Revista CF - Edição 11 - Setembro 2016 - ano 4

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Artur Machado O Dono da America

(CrossFit Regionals - south region)

Artur Machado e Anita Pravatti foram os dois melhores brasileiros na disputa do CrossFit Regionals 2016


Quem fez a Revista CF Diretor

Denis Diegas

Fotografia Alexandre Santana Denis Diegas Coeditor Fato Revisão Bianca Ferreira Anunciantes: Mamut Strong Progenex CrossFit SP CrossFit Tamboré Box Chek-in Box participante CrossFit SP CrossFit Tamboré CrossFit CT 300 CrossFit Bessa CrossFit Saurus Arena 235

Colunistas: Thiago Heck André Manabu Kaneoya Paola Crespi Alexandre Santana Rodrigo Semente Mex Abrusio Bruno Narciso Rafael de Barros

Diretor de arte

Alexandre Santana

A Revista CF é uma revista de estilo de vida e aptidão funcional. Cada edição oferece informações educacionais de especialistas nas áreas de fitness, nutrição e psicologia do esporte, bem como histórias de sucesso motivacionais. A Revista CF está sediada em São Paulo - Brasil - é uma empresa de mídia dedicada a promoção de um estilo de vida ativo, através da atividade física e alimentação saudável. A Revista CF também poderá ser visualizada em nosso site: www.revistacf.com.br A Revista CF é uma revista independente, sem alguma filiação ou parceria com o CrossFit Inc. Não pertence à CrossFit Inc. ou qualquer de suas subsidiárias, incluindo CrossFit Journal, CrossFit Kids ou CrossFit Games. As opiniões expressas na Revista CF, podcasts, Instagram, Twitter, Facebook ou pelo site revistacf. com.br não são de autorias do CrossFit Inc. ou seus fundadores.

Iara Fontinelle Robinson Abranches Acacio Grazioli Guerra Willian Freitas Luciano Dias Afranio de Brito Franciney Oliveira Patrícia Anésio

Hugo Quinteiro Dr. Saulo B. de Oliveira Bianca Ferreira Diogo Ribeiro Luciano Rechia


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Revista CF Onde seu wod vira nossa histรณria. contato@revistacf.com.br revistacf.com.br facebook.com/revistacf Instagram @revistacf Twitter @cf_revista WhatsApp claro - 11 98205 3566 vivo - 11 97598 1407



Carta ao leitor Mais uma edição da Revista CF está no ar com conteúdo de qualidade sobre CrossFit e o cenário fitness no Brasil e no mundo! A publicação desse mês traz entrevistas exclusivas e artigos aprofundados sobre temas importantes para quem pratica a modalidade, deseja iniciar ou trabalha com o corpo e a mente de atletas. Passados os Jogos Rio 2016 e com o espírito de torcida ainda aflorado no público brasileiro, a Revista CF dá destaque a grandes atletas do país, como os CrossFitters Anita Pravatti e Arthur Machado, a mulher e o homem mais bem condicionados do Brasil, e Fernando Reis, o ícone verde e amarelo do Levantamento de Peso Olímpico. Apresentamos também os novos colunistas da revista, Luciano Dias e Hugo Quinteiro, especialistas em Strongman e Powerlifting, que falarão um pouco mais sobre essas duas modalidades para os nossos leitores. Mas, também falaremos sobre uma lenda viva norte-americana do CrossFit Games, única atleta a ter participado de todas as edições da competição: Becca Voigt, em entrevista exclusiva para a Revista CF.


A edição desse mês ainda fala sobre o trabalho mental que deve ser realizado com atletas, traz um artigo especial sobre Quiropraxia e os benefícios para os CrossFitters e explica sobre a certificação Level 1, primeiro passo para quem quer ter um box filiado à patente CrossFit, além das colunas de gastronomia e suplementação, ginástica, moda e muito mais. O time variado de colunistas da Revista CF busca apresentar, aos entusiastas de atividades físicas gerais, informações específicas de determinadas práticas e as necessidades básicas de atenção à saúde e ao bem-estar, pois acreditamos que não importa idade, tamanho ou preferência por um determinado esporte: conhecimento é fundamental em qualquer escolha que você faça. Boa leitura! Equipe Revista CF




Sumário edição por: Alexandre Santana Matéria de Capa - Conheça um pouco mais sobre os atletas

praticantes de CrossFit MAIS CONDICIONADOS DO BRASIL.

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# 17 - Anita Pravatti

#16 - Arthur Machado

games.crossfit.com/athlete/4376

games.crossfit.com/athlete/69957

Mais uma história de superação na coluna CrossFit & Eu - desta vez fomos no - Box 10 - CrossFit Bessa - na Paraiba, onde nossa colunista Priscila Oliveira conheceu Rodrigo que nos disse qual é o segredo da superação - "nós amamos o que fazemos. E o nosso maior desejo é transformar vidas, pois tudo começou com a transformação da minha". Página 20 10

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Paola Crespi, colunista da Revista CF sempre traz as tendências e produtos direcionados para o CrossFit e outras modalidades esportivas de Fitness com na coluna Moda Revista CF. Página 92

Luciano Rechia nesta edição nos conta mais sobre a história do Kettlebell e como fazer o Kettlebell Snatch! Página 64


edição 11 - ano 4 - Setembro 2016

Fernando Reis - A paixão pela modalidade, que vem do pai, Horácio, fez com que a família Reis se tornasse, hoje, a mais tradicional no LPO brasileiro. “Quando comecei a praticar o LPO, havia uma grande falta de conhecimento sobre essa modalidade no Brasil. Consegui mudar esse paradigma e contribuí para que a atividade alcançasse o merecido respeito” Página 80

Strongman - Minha educação física escolar foi um pouco deficiente com relação ao meu desenvolvimento corporal e motor. Porém, como eu praticava outros esportes, não senti muita falta. Mas, creio que se não fossem minhas atividades extras, teria um repertório motor mais comprometido. Página 52

A CrossFit defende que a formação de um coach deve ser contínua, seja com cursos, leituras ou horas de aula. Para isso, ela disponibiliza cursos de formação (Level 1, 2, 3 e 4) e as especialidades que envolvem o Levantamento de Peso Olímpico, Ginástico, Kettlebell, Endurance, Pose Running, Powerlifting e outros mais. Página 14

Mente blindada - Para falar sobre esse assunto, a Revista CF procurou o Mental Coach Andrey Figueiredo, profissional com vasta experiência nas áreas esportiva e executiva e no desenvolvimento pessoal específico em atletas, profissionais e empresários, para um bate-papo sobre o tema. Página 24 revistacf.com.br

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Level ONE Certificação, validade e reciclagem

Certificação, validade e reciclagem do Level 1 Todos sabemos que o CrossFit, mesmo em meio à crise econômica e política que o país vive, é uma modalidade ainda em crescimento no cenário nacional. Isso faz com que o esporte atraia alguns investidores e, por consequência, o número de boxes aumente cada vez mais. E o que o Level 1 tem a ver com isso? A modalidade chegou no Brasil em meados de 2009 com a pioneira CrossFit Brasil. O curso do Level 1 (L1) da CrossFit é o primeiro passo para quem quer se afiliar e abrir as portas como um 14

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box oficial, e este artigo tratará exatamente sobre o passo a passo desta certificação. Como citado anteriormente, o curso L1 é o começo de tudo e é a única exigência da marca CrossFit para habilitar uma pessoa a abrir um box oficial. Esta certificação tem um custo de U$1.000,00 e duração de um final de semana, porém, a organização disponibiliza o material do curso online e indica que cada participante faça a leitura. O curso é 50% teórico e 50% prático, com um conteúdo bem distribuído, ministrado por treinadores certificados e autorizados pela CrossFit. Ao final do curso há um teste, e se o participante não obtiver a nota mínima, não recebe a certificação.


quem se atualiza constantemente. O coach defende que fazer só o Level 1 é pouco e, se esse for o caso, que se renove em menos tempo. Questionado sobre a influência da graduação em Educação Física na formação do treinador de CrossFit, Luiz afirma serem formações complementares, porém, que nem todos os educadores físicos estão preparados para dar treinos de CrossFit. Joel Friedman (Level 1 desde 2008), do bos CrossFit Brasil, discorda em alguns pontos. Segundo ele, a duração do curso Level 1 é muito curta para habilitar uma pessoa como coach, menor ainda para abrir um ginásio de CrossFit. Isso ajuda a desvirtuar a filosofia que a marca empreende, com o ingresso de pessoas com interesse puramente financeiro. Sobre a revalidação ou reciclagem do L1, o único questionamento de Joel é sobre a repetição do conteúdo já visto na primeira vez em que fez o curso. Ele também critica a inclusão de mais conteúdo para o mesmo número de horas do curso, o que, na visão dele, deixa muita informação abreviada. Toda licença tem um prazo de validade, e no caso da certificação da CrossFit não é diferente. O prazo de validade do L1 é de 5 anos, e dentro deste prazo a renovação pode ser feita com a repetição do Level 1 ou com a conclusão do Level 2. Considerando que essa licença tem um prazo de validade de 5 anos, os coaches brasileiros já estão tendo que correr atrás da sua renovação desde 2014. Pedimos a opinião de alguns coaches para saber o que eles pensam sobre essa reciclagem e um posicionamento da própria CrossFit sobre o assunto. Luiz Martins, da Hangar 193, é coach Level 2, fez vários cursos de especialidades da CrossFit e fez seu Level 1 há 6 anos. Segundo ele, a CrossFit valoriza

Tanto Luiz, quanto Joel, afirmam ser importante a formação em Educação Física, pois o conhecimento em fisiologia, biomecânica, psicologia, treinamento e outras disciplinas serão a base para um bom aproveitamento e utilização das informações adquiridas no curso da CrossFit. Joel conclui: “Para os que querem ser treinadores, o que posso dizer é que devem ter mais paciência para aprender antes de ensinar. Não adianta querer entrar nessa só porque virou moda, pois o mercado vai acabar filtrando quem é bom e quem vai fechar nos próximos dois anos. Está cheio de treinador por aí que, por exemplo, nem faz WOD. Para os alunos, eu diria para visitarem mais ginásios para revistacf.com.br

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poderem escolher melhor a quem entregar a sua saúde, mesmo que já treine regularmente em algum ginásio. Abrir a cabeça não é apenas sair da musculação para virar um apaixonado por CrossFit, mas também procurar o melhor treinador possível, não apenas o mais próximo da sua casa ou trabalho.” A CrossFit defende que a formação de um coach deve ser contínua, seja com cursos, leituras ou horas de aula. Para isso, ela disponibiliza cursos de formação (Level 1, 2, 3 e 4) e as especialidades que envolvem o Levantamento de Peso Olímpico, Ginástico, Kettlebell, Endurance, Pose Running, Powerlifting e outros mais. Disponibilizam, também, um periódico com diversos temas para o desenvolvimento do treinador. Os assuntos vão da nutrição até a técnica de execução de um movimento, da rotina de um atleta até o treinamento de um idoso para melhorar a qualidade de vida, além do canal no YouTube com vídeos técnicos, de competição, motivacionais e de algumas histórias de vida. Em um artigo de 2014, Nicole Carroll, diretora de certificação e treinamento da CrossFit, explica o que é cada curso de formação, do Level 1 ao Level 4, o motivo de terem criado essas divisões e os pré-requisitos para cada um. Nossa colunista Hannah Caldas conversou com o coach Blair Morrison sobre o tema deste artigo. Blair é atleta e head coach da CrossFit Anywhere, na Califórnia, já participou de 8 regionais e 3 CrossFit Games. Segundo ele, repetir o L1 para revalidar a certificação é mais do que positivo, pois, para o treinador, é uma oportunidade de resgatar e relembrar alguns temas pouco abordados no dia a dia de um box, e para a marca, mantém o padrão e gera uma segurança a mais. No entanto, o atleta considera dispensável fazer as especialidades 16

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da CrossFit, assim como o Level 3 e 4. Morrison acredita, ainda que o Level 2 tenha certo valor no que diz respeito ao coach que pretende ensinar outro coach, mas acha que para os clientes do box é, também, dispensável. O coach norte-americano acredita que o “shadowing”, conhecido no Brasil como estágio, é muito mais importante. Este processo consiste basicamente em o estagiário fazer a sombra do head coach e ter um feedback positivo, na avaliação, de quem o treinou. Para ele, à quem participa de um programa de estágio, o dia a dia do box será incorporado de uma forma mais natural, já que há muitas situações no cotidiano de um ginásio que o curso não proporciona. A opinião se sustenta, ainda, nos cursos de especialidades que a CrossFit disponibiliza, mas Blair Morrison acredita que se dá muito mais valor ao feedback de um estágio em alguma área específica do que simplesmente um curso – “é evidente que os cursos de formação do coach são importantes, mas não são as prioridades na contratação”. Independente das opiniões dos coaches, as experiências vividas, os cursos, as especializações e os estágios são extremamente importantes na formação de qualquer profissional. Um treinador deve entender o seu propósito e ter um objetivo claro para poder contribuir com a melhora da qualidade de vida ou rendimento de seus atletas. Lembre-se: a certificação, sem a experiência prática, talvez não tenha tanto valor. Matéria por: André Manabu Kaneoya e Hannah Caldas - colunistas da Revista CF


CURSO

DO QUE SE TRATA?

PRÉ-REQUISITOS

Level 1 Certification Course (CF-L1)

Curso introdutório ao método e aos movimentos fundamentais. Definir conceitos e aprendizado da mecânica dos movimentos.

• Ter 17 anos no momento do teste.

Level 2 Certification Course (CF-L2)

Curso intermediário para aprofundar o conhecimento dos movimentos fundamentais e desenvolver as habilidades de coach e planejamento do treinamento.

• Ser certificado como CF-L1 e estar dentro do prazo de validade.

Certified CrossFit Trainer (CCFT ou CF-L3)

Curso para coaches experientes, para desenvolver a liderança, saber adaptar os treinos tanto para atletas quanto para alguém com necessidades, desenvolver os treinos minimizando os riscos e elaborar estratégias para motivar seus atletas.

• Mínimo de 18 anos. • Passar no teste. • Existem duas possibilidades: 1 – Ser certificado como CF-L1 e CF-L2 e estar dentro do prazo de validade e ter 750 horas de treinos ministrados nos últimos 5 anos. 2 – 1.500 horas de treinos ministrados a atletas de alto rendimento em clubes ou universidades. - Além destes pré-requisitos anteriores citados, deve ter um certificado de ressuscitação cardiopulmonar (CPR) com renovação a cada 2 anos.

Certified CrossFit Coach (CF-L4) – ainda indisponível.

Não é um curso para instruir o participante, é 1 dia de avaliação da atuação como coach. Serão avaliadas as habilidades para: ensinar, observar, corrigir, liderar, presença, atitude e demonstração.

- Ter as certificações: CF-L1, CF-L2 e CF-L3.

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Fontes do artigo: www.crossfit.com ; acesso em 22/06/2016. CARROLL, Nicole; CrossFit Trainer Education and Certification: New Programs and a New Structure; The CrossFit Journal, julho de 2014.

* Todos esses cursos você encontra em: https://training.crossfit.com/courses Copyright © 2014 CrossFit, Inc. All Rights Reserved. CrossFit is a registered trademark ® of CrossFit, Inc. revistacf.com.br

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CrossFit & Eu por: Alexandre Santana Em dezembro de 2013, aos 29 anos, resolvi procurar um médico para um Check-up. Para minha infelicidade – ou sorte –, o resultado dos exames não foram os melhores. Estava pesando 118 kg e todas as taxas estavam alteradas. Os triglicerídeos apresentaram um valor de referência de 711, o colesterol de 480, a glicose de 120 e eu estava com esteatose hepática – gordura no fígado – grau 2. Diante deste quadro, o meu médico me deu a seguinte sentença: “Se continuar dessa forma, você não passará dos 35 anos.” Fiquei preocupado e passei uma semana querendo mudar. Planejei tudo, mas nada saiu da programação.

Decidi mudar de vida, me alimentar bem e estudar sobre o CrossFit e sobre a filosofia que envolve esse esporte tão apaixonante. Em agosto de 2014, Eudes não pode mais me acompanhar, pois precisou se

Em janeiro de 2014 fui desafiado por minha esposa Fabiana a passar um ano sem tomar refrigerante (praticamente não tomava água, só refrigerante). Ela fez uma aposta comigo: um ano sem a bebida e eu ganharia 1.000 reais em dezembro. Caso eu tomasse, teria que pagar os 1.000. Aceitei o desafio e este foi o pontapé das muitas mudanças que viriam. Em abril do mesmo ano procurei a ajuda do meu amigo/irmão – e hoje sócio – Eudes. Expliquei minha situação e disse que precisava da ajuda dele, como educador físico, para aumentar o prazo de vida dado pelo meu médico. Foi quando conheci o CrossFit. Eudes já era Level 1 e apaixonado pelo esporte. Ele me mostrou um vídeo de um atleta e me convenceu a começarmos um teste. Em maio, iniciamos os treinos na academia do meu prédio, pois em João Pessoa não tinha nenhum box. Logo no primeiro mês, eu perdi 12kg e, pela primeira vez, me apaixonei por uma atividade física. revistacf.com.br

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afastar temporariamente para fazer um curso de formação de um concurso em que fora aprovado. Mas eu segui firme. Ele programava e eu fazia os treinos sozinho. Em setembro, descobri na cidade um estúdio que trabalhava com a metodologia, e imediatamente me matriculei. Ainda no mesmo ano, em outubro, fui para os EUA e tive a oportunidade de conhecer alguns boxes e viver o CrossFit na sua essência. Chegando em João Pessoa procurei Eudes e resolvemos começar um trabalho pioneiro na cidade. Em dezembro de 2014 abrimos o “BOX10”, e fomos a primeira turma de CrossFit Beach nas areias da praia do Bessa em João Pessoa. Começamos o trabalho com apenas seis pessoas, todos da minha família, e em quatro meses tínhamos 89 alunos. Nesse momento vimos que o nosso sonho estava perto de se realizar: queríamos trazer para João Pessoa o primeiro box oficial de CrossFit. Nos unimos a Daniel, um aluno apaixonado por CrossFit, e resolvemos levar o desafio a sério. Em maio de 2015 eu fiz o curso de Crossfit Level 1 e em 1 de junho de 2015 nasceu a BOX10 CROSSFIT BESSA, o primeiro box oficial de CrossFit de João Pessoa. Hoje temos muito orgulho do que em pouco tempo construímos. Em um ano, somos o maior Box de Crossfit da Paraíba e um dos maiores do Nordeste. Aquela família de seis hoje possui mais de 400 integrantes. Muitos nos perguntam: qual é o segredo? E sempre respondemos: nós amamos o que fazemos. E o nosso maior desejo é transformar vidas, pois tudo começou com a transformação da minha. Mudei meu ânimo, minha vida profissional, meu estilo de vida, minha mente. Sou outra pessoa. Matéria: Priscila Oliveira / Alexandre Santana Entrevista: @RodrigoLeite

Box: @Box10BessacrossFit


Mente blindada Por: Rodrigo Semente Figueira Em tempos onde pequenos detalhes têm ditado a diferença entre primeiro e segundo lugares em todos os gêneros de competições esportivas, nos deparamos com a verdade de que o esforço, a persistência, a determinação e até mesmo a vontade superam o talento. Esse último quesito está diretamente ligado a um desejo pessoal de cada indivíduo em obter suas próprias conquistas. Para isso, não basta apenas um atleta se preparar técnica ou fisicamente para uma competição. Existe uma terceira preparação, tão importante e essencial quanto essas, que é a preparação mental para a competição. Muitos competidores conseguem extrair seu potencial no que diz respeito aos treinos, mas em alguns casos competitivos, por conta da pressão ou inúmeros outros fatores que antecedem uma disputa, o rendimento pode ser totalmente prejudicado. Para falar sobre esse assunto, a Revista CF procurou o Mental Coach Andrey Figueiredo, profissional com vasta experiência nas áreas esportiva e executiva e no desenvolvimento pessoal específico em atletas, profissionais e empresários, para um bate-papo sobre o tema.



Revista CF: O Brasil foi um país colonizado, culturalmente influenciado, e deu origem a um povo que sempre batalhou muito pra conquistar seus méritos e reconhecimento. Quanto esse tipo de cultura “inferiorizada” interfere na preparação mental de um atleta quando confrontado com grandes potências esportivas? Coach Andrey Figueiredo: Quando trabalho a mente de um atleta ou um time de atletas, procuro identificar, com muito respeito e sem julgamentos, quais as crenças limitantes que possam estar atrapalhando o rendimento nos treinos e, principalmente, nas competições. Com relação a esta “cultura inferiorizada”, costumo utilizar exemplos de grandes atletas brasileiros, que tiveram muito pouco incentivo, venceram grandes dificuldades e se tornaram vitoriosos em suas carreiras. Procuramos modelar não só suas atitudes, mas também o que pensavam, em que acreditavam. Pensar e acreditar como eles nos torna um pouco ou bastante como eles. Digo que são como a expressão “bois bravos”: quanto mais apanham, mas bravos ficam. E hoje em dia, o brasileiro, seja ele atleta ou não, consegue chegar nessa mentalidade. Não desiste e dá o seu melhor.

seus adversários. O Brasil, por exemplo, sempre foi respeitado e temido no futebol, encontrando poucos adversários a sua altura, mas hoje, encontra muitos times que batem de frente. Como um atleta consegue transcender a pressão e até mesmo a reverência de duelar com um ídolo ou o grande favorito da competição?

Revista CF: Quando um país é pioneiro em algum esporte, ele acaba gerando certo tipo de pressão e respeito por parte dos

Andrey: Além de foco, estratégia e vontade, considero a alegria de estar competindo como uma das mais poderosas fontes de

Quando falamos de nível competitivo, mínimos detalhes definem o vencedor. Já há algum tempo é comprovado cientificamente que a preparação mental e emocional melhora os resultados.


excelência para qualquer competição. Costumo estimular o atleta a alcançar um estado de muita gratidão e alegria por aquele momento. Então quanto mais admiração pelo adversário ele tem, mais alegre e grato ele estará naquele momento e, portanto, mais energizado para alcançar grandes resultados. Revista CF: As vezes, a impressão que temos é que alguns atletas se dão por satisfeitos com algumas conquistas e não se esforçam para continuar no topo. Fica nítido que a pressão, seja da mídia, da equipe, dos torcedores, ou até mesmo através de um elogio das pessoas mais próximas, acaba incomodando e envolvendo a parte emocional na busca por resultados. Temos exemplos de vários atletas que em competições se entregam ao oponente ou à circunstância, enquanto outros atletas, mesmo em desvantagem, não desistem até o fim. Nessa questão de mentalidade, o que diferencia um atleta do outro? Andrey: Sim. Existe mais pressão em manter-se campeão do que conquistar um título de campeão. Por isso o trabalho mental tem que ser diferenciado para cada estágio em que o atleta se encontra. Trabalhamos juntos por objetivos, e estudamos e aplicamos estímulos diferentes para cada situação. O atleta campeão, para não diminuir o rendimento, foca, entre outras coisas, em toda sua trajetória, as habilidades que já provou para si mesmo que possui e também em defender o que conquistou com todas as suas forças. O enfoque é diferente, mas o estímulo e a autoconfiança vão fazer com que tudo que ele treinou apareça. A grande diferença mentalmente entre um e outro é quem vai estar mais consciente do

momento “aqui e agora”. Sem passado e sem futuro. Revista CF: Qual a importância da preparação mental no nível competitivo? Andrey: Quando falamos de nível competitivo, mínimos detalhes definem o vencedor. Já há algum tempo é comprovado cientificamente que a preparação mental e emocional melhora os resultados. Costumo observar em alguns esportes a larga vantagem que o atleta preparado mentalmente tem sobre o que não se preparou. Porem, não existe mágica. O que a preparação mental faz em uma competição é ajudar o atleta a colocar em prática todo o treinamento técnico e físico que ele trabalhou direcionado para a competição. Revista CF: Quais são os sinais apresentados por um atleta “cabeça ruim” pra competição? Andrey: Geralmente observo que quando o atleta não está bem, ele verbaliza ou gesticula mensagens como colocar em dúvida se está preparado; reclamar de coisas externas, como tempo, organização


do evento, etc; reclamar de lesões afirmando que poderão atrapalhar; semblante fechado; mau humor. Esses indicativos passam a nítida mensagem que o atleta não está feliz. Revista CF: A preparação mental de um atleta começa a partir de que ponto? Andrey: A partir do momento em que o atleta acredita no seu Mental Coach e nos resultados que ele pode trazer. Tem que haver parceria. Revista CF: Como podemos conciliar as preparações físicas e técnicas com as mentais? É um trabalho conjunto, no sentido presencial, com as demais preparações?

Andrey: Sim, acredito muito no trabalho em conjunto desses três pilares. Acredito na troca de informações entre eles para identificar e trabalhar pontos fortes e pontos de melhoria. Porem, as três áreas exigem muito foco e concentração. Por isso, cada uma na sua hora, funciona melhor para o atleta. Revista CF: Quais as ferramentas do mental coaching e como podemos avaliar o crescimento de um atleta na esfera da preparação mental? Andrey: Existem muitas ferramentas de coaching para alcance de objetivos diversos. Eu trabalho de uma forma customizada. Levando em consideração o atleta, o objetivo, as situações favoráveis, desfavoráveis e algumas outras importantes variáveis. Assim, monto um programa específico para o atleta. De forma alguma posso generalizar. Mas tudo começa com


uma agradável e honesta conversa. Assim, acompanho a evolução. Onde começamos, para onde estamos indo e a que distância estamos. Um atleta mentalmente preparado fica emocionalmente menos ansioso, mais resiliente, mais focado, mais seguro, empolgado, melhora o gás nas competições e consegue levar para a competição todo o seu treinamento técnico e físico tendo desempenhos melhores. O feedback que tenho de alguns, é de terem tirado um enorme “peso das costas”.

las. Costumo estimular o atleta a continuar frequentando o ambiente de treino (em repouso, respeitando as ordens médicas), ajudando os outros, observando, em contato com as boas vibrações do treino. Acredite, parece que o tempo passa mais rápido e sua mente fica conectada a seu esporte.

Revista CF: Como um atleta deve lidar com derrotas e lesões? E como é direcionado o mental coaching nesses casos?

Andrey: Aquele que ama o que faz. Que aproveita a jornada e é grato por isso. Aquele que ama competir mais do que ganhar. Aquele que quando está competindo, está em estado de arte, consciente, sem julgamento próprio, feliz e realizado.

Andrey: Tudo é uma questão de ressignificação de pensamentos. No coaching, afirmamos que não existe fracasso e sim resultados. Uns melhores, outros não tão bons assim, porém, sempre se somam, até conseguirmos o resultado final que desejamos. Quando se tem esta mentalidade, toda “derrota” vira feedback para melhorar. Então o atleta, ou ganha ou aprende a ganhar. Sobre as lesões, trato com consciência de que elas estão presentes mesmo quando tentamos evitá-

Revista CF: No quesito mentalidade competitiva, o que seria um atleta “cabeça boa”?

Nota-se que, na verdade, não existe nenhuma “receita pronta” para conquistar uma mente voltada para a vitória. O que existe é um trabalho tão sério quanto o técnico e físico, que necessita do total envolvimento e sinceridade por parte do atleta em expor seus medos e limitações, a fim de romper as barreiras mentais


existentes, como cultura, derrotas, lesões, ou os desafios de enfrentar os já temidos adversários. O trabalho mental propõe extrair uma “força extra” e fundamental para o atleta, que na maioria das vezes, já existe em seu interior, mas não é acessada. Todos nós, independente de que seja em competições ou na vida, queremos ser lembrados como aqueles que buscam seus objetivos até o fim. Que não retrocedem, nem sucumbem às pressões. Que mesmo com um relatório contrário, avançam com determinação e esperança. Esse é o estímulo que nos move como seres humanos – acreditar que com o trabalho específico e muita vontade, o impossível pode ser alcançado. Pessoas que transcenderam suas adversidades e atravessaram, a seu tempo, todo e qualquer obstáculo que surgiu em sua jornada, com os olhos sempre fixos no alvo estabelecido, adquirem uma estrutura para obter êxito em qualquer área de suas vidas. Não serão apenas bons atletas, mas bons profissionais e pessoas estimadas por seus familiares e círculos sociais, pois os benefícios de uma mente blindada os torna muito mais do que vencedores: torna-os influência. Assim, em meio a tantas dificuldades, somente a pessoa que ultrapassou os limites de sua mente pode externar-se ao mundo e se tornar um exemplo influenciador, impactando positivamente a vida de outras pessoas. Esse fenômeno só ocorre a partir do momento em que o incômodo da prisão mental se torna tão perturbador a ponto de o individuo desejar e não aceitar nada menos do que sua liberdade. O Coach Andrey Figueiredo é mental coach com vasta experiência nas áreas esportiva

e executiva, é colunista na Revista TATAME e trabalha com desenvolvimento pessoal específico em atletas, profissionais e empresários. Para contato de palestras, workshop e atendimento individual ou em grupo, acesse http://coachandrey.com.br/inicio ou envie e-mail para contato@coachandrey.com.br


Rebecca Voigt por: Mex Abrusio

A “lenda viva” do CrossFit Games A americana Becca Voigt, 35 anos, com altura de 1,75 m e 70 quilos, é a única atleta tanto da categoria feminina quanto masculina há ter participado em todas as edições do Reebok CrossFit Games. São 9 anos competindo e conseguindo manter seu nível atlético para passar pelo Open, Regionais e chegar ao Games. Sócia proprietária da box CrossFit Training Yard próximo a Los Angeles, Califórnia ela nos conta em entrevista exclusiva como faz para equilibrar sua vida pessoal e profissional.

Entrevista exclusiva para a Revista CF: Qual é o sentimento de ser a única atleta a participar de todas as edições do Reebok CrossFit Games? Becca: É um sentimento incrível participar de todas as edições do Games, e participar deste esporte por tanto tempo. O aspecto competitivo deste esporte cresceu muito nos últimos anos e nos forçou a crescer junto. Como atleta tive que evoluir muito para me manter no jogo. Há quanto tempo você pratica CrossFit? Becca: Eu pratico CrossFit há 10 anos, todos os dias. Toma algumas horas do meu dia.


Qual é a sua experiência atlética antes do CrossFit? Becca: Eu pratiquei esportes a minha vida toda, no passado eu joguei basquete pela faculdade. Como foi a experiência de competir no Games? Becca: É sempre incrível estar ao lado de atletas tão talentosos. Em alguns momentos é muito estressante, pois sei que minha família e amigos estão assistindo e torcendo por mim, mas eu sempre tento dar tudo de mim quando estou competindo. Como você faz para conciliar sua vida pessoal e os treinos? Becca: No inicio foi difícil mas depois de algum tempo consegui achar um equilíbrio entre treinos, gerenciar minha box e dedicar tempo para a família. Na sua opinião qual é a melhor coisa que um atleta pode fazer para acompanhar a evolução dos outros atletas?

Becca: Na minha opinião a coisa mais importante que um atleta pode fazer é reavaliar quais são as suas dificuldades. Eu faço uma auto analise detalhada no meu treino a cada 3 ou 6 meses e tento achar onde posso evoluir e manter-me afiada neste esporte. O que você conhece sobre os atletas brasileiros? Becca: Eu assisti as Regionais este ano e notei que os atletas estão se destacando cada vez mais. Onde você se vê daqui 5 e 10 anos? Becca: Isto é um estilo de vida pra mim, então me vejo competindo nos próximos 5 e 10 anos. Não importa se for másters, individual, equipes. Estarei participando do esporte. Que conselho você daria para uma pessoa que está começando a praticar crossfit? Becca: Eu acho que a coisa mais importante é criar um sistema de auxilio. Eu me cerco de pessoas que acreditam em mim e que me incentivam todos os dias.


Que conselho você daria para uma pessoa que treina a mais de 2 anos e quer competir? Becca: Ótima pergunta! O meu conselho é sempre focar o treino nas suas dificuldades. Tudo gira em torno do treino, e do treino pesado.

Posições de Becca Voigt nas últimas competições: 2016 - 2º lugar nas Super Regionais da California 2016 - 83º lugar no Open mundial 2015 - 31º lugar no Reebok CrossFit Games 2015 2015 - 5º lugar nas Super Regionais da California 2014 - troféu "Spirit of the Games" no Reebok CrossFit Games 2014 2014 - 24º lugar no Reebok CrossFit Games 2014 - 2º lugar nas Regionais SoCal 2013 - 11º lugar no Reebok CrossFit Games 2013 - 2º lugar nas Regionais SoCal 2013 - 12º lugar no Open mundial 2012 - 10º lugar no Reebok CrossFit Games 2012 - 2º lugar nas Regionais SoCal 2012 - 18º lugar no Open mundial 2011 - 3º lugar no Reebok CrossFit Games 2011 - 1º lugar nas Regionais SoCal 2010 - 7º lugar no CrossFit Games 2009 - 20º lugar no CrossFit Games 2009 - 3º lugar nas Regionais SoCal 2008 - 7º lugar no CrossFit Games Super Trunfo da Becca: Fran: 2:54 Helen: 8:07 Grace: 1:54 Filthy 50: 24:12 Fight Gone Bad: 412 Sprint 400m: 1:30 Run 5K: 22:25 Clean & Jerk: 97,5 kg Snatch: 74 kg Deadlift: 170 kg Back Squat: 120 kg Max Pull Up: 31 repetições


O C d

# 17 - Anita Pravatti games.crossfit.com/athlete/4376


Os atletas mais CONDICIONADOS do Brasil Por: Mex Abrusio

#16 - Arthur Machado games.crossfit.com/athlete/69957


Quando você pensa nos brasileiros mais bem condicionados do país, quais atletas vêm à sua mente? Para definir este título, nos baseamos no CrossFit Open, pois é a primeira fase do campeonato mais importante da nossa modalidade. Sabemos que o Open é uma etapa online e que, por isso, alguns resultados podem ser questionáveis, mas não é o caso para definir os primeiros colocados no ranking – estes atletas precisam enviar os vídeos dos WODs para comprovar o que foi informado, e o resultado do South Regional foi um reflexo do Open, comprovando a sua veracidade. Podemos dizer que se o CrossFit Games ainda tivesse 17 regiões, o Brasil certamente estaria representado na categoria principal em Carson (Califórnia, EUA). Porém, a mudança realizada para as Super Regionais tornou a vaga ainda mais disputada. Antes, o Brasil competia apenas com os países da América do Sul e Central, mas agora disputa com todos estes países e alguns estados norte-americanos do sul do país. Atletas como Camille Leblanc-Bazinet, por exemplo, campeã de 2014, agora disputam as vagas com as brasileiras. Mas o importante é que os brasileiros estão cada vez mais próximos dos atletas americanos. Exemplo disto foi o atleta Artur Machado, que se classificou em 4º lugar no evento 7, último evento do Regional, e em 5º lugar no evento 2. Estamos chegando perto. Os atletas Anita Pravatti, da CrossFit Selva, de

Brasília, e Artur Machado, da Fúria CrossFit, de Goiânia, então, são considerados os atletas mais bem condicionados do país – e o interessante é que ambos têm o mesmo treinador, Bernardo Camargo. Talvez uma coincidência pela localização aproximada, ou virtude da competência de um coach focado nos seus atletas. Nós acreditamos que seja a adição de ambos ingredientes. Assim como não se forma um atleta do dia para a noite, o mesmo pode se dizer de um

coach – são anos de experiência e estudos para conseguir resultados expressivos. Anita e Artur concederam uma entrevista exclusiva para a Revista CF, que você confere agora: Anita Pravatti Revista CF: Há quanto tempo pratica CrossFit? Estou na prática da modalidade desde 2010.


Revista CF: Qual é a sua formação? Sou professora de Educação Física especialista em Fisiologia do Exercício, formada pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). Revista CF: Como é a sua preparação para o Open? Quem cuida da minha parte de treinamento é o coach Bernardo Camargo, mas geralmente, antes do Open, trabalhamos WODs específicos para esse campeonato, exercícios básicos e WODs no formato AMRAP. Revista CF: E a preparação para as Regionais? Meu volume de treino aumentou bastante antes das Regionais, com WODs com cargas mais altas e movimentos mais complexos. Revista CF: Você faz alguma preparação psicológica para os campeonatos? Sim. Na verdade, eu faço um trabalho psicológico todos os dias no meu treino. Sempre imagino que estou dentro de uma competição, tentando não pensar que estou cansada e mantendo a concentração. Mas tenho também uma psicóloga do esporte que me acompanha em sessões semanais que faz parte da equipe do Dr. Ribas. Revista CF: De quantas pessoas é composta sua equipe de apoio? De verdade, não consigo mensurar. Graças a Deus tenho muitos patrocinadores, que na verdade são meus amigos, fisioterapeutas, médico, nutricionista, psicóloga, coach, assistente pessoal, marido, amigos,

patrocinadores de alimentação, suplementos, material esportivo. Eles me ajudam demais dentro de cada competição. Revista CF: Como faz para conciliar a vida pessoal com a vida de atleta? Não é fácil, principalmente porque tenho uma filha. Mas, como meu marido é coach e também gosta muito de CrossFit, ele entende e me ajuda no que pode, isso faz muita diferença. Revista CF: Quais são seus planos para o próximo ano? Agora tenho como foco principal as Regionais do ano que vem. Quero me classificar e estar bem mais preparada dessa vez, brigando realmente por uma vaga para o CrossFit Games. Meu treino já está focado nisso. Artur Machado Revista CF: Há quanto tempo pratica CrossFit, e qual é a sua formação?


Artur: Pratico a modalidade desde janeiro de 2012. Sou formado em Educação Física.

Revista CF: Como faz para conciliar a vida pessoal com a vida de atleta?

Revista CF: Como é a sua preparação para o Open?

Artur: Praticamente vivo dentro do box, mas tenho uma família que sempre me apoia e, quando não estou no box, ou estou descansando, ou em algum restaurante comendo. Minha vida pessoal é ser atleta.

Artur: Toda a minha planilha de treino é montada pelo meu Treinador Bernardo Camargo, e diariamente conversamos sobre como estou me sentindo e o que às vezes pode estar faltando durante a preparação. Na fase de preparação para o Open focamos nos movimentos básicos do CrossFit – agachamentos, presses, burpees, pull ups, cargas leves, priorizando a intensidade. Basicamente, terminar cada treino totalmente esgotado.

Revista CF: Quais são seus planos para o próximo ano? Artur: Quero continuar treinando duro, me dedicar mais ao meu box Fúria CrossFit e brigar pela tão sonhada vaga para o CrossFit Games, que está mais próxima a cada ano.

Revista CF: E a preparação para as Regionais?

Bernardo Camargo

Artur: Para as Regionais temos pouco tempo de preparação. Nesse momento, aumentamos as cargas e treinamos movimentos mais complexos que podem vir a ter nos WODs, mas todo ano temos uma nova surpresa. Por isso, junto ao meu treinador, estamos explorando cada vez mais diversas maneiras de treinar, praticando novos exercícios e diversos materiais.

Conheça também um pouco mais do coach Bernardo Camargo. Head coach da CrossFit BSB, em Brasília, Bernardo comanda atletas de alta performance e nos contou como é treinar estes atletas para o CrossFit Games.

Revista CF: Você faz alguma preparação psicológica para os campeonatos? Artur: Não tenho nenhum tipo de preparação psicológica, acredito que quem precisa disso é porque não tem seus objetivos definidos ou não sofreu o bastante nos treinos. Revista CF: De quantas pessoas é composta sua equipe de apoio? Artur: Minha equipe de apoio é composta pelo meu Treinador Bernardo Camargo, pela equipe da Cross Physio e por meus patrocinadores, MHP Brasil e Mamut Strong.

O professor deu apenas uma semana de férias para os atletas Anita e Artur após o término do Torneio CrossFit Brasil 2015. Logo, iniciaram os trabalhos de periodização para o Open 2016 com treinos cardiovasculares específicos com pouca carga, pois esta é a característica do CrosFit Open, mas também dedicou treinos de força aos atletas todo o tempo. Bernardo sempre estuda as últimas edições do Open para desenvolver planilhas com alguns movimentos específicos, mas diz que não é uma regra. “Tentamos colocar um volume alto de alguns movimentos nos treinos dos atletas, como por exemplo chest to bars, wallballs e muscle-ups, pois quando estes movimentos forem exigidos, eles já estarão aptos a executalos”, diz o coach. Assim que terminam o Open, os crossfitters


iniciam a periodização para os Regionais. É um período muito curto para o atleta, então o foco dos treinos fica nos movimentos que não são exigidos no Open, mas que geralmente são exigidos nos Regionais, como rope climb, handstand walk e GHD. Bernado Camargo é formado em cinesiologia, a ciência que estuda a análise dos movimentos, com ênfase em nutrição, fitness e health, pela San Diego State University, desde 1998. Trabalhou na Califórnia como personal trainer e obteve vários certificados nesta área. Em 2009, dentro de uma academia na Califórnia, conheceu o CrossFit – “vi uma pessoa fazendo um WOD e fui investigar que treino maluco era aquele”. Como já tinha praticado Levantamento de Peso Olímpico na faculdade e gostava de ginástica olímpica, a modalidade o atraiu. Quando conheceu o CrossFit, percebeu que era aquilo que procurava. Começou treinando sozinho na academia onde trabalhava, sem muitos equipamentos de CrossFit, mas conseguiu adaptar. Começou a direcionar alguns WODs para os atletas de futebol americano da universidade, que precisavam ter explosão e força, e depois começou a aplicar alguns movimentos nos alunos pessoais da academia. Bernardo fez o Level 1 na CrossFit NorCal em 2011 com Jason Khalipa e Miranda Oldroyd, e em 2012 abriu o seu box afiliado em Brasília, a BSB CrossFit. Foi também em 2012 que fez o Level 2, e procura sempre aprimorar seu currículo com cursos extras. Hoje sua planilha é dividida entre Torneio CrossFit Brasil e Regionais.

Alguns dados da sua trajetória: • Em 2013, sua atleta Marina Ramos foi campeã do Torneio CrossFit Brasil; • Em 2014, seus atletas Marina Ramos e Artur Machado foram vice-campeões no Torneio CrossFit Brasil; • Em 2015, sua atleta Anita Pravatti foi campeã do Torneio CrossFit Brasil. • E agora em 2016, mais uma vez Anita Pravatti do box CrossFit Selva, subiu no topo do pódio. Quando falamos dos atletas mais bem condicionados do Brasil, usamos o Reebok CrossFit Games, etapas Open e Regionais, para fazer a avaliação. E quanto aos outros torneios? Não podemos fazer um ranking geral de todos os torneios, pois cada um tem suas regras, sua arbitragem e particularidades. Foi por este motivo que foi criada, nos Estados Unidos, a liga profissional de fitness NPGL, também conhecida como The Grid. Já tentaram criar uma liga semelhante na Europa, porém, sem sucesso. No Brasil não existe uma liga como a NPGL. Porém, acreditamos que no futuro possamos ter uma liga profissional. Nosso esporte é novo, mas está crescendo bastante nos últimos meses. Já atingimos o segundo lugar no ranking de boxes do mundo, ultrapassando a Austrália e Canadá.


Prove Your Fitness Por: Bruno Narciso


Olá, amigos, leitores da Revista CF, amantes do CrossFit, da adrenalina e da alta intensidade! Essa é minha primeira participação como colunista na maior revista CrossFitter do Brasil e sinto grande satisfação em fazer parte deste time de profissionais com o objetivo de levar conhecimento e informação de qualidade para todos, além de mostrar o que move cada box e cada organização voltada para a qualidade de vida. Aqui vamos falar de quanto o CrossFit pode ser importante e fundamental para os mais competitivos atletas e a melhoria de suas performances e aptidões. Na coluna “Prove Your Fitness”, ou “Prove sua aptidão” – ou, em um sentido mais amplo, “Mostre o que aprendeu” –, vamos falar de como o CrossFit pode te ajudar em outros esportes ou atividades e na melhoria de sua qualidade de vida. Gostaria que este espaço fosse participativo e, esportes que talvez não forem citados aqui, sejam apontados para outras colunas das próximas publicações.

No box, estamos cada vez mais conhecendo atletas que buscam melhorias em seus respectivos esportes, como corredores, ciclistas, lutadores, nadadores, surfistas, skatistas, wakeboarders, snowboarders, escaladores, praticantes de atletismo, rugby, slackline, kitesurf, balance board, canoagem, esportes de aventura em geral, entre outros. Também não é raro encontrar artistas circenses e dançarinos. Ainda, é cada vez mais comum vermos deficientes físicos e pessoas com alguma limitação treinando, sem falar nas gestantes e crianças. Eu mesmo conheci o esporte graças a uma viagem para a prática de snowboard – treinei seis meses de CrossFit antes de minha viagem e as pernas corresponderam bem aos longos drops na neve. E você, como conheceu o CrossFit?

Independente da sua história, em uma coisa devemos todos concordar: a busca pelas melhorias em nossas capacidades é permanente, constante e fundamental, a não ser que você tenha a Sabemos que o CrossFit melhora, basicamente, “capacidade” de pensar que já é bom em tudo. dez funções específicas, baseado nas aptidões e capacidades físicas: resistência cardiorrespiraBom wod e bons drops. tória, resistência muscular, força, flexibilidade, Prove Your Fitness. potência, velocidade, coordenação, agilidade, equilíbrio e precisão. E quem de nós não precisa melhorar em alguma delas? Portanto, não importa qual esporte você pratique, ou a sua aptidão, seu talento ou seus objetivos, se você está em busca de melhorar em algo, superar um desafio, melhorar sua performance em determinada atividade, nem que seja ficar menos ofegante ao subir uma escada, o CrossFit poderá te ajudar. Da mesma forma, a modalidade auxilia corredores a baixar um tempo e aumentar suas distancias; surfistas a realizar determinado movimento com melhor mobilidade e equilíbrio; lutadores na explosão muscular e agilidade; nadadores na resistência cardiorrespiratória. revistacf.com.br

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Acalme a mente Por: Rodrigo Semente

Quando a cobrança prejudica seu avanço no CrossFit Você já notou quantas capacidades físicas e motoras de alta intensidade são exigidas no CrossFit? Não é de se espantar que, inicialmente, nossa melhora seja constante, já que somos apresentados a uma infinidade de movimentos – alguns incomuns, outros que até assimilamos com mais facilidade. Mas para todos nós, chega um momento em que as coisas parecem estacionar. Aquilo que é complexo continua difícil e começamos a sentir certo desânimo em alguns WODs que já sabemos que não iremos bem. Se não tomarmos cuidado, esse desânimo pode tomar maiores proporções, a ponto de perdermos o interesse em nos desenvolver naquilo que não temos uma aptidão natural. Recentemente, conversando com uma amiga que havia acabado de sair de um desses WODs bem punk, ela fez a seguinte afirmação: “É muita pressão! Estou ficando estressada e perdendo o prazer naquilo que tanto gosto. Acredita que cheguei a cogitar parar o CrossFit para não me sentir mais assim?” É claro que isso não passa de um momento no qual ela está desapontada consigo mesma. 42

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Porém, essa cobrança que jogamos em nós mesmos na busca de êxitos e resultados pode ser a responsável por atrasar nossa progressão na modalidade. Existem pessoas que nem começam o CrossFit porque não se julgam capazes de fazê-lo. “Isso não é pra mim”, dizem algumas delas. Mas vai aqui uma valiosa lição de vida: se queremos crescer em qualquer área, temos que soltar os pesos da pressão que carregamos sobre nós. No CrossFit, é evidente que estamos em busca de regularidade e melhorias, mas assim como na vida, temos dias bons e ruins nos treinos. Dias onde até mesmo aquele movimento fácil é executado com certa dificuldade, dias onde nosso corpo não está respondendo como de costume ou nossa mente não está tão focada quanto deveria em decorrência de outras ocupações e responsabilidade que temos.


A questão é que precisamos nos entender a ponto de aceitar que nem todo treino será RX, que nem sempre faremos um ótimo tempo ou destruiremos na quantidade de rounds. Existirão treinos em que seremos medianos. Péssimos, até. Alguns WODs nem conseguiremos completar. Todavia, isso não nos torna incapazes de prosseguir evoluindo. É claro que a princípio ficamos decepcionados, mas é nessa hora que o espírito do CrossFit deve entrar em ação. Aposto que você já fez um WOD onde tinha traçado antecipadamente uma estratégia, e logo no início, começou a se frustrar porque viu que o caldo engrossou de uma forma que não pode prever.Também acredito que você já tenha ido ao box num dia completamente desencanado e sem tanta motivação pra treinar e fez um dos melhores WODs da sua vida, não é? Tudo isso está ligado à cobrança que você coloca em cima dos seus resultados.

Portanto, não seja você sua própria trava. Treine, mas antes de tudo, divirta-se! Encontre o prazer de se conhecer e de se reinventar à medida em que trombar com alguma dificuldade. Tenho certeza que, dessa forma, você descobrirá um potencial gigante, que trará a regularidade que você busca. Isso será seu crescimento. Isso é CrossFit!

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Plank hold em alta Por: Rafael de Barros

Sit-Ups na berlinda A notícia de que as Forças Armadas dos EUA estão para banir os exercícios de sit-ups (exercício abdominal onde as pernas ficam flexionadas e há movimento cíclico de flexão de tronco em direção a elas) de suas listas de treinamento físico pegou muita gente de surpresa e nos fez olhar com mais cautela para esse tipo de exercício, tão usado nas academias de musculação e nos boxes de CrossFit. A justificativa para o “banimento” dos sit-ups seria a de que eles, além de não prevenir lesões, poderiam até mesmo aumentar a ocorrência de acometimentos da coluna vertebral. Isso porque o grande número de repetições desse exercício a que os soldados são

submetidos provocaria uma enorme força de cisalhamento sobre os discos intervertebrais, o que poderia causar dor e até mesmo lesões mais graves, como hérnias de disco. Essa decisão é apoiada em dezenas de estudos específicos da área, que comprovam que a repetição exaustiva de movimentos de flexão lombar com carga pode, em longo prazo, mais provocar lesões do que preveni-las. Outros estudos compararam o treino convencional, que incluía sit-ups, com outro em que eram usados exercícios de estabilização do CORE, como as pranchas (plank hold), por exemplo. Em todos eles o trabalho de estabilização teve alguma vantagem sobre os sit-ups – ou melhoraram a resistência do CORE, ou reduziram quantidade e tempo de


estabilizadores do CORE há muitos anos, com incríveis resultados. Não seria hora de se pensar em trocar um pouco o excesso de sit-ups por mais tempo dedicado a pranchas e outros exercícios isométricos de estabilização? Como já foi dito acima, está provado que não há perda de performance, e provavelmente teremos um menor número de lesões em uma das articulações mais importantes e exigidas do nosso dia-a-dia. Isso só o tempo dirá. Mas estão aí bons motivos para se testar a ideia. Referências Bibliográficas: CHILDS, JD. Effects of traditional sit-up training versus core stabilization exercises on short-term musculoskeletal injuries in US Army soldiers: a cluster randomized trial. Phys Ther, 2010. recuperação de lesões da coluna vertebral.

TEYHEN, DS. Effect of two different exercise E mesmo quando o assunto foi performance, os regimens on trunk muscle morphometry and sit-ups não fizeram falta. Ao serem comparados endurance in soldiers in training. Phys Ther, grupos de militares que praticavam sit-ups e 2013. grupos de militares que realizavam prancha abdominal estática (plank), e depois os CHILDS, JD. Effects of sit-up training versus core avaliarem num teste de sit-up, que é muito stabilization exercises on sit-up performance. utilizado no exército americano, ainda assim o Med Sci Sports Exerc, 2009 grupo que fez prancha se saiu melhor. KAUFMAN, KR. Military training-related Isso pode ser trazido à nossa realidade da injuries: surveillance, research, and prevention. comunidade CrossFit, já que em geral os treinos Am J Prev Med, 2000 apresentam grandes quantidades de sit-ups. É também sabido que uma das regiões que mais JONES, BH. Physical training and exercisesofrem lesões na prática do nosso esporte é a related injuries. Surveillance, research and injury prevention in military populations. Sports coluna lombar. Med, 1999. Os tratamentos fisioterápicos para afecções da coluna lombar já incluem esses exercícios revistacf.com.br

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Arena 235 e a desfiliação do CrossFit, Inc.

Hoje, no Brasil, existem mais de 500 boxes filiados à CrossFit, Inc., e esse número vem crescendo assustadoramente. Mas, o que muitas pessoas não sabem é que existe um grande número de boxes que estão se desfiliando à Crossfit, Inc., ou que estão inaugurando seus espaços sem o nome “CrossFit”. A Revista CF, desejando democratizar a modalidade e abrir espaço para diferentes filosofias, visitou um desses box, a Arena 235, para saber mais sobre o assunto. A Arena 235 A Arena 235 é um box situado em São José dos Campos (SP), onde é aplicada a modalidade MMT (Treinamento de Modalidades Mistas), que emprega exercícios similares aos executados em torneios de CrossFit. Osmar Pinto Neto é dono e Head Coach da Arena 235. Além de ministrar aulas de MMT, o professor também usa alguns princípios fundamentais do Kung Fu, como amizade, felicidade, inteligência e raciocínio, para auxiliar os atletas – esses princípios ajudam nas preparações física, mental e moral antes de um torneio. O centro de treinamento temtoda a estrutura que encontramos em qualquer box filiado, com professores, todos educadores físicos, bem qualificados. “A marca CrossFit, Inc. vende essa filiação sem que haja uma fiscalização ou padrão. Isso não é uma metodologia de esporte”, diz o Head Coach, que usa outros exemplos para completar: “corrida é um esporte e ninguém paga para praticar.” Segundo Osmar, o fato de não ser filiado não mudou seu fluxo


Š Patricia Contti


de alunos, e os atletas da Arena 235 participam normalmente dos torneios organizados por parceiros filiados, inclusive do CrossFit Open. Desfiliação A Arena 235 já foi afiliada à marca CrossFit, Inc. (chamava-se CrossFit Vale). O professor explica que a modalidade já era praticada no seu espaço havia muito tempo, quando ele mesmo já treinava com os precursores do MMT, e que por não saber que a modalidade se expandiria em larga escala, resolveu afiliar-se e fazer os treinamentos necessários. Segundo Osmar, a empresa desvinculou-se pelos seguintes motivos: 1. O único benefício de se pagar a afiliação é o direito de usar o nome da marca na fachada do seu estabelecimento. Osmar levanta uma questão: “Quanto vale essa palavra para o seu Box? Se o profissional achar que a marca lhe trará mais alunos, melhores resultados nos treinos, acredito que deva se filiar, sim.” 2. Tendo em vista que já tem uma extensa 48

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formação acadêmica, com mestrado e doutorado em engenharia biomecânica, como treinador USA Weightlifiting e um dos precursores do MMT no Brasil, Coach CrossFit (CF L1 e L2 trainer, CFkids, CFGymnastics, CFWeightlifting), Osmar não concorda que em praticamente dois dias de curso e pagando anualmente a afiliação, um aluno seja apto para abrir um Box e ensinar princípios básicos. 3. A marca não patrocina nada e não te dá autonomia para realizar eventos ou ter produto vinculado à CrossFit, Inc. Nós, da Revista CF, acreditamos que independente de o box ser filiado ou não, você deve procurar por um lugar onde se sinta bem, que os professores tenham formação ou experiências prévias e onde os equipamentos estejam em boas condições. E aí, está esperando o que para ir treinar? Matéria por: Iara Fontinelle - Robinson Abranches e Acacio Grazioli Guerra - Colunistas da Revista CF



Quiropraxia & CrossFit Por: Willian Freitas

O que é Quiropraxia? A Quiropraxia é uma profissão da área da saúde que se dedica ao diagnóstico e prevenção das disfunções relacionadas à coluna vertebral e às demais articulações do corpo. A atividade utiliza técnicas manuais, especificamente o “ajuste”, para corrigir essas desordens provocadas no Sistema Nervoso, além de desenvolver técnicas complementares que auxiliam na recuperação de lesões. E qual a relação da Quiropraxia com o CrossFit? Toda modalidade esportiva se utiliza de mecanismos básicos do corpo, sejam metabólicos, articulares, musculares, ou outros. Desta forma, o corpo pode se “desalinhar”, atingindo um estado de desequilíbrio que se reflete na incapacidade de expressar seu potencial máximo. Com os ajustes realizados pelo Quiropraxista, o corpo alinhado poderá desempenhar suas funções sem nenhuma interferência, resultando em melhor performance. Outros benefícios podem ser notados, como melhora da postura, mais energia, aumento de flexibilidade, melhor qualidade do sono, entre outros. Em uma pesquisa realizada em 2015, foram selecionados 82 praticantes de CrossFit, divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo 22 do gênero masculino e 19 do gênero feminino no grupo tratado; e 20 do gênero masculino e 21 do gênero feminino no grupo 50

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não tratado. Os atletas tinham entre 18 e 59 anos de idade e mais de três meses de prática de CrossFit. O tratamento quiroprático foi realizado durante oito semanas, sendo aplicado duas vezes por semana. Na ocasião, foram aplicados os questionários de Qualidade de vida (SF-36) e Escala de Dor Crônica (EGDC-BR), e realizada a TMV Quiroprática (Diversificada). A maioria dos indivíduos era do gênero masculino, com média de idade de 23 anos e tempo de treinamento variando de 3 a 6 meses (média de 4,67 meses). Quarenta e um casos (50% do total) foram avaliados em relação à qualidade de vida e grau de dor. O grupo tratado apresentou maior porcentagem de casos com melhora do que o grupo não tratado, e houve significância estatística em relação à melhora do desempenho. A conclusão do estudo é que o tratamento quiroprático é efetivo nos praticantes de CrossFit, tendo os atletas apresentado uma melhora do quadro álgico através da análise do Questionário de Dor Crônica e aumento na qualidade de vida. Em relação ao desempenho


dos praticantes, o acompanhamento regular com a Quiropraxia mostrou-se altamente eficaz. Por fim, a Quiropraxia é essencial a qualquer pessoa, atleta ou sedentário, tendo em vista o bem estar e a qualidade de vida. Vale também lembrar que a prática de atividade física é um dos fatores que contribui para a saúde. Referências Bibliográficas: (OLIVEIRA, D. S.; FRANKONIS, T. C. R.; FREITAS, W. M.; NETTO, J. A. C. Avaliação da eficácia do tratamento de Quiropraxia em sintomas álgicos nos praticantes de CrossFit. Revista

Brasileira de Quiropraxia. Vol. IV, n. 2. 2015). O estudo na íntegra você confere aqui: https:// issuu.com/fabiobatista2/docs/261115_rbq_ vol_vi_num_02 (pág. 47 a 55) revistacf.com.br

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Strongman Por: Luciano Dias

“Strongman adaptado” A trajetória do educador físico Luciano Dias foi cheia de percalços e mudanças de planos, mas a descoberta do Strongman mudou sua vida de forma inesperada. Confira a entrevista. MAD – Nos conte um pouco sobre a sua história, onde e quando nasceu, como é sua família e como foi sua infância, que tipo de atividade você mais curtia quando pequeno. Luciano: Nasci em São Paulo, em junho de 1981. Minha família é de Minas Gerais, mas meu pai, que era o irmão mais velho, deixou a roça e veio para São Paulo em busca de uma vida melhor. Logo depois, voltou para se casar e trazer minha mãe, que também trabalhava na lavoura. Minha infância foi bem simples, mas muito feliz e saudável. Sempre fui fascinado por artes marciais e meu tio ainda tentou convencer meu pai a me inscrever no karatê. Apesar de eu querer muito, meu pai achava que era uma atividade só para adultos. Independente disso, meus pais fizeram questão de investir na minha educação. Eu estudava em escola pública, e aos nove anos minha mãe me matriculou em um curso de inglês. Ter um tio que mora, desde aquela época até hoje, em Nova Iorque, e que venceu na vida depois de muito trabalho, pode ter sido um dos motivos que fizeram minha mãe me matricular no curso.

Nesta mesma época, consegui convencer meus pais a me deixarem fazer o tão sonhado karatê. Nessa fase, eu fazia inglês duas vezes na semana, lutava três vezes e trabalhava em uma lanchonete ajudando meu pai – eu tinha aproximadamente 12 anos. Pouco depois, comecei a sentir fortes dores na lombar por conta de uma escoliose. Lembro que em fases extremas eu não conseguia ir para a escola, e muitas vezes meu pai tinha que me carregar de um cômodo a outro da casa por não conseguir andar. Aos doze anos tive uma grande decepção:


um médico me orientou a suspender as aulas da karatê e começar a fazer natação. Nesta época eu era faixa verde, o aluno mais novo e o mais graduado. Mas, então, comecei com a natação. Gravei uma frase do meu tio em que ele dizia: “Em tudo que você se dedicar a fazer, faça bem. Seja o melhor.” Então, por mais que eu não fosse muito fã de natação, me dediquei e atingi o melhor tempo nas avaliações da academia. Em paralelo a isso, eu usava a meditação na cura das dores na coluna, e aos poucos fui melhorando. Aos 14 anos finalmente me formei no inglês, e na mesma época quis voltar para as artes marciais. Depois de assistir a um filme de capoeira, fiquei fascinado e comecei a praticar. Meus pais acharam que eu estava louco, considerando o problema que tive na coluna, mas não deixaram de me apoiar. Ao me formar no colegial, eu ainda quis tentar realizar meu sonho de infância, que era ser jogador de futebol. Como estava em fase alistamento no exército e provavelmente não conseguiria emprego, resolvi tentar mais um ano. Fiz teste em um time de futebol de campo e passei. Fui para o Paraná e fui o único selecionado entre 22 jogadores para ficar. Acabou não dando certo, no fim das contas. MAD – Como foi sua educação física escolar? Luciano: Minha educação física escolar foi um pouco deficiente com relação ao meu desenvolvimento corporal e motor. Porém, como eu praticava outros esportes, não senti muita falta. Mas, creio que se não fossem minhas atividades extras, teria um repertório motor mais comprometido. De qualquer forma, eu adorava jogar futebol, que era o que fazíamos na educação física escolar, e no colegial começamos a jogar handebol. Jogava na posição de goleiro e cheguei a ganhar um troféu de melhor goleiro, melhor atleta e goleiro menos vazado no campeonato escolar.

MAD – Antes da faculdade, você praticou algum esporte? Como foi? Luciano: Muitos, como mencionei. Inclusive, ganhei medalhas em campeonatos de karatê, natação, futsal, futebol e capoeira. Na faculdade joguei handebol por um tempo. MAD – Como foi a decisão de cursar Educação Física? Luciano: Na época em que estava para assinar o contrato com o time de futebol do Paraná, chamei meu técnico para conversar. Disse a ele que tinha vontade de fazer Educação Física e de trabalhar com crianças em escola, e que começaria a distribuir currículo nas academias para dar aula de capoeira – nesta época, apesar de ser um dos mais novos, era o mais graduado na capoeira. Expliquei ao meu técnico, então, que faria o vestibular e que, se fosse aprovado, eles teriam até fevereiro para resolver minha situação – se não assinasse o contrato com o time, eu ia desistir do futebol. E assim foi. Passei no vestibular, e em janeiro de 2000 comecei a distribuir currículos para dar aula de capoeira. Foi uma época bem corrida, e com episódios difíceis. Como não tinha computador, tive que fazer o meu trabalho de conclusão de curso (TCC) na casa de amigos. Acabei entregando-o com um dia de atraso, pois não tinha onde imprimir o documento. Meu caso teve que ir para julgamento, mas graças às minhas notas e ao meu relacionamento com os professores, meu TCC foi aceito e pude me formar em 2003. MAD – Conte um pouco como foi enfrentar as lesões e problemas de saúde. Luciano: O único problema sério que enfrentei foi com relação à minha coluna lombar. Apesar de ter sido uma criança fisicamente ativa, nunca fraturei nada.


Os gritos liberados durante as provas, a sensação de puxar um caminhão, foi tudo algo indescritível. Aquela foi a hora em que eu me encontrei, exorcizei todos os meus problemas. MAD – Como foi a escolha pela Força e pelo Strongman? Luciano: Como disse anteriormente, sempre quis cursar Educação Física para trabalhar com educação física escolar. Quando entrei na faculdade, em janeiro de 2000, entreguei meu currículo nas academias para dar aula de capoeira. Em abril eu consegui um emprego na área de telemarketing, onde trabalhei por nove meses, mas queria trabalhar na minha área. No dia seguinte ao meu último no antigo emprego, a proprietária de uma academia

me ligou falando sobre o currículo que tinha deixado havia um ano. Ali foi o marco da minha carreira e o divisor de águas da minha vida. O único detalhe é que eles precisavam de professor de musculação, não de capoeira, mas fui até lá me informar. Combinamos de começar no dia seguinte, e eu, que nunca tinha frequentado uma musculação na vida, fui até um amigo e pedi que me acompanhasse até a academia onde treinava e me dissesse o nome de cada aparelho, um por um. Lembro que tinha algumas pessoas treinando, viam meu amigo me explicando e diziam: “Você


vai dar aula? E nunca treinou? Complicado hein?”. Dali, saí com minha própria “bíblia”, que guardo até hoje: um caderninho com informações valiosíssimas pra mim na época. Aquela foi, sem dúvida, uma das maiores escolas que tive na vida, pois eu viria a ser o único professor naquela sala de academia. Comecei a me virar lendo muito livro e conversando muito com alunos mais experientes. Neste período, comecei a treinar musculação, Kung Fu e MMA (que na época era chamado de vale-tudo), e comecei a dar muita atenção para os alunos que não eram tão “grandes”, o que atraiu mais alunos para o meu horário. Em quatro meses de treino e dieta acertados, meu corpo mudou drasticamente. Isso era o estímulo que faltava para a minha genética, que respondia. Vi naquele período que não largaria jamais aquilo. Ali era meu mundo. Aí, veio a ideia de ser fisiculturista. Cheguei até a fazer apresentação na academia, mas não passou disso. Nessa época, conheci um atleta de supino chamado Silvio Vitório. Eu já tinha me aprofundado tanto na musculação que aqueles alunos, que me achavam uma zebra, me respeitavam muito a essa altura. Dei uns toques no treino do Silvio e fui acompanha-lo no que foi chamado de primeiro campeonato brasileiro de Strongman – não é considerado oficial porque não tinha nenhuma federação na época. Ele me convenceu a entrar na categoria até 100 kg. Decidi na hora, resolvi tentar a sorte. E foi ali que digo que o Strongman me escolheu, não fui eu quem escolheu o Strongman. Os gritos liberados durante as provas, a sensação de puxar um caminhão, foi tudo algo indescritível. Aquela foi a hora em que eu me encontrei, exorcizei todos os meus problemas. Depois que me formei, quando fui trabalhar com musculação e kung fu, foi onde conheci meu técnico, Hussein Omairi, que foi praticamente um segundo pai pra mim. Ele vinha do levantamento de peso olímpico e tinha um método de treino que consistia em treinar só os exercícios básicos de cada músculo, porém, todos os dias.

Resolvi experimentar, e foi quando minha força decolou. Ele fazia um trabalho mental fantástico comigo, e eu o aplicava na minha vida pessoal. Lembro que saía da academia que trabalhava em São Paulo as 22h e treinava até meia noite em Alphaville. Depois, caía na piscina gelada. Passado este período, fui aprimorando meus treinos e alimentação, até chegar ao meu ritmo atual. MAD – Você é conhecido por aplicar elementos do Strongman ao treinamento em geral. Conte um pouco sobre isso. Luciano: A meu ver, o Strongman é a modalidade que mais se assemelha às atividades da vida diária. Contém elementos básicos, como levantar, empurrar, puxar, arrastar e transportar. Ao fazer este tipo de treino você melhora, e muito, seu objetivo final, que pode ser o powerlifting, as artes marciais ou qualquer outra modalidade. Você fica mais ágil, resistente, forte e rápido. Tudo o que seu corpo precisa. MAD – Fale um pouco sobre o trabalho com idosos e como é trabalhar com essa faixa etária. Luciano: O Strongman trabalha diversas capacidades físicas que ficam mais comprometidas com o passar dos anos. São elas: força, equilíbrio, resistência e coordenação, dentre outras. Nós, às vezes, não percebemos a importância destas capacidades, pois as temos bem desenvolvidas – pelo menos para as atividades da vida diária. Percebemos quão importantes essas capacidades são na velhice, ao ver a dificuldade de um idoso de caminhar, levantar e sentar, transportar objetos de um lugar a outro e se equilibrar. Sou pós-graduado nesta área e hoje dou aula de esportes de força nessa mesma pósgraduação. Um dos temas abordados é o Strongman competitivo e adaptado. Como disse, o Strongman é muito parecido com as atividades da vida diária. O que faço é adaptar as limitações e incluir no treinamento das capacidades físicas mencionadas


no início. Por exemplo: no arremesso de barril, eu adapto e faço com que eles arremessem almofadas, trabalhando explosão, equilíbrio e coordenação. Este é só um dos exemplos de vários. Muitos de meus pacientes voltaram a andar, saíram da cadeira de rodas. Mais do que força, você poder devolver a uma pessoa a dignidade. É, sem dúvidas, gratificante. MAD – Você agora tem uma filha recém-nascida. Como é ter tanta intimidade com as duas pontas do desenvolvimento da força (bebês e idosos)? Luciano: Já brinco com a Isa introduzindo-a, aos poucos, aos movimentos básicos. Quero que, apesar de nos dias de hoje nossas crianças crescerem cada vez mais sedentárias, ela tenha uma infância saudável como eu tive. Com isso, ela terá uma boa fase adulta e, consequentemente, uma boa velhice. Hoje tenho uma academia que trabalha o Strongman adaptado. Pra quem não teve a oportunidade de se cuidar desde o início, minha dica é que, não só para o Strongman, mas para qualquer coisa que queira fazer na vida, nunca é tarde. E como preparador de atletas de diversas modalidades, fico feliz em vê-los concluir uma prova, validar um movimento,

marcar um ponto. E tem uma coisa ainda mais gratificante, que é você fazer com que um idoso consiga se levantar sozinho de uma cadeira e ainda dizer a ele: “valido o movimento!”.


Sopa Protéica Uma receita clássica, boa para o inverno,

SOPA DE CEBOLA COM WHEY PROTEIN Por: Afranio de Britto

Ingredientes SOPA: - 500 g de cebola cortada em tiras; - 20 g de manteiga ghee (pode ser manteiga clarificada, óleo de coco); - 750 ml de água; - 20 ml de conhaque; - 1 scoop de whey protein sem sabor (pode ser de baunilha a acidez da cebola tira o sabor do whey); - 1 tablete de caldo de carne (opcional) - Sal a gosto; - Pimenta do reino a gosto. Preparo SOPA: • Fritar a cebola na manteiga até ficar bem caramelizada (até atingir a cor marrom). • Flambar com conhaque e deixar evaporar. • Diluir o scoop de whey protein na água e adicionar na cebola frita (caso use caldo de carne diluir nesse momento também). • Deixar cozinhar em fogo baixo por 15 minutos. • Temperar com sal e pimenta a gosto e servir.

para sobremesa: Biscoito de Coco ProtÉico Ingredientes Biscoito: - Clara de 4 ovos; - 70 gramas de coco ralado; - 1 scoop de whey protein de baunilha; - 20 ml de mel pode ser de abelha ou de agave; Preparo Biscoito: • Bater bem as claras até ficarem bem consistentes. • Acrescente o whey, o coco e o mel com auxílio de uma colher misture delicadamente. • Faça bolinhas (se tiver dificuldade unte as mãos ou use uma colher os biscoitos podem ter forma irregular). • Colocar em uma forma untada. • Assar em forno preaquecido a 160º até ficarem dourados. • Esfriar e servir


CrossFit e corrida de rua Por: Franciney Oliveira Nos dias atuais, quem pratica esportes de alto rendimento sempre está na busca por melhores resultados e pela superação dos recordes pessoais. Isso faz com que a preparação dos atletas, mesmo que amadores, tenha uma grande importância. Várias metodologias de treinamento são utilizadas para melhorar a prática da corrida de rua, e a mais recente é o CrossFit. A cada dia que passa aumenta o número de corredores de rua que estão praticando

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o CrossFit com objetivo de melhorar o desempenho durante a corrida, seja ela de longa ou curta duração. (O Guia de Treinamento CrossFit, 2015). De acordo com Bompa (2002), quem pratica corrida de rua aliada ao treino de força, nesse caso, ao CrossFit, melhora a resistência cardiorrespiratória, aperfeiçoa a flexibilidade, agilidade, equilíbrio, velocidade, aumenta consideravelmente a força explosiva com treinos variados de intensidade e distância


e melhora a coordenação motora através de exercícios educativos. Ou seja, o CrossFit Endurance, como alguns gostam de classificar essa prática, possibilita um alto ganho muscular global e economia de energia gasta durante o exercício. Assim, é preciso saber dosar essa combinação de CrossFit e corrida de rua para que uma atividade não prejudique o rendimento da outra. Deve se respeitar a capacidade física de cada pessoa através de uma periodização adequada para que os ganhos sejam alcançados. Fizemos uma entrevista com o corredor e aluno do box CrossFit Tamboré - Alexandre André ou Ale Flash, como é chamado pelos colegas no box devido manter sempre um ótimo desempenho nos wods com corridas.

Alexandre, qual foi a principal mudança que sentiu em seu desempenho nas corridas após iniciar com o treinamentos de CrossFit? Com certeza a principal mudança que senti, já nos primeiros meses, foi um cardio respiratório mais resistente e o fortalecimentos dos membros inferiores. Hoje, eu já consigo perceber uma melhora no meu desempenho, tanto nos treinos como nas provas que participo. Qual são as distâncias que participa frequentemente e quais são seus tempos atuais? Corro provas de 5, 10, 15, e 21k Tempos: 5k - 19:48’ 10k - 39:47’ 15k - 1:01’ São Silvestre - 1:08’ 21k - 1:30’ Referências Bibliográficas: Bompa, T.O. PERIODIZAÇÃO: teoria e metodologia do treinamento. São Paulo. Phorte. 2004. O Guia de Treinamento Crossfit (2005) 117p. Disponível em http: library.crossfit.comfree/ pdf/level-training-Guide-portuguese.pdf Acesso em 04 mar 2015 Tartaruga, L.A.P.; Tartaruga, M.P.; Ribeiro, J.L.; Coertjens, M.; Ribas, L.R.; Kruel, L.F.M. Correlações entre economia de corrida e variáveis cinemáticas em corredores de alto nível. Revista Brasileira de Biomecânica. Vol. 5. Num. 9. 2008. p. 51-58. revistacf.com.br

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Whey protein e seus tipos Por: Patrícia Anésio As whey proteins são proteínas extraídas do soro do leite durante o processo de fabricação do queijo. Elas apresentam característica solúvel, o que favorece a digestibilidade e possibilita rápida absorção. Existem três tipos conhecidas: concentrada, isolada e hidrolisada. Whey Protein isolada: Possui alto teor protéico (aproximadamente 95% da composição) e é isenta (ou apresenta pequenas quantidades) de lactose e gordura. Whey Protein concentrada: Com menor valor de proteína em sua composição (variando de 25-89%, sendo

comum a 80%) e apresenta valores consideráveis de carboidrato, gordura e lactose. Whey Protein hidrolisada: Possui alto valor protéico e é isenta de betalactogloblina (fração alergênica responsável por desenvolver alergias). Sua absorção é rápida, pois possui alta capacidade de digestibilidade. Também é possível encontrar os blends de whey, que apresentam uma combinação de tipos de proteína do soro do leite. Na literatura, o consumo de whey protein


foi relacionado com vários benefícios, como melhora na saciedade, aumento da massa muscular, prevenção de catabolismo, interferência no percentual de gordura corporal, complemento para ressíntese protéica, rápida absorção e estímulo para a liberação de IGF-1. A proteína do leite de vaca é constituída de 20% de proteína do soro e os outros 80% de caseína (aproximadamente). A caseína, outro tipo de proteína bastante utilizada, forma “coalhos” no interior do estômago, que garantem absorção mais lenta. O melhor momento de utilização da proteína ainda é tema de muita discussão na literatura. Porém, uma meta-análise recente mostra a falta de evidências concretas sobre a existência da janela de oportunidade metabólica e, sendo assim, sugere que é mais importante pensar no consumo de proteína dividido ao longo do dia. A suplementação de proteína não precisa ser utilizada apenas como pré ou pós-treino, mas também pode ser utilizada como uma estratégia para alcançar as necessidades protéicas ao longo do dia. Porém, estudos mostram que a suplementação deve ser planejada respeitando as individualidades bioquímicas e as necessidades protéicas de acordo com cada tipo de exercício. Além disso, não é interessante atingir as necessidades de proteína apenas com suplementação.

Referências Bibliográficas: HARAGUCHI FK, ABREU WC, PAULA H. Proteínas do soro do leite: composição, propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana. Revista de Nutrição. 2006;19:479-488. MARSHAL K. Therapeutic applications of whey protein. Alternative Medicine Review. 2004;9:136-156. PADDON-JONES D, WESTMAN E, MATTES ED. Exploring the impact of high-quality protein on optimal health protein, weight management, and satiety. American Journal of Clinical Nutrition. 2008; 87:1602-1605. PASCHOAL V, NAVES A. Tratado de Nutrição Esportiva Funcional. 1° Edição – São Paulo: Roca. 2014; 443-449. SCHOENFELD B, ARAGON A, KRIEGER J. The effect of protein timing on muscle strength and hypertrophy: a meta-analysis. J Int Soc Sports Nutr. 2013; 10:53. WITARD OC, JACKMAN SR, BREEN L, SMITH K, SELBY A, TIPTON KD. Myofibrillar muscle protein synthesis rates subsequent to a meal in response to increasing doses of whey protein at rest and after resistance exercise. Am. J. Clin. Nutr. 2014.99(1): 86-95.

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Amantes da Intensidade Por: Tiago Heck

"CrossFit e Olimpíadas"

Olá amantes da intensidade, terminou as Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016. E o que o CrossFit tem a ver com os esportes olímpicos? Mesmo não sendo um esporte federado, temos uma ligação muito forte com as Olimpíadas, pois dentro do nosso programa utilizamos vários esportes olímpicos, dentre eles: Levantamento de peso olímpico, ginastica olímpica, remo, atletismo, natação, além 62

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do levantamento básico, que está nas paraolimpíadas com o supino. Mas vamos definir sobre o nosso "esporte", que na verdade, oficialmente não é uma modalidade esportiva. Não temos federação ou confederações pelo mundo. Vocês já devem ter lido matérias sobre isso - CrossFit é um marca, somos um programa de treinamento que visa qualidade de vida. Por tanto, dificilmente veremos numa olimpíada burpees e thrusters (o que é


uma pena, seria bem legal ver isso)! Mas mesmo visando só saúde, desse programa de condicionamento surgiu a versão competitiva e nos tornamos um "esporte", apesar de não ser oficial para o comitê olímpico. Treinamos igual ou mais que a maioria dos atletas de outras modalidades. Sem falar na extrema exaustão diária de cada treino culpa nossa, quem mandou treinar todas as capacidades físicas até o limite!?! Seguimos planilhas de treinos, nossos campeonatos tem regras e premiações. Temos times (Box) e patrocinadores. Podemos dizer sim, que somos atletas! Muitos vivem de competições, inclusive vários atletas de outras modalidades migraram pra cá. Temos também atletas cadeirante ou com outras deficiências,

atletas masters e teens, ou seja, qualquer ser humano pode se tornar atleta por aqui. Essa relação que o CrossFit criou com esportes já consagrados começou um pouco conturbada por não possuirmos a técnica perfeita de todas essas modalidades, mas hoje as coisas se ajeitaram e abrimos um grande mercado para especialistas em cada modalidade ajudarem nossos atletas a atingir a técnica ideal. Acabamos desenvolvendo também algumas técnicas diferentes de aplicar esses movimentos, seja num "Touch And Go" e "Unbroken", surgiram novas maneiras não utilizadas antes, tudo para desafiar o atleta ao máximo, a essência da competição de Crossfit! Tiago Heck é colunista da Revista CF e Head coach do box CrossFit Sampa. revistacf.com.br

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Kettlebell Snatch

Sempre buscando fonte com embasamento em referência científica e prática para nossos leitores, chegou a hora do Snatch. Falar o que é certo ou errado sobre Kettlebell Snatch foi a oportunidade de mostrar como esse movimento pode ser benéfico para os CrossFitters. O Kettlebell Snatch é um dos movimentos que venho estudando e analisando seus benefícios no dia a dia dos meus treinos e dos meus alunos com uma ou duas peças. Arremessando o KB de formas diferentes, trazendo ele os mesmo benefícios que outros equipamentos. Como comentado na edição anterior, sobre sua história e origem, 40 anos de esporte oficial pelos Russos passando pela América do Norte mais ou menos com 20 anos de prática. Chegando a América do sul por volta de 2009. Sabendo que o domínio de usar essa ferramenta vem ganhando força no mundo fitness, seja ele na preparação física, para saúde ou no alto rendimento. A cerca de 350 anos de uso pelos Russos, existindo um modelo com mais de 140 kg no museu da Grécia (sobre a história e suas origens RevistaCF – Maio 2016 - http://bit.ly/ RCF11_Setembro2016 ). 64

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No mundo do CrossFit fazemos Snatch com Barbell, Handbell, Kettlebell entre outros equipamentos. Até ontem se via muito o Power Snatch com esses dois equipamentos citados acima, vindo usar o Kettlebell da mesma forma de manusear o mesmo. Existem outras maneiras de usar a transferência do KTB saindo do solo a finalizar até a posição final – overhead! Com mais de 16 meses venho (Estudo Laboratório) em parceria com a box da Crossfit Ribeirão Preto colocando em pratica esses e outros movimentos com o KB, tendo como referencia as escolas do Sport Kettlebell ( Rússia – Certificado SSED/MSK pelas mãos coach Arsenij Zhernakov, pentacampeão mundial em kettlebell sport girevoy, LC 2x32kg ) & Crossfit Kettlebell ( América - Obtendo o certificado CFKB pelas mãos do diretor Jeff Martone em 2015 ) trazendo entre essas e outras referencias para ser na Waplicada na pratica. Demonstrando resultado positivos com nossos alunos e atletas nesses ultimo


Benefícios com Kettlebell Snatch 1º movimento Power

2º movimento swing.

• Desenvolver Força e Potencia - o snatch exige que você transfira através do sistema pélvico (quadril) velocidade durante cada repetição. A capacidade de produzir força em velocidade é o que chamamos de energia (Potencia). O Snatch é muito útil para muitos movimentos (funcional), em particular para esportes no geral e artes marciais. Se você quer desenvolver um core utilizando vários músculos e ter resposta rápida de força e potencia no condicionamento físico em um único movimento para usar no seu planejamento de treino dentro ou fora de competições que necessita de força e potencia o Kettlebell Snatch é o meu favorito! • Cardiorrespiratória - sem mover os pés O Snatch KB usa tanta energia durante cada repetição precisando que o sistema cardiorrespiratório (coração e pulmão) trabalhe diretamente desde o revistacf.com.br

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© Patricia Contti

meses. Não só CrossFitter internos como externos, não conhecer o movimento e muitas vezes o próprio que tem marcado presença nos cursos e workshop equipamento. O Games 2016 demonstrou o movimento que o atleta realizados pela www.brazliantraining.esp.br precisava aplicar na prova individual, Swing Snatch, Ficou Confuso entre Snatch KTB - Power ou Fonte – Reebok Crossfit Games 2016 – Indivual Regional Event 2. Swing? Abaixo tem duas imagens, ambos são para exercer Antes de dar inicio ao movimento, transferência, o movimento com Kettlebell! Perceba que a pegada inserção de mão entre outros, vamos relembrar que e a forma de posicionamento do corpo é diferente existe Equipamentos ( KTB - Ferramentas ) de forma e uma da outra, nesse momento que você consegue tamanho diferente. Diferença essa que vejo nas Box perceber a saída que o aluno ou atleta vai exercer. O pelo mundo e aos poucos no Brasil agregando o KTB 1º movimento está demonstrando o Arranco ( Power Pro Grade ( Sport ) especifico para os movimentos Snatch ) o 2º movimento Transferência de Força de Clean, Jerk e Snatck deixando esse exemplo para (Swing Snatch ). Esse ano no primeiro semestre outra matéria. foi à oportunidade de confirmar o que tanto falo Atenção - Esse movimento pede um domínio de sobre como devemos usar o movimento de forma outros dois movimentos antes de realizar o Snatch mecânica, ajudando a entender melhor a diferença KB, conheça seu corpo, domine os Swings (Russo e dos movimentos. Demonstrando a eficiência de cada Americano RevistaCF – Maio 2015) e o TGU ( Turk movimento na preparação física dos nossos alunos e Get Up RevistaCF - Dezembro ). atletas trazendo benefícios e evitando as lesões por


inicio do movimento até o final, seja ele com volume ou intensidade no treino ou na competição. Intensidade – poucas repetições com uma carga alta. Volume – baixa carga e alta repetições. • Ligando o Corpo - A capacidade de conectar o corpo ao movimentar se o equipamento desde a saída do solo direto ou transferindo para o quadril finalizando o movimento acima da cabeça acionando músculos e articulação! • Enorme Exercício para Oxidação do Lipídio (Gordura) O KB Snatch por ser um movimento que envolve um ciclo médio (usando grandes Cargas ou Repetições) ele gera um grande gasto caloiro precisando usar energia como o carboidrato e gordura!

Kettlebell - Power Snatch Power – Posição Inicial - Power Snatch Kettlebell tem como objetivo o Arranco. Quero dizer que num único movimento em posição de Squat ( agachamento de 90º ) você transfere a saída pelo Quadril, joelho e tornozelo (tripla extensão) finalizando o mesmo acima da cabeça sobre a estabilização ( braço em extensão ) dos membros superiores – ombro, cotovelo e punho finalizando sobre a posição ereta do praticante. Posição Final – desacelerando o kettlebell que está sobre overhead retornando ao chão. Observação – mantenha o equipamento bem próximo ao seu corpo ao lançar e ao retornar o KB, evitando a distanciado para não sofrer uma sobrecarga (lesão) na região da articulação do ombro e da coluna, o mesmo movimento de forma correta tem benefícios diversos sobre essas articulações citadas acima. Não sendo culpado o equipamento e nem o movimento e sim a forma como está sendo transferido o mesmo.

Power Snatch

1º Posição Inicial

2º Saída

Swing Snatch

1º Posição Inicial

2º Saída

plano sagital, transferindo o equipamento para parte interna da sua coxa ficando abaixo do CG ( Centro de Gravidade ) realizando a transferência do KB com o sistema pélvico (quadril). Dominando o KB ao ser lançado ( arco de transferência ) finalizando o movimento como Power Snatch KB em overhead.

Posição de retorno – Desacelera o KB acima da sua cabeça retornado o mesmo ate o seu quadril onde será dado novo impulso voltando acima da cabeça Kettlebell - Snatch Swing para finalizar o movimento (esse treino pode variar de Perceba que esse movimento começa com alça no troca de mãos durante uma contagem de repetições 66

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3º Extenção Tripla

3º Transferência

4º Flexão do cotovelo

4º Swing

5º Iniciando a inserção

5º Flexão do cotovelo

6º Iniciando estabilização

6º Iniciando a inserção

7º Posição Final

7º Posição Final

ou tempo determinado pelo seu coach ) Observação – No Esporte Kettlebell ( Girevoy Sport ) o atleta poderá fazer uma única vez a troca de mão.

8º Retorno

Exemplo: 5 min de prova. Ao sair com o KB do solo com o braço direito você só pode transferir para o braço esquerdo uma única vez, não podendo retornar novamente para o outro braço. Cada Atleta usa uma estratégia...alguns limita usar metade do tempo para cada lado dos membros superiores ( Braço, antebraço e mão ). Não podendo voltar o equipamento no chão e retornar como no power snatch. Posição final – ao realizar o tempo ou repetições determinada no wod ou plataforma você retorna o KB no local de saída (chão). Swing Snatch – Imagem da saída, finalização e retorno.

Desacelerando da 7º posição passando pela 6, 5, 4, 3, 2 e finalizando até a 1º

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Estudos - Antes de falar sobre os benéficos do Kettlebell snatch, chamei atenção dos leitores sobre dois movimentos importantes para a consciência corporal o Swing e o TGU Hetzler, e Lauder investigaram as diferenças nos parâmetros de força e velocidade do balanço do kettlebell com swing e snatch. Nesse estudo (Gráfico abaixo) foi comparada a importância dos movimentos do Snatch e do Swing, levando em consideração que o movimento estudado teve ação de pegadas envolvendo músculos e articulação diferentes nos movimentos do swing e no Snatch. Os estudos – O resultado demonstrou que ambos os movimentos utilizam o quadril para transferir força e potencia. Meu Objetivo foi mostra o quanto é importante dominar o swing antes de iniciar o Snatch e o benéfico que traz essa transferência. Sabendo que existe uma diferença em movimentos mecânicos ao usar o Snatch de Arranco ( power ) e Swing ( balanço ). Lembre se – cada movimento tem seus benefícios! É preciso rever o planejamento (volume e intensidade ) do seu treino usando o movimento certo ( power ou swing ) beneficiando o aluno ou atleta na hora do wod ou competição. Os dois movimentos tem seus benéficos, para saber qual o melhor em sua opinião e no seu treinamento INCLUA NO SEU PLANEJAMENTO DE TREINO OS DOIS MOVIMENTOS! Dica – Não use acreditar que rasgar a sua mão é fato de ser um super atleta, os atletas, coachs, vários profissionais que conheço evitam o máximo para não se machucar seja as mão os punhos, antebraço, joelho evitando agredir o seu maior bem - O Seu Corpo. Aproveitando essa ferramenta para fortalecer e condicionar as tarefas do dia a dia e dos treinos específicos! 68

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Para Finalizar essa matéria vamos colocar em pratica o movimento do Kettlebell Snatch! Para falarmos a mesma língua e começar a entender melhor o Snatch Kettlebell vou usar uma adaptação desse Benchmark, em vez de uma barra ( barbell ) vamos usar o Kettlebell! Nada como marcar seu tempo e rever ele após alguns dias ou mês. Para saber os pesos correspondentes a libras ou cores você encontra essa informação na RevistaCF de maio 2016 – Matéria: Falando a historia do KB pesos e cores! Comece a buscar qualidade de movimento e depois quantidade. Não se preocupe com o peso do KB e sim com a técnica. Swing Snatch kettlebell – 5 minutos Inicie com o lado que você deseja, sabendo que não pode voltar ao chão, trocando de mão somente uma vez. Marque a quantidade de arremesso, multiplique pelo peso escolhido e busque novas


metas. Exemplo 24 kg x 65 arremesos = 1560 kg, tempo de 5 min.

Erros comuns Evite esses movimentos. Evite manusear o equipamento de forma incorreta, o Kettlebell tem muitos benefícios para sua saúde e performance. Precisa ser orientado por um professor ou coach com certificação e conhecimento pratico.

Certo

Errado

Evite lesões inserindo o kettlebell de maneira correta.

1º Insira o indicador e o polegar até o inicio de um dos lados da alça (profundo), mantendo a palma da mão na diagonal.

Certo

Errado

2º Mantenha a alça do KB sobre a palma ( na Diagonal ), transferindo o peso do KB sobre o osso ( hamato) facilitando a fixação do equipamento.

Certo

Errado revistacf.com.br

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3º Relaxe o punho, assim você evita levar a fadiga da musculatura flexora do punho. Mantenha os dedos e a suas unhas por de trás da alça.

POWER SNATCH Use a pegada pronada para iniciar o movimento, ao finalizar o movimento você recebe o corpo do KB no antebraço com menor impacto.

SWING SNATCH Pegada neutra, com indicador e polegar voltado para o centro do seu corpo ( Pegada secundaria ) Fazendo uma leve pressão com o polegar sobre o indicador.

DESCANSO EM OVERHEAD A forma correta de inserir sua mão desde o inicio do movimento até o final é de extrema importância evitando lesões. Sempre use descansar o KB no osso do radio e não sobre todo o antebraço.

Wod – Power Snatch Kettlebell The Benchmark “Girls”: Isabel – Barbell 135 lbs. Snatches 30 reps for time

Matéria – Profº Luciano Ant Rechia. Coach - Crossfit Ribeirão Preto. Colunista - Revista CF. Diretor - Brazilian Training. www.braziliantraining.esp.br

Isabel – Kettlebell Rx - 24 / 16 kg Scaled – 16 / 10 kg 30 reps for time Os dois movimentos são importântes na preparação física dos alunos e atletas CrossFitter, lembrando que todos os movimentos tem seus benefícios seja power ou swing snatch, precisando rever a periodização e qual o objetivo do dia. 70

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Referencia bibliográfica: Magnitude and relative distribution of kettlebell snatch force-time characteristics. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24845206

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Powerlifting Por: Hugo Quinteiro Hugo Quinteiro é um daqueles atletas que a gente não sabe direito de onde veio, mas chega e mostra uma performance inacreditável. Começou no powerlifting no final de 2013 e, um ano depois, estava em um campeonato mundial quebrando recorde. Conversamos com o Mestre do Deadlift que também é profissional de educação física, especialista em fisiologia do exercício e mestre em medicina. E, agora, colunista da Revista CF! MAD: Conte-nos um pouco sobre a sua história, onde e quando nasceu, como é sua família e como foi sua infância, que tipo de atividade você mais curtia quando pequeno. Hugo: Nasci em São Paulo, em dezembro de 1982. Sou filho único e o conceito de família sempre foi algo bem restrito na minha vida: basicamente faziam parte do meu convívio meus pais e avós, além de uma tia e seu filho. O fato de eu ser muito grande e pesado desde que nasci me obrigou a aprender logo cedo a ter que andar, já que eu não poderia contar com colo ainda novo. Minha mãe também me dava preciosos estímulos: sempre me levava a parquinhos e me deixava escalar, subir em coisas, saltar, brincar, etc. Na infância, até mais ou menos uns cinco anos de idade, eu brincava muito sozinho por dois motivos: primeiro porque era filho único, segundo porque eu era muito mais forte que crianças da minha idade e isso sempre causava acidentes. Isso me fez ter mais contato com crianças mais velhas, fortes e que “aguentavam” brincar comigo.

Também brinquei muito na rua como os outros meninos, por volta dos sete anos, e isso durou até os nove, quando comecei a fazer judô. O judô me ensinou um conceito tão forte de disciplina e responsabilidade com o esporte que eu, voluntariamente, abri mão de brincar com outros meninos e passei a treinar. MAD: Como foi sua Educação Física escolar? Se você pudesse hoje conversar com seus professores daquele tempo, o que você diria?


Hugo: Creio que, dentro das limitações do que o profissional de educação física pode fazer dentro de uma escola e pelos recursos com os quais ele conta, recebi o mínimo dos estímulos necessários. Eu diria a eles que são heróis desconhecidos. Com uma bola, uma rede e uma quadra do tamanho de um apartamento, conseguiam dar vivência motora as crianças. MAD: Antes da faculdade, você praticou algum esporte? Como foi? Hugo: Eu fui atleta de judô dos nove anos de idade até os 15, ininterruptamente. Foi minha primeira experiência competitiva e de sonhar em seguir em frente no esporte para me tornar um atleta de elite. Porém, era um momento de grandes dificuldades financeiras na família e não tínhamos condições de pagar viagens para competições ou até mesmo garantir os gastos de uma criança em formação com uma carreira esportiva. Mas, os ensinamentos de disciplina, respeito ao adversário, de como lidar com um ambiente competitivo e treinar de maneira séria são coisas que ficaram marcadas na minha vida pra sempre. MAD: Como foi a decisão de cursar Educação Física? Hugo: Ela teve a ver com dois planos: profissional e pessoal. Profissional porque eu não me sentia feliz sendo corretor de seguros, que era minha profissão anterior. Não imaginava minha vida dentro de um escritório lidando com papel e deixando o sedentarismo tomar conta de mim. Pessoal porque, anos mais tarde, eu acabei voltando para o judô. Após alguns anos sedentário, percebi que eu tinha me tornado algo que nunca fui, comparado a pessoas da mesma idade e peso: fraco. Por isso, resolvi procurar a musculação e encontrei uma academia

tradicional perto de casa onde acabei treinando por oito anos. Ter conhecido o dono me fez acreditar que era possível mudar de área e fazer algo que eu realmente gostava: cursar educação física e admitir isso para mim mesmo – comecei o curso tarde, aos 25 anos. MAD: Conte-nos um pouco sobre sua experiência na carreira acadêmica. Hugo: Decidi fazer mestrado em 2008, quando conheci o Prof. Ms. Leandro Afonso, na disciplina de Fisiologia do Exercício. Era um momento de franca expansão do ensino superior no Brasil e a possibilidade de criar uma pergunta científica, selecionar métodos para respondê-la e, com isso, aumentar meu próprio conhecimento e de toda a comunidade, era algo que me fascinava. Com isso, decidi não parar de estudar até completar o mestrado. No mestrado, aprendi o que é fazer ciência como carreira profissional. Isso muda o conceito de uma ciência romântica, movida a ideias realmente originais e que são voltadas a mudar, para melhor, a vida das pessoas. A ciência tem seu sistema próprio de organização e esse sistema obriga o pesquisador a ser um burocrata que lida com papéis, bolsas, financiamentos, agências de fomentos de pesquisa, prazos e com uma brutal pressão por publicações. Ou seja, a ciência existe para resolver os problemas dela e dos seus envolvidos, não os problemas do mundo. Minhas conclusões atuais sobre a ciência são: em um país subdesenvolvido, com graves problemas políticos e administrativos, não se cria algo realmente relevante a ponto de mudar para melhor a vida das pessoas que sofrem com doenças crônicas não-transmissíveis (que foi minha área de pesquisa). O que se faz em ciência no Brasil, hoje, sobre esse tema é gerenciar o


sofrimento do paciente para prolongar sua vida doente (o foco não está na cura). E, pelo que vi, mundialmente também não está. MAD: “Construindo a ponte entre ciência e prática”: por que é tão difícil no treinamento esportivo? Hugo: Porque as perguntas realmente pertinentes, que deveriam ser levadas a um laboratório e estudadas, não são. Isso acontece por uma série de motivos, e um deles é a falta de dinheiro. Outro, creio que até mais importante, é a falta de duas carreiras no país: treinador desportivo e cientista do esporte. O primeiro existe basicamente dentro do futebol e de forma caricata: ex-atleta, semianalfabeto, sem formação científica, que reproduz um modelo de treino baseado naquilo que viveu (que foi baseado naquilo que outra pessoa viveu, ou seja, 100% empírico). No outro lado, a falta de centros olímpicos de detecção e seleção de talentos não gera a demanda pela formação de cientistas do esporte. Sem demanda não tem carreira, porque ninguém estuda um doutorado em uma área

que não existe aplicação, só para ser diferente. Doutores precisam pagar contas como qualquer pessoa e, no fim, se o mercado não gera demanda, também não gera dinheiro envolvido. Um terceiro fator é a falta de equipamentos para estudar fenômenos. Um exemplo disso é que hoje, quem conseguir responder como ocorre o mecanismo molecular de uma supercompensação ou um overtraining, ganha certamente o Prêmio Nobel. Só que não existem ferramentas para mensurar variáveis ou expor voluntários de maneira segura ao fenômeno a ser estudado. Um quarto motivo: o profissional que faz ciência não tem experiência prática no treinamento e, muitas vezes, nem humildade para aprender ou perguntar o que é relevante para um treinador saber. Como disse acima, ciência se importa com os problemas dela, não com os do mundo. MAD: Qual sua opinião sobre a regulamentação profissional? Considerando que há países onde não há requisito legal algum e no Brasil o requisito é rigoroso e regulamentado, o que é melhor para a sociedade?


Hugo: Às vezes penso que essa pergunta deveria vir acompanhada de uma pergunta prévia bem respondida: qual o papel da educação física na sociedade? Hoje, acredito que o maior problema da educação física é a falta de identidade. Na escola, somos a disciplina “à parte” que não tem prova, não existe reprovação nem obrigatoriedade de frequência e aula teórica é um sacrilégio. Na área da saúde, carregamos o estereótipo de ignorantes que adoram fazer bagunça e têm a obrigação de deixar os alunos felizes ao final da aula. Enfim, não temos respeito profissional, nem identidade.

conhecer atalhos e saber levar o “passageiro” aonde ele precisa no menor tempo possível. Para isso, você deve saber dirigir (habilitação profissional), ter noções de como é a mecânica do carro e conhecer o caminho (aliar conhecimento científico com vivência), conhecer atalhos (feeling pessoal e improvisação) e, principalmente, entender que o passageiro precisa chegar no prazo (periodização). Por isso, me defino como um treinador em início de carreira, porque ainda estou em um processo de criação do feeling pessoal, da maneira de improvisar e de adquirir uma longa vivência no esporte.

Conhecendo o default das autarquias brasileiras, o mais barato e econômico para todos seria não existir nenhum conselho profissional. Porém, a falta de aplicação de leis e o costume da população em ter um estado-babá, que “cuida” da população, obriga, pelo menos a médio prazo, a existência de um conselho que fiscalize minimamente a atuação profissional.

MAD: Musculação: o que é para você? Se você tivesse que transformar as salas de musculação no seu ideal, como faria?

Resumindo minha opinião: o melhor para a sociedade deveria ser a não regulamentação, porém, com duríssimas leis que efetivamente punissem o profissional que cometesse uma irregularidade. Isso geraria menor gasto públicoprivado e uma busca de conhecimento pelo profissional que resolvesse atuar na profissão. Porém, com um mercado que não sabe sequer o que é qualidade em uma profissão sem identidade como a educação física, somado a um judiciário ineficiente e um estado que não pune, a presença de um conselho que fiscalize tudo isso se torna um mal necessário, que onera todo o sistema, mas gera alguma regulamentação. MAD: Como você se define como treinador? O que é ser treinador para você? Faço uma metáfora que ser treinador é como ser um taxista: temos que conhecer caminhos,

Hugo: A musculação tradicional vende hoje o suprassumo da alienação corporal em forma de atividade física. A meu ver, isso é, literalmente, a revolução das máquinas acontecendo, e as pessoas não estão se dando conta. Se eu tivesse que transformar uma sala de musculação, eu começaria por onde eu acredito que toda a sociedade deva se transformar: através da educação. Educaria e investiria no profissional que atuará nessa sala. Com conhecimento, ele ensina o aluno e se vê livre das máquinas, pois tem recursos intelectuais para lidar com o movimento livre. Isso acabaria com os “não pode agachar”, “supino com pés pra cima pra não lesionar a lombar” e “terra é perigoso”. Isso acontece porque os profissionais têm medo do desconhecido, porque nunca viveram isso. Não viveram porque não tiveram na sua formação. Muitos profissionais atuam no mercado apenas com essa informação e mais algumas horinhas lendo literatura não qualificada – porque também não aprendeu a buscar literatura científica de qualidade.


MAD: Powerlifting: como entrou e onde ele se posiciona na sua vida? Hugo: O powerlifting entrou na minha vida sem querer, no meio do mestrado. Já gostava de musculação, conheci a Marília Coutinho e resolvi participar de um campeonato dois meses antes de defender meu mestrado. A surpresa de ter vencido e a possibilidade de voltar a ser um atleta de elite me reacendeu a chama pelo esporte. Responder onde ele se posiciona na minha vida é fácil: esse esporte não fez concessões a mim. Ele me deu tudo que eu desejei até agora, por isso eu faço tudo que for necessário para ele. Desde treinar o que for preciso treinar, arcar com todos os custos de viagem, alimentação e outros custos da minha vida de atleta, até organizar campeonatos exclusivamente para dar possibilidade de outros atletas viverem o que eu vivo. MAD: Powerlifting é um esporte “chato” para muitos que assistem sem entender. Você acha que deve haver um esforço de popularização? A emoção desse esporte é muito individual: cada atleta caminha até a barra carregada por um peso escolhido por ele para executar um único movimento que terá uma relação de transcendência e experiência totalmente única mas, pra quem está de fora, é só um cara agachando seguido de outro cara agachando e depois a mesma coisa no supino e depois no terra. Nos campeonatos presenciais (existe a possibilidade de assistir online), no entanto, você aprende muito: profundidade de agachamento, formas de julgar, estratégias de levantador e o papel do treinador como diferencial para a vitória (ou derrota) de um atleta. Porém, tudo isso são detalhes que o grande público não se interessa. Não creio que deva haver um espaço para popularização do esporte, pois isso pode

modificar muito as regras e características de um esporte como o powerlifting. Um exemplo de popularização que modificou radicalmente um esporte foi o que fizeram com o vôlei: para tornar mais atrativo, retiraram a vantagem, aumentaram o número de pontos e, com isso, até as exigências de capacidade física e composição corporal dos atletas mudaram. MAD: Se não é para ser um “esporte de massas”, qual o objetivo do powerlifting? Hugo: O objetivo é entender um dos fenômenos que mais intriga e fascina o ser humano ao longo de sua história: a expressão máxima de força. Esse esporte acaba criando modelos de periodização que, se corretamente adaptados, servem para preparação desportiva de qualquer esporte, pois ajuda a trazer ganhos importantes de força, e essa variável tem se mostrado cada vez mais importante na diminuição de lesão e no aumento da capacidade de trabalho dos atletas. Nos últimos 30 anos de pesquisa com esportes, a preparação física se mostrou o grande diferencial de performance de qualquer atleta, e essa evolução veio acompanhada de uma diminuição da importância do treinamento aeróbio e de uma ascensão do treinamento resistido e do ganho de força. Portanto, entender a máxima expressão dessa variável nos ajudará a criar soluções para diversos enigmas esportivos. Se fosse em um laboratório de pesquisa, powerlifters seriam modelos experimentais. E modelos experimentais são o alicerce da pesquisa básica no mundo. MAD: Quais são as suas referências no treinamento físico? Hugo: Começarei do Brasil para o mundo: Marília Coutinho, Riccardo Rambo, Eric Brown, Swede Burns, Louie Simmons. Faço uma ressalva a toda a escola russa de treinamento, que transformou o amadorismo e casualidade em ciência e uma


competitivo inteiro. E siga exatamente o que ele disser para você fazer. 2- Confie na sua periodização. Siga rigorosamente sua planilha de treino. Não faça um abdominal sequer que não esteja prescrito para você naquela sessão de treino.

máquina de resultados e conquistas olímpicas. Citarei Yuri Verkhoshansky apenas por ser um dos meus preferidos dessa magnífica escola. MAD: O que é ser atleta para você? O que você diria para quem quer se tornar um? Hugo: Ser atleta significa fazer uma escolha. Nessa escolha, você deve ponderar se tudo que você abrirá mão vai valer o sacrifício. A medalha é apenas um pedaço de metal com uma fita para facilitar seu transporte. O que a pessoa tem que pensar é se o significado daquilo vai valer a pena para ela. O que importa para você é ser campeão do mundo? Quebrar um recorde mundial? Se a resposta para essas perguntas for sim, se pergunte: vale a pena abrir mão de uma “vida social”? Vale a pena conviver todo dia com dores? Vale a pena passar centenas de horas por ano dentro de uma sala treinando, com pouco apoio, somente para se preparar para um campeonato? Se tudo isso fizer sentido para você, vá em frente. Como conselho para um pretendente a se tornar atleta, eu diria: 1- Tenha um treinador e confie nele. Não se pode dizer que o trabalho de alguém é bom ou ruim se você não se permitiu ser treinado por um ano

3- Por mais que você seja um atleta de alto rendimento e uma exceção genética, entenda que vitórias e derrotas são circunstanciais. Acordar em um dia bom pode fazer toda diferença na sua performance porque ninguém sabe como os mecanismos de inibição e supercompensação funcionam. 4- Anote seu treino e enxergue cada sessão como se fosse um tijolo que construirá o prédio da sua vitória. Cada repetição importa e é uma oportunidade de corrigir detalhes importantes e ganhar experiência. Aproveite e se divirta com o processo.


Beta-alanina Por: Dr. Saulo Suplementação de beta-alanina Para entender melhor os mecanismos de ação e a função da suplementação de betaalanina, é necessário, em primeiro lugar, entender o estresse oxidativo. O estresse oxidativo foi definido pela primeira vez por Sies et al. como uma perturbação entre o equilíbrio pró-oxidante e antioxidante a favor dos pró-oxidantes. Em algumas situações, tais como exercício, uma produção excessiva de pró-oxidantes ou uma supressão das defesas antioxidantes provoca um desequilíbrio. O exercício físico aumenta a produção de radicais livres e pode ser uma causa subjacente de perturbações induzidas pelo exercício, contribuindo para a fadiga e lesão muscular. Nos últimos anos, tem-se evidenciado um aumento na suplementação de ativos antioxidantes por atletas, dentre eles, evidencia-se o grande aumento do uso de beta-alanina.2 A carnosina é um dipeptídeo formado a partir de aminoácidos ß-alanina e histidina encontrados principalmente no cérebro e nos músculos, especialmente nas fibras musculares de contração rápida. A suplementação com Beta-alanina aumenta o desempenho físico devido ao aumento da carnosina intramuscular.1 Tem um efeito antioxidante e outros efeitos ergogênicos, tais como tamponamento do H+ (hidrogênio livre, que causa acidose muscular, causando dor e queimação no músculo), 78

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a estimulação da atividade de ATPase de proteínas contráteis, ativação das enzimas produtoras de ATP, entre outros. Em muitos estudos, foi demonstrado claramente que, de 2-4 semanas de suplementação ß-alanina, aumenta a concentração de carnosina no tecido muscular.2 As mulheres são mais sensíveis a estes aumentos e os resultados são ainda mais pronunciados em indivíduos treinados. Os níveis de carnosina intramuscular também diminuem naturalmente com a idade. Portanto, atletas de mais idade podem experimentar benefícios aumentados com suplementação de beta-alanina.1 Em um estudo com dois grupos, onde um grupo placebo fazia suplementação somente com 8g de dextrose e outro com 800m8 de beta alanina + 8 g de dextrose quatro vezes por dia durante 28 dias, os resultados evidenciaram um aumento do pico de torque e de trabalho concluído, indicando que a suplementação com beta-alanina melhora o desempenho do exercício físico.1 Já em outro estudo com 20 ratos sedentários, machos e idosos suplementando ß-hydroxyß-methylbutyrate (HMB) + ß-alanina (ß-Ala) por oito semanas, concluiu-se que comparado com os outros ratos, essa suplementação diminuiu em 41% a expressão da proteína muscular RING-finger protein 1 (MURF1), um marcador comum de degradação de proteína e consequente catabolismo e destruição muscular.3


Em um levantamento científico com revisão bibliográfica, foram incluídos estudos clínicos randomizados entre 2005 e 2015 sobre suplementação com betaalanina, onde os principais assuntos levantados no esporte foram lactato no sangue, pH, percepção de esforço, poder e capacidade de trabalho físico no limiar de fadiga. Concluíram nesse estudo que suplementação com beta-alanina melhorou a percepção de esforço e os parâmetros bioquímicos relacionados à fadiga muscular e menos evidência foi encontrada para a melhoria no desempenho.4 Portanto, assim como em outros suplementos, a beta-alanina (BA) apresenta diversos benefícios em atletas, mais evidenciados na proteção do músculo e combate aos radicais livres do exercício físico, consequentemente, quanto mais extensivo o exercício, melhor a ação do suplemento. Porém, seu uso deve ser

prescrito por profissional da área de saúde, colocando em questão a necessidade de cada indivíduo, uma consulta com anamnese detalhada, exames, dentre outros. Inclusive para uma possível associação de betaalanina com outros suplementos, que em vários estudos também demonstram bons resultados em performance.

Referências Bibliográficas: 1 - Glenn JM; Gray M; Stewart RW; Moyen NE; Kavouras SA; DiBrezzo R; Turner R; Baum JI; Stone MS. Effects of 28-Day Beta-Alanine Supplementation on Isokinetic Exercise Performance and Body Composition in Female Masters Athletes.J Strength Cond Res; 30(1): 200-7, 2016 Jan. 2 - Belviranli M,Okudan N, Serkan Revan S,Serdar Balci S, Gokbel H; Repeated Supramaximal Exercise-Induced Oxidative Stress: Effect of ß-Alanine Plus Creatine Supplementation. Asian J Sports Med. 2016 Mar; 7(1): e26843. Published online 2016 Mar 1. doi: 10.5812/asjsm.26843 3 - Russ DW, Acksel C, Boyd IM, Maynard J, McCorkle KW, Edens NK, Garvey SM4 ;Dietary HMB and ß-alanine cosupplementation does not improve in situ muscle function in sedentary, aged male rats. Appl Physiol Nutr Metab. 2015 Dec;40(12):1294-301. doi: 10.1139/apnm2015-0391. Epub 2015 Aug 27. 4 - Zanella P B, Alves F D, Souza C G. Effects of beta-alanine supplementation on performance and muscle fatigue in athletes and non-athletes of different sports: a systematic review. J Sports Med Phys Fitness. 2016 Jul 5. [Epub ahead of print]

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Fernando Reis Por: Bianca Ferreira


O sobrenome do LPO brasileiro é “Reis”


Quando falamos de Levantamento de Peso Olímpico (LPO), o nome Fernando Reis deve ser um dos primeiros que nos vêm à mente. Isso porque o atleta, tricampeão panamericano, se tornou referência do esporte no país. A paixão pela modalidade, que vem do

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pai, Horácio, fez com que a família Reis se tornasse, hoje, a mais tradicional no LPO brasileiro. “Quando comecei a praticar o LPO, havia uma grande falta de conhecimento sobre essa modalidade no Brasil. Consegui mudar esse paradigma e contribuí para que a atividade alcançasse o merecido respeito”, ressalta o atleta de 26 anos. Fernando conta que o primeiro contato com qualquer tipo de esporte foi aos cinco anos de idade, quando o pai o matriculou em uma escola de judô. A trajetória no levantamento de peso olímpico, no entanto, se iniciou no Clube Pinheiros, em 2001, quando o pai assumiu a diretoria de esportes da associação. “Eu tinha só 11 anos de idade, e muitos criticavam a prática do esporte em uma idade tão precoce. Mas meu pai fez questão de me levar a um médico e perguntar se eu poderia pratica-lo. Ele autorizou desde que fosse de maneira moderada, sempre priorizando a técnica, e não o peso levantado.” Depois de anos de dedicação ao esporte, tanto do pai, quanto dos filhos – o pai de Fernando foi recordista sul-americano de


levantamento básico –, surgiu a ideia de repassar o conhecimento, adquirido em anos de prática, em um espaço que tivesse a identidade da família. Foi, então, há cerca de três anos que abriram as portas do Centro de Treinamento F.Reis de Levantamento de Peso. O CTF.Reis conta com uma equipe de head coaches que vivencia o esporte há mais de 10 anos, seja como atleta, estudante ou mesmo coach, e segue a Metodologia F.Reis de ensino aos alunos. “Sentimos a necessidade de transmitir aos simpatizantes, professores de educação física e atletas o conhecimento que adquirimos por todos esses anos de trabalho com o Levantamento de Peso Olímpico. Para isso, criamos essa metodologia, cuja intenção é mostrar que os movimentos do LPO, se ensinados da maneira correta e com os equipamentos adequados, não são lesivos e servem de preparação física para esportistas de todas

as modalidades”, explica o levantador. A família completa trabalha no espaço, mas todos se preocupam com a mesma coisa: “Fico responsável pela divulgação dos cursos de LPO que ministramos no CTF.Reis e na importação e venda de equipamentos em todo território nacional. Junto com a Amanda Inocêncio, que é a assessora do Fernando, tentamos fazer com que ele só tenha uma preocupação: treinar”, reforça Silvia Reis, a matriarca da família. Além dela, o pai Horácio e os filhos Silvio e Horácio também se engajam no desenvolvimento do centro de treinamento. Apesar da paixão pela mesma modalidade, o que une a família, mesmo, é o apoio incondicional. “Sempre incentivamos os nossos filhos em suas escolhas e procuramos orientá-los e ajudá-los na medida do possível – muitas vezes, do impossível também. Procuramos educá-los mostrando o ‘certo’ e o ‘errado’ para que pudéssemos formar homens de caráter e, graças a Deus, conseguimos”, orgulha-se o pai. Fernando completa: “Sempre tive um alicerce familiar muito forte e sempre me apoiaram em toda revistacf.com.br

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minha trajetória. Minha família é minha motivação. Levo no peito uma tatuagem com os escritos ‘Família Reis’, para carregar pelo mundo afora, por todas as competições, esse amor que não tem fim”. Preparação para os campeonatos Prestes a encarar mais uma Olimpíadas, Fernando conta que sua rotina de treinos começa às 10h30, com um primeiro treino de duração de duas horas e meia. Nesse período, o atleta executa exercícios mais fáceis, como agachamentos e puxadas, e fica totalmente focado em adquirir mais força.

A segunda sessão de treinos tem início às 17h, também com duas horas e meia de duração. Nessa etapa, Fernando foca em movimentos mais técnicos, com maior grau de dificuldade, treinando os movimentos de arranco, arremesso e variantes. Além disso, às quintas-feiras, Reis realiza um trabalho profilático de sauna e massagem e, à tarde, pratica Pilates. Nos outros dias da semana, o esportista investe em musculação e fisioterapia, sempre trabalhando dois músculos depois de cada treino, com uso de carga moderada. Ao todo, o levantador treina seis dias por semana (de segunda a sábado). Ainda criança, Fernando foi treinado pelo técnico Edmilson Dantas, no Esporte Clube

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Pinheiros, que o acompanhou até os 18 anos. Nos últimos oito anos, o atleta vem sendo acompanhado pelo cubano Luis Lopez. Reis explica que a sua escola de treinamento é, justamente, a escola cubana, similar à escola russa. Na dieta de Fernando, o cardápio diário deve ter nove a 11 mil calorias, divididas em até sete refeições com acompanhamento de suplementação adequada. Porém, essa alimentação pode variar de acordo com a temporada – perto de competições Reis foca na ingestão de um máximo de calorias possível. Sobre competir nas Olimpíadas no Brasil, Reis diz que as expectativas são as melhores possíveis. “Competir em casa é uma situação

atípica, pois estou acostumado a participar de torneios nos Estados unidos e na Europa. Agora terei a torcida a meu favor”, finaliza o atleta. Que conquistou o quinta colocação em 2016. Sobre Fernando Reis • Recordista Panamericano sub 15 e sub 17 • Medalhista mundial juvenil • Duas vezes campeão e recordista dos Jogos Panamericanos de Guadalajara (2011) e Toronto (2015) • Top 10 melhores do mundo CTF.Reis - Centro de Treinamento Fernando Reis

Treinamento de Levantamento de Peso Olímpico e CrossFit - Rua Jaceru, nº 255 Brooklin - São Paulo - SP Telefones: (11) 4305-7622 / (11) 99102-0105 revistacf.com.br

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Fortalecendo a fundação corporal Por: Diogo Ribeiro

Não existe construção sem uma boa fundação. A construção de um box de CrossFit, por exemplo, não começa pela execução do telhado, mas sim, pela fundação e toda a base estrutural, para que este não venha a apresentar problemas futuros. Este pensamento deve ser o mesmo para qualquer movimento que vamos executar no CrossFit. Nós não podemos querer executar um Ring Muscle-Up sem antes mesmo conseguir sustentar nosso próprio corpo em posição de

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(Ferreira C.D. Core Training: suas aplicações e os seus efeitos nos esportes. 2011).

apoio nas argolas. Quando falamos dos movimentos ginásticos dentro do CrossFit, devemos pensar um pouco mais fundo, literalmente: devemos pensar nas musculaturas mais profundas do nosso “core” – por exemplo, um músculo chamado multífidos, uma das musculaturas mais ativas na região lombar e responsável por estabilização da L4 e L5 e no controle dos movimentos de rotação e flexão do tronco.

A preparação de um ginasta vai muito além do aprendizado de triplos mortais – ele deve preparar toda sua estrutura abdominal, dorsal e pélvica para que tenha uma base postural boa para a execução destes movimentos. A ideia do CrossFit é desenvolver as dez capacidades físicas do indivíduo, nos mais variados estímulos que podemos proporcionar. Então, para um Crossfitter, o desenvolvimento do controle do centro do corpo para a execução dos movimentos ginásticos é de suma importância. Para fortalecer, estabilizar e desenvolver resistência na região central do corpo não é necessário realizar movimentos difíceis como, por exemplo, se arriscar em um abdominal invertido. Há movimentos e posições fáceis e de grande eficácia para o desenvolvimento destas capacidades. Para os movimentos ginásticos, devemos guardar duas posições que rotineiramente ouvimos: Canoinha (ou hollow position) e Superman. Estas duas posições são a base da ginástica, e se bem treinadas, refletirão em maior domínio do centro do nosso corpo – por consequência, maior domínio nos movimentos ginásticos. Em um primeiro momento, devemos priorizar pelo desenvolvimento de força por meio de movimentos estáticos. Pode-se optar pela “Meia canoinha” (Figura 1), “Canoinha” (Figura 2), “Sustentação nas argolas” (Figura 3), “Esquadros ou L-sit”, “Superman estático” (Figura 4) ou “Pranchas laterais”. Em um segundo momento, pode-se trabalhar os mesmos movimentos, mas com balanços (simulando o movimento de uma gangorra) revistacf.com.br

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e movimentações de pernas, para desenvolvimento de resistência, como por exemplo: “canoinha gangorrinha”, “Superman gangorrinha”, “Pranchas com balanços laterais”, “Sustentação nas argolas com balanço de pernas”, “Russian Twist” ou “Mountain Climber”.

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O terceiro passo seria o desenvolvimento de estabilidade, por meio de exercícios executados com desestabilidade, ou seja, com bolas ou utilizando as argolas. O quarto passo, será o desenvolvimento da potência, através de movimentos que aproximem o tronco das pernas, por exemplo: “Sit-ups”, “V-ups”, “GHD


sit-ups” ou “Toes to Bar”. Os benefícios do ganho de força, estabilização e resistência não serão exclusivos para os movimentos ginásticos. Os levantamentos olímpicos exigem o recrutamento e estabilização do tronco para manutenção da carga acima da linha da cabeça.

Conselho do Coach: Treine muito toda a região do Core, independente do seu objetivo. Essa base permitirá a todos voos mais altos no CrossFit como, a execução do tão sonhado Ring Muscle-Up, e acima de tudo, não apenas executar, mas fazê-lo com eficiência e economia de energia.

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Moda Revista CF Por: Paola Crespi

NOBULL

nobullproject.com O NOBULL project será sucesso! Com tradição e foco na qualidade, o NOBULL Lifter é feito à mão por equipes de artesãos qualificados, supervisionados por um mestre artesão. Dispondo de couro premium e materiais de origem de altíssima qualidade, o lifter foi construído para durar. O couro utilizado na NOBULL Lifter é super selecionado. É um material superior, incorporado com óleos naturais. O resultado é um couro excepcionalmente forte e durável, com textura rica.

O taco de couro consiste em camadas individualmente cortadas e coladas, que são enceradas com um acabamento polido proporcionando belos contornos suaves. Leva entre 2 e 3 horas de trabalho manual para montar o modelo do calçado entre o calcanhar e sola. Moldado, palmilha removível. 18,5 milímetros do calcanhar até o dedo do pé. Mais detalhes serão revelados em breve! Previsão de venda no site este mês de acordo com a procura, pois será um clássico para usar dentro e fora da academia!


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A Dodger está com coleção nova! A marca Dodger é sinal de qualidade no meio do CrossFit. Uma marca de atleta, feita por atletas que sabem que treinar com estilo e conforto é algo fundamental para a evolução. Eles têm também uma linha de joelheiras e protetores de canela! Muito legal. CrossFitter esperto tem que treinar equipado para não se machucar. #Ficaadica para vocês! Sigam no Instagram @dodgerfitness ou acesse o site!




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Inov-8

inov-8.com Especificamente feito para o atleta moderno de levantamento de peso, o novo Fastlift BOA 370 ™ é um calçado masculino que proporciona um design de categoria líder. O Fastlift BOA estabelece um novo padrão de qualidade de calçados no levantamento de peso, como o produto mais avançado que existe no mercado, altamente durável, com proteção extra em zonas de alto desgaste. Possui um cinto com gancho lateral e laço elástico no peito do pé, que é ajustável, ajudando no conforto e desempenho e promovendo um bloqueio ideal na estabilização dos pés durante todo o movimento de elevação. Um investimento para seus treinos de LPO! Além de ser lindo e com design super moderno.


Rokbox

rokbox.com.br Vocês conhecem a Rokbox? Uma marca que preza a funcionalidade e qualidade das peças! Com um estilo Fashion, atinge um público voltado para o CrossFit e esportes de alta performance! Sigam no Instagram @rokbox e vejam o site, sempre tem novidades!


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Especialmente para os nossos guerreiros... Vejam que legal esse Snatch short! Serve para prevenir dores e lesões no osso pélvico durante os levantamentos olímpicos, quando a barra entra em contato com o corpo. São shorts com um acolchoado na região pubiana, para proteção, e um tecido de compressão elástica para a mobilidade. Avaliado e recomendado por Scott Panchik e Dmitri Klokov. Esse short vende diretamente no site. Dmitry Klokov é medalhista de ouro em levantamento de peso olímpico. Veja depoimento do atleta: “Very good and useful idea! Good quality! Well done guys! I advise all to buy. (Ótima ideia! Um short super usável e de ótima qualidade! Eu recomendo a todos que comprem!)”

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Para as meninas que gostam de uma camiseta divertida na hora do treino! A linha www.amrap.com ĂŠ produzida em malha, um tecido leve para uso durante o treino! O site entrega no Brasil todo. Confira: https://www.amrap.com/product-category/crossfit-apparel-for-women/shirts

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