REH_v.9, nº 9, 2020

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Estudos HOMEOPÁTICOS

Publicação Digital Quadrimestral Gratuita

Uma realização do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro -Oeste

I Saberth: Homeopatia no tratamento da Ansiedade e da Depressão

Um evento histórico em Brasília, dezembro de 2019. Acompanhe a retrospectiva nas primeiras páginas desta edição!

Ano 4

N° 9

Abril/2020

de
Revista
ISSN 2965-3045
Editorial Mais uma vez, nossos sinceros cumprimentos a todos os queridos leitores e mantenedo-Editora Executiva Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com

Nesta edição, comentários a respeito do I Saberth...

Um evento marcante na história da Homeopatia e em especial ao Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste. Contamos com a participação de outros profissionais das práticas integrativas, ampliamos nossa rede e enriquecemos ainda mais nossos conhecimentos .... todos foram bem -vindos... (Tiago Alves Araújo, Goiânia)

Um evento com marca histórica em Brasília. É o início de uma grande jornada para divulgação e conscientização em torno da Ciência Homeopática e medicina holística em nossa Capital. O movimento é liderado por excelentes terapeutas homeopatas e holísticos de Brasília, Goiânia e do Centro-oeste. Que maravilha! (José de Assis Marques, Brasília)

O evento foi preparado por um grupo de pessoa sérias, com profissionais comprometidos em divulgar a homeopatia e ajudar todos aqueles que precisam de uma terapêutica de qualidade e não agressiva. (Raimundo Guena, Bahia)

Houve muita troca de informações úteis sobre saúde integral e autoconhecimento. (Carla Marques, Brasília)

Preparamos um grande evento para terapeutas em geral, e foram todos bem vindos! Muitos conhecimentos compartilhados!!!! ( Cátia Nakashima, Brasília)

O Saberth foi e tende a ser, cada vez mais, oportunidade de crescimento e renovação. (Caminhos Alternativos, Brasília)

EXPEDIENTE

Jornalista Responsável

Editora-Executiva Conselho Editorial

Email:

Projeto Grá co e Diagramação

Karine Santos

Redatores

Revisão

Contato

ÍNDICE EDITORIAL CARTA AO LEITOR 2 EXPEDIENTE 3 SUMÁRIO 4 ANUNCIANTES 5 PRIMEIRA PARTE: HOMEOPATIA E NÓS 6 SEGUNDA PARTE: HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA 49 Revista de Estudos HOMEOPÁTICOS

Se você também quiser publicar aqui a divulgação do seu trabalho terapêutico, por favor faça contato com revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com e receba os detalhes! Teremos prazer em torná-lx mais conhecidx!

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HOMEOPATIA E NÓS

8 Revista de Estudos
HOMEOPÁTICOS

DIÁRIO DE BORDO

RETROSPECTIVA DO TRABALHO DO GRUPO LIVRE DE HOMEOPATAS DO CENTRO-OESTE: O 1º Saberth

Para narrar a exitosa experiência do I Seminário Aberto de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste, optamos por uma sequência de imagens legendadas, deixando o texto extensivo para o relatório formal. Dessa maneira, pretendemos capturar um pouco da alegria e do entusiasmo presentes nas pessoas que participaram. Evidentemente, não foi possível colocar a imagem de todos, mas esperamos que todos se sintam representados!

Templo Budista, 315/16 Sul, Brasília, DF, foi o local que abrigou o I Saberth, abrindo suas portas aos trabalhadores desde as 7h30, e abrigando todas as atividades previstas até as 18h do dia 1º de dezembro de 2019.

Gratidão pela parceria!

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Diferentes momentos da arrumação do local e dos kits de credenciamento, na véspera do I Saberth. Foram 2 carros lotados para descarregar, com a colaboração dos voluntários Suécia, Sheila, Osvaldo, Christina, Maria Teresa, Cátia.

Alguns dos integrantes da equipe de credenciamento, conferindo crachás e contribuições. A simpatia e a atenção dessa turma auxiliaram a resolver pendências e imprevistos. Nossa gratidão a Artemiza, Agda, Christina, Gleice, Osvaldo, Maria Teresa, Rita e Suécia.

O café da manhã foi servido na lateral do salão principal, feito apenas com ingredientes orgânicos e integrais, sem açúcar, buscando o conceito de saúde por meio da alimentação.

A abertura musical foi feita no salão principal, com o artista Hallysson Peixoto tocando a harpa, que harmonizou o ambiente e preparou a todos para o início do evento.

Logo após a harpa, o colega Tiago Alves Araújo leu uma carta de Hanhemann, na qual ele explica sua busca por uma medicina mais afetiva e lamenta a situação da ciência da época, que não conseguia as melhorias e curas de que, na sua visão, os doentes precisavam. Leia a íntegra da carta logo após essa retrospectiva visual.

Visão parcial do público presente, acompanhando a leitura da carta de Hanhemann.

Os três palestrantes do painel matinal, Três visões da Homeopatia: Betânia

Tristão (Vithoulkas), Milton Bezerra, apresentando Hahnemann (Caminhos Alternativos) e Camille Goldbach (Sankaran).

A Coordenadora Geral do evento, Sheila da Costa Oliveira, fazendo a abertura, durante a qual se apresentou a história do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste e da Revista de Estudos Homeopáticos.

Nossas jornalistas – Angélica Calheiros e Karine Santos -, responsáveis pela produção de conteúdo e diagramação da Revista de Estudos Homeopáticos, e (ao microfone) a atual gestora financeira desse grande projeto dos Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste – Lourdes do Prado.

Cenas do almoço orgânico com opção vegetariana: arroz integral, bobó de frango e vegetariano, salada mista. Sobremesa: rapadura e frutas. Chás e cafés orgânicos. Foram servidas 180 pessoas durante o evento.

Palestrantes do painel matinal recebendo as perguntas do público.

No intervalo do almoço, uma oficina de Tai Chi Chuan, conduzida pelo Mestre Paulo.

Também durante o almoço, atividade nos estandes dos patrocinadores, palestrantes e da Revista de Estudos Homeopáticos.

Viviane e os óleos essenciais, com a colega Suécia Damasceno. A exposição desse produto foi feita com a parceria de Osvaldo Dantas.

Raymunda, Patrycya e Tânia, do Instituto AURUM.

Lourdes e Karine no estande da Revista, onde foram vendidos os anuários da Revista de Estudos Homeopáticos, chaveiros de orgonite e canetas com a marca do I Saberth.

Jéssica Carvalho, no estande destinado ao Templo Budista, nosso anfitrião.

João Luiz, representando a Farmácia Dias da Cruz.

Estande CSA Aromas da Floresta, com Ariana e Cris Vieira.

Luciana Acioli recebendo uma participante, no estande da Homeobras, e se pronunciando no painel dos patrocinadores.

Betânia Tristão com uma participante, no estande dedicado à divulgação do trabalho de George Vothoulkas.

Edna e Aiessa, representantes da Farmacotécnica.

Gisely Cristina, representante da CSA da Florestta.

Ariana, representante da CSA Aromas da Florestta, fabricante de cosméticos naturais.

Fabiana Mundim, representando a Farmácia Tchê, de Anápolis.

Ângelo Lopes, representante da Master Química do Brasil, Goiânia.

Patrycya Rezende, palestrante e representante do Instituto Aurum.

Tânia Rezende, palestrante e representante da empresa Fabricarte Comunicação, responsável por toda a parte criativa e digital do evento.

Paulo Nakashima e Ricardo Yuji, massoterapeutas do Espaço Shiatsudo, após atenderem uma participante. O atendimento em Shiatsu funcionou gratuitamente para emergências, durante o evento, e, nos intervalos, mediante remuneração.

Após o almoço, foram sorteados brindes oferecidos pelos patrocinadores, com a ajuda de Cátia Nakashima, vice coordenadora do evento. Segue o registro de alguns dos contemplados com sessões de massagem, consultas homeopáticas, de acupuntura, constelação familiar, psicologia e de aromaterapia, vale-compras, protetores de remédios homeopáticos, cesta de orgânicos.

Nara Regina, a doadora das mudas de aloe vera que enfeitaram as mesas.

A exposição dos banners de pesquisa em homeopatia

Palestrantes do painel vespertino: Homeopatia no tratamento de ansiedade e depressão. Luciana Acioli, Tânia Rezende, Patrycya-Henia.

Diferentes visões do público durante o evento.

A equipe de alimentação, composta por trabalhadores da Sociedade Espírita Irmã Rosália, foi muito aplaudida pelo público, por 540 refeições servidas, com muito profissionalismo e competência. Tudo delicioso! Ao final, as sobras foram vendidas aos participantes, não ficando nem uma migalha para trás!

Aproveitando pra ficar pertinho de Hanhemann...José de Assis, da equipe organizadora, e uma participante.

Lanche da tarde, em confraternização. As mudas de aloe vera que ornamentaram cada mesa foram sorteadas entre os participantes que se sentaram juntos pela última vez.

A mais nova frequentadora do I Saberth. Acompanhou a mamãe o tempo todo e, com certeza, já guardou as informações homeopáticas em sua alma!

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Violão e voz no encerramento: Carol e Rafael.

As pesquisas em homeopatia e projetos sociais de atendimento foram expostas em banners cientí cos. Aprecie aqui o conteúdo completo!

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Instituto Ser Integral

Av. Esperanto, APM 5, Alto Paraíso de Goiás

CNPJ 24996706/0001-13

www.serintegral.org.br

Contato: 61996280089

PROJETO CURARE

CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DESCRIÇÃO DA ROTINA DO PROJETO

O Instituto Ser Integral tem por missão atender, gratuitamente, crianças, jovens, adultos e idosos do município de Alto Paraíso de Goiás, a partir dos princípios e fundamentos da Educação Integral, desenvolvendo uma concepção de educação gratuita e laica, promovendo cursos de formação de professores e atendimentos diversos à comunidade em situação de risco social.

Nessa perspectiva, foi implantado o Projeto CURARE, que, por meio do Núcleo de Estudos Fitoterápicos Romeu Acceturi, proporciona atendimentos gratuitos, de qualidade, nas áreas de Pediatria, Homeopatia, Fitoterapia e Florais, à comunidade.

Buscando integrar essas terapias, estimula-se a interdisciplinaridade e a busca de novos tratamentos terapêuticos a partir de estudos, pesquisas científicas e realização de levantamentos das necessidades de atendimentos na área da saúde, propondo ações, mecanismos e movimentos de cobrança do Estado, na implantação e desenvolvimento de políticas públicas.

Os atendimentos são realizados na sede do Instituto Ser Integral, situada na Av. Esperanto, APM 5, Alto Paraíso de Goiás – GO.

O projeto CURARE conta com o trabalho voluntário de duas terapeutas, realizando consultas na área da homeopatia e florais, todo segundo fim de semana de cada mês atendendo, em média, 30 pacientes; e de uma médica pediatra voluntária, de dois em dois meses, para realizar o acompanhamento biométrico e clínico do público infantil.

As consultas realizadas por terapeuta em fitoterapia ocorrem todos os sábados, no período da tarde, 5 pacientes por turno.

Os medicamentos homeopáticos e de florais são distribuídos logo após o atendimento e os fitoterápicos preparados em uma botica, especialmente projetada em prédio anexo. Aí se reúnem os integrantes do Grupo de Estudos Fitoterápicos Romeu Acceturi para preparar tinturas, xaropes, pomadas, géis, gratuitamente oferecidos à comunidade.

Durante as entrevistas terapêuticas, são identificadas as necessidades das famílias envolvidas, e, em consequência, desenvolvem-se ações assistenciais efetivas em relação a intervenções em saúde, alimentação, trabalho, emprego, melhora da moradia e do acesso à educação, entre outros.

RESULTADOS CONCLUSÕES

Todos os atendidos apresentam melhora na saúde e no humor em geral, indicando outros possíveis beneficiários para os atendimentos de saúde.

Alguns se oferecem como voluntários para os trabalhos assistenciais do Instituto e auxiliam a estender a rede de apoio oferecido pelo projeto do Ser Integral.

À medida que as famílias cadastradas vão melhorando no estado geral, recebem “alta” das ações assistenciais e são substituídas por outras.

A todas as famílias em tratamento são oferecidas cestas de Natal, brinquedos, roupas e calçados, entre outros itens, obtidos a partir de uma vasta rede de doações e voluntariado com base mais forte no Distrito Federal, bem como do funcionamento de um bazar beneficente, anexo à sede do Instituto, na Casa de Luz

REFERÊNCIAS

BRASIL, Cadernos de Atenção Básica: Diretrizes do NASF. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009.(160p. versão preliminar).

AYRES, J.R.C.M., O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde, Saúde e Sociedade v.13, n.3, p.16-29, set-dez 2004.

SÃO PAULO, Secretaria Municipal de Saúde. Caderno Temático da Criança. São Paulo, 2003.

http://subpav.org/download/prot/CLCPE/Prat_Integrativas/Prat_Integrativas.pdf

Acesso em 20/11/2019

SCHMUKLER, Alan V. Homeopatia de A a Z eBook Kindle.

EGISTO, Eduardo. Medicamentos Homeopáticos de A a Z: Sintomas de A a Z eBook Kindle. ,

A integração entre o atendimento médico-pediátrico, de terapias integrativas e ações assistenciais mostra-se altamente produtiva, gerando bem estar mais completo e em escala maior do que cada iniciativa poder fazer, isoladamente.

Esse modelo pode, com certeza, ser replicado com sucesso por outros grupos e em outras localidades.

Também é possível perceber que o poder de auto-organização da sociedade civil ainda não foi descoberto pelos próprios cidadãos, para produzir solidariedade e esperança em larga escala.

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“Onde, pois achar recursos certos? Em torno de mim só encontro trevas e deserto. Nenhum conforto para meu coração oprimido. Oito anos de prática, exercida com escrupuloso cuidado, zeram-me conhecer a ausência do valor dos métodos curativos ordinários. Não sei, em virtude da minha triste experiência, o que se deve esperar dos preceitos dos grandes mestres.

Talvez seja, entretanto, própria da medicina, como diversos autores já têm dito, não conseguirmos atingir a um certo grau de certeza. Blasfêmia! Idéia vergonhosa!... A in nita sabedoria do Espírito que anima o universo não teria podido produzir meios de debelar os sofrimentos causados pelas doenças que ele próprio consentiu viessem atingir os homens?

A soberana paternal bondade daquele que nenhum nome dignamente poderia designá-lo, que largamente proveu as necessidades de animálculos invisíveis, espalhando em profusão a vida e o bem estar em toda a criação, seria capaz de um ato tão tirânico, não permitindo que o homem, seu semelhante, com o sopro divino, pudesse encontrar, na imensidão das coisas criadas, meios próprios para desembaraçar seus irmãos de sofrimentos muitas vezes piores do que a própria morte?

Ele, o Pai de tudo que existe, assistiria impassível ao martírio a que as moléstias condenam as mais queridas de suas criaturas, sem permitir ao gênio do homem, a quem facilitou a possibilidade de perceber e criar, de achar uma maneira fácil e segura

Para Hufland, lida na

Terapeutas Homeopatas

de encarar as moléstias sob seu ponto de vista e de interrogar aos medicamentos para saber em que caso cada um deles pode ser útil, a m de fornecer um recurso real e preciso?

Renunciarei a todos os sistemas do mundo a admitir tal blasfêmia. Não! Há um Deus bom, que é a bondade e a própria sabedoria. Deve haver, pois, um meio criado por ele de encarar as moléstias sob seu verdadeiro ponto de vista e curá-las com segurança. Um meio que não seja oculto nas abstrações sem m, nas hipóteses, cujas bases sejam constituídas pela imaginação.

Por que esse meio já não foi encontrado, há mais de vinte ou vinte e cinco séculos já passados, quando existiam homens que se diziam médicos? É porque está muito próximo e muito fácil. Não há necessidade para lá chegar, nem de brilhantes so smas, nem de sedutoras hipóteses. Portanto, como deve haver um meio seguro e certo de curar, tal como há um Deus, o mais sábio e o melhor dos seres, abandonarei o campo ingrato das explicações ontológicas.

Não ouvirei mais as opiniões arbitrárias, embora tenham sido reduzidas a sistemas. Não me inclinarei diante da autoridade de homens célebres! Procurarei onde se deve achar esse meio que ninguém sonhou, porque é muito simples; porque ele não parece muito sábio, envolvido em coroas para os mestres na arte de construir hipóteses e abstrações escolásticas”.

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Max Tétau, um dos maiores nomes da escola francesa de homeopatia, e também do mundo, ainda não é muito conhecido no Brasil, embora a grandeza de sua obra, que se aproxima de 80 volumes, dedicados à Homeopatia e à Fitoterapia. Devido a isso, a equipe editorial o escolheu como personagem da seção Biograa, tomando as palavras de sua grande amiga pessoal e de trabalho - Corinne Mure -, farmacêutica homeopata que, coincidentemente, também é descendente de Benoit Mure, o médico francês que trouxe a Homeopatia para o Brasil, a pedido de D. Pedro II (ver nº 2 da Revista de Estudos Homeopáticos). Foi feita uma tradução livre do texto original em francês, suprimindo alguns trechos, para não alongar em demasia a leitura. O texto completo pode ser resgatado no seguinte endereço eletrônico: https://www. sh.fr/images/com_hikashop/upload/cahiers/234/questionnement.pdf

Max Tétau nasceu em Angers, em 15/01/1927, e faleceu em Paris, em 16/07/2012. Seu avô, Joseph Tétau (1867-1942) era um médico do país, nascido em Cholet.

Este último mudou-se com sua família para a cidade de Geste, no início de sua vida pro ssional, na década de 1890/1900, perto de Beaupréau, França, e teve cinco lhos: Joseph, Pierre, Jean, Paul e Suzanne. Max, seu neto, é lho de Joseph, ele próprio um dermatologista em Tours.

Max tinha doze anos quando seu pai morreu, e então, sem pai, seu tio Jean assumiu o papel de seu tutor.

Jean Tétau (1901-1972), o terceiro dos irmãos do pai Joseph Tétau, é conhecido por seu trabalho como farmacêutico homeopático e especi camente pela criação, em 1935, do Laboratório de Farmacologia Homeopática (LPH) em Paris, conhecido hoje como Laboratório Dolisos.

Fica bem claro, apenas por essa breve informação, que a família Tétau era formada de médicos e farmacêuticos especializados em homeopatia. O lho de Max Tétau, que infelizmente morreu muito cedo - Jean-Manuel (1954-2007) -, também era farmacêutico e médico homeopata, o que os une, dessa forma, à grande família de homeopatas franceses, importantes para o desenvolvimento da homeopatia nos séculos XIX e XX. Entre esses, podemos citar Dr. Léon Simon Père (1798-1867), fundador de Blois do século 19 da Sociedade Hahnemannian, da Sociedade Gallican; Dr. Chiron (1879-1952) de Chemillé, que fundou a Sociedade Francesa de Homeopatia; Léon Vannier (1880-1963) de Segré, na origem do Centro Homeopático da França, do Laboratório Homeopático da França (LFH), também o farmacêutico René Baudrye (1863-1978) de Angers, responsável, na origem, pelas primeiras estruturas industriais de fabricação de medicamentos homeopáticos.

Foi, portanto, dentro de sua família que o jovem Max Tétau descobriu a homeopatia. Ele mesmo escreveu, em dezembro de 2007, um artigo para Cahiers de Biothérapie, onde ele nos apresentou seu avô: Joseph Tétau, o médico homeopata do interior. Nesse artigo, ele nos narra que seu avô,

entrando em contato com o grupo de escritores médicos - Mondain, Noailles, Fortier-Bernoville - recebeu livros, documentos e estabeleceu trocas pessoais. “Ele então começou a prescrever, experimentou, cou convencido e logo suas prescrições passaram a ser exclusivamente homeopáticas.

ACONITUM e ANTIMONIUM TARTARICUM eram seus dois favoritos. ”

Ele acrescenta ainda: "Em todo esse trabalho, o Dr. Joseph Tétau oferece uma visão clara, racional e cientí ca da homeopatia ... Joseph Tétau terá assinado seu tempo homeopático mostrando que é possível praticar a homeopatia: - em medicina de campo, em emergência, aguda, crônica, - desenvolvendo e ensinando homeopatia cientí ca a todos os médicos, que podem ser associados a medicamentos convencionais, dependendo da patologia, - integrando profundamente seu próprio momento ao da homeopatia . Ele praticou até o m. Ele pensa e escreve muito. Medicina e homeopatia eram sua matriz e seu orgulho.Com o tempo, entendi que esse homem, por sua existência, era a marca do meu destino ".

A infância e a vida adulta de Max Tétau foram acompanhadas de experiência, comprometimento e determinação de seus entes queridos em usar a terapia homeopática. Seus estudos o guiam pela primeira vez na farmácia, e, com seu diploma no bolso em 1952, ele se juntou ao tio no laboratório LPH.

Continuou seus estudos em biologia em 1953 e validou seu treinamento no mesmo ano. Em seguida, ele realiza seus estudos médicos e defende sua tese em 1961. É, portanto, com um amplo treinamento em ciências médicas que ele se envolverá

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Uma vista da cidade de Angers, França, onde nasceu Max Tétau

e se mobilizará durante esta segunda parte do século 20 no mundo da terapêutica hoje dita complementar ou integrativa.

Tétau cruzou caminhos com a evolução das ciências e técnicas médicas, o avanço da terapêutica e os avanços cientí cos na medicina, estudando-os continuamente e dando à homeopatia os meios para se adaptar e integrar no campo da terapêutica contemporânea, trabalhos que nunca o impediram de continuar no consultório, recebendo seus pacientes. Sua prática diária, e isso até o nal de sua vida, pontuou suas re exões e seu trabalho, também lhe garantiu uma sólida ancoragem para aplicar e trabalhar a homeopatia. Com a morte de seu tio Jean, em 1972, ele assumiu a direção do Laboratório Dolisos, mantendo sua pro ssão de médico, seus ensinamentos, suas conferências, como a Presidência da SMB - Sociedade Médica de Bioterapia.

Max Tétau era um homem muito aberto, embora centrado em suas convicções, o que lhe permitiu viajar com sucesso nas pesquisas e práticas de bioterapia, organoterapia, gemoterapia, toterapia e farmácia, além da clínica homeopática.

Muitos médicos das mais diferentes áreas tornaram-se amigos e se envolveram ativamente com ele para desenvolver os Cadernos de Bioterapia e ensinar na SMB. Ao longo de cinquenta anos, a SMB, sob o impulso do Dr. Julian, e, em seguida, de Max Tétau, que assumiu a presidência em 1984 até 16 de julho de 2012, integrou em seu treinamento as várias terapêuticas quali cadas por Max Tétau como Bioterapias: Organoterapia diluída e dinamizada, Gemoterapia, Litoterapia de desaceleração, Micromicoterapia, Fitoterapia e Homeopatia em baixa diluição, uma intuição amplamente integrada à pedagogia da escola para estabelecer a contribuição dos medicamentos homeopáticos.

Max Tétau investiu, ao longo desse tempo, no desenvolvimento da educação médico-homeopática nas várias escolas de pequenas e médias empresas hoje em rede e legalmente agrupadas na Federação Francesa das Sociedades de Homeopatia (FFSH), que trabalha para a transmissão do conhecimento homeopático através dos Cadernos de Bioterapia.

No geral, Max Tétau escreveu com interesse educacional para tornar a terapia homeopática conhecida pelos médicos. O número de seus livros, cursos e pu-

blicações ilustra isso. Ele também estruturou os cursos SMB nessa direção, a m de tornar o conhecimento da homeopatia acessível a todos.

Max Tétau era um homem culto, um estudioso a quem devemos uma biogra a extremamente clara de Hahnemann, escrita por meio das informações obtidas em suas viagens na Europa Central e na Alemanha. Toda a sua abordagem neste livro é divulgar o trabalho de Hahnemann, apresentá-lo, contextualizá-lo para situar a homeopatia na dinâmica atual da medicina.

Sobre os resultados terapêuticos da homeopatia, curioso sobre seu modo de ação como qualquer cientista, ele também trabalhou extensivamente nas questões farmacológicas e toxicológicas dos medicamentos homeopáticos.

Max Tétau vinculou a noção de hormesis - uma abordagem que esclarece e fornece informações sobre uma hipótese do modo de ação do medicamento homeopático - à ação da medicina homeopática. O assunto da hormesia foi seu último campo de pesquisa, e, para enriquecer e acelerar resultados, ele também promoveu ativamente a criação da revista Les Cahiers de l'Hormésis, cuja primeira edição veio a público em março de 2011.

Max Tétau submeteu o campo da homeopatia a questões contemporâneas enquanto enraizava -

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-o em seus fundamentos e em sua identidade. Trabalhou para mover as linhas e questionar seu modo de ação, enquanto ensinava suas bases e seu campo de atuação, seus eixos de aplicação, o local de complementaridade que pode oferecer a medicina homeopática, bem como sua associação com outras terapias.

Também trabalhou no desenvolvimento de uma homeopatia moderna, adaptada às necessidades do início do século XXI, que deve encontrar sua âncora no ambiente de atendimento, enquanto desenvolve um de seus valores, adicionado na força que representa para o respeito ao meio ambiente.

Ele soube abrir o horizonte da homeopatia, garantindo a formação e o desenvolvimento de suas ideias com, entre outras coisas, a introdução e o fortalecimento do conceito de drenagem, a partir do qual foram desenvolvidas as matérias médicas dos “drenadores homeopáticos”.

O número de seus escritos e publicações é uma ampla prova de sua importância para a homeopatia em todo o mundo, pois Max Tétau nos deixa uma bibliografia rica e preciosa. Um estudo completo de seus escritos, que contam mais de 70 volumes, nos permite identificar suas âncoras e descobrir a evolução de sua maneira de trabalhar a homeopatia e as terapias bioterapêuticas no século XX com força, gentileza, convicção e confiança.

Suas orientações foram estabelecidas muito cedo, em grande parte associadas a encontros e parcerias importantes, como as que ocorreram entre ele e Dr. O. A. Julian, na origem da criação, em 1963, da Société Médicale de Biothérapie e a revisão de Cahiers de Biothérapie; com o Dr. Pol Henry, de Bruxelas, com quem trabalhou em Gemoterapia; com o Dr. Bergeret, com quem ele trabalhou muito no assunto da Organoterapia diluída e dinamizada; com Dr. Lathoud, com quem desenvolveu-se na prática da clínica homeopática.

Esses trabalhos conjuntos alimentaram suas reflexões e o acompanharam na prática de combinar terapias entre elas, como na publicação a seguir, da qual é co-autor.

A realidade de seu trabalho para o desenvolvimento da homeopatia está aí, e para a qual ele contribuiu intensamente, por meio do treinamento de muitos atores da saúde: médicos, parteiras, farmacêuticos e veterinários na França e na Europa. Assim, trabalhou toda a sua vida pro ssional para tornar conhecida a homeopatia, e, depois, para que essa transmissão continuasse, enriquecida com o avanço e a modernidade do conhecimento. É esse o seu grande legado. Foi assim que ocorreu o avanço do conhecimento ao longo da história das ciências médicas, e o desenvolvimento da homeopatia desde sua origem no século 18 testemunha isso.

Como depoimento pessoal, sua amiga Corinne assim se refere a Tétau, ao escrever sobre ele, em homenagem: “Pessoalmente, tive a sorte de trabalhar com ele em seu escritório parisiense, tanto para promover re exões sobre a história da homeopatia, a história do Laboratório Dolisos quanto sobre a homeopatia de hoje e de amanhã. Manterei a lembrança da qualidade de sua presença, de sua escuta e de seu olhar risonho e cúmplice. Ele sabia compartilhar uma grande qualidade de presença, cheia de encorajamento e preocupação.

Para as gerações futuras, como para nós hoje, é importante relembrar sua jornada e conhecer seu lugar no desenvolvimento da homeopatia do século XX para ter uma hagiogra a - que ele não desejaria - mas mais para testemunhar como ele chegou a ser quem era e a ensinar o que ensinou, e como trabalhou no assunto da homeopatia, de modo a harmonizá-la com nosso tempo e nossas necessidades”.

No Brasil, um de seus livros mais conhecidos é Diáteses Homeopáticas, resenhado na seção Homeopatia também é cultura, desta Revista, a seguir.

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As Diáteses Homeopáticas

Imagem: Americanas.com

Título: Diáteses Homeopáticas

Autor: Max Tétau

Editora: ANDREI, 2016

Número de páginas: 203

Escrita pelo homeopata francês Max Tétau, a obra Diáteses Homeopáticas é resultado de um estudo minucioso a respeito da predisposição individual de cada organismo a determinados problemas de saúde.

Partindo do pressuposto de que a Homeopatia é uma “terapêutica de terreno”, ou seja, uma terapia que analisa conjuntos de caraterísticas reacionais de determinado organismo tanto metabólicas quanto endócrinas, neurossensoriais, e psíquicas; e suas relações com diferentes patologias, o estudo das diáteses homeopáticas oferece uma compreensão maior sobre quais desequilíbrios permanentes estão por trás de problemas de saúde agudos.

Organizado em nove capítulos, o conteúdo do livro abrange a de nição de diátese; um breve histórico da noção de diátese desde o surgimento da Homeopatia com Hahnemann; a classi cação e as principais caraterísticas das diáteses; sintomas relacionados às diáteses; e os preparados homeopáticos que podem ser usados para tratá-las.

Esta é, sem dúvidas, uma obra que deve fazer parte de biblioteca pessoal de todo estudioso de Homeopatia.

Onde encontrar:

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Amazon Americanas Saraiva Submarino

NOTÍCIAS

Agricultores do Paraná adotam Homeopatia para otimizar a produção de soja

Foto: Divulgação/O Presente.

A utilização do tratamento homeopático no combate de pragas e doenças está em alta entre agricultores do oeste do Paraná, mais especi camente no município de Palotina, que tem servido como exemplo de e cácia para manter grandes lavouras de soja.

Segundo o homeopata e técnico da Cooperativa de Trabalho e Assistência Técnica do Paraná (Biolabore), Juliano Casagrande, a Homeopatia tem ganhado força na agricultura por amenizar os prejuízos causados pelo modelo tradicional, podendo diminuir custos de produção e oferecer produtos de qualidade sem causar estragos ao meio ambiente.

“Nós servimos de exemplo, tanto que em grandes áreas, como Mato Grosso, a técnica é utilizada inclusive com pulverização aérea”, aponta o homeopata durante entrevista ao jornal O Presente.

Investindo no conhecimento compartilhado, a Biolabore e ouras organizações como a Unioeste, Capa e Emater, promovem palestras, cursos e treinamentos relacionados ao uso da Homeopatia na produção agrícola tanto para capacitar produtores quanto para democratizar o acesso à informação.

Fonte: O Presente

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Homeopatia como aliada no tratamento de ansiedade animal

Foto: GZH/Stock.adobe.com

Faz duas décadas desde que a Homeopatia foi reconhecida pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária como especialidade médica e, desde então, vem conquistando mais e mais adeptos, principalmente entre tutores de animais de estimação que notam sintomas de ansiedade em seus pets.

“Antes de pensarmos em desordens emocionais, precisamos descartar alterações orgânicas, e exames são importantes para revelar o estado geral do animal”, assinala a mé dica-veterin ária Cristiane Carvalho Gonç alves em entrevista para o site GZH, deixando claro que é importante consultar um veterinário antes de partir para o tratamento homeopático. “A Homeopatia é um recurso que pode funcionar muito bem para os pets suscetíveis à ansiedade”, completa.

Vale lembrar que mesmo que existam preparados homeopáticos à venda em lojas especializadas para bichos de estimação, eles

não foram formulados para uso exclusivo de um animal, por isso, é imprescindível realizar uma consulta veterinária homeopática completa e, assim, ter acesso a um medicamento devidamente personalizado para um pet.

Outro ponto importante é que o preparado homeopático prescrito para um ser humano pode não fazer o mesmo efeito num animal, logo, é preferível procurar a orientação profissional em vez de medicá-lo por conta própria.

No caso específico de ansiedade em animais de estimação, optar por não realizar um tratamento pode sair bem mais caro para o dono.

“A ansiedade pode potencializar patologias pré -existentes (nos animais), como diabetes, eczemas, convuls õ es, doenç as card í acas e muitas outras”, adverte Gonç alves.

Fonte: GZH

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Homeopatia deixa pacientes mais fortes para enfrentar o câncer

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil contabilizou 600 mil novos casos de câncer em 2019 e, por se tratar de uma doença de grande impacto social, a doença estimula pesquisas e incentiva o avanço da medicina.

A Homeopatia tem se tornado um método auxiliar bastante utilizado durante o tratamento do câncer, seja de forma paliativa ou para fortalecer o sistema imunológico, que costuma sofrer muitos baques durante o processo.

Fundamentado nos princípios da lei dos semelhantes, onde a substância que pode causar o problema numa pessoa saudável quando administrada em pessoas doentes, após altas diluições, cura a doença dos enfermos; no teste dos medicamentos em pessoas saudáveis; nos medicamentos ultra diluídos (dinamizados); e no tratamento individualizado, o tratamento homeopático conta com imunomoduladores –substâncias de ação potencializadora das defe-

sas orgânicas que promovem o fortalecimento da imunidade do indivíduo.

No caso do câncer e de outras enfermidades que comprometem o sistema imunológico, os imunomoduladores servem como suporte para tratamentos convencionais, sem oferecerem risco de efeitos colaterais, proporcionando mais vigor aos pacientes durante sessões de quimioterapia e radioterapia, fortalecendo o organismo e também reestabelecendo sua harmonia física e mental.

A homeopatia é um sistema que não trata apenas os sintomas, mas a origem do problema de saúde e o indivíduo por completo. Por isso, os imunomoduladores atuam no sistema imunológico para aumentar a proteção contra vírus, bactérias e fungos, assim como para contribuir com a redução de processos in amatórios.

Fonte: Amhb.Org

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Foto: PixaBay

Índia recomenda Homeopatia para prevenir Coronavírus

O ministério de Ayurveda, Yoga e Naturopatia, Unani, Siddha, Sowa Rigpa e Homeopatia (AYUSH), órgão governamental da Índia que visa o desenvolvimento de educação e pesquisa no campo da medicina alternativa, sugeriu que os medicamentos homeopáticos podem ser e cazes na prevenção de novas infecções por coronavírus.

O comunicado foi emitido após uma reunião do conselho cientí co do Conselho Central de Pesquisa em Homeopatia (CCRH) do Ministério da AYUSH para discutir maneiras e meios de prevenção da infecção por meio da homeopatia, informou o ministério em comunicado.

De acordo com os pesquisadores, o medicamento homeopático Arsenicum album 30 possa ser tomado com o estômago vazio diariamente por três dias como medicamento prolático contra a infecção.

A dose deve ser repetida após um mês, seguindo o mesmo esquema, caso a infecção pelo nCoV prevaleça na comunidade, disse o comunicado, que também acrescenta a informação de que o mesmo procedimento já foi recomendado para a prevenção de doenças semelhantes à in uenza.

O comunicado sugere ainda medidas higiênicas gerais para a prevenção de infecções transmitidas pelo ar, como manter a higiene pessoal, lavar as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos, evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas e evitar contato próximo com pessoas que estão doentes.

O ministério também aconselhou a cobertura do rosto enquanto se tosse ou espirra e, de preferência, o uso de uma máscara N95 em locais públicos para evitar a transmissão de gotículas.

“Se você suspeitar de infecção por coronavírus, use uma máscara e entre em contato com o hospital mais próximo imediatamente”, acrescenta o comunicado.

Na Índia, muitas pessoas estão sob observação em hospitais por suspeita de infecção por coronavírus em vários estados, incluindo Maharashtra, Goa, Odisha e a capital nacional. As pessoas que retornam ao país depois de visitar a China estão sendo rastreadas regularmente quanto ao vírus mortal nos aeroportos de todo o país. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os sintomas comuns de coronavírus incluem febre, tosse, falta de ar e di culdades respiratórias.

Fonte: Hindustantimes.Com

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Foto: Reuters

Pesquisa em Homeopatia: mudanças nas estruturas da água

Por mais de 15 anos, o cientista alemão Dr. Ing. Bernd-Helmut Kroeplin (11 de novembro de 1944 – 1º de janeiro de 2019) liderou uma pesquisa sobre a memória e a informação da água, que começou com o objetivo de desenvolver um medicamento para astronautas.

A descoberta acidental, no entanto, foi que mesmo as mais fracas alterações do campo magnético, não detectáveis pelos dispositivos de medição convencionais, re etiram na estrutura da água.

Depois de publicar vários trabalhos de pesquisa sobre o assunto, um livro chamado “ e world in a drop”; “O mundo em uma gota” em português; foi publicado, e é possível encontrar suas versões em inglês ou espanhol na Amazon.De.

O conteúdo da obra analisa cienti camente os achados trazidos pela pesquisa de Kroeplin e um destes está relacionado à mudança nas propriedades da água de preparados homeopáticos de acordo com suas diferentes dinamizações:

Pode-se observar imagens da Ignatia Potenz D3 e da Ignatia Potenz C50.000. Na D3, ainda existem resíduos da substância no líquido, mas a C50.000 está muito acima do limite no qual a substância de origem ainda pode ser encontrada estatisticamente e contém uma estrutura signi cativamente mais delicada, embora estatisticamente não seja possível incluir mais substância. A foto "Potenz Ignatia C 50.000" se tornou um ícone e símbolo para as exposições anuais do "World in a Drop".

Imagem: Potência Ignatia D3 (esquerda) e Potenz Ignatia C50.000 (direita), fotos de “World in a Drop” e “Secrets of the Water”.

Encorajados por esses achados iniciais, os pesquisadores retomaram os estudos da Homeopatia e realizaram uma ampla análise considerando diferentes potências. As próximas imagens mostram exponenciação automática usando um dispositivo de ressonância:

Imagem: NuxVomica D4 (esquerda), NuxVomica C200 (direita).

Aqui, as mudanças estruturais são visíveis nas guras acima do número de Loschmidt, das quais não há mais nenhuma substância estatística na água. O número de Loschmidt é alcançado nas potências D24 e C12.

Imagem: NuxVomica D30 1: 1 transferência (esquerda), NuxVomica D3 para D30 (direita).

As mudanças estruturais também são claramente visíveis.

Novos exames foram realizados em laboratório com um dispositivo de ressonância especial usado para a produção de soluções por transferência de informações. Com esse dispositivo, as informações das plantas dos edelvais secos são transmitidas para a água, e mudanças estruturais foram observadas sem a adição de matéria. Ambas as tentativas estão publicadas no capítulo 7 de “ e secrets of water”.

Com base nisso, foi realizada uma investigação abrangente de várias soluções homeopáticas com diferentes potenciações e a solução básica de suporte. Até o momento, os experimentos mostram que, mesmo que não se possa esperar mais partículas para formar a imagem, ocorre uma formação de estrutura acentuada na imagem da gota d’água, um fenômeno semelhante ao da água destilada examinada (capítulo 7 de “ e secrets of water”).

Agora, resta pensar se existem outras propriedades de formação de imagem fora das misturas de materiais, como minerais, limas e outros. Já existem algumas primeiras tentativas de explicação – e os pesquisadores seguirão trabalhando para apresentá-las.

Fonte: Weltimtropfen.De

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Sou formado em Fisioterapia pela Universidade Católica Dom Bosco no ano de 2001. Como todo profissional recém-formado, concluí a graduação com a esperança de inovar na minha área. Busquei então formas disso acontecer, mas foi somente em 2004, após uma pós-graduação em Gerontologia, que ingressei no mundo das Técnicas Integrativas e Complementares em Saúde. A princípio, fiz uma formação em Terapia Floral e posteriormente em Fitoterapia. Em 2006, minha esposa (que também é fisioterapeuta) e eu procuramos o auxílio de um médico homeopata, Dr. Luiz Darcy, pois meu primeiro filho tinha infecções constantes nas vias aéreas superiores. Após esse dia, diante dos excelentes resultados da Homeopatia com meu filho, busquei me inteirar acerca da técnica e pouco tempo depois já tinha a formação necessária a também prescrever aos meus pacientes em consultório os homeopáticos. Hoje, minha esposa, a Dra. Thais Cristina Leite e eu atuamos em nossos consultórios com as Técnicas Integrativas e Complementares em Saúde, incluindo nestas a homeopatia, no tratamento de diversas condições como a dor crônica e também no auxílio ao tratamento de transtornos mentais como a depressão, ansiedade e dependência química.

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João Leite, 41 anos, Campo Grande - MS

Natália Maria de Pinho Guedes Barros, 27 anos, Sudoeste – DF

Iniciei o tratamento com a homeopatia em janeiro de 2017, na tentativa de melhorar meu metabolismo e alguns problemas de saúde, como hipotireoidismo, ovário micropolicístico e resistência insulínica. Associada à dieta restritiva de carboidratos e açúcares, bem como a atividades físicas, a Homeopatia me trouxe resultados incríveis e muito rápidos, melhores do que aqueles que eu já tinha obtido com a alopatia, e de forma mais natural e saudável. Em apenas 1 mês, após um período de mais de 6 meses sem menstruar, minha menstruação desceu e meu ciclo menstrual passou a

ser mais regular. Consegui melhorar também meus exames de sangue e emagrecer.

Desde então, não parei de fazer o tratamento homeopático, estendendo também para outras necessidades não somente físicas. Tratamos questões emocionais, e até mesmo questões da minha personalidade foram modificadas, como a minha incrível dificuldade de dizer não.

A Homeopatia também foi muito importante para mim ao me ajudar no meu processo de casamento, de saída da casa dos meus pais e de início de uma vida nova, me auxiliando a reduzir a ansiedade e o estresse, e de enxergar as coisas de forma mais leve e natural.

Continuo o tratamento homeopático porque acredito que sempre temos algo para melhorar na nossa saúde física, mental e emocional, e tenho certeza que vou conquistar mais benefícios ainda por meio da prevenção de muitas doenças com a homeopatia. Sinto que fico mais confiante e tranquila, sabendo que estarei de fato tratando os problemas que tenho, deixando meu corpo agir naturalmente, sem que os medicamentos homeopáticos me tragam malefícios que tantas vezes vemos na medicina tradicional.

Sou muito grata por conhecer a Homeopatia e ser cuidada por uma profissional tão competente, capacitada e cuidadosa, que faz toda a diferença para mim.

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aís Oliveira, 27 anos, Brasília - DF

Fui diagnosticada com colite ulcerativa aos 19 anos. A colite é uma condição de doença inflamatória do intestino e, segundo a médica que acompanhou meu tratamento por alguns anos, não se sabe ao certo a origem da doença, mas identificou-se que suas crises são frequentemente associadas a estados emocionais de tensão, ansiedade e depressão. O diagnóstico indicou ainda um processo associado a fatores autoimunes, o que me posiciona num quadro crônico da doença, não se tratando apenas de um episódio agudo que poderia ter sido ocasionado por fatores outros. O tratamento recomendado desde o diagnóstico perpassou medicações alopáticas de uso contínuo, mudanças drásticas na dieta e recomendação de acompanhamento psicológico, entre outros processos terapêuticos.

Seguindo de perto tais recomendações, me mantive por um longo período sem novas crises, mas em 2017 estive novamente em um quadro difícil, passando por diversos eventos atribulados que me puseram a ponto de outra crise. Reconheci nesse período todos os sintomas, inclusive as fortes dores abdominais características que senti na ocasião de

meu diagnóstico. Na época tive dificuldades com o plano de saúde a que estava afiliada, estando ainda em período de carência, o que tornou impossível a internação para acompanhamento devido do processo de inflamação, bem como a minoração de seus efeitos (dores intensas, náusea, mal-estar constante, disfunções intestinais e fraqueza).

Fui então recomendada a realizar uma consulta com médico homeopata, como maneira de contornar a iminente crise fora do acompanhamento hospitalar devido que, infelizmente, não era possível no momento. Durante a consulta, o médico identificou minha “medicação base” dentre o arsenal homeopático, receitando-a junto a outras duas medicações identificadas como pertinentes tanto por meus traços particulares de personalidade quanto pelas situações que haviam engatilhado o processo de crise – foram receitadas doses únicas e medicações em glóbulos de acordo com essa consulta inicial.

Segui a medicação na posologia indicada e, logo com a administração das doses únicas dos medicamentos, as dores intensas e náu -

seas recuaram consideravelmente, auxiliando para que retomasse uma alimentação mais adequada. Dentro de um mês já me sentia melhor e a dor abdominal característica se dissipava cada vez mais. A sensação de fraqueza foi a que levou mais tempo para se dissipar, já que a absorção de nutrientes havia sido prejudicada pelo agravamento de processo inflamatório no intestino. Na consulta de retorno relatei essa dificuldade, o que foi acompanhado da receita de uma medicação complementar que me auxiliou a recobrar o vigor físico sem demoras.

Comparando a recuperação da primeira crise, que levou a meu diagnóstico, e a segunda, em que tive complemento do acompanhamento homeopático, reconheço que o processo de recuperação e saída do estado agudo se fez bem mais ameno e eficaz contando com o recurso homeopático, que mantenho ainda hoje como forma de auxiliar meu processo de estabilização da condição crônica da doença, bem como de anteparo a questões psicológicas que nela interferem, prevenindo novas crises.

Con ra a próxima edição para apreciar mais depoimentos. Caso deseje enviar o seu, entre em contato através do e-mail: revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com

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Segundo o dicionário Michaelis, a palavra luto pode ser de nida como um sentimento de pesar pela morte de alguém, além de uma tristeza profunda causada por uma grande calamidade. Dentro da psicologia, o signi cado é ainda mais abrangente e humanizado. Para o psicólogo Marcelo Tozato (49), o luto pode ser compreendido como qualquer forma de ruptura:

“Na maioria das vezes, interpretamos nossos sentimentos conforme nosso aprendizado, ou seja, em função de nossa cultura, tradição e costumes,” explica Tozato. “Temos como um conceito pré-estabelecido que o luto caracteriza a morte de um ente querido, mas esse é um processo que se encontra em muitos momentos de nossa vida, por exemplo na ruptura de um vínculo de amizade, na limitação física, na ruptura de um relacionamento e na perda de um bem. Luto é tudo aquilo que se de ne como ruptura,” ressalta.

A terapeuta homeopata Vanda Toth (69), especialista em Homeopatia, tem a mesma linha de pensamento e vai mais afundo nessa de nição ao analisar o processo de luto como a perda de um elo signi cativo tanto entre pessoas quanto entre uma pessoa e um objeto.

“A Homeopatia analisa o contexto psicossomático que o indivíduo traz ao falar sobre seus sentimentos em relação a perdas”, aponta Toth.

“Eu já z indicação terapêutica para pessoas que sofriam pela morte de entes queridos, mas também pelo arrependimento de não terem feito as melhores escolhas em determinadas situações, assim como pela perda de uma grande paixão e para crianças que estavam em luto com sua mente inconsciente porque eram vítimas de maus tratos,” esclarece. “Todos os sentimentos que acarretam dor se transformam em patologias,” acrescenta a terapeuta, que ainda assegura que a busca pelo tratamento para luto representa uma das demandas mais no campo da homeopatia.

O caso da estudante Maria Paula Rodrigues de Melo, 19 anos, moradora do Riacho Fundo (DF), é um exemplo de como o luto está relacionado a diferentes sensações de ruptura:

“Após a prova do vestibular, eu me vi totalmente sem objetivos. Algo tinha deixado de existir e isso me levou a um período de dor e sofrimento,” conta Melo.

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O tratamento homeopático é um bom aliado para casos de luto
Vanda Toth. Foto: Ighor Toth. Maria Paula Rodrigues de Melo. Foto: Luvanor Olivera

“ Com a ajuda do tratamento homeopático, eu enxerguei que por mais triste que uma situação possa parecer, em breve ela passará; que, de forma natural, um novo objetivo ou meta entrará na minha vida, e que ele poderá dar ou não resultado,” destaca a jovem. “E está tudo bem, pois tudo o que passamos aqui serve para que, no fundo, nós possamos nos conhecer verdadeiramente. A vida é um ciclo constante de começo e fim, e saber lidar com isso faz parte do processo. A Homeopatia tem papel fundamental na construção do pensamento de que recolher-se e dar espaço para a tristeza faz parte da natureza humana, e que viver o momento nos faz ser cada vez mais humanos,” conclui.

Já a motivação da servidora pública Rita de Cássia Lima, 58 anos e moradora de Brasília (DF) para procurar a Homeopatia para tratamento de luto foi diferente. Depois de perder um neto diagnosticado com meningite apenas horas depois de sua internação, ela se viu num quadro de dor profunda e inexplicável:

“O Arthur era um menino saudável, inteligente, carismático e muito amoroso,” lembra Lima. “Diante do luto, a minha imunidade baixou ao ponto de eu ser acometida por uma sinusite que vinha e voltava com frequência,” lamenta.

Ainda de acordo com a terapeuta homeopata Vanda Toth, esse é um exemplo de quadro psicossomático; quando uma dor mental passa para o campo psicológico e então para o físico, e o indivíduo começa a ser afetado por doenças; um problema comum entre pacientes de luto.

No caso de Rita de Cássia Lima, a sequência de consultas e ingestão de remédios alopáticos só contribuíram para deixá-la mais e mais desanimada.

“O tratamento homeopático me devolveu o equilíbrio emocional para que os sintomas da doença física fossem curados,” aponta Lima. “Eu pude perceber que realmente a homeopatia trata a pessoa e não a doença. Hoje, mais equilibrada emocionalmente, sou feliz pela

convivência com minha netinha Laura e estou aguardando ansiosamente a chegada da Sofia ou do Davi. Vivo de lembranças do Arthur. Sua alegria e sorrisos é o que me motivam a não desistir. O fato é muito recente, a dor de não poder vê-lo e abraçá-lo machucam a alma, mas o amor será eterno e infinito,” assegura.

Para Vanda Toth, o luto é um desequilíbrio de saúde que poderia ser minimizado com o uso da Homeopatia, uma opção de tratamento que deveria ser mais divulgada:

“A Homeopatia atua para equilibrar a mente, o corpo físico e o bem-estar”, ressalta a terapeuta homeopata. “O luto, em todas as suas escalas e modulações conceituais, poderia ser minimizado com a ajuda dela, pois o que a move é o tratamento do ser em sua totalidade de sintomas, não numa suposta dor localizada. A depressão tem uma explicação, seja ela bioquímica ou moral”, adverte.

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Rita de Cássia Lima. Foto: Arquivo pessoal.

HOMEOPATIA NAS EMERGÊNCIAS

Contar com um kit de primeiros socorros à mão para atender emergências físicas de saúde é uma prática comum, especialmente quando há crianças por perto. O que pouco se sabe é que remédios homeopáticos também podem servir de grande auxílio nesses momentos, tanto para agir no alívio de sintomas físicos quanto para equilibrar o emocional diante de uma situação de trauma.

Para falar melhor sobre o tema, convidamos a terapeuta homeopata Sheila da Costa, que é formada em Homeopatia pela Homeobras e também atua como coordenadora do setor Curare do Instituto Ser Integral, encarregado de ações de saúde integrativa em Alto Paraíso de Goiás.

Terapeuta Homeopata Sheila da Costa. Foto: Thaís Oliveira.

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REH - Existe a concepção de que a Homeopatia é útil apenas para tratar problemas de saúde que já existem ou então de maneira preventiva, mas não em casos de emergência. Na sua opinião, por que isso acontece?

Sheila da Costa: Tenho a convicção de que ocorrem essas visões distorcidas apenas por desinformação, estudo incorreto do Organon - livro-base da Ciência da Homeopatia-, e conhecimento inconsistente das matérias médicas e de suas possibilidades de aplicação. Estudando adequadamente esse material, mais os vários outros livros que tratam do uso da homeopatia em emergências, pode-se enfrentar muitas e muitas situações inesperadas com relativa tranquilidade, como febres, fraturas, concussões, luxações, torções, alergias e até cirurgias, entre tantas outras possibilidades emergenciais, seja como abordagem única ou complementar a outras ações. A medicação homeopática, com certeza, não dispensará a imobilização, em caso de fraturas, torções, luxações, mas auxiliará na diminuição da dor e na redução do tempo de recuperação, assim como também em cirurgias, dando o apoio necessário ao doente para vencer sua condição temporária de limitação.

REH - Como a Homeopatia age para tratar casos de emergência de saúde, visto que muitos profissionais da área acreditam que os efeitos dela ocorrem a longo prazo?

Sheila da Costa: Desde que o medicamento seja adequadamente escolhido, bem como sua diluição e a quantidade de tomas, os efeitos podem ser imediatos, desafiando essa crença de que a homeopatia faz efeito somente no longo prazo. Quando se conhece com segurança o similimum do doente, ou seja, o medicamento que mais se parece com sua personalidade, basta apenas esse remédio para reverter o quadro adoecedor de forma satisfatória. Essa abordagem terapêutica trata os quadros crônicos e os agudos, desde que o homeopata saiba bem utilizar seus recursos.

REH - Quais casos de emergência a senhora já atendeu que mais lhe surpreenderam? Como foi o processo de tratamento deles?

Sheila da Costa: Há vários casos interessantes no meu repertório, mas um dos mais surpreendentes foi a reversão de um ataque cardíaco em uma senhora que me narrava, no momento do atendimento, uma grande dor emocional. Era numa região carente, distante de cidades e socorro médico. Ela começou a falar, chorar e segurar o peito. Percebi que estava ficando cianótica, observando seus lábios e as pontas dos dedos e do nariz, Rapidamente, me veio a intuição de lhe dar um medicamento que tinha na bolsa de emergências - Ignatia Amara - e dei a ela algumas gotas em um pouco de

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água, massageando também o tórax dela com o mesmo medicamento. A respiração foi voltando, a cor dela ficou normal novamente e conseguimos terminar o atendimento com sucesso. Ressalto que escolhi esse medicamento de forma rápida por já conhecer a doente de atendimentos anteriores e porque seu quadro sintomático, principalmente o emocional, estava totalmente de acordo com a matéria médica da Ignatia. Não recomendo que se use isso indiscriminadamente como medicação emergencial para problemas cardíacos.

Outro caso interessante foi o de uma criança asmática em crise, também atendida em local distante de pontos de socorro médico, e que eu não conhecia anteriormente. Nesse caso, dei um composto de Eucalyptus, Kali bichromicum e phosphorus, 3 gotas de 5 em 5 miunutos, por 20 minutos, e a respiração voltou completamente ao normal. Fiquei nesse local por 2 dias, e a criança foi melhorando sempre. Tive notícias depois de que as crises foram se espaçando e depois sumiram, sempre com o auxílio desse composto.

REH - Quais obras sobre o uso da homeopatia em casos de emergência de saúde a senhora indica para quem deseja saber mais sobre o tema?

Sheila da Costa: Existem vários, mas os 3 abaixo são bastante utilizados no Brasil, e com sucesso.

Apostila de doenças agudas, de Bernardo Vijinovsky, e os outros dois dos quais consegui as imagens de capa.

REH - Como terapeuta homeopata, quais casos de emergência de saúde a senhora mais atende?

Sheila da Costa: Varia bastante, mas há uma predominância de casos ligados a distúrbios alimentares, respiratórios e cirurgias, bem como febres, in amações de garganta e neuralgias diversas, tanto comigo conhecendo o doente ou não. Como atendo em projetos sociais, em lugares distantes de postos de serviço médico e farmácias, as pessoas nos procuram com todo tipo de demanda. Já com meus pacientes regulares, procuro tirá-los das situações de emergência por meio de consultas periódicas para manter-lhes a saúde, e incentivo ao autoconhecimento e à “mudança de regime vida” que Hahnemann tanto nos recomenda, como fator de autorresponsabilidade, pois o terapeuta, seja ele médico ou não, não deve ser o salvador, mas apenas um ator no cenário da busca pelo equilíbrio profundo do ser.

REH - Se a senhora pudesse sugerir um kit homeopático de primeiros socorros para os leitores da nossa revista, quais medicamentos fariam parte dele e para o que servem?

Sheila da Costa: Allium cepa 6CH, álcool a 20%, 30 ml para in amação de garganta sem catarro; Arnica 6CH, álcool a 20%, 30 ml para pancadas, contusões e torções; Belladona 6CH, álcool a 20%, 30 ml, para febres altas; Calcarea carbônica 6CH, álcool a 20%, 30 ml para problemas estomacais; Cantharis 6CH, álcool a 20%, 30 ml para tratar infecção urinária; China 6CH, álcool a 20%, 30 ml para casos de hemorragia, vômito ou diarreia; Glonoinum 6CH, álcool a 20%, 30 ml, para enxaquecas explosivas ou sinusites intensas; Hepar sulphur 6CH, álcool a 20%, 30 ml para feridas supuras; e Valeriana 6CH, álcool a 20%, 30 ml para casos de insônia.

Essa lista foi elaborada por Milton Bezerra, do Caminhos Alternativos, e, como fez sentido para mim, coloquei-a aqui. No entanto, ressalto sempre que se procure um homeopata para se orientar quanto ao que tomar, em consultas regulares, que ajudam a reduzir a ocorrência de situações emergenciais. Essas indicações genéricas só são válidas quando isso não é possível.

REH - A Homeopatia e a alopatia podem trabalhar juntas para tratar casos de emergência? Como?

Sheila da Costa: Com certeza, podem e devem. Mesmo antes de eu ser homeopata, um caso da minha família demonstrou isso claramente. Um de meus irmãos sofreu um acidente de moto há uns anos, e esfacelou o ombro, mas não havia vagas no sistema público de saúde para a intervenção cirúrgica imediata, e nem dinheiro suficiente na família para levá-lo ao hospital particular. Uma amiga minha, terapeuta homeopata, o medicou emergencialmente, para ajudá-lo no controle da dor e na minimização do risco de necrose. Após 8 dias, quando finalmente a vaga surgiu, o cirurgião responsável se admirou com a qualidade dos tecidos ósseos, musculares e nervosos que encontrou. Tudo estava vivo e vascularizado, e a reconstrução foi feita com sucesso. Ele continuou com outras homeopatias no pós-cirúrgico e a recuperação foi bem acelerada, mais uma vez surpreendendo a equipe médica que o acompanhou. E esse é apenas um caso, em meio às centenas que devem ocorrer em todo o mundo, sem que tenhamos registros claros dessa complementariedade. Medicamentos homeopáticos podem e são utilizados no controle de risco de partos prematuros, no apoio a lactantes e lactentes, e em tratamentos odontológicos, entre outros.

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HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA

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50 Revista de HOMEOPÁTICOS Estudos

Popularmente conhecida no Brasil como “Fava de Santo Inácio”, a Ignatia Amara, nome científico Strychnos ignatii, é uma árvore da família Loganiaceae, nativa das Filipinas. É de suas sementes, duras e resistentes, que a Tintura Mãe do medicamento homeopático Ignatia Amara é produzida após passar por processos de diluição e sucussão até atingir a dinamização adequada.

Ignatia Amara/Foto: Web.

Para a terapeuta homeopata Luciana Acioli, formada em Homeopatia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), “a dureza da semente representa a mesma resistência de um indivíduo que necessita de Ignatia”.

“Apesar de sua extrema sensibilidade,” aponta Acioli, “ele é capaz de resistir às inúmeras pressões da vida até alcançar seu limite e então entrar em um colapso nervoso. Uma imagem que poderia ilustrar bem o indivíduo Ignatia Amara é a de um guerreiro ou uma guerreira em sua

sólida armadura: no momento em que o paciente está controlando suas emoções, as quais ele tem dificuldade de processar, seu exterior é duro e forte como a semente de Ignatia, porém, internamente, há uma grande sensibilidade,” destaca. “Dentro da armadura há um ser frágil que, num momento de ruptura de sua proteção, pode entrar em um colapso nervoso”.

Segundo Acioli, o preparado homeopático Ignatia Amara é predominantemente utilizado pelo público feminino e para tratar quadros de origem emocional, como traumas por perdas e separação que levam a um estado de descontrole histérico; depressão; bipolaridade; e desordens alimentares.

“São pessoas delicadas e sensíveis, refinadas, nervosas e histéricas”, explica a terapeuta. “Possuem um modo de ser alternante, e essa alternância também é notada em seus sintomas contraditórios, como rir na tristeza e horar na alegria.”

No caso de Vanda Maria Del Cistia Mello, 52 anos e psicanalista, o tratamento com Ignatia Amara começou em 2015 para tratar um quadro psicossomático de apneia do sono.

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Luciana Acioli – Foto: Cynthia Pastor

“O tratamento acabou em 2016 e as principais mudanças positivas que eu notei foram a reconciliação e a aceitação da morte do meu pai,” conta Mello.

Já Maria Ribeiro Soares, 52 anos e empregada doméstica, recorreu à Ignatia Amara para tratar amigdalites, zumbido nos ouvidos e alterações de humor.

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Vanda Mello – Foto: Keilla Soares Mello

“Eu tive uma resposta rápida ao tratamento homeopático. Os quadros melhoraram bastante e eu não tive mais nenhum desses sintomas”, comemora Soares.

Ainda de acordo com informações da terapeuta homeopata Luciana Acioli, a intensidade emocional é a principal característica dos pacientes desse remédio, que é causada por uma hipersensibilidade nervosa relacionada a diferentes transtornos emocionais, em sua maioria, originados por traumas durante a infância.

Já os sintomas mais comuns nesses indivíduos incluem cefaleias, problemas de insônia, melancolia e o conhecido “nó na garganta”, acarretado por choros e emoções suprimidas. Palpitações também fazem parte da lista, assim como a dificuldade de respirar, que provoca uma necessidade constante de suspirar.

Para Acioli, os pacientes que precisam de Ignatia Amara são pessoas muito emotivas e que, de maneira geral, expressam o que sentem, mas que apresentam a tendência de suprimir emoções.

“No momento que essas emoções vêm à tona, há uma verdadeira avalanche emocional”, esclarece Acioli. “[Essas] são pessoas que não gostam de consolo e preferem chorar sozinhas. Todas as emoções têm uma grande dimensão. Tudo é fora de proporção e sentido de maneira profunda”, acrescenta a terapeuta. “É importante lembrar que a Homeopatia tem um enfoque na totalidade do indivíduo, dessa forma, os problemas de saúde, sejam físicos, mentais ou emocionais, devem estar sempre associados aos tipos de personalidade, temperamento e modos reativos, entre outros”, finaliza.

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Maria Ribeiro Soares. Foto: Arquivo pessoal.

Estudo de Caso

Idade: 51 anos

Sexo: feminino, casada

Terapeutas: Fabiana Mundim e Francisca Lopes

Apresenta dores lombares muito fortes, com diagnóstico de distensão muscular que perdura já por 6 meses, mesmo após tratamento alopático com Pregabalina e Tramador Retard, somados a 10 sessões de fisioterapia.

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A partir de 19/04/2019, inicia Musculus Estriadus Ch 14, apresentando leve melhora do quadro álgico.

A partir de 30/04/2019, complementamos com os seguintes compostos, um homeopático e outro fitoterápico.

Homeopatia: Disco lombar Ch 12 + Calcarea fluorica CH 12 + Magnesia

phosphorica CH6 + Bellis

Perenis CH 3. 20 gts 2 vezes ao dia.

Fitoterapia: Tayuya 60 mg + Erva baleeira 60 mg + Sucupira 80 mg + Chapéu de couro 80 mg + Garra do diabo 80 mg + Boswella serrata 160 mg. 2 cápsulas, 2 vezes ao dia.

Após 3 meses de tratamento, os níveis de dor estão quase a zero, aumentou a mobilidade, mas não retornou para a finalização do tratamento.

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Imagem: Freepik

Cipura paludosa: uma nova matéria médica?

Por Ramon Lobo Gomes

INTRODUÇÃO

No Brasil, encontram-se diversos ecossistemas e inúmeras espécies de plantas e animais. Muitos destes ainda se encontram desconhecidos ou pouco estudados em sua totalidade para a utilização acadêmico-cientifica (AKERELE, 1993; FARNSWHORTH et al., 1985; GRÜNWALD, 1995; GRÜNWALD e BÜTTEL, 1996; GUPTA, 1994).

Em alguns casos, o uso de determinadas plantas é de uso terapêutico ,principalmente na medicina popular (CALIXTO, 2000; CALIXTO et al., 2000). O conhecimento de nossa flora é necessário para a ampliação das possibilidades de seus possíveis usos, seja como fármacos ou em outras formas de utilização e preservação destes materiais para outros fins (BHATTARAM et al., 2002; GODKAR et al., 2003; STROHL, 2000).

As espécies vegetais são importantes produtoras naturais e com ativos dos quais se constituem em modelos para a síntese de fármacos (NARDIR et al., 2003).

Apesar da sua grande contribuição médico-científica, a medicina ortodoxa não apresenta conhecimento suficiente, para responder à cura de diversas doenças e traz consigo seu alto custo e efeitos adversos. Novos métodos de tratamento vêm crescendo a nível mundial, optando por abordagens mais efetivas e ou complementares com menor risco e menos efeitos colaterais ao Ser (FIEAM, 2004).

Com grande extensão territorial além de diversos biomas, o Brasil tem uma das floras mais ricas do mundo, tanto em diversidade quanto em quantidade, sendo que apenas o bioma Amazônico representa quase 19% da flora mundial (GIULIETT et al., 2005).

A utilização de remédios à base de plantas tem enorme vantagem em relação às drogas sintéticas. Os principais ativos das plantas encontram-se biologicamente equilibrados pela presença de substâncias complementares, que em geral não se acumulam no organismo, limitando os efeitos indesejáveis, como os que acontecem com os fármacos sintéticos que são re nados e concentrados (CIM-RS, 2007).

O Brasil apresenta uma grande diversidade de plantas e é considerado com a maior reserva de plantas medicinais do mundo, pouco explorado e com espécies ainda nem mesmo catalogadas. Com a constante expansão agropecuária e a exploração da indústria madeireira, muitas fitofisionomias estão deixando de existir rapidamente, e apenas pequena parte destas espécies foram estudadas e comprovadas como eficientes matrizes para a produção de fitoterápicos e ou homeopáticos (DI STASI, 1996).

REFERENCIAL TEÓRICO

A base para o desenvolvimento da terapêutica homeopática deu-se com a possibilidade de o organismo restabelecer seu equilíbrio, uma vez afastada a causa mórbida, fato este que se realiza graças à Natura medicatrix de HIPÓCRATES. Uma outra forma de exemplificar os casos de adoecimento escrito pelo Dr. CARTON, que, tais episódios são, na realidade, “crise de limpeza”, em outras palavras, “a doença é o acerto de contas”, não um acidente. Além disso, exprime um esforço para a purificação e para a preservação; não um trabalho de destruição da saúde (DUPRAT, 1974).

Para a elaboração de uma medicação, devemos levar em conta o que ela tem de corrigir e o que convém estimular, os esforços de defesa natural, e os atos espontâneos para eliminação das toxinas. A terapêutica esclarecida deverá, tanto quanto possível, poupar as forças vitais, sendo imprescindível que o orga -

nismo disponha de todo seu dinamismo (TWENTYMAN, 1989).

Christian Friedrich Samuel Hahnemann, o fundador da Homeopatia, utilizou-se do adágio hipocrático Similia similibus curantur, para definir as bases da Doutrina Homeopática, onde “a substância medicamentosa capaz de determinar, no organismo são, um conjunto de distúrbios análogos existente no enfermo”. O mecanismo de ação do medicamento se alicerça na realidade farmacodinâmica da ação e da reação que, por sua vez, depende da ativação da faculdade de defesa do organismo. Ao praticarmos a homeopatia, temos a certeza não só de estar ajudando o esforço natural de defesa, mas ainda de educar esse esforço, dirigi-lo, conservá-lo dentro dos limites da sua disciplina mais eficaz, corrigindo tanto os excessos ou insuficiências como as imperícias. Sendo assim, o instinto vital vai sendo atendido e aperfeiçoado pela inteligência terapêutica (DEMARQUE, 2002; FONTES et al., 2009).

Ao estudarmos as obras de Hahnemann, podemos comparar sua genialidade descobrindo a lei da analogia, à de ARQUIMEDES na banheira ou de NEWTON diante de sua maçã, determinantes para concluir que “os medicamentos só podem curar as doenças análogas àquelas que eles mesmos têm a propriedades de produzir”. Em 1796, em seu ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, ele se expressou da seguinte forma: “Para descobrir as verdadeiras propriedades medicinais de uma substância

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nas afecções crônicas, deve-se voltar a atenção para a doença artificial particular que ela provoca ordinariamente no organismo, a fim de ajustá-la, então, a um estado patológico bem análogo que é preciso afastar”.

Ao mesmo tempo, resulta a confirmação desta outra proposição, que apresenta muita analogia com a precedente: “Para curar radicalmente certas afecções crônicas, devem-se procurar medicamentos que ordinariamente provoquem no organismo humano uma doença análoga e a mais análoga possível”

Uma outra explicação dada à ciência da homeopatia foi que Hahnemann empregou a fórmula “Similia similibus curentur” Curentur no subjuntivo e não Curantur, como tão frequentemente se escreve. Assim de ne que o medicamento capaz de “curar de maneira suave, rápida, certa e douradora é preciso escolher, em cada caso de doença, um medicamento que seja por si mesmo capaz de provocar uma afecção semelhante àquela contra a qual nos propomos empregá-lo” (DEMARQUE, 2002).

“Uma afeção dinâmica no organismo vivo é extinta de maneira duradoura por outra mais forte, quando esta, sem ser da mesma espécie que aquela muito se parece com ela na maneira de manifestar-se”(Organon, quarta edição, parágrafo 21).

A lei da analogia foi utilizado na homeopatia e tem por objetivo fazer uma comparação entre a doença e o possível medicamento a ser utilizado, segundo os efeitos causados, seja por materiais de origem mineral, vegetal, animal e ou de material “orgânico dani cado”, devidamente homeopatizado, para sua utilização.

Este principio contempla a resolver doenças que, quando utilizado pela homeopatia devidamente dinamizadas de materiais análogas, e devidamente experimentadas segundo a metodologia homeopática, possa curar as enfermidades (DUPRAT, 1974).

Com a possibilidade do uso de materiais vegetais que possam ser encontrados no Brasil, a Cipura paludosa faz parte necessária para o estudo desta família, Iridaceae, que é composta por aproximadamente 90 gêneros (RAVENNA, 1988)

Gênero descrito por Aublet (1775), a Cipura paludosa é uma espécie herbácea conhecida como alho do mato, alho da campina, alho do campo, cebolinha do campo, coqueirinho, coquinho e vareta (BRAGA, 1960; CORRÊA, 1994), caracterizada principalmente por seus bulbos carnosos (GOLDBLATT, 1990, 1998; GOLDBLATT e HENRICH, 1987; SENGUPTA E SEN, 1988).

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Segundo prospecção de estudo, a Cipura paludosa foi apontada como eficaz no tratamento de doenças renais, diarreias, inflamações e processos dolorosos. O extrato etanólico preparado a partir dos bulbos da C. paludosa apresentou várias respostas farmacológicas de analgesia de origem central e anti-inflamatória em ratos e camundongos, confirmando a informação popular (LUCENA e COLS, 2007).

Com diversos princípios químicos, estas plantas apresentam atividades biológicas como antibacteriana, anticancerígenas, antioxidante, citotóxica, antinociceptiva, anti-inflamatória e imunomoduladora (ABDULLAEV; ESPINOSA-AGUIRRE, 2004; HOSSEINZADEH; NORAEI, 2009; RAHMAN et al., 2003)

Segundo estudos realizados, dois principais compostos (eleuterina e isoeleuterina) apresentam atividade em diferentes modelos in vivo de inflamação e hipernocicepção (TESSELE et al, 2011).

Os avanços tecnológicos e de produtos terapêuticos obtidos de plantas medicinais são de grande interesse. A busca de novas matrizes homeopáticas, que tragam menores efeitos adversos para a cura de doenças, faz-se necessário. Assim, optou-se em realizar o estudo do efeito da Cipura paludosa e determinar sua eficácia segundo os fundamentos homeopáticos de experimentação.

MATERIAIS E MÉTODOS

O material vegetal de Cipura paludosa foi obtido na Fazenda Lajes, no município de Abadiânia-GO. Após a coleta do material, procedeu-se o preparo da tintura mãe TM, extraída por contato íntimo e prolongado, de insumo inerte hidro-alcóolico, por meio de processos de maceração/percolação, segundo a farmacopeia homeopática brasileira. A partir da TM, procedeu-se o processo de diluição e sucção, elevando de 1 em 1CH sempre levando em conta a metodologia homeopática para o processo e suas proporções, até se chegar a dinamização de 30CH em solução alcóolica de 30%. Foi determinado como público de teste o conjunto dos presentes ao encontro mensal de estudos continuados do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste, em torno de 30 pessoas, todas adultas, com experiência em observação e registro de sintomas.

Fez-se 15 doses únicas de Placebo e 15 doses de Cipura paludosa, que foram colocadas com a numeração 1 e 2, sem que nem os experimentadores e o pesquisador soubessem qual das soluções seriam, ficando esta informação contida em um envelope lacrado e vindo direto da farmácia responsável pela dinamização (Farmácia de manipulação Tché – Anápolis-GO), para que se pudesse montar um experimento Controlado Duplo-Cego.

As soluções Placebo e Cipura paludosa foram dispostas sobre a mesa de tal modo que todos os experimentadores pudessem pegar qualquer uma das soluções, entretanto, no dia do experimento, faltaram 6 pessoas. As -

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sim, foram experimentadas 9 soluções com a inscrição 1 e 14 soluções com a inscrição 2. Todos os experimentadores contavam com uma folha em branco para descrever qualquer sintoma. Optou-se pela folha em branco para não induzir os experimentadores a supostas sujeição de um questioná rio, visto que todos os experimentadores, fazem parte do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste, e que os mesmos saberiam descrever os possíveis sintomas observados. Após o período 10 horas, os experimentadores devolveram as folhas que continham apenas o número das soluções experimentadas e dissertados sobre os possíveis sintomas observados. Posterior ao experimento, fez-se a tabulação dos dados e aplicação do teste Qui Quadrado.

RESULTADOS

A partir dos dados descritos pelos experimentadores, e, sem a realização da analise estatística, pode-se inferir que, provavelmente, os sintomas apresentados pelo Placebo poderiam decorrer da influência alcóolica presente, e, que tal presença poderia ser uma das causas dos distúrbios observados pelos experimentadores.

O álcool apresenta-se como uma substância psicoativa, que dependendo do uso em relação ao tempo e a dose, pode-se tornar tóxica a saúde humana. Seu uso está diretamente relacionado com os fatores que levam à deficiência de vários nutrientes importantes, responsáveis pela manutenção da homeostase corporal.Dentre elas encontra-se a tiamina, que, pelos efeitos diretos do álcool e seus metabólicos, são afetados, sendo a carência de vitaminas B1 capaz de causar distúrbios a vários órgãos e sistemas, acarretando prejuízos neurológicos (ANTUNES, 2015).

Os efeitos causados pela substância homeopatizada Ethylicum, quando comparados com os sintomas relatados pelos experimentadores, podem ser considerados sinônimos dos descritos no tratado de Matéria Médica Homeopática (VOISIN, 1987 e VIJNOVSKY, 2012).

Como pode-se observar no gráfico 1.1, tais sintomas relatados pelo uso do Placebo, ao se aplicar o teste Qui Quadrado, os mesmos não puderam ser considerados por não atenderem a uma das condições que têm de ser satisfeitas para o teste: cada frequência esperada para uma categoria deve ser igual ou maior a 5, podendo ainda fazer o agrupamento desses sintomas, caso haja similitude para atender a frequência mínima esperada. Porém, por não haver similitude entre os sintomas observados pelo uso do Placebo, considerou-se que essedado não foi significativo segundo o teste estatístico aplicado.

1.1

Gráfico dos sintomas observados pelos experimentadores sem análise estatística.

Apesar do grande avanço dos fármacos produzidos para o tratamento de diversos males, muitos fármacos estudados são voltados para a produção dos chamados fármacos alopáticos que, devido ao seu alto grau de re no de suas substâncias e ou sintetização dos componentes, faz com que seus efeitos aos seres humanos sejam potencializados causando distúrbios e reações adversas no organismo, e, para se afastar uma determinada doença instalada, pode-se causar outra de maior ou menor grau em outro órgão ou sistema (CIM-RS, 2007).

Os processos para o desenvolvimento dos fármacos homeopatizados são diferentes, por utilizarem os extratos, sejam eles vegetais, animais, minerais, estruturas de órgãos e tecidos, secreções e atualmente até mesmo a homeopatização de fármacos alopáticos. Neste sentido, são preservados todos os agentes da substância e pelo processo de diluição e sucção, tornando uma medicação com traços dos compostos iniciais e, até mesmo, mantendo apenas a memória energética dos compostos a que se deram origem (CIM-RS, 2007; HOLANDINO, 2009; KLIMEK et al, 2005; MERRELL, 2002).

Como a Cipura paludosa foi homeopatizada até se alcançar a potência de 30CH, os seus efeitos deletérios ao experimentador, seria nulo. Porém, pelo uso da metodologia desenvolvida por Samuel Hahnemann, nesta potência, poderia veri car os efeitos energéticos, representando assim, a real capacidade desta homeopatia, pelos sintomas por ela causados aos experimentadores, que, os mesmos sintomas descritos, poderia curar pessoas em estados adoecedores semelhantes (HAHNEMANN, 1842; POITEVIN, 1990).

Como a homeopatia da Cipura paludosa atendeu às exigências necessárias ao sucesso do tes-

te, pôde-se ainda, fazer alguns agrupamentos, segundo as similitudes dos sintomas observados, mostrando-se signi cativo ao teste, com nível de signi cância à 1%, como mostrado no grá co 1.2. Apenas dois sintomas alcançaram o número mínimo, para análise em separado, os sintomas “agitação” e “palpitação”, porém, com os agrupamentos segundo as similitudes efeito/causa de um para com o outro, puderam ser agrupados formando sintomas compostos.

Utilizando-se do estudo de semiologia e observação, pode-se inferir ao observado pelos experimentadores que os resultados dos sintomas agrupados estatisticamente podme ter relação tanto com o Miasma, quanto com o efeito da Cipura paludosa em causar efeitos análogos em pessoas que não apresentam as patologias apresentadas no experimento. A to sionomia-miasmática da Cipura paludosa, e as suas possíveis utilização segundo suas constituições físicas para possível elaborações de seu uso no tratamento de doenças que a ela se relacione, compreende os três miasmas principais, a Psora, por suas folhas serem ásperas e, com vincos pela sua estrutura, fazendo uma alusão a pele com erupção pruriginosa, raciocínio lento, alternâncias das funções digestivas, congestão arterial. A Sicose, por apresentar bulbos carnosos, característica de retenção, acúmulo, hipertro a do eu e dos tecidos, com tendência a proliferação dos tecidos. O Luetismo, por sua folha longilínea e pontiaguda, caracterizando sua ansiedade, predominância nervosa. Pode-se ainda fazer um paralelo ao Tuberculinismo, a partir de sua or, extremamente delicada e susceptível a qualquer intempere do ambiente, caracterizando a síndrome do esgotamento, predominância das funções respiratórias e congestão venosa (AUBLET, 1775; CORRÊA, 1994; GOLDBLATT, 1998; JURJ, 2011; KOSSAK-ROMANACH, 2003; TWENTYMAN, 1989).

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Grá co 1.2 análise estatística da Cípura paludosa homeopatizada.

O estudo dos dois sintomas de que se pode fazer análise em separado, mostrou que os mesmos têm relação um com o outro, e/ ou, um pode ser a consequência do outro. As palpitações, em geral, são devidas a uma causa nervosa ou a um problema funcional passageiro, mais raramente a um problema lesional, salvo nas afecções cardíacas muito graves, ou então durante

uma inflamação aguda. Olhando o aspecto fisionômico do homem, onde o coração atinge sua maior perfeição, tornando-se o órgão até mesmo do amor e da consciência, mantendo o equilíbrio entre o extremo superior, cefálico, e o inferior, abdmonial-metabólico, entre o pólo direito e o esquerdo entre o sangue arterial e venoso, por possuir uma infinidade de termina -

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ções nervosas, o coração foi considerado por Rudolf Steiner como um órgão sensorial, e, como o polo superior da consciência, poderia perceber os processos dentro do polo inferior inconsciente.

Nossos processos orgânicos relacionam-se por inteiro e não em partes ao nosso meio ambiente, sobretudo ao nosso meio social. Podemos aqui inferir a utilidade desta medicação nas perturbações observadas, que muito se referem aos distúrbios relacionados ao coração e suas complicações decorrentes pelo mesmo em relação a outros órgãos complementares, uma vezes que a homeopatia trata o “Ser” como um todo e não em separado (TWENTYMAN, 1989; VANNIER, 2004).

Podemos supor que tal homeopatia, em sua potência de 30CH, poderia ter causado aos experimentadores por um período temporário a grande maioria dos experimentadores, o efeito inflamatório, efeito este possivelmente referente a eleutrina, aos que nada tinham nos órgãos, coração, estomago e sistema circulatório, mostrando assim seu potencial de uso como medicamento em tais sintomas, análogos aos observados. E, aos experimentadores que apresentaram sonolência, fraqueza, mal estar, mãos trêmulas, fome, delírio, poderiam estar com os órgãos potencialmente em estágios adoecidos, e que ao fazer uso da homeopatia da Cipura paludosa, foram beneficiados pelos seus efeitos benéficos e análogos aos sintomas que os mesmos

estavam passando, e, por se tratar de uma potência relativamente elevada energeticamente, poderia resultar em uma melhora do quadro adoecedor em potências mais baixas, afastando assim o sintoma da doença em um tratamento devidamente conduzido, e iniciado a potências menores (ABDULLAEV; ESPINOSA-AGUIRRE, 2004; HOSSEINZADEH; NORAEI, 2009; RAHMAN et al., 2003; TESSELE et al, 2011).

CONCLUSÃO

O estudo homeopático da Cípura paludosa faz-se necessário em potências homeopáticas menores, podendo seu uso, possivelmente, partir desde a tintura mãe TM, até altas diluições.

A Cípura paludosa apresentou potencial homeopático para uso terapêutico, pressupondo sua utilização em casos adoecedores relacionados ao possível estágio inflamatório do coração, estômago e sistema circulatório, devendo estes serem mais bem estudados em um número maior de experimentadores.

Para uma melhor avaliação deste possível medicamento, necessita-se de uma análise continua dos seus efeitos e de seu comportamento psíquico-causal aos experimentadores, demandando uma análise de outros profissionais.

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