Express達o News - Agosto/2014 - 03
Express達o News - Agosto/2014 - 04
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A questão federativa Governadores alegam que são penalizados pelas regras da renegociação das dívidas estaduais
O
fato de o ano de 2014 ser de eleições presidenciais motiva os potenciais candidatos a abrirem o baú das promessas. Nesse contexto, aqui e acolá, entre as palavras de ordem que começam a serem esboçadas, aparece com frequência a expressão “revisão do pacto federativo”. É preciso ter o máximo de cuidado com esse ponto. O assunto, a rigor, é antigo. Na verdade, já formava parte, sem retroagir excessivamente no tempo, da pauta que os governadores tinham levado a Fernando Henrique Cardoso no começo do seu segundo mandato, em 1999 e na época envolvia, entre as principais reivindicações, a revisão do Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), a recomposição dos recursos da Lei Kandir e a harmonização entre os interesses do governo federal e os governos subnacionais na reforma tributária discutida na época. Isso acabou sendo superado com o tempo: o FEF original, na prática, na parcela que representava uma perda imposta aos Estados, acabou; o tema da Lei Kandir é completamente extemporâneo, pelo fato de os recursos terem sido concebidos como uma transição entre diferentes regimes tributários, transição essa que deveria ter acabado há muito tempo, considerando que estamos falando de coisas aprovadas há mais de 15 anos; e aquela reforma tributária da época nunca vingou. Nos últimos anos, os governadores e prefeitos têm se queixado de novos problemas. A questão é que ou os problemas não são tais ou a solução deles implica, em contrapartida, uma piora da situação da União, o que significa “vestir um santo e despir outro”. Vejamos em que consistiria essa agenda dita “federativa”. Em primeiro lugar, queixam-se os governadores, o governo federal estaria fazendo “caridade com o chapéu alheio”, concedendo desonerações com recursos do IPI, dos quais, grosso modo, metade deve ser compartilhada com estados e municípios. Só que aqui é preciso ter uma visão mais abrangente e não restrita unicamente nem ao IPI nem a um ano em particular. Quando se soma o Imposto de Renda — também compartilhado com estados e municípios — e o IPI e se leva em conta uma série longa, constata-se que tal soma, em média, Expressão News - Agosto/2014 - 06
foi de 6,1% do PIB durante 1996/2000; 6,8% do PIB em 2001/2005; 7,1% do PIB em 2006/2010 e os mesmos 7,1% do PIB na média de 2011/2013. Não houve, portanto, perda de base de incidência dos impostos compartilhados. Em segundo lugar, os governadores alegam que eles são penalizados pelas regras da renegociação das dívidas estaduais, cujas taxas de juros reais seriam maiores que as que vigoram no mercado. Aqui, durante um curto período, eles tiveram um ponto que de fato se apoiou na realidade, mas, primeiro, a taxa de juros real que o governo paga hoje pelos seus títulos de longo prazo é da ordem de 7 %, maior que os juros reais de 6% que ele recebe dos estados; e, segundo, qualquer concessão feita nesse campo redunda em redução do superavit primário de estados e municípios e, portanto, maior dívida pública. Não há solução indolor para esse tema, especificamente. Em terceiro lugar, os governadores reclamam, com razão, de propostas aprovadas no Congresso que oneram o gasto dos estados, notadamente nas áreas de saúde e educação. Porém, os parlamentares que aprovaram tais medidas não o fizeram no Parlamento de Marte — e todos sabem da influência que um governador pode ter sobre a bancada do seu Estado quando ele arregaça as mangas para fazer lobby a favor ou contra algum projeto. É legítimo que os governadores reclamem por ter que pagar contas que lhes são “espetadas” pelo Congresso, mas não dá para fazer cara de paisagem quando projetos generosos são votados e depois reclamar quando seus efeitos começam a se cristalizar. Há, é verdade, uma vasta agenda de pendências que tratam de questões que dizem respeito à Federação como um todo. Entre elas, destacam-se as regras do ICMS; a distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE); e os royalties. Esses temas, porém, tratam da questão da distribuição de recursos entre diferentes unidades da Federação. A União, aqui, pode e deve desempenhar um papel de coordenação, mas não de doadora de recursos. A “questão federativa”, portanto, é um ponto bastante opaco da agenda de propostas, que faria bem ao país que fosse mais bem esclarecido.
Edição n° 11 - Agosto/2014 - Capa: Gil Borges
Express達o News - Julho/2014 - 07
Mercado financeiro reavalia chances de reeleição de Dilma "Serra ou o caos", profetizava o megainvestidor George Soros caso Lula vencesse o tucano José Serra na eleição presidencial de 2002.
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oze anos depois, o mercado vê Dilma Rousseff (PT) com cada vez menos chances. Já há quem aposte na vitória da oposição, tendo Aécio Neves (PSDB) como favorito. Várias consultorias atualizaram palpites sobre o resultado da eleição com base nas recentes pesquisas Datafolha e Ibope. Usando modelos mais ou menos sofisticados que levam em conta intenções de voto, rejeição, resultados e tendências de pleitos passados, elas chegam a cravar percentuais. A brasileira MCM apostou pela primeira vez que a oposição tem chance de 60% a 40% de derrotar Dilma (antes dava lances iguais). E a japonesa Nomura ampliou de 60% (junho) para 70% agora as chances de Aécio. Outras consultorias ainda vêem Dilma com maior probabilidade de vitória. Mas ela seria cada vez menor. Caso da brasileira Tendências, que reduziu de 60% em maio para 55% agora as chances da petista. E do norte-americano Eurasia Group, que via 70% de probabilidade em abril ante 60% hoje. O mercado está sensível a prognósticos eleitorais. No mês passado, o Ibovespa foi ao maior nível em 16 meses depois de o Datafolha apontar empate técnico, em um eventual segundo turno, entre Dilma e Aécio. A Nomura aumentou para 70% as chances de vitória de Aécio apostando, principalmente, em um crescimento do candidato no Sul do país. Em 2006 e 2010, o PSDB venceu na região. Pelo Datafolha da semana passada, Expressão News - Agosto/2014 - 08
Dilma lidera ali, com 36%; ante 18% de Aécio e 6% de Eduardo Campos (PSB). "Até esse ponto, isso é uma anomalia, pois vai contra o que já aconteceu no Sudeste, que é similar ao Sul em termos políticos e sociais", afirma Tony Volpon, diretor da Nomura em Nova York. No Sudeste, segundo o Datafolha, Dilma também lidera, com 28%. Mas a soma de Aécio (27%) e Campos (6%) já a coloca atrás da oposição. Na contramão, mesmo tendo reduzido as chances de Dilma de 70% para 60%, o Eurasia Group vê Dilma "claramente favorita", embora com "grande probabilidade" de ir ao segundo turno. "O andamento da economia justifica reduzir as chances da presidente", diz João Castro Neves, diretor da consultoria em Washington. O Eurasia usa modelo desenvolvido com o instituto Ipsos que analisou 200 eleições nos últimos 20 anos. Nele, governantes com taxas de aprovação entre 40% e 60% venceram disputas em 85% das vezes. Na pesquisa Ibope, o governo é aprovado por 44%. Para Ricardo Ribeiro, da MCM, que dá 60% de chance de vitória para a oposição, a derrota de Dilma não é garantida. Mas haveria uma "nítida deterioração da situação econômica e política" atual. Avaliação bastante semelhante levou a Tendências a reduzir para 55% o favoritismo de Dilma, explica seu economista Rafael Cortez. As quatro consultorias anteciparam corretamente a vitória de Dilma em 2010. Não é sempre assim. Em junho, o banco Goldman Sachs cravou 48,5% de chance de o Brasil levar a Copa. E só 11,4% para a Alemanha dos 7 a 1.
Express達o News - Agosto/2014 - 09
‘Qualquer um dos candidatos que vencer a eleição será uma zebra’ ‘Enquanto o eleitor evoluiu, o político brasileiro parou no tempo’ Na eleição que considera a mais difícil da história do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, presidente do instituto, diz nunca ter visto o povo brasileiro tão enojado com os políticos e a própria política.
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os últimos 20 anos, houve uma evolução do eleitor brasileiro. Mais informado, mais educado, crítico e atento, participativo – inclusive nas redes sociais. Já o político “made in Brazil” parou no tempo. Repete as mesmas práticas de 30 anos, busca o mesmo jeito de financiar campanha e é adepto do “é dando que se recebe”, do caixa 2, do nepotismo, de jatinhos e helicópteros. Não se deu conta de que o mundo mudou, de que a era da internet e dos celulares alterou todo o cenário. A opinião acima é de Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, para quem a descrença do povo brasileiro na política cresceu barbaramente. “Se não houvesse voto obrigatório, 60% da população não compareceria às urnas”, previu o também ex-presidente do Botafogo, ao receber a coluna em seu escritório do Rio. Para Montenegro, os políticos vão ter uma resposta muito séria da população. Qual a solução para essa defasagem? “A reforma política é vital para o futuro do País e para a democracia”. A seguir, os principais trechos da longa e consistente conversa. Como o senhor está vendo esta eleição? Estou aqui há 42 anos e acho que esta é a eleição mais difícil da história do Ibope. A impressão que me dá é de que realmente o Brasil precisa fazer uma reforma política, mas fazer mesmo. Sinto que as pessoas estão nauseadas, enfadadas, não sei nem o termo, estão enojadas. A princípio, pela leitura das pesquisas hoje, quem é o grande ganhador da eleição? Ninguém. Está cada vez maior a fatia de branco, nulo, indeciso. O desânimo Expressão News - Agosto/2014 - 10
Carlos Augusto Montenegro , presidente do Ibope
é com tudo, é com a política, é a confusão. A página de mensalão foi uma página diferente, o pessoal achava que a impunidade era total e, de repente, alguma coisa aconteceu. Na hora em que você está acabando de virar a página, vem uma confusão maior ainda com o caso da Petrobrás, que sempre foi uma empresa muito querida do povo brasileiro. O volume de informação, de denúncias é tão grande que dá a impressão de que isso aconteceu 40 dias atrás ou ontem. Não passa a impressão de que isso foi em 2006 ou em 2008. Você vê Polícia Federal invadindo a Petrobrás, gente sendo presa, é doleiro, é diretor, é o ex-presidente da estatal dizendo que foi certo e a atual dizendo que foi errado. Aécio tem seus problemas com o mensalão mineiro, Eduardo Campos tem seus problemas também. O fato é que o pessoal não
aguenta mais toda essa confusão. Como isso aparece nas pesquisas? Fora voto nulo e branco, há alguma outra maneira? Na resposta à pergunta “se as pessoas têm interesse pela política ou pelo noticiário político”, isso aparece cada vez mais. As opções “pouco interesse” ou “nenhum interesse” representam mais da metade. Se o voto fosse facultativo, quase 60% não votariam nesta eleição. As manifestações do ano passado já foram um aviso disso. Eu diria que qualquer um dos candidatos que vencer a eleição será uma zebra – qualquer um, porque o desânimo, a tristeza com a política, a falta de sonhos e de programas é imensa. O desencanto é tão grande que, acredito, qualquer um que ganhar será uma surpresa para mim. Aí, você pode perguntar: mas até a Dilma? Até ela, que era favorita absoluta há um
ano e pouco. Mas a agenda está ruim. Então, qual a finalidade das pesquisas eleitorais? As pesquisas, às vezes, até servem para falar o que eu estou te falando: que o desencanto hoje é total. Atualmente, tem 70% mais ou menos querendo mudança, mas eles não sabem bem que mudança seria essa, nem com quem. Já houve época em que o Brasil quis continuidade: foi assim em 1998, 2006 e 2010. Em 2002, os eleitores queriam mudança. E os candidatos que estão concorrendo com a situação, o senhor diria que nenhum deles trouxe uma grande novidade? Nenhum trouxe um programa, um sonho, uma ideia. Aí podem falar que não são conhecidos, não têm tempo de televisão etc. Todos os candidatos já foram governadores ou senadores de estados importantes, a imprensa está abrindo espaço para falar de projeto. Não adianta um ficar atacando o outro, o ruim fica pior. O ambiente já é horrível, falta esperança. E jogar lama? Eu sou melhor que você, você é ruim e eu não sou tão ruim. Está tudo muito negativo. Pode aparecer uma surpresa até o final da eleição? Não acredito. O brasileiro também já está vacinado contra surpresa depois de 1989. O Collor foi uma decepção em relação a várias coisas, o confisco, o impeachment. Não acredito que haverá um milagre, um coelho saindo da cartola. Muita gente fala da volta do Lula, se é possível ou não, uma especulação. O Lula, obviamente, é mais político, mais jeitoso, mais ídolo, mas também todas essas confusões que estão aparecendo agora aconteceram no governo dele. Acho que o partido atual no poder tem de tomar cuidado, porque é óbvio que tem um projeto de governo de 12 anos e tem gente querendo substituir esse projeto de governo de 12 anos, uma briga tremenda. Se o Lula voltasse, ganharia? Não sei. Isso tem um timing. Eu acho que, por enquanto, você pode dizer o seguinte: a Dilma foi antipática, a Dilma não teve sapiência para tratar com os políticos ou paciência, o Lula é melhor. Pode ser. Mas pode ser, também, que o negócio fique tão estragado com essa confusão, que ninguém saiba onde isso tudo vai parar. O timing é o seguinte: até dia 30 de junho, o partido pode resolver se o candidato vai ser a Dilma ou o Lula. E o efeito Bolsa Família e Minha
Casa, Minha Vida nas urnas? Esses programas são destinados a regiões mais carentes, são importantíssimos, as pessoas são gratas. Foi bom você ter mencionado isso, aproveito para falar uma coisa que considero muito importante: o Brasil, nos últimos 20 anos, com Fernando Henrique, Lula e Dilma, evoluiu muito, melhorou, deu um salto de qualidade tremendo. Isso fez com que as pessoas ficassem mais instruídas, cobrando mais. Hoje em dia, o brasileiro está muito bem dentro de casa e não está bem fora de casa. O que quer dizer isso? Dentro de casa, com a estabilidade econômica do Plano Real, Fernando Henrique deu credibilidade ao Brasil, e com os programas sociais que Lula e Dilma desenvolveram, o brasileiro conseguiu casa, conseguiu arrumar a casa, onde não tinha telhado conseguiu colocar um telhado, onde estava no tijolo conseguiu rebocar e pintar, botou televisão boa, aparelhos eletrodomésticos, geladeira, freezer, ar-condicionado, ventilador, trocou os móveis, onde tinha dois quartos e dormiam três filhos juntos puxou mais um quarto e agora todos estão dormindo melhor. Dentro de casa, o brasileiro melhorou muito, o que acontece fora de casa é que é o grande problema do Brasil hoje – mobilidade, falta de segurança, carências na área da saúde. São muitos problemas. As pessoas chegam ao posto de saúde e são mal atendidas, são assaltadas nas ruas, intimidadas, passam duas ou três horas numa condução para chegar em casa ou no trabalho. Temos uma infraestrutura falha e, por isso, os produtos não chegam ao destino. Os aeroportos estão sendo muito mais utilizados, mas falta respeito com os passageiros. Diferentemente das agências de publicidade, o Ibope é contratado por todos os partidos. Não acha que aí existe um conflito de interesses? Não. Existe uma escassez de institutos de pesquisa no Brasil atuando de forma nacional. Um deles, o Datafolha, que é seriíssimo, não trabalha para mais ninguém. Eles até fazem publicidade dizendo: “Olha, nós somos superisentos, porque não trabalhamos para partido algum”. Já a publicidade do Ibope, se fosse feita, seria justamente o inverso: “Nós somos superisentos porque trabalhamos para todos os partidos existentes e todos os políticos”. Acho que, se todos te contratam, isso é sinal
de que você é isento, não é mesmo? Mas as perguntas não são mais ou menos as mesmas? Algumas perguntas são, mas cada instituto tem sua própria estratégia. Seja uma pesquisa sobre o consumo de um produto ou sobre uma eleição; uma pesquisa política ou sobre uma instituição financeira. Ela sempre vai ser o retrato de um momento. Então, há determinadas perguntas que podem até ser repetidas, esteja você trabalhando para um ou para outro. Há um critério e uma técnica na hora de elaborar um questionário ou no momento de mostrar um determinado universo. No caso da política, é fácil, o universo é composto por todos os eleitores do Brasil, é o cadastro do TSE. Como é que, com duas ou três mil entrevistas, vocês conseguem saber o que vai acontecer? É o princípio de amostra. Para saber como está seu sangue, não é preciso tirá-lo todo. Basta uma pequena amostra. Mas o sangue é todo igual… É do “igual” que tiramos uma amostra. São tantos homens e tantas mulheres, de acordo com o perfil da população. Por exemplo: se o Nordeste representa 27% da população, tenho de ter 27% de nordestinos. Se tiver 34%, já está errado. Se tirar 21%, está errado. Tenho de tirar 27%. O sucesso está na precisão da amostragem? Sim, bem como na metodologia, nas informações básicas, que são os dados do IBGE ou do TSE. Se esses dados se mostram capengas, a sua amostra sai capenga também. É fundamental que você saiba fazer a amostra e tenha um questionário isento. Às vezes, ao colocar algumas perguntas antes de procurar saber a intenção de voto, você induz o entrevistado. Por exemplo: nessa crise toda da Petrobrás, se eu começar a perguntar sobre isso e, depois, perguntar em quem a pessoa vai votar, eu estou induzindo a determinada resposta. Com essa metodologia, por que as pesquisas erram tanto? Esse negócio do “erra tanto” – vou fazer uma brincadeira – é uma parceria que nós temos com políticos e imprensa. Eu explico: o Ibope é contratado pela mídia e por políticos, muitas vezes pegando todos os 27 estados do Brasil. Se você pensar em uma média de cinco ou sete candidatos a governador por Estado, são quase 200 candidatos. No Senado, Esta entrevista continua na próxima página Expressão News - Agosto/2014 - 11
a mesma média, são outros 200 candidatos. Só aí temos 400 políticos. Com mais dez para presidente da República, são 410. Damos o resultado para todos os 410 candidatos. Quando a gente diz que fulano de tal vai ter 3% e o resultado se mostra correto nas urnas, ninguém bate palmas. Posso afirmar, com tranquilidade, que o índice de acerto do Ibope é muito grande. Dos 410 candidatos, se nós tivermos 5 erros… Agora, imprensa não divulga notícia boa. Mas, e a parceria? Os políticos culpam a suposta influência das pesquisas no eleitorado quando perdem. Nunca ninguém vai dizer: “Perdi porque errei na estratégia, porque minha campanha foi ruim, porque não tive dinheiro”. As pessoas não têm o hábito de fazer uma análise isenta. Já a imprensa, por uma razão diferente da dos políticos, também culpa alguém. E, normalmente, é o Ibope ou outros institutos de pesquisa.
O Ibope já fez alguma pesquisa sobre como as pesquisas influenciam o eleitor? Sim, e o número de pessoas que disseram que decidem o voto com base em pesquisas é pequeno. Acho até que, se existisse mesmo essa influência, erraríamos todas. Quando você diz que um candidato vai ter 40%, outro 20%, o terceiro 5%, o último 1% e acerta, isso é sinal de que cada eleitor manteve seu voto. Não mudou nada. Qual a influência que uma pesquisa tem, então? Tem influência brutal no dinheiro destinado às campanhas e no espaço em mídia e nas coligações partidárias. Hoje, o Eduardo Campos, o Aécio e a Dilma têm espaço na mídia. Aí vem o Pastor Everaldo, com 3%, fulano de tal, com 1%, e mais o Levy Fidelix, com zero – esses nem são citados. Você recebe muita pressão nos períodos eleitorais?
No passado, havia pressão. A maior foi numa pesquisa com meu pai ainda vivo, na época da ditadura. Os candidatos eram Negrão de Lima e Flexa Ribeiro, em 1965. Os militares insinuaram não querer que uma pesquisa fosse publicada dando a vitória a Negrão. Foi então que meu pai disse: “Tudo bem, a pesquisa pode até não sair, mas vocês vão ter de fechar o Ibope. Se não fecharem o Ibope, ela vai sair”. Eles tomaram um susto, a pesquisa saiu e o Negrão ganhou. Essa foi a maior pressão que o Ibope recebeu. Depois disso, houve época em que fomos alvo de algumas insinuações, mas as pessoas viram que isso era ridículo, porque a credibilidade do Ibope, com seus 72 anos de existência, não tem preço. Se alguém quiser tentar algo, é muito fácil: basta perguntar se a gente vende a empresa, e quanto custa. A gente vende. E eles fazem o que bem quiserem.
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Expressão News - Agosto/2014 - 12
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A guerra dos presidenciáveis
A
s próximas eleições para presidente do Brasil, que acontecem em outubro, promete ser bastante acirrada, uma vez que muitos partidos querem tirar o PT do governo – que já vem comandando o país desde a primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma Rousseff, a atual presidente do Brasil, terá concorrentes de peso. Nas eleições de 2010, Dilma Rousseff, do PT, só se elegeu presidenta do Brasil depois da luta no segundo turno com o candidato derrotado, José Serra, do PSDB. Dilma enfrentou concorrente como Marina Silva, que era uma candidata bastante admirada e cotada para também assumir a presidência do país. O certo é que as próximas eleições serão alvo de muitas polêmicas, discussões e propagandas apelativas. O povo brasileiro tem de estar bastante preparado para ir ás urnas, pois com o crescimento do país teremos que analisar muito bem todas as propostas para que o Brasil continue crescendo e nunca mais regrida. Partidos como PT, PMDB, PT DO B, PSOL, PSDB, PCdoB, PV, entre vários outros, já prometem apresentar as melhores propostas, deixando nas mãos da população a escolha de qual será a melhor para o país. As estratégias passam agora a outro patamar, envolvendo acertos para futuras coligações e planejamento de planos para convencer um eleitorado cada vez mais crítico, forjado após a onda de protestos de 2013. Neste mapa eleitoral, já começou a largada da corrida ao Planalto, cujos protagonistas tentarão ultrapassar a presidente Dilma Rousseff. O cenário está pronto para a disputa dos governos estaduais de cada um dos 26 Estados e do Distrito Federal, apontando os possíveis candidatos e o jogo das coligações. Aécio Neves O presidenciável Aécio Neves não perdeu a chance de lançar uma pedra de divisão política no campo governista. “Escuto dizer por aí, todos os dias, que eles podem querer trocar de candidato, mas para mim tanto faz enfrentar a presidente Dilma ou o ex-presidente Lula, disse Aécio em almoço diante de associados do Grupo de Líderes Empresariais (Lide). "O importante é derroExpressão News - Agosto/2014 - 14
Reprodução
Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos
tar o modelo de governo que está aí", concluiu ele, que encerrou seu pronunciamento, seguido de perguntas e respostas, recebendo aplausos de pé. Para Aécio, até o momento houve apenas "um monólogo" no debate político, com espaço aberto apenas para o governo. “É natural que a presidente da República atrai mídia espontânea, mas esse monólogo vai acabar. Com o debate começando, o governo vai ficar na defensiva.” Disse. Pequisa realizada com os cerca de 500 empresários presentes ao almoço com Aécio apontou que 56% deles acreditam na vitória do ex-governador de Minas Gerais na disputa pela Presidência da República, em outubro. O tucano mineiro usou o espaço do almoço para adiantar novos pontos de seu programa de governo. “Eu vou reestatizar a Petrobras”, afirmou Aécio, dizendo ainda que a estatal de petróleo “perdeu sua capacidade de gestão sendo aparelhada por interesses privados”. Aécio garantiu que irá reduzir pela metade o atual número de ministérios. Ele prometeu criar, se eleito, uma Secretaria Especial Temporária para montar um projeto de reforma tributária. “Vamos reduzir a burocracia e aliviar a carga tributária”, anunciou, mais uma vez extraindo aplausos dos empresários presentes. Entusiasmado pela recente pesqui-
sa Ibope, que apontou para uma queda de popularidade do governo Dilma, Aécio atacou o que chamou de "incompetência da política econômica, que faz o Brasil quase que se acostumar a índices medíocres de crescimento". Ele tocou no ponto da inflação: “Vi declarações do ministro Mantega (da Fazenda) em que ele pareceu satisfeito com a inflação no topo da meta. Isso não é bom. Vou lutar pela inflação no centro da meta, que é o que todos esperam, e não ser leniente no combate à alta de preços.” O tucano Aécio Neves tem ocupado ativamente o espaço que cabe a um líder oposicionista, especialmente nestes dias de escândalos em série da Petrobras. Os índices ainda não se mexeram, mas é visível que existe potencial para isso. É claro que a exposição dos candidatos de oposição no noticiário ainda é muito menor do que a da já candidata à reeleição Dilma Rousseff. Não parece plausível que Dilma vença a disputa no primeiro turno. Com índices muito melhores em 2006 e em 2010 em todas as áreas, o governismo não logrou tal intento. A dupla Aécio e Campos não ameaça Dilma A nova pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial parece as anteriores. Mas não é. No cenário mais provável, aquele em que tem como concorrentes Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e
uma profusão de nanicos, Dilma resolveria fácil a parada se a eleição fosse agora. A notícia é péssima para a oposição e de relativo conforto para o Planalto. Faltam apenas dois meses para o pleito, tempo suficiente para vitórias históricas. O problema para os adversários da presidente é que eles já ameaçaram mais do agora. Dilma não se move nas pesquisas. Há quem diga que bateu no teto. Ocorre que seus índices também não cedem, Aécio até que saiu do lugar e Campos oscilou. O cenário fica ainda mais grave para a oposição porque deve ser considerado que o intervalo entre os dois últimos levantamentos foi um período de adversidades para a presidente. Foi a fase da divulgação do pibinho de 2012, de notícias ruins na Petrobras, da deserção de uma médica cubana e de cizânia na base aliada. E nem esse redemoinho de ventos desfavoráveis foi capaz de varrer os altos índices de Dilma nas pesquisas. Claro que os críticos argumentarão, e com alguma razão, que ela se mantém por cima, mas sem curva de alta. É verdade. Só que também é fato que a bola quicou no campo de ataque da
oposição sem que ninguém conseguisse chutar para o gol. Fica a sensação de que, se não aproveitou a maré ruim para a presidente, o bloco adversário tende a ficar desnorteado no momento em que Dilma tiver boas notícias a oferecer. Outro indicador que merece atenção no levantamento do Ibope é a diferença de apenas 3% que separa o onipresente governador pernambucano Eduardo Campos do quase anônimo pastor Everaldo Dias Pereira, o pré-candidato do PSC. Pela primeira vez em uma pesquisa, Campos ficou mais perto do líder entre os nanicos do que de Aécio. Para ele, chega a ser desolador. Certo mesmo é que políticos e marqueteiros de oposição devem estar quebrando a cabeça para decifrar o enigma de como grudar em Dilma as notícias ruins que o governo e seus aliados têm sido capazes de produzir em escala industrial. Até agora, os opositores não conseguiram capitalizar nenhum desses muitos deslizes. Por enquanto, Aécio e Campos mais parecem uma dupla café com leite, que só cumpre tabela. Dá até a impressão que esquentam o banco enquanto a
oposição aquece os titulares. Que José Serra e Marina Silva não nos ouçam. Campos e Marina Até o momento o resultado é particularmente ruim para Campos — e talvez os números lhe sirvam de alerta para mudar o rumo de seu estranho discurso. O horário político gratuito do PSB foi ao ar. Estava bem produzido, foi feito com competência, era coisa de profissionais. Será que não há aí um indicador de que esse seu esforço para preservar Lula e o petismo — centrando seus ataques só em Dilma — acaba sendo ineficaz? Tendo a achar que sim. Há de se pensar que há algum tempo que o ex-governador de Pernambuco ambiciona um lugar no discurso político que é difícil, quase impossível: o de continuador de Lula, mas sem pertencer ao PT. Notem: a maioria concorda, sim, com a pregação de Campos. Nada menos de 72% também acham que o governo precisa mudar. Mas 48% ainda escolhem petistas para fazer isso: 32% acham que Lula é que tem de operar essa transformação, e 16%, a própria Dilma. Só 7% acham que Campos é o homem certo para a missão.
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Expressão News - Agosto/2014 - 15
Gastronomia
Polenta em múltiplas versões Prato típico italiano à base de milho reaparece nos cardápios no inverno
A frente fria finalmente chegou para tirar os casacos do armário e abrir o apetite à mesa. Antes que ela se disperse, é bom aproveitar logo um prato típico italiano que nesta época é bastante convidativo: a polenta. A mistura quentinha, à base de milho, reaparece nos cardápios da cidade nesta época do ano em suas múltiplas texturas. Firme ou cremosa, ao modo brasileiro, ou ainda frita, grelhada e recheada (com queijos!), como nas variadas versões da Itália, ela figura em entradas, pratos principais e acompanhamentos. Seja qual for a preferência, restaurantes da cidade criaram e reeditaram combinações com ingredientes que também vão encontrar fãs durante a temporada. Expressão News - Agosto/2014 - 16
O sabor e o ambiente ameno do Chef & Chefa A casa foi aberta há oito meses e tem clima intimista e salão amplo Aberta em dezembro de 2013, a nova casa no arujazinho, tem clima intimista num salão amplo e ajeitado, além do mezanino. Os donos do Chef & Chefa, também sócios do Djapa, apostam na culinária brasileira com alguns toques da culinária japonesa. O menu do almoço lista combinados de saladas e grelhados. A feijoada é servida na quarta e no sábado, com direito ao famoso torresminho à pururuca. O churrasco tem a preferência de carnes nobres. Só ficou faltando a música am-
biente para completar o clima. Almoço de terça a sábado, self service por quilo, das 11h30 às 15h. R$ R$ 39,90. Domingo e feriado, das 11h30 às 15h30, R$ 39,90 (por pessoa). No jantar, é servido somente o rodízio de pizzas, de terça à quinta-feira, R$ 24,90 por pessoa. Sexta a domingo e feriados, R$ 29,90. Tem também entregas em domicílio. Vale a pena conferir. Chef & Chefa. Rua José Nasser Filho, 50, Vila Pedroso, Arujá/SP. Tel: 4654-3272.
Fotos: Gil Borges
Na foto abaixo, combinado de legumes na brasa de cebola, cenoura, berinjela, abobrinha e tomate.
Na foto acima, o churrasco de carnes nobres do Chef & Chefa Express達o News - Agosto/2014 - 17
Gastronomia
(dedinho de Iaiá) Ingredientes • 1,5 kg de mandioca • 2 xícaras de leite • 2 colheres (sopa) de manteiga • 1 vidro de leite de coco • 1 xícara de açúcar • 1 pitada de sal • 3 gemas • 3 claras batidas em neve • Açúcar para polvilhar Preparo 1. Rale a mandioca e esprema em um guardanapo até fazer uma farofa. 2. Junte o leite de coco, os outros ingredientes (exceto as claras) e misture bem. 3. Acrescente as claras em neve misturando delicadamente. 4. Distribua a massa numa assadeira untada e asse em forno preaquecido até dourar, por aproximadamente 40 minutos. 5. Desenforme o bolo. Salpique açúcar e corte em formato de dedo (retângulos). Regina Ferreira mãe do chef Chico Ferreira, do Le Jazz Rendimento 12 PORÇÕES
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Bolo de mandioca
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Implante previne perda de visão em diabéticos O edema macular é uma complicação grave entre diabéticos e pode levar à perda da visão. Normalmente, ocorre entre os pacientes que não têm bom controle da glicemia.
U
m implante biodegradável capaz de liberar uma medicação dentro do olho de forma gradual, por até seis meses, chegou recentemente ao Brasil e pode ajudar a combater a perda de visão entre pacientes diabéticos. O dispositivo contém dexametasona, um medicamento anti-inflamatório da classe dos corticosteroides que é capaz de combater o edema macular, acúmulo de líquido na mácula (parte central da retina, na parte posterior do olho). O edema macular é uma complicação grave entre diabéticos e pode levar à perda da visão. Normalmente, ocorre entre
os pacientes que não têm bom controle da glicemia. Isso porque as variações de açúcar no sangue inflamam os vasos sanguíneos, que ficam mais permeáveis. Assim, podem ocorrer vazamentos de líquido para o exterior dos vasos. O diabetes é a principal causa de cegueira entre adultos de 20 a 65 anos. No Brasil, existem 6 milhões de pessoas com baixa visão e 582 mil cegos, segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Hoje, o tratamento para o edema macular é feito com laser e injeções bimestrais. Os medicamentos injetados, porém, são menos potentes que a dexametasona, segundo especialistas. "A substância não é usada nas in-
Tremor nas mãos Reprodução
Um tremor é um tipo de movimento. O tremor é mais percebido nas mãos e nos braços, mas pode afetar qualquer parte do corpo (até mesmo a cabeça e a voz). Existem três tipos principais de temores: 1. Tremores de repouso (ou estáticos): Esses tremores aparecem quando os músculos estão em repouso. O tremor pode desaparecer ou Expressão News - Julho/2014 - 20
ficar menos perceptível quando você movimenta os músuclos envolvidos. 2. Voluntário (ou cinético): Esses tremores podem ocorrer ao final de um movimento intencional (voluntário), como escrever, pressionar um botão ou se esticar para alcançar um objeto. O tremor geralmente desaparece quando a parte do corpo afetada é colocada em repouso.
jeções convencionais porque sua ação é muito rápida, de horas", diz Paulo Augusto Mello, oftalmologista e consultor da Allergan, que fabrica o Ozurdex, nome comercial do implante. "Seriam necessárias muitas injeções." A principal vantagem do implante, segundo Mello, é a sua tecnologia, que permite o uso por até seis meses do medicamento sem a necessidade de uma nova aplicação. A implantação do dispositivo ocorre sem cortes, no consultório, com uma injeção que contém o pequeno implante. O paciente toma anestesia local e todo o procedimento dura cerca de 30 minutos. Não é preciso retirar o implante, já que o organismo absorve o material.
3. Os tremores posturais ou de ação ocorrem quando você mantém o braço ou a perna em uma posição por um período contra a força da gravidade. Isso pode acontecer quando você está escrevendo, segurando um copo, mantendo os braços esticados ou quando está em pé na postura ereta. Consulte também: Tremor essencial Considerações Os tremores podem acontecer em qualquer idade, mas são mais comuns em pessoas idosas. Todas as pessoas apresentam algum tipo de tremor quando movem as mãos. Estresse, fadiga, raiva, medo, cafeína e cigarro podem agravar temporariamente esse tipo de tremor. No entanto, um tremor que não desaparece com o tempo pode ser sinal de um problema médico subjacente e deve ser avaliado. Você pode ser informado de que o tremor é perfeitamente normal, mas é importante eliminar as causas médicas. O tremor essencial é o tipo mais comum. Ele é raramente visto quando as mãos não estão sendo usadas. Esse tremor fica mais aparente quando você está tentando fazer algo, como alcançar um objeto ou escrever. Ele não é causado por uma doença subjacente. Esse tipo de tremor pode ser hereditário. Causas O tremor pode ser causado por:
"Esse tipo de implante é o futuro do tratamento de doenças oculares", afirma André Marcelo Vieira Gomes, presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. "A tendência é que haja mais terapias do gênero." O dispositivo já foi liberado nos Estados Unidos e na Europa e, segundo os estudos que levaram à sua aprovação, também é eficaz contra a uveíte não infecciosa (inflamação da úvea, camada média do olho). RISCOS O implante, porém, não está isento de riscos, que envolvem infecções e o aumento da pressão intraocular. Esse aumento da pressão pode lesionar o nervo óptico, estrutura que transmite os sinais do olho para o cérebro. "Outro risco é o surgimento de cataratas", afirma Rubens Belfort Júnior, professor do departamento de oftalmologia da Unifesp. Mas, de acordo com Paulo Augusto Mello, os riscos são mínimos e podem ser previstos. Cada aplicação do Ozurdex custa R$ 3.267,94 e não tem a cobertura por planos de saúde. Não há previsão de chegada ao SUS.
• Uma série de drogas e medicamentos controlados • Distúrbios cerebrais, nervosos ou do movimento, incluindo distonia e determinadasneuropatias periféricas herdadas (como a doença de Charcot-Marie-Tooth) • Tumor cerebral • Consumo excessivo de álcool, alcoolismo ou abstinência de álcool • Baixo nível de açúcar no sangue • Esclerose múltipla - pode causar um tremor intencional • Exaustão ou fraqueza muscular • Envelhecimento normal • Hipertireoidismo - pode causar um tremor postural • Mal de Parkinson - uma causa clássica de um tremor duradouro, muitas vezes acompanhado de lentidão de movimentos, rigidez muscular e caminhar anormal • Estresse, ansiedade e fadiga podem causar tremor postural • Derrame • Excesso de café ou de outras bebidas com cafeína Mais sobre Tremores Ligue para o médico se: • O tremor se agravar quando você estiver em repouso e melhorar com o movimento, como quando você tenta alcançar um objeto. • O tremor for prolongado, intenso ou
interferir em sua vida. • O tremor ocorrer com outros sintomas, como dor de cabeça, fraqueza, movimento anormal da língua, enrijecimento ou contrações musculares ou outros movimentos que você não consiga controlar facilmente. Cuidados No caso de tremores causados por estresse, experimente técnicas de relaxamento, como exercícios de meditação, respiração ou relaxamento profundo. No caso de tremores causados por qualquer motivo, evite cafeína e durma bem. No caso de tremores causados por um medicamento,converse com seu médico sobre a possibilidade de parar de tomar o medicamento, reduzir a dosagem ou substituir o medicamento. NÃO substitua ou pare de
tomar medicamentos por conta própria. No caso de tremores causados por abuso de álcool, procure tratamento e suporte para ajudá-lo a evitar o álcool. Tremores intensos podem interferir na sua capacidade de executar atividades diárias. Você poderá precisar de assistência para executar essas atividades. Tome precauções para evitar lesões durante atividades como caminhar ou comer. Aparatos de assistência podem ajudar nas atividade diárias, entre eles: • Comprar roupas com fecho de Velcro ou com ganchos • Cozinhar ou comer com utensílios que tenham cabo grande • Usar canudos para beber • Usar calçados fáceis de calçar e uma calçadeira Expressão News - Julho/2014 - 21
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Julio Iglesias faz turnê de despedida no Brasil Em setembro, o cantor espanhol Julio Iglesias faz turnê de despedida com shows em SP
Em turnê de despedida, o cantor espanhol Julio Iglesias dá adeus aos fãs brasileiros apresentando o álbum "1" nos dias 19 e 20 de setembro em São Paulo, e no dia 26 no Rio de Janeiro. A partir desta terça (29), as vendas para os shows estão abertas na internet, pelo site www.ticketsforfun. com.br, e na bilheteria do Citibank Hall. Os ingressos para São Paulo variam de R$ 50 (visão parcial - meia) a R$ 600 (cadeira vip - inteira). Ícone da música romântica, o artista relembra clássicos dos seus 45 anos sua carreira. Com mais de 300 milhões de discos vendidos e 80 álbuns lançados, o espanhol é o detentor do recorde do Guinness Book de artista latino mais vendido de todos os tempos. SERVIÇO - SÃO PAULO Quando: 19 e 20 de setembro, às 22h. Onde: Citibank Hall - Av. das Nações Unidas, 17.955 - Santo Amaro. 4.171 lugares. Quanto: de R$ 50 a R$ 600, pelo www.ticketsforfun.com.br, pelo tel. 4003-5588 ou na bilheteria do evento Duração: aproximadamente 1h30 Classificação etária: De 8 a 13 anos permitida a entrada acompanhado por um responsável. A partir de 14 anos -
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permitida a entrada desacompanhado.
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Última Página O correto uso do papel higiênico Esta foi a última coluna escrita por João Ubaldo Ribeiro, que seria publicada em julho
O
título acima é meio enganoso, porque não posso considerar-me uma autoridade no uso de papel higiênico, nem o leitor encontrará aqui alguma dica imperdível sobre o assunto. Mas é que estive pensando nos tempos que vivemos e me ocorreu que, dentro em breve, por iniciativa do Executivo ou de algum legislador, podemos esperar que sejam baixadas normas para, em banheiros públicos ou domésticos, ter certeza de que estamos levando em conta não só o que é melhor para nós como para a coletividade e o ambiente. Por exemplo, imagino que a escolha da posição do rolo do papel higiênico pode ser regulamentada, depois que um estudo científico comprovar que, se a saída do papel for pelo lado de cima, haverá um desperdício geral de 3.28 por cento, com a consequência de que mais lixo será gerado e mais árvores serão derrubadas para fazer mais papel. E a maneira certa de passar o papel higiênico também precisa ter suas regras, notadamente no caso das damas, segundo aprendi outro dia, num programa de tevê. Tudo simples, como em todas as medidas que agora vivem tomando, para nos proteger dos muitos perigos que nos rondam, inclusive nossos próprios hábitos e preferências pessoais. Nos banheiros públicos, como os de aeroportos e rodoviárias, instalarão câmeras de monitoramento, com aplicação de multas imediatas aos infratores. Nos banheiros domésticos, enquanto não passa no Congresso um projeto obrigando todo mundo a instalar uma câmera por banheiro, as recém-criadas Brigadas Sanitárias (milhares de novos empregos em todo o Brasil) farão uma fiscalização por escolha aleatória. Nos casos de reincidência em delitos como esfregada ilegal, colocação imprópria do rolo e usos não autorizados, tais como assoar o nariz ou enrolar um pedacinho para limpar o ouvido, os culpados serão encaminhados para um curso de educação sanitária. Nova reincidência, aí, paciência, só cadeia mesmo. Expressão News - Julho/2014 - 30
Agora me contam que, não sei se em algum estado ou no país todo, estão planejando proibir que os fabricantes de gulodices para crianças ofereçam brinquedinhos de brinde, porque isso estimula o consumo de várias substâncias pouco sadias e pode levar a obesidade, diabetes e muitos outros males. Justíssimo, mas vejo um defeito. Por que os brasileiros adultos ficam excluídos dessa proteção? O certo será, para quem, insensata e desorientadamente, quiser comprar e consumir alimentos industrializados, apresentar atestado médico do SUS, comprovando que não se trata de diabético ou hipertenso e não tem taxas de colesterol altas. O mesmo aconteceria com restaurantes, botecos e similares. Depois de algum debate, em que alguns radicais terão proposto o Cardápio Único Nacional, a lei estabelecerá que, em todos os menus, constem, em letras vermelhas e destacadas, as necessárias advertências quanto a possíveis efeitos deletérios dos ingredientes, bem como fotos coloridas de gente passando mal, depois de exagerar em comidas excessivamente calóricas ou bebidas indigestas. O que nós fazemos nesse terreno é um absurdo e, se o estado não nos tomar providências, não sei onde vamos parar. Ainda é cedo para avaliar a chamada lei da palmada, mas tenho certeza de que, protegendo as nossas crianças, ela se tornará um exemplo para o mundo. Pelo que eu sei, se o pai der umas palmadas no filho, pode ser denunciado à polícia e até preso. Mas, antes disso, é intimado a fazer uma consulta ou tratamento psicológico. Se, ainda assim, persistir em seu comportamento delituoso, não só vai preso mesmo, como a criança é entregue aos cuidados de uma instituição que cuidará dela exemplarmente, livre de um pai cruel e de uma mãe cúmplice. Pai na cadeia e mãe proibida de vê-la, educada por profissionais especializados e dedicados, a criança crescerá para tornar-se um cidadão modelo. E a lei certamente se aperfeiçoará com a prática, tornando-se mais abrangente. Para citar uma circunstância
em que o aperfeiçoamento é indispensável, lembremos que a tortura física, seja lá em que hedionda forma — chinelada, cascudo, beliscão, puxão de orelha, quiçá um piparote —, muitas vezes não é tão séria quanto a tortura psicológica. Que terríveis sensações não terá a criança, ao ver o pai de cara amarrada ou irritado? E os pais discutindo e até brigando? O egoísmo dos pais, prejudicando a criança dessa maneira desumana, tem que ser coibido, nada de aborrecimentos ou brigas em casa, a criança não tem nada a ver com os problemas dos adultos, polícia neles. Sei que esta descrição do funcionamento da lei da palmada é exagerada, e o que inventei aí não deve ocorrer na prática. Mas é seu resultado lógico e faz parte do espírito desmiolado, arrogante, pretensioso, inconsequente, desrespeitoso, irresponsável e ignorante com que esse tipo de coisa vem prosperando entre nós, com gente estabelecendo regras para o que nos permitem ver nos balcões das farmácias, policiando o que dizemos em voz alta ou publicamos e podendo punir até uma risada que alguém considere hostil ou desrespeitosa para com alguma categoria social. Não parece estar longe o dia em que a maioria das piadas será clandestina e quem contar piadas vai virar uma espécie de conspirador, reunido com amigos pelos cantos e suspeitando de estranhos. Temos que ser protegidos até da leitura desavisada de livros. Cada livro será acompanhado de um texto especial, uma espécie de bula, que dirá do que devemos gostar e do que devemos discordar e como o livro deverá ser comentado na perspectiva adequada, para não mencionar as ocasiões em que precisará ser reescrito, a fim de garantir o indispensável acesso de pessoas de vocabulário neandertaloide. Por enquanto, não baixaram normas para os relacionamentos sexuais, mas é prudente verificar se o que vocês andam aprontando está correto e não resultará na cassação de seus direitos de cama, precatem-se.
João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) era escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras
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