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Deve-se evitar a impunidade Prisão nos casos de réus condenados em segunda instância
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panhados na Operação Lava-Jato, que investiga a rede de corrupção que até recentemente operava na Petrobras, políticos, empresários, dirigentes de empresas e notórios personagens do submundo da lavanderia de dinheiro têm sido, nos últimos meses, enviados para a prisão. A sensação que se tem é que, ao menos nesse caso, a Justiça parece disposta a se descolar da incômoda fama de, por morosa, ser complacente com certos tipos de delinquência. Mas esses episódios ainda são exceção no ordenamento jurídico do país. Mais preocupante ainda é que as ordens de privação de liberdade dos envolvidos são precárias. Nada indica que, ainda que venham a ser condenados, os acusados ficarão de fato presos, ao menos até que se esgotem todos os recursos (que certamente serão interpostos por experientes advogados) e os processos cheguem a termo com as sentenças transitadas em julgado. Como tem sido a regra, até que a condenação seja definitiva, muitos anos terão se passado. A quase certeza que o delinquente tem de, mesmo descoberto, escapar da punição, por conta das grandes brechas para chicanas jurídicas na legislação penal brasileira, a principal delas a possibilidade de interpor recursos para postergar sentenças, é um dos principais indutores da cultura da impunidade no país. A Justiça é ineficaz não só quando deixa de apreciar processos em tempo hábil, mas também
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quando não se realiza em defesa dos interesses da sociedade. A percepção de que a Justiça tem braço curto consagra o cinismo e a hipocrisia, quando não o escárnio, principalmente nos casos que envolvem crimes contra o patrimônio público. Um mal crônico no ordenamento jurídico brasileiro, essa cultura não muda se não se alterarem os parâmetros da punição. O exemplo mais notório de bem-sucedida mudança do protocolo da prestação de contas à Justiça, com ganhos para a sociedade, é a Lei da Ficha Limpa. Esse dispositivo veda a políticos e agentes públicos que tenham sido condenados por órgão colegiado a candidatura a cargos eleitorais, mesmo que as condenações não tenham transitado em julgado. Garante-se aos acusados o direito de recorrer da decisão, um preceito constitucional consagrado no Estado Democrático de Direito, mas fica valendo o afastamento já a partir da decisão da segunda instância. Não há razão para que tal princípio não repercuta nas questões criminais. Condenado em segunda instância, o réu recorreria preso. O tema, por relevante, precisa ser debatido sem sectarismo, e à luz do que é a realidade do sistema jurídico do país — ineficaz em muitos casos, por lento e em desacordo com o pressuposto de uma Justiça que defenda a sociedade de seus agressores. Não é questão de fácil deliberação. Deve-se respeitar o preceito constitucional da presunção da inocência. O combate à morosidade não implica o recurso a decisões sumárias. Mas também não se pode tirar da Justiça, pela postergação de punições, o seus viés dissuasório. O correto é estabelecer um meio termo que não contemple injustiças e tampouco a impunidade.
ÍNDICE 6
Quem ganha e quem perde com a alta do dólar
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Motoristas têm dificuldades para estacionar em Arujá
Maioria das pessoas acima de 60 anos não têm reservas Reprodução/EN
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Maioria das pessoas acima de 60 anos não têm reservas
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Triciclos viram opção de entrega de mercadorias no interior de São Paulo
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Produtores estão otimistas com as vendas do Dia das Mães
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Arujá prepara o 1°Circuito Gastronômico da cidade
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Qual o seu Zap ?
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Filho do ex-presidente Lula processa deputado que o chamou de milionário
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Remessa de estrangeiros tem maior alta em 7 anos e supera US$ 1 bilhão
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Triciclos viram opção de entrega de mercadorias no interior de São Paulo
Reprodução/EN
Página 12
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Quem ganha e quem perde com a alta do dólar Os países que perdem e os que ganham com a alta do dólar
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rasil e países emergentes A alta do dólar reduz os preços das commodities, prejudicando países produtores como o Brasil. A ameaça vale para outros mercados emergentes, cujas empresas pediram empréstimo em dólar quando a moeda estava barata. Adam Slater, economista da Oxford Economics, prevê que países como Malásia, Chile, Turquia, Rússia e Venezuela correm mais risco. China A subida da moeda americana prejudica a competitividade entre EUA e China. Há o interesse de focar a economia chinesa no consumo e a valorização do yuan facilitaria essa transição. A força na taxa de câmbio também poderia facilitar a utilização da moeda chinesa no exterior, além de sua entrada na lista de moedas de reserva mundial do FMI. Zona do Euro Nos países da Zona do Euro, a
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desvalorização da moeda única pode impulsionar o crescimento da economia em 0,3% este ano e 0,5% no ano que vem, segundo a Deutsche Bank Securities. Finlândia, Irlanda, Alemanha e Holanda são os países que mais podem se beneficiar, de acordo com economistas do Citigroup. Japão O aumento do dólar é uma notícia bem-vinda para o Banco do Japão, que está confiando em taxas de câmbio mais fracas para reforçar as políticas monetárias e impulsionar a demanda externa e os preços de importação. O declínio do iene também pode ajudar a elevar a confiança dos empresários. Índia A Índia também se beneficia com o aumento do dólar, por ser um país importador de commodities. O presidente do banco central indiano, Raghuram Rajan, se aproveitou da redução dos custos do petróleo para cortar as taxas de juros duas vezes este ano.
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Gil Borges
Praça do Coreto. Flanelinhas pedem dinheiro para usuário estacionar
Sem fiscalização, motoristas têm dificuldades para estacionar em Arujá Por falta de fiscalização, reportagem flagrou flanelinhas no centro de Arujá cobrando estacionamento
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dificuldade em encontrar vagas para estacionar na área central de Arujá e a ausência de agentes de fiscalização de trânsito fazem com que flanelinhas (alguns embriagados) cobram para tomar conta do veículo. Arujá tem 825 vagas públicas de estacionamento, mas, sem um sistema de administração dessas vagas e sem os parquímetros, os usuários deixam seus veículos praticamente o dia inteiro, resultando na falta de vagas. Com isso, os flanelinhas aproveitam a situação tomando conta da área e cobrando pelo estacionamento. Desde fevereiro que não há nenhuma empresa responsável por administrar esse serviço de estacionamento porque o contrato com a antiga empresa acabou. Enquanto uma nova empresa não assume a administração Expressão News - Maio/2015 - 08
das vagas, os estacionamentos continuarão sem uma fiscalização efetiva. Por sua vez, a prefeitura diz que a licitação para contratar a empresa responsável pelo sistema de estacionamento rotativo de Arujá está suspensa para análise de recurso administrativo. Este é o segundo certame aberto pela Prefeitura de Arujá neste ano, com o objetivo de reativar o serviço. No primeiro, não houve empresa interessada. A retomada da concorrência atual ocorrerá tão logo os recursos sejam analisados. “Nós sabemos da importância do estacionamento rotativo”, afirma o diretor municipal de Trânsito, Thiago Silva, “principalmente para o comércio da cidade e queremos que ele funcione o mais rápido possível, esta é inclusive uma cobrança do prefeito. O recurso, no entanto, faz parte do processo licitatório, é um direito da empresa participante. Por isso, o Departamento Jurídico já está analisando
os apontamentos que foram feitos”. Atualmente, Arujá possui 825 vagas de estacionamento rotativo. O objetivo é expandir o número para duas mil, nas seguintes vias: Rodrigues Alves; Major Benjamin Franco; São Bento; Expedicionários; Olavo Bilac; Washington Luiz; Antônio Natividade Coutinho; Campos Sales; Monteiro Lobato; Prudente de Moraes; Benedito Franco Ferreira; José Basílio de Alvarenga; Antônio Afonso de Lima; Raposo Tavares; Borba Gato; Silvina Camargo; Rua Padre Mario Faleiros da Silveira; João Manoel; Rua Prestes Maia e Júlio Prestes; Rua Maria de Lourdes Máximo; José Nasser Filho; Jurandir Sanches Maiolino; Pedro Pedroso de Almeida; Plínio Benjamin Santangelo e Marechal Castelo Branco. O estacionamento rotativo seguirá com o horário de funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e aos sábados, das 8 às 13 horas.
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Maioria das pessoas acima de 60 anos não têm reservas 57% dos brasileiros chega à terceira idade sem qualquer reserva financeira
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esquisa do Serviço de Proteção ao Crédito aponta ainda que 54% estão endividados e a explicação mais comum é a preocupação com a família. O desequilíbrio financeiro afeta mais da metade dos consumidores com mais de 60 anos, segundo uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O estudo revela que 57% dos consumidores da terceira idade não têm nenhuma reserva financeira ou investimento. “Essa situação é ainda mais comum Expressão News - Maio/2015 - 10
entre os entrevistados com baixa escolaridade (68%) e os pertencentes à classe D e E (77%)”, destaca a economista da instituição, Marcela Kawauti. Um dos principais motivos que atrapalham esses consumidores a poupar e a investir é a preocupação com a família. Além disso, o estudo aponta que 54% têm dívidas por não saberem controlar as contas e 32% já tiveram o nome incluído em listas de inadimplentes. “Quase a metade dos idosos entrevistados (47%) garante que pensa no futuro da família e acaba deixando de fazer coisas que gostaria para manter uma reserva financeira”, diz o SPC.
A falta de educação financeira também é outra explicação. Dos 632 entrevistados em todas as capitais brasileiras, 59% não sabem calcular juros de empréstimos e 91% não fazem transações bancárias, como conferência de saldo e pagamento de contas, pela internet. No entanto, de acordo com o relatório, 72% dos consumidores com mais de 60 anos declaram ter atualmente uma situação financeira estável. Oito em cada dez afirmam ainda não depender de ninguém para gerir as próprias contas e 74% dizem não perder mais o controle de seu orçamento há alguns anos. Do total, 38% dizem fa
O que mais leva idosos a atrasarem suas contas e terem o nome negativado no sistema do SPC é a ajuda a pessoas próximas
zer algum tipo de controle financeiro, seja com cadernos de anotação ou planilhas eletrônicas. Por outro lado, 40% dos entrevistados não deixam registros e preferem fazer tudo de cabeça. Já 14% deles admitem não ter nenhum controle sobre suas contas. Endividamento. O grau de endividamento e o ritmo de crescimento do número de idosos com contas em atraso são maiores que a média nacional. Segundo a pesquisa, 4 milhões de idosos são inadimplentes, o que re-
presenta cerca de 25% da população acima de 65 anos. Além disso, enquanto o crescimento médio do número de inadimplentes na SPC é de 3,8%, na população entre 64 e 94 anos, a taxa de crescimento é o dobro, de 7,5%. O que mais leva idosos a atrasarem suas contas e terem o nome negativado no sistema do SPC é a ajuda a pessoas próximas: 21% emprestaram o nome para financiar compras e pegar empréstimos para amigos e parentes e não conseguiram honrar o compromisso. A segunda causa mais comum, com 19% das respostas, é o mau planejamento financeiro, seguido de problemas de saúde (11%), descontrole dos gastos (8%) e de cobranças indevidas (6%). Metodologia. Para mapear o perfil e o comportamento de consumo da população brasileira idosa, o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e o portal de educação financeira Meu Bolso Feliz entrevistaram pessoalmente 632 consumidores com idade acima de 60 anos de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de 3,9 pontos porcentuais para um intervalo de confiança de 95%.
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Alberto Bazziquetto Batista, que usa um tuk-tuk como taxis em Araçatuba (SP)
Triciclos viram opção de entrega de mercadorias no interior de São Paulo
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omum em alguns países asiáticos, os triciclos chamados de tuk-tuks viraram opção para transportar mercadorias –gás, gelo, bebidas, alimentos– e têm sido usados até como
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táxi no interior de São Paulo. Apenas na região de Araçatuba (527 km de São Paulo), há mais de 150 desses triciclos em circulação, segundo a Motocar, única montadora autorizada a produzir os veículos no Brasil. O empresário João Carlos Monteiro, 57, dono de uma distribuido-
ra de gás e água mineral de Araçatuba, adotou o veículo para as entregas e afirma que reduziu em 15% o gasto mensal com combustível. Segundo ele, os tuk-tuks já viraram atração turística. "O pessoal acha diferente e gosta da ideia", diz ele. Já Alberto Bazziquetto Batista, 48,
Reprodução/EN
Reprodução/EN
viu a oportunidade de ganhar dinheiro usando o triciclo como táxi no mês passado. O veículo dele tem cobertura de lona e leva duas pessoas. Batista estava desempregado e, após ver uma propaganda na televisão, decidiu investir. "De fevereiro até agora já transportei mais de 50 pessoas. O pessoal gosta porque é algo diferente. Cobro preço de mototáxi, mas é possível carregar compras de supermercado ou malas sem tomar chuva ou sol", diz. A empresária Damares de Jesus Cunha, 43, diz que encontrou no veículo uma forma de marketing gratuito. Ela tem um pet shop em Buritama há 20 anos e diz que após a aquisição do triciclo as vendas aumentaram muito. Seu tuk-tuk foi customizado com seis "casinhas" e janelas para transportar os
Triciclo Tuk Tuk para pet shop em Araçatuba (SP)
cães. Se o cão for maior, as divisórias se fecham e o espaço interno aumenta. "Fiz um quatro anos atrás, mas em dezembro resolvi fazer outro. O antigo tem quatro lugares, esse já tem seis. No primeiro dia, quando chegou o segundo triciclo, eu mal consegui trabalhar. Todos queriam tirar fotos." MENORES CUSTOS Fabricados na Zona Franca de Manaus desde 2011, os tuk-tuks se espalharam por cidades vizinhas a Araçatuba, como Andradina, Pereira Barreto, Buritama e Valparaíso, mas são vendidas também para outros municípios do Sudes-
te, além de Nordeste e Centro-Oeste. A concessionária de Araçatuba foi uma das primeiras da marca e faturou, no ano passado, R$ 12 milhões. Planeja dobrar o faturamento neste ano. Responsável pela concessionária de Araçatuba, Fernando Cesar Cataneo, 53, diz que espera vender ao menos cem unidades em 2015. "O pessoal da região gostou muito", afirma. O tuk-tuk tem IPVA equivalente ao de uma moto, mas tem espaço para carregar mercadorias maiores e mais pesadas. O preço varia de R$ 11.500 a R$ 14.900, dependendo do modelo. Expressão News - Maio/2015 - 13
Produtores de flores estão otimistas com as vendas do Dia das Mães Mogi das Cruzes tem 80% da produção nacional. Agricultores esperam vender até 40% da produção Arquivo/EN
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ano de 2014 não foi dos melhores para os produtores de flores. Porém, este ano eles esperam altas nas vendas para o Dia das Mães, que se comemora no segundo domingo de maio. Segundo eles, as vendas este ano deslancharam desde fevereiro. Apesar do preço estar estável há vários anos, os produtores têm grande expectativa. Em um sítio em Mogi das Cruzes, 15 mil vasos já foram vendidos para o Dia das Mães. Os clientes quiseram
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antecipar as compras para não perder o risco de ficar sem a mercadoria. O produtor explica que o trabalho é árduo, mas que está em uma boa fase. “Praticamente a venda para o Dia das Mães a gente já fechou. Já conseguimos entregar quase toda a mercadoria. Agora o que sobrar mesmo vai ser só para o Dia dos Namorados”, conta o agricultor Charley Suzuki. A produção de 2015 está de 10 a 15% maior que a do ano passado. Mais de 20 mil vasos á foram vendidos. “A época do Dia das Mães é a época que o produtor mais vende flores. Eu acredito que todo ano, to-
dos os produtores estão aumentando a produção. Eu acho que esse ano vai ser um ano muito bom para a venda de flores”, completa Suzuki. Em outro sítio de Mogi das Cruzes, as Orquídeas para o Dia das Mães animam o produtor. “Espero vender de uns 30 a 40% dos meus produtos”, diz o agricultor Takayuki Dan. O preço manteve, saindo vasos de Cimbídio por R$ 35, e de Odontoglossum por R$ 15. O que é bom para o consumidor, não afeta ao produtor da mesma maneira. A produção das flores tem que ser feita em maior quantidade para os produtores não saírem no prejuízo.
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Arquivo/EN
Arujá prepara 1° Circuito Gastronômico da cidade O evento é organizado pelo Sebrae-SP e pela Prefeitura do município Expressão News - Maio/2015 - 16
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Vai colocar Arujá no circuito gastronômico, como aconteceu com Guararema
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erminaramm no dia 6 de abril as inscrições para o 1º Circuito Gastronômico de Arujá, previsto para 21 a 25 de outubro deste ano. Organizado pelo Sebrae-SP em Guarulhos e pela Prefeitura de Arujá, o evento tem como objetivo fortalecer a gastronomia local, capacitando os empreendedores e criando condições especiais para os clientes, por meio de ampla divulgação e um Guia de Bolso.
Segundo Michelle Sabino, consultora do Escritório Regional do Sebrae-SP em Guarulhos, a participação é gratuita e inclui a presença do empresário ou responsável pelo estabelecimento em um cronograma de cinco capacitações sobre melhoria de gestão e alimentação fora do lar, ministradas pelo Sebrae-SP. “O evento divulgará os restaurantes locais, incentivando o consumo na cidade e aquecendo o turismo gastronômico e cultural na região, proporcionando o aprimoramento dos serviços prestados
e melhoria na gestão empresarial das empresas inscritas no Circuito Gastronômico, através de capacitações, com palestras e consultorias”, explica a consultora e também gestora da ação. No ato da inscrição o estabelecimento se compromete a respeitar e cumprir todas as normas do Circuito, estabelecidas no regulamento. Poderão participar empresas do segmento de alimentação (restaurantes, pizzarias, bares, lanchonetes e similares) que possuem CNPJ e inscrição municipal. “Arujá é uma cidade privilegiada. Tem alguns dos melhores restaurantes da região e potencial de sobra. O Circuito é uma maneira de movimentar o turismo gastronômico. Acredito que é o momento ideal para quem quer crescer e se tornar inovador”, informa o secretário municipal José Carlos Santos. Proprietário de estabelecimento que trabalha com comidas típicas do Nordeste, Eduardo Cotrim Simon demonstrou entusiasmo com a novidade. “Era tudo que eu queria, fortalecer a gastronomia, por meio desse evento de propaganda massiva. Vai colocar Arujá no circuito gastronômico, como aconteceu com Guararema”, diz o empresário. “O município tem potencial, os restaurantes daqui são muito bons e acho muito legal mostrar o que nossa casa tem a oferecer”, acrescenta. Outro empresário que aprovou a proposta, José da Silva Nascimento, destacou a importância das capacitações e consultorias. “Será muito importante para quem está no ramo conseguir se adequar ainda mais. Fiz dois cursos da Vigilância Sanitária recentemente e percebi que fez diferença no atendimento, na manipulação do alimento, entre outras coisas. Será uma concorrência saudável pelo crescimento do setor na cidade”, completa. Expressão News - Maio/2015 - 17
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Participantes do 2° Festival Gastronômico, em setembro de 2014, em Guarulhos
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Qual o seu ‘Zap’ ?
Fotos: Fábio Seixo
Com mais de 700 milhões de usuários, o WhatsApp ganhou uma versão brasileira e quase saiu do ar depois de ameaça de um juiz de tirá-lo do ar
O
dedo indicador direito não para mais do que um minuto. Fica o tempo todo apertando o botão redondo do celular. Quando uma nova mensagem chega, a resposta é rápida com um “o.k.”, “tá” ou um emoticom, de uma carinha amarela piscando ou sorrindo. Mas se o assunto exigir mais um pouco que uma resposta monossilábica, Expressão News - Maio/2015 - 20
a mensagem até pode ser de voz. "Entendi que esta era a melhor maneira de falar e monitorar os meus filhos. Atender o telefone da mãe no meio de uma festa é mico, mas responder um WhatsApp não", diz Ana Cecília Gros, mãe de Júlia, de 16 anos, Tomaz, de 12, e Isabela, de 8, e que também usa o aplicativo para falar com os funcionários do Cooking Buffet, do qual é sócia. "Tenho grupo de tudo: trabalho, família, amigas de infância e balé. E, olha, nem lembro
mais como administrava tudo sem ele. “Ele” é um aplicativo gratuito para smartphones que permite o envio de mensagens de texto, imagens e vídeos, que foi criado em 2009 e hoje está prestes a alcançar a profecia do fundador do Facebook. Um ano atrás, Mark Zuckerberg avisou: “Serão um bilhão de pessoas conectadas.” A aposta de Zuckerberg foi alta e deu o que falar quando ele oficializou, em outubro de 2014, a aquisição do WhatsApp por cerca de US$ 22 bilhões.
Dados oficiais recentes já contabilizam mais de 700 milhões de usuários em todo o mundo, que mandam, todos os dias, 30 bilhões de mensagens. No fim de fevereiro, um juiz da Central de Inquérito da Comarca de Teresina, do Tribunal de Justiça do Piauí, determinou a suspensão do aplicativo no Brasil. Luiz Moura Correia, que argumentou que a empresa não estava colaborando com investigações da Polícia Civil do estado, não conseguiu parar o sistema, mas a ameaça foi suficiente para deixar muita gente de cabelo em pé. Rodrigo Rodriguez, de 37 anos, foi um deles. O DJ participa de oito grupos para falar sobre assuntos diferentes (um deles reúne 70 amigos) e recorre ao app para ajudar na produção de suas festas. Os colegas de trabalho usam o serviço também, mas garantem que mais dependente de WhatsApp do que Rodrigo não há. "Eles é que são exagerados. Até checo bastante o celular, mas aprendi a se-
Ana Cecilia Gros monitora suas duas filhas com a ajuda do WhatsApp
lecionar o que devo ou não responder imediatamente", afirma Rodrigo, que costuma deixar o telefone no modo silencioso para “não incomodar ninguém”.
A rotina do DJ nem sempre é adotada por outros usuários. Ouvir, repetidamente, o som das mensagens novas, no trabalho ou em qualquer Expressão News - Maio/2015 - 21
WhatsApp já tem mais de 700 milhões de usuários e já tem concorrente no Brasil
Claudio Menezes não concorda com quem proíbe o uso do celular (e o aplicativo) durante o expediente de trabalho
outro lugar, pode ser bem irritante. No Brasil, o WhatsApp foi batizado mais uma vez. O nome, em inglês, que é uma referência a “what’s up”?, algo como “e aí?”, não é um termo fácil de pronunciar para muita gente. Virou então “Zap Zap’’, ou simplesmente “Zap”. Na carona do sucesso do app, o analista de sistemas Erick Costa, de 34 anos, resolveu criar o ZapZap, que tem características bem semelhantes às do concorrente. "Somos o maior aplicativo de mensagens genuinamente brasileiro", garante o paraense Erick, que propõe outros atrativos diferentes do aplicativo americano. "Temos o ZapMapa, que ajuda as pessoas a conversarem com quem está próximo e também quatro mil ZapGrupos ativos em 23 categorias diferentes, como Amizades, Viagens, Profissões e Tecnologia". Lançado no início do ano passado, o ZapZap já tem quase três milhões de downloads no Google Play Expressão News - Maio/2015 - 22
e na última semana teve um aumento de 25% entre seus usuários ativos graças à exigência do juiz do Piauí. O Telegram também comemorou. Ficou em primeiro lugar entre os apps gratuitos mais baixados da Apple Store e anunciou pelo Twitter que 4,5 milhões de brasileiros se registraram no serviço em apenas 40 horas. Num único dia, 700 milhões de mensagens foram enviadas. A vendedora Luciana Rangel, de 22 anos, nunca tinha ouvido falar em nenhum outro serviço semelhante, mas resolveu seguir as orientações de um primo. "Fiquei desesperada quando soube que o “Zap” poderia sair do ar. Não posso imaginar como seria ficar um dia sem ter como falar com minhas amigas. Ninguém telefona mais pra ninguém. Só a minha mãe mesmo que insiste em ligar pra mim", exagera Luciana, que é proibida de tocar no celular durante o expediente. Diretor de Novos Negócios da Rádio
Ibiza, Claudio Menezes, de 47 anos, acha esse tipo de proibição absurda. "Eu mesmo prefiro teclar. Não suporto papo ao celular. Internet é ferramenta de trabalho, e o WhatsApp é um exemplo de inclusão digital. Todo mundo tem: da manicure ao executivo. Por que vou proibir que as pessoas que trabalham comigo usem?" Para Pedro Augusto Francisco, pesquisador do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV, o aplicativo não pode ser responsável por reduzir a produtividade de ninguém. "Pelo contrário. É exatamente como as redes sociais: pode ajudar bastante. Mas é preciso cautela e regras bem definidas", analisa ele, doutorando e mestre em Antropologia Cultural pelo IFCS/UFRJ. Enquanto o debate esquenta, a versão tupiniquim tenta abocanhar uma fatia ainda maior do mercado e lança as ZapMoedas, recompensa para quem trouxer os amigos para o aplicativo. O dinheiro poderá ser trocado por vantagens dentro do ZapZap e por enquanto é fictício. Por enquanto. Manual de etiqueta para quem sua o “Zap Zap” Leu e não respondeu: Não cobre se seu amigo viu, mas não respondeu imediatamente a sua mensagem. Ele pode estar ocupado. É urgente?: É falta de educação, sim, teclar durante uma reunião ou almoço de trabalho. Só responda se for realmente urgente. Pede pra sair: Foi adicionado num grupo que troca muitas mensagens que não te interessam? Peça licença, invente uma desculpa e saia. Mensagem de voz: Pode ser prática em alguns momentos, mas tem gente que não gosta e prefere teclar. Fotos e vídeos: Pense bem antes de compartilhar uma imagem mais íntima sua. Ela pode ir longe. Bem longe.
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Filho de Lula processa deputado que o chamou de milionário Domingos Sávio (PSDB-MG) acusou filho do ex-presidente de estar comprando "milhares" de fazendas toda semana e foi acionado no Supremo por calúnia, injúria e difamação
F
ábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, entrou na Justiça contra o deputado mineiro Domingos Sávio (PSDB). A ação no Supremo Tribunal Federal visa apurar a prática de injúria, calúnia e difamação contra o filho do ex-preExpressão News - Maio/2015 - 26
sidente. Em entrevista a um programa de rádio, o tucano disse que Lulinha "é um dos homens mais ricos do Brasil". "O homem está comprando fazendas de milhares e milhares de hectares, é toda semana. (...) E ficou rico do dia para a noite, assim como num passe de mágica. Rico, fruto da roubalheira que virou este País", disse
o deputado ao programa de rádio. Fábio Luís Lula da Silva afirma que as informações, além de ofensivas, são mentirosas. Ele alega que não é proprietário de nenhuma fazenda e não tem negócios relacionados à agricultura. "Fábio também jamais se beneficiou de qualquer ato irregular ou ilegal e tampouco tornou-se um dos
Domingos teria usado afirmações contra o filho de Lula durante entrevista a uma rádio de Divinópolis
''homens mais ricos do Brasil''", diz a nota divulgada pelo Instituto Lula. Na interpelação criminal, Lulinha alega que "esses ataques à honra vêm ferindo sua reputação e prejudicando sua imagem". O documento cita ainda outras ações movidas pelo filho de Lula por comentários do mesmo tipo, como o de um usuário do Twitter que disse que ele era o dono de um frigorífico. "A despeito das providências já adotadas, algumas pessoas insistem na prática dessas condutas que, em tese, tangenciam o ilícito penal", diz o documento. "Pretende-se, no caso, tão somente que o deputado confirme, desminta ou esclareça a informação ofensiva que lhe fora atribuída", diz a interpelação. A nota divulgada à imprensa pelo Instituto Lula pede uma retratação do deputado tucano. A assessoria do deputado Domingos Sávio confirma as declarações e diz que ele vai se pronunciar quando terminar a fala do ministro da Educação, Cid Gomes, no plenário da Câmara, que aconteceu no dia 18/3, causando a saída do ministro.
Deputado reafirma que origem do patrimônio de Lulinha deve ser investigado O deputado federal, Domingos Sávio (PSDB) não baixou a guarda nem mesmo após a notícia que o filho do ex-presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha ingressou com uma interpelação judicial para apuração de prática de injúria, calúnia e difamação. Por meio de nota, o tucano voltou a afirmar que Lulinha deve ser investigado para apurar a origem do patrimônio dele. “Não é novidade para ninguém bem informado em nosso País que em diversos veículos de comunicação de circulação nacional e na rede mundial de internet, pode-se encontrar forte documentação que ilustra, inclusive com fotos, as informações que o Sr. “Lulinha”, embora ainda jovem e de origem humilde, já ostenta uma riqueza incompatível com a realidade dos milhões de brasileiros que vindos da mesma origem, bem sabem como é difícil garantir o próprio sustento, quanto mais acumular patrimônio de muitos milhões”.
“Afirmei e reafirmo, que, em minha opinião, o Sr. “Lulinha” deve ser investigado para explicar qual a origem deste patrimônio de que nos fala diversos veículos de imprensa, além de diversos pronunciamentos, neste sentido, no Senado e na Câmara, sem jamais ser contestado pelo mesmo”, consta na nota. O deputado ainda considerou “absurda e inconstitucional” a atitude que, segundo ele, “tenta calar um representante do povo no exercício do seu dever de buscar a verdade”. “Considero que essa interpelação será uma ótima oportunidade para que não apenas eu, mas, todo o Brasil, saiba toda a verdade sobre o que se diz do patrimônio dos negócios e empresas do Sr. “Lulinha””. Sávio ainda disse, por meio da nota, que recebe com “serenidade e firmeza de convicções” a notícia de interpelação junto ao Supremo Tribunal Federal. Expressão News - Maio/2015 - 27
Remessa de estrangeiros tem maior alta em 7 anos e supera US$ 1 bilhão Marcio Cunha
n Innocent Monfiston quer construir vida em SC ao lado da mulher, Staccy, e do filho Christopher, que nasceu no Brasil
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pesar dos sinais de fraqueza da economia brasileira no ano passado, os valores enviados pelos imigrantes que vivem no país para seus familiares tiveram, em 2014, o maior avanço desde 2007 e superaram pela primeira vez a marca de US$ 1 bilhão. O crescimento de 29%, para US$ 1,2 bilhão, deve-se em parte ao maior Expressão News - Maio/2015 - 28
fluxo de estrangeiros no país –não só sul-americanos, mas também haitianos e africanos, em um movimento que ganhou força nesta década, com o Brasil ganhando destaque na economia global. Um outro fator importante é que os sul-americanos, especialmente os bolivianos, estão enviando mais dinheiro para casa via instituições financeiras, e não por cartas ou amigos, por exemplo, como costumava ocorrer mais frequentemente. Essa mudança tem um impacto sig-
nificativo porque o Banco Central só mede as remessas que passam por canais oficiais e explica por que houve um crescimento forte em ano de PIB estagnado e em que o real se desvalorizou, em média, 9% ante o dólar (ou seja, era preciso mandar mais reais para obter o mesmo valor em dólar de 2013). "Há cinco anos, grandes empresas começaram a entrar no mercado. Como elas usam a rede bancária da Bolívia, é mais seguro, rápido e tem maior alcance. O prazo para o envio é de minu
tos", afirma Luis Vásquez, presidente da Associação de Empreendedores Bolivianos da Rua Coimbra, de São Paulo. A costureira boliviana Délia Gonçalves, 29, que vive no Brasil há cinco anos, foi uma das que aproveitaram o aumento da competição nesse mercado, com queda nas taxas cobradas para o envio. "Antes havia serviços irregulares para enviar o dinheiro, mas cobravam muito caro. Era preciso buscar na casa da pessoa que levou o dinheiro e pagar na hora de enviar e de receber, lá na Bolívia. Demorava entre duas semanas e dois meses. No banco, é só ir buscar na agência." Essa mudança também é sentida na Bolívia. Segundo os dados do banco central boliviano, o dinheiro vindo do Brasil representou, em 2014, 7,6% das remessas recebidas pelo país. Um ano antes, essa participação era de 4,5%. No Equador e no Paraguai, ainda
que a presença das remessas brasileiras não seja tão expressiva como na Bolívia, a participação também cresceu forte de 2013 para o ano passado. HAITIANOS E AFRICANOS A onda mais recente de imigração, de haitianos e africanos, também ajuda a explicar o aumento das remessas saídas do Brasil. Sem muitas escolhas, eles optam por instituições com presença no mundo todo, como a Western Union. "É difícil algum haitiano viajar para lá para levar dinheiro", diz o haitiano Camelius Kenol, 35, que trabalha como pedreiro em São Paulo. O senegalês Massar Sarr, 42, diz que o africano envia valores para pagar as despesas básicas da casa. "Normalmente moram todos juntos: mãe, pai, irmãos, sobrinhos. São famílias muito grandes. Mandam o que podem porque o salário é muito baixo." Expressão News - Maio/2015 - 29
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