uma atmosfera acolhedora e familiar. Foto: Nenad.
A Construtora Equilíbrio apresenta o primeiro programa mundial Mentes Saudáveis, Lares Felizes, em Curitiba, que tem autoria de Augusto Cury e curadoria do futurologista do morar e autor mais lido do mercado imobiliário, Marcus Araujo. O lançamento oficial ocorre em agosto e acontece de forma simultânea com o novo empreendimento, o Sangiovese Residencial, no Alto da Glória. Na foto de Gerson Lima, Tiago De Mio, diretor da Construtora Equilíbrio, Anna Paula Araujo, Marcus Araujo e Romulo De Mio, diretor da Construtora Equilíbrio.
A JBA Imóveis completou 30 anos com festa no Clube Curitibano. Além de celebrar as três décadas de atuação na capital paranaense, a rede comemorou a conquista do selo GPTW 2023 (Great Place to Work), que reverencia os melhores ambientes de trabalho. Na foto de Midori Kobiyama, o casal Ilso e Cláudia Gonçalves, diretores da JBA, com Cesar Franco.
O ParkShopingBarigüi é o primeiro shopping de Curitiba a receber o título de Empresa Amiga da Pessoa Autista, após capacitação das ONGs ONDA-Autismo e ICO Project. Na foto, Felipe Braga Côrtes, coordenador da Política das Pessoas com Deficiência da Secretaria de Desenvolvimento Social e Família (Sedef- PR), Guilherme Janz, da ICO Project, Fábio Cordeiro, autista e presidente da ONDA-Autismo, Michelle Pricilla Mosson, coordenadora de marketing do PkB e Silvia Pires Omairy, gerente de marketing do PkB.
Com apenas 24 anos, Vitória Kurihara, mixologista e bartender do recém inaugurado restaurante Duq, é a vencedora da edição nacional do World Class 2023 e uma das seis finalistas da etapa mundial do evento, maior concurso de coquetelaria do mundo, que ocorre de 23 a 27 de setembro deste ano, em São Paulo. Vitória trabalha em parceria com o também mixologista Guilherme Grudina. Foto: Divulgação
PIEMONTE
Os diretores da Construtora e Incorporadora Piemonte na convenção de lançamento do Homewood Suites by Hilton, em Florianópolis (SC). Na foto, Filipe Demeterco, Fabiane Rubino, Rafael Medeiros, Silvia Fernandes Soares, Lucas Demeterco e Ricardo Rocha Leal (comercial e de marketing).
Com itens naturais e orgânicos, empreendimento em Curitiba tem projeto arquitetônico para trazer aconchego, com peças autorais e exclusivas
Onome do sofá que compõe o lobby do Qoya Hotel Curitiba, Curio Collection by Hilton, novo hotel de luxo de Curitiba, é mais do que uma pista sobre o conceito e as sensações que o local desperta: Ninho. É acolhedor, natural, um verdadeiro refúgio de tranquilidade e hospitalidade. O projeto foi inteiramente pensado para garantir momentos de desaceleração,
com ambientes que propiciam criar conexões entre as pessoas.
“O hóspede não procura apenas uma cama para dormir. Além de ser bem-recebido e se sentir único, ele procura vivenciar novas experiências. Do primeiro contato até o momento do checkout tudo deve ser surpreendente”, afirma Elias Rodrigues, CEO da HCC Hotel Specialist.
O projeto assinado pelo Studio Melina Romano é fluido, sofisticado na medida certa, com muitas texturas, formas orgânicas e materiais naturais, trazendo aconchego. Plantas naturais e a paleta de cores reforçam a conexão com a natureza. “O conceito faz um questionamento do que é o novo luxo. Antigamente, o luxo estava nas joias e bens de consumo. O que as pessoas hoje estão buscando é de fato um refúgio, um acolhimento, um lugar de conexão. Criamos esse projeto de luxo que foge dos padrões atuais, é um novo conceito que vai perdurar e vai se conectar com o que as pessoas estão buscando hoje como premissa para suas vidas e para sua própria experiência. O hotel acima de tudo é um lugar de experimentar de fato essas sensações”, conta Melina.
O sofá Ninho, aliás, foi desenvolvido pelo Studio Melina Romano especial-
mente para o Qoya, seguindo essa ideia de aconchego e acolhimento. Várias peças de design reconhecido compõem os ambientes, quartos e suítes do hotel.
Na recepção, um painel de Cavaco Maché foi criado pelos designers brasileiros Nicole Tomazi e Sergio Cabral. As banquetas são de Gustavo Bittencourt. O banheiro da recepção ganhou cuba dupla de pedra esculpida desenhada especialmente para o Qoya pelo Studio Melina Romano. Nos quartos, as mesas são de Giacomo Tomazzi e na suíte presidencial há peças da Breton, de Cris Bertolucci e Alex Rocca.
Nos quartos, os espelhos em formatos orgânicos foram recortados um a um. O mesmo acontece com os tapetes soltos e até mesmo com as pedras do piso das suítes.
Tudo no Qoya contempla e desperta os sentidos. O aroma foi pensado para o bem-estar do cliente. A identidade olfativa exclusiva foi desenvolvida pelo Good Smell Estúdio Olfativo, proporcionando a melhor experiência que a hospedagem pode oferecer. E a curadoria musical é da Bananas Music Branding, que criou playlists exclusivas para cada ambiente do hotel e para o Spotify. O perfil do Qoya no Spotify pode ser acessado pelo link https://spoti.fi/3yY3eMJ
Quatro conceitos embasam o novo hotel: slowness, well-being, soulful e natural. Desacelerar, sentir-se bem, estar acolhido e em sintonia com a natureza são as premissas encontradas em cada detalhe.
Todos os detalhes foram pensados para enriquecer a experiência de hóspedes e visitantes. A louça do Restaurante Koré, por exemplo, foi desenhada especialmente para o Qoya pela marca de cerâmica artesanal Poteria, com cores baseadas na natureza. “Conhecer todas as pessoas que fazem parte do processo, e que tiveram entrega e pensaram conosco, humaniza e transforma o produto em experiência. Para os clientes, o artesanal e personalizado torna a experiência ainda mais exclusiva e imersiva”, diz o chef Jaime Spazzini.
O chef acompanhou pessoalmente cada etapa do processo de produção das louças, que levou cerca de três meses. “Ele foi bem criterioso, veio diversas vezes conhecer meu processo antes de fecharmos, queria saber que tipo de materiais uso na esmaltação e sobre a questão da sustentabilidade, de como eu reciclo os materiais e como descarto o que não pode ser reciclado”, conta a ceramista Isabel Seraphim.
Todo esse cuidado tem o objetivo de envolver e encantar hóspedes e clientes do Qoya, apresentando uma experiência de contraponto à rotina agitada que a sociedade vem vivendo há anos.
Fechado em março de 2021 para uma reforma completa, o novo hotel da rede HCC Hotéis reinaugurou no início de abril de 2022. Antes da reforma, o icônico edifício de 16 andares sediou por mais de 20 anos a primeira operação da empresa, então sob a bandeira Four Points by Sheraton. Estrategicamente localizado entre o elegante bairro do Batel e a região central de Curitiba, o prédio oferece todas as facilidades de um hotel urbano, com características que fazem dele um refúgio.
Para oferecer aos hóspedes bem-estar, o Qoya conta com piscina semiolímpica coberta e aquecida, academia completa e o Spa Tereza Zanchi, com tratamentos estéticos e várias terapias, incluindo ofurô, Shiatsu, Pedras Quentes e outras massagens.
Nesta primeira fase de lançamento estão disponíveis dois modelos de apartamento (Qoya Superior e Qoya Deluxe) e dois de Suíte (Qoya Suite e Qoya Presidential Suite). O Qoya é pet friendly para animais de até 9kg (com taxa pet).
As reservas podem ser feitas por meio da Central de Atendimento da HCC pelo telefone e WhatsApp +55 41 3340-4070 e online (hcchotels.com.br/qoya-hotelcuritiba).
As especificações das acomodações estão disponíveis no site.
Os irmãos engenheiros e sócios da AGL Incorporadora, Giancarlo e Luiz Antoniutti, anunciaram o lançamento, em setembro, de mais um edifício residencial da marca, no Alto da Glória. O empreendimento marca a expansão da empresa, conhecida pela atuação na região Sul de Curitiba. Com diferentes tipos de plantas compactas, o lançamento será um empreendimento inteligente e sustentável.
Foto: Felipe Sant´anna
O Solar do Rosário lançou nacionalmente o livro “Os Ilustres Irmãos Rebouças”, que faz o resgate da vida e obra de André e Antônio Rebouças, primeiros engenheiros negros do país e responsáveis por projetos que moldaram o Paraná moderno, como a Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, a Estrada da Graciosa e o primeiro encanamento de água potável da capital paranaense. Na foto, as diretoras do Solar do Rosário, Regina Casillo e sua filha, Lucia Casillo Malucelli.
Crédito Marcelo Elias
O prefeito Rafael Greca visitou a exposição interativa Mulheres de Ouro, com réplicas de obras do pintor austríaco Gustav Klimt (1862-1918), no Shopping Mueller. A mostra integrou as comemorações dos 40 anos do primeiro shopping center de Curitiba. Na foto de Pedro Ribas/SMCS, a superintendente do Mueller, Daniela Baruch, a gerente de Comunicação e Marketing do shopping , Cynthia Maia Batista, e o prefeito Rafael Greca.
A Holy Home inaugurou seu novo endereço no batel, na Rua Goncalves Dias, com exclusividade de marcas como Christofle e Phillipe Deshoulieres (Limoges), além de uma linha completa de cama, mesa e banho. O forte da loja são as listas de noivas e enxovais. Foto: Divulgação
Os profissionais Ary Jacobs e Renan Mutao, do Studio Architetonika Nomad, e a designer Flavia Glanert, assinam o Lounge Vip da Casacor Paraná 2023. Foto: Otávio Stadler
A arquiteta e designer Adriana Yazbek com Soraya Ribas e Leticia Pangracio, sócias da Ideally Iluminação, que recebeu luminárias exclusivas criadas por Adriana.
Foto: Gerson Lima
Reconhecidos nacionalmente, João Callas e Leonardo Schmitt são formados em moda e design de interiores e atuam nas capitais do Sul do Brasil com importantes festas e grandes projetos residenciais. A dupla alia bom gosto e sofisticação em cada projeto, transformando ambientes em uma experiência única.
KIKA MARDER
A chef e criadora de conteúdo, Kika Marder, segue crescendo nas redes sociais, com mais de 140 mil seguidores. Kika encanta com suas receitas simples e tradicionais, mas que ganham um toque de chef e um refinamento que fazem toda a diferença na hora de empratar e, claro, comer. Além disso, a influenciadora tem mergulhado cada vez mais no universo de decoração e mesa posta, fazendo parcerias com marcas nacionais, como a Souq. Foto: Adalberto Rodrigues
Com mais de 10 anos de atuação no mercado, a arquiteta Juliana Mortean sempre propõe uma abordagem criativa e funcional em seus projetos. Seu trabalho combina harmoniosamente elementos contemporâneos e tradicionais, resultando em projetos únicos e atemporais. Foto: Divulgação
A Unimed Curitiba e a PUCPR firmaram parceria que transforma unidades da cooperativa de saúde, como o Unimed Laboratório, o Hospital da Mulher e a Maternidade Nossa Senhora de Fátima, em salas de aula para diversos cursos da universidade. Na foto de Cassiano Rosário, o presidente da Unimed Curitiba, Rached Traya, e o reitor da PUCPR, Irmão Rogério Renato Mateucci, durante assinatura do acordo.
No evento Conexão Habitat, com o tema “A magnitude do Design Brasileiro”, que aconteceu no dia 13 de junho no Museu Oscar Niemeyer (MON), Andrea Kraemer, Cecile Freire Kruguer, Cintia Peixoto, Fernanda Lemes Viana e Ilana Lerner. Foto: Patrícia Klemtz.
A Baggio Schiavon Arquitetura (BSA) teve dois projetos residenciais indicados ao Top Projects Guardian 2023. Os sócios Flávio Schiavon e Manuel Baggio celebraram a indicação dos empreendimentos MAI Terraces, da Laguna, e BLUH, do Grupo Avantti. Foto: Paula Morais
A Invescon entregou o Bayma Corporate, localizado na esquina das ruas Desembargador Motta e Emiliano Perneta, em Curitiba. O empreendimento, com projeto do escritório Bacoccini Arquitetura, envolveu a restauração de um casarão histórico, datado de 1934, que é Patrimônio Cultural de Curitiba. De acordo com Luis Napoleão, CEO da Invescon, o novo empreendimento é voltado para clínicas médicas e escritórios de advocacia e empresas.
Foto: Divulgação
A empresária Rosita Beltrão Rischbieter, proprietária da Orquidaria Rosita, celebrou o terceiro aniversário do seu espaço no São Lourenço, que reúne mais de 60 espécies de orquídea apresentadas em três grandes estufas. O endereço tem projeto do arquiteto Jayme Bernardo e paisagismo de Luiz Carlos Orsini – que também é responsável pelo jardim do Instituto Inhotim (MG). Na foto de Gerson Lima, o casal André Nacli e Fernanda Cassou com as filhas e Rosita Beltrão.
A exposição “África, Expressões Artísticas de um Continente”, realizada pelo Museu Oscar Niemeyer (MON) ganha uma segunda edição: “África: Diálogos com o Contemporâneo”. A curadoria é de Paula Braga e Renato Araújo da Silva. Na foto de Carlos França, Bia Yunes; Luciana Casagrande Pereira; secretária estadual da Cultura; Paula Braga; Juliana Vosnika, presidente do MON; Paulo Nenflidio e Renato Araújo.
A Construtora Laguna acaba de lançar um empreendimento inspirado na Itália, o Trevi, que reúne clássico e moderno em um dos endereços mais exclusivos de Curitiba, a Rua Hermes Fontes, no Batel. Na festa de lançamento, Jeferson Casagrande, José Luis Bertoldi, Gabriel Raad e André Marin. Foto: Divulgação.
Casa que se consagrou na noite curitibana pelas baladas, a RW agora também está abrindo para eventos corporativos e sociais. Para lançar a novidade, o espaço no Hotel Gran Mercure Curitiba Rayon realizou um concorrido coquetel, com decoração assinada pela Madera. Quem pilotou a noite foram os sócios Aluche Omairi, Wagner de Morais, Riad Omairi e Eder Colaço.
Foto: Eduardo SeeYou
A Simmetria Ambienti trouxe para Curitiba, com exclusividade, o Estúdio Mula Preta. Na ocasião, o designer André Gurgel e o arquiteto Felipe Bezerra promoveram um talk especial em que apresentaram a nova coleção, Spoilers, que tem como um dos destaques a releitura da poltrona Duna - um dos móveis mais conhecidos da marca. Na foto de Patrícia Amancio: Alessandra Gandolfi, André Gurgel, Felipe Bezerra, Suely Ruon, Edson Marochi e Rafael Carvalho.
A joalheira paulistana Renata Bernardo abriu seu ateliê em Curitiba. Ela desenvolve uma linha em prata e pedras utilizando mão de obra de alta joalheria, apostando em peças de altíssima qualidade para uso diário. Foto: Divulgação
Referências em suas áreas, o arquiteto Marcos Bertoldi e o party designer Marcos Soares brindam a amizade durante evento da Simmetria Ambienti. Crédito Patricia Amancio
Rodrigo Ohtake veio a Curitiba, a convite da Oslo Design e apoio da Revista Habitat, para o talk “Arquitetura, Design e Legado” nos jardins da Oslo, no Água Verde. Arquiteto e Urbanista, neto de Tomie Ohtake e filho de Ruy Ohtake, traz nas suas obras o legado de suas raizes. O Talk foi mediado pela jornalista Débora Mateus.
Foto: Gisele Nepomuceno
Prestes a completar 12 anos, a Internazionale Casa abriu suas portas, no Batel, para o lançamento de suas novas coleções. Batizadas de Gonzaga, Well Being, Urban e Jornada, elas reúnem peças com diferentes estilos, acabamentos e conceitos. O evento foi promovido pelos proprietários da loja, João Hyczy e Caroline Andrusko Hyczy, e surpreendeu ao oferecer uma experiência sensorial para os convidados.
Foto: Mariah Mussi
Aatividade de incorporação imobiliária carrega muitas responsabilidades. Primeiramente, perante o cliente, já que incorporar é vender um imóvel antes dele estar pronto e a aquisição de um imóvel envolve, frequentemente, a poupança familiar de uma vida inteira. É preciso muita confiança para se fazer um grande investimento em algo que ainda está em projeto. Também é preciso se preocupar com os investidores e permutantes, que buscam participar de um projeto rentável, saudável, seguro e que, no nosso caso, entregue algo a mais do que rentabilidade. As responsabilidades continuam perante os fornecedores e parceiros, perante o meio ambiente, e sobretudo, perante a cidade e a sociedade. Afinal, um projeto imobiliário não impacta somente a vida de quem vai morar ou trabalhar nele. Um novo prédio altera a dinâmica e a vida de uma região da cidade.
Além do mais, um projeto é também uma cápsula do tempo, que carre-
ga para o futuro a cultura da sociedade da época na qual ele foi concebido. Afinal, visitar um palácio na Europa não é viajar no tempo? Sua arquitetura, seus móveis, seu jardim, suas obras de arte não nos ensinam como as coisas funcionavam e eram feitas no tempo em que eles foram criados? Aqui mesmo no Brasil, uma visita à uma obra modernista nos ensina muito. Um passeio por Brasília ou Belo Horizonte, por exemplo, revela muito de um tempo em que o Brasil era destaque mundial em arquitetura, arte e design. Como sempre frisa Lissa Carmona, capa desta edição da Habitat, neste período, os limites entre estas três atividades eram mais borrados e elas eram frequentemente realizadas pelos mesmos autores, vide Tenreiro, Niemeyer, Palatnik, Geraldo de Barros e tantos outros.
Por isso tudo, tendo uma construção tamanha incumbência, a escolha dos projetistas, dos artistas, dos paisagistas e dos designers que criarão e comporão uma nova obra, devem sempre levar em conta o que ela deverá co-
municar e deixar como legado.
Existem também outros motivos pelos quais temos muito cuidado na seleção das peças e dos autores que compõem um projeto da IDEE, falo deles na segunda edição da Habitat. Mas o entendimento de que uma obra é uma cápsula do tempo é algo muito relevante para mim, André, pois é uma dimensão que une o meu trabalho em diversas frentes, não só como incorporador, mas também como artista e como membro da Casa da Arquitetura de Curitiba – projeto que busca documentar e valorizar nosso patrimônio arquitetônico moderno.
Participar deste processo coletivo de criação, além de uma responsabilidade, é também um privilégio. Poder atuar na cidade acompanhado de tantas pessoas talentosas e viver a criação de obras expressivas é muito especial. Neste contexto, sinto também que valorizar e cuidar da nossa cultura nos proporciona uma vida melhor em comunidade.
