Revista Condomínio. Edição 75

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Todo síndico lê!

Segurança no topo da lista de prioridades Investimentos são necessidades atuais e urgentes Piscinas devem ter dois tipos de dispositivos antissucção




NEWTON MENDONÇA Presidente da CIPA

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O ano está chegando ao fim e isso marca também o encerramento de um ciclo na CIPA. Fizemos uma reorganização total na estrutura da empresa. Tivemos mudanças no quadro societário e também novas composições de diretorias, supervisões e gerências. Estamos falando de uma reorganização de grande porte, que abrange também a parte organizacional como um todo. Uns dos destaques são a eliminação do antigo setor de Recursos Humanos (RH) e a implantação do setor de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO), que olha de forma mais moderna e abrangente para o colaborador, que não é mais visto apenas sob seu aspecto profissional, mas também sob aspectos sociais, emocionais e racionais. Nós acreditamos que o ambiente de trabalho deve proporcionar condições para que seus funcionários se desenvolvam da melhor forma. Este é o mote: o desenvovimento de pessoas, que são a base para o crescimento da CIPA. Nós sempre prezamos por nossos colaboradores, mas agora estamos ainda mais empenhados nisso. Outro movimento expressivo nesse momento é em direção à excelência digital. Estamos investindo pesado nisso e nossos clientes terão grandes surpresas para 2018. Nosso setor de Tecnologia da Informação (TI) foi totalmente reformulado. Vamos apresentar grandes novidades tecnológicas e este é um caminho sem volta. Isso significa que a CIPA vai estar cada vez mais à frente no mercado de administração de bens imóveis. Nessa nova fase fomos ao mercado buscar profissionais altamente capacitados, com histórias de sucesso, e que agora fazem parte de nossa equipe para nos ajudar a alavancar um novo tempo. E como toda mudança externa pede uma mudança de visual, também teremos novo layout interno em nossas instalações. Queremos oferecer o melhor para clientes e funcionários. Nossa vice-presidente agora é Maria Teresa Mendoça Dias, há mais de 30 anos na empresa e que está, como sempre, muito comprometida a impulsionar a CIPA rumo à excelência na prestação de nossos serviços. Temos também dois novos diretores: Ronaldo Cal, diretor Administrativo e Financeiro, e Claudio Affonso, diretor da Unidade de Negócio e Condomínio. E como diretor superintendente continua Mauro Lopes. Esse time está muito bom! Pessoas, tecnologia e processos. Esses são os pilares de nosso negócio e estamos trabalhando pesado para oferecer o melhor para você, nosso cliente. Estamos num momento de grandes mudanças. Estamos felizes e motivados! E, nesse momento, agradecemos a confiança de nossos clientes e desejamos a todos boas-festas e um fim de ano de muito otimismo e esperança em um Brasil melhor para todos nós. E que 2018 nos traga boas novidades!


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[capa] Segurança no topo da lista de prioridades O Rio de Janeiro vive uma de suas maiores crises de segurança, o que deixa a população bem amedrontada. Proteger o condomínio é uma necessidade atual e urgente. Veja algumas dicas na matéria de capa desta edição.

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[Conservação] Calçadas no prumo

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[Paisagismo] Quando o buraco é mais embaixo Uma jardineira bem elaborada evita vazamentos e prejuízos. Saiba o que fazer lendo esta matéria e garanta não só a beleza de seus jardins, mas uma estrutura responsável.

Uma publicação:

Rua México, 41 – 2o andar – Centro CEP 20031-905 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: [21] 2196-5000 Fax: [21] 2533-2449 DIRETORIA Presidente Newton Mendonça Vice-presidente MARIA TERESA MENDONÇA DIAS

Mesmo ilegais, as pichações dominam os muros da cidade. Os síndicos mais atentos limpam rapidamente os rabiscos para evitar a desvalorização do patrimônio.

Os síndicos são responsáveis por suas calçadas e devem mantê-las em bom estado, tanto de conservação quanto de limpeza. Do contrário, estão passíveis de multas.

[Condomínio] Um condomínio bem sinalizado é mais seguro Nos condomínios, tanto residenciais quanto comerciais ou mistos, é preciso instalar placas com orientação para condôminos e visitantes. Em alguns casos essas placas são obrigatórias. Leia o texto e entenda.

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[Manutenção] Ih, sujou!

[Segurança] A prevenção ainda é o melhor remédio Sistemas de combate a incêndio devem estar em dia. Uma boa empresa que realize a manutenção de equipamentos contra incêndio e um bom projeto são essenciais. Se você ainda não tem o seu, veja neste artigo o que fazer.

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[Segurança] Sem negligência na piscina Férias têm que ser sinônimo de alegria com segurança. E as piscinas têm que ter dispositivos antissucção automático e também manual. É o que diz a lei. O seu condomínio tem os dois? Veja dicas preciosas nesta matéria.

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Redação e Edição VIVIEN BEZERRA DE MELLO Tao da Comunicacao Ltda. AGO SET 2 010 taodacomunicacao@gmail.com

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Revisão Endora Produção de Texto www.andreabivar.wix.com/endora

Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.

Fotografia Ariel Subirá MARIZA LIMA Marketing e Publicidade SAMY GRUBMAN marketing@cipa.com.br Colaboraram neste número Lia Rangel Renné Valente STELLA MARIS C. MENDONÇA

16 mil exemplares

A Revista Condomínio etc. esclarece que: • Não se responsabiliza por qualquer dano, direto ou indireto, sofrido por usuários ou terceiros, advindos da exibição e/ou conteúdo dos anúncios publicados pelos anunciantes, incluindo a divulgação de dados, preços e imagens. • Não atesta, verifica ou inspeciona os serviços e produtos dos anunciantes, nem é responsável por qualquer dano, direto ou indireto, que o contratante possa sofrer ao realizar uma negociação com os anunciantes.

Esta publicação está em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, e em vigor desde 1º de janeiro de 2009.

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informe

A CIPA está cheia de planos. As novidades vão desde a mudança no quadro societário e nova composição das diretorias até novos serviços e produtos, que estão no forno. Nosso presidente continua o mesmo, Newton Mendonça, sempre inovador e com muitas ideias para garantir o bem-estar de seus clientes. A vice-presidente agora é Maria Teresa Mendoça Dias, há mais de 30 anos na empresa e que tem profundo conhecimento do negócio. Dois novos diretores reforçam a equipe: Ronaldo Cal, diretor Administrativo e Financeiro, e Claudio Affonso, diretor da Unidade de Negócio e Condomínio. O diretor superintendente continua o mesmo, Mauro Lopes. “Este é um momento de muita alegria e de grandes mudanças que agregam e reforçam nossa missão de garantir bem-estar e valor. Estamos felizes e motivados com essa nova fase da CIPA. A base de nosso trabalho, o que nos impulsiona, são nossos valores. Alegria é um deles. Somos gente servindo gente, com brilho nos olhos! Outro valor muito presente em nosso dia a dia é a sustentabilidade – estamos comprometidos com a vida. E mais: integridade, respeito, inovação, qualidade, credibilidade e comunicação clara e objetiva. Essa é a CIPA. Nosso trabalho está totalmente focado em garantir valor a nossos clientes. Agradeço a nossa equipe

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da esquerda para a direita: Maria Teresa Mendonça Dias, vice-presidente; Ronaldo Cal, diretor Administrativo e Financeiro; Newton Mendonça, presidente; Claudio Affonso, diretor da Unidade de Negócio e Condomínio, e Mauro Lopes, diretor Superintendente

de colaboradores o empenho, comprometimento e profissionalismo. Reconhecemos nosso passado, temos momentos importantes que marcaram nossa trajetória até 2017, mas agora estamos olhando para o futuro, que estamos planejando com mais conhecimento, com base em nossa experiência. Estamos mais fortes, mais maduros e mais preparados para enfrentar qualquer desafio, sempre trazendo muitas novidades para nossos colaboradores e clientes”, disse a nova vice-presidente. A nossos clientes desejamos o mesmo: um futuro promissor, cheio de boas novidades!

Final de ano de novo! Mais um ano está terminando e todos já fazem planos e promessas para 2018. Todo ano é a mesma coisa, mas algo que não podemos perder é o otimismo para ajudarmos o país a enfrentar essa crise financeira que já durou demais. A CIPA está cheia de planos para garantir um ano de muito sucesso para todos os seus clientes, afinal, a mola mestra que move a empresa é a vontade de satisfazê-los integralmente em suas necessidades. Estamos numa nova fase e, com certeza, muito melhor. O resultado disso já começa a aparecer, e você, cliente CIPA, é o maior beneficiado! Obrigado por sua confiança em nossos serviços!

Desejamos a todos boas-festas e um 2018 com muita positividade! pt.freeimages.com/Bill Kolios

CIPA: atuando no presente, pensando no futuro


Para arrematar no leilão A compra por meio de leilão é uma alternativa econômica, com imóveis de bancos e construtoras abaixo do valor de mercado. Especialistas afirmam que a economia pode ser de até 40%, com rentabilidade de 70%. Eduardo Consentino, leiloeiro da Biasi Leilões, conta que as pessoas pretendem morar no imóvel em 85% dos casos. “Percebemos uma grande mudança de perfil, com mais pessoas físicas comprando.”

Cidade ganha uma galeria que apresenta a história do Porto Abriu as portas, em sete de outubro, no bairro do Santo Cristo, uma galeria de 312 metros quadrados onde exposições permanentes levarão cariocas e turistas a mergulharem na história da Zona Portuária do Rio. Batizado de Novocais, o espaço, na Rua Cidade de Lima, 86, reúne mais de 600 imagens que retratam as transformações urbanas e o cotidiano de moradores da região, além de reproduções de pinturas e um acervo multimídia. No primeiro andar, a mostra “Porto Cidade – A memória do lugar” recebe o visitante com painéis e uma espécie de trepa-trepa: trata-se de uma estrutura de metal que cobre a galeria até o segundo

andar e que serve de suporte para fotografias. Uma grande instalação, com 274 imagens dos séculos XIX e XX, mostra as mudanças e o dia a dia da Praça Mauá, dos morros da Providência e da Conceição, do Santo Cristo, da Gamboa e da Saúde. Há cenas de estivadores bebendo num quiosque, de crianças descalças carregando latas d'água, da construção do Elevado da Perimetral e de visitas do ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda ao Morro do Pinto, entre muitas outras.

Novo patamar de juro muda regra de correção da poupança Com a decisão de reduzir a taxa básica de juros a 8,25%, o Comitê de Política Monetária (Copom) ativou o gatilho que altera a correção da aplicação financeira mais popular do país, a caderneta de poupança. Quando a Selic cai a 8,5% ou menos, a caderneta deixa de render 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR, que é próxima a zero). Sua remuneração passa a ser equivalente a 70% da Selic mais a TR.

a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, para 8,25% ao ano – o menor patamar desde julho de 2013. A decisão, já esperada pelo mercado, foi unânime. Citando a projeção para o IPCA, índice usado na meta oficial de inflação, de 3,3% no fim do ano, o Copom ainda indicou que fará novos cortes na Selic, mas de menor magnitude.

O maior cais do mundo A pedido de Crivella, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, criou um grupo de trabalho para preparar a municipalização de todo o Cais da Gamboa, no Porto do Rio, da Rodoviária ao Píer Mauá, incluindo o terminal de passageiros. Somente a operação de cargas continuaria com a Companhia Docas. A ideia é fazer o Boulevard Olímpico (a Orla Conde), hoje com 3,5km e que vai até o AquaRio, chegar até a Rodoviária, criando o “maior boulevard do mundo”, com 6km de extensão.

BC reduz mais os juros A queda da inflação, o quadro de recuperação gradual da atividade econômica e o cenário externo favorável levaram o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a reduzir, em setembro,

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capa por Lia Rangel

Segurança no topo da lista de prioridades Investimentos são necessidades atuais e urgentes O Rio de Janeiro vive uma de suas maiores e mais tristes crises de segurança, que instaurou o caos em todo o estado e deixou a população ainda mais amedrontada. Os casos de arrastão, furto e assalto crescem diariamente e deixam os moradores cada vez mais inseguros e desconfiados. E como não poderia deixar de ser, o temor também chegou aos condomínios – que sempre foram refúgio e sinônimo de segurança nas grandes cidades –, e os síndicos têm sentido a necessidade de investir mais em segurança nos últimos tempos.

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Proteger o condomínio e, consequentemente, todos os que fazem uso de suas dependências não é uma missão fácil, pois, além da instalação de equipamentos de segurança, é preciso contar com a colaboração dos condôminos e com treinamento especializado para os funcionários. Há quatro anos, Luiz Carlos Rodrigues está à frente do Condomínio Siena, que é administrado pela CIPA e é composto por dois blocos e tem 96 unidades e cerca de 270 moradores. Localizado na zona norte do Rio de Janeiro, o condomínio conta com

um eficiente sistema de segurança, segundo o síndico: “Temos gradeamento na frente da rua e em todo o perímetro murado; portões automáticos para acesso à garagem; controle de abertura dos portões da garagem por radiocontrole digital anticlonagem; portões de acesso de pedestre com fechadura magnética e acionamento pela guarita; controle de acesso biométrico no portão de entrada exclusiva de moradores; sistema de circuito fechado de televisão com monitoramento de todos os acessos, que foi implantado paulatinamente nos


últimos 10 anos; e comunicação com a portaria por meio de walkie-talkie. Temos um convênio de manutenção dos sistemas, que acontece mensalmente. Eu considero muito importante contratar uma empresa especializada para cuidar da conservação de todo o sistema de segurança, pois é fundamental dispor de assistência técnica para que os sistemas ligados à segurança possam ser restaurados, em caso de falha, no menor tempo possível, de forma a não aumentar a vulnerabilidade do condomínio. A maioria dos dispositivos foi instalada por causa de reportes de ocorrências de roubos e furtos na vizinhança do condomínio. Especificamente, em resposta à ocorrência de furtos na garagem foi tomada a decisão de contratar um vigia, que faz a ronda periódica da área do condomínio. Acredito que, dentro do possível, os moradores se sentem mais confiantes por contarem com esses equipamentos e serviços. Se não tivéssemos esses dispositivos, as pessoas se sentiriam mais inseguras dentro do condomínio”, diz Luiz Carlos Rodrigues. O Condomínio Siena também conta com controle de entrada no condomínio. “Temos dois portões externos para pedestres, sendo um exclusivo de moradores, que acionam o portão diretamente no leitor biométrico. O outro

portão tem intercomunicador para que o visitante se identifique e o porteiro se comunique com o morador procurado para que autorize a entrada. Há também dois outros portões internos que são abertos pelo porteiro após o acesso por um dos dois externos. Os prestadores de serviço, depois de autorizados pelo morador, têm que apresentar seus dados de identificação, que ficam registrados em formulários na portaria, antes de seguir para a unidade que procuram. O acesso de veículos é feito por radiocontrole individual e personalizado distribuído a cada morador. Periodicamente, temos feito treinamento de serviços de portaria e de segurança interna (acidentes e incêndio), alternando a cada ano os funcionários. Mas, assim que for possível, pretendemos também treinar pessoal especificamente em cursos de segurança que são ministrados pela PM, por exemplo. No momento, não trabalhamos com empresa de vigilância, mas temos intenção de avaliar a contratação de monitoração remota de segurança. Creio que vale acrescentar que os moradores são os principais agentes na própria segurança, pois se eles não estiverem conscientes de que devem seguir as orientações de segurança e não se descuidar nos momentos de entrada e saída do prédio, além de escolherem

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muito criteriosamente as pessoas que contratam para a prestação de serviços em sua residência, de nada valem as medidas de segurança tomadas pelo condomínio”, diz Luiz Carlos Rodrigues. A violência é realmente assustadora e requer medidas que protejam cada vez mais nossos condomínios, mas como fazer isso em tempos de crise econômica, que acaba aumentando, inclusive, o índice de inadimplência da taxa condominial? Segundo o engenheiro Ricardo Coelho Vianna, é possível aliar segurança e economia nos condomínios. “Como opção para o perímetro do condomínio, as cercas elétricas são eficientes em substituição aos sensores de infravermelho perimetrais, que têm custo mais elevado. Esse sistema tem alarme integrado acionado caso o fio de aço seja cortado. A concertina também é uma opção de menor investimento, apesar de o efeito estético ser desagradável”, explica Vianna, que acrescenta que se o síndico conseguir aumentar um pouco o investimento, a segurança também aumenta. “A solução mais indicada, mesmo, é instalar

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O síndico Luiz Carlos Rodrigues tem contrato com uma empresa de manutenção do sistema de segurança para evitar transtornos

sensores de infravermelho integrados às centrais de comando dos portões de acesso dos veículos, ativar o fechamento automático – qualquer central de comando tem essa opção – e reduzir o tempo de pausa para o mínimo possível, para de três a cinco segundos. Os sensores de infravermelho impedem o fechamento do portão ou revertem esse processo, impedindo acidentes do portão com os veículos. Já constatei vários casos de entrada de pessoas estra-

nhas pelo portão de veículos em virtude do tempo muito prolongado de pausa. É aconselhável que os próprios moradores procedam à abertura do portão caso o porteiro não tenha visão detalhada sobre veículo e motorista. Para emergências e por segurança, a botoeira de comando deve ser instalada em local onde o porteiro tenha visão do veículo e do motorista. Os sinalizadores de portas abertas para pedestres complementam essa condição de seguran-


O síndico Luiz Nogara instalou, recentemente, câmeras mais modernas em todo o condomínio

ça”, explica Vianna, que é sócio-diretor técnico da Digiseg, empresa que oferece os serviços de instalação e manutenção de sistemas de circuito fechado de TV, controle de acesso veicular e pessoal por TAGs, cartões de proximidade e/ou biometria, centrais de telefonia e interfonia, portões automáticos de veículos, alarmes por áreas e perimetrais, antenas coletivas, iluminação de emergência e cercas elétricas. Ainda segundo Vianna, o equipamento mais indicado, atualmente, para aumentar a segurança nos condomínios é o sistema de Circuito Fechado de TV (CFTV). “Ele precisa, principalmente, monitorar todos os acessos e operadores (porteiros atendentes) e estar integrado a alarmes perimetrais, que também são essenciais. Algumas dicas podem ajudar um condomínio a ser mais seguro, como a atenção de moradores e funcionários ao entrarem no condomínio. É importante verificar se não tem alguém suspeito parado próximo à entrada ou acompanhando seus passos e não permitir que pessoas estranhas aproveitem a abertura do portão para entrar no condomínio. Para os motoristas, a condição é a mesma: se perceberem algum suspeito próximo ao portão da garagem, eles devem dar uma volta no quarteirão até estarem em segurança. Os porteiros não podem permitir a entrada de estranhos pelo portão externo sem a permissão prévia do morador e também não devem sair da portaria para identificá-los ou permanecer batendo papo com porteiros vizinhos ou conhecidos fora da porta-

ria para não serem rendidos. Não existe nenhuma condição que seja perfeita e que torne os condomínios invulneráveis, mas é aconselhável eliminar os erros de comportamento, principalmente dos porteiros, para reduzir as possibilidades de assalto. Os sistemas eletrônicos ou a adequação dos sistemas já implantados são, prioritariamente, o caminho a se tomar com custo zero ou mínimo”, explica. Luiz Nogara é síndico do Condomínio Zeus, administrado pela CIPA e localizado na zona sul carioca, que possui um bloco com 60 unidades e cerca de 200 moradores. Nogara, que está nessa função há quase três anos, explica que o prédio conta com câmeras internas nos elevadores, na área de serviço e na garagem, além das externas, que contemplam duas ruas, já que o edifício é de esquina. “Recentemente, instalamos câmeras mais modernas, com imagem colorida e maior resolução. Na portaria há um monitor por meio do qual o porteiro pode acompanhar tudo o que acontece no prédio. Todos os moradores possuem aparelho que controla a abertura do portão de garagem. Nós temos contrato com uma empresa que faz a manutenção de todos os equipamentos de seis em seis meses, mas, caso haja alguma necessidade, é só chamar que eles nos atendem. Além das câmeras de segurança, contamos com um vigia noturno e um porteiro. Na área externa não colocamos ninguém, pois entendemos que é responsabilidade do poder público. Eu acredito que os moradores sintam-se mais seguros com esses cui

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dados. Outra coisa importante é que, para ter acesso ao condomínio, todos devem se identificar na portaria e o morador precisa autorizar a entrada, caso contrário, o visitante não entra. O nosso porteiro teve treinamento para ampliar a segurança do condomínio. Agora, temos dois funcionários novos que, a princípio, receberam a orientação de segurança de praxe, mas farão o curso, em breve. Eu quero que eles sejam bem treinados, pois eles são nossos olhos. Quero ter paz para dormir e conto com eles para isso”, diz.

Tecnologia e atenção dos moradores são a combinação perfeita Bruno Valle de Freitas é diretor comercial e técnico da Valletec, empresa especializada em segurança eletrônica, telecomunicação e automação que atende todo o Rio de Janeiro, e, segundo ele, é possível proteger um condomínio com baixo investimento. “As soluções mais indicadas para o síndico que quer ou precisa economizar são produtos de baixo custo de manutenção e que, ao mesmo tempo, são inibidores – mas não impeditivos – de incidentes, como cerca elétrica, sistema de CFTV e alarmes e refletores de iluminação, entre outros. Esses itens precisam funcionar em conjunto com o mais importante: as pessoas, tanto as que operam os sistemas como os moradores, todos são importantes. O ideal é que o condomínio possua contrato de manutenção para os sistemas com, no mínimo, a visita de um técnico por mês para avaliar as condições dos equipamentos e realizar

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O síndico Luiz Nogara acredita que é preciso investir na capacitação dos porteiros para evitar problemas

os procedimentos de manutenção preventiva, aumentando, assim, o tempo de vida do sistema e evitando custos de reparos constantes. Existem contratos que incluem também as visitas corretivas. Os síndicos devem ficar atentos na hora de contratar uma empresa para realizar esses serviços. Em primeiro lugar e antes de tudo estão as responsabilidades jurídicas e técnicas. Ao contratar uma empresa especializada, cadastrada no órgão competente (CREA), o condomínio terá o respaldo da responsabilidade técnica fornecido pela empresa, porque ela deve possuir técnico responsável, e, caso ocorra algum problema na execução do serviço, o condomínio poderá acionar judicialmente a empresa prestadora de serviço e também

acioná-la perante o órgão de competência. Muitas vezes, encontramos empresas no mercado que não possuem técnico responsável ou cadastro no órgão que as rege. Isso faz com que a qualidade do serviço e o atendimento de pós-venda sejam baixos. Infelizmente, hoje, muitos condomínios buscam preço, e não qualidade no produto ou serviço prestado, o que, no futuro, pode acarretar custo maior em razão da necessidade de adequação do sistema instalado anteriormente. Ao contratar uma empresa especializada, o síndico encontra a tranquilidade de saber que ao menor problema ele acionará a empresa e sua necessidade será atendida, seja de garantia (produto e serviço) ou com futuros investimentos”, explica.


Criatividade a favor do crime A estrutura física de um condomínio costuma contar com grades, muros e todo tipo de proteção física que assuste os bandidos e proporcione a sensação de segurança aos condôminos, mas, apesar de toda a proteção e de todos os tipos de equipamento instalados, alguns criminosos insistem em tentativas – algumas frustradas e outras não – de violar aquele espaço. As maneiras encontradas para essa modalidade de crime são muitas e os disfarces costumam envolver pessoas e empresas. Algumas já estão muito batidas, mas vira e mexe vemos alguma notícia de que assaltantes conseguiram entrar em um condomínio fingindo representar uma empresa de energia elétrica, telefonia ou de entrega de comida. Outras histórias impressionam pela criatividade dos meliantes, que che-

Por meio do CFTV é possível ver tudo que acontece no Condomínio Siena

gam a adesivar carros para conferir mais credibilidade ao disfarce. Também há relatos de homens com farda semelhante à da polícia, de mulheres grávidas pedindo socorro, de corretores de imóveis levando possíveis clientes para ver apartamentos, de homens que se dizem advogados, de mulheres muito bonitas vestidas de forma sensual para atrair os porteiros para fora e mais uma infinidade de situações. Por isso é tão importante que o condomínio

invista em equipamentos de segurança, sim, mas que, principalmente, mantenha os funcionários treinados e que conte para todos eles sobre novos casos de ampla repercussão que envolvam novos disfarces. Serviço

Digiseg RJ Tels.: (21) 3624-9505 / 99767-0709 Valletec Tel.: (21) 2516-0379

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condomínio por Lia Rangel

Um condomínio bem sinalizado é mais seguro Placas de sinalização bem elaboradas podem ajudar a evitar acidentes Shoppings, hospitais, supermercados e outros empreendimentos que recebem muitas pessoas diariamente costumam ter sinalização clara e eficiente, como orientação para banheiros, elevadores, escadas rolantes e estacionamento, por meio de placas. Tudo isso faz parte da comunicação visual, que, num aspecto geral, pode utilizar imagens, gráficos, signos e desenhos para expressar uma ideia. Nos condomínios, tanto residenciais quanto comerciais ou mistos, também é preciso – e em alguns casos, obrigatório – instalar placas com orientação para condôminos e visitantes. Em 2016, o Governo do Rio de Janeiro aprovou a Lei nº 7.326/16, que obriga edificações públicas e privadas a afixarem, na parte externa dos elevadores e em todos os andares, uma placa informativa com a seguinte frase: “Aviso aos passageiros: antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar.”. O condomínio que descumprir a referida lei – seja pela não instalação da placa ou por sua falta em um ou mais andares – primeiramente receberá uma advertência

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e, caso as placas não sejam instaladas, receberá multa de 5 mil UFIR - RJ (cinco mil Unidades Fiscais do Estado do Rio de Janeiro), e esse valor pode aumentar, e muito, caso o condomínio seja vistoriado e não esteja adaptado à legislação vigente. Um ano depois de a lei entrar em vigor, a maioria dos condomínios já se ajustou à determinação, mas o síndico precisa estar atento para que as placas estejam bem afixadas e para que seu conteúdo possa ser lido sem dificuldades. O condomínio do Edifício Bandeirante Rodrigues, administrado pela CIPA, tem uma síndica superatenta às novas leis. Maria Auxiliadora Patrício, que está nessa função há oito anos, conta que mantém os dois blocos, onde estão distribuídas 144 unidades, sempre adequados às determinações. “Assim que saiu a lei, encomendei as placas que indicam que os passageiros verifiquem se os elevadores estão parados no andar. Foram distribuídas cerca de 30 placas entre o hall e todos os andares. É importante avisar para o morador tomar ciência e evitar acidentes. Além das placas obrigatórias, investimos pesado em sinalização. Temos placas nas portas de saída de emergência que mostram onde ficam as escadas e, na garagem, temos placas que solicitam que o motorista verifique se alinhou e freou o carro”, explica. Mas a responsabilidade e a vontade que a síndica tem de comunicar com clareza não param por aí. “As portas corta-fogo têm placas indicadoras de andar pelo lado de dentro; já no lado de fora, têm aviso para que as pessoas não as batam com força, pois o barulho incomoda os vizi-

Maria Auxiliadora Patrício é um exemplo de síndica que se preocupa com a sinalização do condomínio

nhos mais próximos, além de causar danos na maçaneta e na lingueta da fechadura. Também mandei colocar placas que proíbem o fumo; elas estão no hall dos elevadores, nas áreas comuns, no térreo e no play. Coloquei, inclusive, o número da lei para o morador saber que é uma exigência, e não uma solicitação do síndico. Eu percebo que as pessoas não fumam em casa,

mas procuram escadas e outros ambientes do condomínio para isso, mas a lei é clara, não pode fumar entre paredes”, diz Maria Auxiliadora Patrício. A síndica se refere à Lei Antifumo nº 12.564/2011, que foi sancionada em dezembro de 2014 e diz que “fica proibido fumar cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos em locais de uso coletivo, públicos ou privados,

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como hall e corredores de condomínio, restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo”. Embora não seja obrigatório, o uso da placa é recomendável. Engana-se quem pensa que a sinalização do condomínio do Edifício Bandeirante Rodrigues se resume a essas placas. Tem mais, muito mais. “Ainda temos placas que alertam para o perigo no PC de luz e no PI de gás, que ficam no play porque as pessoas precisam saber o que é, como funciona e quais os riscos ao mexerem ali. Na porta da lixeira há uma placa com um bonequinho segurando lixo e solicitando a separação do lixo orgânico dos

demais, além de outra placa que pede para manter aquela porta fechada. Durante a limpeza, realizada por uma empresa terceirizada, também exijo que usem cones e uma placa que informa que o chão está molhado. Nas saídas de emergência, as placas são brancas com letras verdes para que, no caso de falta de energia, elas fiquem luminosas e possam indicar o caminho para os condôminos. Eu me preocupo muito com a segurança e o bem-estar dos moradores, por isso estou sempre de olho no que é preciso fazer para aumentar a segurança de todos. Acredito que sinalizar tudo é melhor do que esperar que o morador tenha essa consciência sozinho”, conta.

Sinalização de segurança contra incêndio relativa à sinalização do ambiente, sendo esta, aliás, uma das premissas para a obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), que atesta a estabilidade e segurança de locais de risco em casos de incêndio. “As aplicações das placas de sinalização contra incêndio podem ser as mais variadas e todas são determinantes para um projeto de

ADVComm/DIVULGAÇÃO

É dever do síndico informar alertas, riscos e proibições nos condomínios, além de zelar pela segurança das pessoas. Inclusive o síndico pode responder criminalmente por falhas e omissões relativas a essa questão. Por isso, é necessário implementar uma série de medidas que visem proteger a vida das pessoas, e uma das mais importantes é

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segurança eficaz. Elas podem funcionar como alerta, orientar sobre rotas de fuga e indicar a localização de equipamentos de combate a incêndio. “Imagine uma situação em que haja corte de energia e o ambiente fique completamente escuro. Como as pessoas conseguiriam se dirigir a um local seguro nessa circunstância senão por meio das placas fotoluminescentes?”, exemplifica o CEO da ADVComm, William Zaza, que é especialista em placas de sinalização de segurança. Segundo Zaza, como existe uma grande complexidade técnica acerca da sinalização de segurança contra incêndio, várias edificações, entre elas condomínios residenciais, não raro apresentam problemas em seu projeto de segurança. “Certas placas devem, obrigatoriamente, ter efeito fotoluminescente, outras, por sua vez, não precisam. Dependendo do local de instalação da sinalização, o

tamanho da placa também vai variar para que possa ser vista a uma distância mínima, assim como há outros fatores técnicos que devem ser levados em conta, como a sinalização complementar. Ou seja, são muitas variáveis imprescindíveis para constituir um projeto de segurança eficiente, mas que, às vezes, passam despercebidas”, pontua. E justamente por se tratar de uma questão de segurança que, além de estar prevista em lei pode colocar em xeque a integridade física de todos os que vivem em condomínios, Zaza orienta que, em caso de dúvidas sobre o projeto de segurança contra incêndio da edificação, uma empresa especializada seja procurada. “A ajuda de um especialista no assunto pode fazer a diferença não só para resguardar a edificação ao instalar a sinalização de acordo com a lei, mas também para salvar vidas”, finaliza.

O síndico deve estar atento à necessidade de comunicar com clareza e objetividade, mas também deve pensar na importância de certas placas. No flagrante da foto ao lado, vemos uma placa que proíbe que as pessoas pisem no jardim. Até aí, tudo certo, porque os jardins precisam estar sempre bonitos, bem cuidados e ninguém quer que o tempo e o dinheiro investidos ali tenham sido em vão, mas qual a necessidade de colocar essa placa quando o jardim está a cerca de um metro do chão? Nenhuma, pois é quase impossível que uma pessoa se dê ao trabalho de subir a essa altura apenas para caminhar sobre o jardim. É o caso do jardim da foto, que tem uma placa bastante objetiva, mas que não é útil, já que é o tipo de coisa que não acontecerá em razão das circunstâncias do local. Sinalizar o condomínio é fundamental para que todos conheçam não apenas as leis, mas também as normas específicas do prédio, mas é preciso fazer com inteligência para não desperdiçar verba que poderia ser mais bem utilizada.

vivien bezerra de mello

Placas desnecessárias

Serviço

ADVComm Tel.: (11) 3569-8575

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notas

Pagamento de boleto vencido abaixo de R$ 2 mil em qualquer banco é adiado para 2018 A liberação para pagar boletos vencidos abaixo de R$ 2 mil em qualquer banco foi adiada para 2018, conforme informou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A mudança estava prevista para entrar em vigor a partir de 9 de outubro. A nova plataforma, de acordo com a Febraban, tem sido implantada de forma gradual, conforme o valor do boleto. O sistema anterior só permite fazer o pagamento em atraso no banco que emitiu a cobrança. Desde julho, só podiam ser pagos boletos acima de R$ 50 mil. Em setembro, o sistema passou a permitir o pagamento das contas atrasadas iguais ou acima de R$ 2 mil. Segundo a Febraban, esses valores alcançam 3,7% dos boletos emitidos no país. De acordo com a Febraban, uma das vantagens adicionais do novo sistema, que garante o registro de todos os bole-

tos e o compartilhamento de informações sobre emissores e pagadores pelos bancos, é a eliminação do risco de pagamento em duplicidade. Isso porque, quando um boleto é apresentado em algum banco, o sistema informa se ele já tiver sido pago, evitando novo pagamento por engano. O novo sistema reduz ainda inconsistências de dados e permite a identificação do emissor e do pagador do boleto, facilitando o rastreamento de pagamentos e a redução das fraudes, fonte de preocupação permanente para todo o sistema bancário. “A nova plataforma de cobrança traz benefícios para o consumidor e para a sociedade, como maior segurança e facilidade no pagamento de boletos vencidos, além de evitar o envio de boletos não autorizados”, afirma Walter Tadeu de Faria, diretor adjunto de Negócios e Operações da Febraban.

Na corrida pela inovação, as soluções para facilitar a contratação de crédito têm sido o carro-chefe dos grandes bancos. Após a automatização das linhas para veículos, de crédito consignado e linhas de empréstimos pessoais pelos aplicativos, as instituições financeiras agora se voltam para realizar o mesmo processo com o financiamento habitacional.

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O próximo passo é financiamento imobiliário no smartphone

Queda dos juros beneficia fundos imobiliários A queda dos juros vem beneficiando os fundos imobiliários. Em setembro, o IFIX, índice que mede a variação desses ativos, subiu 6,57%. Descontando-se a inflação prevista de 0,12% ao mês, as cotas dos fun-

dos imobiliários negociadas em bolsa avançaram 6,45. Por oferecerem rendimentos em geral acima da Selic e terem seus ganhos isentos de impostos, esses fundos tornam-se atraentes quando os juros caem.

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Manutenção

Cada um tem o rato que merece. Ou que quer Você prefere ratos de estimação ou visitantes? Fofos só o Mickey e a Minnie. Ok, tem também o Jerry, que é um ratinho sapeca. Fora a brincadeira, ninguém quer conviver com ratos, que podem trazer doenças sérias e até matar. Existem várias doenças transmitidas pelos roedores, mas a mais conhecida é a leptospirose. Muitas pessoas não sabem, mas essa doença pode ser transmitida também por outros animais, como porcos, bois e cachorros. A doença é causada por uma bactéria do gênero Leptospira que fica alojada nos rins do animal, por isso a maior parte das contaminações se dá pela urina. E o mais assustador é que essa bactéria pode sobreviver indefinidamente nos rins dos animais infectados sem provocar nenhum sintoma e por até seis meses no meio ambiente, depois de ter sido excretada pela urina. Como o contágio também se dá pela exposição à água contaminada pela Leptospira, a preocupação é sempre maior após chuvas, enchentes e inundações. A bactéria penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra (ou com pequenos ferimentos) e dissemina-se na corrente sanguínea. No Brasil, os ratos urbanos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos) são os principais transmissores da doença. Os sintomas são febre, dor e hemorragia. O

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O síndico Carlos Eduardo Barbirato, do Condomínio Bokor, andou recebendo visitas indesejadas. Ele agiu rápido e o condomínio se livrou dos ratos

tratamento é feito por meio de antibióticos, mas se a doença não for descoberta a tempo pode levar à morte.

Quem ligou o alerta foi o vigia noturno, que percebeu o movimento dos ratos entrando no prédio sorrateiramente durante a madrugada. Segundo o síndico, o prédio vizinho, com cerca de 700 unidades, não recebia os devidos cuidados por parte do síndico de lá, o que levou todos ali a acreditarem que esse condomínio estava infestado de ratos. “Os ratos vinham de lá à noite; havia até uma árvore na qual eles se abrigavam. Acho até que guardavam alimentos para serem consumidos ali. Eles começaram a ficar nos motores dos carros e roíam até os fios”, lembra. À época, Barbirato acionou a Comlurb, que colocou iscas no local e depois monitorou os bichos. Tudo indica que o síndico do prédio do lado assumiu o problema e o resolveu... “Nosso porteiro noturno não dorme e como ele não tem visto mais ratos, achamos que nosso vizinho deve estar cuidando mais do prédio agora”, finaliza.

Visitas indesejadas

Prevenção é o melhor remédio

O síndico Carlos Eduardo Barbirato, do Condomínio Bokor, zona sul, andou recebendo umas visitinhas indesejadas em seu condomínio, que é administrado pela CIPA, tem oito andares e 34 apartamentos.

O engenheiro ambiental e sanitarista da Flex Ambiental Francisco de Santana explica que, no caso do síndico Barbirato, provavelmente eram ratos “flutuantes”, que vão ao local apenas para se alimentar. “Ratos man-


Para driblar a inteligência dos ratos, foi desenvolvida uma isca diferente, em que o veneno age mais lentamente

têm a mesma rotina. Por exemplo, ratos de telhado (camundongos) não gostam de sujeira nem de esgoto, ficam em forro, gesso e à noite saem para buscar alimentos e água nos apartamentos ou escritórios. Vale tudo: restos de biscoitos, de café... Até em casas de máquinas eles procuram”, explica. Segundo o especialista, os ratos não enxergam muito bem, por isso andam encostados nas paredes, e seus bigodes funcionam como um sensor. “Por isso a gordura do corpo fica impregnada nas paredes e, assim, pelo próprio cheiro, eles conseguem manter sua rotina”, detalha. A coisa chega a um nível que a tal gordura é vista a olho nu, por isso, os especialistas percebem a presença dos roedores em determinados locais e sabem que devem agir ali. “É como se fosse uma mão nossa melada na parede. Nós, especialistas, temos olhos treinados, percebemos os rastros dos ratos e colocamos as iscas nos locais certos”, conta. Em casos de ratos de telhado, o técnico da Flex Ambiental explica que são colocadas água e iscas. “Os ratos são muito inteligentes. Eles colocam os mais velhos para se alimentarem antes. Se eles morrem, os outros não comem.” Por isso, segundo Francisco de Santana, foi desenvolvido um veneno que age mais lentamente: “O rato não pode morrer antes de três dias, senão os outros não comem mais ali”, explica ele. Para Santana, o síndico que quer evitar a infestação de ratos deve tomar alguns cuidados: • ter higiene e organização com a lixeira (quanto mais organizada

e fechada melhor, pois não atrai vetores); • eliminar as gavetas de lixo nos andares (os sacos podem rasgar no meio do duto e acabar sendo mais um ponto a ser higienizado. O especialista da Flex Ambiental nunca viu nenhum condomínio higienizar dentro do duto, local onde proliferam baratas e ratos também); • as lixeiras devem ser limpas e ladrilhadas (térreos e andares), pois assim é mais fácil manter a limpeza. O fato é que quanto maior for a desorganização e menor for a higiene maior será a infestação. “Ratos chegam a nadar 80 metros sem respirar. Eles saem até dos vasos sanitários... Em casos de infestação muito grande isso pode acontecer. Eles abrem e fecham os ralos. Eles são muito inteligentes”, avisa. Santana alerta que há uma norma que determina o tratamento preventivo de controle de vetores e pragas: “O Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA) determina o tratamento a cada três meses”, afirma. No estado do Rio de Janeiro, a prestação de serviços de controle de vetores e pragas urbanas é uma atividade regulada pelo INEA, em cumprimento às determinações legais de âmbito federal e estadual. Na legislação federal, essa atividade é regulada pelos artigos 5º e 9º da Instrução Normativa Ibama nº 141, de 19 de dezembro de 2006, e pela RDC Anvisa nº 52, de 22 de outubro de 2009. No âmbito estadual, o art. 7º do Decreto RJ nº 480, de 25 de novembro

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“Ratos chegam a nadar de 50 a 80 metros sem respirar. Eles saem até dos vasos sanitários”, afirma Francisco de Santana, engenheiro ambiental e sanitarista da Flex Ambiental

de 1975, o art. 10º do Decreto-lei RJ n° 230, de 18 de julho de 1975, e o art. 8º da Lei RJ nº 3972, de 24 de setembro de 2002, disciplinam o setor. Com base nessa legislação, o INEA, por meio de Normas Operacionais (NOPs), disciplina a operacionalidade das empresas prestadoras desses serviços em todo o território do estado do Rio de Janeiro, concedendo-lhes a Licença Ambiental Simplificada (LAS), documento único que habilita esses empreendimentos à prestação desses serviços. Os síndicos devem exigir que, após a realização de cada serviço de controle

de praga, a empresa que prestou serviço forneça um documento denominado comprovante de execução de serviços totalmente preenchido com os dados cadastrais do cliente, as informações sobre os produtos químicos e não químicos utilizados e sugestões de medidas corretivas ou preventivas, a fim de minimizar o risco de novas infestações. Apesar de a norma recomendar tratamento a cada três meses, o engenheiro da Flex Ambiental alerta que, caso haja terrenos baldios no entorno ou problemas de higiene nos andares ou na lixeira, o recomendado é o controle mensal.

Outras doenças transmitidas pelos ratos Além da famosa leptospirose, outras doenças também são transmitidas pelos ratos. Saiba um pouco mais. • Peste bubônica ou peste negra: uma das doenças mais antigas de que se tem registro, é transmitida pela pulga do rato de telhado. Até hoje, mata pessoas ao redor do mundo. Assim como a leptospirose, a peste bubônica também é tratada com antibióticos. • Tifo murino ou febre murina: também é transmitida pela pulga do rato de telhado. Seu tratamento se dá por meio de antibióticos. • Febre da mordida do rato: como o nome diz, é transmitida pela mordida do roedor quando ele está infectado. Também é passada por meio da ingestão de

alimentos infectados pela saliva do roedor. Causa febre, vômitos e dores musculares. Pode evoluir para pneumonia e até infarto. O tratamento é feito com antibióticos, como a penicilina. • Hantavirose: é passada pela saliva e pela urina dos ratos. Causa uma virose que pode ser mortal se não tratada. Não há tratamento específico para a doença. Tratamse apenas as infecções pulmonares que ela causa. • Sarnas, alergias: o pelo dos ratos e o contato com os roedores podem causar sarnas e alergias. Serviço Flex Ambiental (21) 3654-9243

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notas

Solidariedade na rede hoteleira A Associação de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), em parceria com a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH), mobilizou seus associados para pensar em soluções para a cidade. Com base em conversas com a Prefeitura e associações de moradores de bairros da zona sul, como Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon, a ABIH-RJ elaborou amplo projeto, liderado por seu vice-presidente, José Domingo Bouzon, de captação de doações e esforços para atender a cinco demandas: promoção de limpeza dos espaços públicos, melhoria da iluminação pública e das podas das árvores e preservação e padronização dos canteiros nas calçadas, além de ações sociais de apoio a pessoas em situação de rua.

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LEGISLAÇÃO POR Lia Rangel

Você sabe o que é automatização de bombas? Entenda como funciona o processo e veja se é uma boa opção para seu condomínio Condômino sem água significa síndico com dor de cabeça e cansado de ouvir reclamações, e tudo isso em meio a diversas tentativas de solucionar o problema. Cota com uma empresa, procura referências de outras duas – ou mais –, busca soluções parciais, faz as contas, analisa os orçamentos, adapta à sua verba, conversa com especialistas e, por fim, decide. Haja fôlego, verba, disposição e paciência para lidar com tudo isso, mas é possível evitar esses problemas adotando uma prática simples: a manutenção preventiva. A manutenção preventiva é toda ação ordenada de controle e monitoramento, com o objetivo de impedir falhas no desempenho dos equipamentos bem antes de acontecerem. Esse tipo de manutenção faz com que os aparelhos operem com condições similares às dos novos, aumentando sua vida útil e diminuindo gastos com reparos desnecessários. O que acontece, no entanto, é que, tradicionalmente, o brasileiro gosta de deixar tudo para a última hora e também costuma postergar serviços de manutenção, tendo, no final das contas, que arcar com uma despesa bem mais elevada para realizar obras corretivas.

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Assim como todo sistema, o hidráulico tem componentes que precisam de mais atenção na hora da revisão e as bombas estão nesse grupo. Existem vários tipos de bomba, como as de piscinas, incêndio, águas servidas, pressão e recalque, essas últimas são consideradas mais importantes, pois são responsáveis por levarem a água dos reservatórios inferiores até os superiores, no alto do prédio. Por trabalharem durante o dia e a noite, é natural que aconteça maior desgaste em seus componentes e, por isso, a necessidade de manutenção preventiva constante. Os painéis de comando, ou painéis elétricos, são onde ficam expostos os controles de ligar e desligar as bombas, de forma manual ou automática. Dentro desses painéis existem os contatores elétricos, que acionam as bombas ao receberem o comando do automático de nível ou o comando manual de um usuário, direto pelos controles do painel, além de dispositivos de proteção que desarmam todo o sistema, em caso de alguma irregularidade, evitando, assim, que a bomba queime. Um painel de comando de contatores tem um custo que varia entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, dependendo da potência da bomba.

A síndica Maria DE Fátima Noronha afirma que é preciso muito jogo de cintura para continuar na função


Automação ou automatização? Segundo Eduardo Pinho, diretor da empresa Rei das Bombas, as bombas de qualquer condomínio funcionam de maneira automática, isto é, ligam e desligam sozinhas conforme o nível de água nos reservatórios superiores. “O automático de nível – peça que fica boiando no reservatório superior – detecta quando o nível cai e envia o comando para que as bombas liguem. Elas iniciam então o processo de levar a água armazenada do reservatório inferior (cisternas) para cima. Assim que o nível sobe de novo, o automático desliga as bombas”, explica. Apesar de as palavras “automação” e “automatização” serem consideradas sinônimas na língua portuguesa, elas são utilizadas para definir processos diferentes relacionados com as bombas hidráulicas e é muito comum que as pessoas confundam. Sobre a automatização, Pinho explica que existe um processo adicional que inclui revezar as bombas 1 e 2 automaticamente, bastando uma modificação no painel de comando e incluindo outra peça que fará esse serviço. “Geralmente, usamos o termo ‘automação’ para nos referirmos aos painéis que contêm inversores de frequência ou soft-starters em vez de contatores elétricos simples. São os chamados painéis de automação, equipamentos inteligentes que podem proteger melhor as bombas ou fazê-las partir bem devagarinho e ir aumentando a velocidade aos poucos. E, na hora de desligar, fazer o processo inverso, isto é, fazê-las desacelerarem devagar. Isso

A síndica Iaci Almeida realizou uma grande reforma no sistema de bombas

é útil para evitar impacto brusco nas tubulações e válvulas, que podem causar danos, principalmente nas bombas acima de 20 ou 30 cavalos”, explica. Para Eduardo Pinho, uma das maneiras de garantir a segurança das instalações hidráulicas é o contrato de manutenção preventiva. “Na maioria dos casos, é cobrada uma pequena mensalidade, que funciona como um seguro de atendimento rápido. Ao assinar o contrato, o síndico cria um vínculo com a empresa prestadora do serviço, que se compromete a fornecer atendimento urgente em caso de panes repentinas e imprevisíveis, colocando até outra bomba provisória no lugar, caso seja necessário. Essas empresas geralmente possuem atendimento 24 horas para acalmar os ânimos nas manhãs de domingo, feriados, de madrugada ou em qualquer momento em que haja um condômino exaltado tocando sua campainha. E ainda

com a vantagem de que, com o contrato, esse tipo de pane ficará cada vez mais rara, pois a maioria das empresas, mensalmente, visita o edifício para verificação de rotina, eliminando vazamentos, pontos de ferrugem e maus contatos”, diz. Ainda segundo Pinho, alguns cuidados devem ser tomados ao escolher a empresa que vai prestar esse serviço ao condomínio. “Em primeiro lugar, dê preferência àquelas com tradição e experiência no mercado, pois são mais confiáveis e dão importância a seu nome e imagem. Evite empresas novas ou sem experiência, pois, sem sustentação no mercado, fecham as portas da noite para o dia. Se for possível, antes de escolher, faça uma visita à empresa para conferir sua estrutura”, indica Eduardo Pinho. Há seis anos, Iaci Almeida é síndica do condomínio do Edifício Studio, administrado pela CIPA, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro e com aproximadamente

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A reforma da casa de bombas do condomínio do Edifício Studio levou 30 dias para ser concluída. Para aumentar a vida útil das bombas, o quadro de comando montado foi o estrela triângulo, com partida do motor em dois estágios

200 moradores divididos em 100 unidades em um único prédio. O condomínio conta com cinco bombas, sendo duas de 10 CV cada uma, responsáveis pelo abastecimento do condomínio, e três bombas de 5 CV cada uma, instaladas na casa de bombas de incêndio. “Nós costumávamos ter problemas com o sistema de bombas até que, em 2013, fizemos uma reforma. O prazo inicial foi de 10 dias, porém, realizamos uma nova tubulação de sucção, montada com flange para duas bombas do sistema de abastecimento do condomínio e, por conta disso, tudo ficou pronto em 30 dias. O quadro de comando montado foi o estrela triângulo, com partida do motor em dois estágios, que proporciona maior vida útil para as duas bombas de abastecimento de 10 CV, com chaves de reversão para as posições bomba 1 e bomba 2”, explica. A síndica ainda conta que percebeu vantagens após a automatização das bombas. “Depois desse processo, notamos economia de energia; nós também evitamos o desperdício de água e a principal vantagem é que não necessita controlar o tempo para ligar e desligar a bomba, como é feito no sistema manual. Aqui, nós fazemos manutenção mensal preventiva e contamos com uma empresa que nos dá atendimento 24 horas para emergência, além da visita mensal de técnico para conservação preventiva. No momento, estamos adequando a casa de incêndio às normas da ABNT, montando um novo quadro de comando programado para três bombas de 5 CV. Duas das três bombas precisavam retificar os rolamentos, então 28

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achamos melhor trocá-las por novas, pois o conserto custava 60% do valor de uma bomba zerada, além do tempo de entrega. Também estamos trocando a tubulação, e o prazo de entrega é de 20 dias”, explica. Segundo Marin, gerente administrativo da Iguatemi Bombas, a automatização das bombas faz com que elas funcionem automaticamente, ligando e desligando à medida que existe necessidade ou demanda de água, e podem seguir um modelo simples ou mais complexo, dependendo da concepção de projeto do prédio. “A principal vantagem da automatização é garantir o funcionamento do equipamento sem a necessidade de intervenção humana, além de proporcionar maior proteção para as bombas e sinalização eficiente. Dependendo da concepção do sistema, a automatização pode ainda garantir maior eficiência e durabilidade das bombas. O custo para a implementação desse sistema depende da concepção do projeto e do que se deseja em matéria de qualidade, durabilidade, sinalização e automatização”, explica. Marin também alerta sobre os cuidados que o síndico deve tomar ao contratar uma empresa para realizar a automatização das bombas. “É fundamental só realizar esse serviço com empresas especializadas em sistemas de bombeamento predial, conversar com os consultores dessas empresas, buscando detalhes e opções, e, preferencialmente, possuir contrato de manutenção de bombas. No nosso entendimento, para sistemas com bombas de recalque acima de 2 CV, as inspeções devem ser


mensais. Algumas empresas, como a Iguatemi Bombas, costumam oferecer alguns tipos de plano de manutenção que podem incluir atendimento de urgência, inspeção mensal, mão de obra para eventuais serviços corretivos e até peças para o conserto das bombas. Os custos variam, e o prédio pode se adaptar com a ajuda dos consultores”, diz.

Síndica reformou todo o sistema de bombeamento À frente do Condomínio Dois Rios, que conta com dois blocos, um total de 214 unidades, é administrado pela CIPA e fica localizado na zona norte da Cidade Maravilhosa, está Maria de Fátima Noronha. A síndica, que lida com cerca de 500 condôminos, conta que, a princípio, o síndico era seu marido, mas ele não se adaptou à rotina e ela foi assumindo as responsabilidades do cargo até ser eleita oficialmente. “Para ser síndico tem que ter muito jogo de cintura e eu gosto de todas essas atividades que envolvem a função, por isso estou me especializando. Em agosto comecei o curso para ser síndica profissional e me dedico muito a isso”, conta. A síndica que ama o que faz explica que o condomínio conta com cinco bombas, no total. “São duas casas de bombas – uma para cada bloco – com duas bombas cada uma e uma bomba de água suja. Essa bomba de água suja fica na garagem e, atualmente, é responsável por jogar toda a água da chuva que desce até as cisternas, localizadas no subsolo, para a rua. Mas isso vai mudar, pois vou fazer uma obra para reutilizar essa água para a rega das plantas e para a lavagem da garagem e do play. As outras bombas eram muito antigas e troquei-as por bombas novas, refiz todo o encanamento e o quadro de comando. Agora, temos a opção de alternar o funcionamento das bombas manualmente. Acredito que não teremos problemas por muito tempo, pois utilizamos os melhores produtos disponíveis no mercado, além de termos contado com uma empresa que disponibilizou profissionais muito exigentes e competentes, que nos deu garantia de cinco anos e que já prestou serviço para

o condomínio anteriormente”, diz. Para Sônia Cristina Carvalho, diretora da Rialti Bombas e Motores, empresa que comercializa bombas, motores, pressurização, equipamentos para piscina, saunas a vapor, seca e a gás, banheiras de hidromassagens, SPAs e ofurôs, é muito importante que o síndico pesquise a idoneidade da empresa antes de fechar qualquer negócio. “Verificar a empresa onde vai comprar o equipamento e quem contratar para executar o serviço é fundamental. Ambos devem obter a mesma informação técnica para o caso específico. Muitas vezes, o síndico confia no bombeiro de seu condomínio, mas que, na verdade, não é um profissional especializado em automatização de bombas, e sim em vazamentos simples. É necessária uma orientação técnica com uma loja especializada, como a Rialti. Já presenciamos muitos problemas causados por profissionais que o síndico acreditava ser a pessoa ideal, e, por muitas vezes, provamos que a falha acontecia na instalação, por falta de conhecimento. Nós atendemos todo o município do Rio de Janeiro, com frota própria, e estamos no mercado há 47 anos. Vindo aqui, o síndico já sai da loja com todas as informações importantes e produtos adequados para sua necessidade, tanto para automatização de bombas quanto para pressurização, piscina, sauna e hidromassagem. Oferecemos o melhor atendimento, com profissionais treinados e especializados para orientar a melhor forma de instalação e o equipamento adequado para cada cliente. Nós não executamos serviço de manutenção, mas acreditamos que se o síndico adquirir equipamentos de qualidade e fizer uma instalação profissional, o condomínio não sofrerá problemas com a automatização por muito tempo”, explica.

Serviço Iguatemi Bombas www.iguatemibombas.com.br Rei das Bombas www.reidasbombas.com Rialti Bombas e Motores www.rialti.com.br

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Ecodicas POR Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

Ciclo Orgânico – reciclar o lixo orgânico na cidade é possível “Compostagem é o nome do processo de decomposição de matéria orgânica (principalmente restos de frutas, verduras e legumes). O resultado desse processo é o adubo, usado para a fertilização do solo. A compostagem é realizada por microrganismos e animais invertebrados que, na presença de umidade e oxigênio, se alimentam dessa matéria e propiciam que seus elementos químicos e nutrientes voltem à terra. Essa técnica vem sendo utilizada há mais de 5 mil anos pelos chineses. Os fatores que influenciam esse processo são: oxigênio, fundamental para os organismos degradantes; umidade, a água dissolve os nutrientes, tornando-os disponíveis para os organismos do solo; e calor, a elevação da temperatura do monte indica a atividade microbiana, pois seu metabolismo gera calor. Esse processo enriquece a terra em nutrientes para plantas, evita queimadas que poluem o ar, melhora a estrutura do solo, melhora a drenagem, retém água nos solos arenosos e reduz a necessidade de usar herbicidas e pesticidas.”

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Condomínio etc. – Fale sobre o histórico da Ciclo Orgânico. Lucas Chiabi – A Ciclo Orgânico é uma empresa que foi criada com o propósito de resolver um problema social e ambiental, por isso a gente se considera um negócio social. Criei a Ciclo Orgânico em agosto de 2015. O objetivo é possibilitar que mais pessoas destinem corretamente seus resíduos orgânicos, que representam mais da metade do que descartamos diariamente, fazendo tudo de forma prática e localmente. Por isso, oferecemos o serviço de coleta e compostagem dos orgânicos, e a pessoa ainda recebe o adubo ou a mudinha no fim do mês.

As informações anteriores estão no site da empresa Ciclo Orgânico (www. cicloorganico.com.br), criada por Lucas Chiabi, estudante de engenharia florestal na UFRJ, com quem conversamos. A entrevista você lê a seguir.

Cetc. – Como tem sido a receptividade? LC – A receptividade tem sido ótima. Hoje são quase 500 famílias participando em 16 bairros e já compostamos mais de cem toneladas de resíduos. Cetc. – Como se dá esse trabalho com os condomínios? LC – Temos condomínios em que só alguns moradores aderiram, e não são a


maioria, e outros, como em um condomínio no Alto Leblon, em que todos participam. São 16 famílias, cada uma tem seu baldinho, cada apartamento paga uma taxa mensal de R$ 40 e há uma coleta semanal, na quarta-feira pela manhã. Esse condomínio já possuía várias iniciativas ambientais: reciclagem, horta comunitária e captação de água da chuva. Por isso, o síndico André Nunes decidiu fazer a adesão de todo o condomínio à Ciclo Orgânico. Chegamos até eles por meio de uma moradora que assistiu a uma palestra da Ciclo, decidiu trazer a proposta para o síndico e todos gostaram da ideia. Normalmente, a matrícula é de R$ 30 (custo do baldinho) e a mensalidade do plano individual é de R$ 60. Dependendo do plano, a mensalidade varia entre R$ 40/mês e R$ 90/mês. Aos condomínios oferecemos descontos proporcionais ao número de adesões. Quanto mais moradores participam, menor é o valor pago por cada condômino. Além disso, a compostagem também pode ser

realizada no próprio condomínio. Cetc. – Como se dá a produção da compostagem no condomínio? Há tamanhos variados de baldinho? LC – No condomínio, é necessário que haja um espaço plano e externo de pelo menos 100 m2, onde instalamos as composteiras e fazemos toda a manutenção para a produção do adubo. O baldinho é suficiente para uma família de até quatro pessoas, mas temos coletores maiores para quem gera mais resíduos ou para coletas quinzenais de quem mora sozinho ou gera muito pouco resíduo. Cetc. – Vocês fazem algum tipo de trabalho teórico de educação ambiental nos condomínios em que atuam? LC – Fazemos uma palestra/conversa inicial para que todos entendam como separar os resíduos e a importância da compostagem, mas também podemos fazer oficinas de compostagem, caso haja necessidade ou vontade.

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divulgação

170 toneladas de impacto positivo

72 toneladas de resíduos coletados 43 toneladas de composto produzido 55 toneladas de emissões evitadas

Cetc. – Em que bairros vocês atuam? LC – Hoje atuamos em toda a zona sul e no Centro, exceto Santa Teresa, e fazemos tudo de bicicleta ou triciclo, reduzindo nosso impacto na emissão de CO2. Cetc. – Quantas composteiras possuem? LC – Compostamos hoje mais de 15 toneladas por mês em sete pátios de compostagem, que ficam em escolas, parques e universidades na zona sul e no Centro, bem como no Parque do Martelo, no Humaitá. Cetc. – Vocês têm alguma parceria com o Governo do estado ou a Prefeitura? A Comlurb participa do projeto? LC – A empresa se mantém com as mensalidades do serviço de coleta e da venda do adubo produzido. Não contamos com patrocínio nem com recursos públicos. Já recebemos o apoio da Brazil Foundation no edital de 2016, que ajudou a impulsionar o negócio. Cetc. – Fale dos trabalhos já realizados e dos que estão em andamento.

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LC – Realizamos atividades educacionais e fazemos a compostagem do CIEP Nação Rubro-Negra, no Leblon, da Escola Municipal Camilo Castelo Branco, no Horto, da Escola Americana, da Britânica, do Andrews, como também das creches Favinho e Mel, Bom Tempo e Michaelis. Além disso, atendemos escritórios, condomínios e restaurantes. Nossa meta é chegar a mil assinaturas até o fim do ano!

Lista de tudo que posso compostar. São muitas possibilidades! Podemos compostar aproximadamente 60% dos resíduos orgânicos, como restos de frutas, legumes, verduras, cascas, grãos e sementes em geral, a borra e o filtro do café, o saquinho do chá, o hashi da comida japonesa e a forminha do cupcake. Embalagens de papelão, caixas de ovos, rolos de papel higiênico e até a caixa da pizza podem ser tranquilamente compostados junto com os restos dos alimentos. Tente rasgá-los em pedaços pequenos para ajudar a acelerar o processo da decomposição. Alimentos cozidos, massas, carnes e ossos, apesar de compostáveis, geram mau cheiro após alguns dias no baldinho. Para você não deixar de compostá-los nem ter problema com odores em casa, a sugestão é congelá-los e só passar para o baldinho no dia da coleta ou no dia anterior. Outra dúvida bastante comum é sobre o alho, a cebola e os alimentos cítricos. Quando a compostagem é realizada utilizando-se minhocas, eles realmente devem ser evitados por causa da acidez. Mas como a Ciclo Orgânico utiliza microrganismos, esses alimentos podem ir pro baldinho sem problemas!

“Somos um negócio social movido por pessoas apaixonadas por bikes, compostagem e hortas e cheias de esperança no futuro da nossa cidade! Se identificou? Então vem com a gente fechar o ciclo!”

“Seu lixo vai para a composteira mais próxima, em vez do aterro. Menos lixo é igual a menos poluição: no solo, na água e no ar. O planeta agradece!” Serviço Ciclo Orgânico contato@cicloorganico.com.br Tel.: (21) 3942-9300


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manutenção POR Lia Rangel

O telhado do seu condomínio está em dia? Seja telhado ou terraço, esses espaços precisam de cuidados especiais

Há um ditado popular que diz que, na vida, quem perde o telhado ganha as estrelas. É poético? É. É bonito? É. Mas e se o telhado em questão for de um condomínio em que você é síndico? Não fica bonito nem poético, certo? Imagine quanta dor de cabeça pode ser causada por danos no telhado do condomínio. Infiltrações são os casos mais comuns, mas os problemas podem ser bem maiores, como estragos na estrutura do prédio, dependendo do tempo que a infiltração atingiu o edifício, e até complicações de saúde decorrentes do mofo nas unidades afetadas, como alergias, por exemplo, que adoram atacar as crianças. Existem vários tipos de topo de prédios, como telhado, laje, terraço, mas esses espaços só costumam ser lembrados quando os transtornos aparecem. Para evitar aborrecimento, a palavra manutenção deve ser uma constante no vocabulário – e na agenda, é claro – dos síndicos. Em muitos edifícios, os topos abrigam caixas-d’água, antenas de TV, para-raios e outros equipamentos que necessitam de reparos. Por isso, o acesso ao local deve ser restrito e controlado e, após visitas, é preciso verificar se houve algum dano, não apenas

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O síndico Sérgio Pitanga conta com uma equipe de manutenção que verifica as necessidades do telhado periodicamente

para saber quem o provocou, mas, principalmente, para identificar o problema e buscar uma solução imediata, já que os estragos causados nessa área costumam custar muito caro. O condomínio do Edifício Sorriso, administrado pela CIPA e localizado na zona norte do Rio de Janeiro, está sob o comando do experiente Jorge Alexandre Abrahão.

O síndico já exerceu a função por oito anos, anteriormente, e, desde 2012, lida com os quase 300 condôminos que ocupam as 84 unidades do condomínio, que é dividido em dois blocos. Abrahão conta que faz a manutenção dos telhados mensalmente e isso inclui uma rotina minuciosa de cuidados. “Fazemos a limpeza das calhas, para que não haja entupimento e transbordamento, e observamos o estado em que se encontra o material do telhado, como telhas, madeiramentos e parafusos de fixação. Para minimizar os custos, atualmente, essa vistoria é realizada pelo síndico ou seus funcionários e, caso seja detectada alguma anormalidade, chamamos uma empresa especializada”, conta. Abrahão conta que fez a reforma do telhado recentemente, mas que a experiência foi um pouco desgastante. “A obra levou três meses em cada bloco, e são 500 metros quadrados por bloco. Não foi uma obra simples, pois, além de tirar as telhas – que eram de amianto e ficavam muito coladas à laje, impedindo o acesso às instalações hidráulicas –, tivemos que construir uma cinta ao redor do prédio para que houvesse a possibilidade de aumentar


O síndico Jorge Alexandre Abrahão reformou o telhado do Condomínio Sorriso e trocou as telhas de amianto por telhas de PVC

a altura do telhado. Então, elevamos o telhado com telhas de PVC, que são mais leves, deixamos uma entrada para ventilação e acesso abaixo do telhado e também colocamos vigas para a utilização de jaús, em caso de pintura e recuperação de fachadas. Cabe ressaltar que também foram instaladas barras de alumínio para maior fixação das telhas e prevenção no caso de ventanias muito fortes”, conta. Para Graciliano Garcia, que é diretor da Conartec, empresa que oferece todos os serviços de manutenção predial no Rio de Janeiro, é fundamental que, pelo menos uma vez ao ano, haja uma verificação preventiva nos telhados dos prédios. “Essa vistoria deve ser realizada em todos os prédios, mas principalmente em regiões próximas à praia por conta da maresia, que faz com que a estrutura se deteriore mais rapidamente. E é bom lembrar que, quando falamos em telhado, não falamos apenas de telhas, temos que pensar em calhas, rufos, áreas de impermeabilização e, principalmente, a parte estrutural, que pode ser metálica ou de madeira. Alguns sinais podem indicar que em vez de manutenção o telhado precisa de reforma, como quando há recalque ou afundamento do telhado, dano na parte estrutural e vazamentos para os andares. O síndico precisa aprender a investir em manutenção. Eu vejo muitos prédios que precisam de algum tipo de obra, mas não a fazem, e com o passar do tempo, uma obra que poderia custar 10 acaba custando 30, justamente por não ter sido feita a manutenção preventiva. Também é importante que o síndico avalie

a empresa e verifique se os profissionais estão credenciados no CREA. Aqui, na Conartec, estamos acostumados a realizar obras de todos os portes: industriais, comerciais e residenciais”, diz. Há oito anos, Sérgio Pitanga Lopes é síndico do Condomínio Sunshine, que é administrado pela CIPA e está localizado na zona oeste do Rio. O condomínio possui dois prédios e um total de 120 unidades, onde estão distribuídos cerca de 400 moradores. O síndico conta que, por determinação da Prefeitura, eles tiveram que fazer a autovistoria e o laudo apontou alguns problemas que precisavam ser resolvidos. “Tivemos que fazer algumas obras de reparo nas coberturas dos dois blocos. No nosso caso, não temos telhas, é uma laje murada, e lá em cima ficam as caixas-d’água e a casa de máquinas. Recuperamos a estrutura dos muros e das caixas-d’água e refizemos a textura e a pintura de alguns trechos que foram danificados, principalmente, por conta da maresia – o condomínio é bem perto da praia – e da ação do tempo”, explica. O síndico ainda conta que a conservação é feita regularmente. “Nós temos uma equipe de manutenção que, junto com a supervisão, é responsável por avaliar as necessidades do condomínio, e isso inclui visitas periódicas às coberturas dos prédios. Essa equipe realiza manutenção e pequenos reparos, mas, no caso de obra nas coberturas, contratamos uma empresa especializada, pois é importante contar com fornecedores credenciados e um engenheiro responsável, além das garantias que eles oferecem sobre o serviço”, diz Pitanga.

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De quem é a conta dos estragos no telhado? Em geral, os primeiros moradores prejudicados pelos danos nos telhados ou nas coberturas dos condomínios são os do último andar, já que os vazamentos atingem quem está mais perto. Mas uma dúvida costuma pairar sobre a cabeça de algumas pessoas: quem arca com o prejuízo dos telhados danificados, o condomínio ou o morador? A manutenção dos telhados é de responsabilidade do condomínio, portanto, ao detectar algum vazamento ou infiltração decorrente do telhado que provoque danos na estrutura ou na pintura do apartamento, o condomínio é quem paga pelo reparo. Mas o síndico tem que ficar de olho. É importante que ele solicite uma relação dos transtornos causados pela infiltração ou vazamento e, juntamente com uma equipe especializada, verifique se o problema é responsabilidade do condomínio realmente para que os reparos não se estendam por toda a unidade.

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O síndico Sérgio Pitanga Lopes vivenciou uma experiência semelhante, recentemente. “Uma moradora do penúltimo andar reclamou de infiltração e solicitou o reparo ao condomínio. Nossa equipe de manutenção averiguou a reclamação e concluiu que não havia vazamentos da cobertura, principalmente porque fizemos reformas há pouco tempo. Ao procurar o vazamento, verificamos que o apartamento de cima, que tinha sido alugado recentemente, estava com um vazamento não aparente, de um aparelho de ar-condicionado. Procuramos o morador que, prontamente, se dispôs a consertar o problema e reparar os danos causados. É importante fazer essa averiguação para não arcarmos com custos que não são do condomínio. No caso de haver qualquer problema da parte externa para a parte interna de alguma unidade, o condomínio assume as despesas”, finaliza.

O Condomínio Sunshine precisou fazer algumas adaptações em seu terraço após laudo da autovistoria

Serviço Conartec Engenharia www.conartecengenharia.com.br


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Paisagismo

Quando o buraco é mais embaixo Uma jardineira bem elaborada evita vazamentos e prejuízos

Todo mundo quer uma jardineira linda, de chamar atenção, mas poucos atentam para a necessidade de observar a estrutura por trás dela. Estamos falando de impermeabilização, canalização protegida e desimpedida e cálculo de peso e de mantas específicas usadas em jardinagem, entre outros detalhes. Se nada disso for observado ou mesmo mantido em perfeitas condições, pelo menos uma coisa é liquida e certa: vazamento. Maria de Fátima Marques de Noronha, síndica do Condomínio Dois Rios, na zona norte do Rio de Janeiro, entende desse riscado e faz o que pode para fugir de vazamentos. Ela assumiu a sindicatura do condomínio há três anos e tem muito apoio de seu assessor CIPA, Denilson Pereira. “Ele é meu anjo da guarda”, afirma ela, que está à frente de uma estrutura de 213 apartamentos distribuídos entre dois blocos. A síndica, que é uma pessoa que gosta de desafios, conta que, quando foi eleita, havia tantas demandas que ela se dedicou

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A síndica Maria de Fátima optou por vasos de plantas no play justamente para evitar vazamentos

por inteiro para tirar o prédio de uma situação de calamidade. “Gostei tanto do que encarei e resolvi que estou até fazendo o curso profissionalizante para síndicos do Secovi”, conta empolgada. Eram vazamentos de todos os gostos e tipos. As três caixas de água apresentavam problemas sérios. As quatro cisternas vazavam e algumas contaminavam a rede de água potável. Entre outros problemas podemos citar as lixeiras, que vazavam em uma cisterna, o play, que vazava em outra e que também vazava para a garagem do subsolo, e uma cisterna, que recebia vazamento do banheiro dos funcionários. Maria de Fátima lembra que as caixas de água tinham tantas rachaduras que até na casa de máquinas havia vazamento, o que é muito perigoso... Tudo foi detectado por obra da divina autovistoria, que a síndica fez questão de fazer assim que assumiu o cargo, em 13 de junho de 2014. “Detectamos todos os danos e, desde então, estamos fazendo obras para cumprir as exigências aponta-


das, que envolvem problemas na estrutura do prédio, como coluna rachada, comprometimento do sistema contra incêndio, modernização de elevadores, falta de impermeabilização, problemas na rede hidráulica, elétrica, no PC de luz e no PI de gás. Ficaremos com um prédio novo no fim das obras”, garante Maria de Fátima. No quesito incêndio, a síndica também está atuando. Ela e o eficiente zelador Ivonaldo da Silva já até apagaram princípio de incêndio num dos elevadores: “Engolimos muita fumaça até apagar o fogo”, lembra. Para realizar tantas obras foi necessária uma cota extra de R$ 80 por mês até que elas terminassem. E para a síndica garantir um bom resultado, fez orçamentos com seis empresas e optou pela que oferecia o melhor custo-benefício: “Estou satisfeita, eles vêm cumprindo os prazos e o trabalho está impecável”, comemora. E as jardineiras? Nem pensar! Eram tantos vazamentos que, na hora de colocar as plantas no play, ela pensou bem e optou por vasos de plantas. “Com certeza teremos menos problemas”, enfatiza.

Você quer a jardineira no play? Ok, se esta é sua opção, vamos em frente. Primeiro de tudo: contrate uma empresa de engenharia para que ela faça uma avaliação completa da estrutura do local e veja o que realmente é necessário consertar. Só depois disso é que o paisagista deve ser chamado. Richard Vecchioni, engenheiro responsável pela R. Vecchioni Engenharia, empresa que atua há 23 anos no mercado, afirma: “Primeiro de tudo é preciso verificar se a laje aguenta o peso. Uma boa jardineira deve ser feita tomando os cuidados necessários para evitar comprometimento da estrutura do prédio, vazamentos e danificar a parte elétrica”, avalia. Segundo o especialista, muitos condomínios não têm esses cuidados e acabam fazendo serviços com um faz-tudo, que, na verdade, faz tudo malfeito. “Tudo no intuito de economizar. Uma empresa sempre vai ser mais caro, mas tem garantia de cinco anos e o trabalho é feito por um engenheiro, que

Para reformar jardineiras é preciso estar assessorado por profissionais competentes

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entende a matéria, não é um curioso. As mantas, por exemplo, são de lojas especializadas, e se houver algum problema depois, o material é trocado, tudo se resolve sem prejuízo. É uma garantia a mais, até porque o barato sempre sai mais caro”, explica.

Refazendo o serviço malfeito Vecchioni volta e meia é chamado para consertar jardineiras que vazam, e muitas vezes os maiores prejuízos são em carros que ficam no piso logo abaixo do play. “Para fazer um serviço bem-feito, é preciso remover todo o conteúdo, retirar a argamassa e a manta antiga, verificar a tubulação para ver se está entupida e se há escoamento necessário para a jardineira. Se a tubulação tiver um diâmetro pequeno, como 40, 50 cm, não serve. Tem que ser de 75 para cima. E um ralo suficiente para o tamanho da jardineira, aliás, pode, inclusive, ser necessário colocar mais de um ponto de escoamento”, explica. O engenheiro diz que é importantíssimo refazer a argamassa com caimento para os ralos, o que garante o perfeito escoamento da água. Outros passos importantes são a aplicação do selador para colocação da manta (fixação que demora de um dia para o outro) e a aplicação da manta antirraiz, com o auxílio de maçarico, para prender na argamassa: “Ela tem que passar por cima da linha da jardineira por pelo menos 50 centímetros. Mesmo assim, ela não fica visível, pois depois vêm o acabamento, pedras, emboço, pastilha... A aplicação feita dessa maneira é fundamental, senão a água passa por trás da manta

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e causa infiltração. Ela funciona como se fosse uma barragem”, explica. Após essa estrutura feita, é hora de testar: “Cinco dias depois, fazemos o teste de estanqueidade. Se não der vazamentos, cobrimos com argamassa forte de cimento e areia peneirada e colocamos os acabamentos. Em cada ralo se coloca uma grelha abacaxi, que evita a entrada de pedras, raízes ou qualquer outro resíduo”, detalha ele, que, dessa forma, libera o espaço ao artista, no caso, o paisagista.

Com a palavra, a paisagista Nanci Santos, paisagista de mão cheia e artista por natureza, adora chegar e criar seus belos jardins. Mas nem sempre isso é possível. “Se eu chegar e perceber que o espaço tem problemas estruturais, recomendo fortemente a visita de um engenheiro. Só após a intervenção dele é que posso agir e garantir o resultado satisfatório de meu trabalho”, explica. Até porque hoje o jardim está lindo, mas amanhã, quando os canos estiverem entupidos e estourarem, quebrarem o piso e o vazamento atingir os carros na garagem, o jardim terá que ser removido para conserto. Adeus, paisagismo! Nanci costuma usar nas jardineiras uma manta de bidim, que é mais ou menos como um coador de café, que impede que resíduos entrem no ralo e é capaz de deter as raízes. “Depois da manta coloco brita e areia em camadas para que a terra e as raízes fiquem bem longe do contato da área de escoamento da água. Esse cuidado protege a jardineira e a estrutura do prédio”, ressalta.

“Quando o síndico percebe um problema numa jardineira, normalmente ele já está bem avançado”, diz Nanci. “Algumas plantas têm raízes mais agressivas, como as palmeiras e os fícus. Elas invadem e forçam a estrutura, causando rachaduras, danos e infiltrações”, finaliza. Por essas e outras é que o mais indicado para qualquer situação que envolva jardins é consultar um paisagista. Ele sempre vai saber o que é melhor para você ou, melhor para seu condomínio. Serviço

Raphia Paisagismo Tel.: (21) 99173-1669 R. Vecchioni Engenharia Tel.: (21) 2298-8980


Legislação

Projeto de lei estadual prevê o aumento de alíquotas do imposto sobre heranças e doações Após a aprovação do projeto de lei municipal que muda o cálculo do IPTU, gerando aumentos que ultrapassam 100% em diversos bairros cariocas, outro PL, dessa vez estadual (nº 3.419/2017), deverá causar muita dor de cabeça para os contribuintes se aprovado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). Apresentado em 25 de setembro, o projeto, de autoria do governador Luiz Fernando Pezão, prevê o aumento das alíquotas do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITD). Principal representante do setor de comércio e serviços imobiliários, o Secovi Rio encaminhou à Alerj ofício em que repudia o PL. Segundo o texto, o ITD já havia sido reajustado há apenas dois anos, nos termos do Art. 26 da Lei nº 7.174/2015, passando para 5% da totalidade dos bens e direitos transmitidos a partir de 400.000 UFIRs. Na proposta atual para essa faixa, o imposto incidente subiria para 8%. Para a transmissão de imóveis em até 100.000 UFIRs, o imposto não era cobrado. No PL atual, a isenção seria apenas para bens de até 15.000 UFIrs (atualmente, 1 UFIR/RJ equivale a R$ 3,1999.)

De acordo com o PL nº 3.419/2017, o imposto incidente sobre doações e transmissões causa mortis passaria a ser: VALORES

(%)

até 100.000 UFIR/RJ

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acima de 200.000 UFIR/RJ e abaixo de 300.000 UFIR/RJ

6

acima de 300.000 UFIR/RJ e abaixo de 400.000 UFIR/RJ

7

acima de 400.000 UFIR/RJ

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Segundo o referido projeto de lei, tais alterações passariam a vigorar em 1º de janeiro de 2018. Alinhado com o posicionamento do Secovi Rio, o deputado Luiz Paulo apresentou voto em separado pela inconstitucionalidade na Comissão de Constituição e Justiça e voto contrário na Comissão de Tributação, Controle da Arrecadação Estadual e de Fiscalização dos Tributos Estaduais. Permanece pendente o parecer da Comissão de Orçamento, Finanças, Fiscalização Financeira e Controle. De acordo com a justificativa do governador, o estado espera a melhora do

cenário econômico. “Está na hora de agir na melhoria da gestão pública e parar de transferir a cobrança para a população, que não suporta mais tantos aumentos absurdos”, diz um trecho do ofício enviado pelo Secovi Rio. Os parlamentares apresentaram emendas ao PL nº 3.419/2017, que está na pauta de votação. Até o fechamento desta edição, o projeto não havia sido votado. Aguardamos novidades em breve.

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Manutenção POr Renné Valente

Ih, sujou!

Mesmo ilegais, as pichações dominam os muros da cidade Ao andar pelas ruas do Rio de Janeiro, observamos vários muros completamente pichados. Essa situação se tornou polêmica este ano por causa do prefeito de São Paulo, João Doria, que organizou uma limpeza das pichações na capital paulista. É bem verdade que ele acabou apagando um grafite conceituado e causou muita controvérsia, porém, isso não vem ao caso nesta matéria. A questão é que muitos cariocas viram com bons olhos a medida e gostariam que fosse feito o mesmo aqui no Rio. Mas o que fazer quando se deparar com pichações no próprio prédio? Foi o caso de Alex Salles, síndico do condomínio Edifício José de Anchieta, que conta com a CIPA na administração e é localizado na zona sul. “Ver pichado o lugar onde você mora é bem chato. Tira a bele-

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za da fachada do condomínio e passa má impressão para quem vê”, afirma. O prédio residencial é composto por apenas um bloco e tem 15 andares. A pichação foi feita nos muros da frente, a cerca de quatro me-

tros do chão, quase na altura da garagem. O condomínio não tem nenhuma grade que separe as paredes do edifício da calçada pública, a fachada dá diretamente para a rua, característica que facilita para os pichadores fazerem seus rabiscos. No comando do prédio desde abril deste ano, Alex Salles afirma que a ocorrência foi antes de ele assumir o cargo. Na época, os moradores debateram em uma assembleia do prédio o que iria ser feito e decidiram contratar um serviço para remover a pichação. Depois da manutenção, a parede voltou a ser limpinha como era antes. Além do prejuízo, o síndico disse que há outros problemas: “É gerada uma grande dor de cabeça, você fica preocupado com a possibilidade de os pichadores voltarem e também há receio em relação à se-


PARA ALEX SALLES, SÍNDICO DO CONDOMÍNIO EDIFÍCIO JOSÉ DE ANCHIETA, PICHAÇÕES QUE NÃO SÃO REMOVIDAS RAPIDAMENTE DESVALORIZAM O IMÓVEL

gurança.”. Entretanto, o Edifício José de Anchieta nunca mais passou por uma situação dessas de novo.

Dados importantes A preocupação com a segurança não é pra menos. Com a grande ocorrência de assaltos na cidade, qualquer coisinha já é o suficiente para deixar o carioca com o alerta ligado. A crise do Governo do estado do Rio de Janeiro afetou bastante o policiamento e o número de policiais nas ruas está precário. No primeiro semestre, por problemas com pagamento, a Polícia Civil ficou 78 dias em greve e familiares de PMs protestaram em frente a alguns batalhões por melhores condições de trabalho dos policiais. É claro que os síndicos gostariam que a polícia ficasse mais atenta a esses danos no patrimônio público e privado, mas, no atual momento, é notório que não há efetivo suficiente nem para garantir o mínimo de segurança nas ruas, que dirá para essas infrações.

Removendo a sujeira As pichações são bem variadas. Podem ser rabiscos aleatórios, assinaturas, versos de poesias e até mesmo a promessa de “trazer a pessoa amada em 10 dias” ou ainda a divulgação de um serviço como “vendo carne de rã”. No entan-

Pichações para marcar território de traficantes assustam os cidadãos

to, certamente, as que mais incomodam e amedrontam os moradores são as de siglas de facções criminosas, feitas para marcar territórios de traficantes. Em julho deste ano, Marcelo Maywald, superintendente da zona sul, após reclamações de moradores, acionou a Comlurb para remover uma dessas pichações de um canteiro de árvore em Botafogo. Em casos como esse, de pichação em áreas públicas, é importante lembrar que os próprios cidadãos podem encaminhar um pedido à companhia de limpeza para retirar as marcas. Para os pichadores, o céu é o limite. Eles escalam viadutos e sobem até andares altos de edifícios para “rabiscar”. A atividade é perigosa para os próprios

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Grafite “Todos somos um” revitaliza a Região Portuária do Rio

praticantes. Aliás, eles competem entre si para descobrir quem consegue fazer os rabiscos em lugares mais arriscados. Este ano, duas pessoas faleceram ao exercer essa atividade: uma em São Paulo, outra em Porto Alegre. Ambas caíram em fiações de alta tensão dos prédios que tentavam escalar e morreram eletrocutadas. Diretor da empresa Alltura Manutenção Predial, Rafael Vieira afirma que hoje muitos clientes requisitam seu serviço para remover pichações, principalmente no bairro da Tijuca. Sobre como impedir a ação dos pichadores, Rafael diz que não há muito que fazer, mas faz uma observação: “Não tem nenhum material específico para usar na fachada do edifício que seja imune a esses sprays de tinta. O que reparei é que é raro ter pichação em prédios de grades altas e com a entrada do edifício mais recuada, afastada da rua.”. O diretor também alerta que é importante não demorar para remover os rabiscos, pois, caso contrário, virão mais pichadores. Não repintar a parede é como um sinal de que o local está “liberado”. Com larga experiência no mercado, o diretor da empresa elaborou um método de limpeza mais eficaz: “Desenvolvemos um produto inovador que remove as pichações de qualquer superfície, seja mármore, pastilha ou qualquer outro revestimento. Não usamos esses removedores que vendem nas lojas porque eles não retiram completamente a tinta desses sprays, sempre acabam deixando um pouco marcado.”.

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Pichação x grafite Muitas pessoas acham que pichação e grafite são a mesma coisa. Mas, na verdade, as pichações são geralmente feitas com tinta preta e é comum expressarem um pensamento político. Já o grafite é composto por desenhos coloridos bem elaborados produzidos com o intuito de deixar os muros da cidade mais bonitos. Podemos dizer que a pichação está mais associada à escrita e o grafite, às imagens. De acordo com a Lei Federal 9.605/98, pichar é ilegal, cujo ato pode resultar em detenção de três a 12 meses mais multa. Além disso, é obrigatório que as latas de spray de tinta contenham o aviso: “Pichar é crime. Proibida a venda para menores de 18 anos.”. Em São Paulo, o prefeito João Doria reforçou a fiscalização dessa lei e instituiu que se o pichador for pego em flagrante deverá pagar uma multa de R$ 5 mil. Se os rabiscos forem feitos em patrimônio públi-

co ou em algum monumento tombado, a multa é dobrada. A pena também pode se agravar em caso de reincidência. Tanto a lei federal como a lei sancionada em São Paulo preveem a diferença entre grafite e pichação. “A prática de grafite para valorizar o patrimônio público ou privado, por meio de manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e possuidor do imóvel e autorizada pelo órgão competente” não é crime. Um exemplo famoso de grafite é a obra “Todos somos um”, o maior mural do mundo, feito pelo artista Eduardo Kobra, no Boulevard Olímpico, na Região Portuária do Rio. A pintura retrata rostos indígenas de cinco continentes diferentes e tem 15 metros de altura e 170 metros de comprimento. Serviço

Alltura Manutenção Predial alltura.com.br


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Mercado

Ministério do Trabalho recebe demandas de administradores de condomínios O Ministério do Trabalho realizará a avaliação técnica de demandas do setor de administração de condomínios, que foram apresentadas em audiência no gabinete do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, no dia 27 de julho, por representantes da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI). “Com a aprovação da modernização da Legislação Trabalhista, o Brasil passa a ter um novo conceito nas relações de trabalho, e podemos ter adaptações em vários setores”, antecipou o ministro. Durante a audiência, o coordenador da CBCSI – entidade que reúne empresários e dirigentes sindicais de todo o Brasil – e presidente do Secovi Rio, Pedro Wähmann, lembrou que hoje, principalmente nas grandes cidades, a maioria dos moradores vive em condomínios, que não têm fins lucrativos nem caráter de educação social. Portanto, segundo ele, nesses locais, a contratação de funcionários está condicionada a características e condições específicas do setor, o que acaba afetando algumas questões, como a contratação de menores aprendizes. Também estiveram presentes o diretor jurídico da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), Marcelo Borges, e o economista Helzio Mascarenhas, representante do Secovi Rio no Congresso Nacional. Junto com Wähmann, eles levaram ao ministro o questionamento de condomínios que têm sido notificados e convocados pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego/RJ para procederem à contratação de menores aprendizes. A obrigatoriedade é prevista na Lei nº 10.097/2000 e regulamentada pelo Decreto 5.598/05, que determinam que 46

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os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a contratar esses jovens, no percentual que varia entre 5% e 15%, nas funções que demandem formação profissional. “Diante de tal demanda, consideramos importante apresentar algumas considerações, com vistas a esclarecer a situação jurídica dos condomínios edilícios, com relação a essa obrigação.” Ele esclareceu que as legislações em destaque se aplicam a “estabelecimentos que desenvolvam atividade econômica e social” de qualquer natureza, cujas “funções demandem formação profissional”, o que significa que os condomínios, por não terem essas características, estariam desobrigados da contratação. O ministro Ronaldo Nogueira ressaltou que a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) já realiza um estudo nesse sentido, atendendo também às demandas de outras áreas e atividades econômicas que vivem situações semelhantes. Membros da equipe técnica da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE) do Ministério do Trabalho participaram da audiência e receberam as demandas da CBCSI. Os técnicos farão uma avaliação inicial, que depois será encaminhada à SIT. Com informações do site do Ministério do Trabalho.


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Legislação

O projeto de mudança no cálculo do IPTU foi aprovado na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Segundo o plano, o imposto cobrado sobre alguns imóveis pode até dobrar. O presidente do Secovi Rio, que representa mais de 35 mil condomínios na cidade e conta com a participação de mais de 6,1 mil administradores de imóveis, criticou a falta de transparência do projeto, que passa a valer no ano que vem. “Faltaram maior discussão com a sociedade e transparência. O projeto foi apresentado no fim de julho, sem que ninguém conhecesse, sob a motivação de que a planta de valores estava desatualizada, e foi encaminhado um anexo de 500 páginas. Era impossível examinar isso em um curto tempo”, destacou Pedro Wähmann,

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divulgação

IPTU bem mais caro em 2018

presidente do Secovi Rio, Pedro Wähmann

presidente da entidade, que afirmou que o setor não teve amplo acesso ao processo. O Secovi Rio considera que o aumento do IPTU, neste momento da economia do Rio, pode ter um impacto negativo. “É um aumento absurdo, em uma época difícil, de economia desaquecida, em uma crise de desemprego e com a população endividada. E vai piorar. É uma verdadeira violência que cometeram contra as finanças da população do Rio de Janeiro”, contou Wahmann. Respondendo às críticas de pessoas favoráveis ao projeto de que o IPTU do Rio de Janeiro é mais barato do que os de São Paulo e de Niterói, o presidente do Secovi Rio destacou que a renda per capita e o IDH das duas cidades são mais altos que os do Rio.


Para Wähmann, o carioca precisa estar atento para onde vai ser destinada a renda gerada pelo aumento do IPTU. “O carioca agora tem que exigir das autoridades que essa arrecadação seja transformada e demonstrada com clareza, que melhorou a segurança, que melhoraram vários serviços, que melhorou a educação”, explicou.

Proibição do repasse do pagamento do IPTU aos inquilinos Sempre atento ao trabalho do Legislativo municipal, o Secovi Rio identificou mais um projeto de lei que pode gerar sérios problemas nas relações entre inquilinos e proprietários. O Projeto de Lei 227/2017, de autoria do vereador Jair da Mendes Gomes, que “proíbe o repasse ao locatário da cobrança de IPTU de imóvel comercial ou residencial no município do Rio de Janeiro”, já nasceu com vício de inconstitucionalidade. O sindicato encaminhou ofício ao presidente da casa, o vereador Jorge Felippe,

e a membros da Comissão de Justiça e Redação, em que aponta os óbices para a tramitação do projeto. Diante da contundência e irrefutabilidade dos argumentos apresentados, o vereador Jair da Mendes Gomes encaminhou requerimento para a retirada definitiva da proposição, que foi deferida, e o Projeto de Lei 227/2017 foi arquivado, em caráter definitivo, em 1º/9/2017. No texto encaminhado pelo Secovi Rio, argumenta-se sobre a competência privativa da União para legislar sobre a matéria. Além disso, no que diz respeito às relações locatícias, já existe lei federal que regula o tema (Lei nº 8.245/1991), mais conhecia como Lei do Inquilinato, alterada pela Lei nº 12.112/2010, que aperfeiçoa as regras e os procedimentos sobre locação de imóvel urbano. Vale lembrar que, conforme o especificado no artigo 22, VIII, da Lei do Inquilinato, o pagamento do IPTU deve ser negociado entre locador e locatário e determinado no contrato. “As negociações observam as leis de mercado de oferta e demanda e

regulam o mercado de locação. A imposição de qualquer condição contratual por lei desequilibra as condições do contrato, admitindo-se, inclusive, a revisão dos termos contratados”, diz um trecho do ofício enviado à Câmara de Vereadores do Rio.

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BEM DITA! – a coluna de boas notícias POR Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

Diante de tantos desvios e gestões desastrosas neste país e para dar um exemplo de boa gestão pública, a Bem Dita! divulga hoje um êxito – o Prêmio Latino-americano ao Bom Governo Municipal, Premio Latinoamericano al Buen Gobierno Municipal, concedido à Prefeitura de Bom Despacho, Minas Gerais, pela Federación Lationamericana de Ciudades, Municipios y Asociaciones de Gobiernos Locales (FLACMA) que congrega mais de 16 mil prefeituras. A Secretaria de Planejamento elaborou o Projeto Inovação e Modernização da Gestão Pública, com o qual a administração municipal concorreu. O projeto já foi ganhador do VII Prêmio Mineiro de Boas Práticas na Gestão Pública, da Associação Mineira de Municípios, e do prêmio da Confederação Nacional dos Municípios, que deu a Bom Despacho visibilidade nacional. “Essa premiação latino-americana representa o reconhecimento de que os servidores da Prefeitura de Bom Despacho estão fazendo um bom trabalho no aprimoramento da gestão pública. Com muita satisfação e orgulho, recebi o prêmio em nome dos nossos servidores. Parabenizo cada um deles pelo sucesso”, elogia o prefeito Fernando Cabral, presente na XI Cumbre Hemisférica de Alcaldes (Cúpula Hemisférica de Prefeitos) na cidade de Pachuca, México, em agosto. Esse even-

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divulgação

Exemplo de gestão pública moderna e eficiente

to anual, organizado pela FLACMA, reúne autoridades municipais e aliados ao movimento municipalista, como organismos multilaterais, organizações políticas e financeiras, redes e instituições de todo o continente, para analisar os principais desafios das cidades, definir o caminho para a construção de uma agenda urbana comum em 22 países e fortalecer parcerias entre os que trabalham pelo desenvolvimento local na América Latina e no Caribe. Maria de Fátima Rodrigues, secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão de Bom Despacho, vibra com os resultados de um plano que, nos últimos quatro anos e por mais quatro, após a reeleição de Fer-

nando Cabral, vem modernizando a gestão da cidade. “Gastando-se bem o dinheiro público atende-se bem à população. Várias medidas foram tomadas para gerar ótimos resultados para a sociedade. Fazemos sempre mais com menos; enxugamos despesas de custeio; gastamos mais com o cidadão do que com a máquina; implantamos sistemas para otimizar os resultados; colocamos as contas em dia após receber uma Prefeitura devastada (os funcionários já receberam metade do 13º e tiveram seus salários ajustados pelo índice da inflação); todas as escolas foram reformadas e receberam equipamentos novos; aumentamos as equipes de atendimento e hoje 100%


Pressão popular protege a Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema O Projeto de Segurança de Ipanema (PSI) promoveu reunião de Marcelo Maywald, superintendente da zona sul, com a população do bairro. O bom resultado do encontro é a promessa de que não haverá mais feiras e eventos na Praça N. Sra. da Paz. Ignez Barreto, do PSI, saúda: “O superintendente está de parabéns por ter cumprido com sua palavra e a população por ter participado e pressionado. Ambos fizeram a sua parte e os resultados apareceram.”. Outra batalha do projeto é contra o comércio informal porque “além de, obviamente, fazer concorrência desleal com os outros comerciantes, ele está dominado por máfias, milícias, traficantes etc. É abastecido por roubo de carga, contrabando e falsificações. Estimular ou permitir o comércio informal é colocar o crime organizado cada vez mais perto e, com o tempo, dentro da própria casa”, defende o pessoal do PSI.

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da população recebe atendimento médico de qualidade, com exames e consultas especializadas e sem mais filas de espera para cirurgias; criamos uma escola de formação de servidores para qualificar os funcionários e oferecer bom serviço público e atendermos à forte demanda por asfaltamento de ruas, refazendo, inclusive, trabalhos malfeitos em gestões passadas. Vamos seguir nesse rumo!”

Para nossos leitores, em tempos críticos DEUS SEGUNDO ESPINOZA (Deus monologando para você): “Para de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti. Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti. Para de me culpar da tua vida miserável: eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador ou que tua sexualidade fosse algo mau.

O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer. Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada tem a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro AMOR!

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acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar. Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro de ti... aí é que estou.”

Baruch Espinoza Nascido em 1632, em Amsterdã, e falecido em Haia, em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. O texto acima é do século XVII! dreamstime.com

Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso? Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia. Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é a única que há aqui e agora e a única de que precisas. Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Viva como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste? Para de crer em mim – crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que

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Jurisprudências

0009981-52.2013.8.19.0209 – APELAÇÃO. 1ª Ementa. DES. EDUARDO DE AZEVEDO PAIVA – Julgamento: 19/4/2017 – DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL. Apelação cível. Ação de obrigação de fazer c/c responsabilidade civil. Condomínio edilício. Infiltração em unidade imobiliária localizada no último pavimento. Prova pericial requerida em contestação. Inexistência de inversão do onus probandi. Agravo retido rejeitado. Dano no teto da cozinha do autor causado por vazamento de caixa-d'água. Tese incomprovada. Improcedência do pedido. Condenação da parte autora ao pagamento das custas judiciais e de honorários advocatícios. Medida que se impõe. Princípio da causalidade. Condenação do réu por litigância de má-fé. Descabimento. Reforma parcial do julgado, apenas nesses pontos, mantida a improcedência do pedido. Recurso adesivo inadmitido. Necessidade de que ambas as partes sejam vencidas. Provimento do apelo. Não conhecimento do recurso adesivo. 0003908-70.2017.8.19.0000 – AGRAVO DE INSTRUMENTO. 1ª Ementa. DES. GILBERTO CLÓVIS FARIAS MATOS – Julgamento: 11/4/2017 – DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL. Agravo de instrumento. Obrigação de fazer c/c pedido indenizatório. Condomínio. Vazamento de água de andar superior. Atingimento de parte elétrica. Risco de incêndio. Estabelecimento comercial. Utilização de energia para funcionamento. Necessidade de resguardar a integridade dos condôminos. Provimento parcial do recurso. 1. Vazamento de água ocorrido de unidade residencial do condomínio, com inundação das dependências do salão de beleza localizado na parte térrea do edifício. 2. Atingimento da parte elétrica que acabou por gerar curto-circuito. 3. Desligamento do disjuntor por determinação da síndica, que passou a impedir o acesso do lojista ao quadro de energia do prédio. 4. Decisão agravada que concedeu a tutela de urgência pleiteada para determinar que

fosse possibilitado o ingresso daquele no local onde se encontra o disjuntor do seu estabelecimento. 5. Necessidade de se conjugar o reconhecimento da importância da utilização da luz para o funcionamento da empresa com a inegável importância de se afastar risco à integridade e à vida de moradores e frequentadores do lugar. Perigo de incêndio advindo do contato da água com os fios. 6. Resultados das vistorias da concessionária e da Defesa Civil inconclusivos. 7. Provimento parcial do recurso, para determinar que o ingresso do representante da empresa agravada no local somente se dê se acompanhado de técnico especializado com a presença da sra. síndica ou representante do condomínio, condicionando-se, no exercício do poder geral de cautela, a realização de qualquer alteração à prévia liberação da concessionária Light. 0114658-83.2010.8.19.0001 – APELAÇÃO. 1ª Ementa. DESA. ELISABETE FILIZZOLA ASSUNÇÃO – Julgamento: 15/6/2016 – SEGUNDA CÂMARA CÍVEL. Apelação. Ação de obrigação de fazer c/c indenizatória. Responsabilidade civil. Vazamento de água ocasionando infiltrações na unidade condominial da autora. Prova pericial técnica de engenharia. Sentença determinando a realização dos reparos cabíveis. Dano moral. Descabimento. Dano material não comprovado. Sentença que se mantém. Incontroversa a existência de vazamento no imóvel da autora, ocasionando infiltrações em alguns cômodos. Alegação de demora no reparo do imóvel que, por si só, não gerou dano moral a ser indenizado. Sendo de responsabilidade do condomínio o conserto da unidade condominial da autora, cabe a ele a escolha da empresa responsável pelo serviço, de acordo com as normas que regem o condomínio. Os danos materiais devem ser comprovados e, no caso dos autos, não passaram de simples alegações. Os honorários advocatícios originam-se da sucumbência parcial com relação ao condomínio e total em relação à segunda e terceira rés. Recurso desprovido.

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1053322-24.2011.8.19.0002 – APELAÇÃO. 1ª Ementa. DESA. MARGARET DE OLIVAES VALLE DOS SANTOS – Julgamento: 22/3/2017 – DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL. Apelação cível. Responsabilidade civil do estado. Rompimento de rede pública de captação de águas pluviais em razão de fortes chuvas ocorridas no município de Niterói. Desmoronamento de terreno com interdição de residências erigidas no local, entre estas a ocupada pela autora. Ente público que não se preocupou em realizar obras de limpeza e ampliação de sua rede de captação de águas fluviais, optando em não impedir que sobre esta fossem erigidas residências. Dever legal do ente público de agir no sentido de preservar a integridade e operacionalidade de sua rede de captação de águas, a fim de evitar o sinistro narrado na inicial que, diante das circunstâncias comprovadas nos autos, era plenamente previsível. Comprovados a omissão específica do ente público e o consequente dever de indenizar os danos, de qualquer natureza, suportados pela autora. Configurados danos morais cuja verba indenizatória merece ser reduzida. Honorários advocatícios que deverão ser fixados de acordo com o §4º do artigo 20 do Código de Processo Civil de 1973, e não com o estampado no §3º. Provimento parcial do recurso. 0022824-49.2013.8.19.0209 – APELAÇÃO 1ª Ementa. DES. MÁRIO ASSIS GONÇALVES – Julgamento: 16/3/2016 – TERCEIRA CÂMARA CÍVEL. Apelação cível. Ação indenizatória. Responsabilidade civil. Condomínio. Infil-

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tração. Legitimidade ativa. Danos morais. Configuração. A certidão de registro do imóvel que originou a presente demanda comprova sua alienação em data anterior aos eventos narrados na petição inicial. Entretanto, da análise dos documentos juntados pelo próprio apelante conclui-se que os apelados continuaram residindo no apartamento, fato este não impugnado pelo recorrente. Assim, residindo no local, patente sua legitimidade para postular a reparação dos danos sofridos em decorrência de infiltração que dificultou a fruição do bem. Precedentes. Rejeição da preliminar. Quanto ao mérito, melhor sorte não lhe assiste. A prova existente demonstra que as infiltrações que danificaram o imóvel no qual residem os autores decorreram da interrupção da tubulação de captação e destino de águas pluviais do prédio e do rompimento da manta de impermeabilização, bem como que a obra deveria ser realizada na tubulação primária do edifício. Assim, ao contrário do afirmado pelo recorrente, inexiste prova de que os danos foram provocados pela penetração de raízes de plantas de propriedade dos autores, localizadas na canalização secundária. O conserto da tubulação caberia, portanto, ao apelante. Inquestionável a responsabilidade do condomínio pelos danos causados ao apartamento dos apelados, decorrentes de infiltração da água de chuva, o que lhe impõe o dever de indenizar. Configuração de dano moral. A fixação do valor da reparação em R$ 4.000,00, para cada autor, está de acordo com o princípio da razoabilidade. A quantia não se apre-

senta excessiva, o que poderia ensejar o enriquecimento sem causa pelos autores, mas também não é irrisória, razão porque o apelante tem que suportar, de acordo com objetivo pedagógico. Recurso ao qual se nega provimento. 0070363-32.2010.8.19.0042 – APELAÇÃO 1ª Ementa. DESA. MARGARET DE OLIVAES VALLE DOS SANTOS – Julgamento: 15/6/2015 – DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL. Apelação cível. Contrato de prestação de serviços de limpeza, reforma e impermeabilização de fachada, telhado e calhas de escoamento de água de imóvel condominial. Pedido de rescisão de contrato e indenização de perdas e danos formulado pelo condomínio contratante e de cobrança formulado pela empresa contratada, ambos com fundamento em alegado inadimplemento culposo do contrato. Perícia que atestou a má qualidade dos serviços prestados pela empresa contratada e o atraso no prazo de conclusão da obra. Correta a sentença que determinou a rescisão do contrato com a suspensão da exigibilidade das parcelas vencidas que eram objeto de ação de cobrança da empresa contratada. Condenação da empresa contratada ao pagamento de perdas e danos devidos ao condomínio contratante consistente com o pagamento dos custos de correção dos defeitos construtivos e de conclusão dos serviços contratados a serem apurados em liquidação. Inexistência de dano moral. Não comprovado abalo na honra objetiva da pessoa coletiva. Recursos aos quais se nega seguimento.


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Outubro Rosa

A CIPA apoia o movimento pensando no bem-estar das mulheres O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo e não pertence a nenhuma instituição ou empresa, apenas existe e tem a função de alertar para o tipo de câncer que mais mata mulheres. O nome do movimento remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população e de empresas e entidades. Esse movimento começou nos Estados Unidos, onde vários estados tinham ações isoladas referentes ao câncer de mama e/ou mamografia no mês de outubro, posteriormente, com a aprovação do Congresso americano, o mês de outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama. No Brasil, várias empresas privadas entraram de cabeça no movimento, oferecendo exames específicos para mulheres que não têm acesso à rede privada de saúde. Ponto para elas!

História A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa foi lançado pela fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da 56

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primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990, e, desde então, promovida anualmente na cidade (www.komen.org). Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi, nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas para a prevenção do câncer de mama, denominadas Outubro Rosa. Todas as ações eram e são até hoje direcionadas à conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce. Para sensibilizar a população, inicialmente, as cidades se enfeitavam com laços rosa, sobretudo nos locais públicos, depois surgiram outras ações, como corridas, desfile de moda com sobreviventes (de câncer de mama), partidas de boliche etc. (www. pink-october.org). A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros etc. surgiu posteriormente, e não há uma informação oficial de como, quando e onde foi efetuada a primeira iluminação. O importante é que foi uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente.

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Saúde


O importante é focar esse sério assunto nos 12 meses do ano, já que a doença é implacável e se faz presente não só no mês de outubro. A popularidade do Outubro Rosa alcançou o mundo de forma bonita, elegante e feminina, motivando e unindo diversos povos em torno de tão nobre causa. Isso faz com que a iluminação em rosa assuma importante papel, pois se tornou uma leitura visual, compreendida em qualquer lugar no mundo. A primeira iniciativa vista no Brasil em relação ao Outubro Rosa foi a iluminação, em rosa, do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo. No dia 2 de outubro de 2002, quando foram comemorados os 70 Anos do Encerramento da Revolução, o monumento ficou iluminado de rosa “num período efêmero”, como relembra o secretário da Sociedade Veteranos de 32 MMDC, o coronel PM (reformado) Mário Fonseca Ventura. Essa iniciativa foi de um grupo de mulheres simpatizantes à causa do câncer de mama, que, com o apoio de uma conceituada empresa europeia de cosméticos, iluminou de rosa o Obelisco do Ibirapuera em alusão ao Outubro Rosa. Em outubro de 2008, diversas entidades relacionadas com o câncer de mama iluminaram de rosa monumen-

tos e prédios em suas respectivas cidades. Aos poucos o Brasil foi ganhando luz rosa em São Paulo, SP, Santos, SP, Rio de Janeiro, RJ, Porto Alegre, RS, Brasília, DF, Salvador, BA, Teresina, PI, Poços de Caldas, MG, e outras cidades. O Brasil é mundialmente conhecido por seu maior símbolo, a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. E, pela primeira vez, o Cristo Redentor ficou iluminado de rosa no Outubro Rosa. Cada ano vem aumentando a adesão ao movimento mundial Outubro Rosa, que visa chamar atenção, diretamente, para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. O importante é, na realidade, focar esse sério assunto nos 12 meses do ano, já que a doença é implacável e se faz presente não só no mês de outubro. No entanto, esse mês é representativo para a causa, tornando-se especial e destacado dos demais. A CIPA apoia o Outubro Rosa e incentiva as mulheres a se cuidarem, pois o cancêr de mama, quando descoberto precocemente, tem cura. Fonte: http://outubrorosa.org.br

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Conservação POR Lia Rangel

Limpeza das áreas comuns deve ser prioridade Todo mundo adora um condomínio bem conservado Sabe aqueles condomínios agradáveis, cheirosos e que dão a impressão de que são bem cuidados durante todo o dia? Por trás dessa sensação de bem-estar que eles nos despertam existe uma equipe de limpeza atenta e capacitada, além de um síndico que compreende a necessidade de investir nessa demanda do condomínio. Seja uma equipe do próprio condomínio, seja de empresa terceirizada, é preciso que ela conheça a rotina do condomínio, as necessidades diárias de cada cantinho dele, os melhores produtos a serem utilizados na limpeza e os melhores horários para cada tipo de atividade, de acordo com a rotina condominial. Otimizar o processo de limpeza é função do síndico, e isso deve compreender as escolhas que melhor se adaptam às necessidades de cada prédio.

Invista nos recursos certos A princípio, o processo de montar uma equipe de limpeza pode parecer simples, mas é mais complexo do que se imagina. Gerir pessoas, suas necessidades, seus horários, suas obrigações e seus direitos exige um tempo que nem sempre os síndicos têm. Por esse motivo, muitos síndicos optam pela terceirização da equipe de limpeza. É o caso do síndico Felippe Guimarães

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Natal acredita que, apesar de a terceirização ter o valor um pouco mais alto, ainda assim é mais vantajoso contar com uma empresa para comandar estes serviços

Natal, que está à frente dos condomínios Hills, Alzira e Lina, todos localizados na zona oeste do Rio de Janeiro. No total, o síndico administra dez blocos que contam com quase 180 unidades e cerca de 430 moradores. Natal explica como funciona o serviço de limpeza em seu condomínio. “Nós optamos pela contratação de uma empresa de limpeza terceirizada. No Condomínio Hills, são três funcionários que limpam as áreas comuns, como a churrasqueira, o estacionamento e a área de lazer, que compreende a quadra, o parquinho e

a piscina, além de regarem o jardim. Nos outros dois blocos, os funcionários limpam o estacionamento, o hall de entrada e os quatro andares de apartamentos, coletam o lixo e também regam o jardim. Nós temos uma rotina de limpeza em que todos os dias eles pegam o lixo dos corredores, varrem e passam pano no hall e limpam os espelhos. Também catam papéis, folhas ou qualquer outro material que esteja no chão do estacionamento”, diz. Natal ainda conta que a empresa contratada estabeleceu essa rotina de limpeza. “Isso foi feito por eles, mas se adaptam à necessidade que eu tiver. Existe um funcionário que fiscaliza a limpeza de seus empregados no fim de cada horário de trabalho. A empresa terceirizada fornece a maioria dos materiais de limpeza, e por conta do condomínio fica a compra dos sacos de lixo. De acordo com as pesquisas feitas por mim juntamente com o subsíndico, a terceirização fica um pouco mais cara do que ter funcionário do condomínio, mas a vantagem está na substituição do funcionário em caso de falta, quando ele tira férias ou quando não gostamos do serviço”, explica. Anália Brito é diretora comercial da Bio Central de Serviços, empresa que oferece uma variada gama de serviços que vão


além da limpeza, como portaria, zeladoria, vigilância de piscina, obras e reformas, pintura predial interna e terceirizações diversas, como academia de ginástica, lan house, bicicletários e jardinagem. “Atendemos todo o estado do Rio de Janeiro. Nossos processos são claros e nossa rede de supervisão é bem abrangente. Nós nos preparamos para ser a maior empresa prestadora de serviços para condomínios no estado do Rio de Janeiro. Acreditamos que, no momento econômico pelo qual atravessamos, poder contar com serviços profissionais se tornou a única saída. Não é só pelo material e equipamentos que compramos mais barato pela quantidade que utilizamos. Podemos fazer mais com um efetivo menor, nos valendo unicamente de técnicas profissionais. Quem conhece limpeza sabe onde e quando realizar os serviços para que a qualidade seja percebida. Também já vimos casos de síndicos notificados criminalmente por acidentes de moradores em corredores molhados sem identificação durante limpezas. Hoje, ser síndico ganhou uma grande responsabilidade e não há mais espaço para amadores no mercado”, diz. A diretora comercial da Bio Central Serviços acredita que os detalhes é que fazem toda a diferença. “Nossa meta é que esses detalhes não influenciem no custo e façam a diferença. Você não limpa uma brinquedoteca com os mesmos produtos que limpa um estacionamento. Não custa absolutamente nada a mais limpar os filtros dos aparelhos de ar-condicionado do salão de festas. São esses detalhes que fazem nossa proposta ser a escolhida, por-

No Condomínio Hills, os funcionários limpam as áreas comuns e a área de lazer, que compreende a quadra, o parquinho e a piscina

que cuidamos de nossos custos sem abrir mão dos valores. Nós estudamos todos os nossos clientes e encontramos formas de oferecer o que há de melhor por um preço especial. Desde a especificidade da limpeza dos brinquedos do playground até a limpeza de piscinas e quadras e a poda do gramado, somos, hoje, especialistas em limpeza geral de condomínios. Recomendamos que os materiais sejam comprados por nós por uma questão de economia e familiaridade com a diluição dos químicos. Hoje, compramos muito mais que algumas das mais famosas distribuidoras de limpeza, e nosso preço é realmente difícil de bater, mas, além de comprar muito, adquirimos o que realmente dá resultado”, explica. Considerando a crise econômica do país e que a limpeza é um custo bastante significativo para os condomínios, a

Bio Central criou um sistema de limpeza itinerante que funciona assim: inicialmente, fazem um mutirão de limpeza com um efetivo bastante representativo, máquinas e equipamentos. Depois disso, passam a atuar semanalmente em dois ou três dias, para manter a limpeza. “Essa modalidade traz uma economia significativa. Hoje, esse trabalho já é responsável por 30% de nossa receita total. Parece pouco, mas iniciamos este ano com a modalidade, e o curioso é a rápida aceitação do mercado, pois está crescendo mês a mês. Ganha o condomínio porque economiza muito e não deixa de ter o serviço essencial e ganha a empresa por explorar um nicho que poucas empresas têm a capacidade de planejamento para atender. Já atendemos condomínios com uma mescla do sistema, ou seja, mantém um agente de limpeza todos os dias e tem

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o reforço em dias específicos da semana. Eu não tenho dúvida de que essa é uma tendência dos serviços de limpeza que veio para ficar”, explica Anália Brito. A separação do lixo orgânico e do lixo reciclável é uma questão que vem sendo discutida com mais frequência e tem atingido cada vez mais síndicos que se engajam na causa ambiental e topam investir nos processos necessários para sua implementação em seus condomínios. Anália Brito explica que, nos condomínios onde a empresa presta serviços, eles não só promovem a segregação do lixo como incentivam os colaboradores a gerar receitas adicionais com o lixo reciclado. “Uma coisa que poucos se importam hoje é com o descarte de pilhas e lâmpadas. Imaginem vocês a quantidade que é descartada diariamente nas residências. Não adianta o condomínio espalhar lixeiras com coletores de recicláveis se os agentes de limpeza recolhem e misturam todo o lixo depois. Em muitas vistorias de que participamos essa prática é a regra e dificilmente encontramos exceções”, conta. Para Cláudio Henrique, diretor da Nature Garden, empresa que atende todo o Rio de Janeiro e oferece os serviços de terceirização de mão obra de jardinagem, limpeza, portaria e zeladoria, auxiliar administrativo, auxiliar de manutenção predial e gestão condominial, as principais vantagens em contratar uma empresa especializada para a limpeza dos condomínios é ter profissionais treinados e qualificados para manter a organização e a limpeza de forma adequada. “Assim, é possível manter os

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A rotina de limpeza diária inclui recolher o lixo dos corredores, limpar os espelhos, varrer e passar pano no hall

moradores felizes em poder viver em um ambiente limpo, harmonioso e organizado. Para calcular a quantidade de funcionários que cada condomínio precisa, nossa gestão envia supervisores ao local para um mapeamento geral. Por meio do diagnóstico dos serviços que precisam ser realizados e do material que será utilizado, conseguimos calcular o efetivo correto para a execução dos serviços, que geralmente contemplam a limpeza de corredor, elevador, escada de emergência, hall social e hall de serviço, a lavagem semanal e quinzenal de pisos e a lavagem da área comum e de lixeiras. A parceria com o síndico é nosso maior diferencial, pois é preciso entender suas necessidades e estar aberto a trabalhar sem cessar até que ele e seus condôminos estejam plenamente satisfeitos com nossos serviços. Ficamos com gestores 24 horas à disposição para atender aos síndicos no que precisar e na hora que for melhor. Nossa agilidade em resolver problemas que surgem no dia a dia é o que satisfaz nossos síndicos”, diz.

Além do investimento, tanto em material de limpeza quanto em mão de obra, não custa ao síndico tomar alguns cuidados adicionais, como verificar se a distribuição de lixeiras por todo o condomínio é suficiente, solicitar que todos os funcionários estejam atentos à limpeza e possam contatar a equipe responsável ao menor sinal de problemas, estabelecer regras claras para o uso das áreas comuns e solicitar a colaboração de todos os condôminos para a manutenção do ambiente limpo e agradável, já que ninguém quer morar – ou trabalhar, no caso de condomínios comerciais – em lugares sujos. Além de a limpeza do ambiente ser fundamental para a saúde, isso influencia diretamente na valorização do patrimônio. Serviço

Bio Central Serviços Tels.: (21) 2263-3168/2263-2805 Nature Garden Tels.: (21) 3596-1737/96446-4445


notas

Embratur investirá R$ 25 milhões para promover o Rio Com o Rio de Janeiro mergulhado em uma crise fiscal e econômica e enfrentando problemas com a segurança pública, o Governo Federal prepara um pacote de ações para recuperar a imagem do destino turístico como cartão-postal do Brasil. O Ministério do Turismo (MTur) e a Embratur vão investir R$ 25 milhões em

Mapa turístico muda com VLT e novo Porto

campanhas publicitárias, que começam a circular em novembro – para mídia impressa, rádio, TV e canais digitais –, para a promoção do Rio no Brasil e no exterior. O ponto de partida é uma pesquisa que cruza a forma como os turistas veem a cidade e o peso da segurança pública para o turismo carioca.

Quartel sustentável O quartel dos bombeiros da Gávea se tornou uma referência em sustentabilidade depois que o capitão Leonardo Pinho Pereira e Souza desenvolveu um sistema para captação da água da chuva, usada agora nos sanitários e na limpeza das viaturas. Ele também começou a reutilizar o óleo de cozinha (15 litros por mês) para fabricar sabão para uso na unidade e passou a cultivar duas hortas – uma hidropônica e outra convencional. Os cem homens da tropa se alimentam do que é produzido no 25º GBM.

As iniciativas têm dado bons resultados. Comparando maio deste ano com o mesmo período do ano passado, houve redução de 50% no consumo de água do quartel. Apenas nos primeiros seis meses de implantação, a unidade economizou quase R$ 4 mil na conta de água. A ideia agora é ampliar o sistema para que a água usada nos caminhões seja também da chuva, e não potável, como é hoje. Para isso acontecer o quartel está buscando parcerias com a iniciativa privada.

A revitalização da Zona Portuária e a implementação do VLT no Centro do Rio mudaram os hábitos de turistas que chegam à cidade de navio. Visitantes que antes davam preferência a cartões-postais como Copacabana, Cristo Redentor e Pão de Açúcar agora incluem na agenda as atrações da região. Em um ano, o número de pessoas que usa o transporte público quadruplicou entre os que desembarcam no terminal do Píer Mauá. O percentual saltou de 4%, na temporada de cruzeiros de 2015/2016, antes de o sistema entrar em operação, para 16% (no período 2016/2017).

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informe

Estatísticas de Imóveis Ofertados Rio de Janeiro Cobertura

VENDA

10,4%

Casa15,8,4% Flat 1,2% Quitinetes 1,4% Apartamento

71,3%

Venda Tipo de Imóvel

1 Qt

2 Qts

3 Qts

Apartamento

4 Qts

TOTAL

(%)

5.551

23.495

20.561

7.370

56.977

71,3%

Cobertura

125

1.487

4.105

2.586

8.303

10,4%

Casa

250

2.731

4.620

5.056

12.657

15,8%

Flat

557

366

4

1

928

1,2%

Quitinete

1.092

**

**

**

1.092

1,4%

TOTAL

7.575

28.079

29.290

15.013

Locação

79.957 100%

Cobertura 6,4% Casa 8,9% Flat 2,8% Quitinete 3,3%

Apartamento

78,7%

ALUGUEL Tipo de Imóvel

1 Qt

2 Qts

3 Qts

4 Qts

TOTAL

(%)

Apartamento

2.120

5.472

3.972

1.346

12.910

78,7%

52

194

461

338

1.045

6,4%

Cobertura Casa

164

424

393

472

1.453

8,9%

Flat

277

183

2

**

462

2,8%

Quitinete

540

**

**

**

540

3,3%

3.153

6.273

4.828

2.156

16.410

100%

TOTAL

fonte: SECOVI RJ.

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Conservação

Calçadas no prumo Os síndicos são responsáveis por suas calçadas e devem mantê-las em bom estado Ninguém aguenta mais calçadas esburacadas, desniveladas e que causam acidentes o tempo todo. Idosos, crianças, cadeirantes, mulheres de salto, distraídos... Enfim, tem tombo e prejuízos para todos. Parece engraçado, mas não é. É sabido que os síndicos devem, por lei, garantir que o calçamento em frente a seus prédios esteja em dia com a manutenção para que ninguém se machuque. E a limpeza também é obrigatória. Do contrário, serão responsabilizados por meio de multas, inclusive.

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O síndico Almir Nogueira Freire Filho, do Condomínio Azaleas, de três andares e apenas 15 apartamentos, na zona norte da cidade, está atento a essa necessidade e já está se organizando para reformar sua calçada: “A grande questão é que as pessoas usam as calçadas de forma errada. Estacionam veículos de todo porte sobre elas e ignoram que isso danifica o revestimento”, reclama. Almir ressalta que a obra não é tão simples assim. Existe uma lei municipal que é muito clara. “Precisamos reformar a calçada e, para isso, temos que apresentar o projeto, a

planta baixa na Prefeitura. Tem que ser feita por um engenheiro ou arquiteto, dizendo o que o condomínio pretende”, explica ele, que já está com outras despesas extraordinárias, mas assim que terminarem vai fazer uma cota extra para a reforma do calçamento. O piso em frente ao Condomínio Azaleas é de concreto, mas mesmo sendo mais resistente do que as pedras portuguesas não resistiu ao peso dos automóveis e caminhões que se utilizaram da calçada. “O piso rachou e apresenta desnível e infiltrações, mas em breve estará resolvido”, finaliza do síndico.


Reformando com quem entende do riscado Sebastião Lourenço, da SL Reformas, há 13 anos no mercado fazendo reformas gerais em condomínios, afirma que o piso que dá menos problema é o de concreto. “Nada se compara com os problemas ocasionados pelas pedras portuguesas. Quando uma solta, ninguém chama para consertar. Aí solta mais uma e outra... quando se percebe, já está tudo esburacado, já deu infiltração na caixa de passagem (caixa de esgoto), aí o piso cede. O conserto que seria simples passa a ser uma grande reforma”, alerta. O técnico recomenda a colocação de contrapiso em vez de pedras portuguesas, e avisa que alguns serviços de calçada precisam de autorização da Prefeitura, por exemplo, a colocação de fradinhos. “E outra coisa: deu problema, não espere para consertar depois. Quanto antes agir, mais fácil e barato fica. E cuidado com quem vai consertar, o barato sai caro. Prefira sempre empresas especializadas”, ressalta. Luiz Otávio Gomes Ribeiro, engenheiro responsável da Ricel, empresa há mais

Síndico Almir Nogueira Freire Filho: “A grande questão é que as pessoas usam as calçadas de forma errada. Estacionam veículos de todo porte sobre elas e ignoram que isso danifica o revestimento”

de 35 anos no mercado, diz que sempre que é procurado para reformar uma calçada orienta o síndico de forma técnica: “Às vezes, os síndicos vêm com uma ideia pronta do que querem, em outras eles pedem sugestões. Oriento sobre o que penso, ofereço sempre a melhor solução técnica. Cada caso é um caso, mas uma coisa é certa: as calçadas não são feitas para estacionamento, pois não têm resistência para o peso, não são preparadas para isso. Caminhão, então, nem se fala, é prejuízo na certa”, avalia. Quanto às famosas pedras portuguesas, o engenheiro diz que como a manutenção correta é restrita e não é regular, representam um problema constante: “Existem poucos calceteiros especialistas. A mão de obra é difícil e até a Prefeitura tem dificuldade de obter. Não aconselho que nenhum ‘faz-tudo’ conserte uma calçada de pedra portuguesa, muito menos que um funcionário do prédio o faça. Além de ser desvio de função, não vai ser bem-feito. É só dar uma voltinha na cidade para observar”, sentencia.

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mariza lima

Calçadas de pedras portuguesas são belíssimas, especialmente se estiverem bem conservadas

O Rio de Janeiro e as pedras portuguesas Há mais de 1,2 milhão de metros quadrados desse revestimento no município do Rio de Janeiro. Herança dos portugueses, com certeza. Em alguns trechos da cidade o calçamento é tombado, mas nem por isso tem a conservação exemplar, infelizmente. Uma pena. O fato é que, em função disso, o governo municipal anunciou duas medidas: a criação de um novo modelo de calçada para o município e a abertura de uma escola para formar calceteiros especializados em pedras portuguesas. A Praça Serzedelo Correa, em Copacabana, será a primeira a ganhar piso em blocos pré-moldados intertravados de concreto, que deverá ser copiado nos 36 milhões de metros quadrados de pavimentos para pedestres nos bairros.

O secretário municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma), Rubens Teixeira, garantiu que a pasta vai poupar as pedras portuguesas. O secretário adiantou, porém, que áreas “já descaracterizadas” ganharão o novo padrão. A iniciativa é fruto de um termo de cooperação técnica entre a Seconserma e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). “Temos grande preocupação com a questão. Faremos campanha de conscientização para que cada um entenda e assuma sua responsabilidade na manutenção de calçadas”, adiantou Rubens.

Mais de 1,6 mil pedidos de consertos só em um ano

escola para formar mão de obra. “Estamos buscando recursos com o BNDES”, revelou Rubens Teixeira. Só no primeiro semestre deste ano, o serviço 1746 recebeu mais de 1,6 mil solicitações para tapar buracos em calçadas. Desse total, 457 foram consertados e as demais solicitações, encaminhadas a responsáveis, como donos de estabelecimentos e concessionárias. A Seconserma fiscaliza calçadas por meio de 25 gerências. O prazo para reparos vai de 30 a 60 dias. Em 2016, foram 15,2 mil notificações, com 70% dos casos resolvidos. As multas variam de R$ 250 a R$ 3 mil. Serviço

Por possuir apenas 30 calceteiros especialistas em pedras portuguesas, o equivalente a um para cada 40 mil metros quadrados, a Prefeitura decidiu abrir uma

Ricel Tel.: (21) 2262-3688 SL Reformas Tel.: (21) 3885-8237

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história

O Cais do Valongo agora é Patrimônio Mundial da Unesco Principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, o Sítio Arqueológico Cais do Valongo, na Gamboa, Zona Portuária do Rio, recebeu o título de Patrimônio Mundial da Unesco. A região representa a memória do sofrimento dos escravos que foram removidos à força de suas terras de origem para uma vida de trabalhos forçados e degradação. Estima-se que mais de 4 milhões de africanos foram escravizados no Brasil até o século XIX. Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa ressaltou a importância do título: “Em momentos de elevada intolerância, o reconhecimento de sítios sensíveis coloca em evidência a necessidade de compartilharmos nossa experiência em prol de uma visão mais humanista da sociedade global,

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a partir da observação do que o Cais do Valongo significou e da sua reapropriação social nos dias atuais, em especial pelos descendentes afro-brasileiros, que,

numa atitude de superação, reafirmam sua negritude e sua história para o Brasil, as Américas e todo o mundo”, disse Kátia em discurso durante a cerimônia de premiação em Cracóvia, na Polônia. Muito importante para a comunidade afro-brasileira e para a comunidade afro-americana em geral, o Cais do Valongo agora se encontra no mesmo patamar que a cidade de Hiroshima, no Japão, e o Campo de Concentração de Auschwitz, na Polônia, classificados como locais de memória e sofrimento. O local é o único cais de desembarque de africanos escravizados ainda preservado materialmente. Pela magnitude do que representa, coloca-se como o mais destacado vestígio do tráfico negreiro no continente americano.


Patrimônio: legado do passado ao futuro O patrimônio é o legado que recebemos do passado, vivemos no presente e transmitimos às futuras gerações. Nosso patrimônio cultural e natural é fonte insubstituível de vida e inspiração, nossa pedra de toque, nosso ponto de referência, nossa identidade. O que faz com que o conceito de Patrimônio Mundial seja excepcional é sua aplicação universal. Os sítios do Patrimônio Mundial pertencem a todos os povos do mundo, independentemente do território em que estejam localizados. Os países reconhecem que os sítios localizados em seu território nacional e inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, sem prejuízo da soberania ou da propriedade nacionais, constituem um patrimônio universal “com cuja proteção a comunidade internacional inteira tem o dever de cooperar”. Todos os países possuem sítios de interesse local ou nacional que constituem verdadeiros motivos de orgulho nacional, e a Convenção os estimula a identificar e proteger seu patrimônio, esteja ou não incluído na Lista do Patrimônio Mundial.

Unesco pode desenvolver plano de gestão para o Cais do Valongo Depois de declarar, em julho, o Cais do Valongo Patrimônio Mundial, a Unesco poderá prestar consultoria à Prefeitura do Rio para desenvolver um plano de gestão para a área. A ideia é que a importância histórica do sítio seja ressaltada. A parceria, que deve durar quatro anos e custar ao município R$ 7,3 milhões, prevê, por exemplo, que o espaço – redescoberto durante as obras do Porto Maravilha – opere de forma integrada com o futuro Museu da Escravidão e Liberdade (nome provisório), que a Prefeitura pretende instalar no Armazém Docas D. Pedro, perto das ruínas. “A Unesco tem experiência em parcerias internacionais para desenvolver projetos de gestão e manutenção de patrimônios históricos. No Brasil, antes desse acordo de parceria com o Cais do Valongo, a entidade colaborou com o Iphan para a implan-

tação do Museu de Congonhas (MG)”, disse a secretária municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira. O Museu de Congonhas foi inaugurado em 2015, ao lado do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, onde estão expostas 12 esculturas de Aleijadinho, esculpidas em pedra sabão, em tamanho natural, representando os discípulos de Cristo. O museu mineiro mantém exposições de peças da época do Brasil Colonial, e funcionários da instituição também trabalham na manutenção do sítio histórico. Segundo Nilcemar, a ideia é desenvolver projeto semelhante no Rio. Parte das peças arqueológicas recolhidas durante as obras do Porto Maravilha integrará exposições no futuro Museu da Escravidão. A secretária lembrou que esse foi um dos compromissos que a Prefeitura assumiu quando fez a candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio Mundial. O nome do museu ainda não é definitivo porque a Secretaria de Cultura pretende escolhê-lo através de um concurso entre frequentadores da área. “No caso do Rio, como consultora, a Unesco deverá ajudar a elaborar editais para escolher projetos culturais que contribuam para a conservação do Cais do Valongo. Desde março, temos discutido com representantes da sociedade civil e órgãos públicos um plano para a implantação do museu”, acrescentou a secretária. O museu ainda não tem data para abrir. Segundo a secretária, detalhes do funcionamento do espaço serão decididos após estudos de viabilidade, previstos para acontecer no segundo trimestre de 2018. Eles vão definir, por exemplo, horários de funcionamento, estimativa de público e se haverá cobrança de ingressos. Hoje, o Armazém Docas é integralmente ocupado pela ONG Ação da Cidadania, criada por Betinho. Com a instalação do museu, apenas uma parte do imóvel deverá ficar com a ONG. O Cais do Valongo é composto por vestígios do calçamento de pedras, construído em 1811, e pelo porto erguido para receber a princesa Tereza Cristina de Bourbon, esposa do imperador Dom Pedro II, em 1843.

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Segurança

Prevenção ainda é o melhor remédio Sistemas de combate a incêndio devem estar em dia O síndico não precisa saber de tudo, ele precisa é estar bem assessorado. A começar por uma boa administradora que o mantenha informado sobre a legislação que rege toda e qualquer parte do condomínio. E olha que não é pouca coisa: estrutura, vistorias, funcionários, piscinas, limpeza de reservatórios de água, impostos etc. Mas o foco desta matéria é sobre um dos pontos que mais vêm sendo negligenciados: o sistema de combate a incêndio. Moisés Cukier, diretor Comercial da JJM, empresa especializada no ramo de prevenção e combate a incêndios, afirma que, nesse quesito, a coisa está complicada: “A cultura da segurança não é típica do brasileiro”, lamenta. Na experiência desse empresário, de todos os prédios vistoriados por sua empresa, somente 10% se adequavam às normas vigentes. “Vejo síndicos se preocupando com reformas de fachada e deixando outras coisas mais importantes para trás. É preciso deixar a parte elétrica, hidráulica e os sistemas de barriletes em condições minimamente aceitáveis. Isso porque quando

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Síndica Maria de Fátima Noronha: “Foi feita uma vistoria por todo o condomínio, que determinou o que deveria ser implementado para que cumpríssemos a lei e mantivéssemos todos em segurança. Resolvi o mais urgente e, aos poucos, fomos ajustando outras coisas”

der problema no sistema de combate a incêndio, geralmente é trágico”, ressalta. Quando o quesito é o encanamento, Cukier avisa: “Canos antigos, de ferro, cos-

tumam estourar. E isso vai acontecer na hora em que for preciso usar para combater um incêndio. É necessária a troca das colunas de água de forma preventiva, e não fazer consertos paliativos, que é o que mais vemos por aí”, avisa. De forma muito direta, Cukier explica: “O básico, que todo condomínio tem que ter, são extintores, mangueiras, portas corta-fogo e os registros das caixas de hidrante (nas quais se acoplam as mangueiras). Sem isso já fica muito complicado manter um condomínio em segurança.”. Uma coisa é fato: quanto mais novo o condomínio, mais chances de ele estar em dia com a prevenção a incêndios. “Na zona sul, especialmente em Copacabana, não se constrói nada há pelo menos 30 anos. É muito fácil achar irregularidades. E olha que a grande maioria dos moradores de Copacabana, por exemplo, é idosa e precisa de muito mais ajuda na hora do pânico. Como os bombeiros não têm efetivo para fiscalizar, muitos síndicos acabam fazendo vista grossa para a legislação em vigor, que é o Decreto Estadual 897/76”, lamenta.


Detalhes tão pequenos e tão significativos Corrimãos nas escadas, fitas antiderrapantes nos degraus, luz de emergência nas escadas e nos corredores e sinalização visual com placas fotoluminescentes (refletem no escuro) são imprescindíveis. “Num incêndio, corta-se a energia, e aí as placas comuns não têm mais serventia, não dá para ver nada! No pânico é preciso estar orientado. É na hora da correria, e que está escuro, que as pessoas precisam saber para onde correr”, avisa o diretor da JJM.

Portas Corta-fogo As portas corta-fogo, na grande maioria das vezes, passam despercebidas mesmo. São coadjuvantes no dia a dia, mas na hora do incêndio são elas que ajudam as pessoas a não morrerem asfixiadas com a fumaça ou queimadas mesmo. Elas conseguem manter as escadas em boas condições de fuga por até duas horas, ou seja: as portas corta-fogo têm um papel muito importante nessa história. Justamente por isso sua manutenção não pode ser negligenciada. Um dos principais itens a serem vistos são as molas das dobradiças das portas corta-fogo. Esse tipo de porta nunca pode ficar entreaberta. Deve estar sempre fechada. Veja bem, isso não significa “trancada”, algo inadmissível para esse tipo de aparato. Nem em casos de um único morador no andar (nem mesmo cobertura) esse procedimento é permitido. No caso das coberturas, é importante lembrar que elas podem ser até usadas como rota de fuga. Jamais devem ficar trancadas.

As portas corta-fogo jamais devem ficar trancadas. Nem mesmo nos casos de moradores únicos num andar ou mesmo na cobertura, que pode ser usada como rota de fuga

Maria de Fátima Noronha, síndica há três anos do Condomínio Dois Rios, na zona norte carioca, é uma pessoa organizada por natureza e não faz nada de qualquer jeito. Ela entra para resolver mesmo. “Gosto do que faço e sei que faço bem-feito. Eu entro de cabeça nos problemas e cobro resultados das coisas que delego”, avisa. À frente do condomínio que tem dois blocos, 214 unidades e cerca de 500 moradores, a síndica, que conta com a CIPA na administração, não mediu esforços para deixar o condomínio em boas condições: “Moro há 64 anos aqui. Quando assumi vi que nem barrilete de incêndio tínhamos. Fiz uma supervistoria e fui a todos os lugares que as pessoas não vão. Até embaixo de caixa-d’água eu fui. Relatei tudo o que vi e percebi em assembleia. Se pegasse fogo não teria bombeiro que resolvesse”, lembra ela. Eram mangueiras rasgadas, registros

nos andares que não funcionavam, extintores vencidos, sem recarga... Um festival de coisas erradas que a síndica se apressou a resolver. “Chamei uma empresa especializada e rapidamente os extintores já estavam funcionando. Foi feita uma vistoria por todo o condomínio, que determinou o que deveria ser implementado para que cumpríssemos a lei e mantivéssemos todos em segurança. Resolvi o mais urgente e, aos poucos, fomos ajustando outras coisas. Paulatinamente, estamos fazendo tudo que é necessário para o condomínio ficar em perfeitas condições”, comemora Maria de Fátima. Claro que essas ações custam muito dinheiro – é preciso que o síndico se organize para os gastos, seja usando uma reserva do condomínio, seja estabelecendo cotas extras para tal finalidade. O que não pode é negligenciar a segurança, até porque ele responde por isso em caso de sinistros.

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Conheça as classes de incêndio Os materiais combustíveis têm características diferentes e, portanto, queimam de maneiras distintas. Há quatro categorias:

Síndica Maria de Fátima Noronha: “Foi feita uma vistoria que determinou o que deveria ser implementado para que cumpríssemos a lei e mantivéssemos todos em segurança. Resolvi o mais urgente e, aos poucos, fomos ajustando outras coisas”

Causas mais comuns de incêndios As causas mais comuns de incêndio são curtos-circuitos, descargas elétricas e a falta ou inadequação de sistemas de combate a incêndios. Além das providências do síndico, é preciso que os moradores também realizem inspeção em suas instalações elétricas. Com o passar dos anos, houve maior demanda por energia com o uso de cada vez mais aparelhos domésticos e nem sempre há um ajuste na rede elétrica dos imóveis, o que pode causar um superaquecimento dos condutores e iniciar um incêndio. Cukier finaliza alertando para que os síndicos sempre procurem empresas credenciadas pelo CREA para a instalação de sistemas de prevenção e combate a incêndio. Já para a manutenção de extintores e mangueiras, basta que a empresa escolhida seja credenciada pelo Corpo de Bombeiros.

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ser condutor de eletricidade. Pode ser usado também em incêndios de classes A e B.

Extintor com pó químico seco

Classe A – incêndio em material sólido, como madeira, papel e tecido;

Indicado para incêndio de classe B (líquidos inflamáveis). Age por abafamento. Pode ser usado também em incêndios de classes A e C.

Classe B – incêndio em líquidos inflamáveis, como óleo, gasolina e querosene;

Extintor com pó químico especial

Classe C – incêndio em equipamento elétrico energizado, como máquinas elétricas e quadros de força. Ao ser desligado o circuito elétrico, o incêndio passa a ser de classe A; Classe D – incêndio em metais que inflamam facilmente, como o potássio e o alumínio em pó.

Conheça os tipos de extintor e saiba qual o uso de cada um deles Os extintores servem para combater pequenos focos de incêndio. Cada tipo contém uma substância diferente que age em distintas classes de incêndio.

Extintor com água pressurizada É indicado para incêndios de classe A (madeira, papel, tecido e material sólido em geral). A água age por resfriamento e abafamento, dependendo da maneira como é aplicada.

Extintor com gás carbônico Indicado para incêndios de classe C (equipamento elétrico energizado), por não

Indicado para incêndios de classe D (metais inflamáveis). Age por abafamento.

Observação importante! Não use água em fogo de classe C (material elétrico energizado), porque a água é boa condutora de eletricidade e pode aumentar o incêndio.

Extintores de incêndio O condomínio deve dispor de três tipos de extintor: Água: serve para apagar o fogo de madeiras, sofás, cortinas. Pó químico: usado principalmente para fogo advindo de instalações elétricas. CO2: Para uso em motores, bombas e geradores. Serviço

JJM Sistemas de Combate a Incêndio Tel.: (21) 2560-5955


cidade

Lagoa Presente promove corrida pela cidadania e segurança Lagoa, no Aterro e no Méier e a renovação do convênio pela Fecomércio, que garante a continuidade do atendimento a esses bairros até o fim de 2018.

divulgação

Premiação

Todos os que concluírem a corrida/caminhada receberão medalhas. Haverá troféus para os três primeiros colocados (feminino e masculino) do público geral e os três primeiros (feminino e masculino) dos agentes que trabalham na Operação Segurança Presente. Um kit adidas também será oferecido para os primeiros colocados.

Inscrições

As inscrições serão encerradas dia 1º de novembro e custam R$ 35 mais dois quilos de alimentos não perecíveis (sugestão: arroz, feijão e leite em pó) e podem ser feitas por meio do link https://www.ativo. com/calendario/todos/america-do-sul/br/ rj/rio-de-janeiro/corrida-de-rua/34547/ 2o-seguranca-presente-run Visite a página do evento no Facebook: Segurança Presente – Abrace essa Ideia.

divulgação

Quem gosta de caminhar, correr na Lagoa ou mesmo frequentar aquela área maravilhosa de lazer não pode ficar de fora da segunda edição da Segurança Presente Run, que vai acontecer dia 2 de dezembro. Essa atividade não tem fins lucrativos e seu objetivo é homenagear o Projeto Segurança Presente e dar visibilidade a ele, que é baseado no programa Tolerância Zero, implementado em Nova Iorque, que se utiliza de comunicação inteligente e eficiente entre seus agentes, realizando um policiamento preventivo. O projeto também oferece apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade por meio de seus assistentes sociais. A Segurança Presente Run é muito mais do que uma corrida, ela é um agradecimento ao modelo de policiamento das Operações Segurança Presente e tem como objetivo demonstrar o apoio da sociedade ao projeto, visando não só a sua permanência como também a expansão para outros bairros de nossa tão sofrida cidade. Na ocasião, serão comemorados também dois anos de existência do projeto na

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Cidade POR Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

Pombos – verdades e mitos toda sorte de contaminação, tornando-os possíveis vetores de diversas doenças.

Para que nossos leitores voem no universo dos pombos, tão presentes em nossas praças, ruas e condomínios, conversamos com o veterinário Francisco José Lima de Sá, formado, em 1992, pela UFRRJ e com várias pós-graduações, uma delas em animais silvestres pelo Senac/Zoo. Condomínio etc. – O receio que se tem de que pombos transmitam doenças, como a toxoplasmose, é mito ou verdade? Francisco José – Pombos não transmitem a toxoplasmose pelas fezes; ela pode ser propagada pela ingestão de sua carne malpassada, se houver nela o parasita. Alimentos contaminados por fezes de pombo podem transmitir salmonelose. Os pombos podem transmitir muitas doenças ao serem contaminados. Eles não geram do-

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Cetc. – Como limpar fezes de pombos nos batentes das janelas dos apartamentos? FJ – Hipoclorito de sódio (água sanitária) é uma boa opção para desinfetar o local.

Francisco José Lima de Sá

enças. Infelizmente, a falta de higiene da população e a precariedade sanitária de nossas cidades expõem esses pássaros a

Cetc. – Qual o papel simbólico do pombo? Por que é alimentado em todas as praças do mundo? FJ – Os pombos foram heróis nas guerras porque transportavam informações importantes. Hoje são tratados como baratas voadoras e sofrem muito preconceito, principalmente em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Nos desenvolvidos, culturalmente superiores e que


cuidam dos animais, eles são respeitados. A criação de pombos é um hobby em muitos países da Europa. Cetc. – Quais os verdadeiros riscos de termos populações grandes de pombos em locais públicos, como ruas, praças, passeios, condomínios? FJ – Seu crescimento populacional é proporcional à oferta de alimentos. Quanto mais comida oferecida, mais pombos. Basicamente, há pombos domésticos, muito encontrados nas cidades, e os silvestres, que tenho visto também nos centros urbanos, talvez por nossa invasão a seu habitat. Nós somos invasores. Fora do Brasil existem várias raças obtidas por meio de seleção genética e cruzamentos selecionados. O controle populacional em países que respeitam os animais se dá pela construção de pombais e remoção de ovos. Aqui, no Brasil, mata-se despudoradamente. Cetc. – Se os alimentamos, evitamos contaminações e doenças, já que não terão de comer lixo e dejetos?

FJ – Realmente, nos ambientes insalubres onde eles buscam alimentos, podem ser contaminados por muitas doenças, sendo a principal delas causada por fungos que se desenvolvem em suas fezes e que, quando inspirados, podem contaminar o ser humano. A presença de poeira,

carregando fezes de pombos, pode gerar algumas doenças adquiridas pela inspiração. Daí a razão porque devemos impedir a nidificação (ninhos) em buracos de arcondicionado, pois pode favorecer a contaminação das pessoas com o funcionamento do aparelho.

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Cetc. – Então devemos cuidar deles... FJ – É bom esclarecer que os pombos fazem parte da cadeia alimentar de muitos predadores e que, se sumirem, haverá desequilíbrio ecológico, com o sumiço também de algumas espécies de gavião que dependem deles para se alimentarem. Temos que aprender a conviver com eles e alimentá-los em locais próprios para que o controle populacional possa ser feito por meio da remoção dos ovos galados. Na verdade, eles são vítimas também e devemos salvá-los da pena capital que muitos lhes querem impor, classificando-os como espécie desprezível e desnecessária. O ser humano mata, destrói o planeta e nem por isso deve ser exterminado. Temos que buscar alternativas e soluções adequadas.

correios que transportavam diversas campanhas militares. Durante a Primeira Guerra Mundial, era um privilégio têlos e na Segunda Guerra Mundial, eles foram utilizados para evitar que as conversas fossem interceptadas. Os pombos também entregavam pequenos objetos que precisavam chegar com urgência, como tubos de sangue de hospitais ou laboratórios. Alguns exércitos modernos continuam mantendo o treinamento de pombos-correios para garantir um plano de contingência no caso de surgir algum conflito que faça os sistemas modernos de comunicação entrarem em colapso.

Algumas outras histórias... Eles têm sido símbolo significativo para representar a entrega de mensagens. Em textos antigos, como a Bíblia, o Espírito Santo vem através de uma pomba e, igualmente, uma pomba anunciou o nascimento de Jesus a Maria. Uma pomba também deu a Noé um raminho de oliveira como mensagem sobre o que havia em terra nas proximidades. Na mitologia e na literatura, há vários relatos nos quais podemos ver o trabalho desses pequenos voadores. Por exemplo, em As mil e uma noites, os pombos são tratados com grande importância: “… Temos de capturá-los, os quarenta pombos do califa, colocá-los em uma gaiola e trazê-los também!”. Os pombos-correios se diferenciam dos demais porque têm excelente senso de direção e corpo atlético, podendo viajar até mil quilômetros em um único dia a uma velocidade de 90 quilômetros por hora. Há registros de que já se utilizavam pombos como correio em 2.800 a.C. Nas antigas civilizações grega e romana, serviam para comunicação. Eram os pombos que informavam os nomes dos vencedores dos Jogos Olímpicos nos confins do Império. Na Roma antiga, as tropas romanas tinham pombos80

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As pombas Raimundo Correia (poeta parnasiano do Maranhão) Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais...


Mercado

Caixa agora exige entrada de 50% para compra de imóvel usado Agora está mais difícil financiar a compra de imóveis usados pela Caixa Econômica Federal. O banco público, líder no segmento, decidiu reduzir o teto do financiamento de imóveis usados de 70% para 50% do valor do bem a partir de 25 de setembro. Ou seja, quem estiver interessado em comprar a casa própria vai precisar desembolsar metade do valor do imóvel para conseguir o financiamento. A medida só vale para novos contratos e fica em vigor até o fim do ano, pelo menos. Além disso, o banco público suspendeu novos financiamentos em que um imóvel já financiado por outra instituição financeira é vendido para um terceiro, usando recursos da Caixa. As novas regras valem para financiamentos com recursos da poupança e do FGTS. Contratos em vigor continuam sem nenhuma alteração. Segundo o vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antônio de Souza, a prioridade do banco, agora, é financiar imóveis novos. “A prioridade é para imóveis novos, que geram emprego e renda. Não mensuramos o impacto no mercado, mas essa medida será até o fim do ano. Depois, voltam as condições anteriores. A mudança é para estimular empregos e focar recursos

para novas obras”, disse o vice-presidente. O banco também recomendou à sua rede que dê preferência a contratos com menores cotas de financiamento e que tenham indicação ou melhor qualificação.

Ritmo menor A decisão vem em um momento em que a Caixa está reduzindo o ritmo do crédito habitacional em todas as linhas, mas, sobretudo, com recursos do FGTS. Em julho, o banco já havia anunciado que a linha

pró-cotista, suspensa em maio por falta de recursos, seria retomada apenas em 2018. Uma das justificativas apresentadas pelo banco público é adequar o sistema a uma nova norma do Ministério das Cidades. Editada em agosto, a Instrução Normativa 32 determina que o orçamento habitacional do FGTS seja executado de forma mensal e fixa percentuais para os meses de agosto a dezembro, para evitar que a verba acabe antes do fim do ano. Segundo o Ministério das Cidades, a medida foi editada porque o FGTS não dispõe de margem para liberar recursos novos, além do orçamento anual, que é de R$ 71,7 bilhões em 2017. A Caixa recebeu 80% desse montante, e o Banco do Brasil, os 20% restantes. De acordo com dados da Caixa, o volume do crédito imobiliário atingiu R$ 62 bilhões até setembro, sendo R$ 47,6 bilhões com recursos do FGTS. As concessões subiram 20,5% em relação ao mesmo período do ano passado, mas o orçamento também ficou maior. Segundo Souza, o montante disponível para 2017, somando várias fontes, é de R$ 84,2 bilhões, contra R$ 81 bilhões em 2016. Fonte: O Globo.

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Segurança

Sem negligência na piscina Férias têm que ser sinônimo de alegria, traquilidade, descanso e segurança. Sair da rotina sabendo que tudo está sob controle é o sonho de todo mundo, mas nem sempre depende de nós. Não podemos controlar tudo... Um maravilhoso dia de sol na piscina pode terminar em tragédia. Quem nunca leu algo sobre afogamento de crianças? Infelizmente, é mais comum do que se pensa. Os motivos são vários, mas, nesta matéria, vamos abordar o tema sob a ótica técnica. O que o síndico pode fazer para tornar sua piscina o mais segura possível? Guarda-vidas? Ok. Apesar de a lei no estado do Rio (Lei nº 3.728/2001) só obrigar o guardião para piscinas que tenham tamanho maior do que 6 x 6 m, é sempre bom lembrar que não é o tamanho da piscina que determina que acidentes graves podem acontecer. Eles podem acontecer em piscinas rasas e podem ser fatais. Foi o

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vivien bezerra de mello

Condomínios têm que ter dispositivo antissucção automático e também manual. É o que diz a lei

Um maravilhoso dia de sol pode terminar em tragédia. Síndicos zelosos e atentos não deixam isso acontecer

que aconteceu nas férias de julho em Balneário Camboriú com a pequena Raquel. Rachel Rodrigues Novaes Soares tinha 7 anos e ficou presa pelo cabelo em um ralo da piscina, morrendo afogada depois de ficar cerca de seis minutos submersa. A piscina tinha apenas 60 cm de profundidade. Segundo o Corpo de Bombeiros, a menina estava brincando na piscina infantil de um hotel quando teve os cabelos sugados pela entrada de aspiração do filtro da piscina. A Prefeitura de Balneário Camboriú, através da Diretoria de Fiscalização de Obras, interditou a piscina com base na Lei Municipal 3.908/2016, que determina que clubes, hotéis e academias têm a obrigação de instalar dispositivos que interrompam o processo de sucção em piscinas de uso coletivo. A piscina não possuía tal dispositivo e obviamente o hotel está respondendo pela morte de uma inocente.


Cada estado tem sua lei Apesar de esta ser a verdade, um síndico nunca deve subestimar a possibilidade de acidentes sérios nas dependências do condomínio. No estado do Rio de Janeiro, a lei é clara. Segundo Cláudio Bonfim da Silva, engenheiro eletricista com habilitação em eletrônica e 28 anos de experiência no mercado de bombas, a Lei Estadual 6.772, de 9/5/2014, dispõe sobre a obrigatoriedade de colocação de dispositivos para interromper o processo de sucção em piscinas. Ele, que é proprietário da Power Flow e tem mais de 1.200 instalações de seu dispositivo antissucção no currículo, afirma: “Síndicos atentos e cuidadosos não esperam leis ou acidentes para equipar seus condomínios com dispositivos que garantam a segurança dos moradores. Já instalei centenas de dispositivos no Rio de Janeiro, mas também instalo fora do estado, inclusive em cidades que não têm a obrigatoriedade de fazê-lo. É uma questão de consci-

O administrador Márcio da Luz faz questão de cumprir a lei na íntegra e manter o condomínio dentro de todas as regras exigidas

ência mesmo. Se há como prevenir mortes, por que não fazê-lo?”, questiona. O engenheiro explica que o dispositivo antissucção de piscinas Power Flow “é instalado na bomba da piscina e interrompe o processo de sucção da bomba em 2 segundos de forma automática quando o sistema percebe que alguma coisa obstruiu o ralo do fundo da piscina, salvan-

do, assim, qualquer pessoa que, por um acidente, fique presa no ralo, o que evita machucados sérios e afogamento”. Além disso, o equipamento protege a bomba contra trabalho a seco, ou seja, sempre que houver falta de fluxo a bomba será desligada automaticamente. O especialista arremata: “O dispositivo antissucção Power Flow possui também proteção para falha por

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sobrecarga, que verifica se o rotor está travado e desarma o motor imediatamente, evitando que seja danificado por sobrecarga.”. Outra vantagem do equipamento oferecido pela Power Flow é que ele não se comunica com a parte hidráulica do sistema da piscina. “Pela minha experiência, os equipamentos que trabalham em conjunto com a parte hidráulica costumam dar problemas no sentido de perda de eficiência da bomba em função da perda de carga da válvula de fluxo”, explica. Em relação à manutenção, Cláudio Bonfim sugere a manutençao anual, prevetiva. Mas se seu condomínio ainda não tem o dispositivo, não perca mais tempo, proteja os moradores. É simples, acessível e seu condomínio estará cumprindo a lei! Bonfim explica que é necessário um projeto técnico para a instalação do dispositivo: “A lei exige e o técnico deve emitir ART, instalar e se responsabilizar. A ART deve ser apresentada aos bombeiros pelos síndicos, e o projeto é basicamente um descritivo de funcionamento com esquema elétrico básico de instalação. É um manual do equipamento”, conclui.

Condomínio dentro da lei Condomínios atentos e responsáveis têm os dois dispositivos de segurança: automático e manual. Além de cumprir a lei, estão oferecendo a segurança necessária para que os banhos de piscina se tornem agradáveis e seguros. Assim é no Condomínio Clube Santa Mônica Jardins, zona oeste do Rio de Janeiro. O administrador Márcio da Luz, que está desde 2014 na administração, junto com a síndica Renata Azevedo, diz que eles

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Condomínios atentos, responsáveis e dentro da lei têm os dois dispositivos de segurança: automático e manual

colocaram essa lei como prioridade: “Assim que assumimos aqui, fizemos questão de fazer cumprir a lei, que havia acabado de ser aprovada”, lembra. O condomínio, que é composto de nove prédios e cerca de 1.300 moradores, não poderia negligenciar uma questão tão séria: “Temos duas piscinas recreativas, uma de raias e duas hidros. Temos uma escolinha de natação e muitas crianças por aqui. Jamais poderíamos colocar a vida de qualquer pessoa em risco”, avalia o administrador, que lembra que, antes de instalar os dispositivos, todos os moradores foram informados por meio de avisos nos elevadores, escaninhos e e-mails. “Fizemos um teste piloto com o alarme do botão de pânico, que tocava para que as pessoas soubessem o que ele significava e também para que não se assustassem”, conta ele, que comemora nunca ter tido nenhum incidente nas piscinas. Além dos dispositivos, cada piscina do condomínio também tem guardiões o

tempo todo em que estão abertas. “Elas também são cercadas por grades.” Afinal, segurança nunca é demais. Os guardiões do condomínio têm uma cadeira alta, que proporciona visão ampla e estratégica das piscinas recreativas, e eles também usam apitos para alertar situações consideradas de risco. “Na piscina de adulto, criança só entra acompanhada de seu responsável. Aliás, proibimos adultos de deixarem seus filhos nas piscinas sem um responsável, afinal, guardião não é babá, se ele olha apenas uma criança deixa de prestar atenção em outras três. Não é essa a função dele”, arremata Márcio. O Santa Mônica também dispõe de balão de oxigênio e caixas de primeiros socorros no setor das piscinas. Afinal, todo cuidado é pouco quando se trata de segurança. Com o verão chegando, o condomínio também amplia o horário de uso das piscinas, porque um mergulho no fim do dia ou mesmo à noite é muito bem-vindo para driblar o calor carioca.

Lei do Dispositivo Antissucção A Lei Estadual 6.772, de 9/5/2014, dispõe sobre a obrigatoriedade de colocação de dispositivos para interromper o processo de sucção em piscinas e dá outras providências. “Art. 1º - Ficam os clubes sociais e esportivos, condomínios, hotéis, academias, sociedades recreativas, associações, colégios e outros assemelhados, onde haja piscinas de uso coletivo, obrigados a colocar dispositivos que interrompam o processo de sucção dos equipamentos da piscina, manual e automaticamente. § 1º - Os dispositivos deverão apre-


Lei do guardião em piscinas

Cláudio Bonfim explica que o dispositivo antissucção de piscinas Power Flow é instalado na bomba da piscina e interrompe o processo de sucção em 2 segundos de forma automática quando o sistema percebe que alguma coisa obstruiu o ralo do fundo da piscina

sentar condições de interrupção manual, instalada em local de fácil alcance para os usuários, inclusive para crianças e portadores de deficiência locomotora. § 2º - O local deverá estar sinalizado com placas. § 3º - As adaptações necessárias para o cumprimento dessa lei deverão acompanhar um projeto de profissionais registrados no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/RJ) e/ou no Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RJ) (NR).” “Art. 2º - As piscinas, inclusive as já construídas, deverão ter, além do dispositivo proposto no caput do art. 1º, equipamentos que interrompam o processo automaticamente, sempre que as linhas hidráulicas de sucção se encontrarem parcial ou totalmente obstruídas (NR).”

A Lei nº 3.728, de 13 de dezembro de 2001, obriga a permanência de salva-vidas em piscinas localizadas em clubes e prédios residenciais e dá outras providências. “Art. 1º - É obrigatória a permanência de salva-vidas/guardião de piscinas em piscinas localizadas nos prédios residenciais de dimensões superiores a 6m x 6m, em hotéis, clubes sociais e esportivos e nas academias de esportes e ginástica, em território fluminense. Art. 2º - Os condomínios dos prédios cujos administradores não observarem essa lei estarão sujeitos a pena, primeiramente de advertência e, na reincidência, de multas de 1.000 (um mil) a 4.000 (quatro mil) UFIRs. Art. 3º - A não observância da presente lei por parte dos dirigentes de hotéis, clubes sociais e esportivos e academias de esportes e ginástica implicará a aplicação de multas aos responsáveis por esses estabelecimentos. § 1º - As multas de que trata esse artigo serão precedidas de pena de advertência e, posteriormente, de multa pecuniária

de 1.000 (um mil) a 6.000 (seis mil) UFIRs. § 2º - A reincidência implicará o encerramento das atividades dos estabelecimentos referidos neste artigo. Art. 4º - O salva-vidas guardião de piscinas* a que se refere o “caput” desta lei deve ser habilitado profissionalmente para as tarefas de que trata e autorizado pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. *Parágrafo único – É também reconhecido como guardião de piscina, para efeito do disposto nesta lei, o profissional de educação física regularmente inscrito no Sistema Confef/CREF e devidamente habilitado em curso específico, organizado pelo Conselho Regional de Educação Física da 1ª Região e chancelado pelo Corpo de Bombeiros. *Acrescentado pela Lei nº 4.428/2004.” Serviço

Power Flow Tel.: (21) 3344-1987 - www.powerflow.com.br

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atualidade

Uso da energia solar continua crescendo O uso dessa fonte de energia já alcança 10 mil microgeradores no Brasil A microgeração de energia solar está crescendo mais de 300% ao ano desde 2014. Neste ano, o Brasil ultrapassou a marca de 10 mil unidades de microgeração de energia. Os dados são muito animadores, ainda mais se avaliarmos que estamos em meio a uma crise econômica, que não conseguiu frear esse crescimento. Reduzir a conta de luz ou mesmo zerá-la é o sonho de muita gente. E isso é possível. “Gerar a própria energia através de fontes alternativas é novidade no Brasil. Somente com a Resolução Normativa 482, de dezembro de 2012, isso se tornou possível, não apenas para a indústria e o comércio, mas também para o cidadão comum. Agora o sol, o vento e a biomassa são matérias-primas 86

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para a geração de energia. E o mais interessante é que o investimento se paga em cinco anos, aproximadamente. E os painéis fotovoltaicos duram 30 anos! Ou seja, pague cinco e leve 30. Tem negócio melhor? E além de não pagar mais pela conta de luz, você ainda deixa um exemplo de pioneirismo e sustentabilidade para as gerações futuras”, afirma Luiz Macedo, sócio-diretor da First Energy, empresa sediada em Petrópolis e com atuação em todo o Brasil. A mecânica é bem simples: basta colocar uma placa de captação da luz solar no telhado, instalar um equipamento de conversão em energia elétrica e trocar o relógio de luz. Você ainda pode instalar baterias para armazenar a energia que não gastar. Ainda assim é preciso que


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somente empresas especializadas façam o procedimento, afinal, elas têm o know-how do assunto e sabem inclusive os trâmites burocráticos para a instalação do sistema, o que inclui a certificação da instalação perante a distribuidora de energia. Paulo Leão, da Vital Energia, empresa que instala os painéis, explica: “O técnico da concessionária de energia verifica, autoriza e homologa todo o sistema on grid. On grid significa que o sistema está atrelado ao da concessionária, não o aniquila. O cliente paga o custo mínimo da concessionária até por medida de segurança. Se der algum problema, é só desligar o sistema por meio de um simples disjuntor e acionar o sistema da concessionária. Já o sistema off-grid funciona por meio de baterias e não precisa da concessionária de energia.”. Leão diz ainda que 80% dos sistemas instalados são atrelados à rede. De acordo com as informações da Vital Energia, os sistemas autônomos (ou desconectados da rede) não estão conectados à rede elétrica de nenhuma distribuidora de energia. Esses sistemas são comumente utilizados para alimentar bombas, antenas, barcos etc. Esse sistema é indicado para muitas situações em que não é possível, ou muito caro, ligar as fontes consumidoras de energia na rede da concessionária de energia elétrica. O sistema também pode ser apropriado para equipamentos que não podem desligar por falta de energia, como alguns aparelhos hospitalares, estufas e servidores. Esse tipo de sistema possui módulos fotovoltaicos, inversores de frequência e pode ou não utilizar um banco de baterias para armazenar energia para os períodos de pouca geração de energia (geralmente à noite).

Os painéis solares são bem resistentes e, em muitos casos, permanecem limpos naturalmente utilizando os ventos e a água da chuva. Sua manutenção se restringe à verificação de conectores e uma limpeza anual para eliminar o acúmulo de sujeira

Já os sistemas conectados à rede são indicados para residências, comércio, escritórios, indústria e outras unidades consumidoras que possuem acesso à rede elétrica de uma concessionária de energia. Esse tipo de sistema é mais facilmente instalado e viabilizado quando existe um fornecimento de energia de qualidade, geralmente encontrado em pequenas e grandes cidades. Ele possui módulos fotovoltaicos, inversor de frequência e precisa da autorização da concessionária para fazer a conexão do sistema com a rede elétrica. O técnico da Vital Energia percebe que cada vez mais condomínios estão se interessando pela energia solar: “Casas em condomínios usam cada vez mais. Condomínios verticais já estão usando mais também, com a finalidade de alimentar as

áreas comuns, como portão eletrônico e iluminação de forma geral”, explica. Na avaliação de Leão, o principal prérequisito do condomínio para instalar o sistema é ter áreas livres expostas ao sol. “É feito um estudo para verificar a incidência do sol e as áreas de sombra, o que facilita e o que dificulta. Se tiver áreas com menos sol, não inviabiliza, mas é necessário o estudo para ver a altura necessária das placas, inclinação ou mesmo o uso de painéis móveis, giratórios. Existe sempre uma possibilidade para usar a energia solar”, avisa. Algo que muitas pessoas se perguntam: o sistema é protegido contra raios? “Todos os painéis são aterrados, isso é norma de segurança. Por ser uma estrutura de alumínio, ele é condutor de energia. Por isso, tem que ser feito o aterramento”, explica Leão.

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No quesito manutenção, o sistema também surpreende. “Depois de instalado, pode ficar vários meses sem nenhuma intervenção. Os equipamentos elétricos e eletrônicos são de fácil utilização, robustos e duráveis. Os módulos fotovoltaicos são bem resistentes e, em muitos casos, permanecem limpos naturalmente por conta dos ventos e da água da chuva. Sua manutenção se restringe à verificação de conectores e a uma limpeza anual para eliminar o acúmulo de sujeira”, finaliza Leão.

GERAÇÃO FOTOVOLTAICA NO BRASIL No Brasil, apesar do enorme potencial fotovoltaico de seu território, e divergindo de diversos outros países do mundo que vêm inserindo a fonte solar em suas matrizes energéticas há mais de dez anos, somente em 2012 a ANEEL, que é a agência reguladora de energia elétrica no país, estabeleceu regras para que esse mercado pudesse ser explorado tecnicamente e comercialmente. A Resolução Normativa 482, atualizada pela Resolução 687, em março de 2016, estabeleceu as condições gerais para a instalação de microgeração (potência instalada menor que 100 kWp) e minigeração (potência instalada entre 100 kWp e 5000 kWp) distribuída no Brasil e estabeleceu o Sistema de Compensação de Energia. No fim do período de leitura é efetuado um balanço entre a energia gerada pelo sistema e a energia consumida da rede convencional. Caso a geração tenha sido maior do que o consumo, os créditos poderão ser

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utilizados nos meses seguintes, de maneira cumulativa, pelos próximos 60 meses, e o cliente pagará o custo de disponibilidade, que é a taxa mínima para que a unidade consumidora seja atendida pela concessionária. O sistema prevê ainda que os créditos podem ser utilizados em outras unidades consumidoras cadastradas para esse fim e atendidas pela mesma concessionária, desde que registradas no mesmo CPF ou CNPJ. O estabelecimento de consórcios solares pode ser feito entre pessoas físicas ou pessoas jurídicas, de forma a se construir uma usina que beneficiará a todos os signatários de maneira proporcional. Também é possível que instalações fotovoltaicas em condomínios beneficiem todos os condôminos de maneira proporcional. Acesse a Resolução 482 pelo link: www. aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf

Fazendo um orçamento Luiz Macedo, da First Energy, orienta os síndicos a como fazer um orçamento. Há sete pontos cruciais que devem ser observados: • tenha certeza de estar comparando propostas de potências (kWp) iguais; • certifique-se de que os profissionais têm formação em engenharia elétrica (garante a segurança do sistema, e o projeto só é aceito pela concessionária se tiver esse responsável técnico); • verifique se as normas de segurança em instalações elétricas serão respeitadas; • confira se os painéis têm o selo Inmetro e A do Procel (no Brasil é proibida a venda de painéis que não tenham o selo do Inmetro e as concessionárias não aceitam de outra forma);

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Manutenção

• veja se a empresa de instalação ajuda no relacionamento com a concessionária (os relógios de luz são trocados pela concessionária, e se houver algum problema com o novo medidor é importante que a empresa instaladora se comprometa a dar esse suporte ao cliente); • procure saber de onde os equipamentos serão enviados (custos de frete podem surpreender, pois não fazem parte do orçamento; empresas de outros estados podem parecer mais baratas, mas acabam por encarecer no custo final); • cuidado com despesas não inclusas (hospedagem, alimentação e transporte de equipe, por exemplo).

Serviço

Vital energia www.vitalenergiasolar.com.br First Energy www.firstenergy.eco.br


Condomínio por Lia Rangel

Individualização de hidrômetros vale a pena? Entenda quais são as principais vantagens dessa obra Muito se fala sobre a diminuição dos gastos com a conta de água após a instalação de hidrômetros individualizados nos condomínios. Os moradores que tomam conhecimento da redução dos valores cobrados por unidade ficam muito animados e tendem a pressionar os síndicos para programar a obra. O que muitos não sabem é que a conta não diminui milagrosamente. O que acontece é que, após essa individualização, os moradores pagam apenas pelo que consomem, o que é muito mais justo, já que uma unidade com seis moradores consome muito mais água do que uma unidade onde moram duas pessoas. Não precisa nem fazer conta, é só se basear na lógica.

Essa questão é tão clara para todos que, em julho do ano passado, foi sancionada a Lei 13.312, que obriga os novos condomínios a terem a medição individual de água. O texto diz que “As novas edificações condominiais adotarão padrões de sustentabilidade ambiental que incluam, entre outros procedimentos, a medição individualizada do consumo hídrico por unidade imobiliária”. Essa lei só entra em vigor em 2021 e não atinge os condomínios mais antigos, que foram construídos antes dela. Há três anos, Renata Azevedo é síndica do Condomínio Jardins Club, localizado na zona oeste do Rio, que é composto por nove blocos, um clube, um parque, academia, salas de massagens, piscinas externas

Segundo a síndica Renata Azevedo, foi possível perceber uma economia de 17% no consumo de água do condomínio

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A instalação dos hidrômetros individuais nas unidades levou cerca de seis meses para ficar pronta

e internas, 11 salões de festa, adega, garage band, cinema, restaurante, hidros e saunas secas e a vapor. São cerca de 55 mil metros quadrados de terreno. O parque tem 4 mil metros e conta com pista de skate, quadra poliesportiva, quadra de vôlei de areia, brinquedos para crianças e quadra de futebol com grama sintética. Segundo a síndica profissional, o condomínio conta com cerca de 1.600 condôminos, e as obras para a individualização dos hidrômetros foram feitas entre o final de 2016 e o início de 2017. “Foram mais ou menos seis meses de obra para instalar 756 hidrômetros. Depois tivemos um período de três meses de validação do sistema, e a primeira cobrança foi realizada em julho deste ano. Como em todo processo como este, tivemos problemas com vazamentos e instalações, mas todos foram resolvidos pela empresa contratada. Acredito que as principais dificuldades foram em relação às instalações hidráulicas originais não terem sido projetadas com previsão de instalação de hidrômetros”, conta.

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Ainda segundo a síndica, antes da individualização, os condôminos não tinham cota mínima, e o total da conta era dividido entre as unidades. Após a conclusão das instalações e do período de testes, que foi coordenada pelo engenheiro Wladimir Fernandes Jr., tivemos uma redução média de 17% no consumo de água. Importante ressaltar que a coordenação de todo o processo, análise e validação dos dados foram feitas por um engenheiro, fundamental para o sucesso da implantação do sistema de individualização de água. Os moradores também perceberam a diminuição no valor da conta, principalmente aqueles que consumiam abaixo da média do condomínio”, explica.

Com a palavra, os especialistas Conversamos com João Martani, engenheiro civil e diretor técnico da AJ Martani Individualização de Água e Gás, que atende todo o Rio de Janeiro e presta os serviços de fornecimento e gestão de sistemas de

medição individual de água e gás, em condomínios novos e antigos. Segundo Martani, é possível citar inúmeras vantagens no processo de individualização de hidrômetros. “A economia média de consumo de água é de 30%, o que pode fazer a conta de água cair quase 50%, em função da eliminação das faixas de consumo com tarifa mais alta. Quando o consumo de água é controlado, diminuem também as despesas com consumo de gás, energia elétrica, bombas de recalque de água dos condomínios, manutenção de bombas e de todos os equipamentos que utilizam água. Também é mais fácil detectar e eliminar vazamentos e, em alguns condomínios, a implantação da medição individual de água é utilizada para conter a inadimplência com as despesas ordinárias de condomínio, com resultados surpreendentes”, diz. Martani ainda explica que não há chance de os moradores ficarem sem água por muito tempo durante a obra. “Em condomínios já preparados para medição individual, a instalação de um hidrômetro, tanto para leitura por fotomedição quanto para leitura por telemetria, é feita em 60 minutos – esse é o tempo em que a unidade ficará sem água. Em condomínios antigos, existem duas opções básicas para a implantação de hidrômetros individuais: a primeira é com a instalação de hidrômetros internos e leitura por telemetria, que consiste na instalação de um hidrômetro por ramal de água existente no imóvel. Por exemplo, se um apartamento tem registro na área de serviço, no aquecedor, no banheiro e na suíte, seria necessária a instalação de quatro hidrômetros, logo após os registros existentes. Esses


hidrômetros são munidos de telemetria, não sendo necessária a entrada dentro do imóvel para fazer a medição. A obra dura 40 minutos por hidrômetro e, durante a instalação, apenas aquele ramal fica sem água. A segunda é com a instalação de hidrômetros externos e leitura por foto ou telemetria, uma opção comumente utilizada para a implantação em condomínios antigos, que consiste na reforma hidráulica com a interligação das prumadas de abastecimento de cada apartamento. As tubulações antigas são abandonadas e esvaziadas sem que sejam retiradas das paredes, evitando grandes quebras e intervenções. A tubulação individual nova, que parte de um hidrômetro exclusivo de cada apartamento ou sala comercial, instalado nas áreas comuns ou no barrilete, utiliza forros de gesso ou sancas criadas especialmente para esse tipo de obra e chegam até os registros internos. Após a finalização da instalação, não há como saber onde as novas tubulações estão localizadas, dando acabamento perfeito. A obra de retrofit e instalação dos hidrômetros individuais leva, em média, dois dias

por apartamento, com duração de três horas em cada dia”, explica. Também batemos um papo com Luiz Alberto Carvalho, sócio-diretor da Hidroluz, empresa que atende todo o Rio de Janeiro e presta os serviços de individualização de hidrômetros com exclusivo sistema de gestão do consumo de água, em que cada condômino pode gerir seu consumo, o que ocasiona economia. A empresa também executa serviços de instalação, manutenção e consertos de bombas d`água, com assistência técnica autorizada dos maiores fabricantes, entre outros. Segundo Carvalho, as principais vantagens da medição individualizada são a justiça no rateio da conta, a economia para o cliente pela redução significativa no consumo e a sustentabilidade ambiental. Carvalho explica que a individualização passa por dois momentos que se sucedem: a implantação do sistema e a leitura/gestão do consumo de água. Para prédios novos, com a rede hidráulica projetada para a instalação de hidrômetros individuais, basta a instalação dos equipamentos nos locais destinados, o que

leva, em média, menos de uma hora por hidrômetro instalado. Para prédios antigos, há necessidade de adequação na rede hidráulica e até mesmo, dependendo do caso, a instalação de nova rede hidráulica projetada para a instalação de hidrômetros individuais. “Apesar de mais trabalhosa, essa solução causa menos transtorno do que pode parecer e proporciona ao condomínio muitos benefícios adicionais derivados de uma nova rede hidráulica. Esse serviço leva em média dois dias de trabalho dentro das unidades, sendo realizado, em sua grande maioria, por meio de pequenas aberturas no teto de gesso para dar acesso aos hidrômetros, sem cortes de parede, sendo assim mais tranquilo do que parece e com benefícios definitivos. Em ambos os casos, realizamos a instalação dos hidrômetros com radiotransmissores acoplados que transmitem o índice marcado nos hidrômetros por telemetria, com segurança e total inviolabilidade, traduzindo em informações a qualquer tempo com total confiança e credibilidade”. Com relação ao segundo momento, que corresponde à leitura e gestão do consumo

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de água, Carvalho esclarece que uma vez instalados os hidrômetros, a leitura mensal é feita por meio de telemetria – ondas de rádio, a distância, sem que, na maioria das vezes, o leiturista precise entrar no condomínio. A leitura pode ser diária e até hora a hora pela internet, permitindo, inclusive, detectar vazamentos e notificar aos condôminos pelo celular, evitando maiores desperdícios de água e de dinheiro. “Dessa maneira, cada morador pode acompanhar seu consumo e possíveis variações pela internet ou ainda por um aplicativo de celular. No caso de haver variação fora do padrão normal de consumo em cada hidrômetro, o morador é informado para que possa verificar”, diz. Carvalho ainda destaca o tamanho da economia após a obra. “Com nossa metodologia de gestão, a economia média tem sido de 40% para os condomínios, podendo ser maior para os apartamentos e salas comerciais. Temos casos de condomínios que obtiveram resultados próximos a 60% de economia, o que significa dizer que, dependendo do consumo atual, uma conta de R$ 20 mil pode chegar a R$ 12 mil, ou seja, uma economia mensal de R$ 8 mil ou R$ 96 mil ao ano”, diz.

Crescimento na procura pela medição individualizada de água A Hidroluz registrou crescimento na procura pela individualização dos hidrômetros. “A crise hídrica, cuja iminência é inquestionável, aliada aos excelentes resultados comprovados em termos de economia e de justiça na cobrança que a medição individual promove, têm mobilizado cada vez mais os condomínios para implementar esse sistema. Há um crescimento contínuo. Em 2016, a procura por esse serviço cresceu mais de 25% em relação ao ano anterior, e este ano a taxa de crescimento está ainda maior, mesmo com a crise econômica. Isso certamente é em função da grande viabilidade econômica em que o investimento inicial, mesmo em prédios antigos, retorna em pouco tempo, além, é claro, da conscientização e da sustentabilidade”, diz. A AJ Martani também notou aumento no número de condomínios in92

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teressados em individualizar os hidrômetros. “Desde 2006, quando iniciamos nossas atividades no Rio de Janeiro, já implantamos medição individual de água em mais de 510 condomínios. Desde 2011, com a obrigatoriedade da medição individual em condomínios novos da cidade, houve grande aumento da demanda por instalação e gestão (serviços de leitura e gerenciamento de dados), porém, é muito grande o número de condomínios antigos e sem preparo para medição individual que consultam preços e colocam a implantação de hidrômetros individuais como prioridade. No caso da AJ Martani, os condomínios antigos representam a maior parte dos clientes”, explica Martani.

De olho na empresa que vai contratar Uma das maiores preocupações dos síndicos está na hora de contratar uma empresa para realizar grandes obras no condomínio, mas alguns cuidados podem ser tomados para evitar desgastes e problemas maiores. Segundo Martani, contratar empresas com experiência comprovada, visitar obras semelhantes já executadas, conversar com síndico e gestor é o melhor caminho para uma contratação segura. Carvalho também acredita que selecionar uma empresa é uma grande responsabilidade para o síndico, já que uma decisão mal tomada pode implicar grandes prejuízos futuros. “Recomendamos pesquisar a experiência da empresa, o tempo no mercado, se tem estrutura de atendimento, se os funcionários são CLT ou terceirizados, se a tecnologia oferecida é exclusiva dessa empresa ou é aberta de forma a resguardar o investimento e, principalmente, o nível de satisfação dos clientes e se há reclamações contra a empresa, que facilmente podem ser encontradas na internet. Isso tudo, além dos registros no CREA e estar em dia com todas as obrigações fiscais e trabalhistas, é claro”, finaliza. Serviço

AJ Martani Individualização de Água e Gás www.ajmartani.com.br Hidroluz www.hidroluz.com.br


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