www.portalits.com.br | edição 06
CULTURA POP
CONFIRA OS ÁLBUNS MAIS ESPERADOS
WI-FI
BATERIA POR UMA SEMANA?!
GALERIAS
Revista Its Teens Joinville 2015 | R$ 9,80
CONFIRA OS MELHORES AGITOS DA GALERA As educadoras Rosânegla Aguiar, Mariza Schiochet e Judite Niejelski Zils falam de suas trajetórias
AMOR AO
MAGISTÉRIO NO MÊS DEDICADO AOS MESTRES, CONHEÇA HISTÓRIAS DE QUEM INSPIRA E ACONTECE NA ESCOLA
conteúdo EDIÇÃO 06
CULTURA POP
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Foto: Fabrízio Motta
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CAPA
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Existe aquele dia em que nada mais importa, onde o tempo não passa e conversa nenhuma prende a sua atenção, porque você sabe o que está por vir. Sim, a data de lançamento de um single ou álbum novo do seu(s) artista(s). Confira o que vem por aí até o final do ano.
“Pokkén Tournament”, para o Wii U, Until Dawn”, game de terror para PlayStation 4 e Resident Evil 0. Fiquei por dentro dos lançamentos que prometem bombar o cenário dos gamers do mundo todo.
Fique por dentro dos agitos que rolaram pelas escolas da cidade. Conheça a aluna Helena dos Reis da Escola Pastor Hans Müller, a garota tem apenas nove anos e já é responsável pelo jornal do colégio.
14 | HISTÓRIA
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Nesta reportagem a gente conta como era a educação em antigamente e o que mudou desde as primeiras escolas de Joinville
A @revistaits conta a história de educadoras que fazem a diferença dentro e fora da sala de aula. Tá demais!
A galera tem os seus 15 minutos de fama aqui. Se liga nos melhores cliques.
4 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
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Itajaí Cristiane Mattos | cristiane.matos@ricsc.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3,000 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 redacao@portalits.com.br
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editorial Fala,galerinha!
Passeando pela timeline do Facebook nos últimos dias, vi uma imagem que desafiava geração facebookiana a lembrar o nome de seu(sua) primeiro(a) professor(a). Confesso que entrei nessa viagem e não foi difícil recordar da professora Rosa. No auge dos meus cinco anos de idade, os cabelos avermelhados dela me chamavam atenção enquanto, durante as tardes daquele ano, ela nos fez cantar o “bom dia professora como vai” e “a dona aranha subiu pela parede”. No ano seguinte, a professora Bárbara era a minha preferida! Eu simplesmente adorava o bom humor dela e a sua gargalhada inconfundível. Quando iniciei o ensino fundamental, fazia parte da turma 11 da escola Paulo Fontes comandada pela professora Silvana. Foi ela a responsável por me fazer conhecer um mundo incrível dentro da minha própria mente! Nunca ninguém aguçou tanto a minha imaginação quanto ela. Com um jeitão meio hippie e sempre vestindo roupas coloridas, ela despertou em mim o gosto pela leitura e pelo teatro. Foram ao todo sete anos dando vida a personagens, já sobre os livros, perdi a conta de quantos devorei.
O SOM QUE ROLOU NO NOSSO TIMmusic by Deezer ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Demi Lovato - Cool for the Summer Taylor Swift - Bad Blood ft. Kendrick Lamar Jason Derulo - Want To Want Me Jorge e Mateus - Os Anjos Cantam Projota - Enquanto Você Dormia
Eu era o tipo de aluna que pirava nas aulas de história, curtia geografia, entendia ciências e era gamada nos paranauês da língua portuguesa, mas nunca fui parceira dos números, e por incrível que pareça, durante a quinta série foi uma professora de matemática que me conquistou. A Bárbara era/é incrível em sala de aula, ela não me fez gostar mais ou menos da matéria, mas me ajudou a compreender que naquele momento números eram importantes, assim como ela, e até hoje guardo com imenso carinho os bilhetinhos que trocávamos. Quando precisei mudar de escola, lembro que não liguei tanto por me despedir dos meus amigos, mas me senti triste por “deixar” na escola Mâncio Costa, uma das mulheres mais legais e inspiradoras que conheci. Das diversas experiências que tive na escola as mais incríveis foram vividas ao lado de professores. Decidi a minha profissão, aos 12 anos, graças a um trabalho passado por um deles e, durante toda a minha trajetória escolar, aprendi muito mais que conteúdos. Dentro ou fora da sala de aula, foi a partir do amor pelo quadro e pelo conhecimento dessas figuras, que formei meu caráter e minha percepção de mundo a partir do exemplo que cada um transmitia.
JÉSSICA STIERLE
15 de outubro, feliz dia dos profes <3
OS CULPADOS
PING PONG
SAIDEIRA
CULTURA POP
LUCIANA PAULA
VANESSA ESTEVES
VICTOR BARBATO
Por Victor Barbato victor.barbato@portalits.com.br
CULTURA POP
Stream
Do plástico ao
SE ISSO NÃO É FELICIDADE, NÃO SEI O QUE É! Todos nós temos pelo menos um artista favorito, e muitas vezes temos até múltiplos dos quais gostamos muito. Ouvimos tanto as músicas deles que o botão do “repeat” chega cansar! Então vem aquele dia em que nada mais importa, onde o tempo não passa e conversa nenhuma prende a sua atenção, porque você sabe o que está por vir. Sim, a data de lançamento de um single ou álbum novo do seu(s) artista(s). Essa momento levar qualquer fã à loucura. Em 2015 podemos não ter a emoção de ir a uma loja comprar um cd novo e
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apanhar da embalagem de plástico extremamente segura e quase impossível de se abrir - por motivos, pelo menos pra mim, até hoje desconhecidos -, mas dar aquele clique no “download” ou “stream” pela primeira vez causa quase que a mesma sensação de euforia. O mundo para, e você se afunda em um universo dentro dos seus fones de ouvido, esquece o que tem lá fora até que uma opinião tenha sido formada sobre cada uma daquelas músicas do álbum. Algumas, admito, temos que ouvir mais de uma vez para gostar.
Com cada novo lançamento, podemos quase sempre contar com estilos novos ou pequenas mudanças nas batidas, mas se o seu artista for top, normalmente ele sabe o que está fazendo e te surpreende mais uma vez. E depois disso, pronto. Agora você pode esquecer de qualquer outra música que exista ou que toque na rádio. Durante pelo menos um mês, os seus amigos cansarão de ouvir você escutando de novo e de novo as mesmas canções. Mas não ligue, isso se chama ser um FÃ! E não há nada de errado nisso.
LANÇAMENTOS PARA O FINAL DE 2015
Troye Sivan
One Direction
Demi Lovato
Wild
04/09
Made in the A.M 13/10
Confident
16/10
Lana Del Rey
Selena Gomez
Little Mix
Disclosure
Honeymoon 18/09
Revival
09/10
T.I.
Get Weird
06/11
Justin Bieber
25/09
Caracal
The Dime Trap
“nome ainda desconhecido”
10/10
13/11
AINDA SEM DATA DE LANÇAMENTO, MAS PREVISTO PRA 2015 Janet Jackson
Iggy Azelea
Rihanna
Kanye West
Gwen Stefani
Sia
Britney Spears
Ellie Goulding
Adele
FACEBOOK.COM/REVISTAITS
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WIFI
Por Victor Barbato victor.barbato@portalits.com.br
Pokkén Tournament
Resident Evil 0
Until Dawn
GAMES, GAMES, E MAIS GAMES!
Entre muitos lançamentos de games, alguns seguem com curiosidades... No novo jogo de Pokémon, “Pokkén Tournament”, para o Wii U com lançamento previsto para 2016, você não está em busca de aventuras e capturas de Pokémons, como muitos jogos anteriores e o próprio desenho animado. Ele foi dirigido pelo mesmo grupo criador do jogo Tekken, e promete fazer uma mistura curiosa entre os dois estilos. Ou seja: ready, set, FIGHT POKÉMON! O Resident Evil 0, previsto para Janeiro de 2016 também conta com novas curiosidades. Nesta versão, a Capcom anuncia
que o player poderá escolher jogar como o vilão da estória, Albert Wesker, além de poder alternar entre outros personagens para melhor decifrar o quebra cabeça, e avançar no jogo. E em “Until Dawn”, game de terror para PlayStation 4 lançado em 25 de agosto, você poderá se sentir em um dos seus filmes de terror favoritos! No jogo da Supermassive Games, você controla oito personagens em uma trama inspirada em alguns dos maiores filmes do gênero, como “Pânico” (1996) e “Jogos mortais” (2004). Esse a gente aconselha jogar antes de ficar escuro!
MUNDO TECH
AS NOVIDADES DO MÊS PRA VOCÊ
M, SEU AJUDANTE!
O Facebook anunciou recentemente os testes que estão ocorrendo com o novo ajudante do Messenger nos smartphones. “M” tem um funcionamento similar aos outros assistentes artificiais como Siri da Apple, mas com alguns diferenciais. O mais mencionado é o fato de poder fazer tarefas por você, como reservar um horário em um restaurante, realizar compras ou até fazer pagamentos através do seu Paypal, com o qual ele poderá estar sincronizado. Já pensou? Tudo no comando de voz!
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BATERIA POR UMA SEMANA
O maior problema discutido entre donos de smartphones é a duração de suas baterias. Agora, já imaginou uma bateria que dura uma semana inteirinha?? Parece ficção científica não é? Rs! Pois não é... A empresa britânica Inteligent Energy anunciou a criação de uma bateria para o iPhone 6 que usa hidrogênio para criar energia e nem interfere no formato do iPhone, acrescentando apenas algumas aberturas na parte de trás do smartphone para eliminar o vapor d’água. A empresa afirma que criaram uma bateria tão fina que cabe em qualquer smartphone! Eles já estão em contato com os grandes fabricantes e esperam introduzir a nova tecnologia em futuros modelos.
INFINITY PRÉ TURBO WHATSAPP
IDENTIFIQUE SITES PERIGOSOS
Na internet, nada é certo. Por isso, ser seguro é sempre importante e devemos ter cuidados especiais para não correr risco de infectar nossas maquinas com vírus que podem causar danos não só para ela, mas para nossas informações pessoais. Existem sites que verificam a segurança e autenticidade dos sites que você navega. Copie os links dos sites nessas plataformas e verifique você mesmo! (URLVoid; AVG Online Web Scanner; Norton Safe Web; entre outros)
30 DIAS
DE MENSAGENS
ATIVE EM UM PONTO DE RECARGA TIM OU ENVIE A PALAVRA ZAPZAP PARA O NÚMERO 5225. O BENEFÍCIO PROMOCIONAL NÃO INCLUI CHAMADAS REALIZADAS E RECEBIDAS VIA WHATSAPP (VoIP). O USO DO WHATSAPP TEM UM LIMITE DIÁRIO DE 50MB. Oferta válida por até 30 dias contados a partir da ativação do pacote Turbo WhatsApp, para clientes dos planos Infinity Pré, Infinity Controle, Liberty Controle e Liberty Controle Express. O benefício do WhatsApp está limitado a 50MB por dia, se restringe ao envio de mensagens pelo WhatsApp (texto, áudio, vídeo e foto) e não inclui chamadas de VoIP realizadas ou recebidas no aplicativo. A utilização da funcionalidade VoIP irá implicar desconto dos dados processados na franquia disponível, caso haja. Após o fim do limite diário de 50MB, o uso do WhatsApp para envio de mensagens será descontado da franquia de internet contratada. O acesso à internet, exceto o envio de mensagens pelo WhatsApp, é limitado a 50MB por até 30 dias. Após atingir os 50MB, o acesso a internet passará a ser descontado da franquia de internet do plano/oferta contratada. A velocidade de conexão de referência para download é de até 1 Mbps na rede 3G e 5 Mbps na rede 4G. Oferta válida até 31/08/2015 com abrangência nacional. Consulte mais informações e regulamento da oferta em www.tim.com.br.
ESCOLA ABERTA
Notícias das
ALUNA DE NOVE ANOS LANÇA JORNAL “FOLHA DO HANS” A aluna Helena Longo dos Reis, do 4º ano da Escola Municipal Pastor Hans Müller, bairro Glória, tem apenas nove anos e já é responsável pelo jornal “Folha do Hans”, totalmente escrito por ela. A segunda edição foi entregue, em agosto, a todos os alunos do 1º ao 5º ano da unidade de ensino. O próximo jornal traz entrevista com a escritora da HQ “A Menina Distraída”, Vanessa Bencz, notícias da apresentação do mágico Wilson, ocorrida na escola, e o resultado do concurso do mascote do informativo.
ESCOLA DA ZONA NORTE GANHA POMAR Projeto Interdisciplinar Natureza Amiga, desenvolvido na Escola Municipal Zulma do Rosário Miranda, bairro Costa e Silva, vai transformar o pátio da unidade em um pomar com 24 árvores frutíferas. A primeira muda, de araçá, foi plantada pelo aluno do 6º ano, Lucas Vieira, no dia 17 de setembro. Projeto contempla ainda revitalização de espaços externos e é fruto de parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e a Associação Empresarial de Joinville (Acij).
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Fotos: Divulgação
Fotos: Jornal Notícias do Dia
Escolas
FINAL DO CONCURSO ORATÓRIA NAS ESCOLAS Dez alunos da rede municipal de ensino de Joinville estão na final da nona edição do concurso Oratória nas Escolas. A disputa será realizada no dia 30 de setembro, na Sociedade Harmonia-Lyra. Participaram das etapas classificatórias estudantes do 8º ano de 35 escolas públicas. O concurso é promovido pela organização Junior Chamber International (JCI). O tema deste ano é “Minha cidade precisa de mim, qual é o meu papel?”.
FEIRA CATARINENSE DE MATEMÁTICA Sete trabalhos de cinco escolas e dois Centros de Educação Infantil (CEIs) da rede municipal de ensino de Joinville se classificaram para a 31ª Feira Catarinense de Matemática, que será realizada de 28 a 30 de outubro, no Expocentro Edmundo Doubrawa, em Joinville. A seleção aconteceu durante a 14ª Mostra Regional de Matemática, no dia 11 de setembro, em Araquari. Ao todo, 15 projetos foram escolhidos, incluindo as redes estadual, federal e particular de ensino.
ESCOLA DA ZONA RURAL ALIA TECNOLOGIA E NATUREZA A Escola Municipal Alfredo Germano Henrique Hardt, na Estrada do Oeste, em Pirabeiraba, usa tablets para monitorar o crescimento das orquídeas recebidas no projeto “Escola em Flor”. Todos os dias, crianças de 3º a 5º ano cuidam das plantinhas por meio de um aplicativo. O registro digital reúne nome do aluno, nome científico da orquídea, data do plantio, número da planta, seu estado de saúde e fotos. Os estudantes também pesquisam dados na internet, previsão do tempo e calendário de adubação.
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EDUCAÇÃO ESPORTE
Por Jéssica Stierle e Luciana Paula
SENTA QUE LÁ VEM
HISTÓRIA Assim como a roda um dia teve que ser inventada, a profissão de educador nem sempre existiu. Nessa reportagem a gente conta como era a educação e, o que mudou das primeiras escolas para as atuais. Acredite, entre as principais diferenças está o perfil do professor!
Ir para a escola é rotina para a maior parte das crianças e adolescentes de Joinville e do Brasil, mas nem sempre foi assim. Nos últimos cem anos, passamos de professores que davam aula em um espaço improvi-
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sado em sua própria casa a uma rede que tem o dever garantir acesso à Educação a todos. Ao contrário da atual geração, quem nascia na época do Império, há uns 150 anos atrás, só aprenderia ler e escrever se fosse de família rica. Educação naquela época não era direito de todos, e os catarinenses estavam muito distantes da capital da época, a cidade do Rio de Janeiro, onde foram fundadas as primeiras grandes escolas, como o Instituto D. Pedro II. Os pais que tinham dinheiro contratavam um preceptor, profissional que se encarregava de ensinar as crianças a ler e escrever, entre outras lições, para que elas pudessem estudar futuramente em grandes centros, como
São Paulo, Rio de Janeiro ou até mesmo em Portugal. Só no início dos anos 1900 que foram fundados os colégios mais tradicionais e instituições privadas mantidas pela Igreja Católica. Naquele momento, criou-se também os primeiros grupos escolares estaduais. Sobre os professores, no início do século passado, eles não precisavam fazer uma faculdade para poder dar aula. Os chamados professores regionalistas, tinham ensino médio ou fundamental. Imagina se você pudesse terminar o 9º ano e sair ensinando a galera por aí? Já na década de 1950, o magistério, nas escolas normais, ganhou mais força no Estado. Até esta época, nem todo pro-
fessor contava com um salário, muitos recebiam o pagamento em alimentos. A profissão era desempenhada predominantemente por mulheres, e como se acreditava que uma mulher deveria ser mantida pelo pai ou pelo marido, não havia uma preocupação de pagá-las um valor suficiente para tirarem seu próprio sustento. Isto foi mudando lentamente, com a criação de planos educacionais, tanto pelo governo federal quando pelo estadual, que ajudaram a moldar a carreira do magistério que existe atualmente. De lá pra cá, muita coisa mudou. Hoje, toda criança tem direito à Educação, graças à Constituição de 1988 e ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Isso fez com que houvesse uma evolução na formação e na carreira do professor. A Escola Anaburgo é a mais antiga da cidade, fundada bairro Vila Nova por imigrantes alemães em 1854
FATOS SOBRE A REDE • O Departamento de Educação e Cultura de de Joinville existe desde 1970 • Em 1975 foi criada uma secretaria específica para a área da Educação na prefeitura; • Atualmente, a rede conta com um total de 86 escolas municipais de instituições de ensino, sendo 20 escolas rurais • A cidade ainda com 57 CEIs (Centros de Educação Infantil) • Ao total Joinville soma mais de 46 mil alunos matriculados na rede Hilda Madalena Weber de Almeida, Diretora da Escola Anaburgo.
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161 ANOS E VINTAGE CONHEÇA A HISTÓRIA DA PRIMEIRA ESCOLA DE JOINVILLE Tudo começou em 1854, quando a Escola Anaburgo foi fundada bairro Vila Nova por imigrantes alemães. No passado, a estrutura oferecida aos alunos era constituída apenas um pequeno rancho usado tanto para as aulas, quanto para os cultos religiosos dos protestantes. Nessa época a Anaburgo era considera uma instituição comunitária, ou seja, todo o seu financiamento ficava por
LEGISLAÇÕES IMPORTANTES PARA O AVANÇO DA EDUCAÇÃO • Constituição de 1988 • Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) 16 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
conta das famílias que contribuíam com a instituição. Quatro anos depois de sua fundação, mais de 80 alunos frequentavam as aulas ministradas em alemão pelo professor Gaertner, o primeiro mestre a frente dos estudantes. 161 anos depois a Anaburgo cresceu e faz parte das escolas coordenadas pelo município e conta com mais
de 400 alunos na unidade. A Diretora Hilda Madalena Weber de Almeida está há três anos a frente da instituição. Foi através de um projeto criado por ela que informações históricas foram investigadas, revelando o passado da comunidade escolar. Segundo a diretora, foi muito gratificante apurar informações e repassá-las aos pais, alunos e moradores da região.
E no resto do mundo? A mestra em Educação, Julia Tocchetto, nos ajuda a entender como surgiram as escolas. Vale lembrar que, em muitas sociedades tradicionais, como indígenas e algumas africanas, o conhecimento é passado entre as gerações pela oralidade, de acordo com cada cultura, sem uma instituição específica para esta finalidade. Sobre o tema, Júlia
explica: “em primeiro lugar é preciso considerar que a educação, tal qual concebemos, nem sempre existiu, na verdade a educação sofre, e sempre sofreu, influências do contexto histórico social e cultural e varia de uma sociedade a outra, de um lugar a outro, de um tempo ao outro”.
GRÉCIA ANTIGA Neste contexto é que diversos conceitos e áreas do conhecimento se desenvolveram, como o de democracia e a filosofia. A educação neste período era muito diferente do que é hoje e teve como influência os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles. Antes deles, os chamados sofistas atuavam, preocupando-se com a utilidade do conhecimento, ensinando principalmente a retórica
IDADE MÉDIA (a arte de falar bem e convencer) e a quem os pagasse. Por isso foram recriminados e chamados de mercenários. De forma que, neste período, a educação não era para todos. Guiados pelo pedagogo - é daqui que vem a palavra pedagogia -, as crianças que frequentavam as aulas, em geral ao ar livre, aprendiam temas bem familiares para nós como: gramática, aritmética, história e geografia.
Na Idade Média, a Educação era conduzida basicamente pelos e/ou para os religiosos. Como na Grécia Antiga, também não era para todos, mas para os mais abastados e para o clero (membros da Igreja Católica). Aprendia-se dentre outras coisas o latim - essencial para rezar a missa -, gramática, aritmética, história, geografia. Uma esmagadora parte da população era analfabeta, e essa situação durou muito tempo.
IDADE MODERNA No início da Idade Moderna, tivemos os jesuítas, pioneiros na educação brasileira. Com o protestantismo (movimento cristão contrário à Igreja Católica), a ideia da livre tradução da Bíblia abriu caminhos para se pensar a educação do povo e a alfabetização da galera. Falando do Brasil, mais influenciado pela Europa, temos o que ficou conhecido aqui como escolas isoladas. Essas escolas eram localizadas na casa do professor ou alugadas, com péssimas condições de higiene, onde vários alunos de idades e níveis de aprendizagem eram ensinados ao mesmo tempo por um só professor. Este método era uma adaptação do fundado por Lancaster, que ti-
nha como princípio ensinar a muitos alunos de níveis diferentes, com o auxílio dos mais adiantados. Estas escolas resumiam-se ao ler, escrever e contar. Haviam os chamados professores leigos, sem formação, e não havia uma formação padronizada para professores, que viria com a escola normal. Embora já houvessem escolas normais no Brasil, é na virada do século 19 para o 20 que elas dão um upgrade. A reforma na escola normal de São Paulo, dirigida por Caetano de Campos, foi um marco. A partir daí foram criadas as escolas primárias graduadas, conhecidas como grupos escolares. Esse modelo paulista se espalhou pelo Brasil todo e em Santa Catarina veio na década de 1910.
Também é mais ou menos nesse período que ocorre a feminilização do magistério. Profissão antes exercida basicamente por homens passa a ser em sua maioria exercida por mulheres. Isso por uma mudança de paradigma na Educação.
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CAPA ESPORTE
Por Jéssica Stierle jessica.stierle@portalits.com.br
AMOR AO
MAGISTÉRIO Rosânegla Aguiar, Mariza Schiochet e Judite Niejelski Zils
18 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Fotos: Fabrizio Motta
"PROFESSOR É PROFISSÃO, EDUCADOR É MISSÃO"
N
a prática sabemos que eles são tudo isso e muito mais. Alguns se tornam nossos amigos, outros agem diversas vezes como nossos pais, mas a real, é que eles sempre querem o melhor para o nosso futuro, por isso, nada melhor do que ter um dia dedicado somente a eles. Para começo de conversa, essa parada de não ter aula no dia 15 de outubro vem de uma resenha das antigas. Se você curte história, vai lembrar de um cara chamado Dom Pedro I, filho do rei de Portugal com a imperatriz Carlota Joaquina. O menino que foi nomeado príncipe herdeiro com apenas nove anos causou e muito aqui no Brasil! Em 1927, seis anos após ser nomeado príncipe, MC Dom Pedrinho implantou no país a escola primária, através de um Decreto Imperial feito em 15 de outubro daquele ano. Esse documento conhecido como “Escola de Primeiras Letras”, formalizava algumas responsabilidades da escola, como as matérias que deveriam ser ensinadas e a contratação dos professores de forma assalariada.
Do dicionário: Pro.fes.sor Do latim: professore 1 pessoa que professa ou ensina uma ciência, uma arte ou uma língua; mestre. 2 Aquele que é perito ou muito versado em qualquer das belas-artes. 3 O que professa publicamente as verdades religiosas
A partir dessa ordem, a molecada da época começou a ser alfabetizada aprendendo a ler, escrever e tendo os quatro cálculos básicos da matemática incluídos no currículo escolar. Além disso, os meninos deveriam aprender noções de geometria, e as meninas participariam de aulas para serem “boas damas”, aprendendo a cozinhar, bordar e costurar. Somente 120 anos depois deste decreto, a data começou a ser comemorada nas instituições escolares com homenagens feitas por alunos, pais e funcionários. A ideia de transformar o dia 15 de outubro em feriado foi do professor paulista Samuel Becker, que em 1947 escolheu o período para organizar um dia de folga a fim de discutir o semestre do ano letivo e confraternizar com os colegas. A sacada foi manter essa data um encon-
tro anual. Durante o encontro, uma famosa frase de Becker ficou conhecida “Professor é profissão. Educador é missão”. Aos poucos as escolas foram adotando a ideia de Becker, até que em 1963 aconteceu a oficialização da data pelo Decreto Federal assinado pelo então presidente do Brasil, João Goulart. Décadas depois da oficialização, a @revistaits reforça a importância da data e valoriza a figura desses profissionais que fazem a diferença para toda a comunidade escolar da cidade. Histórias de superação, amor ao ensino e solidariedade marcam a edição. Por mais piegas que seja, dia do professor é todo o dia, mas em outubro, eles merecem todos os nosso holofotes, afinal de contas, são eles que fazem das nossas escolas lugares inesquecíveis.
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tomaram “essaElesdecisão
porque querem aprender e ficam impressionados com cada conteúdo novo que passo em sala, isso me emociona
“
SATISFAÇÃO EM
ENSINAR 20 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Conheça a história de Rosângela Aguiar, professora de uma turminha pra lá de especial
Fotos: Fabrizio Motta
A história de dona Neusa dos Santos também é parecida com a da chará, que aos 50 anos caminha 15 minutos todos os dias até a escola para acompanhar as aulas da mestre. Ela que sonha em tirar a carteira de motorista e alcançar o nível de estudo das filhas se diverte ao confirmar que a professora Rosângela estará presente em suas primeiras aventuras automobilísticas. A frente de uma turma multi seriada da Educação de Jovens e Adultos, a pedagoga tem em sala alunos que estão cursando os primeiros anos do ensino fundamental, de primeira a quinta série. A matéria preferida deles segundo ela é a matemática, “porque acabam descobrindo que não é tão difícil quanto imaginavam”. O comportamento dos alunos em sala de aula é expressivo e contagioso, “alguns chegam sem ler e escrever e a cada novo passado dado é como se um novo horizonte se formasse diante deles”, comenta com orgulho Rosângela, ainda sobre a curiosidade da turma. As funções da professora vão além das de passar os conteúdos, cobrar tarefas e ensinar, a mestre veste a camisa de mãe muitas vezes, dando puxões de orelha quando necessário, e incentivando a turma a não desistir diante das barreiras colocadas no caminho. “Nós temos conversas francas, alguns enfrentam problemas de saúde e autoestima, outros não tem o apoio das famílias, eu os incentivo a não desistir”. No dia a dia da turma há proximidade, rolam papos sobre o passado de cada um, de receitas de bolo até remédios caseiros. A profe chega à conclusão que todos saem das aulas vendo o mundo de outra maneira. “Ela é nossa filha mais nova, e nossa mãe também”, brinca dona Neusa.
Não precisa de muito “para atraí-los, diferente dos jovens e adolescentes
“
Desde muito pequena, ela gostava de transmitir seus conhecimentos, brincando de ser professora. Achava injusto quando os colegas não tinham acesso à informação e ao aprendizado. Estudante de escola pública, batalhadora e esforçada, foi trabalhando durante o dia como caixa de um supermercado e dedicando as noites a pedagogia que Rosângela Aguiar conquistou seus alunos em sala de aula. Após vencer tantos desafios para alcançar o sonhado diploma, atualmente com dez anos de carreira, a caçula de seis irmãos é professora de uma turma pra lá de especial. Em média são 20 alunos em sala de aula, com idades entre 50 e 60 anos, que assim como ela, enfrentam as dificuldades para conquistar seus objetivos. Para Rosângela, preparar e ministrar aulas aos alunos de meia idade é um grande satisfação, ela explica que eles ainda enxergam a escola como um lugar mágico, cheio de encantamento e descobertas, “não precisa de muito para atraí-los, diferente dos jovens e adolescentes” analisa. Ainda falando sobre os alunos, grande parte deles teve diante de algumas circunstâncias da vida o direito de estudar privado. A sala de aula da Escola Amador Aguiar é predominantemente dominada pelas mulheres, a professora recorda do contexto social que parte das alunas vivenciou, “elas saiam da escola para ajudar a família dentro de casa, cuidando dos irmãos, aprendendo a cozinhar e trabalhando na roça”. Sabendo disso e acompanhando o empenho e dedicação e cada aluno em sala de aula, a professorinha os vê como fonte de motivação em vários aspectos, “eles estão aqui porque querem, ninguém os obrigou, tomaram essa decisão porque querem aprender e ficam impressionados com cada conteúdo novo que passo em sala, isso me emociona”, conta. Dona Neusa Tolomioti, 63 anos explica que quando era mais nova não teve a oportunidade de terminar os estudos, hoje foi para curar uma depressão que ela resolveu “ocupar a cabeça” fazendo algo que sempre admirou. A estudante carrega consigo muitas histórias, um dia pretende colocá-las em um livro, “a prô estará nele, ela é muito boa, é pessoa dedicada para ensinar com muita paciência”, explica enquanto rabiscava seu caderno e conversava com a @revistaits.
Rosângela Aguiar, professora
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é um “fatorA afetividade importante na
minha carreira como professora, lições de solidariedade e amor, podem modificar a sociedade
“
SEM PASSAGEM,
VISTO OU PASSAPORTE
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Apaixonada pela leitura desde pequena incentivada pela família a mergulhar no universo das palavras, Mariza Schiochet investe no mundo de imaginação e conhecimento através do projeto “Ler é viajar sem sair do lugar”.
Fotos: Fabrizio Motta
É emocionada que a professora de língua portuguesa do Caic Mariano Costa, Mariza Schiochet, nos apresenta um de seus maiores orgulhos, o projeto “Ler sem sair do lugar”. A ideia de espalhar conhecimento e cultura pela cidade através de caixas de leitura veio em um momento delicado. “Minha mãe estava passando por um processo de tratamento contra o câncer, eu acompanhava os procedimentos e reparei que os pacientes e familiares precisavam de algo para passar o tempo. Eu pensei: preciso fazer alguma coisa! Foi assim que implantei a primeira caixa”, explica. As caixas são decoradas e recheadas de histórias e conteúdos para fazer qualquer um viajar sem precisar de passaporte ou passagem de volta. Hoje são diversas espalhadas pela cidade com a intenção de conscientizar sobre a importância da leitura e despertar o gosto e o prazer que ela proporciona. Uma vez por mês, a profe visita os pontos de distribuição de para organizar os exemplares e abastecer as caixinhas com novos títulos “o prazer de ler tem que ser organizado” pontua. Os livros do projeto são doados por escritores, amigos, alunos, familiares e vêm até mesmo da própria coleção da professora. Mariza não sabe ao certo quantas pessoas já conseguiu atingir com a iniciativa, porém as mais de dez caixas distribuídas em nove pontos da cidade promovem o contato de pessoas de todos os níveis sociais e intelectuais com a leitura. Incentivada pela mãe desde muito pequena a investir em livros, Mariza sempre esteve envolvida em ações sociais, seguindo os passos da matriarca quando o assunto era ajudar o próximo. A paixão pela leitura e a
ONDE VOCÊ PODE VIAJAR SEM SAIR DO LUGAR: • BAIRRO BUCAREIN: POP: Centro de Referência para Moradores de Rua • BAIRRO GUANABARA: Sorveteria Paulista • BAIRRO ANITA GARIBALDI: Hemosc e Hospital São José • BAIRRO ADHEMAR GARCIA: ARCD: Associação de Reabilitação da Criança Deficiente • BAIRRO BOA VISTA: Hospital Regional • BAIRRO ESPINHEIROS: Casa Padre Pio e Casa Mãe Crecheira “Dona Marlene” • BAIRRO JARDIM PARAÍSO: Espaço de Leitura Júlio Emílio Braz • BAIRRO ATIRADORES: Casa de Repouso Abrigo da Idade e Centrinho Luiz Gomes • BAIRRO BUCAREIN: PAM: Posto de Atendimento Médico do Bucarein
língua portuguesa a levou para sala de aula, “na minha época tínhamos temor dos professores, os que mais me marcaram eram os que transmitiam amor pelo ensino, pela leitura e pelo ato de se comunicar”, conta a professora, que tem a satisfação de formar gerações que consomem cultura. Iza faz a galera trocar celulares, videogames e televisores por livros e atividades manuais lúdicas. Seus alunos produzem quebra-cabeças, jogos e música através da leitura. Para animar ainda mais os alunos, a profe promove encontros com autores da região, segundo ela, os estudantes se encantam ao conhecer os donos das histórias que eles leram.
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O COMBO Dona de um sorriso contagiante, apaixonada por animais, bike e natação, a vontade de fazer o bem e facilitar a vida das pessoas através da arte e das palavras é levada a sério por Mariza. O casamento perfeito entre seus princípios e valores aconteceu ao incluir a escola nas ações do projeto. Quem acha que a amante de livros se contenta apenas em distribuí-los se engana. É ao lado dos alunos que a professora proporciona momentos de construção mútua de carinho, cidadania e atitudes nobres. Os pupilos dela já realizaram apresentações de teatros, danças, contação de histórias e poesias em asilos, hospitais e casas de apoio, o lance é levar alegria a quem precisa. Aos que sofrem, o projeto proporciona sorrisos, esperança e palavras de apoio através de atos simples, por meio de cartas e desenhos enviados a setores de hospitais. A afetividade com os alunos é algo que a profe caracteriza como um dos fatores importantes da sua carreira. Ela que sempre inicia as aulas com um momento de reflexão, acredita que lições de solidariedade e amor, podem modificar a sociedade.
Se você quiser ajudar a iniciativa com doação de livros, materiais e até mesmo participando de alguma ação, entre em contato com a profe através do e-mail: izaschiochet@gmail.com
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marcado “naFicar memória
dos alunos é uma grande responsabilidade, mas ao mesmo tempo algo extremamente gratificante
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UMA LONGA
JORNADA 26 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Judite Niejelski Zils está na Rede Municipal de Educação há 29 anos. Apaixonada pela profissão,é diretora da Escola Zulma do Rosário
DESAFIO DE EDUCAR Depois de anos de vivência no ambiente escolar, a Judite acredita que a educação continua sendo um grande desafio, “para acompanhar essa geração de mente rápida e inquieta a escola precisa se esforçar”. Para ela, as tecnologias hoje presentes em sala de aula facilitam o momento de transmitir os conhecimentos com a interação dos conteúdos. A professora que já fez tanto pelos estudantes, colegas e comunidade está perto da linha de chegada do seu percurso na Educação. Ano que vem Judite pretende se aposentar e curtir ainda mais os filhos e a família, “vou sentir saudades das pessoas, dos conflitos, dos meus alunos e dos sorrisos que recebo todos os dias”. O que ela espera das próximas gerações de profissionais que verão na escola uma realização? “Ajudem a modificar a sociedade, a torná-la mais justa... hoje ela carece de amor”.
“
A valorização não deve ser apenas financeira, mas da própria sociedade, principalmente dos pais. Judite Niejelski,
“
Fotos: Fabrizio Motta
Encantada em acompanhar a evolução dos alunos, Judite Niejelski Zils está na Rede Municipal de Educação há 29 anos. Apaixonada pela profissão, é diretora da Escola Zulma do Rosário, porém, sua trajetória profissional vai além do tempo em sala de aula, a pedagoga exerceu funções na área da supervisão escolar, que segundo ela “é o coração da escola”. Quando menina, conta que sempre foi muito estudiosa e esforçada. As lembranças de Lúcia, sua professora de infância ainda permanecem vivas na memória, “ela era autoritária e ao mesmo tempo carinhosa, isso me chamava atenção”. Filha de agricultores, em uma família de 13 irmãos, Judite aprendeu a ser focada, responsável e determinada desde cedo, atitudes que até hoje refletem em quem ela é, e na sua postura enquanto diretora. Coordenando mais de trinta professores, o setor administrativo e o restante dos funcionários da escola, ela acredita que todo o esforço destinado aos alunos e à equipe, valem a pena, “a valorização não deve ser apenas financeira, mas da própria sociedade, principalmente dos pais”. Judite lembra que muitas vezes os professores a procuram precisando de um apoio, um ombro amigo, muitas vezes precisando apenas desabafar “é pesado ser professor”, diz, mas mesmo com os perrengues e críticas em relação à profissão, a gestora estimula aqueles que sonham em fazer da sala de aula uma rotina, “ficar marcado na memória dos alunos é uma grande responsabilidade, mas ao mesmo tempo algo extremamente gratificante”. Muitos foram os que aprenderam e tiveram a professora Judite por perto não só na Escola Zulma do Rosário, antes de comandá-la, a mestre permaneceu 17 anos na Escola Edgar Monteiro Castanheira, onde acompanhava todo o projeto pedagógico da escola na área da supervisão. A profe não esconde o orgulho e alegria que sente ao reencontrar os ex-alunos “os ver bem e realizados me deixa muito emocionada”.
professora
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PING PONG
NOTA 10 Paula Aparecida Sestari Venturi é formada em Pedagogia com Especialização em Psicopedagogia e Mídias na Educação, nascida na cidade de Pérola no Paraná, mora em Joinville desde os dois anos de idade. Há cinco anos, a professora trabalha com a Educação Infantil. Fã de filmes clássicos, Paula foi protagonista do “Prêmio Educador Nota 10” da Fundação Victor
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Civita, concorrendo com mais de 3 mil profissionais de todo o país, em 2014. Ela concorreu ao título inscrevendo o projeto “Baía da Babitonga: nosso berçário natural” realizado com os alunos do CEI Odorico Fortunato. A seguir você conhece um pouco mais da pedagoga que é destaque no time de profissionais da rede Municipal de Educação de Joinville.
Fotos: Kris Knack Fotografias e Arquivo Pessoal
Por Luciana Paula
Revista its: Por que você escolheu ser professora de pré-escola? O que a motiva a trabalhar com os pequenos? Paula Sestari: Escolhi ser professora pelas boas referências que tive no meu período de ensino fundamental e como neta e irmã mais velha, nas brincadeiras sempre fui a professora que ensinava os menores. Escolhi a educação infantil pela experiência de acompanhar o desenvolvimento de uma faixa etária marcada pela descoberta de si e do mundo de maneira tão intensa. A promoção de vivências no campo do primeiro olhar permite criar contextos que ampliam a atuação do profissional e permite dialogar com muitas áreas por meio de uma simples brincadeira, por exemplo. Revista its: Como surgiu a ideia do projeto “Baía da Babitonga: nosso berçário natural”? Paula Sestari: O projeto surgiu de uma dificuldade apresentada pelas crianças com relação ao Manguezal, vizinho da instituição. Elas apresentavam "pré-conceitos" absorvidos pelas famílias que degradam o lugar, concebendo-o como um depósito de resíduos. Revista its: Como ele foi planejado, desenvolvido e executado? Paula Sestari: O projeto consistiu basicamente em buscar informações sobre o manguezal, relacionando-o com a Baía da Babitonga, para evidenciar a importância desse ecossistema. As informações foram compartilhadas com as famílias e por meio da ludicidade as crianças descobriram as particularidades desse berçário da vida marinha. Também as visitas a instituições de pesquisas, observação do manguezal no entorno da instituição e passeio pela Baía da Babitonga deu para as crianças e famílias a dimensão da importância desse lugar. Revista its: Quais as principais dificuldades enfrentadas na execução? Paula Sestari: A principal dificul-
dade foi a mudança de ações das famílias com relação ao manguezal, resultado de uma cultura de exploração e degradação da região pela falta de conhecimento e preconceitos oriundos de questões sócio econômicas. Revista its: Quais os resultados mais positivos do projeto, aquele momento que fez todo o esforço valer a pena? Paula Sestari: O ponto alto do projeto foi a apropriação de conhecimentos das crianças que originou uma postura de defesa desse ecossistema e os fizeram interlocutores de informações para as famílias e demais crianças da unidade. Revista its: A questão ambiental sempre lhe instigou como educadora? Por quê? Paula Sestari: Este foi meu primeiro projeto na área da educação ambiental e com certeza foi determinante para que meu foco de atuação continue na perspectiva da promoção de novos valores ambientais e práticas mais sustentáveis dentro e fora do ambiente educacional. Revista its: Como foi receber o prêmio Professor Nota 10, participando da cerimônia de gala em São Paulo? Paula Sestari: O intuito inicial de participar do processo de seleção ocorreu no sentido de adquirir experiência e contribuição para a minha permanente formação. O fato de estar entre os 10 vencedores e ser eleita como educadora do ano marcou minha vida pessoal e profissional. Todo o processo foi de momentos de aprendizagem, de sentir-se valorizada e respeitada pelos esforços e dificuldades que nós, enquanto docentes, passamos no nosso país. Revista its: O que podemos esperar nos próximos anos, já está planejando novos projetos? Paula Sestari: A instituição na qual estou atuando tem em sua proposta o contínuo olhar para práticas mais sus-
tentáveis, principalmente com relação ao manguezal na formação das crianças. Minha pesquisa e atuação continuará nessa perspectiva de valorização do ecossistema característico de nossa região tão necessitado de uma postura diferenciada não só da comunidade, mas das políticas ambientais e de fiscalização das regiões de preservação permanente. Revista its: E quanto a projetos passados, poderia citar alguns desenvolvidos durante sua carreira como professora? Paula Sestari: Desenvolvi outros projetos com relação ao desenvolvimento de hábitos saudáveis e o melhor aproveitamento dos alimentos. Além de projetos que valorizavam o brincar e a construção dos próprios brinquedos. Revista its: Quais suas principais referências, personalidades que inspiram você e o seu trabalho? Paula Sestari: Muitos são os professores que pelo país conseguem superar as dificuldades de estrutura e recursos para desenvolver práticas realmente significativas na comunidade local. Busco estas inspirações para tornar minha atuação também de maneira que contribua verdadeiramente para a formação das crianças. Revista its: O que você diria para inspirar outros educadores ou pessoas que estejam pensando em seguir a carreira de professor? Paula Sestari: Ressalto apenas que o professor precisa de constante formação e revisão de sua atuação, atendendo aos reais interesses e necessidades da comunidade em que está inserido. Esta formação, hoje, depende muito mais do interesse e comprometimento profissional do que de ações governamentais. O que cabe realmente aos agentes externos é o reconhecimento e os incentivos necessários para que os profissionais tenham condições dignas de atuação e reconhecimento na mesma proporção de sua indispensabilidade.
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GALERIAS
Flávia Alessandra e Giovanna Brigido
Bruna, Marina e Fabiula
ESCOLA
Fotos: Fabrizio Motta
ALVINO MONICH Ana Luíza e Rayanne
Turma da Escola Alvino Monich
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Dayane, Thayane e Paloma
Layza, Dhyéssika e Isabella
Jéssica, Thayse e Larissa
Ingrid, Laíz, Fernanda, Anderson e Gabriel
Ketilin, Dayani, Thais e Caroline
Manoela, Eduarda e Thayane
Galera da Escola Alvino Monich
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Paula, Marly, Priscila e Kettylen
Hellen e Vitória
ESCOLA
BALTAZAR BUSCHLE
Fotos: Fabrizio Motta
Paula, Marly, Prof. Elaine, Priscila e Kettylen
Galera da Baltazar Buschle
32 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Paula, Marly, Priscila e Kettylen
Mauro e José
Hellen, João Vitor e Vitória
Turma da Baltazar Buschle
Gabriel, Luan, Samuel e Rodrigo
Gabriel, Mateus, Lucas e Glaucio
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Tiago, Matheus e JĂşnior
Francieli e Giovanna
ESCOLA
PROFESSOR FRANCISCO
Fotos: Fabrizio Motta
Amanda, Rafaela, Edilaine e Walquiria
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Alesson, Eryck, Mairon, Bruno e Arthur
Alexandre, Vinicius e Thomas
Vitor, Hotailson e Lemoel
Helen e Fabiele
Alisson, David, Jo達o e Cristian
Ana Julia, Djenifer, Amanda e Ketlen
Naiara, Gabriele, Dulce e Julia
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Camila e Stefany
Heloize, Julia e Talita
ESCOLA
DOM JAIME
Fotos: Fabrizio Motta
Gustavo, Anthony, Letícia e Maria Izabel
Daniele, Kayane, Letícia e Solange
36 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Murillo, Lygia, Willian e Lucas
Larissa, Fernanda, Maria Izabela e Amanda
Heloize, Julia e Talita
Herick, Ricardo, Richard e Vinycius
Vinicius e Nicolas
Jenifer, Emilly, LetĂcia e Brenda
Mayara, Gabriele, Iohana e Suellen
Ubirajara e Mateus
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Meninas 9A com Prof Deborah de Ciências
Bianca Dias e Talita Watzko
ESCOLA
JOÃO BERNARDINHO
Fotos: Fabrizio Motta
Alessandra, Biatriz, Dienefer, Nicole e Julia
Turma da João Bernardinho
38 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Danielle e Emillyn
Cristian, Geison, Maria Heloiza e Hillary
Cristiane, Jessica, Francielle, Caroline, Mateus e Maria Heloiza
Pamela, Sara, Larissa e Beatriz
Jo達o, Alex, Larissa e Ruan
Galera da Jo達o Bernardinho Francielle, Mateus e Jessica
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Gabrielle, Graziela e Luana
Kayhan,Gabriel e Felipe
ESCOLA
PROFESSORA REGINA LEAL
Fotos: Fabrizio Motta
Meninas da Escola Professora Regina Leal
João, Mateus, Alan, Gustavo e Lucas
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Ariane, Brenda e Esteffany
Amigas da Escola Professora Regina Leal
Daiane, Paloma e Cristiane
Matheus, Erick, Lucas e Vinicius
Giovanna, Danffer e Emanuelle
Luiz, Matheus, Dangelo e Guilherme
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Por Vanessa Esteves www.esteveswhere.com
SAIDEIRA
A SIMPLICIDADE Se meus vizinhos me vissem olhando para a Lua agora e sorrindo,
mas grandes na medida certa para fa-
tão valiosos quanto as estrelas que
zermos a diferença.
vemos lá no céu.
será que eles me achariam louca? É
Sempre tive essa vontade de aju-
Queria também poder ofertar pa-
que eu me interesso pela simplicida-
dar os outros, independente do dia
lavras de conforto aos quais necessi-
de. Aquilo que os olhos podem en-
da semana. Pode ser segunda-feira,
tam delas. E ainda espero por um dia
xergar me encanta. Mas, na verdade,
não importa. O que interessa é fazer o
em que todos darão valor à vida que
o que não existe no mundo visível me
bem a alguém. Por isso eu observo as
têm. Se pudesse, estaria presente em
deixa fascinada. Depois disso, ainda
estrelas, a Lua, o Sol, o mar e tudo ao
todos os sonhos noturnos dando es-
saio cantando pela casa, dançando na
meu redor para absorver as energias
perança aos que não a têm mais.
frente do espelho e rindo do que faço.
boas que eles transmitem e guardar
Na verdade, prefiro ser louca ao ser
Tenho vontade de espalhar a feli-
isso bem no fundo do meu coração
vista olhando a Lua do que uma sim-
cidade pelo mundo. Quero abraçar as
para, assim, eu poder compartilhar
ples pessoa que não enxerga além de
pessoas pelas ruas, dar comida àque-
com todos ao meu redor.
seus próprios problemas. Porque eu
les que não têm nada, oferecer cari-
Eu queria poder alcançar as es-
sou assim: quero agarrar os problemas
nho aos que precisam e sorrir levando
trelas, mas já que isso não é possível,
da humanidade e jogá-los para o alto,
amor aos corações de todos. Somos
que eu conquiste então um sorriso no
para que assim se transformem em
pequenos na imensidão do planeta,
rosto de cada um. Aliás, sorrisos são
meras constelações caindo do céu.
observo as “ Eu estrelas, a Lua, o Sol, o mar e tudo ao meu redor para absorver as energias boas que eles transmitem
“
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Vanessa Esteves tem dezoito anos, mora em Florianópolis, é blogueira desde 2012 e futura jornalista. Apaixonada por livros, escrita, música, sorrisos e azul. Acredita que pode mudar o mundo (ou pelo menos uma parte dele) com suas palavras. Acesse: esteveswhere.com e saiba mais da garota
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