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Todo síndico lê!
57 ABR MAI JUN 2013
ANO 15
Manutenção preventiva Cuidados permanentes aumentam a vida útil da edificação, garantem a segurança e valorizam o patrimônio
tecnologia: conheça o novo perfil do gestor de condomínios
Quais as perspectivas para o Brasil em 2013? Segundo a previsão da maioria dos analistas, a situação mundial será estável, com baixo crescimento, e as grandes crises já passaram, entre 2011 e 2012, e que, se não houver episódios catastróficos – terremotos, tsunamis, vazamentos nucleares ou guerras –, poderemos transpor os momentos difíceis e caminhar para melhores dias. As lições das últimas crises fizeram com que a Europa, os Estados Unidos e países asiáticos tomassem caminhos mais realistas de desenvolvimento. Quanto ao Brasil, 2013 é o ano de consolidar os resultados do mensalão. Esperamos a prisão dos condenados, que não reconhecem seus crimes e tentam desmoralizar o julgamento do Supremo. Foram “prestigiados” em manifestações partidárias e retornaram ao exercício da legislatura, como é o caso dos senhores Dirceu e Genoíno. Outro acontecimento que afrontou a dignidade do povo foi a eleição de Renan Calheiros para a Presidência do Senado. Aí caberiam, urgentemente, as providências pedidas pelo procurador geral da Justiça, que o indiciou por vários crimes. Mais Renan é poderoso, e os senadores têm “rabo preso”... Nem 1,7 milhão assinaturas, nem manifestações em locais públicos, com placas de “Fora Renan”, em todos os estados, são suficientes para sensibilizar os demais senadores. Precisamos mandar e-mails para os que elegemos para pedir que se manifestem, dizendo o que pensam e como votaram na eleição.
Quanto a nosso desenvolvimento, foi muito ruim em 2012. Nosso ministro da Fazenda perdeu a credibilidade, pois a comprometeu com previsões de otimismo exagerado que nunca se cumpriram. Capital externo para investimento em aeroportos, portos, estradas etc., e tudo de que precisamos, não falta, pois o mundo está abarrotado de dinheiro, e aqui é um ótimo local para se investir, pois temos excelente retorno sobre o capital. É preciso que o Governo tenha competência para licitar os contratos, para que haja concorrência e benefícios para o povo. É necessário que as agências reguladoras não sejam políticas, e sim competentes para fiscalizar a execução dos projetos e a operação das atividades. Sabemos que sem a contribuição da iniciativa privada o Governo nada poderá fazer. A revitalização da área portuária no Rio de Janeiro é um bom exemplo dessa parceria. Nesse modelo, nada foi investido pelo Governo. Em nosso favor temos a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que trarão desenvolvimento até 2016, e nosso Rio é o maior beneficiado. 2013 será um ano muito importante para as eleições de 2014. Como serão a inflação e o PIB, as obras e os projetos propostos e executados pela dona Dilma? Por todos esses acontecimentos é que, na visão global, espera-se um ano, pelo menos, mais estável, porém de pouquíssimo crescimento. Vamos torcer pelo Governo atual e que este ano tenhamos bons acontecimentos a comemorar. NEWTON MENDONÇA
Presidente da CIPA
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[capa] Manutenção preventiva
Cuidados permanentes aumentam a vida útil da edificação, garantem segurança e valorizam o patrimônio. Fique por dentro desse tema lendo nossa matéria de capa.
Uma publicação:
Rua México, 41 - 2o andar CEP 20031-905 Centro - Rio de Janeiro Tel.: [21] 2196-5000 Fax: [21] 2533-2449
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[ATUALIDADE] Os síndicos e a tecnologia
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No Dia do Síndico, 23 de abril, a CIPA presta homenagem ao síndico e revela novo perfil do gestor de condomínios. Leia o texto e veja se você se enquadra nesse perfil.
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[CIDADE] Sem uma luz no fim do túnel
Território de muitas histórias, de muita gente, de sambas e enredos, de trânsito enrolado, de lutas e vitórias. “É tão grande que parece uma cidade dentro da cidade do Rio de Janeiro.”
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Moradores do Leblon reclamam da insegurança que ronda o Metrô desde o início das obras da linha 4, que ligarão a estação General Osório, em Ipanema, ao Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca. Veja o que apuramos nessa matéria.
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[CONDOMÍNIO] Uma mudança no meio do caminho
[HISTÓRIA] Rocinha – um perfil, por Fernando Ermiro
[SUSTENTABILIDADE] Captar água da chuva: o meio ambiente agradece e o bolso também O Condomínio Sunshine, na Barra da Tijuca, transformou sua antiga Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em uma política e ambientalmente correta estação de captação de água da chuva. Ficou interessado? Leia o texto e saiba como transformar sua antiga ETE também.
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[REFORMA] O pinga-pinga da discórdia De dia ou de noite, faça chuva ou sol, lá estão os aparelhos de ar-condicionado jorrando água, para desespero dos moradores e do síndico. Apresentamos, nessa matéria, algumas alternativas para quem quer se livrar desse problema.
Para que as mudanças aconteçam na maior paz e o movimento não atrapalhe a rotina do edifício, é preciso ter regras detalhadas, que prevejam, inclusive, acidentes de percurso. Leia o texto para saber um pouco mais sobre como proceder nessas situações.
DIRETORIA Presidente NEWTON MENDONÇA
Revisão ANDREA BIVAR
Vice-presidente MÁRIO MENDONÇA
Fotografia Ariel Subirá
Diretora da Unidade de Negócio e Condomínio DEBORAH O’DENA MENDONÇA
Marketing e Publicidade SAMY GRUBMAN marketing@cipa.com.br
Diretora de Locação, Seguros e Novos Negócios MARIA TERESA MENDONÇA DIAS
Colaboraram neste número ClÁudia Silveira Lia Rangel paulo ferreira renata Fernandes STELLA MARIS C. MENDONÇA
Redação e Edição VIVIEN BEZERRA DE MELLO (MTb: 18731)
redacao@cipa.com.br
Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.
18 mil exemplares PARA ANUNCIAR LIGUE
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A Revista Condomínio etc. esclarece que: - Não se responsabiliza por qualquer dano, direto ou indireto, sofrido por usuários ou terceiros, advindos da exibição e/ ou conteúdo dos anúncios publicados pelos anunciantes, incluindo a divulgação de dados, preços e imagens. - Não atesta, verifica ou inspeciona os serviços e produtos dos anunciantes, nem é responsável por qualquer dano, direto ou indireto, que o contratante possa sofrer ao realizar uma negociação com os anunciantes. Esta publicação está em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.
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informe
73.290 certificados entregues A CIPA já entregou, a seus clientes, os certificados de quitação de condôminos, condomínios, locatários e locadores referentes a 2012. Ao todo foram distribuídos 73.290 certificados.
Promoção Sorte Sua Ter Seguro A promoção Sorte Sua Ter Seguro foi um sucesso. O prazo para a inscrição na promoção chegou ao fim. O sorteio da promoção será realizado no dia 27 de abril de 2013. Agora é esperar o grande ganhador.
Abril é mês de Destaque Profissional na CIPA Junto com as comemorações do aniversário da empresa, a CIPA elege os destaques profissionais do ano anterior em um evento que reúne todos os funcionários. A premiação mostra a preocupação da empresa em oferecer serviços com qualidade. Ao reconhecer os profissionais que atuam para prestar o melhor atendimento, a CIPA reafirma o compromisso com seus clientes.
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Dúvida cruel: investir em imóveis no Brasil ou na Flórida?
Coleta seletiva obrigatória Fazer coleta seletiva não é mais uma opção de quem está antenado com o modo de vida sustentável. Agora é lei. Prédios residenciais com mais de três andares serão obrigados a tornar disponíveis recipientes para coleta seletiva de papel, vidro, plástico e metal. A nova lei estadual foi publicada no Diário Oficial em março e deve entrar em vigor em junho.
Selo de segurança A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou projeto de lei que cria o Selo de Cumprimento do Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (Coscip). A medida busca comprovar se o condomínio segue as normas de segurança para evitar incêndios e acidentes. O selo terá validade de dois anos e deverá ficar em lugar visível.
Depois da supervalorização dos imóveis no Brasil, especialmente no Rio, muitos brasileiros perceberam que esta é a hora de investir num imóvel no exterior, mais precisamente na Flórida. Os investidores logo notaram que comprar lá está muito mais barato do que aqui. Beneficiados pela crise que se abateu sobre o setor nos Estados Unidos, muitos são os que já garantiram seu imóvel na terra do Tio Sam. Alguns com a finalidade de locação para seus compatriotas, outros como opção de férias mesmo. Os brasileiros têm sido tratados a pão de ló pelos corretores imobiliários da Flórida, até porque nem pensam em tomar crédito para pagar pelo imóvel e quase sempre o quitam à vista.
CIPA cinquenta “inove” anos A empresa faz aniversário no dia 23 de abril, Dia do Síndico A CIPA completa, em 2013, 59 anos da mesma maneira com que sempre atuou: de forma moderna e inovadora, para proporcionar qualidade e confiança a seus clientes. A inovação deste ano é em relação às novidades que estão sendo desenvolvidas em serviços e informações para condomínios, síndicos e proprietários de imóveis, principalmente pela internet, incluindo novas facilidades de acesso, mobilidade e integração. O sistema próprio da empresa também está sendo revisto, com novas ferramentas de gestão operacional e administrativa, gestão das informações de pessoal, financeira e tributária, para proporcionar mais segurança na troca de dados. Aos síndicos, nossos parabéns por seu dia e por estarem fazendo parte de nosso dia a dia.
Inadimplência em queda Estudo do Sindicato da Habitação (Secovi Rio) revela que a inadimplência nos aluguéis na cidade do Rio vem caindo. O percentual de quem deixou de pagar passou de 3,2%, em 2011, para 2,2%, no ano passado. Vale lembrar que foram considerados os atrasos superiores a 30 dias. As informações fazem parte do Panorama do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro 2012, lançado no dia 26 de março pelo sindicato. O documento apresenta dados sobre locação, condomínios, compra e venda de imóveis. Segundo o vice-presidente de Locações do Secovi Rio, Antônio Paulo Monnerat, o percentual de inadimplência é baixo se comparado ao da cota condominial, pois a multa por atraso é de apenas 2% contra os 10% praticados pelo mercado para quem atrasa o pagamento na locação. “O ritmo de queda é porque estamos vivendo um momento de pleno emprego e o cenário econômico é favorável", explica Monnerat.
Valores médios De acordo com o Departamento de Pesquisa do Secovi Rio, o valor médio da locação na Zona Sul é um dos mais altos. No Leblon, gira em torno de R$ 8.420. Em seguida, vem Ipanema, com R$ 8.169. Já em Copacabana, chega a R$ 4.622. Na Barra da Tijuca, o desembolso é de R$ 5.003. No bairro de Jacarepaguá está em R$ 1.304 e na Tijuca sobe para R$ 1.853. A Zona Norte aparece com o valor médio de R$ 1.165. Fonte: O Dia. ABR_MAI_JUN 2013
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Manutenção preventiva Cuidados permanentes aumentam vida útil de edificação, garantem segurança e valorizam patrimônio A manutenção preventiva do condomínio está diretamente relacionada com seu estado de conservação. Cuidar das partes comuns com zelo e planejamento só traz benefícios. Prestar atenção na estrutura e nas obras realizadas dentro dos apartamentos também é fundamental para a segurança e a tranquilidade de moradores e visitantes. E o síndico é um dos principais responsáveis por isso. A cartilha Trilogia, do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio), que dá dicas de segurança predial, combate a incêndio e manutenção – assuntos apontados pelos gestores como os três mais importantes –, ensina que um imóvel sem rachaduras, vazamentos ou infiltrações não só se tor-
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na mais valorizado como também adquire mais liquidez, ou seja, pode ser vendido com mais facilidade e pelo melhor preço. A versão digital da publicação, com edição esgotada, está disponível no portal www. secovirio.com.br. O engenheiro civil Orlando Sodré, consultor do Secovi Rio, alerta que qualquer edificação, mesmo nova, pode apresentar problemas estruturais por má conservação ou uso de material e técnicas inadequados de construção. Os prédios antigos, por sua vez, precisam de mais cuidado porque os problemas aparecem ou se agravam com o tempo. O especialista esclarece que a manutenção preventiva é feita para evitar que os problemas cheguem a acontecer. Nessa
questão, a engenharia se adapta ao ditado popular “prevenir é melhor que remediar”. “Nas ações de prevenção, os custos são calculados e, por isso, podem ser mais bem negociados. Além disso, garantem-se conforto e segurança aos moradores”, complementa. Já na manutenção corretiva, quando se procura sanar “deficiências” ou “lesões” estruturais detectadas tardiamente, o custo torna-se incalculável e bem mais elevado. E, pior, as obras acabam gerando muito mais transtorno e incômodo. “A manutenção voltada para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação deve ser acompanhada sempre de análises de custos”, completa Sodré.
Síndica de um condomínio com dez andares em Ipanema, Maria de Lourdes Carvalho revela que uma infiltração no telhado chegou a afetar todos os apartamentos
Identificando as “patologias” Assim como os seres humanos, as construções podem apresentar uma série de problemas que comprometem sua “saúde”. Os engenheiros chamam esses defeitos de patologias. E não é preciso ser um especialista para identificá-las. Recomenda-se que os síndicos prestem bastante atenção a manchas nas pinturas, vidros, louças ou azulejos trincados, fissuras e umidade em alvenarias e marquises, esquadrias mal fixadas, elementos soltos na fachada, instalações hidráulicas com vazamentos etc. A estrutura de concreto armado de um prédio é composta basicamente por lajes, vigas, pilares e fundações. Entre as principais anomalias encontradas, as mais comuns estão relacionadas com a formação de fissuras, trincas, rachaduras e fendas. “Para definir cada uma, é preciso analisar o tipo de abertura e sua espessura”, orienta o engenheiro e consultor do Secovi Rio. Em qualquer caso em que sejam observadas fissuras mais largas do que a espessura de uma unha (0,5 milímetros), deve-se recorrer a um profissional habilitado e qualificado. As principais recomendações relativas à abertura de fissuras são identificar se elas se encontram em elementos estruturais e se a peça lesada está submetida, por algum agente externo (presença de água, por exemplo), a um processo de deterioração progressiva. “Existem diversos métodos de controle, sendo os mais
práticos e comuns o preenchimento da abertura com selo de gesso, porque o fissuramento desse material pode indicar a continuidade da movimentação”, ensina o engenheiro civil. Outras medidas são a fixação de plaqueta de vidro no local, com marcas de referência, observando-se o eventual deslocamento do artefato, ou a marcação dos limites da lesão com lápis grosso ou tinta, recurso que permite verificar a alteração com o correr do tempo. O engenheiro elétrico Marco Antônio Torres, responsável técnico e sócio-gerente da Sengepar, empresa especializada em manutenção, dá uma dica que pode ser útil: “Se a rachadura estiver em um ângulo de 45º, ou seja, de forma diagonal nas paredes, o problema pode ser mais sério do que se imagina e a estrutura pode estar cedendo. Nesse caso, é preciso solicitar a avaliação de um profissional especializado para fazer uma análise criteriosa.” Torres reforça que, em se tratando de pilares e vigas, elementos que dão sustentação ao prédio, todo cuidado é pouco: “Quando o concreto começa a trincar significa que a ferragem está se expandindo por conta da corrosão. Nesse caso, a recuperação consiste em fazer a raspagem do material danificado, aplicar um inibidor de ferrugem e restaurar o concreto através da técnica de ‘grouteamento’, que utiliza uma argamassa especial com alta resistência.” ABR_MAI_JUN 2013
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Síndicos atentos
Afonso Celso Fayad de Paula, síndico do condomínio solar princesa marcella, em Ipanema: “Basta respeitar a legislação e o condomínio ficará sempre em ordem”
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O síndico Afonso Celso Fayad de Paula, do condomínio Solar Princesa Marcella, em Ipanema, não dorme no ponto quando o assunto é manutenção. Com 40 anos de existência, a edificação de 14 andares (14 apartamentos e uma cobertura), administrada pela CIPA, passa por inspeções periódicas. “Temos um sistema de controle e uma rotina de vistorias cujo objetivo é atender às legislações estaduais, federais e municipais que abordam os mais diversos aspectos da manutenção preventiva e visam à segurança dos moradores. Basta respeitar as normas e o condomínio ficará sempre em ordem”, simplifica o gestor, à frente do cargo desde 2009. A verificação, explica, é feita por empresas do ramo, de seis em seis meses ou anualmente, de acordo com as leis. Serviços como limpeza de caixa-d’água, manutenção de elevador, inspeção de para-raios e revisão de equipamento de combate a incêndio, por exemplo, são periódicos. Mas nem por isso o cuidado com os outros pontos é menor: “Os funcionários do condomínio são treinados para identificar qualquer alteração na fachada e nas empenas laterais ou infiltração nas áreas comuns e fazem a vistoria mensalmente”, garante. No edifício comercial Pitágoras, em Copacabana, com 12 andares e 109 salas, tudo funciona como se o prédio fosse novo. O síndico José Edgar Vasconcelos, que está na função há pouco mais de um ano, conta que os dois elevadores foram trocados há dois anos e a fachada é inspecionada anualmente. A parte elétrica foi refeita há três. “Temos contratos com firmas de manutenção que verificam periodicamente elevadores, bombas d’água e equipamentos contra incêndio. Na parte
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O engenheiro civil Orlando Sodré, consultor do Secovi Rio, alerta: “Qualquer edificação, mesmo nova, pode apresentar problemas estruturais pela má conservação ou uso de material e técnicas inadequados de construção”
hidráulica, o consumo é regular e não ocorrem vazamentos. O prédio não dá problema”, alegra-se Vasconcelos. Os problemas mais comuns nas alvenarias são, de acordo com Orlando Sodré, trincas em quinas de vãos de portas e janelas, bem como em encontros de paredes, destacamento de muretas em jardineiras, fissuras nas bases das paredes por defeito na impermeabilização dos alicerces. Muros, peitoris e platibandas (pequenos muros feitos para esconder telhados) que não estejam protegidos por rufos (chapa metálica que evita a penetração da água da chuva) poderão apresentar fissuras na parte superior.
A "pele" do condomínio: alvenaria e fachada Nos apartamentos, os moradores têm que estar atentos. O síndico deve recomendar que, antes de perfurar paredes, os condôminos consultem, quando possível, os projetos e detalhamentos contidos no manual do proprietário, evitando, desse modo, a perfuração de tubulações de água, energia elétrica ou gás, o que pode causar sérios acidentes. Importante também manter os ambientes bem ventilados. No período de inverno ou chuva, poderá ocorrer o surgimento de mofo, principalmente quando houver armários embutidos na parede externa. Há que se observar a ocorrência de infiltrações, uma vez que a ação da água sobre os elementos da vedação pode ocasionar fissuras, além de gerar a proliferação de micro-organismos. A fachada está sempre entre as principais preocupações de síndicos e moradores. Um dos cartões de visitas dos condomínios, ela merece toda a atenção, afinal,
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o destacamento de um revestimento pode causar acidentes com moradores ou transeuntes. O síndico precisa estar atento às ocorrências mais comuns, de acordo com os especialistas: infiltração e formação de fissuras por causa da ausência de elementos arquitetônicos como beirais, rufos, frisos, rodapés, soleiras, respaldos e cantoneiras; destacamentos de revestimentos causados por fissuras, perda de ade-
rência e infiltrações. Manchas de umidade e eflorescências (depósitos cristalinos de cor branca que surgem na superfície do revestimento) também podem ocorrer. O arquiteto Renato Giro, responsável técnico da Primer Engenharia, empresa com 21 anos de atuação no segmento, reforça a importância da revisão periódica e regular dos rejuntes nas fachadas com revestimento. Em casos de descolamento e desplacamento de material como pastilha cerâmica, mármore ou granito, há a necessidade imediata de se proceder ao arranque desses elementos. Recomenda-se, ainda, a limpeza a cada cinco anos, principalmente em se tratando de revestimento cerâmico. “É fundamental fazer a inspeção visual dos rejuntes, bem como o exame de percussão em alguns trechos para identificar eventuais descolamentos. Para os prédios apenas com emboço é preciso retirar fungos, se houver, lavar e repintar com tinta de boa qualidade.”
Instalação hidráulica e impermeabilização Problemas com equipamento hidráulico costumam dar muita dor de cabeça. Além do desperdício de água, o aumento da conta acaba pesando no bolso de todos os moradores. As ocorrências mais comuns são corrosão externa e interna de tubulações em ferro galvanizado e os temidos vazamentos, gerados, entre outros fatores, por falha na execução de soldas no encaixe das conexões e pelo uso de material impróprio, como resina epóxi, em reparos. Falta de limpeza de ralos, calhas, grelhas e lajes de cobertura, que causa o entupimento dos coletores de águas pluviais, bem como descuido com relação às próprias caixas de passagem, localizadas no subsolo ou térreo, podem causar a obstrução dos condutores (trechos horizontais da tubulação). Vibrações internas geradas pela pressão da água também são grandes vilãs. Marco Antônio Torres, da Sengepar, alerta: para os prédios com 30 anos ou mais, a atenção com relação às tubulações deve ser redobrada. “Além de comprometer o sistema, a ferrugem gera problemas de saúde para os moradores.” O engenheiro sugere a substituição do material por PVC. Para cada coluna, a obra demora cerca de uma semana, e o custo médio fica em R$ 2 mil, que a empresa financia em 18 meses. Um edifício com quatro colunas teria que gastar, portanto, R$ 8 mil. O consultor do Secovi Rio esclarece que a impermeabilização serve para proteger as construções contra a passagem indesejável de fluidos (líquidos, gases, vapores). “A camada impermeável normalmente se encontra instalada nas paredes e nas lajes, em contato com o solo, protegendo o concreto armado das estruturas dos poços dos elevadores e dos reservatórios d’água inferiores.”
Todas as lajes sujeitas à ação das chuvas e à incidência direta dos raios solares – como as presentes no playground, nos jardins, nas jardineiras e nas floreiras, nas quadras de esporte, nas áreas de circulação de pedestres e de veículos, no estacionamento (inclusive sob o pilotis), no deque das piscinas, nas áreas de lazer com churrasqueira etc. – se encontram protegidas por um sistema de impermeabilização. As lajes de cobertura, as calhas, os terraços e as varandas também. Orlando Sodré sugere que os síndicos inspecionem os possíveis pontos passíveis de ocorrência de infiltração, através da contratação de profissional habilitado. Renato Giro, da Primer, orienta: “Não se devem utilizar máquinas de alta pressão para a limpeza de reservatórios de água e também é importante evitar a lavagem de revestimentos com adição de produtos químicos não recomendados.” Não executar perfurações em lajes ou locais impermeabilizados para a fixação de antenas, hastes de para-raios, equipamento de playground, rufos, postes etc. Nas jardineiras, a escolha da correta vegetação para o plantio, tendo em vista possíveis perfurações na manta, é fundamental.
Cuidados com telhados e lajes A cobertura das edificações, normalmente, é composta de telhados ou lajes impermeabilizadas. A finalidade desse sistema é proteger contra chuvas, ventos e variações de temperatura, além da questão estética, claro. Elementos como telhas, calhas, rufos e outros acessórios, entre eles a subcobertura, compõem os telhados. “As estruturas mais utilizadas nessas áreas são feitas de madeira ou de metal. A madeira deve observar alguns requisitos fundamentais, como ter boa capacidade de carga, ou seja, suportar o peso da cobertura, e resistir a ventos, chuvas etc. Além disso, o ideal é que seja resistente ao ataque de fungos, cupins, brocas e outras pragas urbanas”, orienta Sodré. ABR_MAI_JUN 2013
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Entre os problemas mais comuns nos edifícios está o deslocamento das telhas em razão de mudanças climáticas ou falta de amarração adequada. A quebra desse elemento contribui para gerar infiltração nas coberturas. Corrosão de parafuso de fixação para telhas de fibrocimento ou ressecamento da borracha de vedação dos parafusos de fixação também pode acarretar infiltrações. Mas como cuidar dessa área? O especialista recomenda substituir os elementos de madeira que apresentem apodrecimento, deformação excessiva ou fendilhamento (tipo de rachadura). Muito importante também que o síndico oriente os empregados a fazerem inspeção visual periódica, realizando a limpeza de calhas, ralos e lajes de cobertura. Os componentes de madeira que ficam expostos à chuva e ao sol precisam receber aplicação de verniz do tipo marítimo. No caso de estrutura metálica, é importante fazer a inspeção periódica recomendada pelo fabricante ou construtor para verificar se existe algum ponto de corrosão, principalmente, nas áreas de solda, que são mais vulneráveis. O engenheiro civil Eric Medeiros, responsável técnico da Formar Engenharia, afirma que alguns dos problemas mais comuns nos condomínios atendidos pela empresa estão relacionados com telhados e lajes.
De acordo com o especialista, em lajes em que há circulação de pessoas ou carros, o ideal é instalar uma manta asfáltica para impermeabilizar. O produto, elaborado à base de asfalto modificado com polietileno de alta densidade, é vendido em rolos e pode ter espessura que varia de 3 a 5 milímetros. A impermeabilização com esse material exige, via de regra, a execução de posterior camada de argamassa de cimento e areia, que servirá como proteção mecânica contra trânsito de veículos ou pessoas, queda de objetos ou intemperismo. Para o local onde não há circulação, basta a aplicação de uma manta aluminizada, que também serve para impermeabilizar, mas sem a necessidade da camada de argamassa. Nesse caso, o custo é 20% menor. “Muitas vezes, o síndico acaba optando pelo serviço mais caro por desconhecer as características do espaço ou a aplicabilidade do produto. Em caso de dúvida, o ideal é procurar um profissional qualificado para fazer a avaliação”, indica o engenheiro da Formar. Síndica do condomínio Itaipu, com 10 andares e 82 apartamentos, em Ipanema, Maria de Lourdes Carvalho de Mendonça, que exerce a função desde 2009, passou por momentos difíceis por conta do telhado, que veio se deteriorando ao longo dos 40 anos de vida da edificação. “A infiltração chegou a afetar todos os apartamentos”, conta a gestora, que precisou fazer ampla reforma. Maria de Lourdes também se concentrou nos sistemas hidráulico e elétrico: “Consertamos os barriletes e, no que diz respeito à economia de energia, instalamos sensores de presença e luminárias mais econômicas”, revela a síndica, que conta com o auxílio da CIPA em sua gestão.
Transporte vertical merece cuidados Todo mundo utiliza elevadores diariamente, em casa e no trabalho. Mas poucas pessoas param para pensar na importância da manutenção desse equipamento, a não ser quando se publicam notícias sobre acidentes com vítimas. O diretor comercial da Sete Servic Elevadores, Marcelo Lemos Pinheiro, esclarece que a manutenção está definida na Lei municipal nº 2.743, de 1999, que regulamenta os deveres e as obrigações de empresas, fornecedores e clientes. Os condomínios devem manter contrato de manutenção com uma empresa devidamente licenciada pelo órgão fiscalizador, a Gerência de Engenharia Mecânica (GEM), ligada à Rioluz. “Esses contratos preveem ações de manutenção preventiva 14
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e corretiva. A corretiva visa sanar alguma deficiência de funcionamento, e para isso o cliente precisa entrar em contato com a empresa para solicitar um técnico. Já a preventiva é efetuada mensalmente, tendo como principal função se antecipar a possíveis defeitos e diminuir a incidência de manutenção corretiva”, esclarece Pinheiro. Orlando Sodré afirma que os problemas mais comuns são defeito nos alarmes ou interfones, desnível entre o piso da cabina e o pavimento de parada, quebra dos botões, falha no sistema de ventilação e vandalismo. O procedimento de execução de manutenção preventiva envolve limpeza, ajuste, lubrificação e regulagens de todo o maquinário existente. Uma inspeção bem executada diminui sensivelmente a incidência de defeitos. O executivo da Sete Servic dá uma in-
formação importante: “Em média, a manutenção preventiva deve levar, no mínimo, uma hora e meia por elevador, levando em consideração um pequeno prédio de quatro a cinco andares, podendo chegar até meio dia ou até mesmo o dia inteiro, por elevador, dependendo da complexidade do equipamento e do tamanho do empreendimento.” É fundamental que o síndico mantenha em local visível o registro do elevador emitido pela Prefeitura, fornecido por ocasião da liberação do alvará de instalação, e também o Relatório de Inspeção Anual (RIA), documento obrigatório e elaborado pela empresa de manutenção. “Deve-se observar periodicamente a existência de ruídos ou anormalidades e, em caso de problemas, acionar imediatamente a empresa de manutenção”, completa Sodré.
Varandas e marquises Varandas chamam a atenção pelo charme e pelo espaço a mais que pode ser aproveitado para apreciar a vista ou simplesmente relaxar. As marquises, que estruturalmente se assemelham às varandas, têm como função proteger os transeuntes das intempéries. É preciso muita atenção para a manutenção desses elementos estruturais, porque um descuido pode gerar graves acidentes, como a queda da marquise do Hotel Canadá, em Copacabana, em fevereiro de 2007, que provocou a morte de duas pessoas e deixou oito feridos. Em março daquele ano, foi aprovado o decreto nº 27.663, que propõe medidas mais eficazes para garantir a segurança da população em relação à estabilidade das marquises construídas sobre logradouros públicos e áreas de afastamento no Rio. Polêmico, o decreto proibiu a construção de novas marquises de concreto armado ou metálica. Em relação às já existentes, o artigo 4º obriga os condomínios a disporem de Declaração de Segurança Estrutural das Marquises (DSEM), elaborada e assinada por profissional habilitado e registrado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ) e renovada a cada três anos.
Gasto com manutenção nos condomínios Os síndicos do Rio de Janeiro estão atentos à importância da manutenção. Pelo menos é o que aponta pesquisa do Secovi Rio contida no Panorama do Mercado Imobiliário 2012, publicação lançada pelo sindicato em 26 de março. De acordo com o levantamento, a manutenção consome 13% dos recursos dos condomínios do Rio, só perdendo para a folha de pessoal (42%) e a conta de água (18%). Veja a tabela dos gastos dos condomínios por rubrica: Rubrica
%
Pessoal
42%
Água
18%
Manutenção
13%
Outros
12%
Luz
9%
Elevadores
6%
Serviço Primer Engenharia – (21) 2266-3325 Formar Engenharia – (21) 2886-3736 ou www.portalformar.com.br Sengepar – (21) 2435-7000 Sete Servic – (21) 3359-0352 ou www.seteservic.com.br Secovi Rio – (21) 2272-8000
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mercado
fotos: aline rezende
Secovi Rio lança o Panorama do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro 2012
José Mariano Beltrame, secretário estadual de Segurança Pública
Pedro Wähmann, presidente do secovi rio
O Secovi Rio apresentou, no dia 26 de março, no Porcão Rio’s, o Panorama do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro 2012, elaborado pelo Centro de Pesquisa e Análise de Informação. Estavam presentes, entre outros convidados, o presidente da entidade, Pedro Wähmann; o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame; a vice-presidente financeira e de desenvolvimento do Secovi Rio e diretora de Seguro, Locação e Novos Negócios, Maria Teresa Mendonça Dias; o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Sydnei Menezes; o presidente da Fecomércio, Orlando Diniz; o desembargador Sylvio Capanema; o presidente do Creci, Manoel da Silveira Maia; e a presidente da Abadi e diretora da Unidade de Negócio e Condomínio da Cipa, Deborah Mendonça. Em seu terceiro ano, a publicação mostra que os preços médios do metro qua-
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Maria Teresa Mendonça Dias, vice-presidente financeira e de desenvolvimento do Secovi Rio e diretora de Seguro, Locação e Novos Negócios da CIPA
drado de imóveis residenciais para venda subiram menos do que em 2011 e 2010. Os números obtidos nas pesquisas do estudo confirmam a tendência de estabilização, mas ainda indicam valorização. A forte demanda e o bom momento econômico da cidade fizeram com que os valores subissem acima da inflação: em todos os bairros pesquisados, a variação foi superior a 5%. O evento foi aberto pelo presidente da entidade e, logo em seguida, discursou o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. O tema do evento foi “Prestando Contas”. Beltrame afirmou que sofrer violência não é apenas ter uma arma na cabeça, mas também testemunhá-la. “Hoje, o mais importante é que o Rio de Janeiro tem uma política de segurança pública”, ressaltou o secretário. Segundo a vice-presidente financeira e de desenvolvimento do Secovi Rio, Maria
Teresa Mendonça Dias, responsável pelas pesquisas, 2012 foi o ano das Zonas Norte e Oeste. “A expansão do Rio para essas regiões, capitaneada pela instalação das UPPs, pelos investimentos em mobilidade urbana e pela construção de espaços de lazer, como o Parque Madureira, fez renascer o bairrismo e o orgulho dos moradores. Dos dez maiores índices de valorização para venda, oito foram registrados nessas áreas”, afirma. Colaboraram com a publicação entidades públicas e privadas que compartilharam dados estatísticos: a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ); a Prefeitura do Rio de Janeiro; a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ); a Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi); o IBGE; a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip); a CEG; a Comlurb e a Light.
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atualidade
Os síndicos e a tecnologia No Dia do Síndico, 23 de abril, a CIPA presta homenagem ao síndico e revela o novo perfil do gestor de condomínios
A síndica Isabel Kieling, da Barra, criou site e Facebook para o condomínio: “Não vivo sem meu iPad, meu iPhone e meu laptop”
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“Bem-vindo a nosso condomínio.” É com essa frase que o site do condomínio Lyon, na Barra da Tijuca, saúda os visitantes. Idealizada pela síndica Isabel Kieling, a página, lançada em 2010, está gerando mudança de comportamento. “As reservas do salão de festas e da churrasqueira, por exemplo, eram feitas no livro de registro e sempre deu problema porque as pessoas se esqueciam de conferir as datas e as desistências. Agora, todo mundo só faz as reservas on-line e pode verificar mais facilmente, pelo laptop ou smartphone. Não houve mais atritos”, revela a gestora. Aos 59 anos, Isabel, que nasceu em Porto Alegre, se define como “uma pessoa muito tecnológica”. Jornalista de formação, ela assumiu o cargo no Lyon há três anos e, desde então, vem fazendo uma série de melhorias, com a internet como ferramenta. No site, o acesso é restrito aos moradores. “Através de nossa página, as pessoas têm acesso a vários documentos, entre eles a convenção do condomínio, as atas e os extratos enviados mensalmente pela CIPA, sem falar nas reservas de salão de festas e churrasqueira e no livro de reclamações virtual”, diz. No prédio, com 23 andares e 180 apartamentos, o perfil dos moradores, segundo Isabel, é bastante heterogêneo e as faixas etárias são variadas. “Quando lançamos o site, houve certa resistência. Hoje todos estão acostumados, inclusive os mais velhos, que vão se adaptando aos poucos”, comemora. Não satisfeita, a síndica, que passa o dia conectada, criou, em 2011, o Facebook (com 252 amigos até o fechamento desta edição) e o Twitter do Lyon. “Acho importante inserir o condomínio nesse momento da história, em que as redes sociais têm um papel cada vez mais relevante.” Para o supervisor da área de desenvolvimento e mercado da CIPA, Marco Rocha, a internet é uma ferramenta que vem ganhando destaque. “Hoje os condomínios funcionam como empresas, com uma série de obrigações tributárias, contábeis e fiscais. A internet pode ajudar
Marco Rocha, da CIPA: “Hoje os condomínios funcionam como empresas. Os síndicos precisam se atualizar e saber lidar com as novas tecnologias”
na troca de experiências entre gestores prediais e também estimular os moradores, principalmente os mais jovens, a participar do dia a dia do condomínio”, afirma Rocha, lembrando que a parceria com uma administradora é imprescindível. Embora os síndicos estejam cada vez mais bem preparados, o suporte de uma empresa idônea do ramo da administração imobiliária pode livrá-los de grandes dores de cabeça. E para celebrar o Dia do Síndico, comemorado em 23 de abril, data que também é aniversário da CIPA, a empresa continua inovando: novidades estão sendo desenvolvidas em serviços e informações para condomínios, síndicos e proprietários de imóveis, principal-
mente pela internet, incluindo novas facilidades de acesso, mobilidade e integração. Superantenada, Isabel Kieling se diz preparada para novas experiências. “Não vivo sem iPad, iPhone, laptop. Depois que uma infiltração danificou vários documentos, resolvi fazer um backup de tudo e armazenar em meu computador”, afirma a síndica, que conta com o auxílio de um conselho fiscal e consultivo composto por três condôminos. A gestão participativa fez com que ela conseguisse aprovar obras importantes para a saúde do condomínio, inaugurado há 21 anos. Desde que assumiu o cargo, há três anos, já investiu cerca de R$ 500 mil em reformas na parte hidráulica, na garagem, na piscina, no sistema de antena coletiva etc.
O artigo 1.348 do Código Civil determina que entre as atribuições do síndico estão representar o condomínio e cumprir e fazer cumprir a convenção. O gestor também tem por obrigação zelar pela conservação das partes comuns, elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano, prestar contas à assembleia e realizar o seguro da edificação. Prova de que os gestores estão cada vez mais ligados nas novas tecnologias, uma pesquisa realizada durante a Feira Secovi Rio de Condomínios 2012, em setembro do ano passado, revelou que 81% dos 320 visitantes entrevistados preferem ser avisados sobre eventos através de e-mail. A maior parte, 39,2%, teve conhe-
cimento da feira pela internet. O detalhe é que a faixa etária que contou com o maior número de visitantes foi a de 54 anos ou mais: 48,8% dos respondentes. Um estudo intitulado Riologia, realizado no Rio de Janeiro, em 2012, intitulou como “Geração A” um grupo correspondente a 62% de um universo de 577 idosos (cariocas entre 60 e 75 anos) entrevistados. Coordenado em conjunto pela Agência Quê e pela Casa 7 Núcleo de Pesquisa, o levantamento concluiu que a “Geração A” (letra inicial das palavras “ativos”, “autônomos” e “agora”) rejeita rótulos e estereótipos, tem potencial para consumo, namora, cuida da saúde e faz planos para viajar. Vinte e seis por cento têm Facebook ou Orkut e 14% possuem smartphones.
mariza lima
Como ser um bom síndico
André Baez, síndico de um condomínio na Lagoa, abre mão do smartphone com internet, mas mantém contato virtual quase diário com a CIPA
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André Severiano Ribeiro Baez, síndico de um condomínio administrado pela CIPA na Lagoa, prefere abrir mão do smartphone. Com 50 anos, ele optou pelo notebook. “Evito ter internet no celular para não ficar preso”, explica o gestor, que exerce a função há sete anos. Apesar disso, ele mantém contato
quase diário com a CIPA através de e-mails e organiza a documentação em arquivos digitais. “A conferência de extratos, receitas, despesas e negociação de orçamentos é feita pela internet”, revela Baez, que não pretende incluir o condomínio nas redes sociais. “Os moradores não querem exposição”, justifica.
64 anos de tradição e qualidade
O vice-presidente administrativo do Secovi Rio, Ronaldo Coelho Netto, reforça: é de grande importância o exercício da administração de um condomínio. A tarefa exige conhecimento multidisciplinar, portanto, o apoio de uma administradora de imóveis se faz imprescindível. Todo mundo já sabe: o cargo de síndico não se aprende na escola. Mas algumas dicas de especialistas do segmento podem ser bastante úteis. A mais importante é: encarar o cargo com disposição. O resto, o dia a dia se encarrega de ensinar. A seguir, dez características desejáveis em um bom síndico, de acordo com Netto:
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Uma boa gestão em dez lições
saber lidar com pessoas e geri-las (funcionários, fornecedores, condôminos, crianças) e reforçar o trabalho em equipe; ter algum conhecimento financeiro ou desenvoltura com os números, já que o trabalho inclui controle de fluxo de caixa, negociação com fornecedores etc.; manter a disciplina e fazer valer a convenção, o regulamento interno e o que for decidido em reuniões de assembleia; ser conciliador e apaziguador e promover a integração das pessoas, estimulando-as a participar das decisões da administração do condomínio que são tomadas nas assembleias; zelar pela imparcialidade nas decisões: saber separar os papeis de síndico e de condômino; ser ético, já que representa os interesses dos condôminos, ou seja, de uma pequena (ou grande) comunidade; ter cuidado com a manutenção do patrimônio – partes comuns, maquinários etc. –, que deve ser periódica, com respaldo técnico e preventivo;
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treinar a comunicação: é importante informar os demais condôminos sobre as decisões e os porquês delas; manter-se atualizado: a cada dia, a administração condominial é complexa, por isso, a necessidade de constante atualização; estar consciente de suas responsabilidades: o síndico representa o condomínio, e não é a autoridade máxima, pois seus limites de atuação são definidos pela assembleia geral.
Matriz Botafogo—R. Gal. Polidoro 85
2542-1313 / 2543-9000 / 2542-1499
Filial Barra—Av. Olegário Maciel 214 / Lj.5
2494-3492 / 2493-7433 / 2493-9703
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CIPA cinquenta “inove” anos A empresa faz aniversário no dia 23 de abril, Dia do Síndico Completamos 59 anos da mesma forma como sempre atuamos: com uma proposta moderna e inovadora, para proporcionar qualidade e confiança a nossos clientes. Neste ano, a inovação vai mais longe. Novidades estão sendo desenvolvidas em serviços e informações para condomínios, síndicos e proprietários de imóveis, principalmente pela internet, incluindo novas facilidades de acesso, mobilidade e integração. O sistema próprio da empresa também está sendo revisto, com novas ferramentas de gestão operacional e administrativa, gestão das informações de pessoal, financeira e tributária, para proporcionar mais segurança na troca de dados. É a CIPA aproximando o futuro de seus clientes. Nossa experiência em negócios imobiliários vem desde 23 de abril de 1954, data da fundação da empresa pelo patrono Mario Mendonça. Para nós é uma honra poder comemorar, nessa mesma data, o Dia do Síndico. Parabenize seu síndico neste dia, afinal, é ele quem cuida de nosso patrimônio e merece todo o nosso carinho.
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NOTA
Lei Municipal nº 126 obriga edifícios a fazerem autovistoria A obrigatoriedade de realização de vistorias técnicas nos edifícios residenciais e comerciais do Rio, já definida pela Lei Estadual 6.400/13, sancionada no início de março, foi ratificada no fim do mês por legislação municipal. A Lei Complementar no 126, de 26 de março, institui, no artigo 1º, que as inspeções prediais devem ser feitas com intervalo máximo de cinco anos. Será necessário verificar as condições de conservação, estabilidade e segurança e garantir, quando necessário, a execução das medidas reparadoras. Assim como na lei estadual, a municipal determina que a vistoria técnica deverá ser efetuada por
profissional legalmente habilitado, com registro no conselho de fiscalização profissional competente. O laudo técnico deverá estar acompanhado do respectivo Registro ou da Anotação de Responsabilidade Técnica. O artigo 2º, §2º, determina que “Em caso de prestação de informações falsas ou de omissão deliberada de informações, aplicar-se-á ao profissional de que trata este artigo multa no valor equivalente a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), sem prejuízo das demais responsabilidades civis, administrativas e criminais previstas na legislação em vigor”.
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MANUTENÇÃO por Paulo Ferreira
Como manter os elevadores em dia A síndica Romana Attademo, do Solar Princesa Cristiana, adverte: cuidado para o entra e sai de material de obras não exceder o limite permitido
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Na hora de usar o elevador tem aquele morador que sempre acha que cabe mais um na cabine, apertando daqui, apertando dali. Há os apressados, que apertam várias vezes o botão do elevador, considerando que ele chegará mais rápido. Esses mesmos apressados também chamam todos os elevadores ao mesmo tempo em vez de escolher apenas um. Quem tem filhos, muitas vezes, não está ciente do perigo que é deixá-los usar sozinhos os elevadores. Bom, já dá para imaginar: tão imprescindível quanto fazer a manutenção e conservação dos elevadores é conscientizar os condôminos de que o uso adequado deles também colaborará para aumentar a vida útil dos aparelhos, além de evitar acidentes e despesas desnecessárias para o condomínio. “Sem dúvida, a participação de todos os usuários no cuidado com o elevador é extremamente importante, pois prolonga a vida útil do equipamento, evitando quebras constantes, principalmente, em portas e botoeiras de chamadas”, explica o diretor comercial da Infolev, Fábio Aranha. Para reforçar a importância do bom uso dos elevadores é importante que os síndicos se preocupem com a prevenção, criando regras básicas para o uso do equipamento. É o caso de Regina Maria de Nadai dos Santos, síndica do condomínio San Francisco, no Andaraí. Prestes a promover a modernização dos elevadores no condomínio, Regina sempre se preocupou com o bom uso deles. “Além da manutenção mensal, desligo parte dos elevadores à tarde e à noite, quando há menos movimento entre os andares. Também estimulamos que os elevadores transportem até seis passageiros por cabine, quando a capacidade suportaria até oito pessoas. Material de obra e cargas mais pesadas vão pelo elevador de serviço, que está preparado para isso. E temos câmeras nos elevadores e luz de emergência nas cabines”, explica.
A síndica Regina de Nadai, do condomínio San Francisco: “Estimulamos que os elevadores transportem menos passageiros que o permitido, para a segurança dos moradores de nosso edifício”
Para Regina, a modernização dos elevadores vai garantir economia no gasto de luz do condomínio e trará mais conforto para o morador, que vai evitar chamar os elevadores às cegas nos andares: “Vamos mudar principalmente a parte elétrica, que vai proporcionar mais economia em termos de energia, e colocar chamada inteligente, que mostra em que andar o elevador está, permitindo que o morador chame o elevador mais próximo de seu andar.” Um dos maus hábitos mais comuns na utilização de elevadores ainda é o não respeito ao limite de peso. Essa é uma preocupação constante da síndica Romana Dellomo Attademo, do Solar Princesa Cristiana, em Ipanema. E ela aumenta sempre quando há obras no prédio. “Em geral, há dois ou três apartamentos em obra no condomínio. E a entrada e saída de material sempre dá dor de cabeça. No elevador social, o limite é de seis passageiros; no de serviço, o peso do material transportado deve ser equivalente à capacidade da cabine do social, calculada para baixo. Material mais pesado deve ser carregado pela escada”, determina. Romana, que modernizou os elevadores do prédio há três anos, cobra o cumprimento das regras à risca: “Tem que ser assim e, no caso de obras, estamos estudando a possibilidade de usar pequenos elevadores para transporte exclusivo desse tipo de material.” Uma das dicas que Fábio Aranha, da
Infolev, dá em relação ao sobrepeso dos elevadores é a utilização de tecnologia que evita sua ultrapassagem. Além da placa indicativa da capacidade (obrigatória) e da conscientização, existem os pesadores de carga. Os mais comuns são os de piso, que funcionam como se o piso da cabina fosse uma balança, e os que agem pela deflexão dos cabos de aço ou da longarina da cabina. Os de piso geralmente são difíceis de adaptar em elevadores existentes. Os outros podem ser instalados em praticamente qualquer elevador. “Hoje em dia, o mercado de tecnologia para elevadores possui diversos itens que podem ser acrescentados para medir a carga da cabina. Equipamentos modernos como quadros de comando recebem o sinal desses sensores e avisam o usuário, como o anunciador de voz VoiceCard, que anuncia: ‘elevador lotado. Favor sair uma pessoa’, o que evita o excesso de passageiros”, informa. “Esse pesador também pode ser utilizado para melhor estratégia de atendimento, ou seja, ao trabalhar com quadros de comando inteligente, os elevadores nem param para outras chamadas externas quando a carga da cabina já está com mais de 80% de sua capacidade. “Os usuários devem entender que existe uma relação direta entre a quantidade de passageiros e a capacidade máxima do elevador. Esta, por norma, é de 75 quilos por passageiro, ou seja, a referência de quantidade ABR_MAI_JUN 2013
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de passageiros somente é atendida se essa conexão for satisfeita. Então, os usuários devem atentar para a capacidade máxima do elevador em peso, e não necessariamente em quantidade de passageiros”, reforça o coordenador comercial da CMA Elevadores, Henrique Chiara. O diretor da Premium LV Rio Elevadores, Marcos Ventapane, faz coro com a preocupação com o excesso de peso dos elevadores: “É fundamental cuidar do que interfere diretamente no funcionamento do sistema dos elevadores, como o excesso de peso”, explica. “É importante ter a identificação do limite de peso nas cabinas, e outra opção é colocar o pesador de carga, que pode ser instalado em qualquer elevador, independentemente de idade ou tipo.” Ventapane diz, no entanto, que a má utilização, pelos moradores, das portas de eixo vertical, ou seja, as manuais, em que é necessário abrir para entrar na cabina, é uma das maiores causas de chamados de manutenção pelos condôminos para as empresas especializadas: quase 70% dos pedidos vêm de problemas causados nas portas. “O usuário, em geral, não sabe lidar com esse tipo de porta. O certo é que ele abra a porta até 90 graus. Contudo, é muito comum que ele empurre a porta até o final, quando está carregando compras, por exemplo, o que causa problemas no fechador e no trinco. Outra situação é quando o usuário já está dentro da cabina e, com pressa, força o fechamento da porta por dentro. A correria leva, ainda, o morador a empurrar a porta externa quando a interna mal começou a abrir. Conscientizar os condôminos sobre a boa utilização do equipamento também é economia para o condomínio.”
Para aumentar o tempo de vida útil dos elevadores, os usuários devem interferir o menos possível no funcionamento deles, explica o diretor executivo da CMA Elevadores, Márcio Barcellos: “Por exemplo, ao registrar uma chamada, o botão emite um sinal elétrico ao quadro de comando. Não adianta apertar o botão diversas vezes, com apenas um toque a chamada já é registrada. É muito comum nos depararmos com usuários que apertam o botão várias vezes.” Além desses cuidados, Ventapane aconselha os condomínios a instalarem espelhos e câmeras no elevador: “Isso inibe completamente atos de vandalismo.” Outra dica é na hora da limpeza. Por incrível que pareça, muitos condomínios usam álcool e outros produtos corrosivos, que acabam por estragar parte dos componentes do elevador. O álcool, por exemplo, pode causar curto-circuito quando passado sobre botoeiras eletrônicas, pois acaba entrando no painel. Além disso, Ventapane também sugere, em termos de economia de energia e aumento de vida útil do elevador, o controle de tráfego diário. Assim, o condomínio pode decidir em que horas do dia será necessário manter todos os elevadores funcionando ou parte dele. “Outra recomendação é não lavar o hall dos elevadores com água abundante. Isso evita que caia água no poço e que ela danifique o equipamento eletromecânico de segurança”, recomenda Chiara, da CMA Elevadores. Mas mesmo com todas essas dicas, Aranha conta que há uma que é infalível para chamar a atenção dos moradores para a conservação dos elevadores: “Temos de conscientizá-los de que o elevador é um bem que influencia no valor do imóvel.” ABR_MAI_JUN 2013
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O que diz a lei
Dicas para o bom uso dos elevadores
No Rio de Janeiro, há a Lei estadual nº 3.629, de agosto de 2003, específica sobre a utilização de elevadores. O intuito dela foi criar mais um mecanismo de repressão para a discriminação de raça, sexo, cor, origem, condição social etc. Porém, a lei não se restringiu a esse tema e regulou amplamente a forma de uso dos elevadores condominiais. No artigo segundo, por exemplo, fica estabelecido que o transporte de pessoas se dará pelo elevador social. E o parágrafo único determina que o elevador de serviço será usado somente nos casos em que houver transporte de volumes, cargas, serviços de obras ou reparos e pessoas em trajes de banho. Além disso, é obrigatória a colocação de placa com a expressão “Social” ou de “Serviço” diretamente aplicada ou acima da porta dos elevadores. A lei determina também que é obrigatória a colocação de placa, em caráter permanente, no interior dos elevadores, com a seguinte expressão: “Lei nº 3.629, de 28 de agosto de 2003. Através dessa lei fica vedada qualquer forma de discriminação no acesso aos elevadores existentes neste município, em virtude de raça, sexo, cor, origem, condição social, idade, porte ou presença de deficiência e doença não contagiosa por contato social, podendo seus infratores responder as sanções criminais na forma da legislação brasileira.” “Em tudo que a lei for omissa, devem-se aplicar a convenção e o regimento interno do condomínio. Mas nem o regimento, nem a convenção podem prever regras contrárias à lei estadual ou qualquer outra norma infraconstitucional e constitucional”, explica o advogado Leandro Pinheiro.
O elevador é um bem e instrumento essencial, que nos ajuda na mobilidade diária. Por isso mesmo, conservá-lo é importante. A seguir, seguem algumas dicas para a boa utilização dos elevadores: acione o botão de chamada somente uma vez; apertá-lo repetidamente não fará o elevador chegar mais rápido; essa atitude somente prejudica o mecanismo dos botões;
crianças com menos de 10 anos são proibidas, por lei, de viajar sozinhas no elevador; oriente para que elas não risquem ou depredem os elevadores; entre na cabine e saia dela sempre atento às soleiras das portas; muitos acidentes acontecem por falta de atenção;
em elevadores com seleção de subida e descida, acione somente a direção desejada;
prender a porta do elevador para bater papo prejudica e atrasa as pessoas que precisam dele, fazendo com que, muitas vezes, elas forcem portas e botões;
não puxe a porta do pavimento antes de a cabina parar por completo no andar; forçar a abertura da porta do pavimento pode danificar os sistemas de segurança;
fumar na cabine do elevador, além de incomodar as outras pessoas, é proibido por lei; não fumar garante seu conforto e o dos outros passageiros;
respeite a carga e o número máximo de passageiros;
antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra parado no andar.
não segure a porta do elevador; isso prejudica a eficiência do sistema, causando transtorno aos outros usuários; chame apenas um elevador, pois, chamar todos de uma só vez ocasiona viagens inúteis, gasto de energia elétrica e desgaste do equipamento, além de provocar atraso para os outros usuários;
Serviço Infolev – (11) 3383-1900 e www.infolev.com.br Premium LV Rio Elevadores – (21) 2241-082 e www.premiumlvrioelevadores.com.br CMA Elevadores – (21) 2293-6644 e www. cmaelevadores.com.br
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Mercado
Encontro de Síndicos Zona Norte Você sabe o que é Assembleia Virtual? Tem dúvidas sobre Segurança Predial? Você encontrará resposta para estes e outros questionamentos no Encontro de Síndicos. A ABADI – Associação das Administradoras de Imóveis, realizará o Encontro de Síndicos no dia 24 de abril, de 13h às 18h, no Senai Tijuca – Rua Mariz e Barros, 648. O evento terá ainda um Workshop Jurídico, e ao final sorteio de brindes para os participantes. Faça já a sua inscrição. É gratuita. Venha participar do melhor evento do segmento condominial.
Aproveite e traga 1 quilo de alimento, que será doado a instituições de caridade.
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BEM DITA! – a coluna de boas notícias Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)
A palavra “síndico” tem origem no grego sundiké, que diz respeito à administração, à atenção a uma comunidade, e já era usada na antiguidade no sentido de representação. Para homenagear nossos grandes aliados no Dia Nacional do Síndico, 23 de abril, esta coluna, sempre espalhando bons fluidos, oferece momentos prazerosos de leitura e dicas práticas. A data 23 de abril é bem conhecida dos cariocas por ser o dia de São Jorge e também (aí poucos sabem) o Dia Internacional do Livro. Coincidência ou não, as duas figuras, São Jorge e síndico, têm algo em comum: são grandes guerreiros. Para exercer a função mais importante do condomínio, é preciso muito jogo de cintura. Como o trabalho não é ensinado nem na escola, nem na faculdade, dicas podem ser úteis.
Vejamos: gerir pessoas (funcionários, fornecedores, condôminos e crianças), fortificando o trabalho em equipe; conciliar, apaziguar, praticar a ética, saber se comunicar com clareza, manter a disciplina e integrar as pessoas, estimulando-as a participarem das decisões da administração do condomínio que são tomadas nas assembleias; cuidar o patrimônio; manter-se atualizado; estar consciente de que o(a) síndico(a) representa o condomínio, e não é a autoridade máxima, pois seus limites de atuação são definidos pela assembleia geral.
Feliz dia 23 de abril! Que seu condomínio seja feliz e que você consiga superar as dificuldades com sabedoria e bom humor.
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O paisagismo, de Carlos Artêncio Neto “Olhe aquilo! A resposta dos nossos problemas está na natureza, olhe bem pra ela.” (Fernando Chacel) Vindo do interior de São Paulo para o Rio nos anos 1970 para cursar a faculdade de arquitetura (e ele já era um bom desenhista técnico), trabalhou na projeção das barragens de Furnas que estavam começando a ser construídas. Foi então que Carlos Artêncio Neto teve contato, pela primeira vez, com o paisagismo. Sob a direção do arquiteto e urbanista Pedro Paulino Guimarães, que foi diretor do Departamento de Parques e Jardins do Estado da Guanabara nos anos 1960, quando projetou e implantou o Parque da Penha, participou dos projetos de paisagismo das Usinas Hidrelétricas de Nova Avanhandava e Porto Simão. Esses projetos visavam, principalmente, à recuperação das áreas degradadas pelas obras de construção em uma época em que o discurso do meio ambiente ainda inexis-
“Olhe aquilo! A resposta dos nossos problemas está na natureza, olhe bem pra ela.” tia. Mais tarde, Carlos Artêncio conheceu o paisagista Fernando Chacel, fazendo-lhe os desenhos para apresentações de seus projetos. Nos últimos dez anos, participou ativamente de seus trabalhos, ajudando-o a projetar e a acompanhar a implantação de jardins em residências na região do Rio e em outros locais do Brasil. Sobre essa relação de parceria de mais de 20 anos com Chacel, declara Artêncio: “Gostava muito de ouvi-lo contar histórias sempre interessantes e engraçadíssimas. Sua presença foi carinhosa e de apoio em todos os sentidos, corrigindo-me e apontando-me tranquilamente os caminhos a seguir – um verdadeiro amigo que legou-me uma experiência marcante. Hoje tenho certeza de que não quero fazer outra coisa. Dizia-me (e disso sempre me lembro quando projeto jardins): ‘olhe aquilo’, referindo-se a um detalhe da paisagem, ‘a resposta dos nossos problemas está na natureza, olhe bem pra ela.’”
(Fernando Chacel)
http://www.40forever.com.br/o-paisagista-carlos-artencio/ http://jardimtropicalrio.com.br
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Tropicália - um caldeirão cultural, de Getúlio Mac Cord Getúlio Mac Cord é radialista, pesquisador da MPB e engenheiro. Ele sonhava em escrever um livro que falasse do Brasil em toda a sua amplitude cultural. Percebeu, então, que a música seria o campo, e que o movimento da Tropicália, o objeto de estudo. Durante 30 anos, estudou e colheu depoimentos – para as 40 entrevistas foram necessários mais de 50 horas de conversas, gravadas em mais de 50 fitas, 55 viagens, aproximadamente 4.056 shows, incontáveis recortes de jornais e revistas. Para ele, a Tropicália é um regurgitar da Semana de Arte Moderna de 1922.
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O livro Tropicália – um caldeirão cultural (Editora Ferreira) contém depoimentos históricos e bem-humorados, como os de Jards Macalé, Rogério Duprat, Jorge Mautner, Capinan, Guilherme Araújo, Sérgio Dias, Sérgio Ricardo, José Ramos Tinhorão, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé, de quem Getúlio ganhou o prefácio: “Neste livro os participantes próximos e circunstanciais do Tropicalismo contam ao autor o que se passou naqueles idos já longe(...) A narrativa dessa agitação cultural-comportamental teve a duração e a intensidade de uma nuvem, de uma chuvarada.
(...) Se um historiador pode ser traído pela preocupação documental, pelo não-posso-me-esquecer-de, Getúlio Mac Cord conseguiu exercer uma compreensão seletiva. Enxerta, com particular fluidez, o surgimento e a insurgência do Tropicalismo nos momentos históricos da instauração da ditadura, da perda de esperança, das aflições brasileiras – coletivas, sim, porém parciais e segmentadas. Até hoje é doído e doido falar nisso. (...) O véu de Maia revestiu a conjuntura brasileira da ideia de progresso e força e, depois, do retorno ao des-progresso, duas faces da mesma ilusão. (...)Estas informações são um serviço de utilidade pública, leve abrir de porta sobre fatos adormecidos, bem-vindo num país que não tem como coisa nobre o conhecimento de si próprio.” E na orelha do livro, Jards Macalé diz: “Não sou tropicalista e nunca fui. No en-
tanto tive contato direto com os tropicalistas, alguns meus parceiros de poesia e música(...) Aliei-me a Gal Costa na ocasião da prisão de Caetano e Gil; e se em algum momento fui tropicalista, foi no desagravo a eles no Maracanãzinho na minha música com Capinan, Gotham City. (...)Nunca vi tanta obstinação!!! Getúlio batia na porta das pessoas, nem sempre receptivas, e, durante os últimos anos, debateu-se na editorialização deste Tropicália – um caldeirão cultural. A Tropicália não foi um movimento, mas uma discussão estética e cultural. Uma revolução que nada teve a ver com a política. Pelo menos não nos termos como a política é conhecida no Brasil.” Para José Ramos Tinhorão, as pessoas que se comprometeram com a música, o universo sonoro etc., como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes, queriam
uma atualização que as inserisse dentro de um contexto da música comercial, sim, estrangeira, sim, mas de bom nível. “Entrariam em choque, como entraram, com a chamada ‘ala nacionalista’, que eles acusavam de tradicionalista, de estar trabalhando em cima de coisas que não tinham futuro, que tudo não parava, que o mundo era uma aldeia. Como estavam manejando um material que estava em moda na Europa e Estados Unidos, tiveram grande ajuda do poder econômico”, revela. Por isso, o Tropicalismo deve suas primeiras apresentações a empresários, como Guilherme Araújo, e ao apoio de multinacionais, como a Rhodia e a Shell, que usou a imagem jovem d’Os Mutantes para vender seus produtos na campanha Algo Mais. “Há uma relação direta entre poder econômico e capacidade de impor o produto cultural”, afirma Tinhorão.
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cidade por Claudia Silveira
Sem uma luz no fim do túnel Moradores reclamam da insegurança que ronda o Metrô desde o início das obras da linha 4 Percorri a pé algumas das principais ruas do Leblon e fiquei um pouco preocupada com o que vi por lá. Era gente se espremendo em algumas calçadas estreitas, trechos interditados que deixaram o comércio em geral praticamente às moscas. É motivo de cautela, como me contaram moradores. Vou explicar: a interdição na Avenida Ataulfo de Paiva deixa a área “tranquila” demais. Certa insegurança ronda a região. Isso sem falar na maratona de quem precisa enfrentar o trânsito que sobrecarrega vias próximas ao trecho bloqueado, transformando poucos minutos em jornada de horas, e para quem vive do comércio, que não vive lá seus melhores dias. As histórias contadas pelos moradores do Leblon que acompanham a construção da linha 4 do Metrô no bairro poderiam ser classificadas como desanimadoras. Uma lista de reclamações veio a reboque das obras, que ligarão a Estação General Osório, em Ipanema, ao Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, aproximadamente 16 quilômetros de extensão. Serão seis novas estações: Nossa Senhora da Paz, em Ipane-
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ma; Jardim de Alah e Antero de Quental, no Leblon; Gávea; São Conrado e Jardim Oceânico, na Barra. Falta de segurança para quem mora ou trabalha no local é a principal queixa, além de caos no trânsito, sujeira acumulada junto aos canteiros e aumento do número de moradores de rua. O depoimento de Alana Carvalho, de 44 anos, exemplifica os transtornos causados à população em
geral, que vão além do incômodo barulho. Segundo ela, “a obra do Metrô trouxe, com os tapumes, os assaltos, principalmente na área do Jardim de Alah”. Alana Carvalho defende a instalação de câmeras como alternativa para coibir assaltos e acidentes, com base em imagens registradas pelos equipamentos. Dificuldade de transporte também lidera o ranking das queixas. “Eu não tenho
carro, vendi há bastante tempo justamente porque, por morar aqui, não era necessário. Hoje sinto falta de ter um. Em minha opinião, aumentou a dificuldade de transporte, como ônibus, vans e táxis. Perdi uma prova de concurso num domingo, pois não consegui transporte. Minha expectativa para o futuro Metrô é que seja muito útil e, de preferência, não viva lotado como o de hoje em dia”, conta. Isabel Portugal, de 42 anos, compartilha as mesmas impressões da “vizinha” Alana Carvalho: “Com os tapumes das obras do Metrô, as ruas do entorno ficaram mais inseguras”, reclama. “Os tapumes foram instalados muito próximos aos prédios, criando corredores estreitíssimos. Não há segurança e, principalmente à noite, por onde caminhávamos tranquilamente, hoje há perigo constante de assalto e/ ou abordagens inconvenientes de moradores de rua. Acho que a instalação de câmeras, tanto quanto de policiamento efetivo, é extremamente necessária.” As queixas se repetem: “Temos problemas para estacionar porque várias vagas foram abolidas. O trânsito das principais vias do bairro foi modificado. Não podemos mais ir direto do Leblon para Ipanema pela Avenida Ataulfo de Paiva, já que, interditada nos trechos entre a General Venâncio Flores e a Bartolomeu Mitre e a Afrânio de Melo Franco e o Jardim de Alah, nos faz desviar para a Avenida Delfim Moreira, na praia, ou para a Rua Humberto de Campos, aumentando o tempo de deslocamento, inclusive em função dos sinais.” Quem depende de transporte público, segundo Isabel Portugal, é prejudicado. “As linhas de ônibus que passavam pela Ataulfo de Paiva, nas áreas dos canteiros,
Evelyn Rosenzweig, presidente da Ama Leblon e da Associação Comercial do Leblon: “Os comerciantes estão começando a ficar irritados, sim, mas ninguém fala sobre prejuízo. Estou vendo que o movimento está caindo mesmo em função das obras, dos tapumes”
foram deslocadas para a rua da praia, ou seja, quem anda de ônibus tem que ir até lá para chegar ao ponto. Em dias de chuva e vento, pela proximidade do mar, a sensação de frio é intensificada; em dias de sol, o calor é insuportável, já que não há proteção contra as intempéries. O fluxo
maior de pessoas que esperam os ônibus também afeta a vida dos esportistas e usuários da ciclovia da orla. Já a Rua Humberto de Campos, mais estreita e para menor uso, teve seu fluxo de carros aumentado, sendo usada também por linhas de ônibus”, critica.
Ama Leblon apresenta propostas Além da insegurança apontada por moradores, a queda nas vendas e a falta de vagas para estacionamento integram a lista dos vilões para quem mora, trabalha, visita ou apenas tem o Leblon como rota de passagem. Para entender, basta circular pelas vias de maior concentração de comércio – lojas e restaurantes – para perceber que há, sim, uma mudança no vai e vem nesses estabelecimentos. Na tentativa de trazer mais conforto a quem depende (mesmo) do carro particu-
lar para entrar e sair do bairro, impulsionando o aumento da frequência entre os comerciantes, a Associação de Moradores do Leblon (Ama Leblon) apresentou uma proposta à CET-Rio e duas ao consórcio responsável pela linha 4 do Metrô. A primeira proposta é a criação de um estacionamento alternativo, “em vez de ser ‘ao longo’, em 45º”, na Rua Bartolomeu Mitre, no trecho compreendido entre as ruas Ataulfo de Paiva e Dias Ferreira, do lado esquerdo, aos sábados e domingos. “A
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A moradora Isabel Portugal acredita que com as obras do Metrô as ruas do entorno ficaram mais inseguras
proposta não comprometeria o trânsito e atenderia os restaurantes, principalmente no almoço”, explica Evelyn Rosenzweig, presidente da Ama Leblon. Onde as vagas não são suficientes para atender à demanda, o estacionamento irregular tornou-se comum. Enquanto em países da Europa o problema é sanado com garagens subterrâneas, no Rio de Janeiro e em outras grandes cidades, em geral, vale a premissa do “jeitinho brasileiro”. Qualquer espaço que caiba um carro, uma moto, pode transformar-se em estacionamento, contrariando todas as normas de trânsito
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e, porque não dizer, as regras da civilidade e da boa educação. “Não houve interdição de garagem, mas aconteceram abusos de motoristas de carros particulares que estavam obstruindo garagens. No trecho interditado, sem tapume, mas com acesso a carro, entre as ruas General Venâncio Flores e General Urquiza, é onde ocorre a maior ocupação na frente de garagem. Alertei os agentes da CET-Rio, que colocaram cones, evitando o estacionamento irregular.” Para incrementar as vendas na região, a sugestão da Ama Leblon é a criação, por parte do consórcio, de uma campanha publicitária nos tapumes. “Queremos priorizar as empresas que estão escondidas por causa do tapume, por conta do isolamento que este criou. Apresentamos a ideia ao consórcio, no fim do ano passado, e até agora (janeiro de 2013) não se manifestaram, mas minha expectativa é positiva. Estamos pedindo sugestão também de como seria a campanha, avisando sobre as lojas em funcionamento.” Não há estimativas sobre o prejuízo causado ao comércio, segundo Evelyn Rosenzweig, que também é presidente da Associação Comercial do Leblon. “Os comerciantes estão começando a ficar irritados, sim, mas ninguém fala sobre prejuízo. Estou vendo que o movimento está caindo mesmo em função das obras, dos tapumes. Isso afastou o consumidor, principalmente aquele que não é do bairro; dificultou o acesso, a propaganda que não tem vaga assustou. Estamos com a Avenida Ataulfo de Paiva vazia a qualquer hora do dia.” Por causa de episódios de violência, Evelyn Rosenzweig afirmou que, apesar de o consórcio responsável pelas obras
ter garantido mais iluminação em pontos escuros graças à colocação de tapumes, a medida foi insuficiente para acalmar os ânimos. A próxima etapa, segundo ela, será a implantação de câmeras de vídeo. “Fizemos a reivindicação ao consórcio e pedimos mais segurança ao batalhão do bairro, que deslocou policiais militares para perto de áreas com tapume”, afirma. Uma quarta proposta, ainda não apresentada ao consórcio, poderá repetir o sucesso verificado em verões passados: um micro-ônibus de circulação restrita ao bairro. A medida, segundo a presidente da Ama Leblon, beneficiaria também os comerciantes, além dos próprios moradores, que não precisariam de outro meio de transporte para sair de suas casas. “Durante quatro anos, de 2006 a 2009, por quatro meses, a Associação Comercial conseguiu patrocínio para colocar em circulação um ônibus, isso numa época em que não havia essa confusão de Metrô. A ideia era integrar bairro e morador. Era como se fosse um presente de Natal. O veículo era plotado com a marca, na época, da associação, tinha ar-condicionado, era gratuito e oferecia um circuito ‘redondinho’, porque o Leblon é ‘redondinho’, e o consórcio bancaria isso. Assim, haveria menos carros nas ruas. Temos aqui uma peculiaridade, o Alto Leblon, que é um bairro dentro do Leblon, com 2,7 mil unidades habitacionais. Pelo menos a metade, sendo bem otimista, precisa sair do bairro de carro. O custo não é nada significativo perto do prejuízo que o comércio pode ter. Seria um ganho para todos os que circulam no Leblon, e com um circuito que atenderia ao comércio”, explica.
Nota da redação: A revista Condomínio etc. entrou em contato com a assessoria de imprensa do consórcio responsável pelas obras da linha 4, que não se manifestou sobre as queixas da população. A assessoria da PM também foi contatada, mas não se pronunciou sobre a questão da segurança no bairro até o fechamento desta edição. Já a CET-Rio informou que, quanto ao estacionamento a 45º no trecho entre a Avenida Ataulfo de Paiva e a Rua Arthur Ramos, vem ocorrendo concretagem em uma obra do lado direito e, após a Humberto de Campos, há um fluxo intenso de veículos, não sendo a melhor opção no momento. O estacionamento na Rua Bartolomeu Mitre é do lado esquerdo e, como já é permitido ao longo durante os dias úteis, se permitido a 45° nos fins de semana, acarretaria diversos problemas para os motoristas, segundo a CET-Rio. Quanto à oferta de vagas em geral, o órgão informou que fez uma revisão do estacionamento e liberou muitas áreas. Sobre os trechos interditados sem tapume, mas com acesso a carro, entre a Rua General Venâncio Flores e a Rua General Urquiza, informa que há problemas diários de ordem operacional, como estacionamento irregular em fila dupla, que vêm sendo contornados pelos agentes de trânsito.
Alana Carvalho, moradora do Leblon: “a obra do Metrô trouxe, com os tapumes, os assaltos, principalmente na área do Jardim de Alah”
Serviço Ama Leblon – (21) 2540-5193 Governo do Estado http://www.rj.gov.br As obras trouxeram falta de segurança, caos no trânsito, sujeira e aumento do número de moradores de rua
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conservação
Calçadas em ordem Saiba quais as responsabilidades do condomínio com relação à conservação dos passeios
No meio do caminho tinha um buraco. Tinha um buraco no meio do caminho. A Condomínio etc. pede licença a Carlos Drummond de Andrade para parodiar o célebre poema “Tinha uma pedra no meio do caminho”. O trecho ajuda a contar um pouco da história da síndica Alcileia Índio do Brasil, que comanda o condomínio Santo Antônio, com dois blocos de quatro andares cada um e um total de 31 apartamentos, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. Em 2010, funcionários da Prefeitura fizeram aberturas para a construção de canteiros na calçada da rua onde fica o prédio de Alcileia. A intenção do projeto de arborização era ótima, mas, para a síndica, só causou transtorno. “A muda não vingou, e o buraco permaneceu aberto e sem isolamento. Até que uma pessoa caiu, em 2011, e se machucou”, conta. O condomínio está sendo processado pela transeunte, que pede uma indenização de R$ 35 mil. Alcileia reclama: o buraco foi feito em frente a uma agência bancária que faz parte do condomínio e que, por isso, a responsabilidade seria da empresa. 46
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Mas de acordo com advogados, cabe ao condomínio responder pelo dano. “Não fomos comunicados da obra, apenas recebemos a orientação da Prefeitura de que deveríamos ter isolado o local. Mas aí já era tarde demais”, conta a gestora, que se viu de pés e mãos atados. “Não podemos consertar a calçada de pedras portuguesas porque existe um processo judicial em andamento”, lamenta. Ainda assim, ela se preocupa com a manutenção da área restante: “Varremos todos os dias e lavamos semanalmente.” Síndico do condomínio Sonia, administrado pela CIPA, em Santa Teresa, Iles Santos também passou por momentos de ansiedade. A calçada em frente ao edifício com sete andares e 39 apartamentos, situado em uma rua estreita, sofre com o tráfego de ônibus e caminhões. “Os veículos acabam passando por cima da calçada e, com o tempo, geraram afundamento no granito.” A deformação foi corrigida em outubro de 2012, e a obra, concluída em apenas 15 dias, custou R$ 2,8 mil. “Ficou mais bonito e deu até destaque para o edifício”, conta Iles, que aproveitou para reformar a fachada.
Na calçada do condomínio da síndica Alcileia Índio do Brasil, no Rio Comprido, um buraco feito por órgão público acabou gerando um sério transtorno
Respeitando a legislação A gerente do Departamento Jurídico do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), Solange Santos, esclarece que a responsabilidade pela limpeza, conservação ou construção das calçadas é do condomínio, do proprietário do imóvel ou do terreno, conforme o que determina a Lei Municipal nº 1.350, de 26 de outubro de 1988. O Decreto Municipal nº 29.237, de 28 de abril de 2008, artigo 1º, determina: “A conservação das calçadas em áreas claramente frontais aos imóveis particulares, sejam residenciais ou comerciais, sendo de responsabilidade privada, ou os imóveis públicos não municipais, devem ter
como desdobramento uma ação de rotina das Coordenadorias de Regiões Administrativas Subprefeituras, através de suas equipes, notificando os responsáveis e informando a respeito do que determina a Lei.” Mas em várias regiões da cidade, os calçamentos estão em situação precária, o que representa sério risco aos pedestres. Como funciona a fiscalização? Segundo a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconserva), a responsabilidade pela conservação das calçadas é compartilhada. Nos trechos em frente a propriedades particulares (residenciais
Solange Santos, gerente do Departamento Jurídico do Secovi Rio, afirma: “A responsabilidade pela limpeza, conservação ou construção das calçadas é do condomínio, do proprietário do imóvel ou do terreno, conforme o que determina a Lei Municipal nº 1.350, de 26 de outubro de 1988”
ou comerciais), quem deve fazer a conservação é o proprietário. Já na calçada de praias, canais, praças e áreas públicas em geral, a responsabilidade é da Prefeitura. A fiscalização é feita regularmente pela Seconserva, por meio de suas gerências, em parceria com as subprefeituras locais. Nos trechos particulares, os proprietários são notificados para que executem os reparos necessários dentro de um prazo estipulado pela Prefeitura. Cada caso é avaliado. Caso o cidadão deseje fazer uma solicitação ou reclamação, isso pode ser feito pela Central de Atendimento ao Cidadão, portal 1746.
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Canteiros inadequados e fradinhos indesejáveis Um breve passeio pela cidade é o suficiente para perceber a existência de canteiros com jardins que atrapalham a passagem dos pedestres. Na orla de Ipanema e Leblon, por exemplo, esse tipo de problema é comum. Na Rua Siqueira Campos, em Copacabana, também foram constatadas irregularidades. De acordo com o regulamento nº 4 do Decreto Municipal 29.881/08, as normas relativas a canteiros são definidas pela Fundação Parques e Jardins. Os síndicos têm que ficar atentos. A Seconserva afirma que uma vistoria pode confirmar se o proprietário do imóvel onde foi instalado o canteiro tem autorização da Prefeitura. Uma vez constatado que o canteiro está irregular, o condomínio é notificado para que apresente sua justificativa ou se regularize ante a Prefeitura dentro de um prazo estipulado pelo poder público. Outro problema que envolve calçadas, segundo a Prefeitura, é a instalação de fradinhos para evitar o estacionamento
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de veículos: muitos acabam interferindo na paisagem urbana e até mesmo no ir e vir da população. Todo cuidado é pouco. A Prefeitura realiza operações para retirar balizadores irregulares em vias principais e em áreas emblemáticas na cidade, a fim de melhorar a ambiência urbana, livrando as calçadas de obstáculos despadronizados. As vistorias são feitas regularmente em vários bairros, e a solicitação é endereçada a condomínios e estabelecimentos comerciais. A Seconserva conta com a parceria da Guarda Municipal para coibir o estacionamento ilegal. Outra iniciativa interessante é o programa Zeladores do Rio: uma equipe vistoria os bairros para identificar irregularidades nos logradouros particulares. Entre as principais ocorrências estão calçadas, passeio de pedras portuguesas ou ajardinados danificados, fradinhos e grampos irregulares, além de tampões com defeito. Ao encontrar irregularidades, os proprietários são notificados para realizar reparos.
Iles dos Santos, de Santa Teresa: “O tráfego de veículos danificou a calçada e o conserto valorizou ainda mais o condomínio”
Quebraram minha calçada. E agora? Concessionárias de serviços públicos e até mesmo empresas privadas (telefonia, internet, TV a cabo etc.) costumam dar bastante dor de cabeça aos síndicos. Em muitos casos, os danos ao calçamento não são solucionados a contento, com remendos malfeitos, desnível, afundamento ou, simplesmente, o conserto sequer é feito. Como proceder nesses casos? A Seconverva informa que, perante a necessidade de realizar obras em vias públicas, as empresas concessionárias entram com pedido de licença, que é submetido ao colegiado da SC/ Cor (Comissão Coordenadora de Obras e Reparos em Vias Públicas) da secretaria, que conta com 15 técnicos de diversos órgãos da Prefeitura. As obras de recuperação do pavimento terão que estar devidamente sinalizadas e seguir as normas. Caso o síndico queira realizar uma solicitação ou reclamação, isso pode ser feito pela Central de Atendimento ao Cidadão. O secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Marcus Belchior, reforça: “A conservação das calçadas é fundamental para qualquer cidade, e os passeios são parte importante da ambiência das vias. Além disso, o Rio de Janeiro ainda tem um patrimônio importante no conjunto de pedras portuguesas, com design único, que são uma marca importante de nossa cidade. A Secretaria de Conservação, nas áreas públicas, cuida diariamente para fazer constantemente a manutenção dessas áreas.” Ele reforça: “A Prefeitura do Rio está aumentando o investimento na recuperação das áreas públicas e convida os proprietários de imóveis e condomínios a também cuidarem de sua parte. Vale dizer que as gerências de conser-
Para Marcus Belchior, secretário de Conservação e Serviços Públicos da Prefeitura do Rio, a manutenção das calçadas é fundamental para qualquer cidade, e os passeios são parte importante da ambiência das vias
vação estão disponíveis para esclarecimentos no que se refere a material e procedimento.” E as famosas pedras portuguesas? Em caso de má conservação desses calçamentos, o condomínio deve fazer a recuperação, respeitando o projeto original? A Seconserva esclarece que o proprietário é livre para escolher o pavimento que desejar, desde que não ofereça risco à população (pavimentos escorregadios ou com barreiras). A regra só não vale para trechos tombados e com projetos urbanísticos especiais. Caso precise de orientação, o proprietário pode entrar em contato com a gerência de conservação local. A secretaria informa ainda que não dispõe de uma equipe de calceteiros (profissionais especializados em assentar pedras portuguesas) e que o condomínio deve contratar a própria mão de obra. As gerências de conservação estão disponíveis para esclarecimentos no que se refere a material e procedimento. ABR_MAI_JUN 2013
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condomínio por Renata Fernandes
Uma mudança no meio do caminho
A síndica Eliana Almeida tem regras rígidas para mudanças
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Todo síndico sabe que terá que enfrentar as mudanças dentro do condomínio. Moradores chegam. Outros vão embora. Mas para que isso aconteça na maior paz e o movimento não atrapalhe a rotina do edifício, é preciso ter regras detalhadas, que prevejam, inclusive, acidentes de percurso. Foi isso o que fez a síndica Eliana Almeida, do condomínio Residencial Ibituruna, no Maracanã. Há oito anos no cargo, ela tem tudo estipulado no regulamento interno do condomínio e as regras são cumpridas com rigor. Para isso, duas medidas são essenciais: a presença de funcionários do edifício, que fiscalizam e notificam os moradores sobre as mudanças, e a existência de um caderno em que todos os assuntos são anotados. “É importante a gente comunicar ao morador que não podemos impedir o direito de ir e vir de cada um, mas os porteiros recebem ordens e a cumprem. Quando o morador transgride alguma regra, ele é multado. Somos bastante rígidos quanto ao regulamento interno”, afirma. Por lá, as mudanças só podem ocorrer de segunda a sábado, das 8h às 17h,
e não podem ser marcadas nos feriados. E não adianta tentar negociar. O que está no regulamento é lei no Ibituruna. Já houve caminhão de empresa de mudança que teve que dormir do lado de fora do condomínio. Como o horário estipulado para a mudança já tinha terminado e ainda faltava muito a ser feito, os funcionários tiveram que parar o serviço e continuar no dia seguinte. Ficou mais fácil deixar o veículo onde estava. E a síndica é bem clara quando diz que dentro do condomínio não há guarda-móveis. Então, não adianta o morador querer deixar algum móvel para trás, instalado em algum canto da garagem ou outra dependência do condomínio, com o intuito de buscar outro dia. Eliana garante que o esquema funciona. E o caderno de notificações ainda impede imprevistos desagradáveis, como a coincidência de dois moradores marcarem suas mudanças para o mesmo dia. O condômino precisa anotar no caderno, com antecedência, o dia em que fará a mudança. Na data marcada, um funcionário do edifício ainda notifica os demais moradores, por meio de um cartaz colocado no elevador que avisa sobre a mudança. Mesmo assim, ela já passou por alguns
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O síndico Afonso de Paula foi aprimorando a rotina de mudanças do condomínio
transtornos. Apesar de o elevador ter as paredes protegidas por uma capa apropriada, o teto, de acrílico, já foi danificado algumas vezes durante mudanças. O que fazer nessas horas? “A câmera pode identificar com facilidade quando o fato ocorreu e como. No caso de uma mudança, o morador responsável é notificado e precisa pagar pelo conserto”, ensina. O síndico Afonso de Paula, do edifício Princesa Marcela, em Ipanema, é um pouco mais flexível e cogita negociar em casos excepcionais. “No Rio de Janeiro, o trânsito está cada vez pior. Os caminhões estão com muita dificuldade para parar na rua. A empresa de mudança precisa de licença da CET-Rio para isso, e, às vezes, só consegue para sábado. Nesse caso, acho que o condomínio precisa ser compreensivo. Tem que flexibilizar para que o morador possa ser atendido”, exemplifica. Mas o edifício também tem suas regras devidamente estipuladas. Além da determinação de dia e horário, no Princesa Marcela, pelo menos, dois funcionários são escalados para ajudar no processo. Isso significa forrar o elevador com capa para que as paredes não sejam danificadas, controlar para que não ocorra sobrecarga de peso e não permitir que a empresa responsável monopolize o equipamento. “Volta e meia o elevador de serviço precisa ser liberado”, afirma. Um funcionário do condomínio também fica responsável por verificar que a fachada do edifício não será da52
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nificada, caso haja algum içamento de móvel. E o porteiro precisa se certificar de que as portas do edifício e da garagem não ficaram abertas. É comum as empresas de mudança deixarem o portão da garagem escancarado durante o processo. No condomínio de Ipanema, por questão de segurança, isso não é permitido. A rotina de procedimentos, no caso de mudanças, foi sendo incorporada aos poucos, mudando de acordo com a experiência do síndico. Afonso de Paula já recebeu reclamações e foi aprimorando os processos. “Já teve morador que questionou por que o elevador ficou retido e outro reclamou por causa de um móvel içado. Atualmente, quando há mudança, os moradores são avisados, para que fiquem preparados e não se assustem ao se deparar com um móvel passando pela sua janela. Criamos rotina porque mudança é sempre desagradável”, ensina. Outro quesito não passa despercebido por lá: restos que os condôminos possam deixar para trás. Há sempre algum utensílio ou móvel velho que quem está se mudando não quer mais e insiste em deixar pelo caminho. No condomínio administrado por Afonso de Paula, isso não acontece. “É preciso ficar atento para que o morador que está saindo não faça a garagem de depósito de móveis que ele não quer levar. Tudo isso tem que ser percebido pelo funcionário encarregado em acompanhar o processo.”
Carine Baina, assessora de condomínios da CIPA: a presença de um funcionário do edifício é fundamental
Para Carine Baina, assessora de condomínios da CIPA, tanto Afonso quanto Eliana estão no caminho certo. “A maioria dos condomínios já tem uma rotina para esse caso, estipulada no regulamento interno. É essencial ter dias e horários certos para que interfira o mínimo possível na rotina do prédio. Se isso não está determinado, o ideal é que uma assembleia específica seja feita para que os condôminos votem”, ensina. Carine acredita que a presença de um funcionário do edifício é fundamental para que tudo seja feito conforme o combinado. “Ele fica responsável também por proteger os elevadores com equipamento apropriado e abrir portas para que sofás, geladeiras e móveis de maior porte tenham o acesso facilitado”, afirma. E no caso de algum dano, como proceder? Segundo Carine, o morador que está entrando ou saindo é o responsável e deve arcar com as despesas. O condomínio não pode ficar com o prejuízo. Quanto mais organizado o condomínio, mais fácil também fica o trabalho
das empresas responsáveis pela mudança. José Guilherme Júnior, da Guarda-móveis e Mudanças Copacabana, desde 1923 no mercado, acredita que a colaboração do síndico e de funcionários é primordial. “Quando os moradores já estão avisados, os elevadores forrados e há uma vaga reservada para o caminhão de mudança, tudo fica mais fácil. São condutas fundamentais para o bom andamento da mudança”. Guilherme acredita, porém, que os funcionários responsáveis pelo acompanhamento das mudanças precisam ter bom senso. Ele lembra que, uma vez, um porteiro ficou de dentro da portaria, com o controle remoto, abrindo e fechando o portão cada vez que um funcionário passava com um móvel pela garagem. O porteiro observava o deslocamento dos carregadores pelas câmeras internas do edifício, mas o movimento do portão passou a ficar tão intenso que uma moradora acabou com o pé preso. “Não havia essa necessidade. Bastava que ele ou outro funcionário do condomínio acompanhasse, juntamente com nossos homens, a entrega”, opina. Não há como exigir que os moradores contratem empresas experientes e organizadas, mas é possível assegurar que as mudanças interfiram o mínimo possível na rotina do prédio e não deixem prejuízo para o condomínio. Os síndicos devem estipular horário, local de saída de móveis e dia da semana no regulamento interno do condomínio. Cobrir as paredes dos elevadores para que não acabem arranhadas e exigir que possíveis danos sejam consertados também resguarda o patrimônio do condomínio.
Estipule, no regulamento interno do condomínio, dia e horário em que a mudança pode ocorrer. O morador deve agendar, com antecedência, o dia em que fará a mudança. Isso evita que dois condôminos escolham a mesma data. As paredes do elevador devem ser protegidas com lonas apropriadas e os moradores avisados com plaquinhas penduradas na porta do equipamento. Pelo menos um funcionário do condomínio deve acompanhar o procedimento. O síndico pode aconselhar os moradores a contratarem empresas experientes. Quanto mais habilidosos os funcionários, menores danos terão os condôminos e o patrimônio do condomínio. Caso algum equipamento do condomínio seja danificado, o morador responsável pela mudança deve ser notificado e pagar o conserto. Caso seja necessário conceder exceções, o síndico deve agir com bom senso.
Serviço Guarda-móveis Copacabana Ltda. www.guardamoveiscopacabana.com.br
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ARTE
Por Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)
En un lugar de La Mancha... ou no Instituto Mário Mendonça em Tiradentes, Minas Gerais... Cento e vinte Quixotes ocupam a Sala Arnaldo Niskier do Instituto Mário Mendonça (IMM), em Tiradentes, desde o dia 9 de março: 35 desenhos de Mário Mendonça da fase de 1979; 69 desenhos do livro Dom Quixote para crianças, adaptado por Niskier; um óleo de 2007 de Mário e 15 esculturas, oito de autores desconhecidos, duas de Agostinelli, quatro de Mandarino e uma de Evandro Carneiro, esta apresentada ao público pela primeira vez na noite da inauguração – Dom Quixote envolto por um Rocinante dignificado pelo artista. Em 2005, para comemorar o quinto centenário da obra de Cervantes, os desenhos de 1979 foram expostos, pela primeira vez no Brasil, na Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro. Impregnados pela energia aventureira do Quixote, viajamos, com os desenhos e a dramatização de Robson Reismarques e Leonardo Stefano, por belos espaços culturais de Minas Gerais, sempre incentivando a leitura do livro, que ficava exposto numa mesinha com cadeira para o conforto do leitor. Hoje, em Tiradentes, eles descansam provocando sonhos. Os entrevistados na noite da inauguração da Sala Niskier responderam às seguintes questões: contemporaneidade de Dom Quixote, o sonho e ambos, agora, no Instituto Mário Mendonça. 54
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“Dom Quixote está em crise no mundo atual. Ele é o sonho que está vitimado numa sociedade consumista e pragmática que não permite mais o discurso. Sem cozinhar as ideias é impossível formar o discurso. Os artistas, como Mário, persistem no tema do sonho. Poderemos com eles pavimentar no mundo uma nova civilização.” Padre Max
“Sinto orgulho por meu pai e pelos artistas brasileiros e nternacionais aqui apresentados com tanto cuidado. Adoro o Quixote e acho linda esta escultura – cavalo circundando, lembrando moinho, rodando, integrando.” Sílvia Carneiro, filha de Evandro Carneiro; assessora nos escritórios dos leilões
“Este museu é muito importante porque está formando público sem cobrar entrada. Mário pensou um espaço cultural de grande qualidade expositiva. (...) O Quixote caiu no nosso imaginário. Mesmo quem não tenha lido a obra percebe que Evandro captou muito bem o conceito do Quixote, o que pode estimular a leitura da obra.” Clara Gerchman
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mariza lima
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da esquerda para a direita: mário mendonça, Arnaldo Niskier e evandro carneiro
mário e SUA ESPOSA, clélia mendonça, diretora do IMM
“Que bela homenagem a um personagem que evoca... Hoje ele luta contra os moinhos de vento da globalização, do capitalismo contemporâneo, do individualismo, e nos lembra de que devemos continuar sonhando.” Laura Carneiro, historiadora
“Dizem que os olhos são espelhos da alma. Este espaço é a alma do Mário materializada em arte.” Maurício Witthinrich de Mattos
“Quixote nos remete ao sonho do Brasil acordado.” Emili Basílio, professora de arte sacra
“Niskier e Mário formam uma dupla de sucesso. Um com as histórias, o outro com as ilustrações. Dom Quixote enfrenta as dificuldades com vontade de vencer a defesa dos pobres. É um hino.” Ruth Niskier
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mariza lima
“Vim para o Brasil para conhecer Mário Mendonça. Temos a mesma sintonia, a mesma paixão – o Cristo. Quixote e Cristo são vendedores de sonhos.” Pablo Manrique, pintor colombiano
“Quixote é vivo sempre, principalmente na figura do Mário, que é nosso Quixote.” Mônica Sampaio, professora
“A figura do Quixote é crística. O cristianismo se enraizou na Península Ibérica e trouxe de volta os ideais elevados. Santo Ignácio, que era basco, tem muito de Quixote. Dizem que Cervantes teria feito os exercícios espirituais de Santo Ignácio, que adorava as novelas de cavalaria e leu a vida de Cristo e dos santos. Ele era um soldado graduado e queria conquistar a filha do imperador, a infanta Catalina. Depois saiu como monge peregrino, ficava sem tomar banho... Depois viu que precisava se integrar. Um dos exercícios espirituais era ensinar a rezar, mas ele não conseguia juntar companheiros... Pessoa quixotesca é a que pensa e sonha grande, que quer mais, que não está satisfeita com as coisas. Quando entrei na sala dos Quixotes, fiquei emocionada.” Maria Clara Bingemer, teóloga 56
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mariza lima
“Cristo Quixote Tiradentes Mário integrou – mágica e pictoricamente – a energia do humano, do transcendental, do libertário num espaço lírico feito de pedra e hera, sonho e matéria, tela e inconsciente. Que o vivamos com todo o direito que tem a humanidade de expansão e alegria.” Stella Maris
Sala Arnaldo Niskier
henrique moreno
“O grande pacto aconteceu há dois anos, com a inauguração do museu. Agora é a continuação do grande sonho construído durante 30 anos de muito trabalho. (...) O foco principal é a educação das crianças. Há 41 anos, quando viemos para Tiradentes, a cidade estava em ruínas – a primeira atitude das famílias, quando ganhavam um dinheirinho fora, era trocar as portas e janelas coloniais por ferro e vidro-bolha como sinal de status! Se você educa as crianças, há autoestima.” Clélia Mendonça
fachada do instituto mário mendonça, em tiradentes
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henrique moreno
“Este momento é uma constatação de meus 50 anos de ofício – comecei com Evandro Carneiro no MAM, em 1963. Um momento de encontro fraterno, com Niskier, meu parceiro de livros; com Eros Grau; com Stella Maris, minha irmã siamesa, base de tudo de bom que faço e que traz a presença de nosso pai; da Mami, de minhas filhas, meus genros e netas, amigos e amigas – por algumas horas, estive no céu.” Mário Mendonça
“O que dizer da generosidade de Mário e Clélia? Virei Espaço antes de ir para o espaço... Mereço? Os amigos é que devem dizer.” Arnaldo Niskier
“Tudo que sei do Quixote vem do inconsciente coletivo. Esta escultura é um filtro, é o Quixote que eu vejo. Ele vive num mundo de conflitos éticos e religiosos... O cavalo assume uma importância que nunca teve e se movimenta num torvelinho que era a Espanha naquela época, a da Inquisição. O Quixote sempre será contemporâneo e tem importância perene. Na literatura brasileira, mostra-se em Quincas Berro d’Água e em Policarpo Quaresma. Cristo, Quixote, Tiradentes – a mesma energia.” Evandro Carneiro www.evandrocarneiroleiloes.com
O Instituto Mário Mendonça foi inaugurado no dia 19 de janeiro de 2011. O dia foi escolhido para celebrar também a fundação, em 1718, da Vila de São João Del Rei, hoje Tiradentes. O museu/ateliê/residência do artista está aberto à visitação, de quinta a sábado, das 13h às 17h, mediante agendamento na Secretaria Municipal de Cultura de Tiradentes. O acervo do instituto é formado por cerca de mil peças (óleos, desenhos, esculturas, guaches e aquarelas) de autores nacionais e estrangeiros, como Picasso, Di Cavalcanti, Aluisio Carvão, Guignard, Pancetti, Marcier, Evandro Carneiro, Ivan Serpa, Scliar, Vladimir Machado e Serpha Coutinho, além de uma retrospectiva de 50 anos de pintura e desenho do anfitrião, considerado um dos maiores nomes no Brasil da arte sacra contemporânea.
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“O acervo de obras de arte do Instituto Mário Mendonça foi ampliado e ganhou novas dimensões estéticas e culturais. (...) a escultura de bronze assinada por Evandro Carneiro oferece ao público uma perspectiva muito pessoal do tema Dom Quixote, diferente das visões convencionais do Homem de La Mancha. A dificuldade de criar uma versão original de Dom Quixote não é pequena: escultores do mundo inteiro nos presentearam com visões consagradas do Cavaleiro da Triste Figura. Evandro enfrentou o desafio e venceu. Seu Dom Quixote é especial porque foi concebido como uma relação dinâmica e contrastante entre o cavaleiro e sua montaria. Dom Quixote está de pé e segura a lança com ambas as mãos. Sua figura transparece leveza, determinação, serenidade. (...) o Dom Quixote de Evandro olha para a frente. Simbolicamente, para o futuro. Como se estivesse consciente da densa bagagem de imortalidade que carrega em si. É curioso lembrar aqui que o próprio personagem de Cervantes, no capítulo 2 do livro que o projetou para a fama mundial, profetizou: 'Feliz idade e feliz século aquele onde sairão à luz as minhas famosas façanhas, dignas de serem entalhadas em bronzes, esculpidas em mármores e pintadas em telas para a memória do futuro...' Agora a presença da escultura de Evandro confere ao espaço uma energia especial, pois a força do personagem irradia uma aura de guardião do acervo local, de espírito tenaz, que, a partir de agora, zelará pelas obras e pelos sucessos do presente e do futuro, deste acolhedor centro cultural da cidade de Tiradentes. (...) Mendonça foi apontado pelo crítico Walmyr Ayala como aquele que fez do tema sacro, na pintura brasileira contemporânea, 'seu mais alto momento'. Enfatizando que o mundo de sonhos dos romances de cavalaria tornou-se aos poucos a única realidade de Dom Quixote, Mário Mendonça desenhou o personagem com traços enérgicos, desenvoltos, porém imprimindo muita delicadeza na atmosfera anímica de cada composição. (...) prefere mostrar a imensa doçura do temperamento de Dom Quixote: em um desenho ele cuida de uma ovelha ferida, em outro, ele dorme sobre os ombros de um cordeiro, sob o título Doce inimigo. Qualquer semelhança com o Cordeiro de Deus não é mera coincidência: Dom Quixote é também uma figura crística, que se sacrifica na cruz de suas ilusões românticas. (...)” Mário Margutti, crítico de arte
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Alemanha cria prédio que usa algas como fonte de energia Edifícios alimentados por energias solar e eólica já podem ser encontrados ao redor do mundo. Mas um empreendimento que produz energia por meio de algas marinhas, isso já é novidade. Quer dizer: era. Pois, segundo o site Ciclovivo, um escritório alemão acaba de projetar um prédio que tem fachada ecológica composta por microalgas. Batizado de Biarritz, o projeto foi elaborado em conjunto com outras empresas de arquitetura e construção. Para criar a fachada ecológica, o edifício foi coberto por um sistema chamado de persianas biorreativas, que confina e acelera o crescimento das algas e ao mesmo tempo promove conforto ambiental interno. O mecanismo também garante a geração da eletricidade que será utilizada por quem estiver dentro do edifício. O trabalho será apresentado na Exposição Internacional da Construção, que acontece este mês em Hamburgo, na Alemanha. Após ser concluído, o edifício será avaliado por cientistas e engenheiros para permitir a investigação futura e adaptação para projetos imobiliários. Fonte: Globo On-line (Morar Bem).
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Crédito imobiliário atinge R$ 12,5 bilhões no primeiro bimestre De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), nos dois primeiros meses de 2013, os financiamentos imobiliários perfizeram o montante de R$ 12,5 bilhões, 15,7% acima do volume contratado no mesmo período do ano passado. Já nos últimos 12 meses, entre março de 2012 e fevereiro de 2013, os empréstimos para aquisição e construção de imóveis, com recursos da poupança (SBPE) somaram R$ 84,5 bilhões 4,4% mais do que nos 12 meses precedentes. Em fevereiro, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 5,8 bilhões, apontando redução de 13% em relação a janeiro, mês com mais dias úteis e que havia surpreendido pelo resultado expressivo. Na comparação com fevereiro do ano passado, o crescimento do crédito imobiliário foi de 13,8%. Os números são compatíveis com as contratações de crédito às pessoas físicas no conjunto do sistema bancário, em fevereiro. Fonte: Abecip.
Oferta de imóveis cresce em 2012 De janeiro a dezembro de 2012, o número de unidades disponíveis para aluguel na cidade aumentou 66,62%. Os imóveis compactos, de apenas um quarto, foram o destaque: o crescimento de unidades ofertadas de janeiro a dezembro foi de 88,88%, passando de 279 para 527. Os dados constam do Panorama do Mercado Imobiliário 2012, relatório que o Secovi Rio lançou em março contendo dados do ano passado e tendências para este ano.
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história
Stella Stella Maris Maris Mendonça Mendonça (smarismendonca@gmail.com) smarismendonca@gmail.com
Rocinha – um perfil, por Fernando Ermiro Território de muitas histórias, de muita gente, de sambas e enredos, de trânsito enrolado, de lutas e vitórias, a Rocinha, de nome terno (famílias portuguesas e espanholas que lá foram morar e lá plantavam hortaliças que eram vendidas nas feiras), “é tão grande que parece uma cidade dentro da cidade do Rio de Janeiro. Para o carteiro e as pessoas se acharem, o bairro foi dividido em 25 sub-bairros, alguns com nomes engraçados, como o ‘Faz depressa’, onde as casas eram construídas do dia para a noite, o ‘Roupa suja’, onde antigamente havia
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nascentes de rios e as pessoas iam lavar as roupas, o ‘Dioneia’, onde havia plantas dioneias, que são carnívoras e almoçam pequenos insetos, e o ‘Trampolim’, assim chamado porque lá se disputava, muito antes de inventarem a Fórmula 1, a corrida ‘Trampolim do diabo’, em que as velozes baratinhas, carros gorduchinhos que lembravam as cascudas, corriam em um percurso de curvas sinuosas e perigosas”, – palavras da escritora Daniela Chindler, no livro Bibliotecas do mundo, em capítulo dedicado à Biblioteca Parque da Rocinha.
O historiador Fernando Ermiro nos apresenta a Rocinha. Graduou-se em história na PUC-Rio e sua monografia, que virou livro, Nzinga Mbandi (História da África, idade moderna), obteve nota 10. Fernando Ermiro foi membro da Associação de Moradores da Rocinha, faz parte do Fórum de Cultura da Rocinha, é um dos coordenadores do Museu da Rocinha Sankofa Memória e História e trabalha na Biblioteca Parque da Rocinha, grande projeto da Secretaria de Estado de Cultura.
Condomínio etc. – Fernando, fale de seu livro Nzinga Mbandi (História da África, idade moderna). Fernando Ermiro – Meu livro é nosso porque é de um coletivo do museu. Coordenei a compilação e a edição através de um projeto do Ministério da Cultura (MinC). Como historiador e membro do Museu da Rocinha Sankofa, minha preocupação é preservar a memória em territórios de favela, memória que se dá, geralmente, de forma oral, como diz a sabedoria Guarani: “O mais velho é uma biblioteca e quando ele morre todo saber vai junto com ele.” O livro é uma das tentativas de preservar essa memória e as histórias locais, e o foco são as mulheres. Trabalho com o tema mulher desde a faculdade. Na verdade, trata-se de um reconhecimento tardio do valor de minha mãe, trabalhadora, arrimo de casa, analfabeta, que sempre me apontou o caminho do estudo com orgulho. Cetc. – Quando e como nasceu a comunidade da Rocinha? FE – A Rocinha surge na década de 20 do século XX, sobre as posses de uma, vou dizer mítica pois ainda não encontrei os registros, fazenda chamada Quebra-Cangalha, onde se plantavam cana-de-açúcar e café. Imagine como isso aqui era distante e de acesso difícil, mesmo com a abertura da Estrada da Gávea, em meados de 1840. Uma migração mineira parece ter sido o primeiro ato dessa peça. Entrevistei uma senhora de 86 anos que veio de Minas nos anos 1940, morou no Parque Proletário da Gávea e se mudou para cá em 1950, quan-
do se casou. O boom de crescimento se dá em 1960/1970 com o desenvolvimentismo, a expansão da cidade para a Zona Sul, a construção civil, a seca prolongada no Nordeste. A Rocinha não está desconectada do país. O Brasil se torna urbano nesse período; a população deixa de ser rural, mas os hábitos demoram a mudar. Até 1982, era proibido construir sobre alvenaria, mas, com a iminente queda da ditadura, as construções passam a ser permitidas e as poupanças são aplicadas nas casas. Decretou-se, assim, o fim dos barracos. Cetc. – Ermiro, onde fez os estudos básicos? FE – Estudei em quase todas as escolas públicas da Gávea e nunca na Rocinha,
porque a população sempre foi grande e não havia vagas nas escolas. Aliás, 70% das vagas dos colégios públicos do entorno são preenchidas por moradores da Rocinha. Cetc. – Quais os momentos mais importantes de sua vivência na Rocinha? FE – Filho de uma capixaba e de um paraibano, sou nascido, criado e trabalho na Rocinha. São 40 anos de favela, muita coisa aconteceu de importante: os postes de luz da Light chegaram em 1986, quando nossa TV chegou. A rede Bandeirante tinha ótimos filmes, vi Nosferatu, com Klaus Kinski, Nada de novo no front. Minha filha nasceu em 1990, meu curso universitário, a Associação de Moradores, as obras do PAC.
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Cetc. – Comunidade e favela. Dois conceitos? FE – São dois conceitos. Acho um crime a academia tentar mudar o nome “favela” para o politicamente correto “comunidade”. Levamos 80 anos para criar uma frágil identidade – favela/favelado. Exatamente quando a favela entra num estágio positivo na sociedade, com sua inclusão no mapa, o reconhecimento de que o lugar de trabalhadores sub-remunerados faz parte da cidade, de que se o patrão paga pouco o problema não é do trabalhador... Não acho poético nem romântico morar na favela. Dá pra fazer poesia e romance, mas subir o morro com peso, falta de luz, de água e o adensamento desenfreado não fazem uma paisagem idílica.
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A Rocinha, antigamente ocupada pelos índios Tamoios, hoje é predominantemente nordestina. Com quase 70 mil moradores em 750 mil metros quadrados, a favela cresceu 23% em número de habitantes na última década e possui mais moradores que 92% dos municípios brasileiros, ou seja, 5.138 cidades, segundo dados do censo 2010 do IBGE. As famílias que moram na Rocinha ainda recebem parentes de outros estados que vêm tentar a vida no Rio. As gerações vão ficando e aumentando. Os 69.356 moradores têm à disposição, dentro da própria comunidade, comércio variado, bancos, postos de saúde e uma grande biblioteca. Esses são alguns dos pontos que explicam o crescimento de 23% em número de habitantes nos últimos dez anos, enquanto a cidade do Rio cresceu 7,9%. Nascido e criado na favela, o fundador do portal Rocinha.org, Ocimar Santos, de 44 anos, afirma que existem até pessoas que moram nos subsolos, já que o crescimento horizontal da comunidade foi limitado com muretas pela Prefeitura. O aumento do número de habitantes da Rocinha é silencioso, pois a população cresce horizontalmente, e não só para cima. Há pessoas que moram no alto de lajes ou no subsolo, debaixo de pedra. Santos diz ainda que o perfil do morador da Rocinha é difícil de definir, pois há pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza e outras têm condições para morar em qualquer bairro do Rio. A alta concentração de pessoas ameaça a qualidade das melhorias conquistadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Cabe à sociedade civil cobrar dos órgãos públicos a limpeza dos rios, a iluminação, o asfaltamento das ruas, o restauro de calçadas, a organização do trânsito, a separação e coleta do lixo e a construção de habitações com preço acessível às pessoas que assim desejarem, em locais que não sejam excluídos do resto da cidade.
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Um dos cursos mais procurados do Centro de Capacitação Secovi Rio, o de prevenção e combate a incêndios, foi oferecido pela primeira vez no formato in company, no condomínio do Edifício Golden Clube, em São Conrado. Onze funcionários participaram de exercícios práticos de combate a incêndio, em condições que se aproximam da realidade dos condomínios, e foram monitorados por instrutores capacitados em campo de treinamento aprovado pelos órgãos legais. De acordo com o instrutor, coronel Evandro Sarno, oficial do Corpo de Bombeiros, o objetivo é orientar síndicos, porteiros, zeladores e membros de equipes de manutenção em edifícios sobre como identificar riscos e reduzir os danos em situações de princípio de incêndio. Dividido em duas fases (teórica e prática), o curso é uma parceria com a Gemar, consultoria especializada em treinamento de resposta a emergências. A próxima turma está agendada para maio. Inscrições e informações sobre o valor do curso podem ser obtidas no site www.secovirio.com.br, pelo telefone (21) 2272-8000 ou através do e-mail capacitacao@secovirio.com.br.
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DIVULGAÇÃO
Prevenção e combate a incêndio
informe
Estatísticas de Imóveis Ofertados Por Tipo Imóvel Aluguel
Por Tipo Imóvel Venda
8% 13% 27% 14% 16%
23%
29%
20%
8%
22%
10%
10%
outros
928
Apart. (3 quartos)
1.365
Apart. (2 quartos)
753
Apart. (2 quartos)
1.189
sala
571
casa
573
casa
501
cobertura
550
Apart. (3 quartos)
458
Apart. (4 quartos)
Apart. (1 quarto)
267
outros
total 3.478
Por Bairro Imóvel Aluguel
Por Bairro Imóvel Venda
total 5.876
Por Finalidade 1%
42%
6% barra da tijuca campo grande recreio centro copacabana outros
0%
19%
31%
47% 10%
4%
491 1.718
7% 1.089
4% barra da tijuca
14%
37%
11% 5%
62% 1.099
358
recreio
843
venda
5.886
224
copacabana
639
aluguel
3.478
193
botafogo
309
lançamento
154
ipanema
254
temporada
1.457 total 3.475
outros
2.736
76 56 total 9.496
total 5.880
fonte: abadi
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condomínio por Lia Rangel
Obras
a hora do incômodo O horário para a execução de obras deve ser cumprido para evitar problemas entre condôminos, administração e empreiteira
As obras são um mal necessário. Seja de construção, reforma ou manutenção, elas sempre causam transtornos e, muitas vezes, dores de cabeça – literalmente – para os condôminos. O barulho de marteladas, furadeiras, máquinas e outras ferramentas utilizadas nas obras não é nada agradável, mas se torna tolerável desde que aconteça em horário apropriado. Mas quais são os horários permitidos para a realização de obras nos condomínios? Seja nas áreas comuns dos prédios ou nas unidades, o horário liberado para obras
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nos prédios residenciais, em geral, é entre 8h e 17h. Entretanto, o Código Civil estabelece um nível de ruído que pode ser provocado pelas obras realizadas durante o dia. O capítulo IV do art. 1.336, Lei 10.406/02, diz que o condômino deve “dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes”. A síndica Maria da Graça, do condomínio Morada do Engenho, conta que os
A síndica Maria da Graça orienta os moradores a prestarem atenção às regras da convenção do condomínio
horários para obras estão especificados na convenção do condomínio. “Na convenção ficou acordado que, de segunda a sexta-feira, o horário permitido é das 8h às 12h e das 13h às 17h. No sábado, é das 9h às 14h; no domingo não poderá haver obra, salvo um acidente gravíssimo, como o rompimento de tubulação que esteja causando inundação no condomínio, por exemplo”, diz. Os prédios comerciais costumam ter outra rotina de obras. O administrador do condomínio comercial Carolina Machado,
O administrador Samuel Abelson e seus condôminos tiveram que alterar a rotina quando o portão da garagem foi trocado recentemente
Samuel Abelson, explica essa diferença. “Isso acontece por causa da circulação de pessoas, que, durante o dia, é muito mais intensa, ao contrário do que ocorre nos condomínios residenciais, que têm maior fluxo de pessoas durante a noite, quando as crianças já saíram da escola e os adultos já chegaram do trabalho.” Ele conta ainda que no prédio que administra, as obras podem ser feitas todos os dias, mas de segunda a sábado apenas no horário noturno, a partir das 20 horas, e aos domingos e feriados, o horário é liberado, inclusive durante o dia. Juliana Correia, advogada da empresa Mantenge Manutenção e Reformas Ltda., especializada em reforma e manutenção predial, confirma que em prédios residenciais o horário mais comum é entre 8h e 17h mesmo, mas aponta que muitos prédios comerciais também fazem obras durante o dia. “A maioria dos prédios comerciais também adota esse horário, entretanto, possui maior flexibilidade. A diferença consiste mesmo na flexibilidade encontrada nos prédios comerciais, principalmente porque fora do horário comercial é quando o prédio está mais vazio e as consequências de uma obra (poeira, barulho etc.) incomodam menos”, garante. Samuel Abelson conta que existe certa dificuldade para encontrar empresas que trabalhem à noite. “Nem todas as empresas realizam serviços noturnos, isso depende muito do que precisa ser feito. Recentemente, trocamos o portão
da garagem do prédio, e não conseguimos uma empresa que fizesse o serviço no turno da noite, por isso, tivemos que realizá-lo durante o dia mesmo, mas atrapalhou a rotina do prédio, pois a garagem não pôde funcionar e os condôminos tiveram que procurar outros lugares para estacionar. Pelo menos foi um dia só”, conta o administrador do prédio, que fica em Madureira. O assessor da CIPA André Ricardo lembra que, embora haja o senso comum para nortear o horário para a execução de obras, cada condomínio tem regras diferentes. “O síndico precisa ficar atento e orientar os condôminos sobre as leis do Código Civil, além das regras previstas na convenção ou no regulamento interno de cada condomínio. O que está lá deve ser cumprido”, orienta.
O assessor da CIPA André Ricardo afirma que o síndico precisa fazer cumprir os horários estabelecidos na convenção do condomínio
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Fiscalização e punições Além do barulho, as obras causam outros transtornos aos condôminos e atrapalham a rotina do prédio. Lixo mal descartado, sujeira nos andares e poeira estão entre os problemas mais comuns. Quando o morador descumpre o horário para a execução de obras, por desconhecimento – ou não –, ou não limpa a sujeira causada, deixando o andar sujo e com entulho amontoado, o que fazer? Quem procurar? Dependendo do horário em que a sujeira foi feita, os funcionários responsáveis pela limpeza do prédio podem não estar mais trabalhando, o que acaba por causar tremendo desconforto para os demais moradores. É o caso do condomínio Morada do Engenho, administrado pela CIPA: “Nossa rotina de limpeza dos andares e das escadas é sempre feita em horário de expediente diurno, inclusive a limpeza da garagem”, diz a síndica Maria da Graça. Em casos como esse, os moradores devem comunicar o problema ao síndico verbalmente ou fazer o registro no livro de ocorrências do prédio. Os moradores que desrespeitam as regras do condomínio estão sujeitos às punições previstas na convenção ou no regulamento interno do condomínio. Maria da Graça conta que faz um aviso antes de aplicar uma punição ao morador infrator do condomínio em que é síndica. “Nós procuramos enviar uma carta para lembrar os horários permitidos para obras e avisamos que, em caso de reincidência, será passível de multa, cobrada junto com o condomínio.” O administrador do condomínio comercial Carolina Machado, em Madureira, Samuel Abelson, conta que quando recebe reclamações pelo descumprimento de ho-
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rário para a realização de obras também faz uma notificação ao condômino antes de aplicar multa, mas já se sentiu ameaçado por tentar cumprir as regras da convenção. “Certa vez, tivemos que aturar um dia inteiro de obra barulhenta porque o proprietário da sala se recusou a interrompê-la. Como ele era uma pessoa violenta, achamos melhor evitar aborrecimentos e problemas maiores por aquele único dia de transtorno”, lembra o síndico, que tem a CIPA como administradora do condomínio. André Ricardo, assessor da CIPA, afirma que a prática dos síndicos está correta. “O condômino infrator precisa ser notificado para tomar ciência de que está descumprindo as regras do condomínio. Embora todos devam saber as normas da convenção e do RI, muitos ainda as desconhecem. No caso de reincidência sobre a mesma infração, no período de 12 meses, o condômino é multado de acordo com a convenção ou o RI”, diz. Algumas vezes, quem fica com a culpa pelo incômodo aos condôminos é a própria administração. Isso por conta de obras de manutenção nas áreas comuns do condomínio, que também podem causar transtorno, quando executadas em horário inadequado. Nesse caso, quem se sentir incomodado pode fazer uma reclamação formal e registrar no livro de ocorrências, para que a administração possa tomar as devidas providências e evitar mais perturbações. A advogada da Mantenge Manutenção e Reformas Ltda. diz que a empresa acaba ficando presa às normas de cada condomínio. Em regra, as convenções dos condomínios estabelecem horários iguais para obras
em áreas comuns e nas unidades. Entretanto, ao executar uma obra na área comum, cujo acesso depende do ingresso em alguma unidade, as empresas normalmente ficam vinculadas exclusivamente ao horário do morador. Não tem como fugir do horário estabelecido nas convenções condominiais, que, normalmente, estabelecem o horário comercial. Edificações comerciais por vezes solicitam que esse tipo de serviço seja executado em horário diferenciado”. As obras sempre vão causar alguns problemas. Cabe à administração e aos condôminos a tarefa de conseguir lidar com isso, respeitando as regras e procurando causar menos incômodo possível aos vizinhos. “Infelizmente, os condôminos devem tolerar as consequências da obra. O que às vezes ocorre é excepcionalmente uma convenção ou regulamento que estabeleça o início do serviço um pouco mais tarde, por volta das 9 horas ou 10 horas. Apesar de tal situação dificultar o bom andamento do serviço, as empresas contratadas também precisam cumprir aquela convenção, tendo que se adaptar à situação”, finaliza Juliana Correia.
atualidade
por Lia Rangel
À esquerda da foto, a moradora Socorro, no meio, a idealizadora da palestra, a moradora Ana Vinhas. À direita, a Professora Sandra Rabello
Para maiores de 60 anos O Brasil está deixando de ser um “país jovem”. Dados do IBGE apontam que, em 1999, 9,05% da população brasileira era formada por pessoas com mais de 60 anos. Segundo a mesma pesquisa, em 2030, esse número pode pular para 15%. Esse crescimento está diretamente ligado ao desenvolvimento do país que, ao reduzir a taxa de mortalidade infantil e melhorar, ainda que modestamente, a qualidade de vida, conseguiu aumentar a expectativa de vida do brasileiro, que na década de 1950 era de 58 anos e hoje está em 74. A Constituição de 1988, aliada à sanção do Estatuto do Idoso, em 2003, representou uma importante conquista para a terceira idade, já que isso resultou em inúmeras melhorias para essa camada da sociedade. Mas nem todos conhecem esse estatuto, inclusive grande parcela dos idosos, que, por não o conhecerem, não reivindicam seus direitos. Por isso, no dia 23/3/2013, o Edifício Moderno Marquês de Abrantes, administrado pela CIPA, recebeu a professora Sandra Rabello, que atua no Conselho Estadual da Defesa da Pessoa Idosa (Cedepi), onde é representante da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
e da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI). O evento foi promovido pela moradora Ana Vinhas, que demonstrou preocupação com os idosos de seu condomínio. Segundo a moradora, o prédio tem um número de idosos bastante significativo, inclusive o síndico, que tem 79 anos e foi eleito pela segunda vez, com quase 98% dos votos. “Comecei a perceber que havia certo temor por parte dos idosos, uma fragilidade muito grande, e isso acontecia porque eles desconheciam seus direitos e acabavam se sentindo ameaçados por outras pessoas”, conta. Ana lembrou que já tinha lido sobre o trabalho desenvolvido por Sandra Rabello e, determinada a tentar mudar essa realidade, foi assistir a uma palestra da professora. “A empolgação dela me entusiasmou e, por meio de outras pessoas, soube o quanto ela é apaixonada pelo que faz. Pedi autorização ao síndico, que gentilmente nos cedeu o espaço, sem custos por se tratar de assunto de utilidade pública, fizemos cartazes e os espalhamos pelo prédio, enviamos convites para os moradores do condomínio, dos prédios vizinhos e para o presidente da Associação de Moradores, entre outros.” ABR_MAI_JUN 2013
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Educação permanente A professora iniciou a palestra explicando que a Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) não vai graduar seus alunos, ou seja, eles não sairão de lá formados em algum curso. “É diferente, é um projeto com outra característica, de universalidade, ou seja, é uma universidade voltada para a educação permanente. Os idosos podem escolher três cursos para fazer durante o ano, basta que tenham tempo pra isso”, afirma Sandra Rabello. A UnATI, que completará 20 anos em agosto, tem cerca de 150 cursos nas mais diferentes áreas, com um leque bastante variado de opções, como dança, interpretação, idiomas, música, informática, estética e cuidados com a alimentação. “Nós temos muitas opções, não há o que não achar na UnATI, tem de tudo”, garante a professora, que também coordena a área de extensão da Uerj, voltada para os projetos que a UnATI faz. “Para nós que estamos militando nessa política do idoso, é um prazer saber que estamos conseguindo levar nosso recado para um número de pessoas considerável. Tenho esse desejo de garantir aos idosos a possibilidade do cumprimento da lei”, garante Sandra. Sandra conta que, como conselheira, recebe muitas denúncias de maus-tratos e de violência contra a pessoa idosa. Para que esse panorama mude, é preciso que as pessoas se informem e multipliquem o conhecimento adquirido. “Essa conscientização é importante para que os idosos possam se proteger, se defender, pois a violência contra eles é um problema grave, que tem crescido a cada dia”, diz. Mas quem acha que o problema se resume à falta de conhecimento está errado. Uma série de dificuldades vem logo depois, como a formalização seguida da retirada da queixa. “Infelizmente, na maioria das vezes, a denúncia é intrafamiliar, o que faz o idoso pensar se quer mesmo denunciar um neto, um filho, um genro, já que precisará conviver com essas pessoas dentro de casa”, explica Sandra. Isso acontece porque o poder público ainda não tem recurso de amparo 74
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À esquerda a moradora Ana Vinhas, que promoveu o evento, à direita, o síndico, Sr. Manuel Esteves. Ambos parabenizaram e agradeceram a Professora Sandra Rabello (ao centro) pelos esclarecimentos sobre o Estatuto do Idoso
para essas pessoas. O ideal seria denunciar o abuso e transferir esse idoso para um local protegido até o processo se desenvolver e, a partir daí, a pessoa estaria protegida, com uma equipe multiprofissional para manter sua queixa e evitar o crime. Mas como essa estrutura não existe, na maioria dos casos, o idoso faz a queixa em um dia e a retira no outro, alegando que tudo já foi resolvido. “Isso é medo. É o medo por desconhecimento da lei, mas com essa lei aqui a gente pode tudo, a lei está do nosso lado”, alerta a professora. A professora refere-se à Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, mais conhecida com Estatuto do Idoso, que garante muitos direitos aos idosos e, curiosamente, foi motivada pela exibição da novela Mulheres Apaixonadas, em que a personagem Dóris, vivida pela atriz Regiane Alves, humilhava e maltratava os avós de todas as formas. As cenas de violência contra os idosos, vividos por Carmem Silva e Oswaldo Louzada, foram responsáveis por uma verdadeira mobilização nacional. “Essas cenas reforçaram a possibilidade de a lei sair, porque, talvez, se não tivesse aquela comoção toda em relação aos maus-tratos com os idosos, a lei não saísse. Isso levou ao debate e então as políticas públicas trataram de se mexer, porque o poder público, de fato, é inerte. A sociedade é muito mais veloz que o poder público, que só se mexe quando a gente cutuca”, garante.
De quem é a responsabilidade? O art. 3º diz que “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”. A professora Sandra diz que a família tem seus deveres com os idosos, sim, mas que a responsabilização primeira é do Estado. “Existem famílias que não podem cuidar de seus idosos porque não têm dinheiro. Se o idoso tem uma doença degenerativa, isso custa mais caro ainda. No envelhecimento doente, muitas famílias não podem manter os idosos. Eu já fui a Itaboraí tirar uma senhora com mal de Alzheimer de dentro do galinheiro, porque a família não tinha dinheiro para pagar um cuidador. Era uma família muito pobre, e eles não tinham com quem deixar a idosa, que já estava com uma demência avançada. Para poder trabalhar, eles colocavam a idosa no galinheiro, botavam um pouquinho de comida lá e a deixavam. Foi a saída que eles encontraram”, diz. Sandra diz que o Estado deveria oferecer um espaço em que essa família pudesse deixar a idosa de manhã e pegá-la à noite para levá-la para casa, mas isso não acontece. “Não estou defendendo, mas, às vezes, os casos de violência ocorrem por falta de conhecimento, por falta de recurso, por falta de outras opções para auxiliar aquela pessoa. Pode acontecer maldade, também, inclusive, nos últimos meses, a televisão tem mostrado muitos casos de abuso, mas, às vezes, a família não tem recursos e pode acontecer uma situação dessas, muito desagradável. O que o Estado poderia fazer é dar condições à família para que ela cuide de seu idoso, mas o poder público é omisso, não faz o papel dele, que é montar um aparato para garantir um envelhecimento com recursos, para que o idoso possa viver com dignidade. Acima de tudo, com dignidade, que é o que queremos.” A professora Sandra Rabello destacou e explicou, durante a palestra, alguns artigos do Estatuto do Idoso, mas pediu
para que todos tomassem conhecimento de tudo que foi dito e que espalhassem esse conhecimento para o maior número possível de pessoas. “É importante discutir esse estatuto com os netos, com os filhos, com o balconista da farmácia, o jornaleiro, o colega de grupo, a empregada, enfim, com todo mundo que é da comunidade. É para conversar com todo mundo, mesmo”, disse. Após a palestra, todos saíram satisfeitos, mais esclarecidos e engajados nessa causa. Para o síndico, sr. Manuel Esteves, a iniciativa da moradora Ana Vinhas foi excelente. “A palestra foi ótima e pode ajudar muito, pois temos muitos idosos no prédio e eles não estão sendo respeitados. A esperança é que se esse material chegar às mãos de quem precisa, poderemos melhorar a convivência em nosso condomínio. Essa foi nossa intenção”, conta o sr. Esteves. É fundamental que os idosos conheçam seus direitos, sim, mas é mais importante ainda que as pessoas de outras faixas etárias possam valorizar os que têm mais de 60 anos e respeitá-los por tudo o que já fizeram pela sociedade. Respeito, carinho, atenção e cuidado são os requisitos básicos para que a terceira idade possa desfrutar dos benefícios e das vantagens de viverem a melhor idade.
Serviço Disque 100 para denunciar qualquer tipo de violência Disque 127 Ouvidoria do Ministério Público (também recebe denúncias)
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ARTE sustentabilidade
A água que cai do céu deixa as plantas do Condomínio Sunshine muito mais bonitas
Captar água da chuva: o meio ambiente agradece e o bolso também Moradores de condomínios da Barra da Tijuca aprovam nova mania sustentável “É quando o poço fica seco que a água se torna uma riqueza.” Não se sabe ao certo a origem dessas palavras. Dizem que é um provérbio francês. Mas a frase pode ser traduzida como uma preocupação da sociedade com as previsões de que há possibilidade de faltar água no planeta. Faltar água na Terra? Como assim? Será? A Organização das Nações Unidas atualizou os dados mundiais sobre a água do planeta e verificou que, cada vez mais,
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são alarmantes. Um dos motivos que fez a ONU decretar que 2013 é o Ano Internacional da Cooperação pela Água. De acordo com a organização, se as pessoas não mudarem o comportamento, evitando o desperdício e usando a água de maneira sustentável, as próximas gerações poderão estar comprometidas. Fato é que apenas 2% de toda a água existente na Terra, que corresponde 70% do planeta, pode ser usada pela população.
Segundo a ONU, há quantidade suficiente de água para abastecer a sociedade mundial, porém, cerca de 783 milhões de pessoas, que representam 11% dos moradores desse grande condomínio chamado Terra, não têm acesso à água potável e 37% vivem sem esgoto. Está constatado que a poluição do meio ambiente e o desperdício não param de crescer, prejudicando a qualidade da água doce que pode ser usada no planeta. Uma pessoa precisa dia-
riamente de 50 litros de água para atender suas necessidades, no entanto, consome 187 litros. Isso no Brasil. No Canadá, são, em média, 600 litros por dia. A campanha mundial da Organização das Nações Unidas espera que a população de todos os continentes se sensibilize e faça sua parte. No Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, já existem grupos de pessoas que colaboram com o Ano Internacional de Cooperação da Água. É o caso dos moradores do Condomínio Sunshine, que deram carta branca ao síndico Sérgio Pitanga para transformar uma antiga estação de tratamento de esgoto (ETE) em uma política e ambientalmente correta estação de captação de água da chuva.
Dinheiro que cai do céu O aproveitamento da água da chuva pode se transformar em um bom “dinheiro” para o condomínio. Obviamente, não vai ser possível vender esse recurso natural e obter alguns bons reais, mas a economia gerada com a captação vai fazer a diferença na hora de pagar as contas. No Condomínio Sunshine, a conta de energia ficava em torno de R$ 10 mil a R$ 12 mil por mês, tendo em vista o uso da bomba – em média, 18 horas por dia –, necessária para o tratamento de esgoto e para a utilização da água nas áreas comuns dos prédios. A bomba ainda funciona diariamente por 5 horas, por causa da
necessidade de movimentar a água, mas, com a nova estação, a previsão é de que a redução na fatura de energia, percentual igual para a conta de água, chegue a 30% por mês. A nova estação do Sunshine tem capacidade para armazenar cerca de 350 mil litros de água, o equivalente a duas caixas e uma cisterna, capazes de abastecer 120 unidades de apartamentos localizadas em dois blocos. Se levarmos em conta que existem quatro moradores por unidade, a estação poderia atender as necessidades de 480 pessoas. Não é esse o caso, já que os moradores são supridos por água tratada, mas a água captada da chuva está sendo aproveitada para molhar as plantas e lavar toda a área comum do condomínio, como banheiros, garagem, bordas de piscina, espaço da churrasqueira e portarias. “Antes a água usada para esse fim era proveniente das caixas e da cisterna. Com a estação de captação, acabou o desperdício de água tratada”, afirmou o síndico Sérgio Pitanga, que já começa, inclusive, a ter retorno do investimento feito para a adequação da ETE em estação de captação de água da chuva.
Solução sustentável
Sérgio Pitanga, síndico do Condomínio Sunshine, comemora redução de custo com a instalação da estação de captação de água da chuva no lugar da antiga ETE
Há aproximadamente uma década, a Cedae iniciou o processo de instalação de sua rede de esgoto na Barra da Tijuca e região. Os condomínios, que foram construídos com ETE e que tinham migrado o esgoto para a tubulação da companhia estadual, se depararam com um grande espaço ocioso. Os síndicos começaram a buscar alternativas para a área, como foi o
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Funcionário do Condomínio Sunshine aprova a medida sustentável e dá uma geral na limpeza da calçada
caso de Sérgio Pitanga, que procurava um ambiente sustentável para a antiga ETE. Existiam duas opções para realizar a adaptação: por meio de um consultor ou de uma empresa qualificada. O Sunshine escolheu a primeira opção e contratou Neemias Braga, da empresa Altec. De acordo com o síndico, o profissional especializado ficou responsável pelo trabalho de toda a equipe do próprio condomínio durante a execução da obra de infraestrutura. “Escolhemos os funcionários do condomínio para contribuir, com remuneração à parte, porque eles conhecem melhor do que qualquer outro profissional os prédios, além de ser comprometidos com seu trabalho”, explicou Sérgio Pitanga. Primeiramente, a tubulação que levava o esgoto para a ETE foi fechada e outra, instalada, ligando diretamente à rede da Cedae. Os canos de água oriundos das caixas e da cisterna passaram a não abastecer mais as torneiras da área comum do condomínio. Outros canos, que saíam da antiga ETE, foram colocados e direcionados para as torneiras. De acordo com Sérgio Pitanga, a captação da água da chuva se dá em todos os cantos possíveis do condomínio, ou seja, se pega o direcionamento da água que normalmente seguia, por meio de ralos, coberturas etc., direto para a rua e o destina para a antiga ETE, que, por sua vez, passará, em seguida, pelos novos canos até chegar às torneiras. “O custo total da transformação para o condomínio foi em torno de R$ 25 mil”, revelou o síndico. “Anteriormente, a despesa era alta”, explica o síndico. O esgoto do condomínio seguia direto para a ETE e, depois de tratado, era direcionado para a rede da Cedae. Em
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função disso, era necessário o uso da bomba por quase um dia inteiro, o que gerava uma conta de energia com valores altos. Além desse custo, o condomínio pagava, trimestralmente, cerca de R$ 1.600 por quatro caminhões de uma empresa especializada que fazia a limpeza e o transporte do lodo do esgoto armazenado na ETE. E, ainda mensalmente, desembolsava R$ 400 para o pagamento de outra empresa, que avaliava a qualidade do tratamento dado ao esgoto pelo condomínio. Hoje as caixas que armazenam a água da chuva também recebem cuidados para evitar qualquer tipo de problema. Ficam permanentemente tampadas. O local da estação precisa estar sempre limpo, isolado e protegido, para evitar a entrada de insetos e outros bichos. O condomínio também coloca na água armazenada pastilhas de cloro para retirar impurezas que venham prejudicar a saúde dos moradores no contato com o recurso. Para o consultor, é uma questão de custo e benefício. “A obra de transformação da ETE em estação de captação de água da chuva tem duração entre 15 e 20 dias e não causa grandes transtornos aos moradores. Esse é o primeiro benefício. Além disso, tão logo haja quantidade suficiente de água na nova estação, já pode ser usada nas áreas comuns do prédio. A partir daí, o condomínio começa a obter um retorno rápido em termos de redução dos valores das contas de água e energia, assim como passa a contribuir efetivamente para a proteção do meio ambiente”, ressaltou Neemias Braga.
Responsabilidade ambiental Boa parte dos condomínios da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes já está ligada à rede de esgoto da Cedae, mas muitos ainda não sabem como aproveitar o espaço antes destinado à ETE. A quantidade de síndicos e moradores que buscam alternativas será ainda maior em 2015, quando a Companhia de Águas e Esgotos prevê concluir a instalação de sua rede de esgoto para Barra, Recreio e Jacarepaguá. Com isso, uma boa opção é seguir o conselho da ONU e aproveitar a água de uma maneira inteligente e capaz de assegurar que as pessoas tenham acesso à água potável. O ideal é que todos façam escolhas voltadas para o desenvolvimento sustentável, a exemplo do Condomínio Sunshine, que apostou em atitudes positivas de preservação desse essencial recurso natural, em que levou em conta o bem-estar de seus moradores, a economia gerada com a redução dos custos e a proteção do meio ambiente. O melhor é cada um fazer sua parte e não ficar de braços cruzados esperando para ver o que vai acontecer com as futuras gerações e com o planeta, que é um imenso condomínio chamado Terra.
jurisprudÊnciaS
Veja o que acontece nos tribunais APELAÇÃO - 1ª Ementa DES. MÁRIO ROBERT MANNHEIMER - Julgamento: 4/7/2012 - DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL Apelação cível. Processual civil. Direito de vizinhança. Ação indenizatória por danos materiais e morais. Obras de reparo em fachada lateral de edifício causando queda de reboco e danos em telhado de casa vizinha. Pedido de danos materiais fundado em laudo de vistoria da defesa civil e em proposta de contrato de prestação de serviços de arquitetura no imóvel do autor. Elementos de convicção que, desassociados da prova numérico-econômica do prejuízo sofrido, não podem conduzir ao acolhimento da pretensão, tanto mais quando comprovado pelo condomínio réu o reparo no telhado do imóvel danificado. Dano material incabível, sob pena de incorrer-se em sobreindenização. Danos morais reconhecidos pelo juízo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em virtude do tempo de quase um mês em que o demandante conviveu com a ruptura parcial da telha de sua casa. Valor razoável e proporcional, não merecendo majoração. Manutenção da sentença. Negativa de seguimento ao apelo (art. 557, "caput", CPC).
APELAÇÃO - 1ª Ementa DES. MARÍLIA DE CASTRO NEVES Julgamento: 7/10/2011 - VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL
Apelação cível. Processual civil. Ação de reparação de danos. Consumidor que se encontrava na porta de agência bancária quando foi atingido por reboco oriundo da fachada do edifício. Ilegitimidade do banco. Responsabilidade do condomínio. Manutenção da sentença recorrida. Recurso a que se nega seguimento na forma do artigo 557 caput do Código de Processo Civil.
com ela reside seu filho menor. Dano moral configurado. Quantum da indenização que observou os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Desprovimento de ambas as apelações.
APELAÇÃO - 1ª Ementa DES. ANA MARIA OLIVEIRA - Julgamento: 9/2/2010 - OITAVA CÂMARA CÍVEL
Apelação cível. Sumário. Obrigação de fazer. Marquise precária colocada imediatamente abaixo da janela do imóvel da autora, na qual vem se acumulando o lixo jogado pelos demais condôminos. Condomínio que é responsável pela limpeza e manutenção das áreas comuns, bem como da fachada do imóvel. Danos morais evidentes, por obrigar-se a autora a conviver com os odores provenientes do lixo, além da evidente proliferação de animais decorrente de tal acúmulo, sem contar com a desagradável vista que tinha de sua janela. Valor fixado em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) de acordo com o dano causado que somente se reduz para R$ 4.650,00 (quatro mil seiscentos e cinquenta reais) em decorrência de o pedido formulado na inicial estar limitado a 10 (dez) salários mínimos. Acordo em audiência em que o condomínio se compromete a efetuar a limpeza semanal do local. Provimento parcial do recurso, somente para reduzir o montante indenizatório.
Responsabilidade civil. Ação de conhecimento objetivando a execução de reformas necessárias na fachada externa de prédio contíguo àquele em que reside a autora e indenização por dano moral que a mesma teria sofrido em decorrência de queda de parte do reboco da parede do edifício sobre sua residência. Fachada do condomínio réu restaurada no curso da ação. Sentença que julga extinto, sem apreciação do mérito, o pedido no que tange à obrigação de fazer, nos termos do artigo 267, inciso VI do CPC, ante a perda do interesse processual superveniente, e condena o réu ao pagamento de R$ 6.975,00, a título de indenização por dano moral. Apelação de ambas as partes. Responsabilidade objetiva do dono do imóvel. Prova documental que demonstrou o risco a que foi submetida a autora, sendo que
APELAÇÃO - 1ª Ementa DES. GILBERTO DUTRA MOREIRA - Julgamento: 21/10/2009 - DÉCIMA CÂMARA CÍVEL
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condomínio por Lia Rangel
O síndico Carlos Mello precisa administrar quatro espaços destinados aos eventos dos moradores do condomínio Privilege, em Niterói
Como aliar diversão e bom senso no uso do salão de festas Para que o salão de festas do condomínio não se torne um ringue, é preciso respeitar o regulamento e ter bom senso para não invadir o espaço dos vizinhos, nem transformar a diversão de uns no incômodo de outros A grande maioria dos condomínios residenciais oferece um espaço para a realização de eventos. Seja no playground ou no salão de festas, essa área comum é bem disputada pelos moradores e exige que o síndico faça cumprir as regras estabelecidas na convenção e no regulamento interno do condomínio para evitar problemas e garantir a segurança de todos. Fatores como definição do horário da festa, altura do som, controle de convidados na portaria e limpeza do espaço estão entre as maiores causas de reclamação e podem acabar transformando o que era para ser um momento de confraternização em uma tremenda dor de cabeça. Por conta disso é importante que as regras estabelecidas no regulamento interno estejam bem claras e sejam reafirmadas na hora da formalização da locação do espaço. 80
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Normalmente essas informações estão disponíveis no contrato, que deve ser assinado pelo condômino requisitante e pelo síndico. O assessor da CIPA Marcus Malta afirma que não existe legislação específica sobre locação de playground nos condomínios. “A possibilidade de locação do playground/salão de festas deve estar prevista na convenção do edifício, e cabe ao regulamento interno definir as normas de utilização desse espaço”, explica. O condomínio Privilege, que fica em Niterói, dispõe de quatro espaços para a realização de eventos: o salão de festas adulto, o espaço gourmet, o salão de festas infantil com brinquedoteca e a churrasqueira. O síndico Carlos Mello conta que para cada espaço há um valor diferente. “Esses valores foram definidos em assembleia e estão no regulamento interno do condomínio.
O síndico Leandro Souza faz valer o regulamento interno
Utilizamos como parâmetro a menor taxa condominial vigente. Por exemplo, para uso da churrasqueira é cobrado 20% do valor dessa taxa; já o espaço gourmet custa 30% desse valor”, afirma. Já no condomínio Mestre Donga, que fica em Vila da Penha, a taxa para a utilização do salão de festas é cobrada de maneira diferente. Segundo o síndico Leandro Souza, o pagamento é de 30% do salário mínimo vigente. Muitos condôminos acreditam que a cobrança dessa taxa é indevida, pois eles entendem que o pagamento de uma taxa mensal já assegura o uso de todas as dependências do condomínio, mas não há nenhum impedimento legal com relação a essa cobrança. O importante mesmo é que esteja tudo registrado, seja na convenção ou no regulamento interno do condomínio.
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Quando o som ultrapassa a barreira do respeito
O aconchego do Espaço Gourmet do Condomínio Privilege
Sem deixar a segurança de lado As festas fazem com que a circulação de pessoas de fora do condomínio aumente muito, e alguns cuidados ajudam a manter a segurança dos moradores e dos convidados. O controle de visitantes deve ser reforçado, e o condômino que está realizando o evento deve deixar uma lista de convidados na portaria. Também é aconselhável a instalação de um monitor ao lado do interfone e uma câmera na portaria, para que o morador possa autorizar a entrada dos convidados não identificados na listagem fornecida. No condomínio Mestre Donga, além da lista de convidados, existe um cadastro para as pessoas que trabalharão no evento. “O morador deve informar a quantidade e os nomes dos convidados em uma lista que fica na portaria e é conferida por nosso zelador. Além disso, os prestadores de serviço da festa
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deverão fazer um cadastro, no qual deixarão registrados nome completo, telefone, endereço, CPF e identidade”, conta Leandro Souza. Os funcionários do condomínio também devem estar atentos aos passos dos convidados e preparados para orientá-los a não circular pelas áreas do prédio que não compreendam as dependências onde a festa está acontecendo. “O ingresso de tantas pessoas desconhecidas realmente fragiliza a segurança do edifício. Por isso deve constar no regulamento que o responsável pela festa deverá deixar uma lista de convidados na portaria do edifício até uma hora antes do início do evento, e os porteiros e vigias devem estar instruídos a respeitarem estritamente o rol de convidados, sob pena de serem advertidos por descumprimento das ordens do síndico e normas do edifício”, explica Marcus Malta.
Outro vilão da boa convivência entre moradores e síndicos, no que diz respeito à locação do salão de festas, é o barulho. Seja da música, do microfone do animador, da banda contratada, das conversas mais exaltadas ou dos gritos empolgados das crianças, o barulho é o grande problema dessas comemorações. Por conta disso, o síndico precisa ressaltar a necessidade de controlar o volume do som gerado pelo evento, além de respeitar os horários, para não perturbar a tranquilidade dos outros condôminos. Para evitar esse tipo de problema, alguns condomínios optam pelo isolamento acústico, uma escolha com custos elevados que nem todos estão dispostos a viabilizar. Na maioria dos condomínios, o que tem imperado mesmo é a fiscalização por parte do síndico e o bom senso dos moradores. O síndico Carlos Mello conta que, mesmo com quatro espaços – em que é possível realizar eventos diferentes simultaneamente –, os moradores nunca cogitaram a possibilidade de fazer isolamento acústico dos salões. “Nossos salões são climatizados, o que permite que os eventos ocorram com as portas fechadas. Além disso, qualquer som só é permitido até às 22 horas; a partir desse horário, deverá ser utilizado moderadamente. No caso da churrasqueira, para evitar exageros sonoros, o condomínio coloca à disposição um aparelho de som para que não sejam utilizados outros equipamentos e/ou instrumentos musicais,
que são proibidos no regulamento interno por se tratar de área aberta”, diz. Leandro Souza diz que o condomínio Mestre Donga não tem isolamento acústico, mas que isso não se faz necessário. “Nossos moradores são pessoas de bom senso e sempre utilizam o som em um nível moderado, por isso, nunca pensamos em fazer o isolamento acústico.”
E quando a vontade de festejar não termina? “Mas passou tão rápido!” Essa é, normalmente, a frase utilizada por muitos anfitriões. Talvez por conta do tempo investido nos preparativos ou pelo prazer de estar na companhia de quem se gosta, mas a realidade é que muitas pessoas não se dão conta do passar do tempo durante a festa e querem prolongar esse período, solicitando mais uma música, mais uma sobremesa, mais um chopinho, mais, mais e mais. E como o síndico deve agir nessas situações? Cada condomínio possui regras próprias que, normalmente, foram estabelecidas em assembleias e contaram com a participação dos moradores. Munido dessas regras, o síndico pode tentar uma conversa para explicar que ele precisa fazer cumprir o que foi acordado entre todos os moradores. Leandro Souza conta que prefere deixar a conversa para o dia seguinte. “Quando o horário não é cumprido, envio uma advertência no dia seguinte. Procuro sempre uma conversa amigável para servir de alerta e explico que a situação não é agradável e que é preciso respeitar as nor-
mas do condomínio e as leis vigentes; caso aconteça novamente o procedimento é multar o condômino.” Em alguns lugares, os síndicos tentam resolver o problema no mesmo dia. É o caso do Condomínio Privilege. “Primeiramente, entramos em contato pessoalmente com o responsável para solicitar o encerramento da festa. Caso nossa solicitação não surta efeito, procedemos à autuação, com testemunhas e posterior notificação e aplicação de multa”, conta Carlos. Marcus Malta garante que, se a perturbação continuar, é possível que os próprios moradores busquem ajuda policial. “A Lei do Silêncio está em pleno vigor e deve ser respeitada. Caso o síndico, qualquer morador ou vizinho sinta-se incomodado com
o barulho da festa, pode, e deve, solicitar a presença da Polícia Militar para coibir a perturbação do sossego.” Marcus conta que uma vez um síndico utilizou a força policial para acabar com a perturbação causada por uma festa. “Em certa ocasião, o síndico foi surpreendido com uma série de chamados pelo interfone sobre a gritaria e a algazarra que estavam ocorrendo no salão de festas do edifício. Ao descer, se deparou com uma festa em que o morador, para lucrar, em vez de convidar apenas amigos, vendeu ingressos pela internet, causando tremenda balbúrdia no prédio, com a entrada de pessoas embriagadas e, pior, com superlotação do local. O síndico não pensou duas vezes e chamou a Polícia Militar. O responsável pelo adolescente
Leandro Souza: “Nossos moradores são pessoas de bom senso e sempre utilizam o som em um nível moderado, por isso, nunca pensamos em fazer o isolamento acústico”
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O salão de festas adulto é uma opção para as grandes reuniões
que fez a reserva do salão de festas foi notificado a ressarcir o condomínio dos prejuízos causados pelos jovens (vidros quebrados, extintores de incêndio usados, pichação nas escadas), além de ter que indenizar os compradores dos ingressos, muitos desconhecidos do adolescente. Em síntese, foi uma grande confusão que, além de fragilizar a segurança dos demais moradores e funcionários, causou danos e prejuízos aos itens de uso comum”, descreve.
Leandro Souza costuma solicitar a opinião de outras pessoas antes de dar o veredito final. “Como síndico profissional, faço sempre uma avaliação dos fatos junto com os membros do conselho fiscal, pois se não houver o cumprimento das regras de uso do salão de festas, a unidade poderá ser multada em até cinco vezes o valor da cota condominial, além de perder o direito de utilizar novamente o salão de festas por um período de até cinco anos”, diz.
A festa acaba, mas os problemas não Nem sempre o encerramento da festa significa que os problemas tenham tido fim também. Às vezes, é aí que começa o estresse. Sujeira e avarias no salão de festas depois do evento são as causas mais frequentes de conflito. Nem todos ficam atentos às cláusulas do contrato e essa falta de atenção pode doer no bolso. Depois das festas, os salões costumam ficar muito sujos, e, para garantir mais conforto aos moradores, alguns condomínios oferecem o serviço de limpeza embutido na taxa de locação do espaço, mas os que não fazem isso determinam que o salão seja entregue limpo, e aí cabe ao morador a responsabilidade pela tarefa. O condomínio 84
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Mestre Donga exige que o salão, a cozinha, os banheiros e o play sejam devolvidos limpos. “Tudo deve ser devolvido no mesmo estado em que foi entregue, até as 8h30 do dia seguinte. Em muitos condomínios, essa etapa passa despercebida, pois alguns acham que porque pagaram não precisam limpar. É um pensamento que está inserido na cultura do condomínio e, nesses casos, além da advertência, é necessário realizar campanhas educativas”, diz Leandro Souza. O assessor da CIPA Marcus Malta aconselha a elaboração de regras exclusivas para o uso do salão de festas. “Orientamos que seja elaborado um regulamento do salão de festas, pois, sem normas
O salão de festas infantil conta com uma brinquedoteca para garantir a diversão das crianças
específicas para uso do espaço, o síndico fica, em alguns casos, limitado a tomar algumas decisões. Sugerimos, principalmente, que também sejam reguladas as penalidades a que estão sujeitos os infratores.” Danos e avarias também são outros problemas comuns. O mais frequente é a tinta da parede descascada por causa de fitas adesivas ou cola quente usada para pregar enfeites na parede. Cadeira quebrada, torneira arrancada, janela estilhaçada e extintor de incêndio usado indevidamente são outros estragos comuns em festas, por isso, é recomendável a adoção de contrato ou termo de responsabilidade para poder reivindicar o reparo de eventuais estragos causadas nas festas.
O condomínio Privilege tem um formulário próprio no qual são informadas as regras de utilização que, inclusive, fazem referência às cláusulas do regulamento interno. O condomínio Mestre Donga também se vale de um termo de responsabilidade que contém todas as leis para a utilização de seus espaços. “Sem deveres, direitos e limites preestabelecidos, o uso do salão de festas pode gerar grandes problemas em um condomínio. Mas é bom lembrar que o usufruto de outra área comum deve ser regulamentado pelos condomínios, pois, acima da liberdade dos moradores, está a necessidade de preservação da privacidade e do patrimônio, além da segurança. No dia da fes-
O assessor da CIPA Marcus Malta orienta a elaboração de um regulamento exclusivo para uso do salão de festas
ta, o zelador faz, com o condômino, um checklist. Ao término da festa, é realizado outro checklist e, caso algum item como pintura, vidro ou qualquer objeto que guarneça o salão de festas e o play esteja danificado, o condômino fica responsável por sua composição ou indenização,” diz Leandro Souza. Para a gestão adequada do uso do playground/salão de festas, além de pulso firme e de contar com o bom senso dos condôminos, o síndico precisa estar resguardado pelas regras estabelecidas, em conjunto, pelos moradores e pela administração. Tornar as regras do conhecimento de todos já é um grande passo para minimizar possíveis problemas.
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ecodicas
por Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)
Certificações sustentáveis (e irreversíveis), segundo Eliane Sarmento Agora não tem volta. A arquitetura sustentável veio para ficar. O aquecimento global, a redução dos recursos naturais e o acúmulo de resíduos geram urgente necessidade de participação de todos para a reversão desse quadro. O panorama socioeconômico e ambiental motiva profissionais e empresas a avaliarem seus empreendimentos pela busca de soluções conscientes e de mínimo impacto ambiental, com foco no desenvolvimento sustentável. Nesta coluna, temos falado bastante a respeito, e a revista Condomínio etc. já 86
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apresentou a Equipe Multidisciplinar de Arquitetura Sustentável, fundada pela arquiteta Eliane Sarmento que, no momento, como consultora de empresas certificadoras, orienta e capacita equipes de trabalho que norteiam o processo de certificação sustentável de obras. Na entrevista a seguir, Sarmento explica como funcionam os processos de certificação de edificações que respeitam o ambiente e assegura: “Projetos e construções sustentáveis são sempre um benefício para a sociedade e para o ambiente.”
Cetc. – Quais as origens das certificações? ES – Os selos verdes e a rotulagem ambiental surgiram na Europa em 1978, com o Anjo Azul, da Alemanha Ocidental. O objetivo era criar a cultura do ecoproduto. As certificações serviam (e servem) para identificar os produtos inofensivos para o meio ambiente e para o consumidor. As certificações para as edificações têm várias origens: americana, denominada Liderança em Energia e Design Ambiental (Leed) e concedida pelo US Green Building Council, que promove, mundialmente, ações sustentáveis na construção civil; europeia, como Breeam, Verde, Eco Quantum, Eko Profile, Eco Effect, Promisse, Lidera e HQE, esta adaptada no Brasil pela Fundação Vanzolini junto com o Departamento de Engenharia da USP, para o processo Alta Qualidade Ambiental (Aqua); asiática, como HK Beam, Casbee, KGBC, EEWH, Teri, Griha; e nacional, como o Selo Casa Azul, da Caixa Econômica Federal. Além desses, há outros processos de certificação que formam uma rede mundial de certificadores.
Cetc. – Quais os objetivos das diversas certificações? ES – Os processos, com peculiaridades operacionais e direcionamentos específicos, têm como objetivo comum a proposição de sistemas de boas práticas para construções mais sustentáveis, com o aproveitamento dos recursos naturais. As premissas são o gerenciamento do impacto das edificações no ambiente e a busca de soluções arquitetônicas que gerem espaços sadios e confortáveis, bem-estar e economia. Tais premissas devem ser contempladas desde a concepção do projeto, passando pela gestão da obra, até a manutenção e o uso das edificações. Cetc. – O que é recomendado na concepção e execução do projeto? ES – Na fase de concepção do projeto, recomendam-se a escolha de material e sistemas construtivos, de fácil execução e menor impacto ao meio; o uso dos recursos naturais, como luz e ventilação; o aproveitamento adequado da água da chuva e o uso
da energia solar para aquecimento da água ou geração de energia. Na fase da obra, recomenda-se uma administração de baixo impacto, em que a gestão dos resíduos e a capacitação de mão de obra local são muito importantes. Na utilização da edificação, recomenda-se o uso consciente da energia, da água e a gestão dos resíduos gerados. Cetc. – Como levar as novas práticas para o canteiro de obras? ES – Algumas empresas já compreendem esse paradigma e adotam a nova cultura. Outras precisam se sensibilizar e se conscientizar da necessidade de desenvolver programas de capacitação e treinamento para as equipes de trabalho. Cetc. – A tecnologia brasileira está atendendo aos propósitos sustentáveis? ES – Sim. Já existem várias empresas nacionais produtoras de sistemas construtivos de menor impacto, bem como de equipamento para a captação de energia solar, água da chuva e tratamento de efluentes.
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Cetc. – Como é o processo de trabalho dos certificadores? ES – Os selos de produtos exigem acompanhamento, ensaios em laboratório e laudos. Os processos de certificação podem ser orientados por consultores e passam pelo monitoramento de certificadores habilitados até a conclusão. São realizadas auditorias ao longo do processo para avaliar se os projetos, os processos construtivos e a gestão operacional da obra seguem os critérios de sustentabilidade estabelecidos pelo método de certificação adotado. As auditorias também avaliam, por um período, o desempenho pós-obra. Os processos de certificação promovem oportunidade de aprendizado para todos os envolvidos, bem como vantagens para o empreendimento que agregarão valor socioambiental, retorno financeiro na comercialização e economia nos gastos de manutenção. Mas independentemente da opção de certificação, o mais importante é estar consciente e sempre viabilizar a aplicação de critérios que tornem as edificações mais amigáveis ao usuário e ao meio.
Principais selos verdes Anjo Azul – Alemanha, 1977 Environmental Choice – Canadá, 1988 Cisne Branco – países escandinavos, 1988 Eco-Mark – Japão, 1989 Green Seal – EUA, 1990 NF Environnement – França, 1991 Eco-Mark – Índia, 1991 European Ecolabelling, 1992 AENOR Medio Ambiente – Espanha, 1993 ABNT – Qualidade Ambiental – Brasil, 1995
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A arquiteta Eliane Sarmento se especializou em gerenciamento de obras e de escritório de arquitetura pelo Crea/RJ e em material ecológico e tecnologias sustentáveis para arquitetura e construção civil pelo Instituto do Desenvolvimento da Habitação Ecológica/SP. Participou de encontros internacionais de construção sustentável, pelo Centro de Tecnologias da Edificação/SP, e de palestras do arquiteto Johan Van Lengen sobre arquitetura ecológica, no Instituto dos Arquitetos do Brasil. Fez os cursos Liderança Estratégica Sustentável, ministrado pelo The Natural Step, BR, e Biopsicologia, no Instituto Visão Futuro, SP. Tem participado de conferências realizadas pela Willis Harman House e World Business Academy nas áreas humana e ambiental sobre desenvolvimento sustentável, autogerenciamento e liderança para o aprimoramento do trabalho em equipe. No momento, entre outras atividades, desenvolve o projeto-piloto para habitação econômica autossustentável, com apoio do Sebrae, cadastrado no banco de projetos do BNDES e no Clube de Engenharia, e o projeto para habitação social – condomínio autossustentável –, em parceria com a Fundação Bento Rubião, para a Associação Habitacional São Pedro de Alcântara, em São Gonçalo, no plano Minha Casa, Minha Vida II, da Caixa Econômica.
Voltar pra casa, um conceito Segundo o dicionário Aurélio, a palavra “casa” é um substantivo feminino com muitos significados, entre eles, “edifício de poucos andares, destinado, geralmente, à habitação; lar, família; conjunto de bens e/ou negócios domésticos; conjunto de membros de uma família; instituição familiar”. Ser de casa quer dizer não ser de cerimônia. Há aumentativos engraçados, como casão, casarão, casaréu, e diminutivos carinhosos, como casinha, casita, casebre, casinhola. Voltar pra casa é sempre algo confortável, aconchegante, necessidade de quem anda pelo mundo, de quem se ausenta, de quem se distancia. O Voltar pra Casa vai (ou vem) ao encontro, primeiro, da casa interna, do olhar pra dentro que nos abastece e religa à essência do que somos. Todos temos necessidade de voltar pra casa depois de momentos estressantes, desajustados, corridos – para tirar os sapatos, deitar, relaxar, ou também meditar, fechar os olhos e olhar pra dentro. Voltar pra uma casa sustentável, então... (Stella Maris Mendonça)
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reforma
por Cláudia Silveira
O pinga-pinga da discórdia De dia ou de noite, faça chuva ou sol, lá estão os aparelhos de ar-condicionado jorrando água, para desespero de quem passa, mora ou até mesmo administra o imóvel Nada mais desagradável que passar em ruas de grande concentração de pessoas, como o centro financeiro da cidade do Rio de Janeiro, e sentir que, mesmo sob o sol de 40 graus, “chove” sobre sua cabeça. O problema é tão antigo quanto a invenção do aparelho de ar-condicionado, acreditam especialistas e síndicos, que têm cortado um dobrado para se livrar do indesejado pinga-pinga. Não há como evitar a formação das gotas que fazem parte do processo de condensação, mas é possível – e relativamente barato – impedir que o acúmulo de água perturbe a tranquilidade não só de transeuntes, mas também de vizinhos, já que a queixa integra o rol das principais relacionadas por condôminos e administradores de imóveis residenciais ou comerciais, inclusive pelo som perturbador do sono alheio. Luiz Eduardo Coimbra, síndico do condomínio Romero Estellita, na Lagoa, há 19 anos administrado pela CIPA, que o diga. À frente da função desde 1997, o esforço pelo fim do pinga-pinga – até então interminável – dos aparelhos foi alvo de pedidos amigáveis, de circulares, de reuniões, mas nenhuma conversa surtia efeito. Tempos difíceis aqueles, admite. “Era assunto discutido em assembleia geral ordinária, estipulávamos multas – que nunca chegaram a ser aplicadas –, falávamos ‘na boa’, mas a pessoa sempre alegava que não era do aparelho dela. Com o advento da filmadora dos celulares, dizia: ‘Vou ver, mas o de fulana também está pingando em cima de mim’”, conta rindo. A colocação de um dreno embutido nas 36 unidades do edifício, cuja água coletada segue diretamente para a galeria do prédio, pôs um ponto (quase) final na discórdia. “Na ocasião, tivemos 90
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que fazer obra na fachada de pintura e troca de emboço. Isso já foi um ganho excelente, porque hoje as pessoas encaixam o ar-condicionado no dreno e o aparelho funciona bem. Antes dessa obra era o caos, depois melhorou, digamos, 90%”, conta. Os 10% restantes, segundo Luiz Eduardo, ficam por conta de problemas originados pela falta de manutenção dos aparelhos, o que retoma o gotejamento, ou até mesmo ventos típicos daquela região, que provocam o deslocamento da mangueira acoplada ao dreno. “Mesmo com o dreno, há moradores que não fazem a manutenção anual, de lavagem do ar-condicionado, nem a periódica, de limpeza do filtro, o que, inclusive, melhora a performance do aparelho, assim como gera um gasto menor de energia elétrica.” É fácil, ensina ele: “Retire o filtro do aparelho, coloque-o embaixo da torneira e lave-o com uma pequena escova. Há profissionais que fazem esse serviço e cobram em torno de R$ 100.” A água coletada vai direto para a galeria de águas pluviais, segundo Luiz Eduardo. Para o futuro, a ideia é criar um mecanismo para a coleta não apenas da água desviada dos aparelhos de ar-condicionado, mas também da chuva. “Poderíamos economizar regando o jardim com essa água”, conclui.
Quando uma boa conversa não resolve Nem todos os síndicos e condôminos conseguem chegar a um bom termo, como ocorreu no condomínio Romero Estelitta. A advogada Daniele Cabral Simões Costa, do escritório Saad Advogados Associados, explica que o primeiro passo a ser dado pelo condômino que se sente incomodado pelo pinga-pinga do aparelho de ar-condicionado do vizinho é registrar essa insatisfação no livro de ocorrência e requerer que o assunto seja incluído para deliberação na assembleia do condomínio. É quando terá a oportunidade de obter soluções para o problema. Quanto ao morador responsável, ela alerta que pode, sim, ser acionado judicialmente. “Esse morador deve sanar o problema, fazendo com que o pingo não caia mais na unidade abaixo, atentando sempre para o que é disposto em convenção e/ou regulamento. Para que o morador, síndico ou condomínio num todo acione judicialmente, deverá haver regulamentado o
modo correto para sanar o problema e este deve ter sido descumprido, não solucionado pelo morador que o está ocasionando, observando, assim, a notificação, que deve ser encaminhada ao morador, alertando-o do cumprimento do convencionado”. É no meio do conflito que surge a figura do síndico, peça fundamental para a resolução do impasse, seja como mediador amigável ou mero “cumpridor da lei”. É ele quem receberá a reclamação de quem se sente lesado e tentará solucionar o problema. Vale lembrar que, se estiver previsto na convenção de condomínio, poderá ser aplicada multa administrativa. O pinga-pinga atinge também a calçada e seus desavisados pedestres. Nesse caso, o condomínio pode ser acionado judicialmente, de acordo com a Lei municipal nº 2.749/99, que prevê a penalização do condomínio, de forma solidária, ou seja, juntamente com o proprietário ou inquilino.
Luiz Eduardo Coimbra, síndico do condomínio Romero Estellita, instalou um dreno embutido nas 36 unidades do edifício, cuja água coletada segue diretamente para a galeria do prédio
Pequena obra, grande negócio Não há como fugir. Qualquer obra, por menor que seja, implica gastos. Porém, livrar-se do gotejamento provocado pelos aparelhos de ar-condicionado do condomínio é uma obrigação da qual não se pode fugir. A contratação de empresas especializadas é a saída mais apropriada. O engenheiro Luiz Fernando Roca de Barros, da Barros Wanderley Engenharia Ltda., explica que há dois tipos de serviço realizados para conter o
gotejamento, e a principal diferença entre eles, além da estética, é o custo. Segundo ele, “o sistema embutido é um pouco mais caro, porque é necessário cortar a massa, embutir o cano, emboçar e pintar. Haverá despesa com andaime ou cadeirinha”. Porém, dependendo do revestimento, o ideal é passar uma espécie de tubo que sai de cada aparelho de ar-condicionado rumo a
Daniele Costa, do escritório Saad Advogados: o incomodado pelo pinga-pinga deve registrar sua insatisfação no livro de ocorrências e requerer que o assunto seja incluído para deliberação na assembleia
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Novidades no mercado um tubo maior e comum, geralmente de PVC, pela parte externa, ou seja, pela parede do prédio. “Quando é revestimento, cerâmica, mármore, fica mais difícil fazer o serviço embutido, porque não se quebra esse tipo de material para embutir.” Nesse caso, o especialista explica que a melhor alternativa é mesmo a contenção externa: “O custo é bem mais em conta, mas tudo depende muito do síndico, do tipo de condomínio.” Luiz Fernando recomenda a troca da tubulação a cada 10 anos, em média. “Como bate sol e chuva no cano de PVC, ele resseca e trinca. Então, troca-se de 10 em 10 anos. Mas se pintar, dura mais tempo.” Ele não recomenda o uso de conduíte, “material de passar fio. O correto é usar o (tubo de) PVC”. Para melhor aproveitamento do sistema, Luiz Fernando avisa que o usuário do imóvel deve estar atento a bandejas de ferro existentes principalmente em aparelhos mais antigos que, uma vez com furos em razão do tempo, podem provocar o gotejamento pelo acúmulo de água, por não permitir o escoamento até o tubo. A manutenção, segundo ele, cabe a cada unidade.
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O mercado já oferece caixas de proteção de aparelhos de ar-condicionado adequadas à colocação do dreno. É o caso da lançada recentemente pela Plajet Magnética Distribuidora Ltda. Semelhante àquele brinquedo da infância chamado Lego, por ser de encaixe e desmontável, o Personal Air é montado de dentro para fora do imóvel, sem a necessidade de andaimes ou cadeirinhas externas para sua colocação, em caso de apartamentos em andares altos. O protetor possui, na parte inferior, um pequeno orifício que deve ser aberto para o encaixe no dreno, através de uma mangueira de borracha que conduzirá a água coletada no aparelho de ar-condicionado, eliminando o gotejamento. A parede deve estar preparada para receber o equipamento, ou seja, deve ter o sistema para o dreno embutido ou externo já instalado. “Buscávamos, nesse produto, um divisor de águas, porque existiam vários tipos, de fibra, de concreto, de plástico, mas sem um diferencial. Temos um produto de fácil instalação, com um designer que agrega valor à fachada dos prédios por ficar padronizada, que melhora a performance do aparelho por gastar menos energia, já que
o sol não incide diretamente sobre ele, de fácil transporte, leve, com alta resistência e durabilidade de dois a cinco anos”, explica o consultor financeiro Antônio Lima, da Faria & Lima Representações e Consultoria em Gestão Empresarial. Outra novidade para acabar com o gotejamento causado pela condensação da água do aparelho, se a água não tiver o escoamento certo, é o Vapoar Double. De acordo com Eduardo Lajus, responsável pela empresa fabricante, o aparelho é acionado automaticamente com a entrada da água proveniente da condensação do condicionador de ar; a água é transformada em vapor. Seu consumo é baixo e, na ausência de água, desliga-se automaticamente, o que torna o consumo zero. A instalação é fácil, podendo ser realizada por eletricista ou até mesmo pelo usuário que possua noções do assunto. Serviço
Reclamações e dúvidas: Prefeitura do Rio de Janeiro – 1746 Barros Wanderley Engenharia Ltda. (21) 2552-0805 Personal Air – www.personalair.com.br VapoAr – www.vapoar.com.br
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