www.portalits.com.br | edição 04
NO PASSADO
COMO ERAM OS PROFESSORES HÁ CEM ANOS?
CULTURA POP
Revista its Teens Florianópolis nº 04 2015 | R$ 9,80
A EMOÇÃO DO 1º CLIQUE NO STREAM
DE ALUNA DO EJA A DOCENTE
GENEVA CONTA SUA HISTÓRIA
Educadores que levam o hobby para a sala de aula
GALERIAS
A TURMA POSA COM OS MESTRES!
conteúdo CULTURA POP
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SEM LESEIRA
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EDIÇÃO 04
28
CAPA
GALERIAS
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8 | CULTURA POP
10 | WI-FI
Em 2015 podemos não ter a emoção de ir a uma loja comprar um CD novo na embalagem, mas aquele clique no “download” ou “stream” pela primeira vez causa quase a mesma euforia
Pokkén Tournament, Resident Evil 0 e Until Dawn estão entre os games lançados do mês. Outra novidade são os testes que estão ocorrendo com o novo ajudante do Messenger nos smartphones
Escolher uma carreira não é um desafio só para os mais novos. Apaixonados pela língua espanhola, Geneva descobriu a vocação para a sala de aula na maturidade
16 | LADO B
22 | PROFESSORES DO PASSADO
26 | SEM LESEIRA
No mês dos professores, conheça alguns que levam suas outras atividades para a sala de aula, como o rockeiro Gilberto Borges e a ciclista Ana Destri, da rede municipal
Nesta reportagem a gente conta como era a educação em antigamente e o que mudou desde as primeiras escolas de Florianópolis até as atuais
Professoras praticam pilates para melhorar a qualidade de vida e o rendimento profissional. Conheça projetos da secretaria de educação destinados à saúde dos mestres!
4 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
12 | DE ESTUDANTE A PROFESSORA
EXPEDIENTE
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editorial Fala,galerinha!
Passeando pela timeline do Facebook nos últimos dias, vi uma imagem que desafiava geração facebookiana a lembrar o nome de seu(sua) primeiro(a) professor(a). Confesso que entrei nessa viagem e não foi difícil recordar da professora Rosa. No auge dos meus cinco anos de idade, os cabelos avermelhados dela me chamavam atenção enquanto, durante as tardes daquele ano, ela nos fez cantar o “bom dia professora como vai” e “a dona aranha subiu pela parede”. No ano seguinte, a professora Bárbara era a minha preferida! Eu simplesmente adorava o bom humor dela e a sua gargalhada inconfundível. Quando iniciei o ensino fundamental, fazia parte da turma 11 da escola Paulo Fontes comandada pela professora Silvana. Foi ela a responsável por me fazer conhecer um mundo incrível dentro da minha própria mente! Nunca ninguém aguçou tanto a minha imaginação quanto ela. Com um jeitão meio hippie e sempre vestindo roupas coloridas, ela despertou em mim o gosto pela leitura e pelo teatro. Foram ao todo sete anos dando vida a personagens, já sobre os livros, perdi a conta de quantos devorei.
O SOM QUE ROLOU NO NOSSO TIMmusic by Deezer ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Loca - Chico Trujillo Kappa Órions - Gilblack Bizarre Love Triangle - New Order Diamonds - Rihanna Naughty Boy - Runnin' (Lose It All) Beyoncé, Arrow Benjamin
Eu era o tipo de aluna que pirava nas aulas de história, curtia geografia, entendia ciências e era gamada nos paranauês da língua portuguesa, mas nunca fui parceira dos números, e por incrível que pareça, durante a quinta série foi uma professora de matemática que me conquistou. A Bárbara era/é incrível em sala de aula, ela não me fez gostar mais ou menos da matéria, mas me ajudou a compreender que naquele momento números eram importantes, assim como ela, e até hoje guardo com imenso carinho os bilhetinhos que trocávamos. Quando precisei mudar de escola, lembro que não liguei tanto por me despedir dos meus amigos, mas me senti triste por “deixar” na escola Mâncio Costa, uma das mulheres mais legais e inspiradoras que conheci. Das diversas experiências que tive na escola as mais incríveis foram vividas ao lado de professores. Decidi a minha profissão, aos 12 anos, graças a um trabalho passado por um deles e, durante toda a minha trajetória escolar, aprendi muito mais que conteúdos. Dentro ou fora da sala de aula, foi a partir do amor pelo quadro e pelo conhecimento dessas figuras, que formei meu caráter e minha percepção de mundo a partir do exemplo que cada um transmitia.
Todas vezes em que escrevemos bombeiro civil ou voluntário na matéria de capa da última edição, leia-se bombeiro comunitário.
JÉSSICA STIERLE
15 de outubro, feliz dia dos profes <3
OS CULPADOS
MAL AÊ!
MATÉRIA DE CAPA
SAIDEIRA
CULTURA POP
LUCIANA PAULA
VANESSA ESTEVES
VICTOR BARBATO
Por Victor Barbato victor.barbato@portalits.com.br
CULTURA POP
Stream
Do plástico ao
SE ISSO NÃO É FELICIDADE, NÃO SEI O QUE É! Todos nós temos pelo menos um artista favorito, e muitas vezes temos até muitos dos quais gostamos bastante. Ouvimos tanto as músicas deles que o botão do “repeat” chega cansar! Então vem aquele dia em que nada mais importa, onde o tempo não passa e conversa nenhuma prende a sua atenção, porque você sabe o que está por vir. Sim, a data de lançamento de um single ou álbum novo do seu(s) artista(s). Essa momento pode levar qualquer fã à loucura. Em 2015 podemos não ter a emoção de ir a uma loja comprar um CD novo e
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apanhar da embalagem de plástico extremamente segura e quase impossível de se abrir (por motivos, pelo menos pra mim, até hoje desconhecidos), mas temos a de dar aquele clique no “download” ou “stream” pela primeira vez, o que causa quase a mesma sensação de euforia. O mundo para, você se afunda em um universo dentro dos seus fones de ouvido e esquece o que existe lá fora até que uma opinião tenha sido formada sobre cada uma daquelas músicas do álbum. Algumas, é verdade, temos que ouvir mais de uma vez para começar a gostar.
Com cada novo lançamento, podemos quase sempre contar com estilos novos ou pequenas mudanças nas batidas. Se o seu artista for bom, normalmente ele sabe o que está fazendo e não vai deixar de te surpreender mais uma vez. Depois disso, pronto. Agora você pode esquecer de qualquer outra música que exista ou que toque na rádio. Durante pelo menos um mês, os seus amigos cansarão de ouvir você escutando de novo e de novo as mesmas canções. Mas não ligue, isso se chama ser um FÃ! E não há nada de errado nisso.
LANÇAMENTOS PARA O FINAL DE 2015
Troye Sivan
One Direction
Demi Lovato
Wild
04/09
Made in the A.M 13/10
Confident
16/10
Lana Del Rey
Selena Gomez
Little Mix
Disclosure
Honeymoon 18/09
Revival
09/10
T.I.
Get Weird
06/11
Justin Bieber
25/09
Caracal
The Dime Trap
“nome ainda desconhecido”
10/10
13/11
AINDA SEM DATA EPECÍFICA, MAS PREVISTOS PARA ESTE ANO Janet Jackson
Iggy Azelea
Rihanna
Kanye West
Gwen Stefani
Sia
Britney Spears
Ellie Goulding
Adele
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WIFI
Por Victor Barbato victor.barbato@portalits.com.br
Pokkén Tournament
Resident Evil 0
Until Dawn
GAMES, GAMES E MAIS GAMES!
Entre muitos lançamentos de games, alguns estão aparecendo com curiosidades. No novo jogo de Pokémon, Pokkén Tournament, para o Wii U, com lançamento previsto para 2016, você não está em busca de aventuras e capturas de Pokémons, como em jogos anteriores e no próprio desenho animado. Ele foi dirigido pelo mesmo grupo criador do jogo Tekken e promete fazer uma mistura curiosa entre os dois estilos. Ou seja: ready, set, FIGHT, POKÉMON! O Resident Evil 0, previsto para Janeiro de 2016, também conta com novas novidades. Nesta versão, a Capcom anuncia
que o player poderá escolher jogar como o vilão da história, Albert Wesker, além de poder alternar entre outros personagens para melhor decifrar o quebra-cabeça e avançar no jogo. Em Until Dawn, game de terror para PlayStation 4, lançado em 25 de agosto, você poderá se sentir em um dos seus filmes de terror favoritos! No jogo da Supermassive Games, você controla oito personagens em uma trama inspirada em alguns dos maiores filmes do gênero, como Pânico (1996) e Jogos mortais (2004). Esse a gente aconselha jogar antes de ficar escuro!
MUNDO TECH
AS NOVIDADES DO MÊS PRA VOCÊ
M, SEU AJUDANTE!
O Facebook anunciou recentemente os testes que estão ocorrendo com o novo ajudante do Messenger nos smartphones. “M” tem um funcionamento similar ao de outros assistentes artificiais, como Siri, da Apple, mas com alguns diferenciais. O mais mencionado é o fato de poder fazer tarefas por você, como reservar um horário em um restaurante, realizar compras ou até fazer pagamentos através do seu Paypal, com o qual ele poderá estar sincronizado. Já pensou? Tudo no comando de voz!
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O QUE ACHA DO MESSENGER? O maior problema discutido entre donos de smartphones é a duração de suas baterias. Agora, já imaginou uma bateria que dura uma semana inteirinha?? Parece ficção científica, não? Pois não é. A empresa britânica Inteligent Energy anunciou a criação de uma bateria para o iPhone 6 que usa hidrogênio para criar energia e não interfere no formato do iPhone, acrescentando apenas algumas aberturas na parte de trás do smartphone para eliminar o vapor d’água. A empresa afirma que criaram uma bateria tão fina que cabe em qualquer smartphone! Eles já estão em contato com os grandes fabricantes e esperam introduzir a nova tecnologia em futuros modelos.
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Eu acho bom, pelo fato de não precisar entrar no aplicativo para conversar. O chat da pessoa com quem você está conversando fica na tela e, caso você estiver fazendo alguma outra coisa, não precisa sair deste outro app, o que é prático
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BATERIA POR UMA SEMANA
Hyan Kevyn de Jesus, escola Osmar Cunha
IDENTIFIQUE SITES PERIGOSOS
Na internet, nada é certo. Por isso, ser seguro é sempre importante. Devemos ter cuidados especiais para não correr risco de infectar nossas maquinas com vírus que podem causar danos não só para ela, mas para nossas informações pessoais. Existem sites que verificam a segurança e a autenticidade dos sites que você navega. Copie os links visitados netsas plataformas que seguem e verifique você mesmo: URLVoid; AVG Online Web Scanner; Norton Safe Web; entre outros.
Aqui estudante sempre sai ganhando. Compre um sanduíche, apresente este anúncio e ganhe um refri de 300 ml. Promoção válida até 31/10/2015, mediante apresentação deste anúncio. Não válida para Baratíssimo.
Restaurante SUBWAY® Tiradentes
Rua Nunes Machado, esquina com a Rua Tiradentes, 93 Centro - Florianópolis - SC | Tel.: (48) 3025-4450
Steak Cheddar Cremoso 15 cm
Promoção válida na compra de um sanduíche, exceto Baratíssimo, e mediante a apresentação deste anúncio. O refrigerante grátis é de 300 ml, de post mix. Promoção não cumulativa com outras ofertas/descontos e válida somente no restaurante SUBWAY® participante. Custo adicional aplica-se para os ingredientes extras, sem permissão de substituições. Adicionando um recheio de outro sabor, será cobrado o sanduíche de maior valor mais o adicional Dobro de Sabor. Em caso de compra de Combo, os valores adicionais referentes ao Combo serão cobrados normalmente. Promoção válida por tempo determinado, podendo ser cancelada sem aviso prévio. Consulte disponibilidade. Imagens meramente ilustrativas. © 2015 Doctor’s Associates Inc. SUBWAY® é uma marca comercial registrada de Doctor’s Associates Inc.
EDUCAÇÃO
Por Luciana Paula
DE ESTUDANTE
A PROFESSORA Escolher uma carreira não é um desafio só para jovens e adolescentes. Conheça a história de Geneva e Vilmar, aluna e professor apaixonados pela língua espanhola que descobriram a vocação para a sala de aula na maturidade. A Revista its conta como os caminhos deles se cruzaram na escola Anísio Teixeira.
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Era uma quinta-feira nublada quando cruzamos o portão do prédio onde mora Geneva Lima da Silva, no bairro Agronômica. Por acaso, encontramos o professor Vilmar dos Santos ao chegar na portaria. Ele havia acabado de sair da escola onde trabalha, chegando à entrevista com extrema pontualidade. Assim que Geneva nos abriu a porta, brincou com a ex-aluna: “Está ficando famosa, é a segunda vez que venho aqui por causa de suas entrevistas!” Ao entrar no apartamento, qualquer visitante teria dó de pisar o piso de madeira limpíssimo. Não havia nada fora do lugar na estante, no aparador ou na mesa de vidro. A economia de almofadas e tapetes dava a deixa para o
diálogo que se seguiria: “Você lembra, Geneva, da sua primeira pesquisa? O tema era asma.” Acomodado ao lado dela, no amplo sofá, Vilmar recordou o ano de 2008, quando Geneva foi sua aluna no Núcleo de Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJA), sediado na Escola Municipal Anísio Teixeira, na Costeira do Pirajubaé, na escola Anísio Teixeira. “Eu não me esqueço que enquanto o pessoal usou Power Point você e o seu colega Airton fizeram uma encenação. Ele era o médico e você a paciente, através do diálogo dos dois personagens vocês conseguiram expor todo o conteúdo da pesquisa. Ficou excelente!”, conta o mestre orgulhoso da aluna. Tímida, ela completou: “Eu sofro de
Fotos: Acervo Pessoal
Momentos marcantes da graduação, no estágio obrigatório, fazendo uma pesquisa e apresentando trabalho.
asma, então já sabia quase tudo o que falamos na pesquisa. A única coisa que eu descobri, naquela época, foi o tratamento com acupuntura”. Ela contou ainda que, na ocasião, a doença estava sob controle e não dificultava os estudos já que “só sentia um pouco a falta de ar ao subir as escadas da escola”. O professor Vilmar explica que pesquisas são rotina na Educação de Jovens Adultos da rede municipal de Florianópolis, onde se trabalha os conteúdos através de projetos, cabendo aos mestres de cada disciplina contribuir para a investigação de temas propostos pelos estudantes. A ideia é que assim eles adquiram cada vez mais autonomia. Além da excelência dos trabalhos apresentados, Geneva chamou a atenção do professor pelo amor aos livros. Ela lembra que, um ano e meio depois, já no ensino médio, não foi nenhum sacrifício encarar as obras requisitadas pelo vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A pernambucana da cidade de Pedra divertiu-se com Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Iracema, de José de Alencar, foi outra leitura marcante da época. “Pra não dizer que eu gostei de todos, teve um livro que me incomodou, O Guarda-Roupa Alemão [de Lausimar Laus], achei a história horrível, fala de preconceito racial.”
O mestre, por sua vez, chamou a atenção da estudante pelo amor à docência, além da história de vida. “Eu lembro dele pegar a cadeira e colocar do lado da rodinha dos bagunceiros para lhes chamar a atenção”, comenta. “A gente precisa dar aula para todos!”, salienta Vilmar, sobre a insistência com a turma do fundão. Para conquistar os estudantes, faz uso também do talento musical, cantando e tocando violão.
EM COMUM Além do amor à literatura e à língua espanhola, eles compartilham histórias de superação. Vilmar, filho de mineiro e natural de Criciúma, seguiu carreira na Aeronáutica, conquistando a patente de sargento. Trabalhou em aeroportos como o Hercílio Luz, em Florianópolis, e o Salgado Filho, em Porto Alegre. Fluência na língua inglesa era requisito básico para a carreira em que seguiu por quase 30 anos. Mas quando o assunto era o idioma dos hermanos, confessa que só arranhava um portunhol. Essa defasagem, unida ao amor pelos boleros do grupo mexicano Los Panchos e do cubano Bienevido Grando, o levaram a prestar vestibular para Letras Espanhol. O “engajamento latino-americano contra a opressão econômica” foi outro fator decisivo para a escolha do leitor de As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano. Na mesma época em que prestou vestibular, a mais nova entre as duas filhas tentava vaga no curso de História. O apoio da família não faltou. Mas o ânimo para encarar as salas de aula como professor veio aos poucos. Foi o êxito no estágio que o fez entrar na onda dos colegas que prestaram concurso logo após a formatura. Foi assim que ele se tornou professor da rede municipal de Florianópolis, onde o seu caminho foi cruzado pelo de Geneva. Ela, por sua vez, nasceu numa família de lavradores em Pernambuco. Quando tinha cinco anos de idade, mudaram-se todos para o Paraná. Já adulta e mãe de quatro filhos, seguiu para a cidade de São José dos Campos, em São Paulo.
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Sempre há os que têm mais facilidade em aprender, mas todos têm suas dificuldades. Aprender é sair da zona de conforto. E a profissão de professor é difícil, mas é sempre a mais necessária. Existe uma necessidade constante de que haja bons professores.
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Geneva, professora
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DESAFIO DE SER DOCENTE Um professor se faz a partir de sua formação e de sua experiência profissional e de vida. A visão de cada um sobre o que é ser um docente também marcou a conversa que tivemos. “Não é fácil o desafio da modalidade EJA. Principalmente na questão pedagógica. É preciso estimular o interesse do aluno. Muitas vezes ele está desinteressado porque tem problemas, ou o ambiente dele não valoriza a educação, não faz sentido pra ele. Sem interesse não tem aprendizado, por isso ele precisa ser fomentado, buscado. O professor não precisa ser perfeito, um santo, mas tem que ter idealismo. Porque eu vou participar do desenvolvimento desta pessoa. Histórias como a da Geneva são um dos retornos do nosso trabalho, mas mesmo os alunos que não fizeram faculdade podem ter sucesso no caminho que buscaram em suas vidas, podem ser felizes!”, diz Vilmar “As políticas públicas como ENEM e cotas tornam a educação na universidade mais popular e inclusiva. Mas depois que você entra, é só mais um. Existem muitos professores que nos acolham de braços, coração e alma abertos, mas existem os que não se preocupam em saber de onde veio o aluno. Enfrentar e vencer esta situação me ajudou a compreender que não sou pior que os outros, que não tem ninguém tão grande, que nada está tão fora do meu alcance. Sempre há os que têm mais facilidade em aprender, mas todos têm suas dificuldades. Aprender é sair da zona de conforto. E a profissão de professor é difícil, mas é sempre a mais necessária. Existe uma necessidade constante de que haja bons professores”, diz Geneva
Foto: Luciana Paula
Os estudos até então se resumiam a um ano de escola primária e um ano de aulas com uma tia professora. “Não poder estudar mais me trouxe muita tristeza. Mas os livros me encantavam. Sabia que eles eram fonte de aprendizagens e de diversão. Sabia, também, que estudar me abriria portas para um mundo novo e melhor do que eu conhecia”. Foi o que Geneva relatou no memorial descritivo apresentado ao departamento de Letras Espanhol, da UFSC, neste ano. A vinda para Florianópolis se deu em 2006, junto da filha caçula. Na época, Geneva já estava viúva. Até retomar os estudos, aos 58 anos, foi costureira e atuou no comércio de roupas. No memorial onde relatou sua história, ainda ressaltou a importância de Vilmar na escolha do curso superior: “O contato com a língua espanhola na EJA encantou-me. Reconheço que a atuação do professor Vilmar Paulo dos Santos, docente de espanhol, foi decisiva para isso. Seu jeito de nos fazer sentir capazes de aprender e ampliar nossos horizontes com o conhecimento do espanhol me cativou”. A formatura do curso superior foi no último dia 7 de agosto. Uma conquista e tanto para quem, junto do neto Rafael, prestou vestibular para Letras Espanhol sem muita convicção de que poderia passar e até de que teria a “base” necessária para concluir o curso. “É claro que você tinha base, tanto que conseguiu!”, afirma Vilmar, mostrando que fazer os estudantes acreditarem no seu potencial é a vocação maior de um bom professor, dentro e fora da sala de aula. “Eu sempre digo para os alunos, vocês não sabem, mas são gênios em alguma coisa!” Ele bem que tenta convencer a ex-aluna a cursar a pós-graduação junto com ele, mas ela está com a cabeça em São José dos Campos, para onde pretende se mudar.
Por Luciana Paula
Fotos: Laureci Cordeiro
CAPA ESPORTE
16 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
No mês dos professores, a gente conta histórias de educadores que compartilham com os alunos aquilo que muitos considerariam apenas um hobby. É o caso do rockeiro Gilberto Borges e da ciclista Ana Destri, que atuam na rede municipal Para além do estereótipo ultrapassado que se faz do professor, careta e sabichão, este profissional precisa ser exemplar nas suas atitudes para inspirar os estudantes. “Seja a mudança que você quer no mundo”, diz uma das frases mais manjadas do Dalai Lama, e exemplos de quem busca praticar esa lição não faltam nas escolas da capital. Nesses casos, até aquilo que seria apenas o “lado b” do educador ganha espaço na sala de aula. A revista its reúne, a seguir, duas histórias de mestres que vivem dentro e fora da escola aquilo que buscam ensinar.
Banda CARONA em ação
O ROCKEIRO O professor de música Gilberto Borges não denuncia muito, pelo vestuário, o seu lado rock. Cabelos curtos, óculos, guarda-pó e calça jeans: no momento da entrevista, o baixista da Banda Carona, que faz show com camisa do Ramones, não destoava dos demais educadores na sala dos professores da escola Vitor Miguel, no Itacorubi. Mas bastou tocarmos no seu assunto predileto, música, pra não ter dúvida da profunda ligação do cara com o universo do rock. Queen, Kiss, Bon Jovi, Nirvana, Green Day, Capital Inicial, Ira, Legião Urbana, Titãs, TNT, Reação em Cadeia… O repertório da banda que existe há 14 anos é plural e se soma a composições próprias. O gaúcho de Caxias do Sul veio pra Floripa cursar Educação Artística com habilitação em Música, na Udesc, no ano de 1993. Antes disso, tentou terminar a graduação em Administração, mas percebeu que não seria capaz de viver a música só como um hobby. A Banda Carona, formada através de contatos da faculdade, não foi a única de sua carreira. “Detrito Urbano”, de estilo punk, foi a primeira, ainda no Rio Grande do Sul, durante a escola. Já em Floripa, se aventurou por outros ritmos, como o samba do grupo Samba e Mar e o reggae da Leão da Tribo, que chegou a se apresentar por diversas cidades do estado. A Nova MPB é o som do CD A Cada Manhã, do grupo Casa da Ginga, com quem tirava um som até alguns anos atrás. Por fim, também com rock, a banda Red Ri-
ver Boys fez parte de sua trajetória. Professor da rede municipal, desde 2001 Gilberto é mestre em Educação Musical e foi um dos entusiastas dos softwares livres, criando uma versão do Musix em português, o Musix-Br. O software, que pode ser instalado ou usado apenas com um CD, permite a edição de áudio. Todo esse repertório na música e na tecnologia é utilizado em sala de aula. Oficina de ganzá, produção de vídeos em Slow Motion, confecção de “discos de cordel”, grupo de Boi de Mamão e de flauta são alguns exemplos de como a galera se envolve nas “piras” do professor, também conhecido como Gilblack. Mais que um rockeiro, ele é um amante da música como linguagem. “Conhecer as grandes obras do mundo é um direito da humanidade”, defende o professor, que coloca nessa categoria a música tradicional indígena e africana para além da clássica europeia de compositores como Mozart, Bach e Beethoven. Funk e Hip Hop são outros estilos que o cara respeita, mas para ele, além de reconhecer esses ritmos como parte da cultura da garotada, sua missão como professor é “fazer os alunos irem além daquilo que o seu ambiente já lhes proporciona”.
Além de baixo, também é fera no sax!
Com a ajuda de softwares de edição de áudio, o professor inspirou os alunos a experimentarem compor suas próprias músicas. O resultado foi gravado em CDs cujas capas eram confeccionadas pelos alunos, de forma com que cada exemplar fosse único e artesanal, remetendo à tradição do cordel.
SLOW MOTION
Segue o QR Code do canal do professor Gilberto. Lá, além de apresentações musicais de suas bandas e grupos, ele reúne os vídeos produzidos por alunos da sexta e da sétima série da escola Mâncio Costa, em 2010.
O Final de semana é o título do trabalho produzido por Bianca, Claudionice, Luciana, Luis Claudio, Pedro e Kennedy.
+ GRAVAÇÕES Viajantes de Orion, de 2015, é um disco de cordel com número de série e livro de visitas, ao lado de A cada Manhã, de 2012, CD com o grupo Casa da Ginga. Presentes que estamos curtindo aqui na redação!
CD com alunos e “Trilha Sonora Para professores da Rede uma Passeata”, de Municipal de Ensino da 2010. Prefeitura Municipal de Florianópolis, 2003.
“ Turmas 41 e 51 - Apresentação musical na festa junina 2015, na Escola Padre João Alfredo Rohr
Ganzás prontos na Escola Padre João Alfredo Rohr
Mais produções estão no site e na página do Professor Gilblack. Com certeza, vale seu like!
musicaeeducacao.mus.br www.facebook.com/professorgilblack 18 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
O professor Gilblack ensina muita coisa! É atencioso! Ele desenhou no meu caderno duas mãos, marcando os dedos que eu precisava usar na hora de tocar teclado, porque eu estou aprendendo
“
O QUE SÃO OS DISCOS DE CORDEL?
Nicole Chagas, escola
Pde. João Alfredo Rohr
A ciclista
representando risco à vida da pessoa. Para lutar contra este quadro, buscou caprichar ainda mais nos exercícios. “Não escolhi a bicicleta, ela que me escolheu, pois no mês seguinte do diagnóstico, o meu tio me ofereceu uma que ele comprou mas não estava se adaptando. Como tinha que incrementar a atividade física, aceitei. Fiquei pensando, como gosto tanto de andar de bicicleta? E por que ela me fascina? Me remete à infância, quando eu ia na casa do Vô João (paterno). Ele só andava de bicicleta e tinha duas lindas! Eu ficava horas e horas contemplando aquelas maravilhas intocáveis, porque o vô não deixava nem chegar perto. Penso que foi daí!”, revelou
“
Acredito que a infância seja a melhor fase da vida, cheia de sonhos, curiosidade e energia, muito fértil para semearmos coisas boas. Por isso o projeto nasceu na escola e é nela que tem que ficar.
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Sorridente e irreverente, Ana Destri, professora de educação física, começa o dia pedalando. Quem imaginou uma aula de bike speed enganou-se. A dupla bik’Ana e a Anacleta são seus meios de transporte para o trabalho. A moradora de Coqueiros se levanta às seis e meia, mas para chegar às oito na creche Celso Ramos, no centro, basta sair de casa com vinte minutos de antecedência. Profissional da rede municipal há cerca de dez anos, Ana encontrou motivação para encarar as ruas pedalando diante de um diagnóstico pouco animador. “Em uma consulta de check-up no cardiologista, foi detectada uma placa de gordura na carótida esquerda. Como eu era uma pessoa ativa fisicamente e com alimentação saudável, o médico concluiu que se tratava de algo genético”, conta Ana. Ela lembra que as artérias carótidas são responsáveis pelo suprimento sanguíneo cerebral e, se acometidas por uma placa, podem ficar obstruídas completamente,
Ana Destri, professora
a educadora sobre sua paixão de duas rodas. Muito mais que o controle da doença, o novo estilo de vida impactou também sua vida profissional. A curiosidade das crianças da escola José Jacinto Cardoso, onde trabalhava em 2013, sobre a professora que chegava numa bike a motivou a criar um projeto específico que trouxesse mais informações sobre o ciclismo para a escola. As dúvidas da garotada eram muitas. “Estavam curiosas sobre a minha bicicleta, sobre como eu vinha pra escola,
se era perigoso, se eu não sentia medo, estas coisas”, explica Ana. Sua principal motivação para seguir com o projeto são as crianças: “Acredito que a infância seja a melhor fase da vida, cheia de sonhos, curiosidade e energia, muito fértil para semearmos coisas boas. Por isso, o projeto nasceu na escola e é nela que tem que ficar, porque a escola é uns dos melhores lugares para se ampliar o repertório em todas as dimensões”, defende.
FACEBOOK.COM/REVISTAITS
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Bicicleta na Escola
@revistaits - Quando começou e quais objetivos desta iniciativa? Profª Ana - O Projeto nasceu em 2013, durante uma conversa com as crianças, que estavam curiosas sobre a minha bicicleta, de como eu vinha pra escola, se era perigoso, se eu não sentia medo, estas coisas. No principio, só fazia um resgate da história e do funcionamento da bicicleta. Depois foi ganhando forma e partimos para as questões da mobilidade, mais especificamente o direito de ir e vir, pois na comunidade onde moram as calçadas são bem precárias, inviabilizando seguir o trajeto casa-escola com segurança. Em uma das minhas pesquisas na internet para estruturar o projeto, conheci o Bike Anjo, um grupo de voluntários que ensina as pessoas a andar de bicicleta, tanto no trânsito quanto quem ainda não sabe pedalar. Numa conversa com um dos Anjos surgiu a ideia de ampliarmos este projeto para as escolas da rede municipal. No inicio de 2014, apresentamos o projeto à Gerência de Projetos da Secretaria Municipal, GEPROS, que aceitou de imediato. Assim, completamos três anos desde do inicio com o piloto da escola Jose Jacinto Cardoso, na Serrinha. Objetivos que nos norteiam são orientar as crianças no ir e vir com segurança de casa para escola e vice-versa e apurar o senso crítico quanto às questões da mobilidade. @revistaits - Como funciona o projeto em outras unidades? Profª Ana - Nestes três anos, 13 unidades nos acolheram. O projeto não tem uma metodologia pré-determinada, ele se molda de acordo com as necessidade das turmas visitadas nas unidades educativas. Seguindo somente os objetivos de orientação no ir e vir com segurança e apurar o senso crítico quanto a mobilidade. Começamos com um teatro de mímica, para chamar a atenção, depois conversamos sobre de que forma eles vêm para a escola. Se já sabem pedalar, trazemos a história da bicicleta, ciclorrotas, oficina de plaquinhas, mecânica, discussão de regras (reflexão), momento pedal e outros.
SAIBA ONDE TEM O PROJETO! *Escola Lupércio Berlamino da Silva (Caieira da Barra do Sul); Ecola Osmar Cunha (Canasvieiras); Escola Herondina Medeiros Zeferino (Ingleses); Escola Porto da Lagoa (Lagoa da Conceição); Escola José Jacinto Cardoso (Serrinha); Escola José Gonçalves Pinheiro (Rio Tavares); **Escola Mâncio Costa (Ratones); Escola Costa de Dentro (Pântano do Sul); Escola João Francisco Garcez (Canto da Lagoa); Escola João Alfredo Rhor (Córrego Grande); EJA -Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Centro); Escola Dilma Lúcia dos Santos (Armação do Pântano do Sul). * Projeto sistematizado **visitas pré-agendadas e/ou participação de eventos.
Mais informações estão no site Bike Anjo: http://bikeanjo.org/ 20 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
SE LIGA Segundo o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), a cidade tem hoje 57 quilômetros de ciclovias. Mas elas não estão conectadas, o que é um risco para os ciclistas. Saiba mais lendo a matéria da repórter Alessandra Oliveira, do Notícias do Dia, que cobriu o tema no ano passado. De lá pra cá, as coisas não mudaram muito, ainda que várias obras estejam em andamento.
Acesse o QR CODE e confira:
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A professora Ana é legal! Ajuda a gente a saber mais sobre a bicicleta. Eu vinha pra escola de bike, só não venho mais porque quebrou.
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Projeto
Diego Gomes, EBM
Pde. João Alfredo Rohr.
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EDUCAÇÃO ESPORTE
Por Luciana Paula luciana.paula@portalits.com.br
OS PROFESSORES DO
PASSADO Assim como a roda um dia teve que ser inventada, a profissão de educador nem sempre existiu. Nesta reportagem a gente conta como era a educação em Florianópolis e, de forma geral, o que mudou das primeiras escolas para as atuais. Uma das principais diferenças entre as duas épocas é o perfil do professor. Ir para a escola é rotina para a maior parte das crianças e adolescentes de Florianópolis e do Brasil, mas nem sempre foi assim. Nos últimos cem anos, passamos de professores que davam aula em um espaço
22 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
improvisado em sua própria casa a uma rede que tem o dever garantir acesso à educação a todos. Marly da Rosa Carvalho, pedagoga que atua no Departamento de Integração e Mediação Educacional da prefeitura de Florianópolis, ajudou-nos a contar um pouco da história da nossa rede de educação municipal. Ela relata que, ao contrário da atual geração, quem nascia aqui na Ilha na época do Império, há uns 150 anos, só aprenderia a ler e escrever se fosse de família rica. Educação naquela época não era direito de todos, e os manezinhos estavam muito distantes da capital de então, a cidade do Rio de Janeiro, onde foram fundadas as primeiras grandes escolas,
como o Instituto D. Pedro II. Os pais que tinham dinheiro contratavam um preceptor, profissional que se encarregava de ensinar as crianças a ler e escrever, entre outras lições, para que elas pudessem estudar futuramente em grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro ou até mesmo em Portugal. Só no início dos anos 1900 foram fundados os colégios mais tradicionais de Floripa, como o Coração de Jesus e o Colégio Catarinense, instituições privadas mantidas pela Igreja Católica. Naquele momento foram criados também os primeiros grupos escolares estaduais. A rede municipal de educação tem aproximadamente 50 anos e teve origem a partir de
Grupo Escolar Lauro Muller, 1912, Florianópolis
Faxada atual da Osmar Cunha, em Canasvieiras.
convênios com escolas estaduais da região. A Osmar Cunha, em Canasvieiras, por exemplo, seguiu esse caminho. A unidade foi criada pelo Estado e funcionava com a antiga nomenclatura de “Grupo Escolar”. Com o passar do tempo, foi assumida pelo município, tornando-se uma “Escola Básica”. Sobre os professores, Marly conta que, no início do século passado, eles não precisavam fazer uma faculdade para poder dar aula. Os chamados professores regionalistas tinham ensino médio ou fundamental. Imagina se você pudesse terminar o 9º ano e sair ensinando a galera por aí? Já na década de 1950, o magistério, nas escolas normais, ganhou mais força no Estado. Até esta época, nem todo professor contava com um salário. Alguns recebiam o pagamento até em alimentos. A profissão era desempenhada majo-
ritariamente por mulheres, e como se acreditava que uma mulher deveria ser mantida pelo pai ou pelo marido, não havia uma preocupação de pagar a ela um valor suficiente para tirar seu próprio sustento. Isto foi mudando lentamente, com a criação de planos
educacionais tanto pelo governo federal quanto pelo estadual, que ajudaram a moldar a carreira do magistério que existe atualmente. De lá pra cá, muita coisa mudou. Hoje, toda criança tem direito à educação, graças à Constituição de 1988 e ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Isso fez com que houvesse uma evolução na formação e na carreira do professor. Na rede municipal da capital, só pode ser contratado efetivamente o profissional com ensino superior completo. O educador que continua a estudar (mestrado e doutorado) recebe aumento no salário. “Estas mudanças acompanharam a reabertura política pós-1980. A partir daí, tivemos conquistas como o primeiro prefeito eleito [durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985, prefeitos de capitais não eram escolhidos pelo povo, mas pelo Regime]. Estes fatos foram importantes, são uma conquista da população a partir de uma trajetória de lutas, parcerias, propostas de governo… A nossa rede é o resultado de uma construção constante”, resume Marly de Carvalho.
FATOS SOBRE A REDE • A Rede Municipal de Educação de Florianópolis existe desde a década de 1960, que na época, tinha 19 escolas; • Nos anos 1980, este número cresceu para 25; • 1985: foi criada uma secretaria específica para a área da Educação na prefeitura; • Atualmente, a rede conta com um total de 36 instituições de ensino; • 70% dos educadores possuem ao menos nível de especialização; • Faz parte da carga-horária de trabalho do professor a hora-atividade e a formação continuada.
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O QUE SIGNIFICA
EDUCAÇÃO PARA TODOS?
"Todos" inclui os estudantes com necessidades especiais (físicas ou intelectuais), que durante muito tempo não eram aceitos nas escolas. A Secretaria Municipal de Educação conta com setores destinados à Educação Especial desde 1986. Rosângela Machado, especialista responsável pelo setor atualmente, explica que Florianópolis foi a primeira rede pública de ensino a acolher todos os estudantes com deficiência, sem exceção, independentemente do tipo de deficiência ou
LEGISLAÇÕES IMPORTANTES PARA O AVANÇO DA EDUCAÇÃO • Constituição de 1988 • Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) 24 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
de uma situação ser considerada mais ou menos comprometida. Ela também menciona o pioneirismo de reorganizar os serviços de Educação Especial, que deixaram de ser uma modalidade de ensino substitutiva do ensino comum, tornando-se um serviço que promove
recursos e estratégias de acessibilidade. Isto para que os estudantes com deficiência tenham condições de acesso, permanência e continuidade dos estudos com os demais colegas de turma e nos mesmos espaços escolares, sem ambientes segregados.
E no resto do mundo? A mestra em Educação Julia Tocchetto ajuda-nos a entender como surgiu a escola. Vale lembrar que, em muitas sociedades tradicionais, como as indígenas e algumas africanas, o conhecimento é passado entre as gerações pela oralidade, de acordo com cada cultura, sem uma instituição específica com essa finalidade. Sobre o tema, Júlia
explica: “Em primeiro lugar é preciso considerar que a educação, tal qual concebemos, nem sempre existiu. Na verdade a educação sofre, e sempre sofreu, influências do contexto histórico social e cultural, variando de uma sociedade a outra, de um lugar a outro, de um tempo ao outro”.
GRÉCIA ANTIGA Neste contexto é que diversos conceitos e áreas do conhecimento se desenvolveram, como o de democracia e a filosofia. A educação neste período era muito diferente do que é hoje e teve como influência os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles. Antes deles, os chamados sofistas atuavam, preocupando-se com a utilidade do conhecimento, ensinando principalmente a retórica
IDADE MÉDIA (a arte de falar bem e convencer) e a quem os pagasse. Por isso foram recriminados e chamados de mercenários. De forma que, neste período, a educação não era para todos. Guiados pelo pedagogo - é daqui que vem a palavra pedagogia -, as crianças que frequentavam as aulas, em geral ao ar livre, aprendiam temas bem familiares para nós como: gramática, aritmética, história e geografia.
Na Idade Média, a Educação era conduzida basicamente pelos e/ou para os religiosos. Como na Grécia Antiga, também não era para todos, mas para os mais abastados e para o clero (membros da Igreja Católica). Aprendia-se dentre outras coisas o latim - essencial para rezar a missa -, gramática, aritmética, história, geografia. Uma esmagadora parte da população era analfabeta, e essa situação durou muito tempo.
IDADE MODERNA No início da Idade Moderna, tivemos os jesuítas, pioneiros na educação brasileira. Com o protestantismo (movimento cristão contrário à Igreja Católica), a ideia da livre tradução da Bíblia abriu caminhos para se pensar a educação do povo e a alfabetização da galera. Falando do Brasil, mais influenciado pela Europa, temos o que ficou conhecido aqui como escolas isoladas. Essas escolas eram localizadas na casa do professor ou alugadas, com péssimas condições de higiene, onde vários alunos de idades e níveis de aprendizagem eram ensinados ao mesmo tempo por um só professor. Este método era uma adaptação do fundado por Lancaster, que ti-
nha como princípio ensinar a muitos alunos de níveis diferentes, com o auxílio dos mais adiantados. Estas escolas resumiam-se ao ler, escrever e contar. Haviam os chamados professores leigos, sem formação, e não havia uma formação padronizada para professores, que viria com a escola normal. Embora já houvessem escolas normais no Brasil, é na virada do século 19 para o 20 que elas dão um upgrade. A reforma na escola normal de São Paulo, dirigida por Caetano de Campos, foi um marco. A partir daí foram criadas as escolas primárias graduadas, conhecidas como grupos escolares. Esse modelo paulista se espalhou pelo Brasil todo e em Santa Catarina veio na década de 1910.
Também é mais ou menos nesse período que ocorre a feminilização do magistério. Profissão antes exercida basicamente por homens passa a ser em sua maioria exercida por mulheres. Isso por uma mudança de paradigma na Educação.
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HORA DA FOME
Veja a matéria em youtube.com/ revistaits
Brownie do Chef Blaise Ingredientes: • 4 ovos • 6 colheres de sopa de manteiga • 1 xícara de castanha do Pará • 1 xícara de chocolate em pó (chocolate em pó, não achocolatado!)
Passos
1 - Bater bem os ovos com o açúcar para criar o creme base da receita. 2 - Adicionar aos poucos o chocolate em pó e ir misturando. 3 - Acrescentar a essência de baunilha. 4 - Misturar as 6 colheres de sopa cheias de manteiga. 5 - Em seguida, misturar a farinha (adicionar aos poucos).
• 1 xícara de farinha • 2 xícaras de açúcar • 1 tablete de chocolate meio amargo • ⅔ colheres de chá de essência de baunilha
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amargo e as castanhas do pará e juntar à mistura. Depois, pré-aqueça o forno entre 160-180 graus. 7 - Cobrir uma forma de 30x20 cm com papel manteiga. 8 - Despejar a mistura na forma de maneira uniforme. Leve ao forno por 30-40 min. 9 - Ao retirar, remover da forma puxando pelo papel manteiga.
6 - Picar o tablete de chocolate meio
Alguma sugestão? Mande por Inbox na nossa página facebook.com/revistaits que escolheremos as melhores para o Chef Blaise nos ensinar! 26 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
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DICA: o Brownie está pronto quando criar uma crosta em cima. Após retirar do forno, esperar esfriar um pouco antes de cortar. Agora, é deliciar esta gostosura e compartilhar com os amigos! Fiquem ligados para mais receitas simples e práticas do Chef Blaise!
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Então, o que falar da minha professora paciente, compreensiva, que ajuda a gente nos problemas até emocionais? Escolhi a senhora porque, de palavras em palavras, a senhora já me fez chorar e entender como que é um professor, o quanto é difícil estar ali... Professora, hoje estou aqui pra homenagear a senhora, sabe por quê? Porque de todas as coisas pelas quais mais agradeci até hoje, uma delas é a senhora! Todos sabemos que na escola Osmar Cunha não é fácil domar as feras. Não é fácil, mas a senhora provou que não se impondo regras conquista-se respeito! Obrigada por fazer parte desta minha caminhada… Porque esse ano, com a professora, foi perfeito!
Valentina Oliveira fez uma super homenagem à professora Miriam Nascimento, de História, do EBM Osmar Cunha
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O QUE TORNA UM PROFESSOR ESPECIAL?
A revista its convidou uma galera pra responder esta pergunta. Afinal, que características tem um professor que é especial para seus alunos? Confere aí as melhores respostas que recebemos e a foto dos mestres que marcam presença na vida desses estudantes!
A metodologia do Profº Sócrates Vasconcelos, de Ciências, é espetacular! Assim, conseguimos aprender com facilidade. Yasmim Torres e Rayssa Leandra com o professor Sócrates Vasconcelos, da escola Almirante Carvalhal
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Emanuela Lima ao lado da professora Kamila De Toni, de Ciências, da EBM Osmar Cunha, em sua festa de 15 anos
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Minha professora preferida é a prof. Kamila, do laboratório de Ciências, porque além de ser uma professora muito dedicada e muito atenciosa, ela também é uma grande amiga!
Porque ele é legal e faz bastante dinâmicas durante sua aula. João Paulo Guimarães e Dandara Ziegler curtem o professor Marcos da escola Almirante Carvalhal
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Por Luciana Paula PILATES ESPORTE
SEM LESEIRA! Professoras da educação infantil praticam pilates para melhorar sua qualidade de vida e rendimento profissional. Conheça alguns projetos da Secretaria Municipal de Educação especialmente destinados à saúde dos mestres! 28 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Eliane Maria Homem começa a semana dando um exemplo de saúde. Toda segunda-feira, ela e outras 29 professoras da educação infantil da rede municipal se reúnem para praticar pilates solo. As aulas são oferecidas pela Secretaria Municipal de Educação da capital. O levantar e abaixar constantes da rotina de quem lida com crianças de 0 a 3 anos não a impediram de completar 21 anos na carreira pela qual é apaixonada. Ela reconhece que sem os exercícios isto não seria possível. “Tenho colegas até mais jovens que estão readaptadas com
cinco ou seis anos de trabalho”, conta. Eliane também já participou de aulas de ioga, natação, técnica vocal, e do projeto Corpo e Mente, todas iniciativas do Departamento de Gestão Ocupacional e Avaliação de Desempenho (DEGOA). O departamento tem o objetivo de desenvolver ações individuais e coletivas de promoção a qualidade de vida e saúde no trabalho junto aos servidores da rede municipal de ensino. Atualmente, todas as 30 vagas de pilates são destinadas a profissionais da educação infantil. “A especificidade do trabalho
ATIVIDADES OFERECIDAS NESTE ANO
• Pilates de solo;
• Ginástica laboral; • Oficinas terapêuticas aos servidores em situação de readaptação (afastados temporariamente de suas funções de origem); • Campanhas de Saúde Vocal: distribuição de squeezes para todos os profissionais da rede municipal de educação. Através de parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina oferecemos aos profissionais triagem fonoaudiológica e atendimento fonoterápico aos profissionais com distúrbio de voz; [destes educadores] é relacionada à idade das crianças atendidas, que exigem muito do sistema músculo esquelético: abaixa, levanta, banho, alimentação, colo, hora do sono, entre outras”, explica Cláudia Mello Araújo, chefe do departamento de gestão ocupacional. Tá achando que isso tudo é frescura? Segundo o artigo Benefícios dos exercícios físicos e
da ginástica laboral, do boletim on line da Federação Internacional de Educação Física (FIEP), a melhoria do meio ambiente de trabalho e as boas relações interpessoais propocionadas pela atividade física geram maior e melhor produção. Ou seja, é cientificamente comprovado que mais qualidade de vida para o trabalhador é sinônimo de mais rendimento para a empresa.
• Proteção Solar: voltada aos profissionais de educação física da RME, de cunho informativo e realizando a entrega de protetor solar a todos; • Tabagismo: companha informativa e promoção de áreas 100% livre de fumaça em todas as unidades educativas da rede, com a manutenção de placas sinalizadoras na entrada das mesmas.
Profª Eliane Maria Homem
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O QUE É
Pilates? O pilates, que mistura musculação, ioga, artes marciais e ginástica, foi desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates. Ainda que no Brasil tenha virado febre só na última década, a técnica existe desde metade do século passado. A história do pilates e do seu método é algo que vale a pena conferir. O cara era um loser que sofria bullying na escola. Filho de um ginasta e uma naturopoata (quem defende a manutenção da saúde sem remédios), ele começou a se exercitar ao ar livre e conseguiu curar o raquitismo e superar o quadro de asma e febre reumática. Já adulto, nos Estados Unidos, montou um estúdio com sua esposa, a enfermeira Clara Zeuner. O espaço passou a ser frequentado por dançarinos, atletas e artistas, o que ajudou a popularizar a prática. Para Pilates, todo mundo devia se exercitar já que o estilo de vida sedentário é causador de muitas doenças. Na internet a gente encontra mais informações sobre essa trajetória. A nossa dica é Uma História Animada de Pilates, no canal InfobytesTV, no Youtube.
30 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Fotos: DM Fotografia
GALERIAS
Janaina e Adriana
Lidiane e Aninha
Professor Rubens
ESCOLA
ALBERTINA MADALENA DIAS Alunos com o Professor Zeca
Marcia, Albaneza, Janine, Jaci, Suzana, Francieke, Ana Cristina e Lidiane
32 REVISTA ITS | Ă&#x2030; NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Alunos com o Professor Valerio
Eliana
Adriana
Alunos com a Professora Aninha
Professor Marcelo e alunos
Turma da escola Albertina Madalena Dias, com a professora Ana Cristina
FACEBOOK.COM/REVISTAITS
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Larissa
Professora Tania
Vera
ESCOLA
Loana e Rose
Fotos: DM Fotografia
HERONDINA MEDEIROS ZEFERINO
Adriano
34 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Larissa
Edilene
Neusa
Joice
Edilene e Vera
Professora Fernanda
Diretor William
Professores do Albertina
Professora Larissa
Professora Tania e Gisele
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Marcela, Marisa, Silvia e Tiele
Eliandra, Sergio,Teresinha e Lucelia
Helena
ESCOLA
LUIZ CANDIDO DA LUZ Natalia, Eliandra, Sergio, Rafael, Renata, Jheniffer, Lu e Marise
Prof. Renata
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Prof. Lucélia e Sérgio
Luciana, Sandra, Helena, Ana Paula, Rafaella, Leila, Alice, Marlene, Cicero, Samuel e Patricia Palma
Raquel, Gelci, Natalia e Clarisse
Fotos: DM Fotografia
Janice, Janete, Carmenlucia, Marilia, Janice, Gerusa e Rosilene
Prof. Jerusa e Alunos
FACEBOOK.COM/REVISTAITS
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Professor Marcos com os alunos
ESCOLA
OSVALDO MACHADO Otavio, Cleia, Rafael, Joice, Heloisa, Elisangela e Luciano
Fotos: DM Fotografia
Eliane Pinheiro
Professora Cida e alunos
38 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Célia, Heloisa, Elizangela e Joice
Rafael, Joice, Heloisa e Elisangela
Professor Ronaldo com os alunos
Professores da Escola Osvaldo Machado
FACEBOOK.COM/REVISTAITS
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Professora Mayara e Alunos
Cida e Albertine
Scheila
ESCOLA
VITOR MIGUEL Diretora Marcia e Alunos
Maisa, Marcia, Elton, Mayara, Raquel e Silvia
40 REVISTA ITS | Ă&#x2030; NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Fotos: DM Fotografia
Scheila, Jocilene, Mayara, Marcia, Raquel e Ana Paula
Silvia e Maisa
Scheila, Ana Paula e Raquel
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Por Vanessa Esteves www.esteveswhere.com
SAIDEIRA
A SIMPLICIDADE Se meus vizinhos me vissem olhando para a lua agora e sorrindo,
mas grandes na medida certa para fa-
tão valiosos quanto as estrelas que
zermos a diferença.
vemos lá no céu.
será que eles me achariam louca? É
Sempre tive essa vontade de aju-
Queria também poder ofertar pa-
que eu me interesso pela simplicida-
dar os outros, independente do dia
lavras de conforto aos quais necessi-
de. Aquilo que os olhos podem en-
da semana. Pode ser segunda-feira,
tam delas. E ainda espero por um dia
xergar me encanta. Mas, na verdade,
não importa. O que interessa é fazer o
em que todos darão valor à vida que
o que não existe no mundo visível me
bem a alguém. Por isso eu observo as
têm. Se pudesse, estaria presente em
deixa fascinada. Depois disso, ainda
estrelas, a lua, o sol, o mar e tudo ao
todos os sonhos noturnos dando es-
saio cantando pela casa, dançando na
meu redor para absorver as energias
perança aos que não a têm mais.
frente do espelho e rindo do que faço.
boas que eles transmitem e guardar
Na verdade, prefiro ser louca ao ser
Tenho vontade de espalhar a feli-
isso bem no fundo do meu coração
vista olhando a lua do que uma sim-
cidade pelo mundo. Quero abraçar as
para, assim, eu poder compartilhar
ples pessoa que não enxerga além de
pessoas pelas ruas, dar comida àque-
com todos ao meu redor.
seus próprios problemas. Porque eu
les que não têm nada, oferecer cari-
Eu queria poder alcançar as es-
sou assim: quero agarrar os problemas
nho aos que precisam e sorrir levando
trelas, mas já que isso não é possível,
da humanidade e jogá-los para o alto,
amor aos corações de todos. Somos
que eu conquiste então um sorriso no
para que assim se transformem em
pequenos na imensidão do planeta,
rosto de cada um. Aliás, sorrisos são
meras constelações caindo do céu.
observo as “ Eu estrelas, a lua, o sol, o mar e tudo ao meu redor para absorver as energias boas que eles transmitem
“
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Vanessa Esteves tem dezoito anos, mora em Florianópolis, é blogueira desde 2012 e futura jornalista. Apaixonada por livros, escrita, música, sorrisos e azul. Acredita que pode mudar o mundo (ou pelo menos uma parte dele) com suas palavras. Acessef esteveswhere.com e saiba mais da garota