its 138 - junho

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EDIÇÃO 138

SAIDEIRA

CAÇA AOS PRETENDENTES

LIÇÃO DE CASA

Santa Catarina Edição 138 2017 - R$9,50

ENEM 2017




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CULTURA POP

WI-FI

LIÇÃO DE CASA

ESCOLA ABERTA

ITSPORTS

GALERIAS

conteúdo 8 | CULTURA POP

10 | WI-FI

18 | ESCOLA ABERTA

Onde esconderam os hits das divas do pop que não ficaram entre as dez colocadas no Hot 10 da Billboard, gente? Desde 1984 as mulheres estão entre os nomes mais bem colocados, mas parece que esse jogo virou. No topo da lista, menino Ed Sheran desbanca qualquer um com “Shape of you”. Se bem que Selena Gomez ficou bem encostada nos destaques conquistando a 11ª posição com “It ain’t me”.

No fim de abril foi lançado o último celular BlackBerry do mercado – ou pelo menos é isso que a fabricante diz. O BlackBerry KeyOne será a despedida do aparelho com a marca que foi uma das mais populares dos anos 2000, o que bate até um pouco de saudades para os mais velhos que muito usaram o teclado analógico.

Todo mundo gosta de viajar e conhecer lugares diferentes, ainda mais quando a viagem é com os amigos da escola. Aliando toda essa diversão com estudo, o resultado é muito conhecimento. Uma das formas encontrada pela Escola de Educação Básica Padre Antônio Vieira, do município de Anita Garibaldi, de chamar a atenção dos alunos para o aprendizado com o projeto História e Vitivinicultura.

22 | CAPA

34 | ITSPORTS

42 | GALERIAS

Uma roda de alunos com uma turma de primeiro ano na maior escola estadual de Santa Catarina. Esse foi o ambiente que escolhemos para falar sobre um tema importante e sempre atual entre a galera, mas que está ainda mais em alta desde abril, com o lançamento da polêmica série da Netflix 13 Reasons Why e, dias depois, com o “jogo da Baleia Azul”. Porém nossa intenção não é tratar sobre a série ou o jogo, mas sobre o grande tema que envolve ambos: o bullying.

As atletas da EEB Professora Lourdes Ângela Sarturi Lago conquistaram o título do Campeonato Brasileiro Escolar de Futebol Feminino no fim de abril. Elas representaram Santa Catarina e venceram de forma invicta a competição disputada no Pará. O título veio com vitórias sobre Minas Gerais, Amapá, Pará, São Paulo (nos pênaltis) e Ceará.

Prepara que as galerias desta edição é pra deixar qualquer um sem estrutura.

4 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


EDITORIAL Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br Diretor Superintendente Reynaldo Ramos Jr. | reynaldo@ricsc.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Coordenador Núcleo Jovem Gilvan Saragosa Junior | gilvan.jr@ricsc.com.brr Conteúdo Jéssica Stierle | jessica.stierle@portalits.com.br Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Eduardo Motta Supervisora de Distribuição Marina Rosa - distribuicao@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Gabriel Habeyche | gabriel.habeyche@ricsc.com.br

“O bullying é como uma panela de pressão, às vezes você não sabe de onde iniciou o fogo, mas sabe que tem algo fervendo e aquilo vai ficando tão quente que está prestes a explodir e, quando explode, você vê que aquilo acaba pre-

JÉSSICA STIERLE

judicando todos que estão em volta”. Depois de ouvir essa colocação durante a apuração da matéria de capa desse mês, tudo passou a fazer sentido. Uma penela de pressão! Como eu nunca pensei nisso?! Obviamente que quem está dentro sofre, sofre ao ponto de explodir. A explosão é algo inevitável, é algo avassalador, que tende a deixar muitos feridos, inclusive aqueles que estão de telespectador do fogo. Tratar de bullying nunca é uma tarefa fácil, mas vivenciar e participar dele também não. Mas como evitar? Como tratar do bullying sem parecer “mimimi”? Sem ser irrelevante? Afinal de contas, os dados mostram que a galera precisa estar ligada no assunto, e engajada para fazer diferente. Entre seriados, filmes e notícias, muito já foi discutido, e a intenção aqui é fazer você refletir e encontrar nas suas motivações as razões para diminuir as explosões.

Gerências Comerciais SC Gerente Comercial Oeste Eliane Salete Sante Mattos | eliane.mattos@ricsc.com.br Gerente Comercial Joinville Cristian Vieceli | cristian@ricsc.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ricsc.com.br Gerente Comercial Itajaí Robson Fiamoncini Cordeiro | robson.cordeiro@ricsc.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Graziela Silveira | graziela.silveira@ricsc.com.br

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Michel Teló Part. Maiara e Maraisa - Modão Duído Cheat Codes feat Demi Lovato - No Promises Lady Gaga - Million Reasons Ed Sheeran - Perfect

Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 71.922 mil exemplares

OS CULPADOS

NÃO VACILA, FALA AÍ (48) 3212-4026 Pontos de distribuição: Escolas Estaduais da Rede de Santa Catarina e colégios parceiros Florianópolis COC Floripa Energia Terceirão Colégio Bom Jesus Colégio Catarinense CEB (Centro Educacional Barreiros) Itajaí Energia BC Unificado BC Colégio São José Colégio Salesiano Joinville Colégio Cenecista José Elias Moreira Colégio dos Santos Anjos Blumenau Colégio Energia Colégio Barão do Rio Branco Chapecó/Xanxerê Colégio Trilingue Exponencial Colégio La Salle Criciúma Marista Criciúma

EDINÉIA RAUTA

MATEUS SILVEIRA

PRISCILA SOUZA

GEORGE FRANÇA

RENATA BOMFIM

LUCAS INÁCIO

VINCENT SESERING

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Quer aparecer com a galera aqui na seção Instagram? Mande a sua foto pra gente por inbox: facebook.com/revistaits

REDES SOCIAIS

Carta do leitor:

EEB Nossa Senhora Angelina

EEB Conselheiro Astrogildo Odon Aguiar Barra Vel ha

Rosa EEB Solon

Somos alunos do Ceja Blumenau, gostaríamos de agradecer pela oportunidade que nos deram para participar da 3ª edição da revista its de 2017. Nossa sala possui pessoas de diversas gerações com ideias e perspectivas diferentes. Essa diversidade requer respeito e empatia para que as diferenças gerem conhecimento e maior interação, favorecendo as trocas de experiências. Sendo assim, sugerimos incluir na pauta uma reportagem sobre o retorno de jovens e adultos aos estudos, porque cada um possui um motivo que nos levou a interromper nossos estudos. Explorar esses motivos, seria relevante para seus jovens leitores valorizem as oportunidades de hoje. Atenciosamente, Os alunos de português do Centro Educacional de Jovens e Adultos, de Blumenau. Resposta da redação: Aos alunos do Ceja Blumenau, nós é quem agradecemos a parceria e por analisarem a its também como conteúdo pedagógico. Em relação a sugestão apresentada, vamos deixá-la guardada para oportunidade futura. EEB Dom Fe licio Cesa Cunha Vasc oncelos r da Irani

Curitibanos

ado usta Mach cinda Aug ra G ra o ss EEB Profe Imbituba

EEB Pedro Gonçalves Monte Ca Ribeiro st elo

EEB Otília Mül ler Ch apadão do La

geado

el Cruz EEB Manouim

arvalho berto de C EEB Felis

São Joaq

Palmitos

Sobre fama: Nada mais a declarar, né, Vitória? A gente também não tem nenhuma dúvida sobre isso.

Quando a sorte bate uma vez na sua porta... Poxa, Wesley, a gente tem essa mania de chegar chegando, como já diria Ludmilla. Mas vale o seu print aqui na nossa revista?!

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Mas não seja por isso, Amanda. Se isso era um desafio, ele acabou de ser resolvido.

@revista_its

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CULTURA POP

CADÊ AS MULHERES

na Billboard?

Olha só a listagem divulgada no mês de abril pela Billboard:

1. “Shape of You,” Ed Sheeran 2. “That’s What I Like,” Bruno Mars

3. “Humble.,” Kendrick Lamar 4. “Sign of the Times,” Harry Styles 5. “Something Just Like This,” The Chainsmokers & Coldplay

Depois de 33 anos, nenhuma mulher ficou entre os dez primeiros colocados do Hot 100 Billboard Onde esconderam os hits das divas do pop que não ficaram entre as dez colocadas no Hot 10 da Billboard, gente? Desde 1984 as mulheres estão entre os nomes mais bem colocados, mas parece que esse jogo virou. No topo da lista, menino Ed Sheran desbanca qualquer um com “Shape of you”. Se bem que Selena Gomez ficou bem encostada nos destaques conquistando a 11ª posição com “It ain’t me”. Mas com boa colocação ou não, as mulheres continuam com força e ganhando cada vez mais espaço. Seguida de Selena, Julia Michaels, AnneMarie e Alessia Cara ocupam boas colocações. 8 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

6. “iSpy,” KYLE feat. Lil Yachty 7. “Mask Off,” Future 8. “XO TOUR Llif3,” Lil Uzi Vert 9. “Body Like a Back Road,” Sam Hunt 10. “Paris,” The Chainsmokers


RESPIRA, NÃO PIRA E ESCUTA ALOK Parece que o DJ sensação do momento não para mais de lançar hit. Pelo menos é o que tudo indica com a nova parceria com o cantor americano IRO! A música “Love is a temple”. Haja coração, amigo!

XOXO, Gossip Girl

Os queridinhos do Upper West Side, Ed Westwick e Leighton Meester, nossos eternos Chuck Bass e Blair Waldorf, parecem não entrar na onda de um revival de Gossip Girl. Em entrevista a uma rádio americana, Ed comentou que não fez coisas suficientes desde o fim da série para se sentir confortável para revisitar a história. Leighton apelou para a idade “Eu comecei ‘Gossip Girl’ há 10 anos, quando eu tinha 20, e hoje eu tenho 30. Eu amei fazer, mas agora estou fazendo outras coisas que eu amo”, disse a atriz. #choracoleguinhas

TOMBEI Ao que tudo indica, os meninos do BTS, grupo de K-pop, também estão avançando para territórios americanos. Registrados ao lado do produtor Steve Aoki! numa foto divulgada nas redes sociais, já ligou o alerta dos fãs: será que vem parceria por aí? Aguardemos os próximos capítulos.

#VEMJOHN Prepara os lenços - e o bolso - porque o menino John Mayer desembarca no Brasil em breve. A tour “The Search For Everything” rola em outubro, ainda dá tempo de economizar e aproveitar a época de meia-entrada.

E O MUNDO DÁ VOLTAS… Alô, produção? Katy Perry versão 2017 poderia facilmente substituir a Miley Cyrus de 2013 ou estamos enganados?

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WI-FI Por Lucas Inácio

O ÚLTIMO DOS BLACKBERRYS

No fim de abril foi lançado o último celular BlackBerry do mercado – ou pelo menos é isso que a fabricante diz. O BlackBerry KeyOne será a despedida do aparelho com a marca que foi uma das mais populares dos anos 2000, o que bate até um pouco de saudades para os mais velhos que muito usaram o teclado analógico. Ele vem com sistema Android, 3GB de memória RAM, duas câmeras de 8 e 12MP e preço de US$549 (aproximadamente R$1,7 mil), além do teclado tradicional já citado. Um celular comum com preço alto e que aposta na nostalgia para ganhar uma graninha.

MARAVILHAS DA

TECNOLOGIA Fique ligado nas dicas da equipe its

REALIDADE VIRTUAL PARA O POVO

Ok, não é tão popular como o título sugere, mas de fato a Acer anunciou o lançamento de um equipamento de realidade virtual com preço mais acessível ao público. O Acer Mixed Reality terá preço estimado de U$300 e conta com um desenho mais discreto que os óculos de realidade virtual lançados até o momento. Ainda não se sabe quando o aparelho vai começar a ser comercializado, mas isso indica que estamos próximos da popularização da tecnologia VR, deixando os gamers fissurados pela novidade.

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REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


AJUDINHA NO MORRO Para quem curte fazer trilha de bicicleta, é comum aquele trecho para profissionais em que a galera não consegue subir ou, quando sobe, é carregando a magrela no braço. Mas uma tecnologia já está ganhando adeptos entre os praticantes do mountain bike: a bicicleta elétrica. Movida por um motor elétrico que dá uma forcinha naqueles trechos mais difíceis, os modelos avançados recarregam durante as pedaladas da prova e não precisam necessariamente de tomada. O equipamento tem seus haters, mas está se tornando cada vez mais popular nos EUA e pode ser encontrada no mercado brasileiro, inclusive. O preço é meio salgado (a partir de R$ 4 mil), mas pode ser um estímulo para elevar seu nível.

FUTEBOL TOUCH SCREEN O Campeonato Brasileiro começou e agora os viciados em futebol devem estar empolgados, por isso fica a dica para bater aquela bolinha no seu celular com o Dream League Soccer 2017. O jogo tem toda parte de contratações e gerência dos times e de estádio, mas o legal mesmo é ir para campo e desafiar a galera online. O gráfico lembra o de alguns jogos clássicos de futebol e tem recursos semelhantes aos jogos de PS2. Fica a dica para quem não aguenta esperar os fins de semana para ver seu time jogar.

PARA OS FÃS DE NOIR Difícil ver uma foto feia em preto e branco, mas na hora de clicar a gente sabe que não é tão fácil assim fazer uma. Por isso, um aplicativo de fotos chamado Hypocam pode ajudar a fazer aquelas fotos mara com o uso de luz e sombra. O app só tem uma opção de filtro: P&B, mas ele tem várias outras opções para mexer na composição das fotos, como contraste, exposição, brilho e medição de iluminação. Além disso, para quem quer aprender a compor fotos desse tipo, o Hypocam apresenta dicas bem legais e ensina como fazer, aí você não vai precisar ficar só babando nas fotos dos outros.

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LIÇÃO DE CASA Por Lucas Inácio

ENEM 2017 Fique por dentro das mudanças no sistema de provas para este ano

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No início de abril, o Ministério da Educação publicou o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com mudanças significativas no sistema de provas. Não nos cabe avaliar aqui se foram boas ou ruins, mas o fato é que o Enem mudou e ainda traz dúvidas à cabeça de muitos alunos que farão a prova. Por isso, vamos esclarecer o que será diferente em 2017. A mudança mais significativa é nos dias da prova, que será realizada em dois domingos, ou seja, não mais em dias consecutivos,

como era desde 2009. Neste ano está marcado para 5 e 12 de novembro, e a diferença entre o primeiro e o segundo dia de prova passa a ser de uma semana, em vez de 24 horas. As disciplinas de cada dia também foram alteradas. O primeiro domingo, dia 5 de novembro, terá Linguagens, Ciências Humanas e Redação, com 5h30 de duração. Já no segundo domingo, 12 de novembro, serão aplicadas as provas de Matemática e Ciências da Natureza, com 4h30 de duração.


Os cadernos de prova não serão mais por cores e passam a ter o nome do aluno e seu número de inscrição na capa. A taxa de inscrição teve um reajuste e passou de R$ 68 para R$ 82, aumento de 17%, enquanto a inflação foi de 6,29%. Além disso, também houve mudanças nas isenções, e agora os solicitantes têm que apresentar mais documentos para comprovar sua renda. Caso o beneficiário não compareça a um dos dias de prova sem apresentar justificativa, perde a gratuidade na próxima prova. Estudantes do 3º ano de escolas públicas continuam isentos. Para as escolas, o Enem também mudou. Agora as notas não serão mais divulgadas por escolas, diferente do que era realizado antes. Sendo assim, o exame deixa de ter seu caráter avaliador das instituições de ensino. Além disso, o Enem deixa de ser uma alternativa para os adultos que não têm ensino médio completo conquistarem o diploma. Antes, a nota da prova poderia ser usada para tirar o certificado.

Principais mudanças para o Enem 2017 • Provas realizadas em dois domingos consecutivos: 5 e 12 de novembro; • Primeiro domingo terá Linguagens, Ciências Humanas e Redação (duração de 5h30). No segundo domingo, Matemática e Ciências da Natureza (duração de 4h30 de prova); • Os cadernos de prova serão personalizados, com nome e número de inscrição tanto na capa quanto no cartão de respostas; • Não serão mais divulgados os resultados e dados do Enem por escola; • Alunos isentos do pagamento da inscrição que não comparecerem à prova sem justificativa perdem direito ao benefício no ano seguinte; • Enem não vale mais como certificado do ensino médio.

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ESCOLA ABERTA

Notícias das

Escolas ATITUDES DO BEM O polêmico jogo Baleia Azul que “viralizou” nas últimas semanas, serviu de tema para discussões e ações em diferentes escolas catarinenses. Alunos do ensino médio da EEB Santa Cruz, em Canoinhas, criaram jogos na disciplina de Sociologia. Após o trabalho de reflexão em sala de aula sobre a depressão na adolescência e os fatores sociais que a fomentam, além da conscientização dos jovens suscetíveis ao cybercrime, os alunos criaram desafios que estimulam a vontade de viver, de estar bem, fazendo com que adolescentes depressivos visualizem possibilidades de uma nova oportunidade de vitória em cada luta diária enfrentada. Bandeira Branca, Baleia do Bem e 5 motivos para gostar de viver estão entre os vídeos e jogos com versões do desafio do bem, mostrando a todos o quanto a vida é importante. O objetivo dos jogos foi conscientizar as pessoas e mostrar que todos podem ser felizes com atitudes muito simples no dia a dia. Os vídeos produzidos pelos alunos estão disponíveis YouTube Educação SC. Passa lá para ver!

VALORIZAÇÃO A VIDA Já a EEB Estanislau Schumann, em Bela Vista do Toldo, criou o Desafio de Valorização a Vida. Em sala de aula foram repassados aos estudantes diversas informações sobre o jogo Baleia Azul com debate, esclarecimentos, vídeos e conscientização. Em contraponto, a escola lançou desafios que realmente façam a diferença nos alunos, possibilitando valorizar o que eles têm de bom em suas vidas. Entre os desafios estão escrever em alguma parte do corpo frases positivas sobre a sua personalidade, escrever frases positivas e de qualidades dos seus amigos, tirar foto com as pessoas que convivem e amam, pedidos de desculpas a alguém que possa ter ofendido ou magoado e participação no abraço coletivo na escola. E a sua escola, o que tem feito?

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REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Por Edinéia Rauta edineiarauta@sed.sc.gov.br

FICA A DICA! Mais de 200 alunos do Ensino Médio da EEB Almirante Barroso, em Canoinhas, participaram de um dia especial, conciliando ensino teórico e prático. As aulas foram na sede da Universidade do Contestado (UnC), Campus Canoinhas, onde os alunos participaram de trilha ecológica, slack line, jogos de voleibol e futebol, disputas de xadrez gigante, rally a pé de regularidade, circuitos, brincadeiras instrutivas de torta na cara e karaokê. As atividades foram trabalhadas abordando temas das disciplinas de Biologia, Educação Física, Geografia, Língua Portuguesa, Química, Física e Xadrez, com apoio dos professores de Orientação de Convivência e das disciplinas regulares, além da equipe administrativa. A ideia é realizar outras atividades, como essa no decorrer do ano letivo, promovendo assim um novo formato pedagógico, com a promoção de integração, socialização e novos aprendizados, formando o aluno com uma nova visão sobre o mundo que está inserido. Fica a dica!


NUTRINDO CANÇÕES Você já escreveu paródia? Que tal criar uma e participar do concurso Nutrindo Canções? As inscrições estão abertas até 30 de junho para estudantes do quinto ao nono ano do ensino fundamental e podem ser feitas individualmente ou em duplas na secretaria da sua escola. A competição incentiva os estudantes a desenvolverem bons hábitos alimentares e ainda exercitarem a criatividade. O concurso é promovido pelas empresas Nutriplus e Risotolândia em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SED) de Santa Catarina e irá premiar 37 alunos da rede estadual de ensino com um headphone supra auricular sem fio com tocador de MP3 cada. Corre lá participar!

DIA DO ÍNDIO

CAMPEÃO DE XADREZ

Recebido sob aplausos e aclamado pelos colegas e pela população fraiburguense. Assim foi a chegada do aluno Eduardo Antunes Perosa, 12, na EEB São José, de Fraiburgo, que organizou uma carreata percorrendo as ruas centrais da cidade. O motivo das comemorações foi a conquista nacional do Campeonato de Xadrez no Festival Nacional da Criança (Fenac), em Brasília. Parabéns pela linda conquista, Eduardo!

ESCOLA CIDADÃ A EEB Anita Brasileira, de Videira, ganhou o título de escola cidadã após vencer o concurso nacional de desenho e redação, desenvolvido pelo Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União. A aluna do 9º ano, Sabrina Zanon, é a autora da redação Aprendendo com os Erros, a grande campeã. Competindo com mais de 400 mil alunos e 7 mil professores, em cerca de 2 mil escolas de todo o país, a aluna brilhou ao trabalhar o tema Um por todos e todos por um! Pela ética e cidadania. Além do certificado de participação, a escola foi presenteada com um notebook e a aluna com um tablet. Parabéns pela conquista!

Você sabia que em Santa Catarina existem três etnias índígenas? A Guarani, Kaingang e Xokleng/Laklanõ. O Dia do Índio, 19 de abril, foi de festa, mas não apenas nas escolas indígenas. Em Chapecó, na EIEF Fen Nó, da aldeia Toldo Chimbangue, a programação contou com apresentações culturais, dança, canto, artesanato e mostras pedagógicas de atividades. A EIEF SapeTyko, da Aldeia Condá, também teve atividades especiais. A Escola Indígena Cacique Pirã Aldeia Indígena Toldo Pinhal, de Seara, realizou a manifestação cultural Saberes e Sabores, na qual outras escolas são convidadas para conhecer suas danças, músicas, pinturas corporais, rituais e comidas típicas. Os alunos da EI Cacique Pirã apresentam a língua Kaingang, as danças indígenas, os clãs kamé e kairú, e os pratos típicos, como o bolo de milho ralado, o fuá (planta cozida e temperada), o ?m? (bolo assado na brasa), tatu, quati, rã e varana (planta refogada). Enquanto os alunos das escolas Marcolino Pedroso, de Arabuta, apresentaram danças alemãs, músicas, o idioma e a tradicional

cuca. Os estudantes da escola Prof. Luiz Sanches Bezerra da Trindade, de Xavantina, apresentaram um pouco da história da cidade e dos imigrantes italianos com seus pratos típicos, como a polenta e o salame. Na Grande Florianópolis também foi celebrada a data com direito a caracterização e muita diversão pelos alunos da EEB Julio da Costa Neves.

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ITS RETRÔ

its

retrÔ

LANHOUSE Edição 02

Meus amigos, nesses mais de 12 anos de Revista its, muito assunto já foi publicado! E como diz o ditado: recordar é viver, não é mesmo?!

2005

Quem nunca pagou uma hora na lanhouse, porque a internet em casa era discada e só podia usar no fim de semana, não sabe o que é contar moedas e ficar de olho no relógio para a hora passar devagar, já que o computador travava quando o tempo esgotava…

ORKUT DA ITS Edição 23

2006

Vai dizer que você nunca lembrou do crush cantando Sorriso Maroto? Então, você não sabe o que é sofrer por um amor platônico, daqueles que só um lado está apaixonado. Esses meninos embalaram muitas noites de choro (e, se duvidar, ainda embalam)... ai, ai.

RBD Edição 89

2012

A versão brasileira do RBD fez tanto sucesso que saiu das telinhas e rodou o Brasil com shows. Joinville, claro, não ficou de fora dessa e lotou o Centreventos Cau Hansen. Saudades, migos?

SIMPLESMENTE BIZARRO Edição 71

2011

O que dizer dessas coisas bizarras que não conhecemos e nem queremos conhecer, obrigada. Quer dizer, encontrar uma pérola na ostra a gente gostaria mesmo…

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REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


JOGO de perguntas e respostas IF NAL NOofissões r p e b e f UP - uniM SETEMBRO E INFORMAÇÕES

valendo uma bolsa de estudos INTEGRAL PARA O VENCEDOR ENTRE TODAS AS ESCOLAS PARTICIPANTES

unifebe.edu.br/site/quiz eventos@unifebe.edu.br 47 3211-7242

e vale-livro no valor de R$ 2 mil para as escolas vencedoras


PUBLIEDITORIAL

Quero tirar a minha primeira habilitação:

O QUE EU FAÇO?

Além da tão sonhada maioridade, o sonho de chegar logo aos 18 anos vem acompanhado do desejo motorizado: a primeira habilitação. Pensando em ajudar você a como saber o que fazer esse momento de euforia e desespero, com todo o processo burocrático, nós vamos dar aquela forcinha para desmistificar e mostrar que nem é tão complicado assim. Dá uma olhada em como funciona para você chegar e mandar bem:

É preciso ter idade! A gente sabe que você mal vive os 17 anos projetando a tão esperada virada da idade, mas calma. Aproveite cada fase e, aos 18, está liberado para ter a habilitação… desde que você também seja alfabetizado.

Agende seu horário Logo depois de escolher a autoescola para tirar a habilitação e acertar todos os valores, você precisa ir até o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para retirar as taxas e saber das documentações necessárias e, logo após a inscrição feita, será necessário fazer exames obrigatórios. 18

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É hora de examinar Para passar para a etapa das aulas na autoescola, você precisa fazer dois exames que o Detran exige: o psicotécnico ou psicológico e o exame médico. Enquanto um avalia as condições mentais e detecta se o candidato tem algum distúrbio que o impossibilite de dirigir; o outro avalia as condições físicas. São exames rápidos que podem ser feitos no mesmo dia, mas para ter validade, é preciso ser aprovado nos dois.

Que comecem os jogos O sonho da primeira habilitação começa aqui, propriamente dito. Este é o momento em que toda a documentação e taxas já foram feitas, exames entregues e agora é hora de estudar sobre noções básicas no trânsito, direção defensiva e noções de primeiros socorros, divididas em 45 horas exigidas pelo Detran. Ao final das aulas, a autoescola agenda no Departamento Estadual de Trânsito a prova teórica, uma avaliação individual feita para que você possa fazer as aulas práticas. Para ser aprovado, o candidato precisa acertar, no mínimo, 70% das questões. O resultado é divulgado no site do Detran e você precisa se direcionar até a autoescola para agendar as aulas práticas.

É hora do show Ufa! Parece que agora falta pouco para dar aquele rolêzinho, não é mesmo? Mas enquanto ainda está no processo de habilitação, aproveite as 25 horas/aula para aprender na prática as sinalizações de trânsito, funcionamento do veículo, as funções básicas do carro e aquela temida baliza. Ah, vale lembrar que desse tempo de hora/aula destinado, cinco são cumpridas em simuladores.

Na provação Para encerrar todas as etapas que o trouxe até aqui, é preciso passar pela prova prática. Agendada também pela própria autoescola, a prova prática é feita com um profissional do Detran que avalia baliza, sinalizações e todo o percurso realizado ao longo do teste. Não é nada além do que você aprendeu com instrutor durante as aulas práticas e por isso não é preciso deixar o nervosismo tomar conta. E, claro, caso reprove, é possível reagendar uma nova prova.

The end A primeira habilitação tem validade de um ano e o condutor não pode cometer infrações. Logo depois desse tempo, é preciso se encaminhar ao Detran para fazer a definitiva.

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DIÁRIO DE BORDO

EEB LETÍCIA POSSAMAI | POUSO REDONDO #RUMOAOTERCEIRÃO

Quando a gente é criança, as coisas são tão mais fáceis... Tem sempre alguém decidindo pela gente e nos dizendo o que fazer e que caminho seguir. Pai e mãe preocupados se estamos nos alimentando, tirando boas notas na escola, cuidando do nosso bem-estar. Entramos no ensino médio e aí vem aquela longa jornada a percorrer. Durante muito tempo não nos preocupamos com decisões a tomar. Afinal, ano após ano, continuaremos ali e nossas preocupações são a de manter um bom rendimento escolar. Mas, de repente ouvimos aquela velha pergunta ecoar: o que você quer ser quando crescer? Alguns de nós já se sentem atraídos, como que vocacionados a algumas profissões e respondem rapidamente o que querem ser, entretanto, e quando a decisão não surge tão claramente, o que devemos fazer? Nós, os alunos da segunda série do ensino mé-

dio da EEB Letícia Possamai, de Pouso Redondo, Distrito de Aterrado, já estamos nos preparando e pensando em nossos futuros em que podemos ser, temos bons exemplos já na sala em que pais de vários alunos já são empreendedores e tem seus próprios negócios. Nossa regente, professora Keila Raquel de Souza, organiza um projeto que teremos a oportunidade de conversar com vários profissionais de diversas áreas que demonstramos maior interesse, como por exemplo: veterinária, agronomia, medicina, engenharia, odonto, entre outras. Neste dia teremos a oportunidade de tirar nossas dúvidas sobre a profissão, mercado de trabalho, vantagens e desvantagens que cada profissão apresenta. Ainda este mês teremos uma palestra sobre empreendedorismo oferecida pelo SENAC para entendermos melhor como funciona esse meio administrativo que muitos de nós têm interesse. Acreditamos que isso será de grande valia para tomarmos muitas decisões.

“Embora minha mãe tem o seu próprio negócio, eu não gostaria de seguir esse meio e sim criar meu próprio empreendimento. A princípio eu estava pensando em seguir odontologia e ter um consultório em uma cidade maior para crescer ainda mais, após me estabilizar nisso, criaria uma ONG para tirar e cuidar dos animais de rua “, Willian Alexandre, 17. “ Sempre estudei nessa escola, é como uma família para mim. Eu penso em seguir como pedagoga, pois adoro crianças e sempre quis trabalhar com isso “ Djulieli Freitas, 16.

20 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

“Eu adoro cachorros, tenho uma boxer e uma Fox Paulistinha. Pretendo seguir em medicina veterinária, em Lages, e abrir um consultório em uma metrópole”, Vitoria Pandini, 17. “Após terminar o terceiro ano eu penso em fazer faculdade, porém ainda não decidi que caminho quero seguir. Pensei em engenharia da computação, gastronomia, arquitetura ou até mesmo astronomia, ainda estou pesquisando aqui sobre a remuneração. Porém, jamais pararei de estudar“ Ana Paula, 17.


EEB PROFESSORA ANAIR MARGARIDA VOLTOLINI | POUSO REDONDO Sentimo-nos vitoriosos por ter chego até aqui. É engraçado agora lembrar de quando éramos crianças e não conhecíamos nada e nossos professores sabiamente nos ensinaram quase tudo a vida a outra parte. Eles nos alertaram e preparam-nos para esse novo mundo que estamos prestes a conhecer. Agora é a reta final de mais uma fase de nossas vidas, olhamos para todos os esforços feitos e conquistas obtidas até aqui e começamos a planejar um futuro. A felicidade é imensa de saber que nossos esforços começarão a dar resultados. Cada um vai para um pegar seu caminho fazer do seu sonho de criança realidade. Futuros médicos, artistas, professores... Seja lá qual for nossa escolha, agora estamos indo atrás do sucesso. É hora de sonhar alto e tirar os planos do papel. A Saudade vai ficar, de cada amigo, profes-

sor da família que construímos aqui, mas sabemos que lá fora os nossos sonhos nos esperam. É o fim de algo bom, uma etapa de conhecimento e amadurecimento e o início de algo muito melhor.

Eeb Arno Sieverdt | Pouso Redondo Nesta edição, os alunos do terceirão da EEB Arno Sieverdt enviaram para a gente o que cada um pensa ou pretende fazer assim que sair do ensino médio. Confere só: “Pretendo fazer uma faculdade. Construir meu futuro é um passo muito grande e importante”, Franciane Moitr. “Pretendo chegar ao final do ano e conseguir me formar para partir para algum curso profissionalizante em alguma faculdade”, Lucas Moraes da Silva. “Pretendo me formar, cursar engenharia mecânica e com isso ter um futuro melhor”, Bruno Tiago Costa. “As minhas expectativas para este ano é passar na escola e me firmar no trabalho, para que no ano que vem possa fazer a minha habilitação e comprar ou uma moto ou um carro”, Jonata Kisner. “É preciso agarrar as oportunidades, fazer o Enem, entrar em uma faculdade e ter o reconhecimento de ter sido uma boa aluna”, Kátia Machado.

“No próximo ano quero estar numa faculdade de enfermagem. Quero ser uma ótima enfermeira, poder ajudar e cuidar de muitas pessoas”, Dayane Szczskowski. “Tenho muito caminho ainda. Talvez uma faculdade, me dedicar a alcançar meus sonhos. Terminar o ensino médio é fazer uma escolha: pelo o que vai lutar e pelo o que vai desistir”, Alessandra da Silva. “Pretendo fazer o Enem e prestar vestibular”, Taylor Gomes.

VOCÊ QUER VER A SUA ESCOLA AQUI NO DIÁRIO DE BORDO? Calma que é bem fácil: basta você contar a história da sua turma e nos mandar junto fotos para que possamos publicar! Você só precisa enviar para a Renata (renata.bomfim@portalits.com.br) ou para a Jéssica (jessica.stierle@portalits.com.br)

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CAPA Por Lucas Inรกcio

OS RECORTES DE

sobre bullying, resp

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Fotos: Marcos Campos

UM MUNDO SÓ

eito e tolerância

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podem ser motivo para inferiorizar um colega. No caso da aluna Gabriela de Lima, foi a religião. “Eu sou da igreja, e durante muito tempo tive que esconder isso, porque as pessoas faziam piadas ou falavam ‘não fica com ela porque ela é crente’. Só que quando me conheceram, viram que era outra mentalidade, não sou mais ‘a guria da igreja que não faz nada’, agora tá bem de boa.” A Gabriela é uma dos 46% estudantes brasileiros entre 13 e 17 anos que dizem sofrer bullying, índice apontado por uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, com 109 mil alunos de todo o país. Ela também é uma dos 2,5% que sofrem com ofensas dos colegas com base na religião. As outras causas apontadas são a aparência do corpo (18,6%), aparência do rosto (16,2%), a cor ou etnia (6,8%), a orientação sexual (2,9%) e a região de origem (1,7%). Porém, esses números podem ser bem maiores, já que 51,3% daqueles que admitiram cometer bullying não souberam dizer o porquê.

Uma roda de alunos com uma turma de primeiro ano na maior escola estadual de Santa Catarina. Esse foi o ambiente que escolhemos para falar sobre um tema importante e sempre atual entre a galera, mas que está ainda mais em alta desde abril, com o lançamento da polêmica série da Netflix 13 Reasons Why e, dias depois, com o “jogo da Baleia Azul”. Porém nossa intenção não é tratar sobre a série ou o jogo, mas sobre o grande tema que envolve ambos: o bullying. “O bullying é como uma panela de pressão, às vezes você não sabe de onde iniciou o fogo, mas sabe que tem algo fervendo e aquilo vai ficando tão quente que está prestes a explodir e, quando explode, você vê que aquilo acaba prejudicando todos que estão em volta”, falou Felipe Amendola. Ele foi um dos cerca de 30 alunos da turma 114 do Instituto Estadual de Educação (IEE) que participaram da dinâmica. De fato, esse fogo pode começar em qualquer lugar. Um que fala diferente, um que é mais tímido, um gordo, gostos musicais e até a estampa do caderno

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Fotos: Marcos Campos

Esses dados mostram o não questionamento por parte dos agressores e agressoras que não sabem o porquê fazem ou tratam tudo apenas como uma brincadeira. Essa atitude também se perpetua com a conivência de outros colegas que participam com risadas ou não falando. “Brincadeira é quando as duas partes se divertem, mas quando só uma está se divertindo é a hora para perceber que alguma coisa está errada. Então, esses outros que assistem a uma brincadeira e que acham que ela pode ser divertida também precisam se perguntar: ‘quem está recebendo também está gostando?’ É aí que poderíamos ter uma reação do coletivo para auxiliar a pessoa agredida”, explica a psicóloga, pedagoga e orientadora educacional Tahiana Brittes. Um caso que retrata a importância dessa percepção foi o do aluno do IEE Pedro Henrique da Silva. “No meu antigo colégio, a gente tinha um grupo de amigos e um deles era gay. Quando alguém de fora vinha falar dele, nós o defendíamos, mas nós zoávamos ele entre a gente. Demorou um tempo até percebermos que ele também se sentia ofendido quando nós do grupo falávamos, então paramos.” Infelizmente, nem todos têm a percepção que tiveram Pedro Henrique e seus amigos. Muitos casos de ofensas viram constantes, principalmente quando a vítima não consegue reagir ou pedir ajuda. Essa repetição pode levar a um agravamento do quadro de bullying. “Muitos adolescentes chegam no consultório se perguntando o que fazer. ’Eu não consigo falar, eu não consigo ter amigos. O que eu faço? Por que todo mundo é assim comigo?’”, contou Brittes.

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A AJUDA ESTÁ EM TODA PARTE

Não é apenas em Florianópolis que esses casos acontecem, eles estão espalhados por todo o estado. Além disso, o problema também vem de muito tempo, como conta a jornalista e escritora de Joinville Vanessa Bencz. “Fiquei incrédula de ver que as coisas ainda aconteciam como quando eu era adolescente, na época era chamado de ‘zoeira’, mas ninguém falava que tinha que combater, nós que tínhamos que aguentar, pois ‘você tem que aprender a ser forte’, como se a culpa fosse da vítima. Quando eu enxerguei com os olhos de adulta, fiquei perplexa de ver que estamos em 2017 e ainda tem gente que acha que não deve se intrometer.” Bencz desenvolve um trabalho voltado para o público adolescente desde 2012, já palestrou em mais de 400 escolas pelo Brasil e tem três publicações relacionadas ao tema, todos com financiamento coletivo. Começou com as palestras e culminou na história em quadrinhos A Menina Distraída (2014), baseada na própria história de ofensas que sofria na adolescência. Depois veio o livro de contos reais de estudantes Leia Quando Chegar em Casa (2016), contando algumas das várias histórias que conheceu. Por fim, mais uma HQ, dessa vez com um tema ainda mais delicado e importante quanto o bullying. Por Enquanto (2017), uma parceria com a desenhista Yasmin Moraes, fala sobre automutilação. O tema ainda é visto como tabu. Muitos adultos não gostam de tocar no assunto, mas é um problema de saúde pública que não pode ser ignorado. Uma pesquisa internacional da Associação Americana de Psiquiatria aponta que 20% dos adolescentes e adultos no mundo se cortam ou já se cortaram alguma vez na vida, mostrando que o problema é bem anterior ao jogo da Baleia Azul. “Nós, como sociedade, estamos falhando com os adolescentes. Quando eu vou nas escolas e pergunto se alguém conhece pessoas que se cortam, uns três quartos da turma levantam a mão, é muita gente. É a realidade que eu estou vendo há muitos anos”, conta Bencz. Em alguns casos, a depressão causada pelo bullying pode evoluir

Vanessa Bencz

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Bill Jonnathan

para um quadro ainda mais grave do que a automutilação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre as pessoas de 15 a 29 anos de idade no mundo, com cerca de 788 mil pessoas mortas em 2015. Um tema delicado e que deve ser tratado de forma madura por todos os envolvidos e com muita comunicação com adolescentes. “É uma dificuldade de colocar em palavras o que sofrem, o que não gostam, como querem ser tratados. Por isso a terapia é importante, mas a escola e as famílias também fazem parte desse espaço para fala. E não apenas de temas tão tabus como a morte e a violência, mas é fundamental que possam falar sobre suas coisas corriqueiras e do dia a dia, sobre quem eles são e o que acreditam da vida”, como conta a psicóloga Tahiana Brittes. Foi com essa participação dos pais que surgiu o projeto “O Vento nas Escolas”. Em 2009, João Paulo perdeu um amigo de ensino médio assassinado pelo ex-namorado de uma ficante. Seus pais, o ator e cantor Bill Jonnathan e a atriz Bárbara Guerra, foram à escola, pediram um espaço para conversar com os alunos e, desde então, não pararam mais. Atualmente eles moram em Timbó e usam um site e um canal no Youtube, além de uma estrutura móvel para suas apresentações que contam com teatro, rock e palestra, tudo junto e misturado em aproximadamente duas horas de espetáculo. De forma interativa, a família conta sua experiência. Jonnathan já foi usuário de drogas. Bárbara sofreu abuso na infância. Histórias que são tratadas de forma tragicômica – como diz o próprio ator – e ajudam o público infantil e adolescente a se abrir. “Problemas nós sempre vamos ter, a vida é superar problemas e se superar todos os dias. A questão é como nós suportamos isso: será que nós dividimos ou somatizamos isso? Somatizar é um grande engano, precisamos externar e compartilhar para que o outro possa nos ouvir e auxiliar.”

Bárbara Guerra


E o papel da escola? Assim como os pais, a escola também tem participação na prevenção ao bullying. As palestras da Vanessa Bencz e os shows do Bill Jonnathan são necessários, mas é no dia a dia que o combate se faz importante. A escola é o ambiente social diário do adolescente e, muitas vezes, onde o jovem consegue se expressar de forma mais genuína. “Não podemos perder de vista esse compromisso que a escola tem de socializar, de auxiliar crianças e jovens a lidar com as diferenças. É nesse espaço que tudo vem à tona e então é onde isso precisa ser falado e aceito”, comenta Tahiana Brittes. Um dos papéis da escola, nesse caso, é intermediar a relação com os pais e encaminhar pedidos de ajuda. Porém, mesmo sentindo-se mais seguros nesse ambiente, a relação nem

sempre é a ideal com coordenadores e professores, como conta Vitória Gonçalves, aluna da turma 114. “Eu estava abraçada com uma amiga minha no recreio e essa pessoa falou para eu ir para a direção, só que do meu lado estava um casal de amigos hétero se beijando e ela não fez nada. Eu fiquei chocada, pois não basta a sociedade te julgar ou sofrer bullying dos colegas, a gente sofre também de professores e coordenadores que era quem deveria apoiar quando isso acontece.” Nas várias palestras que já fez no estado, Vanessa Bencz também relata problemas com a postura de educadores que preferem negar o problema em vez de tentar resolvê-lo. “Tem muito professor que ainda me fala que ‘bullying não existe’ ou que ‘bullying fortale-

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ce caráter’. Ouvi de uma coordenadora uma vez: ‘olha Vanessa, a pessoa que sofre bullying ela escolheu sofrer’. Não! A culpa não é da vítima, é do agressor, ele tem que aprender valores como respeito e empatia”, conta a escritora. Como vimos, o problema não é de uma instituição e são problemas com os quais a escola também tem que saber lidar. Para atender esse e outros problemas relacionados, a rede de ensino de Santa Catarina conta com o Núcleo de Educação e Prevenção (Nepre), uma política pública presente em várias escolas do estado. A coordenadora do Nepre no Instituto Estadual de Educação, Jaqueline Santos Duarte, informa que o órgão conta com uma rede de parceiros interno e externo, intermediando conflitos dentro e fora da escola para garantir os direitos das crianças e adolescentes. De problemas de presença dos alunos até violências sexuais. No caso dos conflitos entre alunos e professores, a coordenadora coloca como algo que é trabalhado com os educadores. “Eu sempre coloco aos alunos que nós, profissionais da educação, não estamos aqui para personalizar nossas ações, e sim a questão ética do nosso trabalho. Existe uma legislação que trata dos direitos e deveres dos alunos e é importante que os professores tenham consciência disso. É uma das maiores dificuldades que temos por conta de sociedade conservadora e preconceituosa, e mesmo no ambiente escolar, que é onde temos que adquirir esse conhecimento, existem grandes resistências.” Assim como em todas as relações, os problemas existem, mas a escola ainda é um dos espaços com mais liberdade para os adolescentes, como conta Laura Ribeiro dos Santos, presidente do Grêmio e aluna da 114. “A gente tem dois ambientes: a casa e a escola. Em casa, muitos pais são conservadores e não deixam falar nada, porque é drama ou não te aceitam como você é. Comparar esse lugar com a escola, onde temos mais de 80 professores, plantão pedagógico e o Nepre... temos bastante espaço para falar.”

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CONVERSE COM ALGUÉM

A escola pode ser um ambiente opressor, mas também é um ambiente de segurança para muitos, afinal, é lá onde está aquele professor ou coordenador massa com quem a gente pode conversar. Além disso, a presença dos amigos nesse meio é fundamental, seja para pedir ajuda ou para ajudar, como no caso da aluna do IEE Alícia Silveira. “Eu me envolvo bastante com os amigos e consigo perceber pelo tom de voz que tem alguma coisa, e dos mais próximos, pelo olhar, também a gente percebe que tem alguma coisa que tá errada.” E é nessa percepção que construímos nossas relações

e nos sentimos cada vez mais pertencentes ao mundo. Então ajude alguém próximo, converse. Peça ajuda, ofereça ajuda. Afinal, como falou Vanessa Bencz, o mundo também é seu. “As pessoas dizem muito que a gente vive no mundo dos fortes, mas o que é ser forte? É agredir, é humilhar? A gente precisa urgentemente renovar a ideia do que é ser forte, para mim é ser sensível, é ouvir, se importar com as pessoas, ter coragem de pedir ajuda. Então vamos fazer uma reflexão, pois o mundo seu também é dos sensíveis, dos faladores, dos quietinhos, dos estranhos, dos gays, dos héteros, é de todo mundo.”

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VERDADES

sobre o bullying no Brasil*

46%

8%

35%

20%

dos alunos brasileiros entre 13 e 17 anos já sofreram bullying.

A cada turma de 25 alunos, 2 (8%) se sentem humilhados com frequência.

dos alunos admitiam sofrer bullying em 2012. Esse número subiu para 46% em 2015.

A cada turma de 25 alunos, 5 (20%) admitem praticar bullying

51%

18,6%

16,2%

6,8%

Mais da metade dos estudantes (51%) que praticam bullying não sabem porque o fazem.

dos que admitiram são por causa da aparência do corpo

dos que admitiram são por causa da aparência do rosto.

2,9% 2,5% 1,7% dos que admitiram são por causa da orientação sexual.

dos que admitiram são por causa da religião.

dos que admitiram são por causa da região de origem.

25%

1 a cada 4 meninos participa (comete ou sofre) de casos de bullying

dos que admitiram são por causa da cor/etnia.

16%

1 a cada 6 meninas participa (comete ou sofre) de casos de bullying.

* Dados do IBGE de 2015 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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PROFESSOR DO MÊS

Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

Por Jéssica Stierle e Renata Bomfim

VIOLÊNCIA VIRA ASSUNTO PARA TRABALHO ESCOLAR Professor de Caçador promove estudo entre violência e pessoas que viveram a 2ª Guerra Mundial

QUEM É ELE NOME COMPLETO: Cassiano Rocha de Lara Picolotto IDADE: 30 anos CIDADE DE NASCIMENTO: Caçador ESPECIALIZAÇÃO: Práticas Pedagógicas Interdisciplinares em Tecnologias da Educação MATÉRIA EM SALA DE AULA: Língua Portuguesa e Literatura

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Encantado pela educação e por ver nela a saída para mudar o mundo, Cassiano Rocha de Lara Picolotto, professor de Língua Portuguesa e Literatura na EEB Dom Orlando Dotti, de Caçador, tem a convicção de que não foi ele quem escolheu a profissão: ela o escolheu. Tendo a produção textual como conteúdo que destaca em sala de aula, o professor acredita que é a partir dela que faz com que saia da posição de professor-avaliador para um leitor. “Quando se aprende com interesse e com prazer, a aprendizagem e a produção se tornam mais significativas”, destaca. E foi por meio da escrita que Cassiano levou para dentro da sala de aula o desafio dos alunos estudarem sobre a violência com os estudos da 2ª Guerra Mundial. “A ideia para desenvolver tal projeto surgiu a partir de uma conversa informal com os alunos sobre um senhor que sobreviveu aos bombardeios da 2º guerra mundial, o que resultou em uma viagem para conhecê-lo. O objetivo da entrevista era que a história contada por ele servisse de inspiração para dar início as nossas produções textuais visando as Olimpíadas de Língua Portuguesa”, relembra o professor. E para saber mais sobre esse projeto, acompanhe a nossa entrevista:


SOBRE SUA CARREIRA Revista its: QUANDO VOCÊ ESTAVA NA ESCOLA, O QUE MAIS TE CHAMAVA ATENÇÃO? PENSAVA EM SER PROFESSOR? Professor Cassiano: Uma das coisas que mais me chamava atenção era a biblioteca. Tinha internet? Não. As pesquisas e trabalhos eram feitos na raça. Sempre achei que tal lugar era imprescindível para a educação. Adorava o cheiro dos livros. Sempre que entro em uma biblioteca lembro-me daquela época. Nunca pensei em ser professor, acredito que a profissão me escolheu.

Revista its: POR QUAL RAZÃO ESCOLHEU LECIONAR? Professor Cassiano: Escolhi lecionar por ser a profissão mais gratificante e encantadora que há. É um privilégio, uma missão. É fazer com que cada educando cresça como cidadão, mas acima de tudo um ser humano melhor. É ter a certeza que cada momento, cada detalhe daquela aula preparada, cada correção, tudo valeu a pena. Ser professor é ensinar, educar e acima de tudo aprender.

Revista its: QUAL O PAPEL DA ESCOLA NA BUSCA PELA VALORIZAÇÃO DA NÃO VIOLÊNCIA? Professor Cassiano: As notícias sobre a violência em ambiente escolar, infelizmente, nos dias de hoje, não são mais relatadas como fatos raros. É indispensável e urgente que a Educação pela Paz seja promovida coletivamente e de forma ampla nas escolas não apenas em sala de aula, mas estendendo-se para toda a comunidade. Pois, as agressões físicas, verbais ou psicológicas, como o bullying, afetam diretamente o processo da formação integral e podem deixar danos irreparáveis às vítimas.

Revista its: DE QUE FORMA A INSTITUIÇÃO ESCOLAR PODE TRABALHAR TEMAS VOLTADOS AO ASSUNTO DA VIOLÊNCIA SEM PARECER BANAL AO ADOLESCENTE? Professor Cassiano: A escola deve promover diálogos e mobilizações para a tomada de consciência sobre as questões relacionadas à violência no âmbito escolar, estabelecendo estratégias visando a prevenção de conflitos, para que ocorra a mudança daquilo que não está fazendo bem para a comunidade escolar.

Revista its: COMO VOCÊ TRABALHA ESSE ASSUNTO COM O CUNHO PEDAGÓGICO? Professor Cassiano: Nesse projeto sobre a

Revista its: ALÉM DA CONVERSA, HOUVE OUTRO TIPO DE INICIATIVA? Professor Cassiano: Sim, utilizamos

violência ouvimos um relato repleto de detalhes sobre a 2ª guerra mundial e os horrores causados pela guerra e pela violência, o qual representou um convite irrecusável à reflexão para analisar ainda mais sobre o contexto social e político atual da escola e da sociedade. A etapa seguinte foi a produção textual de diversos gêneros, entre eles memórias literárias e artigos de opinião, os quais levaram os alunos a escreverem ao mesmo tempo que refletiam sobre suas ações a respeito do tema.

o relato e as experiências para participar da Olimpíada de Língua Portuguesa com a produção textual de diversos gêneros, entre eles memórias literárias e artigos de opinião. Participamos ainda de um movimento chamado Caminhada da Paz, no município de Frei Rogério, feita pelo marco do lançamento da bomba atômica em Nagasaki, há 71 anos. A Caminhada contou com a participação de sobreviventes da bomba atômica, descendentes, autoridades locais, escolas municipais e estaduais da comunidade e a nossa escola. Os alunos da EEB Dom Orlando Dotti deixaram também suas marcas no Parque Nacional da Paz, através do plantio de uma cerejeira, ao seu lado foi fixada uma placa que leva a mensagem de que cada um pode mudar o mundo a partir de uma mudança interna, servindo de exemplo para outras pessoas. Observei também uma melhora significativa na leitura e na escrita dos alunos, além de quebrar a rotina da escola fazendo os conteúdos terem mais sentido. As produções textuais serviram como base para a análise do futuro deles, a emoção contida em cada texto foi algo marcante e inspirador. Como professor, pude trabalhar inúmeras atividades e vivenciar experiências das mais diversas formas, onde os alunos, motivados, ficaram mais dispostos e pretensos a escreverem mais e mais.

Revista its: POR QUAL RAZÃO RELACIONAR A VIOLÊNCIA COM OS FATORES HISTÓRICOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL? Professor Cassiano: Para que os alunos percebessem o quão destruidoras as atitudes de violência podem ser. Nessa ocasião, além do relato, os alunos visitaram o Museu da Paz e o Parque Sino da Paz (em Frei Rogério), onde puderam sentir os sofrimentos e misérias registrados em cada uma das fotografias expostas. Esta atividade permitiu, por meio dos processos de ouvir, ver, sentir e refletir, em cada um dos alunos a necessidade de entender os princípios da humanidade, como a solidariedade, a ética, o respeito e a humildade. Foi uma aula de história, de sociologia, de filosofia e de linguagens (japonês e português).

Revista its: COMO FOI O IMPACTO DOS ALUNOS AO RECEBER O EX-SOLDADO? Professor Cassiano: A possibilidade de conversar com alguém que presenciou todo o horror da guerra e seu interesse de promover a paz foi contagiante, pois pelo fato de ter vivido esse momento histórico e ter sobrevivido, foi um motivo para agradecer e usar seu exemplo na conscientização de todos na busca pela paz, despertando nos alunos uma enorme curiosidade e admiração. Os mesmos ficaram encantados com os relatos em japonês e sua respectiva tradução para o português. Quarenta e dois adolescentes em uma sala e ouvia-se apenas uma voz. Algo magnífico.

Revista its: COMO O ASSUNTO DA VIOLÊNCIA É VISTO E ABORDADO DEPOIS DO TRABALHO? Professor Cassiano: Depois da realização do projeto, foram plantadas cerejeiras japonesas em nossa escola com o intuito de materializar o desejo pela paz. Elas simbolizam o amor, felicidade, renovação e esperança, que à medida que crescem oferecem benefícios de flores, perfume, cor e sombra aos que estão próximos. O término desse projeto coincidiu com o Projeto Dia do Estudante promovido pela escola. Os alunos desenvolveram atividades que lembram a importância da paz com a criação de faixas e vídeos onde reforçam que existem outras maneiras de resolver as diferenças, proporcionando um ambiente agradável e harmonioso.

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ITSPORTS

Foto: Divulgação

Foto: Antônio Prado-Fesporte

Por Lucas Inácio

AS ÍNDIAS CONDÁ As atletas da EEB Professora Lourdes Ângela Sarturi Lago conquistaram o título do Campeonato Brasileiro Escolar de Futebol Feminino no fim de abril. Elas representaram Santa Catarina e venceram de forma invicta a competição disputada no Pará. O título veio com vitórias sobre Minas Gerais, Amapá, Pará, São Paulo (nos pênaltis) e Ceará. Foram 18 gols marcados e apenas 1 sofrido. A última parada das chapecoenses foi em Praga, na República Tcheca, onde representaram o Brasil no Mundial Escolar de Futebol Feminino, no mês de maio.

É CAMPEÃO!

Foto: Lucas Inácio

O atleta Vinicius Köhler conquistou o título do Campeonato Estadual Amigos do Futuro no sub-21 para atletas com até 90 quilos. A medalha de ouro foi conquistada no dia 30 de abril e no dia 1º de maio Vinicius completou 18 anos, um presente e tanto para o heptacampeão catarinense. Vale lembrar que o judoca foi prata nos Jogos Escolares da Juventude no mês de novembro, em João Pessoa. O atleta é natural de Concórdia e formado pela EEB Walter Fontana.

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RÁPIDA PARA FRANCÊS VER Outra atleta que conquistou prata nos Jogos Escolares da Juventude do ano passado e continua arrasando em 2017 é a velocista Tayra de Lima. A atleta de São Ludgero, no Sul do estado, venceu as provas de 100 metros rasos, revezamento medley e salto em distância, do Campeonato Brasileiro Escolar de Atletismo, realizado no fim de abril em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A competição foi uma seletiva para o Mundial Escolar de Atletismo que ocorrem neste mês, em Nancy, na França, e, com isso, Tayra conquistou vaga nas competições para o mundial. Além dela, as companheiras de equipe Adriele Raiana Zander, Ellen Fernandes Anfilóquio, Beatriz Rodrigues Bianco e Morgana Matias da Silva também participam. todas representando a EEB São Ludgero. O técnico da seleção brasileira feminina será Jemerson Fernandes.


ELAS SERÃO SC NO VÔLEI... A Seleção Catarinense de vôlei participou do Campeonato Brasileiro Infanto Juvenil Feminino Sub-17, realizado em Uberlândia (MG), entre os dias 22 e 27 de maio. Um grupo de 22 atletas foi convocado para treinamentos em Guaraciaba em meados de abril. Foram escaladas para esta seleção atletas dos municípios de Brusque, Joaçaba, Florianópolis, Blumenau, Xanxerê, Nova Trento, Jaraguá do Sul, Chapecó e Saudades. Disso saíram 11 atletas que representaram o estado na competição.

...E ELES TAMBÉM! Uma semana antes das meninas foi realizada a competição dos meninos. A Seleção Catarinense participou do Campeonato Brasileiro Infanto Juvenil Masculino Sub-18, também em Uberlândia (MG), entre os dias 15 e 20 de maio. Os 11 atletas foram selecionados foram de Chapecó, Itajaí, Joinville, Santo Amaro, Jaraguá do Sul, Balneário Camboriú e Brusque.


POPCORN

A R A V I L H A A MOUprLoblHemEa dRe coÉnfianM ça é de Hollywood Uma das estreias mais esperadas do mês de junho promete ser o pontapé inicial de uma nova era de filmes baseados em histórias em quadrinhos com protagonistas femininas. Mulher-Maravilha, dirigido por Patty Jenkins, volta à Primeira Guerra Mundial e conta a história de como a guerreira amazona Diana entra em contato pela primeira vez com a humanidade e dá os primeiros passos para se tornar uma super-heroína. Com 17 anos do renascimento dos filmes de heróis, iniciados com o primeiro X-Men, já passou da hora das personagens conquistarem esse protagonismo. Não é que essas adaptações não

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existissem antes disso, mas depois de duas tentativas frustradas, Hollywood parece ter desistido da ideia por um bom tempo. Isso porque Mulher-Gato (2004, com Halle Berry) e Elektra (2005, com Jennifer Garner) foram fracassos de crítica e bilheteria em seus lançamentos. Por mais que muita gente se recuse a perceber, o problema desses filmes está muito mais relacionado a roteiros desleixados e à direção ruim do que ao sexo das protagonistas. Afinal, os filmes do Motoqueiro Fantasma, Justiceiro, Demolidor e Lanterna Verde são desastrosos também, alguns deles piores que Elektra. Mas, provavelmente, você não ouve alguém

por aí dizendo que o problema é que os protagonistas são caras. Depois do sucesso de público e crítica de Mad-Max: A Estrada da Fúria - que é uma obra-prima do cinema de ação - onde a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) rouba o filme; e de Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força, protagonizado pela jedi Rey, uma das personagens mais poderosas de toda a saga; os estúdios estão muito mais inclinados a dar espaço a personagens femininas. E os filmes mais recentes de super-heróis abrem caminho para isso. Ainda que não seja a representação ideal, a Viúva Negra dos filmes dos


Por Vincent Sesering

Vingadores na Marvel, mesmo que desnecessariamente sexualizada e sub-aproveitada, consegue se estabelecer como independente e autosuficiente. Por mais que o filme não seja lá essas coisas, a aparição da Mulher-Maravilha no terceiro ato de Batman v Superman é a melhor coisa daquela confusa sequência final.

A revolução das super-heroínas no cinema Além do filme da rainha das Amazonas, existem algumas outras adaptações que geram bastante expectativa.

Capitã Marvel

Homem-Formiga e a Vespa

Com estreia marcada para 2019, este promete dar início à próxima fase do Universo Cinematográfico da Marvel. Protagonizado por Brie Larson (de O Quarto de Jack), o filme deve recontar a origem da personagem mais poderosa deste universo, de acordo com o produtor-chefe destas adaptações, Kevin Feige. Na história, Carol Denvers é atingida pela explosão de uma nave alienígena e, com isso, ganha super poderes similares aos da Mulher-Maravilha, como super força, vôo e super-velocidade.

A continuação do Homem-Formiga, de 2015, deve dar mais destaque à personagem Hope Van Dyne (Evangeline Lilly, de Lost) que era uma coadjuvante no primeiro filme. Agora, como co-protagonista ao lado de Scott Lang (Paul Rudd, o personagem principal do primeiro filme), ela deve assumir a identidade da Vespa, que assim como o Homem-Formiga tem a habilidade de mudar de tamanho e de ganhar força sobre-humana.

X-23? Viúva-Negra: O Filme?

Apesar de nenhum dos dois ter sido oficialmente anunciados, é bastante provável que Fox e Marvel aproveitem a onda dos filmes de super-heroínas para lançarem estes filmes. Um tipo de clone do Wolverine, a X-23 de Logan (2017) é uma das melhores personagens do filme e com certeza existe espaço no universo dos X-Men para que ela tenha uma franquia própria. No caso da Viúva Negra, existem conversas e especulações de um filme solo desde que ela foi apresentada em Homem de Ferro 2, há sete anos. Se existe um momento certo para apostar nessa adaptação, a hora é agora.

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#KERO

Baphônica esta jaqueta das lojas Renner como o lema da its, inclusive. A gente não amou, a gente já faz juras de amor eterno! #medá R$219,00

#Kero Os nossos queridinhos do momento também podem ser o de vocês, né? Prestem atenção o que roubou os nossos corações nesta edição:

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A coleção de esmaltes da Vult não para de crescer! Desta vez a marca aposta em mais 8 esmaltes cremosos e 1 perolado, que trazem tons elegantes e sóbrios, que vão bem em qualquer ocasião, desde a rotina escolar, até para aquele rolê com o contatinho R$6,50


A gente está sem estrutura para estas coleções de botas e tênis que estão em alta e, só por isso, fizemos um destaque do mês: Aquela tendência de tênis cano alto já virou clássico que não tem nada a ver com o clima, mas com estilo… e põe estilo nisso. O modelo masculino SK8-HI está disponível no site da Vans… e nos nossos desejos também! R$279,99 Lançamento da Kolosh, o abotinado é a cara da estação com 12 modelos diferentes para que você possa combinar com todos os looks da vida, miga! Valor não divulgado no site da loja

O boné deixou de ser usado apenas pelo público masculino e invade cada vez mais os looks das meninas que não dispensam uma ousadia na composição. Este modelo da Vans com a cor da estação também tem a mesma cor do nosso coração e, olha só, que incrível. R$89,99

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PAPO DE LEITOR Por Mateus Pereira Silveira

O DIÁRIO DE ANNE FRANK A LEITURA ESSENCIAL DA LITERATURA MUNDIAL Publicado pela primeira vez em 1947, “O Diário de Anne Frank” é um dos títulos mais citados quando se fala em literatura sobre os fatos da Segunda Guerra Mundial. De grande valor histórico, hoje, o livro consta em diversas listas de leituras essenciais da literatura mundial. Se você ainda não leu o livro, não se sinta pressionado como se fosse uma obrigação imediata. Eu mesmo só tomei a decisão de conhecer a história este ano. De forma resumida, é um relato sincero de uma adolescente que, em meio a uma fase natural de questionamentos sobre a sua vida, vê o sofrimento de seu povo no período nazista. No ano de 1942, a irmã mais velha de Anne, Margot, recebeu uma convocação para se apresentar a um campo de trabalho forçado. No dia seguinte, a família decide se esconder no “Anexo Secreto”, em Amsterdã, lugar que foi compartilhado pelos Frank com a família Van Pels e o dentista Fritz Pfeffer (nomeado no livro como Albert Dussel), durante dois anos, até serem descobertos. Semanas antes da mudança, Anne havia ganho um diário como presente de aniversário que ela chama carinhosamente de ‘Kitty”, sendo que em suas páginas, a menina começa a escrever seu cotidiano e relacionamento com os moradores do Anexo. Dotada de forte personalidade, em muitas oportunidades ela é vista como petulante e encrenqueira, características que ela discorda e expõe seu ponto de vista. Além das rotinas e comportamentos adotados para a família não ser descoberta, o diário traz o relato de desavenças entre os moradores do esconderijo, principalmente entre Anne e sua mãe, cuja relação não era das melhores. Com o passar do tempo, é possível notar um amadurecimento no comportamento da protagonista, e mesmo com sua ávida busca pelo saber, a garota alterna momentos de euforia com uma profunda tristeza, beirando um quadro depressivo. As esparsas informações sobre a guerra chegavam pelo rádio, e pelos comentários narrados em seu diário, Anne relata que apesar das limitações do esconderijo que vive, ela sofre mais ao saber dos milhares de judeus que sofreram nos campos de concentração e morreram no Holocausto realizado pelo Partido Nazista. LANÇAMENTO DO DIÁRIO E A VERSÃO ORIGINAL Em 1944, o Ministro da Educação holandês, pede por meio de uma rádio inglesa, para as pessoas guardarem seus registros e diários para futuras publicações sobre aquele período. Anne, que nutre o desejo de se tornar uma jornalista ou escritora, passa a fazer edições em suas anotações, porém antes de conseguir finalizar, ela e os outros moradores do Anexo foram presos em agosto do mesmo ano. Os registros foram encontrados após o final da guerra e entregues a Otto Frank, pai de Anne e o único sobrevivente entre os oito moradores do Anexo. Após um período de relutância, ele foi convencido da expressividade do diário, e publicou pela primeira vez em 1947, com uma tiragem de 3 mil exemplares. No entanto, não faltaram polêmicas desde então. Alguns chegaram a contestar a veracidade do livro. Também há o fato de existirem diferentes versões do Diário, desde a edição corrigida pela própria Anne em 1944, até algumas edições feitas por seu pai, que ocultou detalhes relacionados à sexualidade da jovem e as brigas com a mãe, Edith. Sucesso até os dias atuais, com mais de 30 milhões de volumes vendidos, “O Diário de Anne Frank” é um choque de realidade, principalmente pelo desfecho da história, mas uma leitura necessária, por se tratar de um relato verídico e promove uma reflexão acerca da segregação racial, ainda existente em nossa época.

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EXTRAORDINÁRIO R.J PALACIO

O PODER DO HÁBITO CHARLES DUHIGG

DEPOIS DE VOCÊ JOJO MOYES

O MUNDO DE SOFIA - JOSTEIN GAARDER PARA TODOS OS GAROTOS QUE JÁ AMEI - JENNY HAN RITA LEE, UMA AUTOBIOGRAFIA RITA LEE

IT: A COISA STEPHEN KING

A ÚLTIMA CARTA DE AMOR - JOJO MOYES

DOIS A DOIS - NICHOLAS SPARKS 1984 - GEORGE

ORWELL

*A seleção do top dez contou com os livros mais vendidos da Saraiva


as escolas competem, o planeta ganha.

DESAFIO ÁGUA Está na hora de cumprir a primeira missão.

Os líderes devem acessar o site e repassar as tarefas para os seus clubes. Acesse: desafiosustentavel.com


ESCOLA ABERTA

Estudantes visitaram a Estação Experimental da EPAGRI, em São Joaquim

ESCOLA ALIA DIVERSÃO COM APRENDIZADO

Por meio de visitas guiadas às vinícolas, alunos complementam aulas de história Todo mundo gosta de viajar e conhecer lugares diferentes, ainda mais quando a viagem é com os amigos da escola. Aliando toda essa diversão com estudo, o resultado é muito conhecimento. Uma das formas encontrada pela Escola de Educação Básica Padre Antônio Vieira, do município de Anita Garibaldi, de chamar a atenção dos alunos para o aprendizado com o projeto História e Vitivinicultura. Com início em 2015, a ação con-

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siste na realização de visitas guiadas a vitivinícolas, onde os alunos desenvolvem tarefas antes, durante e depois das saídas a campo. Mais de 75 alunos já passaram pelo projeto que teve uma nova edição este ano. No dia 3 de maio cerca de 25 estudantes do 8º ano da escola visitaram a terceira vinícola parceira do projeto: a Villaggio Basseti. O passeio começou na Estação Experimental da Epagri, em São Joaquim. Na sequência, os alunos foram recebidos e guiados

na vinícola pelo proprietário Eduardo Bassetti. Os ensinamentos foram complementados com as explicações do professor Gil Karlos Ferri, que conectou as informações do empresário com suas aulas de História. Segundo Ferri, a elaboração das atividades relacionadas ao projeto é bastante metódica. “Ainda na escola são realizadas aulas introdutórias ao tema estudado e os alunos são preparados para as visitas com conhecimentos prévios”, explica.


Por Ana Letícia Petry

Fotos: Banco de dados/reprodução

Villaggio Bassetti foi a terceira vinícola visitada pelos estudantes

Fora da sala de aula são realizadas as visitas guiadas, onde os alunos recebem informações sobre como funcionam as vinícolas e compreendem aspectos históricos e econômicos da região. De volta à escola, os estudantes elaboram relatórios sobre o que foi aprendido. Para o Técnico da Diretoria de Gestão da Rede Estadual de Ensino, Elcio Cecchetti, as atividades realizadas fora da sala de aula são tão importantes quanto as atividades convencionais. “A Secretaria de Educação sempre incentiva esse tipo de atividade, pois iniciativas como essa enriquecem os assuntos estudados na escola. É uma forma de aliar o conteúdo teórico com o prático. Várias escolas já aplicam diferentes ações para complementar o que é ensinado em sala de aula. Prova de que se divertindo os alunos também aprendem mais”, destaca.

Empresário explicou aos alunos processos de fabricação do vinho

Alunos desenvolvem tarefas antes, durante e depois das saídas a campo

Desde o início do projeto, três vinícolas já foram visitadas: Abreu Garcia, em Campo Belo do Sul, Villa Francioni e Villagio Bassetti, em São Joaquim. De acordo com o professor Gil, a escola já tem mais visitas agendadas em outras vinícolas. “O projeto está crescendo graças às parcerias que foram surgindo. O ensino catarinense só tem a ganhar com iniciativas como essa”, destaca. Atualmente, o projeto tem como parceiros a Vinho de Altitude Produtores e Associados e vinícolas da serra catarinense. E sua escola, o que tem feito de diferente?

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LIVROS DO VESTIBULAR

Um jorro ou um tapa inesperado:

os Olhos d’água de Conceição Evaristo Águas, olhos, dores, mortes “Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda movimentou-se até o espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar de sua face, viu a da outra”, lemos sobre Salinda, personagem de Beijo na face, um dos contos dos Olhos d’água, de Conceição Evaristo. O que essas histórias nos propõem talvez esteja justamente aí: não apenas a lágrima, o olho marejado, a possibilidade de sentir a tristeza e a miséria de vidas tão (não) nossas, mas também uma fonte, de onde brotam, jorram experiências em águas de mamãe Oxum. Águas que são, elas também, espelho: ora translúcida, ora turva superfície que nos dá a possibilidade de nos mirarmos e não nos encontrarmos, mas sim, poder ver(-nos em) outras, tantas mulheres de uma galeria de dores, de desejos, de palpitações, de vidas. Os quinze contos que compõem esse volume da autora, de 2014, movimentam-se não apenas numa costura de vidas “com fios de ferro”, como faz a mãe de A gente combinamos de não morrer, mas num sinuoso curso de águas que dão vida, mas também,

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perigosamente – e “viver não é muito perigoso?”, como dizia Guimarães Rosa? – levam seus cursos até seus fins, até mortes que nós, leitores, talvez sintamos, mas que todos os dias na bruteza da vida acontecem e são tratadas como número, como nada. As personagens de Conceição são primordialmente mulheres, mas fundamentalmente, negras e pobres – e seus rebentos, “movimentando a vida até a morte”, as muitas mortes ignoradas pelo mundo, pela mídia, pelo Direito, as muitas mortes de vidas que não são sacrificáveis, mas, ao abandono de quaisquer normas jurídicas, acossadas inclusive pelo Estado, vidas matáveis (como diria Giorgio Agamben). É aí, certamente, que reside a força dessa literatura: devolver-nos a possibilidade de contemplar a vida complexa, pulsante e significativa dessas experiências; devolver a possibilidade de sentir-com essas protagonistas, de não encarar suas dores, suas lágrimas, suas mortes, como o apenas mais-um. De encarar seu abandono como algo que demanda algo de nós, algo do mundo: empatia, ação, força que possibilite a volta de alguma “alegria para esse povo”, como se dá no conto final.

E assim fluem diante de nossos olhos, a partir da busca pela cor dos olhos da mãe da primeira narradora, “da cor tão úmida” dos seus olhos que inventavam jogos para distrair a fome, sonhos que se esvaecem como as formas das nuvens, mas que procuram se contemplar, também, nos olhos das filhas. Olhos d’água nos apresenta, assim, esses perfis de mulheres, mães, filhas, avós, talvez todas elas um caleidoscópio de um mesmo rosto impossível, incontemplado, incontemplável. Ana Davenga, tão doce, tão gozo, tão dor, que enxugava os olhos d’água do gozo-pranto de seu homem e sabia que a vida era um risco, e risco maior era não tentar viver; Duzu-Querença, cujo tentar-viver foi do tentar estudar ao entrar-entrando nos quartos das moças da pensão de Dona Esmeraldina, sua primeira cafetina, até que seu delírio, que a levou à rua, umedecesse os sonhos da neta-sobrevivente para que florescessem e se cumprissem; Maria, cujo comezinho sonho de levar ao filho um beijo e um carinho de um pai ausente se reduz tão rápido, tão breve à massa informe que ela, pisoteada e linchada, se torna diante de um grupo (tão real, tão possível, tão nosso) que resolve agredi-la por julgar que seria cúmplice de um roubo; Natalina e seus quantos filhos, os filhos que não queria, negando que o destino natural do ser mulher seja a maternidade, mas que ao fim resolve conceber um filho concebido nos frágeis limites entre a vida e a morte, só seu; Salinda, que queria suas roupas úmidas de desejo mofando no tempo de sua esperança de encontrar novamente o mergulho da outra nela e o encontro não apenas de suas fendas-mulheres, mas um beijo na face, que ficasse marcado na pele; Luamanda, procurando o amor que talvez já não suportasse o tempo de uma longa espera enquanto viajava no tempo-evento de sua vida; Cida, fazendo diariamente seu cooper diante do mar no qual nunca pousara seus olhos, e que, depois de tanto correr, tem a epifania de poder dar um tempo para ela mesma; Zaíta, a criança que, em seus sonhos, perseguindo a figurinha de


Por George França

Professor do Colégio de Aplicação da UFSC; doutor em Literatura pela mesma instituição uma menina que carregava uma braçada de flores, esquecera de guardar os brinquedos; Di Lixão, um desses rebentos abandonados, morto encolhido qual um feto enjeitado, explodindo em sangue e febre, esperando a dor só do encontro de suas dores; Lumbiá, outro dos garotos que perambulava pela rua, que sabia chorar quando preciso, mas que ele, apenas ele, podia se ver no menino pobre, nu, vazio e friorento do Jesus do presépio, espatifado como ele; Kimbá, movimentando a vida até a morte, desejoso de sair do morro, desejado igualmente por um amigo e uma amiga, mortos os três em um pacto selado de desejos impossíveis; Ardoca, e seu réquiem de trilhos de trem; as vozes entrelaçadas de A gente combinamos de não morrer, conto em que a polifonia dessas vozes do jogo de espelhos-olhos-d’água explode, e em que “a morte incendeia a vida, como se estopa fosse” ao som de “Quem não tem colírio usa óculos escuros”. O que nos resta de todas essas mortesvidas que contemplamos, que passam na velocidade de um curso d’água, é que “escrever é uma maneira de sangrar”. E sangrando, fluindo, chorando, brotando, as vidas que Conceição nos apresenta nos impactam, também, com o fato de que não morrer nem sempre é viver.

Fotos: Divulgação

CONTEXTO A inclusão de Olhos d’água de Conceição Evaristo na lista do Vestibular UFSC 2017 foi um gesto afirmativo muito importante. Os exames e as escolas sempre tiveram não apenas muita dificuldade em lidar com a literatura contemporânea – e isso começa pela maneira como a literatura é apresentada no Ensino Médio, linearmente, lendo algo do presente se der tempo – mas principalmente com as vozes da margem. Temos, aqui, um livro escrito há dois anos, por uma escritora, mulher, negra e nascida na favela. Cabe a pergunta: ao longo de sua formação na escola, quantos livros de mulheres você leu? Quantos autores africanos e afro-brasileiros? A inserção dessas vozes marca um momento, contemporâneo, de questionamento de nossos padrões culturais: por que a escola insistiu e insiste, durante tanto tempo, em afirmar apenas a cultura que vem de nossa colonização europeia?

Graças a muita luta dos movimentos negros, feministas, LGBTQIA, entre outros, estamos diante da possibilidade de multiplicar as vozes que são ouvidas pelas instituições. A inserção dessa e de outras obras de escritoras e escritores é um passo muito importante de valorização das múltiplas formas de nossa cultura e de nossa formação histórica. Durante muito tempo, tratou-se a periferia como se não tivesse voz. A história de nosso país sistematicamente silenciou os escravos, os pobres, os marginalizados por nossa “ordem e progresso”. A literatura de Conceição Evaristo, com a inserção que alcançar, chama a atenção para a necessidade de ouvir essas vozes, essas histórias, essas pessoas. No ano passado, na questão que contemplou o livro de Conceição no Vestibular da UFSC, os elaboradores da prova enfatizaram: a posição da autora como escritora brasileira contemporânea que permite tomar contato com questões sobre a consciência negra, não apenas pela temática de seus contos, mas também por sua figura politizada, negra e de origem humilde; o conto Ana Davenga, em especial pela exploração da violência urbana e o espaço das favelas e pelo tema do preconceito de classe na relação entre a personagem-título e Maria Agonia (eloquente nome da filha de um pastor); Ei, Ardoca, conto em que o tema do transporte serve como metáfora da jornada da vida e em que o suicídio caminha junto com ser despojado dos seus pertences por um assaltante por ele conhecido; e a crueza e ausência de sentimentalismo ou juízos morais presente na coletânea, destacandose o conto Quantos filhos Natalina teve?, em que a personagem principal é vítima de violência sexual, mas vê no filho que dela resulta a única gravidez desejada. Nas proposições falsas, falou-se dos nomes dos personagens, não simples e nem previsíveis, mas sempre prenhes de outros sentidos a serem explorados; e sobre O cooper de Cida, em que a alternativa jogava com o tema potencialmente previsto para ele (afirmando se tratar de texto sobre atleta negra sem condições econômicas), quando trata de uma mulher branca que finalmente encontra um tempo para si.

CONCEIÇÃO EVARISTO Aos 69 anos, Conceição Evaristo é das mais conhecidas escritoras negras brasileiras. Nascida em uma favela da zona sul de Belo Horizonte, Conceição trabalhou como empregada doméstica desde os oito anos de idade, e, com muita luta e determinação, tornou-se doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Colaborou com os históricos Cadernos negros, do grupo Quilombhoje, tem também publicados romances, como Ponciá Vicêncio, de 2003, e Becos da memória, de 2006, livros em que ressalta a voz da mulher negra e o legado de sofrimento da escravidão brasileira e da marginalização do povo negro e pobre. Essas lágrimas, no entanto, para adotar uma expressão de Gabriela da Silva em seu recente trabalho de conclusão de curso sobre a escritora, são “lágrimas de dor e insubmissão”, de um tempo em que, historicamente silenciadas, vozes como a dela se fazem ouvir, gritar, vertendo sangue, com a força e o impacto que é necessário para não apenas compreendamos a dureza áspera da realidade que vivemos, mas pensemos o que podemos fazer por outras realidades possíveis.

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GALERIAS

EEB Professor João Widermann - Blumenau Colégio Energia - Balneário Camboriú

SANTA CATARINA

DISTRIBUIÇÃO Bianca, Jenifer, Caio e Henrique

EEB Bom Pastor - Chapecó

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Caio, Eloisa Demetrio, Jenifer, Eloisa Xavier e Henrique

EEB Presidente João Goulart - Balneário Camboriú

Fotos: Blumenau - Promotes Eventos | Chapecó: Fabricação Filmes | Floripa: Fernanda F F L L Silva | Itajai e BC: Estudio BEND

Colégio Energia - Blumenau


Maiara, Eloisa Demetrio, Sofia, Thalia, Sthefani, Eloisa Xavier, Jenifer e Bianca

Colégio Exponencial - Chapecó

Cauã, Emerson, Kaue, Bruno, Luiz e Anderlei

Henrique, Bruno, Gabriel e Caio

Colégio Energia - Chapecó

Colégio Trilíngue Inovação - Chapecó

Nono Ano da EEB Letícia Possamai e a Prof Keila Raquel de Souza

EEB Victor Meirelles - Itajaí

EEB Paulo Bauer - Itaj

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GALERIAS

Luiza e

Laura

e

Joã

He

CHAPECÓ

COLÉGIO MARISTA EVENTO MIX MARISTA

Betina, Maria Eduarda, Nathália, Maria Eduarda, Ana Julia e Kamile

Professores e Colaboradores

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Laura e Julia

Fotos: Pontual Formaturas

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Terceirão

Rodolpho e Bruna

Guilherme, Érika, Tainá e Arthur

Matheus, Guilherme, Bruno e Leonardo

Bruna, Maria Eduarda e Laura

Giulia e Ana Beatriz

Marlon, Valentina, Leonardo, João Vitor e Sofia

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GALERIAS

Amanda, Laura e Luma

Fotos: Estúdio Bend

ITAJAÍ

EEB PAULO BAUER Amanda e sua mãe Roselaine

Isadore e Ludmila

Alyce Fernanda

Duda Mocelin e Flávia Mocelin

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Jeferson e sua mãe Rosiane


Jamilly e João Victor

Schaiane e Talita

Nicoly Kaehler e Jean

Thiago Vieira e Wendell G. de S. Silva

Eduarda e Camili

Thiago Vieira e Duda Mocelin

Mariana Rodrigues

Luma e sua mãe Márcia

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GALERIAS

Açucena

Anelize e Natália

Lorena e Thalia

Josué, Bernardo e Guilherme

Rayssa, Amanda, Kamila,Thalia, Lorena, Açucena e Anna

FLORIANÓPOLIS

EEB PRESIDENTE ROOSEVELT Talita e Anna

Vinicius

Fotos: DM Fotografias

Maria Eduarda e Açucena

Turma 102

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Turma 901 da EEB José Boateux

FLORIANÓPOLIS

EEB JOSÉ BOITEUX

Fotos: DM Fotografias

Raphael, Barbara, Eliemara, Paulo Henrique, Alice, Maria Clara, Larissa e Ludymille

Larissa, Elienara, Alice, Maria Clara, Ludymille, Barbara, Kenia, Julia e Luiza

Vitor Perão, Ludymille

e Alice REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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GALERIAS

Natalia, Prof. Jamile e Bruno

Terceirão Matutino

Fotos: Danielle Labandera

JOINVILLE

EEB DOUTOR PAULO MEDEIROS Alexsander , Paola, Maísa e Diego

Galera Terceirão Noturno

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Galera Terceirão Noturno

Kemilyn, Victor e Ana Clara

Ganirel, Gustavo, Miriel, Manoel e Gabriel

Andressa, Jéssica, Maria Eduarda e Camila

Julia, Matheus e Maysa

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GALERIAS

Nadrielle, Andrielle, Brenda, Karen, Gabrielly, Michele e Ludmila

Fotos: Promotez Eventos

Greicy, Dyeiniffer e Williams

BLUMENAU

EEB PROFยบ HERIBERTO JOSEPH Mร LLER Jonas, Carlos, Julio, Gabriel N, Yuri, Yago, Gabriel B, Ruan, Jorge e Gustavo

Gesiane, Stephanie, Glenda e Greicy

Jonas, Carlos, Julio e Gabriel

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Eduarda, Sabrine e Emilly


Fotos: Digital Plus Fotografia (Alexandre Eggert)

Vitor, Nicolas e André, Kelwin, Renan e Alison

Emanuelle, Caroline e Amanda

BLUMENAU

EEB SANTOS DUMONT Alessandra e Pietra

Erica, Feisa e Poliana

Gabriela e Alice

Mara, Jonas, Julia, Eliseu e Luisa

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GALERIAS

Lucas, Jonathan, Henrique, Everton, Igor e Camila

Sandiele, Ruam e Renata

Guilherme, Gabriela, Eduarda e Ricardo

Adriele, Luiz Eduardo, Guilherme e Luiz Rodolfo

ANITA GARIBALDI

EEB PADRE ANTÔNIO VIEIRA Maisa, Eduarda, Jamile e Kariane

Turma na Epagri

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Gustavo e Luís Eduardo


DANCING BRASIL COM XUXA MENEGHEL SEGUNDA, 22H30

Classificação indicativa: Livre


SAIDEIRA Por Priscila Andreza de Souza

CAÇA

AOS PRETENDENTES Presta atenção e tome nota, porque eu quero que você entenda de uma vez por todas que quando o cara estiver a fim, ele vai te dizer olho no olho: estou apaixonado por você. Entendeu? Não precisa ler nas entrelinhas. Esqueça-as. Chega de querer identificar os mínimos sinais, toques e piscadas de olho. O amor é iluminado, é preto no branco. Quando uma pessoa se apaixona, ela demonstra com ações e caminha de um jeito estranho. Tem um olhar distraído e praticamente um coração estampado na testa. E outra coisa: vamos parar com joguinhos, ok? Jogos amorosos são tão antiquados quanto as fitas cassetes. Só é válido para quem ainda não tirou as fraldas. E tem mais, amor não é pra qualquer um, somente os corajosos tem o atrevimento de amar. Se já é custoso viver sozinho, pensa em dois. Se já é complicado ser feliz, pensa fazer o outro feliz. Porque esta é a moral do “felizes para sempre”. Romance na vida real não se parece em quase nada com as fantásticas histórias que

lemos, assistimos e ouvimos falar. Mas se você leu tudo até aqui e achou este texto balela, decore somente uma coisa: para ser feliz ao lado de outra pessoa, é fundamental, primeiro, ser feliz sozinho. Sei que parece título de livro autoajuda, mas faz sentido (pra mim faz, se pra você não faz, isso é problema seu). Como ser feliz sozinho? Não sei, estou engatinhando nesta etapa da vida e o que funciona para mim, pode não funcionar para você. Quando descobrir uma cura universal prometo que te conto. “As mulheres criam expectativas de mais”, diz Fulano. “Ele me iludiu! Falou que eu era bonita, me chamou para jantar e sumiu!”, esbraveja Cicrana. Amor não é dependência, pelo contrário, amor é doação. Porque no final (não da vida e sim desta etapa da vida) você vai encontrar quem estava procurando. E também quem estava te procurando vai te achar, ou não. E mesmo assim vai continuar vivendo, porque a vida segue corada. Independentemente de você ter um companheiro ou não.

Priscila é jornalista, autora do livro "Expectativas" e chocólatra. Para ler mais crônicas, você pode acessar o site priscilaandreza.com.br

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