EXPOSIÇÃO
Por Thamyris Jucá Foto: Dudu Maroja
História de prontidão Exposição “Sentinela do Norte: A Independência do Brasil no Grão-Pará”, realizada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio da Cátedra João Lúcio de Azevedo e Instituto Histórico e Geográfico do Pará, promete uma reflexão oportuna sobre pertencimento e protagonismo político-social da época. O escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano, certa vez, disse: “A história é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi e, contra o que foi, anuncia o que será”. Conhecer e compreender a história de um país como o Brasil e, mais especificamente, o papel sociopolítico do Pará e da Amazônia ao longo dessa trajetória de pouco mais de 500 anos é, sem dúvida, como diz o autor uruguaio, uma forma de estar preparado para lidar com o futuro. E é com o objetivo de despertar o olhar do público para esse diálogo, entre o presente e o passado do Brasil e da Região Norte, que a exposição “Sentinela do Norte: A Independência do Brasil no Grão-Pará” está aberta a visitação de todos, até 2023. Trata-se de uma iniciativa da Cátedra João Lúcio de Azevedo, Camões, IP – UFPA (projeto apoiado pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa – FADESP) e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP) em alusão à efeméride do bicentenário da Independência do Brasil, com ênfase na história do Pará. “A Universidade Federal do Pará, o Instituto Histórico e Geográfico do Pará e a Cáte-
dra João Lúcio de Azevedo se unem nesta exposição para recontar o ambiente de escrita de uma história que foi pautada nos grandes homens e grandes acontecimentos. É importante que o visitante perceba que a Amazônia não era apenas uma ‘Sentinela do Norte’, mas um território onde pulsavam sentimentos na luta pela liberdade”, explica a professora e curadora da exposição, Maria de Nazaré Sarges. Contando também com a curadoria do professor e historiador Aldrin Moura de Figueiredo, a mostra apresenta textos, imagens e objetos que recontam o processo de grande movimentação político-social que ocorreu na vasta região amazônica, desde 1822. A exposição coloca em vitrine parte do acervo museográfico, bibliográfico e arquivístico do próprio Instituto Histórico e Geográfico do Pará, relativo à Independência, além de sua rememoração em diferentes épocas. Telas, insígnias, documentos, mobiliários, livros, bem como objetos oriundos de coleções particulares, também estão disponíveis para visitação. Diante de tantas preciosidades históricas, a escolha dos elementos que compõem a
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exibição foi minuciosa e envolveu diferentes profissionais. “Partimos da seleção do acervo do IHGP, com muitos itens desconhecidos do público e também contamos com peças de colecionistas, que colocaram à disposição inúmeros objetos de época. Não pensamos em expor apenas medalhas, programas, livros, bustos, sem que tivesse um diálogo desse passado-presente, sempre procurando levar à reflexão e à percepção das mudanças”, comenta Sarges. A mostra se divide em quatro núcleos expositivos: “O Barão, a Independência e os Motins Políticos”, que contextualiza a vida e obra do político e historiador Domingos Antônio Raiol, autor do clássico “Motins Políticos”, obra fundamental sobre o período e escrita no século XIX; “A independência do Brasil no Grão-Pará”, que aborda as guerras napoleônicas e a invasão portuguesa em Caiena, a partir do Pará; a adesão do Pará às Cortes Constitucionais de Portugal e o processo de adesão à Independência do Brasil; “A História Ensinada”, que traz a independência a partir da narrativa trabalhada em grupos escolares no Pará; e, por fim, o núcleo “Efemérides da