Revista CF - Maio 2016

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entrevista exclusiva

Hannah Caldas Top atleta do Grid League “a NPGL é uma liga profissional muito boa, e me beneficio pois são os meus movimentos favoritos do CrossFit, só que todos muito rapidos e muito pesados”


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Alexandre Santana Rafael Le Forte Kleber Smith Denis Diegas Revisora Fernanda Surian Anunciantes: Fortify Reebok Box Chek-in Amry Fitness Amrap.com.br Colunistas: Dr. Saulo Bento de Oliveira Tiago Heck Marcelo Abrusio - Mex Luciano Rechia Rafael de Barros Tia Loris Paola Crespi Bianca Ferreira Box participante CrossFit Tamboré CrossFit Mansion CrossFit SP

Alexandre Santana

A Revista CF está sediada em São Paulo - Brasil - é uma empresa de mídia dedicada a promoção de um estilo de vida ativo, através da atividade física e alimentação saudável. A Revista CF também poderá ser visualizada em nosso site: www.revistacf.com.br A Revista CF é uma revista independente, sem alguma filiação ou parceria com o CrossFit Inc. Não pertence à CrossFit Inc. ou qualquer de suas subsidiárias, incluindo CrossFit Journal, CrossFit Kids ou CrossFit Games. As opiniões expressas na Revista CF, podcasts, Instagram, Twitter, Facebook ou pelo site revistacf. com.br não são de autorias do CrossFit Inc. ou seus fundadores.



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CF.

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Onde seu wod vira nossa hist贸ria.


Olá, CrossFitters! A primeira edição de 2016 da Revista CF está no ar! A publicação, que já contava com um time excelente de colaboradores, começou o ano com novos colunistas nas redes sociais, que prometem produzir conteúdo relevante para quem pratica CrossFit ou simpatiza com a modalidade. O destaque desta edição é a entrevista exclusiva com Hannah Caldas, a atleta de elite do Grid League que iniciou sua carreira esportiva na natação e se encantou pelo CrossFit. A portuguesa, que hoje mora nos Estados Unidos, conta um pouco para os nossos leitores como funciona essa competição, ainda pouco difundida no nosso país, e toda a sua trajetória até hoje, que inclui passagens pelos Regionais do CrossFit Games e períodos no Brasil. Também falaremos sobre o “colapso por calor induzido”, problema que afeta atletas quando o calor e a umidade são inesperadamente altos ou acima das condições normais de treinamento e de vida destes, e sobre a relação entre as lesões e o CrossFit. Ainda no tema saúde e bem-estar: você conhece o Blive Brasil? Fique por dentro dessa iniciativa que deseja reunir gente do bem para fazer bem a muita gente! Nossas matérias trazem ainda tudo sobre os últimos artigos de moda para quem deseja praticar o CrossFit sem perder o estilo, a febre do kettlebell (ou gírya) nos boxes e nas academias e uma opinião sobre o porquê de os CrossFitters encararem o Open do CrossFit Games. Tem muita coisa boa no mundo do CrossFit vindo por aí, e nossa equipe está de olho em todas as novidades da modalidade para sempre trazer artigos atuais e relevantes. Desejamos uma boa leitura a todos! Equipe Revista CF





Sumário

Dores que persistem por alguns poucos dias não seriam consideradas lesões, já que a rotina de treino intensa e variada do CrossFit é comumente associada a dores musculares ou outras de menor importância. Página 62

Acabamos a primeira etapa do Reebok CrossFit Games - o Open - e o Tiago Heck explica o porque devemos participar deste torneio mundialmente Paola Crespi, colunista da Revista conhecido e porquê isso nos CF que sempre traz as tendências do ajudará no futuro. Página 18 mundo Fitness e produtos direcionados para o CrossFit. Página 66

Kettlebell ou Gírya - No formato de uma bola de ferro com uma alça arqueada do mundo antigo (Rússia) o equipamento vem ganhando espaço e virando febre no mundo Fitness! Página 56 10

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Devido ao excesso de calor ao qual os atletas possam estar expostos, um cuidado deve ser tomado com “O do colapso por calor induzido”. O Dr. Saulo Bento de Oliveira, nos conta como prevenir esse colapso. Página 12


edição 7 - ano 4 - maio 2016

Conheça a história da Hannah Caldas, top atleta de elite do time Norte-Americado - Anthem - NPGL Grid League. Página 22

O projeto Blive Brasil não visa apenas o treino, mas também o relacionamento entre as pessoas, atraindo gente do bem, com os mesmos ideais, procurando incentivá-los e orientá-los a serem mais saudáveis, fazendo Saiba mais como surgiu esse evento e quem está por trás da um treino divertido e de uma forma mais criação dos workouts que além de exigir mais o mental das espontânea, onde você consiga manter o corpo e a mente mais saudáveis. Página 64 atletas são mais dinâmicos e empolgantes. Página 38 revistacf.com.br

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AMRAPerformance esportiva Colapso por calor induzido O CrossFit se popularizou se espalhou por todo o país. Sendo o Brasil um país tropical(em vários locais, nem sempre se pode contar com clima ameno) nem sempre há disponível no box um bom ventilador ou ar condicionado. Devido ao excesso de calor que os atletas possam estar expostos, um cuidado deve ser tomado: o do colapso por calor induzido. O colapso pelo calor por esforço induzido (EHS “Exertional Heat Stroke”) é um risco para atletas que treinam ou competem em condições de umidade quente, especialmente quando o calor e a umidade são inesperadamente altos ou acima das condições normais de treinamento e de vida do atleta. Pode ocorrer em diversas atividades de alta intensidade ou longa duração. Alguns casos de mortes causadas pelo colapso pelo calor tem sido relatados, especialmente quando o evento não é prontamente reconhecido e tratado.

atletas, isto é visto mais prontamente como uma disfunção do sistema nervoso central (SNC), que se manifesta através de confusão, perda de controle neuromuscular ou franco colapso. Alguns atletas demonstram mudanças tão sutis no SNC na personalidade ou na coordenação, que chega a ser difícil de serem detectadas por pessoas que não estejam familiarizadas com o EHS, o que leva à falha ao atraso no reconhecimento. Quando a temperatura corporal central atinge níveis críticos, os sistemas orgânicos corporais começam a falhar. A falha orgânica de muitos sistemas do organismo associada ao colapso pelo calor é reversível contanto que a elevação da temperatura seja breve.

Há também o paradoxo da hipertermia: sob condições de calor prejudicial nem todos os atletas parecem apresentar a mesma taxa de risco e quando há ocorrência de hipertermia em um atleta, geralmente há muitos outros no mesmo local que não são afetados. Em contraste, há atletas que desenvolvem colapso pelo calor em condições que devem ser ideais para exercícios prolongados e de alta intensidade.

Ao revisar casos com tratamento bem sucedido e fatais de EHS, parece que atletas com temperaturas retais acima de 41ºC que tenham sido identificados precocemente e rapidamente resfriados se recuperam com pouco ou nenhum trauma posterior, enquanto que atletas em que não isso tenha ocorrido, especialmente se a temperatura retal se elevou acima de 42ºC e foram resfriados tardiamente, geralmente morrem. A falha cardíaca e renal aguda induzida pelo calor é reversível através do resfriamento precoce. Uma vez que os sistemas de coagulação começam a falhar, as chances de sobrevivência parecem cair vertiginosamente.

CONCEITO: É definido pela temperatura retal acima de 40ºC, associada ao funcionamento anormal dos sistemas orgânicos, que é induzido pela hipertermia dos tecidos. Em

Algumas condicões devem ser levadas em consideracão: embora ambientes quentes, úmidos e desidratação sejam geralmente considerados como as condições antecedentes

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primárias para o colapso, há outros fatores que parecem exercer um papel crítico na evolução do colaps, a desidratação até um nível significante maior que 5-10% de perda de água corporal certamente irá diminuir a habilidade de produzir suor, diminuir o débito cardíaco para dar suporte aos sistemas corporais e diminuir o crítico transporte cardiovascular de calor do centro até a superfície do corpo. Isto, por sua vez, acelera a elevação da temperatura central. No entanto, pode ocorrer em atletas com nível adequado de água corporal, particularmente em curtas corridas. Fatores individuais, tais como aclimatização ao calor, doença virótica recente, medicamentos e suplementos vasoativos parecem exercer um papel em diversos casos. A propensão individual em exceder ou treinar em níveis máximos, a despeito do calor ou de fatores de risco preexistentes parece ser um fator importante em muitos casos. RECONHECIMENTO DO COLAPSO PELO CALOR: A medição da temperatura retal (medicão mais fidedigna) pode excluir rapidamente o colapso pelo calor, e é o meio mais simples de detectar a EHS, os atletas que realmente entram em colapso no chão são os mais fáceis de serem detectados, e a medição da temperatura retal deve ser um sinal vital rotineiro a ser feita em atletas em colapso, mesmo diante de variações de temperatura e de umidade seguras. Os sinais e sintomas da EHS, além da medição da temperatura retal > 40EC2 não são sensíveis ou específicos. A hipertermia pode variar de 40 a 45ºC, e já foi documentada hipertermia entre 40-42ºC sem colapso pelo calor. Os sintomas da EHS incluem fadiga, julgamento prejudicado, fraqueza, rubor, tremores, tontura e mudança de personalidade (geralmente sutil). Os sinais incluem hiperventilação (respirar arquejante e resfriamento primário, como em um cachorro), hipotensão, taquicardia (taxa 14

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elevada de batimento cardíaco acima de 100 bpm e geralmente acima de 150, quando o coração falha), depressão do SNC, mudança da cor da pele consistente com choque e ocasionalmente convulsão. A depressão do SNC é o marcador de campo mais importante do colapso pelo calor. As mudanças podem variar de mudanças sutis de personalidade até comportamento bizarro. Esse pode ser o primeiro e único sinal da EHS, até que o atleta entre em colapso e não consiga se levantar. Os atletas geralmente não se recordam do evento, a partir do momento da crítica elevação da temperatura cerebral. Outras alteracões: no caso da pele, na hipertermia são similares ao choque com colapso circulatório, geralmente fica suada e fria, conforme o corpo ainda tenta ativamente se esfriar. Uma vez que o suor pare, a pele se torna rosada e quente ao toque; essa é a descoberta comum em atletas com desidratação grave. A disfunção no sistema nervoso autônomo ocorre com a falha hipotalâmica, e é acompanhada de miose (pupilas extremamente contraídas), diminuição da resposta à dor e anidrose (ausência ou diminuição do suor) TRATAMENTO DO COLAPSO PELO CALOR Uma diagnosticada, o tratamento é o resfriamento imediato de todo o corpo. A forma mais rápida de resfriamento corporal é a imersão em banheira com gelo, com taxa de resfriamento que pode exceder os 8ºC por hora. Quando não houver banheira disponível ou quando o atleta não puder ser imerso numa banheira devido ao tamanho do corpo ou por complicações médicas, o rápido envolvimento do atleta em toalhas ou lençóis com gelo é quase tão eficaz, com as taxas de resfriamento variando em torno de 7ºC por hora. As toalhas com gelo podem ser aumentadas com pacotes de gelo sobre as áreas com maior perda de calor na virilha, pescoço e axila. Tanto a técnica de imersão quanto da toalha com gelo são medidas condutivas de perda de calor.


A troca de calor é rápida e consistente. A literatura médica menciona a técnica de ventilação e nevoa como o melhor método, mas em campo ele não é muito eficaz. A imersão em banheira requer uma banheira rasa enchida até a metade com uma mistura de gelo e água. O atleta é colocado na banheira com a cabeça apoiada, de forma a manter a boca e o nariz acima da água. Pode-se passar esponja com água gelada nas partes do corpo que não estiverem imersas na banheira ou podem ser cobertas com toalhas embebidas em água gelada. Quando não houver banheira disponível, a água gelada é misturada num recipiente grande e toalhas de mão ou lençóis são embebidos, torcidos e colocados sobre o atleta. Duas pessoas trabalhando com 4 a 6 toalhas cada uma, podem embeber e trocar as toalhas rapidamente, produzindo substanciais quedas na temperatura central.

Materia por: AMRAPerformance esportiva. Dr. Saulo Bento de Oliveira - Colunistada Revista CF

Fotografia: Alexandre Santana - @AleSantana80

BIBLIOGRAFIA: 1) Asplund CA; O’Connor FG. Challenging Return to Play Decisions: Heat Stroke, Exertional Rhabdomyolysis, and Exertional Collapse Associated With Sickle Cell Trait. Sports Health; 8(2): 117-25, 2016 Mar. 2) Roberts WO, Colapso pelo calor esforço induzido: reconhecimento para salvar vidas e tratamento imediato em instalações atléticas. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 11, No 6 – Nov/ Dez, 2005


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Amantes da intensidade Porque devemos participar do Reebok CrossFit Games Olá amantes da intensidade, cada ano que passa o Open está mais disputado. As chances de se classificar para os Regionals (etapa presencial pós Open) e, consequentemente a tão sonhada vaga pros Games, vem se tornando tão difíceis quanto uma vaga olímpica. Para os Regionals muitos brasileiros já foram e vão continuar indo pois temos grandes atletas por aqui. O problema é que são as vagas para chegar nos Games e o nível é muito alto por ser uma disputa contra os americanos, que hoje são unanimidade disparada no número de atletas

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de elite, fato que os mantém sempre muito competitivos. Apesar de a maioria dos participantes brasileiros não terem chances de classificar, o Open ainda é uma competição muito legal de participar. O Open é hoje a maior competição esportiva que se tem conhecimento, são quase 300mil inscritos pelo mundo participando ao mesmo tempo das mesmas provas (cinco no total durante cinco semanas). Só isso já é motivo para nos inscrevermos e fazer parte dessa enorme festa do condicionamento físico e entrar pra história do CrossFit.


© Patricia Contti

Outro bom motivo que talvez seja o mais importante de todos é participar junto com seus amigos e colegas de box. Essa energia que rola em cada CrossFit pelo mundo a fora é única e particular de cada local. O fato de você não estar sozinho fazendo uma prova de 20 minutos de burpees com lunges, faz toda diferença. Sofrer sozinho é muito ruim, já em grupo gera boas histórias e, o mais importante, gera uma grande compaixão entre a pessoas. Sim, todos que passam pelos mesmos desafios acabam se ajudando. Vejo isso diariamente no box e até hoje me emociono ao ver os alunos se ajudando, o que me faz ter certeza que estamos no caminho certo. CrossFit é mais que um programa de condicionamento físico, ele é um agregador de pessoas e um meio de tornar essas pessoas mais “gente”, mais “humanas”, mais preocupadas em relação ao próximo. Pessoas indiferentes umas às outras não tem lugar num box que prega e mantém a essência do CrossFit. É muito comum os alunos quererem colaborar uns com os outros na superação e é ai que algo como o Open se torna importante. Geralmente nas provas caem movimentos que muitos não faziam e nunca imaginaram fazer e graças a essa ajuda mútua e a vontade pessoal de se superar, muitos deles realizam seu primeiro muscle up, ou double unders, ou o pull up sem elástico. Afinal, tem milhares de participantes pelo mundo buscando e desejando realizar a mesma coisa pela primeira vez também, o que motiva ainda mais essa superação. A parte ruim que não podemos esconder é justamente as pessoas que sem muita ética manipulam resultados, pois como tem 300mil atletas postando, fica inviável conferir se realmente cada um fez aquele score. Hoje temos a exigência dos videos, mas não é para todos dá brecha para falsos resultados, o que tira um pouco o brilho da coisa. Talvez uma exigência para o próximo ano: só revistacf.com.br

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entra nos 60 primeiros colocados se postar o vídeo realizando a prova, que tal? Mas para quem não se importa com o resultado dos outros e sim com sua própria superação, o Open é sensacional! Não tem como não evoluir o seu CrossFit depois de participar. Todos sobem de nível, sem exceção: Desde o cadeirante que adapta as provas para sua realidade até o senhor de 80 anos (sim, temos participantes dessa idade).

seus reais limites e saber como ultrapassa-los, e como resultado usar essa experiência para se tornar mais preparado para os desafios da vida. Se vermos por esse ângulo, competir é divertido e pode ser uma maneira de autoconhecimento. Por isso para a maioria não importa o resultado no Leaderboard, mesmo para os atletas de elite tem uma frase que se encaixa bem: “Compita contra suas fraquezas, não contra alguém!”

Um evento inclusivo, agregador e divertido. Uma grande sacada da CrossFit INC. e que irá perdurar por muitos anos se fizer os ajustes necessários para se manter a credibilidade e a organização. Competir no esporte, seja qual modalidade for, é uma grande oportunidade para conhecer

Matéria - Thiago Heck - Colunista da Revista CF Box: CrossFit Mansion Fotografia: Alexandre Santana - @AleSantana80

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REEBOK CROSSFIT

COM KEVLAR


Hannah Caldas



Se você digitar “Hannah Caldas” no Google, achará mais de 274 mil resultados. Claro que não são todos relacionados à atleta da capa desta revista, porém não leva muito tempo para concluir que Hannah, ou Ana Caldas é uma super mulher. Nasceu e cresceu em uma pequena cidade em Portugal, treinou natação toda sua infância e com apenas 23 anos já tinha um Ph.D em medicina molecular. Competiu profissionalmente por mais de 20 anos e por muito pouco, 0,3 segundos, não conseguiu a classificação para as Olimpíadas de 2012 em Londres.

e 100 metros estilo livre. Foi durante o treinamento para a vaga olímpica que Hannah conheceu o CrossFit. Um amigo lhe enviou um WOD por sms e Hannah começou a treinar. Quando viu o WOD achou que não teria dificuldade em fazê-lo, pois estava acostumada a horas e horas treinando na piscina. Porém levou quase duas aulas para completar o treino. Após isso continuou pedindo novos WODs para seu amigo por duas semanas, treinando todos os dias... No final destes 15 dias ela já estava viciada em CrossFit.

Em 2008, aos 30 anos de idade, trabalhava como professora de neurocirurgia na universidade americana Wake Forest University, quando foi diagnosticada com um tumor benigno no cérebro. O diagnóstico não colocava sua vida em risco, porém a fez refletir sobre sua vida. Um ano depois, em 2009, ela teve uma hérnia de disco, e o médico recomendou hidroterapia. Após 5 anos longe das piscinas Hannah voltou a nadar e sentir o gostinho de competir mesmo que contra o relógio. Ela ainda tinha toda a experiência de uma nadadora e seu corpo pedia mais. Não demorou muito tempo para voltar a competir, desta vez na categoria Masters.

Hannah iniciou CrossFit na moda antiga, assistindo vídeos no YouTube e fazendo os movimentos na frente do espelho para tentar corrigir os erros, mas pouco tempo depois ela largou a academia e procurou um box afiliado na cidade onde morava. Em 2012 participou dos Regionais ao mesmo tempo que treinava natação. Na época ela nadava 4 quilometros por dia, 6 dias por semana, e treinava CrossFit 5 dias por semana. Treinar CrossFit ajudou Hannah a nadar melhor. Ganhou força, com braçadas mais explosivas e pernadas mais fortes.

Em pouco tempo, ela já estava ganhando medalhas, quebrando recordes e nadando como nunca. Um ano depois, em 2010, pediu demissão do seu emprego como professora universitária, vendeu seu carro e mudou-se para o estado de Arizona com o objetivo de treinar no Scottsdale Aquatic Swim Club e tentar conquistar sua vaga olímpica pela equipe de natação de Portugal. Hannah quebrou 3 recordes mundiais e 3 recordes americanos na categoria Masters, ganhou medalhas de Pool All Star em 2010, 2011 e 2012, conquistou o título de “all-american swimmer” em mais de 20 eventos e em 2011 conquistou o primeiro lugar no ranking mundial de nadadora Masters feminina mais rápida do mundo, nos 50 24

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Hannah já trabalhou como condicionadora física do time olímpico de remo da Suíça, já viajou por mais de 64 países e levanta 220 kg no deadlift! Já morou no Brasil atualmente é atleta profissional do time Baltimore Anthem da NPGL. Nesta entrevista exclusiva, Hannah conta para os leitores um pouco mais sobre a sua história Conte para nossos leitores como foi a sua infância. Como foi treinar e estudar? Eu nasci e cresci em uma cidade bem pequena no norte de Portugal, não tinhamos muita coisa, nem cinema. Só existia uma única escola onde todos da cidade estudavam, e infelizmente, esta escola não dava muita atenção para os esportes. Um atleta não era muito bem entendido na escola. Além de treinar, também estudava bastante. Eu




tinha que praticar esportes fora da escola e isso não era muito bem aceito pelas outras criaças. Eu e a minha irmã treinavamos natação e nosso tamanho era maior do que as outras crianças. Sofremos um pouco de bullying por isso, mas nunca deixei me afetar. Eu competia na natação e também recebia medalhas de melhor aluna da escola, por varios anos seguindos. Nunca deixei de estudar. Eu também fiz aulas de piano, violino e frances. Meus pais sempre nos incentivaram a tudo o que pudesse colaborar com o nosso desenvolvimento como pessoas, embora a nossa cidade fosse bem pequena e restrita, a nossa exposição ao mundo sempre foi bem grande. Você já morou no Brasil certo? Como foi essa experiência? Sim, morei no Rio de Janeiro por alguns meses quando tinha 23 anos e depois mudei para os Estados Unidos. Em 2013 eu voltei para o Brasil, mas desta vez vim para São Paulo a convite do Tiago e da Debora da CrossFit SP. Trabalhei lá por um tempo como coach e foi uma experiência muito interessante, pois as pessoas mais próximas a mim me ajudaram muito, mas a comunidade do CrossFit no Brasil não aceitou a minha presença aqui. Por varias vezes fui denunciada para a CrossFit HQ sob a alegação que eu não morava no Brasil, etc… Infelizmente não foi uma experiencia muito positiva. Porém sou uma cidadã do mundo, e continuo vindo ao Brasil, pois gosto daqui e tenho muitos amigos aqui. Não vou deixar este fato mudar isto. Talvez naquele momento a minha presença aqui fez com que alguns se sentissem ameaçados pelo meu nivel atlético ou outro motivo qualquer. Hoje você é uma atleta profissional. Como foi a transição para largar tudo pelo esporte? Esta é uma pergunta interessante, pois vindo da natação eu sempre me considerei uma atleta profissional. Mas ser uma atleta profissional

de verdade, onde se é pago para treinar, seus deslocamentos são pagos, pra mim é uma coisa recente. Eu fui atleta profissional de natação, no entanto eu acho que somente hoje eu sou realmente uma atleta profissional. Eu era professora de faculdade na área de medicina, uma coisa completamente diferente do esporte, mas eu não me sentia feliz. foi quando decidi largar tudo e me dedicar à natação para disputar uma vaga nas olimpíadas de Londres. Foi neste momento que conheci o CrossFit. Então parei de nadar e comecei a fazer CrossFit full time. Hoje me considero uma atleta profissional, pois tenho um contrato assinado com a NPGL, também apelidado de Grid, que é uma liga profissional. Eu vejo várias pessoas que se consideram atletas profissionais, mas na verdade são atletas amadores que conseguiram uma ajuda de patrocinador que as ajudam a praticar um esporte. Quais são seus planos para os próximos 5, 10 anos? Esta pergunta é um pouco complicada, pois agora com a minha lesão, meus planos mudaram. Meu plano mais próximo é a reabilitação, esta é a minha prioridade. Se em um determinado dia eu não tiver muito tempo para treinar, eu dou prioridade para a reabilitação. Para os próximos 5 anos o meu objetivo é competir na categoria Masters, eu ainda tenho mais dois anos para entrar na categoria e pretendo estar 100% quando chegar a hora. Os 10 anos eu ainda não sei, mas o meu plano é estar saudável. Pretendo estar competindo, praticando esportes e estar saudável. Como é participar da NPGL? Foi uma ótima oportunidade que surgiu no ano passado, eu fui contratada por um time que hoje não existe mais e fui transferida para o Baltimore Anthem. No ano passado eu cai da barra de pull up e fraturei o pé, mas mesmo assim fiz o Open revistacf.com.br

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Hannah Caldas



com o pé quebrado e consegui me qualificar para as Regionais. Quando fui para os “tryouts” da NPGL não fui muito bem, pois não estava 100%, mas consegui vaga assim mesmo. Mas foi uma oportunidade magnífica. A NPGL é uma liga profissional muito boa e me beneficio pois são os meus movimentos favoritos do CrossFit, só que todos muito rápidos e muito pesados. Eu gosto muito. Eu também pude conhecer pessoas incríveis, com muito talento e também pude demonstrar o meu talento, contribuir para um time. Fazer parte disto me deixa muito feliz, inclusive agora nesta fase que estou lesionada. O seu time, Baltimore Anthem, tem muitas estrelas, como é o treino e o convívio com eles? O time é fantástico, é um time novo, onde quase ninguém se conhecia, tem muitas estrelas de personalidades fortes. Todos vieram de diferentes sistemas de treinamento, alguns até de esportes diferentes. O treino foi bem diferente do que eu já conhecia. Foi interessante ver tudo isso na arena depois destes treinos. Mas a minha parte preferida foi o convivio. Faziamos tudo junto, além de treinar, íamos ao cinema, saíamos para almoçar, jantar. Passamos 24 horas juntos durante o tempo que treinamos, que dura entre uma a duas semanas. Foi muito interessante viver com algumas pessoas bem famosas. Klokov parece ser uma pessoa muito divertida, como os outros atletas do time o tratam? O Dmitri Klokov é uma pessoa muito divertida, ele não se considerava nem mais nem menos do que os outros atletas, sempre estava treinando conosco da mesma forma. Ele fez alguns treinos sozinho, mas no geral ele fazia tudo conosco. No ônibus, nas brincadeiras, no aquecimento, foi uma oportunidade conhecê-lo. Ele é uma peça, é bem divertido. Um dos eventos que fizemos foi aberto 30

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ao público para fotos com os atletas. Ele deitou na mesa e pediu para as meninas assinarem a bermuda dele, na perna, na bunda, etc... risos. Tem até um video no YouTube deste dia. Que dicas você daria para quem está iniciando agora no CrossFit? A primeira é não ter pressa, é preciso dar tempo ao tempo. É preciso aprender os movimentos, não pense que você vai ficar forte logo, nem pense em tomar atalhos para ficar mais forte, pois isto pode te levar a uma lesão. Se concentre na sua técnica, aprenda os movimentos corretamente, não tenha pressa para competir. Mesmo que exista competições para iniciantes, não vale a pena, gaste o seu tempo no box, porque o mais importante é evitar uma lesão. Que dicas você daria para quem está treinando CrossFit há mais de 2 anos e quer competir? É um pouco semelhante à resposta anterior. É importante perceber quando o atleta não está evoluindo. Procure analisar o seu treinamento, a sua técnica, porque na maioria das vezes, ajustando um destes dois pontos, você irá evoluir. Infelizmente, eu noto que há muitas pessoas optando por “alternativas” para evoluir mais rápido. No Brasil isto ocorre até mais que nos Estados Unidos, discutimos isto no debate da Revista CF. Algumas pessoas que já estão competindo e usando estas “alternativas” que considero menos dignas. Procurem ter paciência, não tenham pressa. É muito importante passar pelo processo de aprendizado e desenvolvimento, porque esta será a sua base e isso é muito importante. Que dicas você daria para os atletas que estão ou quase estão na categoria Masters (acima dos 40 anos)? revistacf.com.br

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Eu estou chegando no Masters também, e o que venho notando cada vez mais é que o meu corpo esta mudando. A velocidade da minha recuperação está mudando, tudo está mudando. O que eu acho importante é não se comparar com o passado, como as coisas aconteciam, mas sim conhecer o seu corpo atual. E sua prioridade deve ser a sua saúde, não se machucar, não fazer mais do que você é capaz. Mesmo que o CrossFit incentive a superação e a quebrar barreiras, a inteligência é mais importante do que tudo. Um atleta inteligente na categoria Masters é um atleta sem lesão. Quando se chega na categoria Masters é muito importante não optar pelas “alternativas” para ficar igual a quando se tinha menos de 40 anos. Se seu corpo não está aguentando, é porque não tem a estrutura necessária. Estas “ajudas” acabam tendo efeitos colaterais e não irão ajudar de verdade. O importante no masters é que continuem fazendo as coisas direito e com calma, fazer o que o seu corpo aguenta de verdade. Super Trunfo da Hannah Caldas Box que treina: CrossFit Anywhere Idade: 38 Altura:1,74 m Peso: 85 kg Anos que competiu no TCB: 2012 Fran: 2:40 Helen: 7:45 Grace: 1:01 Filthy 50: 400m: 1:02 5k: 22:32 C&J: 120kg Snatch: 100kg Deadlift: 220kg Back Squat: 180kg (sem maozinha do Coach kkkk) Max Pull-up: 45 Fight Gone Bad: Como se saiu nos Games: Em 2012 14º lugar no Open da região da South West e 207º 32

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no mundo. 16º lugar nas regionais da South West Em 2013 2º lugar no Open da região da América Latina e 459º no mundo. 7º nas regionais da América Latina Em 2014 43º lugar no Open da região da Northen Califórnia e 417º no mundo. Em 2015 9º lugar no Open da região da Northen Califórnia e 121º no mundo. 27º nas regionais da Califórnia Matéria: Mex Abrusio - Diretor da AMRAP Brasil e colunista da Revista CF Fotografia: @WodShoot


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Descanse, durma e evolua COMO MELHORAR O MEU RENDIMENTO? Para aperfeiçoar os resultados no esporte, sejam atletas ou esportistas, sabemos que existem três fatores determinantes ( a tríade do sucesso) para se atingir objetivos: alimentação, treinamento e descanso. DESCANSO

TREINAMENTO

ALIMENTAÇÃO

No entanto em virtude de atribuições (como trabalho, estudo e até mesmo o lazer) ocorre a remoção parcial do sono. Este fenômeno é mais conhecido como privação do sono. Durante a privação de sono em atletas ocorre um aumento da percepção do esforço e uma redução no tempo para a exaustão sendo que esses fatores contribuem diretamente para a queda de desempenho. A privação do sono tem um efeito negativo quer na recuperação da força muscular ou na velocidade de execução de determinados exercícios, atrasa a reposição dos estoques de energia (glicogénio) no músculo esquelético e pode ser o responsável pelo declínio na performance. Nenhum desportista consegue atingir todo o seu potencial se não dormir, treinar ou realizar outras tarefas da vida de um atleta, de uma forma vigorosa. Os efeitos fisiológicos da privação do sono na performance atlética, são profundos. 34

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Eles incluem diminuição da capacidade motora, o que aumenta substancialmente a probabilidade de lesões. O tempo de reação está diminuído. Os níveis de glicose estão alterados no atleta que sofre de privação de sono, o que influência negativamente a performance, uma vez que as reservas energéticas não estão restabelecidas. Alterações de animo, a sensação de cansaço, a ansiedade, são o resultado muitas vezes de uma noite mal dormida e altera por completo a prédisposição para a competição, com resultados muitas vezes aquém do esperado. Um outro efeito da privação do sono, embora de uma forma indireta, são as lesões por “overuse”, que normalmente ocorrem devido a um volume


de carga de treino excessivo Quando um atleta está com déficit de sono, a tolerância ao exercício diminui e estas lesões podem ocorrer com uma carga de treino bastante menor. Portanto quando a privação do sono afeta a performance desportiva de um atleta, a solução não é apenas um ou dois dias de sono, embora já seja um bom princípio. O atleta ou o grupo que trabalha com o atleta, devem incluir no seu programa de treino o sono, como qualquer outro componente da preparação física. O sono reparador é muito importante no sucesso do atleta, pois possibilita uma gama de benefícios que são processados durante uma noite de sono bem dormida. Neste momento, nosso corpo tem a chance de descansar e executar todas as funções fundamentais para reparação dos danos celulares, organizar as informações captadas durante o dia, desintoxicar o que for preciso, produzir inúmeros hormônios. O hormônio do sono é a Melatonina, que coordena as inúmeras reações de restauração e

manutenção das atividades corporais. A melatonina é uma substância sintetizada a partir do triptofano, na glândula pineal, de modo cíclico, esta produção obedece um ciclo claro – escuro ambiental, chamado de ritmo circadiano. Nos seres humanos, cerda de duas horas depois do pôr do sol ( sem exposição a luz natural ou artificial) o nível de melatonina começa a subir, indicando que o nosso corpo precisa começar a se preparar para dormir, os ritmos tornam-se mais lentos, a capacidade de reação, de atenção e vigilância diminuem, a temperatura baixa, a digestão torna-se mais lenta, o ritmo cardíaco e a pressão sanguínea diminuem: a pessoa sentese mais sonolenta. Durante a noite, em ambiente escuro e calmo, os níveis de melatonina aumentam e atingem o seu primeiro pico às 22 horas e uma nova subida à 1 da manhã e atinge o seu valor mais elevado entre 3 e 4 horas da madrugada, quando o sono é mais profundo. A partir das 4 horas, com os primeiros sinais de luz do alvorecer, a glândula pineal reduz a produção de melatonina, até atingir níveis mínimos antes do sol nascer. Esta redução da melatonina faz com que o organismo prepare-se para acordar e retornar aos ritmos biológicos para o dia que se iniciará. Além da regulação do sono, a melatonina controla o ritmo de de vários outros processos regulatórios fisiológicos durante a noite, estimulando o sistema imunológico e hormonal. O cortisol, hormônio do estresse, é produzido pela glândulas supra-renais e prepara o corpo para responder às solicitações e aos estímulos. Em condições normais, o cortisol aumenta cerca de 8 horas da manhã e mais um pouco pelas 9 horas, ajudando o corpo para a máxima atividade física e cognitiva. Ao longo do dia o nível do cortisol deveria ir diminuindo lenta e gradualmente, até chegar ao revistacf.com.br

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mínimo ao anoitecer, colaborando com a melatonina na preparação do adormecer. Ao contrário da melatonina, a produção de cortisol não está exclusivamente dependente da presença ou ausência da luz. A liberação do cortisol é estimulada pela necessidade de responder a estímulos e para adaptação ao estresse. Em função dos estímulos, correria e estresse durante o dia, os níveis de cortisol podem subir a qualquer hora e manter-se elevados mesmo durante a noite, dificultando o adormecer e perturbando a qualidade do sono, que deixará de ser repousante. Já a adrenalina é um neurotransmissor também produzido pelas glândulas supra-renais e que permitem ao organismo reagir em situações de emergência, o que permite mobilizar a máxima capacidade física e mental em situações de perigo, correr ou lutar. No entanto, a vida moderna trouxe situações de ameaça extremo e

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constante, fazendo com que o corpo aumente a liberação de adrenalina. Isto coloca o organismo em estado de resposta para “guerra” por períodos prolongados perturbando o funcionamento normal. O que acarreta uma diminuição na qualidade e na quantidade de horas dormidas. Lembre-se que em situações de guerra e alerta constante, não é possível dormir por tempo prolongado. Para evitar a privação de sono e melhorar o rendimento, é importante ficar atento a esses fatores: HORÁRIO DE TREINO: A realização de exercícios físicos diariamente faz com que nosso corpo libere várias substâncias benéficas, que melhoram a qualidade do sono, diminuem a ansiedade e produzem relaxamento mental e muscular. ATENÇÃO: O ideal é a realização de exercícios de manhã ou à tarde. No entanto se isto não for possível, é fundamental que a prática


de exercícios físicos seja encerrada de duas a seis horas antes do horário de dormir. CRIE UMA ROTINA: Mantenha um horário para ir dormir e acordar. Quem dorme cada noite em um horário diferente não consegue criar uma disciplina, o que poderá dificultar o início do sono. Nós temos um relógio interno e não permitir que ele entre em um padrão tem um impacto em nossa fisiologia. Quando este relógio está desregulado ocorre uma reação em cadeia que afeta nossos hormônios, inclusive aqueles relacionados com o consumo dos alimentos, o que contribui para o excesso de gordura corporal e processo inflamatório sistêmico. CAMA É PARA DORMIR: Dentro da sua rotina, vá para a cama somente na hora de dormir. Torne o seu quarto um lugar sagrado e use apenas para dormir. Nada de ler, falar ao telefone, trabalhar no notebook ou comer na cama. Deixe o ambiente agradável: quarto ideal deve ser escuro, silencioso e com uma temperatura agradável. EVITE A LUZ ARTIFICIAL: a luz dos aparelhos (como da televisão, do notebook, do tablet, do celular) engana o cérebro fazendo-o achar que ainda é dia, deixando-nos mais alertas, reduzindo a liberação adequada de melatonina. Desligue – os bem antes da hora de dormir EVITE ÁLCOOL: apesar de produzir um efeito de relaxamento aparente, ele produz um sono de má qualidade, reduzindo o tempo de sono profundo, além de agravar distúrbios do sono EVITE SUBSTÂNCIAS ESTIMULANTES: o café, chá preto/mate, o guaraná, refrigerante a base de cola e guaraná, cigarros, termogênicos, entre outros. REFEIÇÕES LEVES : Prefira refeições leves no jantar, com baixo consumo de carboidratos de fácil absorção, não coma perto da hora de deitar

COLCHÃO: Durante o sono, ficamos no mínimo de 6 a 8 horas, na mesma posição. Está posição deve ser a mais neutra possível para não sobrecarregar as articulações. Para tanto, é fundamental um colchão adequado, que deve ser semi-rígido para distribuir uniformemente o peso do corpo. TRAVESSEIRO: O travesseiro é tão importante quanto a qualidade do colchão. Primeiro, toda a coluna deve estar alinhada (desde o pescoço até a lombar). Para isto, precisamos de mais de travesseiros. EVITE travesseiro muito duros, muito moles, de pena de ganso ou com pedaços de espuma, ao longo da noite a cabeça afunda, curvando a região do pescoço. A altura do travesseiro é individual, depende de cada pessoa e da posição e com escolhida para dormir. Não deve ser nem muito baixo, nem muito alto. Com essas dicas práticas do que pode estar atrapalhando seu sono, certamente você terá mais disposição no seu dia e poderá melhorar o seu rendimento no seu treino. Em casos selecionados, há a necessidade de uma avaliação detalhada da qualidade de sono e de outros fatores individuais que interferem na rendimento do praticante de CrossFit. No próximo artigo, abordaremos soluções para pessoas que já seguem as dicas acima e ainda assim sofrem por privação de sono e gostariam de melhorar o rendimento dos treinos. Matéria por: Dra Sandra Alamino - Médica Fisiatra CRM 141.133 RQE 46421 - Médica Fisiatra praticante de CrossFit desde 2010. Autora do IG @Fisiatra.br Dra Maike Heerdt - Médica Fisiatra CRM 136709 RQE 47007 - Apaixonada em buscar soluções para pessoas que sentem dor, para uma vida mais plena e saudável. Autora do blog www.dortemtratamento.com.br Colunistas da Revista CF revistacf.com.br

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Desafio das Beldades



No inicio da Revista CF em 2012, os sócios e editores Denis Diegas e Alexandre Santana perceberam que o público feminino do CrossFit estava crescendo muito rápido. Desta conclusão, decidiram criar o “Beldades do CF”, um canal onde somente mulheres, sendo atletas amadoras ou profissionais, seriam valorizadas. Primeiramente, foi criado um perfil nas mídias sociais – @BeldadesdoCF – a aceitação foi imediata. Após este primeiro passo, surgiu a ideia de realizar um campeonato apenas para as mulheres. Porém, não era possível naquela época devido a alguns fatores como local, organização, entre outros. Um fato curioso é que o perfil Beldades do CF não tem propaganda, apenas postagens de mulheres treinando CrossFit – o único anúncio que foi feito até hoje foi o do campeonato. O perfil é único e exclusivo para mulheres, e as próprias seguidoras podem enviar fotos de treinos, seja no box, seja fora dele (em viagens e lugares inusitados), alimentando, assim, o “feed“ deste canal. Antigamente existia o campeonato “Girls Challenge”, organizado pelo box CrossFit Jundiaí, que, infelizmente, não existe mais. Notando que este espaço ficou aberto no cenário de campeonatos nacionais, e juntando a oportunidade desse evento acontecer no CrossFit Tamboré, o box oficial da Revista CF, recém inaugurado, Denis e Alexandre começaram a planejar o Desafio Beldades do CF. O primeiro desafio do projeto foi escolher a head planner para montar os wods do campeonato. Um campeonato apenas para mulheres deveria ser planejado por uma mulher, e logo o nome Hannah Caldas foi mencionado (foto). Hannah Caldas tem uma vasta experiência no CrossFit, CrossFit Games, NPGL (Grid) e esportes em geral. Mesmo morando nos Estados Unidos, Hannah, amiga e colunista da Revista CF, logo aceitou o desafio de planejar o campeonato. Foram diversas inovações para o evento, pois trouxe na bagagem sua experiência do Grid League para os wods do desafio. Com esta nova ideia, 40

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Hannah veio ao Brasil e participou dos detalhes da organização. Os parceiros da Revista CF também ajudaram fornecendo equipamentos, como a Fortify, AMRAP Brasil, GTO Clothing com as roupas dos atletas e judges, a Performance Nutrition com a suplementação, a Pratic Quiropraxia nos ajustes das atletas e na alimentação, as meninas do Gula Light, entre outros parceiros que participaram do evento.

o campeonato fugiu aos padrões dos torneios brasileiros de dois dias com wods pesados. Mas o que foi criado de novo e diferente nestes wods? A força física não foi somente o foco, mas sim, a estratégia, tanto em dupla como individual.

Este campeonato ficou marcado por não exigir tanto fisicamente das atletas, como conta Gisele Santos, uma das competidoras: “O campeonato poderia até durar três dias, pois este formato favoreceu a recuperação física. Eu mesma não me senti cansada.” Gisele treina na CrossFit Sampa, com o coach Tiago Heck. Nos vídeos demonstrativos dos wods idealizados por Hannah, a atleta teve apoio de suas amigas de box dos Estados Unidos, onde explicavam quais seriam os exercícios e os movimentos requeridos. Foi uma abordagem diferente, possibilitando que as atletas treinassem os movimentos e aprimorassem suas técnicas, elevando o nível do evento nos confrontos e ajudando as competidoras a montarem suas estratégias

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antes de chegar ao campeonato. A prefeitura de Barueri também ajudou na organização isolando parte da Avenida Tamboré, para a prova de 1 kilometro de corrida, onde o box fica localizado, tornando o campeonato mais confiável e com mais credibilidade. O aluno Paulo Junior, do próprio box, foi quem ajudou nesta logística. Os alunos do CrossFit Tamboré, que ainda é um box novo, ficaram muito animados com o campeonato em casa. Muitos ajudaram e participaram como staff, judge e outros que não estavam inscritos como participantes ajudaram no pós-evento. Houve, ainda, um mutirão de alunos para arrumar o box no domingo à noite e deixá-lo pronto para as aulas da segunda-feira, o que mostra que a comunidade do CrossFit realmente é engajada e atuante. “Em aproximadamente dez minutos o box estava completamente reorganizado e limpo para iniciarmos a semana”, afirmou Alexandre Santana, sócio do empreendimento. A arbitragem foi coordenada pela Maristela, coach do box CrossFit SP, Rodrigo Barranco e pela coach level 2, sócia da CrossFit Touros e judge com muita experiência Flávia Leticia, que lidera uma coluna sobre arbitragem na Revista CF, e Sandra Alamino, que foi a responsável pelo controle das pontuações e lançamentos das reps válidas ou não no sistema totalmente online desenvolvido pela empresa - @BoxCheckin - que desenvolveu todo o sistema de pontuação e ranking. Após o evento foi feita uma pesquisa com os participantes e espectadores do campeonato para conhecer as falhas e pontos positivos do campeonato com o intuito de melhorar para a próxima edição, que ainda não tem data definida. Atleta que chamou a atenção, Fabiola da Silva, 36 anos, treina na Pro Balance Treinamento Funcional, zona norte de São Paulo. Fabiola é atleta profissional desde sua juventude e compete na modalidade patinação in-line. Foi oito vezes campeã mundial no X Games e é considerada 44

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uma das maiores atletas deste esporte. Fabiola foi a campeã na categoria individual scaled – ela treina CrossFit desde 2014. Em entrevista para a Revista CF Fabiola disse: “Estou muito feliz em conquistar o primeiro lugar na categoria. Ainda sou muito nova no esporte, treino há apenas dois anos, ainda quero conquistar mais títulos.” Fabiola demonstrou que sua experiência com a patinação lhe faz enxergar que dois anos de treino é muito pouco tempo. Hoje é difícil ouvir isto, mas a atleta reconhece e é humilde para admitir. Como já dito em outras matérias, no CrossFit não existem atalhos e somente a experiência e tempo fazem o atleta amadurecer. Confira abaixo o resultado do campeonato:

Categoria RX 1 – Suelen T C Arruda 2 – Ana Carolina Marasca 3 – Aline Nicola Categoria RX Duplas 1 – Sampa Girls 2 – Fera CrossFit 3 – Templo SA Categoria Master 1 – Sirlei alves de oliveira 2 – Mara Pusch 3 – Marcela Maia Categoria Scaled 1 – Fabiola da Silva 2 – Claudiana Duarte 3 – Leticia Montanari Categoria Scaled Duplas 1 – Brasil Mansion Girls 2 – CrossFit Mooca 3 – CrossFit Kerberos Matéria por: Mex Abrusio AMRAP Brasil Fotografia: Denis Diegas


RX

Masters

RX duplas

Scaled Nosso outro colunista da Revista CF - André Kaneoya - colheu alguns depoimentos de pessoas que estiveram competindo, arbitrando ou passaram no box CrossFit Tamboré no final de semana do Desafio Beldades do CF.

Scaled duplas

“Esse foi o meu primeiro campeonato. Até então, só tinha participado de torneios internos do box e nada mais. O Desafio Beldades do CF foi um grande desafio mesmo. Na minha visão, revistacf.com.br

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na torcida. E quanto às tendas e colaboradores, senti falta de opções contendo carboidratos, principalmente para nós atletas. De forma geral, foi uma excelente iniciativa da Revista CF trazer para o Brasil esse estilo de campeonato, com provas desafiadoras e inéditas. Aproveito para parabenizar a todos os responsáveis por este evento, foi uma experiência única. Espero que seja o primeiro de vários Desafios Beldades do CF.” “Achei o evento muito legal, as provas foram muito criativas, divertidas e surpreendentes. Os pontos negativos foram o local e a duração e complexidade das provas, que não suportavam tantas baterias. Mas a avaliação geral é positiva. Com certeza as próximas edições virão com esses problemas corrigidos.”

foi um evento corajoso e muito bem organizado. Considero como pontos positivos a acessibilidade para esclarecimentos com os organizadores e judges, organização nos wods, limpeza, material e tendas muito boas. O que eu melhoraria: as atletas não tinham espaço para descansar após os wods, era muito apertado, e vi alguns judges errando em coisas simples por subjetividade de movimentos. No geral, evento nota 10! Foram mais acertos do que erros.” “Foi um final de semana incrível, onde reencontrei vários amigos, me diverti, me superei e desafiei minhas dificuldades, vencendo meu único adversário: eu mesma. Jamais imaginei que seria capaz de chegar ao pódio estreando na categoria RX e competindo ao lado de grandes atletas. Acho que o evento deixou a desejar na questão dos horários das baterias, tanto para as atletas se programarem na alimentação/ suplementação, quanto para os amigos de outras cidades que iriam prestigiar o evento e ficar 46

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“Foi o primeiro campeonato que participei. Achei um pouco desorganizado, e alguns árbitros estavam bem confusos e validando diferente para cada atleta. Em relação aos wods, achei todos muito diferentes e criativos. As cargas do scaled não estavam tão baixas, estavam em um nível que realmente desafiava.” “Para nós, em especial, foi muito emocionante, pois foi nossa primeira vez em um pódio e porque tivemos imprevistos com meu pé. Mas CrossFit é isso, tivemos o apoio de toda a galera: das meninas que competiram conosco, da organização e da equipe médica que nos apoiou. Ficou claro que para a organização, muita coisa era novidade. No primeiro dia a demora foi grande entre um wod e outro, mas sempre comunicando a todos. Achei que foi bastante profissional. Já no segundo dia, vimos uma melhora nítida na organização do tempo. Foi bacana, com certeza estaremos lá numa próxima vez”. “Um fim de semana de muito esforço físico e mental, já que neste formato sugerido, além de uma boa técnica, deveríamos também ter uma ótima estratégia. De longe este campeonato


fazer em um campeonato sendo scaled. Os movimentos foram bem diferentes para esta categoria, fizemos os mesmo movimentos que os RX. A Hannah deu a oportunidade para todos os atletas. Foi bacana ter uma prova de força junto com uma de cardio, surpreendeu. Pontos negativos: a organização estava complicada, sem área de aquecimento legal, atrasos nas baterias (recuperação e preparação mental), o espaço era restrito. Mas, conversei com outras meninas e ninguém fez esse tipo de reclamação dos atrasos, todos perceberam que os pontos negativos estavam expostos, mas ninguém estava contrariado com a situação.”

foi o melhor em que já participei, não só pelos workouts muito dinâmicos, mas também pelo clima, pela vibe de todas as beldades que pareciam ter claramente em suas cabeças que seu único adversário é você mesmo, tornando o ambiente de competição sadio, mas sem tirar a rivalidade entre nós. Cada uma que esteve lá sabia da sua dificuldade a ser superada e do seu ‘eu não consigo’, que também foi superado graças ao seu desempenho, paciência e persistência. Isso sim é CrossFit. Agradeço imensamente a toda a equipe idealizadora deste “projeto”, à Hannah por ser tão paciente e solícita e, é claro, à Revista CF pelo evento maravilhoso. Quando vai ser o próximo?”

“Eu achei sensacional, no geral. Meu primeiro campeonato como judge e acumulei muito aprendizado. Adorei os wods, quando vi, fiquei com vontade de competir. Wods diferentes, justos, equilibrou todo mundo. Não teve aquela sensação de que quem pega mais peso foi melhor, ficou equilibrado.Por outro lado, os atrasos são cansativos, isso desgasta os atletas e estressa à toa. Os judges precisavam estar mais atentos e os coordenadores precisam ser mais diretos, muitos de nós estávamos arbitrando pela primeira vez,

“Pontos positivos: o campeonato exclusivo para mulheres deixa o ambiente mais agradável, você se sente especial – em um evento misto, a atenção é sempre voltada para os homens. Os wods estavam muito bacanas, com vários movimentos que eu nunca imaginei que fosse revistacf.com.br

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na reunião diziam uma coisa, na arena mudavam, e isso é ruim. Nas tendas, produtos de qualidade. Mas o local era pequeno, e se tivéssemos mais público teríamos problemas”. Estandistas “O evento foi muito bom por ser o primeiro, mas acredito que deveria ter acabado mais cedo no domingo. No geral foi muito bom.” “Como coach, vi muitos movimentos errados das meninas. Como estandista, sou grato pela experiência. Aprendi muito!” Público “Por ter sido o primeiro evento da Revista CF, achei que foi bom. Embora tenha acontecido alguns atrasos nas provas, um pouco de demora entre as baterias e o espaço para a galera reduzido. Mas o patrocínio, a formação dos wods e a ajuda da galera foram um show. Como amante do esporte, posso dizer que foi perfeito.” “Fui somente no segundo dia e achei que estava muito bem organizado, desde a divulgação até a chegada ao local. Por ser um projeto piloto, ainda há alguns acertos que possam ser feitos. Acredito que o tamanho do espaço disponível foi um pouco restrito para as atletas, mas os stands estavam ótimos com comida, atendimento e produtos para venda”. Meu ponto de vista - André Kaneoya “Os wods estavam muito legais, dinâmicos e bacanas de assistir. Depois da competição troquei algumas informações com a Hannah sobre como montar wods no perfil do GRID, pois achei muito legal e quero implantar em alguns treinos no meu box. Quando confirmei minha presença no evento, achei que seria um evento pequeno. Chegando ao local, me surpreendi 52

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com a quantidade de tendas que tinha. Porém, me surpreendi negativamente com a quantidade de atletas inscritas e mais ainda com o número de staffs e judges que tinham à disposição. No decorrer do evento, os atrasos começaram a acontecer e percebi coordenadores “perdidos”, judges sem saber o que tinham que fazer e em alguns momentos me pareceu que os judges não estavam muito preocupados com o evento.Para as atletas, achei que o espaço não foi adequado por falta de área para aquecer e descansar, e o espaço para o público ficou pequeno e desconfortável. Como um primeiro evento, foi bacana e esses pontos que atletas, estandistas, judges, staffs e público deram, servem para uma melhoria no próximo.” matéria por: André Kaneoya - colunista da Revista CF Fotografia: Denis Diegas





Kettlebell ou Gírya Kettlebell ou Gírya - No formato de uma bola de ferro com uma alça arqueada do mundo antigo (Rússia), o equipamento vem ganhando espaço e virando febre no mundo Fitness!

Por volta 1800 d.C. os soldados da marinha usaram uma bala de canhão de 1 poods /16kg /53lbs e soldaram uma alça, tendo essa ferramenta como base da preparação física das

Você já deve ter visto um CrossFitter movimentando um equipamento desses na altura do quadril, levando acima da cabeça, posição de overhead – American Swing KB. Você sabe da sua origem, diversos formatos, cores, tamanhs e benefícios?

forças armadas do seu país! O Kettlebell Gírya como é conhecido no mundo todo, vem demonstrando suas escolas

A História O Kettlebell originou-se cerca de 350 anos atrás pelos Russos, e de acordo com o idioma norteamericano, se pronuncía como chaleira (kettle) e sino (bell). Na Rússia, o nome dado a esta ferramenta é Gyria, que significa peso em ruso (ou Гиря - lê-se Guíria). A primeira aparição da palavra Girya, em um dicionário russo foi em 1704. Originalmente usados como contrapesos de balança no mercado livre cerealistas e rota da ceda. 56

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e formatos de equipamento diferenciando no tamanho e na alça. Independentemente da sua escola, o movimento base é o Swing, ou balanço. Na imagem terceira, o primeiro desenho, o soldado está usando um movimento muito comum entre os CrossFitter Snatch (one KB) e no segundo desenho está fazendo um Split Jerk (double KB) ambos usam o swing independente de ser um ou dois Kettlebells.

Na edição anterior falamos sobre as diferentes pegadas e formas de movimentos na preparação física dos praticantes!

De ferramenta para equipamento esportivo e funcional! Kettlebell: Pro grade & Cast Iron

imagem) tem um formato universal nos dias de hoje, mudando só o peso. Mudança essa, que acontece na parte interna da esfera, mantendo alça na mesma medida. As cores têm suas necessidades específicas nesse modelo diferenciando os pesos do iniciante ao atleta profissional. O grande diferencial está na parte que você recebe o KB no antebraço, ao receber o peso

sobre seu corpo você descansa no mesmo local (antebraço). As imagens abaixo dos contrapesos de balança do início da modalidade chegando aos modelos de hoje,l que tem o padrão Pro Grade a ser seguido no mundo do esporte. Modelos esse que tem padrão a ser seguido no mundo do Sport Kettlebell (Girevoy Sport). Modelo conhecido como Pro Grade!

Pro Grade - Usado no mercado livre (segunda revistacf.com.br

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nos EUA. Foi até utilizado no CrossFit Games 2015 Sunday – events 13 / pedal to the metal 2 – 8 Kettlebell deadlifts (203 lb).

Iron Cast - Formato parecido como uma bala de canhão traz uma escola diferente, embasado nos movimentos das necessidades dos militares sendo usado hoje nas academias, box, entre outros. A imagem abaixo foi feita em 1863. Repare na bala de canhão, onde estão as três juntas, uma delas, a mais escura, tem uma alça.

Esses modelos tem um equilíbrio base diferente dos Pro Grade, iniciando pelas alças e peso central. Outro diferencial está no peso de produção onde o mesmo modelo pode chegar com peças de 203 Lb / 92,0793 Kg. Até hoje não conheço tal peso no Brasil. Você pode encontrar

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O Primeiro Box de CrossFit do Brasil - o box CrossFit Brasil, do Head Coach Joel Fridman - usa o modelo Iron Cast, como o CrossFit SP, CrossFit Tamboré entre outros. O CrossFit Tamboré está equipado com uma linha nova - Kettlebell Introdutório. Todos terão acesso em breve, produzidos no Brasil, aguardem.


Modelos dos kettlebells Pro Grade & Iron Cast Pro Grade: Sempre foi da cultura russa competir e demonstrar quem tem melhor resistência, força e velocidade dando origem a campeonatos onde os moradores competiam em feiras e festivais, demonstrando suas habilidades. Em 1948 surgiu a primeira competição oficial de kettlebell. Sendo assistido por mais de 200.000 pessoas. Em 1974 Girevoy Sport, Kettlebell Sport, foi declarado oficialmente o esporte Russo. Em 1999, o esporte recebeu um selo de homenagem, com o modelo Pro Grade, ou KB Sport Pro Grade (ferramenta de contra peso de balança) surgindo o modelo KB Sport Pro Grade!

Iron Cast: Por ser usado no treinamento funcional embasado na preparação física dos soldados, foi o modelo de maior veículo em nosso territorio, e portanto, mais acessível. No entanto, para competições é permitido o uso apenas do Pro Grade e Sport CrossFit. Alguns estabelecimentos utilizam uma capa de borracha nese modelo, pela metade ou inteira. O equipamento que possui essa capa de borracha acaba queimando sua mão. Uma boa dica é limpar a sua alça e preparar ela com magnésio antes do seu treino! O Cast Iron tem seus benefícios. Se for possível faça um investimento uma única vez comprando

material de boa qualidade – como o da imagem abaixo. Um bom material permite que você supere seus limites por muitos minutos de treino! Não saia comprando o primeiro equipamento que você encontra pela frente. Faça uma análise sobre o modelo Pro Grade ou Cast Iron, alça (abertura e espessura) peso (Kg ou Lb), material (ferro) e a empresa que está fornecendo esse produto. Primeira imagem – Alça e modelos diferentes de peças. segunda imagem – peças KettleBell Pro Grade / Iron Cast. O equipamento passa por várias etapas antes de chegar ao processo final, desde o material, até a modelegem e o processo de produção. A última etapa consiste na pintura com cores diferentes para indicar pesos e modelos.

competition kettlebell

classic kettlebell

https://en.wikipedia.org/wiki/Kettlebell_lifting revistacf.com.br

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Box CrossFit Tamboré -Kettlebell introdutório e Iron Cast.

Material de fabricação: Fundição Abaixo você está vendo uma placa e um modelo de 4 kg do Kettlebell introdutório usando uma máquina, que proporciona qualidade no produto final. Nem todos os Kettlebells são feitos com esse processo e material.

A maioria dos processos das fundições para produzir os Kettlebells é feitos de colocar metal líquido em um molde, que contém uma cavidade com a forma desejada, e depois permitir que resfrie e solidifique. A parte solidificada é conhecida como peça fundida, que é tirada do molde ou tem o molde quebrado para completar o processo. Após cada peça ser avaliada elas são enviadas ao processo final pintura. Pintura Cores - Vermelho em KB de 04 kg 10 kg e 32kg. A cor vermelha é usada dentro dos padrões Pro Grade. A cor indica a peça de 32 kgs. 60

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As cores e seus significados. Iniciando pela cor rosa o peso de 08 kg não é necessário para o Sport Ketlebell, somente três cores são usadas como padrão internacional. 16 Kg / 1 pood / 35 LB – amarelo. 24 Kg / 1,5 pood / 53 Lb – verde. 32 Kg/ 2 pood / 70 Lb – vermelho. Com o passar do tempo tornou-se comum usar essas cores como padrão de reconhecimento os KB pro grade pelo mundo a fora. Cores e pesos (KB). 08kg - cor de rosa - pink 12kg - azul - blue 16kg - amarelo - yellow 20kg - roxo - purple 24kg - verde - green 28kg - laranja - orange 32kg - vermelho - red https://en.wikipedia.org/wiki/Naval_artillery#/ media/File:BEP-(unk)-In_the_Turret.jpg Matéria: Luciano Ant. Rechia - Professor & coach - Diretor da Brazilian Training - Kettebell e colunista da Revista CF. siga: www.braziliantraining.esp.br



Lesões - ombro Padrão e Taxa de Lesões entre Atletas de CrossFit Estudo recente da Universidade de Medicina de Rochester, Nova Iorque, EUA, e que foi publicado em 2014 na Orthopaedic Journal of Sports Medicine, procurou estabelecer um padrão das lesões mais comuns ocorridas na prática do CrossFit. O Estudo consistiu na aplicação online de questionários de 3 páginas, onde os participantes deveriam anotar as lesões que ocorressem durante o dia-a-dia de treinos e competições, no período entre Outubro de 2012 e Fevereiro de 2013. Por lesão, entender-se-ia que seria caracterizada pela presença de pelo menos um dos 3 itens: • Praticante ser removido totalmente da rotina de treinos por mais de 1 semana • Modificação da capacidade de desempenho por mais de 2 semanas • Algo que leve o praticante a procurar um profissional da saúde. Dores que persistam por alguns poucos dias não seriam consideradas lesões, já que a rotina de treino intensa e variada do CrossFit é comumente associada a dores musculares ou outras de menor importância. No total foram respondidos 468 questionários, sendo 386 válidos, já que foram excluídos questionários de praticantes que não treinassem em academias oficiais de CrossFit, ou que não treinassem nos EUA, evitando assim variações culturais no treinamento. Como resultado, tivemos alguns pontos bem interessantes, resumidos a seguir: • 35% dos praticantes treinavam há menos de 6 meses 62

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• 83% faziam sessões de treinos entre 30 e 60 minutos • 73% treinavam 4 ou 5 vezes por semana • A taxa de lesão foi de 19,4%, sendo que dos lesionados, 84% tiveram apenas 1 lesão no período do estudo, 13% tiveram 2 lesões, e 3% tiveram 3 lesões. • Não houve diferença estatisticamente significativa em relação a ocorrência de lesões entre os participantes por diferença de idade, tempo de treinamento e dias de treinos por semana • Homens se machucaram mais que as mulheres, e as mulheres procuram mais auxílio dos coaches do que os homens, o que talvez não seja apenas coincidência. Sobre as lesões, especificamente: • 25% ocorreram nos ombros • 14% ocorreram na coluna lombar • 13% ocorreram nos joelhos • As lesões do ombro ocorreram principalmente nos exercícios ginásticos, representando 41% das lesões nesses exercícios. • As lesões da coluna lombar ocorreram durante mais durante o treinamento de LPO, onde representaram 47% das lesões desse tipo de treino. • As lesões foram todas leves, sem complexidade


Foi um trabalho preliminar, que deve ser seguido por muitos outros, dando cada dia mais credibilidade e evidências científicas para amparar a prática do CrossFit. Matéria - Rafael de Barros - Colunista da Revista CF ARTIGO Injury Rate and Patterns Among CrossFit Athletes Benjamin M. Wesenthal, * BA, Christopher A. Beck, † MA, PhD, Michael D. Maloney ‡ MD, Kenneth E. DeHaven, ‡ MD, and Brian D. Giordano, ‡§ MD. Investigation performed at University of Rochester School of Medicine and Dentistry, Rochester, New York USA.

e agudas, já que a maioria havia sido sentida pela primeira vez. Esse índice de lesão geral encontrado, de 19,4%, é exatamente igual ao encontrado na prática amadora de corrida de rua, e muito menor que os 42% dos atletas de elite da corrida de rua, onde o treinamento é de intensidade elevada, como no CrossFit. A taxa de lesões também foi menor que a encontrada no futebol ou no rúgbi, por exemplo. O resultado deste trabaho deve ser usado pelos coaches e afiliados do mundo todo, como forma de prevenção, já que percebemos um padrão claro de ligação entre LPO e lesões da coluna lombar, e prática de exercícios ginásticos com lesões de ombro.

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Blive Brasil O que é @blivebrasil e como surgiu a ideia? O Blive é um grupo de treinamento funcional que surgiu através da ideia de sete amigos que levam uma vida saudável, apaixonados por esporte, a maioria praticante de CrossFit, atletas da @CrossFitsaocaetano. Costumávamos nos reunir aos finais de semana para fazer um treino funcional ao ar livre em parques e isso começou a atrair a atenção e vontade de várias pessoas em participar. Resolvemos então estruturar e formatar o projeto para poder dar a oportunidade de todos os interessados participarem. O projeto não visa apenas o treino, e sim o relacionamento entre as pessoas, atraindo pessoas do bem, com os mesmos ideais, procurando incentivar e orientar as pessoas a serem mais saudáveis, fazendo um treino divertido e de uma forma mais espontânea, onde você consiga manter o corpo e a mente mais saudáveis. 64

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6. Para participar basta nos encontrar nesses locais às 10h. Existe um custo de R$ 20,00 que revertemos em benefício aos participantes dando direito ao consumo de águas, isotônicos e frutas durante a atividade. Também temos um fotógrafo e videomaker profissional que vai registrar os melhores momentos do treino e repassamos as imagens. Fazemos também o pedido para cada participante levar 1kg de alimento para uma açao social que promovemos. Todos estão convidados, esperamos vocês nos próximos treinos. Matéria - Loris @_blogdaloris_ Colunista da Revista CF - Fotos: Kleber Smith Além disso, desenvolvemos sempre ações sociais através de doações realizadas pelos participantes do Blive. O que esse projeto representa para vocês? Para nós, o Blive não é somente um treino e sim uma forma de juntarmos pessoas do bem, que levam a qualidade de vida como meta. Mesmo com pouco tempo de existência, conseguimos atingir um número expressivo de participantes, com mais de 100 praticantes por treino. Já temos vários exemplos de pessoas que através do Blive começaram a ter uma vida e conduta mais saudáveis e isso é muito gratificante pra nós. Como faz para participar? O treino é acessível a todos e sem restrição, pois sempre são acompanhados por profissionais gabaritados e credenciados. Os treinos acontecem aos Sábados em São Caetano do Sul, dentro do box da @CrossFitsaocaetano e aos domingos no Parque do Ibirapuera, portão revistacf.com.br

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Moda CrossFitter Por: Paola Crespi


WODaholic

Com o objetivo de mostrar para o mundo parte do lifestyle do CrossFit, surgiu a WODaholic, uma marca super cool de camisetas e bonés que traduzem o estilo de vida do CrossFitter. Através de três amigos: Gustavo Tostes atleta e coach campeão, Talitha Caliman e Bruno Miranda conseguiram traduzir a paixão pelo espore por meio da moda ao levarem conforto e qualidade na vida de todos que praticam CrossFit. Essa é uma marca com atitude e conceito que mostra o lado saudável e despojado que o CrossFit tem. Assim chega no mercado com muita elegância, a WODaholic. Onde o preto, o branco e o cinza, se unem com bom gosto fazendo uma linha que você pode usar dentro e fora do box! As peças lindas você encontra no site: contato@WODaholic.com.br - (21) 99600-7024 Instagram @WODaholicstore revistacf.com.br

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Nike Pro

Linha Metcon feminina O time de mulheres apaixonadas por CrossFit não para de crescer e pensando nas CrossFitters, a Nike trouxe ao Brasil a versão feminina do Metcon. O tênis que já era comercializado para o público masculino. E agora, chegou o Metcon 2 e minha coluna “Moda CrossFitter” sempre mostra para vocês boas opções de look! Nessa Foto podemos contar com um look perfeito de short, top, meias longas... e tudo da Nike! Sigam @nike e vejam o site - http://store. nike.com e não percam mais nada!

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NOBULL

www.nobullproject.com Vamos introduzindo a última tendência fashion da NOBULL Collection, o High Top Basic Trainer, em estampa Camuflada e na Extrema Edição Limitada Rose print. Estará à venda no site a versão Rose print. Esta edição limitada vai vender rápido, pois será algo bem exclusivo! É um tênis básico para treinos variados de altíssima qualidade. Produzido para ser usado nos treinos e para passear. Ou seja, dentro ou fora do box. E a musa atleta queridinha da Marca é a The best BROOKE ENCE! Uma modelo ótima que traduz a garra do CrossFit com a beleza das mulheres atletas! Sigam: @nobullproject

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INSANE BIJOUX

www.insaneCrossFitapparel.com Olá amigos CrossFitters! Vocês já conhecem a Insane Bijoux? É uma marca muito legal de bijuterias personalizadas para CrossFit! Quem faz é a designer Catalina Giraldo Padovani, para quem o CrossFit sempre foi uma paixão! A Catalina viu a oportunidade de fazer alguma coisa diferente e acompanhar o crescimento do CrossFit no Brasil que ainda continua. “Sempre gostei de criar coisas novas, pintar... Então, entrei em contato com um amigo que tem uma fábrica de bijoux. Eu desenho as peças e eles fazem a produção.” As vendas são feitas diretamente pelo site da marca. A Insane Bijoux, pioneira no mercado de bijoux especializadas em CrossFit, está crescendo cada dia mais com produtos diferenciados. Outra coisa interessante é que oferecem a personalização das peças para os box de CrossFit, e isso está sendo um sucesso, pois reforça a identidade da marca e oferece um diferencial para o público. Eu adorei as bijoux! Traduzem um estilo moderno e divertido! Peça a sua. Instagram: insane_CrossFit_apparel - Vendas: pelo site da marca! enviam para todo Brasil Publico: para todos os amantes do CrossFit.


REEBOK

Lançamento Estampa Reebok GAMES 2016 Prepare-se para balançar seus treinos com essa legging linda! Com uma estampa exclusiva para o CrossFit “Disrupt“ surge com a inspiração negrito e uma estética POP art! Toda feita em tecido antimicrobiano com tecnologia Speedwick, ajuda a banir suor e odores na hora do treino! E com uma qualidade e acabamento que só a Reebok sabe fazer! Vejam também o Nano 5, novo que chegou de cano alto! Lindo Off white! Um luxo! Selecionei esses looks para vcs! Espero que gostem! Disponível somente no site reebok.com

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FAT BAR APPAREL www.fatbarapparel.com

A marca americana Fat Bar Apparel é puro estilo!Primeiramente, ela providencia aos atletas alta qualidade de roupas, além do conforto. Os produtos são feitos por designers que fazem atividade física e sabem a necessidade diária de uma roupa confortável e com estilo para os treinos. O CrossFit tem um espaço especial nas coleções: uma releitura moderna da manga Raglan com frases engraçadas. Este modelo de Raglan tem um recorte na altura dos ombros. Foi um ícone nos anos 70 e, como a maioria das coisas na moda, voltou e se reciclou! Ainda podemos curtir esse modelo antigo em marcas atuais nos dias de hoje. Eu adorei! E vocês?

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www.brofitwear.com.br Coleção Alta performance Brô Fit Wear Meninas, olhem que lindo esse look da Brô todo preto, com um glamour do lurex na pala da cintura! Além de valorizar o corpo, o preto fica muito elegante na hora dos nossos treinos sagrados. A BrôFit Wear está fazendo uma coleção de roupas para a prática de atividades de alta performance como o CrossFit. Em resumo, é uma roupa que te deixa linda, com um look esportivo e elegante. Instagram @brofitwear foto: Marcio Rangel



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