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TODO SÍNDICO LÊ! Pisando CoM Classe diCas de liMPeza e Conservação geradores: uMa ideia luMinosa investiMento que garante segurança e ConForto PerManentes aos Moradores
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sua Casa teM goteiras?
eMPresas esPeCializadas oFereCeM serviços de iMPerMeabilização que evitaM vazaMentos e inFiltraçÕes liMPeZa eFiCieNte DaSlei ParteS É FUNDaMeNtal O BeM-eStar De tODOS UMa NOva DOCOMUNS iNqUiliNatO: veJaPara O qUe MUDOU
PAULO RODRIGUES
EDITORIAL
NEWTON MENDONÇA presidente da cipa
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15 SUA CASA TEM GOTEIRAS? NãO SE TRATA DE VERSO DE MÚSICA, MAS DE DICAS SOBRE COMO ACABAR COM O INCÔMODO E OUTROS MAIS
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CAPA MANUTENÇÃO
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Goteiras, paredes mofadas, carros com a pintura manchada na garagem, piscina vazando. O quadro, que não poderia ser mais catastrófico, pode ter começado como um probleminha. Acredite. Com a conscientização crescente e a divulgação de modernas técnicas de engenharia, os serviços de impermeabilização estão ganhando status, sendo cada vez mais usados como medida preventiva capaz de evitar que um pequeno aborrecimento, fácil de ser solucionado, se transforme num problemão. Veja nesse artigo como empresas especializadas executam os serviços de impermeabilização que evitam vazamentos e infiltrações.
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uma publicação:
MANUTENÇÃO
Estamos escrevendo este artigo em outubro, rumo ao segundo turno. As pesquisas são favoráveis a Dilma, candidata do governo. Apesar de ter meu voto definido, não sei e não está claro que candidato poderá ser a melhor opção para a continuidade do desenvolvimento econômico conquistado e para incrementar as reformas ainda necessárias e indispensáveis para um crescimento sustentável no Brasil. A oposição não conseguiu se organizar durante todo o mandato de Lula e atuou inexpressivamente, de tal forma que teve dificuldade até de escolher um vice e, inclusive, se apresentou tardiamente, dando espaço para que o governo, com toda a sua estrutura de poder, pudesse apresentar uma candidata completamente desconhecida. Pergunto, esse candidato de oposição teria condições de governabilidade, com tão pequeno apoio político? A forte oposição do PT, do PMDB e da grande maioria dos partidos políticos certamente atuaria de forma arrasadora, e a governabilidade seria dificílima. O governo de oposição, sem nenhuma base política, teria que cumprir todas as promessas eleitoreiras, arcar com as dificílimas reformas e também com todos os grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, e outros compromissos já previstos e assumidos pelo Brasil. Será que conseguiria? Por outro lado, a candidata do governo vem trazendo na bagagem uma proximidade indesejável com políticos corruptos, cassados, pessoas que antes ela própria execrava, chamava de ladrões e às quais agora ela se junta para novamente exercer o poder. As “pesquisas” que individualmente faço com taxistas e outras pessoas mostram total desinteresse e quase sempre raiva em relação a todos os candidatos; acham os políticos uns aproveitadores, nos quais não têm nenhuma esperança. Como devemos escolher? Certamente, teremos que nos decidir por alguém, pois vivemos em uma democracia, e mesmo errando, estamos sempre caminhando para a frente. A liberdade de imprensa e dos meios de comunicação é, sem dúvida, nossa grande força. Nesse segundo turno teremos a oportunidade de conhecer melhor os candidatos, para julgá-los. O povo já conseguiu aprovar a Lei da Ficha Limpa, um grande passo. Outras boas e importantes iniciativas, que virão também do povo, certamente serão importantes para a transformação de nosso Brasil. Será que este texto servirá para ajudá-lo no segundo turno? Deixo aqui sempre a esperança de melhores dias. Esta é a hora de escolhermos!
ENTREVISTA
qual será o MelHor suCessor PresidenCial Para o brasil?
DiretOria Presidente NeWtON MeNDONÇa
2010 - 56 anos
vice-presidente MÁriO MeNDONÇa
rua México, 41 - 2o andar CEp 20031-905 Centro - rio de janeiro tel.: [21] 2196-5000 Fax: [21] 2533-2449
diretora de Condomínio, administração e Finanças DeBOrah O’DeNa MeNDONÇa diretora de locação, seguros e novos negócios Maria tereSa MeNDONÇa DiaS
As férias estão chegando e com elas os planos para aproveitar da melhor maneira possível esse período de dolce far niente. Um mercado muito dinâmico e criativo oferece cada vez mais pacotes para ganhar corações e mentes de moradores de condomínios de portes diferentes, com atividades físicas ou oficinas de arte. O público-alvo são crianças, jovens, adultos e, claro, aquele pessoal incansável da terceira idade. Além de atividades físicas e jogos, eventos também levam moradores para passeios ao ar livre nos fins de semana. Leia e fique por dentro das novidades!
OS ARCOS QUE DERAM DE BEBER AOS CARIOCAS
O Aqueduto da Carioca, mais conhecido como Arcos da Lapa, representou a mais importante e útil obra realizada pelos portugueses durante o período Colonial na cidade do Rio de Janeiro. Saiba um pouco mais da história do Rio de Janeiro com este artigo do historiador Milton Mendonça.
redação e edição vivieN BeZerra De MellO (Mtb: 18731) revisão aNDrea Bivar Fotografia ariel SUBirÁ Marketing e Publicidade SaMY GrUBMaN (marketing@cipa.com.br) autocrítica - na edição anterior, na legenda da página 39, a fotografada é Sheila Jakubowicz, da empresa flor de papel.
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MANUTENÇÃO
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Não tem jeito: ao entrar no prédio todo mundo olha para o chão. Pode até ser força do hábito, um movimento natural da cabeça, mas em muitos casos a olhadinha tem também a intenção de verificar a limpeza e a conservação do piso. Por isso, cuidar dos locais por onde andamos é fundamental, sejam eles na área externa ou dentro da portaria e nos corredores. Lendo este texto você vai conhecer dicas de limpeza e conservação que vão deixar o piso do condomínio um brinco.
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CONDOMÍNIO
PISANDO COM CLASSE
Colaboraram neste número Carla rOCha FÁtiMa CarDOSO lUiZ FerNaNDO MariN MiltON De MeNDONÇa teiXeira PaUlO Ferreira raqUel PiNheirO lOUreirO reNata FerNaNDeS Stella MariS C. MeNDONÇa WaNJa aNtUNeS Capa - antônio cláudio Souza mendes, síndico do condomínio barra Sol.
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Todo síndico lê! piSando com claSSe: Conheça diCas de limpeza e Conservação que vão deixar o piso do Condomínio um brinCo geradoreS: uma ideia luminoSa. condomínioS têm inveStido em geradoreS para garantir Segurança e conforto permanenteS aoS moradoreS
Para anunCiar ligue
2196-5176
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Sua caSa tem goteiraS?
empreSaS eSpecializadaS oferecemServiçoS de impermeabilização que evitam vazamentoS e infiltraçõeS Limpeza eficiente dasLei partes é fUndamentaL o bem-estar de todos Uma nova docomUns inqUiLinato: vejapara o qUe mUdoU
tiragem 18 mil exemplares
Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. a reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. a empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.
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A limpeza eficiente das partes comuns de um condomínio é fundamental para o bem-estar de todos. Para fazer a coisa certa, é sempre bom ouvir especialistas. Leia a matéria e fique por dentro do assunto.
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É HORA DE BRINCAR, É HORA DE ALEGRIA. AS NOVIDADES DAS COLÔNIAS DE FÉRIAS PARA O PRÓXIMO VERãO
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HISTÓRIA
A chuva cai inclemente, a brisa transforma-se em ventania intensa, o tempo se revolta e, de repente... a energia desaparece num piscar de olhos. Para aqueles que não se importam de recorrer a lanternas e velas fica a recomendação: esses recursos já não bastam para combater a falta de luz que, nos últimos anos, vem atingindo o Brasil com frequência: que o digam os apagões que, vira e mexe, trazem inúmeros transtornos aos cidadãos brasileiros. Leia a matéria e saiba como vale a pena investir em geradores que garantem segurança e conforto permanentes aos moradores.
CONDOMÍNIO NOS TRINQUES
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GERADORES: UMA IDEIA LUMINOSA
Esta publicação está em conformidade com o acordo ortográfico da língua portuguesa, aprovado pelo decreto legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.
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Entrevista por Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)
Um homem chamado Rondon – "Morrer se preciso for; matar, nunca !" Um homem – um de nossos maiores heróis por ter dedicado a vida à paz, por ter participado dos movimentos abolicionista e republicano, que é padroeiro das comunicações por ter construído uma rede telegráfica que cruzou o Brasil, que tinha o ideal de visitar nações indígenas violentadas pelo “homem civilizado”, que vestia as índias para protegê-las do assédio dos homens que o acompanhavam nas viagens, muitos deles presidiários, que organizou e dirigiu o Serviço de Proteção aos Índios, que demarcou todas as nossas fronteiras e as ultrapassou, chegando a países vizinhos, que abriu estradas e descobriu jazidas, rios e montanhas – merece o respeito da nação e ser referência para as novas gerações. Darcy Ribeiro, inspirado por Rondon, fundou o Museu Nacional do Índio, em 1953, e foi quem melhor externou o orgulho de todos os brasileiros ao dizer: “Nós podemos apontar Rondon para o mundo e gritar: este é nosso herói!” “Morrer se preciso for; matar, nunca!” “Somente pela paz e jamais pela guerra devemos penetrar pelos sertões.” Estas eram as frases de comando do positivista
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Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon quando, nas expedições, era atacado por índios, pois entendia que eles, assim, defendiam suas terras. Como positivista, também dizia em seu credo: “Creio que a Ciência, a Arte e a Indústria hão de transformar a Terra em Paraíso, para todos os homens, sem distinção de raças, crenças, nações – banido os espectros da guerra, da miséria, da moléstia. Creio que, sendo incompatíveis às vezes os interesses da Ordem com os do Progresso, cumpre tudo ser resolvido à luz do Amor.” Como seria bom que a paz hoje fosse assim levada às regiões em conflito! O cineasta italiano Mário Civelli – que dirigiu minha mãe, Lydda Sanders, e Walter Foster no filme Luar do Sertão, em 1947 – foi grande amigo do marechal Rondon, que lhe entregou, em 1956, documento que autorizava a filmagem de sua vida. Hoje Patrícia Civelli, filha de Mário, e seu marido, Mário César Cabral, dedicam-se à preservação e divulgação de um legado cultural incalculável. A exposição Um Homem Chamado Rondon, realizada por Memória Civelli Pro-
Condomínio etc. - Patrícia, fale do tesouro que seu pai, Mário Civelli, lhe deixou. Patrícia Civelli - A exposição Um Homem Chamado Rondon registra a verdadeira epopeia que foi a vida de Cândido Mariano da Silva Rondon, o grande herói brasileiro que dedicou uma existência para estabelecer a paz e, por isso, é o legítimo precursor das atuais Missões de Paz da Organização das Nações Unidas. Quando a Colômbia e o Peru declararam guerra na disputa pela cidade de Letícia, foi Rondon, à frente da Comissão Mista referendada pela Liga das Nações (1934 -1938), antes da criação da ONU, quem acabou com o estado de beligerância e selou a paz entre as duas nações. Foi muito bonito ver a exposição ser inaugurada no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil durante a 2ª Assembleia Geral da Alcopaz, evento sob a égide da Organização das Nações Unidas com a participação de oito países da América Latina, além dos Estados Unidos, da Rússia, da França e do Ca-
divulgação
duções Culturais, tornou-se um museu interativo a céu aberto no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil Sérgio Vieira de Mello (CCOPAB) comandado pelo coronel Pedro Pessoa, na Vila Militar. Fotos da época, estandes com postos telegráficos, o escritório de Rondon com seus livros, instrumentos pessoais, filmes e réplicas de cadernetas manuscritas pelo marechal são o ponto alto da exposição, que já passou pelo Arquivo Nacional e, em 2002, um embrião dela foi exposto no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília. Em breve, será exibida novamente, talvez já apresentando a nova edição do livro esgotado Rondon conta sua vida, de Esther de Viveiros. Você poderá, então, escutar Caruso em meio à selva, passar mensagens telegráficas em código Morse (orientado por telegrafistas, como o tenente Ilson de Oliveira, que trabalhou numa estação de Rondon onde nasceu sua filha amparada por uma índia) e se emocionar com as fotos e os filmes originais e recuperados. Conversamos com Patrícia Civelli, Mário César Cabral, roteirista da exposição, e com o coronel Pessoa.
Patrícia Civelli
nadá. O evento foi tão esmerado que a Memória Civelli apresentou o ator Jorge Carlos da Silva trajado com o uniforme da época e interpretando Rondon, além de seis soldados atuando como “soldados de Rondon”. Todos se emocionaram quando o “marechal” hasteou nossa bandeira ao som do Hino Nacional brasileiro tocado em um gramofone, do
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Cetc. - Como foi possível produzir a exposição? PC - Com muito esforço, patrocínio da Oi e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro. O CCOPAB, além de fornecer infraestrutura, garantiu o transporte dos alunos que visitaram a exposição. Cetc. - Mário, quem foi Rondon? Mário Cabral - O marechal Rondon nasceu em 5 de maio de 1865 e faleceu em 19 de janeiro de 1958. Ele tinha origem indígena por parte de seus bisavós maternos (Bororo e Terena) e bisavó materna (Guaná). Foi engenheiro militar, professor de matemática, de ciências físicas e naturais e ligou dois brasis que não se falavam – o Brasil do litoral e o Brasil do interior –, por meio do telégrafo, nosso primeiro sistema de telecomunicação. Demarcou todas as nossas fronteiras, percorrendo o país de norte a sul; abriu estradas estratégicas; completou e retificou mapas, pois descobriu rios e montanhas; construiu postos telegráficos que se tornaram grandes cidades das regiões Norte e Centro-Oeste. (Esses postos eram verdadeiros polos autossustentáveis porque tinham hortas. A
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divulgação
tipo utilizado por Rondon nas repetidas cerimônias que promovia em acampamentos, postos telegráficos, aldeias indígenas e todos os outros sítios em que se hospedasse ao longo de sua missão desbravadora. O gramofone e os presentes eram instrumentos de paz. Contamos ainda com o apoio da Banda do CCOPAB. A cerimônia de abertura foi criada por Mário César, dirigida por mim, e o texto, lido por Vinícius Branco Freire Silva
alimentação atraía os índios e muitos deles se tornavam telegrafistas e se juntavam às expedições.) E para que todo esse trabalho pudesse ser realizado, Rondon, durante 40 anos, percorreu mais de 77 mil quilômetros (quase duas voltas em torno da Terra) a pé, em lombo de burro e em frágeis canoas pelos inexplorados sertões brasileiros, enfrentando todo tipo de adversidade: fome, sede, calor escaldante, frio, tempestades tropicais, doenças – como a malária e a febre amarela –, cobras, onças, jacarés, piranhas, nuvens de mosquitos, insetos peçonhentos, naufrágios em corredeiras de rios desconhecidos, emboscadas, motins e até tentativas de assassinato. PC - Em reconhecimento a seu trabalho desbravador, a Sociedade de Geografia de Nova York gravou, em letras de ouro, o nome de Rondon entre os cinco maiores exploradores do planeta, sendo ele o que mais se aventurou por terras tropicais. E o Congresso Internacional de História das Ciências (Lisboa, 1938) tornou Rondon o único homem a dar nome a um meridiano terrestre – o de número 52 se chama
Meridiano Rondon. Já em reconhecimento a seu trabalho pacificador, Rondon foi indicado, por duas vezes, ao Prêmio Nobel da Paz, sendo uma delas pelo eminente físico Albert Einstein. Ele foi o único homem a dar nome a um estado brasileiro – Rondônia. A exposição Um Homem Chamado Rondon quer mostrar ao povo brasileiro e aos estrangeiros que Rondon, um dos maiores heróis brasileiros, não é um senhor da guerra, mas o Marechal da Paz. Cetc. - Mário, como foi o contato de Rondon com Franklin Roosevelt, ex-presidente norte-americano? MC - O presidente Roosevelt queria caçar no interior do Brasil. Rondon, convocado para acompanhá-lo, determinou que a viagem tivesse um cunho científico para explorar o Rio da Dúvida, assim denominado por não se saber onde desaguava. Eles ficaram quatro meses perdidos no meio da mata, passaram por inúmeras aventuras e o presidente contraiu febre amarela. O rio, com 1.500 quilômetros, passou a chamar-se Rio Roosevelt. Nessa viagem, Rondon foi atingido por uma flecha envenenada dos índios nhambiquaras, sendo salvo pela bandoleira de couro de sua espingarda. No entanto, ordenou a seus comandados que não reagissem e batessem em retirada.
ex-presidente norte-americano: “A América pode apresentar ao mundo duas realizações ciclópicas: ao norte, o Canal do Panamá; ao sul, o trabalho de Rondon – científico, prático, humanitário.”
Projeto Rondon O Projeto Rondon, coordenado pelo Ministério da Defesa, visa à integração social através da participação voluntária de estudantes universitários na busca de soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes e ampliem o bem-estar da população. A ideia é também aproximar esses estudantes da realidade do país, além de contribuir para o desenvolvimento das comunidades assistidas. O projeto é realizado em parceria com diversos ministérios e o apoio das Forças Armadas, que proporcionam o suporte logístico e a segurança necessários às operações. Conta, ainda, com a colaboração dos governos estaduais, das prefeituras, da União Nacional dos Estudantes, de organizações não governamentais, de organizações da sociedade civil de interesse público e de organizações da sociedade civil. As atividades realizadas pelos rondonistas, como são chamados os professores e estudantes universitários que participam do projeto, concentram-se nas áreas da comunicação, da cultura, dos direitos humanos e da justiça, da educação, do meio ambiente, da saúde, da tecnologia, da produção e do trabalho.
O Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil, nova denominação do Ciopaz – Centro de Instrução de Operações de Paz –, sediado na Vila Militar, foi criado em 2005 e tem o papel de preparar militares e civis brasileiros e de nações amigas para ser enviados em missões de paz. O CCOPAB é uma unidade do Exército que está vinculada ao Ministério da Defesa e que participou das Forças Armadas Brasileiras e das Forças Auxiliares (Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares). Para a exposição Um Homem Chamado Rondon, jovens soldados se tornaram monitores graças ao trabalho da equipe Memória Civelli. Quase 3 mil pessoas visitaram a fantástica mostra, deixando saudades na Vila Militar. O marechal Rondon sempre foi um Operador da Paz. Cetc. - Coronel Pessoa, por que expor Rondon? CP - O marechal Rondon entrou na Academia em 1888, portanto, foi contemporâneo à abolição da escravatura. Ele era uma combinação rara, um intelectual preparado que enfrentou as agruras do sertão. Naquela época, tudo era mais difícil, em termos de infraestrutura, e mesmo assim, ele foi um pioneiro nas comunicações, fundamental para a pacificação de conflitos. O marechal tinha extremo respeito pelas culturas locais e sempre orientava a tropa para preservar a vida do índio. Criou uma forma de dignificar o trabalho indígena sem torná-los escravos. Respeito à integridade e à diversidade e profis-
divulgação
Operações de Paz – ontem e hoje
sionalismo constituem também os valores centrais do secretariado da ONU. As missões de paz hoje são multidisciplinares e têm o cuidado de respeitar a diversidade cultural. A força é usada de forma parcimoniosa para garantir a segurança e as inúmeras ações envolvidas, como a interação e a comunicação dos objetivos do trabalho, para que um grupo de pessoas fardadas seja aceito e possa, assim, conviver pacificamente. O trabalho de Rondon é nacional e internacionalmente relevante – meticuloso nos registros que fazia, ele completou tarefas mesmo enfrentando dificuldades. Os bandeirantes expandiram o território, mas foi Rondon quem definiu e demarcou nossas fronteiras. Uma obra ciclópica, gigantesca. Ele percorreu 77 mil quilômetros! Na selva, em quatro dias, anda-se, no máximo, 40 quilômetros! Muito antes de o conceito ONU existir, ele já incorporava isso. Ele é um precursor, no entanto, o Brasil não teve a maturidade de identificar isso. Na exposição no CCOPAB, vimos que as crianças preferiram o telégrafo à mariola. Uma esperança. OUT_NOV_DEZ 2010
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Estrutura da exposição a. Fotobiografia - painéis com fotos originais e textos explicativos que mostram toda a vida de Rondon (acervo Memória Civelli e Alessandra Gahyva). b. Bancada com maquetes de 12 estações telegráficas construídas por Rondon, entre o final do século XIX e princípio do XX, que deram origem a importantes cidades (acervo Memória Civelli). c. Maquete do caminhão com lagartas (Tacos do Amarante) utilizado pela Comissão Rondon na expedição ao Rio Juruena, em 1909 (acervo Memória Civelli). d. Painel indígena com fotos de Alice Kohler, textos de Elizabeth Rondon Amarante, Maria Cecília Rondon Amarante (netas e continuadoras do trabalho de Rondon em defesa da causa indígena); Maria Elizabeth Brêa (antropóloga do Arquivo Nacional) e Mário César Cabral (roteirista da exposição). e. Painéis com pôsteres e fotos originais da Comissão Rondon restaurados e ampliados por Mario Civelli para a Exposição Rondon, montada em Brasília na década de 1970 (acervo Memória Civelli). f. Vitrine com livros raros, cédula com a efígie de Rondon, documentos e fotos de família (acervo Memória Civelli), carta de Einstein indicando Rondon ao Prêmio Nobel da Paz, plumária pataxó, capacete de couro como o utilizado por Rondon (acervo Ary S. Dib Filho).
Cenografia a. “Senda para o progresso” ou a “Língua de Mariano” - reprodução cenográfica da im-
plantação das linhas telegráficas. b. “Caminhos que andam” - reprodução cenográfica e projeção de filmes originais que mostram as dificuldades e os perigos enfrentados pelas expedições de Rondon ao penetrar nas florestas através dos rios. c. “O rancho para os soldados e um chá para o Estado-Maior” - reprodução cenográfica que mostra como eram preparados os ranchos e como se alimentavam os membros das expedições, comandadas por Rondon, no interior da Floresta Amazônica. O Cinematógrapho - projeção de documentário com cenas originais (1910 – 1930) que mostra a vida de Rondon. Luís Tomás Reis foi um grande colaborador de Rondon ao fotografar e filmar as expedições.
Parte externa
Rondon na floresta - reconstituição cenográfica de um acampamento da Comissão Rondon no interior da Floresta Amazônica. Cenário composto de uma barraca de comando; um mastro para hasteamento da bandeira brasileira; uma barraca de trabalho, com ferramentas para abrir picadas na mata e uma mesa rústica utilizada em comemoração em plena selva. O telégrafo - reconstituição cenográfica, em tamanho real, de duas estações telegráficas: o Posto José Bonifácio e o Posto Presidente Penna. Os aparelhos originais do telégrafo de 1900, em pleno funcionamento, permitem que os visitantes troquem mensagem de um posto para o outro utilizando o código Morse.
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Parte interna
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capa por carla rocha
No condomínio Gioia D'ouro, em Vila Isabel, o síndico Waldecy Narciso contratou o serviço de impermeabilização na esperança de baixar a conta de água que tem ultrapassado R$ 11 mil
Não se trata de verso de música. Mas de dicas sobre como acabar com o incômodo e outros mais
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Técnicos trabalham há nove meses no Condomínio Barra do Sol para pôr fim à infiltração que obrigou moradores a refazer toda a piscina
Goteiras, paredes mofadas, carros com a pintura manchada na garagem, piscina vazando. O quadro, que não poderia ser mais catastrófico, pode ter começado como um probleminha. Acredite. Com a conscientização crescente e a divulgação de modernas técnicas de engenharia, os serviços de impermeabilização estão ganhando status, sendo cada vez mais usados como medida preventiva capaz de evitar que um pequeno aborrecimento, fácil de ser solucionado, se transforme num problemão.
Com um tempo de vida que pode variar, mas costuma ficar em torno de cinco anos, as obras, que impedem que a água ganhe um espaço que não é seu, estão no topo das prioridades dos condomínios modernos tanto quanto os investimentos em segurança ou em manutenção. Os custos, que representam, em média, de 1% a 3% do valor do imóvel, podem subir – e muito – se o conserto for realizado depois que infiltrações e vazamentos tiverem se instalado ou, pior, comprometido a estrutura da construção.
Da jardineira ao playground, passando pela proteção de piscinas, cisternas e caixas-d´água, as empresas especializadas já atendem a uma imensa gama de serviços, de pequena ou grande complexidade. Sinal da importância que o item ganhou nos últimos anos é que as grandes construtoras contemplam em seus lançamentos imobiliários projetos de impermeabilização, tão essenciais quanto os elétricos e hidráulicos. Não é por acaso. Uma boa parte dos “recalls” na área de construção civil deve-se a problemas de vazamento e infiltração. E o que eles incomodam já foi até alvo de pesquisa. Do total de pessoas entrevistadas pelo IBGE sobre as ocorrências que mais irritam numa casa, 34,14% responderam telhado com goteira e 30,48%, umidade (30,48%), que ficaram na frente de outros aborrecimentos com grande potencial de mexer com os nervos de qualquer um, como deterioração da casa (30,40%) e ambiente soturno e escuro (19,68%). Proprietária da Isocom, especializada na venda de produtos usados nesse tipo de
serviço, a engenheira civil Renée Hood diz que a prevenção é sempre a melhor opção. Os motivos, muitas vezes, são erradamente menosprezados pelos leigos. “É claro que o pior problema que pode acontecer é a água causar dano estrutural na casa ou no prédio, que tem maior gravidade, do ponto de vista técnico, e também gera mais despesas. Há vários exemplos de como isso pode ocorrer. Basta que se tenha um vazamento contínuo de água para o
Waldecy Narciso está investindo em obras de impermeabilização nos reservatórios de água e em duas caixas-d’água que abastecem os moradores. Já estava na hora de refazer a antiga impermeabilização, executada há mais de cinco anos, embora não houvesse vazamentos aparentes. Waldecy conta que procurou uma empresa do ramo porque a conta de água estava nas alturas e pesando muito nas despesas mensais. Já passava dos R$ 11 mil. “Antes pagávamos R$ 5 mil ou R$ 6 mil
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“Vazamentos e infiltrações criam situações muito desagradáveis ao convívio social, como goteiras na garagem que mancham a pintura dos carros. Fora o prejuízo em si e o incômodo, ainda podem criar desavenças entre os moradores ou entre eles e a administração do prédio.” Afirma Renée Hood, proprietária da Isocom
solo, que forma sulcos e vazios que podem deixá-lo instável. É muito perigoso. Isso pode se manifestar, por exemplo, nas piscinas que ficam em contato direto com o terreno. É importante proteger bem a área para evitar despesas e dores de cabeça muito maiores no futuro”, observa Renée, que trabalha em parceria com a empresa do marido, responsável pela execução dos serviços. “Ao mesmo tempo, vazamentos e infiltrações criam situações muito desagradáveis ao convívio social, como goteiras na garagem que mancham a pintura dos carros. Fora o prejuízo em si e o incômodo, ainda podem criar desavenças entre os moradores ou entre eles e a administração do prédio.” Renée diz que há uma grande diversidade de material hoje no mercado, mas chama atenção para o fato de que é preciso conhecimento técnico para saber qual é o mais adequado para cada caso. A manta asfáltica, muito utilizada, não ser-
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ve para tudo. Seria inadequado usá-la, por exemplo, para conter pressão negativa de água, aquela que vem de baixo para cima, comum em alagamentos de poço de elevadores. Ou se o objetivo é selar o piso de um banheirinho de cinco metros quadrados, que pode ser protegido por uma espécie de tinta, na verdade, uma membrana de base cimentícia. Segundo a engenheira civil, há casos e casos. “A estrutura de uma piscina se movimenta muito, sofre muita pressão. O trabalho estrutural é muito forte. É intenso, suscetível ao clima, ao frio ou ao calor, ao sol e à chuva, a variações de umidade. É o tipo de construção que precisa de um material que acompanhe as deformações inevitavelmente provocadas por esse movimento. Em geral, usa-se uma manta asfáltica do tipo três, de uns quatro milímetros. Os estacionamentos são parecidos. O tráfego de veículos provoca forte movimentação da
estrutura o tempo todo. A manta deve ser ainda mais espessa.” Administrador do Gioia D'Ouro, em Vila Isabel, Waldecy Narciso comanda a rotina de cerca de 400 pessoas que vivem nos 70 apartamentos do condomínio. No momento, estão sendo feitas obras de impermeabilização nos reservatórios de água e em duas caixas-d´água que abastecem os moradores. Já estava na hora de refazer a antiga impermeabilização, executada há mais de cinco anos, embora não houvesse vazamentos aparentes. Waldecy conta que procurou uma empresa do ramo porque a conta de água estava nas alturas e pesando muito nas despesas mensais. Já passava dos R$ 11 mil. “Antes pagávamos R$ 5 mil ou R$ 6 mil todo mês. Agora o valor subiu muito. Os moradores fizeram uma pesquisa no bairro e viram que outros prédios do mesmo porte pagam menos. Se houvesse vazamento nas caixas-d´água seria facilmente identificado porque já teria atingido algum apartamento. Mas pode ser alguma perda no reservatório, e a água pode estar escorrendo para o solo. Vamos ver. Nossa esperança é que a obra nos deixe mais tranquilos, garantindo proteção nos próximos anos, e ainda nos permita fazer alguma economia”, diz ele. A escolha de quem vai executar o serviço de impermeabilização é um dos cuidados que devem ser tomados. As estatísticas mostram que 90% das falhas nesse tipo de serviço ocorrem em razão do uso de mão de obra sem qualificação. Portanto, não se deixe cair na tentação de comprar um produto, escolhendo-o ao bel-prazer nas
prateleiras, e depois pedir para um funcionário do condomínio ou algum curioso aplicá-lo. O resultado pode ser desastroso, como alerta o engenheiro Antônio Afonso da Silva Cruz, sócio da AWHood: “São histórias e mais histórias. Como a de um prédio em que a empresa instalou a manta asfáltica em uma piscina mas não a soldou. Quando começou a vazar, a água inundou a garagem. Ou seja, a pessoa responsável pelo serviço não tinha a menor noção do que estava fazendo”, pondera Antônio. Por outro lado, uma empresa idônea pode representar uma grande diferença. Foi o que aconteceu num condomínio em Botafogo. Depois de pedir a duas firmas orçamento para resolver um vazamento detectado na piscina, uma terceira fez uma análise mais criteriosa e constatou que tudo não passava de um encaixe malfeito na estrutura hidráulica, dispensando a necessidade de impermeabilização. Com um ajuste, o problema foi resolvido sem que se gastasse mais um tostão. As intervenções inevitáveis podem ser complexas e demoradas. Porém, é melhor encarar o problema de uma vez. No Condomínio Barra Sol, na Barra da Tijuca, que tem 200 apartamentos, as obras para pôr fim a uma infiltração que estava deixando úmidas as paredes do playground já duram nove meses. Técnicos estão trabalhando na impermeabilização da piscina e do play desde dezembro do ano passado. A parte mais complexa diz respeito aos reparos na piscina, que está praticamente sendo refeita. Os azulejos foram todos retirados. “São 750 metros quadrados de área que precisam ser refeitos. Além disso, todo
Com tantas aplicações diferentes, a impermeabilização pode ser feita com produtos distintos, dependendo da necessidade: das membranas acrílicas e argamassas poliméricas às mantas asfálticas (há mais de cem tipos delas)
o entulho tem que ser retirado. Outra piscina está sendo feita. É uma obra muito complexa. Poderia ter se transformado num problema estrutural grave. Graças a Deus, não aconteceu”, diz, aliviado, o síndico Antônio Cláudio Souza Mendes. O que muitos também não sabem é que a impermeabilização protege a estrutura das construções contra infiltrações e ainda impede a contaminação da água por agentes externos. Nos casos de cisternas e caixas-d´água, o risco de algo parecido acontecer é real. Especializado nesse nicho do mercado, o dono do Rei das Bombas, empresa fundada há 47 anos, Eduardo Pinho gosta de frisar um aspecto pouco considerado. “Assim como pode provocar perda de água, o vazamento também cria outro tipo de inconveniente. Você pode ter a infiltração externa da água suja dos lençóis freáticos contaminados dentro da cisterna. Afinal, os reservatórios são enterrados no subsolo”, alerta, acrescentando que, no caso
das caixas-d´água, o vazamento, em geral, acaba afetando mais diretamente o morador da cobertura. “O ideal é antecipar o problema e não esperar ele surgir. Senão, depois, o síndico tem que ficar correndo atrás do prejuízo.” O monitoramento deve ser constante, lembra Pinho, mesmo depois de o reservatório ter sido impermeabilizado. “Como a limpeza é feita semestralmente, é importante solicitar que, nessas ocasiões, seja realizada uma avaliação visual para ver se há produto descolando ou se os reservatórios superiores apresentam trincas ou rachaduras. É fundamental. Até porque não há contratos de manutenção para esse tipo de serviço. A garantia é de cinco anos, mas se o trabalho tiver sido benfeito a durabilidade pode chegar a 15 anos.” Com tantas aplicações diferentes, a impermeabilização pode ser feita com produtos distintos, dependendo da necessidade: das membranas acrílicas e argamassas
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poliméricas às mantas asfálticas (há mais de cem tipos delas). O valor cobrado pelo metro quadrado do material, incluindo a mão de obra, varia de R$ 30 a R$ 250. Há sofisticações, com preços salgados, como as injeções de poliuretano, capazes de mágicas como evitar que uma piscina cheia de infiltração tenha que ser colocada abaixo. Valem quanto pesam: paga-se R$ 600 pelo quilo da resina, mas pode-se dar adeus à quebradeira.
Os sistemas mais usados em serviços de impermeabilização Pré-fabricados As mantas asfálticas, que possuem espessuras definidas (3 mm, 4mm e 5 mm) e são fabricadas industrialmente, são aplicadas por meio de uma espécie de adesivo chamado Primer. Elas devem ser soldadas com maçarico especial que utiliza gás GLP. Em geral, são usadas em lajes e terraços expostos ao tempo. Soldadas no local As mantas são aplicadas por meio de camadas sobrepostas, com espessuras variáveis, de acordo com a especificação do fabricante. São utilizadas em banheiros, áreas de serviço e varandas. Rígidas As argamassas poliméricas são ideais para caixas-d’água e cisternas.
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Das colmeias aos Jardins Suspensos da Babilônia, uma preocupação milenar Curiosidades do tipo “você sabia?” têm sido usadas para criar a cultura da impermeabilização pela Associação das Empresas de Impermeabilização do Rio de Janeiro (AEI). As “obras” mais eficientes do ramo são atribuídas às abelhas, artífices de colmeias muito bem protegidas e capazes de impermeabilizar grandes áreas com a utilização de apenas pequena quantidade de material. Outra história dá conta de que Nabucodonosor utilizou betume como impermeabilizante e material de liga (século V a.C.) na construção dos Jardins Suspensos da Babilônia. Que tal? Atribui-se a versão a Heródoto. O primeiro processo de impermeabilização da história teria sido descrito na Bíblia,
por versículos do Antigo Testamento. A Torre de Babel e a Arca de Noé foram, de certa forma, impermeabilizadas por uma espécie de asfalto. Entre os construtores das caravelas de Pedro Álvares Cabral havia uma turma de especialistas (calafates) em impermeabilizar as juntas das madeiras com betume, abreu, pez, resina e alcatrão. No site da AEI (aei.org.br), os interessados podem ser informar sobre as técnicas mais utilizadas e também ter acesso ao cadastro das empresas especializadas do ramo, o que pode evitar transtornos com prestadores de serviços desqualificados.
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Condomínio por Paulo Ferreira
uma ideia luminosa Condomínios têm investido em geradores para garantir segurança e conforto permanentes aos moradores A chuva cai inclemente, a brisa transforma-se em ventania intensa, o tempo se revolta e, de repente... a energia desaparece num piscar de olhos. Para aqueles que não se importam de recorrer a lanternas e velas fica a recomendação: esses recursos já não bastam para combater a falta de luz que, nos últimos anos, vem atingindo o Brasil com frequência: que o digam os apagões que, vira e mexe, trazem inúmeros transtornos aos cidadãos brasileiros. Para quem mora em prédio, além de ter que encarar os transtornos provocados pela falta de energia no trânsito, principalmente na volta para casa, é bastante desagradável e, por que não dizer, perigoso, quase uma aventura, tentar chegar a seus apartamentos. Morar em andares altos se torna um risco, com os moradores sendo
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obrigados a encarar subidas de escada em total escuridão. Situação que só piora quando a pessoa é idosa e tem dificuldade de se locomover. Para evitar ser pegos de surpresa por apagões e panes elétricas, um número cada vez maior de condomínios tem investido na compra de geradores. Quem adota o uso do aparelho não se arrepende: a energia é permanente e o conforto e a segurança, certos. “Hoje vários fatores colaboram para a possibilidade de falta de energia: as alterações climáticas e o aumento de tempestades ocasionam de quedas de postes a apagões. O crescimento do país também não vem acompanhado de investimento na infraestrutura na rede elétrica. Tanto nas residências como nas indústrias, consome-se mais energia elétrica, em parte
também por conta do aquecimento global, que provoca o aumento do gasto de energia pelo uso contínuo de aparelhos como o ar-condicionado”, explica Marcelo Filippetto, gerente da Brasif Rental Grupos Geradores, que oferece geradores silenciados em contêiner e próprios para trabalhos contínuos, temporários e emergenciais. A gama de utilização do equipamento é ampla: construção civil, engenharia, montagem, indústria, parada de fábrica, shopping, supermercado, hospital, sistema de telefonia, rede, evento, show, exposição, festa, filmagem e posto de gasolina, entre outros. Diante desse panorama, em que a falta de energia é uma realidade e pode causar enormes transtornos nas residências, Filippetto destaca as vantagens de ter um grupo gerador no condomínio. “Ele mantém
A síndica Maria Luísa Rohrer, do Condomínio Masaccio, ao lado do gerador do prédio: há mais de 30 anos ele garante energia permanente no local
funcionando os elevadores e ilumina as áreas comuns do prédio. Entre outras funções, mantém ativas bombas de incêndio e de recalque, para prédios que têm garagem no subsolo, o que evita que ela seja alagada por conta das fortes chuvas”, explica. “O uso de gerador é fundamental. Atualmente, muitas construtoras incluem o gerador na planta dos prédios em construção.” A síndica Maria Luísa Rohrer, do Condomínio Masaccio, no Novo Leblon, na Barra da Tijuca, assina embaixo. “É impossível viver sem um!”, reforça ela. “O gerador tem importância vital, proporcionando conforto e segurança aos moradores. Nosso prédio tem duas portarias, 20 andares, 160 unidades. Já imaginou ter que usar as escadas cada vez que falta energia elétrica?” A moradora do Condomínio Deodoro da Fonseca, em Botafogo, Mercedes Baumgratz, disse que sua vida seria impraticável sem o gerador: “Imagina eu, que moro no 21º andar, ter que subir e descer pela escada, no escuro, quando falta luz? Com gerador, nem me preocupo com isso. Sem gerador, ia ser uma verdadeira aventura chegar em casa, ainda mais com filho pequeno.” Já Vanessa Lima, moradora de outro condomínio também em Botafogo, sofreu quando faltou luz no bairro: “Infelizmente, meu prédio não tem gerador. A última vez que faltou energia na região, tive que descer 11 andares para levar as crianças para a escola. E imagine só: as luzes de emergência da escada só tinham 15 minutos de vida. Ou seja: des-
cemos na escuridão total, apenas com a ajuda das luzes dos celulares”, reclama. Durante a falta de energia, outras estruturas entram em xeque num condomínio: uma delas é a segurança. Com sistemas informatizados e dependentes de energia elétrica, qualquer pane pode deixar o prédio vulnerável a incursões e ações externas. “Portões automáticos de pedestres e de carros devem estar sempre iluminados e funcionando”, comenta Maria Luísa, que levanta a questão da violência e do aumento de roubos e assaltos. Outro problema são as bombas de caixa-d´água, que deixam de funcionar. Além da falta de luz, não é fácil encarar também a falta de água, principalmente em dias de muito calor. “Imagina: faltou energia, faltou água. Que transtorno a mais para o morador”, lembra Filippetto. A utilização do grupo gerador nada tem a ver com a concessionária de energia que atende à região. “É justamente na ausência do serviço da concessionária que a máquina se ativa”, esclarece Filippetto. “Somente indústrias e shoppings devem avisar à concessionária sobre o uso do equipamento nos casos em que os geradores forem ligados para trabalhar paralelamente com o abastecimento de luz da concessionária, para diminuir o custo de energia em horário de pico.” Os grupos geradores devem passar por manutenção a cada 250 horas de uso. No caso da Brasif, como as 250 horas utilizadas podem levar semanas e até meses para ser completadas, já que o tempo só é contado a partir da utiliOUT_NOV_DEZ 2010
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zação da máquina quando falta luz, a empresa faz revisão mensal, com troca de óleo e filtro. A síndica Maria Luísa conta que o Masaccio foi um dos primeiro edifícios do Novo Leblon a ter gerador, há cerca de 30 anos. Agora o condomínio pretende atualizar o que já possui. “Nossa intenção não é trocar o gerador, mas modernizá-lo. A troca implica custo muito alto, e o condomínio, no momento, não pode arcar com isso. Solicitamos um
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estudo para ver se é viável a automatização, para aumentar a segurança dos funcionários que manuseiam o gerador uma vez por semana.” Outro condomínio que já possui gerador há tanto tempo quando o da Barra é o Ilha Bela, em Ipanema. Marco Aurélio Ginsberg, assessor do síndico, garante que a máquina já salvou moradores de muitas enrascadas: “Principalmente durante os apagões na Zona Sul. Com um prédio de 18 andares, subir para casa pela escada e no escuro não pode.” Ginsberg, assim como Maria Luísa, está fazendo levantamento de preços. A ideia dele, no caso, é adquirir um grupo gerador mais moderno. O representante da Brasif Rental garante, porém, que os condomínios podem economizar não só energia, mas dinheiro, de modo que a despesa não pese nas contas do condômino. A sugestão seria optar pelo aluguel do equipamento: os grupos geradores podem ser alugados, por exemplo,
para períodos específicos, como verão e festas de fim de ano, ocasiões em que o consumo de energia aumenta. “A opção pelo aluguel pode ser melhor, porque comprar sai mais caro. A locação pode ser rateada pelos moradores na cobrança de condomínio. Já a compra pode gerar uma despesa muito alta, como a necessidade de fazer um grande empréstimo para aquisição do grupo gerador”, explica. Filippetto dá como exemplo simulações de grupos geradores ideais para três tipos de condomínio (pequeno, médio e grande) e sugestões de grupo gerador, que tem diversas potências (de 55 a 550 kVA), adequados a cada um (ver quadro a seguir). A simulação inclui o valor do aluguel por mês e quanto cada morador pagaria pela manutenção do serviço. Se o grupo gerador for comprado, o preço pode variar entre R$ 60 mil e R$ 100 mil. Um custo muito alto que vários condomínios não têm como bancar.
o assessor do síndico do Condomínio Ilha Bela, em Ipanema, Marco Aurélio Ginsberg, garante que o gerador já salvou moradores de muitas enrascadas
Condomínio pequeno
Condomínio médio
Condomínio grande
Andares
10
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Aptos. por andar
4
6
8
Total de condôminos
40
90
160
Grupo gerador (acionamento manual)
81 kVA
115 kVA
180 kVA
Valor total mensal (frete e instalação com até 25 metros de cabo inclusos)
R$ 4.600
R$ 5.200
R$ 6.400
Valor mensal por condômino
R$ 115
R$ 57,78
R$ 40
EXEMPLOS DE CUSTOS*
*Dimensionamento e valores tomados como base para as áreas comuns (sujeitos a confirmação técnica e comercial).
Em tempos de alteração climática e preocupação com conforto e segurança, os geradores se tornam componentes absolutamente necessários para garantir o bom funcionamento do condomínio. Eles são uma excelente alternativa para manter tudo mais iluminado e, mais importante, de forma permanente. Chegou a hora de aposentar de vez as velas – que podem continuar a ter seu lugar nos altares de orações – e as lanternas – que podem continuar a trazer luz a casarios isolados em florestas ou barracas de camping.
VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE GRUPOS GERADORES Garantia de segurança e conforto nas áreas comuns: funcionamento de elevadores, portões eletrônicos, alarmes, cercas elétricas, câmeras de filmagem, central telefônica, interfones e iluminação. Não necessita de alto investimento inicial, apenas baixa despesa mensal facilmente rateada entre os condôminos. Não há despesas com instalação e manutenção dos geradores (fazem parte da locação). Geradores modernos e com baixo nível de ruído. OUT_NOV_DEZ 2010
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Atualidade POR Wanja Antunes
Instalar um toldo é simples, mas é preciso atentar para as regras do condomínio
Carmen Moraes, do condomínio Nova Tijuca, deixa amostra da cor e do modelo definidos na administração do prédio
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A situação parece simples. Você se incomoda com o sol forte dentro de casa ou quer aproveitar melhor a área externa da varanda, mesmo nos dias de chuva ou vento, compra um toldo, instala e pronto! Problema resolvido. Não é bem assim. Toldos e coberturas mudam a fachada de um edifício e, exatamente por isso, precisam de regras. Não é todo edifício que permite o uso. Se o seu é um deles, não desanime. O primeiro passo é levar a questão para a assembleia de condomínio. Foi assim no Botafogo Green Park. A questão era uma reivindicação antiga de parte dos moradores porque apenas um lado do edifício recebe o sol diretamente. Há pouco tempo, o pedido foi atendido. A síndica Sílvia Marques da Silva convocou uma assembleia e a mudança de fachada foi aprovada. O segundo passo foi padronizar: decidir o modelo e a cor que podem ser adotados no condomínio. “Só uma minoria queria, porque bate muito sol onde eles moram. Mas, mesmo assim, foi aprovado. Para isso, basta ter quórum. Por enquanto, só dois ou três apartamentos instalaram”, explica.
Sílvia Marques da Silva, do Botafogo Green Park: “Escolhemos uma cor que combinasse com a tonalidade do prédio”
O condomínio ainda pediu orçamento para quatro empresas especializadas para que os moradores tivessem uma base de preços. Mas cada um pode optar pela que preferir, desde que siga o padrão estipulado pelo Green Park. “Escolhemos uma cor que combinasse com a tonalidade do prédio”, afirma a síndica. No condomínio Nova Tijuca o pontapé inicial também partiu dos moradores, que levaram o pedido de adoção do toldo
Toldos e coberturas mudam a fachada de um edifício e, exatamente por isso, precisam de regras
para a assembleia. “Recebeu aprovação por unanimidade. Eles queriam diminuir o calor durante o verão. Entra muito sol nos apartamentos”, explica a síndica Carmem Moraes. Desde que a medida foi adotada, ela garante que nunca teve problema algum com moradores que desrespeitassem os padrões definidos pelo condomínio. Por lá, tudo foi estipulado: o modelo e a cor dos toldos que podem ser instalados. E para que ninguém se engane por falta de informação, uma
amostra fica disponível na administração do prédio. “É preciso esses cuidados para não alterar a fachada do edifício”, opina a síndica, que também faz questão de que todas as leis de segurança sejam cumpridas no momento da instalação. Os funcionários responsáveis pela instalação do toldo precisam estar com Equipamento de Proteção Individual (EPI), que são todos os dispositivos utilizados pelos trabalhadores para garantir a proteção con-
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tra qualquer risco ou ameaça à segurança. Nesse caso, a empresa precisa fornecer esse tipo de equipamento, que varia de acordo com o risco do serviço realizado. É importante que o síndico oriente os condôminos para que não se esqueçam de apurar se a instalação do toldo será feita com total segurança antes de contratar a empresa. Reynaldo Gonet, diretor da Tougo Representação Comercial Ltda., aconselha que, antes de decidir pelo melhor toldo, o morador deve conhecer as marcas disponíveis no mercado e se certificar da qualidade do produto. Os modelos mais comuns para janelas são as capotas de lona, enquanto em varandas costumam ser instalados toldos enroláveis, com ou sem estrutura metálica que distancia este do peitoril. Na hora de escolher o material, Gonet ensina: “A estrutura tem ser 100% de alumínio. É preciso cuidado, por exemplo, com um material chamado metalon, mistura de liga de ferro com liga de alumínio. Tem pouca qualidade e duração. Já as lonas devem ser alpargatas ou sansuy.” Agora não adianta definir modelo e cor e se esquecer de orientar os moradores de que os toldos precisam passar por cuidados periódicos. Material rasgado ou sujo não embeleza edifício nenhum! Segundo Gonet, a manutenção deve ser realizada por um especialista, que precisa ser contatado anualmente para checar a necessidade de regulagem, lubrificação ou lavagem do utensílio. E caso o condômino insista em fazer a própria limpeza, o diretor avisa que deve ser usado sempre sabão neutro. Mas lembre-se de que lavar um toldo pode ser uma tarefa arriscada – nada de se pendurar na janela atrás de melhor ângulo de limpeza. Em qualquer andar em que este
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esteja instalado, o equipamento de proteção nunca pode ser dispensado. O condomínio ainda deve decidir de quem será a responsabilidade pela manutenção: se do próprio edifício ou se cada morador cuidará de sua cobertura. Mas mesmo quando a responsabilidade é do condômino, exigências podem ser feitas. Quem confirma é o advogado Rafael Mello, do escritório Daibert de Advocacia. “O síndico pode exigir a manutenção regular dos toldos, prevenindo-se, dessa forma, da possibilidade de acidentes no condomínio.” A sugestão do advogado é que no momento em que os critérios para instalação forem estabelecidos, uma empresa especializada seja consultada sobre quais são os parâmetros necessários. Com as informações, o síndico pode estipular as regras que devem ser seguidas por todos. Mas e se um toldo despencar de um dos apartamentos? “Nesse caso, o condomínio deve solicitar a um profissional habilitado que apure os motivos que levaram à queda, identificando de quem é a responsabilidade. Após a apuração, devem ser dimensionados os reflexos do problema e adotadas as medidas pontuais para a reparação das eventuais consequências”, aconselha Mello. Os preços de um toldo variam de acordo com o modelo e a área em metros quadrados. Mas os enroláveis, que costumam ser instalados nas varandas, custam em média R$ 80 o metro quadrado. As vantagens de se adotarem toldos? “Privacidade, beleza, decoração, silêncio (melhora a acústica do ambiente)”, garante o diretor comercial da Tougo. Os moradores dos edifícios Botafogo Green Park e Nova Tijuca fazem coro e estão felizes com a aprovação da instalação em seus condomínios.
A decisão de adotar toldos no prédio deve, primeiramente, passar por uma assembleia de moradores. Uma vez aprovada a medida, chegou a hora de definir cor e padrão para que a fachada não seja alterada. Não se esqueça de que a cor precisa combinar com a tonalidade do prédio. Os funcionários que realizam a instalação dos toldos devem estar de posse do EPI para garantir a total segurança. Os toldos devem sofrer manutenção e limpeza periódicas. Toldos enroláveis instalados em varandas custam em média R$ 80 o metro quadrado.
O que pensam nossos advogados Conheça as questões legais que envolvem a instalação de toldos O advogado Rafael Mello, do escritório Daibert de Advocacia, que atende os clientes da CIPA, concedeu entrevista à revista Condomínio etc. para esclarecer questões legais a respeito dos toldos em condomínios. Condomínio etc. - O que fazer quando algum morador não segue o padrão de toldo estipulado pelo condomínio? Rafael Mello - Nesses casos, o condomínio deve adotar primeiramente as medidas administrativas para tentar resolver o problema. Sugerimos que o condomínio notifique, de forma extrajudicial, o condômino que comete a infração e estipule um prazo razoável para que este substitua o toldo, instalando um novo equipamento na padronização aprovada. Caso essa medida não surta efeito, entendemos que o condomínio deve partir para as sanções pecuniárias, aplicando a multa prevista na convenção ou no regulamento interno do condomínio. Superadas as tentativas na esfera administrativa, deverá o condomínio ingressar com medida judicial, solicitando provimento ao juiz que obrigue o condômino transgressor a realizar a adequação do toldo aos padrões adotados, fixando-lhe um prazo para cumprimento, sob pena de multa diária, até que a ordem judicial se efetive. Cetc. - O que fazer quando algum morador instala o toldo antes da aprovação do condomínio? RM - Devemos analisar essa pergunta abordando alguns desdobramentos possíveis. Deve-se verificar, por exemplo, se existe algum dispositivo proibitivo na convenção do condomínio ou se a convenção é omissa nesse ponto. Em caso de proibição expressa da convenção, entendemos que o condomínio deve adotar os mesmos procedimentos descritos na resposta à primeira pergunta, objetivando aqui a retirada do toldo, e não sua adequação à padronização estabelecida. Nos casos em que a convenção do condomínio é omissa, a questão ganha mais complexidade e torna-se polêmica. Estaríamos diante da ponderação dos limites estabelecidos entre o direito de propriedade do condômino, que coloca o toldo em sua unidade autônoma, e os direitos dos demais condôminos à preservação do conjunto arquitetônico. O primeiro passo que recomendamos é que se tal matéria não consta na convenção ou no regimento interno, ela deve ser levada ao conhecimento do síndico, que poderá convocar uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para tal fim (permissão de colocação de toldo e padronização de cor e material), alcançando, dessa forma, a decisão desejada pelos demais condôminos. Levanto essa questão de ponderação entre o interesse individual e o coletivo pois entendo que a instalação de toldo constitui alteração de fachada (modificação das características arquitetônicas do empreendimento), contudo, tal assunto é controvertido perante a doutrina e a jurisprudência. Também me inclino pela possibilidade de o condomínio, mesmo em caso de omissão da convenção, adotar as medidas administrativas e judiciais para compelir o condômino a efetuar a retirada do toldo. Cetc. - Instalar toldos significa interferir na fachada do prédio. Para chegar a essa decisão é preciso pedir autorização da prefeitura ou uma assembleia no condomínio já resolve a questão? RM - Devem-se avaliar as regras urbanísticas que regem o município onde o condomínio está localizado, respeitando as determinações que, porventura, estejam previstas e seguindo as orientações.
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Corretora ESPECIALISTAS EM SEGUROS IMOBILIÁRIOS
seGuros oBriGatÓrios Para FunCionÁrios de CondomÍnios saiba O QUE O síNDicO DEVE prOViDENciar para cUmprir as rEgras
Os síndicos têm uma série de obrigações a cumprir e nada pode passar despercebido. Somente o apoio de uma boa administradora para garantir que todas as providências legais serão tomadas. Entre essas obrigações estão os seguros obrigatórios para os funcionários de condomínios. Com a CIPA, o síndico fica tranquilo também nesse aspecto, pois a CIPA Seguros Corretora se encarrega de tudo. Segundo Marlon Rosalvos, gerente da
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CIPA Seguros Corretora, os seguros obrigatórios estão previstos no dissídio das categorias profissionais, e com os funcionários de condomínios funciona da mesma forma: “São três seguros obrigatórios: seguro de vida e/ou invalidez, assistência funeral e complementação salarial. Cada município tem dissídio distinto com garantias diferentes. Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, no último dissídio, ficou determinado que o seguro de vida somente poderá ser contratado em apólice específica, e não mais como cobertura acessória ao seguro de condomínio”, esclarece. Realmente é preciso estar assessorado por uma empresa que esteja em dia com as mudanças das regras. Como explica Rosalvos, a finalidade principal do seguro é restabelecer o equilíbrio financeiro afetado, ou seja, fazer com que tudo, ou quase tudo, volte a ser como era no momento anterior ao sinistro: “No que diz respeito ao seguro de vida, não há como restituir a vida, mas, sim, restabelecer, total ou parcialmente, as condições de sustento fa-
miliar em decorrência da falta de quem o mantinha”, explica. No caso de invalidez, são de conhecimento geral as dificuldades enfrentadas pelo inválido e seus familiares. Além das consequências físicas e emocionais, a nova realidade agrava a situação financeira da família, pois as despesas com longos e, muitas vezes, perenes tratamentos costumam ser devastadoras. No seguro de complementação salarial, repõe-se a perda da renda do segurado quando caracterizada a impossibilidade contínua e ininterrupta para ele exercer sua profissão ou ocupação, sendo flagrantes os benefícios que tal cobertura propicia, na ocorrência do infortúnio, ao segurado e a seus dependentes. No caso do funeral, os beneficiários poderão contar com a realização dos serviços de assistência/auxílio funeral em caso de morte – qualquer que seja a causa – do segurado titular da apólice, evitando transtornos e exploração nesse momento tão sofrido para a família.
MErCado
PaCtO Pela reCiClaGeM SerÁ DivUlGaDO NO eNCONtrO De SíNDiCOS O PRÓXIMO ENCONTRO DE SÍNDICOS SERÁ REALIZADO NOS DIAS 20 E 21 DE OUTUBRO, NA BARRA DA TIJUCA O município do Rio de Janeiro coleta diariamente cerca de 8 mil toneladas de lixo domiciliar, e 40% desse montante poderia ser destinado à reciclagem. Dados indicam que os cariocas reciclam somente 1% do potencial reciclável – pouco para uma cidade tão expressiva. Estudos recentes feitos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostraram que os benefícios potenciais da reciclagem para a sociedade brasileira, caso todo o resíduo reaproveitável que é encaminhado para aterros e lixões fosse reciclado, estão estimados em R$ 8 bilhões anuais. Para incentivar a coleta seletiva e, assim, triplicar o volume de lixo reciclável no Rio, instituições públicas, privadas e cooperativas envolvidas assinaram, em agosto, o Pacto pela Reciclagem. O projeto visa divulgar a importância da coleta seletiva para a sociedade, ampliando, dessa forma, os índices de reciclagem no município. A Abadi, que integra o pacto, está divulgando informações necessárias através de suas associadas e dos eventos promovidos por ela. O impacto do lixo no meio ambiente e como implantar a coleta seletiva nos condomínios serão alguns dos temas abordados durante o próximo Encontro de Síndicos. Profissionais da Secretaria do Ambiente (SEA) estarão presentes para dar todas as informações sobre o Pacto pela Reciclagem e de como participar do projeto. O Encontro de Síndicos deste ano será realizado nos dias 20 e 21 de outubro, das 13 horas às 20 horas, no Hotel Windsor Barra (Av. Lúcio Costa, 2.630). As inscrições podem ser feitas pelo telefone (21) 2217-6950 ou pelo site www.abadi.com.br. Podem se inscrever síndicos, subsíndicos e conselheiros. Ingresso solidário: leve um quilo de alimento não perecível, que será doado a instituições de cunho social. As vagas são limitadas.
SaiBa UM POUCO MaiS SOBre O eNCONtrO De SíNDiCOS Criado em 1997 pela Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), o evento Encontro de Síndicos é voltado exclusivamente para síndicos, subsíndicos e conselheiros, com o intuito de capacitá-los para zelar pelo bem-estar de seus condomínios. Ele tem a duração de dois dias e consiste em um ciclo de palestras e debates que tratam dos mais variados temas inerentes à atividade dos gestores. Com 13 anos de sucesso e mais de 20 mil participantes, o Encontro de Síndicos é um marco no cultivo do melhor e mais profundo relacionamento entre síndicos e administradoras de condomínios. Concomitantemente ao ciclo de palestras e debates, é realizada uma feira de produtos e serviços, com estandes de empresas variadas, na qual os síndicos recebem informações e esclarecimentos e têm acesso aos últimos lançamentos para condomínios. OUT_NOV_DEZ 2010
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jurisprudências
Fique por dentro das decisões de nossos tribunais 0115096-22.2004.8.19.0001 (2007.001.25634) - APELAÇÃO. 1ª Ementa. DES. GABRIEL ZÉFIRO. Julgamento: 21/8/2007 - OITAVA CÂMARA CÍVEL Condomínio. Convenção. Proibição de colocação de toldo em área comum. Recurso conhecido e provido. 1- Se há regra expressa na convenção condominial a determinar que a utilização da área comum por condômino depende de permissão da assembleia geral, é ilegal a construção de toldo em área comunitária ao largo da permissão da maioria dos condôminos. 2 - Presume-se o conhecimento, por parte do proprietário de unidade no primeiro andar, das limitações impostas pela convenção condominial. 3 - Os incômodos por ele suportados são comuns aos moradores de apartamentos situados no primeiro andar de prédios residenciais e são levados em conta, inclusive, no preço de aquisição dessas unidades. 4 - Recurso conhecido e provido. 0026421-51.2002.8.19.0002 (2004.001.17587) - APELAÇÃO 1ª Ementa. DES. LEILA ALBUQUERQUE. Julgamento: 19/10/2004 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL Obrigação de fazer. Convenção condominial. Alteração da fachada. Desfazimento. Obrigação de fazer com preceito cominatório. Convenção condominial. Instalação de
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toldo. Alteração de fachada. Condômino que, sem autorização do condomínio, coloca toldo externo, alterando, indevidamente, a fachada do prédio. Infringência à convenção do condomínio. Obrigação de desfazer a referida alteração. Desprovimento do recurso. Ementário: / - N. - // REV. DIREITO DO T.J.E.R.J., vol. 62, pág. 295.
0120642-34.1999.8.19.0001 (2000.001.16119) - APELAÇÃO. 1ª Ementa. DES. HELENA BEKHOR. Julgamento: 12/12/2000 - OITAVA CÂMARA CÍVEL Condomínio de edifício. Instalação de equipamento. Ação do condomínio contra condômino. Condomínio - ação ajuizada em face de condômino réu para que ele permitisse o deslocamento de sua antena de TV, necessário à execução da obra de instalação de novo para-raios na cobertura do edifício. Cumulação do pedido com o da condenação do réu em perdas e danos e que veio a ser repelido na sentença de procedência parcial da demanda. Desprovimento do apelo do autor, uma vez que nada comprovou no tocante aos alegados prejuízos que lhe teria o réu causado, em decorrência da celeuma criada em torno da remoção da antena. 0091383-42.2009.8.19.0001 - APELAÇÃO - 1ª Ementa. DES. LEILA ALBUQUERQUE. Julgamento: 17/8/2010. DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL
Apelação cível. Condomínio interditado para realização de obras estruturais. Cobrança do serviço de água e esgoto. Narra o condomínio autor que a empresa ré efetuou cobrança quando o imóvel encontrava-se interditado para realização de obras estruturais de urgência. Requer a desconstituição do débito e a devolução em sobro dos valores pagos indevidamente. Sentença de procedência dos pedidos. Recurso da ré argumentando a regularidade das cobranças, eis que houve consumo de água quando da realização das obras e que o serviço estava à disposição do usuário. Não se mostra razoável por parte da empresa ré exigir do condomínio autor o pagamento de água e esgoto calculado por economia, eis que os condôminos não estavam utilizando o serviço por estar o imóvel interditado, o que havia sido comunicado à Cedae. Por outro lado, foram feitas obras no local e utilizado o serviço de água e esgoto, a despeito de em pequena monta. Responsabilidade pelo pagamento que é do condomínio, eis que, a despeito de ter comunicado a interdição do prédio e ter feito consulta sobre como suspender o serviço, não chegou a implementar a medida. Provimento parcial do recurso. 0143134-83.2000.8.19.0001 - APELAÇÃO - 1ª Ementa. DES. WAGNER CINELLI. Julgamento: 17/8/2010. NONA CÂMARA CÍVEL Apelação cível. Ação de cobrança. Irregularidades na gestão de condomínio.
Ex-síndica que, ao não se preocupar em providenciar os recibos das despesas condominiais, assume o risco de não ter como comprová-las. Dever de transparência e lealdade exigido daqueles que estão à frente da gestão de coisa comum, que transfere ao síndico a responsabilidade pessoal pelas despesas não comprovadas. Sentença que se mantém. Recurso conhecido e desprovido. 0004689-34.2009.8.19.0207 - APELAÇÃO - 1ª Ementa. DES. CELSO FERREIRA FILHO. Julgamento: 18/5/2010. DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL Cobrança por falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação. Embora a Lei do Inquilinato preveja, em seu art. 22, ser dever do locador fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por este pagas, além de exibir os comprovantes relativos às parcelas que estejam sendo exigidas, não menos certo é que ao réu incumbe a prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor (art. 333, II do CPC). Pelo que se depreende dos autos, não alcançou a parte ré tal desiderato, pois as provas carreadas, como bem asseverou o desembargador magistrado sentenciante, não corroboram as alegações esposadas na peça de defesa. Apelo improvido. 0010809-32.2005.8.19.0208 (2009.001.66758) - APELAÇÃO. 1ª Ementa. DES. RICARDO COUTO. Julgamento: 30/11/2009 - SÉTIMA CÂMARA CÍVEL Locação. Conservação do imóvel. Dever do locatário. I - O locatário tem o dever de restituir o imóvel em bom estado de conservação, como impõe o art. 23 da Lei 8.245/91. II - A entrega das chaves, sem a
prévia vistoria, não impede que o locador seja ressarcido pelos danos causados ao imóvel, posteriormente constatados, uma vez que não pode a rescisão contratual ficar condicionada ao cumprimento da obrigação de conservação da coisa. III - Ausência de direito potestativo do locador de manter a locação até que o imóvel venha a ser reparado. Situação que impõe indenização, e não manutenção do vínculo contratual. Recurso conhecido e desprovido.
xação adequada atendendo aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade. Desprovimento do recurso.
0015923-17.2007.8.19.0002 - APELAÇÃO - 1ª Ementa. DES. CUSTÓDIO TOSTES. Julgamento: 5/8/2010. PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL Responsabilidade civil. Danos morais e materiais. Vazamento em parede de apartamento e infiltrações decorrentes da má conservação do condomínio. Inércia na realização de obra a cargo do condomínio. Obrigação de fazer e dano moral que se caracterizam. Valor arbitrado a título de danos morais que não foi impugnado pelas partes. Seguimento que se nega ao recurso.
0002255-84.2009.8.19.0203 - APELAÇÃO - 1ª Ementa. DES. HENRIQUE DE ANDRADE FIGUEIRA. Julgamento: 21/7/2010 - 17a CÂMARA CÍVEL Civil. Prestação de contas por síndico de condomínio. Ação de prestação de contas proposta pelo condomínio contra o ex-síndico que, por vários anos, sequer convocou AGO. Rejeita-se a preliminar de conexão por falta de identidade entre as partes, o pedido e a causa de pedir desta lide e a ação anulatória. A falta de prova do fato impeditivo alegado na contestação, de que a atual síndica se apoderou dos documentos necessários à prestação de contas não libera o réu do dever de prestá-las. Como previsto na convenção do condomínio, o síndico está obrigado a prestar contas de sua gestão anualmente. O descumprimento dessa norma autoriza o condomínio a exigir a prestação de contas do ex-síndico. Recurso desprovido.
0008931-21.2009.8.19.0212. APELAÇÃO - 1ª Ementa. DES. NAGIB SLAIBI. Julgamento: 21/7/2010. SEXTA CÂMARA CÍVEL Direito civil. Reparação de danos. Queda em bueiro dentro do condomínio quando da realização de vistoria para proceder ao habite-se. Alegação da culpa exclusiva da vítima. Inversão do ônus da prova na forma do art. 331 da Lei Processual. Impossibilidade de o autor fazer prova negativa de seu direito, ou seja, de que não agiu com culpa. Prova testemunhal sustenta que o bueiro, com frequência, abria se alguém não pisasse em seu centro. Dano moral. Cabimento. Fi-
0010080-95.2008.8.19.0209 - APELAÇÃO - 1ª Ementa. DES. ROBERTO DE ABREU E SILVA. Julgamento: 30/4/2010 - NONA CÂMARA CÍVEL Condomínio edilício. Síndico. Ação de prestação de contas. Contas não aprovadas na assembleia geral. É cediço que o síndico, administrador do condomínio edilício, tem o dever de prestar as contas à assembleia geral do condomínio, órgão legalmente incumbido para tanto (art.1.348, VIII, Código Civil). O síndico só se desobriga da prestação de contas quando houver a aprovação destas em assembleia condominial. Recurso a que se nega seguimento.
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BEM DITA! - a coluna de boas notícias
por Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)
Nesta edição, lançaremos espaço para boas notícias que gostaríamos de ter sobre a cidade, o bairro, o condomínio. Ideias que possam nortear reflexões, mudanças, ações. Como é possível que, diariamente, caminhões de lixo recolham toneladas de comida limpa dos restaurantes? Todas as noites, a triste cena se repete – sacos imensos de alimentos frescos são jogados nas caçambas, e pobres rodeiam os caminhões cujos motoristas não podem permitir o acesso. Que lei é essa que rege o desperdício? Outra notícia que gostaríamos de publicar aqui é o licenciamento, pela prefeitura, de novos vendedores ambulantes, já que, até agora, só houve o recadastramento dos antigos, ficando sem solução, por exemplo, o caso dos que roubam nas praias. Artistas plásticos também estão sofrendo na orla – há casos de guardas que pedem propina para que eles possam pintar. Onde fica a poesia da cena de cavaletes em frente ao mar? E por falar em poesia...
Manoel Herculano – poeta e dramaturgo O maranhense Manoel Herculano é poeta, ator e autor de dez peças de teatro. Vive no Rio há mais de 20 anos e, ultimamente, tem apresentado seus poemas de amor e humor no espetáculo Um autor à procura de personagens. Faz performances em diversos saraus e eventos, mais frequentemente às terças-feiras, a partir das 24 horas, no Corujão da Poesia, na Livraria Letras & Expressões do Leblon, e às quartas e quintas-feiras, à tarde, nas oficinas gratuitas de leitura na biblioteca do Centro Cultural Light. Com seu saborosíssimo sotaque e uma poesia cheia de humor e lirismo, Herculano encanta todos, inclusive Jorge Benjor, padrinho do Corujão. Você pode acessar, no blog manoelherculano.blogspot.com, vários de seus poemas e pode convidá-lo para festas e reuniões. A literatura deve estar onde as pessoas se encontram. PAUSA Pausa! Por favor, eu preciso de uma pausa. Não importa o verdadeiro motivo nem a causa Eu só preciso, urgentemente, de uma pausa. Pode ser teórica, prática ou uma pausa dramática Rápida, pragmática, exata como a matemática. Pausa para puxar a rédea, do drama, da tragédia. Para uma piada ou para nada, a pausa da comédia. Pausa de uma eternidade, de um eterno minuto. Para matar a saudade, homenagear ou por luto. Pausa de uma hora, para dar um tempo ou ir embora. Pausa para respirar, resmungar, para não pirar. Para um momento de fé, para um café, um cafuné. Uma longa pausa para gente chata largar do meu pé. Pausa para ir lá fora, agora, ver como está o tempo. Para dar tempo ao tempo, para esquecer do tempo. Pausa para um gesto, para todos, para todo o resto. Pausa para libertar um grito, para fugir do agito. Fazer o rito, desfazer o mito, para o livre-arbítrio. Pausa para um carinho, para ficar na solidão, sozinho. Para uma troca de olhar, uma inspiração, um sorriso. Preciso de pausas, sem explicação, para o que for preciso.
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venina e seus MágiCos quadros de teCido Entrar na Pizzaria Pós-caipira, em Pedro do Rio, é uma delícia. à mesa, sabores diversos; nas paredes, painéis – bordados delicados, originais, nos quais Venina Sparano interpreta seus pintores prediletos, paisagens, casas e sedes de fazenda usando uma técnica que envolve aplicação e pintura em tecido. Sintetiza, assim, as habilidades de costureira, figurinista, pintora e arquiteta numa nova e original dimensão. Venina Sparano trabalhou como figurinista na TV Globo na década de 1980. Em 1987, mudou-se para Secretário, Petrópolis, e montou, com o marido, Renato Mello, a Pizzaria Pós-caipira mas não abandonou sua paixão pela arte, pelos tecidos e pelas cores, tendo sempre produzido “objetos de desejos” em diversas técnicas. Há cerca de cinco anos, encontrou uma nova forma de expressão artística em que pode sintetizar toda essa experiência anterior: reproduz quadros de pintores famosos – paisagens, casas, cenas do quotidiano – usando técnicas de aplicação, bordado e pintura em diversos tecidos. “Quando imagino o trabalho, parece que vai ser impossível realizar. Aí acontece o insight, como no caso do Starry Night, que precisava ser inteiramente bordado, e usei um ponto que variava do alinhavo para o ponto atrás e para o ponto cheio. Com a vida na montanha e o trabalho na pizzaria, os projetos eram sempre pequenos trabalhos que, com minha falta de paciência, tinham que ficar prontos em um ou dois dias. Agora cada pequena etapa do trabalho me dá o mesmo prazer que a peça pronta de um dia e posso ficar um mês inteiro ou mais executando um só trabalho com muito prazer. Funciona como um quebra-cabeças no qual vou buscar pela memória e pelas gavetas o tecido-pele, o tecido-água, o tecido-pedra, como será o cabelo, o sapato, as flores no chapéu, enfim, essa é a parte mais gostosa do trabalho.” O blog de Venina é www.veninasparano.blogspot.com
ProJeto de segurança de iPaneMa - Psi
O PSI continua de olho vivo. Uma enquete organizada pelo movimento revelou que 77,73% da população do bairro é contra a realização do réveillon em Ipanema. Entre 485 pessoas, 377 foram contra o evento e 108, a favor. Como foi noticiado nesta coluna, as reuniões do PSI ocorrem no Colégio Notre Dame. Ações e decisões podem ser acompanhadas pelo blog www.psipanema.blogspot.com e e-mails podem ser enviados para projetodeipanema@ terra.com.br ou para esta coluna. Você também pode entrar no Facebook e indicar novos amigos para o projeto. Telefones úteis, como da Delegacia de Dedicação Integral ao Cidadão (Dedic) – 14ª DP (2332-2866 e 2332-2880) e do Disque-Denúncia (2253-1177), são sempre divulgados. OUT_NOV_DEZ 2010
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Associação Castelo de Areia A Associação Brasileira de Arte em Areia está sendo reativada e funciona à Rua Sá Ferreira, 228, sala 1.012, em Copacabana. Informações podem ser obtidas pelo telefone 7127-1440. Para receber um portfólio e conseguir, por um preço acessível, a cenografia de seu evento, entre em contato pelo atendimento@arteemareia.com.br; se quiser ajudar, envie um e-mail para esta coluna. Há mais de dez anos, artistas cariocas se dedicam profissionalmente à arte de manipulação de areia, que conquistou o mundo e exporta talentos para a Holanda, os Estados
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Unidos, o Japão e a Argentina. Em alguns desses países, já são realizados festivais nacionais e internacionais. Nossos artistas são reconhecidos internacionalmente pelo “traço” e alguns possuem trabalhos expostos em hotéis de Dubai, além de shoppings, eventos, congressos e feiras mundo afora. Construída de forma correta, uma escultura de areia pode durar intacta até três anos. Trata-se de um trabalho marginalizado, sem reconhecimento local e que sofre com o alto custo da realização das obras. Os artistas merecem apoio e fomento para
realizar, de forma digna, uma obra que está em permanente mutação no espaço mais democrático e cartão-postal do Brasil no mundo, a Praia de Copacabana. Mesmo com poucos recursos, os escultores buscam ressocializar menores de baixa renda, através do ensino da técnica, além de trabalhar em eventos empresariais de estímulo à criatividade e em colônias de férias de escolas e condomínios. Conheça esse trabalho! Contribua com ele comprando camisetas, postais e o documentário Castelo de areia.
Sete movimentos da alma poesia de Rita Murtinho
Pulsa a banda Pulsares
É sempre uma alegria anunciar lançamento de livro de poesia. A Editora Outrasletras apresentou, em agosto, a Coleção Ladrões do Fogo – Sete movimentos da alma, de Rita Murtinho; Vida vegetativa e outros cadernos, de Bia Albernaz; Região natural, de Fernando Bueno Guimarães; Magistério vodu, de Maurício Peltier, e Introdução à vida selvagem, de Roberto Motta.
Garotada que se junta para fazer música é sempre ótimo. Com alegria, compartilhamos o link da primeira música gravada pela banda Pulsares – é rock, a gravação é amadora e a galera tem gostado muito. Vale conferir o som: http://www.youtube. com/watch.
ESPECIALISTAS EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS
iBGe: NÚMerO De DOMiCíliOS PrÓPriOS CreSCeU 13,4% eM CiNCO aNOS NO BraSil
O forte aquecimento no setor imobiliário, decorrente da oferta maior de crédito, da elevação de renda da população e também do programa Minha Casa, Minha Vida, vem impulsionando as vendas de imóveis no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam aumento nas vendas entre 2004 e 2009. O número de casas próprias no Brasil cresceu 13,4%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), divulgada no início de setembro pelo IBGE. Do total de 58,5 milhões de imóveis estimados em 2009, 69,4% estão quitados (40,6 milhões) e 4,3%, em aquisição (2,5 milhões). Apesar da alta numérica, a participação dos domicílios próprios no total de residências ficou estável, já que o número de imóveis cresceu de maneira geral. Entre as localidades pesquisadas pelo IBGE, a Região Norte foi a que apresentou maior proporção de casas próprias em 2009, com 78,7% do total de domicílios naquela localidade. Em seguida, aparecem o Nordeste (76,2% do total), o Sul (76,1%), o Sudeste (71,8%) e o Centro-Oeste (65,4%). Na comparação com 2008, houve uma alta de quase 300 mil domicílios adquiridos. Nesse caso, no entanto, em termos percentuais, houve queda na participação desse tipo de imóvel, que caiu de 74,4%, em 2008, para 73,6%, em 2009. Já a proporção de alugados chegou a 17% em 2009, representando 10 milhões de domicílios, contra 15,4%, em 2004 (8 milhões). Em termos de volume, o número de imóveis alugados cresceu 25%. Os domicílios cedidos somavam 5,2 milhões (8,8%) no ano passado. Eles reduziram a participação em relação a 2004, quando eram 10,37% do total de domicílios.
CJ - 1372/RJ
Vendas Imóveis
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Meio ambiente por Wanja Antunes
Qualquer animal que se reproduza desenfreadamente vai causar algum transtorno a alguém. Infelizmente, essa é uma realidade cada vez mais concreta no mundo, tendo em vista a ocupação humana dos hábitats naturais dos animais silvestres. Podemos falar de morcegos, macacos, de pombos. Ah, os pombos... Essa ave vem gerando muitas discussões, e não é de hoje. Dar comida aos pombos na Av. Atlântica pode ser um problema, pois muitas pessoas vão dizer que essa atitude está ajudando na proliferação acelerada das tais pragas urbanas. Alimentá-los na Praça São Marcos, em Veneza, já fez parte do passeio turístico. Há alguns anos, ir a Veneza e não alimentar esses pássaros era como se a visita não estivesse completa. Mas até a prefeitura de lá, em nome da saúde pública, resolveu
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proibir a alimentação dos penosos. Quem se atrever a jogar grãos pelo chão pode receber uma multa de 500 euros. Estima-se que há uns três anos havia uma população de cerca de 20 mil aves na Praça São Marcos. Agora com os animais procurando o próprio alimento, o número está reduzido a cerca de algumas centenas. A oferta ou escassez de alimentos tem influência direta na reprodução dos pombos. Em locais onde há fartura de alimentos, ocorre aumento da reprodução e, portanto, aumento da população. Se há escassez, a população de pombo se mantém em equilíbrio; por essa razão, recomenda-se que não os alimente. Em razão da insistência de muitas pessoas em superalimentar os pombos, as colônias crescem e causam transtornos ao meio ambiente e à saúde pública. Isso é fato.
Reduzir a alimentação ou mesmo proibi-la é uma tendência natural de muitas cidades que se viram invadidas pelos pombos. E aí começam os problemas, uns dizem que os pombos causam doenças, já os defensores dizem que não. Segundo os veterinários, as doenças mais conhecidas transmitidas por essas aves e que causam problemas graves de saúde são: histoplasmose, criptococose, salmonelose, ornitose, dermatites e alergias. Agora imagine a sujeira: um pombo produz, em média, 2,5 quilos de fezes por ano. Com esse volume, pode ocorrer entupimento de calhas e tubos e sua conse-
quente oxidação. Nos locais onde essas colônias se encontram, graças às sobras de alimentos, também é comum a proliferação de ratos, baratas e moscas. Para algumas pessoas, nada disso é relevante. Entretanto, há uma imensa discussão a respeito do tema. Mas que os pombos incomodam, isso é indiscutível. Além da contaminação do ambiente por fungos e bactérias, há também a questão da sujeira, que é nitidamente visível nos condomínios cariocas: os pombos fazem ninhos nos aparelhos de ar-condicionado, nas telhas, nas calhas e em outros locais inconvenientes. As fezes são ácidas. Além de sujar, danificam pinturas, superfícies metálicas, fachadas e esculturas. Sandra Regina, moradora de um condomínio em Laranjeiras onde diversas discussões sobre o tema já deram o que falar e brigar, diz que a insistência de uma moradora em alimentar os pombos fazia do playground uma sujeira danada: “Havia pombos para todos os lados. Se as crianças desciam para fazer um lanche no play, eles logo voavam para cima, um horror. Era uma população de pombos absurda. Descobrimos depois que uma senhora alimentava-os de sua janela. Toda manhã, ela jogava um saco de milho janela abaixo. Conversamos, pedimos, explicamos com o amparo de um veterinário e ela acabou cedendo. Os resultados são visíveis, temos pouquíssimos pombos agora por aqui”, comemora. A paz e a limpeza agora reinam nesse condomínio. “As crianças até já brincam descalças! O que antes era inviável, haja vista a quantidade de fezes no chão”, lembra.
Fernando Leite, engenheiro da KLE, vende, entre outras coisas, um item que promete espantar os pombos: o espeto antipombo. “Na Europa, já se usa, há muito tempo, esse tipo de produto, e atualmente existe uma variação de formato muito grande. Ele é uma maneira de repelir os pombos sem machucá-los”, explica.
Uma coisa é certa: envenená-los ou criar armadilhas que os maltratem é completamente condenável, inaceitável mesmo. (Veja o boxe que fala sobre a Declaração Universal dos Direitos do Animal aprovada pela Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas, Unesco.) Aliás, nem precisaria lei ou algo do gênero para proteger os animais, bastaria um pouco de compaixão e de amor ao próximo, mesmo que este seja um animal. Fernando Leite, engenheiro da KLE, empresa que vende uma série de produtos para condomínios, como lixeiras, bicicletários, escadas, luzes de emergência e bebedouros, vende também um item que promete espantar os pombos: o espeto antipombo. “Na Europa, já se usa, há muito tempo, esse tipo de produto, e atualmente existe uma variação de formato muito grande. Ele é uma maneira de repelir os pombos sem machucá-los”, explica. Segundo ele, o “espeto” impede, com eficácia, o pouso e a permanência de pombos no local onde ele for instalado. Esse repelente é instalado com grande facilidade graças à praticidade com que se encaixam seus componentes. Não requer manutenção e oferece grande resistência a intempéries. Parece que seus problemas com pombos acabaram!
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Declaração Universal dos Direitos dos Animais aprovada pela Unesco 1. Todos os animais têm o mesmo direito à vida. 2. Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem. 3. Nenhum animal deve ser maltratado. 4. Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres em seu hábitat. 5. O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca abandonado. 6. Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor. 7. Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida. 8. A poluição e a destruição do meio ambiente são consideradas crime contra os animais. 9. Os diretos dos animais devem ser defendidos por lei. 10. O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.
Espeto antipombo: o repelente moderno contra pombos Dispositivo de grande eficiência contra pouso e permanência de pombos nos locais. Uma vez avistado pelo pombo, inibirá a aproximação dele. Não requer manutenção. Material utilizado à base de náilon. Alta flexibilidade. Grande resistência a intempéries. Longa vida útil. Locais de instalação: beirais, parapeito, vigas, sancas, calhas, aparelhos de ar-condicionado, muros ou qualquer local frequentado pelas aves. A fixação pode ser feita através de parafuso ou cola de contato. Indicado para condomínios, escolas, igrejas, lojas, indústrias, hotéis, hospitais, restaurantes, casa de shows, aeroportos, portos, museus etc.
Como limpar fezes de pombos As fezes dos pombos são componentes de alta propagação de micro-organismos patogênicos, exigindo, assim, limpeza e higienização constante dos locais infestados. Proceda da seguinte forma: umedeça as fezes com água, aplique desinfetante, água sanitária ou outro produto que tenha efeito semelhante. Realize esse procedimento até que o local fique completamente limpo e descontaminado.
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Serviço: KLE – (21) 2622-2769 www.kle.com.br
Crônica
por Vivien Bezerra de Mello
Caixinha de Natal – eu também quero! Vai chegando o fim do ano e muitas são as despesas que começam a nos assombrar: IPTU, IPVA, matrícula de escola, material escolar, viagem de férias, 13º salário de funcionários... E a famosa e institucionalizada caixinha dos funcionários de condomínios. Digamos que seja o 14º salário deles. É aquele momento em que você se sente especial, que recebe sempre um sorriso quando entra no prédio ou sai dele, que o porteiro lhe oferece ajuda quando você entra abarrotado de coisas caindo das mãos, é o momento fraterno típico da época de Natal. Bajulação mesmo, ora bolas! A verdade tem que ser dita. Tudo para que a caixinha de Natal fique bem gordinha, é claro. Eu não suporto isso. Até porque, nos outros meses do ano, a conversa é outra. Já passei por cada coisa que até Deus duvida. De chegar o dia da festa de minhas filhas e eu e meu marido termos que lavar o salão de festas, a cozinha e os banheiros porque o serviço não foi feito por quem deveria. Imagine eu, descendo do salto, vassoura e balde em punho, tendo que fazer um serviço que já estava até pago! Só bebendo muito para esquecer! Vamos e venhamos, como diria minha saudosa mãe, se o funcionário do condomínio já sabe que vai ter uma festa – estava agendada há tempo – ele e todos os outros já deviam saber que deveriam fazer
a limpeza para a arrumação do salão. Mas na hora H ninguém aparece para jogar a culpa no outro. Só depois da limpeza quase pronta, é claro. Minha sindica se desculpou me isentando da taxa de aluguel do salão. Ainda assim fiquei aborrecida. Não mudou o que aconteceu. E outra vez que mandaram minha visita embora alegando que eu não estava em casa? Interfonar para checar é besteira, melhor mesmo é confiar no “achômetro”. “Eu acho que ela saiu, então, pra que checar? Dá um trabalho...” Claro que estas são coisas estapafúrdias que só poderiam acontecer comigo, até mesmo para que eu tenha histórias para contar por aqui. Complexo de Pollyanna na veia. É bom que se diga que há muitos condomínios que dispõem de funcionários que têm prazer em trabalhar, em ajudar (mesmo que seja sua obrigação), que gostam de desejar um sonoro bom-dia!, enfim, de prestar seu serviço da melhor forma. Eu também sei disso.
Mas essa história da caixinha de fim de ano ainda não me desceu pela garganta. Eu gosto de presentear quando a pessoa merece, e não por imposição. Uma síndica que conheço, de outro prédio, resolveu a questão de uma forma exemplar: colocou uma caixa de acrílico (lacrada) na portaria com envelopes e a lista dos apartamentos ao lado. A regra estava escrita: “Coloque sua contribuição no envelope, se assim o desejar, feche-o e não escreva seu nome nem o valor. Introduza-o na caixa. Seu presente será ajuntado com o dos outros moradores e dividido de forma igual pelos funcionários.” Basta colocar o envelope lá dentro (mesmo que esteja vazio!) e assinar ao lado do número de seu apartamento. Ótima solução. Cada um coloca o valor que quer dentro do envelope e ninguém toma conhecimento do que o outro doou. Até porque, se um morador começa dando R$ 200 como é que você vai colocar R$ 20?! Fica feio, né? Só que cada um sabe de suas possibilidades. Com a caixinha lacrada, ninguém vai tomar conhecimento do quanto o outro colocou, não gera constrangimento, os funcionários continuam recebendo seu 14º salário e todos ficam felizes para sempre. Eu quero uma caixinha dessas em meu condomínio. Corremos o risco de os sorrisos e a gentilezas durarem o ano todo.
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rEsponsaBilidadE soCial
SEJA UM DOADOR DE REMÉDIOS QUE VOCÊ NãO USA MAIS! A LINHA DIRETA OS RECOLHE NA PORTARIA! A Campanha de Doação de Remédios da CIPA é permanente, você pode dar os remédios que não usa mais a qualquer tempo. É simples e muito prático, uma vez que a Linha Direta da CIPA recolhe sua doação na portaria. É bom lembrar que os remédios podem estar usados, mas devem estar dentro da data de validade. Para doar, basta deixá-los com o porteiro de seu prédio, que os entregará à Linha Direta CIPA, um serviço gratuito e diário. Qualquer dúvida, ligue para a CIPA
(2196-5000).
GRUPO GIRASSOL OFERECE OPORTUNIDADE DE AJUDAR O PRÓXIMO o grupo girassol, fundado por Cátia Correia, nos oferece a oportunidade de exercer nossa responsabilidade social. ao entrar em contato com ela, qualquer pessoa pode ajudar crianças carentes, idosos e outros necessitados de forma bem prática. há postos de recolhimento das doações em diversos bairros da cidade. o trabalho do grupo merece nossos aplausos e nossa adesão. visite o site www.grupogirassol.org ou ligue para (21) 9933-7068 e saiba como ajudar.
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opinião por Wanja antunEs
qual a PrinCiPal PreoCuPação de seu CondoMÍnio CoM as CHuvas de verão? Minha maior preocupação é que o povo pare de jogar lixo nas ruas porque entope os bueiros. Aqui na Tijuca, na Av. Paulo de Frontin, há um canal e quando chove muito ele enche até o limite. No primeiro governo do César Maia, foi feita uma obra na Praça da Bandeira que melhorou muito essa situação e hoje em dia o canal dificilmente transborda. Antes dessa obra era um horror porque a água subia e alagava tudo no condomínio, trazendo toda a sujeira de fora. Agora ficamos atentos para levar o lixo na rua perto da hora da coleta por causa dos catadores, que abrem todos os sacos e deixam tudo jogado depois. Mas a melhor precaução seria contar com a educação do povo e, principalmente, com a limpeza regular dos bueiros feita pela prefeitura. Dayse da Silva Santos – Condomínio Myrian
O que mais nos preocupa é a situação das águas pluviais, mas nosso condomínio é bem estruturado e nunca tivemos grandes problemas. Temos um subsolo, e quando a água entra, cai num poço que é bombeado em seguida. Estamos sempre em manutenção, mas também dependemos da limpeza dos bueiros feita pela prefeitura, que nem sempre acontece. Em abril, tivemos uma infiltração por causa das fortes chuvas que ocorreram, mas não foi nada sério, resolvemos imediatamente o problema. Aqui no prédio os moradores das coberturas têm a opção de construir uma proteção, e quase todos fizeram essa extensão. Temos dois únicos apartamentos de último andar que estão sujeitos aos danos causados pela chuva, então mantemos as calhas e o telhado sempre limpos. Milton Francisco Godomiczer – Condomínio Olímpico
Nossa maior preocupação é com a inundação causada pelas chuvas, como ocorreu no último temporal. Trabalho para o estado e tenho acesso à meteorologia, e a previsão para este verão é que tudo será em excesso; os fenômenos vão ocorrer com exagero. Aqui quando chove dessa maneira entra a água suja do rio da Av. Maracanã em nosso prédio; os carros chegam a boiar nas ruas. Contratamos uma empresa para construir uma barricada de 1,20 metro de chapa de aço. A ideia é que a gente consiga conter o excesso de água que, às vezes, invade o elevador, porque depois temos que retirá-la com bomba. Infelizmente, não há muito que fazer. A precaução correta deveria vir da prefeitura, com a manutenção dos bueiros e da rede de esgoto. Márcia Githay Freyre – Condomínio Park Uruguay
Temos alguma preocupação com as chuvas fortes. Quando chove muito, o telhado enche. Tivemos um problema de vazamento recentemente, e um morador da cobertura teve danos em seu banheiro. Agora esse problema já foi resolvido: fizemos a impermeabilização e trocamos todos os ralos do telhado. Outra questão é com a segurança da entrada do prédio. A chuva forte nos deixa mais vulneráveis e por isso reforçamos a segurança com câmeras de vídeo. É preciso ter cautela, um marginal sempre se aproveita das situações para colocar seu crime em prática. Fora isso, cuidamos muito da manutenção – de seis em seis meses chamamos uma firma especializada para limpar os bueiros, as caixas de gordura e as caixas-d`água. amadeu de Jesus Neiva – Condomínio Bouganville
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arte
por mรกrio mendonรงa
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Falaremos hoje não de um pintor, e sim de um gravador. O artista Claude Mellan nasceu na França, em 1598, e faleceu em 1688, tendo se tornado conhecido por suas gravuras ao usar uma técnica considerada inovadora para a época. A utilização da gravura surgiu na arte ocidental, na Idade Média, ilustrando, principalmente, textos bíblicos. No Oriente, a arte de multiplicar uma imagem, a partir de uma matriz, data de 868, na China. (Uma matriz é o suporte no qual o artista grava seu desenho: na xilogravura, o suporte é a madeira; no buril, técnica de Mellan, o suporte é o metal.) Mellan aperfeiçoou a técnica dos gravadores italianos, que consistia em variar a espessura da linha para criar efeitos de luz e sombra, em vez de usar as convencionais linhas cruzadas. São várias as técnicas empregadas para gravar a matriz de metal, material escolhido por Mellan para mostrar ao mundo sua arte. Ele utilizava a técnica do buril, que consiste em gravar o desenho cavando ou riscando a matriz de metal com um instrumento de aço cortante (esse processo desenvolveu-se com a descoberta dos ácidos pelos alquimistas na Idade Média). Um novo método, denominado água forte, surgiu, mais tarde, para gravar imagens. Nele a placa de metal é revestida, em ambos os lados, por uma mistura de breu, betume e cera de abelha. Em seguida, o desenho é criado, retirando-se essa mistura e deixando aparecer o metal nas partes desejadas. A matriz, então, é mergulhada no ácido – geralmente ácido nítrico –, que corrói as
MELLAN APERFEIçOOU A TÉCNICA DOS GRAVADORES ITALIANOS, QUE CONSISTIA EM VARIAR A ESPESSURA DA LINHA PARA CRIAR EFEITOS DE LUZ E SOMBRA, EM VEZ DE USAR AS CONVENCIONAIS LINHAS CRUZADAS. partes do metal que foram expostas no desenho, produzindo um baixo relevo. Depois de feitos a limpeza e o entintamento da matriz, a gravura é impressa por meio de dois cilindros. Mellan produziu gravuras com base em obras dos grandes mestres, como Poussin, mas é admirado mesmo por seus retratos. O mais famoso deles é o "Sudário de Santa Verônica", que reproduzimos ao lado. Trata-se da representação de uma antiga lenda cristã em que uma mulher judia, chamada Verônica, teria limpado o rosto suado do Cristo com um pano durante o trajeto do Calvário. No tecido, teria ficado gravado o rosto de Jesus, que foi chamado O Véu de Santa Verônica. A representação de Mellan é uma impressionante imagem do Cristo coroado de espinhos com as palavras formatus unicus uma (Formado a partir do uno) gravadas no véu, ou seja, tais palavras expli-
cam o que há de mais notável na figura e demonstram o extraordinário talento de Claude Mellan. Seu rosto do Cristo é formado com base em uma única linha espiralada que se inicia na ponta do nariz e prolonga-se formando toda a figura. Essa técnica permitiu-lhe gravar a placa de uma única vez, numa técnica que seria depois copiada por toda uma geração de gravadores. Charles Perraut disse do sudário: “Nada é mais sofrido e emocionante.” Esse impressionante artista também é conhecido por suas representações da Lua feitas em 1636 para ilustrar um atlas. Utilizando-se de um telescópio construído por Galileu, observou a superfície da Lua e a representou de forma tão precisa que, no século XX, fotografias feitas por sondas da Nasa revelaram que as imagens de Mellan eram idênticas.
a GravUra NO BraSil No período colonial brasileiro, a imprensa estava proibida de atuar por ordem de Portugal. A gravura no Brasil aparece quando D. João VI, príncipe regente, em 1808, instala a Impressão Régia no Rio de Janeiro. As primeiras gravuras de que se tem notícia são de José Francisco Chaves, feitas com buril no metal e datadas de 1749. Grandes artistas brasileiros utilizam-se dessa arte de gravar para se expressarem, como Goeldi, Lívio Abramo, Lótus Lobo, Fayga Ostrower, Hansen Bahia e Gilvan Samico. Na literatura de cordel no Nordeste, encontramos belíssimas xilogravuras que ilustram a arte popular brasileira.
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Condomínio Stock.XCHNG
por Carla Rocha
É hora de brincar, é hora de alegria
As novidades das colônias de férias para o próximo verão Além de atividades físicas e jogos, eventos também levam moradores para passeios ao ar livre nos fins de semana As férias estão chegando e com elas os planos para aproveitar da melhor maneira possível esse período de dolce far niente. Um mercado muito dinâmico e criativo oferece cada vez mais pacotes para ganhar corações e mentes de moradores de condomínios de portes diferentes, com atividades físicas ou oficinas de arte. O pú-
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blico-alvo são crianças, jovens, adultos e, claro, aquele pessoal incansável da terceira idade. A maior demanda é para colônias de férias, que podem se ajustar aos mais diversos interesses, com programação variada, periodicidade e duração flexíveis. Mas há novidades à vista. No próximo verão, os passeios ao ar livre nos fins de semana para grupos heterogêneos, que têm a pretensão de reunir pessoas de idades diferentes, vão ser a grande atração e prometem encher de gente bronzeada e cheia de disposição os principais pontos turísticos do Rio. Os pacotes de colônias de férias chegaram a um nível de sofisticação que são totalmente personalizados. Os responsáveis
pela organização vão até o condomínio e, depois de muita conversa, elaboram uma proposta para atender a todas as expectativas. Em geral, as crianças e os adolescentes ainda são a maior preocupação das administrações durante o período de férias. Desocupados e com energia de sobra, eles podem dar mais trabalho do que em outras épocas do ano. Além daquela bagunça básica e da barulheira fora do horário, há relatos ainda de casos mais graves, inclusive de depredações no playground ou em áreas comuns mal utilizadas. O mercado é tão promissor que tem atraído profissionais experientes de grandes academias da cidade. Ex-professor da Body
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Tech, Allan Coutinho fundou a Excellence, que tem se desenvolvido muito bem. Ele explica que as colônias de férias têm a vantagem de não sofrer com as limitações de espaço. Mesmo quando a área do condomínio é reduzida, há sempre um lugar que pode ser utilizado, até mesmo dentro da garagem. “Com a proximidade das férias e o calor, estamos sendo muito procurados. Nossa metodologia consiste em conciliar aquelas tradicionais atividades físicas com algum resgate da infância, com brincadeiras que já não são comuns. Nosso objetivo é tirar um pouco o jovem da frente do computador e do videogame. Tem funcionado. Também realizamos gincanas que são muito animadas. No fim, síndicos e pais felizes costumam nos procurar agradecidos. Além do aspecto da segurança, porque dá uma tranquilidade saber que as crianças estão se divertindo protegidas dentro do condomínio, também há a satisfação de ver que a energia delas está sendo canalizada de forma saudável e produtiva. Quando a criança não tem o que fazer, ela acumula energia que, às vezes, vai
Allan Coutinho, da Excellence: “Nossa metodologia consiste em conciliar aquelas tradicionais atividades físicas com algum resgate da infância, com brincadeiras que já não são comuns. Nosso objetivo é tirar um pouco o jovem da frente do computador e do videogame E tem funcionado”
ser gasta de maneira desordenada. Com um profissional orientando, tudo é direcionado para o lado do esporte e da saúde”, explica Allan, acrescentando que a empresa conta com pessoal especializado no público idoso. “Para eles, organizamos uma programação específica, com muito alongamento e
hidroginástica, se o prédio tiver piscina. O mais interessante, para eles, é a questão da socialização. Enquanto estão fazendo a atividade física, também estão em contato com aquele amigo que não veem há um tempão ou pelo qual passam diariamente sem tempo para uma conversa.”
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O professor de dança e coreógrafo Claudio Affonso é dono da Claudio Affonso Cia. de Dança, e oferece também seus serviços para condomínios. “Oferecemos a possibilidade de o cliente montar seu cardápio. Cobrimos todos os ritmos, salsa, tango, bolero... Junto com as aulas, levamos propostas de bailes e eventos, com direito a equipamento de som e iluminação para a prática dos alunos”, explica ele
De fato, as colônias de férias em condomínios podem sair muito mais baratas do que as oferecidas pelas escolas ou pelos clubes do bairro. Em geral, o valor orçado pela empresa é rateado entre o número de moradores interessados em participar e depende da carga horária. Os preços variam de R$ 50 a R$ 100 por apartamento. Quanto maior a adesão, menores as despesas. Apesar da personalização, as escolinhas de futebol, os torneios esportivos e as oficinas de arte, com destaque para o origami, ainda são pule de dez na preferência. Uma novidade que também tem feito su-
cesso são as antigas brincadeiras revisitadas, com piões e pipas, uma espécie de sessão nostalgia, com espaço quase certo nas colônias de férias. Os que já conhecem as brincadeirinhas do passado têm a oportunidade de um revival e os que nunca as experimentaram podem ter um primeiro contato. A receptividade do público tem gerado outros subprodutos muito interessantes. Um serviço novo, cada vez mais comum, também tem como foco o período de férias. Muitas empresas do ramo estão convidando os moradores dos prédios de sua cartela de clientes para eventos ao ar livre nos fins de semana. A ideia é formar grupos que tenham como característica a diversidade, com pessoas de interesses e idades diferentes. Depois de ser atendido individualmente, quando será feita uma análise de seu perfil e do tipo de atividade a que pode ser submetido, o candidato está apto a integrar a equipe. A proposta é visitar um cartão-postal da cidade a cada fim de semana, com direito a caminhadas ou corridas, dependendo do perfil traçado para cada um.
Como uma coisa puxa a outra e as atividades, principalmente os exercícios físicos, são contagiantes, muitas empresas acabam sendo solicitadas a prestar o serviço durante o ano. Uma demanda que deu origem a contratos mais longos, que podem incluir até a instalação de verdadeiras academias de ginástica dentro dos condomínios. Tudo começa com despretensiosas aulas semanais, em que um professor pode dar perfeitamente conta dos alunos, com alguns poucos recursos como esteiras, alteres e caneleiras. O que acontece é que, muitas vezes, os sedentários viram "atletas" contumazes. A consequência é que o improviso fica sério. São inúmeros os condomínios que já se aventuraram em obras de porte para abrigar academias à altura das profissionais. A parte de infraestrutura pode ficar cara, mas a prestação do serviço em si não é nada do outro mundo. Normalmente, as mensalidades são bem menores do que as cobradas no mercado de fitness. Se o tratamento VIP é marca registrada das boas academias, nos condomínios, o atendimento é ainda mais pessoal. Os alunos, afinal, malham em casa, um luxo que facilita o acompanhamento do desenvolvimento de cada um. A vantagem é que a programação oferecida pode ser ajustada de acordo com a reação dos moradores. Se eles frequentam mais hidroginástica, há um reforço da atividade, enquanto outra pode até ser substituída por algo que tenha mais audiência. Em um condomínio em Niterói, onde é síndico, José Elias Cunha custou a convencer os moradores a contratar uma colônia de férias. Depois de alguma insistên-
cia, conseguiu convencer um grupo de 20 apartamentos dispostos a pagar pelo serviço. Uma empresa então foi contratada. A iniciativa deu tão certo que a procura foi aumentando e, em pouco tempo, moradores de 90 apartamentos já estavam participando, o que representa 90% de adesão, já que o prédio tem cem unidades. Cada um paga a bagatela de pouco mais de R$ 50. “Há pessoas de todas as idades nas atividades. Eu fiquei feliz porque, depois de tanto tempo tentando convencer os moradores, percebi que eles estavam felizes. É muito bom ver a motivação de pessoas que nunca tinham feito atividade física. Como sou militar, já estava habituado a ter cuidados com o corpo e a saúde e sabia dos benefícios. A ginástica foi o ponto forte da colônia, que tinha muito exercício na piscina, natação e hidroginástica. Nunca imaginei que uma colônia de férias fosse ter um resultado tão expressivo na mudança de vida de todo mundo”, diz José Elias. O sucesso já está dando frutos. Depois de reuniões e muito discutir sobre o assunto, os moradores se decidiram por um investimento de peso para ter uma academia de verdade. Arquitetos e engenheiros da mesma empresa que promove a colônia de férias deram início a estudos para a implantação de um centro de fitness, que será munido com o que existe de melhor em termos de equipamento. Os custos das obras foram estimados em R$ 300 mil, nada que tire o fôlego dos "atletas", que vão estipular uma cota extra para arcar com as despesas. A parte social é mesmo um apelo forte. Por isso, as empresas promovem eventos
e festas de confraternização. As palestras são outro atrativo e um bom pretexto para reunir toda a galera. Nutricionistas são chamados para dar dicas sobre dieta mais saudável, que vai potencializar os efeitos benéficos dos exercícios físicos, e atletas profissionais, alguns de renome, são convidados para estimular as pessoas que não tinham o hábito de praticar esportes. Mas não fica por aí. Quem já tem uma academia no condomínio pode inovar contratando pacotes de dança de salão, por exemplo, ou mesmo uma produtora para planejar um churrasco animado ou um torneio durante as férias. Em prédios com moradores de média etária mais alta, muitos veem no bailado uma transição mais suave para quem quer deixar para trás uma vida pacata e adotar uma rotina mais movimentada. É nesse público que o professor de dança e coreógrafo Cláudio Affonso está apostando todas as suas fichas. Ele é dono da Cláudio Affonso Cia. de Dança, criada há mais de cinco anos, que agora oferece seus serviços para condomínios. O esquema funciona mais ou menos como o da colônia de férias, com pagamento feito por meio de rateio entre os moradores. “Oferecemos a possibilidade de o cliente montar seu cardápio. Cobrimos todos os ritmos, salsa, tango, bolero... Junto com as aulas, levamos propostas de bailes e eventos, com direito a equipamento de som e iluminação para a prática dos alunos”, sugere Cláudio que, com experiência, não encontra dificuldade em dançar conforme a música. Saiba mais no site www. claudioaffonso.com.
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Síndico tem direito a férias, sim. Basta planejar Os cuidados que os condomínios precisam ter para não ficar à deriva e o período transcorrer sem problemas Super-herói que tudo sabe e resolve no imaginário dos moradores, o síndico também tem direito a férias. E precisa delas. Elas devem ser planejadas em dobro, muito mais do que se recomenda para qualquer mortal. O gerente geral da CIPA, Paulo Rocha, explica que tudo pode ser feito de forma tranquila, sem sobressaltos, e que as providências, na verdade, são medidas muito simples. Em primeiro lugar, o síndico deve conversar com o subsíndico sobre a decisão de se afastar por alguns dias e informá-lo, por exemplo, sobre eventuais pendências e pagamentos futuros. “Ele também não pode deixar de apresentar formalmente à administradora quem vai substituí-lo. Em geral, é o subsíndico, mas pode ser outra pessoa. No âmbito interno, deve preparar um checklist com as pendências. São ações simples que vão garantir a tranquilidade necessária para ele viajar e curtir suas merecidas férias. Nós sempre recomendamos que é importante o síndico esquecer um pouco o condomínio e curtir as férias. Mas é comum que alguns não consigam se desligar, que monitorem tudo pela internet, se as contas estão em dia ou se há inadimplentes, e até liguem para o porteiro querendo saber se está tudo bem no prédio”, diz Rocha. “Eles precisam saber que podem relaxar. O mais complicado é ter uma audiência judicial marcada para o período em que ele vai estar fora. Mesmo assim, é possível. Ele pode fazer uma procuração para outra pessoa representá-lo, sem problema algum.”
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Responsável por um condomínio grande, de 457 unidades, em Botafogo, William Rocha lança mão da experiência para lidar com imprevistos mesmo quando está viajando. O domínio dele sobre tudo que ocorre é grande. Sem subsíndico, ele conta com um conselho para ajudá-lo e um contador. De resto, é com ele mesmo. Na última vez em que tirou uns dias para descansar, despachou por celular com o advogado do condomínio no intervalo de uma audiência judicial em que se decidia sobre o caso de inadimplência de um morador. “Ele pediu ao juiz um intervalo de dez minutos e me ligou. Eu estava dirigindo de Aracaju para Aquidabã, onde fui visitar a família e participar da Festa de Santana, muito tradicional na cidade. Eu o orientei a fechar o acordo, porque tinha toda a história na cabeça. Inclusive, já estamos até recebendo os valores atrasados. Com a tecnologia, como internet e celular, fica muito mais fácil administrar a distância. É verdade que acabamos relaxando menos, mas não me aborreço”, conta William, dizendo que ficou apenas uns oito dias fora durante o mês de julho. William também dá outra dica que pode ser útil. Ele prefere não sair para viagens na última semana do mês, quando é preparada a folha de pagamentos e é atualizado o valor do condomínio. Em alguns feriados mais longos e durante o carnaval, quando se ausenta, o síndico Milton Francisco Godomiczer usa
William dá uma dica que pode ser útil: é preferível não sair para viagens na última semana do mês, quando é preparada a folha de pagamentos e é atualizado o valor do condomínio
todos os conhecimentos que adquiriu em cursos no Secovi ou na Abadi. Mas costuma brincar que o senso comum está certo: síndico não tem mesmo direito a férias. “É brincadeira mas não entendo por que algumas pessoas acham que o subsíndico não vai resolver. Eu tenho uma subsíndica que é muito participativa. Uma vez, estava em Nova York visitando minha filha que mora lá há alguns anos, uma das viagens que faço com alguma frequência, e uma moradora, pedindo mil desculpas, me ligou para falar sobre uma situação grave, pois tinham mexido no carro da filha dela. Evidentemente, não podia fazer nada sobre o assunto, realmente delicado, estando longe, e a subsíndica contornou a situação até minha chegada."
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da eSqueRda paRa a diReiTa: SauL cuSniR, anTonio maRcoS de oLiveiRa, moySeS aLveS e anTonio maRTinS da SiLva. eSTeS São aLgunS doS vencedoReS do pRêmio deSTaque Secovi Rio 2010
fEira sEcOVi riO DE cONDOmíNiOs 2010 rEcEbE mais DE 2 mil VisiTaNTEs NO cENTrO DE cONVENçÕEs sUlamérica
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Mais de 2 mil síndicos circularam pelo Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, nos dias 21 e 22 de setembro. Com o tema Soluções para o Dia a Dia, a feira procurou mostrar como a tecnologia pode trazer segurança, economia e conforto para os condomínios. O evento contou com o patrocínio da Caixa Econômica Federal e da Marítima Seguros e com o apoio da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) e da Fecomércio-RJ. Os outros apoiadores foram Banco Rio de Alimentos, Chácara Santa Clara e Senac Rio.
NOviDaDeS teCNOlÓGiCaS e eStatíStiCaS iNÉDitaS
Uma das surpresas deste ano foi o Espaço Inovadores, que apresentou alguns lançamentos com foco em gestão condominial. Os visitantes puderam ver novidades como sistema que fotografa a placa do carro e abre a cancela automaticamente após reconhecimento, cilindros que captam até quatro vezes mais energia do que as placas solares comuns e membranas que melhoram a qualidade da água originária do tratamento de esgoto ou de reaproveitamento de água da chuva, além de um sistema de exaustão para vasos sanitários que dispensa grandes intervenções no banheiro. Outro destaque foi o lançamento dos Indicadores Habitacionais, produzido pelo Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio, em parceria com a Abadi e a Fecomércio-RJ. Entre os dados apresentados no estande do Secovi Rio, vale ressaltar o que
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aponta o número de condomínios no estado: 33.497, sendo 94,46% residenciais. Segundo as pesquisas, existem, em média, 31 unidades por condomínio. Nos comerciais, a média é de 60; nos mistos, 50, e nos residenciais, 30. Ainda de acordo com os indicadores, a quantidade média de funcionários por condomínio é de 3,7. Além destes, outros dados relacionados a condomínios foram apresentados. Com tanta novidade para ver, nada mais adequado do que uma parada para relaxar. Dona Eurídice Matos, síndica de um edifício de oito andares no Maracanã, aprovou o Espaço Bem-Estar, no qual profissionais do Senac ofereciam, gratuitamente, serviços de shiatsu e massagem nos pés. “Em meu condomínio, os maiores problemas são os conflitos causados por vagas de garagem e barulho. Espero poder reunir informações para amenizá-los. Além disso, desejo encontrar produtos interessantes, mas baratinhos, porque lá no prédio a verba é curta”, brincou.
iNFOrMaÇÃO NUNCa É DeMaiS No primeiro dia da feira, o painel de palestras teve como foco o corte de gastos, uma das principais preocupações dos síndicos. Para falar sobre o assunto, um especialista bem conhecido de todos os brasileiros: o economista e engenheiro Luís Carlos Ewald, famoso pelo quadro Sr. Dinheiro, do programa fantástico. “Se o orçamento for benfeito, o condomínio nunca estará quebrado. Além disso, o síndico deve tentar educar financeiramente os moradores, estimulando a economia de água e energia elétrica, por exemplo. Fora que, para ser um bom síndico, a pessoa deve ter também a vida financeira pessoal equilibrada, afinal, ele vai lidar com os recursos de todos os condôminos”, disse Luís Carlos. Completaram o painel os debatedores Marcos Costa, administrador, que abordou o tema Gastos no Condomínio: como Prevê-los?; Melquisedec Ferreira, advogado, que falou sobre os cuidados com
a terceirização; e o empresário Luís Carlos Bulhões, que revelou as qualidades desejáveis em um bom síndico. No dia 22 de setembro, o tema Sustentabilidade deu o tom. O mediador Hélter Duarte destacou na abertura: “Emissão de carbono, efeito estufa, escassez de recursos naturais, degradação do solo, desperdício. O que esses e outros assuntos, que se ouvem todos os dias, têm a ver com a gente? Tudo. Tem tudo a ver com cada um de nós.” Em seguida, apresentaram-se Romualdo Aires, da Cosch Soluções Ambientalmente Sustentáveis, que esmiuçou o tema Sustentabilidade; João Luiz Maia, engenheiro ambiental, que discutiu sobre Gestão Integrada de Recursos Naturais; Regina Laginestra, da ONG Reviverde, que debateu a problemática do lixo e a coleta seletiva; e Nélson Kawakami, do Green Building Brasil, que versou sobre os prédios verdes. Todas as apresentações estão disponíveis no site da feira: www.feirasecovirio.com.br.
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SeGMeNtO eM eXPaNSÃO
CONheÇa OS GaNhaDOreS DO PrÊMiO DeStaqUe SeCOvi riO 2010 Preocupação com o meio ambiente, exercício da cidadania, zelo pela qualidade de vida em condomínios. Esses são alguns dos pilares que nortearam os candidatos da quarta edição do Prêmio Destaque Secovi Rio, criado para homenagear pessoas e empresas que se destacam no segmento imobiliário. Conheça os ganhadores.
melhor forma de identificar e receber bem os recenseadores. Já a secretaria, que prevê antecipação na epidemia de dengue este ano, buscou conscientizar sobre a importância de receber os agentes de saúde, o que facilita o combate ao vetor. O espaço contou com um microscópio no qual os visitantes puderam observar larvas, ovos e mosquitos da dengue. O encerramento se deu com a cerimônia do Prêmio Destaque Secovi Rio 2010, que homenageou síndicos, condomínios, empresas e jornalistas que se sobressaíram, contribuindo de forma positiva para a evolução do setor.
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Para o presidente do Secovi Rio, Pedro Wähmann, o sucesso da feira reflete uma tendência do setor: a de expansão do mercado de comércio e serviços imobiliários. “A feira ocorre em uma época de boas perspectivas, quando todo mundo está de olhos voltados para o Rio de Janeiro. Ainda temos muito a crescer nos próximos anos, e, com isso, a vida em condomínio também passará por transformações. Por isso, trouxemos nessa feira produtos e informações para facilitar e tornar mais eficiente a gestão dos senhores nesses novos tempos”, discursou. Outro ponto foram as parcerias inéditas com o IBGE e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, ambos com estandes na feira. O primeiro entregou aos visitantes fôlderes explicativos para orientar sobre a
maRia TeReSa mendonça diaS, diReToRa da cipa e vice-pReSidenTe financeiRa e de deSenvoLvimenTo do Secovi, no momenTo da enTRega de um doS pRêmioS
gestão do sÍndiCo Prêmio de R$ 5 mil para o primeiro colocado. Todos receberam troféus e certificados. 1º lugar: Carlos antÔnio bottino – Condomínio iaraquã (Campo grande) Entre as ações mais recentes, destaque para a implantação de um curso comunitário de computação que atende moradores, funcionários e até vizinhos. A inclusão da coleta seletiva também veio em boa hora: a venda do material beneficia os empregados.
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2º lugar: antÔnio Martins da silva – Condomínio imperatriz (ramos) Em apenas 18 meses, empreendeu nada menos que 36 ações, entre elas se destacam a construção de um vestiário para os funcionários e de mais um banheiro no playground; a instalação do sistema de vigilância eletrônica com 16 câmeras; a reforma da churrasqueira e do salão de festas; a instalação de gradil na frente do condomínio e de um gerador que é acionado automaticamente quando falta luz, iluminando escadas e corredores. Martins não esperava ganhar o prêmio, mas admite que realmente sua a camisa para que seu condomínio fique cada vez melhor. “Alguns até acham que gasto muito, mas o fato é que fizemos tudo isso com o dinheiro de um apartamento que foi leiloado por dívida de condomínio. Não estipulei uma cota extra sequer”, ressalta ele, que conta com a CIPA para ajudar a administrar o seu condomínio. Fato mesmo é que os investimentos do síndico já se refletem no aumento do valor de venda dos apartamentos, pois, notoriamente, o patrimônio comum está muito mais valorizado depois das melhorias implementadas por ele. 3º lugar: MoYses alves – edifício barão de Pinhal (Piedade) Com base nos ensinamentos do livro uma vida com propósitos, realizou uma série de melhorias, entre elas a reforma da piscina e da quadra de esportes e a instalação de um sistema de segurança com câmeras digitais, além da individualização da medição de água, que gerou expressiva economia.
1º lugar: CondoMÍnio golden garden, botafogo Com uma ideia que nasceu de uma visita a Israel, em 2008, o síndico Saul Cusnir está instalando, nos apartamentos, 264 privadas com duplo acionamento, o que vai gerar expressiva economia de água. Além disso, construiu um sistema de captação de água da chuva com capacidade para 8 mil litros. Uma adaptação no sistema de rega do jardim também está gerando economia. 2º lugar: CondoMÍnio do ediFÍCio MuniCiPal, MuniCiPal Centro Em uma ação inédita, o administrador do Edifício Municipal, Antônio Marcos de Oliveira, idealizou a construção de um alojamento para a Guarda Municipal, para reforçar a atuação dos guardas no local e garantir melhor aproveitamento da jornada de trabalho desses profissionais. Com essa facilidade, ficou mais eficiente a repressão ao comércio ambulante no Centro da Cidade e toda a população saiu ganhando. 3º lugar: CondoMÍnio Fazenda Passaredo, taquara Entre as ações relatadas pela presidente da associação de moradores Magali Valentim, destaque para o projeto de alfabetização de adultos, que atende funcionários do condomínio e empregados das residências. Alguns números também impressionam: 23 mil quilos de composto orgânico produzidos desde 2007 e cerca de 930 litros de óleo de cozinha usado coletados na campanha Óleo Sustentável.
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CondoMÍnio Cidadão O primeiro colocado ganhou R$ 10 mil, valor a ser investido no projeto vencedor. Todos receberam troféus e certificados.
MÍDIA A primeira colocada ganhou uma viagem para Cancun (México), com acompanhante. Todos receberam troféus e certificados.
FORNECEDOR/PRESTADOR DE SERVIÇO Todos os finalistas ganharam troféus, certificados e divulgação na mídia.
1º lugar: Luciana Calaza, O Globo Como as mudanças climáticas globais vão afetar as moradias no Rio de Janeiro? Com a intenção de responder essa pergunta, a repórter e editora Luciana Calaza, do caderno Morar Bem, escreveu, com a colaboração das colegas Isabel Kopschitz e Ystatille Gondim, uma série de três reportagens focadas nos temas Construção, Arquitetura e Jeito de Morar.
1º lugar: AGD Tecnologia em Segurança Digital Ltda. Há cinco anos no mercado, a AGD vem justamente ao encontro dessa questão, atuando na área de serviços e de sistema de segurança residencial, patrimonial e comercial. Elabora projetos, fornece equipamento, instalação e treinamento para os responsáveis pelo uso da tecnologia e efetua também a manutenção.
2º lugar: Flávia Monteiro, O Globo Publicada no jornal O Globo em 15 de novembro de 2009, a matéria “Patrimônio a descoberto”, da repórter Flávia Monteiro, fez o alerta: os prédios tombados ou mesmo preservados estão desprotegidos porque bancos e grandes seguradoras se recusam a fazer seguro desses imóveis. 3º lugar: Maria Clara Serra, Extra Em 27 de junho de 2010, no suplemento Extra Imóveis, do jornal Extra, a matéria “Mapa da mina dos imóveis”, escrita por Maria Clara Serra, revelou aos leitores uma realidade do mercado imobiliário até então pouco conhecida: áreas como Zona Oeste, Baixada Fluminense e Zona Norte estão experimentando valorização inédita de seus terrenos e, consequentemente, dos imóveis.
2º lugar: Guia Síndico S/A O Guia Síndico S/A nasceu em 2006 com a ideia de proporcionar soluções completas para produtos e serviços para os síndicos fluminenses. São 35 mil exemplares distribuídos gratuitamente em todos os bairros da Zona Sul, além de Barra, Recreio, Jacarepaguá, Tijuca, Centro e Niterói. O guia oferece fornecedores em todas as áreas, entre elas limpeza, segurança, reforma, eletrônica, jardinagem, decoração e hidráulica. 3º lugar: Setov Indústria e Comércio Ltda. Fundada em 1948, a Setov, especializada em hidráulica, destaca como principal diretriz perante os clientes a preocupação com o rigoroso controle de qualidade. O cuidado com a criação dos equipamentos, aliado à experiência dos colaboradores no setor de bombas hidráulicas, fez com que a empresa se consolidasse no mercado.
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História por Milton Teixeira
O Aqueduto da Carioca, mais conhecido como Arcos da Lapa, representou a mais importante e útil obra realizada pelos portugueses durante o período Colonial na cidade do Rio de Janeiro. Dos muitos rios e córregos existentes na cidade do Rio de Janeiro, desde 1503, os portugueses já haviam elegido as águas do Rio Carioca como as mais puras para beber. Ao que consta, a mesma opinião era compartilhada pelos índios, que afirmavam ficarem bonitas as mulheres que nelas se
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banhavam. Também corria a lenda que quem bebesse de suas águas ficava com boa voz para cantar. O nome “Carioca” fora dado por volta de 1503, quando, em um de seus braços, próximo ao Morro da Viúva, os portugueses edificaram uma casa de feitoria, apelidada pelos índios tamoios de “Cari-Óca” (“Casa de Branco”). Onde existiu essa casa, desaparecida já no século XVII, hoje está um prédio moderno na atual esquina da Rua Cruz Lima com a Praia do Flamengo.
No século XVII, os índios apanhavam água na nascente do Rio Carioca, lá no Silvestre, na falda do Corcovado, e levavam-na para vender na cidade, aos brados de I! I! (água, água em tupi). Ainda no mesmo século, tal serviço passou a ser feito por negros escravos com idêntico brado. Sua nascente ainda hoje tem o romântico nome de Mãe D`Água, que é a tradução do primitivo tupi “Iara”. Datam ainda das primeiras décadas do século XVII as primeiras tentativas de ca-
nalizar essa água até a cidade. A Câmara de Vereadores tentou, em 1633, contratar um serviço de canalização, mas usaram canos de madeira na obra, que, por motivos óbvios, apodreceram. Chegou a ser erguida, em 1657, enorme caixa-d`água, que hoje é a esquina das Ruas Treze de Maio e Senador Dantas. A guarda que tomava conta de tal água era formada por velhos e estropiados, daí o apelido inicial dessa via, que era conhecida como Rua da Guarda Velha, tomando o nome atual de Treze de Maio após a Abolição. No local da caixa está hoje o bonito Edifício Municipal. Em fins do século XVII, reiniciaram as obras, mas com a necessidade de investimento em fortificações, tudo parou por mais 50 anos. Depois da invasão francesa de 1711, ficou patente a necessidade de haver um sistema de canalização que abastecesse a cidade, que, se fosse cercada por tropas inimigas, ficaria sem água. No ano de 1712, o engenheiro Manuel dos Reis Couto apresentou o projeto de um aqueduto de alvenaria de pedras; o governador Francisco Xavier de Távora, para obter verbas para a realização das obras, criou um imposto sobre os barris de vinhos importados de Portugal, que chamou de "subsídio literário" (o literário aí, no caso, significa “litros”). Em 1719, as obras ganharam novo alento com a gestão do governador Ayres de Saldanha e Albuquerque (1719-26), que substituiu a mão de obra escrava por
índios assalariados emprestados pelos jesuítas. Esses índios recebiam alguns tostões, bem como tecido para confeccionar roupas. O rei de Portugal, D. João V (170750), diversas vezes admoestou Ayres de Saldanha para que parasse as obras e investisse o imposto arrecadado em fortificações, mas Saldanha, corajosamente, ignorou as ordens régias e levou-as adiante, haja vista a necessidade de água na cidade. Já em 1726, era inaugurado o novo aqueduto, que, sob todos os aspectos, era espetacular e lembrava muito o que D. João V estava erguendo em Águas Livres, Lisboa. Começava no Silvestre, com enorme caixa-d`água de alvenaria (que ainda existe, próximo à nascente do Carioca, no fim da atual Rua Almirante Alexandrino), descia, então, um cano com dois metros de altura, todo de pedra e que ocupava um lado completo da rua (existem trechos dele ainda hoje), passava por debaixo da Capela
do Desterro (hoje Convento de Santa Teresa, inaugurado em 1750), dali o cano prosseguia por arcos de alvenaria até o Morro de Santo Antônio, onde, depois de abastecer o convento franciscano, descia por rampa até o largo que depois se chamou "da Carioca", terminando em formoso chafariz barroco de pedra, com 16 carrancas, também de pedra, que vertiam água. A obra, feita às pressas, logo começou a rachar, além do que, o trajeto dos dutos de água dava muitas voltas, chegando à cidade com pouca pressão. Pouco mais de dez anos depois de inaugurado, o aqueduto precisava de total reconstrução. Alguns anos depois, em 1738, o general Gomes Freire de Andrade, conde de Bobadela, governador da capitania do Rio de Janeiro (1733-1763), mandou ampliar o aqueduto por intermédio de seu engenheiro, o sargento Mór José Fernandes Pinto Alpoim, que lhe deu configuração, traçado
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e dimensão atuais, com 42 enormes arcos de alvenaria que sustentavam o poderoso cano de pedra. Terminou a reconstrução em 1744, tendo Gomes Freire inaugurado uma placa de mármore num sopé do aqueduto a qual ainda lá se acha. Pequenas obras continuaram a ser feitas até a administração do vice-rei conde de Rezende (1790-1801), na qual foi coberto o dito cano d`água por laje de pedra. Já depois da Independência, o velho chafariz do Largo da Carioca foi demolido em 1830, sendo substituído por um de madeira que pouco durou, sendo depois erguido, em 1840, outro chafariz de pedra, com 40 torneiras, e que durou até 1926, sendo então definitivamente arrasado. Ficava exa-
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tamente onde hoje está o respiradouro da estação do Metrô Carioca, perto do edifício da Caixa Econômica Federal. O aqueduto foi reformado em 1878, quando então ampliaram um dos arcos, justamente o que passava sobre a Rua dos Arcos, para melhorar o trânsito. Em 1906, ampliaram o outro arco sobre a Avenida Mem de Sá, que então estava sendo aberta pelo prefeito Francisco Pereira Passos (1902-1906). O governador do Estado da Guanabara Carlos Lacerda restaurou esses arcos às dimensões originais em 1965. Tão resistente era o aqueduto que foi transformado, em 1896, em viaduto de bondes da Companhia Ferro Carril Carioca, pelo qual passou o primeiro bondinho
elétrico em 1º de setembro. Desde aquela época, deixou de transportar água. Durou 170 anos como aqueduto. Hoje, 114 anos depois, o aqueduto, agora viaduto, ainda os suporta. No ano de 1938, o Sphan tombou os Arcos da Carioca. Mesmo assim, alguns anos depois, urbanistas pouco afeitos a nossa história propuseram sua demolição conjuntamente com o arrasamento do Morro de Santo Antônio, quando então enfrentaram a resistência decisiva do presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, o engenheiro arquiteto Firmino Fernandes Saldanha (1906-1985), que se sagrou vencedor depois de longa batalha judicial. Ironia das ironias, Saldanha descendia, em linha direta, do governador Ayres de Saldanha e Albuquerque, o homem que tornou os arcos uma realidade.
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EConoMia por FáBio aranha
DEspErDíciO DE ENErgia NOs ElEVaDOrEs
divuLgação
Um estudo realizado na União Europeia com o objetivo de melhorar a performance energética dos elevadores e das escadas rolantes mostrou que é possível reduzir o consumo de energia daqueles em mais de 65%, ou seja, economizar 11 trilhões de kWh ou evitar a emissão de 4,9 Mtons de CO2 para poupar nosso planeta. O projeto mediu por 30 meses o consumo de energia elétrica de diversos tipos de elevador. Além de avaliar vários tipos de máquina, a pesquisa foi realizada considerando diferentes aplicações: edifícios residenciais, condomínios comerciais, escolas, hotéis, prédios públicos etc. O estudo – batizado de E4 - Elevadores e Escadas Rolantes de Eficiência Energética – foi patrocinado pelo programa da Comissão Europeia de energia inteligente. Das conclusões apresentadas, muitas podem ser aplicadas a situação dos elevadores no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro. As motivações para esse trabalho se deveram principalmente: ao aumento significativo do consumo de energia elétrica (10% a.a.); à quantidade de elevadores e escadas, que aumenta mais que a população, especialmente em razão do envelhecimento das pessoas e da conscientização para a necessidade de acessibilidade e viabilidade comercial com a redução do custo do equipamento; à expansão da área construída; ao consumo do elevador, que representa de 3% a 10% do total de energia gasto em um edifício.
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DIVULGAÇÃO
Não podemos deixar de salientar que há variações muito grandes, graças à diversidade de casos possíveis, mas em linha geral, as diretrizes para poupar energia e preservar o meio ambiente se convergem. As aferições de consumo foram realizadas sob duas situações: com elevadores em movimento, quando foi medida a energia para transportar cargas, e o gasto com o elevador parado, porém, em modo stand-by – o consumo em stand-by pode superar o de um equipamento em operação quando este é pouco usado, por exemplo, como em edifícios residenciais pequenos com pouco movimento. De qualquer forma, é bem significativo na maioria dos casos. Basta ver que as lâmpadas da cabina, o quadro de comando, os ventiladores, a sinalização etc. ficam ligados 24 horas por dia. E o motor do elevador, apesar de muito mais potente, muitas vezes fica em funcionamento por um total aproximado de 3-4 horas por dia. O estudo considerou que o elevador de um edifício residencial realiza, em média, 100 mil viagens por ano; já em um prédio comercial, cerca de 200 mil; e em um hotel, até 300 mil viagens no mesmo período. Os elevadores mais antigos e que não foram modernizados, de modo geral, consomem bem mais energia quando comparados com os que utilizam tecnologias mais modernas. As principais formas de redução do consumo de energia apontadas foram:
iluminação de cabina com lâmpadas LED ou com sistema de desligamento automático quando não utilizado (método ainda não permitido pela norma brasileira); sistema inteligente que desliga ventiladores e outros componentes quando o elevador está há algum tempo sem uso; comandos eletrônicos que não possuem uma série de relés (como os antigos), que ficam energizados enquanto o elevador permanece parado; comandos computadorizados com estratégia de atendimento que otimizam as viagens, mesmo quando os usuários apertam vários botões de chamada; acionamento de motor com inversor de frequência, que reduz picos de corrente nas partidas do motor; máquinas e motores mais eficientes.
Custo da energia O custo médio na Europa é de 0,15 euros/kWh. Já no Brasil, mesmo com as hidrelétricas, temos, por exemplo, no Rio de Janeiro (Ligth), R$ 0,29 + impostos = 56% (ICMS, PIS, Cofins) = R$ 0,44 (= 0,20 euros). O consumo médio de um elevador é de 600 kWh a 16 mil kWh ao ano, com o custo de R$ 252 a R$ 6.720, resultando numa média dos elevadores medidos no estudo
Fabio Aranha: “Os elevadores mais antigos e que não foram modernizados, de modo geral, consomem bem mais energia quando comparados com os que utilizam tecnologias mais modernas”
de 3.700 kWh, ou seja, R$ 1.554 ao ano por cada equipamento. Mesmo na Europa, a maioria dos proprietários e administradores de edifícios contatados durante a campanha não estava plenamente consciente das soluções técnicas exequíveis para a economia de energia no uso de elevadores e seu impacto sobre os custos da energia global do edifício. É possível que as informações deste artigo sobre quanto cada elevador gasta e as opções de equipamento mais eficiente não sejam conhecidas pelo público, nem mesmo pelos administradores dos edifícios. Tal falta de informação é uma dificuldade para a implantação de soluções mais eficientes. o autor é Engenheiro pela Poli-USP, sócio fundador da Infolev, empresa brasileira especializada no desenvolvimento de tecnologias de automação em transporte vertical, e ex-presidente do Sindicato das Empresas de Elevadores do Estado de São Paulo.
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Imóveis ESPECIALISTAS EM NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS
A inadimplência é um problema que sempre assusta os síndicos. Não tem jeito. Parece um fantasma a rodear o condomínio. Uma vez que um morador, ou moradores, deixa de pagar suas cotas em dia, é problema na certa, já que as contas não param de chegar: luz, água, salários dos funcionários etc. O pior é quando o inadimplente é o inquilino. Mas é bom o síndico estar atento, nesse caso: o condomínio não pode cobrar diretamente dele, uma vez que a relação jurídica é com o proprietário. Se alguém tiver que ser cobrado, este é o proprietário. Alguns síndicos até acham que podem proibir o acesso dos inadimplentes a determinadas partes do condomínio, mas é bom saber que não se podem limitar os serviços ou restringir o direito de acesso deles às áreas comuns, como playground, piscina, sauna etc., quer sejam eles proprietários ou inquilinos. Outra questão que gera dúvida: se o inquilino receber uma multa por infração ao regulamento interno e não pagar, o condomínio pode cobrar do proprietário?
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Segundo Amauri Soares, gerente de Locação da CIPA, “Sim, ele pode cobrar, e o proprietário deve pagar para depois então entrar na Justiça com uma ação de regresso contra seu locatário”, afirma. Mas todo cuidado é pouco, alerta Soares: “O síndico, em nome do condomínio, tem o direito de acionar o proprietário na Justiça para que ele pague sua dívida com multa e juros e pode, inclusive, proibir a participação deste em assembleias (artigo 1.335 do Código Civil), mas não cercear seu direito de ir e vir, o que é capaz de acarretar ações de indenização moral ou material por parte do devedor”, esclarece. Em todo caso e para resolver uma série de pendências antes mesmo que elas cheguem a virar problema, é fundamental a assessoria de uma boa administradora. “Muitas vezes, uma conversa com algum esclarecimento e orientação impede até a multa. Temos diversos casos aqui nos quais nossa interferência resolveu a questão. A postura da CIPA é sempre de tentar solucionar os problemas da melhor forma”, conclui o gerente.
amauRi SoaReS, geRenTe de Locação da cipa
veja o que diz o Código Civil em seu artigo 1.335: “São direitos do condômino: i. usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; ii. usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores; iii. votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite.”
eStatíStiCaS De iMÓveiS OFertaDOS POr tiPO iMÓvel alUGUel 14% 15% 17%
30% 24%
APART. (2 QUARTOS)
369
SALA
293
CASA
209
APART. (3 QUARTOS)
176
LOJA
167 485
OUTROS
total 1.699
POr BairrO iMÓvel alUGUel
POr tiPO iMÓvel veNDa 20% 10% 10% 14%
26% 20%
CASA
672
APART. (2 QUARTOS)
519
APART. (3 QUARTOS)
349
COBERTURA
268
TERRENO
246
OUTROS
522
4% 3% 6% 7% 25%
55%
OUTROS
938
BARRA DA TIJUCA
416
CENTRO
119
RECREIO
97
COPACABANA
72
TIJUCA
53
total 2.576
POr FiNaliDaDe
POr BairrO iMÓvel veNDa 5% 5% 6% 11% 27%
1.156
OUTROS BARRA DA TIJUCA TAQUARA
45%
COPACABANA RECREIO FREGUESIA
total 1.695
697
VENDA
2.578
295
ALUGUEL
1.701
151 151 124
40% 60%
TEMPORADA
14
LANÇAMENTO
16
total 4.309
total 2.574 fonTe: abadi
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Manutenção
Condomínio nos trinques A limpeza eficiente das partes comuns é fundamental para o bem-estar de todos Antônio Martins da Silva, síndico do condomínio Imperatriz, no bairro de Ramos, se considera um chato. Há 18 meses exercendo a função no prédio misto de 49 unidades administrado pela CIPA, ele é um chato no bom sentido. Preocupado com a limpeza da portaria e das demais partes comuns, faz questão de inspecionar, diariamente, o serviço dos dois faxineiros. “O prédio fica em uma rua movimentada, o que gera bastante poeira. Por isso, preciso ficar alerta; os moradores fazem questão de tudo bem limpo.” E olha que são muitos os moradores a agradar: cerca de 190 pessoas. Além de coordenar a limpeza diária do piso da portaria e das peças que compõem a decoração do espaço, com cerca de 30 metros
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quadrados, Antônio verifica corredores, escadas, cinco banheiros e dois elevadores. O gasto mensal com o kit de limpeza, composto de sabão em pó, detergente, esponja de aço, desinfetante, cera, saco de lixo, papel higiênico, sabonete e outros itens, fica em torno de R$ 300. O síndico é tão aplicado que concorreu pela segunda vez ao Prêmio Destaque Secovi Rio, na categoria Gestão do Síndico. E acabou levando o troféu de vice-campeão, em uma cerimônia realizada na Feira Secovi Rio de Condomínios 2010, em 22 de setembro, no Centro de Convenções SulAmérica. Exemplo de eficiência e dedicação, ele realizou, em um ano e meio de atuação, nada menos que 36 ações, entre
elas a construção de um banheiro externo para os frequentadores do playground. “Os únicos banheiros disponíveis para os condôminos se encontravam dentro do salão de festas, que fica fechado. A criançada acabava urinando nos muros, o que gerava sujeira e mau cheiro”, conta.
Preço que cabe no bolso
De acordo com Jackeline Rangel, sócia-gerente da StarBril, empresa especializada em artigos de limpeza, o custo mensal com os itens de faxina que não podem faltar no condomínio não fica muito longe do que indicou o Sr. Antônio. Os mais importantes são desinfetante (5 litros a R$ 16), fardo com rolos de papel higiê-
nico (R$ 23), sabonete líquido (R$ 80, para dois banheiros), detergente para limpar o chão (5 litros a R$ 9,50), hipoclorito de sódio (5 litros a R$ 8), vassoura (R$ 5,80), rodo (R$ 4,80), pá de cabo longo (R$ 4,50), fora os baldes, os panos de chão, a cera, o lustra-móveis, o limpador de vidros, os polidores de metais etc. Jackeline reforça que é preciso ler atentamente o rótulo de cada produto, a fim de conhecer as propriedades químicas e formas de uso. É importante prestar atenção no uso de luvas e máscaras. “Em muitos condomínios, o sabão em pó acaba sendo utilizado para a limpeza do chão, o que é ineficiente porque o produto não limpa, apenas faz espuma”, orienta, lembrando que o custo médio mensal de uma cesta de produtos básicos para um condomínio de médio porte não chega a R$ 1 mil. Para os mais preocupados com o meio ambiente, aí, sim, é preciso abrir a carteira. Afinal, itens como lixeiras para coleta seletiva custam cerca de R$ 120 (unidade com 50 litros). E são necessárias quatro delas, uma para cada tipo de material. Um contêiner para o lixo de 240 litros sai a R$ 310. Já o carrinho multifuncional, aquele comum nos hotéis e hospitais, no qual os faxineiros colocam todo o material, evitando idas e vindas ao estoque, custa R$ 650. A empresa faz entrega sem custo.
Na Nova Rio, a gestora Nelice Bouças ensina as alunas a cuidar bem dos condomínios na Escola de Limpeza
A importância do treinamento Em uma sala de aula na Nova Rio, especializada em terceirização de mão de obra, treinadores recriam cenários reais para ensinar diversas técnicas de limpeza, conservação, atendimento ao cliente, recepção e outros serviços. Equipamento de alta tecnologia e produtos de primeira servem como material de estudo para as alunas, muitas delas contratadas para atuar em limpeza de condomínios. “Os recém-contratados pela Nova Rio recebem treinamento em limpeza predial três vezes na semana. Além disso, os profissionais participam de uma reciclagem anual. Se o cliente solicitar, realizamos novos treinamentos ao longo do contrato”, explica Nelice Bouças, superintendente responsável pela Escola de Limpeza, núcleo de treinamento da empresa. A orientadora reforça que, antes de começar a trabalhar em um condomínio, o profissional recebe treinamento específico, levando-se em consideração o espaço físico do prédio. “Uma equipe de treinamento vai ao local, analisa o espaço, fotografa e leva as informações para a Escola de Limpeza.” Nelice completa que os faxineiros aprendem ainda a usar os produtos corretamente, de acordo com um conceito de gestão da qualidade. “É preciso conhecer as características de cada produto, saber o que pode ser utilizado no chão ou nas paredes, por exemplo, formas de armazenamento, que equipamento de proteção usar. Muitos síndicos, por desconhecer os produtos, acabam não sabendo orientar os empregados, o que pode acarretar sérios problemas”, diz Nelice.
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Patrícia Guerra, síndica de um condomínio administrado pela CIPA no Recreio, conta com a ajuda da faxineira Simone
Por onde começar?
A representante da Nova Rio recomenda aos síndicos começar a limpeza pela portaria, afinal, ela é o cartão de visitas do condomínio. O piso da entrada é muito importante porque é o primeiro a ser observado por moradores e visitantes. Cuidado especial com os banheiros, em razão do acúmulo de bactérias. Elevadores e lixeiras completam a lista de locais que devem estar sempre higienizados. Excluindo a madeira, em todas as superfícies podem ser utilizados detergentes, desinfetantes e sabão em pó. Guilherme Kuhnert, da Madalenense, também do ramo de terceirização, enume-
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Jaqueline rangel, da empresa starbril, reforça que é preciso ler atentamente o rótulo de cada produto, a fim de conhecer as propriedades químicas e formas de uso
ra as vantagens desse tipo de contratação: “Libera-se o tempo do síndico no acompanhamento de outras responsabilidades maiores, já que o serviço de limpeza é feito por pessoal treinado.” O executivo lembra que o empregado que não corresponde às expectativas do síndico é transferido sem quaisquer ônus. “E ainda há a questão burocrática, o gestor fica livre de cuidar de documentos, guias de pagamento, compra de vale-alimentação e vale-transporte, uniformes, pagamento de impostos etc.”
O poder feminino
A jovem síndica de primeira viagem, Patrícia Guerra, com apenas 31 anos, já
tem a responsabilidade das mais experientes. Junto da faxineira Simone ela faz questão de deixar tudo na mais perfeita ordem no prédio de três andares e 10 apartamentos administrado pela CIPA e localizado no Recreio dos Bandeirantes. Diariamente, Simone varre e passa pano em todos os corredores e na portaria. Ela também recolhe o lixo em cada andar, uma vez que o duto coletor foi fechado para evitar a proliferação de pragas urbanas. Os mármores das escadas também ganham atenção especial. “Acho que, culturalmente, a mulher é mais zelosa com a limpeza, fica mais atenta aos detalhes”, afirma Patrícia, que assumiu a função em
O jeito certo de limpar
o síndico Antônio Martins da Silva que ficou em 2o lugar no prêmio destaque secovi rio, na categoria gestão do síndico, monitora diariamente todas as áreas comuns: “Não deixo passar nada”
fevereiro deste ano. Como não tem área de lazer, o trabalho fica menos complexo. A lista de produtos comprados mensalmente inclui cloro, sabão em pó, limpa-vidro, álcool, desinfetante, pano de chão, esponja e outros itens do dia a dia. O custo, que era de R$ 300 ao mês na gestão anterior, caiu 10 vezes: para apenas R$ 30. “Tem que pesquisar, pechinchar mesmo. Peço a ajuda de meu marido e vamos ao supermercado, onde encontramos variedade e preços em conta. E eu adoro essa tarefa, me sinto útil, zelando pelo bem comum”, comenta a moça, que exerce a profissão de atriz.
Uma faxina malfeita pode degradar o patrimônio e as áreas comuns do edifício e a negligência no manuseio de certos produtos químicos pode causar acidentes graves. Para não cair nessas armadilhas, confira pontos importantes quando o assunto é limpeza: Produtos ácidos aplicados em pisos com frequência prejudicam o rejunte e a manta impermeável, causando vazamentos e até prejuízos à impermeabilização; Produtos químicos para limpeza e conservação da água da piscina não devem ser estocados embaixo da churrasqueira; Produtos químicos para diversas finalidades não devem ser estocados uns sobre os outros, porque, em caso de vazamento, pode ocorrer reação química de graves consequências; Funcionários da faxina não devem trabalhar sem luvas de látex, óculos de proteção e botas; Recrutar zeladores treinados para coordenar e supervisionar o trabalho, evitando que se gaste muito mais material de limpeza do que o necessário, gerando desperdício. Serviço: Nova Rio - (21) 3461-8555; Madalenense - (21) 2283-3146; StarBril - (21) 3194-0004.
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ManutEnção
Pisando com classe CONHEÇA DICAS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO QUE VÃO DEIXAR O PISO DO CONDOMÍNIO UM BRINCO Não tem jeito: ao entrar no prédio todo mundo olha para o chão. Pode até ser força do hábito, um movimento natural da cabeça, mas em muitos casos a olhadinha tem também a intenção de verificar a limpeza e a conservação do piso. Por isso, cuidar dos locais por onde andamos é fundamental, sejam eles na área externa ou dentro da portaria e nos corredores. Nas áreas externas, o tipo de piso mais comumente utilizado, de acordo com o engenheiro Orlando Sodré, consultor do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), é o cimentado, em razão da fácil execução da obra e do baixo custo. Mas há o outro lado: o material mancha e solta uma poeira mui-
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to fina por causa do desgaste e da abrasão. Para evitar esses transtornos, pinte o piso com tinta à base de borracha clorada, o que aumentará a resistência ao atrito, facilitando ainda a lavagem. Também ajuda aplicar produto impermeabilizante à base de resina epóxi ou poliuretânica, para fechar os poros, endurecer o piso e dificultar a ocorrência de manchas. Outro tipo muito comum de piso em áreas externas é a lajota. Para deixá-la com cara de nova, primeiro lave-a com água e sabão, retirando manchas e material solto. Aplique cera líquida incolor ou na cor do piso, dando brilho pelo menos uma vez por semana. Lustre a superfície com uma enceradeira após
duas horas da aplicação da cera. Se a lajota estiver muito opaca, é bom utilizar óleo automotivo queimado – espalhe-o com uma estopa por toda a área e deixe secar durante um dia. Depois é só executar o mesmo tratamento citado anteriormente.
O radialista euládio Belisário, que também é síndico, gastou R$ 130 mil com a obra na portaria
Do lado de dentro
Com o lado de fora do condomínio em dia, é hora de pensar nos espaços internos, como portarias, corredores, playgrounds, salões de festas etc. Uma das opções mais comuns, segundo Sodré, é a ardósia, que não se recomenda utilizar em áreas externas por ser lisa e esquentar com facilidade. Isso sem falar que exige manutenção constante, uma vez que mancha. “O ideal é aplicar resina epóxi para fechar os poros e impermeabilizar, mas isso deixa o piso ainda mais liso”, pondera o especialista. Para dar brilho e vida ao piso de ardósia, aplique uma solução de ácido muriático e água, na proporção de 1 para 10. Se for necessário,
raspe com espátula. Passe com uma estopa uma camada de óleo automotivo queimado por toda a área e retire o excedente com outro pano. Por último, aplique cera líquida incolor e lustre com enceradeira.
Os queridinhos
Também comuns nas áreas internas, mármores e granitos são dois dos materiais de que síndicos e os moradores mais gostam. É o que confirma Euládio Belisário, mais conhecido como Mário Belisário, o comunicador da manhã da Rádio Manchete. Síndico de um edifício de 12 andares e 24 apartamentos no Flamengo, o animado gestor recebeu dos moradores a
sugestão de mudança na portaria. “Nosso prédio tem 60 anos, precisávamos dar uma repaginada na portaria, que ganhou cara nova”, diz, com o vozeirão empostado. O custo da obra, que durou seis meses, foi de R$ 130 mil, e os moradores nem reclamaram da cota extra de R$ 300. “Além do projeto da portaria, construí, com a ajuda da comissão de obras, uma bem equipada área de lazer no terraço. Tudo feito com ampla pesquisa de preços e aprovação dos moradores em assembleia”, ressalta, acrescentando que a limpeza do granito é feita diariamente, mas sem uso de vassoura de piaçava ou similar que possa danificar o rejuntamento e riscar as belas superfícies polidas.
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Alternativas mais em conta
Nas áreas externas, o tipo de piso mais comumente utilizado, de acordo com o engenheiro Orlando Sodré, consultor do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), é o cimentado, em razão da fácil execução da obra e do baixo custo
Também fã da pedra, Moyses Alves, síndico de um condomínio de dois prédios no bairro da Piedade, resolveu substituir a ardósia na enorme portaria de 180 metros quadrados. Mas o projeto ainda está na fase de cotação de preços dos fornecedores. “O condomínio já tem 21 anos de vida, os moradores reclamam que está tudo antigo. Contratamos uma arquiteta que vai cuidar da modernização e do embelezamento do espaço”, conta o atuante síndico, que espera gastar R$ 30 mil com a intervenção.
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Moyses Alves atendeu à reivindicação dos moradores do edifício em Piedade e vai trocar o piso da portaria por granito
Se você joga no time de Moyses e Belisário, atenção: Orlando Sodré, o consultor do Secovi Rio, lembra que para manter os mármores e granitos sempre belos, deve-se encerá-los com cera líquida incolor específica para revestimento rochoso. Limpe a superfície com pano umedecido e sabão neutro. E nunca utilize detergente corrosivo, sapólio e similar, pois esses produtos atacam a superfície e deterioram o brilho. Importante evitar a queda de material pesado e pontiagudo.
Está pensando em trocar o piso mas está sem nenhum centavo no caixa? Cláudio Martins, diretor da Engeforma, recomenda a compra de porcelanato, que tem o metro quadrado em torno de R$ 80, em vez de mármore e granito, com preços entre R$ 200 e R$ 250 (o metro quadrado). Ele afirma que os tipos mais consumidos são os de cores claras, como cinza, branco e bege, considerados os mais elegantes. Sodré explica que o porcelanato polido é feito de uma massa porcelânica que recebe a decoração por meio de corantes. Não possui esmalte como revestimento na face superior, por isso é super-resistente e tem baixíssimo índice de absorção, ou seja, bastante impermeável. Para cuidar bem dele, recomenda-se a utilização de água com detergente neutro, produto de limpeza que não contenha ácido, itens à base de cloro (água sanitária) ou produtos específicos de limpeza para porcelanato diluídos em água na proporção 1:10.
A elegância da madeira Os pisos de madeira podem ser de taco ou assoalho de tábua corrida e antes de serem comercializados devem ser convenientemente secos, por exposição ao ar ou por processo em estufa e autoclave, que retira a umidade, mantendo-a em teores situados entre 6% a 14%. O ideal é que os pisos de madeira passem também por tratamento com produtos que combatam a infestação de cupins.
empenamentos e variações de dimensões das juntas. O piso de madeira também não deve ficar exposto à insolação direta, por isso utilize cortinas ou persianas como medida de proteção.
Pisos cerâmicos: os curingas do condomínio É o que faz a Elmaragon, com 17 anos de atuação no mercado de pisos de madeira e outros itens para construção. “A madeira que seca na estufa não empena, por isso, a durabilidade é bem maior. A garantia é de, pelo menos, cinco anos”, reforça Eduardo Parga, sócio-gerente da empresa, acrescentando que o preço do metro quadrado vai de R$ 99 a R$ 169, dependendo do tipo de madeira. Para manter o piso de madeira limpo, Orlando recomenda, para as resinadas (com aplicação de sinteco), o uso de aspirador de pó, vassoura de pelos ou pano macio e seco. Manchas e sujeiras mais persistentes devem ser removidas com flanela ligeiramente umedecida em água e sabão neutro. Se a rotina de limpeza for frequente, evite utilizar produtos prontos à venda no comércio que sugerem a diluição em grande quantidade de água, o que pode danificar o piso. Nunca utilize palha de aço, detergente químico e solvente, pois o uso contínuo desses produtos deteriora e retira a camada de resina que dá brilho e proteção à madeira. Evite água corrente ou pano molhado, que provoca
Os pisos cerâmicos podem ser aplicados tanto nas áreas externas como nas internas. São os mais utilizados, já que reúnem beleza, durabilidade e facilidade de manutenção e limpeza. Existem atualmente no mercado variedades de peças especiais até para calçadas, que são os antiderrapantes. Mas como cuidar deles?
Esses pisos, por terem uma camada de revestimento vítreo (esmalte), são de fácil manutenção, ou seja, requerem apenas lavagem com água e sabão neutro diariamente. Mensalmente ou semestralmente, conforme a circulação de pessoas, podem ser utilizados, como agentes de limpeza, detergentes ácidos ou básicos, como cloro ativo, na diluição 1:15, e produtos específicos, como detergentes levemente abrasivos, do tipo CIF saponáceo, para retirada de manchas. Serviço: Elmaragon – (21) 2436-9611 Engeforma – (21) 2295-7145
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Legislação por Luís Fernando Marin
A inexistência de aparatos, como salão de convenções, salão de festas ou quadra de esportes, pode implicar perda de atratividade do edifício no mercado, com início de ciclo de decadência econômica e deterioração do patrimônio comum e do patrimônio individualizado
Benfeitorias condominiais e o princípio do solidarismo Afortunadamente, a Constituição Federal de 1988, ao abandonar os antigos dogmas do individualismo e da preponderância da propriedade privada – que, determina a Carta Magna, deverá atender à sua função social – consagrou, já em seu art. 3º, inciso I, o chamado princípio do solidarismo1 ao afirmar que constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil “construir uma sociedade livre, justa e solidária”. Em fenômeno hoje denominado Direito Civil-Constitucional, os principais estudiosos das ciências jurídicas vêm destacando que o sistema civil brasileiro passou, desde então, por inegável mudança com a saída do Código Civil do local estratégico de “astro rei” de nosso “sistema solar” jurídico, dando oportunidade para que a Constituição Federal ocupasse tal espaço e papel. 74
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Como consequência, todos os negócios e as relações jurídicas de natureza patrimonial ou aqueles referentes ao exercício do direito de propriedade encontraram-se influenciados pelos princípios constitucionais, como o abordado no preâmbulo deste texto. Assim, ocorre, como melhor exemplo, com os contratos. Assim também ocorre e ocorrerá com as relações condominiais, pois é óbvio que também nesse importantíssimo microcosmo social que é o condomínio edilício, onde grande parte da população brasileira, hoje destacadamente urbana, mora ou desenvolve suas atividades profissionais, desejamos todos que a solidariedade reine entre os condôminos. Conforme o dicionário citado na primeira nota, a solidariedade consiste em “responsabilidade ou dependência
mútua entre duas ou mais pessoas”; “estado de duas ou mais pessoas obrigadas umas pelas outras e cada uma por todas”; “laço que une mutuamente duas ou mais coisas dependentes umas das outras”. Festejado jurista italiano que influencia sobremaneira os civilistas brasileiros fornece importantes subsídios para que se considere, de forma cada vez mais consistente, a aplicação do princípio do solidarismo às relações condominiais: “Pode-se falar de solidariedade em relação a comunidades intermédias, dos membros da família em relação à família, dos sócios em relação à sociedade, de um associado em relação à associação, de uma comunidade em relação à comunidade mais ampla da qual faz parte. A solidariedade com os fins de cada comunidade específica pode concernir o grupo menor e intermédio em relação ao maior, como o Estado, ou exaurir-se no âmbito do grupo intermédio com prejuízo de pessoas que não fazem parte dele. Ela pode significar correlação, fraternidade entre os membros de uma mesma comunidade, mas também posição egoísta em relação a quem não faz parte dela ou a quem é membro de uma comunidade concorrente. Essa forma de solidariedade com os objetivos da comunidade não é aquela à qual faz referência o Texto Constitucional, que supera o mito do fim superindividual, não concebendo um interesse superior àquele do pleno desenvolvimento do homem. Este último constitui princípio fundamental de ordem pública.”2 Que a moradia ou o desenvolvimento de atividades profissionais em condomínios implica responsabilidades e obrigações mútuas não é preciso salientar. Tampouco, que
a lógica de todas as legislações que em nosso país abordaram a matéria é a de privilegiar o interesse da maioria, com, entretanto, sentimento de preservação dos interesses das minorias, a fim de evitar o esmagamento delas pelos que compõem a tendência majoritária de visão acerca de determinado assunto, dentro de um prédio. Contudo, fato é que a aplicação prática do princípio do solidarismo às relações condominiais vem fazendo com que cada vez mais, em determinadas situações, analisando-se casos concretos, identifiquem os magistrados que o respeito ao desejo das minorias, mesmo se amparado em certa regra legal ou convencional, implicará agudo e injustificável sacrifício das maiorias, impedindo, em certas ocasiões, progresso de toda a comunidade que, ainda que por via oblíqua, beneficiará a todos os condôminos. A aplicação do referido “princípio do solidarismo condominial” às questões que versam sobre a aprovação de obras nos condomínios permite profundas reflexões com o impacto nas conclusões a que se pode chegar a respeito dos critérios para realização de benfeitorias úteis, necessárias ou voluptuárias. Segundo o art. 1.341 do Código Civil, “a realização de obras no condomínio depende: I - se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos; II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos. § 1o As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas, independentemente de autorização, pelo síndico ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer condômino.
Mas em que consiste a solidariedade? Como esse princípio pode ser aplicado às relações condominiais? por Luís Fernando Marin
Doutrina social que tem por base a solidariedade, conforme precisa definição do Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa, Bloch Editores, vol. VI, p.1.552.
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Perlingieri, Pietro. Perfis do direito civil. Renovar, p. 36.
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§ 2o Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem em despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino que tomou a iniciativa delas dará ciência à assembleia, que deverá ser convocada imediatamente. § 3o Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que importarem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da assembleia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer dos condôminos. § 4o O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembolsado das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum. Recentemente, fomos consultados por condomínio não residencial que queria
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instalar um salão de convenções em uma das unidades autônomas do prédio, por intermédio de um contrato de locação com o proprietário dessa última. A hipótese, embora pouco usual, se justificava ante a inexistência de espaço em área comum apto a instalar benfeitoria daquela natureza. E a iniciativa do síndico, pai da ideia, se explicava por causa da iminente finalização de prédio vizinho de características semelhantes, cujo maior atrativo era, justamente, a existência de centro de convenções, o que poderia implicar impacto negativo para o edifício cujo gestor nos consultava. Eminente comentarista da figura jurídica do Condomínio em edificações ensina que: “O art. 1.341 é composto de dois incisos e quatro parágrafos e cuidam do modo de realização das obras e reparações nas partes comuns, estabelecendo diferentes quóruns para os diversos tipos de obra (...).”3
No exemplo anterior, estando com razão o comentarista (no que cremos), a instalação do salão de convenções em unidade de condômino, por não se dar em área comum, escaparia do império do art. 1.341 do Código Civil, fugindo, destarte, dos critérios ali estabelecidos para obras no condomínio, quando elas implicam benfeitorias úteis, necessárias ou voluptuárias. Já nas hipóteses em que sim, se aplica o art. 1.341, é interessante discutir, com base no princípio do solidarismo condominial e na mais moderna conceituação das benfeitorias, se, por exemplo, a instalação de um centro de convenções em prédio empresarial, uma quadra de esportes ou um salão de festas num prédio residencial de luxo, cujos prédios vizinhos todos disponham de tal opção de lazer, deveria ser classificada como “benfeitoria” necessária, útil ou voluptuária. Úteis são as benfeitorias que “aumentam ou facilitam o uso do bem” e voluptuárias as “de mero deleite ou recreio”, de acordo com o Código Civil, art. 96. Entretanto, é difícil classificar as despesas condominiais em qualquer das categorias clássicas de benfeitorias, dificuldade apontada por um dos maiores especialistas pátrios em aspectos jurídicos dos condomínios, Nascimento Franco:4 “Difícil, como se vê, conceituar o que são inovações necessárias, úteis e voluptuárias no contexto de um edifício, pois uma inovação pode ser considerada luxo num edifício mais modesto e simplesmente necessária para manter a categoria originária num edifício de alto nível. Assim é que num edifício de nível operário a implantação de área de lazer pode ser tida como voluptu-
ária, enquanto noutro imóvel destinado a pessoas abastadas é simplesmente necessária. Nesse caso, o aumento da área de garagem e a ampliação de um jardim aproveitam a todos sem desequilibrar a economia de nenhum condômino. Considerando esse critério e tendo em vista o padrão de um conjunto de edifícios e sua localização em bairro distante e de luxo, o Tribunal de Alçada Cível de São Paulo considerou válida a deliberação em Assembleia Geral sobre a contratação de linha de ônibus particular para transporte de empregados e de condôminos, apesar de nada ter sido previsto, nesse sentido, na Convenção.” Tomando-se por paradigma a ponderação do jurista citado anteriormente, a dúvida não se situa em serem as inovações tomadas como exemplo (salão de convenções, salão de festas ou quadra de esportes) úteis ou voluptuárias, mas se são, por outro lado, úteis ou necessárias, levando-se em consideração as características e peculiaridades dos condomínios em que se desejem instalar tais itens imobiliários. Se as benfeitorias úteis aumentam e facilitam o uso do bem, as necessárias, na literal definição do Código Civil, como vimos, são aquelas que “impedem que o bem se deteriore”. O conceito de deterioração, contudo, não pode ser utilizado em um sentido limitado aos aspectos físicos do bem, mas, também, é lógico, em sentido econômico. A conceituação do dicionário, no qual o termo “deterioração” significa “desvalorização” e a palavra “deteriorar” é primeiramente descrita como “alterar para pior”, dissipam dúvidas. Aliás, é comum que se verifique a deterioração econômica de um complexo imobiliário ANTES da deterioração física... O conceito de deterioração econômica de imóveis nada tem de absurdo. Basta que se verifique que ele vem sendo usado com frequência nas dis-
cussões sobre a recente e global crise econômica, que teve origem exatamente nos efeitos do abalo sofrido pelo crédito imobiliário, com funestas consequências para a avaliação dos imóveis (deterioração econômica) nos Estados Unidos. Para exemplificar, segue o trecho de uma reportagem publicada no site de O Globo, em 11/4/2007: “Entre as principais economias avançadas, a desaceleração no crescimento em 2007 deve ser mais pronunciada nos EUA, prevê o FMI. No relatório Perspectiva Econômica Global, o Fundo prevê que os EUA irão crescer 2,2% neste ano, abaixo dos 3,3% registrados em 2006. ‘O setor imobiliário permanece um peso substancial sobre o crescimento’, adverte o FMI. Mas ao longo do ano, a economia do país pode ganhar fôlego à medida que o peso do setor de imóveis tiver moderação. Para 2008, o Fundo projeta crescimento de 2,8%. De qualquer forma, o FMI reconhece que a questão central é se a deterioração de imóveis é temporária ou prolongada.” Com base em nossa experiência no mercado imobiliário, nos parece que, em um edifício com determinadas características, a inexistência de aparatos como salão de convenções, salão de festas ou quadra de esportes pode, a médio e longo prazos, implicar perda de atratividade das unidades autônomas do edifício no mercado, como já se viu acontecer com outros edifícios semelhantes, com fatal início de ciclo de decadência econômica e deterioração do patrimônio comum e do patrimônio individualizado de cada coproprietário. Avvad, Pedro. Condomínio em edificações no novo Código Civil, Renovar, p. 110, grifos nossos.
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Nascimento Franco, J. “Condomínio.” Revista dos Tribunais, p. 262. Ao expor tal posição, o autor cita que a primeira lição em tal sentido foi do eminente Caio Mário da Silva Pereira, simplesmente o maior civilista da história do Brasil e “pai” da Lei de Condomínios.
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Não é por outro motivo que praticamente todos os lançamentos imobiliários dos modernos prédios empresariais aduzem à existência de inúmeros equipamentos que visam valorizar os edifícios, tornando os imóveis que compõem o prédio mais atraentes para o mercado consumidor. Pode-se afirmar, sem receio de erro, que chega a ser questão de sobrevivência para alguns edifícios comerciais a existência de tal espécie de serviço – salão de convenções – para os condôminos e seus demais beneficiários. Isso posto, ousamos defender que, respeitadas as características e peculiaridades de cada comunidade condominial e de cada edifício, a instalação de benfeitorias como salão de convenções, salão de festas, quadra de esportes ou até mesmo sauna, equipamento ou sistema de segurança, quiçá o embelezamento das portarias do prédio, configura inovação necessária, que evita a deterioração econômica do complexo imobiliário comum (o condomínio) e dos imóveis individuais. Via de consequência, tais inovações escapariam da necessidade de quórum especial para sua aprovação, conforme se lê nos parágrafos primeiro, segundo e terceiro do art. 1.341 do Código Civil, anteriormente transcrito. Ainda que a tese contrária se levante invocando a literalidade da lei ou a ideia segundo a qual as benfeitorias mencionadas são todas voluptuárias ou, no mínimo, úteis, uma segunda lição de Nascimento Franco, a qual o ilustre jurista expõe imediatamente após apresentar os quóruns necessários para cada espécie de inovação, suscita importantes reflexões: “Nesses casos, irregularidades formais 78
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de menor relevância não prejudicam a deliberação sobre melhoramentos de notório proveito para o condomínio. Considerando esse fato, os tribunais têm repelido objeções de condôminos que se recusam a pagá-las, alegando não terem sido regularmente convocados para discuti-las ou porque as consideram voluptuárias. Desde que constituam evidente riqueza criada de boa-fé e que importe em aprimoramento e valorização do edifício, justifica-se a cobrança a todos os condôminos com base em decisão assemblear, ainda que tomada a posteriori, com efeito retroativo, e até mesmo no curso da ação de cobrança, hipótese em que é aplicada com base no art. 462 do C.P.C.”5 Nossa opinião é, então, no sentido de que até mesmo uma eventual irregularidade formal na aprovação da despesa destinada à instalação de salão de convenções, salão de festas ou outra benfeitoria originalmente voluptuária, mas que, no caso concreto, se mostrasse necessária, a fim de evitar deterioração econômica do prédio, sucumberia ante os argumentos citados, os quais, registre-se, exemplificam aplicação prática do princípio constitucional do solidarismo às relações condominiais, por permitir que se afastem a letra fria da lei e os interesses de minorias em prol do bem-estar da coletividade condominial. O autor é advogado, sócio-diretor da Marin e Advogados Associados e coordenador e professor de pós-graduação em direito imobiliário da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis - Abadi.
Idem, ibidem, p. 264.
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Saúde
por Fátima Cardoso
O câncer do colo do útero mata 250 mil mulheres por ano, mas ele pode ser evitado Pensei em escrever sobre esse assunto porque, atualmente, percebo que as mulheres estão deixando para depois o check-up anual do ginecologista, e as infecções ginecológicas estão cada vez mais frequentes, em função da baixa imunidade ou da não prevenção ou desses fatores juntos. O fato é que as estatísticas demonstram que, a cada ano, 500 mil mulheres no mundo desenvolvem câncer no colo do útero e destas 250 mil morrem. Trata-se de um tipo de câncer que pode surgir em qualquer idade na mulher. O vírus Papiloma Humano (HPV) é o responsável por 99% dos casos, o que é bastante significativo e deve ser levado a sério! A transmissão se dá através da relação
sexual, e a infecção ocorre na mucosa anogenital, produzindo desde verrugas até ulcerações do colo uterino, que podem evoluir para a degeneração (câncer). Em geral, a infecção pelo HPV não causa sintomas, por isso é fundamental que a mulher, a partir de seu primeiro contato sexual (com ou sem penetração), vá ao ginecologista para fazer o exame preventivo, popularmente conhecido como papanicolau. O uso de preservativo (camisinha) diminui mas não evita totalmente a transmissão do HPV durante a relação sexual. Hoje já existe, no comércio, uma vacina contra esse vírus, que é a melhor prevenção contra o câncer do colo do útero e deve ser indicada a toda mulher que tem atividade sexual.
O vírus HPV já entrou para o rol das infecções sexualmente transmissíveis. Com o diagnóstico mais precoce, seja no consultório do ginecologista ou por meio de exames laboratoriais, e o advento de novas drogas para o tratamento e a cura dessas doenças sexualmente transmissíveis, deveríamos ter uma queda nas estatísticas de infecções, mas não é o que observamos. Vamos refletir sobre esse assunto e aderir a esta campanha: vá periodicamente ao ginecologista! A autora é clínica geral, nutróloga e homeopata. Faz parte da Câmara Técnica de Homeopatia do Cremerj e é membro do Grupo de Estudos de Fitoterapia e Medicina Ortomolecular do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro.
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ecodicas por Stella Maris Mendonça smarismendonca@gmail.com
Recebi uma carta desafiante: “Cadê o Sujismundo nos condomínios?” Ana Letícia Ávila, tetracampeã de windsurf e hoje dedicada às aulas de ioga, ginástica e pilates, escreveu o seguinte, com base na leitura da matéria “Limpando o Lixo Interno”, publicada na Ecodicas da edição anterior e que pode ser (re)lida no site www.cipa.com.br “Gostei muito da matéria sobre ecologia interna. Como professora de ioga sempre enfatizei a importância do alinhamento de corpo, alma, mente e espírito, que nos integra conosco mesmos para que realmente seja possível a interação com o outro. É necessário o respeito por nós mesmos e pelo outro, sendo o outro um ser ou o planeta. É fácil entender que somos um todo e que o equilíbrio depende da harmonia entre as partes se compreendermos isso através de nosso próprio corpo físico. Uma topada no dedo do pé ou uma inflamação na unha da mão compromete nosso bem-estar. Vejo que ainda não funcionamos – nós, seres humanos – com essa consciência de respeito e unidade. Assim, poluímos. O desrespeito está presente em todas as relações porque não nos respeitamos nem nos amamos como poderíamos. Comemos qualquer coisa, colocamos lixo para dentro e excre-
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Cadê o Sujismundo e a Porcojenta? – por uma campanha pela limpeza
tamos o mesmo lixo de diversas maneiras. Gostaria de apontar uma ação que me incomoda muito, até por ser algo básico – jogar lixo na rua, na praia, na natureza, pela janela do carro ou do ônibus. Você defeca no meio de seu quarto? (Perdão, tenho que usar uma imagem forte.) Não sou do tipo que sai recolhendo lixo por aí, como faz, por exemplo, o deputado Chico Alencar. Acho inadmissível ver
as pessoas sujando tudo e me surpreendo chamando-lhes a atenção: ‘Olhe, você deixou cair isto... é isto mesmo que está querendo? Sujar a praia?’ E me pergunto: Cadê o Sujismundo? Eu acho que todas essas pessoas deveriam ganhar uma vaia e ser xingadas de Sujismundo, personagem de uma campanha do governo federal nos anos 1970 e que era muito interessante, pois ninguém queria receber esse título. Acho que campanhas desse tipo deveriam voltar em prol da limpeza nas ruas, nos condomínios, nas escolas e nas praias. Sugiro que a revista faça essa campanha. Ao sair de casa, onde a pessoa pode fazer o que bem entende, que ela seja levada a um clique de consciência do tipo ‘se sujar limpe’ nas áreas comuns de prédios e condomínios. Não queira ser igual ao Sujismundo. A campanha pode sugerir um novo nome para as pessoas que saem sujando tudo sem o menor respeito. E olha que não é só o povão que faz isso, não! Outro dia, uma senhora num Volvo, a minha frente, abriu seu vidro elétrico e jogou um copo de mate vazio em plena Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa. Que titulo essa cidadã poderia ganhar? Porca nojenta, Porcojenta? Que tal uma campanha da revista Condomínio etc. para que o leitor mande novos nomes, podendo essa ideia ser expandida pelo bairro, pela cidade, pela prefeitura e entre os políticos, que dizem que vão dar um jeito na cidade e vão poluindo tudo... O que você acha, leitor?” Conversamos sobre o assunto com Vilmar Berna, jornalista, escritor e ambientalista que recebeu, em 1999, no Japão,
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paulo chaffin
o Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente – antes concedido também ao Betinho e Chico Mendes – e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas. Ele coordenou o projeto Vamos Tirar a Natureza do Papel em defesa das unidades de conservação no estado do Rio de Janeiro e, durante cerca de uma década, percorreu parques e reservas fluminenses documentando seus aspectos e o impacto da deterioração ambiental nesses espaços e mobilizando a sociedade na defesa dessas “verdes” testemunhas da antes exuberante natureza de nosso estado, o que resultou na maior proteção ambiental das unidades de conservação, na criação de inúmeras leis e em ampla divulgação pela imprensa. Vilmar também coordenou o Projeto SOS RIOS, para identificar danos nos rios fluminenses que abastecem a população e mobilizar a sociedade na defesa desses mananciais, e o Projeto Terralerta, que, durante uma década, documentou, divulgou e indicou soluções para os principais problemas ligados à implantação das unidades de conservação que existiam – e ainda existem – mais no papel e menos na realidade. Para isso, contou com a ajuda de uma equipe técnico-científica que incluiu, entre outros, Betinho e Pinguelli. Entre os problemas, o maior deles era o desconhecimento da sociedade sobre a existência e a importância desse patrimônio ambiental que não pertence ao Inea ou ao Ibama, mas ao povo. Vale lembrar que todas as unidades de conservação carecem, até hoje, de regularização fundiária e de delimitação e demarcação, além de ter problemas com caçadores, lenhadores e outros.
Vilmar Berna
O ambientalista não só criou como coordena ainda o Projeto Amigos do Planeta que, desde 1999, incentiva a fundação de inúmeros Clubes de Amigos do Planeta no Brasil. A Cidade de Barra Mansa implantou o projeto na Rede Escolar Municipal, resultando na mobilização de mais de 500 jovens em 40 Ecoclubes. Vilmar é escritor, com mais 18 títulos publicados, vários deles adotados nas escolas do país. Seu livro O desafio do mar ultrapassou a 17ª edição e Amigos do planeta, A criação e a ação humana e O tribunal dos bichos dão suporte aos Clubes de Amigos do Planeta. Seus livros Como fazer educação ambiental, Como administrar com consciência e Comunicação ambiental contribuíram para a formação de cursos a distância pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Vilmar percorreu ainda todo o litoral brasileiro para produzir o livro Brasil, a costa, sobre a costa brasileira, editado pela Spala para a Odebrecht. Como jornalista ambiental, foi um dos fundadores da
Ecomídia – Associação Brasileira de Mídias Ambientais e, em janeiro de 1996, fundou a Rede Brasileira de Informação Ambiental (Rebia), de onde edita voluntariamente a Revista do meio ambiente, que substituiu o Jornal do meio ambiente, o Portal do meio ambiente e o boletim digital Notícias do meio ambiente. A Rebia mantém ainda fóruns livres de debates socioambientais, com mais de 3 mil membros em todo o país. Condomínio etc. - Por que sujamos? Vilmar Berna - Por vários motivos mas, principalmente, por falta de consciência ambiental e amor ao planeta. Incluiria ainda a falta de informação e a informação que aliena. Falta quando não oferece alternativas para onde levar o material reciclado, não mostra as vantagens da reciclagem; e aliena quando estimula o consumismo e ainda oferece a reciclagem como uma espécie de compensação, para que as pessoas não se sintam culpadas por consumir demais nem queiram diminuir o consumo. Sem repensar o consumo, a co-
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leta seletiva e a reciclagem passam a ser apenas um mecanismo para estimular mais consumo ainda. Cetc. - Quais as consequências da sujeira e do desperdício que produzimos VB - Somos o país do desperdício em meio a milhões que ainda passam fome. No Brasil, 64% do que se planta se perde: 20% na colheita, 8% no transporte e armazenamento, 15% no processamento e 20% no processo culinário e nos hábitos alimentares, segundo a iniciativa América Latina e Caribe sem Fome. Deveríamos começar a dar o exemplo desde nossa mesa. Primeiro, colocando no prato somente o que se pretende comer. Repita, se necessário. Evite comer carne, pois a produção de proteína de origem animal requer muito mais solo, água e energia do que a de grãos e outros vegetais. A pecuária bovina é a maior responsável pelo desmatamento no Brasil. A criação de suínos e aves consome grande parte da produção de grãos do país – cerca de 70% do milho produzido no mundo vira ração. Dados da Embrapa apontam que o abate da suinocultura industrial, em 2004, no Brasil, foi de 26 milhões de cabeças. A suinocultura, muito praticada na região Sul, é considerada uma atividade com grande potencial poluidor. Um porco produz dejetos equivalentes aos de oito seres humanos. O lançamento indiscriminado de dejetos não tratados em rios, lagos e solo vem contribuindo para a degradação do meio ambiente. Construir um mundo diferente começa por pequenos gestos cotidianos que praticamos quase sem perceber. Por exemplo, ao escovar os dentes, deixar ou não a torneira aberta faz uma grande diferença. Se deixamos a água 82
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escorrendo à toa pelo cano gastamos, em média, até 13 litros de água a cada escovação de dois minutos, quando só precisamos de 0,5 litro. Se um milhão de pessoas decidirem fechar a torneira, serão economizados, diariamente, 37,5 milhões de litros de água limpa e tratada, o que dá para abastecer mais de 200 mil pessoas, de acordo com a média paulistana de consumo per capita (180 litros por dia). O que é desperdiçado por uma pessoa falta à outra. Dos 5.391 municípios brasileiros com rede de distribuição de água, 1.267 convivem com racionamento, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE/2000). Outro exemplo de desperdício está no óleo usado despejado nas pias, um grande inimigo quando o assunto é tratamento de água e esgoto. De acordo com os dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), estima-se que uma família gere 1,5 litro de óleo de cozinha por mês. Para servir de parâmetro, 1 litro de óleo é responsável pela poluição de 1 milhão de litros de água, segundo a mesma companhia. Além dos problemas causados aos sistemas de esgoto, o dano ambiental se agravará quando esse mesmo óleo de fritura chegar a rios, córregos e lagoas e formar uma película sobre a água que dificultará a passagem da luz, o que evitará a oxigenação e a evaporação da água. No caso de o óleo ser despejado diretamente no solo, a impermeabilização da terra é o primeiro resultado, o que dificulta a passagem da água da chuva e propicia enchentes. Uma dica para ajudar na solução desse problema: utilizar o óleo usado na fabricação doméstica de sabão. Muitas pessoas necessitam da
Cetc. - Conte-nos as principais ações ligadas à limpeza de que tenha participado. VB - Além de manter informada uma editoria sobre o assunto, em http://www.portaldomeioambiente.org.br/lixo-e-reciclagem. html que atualizo diariamente, entre 2002 e 2003, com patrocínio da Petrobras, coordenei quase 200 voluntários na retirada de cerca de 10 toneladas de lixo flutuante que chega, pelas águas da poluída Baía de Guanabara, à Praia da Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro; na retirada de cerca de 6 toneladas de areia que entopem o Lago da Cascatinha, no Parque Nacional da Floresta da Tijuca; e, novamente, na retirada de uma tonelada de lixo jogado por banhistas no rio, ao lado da Reserva Biológica do Tinguá (RJ), sempre com ampla cobertura da mídia escrita, falada e televisada. Cetc. - Que ações considera efetivas no Brasil e no mundo? VB - Destaco a sanção, pelo presidente Lula, da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Federal nº 12.305/10, e que estava parada no Congresso Nacional há cerca de 20 anos porque uma parte das empresas não queria assumir a responsabilidade pela logística reversa, ou seja, elas agora precisam se responsabilizar pelas embalagens e pelos produtos que colocam no mercado. Trata-se de um importante
instrumento para a preservação do meio ambiente ou para minimizar o impacto causado pelos resíduos oriundos dos mais variados produtos e respectivos meios de produção. Entretanto, a lei não é autoaplicável e levará anos para que qualquer regulamentação séria tenha efeitos, já que espera por planos diretores de resíduos de estados e municípios, exclui da logística reversa importantes setores da atividade industrial (veículos automotores, por exemplo), dá aos produtores espaço para apresentar propostas de acordo com a viabilidade econômica da logística reversa, badala uma proibição de lixões que já se encontravam proibidos por normas federais e estaduais há décadas e deixa muito a desejar quando comparada com leis semelhantes de países sérios. Para se ter uma ideia do problema, mais de 70% das cidades brasileiras despejam lixo em locais que não são adequados: vazadouros a céu aberto e aterros controlados. Somente 27,7% dão o destino correto aos resíduos sólidos, em aterros sanitários. A forma mais irregular de destinação, os lixões, foi a que menos cresceu nos últimos oito anos, mas ainda é a opção de cinco em cada dez prefeituras (50,8%). Cetc. - Como poderia se adaptar uma campanha aos condomínios cariocas? VB - A preocupação com o meio ambiente já atingiu os administradores de condomínios residenciais e comerciais, surgindo, então, o conceito do “condomínio sustentável”. Além de beneficiar o meio ambiente, a redução de custos é uma das vantagens desses condomínio. Sem perder o conforto, os condomínios cariocas podem instalar ferramentas
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doação desse produto queimado; envie-o para uma entidade que o reaproveite. Há muitas delas espalhadas por diversos municípios brasileiros; espere o óleo esfriar e coloque-o em garrafas PET. Quando reunir uma quantidade significativa, vá a uma das muitas redes varejistas que fazem a coleta do produto.
simples e eficazes para estar de bem com o ambiente, minimizar a emissão de resíduos, reduzir o consumo de água e energia por meio da reutilização da água da chuva e obter o máximo de aproveitamento da luz solar, por exemplo. Isso sem falar na coleta de lixo, claro, que já deveria ser regra em qualquer residência. Outras dicas são a criação de pomar e herbário, a instalação de medidores individuais de gás e água, para incentivar a redução de consumo, a troca de torneiras por modelos com temporizador, que gastem menos água, e a colocação de luzes com sensor de presença nas áreas comuns. Outra medida simples é ajardinar a calçada e os terraços para aumentar a área permeável e até mesmo varrer a calçada e o pátio em vez de lavá-los. Cetc. - A educação ambiental está funcionando? VB - A superação da crise ambiental implica não apenas conciliar o desenvolvimento econômico-social com a proteção do meio ambiente, isto é, garantir o chamado
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desenvolvimento sustentável, mas, sobretudo, promover uma verdadeira mudança de atitude da civilização e de seus hábitos predatórios que comprometem não só o futuro das próximas gerações, mas o próprio equilíbrio do planeta. Os meios de comunicação influenciam muito a maneira como pensamos, sentimos e nos comportamos, porque ensinam, o tempo todo, para toda a população, as coisas que “precisamos” comprar e que “devemos” considerar bonito ou feio, o sotaque que “devemos” adotar, a quem “devemos” admirar ou rejeitar, determinando, assim, as opiniões que “convêm” termos sobre este ou aquele assunto. Quando a gente fala em meio ambiente, fala de tudo que nos cerca e também de todos os outros espaços do planeta. E muito do que sabemos sobre isso nos é trazido pelos meios de comunicação: rádio, televisão, jornal, revistas e internet, que são preciosas fontes de informação sobre o meio ambiente. Por outro lado, é fundamental considerar o papel também estratégico da escola na formação de nossos jovens, sendo um lugar de convivência, aprendizagem e de pesquisas do cotidiano, de nossa rea-
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lidade e do ambiente que nos cerca. Assim sendo, é indispensável combinar o papel da educação e da comunicação ambiental para a formação de uma sensibilidade conservacionista, pois só assim será possível uma gestão de recursos hídricos eficaz. Assim, no momento em que a pessoa se sentir inserida no ambiente em que vive agirá de forma consciente. A educação ambiental deve ser centrada em valores que assegurem a autonomia ao indivíduo voltada para o desenvolvimento de uma visão crítica e criativa e que pressuponha a construção da cidadania, o desenvolvimento da consciência e da comunicação e o reconhecimento do outro e das diferenças, de acordo com uma visão de totalidade que integre os vários níveis de conhecimento e de expressão: o sensorial, o intuitivo, o afetivo e o racional. Uma das estratégias para cumprir tal missão é a democratização da informação ambiental, para estimular a construção e o fortalecimento da cidadania ambiental crítica e participativa, contribuindo, em última análise, para a construção de uma sociedade mais democrática. A comunicação é uma ferramenta de participação e envolvimento da população no debate e na construção de políticas públicas de todos os setores. Além disso, a comunicação é o processo que garante as condições para que os cidadãos estejam plenamente informados sobre seus direitos e deveres. Nesse sentido, esta publicação desempenha um importante papel educativo ao dar publicidade a informações e ideias ambientais, pois a conscientização é a base para o exercício da cidadania, no qual o indivíduo entende que suas ações podem afetar os demais integrantes da sociedade.
Em sua primeira veiculação, a campanha do Sujismundo em favor da higiene individual e coletiva agradou a crianças, jovens e adultos e certamente atingiu o propósito de conscientizar a população sobre o assunto da destinação do lixo. Sujismundo foi um personagem criado por Ruy Perotti para uma campanha educativa do governo federal intitulada “Povo desenvolvido é povo limpo” e que foi utilizado em filmes de publicidade para a televisão, tornando-se muito popular na década de 1970. Porém, muito se especulou a respeito dos resultados da campanha. Há quem diga que, no início dos anos 1970, muitas crianças, influenciadas pelo carisma de Sujismundo, se recusavam terminantemente a ser banhadas por suas mães.
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