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Abastecimento de água é uma questão nacional Crise de abastecimento em São Paulo deve servir de alerta para a falta de programas eficazes de racionalização da distribuição e do consumo em todo o país

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pior crise de abastecimento da história de São Paulo, com o maior reservatório do estado virtualmente seco, derruba o mito de que a água não é um problema no Brasil. Principalmente, expõe a preocupante evidência de que o país — poder público, órgãos/empresas do setor e mesmo a população — é relapso com seus recursos hídricos. A água, um bem vital que escasseia em boa parte do planeta, ainda não é tratada como tal, e a sombra da seca — até aqui flagelo associado quase unicamente ao Nordeste — sobre as regiões metropolitanas da capital da mais rica unidade da Federação ameaça sair do terreno de impensável pesadelo para a realidade dos paulistanos e paulistas. Mas o risco de desabastecimento não é um problema localizado; é uma questão nacional. O mito da água em abundância até pode ter um quê de verdade, em razão das gigantescas bacias hidrográficas da Amazônia. Mas grandes reservas não implicam, necessariamente, abastecimento eficaz. Na mesma Região Norte que concentra os maiores mananciais do Brasil registram-se (junto com o Nordeste) os piores índices de distribuição de água. Alguns estados chegam a conviver com um índice absoluto de intermitência — ou seja, na região mais rica em recursos hídricos do país todos os domicílios ligados às redes de água sofrem interrupção do fornecimento pelo menos uma vez por mês. A razão do risco de desabastecimento em

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São Paulo pode, no máximo, ser dividida com a ocorrência de apagões climáticos, como baixos índices pluviométricos — fatais para o sistema Cantareira, mas não exclusivos. Dez anos atrás, a Agência Nacional de Águas (ANA) já apontava para a necessidade de se fazer obras que pudessem reduzir a dependência do sistema. Por sua vez, a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo enviou em 2009 à empresa responsável por captar, tratar e distribuir a água no estado um relatório sobre o Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê. O documento apontava um déficit de grande magnitude em Cantareira e aconselhava o governo estadual a tomar medidas para evitar o colapso. As chuvas abundantes dos dois anos seguintes afogaram o alerta. A leniência com que se trata a questão da água tem também raízes culturais. Órgãos da administração pública, não raro, não têm projetos eficazes de racionalização, e quando os têm não os implantam. A transposição do São Francisco, por exemplo, e uma série de outros programas de aproveitamento sustentável do rio não andam. A população, por sua vez, costuma ser perdulária. A junção desses comportamentos (planos oficiais escassos de racionalização e perdas com mal uso, vazamentos e ligações clandestinas) resulta numa previsão sombria: segundo a ANA, 55% das cidades brasileiras correm o risco de não manter o atual nível de abastecimento já em 2015. Já passou da hora de se encarar a questão com seriedade.


O EFEITO VOTO NULO Votar é obrigatório para brasileiros e naturalizados com idade entre 18 e 70 anos, e facultativo para jovens entre 16 e 17 e idosos com mais de 70 Reprodução

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m 5 de outubro próximo será realizado o primeiro turno das eleições presidenciais e para o governo dos estados, além da escolha de senadores e deputados estaduais e federais. Nesse cenário, surgem dúvidas com relação às diferenças entre voto nulo, sobre como votar em trânsito e, ainda, a respeito da composição do Poder Legislativo. Neste ano, 143 milhões de brasileiros estão aptos a votar. Nas últimas pesquisas eleitorais, cerca de 15% disseram que anulariam ou votariam

em branco, muitas pessoas acreditam que, se mais de 50% dos eleitores invalidarem o voto, a eleição é anulada. Eliana Passarelli, assessora-chefe de comunicação social do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, explica que essa situação não anula o processo eleitoral. "Porque os votos são excluídos. Nós vamos contar só aqueles válidos. Então, esses votos não fazem diferença nenhuma na eleição", diz. Eliana esclarece, também, que o voto em legenda ocorre quando o eleitor não tem preferência quanto a candidatos aos cargos do Legislativo, mas

opta por determinado partido. "No sistema proporcional, que é a votação para deputados estaduais e federais, o voto na legenda contribui para que aquele partido ou coligação faça mais vagas, mais cadeiras", explica. Para os eleitores que solicitaram o voto em trânsito, que estarão fora do domicílio eleitoral no dia do primeiro turno ou na data marcada para o possível segundo turno, 5 e 26 de outubro, só poderão votar para presidente. "O voto em trânsito existe só para presidente da República, apenas nas capitais e nos municípios com mais de 200 mil eleitores", ressalta a assessora do TRE. Somente para presidente e governador pode ocorrer o segundo turno, caso nenhum dos candidatos consiga mais de 50% dos votos. O voto é obrigatório para brasileiros e naturalizados com idade entre 18 e 70 anos, e facultativo para jovens entre 16 e 17 anos e idosos com mais de 70. Cláudio Luiz Penteado, professor de ciência política da Universidade Federal do ABC (UFABC), considera necessária a obrigatoriedade do voto no país. Para ele, segmentos importantes da população não teriam participação ativa na vida política caso não fossem obrigados a votar. "Com um maior número de pessoas votando, você aumenta as demandas e a complexidade, e permite maior pluralidade, que vai ser expressa nas campanhas eleitorais", avalia. Penteado pontua que a eleição é o meio pelo qual o cidadão pode expressar o posicionamento político, no entanto, o professor não deixa de ponderar sobre a insatisfação da população com o processo político-eleitoral brasileiro. Contudo, ele analisa que isso não se restringe ao Brasil e que, em muitas partes do mundo, essa situação ocorre. "Nesse sentido, existe a necessidade de se apontar para discutir uma reforma política", comenta.

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Erika, Manuela, Nimário e Wyllys, atuantes em direitos humanos: críticas ao sistema. Simon, aos 84 anos, não faz mais campanha; Jarbas sai do Senado e disputa Câmara; Vicentinho teme poder econômico; e Souto reclama dos custos

Parlamentares sofrem com custos de campanha Parlamentares que tentam reeleição reclamam de aumento dos gastos, redução do fundo partidário e diferença em relação a campanhas que recebem doações de empresas e igrejas

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mbora tenham se programado durante anos para enfrentar as eleições, deputados e senadores estão assustados com os altos custos das campanhas. E passaram as últimas semanas desfilando um rosário de queixas nas lideranças dos partidos, segundo informações de gabinetes da Câmara e do Senado. As principais reclamações são o aumento dos valores em relação a 2010 (bem maior que o esperado), a redução de contribuições partidárias e, ao mesmo tempo, a situação desproporcional pela qual eles têm de enfrentar em relação aos candidatos que recebem doações privadas de grandes empresas e organizações religiosas. O problema remete à velha questão da necessidade de uma reforma política e ao debate sobre o fim do financiaExpressão News - Setembro/2014 - 08

mento privado de campanhas. Muitos dos beneficiados com maiores recursos terminam em mandatos com pouca representatividade popular e que acabam defendendo no Legislativo interesses de grandes grupos econômicos. Do outro lado dessa movimentação, encontram-se os candidatos cujos assessores têm se esmerado em realizar jantares, ações entre amigos e eventos diversos para arrecadar recursos como forma de bancar o difícil período eleitoral. Alguns parlamentares desistiram de se recandidatar e outros apontam a situação financeira como principal dificuldade para manter a cadeira. “Doar R$ 300 é muito diferente de doar R$ 3 milhões. É claro que essa influência é maléfica e deixa o Congresso cada vez mais desproporcional. Só conseguiremos acabar com tamanha distorção, de fato, com a reforma política”, enfatizou o líder do

governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), ao avaliar o quadro. “Não há problema em se fazer uma campanha mais barata, até deveríamos todos tentar isso. O problema é concorrer com adversários que gastam fortunas enquanto se faz essa campanha barata. Só vamos conseguir resolver isso quando conseguirmos isolar o poder econômico do processo eleitoral”, acrescentou, na mesma linha, o senador Humberto Souto (PPS-MG). Diferença grande Conforme levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgado recentemente, enquanto em 2010 o gasto com a campanha de um deputado federal ficou, em média, em R$ 1,1 milhão, este ano a previsão está em R$ 3,6 milhões. Já o gasto para a campanha de um senador, subiu de R$ 4,5 milhões para R$ 5,6 milhões. A estimativa foi


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feita com base nas previsões orçamentárias apresentadas por todos os candidatos registrados na Justiça Eleitoral. Além disso, gastos com comitê de campanha, tirando os profissionais especializados, ficam, por baixo, em R$ 12 mil a R$ 15 mil mensais, diz um assessor, o que ajuda a inflacionar a conta total. A previsão feita atualmente é de que, somados, os custos de todas as candidaturas formalizadas no TSE nas eleições deste ano – 25.381 disputando cargos na Presidência da República, governos estaduais, Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara Distrital do Distrito Federal – chegarão a um montante R$ 24 bilhões a mais que o de quatro anos atrás, de acordo com dados do próprio tribunal. A distorção fica mais gritante quando se percebe que as bancadas do empresariado, evangélica e do agronegócio estão sempre bem preparadas para apoiar em massa candidaturas que os representem. Essa concorrência diminui as chances de candidatos históricos que, há anos, têm representado os trabalhadores e se destacado em áreas como direitos humanos e direitos das minorias. Em outubro passado, estudo elaborado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostrou que, em função dessas distorções, a Câmara dos Deputados, nas próximas eleições, corre o risco de passar por uma renovação só vista anteriormente em 1990, da ordem de 61% dos componentes. No caso do Senado, a renovação também ocorrerá, mas não de forma tão expressiva, uma vez que apenas um terço das cadeiras estarão em disputa. Na avaliação do analista político Antonio Carlos Queiroz, do Diap, se não houver uma grande articulação das entidades sindicais, a bancada que defende os trabalhadores no Legislativo correrá o risco de ficar pequena diante de deputados e senadores menos comprometidos com a questões trabalhistas e causas sociais. “Essa perspectiva é preocupante”, ressalta. Dificuldades de recondução “Não posso falar por todos, mas estamos, de fato, enfrentando muita dificuldade na campanha deste ano”, afirmou o líder do PT na Câmara, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. “A bancada dos trabalhadores já é pequena e, se perdermos mais parlamentares na próxima

Para Toninho do Diap, a verdadeira reforma política deve aperfeiçoar o sistema representativo

legislatura, será o caos. Os sindicatos do Brasil inteiro precisam se articular para defender candidaturas de nomes importantes dentro do Congresso. Não podemos deixar que diminua”, afirmou o deputado Paulinho (SDD-SP), da Força Sindical, ao falar sobre o tema. Como se não bastasse esse problema de ordem econômica, parlamentares têm apresentado outras dificuldades na recondução de candidaturas. Jean Wyllys (Psol-RJ), que foi defensor da autorização para casamento entre pessoas do mesmo sexo e contribuiu para o andamento de muitas matérias na Comissão de Direitos Humanos, quase não se candidatou. Ele ameaçou, em maio passado, não disputar a reeleição, diante do apoio dado pelo Psol ao pastor Silas Malafaia, que possui posição antagônica, principalmente em relação aos direitos civis, às defendidas por Wyllys. Malafaia é o padrinho político da candidatura do pastor evangélico Jefferson Barros, do mesmo estado, a deputado federal, o que complica a situação de Jean Wyllys. Outro candidato que se destacou na área de Direitos Humanos, Domingos Dutra, recém-saído do PT para o Solidariedade, enfrenta problemas no Maranhão que podem levar à impugnação da sua candidatura. O motivo foi o fato de Dutra ter se deixado fotografar, antes do período eleitoral, com uma camisa portando os números da sua chapa. O assunto está sendo avaliado pelo TRE. A deputada Erika Kokay (PT-DF), que também teve trabalho atuante na

área e possui um eleitorado bem segmentado, realizou eventos para conseguir angariar recursos e as campanhas costumam ser feitas por meio de muito corpo a corpo junto ao eleitorado, nas comunidades. Erika faz parte do grupo de parlamentares do PT no Distrito Federal, que questiona o governo de Agnelo Queiroz, do mesmo partido. Em Minas Gerais, o petista Nilmário Miranda, vive situação complicada. Ele também não recebe doações de grandes empresários e a candidatura, segundo informações de colegas da mesma legenda, enfrenta dificuldades. Ele foi o criador da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e ministro da Secretaria de Direito Humanos no primeiro governo do ex-presidente Lula. Mudança de cenário Outro nome tido como emblemático nas três últimas legislaturas avisou que não volta em 2015: a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS). Manuela afirmou que considera importante renovar a experiência e, neste ano, sai de cena em Brasília para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No Senado, os dois desfalques são os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS). Vasconcelos disputa uma vaga como deputado federal. Poderia ter negociado a campanha para reeleição na chapa majoritária em Pernambuco, mas preferiu ser candidato à Câmara, em meio às críticas sobre o processo de doações e o troca-troca na política observado a cada quatro anos. Simon deixa totalmente a vida parlamentar. Ele tem dito em entrevistas que não tem mais interesse em disputar eleições nem enfrentar todo o desgaste do custo alto das campanhas. “É um sistema perverso. O parlamento e a política precisam ser reformados. Desde esse modelo eleitoral que está em vigor, passando pelas distorções do financiamento de campanhas, aos trabalhos existentes hoje no Congresso”, disse. Nos últimos anos, mostrou o Diap, a taxa de renovação de parlamentares oscilou entre 43,86% (em 2008) e 44,25% (em 2010). Em 1990, foi de 61,82% e, em 1994, de 54,28%. Em relação à bancada de representante dos trabalhadores, existem hoje, em todo o Congresso, 83 deputados e oito senadores. Expressão News - Setembro/2014 - 09


Marcio e André têm apoio de diversas lideranças do Alto Tietê Marcio Alvino (PR), candidato a deputado federal destacou o apoio de diversas lideranças políticas do Alto Tietê e Vale do Paraíba em sua campanha que precisa de 120 mil votos para a conquista de uma cadeira de deputado no Congresso Nacional. Arquivo/Reprodução

Abel Larini, prefeito de Arujá, Marcio Alvino e André do Prado com lideranças femininas do PR, em Arujá

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eandro Larini foi o articulador político da campanha de seu pai Abel Larini (PR) para prefeito de Arujá. Agora ele tem em suas mãos mais um desafio: a campanha de André do Prado (PR), candidato a reeleição a deputado Estadual e Marcio Alvino (PR), que se candidata pela primeira vez a deputado federal. No mês passado, em Arujá, Lari-

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ni promoveu várias reuniões com a presença maciça de correligionários e apoio de seu pai aos candidatos. Durante evento em Guararema, comandado pelo dirigente do Diretório Estadual do PR, José Renato, que reuniu prefeitos, vereadores e lideranças políticas de mais de dez cidades do Alto Tietê e do Vale do Paraíba no salão social do Guararema Futebol Clube para a atividade política que contou

também com a participação do deputado estadual e candidato a reeleição André do Prado (PR) e do atual prefeito, Adriano Leite (PSDB), tanto Marcio Alvino quanto André do Prado reforçaram seus compromissos de lutar pelos interesses das cidades do Alto Tietê. Alvino destacou o apoio da sua mãe e ex-prefeita, Conceição Alvino e destacou a participação de diversas lideranças políticas do Alto Tietê e Vale do Paraíba em sua campanha que precisa de 120 mil votos para a conquista de uma cadeira de deputado no Congresso Nacional. Os prefeitos de Arujá, Abel Larini (PR); de Salesópolis, Benedito Rafael (PR) e de Biritiba Mirim, Carlos Taino, o Inho (PSDB), além de vereadores de Poá, Itaquá e Ferraz de Vasconcelos marcaram a presença. Alvino disse que a instalação de um Hospital Municipal em Guararema será uma prioridade no seu mandato de deputado federal (caso seja eleito): “O Hospital Municipal com leitos de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) será a nossa principal missão como deputado federal. Garanto que vamos conseguir dinheiro do governo federal para essa e para outras obras que são necessárias em nossa cidade”, ressaltou o candidato que apresentou no telão uma maquete de como deverá ser o hospital. Ele ressaltou que não medirá esforços e nem poupará tempo para conseguir os investimentos de que Guararema e a região do Alto Tietê precisam: “Prometo que vou trabalhar 24 horas para não decepcionar a nossa cidade e a todos os que estão contribuindo com este projeto”, acrescentou Alvino. O ex-prefeito comentou a parceria com o deputado André do Prado será fundamental para que Guararema e outras cidades do Alto Tietê consigam, junto aos governo do Estado e Federal, as verbas de que precisam para oferecer aos seus moradores mais qualidade de vida.


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“Será muito difícil impedir recessão econômica” O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Unicamp e um dos conselheiros da Presidente Dilma Rousseff na área econômica, afirmou que a economia brasileira está no caminho de uma recessão.

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economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Unicamp e um dos conselheiros da presidente Dilma Rousseff na área econômica, afirmou no mês passado que a economia brasileira está no caminho de uma recessão. “Será muito difícil impedir pelo menos um trimestre de recesso. A economia está realmente resvalando para uma recessão ou para um crescimento extremamente baixo.” Para Belluzzo, os próximos dois anos serão “difíceis”: “A gente não pode se enganar”. O próximo governo, disse ele, terá que resolver duas “encrencas”, que são reajustar o preço da gasolina e deixar o dólar subir. O problema que esses dois movimentos têm impacto relevante na inflação, que já está elevada e perto do limite fixado pelo governo para o fim do ano, que 6,5%. Segundo ele, a solução apregoada no mercado financeiro pressupõe o aumento do desemprego. Isso teria impacto sobre a população que teve ganhos econômicos recentes, a chamada nova classe média. “A gente tem que olhar com cuidado essa discussão do que ser feito a respeito da inflação. Porque você criou um grupo de pessoas e se você desmonta essa ascensão, vai ser complicado suportar as conseqüências sociais disso”, disse. “O próximo presidente vai ter que conviver com essa questão”. Como conseqüência dessa limitação social, Belluzzo prevê que o Expressão News - Setembro/2014 - 12

Letícia Moreira/divulgação

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Unicamp e conselheiro da presidente


novo presidente ter que conviver com uma inflação ainda distante da meta, que 4,5% no ano. “A ideia de que vai colocar a inflação a todo o custo na meta, a custa do desemprego, no vai encontrar acolhida, sobretudo entre aqueles que ascenderam na escala social nos ltimos anos.” O economista afirmou que tanto o reajuste da gasolina quanto a alta do dólar são necessários para resolver problemas econômicos “sérios”. Na sua avaliação, o setor do etanol foi objeto de um “erro de política econômica”. Com a contenção do preço da gasolina, para controlar a inflação, o combustível derivado da cana ficou menos vantajoso para o consumidor. Isso provocou uma crise no setor, com o fechamento de usinas que processam etanol. Por isso, ele disse esperar que o próximo governo corrija o preço da gasolina, o que também ajudaria a destravar os investimentos da Petrobras. Já a alta do dólar atenderia ao setor industrial, cuja crise a seu ver deriva da valorização excessiva do real frente ao dólar, o que afetou a capacidade de competir das fábricas brasileiras tanto no país quanto no exterior. Sem indústria, afirma ele, a economia perde a capacidade de restabelecer o crescimento.

Chegou o momento da reforma tributária

de Aécio diz declarar 'guerra ao Custo Brasil', prega mobilização do capital privado e 'reestatização do Estado', critica 'populismo' e diz: 'Gosto de jogar no ataque' Divulgação

Fraga presidiu o BC de março de 1999 a janeiro de 2002, durante o segundo mandato de Fernando Henrique

O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e à frente da formulação da área econômica do candidato Aécio Neves (PSDB), evitou falar de números, mas disse que "chegou o momento" da reforma tributária. Em palestra no mês passado, ele descreveu um "quadro de perda de confiança" e de "expectativa deprimidas" para defender uma "reconstrução" do crescimento sustentado. "O que temos a fazer não requer pirotecnia nenhuma", disse, pregando, basicamente, redução de incertezas e "transparência absoluta" das contas públicas. Fraga põe à frente das prioridades uma reforma tributária que una IPI, ICMS e PIS/Cofins em um tributo, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA). "As coisas na vida têm momento. Acho que o momento chegou para nós", declarou na palestra organizada pela revista Exame e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. Em uma breve coletiva após o evento, insistiu: "O momento chegou. Isso virou um ponto de consenso". Mas não falou em percentuais. Seria, justificou,

"uma estimativa precária de algo que não começou a ser discutido ainda". Também evitou falar do impacto, para o consumidor, de uma nova política de preços para a Petrobras, sob "as regras do mercado". O que isso significaria para os combustíveis? "Eu não tenho um número para te oferecer. Tem custo para todo lado. Depende de vários fatores, como o câmbio e o preço do petróleo." Fraga também considerou alto o centro da meta da inflação, atualmente de 4,5%. Mas evitou estipular um número. "A maioria dos países está entre 2% e 3%. Eu não sugeriria isso", disse aos jornalistas. "Primeiro, tem de chegar lá (4,5%)." Para ele, não há dúvida de que com isso "os mais pobres serão os mais beneficiados, como já foram", referindo-se ao Plano Real. "É um ajuste que tenho certeza que será virtuoso", afirmou o ex-presidente do BC, para quem o objetivo é "reduzir incerteza e trazer (ao país) para uma taxa de juros normal". Com juros "normais", diminuiria a pressão sobre o câmbio, avalia. O receituário inclui combate aos  Expressão News - Setembro/2014 - 13


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Reprodução

"gastos extraordinários" do Estado, que, para ele, são ineficientes e antidemocráticos. "Temos de acabar com o populismo cambial", disse Fraga. "Hoje, o câmbio tabelado, controlado, está minando as contas externas." Ao defender a simplificação tributária, via IVA, que "facilitaria imensamente a vida das empresas", o economista também declarou guerra ao chamado Custo Brasil e defendeu uma "linha de gestão moderna, de mercado". Para o investimento em infraestrutura, outra urgência citada por Fraga, "é preciso mobilizar capital privado", por meio de parcerias público-privadas e privatizações. Ele avalia que a política de subsídios a setores de atividade já se esgotou. "O empresariado não quer ir a Brasília fazer lobby. Quer ficar na empresa, empreendendo, inovando." Ajustes O ex-presidente do BC diz que o país precisa ainda, "de alguma maneira, reestatizar o Estado". Para retomar o caminho do desenvolvimento, defende, seria necessário um Estado "imparcial", "meritocrático" e "provedor", não produtor. Todos os ajustes que podem ser feitos no ano que vem seriam importantes para "evitar uma recessão", afirma Fraga. "Se nós formos realistas em relação ao que temos no cardápio no ano que vem, o ajuste é bom. Poderíamos ter um ano que não seria nenhuma maravilha, mas seria um esforço útil." Ele citou como exemplo o "enorme ajuste fiscal" feito em 1999, ainda na gestão Fernando Henrique Cardoso, quando a economia praticamente não avançou. "As projeções eram -4% de PIB e foi mais um pouquinho", comentou – o PIB daquele ano variou 0,3%. Em janeiro de 1999, quando o executivo assumiu a presidência do Banco Central, o IPCA acumulado em 12 meses estava em 1,65% e a Taxa Selic em 29% anuais (resultando numa taxa real, acima da inflação, de 21,12%). Na reunião seguinte do Copom, em março de 1999, a Selic anual foi a 45% (taxa real de 40,75% sobre o IPCA de 3,02% ao ano). Quando deixou o BC, em janeiro de 2002, a inflação de 12 meses estava em 7,62%, e os juros básicos, em 19% (10,57% reais). A uma pergunta sobre coisas boas da atual política, Armínio Fraga sorriu e passou algum tempo coçando a parte inferior do lábio, pensativo. "Estou escaneando as informações", explicou, para em seguida responder. "Tem al-

Armínio Fraga presidiu o BC de março de 1999 a janeiro de 2002

gumas coisas boas, mas o desenho maior está errado, com soluçãozinha parcial pra lá e pra cá". Como dado positivo no período recente, ele citou a formalização do mercado de trabalho. E também fez ressalvas ao papel do BC ("É percebido hoje como tendo menos autonomia") e do BNDES: "Se agigantou muito nos últimos anos, e isso de certa maneira inibe o mercado de capitais. Tem muito empréstimo que eu acho que não faz o menor sentido. Defendo desmontar isso de forma gradual." Outra pergunta fez referência a como ganhar a eleição, como mostrar as propostas ao eleitor. "Não estou participando do dia a dia da campanha... O debate passa por um entendimento de que as coisas podiam estar muito melhor." Mas a população percebe?, insistiu a entrevistadora. Depois de citar, de passagem, o economista liberal Adam Smith (1723-1790), ele também insistiu na necessidade de "mostrar a realidade das coisas" e deficiências dos serviços

públicos, mas lembrou que não é um estrategista eleitoral: "Não sou do ramo". O ramo de Fraga, lembrou logo depois, é repensar o modelo de gestão, como deixaria claro ao dizer se faria algo diferente em sua gestão à frente do BC, de 1999 a 2002. "Eu sou um cara que olha muito pra frente. Tenho certeza de que tinha a mesma cabeça que tenho hoje. Gosto de jogar no ataque", afirmou, acrescentando que daria mais ênfase às reformas, mas teve limitações por causa de crises políticas envolvendo o governo. "Passei muito tempo apagando incêndio." No primeiro ano de um eventual governo Aécio, o importante para Armínio seria "apresentar uma reforma tributária, iniciar um grande esforço de investimento em todos os itens da infraestrutura e iniciar uma grande batalha contra o Custo Brasil". E "dar um gás em muitas áreas", com um esforço "bem amplo, mas realista".


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Culinรกria

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O sabor e a essência do shoyu lamen A tigela chega fumegante ao balcão. Na superfície do caldo de porco translúcido, gotículas de gordura. Cebolinha picada ao centro. Quatro finas fatias de lombo, meio ovo cozido, brotos de feijão e bambu e naruto (massa de peixe) impedem que se alcance com os olhos a massa, delicada e al dente, submersa na cumbuca. No Japão, há a estimativa de mais de 34 mil endereços só de lamen. No Brasil, a história é outra e a oferta, escassa. Portanto, casas especializadas nesse "macarrão ensopado", que preenche a boca e acalenta à primeira mordida, atraem longas filas. LAMEN NÃO É MIOJO O miojo é a massa do lamen frita no final do processo. A fritura é usada para conservar o macarrão, mas prejudica a textura do produto.* TIGELA FUMEGANTE A essência do lamen –ou ramen, como pronunciam os japoneses– está no caldo. As receitas de longo cozimento (chegam a durar dias) misturam proteínas e vegetais e variam de casa para casa. Alguns cozinheiros querem o caldo perfeito, com um 'blend' de mar e montanha. Para isso, podem ser usados peixes secos, frutos do mar, cogumelos, galinhas inteiras, cabeças de porco e costelas de boi, de acordo com a região japonesa. Além disso, podem ter sal (shio), molho de soja (shoyu) ou pasta de soja fermentada (missô). É justamente por causa do caldo que especialistas dizem que no Brasil não se come lamen como no Japão. "Não chega aos pés. Há fãs ardorosos de casas daqui, mas não é bom. O caldo é muitas vezes congelado, e a massa se desintegra com facilidade", afirma Jo Takahashi, que ficou à frente da Fundação Japão por quase 30 anos. "Os produtos não permitem que o caldo aqui seja bom como o de lá", diz Fabio Koyama, do Minato Izakaya. Por causa disso, segundo o chef Akio

Kawamura, do Lamen Kazu, "ele é feito no restaurante, mas 80% dos ingredientes são importados".

Onde comer o Shoyu Lamen

A massa usada no lamen foi levada ao Japão pelos chineses e absorvida pela gastronomia do país. Segundo o livro "Slurp! A Social and Culinary History of Ramen" (história social e culinária do lamen), de Barak Kushner, só no século 19 apareceram as primeiras casas vendendo massas em "estilo chinês". "A receita chinesa era diferente: com caldo menos suave, massa mais grossa e legumes por cima", diz o professor Hélio Takeda, da Universidade Anhembi Morumbi.

EM SÃO PAULO ASKA - R. Galvão Bueno, 466, Liberdade; tel. (11) 3277-9682 IZAKAYA ISSA - R. Barão de Iguape, 89, Liberdade; tel. (11) 3208-8819 LAMEN KAZU - R. Thomaz Gonzaga, 51, Liberdade; tel. (11) 3277-4286 MINATO IZAKAYA - R. dos Pinheiros, 1.308, Pinheiros; tel. (11) 3814-8065 PORQUE SIM Onde r. Tomas Gonzaga, 75, Liberdade; tel. (11) 3277-1557 SHINZUSHI - R. Afonso de Freitas, 169, Paraíso; tel. (11) 3889-8700 EM MOGI DAS CRUZES MN LAMEN - R. Coronel Souza Franco, 813, centro; tel. (11) 4726-2680

MASSA CHINESA FOI ABSORVIDA POR JAPONESES

Receita de Shoyu Lamen Tempo de preparo: Mais de uma hora Rendimento: 2 porções INGREDIENTES 1l água 20g Alga kombu 20g Cogumelo shitake desidratado 10g Katsuo-bushi (lasca de peixe bonito seco) 100g Dorso de frango 100g Cebola 50g Cenoura 5g Gengibre 2 dentes Alho 4 colheres (sopa) Shoyu (sem glutamato monossodico de preferência) 2 colheres (sopa) sake 2 colheres (chá) Óleo de gergelim 2 colheres (sopa) Cebolinha fatiada 1 colher (sopa) Milho 50g Broto de feijão moyashi 2 fatias Naruto (massa de peixe) 1 unidade Ovo cozido (deixar por 5min de molho em shoyu) 200g lombo suíno 50g Açúcar Cristal MODO DE PREPARO Modo de preparo da sopa: Coloque água uma panela e adicione alga kombu, cogumelo shitake desidra-

tado e katsuo-bushi e leve ao fogo. Quando atingir a fervura, retire rapidamente os ingredientes e adicione o dorso de frango e cozinhe por 1 hora Adicione cebola, cenoura, gengibre e alho e cozinhe por 30min. Retire todo ingredientes e adicione shoyu, sake e óleo de gergelim. Assim fica pronto a sopa. Modo de preparo do macarrão: Em uma panela suficientemente grande, coloque 1,5L de água e ferva. Quando atingir a fervura, coloque 2 porções de macarrão fresco para Lamen e cozinhe por 1,5min. Escorra bem a água e coloque o macarrão na sopa. Sugestão de topping: Tyashu (modo de preparo para 2 pessoas: 200g de lombo suíno, cozinhar por 45 min em 1L água, com pequena fatias de gengibre e alho, tirar somente a carne da água. Adicionar 50g de açúcar cristal e 200ml de shoyu e cozinhar por mais 30min. Envelopar a carne cozinha em filme de PVC e deixar resfriar. Quando estiver bem resfriado, fatiar e esta pronto para consumo. Expressão News - Setembro/2014 - 17


Receita do bacalhau à espanhola INGREDIENTES • 400g de bacalhau em posta, dessalgado e limpo • 1 tomate grande maduro, cortado em lâminas • 2 batatas pré-cozidas, cortadas em lâminas • 1 folha louro, picada • 100 ml de azeite de oliva extravirgem • 100 ml de vinho branco • 30g de alho, cortado em lâminas • Sal a gosto PREPARO 1. Refogue em uma panela o azeite, o alho, o louro e a cebola por 3 minutos. Em seguida, coloque o bacalhau, deixe 2 minutos e vire. Coloque o vinho e deixe por mais 2 minutos. Depois, ponha o tomate, a batata e o sal. 2. Leve ao forno e deixe por 25 minutos. Retire do forno e sirva. Rendimento 4 PORÇÕES

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Governo vai diminuir a burocracia na compra de imóvel Segundo o ministro Mantega, comprador vai precisar ir em apenas um cartório para tirar todas as certidões necessárias à compra

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o governo federal vai simplificar, por meio de medida provisória, o procedimento de aquisição de imóveis por meio de financiamentos. "Vai ser mais fácil comprar imóvel financiado. Estamos reduzindo a necessidade de fazer périplo pelos cartórios", disse. Para isso, a ideia é concentrar na matrícula do imóvel todas as informações que possam resultar em ônus sobre imóvel. "Quando você vai fazer uma transação imobiliária financiada, tem que tirar um monte de certidão em um monte de cartórios. Vamos concentrar em um único cartório", afirmou, acrescentando que isso diminui o trabalho do comprador, simplifica a operação e dá segurança jurídica. "Dá segurança jurídica porque você vai ter um panorama de todas as transações desse imóvel. Não tem possibilidade de furo", disse. O governo também anunciou um estímulo aos empréstimos que dão imóvel como garantia (também conhecidos como home equity). Agora, parte dos recursos

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da poupança (3%) poderá ser utilizada nessa modalidade. "O financiamento ficará mais barato. O juro ficará mais barato", disse o ministro. O incentivo depende de aprovação no Conselho Monetário Nacional. A expectativa é que ela adicione R$ 16 bilhões em novas operações. Mantega afirmou que as medidas que estão sendo anunciadas pelo Ministério da Fazenda não são as mesmas anunciadas pelo Banco Central, mas caminham na mesma direção e vão melhorar a regulação do sistema de crédito brasileiro. "Essas medidas vão no sentido de aumentar a segurança jurídica das transações, de reduzir o custo dessas operações e no sentido de simplificar essas operações. Então são medidas que vão contribuir para aumentar a produtividade e competitividade do sistema financeiro. É o que todos querem, aumentar competitividade, reduzir custos e simplificar", afirmou. "Estamos, por exemplo, desde o ano passado preparando nossa incorporação à Basileia 3", disse. "O BC anunciou medidas que vêm no sentido de melhorar liquidez do sistema. Aumentar liquidez e reduzir requerimento

de capital de instituições financeiras. Aumenta liquidez do sistema e reduz o custo das operações", completou. Letras. Mantega também anunciou a criação de um novo título para as instituições financeiras que oferecem financiamento imobiliário. O novo papel será chamado de Letras Imobiliárias Garantidas. Segundo Mantega, o novo papel permitirá que os bancos com carteira imobiliária tenham funding adicional. Ele explicou que esse papel terá mais garantias dos que os outros títulos que estão em circulação do mercado. Isso porque, informou, o banco emissor dará garantia patrimonial. "Os papéis vão criar um funding adicional para o mercado de credito imobiliário para atrair investidores estrangeiros, que gostam desses tipo de papel, que são conhecidos de cover bonds", afirmou. "Eles têm aquele sistema de patrimônio de afetação. Uma parte do patrimônio respalda essas títulos." Mantega informou que esse novo papel será isento do Imposto de Renda (IR), mas terá cobrança do IOF. O ministro insistiu que é um título de médio e longo prazo e prazo médio (duration) acima de dois anos. Potencial. "Se olharmos para as LCI, temos um mercado de mais de R$ 100 bilhões em pouco tempo. Então esse (novo papel) tem um potencial grande para o mercado. O mercado busca títulos cada vez mais seguros e mais baratos. Esse título não tem imposto de renda", afirmou. Ele lembrou que o mercado de Letras Financeiras (LF) chegou a mais de R$ 200 bilhões. "São títulos que lançamos nos últimos anos", afirmou. Em relação à nova modalidade de financiamento imobiliário com funding da poupança, o ministro disse que é opcional para as instituições financeiras. A instituição financeira poderá conceder ou não o crédito", afirmou.


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A moda esportiva ganha as ruas Usar tênis e roupas de ginástica no dia a dia é a tendência fashion do momento Divulgação

Usar só uma peça esportiva no look é uma dica. Prefira as de tons neutros. Coleção da Adidas assinada por Jeremy Scott, da Moschino. Tênis que serão lançados com a assinatura do cantor Pharrel Williams

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squeça a ideia de que short boxer, regata com decote nadador e tênis estão restritos apenas à academia e às pistas de corrida. Usar essas peças para sair, ir ao escritório ou até para dançar em uma festa agora está liberado. É claro que não dá para ir da musculação direto a um compromisso de trabalho, para se dar bem na moda esportiva é preciso seguir algumas regrinhas. Usar só uma peça esportiva no look é uma delas, preferir as de tons neutros, é outra. "O melhor caminho é brincar com estilos opostos, como, por exemplo, combinar um tênis com peças de alfaiataria desconstruída e de tom minimalista, o resultado é elegante", afirma a editora de moda Carolina Machado. A mania de usar tênis de corrida no dia a dia virou febre entre os fashionistas e logo deu início a um movimento muito Expressão News - Setembro/2014 - 22

maior, que tem, inclusive, aquecido o mercado fitness. "A Track & Field sempre teve a preocupação com o design de moda em seu DNA, mas, sem dúvida, nos dois últimos anos crescemos muito. Lançamos uma linha nova por semana para atender a demanda", diz Fred Wagner, um dos sócios da marca. A medida é também uma maneira de se aproximar do modelo de vendas de grifes convencionais de moda e de reforçar sua identidade: "Queremos que o nosso público tenha roupas para usar fora da academia também. Estamos investindo muito em pesquisa de tendências, temos nos preocupado com estampas e shapes diferentes. Além de tecnologia de ponta, é claro", afirma Fred. Os tecidos tecnológicos, aliás, são bons aliados na hora de aderir o estilo. "Deixar que o material dê o toque esportivo à produção é um truque que funciona. No

primeiro momento, uma jaqueta pode ser uma boa peça para se arriscar na proposta", afirma Carolina Machado. Já as maiores marcas esportivas do mundo têm visto a movimentação de outra maneira, como uma forma de se aproximar de grandes nomes da moda. "Essa nova posição do produto esportivo trouxe a oportunidade de aprimoramento do conceito fashion", diz Adriana Teixeira, relações públicas da Adidas. A marca têm investido nas parcerias para se aproximar do público mais fashion, tanto que Stella McCartney tem linha fixa em parceria com a grife. "Esse foi um jeito de trazer o toque fashion aos produtos de performance. Agora temos investido em peças esportivas, mas com um estilo mais casual", diz Adriana. A carioca Farm foi uma das escolhidas para o trabalho de colaboração da Adidas, assim como Jeremy Scott, diretor de criação da Moschino, que lançou uma coleção cheia de tênis irreverentes para a marca, com asas e ursos de pelúcia nos cadarços. "Essas parcerias dão um retorno positivo para a marca, que vai além do aumento das vendas. Os consumidores têm se tornado mais fieis e esperam ansiosamente por novidades que ainda estão por vir", diz a relações públicas. A próxima aposta da Adidas é o cantor Pharrell Williams, que desenhou uma coleção que está causando alvoroço nas redes socais, mas ainda sem data para ser lançada. A Nike é outra gigante que tem bebido da mesma fonte. Entre seus recentes investimentos está a coleção de tênis assinada por Riccardo Tisci, da Givenchy. Entre tantas opções e possibilidades é preciso cuidado para definir o que fica restrito à prática de esportes e o que pode ser incorporado ao dia a dia sem problemas. "As peças justas não devem ser usadas fora da academia, o visual não pode ser vulgar", afirma Carolina Machado. A outra dica é brincar com os estilos. Uma saia midi bem feminina combinada com t-shirt esportiva forma um look inesperado e chique. "Ter pelo menos uma peça sofisticada, como um blazer, uma saia de couro ou uma calça de alfaiataria, é fundamental para a mistura dar certo. Os maxi acessórios finalizam o visual com personalidade", completa. Ficou com vontade de usar a tendência na balada? Suba no salto e aposte num look todo preto, com mix de texturas e bijoux poderosas


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Cirurgião dentista alerta sobre o perigo da periodontite A periodontite é uma inflamação crônica da gengiva, que atinge também os ligamentos de suporte dos dentes. Essa é uma das principais causas de perda de dentes em adultos. Gil Borges/EN

O cirurgião Nivaldo Andrade em seu consultório, em Arujá

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periodontite é um processo inflamatório que se inicia na gengiva e que invade a estrutura dos dentes. Esse processo gera danos graves com reflexo na estabilidade do dente, exteriorizando-se na migração, mobilidade e perda do dente. "A doença se inicia no colo do dente, se não for removida ela vai se aprofundando, vai calcificando até virar tártaro. Quando começa o tártaro a remoção só poderá ser feita através do dentista que vai fazer a raspagem na região", afirmou o cirurgião dentista Nivaldo Andrade. Os sintomas da doença são: feridas na gengiva, sensação de cresciExpressão News - Setembro/2014 - 24

mento do dente, halitose, pus entre a gengiva e o dente, sensibilidade dolorosa aos estímulos da mastigação, alteração do paladar, presença de sangue na saliva e dor aguda em áreas especificas da gengiva e dentes. Recentemente, um estudo da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp comprovou que a Periodontite tem ligação com doenças renais, diabetes, infartos e infecções pelo corpo. Isso acontece pelo fato de em casos avançados, as bactérias da boca conseguem entrar na corrente sanguínea e invadir outras áreas do corpo que não estão preparadas. "As bactérias penetram na circulação sanguínea através da gengiva do-

ente causando vários tipos de doenças, circulando por todo o organismo, passando principalmente pelo coração, podendo até causar endocardite bacteriana, que é uma infecção no coração. Eu recomendo consultar seu dentista periodicamente, uma boa escovação usando o fio dental. Caso contrário, o dentista terá que fazer o curativo através da raspagem da placa que gruda na raiz do dente, que destrói todo o osso que sustenta o dente. Se a doença evoluir, pode chegar ao grau que não tem mais retorno, a pessoa pode perder o dente. Tem caso que o dente cai sozinho, a pessoa chega ao consultório com o dente na mão",


afirmou o cirurgião Nivaldo Andrade. Assim como todas as doenças bucais, o melhor tratamento é a prevenção. A boa higiene bucal previne o aparecimento da infecção. Uma boa nutrição também é importante. O tratamento da Periodontite é feito através do controle da infecção, remoção da placa de tártaro e o alisamento da raiz dos dentes para a eliminação dos pontos de acúmulo de germes. Em casos mais avançados é necessária cirurgias para a remoção do tártaro. Esse processo é realizado por um dentista especializado em Periodontite, o periodontista. O tratamento pode demorar algumas sessões e é necessário um acompanhamento constante para impedir a volta da doença. SERVIÇO Dr. Nivaldo Andrade, tem várias especializações em implates e mais de 50 cursos de atualizações odontológicas. Atende em seu consultório há mais de 33 anos. É formado em farmacologia. Rua Prudente de Moraes, 55, Centro, Arujá. Tel: (11) 4655-3814

Reprodução

Estágio avançado de periondontite

Reprodução

Caso grave de endocardite bacteriana

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Os melhores perfumes femininos lançados em 2014 Esqueça a fidelidade. Pelo menos com relação aos perfumes, a monotonia é so last season... Até porque 2014 pode ser considerado um grande ano para a perfumaria, com lançamentos que têm revolucionado o mercado. Fomos no rastro dos franceses (e quem melhor do que eles para falar sobre o assunto?) e reunimos abaixo perfumes considerados pela "Vogue" do país grandes lançamentos da temporada. Dá para trocar de fragrância como se troca de roupa!

2) Extatic, da Pierre Balmain: é um eau de parfum oriental floral feminino. Custa no Brasil cerca de R$ 180, o frasco de 40 ml.

1) 1932, Beige e Jersey, da Chanel: as três fragrâncias vêm agora em concentração puro perfume.

3) Girl: o perfume, unissex, é uma parceria da marca Comme des Garçons com o cantor Pharrell Williams.

4) Elixirs Précieux, da Dior: é um perfume oriental amadeirado. Expressão News - Setembro/2014 - 26


8) La Tentation de Nina, de Nina Ricci: é um floral rutado. Vendido no Brasil por cerca de R$ 250 o frasco de 50 ml.

5) Miss Dior Blooming Bouquet: o eau de toilette é a nova edição do Miss Dior e consiste num delicioso buquê floral. Vendido no Brasil por cerca de R$ 290 o frasco de 50 ml.

6) Anais Anais Premier Delice, da Cacharel: é um perfume floral frutado.

7) Chypre Caresse, da Givenchy: é um perfume chipre, cuja fragrância contém angélica, jasmin, limão verdadeiro ou siciliano e patchouli ou oriza.

9) Reveal, da Calvin Klein: é um perfume floral amadeirado almiscarado

10) Roses De Chloé, da Chloé: é um eau de toilette floral. Vendido no Brasil por cerca de R$ 340 o frasco de 50 ml.

11) Absolutely Vital, Perfectly Marvellous, Extravagance Russe, Simply Divine e Outrageously Vibrant, de Diana Vreeland: são cinco novos perfumes, cada um assumindo uma personalidade diferente, em frascos de inspiração vintage. Expressão News - Setembro/2014 - 27


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Divulgação/AI-PMA

Secretários de Obras, Juvenal Penteado, e Habitação, José Orlando da Silva, acompanharam vistoria com o encarregado da obra, Renato Shiroma

Abel diz que obras da CDHU é ‘um sonho realizado’ O prefeito Abel Larini vistoria obras da CDHU na Fazenda Albor e afirma que é “a realização de um sonho” Texto e foto: Imprensa Prefeitura de Arujá

“É um sonho sendo realizado”. Foi assim que o prefeito de Arujá, Abel Larini, definiu as obras de 391 moradias populares da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) que estão sendo construídas na Fazenda Albor, na região do Jardim Emília. O investimento no local é de R$ 38.549.000,00. No total, estão sendo levantados 340 apartamentos e 51 sobrados, todos com cerca de 48 metros quadrados de área. Além das 51 casas, das quais pelo menos 18 acessíveis a pessoas com deficiência, o conjunto habitacional terá mais 14 prédios: três de cinco andares, seis de sete andares e cinco de seis andares. De acordo com o engenheiro responsável pela obra, Renato Shiroma, 15% dos serviços já foram executados. “Isso aqui é um sonho que nós estamos realizando. Foram muitos anos lutando por essas moradias para as pessoas que precisam. Além destas, estamos viabilizando mais 1,6 mil unidades, o que vai significar um grande avanço na qualidade de vida de muitas famílias”, afirmou o prefeito. Diariamente, 170 homens trabalham nas construções realizadas em uma área de 58.082,03 metros quadrados. Além do prefeito, estiveram na vistoria os secretáExpressão News - Setembro/2014 - 30

rios municipais de Habitação, José Orlando da Silva, e de Obras, Juvenal Penteado. “Ficamos felizes em ver que o projeto da obra está se efetivando”, afirmou Penteado. Conforme explica o secretário de Habitação, as unidades da Fazenda Albor compõem um projeto de 892 moradias populares. “Além destes, outros 501 apartamentos e casas estão com projeto em andamento. É um trabalho que estamos fazendo que ajudará muito as pessoas que vivem em áreas de risco”, disse. Etapas O projeto de moradias populares em Arujá é composto pelas etapas C1 (atual), C2 e C4. Somadas, elas representam aproximadamente 2,5 mil unidades. As obras realizadas pela empresa Faleiros, vencedora do processo licitatório, tiveram início em fevereiro e possuem prazo de 24 meses para conclusão. Cadastramento O processo de cadastramento dos moradores será coordenado pela CDHU e só deve começar após a execução de 70% das obras, conforme estabelece a Diretoria de Atendimento Habitacional do órgão.


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A educação de nossos filhos Não adianta xingar o sistema. Seria mais útil se fosse ensinado como ele opera e explicado que os países que mais deram certo são aqueles onde o sistema funciona melhor

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objetivo deste texto não é criticar um colégio ou uma matéria em particular, mas fazer uma reflexão sobre a educação de nossos filhos. Creio que o que vem a seguir expressa o misto de perplexidade e angústia de muitos pais. Nossos filhos se formam e são lançados na vida adulta sem ter a menor ideia de como responder a duas perguntas cuja resposta define, em parte, a condição de qualquer cidadão: a) “Quanto vou ter que poupar por mês, a partir dos 25 anos, para poder dar entrada na casa própria aos 30 anos?”; b) “Quanto vou ter que poupar por mês, a partir dos 25 anos, para ter uma renda complementar de X quando chegar a hora de me aposentar?” Pessoas que conseguem se organizar — por mérito próprio e sem depender dos pais — para responder às duas perguntas terão mais êxito do que as que caírem vítimas dos cheques especiais da vida, tiverem que pagar aluguel a vida inteira e/ou, tendo eventualmente tido antes uma vida adulta relativamente confortável, acabarem dependendo apenas do INSS ao chegar a uma idade avançada. Em compensação, os jovens são expostos (até nas aulas de religião!) a uma verdadeira catequese anticapitalista, metódica e incisiva, com frases como as que transcrevo abaixo, retiradas de um dos livros adotados por uma escola que está entre as primeiras colocadas no Enem: “O sistema político atual faz com que

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os pobres paguem a conta dos ricos em todos os setores da sociedade. O neoliberalismo (capitalismo) incentiva a competitividade, o individualismo. Se quisermos ser solidários, temos que remar contra a correnteza e fazer algo para que o novo possa ser usufruído por todos” (no capítulo sobre “Compromissos”). “Será que os MCS (meios de comunicação social) nos apresentam os problemas de forma fragmentada, o que não nos permite enxergar o que a política neoliberal tem a ver com a queda de um variado número de grandes e pequenas empresas, com o desemprego, com a violência, com a fome?” (no capítulo sobre “Participação popular”). “Vamos pensar: quantas vezes você foi convidado a dar uma opinião na compra de um carro em sua casa? Quem decidiu sobre as prioridades e os investimentos futuros em sua casa? Quem tem a última palavra?” (no capítulo sobre “Poder e relações de dominação”). O clímax de toda essa pregação de marxismo de jardim de infância é o subtítulo do capítulo sobre “análise social”: a síntese, antológica, de que “o sistema econômico é a mãe de todos os vícios”. Não adianta xingar o sistema. Seria mais útil se aos alunos fosse ensinado como ele opera e explicado que os países que mais deram certo são justamente aqueles onde o sistema funciona melhor, que a China deslanchou quando introduziu componentes capitalistas no seu dia a dia e que a comparação entre o destino das duas Coreias nos últimos 60 anos é a melhor forma do aluno tirar as suas próprias conclusões acerca do assunto.

A vida é dura para a maioria. Até mesmo para muitos membros da elite, o êxito profissional vem, em geral, depois de muito estudo, muitas provas e muito empenho. É um desserviço ao bom nome da escola, à educação dos futuros cidadãos e ao país o que certo tipo de professores faz nas suas pregações contra o capitalismo. O jovem sai do ensino médio achando que o “sistema” está errado e que ganhar dinheiro é uma espécie de pecado. Anos depois, aprenderá na vida que o capitalismo é como a democracia para Churchill (“o pior de todos os sistemas, com exceção de todos os outros”) e que, se não se preocupar em constituir certo patrimônio, chegará o dia em que enfrentará problemas sérios. Se ficar preso à ideologia recebida nesse tipo de aulas, aumentarão as chances de chegar a uma idade crítica dependendo da boa vontade alheia. Se tiver tido êxito na vida, provavelmente terá deixado de lado aqueles ensinamentos. Há algo profundamente errado nas nossas escolas, mesmo entre algumas das que se encontram entre as melhores do país. Por isso, não é de estranhar que, em comparações internacionais como o Pisa, o Brasil esteja mal na foto. Em um país que precisa se mostrar mais produtivo, a educação não prepara bem os jovens para enfrentar um mundo onde a competição — entre os indivíduos, entre as empresas e entre os países — será o nome do jogo. Gostemos ou não. Fabio Giambiagi é economista


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