facebook.com/revistaits | edição 03 - Julho
CULTURA POP
CONFIE NO SEU ESTILO DE DANÇAR
WI-FI
Revista Its Teens Joinville edição 03 - Julho 2015 | R$ 9,80
CONHEÇA O AU.DOTE, APLICATIVO QUE É SINÔNIMO DE FOFURA
Anna Júlia Quandt, da Escola Pedro Ivo Campos, e Gabriele Ferreira, aluna da Escola Dr. Ruben Roberto Schmidlin, dividem a rotina entre a vida das sapatilhas e a sala de aula
conteúdo EDIÇÃO 03
Foto: Fabrízio Motta
ARTE
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
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24 CAPA
GALERIAS
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8 | CULTURA POP
10 | WI-FI
Quando se pensa na dança, é muito
Você deve ter se divertido - e mui-
Quando a professora Lais de Carvalho
comum enxerga-la como algo que,
to! - com o "joguinho da cobrinha", e
me apresentou o projeto de Educação Fi-
para fazer, você precisa saber, mas
quer saber? ELE ESTÁ DE VOLTA!!
nanceira desenvolvido na Escola Sylvio
será que a dança não pode ser algo
O clássico retorna na forma de um
Sniecikovski, uma única indagação recal-
libertador para todos, mesmo sem
game que mantém a pegada do
cada vinha a minha cabeça: por que raios
técnica, usando apenas a emoção e
jogo que nós já conhecemos, mas
não existia esse tipo de iniciativa enquanto
a paixão?
com algumas diferenças.
eu estava na escola?!
16 | CAMAROTE NOTA 10
19 | ARTE
24 | MATÉRIA DE CAPA
Mandou bem? vai de camarote! A ga-
Nas prateleiras não se encontram livros
Mas afinal de contas, o que existe de
lera das escolas municipais de Join-
didáticos, quadros? Só as telas criadas
tão fascinante no mundo da dança? A
ville têm motivos de sobra para se
pelos alunos que no contra turno das
@revistaits resolveu encarar o desafio
dedicar em buscar de um bom ren-
aulas podem aproveitar a sala destina-
de acompanhar alguns alunos na in-
dimento escolar #seliga na matéria :D
da ao Programa Ateliê de Arte na Esco-
tenção de responder essas perguntas, o
la Dr. Hans Dieter Schmidt.
resultado você confere aqui!
4 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
12 | EDUCAÇÃO FINANCEIRA
EXPEDIENTE Diretor de arte Eduardo Motta | eduardo@portalits.com.br
Gerente Comercial Blumenau Edson Zonta | edson.zonta@ricsc.com.br
Conteúdo Jéssica Stierle | jessica.stierle@portalits.com.br
Gerente Comercial Itajaí Maristela A. dos Santos | maristela@ricsc.com.br
Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br
Distribuição Hannah Mattos hannah.mattos@noticiasdodia.com.br
EXECUTIVOS CONTAS SC Sul Augusto Silva | guto.silva@ricsc.com.br
Diretor Superintendente Reynaldo Ramos | reynaldo@ricsc.com.br
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Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br Ana Maria anamaria.goncalves@riceditora.com.br
Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli
Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco | albertino@ricsc.com.br Diretor Regional Joinville Silvano Silva | silvano@ricsc.com.br Diretor Núcleo Jovem Riadis Dornelles | riadis@ricsc.com.br Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Gerente de Relacionamento Bruno Filomeno | bruno@portalits.com.br
Rio Grande do Sul e Paraná Gondil Kurtz | gondil@ricsc.com.br São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Nilton Aquino | nilton@ricsc.com.br Gerências Comerciais SC Gerente Comercial Chapecó Jorge Furtado | jorge.furtado@ricsc.com.br Gerente Comercial Meio Oeste Dalcides Ana Gonzaga | dal@ricsc.com.br Gerente Comercial Joinville Cristian Vieceli | cristian@ricsc.com.br
Pontos de distribuição: Escolas Básicas Municipais de Joinville
Itajaí Cristiane Mattos | cristiane.matos@ricsc.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3,000 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 redacao@portalits.com.br
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editorial
Salve galera!
Posso dizer que uma das coisas mais legais que fiz nos últimos meses foi me aventurar em Joinville atrás de boas histórias para contar. Em uma semana na cidade já me senti uma joinvilense de coração, acompanhei no estádio um jogo futebol, visitei escolas muito legais, conheci alunos e projetos incríveis e ainda tive a oportunidade de conversar com pessoas iradas.
O SOM QUE ROLOU NO NOSSO TIMmusic by Deezer ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Demi Lovato - In Real Life Taylor Swift - Bad Blood feat. Kendrick
A ideia de me infiltrar no “universo de quem dança” fez com
Lamar
que eu compreendesse além do que significam passos de dança, mas
Calvin Harris - Outside feat. Ellie
mergulhar de fato no que ritmos, um grupo de amigos e a escola podem
Goulding
proporcionar a galera. Expressar em palavras sentimentos que são traduzidos em ações nos
Kings Kaleidoscope - Felix Culpa Jorge e Mateus - Os Anjos Cantam
palcos é uma tarefa complicada, e talvez a única forma que você possa entender por completo o significa entrar nesse mundo é experimentando. Se joga, procure os projetos desenvolvidos na sua escola e permita-se shake it off os problemas, as opiniões e principalmente: aproveite o que a dança pode te oferece em conjunto com a escola, faça desses dois mundos paralelos únicos e inesquecíveis... Se essa não for a sua praia, prestigie quem consegue realizar tal feito e ofereça os seus aplausos, por que (agora sem sombra de dúvidas eu sei que...) eles merecem.
JÉSSICA STIERLE
OS CULPADOS
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CULTURA POP
SAIDEIRA
VICTOR BARBATO
LUCAS RAMIRO
aqui fica o m eu meninas que #tks para as pa fotos de capa rticiparam das , vocês foram demais!
ero World. o Beto Carr ir rt u c e d o m o seu jeit carrero com #beto Cada um te s to fo s a su g de sua u? Marque utra hashta Qual é o se o r e u lq a u q parque. a com mais combinad de curtir o o it je u se e mostre o preferência
das novidades e promoções. Compartilhe momentos inesquecíveis!
Consulte pacotes, reserve hotéis e compre seu ingresso antecipado: | ou consulte seu agente de viagens.
Por Victor Barbatto fb.com/victorBt
Confie no
seu estilo!
Quando se pensa na dança, é muito comum enxergá-la como algo que, para fazer, você precisa saber. E por estarmos imersos em um mundo pop cheio de coreografias, fica fácil de se intimidar. Mas será que a dança não pode ser algo libertador para todos, mesmo sem técnica, usando apenas a emoção e a paixão? Dançar como se ninguém estivesse olhando!
8 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Pois é o que a queridinha Taylor Swift brilhantemente representa no seu clipe “Shake It Off”. Ela não só mostra todo o seu jeito único desengonçado de ser e dançar, mas também põe isso em contraste com os dançarinos mais talentosos do mundo ao seu redor. Como? Para este clipe, a cantora chamou os melhores dançarinos de cada modalidade para dançar com ela, propositalmente retratando a diferença. A mensagem que o clipe passa é que você pode simplesmente se
divertir dançando, sem ligar para o que os outros pensam. Mesmo se você não sabe dançar você pode adorar sentir as batidas e curtir muito. Algo que podemos levar para tudo na vida: fazer as coisas do seu jeito, e aceitar as diferenças. Outra curiosidade é o fato de que as pessoas aleatórias, que dançam com ela em uma cena, são na verdade fãs que foram surpreendidos com a notícia de que estariam no vídeo clipe! Para os fãs, a mensagem que Taylor quer passar é: confie em si mesmo.
Fotos: Divulgação
CULTURA POP
Faça as coisas da sua maneira, sem achar que não é o suficiente para os outros. Tenha seu estilo próprio e não pense no que os outros vão dizer. No vídeo do Making Of, ela explica: “Muitas pessoas que vão se identificar com este clipe não estão se sentindo bem consigo mesmas e não se acham as mais populares. Mas se tem uma coisa que aprendi é que você pode conseguir tudo o que você quer na vida mesmo não sendo o mais cool da galera. Não acho que isso seja a coisa mais importante do mundo. Tudo que eu conquistei foi sendo eu mesma”. E, convenhamos, o seu sucesso não é pouca coisa né, Tay?! =)
“
Uma coisa que aprendi é que você pode conseguir tudo que você quer na vida mesmo não sendo o mais cool da galera. Não acho que isso seja a coisa mais importante do mundo. Tudo que eu conquistei foi sendo eu mesma
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WIFI
DEZ ANOS E... GALINHA PINTADINHA?
ZUMBIES, RUN!
Se você vive procurando desculpas para não se exercitar, o jogo Zombies, Run! pode facilitar o seu desempenho fitness ;) A grande sacada é colocar o jogador para correr enquanto foge dos morto-vivos virtuais em ruas de verdade. Além de queimar aquelas calorias diárias, a experiência é ainda mais "real" quando você pluga os fones de ouvido: um narrador repassa missões durante a corrida ao "perseguido". Ah, e não se assuste, o app reproduz sons de zumbis durante a perseguição para incentivar a corrida. O jogo é gratuito para o Apple Watch e dispositivos Android semelhantes.
O YouTube divulgou em seu aniversário de dez anos, a lista dos clipes mais acessados pelos brasileiros durante sua primeira década. O vídeo “Pintinho Amarelinho”, do canal Galinha Pintadinha, ocupa o primeiro lugar. WHAAT?! Já em segundo lugar temos Justin Bieber com o clipe de Baby. Finalizando o ranking, Luan Santana aparece com a música "Tudo o que você quiser". E aí?! O que pensar sobre os próximos dez...
MUNDO TECH AS NOVIDADES DO MÊS PRA VOCÊ MANHÊ, ME DÁ?
Já imaginou escrever/desenhar em qualquer superfície e ter o conteúdo enviado direto para o seu celular/computador? Com a caneta smart Phree isso será possível por meio de uma conexão Bluetooth. O produto ainda está em fase de desenvolvimento, mas promete chegar em março de 2016 ao Brasil. #omg
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ELE ESTÁ DE VOLTAAAAA!
Na infância você deve ter se divertido - e muito! - com o "joguinho da cobrinha", e quer saber? ELE ESTÁ DE VOLTA!! O clássico retorna na forma de um game que mantém a pegada do jogo que nós já conhecemos, mas com algumas diferenças. O remake chega sem controles na tela, é só tocar na direção desejada para que a cobrinha mude de direção, o jogo ainda conta com missões diárias, power-ups e cenários desbloqueáveis. A nova versão já está disponível para Android, iOS e WP.
E A ZOEIRA NÃO TEM FIM...
Um app muito engraçado anda fazendo sucesso, é o "Voz da Mulher do Tradutor". Nele você digita os textos e o áudio é transmitido. O que antes só era possível no tradutor agora pode ser enviado para grupos e contatos do Whats, e o mais legal se dá na diversidade de idiomas. O aplicativo é gratuito para o sistema iOS e vale a pena para dar aquela zoadinha antes da aula ;)
#LOVEDOG
HELLO, J.A.R.V.I.S
O Au.dote é o tipo de aplicativo case de fofura <3 A sacada é espalhar a adoção de dogs pelo país. Com o app é possível conhecer o perfil de cada cachorrinho e estar por dentro da sua vida. O Au.dote fornece desde informações sobre a carteirinha de vacinação do animal, até características da personalidade do bichinho (se gosta de brincar, se é preguiçoso e a raça) #mtamor
Isso mesmo! A Samsung vai poder te fazer sentir como Tony Stark. Isso porque o Galaxy S6 Edge vai ganhar uma edição especial do Homem de Ferro. Algumas imagens já foram divulgadas, e é provável que a linha especial chegue ao mercado com os outros personagens de Os Vingadores.
MENSAGENS A SUA COMUNIDADE AINDA MAIS CONECTADA
TEXTO, ÁUDIO, VÍDEO E FOTO.
SEM DESCONTAR DA FRANQUIA DE INTERNET
Se já é Infinity, ligue *223 e cadastre-se. O BENEFÍCIO PROMOCIONAL NÃO INCLUI CHAMADAS REALIZADAS E RECEBIDAS VIA WHATSAPP (VOIP). Clientes novos do plano Infinity Pré com a oferta web + torpedo ativada poderão, promocionalmente, enviar mensagens pelo WhatsApp (texto, áudio, vídeo e foto), sem descontar da sua franquia de dados. A velocidade de conexão de referência é de até 1 Mbps na rede 3G e 5 Mbps na rede 4G. O benefício do WhatsApp não inclui chamadas de VoIP realizadas e/ou recebidas no aplicativo. A utilização da funcionalidade VoIP irá implicar desconto dos dados processados na franquia disponível, caso haja. Clientes da base que quiserem ativar essa oferta e o benefício do WhatsApp devem ligar para *223. Oferta por tempo limitado e com abrangência nacional, exceto no Estado do RS. Consulte mais informações e o regulamento da oferta no site tim.com.br.
EDUCAÇÃO FINANCEIRA ESPORTE
Por Jéssica Stierle
INCENTIVAR O FUTURO, isso é a real
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Em uma primeira impressão quando ouvi falar sobre educação financeira dentro das escolas, foi inevitável não imaginar alunos mega #nerds resolvendo cálculos extremamente complicados, cheio de gráficos e estruturas matemáticas insanas, mas quando a professora Lais de Carvalho começou a me apresentar o projeto desenvolvido na Escola Sylvio Sniecikovski, uma única indagação recalcada vinha à minha cabeça: por que raios não existia esse tipo de iniciativa enquanto eu estava na escola?!
Jenyfer Viana, Eduado Figueiredo e Marina Luiza de Souza são alunos do 3º ano B. Pare eles o projeto possibilitou não só criar uma Feira do Livro, mas a apender a lidar com situações diferentes e a negociar ideias.
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Fotos: Jéssica Stierle
Junto dos alunos do 5º ano A, Diana Martins e Arthur Joaquim, a professora Sônia Fernandes acredita que a iniciativa da educação financeira dentro das escolas faz dos alunos grandes formadores de opinião.
O projeto está muito além de soma, subtração e dos problemas matemáticos que envolvem raciocínio e conhecimento da matéria, a ideia do projeto piloto Educação Financeira Nas Escolas é fazer a galera pensar e planejar a vida quando o assunto é grana, por meio de situações que fazem parte do dia a dia deles, ou de maneira lúdica, mas extremamente divertidas. O projeto acontece de forma interdisciplinar, agrupando várias matérias nos módulos destinados aos anos em que as aulas são aplicadas. Na Sylvio Sniecikovski existe a fusão entre as disciplinas de Língua Portuguesa, Geografia e Matemática, e todo o conteúdo encontrado nas apostilas que fazem parte do KIT de materiais propostos para serem usados em sala de aula “fazem com que os alunos aprendam as lições financeiras nas entrelinhas, com atividades que não envolvem diretamente os cálculos matemáticos”, explica a professora Lais.
COMO ISSO É POSSÍVEL? Nada de quadro e caneta e bunda colada na cadeira! Nos dias selecionados para as aulas de Educação Financeira ninguém falta, as turmas ficam lotadas e a galera bota a mão na massa. No terceiro ano, por exemplo, os pequenos organizaram uma Feira do Livro para toda a escola, criando uma moeda de troca e realizando a divulgação para os colegas. A professora Quenia Prado Fragoso, regente da turma, explica que nessa tarefa proposta pelo programa, os alunos desenvolveram questões importantes enquanto grupo, aprendendo a
negociar, compartilhando ideias e trabalhando em conjunto. Para os organizadores, a parte mais legal foi proporcionar à escola um dia diferente, onde eles aprendem a lidar com alunos de outras séries e proporcionam a troca de livros entre os colegas. Sobre o ponto de vista de fazer parte de um grupo que está aprendendo lições financeiras, a aluna Marina de Souza tem a resposta na ponta da língua, “nós já estamos treinando a administrar algumas situações, agora é só crescer e aprender administrar o nosso próprio dinheiro”. afirma.
FACEBOOK.COM/REVISTAITS
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Para a professora de matemática Lais Carvalho, a educação financeira está nas entrelinhas e não envolve diretamente o cálculo.
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As #bff Larissa Yukari e Carla Krefta do 9º ano estão ligadas nas armadilhas financeiras
TO BE CONTINUED... turma foi dividida em oito instituições, desde um grêmio estudantil até a galera que representa a rádio comunitária e um banco imaginários. Tudo acontece em forma de um jogo que incentiva o senso crítico dos estudantes e a tática de negociação entre eles, e acredite quem quiser: segundo a professora de Matemática da turma Albertina Lino, até aqueles alunos mais danadinhos e bagunceiros se destacam nos momentos em que as aulas acontecem. As formandas Carla Krefta e Larissa Yukari são alunas do nono ano, durante os últimos meses ao lado dos colegas elas têm aprendido sobre as armadilhas financeiras. Aquele famoso “pague dois e leve três” e os centavinhos de diferença entre um produto e outro, são pontos que as meninas começaram a analisar. Para elas as atitudes de poupar e ter um planejamento financeiro são complicadas, mas ambas concordam que são tópicos essenciais para um futuro melhor. Em janeiro deste ano o endividamento atingiu mais de 50% das famílias joinvilenses segundo pesquisa divulgada pela Fecomércio de Santa Catarina, mas se depender das novas gerações e dos alunos das mais de 40 escolas participantes do projeto, esse dado será esquecido e modificado em breve.
Os resultados do projeto-piloto já podem ser vistos, mas para garantir que a iniciativa é certeira, no final do ano as escolas da cidade passarão por uma avaliação para saber os impactos dos trabalhos realizados.
FIQUE POR DENTRO: - O projeto é uma iniciativa que integra a ENEF – Estratégia Nacional de Educação Financeira e a Associação Financeira do Brasil (AEF – Brasil). - No Brasil 20 mil alunos estão participando do projeto que acontece apenas em duas cidades, Joinville e Manaus. - Das 83 escolas municipais em Joinville, 47 fazem parte do projeto.
Fotos: Jéssica Stierle
Para o quinto ano a proposta é um pouco diferente. Nas aulas, a galera aprende com um jogo em forma de narrativa, onde ganham e perdem pontos controlando e tomando as decisões do personagem. A história conta com instruções e lições legais para quem quer aprender a economizar e deixar o consumismo de lado. Para a aluna Diana Martins, o jogo a ajudou a tomar decisões menos precipitadas na hora de uma compra. “Hoje eu olho os preços com mais atenção e ajudo a minha mãe nas contas de casa, sei analisar o que é uma prioridade e dizer não às compras que não valem a pena”. Segundo as professoras que tocam o projeto dentro da escola, a multiplicação do aprendizado é notada em depoimentos como esse de Diana. “É muito interessante que os alunos vivenciem esse tipo de experiência dentro da escola, pois se tornam formadores de opinião e levam para casa informação e responsabilidade”, afirma a professora Sônia Fernandes. E até o esporte entra no conteúdo, quem diria que um torneio de futebol idealizado pelos sétimos anos seria motivo de aprendizado financeiro? A
SUPERAÇÃO ESPORTE
Por Jéssica Stierle jessica.stierle@portalits.com.br
MANDOU BEM?
VAI DE CAMAROTE GALERA DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE JOINVILLE TÊM MOTIVOS DE SOBRA PARA BUSCAR UM BOM RENDIMENTO ESCOLAR
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e cultura. Como? Os estudantes tem a chance de fazer check in em camarotes de eventos super legais, organizados pela FELEJ (Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville), pelo Instituto Festival de Dança e pela Fundação Cultural de Joinville, além dos times que movimentam o esporte joinvilense, o Jec no futebol e a Krona no futsal. Seis alunos de três escolas diferentes compõe a escalação do camarote em cada evento. Os estudantes podem levar também um convidado, normalmente os pais ou irmãos mais
de “Centenas crianças e adolescentes já tiveram a chance de participar do projeto e acompanhar algum tipo de evento ou partida oficial dos apoiadores
“
A ideia tem o número dez estampado, e a intenção vai além da nota máxima obtida em provas. O Camarote Nota 10 é um lugar #VIP dedicado para a garotada que se destaca dentro da escola não só quando o papo é em termos de notas nas avaliações aplicadas, mas no comportamento – isso inclui nada de ficha negra na Orientação Educacional, participação em atividades extracurriculares e presença confirmada na chamada diária. O lance é parabenizar a galera que manda bem dentro e fora da sala de aula com momentos de lazer, esporte
Fotos: Jéssica Stierle
Bruno Benkendorf
#EUFUI
velhos. Segundo Fernando Krelling, Presidente da FELEJ, em três anos de parceira com a Secretaria de Educação Municipal, centenas de crianças e adolescentes já tiveram a chance de participar do projeto e acompanhar algum tipo de evento e partida oficial dos apoiadores. Para ele, a iniciativa serve de motivação aos alunos, “é uma grande felicidade não só para eles, mas para os familiares também, já na escola, para os colegas, eles transmitem a ideia de que os outros também devem se esforçar para conseguir chegar até aqui”, explica.
A @Revistaits acompanhou uma das partidas do JEC pelo Campeonato Brasileiro no Camarote Nota 10 junto com galera! Primeiro de tudo: eita galerinha pé quente! Os alunos que marcaram presença no jogo entre Joinville e Goiás deram sorte ao time da cidade e viram o JEC conquistar uma vitória importante. Em meio ao nervosismo acompanhando cada lance e troca de passe, e na euforia, quando os dois gols finalmente foram marcados, os olhos dos torcedores permaneciam vidrados no campo como se estivessem filmando cada momento. Bruno Benkendorf, aluno do 5º ano da Escola Francisco Rieper era um dos alunos mais empolgados e vibrantes durante a partida. Ao lado do pai, Bruno comentou o jogo, levou as mãos ao alto da cabeça quando alguma jogada saiu errada e comemorou (muito) o bom resultado do time. Toda essa animação e as emoções a flor da pele tinham uma motivação a mais, o pequeno Benkendorf sonha em ser jogador de futebol. O moleque é fã do jogador Paolo Guerrero, do Flamengo, e admira o atacante Kempes, do JEC. Quando perguntado sobre como foi ter a oportunidade de assistir um dos seus ídolos de pertinho, o futuro craque estufou o peito para responder: “eu não esperava! A diretora da minha escola foi quem me deu a notícia de que eu estaria aqui. Eu me dediquei, tirei boas notas e tenho um bom comportamento... Sabia que eu não precisei assinar advertência este ano?!”. Comentou. O garoto não esconde a vontade de estar dentro dos gramados, mas conta que curte os treinos de futsal e que não deixa de lado as aulas extracurriculares de capoeira, horta, jardim e vôlei. Alexandre, pai de Bruno, fez questão de lembrar que os verdadeiros “nota 10” ali no camarote eram os alunos, incluindo o filhão. “eu só posso agradecer a ele. Estamos aqui por conta da dedicação que ele tem dado aos estudos. É a minha segunda vez aqui no estádio, e tudo isso graças ao meu filho, me sinto muito orgulhoso!” finaliza seu Benkendorf, com um sorriso gigante no rosto.
A galera também marca presença nos jogos da Krona Futsal FACEBOOK.COM/REVISTAITS
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Fotos: Jéssica Stierle
TAMBÉM QUERO, COMO FAZ? Ficou com vontade de garantir seu lugar nos camarotes? Se liga no checklist necessário para estar entre os premiados:
Gabrielly de Queiroz Beckers e sua mãe Fabiani de Queiroz
Pra quem acha que jogos de futebol e competição são só “coisa de menino”, senta lá. Em meio à galera Gabrielly de Queiroz Beckers, aluna do 4º ano da escola Dr. Sadalla Ami Gharner assistia a partida vidradíssima ao lado da mamãe coruja, Fabiani de Queiroz. Com a média geral nas matérias curriculares chegando a nove, Gabi disse que ficou surpresa com a notícia de que poderia comparecer ao camarote, e que a visão do jogo dali era muito privilegiada, “consigo acompanhar melhor as jogadas”, explicou. Sobre ter a companhia da mãe durante a partida a aluna exemplar brincou “eu me esforcei, sorte é a dela de estar aqui”. Em outros dois assentos do espaço vip destinados aos alunos, estavam João Vitor Elias do 5º ano da também Escola Dr. Sadalla Ami Gharner e o padrasto Valdecir Borges. Em sua segunda visita ao estádio João deixou a timidez de lado para permitir que a autoestima e o orgulho transbordassem ao contar sobre a reação dos colegas quando souberam da sua premiação, “Achei engraçado, eles ficaram se perguntando 'por que eu não estudei mais?, daí eu respondi dizendo que se eu tinha conseguido, eles também poderiam”, narra o garoto que pretende voltar outras vezes ao espaço.
# Evolução nas matérias e/ou média acima de 8,0; # Presença acima de 90% em sala de aula; # Participar de atividades extracurriculares; # Possuir comportamento exemplar – nada de registros no serviço de Orientação Educacional.
Durante o intervalo, os alunos receberam a visita do Prefeito da cidade para a entrega dos certificados de participação no projeto. Eles também fizeram a festa com o mascote do time.
Segundo dados da Secretaria de Educação, em três anos de existência do programa, alunos de todas as escolas do município já participaram do Camarote Nota 10. J Valdecir Borges e João Vitor Elias
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ARTE
Por Jéssica Stierle
Matéria para ler ao som de “Aquarela – Toquinho”
Kauan Vicente
Let’s MAKE IT Amarre o avental, troque a caneta pelo pincel e solte a imaginação! Nada de mesas e cadeiras
Em uma mesa comprida e coletiva cerca de 80 alunos da escola
participam da oficina. São quatro turmas, divididas nos períodos da
manhã e da tarde. No momento especial todos trocam o caderno com linhas e margens por folhas e telas brancas que logo nos primeiros minutos já recebem traços e cores. A professora Andrea Guedes,
alinhadas, nas prateleiras não
responsável pelo polo do projeto na escola, explica que as aulas
se encontram livros didáticos,
vão muito além do simples ato de desenhar. “Os alunos aprendem
quadros? Só as telas criadas pelos
técnicas, tem acesso ao conhecimento de outros artistas e trabalham
alunos que no contra turno das
a evolução artística. Eles vão do lápis normal à tinta acrílica”. Para
aulas podem aproveitar a sala
ela as lições que os trabalhos produzem ultrapassam as folhas e telas,
destinada ao Programa Ateliê de
sendo vistas no comportamento dos pequenos aspirantes. Segundo a
Arte da Escola Dr Hans Dieter
“sora” a galera passou a ser menos insegura e mais independente no
Schmidt. Por lá a galera aproveita
processo criativo, deixando que as emoções e sentimentos pudessem
o espaço para extravasar na
ser expressos nos trabalhos desenvolvidos. “A arte é um exercício que
criatividade e deixar o lado
dá abertura para várias experiências. Lá no fundo, ela faz parte do
artístico bombar.
ser humano”, conclui. WWW.PORTALITS.COM.BR
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OS ATELIERISTAS tinha o material necessário para suas criações em casa. O jeito foi esperar por uma vaguinha no projeto. Caloura na turma vespertina, Bruna conta que depois de poucas semanas participando das aulas já conseguiu notar a diferença em seus trabalhos. “Aprendi a ter noções de geometria e de linhas retas, gosto fazer desenhos alegres e aqui a professora me ensinou a importância de pintar em sentido úni-
co e de escolher as cores corretas”, explica. A pequena artista conta que apurou também seu senso de observação e está adorando os trabalhos que a turma está desenvolvendo. “Eu amo desenhar jardins e flores, as orquídeas são as minhas preferidas e agora estamos trabalhando com desenhos assim, está sendo muito legal”. Os meninos da escola também compraram a ideia, Kauan Vicente
SAIBA MAIS • Em Joinville o “Ateliê de Arte” acontece em 07 escolas, atendendo mais de 600 alunos. • O projeto da Secretaria de Educação Municipal tem a parceira com a Casa da Cultura. • Em 2014 os trabalhos desenvolvidos pelas escolas participaram de exposições na Biblioteca Pública de Joinville e na Câmara de Vereadores.
entra sabe “Quem que precisa ser responsável com os horários e a rotina do projeto
“
Amanda Jakubows,
Dr Hans Dieter Schmidt
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REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Fotos: Jéssica Stierle
Dentre as várias atividades extracurriculares que rolam na Dr Hans Dieter Schmidt, a oficina no ateliê de arte é uma das mais disputadas entre os alunos, têm até nomes na fila de espera para poder participar. “Quem entra sabe que precisa ser responsável com os horários e a rotina do projeto”, explica a veterana Amanda Jakubows. Há três anos a garota que é fã dos trabalhos de Romero Britto frequenta as aulas. Além de gostar de utilizar tinta em suas obras Amanda adora fazer desenhos coloridos e sonha em um dia conhecer e expor suas criações no museu de arte, em São Paulo. Bruna Miranda Pereira, aluna do 4º ano sabe o que é ter o nome na fila de espera. Ela conta que sempre gostou de desenhar e pintar, mas não
O A-B-C DO ATELIÊ do 5º ano foi incentivado pela irmã mais velha para participar do ateliê. Há dois anos ele leva a sério a presença. Foi entre a exposição de quadros produzidos pelos alunos e inspiradas pelo artista joinvilense Amandos Sell, que Kauan exibe, orgulhoso, a pintura que produziu com os colegas. O jovem artista conta que costuma dar o seu melhor em cada trabalho solicitado, quando perguntado como ele lida com os erros a resposta vem cheia de convicção: “Eu apago e faço tudo de novo. Errar é preciso, assim a gente aprende”. Sobre as mudanças que ele sentiu desde que começou a frequentar as aulas, o garoto lista a concentração e a paciência como pontos positivos e afirma ter levado os conhecimentos adquiridos com a arte para as outras matérias.
- Desenho: a galera conta com técnicas de observação, memória, perspectiva, aprende a utilizar composições com luz, sombra e volume, além de equilíbrio e simetria, pontos importantes na hora da criação. - Pintura: os jovens artistas evoluem com o tempo, começam com a tinta guache até chegarem à acrílica. As formas clássicas de pintura estão presentes nas aulas, os lápis de cor e as canetas hidrocor também têm espaço na mesa de trabalho, assim como o giz de cera, carvão e grafite. - Colagem e Gravuras: os alunos contam com aulas para a criação de mosaicos, serografia e stencil. - Multimídia: os professores utilizam de fotografias, vídeos e músicas para deixar tudo mais atraente. - História da arte: desde a pré-história até a contemporânea, os alunos tem contato com a nossa rica cultura e ainda se aproximam de trabalhos de artistas nacionais e internacionais.
Bruna Miranda Pereira
Professora Andrea
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CAPA ESPORTE
O MUNDO de quem dança Em julho Joinville respira dança, vive dos movimentos e transparece arte e cultura. Durante dez dias a cidade fica lotada de pessoas do mundo todo com os olhos vidrados em saltos, piruetas e corpos extremamente sincronizados. As escolas que antes estavam ocupadas pela galera começam a servir de alojamentos para muitas
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equipes que chegam à cidade para as competições. Tudo muda e a alegria é claramente perceptível. Meses de preparação, dias de ensaios e os sonhos no mais alto e prestigiado palco do país. Essa é a realidade de muitos adolescentes que levam o universo da dança para o seu cotidiano. Mas, afinal de contas, o que existe de tão fascinante no
mundo da dança? Para que órbita do universo a galera consegue se projetar? Qual é a sensação de fazer parte dessa vibe e o que mudou na vida de quem resolveu encarar essa viagem? A @revistaits resolveu encarar o desafio de acompanhar alguns alunos na intenção de responder essas perguntas. O resultado você confere nas próximas páginas.
Foto: Tomas Kolich Jr. | Divulgação Festival de Dança de Joinville
No centro, Gabriele Ferreira, bailarina da Escola Dr. Ruben Roberto Schmidlin com Gabriela Meurer e Anna Júlia Quandt, dançarinas da Escola Pedro Ivo Campos
Fotos: Fabrízio Motta
BUT FIRST LET ME TAKE A SELFIE DO FESTIVAL DE DANÇA Carlos Tafur, Albertina Tuma e Miraci Deretti são responsáveis por realizar, em Santa Catarina, o evento com o título de maior Festival de Dança do mundo, segundo o Guinness Book, em 2005. Desde 1983 o festival só cresce. A cada ano o espetáculo fica mais bonito e revela grandes nomes do mundo da dança. O palco do primeiro espetáculo foi a Sociedade Harmonia Lyra, um prédio histórico que fica no centro de Joinville. Atualmente o evento acontece no Centreventos Cau Hansen e de lá pra cá já foram 32 edições deste encontro de artistas. Grandes companhias de dança já passaram pelos palcos do evento, e como grandes nomes da dança internacional marcam presença todos os anos.
NÃO PERDE TEMPO Esse ano o 33º Festival de Dança de Joinville acontece de 22 de julho a 01 de agosto. A Escola do Teatro Bolshoi do Brasil fará a abertura do evento com a apresentação do balé ‘O Quebra-Nozes’. Nos dias restantes haverá apresentações em palcos abertos e mostras competitivas. Além disso, mais de 60 cursos e oficinas estarão rolando, e para quem curte fazer compras, a Feira da Sapatilha é a pedida. Grande parte das apresentações ocorre no Teatro Juarez Machado e no Centreventos Cau Hansen. Vale a pena reunir a galera e conferir as programações.
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Eles são hexa Entramos no auditório da Escola Pedro Ivo Campos achando que encontraria a galera de sapatilha e collant saltando pelos ares, mas o que enxerguamos na realidade foi uma espécie de High School Musical joivilense, sem três filmes, porém com seis títulos conquistados no maior festival de dança do mundo, representado diversas culturas. A galera da Escola Pedro Ivo Campos sabe o que é fazer bonito na hora de representar a cidade da dança. Nos últimos seis anos eles garantiram para a escola o primeiro lugar do pódio na categoria de Danças Populares no Festival de Dança de Joinville. O segredo? Segundo a professora Elisiane Wiggers, que desde 2002 está no comando do grupo, a fórmula
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vencedora da equipe se resume em uma palavra: paixão. Durante quatro vezes por semana os alunos se reúnem para os ensaios e levam a dança como um compromisso. Os preparativos para a participação no Festival de Dança começam meses antes com a coreografia, as roupas e os acessórios, entretanto o que mais chama a atenção dos alunos é a aula cultural que eles recebem ao montar o espetáculo. A professora e coreógrafa Elisiane explica que ao entender as informações dos passos e da cultura que representarão no palco, os bailarinos se identificam com a ideia. “Busco ir a fundo, encontrar as raízes do que a dança quer transmitir. O dançarino precisa ter um compromisso com a verdade da dança, ela precisa fazer sentido”, explica.
Professora e Coreógrafa Elisiane Wiggers
TRÊS REGRAS DE OURO PARA UM BAILARINO:
Fotos: Jéssica Stierle
1. RESPEITO 2. FOCO 3. COOPERAÇÃO
Bruna Jonck, João Vitor, Anna Júlia e Rebeka de Souza participam das aulas na escola.
A DANÇA MUDA VIDAS... Os reflexos de bons caminhos não ficam apenas em troféus conquistados em festivais de dança. No geral cerca de 40 alunos participam das aulas na escola que é destaque também em outras competições, como nas últimas olimpíadas de Física e Matemática realizadas no Brasil. Para a Diretora da escola Isolete Alves, “o grupo de dança da Pedro Ivo transmite estímulo para os outros alunos encontrarem o seu lugar. Seja na área dos esportes, teatro ou música, os nossos bailarinos são referência de determinação e sucesso”. Há cinco anos à frente da escola, Isolete conta que viu meninos e meninas tími-
dos se destacarem no meio da multidão, criando identidade e percepção de vida a partir do projeto. “A dança muda a realidade dos adolescentes. Eu consigo enxergar um brilho diferente no olhar de cada um como quem diz: eu consegui conquistar o meu lugar”, declara cheia de orgulho. A diretora, que não esconde os sentimentos ao falar das conquistas trazidas para a escola, acredita que a perseverança e o amor pelas aulas torna cada integrante do grupo mais focado, o que reflete em sala de aula. Ela comenta que no geral os alunos que dividem a rotina entre a sala de aula e o auditório são destaques em comportamento e notas.
Para a Diretora Isolete Alves, “o grupo de dança da Pedro Ivo transmite estímulo para os outros alunos encontrarem o seu lugar, seja na área dos esportes, teatro ou música, os nossos bailarinos são referência de determinação e sucesso”.
Na visão da professora Elisiane Wiggers, pelo fato da dança não ser palpável e sim algo subjetivo, ela consegue moldar e refletir a personalidade dos estudantes, trabalhando questões de cidadania e autoestima.
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A professora Elisiane com os alunos Senior Erick Danilo, Gabriela Meurer, Mateus Vieira, Ana Clara Calegari, Mikaela Neubauer, Natalia Petri e Gustavo Arins
NOW WHAT TIME? PEDRO IVO! Get'cha Head In The Game
Depois de apresentarem vários ritmos e culturas, a Pedro Ivo quer levar mais um título este ano. Conheça as coreografias já apresentadas na categoria Danças Populares – Conjunto Junior:
Só no festival de dança da cidade eles já possuem mais títulos que a Seleção Brasileira, e os méritos também devem ser dados às gerações que já passaram pelo auditório que forma campeões. Os alunos que já se formaram no ensino fundamental e que não têm mais idade para participar do programa Dança na Escola retornam às aulas para auxiliar a galera mais nova a aprender com quem já manja. Participar do projeto fez com que Erick Santos se descobrisse melhor e conseguisse criar uma visão de quem gostaria de ser. “Ninguém dança sendo obrigado, a dança te liberta, te faz criar coragem e deixar de ser uma pessoa insegura”, declara
- Maracatu – Bumba Meu Boi – Guerreiro – Quadrilha – Cavalo Marinho – Rei do Congo
CARLINHOS DE JESUS IN DA HOUSE Uma das maiores surpresas que os integrantes da #FamíliaPedroIvo receberam ano passado foi a presença de nada mais nada menos que um dos coreógrafos mais requisitados e reconhecidos do país, Carlinhos de Jesus. Os alunos contam que a emoção foi imensa ao conhecer um “cara referência” no mundo da dança meses antes do Festival. João Vitor relembra que Carlinhos compartilhou um pouco da sua história de vida e transmitiu força para que eles acreditassem em seus potenciais.
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Fotos: Jéssica Stierle - Divulgação
CATEGORIA SÊNIOR
A dança da bailarina a gente aprende, a gente ensina... A sala, mesmo que comprida, não tem espaço para um quadro negro ou de canetão. A parede em que ele poderia estar posicionado foi ocupada por um grande espelho que reflete a imagem de meninas que juntas moldam o corpo conforme a melodia que ecoa da caixa de música em cima da mesa. A aula não é de bilíngue, mas não estranhe se ouvir algumas palavras sendo arranhadas em Francês com um leve sotaque joinvilense. Pela fresta da porta da sala de aula, a imagem das mãos e pés sincronizados é incrível! Elas elevam os braços, esticam os pés e gesticulam levemente com as
mãos, eu interpreto isso com um convite que diz: seja bem-vinda ao nosso mundo, pode entrar, fique à vontade, tire as botas e se quiser calce as sapatilhas. Com as meninas extremamente alinhadas sentadas no chão, fui apresentada ao grupo de dança da Escola Dr. Ruben Roberto Schmidlin. De primeira já notei que a moda entre as bailarinas não chegava nem próxima a do color hair encontrado nas escolas, mas os coques perfeitamente feitos predominam no alto das cabeças. Assim como a postura, elas pareciam impecáveis, com sorrisos estampados e olhares um pouco envergonhados. Me senti extremamente à vontade para
lançar a primeira pergunta de uma série que eu já havia anotado e... Anote aí, a primeira coisa que eu aprendi ao entrar no mundo das sapatilhas foi: mulheres/meninas são iguais, e a delicadeza exposta em coreografias lindíssimas por uma bailarina clássica, não anula os resultados de uma pesquisa científica feita pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, que mostra que em um único dia falar as mulheres conseguem falar 20 mil palavras. Poisé, o jeito foi partir para o plano B: “Professora, será que conseguimos separar algumas meninas para eu conversar separadamente?”
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Diferente das bailarinas vistas em caixinhas de músicas antigas que sempre giram no mesmo eixo ao som de uma melodia suave, as garotas do grupo de dança da escola não estão presas em uma só música e muito menos giram em um único sentido. Entre o desejo de conhecer o cantor Luan Santana, de um dia se tornarem famosas e de através do balé conhecer novas culturas e lugares, as bailarinas da escola abriram o jogo sobre a vida de uma bailarina estudante para a @revistaits.
Pergunto como tudo começou e logo os olhares são voltados para as meninas mais velhas do grupo. Flávia Fernanda, uma das novatas da equipe, responde dizendo que espiava durante o recreio à porta da sala de dança os ensaios do grupo, e assim como eu, se impressionou com o que viu. “Achei muito bonito e quis participar” disse. Sobre a rotina que levam, elas confessam que às vezes se torna cansativa, duas vezes por semana as meninas dedicam mais de uma hora aos ensaios e à preparação que envolve cada encontro. Não pense você que é só entrar na sala de dança e sair por lá saltando e girando. A dança segundo elas, é sinônimo de disciplina e responsabilidade não só com o corpo, mas com a mente e principalmente com os estudos. A regra é clara: nada de notas baixas e fora da média, antes de bailarinas as garotas são estudantes e precisam dançar conforme o ritmo nos dois mundos: o do tênis, mochila e caderno, e o da sapatilha, coroa e collant. A zoeira rola solta quando pergunto o que elas mais gostam de fazer nas aulas, todas respondem como se fossem programadas: saltar e girar! Izadora Baumgartem, do 7º ano, a mais animada delas, se levanta e toma alguns impulsos para representar aquilo que as colegas solicitavam, “faz o Pas de Chat”, “agora tenta o
Jeté”... E quando eu me dei conta, a agitada Iza me perguntava se podia abrir um espacate. Além da flexibilidade e facilidade para saltar e rodopiar, - que conseguidas devido aos treinos e desafios, as meninas citam a vaidade como uma característica forte em uma bailarina. Para Maria Eduarda Gonçalves, uma das mais novas do grupo, a maquiagem e o cuidado com o corpo e os cabelos não faziam tanto sentido até entrar nas aulas. “Aprendi a me cuidar melhor, a gostar de usar maquiagem e de até me achar mais bonita, o balé nos deixa mais delicadas”, afirma. Curioso é o caso das gêmeas bailarinas. Elas contam que em casa os pais funcionam como uma equipe de preparação. “Nosso pai é quem arruma os nossos cabelos, e a nossa mãe é quem faz a maquiagem é engraçado, porque meu pai sabe fazer coques melhor do que muita gente!”, explica com um sorriso Maria Eduarda Freitas. Para as sonhadoras bailarinas do Morro do Meio, a lição da dança vai além dos passos, giros e posições aprendidas. Atitudes como o respeito e a dedicação são levadas para os outros ambientes da escola e da família, e é isso que faz o ato de dançar algo mágico: “Tudo muda”, elas respondem juntas.
Foto: Gabriel Heusi
#PLANOB
Fotos: Jéssica Stierle
As aulas de dança na Escola Dr. Ruben Roberto Schmidlin fazem parte do projeto da Secretaria de Educação DANÇA NA ESCOLA, que desde 1999 têm a intenção de criar a sensibilidade na galera para se autoconhecer e ter experiências diferentes dentro da escola. Aproximadamente mil alunos tem acesso às aulas em 25 unidades escolares da cidade, e as aulas não ficam restritas apenas ao balé. A galera também bota pra quebrar em outras modalidades como o jazz, danças populares e urbanas. Não deixe de participar!
É DELAS E NINGUÉM TIRA Em 2014 as garotas da professora Andrea levaram para a escola o 1º lugar no 22º Festival Escolar de Dança de Joinville na categoria Balé Clássico.
A INSPIRAÇÃO - E se eu perguntasse qual é a maior inspiração de vocês? Quem seria? Como uma sinfonia de Beethoven sincronizada elas afirmam se medo: - A sôra Andrea!
Aos oito anos ela começou a se aventurar em suas primeiras aulas de balé, anos depois a paixão pela dança se tornou profissão, e há seis anos ela passou a incentivar e repassar seus conhecimentos às jovens bailarinas da Escola Ruben Roberto Schmidlin, que hoje já passam de 60. Exigente e perfeccionista, a professora Andrea Araujo acredita que o que faz de uma aluna uma boa bailarina não é apenas o talento, mas o combo da dedicação e disciplina. “A vontade de aprender muitas vezes é maior do que o talento”, afirma. Para ela, a dança funciona como válvula de escape ao corpo e faz com que os dançarinos criem senso crítico ao que é certo em relação a virtudes e valores. Sobre o universo de estudantes bailarinas, Andrea diz que as alunas aprendem através da dança desde cedo
a lidar com os desafios, seja em organização para conciliar as aulas com ensaios, ao conviver umas com as outras, aprender a lidar com os erros e experimentar e ser desafiadas em novas coreografias.
GALERIAS
Zorema e Keslyn
Milena, Grazieli e Francy
ESCOLA
Fotos: Fabrizio Motta
ELADIR SKIBINSKI Galera 8ยบ ano A
Galera do 7ยบ ano
30 REVISTA ITS | ร NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Eladir Skibinski, Lethycia e Thalita
Matheus e Eduardo
Galera 8ยบ ano
Esaias e Vinicius
Deise, Eduarda e Rafaela
Aleffe e Eudes
Galera 9ยบ ano
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Galera 9º ano A
Ana Julia e Alice
ESCOLA
MAX COLIN
Fotos: Fabrizio Motta
Meninas 7ª - B
Galera 8º ano
32 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Meninos da Max Colin
Andressa e Bianca
6ยบ ano A
9ยบ ano A
Pedro, Matheus e Gustavo
Turma da Max Colin
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Jhonny, Allanis, Eduardo e Denise
Rafaela Cristina e Estefani dos Santos
ESCOLA
OSWALDO CABRAL
Fotos: Fabrizio Motta
Galera 8ยบ ano
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Galera 8ยบ ano
Gustavo,Elias, Alisson e Geovane
Bruna Ariele e Eduarda Fernandes
Ana Vit贸ria, Claudio Anselmo e Tainara Sabrina
Ana Ribeiro, Gabriele Paola e Claudia Jieniffer
Izabela de Borba, Amanda Fernandes e Maryana Vit贸ria
Gustavo Alexandre e Graziela Maisa
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35
ESCOLA
Fotos: Fabrizio Motta
PADRE VALENTE
36 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
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Galera
ESCOLA
PAULINE PARUCKER
Fotos: Fabrizio Motta
Maureli, Rodrigo e Nicolas - 8ยบ ano
Amanda, Julia, Sabrina e Allana - 9ยบ ano B
38 REVISTA ITS | ร NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE
Odilon, Rodrigo, Gabriel e Vinicius
Aline Becker e Helen Cristine
Alexandre Luiz e Gabriel Gaspar
Eduarda Brugnago e Thiago Leandro
Rafaela, Vinicius, Allana e Tainara
Camila Vit贸ria, Vit贸ria Yasmin e Sara Fagundes
Ana Paula e Emily Duanny - 9潞 ano
Kariny Ignes e Fabiane Cristina
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Rafaella, Sabrina e Luana - 8º ano B
Yasmin Fellippe e Bruna Magalhães
ESCOLA
PLÁCIDO XAVIER
Fotos: Fabrizio Motta
Meninas 6º ano
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Galera da Plácido Xavier
Vilson, Jair e Cristofer - 6ยบ ano
Keite Zils e Hagata Wamser - 6ยบ ano B
Luis, Robert, Erico e Nicolas - 8ยบ ano B
Yasmin, Maria Eduarda, Mariana e Talita
Kyara, Sabrina, Gabriela e Amanda - 8ยบ ano B
Kaonamy Mello e Isli Blanda
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Por Lucas Ramiro lucasramiro.com.br
SAIDEIRA
TRABALHO DE
FORMIGA Acordar cedo em um sábado sem compromissos parece uma utopia nesses dias onde cada minuto de descanso é uma batalha ganha, mas sempre me esqueço de desligar o despertador do celular, que toca todos os dias incansavelmente. “Tem como configurar para apenas os dias de semana”, diria alguém lendo isso, mas quando me dou conta já estou na cama acordando outra vez no primeiro dia do louvado fim de semana. Naquela manhã – fria, pálida e inexpressiva – o sol parecia não ter nascido. A TV, em volume mínimo, mostrava algumas pessoas carentes de roupas de inverno. Distraí-me com aquele som tímido, enquanto preparava um café. Passei a minha mão sobre o açucareiro e estava in-
festado de formigas diminutas e quase insignificantes. Tentando tirar o maior número delas de lá, acabei por derrubar mais açúcar do que formigas. Enquanto ia pegar uma toalha meu mau humor se traduziu em um suspiro demorado. Podia estar na minha cama descansando, pensei. Ao me dirigir até ao pote de açúcar tive uma pequena surpresa. Observei que aqueles pontinhos pretos desenhavam uma fila e já trabalhavam para juntar toda a sujeira que eu tinha feito. A comparar seu tamanho, carregar aqueles cristais parecia uma tarefa impossível de se completar. Mas elas não ligavam para meu pessimismo, tinham que terminar o
trabalho para que suas irmãs sobrevivessem e pudessem ver as flores da primavera. Olhei novamente para a televisão e vi os voluntários da campanha do agasalho. Contrariado, dei um pequeno sorriso para as formigas. Tomei o café amargo mesmo, me ajudaria bastante para separar alguns agasalhos para doação. “Tem como configurar para apenas os dias de semana”, diria alguém. Mas tive sorte nesse azar. Nesses dias onde cada minuto de descanso é uma batalha vencida, entender os sinais ocultos faz ganhar a guerra. A guerra de fazer a diferença em pequenos atos, que somados resultam em grandes. Neste, tão exemplar, trabalho de formiga.
Nesses dias onde “ cada minuto de descanso é uma batalha vencida, entender os sinais ocultos faz ganhar a guerra
“
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Lucas Ramiro, 18 anos, é ex-aluno da Escola Salustiano Antonio Cabreira de Faxinal do Guedes. Escritor, o cara já publicou seu primeiro romance: “O Homem Sem Memórias”. Para conferir outros textos acesse o site: lucasramiro.com.br
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