REVISTA EXPRESSÃO NEWS - FEVEREIRO

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Condenar os corruptos e preservar as empresas Deve-se a aplicar a legislação com rigor, preocupando-se também com projetos-chave e empregos, mas sem que isso torne inimputáveis acionistas e executivos

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nquanto transcorrem as investigações sobre o petrolão e se confirmam as piores expectativas sobre a dimensão do esquema de roubalheira montado na Petrobras sob inspiração lulopetista, crescem as preocupações com o futuro da estatal e principalmente das empreiteiras cúmplices do esquema. No pronunciamento de abertura da primeira reunião ministerial do seu segundo governo, no dia 27/1, a presidente Dilma defendeu a tese de que combater a corrupção não pode significar destruir as empresas. Por suposto. Trata-se de aplicar a devida legislação com o rigor que o escândalo exige, mas sem se esquecer da necessidade de se preservar empreendimentos estratégicos e o máximo de empregos. Uma interpretação literal da fala da presidente pode induzir o entendimento de que ela propõe a não aplicação da Lei Anticorrupção, por ela mesma sancionada entre fanfarras. Algo inconcebível, mesmo porque o Executivo não tem poderes de direcionar o Judiciário e o Ministério Público nas denúncias e veredictos. Mas ele pode, na regulamentação dessa lei, ainda a ser apresentada, tentar abrir espaço para fórmulas jurídicas que punam a corrupção sem danos irreversíveis ao patrimônio técnico e à capacidade operacional das empresas. Algo precisa ser feito a fim de preservar empreendimentos e empregos, mas

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sem criar um regime de inimputabilidade para acionistas e altos executivos. Nenhum assaltante dos cofres públicos pode escapar ileso. Quanto à Petrobras, ela diminuirá de tamanho — seu valor de mercado já caiu a mais da metade —, mas seu maior acionista, o Tesouro, sempre poderá resgatá-la, mesmo a um elevado custo político para o governo Dilma e PT. Nos EUA, as empresas envolvidas em corrupção não quebram; porém, fragilizadas, terminam adquiridas por concorrentes. No Brasil, o fato de todas as grandes empreiteiras participarem do petrolão é mais um motivo para se abrir este mercado a competidores de fora. Mesmo ainda sem regulamentação, a Lei Anticorrupção pode ser aplicada, e dela constam multas a serem cobradas às pessoas jurídicas, com valores entre 0,1% e 20% do faturamento. A penalização financeira é outro instrumento usado na esfera administrativa e na Justiça americana. A Petrobras, também processada nos EUA, certamente será multada, pois lesou investidores ao não zelar como deveria pelo patrimônio deles. No momento, empreiteiras adotam a tática de se apresentar como vítimas de achaques. A chance é pequena de convencer juízes e promotores. Talvez não tenham outra alternativa a não ser aceitar acordos de “leniência”, previstos na lei, a versão da delação premiada para pessoas jurídicas. Ajudam nas investigações e recebem penas mais leves ou menos pesadas.


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Alto Tietê tem déficit de mais de 9000 vagas em creches Em comparação a 2014, déficit aumentou 17%. Levantamento foi feito com dados divulgados pelas prefeituras.

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região do Alto Tietê tem 9.065 alunos com média de idade de 0 a 3 anos a espera de vagas em creches municipais. O levantamento foi feito pelo com dados enviados pelas Prefeituras de nove cidades da Expressão News - Fevereiro/2015 - 06

região: Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano. O município de Biritiba Mirim foi a único que não respondeu os questionamentos da reportagem. Em relação ao ano passado, houve um aumento de 17% no déficit de vagas em creche Foi feito o mesmo levantamento

sobre vagas em creches na região no começo do ano passado. Na época, o Alto Tietê disponibilizava 7.448 vagas. Em janeiro de 2015, o número total saltou para 9.065. Ferraz de Vasconcelos, é a cidade que lidera o ranking. No ano passado, o déficit era de 1.200. Este ano, a Prefeitura informou que a cidade possui uma fila de 1.850 crian


Déficit no Alto Tietê cresceu na comparação entre 2014 e 2015

Reprodução/EN

ças a espera de vagas: um aumento de 54,17%. Além disso, entre fevereiro de 2014 e janeiro deste ano, quatro unidades foram construídas. Segundo a Prefeitura, ainda este ano três creches serão inauguradas. Há planos para se construir mais duas instituições: na Vila São Paulo e Parque São Francisco. Em nota, a Prefeitura se justificou dizendo que "para acolher a demanda reprimida, seria necessário, dentro do entendimento técnico do Poder Executivo ferrazense, a abertura de sete a nove novas creches, com a média de 150 a 200 alunos por unidade atendidos". Suzano aparece em segundo lugar no ranking de déficit em creches. Atualmente, a cidade possui 4000 cadeiras (a mesma quantidade de 2014) na rede pública e um déficit de 2.827. Em relação ao ano passado, o

município registrou um aumento de 35,46%, já que em 2014 o município tinha 2087 alunos aguardando vaga. A cidade tem 32 unidades. Duas foram entregues em 2014, segundo a administração municipal: uma no Jardim Alterópolis e outra no Jardim Leblon. O município informou ainda que mais três creches serão construídas nos seguintes bairros: Parque Residencial Casa Branca, Jardim Quaresmeira e Miguel Badra Baixo. A Prefeitura justificou afirmando que "o déficit de Suzano não aumento". A administração ainda alegou que "houve um engano quanto aos dados passados, em 2014". Em nota, a Prefeitura informou que "o déficit era de 2989 e em 2015 esse número chegou a 2.897. Ou seja, foi registrada redução de quase cem vagas". Mogi das Cruzes. O município tem 8.923 crianças matriculadas em creches municipais e 2.305 aguardando vaga, segundo dados informados pela Prefeitura. No começo de 2014, eram 1,8 mil alunos aguardando encaixe: um aumento de 28,06%. Segundo dados da adminstração municipal, 14 unidades ficarão prontas ao longo de 2015. Deste total, cinco serão entregues no distrito de Jundiapeba. Duas, inclusive, já foram inauguradas. O restante das instituições que ainda serão erguidas em 2015 ficam no Parque Olímpico, Conjunto Santo Ângelo, Jardim Santos Dumont; Vila Nova Aparecida; Jardim Rodeio; Residencial Pedra Branca; Jardim Margarida; Vila Brasileira e Chácara Guanabara.

Filas em Poá. No começo do ano, centenas de pais fizeram plantão e chegaram a enfrentar mais de 24 horas de fila em busca de vagas para os filhos nas creches. Eles disputavam as 500 vagas oferecidas pela Prefeitura. Mesmo assim, a cidade registrou uma queda de 40,25% no déficit de vagas, segundo o levantamento. No começo de 2013, eram 400 crianças aguardando uma cadeira. Em janeiro deste ano, o número caiu para 239. No entanto, a secretária de Educação de Poá, Sonia Regina Fernandes Afonso, disse que imóveis estão sendo locados em Poá com esta finalidade. "Estou alocando alguns imóveis, tenho quatro imóveis que já foram alugados. Eles devem entrar em funcionamento em março. Estamos adequando. E estamos continuando procurando imóveis adequados, para colocarmos mais alunos dentro das nossas creches", explica. Em Itaquaquecetuba, o déficit de vagas em creche aumentou 10%. Segundo levantamento, no começo de 2014 a cidade tinha 1,5 mil crianças aguardando uma colocação no município. Em janeiro deste ano, o número saltou para 1.650. Atualmente, a cidade possui 3,2 mil alunos matriculados. Segundo a Prefeitura, mais quatro unidades serão entregues em 2015, gerando cerca de 1.300 vagas. Além de Poá, Arujá também conseguiu diminuir a fila de espera para vagas em creche. Este ano, são 166 crianças a espera de uma cadeira. Em 2014, o município tinha um déficit de 370. A queda foi de 55,14%. Expressão News - Fevereiro/2015 - 07


Foto: Gil Borges

A secretária de Educação, Maria Goretti Aguiar Alencar e o Prefeito Abel Larini

Abel Larini inaugura escola com investimento de 4 milhões

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om capacidade para atender 720 alunos da educação infantil e do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, a Escola Municipal Professor Eufly Gomes foi entregue à comunidade do Centro Residencial no dia 05/02 pelo prefeito Abel Larini. O investimento da Prefeitura na unidade foi de R$ 4,011 milhões. “Hoje, temos quase dez mil alunos nas nossas escolas. Essa unidade tem quase dois mil metros quadrados de construção e foi uma luta nossa. Nunca na minha vida estudei em uma escola dessas. Então vamos mantê-la, assim, linda; é uma responsabilidade de todos nós. A educação é tudo”, afirmou o prefeito. Construída na Rua Mamede Barbosa, nº 133, em uma área de 4,2 mil metros quadrados, a escola fica em frente ao seu antigo prédio, onde funciona a Escola Técnica Estadual (ETEC) Professora Luzia Maria Machado, inaugurada em maio de 2014. “Essa obra foi um desafio porque ocorreram algumas intercorrências e, por isso, agradeço à paciência que os pais tiveram. Nós a concluímos e Expressão News - Fevereiro/2015 - 08

Texto da Ass. Imprensa PM Arujá

Gil Borges

O secretário de Obras, Juvenal Penteado e o vereador Gilberto Daniel (Gil do Gás)

estamos em ritmo acelerado na construção da creche do Limoeiro, outro equipamento importante para a Educação da cidade”, afirmou o secretário de Obras, Juvenal Penteado. A unidade possui 12 salas de aula, biblioteca, amplo espaço para recreação, sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), refeitório, cozinha equipada, quadra poliesportiva (em acabamento), sala de informática, rampa e elevador para aten-

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aos alunos com deficiência. Tem também, espaços administrativos, sala de professores, estacionamento para funcionários e vestiários. No total, atende 24 turmas de estudantes nos períodos da manhã e da tarde. “Esta é a ideia da escola que queremos: bonita, bem equipada. Com a entrega, a Eufly passa a ser o modelo de espaço que queremos para organizar as outras unidades”, disse a secretária de Educação, Maria Goretti Aguiar Alencar.


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Joaquim de Jesus Fernandes, 71, no quintal de sua casa, em Itaquequecetuba , que transformou em oficina; o português conserta maquinas de escrever desde 1956

Aposentado conserta máquinas de escrever há quase 60 anos, em Itaquá Joaquim de Jesus Fernandes conserta máquinas de escrever desde 1956. Mesmo assim, confessa não saber usá-las muito bem. "Quando eu tinha 16 anos, tentei fazer um curso de datilografia. Só que, em vez de escrever, eu desmontava as máquinas para arrumar uns probleminhas que achava", conta. "Então me mandaram embora dali." Seu Joaquim deixou sua Portugal naExpressão News - Fevereiro/2015 - 10

tal em 1956. Chegou a São Paulo com 13 anos, completos na viagem de navio. Assim que fincou os pés por aqui, o gosto pela mecânica o levou a trabalhar na Underwood, representante da empresa americana de máquinas de escrever na rua Direita, na região central.

Lá, começou lavando os aparelhos e logo aprendeu a consertá-los. Em bancos, foi técnico de antigas máquinas mecânicas (como as autenticadoras Burroughs) e, há cerca de 30 anos, fundou a oficina JJF Máquinas de Escrever, no número 122 da rua


do Carmo, no centro. Ali chefiava uma equipe de quase dez funcionários. "A gente consertava cerca de 20 máquinas Olivetti Linea por semana", relembra. Hoje, aos 71 anos e aposentado, trabalha sozinho. Deixou a loja, fechada em 2012, e transferiu a oficina para o quintal de sua casa, em Itaquaquecetuba, cidade da Grande SP que fica a 36 km da capital, onde mora com a mulher há mais de três décadas. Vai à casa dos clientes fazer o orçamento e buscar os aparelhos. Cansou-se de andar de carro por São Paulo e prefere pegar o trem de "Itaquá", como carinhosamente chama seu domicílio, e levar as máquinas, cuidadosamente embrulhadas, em um carrinho de carga. Às vezes conta com a ajuda do vizinho – o "japonês"– para carregar as peças. Seu Joaquim faz todos os reparos sozinhos, fora a cromagem e a pintura, trabalhos que terceiriza. As máquinas elétricas foram deixadas de lado: "Só mexo com as minhas velharias", afirma. "Mesmo porque hoje isso dá mais dinheiro" –reparos simples custam em torno de R$ 200. Já os mais trabalhosos podem chegar a R$ 3.000.

Dos cerca de 20 aparelhos que aguardam conserto em sua oficina, há desde modelos Olivetti Linea 98, fabricados nos anos 1970 pela marca italiana, até uma caixa registradora de ferro fundido do fim do século 19, de botões tão variados como o de "venda fiada". Quando abriu a caixa, ele descobriu 6.100 cruzados e 200.415 cruzeiros em espécie. Em seu smartphone, seu Joaquim gosta de registrar o antes e o depois das restaurações, imagens que dividem espaço com as fotos de Otávio, seu netinho de oito meses. "Hoje ainda tem muita gente que procura [o reparo de máquinas de escrever]: colecionadores, empresas ou quem tinha [os aparelhos] na família", relata. "Mas quase não tem mais gente fazendo o conserto. Os equipamentos vão continuar existindo, mas quem vai consertar é só curioso." SERVIÇO JJF Máquinas de Escrever www.consertomaquinaescrever.com.br. Tel. (11) 3101-4421 e (11) 980631422 ou email contato@consertomaquinaescrever.com.br Arquivo/EN

Joaquim com uma máquina de escrever Olivetti Linea 98 na bancada do quintal de sua casa, que transformou em oficina Expressão News - Fevereiro/2015 - 11


Diesel é problema para a saúde, diz Inglaterra

Reprodução/EN

Ministro do Meio Ambiente diz que combustível é um enorme problema para a saúde pública no país

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incentivo do governo britânico aos veículos movidos a diesel foi visto como uma decisão errada pelo ministro do Meio Ambiente do país, Barry Gardiner. Segundo o político, a medida teve o efeito indesejado de "empurrar" os consumidores para a compra de veículos que podem ser abastecidos com o combustível. Em entrevista ao jornal "The Indepen-

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dent", o ministro afirmou que o impacto do apoio do governo ao diesel tem sido um enorme problema para a saúde pública do País. Enquanto veículos a diesel produzem menos CO2 que os motores a gasolina, eles emitem quatro vezes mais óxidos nitrosos e 22 vezes mais fuligens e partículas. Tais poluentes podem danificar os pulmões e vasos sanguíneos e levar à doenças cardíacas, derrames e diabetes. Cerca de dois meses atrás, o primeiro-ministro francês Manuel Valls chamou o incentivo de carros a diesel no país de "um erro".

No Brasil. A Aliança Pró-Veículos Diesel, a Aprove, divulgou o resultado de um estudo promovido pelo Health Effects Institute, dos Estados Unidos, que concluiu que a exposição às emissões dos motores diesel veiculares mais modernos não apresentou evidências sobre o aumento no risco de câncer de pulmão ou outros efeitos adversos significativos para a saúde. Segundo a pesquisa, as concentrações de partículas e poluentes atmosféricos tóxicos emitidos são cerca de 90% menores do que as emissões dos motores diesel mais antigos.


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Reprodução/EN

O ator americano Jon Hamm, estrela de Mad Men, tambem aderiu a barba

Todos querem barba De olho em moda hipster, consultórios oferecem transplantes de pelos para o rosto

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enhuma tendência na moda masculina é tão marcante nesta década quanto a barba — promovida pelos hipsters, ela serve como sinônimo de virilidade e modernidade. Mas como ficar na moda quando os fios teimam em crescer? Para quem sentir essa necessidade, consultórios de cirurgia plástica investem em um filão recente: o transplante de barba. “A pessoa pode optar por tirar pelos Expressão News - Fevereiro/2015 - 14

do pescoço e pôr no rosto. No caso de quem não tem barba alguma, tira-se geralmente do cabelo, mas pode ser do tórax, dos braços, até pelos pubianos”, explica o cirurgião paulista Mauro Speranzini, que já fez o procedimento em homens cujas idades variam entre 18 a 40 anos. Entre os que chegam ao consultório, a vaidade é a grande motivação. “As pessoas se sentem menos másculas por não ter barba. Tem o caso de rapazes que se sentem desvalorizados, sem credibilidade no emprego porque têm uma aparência mui-

to jovem sem a barba”, comenta. No caso do designer Maurício Medeiros, de 54 anos, o grande incômodo eram as falhas nos pelos do rosto. “Me incomodava, e por isso nunca conseguia usar barba. Apesar da surpresa e curiosidade das pessoas quando fiz, muitos colegas acharam que poderiam fazer também”, conta Maurício que, de primeira, não contou com a aprovação da mulher. “A reação dela foi a igual a dos homens quando as mulheres querem mudar alguma coisa: dizem que é bobagem, mas


Barba de Aécio Neves rouba a cena em evento

Reprodução/EN

A primeira aparição de Aécio Neves em Brasília neste ano deu o que falar, menos por sua intervenção no PSDB para que a bancada se unifique em torno de Júlio Delgado (PSB-MG), e mais pela mudança no visual. O senador surgiu no dia 30/1 com

uma barba bem aparada, mesclando proporções semelhantes de pelos ainda castanhos com grisalhos. As reações ao novo visual foram diversas. Assim que chegou ao hotel Royal Tulip para o encontro com a bancada tucana, foi possível ouvir comentários tanto de aprovação, quanto de rejeição. O senador não escapou de comentar sobre a mudança, questionado por

jornalistas logo na entrada do evento. "O visual pode mudar, só não muda o discurso", pontuou o tucano. O tucano disse que a mudança não foi premeditada e que ainda não decidiu se irá manter a barba até o dia da posse no Legislativo (1/2). Aécio conta que ele mesmo cuida do visual em casa, usando uma gilete. A esposa, Letícia Weber, aprovou. "Sempre que viajo de férias deixo a barba crescer para descansar um pouco e dessa vez minha filha Gabriela sugeriu que eu deixasse assim mesmo. Não imaginei que ia chamar tanto a atenção", disse. No evento, duas mulheres discutiam a barba de Aécio, mas não concordaram sobre o resultado.

Modelo da capa

André Andrioly

Thiago La Côrte (foto ao lado e na capa) é modelo profissional, conquistou o título de Mister Amazonas 2015, foi coordenador do Miss Aruja 2013, 2014 e 2015 e, como se não bastasse, é estudante de jornalísmo. Como modelo, estampou várias campanhas publicitárias e editoriais de moda, também participou de feiras e eventos importantes. Agora abriu sua própria produtora, a Unni Produtora, na Av. dos Expedicionários, 1.177, Arujá, tel: 4655-0855. Expressão News - Fevereiro/2015 - 15


Camarão ensopadinho com chuchu Rendimento: 4 porções Ingredientes 1kg de camarões pequenos, descascados e limpos 3 colheres (sopa) de azeite de oliva 2 dentes de alho bem picados 1 cebola picada 4 a 5 tomates maduros sem pele e sem semente picados 3 chuchus descascados e cortados em cubos Suco de limão para temperar os cama-

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rões Salsinha picada para polvilhar Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto Preparo 1. Misture um pouco de limão aos camarões, depois escorra-os. 2. Em uma panela, refogue o alho e a cebola no azeite já aquecido, mexendo para não queimar. 3. Incorpore os camarões à panela,

tempere com sal, pimenta e refogue-os ligeiramente, cuidando para não passarem do ponto. Retire-os e reserve-os. 4. Na mesma panela, coloque os tomates, os chuchus e ajuste o sal. Cozinhe com um mínimo de água, até os chuchus ficarem macios, sem perderem a textura. 5. Apague o fogo, incorpore os camarões reservados, polvilhe a salsinha e sirva imediatamente


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Virado à paulista Rendimento: 6 porções Você pode apostar que muitos paulistanos de boa condição financeira tenham almoçado virado à paulista – possivelmente acompanhado de arroz, ovo estrelado e linguiça frita ou bisteca. É que o prato já era bem popular na cidade na época. É por isso que ele está na coluna de hoje. Esta é uma receita tradicional e bem antiga – existem duas versões para a origem do prato. A primeira diz que seria o farnel dos bandeirantes – que carregavam feijão e farinha e misturavam os dois para comer. A outra, a junção natural de ingredientes comuns na época.

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Ingredientes 4 xícaras (chá) de feijão cozido Um pouco do caldo do feijão 60g de toucinho (hoje se usa bacon) cortado em cubinhos 2 dentes de alho picados 1 cebola picada Cebolinha verde picada a gosto Farinha de milho o quanto baste Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto Preparo 1. Esmague completamente metade do feijão (hoje se bate no liquidificador) com parte do caldo até ficar um purê grosso. Reserve.

Divulgação/EN

2. Em uma panela de fundo grosso, frite o toucinho (hoje bacon) até dourar, depois junte o alho, a cebola e a cebolinha verde, mexendo sempre. 3. Na mesma panela, coloque o feijão esmagado (ou batido) e a outra metade que sobrou. Tempere com pimenta, uma pitada de sal e refogue para o feijão absorver os temperos. 4. Incorpore a farinha de milho aos poucos, mexendo sempre, em fogo baixo, até obter um composto úmido e levemente pastoso. 5. Sirva bem quente, com os acompanhamentos, que podem incluir arroz, ovo, linguiça, bisteca, torresmo e couve refogada.


Divulgação/EN

Noruega vence a Copa do Mundo da gastronomia A equipe da Noruega venceu a competição Bocuse D'or de 2015, realizada nos dias 27 e 28 em Lyon, na França. O time foi comandado pelo chef Orjan Johannessen. O segundo lugar ficou com os Estados Unidos –que tinha sido classificado em sétimo lugar na edição de 2013. A equipe foi comandada pelo chef Philip Tessier. O terceiro lugar ficou com a equipe sueca, do chef Tommy Myllymaki.

De acordo com a premiação, o melhor cozinheiro foi o finlandês Antti Lukkari. O prêmio especial de peixes foi dado ao time japonês e o de carnes ao finlandês. Segundo o site "Fine Dining Lovers", o presidente honorário da competição, Grant Achatz, disse: "Tem sido uma experiência incrível em Lyon e eu provei muita comida, toda ela excelente. Eu diria que fica bem claro quando se está sentado aqui, vendo todas essas equipes se es-

forçando, quão duro é o trabalho feito." Chefs representaram times de 24 países de todo o mundo na competição bienal, criada em 1987 pelo chef francês Paul Bocuse. As equipes trabalham por dois anos aperfeiçoando pratos de peixe e carne para apresentar aos jurados da competição. O Brasil não participou desta edição da competição. A próxima edição acontecerá em Budapeste.

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Luminosidade aplicada Apartamento de arquiteta e de designer explora ao máximo os efeitos proporcionados pela iluminação

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a contramão do ditado de que em “casa de ferreiro, o espeto é de pau”, a arquiteta Denise Barretto e o lighting designer Guinter Parschalk, casados há oito anos, se preocuparam com cada detalhe da decoração do apartamento onde moram, no Itaim Bibi, em São Paulo. A compra do imóvel de 280 m² tem justificativa. “A gente adora receber. E como temos uma família grande, tivemos que enfatizar o conforto”, diz Denise. Concluídas as negociações, era hora, então, de juntar os saberes e as especialidades de cada um para fazer do imóvel um lar com personalidade. A decoração foi orquestrada por Denise. Ao designer, coube se encarregar da iluminação de todos os ambientes. “Como sou mais voltada para a área de interioExpressão News - Fevereiro/2015 - 20

res, foi quase como se o Guinter fosse um cliente”, brinca a arquiteta. Com peças trazidas das antigas casas de ambos e mais os garimpos de viagens, a decoração seguiu uma linha neutra na cor dos móveis e das paredes, para que eles pudessem ousar mais nos objetos, acessórios e, claro, na iluminação. Além de lâmpadas LED, o projeto recebeu halógenas com interruptores equipados com dimmers, que permitem controlar a intensidade da luz emitida, dosando a energia enviada para a lâmpada. “Pode ficar mais escuro ou mais claro. Às vezes, fica cenográfico. Em outros momentos, mais discreto”, explica Parschalk. “A iluminação agrega flexibilidade aos espaços. Luz não faz nenhuma cirurgia plástica, mas uma maquiagem boa ela faz.” Sala de estar. No living, lâmpadas LED nas sancas e halógenas nas luminárias dão diferentes temperaturas à iluminação. Para reunir a fa-

mília, o ideal é que o ambiente esteja mais claro, com uso das LEDs. Nas recepções de amigos, as halógenas dão um tom mais baixo e intimista. Home office. Para o escritório, é recomendada uma iluminação mais intensa e focada nos pontos de leitura, como os spots de LED acima da poltrona. Na parede onde está encostado o sofá, arandelas com lâmpadas também de LED trazem iluminação forte, porém difusa, para os momentos de relaxamento. Jantar. A sala de jantar deveria ser um ambiente versátil, para receber diferentes públicos. Lâmpadas LED instaladas na sanca deixam o espaço mais claro, próprio para recepções familiares. Para uma temperatura de luz mais alaranjada, ideal para encontros mais intimistas, podem ser usados tanto os spots de LED no teto quanto a luminária acima da mesa. Corredor e hall. O corredor funciona como uma pequena galeria de arte do casal. Assim, foram instalados spots de LED no teto, direcionados para destacar as obras. No hall, os spots de LED aparecem novamente. Instalados ao nível do chão, trazem uma luz mais difusa ao ambiente. Varanda gourmet. Na varanda, construída há um ano, muita luz natural. Com as lâmpadas, a ideia foi destacar apenas os ambientes mais funcionais. Acima da mesa, uma luminária com lâmpada incandescente dá um tom âmbar à iluminação. Na pia, foram instalados spots de LED.


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Café de supermercado pode ser bom

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ão é porque existe a complexidade de aromas dos microlotes de grãos de origem moídos na hora que se deva abandonar totalmente o café torrado, moído e vendido em supermercado. Há muita coisa nas prateleiras: são cerca de 580 rótulos, segundo dados da AsExpressão News - Fevereiro/2015 - 22

sociação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Algum há de ser bom. A procura dos consumidores por grãos melhores incentivou as grandes torrefadoras a aprimorar a qualidade dos seus produtos e lançar linhas intermediárias entre o café rotineiro e o de baristas. A reportagem foi a campo para avaliar rótulos das classificações superior e gourmet – categorias criadas pela Abic para classificar os cafés de seus

associados – de grandes marcas das gôndolas. Reunimos 12 rótulos de supermercado para serem preparados e bebidos por especialistas. Participaram da prova Flávia Pogliani, do The Little Coffee Shop, Paulo Filho, do King of the Fork, e o barista Tiago Nego. Tradicional ou gourmet? Café de supermercado está classificado pela Abic em três categorias: tradicional, superior e gourmet. No tradicional, evita-se (mas não se proíbe) o uso de grãos defeituosos – que pioram o gosto da bebida – e não há limitação para o uso de robusta, espécie que serve como base, mas, em geral, não tem expressão aromática relevante – só dá corpo e muitas vezes amargor. Para pertencer à categoria superior, o café deve ser composto predominantemente de arábica, com no máximo 10% de grãos defeituosos, e se tiver robusta como base, que seja de melhor qualidade que o do tradicional. Por fim, o gourmet tem obrigatoriamente 100% de arábica, sem frutos defeituosos. Entre as marcas associadas da Abic, há 296 rótulos na categoria tradicional, 130 na superior e 151 gourmets. (E, para se diferenciar dos gourmets da Abic, baristas que vão à caça de grãos diretamente nas fazendas, cuidando da torra e da moagem, passaram a chamar seus produtos de “especiais”.) Forte e encorpado. As grandes torrefadoras investem para manter o padrão do café no gosto do brasileiro, “forte e encorpado”, segundo Gilberto Nogueira, responsável pela qualidade e desenvolvimento da Três Corações. Mas nosso café é assim por que a gente gosta ou a gente gosta assim por que é o que tem? “Eu diria que o brasileiro gosta de café forte, encorpado e amargo, com bastante robusta”, diz Ricardo Souza, da Master Blender, fabricante do Pilão, que em 2013 pôs no mercado o Pilão Aroma e o Aroma Nobre, de qualidade superior. “O café superior é um produto acessível, não tem a intenção de ser su


pergourmet. A ideia é levar um sabor mais refinado ao consumidor comum.” Do total de venda das grandes torrefadoras, apenas 10% não são da categoria tradicional, que no bolso custa em média 30% mais barato que o superior e menos da metade do gourmet. Ainda que o consumidor tenda a buscar novos sabores, o preço continua a ser o fator mais impactante na compra, argumentam as empresas. João Michaliszyn, da Melitta, acredita no potencial pedagógico dos cafés superiores para superar as noções de fraco, forte e extraforte ao escolher o que levar para casa. Há sete anos, a empresa pôs no mercado a série Regiões, com matéria-prima do sul de Minas, Cerrado e Mogiana. “Lembro de que em alguns casos era preciso ter cuidado quando falávamos de acidez porque o consumidor poderia achar que aquilo é uma coisa ruim.” Não é. “É um trabalho de formiguinha levar esse conhecimento ao público.” Casual técnico No café de casa feito por barista, sai o instinto, entra a precisão. Água mineral e alcalina para não potencializar os azedos da bebida e sempre a 94°C, “para extrair o que precisa dos sólidos solúveis (que dão gosto e aroma), nem a mais, nem a menos”, explica Flávia Pogliani. Seguindo recomendações das embalagens, os provadores deixaram de lado as colheradas indicadas e definiram a quantidade em peso, 13g (uma colher cheia) de pó para 100 ml de água para uma bebida concentrada. Doze extrações depois, o veredito: o café de supermercado ainda pode melhorar. Café do centro É a marca com mais oferta de rótulos nos supermercados visitados. Na linha Especial de Origem, classificada como gourmet, tem grãos vindos das principais regiões cafeeiras do Brasil

(Bahia, Espírito Santo, Cerrado mineiro, sul de Minas, Mogiana e Paraná). Aposta no terroir característico dos lugares, mas na xícara, o terroir mais notado, infelizmente, foi o das prateleiras: cafés sem a potência aromática característica de grãos frescos. No teste realizado às cegas, quase todas as vezes que os rótulos da marca foram provados, ouvia-se a mesma queixa: “Está cansado”. Mas, delineados os defeitos, vamos às qualidades. Alguns rótulos fizeram bonito. Surpreendeu com o aroma doce as amostras Cerrado mineiro e Mogiana. O Paraná fez bem com o cheiro de amendoim. É o tipo de café para quem gosta de bebidas com menos corpo e de quem se interessa por garimpar aromas, buscando raras notas de frutas, especiarias, amêndoas e condimentos. É um salto livre para quem quer sair da potência do café trivial, mas curto para quem quer a complexidade dos especiais. Em geral, tinham gosto adstringente, corpo médio para baixo e pouca expressão. Paraná: é um café sisudo, pá, pum, sem muito a revelar. Tem aromas de castanha e palha e, se acompanhado de um doce, pode melhorar. Sul de Minas: é daquele jeito come quieto. Cheira doce, mas fala pouco à língua nesse quesito. Acidez média e final azedo, com gosto de remédio para dor de cabeça. Cerrado mineiro: o melhor dos seis. Para quem gosta de café cítrico e com aromas de frutas. Mais favorável às canecas que às xicrinhas, com um pedaço de bolo ou bolacha amanteigada devorada em sequência. Bahia: equilibrado em doçura e amargor, não é uma festa dos sentidos e intriga mais pelo paradoxo “muito corpo e finalização instantânea” que pela complexidade.

Espírito Santo: o cheiro de terra que sai das xícaras faz o bebedor ser transportado para as fazendas capixabas. Levemente ácido e muito adstringente, pede um bolinho de roça, sem recheio ou sabor além da combinação açúcar, farinha e ovos. Mogiana: para aprender sobre doçura natural dos grãos. Cheiro de frutas amarelas e doçura ácida que lembra melado. Com ele o gole começa bem, mas evolui mal. Melitta A base é de robusta vindo de várias regiões produtoras. Das regiões estampadas no rótulo vêm os grãos de arábica que mudam os sabores e aromas de cada rótulo (em proporção não revelada pela empresa). Se você é um desses que gosta de passar por todas as etapas evolutivas do paladar até chegar aos aromas e sabores complexos, estes cafés vêm a calhar. Podem não explodir de sabor, mas desempenham bem o papel a que se propõem: ser um café melhor que o do dia a dia, sem a pretensão – e preço – dos especiais. Sul de Minas: foi o melhor entre todos os provados. Aroma doce, com algo de noz-moscada e frutas. Acidez média e corpo ideal para quem gosta de beber café em quantidade. Expressão News - Fevereiro/2015 - 23


Para entrar na moda do café gelado sem gastar muito com matéria-prima. Final agradável e instantâneo. Mogiana: doce e amendoado, é levemente ácido e desaparece tão rápido da boca que não deixa traumas nem ótimas lembranças. Amargor médio para não estranhar o salto do café tradicional para o superior. Cerrado: não se saiu muito bem na degustação. Aroma fraco e defeituoso. 3 corações A estrada que batiza o rótulo corta alguns dos Estados produtores, porém os grãos usados vêm exclusivamente do sul de Minas, maior região produtora de cafés de qualidade do País. De lá, esperam-se frutos encorpados levemente cítricos, sabores ácidos e aromas frutados. No blend deste café da Três Corações os grãos são 100% arábica, mas ele é um café superior e não gourmet, porque sua matéria-prima são justamente aqueles grãos que poderiam ser espetaculares e, por um acaso climático, negligência ou deficiência produtiva, não se tornaram o que se esperava deles e tiveram pontuação menor na avaliação da Abic. Sua torra é média clara e por isso, deveria acentuar o que a região oferece de melhor, dando uma bebida aromática; mais ácida que amarga. Na xícara, não mostrou quase nada do que poderia ser. Três Corações Estrada Real: sem muito cheiro, sem muito corpo e com muito amargor. É um café tradicional com defeitos diluídos e um superior com defeitos demais. Entre os provados, foi o que menos encantou. Tinha cheiro de palha, acidez e doçura inexpressivas. Faz a linha revolução sem mudanças. Pilão A marca se vende como o café forte do Brasil e faz jus ao que propõe. Seu café tradicional é forte e encorpado, faz o milagre da multiplicação dos cafezinhos e tem fãs entre os que gostam de bebidas intensamente amargas. No segmento superior, mantém a coerência do café tradicional, com dois rótulos de mesma intenção, com intensidade e corpo da bebida mais contidos. Lançado inicialmente em 1978, o Pilão Aroma sumiu das prateleiras e voltou à linha de produção em 2013, com a reedição do Aroma Original e o lançamento do Aroma Nobre. São cafés para pessoas duronas – “forte e amargo como o pecado”, como Philip Marlowe gosta de pedir – e de intenções refinadas. Aroma Original: era a torra mais Expressão News - Fevereiro/2015 - 24

escura dos cafés. Talvez por isso, o cheiro de queimado e cinzas. Doçura baixa, corpo médio para baixo e finalização persistente. Bom para quem gosta de café adoçado, mas com amargor persistente, que fica na boca depois de minutos do último gole. Aroma Nobre: é quase o repeteco do Original, mas com menos potência no amargor e corpo. Vai melhor sem açúcar, mas é bom ter um doce bem doce ao lado. O que faz de um café um bom café? Cafés de supermercado ainda podem melhorar. Passam longe da complexidade dos de barista – normalmente produzidos com frutos de qualidade excepcional e torrados em pequenas quantidades dias antes de serem consumidos –, mas estão bem melhores do que há alguns anos. Bons cafés devem ter doçura natural, aroma complexo e vivo, corpo, acidez (não o azedume que faz contrair as bochechas) e não devem ser amargos. As grandes empresas entregam um café como dizem que o brasileiro gosta. “Forte não significa ruim. Tem um ponto de torra mais acentuado e um corpo mais intenso”, explica Nathan Herszkowicz, da Abic. Para comprar melhores cafés, observe na embalagem a data de validade: quanto mais próximo estiver do limite de consumo, mais riscos de levar um pó deteriorado pelo tempo – na prova com os cafés de supermercado, a sensação mais recorrente foi a de beber velharia. A indústria se defende. “É o hábito de quem prova. O gosto de velho é uma sensação do provador que não representa a tecnologia da indústria, que em-

bala o pó normalmente a vácuo para retardar justamente o envelhecimento. A tendência desse provador acostumado a cafés especiais é minimizar as qualidades (do industrial)”, argumenta a Abic. A cor do pó também é importante. Grãos de qualidade perdem características quando supertorrados e os defeitos ficam camuflados pelo amargor. Prefira pós com coloração mais para o marrom do que para o preto. Quanto mais escuro for o pó, mais amarga e adstringente ficará a bebida. A moagem também é importante. Pós com granulagem de talco devem ser evitados porque favorecem a extração de muitos dos sólidos solúveis responsáveis pelo amargor. O mais importante, contudo, ainda é a matéria-prima. Com grãos 100% arábica, a bebida tende a ter menos corpo e mais complexidade. Será mais doce e ácida, mas pode não ter aquele corpo denso. Depois de aberto, não tire o café da embalagem. Os invólucros são desenvolvidos para manter a qualidade do produto. Conserve o pó longe da luz e calor e tente usá-lo o mais rapidamente possível. O café ruim virou pó A história de todo café bom ser exportado e ficarmos com o ruim “é uma página virada”, diz Nathan Herszkowicz, da Abic. Em 2014, o Brasil consumiu 20 milhões de sacas do grão. Dessas, 18 milhões serviram de matéria-prima para cafés tradicionais e superiores e 2 milhões para cafés gourmets. Da produção, 60% ainda é exportada, mas, nos últimos anos, bons grãos também ficaram por aqui. “Existe uma busca por diferentes tipos de qualidade de café. É


um mercado pequeno, mas promissor”, avalia João Michaliszyn, da Melitta. Maior produtor mundial de café de qualidade, é no Brasil que todas as grandes empresas do mercado mundial compram a maior parte da sua matéria-prima. A oferta das gôndolas melhorou não só em número de rótulos, mas na qualidade dos produtos. Ainda que pareça o lobo cuidando dos cordeiros, a indústria realiza testes regulares para a avaliação do que produz e, desde 2004, a Abic acompanha a qualidade das marcas disponíveis no Programa de Qualidade do Café, que além de estabelecer as categorias tradicional, superior e gourmet, monitora os produtos dos afiliados com testes regulares em laboratórios de prova. Se não atenderem aos critérios da Abic, os cafés não recebem o selo de qualidade. Plantio e colheita também melhoraram. Boas práticas deixaram de ser exclusividade de pequenos produtores forjados com instruções dos baristas. Em busca de preços mais altos e de negociações fora da bolsa de valores, produtores se esforçam para não estragar aquilo que o cafezal

O melhor café de sua vida dificilmente estará em uma gôndola das grandes redes de varejo, mas a bebida de combate, aquela coada com pressa e com notas de sonolência pela manhã, já é melhor do que era – embora possa ainda melhorar. levou meses para produzir. O reflexo disso está na infinidade de concursos de qualidade Brasil afora. Os louros da melhora também são crédito dos consumidores. “Há um fato que vale destacar sobre a mudança do consumo dos brasileiros. Antes, as licitações para compra de cafés, principalmente as públicas, eram focadas somente no menor preço de um produto criticável. Hoje, muitas determinam a nota mínima (do produto)”, diz Herszkowicz. A Cidade Administrativa de Minas exige nota mínima de 7,3 da Abic para comprar o café para a sede do governo do Estado. Grãos especiais puxaram a qualidade dos produtos intermediários vendidos em supermercado. Ain-

da que sua próxima xícara não seja de um microlote torrado grão a grão por um barista, a xícara do dia a dia está mais diversa do que já foi. O bem coado 1. Respeite a proporção de pó para o volume de água indicado nas embalagens 2. Evite a água direto da torneira. Se possível, use mineral, mas a filtrada vem a calhar 3. Com o café no coador, dê batidinhas no suporte para acomodar o pó de maneira mais uniforme 4. Derrame só um pouquinho de água para molhar o pó até que algumas gotas comecem a cair. Espere estancar 5. Despeje o restante da água continuamente em movimentos circulares e espere a extração se completar

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