Jornal Cidade sem Barreiras - Edição 9

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Arte circense sem falas na Sé

Apertado o cerco para os flanelinhas

A Caixa Cultural da Praça da Sé apresenta o espetáculo infantil A Fantástica Baleia Engolidora de Circos, da Cia Frita. A história é contada totalmente sem falas, mas por mímica. Pág 11

Foto: Divulgação

Daqui a três meses entra em vigor lei municipal sancionada pelo prefeito João Doria que pune os flanelinhas que tentarem coagir ou ameaçar motoristas para pagamento pela vigilância nas ruas da cidade. A lei estabelece multa de R$ 1.500 aos guardadores de carros que infringirem. Pág 9

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São Paulo Centro-Oeste (Perdizes, Pompeia, Lapa, Pinheiros, Vila Leopoldina, Alto de Pinheiros, Higienópolis e Jardim Paulista) Centro-Sul (Aclimação, Água Funda, Cambuci, V. Clementino, Cerqueira Cesar, Cursino, Ipiranga, Jabaquara, Liberdade, Mirandópolis, Paraíso, Planalto Paulista, Praça da Árvore, Sacomã, Saúde, Vila das Mercês, Vila Mariana)

(11) 94538-2027

Barrado na Justiça, Prefeitura volta Avenida Sumaré a cogitar piscinão na Vila Madalena registra queixas Após os fortes temporais que atingiram a região de Pinheiros em janeiro, quando ruas ficaram alagadas, a Prefeitura resolveu retomar as tratativas para a construção do piscinão na parte elevada da Rua Abegoária, na Vila Madalena (foto). Em 2002 foi elaborado projeto de drenagem do Córrego Verde, cuja principal intervenção é a construção de um reservatório. Mas duas ações na justiça impedem há oito anos a execução do projeto por questionar danos ambientais da obra. Pág 6

O canteiro central da Avenida Sumaré, zona oeste, com sua pista de caminhada, é alvo de elogios pela manutenção, mas o mesmo não ocorre nos passeios públicos das laterais. As calçadas exibem problemas de zeladoria que geram reclamações, como mato alto. Outra queixa é a fiscalização ineficiente da administração municipal pra coibir descarte de entulhos. Pág 6

Foto: Agência Dmais

Foto: Agência Dmais

AACD da Mooca fecha as portas

A AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), situada dentro do complexo do Centro Educacional e Esportivo (CEE) Mooca (foto) fechou as suas portas por causa de pane nas instalações elétricas. Enquanto aguarda reparos pela Secretaria Municipal de Esportes, que administra o complexo, o atendimento dos 300 pacientes foi transferido para o Ibirapuera. Pág 4


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PROGRAMA DE METAS

Equipe de Saúde em Família

EVENTOS ESPECIAIS

na Os procedimentos para Atividades Caixa da Sé obter isenção de rodízio Pela internet. Quem transporta pessoas com deficiência também estará isento.

Documentos necessários

Foto: Agência Dmais

SOBE Obrigatório pela Lei Orgânica do Município desde 2008, o Programa de Metas do prefeito João Doria, com as prioridades em vários eixos temáticos, até o fim do mandato em 2020, revela contrastes na definição de melhorias na área da saúde por Prefeituras Regionais. Na meta de ampliação de 100 novas equipes do Programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) na cidade, a Sé está em primeiro no topo, contemplada com 16 novas equipes, seguida do Butantã, com 15. Para o Ipiranga serão criadas sete novas equipes.

TRÂNSITO LIVRE

Foto: Agência Dmais

O requerimento está no portal da Secretaria Municipal de Transportes.

Distritos da Sé terá mais equipes DESCE Em contrapartida, a Lapa receberá apenas uma equipe, enquanto Pinheiros e Vila Mariana estão com previsão zero. Na Câmara Municipal desde o ano passado, o plano está à disposição dos cidadãos e dos vereadores para consultas e para fiscalizar o cumprimento das metas. Uma ESF é composta por um médico generalista, um enfermeiro, dois técnicos de enfermagem e cinco agentes comunitários, e tem como principal atribuição a prevenção e promoção da saúde com visitas periódicas às residências. Atendem população de até quatro mil pessoas. CSB

Pessoas com deficiência e que pretendem solicitar a isenção de rodízio municipal não necessitam comparecer ao posto de atendimento do Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV). O procedimento também pode ser realizado acessando a internet ou utilizando os serviços dos Correios. A autorização também pode ser obtida por quem transporta pessoas com deficiência. O requerimento necessário está disponível no portal da Secretaria Municipal de Transportes (http://www. prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/transportes/) deve ser preenchido e pode ser enviado por correio para o DSV para Caixa Postal 11.400 (CEP 05422-970).

A solicitação também pode ser feita diretamente na sede do DSV, na Rua Sumidouro, 740, Pinheiros, próximo à Estação Pinheiros do Metrô/CPTM, no horário das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira, exceto feriados. É preciso, porém, fazer o agendamento presencial acessando o portal e o seguinte endereço eletrônico: http://agendamentodsv.prodam.sp.gov. br/forms/BemVindo.aspx. Após 90 dias úteis do recebimento da solicitação pelo DSV, o requerente deve entrar em contato pelo telefone 3030-2422 para saber o resultado. Mais informações sobre no link: http:// www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/transportes/autorizacoes_especiais/isencao_de_rodizio/index. php?p=3921 CSB

Após imprimir e preencher a cópia do requerimento, deve-se anexar os seguintes documentos: original ou cópia autenticada de Atestado Médico comprovando a deficiência, contendo Código Internacional de Doenças (CID), com carimbo, CRM e assinatura do médico e com data não superior a três meses; cópia simples do Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo; cópia simples do Cadastro de Pessoa Física (CPF) da pessoa com deficiência; cópia simples da Carteira de Identidade ou documento equivalente do requerente e do representante legal, quando for o caso. Na ausência do RG, anexar a certidão de nascimento. No caso de representante legal, deverá ser anexada cópia simples da procuração ou curatela ou guarda permanente. Entregar pessoalmente ou enviar via correio o requerimento assinado pelo requerente ou pelo seu representante legal, quando for o caso. Mais informações pelos telefones 3812-3281 e 3816-3022.

FALE COM A REDAÇÃO | redacao@jornalcidadesembarreiras.com.br | (11) 5581-3182

EXPEDIENTE

O jornal Cidade Sem Barreiras traz ao leitor informações de utilidade pública, lazer e entretenimento, promovendo a cidadania. Com uma atenção especial sobre as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, procura estimular políticas de inclusão e acessibilidade ao Poder Público e ações das empresas e da sociedade em geral. A publicação também traz para a sociedade uma nova visão sobre as pessoas com deficiência, colaborando com a quebra de antigos paradigmas e criando uma nova imagem para esse grupo na sociedade. Com distribuição gratuita, o jornal Cidade Sem Barreiras tem periodicidade quinzenal e circula na cidade de São Paulo. A circulação da edição Centro-Oeste se dá nos seguintes bairros: Perdizes, Pompeia, Lapa, Pinheiros, Vila Leopoldina, Alto de Pinheiros, Higienópolis e Jardim Paulista, atingindo um público de mais de 360 mil pessoas. A distribuição é feita nas principais ruas da região e também nos órgãos públicos, nas escolas, universidades, associações, clínicas e nos consultórios médicos, parques, terminais de ônibus e em estações de trem e metrô.

Diretor Executivo: Rúbem Soares Editor: André Kuchar (MTB 15.513) Editor de Arte: Rodolfo L. Pereira Revisora: Eliza Padilha Diretor de Publicidade: Denílson Nalin Diretor Comercial: Luciano Cesar Guastaferro Circulação: Luciano Cesar Guastaferro Editado e distribuído por MAIS Editora (CNPJ 03.354.003/0001-11) em parceria com ADESO - Associação para o Desenvolvimento Educacional, Cultural, Social e de Apoio à Inclusão, Acessibilidade e Diferença

Foto: Divulgação

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Contação de Histórias em Libras O Programa Educativo da Caixa Cultural está promovendo ações destinadas a pessoas com deficiência na próxima semana. Na terça-feira, dia 27 de fevereiro, às 9h30 e às 14h30, acontecerá a Ação Educativa com Visita Sensibilizadora pela Equipe Gente Arteira. O evento tem duração de uma hora e é destinado a pessoas com deficiência visual ou interessados a partir de 10 anos. Na quarta-feira, dia 28, às 9h30 e às 14h30, será realizada por Cleidione de Morais a Oficina de Confecção e Manipulação de Mamulengos, para pessoas com deficiência e deficientes intelectuais a partir de 10 anos. A duração da atividade é de duas horas. Ainda no dia 28, também às 14h30, é a vez da Contação de Histórias em Libras-Português, atividade que busca integrar o público ouvinte e surdo. O tema do mês será “Contos e histórias passadas”. CSB Caixa Cultural São Paulo: Praça da Sé, nº 111, Centro. Informações, inscrições individuais ou agendamentos de grupos: pelo telefone 3321-4400 ou pelo e-mail supervisao.sp@gentearteira.com. Entrada franca. Rua da Contagem, 201 - Saúde CEP: 04146-100, São Paulo Telefone: (11) 5581-3182 Impressão: Folha Gráfica O jornal Cidade Sem Barreiras não se responsabiliza por opiniões e conceitos emitidos em artigos assinados ou por quaisquer conteúdos publicitários e comerciais, sendo estes de inteira responsabilidade dos anunciantes.

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PANE ELÉTRICA

PLACAS PREFERENCIAIS

AACD da Mooca para de atender temporariamente

Símbolo dos autistas é vetado

Foto: Agência Dmais

Danos. Problemas nas instalações elétricas causaram interrupção das atividades.

Foto: Divulgação

Integração social dos pacientes

A administração do complexo da Secretaria Municipal de Esportes A unidade da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) situada dentro do Centro Educacional e Esportivo (CEE) Mooca e que atende 300 pacientes, fechou as suas portas na semana passada por causa de problemas nas instalações elétricas. O complexo abriga duas escolas municipais, creche, biblioteca, um posto de saúde, CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial Infantil) instalações esportivas, como, campo de futebol, ginásio e quadra de esportes, piscinas; além da sede da Prefeitura Regional Mooca. A administração do local é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Esportes (SEME). A AACD afirmou que as falhas no fornecimento de energia causaram danos em equipamentos e teve que interromper as atividades. A entidade oferece tratamentos médicos variados, fisioterapia e atividades de lazer.

O atendimento foi transferido para a unidade do Ibirapuera, o que tem causado dificuldades aos familiares dos pacientes, muitos dos quais residem em bairros da periferia. A Prefeitura esclareceu que engenheiros vistoriaram as instalações, mas ainda não detectaram a origem do problema para realizar a manutenção. E que foi relatada pane recente na cabine de energia elétrica do complexo. A AES Eletropaulo ficou de realizar inspeção com seus técnicos no local. A SPTrans aguardava o cronograma de atendimento para estabelecer plano de transporte até o Ibirapuera. Recentemente foi realizada reunião em que a Prefeitura propôs que todas unidades de diferentes setores do complexo passassem a pagar as contas de energia, hoje bancada pela Secretaria Municipal de Esportes. A medida, porém, ainda não foi implantada. CSB

A AACD foi fundada em 1950 pelo médico especialista em ortopedia Dr. Renato da Costa Bomfim, que, inspirado na evolução tecnológica dos centros de reabilitação no exterior, criou uma estrutura semelhante no Brasil. Hoje, a AACD é referência na área de ortopedia e em qualidade no tratamento de pessoas com deficiência física. Além da reabilitação física, a AACD também desenvolve diversas outras atividades, como a inserção no esporte paralímpico e o empenho em assegurar a plena integração social dos pacientes, promovendo melhorias por meio da superação diária e da orientação de uma equipe multidisciplinar especializada. A AACD possui 12 unidades distribuídas em seis estados brasileiros. Na cidade de São Paulo conta com a unidade do Ibirapuera, aberta em 1961, que é matriz administrativa, e a da Mooca, inaugurada em 1972. Por André Kuchar

O projeto de lei aprovado na Câmara Municipal em dezembro, que obrigava os estabelecimentos comerciais e repartições públicas a incluírem nas placas de atendimento preferencial o símbolo internacional do Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi vetado pelo prefeito João Dória no começo deste mês. O projeto é de autoria do vereador Rinaldi Digilio. Os avisos atuais exibem no atendimento prioritário preferencial somente pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, idosos e gestantes. Na justificativa para rejeição do projeto, o executivo afirma que “à pessoa autista já é assegurado o direito ao atendimento prioritário, tanto em decretos, como em leis federais. E que caso fossem feitas diferenciações entre os mais diversos tipos de deficiência, seria preciso, então, especificar todos os demais símbolos, sob pena de causar discriminação”.

EDITAL ALTERADO

Alunos autistas estão sem aulas Foto: Freepik

Foto: Agência Dmais

Símbolo dos autistas rejeitado

MAIS VETOS – Ainda no começo deste mês, o prefeito não sancionou três projetos de lei aprovados na Câmara sobre pessoas com deficiência. Um dos projetos rejeitados estabelecia como obrigatório o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras), desde a educação infantil até o Ensino Médio. De autoria dos vereadores Jair Tatto e Toninho Vespoli, o argumento do veto é que “por meio de legislação e normatizações já está prevista a obrigatoriedade curricular da Libras nas Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos (EMEBSs) e nas escolas-polo de atendimento de alunos surdos”. O segundo projeto vetado, do vereador Celso Jatene, tornava obrigatória a instalação de piso tátil nos passeios públicos. A justificativa do veto é que para isso não basta que os responsáveis observem as normas técnicas da ABNT, mas que sejam estabelecidas regras e critérios uniformes pelo Poder Público, sob pena de onerar-se inutilmente os munícipes. É o caso, por exemplo, da definição da cor e das rotas do piso tátil. O terceiro veto foi o projeto do vereador Camilo Cristófaro, que obrigava os condomínios residenciais a disponibilizarem cadeira de rodas para moradores enfermos e/ou com deficiência física. A justificativa é que a matéria é de alçada federal e que “pelas legislações existentes, deixou-se de impor aos edifícios privados essa obrigação”. CSB

Medida afetou 2400 estudantes Alunos autistas de 25 escolas conveniadas com o governo do estado não conseguiram retornar das férias no início de fevereiro. O motivo foi a adoção de novas regras no edital para a renovação dos contratos. A medida afetou 2400 estudantes do estado de São Paulo e o impasse persistia até o fechamento desta edição. Segundo a Secretaria Estadual de Educação (SEE), o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a Procuradoria-Geral recomendaram alterações nos

contratos para explicitar as necessidades das escolas oferecem alimentação, uniforme, material e transporte. Já os pais dos alunos informaram que as escolas não tiveram tempo para as adequações, uma vez que o edital em algumas regiões foi publicado poucos dias antes do início das aulas. Outra reclamação é quanto aos valores repassados pelo governo do estado. Por determinação da Justiça desde 2011, a secretaria é obrigada a firmar convênios para atender estudantes autistas. As escolas recebem R$1.300 por aluno de meio período e R$ 1.700 pelo período integral. A SEE afirmou que o problema seria resolvido em 15 dias. CSB Por André Kuchar


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CÓRREGO VERDE

SUMARÉ

Prefeitura retoma tratativas para Mato alto nas calçadas construir piscinão na Vila Madalena

Foto: Agência Dmais

Parque linear. Projeto de 2002 está barrado na justiça por questionar danos ambientais.

Projeto prevê desenterramento da nascente do Córrego Verde, com pequena queda d’água num beco na Rua Beatriz Galvão. Após os fortes temporais que atingiram a região de Pinheiros em janeiro, quando ruas ficaram alagadas, diversas árvores desabaram, algumas sobre veículos, além de carros arrastados pela força da correnteza das águas no Beco do Batman, a Prefeitura resolveu retomar as tratativas para a construção do piscinão na Rua Abegoária, na Vila Madalena, em sua parte elevada. De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços e Obras, em 2002 foi elaborado projeto para execução de obras de drenagem do Córrego Verde, cuja principal intervenção é a construção de um reservatório na rua Abegoária. “Desde 2010, foram movidas duas ações contra a execução da obra: uma pelo Ministério Público e outra pela Associação dos Amigos do Jardim das Bandeiras, que agora tramitam em conjunto”, informou em nota a assessoria de imprensa da pasta.

Ainda segundo a nota, o Secretário de Serviços e Obras, Marcos Penido, está em tratativas com o Ministério Público para que obras possam ser executadas para minimizar os recorrentes alagamentos na região. “Uma primeira reunião foi realizada com o promotor Geraldo Rangel de França Neto, da 3ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente. Os entendimentos ainda não foram concluídos”, afirmou. Em 2012, o Tribunal de Justiça (TJ) cassou a liminar que impedia a construção do piscinão. Essa obra já estava contratada desde 2009, ao custo de R$ 14 milhões, mas não podia começar por decisão judicial. Na época, para início da obra faltava a concessão da Licença Ambiental de Instalação (LAI), mas nova decisão na justiça barrou a construção, com questionamentos por danos ambientais decorrentes da obra.

PRAÇA DAS ÁGUAS – Em sua concepção, o projeto prevê um parque linear de 1,6 km, cuja primeira intervenção é o desenterramento da nascente do Córrego Verde, com uma pequena queda d’água perto da Estação Vila Madalena do metrô, num beco na Rua Beatriz Galvão. Perto do piscinão estão previstas intervenções próximas da Avenida Heitor Penteado. Além de aflorar a nascente, está prevista a construção da Praça das Águas, que ficará sobre o reservatório. O projeto contempla quadras de esporte, playground e mirante com vista para o bairro. Com 65,4 mil m²,o projeto do Parque Linear vai adotar tecnologia para aumentar a absorção de água na região, que sofre com as enchentes na temporada de chuvas. CSB Por André Kuchar

O canteiro central da Avenida Sumaré, zona oeste, com sua concorrida pista de caminhada, é alvo de elogios pela manutenção, que está sempre na ordem do dia, mas o mesmo não ocorre nos passeios públicos das laterais. Os problemas de zeladoria das calçadas geram reclamações dos moradores que utilizam a avenida para suas caminhadas aos domingos e feriados. Outras queixas são devido à fiscalização ineficiente da administração municipal. Próximo à Praça Caetano Fraccaroli, sob o viaduto que abriga a estação Sumaré do metrô, o local é utilizado como ponto de descarte de entulhos e detritos, obrigando pedestres a usar a pista da direita, exclusiva para o trânsito de ônibus. “É muito comum despejarem entulhos nessa parte da avenida, mas isso também ocorre em muitos outros locais da região, como a Pompéia”, comenta a assistente comercial Miriam Pinheiro. “A questão é que não existe um ecoponto no bairro e, quando reclamamos, a Regional Lapa demora para realizar a limpeza”. Na altura do nº 1745, bairro de Perdizes, o problema no passeio público é de outra natureza. Diante do enorme talude de terreno vazio, a calçada está tomada por mato. “Olha que existem nascentes de água que favorecem o crescimento do mato”, revela o arquiteto Ricardo Gaboni. “Poderiam aproveitar essas minas de água e drená-las para a boca de lobo. Não é um problema difícil de resolver”. Para ele, que também utiliza a pista central para caminhadas, o trecho em

piores condições é depois da estação do metrô Sumaré, sentido Pinheiros. “Lá demoram para roçar os matos nos taludes laterais”, conta. EXEMPLO NEGATIVO – Continuação da Avenida Sumaré, a Avenida Paulo VI, em Pinheiros, exibe um exemplo negativo do poder público municipal quanto à manutenção da calçada. Rente ao muro do Cemitério São Paulo, desde a esquina da Rua Cardeal Arco Verde, o mato alto e restos de entulho geram novas queixas. “Se fosse na calçada de um imóvel particular, por certo seria motivo de multa, mas como é do cemitério municipal não vem ao caso”, critica o comerciante Reginaldo L. Mendonça. RESPOSTA – Em nota, o Serviço Funerário informou que “a administração do cemitério realiza os serviços de zeladoria por etapas. Já foi solicitado à empresa contratada para manutenção das calçadas que realize os reparos necessários. A atual gestão entende que a melhoria na qualidade dos serviços prestados nos cemitérios será obtida com a concessão ao setor privado. E que aguarda do TCM a liberação para dar continuidade ao processo”. Contatada, a Prefeitura Regional Lapa não retornou sobre a Avenida Sumaré. CSB

Fotos: Agência Dmais

Foto: Agência Dmais

Além de mato, várias nascentes fazem escorrer água na calçada.

Calçada do cemitério com mato. Por André Kuchar


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PARQUE DA ACLIMAÇÃO

“COSTELA DE VACA”

Queixas de mato alto e insegurança

Avenida do Estado exibe deformações no asfalto

Foto: Agência Dmais

Falhas na manutenção. Reclamações são de demora no corte de mato e poucos vigilantes.

Foto: Agência Dmais

Avenida do Estado, bairro do Cambuci: motoristas enfrentam ondulações.

Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente informou que manutenção segue o cronograma de manejo. Uma das áreas verdes mais movimentadas da cidade, com frequência que chega quatro mil pessoas aos fins semana, o Parque da Aclimação, na região centro sul, é alvo de reclamações, que começam pelas falhas nos serviços de manutenção, como problemas de segurança. “Há meses esse parque estava com ar de abandono, com mato muito alto e bastante sujeira. Foi feito entre os frequentadores mutirão para limpeza”, conta o eletricista aposentado Eurípides Penha. Morador do bairro, ele frequenta diariamente o parque há 44 anos. “A prefeitura começou a cortar o mato ao redor do lago nesta semana [dia 5 de fevereiro] a partir da concha acústica, mas ainda não chegou deste lado da Rua Muniz de Souza”. Segundo o aposentado, falta dedicação e interesse da administração

do parque para melhorar a situação. “Quando notamos algum problema e levamos a reclamação aos administradores é perda de tempo, pois não dão a mínima atenção”, se queixa. “Tem bancos de madeira que precisam passar por consertos ou serem substituídos. Isso é de menos. O problema mais crítico aqui é falta de vigilantes, pois são insuficientes para a quantidade de pessoas que frequentam aqui”. Palavras que a dona de casa Patrícia Silva, também moradora da Aclimação, endossa. “Os vigilantes ficam apenas nas portarias e não fazem rondas dentro do parque”, comenta. “A GCM [Guarda Civil Metropolitana] aqui é visita rara”. Além desses problemas, o escrevente aposentado Mário Oliveira Reis aponta falta de organização e de bom senso de alguns frequenta-

dores. “Essa pista é de caminhada, mas alguns a utilizam para ciclismo e outros para treinos de corridas”, afirma. “Hoje [sábado de Carnaval] até que está esvaziado, mas num sábado ou domingo normal aqui é bastante lotado”. VERDE RETORNA – A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente informou que “as equipes de manutenção, assim como a administração do parque, seguem o cronograma de manejo elaborado pelos técnicos da Divisão de Gestão de Parques. A roçagem no Parque Aclimação vem sendo feita desde 1º de fevereiro. O parque possui hoje 14 vigilantes, número contemplado pelo contrato, sendo que nove atuam durante o dia e cinco no período noturno”. CSB Por André Kuchar

Não são apenas os buracos, campeões de reclamações na Prefeitura, os principais vilões dos motoristas na cidade de São Paulo. Na Avenida do Estado, bairro do Cambuci, região central, motoristas enfrentam problemas com as deformações no asfalto. Há tempos, um trecho de quase 100 metros, entre a Avenida Presidente Pinto Lima e a ponte da Avenida Tereza Cristina, sob o Rio Tamanduateí, está dominado pela chamada “costela de vaca”. As ondulações são mais visíveis entre a faixa central e a pista da direita, reservada como preferencial para a linha de ônibus que trafega pela avenida. As deformações colocam em risco principalmente os motociclistas e ciclistas. “Faz pouco tempo que um motoqueiro quis desviar e acabou sendo atingido por um carro. Pelas notícias, soube que ele se feriu gravemente e não resistiu”, relata o vendedor ambulante Jaílson T. dos Santos. “Estou trabalhando nesse local há seis anos e sempre foi assim. É necessário fazer

serviço bem feito. Não adianta só recapear, pois por aqui passam muitos caminhões pesados, dia e noite. Tem que fazer uma base mais firme”. O motorista de táxi Paulo A. Campos evita passar pela fixa do meio. “Quando estou me aproximando, já pego a faixa da esquerda, que está em melhores condições”, conta. “Há mais de dez anos conseguiram arrumar esse trecho, mas durou pouco e o problema voltou. Motociclistas têm que ficar atentos, pois essas ondulações podem sim até desestabilizar a moto”. RECAPE EM BREVE – A Secretaria Municipal das Prefeituras Regionais informou que “a Avenida do Estado está dentro do Programa Asfalto Novo e passará por recape em toda a extensão, 12.700 km. O último recape nessa via foi em 2012. A previsão é que os trabalhos sejam feitos entre 1º de março e 30 de junho”. CSB Por André Kuchar

DAQUI A SEIS MESES

Usina vai ser fechada em definitivo Após receber multa no valor de R$ 51 mil, a Prefeitura anunciou que vai fechar a Usina de Asfalto, na Barra Funda, em definitivo daqui a seis meses. Fechada no começo deste mês pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) por falta de licença de funcionamento, vencida em dezembro, a usina voltará a funcionar se a Prefeitura cumprir exigências. A Cetesb emitirá licença temporária até agosto após a Prefeitura adotar medidas emergenciais. “O horário de funcionamento será das 5h às 22h”, afirmou a Prefeitura em nota. Pelo acordo, deverá receber a matéria pri-

ma para a produção entre 10h e 16h. Ainda dentre as exigências, “os filtros deverão ser substituídos assim que forem sendo avariados e haverá limpeza constante do pátio e intensificada limpeza das galerias de águas pluviais”, segundo a Prefeitura. “É ultrapassado uma usina poluidora no centro da cidade, ao lado de creches, comércio, residências e fórum”, comentou o presidente da Associação de Moradores e Amigos da Barra Funda, Edvaldo Godoy. “Limpamos os móveis pela manhã, mas à tarde eles voltam a ser cobertos pelo pó. Imagina isso no pulmão?”. CSB


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ILÍCITO ADMINISTRATIVO

Flanelinhas poderão ser multados em casos de extorsão para guardar carros

Foto: Agência Dmais

Lei municipal. Se coagirem motoristas, guardadores de carros poderão ser multados em R$ 1500; lei também proíbe estabelecerem tabelas de preços

A Lei Federal nº 6242/75 reconhece a profissão de guardador de veículos.

Daqui a três meses entra em vigor lei municipal sancionada no começo deste mês pelo prefeito João Doria que pune os flanelinhas que tentarem coagir ou ameaçar motoristas para pagamento pelos serviços de vigilância nas ruas da cidade. O projeto de lei, de autoria do vereador Fernando Holiday, foi aprovado em dezembro na Câmara Municipal e referendado pelo executivo. Ela estabelece multa de R$ 1.500 aos guardadores de carros que tentarem coagir motoristas. Em caso de reincidência no período de cinco anos, o valor da multa será dobrado. De acordo com a Prefeitura, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) recebeu instruções para entrar em ação nos casos de flagrantes em ocorrências tipificadas no Código Penal e enquadradas

como extorsão e cuja pena varia de 4 a 10 anos de prisão. A lei também proíbe os flanelinhas de estabelecerem tabelas de preços para guardar os carros, deixando aos motoristas a opção de pagamento ou não da contribuição. A lei também prevê punição aos guardadores regularizados que coagirem e tentarem explorar os motoristas com eventuais cobranças Definida na lei como “ilícito administrativo”, flanelinhas costumam oferecer seus serviços próximos de estabelecimentos comerciais sem estacionamentos, feiras livres e em grandes eventos como shows musicais e partidas de futebol. “Alguns têm até a pachorra de usar colete só para dizer que são oficiais. Oficial coisa nenhuma. Isso é extorsão e intimidação de pessoas. Vamos ver

se eles vão continuar esse tipo de coação na cidade”, escreveu Doria em sua página pessoal no Facebook. A Lei Federal nº 6242, de 1975, reconhece a profissão de guardador de veículos no Brasil, mas o documento afirma que não se pode cobrar pelo serviço. A decisão de pagamento é do motorista. CREDENCIAL – O guardador de carros G.F.S. trabalha somente aos domingos numa via da região da Rua 25 de Março. “Tem flanelinhas que abusam do preço e fazem pressão para receber, mas estes são os que agem em shows e jogos de futebol”, disse. “Nunca fiz coação para pagamento. Fica a critério do motorista pagar. Não é obrigação”, acrescenta, mostrando a credencial obtida no Ministério do Trabalho e com firma reconhecida como guardador de veículos. CSB


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AGENTES DE SAÚDE

AGORA É LEI

Minhocão vai fechar aos sábados Nova lei contra a violência doméstica e também mais cedo em dias úteis O executivo municipal sancionou lei para que a prevenção da violência doméstica seja parte da estratégia de saúde da família. Para isso, os cerca de 1200 agentes comunitários de saúde da cidade do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) deverão ser capacitados para visitas domiciliares periódicas a fim de difundir informações sobre a Lei Maria da Penha e os direitos por ela assegurados. O projeto que deu origem à lei é de autoria coletiva das 11 vereadoras e foi aprovado na Câmara em dezembro.

Foto: Agência Dmais

Janeiro e julho não. Vetado o fechamento integral da via durante as férias escolares

Com o Parque Minhocão, a Prefeitura é responsável por atividades culturais e esportivas, além da segurança. O projeto de lei que tem como objetivo o fechamento gradual do Elevado João Goulart – conhecido como Minhocão –, prevê interdição de carros aos sábados o dia inteiro e antecipa das 21h30 para as 20h a interrupção do trânsito de veículos em dias úteis. Foi sancionado pelo prefeito João Doria. Agora, o elevado deverá abrir ao trânsito de veículos às 7h, meia hora mais tarde, nos dias úteis. O executivo, porém, vetou o fechamento integral da via durante as férias escolares nos meses de janeiro e julho. Na justificativa, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)

informou que estudo aponta para a necessidade de melhorias no tráfego. “A redução nas férias é de 30%, insuficiente para diminuir significativamente o congestionamento na cidade, pois as principais vias arteriais continuam operando próximas do limite”, diz o texto. Apesar de o Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade estabelecer que, em 20 anos, para o elevado deve ser apresentada uma nova estrutura (desmonte ou criação de parque), o prefeito também rejeitou a sua demolição. Com a lei aprovada, fica criado o Parque Minhocão, sendo a Prefeitura

Além da atuação preventiva, os agentes comunitários deverão promover o acolhimento humanizado e orientação, também serão responsáveis pelo encaminhamento aos serviços de atendimento especializado da rede de atendimento à mulher vítima de violência doméstica. No Mapa da Violência, o Brasil é o quinto país no mundo com maior número de casos de violência contra a mulher. O ranking é liderado por El Salvador. A agressão física é o caso mais comum, seguido de coerções psicológicas (ameaças em geral), morais (xingamentos e situações humilhantes), sexuais e patrimoniais. CSB

DIVIRTA-SE EM LIBRAS

Cruzadas Você já fez uma cruzadinha em Língua Brasileira de Sinais, a Libras? Trata-se da língua oficial dos surdos no Brasil. Abaixo você pode aprender o alfabeto em Libras. Traduza para português, preenchendo a cruzadinha.

responsável por promover atividades culturais e esportivas no elevado, além de garantir a segurança. Também no projeto de lei, do vereador Police Neto, aprovado pela Câmara em dezembro, estava prevista a gestão democrática do local com a participação de conselho gestor eleito para funções deliberativas, consultivas e fiscalizadoras. Dória, porém, vetou a criação do conselho alegando que o Parque Minhocão é “sui generis por não possuir recursos naturais como bosques, gramado, jardins, lagos e/ou presença de fauna”. CSB

CARNAVAL

Foto: Divulgação/PMSP

Blocos reúnem multidões nas ruas

Carnaval lotou Avenida 23 de Maio. O Carnaval de São Paulo deste ano já é considerado o maior da história da cidade. De acordo com a Prefeitura, nos quatro dias, de sábado (10) a terça-feira (13), 5,1 milhões de pessoas participaram da folia. Esse número leva em conta o público dos blocos de rua e dos desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi. As informações foram fornecidas pelos blocos. Os dados também fo-

ram registrados pela Secretaria de Prefeituras Regionais, Companhia de Engenharia do Tráfego (CET) e Guarda Civil Metropolitana (GCM). Na avaliação foram utilizados drones. A Avenida 23 de Maio, que ficou fechada de domingo a terça para o trânsito, recebeu o maior público do carnaval de rua, com 2,6 milhões de foliões participando dos sete desfiles em megablocos. O grande número de pessoas na Avenida 23 de Maio provocou queixas de moradores dos bairros próximos sobre ocorrências de foliões urinando na avenida ou consumindo drogas nas ruas. segundo a prefeitura, havia 580 banheiros públicos, mas a reclamação era de filas. De sábado até terça-feira, 13, a prefeitura havia aplicado 113 multas pelo descumprimento da Lei do Xixi nas

regiões da Sé, Vila Mariana e Pinheiros. No total, 488 pessoas foram multadas. Para quem foi flagrado, a multa é de R$ 500. Nos hospitais da região surgiram problemas. Em nota, o Hospital Beneficência Portuguesa disse que pacientes se queixaram do barulho e da dificuldade de chegar ao local. O Carnaval terminou com 94 blocos no fim de semana passado, com destaques para os desfiles das cantoras baianas Daniela Mercury, que arrastou multidão na Rua da Consolação no domingo (18), e Claudia Leitte, na véspera (sábado), que lotou a Avenida 23 de Maio. Para evitar problemas, ambulâncias foram escoltadas e o volume dos trios elétricos era reduzido perto dos hospitais. CSB

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Cidade

Edição 09 - 23 de fevereiro a 08 de março de 2018

Sem barreiras

REGIÃO CENTRAL

Artes & Espetáculos

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LASAR SEGALL

A Baleia Engolidora de Circos Obras condenadas está na Caixa da Praça da Sé pelos nazistas em SP Foto: Divulgação

Sem falas. Espetáculo infantil convida o público a mergulhar no universo do circo

Arte Moderna em Tempos de Guerra

Peça teatral mostra a saga de três palhaças vividas por Érika Freitas, Mariana Rabelo e Raquel Theo A Caixa Cultural da Praça de Sé apresenta, até 4 de março, o espetáculo infantil A Fantástica Baleia Engolidora de Circos, da Cia Frita. Totalmente sem falas, a história se desenvolve por meio de elementos de mímica, além de jogos de iluminação e sonoplastia. Com roteiro e direção de Álvaro Assad, a peça mostra a saga de três palhaças, vividas por Érika Freitas, Mariana Rabelo e Raquel Theo. Elas foram engolidas por uma baleia numa enchente. Aos poucos vão descobrindo onde foram parar e começam a aprender a conviver com esse novo cotidiano surreal.

Durante o processo criativo da peça, a trupe pesquisou o universo da pantomima e das piadas clássicas do circo. O elenco teve treinamento corporal especial para esse tipo de comédia, no qual os gestos são usados para provocar a comicidade e narrar a história. Fundada em 2009 e hoje composta por Érika Freitas, Mariana Rabelo e Raquel Theo, a companhia já participou de festivais e encontros internacionais de palhaços no Brasil e vários países da América Latina. De 2009 a 2011, circulou com seu espetáculo de rua “Lugares Para Botar o Nariz”. Em 2011 recebeu o Prêmio Funarte Carequinha de Estímulo ao Circo para a

montagem da peça “A Fantástica Baleia Engolidora de Circos”. OFICINA – A Cia Frita também vai ministrar oficina gratuita para crianças na própria Caixa Cultural, no dia 3 de março, das 10h às 12h. Há 20 vagas para crianças de 10 a 14 anos. Inscrições gratuitas pelo telefone 3321-4400. CSB Caixa Cultural São Paulo: Praça da Sé, nº 111, Centro. Até 4 de março (de quinta a domingo), às 15h. Informações: 3321-4400. Classificação indicativa: acima de 6 anos. Entrada franca com ingressos distribuídos a partir das 9h do dia da apresentação. Acesso para pessoas com deficiência.

Até abril o Museu Lasar Segall, na Vila Mariana, zona sul, está recebendo a exposição Arte Degenerada: Perseguição à Arte Moderna em Tempos de Guerra, com obras do artista que dá nome ao museu. Esse trabalho é o resgate de outra exposição, que completa 81 anos. Em julho de 1937, o governo alemão inaugurou em Munique a mostra Arte Degenerada, que selecionou 650 obras de arte moderna confiscadas de museus públicos espalhados pelo País. Escolhidas por comissão coordenada pelo presidente da Câmara de Artes Plásticas, Adolf Ziegler, sob orientação direta de Hitler, as peças serviam

Efervescência cultural no Museu da Diversidade

Obra do artista japonês On Kawara Um dos grandes representantes da arte conceitual, o artista japonês On Kawara ficou conhecido pela série Today. Ao longo de 48 anos o seu trabalho era, antes de tudo, um ritual. Para cada dia que passava, ele produzia uma pintura, em cujo centro escrevia a data da obra. Depois, as telas

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP): Avenida Pedro Álvares Cabral, 1.301, Ibirapuera. Telefone 26480254. Terça-feira, das 10h às 21h; de quarta-feira a domingo, das 10h às 18h. Entrada franca.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Mostra da passagem do tempo dias utilizados para a realização do trabalho. Com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, a mostra reúne 40 obras de artistas consagrados, de diferentes gerações e nacionalidades, como, Artur Barrio, Franco Vaccari, John Cage, Leonilson e Mauro Restiffe. CSB

Museu Lasar Segall: Rua Berta, nº 111, Vila Mariana. Telefone: 21590400. De quarta a segunda-feira, das 11h às 19h. Entrada franca.

FOTOGRAFIA

FORÇA ESMAGADORA

eram guardadas em uma caixa forrada com jornal. O artista, que costumava viajar muito, produziu até a sua morte, em 2014. Ao eternizar dias anônimos, Today é, sobretudo, uma reflexão sobre a força esmagadora do tempo. A obra de On Kawara compõe a exposição Matriz do Tempo Real, coletiva, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP). A exposição O passar do tempo, que vai até 18 de março, constitui o elemento central das obras, seja como reflexão filosófica ou no sentido processual dos

como exemplo das manifestações artísticas condenadas pelo regime. Entre os 112 artistas com trabalhos expostos estavam Marc Chagall, Wassily Kandinsky, Paul Klee, Piet Mondrian, Max Ernst, Otto Dix e Lasar Segall. Apesar das exibições difamatórias da arte moderna acontecerem desde a chegada dos nazistas ao poder, em 1933, a mostra de Munique foi a primeira chancelada pelo governo central. Lasar Segall (1889-1957) nasceu na comunidade judaica de Vilna, Lituânia, na época dominada pela Rússia czarista. Foi pintor, escultor, desenhista e gravurista. Mudou-se da Alemanha para o Brasil. Entre 1937 e 1938, já residindo no Brasil, Segall teve 49 obras confiscadas de museus públicos alemães. Dessas, 11 participaram da exposição Arte Degenerada. CSB

Raquel Virgínia/Assucena Assucena A mostra Tarja Preta reúne no Museu da Diversidade, região central, trabalhos da fotógrafa Vania Toledo. Trata-se de um resumo da carreira de Vania, com fotos clicadas nos anos 1970, 1980

e 1990, até registros produzidos especialmente para a exposição, focados em ícones da cultura e da diversidade. A exposição apresenta um registro da efervescência cultural, como a noite LGBT, o teatro, a música e as artes em geral. Os trabalhos mostram como os questionamentos comportamentais – de sexo e expressão de gênero – têm forte presença na cultura e como essa chama se mantém viva. Entre os trabalhos selecionados para a exposição, estão retratos de grandes ícones da cultura, como os da escritora Cassandra Rios, do cantor Ney Matogrosso e do estilista Clodovil. CSB Museu da Diversidade Sexual: Rua do Arouche, 24 (piso mezanino da Estação República do Metrô). Telefone 3882-8080. De terça-feira a domingo, das 10h às 18h. Entrada franca.


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