its 153 - novembro

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EDIÇÃO 149

WI-FI

JURASSIC WORLD GO

PROFESSOR DO MÊS

Santa Catarina Edição 149 2018 - R$9,50

MUDANÇA NA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO


AS MATÉRIAS QUE

NÃO ESTÃO NA ESCOLA,

ESTÃO AQUI.


TAMO JUNTO

na escola,

TAMO JUNTO

no mundo. A Revista ITS reúne muito conteúdo, informação e fotos. E reúne também a galera de todos os colégios do estado. Não fique de fora dessa.


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CULTURA POP

WI-FI

DIÁRIO DE BORDO

CAPA

PROFESSOR DO MÊS

POPCORN

conteúdo 8 | CULTURA POP

10 | WI-FI

Ao que tudo indica, o próximo sucesso de Gaga “Nasce uma estrela”, vai colocar a cantora na regência de uma orquestra. Apesar de estar sumida, ela segue cumprindo incansavelmente sua rotina de trabalho para o projeto sucessor de “Joanne”.

Um app que chega com seu filme é o Jurassic World: Alive, verdadeiro nome do aplicativo, mas o trocadilho do título não foi à toa, pois a dinâmica do jogo é muito parecida com o Pokémon Go, jogo de realidade aumentada que foi febre em seu lançamento. Mas se você quiser algo diferente, tipo capturar dinossauros com dardos tranquilizantes, essa é uma boa opção.

18 | DIÁRIO DE BORDO

20 | CAPA

Os alunos e professores do Ensino Médio Inovador da Escola de Educação Básica Irmã Irene, de Santa Cecília, realizaram viagem de estudos para a capital catarinense. Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), local de onde saem as leis que regem o dia a dia dos catarinenses, atividade esta que dá início aos trabalhos da turma no projeto Jovem Senador 2018.

Há alguns anos, um meme viralizou na internet com uma frase que todo mundo já deve ter ouvido pelo menos uma vez na vida: “nem todo herói usa capa”. A brincadeira surgiu nos Estados Unidos com a imagem de um entregador de pizza e aos poucos foi incorporada a imagens de várias pequenas situações do dia a dia em que a gente sempre precisa de uma ajudinha.

28 | PROFESSOR DO MÊS

32 | POPCORN

Em abril deste ano, Simone Schramm veio de Joinville para assumir o cargo de secretária de educação, como sucessora de Eduardo Deschamps. Envolvida com educação desde pequena, com o exemplo sua mãe em sala de aula, começou a sua trajetória aos 17 anos ao lecionar numa escola na cidade de Garuva.

Como já é comum acontecer nos meses de junho e julho, em meio aos filmes de heróis ou de outras grandes franquias, surge um punhado de longas de ação mais “tradicionais”. O gênero, que tem um público cativo e que se renova há várias décadas, deu o pontapé inicial neste ano com O Passageiro – mais uma história de Liam Neeson espancando bandidos (dessa vez num trem) – em março; e a refilmagem de Desejo de Matar – mais uma história de Bruce Willis assassinando bandidos – em maio.

4 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


EDITORIAL Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br Diretor Superintendente Reynaldo Ramos Jr. | reynaldo@ricsc.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Coordenador Núcleo Jovem Gilvan Saragosa Junior | gilvan.jr@ricsc.com.brr

JÉSSICA STIERLE

Conteúdo Jéssica Stierle | jessica.stierle@portalits.com.br Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Eduardo Motta Supervisora de Distribuição Marina Rosa - distribuicao@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Gabriel Habeyche | gabriel.habeyche@ricsc.com.br Gerências Comerciais SC Gerente Comercial Oeste Eliane Salete Sante Mattos | eliane.mattos@ricsc.com.br Gerente Comercial Joinville Cristian Vieceli | cristian@ricsc.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ricsc.com.br Gerente Comercial Itajaí Robson Fiamoncini Cordeiro | robson.cordeiro@ricsc.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Graziela Silveira | graziela.silveira@ricsc.com.br Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br

Todo bom enredo em sua essência possui uma moral da história. Às vezes escondida, às vezes escancarada, mas ela sempre aparece em algum determinado momento ou no momento certo. Na nossa vida isso não é diferente, experiëncias, sentimentos ou fases, nos fazem crescer e entender que para tudo existe uma explicação, nem sempre lógica, palpável ou visível, mas a moral aparece, e a gente quase sempre tem certeza que ela está presente quando se está tudo bem, ou quando se faz o bem. Conhecer alunos que enxergam o mundo dessa forma, entendendo que cada atitude de bem reflete diretamente na construção de um mundo melhor, nos faz ter esperança em uma sociedade menos egoísta e hedonista. A barra não precisa ser dura, os problemas não precisam ser eternos e a vontade de estender a mão a algo/alguém nos faz ter a perspectiva de que tudo é milimetricamente pequeno perto do que podemos fazer para tornar pequenas atitudes em granO SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, des ações, afinal de contas não é isso que ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: o trabalho voluntário faz? Shawn Mendes - Fallin’ All In You Demi Lovato - Sober Silva e Anitta - Fica Tudo Bem @jestierle Mostra Tua Força, Brasil - A Música da Seleção

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 71.922 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (48) 3212-4026 Pontos de distribuição: Escolas Estaduais da Rede de Santa Catarina e colégios parceiros Florianópolis COC Floripa Energia Terceirão Colégio Bom Jesus Colégio Catarinense CEB (Centro Educacional Barreiros) Itajaí Energia BC Unificado BC Colégio São José Colégio Salesiano Joinville Colégio Cenecista José Elias Moreira Colégio dos Santos Anjos Blumenau Colégio Energia Colégio Barão do Rio Branco Chapecó/Xanxerê Colégio Trilingue Exponencial Colégio La Salle Criciúma Marista Criciúma

OS CULPADOS

DAFNÉE CANELLO

MAYELLE HALL

GEORGE FRANÇA

PRISCILA SOUZA

LUCAS INÁCIO

MARIANA EMERIM

RENATA BOMFIM

MATEUS SILVEIRA

VINCENT SESERING REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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REDES SOCIAIS

Quer aparecer com a galera aqui na seção Instagram? Mande a sua foto pra gente por inbox: facebook.com/revistaits

EEB BERTINO SILVA

EEM PROFESSOR LINO FLORIAN I Jarag

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uá do Sul

Itaiópo

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EEB VEREADOR PA ULO FRANCA Cer ro Negro

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Se você já saiu da escola, Khadim, pode nos acompanhar pelo nosso programa de TV que vai ao ar todos os sábados, a partir das 14h30, na RICTV Record! :)

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REALIDADE AUMENTADA

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Com 12 anos de circulação a gente entende do que faz e faz para motivar a educação catarinense, por isso este ano tem novidade! É a Realidade Aumentada, uma super tecnologia e proposta para estreitar laços entre a revista impressa e a tecnologia através da sua escola!

A partir deste ano, quando você encontrar esse símbolo nas páginas da revista its, saiba que você e a sua comunidade escolar contaram com uma experiência sensacional, com conteúdos que saem do papel e passam para áudio e vídeo do que de melhor acontece nas escolas do nosso estado.

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Você também pode participar, enviando vídeos e fotos do que acontece na sua escola através das nossas redes sociais para aparecer por aqui e fazer parte dos conteúdos mensais! Afinal de contas, todo mundo quer saber o que rola no pátio das outras escolas.

Basta baixar o aplicativo “ ddr ric - revista eletrônica” na Play Store ou “ddr ric”, na loja da Apple, posicionar o leitor sobre o código e curtir os conteúdos publicados.

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É fácil, é rápido e a gente acredita que você vai curtir! Mande conteúdo para dar visibilidade a projetos e iniciativas que acontecem aí na sua cidade Revista its: é na escola que a gente acontece


CULTURA POP

LANÇAMENTOS O mês mal deu as caras, mas esse pessoal não perdeu tempo e logo soltou os lançamentos e sucessos de parceria que daqui a gente já sabe que é hit! Confere só:

OS FEITOS DE HARRY POTTER A história de “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada” pode não ter agradado muitos fãs, mas foi o suficiente para garantir prêmios na cerimônia mais importante do teatro. A Tony Awards deu o prêmio de melhor peça para a história que é concentrada no filho mais jovem de Harry Potter, Alvo Severo, que tenta sair da sombra do pai e acaba até criando uma realidade alternativa ao usar um Vira-Tempo. A peça só entrou em cartaz em Londres e Nova York.

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Em menos de dois meses, depois de divulgar a música 2050, o novo lançamento de Luan Santana “MC Lençol e DJ Travesseiro” é tudo o que você gostaria que o seu contatinho chegasse para você e soltasse uma que largou a vida de rolê, deixou para trás a vida de pegador baladeiro e que aceita trocar mil por uma. Fala sério, quem não se apaixonaria? Por aqui já queremos até mandar de indireta para o crush, vai que ele entende o recado.


DE JUNHO

QUANDO A FOTO FALA MAIS QUE MIL PALAVRAS…

A quarta parceria entre Shakira e Maluma já chegou com tanta força que no primeiro dia de divulgação da música “Clandestino”, só o áudio já estava na 37ª posição dos vídeos em alta do YouTube. Clandestinos tem uma mistura de pop, reggae e reggaeton que você escuta e o ombro já começa a se balançar de um lado para o outro. Qual a fórmula do hit viciante, hein, gente?

Parece que Pabllo Vittar não brinca em serviço mesmo e, do nada, apareceu numa foto em um estúdio na cidade de Los Angeles, na Califórnia. Até aí tudo bem. O que está fazendo o burburinho todo, na verdade, é que a foto postada pelo produtor musical, o DJ Gorky, com a legenda “é #PV2 que vocês querem? Então vambora”, fez surgirem boatos de que Pabllo pode contar com o produtor de Justin Bieber na sua nova produção. Vamos aguardar para ver se isso é verdade mesmo.

MAESTRINA GAGA?! Ao que tudo indica, o próximo sucesso de Gaga “Nasce uma estrela”, vai colocar a cantora na regência de uma orquestra. Apesar de estar sumida, ela segue cumprindo incansavelmente sua rotina de trabalho para o projeto sucessor de “Joanne”. As imagens, até então mantidas em segredo, foram divulgadas pelo produtor musical Mark Nilan Jr, mas, óbvio, num vídeo sem o áudio. Certamente, só quis matar a curiosidade dos fãs… ou deixá-la ainda mais aguçada.

No segundo final de semana de junho, Beyoncé e Jay-Z lançaram a nova parceria: o álbum “Everything is love”. O disco, diferente dos anteriores, não passou de apenas um dia de exclusividade no TIDAL. O material foi disponibilizado para todas as plataformas digitais. O que será que aconteceu com a rainha para mudar o acesso, hein?

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WI-FI Por Lucas Inácio

DESKTOP COM ALÇA Parece uma piada entre amigos (a famosa “pedida” para o pessoal da Grande Florianópolis), mas é o novo lançamento da Lenovo: um PC gamer em formato de cubo que, mesmo sendo um desktop, tem o objetivo de ser portátil, por isso sua alça. O Legion Cube pesa cerca de dez quilos e tem todas as configurações e entradas necessárias para você fazer aquela competição com seus amigos. O preço oficial dele nos EUA varia de US$830 a US$930, o que até o encerramento desta edição daria entre três mil reais e R$ 3,4 mil reais, mas com o dólar do jeito que está, nunca se sabe. Talvez seja melhor comprar um PC para deixar em casa mesmo.

MARAVILHAS DA

TECNOLOGIA Fique ligado nas dicas da equipe its

TELA INFINITA, ASSIM COMO O PREÇO

A fabricante chinesa Vivo anunciou o lançamento de um celular sem borda e com câmera frontal retrátil. A parte de cima do Nex-S é totalmente lisa, sem detalhes, nem arestas, o que poderia enganar os mais desavisados. O segredo está em sua câmera que fica embutida no celular e, quando acionada, surge na parte superior do celular, lembrando até um pino de caneta e isso sem influenciar na qualidade dela, já que a câmera frontal tem os mesmos oito mega pixels de qualidade como várias outras. Além disso, tem as câmeras traseiras de 12 e 5 MP. Além da estética, o aparelho conta com 8GB de memória RAM. O que pega é o preço, já que não tem previsão para ser lançado no Brasil e hoje custa o equivalente a três mil reais.

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ENTREGA MAIS QUE RÁPIDA Uma empresa chinesa chamada Alibaba está testando entrega de comida por drones em um parque industrial de Shangai. As entregas foram realizadas com um modelo E7, conhecido por carregar até seis quilos e voar até 20 quilômetros de distância, com uma velocidade média de 65 km/h e, de acordo com a empresa, as entregas eram realizadas em tempo médio de 20 minutos. Agora testes serão realizados em áreas rurais, mas não espere que isso aconteça em áreas residenciais em breve, porque o espaço aéreo é controlado e os riscos são grandes nestes espaços. Além do mais, ninguém quer arriscar ser surpreendido por uma chuva de fast-food, se bem que não parece uma má ideia...

VINGADORES DO MANGÁ

No início de junho, a E3, uma das maiores feiras de games do mundo, apresentou várias novidades para quem é viciado em jogos, só que vai balançar até quem não é gamer. Na onda dos super grupos, o Xbox anunciou o lançamento do jogo Jump Force, uma reunião de personagens de diversos mangás e animes de sucesso, como Naruto, Dragon Ball, Death Note, One Piece e outros ainda não anunciados. O que já dá para saber é que este é um jogo de luta em cenários 3D, muitos deles no mundo real, como em Nova York. Poucos detalhes ainda foram revelados por enquanto e os fãs vão ter que esperar até 2019 para poder jogar, mas os Vingadores do mangá prometem vir com tudo.

JURASSIC WORLD GO

Um app que chega com seu filme é o Jurassic World: Alive, verdadeiro nome do aplicativo, mas o trocadilho do título não foi à toa, pois a dinâmica do jogo é muito parecida com o Pokémon Go, jogo de realidade aumentada que foi febre em seu lançamento. Mas se você quiser algo diferente, tipo capturar dinossauros com dardos tranquilizantes, essa é uma boa opção. Basta sair pelas ruas capturando as várias espécies e, depois disso, você pode misturá-los geneticamente para criar outras espécies como acontece no filme e poder batalhar com outros jogadores. Briga de dinossauros geneticamente modificados?! Parece divertido!

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LIÇÃO DE CASA Por Lucas Inácio

APRENDENDO DE OUVIDO Recentemente uma notícia pegou muita gente de surpresa: o álbum Sobrevivendo no Inferno, do grupo de rap Racionais MC’s, será leitura obrigatória para o vestibular 2019 da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, em São Paulo. O álbum de 1997 foi composto por Mano Brown, Edi Rock, KL Jay e Ice Blue entrou na categoria poesia sendo uma obra densa de como era (e ainda é) a vida 12

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na periferia de São Paulo. Essa é uma novidade que rendeu várias críticas, tanto por ser um álbum de música, quanto por seu gênero musical, mas o valor sociológico está lá, assim como em vários outros. Sendo assim, resolvemos passar para vocês algumas dicas de discos e canções que podem ser uma ótima forma de entender melhor o Brasil em outras épocas e, de quebra, estudar.

RACIONAIS MC’S Sobrevivendo no Inferno é um grande retrato de boa parte da população do país na época trazendo uma linguagem direta e de grande alcance, o que ajuda a fazer conexões com temas sociais atuais. Por exemplo, a introdução da música Capítulo 4, Versículo 3 apresenta vários dados sociais sobre negros no Brasil sendo que alguns se mantém e outros não, uma reflexão que pode ajudar a entender o país.


LUIZ GONZAGA

GERAÇÃO RESISTÊNCIA

Outro gênero musical que ajuda a entender o Brasil é o forró e suas canções clássicas do movimento marcado por Luiz Gonzaga na metade do século 20. Gonzagão, geralmente, cantava a dura vida no sertão nordestino, assim como a migração das pessoas para os grandes centros como em Último Pau de Arara que fala sobre a resistência de ficar no seu local de origem: “Só deixo meu Cariri no último pau de arara”.

Indo para a parte política, a ditadura militar foi um período em que a música ganhou significado forte e foi uma forma de resistência, mesmo com a censura. Letras líricas e muitas vezes difíceis de decifrar seu real significado tentavam driblar os revisores, como em Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores (Geraldo Vandré), Apesar de Você (Chico Buarque), Alegria, Alegria (Caetano Veloso), O Bêbado e o Equilibrista (Elis Regina), entre tantas outras.

TONICO E TINOCO A migração também é um tema semelhante aos sertanejos mais antigos, como a música Saudade da Minha Terra, que ganhou fama nos anos 60 na voz de Tonico e Tinoco e foi tão regravada que você já deve ter ouvido a frase “de que me adianta viver na cidade se a felicidade não me acompanhar”. Às vezes a gente canta no automático, mas se analisar a letra, vai perceber um forte recorte social na época de grande migração do interior para as cidades.

ADONIRAN BARBOSA Na outra ponta temos as músicas que falam sobre grandes centros que crescem desordenadamente e como isso impacta diretamente na vida das pessoas. Em 1951, o paulistano Adoniran Barbosa compôs “Saudosa Maloca”, um conto de três homens que tiveram sua casa derrubada para a construção de um prédio. O que parece uma história inusitada fala bastante sobre gentrificação, um fenômeno social que afeta os moradores mais antigos de um local pela sua valorização. Os sambas de Adoniran, aliás, são um bom retrato de São Paulo.

CLÁSSICOS ANOS 80 Já na época de reabertura política, nos anos 80, o rock tomou conta da cena brasileira com muitos grupos surgindo com discurso combativo como Índios e Geração Coca-Cola (Legião Urbana), Ideologia (Cazuza), Vossa Excelência (Titãs), Alvorada Voraz (RPM), 300 Parlamentares (Paralamas do Sucesso), Inútil (Ultraje a Rigor) e vários outros. Se hoje alguns desses artistas fazem mais sucesso com opiniões “quadradas”, na época foram grandes influenciadores e importantes para a geração dos nossos pais – pelo menos aqueles que viveram nos anos 80.

NAS GRINGAS Essas foram apenas algumas dicas e, se você dominar o inglês, então, não faltam músicas que podem te ajudar a entender contextos importantes, como Beatles, U2, Jimmy Hendrix no rock, Tupac, NWA no rap, Nina Simone na música negra americana e tantos outros artistas e gêneros. Opções não faltam e, se não gostar das músicas, vale pelo menos ler os poemas e se preparar ainda mais para o vestibular.

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NOTÍCIA DAS ESCOLAS

Notícias das

ESCOLAS RECONHECIMENTO Essa galerinha aí, ao todo 19 alunos, representam Santa Catarina como delegados da Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente 2018. Eles agitaram na etapa nacional realizada em São Paulo onde também apresentaram uma carta de responsabilidade com o compromisso de SC em relação ao tema desta edição Vamos Cuidar do Brasil, Cuidando das Águas. Esse é o reconhecimento de centenas de trabalhos produzidos em prol do meio ambiente pelos nossos estudantes!

CAMPANHA DO AGASALHO Cada roupa doada tem o tamanho certo: o de seu coração. Esse é o slogan do Terceirão em Ação dos alunos da escola Anísio Teixeira, de Santo Amaro da Imperatriz, que estão em busca de roupas de inverno para doação. Iniciativa muito importante para ajudar quem precisa! Que tal fazer na sua escola também? Vamos multiplicar ações do bem para a nossa sociedade!

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Por Dafnée Canello

BORA RELAXAR? Depois de 102 dias letivos nas escolas estaduais chegou a hora de recarregar as energias nas “férias de inverno”. Conforme está previsto no calendário escolar, o período entre os dias 16 e 27 de julho será o recesso escolar. Enquanto uns aproveitam para dar aquela esticadinha; outros aproveitam para atualizar da série preferida ou até ajudar nas tarefas de casa, não é mesmo?! Conta para a gente o que rolou de bom nas férias!

EXEMPLO Será que é possível beber a água do mar? Esse é o nome do projeto apresentado pela delegada Júlia Carminatti Casteller, da Escola Timbé do Sul, que representou a Regional de Araranguá na etapa estadual da Conferência. O projeto propõe a dessalinização da água do mar apostando na reflexão socioeconômica sobre o uso da água potável. Com isso, os estudantes descobriram que não há como utilizar a água do mar para hidratação, pois o organismo gastaria mais líquidos para se livrar do sal contido na água a contrapor com quantidade ingerida. Essas e outros belos exemplos fazem parte da realidade das nossas escolas públicas! Parabéns, pessoal!


MATEMÁTICA DESCOMPLICADA Matemática nem sempre é a disciplina mais queridinha dos alunos. Mas para Carlos Daniel Vieira e Daniela Cunha Coelho, da Escola Jandira D’Ávila, de Joinville, é diferente. Com a prática, o assunto se descomplicou com o projeto A Matemática na Coifa, que busca entender a montagem e estrutura da coifa, com cálculos de trigonometria, Teorema de Pitágoras e comprimento da circunferência. Junto ao professor orientador Vili José Voltolini, o trabalho representou Santa Catarina na VI Feira Nacional de Matemática, no Acre, com a participação de professores, alunos e pesquisadores de mais de dez estados brasileiros. O trabalho do trio foi escolhido entre os 148 trabalhos, da 33ª Feira Catarinense de Matemática realizado em 2017.

COPA NA ESCOLA Com o objetivo de conhecer um pouco mais as culturas dos países que participaram da Copa do Mundo 2018, a equipe escolar da Escola Delminda Silveira, de Mondaí, mobilizou os alunos na Feira das Nações. Com direito a vestimenta a caráter de algumas regiões do Brasil, o evento teve a exposição de 32 países. A interdisciplinaridade também fez parte do projeto envolvendo as áreas de Ciências Humanas, Linguagem, Ciências da Natureza e Matemática.

MAPAS TÁTEIS Os alunos Phillipe Brito e Brenda Costick do 8º ano da EEB Ursulina de Senna Castro, de Florianópolis, apresentaram o Projeto Mapas Táteis aos estudantes e professores da Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC), localizada na Capital. O projeto é vencedor da Feira Regional de Ciência e Tecnologia 2017, na categoria ensino fundamental e integra mapas táteis e imagens áudio descritas dos ecossistemas brasileiros para pessoas cegas.

Quer ver sua escola aqui no Notícia das Escolas? Encaminhe sua sugestão para imprensa@sed.sc.gov.br 15


DICAS DA MARI

Por Mariana Emerim

VOCÊ QUER ECONOMIZAR SUAS

MOEDAS? Oi, oi, tudo bem? Chegou o mês das férias - FINALMENTE (ops, desculpa aí, professores). Não tem nada melhor que aquele momento de descansar, deixar as tarefas um pouco de lado e VIAJAR! Quem ama? EU! Se você, assim como eu, adora viajar, vai adorar este DIY: vamos fazer um cofrinho!

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Você vai precisar de um vidro (limpo e vazio) de conserva, um mapa impresso (você pode imprimir, ou usar alguma imagem de revista), tesoura e adesivo (isso é opcional).

Sabe a imagem do mapa? Então, você vai precisar medir igual a altura do vidro e cortar nesse tamanho!

Chegamos na parte mais difícil, eu pedi ajuda (você deve fazer o mesmo), para cortar a tampa do vidro no formato da moedinha! Com um estilete (ou faca), essa abertura pode ser feita tranquilamente! Caso você não tenha a ajuda de um adulto, você pode simplesmente abrir o vidro toda vez que precisar colocar uma moeda! EBA! Seu cofrinho está prontinho! Agora você precisa enchê-lo de moedinhas para viajar muito!

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Quando seu cofrinho estiver pronto, poste uma foto com a #diymariemerim que eu vou adorar conferir e deixar aquele like! Beijo, beijo, beijo. Tchau, tchau, tchau, tchau!

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Para deixar o nosso cofrinho personalizado, usei esse adesivo especial para escrever com giz! Isso é uma ideia opcional, você pode usar fitinhas, adesivos prontos, enfim, isso vai depender do seu gosto! Eu escrevi travel para saber qual o destino das minhas moedinhas!

Depois de cortar no tamanho certinho, é só enrolar a imagem e colocar dentro do vidro!



DIÁRIO DE BORDO

EEB GOVERNADOR CELSO RAMOS| BLUMENAU No mês de maio ocorreu a final da #gincanacelso2018, gincana cultural, organizada pela professora de educação física, Débora Cristina Felisbino Mittag com apoio do grupo escolar, que envolveu apresentações, brincadeiras, perguntas, provas surpresas e espaço para arrecadação de material. O evento contou com a participação de mais de 200 alunos do nono ano ao terceiro do ensino médio. A gincana foi lançada no início do mês de abril, divididas em turmas do mesmo ano. As equipes foram denominadas por cores, sob o comando e auxílio dos professores líderes. Os alunos tiveram provas antecipadas para se organizar, como dança, dublagens, cartazes, imitações e se utilizarem de objetos diferentes, como um jornal mais antigo, a abóbora mais pesada, dentre outros. Contava pontos também a arrecadação de lacres de latinha, que somaram 63 garrafas pet de 2L cheias, que serão vendidas e revertidos em material didático e arrecadados livros de literatura infanto juvenil que totalizaram 176 exemplares doado à biblioteca da escola.

A gincana totalizou 18 provas. A energia e a integração tomaram conta do ambiente e no final a equipe azul dos primeiros anos do ensino médio levou a medalha de ouro, ou melhor, um delicioso chocolate “ouro branco”. Todos ganharam “medalhas guloseimas” pela participação.

EMI Irmã Irene | Santa Cecília

Os alunos e professores do Ensino Médio Inovador da Escola de Educação Básica Irmã Irene, de Santa Cecília, realizaram viagem de estudos para a capital catarinense. Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), local de onde saem as leis que regem o dia a dia dos catarinenses, atividade esta que dá início aos trabalhos da turma no projeto Jovem Senador 2018. Em seguida, os alunos tiveram uma verdadeira aula de História e de Literatura no Palácio Cruz e Souza, que leva o nome do mais importante poeta Simbolista brasileiro: Cruz e Souza. No período vespertino, foi a vez de visitar a Biblioteca Pública de Santa Catarina e conhecer o trabalho de “guarda de memória” que a instituição realiza cuidando de acervos raros e de jornais históricos. Outro momento forte da viagem de estudos foi a visita ao Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), que comemora os seus 70 anos com três exposições comemorativas: Desterro desaterro; O tempo dos sonhos: arte aborígene contemporânea da Austrália e projeto Armazém. Segundo a equipe pedagógica que acompanhou a turma, a viagem vem contribuir com o trabalho desenvolvido em sala de aula de maneira interdisciplinar pelos professores, além de proporcionar o enriquecimento cultural. 18 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


EEB LUIZ TRAMONTIN | FORQUILINHA Em abril, no Dia Nacional do Livro Infantil e infanto-juvenil, ilustramos essa data priorizando o gosto literário de nossos alunos, por meio de pesquisas e solicitações mais frequentes na biblioteca, uma literatura que tem sido muito solicitada: os Mangás e HQs. Então, primando por uma cultura leiturizada, a biblioteca convidou os alunos Davi Scarduelli, Raul Fonseca, Guilherme Savi, Davi Comicioli e a ex-aluna Regiane Heerdt, todos leitores expert nesse gênero, para realizar um trabalho de pesquisa e apresentação dessa literatura específica, trazendo para toda a escola um maior conhecimento sobre a cultura e a literatura japonesa por meio dos mangás. Aproveitamos a oportunidade para apresentarmos os livros da Turma da Mônica Jovem, que traz características do mangá e, sobretudo, por ser uma literatura infanto-juvenil genuinamente nacional. Os trabalhos de pesquisa apresentados, contaram a origem do mangá, HQs e animes. Os alunos do nono ano I, juntamente com a ex-aluna Regiane, trouxeram a história contada, dramatizada e explanada em data show, todos devidamente customizados. Logo após a explanação dramatizada, os alunos puderam visitar objetos, como copos, CDs, DVDs, bonecos, roupas, livros, desenhos alusivos ao tema, e toda coleção da Turma da Mônica Jovem. A exposição também contou com um objeto surpresa: o mangá “Lobo Solitário”, o primeiro título publicado no Brasil. A demanda na biblioteca por essa literatura aumentou consideravelmente. E para a alegria de todos, a biblioteca foi contemplada com uma generosa doação de mangás, da Turma da Mônica, pela professora de artes, Mariângela. O trabalho foi um sucesso!

VOCÊ QUER VER A SUA ESCOLA AQUI NO DIÁRIO DE BORDO? Calma que é bem fácil: basta você contar a história da sua turma ou até mesmo divulgar projetos e trabalhos desenvolvidos na sua escola e nos mandar para publicação! Você só precisa enviar para a Renata (renata.bomfim@portalits.com.br) ou para a Jéssica (jessica.stierle@portalits.com.br)

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CAPA Por Lucas Inรกcio

O D N E Z FA

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O O

Foto: Marcos Campos

Ei, baixa o aplicativo DDR RIC its revista eletrônica e receba um conteúdo exclusivo desta edição.

A união entre alunos e o voluntariado na rede estadual Há alguns anos, um meme viralizou na internet com uma frase que todo mundo já deve ter ouvido pelo menos uma vez na vida: “nem todo herói usa capa”. A brincadeira surgiu nos Estados Unidos com a imagem de um entregador de pizza e aos poucos foi incorporada a imagens de várias pequenas situações do dia a dia em que a gente sempre precisa de uma ajudinha. Com a influência cada vez maior dos quadrinhos na cultura pop, era questão de tempo para que surgisse algo do tipo e, inclusive, é bem possível que tenha sido retirada desse universo.

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F

oi assim que chegamos ao projeto Máquina do Tempo, realizado por alunos da Escola de Educação Básica Professora Laura Lima, no bairro Monte Verde, em Florianópolis. Uma equipe de 30 alunos das três turmas do ensino médio se uniu para realizar trabalhos voluntários no Hospital Infantil Joana de Gusmão de atendimento a pacientes e acompanhantes. Além disso, o projeto também conta com participação de alunos da EEB Maria José Barbosa Vieira (CEMA) e do Colégio Maria Luiza de Melo (São José). A ideia surgiu com a aluna do 3º ano, Gabrielle Cristine, quando ainda estava no 1º ano. Após acompanhar diversas vezes a sobrinha ao hospital com crises de asma, ela percebeu o quanto a situação e o próprio ambiente faziam mal a ela e às outras pessoas que estavam acompanhando seus parentes. No ano seguinte, sua avó faleceu após quatro meses de internação com câncer, uma situação que esgotou ainda mais a família e foi nesse momento que Gabrielle resolveu colocar a ideia em prática. Anotou tudo e repassou para as amigas que toparam entrar no projeto. Com tudo anotado e organizado, procurou a direção do Hospital Infantil onde recebeu orientações de

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ajustes para viabilizar as ações. A partir daí, a ideia foi divulgada para as outras turmas e conseguiu o número necessário de pessoas para executá-lo. Alguns já passaram pelos mesmos problemas e se identificaram com o projeto; outros sentiam que poderiam fazer algo a mais e toparam participar. O projeto nasceu com Gabrielle e hoje é de todos que participam. “Eu estava passando por uma dor muito grande, era algo que estava corroendo a minha família, precisava fazer alguma coisa para tirar aquilo do meu peito e hoje é o que está me ajudando. Fico feliz que muitos tenham comprado essa ideia e toparam participar, hoje somos em 30 pessoas procurando fazer o bem para outras sem cobrar nada em troca”, falou Gabrielle. No momento da entrevista, os últimos ajustes estavam sendo realizados antes das primeiras visitas. Serão três vezes ao mês e contará com seis oficinas: pintura no rosto, teatro, desenhos, roda de brincadeira, roda de conversa e música. O objetivo é alcançar tanto pacientes quanto acompanhantes e tornar a experiência menos difícil. Ajudar a comunidade já seria motivo suficiente para a ideia valer a pena, mas é importante destacar que o trabalho voluntário também beneficia a saúde dos próprios alunos. Diversas pesquisas do tema mostram que a sensação de fazer o bem alivia o estresse e pode aumentar em até quatro anos a expectativa de vida de acordo com o americano Allan Luks, um dos maiores pesquisadores na área do voluntarismo no mundo e autor do livro The Healing Power of Doing Good (“O Poder Curativo de Fazer o Bem”, em tradução literal).


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EXPERIÊNCIA PARA

A VIDA TODA Vai ser uma novidade para a grande maioria dos alunos e eles estão se preparando para o momento do choque com outras realidades, por isso a presença de Gustavo Henrique (ex-aluno da EEB Laura Lima) será importante. Desde o ano passado, ele participa do Núcleo de Humanização, Arte e Saúde (Nuhas) da UFSC, que conta com três projetos que utilizam arte e humanização nos espaços de saúde, sendo o mais conhecido deles o Terapeutas da Alegria. Lá, o Gustavo recebeu ensinamentos e capacitações, além de passar por experiências que poderá compartilhar com os participantes do Máquina do Tempo.

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“Você cria mais empatia, pois a maioria de nós vai pontualmente ao hospital, então quando se conhece pessoas que fazem tratamentos intensivos a gente cresce muito, se entende melhor e passa a ver as coisas com outros olhos e ter mais esperança na vida. Nesse quesito, eu espero ajudar o grupo na organização e, principalmente, na abordagem, de como chegar, de como falar, porque por mais que seja um trabalho voluntário, é um trabalho de educação também, para as crianças e para nós”, comentou Gustavo. A parte de orientação também conta com a professora de artes Andreia Gotardo que há 16 anos dá aula na EEB Laura Lima. Além de ajudar com as oficinas, ela ajuda no contato entre o hospital e o grupo de alunos. Ela conta que já teve outras experiências em trabalhos voluntários envolvendo a unidade, mas que esse, por envolver gente de tantas turmas, integra ainda mais os alunos.

“O que eu percebi em outras experiências é que esse tipo de atividades traz uma valorização dessa juventude, deixam eles mais responsáveis e cuidadosos com a própria saúde, além de olhar para o outro, ter a percepção de que o mundo não é o próprio umbigo e por estarem trabalhando com artes é bom, eles se envolvem mais com a disciplina e veem uma aplicação prática dos conhecimentos que a gente passa em sala de aula”, conta a professora. Além de realizarem esse projeto, os alunos da EEB Laura Lima também são beneficiados pelo trabalho voluntário. A unidade recebe professores do Movimento Santa Catarina pela Educação que é liderado pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC). Uma das iniciativas é fazer o contato entre pessoas e instituições de ensino por meio do programa Eu, Voluntário, que conta com mais de dois mil professores em SC. Esse é o caso de Mariângela Martins, administradora aposentada, que desde o ano passado dá aulas de reforço na unidade uma vez por semana.

“Se cada um se doar um pouco por essas crianças, eu acredito que a gente pode conseguir melhorar ainda mais a educação e fazer a nossa parte, é uma retribuição por tudo o que a sociedade nos oferece e é um ganho enorme quando a gente vê crianças que geralmente têm a autoestima baixa, conseguindo fazer o exercício, se superando, procurando aprender mais”, falou Mariângela, que já deu aulas de reforço de interpretação de texto e agora está na área da matemática. A administradora também destacou o aprendizado que teve como voluntária e a importância do jovem nesse processo de mudança, pessoas como a Gabrielle, o Gustavo, o Emanuel, a Sophia, a Alana e tantos outros que estão no Máquina do Tempo. E vale destacar que toda e qualquer habilidade pode ser utilizada para ajudar aqueles que precisam. Se você não é bom com artes, mas sabe construir coisas, por que não ajudar nessa área?! Independente da profissão que queira ter, sempre é possível deixar o mundo melhor, inclusive entregadores de pizza, afinal, já aprendemos que nem todo herói usa capa e que qualquer um de nós pode fazer a diferença!

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MAIS

INICIATIVAS

Além do Máquina do Tempo, outros projetos voluntários são desenvolvidos em escolas de Santa Catarina, como o da banda musical de marcha Asas do Ipiranga que foi tema de capa da Revista its de outubro de 2017, quando falamos sobre música. O trabalho multipremiado é realizado aos domingos na EEB Wanderley Júnior, em São José, e conta com 70 participantes entre alunos, professores voluntários e moradores da comunidade. Criado em 2013, o projeto continua crescendo e alcançando lugares inimagináveis, tudo isso com a força da comunidade. Outro é um projeto que chama bastante a atenção é o realizado por pais de alunos do ensino fundamental na EEB Professor Oswaldo Cabral, também em São José, desde abril. No Dia da Família, os pais se organizaram para realizar o recreio voluntário, onde fazem um revezamento para serem recreadores nos intervalos. Nessas ocasiões, os pais levam brinquedos feitos por eles e desenvolvem atividades com os alunos resgatando atividades de seus tempos.

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A direção da unidade contou que a iniciativa integrou mais as crianças e, principalmente, ajudou a evitar acidentes que a correria diária do recreio causava. Nada como pais para colocarem ordem na casa. Em uma ação coletiva que envolveu pais, alunos, professores e comunidade, a EEB Presidente Roosevelt realizou em maio um mutirão de limpeza e pequenos reparos na escola. A intenção é melhorar o espaço físico de convivência dos alunos, torná-lo mais seguro e aconchegante. O pessoal pegou no pesado e a mobilização gerou resultados, como uma maior aproximação da comunidade com a escola que há quatro anos recebe os alunos da EEB Daysi Werner Salles, interditada em 2014.

E na sua região, qual escola tem um projeto voluntário que faz a diferença? Conta para gente!

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PROFESSOR DO MÊS Por Renata Bomfim e Jéssica Stierle

SIMONE SCHRAMM - Secretária de Estado da Educação de Santa Catarina

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MUDANÇA NA

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO Em abril deste ano, Simone Schramm veio de Joinville para assumir o cargo de secretária de educação, como sucessora de Eduardo Deschamps. Envolvida com educação desde pequena, com o exemplo sua mãe em sala de aula, começou a sua trajetória aos 17 anos ao lecionar numa escola na cidade de Garuva. Para conhecer mais de perto todo o trabalho desenvolvido na sua carreira, nós a convidamos para ser a professora destaque do mês da revista its. Confira só a entrevista: Revista its: Você escolheu trabalhar com educação ou a educação escolheu você? Secretária: Eu escolhi a educação e a vida também me proporcionou esta oportunidade. Essa história iniciou com o meu avô sendo professor. Minha mãe seguiu o mesmo caminho e se tornou educadora em várias escolas de Joinville. Quando ingressei na educação, segui os passos da minha mãe e do meu avô. Eu era jovem e tinha aquela ânsia de querer fazer a diferença. Aos 17 anos, comecei a lecionar em uma escola no interior de Garuva e, aos 20 anos, dava aulas em escola estadual e então me tornei diretora, em Joinville. Essas experiências somadas à vivência em família levaram a optar pela formação superior em Pedagogia e Administração Escolar. Aos 28 anos, com um perfil mais voltado à gestão, assumi a Gerência Regional de Educação na região Norte do Estado, antigamente denominada Ucre. Em 1999 assumi, como adjunta, a Secretaria de Estado da Educação (SED) e dois anos depois como secretária. Em 2003 cumpri o mandato de deputada estadual, mas não busquei a reeleição. Tive outras experiências, passei pela diretoria executiva da Companhia de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Codesc) até ser chamada para assumir a Agência de desenvolvimento Regional (ADR) de Joinville, em 2013. Naquele momento havia inúmeros problemas de infraestrutura nas nossas escolas e foi pelo trabalho desenvolvido em Joinville que fui chamada pelo governador Eduardo Pinho Moreira para assumir a Secretaria de Estado da Educação.

QUEM É ELA NOME COMPLETO: Simone Schramm IDADE: 58 anos CIDADE DE NASCIMENTO: Joinville GRADUAÇÃO: Pedagogia e Administração Escolar CARGO: Secretária de Estado da Educação de Santa Catarina

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Revista its: Quem é a sua maior inspiração na área? Por quê? Secretária: Tenho uma educadora em casa e que é uma grande fonte de inspiração: minha mãe, Edith Schramm, que se aposentou das salas de aula aos 72 anos. Mas a biografia da catarinense Antonieta de Barros me serve como reflexão. Professora catarinense, escritora, jornalista e com luta na política e na defesa da independência feminina. Ela, a primeira deputada estadual mulher e negra eleita no Brasil. Antonieta de Barros acreditava na transformação do mundo e do ser humano por meio da educação e do conhecimento crítico – temas ainda atuais depois de passado um século. A coragem em expressar suas ideias e conquistar espaços em setores onde as mulheres não tinha vez nem voz, a luta pela educação pública de qualidade estão entre os legados desta catarinense e me servem de reflexão frente ao meu trabalho hoje na Secretaria de Estado da Educação. Revista its: Quando você resolveu sair da sala de aula e trabalhar na parte de gestão da educação do nosso Estado? Sente falta da rotina de sala de aula? Secretária: Recebi o convite para assumir a Gerência Regional de Educação do Norte do Estado, antiga Ucre, em 1992. Nesta função acabei tendo mais envolvimento com a gestão do ambiente escolar. Um professor sempre irá sentir falta do dia a dia em sala de aula e o contato com os jovens, porque nos proporcionam uma experiência enriquecedora. Porém, é a experiência de docente na educação básica que me oportuniza e diferencia no contexto da gestão. Ter trabalhado no ambiente escolar, ter o contato com os professores proporcionou o pleno conhecimento acerca das necessidades da educação, neste momento mais evidentes em infraestrutura e novas tecnologias.

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Revista its: O que levará de experiência como secretária da Agência de Desenvolvimento Regional de Joinville para a nova função? Secretária: Eu trago comigo o aprendizado de cada função desempenhada ao longo dos meus 40 anos como servidora pública. Na ADR Joinville, a experiência foi de gestão e de uma visão toda do funcionamento da máquina pública do Executivo Estadual. Diariamente tratávamos de assuntos relacionados à educação, saúde, infraestrutura. Mesmo com um orçamento menor conseguimos superar as principais dificuldades e atender as principais reivindicações da comunidade escolar. Aprendi a agregar parceiros e a fazer mais com menos. Naquela oportunidade, quando assumi a ADR, tínhamos dez escolas interditadas e oito mil estudantes fora da sala de aula. Buscamos junto à iniciativa privada espaços para lecionar aulas enquanto reformávamos as escolas e tivemos o apoio do Município em questões de alteração de transporte escolar. Conseguimos realizar um contrato de manutenção continuada para todas as escolas e que se repetiu ano após ano. Desde aspectos de infraestrutura, passando por dedetização, limpeza de fossas, tivemos de trabalhar no básico para melhorar o ambiente escolar. Com a equipe da ADR, Gered e os gestores escolares, conseguimos avançar muito na qualidade do ensino e na infraestrutura das nossas escolas. Acredito que poderemos atingir metas em toda Santa Catarina, e parte disso será com a equipe qualificada da SED. Espero ainda poder contar mais com a presença da família em nossas escolas. Revista its: Como recebeu o convite para ser a nova Secretária de Educação do Estado? Secretária: O convite partiu do governador Eduardo Pinho Moreira, conhecedor do meu trabalho há anos, sabe do envolvimento e dedicação à educação e do meu perfil voltado ao executivo. O grande desafio é a meta colocada pelo governo: racionalizar os gastos e desenvolver um novo modelo de gestão, tendo como principal finalidade melhorar as escolas em seus aspectos físicos. Como consequência, a autoestima do professor e da comunidade escolar e o bom desempenho do ensino aprendizagem dos estudantes.


Revista its: Como você avalia a situação da educação no momento? Secretária: Há uma mudança perceptível no mercado de trabalho, na forma de se comunicar, aprender, conviver. O mundo está em constante transformação com a revolução tecnológica. Quando as crianças se tornarem adultas, muitas das profissões de hoje terão desaparecido, outras novas irão surgir. O que se aprende hoje está aquém daquilo que o jovem será exigido na sua profissão. Este aluno precisa ter a formação e o entendimento da educação em suas diversas fases, desde a história, passando pelas exatas, línguas e ciências, mas não podemos perder de vista a importância de oportunizar o desenvolvimento das habilidades e dos talentos. Tudo inicia no básico: a escola precisa estar mais atrativa, com tecnologia, computadores, lousas digitais e o professor precisa estar mais preparado, com uma formação diferenciada, um melhor salário – diretamente vinculado a sua formação. Nem todas as desigualdades sociais serão superadas pela educação, mas ela oportuniza aos alunos fazerem escolhas mais coerentes para as suas vidas.

Revista its: O que a comunidade escolar pode esperar da sua gestão? Secretária: Os estudantes do século 21 esperam uma escola e professores aptos para contribuir com o preparo deles para o futuro. Então, há necessidade de melhorar aspectos de infraestrutura, sem falar na permanente capacitação dos educadores – que também têm de buscar individualmente a sua formação. Não podemos esquecer o componente familiar na formação desse jovem que reflete no desempenho de ensino e aprendizagem e reduz os casos complexos na escola, como as drogas e a violência. Temos de vencer os números da evasão escolar. Nesse contexto, precisa ser colocada em prática a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para assegurar às crianças e adolescentes a aprendizagem dos saberes essenciais, independente da origem de nascimento ou da escola na qual estudam. Quando além do professor, os pais e os alunos sabem o que deve ser aprendido no ano letivo, há um direcionamento de esforços para um objetivo: o aluno ter êxito na sua aprendizagem.

Quer que o seu professor também saia nesta editoria? É só enviar o contato para o nosso inbox do Facebook. FACEBOOK.COM/REVISTAITS

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ITSPORTS Por Lucas Inácio

Videira recebeu aproximadamente 3,5 mil alunos-atletas para os Jogos Escolares de Santa Catarina (JESC), na categoria entre 15 e 17 anos, entre os dias 22 e 29 de junho. Porém, vale destacar que é apenas na etapa final que reúne os campeões regionais, mas no total foram mais de 82 mil atletas de 279 municípios e contou com 1.158 escolas representadas. É muita gente e ainda tem os JESC para alunos entre 12 e 14 anos que participam de outro evento. Os JESC garantem vaga para a participação nos Jogos Escolares da Juventude (JEJ), competição que conta com alunos-atletas de todo o país. Na próxima edição traremos destaques da competição.

Foto: Heron Queiroz-Fesporte

É MUITA GENTE

Estão abertas até o dia 20 de julho as inscrições para as escolas que queiram participar do Festival Escolar Dança Catarina 2018. É só baixar o regulamento e ficha de inscrição no site da Fesporte e seguir os passos. São duas categorias de dança (popular e folclórica ou dança livre) em três faixas de idade: mirim, infantil e juvenil. Em formato itinerante, durante aproximadamente 80 dias, o Dança Catarina percorre mais de oito mil quilômetros levando cultura, dança e educação por todo o Estado. São cerca de 4.500 alunos e mais de 320 professores/coreógrafos participando anualmente no projeto.

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Foto: Lucas Inácio

QUER DANÇAR?


SC 3X3 Foto: Divulgação Fesporte

AGORA VALE O TÍTULO

CHOQUE DE DATAS

Vamos do 3x3 para a quadra. Blumenau, Itajaí, Jaraguá do Sul e São Miguel do Oeste são as cidades representadas no quadrangular final do Campeonato Estadual Sub-17 Feminino de basquete. Equipes representando os quatro municípios vão disputar o título em julho do principal torneio da categoria depois de cinco meses de disputa. O título está em aberto, já que as quatro equipes fizeram uma primeira fase equilibrada sendo que Blumenau foi a primeira classificada no Grupo A e Jaraguá do Sul no Grupo B. Vamos ver quem leva!

A Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc) tem nova data definida. A mudança foi realizada em função da coincidência com as provas do Enem e por isso a nova data de realização da Olesc foi remarcada: de 30 de novembro a 8 de dezembro. Timbó e Indaial serão as sedes desta competição estadual importante e recebe cerca de três mil alunos, de 13 a 16 anos, vindos de 70 municípios em sua fase final.

Foto: Antonio Prado-Fesporte

Foto: Basquete Blumenau

Santa Catarina finalizou sua participação no Campeonato de Basquete Escolar 3x3, na Bahia, com um ótimo desempenho. A equipe feminina do Colégio La Salle Peperi, de São Miguel do Oeste, ficou na quarta colocação da série Ouro, a primeira divisão do torneio. Já o masculino do Instituto Estadual de Educação, em Florianópolis, ficou com a medalha de bronze na série Prata. O feito das duas equipes é ainda mais importante se pensarmos que estas são especializadas em basquete de quadra, que possui regras e dinâmicas diferentes. O 3x3 é uma modalidade olímpica que estreia em Tóquio 2020 e se desenvolve cada vez mais em terras catarinenses.

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POPCORN

Tiro, porrada e bomba Por que a ação é um dos gêneros mais “cinematográficos” do cinema?

Como já é comum acontecer nos meses de junho e julho, em meio aos filmes de heróis ou de outras grandes franquias, surge um punhado de longas de ação mais “tradicionais”. O gênero, que tem um público cativo e que se renova há várias décadas, deu o pontapé inicial neste ano com O Passageiro – mais uma história de Liam Neeson espancando bandidos (dessa vez num trem) – em março; e a refilmagem de Desejo de Matar – mais uma história de Bruce Willis assassinando bandidos – em maio. Quando se fala nos dois maiores lançamentos de ação de 2018, porém (em orçamento, bilheteria esperada e estrelas estampando os pôsteres), os títulos mais aguardados são claramente o filme de ação do The Rock (Arranha Céu) e a próxima missão impossível de Tom Cruise. No Arranha Céu, terceiro filme protagonizado por Dwayne Johnson a ser lançado em 2018 (os outros dois são as aventuras baseadas em videogame Jumanji e Rampage), o protagonista é um

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veterano de guerra responsável pela segurança de um edifício chinês que se vê obrigado a tentar limpar seu nome e a salvar pessoas que ficaram presas dentro do prédio durante um incêndio. Já em Missão: Impossível – Efeito Fallout, o agente secreto da IMF, Ethan Hunt (Cruise) e sua equipe são obrigados a correr contra o tempo para tentar salvar a agência quando uma das missões dá errado. Para os mais cinéfilos, é fácil notar que a indústria trabalha muito com a nostalgia e que estes dois lançamentos representam um formato já bem estabelecido nas bilheterias. Tanto no caso de Missão Impossível, o sexto filme de uma série que começou há mais de 20 anos, quanto em Arranha Céu, que reimagina aquela velha história do “cara normal” que precisa resolver todos os problemas sozinho (um clichê iniciado lá em 1989, com o primeiro filme da série Duro de Matar). O mais curioso desta relação de Hollywood com seu cinema de ação,

contudo, é a contradição que ele promove entre os fãs e um grupinho de críticos avesso a esse estilo. Se, por um lado, é um dos gêneros mais fortes e de maior sucesso há várias décadas, por outro ele é considerado por muita gente um tipo de filme de menor importância se comparado aos grandes romances, dramas ou suspenses. Esta leitura rasa não só é preconceituosa como denota até uma ignorância. O cinema de ação, afinal, é um dos nichos onde os cineastas se obrigam a utilizar da arte como um todo. Se nos dramas, comédias e romances, dá pra se virar só com bons diálogos, bons atores e, de vez em quando, uma boa montagem, nos bons longas-metragens de ação, a coreografia, a cinematografia, a direção, design de produção e os aspectos mais técnicos do cinema se tornam essenciais. Isso porque é quando os diretores e diretoras precisam trabalhar com cenas simples como um conflito físico, se obrigam a usar ao máximo sua criatividade.


Por Vincent Sesering

GRANDES FILMES DE AÇÃO DA ÚLTIMA DÉCADA O que vale aqui é perceber que os limites impostos aos realizadores pela simplicidade de determinadas histórias os levam a perceberem que, no cinema, a história não importa mais do que a maneira como se conta esta história. E se um gênero conta a história através da fotografia, da posição da câmera, da lente utilizada, da coreografia, dos atores, da mise en scéne, da montagem, da edição de som etc, não tem como dizer que esse gênero é menos importante que outros só porque a história é mais simples. É dessa limitação que surgem algumas das cenas mais clássicas do cinema: Neo desviando das balas de um agente ao fim do primeiro Matrix. Agente secreto Ethan Hunt pendurado por uma corda para hackear um computador dentro da CIA sem poder tocar no chão em Missão: Impossível. O andróide T800 de moto e escopeta perseguindo um caminhão ao som de Guns’n Roses em Exterminador do Futuro: 2. Ripley enfrentando a rainha Alien utilizando um exoesqueleto em Aliens. O policial à paisana John McClane preso num elevador eliminando um bando de terroristas alemães em Duro de Matar 3. A noiva decapitando e decepando membros de centenas de capangas com espadas de samurai em Kill Bill... A lista poderia continuar por várias páginas, mas vou poupá-los e aproveitar para perguntar: para vocês, quais são as cenas de ação mais “cinematográficas” do cinema?

Existe um oceano de filmes de ação que passam despercebidos em meio a um oceano de lançamentos todo ano. Mas olhando para os últimos períodos dos blockbusters, dá pra perceber que esse gênero continua se renovando e sendo um espaço para grandes filmes. Estes são alguns dos melhores.

Operação Invasão - Este filme tailandês de 2011 começa quando um esquadrão de policiais de elite invade um prédio de apartamentos em uma favela de Jakarta para tirar de lá um chefão do tráfico de drogas. O grande acerto do diretor Gareth Evans aqui é usar e abusar das tomadas longas e planos abertos que permitem que os atores/artistas marciais deem seu show. Tirando proveito de que todos os cenários de ação possíveis de acontecerem dentro de um prédio fechado, o longa fez tanto sucesso dentro e fora do país que ganhou uma continuação três anos depois.

John Wick - Um ex-assassino de aluguel volta à ativa para se vingar do filho de um gangster russo que mata seu cachorro. Só isso. Apoiando-se tanto na construção de um universo de mercenários como em algumas das coreografias de luta mais incríveis dos últimos anos, este filme realizado pelos ex-dublês Chad Stahelski e David Leitch é um exemplo de como utilizar de um clichê — um homem em busca de vingança — como veículo para o cinema de ação enquanto forma de arte.

Mad Max - O melhor filme de 2015 não poderia ficar de fora de qualquer lista de melhores da década. Esta obra-prima dirigida por George Miller não só traz o mundo pós-apocalíptico das guerras por água e gasolina de volta às telonas como reinventa o cinema de gênero em diversos aspectos. Assim como os outros, a estrutura da história é simples (uma fuga e um retorno) mas compensada por perseguições espetaculares, combates de tirar o fôlego, uma trilha sonora marcante e uma construção visual que, além da fotografia, compõe o universo por meio do design dos veículos, dos figurinos, da maquiagem e do enredo em si.

Gostou e quer saber mais sobre cinema e televisão toda semana? Acesse medium.com/coquetel-kulsehov

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#KERO

#Kero Já está sentindo o cheiro das férias no ar? Sua cabeça já mira nesse descanso, né?! Por isso a gente montou um kit hibernação para você ficar preparado em casa e maratonar séries, filmes e tudo o que tiver direito.

Para manter os pés bem aquecidos, um remédio sem contra indicação para mantê-los longe do frio. Onde: www.ludi.com.br Valor: R$59,90

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E já que é para colocar as séries em dia, um kit para você fazer o esforço mínimo com a pipoca e uma bebida para curtir o seu cineminha em casa. Onde: www.ludi.com.br Valor: R$134,90

“Mais café e menos sono”. Essa caneca personalizada termossensível troca de mensagem a medida que você coloca qualquer bebida quente nela. Para quem não passa um dia sem um combustível humano chamado café, é uma boa, não? Onde: www.ludi.com.br Valor: R$49,90


Só para quem passa uma vida inteira vendo tutoriais no YouTube de como aplicar cílios postiço e acaba sem sucesso sabe da importância dessa novidade da Quem disse, Berenice. O coração chega até a acelerar que inventaram uma maravilha dessa que, para quem assim como a gente, gasta toda a cola dos cílios e não aplica, entenda a importância dessa novidade. Já queremos muito! Onde: www.quemdisseberenice.com.br Valor: R$25,00

A nova coleção da Riachuelo coloca Bart Simpson em destaque com várias estampas bem descoladas e, claro, a gente separou quatro como destaques deste mês. Onde: www.riacuelo.com.br Valor: R$39,90

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PAPO DE LEITOR

Por Mateus Pereira Silveira UM AMOR PARA LADY RUTH | LUCY VARGAS

BATMAN: O PRÍNCIPE ENCANTADO DAS TREVAS | ENRICO MARINI

OS CAVALEIROS DO ZODÍACO | MASAMI KURUMADA

VOCÊ E OUTROS PENSAMENTOS QUE PROVOCAM ARREPIO | FRED ELBONI

OS ARQUIVOS SECRETOS DO HOMEM DE AÇO Conhecido por sua índole irretocável e pelo senso de justiça, ele é considerado por muitos como um dos heróis mais poderosos dos quadrinhos. Ao lado do Batman, o Superman é personagem mais famoso da DC Comics. Símbolo de várias gerações, o filho de Krypton completa 80 anos em 2018 e nada melhor que celebrar esta data com a leitura de Superman - Os Arquivos do Homem de Aço. O livro é, praticamente, uma enciclopédia do super-herói e sua escrita é creditada a Brainiac 5, descendente de um dos antagonistas do Superman. Os relatos começam com a destruição de Krypton, narrando a chegada do herói à fazenda da família Kent. A trajetória é contada de maneira cronológica, trazendo detalhes sobre a força extra comunal de Clark e seus primeiros atos heroicos. Repleto de ilustrações, o livro não detém a sua narrativa em seu protagonista. São apresentados personagens clássicos do universo DC Comics, como os integrantes da Liga da Justiça, a eterna paixão de Clark, Lois Lane, e os vilões clássicos do Homem de Aço, como DarkSeid, Apocalypse e, claro, Lex Luthor. Os momentos mais icônicos dos quadrinhos também não ficam de fora nessa edição, inclusive a morte e o retorno triunfal do super-herói, trazidos em recortes do jornal Planeta Diário. Voltado para os colecionadores e fãs de quadrinhos, o livro também chama a atenção pela aparência e cuidado nos aspectos editoriais. Publicado pela editora Leya em parceria com o site Omelete, a coleção ainda tem outros títulos com heróis clássicos da DC Comics: Batman - Os Arquivos Secretos do Homem Morcego e Mulher Maravilha - Amazona, Heroína e Ícone. Ou seja, tem título suficiente para nenhum nerd colocar defeito.

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A VIDA NÃO ME ASSUSTA | MAYA ANGELOU

EMPODERE-SE | MAYNARA FANUCCI

HARRY POTTER AND THE CHAMBER OF SECRETS | J.K ROWLING

É TIPO ISSO | CAIO PERINICOTO

OS VINGADORES - TEMPO ESGOTADO

HIPNOSE DESCUBRA O PODER DA SUA MENTE | PYONG LEE A seleção do top dez deste mês você encontra na pré-venda da Saraiva

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ESCOLA ABERTA

INSTALAÇÃO DE CISTERNA PARA REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA BENEFICIA COMUNIDADE ESCOLAR, EM HERVAL D’ OESTE Com o objetivo promover uma reflexão sobre a importância de economizar água e contribuir para a preservação do meio ambiente, a equipe de professores e profissionais da Escola de Educação Básica Professor Odilon Fernandes, de Herval d’ Oeste, viabilizou um projeto que beneficia toda a comunidade escolar. Desde o mês de maio, a unidade conta com uma cisterna para captação de água da chuva.

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O conhecimento, no entanto, não fica restrito à sala de aula. Os estudantes também adotaram em casa as práticas para a preservação dos recursos naturais. Ivan Ismael da Silva Junior, que tem 13 anos e frequenta o 8º ano, conta que a família passou a utilizar a água da máquina de lavar roupa na limpeza das calçadas. “Todos estão fazendo a sua parte para evitar o desperdício”, ressalta.

O sistema é simples: as calhas coletoras conduzem a água da chuva até o reservatório construído com lonas impermeáveis, para na sequência ser bombeada ao reservatório de filtragem de resíduos. Com o reaproveitamento, a água é utilizada nas descargas dos banheiros e na limpeza da escola, que tem gestão compartilhada com o município e atende 110 alunos da educação infantil aos anos finais do ensino fundamental.


Por Mayelle Hall - Regional Joaçaba

A EEB Professor Odilon Fernandes, de Herval d’ Oeste, foi contemplada pelo Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que prevê repasse financeiro para escolas públicas, estaduais ou municipais que desenvolvam projetos voltados para a sustentabilidade. O sistema para reaproveitamento de água da chuva também foi implantado em outras escolas da Regional de Joaçaba.

Desde a instalação, a discussão sobre o tema sustentabilidade foi intensificada em todas as turmas, que estão mais conscientes sobre a água, um recurso indispensável para a humanidade e que já dá sinais de escassez. “A ideia é mostrar que pequenas ações podem transformar a realidade. Além de economizar na conta no fim do mês, estamos ajudando a preservar um recurso vital”, ressalta a diretora Fátima Pincegher.

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LIVROS DO VESTIBULAR

Diários da poetisa de um povo oprimido:

Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus “Às oito e meia da noite eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mescla com o barro podre. Quando estou na cidade tenho a impressão de que estou na sala de visita com seus lustres de

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cristais, seus tapetes de viludos, almofadas de sitim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.” Nessa passagem, em que antes dos desvios

ortográficos deve importar a força da metáfora, Carolina Maria de Jesus justifica o título do livro que a UFSC muito acertadamente incluiu pela primeira vez em sua lista de leituras obrigatórias para o Vestibular 2019:


Por George França

Fotos: Divulgação

Professor do Colégio de Aplicação da UFSC; doutor em Literatura pela mesma instituição

Quarto de despejo – Diário de uma favelada. A mais recente edição, pela Ática, com excelente trabalho gráfico e belíssimas ilustrações feitas por Vinicius Felipe, contrasta fortemente com as condições precárias de vida e de acesso a direitos fundamentais como saúde e educação em que viveu a autora dos diários que foram transformados nesse livro. A edição opta, inclusive, por conservar a grafia original dada por Carolina às palavras, inclusive com os desvios da norma padrão culta, representando um retrato fidedigno do trabalho de uma escritora que pouco ou nenhum acesso teve à educação formal (estudou por dois anos, apenas, em um colégio espírita). No entanto, ela nos deixou vivo e necessário testemunho de uma vida privada de tudo, às voltas com a falta de comida, com os filhos e com os vizinhos no bairro do Canindé, favela que crescia na beira do rio Tietê, em São Paulo, em meados do século XX. Temos aqui a lição de que a literatura não é enfeite, linguagem difícil e ornamentada, produto de boutique ou cosmético: é arrancar da experiência, em sua mais radical proximidade da morte, o que dar em linguagem, em vida. Como vimos, os diários são guiados pela imagem da cidade como uma casa, em que os bairros centrais seriam a sala de estar,

lugar de recepção, para ver e ser visto, acomodar, confortar e dar condições dignas de vida a seus habitantes, ao passo que a favela seria o quarto de despejo, para onde são jogados, depositados aqueles a quem a cidadania é renegada e até mesmo o mínimo necessário para uma vida digna – o alimento, a água – por muitas vezes falta. Esse registro da rotina muitas vezes repetitiva de uma vida em meio ao lixo, contemplando a cor amarela da fome, catando nos detritos a subsistência, foi encontrado pelo jornalista Audálio Dantas em vinte cadernos sujos que Carolina, mulher, negra, pobre, solteira e mãe de filhos, guardava em sua casa. O gesto de transformar esses cadernos, datados do fim dos anos 50, em uma edição, em 1960, projetou e visibilizou para além das fronteiras das terras sujas da beira do Tietê o nome e a figura de Carolina: rapidamente, o livro chegou a vender 100 mil exemplares. Carolina passava a circular entre pessoas das elites culturais e financeiras da cidade fora da qual se via, ainda que encarada com um misto de exotismo e curiosidade mórbida. Sua inserção na lista de um vestibular representa novamente um gesto de valorização da vivência e da voz dessa escrita que vem das margens, e justamente por viver,

as conhece muito intimamente. No entanto, cabe perguntar: o quanto essa leitura moverá cada um de vocês, jovens leitores que encontrará, por obrigação? Há quem diga que Quarto de despejo é daqueles livros que não há como ler e se manter no mesmo lugar. E em tempos nos quais vemos, como ela via, o empobrecimento e o embrutecimento de nossa população dia após dia, a olhos vistos; a transformação de “diamantes em chumbo”, como Carolina descrevia o que se passava com as famílias que iam dela se avizinhar no Canindé; em tempos nos quais, assim como em 1958, escrevia ela que “o mundo em vez de evoluir está retornando à primitividade”, é necessário que deixemos Carolina nos tocar. Seu vivo relato é prenhe de política e do sentimento de uma poesia que emana do lodo, do lixo que, como poetisa, ela revolve. E que como ela, saibamos ser poetas, pois como ela, vivemos tempos em que “A democracia está perdendo seus adeptos. No nosso paiz tudo está enfraquecendo. O dinheiro é fraco. A democracia é fraca e os políticos fraquíssimos. E tudo que é fraco morre, um dia. ... Os políticos sabem que eu sou poetisa. E que o poeta enfrenta a morte quando vê seu povo oprimido.”

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GALERIAS

Colégio Marista - Chapecó

EEB Eng Annes Gualberto - Joinville

SANTA CATARINA

DISTRIBUIÇÃO CEDUP - Blumenau

EEB Luiz Delfino - Blumenau

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EEM Victor Meirelles - Itajaí

EEB Prof. Maria Amin Ghanem - Joinville

Fotos: Blumenau - Promotes Eventos | Chapecó: Fabricação Filmes | Floripa: Fernanda F F L L Silva

EEB Paulo Bauer - Itajaí


EEB Prof. Jandira D’Ávila - Joinville

Colégio Catarinense - Florianópolis

Colégio Mariste - Criciúma

EEB Gov Ivo Silveira - Florianópolis

Colégio São José - Itajaí

EEB Bom Pastor - Chapecó

Colégio dos Santos Anjos - Joinville

EEB Professor João Widemann - Blumenau

SENAI - Blumenau

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GALERIAS

Luisa, Amanda e Leticia

Natalia e Aline

Fotos: Foco Eventos

Antonio e Caio

JOINVILLE

EEB DR. TUFI DIPPE Hellen e Mariana

Turma do terceirão

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Tainara


Fotos: Foco Eventos

Paola e Alexia

Turma da EEB Prof. Antônia Alpaides

Caroline e Débora

JOINVILLE Poliana, Giovanna, Sthefanie e Satila

EEB PROF. ANTÔNIA ALPAIDES

Turma do terceirão

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GALERIAS

Gabriele, Carol e Evelyn

Fotos: Promotes Eventos (Tayana)

Lais, Rhayane, Yasmin, Maria Eduarda e Giovana

Gabriel, Victor-Raul

BLUMENAU

EEB ADOLPHO KONDER Cabral e Alan

Terceirão no Dia do Ridículo

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REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Suyane e Caroline

Rhayane e Yasmin


Fotos: Promotes Eventos (Tayana)

Adenilson, Arnold e João

Joseph, Gabriel, Japa, Wellinson e Luiz

Beatriz, Emily, Katlyn, Amanda, Rafaela e Gustavo

Julia, Hellen, Danielle e Brenda

BLUMENAU

EEB LUIZ DELFINO Maria Julia, Camila, Natalia e Daniela

Monielle e Paula

Terceirão no Dia da Profissão

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GALERIAS

Ana e Jaqueline

Fotos: Promotes Eventos (Tayana)

Maiara, Priscila e Milena

Aline e Tatiane

BLUMENAU

EEB CARLOS TECHENTIN Bruna e Irene

Terceirão 1 e 2

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Priscila e Camila

Raul e Vitor


Fotos: Promotes Eventos (Tayana)

Terceirão 1

Mayara, Chiara e Yasmin

BLUMENAU

Terceirão 1 e 2

EEB PRESIDENTE PRUDENTE DE MORAIS

Terceirão 2

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GALERIAS

Julia e Marina

Mykael e Laura

Liriana, Rafaela e Maria Eduarda

Fotos: Fabricação Filmes

CHAPECÓ

COLÉGIO TRILÍNGUE INOVAÇÃO Arraiá 2018

Vitória, Caetano e Ana Clara

Maria, Gabriela e Ana

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Gestora e Fundadora do Colégio Gislaine Moreira Nunes


Colégio Trilíngue Inovação

Arraiá 2018

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Marcela

Fotos: DM Fotografia

GALERIAS

Rafael,Ingrid e Nathaly

FLORIANÓPOLIS

EEB ADERBAL RAMOS DA SILVA

João Vitor, Lucas Bernardo e João Pedro

Alessária e Ana Carolina

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Rubens e Jackson


Julia e Elisa com a Diretora Gisely

Natalia, Ligia e Maria Gabriela

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Marcos Vinicius

Rodrigo, Raul, João Pedro, Alisson, Jackson, Luiz Felipe e Antônio

FLORIANÓPOLIS

EEB PRESIDENTE ROOSEVELT

Lorena, Yngrid e Anna Beatriz

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Jesiel, Fabricio e Lorena

Juliana

Rute, Raquel, Brenda e Harluine

Fotos: DM Fotografia

GALERIAS


Gabriel, Rute, Raquel, Maria Eduarda, Brenda, Harluine e Victor

Carlos, Yan, Raul, Hiago, Alisson, Anfdrei e Rodrigo

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SAIDEIRA Por Priscila Andreza de Souza

Eu sou

MALÉVOLA Todas nós queremos ser as heroínas. Os contos de fadas mostram que a mocinha é a bela, honesta e leal. Ela é a personagem a ser amada e imitada. Aprendemos a querer ser desde crianças as princesas, tentar fazer sempre o certo e mostrar que somos gente boa, de coração puro e que somos dignas de sermos amadas. Porque é a princesa que fica com o príncipe, a bruxa sempre acaba sozinha, ou melhor, quando inicia a história ela já está sozinha. Assim, guiadas pela fantasia, acabamos reprimindo o nosso lado mau, maquiamos e o escondemos no fundo da alma, para ninguém reparar no defeito. Fui assistir Malévola esses tempos e adorei o filme. Primeiro porque gosto de Disney, segundo adoro a Bela Adormecida e terceiro porque amei o final do filme, quando a narradora que descobri ser a própria a Bela Adormecida diz que Malévola foi vilã e heroína na sua história. E assim não somos nós? Eu não sei você, mas eu tenho várias facetas que mostro dependendo do lugar onde estou e com quem eu estou. Eu sou Malévola diariamente, porque apesar da máxima de que não importa o que fizeram com você, você é o que escolhe ser, eu acredito também que a situação provoca a ação e, às vezes, não sou tão bonitinha assim...

Eu minto, conto fofoca, reparo na caspa, titica e

na roupa suja do outro. Não gosto de emprestar minhas coisas e odeio ser questionada. Eu coço o nariz, finjo que estou dormindo no banco do ônibus só para não ceder lugar. Já fingi gostar de pessoas que não gostava, já inventei resfriado (mas era ressaca), já faltei em apresentação de trabalho e também já julguei quando prometi não julgar. Somos todos falhos, porque somos humanos e o fato de eu falar isso me torna tão de carne e osso quanto você e não há nenhum problema em ser vilã às vezes, todos são. A presença do meu lado sombrio veio à tona desde quando eu tinha seis anos e colocava o pé na frente para o meu primo de um ano tropeçar e se esborrachar no chão, mas a vergonha de admitir só passou vendo a vilã Malévola interpretada pela lindíssima Angelina Jolie nas telas do cinema. Meu desejo é este: que eu aceite todas as Pris que cabem em mim, não somente o lado bom, mas o mau também, porque esta sou eu, inteira. Agora vou ali treinar a gargalhada de vilã no espelho.

Priscila é jornalista, autora do livro "Expectativas" e chocólatra. Para ler mais crônicas, você pode acessar o site priscilaandreza.com.br

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