its 139 - julho

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EDIÇÃO 139

CULTURA POP

GIRO MUSICAL

LIÇÃO DE CASA

Santa Catarina Edição 139 2017 - R$9,50

MUDANÇA NO VESTIBULAR DA UFSC

escolar

A GRANDE FAMÍLIA

Alunos da EEB Getúlio Vargas, matriculados no Ensino Médio Inovador (EMI), fazem da escola a extensão de casa


AS MATÉRIAS QUE

NÃO ESTÃO NA ESCOLA,

ESTÃO AQUI.


TAMO JUNTO

na escola,

TAMO JUNTO

no mundo. A Revista ITS reúne muito conteúdo, informação e fotos. E reúne também a galera de todos os colégios do estado. Não fique de fora dessa.


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CULTURA POP

WI-FI

LIÇÃO DE CASA

CAPA

ITSPORTS

GALERIAS

conteúdo 8 | CULTURA POP

10 | WI-FI

Giro musical - Ao que tudo indica, a onda do momento é fazer parcerias. Isso não só com gente que canta o mesmo estilo musical, mas a ideia é misturar, criar e inovar. E se as apostas em território nacional, como a gente pode ver no sertanejo com funk; pop com rap e por aí vai, vem dando certo, na gringa as coisas não andam diferente. Confere só o que a gente andou encontrando por aí.

O futuro dos carros parece estar indo para um caminho não muito convencional. A NEVS, empresa de carros tecnológicos, da Suécia, apresentou recentemente o NEVS InMotion, um veículo que mais parece uma sala de estar. A ideia do carro é ser totalmente autônomo, ou seja, não precisa de um motorista.

12 | LIÇÃO DE CASA

22 | CAPA

Quem vai prestar o vestibular da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) 2018, com provas que ocorrem nos dias 9,10 e 11 de dezembro deste ano, deve ficar atento às mudanças anunciadas pela Coperve (Comissão Permanente do Vestibular).

Você já parou para pensar que, durante 12 anos, nós passamos 200 dias por ano na escola?! Fazendo uma conta rápida aqui, são cerca de 12 mil horas da nossa vida que a gente passa nesse ambiente do 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º do Ensino Médio – isso se não houver qualquer atraso no meio do caminho. Não é à toa que o pensamento popular afirma que a escola acaba sendo a nossa segunda casa.

30 | ITSPORTS

40 | GALERIAS

A equipe catarinense de vôlei feminino sub-17 foi campeã do Campeonato Brasileiro de Seleções disputado em Uberlândia no fim de maio. Santa Catarina conquistou o título da divisão especial ao vencer o Rio de Janeiro na final por 3 sets a 1 (25/21, 18/25, 25/14 e 25/21) e terminar a competição de forma invicta.

Quer ver se a sua escola saiu nesta edição da its? Corre para conferir que só tem gente bonita, elegante e sincera.

4 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


EDITORIAL Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br Diretor Superintendente Reynaldo Ramos Jr. | reynaldo@ricsc.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Coordenador Núcleo Jovem Gilvan Saragosa Junior | gilvan.jr@ricsc.com.brr Conteúdo Jéssica Stierle | jessica.stierle@portalits.com.br Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Eduardo Motta Supervisora de Distribuição Marina Rosa - distribuicao@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br

Nós acreditamos que escola é um lugar inesquecível, mas é demais quando enxergamos de perto o zelo, carinho e união de cada unidade. Conhecer e vivenciar um pouco da rotina dos alunos da

JÉSSICA STIERLE

EEB Getúlio Vargas, de Florianópolis, nos fez entender que de fato a escola é e sempre será a extensão do nosso lar. São histórias, costumes, amores e dilemas que se cruzam, que formam uma família sem DNA compartilhado, mas com vitórias, derrotas e momentos que estarão pra sempre guardados na memória de cada um. Independentemente de tamanho, gostos ou diferenças, as turmas espalhadas pelo nosso estado dividem algo em comum: a responsabilidade de lidar com o futuro e, nesta edição nós pretendemos mostrar para você que em diversos aspectos, a galera tá representando! E o melhor: todos unidos, como qualquer outra família estaria. #tamojunto na escola #tamojunto no mundo

Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Gabriel Habeyche | gabriel.habeyche@ricsc.com.br Gerências Comerciais SC Gerente Comercial Oeste Eliane Salete Sante Mattos | eliane.mattos@ricsc.com.br Gerente Comercial Joinville Cristian Vieceli | cristian@ricsc.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ricsc.com.br Gerente Comercial Itajaí Robson Fiamoncini Cordeiro | robson.cordeiro@ricsc.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Graziela Silveira | graziela.silveira@ricsc.com.br

Jéssica

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Cheat Codes - No Promises ft. Demi Lovato Wesley Safadão - Ar condicionado no 15 ANAVITÓRIA - Cor de Marte Alok - Love Is A Temple

Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 71.922 mil exemplares

OS CULPADOS

NÃO VACILA, FALA AÍ (48) 3212-4026 Pontos de distribuição: Escolas Estaduais da Rede de Santa Catarina e colégios parceiros Florianópolis COC Floripa Energia Terceirão Colégio Bom Jesus Colégio Catarinense CEB (Centro Educacional Barreiros) Itajaí Energia BC Unificado BC Colégio São José Colégio Salesiano Joinville Colégio Cenecista José Elias Moreira Colégio dos Santos Anjos Blumenau Colégio Energia Colégio Barão do Rio Branco Chapecó/Xanxerê Colégio Trilingue Exponencial Colégio La Salle Criciúma Marista Criciúma

EDINÉIA RAUTA

MATEUS SILVEIRA

PRISCILA SOUZA

GEORGE FRANÇA

RENATA BOMFIM

LUCAS INÁCIO

VINCENT SESERING

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REDES SOCIAIS

Quer aparecer com a galera aqui na seção Instagram? Mande a sua foto pra gente por inbox: facebook.com/revistaits

EEB Padre Miguel Giacca

EEB Professor Freder ico Navarro Lins Rio do Sul

Criciúma

EBB Jorge Schutz Turvo

EEB A ntô Floria nio Pasc nópoli hoal A s pósto lo

EEB Jorge Zipperer Rio Negrinho

Nattaly Elisa Zilze Pereira e Cazzamali EEB Maria Salet Santa Cecilia

Suyanne Camarolli EEB Cacilda Guimarães Vidal Ramos

s EEB Professor Argemiro Gonçalve Campo Alegre

Chama a Anitta que foi tiro certo, Brasil!

Concordamos! A gente só não concorda, na verdade, com o palavrão. Mas o resto, jovem, só lemos verdades.

facebook.com/revistaits

A gente também trabalha para dar aquela forcinha… depois conta para a gente se ele viu, Evelyn! #oremos #queremosfesta #chamaagente

Convocação geral:

Alô, povo de Araranguá e Criciúma, esta nota é para vocês: queremos esses rostinhos nas próximas edições, então, mandem fotos, textos e registros das turmas nas escolas. #vemtodomundo

@revista_its

instagram.com/revistaits



CULTURA POP

GIRO MUSICAL

Ao que tudo indica, a onda do momento é fazer parcerias. Isso não só com gente que canta o mesmo estilo musical, mas a ideia é misturar, criar e inovar. E se as apostas em território nacional, como a gente pode ver no sertanejo com funk; pop com rap e por aí vai, vem dando certo, na gringa as coisas não andam diferente. Confere só o que a gente andou encontrando por aí:

PARA O MUNDO QUE ANITTA ESTÁ CHEGANDO!

É muito Bang para uma pessoa só E falando em parcerias… com Anitta não tem essa de ficar Paradinha, não. Ela está invadindo o universo internacional não só para deixar na Sua cara o poder dessa brasileira em terras gringas, mas para mostrar que se Essa Mina é Louca, no Ritmo Perfeito vai soltar muito Bang mundo afora. Confere só as últimas parcerias dessa moça:

Últimas parcerias de sucesso BRUNO MARS + DAVID GUETTA No mês de junho, Bruno lançou o remix de “Versace On The Floor”, que faz parte do álbum 24K Magic. A nova cara da música foi feita numa parceria com o francês David Guetta, que acumula no currículo hits que fizeram sucesso com Sia, Akon, Rihanna, Nick Minaj e por aí vai… Ah, vale lembrar que menino Mars tem quatro shows marcados no Brasil, no mês de novembro. Será que podemos esperar a vinda dessa parceria pra cá também?! #queremos 8 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Só no período de um ano, Anitta fez parceria com o colombiano Maluma que este ano fizeram turnê pelo Brasil com o sucesso “Sim ou não”. Se a amizade entre os dois ainda existe, não é o que andam dizendo nas redes sociais. Agora que a música é chiclete e ficou na cabeça, isso não desgruda fácil, não.


CALVIN HARRIS + KATY PERRY + BIG SEAN + PHARRELL WILLIAMS O novo single de Calvin Harris, intitulado “Feels”, tem a participação de Katy Perry, Big Sean, Pharrell Williams e já conta com mais de dois milhões de visualizações. Alguém duvida do sucesso desse quarteto? Investindo no mercado norte-americano, este ano Anitta divulgou a parceria com a rapper Iggy Azalea. Com a música “Switch”, a brasileira teve também a chance de aparecer pela primeira vez na TV americana se apresentando no programa The Tonight Show, de Jimmy Fallon.

Em terras brasileiras, as parcerias também andam fazendo sucesso e mal deu tempo de segurar o tiro com Paradinha, Anitta logo divulgou a parceria com a cantora Pablo Vittar. O sucesso de Sua cara é uma produção do trio de produtores do Major Lazer.

LOUIS TOMLINSON + BEBE REXHA Depois que o One Direction anunciou o fim do grupo, cada integrante resolveu seguir sozinho na caminhada musical. De todos, Louis foi o que mais demorou para retomar a carreira, por achar que no grupo todos tinham um talento específico, menos ele. A parceria com norte-americana Bebe Rexha parece que reanimou o jovem que logo deve voltar com mais força para os palcos.

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WI-FI Por Lucas Inácio

É UM CARRO OU UMA SALA?

O futuro dos carros parece estar indo para um caminho não muito convencional. A NEVS, empresa de carros tecnológicos, da Suécia, apresentou recentemente o NEVS InMotion, um veículo que mais parece uma sala de estar. A ideia do carro é ser totalmente autônomo, ou seja, não precisa de um motorista. Com isso, os passageiros podem descansar, dormir e até fazer uma reunião, já que os quatro assentos disponíveis são móveis e podem ser organizadas de diversas formas pelo celular. O design parece ter feito para um filme futurista com rodas não expostas e vidros enormes que podem ser telas comandadas por smartphone, assim como a iluminação interna. Vale lembrar que ainda é um conceito, apesar de já ter um protótipo, como pode ser visto na imagem.

MARAVILHAS DA

TECNOLOGIA Fique ligado nas dicas da equipe its

EDITANDO MÚSICAS E VÍDEOS NA PALMA DA MÃO

Aplicativos de edição não são tão novidade assim, mas a ideia de poder manipular músicas e vídeos sempre agrada. Por isso, vai aí a dica de um app chamado Timbre que serve tanto para editar vídeos quanto música. No vídeo, você pode montar filmes e clipes, fazendo cortes, acelerando ou colocando em câmera lenta, entre outras montagens. Na música, você pode fazer seu artista cantar como a Dory falando baleiês ou no estilo Alvin e os esquilos, além, é claro, de editar a música, fazer remix e colocar para usar na trilha do seu vídeo. Além disso, ele tem uma voz interna que faz locução de textos, parecida com o Google Tradutor. Quem quiser criar, fica a dica.

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COMANDANDO OS TÁXIS Essa dica de jogo para celulares tem uma ideia simples, mas que pode ser bem divertida. No Crazy Taxi Gazillionare, a jogadora (ou jogador) é dona de um táxi e tem como objetivo expandir sua frota. A forma de fazer isso é, obviamente, levando passageiros, mas nesse caso tem que ser bem arrojada. Nada de levar os clientes em segurança: quanto mais manobras, mais dinheiro para comprar carros e equipá-los. A partir daí, a empresa começa a atender novos pontos do mapa do jogo e aumenta seu alcance. É praticamente um jogo de corrida com administração, ou seja, acaba ensinando de alguma forma. Comandos simples, trilha massa e não é repetitivo. Ahhh, também não tem concorrência do Uber.

CELULAR DA CHINA E DE QUALIDADE Já passou o tempo em que coisas da China eram de qualidade ruim. O Redmi Note 4x, novo celular da empresa Xiaomi, une o bom e barato. A bateria tem capacidade para rodar até 11 horas de vídeo, tem leitor de digital e pode ser comprado em várias cores (preto, cinza, verde, preto e dourado). O smartphone desempenha bem e é confortável de usar, mas como não tem a proteção Gorilla Glass não é tão resistente quanto às concorrentes. Além disso, a câmera não é das melhores e o espaço para um segundo cartão é o mesmo do cartão micro SD. Mesmo assim, o melhor é o preço, mesmo não sendo fabricado direto no Brasil. Várias lojas importam o aparelho com taxas baixas, tanto que a versão 32GB pode ser encontrada a menos de R$ 1mil e a 64GB a menos de R$ 1.200. Fica aí a dica de uma opção para quem quer economizar.

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LIÇÃO DE CASA

Por Dariele Gomes

Entenda as mudanças anunciadas pela

Alterações no vestibular da UFSC - Geraldo Lima e Maria Eduarda Pompe

UFSC PARA O VESTIBULAR DE DEZEMBRO Quem vai prestar o vestibular da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) 2018, com provas que ocorrem nos dias 9,10 e 11 de dezembro deste ano, deve ficar atento às mudanças anunciadas pela Coperve (Comissão Permanente do Vestibular). As provas, pesos das disciplinas e notas mínimas para aprovação mudaram. Os exames de história e geografia foram substituídos pela prova de ciências humanas e sociais, com 20 questões: 7 de história, 7 de geografia, 2 de filosofia, 2 de sociologia e 2 questões interdisciplinares envolvendo duas ou mais dessas áreas. As demais provas, bem como a redação e as questões discursivas, permanecem 12

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inalteradas. As alterações relativas aos pesos das disciplinas e às notas mínimas para aprovação (pontos de corte) têm como objetivo valorizar as habilidades do candidato nas matérias que fornecem a base de conhecimento para o curso, e estabelecer um nível razoável de conhecimento em cada área, considerando o necessário para que o aluno seja capaz de acompanhar a grade curricular do curso. Um exemplo são os cursos da área tecnológica, para os quais se estabeleceu nota mínima 2 e peso 3 e 2, respectivamente, para as disciplinas de matemática e física. O detalhamento de todas as alterações constará na Resolução e no Edital do Vestibular UFSC/2018.

Foto: Marco Santiago

dariele.gomes@noticiasdodia.com.br


PROFESSORES E ESTUDANTES COMEÇAM A SE FAMILIARIZAR COM AS MUDANÇAS O professor Geraldo Lima, do Solução Colégio, no Centro de Florianópolis, diz que já começou a enfatizar aos alunos estas mudanças, já que a prioridade por algumas disciplinas interfere no resultado. “Estamos acompanhando esta edição do vestibular, informando e explicando aos alunos as mudanças. Se ele quer disputar uma vaga no curso de medicina, as disciplinas de biologia e química terão mais peso. Isso pode ser bom se o aluno manda bem nas disciplinas de sua área, mas também pode ser ruim por tornar mais concorrido. A outra disciplina que não tem tanto peso pode acabar fazendo a diferença. O aluno deve estar ciente que a disciplina da área do curso terá mais peso, mas as outras também somam pontos”, observa. Lima comenta ainda que há uma certeza: o aluno que entrará para o seu curso, estará mais preparado dentro da universidade. “E não esqueçam que qualquer meio ponto faz a diferença, indiferente da disciplina”, destaca. A aluna do terceiro ano do ensino médio Maria Eduarda Luz Pompeu, 16 anos, que pretende tentar medicina na UFSC no final do ano, diz que vai continuar estudando da mesma forma. “A essa altura do ano vale continuar estudando da mesma forma. Vou focar mais nas áreas de biologia e química porque eu gosto, e consequentemente espero ter um bom resultado. Claro, não vou deixar de lado as outras matérias”, comenta. WWW.FACEBOOK.COM/REVISTAITS

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ESCOLA ABERTA

Notícias das

Escolas ALUNO DESTAQUE O caçadorense Gabriel Fernandes Pereira dos Santos, aluno do 2º ano do ensino médio da EEB Dom Orlando Dotti, vem se destacando no esporte. Praticante de jiu jitsu há cerca de nove meses, o estudante já coleciona medalhas conquistadas em torneios internacionais. A mais recente veio no Curitiba Fall International Open 2017, promovido pela Confederação Brasileira de Jiu Jitsu (CBBJ) e International Brazilian Jiu Jitsu Federation (IBJJF). Gabriel ganhou a medalha de prata na categoria Branca/Juvenil/Masculino/Médio, em disputa que reuniu cerca 1.600 atletas de todos os estados brasileiros e de outros países. O estudante já tinha se destacado no Campeonato Brasileiro de Jiu Jitsu, em São Paulo, ao conquistar a medalha de prata na mesma categoria. Gabriel divide sua conquista com o mestre Cleber Maguerroski. Que venham mais medalhas, Gabriel!

SAÍDA A CAMPO Santa Catarina é um Estado de diferentes colonizações. Para se aprofundar na cultura italiana da região, alunos do 7º ano da EEB Padre Antônio Vieira, de Anita Garibaldi, tiveram uma aula diferente ao visitar o município de Celso Ramos. Como parte da aula de história, os alunos conheceram um pouco mais sobre as diversas ferramentas, móveis e objetos do cotidiano dos antigos colonos italianos e participaram de palestra com o imigrante italiano, Ivo Delorenzi, que participou da colonização do município, e conversaram com a professora Jussara de Farias Bom, que desenvolve projetos voltados à preservação e resgate da cultura italiana. A saída a campo foi a forma que o professor de história, Gil Karlos Ferri, encontrou para conectar as informações dadas com os conhecimentos estudados em sala de aula. Fica a dica! 14

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Por Edinéia Rauta edineiarauta@sed.sc.gov.br

ASSUNTO IMPORTANTE De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil está no topo da lista de crianças exploradas sexualmente. Apenas em 2016, o Disque Denúncia Nacional (Disque 100), recebeu 77.290 relatos de violação dos direitos das crianças e adolescentes, ou seja, 211 casos por dia. A preocupação sobre esse assunto também está nas nossas escolas. No Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, 18 de maio, escolas de todo o estado realizaram ações com o objetivo de informar sobre a importância da luta em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. A EEB Marilda Lenia Araújo, em Rancho Queimado, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social e o Conselho Tutelar, alertaram os estudantes sobre a prevenção e exploração sexual infantil. A Secretaria de Estado da Educação, as Gerências Regionais e as escolas contam com os Núcleos de Prevenção a Violências nas Escolas (NEPREs), que tão bem cuidam e desenvolvem ações em busca da prevenção. Denúncias sobre abuso e exploração sexual infantojuvenil podem ser feitas pelo Disque 100. Não tenham medo: denuncie!


DIA DA GRATIDÃO O Dia da Gratidão nas escolas foi lembrado na rede estadual de ensino em Caçador. Várias unidades escolar realizaram atividades alusivas ao tema, com o objetivo de ensinar aos estudantes sobre gratidão e como praticá-la, promovendo uma relação mais cordial entre as pessoas. Na escola Graciosa Copetti Pereira, por exemplo, o assunto foi tema de reflexão com os alunos nas salas de aula. O Dia da Gratidão nas escolas foi desenvolvido pela primeira vez em 20 de maio de 2016, pelo Jubilee Center for Character and Virtues, da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, e reuniu atividades em quase 80 escolas de todo o Reino Unido. Em 2017, a ação se espalhou por diversos países. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Psicologia Positiva (IBRPP) é o condutor dessa iniciativa e receberá o relatório das atividades desenvolvidas em cada escola de Caçador para divulgação nacional dos trabalhos.

DE ANIVERSÁRIO

Alunos, professores e a comunidade de Jaraguá do Sul comemoraram, dia 25 de maio, os 28 anos de história do grupo folclórico da EEB Professor João Romário Moreira. O Grünes Tal, nome do grupo, preserva e resgata as tradições germânicas por meio da dança nas categorias: mirim, infantil, infanto-juvenil, juvenil e adulto. São mais de 90 integrantes com dançarinos na faixa etária de quatro a mais de quarenta anos. É uma história que passa de pai para filho e envolve toda a comunidade. Parabéns!

MALALA

A emocionante história da menina paquistanesa Malala Yousafzai, que sofreu por defender a educação feminina, foi assunto da aula de ensino religioso dos estudantes da EEB Coronel Antônio Lehmkuhl, de Águas Mornas. Seu discurso na ONU (Organização das Nações Unidas) e o livro Eu Sou Malala foram estudados, o que resultou em debate sobre temas, como a liberdade da mulher no território paquistanês e a educação das crianças do Oriente Médio. O estudo foi importante para que os alunos pudessem refletir sobre algumas questões do mundo atual, como o direito básico à educação e a importância da luta das mulheres em todo o mundo. A história de Malala ficou mundialmente conhecida em 2009, quando o Talibã assumiu o controle do Vale do Swat e a jovem resistiu, lutando pelo direito à educação das mulheres. As ações da ativista quase foram interrompidas em 2012, quando foi atingida por um tiro na cabeça. Malala sobreviveu, retomou sua luta e aos 16 anos se tornou a pessoa mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Fica a dica deste importante livro para leitura!

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ITS RETRÔ

its

retrÔ Meus amigos, nesses mais de 12 anos de Revista its, muito assunto já foi publicado! E como diz o ditado: recordar é viver, não é mesmo?!

CAPAS DO PRIMEIRO ANO

2006

As capas da its eram com os famosinhos da época e nós não éramos revista... ainda. A its invadia as escolas como o maior jornal estudantil. O que continua de lá pra cá é, claro, são as escolas, afinal, é lá que a gente acontece!

SHREK Edição 08

2005

Há mais de dez anos Shrek foi lançado e a gente ama rever quantas vezes forem necessárias, como se não houvesse amanhã. Esse filme é tão fofo, não dá para enjoar!

FACEBOOK Edição 36

2007

Em 2007, uma nova rede social surgia e você usa e muito até hoje: o Facebook. Na época, poucas pessoas no Brasil usavam, já que o Orkut era tãããão interativo com os depoimentos que você recebia dos amigos, né?! Saudades, Orkut.

AI, AI, AI Edição 24

2006

Parece que o príncipe Harry fez feio lá em 2006 para comemorar o fim de um treinamento militar. Em 2015, depois de quase dez anos prestando esse serviço, o príncipe encerrou a carreira militar para se dedicar aos projetos no sul da África. Comemorou demais no início, mas fez bonito no final, né? 16

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RESTART Edição 57

2009

Quem aqui, amigo, nunca quis usar uma calça colorida, ter o cabelo escorrido de tão liso e uma armação de óculos bem descolada? Os meninos do Restart conquistaram o coração da galera com a banda teen mais colorida estourada nas paradas de sucesso com “Levo Comigo” e “Recomeçar”.



PRIMEIRA HABILITAÇÃO

O QUE SE APRENDE NAS

AULAS TEÓRICAS? Agora que você já fez todos os exames necessários para a primeira habilitação, fez a matrícula na autoescola e entregou toda a documentação necessária, o próximo passo é participar das 45 horas/aula teóricos exigidas. Parece muito tempo? Mas são aulas bem dinâmicas, divididas em cinco temas com cargas horárias diferentes, de acordo com a relevância de cada conteúdo. Para saber melhor sobre os temas e como são divididos dentro das aulas na autoescola, você confere abaixo:

Divisão dos conteúdos

Toda a apostila que você recebe na autoescola vem dividida e na ordem que os conteúdos serão estudados. Em algumas, inclusive. com exercícios que ajudam na fixação do conteúdo que ajudam você no simulado final na própria autoescola, antes de ser encaminhado para o teste final no Detran. Quer saber e já até começar ficar por dentro do que você vai estudar? Dá só uma olhada:

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LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO Já começa a sofrer achando que não vai dar conta? Calma, para quê sofrer por antecipação, não é mesmo? O primeiro conteúdo da apostila é que mais tem carga horária. Com 18 horas/aula, o tema abrange Código de Trânsito Brasileiro, infrações e penalidades, deveres e proibições.

DIREÇÃO DEFENSIVA Com a intenção de diminuir o número de acidentes no trânsito, os centros de formação de condutor contam com 16 horas/aula sobre o tema. Dentro do conteúdo você vai aprender sobre as sinalizações das placas, os comportamentos no trânsito, além de saber o que é e receber dicas de direção defensiva.

PRIMEIROS SOCORROS Até agora parecia tudo muito teórico? Então, prepara que lidar com a realidade no trânsito tem que ter estômago. Nestas aulas com duração de quatro horas, o instrutor mostra situações emergênciais e explica sobre os procedimentos a serem tomados (ou não) em caso de acidente e ensina conhecimentos básicos de primeiros socorros.

MEIO AMBIENTE E CIDADANIA Nesta categoria que leva quatro horas/aula, o aluno aprende a relação do veículo com o meio ambiente, as poluições e, inclusive, as legislações específicas a respeito desse conteúdo. Além, claro, de relembrar os direitos e os deveres que se deve exercer enquanto cidadão.

MECÂNICA BÁSICA Apesar de ter apenas três horas/aula, é um dos conteúdos mais importantes que o aluno vai ter e ainda aplicar diretamente em casos de problemas com o carro. Neste conteúdo, o centro de formação de condutor apresenta os principais problemas com o funcionamento do veículo e ajuda em como solucioná-los, além de mostrar como é um carro por dentro e o que o compõe.

Agora que você já sabe o que vem pela frente, fique atento aos conteúdos que eles serão importantes na hora de você fazer a prova teórica no Detran, em que você vai precisar acertar, no mínimo, 70% das trinta questões apresentadas. Vale lembrar que as provas são diferentes e cada uma busca questionar um ou mais conteúdos específicos estudados no centro de formação de condutor. Boas aulas e, claro, #focanaprova. WWW.FACEBOOK.COM/REVISTAITS

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DIÁRIO DE BORDO

EEB ENGENHEIRO ANNES GUALBERTO | SÃO FRANCISCO DO SUL A Escola de Educação Básica Engenheiro Annes Gualberto, de São Francisco do Sul, promoveu no dia 31 de maio a Feira Retrô. Alunos, pais e professores da escola trabalharam em conjunto no desenvolvimento da feira interdisciplinar, que teve como objetivo mostrar a moda, cultura, música, dança e tudo referente às décadas de 60/70/80 e 90 trabalhadas nas diferentes áreas do conhecimento. Além das apresentações, a feira contou com exposição dos trabalhos elaborados pelos alunos, com a orientação dos professores que fizeram as salas de aula se transformarem em verdadeiro túnel do tempo. A comunidade lotou a escola para prestigiar o trabalho dos alunos. As apresentações de dança foram o ponto alto da feira com os alunos do 1º ao 9º ano dançando coreografias de músicas conhecidas de cada década.

Além dos alunos, os pais dançaram ao som de biquíni amarelinho. Outros fatores importantes como a aquisição do conhecimento, a socialização e valorização dos trabalhos produzidos por alunos e professores tornando públicas as atividades desenvolvidas no ambiente escolar e a criatividade de nossos alunos foram fundamentais para o sucesso da feira. Foi uma troca de experiência efetivada pelos alunos e professores, com o objetivo de passar de uma concepção fragmentada para uma concepção unitária do conhecimento, porque sabemos que a prática pedagógica, por meio da interdisciplinaridade, propicia a construção de uma escola participativa e decisiva na formação social do indivíduo, bem como prática coletiva e solidária na organização da escola.

Eeb Isidoro Silva | Anita Garibaldi 2º ANO Estudantes do 2º ano do Ensino Médio da escola EEB Isidoro Silva, de Anita Garibaldi, participaram do projeto de conscientização Maio Amarelo, o qual buscou chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. As atividades foram desenvolvidas pela professora Aline Toldo, na disciplina de filosofia, a qual enfatizou com os alunos o lema do projeto: #MinhaEscolhaFazADiferença!

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PROJETO PLUVIOMÊTRO NA ESCOLA EEB WALTER HOLTHAUSEN | LAURO MULLER - Luiz Carlos Adriano Coordenados pelos professores Ronaldo Heidemann e gião envolvendo a população que vive em áreas de riscos ou Claiton Joaquim, os alunos do 3°ano do Ensino Médio Ino- virão a morar, fortalecendo as capacidades locais de enfrenvador (EMI) realizaram um projeto de construção de um tamento de eventos adversos e também usados e analisados aparelho pluviômetro.O tempo e o clima sempre interferiram esses dados na agricultura regional ou local. nas atividades humanas, como na agricultura, e desde a antiguidade vem se estudando maneiras de prevê-lo através da meteorologia e climatologia. O projeto teve por objetivo medir a quantidade de chuva do local, sendo que essa medida se dá em milímetros. Por exemplo: quando se fala que choveu dez milímetros na cidade, significa que essa seria altura média alcançada pela água a partir do chão na área total da cidade em determinado período. Através da coleta diária desses dados de anos anteriores é que nos permitirão fazer comparações, arriscar e prever como se comportará o clima no futuro. O projeto pluviômetro na escola visa introduzir a cultura da percepção de riscos de desastres naturais na re-

Passeio de estudos nas “Furnas dos Brechós”, Município de Celso Ramos ENSINO MÉDIO INOVADOR DA EEB PAULO BLASI | CAMPOS NOVOS

Em comum acordo com os professores e coordenador do EMI, foi decidido que faríamos um passeio as “Furnas dos Brechós” no município vizinho, Celso Ramos, levando os alunos para um “laboratório ao ar livre”. Sim, laboratório, pois lá encontramos tudo o que procurávamos: Biologia, Educação Física, Geografia, Física, Matemática, Inglês e, principalmente, muita História. Tudo isso estava lá ao nosso alcance, no seu habitat de origem. Iniciamos com uma caminhada descendo para as furnas, passando pelos carreiros naturais, lugares de mata verde e fechada, pedras soltas e traiçoeiras, árvores caídas, caminhos estreitos e escorregadios... mas chegando lá, que surpresa! Que beleza, a natureza é muito linda. Ouvimos a história sobre as Furnas e as visitamos no seu interior. A volta foi mais emocionante e cansativa, mas sabíamos que um delicioso almoço nos esperava feito por professores que se dispuseram a preparar. Na parte da tarde descemos por outra trilha que nos deparamos com uma piscina natural, ainda mais bela que a outra visitada pela manhã. Nossa meta foi atingida, em que era a de proporcionar aos nossos alunos conviver em grupos e assim esquecendo a individualidade.

Queremos aqui agradecer aos professores da EEB José Cesário Brasil, de Celso Ramos, Angelo Lúcio e Nilso Bedin que nos guiaram e explicaram sobre as Furnas, juntamente com os alunos estavam os professores Marco Antonio Zandoná, Rodimar, Cleyton, Erzilia, Ulisses e Marcos José.

VOCÊ QUER VER A SUA ESCOLA AQUI NO DIÁRIO DE BORDO? Calma que é bem fácil: basta você contar a história da sua turma e nos mandar junto fotos para que possamos publicar! Você só precisa enviar para a Renata (renata.bomfim@portalits.com.br) ou para a Jéssica (jessica.stierle@portalits.com.br)

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CAPA Por Lucas Inácio

escolar

A GRANDE FAMÍLIA

Alunos da EEB Getúlio Vargas, matriculados no Ensino Médio Inovador (EMI), fazem da escola a extensão de casa

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Fotos: Marcos Campos REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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Você já parou para pensar que, durante 12 anos, nós passamos 200 dias por ano na escola?! Fazendo uma conta rápida aqui, são cerca de 12 mil horas da nossa vida que a gente passa nesse ambiente do 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º do Ensino Médio – isso se não houver qualquer atraso no meio do caminho. Não é à toa que o pensamento popular afirma que a escola acaba sendo a nossa segunda casa. Porém, para a turma 31 da Escola Estadual Básica Getúlio Vargas, em Florianópolis, a unidade é mesmo o primeiro lar. Os nove alunos da turma fazem parte do programa Ensino Médio Inovador (EMI), um programa do Governo do Estado de Santa Catarina que amplia o tempo das aulas semanais promovendo o ensino em tempo estendido – diferente da reforma aprovada no fim do ano passado. O projeto é realizado desde 2010 e tem como objetivo promover um ensino que integra todas as matérias tradicionais e até a inclusão de algumas novas.

No caso da EEB Getúlio Vargas, a pequena turma tem aulas no contraturno às quartas e sextas e convive cerca de 35 horas por semana, não apenas na sala de aula, mas nas dependências da unidade. Foi em um desses lugares aconchegantes que batemos um papo com eles. A sala de convivência, restaurada pelos próprios alunos em 2016, conta com sofá, mesa de pingue-pongue e uma pintura superestilosa. “Só faltou um chuveirinho, pois a gente joga um futebol nas quadras e depois chega pra sala todo suado”, comenta o líder da turma, João Vítor Gomes Soares. Natural de Uberlândia (MG), João Vítor veio para Santa Catarina ano passado para morar com o irmão e terminar seus estudos. Ao se matricular na EEB Getúlio Vargas, ele optou pelo EMI e se juntou à nova turma. A unidade foi uma das 155 que participaram do programa em 2016, e João Vítor foi um dos mais de 15 mil alunos em Santa Catarina. “Na verdade, a gente não tinha muita opção, era o Inovador ou o regular noturno, aí preferi estudar durante o dia”, explica. Se a escola para eles é a primeira casa, seriam os amigos de turma seus irmãos?! Eles mesmos respondem que sim, tanto que até nos fins de semana muitos resolvem passar seu tempo juntos. Com tanto tempo de convívio ao longo da semana, os laços acabaram se estreitando entre os sete meninos e duas meninas que compõem a turma 31, mas não apenas entre eles.

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Fotos: Marcos Campos

Cozinheiras da EEB Getúlio Vargas, as tias da cozinha da turma 31

A FAMÍLIA VAI ALÉM DA SALA

A união de quem passa o dia todo na escola acaba sendo diferente das relações de quem faz o ensino regular e não apenas com os colegas. O período de tempo acaba estreitando também a relação com os funcionários da escola, seja aquela professora massa, seja o zelador gente boa ou as “tias da merenda”, como no caso da turma 31, que as escolheu para as fotos desta edição. Ivete Nunes e Leda Aparecida Alves trabalham juntas há seis anos na cantina da EEB

Getúlio Vargas. Já viram turmas e mais turmas se formarem, mas para cada grupo que se vai, outro assume o lugar de xodó delas. “Eles pegam um carinho grande por nós e nós por eles, acabamos sendo meio mãezonas, às vezes dá uma bronca, um conselho. De vez em quando a gente vê um deles um pouco mais triste: ‘olha, hoje ele não tá bem’. No outro dia a gente pergunta, aí se brigou com a namorada já damos um conselho ou às vezes até mesmo um abraço”, conta a tia Ivete.

Elas e a cozinheira da noite preparam ao todo cerca de 400 refeições ao dia, incluindo os lanches da manhã, tarde e noite e o almoço para os alunos do EMI. Mesmo assim, o envolvimento é tanto que elas até sabem como é o prato dos mais chegados e quais aqueles que precisam de um empurrãozinho para comer salada. “De vez em quando tem que ficar em cima para eles se alimentarem bem, e a gente acaba ajudando na educação deles, tipo duas mãezonas”, diz a tia Leda.

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Saindo da sala e abrindo o leque Além do tempo de convívio, outra forma de integração é com os projetos interdisciplinares que são desenvolvidos. Esses variam de acordo com cada unidade, mas podem ser grupos de dança, times esportivos ou um trabalho escolar como é desenvolvido na EEB Vidal Ramos, em Concórdia.

do os troféus que conquistou no ano passado, quando disputou uma competição regional com as escolas de EMI da Grande Florianópolis. Se você achava que esses troféus na foto eram cenográficos, não são, não. Eles são o xodó da turma e um dos legados que deixarão para as próximas gerações da EEB Getúlio Vargas.

Os estudantes das duas turmas de EMI da unidade desenvolvem anualmente a revista Segunda +, uma publicação de 1.500 exemplares com conteúdos de trabalhos de todas as turmas da escola. As turmas são de 1º e 3º ano e fazem todo o projeto, desde a escolha das pautas à adaptação do conteúdo didático para um formato jornalístico.

Aliás, a hora do adeus é uma das coisas que preocupam a turma. “Hoje eu parei na sala de convivência, lembrei que a gente já está na metade do ano e comecei a pensar que tenho que aproveitar”, contou Yhan Bilck. Perguntados no que daria para melhorar, ele responde que o EMI poderia ser mais inovador e realmente realizar mais projetos com esse tempo a mais, colocação que foi prontamente confirmada por todos os amigos da turma.

A coordenadora conta que esse trabalho consegue envolver também os alunos que não participam do Ensino Médio Inovador, já que muitos deles trabalham no contraturno e têm menos tempo para dedicar à escola. Como o conteúdo trata de trabalhos de sala de aula, até os mais ocupados participam da revista.

Problemas à parte, é unanimidade que a segunda casa (ou a primeira) vai fazer falta após a formatura, assim como os irmãos e irmãs que o convívio em tempo integral proporcionou. “Eu acho que a vida escolar é realmente a parte vivida, pois aumenta a responsabilidade e já dificulta tudo, acho que a escola é um grande meio da gente se relacionar e desenvolver um pensamento”, falou João Vítor. Pelo que parece, a turma 31 vai aproveitar o lar, a comida das tias e o sofá da salinha de convivência ao máximo antes de se mudar. Certamente farão falta. Foto: Divulgação

A coordenadora do EMI da EEB Vidal Ramos, Rosani Marmitt, destaca a importância do trabalho para despertar interesses que as aulas tradicionais muitas vezes não conseguem. “O objetivo é mostrar as diversas áreas que estão por aí e que eles consigam agregar suas habilidades ao que mais lhes interessa. É importante que a escola mostre que existem outros caminhos além dos que eles têm contato no dia-a-dia, e a gente percebe que o envolvimento deles é maior, pois a preocupação não é apenas de entregar o trabalho, pois a revista é um produto que vai além das paredes da escola.”

O tempo, aliás, é um dos grandes problemas enfrentados pelo programa, tanto que a turma 31 da EEB Getúlio Vargas diminuiu para menos da metade de 2016 para 2017. Muitos alunos e alunas saíram para trabalhar formalmente ou para se preparar para o vestibular – e hoje a turma é tão pequena que vai ter dificuldades para seguir ganhan-

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Alunos da EEB Vidal Ramos produzem anualmente a revista Segunda +, espaço para divulgação de todos os trabalhos produzidos na escola


Fotos: Lucas Inácio

BAILANDO

Não é só no Ensino Médio Inovador que surgem iniciativas importantes nas escolas de Santa Catarina. Um exemplo disso é o trabalho de dança desenvolvido na EEB Prefeito Germano Brandes, em Indaial, que conta com 65 alunos-bailarinos em uma parceria com a prefeitura do município. Desde 2012, a escola libera o espaço para que o grupo realize seus ensaios nas categorias mirim e infantil – e ainda há a categoria juvenil, que ensaia em outro local por agregar alunos de mais escolas. O foco das aulas são as danças folclóricas, como a coreografia Intorno Alla Panchina, que garantiu o segundo lugar na etapa estadual do Festival Escolar Dança Catarina em dezembro de 2016 (foto). Além disso, o projeto participa do tradicionalíssimo Festival de Joinville. Um feito mais importante ainda foi o título da etapa brasileira do Torneo Universal Dance, que garantiu vagas com quatro coreografias e 30 integrantes para representar o Brasil na Grande Final Sul-Americana, em Córdoba, na Argentina. Esses resultados são importantes como reconhecimento e para motivar os jovens sobre a importância do folclore e da his-

tória do município, como conta a professora de dança Samanta Farias. “O mundo está em constante transformação, é preciso ter cuidado para não esquecer valores e tradições que foram fundamentais para nosso desenvolvimento e, ao mesmo tempo, estar aberto para o novo. Trabalhar a dança folclórica em tempos de tanta tecnologia não é uma tarefa fácil, mas é possível quando se faz com amor e dedicação.” O foco é nas danças tradicionais, mas a professora também inclui outras linguagens corporais e artísticas, como dança contemporânea, danças urbanas, ballet, jogos teatrais, jogos rítmicos e improvisação. Isso garante uma participação maior dos alunos, algo que é importante para o desenvolvimento da comunidade escolar, como destaca o diretor da EEB Prefeito Germano Brandes, Irineu Sezário. “Sem sombra de dúvidas, a realização deste projeto engrandece a escola num todo, e a integração dos alunos é notória, não só entre o grupo de dança, mas com a própria comunidade escolar. Percebe-se o envolvimento direto dos membros do grupo em todos os eventos da comunidade.”

UMA VIDA NA ESCOLA:

Do 1º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio (regular), são em média

Nós passamos 200 dias por ano na escola

12 ANOS 200 DIAS 12 anos no ambiente escolar

São cerca de 12 mil horas da nossa vida que a gente passa nesse ambiente

12 MIL HORAS REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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PROFESSOR DO MÊS

Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

Por Renata Bomfim

LIVROS + BIBLIOTECA = O LUGAR DE ANDRESSA Professora do Ceja de Blumenau teve o encontro com a sua profissão por meio da leitura QUEM É ELA NOME COMPLETO: Andressa Beatriz Götzinger IDADE: 27 anos CIDADE DE NASCIMENTO: Blumenau ESPECIALIZAÇÃO: Mestrado em Educação (Univali) e LetraPortuguês (Furb)

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Se cada um tem sempre aquele lugar favorito, o da professora do Ceja Blumenau, Andressa Beatriz Götzinger, 27, era a escola. Era não, ainda é. Não foi em vão que a sua paixão pelo mundo da leitura a levou para frente de uma sala de aula guiada pela formação que, “por acaso”, entrou na sua vida: Letras-Português, pela Universidade Regional de Blumenau (Furb). Professora há quatro anos, este foi o primeiro que teve contato com a revista its que, logo de cara, resolveu usá-la como material pedagógico dentro do conteúdo que estava sendo trabalhado com os alunos. Bastou apenas um email sugerindo o envio de carta do leitor que publicamos, na edição de junho - editoria Redes Sociais -, o resultado desta parceria. Foram cerca de 15 cartas e apenas uma foi selecionada para publicação. “Eu estava na escola realizando os planejamentos do bimestre, quando a revista foi entregue. Peguei-a e comecei a ler... nesse instante tive o insight. Escrevi à revista, propondo um trabalho em parceria. Não estava bem confiante se daria certo, mas enfim, deu certo”, comenta a professora. “À medida que foram entendendo o que é como e faz esse gênero, os alunos foram se soltando e se envolvendo com a ideia. Quando chegou a hora da escrita, eles estavam em dupla folheando, lendo e trocando ideias entre si. E em seguida, expressaram-se através da língua portuguesa suas opiniões, elogios, comentários e sugestões.” E para saber mais sobre como que aconteceu essa parceria e sobre a caminhada da professora Andressa na educação, é só você conferir o resultado da entrevista:


SOBRE SUA CARREIRA Revista its: QUANDO VOCÊ ESTAVA NA ESCOLA, O QUE MAIS TE CHAMAVA ATENÇÃO? PENSAVA EM SER PROFESSORA? Professor Andressa: Quando menina, eu adorava estar na escola. A escola era o “meu lugar”, sempre que acordava pela manhã, logo ficava ansiosa para chegar. Lá eu tinha amigos, carinho, atenção, brincadeiras, descobria coisas fabulosas e tinha a biblioteca, pequena, mas era uma biblioteca que me fascinava. era tudo que eu queria ter em casa. Durante o ensino fundamental nunca me ocorreu seguir a profissão de docência, todavia, desde lá, eu já me sentia no “meu lugar”.

Revista its: POR QUAL RAZÃO ESCOLHEU LECIONAR? Professora Andressa: Quando ingressei no ensino médio, tive a oportunidade de estudar em uma escola “cooperativada”, era do estado, mas seguia a lógica de atuar com a ajuda da comunidade que contribuía espontaneamente. Nessa escola, haviam laboratórios e, sobretudo, uma biblioteca maior que a da minha escola anterior, evidentemente isso me encantava, pois aos quinze eu já era uma leitora voraz, não lia autores renomados, mas simplesmente lia e lia. Nessa época, sentia-me entusiasmada e muito curiosa, e a escola oferecia o estudo em duas línguas estrangeiras, inglês e espanhol, e cursei as duas. Aliás, eu já lia em espanhol e traduzia algumas músicas por conta própria e, quando pude me matricular nesse idioma, vi a possibilidade de aprimorar e agregar mais uma língua, o inglês. Esse gosto pelas línguas e humanas seguiu até o meu terceiro ano do ensino médio, quando a escola promoveu um encontro entre alunos e orientadores profissionais, e ali descobri que cursaria Letras. Assim, ingressei em Letras, mas não tinha intenção de lecionar. Tentaria atuar na revisão e editoração de livros, revistas etc. Quando me formei, eu estava sem emprego, e recebi um telefonema para trabalhar numa escola, decidi aceitar ao menos por um tempo. Já faz quatro anos que estou lecionando, fui me envolvendo e gostando de ensinar, voltei a me sentir no “meu lugar”, apesar de todas as dificuldades que a profissão de docência tem.

Revista its: O QUE MAIS TE ENCANTA NA EDUCAÇÃO? Professora Andressa: A educação é uma área encantadora, porque ela pode levar a luz onde há escuridão. Ainda que deixasse de ser professora, a educação ainda me fascinaria por causa disso, o conhecimento. O gosto pelo o “conhecer” sempre esteve presente na história da minha vida. Outro ponto que me deixa satisfeita, é quando consigo ajudar no desenvolvimento de habilidades linguístico-textual de um/a aluno/a, mas para isso acontecer os dois lados aceitam ser parceiros.

Revista its: QUAL O SEU CONTEÚDO PREFERIDO DE PASSAR EM SALA? Professora Andressa: Gosto de estudar e ensinar aquilo que nos une enquanto seres humanos: a língua. Ela é um recurso valiosíssimo que dispomos para as nossas necessidades. Com a língua, podemos interagir socialmente, podemos pensar sobre o que nos agrada ou desagrada e podemos comunicar diferentes pontos de vistas. É através da língua que aprendemos matemática, física, filosofia, artes... É através da língua que o pai, a mãe ou namorado expressa seu amor. É através da língua que o juiz pune ou liberta o cidadão. Enfim, a língua, ou no caso da maioria brasileiros, a língua portuguesa está em tudo que fizemos, até mesmo, à noite, quando adormecemos e sonhamos os mais fabulosos sonhos, vivemos esses sonhos por intermédio da língua, a língua portuguesa da maioria dos brasileiros.

Revista its: QUANDO SURGIU A IDEIA DE USAR ITS COMO CONTEÚDO PEDAGÓGICO? Professora Andressa: A ideia surgiu no momento em que eu realizava meu planejamento bimestral. Uma das unidades previa trabalhar com a habilidade de argumentação. Para isso, era necessário selecionar gêneros textuais diversos para o trabalho em sala. E entre os gêneros textuais, selecionei, para iniciarmos, a carta do leitor que possibilita expressar um elogio, uma reflexão, uma crítica ou mesmo uma sugestão à revista, favorecendo assim, para um debate de ideias, pontos de vistas diferentes abordados. E em meio a essa diversidade de ideias e pontos de vistas, trabalhar as primeiras noções de sustentação. E ainda, pretendia levar para a

sala uma proposta que pudesse representar um desafio real, ou pelo menos estar muito próximo com a realidade.

Revista its: VOCÊ JÁ CONHECIA A REVISTA? COMO FOI ESSE CONTATO? Professora Andressa: Conheci a revista neste ano. E o contato foi um tanto casual. Eu estava na escola realizando os planejamentos do bimestre, quando a revista foi entregue. Peguei-a e comecei a ler... nesse instante tive o insight. Escrevi à revista, propondo um trabalho em parceria. Não estava bem confiante se daria certo, mas enfim, deu certo. Ficamos todos agradecidos pela oportunidade de participar com a publicação de uma carta do leitor na edição de junho.

Revista its: COMO OS ALUNOS RECEBERAM A REVISTA EM SALA DE AULA? Professora Andressa: Inicialmente, contei sobre a proposta de trabalhar um texto que seria enviado para a publicação na revista. Isso causou um certo espanto, afinal. não é sempre que podemos escrever algum texto para publicação em jornal, blogs e revistas. Mas, aos poucos, tudo foi se esclarecendo, e a carta do leitor não é exatamente um gênero complicado, pelo contrário. À medida que foram entendendo o que é como e faz esse gênero, os alunos foram se soltando e se envolvendo com a ideia. Quando chegou a hora da escrita, eles estavam em dupla folheando, lendo e trocando ideias entre si. E em seguida, expressaram-se através da língua portuguesa suas opiniões, elogios, comentários e sugestões.

Revista its: QUANDO VOCÊ SE INTERESSOU EM LECIONAR NO CEJA? Professora Andressa: Minha chegada na escola também foi casual. Sou professora temporária desde fevereiro, cobrindo a licença de um colega. Inicialmente, fiquei um pouco assustada, aliás era um novo desafio: lecionar para turmas com idades variáveis. Contudo, hoje percebo essa diversidade contribui favoravelmente, porque a geração mais nova precisa aprender a conviver com os mais de idade e vice-versa, bem como aprender com conviver com as diferentes pessoas culturalmente diferente entre si.

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ITSPORTS

Foto: CBV

Foto: Antônio Prado-Fesporte

Por Lucas Inácio

MAIS UM TÍTULO NACIONAL DO VÔLEI FEMININO DE SC A equipe catarinense de vôlei feminino sub-17 foi campeã do Campeonato Brasileiro de Seleções disputado em Uberlândia no fim de maio. Santa Catarina conquistou o título da divisão especial ao vencer o Rio de Janeiro na final por 3 sets a 1 (25/21, 18/25, 25/14 e 25/21) e terminar a competição de forma invicta. A principal divisão do torneio contou com oito seleções estaduais, uma competição de altíssimo nível e que mostra mais uma vez a força do vôlei feminino catarinense. A equipe de São Paulo completou o pódio.

ENTRE AS QUATRO MELHORES DO MUNDO

Foto: Divulgação Abell

As atletas do time de futebol feminino da EEB Professora Lourdes Ângela Sarturi Lago (Chapecó) conquistaram um feito inédito para o Brasil no Campeonato Mundial Escolar da categoria, disputado na cidade de Praga, na República Tcheca. Elas representaram o país na competição e chegaram ao quarto lugar, maior feito de um time brasileiro. Além disso, as chapecoenses foram as únicas representantes de escola pública entre as quatro primeiras colocadas. Foram cinco vitórias em sete jogos durante a competição, com derrotas para a França nas semifinais e para a Alemanha na disputa do bronze. Na final, a Áustria venceu a seleção francesa.

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ESPERANÇA DE MEDALHAS NO TÊNIS DE MESA A mesatenista Maria Fernanda da Silva Costa é esperança de medalha para o Brasil na 23ª edição da Summer Deaflympics (Olimpíadas de Surdo), realizada no mês de julho em Samsun, Turquia. Também portadora de síndrome de Down, a atleta de apenas 15 anos é um fenômeno para o país na competição. Maria Fernanda é natural de Balneário Camboriú, mas começou sua trajetória em Blumenau. Atualmente treina em Itajaí e já conta com títulos importantes, como o nacional das APAES, em Campo Grande (MS), e os Jogos Abertos, em Caxias do Sul. Sorte para a nossa atleta!


Foto: Lucas Inácio/Fesporte/Arquivo

A ITS É PÉ QUENTE

EM BUSCA DA VAGA NO ESTADUAL

TOP 3 DO BRASIL NO TATAME

As seletivas microrregionais dos Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc) para alunos entre 15 e 17 anos já começaram em todo o Estado. Seara, no Oeste do estado, sediou em junho a etapa que definiu as equipes classificadas para a etapa seletiva dos Jesc. Além disso, os atletas das modalidades individuais conquistaram vaga direta para o estadual. Esse é o caso do atleta Jean Carlos Frare (centro da foto), da EEB Pe. Izidoro Benjamin Moro, de Lindóia do Sul. Vale lembrar que os campeões estaduais representam Santa Catarina nos Jogos Escolares da Juventude, evento nacional organizado pelo COB. PS: Gostamos da presença do Pikachu na premiação.

Ser um dos três melhores atletas do país em sua categoria não é para qualquer um, mas é para o catarinense Bernardo Welter. O judoca é o terceiro colocado no ranking nacional sub-18, emitido pela Confederação Brasileira de Judô. O blumenauense foi medalha de bronze no Campeonato Brasileiro sub18, na categoria meio-pesado (para atletas com até 90 quilos), resultado que o levou ao feito. E que venham mais medalhas para Santa Catarina!

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: ADR Seara

Na primeira edição do ano da Revista its, falamos de atletas que poderiam arrasar neste ano de 2017 e uma das nossas atletas destaques foi a saltadora em distância, Rafaela Iarvoski. Passados alguns meses, a joinvilense confirmou as nossas expectativas e venceu o Campeonato Brasileiro de Atletismo Sub-18. Detalhe: ela tem só 15 anos de idade. Quem é atleta, sabe que nessa fase a idade faz muita diferença, mas não para a Rafa. Ela mandou muito, saltou para 5,71m e garantiu o ouro. Voa, menina!


POPCORN

A REFILMAGEM O QdUo HEomMemA-AIrSanhUa M nos diz sobre Hollywood Julho, um dos meses mais concorridos do cinema comercial, traz para as telonas, mais uma vez, o reinício da franquia do Homem-Aranha. O super-herói mais importante da Marvel é vivido desta vez por Tom Holland, que já apareceu no papel numa ponta em Guerra Civil, do ano passado. Dessa vez o foco é só na história dele e nas dificuldades de equilibrar a vida pessoal, os estudos e as suas responsabilidades como herói em Nova York. Tá com aquela sensação de já ter visto essa história em algum lugar? Bem, provavelmente você viu, essa é a terceira adaptação do personagem para os cinemas em 15 anos e, se contarmos

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com as continuações, já é o quinto filme do herói. Mas por que recomeçar? Por que não escalar Tobey McGuire ou Andrew Garfield (que também já viveram o papel) e simplesmente continuar a história? A resposta a essas perguntas, como é comum em Hollywood desde que a indústria cinematográfica se estabeleceu lá atrás, nos anos 1920, tem a ver com dinheiro. No caso dos filmes do aranha, os motivos são principalmente os direitos autorais sobre o personagem e a onda dos universos cinematográficos que toma conta dos grandes estúdios. Isso porque lá pelos idos de 1990, quando os quadrinhos passavam por uma das pio-

res crises, a Marvel dividiu seus direitos de adaptação entre Fox, que ficou com os X-Men, Quarteto-Fantástico, Deadpool e Demolidor e a Sony, que ficou com o Homem-Aranha. Agora, depois do estabelecimento da Marvel no cinema com os filmes dos Vingadores, e na TV, com as séries de herói da Netflix, a ideia de um grande universo compartilhado entre super-heróis é muito mais interessante financeiramente. Por isso a Sony concordou em recomeçar o herói numa franquia própria, mas nos moldes de um universo já pronto. Isso não quer dizer, contudo, que exista um problema em reiniciar uma franquia. A indústria cinematográfi-


Por Vincent Sesering

ca responde ao seu público desde sempre e as refilmagens não são novidades. Em 1959, um dos maiores filmes da história até então foi Ben-Hur, que acompanha um herói judeu no império romano. Esse filme, contudo, um épico de mais de três horas de duração e que ganhou 11 Oscar, era a refilmagem de um filme com o mesmo nome de 1925 e que, por sua vez, já era a adaptação de um livro. O cinema sempre teve e sempre terá suas correntes artísticas e comerciais e, se a moda da vez é a do universo compartilhado, investir numa readaptação do Homem-Aranha dentro desses moldes faz todo o sentido.

Algumas re-re-re-refilmagens famosas da história do cinema Não é de hoje que os grandes estúdios hollywoodianos preferem buscar histórias que já tem sucesso comprovado ao invés de se arriscar com novidades. Veja alguns dos casos que ficaram na história.

Os sete samurais/cowboys Obra prima de Akira Kurosawa, os Sete Samurais conta a história de uma vila atacada por bandidos que pede proteção a um grupo de samurais. Lançado em 1954, foi um dos maiores sucessos da história do cinema japonês. Tanto que em 1960 estreou nos EUA, Sete Homens e um Destino, do diretor John Sturges. A diferença é que uma vila na fronteira do méxico era defendida, desta vez, por sete pistoleiros norte-americanos. Em 2016 a versão western foi mais uma vez adaptada para as telonas, com a direção de Antoine Fuqua.

Licença para matar Muita gente acaba não classificando como refilmagem, mas os filmes do espião mais famoso do mundo, James Bond, se reciclam de tempos em tempos. Mesmo que as histórias quase nunca sejam repetidas, o 007 já foi interpretado por seis atores diferentes e se encaminha para o sétimo ainda não anunciado. E a MGM, estúdio responsável pela franquia que já tem 23 filmes, não pretende parar tão cedo.

Os invasores de corpos Baseado em um livro dos anos 1950, a história acompanha uma cidadezinha onde pessoas viram zumbis controlados por alienígenas. Ela já foi adaptada quatro vezes: em 1956 (Vampiros de Almas, de Don Siegel), em 1978 (Os Invasores de Corpos, de Philip Kaufman), em 1993 (A Invasão Continua, de Abel Ferrara) e mais recentemente em 2007 (Invasores, de Oliver Hirschbiegel). O mais interessante nas tramas é que a invasão externa que ameaça o modo de vida americano é vista como uma metáfora diferente em cada época. Por exemplo, se nos anos 1950 eram os comunistas, em 2007 eram os terroristas.

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#KERO

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PAPO DE LEITOR Por Mateus Pereira Silveira

Clássico necessário

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A LEITURA ESSENCIAL DA LITERATURA MUNDIAL Ao se utilizar o termo “clássico” para falar de um livro, é natural presumir que se trata de um título importante no contexto literário, mas logo surge o pensamento que tal obra possui uma linguagem truncada, ou um conteúdo de difícil compreensão. No entanto, o uso do adjetivo clássico é relacionado à importância do tema ou história narrada, que trouxe algo novo para a literatura, mas permanece atual, como é o caso de 1984, do britânico George Orwell. Lançada em 1949, a distopia de Orwell se passa em um mundo com uma conjuntura geográfica diferente da habitual. Existem apenas três continentes: A Lestásia, a Eurásia e a Oceania, local onde se passa a história. Winston Smith é um homem pacato, perto de completar 40 anos de idade, com pouca personalidade, que exerce seu trabalho no Ministério da Verdade (Miniver), departamento do governo responsável pelo controle da imprensa, cultura, entretenimento, ou seja, pela censura. Apesar do seu cargo e da aparente indiferença, Winston alimenta em seu íntimo um sentimento de revolta contra “O Partido” e seu líder, o “Grande Irmão”. Controladas em todos os aspectos de suas vidas, as pessoas veneram cegamente seu líder, manipulados pelas informações divulgadas pelo governo. Ao mesmo tempo, o personagem se apaixona por Julia, funcionária do mesmo ministério, e que faz parte da Liga Juvenil Antissexo. Após contradições iniciais, ambos acabam se relacionam e Winston segue sua saga, questionando os princípios estabelecidos pelo “Grande Irmão” e se aproximando de uma organização revolucionária secreta. O grande mérito da obra de Orwell é a sua construção de uma sociedade futurista sob um regime totalitário, tanto quanto a sua visão de prever tecnologias presentes nos dias de hoje. Além da constante vigilância, que serviu de base para programas atuais, como “Big Brother”; a construção de uma nova linguagem, a “Novalingua”, com o objetivo de cercear as ideias do povo; ministérios específicos e contraditórios (o da Guerra, por exemplo, é responsável pela paz), e a abordagem do discurso totalitário, camuflado na forma de “Dois minutos de Ódio”, momento em que as pessoas, influenciadas por propagandas e falas de líderes, despejam falas intolerantes e que afastam a presença daquilo que se mostra como diferente.

UNIVERSOS DISTÓPICOS NA LITERATURA O livro 1984 é classificado como uma distopia, que apresenta uma criação ficcional contrária à utopia, portanto, um conceito que apresenta uma sociedade comandada por um governo ditador, com instrumentos de controle sobre a vida do cidadão. Além do livro de Orwell, outros livros com temática semelhantes ganharam destaque no século 20, como “Admirável Mundo Novo”, de Aldoux Huxley; “Fahrenheit 451”, de Rad Bradburry e “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess. Mais que a importância de alertar para as consequências da falta de liberdade e prever aspectos do futuro, “1984” é fonte de inspiração para séries literárias que fazem sucesso entre os jovens, como “Jogos Vorazes”, “Divergente” e entre outras. Logo, trata-se de um clássico não pela época em que foi lançado, mas pela capacidade de se me manter atrativo e lançar questionamentos pertinentes nos dias de hoje.

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as escolas competem, o planeta ganha.


ESCOLA ABERTA

Alunos da EEB Dom Jaime Camara

VIVA O SÃO JOÃO Os meses de junho e julho são conhecidos pelas tradicionais e deliciosas festas de São João. Nas escolas a diversão é ainda maior: têm paçoca, pinhão, pé de moleque, bolo de milho, cachorro quente, pipoca, quentão, brincadeiras, além de contar com as tradicionais danças folclóricas. Afinal, tudo isso faz parte de uma cultura católica europeia em homenagem aos santos São João, São Pedro e Santo Antônio. Os cerca de 700 alunos, sendo

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216 do Ensino Médio Inovador, juntamente com os professores e funcionários da EEB José Maria Cardoso da Veiga, em Palhoça, entraram no clima junino, decoraram a escola e programaram inúmeras atividades para a festa. A tradicional quadrilha, quitandas de amendoim, pescaria, comidas e bebidas foram as atrações do evento. Para a aluna do 2º ano do ensino médio, Bruna da Costa Martins, o mais importante é a parceria e o en-

volvimento dos colegas nas atividades. “Foi uma oportunidade muito legal de todos poderem participar, a gente vê o quanto é importante o trabalho em equipe. No final o resultado foi melhor do que o esperado”, afirma. Além de proporcionar momentos de interação com toda a comunidade, o envolvimento dos alunos em eventos é um momento oportuno de vivência e de ampliar a interação de forma ativa e construtiva no ambiente escolar e social. “A escola só terá


Por Dafnée Canello

NOS BASTIDORES

Fotos: Divulgação

EEB José Maria Cardoso da Veiga

significado na vida do educando, se ela se constituir de movimento de ações que sejam capazes de aliar os conhecimentos científicos ao cotidiano, com responsabilidade, respeitando as diferenças para que todos possam crescer como cidadãos plenos de direitos e deveres”, destaca a diretora, Sandra Helena Novelletto. A união dos 52 professores também fez a diferença na festa. “São os professores que, além de inserirem em sala os conteúdos folclóricos regionais e nacionais, de coordenar as danças de quadrilha, também estimulam a promoção da festa e trabalham nas diversas quitandas”, reconhece.

Para conhecer um pouco mais essas tradicionais festas, os professores da EEB Dom Jaime de Barros Câmara, em Florianópolis, propuseram atividades diferenciadas aos estudantes. “Buscamos trabalhar de forma lúdica e prazerosa as apresentações de danças, cujas encenações permitiram aos alunos vivenciar uma experiência que privilegiou os típicos e folclóricos ritmos nordestinos como o forró e o xote”, explica a professora de artes e teatro, Maria Cristina Fabi. Um ponto importante das comemorações e festejos em geral no ambiente escolar é a oportunidade do aluno ser o protagonista por meio da colaboração na organização, divulgação, criação e efetiva participação em todo o momento festivo. “Sem dúvidas, o envolvimento dos estudantes nas atividades faz com que se sintam ainda mais parte da escola, eleva a auto estima e desenvolve a capacidade de resiliência necessária, não só na adolescência escolar como também em toda a vida”, explica a professora de língua portuguesa, Nádia Favretto. Para o diretor da escola, Tiago Castanho, foi o envolvimento de todos que fez da festa ser um sucesso. “Foi uma experiência gratificante para todos os professores, pais e, principalmente, para os estudantes, pois, puderam sentir que são capazes de realizar por meio do protagonismo e união um grande e prazeroso evento”, contribuiu.

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LIVROS DO VESTIBULAR

“Eu encontrei algumas coisas mais solitárias do que eu”

AS FANTASIAS ELETIVAS DE COPI

Demorei longo tempo para saber a quem atribuía As fantasias eletivas: se a Schroeder, se a um transitório e visionário Renê, se à figura evanescente de Copi, a travesti escritora e fotógrafa cuja “poesia completa” faz parte desse livro que poderia ser lido como um romance, como uma antologia de poemas, como uma compilação. Essa boneca russa, em que vamos encontrando uma figura dentro de outra, toma seu nome a um conhecido livro do escritor romântico Goethe: As afinidades eletivas (1809). Ele, aliás, é citado pela própria Copi: ao morrer

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evocando a luz, cego, teria imaginado um ginásio vazio; e aliás, pensa ela, nenhum brasileiro desses de cabelo espetado que bebe uma sofrida lata de cerveja alemã conhece o tal escritor. Sua fantasia eletiva à beira da morte é talvez uma lamentação de nossa negligência para o mistério, preocupados que estamos com nossos penteados, nossas festinhas, nossa vida gourmetizada, enlatada e importada. De início, temos a impressão de que a história da vida rotineira do recepcionista noturno Renê, dividida como se fosse

um dicionário, tomaria conta de todo o livro. Essa é uma vida, no entanto, em que muitas coisas são possíveis: enquanto compulsivamente esteriliza e limpa superfícies com álcool, estéreis e desoladores como madrugadas chuvosas de agosto em cidades litorâneas, entre o suor que lhe molha as costas, o cheiro do sabonete do filho que não pode ver e o sangue que corre de uma faca de cozinha, surge Copi. Copi, a travesti, perdida entre as imagens de Polaroid que tocam suas retinas, é uma espécie de aparição numa Camboriú turística em que as ondas de


Por George França

Professor do Colégio de Aplicação da UFSC; doutor em Literatura pela mesma instituição

eufóricos turistas de excursões de formatura, de farofeiros em passagem de ano e da onda de aposentados do pós-temporada. Copi é mais que a cópia de seu anúncio: “Travesti magra, bonita, bem-vestida e inteligente. Nível universitário. Ativa e passiva: não decepciona, prazer além da carne. Atendo com local próprio e sem portaria.” É ela quem faz os retratos instantâneos da solidão das coisas. É na sua poesia incompleta que nos assustamos, junto com ela, ao deparar com dois raciocínios: “o primeiro era de que havia muita palavra no mundo, muito mais do que gente. E o segundo de que o que nos liga ao passado, a memória (que rege essas inúmeras fantasias eletivas que chamamos de lembranças) empalidece ao sinal do primeiro desejo.”

Fotos: Divulgação

Muito semelhante a Nadja, personagem do romance surrealista fotográfico de Breton, as memórias, lembranças, recortes pálidos de memórias de Copi são o que nos conduz o olhar a constelar a solidão. Copi é o suplemento da descrição da vida de Renê: suas imagens transbordam, com seus textos, as similaridades entre fotografia e literatura. “O que me move para a fotografia são as similaridades com a literatura”, diz ela. “A fotografia quer congelar um instante, e a literatura, recriá-lo, e ambas têm essa capacidade de permitir uma outra visão das coisas. [...] criar e contar histórias é desvelar imagens.” E diante de nós, desfila a galeria de objetos encontrados pelo caminho que são talvez o pequeno museu de solidões em que Copi procura se entender, lugares distintos de (ser) ninguém. Um museu de inutilidades como ponteiros de relógio, a ponte Hercílio Luz, pés no meio de corredores de ônibus, latas de cerveja importadas, sombras. Copi nos lembra, ao se olhar no espelho em Renê, que “Nos permitimos exibir nossos carros, a porra desses tijolões, os celulares, mas temos vergonha de fazer um carinho, dar um beijão prolongado na nossa companhia em plena rua. É o claro isolamento do toque, do gesto. É uma espécie de ausência que torna todas as ruas de todas as cidades um pouco fantasmas, já que elas deixaram de ser o palco das expressões humanas para ser apenas um trajeto.” Um trajeto ao fim do qual, como Copi, entramos em nossas

caixas-apartamentos, fechamos as portas e começamos a acariciar as paredes.

No Vestibular 2017... Tivemos uma questão inteira sobre o livro de Schroeder, a qual tinha a maioria das proposições corretas. Segundo o relatório oficial do vestibular, previa-se que fosse uma questão fácil e obteve-se uma questão difícil, tendo em vista que apenas 1,81% dos candidatos a acertou integralmente. O relatório atribui tal fato à não leitura integral do livro, tendo em vista que muitos consideraram correto que a temática central do livro era “o mercado de prostituição nas cidades litorâneas brasileiras”, quando isso aparece apenas colateralmente; o tema central seria, na visão do elaborador, “os afetos na cena contemporânea”, ou melhor, a ausência deles (sobre a qual Copi reflete vendo a foto de uma garota sentada nos trilhos de trem). Quem elaborou a questão focou o aspecto de que há um livro dentro do livro (que aparece nos capítulos “A solidão das coisas” e “Poesia completa de Copi”) e de que apesar de haver uma amizade sincera entre Renê e Copi, o tema sexual é um tabu (reiteradamente, Renê se nega a ouvir relatos dessa natureza da amiga; aliás, A travesti, e não O, como tratou a questão). Em uma proposição de formulação confusa e controversa, considerada correta pelo gabarito, a prova dizia que “o romance põe em xeque o imaginário popular de que ser travesti é uma condição de vida à qual as pessoas se associam por falta de opção, pois Copi abandona voluntariamente sua profissão anterior, a de jornalista”. Ora, pelo modo como está escrita essa afirmação, faz-se parecer que “travesti” seria uma “profissão” (nesse caso, posterior à de jornalista), quando se trata de uma questão de gênero. A questão faz parecer que a prostituição é uma condição inerente a ser travesti, misturando questões sociais decorrentes de muitas variantes com uma questão identitária que além de tudo está para além da lógica homem x mulher.

SOBRE O AUTOR Além de já ter sido recepcionista de hotel, como seu personagem Renê, Carlos Henrique Schroeder divide com ele o ter nascido em Santa Catarina, mas na cidade de Trombudo Central, em 1970. Contista e cronista jovem, agraciado com vários prêmios, escreve textos que problematizam a relação com a linguagem, como Ensaio do vazio e a coletânea de contos As certezas e as palavras. Ministra oficinas, como A fotografia das palavras, em que trabalha a partir de obras do fotógrafo Henri Cartier Bresson, do videoartista Bill Viola e do performático encenador Tadeusz Kantor, Laboratórios de autoria e outros espaços de vivência literária.

FACEBOOK.COM/REVISTAITS

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GALERIAS

Colégio Trilíngue Inovação - Chapecó Colégio CEB - São José

SANTA CATARINA

DISTRIBUIÇÃO EEB Irmã Maria Teresa - Palhoça

Colégio dos Santos Anjos - Joinville

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EEB Governador Ivo Silveira - Florianópolis

EEB Pedro II - Blumenau

Fotos: Blumenau - Promotes Eventos | Chapecó: Fabricação Filmes | Floripa: Fernanda F F L L Silva | Itajai e BC: Estudio BEND

Colégio Exponencial - Chapecó


EEB Bom Pastor - Chapecó

Colégio São José - Itajaí

EEB Wanderley Junior - Florianópolis

EEB Aderbal Ramos da Silva - Florianópolis

Colégio Unificado - Itajaí

Colégio Energia - Florianópolis

EEB Professora Jandira D’avila - Joinville

EEB Romildo Czepanhik - Xanxerê

EEB Marechal Bormann

- Chapecó REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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GALERIAS

Luiz

Yasmin e Lívia o

Fotos: Pontual Formaturas

ard

Edu

CHAPECÓ

COLÉGIO TRILÍNGUE INOVAÇÃO

Georgia, Débora e Bruna

Ana Carolina, Suzana, Vinicius, Cássia e Rafaela

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Cleber, Samuel, Vinicius Moschetta e Vinícius da Rocha


Cássia, Vinicuis e Maria Eduarda

Marina e Andrei

Letícia, Gabriela e Maria Heloisa

Amanda e Roberta

Mauricio, Lucas, Gustavo e Eduardo

Augusto

Lucca, Vinicius e Caetano

Gustavo

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GALERIAS

Maria Eduarda, Vitзria Beatriz, Viviane, Maria Shiane e Julia Machado

Fotos: Estúdio Bend

ITAJAÍ

COLÉGIO UNIFICADO DE ITAJAÍ Vitor, Artur e Joсo Pedro

Vinicius C. e Deivid Mezavilla

Lais Maus e Lucas Franz

Bianca Baukut e Isabela Lages

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Matheus, Luis e Pedro


Amanda da Cunha de Aviz e Mariana Santos Corazza

Jéssica e Laura

Ana Luiza, Ana Julia Toledo, Heloisa, Ana Caroline, Sofia Einz e Ana Carolina

Mabel Becjer, Bruna Luiza, Maria Eduarda Souza

Maria Victoria, Luana Scarelli e Joсo Paulo

Victor, Artur e Guilherme

Amanda C. M e Amanda M.

Isadora Muller, Heloisa Passos e Maria Eduarda Mundy

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GALERIAS

Adrian, Inajara e José

Alice e Vitor Hugo

Luana, Evelyn, Yasmin, Jorge e Ana Clara

Luana e Sara

Luana, Rubia e Sara

FLORIANÓPOLIS

EEB IDELFONSO LINHARES Kayllane, José e Thuany

Fotos: DM Fotografias

Lucas,Tiago e Henrique

Turma Idelfonso Linhares

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Fabiola e Kezia

Luiza e Yasmin

Pablo, Kawê, Izael e Isaias

Vinicius e Maria Eduarda

FLORIANÓPOLIS

EEB SIMÃO JOSÉ HESS Thalia e Luiza

Fotos: DM Fotografias

Thaiane, Joseph e Vitoria

Yasmin e Luiza

Matheus,Izael e Isaias

Enrique

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GALERIAS

Everlan, Djenefer e Keren

Natalia, Anne e Sara

Natalia

Valmir, Pedrito e Daniel

Luiz Leonardo

Fotos: Danielle Labandera

JOINVILLE

EEB PROFESSORA GERTRUDES BENTO DA COSTA Professora Terezinha, Anne, Professora Viviane, Natalia, Sara, Everlan, Djenefer e Keren

Galera do 3ยบ ano - 3

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Thais, Daniela e Vanessa

Thaina, Thaymara e Natacha

Emellin e Vitoria

Professora Sabrina e galera do grêmio estudantil

JOINVILLE

EEB PADRE ANTÔNIO VIEIRA Julia, Luana, Jessica e Gustavo

Ana Beatriz e Willihan

Turma do 2º ano

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GALERIAS

Hevelyn e Nicolly

Elton, Luis, Bruno e Martine

BLUMENAU

EEB LUIS DELFINO

Bianca, Stefani, Antonio, Nathacha, Juliana, Letícia e Maria Eduarda

Antônio, Izaque, Victor, Paulo e Rafael

Eduardo, Janaina, Mateus, Maycon e Ana

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Carlos e Letícia


Thuane, Fábio e Viviane

Djorges e Jéssica

Tayana e Anderson

Hitallo e Andrea

Natália, Bruno, Matheus e Walter

Shaiane

Rafaela, Vitória, Karine, Tuane, Naiara, Joice, Vanessa e Carla e Viviane (frente)

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GALERIAS

Eduarda, Ana Julia e Maisa

Cantor Junior Villa

ANITA GARIBALDI

EEB PADRE ANTÔNIO VIEIRA

Meninas com cantor Jr. Villa

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REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Amanda, Eveli e Andriele

Ana Julia e Carlos Eduardo


Lucas, Amanda, Ueliton, Ana Julia, Eduarda e Natascha

Pocket show Jr. Villa.

Carlos Eduardo, Gil Karlos e Gabriel

Profa. Marlei, profa. Sirlei, cantor Junior Villa, enóloga Alana Foresti, prof. Gil Karlos e fotógrafa Izabel

Lucas, Ueliton, Kaue, Maurício, Gabriel, Felipe e Wagner

Pocket show Jr. Villa

Cantor Junior Villa

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GALERIAS

Aline e Paulo

Brenda, Catarina, Cindia e Maria

FLORIANÓPOLIS

Ruben, Wesley, Júlia e Beatriz

Alunos do vespertino na autoescola Touring

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REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Ana Paula e Juliana


REALIDADE AUMENTADA

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Com 12 anos de circulação a gente entende do que faz e faz para motivar a educação catarinense, por isso este ano tem novidade! É a Realidade Aumentada, uma super tecnologia e proposta para estreitar laços entre a revista impressa e a tecnologia através da sua escola!

A partir deste ano, quando você encontrar esse símbolo nas páginas da revista its, saiba que você e a sua comunidade escolar contaram com uma experiência sensacional, com conteúdos que saem do papel e passam para áudio e vídeo do que de melhor acontece nas escolas do nosso estado.

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Você também pode participar, enviando vídeos e fotos do que acontece na sua escola através das nossas redes sociais para aparecer por aqui e fazer parte dos conteúdos mensais! Afinal de contas, todo mundo quer saber o que rola no pátio das outras escolas.

Basta baixar o aplicativo “ ddr ric - revista eletrônica” na Play Store ou “ddr ric”, na loja da Apple, posicionar o leitor sobre o código e curtir os conteúdos publicados.

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É fácil, é rápido e a gente acredita que você vai curtir! Mande conteúdo para dar visibilidade a projetos e iniciativas que acontecem aí na sua cidade Revista its: é na escola que a gente acontece


SAIDEIRA Por Priscila Andreza de Souza

CRESCER DÓI Fiquei em dúvida qual título colocar na crônica, crescer dói ou escolher dói? Já que ambos são verdades. Li recentemente o livro “A Idade Decisiva” da psicóloga e PhD em psicologia clínica de jovens, Meg Jay. Ler esse livro foi como um soco no meu estômago, para frisar o que eu já havia observado durante os meus vinte e poucos (ou seria muitos?) anos: os jovens não querem crescer. Se tornar adulto dói e adiamos as escolhas com a promessa de podermos ser quem quisermos a qualquer momento. Não é novidade que hoje em dia eu corro atrás do tempo perdido em que fiquei procrastinando com a dúvida de qual profissão seguir (posso dizer que vivi em um limbo dos 18 aos 21 anos). Hoje paro para pensar: o que diabos eu estava pensando e fazendo? Mas não adianta chorar pelo leite derramado, já diz o ditado e sigo em frente planejando meu futuro. “Temos todo o tempo do mundo”, diz Renato Russo na música “Tempo Perdido” (a minha preferida de todas do Legião Urbana), mas, Renatinho, dessa vez vou discordar de você. Não, não temos todo o tempo do mundo. Outra frase transmitida em boca a boca é: podemos ser o que quisermos. Err. Bem, talvez

podemos ser o que estiver disponível e acessível no momento. Aí você me diz: “Nossa, Pri! Você já foi mais sonhadora e otimista”. Não, gente. Estou sendo realista e acordando para o mundo real. E é isso que a Meg Jay faz no livro, joga um balde de água bem fria pra ver se os jovens acordam e começam a planejar suas vidas. Acaba com a ilusão de aproveitar o máximo essa adolescência tardia que, na verdade, não existe. No livro, a psicóloga orienta como aproveitar melhor dos 20 a 30 anos de idade e argumenta o porquê os 30 não são os novos 20. Os seus avós e, talvez até seus pais, tenham passado de filhos a esposos, assim, direto. Até mais ou menos a década de 70 era comum casar cedo, com 15 anos de idade, por exemplo. Hoje, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a idade média em que o brasileiro se casa é com 28 anos. É comum mulheres terem filhos só depois dos 30. Isso dá um falso alívio que podemos adiar decisões importantes da vida dos 30 anos, como decidir qual profissão seguir e com quem se casar (se é que queremos nos casar). Enquanto isso, vamos nos divertindo sem pensar muito sobre o futuro. Será que essa é a melhor atitude a ser tomada?

Talvez a pressão de ter que realizar tantas escolhas importantes aos 30 não seja a melhor opção. Seria melhor decidir com mais tempo e já moldar o trajeto de vida o mais cedo possível. Outro dado interessante que Meg traz é que o cérebro aos 20 e poucos anos é mais fácil de ser moldado, ou seja, nossa personalidade pode ser mudada mais facilmente nessa faixa etária, diferente do que muitos acreditam que é na fase da infância ou na adolescência. Iniciei o ano assim pensativa no que eu vou fazer, o que eu quero ser e como quero estar aos 30 anos. Eu sei que dizer que não se importa é mais reconfortante, porque todos nós sentimos medo de nossos planos falharem. Então preferimos não escolher, ficamos com o sedutor talvez. Saiba que não escolher também é uma escolha, diz a psicóloga no livro e isso eu aprendi há alguns anos com uma omissão sobre um assunto muito sério. Aprendi que estamos escolhendo o tempo todo. Aos 14 anos, aprendi que o mundo não para só porque eu quero. Aos 21 anos, aprendi que errar é melhor do que não tentar. E no ano passado, aprendi que escolher mais tarde não significa escolher melhor.

Priscila é jornalista, autora do livro "Expectativas" e chocólatra. Para ler mais crônicas, você pode acessar o site priscilaandreza.com.br

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