Revista Condomínio. Edição 66

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Todo síndico lê!

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Condomínio organizado, síndico despreocupado O síndico que segue uma agenda de manutenções no decorrer do ano evita problemas e mantém o condomínio em dia Vazamento de gás: o que fazer para evitar explosões?




Será que o governo conseguirá trazer a inflação ao centro da meta, 4,5%, até 2017 como promete? Vamos torcer, porém, para que isso aconteça, a presidente precisa de muito pulso, determinação e capacidade política, o que não demonstrou em seu último governo. Ao fazer uma análise desse meio ano de governo, vemos os brasileiros sofrendo as consequências da má gestão dos últimos quatro anos, que levou o Brasil a uma inflação crescente, com diminuição de empregos, queda em todos os setores produtivos, aumento de 60% nas contas de luz e, o pior, falta de esperança no que vai acontecer. Essa falta de motivação faz com que os empresários não tomem iniciativa, bem como a população se retraia, tentando equilibrar o orçamento doméstico, corroído por aumentos generalizados. Mas, apesar dessa situação, que não é confortável para ninguém e que também não desejamos, algumas coisas boas aconteceram, o que traz sempre esperança, que é o que sustenta a vida. Surge no cenário brasileiro um jovem personagem, que uns chamam de Judas outros, de Cristo e ele mesmo se caracteriza na figura de um São Cristóvão que carrega nos ombros alguém, para fazer uma transposição no sentido de levá-lo para outro lado mais seguro. Esse personagem é nosso ministro da Fazenda, Joaquim Levi, que aparece todos os dias nas manchetes dos jornais. Ele está fazendo a intermediação com políticos, propondo e tentando conseguir modificações, nas mais diversas áreas públicas e privadas, sempre com o objetivo de alcançar o tão necessário ajuste fiscal, o primeiro degrau indispensável ao equilíbrio da nação que foi perdido pela má administração antecedente da presidente Dilma. Como já vimos anteriormente, é necessário que exista uma política econômica coerente, que no fundo todos reconhecem como a política mais acertada. Também é indispensável uma figura forte e atuante no

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NEWTON MENDONÇA Presidente da CIPA

governo, que refute e corrija os desvios de rumo dessa política aprovada pelo mercado e pelo povo, pelo menos em sua maioria. Foi assim que aconteceu anteriormente com os ministros Henrique Meireles e Palocci, que tiveram apoio forte do presidente para levar a nação por caminhos necessários de crescimento e estabilidade. Com as políticas econômicas traçadas para o futuro, com base em metas e posições realistas dadas pelo novo ministro Joaquim Levi, já conseguimos o não rebaixamento do Brasil pelas agências internacionais avaliadoras do grau de investimento do país, como tudo indicava, o que seria catastrófico. A situação de “fundo de poço” em que nos encontramos e a necessidade de investimentos e consequente retomada do crescimento fizeram com que os novos critérios para privatização e concessões ficassem mais realistas, com condições aceitáveis e motivadoras para a iniciativa privada e a entrada de capitais externos, tão necessária ao desenvolvimento. Todos aguardamos com muita esperança que comecem a aparecer os resultados desses investimentos, que, sabemos, não são imediatos.

Nossa tão maltratada Petrobras, numa nova administração, afastada dos políticos, começa a apresentar resultados e mostra que se ajustará a uma governança empresarial correta e realista. Suas ações já se valorizaram e, certamente, ela caminhará para uma posição de equilíbrio e prosperidade. Continuamos vendo prisões em casos de corrupção, como a dos fiscais de renda do Paraná, em que mais de 40 saíram algemados para a cadeia. Isso é fruto da bendita e famosa Lei da Delação Premiada, instituída em 2014 e que tantos benefícios tem trazido ao país. Não podemos achar nossa situação tão ruim em relação ao resto do mundo, pois há países, como a Grécia, em que a realidade é complicada, pois poderá perder sua condição de membro da União Europeia, com consequências incalculáveis para seu povo. Também a Rússia atravessa uma fase talvez pior que a nossa, principalmente na forma de governo. O Brasil tem uma democracia inquestionável e consolidada, com total liberdade de expressão, o que muito nos honra. Vamos esperar que a atual política do governo se mantenha na direção em que se encontra e que a presidente Dilma consiga conservar essa equipe, que apresenta um discurso com foco coerente e foi aprovada pela grande maioria dos empresários e do povo. O ano de 2015 está sendo difícil e continuará assim. E talvez o segundo semestre de 2016 poderá ser um pouco melhor. As Olimpíadas darão a nosso estado e especificamente à cidade do Rio de Janeiro muitas coisas boas, principalmente, a inauguração da Linha 4 do Metrô e as vias de mobilidade urbana, além da inevitável expansão econômica. Vamos procurar ser otimistas e fazer o que está a nosso alcance.


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[capa] Condomínio organizado, síndico despreocupado O síndico que segue uma agenda de manutenções no decorrer do ano evita problemas e mantém o condomínio em dia. Veja algumas dicas preciosas nesta matéria feita sob medida para os síndicos.

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Academias e piscinas dentro do condomínio garantem mais conforto e segurança a moradores. Você já tem uma para chamar de sua?!

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[Atualidade] Faça bom proveito!

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[COMPORTAMENTO] Condomínios com espaço destinado a cães

[Conservação] Polimento: menor gasto, resultado surpreendente Os anos passaram e as construções que chamavam a atenção por sua estética vanguardista se tornaram obsoletas e degradadas. O que fazer para se reciclar? Saiba com esta matéria como repaginar seu prédio com o que há de mais moderno no mercado.

Melhor que ter um animal doméstico é ter um local de lazer para os bichinhos. Em alguns condomínios essa brincadeira é levada muito a sério. Conheça alguns deles lendo esta matéria e inspire-se!

Uma publicação:

[Condomínio] Para o bem de todos A instalação de hidrômetros individuais está chegando de mansinho aos condomínios cariocas e a economia está sendo uma agradável surpresa para todos. Leia sobre esse assunto aqui e veja como pode ser viável para você também.

Sistemas de captação de águas pluviais complementam fornecimento da rede pública em condomínios e ajudam na economia deste recurso natural escasso. Saiba como fazer o seu sistema com este texto.

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[Condomínio] Condomínios incentivam a prática de atividades físicas

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Redação e Edição VIVIEN BEZERRA DE MELLO AGO (MTb: 18731) SET

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Rua México, 41 – 2o andar – Centro CEP 20031-905 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: [21] 2196-5000 Fax: [21] 2533-2449 DIRETORIA Presidente NEWTON MENDONÇA Vice-presidente MÁRIO MENDONÇA Diretora da Unidade de Negócio e Condomínio DEBORAH O’DENA MENDONÇA Diretora de Locação, Seguros e Novos Negócios MARIA TERESA MENDONÇA DIAS

Revisão Endora Produção de Texto www.endoraproducaodetexto.com Fotografia Ariel Subirá Marketing e Publicidade SAMY GRUBMAN marketing@cipa.com.br Colaboraram neste número Alessandra CEROY Jeniffer Martins Karina Moura Lia Rangel Luciana Leall Mario Boechat Milton Teixeira renata Fernandes STELLA MARIS C. MENDONÇA

16 mil exemplares

Conceitos e opiniões em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. A reprodução parcial ou total de qualquer parte desta publicação é permitida desde que seja citada a fonte e previamente autorizada, por escrito, pela editora. A empresa reserva-se ao direito de não aceitar publicidade sem fundamentar motivação de recusa.

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informe

Pagamento para regularização do fechamento de varandas pode ser parcelado No dia 6 de outubro de 2014 entrou em vigor a lei que fixa condições para o fechamento de varandas nas edificações residenciais multifamiliares com o objetivo de proteger os prédios contra intempéries. Agora, passado mais de um ano da regulamentação da legislatura, a Câmara de Vereadores do Município aprovou o projeto de lei que permite o parcelamento do pagamento dos valores fixados para a regularização do fechamento de varandas em até seis vezes iguais e sucessivas. A lei entrou em vigor no dia 29 de junho de 2014 e não se aplica aos bairros da Zona Sul carioca. A Prefeitura do Rio publicou, em outubro do ano passado, no Diário Oficial

do Município, o Decreto nº 39.345/2014, regulamentando a lei complementar 145/2014, que permite o fechamento das varandas de prédios residenciais. O decreto estabelece que o fechamento ocorra pela instalação de um sistema móvel de vidros ou de materiais similares, desde que sejam incolores e translúcidos, para que não haja interferência na composição da fachada. A medida, que teve aplicação imediata, vale para todas as regiões da cidade, exceto a Zona Sul, e determina o pagamento de uma taxa de até R$ 300 por metro quadrado da área fechada. Com a norma, continua proibida a divisão das varandas por meio de compartimentos feitos de alvenaria, que descaracterizem a área original.

Nova lei altera retenção de tributos federais A lei federal nº 13.137/2015 afetará diretamente a operação dos negócios das empresas e seus clientes, os condomínios. Alterações trazidas pela nova lei com relação à lei 10.833/2003 dizem respeito à retenção de tributos federais (Cofins, PIS, CSLL), com percentual de 4,65%. É preciso ficar atento porque o texto do parágrafo que dispensava a retenção em nota

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fiscal com valor de até R$ 5 mil foi alterado. Com isso, todas as notas passarão a sofrer tributação. Fica dispensada a retenção quando o valor do DARF resultar inferior a R$ 10. Logo, nota fiscal com valor superior a R$ 215 deverá sofrer retenção. Importante ressaltar que o prazo de recolhimento das retenções também sofreu modificações.

Da esquerda para a direita: Max Rangel, supervisor de Locação; Alciléia Jardim, assiStente administrativa de Locação; Maria Teresa Mendonça Dias, diretora da CIPA; Natan Monszajn; Amauri Soares, gerente de Locação e Pedro Xavier, assistente administrativo de Locação

Cliente CIPA comemora 100 anos Natan Monszajn, cliente CIPA desde 1984, comemorou, em junho, 100 anos de idade. Para a empresa, que cuida da locação de seus imóveis desde então, é uma satisfação poder estar com ele nesse momento. Maria Teresa Mendonça Dias, diretora da CIPA, fez questão de homenageá-lo nas dependências da empresa, com um bolo e a presença de alguns funcionários do setor de Locação. O sr. Natan é uma pessoa muito querida da empresa, bem como sua filha, dona Rosa, que é seu braço direito. Pelo menos a cada 15 dias ele marca presença na CIPA e, além disso, é um proprietário exemplar: faz questão de manter seus imóveis em excelentes condições para que suas locações sejam sempre bem-sucedidas. Contrata pessoalmente fornecedores para os serviços necessários, é uma pessoa simpática, atenciosa e, quando em visita à CIPA, faz questão de ir de mesa em mesa cumprimentando os funcionários. Enfim, é uma pessoa de bem com a vida e faz diferença no nosso dia a dia! A filha do sr. Natan, dona Rosa, é seu braço direito e também muito especial para a CIPA. Ao sr. Natan, nossos parabéns!!!


Nova Iguaçu terá primeiro prédio 100% sustentável Nova Iguaçu vai receber seu primeiro prédio 100% sustentável. Feita de contêineres descartados pelo comércio marítimo, a construção será sede do Centro de Ecologia e Educação para Economia Criativa, cujo objetivo é capacitar jovens mulheres entre 16 e 21 anos para o mercado de trabalho. O projeto é promovido pela ONG Onda Verde e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. O edifício está sendo construído no bairro de Tinguá, com inauguração prevista para o final de agosto. O empreendimento terá 240 metros quadrados e será coberto por garrafas PET, que funcionam como isolamento térmico e acústico. O prédio utilizará energia solar

e eólica, além de contar com sistema de captação de água de chuva. O edifício é o terceiro baseado em tecnologia sustentável construído pela ONG. O primeiro, com paredes de isopor, é a sede provisória do curso de economia criativa. O segundo, feito de bambu, abriga os laboratórios do Centro de Pesquisa da Mata Atlântica. A construção em Tinguá será aberta para visitação e contará com uma loja de produtos sustentáveis. "É interessante ver que é possível construir um prédio utilizando apenas tecnologias que não degradam o ambiente", afirmou a coordenadora do Centro de Ecologia e Educação para Economia Criativa, Luciana Reis.

Metrô já valoriza Jardim Oceânico Prédios baixos, comércio na porta de casa, ruas arborizadas, praia logo ali e, muito em breve, o metrô. Era só o que faltava mesmo. Muito em breve os moradores desta bucólica região poderão contar com a Linha 4 do metrô. Mas não é só isso, os imóveis já estão sofrendo uma ligeira valorização, mesmo num ano de crise. Hoje, o valor do metro quadrado para venda na região varia entre R$ 10 mil e R$ 14 mil. No restante da Barra,

o preço médio é de R$ 10.462. A Linha 4 do metrô está prevista para começar a operar a partir de 2016. A estação do Jardim Oceânico ficará na Avenida Armando Lombardi, na altura do Shopping Barra Point, onde haverá também uma parada do BRT. As estações serão interligadas por escadas rolantes. A obra inclui a urbanização do entorno, com ciclovia e calçadas, explica o subprefeito da Barra e de Jacarepaguá, Alex Costa.

Trilhos do VLT mudam a paisagem na Rio Branco Os cariocas começam a ter uma noção de como ficará o Centro com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que vai conectar toda a região central da cidade e a Zona Portuária. Na Avenida Rio Branco, que tem uma extensão de 1.800 metros, foram instalados os primeiros 288 metros de trilhos, que já servem como aperitivo para quem quiser imaginar como era a via na época do bonde, só que em versão moderna. Os trilhos foram instalados em dois trechos: entre a Praça Mauá e a Presidente Vargas e entre a Avenida Almirante Barroso e a Cinelândia.

O VLT promoverá a integração dos usuários dos diversos sistemas de transporte público, interligando a Rodoviária Novo Rio, a Central do Brasil (trens e metrô), barcas e o Aeroporto Santos Dumont, além dos BRTs, linhas de ônibus convencionais, terminal de cruzeiros marítimos e o Teleférico do Morro da Providência. O protótipo do veículo está aberto à visitação, na Cinelândia, de segunda a sexta, das 9h às 19h, e aos sábados, das 9h às 14h. O público pode visitar as instalações internas e receber informações detalhadas sobre o projeto. JUL_AGO_SET 2015

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capa por Lia Rangel

Condomínio organizado, síndico despreocupado O síndico que segue uma agenda de manutenções no decorrer do ano evita problemas e mantém o condomínio em dia

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O que um condomínio tem? Prédios! E o que mais? Piscinas, salões de festas, jardins, áreas de lazer. Só isso? Não. Além dos espaços particulares e das áreas comuns, um condomínio é composto de muitos pequenos detalhes, que precisam ser revisados continuamente para evitar problemas e garantir a segurança do prédio, o bem-estar dos condôminos e a sensação de dever cumprido do síndico. Entre as muitas manutenções de que um condomínio necessita estão as de piscina, áreas de lazer, jardim, iluminação (inclusive de emergência), hidrante, para-raios, pintura, caixas-d’água, elevador e fachada. Tudo isso – e mais um monte de itens não citados – são de responsabilidade do síndico, por isso, para garantir que tudo esteja em ordem, o ideal é criar uma agenda anual de manutenções em que os gastos sejam previstos e seja avaliada a melhor época para a execução dos serviços necessários. A manutenção preventiva é a melhor forma de deixar todo o sistema construtivo de uma edificação em perfeito estado, pois, além de preservar o bem comum aos moradores, prevê danos futuros às instalações e gastos desnecessários, já que a reparação de problemas pode sair até seis vezes mais cara do que as despesas com prevenção. Os síndicos precisam entender a importância de não levar seus sistemas à exaustão para manter a “saúde” do condomínio em dia. Nesse sentido, o planejamento de ações específicas para cada período do ano pode garantir segurança, funcionalidade e conforto a todos os que utilizam o condomínio, sejam moradores, clientes ou funcionários.


“A saúde de um condomínio passa prioritariamente por um bom e preciso planejamento; sem ele, a gestão condominial estará fadada ao insucesso”, Adailton Xavier Brito

Planejamento financeiro O síndico Adailton Xavier Brito conhece bem a necessidade de um planejamento bem-feito para que o condomínio esteja em dia. Durante 16 anos ele foi síndico do Condomínio Dei Marmi, que tem 20 unidades e fica localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Após esse período, Brito conta que optou por deixar o cargo para curtir, viajar e descansar, o que não fazia desde que havia assumido o posto de administrador. “Imaginei que um novo síndico pudesse dar continuidade a nosso trabalho e acrescentar novas ideias, o que, infelizmente, não ocorreu”, diz. Há cerca de 11 meses, ele reassumiu o posto de síndico e já tem motivos para comemorar. “Fui reconduzido ao cargo por causa dos insistentes e reiterados pedidos de grande parte dos moradores que sempre confiou na lisura e dedicação de meu trabalho. Havia uma grande e real preocupação dos condôminos com a situação existente”, explica. Ao reassumir o cargo de síndico, Brito conta que foram necessárias algumas mudanças para reverter a situação financeira do condomínio. “Por causa também da insatisfação de parte dos condôminos, fui influenciado a reassumir o cargo. Para colocar a saúde do condomínio em dia, fizemos um pequeno reajuste na cota condominial, realizamos cobranças relativas às inadimplências e usamos um princípio básico

da administração: não se deve gastar mais do que se arrecada. Fizemos um planejamento emergencial para cumprir o que era mais urgente. Procuramos atender prioritariamente aos compromissos legais, como a autovistoria, atualização de extintores etc. Buscamos qualidade e negociamos preço com os fornecedores. Foi e continua sendo um trabalho coletivo com o conselho fiscal e o subsíndico para a tomada de decisões e contratações”, explica. Se manter um condomínio em dia com suas obrigações não é tarefa fácil, imagine ter que ajustar as contas e planejar serviços de manutenção. Pois foi isso que o síndico do Condomínio Dei Marmi fez. “Buscamos, logo de início, equilibrar as finanças; gastamos estritamente o necessário nos primeiros meses, seguindo um planejamento em que prioridades foram estabelecidas e cumpridas; em mais ou menos cinco meses conseguimos ter um superávit satisfatório, sem deixar de executar o que foi planejado. Periodicamente, me reúno com o conselho e o subsíndico para reavaliar os próximos passos a serem dados. Hoje, passados 11 meses de nossa nova gestão, os resultados são visíveis para todos. Fizemos e estamos fazendo o possível, e nossas reservas continuam crescendo para que possamos sanar todas as deficiências encontradas”, diz. Ainda segundo Brito, sem planejamento JUL_AGO_SET 2015

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No condomínio do síndico Sérgio Pitanga há uma agenda que prevê a necessidade de fazer todos os serviços necessários ao condomínio dentro do prazo de validade

não se faz nada bem-feito. “Tudo na vida tem de partir, primeiramente, de um objetivo a ser alcançado. Em seguida, temos que planejar, orçar e executar bem. A saúde de um condomínio passa prioritariamente

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por um bom e preciso planejamento; sem ele, a gestão condominial estará fadada ao insucesso. Paralelamente temos de analisar como será a arrecadação de recursos para que o resultado final seja aquilo que

se objetivou. Não podemos esquecer que tem de haver um acompanhamento sistemático do andamento da execução do que foi planejado”, orienta. Há seis anos, Sérgio Pitanga é o síndico do Condomínio Sunshine, que tem seis blocos, 120 unidades, cerca de 400 moradores e fica localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Pitanga também enfrentou dificuldades quando assumiu a gestão do condomínio. “O condomínio estava devedor, com alto número de inadimplência. Renegociei com os fornecedores e consegui diminuir os valores cobrados. Com relação aos novos contratos e compras, procurei sempre o melhor custo-benefício, além disso, consegui reduzir a inadimplência. Acredito que planejamento é fundamental para definir estratégias importantes para o bom andamento da parte operacional e administrativa do condomínio”, conta.


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Para o síndico Adailton Xavier Brito, o êxito de uma administração tem que levar em conta planejamento, bom senso, equilíbrio, dedicação e amor pelo que se faz

O calendário de serviços de manutenção é uma ferramenta fundamental Dentro do planejamento financeiro devem constar todos os serviços de manutenção necessários ao condomínio ao longo do ano corrente. Esse calendário servirá para organizar as solicitações de orçamento e a cotação do melhor custo-benefício para cada tipo de serviço com certa antecedência, o que permitirá que a escolha da empresa seja feita com calma e que sejam levados em consideração os fatores preço e qualidade para garantir a satisfação de todos. É importante que os síndicos não vejam a manutenção como despesa, mas como investimento. A manutenção predial, realizada de forma preventiva, evita o gasto desnecessário com consertos e obras de recuperação, o que já se pode considerar uma boa economia. Os valores para essas obras devem ser estabelecidos na Assembleia Ge-

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ral Ordinária (AGO), que é feita, geralmente, no início do ano, conforme prevê a maioria das convenções condominiais. Ter um zelador cuidadoso também ajuda em todo esse processo, já que é esse funcionário que conhece e pode adiantar as necessidades do condomínio. Tudo isso, aliado ao apoio de uma boa administradora, pode fazer com que o condomínio esteja sempre em dia com seu calendário de obras e manutenção. O síndico Adailton Xavier de Brito já conseguiu organizar a agenda de serviços de manutenção de seu condomínio. “Basicamente, os trabalhos que fazemos com mais frequência são dedetização, limpeza de cisterna e caixas-d´água, compra e instalação de extintores. A dedetização e a limpeza das caixas-d’água são feitas semestralmente. Já a conservação de extintores (recarga) e mangueiras tem perio-

dicidade anual. Entre os tipos de manutenção que fazemos mensalmente estão de elevador, portão automático e interfone. Nós acompanhamos de perto a necessidade de troca de peças e/ou equipamentos para que tudo funcione a contento e para que tenhamos segurança total no condomínio. Essa manutenção deve ser acompanhada pelo funcionário do condomínio, mas sempre informada ao síndico para que tome as providências cabíveis”, diz. O síndico Sérgio Pitanga concorda que planejar os serviços de manutenção é a melhor escolha. “Nós temos uma agenda que prevê a necessidade de fazer todos os serviços necessários ao condomínio dentro do prazo de validade; os trabalhos de preservação mais frequentes são de elevador, portão eletrônico, telefonia e circuito interno de TV. Com relação à piscina, por exemplo, diariamente, o guardião faz o tratamento da água; como nossa piscina é aquecida, periodicamente fazemos a manutenção dos aquecedores e também das bombas”, conta.


Toda manutenção deve ser realizada por uma empresa especializada A necessidade de contratar empresas idôneas já foi falada muitas vezes, mas é sempre bom reforçar que são essas empresas, especializadas, que vão prestar o melhor serviço, com muita competência, sempre. Já se foi o tempo em que contratar aquele “faz-tudo” dava certo. Muitos são os casos em que pessoas curiosas tentam fazer determinado serviço e o resultado não dá certo, por isso, é de conhecimento geral a necessidade de especialização para a execução de trabalhos prediais com segurança.

Fachada e caixa-d’água O engenheiro civil Luiz Otávio Ribeiro, diretor da empresa Ricel Ribeiro Construtora e Empreendimentos, conta que não existe uma época própria para a realização de reformas de fachada. “Tudo depende da necessidade e da urgência; caso não exista urgência, é sempre melhor realizar fora da época de chuva. A recomendação é que se contate uma empresa de engenharia especializada, com engenheiro ou arquiteto responsável registrados no CREA ou na CAU, e esse profissional proceda uma vistoria

técnica ao local para ver a real necessidade em cada situação. Contratar uma empresa registrada, com responsável técnico inscrito e tradição no mercado, dará sempre maior segurança ao condomínio, em todos os sentidos – técnico, comercial, de supervisão, de garantia, de parceria etc. –, tendo, com isso, um bom serviço profissional”, explica. Luiz Otávio Ribeiro reafirma a importância da manutenção das fachadas dos prédios e das caixas-d’água. “Para as fachadas, o ideal é que a manutenção da pintura seja feita a cada três anos e, para outros revestimentos, a cada cinco anos, em condições normais. É importante que o responsável pelo condomínio faça vistorias periódicas e, mediante qualquer problema, contate uma empresa de engenharia especializada. Com relação às caixas-d’água, a conservação deve ser feita sempre que houver necessidade, ou seja, quando houver infiltrações e/ou o revestimento cimentício estiver degradado. A cada lavagem é fundamental que aconteça uma vistoria. A principal importância dessa conservação é evitar infiltrações, pois danificam as estruturas, além do des-

“Acho importante uma administração compartilhada com os moradores, aproveitando sugestões que agregam benefícios para todos”, Sérgio Pitanga JUL_AGO_SET 2015

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conforto de gerar infiltração em alguma unidade, que vá danificá-la também. Já se o vazamento for de fora para dentro, além de estragar a estrutura, a manutenção preventiva evita a contaminação da água do reservatório. Essa recomendação, claro, vale para qualquer tipo de infiltração, seja no terraço de cobertura, no playground, nas piscinas, em todas as lajes descobertas etc.”, conta. O engenheiro ainda explica que as vistorias constantes podem evitar problemas. “É muito importante fazer vistorias periódicas, para verificar possíveis irregularidades em todo o condomínio e, em caso afirmativo, contatar uma empresa de engenharia especializada, para evitar maiores danos. Fazer um cronograma de serviço de manutenção, com as datas definidas para cada item, mantém sempre o prédio em boas condições e evita o acúmulo de afazeres”, diz.

Piscina Mário Jorge Veloso, sócio-diretor da Mavel, empresa que atende todo o Rio de Janeiro e é especializada em manutenção de piscinas e terceirização de mão de obra em geral para condomínios, fala sobre a necessidade dos serviços de manutenção nas piscinas. “Existem dois tipos de manutenção para piscinas. O primeiro é no tanque e deve ser diário, compreendendo escovação, aspiração e recolhimento de detritos na superfície da água. O segundo tipo é na casa de bombas das piscinas e deve ser feito pelo menos três vezes na semana: colocação de produtos químicos na água como cloro, algicida e clarificante; lavagem dos filtros e recirculação da água da piscina por meio do sistema existente de bombas e filtros. No verão, por causa das altas temperaturas, existe a necessidade de essa manutenção ser diária. A melhor época para obras na piscina é quando temos baixa temperatura, outono/inverno, para que ela possa ser interditada em um período de menos procura por esse espaço de lazer, contudo, reformas e serviços de manutenção podem ser feitos em qualquer mês do ano, desde que sejam planejados”, diz. Ainda segundo o diretor da Mavel, para manter as piscinas tratadas du14

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rante todo o ano é preciso uma série de cuidados específicos. “O ideal é efetuar corretamente a manutenção, seja diária ou periódica; trocar anualmente a areia dos filtros; manter em dia a conservação das bombas; utilizar produtos de primeira linha próprios para piscinas e ter pessoal habilitado para operar os equipamentos, seja do condomínio ou terceirizado. A principal vantagem em contratar uma empresa especializada nessa área é que o condomínio terá não só um funcionário habilitado e treinado para fazer as operações corretamente, mas contará com todo o suporte que empresas sérias possuem, como encarregados, guardiões/operadores reserva para eventuais ausências, como falta, licença médica e férias, além do fornecimento dos produtos químicos”, explica.

Para-raios O engenheiro civil e eletricista Orlando Sodré, que é mestre em tecnologia e patologia das construções, explica que o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), ou para-raios, não tem como finalidade a proteção do equipamento ou da instalação elétrica, mas deve ser instalado para prioritariamente proteger as estruturas, edificações e pessoas que nelas habitem ou que por elas transitem contra os impactos diretos dos raios. “O mais importante em ter uma instalação de para-raios é as pessoas entenderem que a finalidade do SPDA não é atrair os raios para sua edificação, e sim proporcionar a condução da energia gerada por eles de forma segura para a terra. Ressalta-se que o SPDA não protege os aparelhos eletroeletrônicos. Portanto, deve ser instalado um bom sistema de aterramento elétrico na edificação. A decisão de proteger determinada estrutura pode ser de ordem legal (código de obras municipais – Brasil), uma preocupação do proprietário para evitar prejuízos materiais e pessoais, ou exigência das seguradoras, já que raios provocam danos e incêndio. O método pode vir especificado pelo código de obras ou ser um dos existentes na norma NBR 5419. Uma vez feita a análise da necessidade de proteção de determinada estrutura e decidido o nível de proteção necessá-


ria, o primeiro passo é escolher o sistema de proteção (gaiola de Faraday, Franklin, modelo eletromagnético ou misto). Nessa hora o correto é contratar um engenheiro eletricista para essa atividade. Na comparação entre os três métodos, levando em conta o nível de proteção, eficiência e custo, verifica-se que o método gaiola de Faraday leva vantagem em pequenas construções; já em edificações de grande porte, o método eletromagnético é o de melhor relação custo-benefício”, afirma. A norma técnica NBR 5419/05 é específica para projeto, execução e instalação de SPDA ou para-raios nas edificações. Ela recomenda a realização periódica de inspeções nesse sistema, principalmente se o SPDA tiver sofrido a ocorrência de descargas atmosféricas. A NBR 5410/03 de projeto e instalação elétrica também orienta para a realização de inspeções periódicas nos SPDAs. Essas inspeções devem ser realizadas desde sua primeira instalação na edificação até que cesse sua vida útil. “A primeira inspeção serve de garantia de sua conformidade com as normas técnicas vigentes e com o sistema de aterramento das instalações elétricas. A norma determina periodicidade de inspeções da seguinte maneira: a cada cinco anos para residências; a cada três anos para prédios com grande concentração de pessoas e anualmente para estruturas especiais, como depósito de explosivos, subestações elétricas, sistemas de comunicação, áreas de alto nível de corrosão etc. A manutenção do SPDA deve ser realizada também se o sistema sofrer danos ou modificações como: roubo, depredação ou mesmo a troca de componentes indevidamente”, diz.

Jardim Segundo Nanci Santos, paisagista da empresa Raphia, especializada em plantas e jardins, todo condomínio pode ter uma área de jardim. “Basta apenas ter criatividade e buscar orientação no que diz respeito à escolha das plantas e aos cuidados para que se desenvolvam e cresçam de acordo o espaço disponível. Também é preciso estar bem informado quanto aos cuidados com a manutenção e irrigação para que as necessidades das espécies sejam atendidas na medida certa”, diz. A paisagista conta que existem muitas vantagens em manter um jardim no condomínio e ainda dá dicas de como implantar esse espaço verde nos condomínios. “Na verdade, os jardins estão deixando de ser complemento e passando a ser parte essencial de qualquer condomínio.

Além de embelezar, harmonizar e promover bem-estar, as plantas são utilizadas para diversas características funcionais, como divisão de espaços, gerar mais privacidade e se tornar um importante espaço de convivência. Vale a pena lembrar que, além de transformar qualquer ambiente num belo cartão de visitas, certas plantas auxiliam na filtragem do ar e promovem a melhora da respiração. E para implantar um jardim, inicialmente, a contratação de um profissional paisagista seria um bom ponto de partida para que qualquer projeto funcione em função do espaço e das condições climáticas. Com informação e conhecimento adequado, o profissional paisagista passará a segurança necessária ao condomínio no que diz respeito a melhor época para im-

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plantar um projeto que atenda à realidade local de forma segura”, explica. Para Nanci, os jardins, assim como a moda, também mudam no decorrer dos anos e ganham novas formas e estilos. “Podemos dizer que, com o olhar diferenciado do paisagista Roberto Burle Marx para nossas plantas nativas, nossos jardins ganharam personalidade e passaram a ser criados com um jeitinho muito próprio. Agora, em se tratando de jardins de condomínios, posso afirmar que muitos resolveram apostar na criação de jardins com contrastes, jogo de texturas entre plantas/seixos/pedras de tamanhos diferentes, linhas sinuosas, enfim, muitos buscaram projetos que, além de traduzirem beleza e harmonia, são práticos, funcionam bem em áreas urbanas e se assemelham, de alguma forma, à paisagem natural. Já a manutenção de qualquer jardim precisa funcionar de acordo com o grau de exigência das espécies e o ambiente. Por exemplo: em jardins onde há plantas que necessitem de poda e limpeza frequentes, a conservação precisa acontecer mais vezes durante o mês; já em outros tipos de jardim, se dedicar a ele uma vez no mês pode ser o suficiente. É sempre bom lembrar que, quando falamos de manutenção, estamos falando de cuidados essenciais que vão garantir a saúde das plantas. Uma dica importante é que, em se tratando de periodicidade de manutenção, adubação e intervalo das irrigações, só um profissional especializado na área será capaz de avaliar e determinar a dose certa que vai atender a cada projeto”, diz.

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Planejamento e união são as palavras de ordem O complexo mundo condominial exige muita dedicação de seus síndicos, que precisam acompanhar, além dos serviços de manutenção que destacamos, mais um monte de outras coisas que podem ser obrigatórias ou apenas recomendáveis. De qualquer maneira, é fundamental que o síndico esteja sempre atento às datas em que serviços de conservação, obras e revisões devem ser feitos. Além de todas as atribuições do síndico, recomenda-se que se instruam os funcionários a sinalizarem qualquer tipo de problema para que as providências sejam tomadas o quanto antes; a comunicação entre todos é uma poderosa ferramenta. Também vale a pena pedir a colaboração dos moradores no que for possível, por meio de comunicados e informativos. Para o síndico Sérgio Pitanga, a união entre os moradores e a administração é garantia de sucesso. “Acho importante uma administração compartilhada com os moradores, aproveitando sugestões que agregam benefícios para todos”, afirma. O síndico Brito enfatiza que o êxito de uma administração tem que levar em conta planejamento, bom senso, equilíbrio, dedicação e amor com o que se faz. “Um síndico não pode ser simplesmente um burocrata. Temos de dar o máximo de nós, temos de ser abnegados, temos que acompanhar tudo o que está ocorrendo e, se possível, prever fatos que possam vir a

acontecer. Também temos que considerar e contar com a experiência e sugestões de todos, pois a missão é árdua e, sempre que necessário, é possível alterarmos a rota planejada para chegarmos a um porto seguro, onde todos se sintam satisfeitos, afinal, tudo o que fizermos corretamente valorizará o patrimônio comum. Devemos atentar que, entre as metas, algumas obras, por serem mais dispendiosas, devem ser planejadas com bastante antecedência para a provisão de recursos. Também é importante analisar em assembleia como será feita a arrecadação de tais recursos e fazer um acompanhamento mensal de receita e despesa para realizar as correções necessárias o quanto antes. Se for o caso, um planejamento pode e deve ser reavaliado. Os síndicos não devem se esquecer de que podem contar com o suporte da assessoria de uma administradora. No nosso caso, a CIPA, por meio do assessor de nosso condomínio, tem nos ajudado muito em diversas situações, o que tem facilitado nossa gestão”, finaliza. Serviço Mavel Administração & Manutenção: 2518-4772 | www.mavelrio.com.br Raphia: 4102-6027 | www.raphiajardins.com.br Ricel Ribeiro Construtora e Empreendimentos: (21) 2262-3688


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NOTA

Preço dos imóveis tem queda real no primeiro semestre do ano O preço médio do metro quadrado dos imóveis no país registrou queda real de 4,45% nos seis primeiros meses do ano, segundo o Índice FipeZap. A queda real acontece quando a alta no preço médio de determinado bem é inferior à alta generalizada de preços, medida por índices inflacionários, como o IPCA. De janeiro a junho, os preços tiveram alta de 1,38%, variação inferior à inflação estimada pelo IBGE para o período, de 6,10%. O índice mostra também que, nos últimos 12 meses, encerrados em junho, os preços subiram 4,52%, abaixo do IPCA esperado para o período, de 8,82%. É o sexto mês consecutivo no qual há queda real de preços em 12 meses. Pela oitava vez seguida, o índice tam-

bém apresenta queda real na variação de preços mensal. Enquanto o metro quadrado subiu 0,13% em junho, a expectativa é de alta de 0,72% do IPCA para o mês. No acumulado de 2015, 19 cidades do índice registraram variações menores do que a inflação, com exceção de Florianópolis, onde os preços subiram 6,66%. Niterói, Brasília e Curitiba tiveram queda nos preços nos primeiros seis meses do ano. O Rio de Janeiro continua registrando o metro quadrado mais caro entre as 20 cidades pesquisadas pelo FipeZap, de R$ 10.643, seguido por São Paulo, onde o metro quadrado custa, em média, R$ 8.593. Já o preço médio do metro quadrado mais barato é registrado em Contagem (R$ 3.550) e Goiânia (R$ 4.162).

Fonte: Exame.com (3/7/2015)

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ABADI - divulgação

Atualidade

Fórum da Água ABADI - divulgação

Abadi promove evento para discutir consumo consciente e redução dos custos

Deborah Mendonça, presidente da ABADI

Sustentabilidade, crise hídrica, poluição das águas, consumo consciente e redução de custos foram alguns dos temas debatidos durante o Fórum Abadi da Água, ocorrido no início de maio, que aconteceu no auditório da Bolsa de Valores do Rio. Cuidar bem da água e usá-la com sabedoria é uma necessidade urgente. Afinal, esse insumo tão precioso está cada vez mais escasso e pode representar uma conta alta nas despesas do condomínio, atingindo cerca de 22% do orçamento. No entanto, é preciso a colaboração de todos para que esse recurso seja utilizado de maneira eficaz e consciente. O ano de 2014 foi o mais quente registrado no planeta, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão especializado das Nações Unidas. Já no Brasil, o país vive uma das piores crises hídricas de sua história. A Abadi, ciente de que a água representa uma das maiores despesas nas contas dos condomínios, realizou

o evento pensando em contribuir com ações que visam reduzir o consumo nos condomínios, conscientizar os cidadãos, otimizar os processos e orientar as administradoras de imóveis em relação a esse precioso recurso natural. A presidente da Abadi, Deborah Mendonça, lançou uma cartilha com orientações para síndicos, funcionários e condomínios, que foi distribuída gratuitamente. "Despertar a consciência das pessoas para o assunto foi o grande objetivo do fórum. Antes de falar em redução de despesa condominial, já que a água representa quase 25% do custo do condomínio, é preciso apresentar ideias a serem colocadas em prática, porque são elas que vão garantir a diminuição das despesas", destaca a presidente da Abadi. O evento teve a participação de cerca de 150 pessoas, que discutiram questões como razões para a crise hídrica no país; poluição das águas; ações que geram economia nos edifícios e como usar água da chuva no condomínio, entre outras. Os assuntos foram abordados por especialistas como Adilson Roque dos Santos, arquiteto urbanista e paisagista e doutor em ecologia urbana pela UERJ; Mário Moscatelli, biólogo, professor da UFRJ e mestre em Ecologia; Rômulo Cavalcante Mota, advogado e ex-presidente da Abadi; e Carlos Minc, deputado estadual e ex-ministro do Meio Ambiente. Se você perdeu este fórum, acesse o site da Abadi (www.abadi.com.br) e baixe o material. JUL_AGO_SET 2015

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CONDOMÍNIO POR Lia Rangel

Joga fora no lixo! Mas quando? Se o lixo for colocado para a coleta antes do horário permitido, o condomínio poderá ser multado Um dos muitos desafios que os síndicos enfrentam diariamente é cuidar da coleta de lixo do lugar que administram. Os condomínios menores, geralmente, não possuem espaço destinado ao armazenamento do lixo de todas as unidades, logo, a responsabilidade de descartar, para a coleta, passa a ser do morador, que, muitas vezes e por vários motivos, não consegue fazer isso no horário apropriado. Lenilson Brandão, que há dois anos é síndico do Condomínio Tranquilidade, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, conta que seu condomínio tem apenas um bloco, com seis apartamentos e cerca de 25 moradores. Em março deste ano, uma moradora encontrou uma agente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e um guarda municipal mexendo nas caixas metálicas de lixo, que ficam na calçada. “A moradora me chamou e conversamos com os dois. Eles disseram que estavam procurando documentos que mostrassem o número de CPF de alguém, para que pudessem aplicar multa por lixo irregular. Indignados, mostramos que só havia lixo dentro das caixas fixadas no muro, mas recebemos a informação que esse tipo de acondicionamento é irregular. De acordo com eles, o lixo só pode ser colocado para fora do prédio três horas antes da coleta. Dissemos que não era aceitável a ideia de manter lixo se deteriorando dentro do prédio por dois ou três dias para aguardar o horário da coleta, mas de nada adiantou”, conta. Segundo o síndico, a Comlurb passa para recolher o lixo de seu condomínio às segundas, quartas e sextas-feiras. “Mas os moradores estão acostumados, há muito tempo, a colocar o lixo, a qualquer hora, nas caixas metálicas elevadas fixadas do lado de fora do

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O síndico Lenilson Brandão fala que seu condomínio é muito pequeno e não conta com espaço para o armazenamento do lixo de todos os moradores

muro do prédio para esse fim. Nesse dia fomos informados que o lixo deve ser colocado para fora somente três horas antes do horário da coleta, mas nosso prédio é pequeno e não dispomos de lixeira coletiva”, diz. Ainda segundo Brandão, vários problemas surgem dessa exigência da Comlurb. “Muitos moradores estão trabalhando ou estudando nos horários exigidos para colocar o lixo para fora, sem ninguém para fazer isso por eles. Nosso prédio é pequeno e não temos espaço para guardar lixo ou um funcionário fixo para fazê-lo, nem mesmo temos porteiro. O próprio caminhão de lixo não tem horário fixo para passar. Às vezes, vem às 20 horas, às vezes, vem somente após a meia-noite, o que torna impossível estabelecer um horário tão preciso para pôr o lixo na caixa metálica. O morador tem obrigações rígidas, mas o caminhão da Comlurb não. Não jogamos o lixo na calçada; ele é colocado em caixas metálicas elevadas que são muito comuns por toda a cidade. Se isso é proibido,

por que ninguém sabe? Deveríamos ter sido avisados do risco de multa com antecedência. Não é aceitável multar as pessoas por irregularidades que elas desconhecem”, conta. Segundo a Assessoria de Comunicação da Comlurb, a coleta domiciliar de lixo nos condomínios está incluída na programação dos logradouros, realizada regularmente três vezes na semana, em dias alternados. Somente nas comunidades a coleta é feita diariamente. “O morador já sabe os dias e horários de coleta no logradouro onde reside ou vai residir. Essa programação é permanente e regular. Entretanto, quando acontecem datas importantes, como festas de fim ano e carnaval, a companhia necessita adequar o horário e os dias de coleta em alguns bairros. Então, informa aos moradores e condomínios da região onde haverá a mudança na programação da coleta domiciliar de lixo, através da distribuição de folhetos e publicação no Diário Oficial e nos veículos da imprensa.”

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Programa Lixo Zero O Programa Lixo Zero, iniciado em 20/8/2013, que prevê a aplicação de multas para quem sujar a cidade, tem como objetivo tornar a Lei de Limpeza Urbana, nº 3.273/2001, efetiva, além de conscientizar a população da importância de não jogar lixo em ruas, praias, praças e demais áreas públicas, melhorando a qualidade da limpeza do Rio. Desde o início do programa, 94.412 pessoas foram autuadas até a primeira semana do mês de maio. E foram inscritos no Serasa 49.649 devedores. Quando as equipes de fiscalização da Comlurb (Programa Lixo Zero) identificam a colocação de lixo fora do horário e dos dias de coleta, autua o condomínio ou o dono do lixo conforme estabelece a Lei de Limpeza Urbana. Os valores das multas aplicadas pelo Programa Lixo Zero podem variar de R$ 106 a R$ 3.400, dependendo da infração. “O descarte irregular de resíduos menores, até o tamanho de uma lata de refrigerante, custa ao bolso do cidadão R$ 170; se chegar a 1 m³, R$ 425; e se for

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um volume superior a 1 m³, a multa será de R$ 1.062. Para grande quantidade de entulho descartado que forme depósitos irregulares a multa chega a R$ 3.400. É importante ressaltar que, nas áreas cobertas pela fiscalização do Lixo Zero, os garis varrem menos resíduos do chão e retiram

quantidades maiores das papeleiras. Entendemos que a quantidade de lixo não diminuiu, o que está menor é o lixo descartado irregularmente no chão. E, consequentemente, aumentou a quantidade de resíduos nas papeleiras, pois as pessoas já estão tendo mais cuidado com o descarte.


Assim, a companhia já verifica a redução do lixo no chão em 58% nos bairros onde o programa foi implantado de forma permanente”, informa a assessoria de comunicação da Comlurb.

Todo condomínio precisa de contêiner O lixo gerado pelo condomínio precisa de mais atenção. Diante da impossibilidade de colocar o lixo na rua em qualquer horário, os condomínios precisam investir em contêineres para o armazenamento do lixo até o horário da coleta. O ideal é que o lixo fique em sacos plásticos resistentes, em local fechado e ao abrigo do sol e da chuva. Com relação à colocação do lixo na rua, o condomínio precisa investir em contêineres para o transporte desses sacos. O síndico Brandão conta que a Comlurb não disponibilizou nenhum contêiner para seu condomínio. “Perguntamos aos agentes se a Comlurb não poderia fornecer um contêiner no qual pudéssemos colocar o lixo fora do horário de coleta, mas fui informado que isso não é possível.” A Comlurb explica que não oferece contêineres para condomínios, apenas orienta onde comprar esses itens. A companhia só disponibiliza esses recipientes para as comunidades; as associações de moradores das comunidades podem solicitar orientação sobre como recebê-los através do telefone 1746. Segundo Eônio Campello Júnior, diretor da Renove Brasil, empresa que atende todo o Rio de Janeiro, existem sete principais tamanhos de contêiner, com capacidade para 120, 240, 360, 400, 600, 800 e 1.000 litros, e os valores variam entre R$ 229 e R$ 2.200. O mais procurado é o de

240 litros. “Nós recebemos muitas solicitações de orçamento e venda para condomínios. Cerca de 90% desses pedidos são para o contêiner que armazena 240 litros”, diz. O diretor da Renove Brasil conta que, apesar de ser muito simples, as pessoas utilizam os contêineres de maneira incorreta. Em vez de trabalhar com a quantidade de lixo destinada ao contêiner escolhido, muitos funcionários de condomínios acabam deixando a tampa aberta e colocando muito mais lixo do que ele aguenta, e isso acaba ocasionando a quebra do produto, além de causar outros problemas, já que, ao ficar aberto, ele não impede a invasão de insetos e roedores, além de espalhar um cheiro desagradável na área em que se encontra, liberar o chorume e não proteger contra a ação do tempo. “O modelo americano, com o qual trabalhamos, tem uma haste que se encaixa no sistema hidráulico do caminhão de lixo, mas por causa do sobrepeso – originado pelo fato de, toda hora, colocarem ‘só mais uma saco de lixo’ –, ao ser puxada, essa haste se quebra, fazendo com que os garis tenham que levantar todo aquele peso. No fim das contas, os garis ficam com raiva de ter que fazer tanto esforço e acabam descuidando do patrimônio do

condomínio, ajudando a prejudicar ainda mais a capacidade de armazenamento do contêiner”, explica. Pensando em minimizar os custos das avarias provocadas nos contêineres e auxiliar os síndicos com relação a essa dinâmica, a Renove Brasil criou um exclusivo serviço de restauração desses produtos. “O reparo dos contêineres consiste na soldagem do plástico, no reparo de estruturas metálicas e no reforço estrutural. As principais vantagens são que, após a restauração, os contêineres duram mais que um novo, suportam mais desgaste que um novo e o valor é a metade do de um novo. Muitas vezes os síndicos acham que estão fazendo economia ao comprar um número pequeno de contêineres para atender a uma grande demanda, mas pensar assim é um engano, pois os poucos contêineres que atendem ao condomínio serão sobrecarregados e necessitarão de reparo ou substituição. Por isso, investir no número correto de recipiente de que o condomínio necessita acaba sendo uma vantagem”, explica. É muito importante respeitar os dias e horários da coleta pública de lixo e, para evitar problemas e multas, os síndicos devem ficar atentos a isso, além de providenciar o transporte do lixo para a rua. No caso de dúvidas, a Comlurb lembra que solicitações, sugestões ou reclamações também podem ser feitas pelo teleatendimento da Prefeitura, pelo número 1746, que funciona 24 horas, todos os dias da semana.

Serviço

Renove Brasil – 2437-0772 / 2499-4895 / 2490-3986 | www.renovebrasil.com

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NOTA

Prepare-se para o Encontro de Síndicos 2015!

Há 19 anos orientando síndicos e condôminos, o evento mais especializado do segmento condominial já tem data e local definidos. A Abadi realiza, no dia 11 de agosto de 2015, no Auditório da Bolsa de Valores do Rio, na Praça XV, a partir das 14h, o único encontro de síndicos do ano. Conhecido por ter o melhor conteúdo em gestão condominial, o evento vai tratar de assuntos como assembleia condominial; recursos hídricos e energéticos e discriminação nos condomínios. A inscrição é gratuita e o ingresso solidário é 1kg de alimento não perecível, a ser doado a instituições de caridade. Para mais informações e inscrições acesse www.abadi.com.br ou ligue para (21) 2217-6950. Serviço

Encontro de Síndicos 2015 Local: Auditório da Bolsa de Valores do Rio Data: 11 de agosto Horário: a partir das 14h Telefone: (21) 2217-6950 Site: www.abadi.com.br

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Condomínio POR MARIO BOECHAT

Manutenção de extintores

Equipamento de proteção contra incêndio é obrigatório nos condomínios e sua recarga e inspeção podem dar dor de cabeça aos síndicos A incidência cada vez mais frequente de casos de incêndio em condomínios ligou o sinal de alerta nos síndicos e administradores. A atenção tem sido redobrada para um item de segurança obrigatório que, por muitas vezes, é esquecido e deixado de lado, mas que tem sua importância ampliada quando aparece a urgência de utilizá-lo: o extintor. Ele é o principal utensílio capaz de eliminar quaisquer vestígios de fogo, mas, apesar de seu uso restrito a situações de extrema necessidade, ele é relegado a segundo plano. O manuseio do extintor pode ser considerado fácil, mas alguns conhecimentos são mais do que necessários para que a pessoa não tenha surpresas desagradáveis. E muitos deles não são difundidos de maneira eficaz nos condomínios, o que amplia o risco de um problema de maiores proporções, seja por falta de informação, seja por irresponsabilidade. Especialistas são contundentes ao afirmar que não basta ter um cilindro no prédio para afastar as chances de um incêndio de grandes proporções. Pelo contrário, ele tem prazo de validade, precisa de manu-

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tenção e tem especificidades únicas para diferentes tipos de proteção. E a atenção com os extintores foi um dos pontos que a síndica Lúcia Soares, do Condomínio Nossa Senhora Aparecida, na Zona Norte do Rio de Janeiro, administrado pela CIPA, optou por tratar com priori-

dade. Ela fez algumas reformas no prédio e foi obrigada a trocar todos os cilindros, que já não atendiam mais às exigências do laudo de vistoria. “A empresa me aconselhou a trocar os extintores de água pelos de CO2, que seriam mais úteis a meu condomínio. Não temos garagem, nem play. Também não temos elevador aqui. É um prédio pequeno, com apenas quatro andares”, diz. São três tipos mais comuns de extintor – água, CO2 e pó químico –, que devem ser escolhidos de acordo com o material que ele vai proteger. De acordo com o major Marcus Guastini, chefe da Subseção de Legislação e Doutrina da 5ª Seção do Estado Maior Geral (EMG) de Serviços Técnicos dos Bombeiros, são quatro classes diferentes de material. A classe A está ligada aos sólidos, como papel, madeira e tecidos. Em caso de incêndio dessa natureza, o fogo deve ser combatido apenas com extintor à base de água. A classe B é referente aos líquidos inflamáveis, como gasolina e etanol. Nessa situação, é descartada a utilização de água. O tipo C é de equipamentos


energizados, como o quadro de luz do prédio, em que é indicado o uso de extintor de CO2 e pó químico. Por fim, a classe D, que abrange material pirofórico, como o magnésio, requer agente extintor específico. “Os extintores são obrigatórios, mas o agente extintor poderá ser qualquer um desde que respeite o dimensionamento pelo material a proteger. Atualmente, existem dois tipos de extintor que atuam na classe C: o CO2, que não danifica o ambiente no qual ele é utilizado, e o pó químico, que danifica. Um agente extintor não pode substituir outro. Se a água foi dimensionada como agente extintor, subentende-se que o material a proteger é de Classe A. Mas qualquer tecnologia que venha a surgir, que não conduza eletricidade, poderá ser utilizada desde que devidamente homologada pelos órgãos competentes”, explica Guastini. Todos os condomínios devem ter extintor em suas dependências, de acordo com o decreto nº 897, de 21/9/1976. E para deixá-los ainda mais seguros contra incêndios, uma dica importante para os síndicos: “As edificações residenciais privativas multifamiliares geralmente possuem características arquitetônicas semelhantes, ou seja, é recomendável o dimensionamento de CO2 para quadro elétrico, água para as áreas de portaria e salões de festa e pó químico para os estacionamentos de veículos. Para um dimensionamento mais detalhado, é necessário conhecer a arquitetura da edificação”, aconselha o major. No prédio da síndica Lúcia Soares, a empresa que fez o serviço da troca dos extintores enxergou a necessidade de ter um agente diferente, passando de água para CO2, de acordo com a análise de um engenheiro contratado. O profissional recomendou essa mudança com base em estatísticas. Isso porque o curto-circuito está entre os maiores causadores de incêndio nos apartamentos. Para combatê-lo, um extintor à base de água seria ineficaz. “Além dos incêndios provocados por equipamentos energizados, existem mais duas causas comuns de incêndio em condomínios: o esquecimento de algum alimento em processo de cozimento, que, atualmente, tem sido o maior motivo de princípio de incêndio em apartamentos, e equipamento elétrico que, ligado, irradia calor, como ferro de passar roupa e cafeteira”, exemplifica o major dos Bombeiros.

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A manutenção dos equipamentos é fundamental É dever do síndico fazer a vistoria de todos os extintores de seu condomínio. Como está previsto na lei o uso desses itens de segurança, ele não tem a opção de não realizar a manutenção. Para mantê-los em bom estado e prontos para uso, eles devem ser recarregados anualmente – apenas o de CO2 deve ser inspecionado a cada seis meses e recarregado se houver necessidade. Deve ser dada atenção especial também às mangueiras, mas o teste hidrostático deve ser feito só a cada cinco anos. O que poderia ser uma simples manutenção para o condomínio pode virar uma grande dor de cabeça para os síndicos, principalmente aqueles de primeira viagem. Cotar o orçamento para a inspeção dos equipamentos pode se tornar um procedimento ardiloso e que pode onerar – e muito – os cofres do condomínio. Isso porque o orçamento um pouco mais em conta – chamado de aberto – pode vir com uma surpresa desagradável: o custo das peças a serem trocadas à parte, o que pode encarecer o preço final do serviço. Para evitar esse susto, muitos síndicos optam pelo orçamento fechado, que contempla quase tudo. A troca do extintor, por exemplo, não é coberta, ficando esse encargo para a conta do condomínio. Essa modalidade pode ser 40% mais cara que o preço inicial sem peças. “Fazemos apenas orçamentos fechados. Recolhemos o material e algumas peças que precisam ser trocadas. Por peças internas não cobramos valor adicional”, diz

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Gelson Nascimento, responsável pelo Setor de Segurança da Mandala Extintores. A maior dificuldade para se chegar ao preço certo ocorre porque só é possível saber o estado das peças internas de um extintor depois de ele ser aberto. É somente nesse momento que o prestador de serviço consegue avaliar com segurança os itens que sofreram mais desgaste e que precisam ser substituídos. As peças que apresentam maior índice de troca são o manômetro, o ring, a pera, o tubo, o sifão e a válvula.

Uma forma de evitar um buraco no orçamento é solicitar a descrição de tudo o que está incluso no preço. Assim, o síndico terá ideia do quanto vai gastar e que tipo de orçamento será mais vantajoso para o condomínio. Nesse relatório, devem constar também o valor das recargas (seja de água, pó químico ou CO2) e se a pintura dos equipamentos faz parte do pacote ou se deve ser acertada à parte. “Quando elaboramos o orçamento com o cliente, explicamos tudo que ele abrange para que não tome nenhum susto em relação ao preço final”, diz Gelson. Para fazer a manutenção, a empresa escolhida tem que levar os extintores para reparo para um local adequado e seguro. Contudo, o condomínio não pode ficar desguarnecido. Para evitar problemas, o prestador de serviço deve ceder equipamentos para suprir esse “buraco”. Uma saída seria fazer a inspeção em duas etapas, retirando os cilindros de andares pares primeiramente, por exemplo, e, na segunda visita, os dos pavimentos ímpares. Dessa forma, se for necessário combater foco de fogo, é rápido chegar ao equipamento. Gelson Nascimento dá uma dica para que o extintor tenha um tempo de vida maior e que, quando for preciso utilizá-lo, ele esteja em bom funcionamento. “O cilindro não pode estar no chão ou ao ar livre. Pode-se usar até uma capa protetora. Ele precisa estar na parede ou sobre um tripé. No chão, o fundo pode apodrecer e enferrujar com maior facilidade”, alerta.


Não só os porteiros precisam saber usar o extintor A empresa que faz o serviço de inspeção e manutenção dos equipamentos deve orientar quanto a seu uso. Mais do que isso, o manual com as instruções básicas deve vir também escrito no próprio extintor. Segundo o major Marcus Guastini, é o mínimo que se pode esperar de quem presta um serviço tão importante. “É fundamental que os moradores saibam como proceder não somente com os extintores, mas com todos os equipamentos preventivos existentes em sua edificação. O Corpo de Bombeiros procura sempre dar orientação por

meio de campanhas, cursos e da mídia. Recentemente, foi oferecido um curso específico para porteiros”, comenta.

Dicas de como usar um extintor 1. Romper o lacre (em extintores com gatilho metálico, o acionamento do gatilho rompe o lacre). 2. Posicionar o “bico” para a base das chamas (cabe ressaltar que, em extintores de CO2, o “bico” na verdade é um difusor geralmente cônico. Esse difusor possui área específica de posicionamento da mão, pois o corpo do difusor, após o acionamento do extintor, tende a congelar por causa da redução de temperatura na dispersão do gás). 3. Apertar o gatilho.

Como evitar fraudes ou custo muito elevado com manutenção • Contrate empresas idôneas, com informações de registro no Inmetro e no Corpo de Bombeiros. • Nunca escolha uma empresa apenas pelo melhor preço. • Solicite as propostas de manutenção por escrito, com detalhes dos serviços e produtos envolvidos. • Faça um controle interno no condomínio sobre esse tipo de serviço, verificando as datas de validade de extintores e, sobretudo, a quantidade de extintor e mangueira para a manutenção anual. • No orçamento ou na proposta de manutenção, é importante que seja mencionado o preço fechado (peças, pinturas, teste hidrostático). • O teste hidrostático é feito a cada cinco anos e o teste de mangueira deverá ser feito anualmente.

• O teste das mangueiras requer equipamento apropriado e não deve ser realizado no prédio. Algumas empresas não cobram por esse serviço, mas nem todas o executam no local. • Com relação a peças, compete ao funcionário da empresa verificá-las antes da retirada. • Uma exceção são os manômetros: podem estar visivelmente em bom estado e, após a recarga, apresentar defeito. • Após a aprovação do orçamento pelo responsável, agende a retirada dos extintores no condomínio. Serviço Mandala Extintores (21) 2562-4108 www.mandalaextintores.com.br/ Corpo de Bombeiros (21) 2333-3012/3013/3014/3015/3016 www.cbmerj.rj.gov.br JUL_AGO_SET 2015

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Atualidade POR Jeniffer Martins

Vazamento de gás: o que fazer para evitar explosões? Em casos de incêndio ou explosão, o seguro multirrisco para condomínio garante os prejuízos Em maio deste ano fomos impactados pela repercussão do acidente ocorrido em um condomínio residencial em São Conrado, no Rio de Janeiro. Uma forte explosão de gás em um dos apartamentos do edifício de 19 andares foi causada por uma instalação malfeita de gás de cozinha. Cerca de 200 moradores ficaram desalojados por conta do desastre, que provocou danos materiais, com maior ou menor intensidade. A destruição, além de ferir alguns condôminos, levou a óbito o morador do apartamento onde aconteceu o sinistro. A verdade é que muitos condomínios são verdadeiros “barris de pólvora”, prestes a explodir, pois apresentam graves problemas estruturais, elétricos e hidráulicos, agravados pela falta de manutenção preventiva. E esse caso comprova a necessidade de vistorias periódicas nas instalações

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de gás, assim como de luz, água, esgoto, equipamentos de prevenção e combate a incêndio dos prédios e das casas. Diante do acontecimento, a sensação de medo e insegurança daqueles que moram em condomínios fica em evidência, pois as dúvidas de se o prédio é seguro, se está tudo em ordem com a tubulação e instalação de gás ou se há um plano de fuga bem definido pairam no ar. O Condomínio João Gomes Filho, que abriga 91 apartamentos em dois blocos, passou por uma experiência ruim com relação a vazamento de gás. A síndica Cristiane Carvalho, que há dois anos administra o condomínio localizado na Zona Norte, conta que, recentemente, houve um grande vazamento na tubulação de gás proveniente da rua que leva o gás até o prédio. “Foi um susto, pois a equipe da CEG (Companhia Distribuidora de Gás Natural

do Rio de Janeiro) cercou o local com tapumes para interditar a área em frente ao prédio e quebrar a calçada, desde o ponto de fornecimento de gás até a tubulação dentro do prédio. O fornecimento de gás foi suspenso imediatamente e isso naturalmente trouxe transtornos para os moradores”, explica a síndica, que diz ter sido uma tubulação desgastada a causa do vazamento de gás. Felizmente, o problema no João Gomes foi descoberto e sanado a tempo de evitar um acidente ou até mesmo um incêndio. A síndica relata que, como o prédio está em aclive e perto de rocha, as tubulações corroeram provavelmente pelo acúmulo de água de chuva. “Na ocasião, perguntei quem havia feito a denúncia de vazamento e os engenheiros da CEG me informaram que a empresa possui um dispositivo de identificação de vazão de gás,


Cristiane Carvalho, síndica do Condomínio João Gomes Filho, passou por uma experiência ruim com relação a vazamento na tubulação de gás

que mostra o local onde há perigo de escapamento e a necessidade de envio de equipe para emergência.” Sobre a preocupação dos condôminos com relação ao escapamento de gás, Cristiane lembra que os moradores ficaram muito aflitos. “Até eu fiquei, pois o cheiro de gás era insuportável, principalmente na área do playground, onde ficam as caixas de registro de gás de cada apartamento”, completa a síndica, aliviada por ter solucionado o problema do condomínio. Levando em conta a explosão, síndicos e moradores devem ficar atentos a três medidas preventivas essenciais para evitar acidentes na instalação de gás: primeiro, a revisão e o conserto dos aquecedores de passagem de todos os apartamentos; depois, a manutenção preventiva em todos os equipamentos e instalações coletivas de gás; por fim, o teste na tubulação para verificar se existe algum vazamento. Além disso, todo condomínio precisa estar em dia com seu Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), manter ativa sua brigada de incêndio e conservar mangueiras e extintores. Pensando na segurança de casa, a moradora Luciana da Silva, que há sete anos reside na Vila Montevidéu, em Botafogo, resolveu entrar em contato com a CEG para trocar seu aquecedor, que, ao ligar, apresentava um pequeno estouro. “Minha preocupação se deu por

conta do estouro ao ligar o aquecedor. E a explosão em São Conrado deixou claro que um pequeno problema no sistema pode causar grandes estragos. Para mim, a prevenção é o melhor remédio”, afirma a moradora, que diz ainda que a filha tinha medo do barulho e até preferia tomar banho frio. Luciana conta que, após contatar a companhia, recebeu a visita de profissionais da CEG, que vistoriaram o equipamento e sugeriram a troca do aquecedor. “Achei ótimo que a CEG ofereça tal serviço e instale o equipamento, sem contar que a empresa oferece garantia da instalação.” O antigo aquecedor da casa não era mais compatível com o encanamento atual, que é de baixa densidade. “Os técnicos me aconselharam a não usar tanta pressão para ligar, pois não é necessário. Outra indicação foi fechar sempre o aparelho ao passar dois dias fora de casa. E, a fim de evitar acidentes com gás, eles recomendaram deixar uma via de dois dedos para a passagem de ar nas janelas travadas e na serragem da porta.” Sobre os gastos com o serviço, a moradora explica que todos os custos, tanto com a instalação quanto com a aquisição do novo aquecedor, podem ser parcelados em mais de dez vezes na conta de gás da CEG. Tão importante quanto as vistorias é a contratação do seguro multirrisco para condomínio, pois, quando há aciJUL_AGO_SET 2015

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Marlon Rosalvos, gerente de Seguros e Novos Negócios da CIPA, diz que é importante a contratação do seguro multirrisco para condomínio

dente como o de São Conrado, a dúvida sobre quem pagará os prejuízos é inevitável. De acordo com Marlon Rosalvos, gerente de Seguros e Novos Negócios da CIPA, a contratação do seguro é obrigatória, determinada pelo Decreto-lei 73/1966 (artigo 20), a Lei 4.591/1964 (artigo 13) e o Código Civil (artigos 1.346 e 1.348, inciso IX). Essa obrigatoriedade abrange prédios residenciais, comerciais, mistos, consultórios, escritórios, flats, apart-hotéis e shopping centers, que podem ter Modalidade Básica Simples ou Ampliada. Marlon explica que o contrato da forma básica simples garante riscos de incêndio, queda de raio dentro do terreno onde está localizada a propriedade segurada e explosão de qualquer natureza, além de coberturas complementares que deverão ser contratadas de acordo com as necessidades e características dos condomínios. Já a modalidade ampliada assegu-

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Cristiane Carvalho, sofreu com um vazamento: “Foi um susto, pois a equipe da CEG cercou o local com tapumes para interditar a área em frente ao prédio e quebrar a calçada, desde o ponto de fornecimento de gás até a tubulação dentro do prédio. O fornecimento de gás foi suspenso imediatamente e isso naturalmente trouxe transtornos para os moradores”

ra quaisquer eventos que possam causar danos materiais ao condomínio segurado, exceto os expressamente excluídos nas condições gerais. O seguro do condomínio costuma se restringir à estrutura e aos bens pertencentes às áreas comuns do edifício. “É importante destacar que os condôminos costumam acreditar que a proteção de seus bens (conteúdo) está garantida no seguro do condomínio, o que não costuma ser verdade, na maioria dos casos, a não ser por meio de contratação de cobertura específica para esse fim”, afirma o gerente. Marlon Rosalvos salienta que as unidades individuais, no seguro do condomínio, costumam estar protegidas apenas no tocante à estrutura física, ou seja, paredes, pisos, esquadrias, portas, janelas, tubulações elétricas e hidráulicas, acabamento

e pintura. A maioria dos incêndios domésticos costuma ser de pequena proporção, restringindo-se ao ambiente interno das residências, nesse caso, o prejuízo será de responsabilidade exclusiva do proprietário ou inquilino. “O condômino que quiser preservar seu patrimônio individual precisa fazer um seguro de conteúdo ou residencial, que é opcional e de livre escolha.” Pensando na tranquilidade e proteção de condôminos e síndicos, a CIPA oferece o seguro MAX Conteúdo, um excelente seguro que não só garante o conteúdo das unidades em caso de incêndio, queda de raio e explosão como também conta com as garantias de responsabilidade civil familiar e perda ou pagamento de aluguel. Um seguro abrangente e muito acessível, pois custa apenas R$10,95 ao mês. Para quem deseja um seguro com mais


alternativas de cobertura e/ou garantias maiores, a CIPA é uma empresa especialista nesse segmento e oferece as melhores opções do mercado, de acordo com o perfil e a necessidade de cada cliente. Para contratar os serviços, é preciso entrar em contato com os consultores. Não perca tempo e garanta mais segurança para suas conquistas. Lei da Autovistoria Dispõe sobre a obrigatoriedade da inspeção quinquenal de segurança nas instalações de gás das unidades residenciais e comerciais supridas por gases combustíveis no Estado do Rio de Janeiro. Esclarecimentos A lei nº 6.890, conhecida como Lei da Autovistoria, que entrou em vigor dia 18 de março de 2015, foi criada em 18 de setembro de 2014 e está em processo de implementação. A nova lei amplia a segurança das instalações dos consumidores e colabora para

criar uma cultura de manutenção periódica dos equipamentos e instalações. Tanto a Ceg como as demais distribuidoras de gases combustíveis serão responsáveis pela divulgação da lista de empresas acreditadas pelo Inmetro para a prestação do serviço. O usuário terá a opção de escolher a empresa que melhor atenda às suas necessidades. Os clientes da CEG receberão, com a devida antecedência, uma notificação sobre a data-limite para a realização da vistoria. Segundo a lei, os clientes têm até o dia 18 de março de 2020 para realizar essa autovistoria. Palestras explicativas As associações de moradores e outras sociedades representativas de condomínios podem solicitar à Ceg e à Ceg Rio uma palestra sobre a autovistoria quinquenal obrigatória. O objetivo da CEG é oferecer informação prática e técnica para que todos saibam como proceder quando tiverem início as vistorias com as empresas que serão acreditadas pelo Inmetro. Basta enviar um e-mail para carillo@gasnaturalfenosa.com e aguardar agendamento.

Serviço CIPA Seguros (21) 2196-5115 / 2196-5000 www.cipa.com.br/seguros.html CEG 0800 024 7766 / (21) 3115-6565 www.gasnaturalfenosa.com.br

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informe

Estatísticas de Imóveis Ofertados Por Tipo Imóvel Aluguel 8% 10% 19%

Por Tipo Imóvel Venda

29%

33%

20%

19% 10% 11% 11%

30% sala

1.519

Apartamento (3 quartos)

1.495

Apartamento (2 quartos)

1.399

Apartamento (2 quartos)

1.485

Apartamento (3 quartos)

869

Apartamento (4 quartos)

818

Apartamento (1 quarto)

437

cobertura

816

loja

362

casa

OUTROS

1.689

802 2.185

outros

total 7.601

TOTAL 6.275

Por Bairro Imóvel Aluguel

Por Bairro Imóvel Venda

Por Finalidade 1% 0%

43%

34%

44%

30% 45%

3%

6%

barra da tijuca centro recreio dos bandeirantes copacabana ipanema outros

8% 6% 2.155

4%

4%

54%

10% 8% 2.268

barra da tijuca

472

recreio dos bandeirantes

768

venda

7.599

292

copacabana

559

aluguel

6.275

341

IPANEMA

328

temporada

197

leblon

326

LANÇAMENTO

2.714

outros

3.317

total 6.271

80 32 total 13.986

total 7.566

fonte: abadi.

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Conservação por Jeniffer Martins

TVs para elevadores Monitores instalados nos elevadores e halls otimizam o tempo de espera, além de levar informação aos usuários

Você com certeza, em algum momento, já chegou à conclusão que quando está entediado o tempo parece não passar e que, por outro lado, quando está se divertindo, ele passa bem rápido. E no mundo em que vivemos, alguns minutos de espera são suficientes para nos deixar enfadados. É o que acontece quando estamos numa fila ou aguardando um telefonema ou a chegada do elevador. Para que o tédio não tome conta de nós, mesmo que por alguns minutos, tecnologias são inventadas e aprimoradas a todo instante. A começar pelos aparelhos telefônicos, que oferecem uma série de sistemas interativos capazes de nos tomar a atenção por minutos ou até mesmo horas. Os monitores de TV posicionados nos halls de espera dos elevadores também são recursos que otimizam o tempo das pessoas que aguardam o dispositivo de transporte. Com eles, os usuários têm acesso às últimas notícias e, além de informação, recebem sugestões de produtos e serviços para consumo. Dessa forma, o que seria perdido em um deslocamento é preenchido de maneira útil e relevante para a audiência. Esse tipo de mecanismo, além de ajudar o tempo a passar mais rápido, evita a depredação e o vandalismo, que infelizmente são muito comuns no Rio de Janeiro.

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Há dois anos o síndico Roberto Fazolino instalou quatro monitores de TV nos elevadores e no hall do edifício comercial Civitas

De acordo com Eduardo Alvarenga, CEO da Elemidia, empresa especializada em veiculação de propaganda, informação e comunicação relevante em elevadores de condomínios comerciais, assim como de hotéis, academias, supermercados e shopping centers, o uso de TVs nos elevadores existe no mundo há aproximadamente 20 anos; no Brasil, há 13 e em, nossa cidade, algo em torno de 10 anos.

Presente em mais de 80 cidades, distribuída em 19 estados, a Elemidia é a única empresa do segmento com atuação nacional. Desde 2003, quando foi fundada, a empresa oferece o serviço de TV em elevadores e halls de espera. Eduardo esclarece que, de acordo com a pesquisa Datafolha, os monitores conseguem obter 94% de atenção dos espectadores considerados Hard to Reach (difíceis de alcançar). “São pessoas exigentes, cada vez mais fundamentais na estratégia dos anunciantes, já que são formadores de opinião, com poder aquisitivo e de decisão de compra”, garante o CEO. O Condomínio Cidade do Leblon, que possui quatro elevadores no edifício comercial que abriga 252 salas e 81 lojas, instalou, em março de 2007, um monitor de TV no hall do segundo piso, bem em frente à entrada dos elevadores. O síndico Fábio Bogado conta que a Elemidia fez a instalação do monitor e que a tecnologia ajuda o tempo a passar mais rápido. “Além de o tempo passar mais rápido, o conteúdo da programação traz informações de utilidade pública e de propaganda para os usuários da edificação”, esclarece Fábio, que está no segundo mandato do Cidade do Leblon. Quando perguntado sobre como é selecionada a programação das TVs, Eduardo


O Dr. Fábio Bogado, síndico do Cidade do Leblon, diz que o conteúdo da programação das TVs traz informações de utilidade pública e de propaganda para os usuários da edificação

Alvarenga explica que a empresa conta com uma rede de parceiros que disponibiliza conteúdo, entre eles jornais, revistas, rádios e serviços úteis. Uma equipe de redatores e editores é responsável por selecionar e adaptar cada conteúdo para que seja exibido da melhor forma. A Elemidia possui cinco operações próprias, que ficam em Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. As demais são franquias, autônomas comercialmente, mas não editorialmente. “Todas as notícias veiculadas nas telas passam pelo crivo da equipe editorial, que fica baseada no centro de operações, em São Paulo. Esse processo garante a qualidade do conteúdo em todo o país.” A manutenção dos aparelhos é realizada por uma equipe própria em todas as filiais que utiliza a geolocalização (iden-

tificação de radiofrequência) para melhor aproveitamento do tempo dos técnicos em campo. “Basicamente temos um analista de monitoramento que faz o primeiro atendimento por meio de internet e telefone com os pontos, identificando as possíveis causas do defeito e, se necessário for, o técnico é enviado ao local”, sinaliza Eduardo. Em praças em que existe representação por franqueados, os analistas de monitoramento identificam, pelo Núcleo Operacional de São Paulo, que um ponto está com alguma anormalidade e solicitam a um técnico local da praça para que realize o atendimento presencial. Sobre o investimento com essa tecnologia, o CEO da Elemidia afirma que o condomínio não precisa investir, pois a empresa faz toda a instalação e ainda concede um espaço na grade de programação

para a comunicação do síndico com seus condôminos e visitantes. “O tempo médio de instalação dos televisores é de dois dias para uma torre de quatro monitores, mas, dependendo do fabricante do elevador, esse tempo pode aumentar.” Há dois anos o Condomínio Civitas, que fica no Centro da cidade, mediante indicação de terceiros, também escolheu a Elemidia para implantar a tecnologia nos três elevadores e no hall de entrada do edifício comercial. Segundo Roberto Fazolino Barroso, que há seis anos é síndico do edifício de 184 unidades, o condomínio não desembolsou nenhum valor para instalar a tecnologia. “Todo o investimento ficou a cargo da empresa, assim como a manutenção do equipamento. A programação é selecionada pela própria Elemidia e as informações são de cunho geral e sobre a economia mundial, sendo obtidas de empresas com relevância no mercado”, esclarece o síndico, que acredita que haja aceitação dos condôminos, pois, desde a instalação, não houve nenhuma manifestação contrária. Agora você, senhor síndico, já sabe qual é o caminho para entreter e informar quem transita por seu condomínio. Lembramos que, antes de decidir qual empresa vai contratar, é preciso ter indicação de quem já instalou os monitores, além de considerar a idoneidade da contratada. Serviço

Elemidia – www.elemidia.com.br

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Atualidade por Karina Moura

Faça bom proveito! Em tempos em que o Brasil sofre com a falta de água e a estiagem e a crise hídrica já é considerada a maior da história, o país vem penando com baixos níveis em seus reservatórios. Mesmo sendo o primeiro país em disponibilidade de água doce do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso em várias regiões. Uma solução que pode ajudar a economia e ainda o meio ambiente é a obtenção da água da chuva para reúso. Mesmo caindo do céu, a água captada da chuva não é suficientemente limpa e potável, por isso seu uso é indicado para fins bem simples, como lavagem de pisos, irrigação de jardins e descargas sanitárias, que representam 55% do consumo total em residências. Por se tratar de um bem natural, cada vez mais raro e caro, muitos condomínios já utilizam algum sistema de captação de águas pluviais, que pode ou não ser tratada, dependendo da finalidade a que se destina. De acordo com Hiago Vilar, representante da Ecocasa, empresa especializada em tecnologia ambiental, um condomínio pode economizar, em média, 60% do con-

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divulgação

Sistemas de captação de águas pluviais complementam O fornecimento da rede pública em condomínios

sumo de água potável com um sistema de captação da água da chuva. “Um síndico precisa apenas ter a iniciativa de querer aproveitar a água pluvial e economizar a água potável. Como os sistemas podem ser aterrados, dificilmente existem locais em

que não possam ser instalados. Os condomínios geralmente possuem o reservatório nas garagens de veículos, onde a água pode ser usada para lavagem de carros, irrigação de plantas e limpeza do piso da área exterior”, ressaltou Vilar.


Gisele Teixeira, professora universitária, ressalta: “Ainda não existe nenhuma norma jurídica voltada para o reaproveitamento dessa água”

O síndico Iberê Silva, da Barra da Tijuca, consegue economizar na conta de água graças à captação da água da chuva

Atualmente, grande parte dessa água vai parar na rede de esgoto das cidades, gerando um grande desperdício. Porém, já existem alguns prédios com estrutura capaz de fazer a captação e o armazenagem da água da chuva, produzindo economia financeira para o condomínio, com a redução na conta de água. É o caso do Condomínio Golfo do México, localizado na Barra da Tijuca. Inaugurado em 2007 para abrigar os atletas dos jogos Pan-Americanos, abrange dois edifícios, México e Havana, dos 17 que compõem a Vila do Pan. O projeto de captação de águas pluviais já existe desde a construção dos edifícios. O síndico do condomínio, Iberê Silva, consegue armazenar 120 mil litros de água nas caixas de reúso. “Existem duas formas de recolher essa água em nosso condomínio. A pri-

meira é aquela em que, quando chove no telhado, a água é aproveitada e vai para a caixa de reúso. A segunda captação é feita nos jardins. Ambas caem em duas caixas de reúso, com capacidade de 60 mil litros de água cada uma”, lembrou Silva. O Condomínio Golfo do México utiliza a água para lavar as áreas comuns dos prédios e irrigar os jardins. “A economia ocorre quando se deixa de usar a água da rede distribuidora. Não existe um cálculo exato da redução do gasto, mas tudo o que diz respeito à economia é apoiado pelos moradores. Além disso, temos hidrômetros individuais em todos os apartamentos, o que gera uma moderação de 40% após a instalação”, completou o síndico. A água da chuva, na maioria das vezes, é coletada por meio de calhas nos telhados

do prédio, onde existe um grande acúmulo de impurezas, o que faz com que alguns cuidados básicos sejam necessários. Os equipamentos de reúso adaptam-se às calhas e aos condutores existentes na construção. Vale ressaltar que essa água nunca deve se misturar com a fornecida pela rede pública, que é potável e tratada. Segundo a doutoranda do Instituto Militar de Engenharia de Ciências dos Materiais e professora universitária de gestão ambiental e engenharias Gisele Teixeira, o reservatório de água geralmente é feito no subsolo, por meio de cisternas que precisam receber limpeza e manutenção periódica para evitar risco à saúde de funcionários e moradores. “O condomínio deve fazer um projeto de engenharia caso queira implantar um sistema desses, pois a

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divulgação

divulgação

Começando um projeto

o Sistema de captação da água da chuva da empresa Ecocasa, especializada em tecnologia ambiental

água precisa de filtração e cloração. Vale lembrar que a água da chuva é destilada de forma eficiente, natural e gratuita. Esta é uma excelente alternativa econômica, haja vista o alto consumo hídrico”, lembrou Gisele, que ainda ressaltou a existência de um grande problema que impede alguns síndicos de utilizarem o método. “A grande questão é que ainda não há um incentivo específico para realizar a captação de águas pluviais. Temos que contar com a total responsabilidade dos condomínios para a armazenagem dessa água, que deve ser feita de forma correta, respeitando as etapas de tratamento”, concluiu.

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Antes de investir num sistema de reúso de águas pluviais, é de extrema importância buscar uma empresa especializada, que inclua, na elaboração do processo de captação da água da chuva, a reforma necessária do edifício para receber tal equipamento, levando em conta desde a área de cobertura até o índice pluviométrico da região. Vale estudar também a conta de água do imóvel, para registrar em quanto tempo haverá o retorno do investimento. Segundo o representante da Ecocasa, podemos dividir os sistemas em dois tipos: os caseiros, do tipo “faça você mesmo”, e os sistemas profissionais, que são os mais indicados para condomínios, pois trazem consigo tecnologia para maior controle da qualidade da água e automoção do sistema. “O princípio é bem simples, só se pode aproveitar a água que vem do telhado. Um filtro faz a separação do material sólido presente na água que é encaminhado para a galeria pluvial. Já a parte limpa da água é direcionada para a cisterna ou o reservató-

rio superior, em que a água fica disponível para uso. Não existe um limite de tempo que a água pode ficar armazenada, mas o local deve estar sempre limpo”, concluiu Hiago Vilar. Quanto ao preço, o investimento vai depender do projeto. “Hoje em dia é possível ter um projeto residencial por menos de R$ 1 mil para baixos volumes. Já métodos mais complexos, com cisternas enterradas e grande capacidade de armazenamento, além do equipamento de automação, aumentam bastante a conta. Por exemplo, um sistema que armazena 10 mil litros de água custa, em média, R$ 13 mil”, finalizou Vilar. Frequentemente, o reúso é apenas uma extensão do tratamento de esgoto, sem investimentos adicionais elevados, assim como nem todo volume de esgoto gerado deve ser tratado para ser reutilizado. Hoje já existem algumas leis voltadas para a temática da água que trazem o conceito de águas pluviais e o direito


Cuidados básicos

de uso atribuído ao prédio onde caírem. Conhecida como Lei das Águas, oferece instrumentos que possibilitam a melhoria da gestão sistemática do recurso, porém, nacionalmente, não há um ordenamento jurídico que discipline especificamente o uso de águas pluviais. Para a especialista Gisele Teixeira, o que temos de lei ainda não é suficiente. “Existe também o Decreto 7.217/2010, que visa ao manejo das águas pluviais, à alimentação da instalação hidráulica predial ligada à rede pública, desde que devidamente liberada pela autoridade competente. No Rio de Janeiro, já temos um projeto de lei para a captação da água da chuva. Porém, ainda não existe nenhuma norma jurídica que seja voltada de forma efetiva para o reaproveitamento dessa água”, pontuou.

Além de gerar economia de água, o sistema também contribui para diminuir os problemas de enchente. O método de reaproveitamento de águas pluviais atualmente é adotado pela indústria, que é a segunda maior consumidora de água do país. Mas é preciso tomar alguns cuidados básicos para que o condomínio não tenha problemas. • O telhado concentra grandes impurezas, principalmente quando há um longo período de escassez de chuva. Como opção, pode-se instalar um sistema de filtragem mecânica no reservatório. • O reservatório também pode ser um risco para a saúde de moradores e funcionários, caso não se adotem manutenção periódica de limpeza e conservação.

• A construção de um reservatório para a captação da água da chuva necessita de um sistema de recalque; ele deve ser proveniente de um projeto de engenharia para que não implique riscos de saúde e acidentes. Em outros cenários, o condomínio já conta com esse reservatório. Nesse caso, basta adaptar o espaço. Serviço

Ecocasa – www.ecocasa.com.br

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Economia POR Jeniffer Martins

Lâmpadas de LED Condomínios economizam até 50% nas contas de luz com a instalação de lâmpadas de LED

Em tempos em que só se fala de juros altos, inflação e crise econômica, quem gerencia ou administra condomínios é obrigado a buscar alternativas para minimizar o impacto que as despesas condominiais causam no orçamento familiar. Levando em consideração que o custo da energia elétrica teve reajustes de cerca de 40%, cada vez mais os síndicos investem em tecnologias para evitar aumento nos gastos com a luz, que pode refletir nas taxas do condomínio. Tendo em vista que o cálculo de energia elétrica pode representar de 12% a 30% das despesas de um condomínio 46

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residencial, certos investimentos são capazes de minimizar consideravelmente as contas condominiais e, ao mesmo tempo, apresentar alternativas sustentáveis para o meio ambiente. Tais ações de economia resultam na diminuição do consumo e interferem diretamente nas despesas, sem diminuir o conforto e os benefícios dos condôminos. Sabemos que eliminar desperdício e melhorar a eficiência no uso da energia é o meio necessário para alcançar economia. Mas nem sempre sensibilizar os condôminos a ter um consumo racional de energia é o suficiente para conter


as despesas. Sendo assim, a alternativa é substituir alguns equipamentos. E quando o assunto é reduzir os gastos de energia do condomínio, o tipo de iluminação que as áreas comuns recebem deve ser repensado, pois é responsável por uma boa parte desses gastos. Por essa razão, conversamos com Fernando Freitas, diretor comercial da Ecobrasil Energia, uma empresa que há três anos é comprometida com a sustentabilidade e o uso consciente da energia elétrica e se mantém focada na busca de soluções inovadoras e eficientes para o setor de energia elétrica. As famosas lâmpadas incandescentes estão deixando o mercado e sendo substituídas por novas tecnologias mais eficientes, como o LED (sigla para Light Emitting Diode, que significa diodo emissor de luz) e as lâmpadas halógenas. De acordo com Fernando, a substituição das lâmpadas tradicionais pela iluminação LED é uma forte tendência, pois esta oferece vantagens principalmente em termos de durabilidade e economia. “Tanto condomínios residenciais quanto comerciais, após perceberem que há uma redução real no custo com energia, começam a optar pela iluminação de LED.” Fernando explica que as lâmpadas fluorescentes consomem menos energia que as incandescentes. No entanto, as de LED utilizam menos ainda, pois, além de durarem muito mais, a energia gasta pelo LED é revertida em iluminação, e não em calor. Consequentemente, as lâmpadas de LED não desperdiçam energia, gerando, assim, menos calor no ambiente. O LED pode oferecer mais de 50 mil horas de vida útil, enquanto uma lâmpada incandescente dura mil horas, a do tipo

O síndico Luiz Cláudio Borges instalou lâmpadas de LED na escada de emergência do Residencial Capri não só por uma questão financeira, mas por consciência com o meio ambiente

halógena dura 3 mil horas, a fluorescente compacta, 6 mil horas e a fluorescente tubular, 7 mil horas. “Em termos de durabilidade, uma lâmpada de LED equivale a 50 lâmpadas incandescentes, oito lâmpadas compactas fluorescentes ou 16 lâmpadas halógenas”, compara o diretor comercial. Outra vantagem das lâmpadas de LED sobre as fluorescentes é que elas não utilizam mercúrio ou vapor de mercúrio em sua composição. “Como o LED não possui em sua composição metais pesados como chumbo e mercúrio, não há necessidade de descarte especial, como as lâmpadas fluorescentes”, explica Fernando. A utilização desses componentes é um fator negativo nas lâmpadas fluorescentes, já que o mercúrio tem efeito danoso sobre a saúde, podendo causar câncer, problemas no sangue e danos no sistema nervoso central,

podendo levar até a morte. “Com relação à exposição de produtos, a iluminação LED não emite radiação IV/UV, o que evita danos à pele, a plantas e objetos ou produtos expostos, como roupas, calçados, móveis, decorações e obras de arte.” Diante de tantos benefícios apresentados com a utilização das lâmpadas de LED é importante atentar que sua utilização pode diminuir em até 50% o gasto com energia elétrica, podendo chegar a 90%, dependendo da tecnologia das lâmpadas utilizadas nas áreas comuns dos condomínios. “É um ótimo investimento, tendo em vista que a periodicidade para a troca desse tipo de lâmpada é de, em média, 35 mil horas”, afirma Fernando. Pensando em economizar, o Condomínio Golfo do México, que fica na Barra da Tijuca, em março deste ano, contratou

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a empresa Ecobrasil Energia para fazer a instalação das lâmpadas de LED. O síndico Iberê Cezar Rego, que há seis anos está à frente do Golfo, que faz parte do condomínio conhecido como Vila do Pan, conta que não houve aumento na taxa de condomínio com o investimento porque o serviço se paga sozinho. “Com relação à economia, diminuímos em 39% o valor da conta de luz. O consumo médio aproximado antes da implantação das lâmpadas de LED era de 19.964 kW. No entanto, em abril, depois da instalação, caiu para 12.240 kW”, comenta o síndico, satisfeito por já sentir o resultado positivo nas contas. O Golfo do México instalou as lâmpadas de LED nas áreas comuns, nos andares e nas garagens do condomínio, que abriga 320 apartamentos em dois blocos. Quando perguntado sobre a necessidade do serviço, Iberê falou que a tecnologia oferece eficiência energética, o que gera mais economia que as outras tecnologias, vida útil extremamente longa, diminuição no custo de manutenção e menor depreciação. “É possível perceber que as lâm-

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Iberê Cezar, síndico do Condomínio Golfo do México, conta que não houve aumento na taxa de condomínio com o investimento das lâmpadas de LED porque o serviço se paga sozinho

padas de LED geram menos calor que as lâmpadas comuns, além de oferecer melhorias na relação ar-condicionado versus ambiente”, diz o síndico. Ainda de acordo com o síndico do Golfo, a tecnologia trouxe boa iluminação, o que influencia positivamente no bem-estar de todos os condôminos, pois cria ambientes agradáveis e relaxantes. “O investimento

deixa os locais mais seguros porque possibilita a visão noturna.” Fernando Freitas, da Ecobrasil Energia, aconselha os síndicos a fazerem um estudo que gera uma planilha de payback (retorno de investimento), na qual fica comprovada a viabilidade da substituição da tecnologia. “Cada caso é um caso, porém, em 90% dos projetos, há economia gerada sobre os cus-


tos de investimento da implantação.” Levando em consideração determinados problemas técnicos ou sobrecarga de energia por causa do número de consumidores em um condomínio, algumas vezes, o fornecimento de luz pode ser prejudicado ou até mesmo interrompido. Para isso, se faz necessário utilizar produtos de iluminação de emergência que evitem desconforto e acidentes que podem acontecer na escuridão. E a luz de emergência de LED é uma das melhores opções, já que apresenta ótima durabilidade, além de ser ecologicamente correta. A Ecobrasil esclarece que a função de um sistema de iluminação de emergência é viabilizar a evacuação segura do local. Para isso, deve assinalar todas as mudanças de direção, obstáculos, saídas e escadas. Em áreas de risco é recomendado que seja chamada a atenção com pisca-pisca ou equipamento similar nas saídas do local. “A iluminação de aclaramento deve atender a todos os locais que proporcionam circulação vertical ou horizontal, de saída para o exterior das edificações, ou seja, rotas de saída”, aconselha Fernando. O Residencial Capri, um dos nove prédios que constituem o Verano Park, na Barra da Tijuca, também fez a troca de todas as lâmpadas da área comum, do pilotis e da garagem por lâmpadas

de LED. Luiz Cláudio Borges, que há cinco anos é síndico do prédio que possui 123 unidades, diz que, desde julho de 2014, quando as lâmpadas foram instaladas, o condomínio sentiu uma economia brutal na conta de luz e menor custo, em longo prazo, com a manutenção delas. “A economia no Capri chegou a 40%, com retorno do gasto total (payback) projetado em 18 meses.” O condomínio também instalou lâmpadas de LED na escada de emergência. “É muito importante para nós economizar luz, não só por uma questão financeira, mas também por consciência com o meio ambiente”, esclarece o síndico, que afirma que os moradores ficaram muitos satisfeitos com a nova tecnologia. O Residencial pensa agora na implantação da tecnologia de placas solares. Lembramos que nada é para sempre. E se tratando de condomínios, é bom que isso fique claro, já que tudo precisa de manutenção, mesmo em se tratando de LED, pois quando se fala de instalação elétrica, os riscos existem, e não custa lembrar que o síndico é corresponsável pela segurança dos moradores. Serviço Ecobrasil Energia www.ecobrasilenergia.com.br

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COMPORTAMENTO por Jeniffer Martins

Condomínios com espaço destinado a cães Para todo lado que se olhe percebe-se que prédios não param de ser erguidos. Mas o fato de morar em apartamento não impede ninguém de ter um cãozinho de estimação. Até porque cada condômino tem o direito da posse de animais em seus prédios, desde que não causem dano ou incômodo aos demais condôminos ou moradores. Sendo assim, se não há barulho, agressividade ou ameaça à saúde pública, você pode ter um cão, ou qualquer outro pet, em seu apartamento. Mas pelo fato de a maioria dos apartamentos serem bem menores que as casas e não terem espaço que se assemelhe a quintais, muita gente se pergunta qual é a raça de cachorro ideal para ter em apartamento. Qualquer uma, seria a resposta certa para condomínios que disponibilizem espaços destinados a eles. Até porque qualquer cachorro precisa passear, gastar energia, seja ele de pequeno ou grande porte, pois cachorro é um bicho andarilho, e a caminhada é importante para sua saúde física e mental. Devemos lembrar que o cachorro é um animal social e precisa farejar, ver e

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Melhor que ter um animal doméstico é ter um local de lazer para os bichinhos

interagir com outros cães e pessoas para garantir seu bem-estar, levando em conta suas características comportamentais. A médica veterinária Rafaela Tripolli explica que essa rotina é indispensável para todos os cães, independentemente de raça ou tamanho. “Antes de trazer um cão para o

apartamento, é preciso averiguar se a raça, o tamanho e o temperamento do peludo se encaixam no perfil da família.” Rafaela lembra que não se deve ter um cãozinho se for deixá-lo muito tempo sozinho. Eles se apegam a seus donos e podem ficar estressados ou deprimidos se passarem muito tempo sem contato com outros pets ou pessoas. O resultado disso pode ser prejudicial à casa (móveis roídos, portas arranhadas e objetos mastigados) e até ao animal: eles podem lamber ou coçar determinadas partes do corpo até sangrar, latir sem parar e alguns podem até comer as próprias fezes para chamar atenção. Esses são sintomas da chamada ansiedade de separação, que pode ser prejudicial. A veterinária propõe uma solução para eventuais ausências: “Deixar o local onde o cão fica repleto de brinquedinhos com os quais ele possa se entreter sozinho é fundamental para o dia a dia do animal. Ossos recreativos, brinquedos que liberam comida, brinquedos mastigáveis, garrafas pet vazias com petiscos dentro são exemplos de verdadeiros ‘quebra-cabeças’ de grande ajuda para que o cãozinho não fique ente-


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Cerca de 50 cachorros frequentam o Parcão, do Barra Bali, que virou ponto de encontro do condomínio

diado com a vida dentro de um apartamento”, garante Rafaela. Tão importante quanto o bem-estar de nossos pets dentro do apartamento é a existência de um espaço reservado para eles fora das quatro paredes, em que podem brincar num ambiente amplo e se socializar com os amiguinhos de quatro patas. Pensando no assunto, cada vez mais condomínios oferecem ou adaptam espaços para os animais de estimação. Esses lugares servem para que o dono possa passear e até mesmo cuidar da higiene do animal. Mais do que uma área para caminhar com os bichinhos, o ambiente, além de promover a boa convivência social, favorece segurança, já que o morador não precisa deixar a proteção do residencial para andar com seu animalzinho. É o acontece no Condomínio Barra Bali, que fica na Zona Oeste do Rio. Próximo ao condomínio formado por 15 blocos há um terreno no final da rua sem saída que não era utilizado. Parte dele foi transformada pelos moradores em um espaço destinado ao lazer de cães. O local é conhecido como Parcão e, desde 2011, foi cercado, gramado e devidamente limpo pelos moradores “pais” dos pets, que se organizam por meio de um grupo em uma rede social chamado Cachorrada do Barra Bali. O Parcão recebeu um banco, placa educativa e saquinhos para recolher as fezes do local. Infelizmente, o lugar ainda não é legalizado perante a Prefeitura, pois

não há a cessão do espaço no nome de alguém. Entretanto, os moradores fizeram um abaixo-assinado para que a legalização aconteça. Segundo Lucas Geraci, que mora há 7 anos no condomínio, se não fosse pelos moradores, a área continuaria um abandono só. “Os dois últimos prédios bem próximos dessa área queriam se apropriar dela, mas os moradores não deixaram, afirmando que o espaço era público e que todos ali poderiam usufruir dele”, conta Lucas, proprietário dos cachorros Chico e Bento que leva como lema no Parcão: “Aqui primeiro se conhecem os cachorros para depois conhecer seus donos.” Um grupo de aproximadamente 20 pessoas se cotiza e paga quinzenalmente um jardineiro para limpar o local. O investimento é modesto, e eles têm medo de a Prefeitura derrubar tudo. “Seria legal se a Prefeitura regularizasse a área como praça, parque ou qualquer coisa para que os animais tivessem ali um lugar estabelecido para brincar, se divertir um pouco em meio ao caos urbano”, declara Lucas. Outra moradora que também frequenta o Parcão é a Bernadeth Mesquita, mãe do Bruce, que veio do desastre em Teresópolis, em 2011. Ela conta que cerca de 60 cães frequentam o lugar regularmente. Destes, mais de 25% são adotados, ou seja, em torno de 15 animais foram resgatados, alguns na estação do BRT e outros vieram das enchentes em Teresópolis, como seu cachorro. “Recomendamos também a castração dos animais. Aqui a maioria dos JUL_AGO_SET 2015

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cachorros é castrada, para não haver reprodução no local”, conclui Bernadeth. O amor pelos bichinhos é perceptível no grupo de moradores. Em função dos cachorros, há uma confraternização e socialização muito bacana entre os vizinhos. O condômino Bernardo Sussekind, dono do Chucky, um cachorro da raça cocker spaniel, adotado, relata que sempre há campanhas de doação para abrigos. “Há um tempo, os moradores se organizaram e fizeram uma campanha para arrecadar produtos de limpeza, remédios, ração, xampu, potes de comida, caminhas e doaram tudo para uma entidade localizada no Engenho de Dentro.” Serviço Instituto de Ciência Veterinária Dra. Rafaela Tripolli / Tel.: (21) 3274-2821 Delicados Mimos – (21) 97416-9079 / 99794-4700 | Facebook: delicadosmimosrj

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“Auniversário” vira moda no Rio Os pets, considerados nossos companheiros fiéis, deixaram de ser apenas os melhores amigos do homem para assumir a posição de membros da família. Os cães ganharam espaço e já conquistaram regalias, que vão desde roupinhas sofisticadas e saborosas comidas até caminhas exclusivas. Mas a grande novidade são as festas que seus donos contratam e que colocam inveja em qualquer um, seja ele de quatro patas ou duas pernas. Comemorar o aniversário do pet virou moda no Rio, e empresas como a Delicados Mimos oferecem festas personalizadas tanto para humanos como para cães. Os eventos para os bichinhos têm que ocorrer

em lugares seguros e com espaço suficiente para que os cães possam se divertir e correr bastante. A empresa viu nesse nicho uma oportunidade de negócio e proporciona tudo para que a data seja comemorada em grande estilo. Da decoração à organização geral do evento, o “auniversariante” e seus “cãovidados” podem saborear petiscos caninos, cupcakes elaborados exclusivamente para eles e bolos de diversos sabores, principalmente o de fígado, que é a preferência da cachorrada. O cardápio canino é baseado na alimentação natural e desenvolvido com o auxílio de um médico veterinário nutricionista.


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Condomínio por Vivien Bezerra de Mello

Um jeito especial de ser O Condomínio Santa Monica nunca mais foi o mesmo após a chegada da síndica Renata Azevedo. A psicóloga que morou 13 anos em Nova York tem em seu currículo uma bagagem de contato com o público que enriqueceu sua vida profissional em diversos aspectos. Cursos de qualidade e de excelência no atendimento foram o ponto de partida para a escorpiana que adora o contato com pessoas e lidar com as questões inerentes às relações humanas. Determinação, pragmatismo, organização, obstinação (quase compulsiva) são características que ela mesma enumera e que, sem dúvida, a fizeram galgar os degraus de sua carreira de forma brilhante. Em Nova York, Renata chegou a ser gerente geral das lojas GAP. De volta ao Brasil, atuou como psicóloga e como gerente geral de um apart-hotel. Sem oportunidade de crescimento naquele emprego, optou por sair e tentar outros desafios. Foi aí que o Condomínio Santa Monica Jardins Condominium Club entrou em sua vida. Na verdade, ela é que entrou na vida do condomínio para dar aquela agitada. Desde junho de 2014 como síndica profissional desse condomínio com nove blocos, 360 apartamentos, cerca de 2 mil moradores, 60 funcionários diretos e 140 terceiri-

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SAMY GRUBMAN

Com foco, determinação e muita comunicação um condomínio pode ganhar vida nova e superar desafios de forma constante e eficiente

zados, Renata implantou, entre outras coisas, a Missão do Condomínio: “Superar as expectativas de nossos moradores, criando um clima de resort, em que a excelência no atendimento é nossa meta.” Todos os funcionários têm que saber a missão. E nas horas mais tranquilas ela sai pelo condomínio perguntando quem sabe. Quem acerta ganha um bombom. Já tem gente lá acima do peso! Outra tacada de mestre foi fazer reuniões mensais com cada empresa terceirizada (cerca de 12) para alinhar as equipes de acordo com as necessidades do condomínio. A terceirização é inevitável num condomínio desse porte, mas a adequação

é totalmente possível. “Há setores que não gosto de terceirizar. Considero as portarias de acesso um setor com o qual devemos ter essa atenção; as pessoas precisam se conhecer, criar um vínculo diário. Precisa ter um rosto nosso ali”, pondera. As reuniões também acontecem com as equipes internas. Mensalmente, a síndica se reúne com os 17 funcionários diretamente ligados a ela na administração. A ideia é discutir os acontecimentos do mês que está fechando, traçar metas e planejar o mês seguinte. Já os outros funcionários do condomínio, inclusive os terceirizados, também têm oportunidade de trocar ideias com a síndica, que faz questão de se reunir com eles durante o expediente pelo menos uma vez por mês. Comunicação é uma palavra de ordem para Renata. E para saber sobre os anseios dos moradores, ela quer ouvi-los. Para isso, está sempre disponível e faz questão de atender quem a procura. E para criar um vínculo ainda mais eficaz, ela estabeleceu, três vezes ao ano, o Chá do Morador. Com comes e bebes à vontade, os moradores entram num clima de descontração e conseguem fazer desse encontro um momento proveitoso: “É uma oportunidade informal na qual os moradores podem expor suas ideias, sugestões, reclamações... E


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tem sido um sucesso. Vai mais gente do que em assembleia! Tudo é registrado e, após o chá, as questões são avaliadas e retornos objetivos são dados aos moradores”, enfatiza. Todos os que comparecem recebem também um cartão de agradecimento assinado pela síndica. Quem não vai às reuniões não fica completamente por fora. Por ideia do subsíndico Zimaro Araújo foi instituído o e-mail manager – que, aliás, tem excelente retorno –, por meio do qual Renata atualiza os moradores sobre o andamento das coisas. “Presto contas do que vem sendo feito, dou um feedback sobre o que está acontecendo. Essa é uma ferramenta eficaz e otimiza a comunicação de forma geral”, considera. O Carta ao Morador também é uma realidade. Trata-se de um informativo mensal que segue pelo e-mail manager e deixa os moradores a par do que está rolando no condomínio. “E quando, por algum motivo, não consigo falar com um morador, escrevo um bilhete de próprio punho pedindo contato; fica informal, mas com um toque de pessoalidade”, explica. Outra ação que aproxima os moradores da administração é o Cartão de Aniversário. Todos os moradores aniversariantes recebem um cartão feito na administração e assinado por Renata. Todos recebem: crianças, jovens, adultos... Afinal, quem não gosta desse carinho?! E por falar em aniversário, os funcionários também são lembrados, afinal, é graças à integração dessa equipe que o condomínio funciona – muito bem, obrigado, diga-se passagem. Em todo último dia do mês é promovida a comemoração dos Aniversariantes do Mês, com bolo, refrigerante, salgados, uma boa dose de

animação e um presente que é sorteado entre os que estão comemorando um ano a mais. Aliás, todos ganham também uma caixa de bombom. Nada como adoçar a vida, não é mesmo?! A síndica Renata Azevedo está com tudo e não está prosa: “O corpo a corpo em minha função é essencial. Gosto disso, de lidar com as pessoas. Claro que não dispenso uma boa administradora, até porque acho que o síndico tem que estar disponível para sua equipe e para os moradores. O síndico tem que ter uma posição estratégica, tem que querer fazer a máquina funcionar, além de zelar pela harmonia, com conselhos e moradores”, enfatiza. Nos dez meses de gestão da nova síndica as relações melhoraram muito no Santa Monica e a inadimplência diminuiu bastante. Ponto extra para Renata, que considera o subsíndico Zimaro Araújo um morador extremamente atuante e fundamental em sua administração. “Ele é participativo e está sempre disponível quando necessário. Aliás, eu não tomo nenhuma decisão de maior porte sem o apoio e a anuência do conselho. Os problemas são discutidos em reuniões; com a decisão tomada, eu operacionalizo e implemento o que se fizer necessário. Considero essa parceria entre síndico, conselho e subsíndico essencial para que eu possa desenvolver um trabalho sério. Sem eles, que são extremamente comprometidos, as coisas não seriam dessa forma. Eles me orientam, me norteiam”, finaliza. A dedicação integral de Renata vem gerando reconhecimento e gratidão não só por parte de moradores, mas também dos funcionários. E a síndica é enfática ao falar sobre a importância de sua equipe: “Eles são fundamentais para os resultados que alcançamos. Desde o gerente operacional, os supervisores gerais, os auxiliares de supervisão, a assistente financeira, as auxiliares administrativas até os demais funcionários e moradores, que me auxiliam com suas sugestões e críticas construtivas, fazendo com que possamos alcançar a meta estabelecida.” E não há nada mais gratificante do que trabalhar num local onde tudo funciona, as pessoas ouvem, são ouvidas e se entendem! JUL_AGO_SET 2015

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Condomínio por Renata fernandes

É tudo limpeza Organização e rotina otimizam gastos e tempo necessário para uma boa higiene no condomínio Quem está acostumado a administrar a limpeza da própria casa sabe que o processo requer um mínimo de organização. Imagina quando se trata de um condomínio? O síndico precisa lidar com uma série de questões. Terceirizar a limpeza para uma empresa especializada ou contratar uma pessoa que fique responsável? Estocar os produtos de limpeza? Quais escolher? E, além de tudo isso, é ainda preciso estabelecer uma rotina para o funcionário, ou funcionários, que cuida da tarefa e levar em conta a segurança dos trabalhadores e dos condôminos. Afinal, produtos de limpeza costumam conter substâncias tóxicas. A organização pode otimizar gastos e tempo. A síndica Lília Garcia teve que lidar com todas essas questões. Há quatro anos ela está à frente do Condomínio Carmel, localizado na Zona Norte, e foi a responsável por criar toda a rotina da limpeza. “Em um dado momento eu pensei em terceirizar. Mas, pela questão da segurança, achei que não era uma boa opção, já que não tenho como ter controle das pessoas que trabalham para a empresa que decidir contratar. Acho que, com um funcionário do condomínio, posso exigir mais”, opina. Lília definiu toda a rotina do prédio. Decidiu, por exemplo, que o funcionário já começaria o dia pela garagem, limpando o

local e a lixeira diariamente. E, ao longo da semana, alternaria os oito andares do prédio, para que sejam limpos pelo menos uma vez. O material de limpeza é selecionado pela própria síndica, que pede a uma distribuidora para entregar no edifício uma vez por mês. “Eu pessoalmente controlo o material utilizado, levando em conta o tempo de aquisição e os dias de limpeza dos andares”, conta. Dessa forma, ela acredita que pode otimizar tempo e gasto. O síndico Manoel Honorato, que administra cinco condomínios, entre eles o Maria José, situado na Zona Norte, também é responsável por definir a rotina e a periodicidade das atividades de limpeza. A compra do material, por exemplo, é feita mensalmente. “Assim, você consegue ter mais mobilidade. É possível, por exemplo, trocar o perfume dos produtos que usa, experimentando novos, aproveitar promoções e conhecer lançamentos”, ensina. Honorato conta que já trabalhou tanto com empresas terceirizadas quanto com funcionários contratados diretamente pelo condomínio. Entre as diferenças, ele destaca que, no primeiro caso, o cliente pode escolher contratar apenas a mão de obra ou incluir o material de limJUL_AGO_SET 2015

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peza dentro do pacote. Apesar da praticidade, o síndico optou por ter um funcionário do prédio especialmente designado para a tarefa. “Acho que não é o mesmo rendimento. Quando você contrata um faxineiro, ele entra como zelador, então, acaba fazendo outras coisas também. Ele não apenas limpa, mas tem que zelar por aquele edifício. O terceirizado não faz nada extra, já tem suas atividades pré-definidas”, opina. As opiniões sobre a terceirização do serviço, porém, divergem. Lenita Viviane, diretora-geral da empresa de limpeza Fênix Limp, defende que há inúmeras vantagens na terceirização, começando pela organização das tarefas. “Dentro de condomínios, por causa da grande área a ser limpa, é imprescindível uma supervisão que faça a divisão semanal da quantidade de material a ser usado. Necessário também um encarregado para a distribuição diária. É preciso ter divisão de tarefas com precisão para cada colaborador, sempre com supervisão ativa”, afirma. Segundo Lenita, a organização decorrente da terceirização pode trazer economia. As vantagens? “Otimização de tempo, redução de custos e mais qualidade”, opina. “Além de reduzir investimentos com processos de recrutamento e capacitação, já que a cada dia as leis trabalhistas têm trazido mais impostos e ônus para as empresas. Além disso, o cliente tem a comodidade de trocar o colaborador com o qual está insatisfeito com uma simples ligação, sem precisar pagar rescisão, deixando esse incômodo por conta da terceirizada.” Em um trabalho de terceirização, a inclusão do fornecimento de material de limpeza no contrato fica a critério do sín-

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A síndica Lília Garcia criou toda a rotina de limpeza do prédio

dico. E como garantir a segurança dos condomínios? “Estamos conseguindo diminuir bastante essa rotatividade com eficácia e rigor nos recrutamentos. Buscamos trabalhar ao máximo com funcionários qualificados e indicados, para dar a nossos clientes mais segurança e tranquilidade”, afirma a diretora da Fênix Limp. Denilson Albert, gerente da empresa D. Limp, distribuidora de material de limpeza, lembra que conhecer os diversos produtos de limpeza disponíveis no mercado também pode poupar tempo na hora do trabalho, isso porque alguns facilitam e agilizam o processo. “Há desencrustantes, limpadores multiúso, ceras, impermeabilizantes e seladoras acrílicas. A escolha ideal é aquela que se adapta a cada tipo de piso e está direcionada à quantidade de sujeira que se acumula no local ao longo do tempo”, aconselha o gerente. Segundo Albert, o planejamento tam-

O síndico Manoel Honorato prefere ter um funcionário para a limpeza a terceirizar o serviço

bém é essencial, para que haja economia de tempo e dinheiro. Produto faltando na prateleira é sinônimo de funcionário ocioso e ambientes sem limpeza. “É preciso planejar a quantidade ideal de produto gasto ao longo do mês, só assim não faltará”, diz. Outro fator que pode contar pontos na economia é o treinamento de funcionários. Quanto mais informação ele tiver, menor será o desperdício de produtos e a eficácia na limpeza. Segundo Albert, algumas marcas disponibilizam cursos periodicamente para quem estiver interessado. “Alguns fabricantes oferecem, ao longo do ano, cursos de qualificação. O síndico pode entrar em contato para se informar sobre quando e onde ocorrerá o treinamento”, explica. Tudo depende também do tamanho do condomínio. Quanto maior, mais trabalho para organizar e delegar tarefas. Mas, ao mesmo tempo, quanto mais organizado, menos problemas e mais economia.


Limpeza com responsabilidade • Pesquise antes de comprar os produtos de limpeza. Na hora de comprar o material, não se esqueça dos equipamentos essenciais para os funcionários responsáveis, como luvas e botas. Os dois são Equipamento de Proteção Individual (EPI), obrigatório tanto para o manuseio de produtos de limpeza quanto para lidar com o lixo. • Preste atenção também aos uniformes dos funcionários. Eles precisam ser frescos e confortáveis, para não atrapalhar nas atividades diárias. Lembre-se de que um funcionário satisfeito é sempre mais produtivo. • É bom ressaltar que é necessário investir em carrinhos de mão ou latas com rodinhas que facilitem o transporte do lixo do condomínio até a calçada.

trito, para não correr o risco de crianças acabarem manuseando as substâncias.

Na área externa, varrer é uma forma de economizar a água da mangueira.

• Cuidado com o material de limpeza clandestino. Ele pode conter substâncias tóxicas ou em dosagens inadequadas. Nesse caso, o barato acaba saindo caro.

• A melhor hora para regar as plantas é de manhã ou no fim da tarde. Nesses períodos, a água evapora mais lentamente e a terra fica úmida por mais tempo.

• Não é difícil identificar material clandestino, que normalmente não tem rótulo, instruções de uso ou identificação da composição.

• Determinar a rotina diária de limpeza, listando que ambientes devem receber faxina em cada dia, com a ordem de prioridade especificada, é uma forma de otimizar o tempo do funcionário e evitar desperdícios.

• Exija a nota fiscal dos produtos. É uma forma também de reivindicar, em caso de algum problema, a troca do item ou a devolução do dinheiro pago. • Preste atenção nos prazos de validade, no registro no Ministério da Saúde, nos dados do fabricante e na composição química.

• É importante que o material de limpeza seja seguro. Caso contrário, pode ser perigoso para a saúde de funcionários e moradores.

• Os rótulos costumam conter instruções de uso e a melhor forma de armazenamento.

• O local onde os produtos de limpeza ficam estocados deve ser de acesso res-

• É preciso ficar atento ao desperdício, não apenas de produtos, mas de água.

• É necessário também prestar atenção aos horários. Áreas de grande movimento, como a garagem, a portaria e os elevadores, são mais frequentadas por moradores e, portanto, devem ser limpas em horários de menor movimento.

Serviço

D.Limp – www.dlimplimpeza.com.br Fênix Limp – http://fenixlimp.com.br

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ARTE Por mário Mendonça

O austríaco Franz Alexander Stockinger veio para o Brasil aos 3 anos com seus pais, que deixavam para trás um país devastado pelos horrores da Primeira Guerra Mundial. A família inicialmente se instalou no interior de São Paulo, mudando-se em seguida para a capital do estado num momento de efervescência artística, ainda embalada pelos acontecimentos da Semana de Arte Moderna. Fez curso de desenho com Anita Malfatti, mas ainda não havia chegado o momento em que a arte havia chamado o jovem imigrante. Mudou-se para o Rio de Janeiro, mas seu sonho de se tornar piloto de avião foi impedido por sua origem austríaca, quando o Brasil ingressou na Segunda Guerra Mundial. Embora não seja confirmado, há referências de que teria frequentado as aulas do Liceu de Artes e Ofícios, que foi e ainda é uma das mais importantes instituições de ensino artístico no Brasil. Contudo, apenas em 1946, iniciou-se na escultura com as aulas do mestre Bruno Giorgi por indicação do pintor Clóvis Graciano. Do mestre herdou a liberdade do processo artístico: olhar e fazer. Nascia então um dos mais relevantes expoentes da escultura brasileira do século XX. Após um período trabalhando na imprensa carioca, inclusive como previsor

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do tempo, transferiu-se para Porto Alegre, cidade que seria sua residência definitiva, para trabalhar no jornal A Hora, que estava sendo criado. Depois de se demitir do jornal em solidariedade a outros colegas, passou a criar xilogravuras e caricaturas. Em Porto Alegre foi o autor, junto com Eloísa Tregnago, de um dos pontos turísticos da capital gaúcha, o conjunto de esculturas dos escritores Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana, em que Drummond aparece em pé lendo para Quintana, compondo um monumento à literatura. Sua produção escultórica, no uso de metal e dos mais diversos materiais, revela inicialmente uma tendência expressionista, com a produção de figuras sintéticas e acabamento áspero. Certas formas acrescentam às figuras uma conotação de tensão ou dor, característica marcante em seus trabalhos. Avaliar o legado de Francisco Stockinger para a arte brasileira e sua inabalável capacidade criativa revela-se tarefa das mais difíceis. Além de escultor foi desenhista, gravurista, cartunista, sempre um artista imerso em seu tempo e na modernidade. Finalmente, um mestre para gerações de outros artistas, que puderam encontrar em sua obra um diálogo permanente entre o novo e o imutável, entre a beleza e o essencial.

Guerreiro, bronze e madeira

Francisco Stockinger


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Condomínio por Lia Rangel

Condomínios incentivam a prática de atividades físicas Academias e piscinas dentro do condomínio garantem mais conforto e segurança a moradores Em busca de maior qualidade de vida, cada vez mais pessoas se tornam conscientes da necessidade de praticar atividade física. Mas entre ter consciência dos benefícios para a saúde e se exercitar há uma enorme distância e um monte de desculpas, como falta de tempo, trânsito, falta de companhia, preguiça, cansaço, vergonha e medo. Visando ao conforto dos moradores, muitos empreendimentos já são planejados com academia, piscina e piscina aquecida, entre as áreas de lazer para que os moradores possam praticar diferentes atividades físicas dentro do condomínio, diminuindo, e muito, as desculpas para não se exercitar. Mas esse não é um privilégio das novas construções. Mesmo os condomínios que não foram projetados com essas áreas podem investir em projetos que contemplem espaço para essas atividades. Academia para todos os condomínios Engana-se quem pensa que é difícil montar um espaço fitness. Os especialistas indicam começar com itens simples e, ao perceber a receptividade dos condôminos, adquirir modelos mais modernos e específicos para cada atividade. Segundo Gilson Carvalho, gerente nacional de vendas da Supertech Fit66

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ness, empresa especializada na distribuição de linha ergométrica, com 15 modelos de esteira, seis modelos de bicicletas verticais e horizontais, um modelo de bike indoor e três modelos elípticos, a tendência é que os condomínios apostem cada vez mais nesses espaços direcionados à prática de exercícios. “Os novos empreendimentos já consideram a reserva de espaço para a instalação de academias que atendam a certo número de moradores. Mas os prédios antigos tendem a se adaptar a essa necessidade atual ao buscar alternativas e transformar seu salão de festas usado em um modelo de academia que atenda diariamente a todos os moradores. Utilizam, também, locais como escadas, quadras e salões, além de outros ambientes subutilizados”, conta. Ainda segundo o gerente da Supertech Fitness, é importante o acompanhamento de um profissional. “Uma boa dica é iniciar com equipamentos básicos, atividades simples, e buscar sempre ter acompanhamento e orientação de um profissional da área, que poderá ajudar na elaboração de um projeto para a compra de aparelhos. Nossa revenda, por exemplo, sempre tem uma política de preços e disponibilidade de financiamento, já que o mercado credor dos condomínios é 100% pagador, por causa de suas responsabilidades no encontro de suas finanças”, garante.


A síndica Cilene conseguiu aprovação para investir em mais equipamentos para a sala de musculação e para o aquecimento de uma das piscinas

As piscinas são excelentes opções Talvez a piscina seja a opção mais democrática para a prática de exercícios em um condomínio. Seja ela aquecida ou não, atende adultos, crianças e idosos, além disso, as aulas podem ser individuais ou em grupo. Tanto a natação quanto a hidroginástica fazem o maior sucesso entre os moradores. Mas para que a piscina esteja preparada para receber essas atividades, é preciso que o síndico esteja atento a todas as revisões necessárias. Segundo Clóvis Monteiro Filho, diretor da empresa Piscinas Joá, especializada em instalação, manutenção e conservação de piscinas e saunas, as piscinas precisam de conservação diária. “Nós temos um departamento especializado que atende aos condomínios. Oferecemos, além da manutenção, o serviço de guardião de piscina, diplomado pelo Salvamar. Fornecemos todos os produtos químicos para limpeza e conservação e, quando necessário, realizamos consertos também. Nossa intenção é que o síndico não tenha que se preocupar com nada relacionado às piscinas. Todos os dias, nosso guardião faz a esterilização da água e a verificação do PH e do teor residual do cloro, por meio de um aparelho. No caso de a água estar muito ácida, ele coloca uma substância alcalina e vice-versa. O

importante é chegar ao ponto ideal e fazer as correções necessárias para que a água esteja pronta para uso”, conta. Além do guardião, presente diariamente no condomínio, Clóvis Monteiro explica que esse serviço também contempla visitas técnicas periódicas. “Semanalmente, uma equipe técnica realiza vistorias nos condomínios. No caso das piscinas aquecidas, é preciso ter muita atenção com o equipamento de aquecimento. É importante frisar que os valores para essa prestação de serviço não variam só por conta de a piscina ser aquecida, o que fez com que muitos condomínios procurassem por mais informações sobre o aquecimento de piscinas”, diz. Caso de sucesso Cilene Medeiros, síndica do Condomínio Verte, localizado na Zona Sul da cidade, conta que o empreendimento já foi entregue com aparelhos para exercícios aeróbicos (esteira e bicicletas ergométricas) e duas piscinas. “Uma das piscinas, em formato de raia, é destinada à natação e a outra, para recreação. Como o condomínio já foi implantado com essa estrutura, o que fizemos foi aprimorar. No primeiro ano aprovamos, em assembleia, a compra de equipamentos de musculação e, em 2013, foi aprovado o investimento para o aquecimento da piscina de recreação”, diz. JUL_AGO_SET 2015

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Para Cilene existem vantagens tanto para os moradores quanto para o condomínio em oferecer esses serviços. “Além da comodidade de praticar exercícios em casa, essas estruturas valorizam o empreendimento, facilitam a locação, integram os condôminos e proporcionam economia para os moradores, que não precisam pagar academia para a prática dos exercícios. O condomínio tem cerca de 500 moradores e não temos esse controle, mas acredito que cerca de 40% deles utilizam a estrutura. A maioria dos moradores do Verte é jovem e valoriza muito a prática de exercícios. O condomínio não indica nenhum profissional. No início fizemos parcerias com alguns profissionais para incentivar o uso, como aulas experimentais de pilates, localizada, natação, circuito etc.”, lembra. Atividades físicas no inverno, sim! As baixas temperaturas não podem impedir a prática de exercícios, ainda mais se o condomínio oferecer a estrutura necessária para isso. “Aqui, na piscina aquecida, os exercícios são praticados o ano todo, exceto quando está chovendo. É um sucesso, até as crianças adoram a piscina aquecida”, conta a síndica Cilene Medeiros. O personal trainer Alexandre Araújo conta que trabalha com atividades físicas em condomínios desde 2011 e que acredita que os síndicos podem influenciar positivamente os condôminos a se exercitarem, inclusive no inverno. “As atividades mais procuradas no inverno são musculação, pilates de solo e alongamento. A maioria das aulas é individual, mas tenho uma turma

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O personal trainer Alexandre Araújo dá aulas particulares, individuais ou em grupo

de natação infantil em um dos condomínios no qual presto serviço. Em todos os condomínios onde atuo, o contato é feito diretamente com os moradores, e eles relatam que preferem malhar no próprio condomínio pelo conforto, praticidade e segurança. Para o personal é interessante atuar em condomínio, pois o trabalho acaba sendo mais valorizado pelo fato de não precisar repassar nenhuma verba para o condomínio, podendo, assim, investir em material para que aumente, cada vez mais, a qualidade das aulas. Aconselho aos síndicos estimularem a prática de atividade física nos condomínios, aumentando a socialização entre os moradores. Também acho válida a atuação de um professor dentro da sala de ginástica, por medida de segurança”, diz.

A síndica Cilene diz que o Condomínio Verte tem regras tanto para o uso das piscinas quanto da academia, mas ela demonstra que, com bom senso e um pouco de jogo de cintura, é possível conciliar a vontade do condômino com o regimento do condomínio. “Normalmente, a piscina é destinada ao uso dos moradores. Entretanto, é necessário ser flexível e permitir que hóspedes (aqueles que estiverem pernoitando no prédio) também utilizem a piscina e a academia. Só que isso abre um precedente para que convidados da própria cidade venham a frequentar a piscina, e o condomínio se transforme num clube. É preciso que a administração do condomínio tenha controle e que haja respeito por parte dos moradores. Muitos prédios proíbem que visitantes/hóspedes usem as áreas de lazer do prédio. O Condomínio Verte utiliza uma pulseira para os hóspedes autorizados frequentarem a piscina”, explica. Seja em qualquer estação, a prática de atividades físicas é benéfica para a saúde do corpo e da mente, por isso, caso o condomínio tenha estrutura, é importante que o síndico proponha a implementação de uma academia ou que use espaços vazios para a prática de aulas que não necessitam de equipamentos, como dança, alongamento e ioga. Essas atividades também ajudam no condicionamento dos moradores, aumentam a convivência e melhoram o relacionamento entre eles. Serviço

Piscinas Joá – (21) 2274-0822 Supertech Fitness – www.supertechfitness.com.br Ergotec Fitness – (21) 3879-0713 Personal: Alexandre Araújo (ale-edfisica@hotmail.com)


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HISTÓRIA por MILTON TEIXEIRA

Quinta da Boa Vista – a maior área de lazer da Zona Norte Um dos maiores parques urbanos do país, com 1.033.800 metros quadrados de área, em que 70 mil metros quadrados são de bosque. Os primeiros moradores de São Cristóvão foram os índios do cacique Arariboia, que receberam aquelas terras em sesmaria ainda em 1567. Lá construíram uma aldeia, a Araroure, que não durou muito. A aldeia sofreu um ataque dos franceses em 1568, o que levou o governador Salvador Correia de Sá a mandar tropas para defendê-los. Em 1573, o governador Cristóvão de Barros transferiu Arariboia para o outro lado da baía, na Praia Grande, onde os jesuítas fundaram a aldeia de São Lourenço. As terras de Araroure foram doadas aos padres Jesuítas, que nelas plantaram cana-de-açúcar. Ainda no século XVI, fundaram um engenho, que depois seria batizado de Engenho Velho, cuja capela, muito modificada, ainda existe na Tijuca. Em 1626, fundaram um segundo engenho, que recebeu a denominação Novo, sendo sua capelinha posta sob a proteção de São Cristóvão. Essa ainda existe, tendo sido reconstruída em 1898 para ser a matriz do bairro de São Cristóvão, no estilo neogótico. As terras da Quinta da Boa Vista pertenciam a esse engenho. Em 1759, o cônsul português Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, obteve, do rei D. José I, a ordem de expulsão dos jesuítas de Portugal e das colônias, aí se compreendendo o Brasil. As terras dos jesuítas foram encampadas pelo go-

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verno, que as leiloou por ordem do vice-rei Conde da Cunha, entre 1763 e 1766. A parte maior do engenho de São Cristóvão foi arrematada pelo comerciante da Rua Direita Elias Antônio Lopes, que, em 1803, mandou erguer nelas imponente casarão avarandado. Em março de 1808, chegou ao Rio de Janeiro a corte de Portugal, fugida da invasão das tropas napoleônicas. Sem acomodação para os muitos nobres que aqui aportaram, o príncipe D. João invocou uma velha lei das “aposentadorias”, que autorizava servidores do estado a requisitarem residências para seu sustento e pouso. Prevendo que sua casa logo seria “sequestrada” por algum fâmulo real, Elias Antônio Lopes adiantou-se e ofereceu a Quinta da Boa Vista ao príncipe, que a aceitou muito agradecido.

D. João utilizava o casarão de São Cristóvão para sua residência, servindo-se do Paço da Cidade para despachos e recepções. Ainda em 1808, foi o casarão reformado, recebendo nova escadaria e portada com brasão real, numa das muitas reconstruções e reformas que ocorreriam por todo o século XIX naquela casa. Essa primeira reforma foi feita por um arquiteto inglês, que instalou, na entrada do parque, um portão monumental, presente do lorde Percy, duque de Northumberland, cópia do Sion House, de Londres, construído pela firma Coadi & Sfaiy (hoje colocado na entrada do Jardim Zoológico). Com D. Pedro I, nova reforma foi feita, sob a orientação do arquiteto francês Pedro José Pézérat. No segundo Império, em 1857, o grande pintor italiano Mário Bragaldi iniciou as pinturas internas das salas do trono e dos embaixadores. Elas parecem verdadeiro relevo, dando a impressão de que as referidas salas são maiores do que são. Os jardins foram refeitos pelo paisagista Auguste Marie François Glaziou entre 1865 e 1869, dando ao conjunto o estilo romântico que chegou até nossos dias. Quanto ao palácio, foi extensamente reformado para ficar no estilo neoclássico, sob o projeto do arquiteto Manuel de Araújo Porto Alegre e do engenheiro Theodoro Marx, sendo a execução de muitos detalhes tendo sido feita por Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Por volta de


1875, o palácio estava com sua configuração atual. Procurou-se torná-lo parecido com o Palácio Real da Ajuda, em Portugal. Seu interior, entretanto, era bem simples, haja vista a aversão do imperador D. Pedro II a luxos e superfluidades. Nesse palácio ocorreram quase todos os acontecimentos mais importantes da realeza brasileira. Em 1812, dele saiu o primeiro enterro de um príncipe falecido no Brasil, D. Pedro Carlos de Bourbon e Bragança, filho de Carlos V de Espanha e genro de D. João VI; em 1817, foi residência de D. Pedro, logo após seu casamento com D. Maria Carolina Leopoldina da Áustria; em 1819, ali nasceu D. Maria da Glória, a primeira filha do casal e futura rainha D. Maria II de Portugal; em 2 de dezembro de 1825, nele nasceu D. Pedro II; em 1826, faleceu, em dezembro, a imperatriz D. Maria Leopoldina; em 1846, naquele palácio, nasceu a princesa Isabel, filha de D. Pedro II com D. Tereza Cristina Maria; entre outros fatos. No governo provisório da República, em 1890-1891, o palácio foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana, tendo o prédio sido adaptado para essa função pelo arquiteto Bethencourt da Silva, que lhe acrescentou ampla escadaria no pátio interno. No ano seguinte, seus móveis foram leiloados ou enviados para outras repartições públicas, pois o edifício foi destinado a abrigar o Museu Nacional, que para ali se transferiu em 1892. O Museu Nacional foi fundado em 1818 por D. João VI. Até então, esteve em uma ampla sede no Campo de Santana, na ex-residência do visconde de Ubá. Como seu acervo fora enriquecido nos reinados de

D. Pedro I e Pedro II, a casa se tornou pequena, razão pela qual o museu foi transferido para um ambiente maior. Com 58 salas, é o mais importante museu de história natural do país e um dos maiores patrimônios do gênero no mundo, possuindo vasto acervo de antropologia cultural. É hoje uma dependência do Ministério da Educação. Em 1909, o prédio ganhou portentosos jardins de acesso e, em 1925, recebeu um grande monumento de bronze de D. Pedro II, alusivo ao centenário de seu nascimento. A iniciativa foi do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. A estátua foi inaugurada em 2 de dezembro, com grande solenidade cívica. O projeto foi traçado pelo engenheiro Heitor da Silva Costa e a obra foi fundida em Paris por Jean Magrou. A

estátua de bronze ergue-se num pedestal de granito de Petrópolis e apresenta o imperador em pé, pensativo, tendo na mão esquerda um livro, achando-se a direita colocada sobre o peito. De 1943 a 1945, foi construído, também dentro da Quinta da Boa Vista, o novo Jardim Zoológico, inaugurado em 1945 pelo prefeito Henrique Dodsworth, à época, um dos maiores do mundo. É hoje administrado pela Fundação Rio-Zoo, que mantém igualmente o Museu da Fauna. O portão de entrada é o antigo dos jardins do palácio, que foi convenientemente adaptado. Hoje a Quinta da Boa Vista é a maior área de lazer da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, palco de eventos culturais importantes e marco referencial da cultura brasileira.

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Jurisprudências

0086332-11.2013.8.19.0001 APELAÇÃO. 1ª Ementa. DES. LEILA ALBUQUERQUE – Julgamento: 12/3/2015 – 25ª CÂMARA CÍVEL – CONSUMIDOR. Apelação cível. Ação de obrigação de fazer e indenizatória. Contrato de prestação de serviço de dedetização. A autora narra que o serviço foi realizado duas vezes e não produziu os efeitos esperados, razão pela qual pede a repetição. Afirma ter pernoitado em hotel nas duas ocasiões e quer o ressarcimento das despesas e o pagamento de nova hospedagem. Além disso, pretende ser compensada pelos danos morais que afirma ter sofrido. Pedido de produção de prova formulado na contestação jamais apreciado pelo juízo a quo. Condenação da ré em flagrante cerceamento de defesa, devendo ser reaberta a fase instrutória. Provimento do recurso. 0303553-62.2009.8.19.0001 APELAÇÃO. 1ª Ementa. DES. JACQUELINE MONTENEGRO – Julgamento: 12/3/2015 – 15ª CÂMARA CÍVEL. Apelação cível. Cedae. Consumo estimado. Existência de hidrômetro. 1. Consumidor se insurge contra a cobrança do consumo de água ao argumento de que a conta do mês de abril de 2009 foi faturada através do consumo por média, sendo certo que, na falta de hidrômetro ou defeito no seu funcionamento, deve ser feita pela tarifa mínima, sendo vedada a cobrança por estimativa. Súmula nº 152/TJRJ. 2. Reconhecidos o excesso na cobrança e a determinação de refaturamento da conta de consumo no mês indicado. Impõe-se a procedência do pedido. 5. Recurso a que se nega seguimento. 0091677-60.2010.8.19.0001 – APELAÇÃO. 1ª Ementa. DES. CLÁUDIO DE MELLO TAVARES – Julgamento: 29/1/2015 – 11ª CÂMARA CÍVEL. Apelações cíveis. Ação revisional de débito c/c obrigação de fazer. Relação de consumo. Cedae. Impossibilidade de cobrar por dívidas oriundas de proprietário anterior. Dívida que tem natureza pessoal, e não propter rem. Dever da

concessionária em arcar com os custos da instalação do hidrômetro. Inteligência do verbete sumular nº 315 deste Tribunal de Justiça. Dano moral não configurado. Mero aborrecimento decorrente de descumprimento de norma legal. Sentença mantida. Negativa de seguimento de ambos os recursos, na forma do art. 557, caput, do CPC. 0011964-64.2013.8.19.0087 APELAÇÃO . 1ª Ementa DES. MARIA LUÍZA CARVALHO – Julgamento: 11/3/2015 – 27ª CÂMARA CÍVEL – CONSUMIDOR. Apelação. Consumidor. Instalação de hidrômetro individual. Recurso que não impugna os fundamentos da sentença. Requisito extrínseco de admissibilidade. Apelo que não atende ao requisito extrínseco de admissibilidade, porquanto, as razões que o instruem não combatem os fundamentos da sentença impugnada, bem como estão dissociados da própria demanda. Causa de pedir na recusa da ré em instalar o hidrômetro individualizado na unidade em que reside o autor somada à cobrança por estimativa. Sentença que julgou procedente o pedido de instalação do aparelho de medição. As razões recursais, entretanto, se voltam a justificar a precariedade no abastecimento do serviço, o que, em momento algum, fora aventado nos autos, não fazendo mínima referência à instalação do hidrômetro, causa de pedir próxima enfrentada pelo juízo sentenciante. Não conhecimento do recurso. 0019135-34.2012.8.19.0208 APELAÇÃO. 1ª Ementa. DES. CLÁUDIA TELLES DE MENEZES Julgamento: 12/3/2015 – 2ª CÂMARA CÍVEL. Apelação cível. Ação indenizatória. Condomínio edilício. Insuficiência de vagas de garagem para todos os condôminos. Normas condominiais que estabelecem a preferência a proprietários em detrimento de locatários. Autor inquilino sem direito a uso de vaga. Ausência de dano moral. Jurisprudência deste tribunal. Enunciado nº 260 da súmula do STJ. Recurso ao qual se nega provimento, nos termos do art. 557, caput, CPC.

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COndomínio por Alessandra Ceroy

Para o bem de todos A instalação de hidrômetros individuais está chegando de mansinho aos condomínios cariocas e a economia está sendo uma agradável surpresa para todos Tomar um banho de horas, lavar a louça sem fechar a torneira, limpar o carro com a mangueira aberta já não é visto como sinônimo de cuidado extra com a limpeza, mas como desperdício e falta de consciência com o futuro do planeta. E diante dessa nova situação, toda a sociedade precisou se adaptar a uma realidade mais consciente. E isso inclui a rotina dos condomínios e condôminos, que também tiveram que se adaptar – e controlar – à maneira como lidam com esse recurso tão disputado.

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Segundo a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), o pinga pinga da torneira, por exemplo, pode significar o uso indevido de 36 litros de água por dia. Essa quantidade desperdiçada, durante um mês, seria o suficiente para abastecer uma família de quatro pessoas por dois dias. Esses dados são apenas uma pequena amostra de como o uso incorreto desse recurso significa, literalmente, jogar dinheiro pelo ralo. Para evitar isso, a primeira ideia que vem à cabeça de administradores e síndi-


“O novo sistema de controle de consumo de água será mais justo para todos”, explica Marina Lavigne

cos é a conscientização, realizada por meio de campanhas internas e com a participação de todos. Porém, o resultado é praticamente nulo, pois a conta é única, ninguém sabe o tempo que você leva no banho... E aí entra a solução que, hoje, é a mais pensada e tem dado resultados muito bons: a colocação de hidrômetros individuais.

Usou, pagou Fábio Cruz Barreiros, que é síndico há três anos do Condomínio Rossi Ideal Vila Brasil, na Zona Norte, com aproximadamente 570 moradores, explica que, atualmente, a conta de água é paga de acordo com o consumo individual de cada morador e a cota da área comum é rateada entre todos. A individualização do hidrômetro começou em novembro de 2014, mas, à época, nem todos a aceitaram, já que, antes, algumas unidades em que moravam mais pessoas pagavam o mesmo valor das que possuíam apenas um morador, o que, naturalmente, mudou quando cada apartamento passou a pagar pelo que consumia. Fábio cita, inclusive, o próprio apartamento como exemplo: no caso dele, que mora sozinho e tem um apartamento um pouco maior que os demais, quando pagava pela fração ideal, que é o que a maioria dos condomínios faz, a média da conta era de R$ 120. Agora, com a individualização, passou para R$ 45. Já Marina Lavigne, síndica do Condomínio do Edifício Lucinha, com 108

unidades distribuídas em nove andares e com aproximadamente 250 moradores, também na Zona Norte do Rio, conta que, em seu prédio, já começaram as obras para a instalação dos hidrômetros individuais. “Se a pessoa mora em uma cobertura sozinha, paga muito caro, já que o espaço do imóvel é grande. Entretanto, se mora com quatro pessoas em um quarto e sala, acaba pagando pouco. Ou seja, acaba se levando em conta o tamanho do apartamento, e não o real uso. Agora o consumo será medido por unidade. Assim, será justo o pagamento, pois cada um saberá quanto utiliza”, explica. Sobre a conta da Cedae geral do prédio, relativa às áreas comuns, Fábio explica que houve uma diminuição, já que sua convenção proíbe atos, como lavar carros no espaço comum, por exemplo, uma prática, diga-se de passagem, bastante habitual em alguns edifícios. O mesmo espera-se no prédio de Marina, onde também existe esse tipo de proibição. E ela complementa: “Não temos piscina, mas nossa área comum é bem extensa. Os corredores são amplos, assim como o play e as garagens. A água dessa área comum será fracionada para todos os moradores. Com o diferencial de que agora poderemos perceber onde existe, e se existe, desperdício”, comenta. A individualização do hidrômetro ainda ajuda em outros aspectos, como a detecção mais fácil de vazamentos na edificação, caso haja aumento brusco do uso de água em determinada unidade. JUL_AGO_SET 2015

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A legalidade da mudança Embora o hidrômetro seja a solução mais adequada para controlar o uso de água, mudar a instalação de uma construção não é tão fácil. Afinal, além da infraestrutura em si, ainda existe a questão documental. Bruno Azevedo, assessor de Condomínios da CIPA, recomenda que, antes de tudo, haja cautela e preparação, pois modificações quase sempre implicam eventuais insatisfações. “Em um primeiro momento, o síndico deve verificar a viabilidade técnica de tal procedimento, podendo realizar consultas com empresas especializadas. Depois disso, havendo viabilidade técnica, sugiro que haja a convocação de uma assembleia preliminar que objetive a discussão das nuances desse assunto, oportunidade em que os moradores poderão ser consultados sobre o tema, deverão conhecer as modalidades existentes no mercado e saber o custo médio das benfeitorias indispensáveis a tal mudança. A partir daí, será possível inferir a viabilidade do procedimento”, explica. Depois disso, o síndico deve coletar pelo menos três orçamentos e convocar uma assembleia específica com itens de pauta necessários, fixando os quóruns legais previstos no Código Civil. “Um dos itens da pauta será destinado a modificar a convenção sobre a forma de rateio da água, que, para ser alterada, deverá ser aprovada por dois terços dos condôminos. Outro item planejará a aprovação das benfeitorias úteis, as obras propriamente ditas, para as quais será necessária a aprovação

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da maioria dos moradores, ou seja, 50% e mais um morador”, complementa. No prédio de Marina Lavigne foi realizada uma pesquisa de mercado e apresentada a ideia em assembleia ordinária, deixando uma ata em aberto para coletar a assinatura de dois terços dos moradores. “Foi ideia minha e de outros moradores. (...) Quem economiza adorou essa ideia. E elogia muito e apoia a mudança. Dos 108 apartamentos, 75 querem a alteração”, comenta. Além disso, todas as etapas de licença para as obras devem ser cumpridas, seja no tocante à expedição do termo de anotação de responsabilidade técnica do engenheiro/arquiteto perante o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou da licença de obra ante a Prefeitura.

Economia comprovada José Carlos Peleteiro, diretor comercial da Economize Soluções Sustentáveis, que atende todo o Rio de Janeiro e é responsável pela instalação de hidrômetros individuais em mais de 60 construções, afirma que esses aparelhos tornam a cobrança de cada um mais justa e colaboram com a economia de água. Mas será que todas essas mudanças realmente valem a pena? Pelos números apresentados, parece que sim. José Carlos afirma que, apenas em 2014, eles realizaram cerca de dez serviços desse tipo. E esses números só têm subido: “Em média, temos um crescimento de 10% por ano”, comenta. Já Luiz Alberto Carvalho, sócio-diretor

do Grupo Hidroluz, que atua na prestação de diversos serviços a condomínios desde 1963 em todo o grande Rio, conta que, ano passado, instalaram hidrômetros para medição individual em 130 condomínios. “Em 2015 estamos com uma média mensal 30% maior. A taxa de crescimento nas solicitações aumenta progressivamente”, afirma. Ou seja, pelo que parece, é uma tendência que veio realmente para ficar. Com uma carteira de clientes com mais de 4 mil cadastrados, o sócio-diretor do Grupo Hidroluz explica, ainda, que a conta de água é um dos maiores vilões da cota condominial. “De acordo com pesquisa do Secovi Rio, o consumo desse recurso natu-


ral compromete, em média, 21% da arrecadação dos condomínios, só perdendo para a folha de pessoal, que consome 37%. Porém, em muitos casos, observo um comprometimento bem maior, chegando a 50% da arrecadação. Economizar água é uma tarefa muito difícil para os síndicos, pois esbarra no problema dos hábitos de consumo dos condôminos, nos desperdícios e nos vazamentos. E a medição individualizada de água é a solução que tem tido melhores resultados atualmente, levando os condomínios que a implantaram a uma economia comprovada de até 50% no valor da conta de água do prédio, com a possibilidade de a economia individual dos apartamentos ser ainda maior com

condôminos conscientes e econômicos. O sistema que implantamos é de leitura por telemetria de última geração, que permite que cada condômino saiba, via relatório e por meio de um portal na internet, o quanto consome no mês, se está dentro de sua média, se há ou houve vazamentos e até o consumo diário, com total segurança de inviolabilidade dos dados”, diz. Em números mais exatos com relação aos condomínios, normalmente, a economia com a individualização por meio de hidrômetros em um prédio gira em torno de 40% em relação a seu não uso. Quanto ao custo para essa modificação, os valores variam muito, dependendo de como esteja a infraestrutura do prédio.

Aprovada a mudança? Então, mãos à obra! Uma vez decidida a mudança, fica a pergunta: como e quanto tempo será necessário para que tudo comece a ser usado? É possível aproveitar a tubulação já existente? Em prédios mais novos, nos quais as tubulações não são de ferro, aproveitam-se as estruturas pertencentes ao apartamento, que partem do registro de entrada da cozinha, do banheiro ou da área de serviço até os pontos de consumo como torneiras, chuveiros e sistemas de descarga. Esses ramais internos não precisam ser modificados. Caso a tubulação seja das mais antigas, de ferro, é preciso instalar uma nova rede hidráulica, pois a estrutura de ferro solta resíduos corrosivos que entopem os medidores, que param de funcionar, sem contar a dificuldade técnica de instalação. Nesses casos, porém, o investimento para colocar a nova rede hidráulica, com medição individual de água, soluciona problemas de rompimento, corrosão, vazamento e resíduos de ferrugem, que causam grandes transtornos e altos custos de reparação e manutenção constante. Com relação às mudanças que possam ocorrer, algumas pessoas ficam receosas sobre como o sistema individualizado pode, ou não, aumentar a pressão da água. Segundo José Carlos Peleteiro, eles não têm histórico de

aumento de pressão ou diminuição de vazão, já que o sistema novo fica de acordo com as normas técnicas e especificações dos fabricantes de tubulação. Luiz Alberto Carvalho alerta, ainda, que há casos em que é necessária a instalação de sistema de pressurização para os andares superiores que têm baixa pressão por causa da proximidade com o reservatório superior. Um detalhe de máxima importância se refere aos diferentes aparelhos existentes no mercado. Para os síndicos não terem problema na hora de mudar o sistema hidráulico, é fundamental que os produtos escolhidos sejam homologados em órgãos certificadores, como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e o Instituto de Pesos e Medidas (IPEM). Esses órgãos são os responsáveis por atestar a qualidade dos aparelhos e suas respectivas funções, ou seja, estando de acordo com as normas técnicas, não existe margem de erro do consumo em relação ao que é “mostrado” pelo hidrômetro e o que é realmente consumido. Além disso, é aconselhável, ao fazer cotações e orçamentos, verificar a situação econômica e fiscal das empresas, bem como seu registro nos órgãos competentes CREA e Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). JUL_AGO_SET 2015

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Quer ainda mais uma justificativa para individualizar as contas? Embora o tempo médio para verificar as reais mudanças seja efetivamente após três meses, é possível, já no primeiro mês depois da instalação, perceber diferenças na conta de água. Portanto, seja pela economia na conta de luz, seja para ajudar a salvar esse recurso tão precioso, controlar o uso de água não é apenas uma pedida pontual, mas uma mudança de hábito fundamental para hoje, agora, e para o futuro. E a medição individual promove justiça, ética e é ecologicamente imprescindível para a sustentabilidade do planeta.

O tipo certo Para quem ainda não sabe, hidrômetro – ou contador de água – é um instrumento que mede o volume de água utilizada em determinado local. Usado por empresas de saneamento para medir o consumo de clientes, seja pessoa física, seja empresa, esse aparelho está cada vez sendo mais procurado por todos. Mas embora seu uso esteja mais popular, existem vários tipos de aparelho, fabricados de acordo com a necessidade de sua utilização. Entre os diferentes tipos, os mais comuns para condomínios são os que diferenciam sua utilização para água quente ou fria. Para temperaturas mais elevadas, os aparelhos são confeccionados com componentes para suportar a temperatura mais elevada. Em um prédio com caldeira, por exemplo, é necessária uma tubulação própria para água quente. Luiz Alberto Carvalho, da Hidroluz, lembra que há medidores específicos para água com temperatura de até 90º, pois os que são para água fria se danificam a altas

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e vazão e transmitidos para a administradora imprimir no boleto para o condômino pagar por seu consumo de água. Tudo isso sem digitação manual, eliminando a possibilidade de erro e garantindo a segurança e a confiabilidade do sistema”, finaliza.

Quando a falta de responsabilidade de um afeta o outro “Em um primeiro momento, o representante legal da coletividade deve verificar a viabilidade técnica de tal procedimento, por meio de consultas a empresas especializadas que executem a instalação de hidrômetros individuais nas unidades e áreas comuns”, diz Bruno Azevedo, da CIPA

temperaturas. “Os hidrômetros para água quente só são necessários em prédios com sistema de aquecimento central de água, com tanque de armazenamento central, tipo caldeira, não sendo obrigatório em apartamentos com sistema de aquecimento individual com aquecedor de passagem ou boiler. Quando há aquecimento central, instalamos dois hidrômetros, um para água fria e outro para água quente, e o consumo do apartamento é resultado da soma dos dois hidrômetros, explica. Ele conta, ainda, que há medidores com diferentes níveis de precisão e que atendem a distintos requisitos de vazão (quantidade) de água. “Além disso, há a tecnologia de transmissão por radiofrequência ou telemetria. Por meio dessa tecnologia, as medições são transmitidas pela internet, recebidas pelo computador central, são efetuados os cálculos de consumo

Qualquer mudança, quase nunca, tem 100% de concordância, não é mesmo? Em se tratando de um condomínio, essa unanimidade é mais difícil ainda. Um dos síndicos entrevistados, que pediu para não citar seu nome nem o de seu condomínio, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, conta um caso que chamou a atenção. Um dos apartamentos, que constantemente enfrentava vazamentos sem resolver realmente a origem, deixava o problema sem solução, já que a água, mesmo sendo desperdiçada por eles, no final do mês, era rateada por todos os moradores. Porém, após a colocação do hidrômetro individual, a conta da unidade passou dos R$ 300 já no primeiro mês. Reclamações obviamente se seguiram, mas, após o problema resolvido, a conta voltou à normalidade. Por outro lado, condôminos que usam a água com consciência também se beneficiam com tais hidrômetros, já que deixam de pagar pela extravagância de outros apartamentos. Serviço

Economize Soluções Sustentáveis: www.economizesolucoes.com.br Hidroluz: www.hidroluz.com.br


REFORMA

De cara nova A importância da manutenção e da conservação das fachadas

Muitos condomínios são conhecidos por sua fachada, que funciona como uma espécie de identidade. Ela dá personalidade à edificação e serve como ponto de referência para encontrar um endereço. E não é pra menos: as fachadas, feitas com os mais diversos tipos de revestimento, imprimem um estilo único. Mas não é só a parte estética que conta. Assim como nos seres humanos, não adianta uma pele bonita se ela não estiver saudável. Para o engenheiro civil especializado em estruturas Orlando Sodré é preciso atenção às ocorrências mais comuns: infiltrações e formações de fissuras por causa da ausência de elementos arquitetônicos como beirais, rufos, frisos, rodapés, soleiras,

respaldos e cantoneiras; destacamentos de revestimentos causados por fissuras; perda de aderência e infiltrações. Manchas de umidade e eflorescências (depósitos cristalinos de cor branca surgem na superfície do revestimento) também podem ocorrer. Daí a importância das inspeções periódicas, a cada dois ou três anos, que podem assegurar a integridade da construção e, claro, a tranquilidade dos moradores. A definição técnica de inspeção, segundo o especialista, é a “constatação com análise de risco comumente chamada de check-up predial, visando à qualidade, ao conforto e à segurança construtiva de seus usuários, através de prognósticos e prescrições técnicas para a boa gestão de manutenção

das edificações e dos componentes de seus sistemas construtivos”. Essa avaliação periódica deve ser feita em conformidade com as condições de periodicidade e procedimentos de limpeza e conservação recomendados pelo fabricante e uso de mão de obra especializada. A principal maneira de fazer isso é por meio de revisão recorrente e regular dos rejuntes. “Em casos de descolamento e desplacamento de revestimentos de fachadas, há a necessidade imediata de se proceder ao arranque desses elementos, a fim de não causar danos a transeuntes”, orienta o engenheiro, que atua como facilitador em cursos da UniSecovi Rio, universidade corporativa do Sindicato da Habitação.

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Alexandre, síndico em Jacarepaguá, não só aprovou a reforma necessária como apostou num projeto de embelezamento da fachada

Problemas mais comuns As conclusões expostas em laudos de inspeção vão apontar as anomalias, falhas e patologias construtivas, bem como as intervenções de correção, minimizando os riscos envolvidos. Desde 2013, a Lei da Autovistoria (estadual nº 6.400) e a Lei Municipal Complementar nº 126, que regulamenta a primeira, preveem essas verificações. Sodré recomenda que se preste bastante atenção nas anomalias de maior incidência: infiltrações e formação de fissuras em revestimentos por causa da ausência de elementos arquitetônicos como beirais, rufos, frisos, rodapés, soleiras, respaldos e cantoneiras; destacamento de revestimentos por causa da presença de fissuras, perda de aderência, infiltrações. Ele cita ainda a falta ou deficiência de juntas de trabalho, que pode gerar infiltração, perda de aderência, formação de fissuras; impermeabilização deficiente, principalmente para os prédios em que há maior incidência das intempéries (sol e chuva); aparecimento de fissuras relacionadas a movimentações térmicas entre os componentes da estrutura e vedação, por causa da falta de reforço em revestimentos de argamassa e piso; surgimento de manchas de umidade e eflorescências. 80

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O que muita gente não percebe é que grande parte dos problemas ocorrem justamente por falha na manutenção. “Os vícios de manutenção, em planos, procedimentos e operações, podem gerar sérios transtornos, que vão acarretar custos muito mais elevados para serem solucionados”, diz o especialista. Entre as falhas cometidas ele aponta a lavagem de fachadas com o uso de hidrojateamento com alta pressão e muito próximo da superfície dos revestimentos, o que remove os rejuntes e provoca a perda de resistência das peças. O rejuntamento malfeito, que acaba permitindo a absorção de umidade e a fadiga do conjunto, provocando a perda de aderência das peças, também é apontado. O diretor da Altenge Engenharia, Michel Fiad Júnior, reforça que um problema muito comum é infiltração nos apartamentos causada por má conservação de fachada. “Pode ser problema com as fissuras, se for alvenaria com pintura comum, ou no rejunte, se tiver revestimento com pedras ou pastilhas. No caso da pintura, a solução é restaurar e consertar as trincas. Para os outros, reparo de rejunte. O síndico deve observar se as pessoas não estão reclamando”, explica.


Mas para o diretor da Altenge, os empregados do edifício também podem ser aliados. “É importante treinar o porteiro para identificar visualmente os problemas mais comuns nas fachadas. Ele pode, de vez em quando, pegar um binóculo, por exemplo, para ver se existem rachaduras ou descolamento de revestimento. Havendo problemas, avisar imediatamente ao síndico.” Devem-se revisar periódica e regularmente os rejuntes. Em casos de descolamento e desplacamento de material como pastilhas cerâmicas, mármore ou granito, há a necessidade imediata de se proceder ao arranque desses elementos. Recomenda-se, ainda, a limpeza a cada cinco anos, principalmente em se tratando de revestimentos cerâmicos. Para os prédios apenas com emboço é preciso retirar fungos, se houver, e lavar e repintar a superfície com tinta de boa qualidade. O rejunte, aliás, é um problema sério quando a fachada é coberta por pastilhas cerâmicas. Para o engenheiro e diretor da Riotech Industrial, Maurício de Brito Jeronymo, é preciso ficar atento especialmente às áreas de cobertura, que sofrem mais com a ação de vento, sol e chuva, e também por conta das varandas com peitoris que, se mal impermeabilizados, podem gerar infiltração de água nesses espaços. Para Maurício, as pastilhas cerâmicas são complicadas em razão da dificuldade de identificar os problemas e também por causa da reposição, que pode ser trabalhosa. “Esse tipo de revestimento é muito comum em prédios com mais de 50 anos; então, pode ser difícil encontrar quando for necessária a troca. Ou, quando encontra, destoa da tonalidade da original. Por isso os prédios

emboçados são mais fáceis de reformar”, reforça ele, lembrando que é necessário um profissional mais especializado para lidar com esse tipo de revestimento. Identificar problemas em revestimento cerâmico também é mais difícil. “O síndico deve ficar atento aos sinais mais aparentes como fissuras nos rejuntes, pastilhas escurecidas ou mesmo fissuras transversais na própria cerâmica”, comenta o engenheiro. Para a síndica Romana Dellomo Attademo, do Condomínio Christiana, na Zona Sul, o problema é justamente a cerâmica. Com 13 andares e 80 apartamentos, o prédio, inaugurado há 29 anos, começou a apresentar problemas ao longo do tempo, até que, em janeiro, a gestora conseguiu aprovar a reforma das quatro fachadas, ao custo de R$ 220 mil. “As infiltrações começaram a danificar os rejuntes e as lajotas passaram a ficar frouxas, algumas até caíram. O laudo de autovistoria também apontou a necessidade de obra”, comenta a síndica, arquiteta de 80 anos que assumiu a função há 11 e conta com a ajuda da CIPA na administração. Para a gestora, o fato de os apartamentos terem varandas com jardineira pode ter contribuído para agravar a infiltração nas fachadas. A obra tem previsão de conclusão para dezembro. Para o síndico Alexandre Auricchio, do Condomínio Grand Prix, na Zona Oeste, a reforma das quatro fachadas se tornou parte do cotidiano dos moradores, afinal, ela começou em 2013 e tem previsão de término para dezembro deste ano. O material que revestia a edificação, a granilha – à base de granito moído com resina –, começou a se desprender com o tempo. Inaugurado em

Com 29 anos de vida, o condomínio da síndica Romana Dellomo, na ZONA SUL, teve a fachada reformada pela primeira vez

2002, o prédio de 10 andares e 40 unidades agora está de cara nova: ganhou cerâmica na cor areia intercalada com massa texturizada em um tom um pouco mais escuro. A tinta é especial, protege contra a maresia. Depois de orçar o serviço com 12 empresas, o gestor, que assumiu o cargo em 2013, assinou um contrato no valor de R$ 680 mil. “O fundo de obras cobriu um terço dessa despesa e o restante parcelamos em 30 meses, com cotas extras no valor de R$ 415”, arremata o síndico de 38 anos que nasceu em São José dos Campos e exerce a profissão de engenheiro aeronáutico. A obra incluiu a remoção da granilha e sua recomposição com argamassa, além de recuperação de trincas e outros defeitos.

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No que diz respeito às intervenções de reparo, as mais comuns, quando se fala em fachada, são:

A responsabilidade também é do morador Nos apartamentos, os moradores têm que estar atentos. O síndico deve recomendar que, antes de perfurar as paredes, os condôminos consultem, quando possível, os projetos e detalhamentos contidos no manual do proprietário, evitando, desse modo, o furo em tubulações de água, energia elétrica ou gás, o que pode causar sérios acidentes. Importante também manter os ambientes bem ventilados. Os períodos de inverno ou de chuva são propícios para a ocorrência de mofo, principalmente quando houver armários embutidos junto à parede externa. Há que se observar o surgimento de infiltrações, uma vez que a ação da água sobre os elementos da vedação pode ocasionar fissuras, além de gerar a proliferação de micro-organismos.

O engenheiro Orlando Sodré, consultor do Secovi Rio, ratifica que as manifestações patológicas verificadas nos revestimentos das fachadas são as seguintes: • patologias - descolamento e queda dos revestimentos das fachadas; • dano - deterioração das juntas de assentamento e destacamento das placas e dos painéis do revestimento das fachadas laterais (empenas); • irregularidade - fadiga com queda de revestimento das fachadas;

• lavagem e limpeza dos revestimentos de empenas, rejuntes e juntas, com lavação mecânica e jateamento de água e/ou vapor d’água - técnica a ser adotada nas áreas afetadas; • remoção e limpeza de juntas de movimentação verticais e horizontais dos revestimentos das fachadas; • execução de novas juntas, aplicação de limitador de profundidade e vedação com mastique elástico à base de poliuretano; • restauração dos revestimentos das fachadas, com reposição de peças, correção do substrato, tratamento de trincas nas alvenarias e emboço de suporte, execução de juntas de movimentação e de rejuntamento danificado. Serviço Altenge Engenharia - www.altenge.com.br Riotech Industrial - www.riotech.net

• origem - falha de aderência da argamassa.

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NOTA

Lâmpada incandescente de 60 watts já deixou de ser vendida O consumidor já não encontra mais as lâmpadas com filamento incandescente de 60W para comprar (desde 1º de julho). Já as de 25W e 40W deixaram de ser produzidas em 30 de junho, mas poderão ser comercializadas apenas por mais um ano. As lâmpadas incandescentes acima de 75W e 100W deixaram de ser comercializadas em 30 de junho de 2014. A mudança atende ao cronograma estabelecido pela Portaria Interministerial 1007 dos Ministérios de Minas e Energia, da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de dezembro de 2010, que fixou índices mínimos de eficiência luminosa para fabricação, importação e comercialização das lâmpadas incandescentes de uso geral em território brasileiro. O consumidor tem três opções de lâmpadas domésticas: lâmpadas fluorescentes compactas, lâmpadas incandescentes ha-

lógenas e lâmpadas LED. Apesar de mais caras que a incandescente, gastam menos energia e duram mais. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), outra alternativa é substituir o soquete de rosca e instalar conjuntos (luminárias e fontes de luz) mais eficientes como, por exemplo, luminárias com lâmpadas fluorescentes tubulares ou compactas e luminárias com LEDs. A mudança leva em conta a eficiência energética, principalmente no momento em que o Brasil atravessa uma escassez de chuvas que deixa os reservatórios das usinas hidrelétricas em níveis críticos. "O consumidor brasileiro se adaptou na crise energética de 2001, quando passou a consumir mais fluorescentes compactas do que incandescentes", diz Isac Roizenblatt, diretor técnico da Abilux. Ainda de acordo com a Abilux, as fluorescentes compactas são quatro a cinco

vezes mais eficientes do que as incandescentes, economizam cerca de 70% a 80% de energia para produzir o mesmo volume de luz e têm uma vida úteil de 6 a 10 vezes maior. Já as lâmpadas LED têm uma eficiência de 80% a 90% superior às incandescentes e uma vida útil de 25 a 30 vezes maior. As incandescentes halógenas têm uma eficiência cerca de 20% maior e cerca do dobro de vida útil. Lâmpadas fluorescentes compactas têm uma vida mediana superior a 6 mil horas; lâmpadas a vapor de sódio em alta pressão chegam a uma vida mediana de 32 mil horas e lâmpadas LED podem chegar a uma vida útil superior a 50 mil horas.

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Saúde POR Luciana Leall

Intoxicação animal versus dedetização Quais os riscos para seu pet?

Os animais de estimação estão cada vez mais presentes em nossos lares – especialmente cães e gatos –, e, muitas vezes, chegam a ser tratados como membros da família. Apesar de carinho e cuidado constante, é comum que alguns apresentem coceiras e, com frequência, o diagnóstico veterinário é claro: pulgas. E é nessa hora em que surge um dilema: como acabar com a infestação. E se a dedetização do ambiente for indicada, as dúvidas podem aumentar ainda mais, por conta dos riscos de intoxicação animal. Mas será que esse procedimento é realmente perigoso para os bichos? Descubra agora. Quem tem um pet em casa sabe que, cedo ou tarde, terá problemas com pulgas. E, para combatê-las, será preciso muita disciplina. É que, além da limpeza diária da casa – varrer e passar pano úmido, além dos produtos indicados pelo veterinário –, será necessário usar o aspirador de pó em toda a casa, incluindo estofados, tapetes, frestas de porta e brinquedos de pelúcia. Esse procedimento deve ser executado a cada dois dias. Segundo a médica veterinária Danyelli Ornela, que atende há sete anos animais

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Danyelli Ornela, veterinária: “O aspirador é um grande aliado na eliminação da pulga, porém é importante esvaziar o conteúdo na privada e dar descarga imediatamente ou jogar o pó num balde com água morna. Dessa forma, as pulgas morrerão. Caso contrário, elas podem ‘saltar’ do lixo para o ambiente novamente”

em domicílio, é preciso ter muito cuidado ao descartar o lixo do aspirador para que as pulgas não voltem. “O aspirador é um grande aliado na eliminação da pulga, porém, após aspirar o ambiente, é importante es-

vaziar o conteúdo na privada e dar descarga imediatamente ou jogar o pó num balde com água morna. Dessa forma, as pulgas morrerão. Caso contrário, elas podem ‘saltar’ do lixo para o ambiente novamente.”


Tânia Lopes, do Condomínio Palazzo Olinda, orienta os moradores a fazerem a dedetização em suas casas na mesma data em que vai ser realizada a do prédio

Ainda segundo a Dra. Danyelli, a dedetização é o último recurso a ser adotado, por causa de sua toxicidade, mas, em alguns casos, ela é fundamental. “Quando há grande infestação ou o animal tem dermatite alérgica a picada de pulga, mais conhecida como DAPP, a dedetização é primordial, pois quebra o ciclo de vida da pulga imediatamente, ao contrário dos medicamentos, que demoram um pouco. E esse procedimento se torna necessário para o bem-estar do animal.” De acordo com Marcus Pires, gerente da Imuni Service Unigrag, existe hoje uma grande preocupação por parte dos fabricantes de produtos de dedetização para atenuar qualquer risco para os animais de estimação. “Já está disponível no mercado uma gama de produtos em gel e isca, o que reduz o risco. Mas para tratamentos mais intensivos – seja para pulgas, carrapatos e

cupins – é necessário que o animal fique afastado do ambiente por, pelo menos, 48 horas. Em residências com animais mais idosos e debilitados, o veterinário é consultado antes de iniciarmos o procedimento.” Marcus esclarece ainda que, sempre que for indicada a imunização do ambiente, é preciso contratar uma empresa idônea e consultar um veterinário para avaliar os riscos para o animal. “Todos os pesticidas são prejudiciais de alguma maneira, uns mais que outros; é importante ter confiança na empresa contratada, consultar o médico veterinário e nunca recorrer a autosserviço ou soluções mágicas da internet.” Se dedetizar o ambiente residencial já exige cuidados, na hora de realizar o mesmo procedimento em áreas comuns de prédios e edifícios o protocolo a ser seguido é ainda mais rigoroso. Marcus diz que solicita que sejam afixados cartazes com

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dicas sobre a higienização e os cuidados a serem adotados. “Pedimos que os síndicos afixem, com antecedência de quatro a cinco dias, cartazes para informar sobre a aplicação de pesticidas e recomendamos prudência com idosos, crianças e animais domésticos. No controle de roedores, por exemplo, usamos caixas de polipropileno fechadas com as iscas raticidas em seu interior para, dessa forma, evitar o consumo por animais silvestres ou domésticos.” A síndica do Condomínio General João Gomes Filho, na Zona Norte, Cristiane Carvalho Correa, informa seus condôminos sobre a dedetização por meio de cartazes nos elevadores e faz o procedimento em horário de menor movimento, para reduzir os riscos de acidente. “Nunca tivemos problemas de intoxicação animal ou algo do tipo. Fazemos o aviso nos elevadores e,

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por precaução, a dedetização anual acontece durante a tarde, quando temos menor circulação de pessoas e animais.” Tânia Lopes, síndica do Condomínio Palazzo Olinda, com 64 unidades, localizado na Zona Sul da cidade, adotou os mesmos procedimentos ao realizar a dedetização anual em seu prédio e aproveitou a estadia da empresa contratada para imunizar seu apartamento. “Coloco cartazes nos elevadores e, como a empresa oferece desconto para executar o procedimento nos apartamentos, incluo essa informação também. Dessa forma, evitamos que insetos e baratas troquem de moradia, saindo das áreas comuns e indo para os apartamentos.” Mesmo com tantos cuidados, o risco de acidentes, principalmente para os animais, é real. Os gatos, por exemplo, são caçadores por instinto e podem tentar

capturar um inseto ou barata contaminado por pesticida. O simples contato, aliado ao hábito do animal de lamber o próprio pelo, pode potencializar os males, gerando intoxicação. Os sinais mais claros de envenenamento em cães e gatos são vômito, prostração, salivação excessiva, pele avermelhada e pupilas dilatadas. Em alguns casos o animal pode apresentar convulsões e até entrar em coma. Durante os primeiros sinais de intoxicação é indicado levar o animal ao médico veterinário com urgência. “Se o envenenamento tiver sido ocasionado por contato da pele do animal com o produto, é indicado lavar a área com água corrente e sabão e levá-lo ao veterinário”, indica a Dra. Danyelle. “Esse procedimento ameniza a intoxicação até que se chegue o veterinário com o animal.”


Cristiane Carvalho Correa, síndica do Condomínio Gomes Filho, usa os elevadores do prédio para informar a data para a dedetização

Cuidados para evitar infestação de pulgas e carrapatos • Pulgas não gostam de sol - diariamente, coloque a cama do animal e os brinquedos de tecido expostos ao sol. • Banhos semanais - banhos uma vez por semana ajudam a reduzir mais rapidamente a infestação. • Ciclo de reprodução - pulgas e carrapatos encontram condições perfeitas para sua sobrevivência durante o verão, por causa do calor e da umidade. É importante redobrar o cuidado com seu pet nessa época do ano. • Dedetização em conjunto - se for imunizar sua casa, veja se o vizinho também não está no período de reaplicar o pesticida. Dessa forma, podem economizar na conta – pechinchando um desconto – e vão higienizar uma área maior, evitando que os insetos só mudem de ende-

reço. O mesmo vale se o procedimento for realizado em seu prédio ou condomínio. Veja com o síndico se os apartamentos podem ter algum desconto se optarem pelo serviço com a empresa contratada. • Obedeça - é importante respeitar o período dado pela empresa para ficar fora de casa após a aplicação do pesticida. Além de mais seguro para os humanos, evita acidentes com animais domésticos.

Serviço Imune Service Uniprag www.imuneservice.com.br Dra. Danyelle Ornela www.veterinariarj.com

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BEM DITA! – a coluna de boas notícias por Stella Maris Mendonça (smarismendonca@gmail.com)

Peço atenção (e reflexão) para as organizações urbanas que contemplam a repressão à população de rua e o combate aos camelôs. Soa guerra! Para onde vão essas pessoas? Onde estarão dormindo? É preciso pensar com o coração e encaminhar medidas profundas. Hay que se organizar pero hay que compreender as causas, hay que encontrar soluções verdadeiras, sem camuflar realidades, acreditando que está tudo melhor. Os espaços públicos deveriam oferecer serviços para essas populações – alfabetização, saúde, psicologia, leitura nas praças e praias. Estado e sociedade civil trabalhando juntos. Já fiz isso na Colônia de Pescadores e sei que funciona. A realidade externa está caótica e o lado positivo disso é que se torna evidente, para os que tinham dúvidas, a necessidade da segurança interna, da vivência da espiritualidade, da perseverança nos valores do bem, da certeza da vitória do espírito, da ciência de que o que está ruindo é o que não se sustenta e que a edificação de algo perene se faz pela entrega, pela fé e solidariedade. E também vale lembrar a sabedoria do saudoso Aloísio Carvão, diante do que lhe deixava perplexo: “Temos de apertar a tecla ‘oda-se!’” Agora, vamos às boas notícias!

"Depois a cor azul invadiu o céu Até que tudo se encheu de azul, porque esse é o dever de cada dia, o pão azul de cada dia." Pablo Neruda

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“Valeu, papai do céu!” – o grito emociona todos os dias Essa exclamação, em voz bem alta, pode ser ouvida todos os dias às 19h20, durante a semana, e às 16h20, aos sábados, quando Átila Rangel Barbosa, administrador da loja Lopp Polo Wear, situada à Rua Souza Lima, 65, grita: “Valeu, papai do céu!” Repetido por moradores dos prédios e pedestres, emociona. Átila Rangel conta a história que é distribuída, em texto bem escrito, entre amigos e clientes: “Uma senhora, para ajudar na renda familiar, fazia limpeza em algumas casas, mas, como viu que não era suficiente, resolveu lavar roupa pra fora. Seu filho mais velho tinha 9 anos naquela época e era ele quem entregava a roupa lavada e passada. Ele e seu irmão saíam de casa, em Vila Tiradentes, às 4h30 da manhã para entregar roupas em Copacabana, aonde chegavam às 6h30. Enquanto aguardavam a senhora separar as roupas sujas para eles levarem, brincavam com seu cachorro. Depois, os meninos voltavam para casa e, no caminho para o ponto do ônibus, passavam em frente a uma loja Target, na Rua Souza Lima, 65, esquina com Avenida Nossa Senhora de Copacabana, e o menino mais velho ficava admirando a loja e dizia para seu irmão: ‘Nossa! Essa loja é tão linda e as pessoas que trabalham lá são tão bem arrumadas!’ Quando o segurança, que ficava do outro lado da rua, via aquele menino parado ali, admirando a loja, gritava: ‘Vaza daí, neguinho. Isso não é do teu bico, não!’ O menino, ouvindo aquilo, saía correndo com seu irmão mais novo em direção ao ponto de ônibus para pegar a condução e voltar pra casa. Essa rotina se repetia todos os dias.

O menino cresceu, se casou e teve três filhos. Começou a trabalhar, como vendedor, na firma Laba Jeans. Logo depois, por se dedicar muito ao trabalho, foi chamado para gerenciar uma das lojas da firma, que ficava na Rua Gonçalves Ledo, 79. Aos poucos, ele foi conquistando a confiança de seus chefes e, com isso, passou a gerenciar lojas maiores e melhores. Um dia, o rapaz estava trabalhando na loja Lopp do Shopping Center em Jacarepaguá quando o telefone tocou e seu chefe, o sr. Carlos Laba, lhe disse que estava negociando uma loja em Copacabana e queria que o rapaz desse uma olhada nela antes de fechar o negócio, porque era ele quem iria gerenciá-la. O rapaz pediu o endereço. Era na Rua Souza Lima, 65, em Copacabana. Quando chegou ao local, disse a si mesmo: ‘Eu conheço esse lugar.’ E começou a chorar. Essa loja é uma das que mais se destacam hoje. Deus sempre atende nosso pedido. Nunca desista de seus objetivos”, conclui Átila.


Dog’s Heaven, em Secretário, precisa de seu carinho Se você ama os animais, colabore com a Dog’s Heaven com doações e/ou trabalho voluntário. Fundado em 15 de dezembro de 2012, o canil, entidade sem fins lucrativos, funciona em Secretário, Petrópolis, e cuida de cerca de 220 animais de rua, entre cães e gatos, que comem ração Premium, Equilíbrio Total. Além dos “latidores e miadores” que se encontram no estabelecimento, são cuidados diariamente em seu habitat, ou seja, nas ruas, mais de 15 animais. A missão da entidade é esterilizar, vacinar, vermifugar e encontrar lares para os peludos. O Facebook do Dog’s Heaven é claro: “O maior prêmio é o carinho recebido por todos de quem cuidamos, cães e gatos. Todos os dias, nossos amiguinhos são soltos no quintal para brincar e correr à vontade. Os quatro felinos têm um espaço próprio e independente. Nosso maior sonho é encontrar um lar com amor para todos os nossos animais. Os peludos ado-

ram visitas! Venha conhecer nosso trabalho e nossos animais.” Minha grande Vênus – uma labradora negra que adotei após a morte de meu melhor amigo, que a mimava demais – teve quatro filhotes aos 9 anos. Adotei um deles, o belo Scheik, que está morando na Dog’s Heaven, já que não posso trazê-lo para o Rio, onde resido, porque moro em apartamento, trabalho muito e cuido de mãe idosa. Sabendo que o Scheik está lá, sinto-me tranquila aqui, apesar da saudade. Quando chego ao canil, nos finais de semana, é uma grande alegria reencontrá-lo e, quando o deixo, antes de voltar para o Rio, ele quer ficar comigo, claro, mas, ao ser recebido pelas amiguinhas com quem compartilha o canil, integra-se rapidamente. Você pode ajudar como voluntário ou apadrinhando um peludo. Também pode depositar o que puder no banco Itaú (341), agência 8062, conta poupança 16395-4-500, CNPJ 18.667.467/0001-55. Telefones: (24) 99266-3038 / 98831-6577 / 99811-3131; e-mail: canildogsheaven@gmail.com

Márcio Paschoal lança A morte tem final feliz, em julho, na Travessa Leblon O escritor carioca Marcio Paschoal – colaborador assíduo de nossa revista, autor dos romances Sofá branco e Odara (editora Record) e da biografia do cantor e compositor maranhense João do Vale – lança, em julho, na livraria da Travessa Leblon, seu novo livro, A morte tem final feliz, com selo da editora curitibana Inverso. O autor apresenta o livro: “O romance conta a história de Plínio, candidato a escritor (ainda que não tenha certeza de sua escolha) e sua musa, Eleonora, que não acredita no talento dele e insiste em manter com ele um relacionamento platônico. Metalinguagem, humor e sátira, que tentam mostrar como nosso cotidiano pode ser, ao mesmo tempo, dramático e risível, quando abordados temas conflitantes, como amor, solidão, sexualidade, morte e, claro, a lógica estranha do mercado literário.”

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Conservação POR Alessandra Ceroy

Polimento: menor gasto, resultado surpreendente Os anos passam para todos, não é mesmo? E com a infraestrutura predial não é diferente. Mas na hora de dar aquela revitalizada, um polimento pode dar vida nova ao que se acreditava ser lixo Normalmente, ao pensar em um prédio bonito, alguns já imaginam aqueles novos, com fachada de pedras nobres e linhas modernas, não é mesmo? Porém, cada período tem um estilo de construção diferente, e respeitar esse traço e o material utilizado de acordo com a época em que foi executado é fundamental para a beleza e a preservação de espaço. Além do cuidado com as linhas originais, um dos grandes problemas da gestão condominial com esses locais é a manutenção das instalações da área coletiva, como portarias e corredores. Afinal, de que adianta um apartamento reformado e cuidado, revestido com material de primeira qualidade e decoração moderna, se essa unidade está instalada em um prédio malcuidado, sem estilo e identidade? Manter as características originais do local e sua conservação não é das tarefas mais fáceis. E, então, chega o momento em que quase todos os condomínios “antigos”, que precisam de melhorias, pensam: reformar e modernizar ou arrumar e manter a estética já existente?

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Beleza que independe de tempo

Se por um lado a reforma com tudo novo é o caminho muitas vezes mais pensado e talvez o mais fácil, manter as linhas de uma construção é, certamente, a melhor forma de preservar a história do local e de seus moradores. Mas como fazer isso? Pinturas com tons semelhantes aos originais e lavagem de estofamentos e carpetes estão entre as soluções mais realizadas. Porém, o que muitos não sabem é que é possível, também, manter os revestimentos, estejam eles nas paredes ou no piso. Como? Com uma técnica chamada polimento, que é capaz de devolver a beleza natural de pedras e porcelanatos, entre outros materiais.

Algumas construções, normalmente as mais antigas, com a degradação natural causada pelo tempo, acabam precisando passar realmente por adequações. E no caso dos revestimentos, o polimento, além de normalmente mais barato, ainda pode ser a melhor opção. Segundo Márcia Alves da Rocha, sócia proprietária da Central do Polidor, que atende todo o Rio de Janeiro e tem uma filial em Juiz de Fora (MG), o polimento é mais indicado por três razões básicas: apego afetivo ao piso e sua história, independentemente do esforço em restaurá-lo; o custo-benefício da restauração compensa, ou seja, o ganho com a restauração atende ao quesito qualidade com um custo menor que a troca e muitas vezes a impossibilidade técnica da troca, pois pode causar danos a outros elementos dentro do ambiente ou transtorno para o cliente. E foi exatamente por querer preservar a história do prédio onde é sindica, na Zona Sul


do Rio de Janeiro, que Cláudia Trindade optou pelo polimento. Com 189 unidades, o Condomínio do Edifício Túnel, de apenas um bloco e aproximadamente 500 moradores, estava com o revestimento da parede muito sujo pela ação natural do tempo. O mármore, datado da época da construção do edifício, em 1951, havia passado, ao longo dos anos, apenas por limpeza com pano e produtos que não deveriam ter uma eficácia efetiva. Ela conta que a hipótese de troca foi logo descartada – por ser tratar do mármore Aurora Veiado, que tem sua extração hoje proibida, e em consideração aos pedidos de alguns moradores para que essa espécie rara e cara de mármore permanecesse. “Foram polidos os que revestem parte das paredes da portaria social, que ficaram limpos e restaurados”, comenta. Francisco Braga, síndico do Condomínio Rosalinda, com 16 moradores, também na Zona Sul do Rio, explica que, em seu condomínio, o chão dos corredores estava muito sujo, escuro e sem brilho. Como em nenhum momento cogitou mudar o piso, o polimento foi a primeira solução pensada. Realizado nos halls dos apartamentos,

Cláudia Trindade, síndica do Edifício Túnel, ficou muito feliz com o resultado final do trabalho proposto pelos Arquitetos

ele conta que os condôminos adoraram o resultado e que faria novamente o mesmo serviço caso fosse necessário.

Custo que compensa Mas, apesar de todas as vantagens já ditas sobre o polimento, qual é o real valor em fazê-lo? E o que é mais caro definitivamente: trocar ou polir?

Márcia, da Central do Polidor, explica que depende do piso existente e o que se pretende colocar. Mas, em geral, a restauração fica menos dispendiosa e causa menos transtornos que a troca. Quanto ao tempo para fazer o serviço, em um local com 100 m2, por exemplo, estando a área liberada, sendo polimento completo com troca de rejunte e impermeabilização, o trabalho demora em torno de cinco dias. Para Cláudia Trindade não há dúvidas sobre o polimento ser mais vantajoso, já que, em uma obra, além dos gastos com mão de obra para a troca do revestimento, há, ainda, material, geração de entulho, descarte desse entulho, demora na preparação, colocação etc. Mas, atenção: mesmo com todas as vantagens desse método, quando o piso está comprometido estruturalmente, como por excesso de infiltrações, o polimento pode piorar a situação. Além disso, embora seja um processo que desgasta o mínimo da pedra e possa ser feito mais de uma vez, a manutenção correta é fundamental para que esse trabalho dure o tempo esperado e a pedra possa ser novamente tratada.

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Manutenção simples e barata Depois de todo o trabalho finalizado fica a questão: como manter a beleza do polimento? É necessário algum cuidado especial? Márcia Alves da Rocha diz que, para a manutenção no dia a dia, a empresa contratada deve orientar as pessoas que vão cuidar da limpeza do local sobre os produtos a serem usados, a periodicidade de sua aplicação, como utilizá-los e até se devem adquirir algum equipamento ou ferramenta nova. Cláudia Trindade conta que, em seu prédio, usam um simples pano úmido, que já é suficiente. “Não tenho conhecimento de algum impedimento. Caso um dia fique sujo, o polimento será novamente a solução”, comenta. Ela explica que só viu vantagens no trabalho, pois, além do valor histórico do mármore, o resultado final foi ótimo. Francisco Braga também concorda sobre a facilidade de manutenção e conta que os funcionários fazem a limpeza do local com produto específico para o piso, indicado e vendido pela empresa que realizou o serviço. Portanto, para os síndicos que pretendem dar nova vida aos revestimentos de seu condomínio, mas sem mudar a essência do estilo da construção, analisar os prós e os contras de uma obra, com seus devidos custos e dores de cabeça, ainda é condição essencial para um trabalho que agrade a todos. E o polimento, dependendo do que realmente se procure, certamente é a opção mais acertada.

Entenda o polimento Tecnicamente, o polimento é um processo de lapidação, como um lixamento sucessivo que se inicia por uma granulometria mais grossa que vai, aos poucos, afinando o lixamento até o ponto que se deseja. Para o brilho natural, a lapidação deve ser completa, do primeiro ao último grão, e utilizar, de modo geral, de sete a 11 tipos diferentes de lixa. Sobre os pisos que podem receber esse tipo de trabalho, a maioria aceita polimentos convencionais, embora existam muitas técnicas para restauração que não sejam propriamente lixamento. Já o resultado final depende do es96

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tado inicial do piso, do tempo em que o trabalho levará para ser feito de forma mais completa e do limite orçamentário do condomínio. “Todo trabalho deve, antes de tudo, ser adequado às necessidades de cada cliente e das possibilidades técnicas”, lembra Márcia, da Central do Polidor. Ela complementa informando que, na maioria dos casos, é possível fazer com que o revestimento pareça novo. Márcia explica ainda que existem muitas técnicas de restauração de piso – desde lavagem abrasiva e polimento a seco até polimento a úmido –, diversas máquinas com pesos e rotações diferentes, centenas de tipos de abrasivo, discos diamantados etc. “Para cada caso é escolhido o procedimento que melhor se adapta”, complementa. E ela alerta: “Quase que invariavelmente o cliente sabe que quer um piso melhor, mas não entende o que deve ser feito. Isso o torna bastante vulnerável a informações imprecisas ou enganosas. É um erro absurdo prometer um nível de restauração que não se conseguirá dentro das condições de trabalho ou orçamentárias. Enviamos fotos de pisos e casos semelhantes, do antes e do depois, para que o cliente possa ter uma ideia de como o seu ficará. Também, muitas vezes, fazemos uma demonstração in loco, cuja área servirá como referência para acabamentos futuros”, diz. Além disso, ela sempre faz questão de deixar claro o que pode ou não ser feito: “Por exemplo, aplicar resina em corredores de granitina em prédio onde os moradores têm que passar obrigatoriamente por esse corredor para sair de casa. Como a resina demanda 72 horas de cura sem tráfego, não podemos isolar os moradores por esse período, o que impossibilita sua aplicação. Nesse caso, oferecemos outras opções de acabamento”, finaliza. Serviço

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