Express達o News - Maio/2015 - 03
Express達o News - Julho/2015 - 04
ÍNDICE 6
Editorial. Justiça, Ministério Público e Polícia Federal são do Estado brasileiro, e não de governos
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Não denunciamos nem 25% , diz procurador da República sobre Lava Jato
Câmara Municipal de Arujá aprova Plano Municipal de Educação em ‘clima quente’ Foto: Gil Borges
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Contra a crise, executivos recorrem à terapia de grupo
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Lei do Silêncio fechou 5 bares em Suzano
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Internet de brasileiros poderia ser mais rápida, diz presidente da Vivo
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Cozinhar é quase erótico , diz chef Paola Carosella, do Masterchef
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Jurado francês do Masterchef abre restaurante em São Paulo
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Nefertari nunca conheceu Moisés
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Municípios aprovam Plano Municipal de Educação
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De volta para o Japão Reprodução/EN
A presidente da Comissão, vereadora Maria Lucia de Souza, se reuniu com os integrantes do Conselho de Pastores de Arujá para esclarecer o texto e ouvir opiniões. Página 26
“Não denunciamos nem 25%”, diz procurador da República sobre Lava Jato A questão do cartel não se tem dúvidas. Ela é a principal integrante do cartel. Não aceitar isso é tapar o sol com a peneira. A questão é que temos bastante documentos, informações de colaboradores, investigação no Cade. Denunciar executivos da Odebrecht por cartel é só uma questão de tempo. O que nós descobrimos de novo é que ela participa de uma segunda fraude, envolvendo Angra 3, mesmo depois de deflagrada a Lava-Jato. Página 8. Expressão News - Julho/2015 - 05
Justiça, Ministério Público e Polícia Federal são do Estado brasileiro, não de governos É equivocado Lula e seguidores cobrarem alguma proteção nas investigações da Lava-Jato, porque Justiça, MP e PF são do Estado brasileiro, não de governos
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a lista de causas do desgosto de Lula com Dilma e governo — o ajuste, a coordenação política etc. —, consta um mal-estar específico com a suposta leniência da presidente, e do próprio PT, diante de suspeições sobre o relacionamento do ex-presidente com empreiteiras. Quanto ao PT, é difícil imaginar o que poderia fazer o partido na tentativa de blindar seu líder supremo — além de declarações e notas oficiais de praxe —, pois ele próprio não está nada bem nas investigações da Lava-Jato. Se, com relação a Lula, o que existe até agora são ilações, acerca do PT há provas testemunhais e documentais de algum tipo de envolvimento de políticos da legenda com dinheiro desviado da Petrobras pelo esquema do petrolão. Pode ser que não soubessem que propinas estavam sendo “lavadas” na conversão em doações legais na Justiça eleitoral, mas parece haver provas contundentes da irrigação das finanças petistas e outras — partido e políticos —, por dinheiro da corrupção na Petrobras. Além de enriquecimento pessoal. É com base nessas provas que o juiz federal Sérgio Moro tem mantido presos, a pedido do Ministério Público, executivos e acionistas de empreiteiras, e até mesmo o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. E nem sempre instâncias superiores têm Expressão News - Julho/2015 - 06
aceitado pedidos de habeas corpus para os detidos, sinal de que há consistência na argumentação do juiz e promotores. É possível que Lula e seguidores quisessem que Dilma e ministros reprovassem a atuação de Moro, MP e Polícia Federal. Como é provável que esperassem que o companheiro ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem a Polícia Federal está formalmente subordinada, fizesse alguma gestão na corporação para ajudá-los. Parece que o próprio Lula esqueceu o histórico do mensalão, o escândalo-símbolo dos seus oito anos de Planalto. Mesmo com o PT tendo nomeado boa parte dos ministros do Supremo que julgaram aquele processo, petistas ilustres foram condenados. O lulopetismo já deveria entender que o Brasil tem uma diferença radical e positiva em relação a Venezuela e Argentina, dois países de que os petistas são admiradores: as instituições republicanas brasileiras estão cada vez mais fortes. E com o mensalão, a Justiça, o Ministério Público e a própria Polícia Federal ganharam ainda mais contraste diante do governante de turno. É inimaginável no Brasil contemporâneo que o Planalto tenha alguma margem para manobrar na defesa de algum interesse que não seja o da lei junto ao Ministério Público, autônomo desde a Carta de 1988, ao poder independente do Judiciário e mesmo perante à PF, colocada na hierarquia do Ministério da Justiça, mas típico organismo de Estado, com prerrogativas próprias.
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Foto: Geraldo Bubniak
Denunciar executivos da Odebrecht por cartel é só uma questão de tempo
“Não denunciamos nem 25%”, diz procurador da República sobre Lava Jato Em entrevista, Carlos Fernando Lima fala sobre as frentes de investigação da operação
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rocurador da República, Carlos Fernando Lima revela que, um ano depois, a Lava-Jato ainda tem fôlego para denunciar empresários e políticos. A Operação Lava-Jato já está em sua
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14ª fase. Quais os próximos passos? Nós não denunciamos ainda nem 25% (dos investigados) do esquema envolvendo as diretorias básicas da Petrobras, de Serviços e Abastecimento. Ainda temos a parte das sondas, da área internacional do (Nestor) Cerveró e (Jorge Luiz) Zelada. Temos que fechar
uma investigação na área de comunicações, que teve informações prestadas pela (ex-gerente) Venina Velosa. E temos a parte de investigação que resultou na prisão do (ex-deputado) André Vargas e do (publicitário) Ricardo Hoffmann, envolvendo a comunicação da Caixa e do Ministério da Saúde. E ainda a questão do cartel em Angra
3 e algo semelhante em Belo Monte. Como viu o pedido de habeas corpus feito em favor do ex-presidente Lula? Achei muito divertido. A peça beira a ofensa pessoal ao juiz Sérgio Moro. Coisa absurda os termos da peça. Até porque não há uma investigação envolvendo a pessoa do ex-presidente. O que temos é a investigação de diversos prestadores de serviços para as empreiteiras. Nesse âmbito, surgiu a empresa Lils, que seria do ex-presidente Lula. Mas isso não é suficiente. Entre as diversas empresas prestadoras de serviço que estão sendo investigadas está a do Lula. Agora, o método de lavagem de dinheiro é a prestação de serviços. No caso da Lils, sabemos que o ex-presidente faz palestras efetivamente. O senhor acha que o dinheiro que o ex-presidente e o Instituto Lula recebem de empreiteiras tem algo de ilegal? Precisamos analisar isso com cuidado. Enquanto a prestação de serviços exige contrapartida comercial, para o instituto não há efetivamente uma contrapartida, é uma doação. Então vamos precisar analisar com cuidado esses valores e as motivações que foram dadas para os pagamentos dessas doações. As investigações agora podem chegar a nomes de novos políticos? A investigação de políticos com foro privilegiado não é nossa. É do STF. Se aparecer algum nome de político, vamos mandar para o STF. Eu acredito que sim (que surgirão novos nomes). Sempre que apuramos novo esquema criminoso, ele revela a participação de políticos com foro privilegiado. Qual sua avaliação sobre o bilhete de Marcelo Odebrecht escrito na carceragem da PF falando em “destruir email sondas”? A Polícia Federal fez bem de tirar uma cópia do documento. É praxe na PF. Não aconteceu somente com o bilhete do Marcelo. É praxe de todo o sistema penitenciário. Todas as cartas passam por controle dos agentes. Em segundo lugar, quando um policial vê uma frase como essa falando em destruir um e-mail, no sentido de destruir provas, ele tem obrigação de investigar. Se a defesa quer interpretar, dizendo que o destruir é no sentido jurídico, isso será avaliado em inquérito policial. A defesa alega que destruir significa contestar.
Então vamos investigar se houve atentado à lei penal ou ao português. Mas que houve algo estranho houve. Não vou dizer que não tenha o sentido que a defesa quer dar, mas de qualquer maneira este primeiro momento é de investigar. Não podemos fingir que nada aconteceu. Também ninguém pegou o bilhete e levou ao dr. Moro pedindo a extensão da preventiva do Marcelo Odebrecht por causa do bilhete. E quando Marcelo fala que o sobrepreço na compra de sondas é um termo comercial de mercado? Tem que ver se há coerência no que ele está falando. Mas o e-mail demonstra que o Marcelo Odebrecht está dentro da cadeia de decisões. Temos aí não uma pessoa que se omite, um ditador de papel. Temos uma pessoa que participa ativamente do negócio. E se temos tantos pagamentos no exterior, e ele participa tão proximamente da empresa, sustentamos que ele sabe o que acontece dentro da empresa. Quais são as provas do envolvimento da Odebrecht no cartel da Petrobras? A questão do cartel não se tem dúvidas. Ela é a principal integrante do cartel. Não aceitar isso é tapar o sol com a peneira. A questão é que temos bastante documentos, informações de colaboradores, investigação no Cade. Denunciar executivos da Odebrecht por cartel é só uma questão de tempo. O que nós descobrimos de novo é que ela participa de uma segunda
fraude, envolvendo Angra 3, mesmo depois de deflagrada a Lava-Jato. Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, apontou Fábio Gandolfo, da Odebrecht, e Flávio Barra, da Andrade Gutierrez, como diretores que pagaram propinas ao PMDB por obras em Angra 3. Eles serão investigados? Esses novos diretores também serão investigados. Isso mostra que a Odebrecht age enquanto empresa e não é um esquema de algum diretor aloprado que tenha tido a ideia de ganhar um bônus extra no final do ano. Não é à toa que ela é investigada no Panamá, na Itália. Ela tem uma praxe de negócios que envolve essa situação de cartel e propinas. O sr. crê que executivos da Odebrecht ou Andrade Gutierrez presos optem por delação premiada? Não creio. Não tem movimentação das empresas nesse sentido. A Odebrecht nos procurou no primeiro semestre do ano passado para conversar conosco sobre isso, mas deixamos claro que qualquer acordo que envolva uma empresa exige que ela indique todos os culpados, mas aí não houve mais evolução nas conversas.
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Para lidar com crescimento baixo e inflação alta, presidentes de empresas se reúnem para trocar conselhos e buscar soluções
Contra a crise, executivos recorrem à ‘terapia de grupo’
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odo mês, eles se reúnem para falar sobre os seus problemas. Durante os momentos de desabafo, os participantes resumem desafios nas finanças, mostram como estão reduzindo despesas e tentam entender o que está acontecendo ao seu redor. No vale-tudo para buscar um conselho em momentos difíceis, procuram inspiração até em palestras motivacionais. As sessões, típicas de grupos de apoio, vêm fazendo cada vez mais Expressão News - Julho/2015 - 10
parte da rotina de presidentes de conselhos de administração, de empresas multinacionais e de capital aberto. Para enfrentar a crise atual, de baixo crescimento e inflação alta, executivos vêm recorrendo a iniciativas que eles próprios classificam de "aconselhamento mútuo". O presidente do Conselho de Administração da Marcopolo, Mauro Bellini, e filho do fundador da empresa, participa de um desses grupos: o "Conselho de Presidentes", fundado há quatro ano no Rio Grande do Sul e que chega este mês ao Rio de Janeiro e a Campinas.
“O presidente de uma empresa tem a síndrome da solidão. Numa empresa, só há um presidente. Então, é importante se reunir com outros presidentes uma vez por mês para trocar ideias e buscar aconselhamentos. A gente ainda tem palestras sobre vários temas de interesse. E, num momento como o atual, de desafio econômico, esses encontros se tornam mais relevantes. Recentemente, por exemplo, falamos sobre a melhor estratégia para atuar na Argentina”, disse Bellini, que comanda uma das maiores fabricantes de carrocerias de ônibus do mundo e com ações listadas na Bol
Foto:Diogo Pagnoncelli/Divulgação
sa de Valores de São Paulo (Bovespa). Mas, para participar desses encontros, é preciso seguir várias regras. O primeiro é a confidencialidade: tudo que é conversado fica guardado a sete chaves. Não é permitido gravar áudios, por exemplo. É proibido ter empresas do mesmo setor na mesma sala. Assim, os grupos acabam tendo perfil heterogêneo, com representantes de indústria, comércio e serviços. Quem também investe nesse tipo de iniciativa é a Randon, fabricante de autopeças e vagões, com presença em toda a América Latina e ações na Bovespa. David Abramo Randon, presidente das empresas Randon, lembra que uma companhia, por ser "um organismo dinâmico", precisa da troca de experiência com outras corporações. “Uma empresa requer monitoramento constante e precisa do compartilhamento de experiências. Uma empresa moderna precisa ter o olhar 360 graus. Já me ajudaram na troca de informações por meio de contatos entre gestores de áreas como recursos humanos,
do projeto de Pagnoncelli no Rio. Para ele, a participação é vital para que a companhia "possa tomar decisões após análise minuciosa das tendências da economia nacional e internacional". “É fundamental a troca de percepções entre líderes, normalmente isolados no poder e sem interlocução ou contraponto”, disse Motta. Outras ações são conhecidas, como a do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), que reúne periodicamente presidentes de empresas em todo o país. Para Diogo Rossi, gerente-geral da Kidde do Brasil, empresa que pertence à UTC Building and Industrial Systems, uma das maiores empresas de proteção contra incêndio do mundo, isso ajuda a conhecer e comparar serviços e práticas empresariais de vários setores. “Durante as reuniões mensais, há sempre uma palestra que nos traz informações como cenários econômicos, de mercado, de legislação, tributação”, disse Rossi. O psicólogo e consultor de RH da Top Quality Carlos Eduardo Pereira lembra que o interessante é colocar lado a lado executivos do mesmo porte: “Esses encontros não devem ser usados para brilhar e sim para dividir conhecimento e adaptá-lo a sua empresa. É na crise que se pensa diferente”, disse Pereira.
governança, financeiro e tecnologia da informação (TI). Uma das minhas contribuições (que serviram de inspiração a outras empresas) foi o modelo de sucessão que tivemos nas empresas Randon, um processo sem traumas, orientado por consultorias”, disse. Dernizo Pagnoncelli, que criou o Conselho de Presidentes e é membro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), diz que o objetivo das reuniões - realizadas em hotéis próximos a algum aeroporto - é trocar experiências e debater as expectativas da economia. Além disso, lembra que são feitas visitas técnicas a fábricas de companhias. “Recentemente, falou-se muito sobre aumento na produtividade dos equipamentos. A palavra-chave para o momento da economia é inovação. E a melhor forma é buscar conhecimento. Estou ampliando para Rio e Campinas disse Pagnoncelli, lembrando que no Rio já há cinco interessadas em participar. Arthur Lima Motta, presidente da D'Or Soluções, da Rede D'Or, vai fazer parte Expressão News - Julho/2015 - 11
Lei do Silêncio fechou 5 bares em Suzano
Há 4 meses lei foi regulamentada; operações são feitas na cidade. Volume máximo permitido na cidade após à 0h é 45 decibéis.
A
Prefeitura de Suzano informou que pelo menos 5 bares já foram autuados por pertubação na cidade desde que a Lei do Silêncio foi regulamentada, em março deste ano. Desde então, a administração municipal tem feito operações em conjunto com a Polícia Militar para inibir esse tipo de infração. A fiscalização é realizada com um aparelho chamado decibelímetro, que mede o nível do som. Em Suzano, até às 23h59 o volume máximo permitido é de 50 decibéis, a partir das zero hora
Expressão News - Julho/2015 - 12
o volume passa a ser de 45 decibéis. Desde que a lei foi regulamentada, Suzano fechou cinco bares. No total, o valor de autuações na ação chegou a R$ 5,4 mil. Mês passado, a secretaria de Defesa Civil e Social começou a notificar proprietários de comércios, residências e demais estabelecimentos que descumprem a Lei do Silêncio. O material utilziado na divulgação utilizado tem como slogan “Respeito no máximo. Volume no mínimo”. A intenção é agir de forma preventiva e incisiva nas ruas com o intuito de garantir o cumprimento da lei. Os locais averiguados serão advertidos, podendo ser penalizados com mul-
ta, interdição parcial ou total da atividade do estabelecimento, cassação do alvará de localização e funcionamento das atividades. No caso de veículos apreendidos em desacordo com o decreto (volume do som acima do permitido) estarão sujeitos a serem apreendidos, recolhidos ao pátio e somente liberados após o pagamento das taxas. Em caso de reincidência, a penalidade de multa poderá ser aplicada em dobro e havendo nova reincidência a multa poderá ser aplicada até o triplo do valor inicial. O valor da unidade fiscal é de R$ 270,41 e será aplicada de acordo com a gravidade da multa, podendo variar de R$ 270,41 a R$ 5.408,20.
Express達o News - Julho/2015 - 13
Internet de brasileiro poderia ser mais rápida, diz presidente da Vivo Foto:Marcelo Justo
Amos Genish, fundador da GVT e presidente da Vivo
O
presidente da Vivo, Amos Genish, 54, diz que a velocidade da internet dos brasileiros ainda é baixa e poderia melhorar com redução de tributos. Dos 7 milhões de clientes da Vivo com planos de internet fixa, 3 milhões têm velocidades de até 4 Mbps —1,5 milhão chega a no máximo 1 Mbps. "Estamos tentando negociar com as autoridades mudanças nas regras, para que possamos oferecer pacotes de 5 Mbps a Expressão News - Julho/2015 - 14
10Mbps com redução de tributos", diz. Israelense, Genish está no Brasil desde 1999, quando criou a GVT junto com investidores estrangeiros. Pagaram R$ 100 mil pela licença por uma empresa que forçou as grandes concessionárias a melhorarem qualidade e preço nos locais onde ela se instalava. Em 2009, a GVT virou alvo de uma disputa entre a espanhola Telefónica e a Vivendi, grupo de mídia francês dono dos estúdios da Universal. Foi vendida para a Vivendi por R$ 7,2 bilhões. No ano passado, a Telefônica conseguiu comprá-la da Vivendi por R$
22 bilhões e Genish foi escolhido o novo presidente do grupo Telefônica no Brasil para liderar a fusão entre as duas empresas - a Vivo e a GVT. No cargo desde 29 de maio, Genish concedeu a seguinte entrevista: O sr assume a Vivo em um cenário de crise econômica. Dá para ter otimismo? Amos Genish - A Telefônica [dona da Vivo] é um investidor de longo prazo e o ciclo atual é temporário. Em que pese as dificuldades, o Brasil é um dos países que oferece as melhores oportunidades de negócio, em
todos os segmentos. O ajuste fiscal implementado é um bom começo e pode abrir caminho para a retomada do crescimento e dos investimentos. O ajuste fiscal foi suficiente? Deveria ter focado mais em reduções de despesas do Estado do que ônus fiscais adicionais à sociedade. Por que decidiu ficar na Vivo se teve a chance de assumir posto na Vivendi? Porque eu preferia o desafio de integrar as duas empresas. Mas a GVT vai desaparecer. Até o final de abril de 2016, deixaremos de usar a marca GVT, mas pretendemos manter a cultura e o DNA empreendedor da GVT. Vamos usar a experiência dela em ultra banda larga e TV por assinatura para impulsionar a nova Vivo nos serviços fixos. Com a fusão, vamos nos tornar mais fortes em TV (chegaremos a 2 milhões de clientes no curto prazo), o que contribuirá para ofertas integradas mais atraentes, seja triple play (pacote com voz fixa, banda larga fixa e TV) ou quadruple play (voz e banda larga fixas, TV e serviços móveis). Isso significa que a vida da Net agora ficará mais difícil? GVT e Vivo juntas serão mais competitivas e vamos virar o jogo especialmente no mercado paulis-
ta [onde a liderança é da Net]. Mas para isso é preciso investimento. Haverá recursos? O investimento em 2015 deve ficar próximo ao de 2014, cerca de R$ 8,4 bilhões (Telefônica Vivo e GVT), excluídos gastos com licenças. Boa parte vai para o aumento de domicílios com oferta de fibra óptica. Hoje essa rede que vai até dentro da casa do cliente já atende 429 mil na capital e outras 35 cidades no Estado. Usaremos também um outro sistema, em que a fibra chegará, em média, a 400 metros da residência do usuário [onde não for possível levar a fibra até a casa do cliente]. Em muitos pontos, vamos fazer testes de viabilidade para migrar os pacotes [onde a rede é mista ou só de fios de cobre] diretamente para a fibra. Isso tudo para permitir velocidades maiores. O cliente Vivo ainda recebe baixa velocidade? Dos 7 milhões de clientes com planos de internet fixa, 3 milhões têm velocidades de até 4 Mbps. Uma parte (1,5 milhão) contratou o serviço de Banda Larga Popular, que oferece velocidade máxima de 1 Mbps com redução de impostos. Estamos tentando negociar com as autoridades mudanças nas regras, para que possamos oferecer pacotes de 5
Mbps a 10Mbps com a mesma redução de tributos, considerando o aumento da necessidade de banda pelos usuários. Em negociações com o governo paulista, conseguimos redução de impostos para ofertas de 2 Mbps. Vale ressaltar que a rede de banda larga fixa no Estado de São Paulo tem ainda um número significativo de clientes que acessam a internet por meio do par de cobre, uma tecnologia que não permite velocidades mais elevadas com qualidade. Haverá reforço no celular? A conexão das antenas por meio de rede de fibra ótica atinge 20% da rede móvel atualmente, e tirando proveito da rede da GVT pretendemos chegar a 60% em três anos, o que dará mais capacidade ao tráfego de dados. A Vivo pretende comprar alguma outra empresa? Embora atenta a eventuais oportunidades, a Vivo, com as sinergias proporcionadas pela aquisição da GVT, considera-se bem posicionada para os novos cenários. Não considera nem a compra de frequências caso a TIM se funda com a Oi? A empresa já fez as aquisições de frequência para a expansão do 3G e 4G. Qualquer outra aquisição dependerá de estudos aprofundados.
Mogi e Poá têm a internet mais lenta do Alto Tietê, diz Anatel Cidades operam com velocidade que varia entre 2 a 12Mbps. Região tem 215.718 pontos de acesso à internet. Um mapeamento com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mostra que Mogi das Cruzes e Poá possuem uma faixa de velocidade da internet banda larga mais lenta do que a média dos demais municípios do Alto Tietê. Segundo o mapeamento, as duas cidades acessam a internet com velocidade de 2 a 12 Mbps, enquanto as demais são atendidas com velocidades entre 12 a 34Mbps. Dados da agência mostram que no Alto Tietê há 215.718 pontos de acesso, 90.059 deles em Mogi das Cruzes. Salesópolis possui o menor número de pontos de acesso: 1.557, praticamente metade do número de pontos de Biritiba Mirim, com 3.090 pontos de acesso. Itaquaquecetuba é a segunda cidade da região com o maior número de pontos. Segundo a Anatel, há 38.959 conexões no município. Mogi e Poá fazem parte do grupo de 733 cidades do País que acessam a faixa de velocidade mediana de internet. Já Suzano, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Arujá, Santa Isabel, Guararema, Biritiba-Mirim e Salesópolis são atendidos com velocidade média que varia de 12 a 34Mbps, segunda internet mais rápida do País.
No total, 456 cidades do Brasil contam com essa velocidade. Há ainda duas faixas de velocidades citadas no mapeamento: 0 a 520 Kbps (mais lenta), 512Kbps a 2Mbps e 34Mbps ou mais (mais rápida). Banda Larga para Todos O Brasil tem atualmente 24,3 milhões de pontos de acesso de banda larga fixa. Destes, 46,3% estão na faixa de 2Mbps a 12 Mbps. O diretor da Sinditelebrasil, Alexander Castro, traça um cenário otimista para os próximos anos. “As operadoras começaram a investir em novas tecnologias. No caso do móvel, a solução é o 4G. Na banda larga, as operadoras usaram soluções para otimizar o tráfego. Começaram a usar anéis metropolitanos de fibra ótica e até em bairros. Até 2019, vai ter acesso em todos os municípios do Brasil, e o país todo vai ter internet no patamar próximo de 20 Mbps.” A meta do governo é ainda mais ousada. Segundo o Ministério das Comunicações, o Plano Banda Larga para Todos, ainda em formulação, pretende levar internet rápida, com uma velocidade média de 25 Mbps, para 95% da população brasileira até 2018. Expressão News - Julho/2015 - 15
‘Cozinhar é quase erótico’, diz chef Paola Carosella do ‘MasterChef’ Foto: Carol Gherardi/Divulgação
Paola Carosella, jurada do "MasterChef" Expressão News - Julho/2015 - 16
"Cozinhar é um ato sensual. Cozinhar com fogo, quase erótico." Paola Carosella, 42, musa do "MasterChef", exala uma aura lasciva. Suas receitas, lá atrás, já eram carregadas de sensualidade e pureza, com ingredientes no estado bruto. Agora, na televisão, essa singularidade parece ter reforçado seu estrelato: virou protagonista do reality gastronômico da Band, maior audiência da emissora depois do futebol. Justo a moça que, nascida numa família pobre na Argentina, sempre se achou feia e teve uma adolescência solitária. Paola pouco circula pelo salão de seu restaurante Artutiro, em São Paulo, e, dia após dia, reafirma uma postura low profile enfiada na cozinha, próxima do fogo, que ela mesma alimenta com lenha – e com o qual estabeleceu uma relação visceral. "A energia do fogo é poética, hipnótica. Não tem como não se relacionar com ele. Você pode esquecer um tuppeware no micro-ondas, mas não um cordeiro na brasa." Paola nasceu em 1972 e passou grande parte da infância com seus avós maternos, em uma casa ajardinada, nas cercanias da capital Buenos Aires. Os mesmos avós que chegaram a uma América Latina do final dos anos 1940, vindos de uma Itália destruída, sem esperança, e tiveram de viver em um cortiço onde ouviam barulho de ratos. COELHOS E GALINHAS A casa que eles mesmos ergueram está presa na memória –e no estômago– de Paola. Um quintal espaçoso, com coelhos, galinhas, frutas, verduras. Lenha. Churrasqueira, chapa, forno. E as azeitonas que seu avô usava para fazer o azeite de oliva, as uvas que eram pisadas em família para virar vinho, "um vinho horrível", ela lembra –e ri. Era lá que Paola vivia uma rotina que desapareceu, de paz, tranquilidade, com pausa para o chá da tarde. Ali ela ajudava
a avó no trabalho manual da tecelagem e passava horas a limpar caracóis trazidos pelo avô –caminhoneiro e pescador. SÓ, SOMENTE SÓ Paola achava a escola um tédio. Passava tardes sozinha no apartamento minúsculo, em Buenos Aires, enquanto sua mãe trabalhava o dia todo e cursava direito à noite. Ela assistia religiosamente a um programa de culinária na TV –do qual pinçava receitas para o seu caderno de notas e para o fogão. Diante de uma bancada estreita, com seus 14, 15 anos, cozinhava para receber a mãe enquanto brincava de encenar um roteiro para a televisão, fisgando um ou outro ingrediente da geladeira. "Queria surpreender minha mãe, queria que ela se sentisse bem." Punha a mesa, fazia arranjos de flor, entrada, prato, sobremesa. "Minha mãe era uma guerreira, mas era também uma mulher triste. Então, às vezes, ela não queria nem sentar. Era difícil. Não foi tão fácil assim", diz –respira fundo, com os olhos cheios d'água. Seu primeiro chef em um restaurante tinha "rasgos de perversão". Não era bem o que se entende por trabalho –sua mãe tinha de pagar, a duras penas, US$ 100 por mês para que a filha pudesse "trabalhar". Mas também encontrou acolhimento e repertório em suas experiências. Tomou como família, por exemplo, o trio que tocava um restaurante creole avarandado e, como mestre, o sociólogo com quem dividia a cozinha. Ele a fez comprar a enciclopédia "Larousse Gastronomique" para que estudasse nas horas vagas e depois lhe tomava o conhecimento oralmente, enquanto trabalhavam. Quando mudou-se para Paris –aos 19 anos, com um francês "precaríssimo" e dinheiro contado–, foi estagiar por três meses em um restaurante duas-estrelas "Michelin". "Tentei permanecer o tempo que deu,
mas foi tão sinistro que liguei chorando para a minha mãe depois de pouco mais de um mês", conta. Paola era a única mulher na cozinha. "Era violento. Violento." Ela passou por outras cozinhas na França e naquele país aprendeu a disciplina, o rigor, o comprometimento. "Quanto está o quilo da lagosta do mercado de Marseille?", perguntava um chef aos cozinheiros. "Quem não sabia responder limpava a praça de quem sabia, que podia ir embora mais cedo." EXAUSTÃO Quando Paola olha para uma participante do "MasterChef" que se atrapalhou ao fazer um ravióli recheado de gema mole, e diz, firme, a ponto de soar impiedosa: "Você não está preparada para essa competição, está muito nervosa", não é crueldade. É como se ela tivesse emprestando a experiência que teve para falar da realidade. Trocando em miúdos: lavou cozinhas, à exaustão, depois de jornadas exaustivas; chegou a ser trancada em um quarto de produtos de limpeza por oito horas; comandou uma equipe de 60 homens n'A Figueira Rubaiyat, o primeiro restaurante que tocou em São Paulo, em 2001, por intermédio de seu mestre, Francis Mallmann, o argentino rei do fogo. Paola se divide entre suas paixões: a cozinha, a filha, o namorado, as viagens. Ela vive só, com sua filha de três anos e meio –o pai é um argentino que também mora em São Paulo. Francesca vai ao Arturito, circula pelos bastidores e pede aos cozinheiros para comer lulas. Hoje, viaja ainda mais. Vai ao encontro do namorado, inglês, sempre que pode. O parceiro, ela conta, "é um dos fotógrafos de comida mais importantes da Europa". Jason Lowe já fotografou para mais de 260 livros de gastronomia. "Estamos cada dia mais apaixonados." Isso que te deixa tão sensual? "Deve ser a felicidade. Depois de anos muito difíceis, eu estou feliz."
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Jurado francês do ‘MasterChef’ abre restaurante em SP Erick Jacquin, que recebeu vários prêmios de melhor francês da cidade e é jurado do 'MasterChef' Foto:Ezyê Moleda
Expressão News - Julho/2015 - 20
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chef francês Erick Jacquin, jurado do Masterchef, abriu no mês passado (19) um restaurante no Itaim Bibi, no mesmo local em que ficava seu extinto La Brasserie, fechado em 2013. O Le Bife terá apenas dois cortes de carne selecionados por Jacquin: filé-mignon e entrecôte premium Black Angus, com três opções de molhos (poivre, mostarda e béarnaise). Os acompanhamentos serão servidos em sistema de rodízio. Também estão no cardápio o famoso steak tartare de Jacquin e um hambúrguer, ambos acompanhados de batatas fritas. O restaurante, de 70 lugares, conta com bar, salão, varanda e um terraço, que poderá ser fechado para eventos de até 50 pessoas. A casa abre para almoço de segunda a domingo e para jantar de terça a sábado. Durante a semana, há opção de menu do dia com filé mignon, salada e rodízio de guarnições por R$ 52. LE BIFE Rua Pedroso Alvarenga, 1.088, Itaim Bibi; tel. (11) 4324-0783
Express達o News - Julho/2015 - 21
Nefertari nunca conheceu Moisés Na foto, Guilherme Winter (Moisés), Sérgio Marone (Ramsés) e Camila Rodrigues (Nefertari)
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rimeira novela bíblica da TV Record, Os Dez Mandamentos é uma superprodução épica que reconta uma das mais famosas passagens da Bíblia: a saga de Moisés, desde seu nascimento até a chegada de seu povo à terra prometida, passando pela fuga do Egito através do Mar Vermelho e o encontro com Deus no Monte Sinai. Livre adaptação dos livros Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, e com efeitos especiais grandiosos, a novela cobre mais de cem anos de história e terá aproximadamente 150 capítulos divididos em quatro fases. Com dezenas de personagens, além do conteúdo histórico, Os Dez Mandamentos é repleta de conflitos familiares, intrigas, luta pelo poder, traições, inveja, ódio, paiExpressão News - Julho/2015 - 22
xões proibidas e amores impossíveis, em tramas recheadas de muita emoção. A novela começa na cidade de Pi-Ramsés, no Egito, aproximadamente em 1300 a.C, quando o poderoso faraó Seti, que odeia e despreza o povo hebreu, decreta a morte de todos os bebês israelitas do sexo masculino. Para desespero do povo escravizado, muitos bebês são jogados no rio. Mas um deles é salvo por sua família, que o coloca num cesto de junco, confiando que Deus o levará para um lugar seguro. O cesto desce pelo rio e acaba indo parar nas mãos da princesa Henutmire, que se apieda da criança e resolve ficar com ela. O menino é batizado como Moisés e é criado como um verdadeiro príncipe egípcio ao lado de seu tio-irmão, Ramsés, e da bela Nefertari, que despertará o amor dos dois, provocando muitos conflitos.
Já adulto, Moisés se envolve com o sofrimento de seu povo e acaba caindo em desgraça com o faraó. Obrigado a fugir, ele vai para a terra de Midiã, onde se casa com a bela e rebelde Zípora, e passa muitos anos trabalhando como pastor de ovelhas. Um belo dia, ao pastorear seu rebanho, Moisés recebe um chamado de Deus, que se revela a ele e o manda voltar ao Egito para libertar seu povo da escravidão. Ao voltar, Moisés reencontra seus irmãos Arão e Miriã, sua mãe, Joquebede, e enfrenta aquele que se tornará seu pior inimigo: Ramsés, que herdou o trono do Egito e fará de tudo para impedir Moisés de retirar seu povo de lá. Somente após sua terra ser assolada pelas Dez Pragas e a morte de seu próprio filho, Ramsés permite que o povo finalmente saia do Egito. Mesmo assim, acaba voltando atrás e re
personagem. A expectativa é enorme. Para Sérgio Marone, que dá vida a Ramsés e disputa o amor de Nefertari (Camila Rodrigues) com Moisés, Os Dez Mandamentos é uma obra diferente de tudo já visto na teledramaturgia. "É muito mais do que apenas uma história bíblica. Fala de amor, disputa, traição. Estou com um tesão enorme interpretando Ramsés e tenho a certeza de que o público vai se divertir.
A história verdadeira
Foto:Divulgação/Record
solve persegui-los através do deserto. É então que Deus, num dos momentos mais grandiosos do Antigo Testamento, abre o Mar Vermelho deixando o povo hebreu passar a pés secos no meio dele, e depois o fecha, matando o exército egípcio que os persegue. No deserto, os hebreus passarão por muitas peripécias e desafios, sempre liderados por Moisés, que os guiará ao longo de quarenta anos até chegarem à terra prometida. Durante esta jornada, personagens e tramas paralelas se misturarão à história principal, criando uma novela épica sem precedentes, onde o público verá um povo sendo forjado, uma nação sendo preparada, e acompanhará a trajetória de fé e coragem de Moisés e seu povo. Com efeitos especiais grandiosos e cobrindo mais de cem anos de história, Os Dez Mandamentos tem que atrair
bastante audiência para, consequentemente, ter retorno comercial que consiga pagar os custos de cada capítulo. Segundo a própria emissora, o custo de cada capítulo gira em torno de R$ 700 mil, tornando-se, assim, a novela mais cara da história da TV brasileira. Os Dez Mandamentos conta a saga de Moisés, desde seu nascimento até a chegada de seu povo à Terra Prometida, passando pela fuga do Egito através do Mar Vermelho e o encontro com Deus no Monte Sinai. Guilherme Winter encarou o desafio de viver o protagonista e, durante a coletiva, disse que sentiu medo ao receber o convite. "Deu frio na barriga, mas me sinto honrado por interpretar Moisés. Temos esta história na imaginação e reproduzi-la é desafiador. Estudei bastante e acredito que a caracterização foi muito importante no processo de construção do
Não se pode negar que “Os 10 mandamentos” da Record, só tem elogios a receber. Excelente produção e estória. Contudo, os leitores devem entender que o enredo da trama é baseado nos pouquíssimos relatos da Bíblia, que estão no livro do “Êxodo”. Além disto, a Record é uma emissora vinculada à Igreja Universal, logo, segue uma interpretação evangélica dos fatos. Sem contar que este triangulo amoroso de Moisés, Ramsés e Nefertari trata-se de uma licença poética da autora da novela. Em nenhum texto bíblico existe qualquer menção bíblica sobre o nome do faraó do Êxodo. A novela adotou a crença de que o faraó na época da libertação dos hebreus da escravidão por Moisés seria Ramsés II. Esta é mais uma interpretação de pompa e grandeza do que baseada em fatos reais. Alguns escritores e historiadores adotam essa linha por ser a mais grandiosa, mas na história real não foi assim. Moisés nasceu durante a vida de Ramsés II, mas não eram da mesma idade. O faraó era muito mais velho que o Libertador de Israel. Inclusive, quando Moisés nasceu, Nefertari já havia até morrido. Ela morreu muito jovem e Ramsés II ergueu em sua homenagem o famoso templo de Abu Simbel no Alto Egito. Nesta época, Ramsés tinha menos de 30 anos. Ele veio a falecer com 92 anos de idade, tornando-se o faraó com reinado mais longo do Egito. Ele governou as Duas Terras por 67 anos. Logo, quando Moisés nasceu, Nefertari já havia morrido e Ramsés II já era um idoso desdentado (ele sofreu muito no final da vida com inflamações nas gengivas). Moisés foi criado pela sobrinha de Ramsés II, a princesa Thermutis. Por este motivo, Nefertari é apenas mencionada brevemente em alguns CONTINUA NA PRÓXIMA PÁGINA Expressão News - Julho/2015 - 23
A atriz Camila Rodrigues, que interpreta Nefertari
poucos comentários em nossos livros. Ela não viveu os fatos da libertação do povo de Israel do jugo egípcio. Ela morreu muito antes destes fatos, o que torna o triangulo amoroso da excelente novela da TV Record, apenas ficção. Moisés, então, foi expulso do Egito e retorna muitos anos depois para libertar o seu povo do cativeiro. Nesta época Ramsés II já havia morrido e quem reinava era o seu decimo terceiro filho, chamado Merneptah. Ramsés viveu tanto tempo que muitos de seus filhos já haviam falecido quando chegou a vez dele seguir para a Terra do Sol Poente. Ele teve mais de cem descendentes e um harém com mais de cem mulheres. Após a morte de Nefertari ele não assumiu nenhuma outra concubina do harém como a “Grande Esposa Real”, título que foi dado unicamente a sua grande amada. Ela foi tão importante para ele que, além do templo de Abu Simbel, foi construída uma tumba para ela maior do que de muitos faraós do Egito. A tumba de Nefertari Expressão News - Julho/2015 - 24
no “Vale das Rainhas” é uma das mais impressionantes do Egito. Certamente o amor entre eles foi algo grandioso, o que torna essa especulação da novela (sobre ela gostar mais de Moisés do que de Ramsés) um tanto injusta… Quem era Nefertari? Nefertari foi uma grande rainha egípcia, esposa de Ramsés II faraó do Egito, cujo nome significa a mais bela, a mais perfeita e é muitas vezes seguida pelo epíteto amada de Mut. Os pais de Nefertari são desconhecidos, pressupõe-se que a sua origem foi uma familia humilde. Ramsés II desposou-a antes de suceder a Seti I e embora este tenha vivido muito mais tempo que ela e tido outras mulheres esta foi sempre designada excepcionalmente como a favorita. Existem registros da sua presença numa festa em Luxor onde foi apresentada nos seguintes termos: A princesa, rica em louvores, soberana da graça, doce no amor, senhora das duas terras, a perfeita, aquela cujas mãos
seguram os sistros, aquela que alegra o seu pai Ámom, a mais amada, a que usa a coroa, a cantora de belo rosto, aquela cuja palavra dá plenitude. Tudo quanto pede se realiza, toda a realidade se cumpre em função do seu desejo e conhecimento, todas as suas palavras despertam alegria nos rostos, ouvir a sua voz permite viver. Interpretando as escrituras à letra Nefertari teria dado quatro filhos e duas filhas a Ramsés II. Mas, por vezes, a noção de filho corresponde a um titulo. Ao longo do seu reinado, Ramsés II adotou um número considerável de filhos régios e filhas régias, o que levou certos egiptólogos a crer que tinha sido um procriador proverbial. No primeiro ano do seu reinado Nefertari foi associada a atos importantes. Logo após ter participado na coroação do seu esposo Ramsés II ela foi levada a apresentar-se perante ele em Abidos numa cerimônia em que Nebunenef foi nomeado sumo sacerdote de Amon, assegurando assim a fidelidade deste
sonificada por Nefertari, a mais amada esposa de Ramsés II entre todas que possuía. Ramses teve oito esposas durante seu reinado, mas foi para ela que escreveu poemas de amor, um dos primeiros poemas de amor da história. Escreve ele em seu poema gravado nas paredes de sua tumba: “A princesa rica em encantos, senhora do afeto, meiga de amor, dona de
duas terras. Poetisa de lindo semblante, a maior no harem do senhor do palácio. Tudo que dizes será feito para vós. Todas as coisas bonitas de acordo com vosso desejo. Todas as vossas palavras trazem alegria à face. Por isso, os homens adoram ouvir tua voz.” Ramsés II
A Rainha Nefertari mumificada
Foto:Reprodução
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rico e poderoso clero tebano. Vê-se nas inscrições egípcias as famosas festas de Min, onde a rainha fazia o ritual das sete voltas em torno do trono do faraó proferindo as formulas mágicas para perpetuar a prosperidade das Duas terras. Este era um ritual sagrado do estado. Tal como outras rainhas antes, Nefertari exerceu um importante papel nas negociações de paz com os povos vizinhos, nomeadamente com os hititas, correspondendo-se com a sua homóloga a rainha do Hatti. Nefertari também possui sua câmara funerária em Luxor, uma das mais ricamente decoradas a qual recentemente esteve fechada para restauração feita por egiptólogos. A infiltração de água de uma fazenda vizinha comprometia as maravilhosas pinturas do interior da câmara. O complexo de Abu Simbel é constituído por dois templos. Um maior, dedicado ao faraó Ramsés II e aos deuses Ra-Harakhty, Ptah e Amun, e um menor, dedicado à deusa Hathor, per-
Rainha de Ramsés 2, o mais famoso de todos os reis egípcios. Ela era apenas uma das várias esposas de Ramses, mas sua importância não foi acompanhado por qualquer outra mulher. Ela é famosa por muitos monumentos, tanto seu templo dedicado em Abu Simbel perto do marido, bem como seu túmulo espetacular no Vale do Queens, Thebes. Ela foi deificado durante a sua vida, e nas representações, ela era do mesmo tamanho que o marido; a representação comum na arte egípcia era fazer uma esposa inferior em tamanho para seu marido. Ela era ativo na política nacional, e teve sua própria correspondência com potências estrangeiras Ela tinha pelo menos quatro filhos e duas filhas, mas nenhum se tornou rei depois que seu pai, mas uma filha tornou-se grande esposa real de seu pai.
Foto:Divulgação/Record
A atriz Camila Rodrigues, que interpreta Nefertari em Os Dez Mandamentos Expressão News - Julho/2015 - 25
Municípios aprovam Plano Municipal de Educação Projeto foi aprovado por unanimidade. Em Arujá, a votação aconteceu num clima nada tranquilo
O
s vereadores das cidades do Alto Tietê votaram e aprovaram o Plano Municipal de Educação. O documento estabelece metas para o setor, baseado no Plano Nacional da Educação. No dia 24 do mês passado, terminou o prazo para os estados e municípios aprovarem suas leis. O documento estabelece metas até 2024. A votação do projeto em Suzano teve protestos. O documento de Itaquaquecetuba tem 96 páginas. A ideia é melhorar a qualidade de ensino para todas as idades e também a s condições de trabalho dos professores. “Ele vai atender a Educação Infantil, sobre o acesso e a permanência das crianças de 4 a 5 anos com a melhora progressiva das creches, melhora do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e no aproveitamento do ensino fundamental. Terá também uma oferta diferenciada para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), no qual eles também aprendem uma profissão, o que é uma novidade e um avanço para o adulto analfabeto”, explica a supervisora de ensino, Denise de Almeida. O plano foi elaborado pelo Executivo em parceria com a Comissão Municipal de Educação, criada no ano passado. “Nós fomos buscar o diagnóstico do município. Nós tivemos esse trabalho, essa vontade de ir na fonte, de trazer essas pessoas da comunidade para participar nos fóruns e nas pes-
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Foto: Gil Borges
O relator, Gilberto Daniel (Gil do gás): “Vamos entrar num acordo pra ver o que é melhor para todos”
quisas eletrônicas para um trabalho maior. Eu acredito que o resultado foi bom”, afirma a secretária adjunta de Educação, Janine Pereira de Assis. Os membros da Comissão Municipal, formada por representantes de vários segmentos da sociedade civil, acompanharam a votação. O plano foi aprovado por unanimidade. Após a aprovação, o público que acompanhou a votação espera que as metas não fiquem apenas no papel. “A gente espera que estejam presentes na cobrança, ajudando para que esse plano seja posto em andamento”, reflete a professora Aline Pereira. Até o fechamento desta matéria, em Itaquaquecetuba, resta agora o prefeito sancionar o plano. Ferraz de
Vasconcelos e Arujá também aguardam a sanção do prefeito. Em Mogi das Cruzes, Guararema e Poá o plano já foi aprovado e sancionado. Em Salesópolis, o plano já foi apresentado à Câmara, mas não tem previsão de votação. Em Santa Isabel, o documento também está na Câmara, mas só será discutido em agosto, quando os vereadores voltarem do recesso. De acordo com Câmara de Biritiba-Mirim, o plano não chegou à Câmara ainda. Segundo o Ministério da Educação, os municípios que não elaborarem ou adequarem os planos ficam fora do Pacto Nacional que visa garantir os avanços nessa área. O descumprimento das metas dos planos pode gerar ações civis públicas.
Foto: Gil Borges
O Plenário da Câmara Municipal de Arujá
Clima quente em Arujá Em Arujá, a votação do Plano aconteceu num clima nada tranquilo no Plenário. Cerca de 100 manifestantes acompanharam a sessão. Com cartazes, integrantes das igrejas evangélicas e católicas pediram a retirada do termo "igualdade de gênero" do texto. O item gerou polêmica porque entre outras coisas para os grupos de religiosos esse termo sugere sexualidade, que é um assunto para os manifestantes, deve ser discutido em família e não na escola. Graças ao protesto dos líderes das igrejas evangélicas (Conselho de Pastores de Arujá) e depois dos parlamentares discutirem se manteriam ou não o termo, as palavras acabaram sendo retiradas do texto. Na sequência, o Projeto foi votado e aprovado pelos vereadores. Um dos opositores ao texto, pastor José Carlos, da AD Madureira de Arujá, disse que mudaram o termo. "Nós participamos da Conferência, lá foi alterado o texto, aprovamos tudo direitinho, quando foi pra prefeitura, trocaram tudo, essa é a verdade. O vereador Wilson Ferreira da Silva, disse que precisa ser respeitado o que foi discutido pela Conferência. "O plano foi construído pela sociedade, nessa sociedade participaram seguimentos religiosos. Não deveria ter constado nenhuma menção à opção de "gênero", mas como a forma em que foi redigida e que transforma o
texto longo, terminou constando. Nós fizemos uma emenda retirando qualquer referência a "gênero". Ouvimos o padre, o Conselho de Pastores, que inclusive, a redação foi trazida pelo Conselho de Pastores. Aí, chega o Éder, disse: "não, tá tudo errado. O padre está errado, os pastores estão errados, a redação correta é esta". Eu não me importo, se for pra tirar tudo, eu tiro! Agora, ou você tira tudo, ou então você respeita o que foi discutido pela Confe-
rência. Se não você desprestigia a sociedade que construiu o plano", disse. Perguntado sobre seu parecer, o vereador Gilberto Daniel (relator) disse ser a favor do bom senso e da família. "Eu acho que temos que entrar num bom entendimento, do que ficar essa briga. Uns quer uma coisa outros querem outra. O problema é a palavra "diversidade". Nós vamos subir agora para discutir o assunto. Vamos entrar num acordo pra ver o que é melhor para todos. Foto: Gil Borges
O vereador Dr. Wilson Ferreira da Silva, pressionado pelos líderes evangélicos, resolveu consultar outros vereadores sobre a mudança do texto Expressão News - Julho/2015 - 27
De volta para o Japão Após 25 anos, novo fluxo de brasileiros está a caminho do Japão
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s brasileiros estão retornando ao Japão, não aos montes, como entre 1990 e 2008, quando a população de descendentes de japoneses saídos do Brasil e residentes naquele país saltou de 176 mil para quase 330 mil. Pela primeira vez em sete anos, no entanto, autoridades do Japão detectaram neste 2015 um saldo positivo no fluxo de imigrantes brasileiros de olhos puxados para a terra de seus antepassados. O movimento não era visto desde 2008, quando a economia japonesa entrou em recessão na esteira da crise mundial, diminuindo a oferta de empregos para esses imigrantes, chamados de decasséguis -termo do japonês para aqueles que saem de sua terra natal para trabalhar em outro país. NOVATOS E REINCIDENTES Agora, ainda um pouco desconfiados quanto à nova promessa de emprego dos recrutadores de mão de obra, os decasséguis que hoje arriscam a sorte do outro lado do mundo se dividem entre novatos e reincidentes. É o caso de Kenny Ida, 37, que retornou ao Brasil há dois anos, após o tsunami de 2011, mas já se prepara para mudar de novo para o Japão no fim de julho, desta vez sem a mulher e os filhos. "Se ele perceber que está valendo a pena mesmo, aí planejamos a ida de toda a família", diz Eliza Ida, sobre a possível viagem com os filhos de 12 e dez anos. Não é o caso de Diego Sawada, publicitário, morador de Arujá, que já esteve no Japão, em meados de 2005, quando era solteiro. Hoje, casado, não pensa em voltar. “Em 2005, fiquei dois anos no Japão. No começo deste ano, devido a crise no Brasil, tive muita vontade de voltar sim, mas eu andei pesquisando, conversan-
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do com meus parentes que estão no Japão e vi que as despesas lá estão muito altas, então acabei desistindo. Aqui no Brasil, tenho um trabalho abençoado e estou conseguindo pagar minhas contas , além de conseguir manter minha família, graças a Deus”, comenta. Outro fator é fundamental na decisão desses brasileiros: a alta do dólar. Os decasséguis ganham em ienes, e, para enviar dinheiro ao Brasil, convertem seus salários primeiro para o dólar e depois para o real. "Quanto mais alto o dólar, mais ele consegue juntar", diz Kleber Aryoshi, diretor da agência de empregos Itiban. É isso que leva brasileiros que nunca colocaram os pés no Japão, como o sushiman Tiago Borges Shiguetaka, 35, a sair do país. Ele pensou em aproveitar sua experiência como cozinheiro para trabalhar no setor de alimentos. Mas mudou de ideia quando descobriu que o salário na indústria de eletroeletrônicos e montadoras é maior. "Meu foco é trabalhar e juntar dinheiro para investir aqui no Brasil. Quem sabe não abro meu próprio restaurante?", planeja. Tanto o cônsul-geral do Brasil no Japão, Marcos Farani, como o secretário do setor econômico da Embaixada do Japão no Brasil, Satoshi Ito, confirmam o aumento na demanda japonesa por mão de obra imigrante. "A proporção de vagas por candidato subiu de 0,83 em 2012 para 1,17 em abril deste ano", diz Ito. Ambos os diplomatas citam os mesmos dois fatores como determinantes da nova onda decasségui. Primeiro, o deficit populacional japonês (morre mais gente do que nasce), e consequente envelhecimento da sua população. Segundo, a política econômica do primeiro-ministro Shinzo Abe, conhecida como "abenomics", que incentivou exportações, aumentou a pro-
Foto: Gil Borges
dução interna e reaqueceu a economia. Enquanto o PIB do Japão no primeiro trimestre cresceu 1% (em relação ao trimestre anterior), o brasileiro contraiu 0,2% em um cenário em que figuram a ameaça do desemprego, da volta da inflação e da desvalorização dos salários, o que deve acelerar esse fluxo. Por outro lado, a mesma "abenomics" que gerou empregos desvalorizou o iene e aumentou a inflação, o que é ruim para os novos decasséguis, que não devem encontrar hoje as mesmas condições para juntar dinheiro que havia na década de 1990 e no início dos anos 2000. Tais condições foram transformadas de maneira radical na crise de 2008. O corte de vagas e a redução de jornadas na indústria fizeram com que, em 2009, o governo japonês adotasse uma medida controversa: conceder US$ 3.000 (cerca de R$ 9.300) para que cerca de 20 mil decasséguis retornassem ao Brasil. Alguns desses imigrantes brasileiros, àquela altura, já dormiam pelas ruas ou sob pontes de cidades do Japão. A condição da ajuda era que eles não retornassem mais ao país por tempo indeterminado.
Arrependidos
Diego Sawada, sua filha, Isabelle e sua esposa Ana Maria
Poucos anos depois, em 2011, o tsunami que devastou a costa da ilha parecia dar o golpe de misericórdia na esperança de recuperação da economia nipônica. E, em 2012, mais de 15 mil brasileiros retornaram para casa. As condições econômicas atuais, ainda que não sejam ideais, levaram a embaixada japonesa a emitir, apenas no primeiro trimestre de 2015, 16.314 vistos para brasileiros. Desses, estima-se que quase 3.000 já se registraram como residentes por lá. QUALIFICAÇÃO Há consenso que vai demorar ainda bom tempo para a economia nipônica voltar ao que era. Mas a crise deixou lição às comunidades migrantes no Japão: é preciso poupar, planejar o futuro, gastar com moderação e estar capacitado para o emprego. Brasileiros que desembarcam hoje no Japão, trazem tal pensamento na bagagem. É o que garante Erica Terumi Kawanishi, 27. Ela estava no Japão fazia 5 anos quando eclodiu a crise. Perdeu o emprego e viu por bem regressar ao Brasil em companhia do marido com
destino a Londrina-PR. Quatro meses atrás fez novamente o caminho inverso, de volta a Okazaki, em Aichi. O marido de Erica está empregado, mas ela ainda aguarda uma vaga de trabalho. Enquanto espera, aproveita a chance de estudar informática e recebe do governo japonês bolsa-estudo de mil dólares por mês (cerca de R$ 1.700) durante o semestre do curso. Foto:Reprodução
Faz quase uma década que construtoras japonesas por todo o país abriram as portas para clientes brasileiros com um amplo leque de ofertas, de acordo com o bolso e sonhos de cada um. E os então dekasseguis fizeram a matemática na ponta do lápis: morar melhor e pagar o mesmo valor do aluguel, com juros insignificantes. Muitos porém passaram vista grossa ao prazo do financiamento, de em média 30 anos, e se esqueceram que um dia poderia a crise bater à porta, e com ela o desemprego e a vontade de deixar tudo e regressar ao Brasil. Nos últimos dois anos muitas famílias brasileiras que haviam contraído crédito imobiliário e que perderam o emprego com a crise, tiveram que renegociar com os bancos a devolução do imóvel. Arcaram com resíduo financeiro para devolver o imóvel à construtora, outros repassaram a casa a terceiros transferindo o financiamento, e há casos não confirmados de gente que simplesmente abandonou o imóvel com as chaves na porta pelo lado de fora e fugiu para o Brasil, deixando para trás um nome sujo na praça. O brasileiro M.Y., de 40 anos, é um dos que compraram casa no Estado de Aichi, e se arrependeu do negócio. Têm vergonha da situação e pede para não ser identificado. Com a mulher e uma filha ele ocupava há menos de um ano o imóvel financiado quando foi surpreendido pelo desemprego ano passado. A situação agravou-se porque o casal decidiu separar-se, e nem o marido ou a mulher tinham condições de assumir o financiamento. “É uma situação bastante constrangedora ter de voltar atrás em um negócio, mas não tive outra alternativa”, lembra. Ele conseguiu renegociar com o banco credor e conta que por sorte, a valorização do terreno onde construira a casa na cidade de Nagoya, compensou a desvalorização da construção.
Erica Terumi Kawanishi Expressão News - Julho/2015 - 29
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Express達o News - Maio/2015 - 31
Express達o News - Maio/2015 - 32