Revista FADESP / 6 ed. - 2022

Page 4

TECNOLOGIA

Por Thamyris Jucá Fotos: Dudu Maroja

Mapas Digitais: informação a serviço das comunidades Você sabia que o bairro do Icuí Guajará possui 165 igrejas, 289 minimercados (ou mercearias), 52 oficinas mecânicas, 42 padarias e 82 vendas de “chopp” e gelo? Ou que o bairro da Cabanagem não possui nenhuma praça pública? Essas e outras informações estão disponíveis para todos os cidadãos da região metropolitana de Belém, por meio de um aplicativo criado pelo projeto Mapas Digitais. O conhecimento detalhado dos territórios assume um papel fundamental nas tomadas de decisão da gestão pública, devendo ser uma ferramenta básica nas mãos dos governos para compreender a diversidade, a complexidade e as necessidades das populações, além de permitir o investimento adequado na potencialidade das cidades e das comunidades de modo geral. E a tecnologia pode ser uma grande aliada nesse processo. Pensando nisso e estando em uma região onde as informações cartográficas estão desatualizadas, surge o projeto Mapas Digitais. Desenvolvido em regime de cooperação técnica e científica entre a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (SECTET) e a Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP) da Universidade Federal do Pará, por meio da Faculdade de Tecnologia em Geoprocessamento do Campus Universitário de Ananindeua, o projeto tem por objetivo realizar a cartografia das questões sociais, econômicas e ambientais mais

sensíveis, através de mapas digitais temáticos, dos seguintes territórios da Região Metropolitana de Belém (RMB): bairro do Icuí, em Ananindeua; bairros Cabanagem, Benguí, Guamá, Jurunas e Terra Firme, em Belém, além dos bairros Nova União e São Francisco, no município de Marituba. Trata-se de uma iniciativa que, inicialmente, cartografou nesses territórios os serviços coletivos públicos e privados, como as redes de ensino, rede de atendimento em saúde, associações de bairro e centros comunitários, praças e quadras esportivas; instituições religiosas; indústrias; sistemas de transportes; diversidade do comércio e dos serviços, inclusive os da chamada economia popular e as condições dos logradouros (as vias urbanas; se estavam pavimentadas ou não, se possuíam necessidades de reparos, se estavam obstruídas por vegetação, lixo e entulho, quais seriam os trechos sob risco de alagamento ou inundação e os pontos de descarte irregular de lixo). Todas essas informações foram reunidas e colocadas à disposição da população por meio

4

de um aplicativo chamado “TerPaz Maps”, lançado em outubro de 2021 e que está disponível para download no sistema Android. Após a etapa de coleta de informações, o projeto foi apresentado para as comunidades das áreas selecionadas e foi iniciado o mapeamento digital, em si, por meio de levantamentos prévios em plataformas de mapas on line e sensoriamento remoto, seguido de trabalhos de campo. “A cartografia, na sua modalidade digital, é ferramenta sine qua non para auxiliar no planejamento e nas tomadas de decisões. O mapa é um recurso estratégico para o planejador e para o gestor, pois a gestão estatal não pode prescindir de informações espacializadas. Nestes termos, a ausência de informações geoespaciais causa sérios problemas de ordenamento do território, de controle ambiental e das questões sociais mais sensíveis. A informação geoespacial é fonte de conhecimento fundamental no atual contexto e possibilita ao gestor atuar com rapidez na tomada de decisões sobre o espaço”, explica


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.