its Teens Joinville - 58

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Revista its Teens Joinville nº 58 2021 | R$ 13,50


É NA ESCOLA QUE A ITS ACONTECE


UMA EDIÇÃO ESPECIAL TODO MÊS


editorial

e você começou a ler esta frase, compreende o que está escrito e reconhece o som ao unir as sílabas: agradeça. Certamente, se você faz isso sem pensar e com naturalidade, é porque teve um professor que passou por uma fase da sua vida com essa missão de ensinar, desenvolver e transmitir todo o seu conhecimento para a sua formação como estudante. Por isso, neste mês tão especial, marcado pela comemoração do Dia do Professor, a revista its Teens homenageia todas as pessoas que escolheram esta profissão tão importante e necessária para todo o processo de formação de uma pessoa: seja em qualquer nível escolar, professor muda vidas, transforma realidades e forma todas as outras profissões. Pensando nisso, a matéria de capa aborda três histórias diferentes, mas que cruzam em um ponto em comum: a paixão pela educação. Integrantes da equipe escolar de onde foram alunas, as professoras entrevistadas nesta edição relembram os tempos de escola, os professores que inspiraram em suas escolhas e o mais legal: hoje revivem essas memórias criando nossas histórias e formando novos estudantes.

Ainda sobre esta profissão, a its Teens de outubro explica sobre o que é preciso fazer para se tornar um professor, as exigências de formação para cada nível de ensino e dá dicas de canais de educadores que dominam o YouTube com propostas diferentes de ensino e cativam milhares de seguidores. Até para os fãs de Harry Potter, a revista destaca os professores que marcaram essa saga e o melhor: tem um quiz exclusivo só para quem é fã e sabe que vai tirar de letra o desafio. O bacana é que a maioria desses assuntos abordados nesta edição contaram com a participação dos embaixadores its da Escola Municipal Pastor Hans Muller e Escola Municipal Paul Harris, que somaram em mais uma produção no comitê editorial. Boa leitura!

Renata Bomfim Editora-chefe da revista its Teens

ão da its Teens? Ei! Quer fazer parte da próxima ediç nder o respo e Code QR o ear escan É fácil: basta alguma com nosso formulário. Mas, se ainda ficar para sagem men dúvida, basta enviar uma renata.bomfim@portalits.com.br.

embaixadores its

Enrique Javier Herrera EM Pastor Hans Müller

João Vitor Loureço EM Pastor Hans Müller

Julia Beatriz Maciel Lage EM Paul Harris

Letícia Vicente EM Paul Harris

Manoela Cordeiro Rodrigues EM Paul Harris

Nicolas Comim EM Paul Harris

Nicolas Dias Delfino EM Pastor Hans Müller

expediente MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI

GABRIEL COSTA HABEYCHE

FLAVIA BORBA VIEIRA

IN MEMORIAM | FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC

DIRETOR REGIONAL CRICIÚMA gabriel.habeyche@ndtv.com.br

GERENTE COMERCIAL JOINVILLE flavia.vieira@ndtv.com.br

CRISTIANO MIELCZARSKI

JACKELINE MOECKE

MARCELLO CORRÊA PETRELLI PRESIDENTE EXECUTIVO GRUPO ND mpetrelli@ndtv.com.br

ALBERTINO ZAMARCO JR.

DIRETOR REGIONAL OESTE cristiano.mielczarski@ndtv.com.br

DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO albertino@ndtv.com.br

FELIPE MUCHENSKI GERENTE COMERCIAL ITAJAÍ felipe.m@ndtv.com.br

DERLY MASSAUD DE ANUNCIAÇÃO DIRETOR DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA

GILBERTO KLEINÜBING DIRETOR COMERCIAL gilberto.k@ndtv.com.br

LUÍS MENEGHIM DIRETOR DE CONTEÚDO meneghim@ndmais.com.br

ROBERTO BERTOLIN DIRETOR REGIONAL FLORIANÓPOLIS bertolin@ndtv.com.br

SILVANO SILVA DIRETOR REGIONAL JOINVILLE silvano@ndtv.com.br

CRISTIAN VIECELI DIRETOR REGIONAL ITAJAÍ E BLUMENAU cristian@ndtv.com.br

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GERENTE COMERCIAL BLUMENAU jackeline@ndtv.com.br

A REVISTA ITS É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA NOTÍCIAS DO DIA RENATA BOMFIM EDITORA-CHEFE renata.bomfim@portalits.com.br

LEONARDO MESSIAS DE JESUS DESIGNER GRÁFICO

RODRIGO OLIVEIRA COORDENADOR DE OPERAÇÕES rodrigo@ndmais.com.br

FABIANO AGUIAR GERENTE MERCADO NACIONAL | PLATAFORMA JOVEM fabiano@ndtv.com.br

ANA ZAHIA JUMA SUPERVISORA COMERCIAL SUL ana.juma@ndtv.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.

TIRAGEM 3.235 EXEMPLARES NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas da Rede Municipal de Joinville



conteúdo

TRILHE OS CAMINHOS DESTA EDIÇÃO 14

diário escolar

notícias das escolas

08 12 início

profissões

10

16

matéria I gamificação

olímpiadas científicas

18 fim

capa

42

diversão

24 36 galerias

saideira

26

34 eu, repórter na its

30

cultura pop

spoiler

32

28 bloco de notas

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wi-fi


REALIZAÇÃO:

PATROCÍNIO:


diário escolar

PARA ONDE VAI O NOSSO Entenda o que é, para que serve e onde é aplicado o imposto no dia a dia Lucas Inácio Se tem uma palavra que causa terror em muita gente é “imposto” - às vezes assusta mais do que muita lenda urbana. De fato, a forma como a conhecemos hoje tem muito a ver com o surgimento das cidades e a urbanização da população, mas seus primeiros registros vêm do Egito, 3000 anos antes de Cristo. Apesar de existir desde o início das civilizações, ainda é um assunto controverso, e um dos motivos disso é a desinformação. Como o nome diz, é algo imposto, obrigatório - e não, imposto não é roubo. Uma demonstração disso é que não existe país do mundo sem imposto, ou seja, se todo país do mundo tem, é porque ele é necessário. Necessário para quê? Para pagar as despesas dos países, dos estados e dos municípios como saúde, educação, infraestrutura, serviços, segurança e vários serviços prestados à população. A vacina contra a Covid-19, aquela rua asfaltada que ficou bacana para andar de bicicleta, o parque do bairro onde o pessoal se junta para jogar bola e inúmeras outras coisas são pagas com esse dinheiro dos tributos. Em relação às escolas, como funciona? A sala em que você está foi construída com essa grana. A merenda do recreio, a carteira, os livros da biblioteca, a mesma coisa. Os salários dos seus professores, inclusive, vêm dos impostos. Mas o importante é entender que os tributos são o que garantem ao Estado ter dinheiro para o funcionamento das coisas básicas de que todo mundo precisa.

Então, se é tão importante, por que todo mundo reclama? Aí é que o negócio começa a ficar complexo. No Brasil, os impostos são arrecadados pelos governos federal, estaduais e municipais. A grande maioria vai para o governo federal, que usa uma parte para seus custos e redistribui a outra parte aos estados e municípios administrarem seus custos. E o grande desafio é administrar todo esse dinheiro, algo que gera muitos interesses.

Lá vem falar de política. Calma, não vamos aprofundar muito no assunto, mas é impossível falar de imposto sem falar de política. Por exemplo: Dinamarca, Finlândia e Bélgica são, nesta ordem, os países que mais cobram impostos no mundo. O Brasil está em 14º nessa lista. Ou seja, o problema não é pagar imposto, mas o retorno que a população recebe. Quem cuida desse dinheiro são as pessoas eleitas por nós, por isso a importância de votar com consciência e de cobrar sempre ao longo do mandato. Por que devo entender sobre isso agora, se só vou pagar quando for adulto? Sinto informar, mas se você já comprou um salgado no recreio, um chocolate no mercado, um caderno estiloso, você pagou imposto. Assim, é melhor se informar bem para poder ajudar na solução do que simplesmente ignorar o tema.

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QUAIS TRIBUTOS EXISTEM NO PAÍS? SÃO DIVERSOS TIPOS PARA CADA ATIVIDADE ECONÔMICA DIFERENTE, MAS ALGUNS DELES SÃO MAIS FAMOSOS E VOCÊ ATÉ DEVE TER OUVIDO FALAR. CONHEÇA OITO TIPOS DE TRIBUTOS E QUAL SETOR É RESPONSÁVEL PELA ARRECADAÇÃO.

Federais

Estaduais

Municipais

Imposto de Renda Este é o mais famoso. Na verdade, o nome dele é Imposto de Renda Pessoa Física, aquele que seus pais/ responsáveis declaram uma vez por ano. Empresa também paga, mas esse é chamado de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ). IOF Imposto sobre Operações Financeiras. Incide sobre empréstimos bancários, financiamentos (e outras operações financeiras), e também sobre ações. IPI Imposto sobre Produtos Industrializados. A grande maioria dos produtos que usamos no dia a dia vêm de uma indústria: uma mesa, um celular, um tênis, uma bola, todos esses e muitos outros têm IPI.

IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. Os adultos que têm um carro que não é muito velho pagam um imposto para poder tê-lo. Esse valor arrecadado é uma importante fonte para a manutenção de diversos serviços públicos, sejam viários ou de outras áreas ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços. Esse é o imposto que está presente nas mercadorias e serviços, igual os exemplos que têm no texto. Praticamente, todo produto que você compra tem ICMS, pois está inserido nos preços. Você pode conferir isso nas notas fiscais de mercado que têm a porcentagem de impostos sobre cada item, sendo que o ICMS é o principal deles. ITCMD Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Incide sobre herança e é um dos mais debatidos quando se fala de desigualdade social no país. Enquanto o Brasil cobra média de 4%, na Europa, EUA e Japão a média varia de 25% a 40%.

IPTU Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana. Esse é o imposto que nossos pais/responsáveis pagam pelas casas, apartamentos e terrenos que possuem. ISS Imposto Sobre Serviços. Como o nome diz, se você contratou um profissional autônomo ou uma empresa para prestar um serviço, o ISS está no preço final e nem precisa ser algo tão complexo. Para ir no cabelereiro, contratar um eletricista, fazer um reparo em casa, uma faxina etc. Se a pessoa emitiu nota, tem ISS ali.

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olimpíadas científicas

Professor Jairo Pavanello e a aluna Luana Martins Lima, da EM Prefeito Max Colin

Competições escolares revelam talentos ao aproximar diversas áreas científicas com o universo da educação Renata Bomfim Tempo de leitura: 6 minutos São diversas áreas que as Olimpíadas Científicas aproximam os alunos de ciência e tecnologia - e nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Joinville os estudantes têm contato com várias delas, seja na matemática, na ciência, na robótica, na física, na astronomia e em diversas outras. O QUE SÃO AS OLIMPÍADAS Com a participação das escolas, os CIENTÍFICAS. alunos ficam mais próximos da pesquisa e qualificam a educação científica ALUNAS DA REDE MUNICIPAL DE não apenas na unidade, mas em toda a ENSINO DE JOINVILLE RECEBEM Rede Municipal de Ensino de Joinville. CONVITE DE PRÉ-SELEÇÃO PARA Neste ano, por exemplo, a participação AS OLIMPÍADAS INTERNACIONAIS das escolas na 24ª edição da Olimpíada DE ASTRONOMIA DE 2022. Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) além de inúmeras medalhas, IMPORTÂNCIA DE PARTICIPAR também rendeu convite para que duas DE PROVAS CIENTÍFICAS, SEJAM alunas pudessem participar da pré-seleELAS TEÓRICAS OU PRÁTICAS. ção para as Olimpíadas Internacionais de Astronomia de 2022. Para receber o convite, elas tiveram que atingir nota acima de 9 no nível 3 da descoberta de novas formas de fazer ciência pode começar ainda prova, aplicado para estudantes no últina escola e, sim, no Ensino Funmo ano do Ensino Fundamental. Com o desafio aceito, Amanda de Amaral, damental. Quando se estimula da Escola Municipal Doutor Abdon nos alunos o interesse para participaBaptista, e Luana Martins Lima, da ção em Olimpíadas Científicas, toda a Escola Municipal Prefeito Max Colin, sociedade sai ganhando. Sabe o motivo? já se preparam para as próximas Ao aproximar os estudantes de provas etapas. Além do compromisso com os teóricas, ou até mesmo de experimentos, estudos na escola, elas incluíram na roo ambiente educativo pode revelar a descoberta de jovens talentos para diferentes tina as mentorias, lives e um horário para áreas do conhecimento. estudar os assuntos relacionados à OBA.

i O que vocêr va aq encontrar po ui:

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Com boas notas na prova desde o ano passado, Amanda tem se preparado desde o último resultado para conseguir vaga na etapa internacional. “Eu gosto por ser um desafio para mim, para ver até onde consigo chegar. São provas difíceis e diferentes dos assuntos da escola”, comenta a aluna. Apaixonada por astronomia e por todos os assuntos relacionados ao tema, Amanda tem uma câmera profissional e aproveita todos os registros que faz para usar as imagens como material de estudo e comparar o conhecimento com a prática. “Das olimpíadas, essa é a que eu mais gosto.”

Aluna Amanda de Amaral, da EM Doutor Abdon Baptista


Elas acreditam O apoio da escola nas Olimpíadas Científicas é primordial para que os alunos possam ter contato com diversas áreas do conhecimento, até porque só é possível a participação individual se a escola fizer a inscrição. Com o olhar que vai além do conhecimento agregado, a diretora da Escola Municipal Doutor Abdon Baptista, Patricia da Silva Furbringer, destaca a importância do desenvolvimento pleno do estudante ao ter contato com essas provas. “O projeto, além de ser marcante na vida deles, desenvolve outras habilidades e potencializa os dons e os talentos que os alunos têm”, pontua. E para conhecer esses talentos, a diretora da Escola Municipal Prefeito Max Colin, Nazaré Costa, diz que é importante inscrever os alunos em todas as oportunidades. “Todo concurso nos inscrevemos porque apostamos no potencial que os nossos estudantes têm. Todos nós temos conhecimento e tentamos ampliar em alguma área mais que outra, então, para que possamos descobrir os destaques na unidade, é importante inscrevê-los em todas.”

Na 24ª edição da OBA, a EM Prefeito Max Colin foi recordista de medalhas na Rede

Viu um foguete no céu? Pode ser da MOBFOG

Fotos: Renata Bomfim

Com interesse que partiu de três estudantes da Escola Municipal Doutor Abdon Baptista, a unidade ganhou a primeira medalha de ouro da 15ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). Na prova prática, que exige o lançamento de foguete, o artefato feito de garrafa pet construído pelos iniciantes da escola alcançou a marca de 200 metros. A participação contou com a orientação da professora Ana Paula Luciano de Amaral. Depois de oito foguetes desenvolvidos e três finais de semana na função de testes e lançamentos, a professora Ana resolveu propor o tema para a turma de 5º ano, pela qual é responsável, e deve fazer, em breve, um lançamento com os pequenos. “Eles estão bem empolgados para participar no ano que vem dessa prova.” EM Doutor Abdon Baptista

O contato com o assunto de astronomia por meio das provas - e até por interesses pessoais - tem levado Amanda a pensar em seguir com os estudos na área. Além dela, Luana também pensa em desenvolver seu conhecimento profissional na área de astronomia. Com a primeira medalha em Olimpíada Científica e primeira vez na OBA, Luana acredita que o bom desempenho se deu pela soma de dois fatores: curiosidade e calma. “Desde o sexto ano, eu aprendo sobre astronomia e isso me despertou um interesse.” Com participação ativa há dez anos na OBA, o professor de geografia Jairo Pavanello, da Escola Municipal Prefeito Max Colin, acredita que os alunos se interessam pela prova por abordar coisas do dia a dia. “Todo esse tema desperta muito a curiosidade das crianças. Mas também tem que tomar muito cuidado, porque existem várias teorias da origem disso tudo. Então, eu trabalho muitos vídeos e aproveito o material que a OBA manda. Em cima disso, a gente organiza as aulas.”

4 MOTIVOS PARA NÃO PERDER A OPORTUNIDADE DE PARTICIPAR DE OLIMPÍADAS CIENTÍFICAS Nem só de medalha vive quem participa de qualquer Olimpíada Científica. Além de melhorar o desempenho escolar, aumentar o interesse pelos estudos e poder participar de novos desafios, ter a oportunidade de viver uma experiência como essa pode ser apenas o começo para quem sonha estudar no exterior, sabia? Por isso, confira quatro motivos para não perder a oportunidade de participar de Olimpíadas Científicas e representar a sua escola, sua cidade e, quem sabe, até o país em nível internacional. Aprofundar sobre os componentes curriculares com que você mais se identifica e despertar habilidades até para, no futuro, quem sabe, seguir uma profissão na área. Desenvolver um currículo diferenciado com participações em competições escolares por meio da comprovação do desempenho alcançado. Isso pode abrir portas para oportunidades de bolsa de estudo em escolas renomadas e até universidades. Treinar para vestibulares, já que a prova costuma ter tempo para início e término, além de seguir um padrão semelhante aplicado. Incentivar a descoberta de novos talentos para diferentes áreas do conhecimento.

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gamificação

Gamificação: saiba o que é e como inserir esta estratégia na aprendizagem

Trazer elementos dos jogos para dentro da sala de aula para atingir um objetivo pode gerar motivação e despertar o interesse dos alunos pelos estudos Renata Bomfim Tempo de leitura: 4 minutos

i O que vocêr va ui: aq po encontrar ara lidar com uma geração que nasceu imersa numa realidade tecnológica, as escolas encaram o desafio de romper com modelos tradicionais de ensino e buscam estratégias que despertam a curiosidade, a atenção e o interesse dos alunos pela aprendizagem. A gamificação, além de ajudar a combater a evasão escolar, apresenta uma nova forma de estudar: brincando. Aliar a brincadeira ao ensino é algo que se aplica desde a Educação Infantil, por meio de propostas pedagógicas lúdicas que colocam o brincar com uma série de habilidades e competências. Mas, com o passar dos anos, essa proposta costuma se distanciar da sala de aula - e a gamificação é uma tendência que pode ser aplicada em qualquer ano escolar. A gamificação (do inglês gamification) está entre as apostas do ensino

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O QUE É GAMIFICAÇÃO. COMO CRIAR CONTEÚDOS MAIS ATRATIVOS. BENEFÍCIOS DE APLICAR ESTA METODOLOGIA EM SALA DE AULA.

no século 21 e une diversos fatores importantes que facilitam a aprendizagem, como criatividade, participação, interesse e motivação para resolver situações-problema do dia a dia. Seja em um conteúdo de sala de aula, ou até mesmo por meio da interdisciplinaridade, a gamificação desafia o aluno e pode ser aplicada de duas formas diferentes, como explica Katia Monica Verdim Eggert, professora integradora de mídia na Escola Municipal João Costa. “A analógica (caderno, lápis, borracha, jogos de tabuleiro) e a digital (computador, lousa, tablet, celular)”, destaca. Além da diversão, a gamificação é uma metodologia prática que ajuda na melhor compreensão dos assuntos. Na aula de história do professor Luiz Fernando Estevão, os alunos dos sétimos anos puderam aprender sobre o Brasil Colônia por meio de um quiz interativo desenvolvido pela professora

Katia especialmente para este assunto. Na estratégia, os alunos responderam às questões e, em tempo real, conseguiram ver as médias das pontuações. “Essa intencionalidade do game nos proporcionou resultado efetivo, qualitativo, com respostas que os alunos se sentiram motivados e participantes do processo”, comenta o professor, ao pontuar o bom desempenho dos estudantes na hora da avaliação. “Foi um resultado bem satisfatório, inclusive com aqueles alunos que têm muita dificuldade.” Aluna Digital na unidade, Ana Clara de Araújo Bescaino, 13, foi quem levou a proposta para o professor Luiz Fernando. Interessada pelo universo da tecnologia, a estudante diz ter mais facilidade para aprender quando o ensino está associado à prática. “Com o jogo, eu consegui marcar coisas que na sala não tinha pegado. Foi bem mais fácil.”


Foto: Katia Monica Verdim Eggert

Conteúdo para professor

Saiba como aplicar a gamificação em sala de aula e conheça os benefícios

Para deixar a aula mais atrativa, com uma abordagem diferente e inovadora, veja quais são as vantagens de aplicar a gamificação em sala de aula e alcançar a melhora no desempenho escolar dos estudantes.

Foto: Renata Bomfim

Tenha um objetivo claro

motivos para usar a gamificação como aliada do ensino Torna a aprendizagem mais prazerosa e duradoura. Facilita a compreensão dos assuntos, principalmente os teóricos, por meio de proposta lúdica. Estabelece um modelo de estudo por meio da tentativa e erro. Desperta o interesse do aluno pelos estudos. Desenvolve habilidades sociais. Melhora a concentração.

Ao escolher o conteúdo para trabalhar com gamificação, estabeleça um objetivo que quer alcançar dentro do seu planejamento de ensino, seja em relação ao assunto, seja sobre as habilidades e competências dos estudantes. Com uma resposta clara, o processo de aplicação fica muito mais fácil.

Inove nas ideias Com a primeira meta estabelecida, o segundo passo é pensar em como escolher a melhor estratégia para colocar o objetivo em prática. Procure jogos que sejam atrativos para os estudantes e que possam despertar o interesse em realizar a atividade proposta. Estimular uma competição - com ranking dos melhores colocados e uma premiação - pode deixar a estratégia de ensino ainda mais interessante.

Converse com o PIM da sua escola Se tem uma pessoa que pode ser aliada e facilitar os conteúdos de sala de aula com ideias criativas, este é o professor integrador de mídias. Converse com o facilitador da sua unidade, compartilhe o objetivo e veja quais ferramentas podem ser usadas para deixar o conteúdo mais atrativo para os alunos.

Avalie os resultados Com a gamificação, é possível saber de forma detalhada as facilidades e as dificuldades dos alunos com o conteúdo. Essa estratégia pode contribuir para que o professor avalie se faltou aprofundar mais o assunto, se a explicação do jogo não foi tão clara ou se é necessário revisar o que já foi ensinado em sala.

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notícias das escolas

Joinville conquista 244 medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica 2021 A 24ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica irá entregar 244 medalhas para os alunos da Rede Municipal de Joinville neste ano. Eles participaram da prova em maio e conquistaram mais que o dobro das medalhas conquistadas no ano passado, quando 111 alunos foram premiados. Os alunos foram testados sobre seus conhecimentos sobre astronomia, astronáutica e ciências. Os premiados conquistaram 59 medalhas de ouro, 99 medalhas de prata e 86 de bronze. A Escola Municipal Max Colin, no bairro Iririú, foi a unidade com maior número de alunos premiados, com 37 medalhas no total. Todos receberão as medalhas em dezembro.

Alunos preparam exposição com gincana para ensinar sobre AVC A cada dia, em média, duas pessoas sofrem um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Joinville. Você sabe o que fazer se alguém tiver um na sua frente? Os alunos do 9º ano da Escola Municipal Enfermeira Hilda Anna Krisch, no bairro Jardim Iririú, estão preparados se esta emergência médica acontecer, e também para orientar sobre os cuidados para evitá-la.

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Além disso, duas alunas do nono ano têm a chance de entrar nas etapas internacionais da competição. Amanda de Amaral, da EM Doutor Abdon Batista; e Luana Martins Lima, da EM Prefeito Max Colin, irão participar de novas provas para tentarem integrar a equipe que irá representar o país na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica e na Olimpíada LatinoAmericana de Astronomia e Astronáutica. A OBA é realizada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). Ela é aberta a todos os alunos de Ensino Fundamental e de Ensino Médio do Brasil e de outros países de língua portuguesa, das redes pública e particular.

Em parceria com a Associação Brasil AVC, eles se debruçaram sobre o tema e desenvolveram uma exposição interativa para conscientizar colegas e professores sobre os riscos desta doença do sistema circulatório. A exposição aconteceu durante duas semanas de setembro, mas eles estavam se preparando há muito tempo. A neurologista Carla Moro, da Associação Brasil AVC, conversou com os alunos para que eles estivessem bem preparados para usar os painéis informativos da associação para explicar sobre a doença aos colegas mais novos.

Eles se organizaram com colegas de diferentes turmas do nono ano e, além do circuito explicativo, ainda montaram uma gincana para verificar se as informações foram captadas e compreendidas. O projeto foi uma iniciativa da professora Tathiane Souza, que leciona matemática na escola. A ideia, desde o início, era ir além da biologia ou das fórmulas matemáticas, e proporcionar aos estudantes uma aplicação prática do que aprendem em sala de aula. Com o fim da exposição, eles utilizarão os dados colhidos no evento para desenvolverem estudos de estatística.


CONHEÇA A CIDADE:

Alunos haitianos e venezuelanos podem fazer aulas de português no contraturno Ser aluno novo não é fácil, mas ser aluno novo vindo de outro país e ainda não saber falar o idioma é um desafio ainda maior. Pensando nisso, a Secretaria de Educação de Joinville começou a oferecer aulas de português para os alunos que são do Haiti e da Venezuela e estão no país há pouco tempo. A ideia é que as aulas ofereçam todo o suporte para que os estudantes consigam acompanhar suas turmas nas atividades escolares, não só em língua portuguesa ou redação, mas também em ciências, geografia ou matemática. As aulas estão acontecendo em duas escolas: na Escola Municipal Professor Edgar Castanheira, que fica no Fátima (zona Sul da cidade), e no CAIC

Professor Desembargador Francisco José Rodrigues de Oliveira, que fica bem no limite entre o Comasa e o Espinheiros (na zona Leste da cidade). Essa divisão foi pensada para atender duas regiões diferentes e que têm um número alto de alunos que são imigrantes haitianos e venezuelanos. Mesmo quem não estuda nestas escolas pode se inscrever (desde que esteja matriculado do 3º ao 9º ano do Ensino Fundamental na Rede Municipal de Ensino), já que as aulas são oferecidas no contraturno. Quem quiser participar, pode entrar em contato com a secretaria das escolas. CAIC Prof. Des. Francisco José Rodrigues de Oliveira - (47) 34342283 e EM. Prof. Edgar Castanheira - (47) 3436-0163

No bairro Adhemar Garcia, em um “cantinho” da zona Sul de Joinville, há um parque com um milhão de metros quadrados. É o Parque Natural Municipal da Caieira, que fica no fim da rua Waldemiro Rosa e de frente para a Baía da Babitonga. Ele foi criado há pouco mais de 15 anos pela Prefeitura de Joinville. Na época em que os imigrantes europeus chegaram em Joinville, há 150 anos, eles encontraram ali uma das matérias-primas que precisavam para produção de cal para construção de suas casas: eram morros de conchas misturados com ossos de animais. Só que estes amontoados de conchas não estavam ali à toa. Eles são a prova de que havia pessoas vivendo em Joinville há até 7 mil anos, e existe uma legislação federal de que precisam ser preservados. O parque foi criado com o objetivo de conservar estes sítios arqueológicos, além do manguezal e da restinga à beira da baía. Ou seja, é um patrimônio histórico e uma área de preservação ambiental. Mas não pense que é só um local de estudo ou proteção: lá é possível curtir uma grande área de natureza caminhando em trilhas e decks de observação, brincar em um parquinho para crianças, fazer piquenique e jogar bola nos gramados e ainda ter a sorte de avistar uma das 360 espécies de animais que vivem neste complexo de preservação ambiental.

SERVIÇO Endereço: R. Waldemiro Rosa, 1636 Adhemar Garcia Horário de funcionamento: Quarta a domingo, das 8 às 18 horas

Foto: Rogério da Silva

Foto: Prefeitura Municipal de Joinville/Divulgação

PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA CAIEIRA

ENTRADA GRATUITA

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profissões

PSICOLOGIA: CONHEÇA O QUE FAZ, EM QUE ATUA E PARA QUE SERVE ESTA PROFISSÃO Renata Bomfim Tempo de leitura: 5 minutos

Conhecer os bastidores de uma profissão pode ajudar e até facilitar a escolha na hora de decidir qual carreira profissional seguir no futuro. Por isso, que tal conhecer sobre a psicologia? Annelise de Albuquerque Adão é formada na área, mas antes estudou os nove anos do Ensino Fundamental na Escola Municipal CAIC Professor Mariano Costa, concluiu o Ensino Médio em escola pública e hoje é psicóloga com duas especializações na área. Para explicar o que faz, em que atua e para que serve esta profissão, ela respondeu às perguntas da revista its Teens para esclarecer as dúvidas sobre esta área. Confira.

NOME COMPLETO Annelise de Albuquerque Adão PROFISSÃO psicóloga clínica TEMPO DE GRADUAÇÃO cinco anos FORMAÇÕES psicóloga graduada, especialista em transtornos psíquicos da infância e adolescência e em psicologia clínica - abordagem psicanálise ESCOLA ONDE ESTUDOU NO ENSINO FUNDAMENTAL Escola Municipal CAIC Professor Mariano Costa

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its Teens: O que faz um psicólogo?

Annelise: O psicólogo estuda sobre a mente humana. De modo geral, auxilia na compreensão dos sentimentos, pensamentos e comportamentos.

its Teens: Como é ser psicólogo para você?

Annelise: Eu considero muita responsabilidade: as pessoas confiam segredos, histórias que muitas vezes não falam para mais ninguém. Muitos pacientes buscam atendimento psicológico em um momento de fragilidade, então, é fundamental saber utilizar as técnicas da psicologia, da sua linha de abordagem, que no meu caso é a psicanálise, para atender o paciente da melhor forma, conduzindo o tratamento para uma melhora.

its Teens: Onde um psicólogo pode trabalhar? Annelise: Acredito que a área mais conhecida da psicologia seja a clínica, mas também podemos trabalhar em escolas, hospitais, penitenciárias, fórum (forense), empresas - geralmente na área de gestão de pessoas -, nos esportes com os atletas e até na prefeitura, em diversos serviços como CAPS, CREAS, entre outros.

its Teens: Como é o dia a dia de um psicólogo?

Annelise: Como há muitas áreas distintas, vou descrever a de uma psicóloga clínica. Eu trabalho em uma clínica de plano de saúde e na clínica particular. Começo a atender às 7h, uma média de dez pessoas por dia. Os atendimentos duram de 45 minutos a uma hora cada. Atendo crianças, adolescentes e adultos, sendo a maior parte dos meus pacientes adolescentes de 11 a 20 e poucos anos. Ao finalizar cada atendimento, faço anotações - que chamamos de evolução. Nessas anotações é resguardado o sigilo e coloco apenas alguma palavra, acontecimento marcante, hipótese de diagnóstico ou informações sobre algum tratamento com remédios. Quando solicitado, realizo a produção de documentos como relatórios de atendimento, declarações ou laudos que podem ser entregues à escola, psiquiatra, neurologista ou outros. No atendimento particular, realizo visitas à escola quando as questões do paciente envolvem este ambiente.

its Teens: Quais inspirações você teve na época de escola para escolher sua profissão?

Annelise: Confesso que não ouvia falar muito sobre a profissão, não conhecia ninguém que fazia terapia. Participei de apresentações de teatro sempre que pude, acredito que os nove anos de coral e o incentivo à leitura podem ter contribuído como uma inspiração, pois a psicologia, principalmente a psicanálise, tem muita ligação com a arte, com perceber o outro através das suas inúmeras formas de se expressar e, principalmente, o apreço por conhecer histórias. No final do Ensino Médio, após algumas conversas, busquei pensar em profissões que pudessem fazer sentido com as minhas características mais predominantes. Sempre fui muito comunicativa e repleta de amigos, de alguma forma sempre tive facilidade para me comunicar com pessoas diferentes.

its Teens: Você observa que a sua profissão tem a ver com as habilidades que você tinha na escola?

Annelise: Sempre amei histórias, aprendi a ler e sempre fui muito incentivada a paixão pelos livros. Lembro de sempre ser criativa, amava redação, teatro, paródias. Lembro de sempre me comunicar e fazer amigos com facilidade. De alguma forma, isso me incentivou na escolha da psicologia, pois as pessoas são muito distintas, não é uma tarefa fácil escolher pelos relacionamentos, mas acredito que vale a pena. Tenho muitas amigas desde a época da escola que permanecem até hoje e aposto que será para sempre.

its Teens: Como é o mercado de trabalho para quem escolhe a psicologia?

Annelise: Depende do local onde você está inserido. Observe ao redor e veja onde há necessidade de ter um psicólogo. Se não há a oportunidade, você pode criá-las. Todo mercado é competitivo, indicaria não investir onde é mais rentável ou está “bombando’’, mas focar onde você se vê, onde há mais facilidade para você se desenvolver. Sempre haverá mercado para bons profissionais.

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capa

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Foto: Leve Fotografia com Propósito


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i O que vocêr va aq encontrar po ui: HOMENAGEM AO DIA DO PROFESSOR. HISTÓRIAS DE PROFESSORAS QUE FORAM ALUNAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE JOINVILLE.

Renata Bomfim Tempo de leitura: 8 minutos

uito além que apenas um espaço de ensino e aprendizagem, a escola é um lugar onde está boa parte da memória afetiva e o início das amizades que marcam a infância da maioria dos alunos. Além disso, todo estudante tem uma lembrança com algum professor: pela forma de explicar um assunto, o jeito de dar aula, o ouvido amigo para o desabafo ou os conselhos certeiros de quem sempre tem uma boa palavra na hora certa. De um jeito ou de outro, toda escola tem aquele professor amigo da galera, que brinca, mas ensina como ninguém; que é exigente, mas que todo mundo adora; que tem uma prova difícil, mas que tudo bem, porque tem um dom de explicar que deixa tudo mais fácil. E, no meio disso tudo, ainda tem aqueles professores que despertam nos alunos o interesse pela profissão e que, sem saber, influenciam - já na infância - na escolha profissional de um estudante que nem saiu do Ensino Fundamental, mas que tem a resposta na ponta da língua sobre o que ser quando crescer. Pensando nesses mestres que marcaram vidas e mudaram o rumo de várias delas, neste mês em que se comemora o Dia do Professor, a revista its Teens foi atrás de histórias de pessoas que estudaram na unidade escolar em que hoje dão aula. E não é que deu para encontrar várias delas? Por isso, a partir de agora, receba o nosso convite para ler sobre as memórias de três professoras da Rede Municipal de Ensino que trabalham em sala de aula e na gestão escolar e dividem o espaço educativo com professores que lecionaram para elas na época de estudantes.

Confira.

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Todo mundo tem ou teve aquela professora com um jeito único de dar aula, que sai do formato de quadro e livro e explora outras formas de ensinar. Aquela que movimenta a turma com atividades diferentes, com propostas criativas e que, no final, é o que valida uma boa aprendizagem efetiva na vida do estudante. Ao menos é assim que a professora de ensino religioso Joice da Silva Mariani lembra das aulas de história de Aparecida de Oliveira Modesto, atualmente diretora na Escola Municipal Laura Andrade, na zona leste de Joinville. Aluna da unidade durante todo o Ensino Fundamental, Joice sempre teve o desejo de retornar à escola depois da graduação para dar aulas. Com o sonho desde criança em ser professora, ela revela, sem hesitar, uma das suas grandes inspirações: a diretora Aparecida. “Ela foi uma das melhores professoras que passaram pela minha vida”, relembra Joice. “A Cida conseguia transformar as aulas e fazer com que elas se tornassem interessantes. Por mais que não tivesse tudo isso que a gente tem hoje na escola, a Cida conseguia trazer isso pra gente e isso me emociona, até quando lembro.”

Na EM Professora Laura Andrade, Joice da Silva Mariani, professora de ensino religioso, foi aluna da diretora da unidade, Aparecida de Oliveira Modesto

O retorno de Joice para a unidade, em 2019, foi uma surpresa para a diretora Aparecida, que ainda não sabia quem seria a professora de ensino religioso dos anos finais do Ensino Fundamental da escola. “Quando eu cheguei e olhei para ela, eu disse: ‘eu te conheço’, e ela: ‘claro que você me conhece, eu fui tua aluna’”, relembra Cida. Colegas de trabalho, hoje as duas compartilham as memórias e as boas risadas de quando a relação eram apenas as obrigações entre professora e aluna. Orgulhosa de lecionar na escola onde estudou, Joice conta que, no início, em cada sala de aula que entrava, o discurso era o mesmo: “vocês sabiam que eu já estudei aqui? E que eu já fui aluna da Cida?”. Apaixonada pela educação, a professora de ensino religioso conta a importância de construir boas histórias e memórias no espaço escolar. “Eu quero que os meus alunos se sintam amados, respeitados. Porque eu fui amada, respeitada. Eu fui ouvida e isso me motiva: muito além de passar o conhecimento científico, além disso, ouvi-los.” Nas memórias de Aparecida, a espontaneidade de Joice, ainda aluna, segue viva nas histórias. “Ela não parava de falar, a mão toda vida levantada. Eu lembro dela pequena, quando soltava risada, não parava mais. Sempre foi nessa intensidade de emoções”, relembra a diretora ao falar da aluna e a profissional que se tornou. “Quando faço reunião, que eu chego e olho, me enche de orgulho.”

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Foto: Leve Fotografia com Propósito

Escola Municipal Professora Laura Andrade

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capa

Nas imagens, professora Ane Jaqueline Corrêa, da EM Amador Aguiar, divide o ambiente escolar com dois professores da sua época de estudante

Escola Municipal Amador Aguiar Toda criança tem um sonho: umas de se tornarem astronautas; outras de serem médicas. Mas para Ane Jaqueline Corrêa do Nascimento sempre foi muito claro: ser professora. Integrante do corpo docente da Escola Municipal Amador Aguiar, na zona sul, Ane faz parte do programa Mais Alfabetização, voltado para atender crianças no primeiro e segundo ano do Ensino Fundamental no desenvolvimento da leitura, escrita e cálculo. Apaixonada pela educação, os olhos se enchem de lágrimas - e mesmo com a máscara que esconde o sorriso, ela não oculta a alegria de falar sobre a profissão que escolheu seguir. “Quando eu entro no portão, meu sorriso vai na orelha. Eu não consigo explicar o tamanho da minha felicidade, porque eu sou muito feliz por estar aqui.”

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A alegria da professora se mistura com a história da época de aluna: a unidade em que hoje trabalha foi também a escola onde Ane cursou todo o Ensino Fundamental. Hoje, ao voltar para o lugar que a formou, ela divide a docência com professores que foram responsáveis pela sua formação.

Emocionada, Ane conta do apoio e incentivo que recebe da família para terminar a graduação em Pedagogia. “Eu cresci vendo a minha mãe envolvida com a escola. Embora ela não tenha estudado, ela sempre me incentivou. Quando foi pra eu começar aqui na escola, ela dizia assim pra mim: ‘quando você for entrar na sala de aula, explicar para os seus alunos, você lembra de mim’”, conta a professora, emocionada. Ao andar pela escola, Ane relembra os lugares que costumava frequentar e como tudo mudou do seu tempo de aluna para o de agora, como professora. Fascinada pelo universo da educação, a professora sabe muito bem dizer o que a faz feliz na área. “Sentar do lado da criança e explicar pra ela que o ‘b’ e o ‘a’ formam a sílaba ‘ba’, e ela olhar pra mim e entender o que eu estou falando e aprender a ler da forma que eu estou explicando é maravilhoso. É música para os meus ouvidos ouvir eles juntando as sílabas.”


A primeira formação profissional de Sonia Regina Stamm Frost, auxiliar de direção na Escola Municipal Professora Anna Maria Harger, também na zona sul da cidade, não tem relação com a educação. Porém, os caminhos que surgiram à sua frente logo trouxeram a aluna para integrar e retribuir o que aprendeu na unidade como professora e, atualmente, como parte da gestão escolar. Com a primeira formação em Administração de empresas para trabalhar nos negócios da família, foi o trabalho da irmã, professora de Educação Infantil, que levou Sonia a mudar para a profissão da qual, passados mais de 20 anos, não saiu mais. “A educação, para mim, faz parte do meu ser. Me sinto privilegiada, honrada de estar aqui.”

Desde 2014, Sonia trabalha na Escola Municipal Professora Anna Maria Harger, onde estudou e viu os seus filhos também se formarem no Ensino Fundamental. “Trabalhei anos como professora, passei por todas as turmas de primeiro a quinto. E depois fiquei um bom tempo como alfabetizadora. Mais tarde, fui convidada para atividades complementares aqui e, no ano passado, assumi como auxiliar de direção”, conta Sonia. Em sua função, a de auxiliar de direção, atualmente, assume responsabilidades diferentes das que tinha quando estava em sala de aula. “É um trabalho com todas as equipes da escola. O auxiliar e a direção têm que estar sintonizados com todos.”

Escola Municipal Professora Anna Maria Harger

Fotos: Renata Bomfim

Auxiliar de direção, Sonia Regina Stamm Frost trabalha na escola onde ela e seus filhos estudaram

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diversão

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É para

copiar,

professor?

15 DE OUTUBRO

DIA DO PROFESSOR


cultura pop

Neste mês celebramos os professores, que, no mundo de Harry Potter, estiveram lá desde o primeiro momento, quando o menino bruxo ainda era um bebê, até a desafiadora Batalha de Hogwarts

Gustavo Bruning Imagine que entediante seria se todos os nossos professores fossem iguais, ensinassem com as mesmas técnicas e com base nas mesmas vivências. Em Hogwarts, por exemplo, não teríamos aquela alegoria maravilhosa que é o quadro de professores. Aí é que está a graça: a experiência escolar só é completa quando absorvemos um pouco de cada professor diferente. As histórias dos nossos mestres também podem surpreender. Bem antes de ser diretora da Grifinória, a professora McGonagall teve carreira no Ministério da Magia. Já o professor Lockhart, quando aluno, ficou encrencado após escrever seu autógrafo com letras gigantes no meio do campo de Quadribol. E você sabia que foi o próprio Dumbledore quem providenciou uma estrutura para que o professor Lupin, ao ingressar em Hogwarts, aos 11 anos, pudesse se transformar em lobisomem de forma segura?

Valorizar as peculiaridades de cada um só nos prepara melhor para o mundo. O resultado desse aprendizado é como a Poção Polissuco: leva tempo para ficar pronto, mas é transformador. No fim das contas, não é preciso ter uma varinha quando a habilidade de ensinar está na ponta do giz. É assim que, de certa forma, todas as aulas têm um pouco de magia. O que é a química senão uma versão mais complexa da aula de poções? Já as belezas do reino animal vistas em biologia encantam tanto quanto as fictícias criaturas fantásticas. E, cá entre nós, a educação física pode não te levar às alturas como a aula de voo, mas certamente faz bem para a saúde.

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As façanhas e desventuras dos professores de Hogwarts são de grande importância nos livros e filmes do mundo mágico. Teste a memória sobre a saga e confira as respostas no canto da página.

2. Qual professor criou um clube para reunir seus alunos favoritos? A) Severo Snape B) Silvano Kettleburn C) Horácio Slughorn 3. Quem se torna professor de Trato de Criaturas Mágicas no terceiro ano de Harry? A) Cornélio Fudge B) Rúbeo Hagrid C) Lúcio Malfoy 4. Qual professora ensinou a turma de Harry a plantar mandrágoras? A) Pomona Sprout B) Minerva McGonagall C) Dolores Umbridge 5. Qual professor também é encarregado do coral de Hogwarts nos filmes? A) Quirino Quirrell B) Madame Hooch C) Fílio Flitwick 6. Quem é o último professor a ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas a Harry? A) Severo Snape B) Alastor Moody C) Amico Carrow

7. O que a professora McGonagall ensina aos alunos no segundo filme? A) A conjurar as três Maldições Imperdoáveis B) A transfigurar animais em cálices de água C) A aparatar para fora dos terrenos da escola 8. Qual previsão da professora de Adivinhação, Sibila Trelawney, mudou o rumo do mundo bruxo? A) A invasão das acromântulas a Hogwarts B) A vitória de Harry no Torneio Tribruxo C) O nascimento de um bruxo capaz de derrotar Voldemort 9. Qual foi uma das decisões autoritárias de Umbridge como diretora? A) A proibição de corujas e envio de cartas B) A expulsão de estudantes nascidos trouxas C) A demissão do professor Firenze, centauro da Floresta Proibida 10. Qual habilidade pertence ao professor Binns, de História da Magia? A) Ele pode atravessar paredes, pois é um fantasma B) Ele muda de aparência várias vezes durante a aula C) Ele possui um olho mágico que vê através de qualquer objeto

Respostas: 1-B, 2-C, 3-B, 4-A, 5-C, 6-A, 7-B, 8-C, 9-C, 10-A

1. Qual professor ensinou Harry a conjurar o Feitiço do Patrono? A) Gilderoy Lockhart B) Remo Lupin C) Alvo Dumbledore

Resultado: 0 a 3 respostas corretas: não foi dessa vez, mas tudo bem! O universo de J.K. Rowling tem muitos detalhes e pode ser difícil recordar de tudo. E se você não se encontrou tanto em Harry Potter, há outras fantasias para conhecer: Percy Jackson, Jogos Vorazes e Divergente são algumas opções. 4 a 7 respostas corretas: lembrar de tudo que acontece em Hogwarts pode não ser o seu forte, mas você acompanha bem as aulas e as aventuras do mundo bruxo! Uma boa é mergulhar novamente nos livros para reviver tudo que Hogwarts reserva para você. 8 a 10 respostas corretas: o orgulho da Sra. Weasley! Você realmente presta atenção na história e nos principais detalhes! É um aluno nota 10, que provavelmente seria convidado para o Clube do Slugue e ajudaria o Rony nos trabalhos escolares.

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wi-fi

EDUTUBERS: PROFESSORES INFLUENCIADORES QUE FAZEM SUCESSO NO YOUTUBE Na internet, os professores influenciadores atraem a atenção dos estudantes com vídeos diferenciados e abordagem inovadora na hora de ensinar os conteúdos escolares Lucas Inácio

A internet tem sido cada vez mais uma ferramenta importante e parceira para efetivação da aprendizagem. Nesse mundo virtual, é possível encontrar todo e qualquer assunto em poucos cliques e o desafio nesse mar de informação é saber filtrar as mais relevantes. Com canais que bombam no YouTube de audiência e milhares de seguidores, conheça os edutubers: professores influenciadores que revolucionam a forma de ensinar e atraem a atenção de alunos de todo o Brasil com vídeos diferenciados e abordagem inovadora. Spoiler: tem professor da Rede Municipal de Ensino de Joinville entre eles.

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Vamos de números É hora de falar de matemática e uma coisa que pode ajudar nesta disciplina é giz. Calma, ninguém precisa ter um quadro negro em casa. É que a professora Gislaine Bezerra iniciou em 2020 o canal Gis com Giz Matemática, voltado, principalmente, para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, tudo com playlists organizadas de acordo com as várias áreas da matemática e também por séries. Curiosidades, métodos, jogos matemáticos e até revelação de mágica tem no canal, claro, usando os números. Vale a pena, afinal, nunca é demais aprender matemática e, quando a gente entende direitinho, as tarefas da escola e da vida ficam bem mais fáceis.


It’s english time, baby Uma das referências do YouTube Edu no país é a professora Carina Fragozo, que começou seu canal em 2013 com seu primeiro vídeo no English in Brazil dando dicas de inglês para pessoas em vários níveis de aprendizado. Hoje, ela tem 1,5 milhão de seguidores graças aos vídeos bem variados e interdisciplinares, ou seja, que tratam de vários assuntos além do inglês. Tem muitos convidados de outros canais, tradução de música famosa, as confusões mais comuns da língua, dicas de séries que ajudam a falar inglês e várias outras coisas. Vale a pena conferir.

História com prata da casa Um professor da nossa Rede aqui de Joinville e que também está na rede mundial de computadores é o Pedro Romão Mickuzcs, ou simplesmente Prof. Pedro JB que é como está registrado em seu canal no YouTube, uma referência à Escola Municipal Professor João Bernardino da Silveira, carinhosamente chamada de JB. Ele é professor de história e traz vários vídeos com conteúdos de sua disciplina, mas não só isso. O Prof. Pedro fala de música – ele manda bem demais no violino –, cozinha, videogames, os “bastidores” da vida de professor e sempre com muita história. Inclusive, tudo começou com um trabalho que ele fez com os alunos em 2017 e nunca mais parou, mostrando mais uma vez que professores sempre aprendem com os alunos.

Português maluco beleza

Muito além da pandemia Sabe o Átila Iamarino?! Talvez você nunca tenha visto o canal que leva seu nome no YouTube, mas com certeza você já viu ele por aí. Átila é professor e pesquisador de biologia e ficou famoso na pandemia por ser um dos grandes conhecedores do assunto no país, já que a virologia é sua área de pesquisa. Mas o que você talvez não saiba é que o canal dele tem muito mais do que Covid-19: ele fala sobre vários assuntos de biologia e de outras áreas científicas, sempre com bastante referência de coisas do nosso dia a dia. Tem diversos aprendizados, desde como o Google funciona até como a invenção da caneta esferográfica foi revolucionária. Um prato cheio para quem gosta de curiosidades e, especialmente, genética.

Antes da próxima dica, um aviso: tome cuidado se for assistir aos vídeos com fone de ouvido. O Professor Noslen é da área de língua portuguesa e é bem conhecido entre os educadores do YouTube com seus 3,5 milhões de inscritos. E para ter tanto seguidor, além de muito esforço, é preciso carisma e isso ele tem. O professor Noslen é aquele perfil maluco beleza que parece ligado no 220 V o tempo todo, cheio de energia e que passa toda essa empolgação para quem assiste às aulas. Mas, além disso, ele tem um jeito bem legal de ensinar, com assuntos diversos e muitas participações de outros youtubers famosos que também dão dicas de leitura – e como tem sugestão boa.

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bloco de notas

O que

r e s é preciso para

Da Educação Infantil ao nível universitário, cada ensino exige uma formação diferente para ser professor; veja quais são Renata Bomfim Para chegar até o momento de estar à frente de uma sala de aula e compartilhar todo o conhecimento sobre o componente curricular que leciona, primeiramente, é preciso entender as diferenças na formação dos professores. Da Educação Infantil até o nível universitário, existem neste espaço vários caminhos que são percorridos para cada tipo de ensino. Vamos aprender quais são? A exigência na formação vai depender em qual nível de ensino o profissional deseja atuar - e isso pode ir desde ter o básico, que é o Ensino Fundamental; a formação em algum tipo de licenciatura, que são as graduações; até mesmo o doutorado para nível universitário, ou seja, trabalhar com nível de Ensino Superior e pesquisas. Se você deseja seguir carreira nesta área, é importante saber as formações para se tornar um professor e aprender sobre os diversos níveis de ensino.

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O que é preciso para ser professor na Educação Básica? Provavelmente, o Ensino Superior em Licenciatura é a primeira habilitação do seu professor de sala de aula, já que pode atuar na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Para trabalhar neste nível de ensino, os profissionais precisam ter formação licenciada em Química, Física, Letras, Matemática, Geografia, Ciências Biológicas e Pedagogia, de acordo com o Ministério da Educação (MEC).


s e f o pr

? r so

O que é preciso para ser professor na universidade? Já para trabalhar em faculdades, a exigência de formação para o ensino muda. Além de ser necessária a graduação no curso em que o profissional deseja lecionar, é necessário ter mais uma pós-graduação, ou seja, uma especialização que qualifique o professor para dar aulas neste nível de ensino. A formação pode ser um MBA, mestrado ou doutorado e a exigência de certificado pode mudar de acordo com a instituição em que o profissional deseja atuar.

Mestrado:

esta formação é voltada para o desenvolvimento científico, aprofundar todo o estudo na graduação e ampliar o aprendizado para uma área do conhecimento. O profissional que deseja atuar como pesquisador ou professor universitário precisa ter certificado neste nível de ensino.

Doutorado:

o doutorado é uma formação intensa que dura, em média, de quatro a cinco anos, e costuma ser procurado por pessoas que desejam se aprofundar nos conhecimentos acadêmicos e na área de pesquisa.

O que é preciso para ser professor de nível técnico? Seja tecnólogo ou com formação em alguma graduação, para atuar neste nível de ensino é preciso que o profissional tenha certificação na área em que leciona.

QUIZ seu Você entendeu? Teste

conhecimento

as ações do texto sobre Com base nas inform s õe aç atu as para divers diferentes formações seu o ar lid va ra ho a é dos professores, agora o teste e confira se . Faça aprendizado do dia unto. ass o u de ten en você ra ser professor de Qual é a exigência pa ? tal en am Ensino Fund iatura nc lice em ão aç rm ( ) Fo ado e doutorado str me m co ( ) Formação tal em Ensino Fundamen ( ) Formação apenas utorado? Quem pode fazer do m curso técnico co a sso pe r ( ) Qualque m mestrado co ( ) Qualquer pessoa m graduação e co a sso pe r ( ) Qualque mestrado ser professor O que é preciso para io? universitár ( ) Apenas licenciatura sor a que deseja ser profes ( ) Graduação na áre e nte de on sp rre co a ( ) Graduação na áre pós-graduação outubro 2021 // its Teens

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spoiler

O CAÇADOR DE PIPAS Maxwel Melo Professor de Língua Portuguesa Escola Municipal Nilson Wilson de Bender arrado em primeira pessoa e ambientado em Cabul, capital do Afeganistão, o romance nos apresenta a história de dois meninos, Amir e Hassan, que cresceram juntos até certo ponto da vida de ambos. É o tipo de romance que arrebata o leitor, colocando-o na história, fazendo-o tomar partido - umas vezes amando, outras vezes detestando, mas, de forma alguma, quem lê esse romance fica indiferente à história. Estas são, na verdade, as características de um excelente romance, pois envolve emocionalmente o leitor na trama. A narrativa é contada pela perspectiva do narrador-personagem, Amir, que, a partir de suas lembranças, conduz o leitor por “montanhas” de emoções. Os dois amigos foram criados pela mesma cuidadora, viviam juntos, eram vizinhos e quase da mesma idade, mas pertenciam a classes sociais diferentes. Amir era alfabetizado e filho de um empresário, o dono da casa em que moravam; Hassan era analfabeto e filho de Ali, empregado doméstico da casa do pai de Amir. Tanto Ali quanto Hassan prestavam serviços domésticos na casa do pai de Amir.

A psicologia no romance

O romance mostra que o ser humano é capaz de amar incondicionalmente expressando lealdade, fidelidade e grandeza moral – características do personagem Hassan. Mas demonstra ainda que o ser humano também é capaz de ser desleal, traidor, covarde e ter pequeneza ou fraqueza moral – caso do personagem Amir. No entanto, todos têm a oportunidade e a possibilidade de mudar do polo negativo para o positivo na vida, conforme ocorre com Amir ao resgatar seu sobrinho, o filho de Hassan, das garras daqueles que violaram Hassan quando ainda criança, nas ruas de Cabul. Basta dar ouvidos à voz da consciência para “ser bom novamente”!

A editoria Spoiler é um espaço para resenha de livros com textos exclusivos de bibliotecárias da Rede Municipal de Joinville. Quer compartilhar a sua com a gente? Basta enviar para renata.bomfim@portalits.com.br e colocar no assunto: meu texto na editoria Spoiler.

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PROMOÇÃO:

Local: Grêmio Whirpool

Datas: 23 de outubro 06, 20 e 27 de novembro 11 e 18 de dezembro Mais informações: (47) 99963-0644


eu, repórter na its

Foguetes

recicláveis

Anthony Rogério Degang Eduardo Henrique de Azevedo Pereira Fernanda Blasius Kauã Mattheus Buzzi Kaio Henrique dos Santos Leonardo Stock de Souza Escola Municipal Paul Harris Em uma sexta-feira, dia 18 de junho de 2021, o 7º ano B e outras turmas da Escola Municipal Paul Harris realizaram o projeto dos foguetes com o professor Gustavo Kasten, de Geografia. A classe se separou em grupos e construiu seu próprio foguete com as instruções e ajuda do professor. Todos reciclaram garrafas pet e materiais que iriam para o lixo, como papelão. Os alunos decoraram seus foguetes a seu gosto e com o que tinham em casa. Os foguetes foram produzidos com garrafas pet, balão e também com asas feitas de papelão. A finalidade do projeto foi aliviar a rotina pesada dos alunos e também estimular a criatividade. O trabalho em equipe foi fundamental para construir o foguete. Cada aluno trouxe alguma coisa para decorar ou colocar no foguete e juntar o que tinham para fazer o projeto.

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Resultado das entrevistas: Perguntamos a alguns alunos do 7° ano sobre o que acharam do projeto. A maioria respondeu que gostou e que foi algo inovador e diferenciado.

“Aprendi a como trabalhar em grupo e em harmonia”, apontou a aluna Maria Luiza Bitencourt.

“Aprendi a fazer bem o uso de materiais recicláveis”, relatou o aluno Leonardo Stock de Souza.

Fotos: EM Paul Harris/Divulgação

O professor Gustavo se inspirou na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) para realizar o projeto.

Conheça a editoria “Eu, repórter na its” Com orientação da revista its Teens, os alunos viram pauteiros, repórteres e fotógrafos na escola para escrever uma notícia e compartilhar com toda a Rede Municipal de Ensino de Joinville o que tem de legal na unidade. Todo o processo é acompanhado com a supervisão de um professor ou da própria gestão para publicação. Nesta edição, a Escola Municipal Paul Harris assina a editoria. outubro 2021 // its Teens

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galerias

Professor Jackson, professora Elaine, Luiz, Gustavo, Ketlin, Jonathan, Marcela, Julia, Juliana, Isabela, Stefany e Ruan

Diretora Méri e Roger

Alunos do nono ano C

Thalita e Stefany Saymon, Pedro, Eduardo, Miguel e Roger

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Ketlin, Nickole, Marcela, Julia, Juliana, Rafaela, Isabela, Stefany e Kauany

Lucas, Matheus e Bruno

Turma do nono ano A e B, diretoras Andreia e Méri

ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR EDGAR MONTEIRO CASTANHEIRA FÁTIMA JOINVILLE - SC Thays, Saymon, Heloisa, Maria, Pedro, Isadora e Thaynara

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galerias

Alicia, Pedro Henrique, Carolina, Diogo, Beatriz, Vitor, Isabela, Augusto e João Pedro

Daniel, Gabriel e Vinícius

Karolyna, Rafaela, Kauane, João Pedro e Matheus

Alicia, Carolina, Beatriz, Augusto, Pedro Henrique e Diogo

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João Pedro, Isabela e Vitor


Carolina e Pedro Henrique Emanuela, Isabela, Emilly, Daniel, Gabriel e Vinícius

ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA LAURA ANDRADE JARDIM IRIRIÚ JOINVILLE - SC Alicia, Diogo, Beatriz, Pedro Henrique, diretora Aparecida, Carolina, João Pedro, Augusto, Vitor e Isabela

Gabriel

Murilo, Miguel e Artur

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galerias

Laia Beatriz Leal Claudino Leonardo Rodrigues

ESCOLA MUNICIPAL CAIC PROFESSOR MARIANO COSTA ADHEMAR GARCIA JOINVILLE - SC Trabalho de artes - professora Fabiana Castegnaro

Luiza Cypriano Fagundes de Oliveira

Regiane Galvão Claudino

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Maria Clara dos Santos Pais


Miguel Paes da Silva

Matheus Oliveira dos Santos

Lucas Neumann Raissa de Aguiar Silveira

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saideira

ã n o a é m a l a d a a d p ele r o c A India Ohara Novaes Cavalcanti Escola Municipal Professor Sylvio Sniecikovski

A cor da pele não é a cor da alma. Se não consegues ver meu valor, Se incomodo pelo meu tom, Se seus padrões são diferentes, O problema que maltrata, Não está em como sou. Se seu viver quer apagar meu brilho, Sinto muito! Se a sua amarga vida, Não te faz enxergar Que se a alma não tem cor, O que falta em você é: o AMOR.

Quer o seu texto publicado aqui? Saiba como

Envie um e-mail para renata.bomfim@portalits.com.br e escreva no assunto “meu texto na its Teens” com a sua produção em anexo. Agora, esta editoria é sua: estudante ou professor, fique à vontade para nos enviar o seu material. A gente vai adorar receber e publicar!

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