Vilanova Artigas
O modernismo do mestre Artigas e sua turma trouxe para a arquitetura a ênfase na técnica construtiva, as estruturas certeiras, os volumes, o concreto, os pilotis e, sobretudo, o olhar e o pensamento no bem e no espaço comum p. 10
Exposição
Casa de Artigas em São Paulo recebe mostra especial com ampla coleção de obras de arte e móvel assinado pelo arquiteto p. 32
Entrevista
O legado e a criatividade autoral de Rodrigo Ohtake p. 42
Agosto e setembro 2023 | Número 15
Somos todos modernistas
Ocrítico de arquitetura Oliver Wainwright elencou alguns dos “gigantes da arquitetura moderna” mundial, em um artigo publicado pelo The Guardian, e, entre outros nomes, citou o nosso Vilanova Artigas – duplamente nosso, porque ele é nascido em Curitiba. O nosso gigante era baixinho, usava sempre terno, era bem relacionado, tinha um traço fenomenal e era absolutamente fascinado pelo espaço comum. O pai da Escola Paulista, ou do chamado Brutalismo, que teve seus pés fincados no relevo curitibano, tinha obsessão pela arquitetura social, funcional, simples e eficiente. Ele já antevia a sustentabilidade antes de ela ganhar esse nome,
falava da apropriação das cidades, de funcionalidade, de multiplicidades, de interpessoalidade e de conexão. Isso sempre por meio de seus desenhos exatos, volumétricos, cheios de respiro e quase nada de ornamentação.
Mergulhamos em sua obra para tentar entender como é que o modernismo sobrevive ainda, décadas após a sua criação, inspira novos arquitetos, é objeto de estudo e de admiração. Com a ajuda da Casa da Arquitetura de Curitiba, um projeto coletivo de resgate do modernismo na capital, viajamos por obras incríveis e processos construtivos e criativos elaborados, conscientes e, quem diria, atualíssimos.
EXPEDIENTE
Publisher: Cíntia Peixoto, cintia.vieira.peixoto@gmail.com e (41) 99225-7610
Comercialização: Saltori Mídia Estratégica, saltori@saltori.com.br e (41) 99996-9995
R SALTORI REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA | 05.552.266/0001-60
Contato: arevistahabitat@gmail.com
Direção de arte: Igor F. Dranka | ferreiradranka@gmail.com
Edição: Larissa Jedyn | ljedyn@gmail.com
Redação: Larissa Jedyn e Débora Mateus
Colunistas: Débora Mateus (Coluna Spectrum, Arte & Design), Paula Campos (Coluna Sobre Morar), Rodolfo Guttierrez (Coluna É design), Isabela França (Coluna Caleidoscópio), Alfredo Gulin (Coluna Ponto de Vista).
Redes sociais: Cristina Fontoura Consultoria, consultoriacristinafontoura@gmail.com - @consultoriacristinafontoura
Créditos: Acervo Instituto Virgínia e Vilanova Artigas – IVVA (Capa)
André Nacli, Brenda Pontes, Eduardo Macarios, João Vitor Sarturi, Paula Morais, Ricardo Perini
Impressão: Maxi Gráfica e Editora LTDA. | maxigrafica@maxigrafica.com.br
Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes
habitat RM
6 habitat Ago. Set. 2023 EDITORIAL
habitat
Agosto e Setembro de 2023
10. CAPA.
O modernismo revolucionário do mestre Vilanova Artigas
14. DOCUMENTO
A Casa da Arquitetura de Curitiba faz um resgate histórico da arquitetura local
18. ROTEIRO.
Uma volta pela Curitiba moderna
26. CARACTERÍSTICAS
Parâmetros modernistas de Le Corbusier são atuais
32. EXPOSIÇÃO
Aberto 02 mostra casa projetada por Artigas em evento da Etel
42. ENTREVISTA.
O legado e a criação de Rodrigo Ohtake
50. COLUNA SPECTRUM
A arte de Sig Bergamin
58. COLUNA É DESIGN.
Um caso de amor pela madeira e pelo Brasil
62. COLUNA SOBRE MORAR.
Antiquário Cristiano Ross é refúgio do mobiliário modernista
82. COLUNA CALEIDOSCÓPIO.
O que falar sobre Quiet Luxury?
86. GASTRONOMIA.
O estilo francês contemporâneo do Ile de France
94. COLUNA CONEXÃO.
A cobertura dos eventos sociais em Curitiba
10 32 42 86 50 8 habitat Ago. Set. 2023 INDICE
UM MESTRE MODERNISTA
Vilanova Artigas nasceu curitibano e, de São Paulo, criou uma das escolas arquitetônicas mais festejadas da cena nacional. Racional, funcional e quase asséptico, o modernismo e sua essência social sobrevivem
Acidade é uma casa. A casa é uma cidade.” João Batista Vilanova Artigas, um dos maiores arquitetos modernos brasileiros, se valia dessa frase para dar uma dimensão mais realista dos espaços, subvertendo a ordem do que se entende por público e privado, coletivo e individual. Afinal, nenhum de nós é uma ilha e vivemos todos em sociedade. E este foi só o fundamento para a criação, por Artigas e sua turma, que contava ainda com Ruy Ohtake, Paulo Mendes da Rocha e outros, do que se chamou de Escola Paulista e uma arquitetura marcada pela ênfase na técnica construtiva, pela adoção do concreto armado aparente, valorização da estrutura e do bem comum.
Impossível pensar no Artigas arquiteto, sem pensar no Artigas político, engajado, com olhos voltados para a urbe e para como as estruturas poderiam valer aos homens e mulheres. Provavelmente foi isso, mais sua genialidade e rigor com as formas, que o destacou como um dos “Giants of modernist architecture – in pictures”. O crítico de arquitetura Oliver Wainwright elencou alguns dos “gigantes da arquitetura moderna” mundial, em um artigo publicado pelo The Guardian, e, entre nomes inevitáveis, como Le Corbusier, Marcel Breuer, Pierre Koenig e Paul Rudolph, citou o nosso Vilanova Artigas – duplamente nosso, aliás, pois, além de brasileiro, Artigas era nascido em Curitiba. Wainwright apresenta Artigas como “um dos
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“
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primeiros exemplos de um arquiteto que expressa o chão, a parede e a cobertura de um edifício como uma superfície única dobrada; o lar e o estúdio de Vilanova Artigas (sua segunda residência, localizada em Campo Belo, e, São Paulo) é um diagrama despojado das funções de viver e trabalhar.”
Sua melhor característica, como foi dito pelo ator Juca de Oliveira no documentário sobre o arquiteto, era “sua absoluta e total simplicidade”. E isso valia na vida e no desenho. Ele abdicou da ostentação, das cenografias e ornamentos e se realizou com a arquitetura sempre lógica e estrutural. Asséptica até, segundo a crítica de arquitetura da Universidade de Brasília Sylvia Ficher. Mas nela, nada sobra. Não tem nada de luxo, nem exagero. Nada sobra. Por isso é considerado fundador da Escola Paulista, uma linha do modernismo brasileiro. E, quem diria, uma das expressões arquitetônicas mais relevantes e duradouras de Curitiba. Artigas pouco viveu na cidade, se fez mesmo em São Paulo, mas, ainda assim, por aqui, como por lá, criou construções que se relacionavam até com as ruas, destacando o compromisso das pessoas com o coletivo.
Apesar de ser natural de Curitiba, Artigas, que nasceu em 1915, se mudou para São Paulo, onde estudou Engenharia e Arquitetura na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Nos anos 1940, foi para os Estados Unidos, onde desenvolveu e aperfeiçoou as suas técnicas, e, em 1960, acabou convidado para ser professor na USP, onde ajudou a fundar a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), promoveu sua reforma curricular e criou sua sede. Neste tempo, Vilanova Artigas era bastante próximo de Oscar Niemeyer. Porém, tinha uma linha diferente do líder dos grandes criadores de Brasília. Ele foi um dos principais responsáveis por romper paradigmas e implementar um ponto de vista mais moderno para a arquitetura brasileira. A escola paulista ou brutalismo paulista se distinguiu pela ênfase nas técnicas construtivas, valorização das estruturas e uso do concreto armado de forma visível.
12 habitat Ago. Set. 2023 CAPA
Oscar Niemeyer e Vilanova Artigas
De Artigas, em Curitiba, restam atualmente apenas três construções –o Hospital São Lucas, a Casa Bettega e a Casa Niclewicz. E essas três, de certa forma, guardam a natureza modernista em toda sua potência. Uma natureza que acabou se tornando uma das mais importantes expressões arquitetônicas de todos os tempos. Primeiro, porque houve muitos outros contemporâneos de Artigas produzindo muito – e muito bem – na região e, outra, porque o estilo e a escola modernistas mantiveram-se absolutamente atuais com o passar do tempo. Isso porque, no palpite do arquiteto e professor de arquitetura Salvador Gnoato, o modernismo envelheceu muito bem, ao contrário de outras escolas arquitetônicas. Suas linhas simples, conceitos objetivos, sua funcionalidade e, sobretudo, a ausência de detalhes e de ornamentos fizeram o modernismo sobreviver, se atualizar e virar repertório rico, criativo e inspirador para as novas gerações. Pelo jeito Artigas estava certo desde sempre, a casa é a cidade, a cidade é a casa e o espaço é público.
13 Ago. Set. 2023
LINHA DO TEMPO
Fotos: Acervo Vilanova Artigas
Casa Edgar e Márcia Nieclevicz, 1978
Casa Bettega, 1952
Hospital São Lucas, 1945
Vilanova Artigas e Burle Marx
Paulo Mendes da Rocha e Vilanova Artigas
A NOSSA CASA MODERNISTA
Desde que, em 1930, Curitiba viu surgir o primeiro projeto de arquitetura modernista da cidade, que foi a casa Frederico Kirchgässner, ainda em pé no São Francisco, uma série de criações desse tipo foram mudando o estilo construtivo, limpando as formas, ganhando a cidade e mudando a paisagem urbana. E para documentar e valorizar esse patrimônio arquitetônico e os seus criadores é que foi lançada a Casa da Arquitetura de Curitiba. O projeto colaborativo, que reúne arquitetos, fotógrafos, incorporadores e entusiastas, nasceu neste ano e tem como objetivo facilitar o acesso a essa produção arquitetônica, registrá-la, falar mais dela e provocar o compartilhamento do modernismo à nossa moda. Está no ar um portal que reúne imagens, documentos e informações sobre um acervo que atualmente conta com cem edificações e que seguirá sendo abastecido.
Segundo o empresário e fotógrafo André Nacli, um dos criadores da Casa da Arquitetura de Curitiba, a ideia da CAC é promover a preservação da memória
arquitetônica da cidade por meio de um acervo de imagens novas, reprodução de imagens antigas, detalhes de projeto, informações sobre criadores e sobre as criaturas. Quem navega pelo portal pode usar as ferramentas para conhecer o acervo com base em filtros – como a década de construção, o autor, a região e a tipologia –, gerar mapas para explorar as edificações presentes em determinadas regiões da cidade e encontrar informações sobre os arquitetos responsáveis pelos projetos modernistas da cidade. “Até agora, temos mais ou menos 250 obras, que vão da década de 1930 a 1990, catalogadas e registradas. Entre elas estão construções de mestres como Artigas, Lolô Cornelsen, Jaime Lerner, Gandolfi, Panek”, comenta ele. A demolição de imóveis nos últimos anos motivou e apressou o projeto. As fotografias recentes das obras modernistas são de autoria de Brenda Pontes, Eduardo Macarios, João Vitor Sarturi, Paula Morais, Ricardo Perini e André Nacli. Junto das imagens atuais, a intenção é reunir também registros históricos, documentos e até relatos relacionados às edificações. Ou seja, o acervo on-line é o primeiro de
muitos passos desses amantes do modernismo, que andam pela cidade registrando detalhes ricos e reveladores da escola arquitetônica. Para avançar no mapeamento, o grupo incentiva a colaboração de quem mais gostar do assunto e de se apropriar da cidade. Além da construção do portal, outros projetos estão em desenvolvimento dentro da CAC, como o auxílio na destinação dos acervos dos arquitetos do movimento modernista da cidade.
A quem quiser embarcar nesta viagem, Nacli sugere incluir no roteiro pontuado por obras emblemáticas, como o Teatro Guaíra, a Biblioteca Pública do Paraná, a Reitoria da Universidade Federal do Paraná, outras obras, nem tão famosas, mas reveladoras de detalhes deste movimento muito fiel à vocação de criar formas funcionais, sem excessos, racionais. Quem venham o conjunto residencial Cosmos e suas torres com nomes de grandes cientistas lá no Alto da XV, as formas inusitadas da Casa Frederico Kirchgässner, os edifícios curvos, os painéis artísticos. Alongue as pernas e o olhar e siga essa rota!
14 habitat Ago. Set. 2023 CAPA
Residência Jaime Lerner, 1964
Teatro Guaíra, 1952
15 Ago. Set. 2023
Casa José Barbosa, 1955
Edifício Alvorada, 1961
Edifício Benjamin Constant, 1970
Edifício Leonor Moreira Garcez 1971
Edifício Avenida, 1962
Edifício Banrisul, 1962
Edifício Van Gogh, 1975
Edifício Rio De Janeiro, 1971
Edifício Conjunto Residencial Cosmos, 1974
PASSEIO POR UMA
CURITIBA MODERNA
Partindo do Centro, a direção que você tomar será uma aventura arquitetônica inesquecível. O modernismo está no ar e nas nossas raízes. Faça o seu roteiro
Vá à Praça Tiradentes. Ande por meio dos ipês floridos e se posicione voltado à Catedral. Do lado direito, seguindo a rua, está o edifício Barão do Cerro Azul, de Elgson Ribeiro Gomes. Pegando a Travessa Nestor de Castro, a dupla de torres do edifício da Glória, de Forte Netto, Dilva e Orlando Busarello. Desça a Muricy, dobre a Cân-
dido Lopes e siga pela Biblioteca Pública de Romeu Paulo da Costa, e pelas fachadas do Brasilino de Moura, dos arquitetos Gutierrez, Paula e Munhoz. Se for até a XV, para a direita uma sequência de maravilhas até a Comendador Araújo; para a esquerda, o petit pave leva a outra sequência imperdível, com o Teatro Guaíra de Meister e as torres do Alto da XV.
18 Ago. Set. 2023 CAPA habitat
Edifício da Glória.
Teatro Guaíra
Edifício Springfield
Palácio das Telecomunicações
19 Ago. Set. 2023
Escola Israelita
Se sua rota seguir a linha do tempo, a andança começa no São Francisco, com Frederico Kirchgässner, que inventou moda em 1930. Depois vêm Artigas, nos anos 1940, as realizações dos engenheiros-projetistas da Faculdade de Engenharia do Paraná, nas décadas de 1940 e 1950; as obras em comemoração ao Centenário da Emancipação do Paraná, na década de 1950; a criação do curso de Arquitetura da UFPR e a migração de professores de outros estados para formação do seu corpo docente, na década de 1960; as realizações e premiações em importantes concursos pelos primeiros professores e alunos do curso de arquitetura, nas décadas de 1960 e 1970; a posse de Jaime Lerner como prefeito de Curitiba, na década de 1970; e o início da utilização da madeira como matéria-prima estrutural, no final da década de 1970.
20 habitat Ago. Set. 2023 CAPA
Palácio das Telecomunicações
Sede do D.E.R
Edifício Marumby
Hospital São Lucas
Edificio Veneza
21 Ago. Set. 2023
Biblioteca Pública do Paraná
Ande e desfrute. Registre. Perceba a diferença das nuances de concreto, os detalhes dos murais azulejados, as brises, as colunas, os vãos e os volumes. Visite Lolô Cornelsen, Dilva Slomp Busarello, Elgson Ribeiro Gomes, Frederico Kirchgässner, Jaime Lerner, Jaime Wasserman, João Batista Vilanova Artigas, José Maria Gandolvi, Lubomir Ficinski Dumin, Luiz Forte Netto, Manoel Coelho, Orlando Busarello, Roberto Luiz Gandolfi, Romeu Paulo da Costa, Rubens Meister, A Curitiba criada por eles e outros modernistas é elegante, precisa e necessária.
Escola Israelita
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Residencial Manoel Coelho
Sede do I.P.E 23 Ago. Set. 2023
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possam ser replicados, seja pelo design, localização, plantas e qualidade construtiva. Já são 42 empreendimentos lançados com o objetivo de aumentar a qualidade de vida das famílias, buscando atender ao máximo todos os seus anseios na busca por um lar.
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A 5 min do Parque Bacacheri e do Museu Egípcio e Rosacruz;
A 7 min do Aeroporto Bacacheri;
A 10 min do Hipermercado Carrefour;
A 10 min do Graciosa Country Club;
POR DENTRO DO OKÁ BACACHERI
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PLANO CERTO
Le Corbusier criou cinco parâmetros para a arquitetura modernista. Eles marcaram o movimento, se mostraram relevantes e anunciaram os novos tempos.
E tudo isso os mantêm essenciais até hoje
Em 1926, Le Corbusier formulou os cinco pontos que viraram os fundamentos para a arquitetura moderna. Concretizados em 1929 no emblemático projeto da Villa Savoye, os atributos — pilotis, planta livre, fachada livre, janelas em fita e terraço jardim — foram explorados na produção arquitetônica modernista, revistos e são revisitados até hoje, levando um ar de novidade aos pilares modernistas, sem se
afastar de sua essência, jamais!
Com o passar do tempo, as novas tecnologias, os materiais, as necessidades da sociedade e da contemporaneidade atualizaram algumas dessas soluções arquitetônicas. Mas outras se revelaram permanentes, necessárias, certeiras. Quando sustentabilidade ainda não era moda, os projetos modernistas se apressavam em usar brises para ventilar e controlar a insolação dos espaços. Os jardins
viraram nossa marca registrada, porque, sim, o Brasil de Burle Marx provou que a natureza precisa ser abraçada por massas de verde e tropicalidade. Espaços livres, leves e soltos só assim para poderem abrigar mais gente, até porque, as cidades são de todos. A partir de projetos modernistas curitibanos, essas características se revelam. Confira:
26 habitat Ago. Set. 2023 CAPA
PLANTA LIVRE
A independência entre estrutura e vedação comum nas plantas modernas permitiu a chamada planta livre, em que os espaços internos do edifício se tornam mais flexíveis e articulados entre si. Esta característica tem ligação direta com a previsão de mudanças futuras na edificação, como ampliações, mudanças de posicionamento de elementos divisores de ambientes, entre outros. A customização de espaços estava no começo naquela época e, atualmente, a integração e a multifuncionalidade dos espaços se tornou uma realidade.
PILOTIS
A elevação do edifício em relação ao solo, realizada por meio de pilotis (colunas que sustentam uma obra e, ao mesmo tempo, deixam o pavimento térreo livre), libera o pavimento térreo para a circulação das pessoas. Esta solução essencialmente moderna é empregada ainda hoje e permite a conversa entre o espaço público da rua e o espaço privado do edifício.
27 Ago. Set. 2023
Edifício Louveira e Edifício Brasílio De Araújo
Segunda residência do arquiteto Vilanova Artigas
FACHADA LIVRE
A separação entre estrutura e vedação possibilita, além da planta livre, uma fachada com maior liberdade para posicionamento das esquadrias. Assim, as paredes, não desempenhando uma função estrutural, podem permitir também a instalação das janelas em fita, mais um dos cinco pontos para a nova arquitetura, sacadas, ornamentos geométricos e afins.
28 habitat Ago. Set. 2023 CAPA
Tribunal de Contas do Estado do Paraná
JANELAS EM FITA
As janelas em fita são aberturas generosas que ocupam boa parte da fachada do edifício, proporcionando, assim, mais iluminação nos ambientes internos e vistas panorâmicas do exterior. A variação no tipo e posicionamento das esquadrias são alguns exemplos de variação da janela em fita nos projetos contemporâneos. Fachadas de vidro são moderninhas e modernistas na essência.
TERRAÇO JARDIM
O terraço jardim e o telhado verde são coberturas habitáveis, uma inovação frente aos telhados tradicionais. Nas últimas décadas, os terraços jardins se tornaram muito populares e o avanço nos materiais e sistemas impermeabilizantes possibilitaram uma maior liberdade projetual para esta solução arquitetônica. Sustentabilidade é moda agora, mas nossos modernistas mostram que sabiam das coisas.
29 Ago. Set. 2023
Hospital São Lucas
Edifício Louveira
ARTE E DESIGN EM CASA PROJETADA POR ARTIGAS
Segunda edição da Aberto 02 reúne ampla coleção de obras de arte e móvel assinado pelo arquiteto em um espaço até então inédito ao público
Ocenário prenuncia a preciosidade da exposição. A residência projetada pelo arquiteto curitibano João Batista Vilanova Artigas, em 1974, para a família do engenheiro Alfred Domschke, em São Paulo, é palco da segunda edição da Aberto – plataforma de mostras de arte, arquitetura e design itinerantes realizadas em espaços fora do eixo tradicional de galerias e museus. Pela primeira vez aberta ao público, a casa preserva as características originais da assinatura icônica de Artigas: foi restaurada especialmente para a exposição, que tem curadoria de Claudia Moreira Salles, Kiki Mazzucchelli e seu idealizador, Filipe Assis. Reúne uma seleção de diversas gerações e estilos com obras de artistas como Adriana Varejão, Tarsila do Amaral, Ivens Machado, Maria Martins,
Lygia Clarck, Francisco Brennand e Edgar Degas, além de 20 trabalhos de arte contemporânea comissionados para o evento e peças de design, lançadas em edição limitada pela ETEL.
Um dos destaques é a Estante Artigas 166, desenhada pelo arquiteto para a casa de sua filha Rosa Artigas, reeditada pela primeira vez pela marca em parceria com o Instituto Virgínia e Vilanova Artigas. Com formato quadrado, o móvel tem nove nichos, cinco vazados e três fechados com portas de fórmica colorida. Segundo Lissa Carmona, CEO da ETEL, a peça conta a história do legado do consagrado urbanista e arquiteto. “Para lançar esta coleção, que contempla além da estante, livreiro e aparador, participamos de uma conversa muito especial com a família Artigas. Entendemos que a peça tem um componente
32 habitat Ago. Set. 2023 MOSTRA
Por Débora Mateus
Esculturas: Los Carpinteros, Clavo Dieciocho 2015 (metal) e Furor de peito e remela, 2022 Davi de Jesus do Nascimento. Foto: Ruy Teixeira
emocional, pois foi criada pelo pai para a Rosa quando nasceu seu primeiro neto. São essas histórias, por trás dos grandes autores que queremos contar.” A empresária explica que o Banco Convívio também foi desenvolvido especialmente para a exposição. Editado pela ETEL, é assinado por Claudia Moreira Salles em parceria com Domingos Tótora, fica no limiar entre a arte e o design: “Como o próprio nome indica, o banco dialoga com a casa e com o material. As propriedades artísticas fazem com que cada peça seja única, nenhum banco será igual ao outro”.
No ano passado, a edição da mostra foi realizada na única residência projetada por Oscar Niemeyer em São Paulo, por indicação de Lissa Carmona, que também é amiga de Filipe Assis. Para ela, a nova exposição faz um contraponto interessante com a escola carioca, evidenciando a linguagem ímpar de Artigas, um ícone da arquitetura paulistana brutalista. Inaugurada no dia 13 de agosto, a mostra fica em cartaz até o dia 17 de setembro.
Estante Artigas 166, concebida pelo arquiteto para a filha, Rosa Artigas, é reeditada pela ETEL. Foto Ruy Teixeira
Banco convívio, dos designers Claudia Moreira Salles e Domingos Tótora, edição ETEL. Ao fundo: Cavaled, híbrido de luminária e cavalete de Claudia Moreira Salles evidencia a obra Mata-borrão e papel amassado 1996, Eleonore Koch. Relevo Branco n°104, Sergio Camargo 1966 (parede). Foto Ruy Teixeira
Esculturas em concreto, óxido e ferro Sem Título, Ivens Machado 1983 e tela Ambiente Virtual IV, Adriana Varejão 2002. Foto: Ruy Teixeira
Escultura em bronze However 1944, Maria Martins. Foto Ruy Teixeira
Trepante, Lygia Clark 1965. Foto: Ruy Teixeira
33 Ago. Set. 2023
A saída do Banho, Edgar Degas. Foto: Divulgação
Imóvel-arte mira no futuro e recorre à tradição
Novo lançamento da Construtora Laguna se insere no mercado do quiet luxury com boa arquitetura, localização única, referências e sustentabilidade
Tradição e contemporaneidade se misturam no TREVI Batel, novo lançamento da Construtora Laguna. Tão diversos quanto complementares, esses conceitos se aproximam e sugerem uma nova e melhor versão de bem viver: arquitetura clássica, materiais de primeira qualidade, sustentabilidade, conexão com a natureza, boa localização, relação gentil com o entorno e com as pessoas. Em resumo, a mais completa tradução do puro luxo. Discreto e silencioso, o quiet luxury, essa tendência do mercado consumidor, sussurra que ser é bem mais importante do que parecer.
34 Ago. Set. 2023 habitat publi TREVI BATEL
O MELHOR LUGAR
Escolher um bom lugar para morar é o ponto de partida para viver bem. Localizado na Rua Hermes Fontes, no Batel, o terreno do TREVI tem área total de 3.463m², conta com 75m de frente, detalhe que o torna único e especial no bairro e na cidade. O empreendimento fica em uma região que mistura o que há de melhor de um bairro, arborizado, seguro, com ruas
tranquilas, e todas as comodidades de ter os melhores produtos e serviços por perto. “Viver no Batel é desfrutar da região mais desejada da cidade, reconhecida pela tranquilidade, segurança, natureza e facilidades. É, também, aproveitar tudo o que a Hermes Fontes oferece, como a proximidade do Pátio Batel e as diversas opções de restaurantes, clínicas, delicatessen, escolas e outros serviços”, afirma Gabriel Raad, diretor geral da Laguna.
35 Ago. Set. 2023
ARQUITETURA
Com arquitetura assinada por Greg Bousquet, do Architects Office, o imóvel-arte proporciona uma experiência de conexão com o momento presente por meio de um elemento secular, o átrio. Ao colocar a luz natural como um item central do projeto, o arquiteto estabelece uma relação de interação das pessoas com os espaços a partir de um olhar contemporâneo.
Inspirada nas clássicas construções italianas, cada torre do TREVI Batel foi concebida em torno de um pátio central. Aberto e cercado por um paisagismo deslumbrante, o átrio permite a iluminação natural e a circulação de ar cruzada, criando uma atmosfera única de aconchego para as residências. Nos apartamentos, o átrio marca os espaços de circulação interna, sala íntima ou sala de jantar, em uma interação afinada entre arquitetura, interiores e paisagismo, trazendo para dentro dos apartamentos uma atmosfera mais tropical.
“O conceito do TREVI faz uma ponte entre o existente e o futuro, dividido em duas torres de seis pavimentos, buscando respeitar a escala atual do bairro e prever sua transição gentil, gradual e humana. Ao adentrar no empreendimento, uma área amplamente vegetalizada dá continuidade à rua, com percursos diversos desenhados para conduzir o usuário ao interior das edificações. E interno às torres, os pátios, também vegetalizados, proporcionam jardins exclusivos aos moradores. A arquitetura permite a entrada de luz e de ventilação natural, abrigando microclimas amenos nas unidades residenciais, além de priorizar a privacidade, aqui filtrada pela vegetação. Uma curadoria de materiais de caráter distintos, porém complementares, como a madeira e o concreto, o vidro e o metal, o mineral e o vegetal, foram explorados no empreendimento”, conta Greg Bousquet. E tem mais: na circulação íntima, os rasgos voltados para o átrio permitem desenhos de luz e a conexão com o exterior, trazendo a sensação de estar em casa. Afinal, o luxo é confortável.
Da sala íntima se vê o átrio, que traz luz e natureza para dentro do apartamento
36 Ago. Set. 2023 habitat publi TREVI BATEL
Na circulação íntima, os rasgos voltados para o átrio permitem a entrada de luz natural
PAISAGISMO
O paisagismo do TREVI Batel teve como premissa trazer para o projeto a inspiração dos jardins italianos. Foram utilizados arbustos com floração perfumada, muros revestidos com trepadeiras, plantas floridas contrastando com maciços verdes, pisos e revestimentos de pedra, fontes e elementos com água. Além de jardineiras com volumes definidos que dão forma, precisão, estrutura e refinamento à composição. O paisagismo é assinado por Felipe Reichmann.
Houve também a preocupação de utilizar as plantas que caracterizavam as residências do Batel e redondezas, muitas delas introduzidas em Curitiba por imigrantes italianos, de forma a resgatar a identidade, a memória e os laços afetivos por meio da vegetação. Espécies como azaleia, belaemília, gardênia, rododendro, jasmim, clívia, falsa vinha e oliveira estão entre as escolhidas.
Todas as lembranças e referências foram traduzidas para um paisagismo contemporâneo, no qual o jardim é uma
O paisagismo se conecta à arquitetura e leva para as floreiras espécies de plantas e flores usadas em casas antigas do bairro, trazidas por imigrantes italianos
extensão dos ambientes internos e vice-versa. Isto foi possível graças a uma interação afinada entre arquitetura, interiores e paisagismo por meio das escolhas dos materiais de revestimento, das formas dos canteiros, da piscina, da distribuição das áreas de estar, das áreas de circulação, do volume, porte, cor e ritmo da vegetação. Toda essa interação também fica evidente no átrio, um diferencial do TREVI, caracterizado como um Jardim de Inverno.
37 Ago. Set. 2023
O átrio traz verde, luz e ventilação para os apartamentos do TREVI Batel.
habitat publi TREVI BATEL
A cave de vinhos é um ambiente pensado para os apreciadores da enocultura com adega climatizada e exclusiva por apartamento
38 Ago. Set. 2023
No Hall com pé-direito duplo, destaque para o mobiliário de design assinado e obras de arte
EXCLUSIVIDADE
Os traços autênticos do TREVI Batel são complementados por um projeto de interiores que conta com uma curadoria apurada de mobiliário de design assinado e obras de arte.
Uma das particularidades da área de uso comum do empreendimento é a cave de vinhos. Um espaço único, com uma adega climatizada e exclusiva para cada apartamento, lounge para degustação, bancada funcional e uma ambientação intimista.
Os ambientes compartilhados têm um deck para prática de yoga e uma piscina externa aquecida, cercada por um paisagismo com as características dos jardins italianos. Além disso, os moradores também terão à sua disposição: miniquadra, playground, brinquedoteca, espaço de trabalho e reunião, piscina coberta e aquecida, sauna e sala de massagem, academia, espaço pet, salão de festas e espaço gourmet, ambos com terraços descobertos.
Outra exclusividade do TREVI Batel são as vagas box individualizadas para cada unidade. Elas permitem estacionar veículos com mais espaço, privacidade e segurança. Contam com espaço livre para armazenamento, infraestrutura para carregamento de carros elétricos, maior espaço para abertura de portas e fechamento com portão motorizado.
O design exclusivo da vaga box traz mais conforto e privacidade, com maior espaço para abertura de portas e fechamento de portão motorizado
39 Ago. Set. 2023
SOBRE O TREVI
Ao todo serão 26 residências, divididas em duas torres com seis pavimentos:
TORRE ROCCA
8 residências de 200m 2 | 3 suítes | 3 vagas
4 residências de 276m 2 | 4 suítes | 4 vagas
2 coberturas duplex de 379m 2 | 4 suítes | 5 vagas
1 coberturas duplex de 534m 2 | 4 suítes | 5 vagas
TORRE MARMO
8 residências de 260m 2 | 4 suítes | 4 vagas
2 coberturas duplex de 494m 2 | 4 suítes | 5 vagas
1 garden de 706m 2 | 5 suítes | 5 vagas
40 Ago. Set. 2023
publi
habitat
TREVI BATEL
CERTIFICAÇÕES
Centrada no propósito de criar empreendimentos que promovem bem-estar, edificações sustentáveis e cidades mais democráticas, a Laguna traz para o TREVI Batel soluções tecnológicas, responsáveis nos âmbitos social e ambiental. A sustentabilidade vem acompanhada de um desenho autoral e de uma arquitetura de vanguarda, presentes no DNA inovador e na imagem sólida construída pela empresa no mercado imobiliário curitibano. Como forma de validar os diferenciais presentes no empreendimento, o TREVI Batel terá as certificações mundiais LEED e WELL. A primeira garante a adoção de práticas de construção sustentável, qualidade ambiental do projeto, obra e operação da edificação e a segunda é consolidada como referência internacional no que diz respeito à saúde e bem-estar no ambiente construído.
“O TREVI será mais um empreendimento Laguna com ambientes que priorizam o bem-estar e o conforto, gerando satisfação e felicidade, melhorando a produtividade e permitindo aos moradores viver plenamente”, conclui André Marin, diretor de incorporação da Laguna.
FICHA TÉCNICA
• Arquitetura: Greg Bousquet - Architects Office
• Interiores: Suite Arquitetos
• Paisagismo: Felipe Reichmann
• Luminotécnico: Carlos Fortes
• Consultoria de conforto, energia e bem-estar: Petinelli
41 Ago. Set. 2023
VISÃO DE VANGUARDA
Rodrigo Ohtake fala sobre criação intuitiva e como o legado das obras do pai, o arquiteto Ruy Ohtake, e da avó, a artista plástica Tomie Ohtake, influenciaram na construção de sua busca constante por desafiar a si mesmo na arquitetura e no design
Por Débora Mateus
Poltrona Cuba, concebida a partir da observação da madeira torneada, elemento muito utilizado no mobiliário brasileiro. O material ganha função inusitada e se transforma em assento.
Foto: Acervo Ohtake
42 habitat Ago. Set. 2023 ENTREVISTA
Ago. Set. 2023 43
Rodrigo Ohtake. Foto: Leo Faria
Dar continuidade ao inegável legado familiar para a cultura do Brasil sem deixar de construir uma corrente de transformação. Apesar de desafiadora, a tarefa foi uma escolha audaz que Rodrigo Ohtake fez desde a morte do pai, há 2 anos, quando fundiu os escritórios Ruy Ohtake Arquitetura e Urbanismo e Rodrigo Ohtake Arquitetura, transformando-os em um só. Embora claro, o objetivo não é fácil: ele propõe fazer com que a atuação da família de vanguardistas como Ruy, Ricardo e Tomie Ohtake, nomes consagrados da arquitetura e arte brasileiras, impulsione o lançamento de novas metodologias e processos no urbanismo, arquitetura e design. Com a nova empreitada, Rodrigo Ohtake, que sempre foi movido a desafios, passa a exercer a função de gestão do escritório que mira em convergir a bagagem magistral de 60 anos de história em um futuro de feitos ainda inovadores.
A linguagem leve da poltrona e mesa de centro Pouso é evidenciada pela estética do inox, material a partir do qual foram criadas, que também se reflete na maneira como as peças tocam o chão. Foto: Acervo Ohtake
44 habitat Ago. Set. 2023 ENTREVISTA
45 Ago. Set. 2023
ENTREVISTA
VOCÊ COSTUMA DIZER QUE DESDE CRIANÇA QUERIA SER ARQUITETO.
COMO A HERANÇA FAMILIAR ECOA EM SEU PROCESSO CRIATIVO?
Desde muito cedo, aos 5 anos, soube disso. Acompanhava meu pai e minha irmã na casa da Tomie todo domingo por 40 anos, até minha avó falecer. A residência projetada pelo Ruy (1966), é feita de concreto: teto, chão, bancada do
banheiro, sofá e cama, quase tudo à exceção das cadeiras. Assim, meu repertório começou a ser formado. Nos almoços lá, absorvia a rica troca de conteúdo com os convidados que falavam sobre assuntos diversos e interessantes. Nas viagens com meu pai, aos 12 anos de idade, pude treinar meu olhar, quando o acompanhava nas visitas às obras, palestras e passeios. Esse olhar curioso é essencial em
meu processo criativo, formou meu traço autoral. A potência da intuição é utilizada para criar, conectar nossas três gerações. Ela que é baseada no repertório, pode ser educada, moldada e aprimorada ao longo da vida. O Ruy é a minha maior referência, dividimos a mesma profissão e meus traços estão muito ligados a ele. Mas a parte criativa e o jeito que encaro a vida são influenciados pela Tomie.
O conjunto parquinho é constituído por três releituras da famosa namoradeira.
de interação, feitos em tubo e telas metálicos. Foto: acervo Ohtake
VOCÊ MATERIALIZA ESSA
INTUIÇÃO DA MESMA FORMA NO
DESIGN E NA ARQUITETURA?
Meu processo é muito semelhante nessas duas vertentes: livre e intuitivo. Começo pela forma e depois abordo estrutura ou função. Isso faz com que metade de minhas ideias tenha que ser descartada. Desenvolver é divertido, mas
o que amo mesmo é criar, ter um tempo sozinho para isso. A troca com a equipe técnica é muito importante. Eu busco mais poesia. No design, gosto de questionar o material e desafiar a gravidade, fazendo com que o móvel tenha uma linguagem visual mais leve. O papel do engenheiro é fazer com que uma peça fique em pé. Muitas vezes discutimos, mas no
final, todos ganham. Como a primeira palavra do escritor que dizem ser muito difícil, esse início da criação para mim é muito prazeroso, tranquilo. Tenho uma série de móveis, uns 30, que estão desenhados e nunca foram desenvolvidos, um dia podem ser ou não. Muitos desconhecem, mas o Ruy também tinha criações de design.
46 habitat Ago. Set. 2023
São bancos para duas pessoas que brincam com diferentes formas
QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS E TRANSFORMAÇÕES DESDE A CRIAÇÃO DO NOVO ESCRITÓRIO?
Assumi o escritório do meu pai em um momento difícil, pois, além de enfrentar o luto, precisava tornar o espaço uma experiência positiva e não pesarosa pela proeminência de sua trajetória. Nessa época, conversei com alguém que passava por uma situação semelhante à minha, e essa pessoa me indicou um livro do alemão Thomas Mann. Em um trecho, ele escreve sobre como seguir exemplos de maneira própria é uma forma de manter viva a tradição. Entendi que era o momento de iniciar uma nova página e reinterpretar os pilares principais do escritório. Olhar para história construída em 60 anos seria útil se direcionasse uma perspectiva de futuro, considerando os desafios construtivos ecológicos e de inovação atuais. Implementei mudanças: formei uma nova equipe, adotei um processo de trabalho mais colaborativo com a participação do time na criação, algo que não existia antes quando o escritório era do Ruy - somente ele criava. Aprendi a gerir, planejar metas de faturamento e me dedicar à prospecção, pontos fundamentais para a expansão.
A FORÇA ARQUITETÔNICA DE NOMES EMBLEMÁTICOS DO MODERNISMO INFLUENCIOU
UMA GERAÇÃO GRANDIOSA DE ARQUITETOS E DESIGNERS CONTEMPORÂNEOS BRASILEIROS. EM SUA OPINIÃO, QUAIS AS PRINCIPAIS MUDANÇAS REALIZADAS POR ELES E DE QUE FORMA ECOAM NAS NARRATIVAS DA NOVA GERAÇÃO?
A arquitetura moderna brasileira foi a mais interessante do mundo e tem influência em diversos criativos até hoje. Os japoneses, por exemplo, ainda se inspiram muito nas criações de Lina Bo Bardi e Oscar Niemeyer. Mas eu acredito também que há muita dificuldade de superar esse movimento em nosso país. Nas universidades, quando o modernismo é ensinado como apogeu, de
certa forma inibe os estudantes a inovarem. Nesse sentido o design é mais livre. Claro que existem nomes como Jorge Zalszupin, Sergio Rodrigues, Martin Eisler, Percival Lafer, que criaram peças inacreditáveis. Mas, no meio do caminho, surgiram os irmãos Campana que romperam com tudo e acabaram sendo reconhecidos primeiro lá fora e só depois aqui. Transformaram o corriqueiro em design, de maneira lúdica e nem sempre
confortável, como na linha “Desconfortáveis”. Eles trouxeram esse tom contemporâneo interessante e uma leveza que, em minha opinião, a arquitetura brasileira não alcançou, exceto por poucos como o urbanista curitibano radicado em São Paulo, Gustavo Utrabo. Vejo em seu trabalho uma certa referência ao do consagrado arquiteto Toyo Ito, que busca uma certa imaterialidade, confere transparência às obras que parecem flutuar.
47 Ago. Set. 2023
A poltrona Vitie demonstra o processo criativo intuitivo de Ohtake, que tem como primeiro impulso a forma. O móvel é resultado do exercício constante que o profissional busca em desafiar forma, função ou estrutura. Foto: Acervo Ohtake
Com desenho que desafia a matéria-prima como se fosse facilmente moldável, a cadeira Dueto é agradável ao olhar, mescla conforto e elegância. Em Curitiba, está disponível com exclusividade na Oslo Design. Foto: Gisele Nepomuceno
COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL, INOVAÇÃO, SUSTENTABILIDADE ESTÃO INSERIDAS EM SUAS OBRAS?
A responsabilidade social urge há 30 anos. Na sustentabilidade, essa urgência foi percebida recentemente. Trazer uma equipe jovem ao escritório foi importante, pois eu sempre fui muito ligado à questão social e me dedico a isso há muito tempo. Realizamos projetos Pro Bono para as comunidades em São Paulo e agora estendemos a Porto Alegre: creches, escolas infantis e instituições de ensino. O Ruy fazia e eu continuo. Apesar de não agradar o departamento financeiro, é fundamental devolver para a sociedade. Os primeiros projetos sustentáveis estão sendo desenvolvidos em Ilhabela. Olhar ao redor é importante, e o grande desafio é fazer isso sem greenwashing. Devemos entender que o arquiteto ou o designer são responsáveis pelo avanço da tecnologia - é preciso ousar. A ética é outro ponto fundamental. Algo que aprendi muito com o Ruy e o Ricardo. Essa postura gerou respeito entre clientes e entre colegas da classe. Não tenho dúvidas que, apesar da dimensão plástica, a solidez de nossa trajetória depende dessa integridade.
COMO SURGIU SUA PRIMEIRA COLEÇÃO DESENHADA PARA A ARTI MÓVEIS?
A cadeira Delgadina, foi o ponto de partida desta linha que hoje conta com diversas peças entre mesas, cadeiras e poltronas, seguindo uma coesão de base. O nome foi inspirado em minha personagem favorita de um dos livros de Gabriel García Márquez, e tem o mesmo apelido que dei à minha mulher, Ana Carolina Ralston. Para criar essa peça de estrutura delgada e curvilínea que toca minimamente o chão me inspirei na cadeira de três pés do Arne Jacobsen. A partir da Delgadina, criamos outros móveis sempre em linha com minha abordagem criativa em desafiar a gravidade e o material. A Dueto, lançada recentemente, ironicamente tem o dobro dos pés - são seis. O móvel alude à valsa de duas peças que quase não se tocam. A ideia do encosto é curiosa, nasceu das cadeiras de boteco. Sou um frequentador assíduo destes bares brasileiros.
48 habitat Ago. Set. 2023 ENTREVISTA
por Débora Mateus Coluna SPECTRUM
A Arte de Sig Bergamin
Em entrevista exclusiva, o arquiteto revela como o fascínio pela arte o tornou um conaisseur e colecionador assíduo, ajudando a ser requisitado mundo afora
“AS CORES SÃO MINHA ARTE”
Amaestria é nata – e raríssima –, desafia os limites convencionais da arquitetura com a exuberância de quem não tem medo de arriscar e contraria o óbvio. Sig Bergamin tem a destreza de um artista, faz brotar da cena das artes o ponto de partida para uma valsa de cores e ecletismo. Em seus projetos, espaços viram personagens. Florescem do maximalismo, mas não cansam. Tornam-se inigualáveis e atemporais, ao contrário do que se poderia imaginar.
Nascem, segundo ele, do olhar curio-
so e detalhista dado ao garimpo de objetos, à descoberta de galerias e artistas durante as viagens que vivencia. “Eu sempre inseri arte na minha arquitetura e a arte é complexa. Começo por um quadro que é a partida para as cores que uso, depois penso nos móveis. Adoro viajar, sair do rumo. Observo tudo: do chão ao teto, pode ser o pavimento da rua ou o detalhe de um restaurante. Fui várias vezes à Índia e sou fascinado pelas cidades do interior. O contraste de tantas cores, texturas e bordados, tudo me inspira”, explica.
Ao longo de 40 anos de trajetória,
Bergamin construiu a assinatura e um largo repertório como connaisseur e colecionador assíduo de arte, tornando-se reconhecido mundo afora. Usou esse apreço como foco no último livro “Art Life” publicado pela editora francesa Assouline, que reúne projetos marcantes de sua autoria. Algumas das imagens estampam esta coluna. As concepções que atravessam oceanos são requisitadas do continente americano à Europa. O mestre do mix and match revela que vai na contramão dos padrões. Assim, mantém seus trabalhos inimitáveis, com aquele “quê” de borogodó sensual brasileiro.
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Escultura do espanhol Jaume Plensa se mistura ao mosaico (ao fundo) que remete à Mata Atlântica concebido pelas artistas inglesas Marjorie Knowles e Rosie Skaife d’Ingerthorpe. Foto: Bjorn Wallander
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Sig Bergamin. Foto: Romulo Fialdini
por Débora Mateus Coluna SPECTRUM
DESVENDAR PARA CRIAR
Os projetos camaleônicos que levam a assinatura de Bergamin seguem a singularidade geográfica e climática dos lugares onde são concebidos – cidades como São Paulo, Nova York ou Paris, onde além de criar casas para jet-setters, ele tem seu próprio pied-à-terre. “Quando estou em Paris, me sinto completamente diferente de quando estou em São Paulo. Nem gosto de usar as mesmas cores. Uma casa em Miami não é a mesma que uma no Rio de Janeiro. A geografia já dá o sinal arquitetônico a seguir e, junto com o clima, possibilita criar essas diferenças. Eu nunca vou usar preto em uma casa de praia”, confessa.
O arquiteto que ficou conhecido por idealizar a badalada boate paulistana The Gallery, cuja era dourada teve o ápice nos
anos 1980, mantém seu DNA vivo pelo senso do inusitado. A segurança em usare abusar - do high-low, que mistura objetos de luxo com itens de preços mais acessíveis, também o torna um profissional tão desejado. É um dos poucos que mescla na decoração de interiores uma obra de Hirst com o mesmo encanto que tem por uma peça de artesanato de uma feira local no Brasil, por exemplo. “Eu vou para o lado contrário, gosto do humor, e faço o high-low. Seleciono um artesanato nacional que custa R$ 10 e combino com um móvel assinado ou uma obra de arte importante”, explica.
Visitas incontáveis a mostras e o espírito garimpeiro ajudaram a afiar a visão inconteste para a descoberta de artistas, antes do apogeu. “Eu amo descobrir coisas. Na arte é preciso ser um descobridor. Comprei obras de
No living, as telas da chinesa Hou Qing contrastam com o par de poltronas de Sergio Rodrigues (à esq.), da Dpot. Sofás com almofadas em tecidos da Schumacher, da Scalamandré e da Pierre Frey e pufe central revestido com tecido da Lee Jofa, na Monica James & Co. Tambor (à dir.) na Juliana Benfatti Antiguidades e Excentricidades, e tapete da By Kamy. Foto: Bjorn Wallander
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O quadro do lituano Žilvinas Kempinas se mistura à escultura (sem artista definido) comprada pela proprietária em viagem à Amazônia há mais de 35 anos. Foto: Bjorn Wallander
Ago. Set. 2023
Andy Warhol, e dos Gêmeos, quando eles ainda não tinham alcançado o nível de fama e preço atuais.” Quanto aos nomes da nova geração, tem adquirido trabalhos que contribuem para elevar o movimento negro como os de Maxwell Alexandre e Elian de Almeida.
Sig Bergamin orquestra a miríade do colorido que impulsiona o ciclo infindável de reinvenção como um verdadeiro maestro. Sua demonstração mais recente foi, sem dúvidas, o espaço que assinou para a última CASACOR São Paulo – Ciclos Deca. Uma sinfonia artística com mil nuances de verde, sem uma única obra. Mais uma vez, ele foi na direção inesperada e assim, recriou sua própria arte.
Obra de Luiz Áquila montada acima da lareira. Pintura de Mariana Palma (à esq.) e conjunto de quatro obras por Julio Le Parc. O par de sofás de Patrick E. Naggar contracena com as mesas de centro de Vladimir Kagan, que também concebeu as luminárias de chão. Foto: Bjorn Wallander
A obra de Anish Kapoor eleva o design dos outros elementos. Foto: Bjorn Wallander
É de Ernesto Neto a escultura que faz alusão a gotas e ganha protagonismo entre as outras obras de arte. Foto: Bjorn Wallander
53 Ago. Set. 2023
Telas de Eduardo Srur são o ponto de partida para o azul que vem em diversas nuances, padronagens e texturas: dos objetos ao mobiliário solto. Foto: Bjorn Wallander
ARQUITETURA
MORRE EM CURITIBA JOSÉ SMOLKA
=Casas suspensas. Geometrias aéreas. Tudo em busca de mais sol, da melhor vista ou do aproveitamento do terreno. O arquiteto José Smolka, que subverteu leis da física atrás das melhores soluções arquitetônicas e ajudou a redesenhar a paisagem Curitiba, faleceu em agosto, aos 66 anos.
Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Smolka deixa um legado importante e criativo para a arquitetura da capital paranaense. Objetivo nas palavras e inventivo nos desenhos, o arquiteto teve vários trabalhos premiados e conta com obras residenciais, comerciais e em diversos segmentos.
CONSTRUÇÕES QUE ABRAÇAM
No centro da cidade de Lugano, na Suíça, o arquiteto Mário Botta projetou uma solução habitacional sobre as fundações do antigo Cinema Teatro Cittadella. Inaugurado na década de 1960, o edifício ficou gravado na memória coletiva dos cidadão e fechou suas portas em 2015. A série de fotos de Paul Clemence mostra o complexo residencial, localizado próximo à antiga basílica do Sagrado Coração de Lugano.
54 habitat Ago. Set. 2023
BIENAL DE ARQUITETURA DE CHICAGO ABRE EM SETEMBRO
A Bienal de Arquitetura de Chicago tem uma programação dividida em etapas para sua quinta edição, CAB 5: This is a Rehearsal (Isso é um Ensaio). A mostra abre em setembro. This is a Rehearsal é voltado para a prática da arquitetura como uma exploração baseada no tempo e na repetição. Para isso, o evento foi dividido em duas fases separadas. O CAB 5 abrirá instalações em diversos locais da cidade, apresentando um modelo descentralizado, diferente das bienais anteriores. A exposição
RECUPERAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DA UCRÂNIA
no Chicago Cultural Center permanecerá aberta ao público até fevereiro de 2024. O tema central de “This is a Rehearsal” se concentrará nos aspectos comunitários e processuais da arquitetura, destacando seu papel no aprimoramento da vida na cidade e no estímulo à responsabilidade coletiva.
O projeto cultural internacional U-RE-HERIT lançou uma iniciativa para proteger a arquitetura, patrimônio e memória da Ucrânia. Este consórcio de instituições arquitetônicas se uniu para alcançar um objetivo comum de preservar a cultura ucraniana. O projeto tem como objetivo abordar o patrimônio como um recurso para a recuperação cultural, social, ambiental e econômica. Além disso, espera redefinir a identidade
cultural local e reconstruir as cidades com a sensibilidade da memória coletiva. O projeto é composto por um consórcio de 11 organizações interessadas em abordar a delicada questão da recuperação pós-guerra. Além disso, a iniciativa UREHERIT acredita que a regeneração de projetos culturalmente significativos pode capacitar as comunidades locais, levando à regeneração de uma Ucrânia nova e sustentável.
55 Ago. Set. 2023
ARQUITETURA
THAMMASAT E UM PROJETO ECOLÓGICO
Para comemorar o centenário de Puey Ungphakorn, defensor da ecologia ambiental na Tailândia e considerado pela Unesco uma das pessoas mais importantes do mundo, a Universidade Thammasat, onde ele foi chanceler, está em obras. O projeto combina a relação entre arquitetura e paisagismo para envolver a comunidade com funcionalidade e espaço de lazer, projetando um telhado verde, que conta com plantas comestíveis, para educar os estudantes universitários sobre práticas
agrícolas e economias autossuficientes, e para desenvolver a consciência ambiental, que corresponde à intenção da Universidade Thammasat de gerenciar sua própria fonte de alimentos. O projeto incentiva a aprendizagem multidisciplinar, para nutrir uma nova geração de professores e acadêmicos a acreditar no desenvolvimento social e na aprendizagem contínua, o design geral do projeto cria uma comunidade de aprendizagem.
A primeira de uma série de pontes na West Line Road de Chengdu, a Ponte Chengdu West First, com 295 metros, foi finalizada sobre o Rio Jiangxi, na província de Sichuan, na China. Com um vão central de 185 metros, a ponte foi construída para unir oeste da rodovia anelar e rota ciclística da Airport New Town.
Comissionados para construir a ponte após o concurso de projeto de 2019, Zaha Hadid Architects (ZHA) utilizaram software de análise estrutural no modelo digital. Examinando o peso próprio dos materiais, carga estática sobreposta e carga viva do tráfego, bem como considerações ambientais de vento e temperatura. Essa análise garantiu que a estrutura e as fundações fossem projetadas para superar os padrões exigidos para eventos climáticos que ocorrem uma vez a cada 200 anos.
56 habitat Ago. Set. 2023
PONTE NA CHINA TRAZ A ARQUITETURA DE ZAHA HADID
por Rodolpho Guttierrez Coluna É DESIGN
Gianni Cantarutti é um dos maiores especialistas em madeira do mundo e nutre uma paixão avassaladora pelas madeiras tropicais brasileiras
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Ago. Set. 2023
Um caso de amor pela madeira e pelo design do Brasil
Atrajetória de Gianni Cantarutti é uma fusão excepcional entre a paixão pela madeira e a excelência no design. Originário de San Giovanni al Natisone, na Itália, Gianni cresceu imerso no universo da madeira, acompanhando de perto o trabalho de seus pais, que lidavam com a extração da matéria-prima para diversos fins, dos vinhedos à produção de móveis. Ele que, quando criança colecionava pequenos pedaços de madeira, é atualmente um dos maiores especialistas globais neste material.
Depois de obter seu diploma como Técnico da Indústria Moveleira e Artesanal (TIMA), no IPSIA de San Giovanni al Natisone, em 1982, Gianni co fundou a Timber, uma empresa dedicada à serragem de madeira para a fabricação de móveis e pisos. O apreço pelo material transformou Gianni em um expert em tudo que diz respeito a madeiras e derivados, e o jogou no mundo atrás de conhecimentos, técnicas e novidades. No roteiro, muitas idas à Polônia, à Amazônia, passando por Madagascar, China, Rússia e Oceania.
Gianni declara sua paixão verdadeira pelas madeiras tropicais brasileiras, que
o trouxe a uma imersão na Amazônia, onde mergulhou nas maravilhas da floresta tropical e enriqueceu ainda mais sua conexão com este material vivo e inspirador. A experiência não apenas alimentou sua criatividade, mas também o sensibilizou para a importância da preservação das florestas e da extração responsável de madeira.
Restaurante Torre, Milão, Itália.
59 Ago. Set. 2023
Apple Store Paris Champs Elysees
por Rodolpho Guttierrez Coluna É DESIGN
O mestre da madeira também se destacou no campo do design. Em 1998, tornou-se gerente de design técnico da Sevi 1831, uma das mais antigas fabricantes de brinquedos de madeira da Europa. Suas viagens pelo Sudeste Asiático proporcionaram um profundo entendimento da interação entre a madeira e as comunidades que a utilizam, fortalecendo seu compromisso com a gestão sustentável das florestas.
A partir de 2009, Gianni lançou a marca Slow Wood, em colaboração com a Associazione Culturalegno, uma iniciativa que promove a madeira de crescimento lento. E isso o fez criar a Xiloteca, uma coleção de mais de mil espécies de madeiras do mundo todo, utilizadas na indústria e no artesanato. Além de seu trabalho, Gianni também se tornou um apoiador fervoroso do FSC, ressaltando sua dedicação à responsabilidade ambiental.
A jornada de Gianni Cantarutti é uma celebração do amor à madeira, do design excepcional e do compromisso com a sustentabilidade. Sua influência transcende fronteiras, espalhando conhecimento, inspiração e consciência ambiental por meio de suas criações e projetos inovadores.
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Ago. Set. 2023
Serviço Gianni Cantarutti | www.giannicantarutti.it | @ giannicantarutti
Refúgio do mobiliário modernista em Curitiba
Antiquário Cristiano Ross está fazendo a transição de galeria física para on-line, abrindo para o mundo um acervo rico e a experiência da conexão com arte e mobiliário de qualidade
Quem passa por uma charmosa rua no bairro São Francisco, não imagina o que existe por trás da fachada discreta de uma galeria que funciona a portas fechadas. Ali está presente uma parte importante da história do Brasil, contada por meio dos traços autênticos e da criatividade de grandes designers, arquitetos e
artistas dos anos 1950, 1960 e 1970, que elevaram o design brasileiro a um novo patamar, com visibilidade e relevância internacional.
O espaço, originalmente denominado Antiquário, tem ares de galeria e um enorme acervo de mobiliário modernista brasileiro, que, segundo os proprietários, pode ser definido como “Modernariato”.
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SOBRE MORAR Ago. Set. 2023
por Paula Campos Coluna
“Se você tem apreço pela arte, ela já te pertence’’
Cristiano Ross
MENTES RESPONSÁVEIS
Fachada discreta, rico acervo e, à frente de tudo, Cristiano Ross, que acumula mais de 24 anos de experiência como curador de móveis e objetos antigos, exala tranquilidade na conversa, tem um olhar sensível aos detalhes e uma simpatia ímpar. Original do interior do Paraná, ele começou a trabalhar com antiguidades por acaso, quando era bem jovem. Sua habilidade de identificar o primor e a qualidade das peças aliada a seu apreço por tudo que é belo, trouxeram a certeza de que havia encontrado sua vocação.
Tudo começou nas galerias dos arcos do São Francisco e, por mais de 10 anos, Cristiano não apenas vendeu peças anti-
gas, como teve a oportunidade de conhecer mais sobre a história das famílias de cada objeto que vendia e enriquecer seu conhecimento sobre os diferentes estilos. O repertório o ajudou a escolher o estilo preferido: o modernismo.
Ao perceber a necessidade de inserir as peças do século 20 ao 21, Cristiano trouxe para o negócio um novo sócio: Julio Pereira. Com brilho no olhar, personalidade prática e objetiva e uma habilidade natural por tudo que envolve inovação e tecnologia, foi ele o responsável por fazer a transição da galeria física para a on-line, sendo hoje este o principal meio de vendas, dando visibilidade mundial ao Antiquário Cristiano Ross.
63 Ago. Set. 2023
Coluna SOBRE MORAR
por Paula Campos
A ESCOLHA DO ACERVO
As peças incorporadas ao acervo são escolhidas com muito critério. Enquanto outros antiquários adquirem lotes inteiros, Cris e Julio selecionam apenas as melhores, garantindo seu renome como curadores. Não à toa foram convidados para expor suas peças no 1stdibs, um site de curadoria internacional de arte e design, no qual expõem peças de desig-
ners como de Sérgio Rodrigues, Zanine Caldas, Móveis Cimo, Jorge Zalszupin, Jean Gillon, Carlo Hauner, Percival Lafer, Luiz Laufer, Celina Zilberberg e Joaquim Tenreiro.
Mas não são apenas peças brasileiras que fazem parte do acervo. Os sócios, que amam viajar, são garimpeiros natos e vão, agregando à galeria móveis e peças
de design Mid-Century internacionais. Cada objeto adquirido é restaurado minuciosamente por uma equipe própria. Para garantir a autenticidade, compram apenas peças em estado original, sem restauro, e isso, junto ao olhar apurado e à experiência, garante a seus clientes a procedência e a originalidade das peças.
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Ago. Set. 2023
BEST PIECE IN SHOW – ART BASEL
Entre as peças mais icônicas já comercializadas pelo antiquário, está o Sofá Canoa, de José Zanine Caldas, descoberto por Cristiano em uma casa projetada pelo próprio arquiteto na Joatinga e, posteriormente, adquirido pela ‘’Galerie Chastel-Maréchal’’ de Paris. O sofá da Linha Denúncia, esculpido em madeira bruta, ganhou o prêmio ‘’Best Piece in show ‘’ ao ser exposta na Art Basel Miami em 2019.
Outra raridade disponível na galeria é uma mesa de jantar. Seu desenho, assim como de todos os móveis da casa de onde foi adquirida, foram feitos pelo designer italiano Giuseppe Scapinelli exclusivamente para a proprietária da casa, o que a torna uma peça única.
DESPERTAR MODERNISTA
A afeição pelo mobiliário modernista se assemelha à conexão com a arte. Para muitos clientes do antiquário, o primeiro contato com essas peças faz parte de um despertar, um caminho sem volta. A primeira compra, normalmente, acontece por meio do incentivo de seus arquitetos e, assim, nasce o apreço por móveis e objetos com matérias-primas de excelente qualidade, design com formas leves e originais e um respeito aos artistas que
os conceberam, tornando-os mais raros de serem encontrados.
Autenticidade, beleza, qualidade e exclusividade são palavras triviais para Cris e Julio, que acabam inspirando muita gente a conhecer e dar a importância devida a peças que representam a história do mobiliário brasileiro, elevar o olhar para o belo e transformá-las em objetos de desejo, assim como importantes obras de arte.
Sofá Canoa, de José Zanine Caldas
65 Ago. Set. 2023
Mesa de jantar, de Giuseppe Scapinelli
Serviço Antiquário Cristiano ross | @antiquariocristianoross | +55 41 99114-1881
DÉCOR PROTAGONISTA: A RELEITURA DO QUIET LUXURY
Promessa iminente da nova geração da arquitetura paranaense, Gustavo Scaramella alçou a participação na última edição da CASACOR Paraná com o premiado ambiente Manifesto Deca, que também foi capa do anuário da mostra. O spa inusitado chegou a ser elogiado publicamente por Pedro Ariel, um dos curadores da CASACOR São Paulo. Reconhecido pela linguagem ousada e autêntica, Scaramella faz com que seus projetos ganhem vida
e contem histórias. Apesar de não seguir tendências, ele empresta seu olhar para fazer um recorte com a seleção de 6 itens de décor que conversam com alguns dos pontos da trend “quiet luxury” em linha com seu DNA irreverente.
O arquiteto acredita no ponto central de que o luxo real é o que enaltece a essência: “O verdadeiro luxo traz elegância e ao mesmo tempo é despretensioso, aconchegante e confortável. Para mim, ‘quiet luxury’ é não ostentar nem
se preocupar com a opinião do outro. É optar por qualidade, equilíbrio de estilo, de valores”. Segundo ele, a ousadia pode ser usada para demonstrar e trazer personalidade para os espaços, encorajando clientes a se tornarem co-criadores de atmosferas únicas que os representem. Conheça os itens de qualidade inegável, assinaturas importantes e peças consagradas que foram escolhidos pelo profissional especialmente para a revista Habitat.
ESCULTURA LUMINOSA
Uma peça clássica consagrada que evidencia o ponto de luz focal e valoriza sua matéria. A luminária Biagio, por Tobia Scarpa para Flos, na Alma Light, é feita de um único bloco de mármore esculpido e se torna uma obra de arte. Objeto de desejo absoluto, a peça é prova de como a marca italiana se mantém na contemporânea em seus 55 anos de trajetória.
MIX SOFISTICADO
A banqueta Hara (alta) de Patrícia Anastassiadis para Artefacto é a opção para quem adora receber amigos e beber um drink em casa. Informal e descontraída, tem perfume vintage e alude à elegância de outros tempos. O mix de materiais como couro e o metal dão o tom sofisticado, enquanto a palha de buriti evidencia o savoir-faire do feito à mão.
ARTE EM TEXTURAS
Essencial, a arte permite mostrar um pouco de visão de mundo de cada um, do que toca a alma. A obra Sem Título, de Barbera Van Den Tempel para Oslo Design, é uma ode aos materiais que, em sua forma quase primitiva, são explorados e transformados de forma artesanal em um trabalho sofisticado e tátil.
72 habitat Ago. Set. 2023 VITRINE
Fotos Divulgação
LEVEZA E FLUIDEZ
O sofá June, de Jader Almeida para Sollos, na Simetria Ambientes, é generoso em suas dimensões, mas gentil e fluído em sua forma. O móvel abraça os espaços e pode ser visto em diferentes ângulos. Harmônico visualmente, mescla elegância, contemporaneidade sem deixar de lado o conforto.
FASHION E ATEMPORAL
A estilista Pat Lobo assina a estampa do tecido Flores Imaginárias para Branco Casa, disponível na Cosy Home. Com estampa que foge do óbvio, destaca espécies florais inexistentes, trazendo alegria, personalidade e frescor. Uma alternativa acertada que abre a cartela de cores da composição para que outros elementos como objetos e obras de arte possam ser inseridos com o passar do tempo.
RIQUEZA IRANIANA
A linha Relodead, da Botteh Handmade Rugs, traz o colorido exuberante dos tapetes iranianos dos anos 1930 e 1940. Os itens passaram por um complexo processo de releitura - descoloração, estonagem e tingimento com pigmentos vegetais. Esta versão no rosa, torna-se protagonista pelo tom moderno e prova a importância da ressignificação que ao longo dos anos, assim como nossas escolhas, pode ganhar novos usos e sentidos.
73 Ago. Set. 2023
A Dcor&Gift acaba de inaugurar nova loja no Shopping Crystal. O espaço conta com mais de 10 mil itens, entre móveis, peças de decoração e flores permanentes em um ambiente amplo de 1.200m² que apresenta aos clientes uma experiência única e imersiva.
A nova loja tem como objetivo trazer uma grande variedade de produtos e estilos para mais perto do centro da cidade, para facilitar o acesso dos clientes e de profissionais de decoração e arquitetura à loja.
O trabalho do designer Maximiliano Crovato dilui as fronteiras entre arte e design funcional. Sua experimentação provoca novos processos e conquistas técnicas.
Além do art déco, Crovato se inspira na pop art dos anos 1960 e no maximalismo italiano, movimento de design que surgiu na década de 1980, caracterizado por sua mistura eclética de materiais, cores e formas não convencionais.
Com a abertura de sua primeira flagship este ano, localizada no Shopping Cidade Jardim, e em processo de finalização do seu livro, Crovato reforça seu caráter moderno e excêntrico nos limites do que se vê em design de interiores e arquitetura. “Gosto de experimentar, cores e formas. Dois ingredientes aparentemente simples com os quais você pode fazer coisas muito interessantes”, diz.
74 habitat Ago. Set. 2023 DESIGN
ENTRE ARTE E DESIGN FUNCIONAL
DCOR&GIFT INAUGURA LOJA NO SHOPPING CRYSTAL
MOBILIÁRIO NACIONAL E DESIGN PARANAENSE
As designers paranaenses Kamila Pasqualli e Juliana Mauro criaram a Kaju Design e passeiam pelos estilos “Fun Design” e “Art Decó”, com produtos assinados, autorais, peças conceituais únicas, com personalidade e identidade nacional.
Em seu portfólio, incorporam peças como a PITAYA CHAIR - CADEIRA PITAYA, com traços e linhas Art Déco. Versátil, com formas orgânicas e design inspirado em pétalas, a peça está disponível também na versão banqueta, A STOOL - BANQUETA PITAYA, segue os mesmos traços e linhas e formas da Pitaya Chair, uma versão mais alta.
76 habitat Ago. Set. 2023 DESIGN
POR DENTRO DO OKÁ BACACHERI
A CGL está lançando o Oká Bacacheri, um condomínio com 23 casas e 4 modelos de fachadas diferentes e plantas com design inovador e duas tipologias. As casas têm entre 212 m2 e 238 m2, incluindo ático descoberto, 3 suítes, sendo 1 master com closet, amplos quintais e 2 vagas de garagem cobertas. Living integrado com ampla abertura para o jardim e escadas em granito teto rebaixado em gesso em toda a casa são outras características das casas. Nas áreas comuns, espaços mobiliados, equipados e climatizados, com salão de festas, espaço game room, playground. O condomínio conta com portaria com guarita, Infraestrutura para operação de portaria remota, cerca elétrica em todo o perímetro e sistema de alarme integrado nas casas.
BOTTEH CELEBRA A INOVAÇÃO CONTEMPORÂNEA
A vitrine da Botteh Handmade Rugs une a tradição dos tapetes orientais se encontra com o design moderno e conta com a assinatura das arquitetas Carolina Rauen e Larissa Garbers. A coleção Etnia é o destaque deste cenário, uma tapeçaria que dá vida às raízes culturais do Paquistão. As mantas Suzani inspiram a criação das peças artesanais, meticulosamente produzidas por habilidosos artesãos locais. Cores vibrantes e desenhos marcantes transformam esses tapetes em verdadeiras expressões artísticas, transcendendo as fronteiras da decoração convencional.
O encanto se manifesta tanto na produção manual quanto no design exclusivo. A seleção primorosa das arquitetas resulta em um conjunto de peças premiadas. Entre as joias do mobiliário, o elegante Bar Vetro de Bruno Falks e a icônica Mesa de Centro Tangram de Arthur Casas, fornecidos pela Simmetria. A iluminação, por sua vez, desempenha um papel igualmente notável com a coluna Luminator, criada pelos Irmãos Castiglioni em 1954, e a graciosa Luminária Maday, de Konstantin Grcic em 2000, ambas disponibilizadas pela Alma Light. A Botteh Handmade Rugs Curitiba fica na Av. do Batel, 1114.
A AG7, incorporadora de alto luxo, anunciou João Cox e Claudio Loureiro como novos integrantes do Conselho Consultivo Administrativo da companhia. O movimento marca o reforço da governança da AG7, com Cox atuando como Presidente do Conselho, liderando
o Comitê de Finanças e Governança e o Comitê de Planejamento Estratégico. Cox é um executivo de alta estirpe com uma carreira de 40 anos marcada por experiências sólidas no mercado imobiliário e em diversos setores como tecnologia, telecomunicações, finanças, varejo, indústria aeronáutica e petroquímica. Já Claudio Loureiro chega ao Conselho da AG7 com a experiência de quem fundou a Heads Propaganda para também liderar o Comitê de Comunicação da Companhia. Claudio ocupou as principais diretorias das entidades da indústria publicitária e já foi nomeado um dos Profissionais de Propaganda do Ano pelo Prêmio Colunistas.
80 habitat Ago. Set. 2023
MERCADO
NOVO CONSELHO DA AG7
por Isabela França Coluna CALEIDOSCÓPIO
Quiet luxury – um antídoto para a era over tudo
Embora andar descalços não nos faça melhores pessoas, comprar roupas e objetos de material natural e autênticos faz bem para o mundo. E usar menos monogramas diminui a poluição visual
Quando eu perguntei para a arquiteta Chris Freitas Santos o que ela achava da tendência “quiet luxury”, ela me respondeu arrepiada: “Se é tendência, fuja!”. A resposta dela me diz muito sobre o que eu penso e como enxergo o termo que está em voga na moda, na arquitetura e no life style.
Isso porque o que é chique, sempre foi e sempre vai ser chique. E é chique porque é assim: sem barulho, sem ostentação. Sabe aquilo que a gente ouviu a vida inteira dos pais e avós sobre
ser discreto, ser gentil, cuidar das suas coisas e optar por comprar produtos de procedência e qualidade. É isso! Empacotado. Certamente o leitor já ouviu ou leu uma brincadeirinha ou um meme sobre a nova onda. As mídias nacionais tendem a atribuir o novo luxo silencioso ao pós-pandemia. Que o isolamento teria provocado reflexões que aceleraram um comportamento mais consciente de consumo e de modo de vida. Mas isso é tarefa para os sociólogos e historiadores daqui alguns anos.
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A arquiteta Silmara Pimpão aposta num modo de viver mais descomplicado e tem projetado de forma leve e livre para que seus clientes possam viver assim, com leveza e alegria
Ago. Set. 2023
Mas para tirar a teima, eu ainda tentei entrevistar o antropólogo, jornalista, escritor e imortal da Academia de Letras de Pernambuco Mário Hélio Gomes sobre o tema. Mais incisivo que a Chris Santos, ele respondeu-me que “o argumento da frugalidade se adequa melhor aos super ricos”. Concordo com ele. E concordo duas vezes: frugalidade é o termo que melhor traduz o que “quiet luxury” quer dizer e, sim, os super ricos são mais frugais, mais discretos e mais quietos que a grande maioria.
Para Mário Hélio, os novos ricos seguem sendo exibicionistas, narcisistas e gastadores. Ele acredita que a terminologia é uma invenção comercial. Mas esta moda está aí inundando as vitrines de decoração de vasos de cerâmica, elementos naturais, arte dos povos originários e roupas de linho bege, off white e brancas.
Li em algum lugar que o “quiet luxury” não é uma tendência, é um sopro de esperança. Se aqui e ali surgirem genuínos movimentos neste sentido, já é um alívio. Aqueles que sempre viveram à margem da jacuzisse da fogueira das vaidades poderão se sentir mais acolhidos. Brincadeiras à parte, é óbvio que móveis autorais, assim como roupas bem cortadas podem ser reconhecidos a quilômetros. Consumo consciente e escolhas que combinem com a sua essência também.
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Apartamento na Praia Brava, projeto de Silmara Pimpão. Fotos: Dennys Manske
Sempre vai haver aqueles que podem trocar todo o guarda-roupa pela melhor alfaiataria e redecorar a casa com madeira natural resgatada do fundo dos rios da Amazônia e ainda assim não serão “quiet luxury”. E a minha querida amiga Maria Christina de Andrade Vieira podia estar coberta de poliéster e joias em ouro e pedraria e ainda assim seria “quiet luxury”, mesmo antes da terminologia existir.
O nome para aquilo que chamamos elegância é o que o novo rótulo tenta doutrinar. Não sei se devemos nos animar muito, pois as tendências tem tido vida breve nos últimos tempos. Mas arquitetos como Silmara Pimpão tem criado para clientes que buscam essa elegância atemporal. Artistas como Washington Silvera, representado pela galerista Tuca Nissel, da Ybakatu, também. E a receita é uma só: origem, essência e autenticidade.
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Ago. Set. 2023
por Isabela França Coluna CALEIDOSCÓPIO
Obras do artista Washington Silveira, da Ibakatu Galeria de Arte. As fotos: Gilson Camargo
BEM-VINDO AO NOVO “ILE”
Restaurante de gastronomia francesa mais tradicional de Curitiba celebra 70 anos de história com casa nova
Paris tem a Île de la Cité e a Île de Saint Louis. Por aqui, a ilha é gastronômica - o Ile de France é um dos restaurantes mais tradicionais de Curitiba e acaba de completar 70 anos. Há dois anos, o “Ile” saiu da região central para ocupar um endereço no Batel, ganhou novo modelo de gestão com a empresária Marcia Oliveira, da MMO Marketing e Gestão de Gastronomia, e o desafio de equilibrar a nostalgia e a tradição com uma abordagem mais contemporânea.
NOVA CASA
O projeto de interiores do novo Ile é do escritório de arquitetura de Anna Loyola, que fez a curadoria de ícones da decoração do antigo endereço preservando a memória afetiva do restaurante. Nesse renascimento, o restaurante manteve a forma de servir e sentar que os clientes sempre apreciaram, e aliou aspectos estéticos e funcionais para proporcionar uma experiência gastronômica única.
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TRADIÇÃO X MODERNIDADE
Quem cruza a porta do Ile de France, imediatamente é envolvido por uma atmosfera de um verdadeiro bistrô francês, sem precisar sair de Curitiba. A fachada é clássica, com elementos arquitetônicos que remetem à França. No interior, as paredes foram revestidas com molduras e painéis de madeira acústicos com alta perfomance. As luminárias de parede foram trazidas do antigo endereço e restauradas. O bar ocupa espaço relevante, no salão térreo. Os banheiros mantêm a estética parisiense, com lavatórios montados sobre móveis de estilo vintage e espelhos cercados por molduras trabalhadas à mão.
PEQUENOS TESOUROS
Na decoração, pequenos tesouros do passado, como fotografias em preto e branco emolduradas, que retratam momentos marcantes do restaurante ao longo dos anos. Antigos menus, documentos, mapas, revistas francesas do acervo e alguns espelhos também adornam as paredes, resgatando momentos históricos que contribuíram para a construção da identidade do Ile de France.
Alguns móveis são relíquias que foram restauradas para integrar a decoração, como o chapeleiro, as cadeiras vermelhas e o corrimão de acesso ao piso superior. O papel de parede foi encontrado intacto no antigo endereço e reaproveitado nas paredes do novo Ile.
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GASTRONOMIA
PISO SUPERIOR
O andar superior, com 30 lugares, foi projetado para oferecer uma experiência especial aos amantes de vinho e encontros sociais. A adega em madeira abriga uma seleção de aproximadamente 160 rótulos com destaque para os franceses e brasileiros.
MESA 01
Para a arquiteta Anna Loyola, recriar a famosa mesa 01 do antigo Ile de France foi uma prioridade para manter viva a tradição do restaurante. A privacidade e a exclusividade da sala foram ainda mais valorizadas, tornando-a um refúgio íntimo para confraternizações e ocasiões especiais. Agora, a sala da mesa 01 tem a opção de ser totalmente fechada para que o cliente sinta-se verdadeiramente em casa.
MUDANÇAS
A capacidade total do restaurante aumentou para 70 pessoas e o horário de atendimento foi ampliado para além do jantar, abrindo inicialmente para o almoço às sextas, sábados e domingos. O novo Ile de France tem estacionamento, segurança com vigilância 24 horas e acessibilidade para cadeirantes e idosos.
Serviço
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Almoço - Terça a domingo, 12h às 16h | Jantar - segunda a quinta, 19h às 22h30, sexta e sábado 19h às 22h Av. Batel, 1550, Espace 4 - Curitiba/PR. | Reservas e delivery: telefone e whats (41) 3223-9962 | @iledefranceoficial
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URBTEC™: 25 anos transformando cenários urbanos com sustentabilidade e compromisso social
Durante evento em Curitiba, consultoria lançou o Caderno Ilustrado de Normas e Legislações Urbanísticas – Guia Prático de Urbanismo
AURBTEC™ celebrou, em uma noite memorável de julho, o seu aniversário de 25 anos. O fundador da empresa, o engenheiro civil Gustavo Taniguchi, especialista em transportes e mobilidade, e mestre em gestão urbana, recebeu, junto da equipe, seus convidados no Ópera Arte, um espaço icônico localizado no Teatro Ópera de Arame, em Curitiba.
O evento foi prestigiado por várias personalidades ligadas ao planejamento urbano, representantes do mundo político e empresarial. Entre eles, o ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, pai e grande inspirador do empresário fundador e diretor executivo da URBTEC™, o ex-governador do Estado do Paraná, Orlando Pessuti, o presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos do Estado do Paraná (AMEP), Gilson Santos, os ex-presidentes do IPPUC, Luiz M. Hayakawa e Luis Henrique Fragomeni, o ex-presidente do Instituto de Cidades Inteli- gentes (ICI), Luís Alexandre Fagundes, e vários técnicos vinculados às áreas de planejamento urbano e desenvolvimento institucional.
Os convidados foram recebidos em um espaço decorado, com iluminação especial. O ponto alto da festa foi o lançamento do “Caderno Ilustrado de Normas e Legislações Urbanísticas - Guia Prático de Urbanismo”, criado para celebrar os 25 anos da consultoria. O guia foi ela- borado
pela equipe técnica da URBTEC™, com base nas experiências dos mais de 65 planos já desenvolvidos pela empresa durante sua trajetória.
A URBTEC™, alinhada a seus valores de responsabilidade social, aproveitou o evento para fazer a diferença na comunidade: os recursos das vendas do exemplar ilustrado foram doados ao Asilo São Vicente de Paulo, uma instituição social sediada no bairro Juvevê, região próxima à sede da URBTEC™, e à organização Teto, que mobiliza voluntários para atuar junto
a famílias em comunidades vulneráveis, buscando soluções concretas e emergenciais para melhorias nas condições de moradia e habitação digna.
Além do aspecto comemorativo e filantrópico, o evento também enfatizou a importância do engajamento da sociedade nas discussões urbanísticas e na construção das cidades. O diretor da URBTEC™ destacou que o objetivo do Guia é promover o engajamento e a participação ativa das pessoas na transformação das cidades, impactando positivamente suas vidas e o futuro. “A missão da empresa é tornar o planejamento urbano compreensível e acessível a todos, independentemente de sua formação ou experiência na área. Compartilhar conhecimento é fundamental para construir cidades mais inclusivas, resilientes e sustentáveis”, destacou.
A trajetória de sucesso da URBTEC™, nesses 25 anos, é uma prova de sua dedicação e com - prometimento com a transformação urbana. Fundada em 1998, a empresa iniciou suas atividades prestando serviços para outras consultorias no setor de transporte e tecnologia, tornando-se reconhecida por suas soluções eficazes para a mobilidade nas cidades. Em 2004, com o sucesso de suas iniciativas, a URBTEC™ ampliou seus horizontes e passou a contar com clientes na área de planejamento urbano e urbanismo, expandindo seu alcance e impacto.
90 Ago. Set. 2023 habitat publi URBANISMO
Entrada da Ópera de Arame com destaque para a projeção do Logo de 25 anos da URBTEC™
Sócios da URBTEC™ Gustavo e Luciane Taniguchi discursam aos convidados acompanhados da sua filha Ingrid
A experiência da primeira década consolidou a empresa como referência em soluções inovadoras e sustentáveis em planejamento urbano e desenvolvimento. A URBTEC™ passou a trabalhar com diferentes demandas e desenvolver planos e projetos de Norte a Sul do Brasil, incluindo experiências internacionais em várias escalas, desde planos setoriais, municipais, regionais, estaduais e nacionais.
91 Ago. Set. 2023
Gustavo e Luciane Taniguchi exibem exemplares do Caderno Ilustrado de Normas e Legislações Urbanísticas
Gustavo Taniguchi discursa para os convidados
Sócios da URBTEC™ Gustavo e Luciane Taniguchi juntamente com a Equipe de desenvolvimento do Caderno Ilustrado de Normas e Legislações Urbanísticas, os arquitetos urbanistas Manoela Jazar e Renato Stall Filho e a Designer Ariadne Souza
Gustavo e seu pai, o ex-prefeito de Curitiba Cássio Taniguchi com o ex-governador do estado do Paraná Orlando Pessuti e com o vereador da cidade de Curitiba Bruno Pessuti
Gustavo Taniguchi com seu pai, o ex-prefeito de Curitiba Cássio Taniguchi
Com uma equipe técnica multidisciplinar qualificada, a URBTEC™ prioriza o desenvolvimento sustentável, o respeito ao meio ambiente e, acima de tudo, o bem-estar das comunidades. Seus planos e projetos são referências de transformação do ambiente urbano, evidenciando o resultado de muito trabalho, resiliência e comprometimento.
As experiências da URBTEC™ comprovam que a empresa está preparada para contribuir cada vez mais para o planejamento de cidades mais inclusivas, sustentáveis e inteligentes.
Nesses 25 anos de trajetória, a URBTEC™ deixa um legado marcante no mercado nacional e internacional, reforçando sua posição como uma consultoria líder em planejamento urbano e mobilidade. Sua atuação exemplar é prova de sua capacidade de enfrentar novos desafios e contribuir para construir cidades mais inclusivas, sustentáveis e inteligentes.
Ao celebrar seu aniversário, a URBTEC™ inspira a todos que almejam um futuro urbano melhor e mais promissor.
Sócios da URBTEC™ com o empresário e ex-deputado federal Marcelo Almeida
Gustavo e Luciane Taniguchi posam para foto com familiares presentes no evento
Equipe de colaboradores da URBTEC™
92 habitat Ago. Set. 2023 GASTRONOMIA
Mosaico de alguns dos trabalhos desenvolvidos pela URBTEC™ nos seus 25 anos
Instagram
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ALMA LIGHT sempre me surpreende com as seus pendentes e luminárias. Objetos de desejo, como este Pendente Meshmatics by Marcel Wanders para MOOOI.
@almalight
HUMBERTO CAMPANA esteve para o lançamento do novo empreendimento da MDGP o AMIRA. Uma obra dele vai ser instalada na entrada do Edifício. Show! @mdgpincorporadora
A BOTTEH me inspira com seus tapetes orientais, onde a coleção Etnia é o destaque da nova vitrine assinada por Carolina Rauen e Larissa Garbers , combinados com peças icônicas do design moderno, como as luminárias da Alma Light e o mobiliário da Simmetria. Adorei! @botteh_cwb @rauengarbers @almalight @simmetria_ambienti
O ARQUITETO RODOLFO
FONTONA trouxe para a mostra da Artefacto “ Felicidade” uma caricatura do seu avô, o famoso e querido Colunista Dino Almeida. O bom gosto imperativo de Rodolfo, têm veias de uma família que fez e faz história no Paraná. Adorei!
@rodolfo_fontana
FASHION WALK PATIO
BATEL, foi show, a equipe De MKT arrasou. Gabriela Comandulli, Bruno Müller, Bruna Vieira, Hiago Spellmer, Micheli Cicarello, Bianca Dessorte, Bárbara Naletto, Danusa Patel, Paula Carvalho, Fabi Piccoli.
@patiobatel
93 Ago. Set. 2023
Coluna INSTAGRAM por Cristina Fontoura
TIFFANY & CO
Priscilla Muller e Rodrigo Hilbert, na Tiffany Wonders, em comemoração aos 10 anos da Tiffany & Co. no Sul do Brasil. A festa aconteceu no Castelo do Batel e o comando das pick ups ficou por conta da DJ Dani Vellocet.
Foto: Patrícia Amancio.
VANESSA TAQUES CASA
Vanessa Taques e Clemilda Thomé durante o jantar de novidades da loja Vanessa Taques Casa realizado para profissionais de arquitetura e décor. Durante o encontro, Vanessa Taques e as filhas, Manoella, Alexia e Valentina, todas sócias da Vanessa Taques Casa, foram as anfitriãs e apresentaram as novidades para os convidados, englobadas na coleção VT Design. A gastronomia foi assinada pelo chef Dudu Poerner, do Restaurante Dudu, de Balneário Camboriú (SC).
Foto: Midori Kobiyama
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CONEXÃO Ago. Set. 2023
por Cesar Franco Coluna
O escritório Rauen Garbers assina a nova vitrine da Botteh Handmade Rugs. Os tradicionais tapetes orientais são combinados com peças icônicas do design moderno, como as luminárias da Alma Light e o mobiliário da Simmetria. Na foto, as arquitetas Carolina Rauen e Larissa Garbers com o proprietário da Botteh, Amir Shahrouzi, no evento de lançamento da vitrine.
Foto: Patrícia Amancio
Jandirinha Khoury conhecendo a linha de porcelanas da Monant Home na nova Holy Home Store, na Rua Gonçalves Dias, no Batel. Foto: Divulgação
95 Ago. Set. 2023
As designers de interiores Luciana Baggio e Larissa Gomes prestigiaram a exposição “À Altura dos Olhos”, de Julia Kater, na Galeria Simoes de Assis. Foto: divulgação
BOTTEH
SIMÕES DE ASSIS
HOLY HOME
ALESSANDRA GANDOLFI
Com mais de 20 anos no mercado, a arquiteta Alessandra Gandolfi transmite em seus projetos experiências emotivas e sensoriais. Luzes, cores, formas e materiais são explorados ao máximo, criando uma identidade para cada projeto, seguindo as expectativas e sonhos do cliente. Foto: divulgação
PORTO A PORTO
A Wine Tasting da Porto a Porto reuniu cerca de 700 convidados, entre donos de supermercados, restaurantes, lojistas e jornalistas especializados. O evento foi realizado em Curitiba e Brasília para comemorar os 25 anos da importadora. O público pôde experimentar safras de rótulos consagrados de vinhos da Argentina, Chile, Uruguai, Portugal, Espanha, França e Itália. Na foto de Carol Melo, Fernando Corrêa de Oliveira, Camila Podolak, Pedro Corrêa de Oliveira, Mayra Santos e Hugo Sola.
Renan Mutao e Ary Polis Jacobs, sócios do Studio Architetonika Nomad, foram conhecer a nova loja Laís Aliski Casa, no Batel. Foto: Gerson Lima
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CONEXÃO Ago. Set. 2023
por Cesar Franco Coluna
LAÍS ALISKI CASA
ARQUITETARE
As arquitetas Elaine Zanon e Cláudia Machado, da Arquitetare, fizeram a vitrine da Mostra Artefacto com o tema Felicidade. A proposta foi desenvolver um projeto com muita paz e tranquilidade em um ambiente leve e sensorial, com água, fogo e vento, para criar um espaço lúdico e agradável. Foto: Raquel Lima.
ELISEU PORTUGAL
Um dos precursores na área de medicina integrativa, Eliseu Portugal também está atuando na Europa. Além da clínica em Curitiba e consultório no Rio de Janeiro, ele iniciou um trabalho de assessoria médica para o time do Monza (Itália). Um dos proprietários da equipe italiana , Adriano Galliani, é seu paciente.
JAYME BERNARDO ARQUITETOS
A vitrine assinada pelo escritório Jayme Bernardo Arquitetos, na mostra Artefacto Curitiba 2023, traz tapetes da Botteh Handmade Rugs, também presentes em outros 17 ambientes da exposição da loja no Batel. Na foto, o arquiteto Glei Tomazi; o proprietário da Botteh, Amir Shahrouzi; e o arquiteto Jayme Bernardo.
97 Ago. Set. 2023
Foto: Patrícia Amancio.
Foto: Daniel Assal
SAN REMO
SA Construtora San Remo apresentou o novo apartamento decorado do luxuoso Edifício Queen Victoria, no Ecoville, projetado pelo escritório Jayme Bernardo. Na foto, Aline Moritz Perussolo Soares, diretora da Construtora San Remo; e Luciana Bazan, da Ornare Curitiba. Foto: Divulgação.
GRANPARANÁ E CINEX ARCH
A GranParaná Mármores e Granitos e a Cinex Arch Curitiba receberam um grupo de arquitetos para jantar de confraternização. Renan Lopis, proprietário da empresa de mármores e granitos, e Juliano Hermes, proprietário da Cinex, foram os anfitriões da noite. Na foto, Renan Lopis e Juliano Hermes com Cláudia e Manuel Baggio Pereira. Foto: Divulgação
A Alma Light participa de nove ambientes da mostra Artefacto Curitiba 2023. Dentre os destaques, a peça que ilumina este loft, o lustre Coppélia assinado por Arihiro Miyake. Na foto, Gustavo Yared, sócio-proprietário da Alma Light; a arquiteta Samara Barbosa, autora do espaço; e Simone Yared, fundadora e sócia-proprietária da Alma Light.
Foto: Divulgação
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CONEXÃO Ago. Set. 2023
por Cesar Franco Coluna
ALMA LIGHT
LIVRARIA DA VILA
Cláudia Thomé Witte lançou na Livraria da Vila do Pátio Batel o seu livro “D. Amélia, a história não contada”, sobre a neta de Napoleão Bonaparte que se tornou imperatriz do Brasil. Durante o lançamento, em Curitiba, Cláudia participou de um divertido bate-papo com o consagrado autor Paulo Rezzutti. A obra é um passeio pela história do Brasil e da nobreza europeia. Foto: Divulgação
GONÇALO IVO
Ponta dos Ganchos Exclusive Resort & Galeria Simões de Assis receberam convidados para a abertura da exposição de Gonçalo Ivo, em Balneário Camboriú (SC). Na foto, Waldir Simões de Assis, à frente da Galeria Simões de Assis; o artista Gonçalo Ivo e o diretor-geral do Ponta dos Ganchos Exclusive Resort, Julio Jost. Foto: Leandro Sebastiany
SWELL CONSTRUÇÕES
Os irmãos Thiago, Vanessa e Leonardo Pissetti, diretores de engenharia, incorporação e novos negócios e finanças, respectivamente, da Swell Construções, receberam convidados para apresentar o decorado do edifício Mirage Silva Jardim, no Batel. O apartamento tem 150 m² e três suítes. Já o prédio foi construído no último terreno com vista para a Praça do Japão. A entrega está prevista para março de 2024.
Foto: Cassiano Rosário
99 Ago. Set. 2023
por Cesar Franco
PÁTIO BATEL FASHION WALK
Donata Meireles assiste com a empresária Simone Soifer o desfile de abertura do Pátio Batel Fashion Walk, que teve curadoria e direção artística de Paulo Borges.
Foto: Divulgação
W INVESTIMENTOS
Andrea Zapparoli e Rodrigo Camargo reinauguraram a assessoria imobiliária W Investimentos no Pátio Batel. A empresa curitibana é sinônimo de atendimento exclusivo e personalizado para clientes que buscam as melhores oportunidades em imóveis.
Foto: Monise Roda e Diogo Alexandre.
CONSTRUTORA EQUILÍBRIO
Aconteceu em Curitiba o lançamento do projeto mundial “Mentes Saudáveis, Lares Felizes“, com a palestra do psiquiatra mais lido do mundo, Augusto Cury, e participação do curador, Marcus Araujo. Os ingressos foram esgotados dias após a abertura das inscrições pela Construtora Equilíbrio, que trouxe com exclusividade a proposta para a capital paranaense. Na foto, Tiago De Mio, diretor da Equilíbrio; Anna Paula Araujo, gerente de incorporação da construtora; Augusto Cury e Romulo De Mio, diretor da Equilíbrio. Foto: Gerson Lima.
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Ago. Set. 2023
Coluna CONEXÃO
LUIZE BUSSI
A arquiteta Luize Andreazza Bussi lançou seu livro “Ambientes de Trabalho”, na Biblioteca Pública do Paraná. Na Foto de Patrícia Kle’mtz, Luize com a secretária de Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira.
LISIÊ TAVARES PISSETTI
A arquiteta que assina o apartamento decorado do edifício Mirage Silva Jardim, Lisiê Tavares Pissetti, se inspira na arquitetura contemporânea. Segundo ela, o atemporal nunca sai de moda. A profissional utiliza tons neutros e linhas mais retas, para que o morador não precise mudar os ambientes de acordo com tendências passageiras.
Foto: Cassiano Rosário
ARTHUR CALLIARI
O arquiteto Arthur Calliari comemora grande volume de projetos e implementa no escritório a realidade virtual, onde os clientes podem passear pelos ambientes antes mesmo da colocação do primeiro tijolo da obra. Foto: Divulgação
101 Ago. Set. 2023
FORMAÇÃO DE PLATÉIA
A professora e escritora Clarice Miranda ministra o curso “O Universo da Música Clássica”, no Solar do Rosário, no Centro. O curso é dirigido a todas as pessoas, sem necessidade de conhecimento prévio para participar. As aulas presenciais e on-line são uma iniciação à história da música contada de forma divertida e empolgante. Foto: Divulgação
COMPAGNIA INTERNAZIONALE
A Compagnia Internazionale apresentou a coleção primavera-verão num concorrido evento na loja da Rua Antônio Baby no Batel. Na foto, Tatiana Hyczy, Ana Lúcia Hyczy e Larissa Hyczy Bacila, proprietárias da loja.
PEREIRA GIONEDIS ADVOGADOS
O escritório Pereira Gionedis Advogados, um dos maiores e mais tradicionais da capital paranaense, recebeu em São Paulo o certificado de “Escritório de Advocacia 4.0”, um reconhecimento da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L) ao escritório que adota boas práticas de inovação. Na foto, Louise Pereira Gionedis e Giovani Gionedis Filho. Foto: Divulgação
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CONEXÃO Ago. Set. 2023
por Cesar Franco Coluna
URBTEC
Gustavo e Luciane Taniguchi comemoraram com festa na Ópera de Arame os 25 anos da Urbtec, empresa de consultoria em planejamento urbano e mobilidade que atua no cenário nacional e internacional, desenvolvendo planos, projetos e estudos para os setores público e privado. Foto: Divulgação
GUILHERME SOFFI
Aconteceu a primeira exposição individual do artista plástico Guilherme Soffi. O jovem talento exibiu suas obras na antiga residência Fernando Alves de Camargo, no Batel. A casa construída nos anos 1950 foi inspiração para algumas obras do artista, bem como o Iate Club de Caiobá e o Tivoli Mofarrej Hotel. Na foto Vilma Aguiar, Amélia Siegel e Guilherme Soffi. Foto: Guto Terasiuk
SACCARO
A Saccaro realizou o evento Terceira Pele, onde os profissionais da arquitetura e design puderam conhecer as novidades da marca de móveis que é reconhecida pelas formas orgânicas e sinuosas. O evento contou também com um desfile que teve a confecção têxtil inspirada nos ambientes da loja e produzida com exclusividade pela H-AL Arte Têxtil. Na foto, Alexandre Linhares, Thifany F. , Yara Mendes e Fernando Kersting. Foto: Divulgação
103 Ago. Set. 2023
PLAENGE
A Plaenge, a maior construtora de capital fechado do Brasil e referência no segmento imobiliário de alto padrão, chega a São Paulo com o luxuoso edifício Altier Moema Pássaros.
Alexandre Fabian, sócio-diretor da Plaenge, destaca que a empresa esperou o momento certo para entrar na maior cidade do Brasil e enfatiza com confiança a imponência do empreendimento localizado em uma prestigiosa área de Moema.
Foto: Gabriel Teixeira.
COPACABANA PALACE
Ivy Tavares esteve presente na comemoração dos 100 anos do Copacabana Palace, um momento icônico que reuniu várias personalidades importantes que contribuíram para a rica história deste lendário hotel no Rio de Janeiro. O evento foi um testemunho vivo da influência duradoura do Copacabana Palace na capital fluminense. Foto: Divulgação
SIERRA CURITIBA
A Sierra Curitiba esteve presente na decoração da festa Tiffany Wonders, no Castelo do Batel, com quatro peças da linha nova, Nuances Edition. Da esquerda para a direita, Simone Stolfa; Débora Ferreira do Carmo, sócia-proprietária da Sierra Curitiba; Giovanna Martins do Carmo, gerente de relacionamento da loja; Caroline Franzen, gerente comercial da Sierra Curitiba; Fernanda Bier; Juliana Marques e Roberta Lanza.
Foto: Divulgação
104 por
Coluna CONEXÃO Ago. Set. 2023
Cesar Franco
JUAREZ MATTER
Juarês Matter com sua obra da coleção “ deslisativos” no projeto do arquiteto Roberto Cimino na Beach&Country em São
Paulo Foto: Divulgação
WEEFOR
Beatriz Froes Nachtergaele, Maria Eugenia Fornea, Maria Julia Fornea e Baldomero Navarro Gomes na entrega do MUDA WF, da incorporadora Weefor, o primeiro edifício residencial do país realizado por um concurso aberto de arquitetura. O pioneiro concurso, que marcou a estreia da incorporadora no mercado de Curitiba, teve como vencedores Baldomero Navarro Gomes e Beatriz Froes Nachtergaele, da NN Arquitetos Associados.
INTERARQUI
Cláudia Pimentel Bueno e Raisa Bueno Ribeiro, sócias do escritório Interarqui, assinam o elogiado Asian Living Bar, na Mostra Artefacto 2023. Na foto de Kraw Penas, Bruno Bachi, Raisa Bueno Ribeiro, Claudia Pimentel Bueno, Jo Goslar e Pietro Bachi.
105 Ago. Set. 2023
Foto: Mariana Kubo
Multifamily: a nova tendência do setor imobiliário brasileiro
Segundo uma pesquisa da CBRE Brasil, o segmento multifamily está em alta, com 55% das pessoas já investindo nele. Trata-se da locação de imóveis residenciais pertencentes a um proprietário, property company ou grupo investidor, em que tudo é decidido de forma centralizada, permitindo uma gestão profissional, com agilidade, planejamento, ganho de escala, padronização, garantia de qualidade e alto luxo.
Entre as razões para o aquecimento do setor estão as transformações derivadas de movimentos sociais e econômicos, que encareceram os imóveis, e a mudança na mentalidade sobre a forma de morar, com a valorização da flexibilidade e da mobilidade.
Além da rapidez na tomada de decisão e da centralização de despesas, a facilidade da rotina com serviços contribui para o crescimento do segmento. O target de alto padrão tem uma rotina intensa, muitas vezes com uma escassez de tempo para se exercitar e ter momentos de relaxamento. Portanto, essa nova fase do mercado imobiliário transporta as preocupações dos moradores para outras variáveis, já que a habitação passa a ser voltada para a saúde, liberdade de escolha e gestão qualificada do tempo.
O MULTIFAMILY VEIO PARA FICAR?
Ainda que o período de estadia em imóveis multifamily no Brasil varie de 3 a 30 meses, o segmento tem demonstrado crescimento de investidores institucionais e alta procura, como fundos de investimento e fundos de pensão, justamente porque reconhecem um potencial
de retorno a longo prazo e a estabilidade do setor. Um deles é o JFLL11, da JFL Realty, empresa que realiza operações da categoria no país.
O PACE, lançamento da AG7, também se enquadra nesta vertente do mercado imobiliário. Com um investimento de R$ 200 milhões, a estrutura de mais de 24 mil m² está localizada no “novo Ecoville”, considerado um dos melhores bairros para se morar em Curitiba. O projeto é assinado pelo multipremiado Architects Office, liderado por Greg Bousquet e que atua no país e no exterior há mais de duas décadas, e a Realiza Arquitetura, com experiência de mais de 25 anos na área imobiliária curitibana. O paisagismo é do botânico Ricardo Cardim e foi inspirado na Mata Atlântica, com espécies nativas que “vestem” a torre composta por três blocos sobrepostos: Mudra, Ardha e Surya.
O empreendimento oferece ao morador diversas terapias em um circuito de SPA, áreas de academia, esportes e recovery e um lugar conectado à natureza e à otimização do ambiente urbano. Por essa razão, todos os espaços de permanência,
como suítes e áreas sociais, privilegiam a iluminação e a temperatura dos ambientes. A implantação da torre no terreno também foi pensada para estar no nível mais elevado possível, valorizando a vista do bairro. Todas essas características foram planejadas com base no estilo de morar contemporâneo, que envolve menos preocupações administrativas, estadias curtas ou longas e conforto. Queremos potencializar a hotelarização da moradia, levando ao nosso cliente experiências incríveis quando retorna para casa. O trecho Mudra, disponível para o cliente final dentro do conceito multifamily, contará com serviços diários embutidos no valor mensal do aluguel. Isso possibilitará que os moradores do Ardha e Surya, blocos voltados ao uso exclusivo residencial padrão, tenham estes serviços de hotelaria a sua disposição, sendo adicionados de maneira individualizada à mensalidade de cada unidade, somente sob demanda. O PACE é um símbolo da desburocratização imobiliária, em que a pessoa vê o local onde dorme como um verdadeiro lar, não uma estrutura que pode trazer dores de cabeça.
106
Ago. Set. 2023
por Alfredo Gulin Coluna PONTO DE VISTA
*Alfredo Gulin é CEO da AG7, incorporadora de wellness building do país com foco em alto luxo.