its Teens Joinville - 59

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Revista its Teens Joinville nº 59 2021 | R$ 13,50


É NA ESCOLA QUE A ITS ACONTECE


UMA EDIÇÃO ESPECIAL TODO MÊS


editorial ntender que somos parte do meio ambiente e que tudo o que é feito contra ele nos afeta também poderia ser um bom motivo para despertar mudanças de hábitos e desenvolver atitudes sustentáveis. Mas, infelizmente só tomamos consciência disso quando somos impactados pelos efeitos do nosso comportamento: enchentes que invadem as casas, animais marinhos que morrem sufocados com a poluição, crescimento das cidades sem planejamento, descarte errado de lixo e por aí vai. Para chamar a atenção sobre esses problemas, a revista its Teens foi em busca de projetos escolares que trabalham a educação ambiental e todas as notícias deste mês são institucionais, ou seja, a mobilização vai desde a Educação Infantil até os anos finais do Ensino Fundamental. Afinal, os alunos são multiplicadores do conhecimento e tudo o que aprendem no espaço educativo, em qualquer fase de aprendizagem, pode e deve ser aplicado para além dos muros escolares. Com todas as escolas na zona Sul da cidade, na matéria de capa você vai conhecer a história da EM Plácido Xavier Vieira, que desenvolve projetos de conscientização ambiental e faz a reciclagem “virar dinheiro” para a unidade, com a venda de papel, papelão e alumínio. Além disso, a escola coleta tampinhas e ajuda abrigos de animais que acolhem bichos abandonados.

Ainda na linha de equilibrar a reciclagem como apoio de recurso financeiro, na EM Nove de Março, a coleta correta do óleo de cozinha usado também reverte na venda para a unidade, que juntou mais de 400 litros só neste primeiro ano de iniciativa. Com o dinheiro, a escola ajuda famílias da comunidade e investe em ações internas. Além disso, você vai saber sobre a importância da floresta de mangue e a riqueza dos manguezais para sobrevivência da vida marinha. Na EM Professor Reinaldo Pedro de França, localizada no Morro do Amaral, o tema é projeto pedagógico e todos os alunos estudam os manguezais para que possam compreender e valorizar o bairro onde vivem. Para discutir os temas desta edição de novembro, a revista its Teens contou com a participação dos alunos da Escola Municipal Professora Laura Andrade e Escola Municipal Doutor Abdon Baptista no comitê editorial, os embaixadores its.

Renata Bomfim Editora-chefe da revista its Teens

ão da its Teens? Ei! Quer fazer parte da próxima ediç nder o respo e Code QR o ear É fácil: basta escan alguma com ficar a aind se Mas, o. ulári form nosso para sagem dúvida, basta enviar uma men renata.bomfim@portalits.com.br.

embaixadores its

Amanda de Amaral EM Doutor Abdon Baptista

Lara Fernandes EM Prof. Laura Andrade

Liana Beatriz de Assumpção EM Doutor Abdon Baptista

Mariana Chilanti Amândio EM Prof. Laura Andrade

Matheus Rodrigues Caetano EM Prof. Laura Andrade

Paula Malisia Moreira Rhaica Cristine Velho de Carvalho Thalles da Silva Vaz EM Doutor Abdon Baptista EM Prof. Laura Andrade EM Doutor Abdon Baptista

expediente MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI

GABRIEL COSTA HABEYCHE

FLAVIA BORBA VIEIRA

IN MEMORIAM | FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC

DIRETOR REGIONAL CRICIÚMA gabriel.habeyche@ndtv.com.br

GERENTE COMERCIAL JOINVILLE flavia.vieira@ndtv.com.br

CRISTIANO MIELCZARSKI

JACKELINE MOECKE

MARCELLO CORRÊA PETRELLI PRESIDENTE EXECUTIVO GRUPO ND mpetrelli@ndtv.com.br

ALBERTINO ZAMARCO JR.

DIRETOR REGIONAL OESTE cristiano.mielczarski@ndtv.com.br

DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO albertino@ndtv.com.br

FELIPE MUCHENSKI GERENTE COMERCIAL ITAJAÍ felipe.m@ndtv.com.br

DERLY MASSAUD DE ANUNCIAÇÃO DIRETOR DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA

GILBERTO KLEINÜBING DIRETOR COMERCIAL gilberto.k@ndtv.com.br

LUÍS MENEGHIM DIRETOR DE CONTEÚDO meneghim@ndmais.com.br

ROBERTO BERTOLIN DIRETOR REGIONAL FLORIANÓPOLIS bertolin@ndtv.com.br

SILVANO SILVA DIRETOR REGIONAL JOINVILLE silvano@ndtv.com.br

CRISTIAN VIECELI DIRETOR REGIONAL ITAJAÍ E BLUMENAU cristian@ndtv.com.br

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GERENTE COMERCIAL BLUMENAU jackeline@ndtv.com.br

A REVISTA ITS É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA NOTÍCIAS DO DIA RENATA BOMFIM EDITORA-CHEFE renata.bomfim@portalits.com.br

LEONARDO MESSIAS DE JESUS DESIGNER GRÁFICO

RODRIGO OLIVEIRA COORDENADOR DE OPERAÇÕES rodrigo@ndmais.com.br

FABIANO AGUIAR GERENTE MERCADO NACIONAL | PLATAFORMA JOVEM fabiano@ndtv.com.br

ANA ZAHIA JUMA SUPERVISORA COMERCIAL SUL ana.juma@ndtv.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.

TIRAGEM 3.235 EXEMPLARES NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas da Rede Municipal de Joinville


Graduação 2022

que você leva para o

Inscreva-se univille.br/ingresso @univille


conteúdo

TRILHE OS CAMINHOS DESTA EDIÇÃO 14

diário escolar

notícias das escolas

08 12 início

profissões

10

16

matéria I sustentabilidade

manguezal

18 fim

capa

42

diversão

24 36 galerias

saideira

26

34 eu, repórter na its

30

cultura pop

spoiler

32

28 bloco de notas

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wi-fi



diário escolar

s o o b d r u e t c a o b m i a o S t as a

i e f são

Lucas Inácio Desde pequenos, quando começamos a entender um pouco como funcionam as coisas do mundo, ouvimos dos adultos uma palavra muito poderosa chamada lei. Por definição, lei é uma norma criada para estabelecer uma regra a ser seguida por todos como uma forma de ordenar as coisas. Na sociedade moderna, a lei está ligada à constituição e essa norma é criada pelo Estado. Para isso, é necessário todo um processo cuidadoso, com muitos debates em vários locais, afinal, algo tão poderoso não pode ser feito de qualquer forma.

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s leis


Quem pode criar uma lei? É aqui que entra a importância da população nesse processo. Muita gente acha que a lei vem de cima para baixo, mas somos nós quem escolhemos os principais responsáveis por elas: os legisladores. Estes são senadores (país), deputados federais (país), deputados estaduais (Estados) e vereadores (municípios). Diferente do Poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos), os cargos legislativos são ocupados por grupos de pessoas, os chamados colegiados. Sua função, além de criar e decidir sobre as leis, é fiscalizar o Executivo para que esses cumpram essas leis. Por isso, o Legislativo é, desde a Grécia Antiga, um espaço de debate. Nos municípios, legislar é função dos vereadores, são eles que constituem a Câmara Municipal, que fica responsável por criar as leis da cidade e fiscalizar a prefeitura, seus órgãos e secretarias. A quantidade máxima de vagas varia de acordo com o tamanho da população da cidade, podendo ir de nove a 55 vereadores. Porém, não é uma relação direta e algumas definições internas podem mudar esses números. Por exemplo, em Joinville, cidade mais populosa de Santa Catarina, são 19 vereadores, e em Florianópolis são 23. O mandato é de quatro anos. Agora que entendemos um pouco da visão geral e quem é responsável pela legislação, vamos falar sobre a parte prática.

Como são feitas as leis? Tudo começa com um projeto de lei (PL), uma proposta que pode partir do Legislativo (o mais comum), do Executivo ou até mesmo da população, os chamados Projetos de Lei de Iniciativa Popular – de que vamos falar mais à frente. Importante frisar que nem todo mundo pode propor qualquer tipo de lei, algumas são específicas. Outra observação importante é que, no Brasil, as leis também têm níveis diferentes: as federais estão acima das estaduais e ambas acima das municipais. Ou seja, elas não podem estar em conflito e isso entra na análise do Projeto de Lei.

Lei municipal, como funciona? Nos casos mais comuns, em que são propostas por um vereador, um grupo de vereadores ou pelo prefeito, a proposta é lida em plenário e depois analisada pela assessoria jurídica da Câmara para verificar sua legalidade. O passo seguinte é passar pelas comissões que vão analisar e dar seu parecer sobre a lei. Aí, ela é levada para o plenário da câmara de vereadores, onde é votada por todos, tendo que ter mais da metade dos votos – ou dois terços, em casos específicos – para ser aprovada. Depois disso, vai para o(a) prefeito(a) que pode sancionar a lei e enviar para publicação ou vetar a lei. Em caso de veto, a lei volta à Câmara de Vereadores para votar se derruba ou não o veto. A análise do veto é feita de maneira secreta para respeitar a liberdade de escolha dos legisladores.

Como a população pode propor uma lei? Nesse caso, varia de acordo com o tipo de lei. Se for federal, deve ser assinada por 1% do eleitorado brasileiro, distribuído por pelo menos cinco Estados e com o mínimo de 0,2% de cada Estado. Nos municípios, é preciso que o projeto de lei seja assinado por 5% do eleitorado para ser levado à câmara local para seguir o trâmite que explicamos acima. Embora seja um processo complexo, é importante entender tudo isso para que a população exerça, sim, a sua cidadania e cobre os representantes escolhidos por nós a garantirem nossa participação direta na política da nossa cidade, afinal, ela é de todos nós.

Câmara Mirim Não ter idade para votar não quer dizer que você não pode participar diretamente da política da cidade. Um espaço importante e que está cada vez mais em evidência é a Câmara Mirim, um lugar destinado a alunos, geralmente das escolas públicas e definidos pelas próprias unidades. Nos mandatos, os vereadores mirins podem sugerir ao prefeito ações de melhorias nas áreas públicas do município. Além disso, a Câmara Federal também tem o Plenarinho, projeto que reúne propostas de jovens de todo o país para discussão e apreciação em Brasília. É um processo que envolve ainda mais as crianças e adolescentes num processo político do país, algo essencial para o nosso crescimento. novembro 2021 // its Teens

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manguezal

i O que vocêr va encontrar po aqui: VALORIZAÇÃO DOS MANGUEZAIS PARA O ECOSSISTEMA. ESCOLA DESENVOLVE PROJETO INSTITUCIONAL DE PRESERVAÇÃO DO MANGUEZAL. IMPORTÂNCIA DA FLORESTA DE MANGUE. Renata Bomfim

Floresta de você sabe qual a importância dela para o ecossistema? Além de diminuir os impactos causados pelo aquecimento global, os manguezais são berço de preservação da vida marinha

Tempo de leitura: 5 minutos erço de reprodução da vida marinha, a floresta de mangue faz parte de todo o território brasileiro, ultrapassando dez mil km² do Amapá até Santa Catarina. Aqui no nosso Estado, por exemplo, temos a famosa Baía da Babitonga, com cerca de 130 km², o que corresponde a mais de 80% dos manguezais catarinenses. Sabe o que isso significa na prática? Que toda essa extensão é área de preservação permanente. É que uma das leis que compõem o Código Ambiental determina que toda essa extensão seja protegida para preservar a biodiversidade, as questões geológicas, os recursos hídricos e a vida marinha que se desenvolve nessas florestas de mangue. Mas, mesmo com toda essa proteção, o ecossistema tem sido afetado de várias formas: poluição dos rios, desmatamento nas encostas, construções irregulares, esgotos despejados e uma série de ações que colocam os manguezais em risco. De olho na importância desse bioma para a natureza, a escola desempenha um papel fundamental de direcionar a conscientização dos alunos para a preservação dessas áreas. Na Escola Municipal Professor Reinaldo Pedro de França, na zona Sul da cidade, o projeto “Nosso quintal é o mangue” tem reconhecido a riqueza ambiental do bairro onde a unidade está inserida.

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Com vista privilegiada para a Baía da Babitonga, as crianças da Educação Infantil até o 5º quinto ano do Ensino Fundamental têm vivenciado os cuidados e a importância do mangue na prática. Projeto que começou ainda no ano passado, com estudo por meio dos módulos, neste ano virou tema das salas de aula e parte do planejamento pedagógico dos professores da unidade. “Nosso objetivo é tornar o Morro do Amaral um local mais aconchegante e ajudar a cuidar desse lugar”, destaca a diretora Elaine Cristina Prim Gonçalves, que teve a ideia de tornar o tema institucionalizado. “Muitos (alunos) abrem a janela de casa e estão na beirada do mangue. Com esse trabalho todo, eles estão dando valor para o alimento que serve para eles ali e que vende para muitos restaurantes. Eles estão valorizando mais e agora eles estão preocupados em preservar o que eles têm aqui.” A conscientização da escola mobilizou as turmas dos quartos anos - ou “Turma do Manguezal”, já que o projeto deu nomes diferentes para cada sala - a levarem para fora dos muros escolares todo o estudo que eles fizeram sobre o tema. Com a criação de cerca de 30 placas, o trabalho pedagógico vai servir de alerta de cuidado para a comunidade e turistas que costumam visitar a região. “Eles têm essa conscientização e preocupação em preservar, porque o descarte do lixo não é deles. São pessoas de fora que trazem esse lixo, por isso as placas de conscientização e preservação”, comenta a professora responsável pela turma, Gleice Mara Ramos Fontes.

Ainda no início da vida escolar, os 40 alunos da Educação Infantil já têm contato com o tema da preservação do mangue local. Com a missão de conhecer mais sobre a toninha, espécie de golfinho, os pequenos estudam a vida marinha e a importância dos cuidados de preservação. “Um dos habitats da toninha é na Baía da Babitonga e nós temos o privilégio de estar bem pertinho do nosso espaço”, observa a professora Patricia Maria de Oliveira Siqueira Morandim. Com as salas temáticas, além dos quartos anos, que estudam os manguezais, e da Educação Infantil - que aprende o lúdico com as toninhas -, o primeiro ano desenvolve os estudos sobre o guará; o segundo ano, sobre a vida marinha; o terceiro, os caranguejos; e o quinto, a história dos sambaquis. A intenção é que os estudantes possam construir um conhecimento completo sobre a realidade do mangue local. “Todos já observaram a baía, mas não com esse olhar que a escola está direcionando”, conclui a técnica pedagógica da unidade, Adriane Bandeira de Jesus.


mangue: Alunos confeccionaram placas de conscientização para colocar no bairro sobre os cuidados de preservação do mangue

Equipe escolar

Preservação na prática Tem muita coisa que se aprende na escola e que influencia diretamente no comportamento dos alunos no dia a dia - e o incentivo à preservação do meio ambiente é um deles. Jhony da Silva, 9, é aluno do quarto ano e morador do Morro do Amaral. Ao lado dos avós, o estudante já perdeu a conta de quantas vezes voltou para casa com lixo que recolheu dentro do mangue ou pelas ruas do bairro. “Litro, plástico, muita coisa a gente coloca no bico da ‘batera’, traz para casa e coloca num lugar que não vai mais para a água”, diz o estudante. “Já saí de casa com uma sacolinha e volta sempre cheia.” Com o exemplo do Jhony, vale lembrar que o papo de preservação das florestas de mangue é muito sério. Por isso é importante sempre saber: 1. Os mangues são locais de reprodução da vida marinha, principalmente como criadouro de peixes, caranguejos e crustáceos. 2. Costuma ser fonte de renda das famílias ribeirinhas que vivem da pesca. 3. Aliado necessário na luta contra o aquecimento global, os manguezais absorvem grande parte do gás carbônico que está na atmosfera e o levam para o solo e a água por meio das plantas aquáticas que ficam no entorno. 4. Os manguezais também são um convite para promoção do ecoturismo, com passeios para observação dos animais que vivem no local.

Fotos: Renata Bomfim

Professora Patricia Maria de Oliveira com os alunos da Educação Infantil

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sustentabilidade

Alunos da unidade

Além da cozinha:

o que fazer com o óleo usado em casa? Com a reciclagem correta, é possível dar vida a novos produtos e ainda reduzir os impactos causados ao meio ambiente Renata Bomfim Tempo de leitura: 5 minutos

i O que vocêr va aq encontrar po ui:

Lucas de Oliveira Barbosa arrecadou 164 litros de óleo de cozinha usado

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CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO DESCARTE CORRETO DO ÓLEO DE COZINHA USADO.

COMO A ESCOLA PODE MOBILIZAR OS ALUNOS COM ESTE TEMA E AINDA REVERTER EM DINHEIRO PARA A UNIDADE.

uito se engana quem pensa que a vida útil do óleo de cozinha se esgota depois de usado. Na verdade, é a partir do seu uso que ele pode ser reciclado e reaproveitado para obtenção de diversos outros produtos, desde sabão caseiro em barras até biodiesel. Mas, para que isso seja possível, primeiramente é preciso desenvolver a consciência ambiental sobre o descarte correto do óleo. Quando jogado no ralo da pia, por exemplo, o problema ambiental se torna gigantesco. Isso porque estudos apontam que basta apenas um litro de óleo descartado de forma errada para contaminar mais de 10 mil litros de água. O que torna tudo isso ainda mais assustador é que uma pesquisa feita pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetais (Abiove) mostrou que o consumo anual no Brasil fica em torno de três bilhões de litros - e que um a cada quatro

PASSO A PASSO PARA FAZER A RECICLAGEM CORRETA DO RESÍDUO.

litros é descartado de maneira errada. Agora, imagine esse volume de descarte incorreto sendo lançado no meio ambiente, entupindo as redes de esgoto e causando danos nas estações de tratamento. Não fosse só isso, ainda causa a morte de diversas espécies marinhas quando chega aos rios e lagos, porque o resíduo bloqueia o fluxo de oxigênio e compromete todo um ecossistema com a poluição dos mananciais. Por esse e tantos outros motivos, a educação ambiental na escola é tão necessária - e na unidade de ensino o aluno se torna multiplicador da informação e leva a conscientização para fora dos muros escolares. Na Escola Municipal Nove de Março, por exemplo, o projeto “Óleo do bem sem olhar a quem” já arrecadou mais de 400 litros de resíduo usado neste ano. Saiba o que tem sido feito e como o projeto tem gerado lucro para a unidade.


Passo a passo para fazer o descarte correto do óleo usado Se o óleo de cozinha usado for reciclado corretamente, além de contribuir para um ciclo sustentável, pode ser usado para fabricação de vários outros novos produtos. Mas, para que isso seja possível, é necessário seguir cinco etapas importantes para armazenamento e reciclagem do óleo usado. Aprenda e aplique na prática: Primeiro é necessário que o óleo esteja frio na

2º etapa

Projeto “Óleo do bem sem olhar a quem” A bombona de 50 litros instalada no fundo da EM Nove de Março, lacrada corretamente e apenas manuseada pela equipe da unidade, já encheu mais de oito vezes neste ano. Com a bombona cheia, a empresa Ambiental Planeta Azul, responsável pela coleta do resíduo, vai até a unidade para recolher o óleo usado. Nesta parceria, a unidade vende o resíduo e investe o dinheiro arrecadado em ações no próprio espaço educativo. “A gente chegou a coletar, por ano, 300 toneladas só em Joinville”, destaca Adonir da Cruz Alves, da empresa Ambiental Planeta Azul. Com a coleta feita, o óleo passa por um tratamento para separar água e resíduo orgânico. Com todos os processos feitos, o óleo usado vira massa para vidraceiro. Para engajar os alunos com o projeto, quem coleta 40 litros ganha ingresso para o cinema, e 80 litros, um passaporte para o Beto Carrero World. Lucas de Oliveira Barbosa, aluno do quarto ano, conseguiu 164 litros com a ajuda da família e curtiu o dia no parque ao lado dos pais e irmãos. Com a arrecadação, o dinheiro da venda ajuda famílias de alunos com doação de alimentos. “Além de a gente cuidar do nosso planeta, de não jogar o óleo no rio, a gente trabalha a empatia pelo outro”, comenta a diretora, Maria Salete Rodrigues Lamin Caetano. Além da mobilização com a comunidade escolar, o projeto também conta com a parceria de empresas do bairro que fazem a coleta com os colaboradores e entregam à escola.

3º etapa 4º etapa

5º etapa

tico, depois de usá-lo na cozinha, espere pelo menos 30 minutos para fazer o manuseio. Escolha o recipiente para colocar o óleo, de preferência limpo e que seja usado apenas para essa função: pode ser vidro de conserva, garrafa pet ou até mesmo galão de plástico. Se tiver fácil em casa, um funil pode facilitar a transferência do produto. Não esqueça de limpar com uma colher os restos de comida. Escolha um local arejado para deixar o óleo em um recipiente fechado. Isso é muito importante para evitar o mau cheiro e insetos indesejados. Não esqueça de deixar o funil usado no processo sempre limpo. Pode usar um guardanapo para tirar o excesso de óleo e, em seguida, deve ser descartado no lixo orgânico. Informe-se na cidade sobre os pontos que fazem a coleta de óleo de cozinha. Em Joinville, a Escola Municipal Nove de Março recebe as doações. Pronto: a sua atitude do bem diminui os riscos ambientais que o óleo de cozinha usado pode causar nas redes de esgoto e no meio ambiente.

Foto: Renata Bomfim

1º etapa panela. Para evitar qualquer problema domés-

Óleo de cozinha usado é entregue para equipe da escola, que faz todo o manuseio e armazenamento correto do material

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notícias das escolas

Feras nas ciências: três alunos de escolas municipais ganham medalhas de ouro em Olimpíada Nacional 9º ano da Escola Municipal Bernardo Tank. Na Bernardo Tank, a aluna Mariana Watzko Gonçalves, do 7º ano, conquistou medalha de prata; e Yasmin Rita Karsmirski e Gustavo Cidra, do 9º ano, levaram medalha de bronze. Outros quatro alunos da Rede Municipal de Joinville receberam menção honrosa. A entrega de medalhas está prevista para ocorrer ainda neste mês aos alunos. Esta competição integra o Programa Ciência na Escola e é uma realização de cinco Sociedades Científicas: a Sociedade Brasileira de Física, a Associação Brasileira de Química, o Instituto Butantan, a Sociedade Astronômica Brasileira e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Quem quer ser um vereador mirim? Fazer campanha, ser eleito, apresentar propostas de projetos de lei, indicações e moções. Tudo isso são atividades de quem já é adulto e assume a responsabilidade de ser um vereador, ou seja, um representante do Poder Legislativo da cidade. Mas, todos os anos, 19 estudantes do Ensino Fundamental vivem essa experiência e podem até mesmo ter suas ideias transformadas em lei, caso tenham fundamento, quando eles tornam-se vereadores mirins.

Fotos: Instituto Península/Divulgação

Joinville conquistou três medalhas de ouro pelos alunos da Rede Municipal de Ensino na Olimpíada Nacional de Ciências. A competição envolve estudantes de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio de escolas das redes públicas e particulares do Brasil. Os alunos enfrentam questões de Astronomia, Biologia, Física, História e Química ao longo das duas etapas da Olimpíada. As provas ocorreram entre agosto e outubro, de forma online. Os alunos medalhistas de ouro da Rede Municipal de Joinville são Cibely de Moura, do 7º ano da Escola Municipal Gov. Pedro Ivo Campos; Leticia Luiz, do 9º ano da Escola Municipal Paul Harris; e Vinicius Müller, do

Professora da Rede Municipal de Joinville é destaque em campanha nacional A professora Rosiane Ribeiro, da Rede Municipal de Educação de Joinville, foi destaque nacional nos últimos dias. Ela é uma das protagonistas da campanha Educação à Flor da Pele, do Instituto Península, que virou exposição fotográfica em São Paulo. Rosiane e outros quatro professores

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representaram o que mais de mil educadores de todo o país desejam para a profissão, segundo pesquisa do Instituto Península. Cada um deles teve uma palavra “tatuada” à tinta pelo corpo com as palavras citadas mais vezes pelos professores durante a pesquisa. Rosiane escolheu a palavra “carreira”.


Foto: Mauro Schlick/ Divulgação

O projeto existe há muitos anos em Joinville e, em 2021, realizou as inscrições para as escolas com alunos interessados em concorrer a uma vaga entre os dias 4 de outubro e 5 de novembro. Antes do ano letivo acabar, as escolas participantes irão promover o processo de escolha entre os alunos – pelas regras do edital da Câmara de Vereadores, podem se candidatar apenas os alunos que estarão no 8º ano do turno matutino em

CONHEÇA A CIDADE: 2022 –, que podem ser eleições diretas, indiretas, com base na escolha da melhor redação ou melhor desempenho em um concurso de oratória, ou com análise curricular. Após a posse, os vereadores mirins se reúnem uma vez por mês para as sessões ordinárias, que são muito semelhantes às realizadas pelos vereadores adultos. Eles também participam de atividades pedagógicas, como aulas de oratória, rodas de conversa e palestras sobre o papel do Poder Legislativo. O mandato tem duração de um ano.

CASA DA CULTURA FAUSTO ROCHA JÚNIOR Joinville tem um complexo cultural onde é possível fazer aulas de música, canto, pintura, cerâmica, desenho, dança e teatro a preços populares, e ainda conferir exposições de artes. Elas ocorrem na Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, que fica no bairro Saguaçu e tem projetos de extensão para levar estes cursos e oficinas para os bairros de outras regiões de Joinville. Desde outubro, todas as aulas voltaram a ser 100% presenciais — os alunos estavam no ensino remoto desde o início da pandemia — e a unidade passou por adequações para garantir todos os protocolos de higiene e sanitização, com instalação de totens de álcool gel na entrada e dispensers espalhados pela unidade, além dos borrifadores em todas as salas de aulas. Em breve, haverá abertura de vagas para 2022 para os cursos das três escolas que formam este complexo cultural: a Escola Municipal de Ballet, a Escola de Música Villa-Lobos e a Escola de Artes Fritz Alt. Dentro da Casa da Cultura também fica a Galeria de Arte Victor Kursancew, onde há exposições gratuitas. A partir de 11 de novembro, a exposição em cartaz será “Schwanke: Sonetos”. Ela apresenta as obras deste artista joinvilense, Luiz Henrique Schwanke, em suas interações com a literatura. Schwanke nasceu em 1951 e morreu em 1992, e é considerado um dos mais geniais artistas de Joinville, com reconhecimento internacional. Na noite de abertura, em 11 de novembro, haverá uma palestra da curadora da exposição às 19 horas.

Endereço: Rua Dona Francisca, 800, Saguaçu - Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas. A Galeria de Artes Victor Kursancew abre de segunda a sextafeira, das 10 às 16 horas.

Carreira pra mim significa história. Eu sou constituída de história. E pra mim é tudo neste momento, minha carreira.” Rosiane, no vídeo da campanha.

Rosiane já havia sido destaque em 2013, quando foi uma das 10 vencedoras do Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita. Atualmente, ela é supervisora escolar na Escola Municipal Nelson de Miranda Coutinho, no bairro Jarivatuba. novembro 2021 // its Teens

Foto: Prefeitura Municipal de Joinville/Divulgação

SERVIÇO

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profissões

O QUE FAZ UM

CINEASTA?

Conheça sobre a profissão e o mercado de trabalho para quem deseja seguir carreira na área de Cinema Renata Bomfim

Na hora em que você assiste a um filme ou acompanha uma série, já gerou alguma curiosidade sobre como essa criação toda funciona nos bastidores? E quem são as pessoas que fazem parte do processo? Para explicar o trabalho de um cineasta, Patrick José Schmitz, ex-aluno da Rede Municipal de Ensino de Joinville, tirou todas as dúvidas sobre a profissão e como funciona o mercado de trabalho. Confira!

its Teens: O que faz um cineasta?

Patrick: Eu defino o papel do cineasta como o cara que não faz nada, mas, ao mesmo tempo, faz tudo. Imagine um concerto musical, que é composto por vários musicistas, entre eles, violinistas, trompetistas, saxofonistas etc. É uma equipe por vezes bastante diversa, em que todos precisam estar em perfeita harmonia para que o espetáculo seja um sucesso, ou, no mínimo, decente. O mesmo vale para o cineasta ou diretor de cinema: é ele o responsável por orquestrar o filme. Todas as decisões criativas partem do diretor. O visual do filme, a trilha sonora, os movimentos de câmera, a atuação dos atores, a edição e montagem, bem como o ritmo etc. Tudo isso e muito mais precisa passar antes pelo cineasta para que possa aprovar ou negar, segundo a necessidade da obra.

its Teens: Quais as possíveis áreas de atuação para quem se forma em Cinema?

NOME COMPLETO Patrick José Schmitz PROFISSÃO videomaker FORMAÇÕES Cinema e Audiovisual – Graduação – Unisociesc Teatro – Casa da Cultura Fausto R wocha Júnior ESCOLA ONDE FEZ O ENSINO FUNDAMENTAL Escola Municipal Prefeito Max Colin 16

its Teens // novembro 2021

Patrick: Uma das melhores coisas que a formação em Cinema permite é a diversidade de áreas em que é possível atuar dentro do ofício. Você pode ser diretor, roteirista, produtor, produtor executivo, diretor de arte, figurinista, cenógrafo, editor, crítico de cinema, diretor de fotografia, entre muitas outras funções.


its Teens: Como você se interessou por essa área?

Patrick: Ainda quando criança possuía certo dom para o desenho e passava muitas tardes rabiscando e desenhando. Mas não era algo com que eu queria trabalhar realmente. A minha fonte de fascínio era outra: o cinema. Sempre assisti a muitos filmes. Passava horas em frente à tela da TV assistindo os mais diversos gêneros possíveis. Foi nessa época, com meus 10/11 anos, que nasceu minha vontade de fazer teatro, algo que consegui anos depois. Mas conforme os anos foram passando e eu ia descobrindo mais e mais sobre o cinema e sobre os diretores, percebi que, na verdade, queria ser cineasta. Fazer meus filmes, contar minhas histórias, e o mais importante: fazer com que as pessoas que me assistissem, sentissem o mesmo que eu havia sentido ao assistir os filmes de todos aqueles diretores que me influenciaram.

its Teens: Qual gênero cinematográfico você mais gosta?

Patrick: Hoje em dia eu aprecio todos os gêneros. Depois que comecei a trabalhar na indústria do audiovisual e vi o quão árduo é para se produzir um filme, passei a dar valor a qualquer tipo de produção audiovisual, pois se trata de um esforço coletivo enorme, com muitos fatores “conspirando” pra dar errado. Então, o diretor e a equipe que conseguem realizar o filme até o final merecem total reconhecimento. Mas é claro que mesmo assim, sempre temos aquele gênero que apreciamos com mais gosto - e, no meu caso, é o terror. Acredito que nesse gênero é possível trabalhar com tantas alegorias e metáforas, além, é claro, de espelhar todo o pavor e as ansiedades de suas gerações. Portanto, encontro no terror o meu gênero predileto.

its Teens: Como conseguiu uma vaga de emprego na área?

Fotos: arquivo pessoal/Divulgação

Patrick: Eu gosto de pensar que já comecei trabalhando na área, de forma indireta, no meu primeiro emprego, aos 14 anos, em uma videolocadora. Ali eu me sentia o próprio Quentin Tarantino – pois ele mesmo conta que também começou trabalhando em uma locadora. Passava a tarde assistindo filmes e me aventurei a escrever meus primeiros roteiros. Anos depois, já na faculdade, comecei a procurar por estágio em produtoras audiovisuais da cidade e, pra minha sorte, a primeira produtora que bato à porta estava na pré-produção de um longa-metragem! Foi minha primeira experiência em um set de verdade e hoje o filme se encontra disponível na Amazon Prime. A partir dali comecei a fazer contatos com o pessoal do ramo, fiz alguns freelas e fui me tornando visível, por assim dizer. Depois consegui estágios em agências e produtoras menores até chegar onde estou hoje. Ou seja, é um processo que aos poucos vai acontecendo de forma natural. Ainda tenho muito pra aprender e evoluir.

its Teens: O que você mais gosta na sua profissão?

Patrick: O que mais gosto é o fato de que nunca se torna entediante. Toda produção é algo novo, com pessoas novas e lugares novos. Isso faz com que você esteja sempre se surpreendendo e aprendendo. Mas, acima de tudo, trabalhar em set de filmagens é muito divertido!

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capa

A conscientização ambiental pode ajudar o planeta e ainda servir como arrecadação de verba para a própria escola; saiba como isso pode ser feito Renata Bomfim Tempo de leitura 8 minutos

O que você vai encontrar por aqui: IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL.

ESCOLA PROMOVE DIVERSAS AÇÕES DE LIXO ZERO E REVERTE A VENDA EM INVESTIMENTOS NA UNIDADE.

DICAS PARA DESENVOLVER UMA CONSCIÊNCIA SUSTENTÁVEL NO DIA A DIA.

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Com projetos de reciclagem em que tudo “vira dinheiro” para a escola, os alunos já conseguem sentir os benefícios na prática dessa iniciativa: na venda de latinhas de alumínio, papéis e papelões, a verba que entra para o caixa da unidade retorna para os estudantes na forma de novos materiais esportivos, na revitalização e reforma de espaços e em serviços e reparos. A escola também conta com projeto institucional de composteira. Ao invés de descartar o lixo orgânico, o que pode ser reaproveitado passa por um processo de compostagem, que produz adubo usado nas plantações da própria escola. Graziele Cristine Ohf, 15, está no nono ano e foi na escola que teve o primeiro contato com a prática. “Lá em casa somos oito pessoas e a gente produz bastante lixo”, conta a aluna que fez a própria composteira. “A cada dois dias dou uma olhada e uma vez por semana coloco comida e camadas de folhas.” Com o olhar de sustentabilidade, tudo na escola passa por um processo de filtragem e só é descartado se não tiver mais nenhuma utilidade. “Ano passado, a escola passou por reforma. As portas, que iam ser descartadas, nós guardamos e viraram porta-vasos e as crianças compraram com o dinheiro da reciclagem. Todo material que pode ser reutilizado, a gente também utiliza”, complementa a diretora da escola, Fernanda de Souza Pereira Ferreira.

ANO PASSADO, A ESCOLA PASSOU POR REFORMA. AS PORTAS, QUE IAM SER DESCARTADAS, NÓS GUARDAMOS E VIRARAM PORTA-VASOS E AS CRIANÇAS COMPRARAM COM O DINHEIRO DA RECICLAGEM. TODO MATERIAL QUE PODE SER REUTILIZADO, A GENTE TAMBÉM UTILIZA.”

Foto: Leve Fotografia com Propósito

oda escola tem algum projeto voltado à educação ambiental e isso não é por acaso: estimular a consciência sobre a importância e a necessidade de cuidar do meio ambiente provoca mudanças de hábitos em toda a comunidade escolar, além de desenvolver o senso crítico e despertar noções importantes sobre cidadania e responsabilidade social. E se o exemplo costuma ser uma boa alternativa para isso, a escola é o espaço ideal para desenvolver práticas de sustentabilidade que estimulam mudanças de comportamento, ainda que de pequenos passos, mas que feitos diariamente podem causar impacto dentro e fora do ambiente educativo. O exemplo da Escola Municipal Plácido Xavier Vieira é bem interessante: na unidade, localizada na zona Sul da cidade, todo o material reciclado é transformado em dinheiro e revertido para projetos pedagógicos. Ou seja, de maneira estruturada, todos passaram a entender que o descarte correto dos materiais, além de solucionar problemas sanitários, também retorna para a escola como investimento em recursos na unidade.

FERNANDA DE SOUZA PEREIRA FERREIRA, DIRETORA DA ESCOLA Graziele Cristine Ohf, aluna do nono ano

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capa Além dos projetos institucionais de lixo zero, a escola também desempenha papel social, sendo ponto de arrecadação de tampinhas de garrafas para o Grupo de Apoio e Proteção Ambiental (Gapa), que vende o material para reverter o dinheiro aos cuidados com a saúde de animais abandonados acolhidos pelo projeto. A questão ambiental é tão forte na escola que já rendeu prêmios para a unidade de meio ambiente. Toda essa movimentação sustentável começou lá em 2016, quando a escola se tornou municipal e precisou criar estratégias para aquisição de recursos educativos e pedagógicos. À frente da iniciativa há quatro anos, Nadiny Zanetti da Silva, professora de educação física, relembra que para ar-

recadar fundos e conseguir dinheiro para a compra de materiais esportivos foi preciso criar uma gincana escolar e uma das provas envolvia reciclagem. “Como a gente viu que rendia bastante, deu para a gente fazer um projeto muito bacana de reciclagem, trabalhar toda a parte ambiental com eles e ainda conseguir ampliar o nosso material de educação física”, destaca a professora. “Aí a gente começou a reciclar o projeto com tudo.” Além da compra dos materiais para educação física, outro investimento que a escola conseguiu fazer com a venda do alumínio foram os uniformes das modalidades. Participantes de competições esportivas, diz a professora, isso “empodera os alunos” nos eventos.

Nadiny Zanetti da Silva, professora de educação física, lidera projetos sustentáveis na escola

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Foto: Leve Fotografia com Propósito

Mobilização sustentável o ano todo

Quando os alunos retornaram para o modelo presencial de ensino, a professora Nadiny notou algumas dificuldades de convivência entre eles e resolveu mobilizar a escola com uma gincana. O objetivo comum de vencer tornou a relação dos estudantes mais colaborativa e reforçou a importância da consciência ambiental. “Comecei a reparar no mercado os produtos que têm menos embalagem”, observa a aluna do nono ano Catarina Gbur Petry. Além disso, a proposta da gincana trabalhou as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), além dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O desafio movimentou a unidade escolar de agosto a outubro com etapas

que abordaram a reciclagem e consumo consciente, além de arrecadação de alimentos e outros materiais. Entre as etapas da gincana, os alunos arrecadaram materiais recicláveis, alimentos para cestas básicas e roupas para venda em brechó. “A gincana promoveu a sensibilização nessa questão do meio ambiente, de todo o cuidado de a gente retomar o projeto na unidade, porque a gente ficou no período de pandemia parado, mas também de ter o olhar social, porque a unidade tinha poucos alunos com dificuldade financeira e a partir da pandemia nós tivemos muito mais pais que apareceram na unidade pedindo ajuda”, diz a diretora da escola. novembro 2021 // its Teens

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capa

10 atitudes do bem de quem tem consciência ambiental

Todo conhecimento tem ainda mais relevância quando se é colocado em prática. A conscientização ambiental não pode ser assunto só de sala de aula, mas na adoção de mudanças de hábitos que se compartilham com a família e com os amigos. Para isso, fizemos uma lista com dez atitudes do bem de quem tem consciência ambiental. Por mais assustador que pareça, um estudo feito pelo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020 apontou que cada brasileiro produz mais de 370 quilos de lixo por ano, o que equivale à produção de mais de um quilo de lixo por dia. E olha que isso é um dado geral, ou seja, nem está relacionado com a separação dos materiais. Então, vale a consciência de:

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

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Não jogar o lixo na rua, nos rios e lagos; Fazer a separação correta entre material reciclável e lixo orgânico; Descartar materiais eletrônicos, pilhas e medicamentos em locais apropriados; Coletar corretamente o óleo usado da cozinha. Jamais jogar no ralo da pia ou em espaços abertos; Reaproveitar e reutilizar materiais descartáveis que podem ser transformados em novos objetos; Escolher produtos com menos embalagens; Desenvolver a consciência de consumo consciente, principalmente de roupas; Deixar a torneira fechada enquanto escova os dentes ou lava a louça; Deixar os eletrônicos sem uso fora da tomada; Manter desligadas as luzes dos cômodos vazios.

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Com a venda dos recicláveis, escola investe parte do dinheiro na compra de materiais esportivos

Tempo de decomposição dos materiais na natureza

Nem todo o lixo produzido por nós, seres humanos, entra em estado de decomposição na natureza, sabia? É o caso do pneu, que nem se sabe quantos e quantos anos pode levar para desaparecer por completo. É por isso que a borracha e outros materiais - como plásticos, vidros e metais - podem dar vida a novos objetos com muita criatividade e ainda ser reutilizados por mais tempo. Na tabela é possível saber o tempo correto de decomposição dos materiais na natureza.

PAPEL

3 a 6 meses METAL

mais de 100 anos PLÁSTICO

Foto: Leve Fotografia com Propósito

mais de 400 anos VIDRO

mais de 10.000 anos ALUMÍNIO

mais de 200 anos BORRACHA

tempo indeterminado Fonte: ecycle novembro 2021 // its Teens

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diversão

DESCARTE O LIXO NA LIXEIRA CORRETA Já que até aqui você leu bastante sobre educação ambiental, que tal colocar o aprendizado na prática e ligar o lixo à lixeira correspondente? Assim, brincando, você memoriza as cores da reciclagem e o que pode descartar em cada uma delas. Vamos ver se você sabe!

papel

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plástico

vidro

metal

orgânico


CALCULANDO QUANTO TEMPO FALTA PARA CHEGAR AS FÉRIAS

ATENÇÃO

A SEGUIR, CONTEÚDO ALTAMENTE DIVERTIDO SÓ PARA QUEM É DA GALERA TEEN.


cultura pop

Inclusão e o exercício constante da empatia são algumas das lições do filme “Extraordinário”, que mostra ainda como ser diferente é um dom Gustavo Bruning À medida que nos tornamos mais conscientes das nossas habilidades e do equilíbrio da mente, podemos chegar a uma nova reflexão: nem todos estão na mesma página. É por isso que o real amadurecimento não vem apenas das reflexões sobre nós mesmos, mas também da forma como abraçamos os colegas. Essas jornadas de compreensão são um desprendimento dos rótulos e uma busca pela nossa identidade na forma mais pura. No filme “Extraordinário”, o protagonista Auggie usa um capacete de astronauta para esconder o rosto e as cicatrizes que o diferenciam. O motivo? O medo de ser julgado pelos colegas.

Fugindo do padrão

Nem todos precisam se destacar em todas as atividades. E é sobre isso. O quão triste seria se todos nós fôssemos bons em tudo? O que importa, de fato, é que você aproveite cada aspecto da sua personalidade - por mais “diferente” que pareça. São as coisas que nos diferenciam - peculiaridades, gostos e opiniões - que nos tornam especiais. Realçar positivamente as diferenças dos colegas é uma das maiores lições da escola. É o que Auggie e seus novos amigos percebem ao deixar de lado as impressões superficiais. E é o que você também pode descobrir conhecendo melhor aquele colega que senta distante ou que vive ouvindo música sozinho no recreio.

Extraordinário

A história do pequeno August Pullman ganhou vida primeiro no livro “Extraordinário”, da autora R. J. Palacio, em 2012. O filme destaca esse exemplo de superação e de como todos têm algo para contar, basta que paremos para ouvir.

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Escolha um lado

O bullying nem sempre é como nos filmes, de forma explícita ou clichê. Esse comportamento também engloba aquela “piada” ou risada de mau gosto, assim como o isolamento proposital de um colega. Os desafios alheios podem ser diferentes dos seus, mas isso não quer dizer que os outros devam passar por isso sozinhos - sejam eles pessoas tímidas ou com dificuldade de locomoção, com síndrome de Down ou com autismo. A série “Glee” mostra que há algo de bom para todos quando há uma troca entre diferentes visões. A compaixão e o respeito que você demonstra não só fortalecem o próximo, mas também te tornam mais incrível. Prova disso são as amizades e apresentações encantadoras que o grupo New Directions entrega nas seis temporadas. Ao entender o quão prejudiciais são algumas atitudes, diminuímos o espaço no mundo real dos valentões que tanto abominamos nas histórias. E agir de forma respeitosa e inclusiva passa a ser não apenas uma obrigação moral, mas uma motivação.


Referências por todos os lados

Um dos maiores nomes atuais no ativismo ambiental é o da Greta Thunberg. A jovem sueca de 18 anos tem síndrome de Asperger - uma condição que faz parte do transtorno do espectro autista - e inspira líderes e defensores do meio ambiente.

P a r a i r

Exemplos de artistas que sofreram bullying na escola não faltam: Ariana Grande, Demi Lovato e Troye Sivan são apenas alguns. Ed Sheeran, por sua vez, passou perrengues simplesmente por ser ruivo, gaguejar e usar óculos. Nada disso teria acontecido se houvesse mais empatia, seja com o estilo de cabelo, sexualidade, forma de caminhar, doença ou transtorno. Não é preciso ir longe para ver um exemplo de como a inclusão vale a pena: o artista plástico brasileiro João Elyo Araújo Castro, de 11 anos, ficou famoso ao receber o convite para expor no Museu do Louvre, em Paris. Com síndrome de Down, ele descobriu ser autodidata e ambidestro. Assim como em “Extraordinário”, a meta deve ser encontrar o seu astronauta interior, seja ele um Vingador, uma Jedi guerreira ou um estudante de Hogwarts. É sobre encontrar o equilíbrio que te leva às alturas e perceber que há muitas razões para andar de cabeça erguida e sem o tal capacete do Auggie.

a l é m

Glee: um professor forma um diverso coral de estudantes, reunindo fãs das artes, jogadore se líderes de torcida.

Atypical: a jornada pela independência de um garoto com a autismo que busca uma namorad s. iliare fam as e lida com problem

The Good Doctor: um jovem cirurgião com autismo e síndrom e de Savant é o mais novo integran te da equipe médica de um hospita l.

Quem te inspira?

Escreva o nome de um personagem que te motiva a ser mais autêntico e a alcançar o melhor de si. Liste três características inspiradoras dele e veja as escolhas dos seus colegas. Refletir sobre as nossas melhores referências é uma boa forma de ganhar mais perspectiva sobre a importância de abraçar todas as personalidades.

Nome: Asperger’s Are Us: quatro amigos afios com Asperger mostram os des do seu grupo de comédia e se ulo. preparam para o último espetác

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wi-fi

Lucas Inácio

Mesmo com pouco mais de um mês para encerrar o ano letivo, ainda é preciso uma boa organização para dar conta de tudo. No universo tecnológico, quando usado de forma consciente, tem muita coisa boa que pode facilitar na organização dos estudos nesta reta final. Confira as cinco dicas desta edição.

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NOTION EVERNOTE O Evernote tem vários recursos que você nem sabia que precisava na hora de fazer as tarefas, a começar pelas notas e checklists que você preenche conforme executa. Dá para unir tudo em um caderno e, a partir daí, é possível inserir vários tipos de mídia nessas anotações. Power Points de apresentações dos professores, PDFs de provas, fotos de um esquema desenhado no quadro, áudios dos colegas explicando alguma informação e até áudios seus de uma ideia que você teve para resolver uma questão e precisa lembrar depois. São muitas funções e, se tiver alguma dúvida, é só chamar os colegas no chat, pois ele também tem quase uma função de rede social que estimula as interações e ajuda no conhecimento em grupo.

O Notion é um aplicativo que funciona em todos os dispositivos, o que permite que você trabalhe tanto no computador quanto no celular, tudo atualizado. Ele tem funções que misturam um blog, uma agenda e um aplicativo de organização. Você pode usar a função tabela para listar e criar “artigos” para cada tarefa, com título, tags, anexos e em qual passo eles estão. Isso ajuda muito na hora de organizar. Dentro desse documento é possível fazer um texto corrido, como um resumo ou roteiro, e ir formatando como um texto blog para inserir um vídeo, uma foto ou linkar as palavras. Além disso, é possível fazer checklist também com cada etapa dos seus estudos. E o melhor: dá para compartilhar com colegas e permitir a edição, o que também vira um bom recurso para trabalho em grupo.

REVISAPP Tão importante quanto aprender um conteúdo é fixar esse conhecimento. Logo, exercícios e revisões são essenciais na vida de quem estuda - e é isso que o RevisApp oferece. Separado por disciplinas, você pode revisar os assuntos e marcá-los como lidos para que possa se dividir entre as outras disciplinas, o que também é importante.

ESTUDA AQUI Se você quer reforçar uma disciplina em que não está indo muito bem, ou até mesmo fazer um planejamento mais completo dos seus estudos, o aplicativo Estuda Aqui pode ajudar nesta missão. O app é cheio de funções para você fazer seu planejamento. É só preencher algumas informações sobre você, em quais matérias vai melhor, quais precisa reforçar, entre outras coisas. A partir daí, o próprio aplicativo indica para qual lado você deve ir, ajudando a guiar o que e como estudar.

MEMORADO Além das revisões, treinar o cérebro para as mais diferentes situações também é muito importante, e esta é a função do aplicativo Memorado, que abre com uma série de perguntas relacionadas ao seu objetivo: quer lembrar de nomes? Quer aprender mais rápido? Quer cometer menos erros sob pressão? Melhorar nos cálculos? Lembrar mais coisas? São perguntas desse tipo que vão ajudar a direcionar o conteúdo do aplicativo para seu objetivo e, a partir daí, é só malhar a partir dos jogos e exercícios interativos.

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bloco de notas

por que é necessário vacinar os adolescentes? Renata Bomfim Se ainda existe alguma dúvida sobre a eficácia das vacinas, entenda uma coisa: sim, elas são seguras. Para chegar à etapa disponível para toda a população, existe uma série de estudos que garantem eficácia, segurança e qualidade do medicamento - e isso quem alega é a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Aqui no Brasil, a Anvisa é quem aprova ou rejeita as solicitações de empresas que se submetem a pedidos de registros dos medicamentos. No caso das vacinas da Covid-19, todas que estão sendo aplicadas em território brasileiro passaram pela liberação deste órgão, ou seja, estão dentro de uma série de critérios que validaram o registro.

PARA SABER SOBRE A VACINAÇÃO EM JOINVILLE, ESCANEIE O QR CODE E TIRE AS DÚVIDAS FREQUENTES.

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Ainda no assunto das vacinas contra Covid-19, o Governo Federal liberou a vacinação em adolescentes - e o assunto aqui é sobre isso: por que ela é tão necessária para esse público? Vamos lá: a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o Brasil tem mais de 50 milhões de pessoas com menos de 18 anos de idade. Analisando este grupo que sai para estudar, trabalhar e curtir e vive em contato com aglomerações, quanto mais cedo a população estiver vacinada, mais rápido será possível controlar o índice de contágio do novo coronavírus. Até agora, a vacina é o único medicamento com eficácia comprovada e é possível ver pelas notícias da mídia como o número de mortes e contaminações têm reduzido com o avanço da vacinação pelo mundo todo. Além disso, existem cidades que passaram a inserir o passaporte de vacinação para frequentar determinados lugares. Já não é mais uma questão individual, mas coletiva. O vírus está aí, o assunto é sério. Além de seguir com os protocolos de cuidados sanitários, a vacina, sim, salva vidas.


1. As torneiras

Cuidados na escola: 5 passos para lembrar que ainda estamos em pandemia Com o retorno do ensino presencial, é preciso lembrar que ainda estamos em pandemia e que as recomendações sanitárias para preservação da saúde no ambiente escolar precisam ser respeitadas. Mesmo com o avanço da vacinação, nem todas as pessoas estão com o ciclo completo e é preciso respeitar as orientações na escola. Por isso, vale lembrar:

servem para encher as garrafinhas de água e não para beber direto na boca quando sair da aula de educação física. Lembre-se de que você não é o único que usa o espaço.

2. O uso da máscara não é apenas um acessório, mas uma proteção que diminui os riscos de contaminação pelo novo coronavírus. Por isso, certifique-se de que a sua não vaza o ar. Além disso, máscara facial é para cobrir totalmente o nariz e a boca, e qualquer uso fora disso está errado. E não esqueça de ter sempre uma extra na mochila para trocar assim que a sua estiver úmida. 3. Mesmo que seja grande a vontade

de abraçar a galera da escola, é preciso lembrar que qualquer forma de contato ainda não é permitida. Por isso, cumprimente com um soquinho de mão fechada ou batida de cotovelo e mantenha um distanciamento recomendado para que as aulas possam continuar sendo oferecidas na escola.

VIRAL DO BEM Neste mês, a Secretaria de Educação de Joinville está lançando um desafio para os alunos das séries finais da Rede Municipal de Ensino produzirem vídeos para Reels/ Tiktok com o tema Boas práticas de combate ao Covid-19: como se proteger e proteger seus amigos. Vale vídeo de humor, dança, POV e o que mais quiser, só não vale usar palavrões nem reproduzir preconceitos. A ideia é que seja um conteúdo criativo sobre como continuar se prevenindo contra a transmissão da Covid-19. Os vídeos deverão ser publicados em pelo menos uma conta de Instagram e encaminhados para o número de whatsapp (47) 98843-0132, da Secretaria de Comunicação de Joinville. Uma banca será formada para avaliar todos os vídeos. As inscrições ocorrerão de 4 a 19/11 (com envio permitido até as 23h59min desta data). Os três melhores serão publicados no Instagram da Prefeitura de Joinville.

4. Em diversos locais da unidade tem um frasco de álcool disponível esperando para ser usado. Então, não esqueça: higienize sempre as mãos e lave de maneira correta, com água e sabão. 5. Toda escola tem uma merenda escolar saborosa e oferecida gratuitamente. Ao se alimentar, mantenha uma distância segura dos outros colegas do refeitório. Agora, se algum amigo da escola trouxe lanche ou você leva o seu separado, não peça um pedaço nem compartilhe o seu, combinado? Isso vale também para compartilhamento de canudinhos.

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spoiler

A CASA NA ÁRVORE COM Louise da Rocha Vieira Moraes EM Professora Zulma do Rosário Miranda á sonhou com uma casa na árvore? Andy e Terry moram na casa da árvore mais incrível do mundo! Ela tem 13 andares, pista de boliche, cipós, um tanque de tubarões devoradores, uma catapulta enorme, uma máquina que arremessa marshmallows, uma fonte de limonada e um laboratório subterrâneo ultrassecreto! Quem não gostaria de viver num lugar assim, não é mesmo? Uma coleção muito engraçada sobre dois amigos que moram em uma casa na árvore de verdade. Em cada livro o número de andares da casa muda: 13 no primeiro, 26 no segundo, 39 no ter-

ceiro, 52 no quarto e assim por diante, totalizando 11 livros. Usando humor, situações absurdas e muitas ilustrações, a coleção A Casa na Árvore é garantia de boas risadas e muita diversão. Acompanhamos as aventuras de dois amigos, Andy e Terry, que precisam escrever um livro e estão com o prazo esgotado, mas uma série de situações inusitadas contribuem para aumentar atraso e a aflição dessa dupla dinâmica pra lá de engraçada - principalmente porque tudo que eles tentam resolver parece não dar muito certo. E quanto mais o tempo passa, mais confusão aparece na vida dos dois.

Os autores Andy Griffiths e o ilustrador Terry Denton fazem um resgate das brincadeiras e dos bons momentos da infância. Um fato muito interessante é que eles são os próprios personagens da história. Andy e Terry são parceiros desde 1997 e seus livros já venderam mais de um milhão de cópias em todo o mundo. Ao deparar com o livro, geralmente os alunos se assustam um pouquinho pela quantidade de páginas, mas rapidinho se encantam, pois a leitura é rápida e prazerosa. Este livro é recomendado para crianças de 8 a 11 anos, mas, com certeza, agrada a todas as idades.

DICAS DE LEITURA PARA O MÊS: Diário de uma garota nada popular Rachel Renée Russell Assassinato no Expresso do Oriente Agatha Christie A Seleção Kiera Cass Histórias de Antigamente Patricia Auerbach Diário de Pilar Flávia Lins e Silva A editoria Spoiler é um espaço para resenha de livros com textos exclusivos de bibliotecárias da Rede Municipal de Joinville. Quer compartilhar a sua com a gente? Basta enviar para renata.bomfim@portalits.com.br e colocar no assunto: meu texto na editoria Spoiler.

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eu, repórter na its

Inclusão de

Foto: Miguel Mendes Ferreira

nas escolas municipais de Joinville

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os últimos anos as escolas brasileiras têm observado uma realidade com a qual boa parte delas não estavam acostumadas: o aumento do número de alunos estrangeiros em seu quadro de estudantes. Você sabia que existe todo um processo de adaptação para os imigrantes aqui nas nossas escolas? Pois é, a Escola Municipal Doutor Abdon Baptista possui imigrantes que passaram por algumas dificuldades, como a diferença de idiomas. Um exemplo é a aluna Diosamar Aurora Rivas, que veio de Ciudad Bolívar, cidade localizada na Venezuela, para o Brasil aos 10 anos com a família. Ela nos conta um pouco como foi sua adaptação aqui em Joinville: “Foi muito difícil, muita coisa que passamos”.

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Amanda de Amaral Arthur Lima Liana Beatriz de Assumpção Paula Malisia Moreira Rebeca Lorrane Santos Correia Thalles da Silva Vaz Vinícius Pinheiro Machado EM Doutor Abdon Baptista Em relação à língua portuguesa, Diosamar descreve como foi o processo de transição: “Estudei, escutei, aprendi algumas palavras e foi assim. Algumas palavras são diferentes, mas muita coisa é igual. Os professores tratam de acomodar as pessoas que chegam. Por exemplo, se não entendo algo, eles ajudam, traduzem pelo celular”. Ela acrescenta também as diferenças da sua antiga escola na Venezuela para o Abdon: “Não tem aulas de Inglês, Artes, nem professores de Educação Física, também não temos supervisora”.


Fotos: Amanda de Amaral

A mãe da aluna, Judy Josefina García, que trabalha na escola como zeladora, menciona como era viver na Venezuela e as tantas necessidades que a fizeram sair do país: “A educação praticamente não existe. Queríamos mais direitos sociais, salários dignos. Mas a parte mais agravante do país é a instabilidade. Porque para aquelas pessoas, sua vida não valia nada”. Também nos revela o processo de transição do tipo de trabalho que costumava fazer lá e quando chegou aqui: “No começo foi difícil, porque na minha vida nunca tinha trabalhado com zeladora, pois sempre trabalhei como professora aposentada, na parte administrativa e como diretora”. A diretora Patricia da Silva Furbringer conta como é a questão diligente ao acolhimento desses alunos e como lidou com a dissensão de os idiomas serem semelhantes/diferentes: “Primeiro passo, todos os alunos que chegam, nós procuramos saber do histórico, a questão da família e o social dos alunos.

É passado pelos orientadores, os profissionais conversam, veem quais são as necessidades. Esses alunos do Abdon têm o conhecimento da Língua Portuguesa, eles conseguem se orientar, se organizar”. De acordo com estudiosos da área de linguística, muitas palavras do Português e do Espanhol se assemelham, isso acontece pois se tratam de idiomas da mesma família, de origem latina. De acordo com a auxiliar de direção Rosana Martins de Souza Araújo, a Escola Municipal Doutor Abdon Baptista conta e já contou com alunos da Bolívia, Venezuela, Japão, Taiwan, totalizando 18 estrangeiros nos últimos cinco anos. Rosana comenta que muitos desses imigrantes passam por dificuldades quando chegam aqui.

O que você acha de dar uma olhadinha na nossa lista de cinco passos de como acolher um aluno estrangeiro na sua escola? 1. Esteja ao lado dessa pessoa para ajudá-la; 2. Prontifique-se para apresentá-lo aos seus amigos; 3. Realize uma boa pesquisa cultural; 4. Tenha paciência com o novo aluno; 5. Auxilie ao máximo, sendo um intermediador no processo de adaptação cultural.

Conheça a editoria “Eu, repórter na its”

Com orientação da revista its Teens, os alunos viram pauteiros, repórteres e fotógrafos na escola para escrever uma notícia e compartilhar com toda a Rede Municipal de Ensino de Joinville o que tem de legal na unidade. Todo o processo é acompanhado com a supervisão de um professor ou da própria gestão para publicação. Nesta edição, a Escola Municipal Doutor Abdon Baptista assina a editoria. novembro 2021 // its Teens

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galerias

Raul, João Vitor, Maick, Rafael, Matheus, Alice, Lucas

Alunas 9ºA

Lucas, Guilherme, Maria Eduarda, Julia, Brian e Gabriel

Equipe escolar

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Leandro, Arthur, Guilherme e Felipe


EM PROFESSOR AVELINO MARCANTE BOM RETIRO JOINVILLE - SC

Alunos 9º A

Estudantes 9ºC

Estudantes 9ºC

Estudantes 9ºC

Alunos 9º A e B

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galerias

José, Pedro, Leonardo, Érica, Lucas e Henrique Eloise, Sara, Odair, Eduarda e Beatriz

Natália, Gustavo, Rafaela, Letícia, Henrique e Júlia

EM PROFESSORA ADA SANT’ANNA DA SILVEIRA PARANAGUAMIRIM JOINVILLE - SC

Sara, Gabriela e Maria Eduarda Pedro, Cauã, Djúlia, Ana Clara e Allyson

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Ana Luiza, Iago, Giovana, Thamyriz, Rita e Paulo

Anderson, Wedson, Matheus, Stefany, Professora Hadassa, Davi, Gustavo e Matheus Wellington, Lais, Maria Eduarda, Stefani e Kalil

Nádya, Thabata, Orientadora Maisi, Manuela e Evelyn

Vinícius, Arthur, Supervisor Roberto, Angelo, Vitor e José Victor

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galerias

Maria Luiza e Flávia Dandara e Felipe

Nandiella e Henrique

Julia e Yasmin

Sthefany, Laurie, Mirella e Lara

Matheus e Samara Yasmin

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Júlia Viviani, Nicole, Julia Gabriele, Lara e Julio

João e Annie

Professora Patrícia

Lara e Julio

Henrique e Bianca

EM GOVERNADOR PEDRO IVO CAMPOS JOINVILLE - SC Concurso de celebração do Halloween realizado pela professora de inglês, Patrícia Momm dos Santos.

Maria Eduarda, Ruann e Maria Eduarda Ramos

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saideira

Mo an nt

a s ha rus -

Laura Cubas Bertolotto Mendes EM Governador Pedro Ivo Campos

Ainda lembro de como ele era, dois anos mais velho, cabelo raspado, olhos verdes, com um ar de superioridade. Ele tocava baixo e, ainda por cima, era super-religioso. Eu fazia de tudo para vê-lo mais de perto, assistia ele soltar pipa o dia inteiro, escutava-o tocar e falar de pescaria, algo que não entendo e nunca entendi, mas parecia fantástico quando ele falava. Eu era apenas uma menina apaixonada que achava que casaria com ele, que secretamente me amava também. Tudo aconteceu tão rápido… eu nem sabia o que era amor, meu cérebro mal estava formado. Amar alguém pela primeira vez é estranho. Parece que estou em uma eterna montanha-russa, em alta velocidade. Foi meu primeiro beijo. É muito bom beijar alguém que se ama. É como chegar na parte do looping. Achei que seria para sempre. Até falamos em namoro, mas, um dia, ele chegou até mim e disse que sua mãe não havia deixado. Fiquei arrasada. Ele nem ligou. Aposto que nem brigou pelo nosso amor.

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Foi nessa parte que a montanha-russa começou a ficar assustadora: primeiro amor e primeiro coração partido. Senti ele queimar bem no meio do peito e mal conseguia ver direito. É como estar no brinquedo e escutar um barulho que não deveria ter acontecido. Mas a montanha-russa chegou ao fim e eu saí. Olhando para trás, é até humilhante, como quando você vai na cabine de fotos e vídeos do seu passeio para ver as suas reações e percebe que ficou ridícula e descabelada. Agora, aquele brinquedo não é nada. Até porque nem gosto mais de parque de diversão. Eu quero voar, quero a sensação de queda livre. Pular do penhasco é o meu lance. É mais assustador e perigoso. Adoro essa sensação. Sempre preferi filmes de ação. Quer o seu texto publicado aqui? Saiba como

Envie um e-mail para renata.bomfim@portalits.com.br e escreva no assunto “meu texto na its Teens” com a sua produção em anexo. Agora, esta editoria é sua: estudante ou professor, fique à vontade para nos enviar o seu material. A gente vai adorar receber e publicar!




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