habitat Revista
Abril e maio 2022 | Número 7
Arte em festa A SP-Arte resistiu, cresceu e figura como um festival multicultural que mostra ao mundo todo o que temos de melhor
Sustentabilidade Abelhas nativas são indicativos de ambientes mais saudáveis
Fórum Evento em Curitiba mostra soluções para o futuro das cidades
Entrevista Entre a arquitetura e o design, Leandro Garcia se desenvolve como profissional plural
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O que muda o mundo
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que seria de nós sem a arte? Depois de dois anos de aflição e incertezas, sobrevivemos. E muito graças a ela. Ou a elas. As artes em geral nos serviram de apoio, de inspiração, de afago. Passado o pior, elas vieram ainda mais transformadoras e vibrantes que nunca. Muita gente em todo mundo está desopilando e criando. Sorte nossa, que assistimos a este retorno e comemoramos juntos aqui na Revista Habitat, que completa um ano de existência. Enquanto isso, lá em São Paulo, temos a principal feira de arte do hemisfério sul e uma das maiores do mundo. Segundo Fernanda Feitosa, fundadora da Feira Internacional de Arte de São Paulo (SP-Arte) e que falou com exclusividade à Habitat, o evento se transformou - em 18 anos de existência - em um festival, englobando galerias de arte e design, editoras, lançamentos de livros, museus, espaços autônomos, programa de residências artísticas, palestras e seminários, visitas a ateliês e galerias no Artweekend, além de uma plataforma online de conteúdo ao longo do ano. Ou seja, mais que uma feira, temos um festival que celebra a cultura e o fazer artístico nacional em diálogo com o exterior. Criar é um ato transformador e cidadão. Uma forma de resistência e de abrir os caminhos para o futuro. Nesta edição, a Habitat revisita uma série de atividades capazes de mudar pequenas rotinas, grandes desafios e cidades inteiras. Das colmeias de abelhas nativas, que são indicadoras potentes de ambientes saudáveis, aos ímpetos de uma geração que quer agir mais do que falar, passando por design social e planejamento urbano. Vale conhecer e colocar em prática.
Expediente
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Publisher: Cíntia Peixoto, cintia.vieira.peixoto@gmail.com e (41) 99225-7610 Comercialização: Saltori Mídia Estratégica, saltori@saltori.com.br e (41) 99996-9995 R SALTORI REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA | 05.552.266/0001-60 Direção de arte: Igor F. Dranka Jornalistas: Larissa Jedyn, Thabata Martin, Silvia Dias Contato: arevistahabitat@gmail.com Ilustração capa: Tom14+amor Fotos: Denise Andrade, Ale Carnieri, Bia Nauiack, Larissa Jedyn, Paula Morais, Ricardo Perini, Fran Parente, Thabata Martin, Antonio More, Marcelo Elias, Viviane Sonnenstrahl, Wagner Abreu, Roberto Souza, Silvestre Laska e Namester, Unslash. Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes
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Sustentabilidade. Como as abelhas nativas tornam as cidades melhores
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Urbanismo. A construção do futuro nas áreas urbanas
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Smart City. Cidades mostram planos de conectividade e interação
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mundo. Há cinco anos, a Finlândia é o país mais feliz do mundo
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SP Arte. Um festival que celebra a cultura e a arte nacional
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Literatura. Clube convida à leitura de autoras mulheres
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Arte & Design. André Mendes abre exposição multidimensional no MON
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É Design. Os mil e um encantos do Centro Brasil Design
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Sobre Morar. A personalidade autêntica de Mariana Vianna invade o décor
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Entrevista. Os talentos de Leandro Garcia, um profissional plural
100 Rosewood. Hotel seis estrelas ganha
status de novo destino cultural de São Paulo
114 Ponto de Vista. Gabriel Falavina,
da Altma Incorporadora, fala do crescimento da demanda por projetos mais sustentáveis
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Gabriela Carvalho e suas caixas de abelhas nativas
Cidadãs do mundo ideal As abelhas nativas, sem ferrão, podem ser criadas em casa e são indicativos de ambientes mais saudáveis
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físico Albert Einstein dizia que, se um dia as abelhas desaparecerem, nós, humanos, sobreviveríamos por apenas mais 4 anos. É que elas são responsáveis pela polinização de 90% da vegetação que nos cerca, aí temos comida, sombra, água fresca e ar puro. Acompanhe a conta: uma abelha percorre até 12 quilômetros em busca de alimento e água. Elas visitam dez flores por minuto e fazem em média
40 voos por dia, tocando assim, em média, 240 mil flores. Agora pense no impacto da ação delas no seu jardim, nas árvores perto da sua casa, nas matas. Abelhas são vida, todas elas, mas hoje, quem aparece por aqui são as abelhas brasileiras, nativas e sem ferrão. Espécies nossas, que fazem mel medicinal e podem até morar no quintal de sua casa.
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Segundo o agroecólogo Felipe Thiago de Jesus, a presença das abelhas nativas é um excelente indicativo de ambientes saudáveis, em que há um equilíbrio entre fauna e flora. “Sabemos que os recursos florais e a presença de água são necessários para o desenvolvimento dessas espécies. Esses insumos são de extrema importância para o desenvolvimento das colmeias, da mesma forma que as abelhas e a educação ambiental podem tornar os ambientes mais saudáveis”, comenta ele, salientando que as abelhas em geral e, principalmente, as nativas são extremamente sensíveis a agrotóxicos. “Com a conscientização e a alteração da composição da paisagem pelo entendimento do serviço ecossistêmico que as abelhas prestam, os agricultores têm deixado as plantas florirem, têm deixado os ciclos completos produzindo, plantando mais árvores, mais nativas, mais frutíferas, tendo esse olhar do controle biológico, equilíbrio biológico e que as abelhas trazem de forma muito clara e objetiva”, explica.
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Felipe Thiago de Jesus e os jardins de Mel, projeto da Prefeitura de Curitiba
Incorporar a criação de abelhas nativas aos ecossistemas urbanos também é possível. Em Curitiba, existe um programa pioneiro que serve de referência para outras cidades paranaenses e brasileiras. São os Jardins de Mel e os Caminhos do Pólen. “Os jardins estão alocados em mais de 70 pontos de Curitiba, entre escolas, praças, parques e hortas comunitárias com o objetivo de passar o conhecimento da meliponicultura (criação das abelhas sem ferrão), formando guardiões da agrobiodiversidade. E isso surge tanto como serviço ecossistêmico urbano, como também com a possibilidade de geração de e agregação de valor, com a venda do mel, da própolis e de outros produtos”, conta ele.
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Caso de amor
Ana Paula Conter Lara e Elivelto Nodari da FETAEP, e meliponicultores de região de Curitiba
A engenheira agrônoma, meliponicultora e assessora de política agrícola da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Paraná, Ana Paula Conter Lara, reforça que os méis e produtos das abelhas nativas têm importantes qualidades medicinais, muito apelo comercial e valor agregado. O mel de abelhas nativas chega a custar mais de três vezes o valor do mel de abelhas apis (com ferrão).
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Entre as abelhas nativas mais conhecidas estão Mandaçaia, Jataí, Tubuna, Mirins, Boca de Sapo e afins. “E cada uma delas produz um mel específico, com propriedades medicinais exclusivas e que carregam a riqueza que vem da diversidade floral da região onde estão. Ou seja, quanto mais variada a flora, mais esses méis contarão com as propriedades dessas plantas.”
O casal Salete e Benedito Uczai, que comanda a Abelha Brasil e um meliponário completo em Mandirituba, é completamente apaixonado pelas abelhas nativas. Pela qualidade do mel e pelos produtos que se tornaram sua fonte de renda, como pelo convívio diário com as abelhas. “Elas formam uma família perfeita, uma sociedade perfeita. Cada uma tem uma função, que vai da limpeza, da coleta, da guarda da rainha. Elas vivem em harmonia, cumprem seu papel e ainda nos fazem bem. Eu sou uma pessoa muito melhor desde que comecei a lidar com as abelhas”, comenta Salete, responsável pelo trato diário das nativas. “Quando viemos para cá, nossos vizinhos falavam que a terra não era boa, que os ventos impediam que as árvores frutificassem. Quando trouxemos as abelhas, a nossa vizinha viu sua macieira produzir, depois de anos sem dar frutos. Isso tudo graças às abelhas, que atuam na polinização.” Segundo Benedito, a presença das abelhas é indicativo de que o ambiente é saudável, de que há equilíbrio na região. “Elas se ressentem quando as coisas não vão bem. Se alguém aplica agrotóxicos por perto, elas morrem. Nós somos os guardiões das abelhas e sabemos que sobreviveremos graças a elas. São nosso bem maior”, diz ele, que trabalha também na recuperação de abelhas doentes. Além disso, Benedito promove cursos de meliponicultura e tem uma linha de produtos completa feitos a partir do mel e da própolis das abelhas nativas.
O casal Salete e Benedito Uczai
Jardim de mel O Álamo, residencial em construção da incorporadora Monarca, enaltece os cinco sentidos com uso de espécie monumental, jardins de cura e colmeias de abelhas sem ferrão. O paisagismo assinado por Benedito Abbud se conecta com o mundo e propõe um refúgio com experiências sensoriais e sustentáveis. De acordo com o empresário Seme Raad Filho, diretor da Monarca, o foco nos Cinco Sentidos para o Álamo foi determinante para a instalação de caixas de abelhas nativas e a criação de um pomar de árvores frutíferas no empreendimento. “Decidimos trazer para o empreendimento, depois de pronto, colmeias de abelhas nativas – iniciativa já consolidada pela Prefeitura de Curitiba com os jardins de mel no Parque Barigui, em razão delas serem responsáveis pela polinização de cerca de 90% das plantas brasileiras”, justifica o diretor. “A forte atuação de Abbud em nosso projeto nos motivou a dar um passo mais estratégico na introdução de polinizadores nativos em nossas áreas comuns”, comenta ele.
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Na mesa
Desde o tempo em que viajava o mundo, a chef Gabriela Carvalho, do Quintana Gastronomia, tornou-se uma estudiosa da alimentação e de como a comida tem o poder de transformar. Quando retornou a Curitiba, depois de 15 anos fora, estava em busca de fornecedores de produtos para o restaurante e conheceu as abelhas nativas, primeiro com um apicultor e depois em uma degustação de méis no restaurante da chef Manu Buffara. Porque, sim, os méis produzidos por abelhas nativas diferentes têm sabores completamente distintos. “Quando eu fiz essa degustação, lá por 2009, percebi que há um universo desconhecido e eu comecei a ir em busca de entender mais sobre abelhas nativas, o que tinha por aqui, de onde vinha, quem eram essas pessoas que cuidavam desse tesouro. Foi um caminho maravilhoso e sem volta”, lembra. Para Gabriela, as abelhas sem ferrão têm um impacto gigante no entorno. Como são responsáveis por 90% da polinização das matas, elas vão fortalecendo a região como um todo. “Eu sempre soube que as abelhas fazem o papel de polinização, que transformam o ambiente. Mas foi depois que eu passei a criá-las que percebi essas mudanças com mais força. É pela nossa convivência com elas que temos mais frutos, mais flores e mais comida”, ensina. Aos interessados em embarcar nessa aventura, Gabriela recomenda a meliponicultura sem restrições. Afinal, basta uma caixa de abelhas e muito verde em volta. E não apenas isso. “Tudo começa pelas nossas escolhas alimentares, pelo que vestimos, o jeito que selecionamos o que faz parte da nossa vida. É preciso cuidar do que você tem, separar os seus resíduos, cuidar da sua casa. Assim como em uma colmeia, onde tudo funciona direitinho. Porque sustentabilidade, na prática, é isso, né?”
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Habitat Urbanismo
Como serão as cidades do futuro? Fórum + 40 O FUTURO DAS CIDADES trouxe nomes consagrados para refletir como tecnologia, arquitetura, design e clima influenciam nosso futuro
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omos 7,7 bilhões de pessoas no mundo. Há, atualmente, 21 megacidades espalhadas pelos continentes e São Paulo e Rio de Janeiro estão entre elas. Tóquio escapa dessa fatia e já se enquadra em outro patamar, o de “metacidade”, com mais de 30 milhões de habitantes. Gerenciar cidades, com tanta gente, com tanta diferença social, estando à beira de um colapso climá-
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tico é um desafio para todos. Foi pensando nisso que o escritório Baggio Schiavon Arquitetura, que há 40 anos acompanha e participa da evolução das cidades, promoveu no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, o Fórum + 40 O FUTURO DAS CIDADES, que trouxe nomes consagrados para refletir como tecnologia, arquitetura, design e clima podem influenciar nosso futuro.
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A Habitat participou do evento e conversou com exclusividade com alguns dos participantes do fórum, que compartilharam de seus conhecimentos e experiências para ensaiar a transformação do morar, do viver as cidades, do consumir e do compartilhar. O evento foi organizado pela BSA e por Consuelo Cornelsen, responsável pela curadoria. Com vocês, Iza Dezon, Christian Ullman, Guto Requena e Gustavo Taniguchi.
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Geração Zero
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specialista em tendências, sócia-fundadora da DEZON consultoria estratégica criativa e colaborativa, Iza Dezon resolveu estudar a Geração Zero, uma parte da Z, que está em busca do zero lixo, zero desperdício, zero enrolação. “Já antevendo o futuro que os espera, esses jovens resolveram agir. São mais preocupados, mais empoderados, mais ativistas, mais expressivos, cobram do coletivo e agem também na individualidade”, comenta. A exemplo da sueca Greta Thunberg e da brasileira Catarina Lorenzo, esses meninos e meninas chegam à ONU, à Unicef, falam dos direitos das crianças, falam de meio ambiente, consumo, protagonismo e cobram atitude e responsabilidade de sua geração e do resto do mundo. Afinal, cada um é parte da mudança que espera para o mundo.
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Eco Design
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esde que chegou ao Brasil, o argentino e professor de design para sustentabilidade, inovação social e design estratégico, coordenador de projetos do Centro de Inovação IED Brasil e sócio-diretor da empresa iT Projetos, Christian Ullman, mergulhou nas entranhas do país continental, estudou os melhores usos das madeiras nativas e percebeu que, cada vez que pediam a ele um produto sustentável, Christian entregava logo um projeto social. “Não há como separar uma coisa da outra. Quando se pensa no futuro do design, é inevitável pensar no que fazer com as cidades. Se você pensa no futuro das cidades, vem a questão de como o design pode gerar algo de positivo. Nosso compromisso é olhar o todo, inserir todos os grupos sociais nas soluções e não só em quem paga por isso”, explica. Segundo ele, o design social de fato precisa atender não só mais as pessoas, mas também plantas, animais, meio ambiente. “Hoje, devemos pensar no planeta enquanto criamos.”
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cidades fraternas
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uto Requena é arquiteto, urbanista e comanda um escritório com seu nome, onde, justamente, testa tecnologias e soluções que rompem com a tradição, investiga novidades digitais e busca, por meio do trabalho, estimular a empatia e o coletivo. “Estamos falando de tecnologias disruptivas, projetos de estúdio levados para escala urbana, instalações interativas, fachadas reativas, arquitetura cinética, que podem criar camadas poéticas nas cidades, de forma a estimular o coletivo, a troca social, olhar mais quente para tecnologia. Afinal, cidade é lugar de gente. É para elas que fazemos isso.” A prática disso, no entanto, depende de vontade política, coletiva e individual. “A sociedade como um todo precisa exigir de governos, das marcas, das empresas que criem melhores soluções para as cidades. Mais educação, menos diferença social. Vivemos em hoje centros segregados, esquecidos violentos e precisamos enfrentar isso para que possamos retomar as ruas, fazer delas lugares para todos. Isso é o futuro”, comenta.
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ara o engenheiro civil e mestre em Gestão Urbana, Gustavo Taniguchi, não há como pensar em futuro sem planejamento urbano. “Todas essas linhas tratadas neste fórum fazem a chamada acupuntura urbana, que busca melhorar a qualidade de vida nas cidades pelos próximos anos. Todas essas soluções visam permitir que as cidades sejam melhores no futuro”, destaca. O grande desafio é fazer com que as cidades cresçam de forma sustentável, o que inclui sustentabilidade econômica, social, ambiental. “As cidades precisam ser boas para todos. E, por isso, precisamos levar infraestrutura e serviços para onde estão as pessoas. Curitiba fez isso quando criou os eixos de transporte e ficou conhecida no mundo inteiro. É hora de fazer de novo e continuar fazendo. Planejamento urbano é remédio amargo, mas necessário para termos boas cidades mais tarde.”
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Responsabilidade social: um chamado Projeto Integrar, criado pelo empresário Luis Napoleão, promove a autonomia de adolescentes em situação de vulnerabilidade social
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matéria e fotos Por Thabata Martin
uma agenda quinzenal com eles, mas, semaonge da necessidade de marketizar, nalmente estamos juntos, nas casas ou no porém com a certeza da oportuescritório do projeto”, reforça. nidade de multiplicar uma nobre iniciativa, o empresário Luis Napoleão, CEO da Invescon, vem Autonomia agregando valor aos seus espaços de fala Pedro Carias salienta que a missão para disseminar um projeto social que faz do Projeto Integrar consiste em oferecer seus olhos brilharem. Iniciado há 3 anos, o autonomia em todas as vertentes. “TraProjeto Integrar, acolhe jovens que combalhamos o jovem como um todo. Temos pletaram 18 anos, recém-desligados de casas parceria com algumas empresas e dessa -lares, cuida hoje de nove adolescentes em forma conseguimos encaminhá-los para situação de vulnerabilidade social. Como o mercado de trabalho e oferecer acomo próprio nome sugere, Integrar refere-se a panhamento de médicos, psicólogos e incorporar ou adaptar alguém a um grupo Registro de um dos momentos marcan- dentistas, por exemplo. Aqueles que já ou coletividade, formando um todo coerente. tes do Projeto Integrar, a confraterniza- terminaram o Ensino Médio sinalizam ção em que os jovens entregaram uma Pois foi exatamente com esse propósito que placa seu interesse profissional e são direcionade agradecimento ao empresário Napoleão decidiu, após se familiarizar com o dos para faculdades particulares, também Luis Napoleão. Projeto Dindo, a desenvolver um trabalho de custeadas pelo projeto”, ressalta. extrema complexidade, que é representar uma transformação Indicados por casas-lares, os adolescentes ingressam no completa na vida de jovens cidadãos ao longo de uma jornada Projeto mediante disponibilidade de vaga e processo seletivo. com duração prevista de três anos. “Não aceitamos a drogadição. Fazemos testes toxicológicos Sob o comando de seu primogênito, Pedro Carias, o projepara garantir que estão em abstinência. Afinal de contas, um to disponibiliza um atendimento integral a esse grupo, que vai dos nossos maiores desafios é fazer com que eles não sejam muito além da moradia e contempla estabilidade de vida atraencarados pela sociedade como fardos. Blindamos esses jovens vés do desenvolvimento pessoal, intelectual e social. “O que para que eles possam se manter sozinhos e temos tido bons buscamos fazer é único. Estamos aqui para ajuda-los a serem resultados. Um dos meninos indicados para estar no projeto a melhor versão deles mesmos e isso não acontece do dia para encontrou no jiu-jitsu a força necessária para sair desse cenánoite”, afirma Pedro. rio perturbador e hoje desenvolve suas habilidades e reescreve uma nova história graças ao Integrar. Em paralelo, uma das A quem se destina meninas cursa a Faculdade de Marketing custeada pela emSegundo a psicóloga Roseane Santos de Figueiredo Silva, presa que a efetivou do estágio”, garante Roseane. gestora do Instituto Moradas do Tempo, responsável pelo deComo apoiar e disseminar o projeto senvolvimento do Projeto Integrar, em sua grande maioria, O projeto mantém duas casas, sendo uma em Pinhais, Região esses jovens têm pai e mãe, mas tiveram seus direitos violados Metropolitana de Curitiba (RMC) e outra no bairro Pilarzinho. Além e foram destituídas do poder familiar. “Eles podem chegar aos da opção de ajudar mensalmente com doações a partir de R$ 10,00, o Projeto Integrar investe na criação de campanhas para concretizar abrigos com idades diferentes, mas, ao completar 18 anos, todas, pequenas metas. “Nelas conseguimos contar um pouco sobre os planos obrigatoriamente, precisam ser desacolhidos por falta de verba de cada jovem, como o desejo de conquistar a carteira de motorista, por específica para serem mantidos nas instituições”, conta a proexemplo. De forma geral, essas conquistas são muito importantes para todos os jovens, mas para eles representa um empoderamento muito fissional. grande porque é algo que até então eles não vislumbravam”, justifica “É raro esses jovens terem para onde ir. Grande parte dessas a psicóloga. pessoas fica à mercê da sorte”, acrescenta Roseane. De acordo Segundo Pedro, quem não puder ajudar com dinheiro, pode ajudar com mentorias ou, ainda, com a divulgação dessa iniciativa. Quanto com ela, o Projeto Integrar se diferencia por focar na individuamais pessoas forem sensibilizadas por esse projeto, mais jovens serão lidade e no afeto. “Desenvolvemos um trabalho de acolhimento impactados por essa oportunidade”, conclui. que faz toda a diferença para esse grupo. Nós três - Luis, Pedro e Para mais informações sobre o Projeto Integrar acesse: eu - dedicamos muito carinho, atenção e respeito a esses jovens. https://www.moradasdotempo.org.br/como-ajudar/. Siga também o Instagram @moradasdotempo Cada um tem seu plano de metas e projetos pessoais. Mantenho
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O tempo não para Evento em Curitiba destaca soluções e projetos que visam tornar os ambientes urbanos mais conectados e eficientes
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ão chegamos aos carros voadores dos desenhos animados futuristas, mas há muito saímos do patamar arcaico do tempo das pedras. Curitiba é apontada como uma das cidades mais inteligentes e conectadas do mundo, o que justifica a realização do Smart City Expo Curitiba por aqui, que é a edição brasileira da maior rede mundial de eventos relacionado ao tema, originada pelo mais importante evento de cidades inteligentes do mundo, o Smart City Expo World Congress, chancelado pela FIRA Barcelona. Entre muitas discussões, planárias e lançamentos, uma das conversas que aconteceu no evento, realizado no fim de março na capital paranaense, representantes de Curitiba e Rio de Janeiro e da cidade catarinense de Itajaí falaram das inovações para uma cidade participativa, que debateu a inclusão digital como solução para prefeituras e expôs iniciativas inovadoras executadas nos municípios. O secretário municipal de Planejamento Urbano do Rio de Janeiro, Washington Fajardo, por exemplo, apresentou o Favelas 4D, projeto tecnológico que possibilitou o mapeamento de regiões de favelas no Rio de Janeiro, como a da Rocinha, para o desenvolvimento de políticas públicas nos
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locais. Fajardo também abordou as iniciativas da Prefeitura do Rio de Janeiro para repovoar o centro da cidade, que tem transformado centros comerciais inutilizados em novos conjuntos habitacionais. “Além dos processos de participação pessoa a pessoa, nós precisamos considerar processos de participação em ambientes digital e em realidade aumentada, este é o futuro e o presente das cidades”, avaliou. De Itajaí (SC), veio o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Thiago Morastoni, com o Projeto MOVItajaí, que propõe a redução de CO² na atmosfera por meio de um programa de premiações. Um aplicativo registra o deslocamento de usuários em modais que não utilizam combustíveis fósseis, como caminhada e bicicleta. O usuário marca pontos a cada 100 gramas de CO² economizados, e pode trocar por produtos nos estabelecimentos parceiros do programa. A iniciativa já registrou mais de 11 mil deslocamentos e evitou a emissão de mais de sete toneladas de gás carbônico na atmosfera. A assessora técnica da área de Transformação Digital e Inovação da Secretaria de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação de Curitiba (Smap), Carla Cavichiolo Flores, apresentou as principais iniciativas de
inovação da Prefeitura de Curitiba. Ela apresentou ainda ferramentas digitais, como o Fala Curitiba, programa de consultas públicas da Prefeitura que incentiva a participação popular. “O Aplicativo 156, por exemplo, é uma forma de descoberta e de gestão de conhecimento a partir das demandas da população, é participativo e torna a cidade mais inteligente”, explicou Carla. O serviço, que conta com aprovação de 80% dos curitibanos, mostra a iniciativa da Prefeitura de convidar o cidadão, envolvê-lo nos projetos com transparência e comunicação, e por fim, mostrar os frutos dessa parceria, para que a população entenda que sua participação faz, sim, a diferença para a administração pública. Outro destaque é o e-Cidadão, base única de dados pessoais que integra 25 sites ou aplicativos, com mais de 790 mil pessoas cadastradas. O Conecta Curitiba é outra plataforma que permite a participação em consultas públicas, inscrições e eleições em conferências e conselhos municipais e já tem mais de 98 mil pessoas cadastradas. Há ainda o programa de consultas públicas Fala Curitiba, que está na reta final da sua primeira fase em 2022, com a contribuição da população para a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2023).
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Habitat arquitetura Estufa gigante Flandres Ocidental, na Bélgica, ganhou uma estufa gigante para testar novas técnicas de agricultura urbana. Trata-se do Agrotopia, o, onde serão aplicadas técnicas inovadoras de horticultura urbana. Em 6 mil m² estão sendo plantadas hortaliças e frutíferas. O espaço é dividido em quatro zonas climáticas que permitem o cultivo de espécies diversas. A estufa, projetada pelos escritórios van Bergen Kolpa Architects e META Architectuurbureau, está em simbiose circular com a cidade e foi construída com vidro e aço no topo de uma cooperativa de alimentos. O objetivo é desenvolver, testar e demonstrar por lá novas tecnologias em condições comparáveis ao mundo real. O prédio capta água da chuva em sua cobertura para irrigação das plantas e o aquecimento vem do calor residual de um incinerador de resíduos. A técnica aplicada na produção dos alimentos é a hidroponia. O espaço contará com um percurso educacional aberto ao público.
Centro comunitário A Islândia acaba de anunciar que o escritório português Sastudio, em parceria com o estúdio islandês Hjark e a firma Landmotun, venceu o concurso internacional de projeto para um centro comunitário na cidade de Hornafjörður. O edifício, com 500m², vai se adaptar a vários usos: café permanente com serviço de aluguer de caiaques e bicicletas e, na área externa, espaço para eventos, como exposições artísticas e educativas, noites de cinema, peças infantis, concertos, workshops, palestras ou conferências. Como o terreno está perto da comunidade, a ideia é que o centro comunitário complemente os programas das proximidades. O projeto prevê um edifício elevado, protegendo a nova praça dos ventos e aumentando a exposição solar. A cobertura vegetal vai prolongar a flora local e abrigar um passeio aos visitantes. O projeto paisagístico contará com elementos como o pôr-do-sol sobre o cais no verão, a aurora boreal refletida na água no inverno e a fauna.
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Museu Qintai A cobertura ondulada, formada por um terraço abstrato escalonado seguindo os contornos topográficos, é um dos destaques do projeto do Museu Qintai, localizado à beira do Lago Moon, no distrito de Hanyang, em Wuhan, na China. Para aliviar o peso arquitetônico da obra, foi usada a forma de um terreno ondulado, enquanto parte dos espaços expositivos no subsolo submergem. Os caminhos para a cobertura são abertos ao público, conectando-se ao Lago Moon e às saídas dos espaços expositivos do museu, ao espaço de educação pública e outros espaços públicos.
Nuvem Flutuante Outro projeto que se inspira na geografia e na paisagem é o Pavilhão da Nuvem Flutuante, na província de Zhejiang, na China. Inspirado na neblina e nas nuvens que habitam a vila, a obra do escritório Sou Fujimoto Architects cria prédios “flutuantes”, em que os telhados conectam a natureza, as construções e a paisagem. A parte principal do edifício tem um espaço aberto para exposições, conferências ou como galeria de arte. A cobertura começa no edifício principal e continua até a beira do rio, o que proporciona uma sensação de continuidade e permite que o edifício se misture com a natureza e, ao mesmo tempo, a casa flutuando acima do dossel faz a transição entre a aldeia tradicional e a nova construção. A cobertura é de tecido natural e permite que as pessoas experimentem plenamente a natureza ao redor.
Hospital do futuro O OMA e a Squint/Opera lançaram um vídeo de como vai funcionar “Al Daayan Health District”, um protótipo de hospital com unidades modulares pré-fabricadas, fazendas locais para alimentos e remédios e instalações de alta tecnologia. Os escritórios apresentaram o projeto ao distrito de saúde de Al Daayan, no Catar, um terreno de 1,3 milhão m² com unidades modulares pré-fabricadas, construídas no local, a baixo custo com dependência mínima das cadeias de suprimentos globais e com a possibilidade de serem reconfiguradas e expandidas. Uma estrutura de dois andares será construída no centro do plano geral, abrigando um hospital de ensino, um hospital da mulher e da criança e um centro de diagnóstico ambulatorial. As instalações clínicas estão localizadas no primeiro andar e os quartos no térreo para facilitar a circulação e o acesso aos jardins.
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Como tornar o planeta mais saudável As cidades, teoricamente, são feitas para as pessoas e, entre as missões da arquitetura e do urbanismo, está moldar a paisagem a partir das demandas da sociedade moderna. E para isso acontecer é preciso pensar em cidades e edifícios mais saudáveis, que ofereçam boas condições de vida às pessoas e ao meio ambiente. O déficit populacional das grandes cidades, somado aos assentamentos periféricos que têm difícil acesso às estruturas formais da cidade, como tratamento de água e esgoto, coleta de resíduos, transporte público e serviços como escolas e hospitais, torna quase impossível para as populações vulneráveis viver com mais saúde. O desafio é planejar áreas urbanas que cumpram o papel social de levar, por exemplo, instalações pontuais em espaços públicos existentes, chegando até a propostas de agricultura e fazendas urbanas, procurando oferecer oportunidade para os cidadãos terem acesso a programas esportivos, culturais, de lazer e até alimentação de qualidade. Os edifícios também podem ser pensados de forma a melhorar a rotina de moradores ou usuários. Além de se relacionarem melhor com o seu entorno. A tarefa não é fácil, mas uma série de projetos pelo Brasil e pelo mundo dão conta da missão e servem de exemplo para a criação de cidades mais generosas com as pessoas e a natureza.
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Reurbanização de áreas necessitadas Infraestruturas de lazer e cultura em áreas periféricas Espaços públicos coletivos de diferentes escalas Infraestrutura que aproxima da natureza Oferecimento de equipamentos de cultura, esportes e lazer Projetos de Agricultura Urbana Priorizar ventilação e iluminação natural Espaços de trabalho com mais contato com a natureza (A exemplo do espaço Esferas da Amazon na foto) Edifícios que impactam também em seu entorno Aldeia Circular
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A felicidade mora aqui A Finlândia ostenta o título de país mais feliz do mundo há cinco anos, percepção relacionada a estabilidade econômica, baixo nível de corrupção e garantia de liberdades individuais
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Finlândia segue no topo do ranking de “país mais feliz do mundo”, segundo o “World Happines Report”, estudo financiado pela Organização das Nações Unidas e que completa 10 anos em 2022. O estudo, realizado pelo Instituto de Pesquisa da Felicidade, de Copenhague, analisa a sensação de felicidade entre a população de 146 países leva em consideração dados como o PIB, nível de corrupção e liberdade individual. Os finlandeses obtiveram a nota de 7,820 numa escala até 10, ficando pelo quinto ano seguido na primeira colocação. O Brasil aparece na 38ª posição, atrás da Costa Rica (23º), Uruguai (30º) e do Panamá (37º). Sérvia, Bulgária e Romênia foram as nações que mais evoluíram no ranking. O relatório destaca ainda que apesar da pandemia, houve uma melhora no ambiente social, com expressões de apoio e boa vontade entre as pessoas. A pesquisa atribui a liderança da Finlândia a uma expectativa de vida saudável, PIB per capita elevado, alta confiança social, generosidade, além de ser reconhecido pela vivência em comunidade, em que as pessoas cuidam umas das outras, e pela liberdade para tomar decisões importantes na vida. Sabe-se lá se a percepção continua na próxima temporada, uma vez que o país vem recebendo ameaças da Rússia por uma provável adesão à Otan, principalmente depois da invasão à Ucrânia. Mas, segundo as autoridades, nada muda na terra dos invernos gelados, das auroras boreais, noites polares e do sol da meia noite.
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Para se ter uma ideia, a Finlândia foi o primeiro país europeu, em 1906, a conceder o direito de voto às mulheres, é, segundo o Fórum Econômico Mundial, um dos três países com menor disparidade de gênero no mundo, e, de acordo com a UNICEF, é o segundo país do mundo com menor desigualdade infantil. Além disso, o país tem um dos menores índices de pobreza do planeta e conta com um dos melhores sistemas educativos do mundo, com ensino gratuito e universidades públicas, A isso soma-se uma geografia peculiar, com belezas naturais, bagagem histórica e bela arquitetura. Tem praias com temperaturas agradáveis no verão, a Lapônia para a temporada de frio, florestas cortadas por rios e lagos para a prática de esportes radicais. Suas cidades são cheias de história e referências, uma vez que o país, que faz parte da União Europeia, pertenceu ao reino da Suécia, depois da Rússia, até se tornar uma república independente. Na arquitetura, destaque para fortalezas medievais, catedrais ortodoxas e edifícios antigos entremeados por construções modernas.
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SP-Arte,
um festival essencialmente cultural
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A principal feira do hemisfério sul e está entre as 50 maiores do mundo matéria e fotos Por Thabata Martin
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ssa oportunidade de reencontrar as pessoas e, sobretudo, entender a proporção que o tempo manifestou no que foi produzido nesse período de lockdown nos ateliês é uma espécie de renascimento”, descreve Marcello Dantas, o mais respeitado curador brasileiro, que roda o mundo organizando exposições e tem o dom para identificar uma obra de arte que nasce no mundo contemporâneo. Com a sensibilidade aguçada, Dantas comentou sobre a intensa movimentação do primeiro dia da SP-Arte, que exalava uma atmosfera de festa, alegria, emoção. “A arte nos ajudou a passar por momentos muito difíceis. Vi pessoas vendendo e comprando. O mercado está aquecidíssimo, latente. O dólar está baixando e o público está demonstrando interesse por outros símbolos, buscando outros ativos”, argumenta. Sim, a arte está em alta. Você sabia
que o número de feiras de arte no mundo praticamente quintuplicou de 2000 para 2019? No início do século eram cerca de 60. Em 2019 o número aumento para quase 300. E mesmo que a arte seja sobre emoção, segundo a pesquisa Art Market 2021, realizada pela Arte Basel e USB Global, as vendas on-line bateram recordes durante o período de pandemia do coronavírus. De acordo com Fernanda Feitosa, fundadora da Feira Internacional de Arte de São Paulo (SP-Arte), o mercado de arte é tradicionalmente um segmento econômico cultural que ocorre presencialmente, afinal de contas, usufruir de arte e cultura é uma atividade social, que se dá através do encontro ou interação do indivíduo com o objeto ou manifestação artística. “Apesar dessa constatação, a disponibilização de obras de arte on-line através de diversas plataformas tem ganhado espaço no mercado e representa hoje 7% (U$D
13 bilhões) do total de negócios global”, diz se referindo à pesquisa. Segundo a gestora cultural, advogada e colecionadora de arte, a SP-Arte já é um evento tradicional no calendário nacional, com sólida trajetória e reputação, somando 18 anos de realização. “Começou como uma feira de formato tradicional - com 41 galerias de arte em 2005 – e, em 2017, tornou-se Festival, englobando galerias de arte e design, editoras, lançamentos de livros, museus, espaços autônomos, programa de residências artísticas, palestras e seminários, visitas a ateliês e galerias no Artwee-
kend, além de uma plataforma on-line de conteúdo ao longo do ano. Ou seja, mais que uma feira, temos um festival que celebra a cultural e o fazer artístico nacional em diálogo com o exterior. O surgimento de novas feiras de arte, na esteira do sucesso da SP-Arte, faz parte do crescimento do próprio mercado, fomentado e promovido inclusive pela própria SP-Arte ao longo desses anos. São públicos distintos que podem vir a contribuir para o cenário nacional como um todo”, avalia Fernanda. Para o curador Nei Vargas, Mestre e Doutorando em Artes Visuais com ênfase em História, Teoria e Crítica
de Arte, a SP-Arte é a principal feira do hemisfério sul e está entre as 50 maiores do mundo. “Este ano o evento foi dividido em um setor de design muito especial; o mercado secundário ficou no primeiro andar (obras que passam por revenda) e, em cima ficaram as galerias do mercado primário (a consagração da arte), com obras inéditas saídas direto dos ateliês. As feiras se tornaram o principal evento do mercado de arte por permitirem a público apreciar obras muito especiais, além de apresentar jovens artistas que estão iniciando trajetória e prometem ascensão de carreira.
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Inserção de novos nomes no sistema da arte
E por falar em carreira, quem atribuiu um novo olhar à SP-Arte foi Tamara Perlman, consultora e pesquisadora do mercado de arte. À frente das relações institucionais e estratégias de expansão e novos negócios do evento, Tamara colaborou com uma importante iniciativa para o festival, a criação do Radar SP-Arte, que incluiu artistas do mercado sem representação comercial de galerias, espaços autônomos e ONGs.
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Está tudo interligado
Ainda sobre as boas surpresas do festival, impossível não citar a leveza/ beleza da Exposição Arte Natureza: Ressignificar para Viver, da curadora Ana Carolina Ralston. Ela cita que em sua pesquisa se deparou com os diários de Alexander von Humboldt, naturalista e ambientalista que realizou inúmeras expedições pelo mundo, entre elas a icônica viagem até o Monte Chimborazo, predestinada a entrar para os livros de história. “Em uma epifania ele concluiu que tudo estava interligado: formigas, plantas, árvores, nós... Além de antever o fenômeno do aquecimento global, ele foi o fundador da ecologia”, cita. Ana Carolina transcendeu seu espaço com obras do polonês radicado no Brasil Franz Krajcberg, nome essencial da arte-natureza, que teve papel fundamental na luta pelo Meio Ambiente; Joseph Beuys, figura central nesse movimento e fundador do Partido
Verde, na Alemanha – cujo centenário foi celebrado pelo MOMA em 2021. A pesquisadora do humano e da natureza, como se intitula, trouxe para o centro da exposição uma estrutura de madeira no formato da constelação da Ursa Maior, reiterando a conexão entre céu e terra e, acerca dela, reuniu produções de mais de 20 artistas. Entre as informações curiosas sobre o evento, que nos ajudam a pensar em dimensões, a 18ª edição do evento reuniu 133 galerias, sendo 92 nacionais e nove internacionais, além de 32 galerias de design. Entre os artistas que mais tiveram destaque, Adriana Varejão (artista plástica brasileira com retrospectiva na Pinacoteca), Anish Kapoor (escultor inglês de origem indiana) e Volpi (um dos artistas modernos brasileiros que se consagrou com suas composições estilizadas e geometrizadas).
Adriana Varejão
Diferente e com muita personalidade
Uma das galerias internacionais que realmente dá o que falar entre curadores e art advisors, é a Galleria Continua, que chegou ao Brasil em 2020. Ela marca presença na Itália, onde iniciou suas atividades, China, Canadá, Cuba e França. Segundo a experiente produtora cultural Katia D´Avilez, que conduz primorosos projetos especiais entre São Paulo, Rio de Janeiro e, mais recentemente, Curitiba, a Continua é especial, diferente e tem muita personalidade. “A Continua representa artistas como Ai Weiwei e Anish Kapour, apenas para exemplificar. Tudo começou na cidade de San Gimignano, cidade localizada na Toscana. Ela está no
ranking das maiores galerias do mundo e mantém a característica do inusitado”, elogia. Ao pensar fora da caixa, a Galleria já estreou em cinemas, teatros, fábricas dos anos 1950 e, no Brasil, aterrissou no Estádio do Pacaembu. “Uma das artistas plásticas brasileiras que representamos, Ana Maria Tavares, teve seu trabalho celebrado conosco durante um jantar numa quadra de tênis art déco em pleno Pacaembu”, elabora. “Precisamos fazer com que a arte seja compreendida sem que ela seja hermética. Essa coisa de ter de explicar muito sobre uma obra significa que ela não está sendo percebida. Precisamos desmistificar a arte contemporânea e permitir a sensibilidade do público”, avalia.
Menina com Balão. Obra de Eduardo Custódio
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Jogando com Duchamp Obra de Alexandre Frangioni. O endereço mais difícil é o do lugar do outro Obra de Marcelo Conrado
Desde a primeira edição
O arquiteto Waldir Simões de Assis fundou sua galeria de mesmo nome em 1984, em Curitiba. Hoje ele tem uma sede em São Paulo dirigida pelos filhos Guilherme e Laura Simões de Assis. “Participamos desde a primeira edição da SP-Arte, essa que é uma das mais importantes feiras da América e mais importante brasileira. Para a edição 20-22 trouxemos um panorama da arte brasileira e internacional”, frisou o empresário. Assis destacou em seu estande obras de Abraham Palatinik, León Ferrari, artista argentino ligado ao movimento cinético, uma grande obra escultor norte-americano Alexander Calder - raramente mostrada comercialmente no Brasil -, Cícero Dias, Judith Lauand e Luise Bourgeois – uma dos principais artistas plásticas franco-americana do século 20. O empresário demonstrou, ainda, extraordinário trabalho de Adriana Varejão, mencionou o artista paranaense Juan Parada, que está sendo lançado internacionalmente em feiras como Basel; o artista mexicano Gabriel de la Mora e enfatizou peça icônica de Anish Kapoor, artista-celebridade que faz grandes instalações. Em 1990, Kappor começou a fazer os espelhos côncavos e convexos onde as imagens se distorcem e também ficam matizadas pelas cores que ele emprega nesses trabalhos, que são identificadas e conhecidas no mundo todo.
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Olhar paranaense
Dos 13 artistas do elenco da Galeria Zilda Fraletti, que fez sua estreia em uma edição presencial da SP-Arte, a galerista apresentou o trabalho de sete paranaenses. Entre eles estão André Mendes, que está com a individual ´Lados Lados´ em cartaz no Museu Oscar Niemeyer (MON). O artista curitibano também foi o responsável por apresentar a primeira arte digital exposta no MON. Zilda também ressaltou o trabalho de Marcelo Conrado e Juliane Fuganti, que estão no elenco da exposição Afinidades, que tem curadoria
do francês Marc Pottier e da diretora -presidente do MON, Juliana Vosnika, e trata sobre obras do acervo e coleção de arte brasileira da instituição. A galerista, que obteve excelentes resultados em sua primeira participação no Pavilhão, evidenciou também os trabalhos de German Lorca, expoente da fotografia experimental, com obras no acervo do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York) e exibiu uma das obras mais interessantes do evento, o tabuleiro de xadrez do artista Alexandre Frangioni, e sua obra Jogando com Duchamp.
Leandro Garcia
O curador Marcello Dantas em primeiro plano
Zilda Fraletti e Fernanda Feitosa
Sutilezas
No espaço atribuído ao design, muita força, mas também muita sutileza. Em sua segunda participação na SP-Arte, o arquiteto e urbanista Leandro Garcia apresentou sua coleção batizada de Rituais, composta por dez elementos de mesa que remetem às origens dos povos ancestrais, elementos da natureza a também a origem do trabalho do profissional desde 2016 até aqui. Já Cris Bertolucci, que atua em carreira solo há uma década, listou sua delicada coleção de luminárias
com luz difusa. “A Coleção Costume traz a ideia de roupas que vestem essas estruturas metálicas, inspiradas na moda. A Coleção Lanterna, por sua vez, foi inspirada nas lanternas japonesas”, examina. Na Coleção Campana, a designer brinca com pendentes que podem ser produzidos em várias cores e formatos para trabalhar com conjuntos e fazer grandes volumes. E, por fim, a Coleção Acítara foi produzida 100% em linho pré-encolhido e arranca suspiros com um estilo chique-despretensioso.
Respeitável público O movimento de renascimento, muito bem citado no início dessa matéria por Marcello Dantas, sintetiza que o aconteceu na SP-Arte 2022 não acabou ali. Muito pelo contrário. Foi apenas o recomeço robusto após um hiato de dois anos que fez muita gente se reorganizar. O Festival que arrancou tantos sorrisos, encantou olhares e fomentou negócios revela a força de uma das principais iniciativas culturais do Brasil, uma vez que promove o intercâmbio internacional e a inserção do Brasil no circuito global. Um jeito lindo de formar público.
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Clube de mulheres Obras de autoras contemporâneas fazem parte da curadoria de livros que são entregues, todos os meses, na casa dos assinantes
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á a sua estante de livros e separe as obras escritas por homens das escritas por mulheres. A desproporção entre autores e autoras não se restringe a sua coleção. Está nas livrarias, nas bibliotecas, nas listas dos mais vendidos, dos recomendados para leitura no vestibular. De olho nessa segregação literária, é que foi criada a Amora Livros, um clube de assinatura de livros escritos exclusivamente por mulheres. Entre os títulos, obras de grandes autoras contemporâneas, brasileiras e estrangeiras, estão sendo entregues, todos os meses, na casa dos assinantes, que vão se deparando com um jeito feminino de contar histórias. A ausência dessa
narrativa feita por mulheres é só mais um reflexo do que acontece em vários outros aspectos da sociedade. A Pulp Edições, que criou o clube, vem construindo um arsenal literário rico, com histórias para serem lidas por quem deseja viver em um mundo mais equilibrado, com espaço para narrativas diversas e inclusivas. O projeto gráfico acompanha o conceito do projeto, voltado às mulheres modernas – leitoras e escritoras – que se interessam por novas histórias, que têm prazer em ler, que precisam de oportunidade para fazer esse ciclo acontecer. Segundo Pati Papp, que assina o projeto, a estética de toda a comunicação da Amora leva em conta essa mulher atual, que quer saber de tudo que está acontecendo, que debate,
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que pesquisa. “Queríamos algo feminino, mas não delicado ou romântico demais, porque também não é o perfil dos nem dos nossos livros e nem do nosso público. Na nossa logo, a primeira coisa que as pessoas veem é uma boca, mas na verdade é um livro aberto. A paleta de cores é vibrante, assim como nossas protagonistas”, comenta. A comunicação do clube nas redes sociais segue a mesma linha e usa frases das autoras ou trechos dos livros para reforçar essa relação de empatia com o público, além de suas fotos, apresentando essas mulheres maravilhosas que merecem ser vistas e valorizadas. Livros, redes e conceito vêm acompanhados de um material gráfico caprichado, formado pela caixa, camisetas, sacolas e afins, que buscam fazer com que mais gente se encante pelas amoras a serem descobertas. E nessas horas, a boca, que se parece com um livro aberto, se parece também com um coração quentinho e pronto para encantar mais gente.
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E como funciona a Amora?
Todos os meses, os assinantes vão receber em casa uma caixinha com um livro surpresa escrito por uma autora contemporânea, além de um minilivro com um conto inédito de uma autora estreante selecionada para o projeto Pé de Amora e algumas amorices: surpresinhas especiais como marca páginas, adesivos, tag de porta, postal colecionável. Para assinar, é só acessar o site www.amoralivros.com. br, escolher um dos planos (anual, semestral ou mensal) e efetuar o pagamento. A caixinha é enviada sempre no mês seguinte da assinatura. Siga também no Instagram @amoralivos_brasil
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iluminar com arte
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Ideally lançou o projeto Iluminar com Arte com luminárias assinadas e série limitada, com nove peças de designers brasileiros e curadoria de Consuelo Cornelsen. Entre os artistas estão Bernardo Richter, Fernando C. de Lacerda e Pedro A. Tavares, do Arquea Arquitetos; o designer paraense Carlos Alcantarino, reconhecido pela consultoria e design de produtos, projetos cenográficos e arquitetônicos; o designer e artista plástico Nido Campolongo, conhecido por sua sofisticada pesquisa de materiais; o designer Leonardo Sokolovicz; a produtora Consuelo Cornelsen; os criativos premiados Mauricio Noronha e Rodrigo Brenner, da Furf Design Studio; o designer paranaense Guilherme Bez, premiado com a melhor decoração de restaurante do Brasil; as arquitetas da Moca Arquitetura, Ana Sikorski e Katia Azevedo; e o designer e artista Marcelo Stefanovicz, nascido em Irati (PR) e estabelecido em São Paulo.
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As luminárias estão à venda na loja e cada item tem um conceito original e a peça é feita por encomenda, com exclusividade. A sustentabilidade foi um dos conceitos trabalhados pelos criadores, assim como a inclusão de materiais naturais.
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SINCRETISMO ESTÉTICO na DSGNSELO
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e um lado Inhotim, o maior museu de arte contemporânea a céu aberto do mundo. Do outro, o patrimônio das cidades históricas. A conexão material, espiritual e temporal desses universos antagônicos presentes em Minas Gerais deu origem ao que o designer Alberth Murta, diretor criativo da dsgnselo, chama de sincretismo estético mineiro, base para a criação da nova coleção Rito, da marca curitibana de luminárias decorativas. A dsgnselo, pela primeira vez, deixa o minimalismo para trazer uma coleção permeada por elementos simbólicos. Os elementos geométricos tridimensionais oscilam pelo universo das formas arredondadas, cônicas e curvas presentes tanto na obra Narcissus Garden Inhotim, de Yayoi Kusama, quanto na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Ouro Preto. O lançamento das luminárias decorativas da Rito, da dsgnselo, ganhou uma cenografia desenvolvida pela Ohma, do designer Fabio Marx e dos arquitetos Nicholas Oher e Paloma Bresolin. Saiba mais em @dsgnselo e @ohmadesign.
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Décor atemporal
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s arquitetas Juliana Alferes Leite e Jaqueline Samoyedem assina a vitrine na loja Deccore, que traz o azul escuro nas paredes, marca registrada do escritório AHS Arquitetura. Para compor, muitas peças em madeira, que aquecem o ambiente. No mais, uma
conversa atemporal entre objetos clássicos e contemporâneos, como é o caso dos tapetes persas que contrastam com as linhas orgânicas dos móveis, espelhos e a própria cor mais escura nas paredes. Tapete e tecidos dos móveis criam um contraponto claro, que ilumina o ambiente.
Capivaras de jardim
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las nasceram na cerâmica, mas acabaram ganhando outras versões. O Estúdio Boitatá, da Daniélle Carazzai e do Rodrigo Ramirez, que chegou a fazer uma giga capivara de concreto, apresenta agora as capivaras de fibra de vidro com pintura automotiva. O trabalho da marca é inspirado pelo modernismo com uma pitada minimalista, forte influência da natureza, da arquitetura e da linguagem. Para saber mais @estudioboitata
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Para além das dimensões
Com pinturas, instalações, esculturas, desenhos e arte digital, André Mendes faz a primeira individual no MON
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m dos mais promissores artistas paranaenses da geração 2000, André Mendes, faz sua estreia no Museu Oscar Niemeyer (MON) com a individual batizada como Lados Lados, que pode ser conferida até 14 de junho. Artista polivalente, Mendes mescla linguagens já exploradas em seu repertório para envolver o público em torno de uma experiência genuína, que passa pelo desenho, pintura, escultura, instalações, mural, além de uma obra digital listada como NFT, a primeira de sua carreira e também a primeira arte digital exposta no MON.
Segundo o artista, que já expôs em Portugal, França, Inglaterra, Tailândia e Malásia, Lados Lados é baseada em uma atmosfera instrospectiva que acolhe uma forma fluída, possivelmente do reino mineral. “Chamo essa forma pura que saltou da tela de menir. Com um misto de paz e frieza, peso e leveza, esse elemento central, que pode ser apenas uma memória da nossa existência, se impõe em forma de ocupação de espaço com toda sua ambiguidade harmônica”, manifesta.
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NFT
Ao acessar a exposição Lados Lados, o público terá oportunidade de se familiarizar com a primeira obra puramente digital do artista. “A primeira sala reserva um site specific, um mural de 15 metros de extensão, que representa um universo paralelo e dialoga com a obra digital´Origin´ - com acesso por meio de realidade aumentada, através de filtro de Instagram”, explica Nei Vargas, curador da exposição. Esta obra está listada como um NFT, sigla para non-fungible token, em português token não fungível. Em outras palavras, o NFT é um código criptografado que usa a tecnologia blockchain e gera um certificado de originalidade de um arquivo digital.
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Artista plural
De acordo com Mendes, Lados Lados tem uma dimensão difusa com muitas arquiteturas atemporais. “Recorro à paisagem sonora para apresentar esses campos imaginários que acontecem simultaneamente. Eu abro janelas, fendas. Parto da perspectiva feminina para abordar essa consciência sublime”, detalha o artista que é representado, em Curitiba, pela Galeria Zilda Fraletti. O terceiro ambiente da exposição traz um recorte curatorial que assinala a coerência e a síntese da trajetória do artista, que esta celebrando 22 anos de carreira.
Serviço: Lados Lados de André Mendes Local: Museu Oscar Niemeyer (MON) – Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico – Curitiba/PR; Período: de 31 de março a 14 de junho, de terça a domingo, das 10h às 18h; Entrada franca às quartas-feiras;
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Conexões transformadoras o centro brasil design promove o design e a inocação no brasil e exterior
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ivemos em uma era em que a transformação faz parte do vocabulário das empresas, ser inovador é condição para continuar competindo e as mudanças acontecem cada vez mais rápido. Quem anda de olho nisso é o Centro Brasil Design (CBD), que conta com uma equipe de colaboradores, em sua grande maioria mulheres, designers e empreendedoras, sempre pronta para agir quando se fala em expansão e ganho de Market Share de empresas. Eles fazem uma consultoria focada no uso do design, na comunicação correta do produto ou serviço e acompanhamento das empresas para atingir as metas e se manterem firmes e fortes no mercado. O Centro Brasil Design é uma instituição da sociedade civil, que há 23 anos promove o design e a inovação no Brasil e no exterior. Trabalha com indústrias, serviços, governo, criativos e a sociedade por meio de iniciativas nas áreas de design, inovação e sustentabilidade. O CBD é a conexão direta entre empresas, indústrias, startups, governo e criativos. Promove o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Por meio de consultorias, workshops, programas de incentivo ao uso do design, projetos que enaltecem a criatividade, eventos com temas atuais, debates, palestras e premiações, o propósito é de fortalecer e promover o design e a inovação no Brasil.
Por meio de uma metodologia própria chamada Design na Prática®, a instituição auxilia a inserção do design e da inovação na indústria seja por meio de atendimentos individualizados, via consultorias, diagnósticos ou por meio de programas de incentivo ao design, demandados pelo governo ou instituições, federações e entidades de classe. No currículo, o CBD ostenta o fato de ser o escritório de representação do maior e mais conceituado prêmio de design mundial, o iF Design Award; lidera o prêmio Design for a Better World Award e com a coordenação do Programa Design Export, um programa em conjunto com a APEX Brasil, que auxilia empresas a inserir o design em seus produtos e embalagens com foco para exportação. Ele é reconhecido como instituição nacional de apoio ao design pelo prêmio TOP XXI em 2011 e, novamente, em 2016, recebeu o prêmio Top Innovation Award – TIA como Top Design Service Platform, em 2018, e conquistou o Troféu Roberto Hiraishi por ser eleito como Entidade do Ano no setor de embalagens, em 2018. Recentemente firmou parceria com o CIDA (China Industrial Design Association) e passou a integrar o WIDC (World Industrial Design Conference) junto às principais instituições mundiais de design. Em 2018, se tornou parceiro do Isee Taiwan Foundation e passou a nominar uma premiação especial no maior prêmio estudantil
de design do mundo, o TISDC (Taiwan International Student Design Competition). O CBD participa como vice -presidente do Global Design Industry Organization – GDIO. O CBD entrou para o time de signatários da Rede Brasil do Pacto Global, iniciativa das Nações Unidas (ONU) formada por empresas e organizações sem fins lucrativos que adotam valores fundamentais e internacionalmente aceitos em suas práticas de negócios em quatro frentes: Direitos Humanos, Trabalho Digno, Meio Ambiente e Anticorrupção. O Centro Brasil Design é a primeira instituição da área de design a pertencer a Rede Brasil do Pacto Global. O CBD tem como missão ser disruptivo. E nessa onda consegue comprovar, por exemplo, por meio de vários cases por todo o Brasil, que design não precisa ser necessariamente caro. O uso do design de uma forma criativa pode diminuir custos, aumentar produção e fazer se tornar mais competitivo, caro mesmo é não conseguir vender e não conseguir se posicionar de forma assertiva no mercado. Entre os cases, está a empresa Bioart (@bioart) conseguiu unir biotecnologia e design em suas embalagens para enaltecer o propósito e compromisso da empresa com a natureza e a empresa Morada da Floresta (@moradadafloresta_oficial) ilustra o design aplicado ao produto racionalizando materiais e processos produtivos.
o CBD ostenta o fato de ser o escritório de representação do maior e mais conceituado prêmio de design mundial, o iF Design Award
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coluna Sobre Morar por Paula Campos
A casa da Mariana Vianna
A personalidade autêntica de Mariana Vianna chama a atenção, seja pelo alto astral, pelo estilo ou pela forma como lida com seu trabalho
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uem vê Mariana Vianna deve imaginar que ela é profissional de alguma área criativa, como arquitetura ou design. Na verdade, sua formação é em psicologia, mas decidiu deixar o consultório para assumir a área de marketing da JVN, empresa fundada por seus pais e que é referência em importação de papéis de parede.
É lá que ela faz a diferença todos os dias. Unindo sua sensibilidade de psicóloga à criatividade, busca impactar positivamente a vida dos colaboradores e de seus clientes. Hoje é diretora criativa da marca e está por dentro de tendências mundiais de decoração, moda, astrologia e desenvolvimento pessoal, assuntos que ama e fazem parte de sua essência.
A casa da Mari
Foi por acaso que ela encontrou o apartamento em que mora, um duplex amplo e iluminado com cara de casa e uma enorme varanda com pé direito duplo - tão grande que coube até um parquinho para sua pequena. Sua casa representa o desabrochar de sua personalidade. O ponto de partida do décor foi o papel de parede, é claro, uma palha natural cinza que serve como base para todas as histórias que ela conta por meio dos objetos
cheios de significado que dividem o espaço com ela e a pequena Oli. Um dos detalhes mais surpreendentes é a revoada de borboletas que pousam de forma inusitada por todos os ambientes. Garimpadas por ela há muitos anos, após se inspirar em uma mostra de arte de Paris, esperavam um lugar especial onde pudessem trazer encanto pelo seu significado e beleza, e que hoje representam a nova fase de sua vida.
Autoconhecimento
Em constante autodescoberta, a Mari passou a olhar para a vida com mais coragem, aprendeu que seguir sua intuição era o melhor caminho. Toda essa mudança é movida pelo exemplo que quer deixar para sua maior inspiração, sua filha Olívia. Sua trajetória no autoconhecimento e a necessidade de ajudar as pessoas, foram os principais motivos para criar um grupo de apoio, no qual divide suas inseguranças, forças e inspirações, motivando outras mulheres, mães e empreendedoras a acreditarem mais em si mesmas.
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Habitat tema coluna Sobre Morar por Paula Campos
Moda
Até aqui está claro que Mari expressa sua autenticidade pela decoração, certo?! Mas, não para por aí. É impossível falar da Mari Vianna sem falar em moda e alta costura. Seu gosto eclético é também expressado em seus looks, que refletem de forma criativa seus sentimentos e o humor de cada dia. Seu interesse pelo assunto é essencial para deixá-la atualizada das tendências que virão tanto na decoração como nas novas coleções de papel de parede.
Espiritualidade
Livros, cristais e santinhos complementam o espaço mostrando o perfil eclético da moradora. E é nesta conexão de interesses que a astrologia se encaixa, seja em uma de suas nove tatuagens, na decoração ou até mesmo na nova linha de papéis de parede personalizados que está desenvolvendo: a coleção Signos. Se você leu até aqui, conheceu uma moradora com múltiplos interesses que não vê dificuldade alguma em trazer todos para morar na sua casa. Em suas palavras, “Morar bem, para mim, é ter a liberdade de ser quem sou, refletida em minha casa”.
Paula Campos é arquiteta e atua no mercado imobiliário com o método de Home Hunting. / sobre.morar
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Multiplicador de talentos
poltrona e pufe Arcos, vencedores do Prêmio Salão Design 2020
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onsiderado por uma publicação gringa o comandante de um dos escritórios mais promissores do mundo, Leandro Garcia caminha no limite fino entre a arquitetura e o design. Isso faz dele um profissional plural e disposto a mudar seu cami-
nho quantas vezes for preciso. Ou até trilhar mais de um deles de cada vez. A seguir, os mil e um planos do arquiteto-designer, em uma conversa exclusiva, feita enquanto ele se preparava para a SP-Arte e já acertava os detalhes para outra temporada em Milão.
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Coleção Rituais foi lançado na SP-Arte 2022
Conte um pouco da sua história, de onde vem, há quanto tempo está aqui e como moldou sua carreira.
Sou de São Paulo, mais precisamente do ABC Paulista. Foi lá que, por sugestão do meu pai, cursei o colégio técnico em Desenho de Construção Civil, área que tinha a ver com o desenho, algo que eu gostava desde muito criança. Ao invés de bola e carrinhos, cadernos e caixas de lápis de cor eram os meus presentes prediletos. Passava horas e horas desenhando, todos os dias. Minha irmã inclusive conta uma história da qual eu não me recordo, talvez por ser muito pequeno: quando “aprontávamos” alguma coisa, minha mãe me colocava no quarto com a porta
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fechada e deixava minha irmã do lado de fora. Ela, com dó de mim, passava folhas de papel em branco por debaixo da porta para que eu ficasse desenhando durante o castigo. No momento da escolha da faculdade, foi natural para mim a opção pela arquitetura. Já fazia estágios desde o colégio, então cursei a faculdade no período noturno, continuando os estágios no período da manhã e da tarde. Assim que me formei, ainda em São Paulo, fui colaborar com Marcelo Rosenbaum, e alguns anos depois, com Isay Weinfeld. Mesmo em Curitiba continuei por muitos anos colaborando com Isay, mas também dando início a projetos próprios. É uma trajetória de dedicação a esta área que soma mais de 25 anos.
Você é um arquiteto, tem uma série de trabalhos reconhecidos nesta área, mas não há como negar seu sucesso como designer. Como aconteceu isso?
De certa maneira, começou por acaso. Eu já estava em Curitiba e um amigo meu de São Paulo estava abrindo uma loja de móveis lá e sentia falta de alguns produtos. Perguntou se eu poderia desenvolver algo e eu disse que sim. Apresentei, ele gostou, e então pediu para que eu produzisse. Mas eu não tinha quem pudesse produzir, as marcenarias com as quais eu vinha trabalhando até ali trabalhavam apenas com projetos sob medida, de arquitetura de interiores, e não de mobiliário em série. Ele começou a
apresentar o material para alguns representantes e fabricantes dos quais estava comprando alguns móveis para a loja. Um deles se interessou e começou a produzir para a loja do meu amigo. Depois colocou as peças em linha, outros lojistas começaram a comercializar nas suas cidades e as coisas foram evoluindo. Como é ser um profissional plural?
Olhando para trás, hoje compreendo melhor isto. Ainda estudante, fiz muitos estágios, em diversas áreas, tanto no período em que estava cursando o colégio como durante a faculdade. Identifiqueime com absolutamente todos. Marcelo Rosenbaum é um profissional plural, Isay Weinfeld também. Creio que comi-
go não poderia ser diferente. O desafio piração nas áreas que as orbitam, como da escala, do objeto até a arquitetura, e arte, cinema, teatro, moda, literatura e tudo que faz parte disto é o dia-a-dia do música, e principalmente nestes clientes estúdio que somos hoje. ou possíveis clientes. São Conte um pouco do proeles que devem dar identiDesign precisa dade a cada um dos difecesso de criação dos seus ter função e de rentes projetos. Explorar objetos. Inspiração, materiais escolhidos, funcio- maneira alguma e valorizar nossa riqueza nalidades. Hoje o estúdio é e as particulariprecisa deixar material composto por uma equipe dades de cada um deles, pequena de bons profis- de ser belo para assim como as funcionasionais, trabalhando para isto. Trabalha- lidades necessárias não só bons clientes, para talvez para os dias de hoje, mas mos e nos dedesta forma atingirmos para o futuro são fundadicamos muito mentais. Design precisa bons resultados. Não senesta busca. guimos nenhuma receita ter função e de maneira pronta, cada trabalho é alguma precisa deixar de um trabalho. Mais até do que no design ser belo para isto. Trabalhamos e nos dee na própria arquitetura, buscamos ins- dicamos muito nesta busca.
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Habitat Entrevista O mancebo Varetas foi a primeira peça exposta pelo designer no Salão do Móvel de Milão
Você tem sido muito reconhecido pelo design de produtos, quais foram os prêmios mais importantes, as experiências mais interessantes e gratificantes que viveu?
Fala-se muito do design brasileiro, da personalidade e de sua materialidade. O que você acha disso? É realmente diferente? Quais são as características que mais chamam atenção?
Recentemente recebemos o Prêmio Salão Design, grande prêmio brasileiro de design de mobiliário que se tornou um dos mais importantes da América Latina. Já há algum tempo fomos reconhecidos pela renomada revista inglesa Wallpaper, que nos considerou um dos 20 melhores estúdios de arquitetura em ascensão no mundo, e da revista online norte-americana Design Milk, que nos colocou entre os 10 estúdios de design mais importantes do Brasil na atualidade. Mas termos nossos produtos especificados por nossos colegas arquitetos para seus projetos, pessoas adquirindo e colocando nossas peças em seus lares, com certeza é o mais gratificante.
O Brasil não tem o peso histórico que os países europeus carregam em relação às artes do passado. Essa possível leveza, somada à nossa diversidade cultural e material, talvez faça o nosso design ser diferente, sim. Os próprios europeus nos vêem assim. Creio que a nossa capacidade criativa e riqueza de matérias-primas sejam os pontos de maior destaque.
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Quem são seus designers preferidos? O que você gosta em termos de design?
Mais do que designers ou arquitetos específicos, gosto das áreas do design e da arquitetura como um todo, e também do que está ao redor delas, como arte, cinema, teatro, moda, literatura e música. Para onde você acha que vai seu trabalho? Quais são seus planos de carreira?
Fazer o que ainda não fizemos ou fazer diferente do que já fizemos é o que nos move. As diferentes escalas também. No design, chegamos ao objeto. Na arquitetura, estamos nos edifícios. Estamos comercializando nossos produtos em diversas lojas no Brasil, incluindo diretamente em nosso estúdio em Curitiba, e no exterior. Apresentamos um lançamento na SP-Arte deste ano e fomos selecionados para apresentarmos na Semana de Design de Milão outro lançamento em junho. Será nossa sexta participação no evento de design mais importante do mundo. Devemos focar ainda mais na internacionalização do nosso trabalho. Projeto completo, da arquitetura aos interiores de casa no Campo Comprido em Curitiba
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Ecossistema aproxima comunidade médica e público 60+ Laguna concretiza projeto inédito na América Latina que reúne, em um só lugar, convivência, saúde, bem-estar e medicina para oferecer muito mais qualidade de vida
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e um lado, uma torre residencial que reúne todas as comodidades com acessibilidade, segurança e uma intensa programação de atividades para o público 60+, com foco na autonomia. Do outro, um complexo comercial voltado para serviços de saúde com consultórios médicos, escritórios, hospital-dia e centro de diagnósticos. Para unir estas duas estruturas, um Mall, com lojas que se conectam com o entorno por meio de muito verde. Este é o BIOOS, lançado pela
construtora Laguna. Um verdadeiro ecossistema que proporciona uma vida ativa em comunidade, com muito mais conforto, saúde e bem-estar para morar, trabalhar e estar. O empreendimento está localizado em uma região nobre com grande infraestrutura, no Alto da Glória, entre três das principais ruas do bairro: Avenida João Gualberto, Rua Augusto Severo e Rua Nicolau Maeder. Um local atraente tanto para quem deseja empreender no BIOOS Health, como para quem vai viver no BIOOS Home.
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Inspirado na Vida
O BIOOS é um empreendimento inspirado na vida, nos ganhos e nas necessidades que a longevidade traz. Para André Marin, diretor de incorporação da Laguna, o lançamento traz um conceito inédito para o Brasil, que discute o destino das cidades e o envelhecimento da população. “Entendemos que também somos responsáveis por este cenário. Por isso, escolhemos concretizar este projeto inovador que unifica saúde, bem-estar e medicina em um só lugar, com o objetivo de oferecer muito mais qualidade de vida para as pessoas. É a proposta de uma vida diferente, com mais equilíbrio, tranquilidade e muito verde ao redor”, conta Marin. Para materializar o BIOOS, a Laguna trouxe uma equipe multidisciplinar de especialistas para desenvolver o complexo. A ideia foi criar um ecossistema dinâmico e complementar que também se integra à vida vibrante do seu entorno.
Vocação para a Saúde
Um ponto relevante, revelado por meio de uma pesquisa contratada pela Laguna, é a grande vocação da região para a instalação de serviços de saúde. O BIOOS está em um local de alta demanda e sem oferta imobiliária semelhante. Por isso, o empreendimento é uma opção única e sem precedentes para a comunidade médica. A expectativa de fluxo no empreendimento é de mais de 6 mil pessoas diariamente. “O BIOOS representa uma solução inspirada em necessidades reais e foi criado para facilitar o acesso à medicina e ao bem-estar. Quando realizamos pesquisas detalhadas, conseguimos entender a razão pela qual o empreendimento vai fazer a diferença na vida de seus moradores e também na região”, comenta Marin. Para atender essa demanda, foi desenvolvido um conceito inovador, de alto padrão, com toda infraestrutura e dentro de padrões técnicos para abrigar consultórios, miniclínicas e escritórios de atendimento diversos. Esses diferenciais também foram determinantes para a médica generalista Clarice Juski Costa optar pelo BIOOS na hora de escolher um novo local para instalar seu consultório. Segundo ela, a proposta inovadora e inteligente, a facilidade de acesso aos serviços de saúde oferecida aos moradores, a excelente localização e a estrutura do empreendimento foram fatores que influenciaram a escolha. A médica atende pessoas de todas as idades e acredita que um tópico de extrema importância na área da saúde é a
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questão da acessibilidade, além de ser essencial oferecer um atendimento rápido e eficaz. “O ambiente deve ser acolhedor e confortável, com uma equipe preparada para atender de maneira empática, com alto grau de profissionalismo e comprometimento com a individualidade de cada paciente”, afirma. Dentro das Normas
Uma das vantagens apontadas pelos profissionais da área médica ao conhecer o projeto do BIOOS Health foi ter a estrutura totalmente adequada aos padrões e normas técnicas da saúde, sem a necessidade de fazer reformas ou obras para adequar os ambientes. Os consultórios atendem a resolução RDC 50, da Anvisa, e as legislações municipais e isso fez a diferença para Ricardo Moresca, especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, optar pela transferência de toda estrutura de sua clínica, que está há 30 anos no Centro Cívico, para o empreendimento.
Outros pontos também contribuíram para a decisão. Primeiro, a localização, no Alto da Glória, foi fundamental para manter a fidelidade dos atuais clientes. Depois, estar em sintonia com a tendência mundial, dentro de um empreendimento temático que potencializa seu business corner pela parceria com outros especialistas que farão parte deste ecossistema. “A qualidade do projeto arquitetônico Laguna também traz comodidade, conforto, elegância, segurança e infraestrutura total para saúde. O BIOOS está em sintonia com nosso propósito de oferecer excelência e o que existe de mais avançado para nossos clientes, com personalização e um atendimento humanizado”, conta o ortodontista.
Para Moresca, a mudança nas últimas décadas trouxe muitos avanços em sua área de atuação. A longevidade e a busca por qualidade de vida têm feito aumentar a faixa etária de pessoas que buscam soluções estéticas e de saúde bucal. Um exemplo é a busca crescente de alinhadores ortodônticos. “Para o público 60+ utilizar os aparelhos fixos e aparentes é limitante e desconfortável. A tecnologia trouxe uma solução, nós incorporamos e nos especializamos nesses serviços e eles estão aderindo, porque a autoestima e a estética também fazem parte de suas vidas”, destaca.
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Idealizado por profissionais da saúde para profissionais da saúde A torre BIOOS Health é destinada principalmente ao universo da saúde, contando com consultórios médicos, além de espaços preparados para receber um Centro de Diagnóstico por Imagem e um hospital-dia, com estrutura para realização de procedimentos de baixa complexidade, entre clínicos, cirúrgicos e terapêuticos. Nesta torre, também ficam os escritórios para receber qualquer outra modalidade de serviço. A torre funcionará como uma rede interconectada de profissionais de diferentes especialidades, o que garante maior comodidade aos pacientes e facilidade para o corpo clínico, que poderá trabalhar de maneira colaborativa.
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Consultórios
As unidades são uma excelente opção para profissionais de saúde por oferecerem toda a estrutura necessária, em um local com alto fluxo de pessoas. Diversas sugestões de plantas de 26m² a 56m² e unidades conjugadas com até 619 m²; Corredores com 2,20m de largura; Ponto adicional de água nas unidades; Porta de entrada com 1,10m de largura; Área para descarte de lixo hospitalar nos andares; Elevador com capacidade para maca; Banheiros e vestiário para pacientes e funcionários; Sala de espera nos andares, com pé-direito duplo em cinco pavimentos; Área técnica para ar-condicionado; Elevadores com antecipação de chamada; 1 vaga de garagem por unidade.
Centro de Diagnóstico por Imagem e Hospital-dia Escritórios
Na torre BIOOS Health, também foi previsto um espaço para escritórios modernos e sofisticados, direcionados a outras profissões. Eles contam com estrutura de alto padrão, conexão com outros profissionais e facilidade de acesso aos seus clientes. Unidades a partir de 19m²; Estrutura preparada para instalação de piso elevado
O cuidado e a assistência fazem parte da essência do BIOOS Health. É por isso que a torre conta com duas lajes, com 1261m² e 1323 m², preparadas para receber um hospital-dia e um Centro de Diagnóstico por Imagem. Os espaços contam com hall exclusivo com pé-direito duplo e foram pensados para facilitar o dia a dia e suprir as necessidades de quem mora, trabalha ou frequenta a região. O regime do hospital-dia é a assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial para a realização de procedimentos de baixa complexidade, sejam clínicos, cirúrgicos ou terapêuticos. Neste regime, não haverá internação e nem pronto atendimento.
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Convivência dos Colaboradores Com ambientes dedicados para quem deseja reunir seus times de trabalho, as áreas comuns do BIOOS Health contarão com café, vending machines com alimentação saudável e lounge de descompressão com televisão. Os espaços também podem ser usados para uma pausa, com sua vista perfeita para contemplação. O espaço gourmet é ideal para celebrações corporativas e conta com infraestrutura completa, além de ser preparado para receber pequenos eventos. Dispõe ainda de um inspirador auditório para eventos, palestras e videoconferências, com vista de 180º para a cidade. Já o rooftop do BIOOS Health ganhou espaços pensados para oferecer momentos de bem-estar e cuidados com a mente e o corpo. Confira todas as áreas de uso comum do BIOOS Health: Café com terraço; Espaço gourmet para 30 pessoas; Terraço gourmet; Praça elevada; Salas de reunião; Auditório flexível para 60 pessoas com terraço; Banheiros; Copa para eventos; Academia; Espaço funcional; Mirante; Spa Tereza Zanchi; Espaço wellness;
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Infraestrutura Dinâmica Uma infraestrutura bem dimensionada para atender adequadamente um alto fluxo de pacientes e também as equipes de colaboradores é fundamental para o bom funcionamento na área médica. Segurança, mobilidade, tecnologia, funcionalidade e cuidado com o meio ambiente são alguns dos itens observados para a implantação do BIOOS Health. Veja: Catraca de acesso com reconhecimento facial; Proteção perimetral com sistema CFTV; BMS Condominial (Building Management System); Gerador para atendimento dos sistemas de emergência e área comum do empreendimento; Vestiários e copa de funcionários; Fechaduras eletrônicas nas unidades; Controle de acesso nas áreas comuns; Bicicletário com vestiários; Estação para recarga de bicicletas elétricas; Painéis fotovoltaicos, que contribuirão para economia no consumo de energia das áreas comuns; Bebedouros nas áreas comuns e pavimentos padrão; Sistema de filtragem para a água potável; Vagas para ambulância, embarque e desembarque, carga e descarga e carros elétricos.
Spa Tereza Zanchi A marca está confirmada na torre do BIOOS Health, com um espaço para atendimentos de massagem, shiatsu, reiki, reflexologia, drenagem, revitalização facial, lifting e muitos outros serviços. Um lugar inspirador, ideal para quem busca dar uma pausa na rotina. O Spa Tereza Zanchi é reconhecido como um dos melhores do segmento, uma opção de qualidade inconfundível em serviços de estética e terapias de bem-estar e relaxamento.
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Viver Mais e Melhor
Foi pensando na grande conquista da humanidade proporcionada pela medicina que a Laguna projetou o BIOOS Home. Nunca se viveu tanto. Essa é a chamada revolução da longevidade. “A expectativa de vida é uma conquista da qual devemos nos orgulhar profundamente. E isso só foi possível graças à medicina, à saúde pública, à vacinação e às mudanças na habitação. Todos esses diferentes determinantes sociais contribuíram de alguma maneira para isso, o que é brilhante e admirável”, afirmou a médica inglesa Libby Sallnow, que atua no serviço público de saúde do Reino Unido, em entrevista para a BBC News Brasil. Se por um lado a expectativa de vida aumentou, trazendo novas perspectivas e oportunidades, por outro deixa evidente as necessidades que se colocam como imperativas. Uma delas é proporcionar ambientes adequados para morar que possibilitem uma boa convivência comunitária.
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Longevidade Crescente
A expectativa de vida de um brasileiro nascido há cem anos era de 35 anos. Em 2021, chegou a 77 anos. São exatamente 42 anos de vida ganhos. E mais, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em 1945, por exemplo, apenas 5% da população brasileira tinha mais de 60 anos. A previsão é que em 2060, esse mesmo recorte represente cerca de 25,4% da população. A expectativa é que em 2031, a população com mais de 60 supere a de crianças e adolescentes com menos de 14 anos. Em Curitiba, esse processo tem se mostrado ainda mais acelerado. A taxa de crescimento da população idosa na cidade é 10% superior à média de crescimento nacional. Ainda este ano, 25% dos curitibanos serão de 60+. Ou seja, um quarto das pessoas que vivem na cidade.
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Convivência Comunitária
Pesquisas revelam que cerca de 70% da saúde é determinada pelo estilo de vida, por comportamentos e ambientes. O lugar onde uma pessoa mora, trabalha e desenvolve suas atividades cotidianas interferem profundamente na sua saúde e bem-estar. A boa qualidade de vida em Curitiba é, com certeza, um fator que tem contribuído para que a cidade tenha um dos maiores índices de pessoas idosas. Para a médica Maitê César, especialista em medicina preventiva e integrativa, a busca pela longevidade passa, naturalmente, por uma série de escolhas cruciais ao longo da vida. Sempre começando pelo lugar onde se escolhe viver,
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passando pela alimentação, exercícios físicos, socialização e um cérebro ativo são elementos fundamentais para quem deseja chegar à terceira idade de forma ativa e saudável. “Frequentar ambientes que propiciem encontros é indispensável. O papel dos espaços é de extrema importância. Tudo aquilo que escolhemos colocar na rotina, desde a alimentação até os costumes diários, incluindo os ambientes em que estamos inseridos, interfere em nossa saúde”, destaca Maitê. Ela lembra que idosos que moram em locais que permitem a convivência são mais ativos, felizes e têm menor índice de depressão.
Segurança e Independência
Em sintonia com a tendência mundial de longevidade, têm surgido no mercado internacional empreendimentos preocupados em atender as necessidades desse público. No Brasil, no entanto, os espaços mais conhecidos nesses nichos são os “asilos” ou “casas de repouso” – este último entendido como de padrão superior, os quais se enquadram nas categorias de lares assistidos ou permanentes. Ambientes com conceito um pouco distante das expectativas de quem deseja continuar com um estilo de vida vibrante. É raro encontrar empreendimentos estruturados e focados em atender essa nova geração de pessoas idosas, com unidades residenciais completas, independentes, em regiões nobres e centrais da cidade. Por isso, um dos conceitos adotados para criar o BIOOS Home foi o “aging in place”, que traz a ideia de continuar vi-
vendo em casa ou em sua comunidade ao longo do tempo, com segurança e independência. Segundo a arquiteta Flavia Ranieri, especialista em longevidade e que assina o projeto de interiores do BIOOS Home, estar em um lugar bem localizado, próximo da família e amigos, e que tenha infraestrutura que dê suporte para suas necessidades, como atividades físicas, é muito importante. Também é necessário ter mobilidade e poder realizar as atividades a pé. “Essa nova geração de pessoas idosas não quer dar trabalho para os filhos e preza por sua autonomia. Por isso, eles estão atentos aos anos que vem pela frente e querem estar em um lugar com facilidades e que também aliem qualidade de vida com serviços de saúde”, comenta Flávia.
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Acessibilidade e Aconchego O público 60+ vive um movimento inverso em relação à moradia, comparado aos jovens e adultos, destaca a arquiteta Flavia Ranieri. Neste período da vida, os filhos já saíram de casa e não existe mais a necessidade de uma casa grande com infraestrutura que demanda muita manutenção. É neste momento que tudo o que é mais prático e funcional ganha valor em suas rotinas. Isso não significa, no entanto, lugares muito pequenos. “O fundamental é ter espaço suficiente para abrigar tudo o que construiu, com sua história e objetos afetivos”, afirma a arquiteta. Algumas características na estrutura do apartamento também fazem a diferença neste contexto. Acessibilidade total com portas e corredores mais largos, banheiros maiores e sem desníveis são itens primordiais, assim como acabamentos que proporcionem segurança. Uma grande tendência, que é atendida no BIOOS, é ter uma infraestrutura preparada para receber automação com comando de voz, por exemplo. Esses são alguns detalhes que fazem do BIOOS um empreendimento único para quem quer viver mais e melhor. Seus apartamentos são acessíveis e preparados para garantir comodidade, conforto e segurança. As unidades têm a partir de 42m², pé-direito de 2,70m – sala e dormitório - e contam com: Tomada inteligente para fogão elétrico com desligamento automático; Porta com 1,10m de largura; Botão de S.O.S. nos apartamentos; Uma vaga de garagem por apartamento; Sensor de fumaça na cozinha; Fechadura eletrônica; Serviços pay per use de lazer, cuidado, bem-estar e conveniência: - Organização, limpeza, reparo e manutenção das residências; - Serviços de saúde e cuidado com atendimento nos apartamentos; - Rotina de atividades de lazer e bem-estar de acordo com o perfil dos moradores.
Atividades Estimulantes A acessibilidade e o senso de comunidade foram os aspectos principais que direcionaram o desenvolvimento do BIOOS Home. Um dos destaques é que seu projeto inclui a criação de uma agenda personalizada para os futuros moradores, dentro de suas áreas de interesses culturais e sociais, com atividades estimulantes. Para executar a proposta, a Laguna escolheu a STM Empreendimentos, que assume o papel de administradora de serviços e será a responsável por entregar a excelência na gestão de espaços, estruturas, pessoas e lazer. A empresa também disponibilizará, no modelo pay per use conforme necessidade, serviços de limpeza, organização e reparo das unidades.
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Já com relação aos serviços de saúde, a responsável pelos atendimentos será a ATS Hospitalar, referência em modelos inovadores de atenção neste nicho. Ela fará a prestação de diversos serviços de promoção à qualidade de vida, com atendimento básico de saúde, além da modalidade pay per use conforme a necessidade dos moradores. Uma das vantagens é que este atendimento domiciliar evita deslocamentos desnecessários, garantindo a tranquilidade e o maior conforto possível.
Rotina Vibrante Pensadas para o público 60+, as áreas comuns do BIOOS Home foram projetadas para fazer toda a diferença na rotina dos moradores. Entre os destaques estão: contraste de cores para melhor visualização, iluminação adequada e indicativa, área de descanso no hall dos elevadores dos subsolos, mobiliário adequado na área comum - sem cantos vivos, com braços nas cadeiras-, banheiros em todos os pavimentos e corrimão nos corredores e áreas comuns. Confira os espaços que os futuros moradores do BIOOS Home irão compartilhar:
Sala de piano; Piscina; Petplace; Horta; Sala de atendimento; Sala de massagem; Dois salões de festas; Sala de leitura; Sala de TV; Academia; Praça com lareira; Playground para receber os netos; Espaço gourmet; Espaço gourmet externo; Lounge externo; Cozinha de apoio; Sala multiuso para realização de atividades de lazer, tais como ateliê de pintura e oficinas criativas.
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Integração ao Entorno
Criando integração entre o BIOOS Home e o BIOOS Health, está o Mall do empreendimento, que corresponde ao pavimento térreo das duas torres. Com ampla circulação de pessoas e facilidade de acesso, todos os seus detalhes arquitetônicos foram pensados para conectar o empreendimento com o bairro, trazendo mais comodidade e funcionalidades para quem mora, trabalha e frequenta o lugar. É um espaço privilegiado que conta com paisagismo, design e acessibilidade. Ao todo, são nove lojas de serviços e conveniência. Uma delas já ocupada por uma das padarias mais reconhecidas da cidade.
Imóvel Arte
Para desenhar o BIOOS, a Laguna adotou o conceito de imóvel-arte e o desenvolveu em colaboração com escritórios renomados e que trabalham com sinergia e confiança. O projeto contou com o apoio de assessorias especializadas em Senior Living, considerando as necessidades do público na hora de decidir pelos materiais, acessórios, espaços e outros detalhes. Entre os profissionais destacados para o trabalho está Ricardo Amaral, que assina o projeto arquitetônico e contou com o apoio de consultores de tendências e especialistas da área médica, entre eles Norton Ricardo Ramos de Mello e Renato Castello Branco. Os primorosos projetos de interiores foram elaborados pelos arquitetos Jayme Bernardo e Flávia Ranieri. Benedito Abbud desenvolveu o paisagismo, Gilberto Franco o luminotécnico e Guido Petinelli fez a consultoria de conforto, energia e bem-estar.
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Família Farinha O sabor inconfundível do famoso pão quentinho e todas as delícias da Família Farinha já estão confirmadas no Mall do BIOOS. A padaria, fundada em 1956 e que chegou em Curitiba em 1998, já virou uma referência na cidade, tornando-se uma das mais premiadas. Esta será a sua primeira unidade fora do tradicional endereço, no Alto da XV. De lá, vai levar as saborosas receitas e o cuidado que Adelino Farinha, sua esposa Célia e os filhos Pedro, Lucas e Mariana têm com seus clientes. Os moradores e colaboradores do BIOOS terão “dentro de casa” a famosa baguete Paris, o pão italiano, bretzel, sonhos, croissants, doces portugueses e todas as delícias que conquistaram o paladar dos curitibanos.
Cuidado com a vida e o meio ambiente
A Laguna é responsável por empreendimentos que têm o poder de transformar rotinas, bairros e cidades. Tem um DNA inovador, uma arquitetura de vanguarda e busca constantemente soluções e as tecnologias mais avançadas para empregar nas suas criações. Essa sua forma de empreender e construir tem como foco principal o futuro e o bem-estar das pessoas e do meio ambiente. Por isso, o BIOOS conta com soluções capazes de contribuir de forma holística para a qualidade de vida dos seus moradores, todas testadas e comprovadas por meio de importantes certificações. O BIOOS Health foi planejado para atender as demandas das certificações WELL e LEED, enquanto o BIOOS Home conta com as certificações WELL e GBC, todas amplamente reconhecidas no mercado como indicadores de sustentabilidade, conforto e bem-estar. Para a Laguna, o papel de instituições reguladoras e de certificações sustentáveis é muito importante no segmento imobiliário, porque ajuda a garantir a qualidade dos empreendimentos, incentivando boas práticas que preservam a saúde humana e o meio ambiente. “Somos a primeira representante do país a fazer parte do WELL portfólio, um seleto grupo com apenas 30 empresas de todo o mundo comprometidas com o desenvolvimento de projetos que promovem qualidade de vida, saúde e bem-estar aos consumidores e à comunidade. Também temos orgulho de ser uma empresa do mercado imobiliário, da região Sul do País, com maior número de projetos sustentáveis. O cuidado com a vida e com o meio ambiente é um dos nossos grandes propósitos”, finaliza André Marin, diretor de incorporação da Laguna.
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arsila do Amaral, Adriana Varejão, Beatriz Milhazes. Pense rápido e responda. Quais nomes vêm à sua mente quando você pensa em arte brasileira? Se o seu repertório se restringe a nomes consagrados de épocas diferentes, uma visita ao Rosewood São Paulo, hotel (cartão de visitas) do complexo Cidade Matarazzo, idealizado pelo visionário francês Alexandre Allard, pode ampliar seu horizonte de um jeito mágico. Estar ali é surreal, lúdico e exclusivo, como quase tudo o que você certamente já viu sobre esse oásis na Bela Vista. Essa atmosfera-desejo está intrinsicamente atrelada ao luxo, mas longe do óbvio. O encantamento parte de um trabalho minucioso e artesanal de restauro da icônica Maternidade Matarazzo, que por duas décadas ficou adormecida ao lado
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da eletrizante Avenida Paulista. Apenas para contextualizar esse acontecimento na hotelaria - tendo em vista o endereço padrão seis estrelas de um grupo internacional -, a emoção de estar no Rosewood está relacionada à preservação da memória, conservação da natureza e empoderamento de artistas locais, que se traduz tanto como um ideal de Allard, como do conceito de ´sense of place´ (o espírito do lugar) que pauta o grupo internacional de hotéis fundado em Dallas, Estados Unidos. A missão de preparar a coleção permanente do Rosewood São Paulo, composta por mais de 450 obras de arte, realizadas por 57 artistas brasileiros contemporâneos, foi atribuída ao curador francês Marc Pottier, um dos responsáveis por guiar as visitas mais concorridas do lugar, que se
Franceses transformam arte brasileira em código de luxo Hotel seis estrelas ganha status de novo destino cultural de São Paulo matéria e fotos Por Thabata Martin
tornou um dos serviços mais solicitados do hotel. “O que você vê nesse hotel não caiu do céu. É o resultado de muitos anos de reflexão. Comecei a trabalhar com Allard em 2012, quando criamos o livro Made by, Feito por Brasileiros, publicação com 230 entrevistas falando de artistas, bienais, colecionadores e galerias de arte que você encontra em oito cidades importantes do Brasil. Nós, estrangeiros, entendemos que no Brasil vocês têm uma fonte de criatividade como não existe em qualquer parte do mundo. No Rosewood São Paulo, celebramos a diversidade cultural brasileira, o design, as madeiras, o mármore, a moda, a música e os talentos das artes plásticas”, ressalta. E se a arte é um mercado para objetos únicos, Pottier se orgulha em contar que nenhuma das obras expostas no hotel
foi selecionada pronta em um estúdio. “Cada projeto é um grito de amor. Convidamos os artistas a criarem obras que dialogassem com o design de Philip Starck e do arquiteto Jean Nouvel, ganhador do Prêmio Pritzker, responsável pela Torre Mata Atlântica, que apresentará suítes residenciais – apartamento de até 450 m2. Cada artista ganhou um espaço para realizar uma obra excepcional”, avalia. Segundo Pottier, desde 2014, no evento Invasão Criativa, Allard e sua equipe deram a palavra à cultura indígena, os primeiros habitantes do país. “Atualmente, para a apresentação da Torre Mata Atlântica, em junho, trouxemos Arassari Pataxó para trabalhar num enorme afresco de 200 metros de comprimento para dialogar com as raízes do Brasil”, conta.
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Cenário de sonho
Virgílio Neto, por exemplo, jovem artista de Brasília, imprimiu personalidade com suas gravuras no bar onde aconteceu nossa entrevista para a Revista Habitat. “Ele resgatou uma das heranças do local ao buscar inspiração na antiga casa da família Matarazzo, onde a matriarca permitia que os netos desenhassem nas paredes”, conta o curador. Mas, vamos rebobinar a visita do início, a experiência a partir do primeiro acesso ao hotel, pela rua Itapeva. “De lá já é possível admirar o grandioso mural do artista visual Speto, com inspiração nos traços da xilogravura e da literatura de cordel. Uma vez no lobby, os olhos sofrerão de inquietação e o coração pode tentar escapar pela boca, tamanha é a beleza dos móveis de design e da generosidade de livros ao alcance das mãos, mas você vai admirar atentamente a tapeçaria inspirada na fauna e na flora nacional, da artista multimídia gaúcha Regina Silveira. O próximo impacto será no elevador, isto é, se você não tiver ido ao hotel com o pretexto da gastronomia. Os três elevadores, aliás, que acessam os quartos e uma das piscinas, foram batizados pelo artista catarinense Walmor Corrêa com os nomes Energético, Afrodisíaco e Alucinógeno. Expert em ilustração científica, o trabalho de Corrêa nos conduz a breves viagens pelo universo de plantas e flores híbridas e inventadas, que surgiram a partir de uma pesquisa do artista sobre as plantas medicinais que já existiam no terreno do ex-hospital Matarazzo. “São ilustrações de plantas
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com dedos e línguas criadas para ilustrar os saberes tradicionais da medicina popular brasileira”, elabora o curador. As obras feitas em aquarela e lápis de cor sobre papel algodão abraçam os cubos iluminados. Em um passeio pelos andares dos quartos, surgem o trabalho da muralista baiana Ananda Nahú, os afrescos de Janaína Tschäpe, os delicados móbiles de folhas em cobre de Laura Vinci – uma maneira encontrada para preservar a natureza do endereço – e o trabalho literalmente incrustado nos corredores de Daniel Senise. “Ele decidiu guardar alguns dos elementos das paredes de 30 anos atrás, guardar a pele, a memória do lugar. Uma maneira excepcional de revisitar”, traduz Pottier. Impossível também é deixar de falar sobre o busto de Filomena Matarazzo, lde Artur Lescher. “Ao lado da adega, um móbile aponta para a cabeça da Condessa”, acrescenta. Outra beleza são os tapetes de Leda Catunda em dois restaurantes e as belíssimas paredes de mármores que parecem aquarelas.” Nas áreas ao ar livre, um momento para recuperar (ou perder) o fôlego no rooftop com a piscina de borda infinita e um olhar carinhoso para os azulejos desenhados por Sandra Cinto. Um afago na alma. Do outro lado, a vista estonteante da floresta vertical com árvores de 15 metros de altura. “Aqui temos um grande desafio da engenharia. Acomodar as raízes dessas gigantes na Torre Mata Atlântica”, conta.
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Para todos
De volta ao térreo, caminhando pelo jardim de oliveiras naturais do Uruguai, seguimos com destino à Capela Santa Luzia, de 1922, agora com o vitral de Vik Muniz. ”A intenção é que essas áreas fiquem acessíveis ao público”, adianta Pottier. Por outro lado, uma descoberta que Marc proporcionou em momento em que a divulgação ainda não era apropriada, foi a vista deslumbrante da piscina que Allard idealizou para homenagear Gaudí, figura do Modernismo Catalão. “Os planos consideravam que essa área teria sido assinada por Tunga, mas o falecimento do artista entregou a interpretação para outro expoente da arte brasileira”, justifica o curador.
Para comer com os olhos
Se você deseja abocanhar a perfeição do que hoje é considerado um dos 100 melhores do mundo, segundo avaliação da revista Travel and Leisure, garanta sua refeição no Rabo di Galo, um bar de jazz com extenso cardápio de drinks e petiscos da alta gastronomia, mas devore o teto com obras de cobras-coral, representadas em vermelho e amarelo pelo artista plástico Cabelo. “Essa observação garante uma noite mágica com um toque de descoberta do mundo espiritual do artista”, sinaliza. Já no interior do mais intimista dos restaurantes, o Blaise, o ambiente presta uma homenagem ao poeta e escritor suíço-francês Blaise Cendrars, que escreveu uma série de poemas sobre sua viagem para São Paulo, Riode Janeiro e Minas Gerais. No entanto, segundo o curador, a atenção para os apaixonados por arte deve recair sobre os azulejos do artista Fernando de La Roque, que de longe aparentam uma flor, mas de perto são mulheres parindo.
E o futuro?
O projeto do Cidade Matarazzo prevê ainda um centro de criatividade com cerca de 4 mil m2, que terá a finalidade de receber exposições, desfiles de moda e shows de música. O espaço terá curadoria de Marcello Dantas, que também trará para o espaço uma exposição do artista indiano Anish Kapoor. “O endereço também será cenário de entrevistas para o Programa Arte 1”, adianta Pottier. “Allard pensou, ainda, num hub de negócios sobre o meio ambiente com a proposta de oficinas para trabalharem o mundo de amanhã com iniciativas sociais. Trata-se, novamente, de um projeto de alto luxo que prevê a inclusão e não exclusão”, acrescenta.
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Marc em Curitiba
Já tivemos o prazer de conferir a atuação do francês Marc Pottier em Curitiba, que realizou a curadoria da exposição Afinidades no Museu Oscar Niemeyer (MON) ao lado de Juliana Vosnika, diretora da instituição, com obras do acervo. “Estou entrando no núcleo curatorial do MON e tenho a sorte gigante de estar desenvolvendo vários projetos na capital paranaense”, revela. Estamos ansiosos para compartilhar outras novidades desse curador memorável que, desde 1992 trabalha com artistas brasileiros e, recentemente, assumiu a curadoria da Usina de Arte, um novo espaço que surge como instrumento de renovação no Pernambuco.
Você no Rosewood São Paulo A visita guiada ao Rosewood custa R$ 1 mil para grupos de quatro pessoas, mas, apesar de saber que o tour vale o investimento, há que saber ter paciência para conquistar uma vaga na agenda do hot spot. A demanda gigante, iniciada logo nas primeiras semanas de operação ainda em soft opening, também são realizadas pelo brilhante Osvaldo Costa, art concierge que arrebata a atenção de seu público tanto pelo conteúdo e interpretação do hotel, como pelo seu elegante e lúdico terno branco e sapato bicolor – traje assinado por Laure Allard, que buscou inspiração no Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade, num mix de surrealismo francês com raízes brasileiras.
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Habitat social
ALMÁA A Construtora Laguna acabou de entregar o ALMÁA, um verdadeiro oásis urbano no Cabral. O empreendimento une conforto, contato com a natureza e comodidade. Na ocasião, os novos moradores foram recebidos pelos diretores da Laguna Gabriel Raad e Faissal Raad.
Gabriel e Faissal Raad
CASACOR Na primeira reunião com o elenco da CASACOR Paraná 2022, a empresária Marina Nessi trouxe a Curitiba o arquiteto e jornalista Pedro Ariel, diretor de conteúdo e relacionamento da CASACOR. O edifício AQUA volta a receber o evento e o desafio vai ser encontrar novas soluções e interpretações para o mesmo espaço. O tema do evento neste ano é Infinito Particular. A mostra acontece entre 26 de junho e 13 de agosto. Fotos: Viviane Sonnenstrahl.
Marina Nessi
Pedro Ariel e Marina Nessi
Elenco na praça
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Hugo Peretti Construtora promove petit comité de abertura do plantão de vendas do “Riomaggiore”, seu novo empreendimento. A novidade vem para homenagear a Itália e agregar aos projetos da região que também são inspirados em cidades italianas. Esse é o 87º empreendimento da construtora. A Construtora reuniu convidados para a abertura do plantão de vendas do Riomaggiore, seu novo empreendimento. O prédio já está sendo construído no Alto da XV e é o 87º empreendimento da construtora. Na ocasião, estiveram presentes os diretores da construtora, Percy Peretti, Hugo Peretti Neto, Marianna Peretti e convidados.
Vanessa Guimarães, Regina Rocha, Marianna Peretti, Mauro Werneck, Cintia Peixoto e Hugo Peretti Neto
Fotos: Wagner Abreu
Os diretores da Construtora Hugo Peretti, Percy Peretti, Marianna Peretti e Hugo Peretti Neto
Tomas Sparano Martins e Mauro Werneck
Lais Aliski Casa A loja Lais Aliski Casa realizou uma uma aula de design floral, ministrada pela artista plástica Manu Daher, para um grupo de convidadas do setor de arquitetura e decoração. Durante o encontro, as participantes puderam conhecer os lançamentos de décor em mesa de brunch assinada. Fotos: Roberto Souza
Lais Aliski e a arquiteta Claudia Baggio Pereira
Mariana Milani, Lais Aliski, Taiana Meister e Jackeline Polesi, sócias do escritório Meister & Polese
Lais Aliski e Manu Daher
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Habitat social publi GT Building
GT Building investe em empreendimentos sustentáveis 108 habitat
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Reaproveitamento e uso consciente da água, utilização de materiais certificados ambientalmente, além de painéis fotovoltaicos e iluminação nas áreas comuns fazem parte do mix de práticas sustentáveis realizadas pela empresa
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Programa Mundial de Avaliação da Água da mos investindo em ferramentas para entregar empreendiUnesco (Organização das Nações Unidas para mentos que estejam de acordo com certificações ambientais. a Educação, a Ciência e a Cultura) estima que Assim contribuímos tanto com o meio ambiente, quanto na até 2050 o aumento do consumo de água no experiência do consumidor”, afirma João Alfredo Thomé, mundo seja de 20% a 30%. Os cálculos ainda diretor da GT Building. indicam que até 2030 o planeta terá um déficit de 40% de Além disso, o novo lançamento da GT, o Temple Batel, água. Nesse contexto, iniciativas sustentáveis se destacam é um exemplo quando se trata de práticas sustentáveis, com nos mais diferentes setores da sociedade, incluindo a área da foco no reaproveitamento e uso consciente da água. O projeconstrução civil. to faz a utilização de materiais certificados ambientalmente, Quando se pensa na economia de água, as práticas vão tem tecnologia de reaproveitamento da água da chuva para muito além de reajustar processos, mas no desenvolvimento irrigação e manutenção de áreas comuns, além de painéis de ferramentas e mecanismos que possibilitem o uso sustenfotovoltaicos e iluminação nas áreas comuns por sensor de tável dos recursos naturais a longo prazo. Inclusive, essa vem presença, que também auxiliam na economia de água. Horta sendo uma realidade no Brasil nos últimos anos. De acordo de temperos e hortaliças, com adubo orgânico, árvores nacom dados recentes do United States Green Building Countivas e frutíferas também fazem parte do empreendimento. cil (USGBC), o país possui mais de 1,5 mil construções desse Com uma localização privilegiada, próximo à Praça da tipo, ocupando a 5ª posição no ranking mundial de sustenEspanha, no bairro Batel, o edifício contará com 102 unidatabilidade, do qual fazem parte 180 países. des, com seis opções de plantas que variam A incorporadora paranaense GT Buil- Sobre a GT Building entre 31 a 54 m². Uma gama de serviços ding é um exemplo de uma empresa que A GT Building projeta empreen- pay-per-use, controlados por aplicativo, dimentos com o propósito de enjá adota conceitos internacionais de susestarão disponíveis aos novos moradores, tregar mais que um imóvel, um tentabilidade em seus empreendimentos. projeto de vida, atendendo aos o que garante facilidade no dia a dia. Dentre as práticas estão a aplicação de clientes de forma personalizada, Os apartamentos terão infraestrutura bosque vertical construído com materiais com isso já é uma das maiores para instalação de ar-condicionado, kit recicláveis, placas solares nas áreas co- incorporadoras do estado e líder antirruído na porta de entrada e do quarmuns, sistema de ventilação das garagens no mercado de Curitiba em volu- to, e tomada USB na cabeceira das camas. controlado pela leitura de CO2, utilização me de vendas. Partindo de um Já os banheiros trarão ponto para desemde água pluvial, sistema de irrigação efi- conceito inovador, aliado à tec- baçador de espelho, tampos em mármociente com sensor de umidade e utilização nologia, modernidade, qualida- re ou granito e piso aquecido (exceto no de materiais certificados de acordo com a de, confiança e sustentabilidade, lavabo e área de box). Todas as unidades possui em seu repertório 20 ediISO 14024 (Selo Verde). contarão com varanda para ter a proximifícios em diferentes fases. Entre “É de extrema importância que o sedade e o conforto da natureza logo ali, ao eles o Casa Milano, o Bosco Centor imobiliário adote práticas sustentáveis trale, o Denmark, o All Batel e o alcance de cada um. Fechadura eletrônica para contribuir com o desenvolvimento do Maison Alto da Glória, cada um e forro de gesso completam os itens estrumercado nessa área. Cada vez mais esta- com uma personalidade única. turais e de acabamento.
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A artista plástica Elizabeth Jobim, com sua obra, ao lado de Waldir Simões de Assis.
Na abertura da exposição de Bechara, Suzy Garofani, Jo Slaviero, Simone Yared, Bechara, Cristina Nacli, Flávia Simões de Assis e Katia Campos.
Simões de Assis A Galeria Simões de Assis participou da SP Arte, com obras de Léon Ferrari, Palatnik e móbile de Alexander Calder. E na galeria em Curitiba, acontece a exposição de José Bechara, que promove a transferência do reino ordinário para arte, para um terreno de discussões estéticas e fenomenológicas.
No estande da SP Arte, Andre e Priscila Costa, Flávia e Waldir Simões de Assis.
Museu da Fotografia A fotógrafa Mariana Canet está com nova exposição no Museu de Fotografia de Curitiba, no Solar do Barão. Com o nome de Natureza, a instalação apresenta uma variada coleção de fotos do meio ambiente brasileiro, com algo inusitado: elas são expostas costuradas em sacas de café. A exposição vai até 29 de maio.
Maurício melara A Biblioteca Pública do Paraná recebeu o evento de lançamento do livro A Arquitetura de Mauricio Melara. Publicado pela editora Zeta, a obra traz uma seleção com 22 projetos de Melara, a maioria residenciais, em que se destacam as fachadas esculturais e a experimentação de acabamentos. Entre os trabalhos apresentados no livro, chama a atenção o escritório do próprio Melara, que ilustra a capa e foi reconhecido Cintia Peixto e Mauricio e com o primeiro lugar no Prêmio Letícia Melara ABCEM 2019.
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Manuela Beleze, Marcia Calcagnotto, Gustavo e Nelson Calcagnotto com Mauricio Melara
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Eduardo Gomes, Ticiana Martínez, Marlus Doria, Mariana Altmayer
Gabriel Farah, Ticiana Martínez e Natalie Camargo Laska
Carolina Lobo, Cristiane Bochnia e Mariane Fontoura.
Os campeões do desafio PRO, Fernando Prestes e Arthur Muller, com Ticiana Martínez
Torneio de Beach Tennis Andáz Cabral
Eduardo Gomes, Ticiana Martínez, com os atletas vice-campeões do desafio PRO, Thiago Ceschim e Patrick Clai, e Natalie Camargo Laska
O Andáz Cabral, lançamento imobiliário da Incorporadora MDGP, promoveu seu primeiro torneio de beach tennis, realizado na Vita Beach Sports, com 233 atletas inscritos. Em três dias, Curitiba virou praia, viu nas quadras talentos profissionais e a revelação de atletas amadores. Fotos: Silvestre Laska e Namester
Sierra Curitiba A Sierra Curitiba promoveu um happy hour com Bia Lombardi, profissional da arquitetura que também se dedica a dar dicas de receitas práticas e saudáveis nas mídias sociais. O evento contou com a presença de um grupo de arquitetas da capital paranaense, que pode se inspirar e degustar ideias de preparo de diversos aperitivos criativos e fáceis de fazer, para replicar em encontros familiares ou com amigas. Fotos: Marcelo Elias
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Bia Lombardi
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A empresária Débora Ferreira do Carmo, a arquiteta Carol Bastos, e Giovanna Martins do Carmo
Sério?
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Habitat Ponto de vista Gabriel Falavina
Sustentabilidade é força motriz do segmento imobiliário Cresce demanda e valor comercial de projetos ambiental e socialmente responsáveis por Gabriel Falavina – Altma Incorporadora
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avanço das políticas corporativas para instaurar práticas ESG (Environmental, Social and Governance) vem ganhando um incentivo do próprio mercado. Aquelas empresas que ainda não marcharam espontaneamente rumo a uma mudança cultural interna que favoreça a responsabilidade social, ambiental e a governança serão forçadas a promover transformações quando perceberem que esses são critérios cada vez mais significativos para investidores e fundos decidirem onde alocar recursos. De modo geral, os investimentos não acompanham apenas o movimento pendular dos resultados financeiros de um negócio, mas também, e com muito destaque, seguem a onda das práticas de sustentabilidade, que agregam valor a produtos e serviços. É um caminho sem volta. Vai ficar para trás quem não entender que a responsabilidade social e a preocupação com o meio ambiente precisam ser atributos concretos e de destaque em qualquer projeto ou empreendimento. Isso vale para todos os segmentos do mercado, mas 2021 nos provou que o setor imobiliário tem obrigação de caminhar de mãos dadas com essa tendência. Mais do que isso. É uma exigência que não pode ser ignorada. Conceitos como green building e smart home podem até ter sido explorados num primeiro momento como estratégia para o fortalecimento de marcas (infelizmente, nem sempre com o respaldo de práticas sólidas nesse sentido). Mas agora já é possível perceber o valor comercial agregado ao produto sustentável graças à preferência do consumidor por imóveis com esse perfil. Empreendimentos inteligentes, planejados para reduzir o impacto ambiental e compensar a emissão de poluentes tiveram surpreendente índice de interesse e vendas no ano passado.
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Nós, do segmento de incorporação, apostamos na estratégia, mas nossas expectativas foram superadas por clientes engajados que nos permitem afirmar que a sustentabilidade já tem um impacto comercial significativo no mercado imobiliário. Por muito tempo, a busca de imóveis por critérios ambientalmente responsáveis foi incipiente. Em 2021, percebemos um movimento transformador e que veio para ficar. Tivemos respostas rápidas em projetos com esse perfil, como no mais recente lançamento da Altma em parceria com a Hiex, o Árten. O empreendimento teve 50% das unidades vendidas nos três primeiros meses. No final de 2021, o residencial foi consagrado empreendimento mais sustentável do Paraná pelo Prêmio Incorporador do Ano 2021, da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR). O empreendimento é o primeiro carbono zero do Brasil, além de ter sido considerado o de melhor planejamento e implantação de sistemas e equipamentos para a geração de economia do uso de água e energia, redução da poluição e diminuição do desperdício no canteiro de obras entre todos os lançamentos imobiliários feitos no Paraná nos anos de 2019, 2020 e 2021. Os clientes demandam e a sociedade vai exigir cada vez mais a mitigação dos impactos ambientais. Consultores da área indicam que o setor da construção civil segue sendo responsável por quase 40% das emissões globais de carbono, o que faz deste um dos setores que mais contribuem para as mudanças climáticas. As empresas que estão na frente já trataram de incorporar a sustentabilidade não apenas ao seu discurso, mas às suas práticas. Não basta mais parecer sustentável. É preciso aplicar medidas de sustentabilidade 360 graus, ou seja, que levem em conta a cadeia produtiva completa e que seja, de fato, efetivas e transformadoras. A questão não se limita mais à consciência das organizações que adotaram medidas ambientalmente responsáveis. Trata-se de uma exigência comercial: adequar produtos à expectativa de clientes que só consomem bens sustentáveis e para quem a casa também precisa ser verde.