Revista Condomínio. Edição 73

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Fachadas preservar para valorizar

O segredo de um prédio bem conservado está nos pequenos cuidados para manter o conjunto da obra saudável e bonito

23 de abril: DIA DO SÍNDICO E aniversário de 63 anos da CIPA

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Todo síndico lê!




Começou a aparecer uma luz no fim do túnel

NEWTON MENDONÇA Presidente da CIPA

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Felizmente, após várias medidas certas de ordem econômica e também no campo político, que foram tomadas nesse início do governo Temer, os resultados já começaram a aparecer. Com isso, aquela completa falta de segurança por parte dos empresários e da população começa a se modificar, dando lugar a um novo ciclo de esperança, ponto de partida para um início, embora muito lento, mas que é básico para a virada da direção, de negativa para positiva. Sempre acreditei nos nomes escolhidos para a equipe econômica, e ela, desde o primeiro momento, tem agido com segurança e com grande conhecimento técnico, sendo clara e determinada em seus objetivos. Os resultados vieram mais cedo do que se esperava, pois a previsão apontava apenas para o segundo trimestre de 2017. Após quase dois anos de desemprego mês a mês, tivemos, em 16 de março, uma data histórica - 35 mil empregos com carteira assinada foram criados em fevereiro, o que não acontecia desde abril de 2015. Alguns setores que indicam índice de crescimento - a indústria de máquinas, embalagens e outros - mostram pequenos sinais de recuperação. O sucesso na privatização de aeroportos foi um bom indicador, demonstrado pelo interesse de grandes companhias internacionais que os licitaram, o que prova que tais empresas acreditam em nosso desenvolvimento. A agência de risco Moody mudou a perspectiva de nota do país para estável, melhorando a classificação do risco Brasil. Temos que parabenizar o ministro Meireles e sua equipe e dar um merecido destaque ao presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que tem gerido esse órgão tão importante com muita transparência e firmeza, como provam esses resultados expressivos. É óbvio que o grande mérito é do presidente Temer, que escolheu a equipe e tem dado integral apoio a todas as medidas sugeridas e apro-

vadas. O que é louvável é que a inflação deverá ficar abaixo de 4%, em 2017, e os juros estão baixando - deixam os 12,5% do governo Dilma e podem fechar o ano próximo a 9%. No campo político, Temer tem tentado fazer uma forte base de apoio e tem conseguido, usando os métodos usuais, que são o oferecimento de cargos e favores em troca de votos. A Lava Jato tem atrapalhado bastante, porém, ele vai mantendo essas figuras - as chamadas “raposas velhas” -, tão necessárias para as aprovações, até quando puder. É paradoxal que esse Congresso, tão maculado e desacreditado, poderá ser o Congresso que ficará na história pela aprovação de medidas transformadoras, como a da Previdência, a trabalhista e talvez até a fiscal e, quem sabe, alguns pontos importantes da reforma política. Existe a necessidade urgente dessas aprovações, por pressão popular e por uma questão de sobrevivência do país, em que estes mesmos deputados terão que governar ou pelo menos pensam que poderão vir a governar. Os exemplos dos estados falidos estão aí para amedrontá-los. O grande risco do momento é vigiar as manobras políticas já tentadas pelos envolvidos na Lava Jato para anistiá-los do caixa dois e de outros crimes por eles cometidos. Porém, isso já foi tentado e não passou e torna-se cada vez mais difícil acontecer. A presidenta do Supremo, uma figura que nos enche de orgulho, já se pronunciou, dizendo que caixas um, dois ou três serão punidos se houver crime. O PT não cessa de dizer, repetidamente, que suas contas foram declaradas e aprovadas, como se isso fosse o bastante para inocentá-lo de tudo. As origens das propinas podem demonstrar o contrário, como entende o Supremo. Enfim, creio que o Brasil vai superar essa crise, a maior que já tivemos, e voltaremos a crescer.


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[capa] Fachadas: preservar para valorizar

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O segredo de um prédio bem conservado está nos pequenos cuidados para manter o conjunto da obra saudável e bonito. Veja algumas dicas nesta reportagem.

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[Dia do Síndico] Dia 23 de abril, Dia do Síndico e aniversário da CIPA Cada síndico tem um lugar de destaque na CIPA, afinal, cada qual tem seus desafios. A CIPA acredita que todo síndico é um líder de seu condomínio e sua evolução nessa posição é o maior incentivo para nós. Estamos todos de parabéns por nossa parceria de sucesso! Leia nesta matéria exemplos de síndicos bem-sucedidos e inspire-se!

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[Paisagismo] Cooorta!!! Nem sempre o síndico pode cortar as plantas que deseja. A lei prevê multas e medidas compensatórias. É preciso estar atento. Leia nesta reportagem o que pode ou não ser feito.

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[Manutenção] Para-raios para evitar problemas A ausência ou falta de manutenção do equipamento pode trazer prejuízos, acidentes e até morte, além do que o síndico pode responder civil e criminalmente no caso de comprovada negligência com a conservação do sistema. Veja nesta matéria como se prevenir.

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[Legislação] A autovistoria ainda dá o que falar Um ajuste aqui, outro ali ou mesmo uma grande obra podem ser necessários. Entretanto, quatro anos após ser aprovada pela Alerj, a Lei da Autovistoria não foi cumprida por 67% dos condomínios do Rio.

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[Manutenção] A manutenção dos elevadores está em dia? Cuidados frequentes podem evitar acidentes e prejuízos desnecessários. Leia a matéria e entenda.

[Manutenção] Mata! Socorro!!! Todo mundo sabe que com o calor elas aparecem. Mas deixá-las entrar e ficar é uma opção. Veja o que fazer para se livrar dessa praga nesta matéria.

Uma publicação:

Rua México, 41 – 2o andar – Centro CEP 20031-905 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: [21] 2196-5000 Fax: [21] 2533-2449 DIRETORIA Presidente NEWTON MENDONÇA Vice-presidente MÁRIO MENDONÇA Diretora da Unidade de Negócio e Condomínio DEBORAH O’DENA MENDONÇA Diretora de Locação, Seguros e Novos Negócios MARIA TERESA MENDONÇA DIAS

Redação e Edição VIVIEN BEZERRA DE MELLO Tao da Comunicacao Ltda. AGO SET taodacomunicacao@gmail.com 2 010

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Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.

Fotografia Ariel Subirá MARIZA LIMA Marketing e Publicidade SAMY GRUBMAN marketing@cipa.com.br Colaboraram neste número Cristina do Carmo Lia Rangel MARIZA LIMA STELLA MARIS C. MENDONÇA

16 mil exemplares

A Revista Condomínio etc. esclarece que: • Não se responsabiliza por qualquer dano, direto ou indireto, sofrido por usuários ou terceiros, advindos da exibição e/ou conteúdo dos anúncios publicados pelos anunciantes, incluindo a divulgação de dados, preços e imagens. • Não atesta, verifica ou inspeciona os serviços e produtos dos anunciantes, nem é responsável por qualquer dano, direto ou indireto, que o contratante possa sofrer ao realizar uma negociação com os anunciantes. Esta publicação está em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.

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informe

Aluguéis em queda no Rio Pesquisa do Secovi Rio com dados de fevereiro aponta que o preço médio do metro quadrado da locação caiu em 16 dos 17 bairros cariocas analisados no período de um ano. A maior variação negativa ocorreu no Jardim Botânico, na zona sul, onde o valor caiu de R$ 48,93 para R$ 45,17 (-7,7%). A Gávea, onde o preço baixou 6%, foi o bairro em que se registrou a segunda maior queda. Além do aumento da oferta em todas as regiões da cidade, a flexibilização na hora de negociar os reajustes está gerando queda nos preços. Na zona norte, a tendência também se confirma: a Ilha do Governador teve queda de 5,7% no valor do metro quadrado. Tijuca e Vila Isabel também registraram variações negativas, em torno de 1%.

Comparando os meses de fevereiro de 2016 e 2017, os preços ficaram praticamente estáveis no Flamengo e no Méier, com variação próxima de zero. Analisando-se apenas os valores deste mês, o preço mais alto do metro quadrado da locação na cidade permanece sendo o do Leblon, R$ 62,32, valor três vezes mais elevado que o do Méier, que tem o menor preço entre os pesquisados (R$ 19,26). No quesito reajuste anual, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), usado para reajustar alugueis de imóveis, registrou alta de 4,86% no acumulado de 12 meses. O indicador vai corrigir contratos de um ano com vencimento em abril. Em março, o índice variou 0,01%, mostran-

O dia 23 de abril, além de ser aniversário da CIPA, é também o Dia do Síndico. A vocês nós rendemos nossas homenagens e nosso respeito, afinal, todo síndico merece ser parabenizado por sua dedicação à coletividade! A CIPA, ao longo de seus 63 anos de vida, foi se consolidando como uma das maiores empresas do país especialista em gestão de bens, especialmente em gestão de condomínios. Nessa área, as últimas novidades ficam por conta dos novos serviços de gestão operacional e sindicatura: a CIPA Síndica. Assim é a CIPA, sempre inovando para levar mais tranquilidade, segurança e modernidade a seus clientes. Agradecemos a você, síndico, a confiança em nossos serviços e esperamos que nossa parceria continue rendendo bons frutos!

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do queda em relação a fevereiro, quando foi de 0,08%. No acumulado dos primeiros três meses de 2017, teve variação de 0,74%. Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, em março de 2016, o índice ficou em 0,51%.

Barra terá barcas este ano O prefeito Marcelo Crivella anunciou que vai criar, ainda este ano, uma linha de barcas pelas lagoas da Barra integrada ao metrô. Uma das prioridades do prefeito para 2017 será viabilizar a implantação do serviço de transporte aquaviário que interligará condomínios da Barra da Tijuca à Linha 4 do metrô, no Jardim Oceânico, usando as lagoas da região. Segundo o município, a embarcação empregada deverá ser do tipo hovercraft, com capacidade para transportar cerca de cem passageiros sentados. Por hora, poderia levar até 9 mil usuários.


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capa por Lia Rangel

Fachadas preservar para valorizar O segredo de um prédio bem conservado está nos pequenos cuidados para manter o conjunto da obra saudável e bonito Manter um condômino satisfeito não é lá a tarefa mais fácil do mundo. O síndico precisa cumprir um conjunto de muitas pequenas e grandes funções que interferem em absolutamente tudo que diz respeito ao condomínio. Limpeza, funcionários, reciclagem, portaria, elevadores, iluminação, garagem, play, área de eventos e conservação, além de milhões de outras obrigações que já fazem parte do cotidiano de todo síndico. Também é função do síndico manter o condomínio, assim como todos os seus itens e espaços, bem conservado, pois, além de agradável esteticamente, isso interfere diretamente na segurança de todos, seja funcionários, seja visitantes ou moradores. A conservação do condomínio é tão importante que isso pode impactar diretamente na valorização dos imóveis. E a fachada, como é o cartão de visitas de qualquer condomínio, precisa estar sempre em

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ótimo estado de conservação. Prédios com tempo de construção parecido e apartamentos com metragem semelhante podem ter valores completamente distintos graças à aparência de suas entradas. A verdade é que todo mundo gosta do que é bonito e aconchegante, por isso é importante ter em mente que uma fachada moderna, arrojada e limpa pode fazer toda a diferença na compra e venda das unidades. Há cerca de seis anos, João Sérgio Ramalho de Castro é síndico do Condomínio do Edifício Netunia, localizado na zona sul do Rio de Janeiro. Composto por um único bloco com 12 andares, 69 unidades e cerca de 120 moradores fixos, além dos moradores por temporada, o síndico explica como funciona a questão da manutenção da fachada por lá. “Não há um cronograma definido. Foi realizada uma limpeza na fachada em 2010 e, em 2016, fizemos somente a revitalização da fachada do

primeiro andar (portaria). A manutenção da limpeza do andar térreo, por exemplo, é realizada por nossos funcionários. Já a conservação das obras fica por conta de empresas especializadas. A contratação de uma empresa habilitada em obras de manutenção tem total importância, pois ela se responsabiliza tecnicamente pela execução da obra em si, além de dar garantia pelo serviço. Outro ponto importante é a responsabilidade com os funcionários, que fica toda com a empresa, e ela responde por todos eles. Conforme identificamos as demandas – limpeza, pintura ou reforma –, discutimos, em assembleia, a necessidade de execução, orçamos os serviços e definimos pela contratação.” O síndico ainda conta que encontrou resistência de moradores quando optou pela restauração da fachada: “A fachada de nosso condomínio foi reformada no ano passado, quando revitalizamos so-


mente o primeiro andar. Inicialmente, tivemos muita resistência, principalmente de moradores mais velhos, que eram contra a mudança. Depois das obras, as opiniões mudaram, pois a portaria ficou muito bonita e acabou por valorizar o condomínio. Um grande inconveniente que encontramos foi em decorrência de o prédio ser muito antigo, pois, conforme a obra ia progredindo, surgiram diversas demandas que até então estavam escondidas sob camadas e mais camadas de cimento, tinta etc., como colunas com problemas estruturais, tubulação rompida, cabos elétricos corroídos. Tudo isso não foi orçado inicialmente, e quando descobrimos esses danos, não pudemos negligenciá-los, o que acabou por onerar o valor final da obra.” No comando de um condomínio bem maior, com cerca de 2.400 moradores, o síndico profissional Sullivan Rodrigues investe pesado na manutenção da fachada do Condomínio Life, na zona oeste da cidade. O empreendimento tem apenas sete anos e conta com 624 unidades divididas em 12 blocos. “Aqui no condomínio temos o arco de entrada e de saída, mas é importante frisar que tudo que dá para a área comum é fachada. E a fachada é o principal fator de embelezamento do

condomínio, por isso temos um funcionário responsável por olhar tudo, diariamente. Ele fiscaliza a pintura e outras instalações fora do padrão. A princípio, notificamos a unidade em desacordo e, caso o morador insista em se manter fora do padrão estabelecido pelo condomínio, nós enviamos a multa. Os casos mais comuns pelos quais multamos são aparelho de ar-condicionado que goteja e instalação de objetos não permitidos nas varandas”, esclarece Sullivan Rodrigues. Sullivan Rodrigues explica ainda que há uma rotina de conservação da fachada que se divide em atividades mensais e diárias: “Diariamente, lavamos todas as entradas dos prédios e cuidamos da jardinagem. Também limpamos as portas de vidro de cada rol uma vez a cada dois dias e os telhados uma vez por mês. Assim, mantemos o condomínio sempre asseado e preservado.”. Mas o síndico explica que pretende fazer mais manutenção para valorizar o patrimônio dos condôminos: “Em maio, quero colocar para a aprovação dos moradores uma cota extra para restaurarmos a pintura de cada prédio, incluindo as varandas das unidades. A estimativa é que a obra demore aproximadamente um ano, fazendo um bloco por mês. No caso de conseguirmos aprovar essa

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revitalização, contrataremos uma empresa especializada que tenha atestado de capacidade técnica e know-how. Eu sempre cobro os certificados no nome de cada funcionário, seguro de vida e todos os outros documentos que credenciam a empresa ao trabalho. Desse jeito, minimizamos os riscos de problemas com acidentes.”

Prevenir é melhor que remediar A manutenção preventiva é a melhor solução para os síndicos que querem evitar dor de cabeça com qualquer parte do condomínio, e com a fachada não seria diferente. Além de limpa, é importante que a fachada do condomínio esteja apresentável e bem conservada, já que é ela que passa a primeira impressão sobre o condomínio e pode ser crucial na hora de decidir pela compra de um imóvel. A contadora Wladya Lúcia Souza conta que desistiu da compra de um imóvel na zona sul carioca por conta da aparência e do cheiro presente logo na entrada do condomínio: “Eu estava buscando apartamento para comprar e vi umas fotos pela internet. Um dos apartamentos que vi era perfeito para mim, pois tinha todas as especificações que eu procurava e ficava a apenas alguns metros da estação do metrô. No dia da visita, fiquei frustrada quando cheguei ao prédio e dei de cara com uma fachada caindo aos pedaços e uma portaria que parecia abandonada. O cheiro da portaria também era horrível. Mesmo assim fui ao apartamento e confirmei que ele era exatamente o que eu queria, mas não podia continuar a ne-

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João Sérgio Ramalho de Castro revitalizou a fachada do condomínio em 2016

gociação por causa daquela entrada. Como eu iria receber visitas com aquela apresentação? Acabei desistindo do imóvel pela falta de conservação do condomínio, que já era notável logo na entrada.”. Para Stanley Barbosa, presidente da Stanley Engenharia, empresa que atende a todo o Rio de Janeiro e é especializada em recuperação e reforma de fachada, o ideal é que o condomínio faça a conservação preventiva de três em três anos. “Indicamos esse período até por uma questão de coerência, pois um prédio novo tem a garantia de cinco anos. Sendo assim, para um prédio antigo que possui seu revestimento completamente desgastado pelo tempo, três anos é o recomendável. Só que o bra-

sileiro não tem o costume de se precaver, então, que faça ao menos de cinco em cinco anos, até porque a Prefeitura exige que seja feita a autovistoria nesse período e, certamente, o engenheiro ou o arquiteto, por uma questão de segurança, exigirá a manutenção usual. Independentemente de o custo da manutenção preventiva ser bem menor, acaba-se com o risco de uma tragédia quando um revestimento se solta. Se os síndicos soubessem que eles mesmos respondem civil e criminalmente, se preocupariam mais com a conservação de suas fachadas”, explica. O presidente da Stanley Engenharia também conta quais os principais problemas que acontecem com as fachadas


O síndico Sullivan Rodrigues investe pesado na manutenção da fachada

e como evitá-los: “Infiltração causada pelas esquadrias; danos na base de sustentação de guarda-corpos e varandas; e, principalmente, deterioração das coberturas. Tais estragos podem ser evitados aplicando, periodicamente, silicone nas esquadrias e na base dos guarda-corpos, impermeabilizando as varandas e o piso externo das coberturas; nesse caso, é importante que as mantas sejam colocadas até o topo da mureta. Estamos no mercado há mais de 35 anos e já vimos muitos acidentes ocasionados pelo descolamento de revestimento de fachada. Há prédios que fizeram a última manutenção há mais de oito anos. Basta andar pela cidade para ver vários imóveis em situação precária. O ideal é que os síndicos sigam o período de três anos para a manutenção preventiva ou de cinco anos para a manutenção usual.” Stanley defende que a execução de obras em fachada de prédio deve

ser feita por empresa especializada somente em fachadas. “As empresas que fazem todos os serviços usam funcionários do tipo ‘faz-tudo’, que não possuem especialidade em nada. É de suma importância que a mão de obra seja treinada e capacitada para realizar serviços em fachadas; para que possa dialogar com o engenheiro num caso de, por exemplo, encontrar um ferro estrutural que necessita de restauração. Uma vez que o funcionário não tem a expertise necessária, ele vai emboçar por cima do ferro oxidado e o que vai parecer bem-feito será apenas uma bomba relógio prestes a explodir, pois o volume do ferro oxidado vai se expandir e expulsar o revestimento, seja de mármore, granito, emboço etc. Quando o funcionário é especializado, ele analisa o estado das ferragens para trocá-las ou tratá-las. Em nossas obras, os funcionários já sabem o que fazer quando encontram ferragem exposta”, conta Stanley. Na hora de contratar uma empresa para esse tipo de serviço, o síndico deve tomar muito cuidado. “O síndico deve ir à empresa, verificar a documentação original, inclusive o alvará, ligar para, no mínimo, 10 referências e verificar se há ações trabalhistas. Se o prédio tem mais de dez andares, é importante

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que a empresa apresente a execução de serviços de fachada de aproximadamente outros 30 prédios da mesma altura, pois há uma diferença enorme entre executar um prédio de quatro e outro de 15 andares. O vento e a altura fazem a obra ter um alto risco na execução”, aconselha Stanley. Juliana Correia é gerente administrativa da Mantenge Manutenção e Reformas, empresa que atende a todo o município do Rio de Janeiro e é especializada em restauração de fachadas, reforma de telhados, impermeabilização em geral e serviços de pintura e hidráulica. Para ela, é preciso analisar vários fatores para definir a necessidade de obra em uma fachada. “Entendo que não seja razoável fixar critérios cronológicos para programar a manutenção da fachada, principalmente quando consideramos que as edificações possuem idades diferentes e também não estão sujeitas às mesmas intempéries. Os principais procedimentos consistem em verificar o estado do sistema de revestimento (chapisco, emboço e pintura, revestimento cerâmico, textura, mármore, granito), refazendo as partes comprometidas. Durante o processo, podem ser necessários a análise e o tratamento das armaduras de ferro e também de determinadas trincas. Além de questões atreladas à conservação e à valorização da edificação, a manutenção preventiva pode evitar problemas relacionados com infiltrações e graves acidentes provocados pela queda de parte do revestimento da fachada. As condições do ambiente interferem significativamente na manutenção da fachada, de forma que aquelas menos ensolaradas, comumente expostas a chu-

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João Sérgio Ramalho de Castro acredita que a contratação de uma empresa especializada é de suma importância

vas/umidade, tendem a se deteriorar em menor tempo. Outra questão importante é o escoamento da água da chuva e também da água dos aparelhos de ar-condicionado. É fundamental criar medidas, como a instalação de pingadeiras e/ou de colunas de dreno de ar-condicionado, para manter a durabilidade e a estética do revestimento”, diz Juliana Correia. Para Juliana, os principais riscos que um condomínio corre ao não fazer a manutenção da fachada são prejuízo com infiltração e acidentes, por isso, é importante que o síndico fique atento aos indícios de que a fachada precisa de cuidados: “O revestimento começa a apresentar sinais, por meio de manifestações patológicas, como infiltração, bolhas, descascamento da tinta, descoloramento, estufamento e falhas no rejuntamento.”. A gerente administrativa da Mantenge ainda destaca

a importância de contratar uma empresa especializada para realizar esses serviços: “Acredito que o cerne da questão esteja relacionado com a segurança do trabalho, uma vez que envolve atividade realizada em altura. São muitas as medidas de segurança que devem ser observadas, como a instalação de telas de proteção e/ou apara-lixo; utilização de equipamentos de içamento normatizados e homologados (andaimes e cadeiras suspensas); ancoragem desses equipamentos; utilização de itens de segurança; treinamento dos operários de acordo com os ditames da NR 18 e NR 35, entre outros. O Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho programam fiscalização periódica. O síndico deve observar e exigir que se cumpram as medidas relacionadas com a segurança do trabalho, uma vez que, como tomador de serviços, a responsabilidade do condomínio é


subsidiária. Importante também verificar se a empresa possui registro no CREA/RJ. Tratando-se de pessoa jurídica, não basta a apresentação de engenheiro responsável, a empresa deverá também estar regularmente inscrita.”. Seja prédio antigo ou novo, o síndico precisa estar de olho nas necessidades da fachada, que vão desde enormes obras de reforma até pequenos reparos e substituições que podem ter custo reduzido e grande impacto visual. A boa aparência da fachada é imprescindível não só para que as unidades sejam valorizadas, mas também para que condôminos e visitantes sintamse abraçados pelo condomínio e verdadeiramente em casa. Serviço Stanley Engenharia www.stanleyengenharia.com.br Mantenge Manutenção e Reformas www.mantenge.com.br

O Condomínio Life tem um funcionário que cuida exclusivamente da fachada dos blocos. O síndico sullivan entre colaboradores: à esquerda, Alex Sobreiro (encarregado Operacional), e à direita Mário Franquilin (encarregado administrativo)

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Dia do Síndico

Dia 23 de abril, Dia do Síndico e aniversário da CIPA Cada síndico tem um lugar de destaque na CIPA, afinal, cada qual tem seus desafios. A CIPA acredita que TODO síndico é um líder de seu condomínio e sua evolução nesSa posição é o maior incentivo para nós. Estamos todos de parabéns por nossa parceria de sucesso! Estar à frente de um condomínio exige liderança constante para lidar com as questões e rotinas que crescem a cada ano. Junto com novos desafios, o papel do síndico está em constante evolução. E essa evolução também exige mais da administradora. Os desafios da CIPA crescem à medida que aumentam os serviços e as atividades nos condomínios. Novos tributos, novos procedimentos e já se tem um acréscimo na atividade e nos serviços prestados. Como exemplo, agora em 2017, os boletos de cobrança passaram a ser

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registrados. Parece simples, mas por trás disso estão os desafios na montagem de um novo procedimento, com mais tarefas para administrar, como coletar CPFs; uma nova rotina bancária de conciliação; mudança de sistema, de processo, no tempo certo para apoiar os síndicos. Mas o papel do síndico à frente do condomínio exige o que, para muitos, é a principal e mais importante questão: tempo e dedicação. Por esses dois motivos é que alguns condomínios optam por profissionalizar o trabalho do síndico ao con-

tratar administradoras para a sindicatura dos condomínios. É exatamente o que nos explica Samy Grubman, gerente Comercial da CIPA: “Para os clientes com necessidades diferenciadas, criamos dois tipos de serviço: o CIPA Síndica, em que assumimos todos os deveres e responsabilidades exigidos pela função; e o serviço de Gestão Operacional, para atender síndicos multifuncionais, que não têm muito tempo para se dedicar à operação e rotina, assim, todos esses controles e execu-


ções ficam por conta da CIPA, para que o síndico dedique-se às questões mais estratégicas do condomínio.”. Além disso, os assessores da CIPA são altamente treinados e atualizados com a legislação vigente, deixando os síndicos muito tranquilos para se ocuparem apenas com questões do dia a dia de seu condomínio. Por isso o Dia do Síndico é tão comemorado: tanto a equipe CIPA quanto os síndicos estão de parabéns! A CIPA agradece aos seus clientes a confiança em seus serviços e homenageia todos os síndicos por meio desta matéria. Veja agora a experiência bem-sucedida de alguns de nossos clientes: Sullivan Rodrigues, Maria da Glória Marcondes e Wilson José da Silva. E é a experiência deles que mostramos nesta edição da revista Condomínio etc., especial do Dia do Síndico, comemorado no mesmo dia em que a CIPA completa 63 anos de vida: dia 23 de abril.

Opção solidária O condomínio pode ser grande ou pequeno, luxuoso ou simples, moderno ou antigo. Tanto faz suas características. O que vale é uma boa administração. Para isso, o síndico é a figura central, é aquela pessoa, profissional ou não, que dá o tom e o equilíbrio da convivência saudável e da boa gestão. Em época de vacas magras, o esforço é de todos. Administradores e condôminos se unem em prol da comunidade na qual estão inseridos, no caso, os prédios e suas residências. Wilson José da Silva é daqueles síndicos que fazem de tudo para a harmonia do condomínio e o bem-estar dos mora-

A síndica Maria da Glória garante os empregos no condomínio neste tempo de crise financeira

dores. Em busca desse objetivo, abriu mão de um direito para que todos pudessem ganhar. “Decidi pagar minha cota condominial. Acho que se eu contribuir com minha parte, todos são beneficiados”, ressaltou Wilson. E a crise no Condomínio San José? “A gestão está sendo controlada e, por exemplo, não foi necessário o aumento da cota condominial”, responde o síndico do prédio, localizado na zona norte do Rio de Janeiro e administrado pela CIPA. Segundo Wilson, por se tratar de um condomínio de pequeno porte, as contas foram ajustadas para a situação econômica e financeira do país. Com os acertos necessários, não houve grandes cortes e o condomínio tem 100% de adimplência.

Mensalmente a administração informa aos condôminos a situação financeira do condomínio, mostrando como estão sendo utilizados os recursos e o fundo de reserva, conta destinada às despesas emergenciais. Os funcionários também contribuem para a economia nesses tempos difíceis, usando de forma responsável a luz e a água. Aliás, para o síndico, o que mais impacta no orçamento do prédio são as contas públicas. Para evitar o desperdício e reforçar a economia, ele adota importantes ações: estimula os proprietários a verificarem se há vazamentos, inclusive nos vasos sanitários; cuida da manutenção da parte elétrica e adota lâmpadas LEDs, mais econômicas que as fluorescentes; e orienta os funcionários na lavagem dos carros, de

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Solidário, o síndico Wilson José da Silva paga sua cota condominial, apesar de não ser obrigado

modo que utilizem a menor quantidade de água possível. Outra medida compensadora envolve a necessidade de consertos ou compra de novos equipamentos: “Adotei uma postura no condomínio. Se o orçamento é elevado, verifico o valor, por exemplo, de uma bomba nova e comparo os preços. Na maioria das vezes, o valor da bomba nova é menor do que o conserto”, explica Wilson José da Silva. Tais ações têm dado resultado positivo no caixa e evitado cortes no orçamento. Até o momento, a administração não precisou desligar um dos dois elevadores, que funcionam 24 horas por dia para atender os moradores dos 22 apartamentos do condomínio. E o mais importante: nem pretende reduzir o número de funcionários por causa da crise do país, mesmo com o moderno sistema de segurança instalado no condomínio. “Nada substitui a presença física de um funcionário”, afirmou o síndico.

Diálogo para superar a crise Atenção é a palavra chave da síndica Maria da Glória Marcondes, do Condomínio Fizzi-Contini, localizado na zona sul do Rio. Para ela, a administração precisa estar permanentemente atenta para tornar o gerenciamento mais eficiente nesse cenário de crise. “O grande desafio é cortar despesas sem prejudicar o bom desenvolvimento do condomínio nem perder a qualidade. Os maiores custos em nosso condomínio são elevadores, pessoal, água, luz e mão de obra terceiri16

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zada. Uma atenção especial a esses pontos mantém a relação custo x demanda compatível com a receita do edifício”, explica Maria da Glória. Com o apoio da CIPA e para manter o orçamento do condomínio equilibrado, a síndica aposta no diálogo para implantar mudanças nos hábitos de consumo, por intermédio de reuniões comunitárias, conversa com os moradores sobre a necessidade de controle da água, luz etc. Segundo ela, em relação à água, a administração faz checagem periódica de vazamento nas áreas comuns e nas unidades e aproveita para realizar campanhas de conscientização. No que diz respeito ao consumo de energia elétrica, a administração substituiu paulatinamente as lâmpadas comuns pelas de LED, inclusive nos pontos que ficam sempre ligados, como elevadores e garagens. Também foram instalados sensores de presença em áreas pouco utilizadas. Nos espaços destinados ao lazer, como piscina, sauna e sala de ginástica, a redução nos custos conta com a colaboração dos moradores e dos funcionários, responsáveis por cuidar desses locais e que têm respondido positivamente às novas diretrizes adotadas pelo prédio. Com 140 apartamentos distribuídos em dois blocos, pode parecer difícil controlar as lavagens de carros, mas não é o caso da síndica Maria da Glória, que suspendeu a limpeza dos veículos com mangueiras. “Orientamos que a água seja utilizada em baldes, o que torna o desperdício quase nulo”, afirma. Apesar de a economia do condomínio estar satisfatória, houve um ligeiro


aumento do percentual de inadimplência. Para minimizar esse impacto, a síndica conversa com o morador e, juntos, tentam encontrar a solução. Algumas iniciativas são importantes para a saúde financeira do condomínio: treinamento e supervisão para tornar os funcionários econômicos na utilização dos insumos e dos recursos naturais, como promover o uso racional da energia e da água; negociação dos contratos dos terceirizados para manter os valores abaixo ou na média do mercado; capacitação e treinamento do pessoal interno para a execução de pequenos reparos e serviços, com priorização das urgências dos reparos; cuidado para não dar continuidade à inadimplência; gerenciamento com eficiência das finanças e atenção à manutenção e às melhorias possíveis. Com esse jeito de administrar, Maria da Glória é eficiente na gestão, e os condôminos ficam tranquilos, mesmo com o momento difícil do Brasil.

Gestão transparente “Estamos fazendo como qualquer pessoa normal faz em casa – otimizando os recursos que temos. Hoje ninguém deseja reajuste/aumento. Com isso, estamos cortando onde for possível sem prejudicar a eficiência do trabalho no dia a dia.” É assim que o síndico Sullivan Rodrigues tem conseguido fazer um bom trabalho. O Condomínio Residencial Life, localizado na zona oeste do Rio, assim como em nossas casas, vem se aprimorando diante do cenário econômico do Brasil. Segundo Sullivan Rodrigues, como em uma empresa, a administração do residencial gira em torno de seus gastos e com base na previsão orçamentária. Porém, no dia a dia, há algumas surpresas que acabam onerando as despesas do condomínio. “Uma das obrigações de minha gestão é administrar de forma transparente, deixando sempre as informações disponíveis e os próprios deveres”, explica o síndico. No Residencial Life, a gestão não abre mão das melhorias, pois tem uma curva de manutenção muito alta, por causa do fluxo de pessoas que utilizam as dependências da área comum. De acordo com o síndico, a cobrança de cotas atrasadas e a busca de parcerias

com empresas que possam trazer recursos para apoiar o pagamento de algumas despesas têm sido o foco. Administrado pela CIPA, que colabora diretamente com os resultados e realiza o acompanhamento de perto das necessidades do residencial e suas demandas, o condomínio tem definindo processos para a redução de gastos, como luz e água, entre outras iniciativas para a contenção de despesas. Sullivan Rodrigues ressalta que a CIPA tem dado sugestões de economia e lições já aplicadas em outros condomínios para atender ao conjunto de edifícios, com 12 blocos e 624 unidades. No condomínio circulam mais de 3.500 mil pessoas, como moradores, funcionários e fornecedores. É necessária a interação de todos para economizar, inclusive, no consumo de água e energia. Em virtude disso, é condição “participar do dia a dia do condomínio e auxiliar na conscientização para que haja aproveitamento da luz natural, por exemplo. Em relação ao consumo de água, fazemos um trabalho constante com os moradores para que fiscalizem as próprias residências em busca de possíveis vazamentos. Alertamos sempre para o uso racional desse importante bem. O que nós sabemos é que a crise vai passar. Quando? Difícil prever. Por isso, quanto mais nos prepararmos, mais aproveitaremos as oportunidades”, afirmou Sullivan. Como o residencial tem ampla área de lazer, a administração adotou iniciativas para reduzir os custos nos espaços. Atualmente, o condomínio dispõe de quatro churrasqueiras, sauna, piscina e hidromassagem, entre outras áreas. Um dos procedimentos com foco na economia foi o uso dos espaços apenas quando de fato tiver fluxo de gente, como é o caso da sauna, que é ligada somente para o uso do condômino, e não fica mais em funcionamento o dia todo. Além disso, conforme o regulamento do condomínio, não é permitido lavar nenhum veículo. Os moradores têm à disposição empresa parceira no mercado que realiza a lavagem de carros de forma sustentável, sem a utilização da água nem da luz do residencial, pois faz uma limpeza “ecológica”, altamente usada pelos moradores. No que diz

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Transparência da gestão e interação com os condôminos são os grandes aliados do síndico Sullivan Rodrigues neste momento econômico do país

respeito aos elevadores, houve ajustes e só param no andar do acionamento, o que gerou ganho para o condomínio e economia de energia. De acordo com Sullivan, “nosso maior impacto, sem dúvida nenhuma, se reflete nas cotas condominiais. A conta é simples. Quando se economiza, o custo bai-

xa e a taxa é reduzida, tornando-a mais acessível ao bolso do condômino. Tomo medidas de economia durante a elaboração da previsão orçamentária”. Como em qualquer outro prédio, há dificuldades com alguns condôminos em função da inadimplência, mas a opção é sempre o diálogo. Caso não cheguem a um consenso, a administração se pauta no novo Código de Processo Civil, que estabelece que quem ficar inadimplente com a cota condominial por mais de 30 dias terá seu nome negativado, além de, se for o caso, posteriormente, sofrer ações judiciais. Mas o residencial não estaria obtendo sucesso nesta crise se não houvesse o total apoio dos profissionais que trabalham no local: “Os funcionários, muitas vezes, são protagonistas em nossa redução de custos e na comunicação interna entre os condôminos. Eles e os moradores são os principais aliados para nos ajudar, no dia a dia, a alcançar as metas definidas pela administração”, elogia Sullivan.

Apoio total e irrestrito aos síndicos Se administrar uma casa é difícil, imagina várias residências ao mesmo tempo. Para isso, os condomínios optam pela CIPA, que está cada vez mais atuante durante a crise econômica que o Brasil atravessa. A revista Condomínio etc. conversou com Cláudio Affonso, gerente geral de Condomínios, para saber como a empresa tem contribuído para que os condomínios tenham equilíbrio financeiro. Confira a entrevista. Condomínio etc. - Como está a gestão dos síndicos neste período de crise? Cláudio Affonso - Percebemos uma desaceleração nos gastos totais dos condomínios, e em 39% dos prédios houve redução de custos, entre janeiro de 2016 e o mesmo período de 2017. Também não houve aumento significativo naqueles condomínios que tiveram seus custos mais altos. O percentual de variação basicamente serviu para cobrir a elevação das despesas fixas, ficando na média de 13% por condomínio.

Cetc. – Estão cortando os funcionários? Em que porcentagem? CA – Não houve corte significativo no quadro de funcionários; basicamente se manteve estável, com variação de 0,2% entre demissões e admissões. Cetc. – O corte de funcionários não compromete a segurança do condomínio? CA – Sem dúvida. É o maior fator. Para não mexer no quadro de portaria e vigilância, o ideal é replanejar as tarefas de manutenção e conservação, evitando afetar o item segurança. Cetc. – Qual orientação que a CIPA tem dado aos síndicos sobre a crise econômica? CA – Publicamos, mensalmente, o informativo Panorama CIPA, que fornece uma visão do que está acontecendo tanto em economia quanto em legislação. A cada informativo, apresentamos indicadores e dicas de gestão que contribuem para a operação e a saúde financeira do condomínio.

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CA – Uma dica é classificar onde os recursos estão sendo aplicados e analisar o que pode ser adiado, interrompido ou redistribuído. Se nada for possível, haverá necessidade de cota extra; o ideal é agilizar sua cobrança e chamar uma assembleia extraordinária para aprovação. Se houver despesas não previstas, como em ações emergenciais, e precisar de empréstimo, a melhor forma é negociar a taxa de juros antes de pegar o dinheiro.

Cláudio Affonso, gerente geral de Condomínios da CIPA, aposta na sustentabilidade para manter o equilíbrio financeiro e driblar a recessão

Cetc. – De que maneira o síndico pode economizar sem ter que fazer cortes drásticos? CA – Essa necessidade praticamente não se apresenta para os condomínios que sempre mantiveram uma saúde financeira estável, com sua manutenção e conservação em dia. Já os que, por algum motivo, tiveram suas finanças impactadas, como em função da alta inadimplência, precisam rever suas despesas, analisando pontos de melhoria e redução que podem ser atacados, mesmo que temporariamente. Cetc. – Quais as dicas para não se endividar?

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Cetc. – As contas de água e luz são despesas que oneram os condomínios. Como economizar? CA – Existem diversas opções para a redução do consumo de água e energia que passam por adquirir equipamentos, analisar as contas de consumo, criar procedimentos efetivos e fazer uma ação cultural comportamental com os moradores. Cabe a cada condomínio identificar e usar as ferramentas adequadas a cada necessidade. Cetc. – Existem condomínios que têm área de lazer com vários equipamentos, como piscina, sauna e sala de ginástica. Como os síndicos podem reduzir os custos nesses espaços? CA – O importante é mensurar sempre quanto, qual valor de economia vai atingir com cada ação possível, levando em conta o bem-estar dos moradores, optando sempre pelo de menor impacto na qualidade de vida dos usuários. Cetc. – Qual é a atuação da CIPA perante os condomínios endividados? CA – Identificamos antecipadamente o problema e procedemos de forma a dar orien-

tação financeira e mostrar quais ações legais jurídicas para a recuperação financeira. Cetc. – Muitos moradores lavam seus carros nas garagens com a água das torneiras. Qual a orientação nesse sentido? CA – Cada condomínio é uma minicidade, com sua realidade e necessidades específicas. A criação de procedimentos claros e baseados em sustentabilidade está ao alcance dos condomínios. A CIPA regularmente promove dicas de redução de custos, consumo e sustentabilidade. Inclusive temos um site específico, o Ecodicas, que pode ser acessado pelo website da CIPA. Cetc. – Em relação aos elevadores, qual a orientação? CA – Adotar procedimentos que busquem a redução dos gastos e poupem o equipamento, como apostar em horários de funcionamento intercalados e providenciar a manutenção e conservação do elevador. Em alguns casos, a modernização é um investimento que traz diminuição de custos, pois os equipamentos modernos podem ser mais eficientes. Cláudio Affonso conclui dizendo que “cada condomínio tem sua realidade. A fórmula ideal para o controle financeiro é identificar pontos de mudança, redução e alteração. A partir daí, proceder à execução. Por exemplo, se a conta de água parece estar alta, antes de tomar uma atitude, é bom verificar com condomínios similares para ter certeza, antes de saber em que direção atuar, se é na verificação de vazamentos ou na revisão administrativa e classificação da conta perante a concessionária responsável”.


informe

Pesquisa analisa o cenário imobiliário da região da Barra Em 1969, o urbanista Lúcio Costa criava o primeiro projeto urbanístico para a Barra, inspirado no de Brasília. Mas foi nos anos 1980 que a região viveu uma explosão demográfica, com a construção de grandes condomínios, diferentes de tudo que já havia sido projetado antes na cidade. Em 2016, mais mudanças: o bairro foi um dos principais palcos dos Jogos Olímpicos, tendo recebido uma série de melhorias na infraestrutura e no sistema de transportes, com a construção do BRT e a inauguração da Linha 4 do metrô. Tantas mudanças ao longo do tempo geram impacto no mercado imobiliário. Para mostrar essas variações, o Secovi Rio lançou, no início de abril, no Hotel Hilton, a primeira pesquisa completa sobre uma região da cidade, e a Barra foi escolhida pela importância histórica e pelo grande potencial nos segmentos imobiliário e da construção civil. A publicação tem o patrocínio da

administradora de condomínios CIPA e da Gás Natural Fenosa e conta ainda com o apoio da Carvalho Hosken. Foram analisados Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes, considerando-se o período de janeiro de 2016 a março de 2017. Ao consultar a pesquisa, percebe-se que a dinâmica de preços segue a tendência do restante da cidade, de estabilidade ou suaves variações negativas. Para venda, a queda no preço do metro quadrado (apartamentos) foi um pouco mais acentuada que para locação. Já as casas tiveram valorizações significativas no período. No segmento comercial, nota-se desvalorização mais expressiva, também seguindo a tendência de queda agravada pela crise econômica de 2016. Para consultar/baixar a pesquisa gratuitamente, acesse o portal do Secovi Rio (www.secovirio.com.br) e clique na seção “Publicações”.

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mercado

Preço de venda de imóveis permanece estável O valor de venda de imóveis permaneceu praticamente estável (- 0,04%) nas 20 cidades analisadas pelo índice FipeZap entre fevereiro e março de 2017. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 0,77%. Nas comparações mensal e anual, as variações observadas se mantiveram abaixo da inflação medida pelo IPCA/IBGE. Segundo estimativas atualizadas do Boletim Focus do Banco Central, a inflação esperada é de 0,23% para o mês de março e de 4,55%, considerando-se os últimos 12 meses. Conforme a pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), em parceria com o Portal ZAP, 11 das 20 cidades pesquisadas apresentaram recuo no período analisado. Apenas em Belo Horizonte (+ 0,49%) e Vila Velha (+ 0,27%), as variações observadas nos preços superaram a inflação esperada para o mês (+ 0,23%). Considerando os últimos 12 meses, cinco das 20 cidades pesquisadas apresen-

taram queda nominal nos preços de venda: Rio de Janeiro, Distrito Federal, Fortaleza, Niterói e Goiânia. De forma diversa, os preços de venda registrados em Belo Horizonte e Curitiba mostraram variações superiores à inflação acumulada no período, com expansão de 7,94% e 5,04%, respectivamente, ante a inflação de 4,55%. Com efeito, o preço médio anunciado nas cidades monitoradas pelo índice FipeZap acumulou queda real de 3,62% nos últimos 12 meses. Em março, o valor médio de venda dos imóveis nas 20 cidades avaliadas foi de R$ 7.698/m². O Rio de Janeiro se manteve como a cidade com o metro quadrado mais caro do país (R$ 10.221), seguida por São Paulo (R$ 8.656) e Distrito Federal (R$ 8.436). Já as cidades com o menor valor médio por metro quadrado, no mês de análise, foram Contagem (R$ 3.527), Goiânia (R$ 4.103) e Vila Velha (R$ 4.613). Também no Rio estão os bairros mais caros do país: Leblon (R$ 21.541), Ipanema (R$20.175) e Lagoa (R$ 17.903).

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SEGURANÇA

Cerca elétrica

Opção de segurança para quem não quer brincadeira Não, a cerca elétrica não frita o invasor, mas dá um bom choque. O suficiente para inibir sua vontade de entrar na propriedade alheia sem ser convidado. A voltagem é altíssima, na casa dos 8.000 volts, e é acionada mediante fuga de corrente. Ela funciona por meio de pulsos elétricos (intervalo mínimo de um segundo entre cada descarga elétrica) e sua amperagem vai quase a zero, entretanto, não ocasiona mal à saúde. Bruno do Valle, responsável técnico da Valletec, empresa especializada no assunto, explica: “O choque provocado pela cerca é conhecido como choque moral, porque possui alta voltagem e baixa amperagem. É pulsativo. Não queima, não deixa marcas e não faz com que os animais e as pessoas que nela encostem ou segurem fiquem grudadas.”. O quesito segurança é amplo – tem que ser seguro para quem mora e trabalha no condomínio e também para o 24

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possível invasor. O técnico explica que, ao instalar a cerca no condomínio, é preciso atenção para sinalizar o local sobre isso e as consequências em tocar no sistema. “É preciso que moradores, funcionários e outros que, por ventura, frequentem o condomínio saibam de sua periculosidade e finalidade para evitar acidentes desnecessários”, explica. O equipamento deve ser desligado em caso de poda ou rega de plantas próximas ao sistema, também em caso de manutenção do equipamento ou mesmo conservação do muro que abriga a cerca. No quesito plantas, ele alerta que a vegetação não deve ter contato com a cerca, para evitar que a sirene de alerta seja disparada. A questão é que o sistema é interligado a uma sirene que liga quando há rompimento ou contato dos fios, por isso o síndico precisa estar atento à necessidade eventual de poda da vegetação ao redor.


Cercas monitoradas ou não O condomínio pode optar por dois tipos de cerca: as monitoradas e as não monitoradas. No caso de escolher o monitoramento, uma empresa terceirizada e especializada deve ser contratada pelo condomínio. Cercas monitoradas: permitem sua integração com uma central de alarme, que poderá estar ligado ou não a uma empresa de segurança eletrônica. Além disso, poderá, quando tocada, acionar alarmes, luzes etc. Cercas não monitoradas: possuem as mesmas características da anterior, porém, não são ligadas a uma central de alarme. Outra recomendação do especialista é que as cercas sejam instaladas em muros (ou grades) com mais de 2,50 metros e placas sinalizadoras devem fazer parte do sistema. “Outro detalhe é que a cerca eletrificada deve ser instalada de forma perpendicular ou voltada para o interior da propriedade a ser protegida”, ressalta. Bruno do Valle é um entusiasta da cerca elétrica, especialmente pela relação custo-benefício: “Tem baixo consumo de energia, maior resistência ao tempo, é um produto de total segurança, alta confiabilidade e baixo custo”, ressalta.

Cerca elétrica afasta pichadores também Eliana da Terra Pereira, síndica do Condomínio Denise, na zona sul, é síndica há quatro anos, conta com o apoio da CIPA para realizar um bom trabalho e destaca que, em seu prédio, de oito andares e 58 unidades, eles não abrem mão da segurança que a cerca oferece. “O sistema tem um custo-benefício excelente. Nós já tínhamos a cerca instalada aqui, mas ficou inoperante com o tempo. Resolvemos reativá-la e colocar nos fundos do prédio também, pois nessa parte temos contato com um terreno baldio”, conta.

Eliana da Terra Pereira, síndica do Condomínio Denise, usa a cerca eletrificada para combater qualquer tipo de invasor, inclusive pichadores. Além de instalar a cerca, retirou também a marquise

O Condomínio Denise não deu trégua aos pichadores. Além de instalar a cerca eletrificada, retirou a marquise: “A Prefeitura reclamava o tempo todo de algo em relação à marquise. Achamos por bem retirá-la. Menos uma opção para os pichadores”, comemora. A síndica, que faz a manutenção do sistema mensalmente, diz que ele já está há três anos funcionando perfeitamente. “Temos câmeras direcionadas para as cercas e, em caso de o alarme soar, podemos verificar o motivo no mesmo instante”, diz. Ela conta ainda que caso a vegetação esteja próxima à cerca, e se houver chuva ou vento, é muito provável que haja o contato e, assim, a sirene toque. “Por isso é importante que a vegetação ao redor esteja podada e sem chance de encostar no sistema. O problema maior é quando a vegetação em questão não pertence ao condomínio”, ressalta. Se seu condomínio ainda não ventilou a hipótese de instalar uma cerca elétrica, talvez este seja o momento de fazer uma avaliação, afinal, a instalação e manutenção são acessíveis e o condomínio fica muito mais seguro! Serviço Valletec Tels.: 2516-0379/2203-0004

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Paisagismo

Cooorta!!!

Nem sempre o síndico pode cortar as plantas que deseja. A lei prevê multas e medidas compensatórias. É preciso estar atento. Não pode simplesmente sair cortando, tem regulamento. Na verdade, é lei. O ambiente é protegido pela Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), que determina as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, mesmo que esteja em ambiente privado, que é o caso dos condomínios. É o que explica André Lessa, da Verde Brasilis: “Muitos síndicos, por falta de conhecimento, podam árvores – até mesmo com mão de obra do condomínio –; nisso, um vizinho faz a denúncia e o condomínio é multado e ainda tem que cumprir medidas compensatórias.”. Lessa ressalta que somente empresas autorizadas pela Fundação Parques e Jardins podem realizar podas e/ou remoção de árvores. “No site da fundação há uma lista de empresas credenciadas. Elas obrigatoriamente têm que ter registro no CREA e um engenheiro agrônomo, e o registro tem autorização por especialidade. Nem todas as empresas podem fazer de tudo em termos de paisagismo. Algumas só podem fazer plantio, outras, poda ou corte. O síndico precisa estar atento ao contratar”, avisa. O especialista explica ainda que as medidas compensatórias são aplicadas mesmo em casos de remoção autorizada pela Parques e Jardins. Foi o que aconteceu no

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O síndico Jorge Luiz Barreto, do Condomínio Chácara da Tijuca, diz que o condomínio já teve que cumprir medidas compensatórias e que tudo foi feito com o aval da Fundação Parques e Jardins

Condomínio Chácara da Tijuca, zona norte do Rio e que tem cerca de 600 metros quadrados de área verde no total, três blocos e 248 unidades. O síndico Jorge Luiz Barreto diz que o condomínio passou por isso quando teve que retirar uma árvore centenária que oferecia riscos ao condomínio: “Há aproximadamente cinco anos, uma

mangueira que fazia parte do prédio desde a construção (passava por dentro da estrutura do prédio, inclusive) apresentou um cupinzeiro enorme em sua base.”. O condomínio chamou uma empresa especializada, que condenou a árvore. O próximo passo foi apresentar o relatório à Fundação Parques e Jardins (o que o condomínio mesmo fez) e a remoção foi autorizada após vistoria. Ainda assim havia quem duvidasse da necessidade da remoção. Os moradores não queriam que eliminássemos a árvore centenária, mas com o tempo ficou comprovado que ela realmente oferecia riscos. À época o condomínio foi denunciado por moradores que acreditavam que a árvore poderia ser salva. “A polícia ambiental esteve aqui e atestou que a Parques e Jardins havia autorizado a remoção e que a árvore estava realmente comprometida”, lembra Barreto, arrematando que o laudo feito pelo engenheiro agrônomo dizia, inclusive, que a árvore estava levantando pedras da piscina e quebrando canos que passam embaixo dela. A medida compensatória foi imposta: pelo menos cinco árvores deveriam ser plantadas. O condomínio resolveu plantar mais. O meio ambiente agradece! O síndico Jorge conta que árvores plantaram: uma laranjeira, três ipês-roxos, dois ipês-rosas e um ipê-amarelo.


Entenda a Lei de Crimes Ambientais

A mangueira centenária que fazia parte do prédio desde a construção e que passava por dentro de sua estrutura teve que ser removida completamente, pois apresentava um cupinzeiro enorme em sua base

Mauro Rodrigues, administrador do Chácara da Tijuca, sempre atento às questões do condomínio, já está agendando a poda de outras árvores grandes. São elas: uma amendoeira, um figo-da-índia, um pé de cajá e uma mangueira. “Sempre faço entre duas e três cotações com empresas credenciadas para tal. Temos muitas árvores frutíferas por aqui e temos muito cuidado com elas”, ressalta. Rodrigues também sinaliza que outras duas árvores do condomínio (palmeiras) passarão pela análise de uma empresa credenciada, pois parecem estar mortas por infestação de brocas. “Vamos iniciar um novo processo para saber o que deve e pode ser feito”, finaliza.

Palavra de quem entende André Lessa, da Verde Brasilis, lembra que foi contratado por uma pessoa que foi multada por limpar um terreno e cortar

oito árvores ali. “Essa pessoa foi denunciada por crime ambiental, multada e obrigada a plantar 306 árvores num local determinado pela Prefeitura. Nossa empresa foi a responsável pelo plantio das mudas, o que foi feito em frente ao Bosque da Barra.” Lessa finaliza lembrando que só quem pode cortar ou remover árvores é a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e empresas credenciadas. Mesmo assim com a justificativa para tal perante a Fundação Parques e Jardins, com fotos e relatório que atestem risco iminente. Exatamente como consta da Lei Orgânica do município do Rio de Janeiro, em seu art. 477: “Os serviços de derrubada de árvores somente poderão ser efetuados mediante prévia autorização do órgão ambiental e sob sua orientação.”. Que assim seja. A natureza agradece! Serviço Verde Brasilis – tel.: 2413-1750

Crime é uma violação ao direito. Assim, será um crime ambiental qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que compõem o ambiente: a flora, a fauna, os recursos naturais e o patrimônio cultural. Por violar direito protegido, todo crime é passível de sanção (penalização), que é regulada por lei. O ambiente é protegido pela Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), que determina as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Contra a flora (art. 38 a 53): “Causar destruição ou dano à vegetação de Áreas de Preservação Permanente, em qualquer estágio, ou às Unidades de Conservação; provocar incêndio em mata ou floresta ou fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocá-lo em qualquer área; extração, corte, aquisição, venda, exposição para fins comerciais de madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal sem a devida autorização ou em desacordo com esta; extrair de florestas de domínio público ou de preservação permanente pedra, areia, cal ou qualquer espécie de mineral; impedir ou dificultar a regeneração natural de qualquer forma de vegetação; destruir, danificar, lesar ou maltratar plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia; comercializar ou utilizar motosserras sem a devida autorização.”.

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Condomíno

O inquilino pode ser síndico mesmo que a convenção proíba? Esse assunto ainda gera dúvidas em muitos condomínios. Mas a regra é clara: o Código Civil é objetivo nesta questão: o inquilino pode ser síndico mesmo quando a convenção o proíba: “Artigo 1.347: A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se.”. Isso invalida qualquer cláusula da convenção que diga que o inquilino não pode exercer o cargo, pois convenções não podem ir contra leis municipais, estaduais e federais. Vale frisar, ainda, que a Lei nº 4.591/64 (Lei de Condomínio) também abraça a referenciada temática: “Artigo 22 - Será eleito, na forma prevista pela Convenção, um síndico do condomínio, cujo mandato não poderá exceder 2

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anos, permitida a reeleição. §4º - Ao síndico, que poderá ser condômino ou pessoa física ou jurídica estranha ao condomínio, será fixada a remuneração pela mesma assembleia que o eleger, salvo se a Convenção dispuser diferentemente.”. Assim sendo, qualquer cláusula de convenção condominial que intente proibir inquilinos de serem síndicos não tem validade legal. E mais: o síndico poderá ser pessoa física ou jurídica, sendo irrelevante se é proprietário, inquilino, morador ou não, assim como deverá seguir todas as prerrogativas atribuídas ao cargo, prestar contas, respeitar a legislação vigente e a convenção condominial. Nas próximas eleições em seu condomínio, se essa dúvida permear as conversas que antecedem as votações, fique atento: a lei é soberana à convenção.


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Manutenção

Mata! Socorro!!! Todo mundo sabe que com o calor elas aparecem. Mas deixá-las entrar e ficar é uma opção.

As baratas estão no mundo há muito tempo, são resistentes até à bomba atômica! Imagine então que elas resistem a todo tipo de intempérie. Elas não são nada glamorosas: habitam esgotos, locais imundos e sombrios. Assim, estão sempre cheias de bactérias e outros tipos de contaminação. Esses micro-organismos que elas carregam não fazem mal a elas, mas para nós, humanos, e nossos animais de estimação certamente podem fazer um bom estrago. Quem sofreu muito com uma infestação de baratas foi o Condomínio General João Gomes, localizado na zona norte do Rio e administrado pela CIPA. O condomínio tem nove andares e, no total, 91 unidades. Quem fala sobre a experiência é a síndica Isabel Cristina de Oliveira. O condomínio em questão fica em cima de uma pedra, e o espaço entre a pedra e a edificação propriamente dita foi preenchido com entulho de obra. “Temos toneladas de entulho aqui. Cerca de 300 metros de areia, madeira, pedra... Estamos falando de um ambiente úmido e perfeito para um megacriadouro de baratas e outras pragas, naturalmente”, lembra a administradora. A síndica, que está há pouco mais de um ano à frente do condomínio, resolveu

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enfrentar os insetos com a cara e a coragem. Bem, na verdade, ela chamou uma empresa para fazer isso, afinal, esse tipo de coisa é para quem sabe o que faz e está credenciado para tal. “Em novembro, chamei uma empresa que fez uma dedetização que achei fantástica: usaram de tudo: fumaça, produto e gel. Fizemos o reforço em dezembro e nunca vi tanta barata morta na vida”, lembra, assombrada.

Ela conta que enfrentou certa resistência no condomínio, pois algumas pessoas dizem que a desinsetização pode prejudicar os animais domésticos, mas, quanto a isso, a bióloga Regina Lúcia Coutinho, da Imuni Service, nos tranquiliza: “Hoje os produtos são garantidos. O que a gente pede é que, no dia da aplicação, os animais não circulem nas áreas comuns até que o produto seque completamente. As empresas que trabalham com artigos de alta tecnologia são seguras.”. As lixeiras dos andares e outras áreas comuns também foram desinsetizadas, e para se certificar de que todas as áreas comuns fossem imunizadas, a síndica Isabel pediu que um funcionário do condomínio acompanhasse o técnico da empresa para garantir o serviço sem interferências. E assim foi feito. Isabel diz que este é um hábito dela. “Qualquer prestador de serviço é acompanhado por um funcionário ou mesmo por um morador. É uma forma de garantir a perfeita execução dos serviços e, dessa forma, valorizar o patrimônio comum”, enfatiza. A síndica afirma que o condomínio está ainda com muitos problemas a serem resolvidos, mas que, aos poucos, ela está conse-


Isabel Cristina de Oliveira, síndica do Condomínio General João Gomes, enfrentou as baratas que viviam no entulho da obra original do condomínio. Chamou uma empresa especializada e resolveu o problema

guindo saná-los: “Desde a autovistoria, realizada em 2013, muitos contratempos foram identificados e estamos solucionando gradativamente, tentando evitar cotas extras, em respeito ao momento de crise pelo qual estamos passando. Temos prioridades estabelecidas, como tubulação de águas pluviais e esgoto, caixas de gordura, conserto de pastilhas (por danos ocasionados pela chuva), além dos consertos emergenciais... Temos muitas exigências a cumprir e, mesmo assim, até o salão de festas já pintamos”, conta. Devagar e sempre Isabel Cristina vem fazendo um bom trabalho e, com o apoio da CIPA em sua administração, vem colhendo bons frutos para a coletividade.

Mais além Para os condomínios que desejam ir um pouco mais além no combate às baratas, Carlos Magno, da Sani System, recomenda a eliminação das gavetas de lixo nos andares. “Essas gavetas são facilitadoras da proliferação. Ao utilizálas para dispensar o lixo, as sacolas em geral se rompem, deixando resíduos ao longo da tubulação, que é praticamente inacessível para o controlador de praga, por isso a dificuldade de lograr êxito no combate à infestação”, explica. A bióloga Regina Lúcia Coutinho, da Imuni Service, afirma que é possível erradicar as baratas da vida condominial com

medidas preventivas e tratamento mensal. Porém, ela explica que as danadinhas desenvolvem resistência aos venenos e que, por isso, empresas como a Imuni Service utilizam rotatividade do princípio ativo, para garantir bons resultados. Carlos Magno, da Sani System, dá algumas dicas valiosas para evitar a proliferação das baratas: “O local onde o lixo fica deve estar sempre limpo, rejuntado e sem frestas, sem acúmulo de inservíveis (papelão, jornais, garrafas etc.). Também não aconselho o uso de compactador de lixo, pois ele retém resíduos, que, além de impedir a penetração do produto, serve de alimento para baratas, ratos e formigas. O recado está dado: condomínio limpo ajuda muito na contenção das baratas, mas a colaboração de cada morador também é importante, pois o controle nas unidades é parte integrante e primordial para o sucesso de qualquer desinsetização. Até mesmo por isso que a maioria das empresas oferece promoções especiais para imunizar os apartamentos na oportunidade em que trata das áreas comuns dos condomínios. Até mesmo nesse caso a união faz a força. Serviço Imuni Service – tel.: 2502-5252 Sani System – tel.: 2502-6198

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informe

Conta de luz no Rio terá redução de 5% em abril O consumidor do Rio vai ter um pequeno alívio na conta de luz. A Light, concessionária de energia elétrica, informou que as contas dos clientes residenciais vão ter redução de 5% em relação ao consumo do mês de abril. Por causa do ciclo de fatura, o desconto poderá ser percebido até maio. A redução ocorre porque o encargo de Angra 3, que foi cobrado em 2016 por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), será devolvido por meio da conta de luz aos clientes de todo o país. Pelo contrato de concessão, a usina nuclear deveria estar pronta para começar a gerar energia a partir de janeiro de 2016. Mas o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não contará com a usina até 2021. Por isso, a Aneel decidiu autorizar a CCEE a não pagar Angra 3, e a cobrança repassada aos consumidores – ao longo do ano passado – terá de ser devolvida.

FGTS poderá ser usado para comprar imóvel de até R$ 1,5 milhão O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que os recursos do FGTS poderão ser usados para a compra de imóveis de até R$ 1,5 milhão. Atualmente, o limite

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é de R$ 850 mil ou R$ 950 mil, dependendo da cidade. A mudança vale tanto para quem vai comprar o imóvel com recursos próprios quanto para quem vai financiar pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH), que usa recursos da poupança e do FGTS. “Estamos aumentando esse limite, de cerca de R$ 850 mil ou R$ 950 mil, dependendo da cidade, para R$ 1,5 milhão, para permitir a compra da casa própria. O que significa que a classe média vai ser extremamente beneficiada porque pode não só sacar as contas inativas, como usar recursos das contas ativas para financiar e comprar a casa própria”, afirmou o ministro. Em novembro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu que o teto para o uso de FGTS na compra de imóveis subiria de R$ 650 mil para R$ 800 mil. Nas quatro maiores capitais, o valor passou de R$ 750 mil para R$ 950 mil.

Prefeitura quer construir nove estacionamentos subterrâneos A Subsecretaria de Projetos Estratégicos da Prefeitura lançou um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para a construção e gestão de nove estacionamentos subterrâneos na cidade. A proposta faz parte do programa de governo do prefeito Marcelo Crivella registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) no ano

passado, quando ele ainda era candidato ao cargo. No entanto, cinco bairros que constavam do projeto original acabaram ficando de fora do PMI: Méier, Tijuca, Campo Grande, Bangu e Jacarepaguá. Já a zona sul, que teria três estacionamentos, poderá ganhar seis.

Regulamentação dos distratos de imóveis tem contratempos, mas deve ser aprovada O debate entre empresários, consumidores e Governo Federal sobre a regulamentação dos distratos esbarrou em obstáculos ao longo do mês de março, mas deve caminhar para um desfecho nas próximas semanas. O mais provável é que o governo siga adiante com a regra em que, nos casos de rescisão da venda de imóveis, a construtora poderá reter como multa o sinal pago pelo comprador mais 20% das parcelas desembolsadas até o momento do distrato. O montante total da multa não poderá superar 10% do valor do imóvel.


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atualidade

Suipa faz campanha e apelo por doação de ração no Rio

A Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa) vem realizando campanhas de arrecadação de alimentos para os 5,3 mil animais que a instituição abriga. Diariamente, a Suipa gasta 1,5 toneladas de ração destinadas principalmente a cães e gatos. “A importância dessa arrecadação, além da situação financeira da Suipa, é que nossa primeira campanha arrecadou 70 toneladas, que já terminaram. Estamos quase sem ração. A Suipa, financeiramente, não tem condição de comprar esse alimento”, explicou a médica veterinária Raquel Rocha, supervisora veterinária da Suipa. Inaugurada em 1943, a Suipa é uma das instituições de proteção aos animais mais antigas do país. Atualmente, a ONG deve cerca de R$ 18 milhões em impostos e enfrenta dificuldades para se sustentar. Além do resgate de animais, a Suipa oferece serviços de veterinária, como castração, a preços populares. São

150 funcionários que possuem carteira assinada e trabalham em diversas funções de atendimento. Na campanha do dia 28 de janeiro, por exemplo, foram arrecadadas seis toneladas de alimentos, o que é pouco para as necessidades dos animais. “É um trabalho de utilidade pública que deveria ser feito pelo poder público, com vacinação, tratamento e cuidados a preços populares”, explicou a veterinária. A Suipa destaca que a principal necessidade é a de ração para cães, que são a maioria dos abrigados pela ONG. Que tal implementar uma campanha em seu condomínio e mobilizar os moradores em prol dos animais? Ficam aqui a ideia e o desejo de adesão de seu condomínio à causa animal! Serviço Suipa – tel.: 3297-8777 Av. Dom Hélder Câmara, 1.801 – Benfica

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atualidade

Pagamento de boletos atrasados em qualquer banco é adiado e começa em julho A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) adiou de março para julho deste ano o início do serviço que permitirá que os boletos vencidos possam ser pagos em qualquer banco. O novo calendário da plataforma prevê que, a partir de 10 de julho, boletos de mais de R$ 50 mil sejam quitados em qualquer instituição financeira após a data de vencimento. Ao longo dos meses seguintes, o valor dos boletos vai diminuindo até o término da implantação. Em 11 de setembro começam os pagamentos de boletos entre R$ 2 mil e R$ 49.999,99. Os boletos com outros valores

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poderão ser pagos em qualquer banco a partir de 11 de dezembro. Segundo a federação, o cronograma em etapas foi necessário porque são emitidos cerca de 3,5 bilhões de boletos por ano. A entidade também destacou que, além de o consumidor poder pagar seu boleto vencido em qualquer banco ou correspondente não bancário, a nova plataforma permitirá maior transparência em todo o processo e que o comprovante de pagamento seja mais completo, apresentando todos os detalhes do boleto — como juros, multa, desconto — e as informações do beneficiário e do pagador.

Faixas de valores do boleto e início da validação: até R$ 199,99 11/12/2017 entre R$ 200 e R$ 499,99 13/11/2017 entre R$ 500 e R$ 1.999,99 9/10/2017 entre R$ 2 mil e R$ 49.999,99 11/9/2017 acima de R$ 50 mil 10/7/2017


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BEM DITA! – a coluna de boas notícias POR Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

A história de Rogéria mais parece ficção. Ela diz que não nasceu, estreou. Era 25 de maio de 1943, um dia ensolarado no município de Cantagalo, norte fluminense, quando chegou ao mundo Astolfo Barroso Pinto, que teria de enfrentar grandes desafios para se afirmar como homossexual, ícone do transformismo e, acima de tudo, artista. Ainda na infância, sua veia artística se manifestou, assim como seu gosto por se vestir de mulher. Nas brincadeiras inspiradas pelo cinema, encarnava a Jane do Tarzan ou a Cleópatra da Elizabeth Taylor. Nas fantasias de adolescente, era Marilyn Monroe. No início da década de 1960, começou a trabalhar como maquiador e adotou o nome de Rogério. Por suas mãos passaram as grandes cantoras do rádio, como Emilinha, Marlene, Maysa, Elizeth e Dalva de Oliveira, e gigantes do teatro e da TV, como Sérgio Britto e Fernanda Montenegro. No Carnaval de 1964, num concurso de fantasia, vestida de espartilho preto bordado com flores, cinta-liga e salto alto, foi ovacionada aos gritos de “Ro-gé-ria! Ro-gé-ria!”. Batizada pelo público, nascia a artista. Em plena ditadura, enfrentou a censura e o preconceito para conquistar seu espaço profissional e o direito à liberdade sexual. Em uma apresentação, teve a ousadia de se sentar no colo do então chefe da Casa Civil, general Golbery do Couto e Silva, que estava na plateia. Conviveu com celebridades de

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Pedro Curi

Rogéria – uma mulher e mais um pouco, por Marcio Paschoal Marcio Paschoal nasceu no Rio de Janeiro e se formou em economia. É escritor, redator e autor, com mais de dez livros publicados. Trabalhou para a Fundação Getulio Vargas, no Centro de Ensino Universitário a Distância (Cederj), e foi colaborador do Jornal do Brasil nas áreas de música e literatura. É autor da biografia do compositor maranhense João do Vale (Editora Lumiar). Paschoal foi nosso entrevistado na edição número 52 desta revista e tem colaborado com interessantes notas musicais na “Bem Dita!”. Grande figura que se debruça sobre grandes figuras. todo tipo, de Elis Regina a Roberto Carlos, de Marília Pêra a Pelé. Movida por uma enorme paixão pela arte e pela vida, conquistou, ao longo de mais de 50 anos de carreira, seu espaço no teatro, no cinema e na televisão, consagrando-se como uma personagem irresistível, quase mítica: Rogéria, o travesti da família brasileira. Neste livro, recentemente lançado e já quase esgotado, Marcio Paschoal reconstrói a intensa trajetória de AstolfoRogéria, desde seus primeiros passos até o sucesso internacional e o reconhecimento artístico em seu retorno ao Brasil.

Para traçar um retrato fiel de Rogéria, o autor fez uma grande pesquisa iconográfica, reunindo fotos lindíssimas. Também optou por dar voz à biografada, que conta, com toda a sua irreverência, deliciosas histórias do showbiz – sem citar nomes, mas dando pistas suficientes para instigar os leitores, Rogéria revela detalhes picantes de seus casos de amor com políticos, artistas, empresários, esportistas e jornalistas. Rogéria costuma dizer que um travesti precisa de inteligência e talento para saber que não é mulher de verdade. Essas são qualidades que não faltam a Rogéria, mulher e mais um pouco.


Nosso estimado leitor Felisberto Léo enviou a crônica “Acabe com este rangido em sua vida” Sempre me lembro de histórias antigas, em cujas narrativas havia um carro de carga puxado por bois e outros animais. Embutido nessas histórias estava o ranger das rodas, fazendo um barulho com o qual o condutor convivia por muitos anos. Não adiantava nem pensar em fazer sumir o tal ruído, pois o carroceiro havia se acostumado e aquilo passou a fazer parte de sua vida. Bem, aqui em casa também, na hora de sair para a rua, a porta de serviço apresentava um barulho e a porta do banheiro externo parecia que respondia. Eu já estava para acreditar que as duas portas estavam conversando entre si, mas, inconformado, resolvi levantar cedo e atacar esse item naquela sexta-feira. Quando minha mulher me viu investigando a dobradiça causadora de tal incômodo, perguntou-me se eu tinha o lubrificante. Respondi imediatamente que seria lubrificado com óleo comestível. Armado de um pequeno pote, uma colher de chá e uma medida de azeite, comecei a azeitar uma a uma. Abria e fechava a porta; o barulho diminuiu e em seguida desapareceu. Antes eu teria em casa, no tempo das bicicletas dos garotos, um possante lubrificante moderno acionado por um spray, com resultado imediato. Pensei em bater na porta do vizinho para perguntar se ele possuía o tal óleo. Mas como a meta de acabar com o ruído era para aquele dia e aquele momento, fui em frente com o que tinha.

Cada vez sinto-me mais certo de que “o foco nas questões da vida” é a coisa mais importante. No mesmo dia, tomei uma resolução que, em lugar de saber se o “filme da greve da polícia” ia se estender aqui para o Rio de Janeiro, tirei do porta-CDs toda a coleção que possuíamos do Zeca Pagodinho. Em lugar de saber do andamento da privatização, do impedimento dos envolvidos, ouvi muitos sambas do “deixa a vida me levar”. Ponha em sua vida esta minha sugestão: na cabeça da sua agenda do dia de hoje faça um elenco de tudo que incomoda você. Ataque um por um, sem sofisticação ou sem complicação. Use todas as ferramentas e métodos que estão em suas mãos. Não saia por ai espalhando que seu calo está doendo. Coloque a pomada à noite e, no outro dia, vida nova para seu pé. Ponha azeite no ranger da porta e viva feliz. Minha mãe contava que um homem estava à morte e uma pessoa disse que seria bom uma luz nesse momento, acendendo uma vela. Como era uma casa com poucos recursos, a outra sugeriu pegar uma brasa do fogão a lenha. Colocada na mão do moribundo, em meio à queimadura de sua pele, ele exclamou: “Morrendo e aprendendo.”. Uma grande lição de vida. Essa crônica e outras, editadas quinzenalmente, podem ser recebidas gratuitamente. Escreva para cronicaquinzenal@gmail.com

Sempre um bom autor e um bom tema na Conversa Literária, na Casa de Rui Barbosa A Conversa Literária acontecerá durante todo o ano, quinzenalmente, das 15h às 17h30, na Fundação Casa de Rui Barbosa. A Roda de Leitura + Bate-papo são coordenados por Cintia Barreto, professora doutora em literatura brasileira, e pelo editor Carlos Barbosa. Nesse espaço, os convidados leem textos literários e, em seguida, conversam com o público sobre os textos e os autores. Trata-se de um projeto de promoção e incentivo à leitura literária. Escritores, artistas, professores, editores, ilustradores, músicos e leitores são convidados a participar. Ao longo deste ano, serão abordados temas como A Mulher na Literatura; A Arte das Biografias; Música e Literatura; O Papel da Literatura Infantil e O Livro Digital. Há sorteio de livros dos convidados e/ou de outros autores. O evento é gratuito e conta com o apoio da Fundação Darcy Ribeiro, da Academia Carioca de Letras e da Editora Batel. Senhas são distribuídas no local 30 minutos antes de cada evento.

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entrevista Por Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

Dieta alimentar para animais com câncer A Dra. Sandra Brunelli formou-se em medicina veterinária pela Universidade Federal Fluminense em 1984/85; tem especialização em homeopatia pela Sociedade de Homeopatia do Estado do Rio de Janeiro (Soherj); ministrou aulas no Curso de Formação de Especialistas em Homeopatia para Médicos Veterinários, de 1983 a 2000; e pós-graduou-se em dermatologia veterinária em 2008. Hoje participa do grupo homeopático GEHSH. Embora seu foco não seja nutrição, ela coloca para seus clientes a importância de uma alimentação sadia e direcionada para as necessidades do animal, “pois não adianta apenas observar a patologia e medicar. É preciso ver os fatores internos e externos que contribuíram para o aparecimento e a manutenção da alteração vigente”. A seguir, especialmente para nossos leitores, uma síntese de seu excelente artigo “Dieta alimentar para animais com câncer” – que será muito útil também para animais saudáveis – e sugestões para que os condomínios ajudem a preservar a vida de nossos amigões.

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Condomínio etc. – Até que ponto um animal que vive em apartamento, ou seja, longe de seu habitat natural, pode se tornar mais vulnerável a desenvolver câncer? Sandra Brunelli – Qualquer animal pode adoecer diante de estresse, assim como o homem. Os animais domésticos, como o próprio nome diz, teoricamente, se adaptaram para conviver com o ser humano numa troca de benefícios. Junto com o homem eles podem ter uma alimentação mais constante e segurança, enquanto o ajudam em seus serviços como caça, tração, guarda e companhia. Porém, guardam parte de sua alma selvagem, que deve ser atendida em suas necessidades, como espaço ambiental adequado, caminhadas e contato com a natureza. Cetc. – Que conselhos pode dar aos cuidadores desses animais de forma a garantir-lhes vida longa e saudável? SB – Animais que passam muito tempo dentro dos apartamentos podem desenvolver estresse e adoecer. Por isso são importantes os passeios diários, duas ou três vezes por dia, mas não é só para fazer as necessidades e, sim, para caminhar, correr e aliviar o estresse. Também é importante um ambiente interno apropriado, com desafios e diversão. Uma alimentação regular adequada, seja ração, seja alimento natural, bem como água fresca à disposição são necessidades primárias que devem ser garantidas ao animal que for escolhido para ser sua companhia.

Cetc. – A orientação alimentar que a senhora recomenda para os animais com câncer pode ser congelada? Como temos uma vida corrida nos centros urbanos, que dicas pode nos dar para alcançar bons resultados no tratamento por meio da alimentação? SB – A boa técnica de congelamento conserva os nutrientes dos alimentos. Os alimentos podem ser feitos uma vez por semana, congelados em porções para cada dia e servidos duas vezes ao dia ao animal. Assim, descongelamos adequadamente apenas a porção necessária para o dia. Retire-a do freezer no dia anterior e descongele na geladeira. Ingredientes como ervas, azeites e suplementos vitamínicos devem ser colocados na hora de servir, e não congelados. Cada alimento tem sua função no organismo e muitos deles são terapêuticos e devem estar presentes no dia a dia de todos. É importante que a pessoa se informe sobre que alimentos evitar em cada espécie. Por exemplo, a cebola pode causar hepatite em gatos, principalmente. Cetc. – De que maneira os condomínios podem ajudar para que os bichinhos tenham uma vida feliz? Como a orientação profissional de um veterinário pode facilitar a vida dos que vivem em condomínio? SB – Acho interessante que haja espaços desenvolvidos especialmente para os cães, onde eles possam correr e interagir uns com os outros. Essa socialização é muito boa tanto para eles como para o contato

Por espaços coletivos nos condomínios para nossos amigões com os humanos. São nesses momentos que eles aprendem como se comportar em sociedade. Por que não criar um espaço assim em cada condomínio? Os veterinários podem ajudar na orientação sobre saúde e necessidades para cada espécie, na prevenção de doenças próprias deles e as ditas zoonoses. Um animal que se exercita e mantém suas vacinas em dia tem melhor possibilidade de ser feliz.

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Lembrete amigo – o modo de preparo do alimento também influencia no risco de câncer. Adicione menos sal na hora de fazer a comida e aumente o uso de temperos naturais, como a salsa e a cebolinha. Grelhar ou preparar carnes na brasa a temperaturas muito elevadas pode criar compostos que aumentam o risco de câncer de estômago e colorretal. Por isso, métodos de cozimento que usam baixas temperaturas, como vapor, fervura, pochê, ensopado, guisado, cozido ou assado, são escolhas mais saudáveis. A indicação das proporções de nutrientes no caso da terapêutica nutricional do

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freeimages.com /April Mitts

“A dieta apropriada para pacientes com câncer deve conter baixa quantidade de carboidratos, ser moderada em gorduras e com proteínas de alta qualidade. Os vegetais devem ser levemente cozidos ou cozidos no bafo – batatas, mandiocas e mandioquinhas não devem ser consumidas cruas, pois não são digeridas bem e podem ter efeito tóxico. Para cozinhar no bafo, coloque os legumes na parte interna da tampa de uma panela, amarreos com um pano de prato bem limpo e emborque a tampa sobre a panela com um pouco de água. Depois que a água ferver, deixe por, no máximo, cinco minutos e retire. Não se perdem nutrientes na água da fervura. A alimentação com ossos carnosos crus também é muito usada na terapêutica nutricional do câncer, pois melhora a palatabilidade do alimento e praticamente exclui os carboidratos da alimentação, apoiando-se basicamente na ingestão de carnes, ossos e vísceras.

câncer em animais, por alguns autores, é de 60% de proteínas, 20% de gorduras e 20% de carboidratos ou pequenas variações dessas quantidades. Quando utilizamos alimentação natural, devemos suplementar com um bom complexo vitamínico/mineral para adicionar os nutrientes da dieta caseira. A quantidade de alimento oferecido ao animal, por dia, deve ser de 2% a 3 % de seu peso, tanto com comida caseira quanto com dieta baseada em alimentos crus. Só para traçar um parâmetro comparativo, a quantidade de alimento caseiro é aproximadamente o dobro da refeição com ração. Carboidratos – os carboidratos constituem a fonte de energia mais abundante dos alimentos para animais de companhia, e isso se reflete nas rações para cães. Como a glicose (que é um carboidrato) constitui o principal substrato energético do tecido neoplásico em crescimento, a estratégia consiste em forçar o tumor a utilizar outros substratos para contribuir para a redução da proliferação celular. Durante a caquexia/perda de peso/emagrecimento,

pode ser importante proporcionar o aporte proteico complementar para atenuar esse processo. Com essa intenção, um alimento rico em gordura e proteína e pobre em carboidrato seria o ideal. Os carboidratos incluem as frutas, os vegetais, os legumes e os grãos. Os carboidratos mais indicados no caso do câncer são os que contêm menos açúcares, como os encontrados no brócolis, na couve-flor, na couve-de-bruxelas, nas vagens, no repolho, na abobrinha e na batata yacon. Devem-se evitar batata, batata-doce, mandioca, abóbora e cenoura. Os vegetais orgânicos são os mais indicados por serem livres de agentes tóxicos que podem influenciar o aparecimento e/ou crescimento do câncer. Selênio – é o único mineral com propriedades anticancerígenas e preventivas. Existem dados conclusivos de que o incremento das concentrações de selênio no soro sanguíneo está relacionado com incidência menor de carcinoma de pele, pulmão e próstata em seres humanos. Por esse motivo, poderia ser sensato dar um suplemento (2-4 μg/kg de peso/dia) para os animais com antecedente de neoplasia ou com predisposição a desenvolver câncer. Fontes naturais de selênio, como castanha-do-pará, gérmen de trigo e farelo de trigo, podem ser utilizadas na alimentação. Serviço

Dra. Sandra Brunelli Tel.: (21) 2523-4155


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Manutenção POr Lia Rangel

Para-raios para evitar problemas Conheça as principais regras para instalação e manutenção desse dispositivo

O Brasil é o país que mais recebe descargas elétricas no mundo, segundo apontam estudos. Acredita-se que aproximadamente 60 milhões de raios atinjam o solo brasileiro por ano, ou seja, cerca de dois a cada segundo, mas, recentemente, o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realizou um levantamento inédito sobre a incidência de raios na primavera em todo o Brasil e constatou que, em 2016, houve o menor registro de raios durante o período observado (2011 a 2016). A maior incidência do período avaliado foi registrada em 2011, por causa do acréscimo acentuado de raios na região Norte, relacionado com o evento La Niña, verificado naquele ano. Após 2011, um decréscimo quase que constante é observado ao longo do período, exceto pela primavera de 2015, em que houve um aumento ocasionado pelo evento intenso El Niño, registrado naquele ano e responsável pelo incremento acentuado dos raios na região Sul e em parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Embora a notícia seja boa, os síndicos

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não podem descuidar dessa importante proteção aos prédios: os para-raios, pois sua ausência ou sua falta de manutenção pode trazer grandes prejuízos, acidentes e até risco de morte, além de que o síndico pode responder civil e criminalmente no caso de comprovada negligência com a conservação do sistema. Obrigatória por lei em todo o país e regulamentada pela norma NBR 5419 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas e de aterramento elétrico, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a instalação de para-raios ainda traz muitos questionamentos aos síndicos e é isso que pretendemos esclarecer nesta matéria. A norma estabelece as condições exigíveis ao projeto e à instalação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) das estruturas definidas, bem como das pessoas e das instalações dentro do volume protegido. Aplica-se às estruturas comuns utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas, administrativas ou residenciais, mas não é indicada para sistemas ferroviários, siste-

ma de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e de telecomunicação externo às estruturas; veículos, aeronaves, navios e plataformas marítimas. Em 2015, a NBR5419 foi atualizada para proporcionar ainda mais segurança aos condomínios. As principais novidades são a necessidade de uma vistoria visual a cada seis meses e a obrigatoriedade da instalação do Dispositivo Protetor de Surto (DPS) em todos os quadros elétricos de suas áreas comuns, que traz ainda mais segurança para outros sistemas do condomínio, como o CFTV e o portão eletrônico, entre outros. Mas, na prática, como funcionam os para-raios? Quando um raio atinge um prédio protegido, a descarga elétrica percorre o para-raios, atravessa o sistema de cabos e segue até o solo, sem passar através das partes condutoras da estrutura ou de seus ocupantes, perdendo força e evitando danos e acidentes. Em resumo, os para-raios não impedem que uma descarga elétrica caia em determinado local, mas eles interceptam os raios e levam a


O sistema de para-raios do Condomínio Life é vistoriado anualmente

corrente para o solo por meio dos fios terra. No caso de o prédio atingido não ter um sistema de para-raios adequado, é possível que haja danos em sua estrutura, além de risco às pessoas que estiverem no condomínio no momento da queda do raio. Os tipos de para-raios mais usados no Brasil são o Franklin e o Melsens, este mais conhecido como Gaiola de Faraday. O Franklin é composto por uma haste metálica com captadores e cabo de condução que vai até o solo. A Gaiola de Faraday envolve todo o prédio com uma armadura metálica semelhante a uma gaiola, inclusive, atualmente, o Corpo de Bombeiros exige a Gaiola de Faraday para as novas edificações.

O síndico deve estar atento à manutenção preventiva Já ouviu aquele ditado que diz que prevenir é melhor do que remediar? Este deveria ser o lema de todo síndico para evitar grandes transtornos. Investir em manutenção preventiva pode evitar gastos com cuidados corretivos, que podem acumular problemas e acabar com uma conta gigantesca, por isso o síndico precisa estar atento ao sistema

de para-raios que, apesar de ter importante função, não sobrecarrega tanto o orçamento do condomínio. Para o síndico profissional Sullivan Rodrigues, à frente do Condomínio Life há quatro anos, ter o sistema de pararaios no condomínio vai muito além da legislação. “Não dá para viver sem para-raios no condomínio. Ele é fundamental para garantir a segurança dos funcionários, dos condôminos e da edificação. Aqui nós fazemos a manutenção todos os anos, sempre no mês de agosto. A empresa responsável pela conservação emite um laudo para respaldar o condomínio e, assim, ficamos seguros. Inclusive, no caso de algum sinistro, o seguro cobre qualquer problema, mas se tivermos o seguro e não tivermos o para-raios ou eles não estiverem com a manutenção em dia, o seguro se recusa a arcar com os prejuízos causados pelas descargas elétricas”, diz. Para Moisés Cukier, diretor comercial da JJM Equipamentos de Combate a Incêndio, a instalação do para-raios é importante para fazer com que a edificação tenha pelo menos algum tipo de proteção contra a queda de raios, mas é preciso que o síndico esteja atento ao modo como o processo será realizado. “Primeiramente, é fundamental atender

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rigorosamente à NBR 5419, que normatiza o sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Também é importante exigir da empresa contratada que seu engenheiro elétrico responsável seja credenciado ao CREA, que o material utilizado seja normatizado e o relatório de medição ôhmica tenha a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) emitida por profissional vinculado ao CREA. É imprescindível ainda verificar a parte superior do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), que compreende os isoladores, o mastro, o captor e os terminais, para saber se está, de alguma forma, comprometida (podre ou quebrada) e, na parte inferior, fazer a medição ôhmica do aterramento (sempre com relatório e ART)”, explica. Jorge Mascarenhas, gerente financeiro e de operações da Stop Raios, empresa que atende a todo o Rio de Janeiro, explica a importância de cumprir a lei e ter o sistema de para-raios nos prédios: “Em primeiro lugar, é importante pela segurança da edificação e de seus residentes; depois, por se tratar de uma exigência legal em função dos riscos que esse tipo de evento pode ocasionar, como incêndios, choques e queima de eletroeletrônico. O objetivo principal é mesmo a segurança, pois caso ocorra uma descarga elétrica e essa venha a atingir o prédio, ele deverá estar preparado para recebê-la e eliminá-la, através de condutores adequados instalados no solo da edificação.”. Mascarenhas ainda alerta que o síndico deve estar atento à conservação do equipamento: “A inspeção deve ser anual, na qual devem 46

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ser observadas as condições gerais do material que compõe o sistema; havendo necessidade, um orçamento nesse sentido é enviado ao responsável para apreciação e deliberação. A cada cinco anos, uma inspeção com medição completa deverá ser efetuada e o resultado precisa ser submetido ao responsável pela edificação. Não há um época específica para se fazer esse tipo de manutenção, pois, pelo fato de o Brasil estar numa região tropical, o país está sujeito a esse evento com mais frequência. No caso do estado do Rio de Janeiro, as épocas de maior incidência são o verão e o outono, mas, em regra geral, é bom que se faça a conservação a cada 12 meses. É mais garantido. Também é importante que o serviço seja realizado por empresa especializada, idônea, comprometida com as atualizações pertinentes, que respeite o consumidor e preste um serviço de qualidade no mercado de para-raios, recarga de extintor e manutenção de casa de máquina de combate a incêndio”, diz. Uma dica importante é que os síndicos estejam atentos com relação à instalação de antenas, sejam elas de TV ou de operadoras de celular, pois elas costumam ser colocadas no topo dos prédios e, por isso, precisam estar aterradas, conectadas ao sistema de para-raios. Serviço JJM Tels.: 2560-5396/2560-5955 Stop Raios Tels.: 3556-2724/96447-7390


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Junho é mês de festa!!!

Festa junina traz o clima de interior para o condomínio As festas juninas estão chegando! É hora de saudar São João, no dia 24 de junho, Santo Antônio, no dia 13, e São Pedro, no dia 29. E para comemorar esses aniversários, nada como uma boa festança regada a muitos doces típicos. Motivos para animação não faltam, então, é hora de planejar a festa. Os principais ingredientes são: comidas deliciosas, alegria e música muito animada. Os

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fogos devem ficar de fora, pois, além de perigosos para todos, especialmente as crianças, podem acabar com a festa se houver um incidente. E as lembranças não serão nada boas... Outra advertência: balões são proibidos por lei. Soltar balões é crime. Quem dita essa regra é a Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas

de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. No artigo 42 lê-se: “Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou em qualquer tipo de assentamento humano.” A sanção para os infratores é de detenção de um a três anos ou multa ou ambas as penas cumulativamente.

Vivien Bezerra de Mello

atualidade


Decoração, Música, Brincadeira e Comidinhas As bandeirinhas coloridas compõem o ambiente e não são caras. A música típica é o forró, e as canções mais tradicionais são: Capelinha de melão, de João de Barros e Adalberto Ribeiro; Olha pro céu, meu amor, de José Fernandes e Luiz Gonzaga; Pula a fogueira, de João B. Filho; Cai, cai,

Vivien Bezerra de Mello

Fogueira Claro que a fogueira é uma marca registrada das festas juninas, mas há que se ter muita atenção, pois ela pode causar graves acidentes. Então, se seu condomínio não tem uma área bem extensa na qual possa se delimitar o acesso à fogueira, é melhor nem pensar em fazer uma de verdade. Em locais com muitas crianças, alguns adereços podem fazer uma bela representação de fogueira.

balão (autor desconhecido); Sonho de papel, de Carlos Braga e Alberto Ribeiro; Pedro, Antônio e João, de Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago; e Festa na roça, de Mário Zan. Músicas escolhidas, agora vamos às brincadeiras: quadrilha, correio do amor, pescaria, ovo na colher, boca do palhaço, jogo das argolas, corrida de três pés e bingo. Os alimentos podem ser escolhidos por apartamento, evitando muitas repetições, para garantir um bufê farto. Algumas sugestões são: arroz-doce, amendoim doce, bolo de fubá, bolo de milho com coco, bolinho de mandioca, biscoito de polvilho, cachorro-quente, cocada, canjica, cuscuz, doce de leite, doce de abóbora, maçã do amor, milho cozido, pipoca com manteiga, pipoca doce, paçoca, pamonha, pé de moleque, pinhão cozido, torta de banana e vinho quente. Deu água na boca? Então comece a organizar sua festa! Uma boa sugestão é montar uma comissão de festas e chamar para esse grupo as pessoas mais festeiras do condomínio. Elas vão adorar participar!

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Condomínio por Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

A vida idosa

Índios, ciganos e quilombolas precisam de estatuto para proteger seus velhos e crianças? O que se sabe, mas que a cultura branca não valoriza e até discrimina por se tratar de cultura outra que não a sua, é que, em aldeias e acampamentos, a vida é integrada e todos convivem respeitosamente – crianças, jovens, adultos e idosos. No entanto, nossa sociedade, dita civilizada e que se acha superior, precisa de leis para dominar a ferocidade dos atos. Em 2003, foi instituído o Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03 –, “destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos”. Mas onde estão as políticas públicas de proteção? Cuido de mãe idosa em minha casa há seis anos e, sendo filha única, garanto que a tarefa é árdua, porém digna, interessante, divertida, instigante. Depois de criar filho, cuido de mãe e parece que virei mãe de minha mãe. Às vezes, ela até faz esse ato falho... E para dar conta de tudo, preciso de ajuda na produção de uma infraestrutura caseira básica – boa comida, ambiente limpo e calmo, cadela labrador bem cuidada (Vênus é a amiga - terapeuta de minha mãe), remédios, exames, consultas em dia, plano de saúde, garantia de bons livros, orientação psicológica, administração de crises, estímulos diversos etc. etc. etc. Como não posso ter empregados porque sou profissional de educação e neste

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país... conto com umas senhoras e jovens (algumas fizeram curso de acompanhante, outras não) de bom coração. E dividimos o trabalho – enquanto eu faço umas tantas coisas, elas fazem outras, para dar o melhor à minha mãe. Sempre senti a família como algo nuclear. Desde muito jovem tive horror a asilos ou casas geriátricas, creches para os pequenininhos... a se pensar, quando não há outro jeito. Sempre defendi a ideia de convivência dos idosos com a fa-

mília e hoje vivo isso, que se tornou a missão mais importante da vida, no momento. Baita aprendizado! Mas sabemos que o “mundo é cheio de maldade e ilusão” e que o circo de horror se espalha pela mídia – idosos maltratados, explorados, exilados, asilados. Entrevistamos Janaína Anacreto dos Santos, cuidadora formada, e Arnaldo Engel, síndico do Edifício Bandeirante Sebastião de Freitas, administrado pela CIPA, na Tijuca.


Condomínio etc. – Janaína, como se deu a escolha pela profissão de cuidadora? Janaína Anacreto – Trabalho com pessoas idosas desde os 20 anos e gosto disso. Uma experiência triste foi quando uma senhora, de que eu cuidava, foi para o CTI de um hospital no Méier e, coincidentemente, ficou internada ao lado de um ex-patrão. Ambos faleceram no mesmo ano. Tenho boas e más lembranças deles. Por outro lado, me lembro também de que costumava visitar uma vizinha idosa, muito alegre e falante, que gostava de dizer coisas picantes e de filme pornô. Em 2011, resolvi fazer um curso de cuidadora porque escutei uma pesquisa no rádio sobre o envelhecimento crescente da população brasileira. Cetc. – Qual a importância do curso de cuidadora? JA – Depois que fiz o curso, aprendi a ser mais cuidadosa, a me colocar no lugar dos outros, a pensar neles como se fossem meus pais, dando carinho, amor, conversando, rindo, contando casos e ouvindo

também... Tenho a maior alegria de morar com meus pais idosos – gosto de ouvir suas histórias de infância no Espírito Santo. Cetc. – Como é o idoso? JA – O idoso é uma pessoa madura e vivida que já passou por muitas situações na vida. Há idosos que gostam de ser independentes e morar sozinhos. Hoje em dia, a maioria usa internet, namora, viaja, trabalha e faz até tatuagem. Uma vez li no jornal um caso interessante de um senhor que se formou em direito aos 80 anos – depois de ir à formatura do filho, ele se animou e fez o curso também. Cetc. – Testemunhou algum caso de maus-tratos? JA – Muitos idosos são abandonados por seus familiares e alguns são agressivos, tratando mal seus parentes e cuidadores. Outros moram nas ruas, como é o caso de uma senhora que dorme na calçada à noite em Copacabana. Senti tanta tristeza com essa situação que chorei. Uma vez vi na te-

levisão cenas que me abalaram: duas irmãs idosas moravam juntas e uma era maltratada pela outra todos os dias. Então, os vizinhos revoltados filmaram a senhora nua, tomando banho no quintal da casa e recebendo tapas no rosto. Quanta humilhação! O idoso precisa ter qualidade de vida, uma velhice tranquila, feliz e sem muitos aborrecimentos e preocupações. Cuidar de uma pessoa idosa é complicado porque há desgaste físico e mental de ambas as partes. Afinal, todos querem carinho, respeito e amor. E um dia também seremos idosos...

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A seguir, conversa com o senhor Arnaldo Engel, síndico do Edifício Bandeirante Sebastião de Freitas. Cetc. – Em sua opinião, qual a importância do Estatuto do Idoso? Ele é divulgado e respeitado em seu condomínio? Arnaldo Engel – O estatuto é importante para que os idosos possam ter seus direitos assegurados, já que, atualmente, há muito desrespeito com esse grupo de pessoas. Ele é divulgado por meio de atitudes tomadas pelo síndico e de informativos, que são avisos às vezes colocados nos elevadores. Por exemplo, quando há dedetização, limpeza de caixa-d'água, mudanças, temos a atenção de comunicar todos os detalhes do serviço para não haver problema com os moradores, principalmente com os idosos e os animais. Há também, desde que a lei entrou em vigor, placas nas portas dos elevadores alertando para o perigo ao abri-las. Posso dizer que o Estatuto do Idoso é respeitado porque não temos queixas dos moradores. Em nosso prédio, até o momento, não foram constatados maus-tratos nem atitudes violentas contra os idosos. Cetc. – Que medidas os condomínios podem tomar para facilitar e alegrar a vida de pessoas com mais de 60 anos? AE – Em nosso condomínio, a mais recente medida foi a compra de uma cadeira de rodas para facilitar o deslo-

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Arnaldo Engel, síndico do Edifício Bandeirante Sebastião de Freitas, tem em seu condomínio uma cadeira de rodas à disposição dos idosos

camento do idoso, em caso de necessidade. É fundamental que haja respeito com os idosos. Devemos ser solícitos e ajudá-los na entrada e saída da portaria, mesmo havendo rampa de acesso. É comum, em nosso condomínio, os porteiros se comunicarem com esses moradores, caso eles não apareçam na portaria durante o dia. Nossos colaboradores são alertados para que observem os acompanhantes dos idosos quanto ao tratamento que dispensam a eles nas áreas comuns do prédio. Além disso, os moradores também observam essas atitudes. O condomínio procura atender a todas as solicitações. Isso os torna felizes e participantes nas decisões a serem tomadas.


freeimages.com/ Franci Strümpfer

“A velhice, principalmente se for vivida com honra, é algo tão respeitado que nem todos os prazeres da juventude conseguem excedê-la em valor.” (Cícero) “Madeira velha queima melhor, vinho velho tem mais sabor, velhos amigos são mais leais, velhos poetas são mais geniais.” (Anônimo) “Receita da juventude: no sétimo dia do sétimo mês, colha duzentos gramas de flores de lótus; no oitavo dia do oitavo mês, arranque duzentos e cinquenta gramas de raízes de lótus; no nono dia do nono mês, junte trezentos gramas de sementes de lótus. Deixe tudo secando à sombra e coma a mistura: você nunca envelhecerá.” (Yin Shan Cheng Yao) “Assim, amigo idoso e franco, não te deixes abater pelos anos. Tenhas ou não teus cabelos brancos, poderás ainda conhecer o amor.” (Goethe) “O mais admirável de todos os feitos de Sócrates foi sua capacidade de, já idoso, aprender a dançar e tocar instrumentos musicais e ainda considerar o tempo destinado a essas atividades muito bem empregado.” (Montaigne) “A partir do século XIX, o número de indivíduos idosos pobres aumentou extraordinariamente, tornando-se impossível à classe dominante ignorar sua existência. Para justificar sua brutal indiferença, se viu obrigada a subestimá-los.” (Simone de Beauvoir) “Juventude rija, poderosa, louçã – cheia de graça, força, fascinação. Sabíeis porventura que a Velhice poderá vos sobrevir com igual graça, força, fascinação?” (Walt Whitman) (Citações do livro A boa idade, de Alex Comfort, Difel Difusão Editorial S.A., 1977)

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mercado

O mercado imobiliário está se acomodando O mercado imobiliário dá sinais de alento. E o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) – o maior agente do financiamento imobiliário do país –, Gilberto Occhi, vai mais longe e acrescenta que, além das expectativas favoráveis, “há também dados que já mostram essa realidade”. No primeiro bimestre deste ano, por exemplo, a CEF liberou R$ 14 bilhões em crédito imobiliário, montante superior ao de igual período do ano passado e parte de um orçamento de R$ 84 bilhões para este ano, maior que os R$ 81 bilhões emprestados em 2016. Para o presidente do Secovi SP, Flávio Amary, “os investidores já olham o Brasil de outra forma”. O presidente do conselho da MRV Engenharia, Rubens Menin, previu uma retomada gradual no curto e médio prazos, sustentada por demanda consistente, oferta de crédito e continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida. Pesquisas recentes sobre a situação da construção realizadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), porém, revelaram altos e baixos no nível de confiança dos empresários. Após dois meses de

avanço das expectativas positivas, a Sondagem Indústria da Construção da CNI registrou queda em março. Já a Sondagem da Construção da FGV constatou melhora das expectativas, indicando a “percepção dos empresários de que o cenário de queda da atividade da construção não deve persistir por muito mais tempo”, como notou a coordenadora do levantamento, Ana Maria Castelo. O que empresários e autoridades presentes no Summit Imobiliário 2017 deixaram transparecer é que a melhora das expectativas e da atividade decorre do rumo dado à política econômica. A atividade imobiliária depende de emprego e renda em alta e de juros e inflação em queda, além de oferta adequada de crédito. O quarto maior mercado imobiliário do mundo, o Brasil saiu da euforia observada no início da década para forte recessão. Agora, ensaia os primeiros passos da retomada. Os números de 2016, indicando prejuízos bilionários para algumas construtoras, parecem fazer parte do passado. O déficit de moradias deverá voltar a estimular a demanda. O Estado de S. Paulo

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Legislação

A autovistoria ainda dá o que falar Um ajuste aqui, outro ali ou mesmo uma grande obra podem ser necessários. E isso tem que ser levado a sério! Essa tal de autovistoria já deu o que falar e ainda está dando, pra falar a verdade. O fato é que quando o condomínio contrata uma empresa para dar aquela geral no prédio, percebe que tem, sim, alguns ajustes a fazer. Quem já fez a autovistoria sabe do que estamos falando. Quando não são pequenos acertos, são obras vultuosas mesmo e que demandam muito mais dinheiro. E isso invariavelmente representa cotas extras e despesas não previstas. Mas há que se levar a sério pela segurança da coletividade. Mas não é bem isso que vem acontecendo. Quatro anos após ser aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a lei que torna obrigatória a realização da autovistoria de prédios públicos e privados ainda não foi cumprida por 67% dos condomínios do Rio. Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, proprietários e administradores de apenas 45 mil edifícios informaram a Prefeitura sobre a inspeção. A síndica do Condomínio Denise, Eliana da Terra Pereira, fala sobre sua experiência nesse assunto: “Nós contratamos

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uma empresa para fazer a autovistoria em 2013. E era muito necessário, pois ficamos 22 anos sem nenhuma obra por aqui. As únicas coisas que fazíamos eram pintura e lavagem da fachada.”. O condomínio fica na zona sul da cidade, é administrado pela CIPA, tem 58 apartamentos, oito andares e quatro funcionários. A síndica lembra que a vistoria durou um dia inteiro e as obras necessárias, quase dois anos. A empresa que fez a vistoria constatou problemas dos mais diversos: o telhado foi impermeabilizado; foram retiradas antenas desnecessárias; havia uma parede condenada; pastilhas estavam se soltando; o PI do gás foi reformado; o PC de luz idem; o painel de luz da casa de máquinas do elevador também foi trocado; foi feita pintura da garagem e de paredes internas. A síndica lembra que o condomínio também teve que instalar uma bomba para dar alarme em caso de incêndio e que os bombeiros foram até lá para checar o trabalho do técnico. “O alvará dos bombeiros para dar o laudo de segurança contra incêndio e pânico era necessário”, ressalta a sempre atenta síndica. Na empolgação com as obras, o condomínio resolveu reformar a portaria tam-

bém. Eliana lembra que o porteiro não tinha nem uma mesa para trabalhar. “Não havia nem um balcão. Agora temos um de mármore e uma boa portaria”, comemora. Você deve estar se perguntando como o condomínio pagou tudo isso. Eliana explica: “Usamos o fundo de reserva todo, o valor de um imóvel que devia 10 anos de condomínio e que foi a leilão e ainda fizemos cotas extras.”. Depois disso tudo o Condomínio Denise, totalmente reformulado, já repôs o fundo de reserva e encerrou as cotas extras. Agora eles têm apenas um fundo de obras para pequenos reparos, como troca de barbará, por exemplo, “além do 13º salário, que cobramos ao longo do ano para não pesar para ninguém em dezembro”, explica a síndica. Eliana finaliza comentando que os moradores do condomínio até imaginavam que teriam muitas obras para fazer por conta da autovistoria: “Mas levamos um baita susto com o vulto dos consertos necessários. Mas valeu a pena. Foram muitas pendências, mas posso dizer que agora temos um prédio novo e que isso valorizou o patrimônio de todos de forma expressiva”, ressalta a síndica.


Relembrando Cumprir a Lei da Autovistoria significa fazer uma vistoria técnica no condomínio. Isso é necessário para verificar a condição de conservação, estabilidade e segurança da edificação. Depois disso, o profissional deve elaborar o laudo técnico de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a Lei Estadual do Rio de Janeiro nº 6.400, de 5 de março de 2013, e a Lei Complementar nº 126, de 26 de março de 2013, regulamentadas pelo Decreto nº 37.426, de 11 de julho de 2013; emitir a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do CREA/RJ ou o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) do CAU/RJ e comunicar à Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU) da Prefeitura (pela internet), regularizando, portanto, o edifício. Após o comunicado, as obras, se necessárias, devem ser feitas. O engenheiro civil e perito judicial em engenharia civil do Tribunal de Justiça do Estado Marcus Rodrigues acha que a Lei da Autovistoria foi a melhor coisa que já aconteceu nos últimos 50 anos em termos

A síndica do Condomínio Denise, Eliana da Terra Pereira, conta que eles conseguiram resolver muitas pendências: “Posso dizer que agora temos um prédio novo e que isso valorizou o patrimônio de todos de forma expressiva”

de manutenção preventiva para os prédios. Segundo o engenheiro, os síndicos têm que agir de forma séria e atenta para não serem responsabilizados no futuro. “Ao contratar uma empresa para fazer a autovistoria, o síndico deve, em primeiro lugar, saber se ela está habilitada para tal tarefa.” O en-

genheiro ressalta que os síndicos devem checar a conformidade fiscal atualizada de cada empresa (ou profissional autônomo) perante seu conselho (CREA ou CAU). Se houver alguma restrição para a emissão da ART (CREA) ou do RRT (CAU), não será possível que o condomínio cumpra a lei e in-

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forme à Prefeitura que o laudo foi feito. “A emissão da ART ou do RRT é imprescindível e deve ser enviada à Prefeitura junto com o laudo. As restrições de uma empresa ou profissional podem se dar pela empresa já ter prestado um mau serviço ou por estar devendo anuidade a seu conselho”, explica. E mais: segundo Marcus Rodrigues, “até por uma questão de ética, o especialista que detecta os problemas não deveria ser o mesmo que realiza a obra nem deveria indicar alguém para fazê-la”. Ele também acredita que o executor da obra deve ser seu próprio fiscal, afinal, é o responsável pelo resultado de seu trabalho. “Mas se o síndico preferir, ele pode chamar um fiscal para acompanhar os reparos. Entretanto, quando a obra terminar, o especialista que fez a autovistoria deve voltar ao edifício para avaliar se tudo foi realizado da forma correta”, enfatiza. Rodrigues avisa que “quem passou por alguma situação desagradável com engenheiro ou arquiteto que tenha sido pago para fazer o trabalho e não o fez (não emitiu ART ou RRT), deve entrar em contato com o conselho em questão e avisar o ocorrido.”. O engenheiro alerta, ainda, para quem não sabe, que a vistoria das unidades é obrigatória por lei. “Não faz sentido você olhar o prédio por fora e não saber, por exemplo, se uma viga foi retirada em um apartamento”, observa. E ressalta: “Em caso de recusa do morador, o síndico pode, por meio de notificação extrajudicial, exigir o acesso do vistoriador ao imóvel, uma vez que o interesse comum se sobrepõe ao interesse individual em casos de 58

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risco para a coletividade, justo o que a Lei da Autovistoria pretende eliminar. Todas as instalações individuais – elétricas, de gás, hidrossanitárias, mecânicas etc. – devem ser verificadas, assim como a infraestrutura e a supraestrutura; marquises e varandas em balanço; fixação de esquadrias e aparelhos de ar-condicionado. O vistoriador pode, inclusive, se valer de outros profissionais, formando uma equipe multidisciplinar para abranger todas as variáveis dentro de uma edificação.”. E, por fim, um alerta: “Há empresas que oferecem laudos que não mostram a real situação de um prédio para evitar que ele seja obrigado a fazer obras ‘napoleônicas’ e os vendem por R$ 600. Já vi isso acontecer, só que, no fim, o grande culpado acaba sendo o síndico. Essa prática, além de ilegal, é perigosa para todos os moradores.”.

Trocando em miúdos Luiz Sérgio de Souza Stamile é arquiteto e diretor da Stamile Vistorias Prediais, tem 40 anos de experiência no setor e resume para nossos leitores o principal motivo de uma vistoria predial: “A finalidade é detectar indícios de problemas que afetem a segurança física, estrutural, de funcionamento e de utilização do prédio.”. Para o arquiteto, as principais falhas que devem ser corrigidas com urgência são as relativas a estrutura, vazamento de gás e instalação elétrica. “Danos nesses setores podem ocasionar eventos como desmoronamento, intoxicação, incêndio e explosão de proporção incalculável”, avisa.


Prazos e prioridades Stamile diz que, ao efetuar uma vistoria, sua empresa gera o laudo técnico no qual aponta todos os problemas detectados no prédio. “De acordo com a urgência dos apontamentos, formulamos uma lista de prazos que deverão ser cumpridos pelos responsáveis dos imóveis.” O arquiteto, que já viu desde graves fissuras em vigas e pilares e vazamento de gás até quadros de luz completamente irregulares e com possibilidade de curto-circuito e explosões, dá um conselho aos síndicos: “Não deixem de fazer a autovistoria, pois os síndicos respondem civilmente por eventuais danos materiais ou pessoais causados por problemas técnicos no prédio.”. Serviço

Stamile Vistorias Prediais Tels.: 2267-3037/99609-3864 Marcus Rodrigues Tel.: 98211-8461

Edifício Liberdade – pivô da nova lei A queda do Edifício Liberdade, de 20 andares, em 25 de janeiro de 2012, foi o que motivou a Lei da Autovistoria, aprovada um ano depois da tragédia que deixou 17 mortos, cinco desaparecidos e ainda provocou a queda de outros dois prédios vizinhos. O Centro do Rio, mais precisamente a Rua Treze de Maio, nunca mais foi a mesma. Impossível passar indiferente à frente do terreno vazio. Quanto aos 19 proprietários, eles continuam a pagar o condomínio. Segundo o síndico, o advogado Geraldo Beire Simões, as taxas são para a manutenção do terreno, como capina e segurança. Ainda há ações na Justiça movidas por quem teve perda material ou parentes mortos. A Prefeitura, de acordo com a lei, concedeu isenção de IPTU ao imóvel até 2019. O advogado diz que há a intenção dos proprietários em negociar o terreno, haja vista que é o único terreno edificável no Centro. O fato é que a queda do prédio levantou uma série de questões, como obras que colocam em risco uma edificação inteira e a falta de manutenção e consertos necessários de infraestrutura que muitas vezes são ignorados.

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manutenção por Lia Rangel

Como cuidar do lixo gerado pelo condomínio? A tarefa não é fácil, mas pode ser gratificante

O lixo urbano é um problema social e está entre as maiores preocupações ambientais e sanitárias dos administradores de qualquer cidade. O grande desafio é criar políticas públicas que resultem em menor degradação ambiental e possibilitem que o processo de descarte do lixo seja seguido de tratamento e reciclagem. Mas não é tão fácil completar esse ciclo, pois ele envolve muitas pessoas, em várias esferas da sociedade, além de organizações e entidades públicas e privadas que ainda

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não estão completamente envolvidas e comprometidas com todos os benefícios de uma cidade sustentável. A Constituição brasileira garante o direito fundamental à vida, à habitação, à saúde e ao meio ambiente equilibrado ecologicamente. É aí que entra a questão do lixo. A sociedade espera que os governantes invistam em ações eficazes que garantam esse direito, mas não adianta ficar esperando que as soluções caiam do céu, sem esforço. O lixo também é um proble-

ma nos condomínios e os síndicos precisam saber quais as melhores destinações para ele. A implementação da coleta seletiva tem se mostrado uma boa alternativa para reduzir o volume de resíduos sólidos descartados em aterros sanitários ou em lixões a céu aberto. Desde agosto do ano passado, o síndico profissional Sullivan Rodrigues está à frente do Condomínio Life, na zona oeste da cidade. Ele conta com a CIPA para ajudar na administração do empreendimento, que


é novo e tem 495 unidades divididas em 14 blocos. São cerca de 1.800 moradores produzindo lixo, diariamente, ou seja, é muito lixo. Para administrar um volume tão alto de resíduos, o síndico usa algumas estratégias. “A limpeza do condomínio é realizada por uma empresa terceirizada. Todo o operacional do condomínio é terceirizado, pois é mais cômodo. Quando um funcionário falta, a empresa manda outro e, no caso de funcionário próprio, quando ele falta, me deixa na mão. Fora que a empresa é a responsável pelo material e pelo treinamento, o que facilita muito nossa vida. Todos os andares têm um quartinho com dois contêineres nos quais os moradores depositam o lixo. O pessoal da limpeza os recolhe duas vezes ao dia”, conta. Para Rodrigues, a melhor saída é a implantação de um sistema de reciclagem: “Estamos introduzindo esse sistema agora. Teremos coletores de garrafas PET, de latinha e de papelão instalados em diversos pontos do condomínio e contaremos com a ajuda dos moradores para fazer esse modelo funcionar. Atualmente, coletamos o lixo e o levamos para um depósito, onde é feita a triagem – compramos, inclusive, uma mesa para fazer essa separação, além de contêineres específicos para facilitar o trabalho –, e separamos o que é reciclável. Há uma empresa que vem até o condomínio e compra esse material. O mais importante é que todo o dinheiro arrecadado com isso é revertido para os funcionários, como gratificação, o que faz com que eles permaneçam motivados. Esse é o grande pulo do gato, reverter essa grana para os empregados, pois, na empresa, eles ganham apenas o piso e, no condomínio, eles têm a chance

Todo o dinheiro arrecadado com os resíduos recicláveis é revertido em gratificação para os funcionários

de ganhar mais. Isso faz com que eu consiga reduzir a rotatividade de mão de obra, o que é vantajoso para nós”, diz. Seja para reverter como gratificação para os funcionários, seja para pensar em melhorias, a longo prazo, para o condomínio, a ideia de transformar o lixo em dinheiro é realmente inteligente, mas precisa de planejamento. Controlar a quantidade de lixo que cada apartamento gera é uma possibilidade, mas deve ser avaliada em assembleia, junto com quem pode fazer a ideia funcionar: os moradores. Com relação aos resíduos úmidos, uma pequena usina de compostagem pode ser uma excelente solução para que os moradores e o condomínio possam transformá-los em adubo de alta qualidade, sem química, diminuindo custos

e agregando qualidade aos jardins. A alternativa mais utilizada pelos condomínios que querem ser mais sustentáveis é a separação de material mesmo. Esse trabalho pode contar com a colaboração dos moradores e, nesse caso, o síndico deve organizar reuniões e enviar informativos para que eles entendam como funcionará o processo e no que eles podem ajudar. Existem, inclusive, empresas especializadas na implantação de coleta seletiva nos condomínios que acompanham todo o processo e ministram aulas onde explicam como proceder e separar cada material. Há também a possibilidade de o condomínio ser o responsável pela separação, mas, em todos os casos, o síndico precisará investir em itens específicos para essas funções.

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Para reciclar é preciso se preparar Eônio Campello Jr. é diretor comercial da Renove Brasil, empresa especializada em venda de produtos para coleta de lixo e coleta seletiva em condomínios. “Temos tudo de que o síndico precisa para implantar a coleta seletiva nos condomínios. Carrinhos, lixeiras, contêineres, cestos com tampa e lixeiras coloridas para a coleta seletiva, entre outros materiais. Uma dica é que o síndico precisa estar atento com relação à coleta do lixo reciclável, pois a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) não atende todos os bairros”, explica. Para os síndicos que não pretendem arrecadar com a separação do material reciclável, o ideal é consultar o site da Prefeitura do Rio de Janeiro e verificar se a coleta seletiva está disponível para seu bairro, além de outras informações, como data e horário em que os caminhões passam. Para quem pretende ganhar com os resíduos coletados, é preciso consultar empresas que trabalham com reciclagem para acertar os detalhes sobre as condições de retirada de material e pagamento.

Empresa investe em reforma de contêiner Outra questão importante é a conscientização dos funcionários para a conservação do material utilizado. O que se vê por aí, na maioria das vezes, são lixeiras sobrecarregadas, com muito mais lixo do que sua capacidade, que acabam quebran-

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Sullivan Rodrigues investiu em equipamentos para coleta seletiva no Condomínio Life

do por falta de cuidado. Eônio Campello Jr. explica que, por causa do grande número de lixeiras de polietileno quebradas, a Renove Brasil desenvolveu um método exclusivo de reciclagem desse material. “Nós também trabalhamos com a reforma de contêineres. Os condomínios têm uma despesa muito grande com esses recipientes quebrados, principalmente por mau uso, e geralmente eles precisam ser trocados a cada dois meses. Depois da reforma, o contêiner tem a durabilidade maior do que um novo e o preço é, aproximadamente, metade de um novo”, diz. Consciência ambiental é uma necessidade, e toda atitude que coopere para práticas que visem dar um destino adequado aos resíduos deve ser estimulada e difundida para que tenhamos um futuro mais verde.

Serviço

Renove Brasil www.renovebrasil.com


nota

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Como alugar um imóvel rápido? Essa pergunta é corriqueira, e nós, da CIPA, temos boas dicas para proprietários que estejam pensando nisso. A primeira delas é: consulte sempre uma imobiliária, que vai avaliar se o preço almejado está dentro das demais ofertas da mesma região. Estar dentro da realidade do mercado é imprescindível para não ficar com o imóvel fechado por muito tempo. A segunda dica refere-se às condições de habitabilidade. É importante oferecer um imóvel com boa aparência, manutenção e conservação em dia. Instalações elétricas e hidráulicas em bom funcionamento; boa

pintura; piso e azulejos perfeitos ajudam a encantar o futuro inquilino. Entretanto, se o proprietário não estiver em condições de fazer as obras necessárias em seu imóvel, é bom deixar claro à imobiliária que ele aceita que o inquilino faça os reparos (previamente avaliados e aprovados) e que ele desconte os devidos valores – em parcelas – ao longo da locação. Dessa forma, o proprietário tem seu imóvel alugado, deixa de pagar condomínio e IPTU e ainda por cima garante uma boa repaginada em seu patrimônio. Há que ser flexível para garantir bons negócios!

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ARTE por mรกrio mendonรงa

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Cláudio Pastro Em outubro de 2016 foi anunciado discretamente pelos jornais o falecimento do artista plástico Cláudio Pastro. A mesma discrição na morte ele fez questão de praticar durante a vida, no entanto, é preciso fazer justiça a este que foi um dos mais importantes pintores sacros brasileiros e do mundo, artista que vivenciava a mesma fé que colocava em suas obras. Um homem completo que, além de pintor, era escultor, decorador, paisagista, ceramista, enfim, não resta dúvida de que Cláudio Pastro era um homem à frente de seu tempo. As transformações causadas pelo Concílio Vaticano II, em que a Igreja se abre a um novo tipo de evangelho, determinaram a obra e a vida do artista. Uma igreja que busca a simplicidade, que recoloca o criador no centro de sua devoção, que se despe dos acessórios desnecessários e reafirma sua grandeza e tradição encontra em Cláudio Pastro um apóstolo desse novo papel evangelizador. Com traços simples, ambientes em que apenas o essencial é realizado, o uso delicado das cores e das formas, tudo isso fez dele um artista único. Nós nos conhecíamos e nos respeitávamos, e sempre me impressionou a enorme fé daquele ho-

mem, que enfrentava todas as dificuldades e incompreensão com a mesma serenidade, com o olhar tranquilo de quem se sabe grande, sem perder jamais a convicção de que sua crença não era mera futilidade, mas eixo fundamental da própria existência. O filósofo Friedrich Nietzsche afirmava que a Arte existe para que a verdade não nos destrua. Cláudio Pastro poderia acrescentar que a Arte, além de não permitir que sejamos destruídos, possui a capacidade de nos transpor a realidade, de alcançar, através dela, aquilo que está além da realidade sensível, de nos transcender. O trabalho de Cláudio Pastro é hoje admirado em todo o Brasil e no exterior. Cada peregrino que visita a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo, se depara com a obra desse genial artista e algumas vezes o desconhece. Quando perguntavam se Cláudio Pastro acreditava que compreendiam seu trabalho e gostavam dele, ele respondia, não sem certa ironia: “Trabalho para Jesus, e não para as pessoas.”. E terminava citando Dionísio, o Areopagita, que no século V escrevia: “A beleza é um dos nomes de Deus” e é Ele quem age no espaço que é Dele.

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informe

Estatísticas de Imóveis Ofertados Rio de Janeiro VENDA

10,2%

Cobertura

Casa

7,5%

Casa de condomínio 6,4% Quitinete 1,2% Apartamento Padrão

Flat 1,2%

72,4%

Outros 1,2%

Venda Tipo de imóvel Apartamento Padrão

1Q

2 Qts

3 Qts

4 Qts

Total

(%)

4.025

17.584

15.493

5.463

42.265

72,4

Cobertura

103

998

2.957

1.950

6.008

10,2

Casa

107

1.169

1.663

1.453

4.392

7,5

Casa de condomínio

16

466

1.221

2.074

3.777

6,4

Quitinete

716

4

1

721

1,2

Flat

417

261

8

1

687

1,2

202

93

615

Outros

75

245

TOTAL

5.459

20.727

Locação

Cobertura Casa

21.544 11.035 58.465

1,0 100

6% 4%

Casa de condomínio 3% Quitinete 3% Outros 4%

Apartamento Padrão

80%

LOCAÇÃO Tipo de imóvel Apartamento Padrão

1Q

2 Qts

3 Qts

4 Qts

Total

(%)

1.524

4.108

3.207

1.181

10.020

80

Cobertura

37

140

333

223

733

6

Casa

68

170

119

124

481

4

Casa de condomínio

5

37

108

216

366

3

Quitinete

360

1

361

3

Outros

286

197

23

6

512

4

TOTAL

2.280

4.652

3.791

1.750

12.473

100

fonte: SECOVI RJ.

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mercado

Abadi realizará Encontro de Síndicos em maio A Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) realizará, no dia 18 de maio, a primeira edição do Encontro de Síndicos de 2017. Tal encontro é um evento de utilidade pública que já faz parte do calendário anual do mercado imobiliário na cidade do Rio de Janeiro. Os síndicos mais antenados esperam o ano todo por esse evento, pois sabem que ali podem ficar mais do que atualizados com tudo que o síndico precisa saber. A troca de experiências com outros síndicos presentes também é interessante, pois muitas coisas que acontecem no

condomínio do outro servem como experiência e alerta para todos. Nesse encontro, haverá um ciclo de palestras e debates sobre os mais variados temas inerentes à atividade. Este ano, alguns dos assuntos abordados serão Contratações e Terceirizações e Ética e Compliance. Haverá, ainda, um workshop jurídico, que prevê a participação de diversos convidados sobre os aspectos legais dos temas abordados. A proposta desse painel é responder, de maneira sucinta e eficiente, às perguntas dos participantes. O evento, destinado aos gestores de

condomínios, ocorrerá no auditório da Bolsa de Valores (Praça XV, 20, Centro), das 13h às 18h. As inscrições podem ser feitas pelo site da associação (www.abadi.com. br), a partir de 10 de abril. Não perca! Serviço

Encontro de Síndicos Data: 18 de maio de 2017. Horário: das 13h às 18h. Local: Centro de Convenções da Bolsa de Valores, Praça XV – Centro do Rio. Informações: (21) 2217-6950.

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Segurança

Rede, pra que te quero?! Além da utilização óbvia, de promover a segurança de crianças e animais, o condomínio também pode ser beneficiado ao evitar a queda de objetos como vasos e vidros de janelas Redes de proteção são sempre bemvindas. E não há lei que proíba seu uso. Elas chegaram há muito tempo – para ficar – e garantem a segurança de animais, crianças e pessoas com necessidades especiais. Seu uso não está restrito às unidades autônomas. Elas são muito usadas em playgrounds também, na maioria das vezes em áreas destinadas a esportes, como forma de proteção de evasão de bolas, bumerangues, discos etc. A síndica profissional Lúcia Viana de Oliveira conta que no Condomínio José de Anchieta, zona sul do Rio de Janeiro, onde mora e também é a síndica, o uso de redes de proteção é bastante comum. “A maioria dos apartamentos usa por conta de crianças, e aqui optamos pelo padrão na cor branca. Sempre que alguém vai instalar, pergunta antes e informamos a cor indicada”, explica.

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Aliás, esta questão, de o condomínio poder dar as regras, é bom que se explique. O morador pode colocar a rede sem pedir permissão, é um direito assegurado. Entre-

tanto, o condomínio pode exigir que o padrão determinado pelo prédio seja seguido. Pablo Felipe Barreto, proprietário da Prote Redes, empresa há 25 anos no mercado, conta que sempre que são chamados para fazer orçamento orientam os clientes a seguirem o padrão do prédio. “Já aconteceu de o cliente pedir a rede de uma cor, e, quando vi que o prédio usava outra, avisei, mas ele não mudou de ideia. Dias depois da instalação, ele nos ligou de novo e pediu para refazermos o trabalho, pois ele havia sido notificado pelo condomínio para retirar o que estava fora do padrão”, lembra. Nesse caso, o cliente pagou pelo serviço duas vezes, pois a empresa fez sua parte, inclusive aconselhando o uso padrão, mas não foi ouvida. A visita para orçamento pode até ser gratuita, mas refazer o trabalho não tem como...


Redes nas áreas comuns A síndica Lúcia Vianna conta que, no Condomínio José de Anchieta, a rede foi uma opção para evitar que as bolas das crianças parassem de cair o tempo todo na rua. “O campo de futebol fica ao longo do muro que dá para a rua. E volta e meia as bolas caíam lá, apesar do aramado instalado acima no muro que cerca o play todo. O jeito foi colocar a rede acima do aramado e ganhar mais altura. Dessa forma, as bolas nunca mais foram parar na rua.” A manutenção é regular e, agora em 2017, o condomínio vai trocar a tela toda. É preciso atenção nesse quesito, pois as redes têm tempo de vida útil, indicado pelo fabricante. Há que se considerar que esse material fica exposto às intempéries e realmente tem uma data-limite para ser trocado. A segurança de todos está em primeiro lugar e não pode ser esquecida.

Firmeza? Barreto, da Prote Redes, conta que muitas vezes vai instalar redes e percebe que o trabalho não vai ficar a contento por conta de as paredes que vão receber os

ganchos não estarem firmes: “Isso a gente só vê na hora que começa a furar. Avisamos ao cliente para que ele providencie o reforço para garantir total segurança de sua família”, avisa. E por falar em firmeza, Barreto teve a prova de que sua instalação estava bemfeita quando estava colocando a rede na última janela da casa de uma cliente e ela veio avisar que seu filho estava preso entre o peitoril da varanda e a rede recém-instalada. “A criança subiu num banquinho e pulou. Ficou presa ali”, relembra. Bem, dos males o menor: a rede já estava ali, e ele ficar preso era sinal de que a instalação estava firme e forte. Não deu nem tempo de fazer o famoso teste de se jogar na rede...

O vizinho em questão estava sem as chaves e não queria gastar dinheiro com chaveiro. Depois de um minuto de silêncio, Gisele conseguiu concatenar que a rede de sua casa era a desculpa perfeita para livrá-la de uma enrascada: “Já imaginou se ele tentasse pular para a varanda dele e caísse? Eu me sentiria corresponsável por uma tragédia dessas. E as chances de ele cair eram grandes, pois a distância entres as varandas é significativa.”. Mas Gisele já estava com a negativa na ponta da língua: sua varanda tinha rede de proteção por conta de seu filho. Infelizmente, não poderia ajudar. Assim, o vizinho resolveu colocar a mão no bolso e chamar o chaveiro.

Malha da rede É preciso indicar a função que sua rede vai ter para que o profissional coloque a malha certa. Crianças, gatos, morcegos, bolas... Qual a sua necessidade? Barreto, que sabe instalar uma rede como ninguém, explica: “Para quadra de futebol indicamos a malha de 10cm x 10cm; para crianças e gatos, a de 5cm x 5cm; já para evitar a entrada de morcegos, a menor, de 3cm x 3cm.”. Anotou?

Vizinho vida louca As redes salvam vidas num nível que ninguém imagina. Isso é o que diz Gisele Rial, fisioterapeuta moradora da zona oeste da cidade: “Eu estava um belo dia em casa quando o funcionário do prédio toca minha campainha dizendo que meu vizinho gostaria de usar minha varanda para entrar na casa dele.”.

Se tem seguro fica tranquilo Claro que ninguém quer que algo caia pela janela e cause prejuízo de qualquer ordem a outrem, mas se o condomínio tiver segurado, é melhor. Como diz Marlon Rosalvos, gerente da CIPA Corretora de Seguros, em caso de queda de um objeto que machuque alguém dentro do condo-

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Veja o que o seguro de responsabilidade civil do condomínio abrange A síndica Lúcia Vianna conta que no Condomínio José de Anchieta as redes foram utilizadas no play para que as bolas das crianças parassem de cair na rua

mínio ou na rua, “o condomínio todo pode ser penalizado caso não seja possível comprovar quem jogou, mesmo que acidentalmente, o material pela janela. Entretanto, basicamente o que o seguro de responsabilidade civil do condomínio pode cobrir são situações específicas, um pedaço da fachada que se desprendeu da estrutura do prédio, por exemplo”, esclarece.

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Esse seguro visa ao reembolso de quantias pagas para indenizar danos corporais ou materiais de responsabilidade do condomínio causados a condôminos ou visitantes. Essa cobertura garante prejuízos que passam a ser de responsabilidade do condomínio, como objetos atirados por alguém não identificado ou que caem da janela ou da varanda de algum apartamento. Inclui também indenização a vítimas de acidentes em piscinas, saunas, quadras esportivas, elevadores etc. O condomínio também é responsável por acidentes que causam prejuízo a um condômino, mesmo que o evento não esteja segurado. Por exemplo, uma descarga elétrica que se estende a computadores e

demais aparelhos ligados à rede de energia. A princípio, a garantia do segurocondomínio não inclui equipamentos pessoais do condômino. Mas se um raio atingir o prédio e o para-raios não absorver a descarga devidamente por estar mal instalado, o condomínio deve indenizar as unidades pelos prejuízos individuais. Nesse caso, a cobertura de responsabilidade civil do condomínio deve ser acionada. Serviço CIPA Corretora de Seguros www.cipacorretora.com.br Tel.: 2196-5115 Prote Redes – tel.: 2256-3929


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k Tola

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lavo Peixoto

atualidade

Quem nunca pensou em alugar uma casinha na serra ou na praia durante as férias? Muitos, com certeza. O fato é que é preciso estar atento para não cair em nenhum conto do vigário. É importante se cercar de medidas de segurança para que o sonho das férias perfeitas não se transforme num pesadelo. Antes de mais nada, é imperativo verificar se o imóvel desejado realmente existe, qual o estado dele. É preciso ter referências seguras, pois, com a facilidade de encontrar imóveis pela internet, nem tudo que se vê é o que parece ser. Além disso, o mesmo imóvel pode até ser alugado para várias pessoas. Como ninguém quer correr esse risco, é bom não facilitar. Quem vai alugar precisa saber com quem está falando. Se for com o proprietário, deve perguntar tudo sobre o imóvel e pedir informações mais concretas sobre a pessoa. Caso o negócio

seja feito com um profissional de locação, o locatário pode pedir o número de seu registro e checar com o Creci regional se o corretor existe mesmo. Isto posto, deve-se avaliar se o preço pedido está condizente com o valor de mercado. Já no quesito contrato, há que se prestar atenção, pois um contrato de locação por temporada só pode ter, no máximo, 90 dias. Dele deve constar a relação de móveis e acessórios que compõem o imóvel e seu estado. Se possível, fotos podem atestar isso. A garantia mais usada nesse tipo de locação é o cheque caução, que deve ser emitido junto com o depósito do aluguel. Esse montante garante o pagamento de despesas, como uma geladeira danificada ou um vidro quebrado, por exemplo. Caso não haja problemas durante a locação, o inquilino recebe o valor de volta.

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Manutenção POR Lia Rangel

A manutenção dos elevadores está em dia? Cuidados frequentes podem evitar acidentes Essencial na vida dos condôminos e funcionários, o elevador trava uma disputa no coração de seus muitos usuários. Se estiver funcionando perfeitamente, é amado. Se der uma pequena pane após um longo período funcionando bem, é odiado. Essa relação de amor e ódio é natural, já que os elevadores são peças fundamentais do cotidiano das pessoas. Mas apesar da comodidade que o equipamento proporciona, o síndico precisa estar muito atento à manutenção necessária, pois um descuido pode custar vidas. A síndica Neusa Miranda, que está à frente do Condomínio do Patrocínio, administrado pela CIPA e localizado na zona norte do Rio de Janeiro, conta que, na gestão anterior, houve um grave acidente envolvendo um dos elevadores. “O elevador estava com um problema na porta e um senhor de idade, morador do primeiro andar, utilizava o elevador várias vezes ao dia. Em determinada ocasião, ele puxou a porta e caiu no poço do elevador. Por sorte não foi fatal, mas tanto a empresa que fazia a manutenção dos elevadores quanto o condomínio foram processados. Essa sentença saiu, inclusive, durante minha gestão, e tivemos que indenizá-lo”, conta. Neusa Miranda já atuava no conselho, mas foi eleita

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A síndica Neusa Miranda pretende trocar as portas dos elevadores em breve

há cerca de um ano para administrar o prédio de sete andares e 56 unidades, após o síndico anterior precisar se afastar por problemas pessoais. Ela conta que o síndico que a antecedeu já havia feito grande parte da modernização dos elevadores. “Ele chegou a trocar toda a parte eletrônica e os painéis. Agora precisamos trocar as portas, e vou levar esse assunto para a próxi-

ma assembleia, mas nossa maior dificuldade é que temos um número muito alto de inadimplentes, o que nos obriga a fazer as coisas de maneira mais lenta, pois não dá para pagar tudo de uma vez”, explica. Atualmente, o condomínio de Neusa Miranda conta com uma empresa especializada que faz a manutenção dos dois elevadores uma vez por mês. “Além dessa


conservação mensal, eles estão sempre à nossa disposição caso aconteça algum problema ou emergência, inclusive os telefones da empresa ficam presos no painel de avisos para que todos tenham acesso e possam ajudar no caso de uma contingência, já que não temos porteiro em todos os horários do dia nem nos fins de semana. Recentemente, reforçamos os avisos de cuidado com placas para os usuários prestarem atenção antes de embarcar no elevador”, diz. A síndica agiu corretamente, em obediência à Lei 7.326, em vigor desde 2016, que impõe às edificações públicas e privadas, situadas no estado do Rio de Janeiro, a fixação, na parte externa dos elevadores, em local visível, de cartaz com informações de segurança, com o dizer obrigatório: “Aviso aos passageiros: antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado no andar.”. Neusa conta, ainda, que encontra muita dificuldade no diálogo com os moradores. “As pessoas parecem que não compreendem a situação dos síndicos. Outro dia, uma moradora se recusou a utilizar o elevador de serviço – o social estava com problemas – e queria que ligássemos apenas para ela usar. É claro que não cedi à pressão, principalmente pela segurança dela, mas ganhei uma perseguidora por causa disso. O síndico tem que ter muito jogo de cintura. Acho que deveria haver uma campanha em favor do síndico, pois precisamos ser motivados e, acima de tudo, respeitados. Fazemos sempre o melhor para todos e isso é o mínimo que merecemos”, afirma.

Em 2016, a síndica Herô Coutinho conseguiu realizar a modernização dos elevadores sem cobrar cota extra dos condôminos

Muita comodidade e muitos problemas... Quando perguntada se já teve problemas com os elevadores do condomínio onde é síndica há 12 anos, Herô Coutinho ri e diz que já foram milhares deles. A síndica está à frente do Condomínio Azaleias – que é administrado pela CIPA e está situado na zona norte da cidade –, que conta com dois elevadores para atender cerca de 350 moradores distribuídos em 120 unidades. “Os problemas mais recorrentes eram com as portas e os moradores presos nas cabines. Chegou a um ponto em que eu estava muito insatisfeita com a empresa que prestava serviço para nós, mas não conseguia nenhuma outra para assumir o contrato, pois nossos elevadores são muito

antigos – têm 35 anos – e isso me levou a fazer a modernização. Trocamos as duas cabines, todas as portas dos andares e todo o quadro de comando. Só o motor não foi substituído. A proposta de modernização foi muito bem recebida pelos moradores, principalmente porque não precisamos de cota extra para isso. O resultado não foi o que eu esperava, pois ainda temos alguns problemas, mas, em vista do que estava, melhorou muito. A obra foi entregue no ano passado e a empresa alega que ainda não está funcionando perfeitamente, pois precisamos de ajustes, mas já estamos há mais de um mês sem contratempos. A mesma empresa que fez a modernização é a responsável pela manutenção mensal, e disso não posso reclamar. Quando abrimos um chamado, somos atendidos o mais rápido possível, sempre no mesmo dia”, diz.

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Tudo tem solução! Como quase não existe vida condominial sem os elevadores, é importante que o síndico esteja resguardado e tenha o apoio de uma empresa idônea que, além de prestar um bom serviço, seja capaz de atender aos chamados com rapidez e eficiência. Fábio Aranha é sócio fundador da Infolev – Elevadores & Informática, empresa que atende a todo o país e exporta para mais de 10 países equipamentos para elevador, especialmente quadro de comando eletrônico para modernização e acessórios como botoeiras e indicadores de posição digitais. Aranha explica que a empresa de manutenção tem obrigação legal e contratual de realizar uma visita a cada 30 dias para conservação preventiva e tem que manter plantão 24 horas para atendimento de emergência e ação corretiva: “Além disso, temos que entender a manutenção como um contrato de duas vias, ou seja, a qualquer dia, o usuário/condomínio deve reportar as anomalias percebidas para a empresa responsável pela conservação, como ruídos estranhos, desnivelamento e outras falhas. Quando for urgente, a empresa deve ser chamada para uma visita de manutenção corretiva. Do contrário, o problema deve ser relatado no momento da visita mensal, na qual devem ser realizadas a conservação (limpeza e lubrificação) e a checagem do funcionamento em geral e de itens de segurança. As visitas mensais englobam um plano de manutenção anual em que, a cada mês, está prevista a verificação de determinados itens e, todo ano, é emitido o Relatório de Inspeção Anual

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Herô Coutinho é síndica do Condomínio Azaleias há 12 anos

A síndica Neusa Miranda reforçou os avisos de cuidado no rol dos elevadores

(RIA), que, inclusive, deve ser entregue para o condomínio e para a Prefeitura”, explica. Aranha ainda afirma que por se tratar de equipamento de transporte coletivo com itens de segurança, é obrigatório manter contrato com empresas credenciadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro – GEM – RioLuz. Nesse caso, a fiscalização garante que a empresa possua engenheiro responsável, estrutura mínima de oficina e seguro de responsabilidade civil, entre outras obrigações. “Na hora de contratar a empresa que fará a manutenção dos elevadores, é preciso checar referências de outros serviços semelhantes realizados em outros edifícios e verificar a marca do equipamento que está sendo oferecida, se tem suporte e assistência no Rio de Janeiro e se é de fácil manutenção e reposição de peças por qualquer outra empresa do ramo. Evite equipamentos que têm reposição

ou manutenção ‘exclusiva’ de uma única empresa, que, por maior que seja, pode ser um problema. Também é importante ressaltar que manutenção ou modernização não precisa ser realizada pelo fabricante original do elevador. Existem cerca de 70 empresas habilitadas pela Prefeitura para tanto. Normalmente, por ser um serviço especializado e sob medida, muitas vezes, empresas de pequeno e médio portes podem oferecer soluções personalizadas mais viáveis para cada situação. Em caso de dúvidas, o condomínio pode ainda recorrer à contratação de uma empresa de consultoria em elevadores independente, que poderá dar orientação sobre a elaboração de um edital, equalização das propostas e conferência da realização dos serviços. O elevador é um meio de transporte seguro, porém, para isso ser realmente verdadeiro, são necessárias uma boa manutenção e


atualização técnica para os padrões de segurança das normas atuais", diz. O Rio de Janeiro, por ter sido a capital do país, foi a primeira cidade a se verticalizar – tem até o primeiro elevador do Brasil. Contudo, muitos desses equipamentos têm mais de 20-30 anos, ou seja, são da época em que as exigências de segurança eram bem menores, quando não se usavam cintos de segurança nos carros, capacetes em motos ou preservativo. Logo, é muito importante adaptar os elevadores a todos os itens da NBR 15.597 (norma de segurança para elevadores), pois muitos estão funcionando de forma precária. “A falta de peças de reposição e mão de obra especializada também é fator convidativo para modernizar equipamentos com mais de 20 anos de operação. E com o atual e substancial aumento do custo de energia elétrica, sem dúvida, a modernização com controle de maior eficiência energética, que proporciona economia da ordem de 40% quando comparado com os sistemas antigos, é cada vez mais importante para os condomínios”, explica. Para Ilídio Sequeira, sócio-gerente da Elevadores Salta, empresa especializada em manutenção, instalação e modernização de elevadores, que atende ao município do Rio de Janeiro, a conservação abrange tudo o que for necessário para deixar o elevador como novo, isto é, sem ruídos, odores ou trepidação, com bom aspecto, seguro e confortável. “A manutenção engloba limpeza, lubrificação, análise de ruídos e da temperatura dos equipamentos, regulagem etc. Essas ações são realizadas, no mínimo, uma vez por mês. Já a inspeção diária é feita pelo usuário, que, se sentir algum odor ou perceber alguma trepidação, deve informar ao porteiro, que precisa conferir tal fato e, se for o caso, chamar a empresa responsável pela manutenção. A empresa dever ter sempre, 24 horas por dia, uma equipe que atende às solicitações dos clientes e as repassa aos técnicos, além dos serviços burocráticos e administrativos para o cumprimento das normas da Gerência de Engenharia Mecânica (GEM), como do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), e as análises técnicas sobre o

ocorrido com os elevadores. Existe uma rotina de manutenção preventiva que visa inspecionar o equipamento como um todo: “O técnico tem que inquirir o zelador se há anormalidades e checá-las. Em viagem no elevador, ele deve conferir o nivelamento da cabina, bem como observar vibrações; ruídos; coxins; botões. Na casa de máquinas, é imprescindível que ele examine os componentes dos comandos; as máquinas quanto a temperatura, óleo, freio, ruídos, desgaste e vazamentos. Também é importante que ele verifique os cabos de aço; os limitadores de velocidade; a chave geral; a temperatura ambiente e, por fim, a limpeza do piso e das máquinas. Já nas portas de pavimento, é fundamental avaliar trincos e demais componentes e, no poço, vale se ater a limites, guias, cabos de aço, contrapeso, polias”, explica Ilídio Sequeira. O sócio-gerente da Elevadores Salta acredita que as normas brasileiras deveriam se equiparar às vigentes em outros países. “As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) poderiam acrescentar mais um item de segurança que consta das normas dos EUA, do Canadá e de toda a Europa: a obrigatoriedade do uso do prensa-cabos, que reduziria significativamente os acidentes com elevadores. É inadmissível que uma cabina de elevador se movimente sem que seja por ação do comando, e isso acontece mais vezes do que se imagina. Com frequência, alguém abre uma porta de elevador e ele não se encontra no andar e, se o passageiro não perceber a falta da cabina, vai cair no poço e provavelmente morrer. Esses defeitos acontecem por diversas razões – falha do freio principal da máquina, que, por algum motivo, não atraca, deixando o freio aberto; falha do acoplamento; eixo; sistema de controle; e como o contrapeso é mais pesado do que a cabina, ele a arrasta para cima, produzindo essas consequências. E esses defeitos não são falhas de manutenção, e sim falta do prensa-cabos”, finaliza. Serviço

Infolev – www.infolev.com.br Elevadores Salta – www.elevadoressalta.com.br

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história

A praça é nossa

A Praça Radial Sul está reformada e ocupada pela comunidade A história dessa praça é antiga, mas o que vale a pena contar começa agora. Depois de longa temporada de abandono e maus-tratos, chegava à Radial Sul o Sr. Chagas. Há 14 anos esse paisagista aportava ali, instalando seu quiosque de plantas e vislumbrando um futuro promissor e brilhante para aquele espaço já desacreditado pelos moradores das redondezas. Chagas conheceu um morador que apostou com ele na revitalização da praça e, com apoio total do sr. Kalil, ele iniciou uma empreitada: “Arregacei as mangas e comecei e transformar este lugar num ambiente agradável. A comunidade local começou a se envolver, pois percebeu que havia solução, sim. A união de todos poderia gerar uma força tremenda de transformação”, lembra Chagas. O paisagista lembra que Kalil investiu em mudas de plantas e material e, nessa época, foram plantadas mais de 30 árvores que hoje garantem a sombrinha que todos adoram por ali. Mas Chagas queria mais. Ele insistia sempre com a Prefeitura em reformas e, volta e meia, estava lá, em reuniões com vereadores e pedindo pela praça. Álvaro Salmito, morador do entorno e entusiasta do projeto, muitas vezes foi com ele às reuniões e também deu apoio total à transformação, que começou a acontecer e foi agregando cada vez mais moradores.

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Helena Lira, professora, numa das manhãs que reúnem crianças para as Contações de Histórias

Em 2016, finalmente as obras surgiram, o espaço foi revitalizado, ganhou pavimentação nova, gradil reformado para a área exclusiva dos cachorros, piso na área de convivência, bancos, iluminação, brinquedos renovados e os tão sonhados equipamentos de ginástica para a terceira idade. Silvana Godoi, moradora da área e uma tremenda entusiasta da ocupação da praça, diz que “Chagas era um cavaleiro solitário. Ele sempre por aqui, gentil

com todos, brincando com as crianças, foi envolvendo a todos com seu carisma e agora somos um grande grupo, cada vez maior, de amigos e voluntários atuando por aqui”, explica. Até os bancos ganharam vida nova por meio das habilidosas mãos da médica e artista plástica Luciana Palma. Ela fez deles muito mais do que um aglomerado de concreto: transformou-os em lindas peças de mosaico! É ver pra crer.


Parte do grupo de parceiros e voluntários da Praça Radial Sul, da esquerda para a direita: Márcia Castañhon, Flávia Musso, sr. Chagas, Cláudia Cunha, Álvaro Salmito e Silvana Godoi

Literatura, cultura e arte A reforma da praça foi um grande incentivo para muitos. Álvaro Salmito decidiu que grande parte de seu acervo de livros seria doado à praça. Chagas fez então o projeto de uma biblioteca comunitária e mais uma vez colocou a mão na massa. “Chagas não é arquiteto, mas fez um belíssimo projeto de uma biblioteca que parece abrir as portas para a comunidade, como num abraço. E a maior parte dos investimentos foi dele mesmo”, ressalta Salmito. A partir daí começaram a surgir mais algumas doações para a biblioteca, que agora é aberta por alguns moradores voluntários que se organizam para tal. Cada pessoa envolvida foi trazendo mais e mais moradores, e agora há uma grade de atividades na praça de tirar o chapéu: contação de histórias; atividades musicais e teatrais; ioga; tai chi chuan; atividades ambientais como plantio de horta orgânica e flores nos canteiros; atividades artesanais como oficinas de papel e bijuteria; festas comunitárias locais como Natal, Páscoa, Dia das Crianças e Dia do Meio Ambiente; além, é claro, de encontros sociais espontâneos, como piqueniques com as crianças e passeios com a cachorrada. Aliás, este é um ponto interessante: os moradores locais sabem exatamente onde pode cachorro e onde não pode. E

respeitam. E assim todos convivem bem e a coisa vai funcionando.

Novos voluntários e parceiros são bem-vindos Flávia Musso, uma das voluntárias, destaca que há espaço para idosos e que o grupo está esperando essa turma chegar: “Por que o idoso vai ficar ocioso em casa se tem esse espaço de convivência aqui para ele? Aqui ele pode até fazer oficinas e ensinar uma atividade!”, diz. Quem aí gostaria de receber uma aula de tricô, por exemplo? Esta é a hora de incentivar os idosos a saírem de casa!

Divulgação Os amigos e voluntários da Radial Sul divulgam todo mês a grade de atividades programada na própria praça e também nos condomínios das redondezas. O síndico então coloca a informação nos elevadores de seu condomínio e a comunidade vai ficando cada vez mais envolvida, tendo novas ideias, sugerindo, trocando informações, agregando mesmo. Com isso, ali já há um clima de cidade de interior. Todos se conhecem, e quem chega pela primeira vez é muito bem recebido. Apesar do sucesso do empreendimento, as ideias não param de pipocar, e até em busca de patrocínio para novos projetos os voluntários estão. Parece que vai ter mais novidade por lá!

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Jurisprudências

0003332-05.2015.8.19.0079 – Apelação 1ª Ementa. Desa. Márcia Cunha de Carvalho – Julgamento: 1/9/2016 – Vigésima Primeira Câmara Cível. Apelação cível. Ação declaratória de inexigibilidade de cobrança de “cotas condominiais”. Falta de requisito expresso em lei para configuração de condomínio. Situação de fato semelhante à de associação de moradores. Liberdade constitucional de não se associar ou de desligar-se da associação. Todavia, no caso em comento, a hipótese é do chamado condomínio de fato, em que a obrigação estabelecida no estatuto associativo do loteamento réu, ora apelante, ao contrário do que constou da sentença, tem natureza pessoal e recai, exclusivamente, sobre os titulares de direitos aquisitivos ou ocupantes dos lotes que integram o referido loteamento que, em tese, usufruem dos serviços de limpeza e conservação prestados pela associação. O condomínio está desobrigado a prestar os referidos serviços enquanto os autores, ora apelados, não se associarem. Recurso sob a égide da nova sistemática processual. Sucumbência recíproca na forma do art. 86 do NCPC/2015. Provimento parcial ao recurso. 0334170-29.2014.8.19.0001 – Apelação 1ª Ementa Des. André Emílio Ribeiro Von Melentovytch – Julgamento: 16/3/2017 – Vigésima Primeira Câmara Cível. Apelação cível. Responsabilidade civil. Ação indenizatória. Dano patrimonial no interior do elevador do condomínio. Sentença de procedência dos pedidos.

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Condenação de R$ 30.000,00, a título de reparação dos danos morais, a restituir a parte autora o valor de R$ 250,00. Inconformismo do réu. Apelo do condômino réu pugnando pela anulação da sentença por erro in judiciando e, subsidiariamente, improcedência dos pedidos, ou a diminuição do quantum indenizatório. Fotografias juntadas pela apelante são bastantes para comprovar o fato, pois efetivamente pode afirmar-se que o apelado foi o autor do dano na tela de proteção do elevador. O apelante afirma cabalmente que o dano foi causado pelo apelado, o conteúdo probatório confirma suas afirmações, as imagens demostram “por si sós” a dinâmica das ações depreciativas e o ato de vandalismo que resultou em efetivo dano patrimonial ao condomínio. Portanto, comprovou a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 373, II, NCPC. Reforma da sentença. Julgado improcedentes os pedidos autorais. Honorários advocatícios fixados em R$ 3.000,00. Recurso a que se dá provimento. 0305157-19.2013.8.19.0001 – Apelação 1ª Ementa Des. Luiz Roldão de Freitas Gomes Filho – Julgamento: 23/11/2016 – Vigésima Quarta Câmara Cível Consumidor. Apelação cível. Ação de responsabilidade civil c/c indenizatória. Queda do elevador em condomínio edilício no qual o autor exerce as funções laborais. Pedidos de ressarcimento por danos morais e materiais. Sentença condenatória de parcial procedência. Insurgência do deman-

dante. Pretensão de majoração das verbas indenizatórias. Inocorrência de relação de consumo. Autor que não se enquadra no conceito de consumidor, estabelecido no art. 2º do CDC. Precedente. Ausência do pressuposto processual recursal da investidura da câmara especializada em direito do consumidor, a forçar o declínio de competência para uma das câmaras cíveis não especializadas do Tribunal de Justiça pelo critério da livre distribuição. 0044471-74.2015.8.19.0001 – Apelação 1ª Ementa. Des. Edson Aguiar de Vasconcelos – Julgamento: 28/9/2016 – Décima Sétima Câmara Cível. Apelação cível. Ação indenizatória. Responsabilidade civil objetiva. Art. 936 do Código Civil. Passageiro preso em elevador de prédio comercial. Ausência de socorro em tempo razoável. Condomínio e empresa contratada para manutenção do elevador. Dever de guarda. Dano moral configurado. Reforma da sentença de improcedência. Nos casos de acidente em elevador, a responsabilidade deve ser atribuída ao guarda da coisa, com base na culpa presumida e que só pode ser afastada se ocorrer uma das causas de exclusão do próprio nexo causal. Uma vez demonstrado o liame de causalidade entre a conduta do ofensor e o dano suportado pela vítima, os réus devem reparar o dano. Afastada a questão da condenação do condomínio denunciante no pagamento de honorários sucumbenciais em favor da empresa de elevadores por restar preclusa. Provimento ao recurso do autor e parcial provimento ao apelo do réu.


0472638-36.2015.8.19.0001 – Apelação 1ª Ementa. Des. Marcos Alcino de Azevedo Torres – Julgamento: 22/3/2017 – Vigésima Sétima Câmara Cível Consumidor. Apelação. Concessionária de gás. Suspensão emergencial do serviço. Vazamento decorrente de avaria na tubulação particular de condomínio residencial. Prova suficiente do fato de terceiro (CDC, art. 14, § 3º, inc. II). Pronto atendimento. Reparo efetuado em cerca de 24h. Prazo razoável, considerando as circunstâncias. Forçosa interrupção do fornecimento durante as providências de conserto, para a segurança dos próprios usuários, que não ofende o princípio da continuidade insculpido no art. 22 do CDC. Disposição literal do art. 6º, § 3º, inc. I, da Lei nº 8.987/95. Breveza da indisponibilidade que, em todo caso, seria incapaz de configurar o dano moral (Súmula nº 193 TJRJ). Desprovimento do recurso. 0473050-64.2015.8.19.0001 – Apelação 1ª Ementa Desa. Maria Luíza de Freitas Carvalho – Julgamento: 8/2/2017 – Vigésima Sétima Câmara Cível Consumidor. Apelação. Consumidor. Fornecimento de gás. Interrupção por razões de ordem técnica. Reparos na rede. Ação de indenização por alegado dano moral suportado em virtude da demora no

restabelecimento do serviço de fornecimento de gás na unidade residencial da autora. Interrupção no fornecimento do serviço de gás por razões de ordem técnica, haja vista a necessidade de reparos no ramal interno do condomínio em que reside a autora, danificado por obra realizada por terceira empresa. Interrupção que não teria perdurado por não mais que 24 horas e se mostrou impositiva por motivos de segurança. Súmula nº 193 do TJRJ. Sentença que se mantém. Desprovimento do recurso. 032650-76.2015.8.19.0000 – Agravo de instrumento. 1ª Ementa. Desa. Valéria Dacheux Nascimento – Julgamento: 10/9/2015 – Décima Nona Câmara Cível. Agravo de instrumento. Ação de obrigação de fazer. Indeferimento da antecipação de tutela. Fornecimento de gás. Serviço considerado essencial. Comprovação através de documentos da situação apresentada. Laudo técnico que comprova vazamento de gás na tubulação que fornece a residência da agravante. Necessidade de realizar os reparos necessários para solucionar o problema. Despesas que ficarão por conta da agravante conforme requerido na petição inicial. Deferimento da antecipação de tutela. Reforma da decisão do juízo de 1ª instância. Provimento do recurso na forma do artigo 557, §1º-A, do CPC.

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saúde

Febre amarela reaparece e assusta população

Vacinação O Ministério da Saúde mudou a recomendação nacional para o número de doses de vacina contra a febre amarela. Desde o início de abril, apenas uma aplicação é indicada para as áreas com exigência de vacinação em todo o país. Até então, o Governo Federal pedia que os moradores

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Transmissão Os mosquitos podem transmitir a febre amarela para o homem que estiver perto da área onde eles vivem. Eles são os principais dispersores do vírus e voam num raio de 6 a 11 quilômetros. Por essa razão é tão importante saber exatamente o local onde os macacos doentes foram encontrados para que os especialistas consigam rastrear por onde o vetor da febre amarela está circulando. “São eles que vão dizer e mostrar para a gente o caminho que a doença está seguindo”, afirma Tosca de Lucca, coordenadora da Vigilância de Zoonoses.

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A febre amarela urbana, erradicada do Brasil desde 1942, voltou a assustar. Os casos começaram a aparecer e o alerta foi ligado. Mas a pergunta que muitos fazem é: por que a doença voltou e de forma ainda mais preocupante? Há quem culpe o desmatamento, que afeta o equilíbrio ecológico e deixa escassos os predadores dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, transmissores do vírus no meio rural. A febre amarela silvestre é uma doença típica de macacos que vivem nas florestas tropicais e equatoriais e eles são os principais hospedeiros do vírus. O desastre da Samarco, no Rio Doce, também vem sendo apontado como causa para o desequilíbrio ecológico. Nas cidades, onde o homem é o único hospedeiro, a guerra perdida no combate ao Aedes aegypti, principal vetor urbano, ajuda na propagação da febre amarela e de outras doenças, já velhas conhecidas nossas.

o macaco ajuda a mapear onde a doença está. um alerta para quem anda com medo: nunca mate o animal

das áreas com recomendação – e quem fosse viajar para esses locais – tomassem uma dose da vacina e, após 10 anos, recebessem um reforço. Em contrapartida, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já pedia apenas uma única aplicação – o Brasil era o único país do mundo em que ainda se exigia a dose extra. “Temos evidências científicas hoje de que uma dose da vacina da febre amarela é suficiente ao longo da vida”, disse Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações.

Aliado E se o macaco ajuda a mapear onde a doença está, um alerta para quem anda com medo: nunca mate o animal. Ele é um aliado. E mais do que isso: ao transportar o macaco de um lugar para outro, a pessoa pode ser responsável por espalhar a transmissão da febre amarela. “Se o macaco estiver morto ou doente, devem-se chamar as autoridades para remoção e coleta de amostra. Se eu levo o macaco para outro lugar e ele tiver o vírus, o mosquito de outro lugar pica o animal e eu posso iniciar a transmissão da febre em outra área”, conclui Tosca.


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