Cidade
Sem barreiras | www.jornalcidadesembarreiras.com.br |
Foto: Jeneffer Glass
Foto: Arquivo Teatro Oficina
Resolução do governo federal para aplicar multas a pedestres e ciclistas que cometam irregularidades no trânsito deve entrar em vigor daqui a seis meses, mas já provoca contestações. Como multar alguém que caminha pela rua se a calçada (foto) não oferece condições de uso? Pág 6
Marco do teatro brasileiro O Rei da Vela volta ao Sesc Pinheiros 50 anos depois. Pág 7 São Paulo Centro-Oeste (Perdizes, Pompeia, Lapa, Pinheiros, Vila Leopoldina, Alto de Pinheiros, Higienópolis e Jardim Paulista)
Edição 03 10 a 23 de novembro de 2017
Foto: Stess Panissi
Foto: Agência D+
Pedestres e ciclistas poderão ser multados
(11) 94538-2027
Tragédia ambiental em Minas Gerais Museu da Imagem e do Som lembra o Desastre de Mariana. Pág 7
Foto: Agência D+
Idoso deve agendar atendimento pela internet O sistema para a emissão do Cartão de Estacionamento para Idosos sofreu mudança. Agora, os interessados devem realizar agendamento pela internet para atendimento presencial. Pág 2
Sete anos de promessas para reabrir o Hospital Sorocabana Fechado desde 2010 por problemas financeiros, o prédio do Hospital Sorocabana, na Lapa, zona oeste, foi repassado pelo Governo do Estado à Prefeitura. No térreo hoje funciona uma AMA (Assistência Médica Ambulatorial) e uma Rede Hora Certa, mas os cinco andares do hospital estão abandonados (foto). Nesses sete anos, a reabertura do hospital é repleta de promessas. Em 2015, Prefeitura, Governo Estadual e Governo Federal se reuniram, mas a reativação do hospital ficou apenas na tentativa. Pág 4
02
Acessibilidade
Cidade
Edição 03 - 10 a 23 de novembro 2017
Sem barreiras
EIS A QUESTÃO...
*Rúbem Soares
Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil Educação inclusiva é a palavra de ordem das últimas décadas no mundo. Nesse sentido, o tema da redação escolhido pelo Enem/2017 foi bem oportuno ao abordar os “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, assunto ao qual me dedico no doutorado e me debruço há quase quinze anos. Inclusive, retornei esta semana de um congresso internacional em Portugal, onde apresentei dois trabalhos versando sobre. Assim como no caso dos alunos com outras necessidades educativas especiais, o atendimento aos surdos vem caminhando lentamente, passando das escolas especiais (exclusivas) para as comuns (inclusivas), popularmente conhecidas como escola regular. Tanto a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) quanto o próprio Plano Nacional de Educação reverberam os direitos conquistados pelos surdos na lei de 2002 e decreto de 2005. Mas a realidade ainda é muito aquém do ideal de uma educação de qualidade para os alunos surdos, bem como para os demais, com e sem deficiência. Embora louvável a preocupação do Inep em abordar tema de tamanha relevância social no Enem, receio de que tal escolha possa ter trazido grande dificuldade aos candidatos na articulação das ideias em suas redações. Isso porque tal assunto não tem a atenção da grande mídia e nem mesmo faz parte de discussão ampla na maioria dos ambientes escolares – seja no ensino básico, seja no universitário. Em minha dissertação de mestrado, Educação bilíngue de surdos: desafios para a formação de professores, discuti quatro desafios para a formação educacional de surdos. Acesse o texto resumido em: http:// revistadmais.com.br/desafios-para-a-formacao-educacional-de-surdos-no-brasil/ Sem conhecimento mínimo do assunto, baseando-se apenas nos textos motivadores apresentados no Enem, quantos candidatos terão condições de desenvolver uma boa redação? Eis a questão... * Psicólogo, mestre e doutorando em Educação Especial pela Faculdade de Educação da USP
ESTACIONAMENTO
Cartão de Idoso só com agendamento eletrônico Pela internet. É preciso acessar o formulário de solicitação de cartão do idoso para atendimento presencial
Os cartões de estacionamento para idosos a vencer até dezembro deste ano terão renovação automática até 2018
O Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV) alterou o atendimento para a emissão do Cartão de Estacionamento para Idosos. Agora, os interessados devem realizar agendamento eletrônico. “Até junho deste ano, o DSV recebia em média diária 300 pessoas. Desde 1º de setembro, a média diária passou a 1,3 mil”, explica o diretor do DSV, Edson Caram. “Devido ao agendamento eletrônico, vamos atender com maior conforto”. Todos os cartões de estacionamento para idosos vencidos e a vencer entre janeiro de 2015 e de-
zembro de 2017 terão renovação automática até 2018. Já o procedimento para solicitação do Cartão de Estacionamento para Pessoa com Deficiência (Cartão DeFis) não mudou e não há necessidade de agendamento. Para agendar, o interessado deve se cadastrar no Sistema Unificado de Autorizações Especiais (SUAE), no portal da Secretaria de Mobilidade e Transportes (SMT) no seguinte link: http://www3.prefeitura.sp.gov. br/ST1656_Internet/PaginasPublicas/ Home.aspx. Após o cadastro, selecionar a op-
ção “Idoso”. Depois clicar no item “Requerimento de Estacionamento de Idoso” e informar se o requerente tem alguma incapacidade para assinar o formulário. O formulário de solicitação do cartão é gerado de forma automática. Em seguida, deve-se selecionar a opção “Agendar”, na parte inferior direita do formulário online. Após escolher data e horário do atendimento presencial, é necessário imprimir o formulário, assiná-lo e apresentá-lo preenchido. Deve-se levar ainda cópias simples de RG, CPF e comprovante de residência. CSB
FALE COM A REDAÇÃO | redacao@jornalcidadesembarreiras.com.br | (11) 5581-3182
EXPEDIENTE
O jornal Cidade Sem Barreiras traz ao leitor informações de utilidade pública, lazer e entretenimento, promovendo a cidadania. Com uma atenção especial sobre as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, procura estimular políticas de inclusão e acessibilidade ao Poder Público e ações das empresas e da sociedade em geral. A publicação também traz para a sociedade uma nova visão sobre as pessoas com deficiência, colaborando com a quebra de antigos paradigmas e criando uma nova imagem para esse grupo na sociedade. Com distribuição gratuita, o jornal Cidade Sem Barreiras tem periodicidade quinzenal e circula na cidade de São Paulo. A circulação da edição Centro-Oeste se dá nos seguintes bairros: Perdizes, Pompeia, Lapa, Pinheiros, Vila Leopoldina, Alto de Pinheiros, Higienópolis e Jardim Paulista, atingindo um público de mais de 360 mil pessoas. A distribuição é feita nas principais ruas da região e também nos órgãos públicos, nas escolas, universidades, associações, clínicas e nos consultórios médicos, parques, terminais de ônibus e em estações de trem e metrô.
Diretor Executivo: Rúbem Soares Editor: André Kuchar (MTB 15.513) Editor de Arte: Rodolfo L. Pereira Revisora: Eliza Padilha Diretor de Publicidade: Denílson Nalin Diretor Comercial e de Circulação: Luciano César Guastaferro Editado e distribuído por MAIS Editora (CNPJ 03.354.003/0001-11) em parceria com ADESO - Associação para o Desenvolvimento Educacional, Cultural, Social e de Apoio à Inclusão, Acessibilidade e Diferença
ANUNCIE CONOSCO: 11 5581-1739
Postos na zona centro oeste • Sede do DSV: Rua Sumidouro, nº 740, Pinheiros. • Prefeitura Regional de Pinheiros: Avenida Nações Unidas, nº 7123, Pinheiros. • Departamento de Transportes Públicos (DTP): Rua Joaquim Carlos, nº 655, Pari.
Rua da Contagem, 201 - Saúde CEP: 04146-100, São Paulo Telefone: (11) 5581-3182 Impressão: Folha Gráfica O jornal Cidade Sem Barreiras não se responsabiliza por opiniões e conceitos emitidos em artigos assinados ou por quaisquer conteúdos publicitários e comerciais, sendo estes de inteira responsabilidade dos anunciantes.
Cidade
Sem barreiras
Edição 03 - 10 a 23 de novembro 2017
Cidade
Sem barreiras
03
04
Nosso Bairro
Cidade
Edição 03 - 10 a 23 de novembro 2017
Sem barreiras
BOCA NO TROMBONE
População lamenta abandono do Hospital Sorocabana
Foto: Agência D+
Fechado em 2010. Governo do Estado passou a posse do prédio para a Prefeitura, mas não há notícias de projeto de reforma para sua reabertura.
Cartazes no muro questionam a Prefeitura pelo abandono do prédio
Rua Faustolo, centro da Lapa, zona oeste. Cartazes de lambe-lambe colados no muro chamam atenção dos pedestres: “Por que um hospital municipal que fazia 20 mil atendimentos por mês, com 156 leitos, está abandonado pela Prefeitura?” Mais abaixo o desejo geral: “Hospital Sorocabana público e aberto”. Administrado desde 1956 pela Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana, o hospital fechou as suas portas há sete anos por problemas financeiros. Após recuperar a posse do imóvel na justiça, o governo do Estado concedeu em 2012 permissão para a Prefeitura instalar unidade de AMA (Assistência Médica Ambulatorial). A posse definitiva da área foi selada somente em setembro do ano passado. No local também funciona o Rede Hora Certa, mas os cinco andares do hospital estão abandonados. Nesses sete anos, a reabertura do hospital é repleta de promessas e da falta de entendimentos entre os poderes públicos. Há dois anos, Prefeitura, governo estadual e governo federal se reuniram, mas a reativação do hospital ficou apenas na tentativa. Enquanto os governos não se entendem, a população lamenta as portas fechadas e recorda com saudades
dos tempos em que o Sorocabana prestava atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). É o caso do jornaleiro Severino Paulino de Oliveira, com banca há 25 anos na calçada do hospital. “Ninguém gosta de hospital, mas o utilizei uma vez e fui bem atendido”, relata. “Com essa crise, dez milhões de brasileiros da classe média que tinham convênios foram para o SUS. Quantas vidas foram embora com esse hospital fechado?” Ele pensa que não há interesse dos governantes para reativar o hospital. “É preciso mais união do povo para pressionar e conseguir a sua reabertura”, comenta. “Mesmo porque, ele não atendia só classe baixa, um rico que batia sua Mercedes na Marginal do Tietê era socorrido aqui”. O hospital também não atendia somente pacientes da zona oeste. Há 11 anos, o jornaleiro Theodorico Cândido Figueiredo, morador da Vila Prudente, teve grave problema de saúde no fígado. “Pela urgência, dei entrada no PS do Hospital das Clínicas. Depois fui transferido para o Sorocabana, onde fiquei internado 15 dias”, conta. “O atendimento foi de primeira. Não tenho do que me queixar! Nunca esqueço: fui curado pelo Dr. Alberto”. CSB
Secretaria Municipal não se manifesta Após o governo estadual recuperar a posse da área na justiça há cinco anos, ficou acertada a muncipalização do hospital com a Prefeitura assumindo a sua gestão. No entanto, até hoje, em três administrações municipais, não há notícias de projeto de reforma. A Assessoria de Imprensa da Secretaria do Estado da Saúde afirmou para a reportagem que o governo estadual não tem participação no projeto de reabertura e que essa atribuição é exclusiva da Prefeitura. Já a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde não respondeu às mensagens do jornal. O caso Sorocabana também repercutiu na Câmara Municipal. Em 2012, foi protocolado pelo vereador Carlos Neder pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostos desvios de dinheiro público pela entidade que administrava o hospital. Na época, a CPI foi rejeitada pelos vereadores sob o argumento curioso de que atrasaria a implantação da AMA e a reabertura do hospital. Por André Kuchar
SOBE & DESCE
Os dois lados da praça O contraste domina a Praça Ana Maria Popovic, situada perto da Estação Metrô Sumaré. Na ponta de cima da área, próxima da Avenida Sumaré, a Academia de Ginástica ao Ar Livre conta com aparelhos para exercícios físicos novos e em ótimo estado de conservação. Não é para menos: foram instalados há dois meses.
DESCE No restante, a praça está malcuidada. O alambrado está enferrujado. Em algumas partes há restos de entulho. Na arquibancada da quadra de esporte o mato se sobressai pelas fissuras. O piso da quadra está castigado, necessitando urgente de nova pintura. As traves ainda atraem adolescentes para jogos de futsal,
mas partidas de basquete não têm como, pois as tabelas sumiram. E até na calçada há necessidade de podas dos arbustos. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura Regional da Lapa informou que “tem plano de revitalizar a praça neste ano e está aguardando liberação de verba para dar andamento ao projeto”. CSB
Foto: Agência D+
SOBE
Situação da quadra de esportes necessita de reparos ou reforma
Edição 03 - 10 a 23 de novembro 2017
Cidade
Sem barreiras
05
06
Cidade
Cidade
Edição 03 - 10 a 23 de novembro 2017
Sem barreiras
HIGIENÓPOLIS
POLÊMICA À VISTA
Multas a pedestres e ciclistas Parque Buenos Aires fora das privatizações já provocam contestações O Parque Buenos Aires, situado
350 mil. A Prefeitura não informou
de privatizações, cujos projetos de lei foram aprovados na Câmara Municipal. A Prefeitura excluiu o Parque Buenos Aires do plano de concessões de equipamentos e serviços públicos à iniciativa privada porque conseguiu fechar acordo com uma empresa de engenharia que vai assumir a gestão da área a partir de janeiro de 2018. Antes de administrar o local, a empresa se comprometeu a realizar a reforma do parque ao custo de R$
nópolis, passará por reforma bancada por empresa. Esses dois projetos de reforma, porém, devem ser aprovados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade (Conpresp) por serem área tombadas. São Paulo possui 107 parques e o mais cobiçado pela iniciativa privada é o do Ibirapuera. Segundo a Prefeitura, a empresa que assumir o Ibirapuera terá que administrar mais seis parques. CSB
Penalizados. Pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) de 1998, pedestres e ciclistas na Avenida Angélica, em Higienópo- se há contrapartidas. também poderão ser autuados por irregularidades. lis, zona oeste, ficou fora do pacote A Praça Vilaboim, também em Higie-
DIVIRTA-SE EM LIBRAS
Foto: Agência D+
Caça-números
Pedestres que fazem as travessias fora das faixas de sinalização serão multados em R$ 44,19; ciclistas também serão multados
Antes mesmo de passar a valer daqui a seis meses, a resolução do governo federal para aplicar multas a pedestres e ciclistas que cometam irregularidades no trânsito já levanta dúvidas e provoca até contestações. Segundo o CTB de 1998, pedestres que realizarem travessias fora das faixas ou caminharem pelas ruas poderão ser autuados e terão de desembolsar R$ 44,19. Ciclistas que circularem por locais não permitidos ou de forma agressiva são passíveis de multa no valor de R$130,16. Pessoas que ocuparem vias públicas para festas ou esportes e “que prejudiquem o trânsito” também podem ser penalizadas. Um dos pontos polêmicos da resolução é que muitas calçadas não
oferecem condições de uso. A Rua Vanderlei, em Perdizes, zona oeste, se enquadra nessa situação. O passeio público está tomado por degraus, muitos dos quais acima do limite permitido. “Há um ano sofri queda e machuquei a perna. Sou obrigada a andar pela rua, pois os degraus são altos”, conta a aposentada Maria Aparecida Nadai. “Aqui cabe multa aos donos das calçadas”. Para o entregador de revistas Gabriel Alves, se a resolução for para valer, seu trabalho será prejudicado. “Não tenho como deixar a bicicleta com as revistas estacionadas na guia”, comenta. “Primeiro, não tem espaço para isso e depois alguém pode le-
vá-las enquanto estou entregando no imóvel”. De acordo com a resolução, os infratores devem apresentar documento de identificação aos agentes de trânsito na hora da multa. Em São Paulo, a responsabilidade deverá ser dos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Esse é outro ponto que causa controvérsia. “Pela lei, o ‘marronzinho’ não pode me obrigar a mostrar documento”, argumenta o vendedor autônomo Raimundo Francisco Gomes. “Com essa medida vai aumentar a violência no trânsito, pois ela mexerá no bolso do povo”. CSB
Você já fez um caça-números em Língua Brasileira de Sinais, a Libras? Trata-se da língua usada pelos surdos no Brasil. AprendaCAÇA-NÚMEROS os números e, no jogo, encontre os sinais correspondentes Você já fez um caça-números em Língua Brasileira de Sinais, a Libras? aos números em português. Trata-se da língua usada pelos surdos no Brasil. Aprenda os números e, no jogo, encontre os sinais correspondentes aos números em português.
1
0
6
7
2
8
3
9
4
5
11
10
Por André Kuchar
19 28
30 30 40 40 50
220 220 321 321 342
578578 671 777671
28
50
342
777
14 14 19
Os resultados você confere acessando www.jornalcidadesembarreiras.com.br/ed3_divirta-seemlibras
Os resultados você confere acessando www.jornalcidadesembarreiras.com.br/ed3_divirta-seemlibras.
Cidade
Edição 03 - 10 a 23 de novembro 2017
Sem barreiras
07
O Rei da Vela volta à cena mais atual do que nunca
Foto: Jeneffer Glass
Sátira política. Remontagem procura ser fiel às origens com os cenários e o palco giratório de 1967.
Personagens com dívidas impagáveis e alusão à politica atual
Considerada marco da história da dramaturgia brasileira e do movimento tropicalista da década de 60, a peça O Rei da Vela é recebida pelo Sesc Pinheiros, na zona oeste, até 19 de novembro. As apresentações acontecem somente aos sábados e domingos. Há exatos 50 anos, a peça escrita por Oswald de Andrade estreava em São Paulo, no Teatro Oficina, sob a direção de José Celso Martinez. E não tardou para se tornar espetáculo provocativo em plena ditadura militar. Agora, o mesmo diretor volta à cena para dirigir e interpretar Dona Polaca, a virgem de 80 anos, na ficção, zeladora intransigente da moral e dos bons costumes. Ao seu lado, com 80 anos, Renato Borghi assume de novo o papel de protagonista ao interpretar o agiota Abelardo 1º. A remontagem procura ser fiel às origens com os cenários e o palco giratório, recriados pelo cenógrafo Hélio Eichbauer. O elenco ainda conta com atores do Teatro Oficina, como Marcelo Drummond, Sylvia Prado, Camila Mota e Tony Reis, entre outros.
IMPÁGAVEIS – Oswald de Andrade escreveu “O Rei da Vela” em 1933, inspirado pela crise econômica mundial de 1929. A fábula trata de um industrial de velas, arruinado por empréstimos astronômicos concedidos pelo imperialismo norte americano. Em tom de sátira, o banqueiro Abelardo 1º e o seu sócio, o socialista Abelardo 2º, mantêm enjaulados personagens com dívidas impagáveis. Na montagem atual há referências explícitas ao atual momento político como o personagem Aécio Never (Aécio Neves). Já Mr. Jones, fanático pelo capitalismo, é uma alusão ao presidente dos EUA, Donald Trump. CSB Sesc Pinheiros (Teatro Paulo Autran): Rua Paes Leme, nº 195, telefone 3095-9400. Sábados 11 e 18 de novembro (19h) e domingos 12 e 19 de novembro (18h). Ingressos: R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada) e R$ 15 (credencial Sesc). Duração: 3h30min (com dois intervalos). Classificação indicativa: 16 anos.
Foto: Stess Panissi
TRAGÉDIA AMBIENTAL
PROVOCATIVO
Fotos com tom marrom
Desastre de Mariana é tema de Silêncio Com a exposição Silêncio, de Stess Panissi, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) relembra o maior desastre ambiental da história brasileira, ocorrido há dois anos na cidade de Mariana (MG). As imagens dos vestígios da catástrofe e as lembranças de toda a comunidade podem ser vistas até 17 de dezembro. As fotografias dominadas pelo tom de marrom da lama mostram as consequências do rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco. O trabalho procura dar visibilidade à parte oculta da catástrofe, mostrando Paracatu de Baixo, subdistrito de Mariana, pouco divulgado na mídia. São imagens que carregam a história de famílias e ruínas de um lugar que agora somente abriga o silêncio. CSB MIS: Avenida Europa, 158, Jardim Europa. Telefone 2117-4777. De terça-feira a sábado, das 10h às 21h; domingo, das 9h às 19h. Entrada franca.
NA FAIXA
AMOR E TERROR
Foto: Elenize Dezgeniski
Peça se inspira em cartas de amor de Carmen Miranda
Peça foi destaque em Curitiba
Artes & Espetáculos
Ao chegar ao teatro, o público precisa tomar uma decisão: de que lado ver a peça. É assim que tem início LOVLOVLOV, montagem inspirada em cartas de amor de Carmen Miranda. Ela teve estreia nesta semana na Caixa Cultural São Paulo e suas apresentações vão até 19 de novembro, com entrada franca.
Ao entrar na sala, o espectador vê uma cabine/vitrine, batizada de Museu de Cera dos Carnes, espaço bipartido onde os atores Diego Marchioro e Fernando de Proença vivem Carne 1 e Carne 2. A peça não é sobre a brasileira que conquistou os EUA, mas trata de amor e terror. Os atores falam o mesmo texto, cada um à sua maneira, enquanto Edith de Camargo executa a trilha sonora ao vivo – com algumas canções compostas por Ná Ozzetti e guitarras de Kiko Dinucci. A peça estreou em Curitiba em 2016 e foi apontada como um
dos três destaques curitibanos do Festival. No livro Carmen – Uma biografia, de Ruy Castro, os atores Fernando e Diego leram as cartas da artista para um aviador brasileiro que conheceu em uma festa na sua casa em Hollywood (EUA). CSB Espetáculo LOVLOVLOV: Caixa Cultural (Praça da Sé, 111, Centro). Até 19 de novembro (de quinta a domingo), às 19h15. Informações: 3321-4400. Recomendado para maiores de 18 anos. Entrada franca (ingressos distribuídos a partir das 9h nos dias das apresentações). Acesso para pessoas com deficiência.
Clássicos da tela no Pacaembu
A Casa Guilherme de Almeida, no Pacaembu, zona oeste, continua com as exibições gratuitas aos sábados, de clássicos do cinema restaurados. No dia 11 de novembro, às 14h, será exibido “Cativas: Presas pelo Coração”, filme de Joana Nin sobre a vida das mulheres que têm parentes no sistema prisional. E no dia 25 de novembro, às 14h20, será a vez de “O Perfume da Senhora de Negro”, de Francesco Barilli. A Sala Cinematographos tem a participação de Donny Correia, poeta e cineasta, e mestre e doutorando em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo (USP) e Fernando Brito, crítico de cinema, curador da Versátil Home
Video, responsável pelos trabalhos de restauração. CSB Casa Guilherme de Almeida: Rua Cardoso de Almeida, 1.943, Pacaembu. Telefones 3673-1883 e 3672-1391.
08
Cidade
Sem barreiras
Edição 03 - 10 a 23 de novembro 2017