its Teens Joinville - 30

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WI-FI

STAR WARS

NOTÍCIA DAS ESCOLAS

Revista Its Teens Joinville nº 30 2018 | R$ 9,80

PROFESSORA DE JOINVILLE É FINALISTA EM PRÊMIO DE EDUCAÇÃO

Bem-vindo ao

ESPETÁCULO Há mais de dez anos com participações no Festival de Dança de Joinville, a EM Governador Pedro Ivo Campos faz história no evento e no ensino público da cidade



EDITORIAL Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br Diretor Superintendente Gilberto Klenübing | gilberto.k@ricsc.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Coordenador Núcleo Jovem Gilvan Saragosa Junior | gilvan.jr@ricsc.com.br Conteúdo Jéssica Stierle | jessica.stierle@portalits.com.br Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Eduardo Motta Supervisora de Distribuição Marina Rosa - distribuicao@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Gabriel Habeyche | gabriel.habeyche@ricsc.com.br Gerências Comerciais SC Gerente Comercial Oeste Eliane Salete Sante Mattos | eliane.mattos@ricsc.com.br Gerente Comercial Joinville Cristian Vieceli | cristian@ricsc.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ricsc.com.br Gerente Comercial Itajaí Robson Fiamoncini Cordeiro | robson.cordeiro@ricsc.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Graziela Silveira | graziela.silveira@ricsc.com.br Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3,000 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville

Salve, galera its!

JÉSSICA STIERLE

Já diria a rainha dos baixinhos: “Quem dança seus males espanta”. E, se a gente parar para

pensar, há muitos males que estão ao nosso redor: violências, preconceitos, medos, vergonhas. Tenho a sensação de que essa lista se desfaz quando entra em contato com o movimento, com a harmonia, com o ritmo. É como se fosse em um passe de mágica e: PLIM! Vai ver a dança possui esse poder e que bom vê-la sendo usada como dinâmica na vida escolar transformando o caráter, criando sonhos, dando protagonismo e repercussão. Que poder incrível, que ritmo perfeito! Está esperando o quê para se deixar conduzir nesse passo que não demanda total sincronia?! Afinal de contas, nem sempre a vida permite acertar movimentos de braços, mãos, pernas e expressão, mas a gente tenta e é tentando que se aprende, e é aprendendo que a gente segue o baile, bem do nosso jeitinho. Beijos, Jé

#FALHANOSSA A primeira its Teens deste ano (edição 27), a matéria “O coletivo que ensina” foi publicada sem o nome da escola. Então, aqui vai o complemento que faltou: ela foi feita na EM Pastor Hans Müller, durante a aula de ciências da professora Rosângela de Moura Butzge.

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Lagum - Samba Mano Walter - Juramento do Dedinho OutroEu - O Que Dizer de Você

OS CULPADOS

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LUCAS INÁCIO

MARIANA EMERIM

MATEUS SILVEIRA

PRISCILA ANDREZA DE SOUZA

RENATA BOMFIM

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CULTURA POP

WI-FI

NOTÍCIA DAS ESCOLAS

JOGOS ESCOLARES

CAPA

SAIDEIRA

conteúdo 6 | CULTURA POP

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Se rumores começaram a surgir a respeito do noivado entre Justin Bieber e Hailey Baldwin, o cantor tratou logo de oficializar o que já estava na cara. Com uma postagem no seu Instagram cheia de amor, Bieber falou sobre o pedido de casamento com um texto que aqui até chegou a cair uma lágrima.

Um dos personagens mais fascinantes do mundo de Star Wars está à venda e em tamanho real. O BB-8, aquele robô que lembra uma bola de futebol, terá uma versão de, aproximadamente, um metro de altura que será posto no mercado para colecionadores. Ele acende as luzes e faz os mesmos barulhos do filme, porém, não se move como o BB-8 – que é a coisa mais legal do personagem, diga-se de passagem.

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A professora Edla Rosa de Oliveira é finalista do Prêmio Educador Nota 10, promovido pela Fundação Victor Civita. São 50 pessoas que concorrem ao título nacional de Educador Nota 10. Professora Edla atua no CEI Marilene do Passos Santos no bairro Paranaguamirim. O projeto Inspirações da Natureza, desenvolvido junto com a auxiliar de educador Suzilaine Costa Rocha Couzen, foi aplicado na turma de maternal 2 com crianças de três anos.

Da arquibancada a torcida gritava: “Valentim! Valentim!”. O favoritismo não poderia ser para outro, já que a etapa classificatória para a final da categoria futsal dos Jogos Escolares 2018 levou o time da Escola Municipal João Valentim da Rocha (uma das sedes do evento) com tranquilidade para conquistar a classificação ao vencer por 5 a 2 a EM Professora Karin Barkemeyer e de 13 a 5 contra a EM Anaburgo.

20 | CAPA

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Assim que desceram do ônibus e pisaram no Centreventos Cau Hansen, o grupo de danças populares da Escola Municipal Governador Pedro Ivo Campos se reuniu, pela segunda vez naquele dia, para fazer uma oração. De mãos dadas e a emoção ganhando forma em alguns rostos que se confundiam pela maquiagem, a coreógrafa Elisiane Wiggers fez apenas um desejo: “Sejam lindos e soberanos nesta noite”.

Se eu encontrasse um gênio da lâmpada mágica hoje, agora, bem aqui na minha frente, e ele pudesse me conceder um único pedido, eu suplicaria sem titubear: quero escrever um texto fantástico! Meu desejo é escre­ver uma crônica que te cative, que te pegue pela mão e, quando você se der conta, já engoliu todas as palavras com os olhos. Um texto que te prenda, que te identifique e te acolha em um abraço quentinho.

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PAPO DE LEITOR

Por Mateus Pereira Silveira

PRISIONEIRAS Kindred, Laços de Sangue Drauzio Varella, normalmente, é lembrado pelas suas participações em programas televisivos de saúde. Ou mais recentemente, como aquele médico A viagem no tempo é um tema frequente no gênero da ficção científica. Seja nos simpático que resolveu levar sua vivência profissional para um canal no YouTube, quadrinhos, cinema ou literatura, o assunto desperta a curiosidade do público, por sua mesmo sem conhecer as gírias e memes do público jovem, ganhando o espaço pela projeção das tecnologias futuras e pelas possíveis consequências causadas por uma sua simpatia. Mais que os méritos profissionais e qualidades pessoais, Varella merece volta ao passado. A premissa social também é bastante explorada nesse contexto e ser reconhecido em outras vertentes, principalmente por sua vida como escritor. essa é a trama de Kindred, livro escrito por Octavia Butler. Durante um longo período de sua carreira, ele trabalhou como médico voluntário A história tem Dana, uma jovem negra de 26 anos como personagem principal. em presídios e a convivência com quem vive ou trabalha nas cadeias o levou a produzir Recém-casada, ela está de mudança para um novo apartamento. Enquanto está o que pode ser chamada de trilogia sobre o sistema prisional, com os livros Estação arrumando seus livros, ela sofre uma crise de tontura e, de repente, é transportada Carandiru, Carcereiros, e o seu título mais novo, Prisioneiras, lançado no passado. para a beira de um rio, onde uma criança de, aproximadamente, cinco anos está se Entre osApós três livros a temática carcerária, o último o meu favorito. afogando. salvarsobre o garoto, Dana volta para a considero sua casa, encharcada e sob o olhar Não pela facilidade de leitura, mas pela relevância do assunto no momento atual. A de espanto de Kevin, seu esposo. estrutura narrativa se assemelha aos outros publicados. Capítulos curtos, fluídos, Logo ela descobre que sumiu de seu apartamento por apenas alguns segundos, com uma capacidade de contar histórias reais de maneira sensível, com percepções percebendo que o tempo entre os dois espaços correm de maneiras diferentes. No pessoais que agregam ao conteúdo, uma fuga do maniqueísmo que poderia ser mesmo dia, ao passar por uma nova viagem, ela descobre algumas respostas. Dana habitual, se não houvesse o zelo profissional em sustentar pontos de vista diversos. é transportada no tempo sempre que Rufus, o menino a quem socorreu, corre perigo. Ao contar as trajetórias das mulheres detidas que ele conheceu em seu Cada vez que isso ocorre, ele está mais velho. E enquanto ela vive em 1976, Rufus trabalho como médico na Penitenciária Feminina da capital paulista, Drauzio tem está no início do século 19, época em que a escravidão ainda não havia sido abolida um estilo próximo do jornalismo literário, em que consegue transcrever cenários e no território americano. personagens de maneira humanizada. Ao mesmo tempo, não tem firulas ao tratar em os riscos aumentam para ela, que é vista com desconfiança por negros e temas Assim, necessários no aspecto social. brancos, apesar de conquistar a confiança de Rufus. O problema é que ela só consegue O ponto chave do livro é o retrato que as desigualdades de gênero são ainda voltar para casa quando sua vida está em perigo, o que a coloca em situações cada vez mais notadas atrás das grades. Se para o homem que é preso a reintegração social é mais preocupantes. Lidando com as desigualdades sociais, ela conta com o apoio de complicada, o contexto para as mulheres é ainda mais doloroso. Elas, mesmo presas, Kevin para sobreviver em uma época hostil, ao mesmo tempo em que vê Rufus crescer se submetem muitas vezes aos valores morais e patriarcais da sociedade e mantêm e se tornar um senhor de escravos. os preceitos de respeito, submissão e devoção às suas famílias, o que raramente é Ela tenta situação,visitas pois sabe que sua ele possui laços recíproco, já queremediar poucas arecebem ou apoio dos conexão parentes,com mesmo quando o familiares. Ao mesmo tempo em que protege Dana de feitores e familiares, Rufus exibe crime que as levaram para trás das grades foi cometido para a proteção e sustento traços dequeridos. crueldade e obsessão, que visam afastar a jovem de Kevin. Kindred é um livro dos entes essencial, que possui uma narrativa fluida e repleta de diálogos, pois reconta a história Sexualidade, religião, assédio sexual, violência doméstica, pobreza, machismo. conectando dias até de hoje. O americana, livro aborda tudo issocom de debates maneiraaplicáveis natural. aos Porém, as situações são mais Publicado pela em editora Morro Branco, Kindred faz parte dos livros renascidos cômicas transmitem sua fala uma dor, um ressentimento. Prisioneiras é um livrono movimento de valorização da literatura de ficção científica feminina. Octavia Butler que incomoda, pois é um retrato fiel da nossa sociedade e no conforto de nossos foi uma marcante, porda serpouca uma mulher negra desbravando lares, não persona temos conhecimento esperança de dias melhorespelo quesegmento aquelas literário possuem. tido (erroneamente) como masculino. Ao lado dela, com outrasa bagagem escritorasdose mulheres Enfim, um desconforto que apenas alguém destacam, MarydoShelley, Margaret e Ursula k. Le Guin, provando que doutor mais como simpático YouTube é capazAtwood de causar. literatura de boa qualidade não possui gênero.

ASBELA COISAS QUE VOCÊ SÓ BAGUNÇA: VÊBAGUNCEIRA QUANDO DESACELERA | | COMO VOCÊ HAEMIN SUNIM ISABELA CASTRO

O THE HOMEM MAIS WALKING INTELIGENTE DA HISTÓRIA | DEAD, VOLUME 3| AUGUSTO ROBERTCURY KIRKMAN E CHARLIE ADLARD

A FORMA DA ÁGUA | VOCÊ É INSUBSTITUÍVEL | GUILLERMO DEL TORO AUGUSTO CURY

A POÇÃO MORTAL: QUERIA QUE VOCÊ ME DIÁRIO DE UMA VISSE | EMERY LORD GAROTA ALQUIMISTA | AMY ALWARD 1918: A HISTÓRIA DIÁRIO DE UM BANANA: DA PRIMEIRA GUERRA EDIÇÃO COMEMORATIVA | MUNDIAL | DAVID JEFF KINNEY STEVENSON

TUDO AQUILOPOR QUE FOGO E FÚRIA: EU NÃODADISSE DENTRO CASA|BRANCA DEKATHRYN TRUMP | MICHAEL HUGHES WOLFF UM VENTO À PORTA | AMORES AO SOL | MADELEINE L’ENGLE LUCÃO

PAIS BRILHANTES, MINHA HISTÓRIA | PROFESSORES MICHELLE OBAMA FASCINANTES | AUGUSTO CURY AMOR EM MANHATTAN | SARAH MORGAN GRAÇA E FÚRIA | TRACY BANGHART

A VERDADE SOBRE ALEGRO EM HIP HOP | AMORES E DUQUES BABI LEE DEWET | LAURA GUHRK

*A seleção dez contou comfoi osfeita livroscom que os seleçãodo dostoplivros deste mês lançamentos e osSaraiva que estão na pré-venda estão em alta na e Livrarias Curitiba da Saraiva

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CULTURA POP

MICHAEL JACKSON AINDA VIVE?! Não estranhe o nosso título, porque a gente sabe que as músicas do rei do pop vão se perpetuar por muitas gerações. Mas a grande novidade é que no novo álbum “Scorpion”, do rapper Drake, a faixa dez conta com uma participação especial: Michael Jackson! Calma, não se assuste! A música “Dont matter to me” conta com trechos de gravações inéditas do cantor. Além dessa surpresa, o novo disco vai contar com 25 faixas e participações de Jay-z, Ty Dolla $ign e Static Major.

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SHOW DAS PODEROSAS, VOLUME 2 O sucesso estourado de Anitta de 2013, conhecido como “Show das poderosas” que você deve ter dançado muito a ponto de decorar a coreografia está de volta, só que com uma nova versão que contou a participação de Glória Groove. A ideia partiu da gravadora Warner Music Brasil, que resolveu marcar o Dia Internacional do Orgulho LGBT+, comemorado em 28 de junho, com um presente desses! Além das duas, a gravadora uniu também Iza e Maria Gadú que regravaram “Um amor puro” de Djavan.


LÁ VEM O LOLLAPALOOZA BRASIL 2019! Para quem estava só esperando a divulgação das datas do Lollapalooza Brasil 2019 para organizar a vida e se programar para este evento de sucesso, já pode começar a se preparar. Anota aí os dias que você já vai colocar como ocupados na sua agenda: 5, 6 e 7 de abril de 2019. Apesar de que ainda não foram divulgados os preços dos ingressos e as atrações, você já sabe que vai precisar a começar a guardar aquela reserva a mais, né?!

NEM TODA BRINCADEIRA TEM GRAÇA… Durante o mundial de seleções na Rússia, o youtuber Cocielo, dono do CanalCanalha, com mais de 16 milhões de inscritos, fez uma publicação no seu Twitter sobre o jogador francês Kylian Mbappé que não teve graça e levantou discussões nas redes sociais sobre o racismo. O post foi feito durante a partida entre França e Argentina, nas oitavas de final. Após apagar o tweet, o youtuber publicou um vídeo no seu canal chamado “Ignorância”, em que explica o motivo da postagem e se posiciona a respeito da repercussão. “O que eu falei não é piada hoje, não é amanhã e nunca tem que ser. A gente tem que evoluir junto com o mundo e eu vacilei”, confessa.

JUSTIN BIEBER VAI CASAR!

Se rumores começaram a surgir a respeito do noivado entre Justin Bieber e Hailey Baldwin, o cantor tratou logo de oficializar o que já estava na cara. Com uma postagem no seu Instagram cheia de amor, Bieber falou sobre o pedido de casamento com um texto que aqui até chegou a cair uma lágrima. Veja a declaração na íntegra: “Eu ia esperar um tempo para falar alguma coisa, mas as notícias voam rápido. Ouça, Hailey, estou tão apaixonado por tudo em você! Estou determinado a passar a minha vida conhecendo todas as partes sobre você, a te amar bondosa e pacientemente. Eu prometo liderar nossa família com honra e integridade, deixando Jesus nos guiar através de Seu Espírito Santo em tudo o que faremos e todas as decisões que tomemos. Meu coração é COMPLETAMENTE seu e eu SEMPRE a colocarei em primeiro lugar. Você é o amor da minha vida, Hailey Baldwin, e eu não gostaria de passar o resto dela com nenhuma outra pessoa. Você me faz muito melhor. Nós completamos um ao outro tão bem! Mal posso esperar para a melhor temporada das nossas vidas! É engraçado, porque agora, com você, tudo parece fazer sentido. A coisa que mais me anima é que meu irmão e minha irmã vão poder ver outro casamento saudável e estável e procurar algo parecido para suas vidas. O timing de Deus é literalmente perfeito. Nós ficamos noivos no sétimo dia, do sétimo mês. O número sete é o número da perfeição espiritual. É sério, procure no Google! Isso não é louco? Aliás, eu nem planejei isso. Meu Deus, me sinto muito bem por ter nosso futuro seguro. Seremos ainda melhores aos 70, bebê. Aí vamos nós!

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Por Lucas Inácio

QUEM QUER SUMIR?

A busca pela invisibilidade é algo que está no imaginário dos seres humanos há muito tempo e perpetua a cultura pop aos montes, de histórias de super-heróis a Harry Potter. Pois parece que uma tecnologia que permite isso está sendo desenvolvida por cientistas canadenses com base no comportamento da luz, aquele que vocês já devem ter estudado em física. Trata-se de um dispositivo que altera a onda da luz antes dela chegar ao objeto que se quer “esconder”. Dessa forma, a luz verde que seria refletida por um objeto verde, por exemplo, é transformada em outra cor antes de chegar ao objeto, ou seja, não há reflexão. Parece complicado de entender, mas é mais difícil colocar em prática.

MARAVILHAS DA

TECNOLOGIA Fique ligado nas dicas da equipe its

ROBÔ BURGUER

Um restaurante fast-food da Califórnia, que abrirá em setembro deste ano, conta com um robô na preparação de seus lanches ao invés de pessoas. Mesmo com 40 funcionários repondo os ingredientes da máquina e exercendo outras funções, a comida ficará por conta de um sistema com 20 computadores e 350 sensores, tal qual robôs da indústria automotiva, por exemplo, com esteiras e um modo de produção em sequência. Os lanches tem custo relativamente baixo de US$ 6 mesmo criados por chefs renomados – talvez para compensar a desconfiança do público quanto à capacidade das máquinas. A empresa Creator já trabalha para expandir os negócios e abrir a franquia para outras cidades dos EUA, mas fica a dúvida: você comeria um lanche feito por uma máquina?

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STAR WARS Um dos personagens mais fascinantes do mundo de Star Wars está à venda e em tamanho real. O BB-8, aquele robô que lembra uma bola de futebol, terá uma versão de, aproximadamente, um metro de altura que será posto no mercado para colecionadores. Ele acende as luzes e faz os mesmos barulhos do filme, porém, não se move como o BB-8 – que é a coisa mais legal do personagem, diga-se de passagem. Apesar disso, se você ainda tiver interesse, é bom mexer no seu cofre, pois o colecionável terá custo de US$ 4 mil. Talvez seja melhor ficar com os bonecos mesmo.

MELHORES DO PRIMEIRO SEMESTRE

O Google anunciou a lista de melhores aplicativos da primeira metade do ano e quem ficou com a liderança do top dez entre os jogos foi Angry Birds 2, continuação do sucesso de 2009 e que foi muito elogiado. Também estão na lista o Marvel – Torneio de Campeões (jogo de luta com personagens da editora que ficou em 6º lugar) e o Into the Dead 2 (continuação do jogo de realidade aumentada da série Walking Dead que ficou em 4º lugar). Entre os aplicativos funcionais, o Adobe Photoshop Lightroom (edição de fotos) ficou em primeiro. O top dez também conta com apps de segurança de senhas e dados (Dashlane), de receitas (iCook) e também de exercícios (Seven e Runtastic).

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ESCOLA ABERTA

Notícias das

ESCOLAS

PROFESSORA DE JOINVILLE É FINALISTA EM PRÊMIO DE EDUCAÇÃO A professora Edla Rosa de Oliveira é finalista do Prêmio Educador Nota 10, promovido pela Fundação Victor Civita. São 50 pessoas que concorrem ao título nacional de Educador Nota 10. Professora Edla atua no CEI Marilene do Passos Santos no bairro Paranaguamirim. O projeto Inspirações da Natureza, desenvolvido junto com a auxiliar de educador Suzilaine Costa Rocha

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Couzen, foi aplicado na turma de maternal 2 com crianças de três anos. A final com o anúncio dos dez vencedores será dia primeiro de outubro, em São Paulo. Desde 2009, sete professores da rede municipal de ensino de Joinville já ganharam o prêmio, antes chamado de Professor Nota 10.


ALUNOS DE JOINVILLE PARTICIPAM DE AULA DE FUTEBOL AMERICANO Alunos de escolas municipais de Joinville que participaram de atividades de contraturno no programa AABB Comunidade tiveram uma aula de futebol americano. A atividade ocorreu com ajuda de integrantes da equipe do Joinville Gladiators. Primeiro os alunos receberam noções das regras de flag football (categoria da modalidade) e depois foram a campo para colocar os conhecimentos em prática. José Marques, 15 anos, da Escola Municipal João de Oliveira, revela que tem o sonho de criar uma escolinha de futebol americano e com o programa melhorou a sua vida. “Ajudou muito na autoestima. Antes eu era meio sozinho, agora conquistei bastante amigos”, conta. O técnico do Joinville Gladiators, Rafael Bueno Duarte, explica que a modalidade é ideal para trabalhar a inclusão. “O futebol americano é democrático e muitas técnicas são usadas em outros esportes”, explica. A intenção da atividade é fazer com que os alunos conheçam um esporte diferenciado. Ainda este ano eles vão ter noções de baseball e slackline.

“O programa AABB Comunidade tem objetivo de ampliar o vínculo familiar com a escola por meio do aluno”, explica a técnica pedagógica da Secretaria de Educação Claudeli Braz. O programa, feito em parceria com a Secretaria de Educação de Joinville, ocorre três vezes por semana no contraturno escolar na sede da AABB. Além das atividades esportivas, são oferecidas palestras e oficinas que visam o desenvolvimento socioeducativo. Ao todo, cerca de 100 alunos das escolas Senador Carlos Gomes de Oliveira e João de Oliveira participam do programa em 2018.

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EDUCAÇÃO

Quintal da

educação

Programa “Reinventando o espaço escolar” implantado nos CEIs e escolas municipais busca fazer de cada lugar possibilidade ensino e aprendizagem 12

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Bastou a diretora da Escola Municipal Presidente Arthur da Costa e Silva, Simone Lima, observar que uma simples brincadeira das crianças com carrinhos sinalizava a possibilidade de construção de uma pista, que logo a ideia ganhou forma e virou mais uma iniciativa do programa “Reinventando o espaço escolar”, em que coloca a observação como ponto importante para o ensino e aprendizagem dos alunos. Ainda em fase de construção, a pista para carrinhos agora deve ganhar pintura e sinalização de trânsito. “A revitalização dos espaços é ótima e a criança precisa perceber o antes, durante e depois”, comenta a diretora. “A nossa escola está um canteiro de obras vivo.” Isso porque cada espaço da unidade escolar é uma possibilidade de torná-lo pedagógico. Com 316 alunos matriculados desde a educação infantil


Fotos: Renata Bomfim

Por Renata Bomfim

ao quinto ano, a escola alinha os conteúdos da ementa escolar com tudo o que o espaço educativo pode oferecer, como é o caso da professora de história e geografia, Rafaela Camila Viana, que estudou com os alunos do segundo ano sobre paisagens naturais e modificadas pelo homem. A ideia foi simples: os alunos, com o auxílio de uma câmera fotográfica, precisavam registrar o que era natural e o que não era. Alessandra Rodrigues da Silva, tem 7 anos e participou da atividade com o registro de uma bicicleta. A aluna conta que gostou da experiência porque pode explorar melhor a escola para além da sala de aula, apesar de saber que é dentro do espaço com carteiras e quadro o seu lugar favorito. Além disso, os 20 alunos do quarto e quinto ano inscritos no programa Educação Integral no contraturno escolar participam de oficinas, como culinária, capoeira, artesanato e horta, todos pensados de forma a despertar as

habilidades manuais e a prática de atividade física. Scheila Meyer Voigt é professora do Mais Educação e oferece a oficina de horta para os estudantes. Como parte das atividades, ela ensina todo o processo de limpeza, compostagem, adubo e plantio do canteiro da escola, voltado para o consumo de hortaliça. “A gente vai fazer compostagem usando as folhas da escola e as crianças colocam a mão na massa”, destaca. Com a iniciativa de conhecer o espaço educativo e alinhar teoria com a prática, a diretora Simone acredita que as crianças se tornam mais perceptivas do lugar e isso as coloca como foco nesse processo de transformação. E se a ideia é torná-las protagonistas, por que não fazer com tenham autonomia na hora da merenda também? A iniciativa partiu da auxiliar de direção Gizele da Silva que pensou em mudar a forma de servir o lanche na hora do recreio. O que antes era servido pelas merendeiras, agora são os próprios alunos que colocam no prato o que querem e na quantidade em que desejam, em forma de buffet. “Um dia, ela (Gizele) trouxe uma toalha xadrez bem grande e começamos a passar de sala em sala e explicar como seria servido o lanche a partir daquele dia”, relembra a diretora. “Os alunos ficaram empolgados e agora tem muito mais respeito e ordem a comparar de quando eles eram servidos. Isso só fortaleceu o pensamento que eu tinha: a criança como protagonista do que ela está fazendo.”

Alunos do primeiro período em contato com a fauna da escola

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Equipe pedagógica

O espaço que liga a sala da educação infantil ao refeitório da escola virou uma pista sinalizada com placas de trânsito e faixa de pedestre

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A iniciativa do programa “ Reinventando o espaço escolar” foi lançada em 2010 apenas para os Centros de Educação Infantil (CEIs) com um desafio: reinventar os espaços externos das instituições com a intenção de ouvir as crianças e comunidade escolar para o desenvolvimento de um projeto institucional. Com esse programa, em 2015 a educação de Joinville recebeu o Prêmio de Inovação em Gestão Escolar, reconhecido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Hoje, o programa está no Plano Municipal de Educação e contempla todos os CEIs e escolas de ensino fundamental da rede municipal de Joinville.

Fotos: Renata Bomfim

Com a mesa colocada no pátio da escola e de frente para a cozinha, as merendeiras deixam as panelas expostas, ao lado da sobremesa do dia, junto com os talheres e pratos. Em filas, cada um coloca o que deseja comer, sem pressa. Nicole Sehn de Carvalho, 6, é aluna do primeiro ano e confessa que até achou mais fácil essa mudança implantada na escola na hora de se servir. “Lá em casa eu me sirvo assim também”, comentou a aluna que não nega o seu favoritismo pelo arroz e feijão feito pelas merendeiras. Lembra da toalha xadrez que foi o acessório imprescindível na mudança? Estava lá também. Para a técnica pedagógica, Marilene Zimmer, a alimentação também faz parte da metodologia na educação infantil. “A escola precisa estar junto nesse movimento, já que a intenção é essa: de que haja continuidade nesse processo e a alimentação é um espaço necessário para a criança. Que ela se sirva, se sinta bem, como se estivesse na casa dela”, destaca.


Alessandra Rodrigues da Silva

Hora do recreio com o lanche servido em buffet

ATIVIDADE PEDAGÓGICA DEVE VIRAR LIVRO

Professora do segundo período com os alunos que estudam sobre a flora da unidade escolar

Este ano, a EM Presidente Arthur da Costa e Silva está em festa com o aniversário de 80 anos da unidade escolar. Para celebrar este momento, a direção e toda a equipe pedagógica estão unidas em resgatar as memórias da escola e levaram à sala de aula a missão de cada turma ser responsável por um capítulo do livro. O primeiro período da professora Marli da Silva, por exemplo, ficou responsável por catalogar toda a fauna. “Quando nós começamos com o projeto era época dos casulos na escola e nós estudamos toda a metamorfose e fizemos os alunos vivenciar isso na prática”, relembra a professora. Dentro do planejamento escolar, todo o material encontrado foi registrado. Com esse trabalho, as crianças passaram a estudar as características dos animais, a forma de vida, o habitat natural e a interligação do relacionamento com a natureza. “Além de eles conhecerem a importância dos animais, nós trabalhos os eixos da educação infantil com a linguagem oral e escrita e as vivências deles nesses espaços”, destaca Marli. Já a professora do segundo período, Geisa Evaristo Mendes, trabalhou com as crianças toda a parte da flora que rodeia a unidade escolar. “Nós estudamos os formatos das folhas e formas geométricas simples, o que é plano e relevo”, conta a professora que chegou a desenvolver com os alunos uma horta suspensa e aproveitou todo o material de estudo levantado para alinhar com a prática.

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JOGOS ESCOLARES

EDUCAÇÃO EM

QUADRA 16 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


Fotos: Renata Bomfim

Por Renata Bomfim

Jogo classificatório de futsal entre as Escolas Municipais Professora Karin Barkemeyer, João Valentim da Rocha e Anaburgo

Jogos Escolares de Joinville promove a integração entre alunos e unidades

Da arquibancada a torcida gritava: “Valentim! Valentim!”. O favoritismo não poderia ser para outro, já que a etapa classificatória para a final da categoria futsal dos Jogos Escolares 2018 levou o time da Escola Municipal João Valentim da Rocha (uma das sedes do evento) com tranquilidade para conquistar a classificação ao vencer por 5 a 2 a EM Professora Karin Barkemeyer e de 13 a 5 contra a EM Anaburgo. Com o intuito de promover a integração entre alunos e escolas por meio do esporte, 61 unidades escolares participam do evento, sendo 34 da rede municipal. Dividido entre 17 modalidades e quatro categorias de faixas etárias diferentes, este ano os Jogos Escolares conta com mais de mil alunos inscritos, entre eles Cleiton Padilha Coelho, que tem 13 anos e foi o rei da bola no gol pela EM João Valentim da Rocha. Em duas partidas que jogou na posição de pivô, o goleador balançou a rede mais de oito vezes e ajudou o time a se classificar para a etapa final, marcada para o mês de setembro. Mas não pense você que qualquer um entra para fazer parte do time da escola classificada. De acordo com o professor de educação física e técnico, Marcus Vinícius Silveira da Silva, um dos critérios para participar do campeonato é o desempenho em sala de aula. “O aluno precisa dar o exemplo para os outros, porque ele representa a escola aqui dentro e fora dela, por isso tem que ter um bom comportamento em sala, respeitar os professores, fazer a tarefa, entregar os trabalhos e tirar boas notas”, pontua. Como forma de se preparar para os jogos, o treinador usa o contraturno escolar duas vezes na semana para passar os fundamentos da modalidade e depois desenvolver a parte prática com o time. “Os nossos treinos também os aperfeiçoam para que eles busquem cada vez mais espaço”, destaca o professor. E se a ideia é desenvolver as habilidades e ajudar a contribuir no sonho do aluno de ser jogador de futebol, a estratégia vem dando certo, ao menos com Vitor Cisz Cleiton Padilha Coelho balançou Caparelli, que tem 13 anos e está sena rede mais de oito vezes no do monitorado pela categoria de base jogo classificatório, pela EM João Valentim da Rocha do Grêmio, time de Porto Alegre.

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Apesar da pouca idade, Vitor tem uma rotina de estudo e treino bem puxada, já que além dos Jogos Escolares, o atleta veste a camisa de mais quatro times diferentes e se divide entre o campo e a quadra. Com treinos todos os dias e jogos aos finais de semana, vê em Philippe Coutinho, jogador do Barcelona e da seleção brasileira, a sua inspiração. Para Vitor, entrar em quadra pela escola não é um simples jogo e, de acordo com Guilherme Mertz da Costa, que trabalha no departamento de eventos e competições da Secretaria de Esportes (Sesporte), os Jogos Escolares também serve como seletiva para a classificação dos Jogos Escolares de Santa Catarina (Jesc). E aí, nesse ponto, Vitor está entre os atletas que veem no esporte uma oportunidade e busca como objetivo a classificação. “A gente faz a seletiva um ano antes, por isso que até ano passado as categorias eram de 11 a 13 e 14 a 16 para que no ano seguinte eles estivessem com a idade do Jesc”, comenta Guilherme.

Time de futsal da EM Professora Karin Barkemeyer

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Com a novidade deste ano, ao invés de apenas duas categorias, o campeonato ampliou para quatro, sendo uma apenas como forma de diversão, para os alunos entre oito e dez anos. Nas demais, as escolas se dividem entre os times femininos e masculinos nas categorias de 11 a 12 anos; 13 e 14 e 15 e 16 anos. Técnica dos times que disputam a categoria entre 13 e 14 anos, Danielle Cristine Soppa, professora da Escola Municipal Professora Karin Barkemeyer forma as equipes na escola há quatro anos consecutivos por acreditar que o esporte é capaz de mudar os alunos. “A gente faz a inscrição, começa esse contato diário com eles e a aproximação se transforma numa amizade”, comenta a professora ao destacar que esse envolvimento nos jogos reflete em sala de aula também. “Nós temos o retorno de que melhora o comportamento e, por ter esse contato com eles, sei que aprendem a respeitar e estão sempre dispostos em ajudar.”


Fotos: Renata Bomfim

Jogo entre a EM Anaburgo e EM João Valentim da Rocha

Time da EM João Valentim da Rocha classificado para a final

MODALIDADES 2018

Apesar do futsal masculino ter disparado o número de inscritos, com um total de 105 alunos-atletas em todas as categorias, outras 16 modalidades (tanto feminino quanto masculino) participam dos Jogos Escolares este ano. Confira quais são:

FUTSAL

ATLETISMO

BASQUETE

BASQUETE 3X3

FUTEBOL DE CAMPO

GINÁSTICA ARTÍSTICA

GINÁSTICA RÍTMICA

HANDEBOL

JUDÔ

KARATÊ

NATAÇÃO

TAEKWONDO

TÊNIS DE MESA

VOLEIBOL

VÔLEI DE PRAIA

XADREZ

QUEIMADA

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CAPA Por Renata Bomfim

Bem-vindo ao

ESPETÁCULO

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Fotos: Emily Milioli

Há mais de dez anos com participações no Festival de Dança de Joinville, a EM Governador Pedro Ivo Campos faz história no evento e no ensino público da cidade

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Assim que desceram do ônibus e pisaram no Centreventos Cau Hansen, o grupo de danças populares da Escola Municipal Governador Pedro Ivo Campos se reuniu, pela segunda vez naquele dia, para fazer uma oração. De mãos dadas e a emoção ganhando forma em alguns rostos que se confundiam pela maquiagem, a coreógrafa Elisiane Wiggers fez apenas um desejo: “Sejam lindos e soberanos nesta noite”. E foram. Com participação pelo décimo primeiro ano consecutivo, os integrantes do Programa Dança na Escola conquistaram o segundo lugar e levaram o público ao delírio, com gritos e aplausos do início ao fim da apresentação. Com a coreografia “Uma dança de catopês”, Elisiane resolveu contar em dança a tradicional festa que ocorre todos os anos no mês de agosto na cidade de Montes Claros, no norte de Minas Gerais, em que referenciam Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. A festa folclórica, comemorada há mais de 170 anos, é uma manifestação popular que percorre as ruas da cidade como forma de louvor e devoção aos santos. “Estamos em um ambiente escolar e é uma boa oportunidade de levar um pouco da nossa cultura e história para que eles (dançarinos) tenham mais vivência com a cultura brasileira”, destaca a coreógrafa. Desde 2005, quando Elisiane Wiggers fez a primeira inscrição no Festival de Dança, o grupo já deixou registrado a marca na educação pública da cidade e a importância da implementação no ensino do Programa Dança na Escola, que, aliás, foi ela uma das fundadoras do projeto piloto na rede. Como experiência, conquistou o quarto lugar e, desde

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então, coloca a escola como referência de dança na cidade, como pontua o secretário de educação, Roque Mattei. “Quando a escola recebe um prêmio repetidas vezes, ela passa a fazer com que as outras unidades se espelhem e também se dediquem ainda mais. Assim, a escola mostra que a educação pública pode chegar no topo do ensino de qualidade.” Para construir essa caminhada de sucesso, Isolete Alves Vicente Salomon, diretora da unidade escolar, acredita que isso é resultado de muito trabalho e também de apoio que a escola recebe de todos os lados. “Não tem palavras que expressam o tamanho do orgulho que a gente sente quando vê que a rede pública consegue colocar alunos no maior Festival de Dança do mundo, isso é muito gratificante”, comenta. “Eu me sinto orgulhosa, lisonjeada e privilegiada.” E se o apoio é tão importante, como pontua a diretora, ele começa com a presença dos pais na escola, porque é isso que acredita Vilmar Apolinário dos Santos, que há cinco anos é voluntário na unidade escolar, ao lado da esposa Marisa dos Santos. “Quer melhorar a educação? Comece pelo seu filho. Nossa participação na escola começou desde o jardim das nossas filhas: já fui voluntário na construção da horta vertical, na sala de informática, no ensino da matemática e na dança eu sou o chapeleiro, faço tudo de chapéu”, diz sorrindo. O casal, apesar de não ter mais as filhas na escola, ainda seguem como voluntários, contribuindo desde a confecção dos figurinos até a hora do resultado da apresentação. Para Marisa, a escola na vida dela tem apenas uma definição: tudo. “Este ano, nós estamos com a nossa sobri-

nha na dança e daqui dois anos vai entrar mais uma”, acredita. O casal também é responsável por um dia antes do espetáculo colocar o painel da apresentação no palco principal. A sobrinha de Marisa que já está no grupo é a Eveline Denker Viebranz, 13. Estreante no Festival, fez o teste para entrar na equipe por um motivo justo: tradição de família. Com todos os primos (de primeiro e segundo grau) com passagem marcada pela dança na escola, Eveline não quis ficar de fora. Além da esco-


la, a aluna também participa de um grupo de dança alemã, há seis anos. O dia de Eveline começa cedo. Com rotina de estudo e ensaios, a agenda da estudante tem, no mínimo, 12 horas de obrigações diárias. “Se eu tenho muita tarefa, eu faço os trabalhos antes do almoço, ou logo em seguida. Vou ao ensaio e quando volto já faço a tarefa de novo”, comenta. Com histórico de boas notas e dedicação, Eveline conquistou a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) 2017 e é a única menina da rede a ganhar este prêmio.

Animada e feliz pelo mérito, ela tinha um objetivo quando fez a prova: “Eu queria dizer: eu consegui.” E se engana quem acredita que dança e sala de aula não tem nada a ver. Para Eveline, participar dessas aulas no contraturno escolar contribui para a concentração e o foco quando o professor explica a matéria. “Na dança, você precisa prestar atenção na pessoa do lado para alinhar, no ritmo, na contagem, em tudo. Na escola, na explicação do professor, você está no caderno, mas ouvindo o que ele fala.”

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Isso só reforça que o objetivo da coreógrafa Elisiane anda sendo concluído com sucesso, já que ela busca passar para os alunos pilares, como disciplina, responsabilidade e comprometimento. “Eu acho que a dança é um divisor de águas na vida deles, porque eles ficam mais educados e responsáveis por ter algo para buscar. Eu acredito em uma educação em que a criança precisa fazer algo no contraturno. Porque se ela faz uma dança, um esporte, uma música, ela não vai para a marginalidade. Essas crianças que se desviam não tiveram um sonho ou perspectiva.” Com importância na formação das crianças, Ely Diniz, presidente do Instituto Festival de Dança, acredita que essa arte é capaz de unir criatividade, leveza e movimentação corporal. “É a combinação da parte artística e atlética. No caso das crianças que já participam da dança, o Festival é o sonho de consumo.” E coloca sonho nosso nisso! Estefany Martins da Rocha, tem 13 anos e está no sétimo ano na Escola Municipal João de Oliveira. Integrante do Programa Dança na Escola há três anos, recebeu o convite da professora Elisiane Wiggers para entrar no grupo da EM Governador Pedro Ivo Campos, no ano passado. “Quando ela (professora) me chamou, eu fiquei: sério?”, relembra sem acreditar. Para a aluna, estar no grupo de danças populares é saber que a participação no Festival é garantida. Apesar de estudar em outra escola da rede pública, a coreógrafa busca fortalecer o grupo da escola Governador Pedro Ivo Campos convidando as crianças que se destacam nas outras unidades em que dá aula. Atualmente, Elisiane é também professora de dança nas EM Orestes Guimarães e Pastor Hans Müller. O programa Dança na Escola faz parte da Educação Plena da rede municipal de Joinville e conta com 860 alunos inscritos, em 19 escolas municipais.

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ninguém vê OS BASTIDORES QUE

Quando faltava pouco mais de duas semanas para a apresentação do grupo no Festival, Maria Solani Dias Muniz Pedra, fazia os últimos detalhes que faltavam para deixar pronto os chapéus dos dançarinos. Voluntária há três anos da dança e moradora da região sul da cidade, os mais de 15 quilômetros percorridos quase todos os dias da semana tem um bom motivo: ver e acompanhar de perto os ensaios da filha Gabriela Beatriz Muniz Pedra.

No dia do espetáculo, o lugar de Maria na coxia é garantido. Concentrada e atenta a todos os movimentos dos dançarinos, é quase uma assistente da coreógrafa. “Eu fico muito nervosa se ficar assistindo na plateia.” O nervosismo de quem acompanha só não é maior que aquele de quem dança. Cauê Mattei, 13, entrou na última seleção feita, ainda em setembro do ano passado, e a noite que antecedeu o grande dia não conseguiu dormir. “Acordei, pelo menos, umas três vezes”, conta. Ele e mais três colegas são os únicos meninos do grupo de dança. Lucas Kuhl, 13, também se apresenta pela primeira vez e diz já ter sofrido preconceito por fazer parte do grupo. “Enquanto a gente está aqui prestigiando, estamos concorrendo a um prêmio bem importante e eles estão sentados no sofá. Então, eu prefiro ensaiar todos os dias e concorrer para o Festival a não fazer nada o dia inteiro.”


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JOINVILLE NO GUINNES BOOK Considerado como o maior evento de dança em número de participantes, o Guinees Book, livro dos recordes, já colocou Joinville como destaque no mundo. A cidade conta com mais de sete mil bailarinos, coreógrafos e apaixonados pela dança todos os anos, numa programação de dez dias, no mês de julho, com espetáculos que se espalham por toda a cidade.

A COREÓGRAFA

de ouro

Quem vê o olhar alto e a seriedade no rosto da coreógrafa Elisiane Wiggers, talvez não conheça quando o semblante sério se desfaz ao falar da família, da paixão pelos cachorros e pelas únicas sobrinhas gêmeas que, além de tia, ganhou o posto de madrinha da dupla. Aos 48 anos de idade, iniciou a sua história na dança ainda quando era professora de educação física, durante as horas atividades, em 1996. Simpatizante da arte, começou a arriscar uns passos e montou um grupo na escola para participar de festivais e apresentações. Com a criação do Programa Dança na Escola, Elisiane logo começou a trabalhar na EM Governador Pedro Ivo Campos e a caminhada da coreógrafa de ouro começou a ser vista como sinônimo do Festival de Dança de Joinville. Com 12 anos de história no evento, Elisiane acredita que a cada ano o nível de exigência aumenta, não só dos jurados, mas o que ela exerce sobre ela mesma. “É gratificante ver que você foi além dos muros da escola e, às vezes, eu até me assusto com a proporção disso, porque eu sei que não é comum de uma escola e é emocionante ver que a gente pode chegar aonde chegou.” Para manter o nível, os ensaios são intensificados com média de quatro a cinco por semana e, se precisar, aos sábados também. Além do Festival de Dança de Joinville, o grupo também participa do Prêmio Desterro, em Florianópolis.

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De acordo com Ely Diniz, durante esse período os hotéis da cidade chegam na sua capacidade máxima, além de movimentar também o setor de gastronomia. “É extremamente importante, é a alta temporada de Joinville.” Este ano, o Festival de Dança de Joinville chegou na sua 36ª edição.


PÓDIO DO SUCESSO Desde quando a EM Governador Pedro Ivo Campos subiu pela primeira vez no palco do Festival de Dança de Joinville, em 2005, o pódio sempre esteve marcado na história do grupo participante que a cada ano se destaca entre os três primeiros colocados. Nessa escala do sucesso, veja a linha do tempo percorrida pelos alunos que colocam o Programa Dança na Escola ainda mais em destaque na educação pública de Joinville: 2008 | Maracatu 2009 | Guerreiro 2010 | Bumba meu boi 2012 | Maracatu 2013 | Galantes 2014 | O rei do Congo

º 1

2011 | Noite de São João 2016 | Festa do boi 2017 | Cavalhada, uma luta entre mouros e cristãos 2018 | Uma dança de catopês

2015 | Viva, Nossa Senhora do Rosário

º 3

2005 | Primeira participação no Festival e única colocação na história em quarto lugar * 2006 e 2007 | Entre esses dois anos, o grupo não participou do evento

º 2 º 4

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EJA

O FUTURO se faz agora Projeto Reciclar, apresentado pelos alunos da EJA da EM Professora Zulma Miranda do Rosário, foi tema de apresentação do evento “Cultura e conhecimento em ação”

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Fotos: Renata Bomfim

Por Renata Bomfim

Aos 52 anos de idade, Maria Silvana de Lima resolveu voltar à sala de aula e descobrir que esse espaço educativo sempre foi o seu lugar. Aluna da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Professora Zulma do Rosário Miranda, comemorou a passagem do nono ano ao dividir, junto com a turma multisseriada de 25 alunos, a conclusão do ensino fundamental com a participação no projeto “Cultura e conhecimento em ação”, numa culminância que envolveu alunos, professores e comunidade. O projeto, que segue no terceiro ano consecutivo e deve cumprir até o final do ano 15 apresentações, busca fazer com que os estudantes sejam os protagonistas da produção de conhecimento. Para a coordenadora da EJA no município de Joinville, Josiani Souza, o evento

Maria Silva de Lima e professor Cleberson de Lima Mendes na demonstração de como reutilizar o papel

tem se fortalecido cada vez mais, já que promove a integração entre os alunos. “O nosso objetivo, além de exteriorizar o conhecimento adquirido em sala de aula, é que eles também possam manifestar as questões culturais e habilidades que cada um possui”, destaca. Com o tema reciclagem, os professoras da EJA na unidade escolar buscaram alinhar o assunto dentro do conteúdo pedagógico. Em matemática, por exemplo, o professor Cleberson de Lima Mendes criou com a turma porta-retrato feito totalmente com papel reaproveitado. “A proposta inicial foi estudar os conteúdos da disciplina e fazer com que eles entendam que os números têm sentido e significado”, comenta o professor. “Eu busco trazer propostas em que eles se sintam atraídos e não tenham medo da disciplina”.

Alunos e convidados que prestigiaram o evento REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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Desde a pesquisa, como comenta Cleberson, todo o processo foi associado com a prática. Além da exposição do material produzido na disciplina de matemáções e exposições de poemas, além de uma paródia sobre os cuidados e respeito ao meio ambiente. De acordo com o professor articulador

na

escola,

Cristian

Kleinschmidt, o evento é uma re-

se dediquem mais, porque eles se

dos trabalhos não só porque une

identificam na atividade. “A gente

mais a turma, mas porque se torna

tem uma turma muito boa, por-

uma oportunidade de trazer a co-

que nossos professores e alunos são

munidade para dentro da escola.

bons”, elogia.

“A gente tenta integrá-los a pro-

união das atividades desenvolvidas

Para a diretora Josilene Rei-

gramação da escola, para que eles

com a turma durante o semestre. Ter

nert da Silva, é importante um

entendam que eles fazem parte da

esse momento faz com que os alunos

evento como esse de culminância

unidade escolar.”

Conscientize-se!

O trabalho desenvolvido pelos alunos da EJA na Escola Municipal Professora Zulma do Rosário Miranda levantou uma discussão muito importante sobre o reaproveitamento dos materiais descartados e a importância da reciclagem para o futuro das gerações. Dentro desse assunto, talvez você não tenha ainda escutado

Um QUILO DE VIDRO QUEBRADO FAZ UM QUILO DE VIDRO NOVO e pode ser infinitamente reciclado.

Cerca de 100 MIL PESSOAS no Brasil vivem exclusivamente de coletar latas de alumínio e recebem EM MÉDIA TRÊS SALÁRIOS MÍNIMOS mensais, segundo a Associação Brasileira do Alumínio.

O LACRE DA LATINHA não vale mais e NÃO DEVE SER VENDIDO SEPARADAMENTE. As empresas reciclam a lata com ou sem o lacre. Isso porque o anel é pequeno e pode se perder durante o transporte.

Cada 100 TONELADAS DE PLÁSTICO reciclado economizam UMA TONELADA DE PETRÓLEO.

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por aí, sobre a regra dos 3Rs da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar. A ideia é diminuir a quantidade de lixo produzido por meio da conscientização. Com dicas disponibilizadas pelo Ministério do Meio Ambiente, veja como ações práticas podem mudar e melhorar o ambiente em que você vive:

A reciclagem de uma única LATA DE ALUMÍNIO economiza energia suficiente para manter uma TV ligada durante três horas.

UMA TONELADA DE PAPEL RECICLADO economiza 10mil litros de água e EVITA O CORTE DE 17 ÁRVORES ADULTAS.

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Fotos: Renata Bomfim

tica, a noite contou com apresenta-

PARA PRODUZIR UMA TONELADA DE PAPEL É PRECISO 100 MIL LITROS DE ÁGUA E 5 MIL KW DE ENERGIA. Para produzir a mesma quantidade de papel reciclado, são usados apenas dois mil litros de água e 50% da energia.

As dicas foram retiradas do site do Ministério do Meio Ambiente, numa matéria escrita por Rafaela Ribeiro.


DICAS DA MARI

Por Mariana Emerim

Potinho do

AGRADECIMENTO

Oi, oi, tudo bem? Já ouviu aquela expressão “agosto mês do desgosto”? Que tal a gente mudar isso? Independente do mês em que estamos e do quanto o ano esteja voando (não é mesmo?!), o mais importante é sempre olhar para as coisas boas que acontecem na nossa vida e agradecer! Com esse objetivo de encontrar motivos de gratidão, o “faça você mesmo” deste mês é o POTINHO DA GRATIDÃO. Acredito ser o mais fácil do ano, porém aquele que vai fazer muita diferença, pode acreditar!

1

Primeiro encontre um potinho aí na sua casa: vale vidro de conserva, copinho plástico, embalagem de margarina, enfim, o que tiver. Encontrou? Agora você precisa customizar! Use canetinha, fitas, tintas, adesivos, solte a criatividade para deixar esse potinho bem ornamentado!

2

Separe papeizinhos coloridos, que pode ser bloco auto-adesivo e também uma caneta. Agora, coloque dentro do seu pote e deixe esses três elementos em algum lugar que você consiga ver todos os dias!

3

Agora tudo vai depender de você! Todos os dias escreva um motivo de gratidão por algo que aconteceu, mesmo se o dia não for um dos melhores, tenho certeza de que você vai encontrar motivos para sorrir! Quando você se sentir triste, abra esse potinho e comece a lembrar de todos esses motivos de gratidão! Isso vai fazer seu dia melhor!

Se você colocar em prática essa ideia, publique uma foto com #diymariemerim que estou ansiosa para ver seu potinho da gratidão! Beijo, beijo, beijo! Tchau, tchau, tchau, tchau!


GALERIAS

Ana Julia e Jamile

Andreza e Murilo

Fotos: TAINARA FIDENCIO

ESCOLA

EM ENFERMEIRA HILDA ANNA KRISCH JARDIM IRIRIÚ

João, William, Alex e Guilherme

Igor, Bruno e Gustavo

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Julia, Natalia e Natalia Cibeli


Isarael, Nicolas ,Alex e Diego

Julia

Natalia

Amanda, Alice, Beatriz, Schayanne e Micaela

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GALERIAS

Daniel, Naraynne, Rebeca e Heduarda

Fotos: TAINARA FIDENCIO

João, Thomas, Yan e Edson

ESCOLA

EM PROF. LAURA ANDRADE

JARDIM IRIRIÚ Turma da EM Prof. Laura Andrade

Turma do 9º ano A

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Laisa, Aline, Beatriz, Hellen e Kelen

Diogo, Jonathan e Kawan

Gustavo e Cauã

Thomas, Lucas e Juliano

Aliandra, Maria, Luana e Leticia

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GALERIAS

Fernanda e Flávia

João e Maria Luisa

Fotos: TAINARA FIDENCIO

ESCOLA

EM PADRE VALENTE SIMIONI COMASA Julia, Luisa, Jhunie e Vinicius

Maria, Mariana, Feranda e Flávia

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Maria e Mariana

João, Maria Luisa, Sara e Larissa

Maria Luisa e Maria Clara

Marcos,Tatiane, Raynara e Ruan

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GALERIAS

Giovanna e Leticia

Matheus e Artur

Fotos: TAINARA FIDENCIO

ESCOLA

EM PREFEITO MAX COLIN IRIRIÚ

Murilo, Rafael e Walter

Rafaela, Maria, Clara e Nicole

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Murilo, Rafael, Walter, Matheus e Artur

Estefani, Giovanna, Amanda e Tainara

Victoria, Marai, Ana e Isis

Leticia, Ana, Nicole e Gabriela

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GALERIAS

Jéssica

Maria, Tainara, Jessica, Laysa, Djessica, Manoela, Thayane e Profª Isabel

ESCOLA Fotos: TAINARA FIDENCIO

EM VEREADOR CURT ALVINO MONICH AVENTUREIRO Laysa,Thayane, Maria e Tainara

Turma da escola Vereador Curt Alvino Monich

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Ana, Rafaela, Vitoria e Ana Clara Ana, Camila,Tamires e Felipe

Pedro, Diogines, Gabriel, João e Nicolas

Gabriela, Evillyn, Larissa, Luana, Taina e Amelly

Ezequiel, Gustavo, Ester e Vitória

Gabriel, Ana, Marco, Carlos e Heloisa

Turma do 7º ano

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SAIDEIRA

O texto

Por Priscila Andreza de Souza

LENDÁRIO Se eu encontrasse um gênio da lâmpada mágica hoje, agora, bem aqui na minha frente, e ele pudesse me conceder um único pedido, eu suplicaria sem titubear: quero escrever um texto fantástico! Meu desejo é escre­ver uma crônica que te cative, que te pegue pela mão e, quando você se der conta, já engoliu todas as palavras com os olhos. Um texto que te prenda, que te identifique e te acolha em um abraço quentinho. Que te acompanhe amassado no bolso da jaqueta quando passar pelos vales da vida e que te faça sorrir por ser tudo tão óbvio. Que ele seja leve, mas não fútil. Que te ensine algo, não que eu me ache melhor do que você, não mesmo. Gostaria de ensinar apenas para retribuir ao mundo o que vários textos já fizeram (e ainda fazem) por mim.

Fui pegando o gosto pela coisa e um dia tive uma ideia: inventar a minha própria história! Seria mágico e foi (e continua sendo). Mas como nada se cria, tudo se copia (já dizia Chacrinha), eu li um livro da falecida Stella Carr (adoro todos os livros dela, mas em especial O monstro do Morumbi) e me baseei na história para criar a minha. Ficou show!

É lendo que eu fujo da realidade e viro uma deteti­ve expert em desvendar crimes. Lendo descubro outras culturas, tenho a possibilidade de me reinventar. Um li­vro é meu amigo por dias, horas, minutos e até segundos, depende o quanto de tempo tenho disponível. Ele não precisa de energia nem de bateria e é quase incorruptível, só se meu cachorro estiver com fome, aí danou-se. Mas até com uma marca de mordida o livro fica charmoso.

No entanto, eu não enxergava ou, pior ainda, enxergava, mas não aceitava. Ser escritora? É isso mesmo, produção? Como assim? “Isso só pode ser brin­cadeira”, eu pensava. “Escolha algo mais concreto”, me diziam os conhecidos. E assim segui a procura por algo mais definido. Até que, em outro dia de mudança, enchi o saco. Respirei fundo e mostrei a língua para todos ao re­dor e comecei a escrever novamente.

Esse fascínio por ler começou cedo ou não, depende do seu ponto de vista. Quando criança, comecei a ler com sete anos, nada prematuro, e lia com uma dificuldade e vagareza que só vendo. Tímida, tremia que nem “vara verde” quando a professora Rosa, da primeira série (sim, sou do tempo que se chamava série. Não, você não pode me chamar de tia), me escolhia para ler lá na frente da sala. Notas altas (somente em Literatura), e eu tinha que ler o livro inteiro. Resumos não funcionavam comigo. Vamos dizer que sou uma pessoa mediana, não confun­da com medíocre, por favor. E para fugir do tédio, eu lia.

Somente essa ação me gerou um contentamento infinito. Eu gosto de todo o processo: a escrita, a leitura e a parte do editor que tem a tarefa de cortar as palavras desnecessárias, mas a minha preferida é a parte em que você lê e comenta que curtiu, que se identificou, que te ajudou ou simplesmente que achou uma baboseira, mas riu à beça.

Depois disso, gostaria de dizer que não parei mais, mas, infelizmente, parei. Dei aquela parada como se estivesse em um cruzamento e não soubesse para qual lado ir e caminhei em círculos ao redor do trevo por algum tempo. Porém, em um belo dia de mudança e vários meses de reflexões, decidi chutar o balde e descobrir o que eu sabo­reava de fato. A escrita esteve sempre aqui, estampada na minha cara.

Tá, mas iniciei esse blá blá blá dizendo que, se eu en­ contrasse com um gênio da lâmpada mágica, faria um único pedido: quero escrever um texto lendário! En­quanto o gênio não me encontrar, vou escrevendo esses textos mesmo.

Priscila é jornalista, autora do livro "Expectativas" e chocólatra. Para ler mais crônicas, você pode acessar o site priscilaandreza.com.br

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