Its 131 Agosto

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www.portalits.com.br | edição 131

ESPORTE

AS CONQUISTAS DA GALERA DE SC

NO PÁTIO

CONHEÇA A ESCOLA INDÍGENA ITATY

GALERIAS

Santa Catarina Agsoto - 2016 R$9,50

SÓ CLOSE CERTO




conteúdo AGOSTO

WI-FI

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18

22

ITSPORT

CAPA

4

EPICWIN

40

18 | WI-FI

10 | CULTURA POP

14 | LIÇÃO DE CASA

Quem pensa que no universo da música pop, composto por cantores e cantoras cheios de atitude, os únicos itens essenciais são canções divertidas que te fazem dançar, rir ou chorar, está muito enganado. Essa industria é fortemente sustentada pelos “casos” do cotidiano – em outras palavras, as tretas. Mas a gente jura que gosta da música também.

Depois de merecido descanso nas férias de julho, é hora de começar com tudo. Por isso temos uma novidade! A Revista Its, em parceria com a plataforma Studos, leva até você um simulado incrível, para auxiliar na sua preparação #vaitime

Do fone de ouvido especial para os atletas, até caçadores de promoções – nada de Pokemons -, esse mês nós apresentamos para você tudo o que a tecnologia pode lhe oferecer!

32 | PROFESSOR DO MÊS

36 | ESPECIAL VOLTA ÀS AULAS

38 | VESTIBULAR

Fã de filmes de terror e das séries The Walking Dead, Fear the Walking Dead e The Big Bang Theory, Camila Gasparin é professor de Física no Instituto Federal de Santa Catarina em Xanxerê. Ela é uma das 20 selecionadas para fazer as malas e participar de um curso na gringa.

O quê que a Bahia tem? Já imaginou cruzar o Brasil ao lado dos seus colegas de escola? Durante o recesso escolar desse ano, a galera da Escola Estadual Antônio Knabben, de Gravatal, no Sul do estado, colocou o pé na estrada para se aventurar nas terras de Jorge Amado. Vem conferir com a gente o diário de bordo dessa trip.

Nessa corrida marcada por muita dedicação, o professor Wilson Fernandes dá as caras nessa edição com questões para você treinar e não desistir de alcançar o seu objetivo!

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editorial Salve galera!

Eu posso afirmar que uma das experiências mais legais que eu vivi nos últimos tempos ao lado da @revistaits foi ter conhecido os meninos que estampam a capa dessa edição. Apesar da minha falta de habilidade e compreensão com a língua brasileira de sinais, estar com o Yuri, o Dani e o William foi incrível. Os caras me deram uma baita lição de moral sem nem ao mesmo saber. Fiquei impressionada com a alegria estampada nas feições deles, dei boas gargalhas em observar como eles são divertidos e buscam fazer a diferença. Os guris poderiam ter desculpas de sobra para se converterem ao mimimi diário, mas sabe o que eu enxerguei neles? Motivação, esperança e alegria. Em um mundo tão individualista e desequilibrado, encontrar com esses três me fez crer que todos nós, independente das nossas posições, dificuldades ou problemas, podemos desenvolver marcas que transformam a realidade ao nosso redor. Nessa edição buscamos contar histórias que se encaixassem em uma equação onde a resposta seja mudança. Afinal de contas, o que mais um estudante representa? O dia 11 de agosto é todo dia, mas o meu “parabéns” especial vai pra você que nos simples atos transmite o que de melhor um aluno pode fazer: a diferença.

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Tiago Iorc - Sol que Faltava Galantis - Peanut Butter Jelly Major Lazer - Cold Water feat. Justin Bieber & MØ Maiara & Maraisa - 10% Thiaguinho - Vamo Que Vamo

TÁ NA MODA

ESCOLA ABERTA

ESCOLA ABERTA

CAMILA VALGAS

DAFNÉE CANELLO

EDINÉIA RAUTA

OS CULPADOS

LIVROS DO VESTIBULAR

CULTURA POP

MATÉRIA DE CAPA

NO PÁTIO

SAIDEIRA

VESTIBULAR

GEORGE FRANÇA

HAZIEL SCHNEIDER

LUCAS INÁCIO

LUCIANA PAULA

VANESSA ESTEVES

WILSON FERNANDES

6 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


O maior evento para concluintes do ensino médio no Sul de Santa Catarina.

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VEM AÍ

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Feira das Profissões UNESC

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24 E 25 DE AGOSTO

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CAMPUS UNIVERSITÁRIO

INSCREVA-SE JÁ!

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E mais:

• Espaço do Professor • Vestibular e Enem • Bolsas e Financiamentos • Intercâmbio • Palco Alternativo

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Por Haziel Schneider, CULTURA POP

18 aninhos punindo malfeitores em nome da Lua, estudante de Publicidade e Propaganda, fissurado por cultura pop

Popcorn time! Hora de “assistir” na primeira fileira ao que se passa pelo mundo pop

Quem pensa que no universo da música pop, composto por cantores e cantoras cheios de atitude, os únicos itens essenciais são canções divertidas que te fazem dançar, rir ou chorar, está muito enganado. Essa industria é fortemente sustentada pelos “casos” do cotidiano – em outras palavras, as tretas. Mas a gente jura que gosta da música também.

Taylor Swift... Como eu posso começar a explicar Taylor Swift? Pouco tempo após terminar seu relacionamento com Calvin Harris, Taylor disse em uma entrevista que secretamente compôs “This Is What You Came For”, o mais recente hit de Calvin em parceria com Rihanna. O DJ ficou sabendo da declaração assim como nós, ao ler a tal entrevista. E como é gente como a gente, foi desabafar no twitter: “Ela canta um pouco nela também. Ótima compositora, arrasou como sempre. Eu escrevi a música, produzi a música, fiz os arranjos e cortei alguns vocais. E inicialmente ela queria que fosse segredo, por isso o pseudônimo. É doloroso para mim que, neste ponto, ela e sua equipe tenham ido tão longe para tentar me fazer ficar com cara de malvado. Acredito que, se você está feliz com seu novo relacionamento, você deveria focar nisso ao invés de tentar destruir seu ex. Eu sei que você não está em turnê e precisa de alguém novo para tentar enterrar como a Katy, mas eu não sou esse cara, desculpe. Não vou permitir. Por favor, foque nos aspectos positivos da SUA vida, porque ela é ótima. Deus abençoe a todos, tenham um lindo dia.” Na sequência, Katy posta um gif bem sugestivo e dá retweet num próprio tweet antigo, da época de “Bad Blood”, dizendo: “Tempo, o verdadeiro dono da verdade” A maré de azar de Taylor parecia terminar. Até Kim Kardashian jogar a bomba da vez. Após alguns tweets “caprichados”, a socialite vaza, por meio de seu snapchat, uma conversa entre Swift e Kanye West na qual a cantora diz autorizar o verso do rapper de “Famous” em que é citada. Aí a coisa virou uma bola de neve e começou a tomar proporções incálculaveis, simulando até discussão de família: todo mundo se meteu, e gente que nem estava no meio chegou pra escolher um lado. Selena Gomez foi em defesa de sua amiga Taylor, enquanto habitantes de twitterland e do mundo das celebridades ainda estavam boquiabertos com a situação. Como se não bastasse tudo isso, surge a atriz brasileira Camila Belle, postando em seu instagram uma imagem com a seguinte frase: “Nem precisa de vingança. Apenas sente e espere. Aqueles que te machucaram algum dia eventualmente vão se meter em problemas e, se você for sortudo, Deus deixará você assistir.” Pra quem não sabe, ou não lembra, Taylor acusou Camila seis anos trás de ter “roubado” seu ex-namorado, na época Joe Jonas, e fez um ataque direto à atriz na canção “Better Than Revenge”. Parece que Taylor Swift está sentindo na pele o que é ser bombardeada. A cantora, que passou a carreira colecionando recordes e, recentemente, encerrou mais uma era de sucesso, sendo uma das artistas femininas mais bem pagas no ano, também coleciona inimigos. Estamos aguardando os próximos capítulos dessa novela mexicana. Cause baby now we got bad blood, hey!

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LANÇAMENTOS

Mas, como nem só de treta viverá o homem, vamos falar de coisas boas: Katy Perry e Britney Spears já abrem o segundo semestre enchendo os ouvidos e as playlists dos fãs de música pop em grande estilo.

JÁ NAS TELINHAS... DORY, a peixinha mais esquecida e fofa do universo, é a grande estrela de cinema desse ano. “Procurando Dory” veio para bater recordes de bilheteria e emocionar adultos e crianças, trazendo uma mensagem importante sobre preservação e tratamento de animais marítimos. Há tempos não se fazia uma sequência tão boa para uma animação, como é o sucessor de “Procurando Nemo”.

Katy nos traz “Rise”, uma música promocional feita exclusivamente para a Olimpíada no Rio, e logo em seguida disponibiliza um vídeo para a canção, com cenas de atletas em momentos decisivos. A balada tem uma letra forte e inspiradora que, segundo sua intérprete e compositora, é adequada para o momento de conflitos em que o mundo se encontra, em que todos nós devemos nos erguer juntos. Muito lindo, muito fofo, muito Katy. “STRANGER THINGS”, a Britney, como de costume, não decepciona nos hinos dance. “Make Me...”, o single carro-chefe de seu novo álbum em parceria com o rapper G-Eazy, marca o retorno da princesinha do pop às paradas musicais. Uma canção daquelas que todo mundo gosta, com um refrão que gruda na cabeça e uma batida que te dá vontade de dançar até no meio da rua. É possível dizer que estamos bem representados nessa segunda safra musical do ano <3

nova série original do Netflix, estrelada por Winona Ryder, já ganhou o coração de todos. Na trama, um garotinho desaparece misteriosamente e todos ao seu redor se envolvem em outro mistério que envolve forças sobrenaturais, enquanto tentam encontrar respostas. Vale a pena conferir e devorar a temporada inteirinha. Só não vale a pena fazer isso rápido demais e se arrepender por ter que esperar um ano pela próxima.


ESCOLA ABERTA

Escola ABERTA

EEB Prof Jose Brasilicio

ARRAIAS MOVIMENTAM ESCOLAS E COMUNIDADE Em época de São João as tradicionais festas juninas tomam conta do País. As saborosas comidas, as típicas brincadeiras e vestimentas tornam o ambiente escolar um momento enriquecedor de aprendizagem, integração e descontração. Como todos os anos, escolas do Estado contaram com a participação dos alunos e de toda a comunidade escolar para celebrar os festejos juninos e julinos. A EEB Altamiro Guimarães, de Antônio Carlos, contou com o en-

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gajamento da Associação de Pais e Professores (APP) para a confraternização que envolveu mais de 900 alunos. Entre as atrações da festa estão: apresentação do Boi de Mamão, escolha do Sinhozinho e Sinhazinha, da Rainha do Arraiá, as quadrilhas, o casamento na roça e a tradicional brincadeira pau de fita. Já os estudantes da EEB Nossa Senhora, de Angelina, inovaram. Além das danças coreográficas, das barracas de pesca, da boca do palha-

ço, do correio do amor e da clássica fogueira, os alunos aproveitaram a festa para apresentar e sensibilizar a comunidade sobre o projeto desenvolvido pela escola Lixo no Lixo. Apesar do frio da estação, os cerca de 640 estudantes da EEB Conego Rodolfo Machado, em Biguaçu, não perderam a animação. Segundo a diretora, Zaide Zeferino Amaral, o apoio dos pais e alunos foi e sempre será fundamental para tornar o ambiente escolar um espaço mais colaborativo e amigável.


Fotos: Maria Elenice e Divulgação

Com base na obra Bandeiras e Mastros, de um dos artistas mais renomados da arte moderna, Alfredo Volpi, os alunos da EEB Prof. José Brasilício decoraram todo o espaço escolar. Com a participação de alunos, familiares e vizinhos da escola, a atração da festa foi uma peça de teatro mudo – narrativa com apresentação totalmente visual -, que contou a história do artista. De acordo com a avó da aluna Isabel Gorges, do 3º ano do ensino fundamental, Carla Gorges, a festa não só uniu a comunidade escolar, como também despertou uma maior curiosidade da neta a respeito da arte. “É importante a escola mesclar datas comemorativas com assuntos culturais, pois enriquece os estudantes culturalmente com assuntos que nem sempre são aprofundados em sala de aula nem em casa”, ressalta orgulhosa após ter assistido à apresentação da neta. A ideia de trabalhar com os estudantes as obras de Volpi foi devido à grande habilidade do artista com a técnica da tinta têmpera com clara de ovo e a não utilização de tintas industriais.

EEB Nossa Senhora

EEB Conego Rodolfo Machado

EEB Prof Jose Brasilicio

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LIÇÃO DE CASA ESPORTE

Por Lucas Inácio

Simulado online

Teste seus conhecimentos na palma da mão O segundo semestre começa com tudo para aqueles que estão se preparando para os vestibulares e ENEM no fim do ano. Depois de merecido descanso nas férias de julho, é hora de começar com tudo. Por isso temos uma novidade para vocês. A Revista Its, em parceria com a plataforma Studos, vai realizar, nesse próximo semestre, o primeiro simulado estadual com geração de diagnóstico de resultados para as escolas e para os alunos. O melhor é que ele é realizado online com preferência para os celulares.

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Basta ir no site da RIC Mais pelo www.ricmais.com.br, clicar no banner do projeto e fazer sua inscrição. Depois disso, o ideal é que o aluno baixe o aplicativo do simulado, já que a plataforma é voltada para os smartphones. Mas se o aluno não tem um aparelho que suporte o programa, pode fazer pelo computador que tá tudo certo. Os estudantes precisam preencher os campos de inscrição, ler o regulamento do simulado e aceita-lo. Os campos de preenchimento são: nome, escola, turma, telefone e qual curso que pretende prestar na UFSC. A partir desses dados e os resultados das provas, as infomações serão repassadas para você avaliar seu desempenho, e para os colégios, que poderão melhorar seus métodos de ensino e, por consequência, a educação catarinense. A estimativa é que 10 mil alunos de Santa Catarina participem do simulado, que tem como objetivo preencher uma lacuna no estado de avaliar o desempenho dos alunos de cada unidade. Com o diagnóstico, suas escolas vão poder melhorar o ensino para vocês identificando os pontos fortes e fracos de cada um.


Além disso, outros serviços serão gerados a partir da prova como: identificação das disciplinas com maiores dificuldades, aprovação ou reprovação no curso escolhido da UFSC em função da nota de corte, posicionamento da escola em relação às disciplinas, comentários das questões disponibilizados na Revista Its. Para quem não conhece, a plataforma Studos é um sistema que possui simulados do ENEM e das principais universidades do país, com mais de 160 mil usuários. Ou seja, os caras entendem demais do negócio, tanto que o jornal Folha de S. Paulo referenciou a plataforma como destaque. Está aí uma forma de começar o segundo semestre se preparando para o vestibular, testando seus conhecimentos de forma prática e, ainda por cima, ajuda a sua escola a melhorar o seu ensino e o das turmas que virão nos próximos anos. Fica a dica para a galera.

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LIVROS DO VESTIBULAR

Um jorro ou um tapa inesperado: os Olhos d’água de Conceição Evaristo

Águas, olhos, dores, mortes “Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda movimentou-se até o espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar de sua face, viu a da outra”, lemos sobre Salinda, personagem de Beijo na face, um dos contos dos Olhos d’água, de Conceição Evaristo. O que essas histórias nos propõem talvez esteja justamente aí: não apenas a lágrima, o olho marejado, a possibilidade de sentir a tristeza e a miséria de vidas tão (não) nossas, mas também uma fonte, de onde brotam, jorram experiências em águas de mamãe Oxum. Águas que são, elas também, espelho: ora translúcida, ora turva superfície que nos dá a possibilidade de nos mirarmos e não nos encontrarmos, mas sim, poder ver(-nos em) outras, tantas mulheres de uma galeria de dores, de desejos, de palpitações, de vidas.

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Os quinze contos que compõem esse volume da autora, de 2014, movimentam-se não apenas numa costura de vidas “com fios de ferro”, como faz a mãe de A gente combinamos de não morrer, mas num sinuoso curso de águas que dão vida, mas também, perigosamente – e “viver não é muito perigoso?”, como dizia Guimarães Rosa? – levam seus cursos até seus fins, até mortes que nós, leitores, talvez sintamos, mas que todos os dias na bruteza da vida acontecem e são tratadas como número, como nada. As personagens de Conceição são primordialmente mulheres, mas fundamentalmente, negras e pobres – e seus rebentos, “movimentando a vida até a morte”, as muitas mortes ignoradas pelo mundo, pela mídia, pelo Direito, as muitas mortes de vidas que não são sacrificáveis, mas, ao abandono de quaisquer normas jurídicas, acossadas inclusive pelo Estado,

vidas matáveis (como diria Giorgio Agamben). É aí, certamente, que reside a força dessa literatura: devolver-nos a possibilidade de contemplar a vida complexa, pulsante e significativa dessas experiências; devolver a possibilidade de sentir-com essas protagonistas, de não encarar suas dores, suas lágrimas, suas mortes, como o apenas mais-um. De encarar seu abandono como algo que demanda algo de nós, algo do mundo: empatia, ação, força que possibilite a volta de alguma “alegria para esse povo”, como se dá no conto final. E assim fluem diante de nossos olhos, a partir da busca pela cor dos olhos da mãe da primeira narradora, “da cor tão úmida” dos seus olhos que inventavam jogos para distrair a fome, sonhos que se esvaecem como as formas das nuvens, mas que procuram se contemplar, também, nos olhos das filhas. Olhos d’água nos apresenta, as-


Por George França

Fotos: Divulgação

Professor do Colégio de Aplicação da UFSC; doutor em Literatura pela mesma instituição

sim, esses perfis de mulheres, mães, filhas, avós, talvez todas elas um caleidoscópio de um mesmo rosto impossível, incontemplado, incontemplável. Ana Davenga, tão doce, tão gozo, tão dor, que enxugava os olhos d’água do gozo-pranto de seu homem e sabia que a vida era um risco, e risco maior era não tentar viver; Duzu-Querença, cujo tentar-viver foi do tentar estudar ao entrar-entrando nos quartos das moças da pensão de Dona Esmeraldina, sua primeira cafetina, até que seu delírio, que a levou à rua, umedecesse os sonhos da neta-sobrevivente para que florescessem e se cumprissem; Maria, cujo comezinho sonho de levar ao filho um beijo e um carinho de um pai ausente se reduz tão rápido, tão breve à massa informe que ela, pisoteada e linchada, se torna diante de um grupo (tão real, tão possível, tão nosso) que resolve agredi-la por julgar que seria cúmplice de um roubo; Natalina e seus quantos filhos, os filhos que não queria, negando que o destino natural do ser mulher seja a maternidade, mas que ao fim resolve conceber um filho concebido nos frágeis limites entre a vida e a morte, só seu; Salinda, que queria suas roupas úmidas de desejo mofando no tempo de sua esperança de encontrar novamente o mergulho da outra nela e o encontro não apenas de suas fendas-mulheres, mas um beijo na face, que ficasse marcado na pele; Luamanda, procurando o amor que talvez já não suportasse o tempo de uma longa espera enquanto viajava no tempo-evento de sua vida; Cida, fazendo diariamente seu cooper diante do mar no qual nunca pousara seus olhos, e que, depois de tanto correr, tem a epifania de poder dar um tempo para ela mesma; Zaíta, a criança que, em seus sonhos, perseguindo a figurinha de uma menina que carregava uma braçada de flores, esquecera de guardar os brinquedos; Di Lixão, um desses rebentos abandonados, morto encolhido qual um feto enjeitado, explodindo em sangue e febre, esperando a dor só do encontro de suas dores; Lumbiá, outro dos garotos que perambulava pela rua, que sabia chorar quando preciso, mas que ele, apenas ele, podia se ver no menino pobre, nu, vazio e friorento do Jesus do presépio, espatifado como ele; Kimbá, movimentando a vida até a morte, desejoso de sair do morro, desejado igualmente por um amigo e uma amiga, mortos os três em um pacto selado de desejos impossíveis; Ardoca, e seu réquiem de trilhos de trem; as vozes entrelaçadas de A gente combinamos de não morrer, conto em que a polifonia dessas vozes do jogo de espelhos-olhos-d’água explode, e em que “a morte incendeia a vida, como se estopa fosse” ao som de “Quem não tem colírio usa óculos escuros”. O que nos resta de todas essas mortes-vidas que contemplamos, que passam na velocidade de um curso d’água, é que “escrever é uma maneira de sangrar”. E sangrando, fluindo, chorando, brotando, as vidas que Conceição nos apresenta nos impactam, também, com o fato de que não morrer nem sempre é viver.

CONTEXTO:

A inclusão de Olhos d’água de Conceição Evaristo na lista do Vestibular UFSC 2017 é um gesto afirmativo muito importante. Os exames e as escolas sempre tiveram não apenas muita dificuldade em lidar com a literatura contemporânea – e isso começa pela maneira como a literatura é apresentada no Ensino Médio, linearmente, lendo algo do presente se der tempo – mas principalmente com as vozes da margem. Temos, aqui, um livro escrito há dois anos, por uma escritora, negra e nascida na favela. Cabe a pergunta: ao longo de sua formação na escola, quantos livros de mulheres você leu? Quantos autores africanos e afro-brasileiros? A inserção dessas vozes marca um momento, contemporâneo, de questionamento de nossos padrões culturais: por que a escola insistiu e insiste, durante tanto tempo, em afirmar apenas a cultura que vem de nossa colonização europeia? Graças a muita luta dos movimentos negros, feministas, LGBTQIA, entre outros, estamos diante da possibilidade de multiplicar as vozes que são ouvidas pelas instituições. A inserção dessa e de outras obras de escritoras e escritores é um passo muito importante de valorização das múltiplas formas de nossa cultura e de nossa formação histórica. Durante muito tempo, tratou-se a periferia como se não tivesse voz. A história de nosso país sistematicamente silenciou os escravos, os pobres, os que foram empurrados morro acima para as favelas, os marginalizados de nossa “ordem e progresso”. A literatura de Conceição Evaristo, com a inserção que alcançar, chama a atenção para a necessidade de ouvir essas vozes, essas histórias, essas pessoas.

CONCEIÇÃO EVARISTO Aos 69 anos, Conceição Evaristo é das mais conhecidas escritoras negras brasileiras. Nascida em uma favela da zona sul de Belo Horizonte, Conceição trabalhou como empregada doméstica desde os oito anos de idade, e, com muita luta e determinação, tornou-se doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Colaborou com os históricos Cadernos negros, do grupo Quilombhoje, tem também publicados romances, como Ponciá Vicêncio, de 2003, e Becos da memória, de 2006, livros em que ressalta a voz da mulher negra e o legado de sofrimento da escravidão brasileira e da marginalização do povo negro e pobre. Essas lágrimas, no entanto, para adotar uma expressão de Gabriela da Silva em seu recente trabalho de conclusão de curso sobre a escritora, são “lágrimas de dor e insubmissão”, de um tempo em que, historicamente silenciadas, vozes como a dela se fazem ouvir, gritar, vertendo sangue, com a força e o impacto que é necessário para não apenas compreendamos a dureza áspera da realidade que vivemos, mas pensemos o que podemos fazer por outras realidades possíveis.

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WIFI

Por Lucas Inácio

FONE DE ATLETA A Samsung lançou um fone de ouvido especialmente para quem gosta de praticar atividades físicas curtindo um som. O InconX não precisa de um aparelho receptor, tem 4 GB de memória e não tem fio entre os fones. A troca de dados com o computador se dá pelo estojo dos fones. Mas prepare-se que o preço é salgado: R$ 1,4 mil. As vendas já começaram, mas nós, reles mortais, vamos continuar usando aquele fone basicão, não é mesmo?!

NOVIDADES TECH Se liga nas dicas da equipe its.

MUSEU DE VIDEO GAME

Uma exposição que viaja de cidade em cidade, com mais de 200 consoles das mais variadas épocas, vai passar por alguns lugares do Brasil. Nenhum dos municípios é catarinense (infelizmente), mas é uma novidade que pode ser vista em Belém (até o dia 14 de agosto), em Fortaleza (de 3 a 25 de setembro) ou em São Paulo (de 8 a 30 de outubro). Aí vai de vocês irem para a região Norte, Nordeste ou Sudeste, mas vale a pena, até porque dá para jogar 30 desses. Vou até pedir uma folga para a galera da revista.

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CAÇADOR DE PROMOÇÃO Todo mundo adora uma promoção, ainda mais adolescente, época em que a grana é curta. Por isso, um aplicativo pode ser a sua (e também a minha) solução na hora de comprar alguma coisa mais em conta. O AondeConvem já tem mais de 5 milhões de usuários no país e é gratuito. Basta fazer uma conta e adicionar seus interesses que o celular detecta a localização e indica quais as promoções em lojas próximas. Esse vale até indicar para a família.

SUPER MOUSE

Um mouse revolucionário para gamers com 80 funções está prestes a ser lançado. Na verdade, tudo depende da quantidade de grana que a Grand Odgers (criadora do equipamento) vai arrecadar para colocar o mouse Z em prática. São 17 botões dedicados (quatro deles com sensor de força), sensor de inclinação e de rotacão. Além de tudo, o equipamento salva configurações de comando e tem cabo reforçado. O custo é U$ 139 (R$ 449) por mouse, um preço que cabe no seu vício. Ou não.

CHAVES COM SUPER MARIO

Imagina um jogo no estilo do Super Mario Bros, clássico da Nintendo, com o Chaves como personagem principal. Essa é a dinâmica do jogo Chaves Adventure, disponível para Android. O jogo é de fácil usabilidade, dinâmica simples e com dezenas de fases para se divertir. Os comandos não são tão bons assim, mas depois que pegar o jeito, dá para rir bastante com o Chaves pegando moeda e pulando na cabeça dos bichinhos. Pois é, pois é, pois é.

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Notícias das

Por Edinéia Rauta edineiarauta@sed.sc.gov.br

Escolas

FEIRA DO CONHECIMENTO Os últimos meses foram movimentados e de muito aprendizado nas escolas. Milhares de alunos puderam apresentar seus trabalhos na Feira do Conhecimento. O evento realizado pelas escolas é a primeira etapa de preparação para a Feira de Ciências e Tecnologia que será em outubro em Florianópolis. Os melhores trabalhos apresentados nas escolas vão para a etapa regional e tem chance de se classificar para a etapa final. E você participou da feira da sua escola?

CONCURSO DE PARÓDIAS

IMIGRAÇÃO HAITIANA Estudantes da EEB Lúcia Fernandes Lopes, de Lages, estão se aprofundando em um assunto que ultrapassa fronteiras: a imigração haitiana no Brasil, especialmente na cidade onde moram. Para aproximar ainda mais os alunos do país, o haitiano Daniel Rozin, de 32 anos, foi até a escola contar a sua história e do seu país. Ao fim do bate-papo, os imigrantes foram homenageados com canções compostas pelos próprios estudantes e que falam da saga dos imigrantes haitianos em busca de uma vida melhor em várias partes do mundo. O próximo passo dos estudos será com uma peça teatral. Já Daniel quer percorrer outras escolas públicas da cidade para incentivar os alunos, seus pais e amigos a receberem bem os haitianos e tratá-los como cidadãos lageanos, com respeito, amizade e sem qualquer tipo de discriminação.

Os alunos do Ensino Médio Inovador da EEB Professora Adelina Régis, de Videira, soltaram a voz no 3º Festival de Paródias. A iniciativa teve como tema o Mosquito Aedes aegypti e as paródias foram resultantes de um grande projeto interdisciplinar. Depois do estudo em sala de aula, os estudantes efetuaram uma vistoria em toda a escola e, por fim, elaboraram as paródias utilizando músicas já consagradas como inspiração. As letras alertam sobre os perigos do mosquito, as formas de eliminação dos focos e como evitar a dengue, o zika vírus e a chikungunya.

SAÍDA DE CAMPO Nada melhor do que aprender na prática o que está nos livros. Os alunos dos 1º anos do Ensino Médio Inovador da EEM Governador Ildo Meneghetti, de Passo de Torres, tiveram essa experiência ao visitarem o Parque Nacional Aparados da Serra, em Cambará do Sul (RS). A visita teve como objetivo reconhecer a formação rochosa e os agentes modificadores de relevo existentes no sítio geológico Cânion Itaimbezinho, concomitante ao conteúdo trabalhado, principalmente, nas disciplinas de física e geografia. Também participaram da saída a direção e os professores responsáveis pela turma - Aline Costa, Andréia Castro, Karina Timboni, Luciléia dos Santos e Patricia Langer. 20

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Fotos: Sérgio Teixeira da Silva e Divulgação

ESCOLA ABERTA


LIVRO Escrever é um talento ímpar. É despertar no leitor o sabor da leitura. Essas são as primeiras frases do livro Gêneros que ensinam e educam, que contem crônicas, poemas, entre outros textos literários produzidos pelos alunos da Gerência de Educação de Dionísio Cerqueira, após a 4ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP) 2014. O livro foi lançado em julho e está sendo entregue às escolas com o propósito de promover a leitura, a escrita e, consequentemente, a criatividade dos estudantes.

ATLETAS EM AÇÃO O estudante Bruno Giovanella Vendramin, da EEF Prefeita Erna Heidrich, de Taió, e a aluna Maria Eduarda Magagnin, da EEB Professora Anair Margarida Voltolini, de Pouso Redondo, vão representar Santa Catarina nos Jogos Escolares da Juventude, entre os dias 20 e 29 de setembro, em João Pessoa (PB). Os atletas competiram na etapa estadual dos Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc), de 12 a 14 anos, em São Miguel do Oeste, e conquistaram bons resultados. Bruno ganhou “medalha de ouro” no ciclismo e Maria Eduarda foi vice-campeã no tênis de mesa. Os Jogos Escolares da Juventude são o maior evento estudantil esportivo do Brasil. A competição de abrangência nacional reúne milhares de alunos/atletas de instituições de ensino públicas e privadas de todo o País.

PREVENÇÃO Cerca de 200 alunos do curso Técnico em Segurança do Trabalho do Cedup de Mafra realizaram um Simulado de Evacuação, colocando em prática diversos itens relacionados com a disciplina de Técnicas de Prevenção a Incêndio e Sinistros. O foco foi o Plano de Evacuação, que envolve toda a população fixa do Cedup, com intuito de gerar a conscientização e o conhecimento das técnicas corretas de abandono de um recinto em chamas, sem gerar pânico generalizado.

PARALIMPÍADAS ESCOLARES Os irmãos Patrícia e Daniel Machado, da EEB Liberato Bittencourt, de Itá, foram selecionados para integrar o time catarinense de goalball na etapa nacional das Paralimpíadas Escolares que serão realizadas de 21 a 26 de novembro, em São Paulo. Os paratletas foram selecionados durante a seletiva dos Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina (Paresjesc). O goalball é parecido com o futebol, mas é jogado com as mãos e foi criado exclusivamente para pessoas com deficiência visual. Todos os jogadores são arremessadores e apanhadores da bola, que possui guizos no interior para emitir som.

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Por Lucas Inácio

CAPA

COLABORAÇÃO LUCIANA PAULA

MÃOS À OBRA

(Questionamento + insatisfação) x ação = mudança No dia 11 de agosto, é comemorado o Dia do Estudante, uma data com aula normal e raras comemorações, talvez por isso poucos lembrem do dia. Quem sabe se tivesse uma folguinha, como no dia dos professores, mais pessoas lembrassem... #Ficadica para a galera que faz o calendário escolar aí!

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Brincadeiras à parte, muitos devem estar se perguntando: por que será que a data é comemorada neste dia? A resposta vem depois (neste mesmo texto, neste mesmo canal), mas por enquanto vocês vão ter que segurar um pouco da curiosidade. É difícil, sabemos, afinal de contas, ser estudante é ter ânsia por aprendi-

zado. Por isso que vocês perguntam tanto e, mesmo quando recebem respostas, às vezes não se contentam. Continuam questionando até terem outras mais satisfatórias. E quando a resposta final não agrada, resolvem colocar a mão na massa e vão atrás de resoluções melhores, muitas dadas por vocês mesmos. E sabe do melhor?


Fotos: Marcos Campos

É assim que nascem algumas grandes iniciativas. Foi questionando que Yuri Santos, William Risso e Daniel Dutra, alunos do terceiro ano da Escola Estadual Básica Lauro Muller, em Florianópolis, começaram a participar do projeto Meninos e Meninas Bilíngues há mais de seis anos. Os três não conseguiam entender por que é tão difícil para eles, surdos, conviverem com os estudantes ouvintes. Então resolveram agir. “Muitas vezes, nós precisávamos de alguma ajuda dos colegas, pedir emprestado um lápis, uma caneta, coisas do dia a dia, então conseguimos passar para os nossos colegas, e uma vez por semana usávamos a última aula de quinta-feira para ensinar Libras (Língua Brasileira de Sinais) para a turma”, lembra Yuri, sobre os primeiros anos deles na escola. O projeto é realizado na escola dos meninos desde 2005, por iniciativa da diretora da unidade, a pedagoga Márcia Raquel Martins, e conta com auxílio dos intérpretes como a Giuliane Cavalheiro de Bem (desde 2011 com o grupo). A partir da criação do projeto, vieram as aulas de Libras, vídeos legendados e o blog www.eeblmlibras.blogspot.com, com conteúdos criados pelos próprios alunos. O reconhecimento foi grande, com prêmios estaduais, nacionais e até internacionais (na Espanha em 2011). Tanto sucesso resultou na realização do sonho de conhecer o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no Rio de Janeiro, a maior escola bilíngue do país, com 600 estudantes dos

ensinos fundamental e médio e com mais de 150 anos de história. O grupo ficou encantado em conhecer grande parte da história do ensino de surdos no país, mas admitiram que preferem o modo como as coisas acontecem na Lauro Muller, como explicou Daniel. “Eu gosto muito da inclusão, acho importan-

te essa troca dos ouvintes aprenderem com a gente e nós com eles, de interagirmos uns com os outros e de convivermos.” Yuri completa o amigo dizendo que “m com o desinteresse de alguns alunos, de modo geral, não tivemos problemas com isso e sempre conseguimos integrar com todos”.

Yuri, Daniel e William fazem parte do projeto “Menino e Meninas Bilíngues” da EEB Lauro Muller

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Biografia da paquistanesa Malala Yousafzai inspirou a galera da escola EEB Gustavo Augosto Gonzaga

NÓS SOMOS TODOS (AS)

MALALAS Por fazer parte da nossa rotina, nem sempre refletimos sobre a importância do direito à escola. Mas não precisa trocar uma ideia muito longa com a família para perceber que nossa geração tem bem mais oportunidades de conquistar um diploma que as anteriores. Realidade que, infelizmente, não é mesma em todos países. Devido a questões culturais, muitas meninas no mundo têm ainda mais dificuldades de usufruir desse direito tão básico. Um exemplo disso é a história da paquistanesa Malala Yousafzai, ganhadora do Nobel da Paz, que luta pelo direito à educação. Inspirada pela trajetória da garota, a galera do ensino médio da EEB Professor Gustavo Augusto Gonzaga, em Joinville, está debatendo a importância da educação para todos, nas aulas de Sociologia da professora

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Giceli Capistrano Correa. No projeto Somos Todos Malala, os estudantes leram sua biografia e promoveram discussões em grupo. “Quando a professora foi falando um pouco sobre ela, que havia sobrevivido a um tiro na cabeça a queima roupa e sem sequelas... Cara, isso me despertou o interesse em conhecer a história dela. Eu não conhecia nada dela, fiquei bem interessado em sua história ao ver que uma menina da minha idade teve tanta voz em um mundo desses. Lutou até o fim e continua lutando por mais educação no mundo, por mais paz.” Relatou Felipe Machado, estudante que se tornou até fã da menina graças ao projeto. Feminismo, educação de qualidade, discriminação entre etnias, violência, trabalho, todos estes temas

estão na biografia da Malala e também fazem parte do currículo de Sociologia. “Ela estava perdendo amigos, vizinhos, e o principal na vida dela, a escola, e em meio a isso tudo percebeu que a caneta e as palavras podem ser muito mais poderosas que metralhadoras, tanques ou helicópteros, como ela mesma relata no livro”, conta ainda a estudante Larissa Colonetti. A colega Micaela Cardoso, que também fez parte do projeto, interessou-se pela trajetória da paquistanesa assim que ouviu sua história nos noticiários. Amante da leitura, procurou sua biografia logo que foi lançada. “Percebi que apesar de a Malala ser apenas uma garota entre muitas que sofriam com a situação do Paquistão, ela se diferenciou das outras por sua determinação e cora-


Fotos: Divulgação e Lucas Inácio

gem. Dessa forma, todos podem ser uma Malala, basta estarem dispostos a lutar por um mundo melhor” reflete. Para a professora Giceli, o objetivo é que, por meio da leitura, os alunos possam conhecer comunidades marcadas pela violência e a história de pessoas comuns que vivem em locais distantes. “Percebemos a importância de valorizar a liberdade existente em nosso país de estudar. Vivemos em uma sociedade com mudanças crescentes e aceleradas, com indivíduos complexos, mas todos com um objetivo comum: buscar na educação a mudança de mentalidade e evolução dentro da sociedade na qual estamos inseridos”, defende a educadora.

TOQUE DE CONSCIÊNCIA

Também em Florianópolis, mas na parte continental, os estudantes da EEB Aderbal Ramos da Silva, do bairro Estreito, tomaram mais uma grande iniciativa a partir de outra pergunta: por que a juventude negra ainda sofre tanto? Então resolveram agir. Inquietos com a situação em que 77% assassinatos no Brasil no país são de jovens negros entre 15 e 29 anos (dados da Anistia Internacional), os alunos criaram o grupo de estudos Toque de Melanina, o primeiro de Santa Catarina a discutir questões étnicas no ensino médio. Com um formato semelhante ao dos grupos de estudo universitários, a galera do Aderbal foi criada em 2014 a partir de atividades realizadas em novembro daquele ano, o mês da consciência negra. Como a necessidade de discutir o assunto é constante, os alunos resolveram firmar suas atividades em encontros semanais. Alisson dos Santos entrou em abril do ano passado e agora, no 2º ano, é coordenador das atividades do grupo. “É muito bom, porque a gente aprende a se portar de uma maneira diferente, ter uma visão diferente, a se empoderar, a se valorizar, conhece a própria cultura e a própria história. Isso acaba refletindo muito em sala de aula também.” Toda quarta-feira, no horário do almoço, com o intuito de que alunos da manhã e da tarde possam participar, o Toque de Melanina reúne-se para debater textos e produções de artistas negros como Antonieta de Barros, Solano Trindade, Cruz e Sousa, entre outros. Além dos encontros, o grupo também realiza uma mostra de cinema mensal com exibição e discussão de produções com a temática afro, tudo com o apoio da professora Maria Aparecida Moreira. Atualmente, 25 pessoas participam das atividades, incluindo alunos, professores e colaboradores externos. Um esforço que cativou também os alunos brancos da escola, que participam das atividades e estão juntos na luta por uma educação mais representativa.

Alisson dos Santos - EEB Aderbal Ramos

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A ideia da professora Giceli Correa é que as turmas do ensino médio apresentem o projeto para toda a escola, por meio de exposição, fotografia e até dança para a comunidade. Afinal, que a moral da história inspiradora da Malala é justamente expandir o máximo o conhecimento. Já a iniciativa do Toque de Melanina despertou o interesse de pessoas de fora da unidade escolar. Só em 2016, o grupo já fez apresentações na Feira do Livro de Florianópolis e na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Para a continuação do ano, está prevista uma atividade na EEB Irmã Maria Teresa, em Palhoça, no mês de novembro. “A ideia é levar para lá as atividades que realizamos aqui da mesma forma, com oficinas, seminários, inscrição prévia e muitas discussões sobre o assunto. Quem sabe não plantamos uma sementinha em outros lugares?”, conta a professora Maria Aparecida. Por sua vez, os planos do grupo da EEB Lauro Muller são internacionais. Depois de conhecer o INES ( Instituto Nacional de Educação de Surdos) em terras cariocas, a intenção é ir para Paris, França, conhecer o Institut National de Jeunes Sourds (INJS), a primeira escola de surdos do mundo.

Estudante também faz história

1939

1968

Resistência na Segunda Guerra

Fogo na Cidade Luz

Em outubro de 1939, em meio à ocupação nazista na Tchecoslováquia (atuais República Tcheca e Eslováquia), estudantes de todo o país se organizaram para protestar contra a dominação alemã que durava desde março. O ato foi reprimido pelos militares nazistas, resultando em dezenas de feridos e a morte de Jan Opletal, graduando de medicina, no dia 11 de novembro. A partir daí, estudantes se reuniram em várias universidades do país para lutar contra os nazistas, até que, no dia 17 de novembro, estes invadiram várias unidades, fuzilaram líderes estudantis e levaram mais de 1.200 jovens para campos de concentração. Hoje, o dia 17 de novembro é considerado o Dia Internacional do Estudante.

O estopim da agitação na França foi o fechamento da Universidade de Nanterre, nos arredores de Paris, em maio daquele ano. Depois que contaram com o apoio dos estudantes da Universidade de Sorbonne, tomaram as ruas, inflando os trabalhadores das fábricas a pedir melhorias também. Uma greve geral de 9 milhões de pessoas, a maior da história da Europa, parou o país. A repressão policial agitou a capital francesa, com barricadas nas ruas e conflitos que resultaram, um ano depois, na queda do presidente Charles De Gaulle.

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Fotos: Divulgação, Lucas Inácio e Marcos Campos

E o futuro?!


“Estamos realizando várias atividades para arrecadar dinheiro, campanhas nos semáforos, temos um brechó na escola e procuramos apoio para patrocinar essa nossa viagem. Estamos confiantes que vamos conseguir”, conta Yuri, o mais comunicativo do trio. Além disso, como estão no terceiro ano e prestes a sair do colégio, colocaram em prática o projeto Surdos Por Aí, que dá continuidade ao grupo da escola, abre o leque para outros participantes ao alcançar novos lugares. Quem sabe não conseguem expandir para as faculdades de Tecnologia da Informação, como a que o Daniel quer fazer, de jornalismo, opção do Yuri, ou em uma das engenharias que o William vai tentar. Sabem como é: estudante sempre quer as melhores respostas, e se não estiverem contentes, vão atrás delas. Ahhh, falando em respostas, o Dia do Estudante é comemorado no dia 11 de agosto desde 1927, por causa da criação das primeiras faculdades no Brasil cem anos antes. Em 1827, Dom Pedro I autorizou a criação da Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco, e da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Viram?! Promessa é dívida!

Massacre de Soweto

1976

Em 18 de junho de 1976, nasce a revolta em Soweto, bairro de população negra em Joanesburgo, na África do Sul. O governo do apartheid obrigou o ensino da língua africâner (da população branca) junto com o inglês e deixou de lado as línguas nativas africanas. Mais de 500 jovens estudantes foram mortos, vítimas da repressão policial. As imagens ganharam o mundo e todos tiveram consciência do que a maioria negra sofria pela minoria branca. A comoção mundial foi o começo do fim do regime segregador, em 1994.

Mais mudanças

As iniciativas citadas acima são apenas alguns exemplos de como projetos encabeçados por estudantes ajudam a mudar as coisas nas suas escolas, bairros, cidades e também em Santa Catarina. Já fica registrado o pedido: se você faz parte de algum projeto que não foi citado, entre em contato conosco.

1989

Nem todos pararam tanques

Os chineses também se revoltaram contra seu governo fechado. Após a morte do reformista Hu Yaobang, em 1989, milhares de estudantes da Universidade de Pequim foram às ruas para protestar por melhorias e contra a repressão do governo chinês. A Praça da Paz Celestial foi ocupada pelos universitários e, aos poucos, pela população até serem massacrados. Dos 100 mil manifestantes, mil morreram. O fato hoje é lembrado pela cena do estudante parando tanques, mas foi muito mais do que isso.

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ESTUDANTES TAMBÉM TEM DIREITOS… E DEVERES Onde saber dos meus direitos e deveres? O Brasil, infelizmente, não tem um sistema oficial que permita saber os direitos e deveres na educação. Os trabalhos na área são feitos por algumas entidades de defesa do consumidor ou por meio de iniciativas particulares. As dicas que estamos dando, por exemplo, são do site www.ipae.com.br, do Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação. Também existem outras fontes e sempre vale pesquisar para saber mais sobre o assunto.

Acessibilidade nas salas A legislação exige que prédios e equipamentos tenham con-

2004

dições de atender alunos deficientes e pessoas com necessidades especiais. No caso dos estudantes cegos, eles podem ser acompanhados por cães guia sem problema nenhum. Mas não pode brincar com o cachorro!

Acessibilidade na web A lei também garante que os portadores de deficiência tenham acesso às informações. É necessário que escolas públicas ou particulares tenham páginas na Internet com mecanismos que permitam que os deficientes auditivos e visuais consigam saber dados sobre as instituições e cursos oferecidos.

2006

Revolta da Catraca

Pinguins pela educação

Um aumento de mais de 15% na passagem de ônibus de Florianópolis foi o primeiro grande ato de um dos movimentos mais atuantes do país no século XXI, o Movimento Passe Livre. A população da capital catarinense foi para a rua puxada pelos estudantes e, após 10 dias de protestos constantes com milhares de pessoas, conseguiu com que a tarifa voltasse ao preço normal. No ano seguinte, a mesma coisa aconteceu, mas de forma mais intensa e repressão pesada das forças de segurança pública.

Outro movimento internacional importante foi a Revolta dos Pinguins, realizada no Chile, por melhorias na educação básica. Durante seu governo, o ditador Augusto Pinochet entregou a educação do país para entidades privadas, o que aumentou a desigualdade no país, já que os mais pobres não tinham condições de pagar. Naquele ano, alunos e alunas secundaristas resolveram ocupar mais de 100 escolas usando seus uniformes (parecendo verdadeiros pinguins) e exigindo mudanças na educação do país. Alguns avanços foram conquistados e, desde então, protestos pela educação pública e de qualidade são constantemente realizados no país, como em 2011. A última delas foi realizada no início de julho deste ano.

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Sem essa de “briga, briga, briga!” Se rolar alguma confusão que resultou em agressão física entre alunos (ou por parte de qualquer integrante da escola), cabe ao diretor(a) decidir o procedimento adotado. Ele(a) pode, inclusive, chamar a polícia para apurar responsabilidades dos casos mais graves. Santo atraso Chegou o dia da prova, você não estudou o suficiente e a professora teve aquele atraso salvador. E agora? Nesse caso, se ela não chegou na hora certa na sala, os alunos não podem ser prejudicados pela diminuição do tempo. Então a ideia é que se encontre um jeito para prorrogar o horário do término da prova ou então que diminuam o número das questões. Outra opção é mudar o dia da prova, mas aí só acontece se todos os alunos concordarem, se não, é no dia mesmo e não tem escapatória. Controle de frequência É obrigatório em todas as escolas e o aluno não pode se negar a usar o sistema definido pelos estabelecimentos de ensino. Não tem o que fazer, lei é lei. “Ctrl C + Ctrl V” não rola Os alunos são responsáveis por cópias ilegais, tanto de meios físicos quanto da internet. As punições devem ser as previstas

Nobel ainda é pouco

nos regimentos escolares. “As escolas que detectarem as cópias têm o dever de comunicar o fato às autoridades públicas e aplicar penalidades aos discentes”, diz o documento do IPAE. Parece meio drástico, mas é assim.

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Bagunça tem limite Toda turma tem direito a uma sala de boa para as aulas. Então, se a galera do fundão está tocando o terror, o professor é o responsável, mas o aluno prejudicado pode questionar o seu direito de aprendizagem. Aí serão tomadas medidas mais sérias de acordo com a equipe pedagógica da escola. Pode fazer greve, mas tem que repor O direito de greve é mundialmente consagrado. Algumas áreas essenciais não podem, mas os educadores têm direito pleno. Porém, todos os estudantes têm o direito a 200 dias letivos (100 para os sistemas semestrais). Nesse caso, se rolou greve, professores devem repor os dias letivos e a carga horária até completar os 100 ou 200 dias. Ida no banheiro é livre Galera, não vale avacalhar os professores com essa aqui, certo?! Eles não podem proibir a saída dos alunos de sala de aula quando eles dizem que a vontade de ir ao banheiro apertou. Em alguns casos, como em dia de prova, o aluno pode ser acompanhado por um outro funcionário da escola (auxiliar de sala ou inspetor).

2014

Imagine ganhar um prêmio Nobel aos 17 anos. Pois é, esse foi o feito de Malala Yousafzai. Seu feito? Lutar pela educação das mulheres no Paquistão, país com domínio do grupo talibã que condena a educação das mulheres. Menos da metade das meninas vão à escola, por isso Malala lutou. Usou um apelido para criar o blog Diário de uma Estudante Paquistanesa, foi ameaçada, mas não parou nem após levar um tiro na cabeça, em 2012, quando tinha 15 anos. Sua família se mudou para a Inglaterra, onde vive atualmente. Dois anos após o atentado, foi reconhecida com o Nobel da Paz. “Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”.

2015

Não fechem minha escola

Com a justificativa de reorganizar as escolas estaduais, o governo do Estado de São Paulo anunciou o fechamento de 90 unidades para 2016. Em outubro, os estudantes se organizaram no movimento Não Fechem Minha Escola, realizaram protestos, ocuparam cerca de 200 escolas e conseguiram (com ajuda de pais e professores) que o Estado revogasse a ação. Além da conquista, que inspirou alunos de outros Estados, o ato resultou em um aprendizado ímpar para a galera. A convivência durante as ocupações, as aulas, o cuidado com o espaço escolar (que virou casa durante um tempo), entre outras coisas, ensinaram bastante. E eles continuam organizados para o caso do governo paulista voltar com a “reorganização”.

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Por Lucas Inácio lucasinacio.jor@gmail.com

ESPORTE

#itsport Daniel e Patrícia Machado, junto com a professora do Saede, Marcia Schenkel

Aluna da EEB Conselheiro Mafra, de Joinville, Tamiris Hintz representa SC na Paralimpíada do Rio de Janeiro no triathlon

PRÓXIMA PARADA: SÃO PAULO Julho começou com os Jogos Paradesportivos Escolares de Santa Catarina, os Parajesc, em São Miguel do Oeste e o torneio definiu os classificados para as Paralimpíadas Escolares de novembro, que será realizada em São Paulo. Até o momento, são 72 atletas classificados para o torneio nacional, com destaque para o atletismo, que levará 22 atletas. A natação levará 16 atletas e o goalball dez, cinco no feminino e cinco

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no masculino. Já que falamos da natação, vem da modalidade uma das maiores destaques da delegação e, certamente, do torneio. A joinvilense Tamiris Hintz, aluna da EEB Conselheiro Mafra, tem apenas 16 anos, mas é uma gigante dos esportes, tanto que vai representar o país na Paralimpíada do Rio de Janeiro no triathlon. Ela se junta a outros atletas não tão renomados, mas não menos esforçados. É

o caso dos irmãos Patrícia e Daniel Machado do time catarinense de goalball. A dupla estuda na EEB Liberato Bittencourt, de Itá, onde frequentam o Serviço de Atendimento Educacional Especializado (Saede). O próximo passo será o treinamento de preparação da equipe, em Florianópolis, no início de agosto. A lista completa com os 72 atletas classificados para o nacional está no site da Fesporte no www.fesporte.sc.gov.br

Fotos: Ana Cristina Zandavalle - Divulgação

Tamiris Hintz - paratleta


Milena Sens - Atalanta - Arremesso de peso

LEBRON JAMES POR UM DIA O ônibus para em frente ao ginásio. É o sinal para todos parem com a bagunça. A equipe se ajeita, cada um pega sua bolsa e os jogadores descem um a um em direção ao vestiário. Alguns olham para o nada e mantém a cara fechada de concentração. Outros começam seus alongamentos ali mesmo no vestiário. O técnico chama e passa as orientações da partida, enquanto todos ouvem com atenção. O capitão puxa a fala e motiva o time, os jogadores se agitam e correm para entrar em quadra. Os atletas se posicionam, os mais altos estão no centro da quadra, o juiz joga a bola para cima: é hora do show. Parece rotina de um jogador da NBA, mas está prestes a ser o ritual de muitos alunos atletas de Santa Catarina. Isso porque o Grupo RIC e a Federação Catarinense de Basquete vão promover jogos entre escolas estaduais com tudo o que um profissional tem direito, por meio do projeto FCB Nas Escolas. A ideia é que cinco municípios de SC recebam uma partida dessas, em que duas escolas estaduais de cada região se enfrentam na abertura de um dos jogos do Campeonato Catarinense de Basquete. O desafio entre escolas será realizado meia hora antes de cada partida do Catarinense, ou seja, atração em dose dupla para o público. Além da parte recreativa, a Federação também vai presentear as escolas participantes com duas bolas de basquete e um apito profissional para o treinador da equipe, materiais que vão ajudar a desenvolver a modalidade nas dez escolas participantes. Depois da chegada, da preparação no vestiário e do jogo, os alunos-atletas ainda vão passar pela zona mista, com direito à entrevista no fim da partida. Então é bom preparar o discurso também, galera, afinal, gaguejar na TV é mais feio do que tomar um toco.

BRASIL CAMPEÃO DA GYMNASÍADE O Brasil foi campeão geral da Gymnasíade de Trabzon, na Turquia, a olímpiada mundial escolar, batendo países tradicionais como Rússia, China, Inglaterra, França e a própria Turquia, a principal adversária da vez. Foram 128 medalhas brasileiras (57 de ouro, 32 de prata e 39 de bronze) contra 119 turcas. A França foi a terceira colocada. Com 16 alunos-atletas, a delegação catarinense foi fundamental para essa conquista. Micaela Mello, de São José, disputou os 100 metros com barreira e foi ouro, assim como a Isabela Demarco de Quadros, da ETEVI-Furb, de Blumenau, no salto com vara. Outra blumenauense que conquistou medalha, foi a Ludmila Cardoso, prata nos 100 e 200 metros rasos. Ainda no atletismo, a Milena Sens, da EEB Dr. Frederico Rolla, em Atalanta, foi medalha de prata no arremesso de peso. A cor da medalha também foi essa para Carlos Augusto Tenfen, da EEB Osvaldo Aranha, de Joinville, também ficou com no revezamento Medley B. Marcos Berlanda, da EEB Ruizélio Cabral, em Balneário Camboriú, conquistou prata e bronze no revezamento e 200 metros, respectivamente. Por fim, as equipes de xadrez feminino e masculino contaram com seis catarinenses. As meninas conquistaram a prata por equipes, enquanto os meninos foram bronze. Ufa, haja medalha. Parabéns a todos os atletas, familiares, treinadores e educadores que fizeram parte dessas conquistas. Vocês merecem!

Delegação Atletismo campeã - 10 catarinenses

Marcos Berlanda - BC - bronze no 200m, prata no revezamento

Micaela Mello - 100m com barreiras São José

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Por Luciana Paula

“Entender a Física é entender a grandiosidade da natureza e nossa pequeneza frente a ela” QUEM É ELA Nome: Camila Gasparin Graduação: Física pela Universidade Federal de Santa Catarina Especialização: Ensino de Deficientes Auditivos e outra em Educação Profissional e Tecnológica

A professora Camila Gasparin foi notícia da RIC TV de Xanxerê porque vai estudar Física das Partículas na Europa - chiquérrima! A docente, que atua há um ano no Instituto Federal de Santa Catarina, campus Xanxerê, foi uma das 20 selecionadas para o programa da Escola de Física da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), que é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Física em parceria com o Laboratório de Instrumentação de Física Experimental de Partículas (LIP), de Lisboa. Parte do curso será na LIP em Lisboa e outra na sede da CERN em Genebra, Suíça. Para a coluna “Professor do mês” ela contou que é licenciada em Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e que também chegou a cursar um ano de Engenharia Eletrônica. Atualmente, faz especialização em Ensino de Deficientes Auditivos e outra em Educação Profissional e Tecnológica. A prog]fe além de tudo é poliglota e já deu aulas de inglês, física, estatística e matemática. Seu objetivo é seguir na atuando na ára da Educação, com foco na pesquisa em Ensino de Física para surdos. Nas horas livres - que não parecem ser tantas - ela se joga em livros de romances em língua inglesa, porque não curte traduções. Entre seus os autores preferidos estão Marian Keyes, Sophie Kinsella, Dan Brown e J. R. R. Tolkien. Fã de filmes de terror e das séries The Walking Dead, Fear the Walking Dead e The Big Bang Theory, Camila falou pra gente sobre seu amor pela Física e pela sala de aula.

SOBRE SUA CARREIRA

Sede da CERN em Genebra, Suíça

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Revista its: O que, pessoalmente, mais a fascina na Física? Professora Camila: A Física é a descrição do mundo. Muitas pessoas têm dificuldade com a matemática e acham que a Física é matemática. Não é. A linguagem da Física é a matemática e com ela podemos descrever o estado atual, passado e prever o futuro de um sistema. A beleza da Física reside em compreender o mundo a sua volta, pois ela trata de tudo e descreve todo o mundo físico. Toda tecnologia, a qual somos tão apegados, só é possível através do conhecimento físico. Para mim, a física é poética. Me faz entender como as coisas se organizam no universo e porque se organizam desta forma. Entender a Física é entender a grandiosidade da natureza e nossa pequeneza frente a ela. Este conhecimento também nos torna mais humildes porque para adquiri-lo precisamos baixar nossas cabeças todos os dias buscando absorver os conhecimentos produzidos por tantos outros mestres antes de nós, como em um movimento de referência aos que nos sucederam.

Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

PROFESSOR DO MÊS


Revista its: Muitos desistem do curso de Física e existe no país até uma defasagem de professores da área. O que a motivou a seguir no curso e na docência? Professora Camila: As pessoas desistem do curso não pela Física em si, mas pela dificuldade com a linguagem matemática. A parte fenomenológica da Física, ou seja, a análise de como o mundo se comporta não é o que afasta os estudantes do curso, até porque esta é a parte bela. Eu costumo dizer aos meus alunos que eu segui esta carreira porque não tenho juízo. É um pouco verdade. Frente a todas as dificuldades da docência, a dedicação que ela exige se comparada a outras profissões e os salários quase nunca equivalentes a esta dedicação, seguir esta carreira é quase um ato impensado. Minha inspiração veio muito cedo, aos 15 anos, no primeiro ano do Ensino Médio, com a minha professora de Física. Ela me ensinou a amar e respeitar este conhecimento que com muita dedicação esta passou a ser a disciplina mais fácil para mim. Assim, eu nunca pensei em cursar outra graduação que não fosse Física. Como minha avó materna e minha mãe eram professoras, eu não entrei para a carreira ingenuamente. Sempre soube bem o que iria enfrentar, apesar de as mudanças na dinâmica das relações entre pais e filhos me espantarem um pouco. E olha que não faz tanto tempo que saí da adolescência! Comecei a lecionar aos 16 anos, substituindo uma das professoras de inglês da escola de idiomas onde estudava. Confesso que odiei! Era horrível estar na frente da turma e todos olhando para mim porque sempre fui uma pessoa muito tímida. Mas, como muitas pessoas, inicialmente encarei o ensino como um bico e fui pegando o jeito da coisa. Aos poucos descobri que na sala de aula posso ser quase uma atriz, atuar, me libertar, e comecei a ficar mais à vontade. Quando comecei a graduação de Física queria seguir a carreira acadêmica e ser pesquisadora. Mas logo percebi que, no Brasil,

os pesquisadores são também professores nas universidades e fui fazer algumas disciplinas de licenciatura. Foi nesse momento que entendi que seguiria o caminho das mulheres da família. Não tinha mais volta. Eu sou e sempre fui professora. Revista its: Não são poucos os alunos que torcem o nariz para as “Exatas”. Como motiválos a estudar Física? Professora Camila: Ainda que se pregue o contrário, não é possível motivar alguém a fazer o que não quer. Se o aluno não gosta da disciplina e não está aberto a mudança, não há aula que eu possa ministrar, por melhor, mais elaborada e até tecnológica que seja, que vá encantá-lo. É uma via de mão dupla. Eu preciso estar aberta às necessidades e dificuldades deles e eles precisam estar abertos a mim para que possamos estabelecer uma relação de troca. Se eles decidem que odeio a Física, eles terão que cumprir as tarefas da disciplina por obrigação, apesar de isto não ser prazeroso. É uma pena, mas também faz parte da vida entender que devemos fazer muitas coisas que não nos agradam. Eu odiava as aulas de cálculo da graduação e de geografia no Ensino Médio, por exemplo, mas elas são importantes e tive que cumprir estas tarefas. Eu sempre tento utilizar uma linguagem próxima a dos alunos, introduzindo os conceitos científicos de forma mais suave. Acho que assim as coisas ficam menos “assustadoras”. Revista its: Em quantas escolas você já trabalhou e que experiências profissionais foram mais marcantes? Professora Camila: Passei por cerca de 10 escolas lecionando profissionalmente e realizando meus estágios da graduação. Fui professora de inglês, física, estatística e até de matemática. O que me

Quer indicar seu profe mais parça para essa coluna? Envie o contato para: edicaoits@gmail.com

marcou muito foi a experiência de monitoria de matemática, pois atuei na escola onde cursei o Ensino Médio e a professora que me inspirou dava monitoria na sala do lado. Foi uma grande honra atuar na mesma instituição que ela como colega. Apesar de não vê-la há muitos anos, nunca esqueço de tudo que me ensinou e me sinto muito feliz em termos a mesma profissão, busco honrar o legado que ela me passou e ser aos meus alunos pelo menos um pouco do exemplo que ela é para mim. Revista its: Em entrevista a RIC Xanxerê, você afirmou que é professora do IFSC há um ano e que pretende compartilhar a experiência do curso com seus alunos. Que projetos você já desenvolveu ou planeja desenvolver com seus alunos da instituição? Professora Camila: Não apenas com os alunos, mas com toda a comunidade da região que conseguirmos atingir. Além de levar o conhecimento para as minhas aulas e divulgar entre a comunidade tudo que aprender lá, quero focar muito nos professores, independente do nível de ensino no qual atuem, para que possamos popularizar este conhecimento de ponta. Apenas através da compreensão da Física Moderna, ramo da Física do qual faz parte a Física de Partículas que poderemos entender os grandes avanços científicos da área na qual o CERN é o maior e mais importante laboratório do mundo!

Inspirada por uma professora do ensino médio, Camila não teve como fugir: ensinar física é a sua paixão

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SEXUALIDADE

Estupro, vergonha e

revolta Estupro, vergonha e

Uma em cada cinco mulheres será estuprada, é o que revela a Secretária Mundial da Saúde. Seja o ato praticado por namorados, maridos ou soldados em faixas de guerra, o dado choca! Trazendo para a realidade do nosso estado, a cada três horas, uma mulher é vítima de estupro em Santa Catarina. São oito casos por dia, entre crimes tentados e consumados, conforme revelam números da Secretaria do Estado da Segurança Pública. No entanto, até as mais respeitadas instituições - escolas, igrejas, universidades, famílias - muitas vezes varrem a violência sexual para baixo do tapete. Por quê? E até quando? Por que o estupro é o mais acobertado dos crimes?

34 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Uma em cada cinco mulheres será estuprada, é o que revela a Secretária Mundial da Saúde


Por Adriana Alves

Psicóloga formada pela UFSC. Possui em especializações em sexologia e psicoterapia de orientação analítica. Atende em seu consultório, na Capital.

Por diversas questões, o machismo, por exemplo, se caracteriza na nossa cultura como algo que faz com que os homens se sintam autorizados e com poder sobre as mulheres. Esse poder, por diversas vezes lhes confere o “direito” sobre a vida e o corpo da mulher. Por outro lado, o machismo nas mulheres lhes faz submissa a esse dito “poder” masculino e com isso se calam. Outro ponto a ser levantado é a nossa autoestima que começa com os primeiros cuidados, nas primeiras relações, na interação com nossos pais. São os elogios, os incentivos, o respeito com que somos tratadas que marcará toda a diferença na construção da personalidade. Se o bebê é cuidado com atenção, dedicação, afeto e respeito, a probabilidade dele se tornar uma pessoa que respeita seus limites é grande. Já se ao contrario for visto como um fardo, que só dá trabalho, não receber carinho e ao invés disso receber muitas criticas e humilhações, dificilmente será um individuo seguro que saiba distinguir o que é bom daquilo que não é bom para si. E isso serve aos dois, tanto aos homens como para as mulheres.

ESTUPRO “CONSENTIDO” Existe também um estupro ainda mais silencioso, o estupro “consentido”. É, soa estranho essa expressão né!? Mas ele existe, e é mais frequente do que possa parecer. Falo das garotas que se sujeitam a pagar qualquer preço para ter alguma atenção dos rapazes em quem estão interessadas. Muitas vezes esse preço passa pelo sexo. É uma triste realidade. Devemos estar atentas para não nos obrigar a fazer coisas que não queremos, ou no momento que não queremos. E isso também passa pela autoestima, quanto mais fragilizada ela for, mais suscetível a violências como esta a pessoa estará. A educação com valores de respeito a si e aos outros para meninos e meninas é fundamental para que essa violência não ocorra.

Estados com maiores índices

2011

2012

taxa por 100 mil hab.

Roraima

292

245

52,2

Rondônia

815

779

49,0

Santa Catarina

2.355

2.925

45,8

Rio G. do Sul

3.852

4.681

43,5

Rio de Janeiro

4.742

5.923

36,5

Distrito Federal

735

864

32,6

São Paulo

10.399

12.886

30,8

Brasil

42.482

50.617

26,1

Trazendo para a realidade do nosso estado, a cada três horas, uma mulher é vítima de estupro em Santa Catarina. São oito casos por dia, entre crimes tentados e consumados, conforme revelam números da Secretaria do Estado da Segurança Pública

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ESPECIAL VOLTA ÀS AULAS

A GALERA REUNIDA NO PELOURINHO

O QUÊ QUE

A BAHIA TEM?

OS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO INOVADOR DA ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIO KNABBEN SE AVENTURARAM PARA RESPONDER ESSA PERGUNTA

IGREJA ALEIJADINHO

36 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Já imaginou cruzar o Brasil ao lado dos seus colegas de escola? Durante o recesso escolar desse ano, a galera da Escola Estadual Antônio Knabben, de Gravatal, no Sul do estado, colocou o pé na estrada com o projeto “O quê que a Bahia tem?”. Eles arrumaram a mala, colocaram disposição e vontade de conhecimento na bagagem e partiram para uma aventura digna de documentário! Resultado? Em terras baianas, não teve pra ninguém! A galera foi estimulada a pesquisar sobre os tesouros históricos da Bahia e em Minas Gerais. Entraram em três universos que lideraram o projeto que trabalhou sobre a vida de Jorge Amado, as riquezas de Ouro Preto, por onde passaram no caminho, e a Cultura Baiana. O diário de bordo dessa trip você acompanha abaixo. A Aluna Isabel da Silva Nunes do terceiro ano conta pra gente como tudo isso rolou!


Fotos: Divulgação

DIÁRIO DE VIAGEM BY ISA DOMINGO 3/7 A saída foi marcada em frente à Escola de Ensino Médio Antônio Knabben em Gravatal, às 15 horas do dia 03 de Julho. A primeira parada foi realizada em Floripa, onde tivemos a chance de posar para a Revista Its.

SEGUNDA-FEIRA 4/7 Passamos por São Paulo, onde avistamos o Santuário de Aparecida. E pelo Rio de Janeiro, onde passamos pela ponte presidente Costa e Silva, mais conhecida como Ponte Rio Niterói, de onde avistamos o Cristo Redentor, Pão de Açúcar, e o Porto de Niterói na Baia de Guanabara, lugar em que se localiza a sede da Marinha.

TERÇA-FEIRA 5/7 Seguimos viagem para a Bahia e chegamos ao nosso destino Salvador. Tomamos café em Itabuna, Cidade Natal de Jorge Amado, seguindo para o Instituto Anísio Teixeira, onde fomos recebidos pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia.

QUARTA-FEIRA 6/7 Fomos conhecer a Escola Raphael Serravalle, referencia no Estado sob gestão do Diretor Ramilton Cordeiro. Por lá, a galera também faz parte do ensino médio inovador! Fomos recebidos com uma calorosa recepção da Fanfarra da escola, com a presença do corpo docente e discente. Os alunos de lá realizaram apresentações musicais e teatrais, bem como uma oficina de Forró para que todos participassem da cultura e costumes nordestinos! Para a Thamires, que representava a Secretaria de Educação da Bahia, a iniciativa do projeto foi muito importante ver que nossos projetos e programas de fato acontecem e dão certo, “experimentar a vivencia de uma escola de Santa Catarina em Salvador com certeza é

muito rico para ambos os alunos. Enquanto ao convite nós nos comprometemos a fazer o máximo de esforço para poder descobrir o que Santa Catarina tem.” Os alunos baianos também curtiram a ideia, para Thais Botelho espera conhecer e descobrir “o que é que o Sul tem” e Vitor Alves, pode perceber que a experiência lhe trouxe uma quebra cultural antes existente, “esse choque de cultura faz com que tudo que a gente pense, mude! Ao conhecer novas culturas, acabamos com o pré conceito que criamos.” Posteriormente foi a nossa vez de apresentar e mostrar o que Santa Catarina oferece. Distribuímos Chimarrão, pinhão e molhos da nossa região realizando assim uma troca de presentes. Foi um momento muito legal, já que alunos catarinenses e baianos puderam trocar experiências e contatos, levando assim, amizades para além dessa viagem. No momento do almoço, deliciamo-nos com a culinária típica baiana: vatapá, abará, caruru, cuchá de frango, xixin e o tão famoso acarajé. Tivemos a oportunidade de realizar um tour pelos pontos turísticos de Salvador . Conhecemos o Elevador Jorge Lacerda, Pelourinho, Museu Jorge Amado, Mercado Modelo, Ladeira percorrida pelo Astro Michael Jackson, Farol da Barra e Orla Marítima. Despedimos-nos dos alunos com o sentimento de missão cumprida e voltamos para o Instituto Anísio Teixeira para dormir e seguir viagem para Minas Gerais.

QUINTA-FEIRA 7/7 Saímos da Bahia e seguimos viagem para Ouro Preto, cidade conhecida pela rota do ouro, local dos inconfidentes e cheio da arquitetura colonial. Passamos o dia desfrutando de todo o conhecimento que o local proporciona.

UMA SALVA DE PALMAS NO MAIOR ESTILO O projeto aconteceu com êxito porque os seus idealizadores não desanimaram por nem um segundo. Nossa coordenadora e orientadora de leitura Angela Maria Vanderlei Caetano ,juntamente com a diretora Maristella Borguezan Heizen e assessora Vanderléia de Bona e os professores Alessandro Pinter Damian (História), Douglas dos Santos da Silva (Biologia) , Samira Pereira Gomes (informática) e Murilo Souza Toreti (Matemática) e Susana Medeiros do Nascimento (matemática), a representante da Gerencia de Educação de Tubarão Rita de Cássia Cardoso Mendes e o representante do PIBID Renan Machado de Oliveira acompanharam os 23 alunos na execução dessa ideia que possibilitou que cada um aprendesse não só a Matemática, História e Biologia, mas descobrissem “O quê que a Bahia tem”, e principalmente, o que o brilho que cada povo tem, o sorriso que brota em cada um e a certeza de que foi um aprendizado para a vida toda.

SÁBADO 9/7 Chegamos em casa, em Gravatal. Angela, Rita, Mariestela, Alessandro, Murilo, FACEBOOK.COM/REVISTAITS Vanderlei, Susana, Douglas e Samira

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Por Prof. Wilson Fernandes

Co-fundador do Studos App e do blog: www.passei.studos.com.br

Fotos: Divulgação

VESTIBULAR ESPORTE

B )4 - A )3 - A )2 - E )1 :otirabaG

VOCÊ TEM UM OBJETIVO?

Então vai passar no vestibular dos sonhos.

Quer saber qual é o segredo para passar no curso dos sonhos? É estudar! Alguns estudam mais e outros já nascem com o dom divino do conhecimento, por isso, não precisam passar horas sobre os livros ou se matar tanto para decorar um simples parágrafo. Tem estudante que parece aprender por osmose. Você conhece alguém assim? Pois é, eu conheci alguns alunos com essa capacidade divina, mas confesso, foram poucos. A grande maioria não nasce para a lua e enfrenta grandes desafios ao escolher um curso onde a média de acertos é 70-80-85% #dureza Se esse for o seu caso, lembre que em primeiro lugar, você precisa ter claro em sua mente o que quer, e se consegue imaginar trabalhando com a opção de curso que você irá escolher na hora da inscrição do vestibular. Caso isso já esteja certo, é hora de sonhar o que você quer ser profissionalmente. Não desista e nem desvie do seu objetivo, corra atrás, tenha clareza. Com certeza, você irá desistir se não tiver certo daquilo que realmente quer. Segundo Neil Patel, um bom objetivo, entre outras coisas, é acre38 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

ditar algo que você acredita, que seja maior do que você mesmo, e que te faça batalhar diariamente, por algo que possa ser alcançado. Uma sugestão interessante do autor é: anote o seu objetivo, observe-o todos os dias e, se for preciso, leia-o em voz alta. Isso é o que vai te fazer seguir em frente. Como professor, já vi e vivi muitas histórias com meus alunos.Alguns iniciaram a jornada de estudos após os trinta anos – o dobro da sua idade, talvez. Muitos sonhavam com cursos concorridos e tentaram mais de uma vez sem perder a alegria e a coragem de encarar livros, aulas e apostilas todos os dias. Outros tantos abriram mão da comodidade de suas cidades e enfrentaram a vida longe de família e amigos para ir em busca de um sonho. Vi até alunos diagnosticados com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) serem aprovados em medicina, na Federal do estado. Entre as dezenas de trajetórias que tive a oportunidade de conhecer e compartilhar, elas sempre me deixam cheio de esperança, porque quando acreditamos em algo para sermos felizes, temos que sonhar, batalhar, acreditar e trilhar pelos caminhos corretos. Com todos esses elementos juntos, o universo sempre irá conspirar ao seu favor.


1

4 QUESTÕES DE MATEMÁTICA DO VESTIBULAR ENEM PARA VOCÊ TREINAR E FICAR CADA VEZ MAIS FERA!

CAFÉ NO BRASIL

O consumo atingiu o maior nível da história do ano passado: os brasileiros beberam o equivalente a 331 bilhões de xícaras. Veja. Ed. 2158, 31 mar. 2010. Considere que a xícara citada na notícia seja equivalente a, aproximadamente, 120 mL de café. Suponha que em 2010 os brasileiros bebam ainda mais café, aumentando o consumo em do que foi consumido no ano anterior. De acordo com essas informações, qual a previsão mais aproximada para o consumo de café em 2010? A) 8 bilhões de litros. B) 16 bilhões de litros. C) 32 bilhões de litros. D) 40 bilhões de litros. E) 48 bilhões de litros.

Se os atletas partissem do mesmo ponto, dando uma volta completa, em qual das raias o corredor estaria sendo beneficiado?

2

Dados da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (ANTU) mostram que o número de passageiros transportados mensalmente nas principais regiões metropolitanas do país vem caindo sistematicamente. Eram 476,7 milhões de passageiros em 1995, e esse número caiu para 321,9 milhões em abril de 2001. Nesse período, o tamanho da frota de veículos mudou pouco, tendo no final de 2008 praticamente o mesmo tamanho que tinha em 2001. O gráfico a seguir mostra um índice de produtividade utilizado pelas empresas do setor, que é a razão entre o total de passageiros transportados por dia e o tamanho da frota de veículos.

Supondo que as frotas totais de veículos naquelas regiões metropolitanas em abril de 2001 e em outubro de 2008 eram do mesmo tamanho, os dados do gráfico permitem inferir que o total de passageiros transportados no mês de outubro de 2008 foi aproximadamente igual a A) 355 milhões. B) 400 milhões. C) 426 milhões.

3

O atletismo é um dos esportes que mais se identificam com o espírito olímpico. A figura ilustra uma pista de atletismo. A pista é composta por oito raias e tem largura de 9,176 m. As raias são numeradas do centro da pista para a extremidade e são construídas de segmentos de retas paralelas e arcos de circuferência. Os dois semicírculos da pista são iguais.

D) 441 milhões. E) 477 milhões.

A) 1 B) 4 C) 5 D) 7 E) 8

4

Uma pesquisa de mercado foi realizada entre os consumidores das classes sociais A, B, C e D que costumam participar de promoções tipo sorteio ou concurso. Os dados comparativos, expressos no gráfico, revelam a participação desses consumidores em cinco categorias: via Correios (juntando embalagens ou recortando códigos de barra), via internet (cadastrando-se no site da empresa/marca promotora), via mídias sociais (redes sociais), via SMS (mensagem por celular) ou via rádio/TV.

Uma empresa vai lançar uma promoção utilizando apenas uma categoria nas classes A e B (A/B) e uma categoria nas classes C e D (C/D). De acordo com o resultado da pesquisa, para atingir o maior número de consumidores das classes A/B e C/D, a empresa deve realizar a promoção, respectivamente, via A) Correios e SMS. B) Internet e Correios. C) Internet e internet.

D) Internet e mídias sociais. E) Rádio/TV e rádio/TV.

FACEBOOK.COM/REVISTAITS

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#EPIC WIN

Não é porque as férias de julho terminaram que a diversão encontrada nas gincanas deve acabar. Dez escolas aqui do nosso estado participam da EPICWIN, um projeto desenvolvido pela Revista its em parceria com a Tim. A sacada envolve prêmios, música e muita diversão, tudo para fazer da escola um lugar ainda mais inesquecível. Das dez escolas convidadas, oito já receberam as duas tarefas surpresas ao longo da competição. Elas envolvem trabalho em equipe, tecnologia, encontro de gerações e é claro, olimpíadas!

As equipes precisam estar ligadas e correr contra o tempo para garantir os passaportes para o parque Beto Carrero, e aquele smartphone de última geração supermaneiro para o aluno que mais se destacar nas redes sociais. Se a sua escola não estiver participando, é possível acompanhar os conteúdos postados pela galera através da #epicwinints. Entre vídeos, entrevistas e fotos iradas, você vai poder se divertir e ficar ligado no que a raça tem produzido na corrida pelo primeiro lugar.

www.blogepicwin.com.br 40 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Fotos: Daniel Zimmermann

AA gincana DISPUTA CONTINUA das gincanas agita as escolas catarinenses


A TIM

Desbloqueia a internet. TECH JÁ Tratando de novas tecnologias e inovações, a #epicwin tem feito os estudantes do estado produzirem conteúdos criados por eles nas redes sociais e no blog da A internet tem feito diferença quando o assunto é integração, por isso, a Tim tem investido tanto na tecnologia 4G. Graças a essa conexão, sua navegação se torna mais rápida e é através dela que a galera tem feito acontecer às tarefas da competição.

No Infinity, você só paga por dia que usar.

Clientes Infinity podem navegar de graça, até o fim do dia, em velocidade reduzida, quando o pacote de dados termina.

Promocionalmente grátis até 31/08/16 nas ofertas diárias do Infinity.

#EPICWINITS PELO ESTADO ESCOLA

CIDADE

** mais em Saiba tim.com.br/desbloqueio

EDUCANDÁRIO IMACULADA CONCEIÇÃO FLORIANÓPOLIS ADERBAL RAMOS DA SILVA

FLORIANÓPOLIS

ENERGIA - BARREIROS

SÃO JOSÉ

JOÃO WIDEMANN

BLUMENAU

COLÉGIO ENERGIA

BLUMENAU

SÃO JOSÉ

ITAJAÍ

DOM AFONSO NIEHAUS

ITAJAÍ

JANDIRA D'ÁVILA

JOINVILLE

ELIAS MOREIRA

JOINVILLE

SANTA ROSA

LAGES

* coforme regulamento no site do evento ** imagem meremante ilustrativa

Opção válida para clientes das ofertas INFINITY Web, INFINITY Web Torpedo e INFINITY RS do plano Infinity Pré da TIM. Ao contratar a opção de navegação em velocidade reduzida, você tem internet até o fim do dia contratado (23h59min59s). Após esse dia, o cliente volta a ser bloqueado, retornando à mecânica da oferta diária. Disponível quando clientes atingirem 100% do seu pacote de dados. A contratação desse pacote poderá ser feita por meio do link wcad.tim.com.br. Velocidade de referência para navegação, nesse pacote 30 kbps, válida para as redes 2G, 3G e 4G da TIM. A navegação em velocidade reduzida tem um custo de R$ 0,29, mas, promocionalmente, até 31/08/2016, não haverá ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE 41 custo adicional, não sendoREVISTA o pacote tarifado. Válido somente para uso dentro da rede TIM.


NO PÁTIO

Por Lucina Paula

luciana.paula@portalits.com.br

ESTIVEMOS NA ESCOLA ESTADUAL ITATY, NO MORRO DAS PEDRAS, PARA APRENDER COMO É O ENSINO POR LÁ Quem sabe em alguma viagem ao sul do Estado você pode já ter passado pelo trecho da BR-101 que corta o Morro dos Cavalos, em Palhoça. Dependendo da velocidade do veículo e da sua atenção à estrada, foi possível enxergar uma construção vermelha com a placa “Escola de Ensino Fundamental Itaty”. Itaty em guarani significa “entre pedras”, e ali estudam crianças e adolescentes deste povo que vive na região. E esta unidade não é única, ao todo, Santa Catarina possui 33 escolas indígenas. Ao chegar na instituição, estranhamos de início a arquitetura. Não existe um único prédio, mas um conjunto de salas circulares, com uma 42 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

área aberta e uma ampla varanda anexa à sala da secretaria e à cozinha. Nesta varanda ficam mesas, onde são feitas as refeições e onde, em nossa visita, encontramos alguns adolescentes enfrentando o frio entorno de um notebook e celulares conectados ao carregador - quem nunca passou perrengue por uma tomada ou sinal de Wi Fi?! Mas não é apenas a arquitetura que diferencia a educação da escola Itaty. Nos primeiros três anos, todas as aulas são em guarani. “Na fase da alfabetização, caminhamos na mata, ‘procurando’ as consoantes estudadas no nome das plantas medicinais pelo cami-

nho”, relata Marcos Moreira, professor da escola. Para conversarmos com alunos mais jovens, contamos com sua parceria na tradução. O que a Eda, de 7 anos, mais curte na escola, por exemplo, é justamente “ler, escrever e caminhar na mata”. O colega Cézar, de mesma idade, gosta de “aprender as sílabas e fazer desenhos”. A Marisa, de 8 anos, falou das suas brincadeiras preferidas “esconde-esconde e pega-pega”. Já Walace e Sara, de 7 e 10 anos, destacaram como atividades favoritas os cantos e danças tradicionais, como o Xondaro, dança dos guerreiros, e o canto das crianças. A Língua Portuguesa começa a ser estu-

Fotos: Osvaldo Nocetti - Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina Divulgação

LIÇÃO GUARANI


Não é apenas a arquitetura que diferencia a educação da escola Itaty. Nos primeiros três anos, todas as aulas são em guarani

dada a partir do 4º ano. Na turma da professora Juçara Souza, de 6º a 7º, a galera estava aprendendo a conjugação dos verbos. As irmãs Bianca e Luana, de 13 e 12 anos, sentavam pertinho do quadro no dia de nossa visita e “ostentavam” brincos e colares lindos que aprenderam a fazer com suas tias. “A gente vai combinando as cores, alguns símbolos têm significados”, explica Luana. Já a colega Bruna Maria, de 13 anos, também curte Artes. Ela tem um piercing e um adorno de madeira embaixo do lábio inferior. Sobre o estilo, Bruna explica que a madeira dificulta a fala e para seu povo o silêncio é muito importante para que se aprenda a ouvir e para que as palavras não sejam ditas da boca pra fora. O colega Ricardo Mariano, de 13 anos, usa um colar de dente de onça que comprou em uma aldeia vizinha. O cara adora Geografia, a qual aprende fazendo trilhas na mata. Já Erica Fernandes, de 12 anos, da mesma turma, prefere estudar matemática e quer até ser professora. O ensino da matemática, que a gente costuma encarar como linguagem universal, na Itaty tem também a abordagem da etnicomatemática. E pra quem pensa que ser um adolescente indígena é estar por fora, além do acesso a Internet, a TV faz parte do dia-a-dia da galera. “Eu assisto o programa Revista its porque gosto de ver o que está acontecendo nas escolas”, conta Alex, de 15 anos. Segundo a coordenadora da escola, Eunice Antunes, o 6º ao 9º ano, os temas são trabalhados através de projetos, valorizando as duas culturas. No ensino médio, o foco é na preparação para a faculdade, estuda-se a Constituição Federal, desenvolvem-se projetos de sustentabilidade para a aldeia e as pesquisas focam temas ambientais, culturais e políticos. Sobre os diferenciais da escola, a diretora Ana Cristina Alves, única profissional não indígena da instituição, conta ainda “não temos problemas com indisciplina, os alunos são muito amorosos”.

os desenhos nas paredes são feitos pelos próprios alunos e refletem a cultura indígena.

TRAJETÓRIA DA ESCOLA Mesmo com suas singularidades, a Itaty é uma escola pública estadual como qualquer outra. Eunice Antunes, a atual coordenadora que foi cacica da aldeia, conta que a escola existe desde 1996. Neste momento os professores indígenas atuavam como intérpretes dos professores não indígenas. Em 2000, uma assembleia reuniu guaranis de todo o Brasil para resistir a este modelo de educação. “Ela tirava o direito do índio ser como é, as fotos e textos dos livros não condiziam com o nosso povo”, justifica Eunice.

O CONTEXTO Através do diálogo entre a Universidade Federal de Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Educação e lideranças indígenas foram estabelecidos os parâmetros que pautariam a educação nas escolas indígenas do Estado para isso foi importante: - Protocolo Guarani de 2003: que ofereceu curso bilíngue de formação de professores; - Parecer 282/2005: documento proposto em conjunto pelos povos guarani, kaingang e xokleng; - Projeto Político Pedagógico 2007 e 2008: as escolas indígenas do Morro dos Cavalos e de Biguaçu estabeleceram seu projeto e currículo próprios; - Sistematização do curriculo 2012: Fixando o calendário próprio, já que para o povo guarani o ano novo é comemorado em setembro, quando são consagradas as sementes, em dezembro as crianças participam de rituais onde recebem os nomes e consagram os alimentos, as atividades da aldeia se integram a da escola, em agosto, por exemplo, todos participam do roçado e capinado. A merenda e os recursos da escola, ficam a disposição de todos da comunidade.

Professor Marcos Moreira e seus alunos

ETNOMATEMÁTICA

VISITAS

Na etinomatemática utiliza-se os números de 1 a 4. Isso porque é baseada nas quatro fases da Lua, em quatro tempos, direções e divindidades. Na hora de plantar, por exemplo, sempre se plantam quatro sementes. Já as medidas têm por base palmos e passos.

A diretora Ana Cristina que a aldeia que hoje tem cerca de 40 famílias está se mobilizando para a construção de uma Opã, casa de reza e contação de histórias, construída para abrigar uma fogueira. A ideia é que com esta estrutura a comunidade passe a receber visitas de escolas e grupos.

As irmãs Bianca e Luana sentam pertinho do quadro. As duas curtem produzir seus próprios brincos e REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE colares, que são cheio de cores e significados.

43


UMA CORTADA, 200 MILHÕES DE BRAÇOS. NOSSOS ATLETAS VÃO RECEBER A FORÇA DE CADA BRASILEIRO PELA RECORD.

RIO 2016. JOGOS OLÍMPICOS TÊM QUE TER RECORD. R7.COM/RIO2016


GALERIAS

Ariquellen, Juliana e Angelica

Amanda, Thabata e Bruna

Beatriz, Renata e Geovana

Sara, Amanda Gabriela, Amanda Araujo e Juliana

NO PÁTIO ESCOLA MARLI MARIA JOINVILLE Galera Terceirão Ezequiel e Elias

Matheus, Leonardo e Vinicius

Queren e Jhessica

Nayiama, Francislaine e Martina

45


GALERIAS

Suelen, Mayara, Felipe e Marcia

Thays, Camila, Juliane e Maiana

Maria, Monique e Gabriela

Prof.gabriela, Diessica, Nicoly, Marta e Stefani

Gustavo, Gabriel, Nayara, Vanessa e Samarah

NO PÁTIO ESCOLA PAULO MEDEIROS JOINVILLE Galera Terceirão

Samara, Leticia e Paula

46

Bruna, Alessandra, Nicoly, Rubiamara e Vanesca


Amanda, Tamara e Isadora Peres

Bibiana e Natalia Moro

Virginia, Giovanna, Luisa, Kadrisi, Maria Eduarda, Laura Puton e Julia Marafon

FESTA JULINA COLÉGIO EXPONENCIAL CHAPECÓ Laura Zambarda e Gabriela Sanagiotto

Elisa, Jaqueline e Taijana

Laura Nissola, Larissa, Atriny e Leonardo

João Pedro e Enio Junior

Nalu, Ana Julia e Alana

Vanessa, Eduarda, Julia e Amanda

47


Ana Paula e Karoline

Luiz Leal, Bruno, Larissa, Yuri e Luiz

Amanda e Caroline

NO PÁTIO EEB PAULO BAUER ITAJAÍ Rafaela, Kaullany, Rafael, Amanda, Dalton, Cassiano, Marcelo e Guilherme

Lucas Slaviero e João Lopes

Natália, Higor e Júlia

Prof Susi, Marcos, Kaullany, Rafaela e Amanda

48

Rafaela e Carolina

Lucas, João Victor e Thiago


Amanda, Naty, Débora e Sabrina

Ana Julia, Camila, Amanda e Maiara

NO PÁTIO COLÉGIO CARLOS TECHENTIN BLUMENAU Liliane e Ana Paula

Laura, Franciele, Jessica e Josimara

Yves, Gabriele B, Denilson, Gabriele S, Khaoane e Gabriela

Terceirão

Raquel e Irene

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Suelen, Gabriel, Jessica e Laryssa Andre, Alagon, Kauan e Matheus

Jhnenyfer, Franciele, Juliana e Daiana

Vinicius, Marcelo, Amanda, Priscila, Flavia e Joao Vitor

NO PÁTIO

Luiza, Thainá, Bianca, Alexandra e Alexia

COLÉGIO ADERBAL RAMOS DA SILVA FLORIANÓPOLIS

Rafael, Fernanda e Gabriela

50 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Roberta, Lais e Carol

Ana e Raissa


Mozzara Heloisa Schafascheck e Nathalia de Moraes

Turmas do 3º 01, 02, 03, 04 do Ensino Médio

“FOURTH OF JULY” COLÉGIO SANTO ANTONIO Jean, Natan, Abynael e Rickson

Anna Mayara Schifter

Amanda e Abynael

Gustavo Debeterco Gusso e Alan Natan Magri

Sarah, Marcio, Gabrieli, Pamela, Anna Mayara e Isabele

Maylla e Suelen

51


Evelin, Pamela e Silvia

Nádia, Fernanda, Emily, Amanda, Gabriele,Prof Vanessa e Brenda

Paola, Suelen, Micheli, Keila e Clarice

NO PÁTIO EEB PADRE JOSE MAURÍCIO BLUMENAU Rafael, Thaila, Allan, Gian, Ruan, Joel, Matheus, Jefferson, Juliana e Karol

Jefferson, Ruan e Bruno

Paula, Jenifer, Katlin e Karine

Caroline, Stephany e Nayara

52 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Thifani, Janaina e Ana Caroline

Allan, João Vitor, Luis Henrique e Paulo


POR AÍ PROGRAMA ANTONIETA DE BARROS FLORIANÓPOLIS

53


Marechal Bormann - Chapecó

Trilingue - Chapecó

CEDUP - Criciúma

Joao Widemann - Blumenau

Exponencial - Chapecó

DISTRIBUIÇÃO REVISTA ITS BLUMENAU, CHAPECÓ, CRICIÚMA, FLORIANÓPOLIS, ITAJAÍ, JOINVILLE E XANXERÊ

La Salle - Xanxerê

Santos Anjos - Joinville

Marechal Bormann - Chapecó

Exponencial - Chapecó

Bom Pastor - Chapecó

Costa e Silva - Xanxerê

54

Bom Pastor - Chapecó

Romildo Czepanhik - Xanxerê

Costa e Silva - Xanxerê


Gov. Celso Ramos - Joinville

Precidente Médici - Joinville

Trilingue - Chapecó

Pedro II - Blumenau

Elias Moreira - Joinville

Sebastião Toledo dos Santos - Criciúma Santos Anjos - Joinville

Bom Pastor - Chapecó

La Salle - Xanxerê

Energia - Itajaí

Jandira D’avila - Joinville

55


Apresentação da turma 3 32 para gincana

Maria Luiza, Beatriz, Eduarda, Fernanda, Letícia, Jhéssica e Carol Teixeira

FESTA JULINA ESCOLA ALMIRANTE LAMEGO LAGUNA

Galera que apresentou a quadrinha estilizada

Apresentação da turma 3 02 para gincana

Alunos, professores e funcionários da Escola Almirante Lamego

56 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Apresentação da turma 1 01



Por Vanessa Esteves www.esteveswhere.com

SAIDEIRA

LUTA PELO FIM DA CULTURA DO ESTUPRO O meu psicológico ficou afetado nos últimos dias e continua até hoje. E então eu penso: se eu e tantas mulheres que acompanho tanto nas redes sociais quanto pessoalmente estamos assim, imaginem como ficam as mulheres que sofrem abuso sexual, que têm seus corpos violados e são até culpadas por isso, muitas vezes pelas roupas que usam, lugares que frequentam, quantas pessoas já beijaram e tantos outros motivos que a sociedade machista e patriarcal insiste em enumerar para colocar a culpa na vítima, e não no agressor. Eu fiquei traumatizada e não consegui até agora expressar pelo Snapchat e YouTube, ambos em forma de vídeo, tudo o que está passando pela minha mente, por isso só consigo ler informações e assistir a alguns vídeos na internet. O baque vai passar para algumas pessoas, a poeira vai baixar, muitos vão seguir com suas vidas, mas chegou a hora em que principalmente nós, mulheres, não devemos nos calar. Não é "mimimi", vitimismo, falta de homem e muito menos histeria. Não deveria ser normal minhas amigas pedirem para eu avisar quando

chegasse em casa, e vice-versa. Não deveria ser normal eu sentir medo de andar na rua sozinha. Não deveria ser normal eu trocar de roupa e colocar uma calça por medo de ser assediada na rua por homens. Não deveria ser normal viver com MEDO. Nascer mulher é carregar o medo dentro de si, um fardo do qual a gente não se livra nunca. Por isso, e porque tenho empatia, gostaria de dar as mãos a todas as mulheres deste mundo para mostrar que elas não estão sozinhas. Eu não sei o que foi pior nesses últimos dias: as notícias ou os homens e muitas mulheres propagando pensamentos machistas e de extremo ódio. Eu perdi muito da minha esperança na humanidade nos últimos três dias. O ruim da sociedade é que ela ainda não sabe diferenciar machismo de feminismo, muitas vezes por achar que os dois são opostos apenas pela presença do "ismo". Porém agora eu não irei me calar. Eu irei lutar pelo fim da cultura do estupro. "Cultura do estupro?", muitos perguntam. Sim, pois a cada 11 minutos no Brasil, 1 mulher é estuprada. Isso precisa mudar. Isso precisa ter um fim.

da sociedade é “ Oqueruim ela ainda não sabe

diferenciar machismo de feminismo

58

Vanessa Esteves tem dezoito anos, mora em Florianópolis, é blogueira desde 2012 e futura jornalista. Apaixonada por livros, escrita, música, sorrisos e azul. Acredita que pode mudar o mundo (ou pelo menos uma parte dele) com suas palavras. Acesse: esteveswhere.com e saiba mais da garota



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