its Teens Joinville - 33 by Revista its

Revista Its Teens Joinville nº 33 2018 | R$ 9,80

CONSCIÊNCIA NEGRA

CONHECENDO E SE RECONHECENDO NAS INFLUÊNCIAS

SAIDEIRA

A FELICIDADE DE SE TER UMA AMIGA DE INFÂNCIA

EDITORIAL Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br Diretor Superintendente Gilberto Klenübing | gilberto.k@ricsc.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Conteúdo Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Eduardo Motta Supervisora de Distribuição Marina Rosa - distribuicao@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Gabriel Habeyche | gabriel.habeyche@ricsc.com.br Gerências Comerciais SC Gerente Comercial Oeste William Morelo | william.morelo@ricsc.com.br Gerente Comercial Joinville Cristian Vieceli | cristian@ricsc.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ricsc.com.br

Salve,galera da revista its!

Toda vez que eu quero saber se o dia seguinte vai dar sol, costumo confirmar com a

quantidade de estrelas no céu: quando não vejo-as, já sei que a estrela maior não vai dar as caras; mas quando consigo ver uma noite estrelada, obviamente que já me iludo na expectativa de ver aquela bola de fogo brilhar no dia seguinte. Eu nunca busquei confirmar com algum estudioso se essa história faz sentido, mas todas as vezes que eu usei o céu como termômetro superou qualquer previsão do tempo. Eu até que cheguei perto de saber se isso pode ser verdade com os alunos da EM Pastor Hans Muller. Lá, 53 estudantes conquistaram medalha na 21ª Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e 15 foram convocados para disputar vaga em prova internacional. No meio dessa galera tão determinada, alguém poderia até me dizer se eu estou no caminho do sucesso com a minha forma de analisar o tempo ou acabar de vez com a minha ilusão. Boa missão… ou leitura! Com carinho,

Gerente Comercial Itajaí Ivonete Cristina de Castro | ivonete.castro@ricsc.com.br

Renata Bomfim

EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Graziela Silveira | graziela.silveira@ricsc.com.br Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3,000 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Henrique e Juliano - Cidade vizinha Alok feat Ina Wroldsen -Favela Enzo Rabelo feat Zé Felipe - Tijolinho por tijolinho

OS CULPADOS

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LUCAS INÁCIO

MARIANA EMERIM

MATEUS SILVEIRA

PRISCILA ANDREZA DE SOUZA

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CULTURA POP

WI-FI

CONSCIÊNCIA NEGRA

CAPA

CONCURSO TEATRAL

SAIDEIRA

conteúdo 6 | CULTURA POP

8 | WI-FI

12 |CONSCIÊNCIA NEGRA

16 | CAPA

A mulher negra desenhada com cabelo longo e cacheado usa acessórios coloridos e tem no seu olhar o reflexo de uma girafa. A ideia das alunas Marcelli Pfutz, 14, e Milena Rohden, 13, não precisou de pesquisa na internet para buscar inspiração: elas só precisaram buscar na própria memória o que, para elas, remetia à Àfrica. O trabalho faz parte da atividade “Reconhecendo e se encantando com a África”, e é desenvolvido há cinco anos na Escola Municipal Governador Pedro Ivo Campos.

28 | CONCURSO TEATRAL

42 | SAIDEIRA

Os sentimentos que sondam a vida de um adolescente pode levá-lo a tomar ações precipitadas ou aprender a ter consciência sobre os seus atos. Lidar com esse turbilhão de emoções não é fácil, por isso é preciso ouvir (ou estar atento) a todos os lados para saber o melhor caminho a ser seguido. A descrição poderia se encaixar para inúmeras ações, mas ela foi retratada pelos alunos de sexto ao nono ano da EM professora Lacy Luiza da Cruz Flores em uma peça de teatro que retratou a atenção com as nascentes próximas da escola por meio dos sentimentos. A escola foi a vencedora na categoria C do Concurso Teatral Águas para Sempre, promovido pela Companhia Águas de Joinville.

Esta crônica demorou para ser escrita, mas você nunca pediu. Porque amiga é assim, deixa a gente livre pra fazer o que quiser e sem julgamentos. Com você, eu sempre desfrutei da liberdade de dizer qualquer coisa sem nenhum pingo de receio, de virada de olho ou de cara feia. Você sempre ouviu meus dramas e não ridicularizou minhas bobagens.

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PAPO DE LEITOR

Por Mateus Pereira Silveira TUDO O QUE NUNCA CONTEI | CELESTE NG

NAS TERRAS DA FANTASIA Além das brincadeiras e diversão, a infância é uma época propícia para o incentivo à leitura. Livros de colorir, quadrinhos e contos de fada clássicos já fizeram sucesso entre as crianças que hoje se encantam por novas sagas. Contudo, existem obras, que embora escritas para o público jovem, já se tornaram clássicas para todas as faixas etárias. Por isso, separei três títulos que se encaixam nessa categoria e despertam a imaginação, não importa a idade do leitor. Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll Uma garota inteligente, que após ver um Coelho branco tirar um relógio do colete, decide segui-lo e acaba caindo em um buraco que a leva para um mundo inusitado, com animais falantes, um Chapeleiro Maluco e uma Rainha fanática por cortar cabeças. Essa é a história de Alice, criança com uma imaginação fértil que passa por situações inusitadas em um país diferente do seu. O livro, que contém diálogos incríveis e recheados de sarcasmo, foi escrito por um matemático que se inspirou em um menina próxima para criar sua personagem principal. Hoje, quase dois séculos depois, Alice foi transformada em uma das mais celebradas princesas da literatura. Peter Pan, de J.M. Barrie Mais uma aventura que tem como cenário um universo de fantasias. Conhecido como o garoto que se recusa a crescer, Peter Pan vive na Terra do Nunca, onde tem a companhia da Fada Sininho. A trama se desenvolve quando Peter leva os filhos da família Darling (Wendy, John e Michael) para sua terra, onde o tempo não passa. Entre as grandes emoções do livro está o embate de Peter com o Capitão Gancho, um dos vilões mais icônicos dos histórias infantis. Bônus: além de ser uma ótima história, rendeu um dos melhores filmes nostálgicos dos anos 90: Hook, a Volta do Capitão Gancho, com elenco que conta com Robin Williams, Dustin Hoffman e Julia Roberts. Vale a pena ler e assistir. O Hobbit, de J.R.R. Tolkien “Numa toca no chão, vivia um hobbit”. Foi dessa maneira simples que Tolkien iniciou a jornada de Bilbo Bolseiro e apresentou ao mundo a Terra Média. Como é sabido, Bilbo gostava da vida pacata e confortável em sua humilde e organizada toca quando recebe a visita do Mago Gandalf e parte na busca pelo tesouro guardado por Smaug, um terrível e inteligente dragão. Nessa aventura, são apresentadas outras criaturas, como os anões, os trolls, goblins e elfos, que depois viriam a fazer parte da saga de fantasia mais cultuada da literatura e cinema mundial: O Senhor dos Anéis.

EU ACHO QUE VOCÊ É MEIO DOIDO, SIM | NATH ARAUJO

UMA ESTRANHA EM CASA | SHARI LAPENA

A MENINA DA FOTO | KIM PHUC PHAN THI

CASA DAS ESTRELAS | JAVIER NARANJO

TUDO AQUILO QUE EU NÃO DISSE | KATHRYN HUGHES

P.S.: AINDA AMO VOCÊ | JENNY HAN

AGORA E PARA SEMPRE | JENNY HAN

THE WALKING DEAD

NOVOS VINGADORES

A seleção do top 10 são dos livros mais vendidos da Saraiva REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

CULTURA POP

SEGURA ESTE FORNINHO!

MAIS UMA NA CARREIRA SOLO? É, parece que a história do hiato do Fifth Harmony deve ser maior do que se imagina! Isso porque, desta vez, Lauren Jauregui anunciou que está produzindo seu primeiro álbum solo para o próximo ano. Ela, que ficou conhecida pelo mundo depois do sucesso da girl band, aposta nas novas músicas a influência cubana. Vamos esperar para ver este mais novo sucesso!

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Se você está aí começando a planejar as suas férias de 2019 e é fã de Game of Thrones, segura este forninho para a novidade do próximo ano: a HBO vai abrir os sets da série para gravação. A ideia é que os fãs que visitarem a Irlanda do Norte possam explorar o mundo fictício mais real da história: Westeros. “É a oportunidade de celebrar o importante papel do país na vida e legado da série e compartilhar sua cultura, beleza e calor que é também uma grande inspiração por trás desse projeto”, comenta o vice presidente de licenciamento do canal, Jeff Peters.

THE WALKING DEAD ALÉM DAS TELAS DA TV Você não leu errado, é isso mesmo: a emissora AMC pretende expandir o universo dos zumbis e levar The Walking Dead para o cinema. A história da série, que tem quase uma década na TV, não pretende terminar tão cedo e estuda ampliar o sucesso para outras telas e formatos.

O CEO da AMC Networks, Josh Sapan, confirmou que os planos da emissora é manter a série ainda por mais dez anos. Alívio para os fãs, hein! Vamos torcer para que sejam feitas novas parcerias e garantir o sustento do vício para os próximos anos.

NO CAMINHO DO SUCESSO

Por acaso, você não ficou aí pensando que o retorno do grupo Rouge ficaria apenas nos sucessos que marcou a carreira das meninas, né? Ah, bom! Porque se você pensou, já pode desconsiderar essa ideia, porque no mês de agosto elas lançaram uma música i-n-é-d-i-t-a: Dona da Minha Vida. O novo single carrega mensagem de empoderamento e foi feito pelas integrantes do grupo junto com o cantor Jão e outros parceiros. Já podemos ver o sucesso brilhando na esquina, mais uma vez?!

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Por Lucas Inácio

Trens a hidrogênio

O mundo está caminhando para tecnologias cada vez mais sustentáveis, eficientes e que poluem menos a natureza. Um dos países que mais contribuem para isso é a Alemanha, especialmente na área energética e, mais uma vez, eles mostraram que estão à frente ao inaugurar os primeiros trens movidos a hidrogênio do planeta. Duas unidades vão fazer mais de 100 quilômetros de trajeto na região de Hamburgo utilizando essa forma de energia sustentável que transforma hidrogênio e oxigênio em eletricidade. Além de ser mais silencioso (bem mais que aqueles ônibus barulhentos), o transporte tem autonomia de um quilômetros e alcança até 140 km/h. O objetivo é que a Alstom, empresa responsável pelo projeto, entregue mais 14 unidades nos próximos três anos.

MARAVILHAS DA

TECNOLOGIA Fique ligado nas dicas da equipe its

Quem dobra primeiro

Há algum tempo temos a expectativa para vermos o primeiro celular dobrável no mercado. Desde que os primeiros estudos foram anunciados, a curiosidade toma conta de quem é fanático pelos aparelhos e até mesmo de quem não liga tanto assim para esse tipo de tecnologia. Agora a empresa chinesa Huawei entra na corrida com a sul-coreana Samsung para ver quem lança primeiro. Ainda existem muitos rumores e poucas informações concretas quando se trata de novas tecnologias, mas a expectativa é de que em 2019 vamos matar a curiosidade para conhecer os celulares que dobram como uma carteira. A partir daí, a corrida vai ser para quem da galera compra primeiro. Que comece a economia!

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A rotina do mundo

Fim de ano é aquela correria de sempre: estudo, estudo e mais estudo – isso sem contar a galera que também trabalha. Em meio a tanta correria, por que não parar um tempo para observar o mundo? Assistir ursos pescando, ver o planeta do espaço ou até mesmo vídeo de gatinhos em suas casas. O Explore.org tem uma infinidade de transmissões ao vivo de lugares como sondas espaciais, paisagens, animais em florestas de diversas partes do mundo, apenas lugares com câmeras para observar, relaxar, pensar sobre a vida e assimilar conhecimentos.

Briga de tanque

Montar seu tanque, levá-lo para uma arena e fazer uma disputa de destruição com outros cinco tanques. Essa é a brincadeira do jogo para celulares Tanks a Lot, um trocadilho infame com a expressão “thanks a lot” (que significa “muito obrigado”), mas que vai fazer você passar um bom tempo se divertindo. São duas equipes 3x3 duelando entre si para ver quem termina o tempo com mais pontos ganhos e para isso é necessário destruir o adversário, sempre tentando tirar vantagens do cenário. Com um gráfico divertido e opções de customização, o legal é que você não precisa esperar a partida terminar caso seja destruído, mas perde pontos com isso. E aí, quem quer tentar a sorte?

Vídeos e mais vídeos

A tendência da internet continua sendo os vídeos e estima-se que 80% do conteúdo mais consumido no próximo ano seja neste formato, inclusive em vídeos na vertical por conta dos smartphones. Para se ambientar a essa forma de comunicação é necessário dominar os aspectos básicos de edição e vários aplicativos já trabalham com essa noção, iniciando as pessoas na produção de conteúdo nesse formato. Nossa dica é o Vishow, um app fácil de usar, com vários recursos de edição e efeitos, além de poder inserir músicas e áudios ao seu vídeo. Recursos à mão, agora a criatividade é com vocês.

ESCOLA ABERTA

Notícias das

ESCOLAS

ALUNOS DA REDE MUNICIPAL DE JOINVILLE SÃO CAMPEÕES EM TORNEIO DE ROBÓTICA

Foto: Divulgação Fiesc

Foto: Jaksson Zanco/Secom

Duas escolas da rede municipal de Joinville foram campeãs no Torneio de Robótica First Lego League, em Rio do Sul. A premiação ocorreu dia 20/10. A Curt Lego, equipe da Escola Municipal Ver. Curt Alvino Monich, venceu na categoria Trabalho em Equipe. O grupo também ficou como suplente da competição nacional, que acontece em novembro em Brasília (DF). Os alunos da equipe Lego Evolution, da Escola Municipal Profa. Zulma do Rosário Miranda, venceram na categoria Projeto de Pesquisa – Processo de Pesquisa. Participaram 60 alunos, 11 professores, além de pais de alunos e membros da Secretaria de Educação. Além dos dois vencedores, a rede municipal de Joinville participou com as equipes Tech Ninja (EM Profa. Laura Andrade), R2D2 e BB8 (EM Pastor Hans Muller) e Fritz e Mecânicos do Hawaii (Cesita), totalizando sete equipes.

EM Vereador Curt Alvino Monich

EM Professora Zulma do Rosário Miranda

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ESCOLA LACY FLORES COMPLETA 70 ANOS COM FESTA A Escola Municipal Professora Lacy Luiza da Cruz Flores, bairro Itinga, completou 70 anos no dia 10 de outubro. Para comemorar a data, a unidade promoveu uma super festa, com mais de 70 atrações, como gincana, apresentações artísticas, exposições de trabalhos e mostra cultural de alunos.

CEI Professora Alzelir Terezinha Gonçalves Pacheco

PROFESSORAS DE JOINVILLE NA FINAL DO PRÊMIO PROFESSORES DO BRASIL Duas professoras da rede municipal de ensino de Joinville venceram a etapa regional do Prêmio Professores do Brasil 2018. O resultado foi divulgado dia 15 de outubro, Dia do Professor, pelo Ministério da Educação. As vencedoras são Luciana Bossy Demetrio do Cei Profª Alzelir Terezinha Gonçalves Pacheco, na categoria Creche, e Jocelaine Silveira do Cei Profª Juliana De Carvalho Vieira, na Pré-escola. Elas concorreram com outros nomes dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Agora estão na final nacional, com

cerimônia prevista para 29 de novembro, no Rio de Janeiro. As duas professores recebem troféu, prêmio em dinheiro, além de uma viagem de estudo oferecida pela Capes.

CEI Professora Juliana de Carvalho Vieira

ALUNOS DA REDE MUNICIPAL PERTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS Uma parceria assinada entre a Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Educação, a Fundação Instituto Tecnológico de Joinville (FITEJ), Perini Business Park e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) proporciona a alunos do 9º ano da Rede Municipal conhecer de perto as novas tecnologias da indústria.

A vivência tecnológica será viabilizada por meio de visitas aos laboratórios de modelagem em impressoras 3D de alta tecnologia e de simulação e realidade virtual. Os primeiros alunos a participarem do projeto são da escola municipal Vereador Curt Alvino Monich.

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CONSCIÊNCIA NEGRA

CONHECENDO E SE RECONHECENDO NAS

Influências 12

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Por Renata Bomfim

Fotos: Renata Bomfim

Atividade na EM Governador Pedro Ivo Campos aproximou o conhecimento dos alunos com a cultura africana A mulher negra desenhada com cabelo longo e cacheado usa acessórios coloridos e tem no seu olhar o reflexo de uma girafa. A ideia das alunas Marcelli Pfutz, 14, e Milena Rohden, 13, não precisou de pesquisa na internet para buscar inspiração: elas só precisaram buscar na própria memória o que, para elas, remetia à Àfrica. O trabalho faz parte da atividade “Reconhecendo e se encantando com a África”, e é desenvolvido há cinco anos na Escola Municipal Governador Pedro Ivo Campos. Responsável pelo projeto, a professora de geografia, Gilcelânia Marli de Borba de Moura, busca aproximar os alunos dos oitavos anos que estuda esse tema como parte currículo escolar a cultura africana com a nossa, pela forte influência que tivemos com o país na história do Brasil. De início, ela apresenta o continente, as características e pede para que os alunos coloquem no papel, em forma de desenho, o que eles pensam quando lembram da África. “ Essa é a minha maneira de trabalhar, de buscar o conhecimento que o aluno já tem e desafiá-lo a produzir algo”, comenta. Julia Tobias, 13, por exemplo, resolveu retratar a árvore Baobá, um dos símbolos tradicionais da África e dentro do tronco características que lembrem a cultura africana. “Tem o rei leão, tem a mulher africana com turbante, tem animais e os países que tem no continente”, destaca a aluna que fez uma pesquisa mais afundo para entender a história da África. Para a professora Gilcelânia, que acompanha os alunos durante todo o período do fundamental II, quando iniciam do sexto até o nono ano, alinhar teoria com a prática facilita na hora de retomar conteúdos estudados em anos anteriores. A aluna Isabela Orsi, 14, concorda com a professora. “Quando

a gente só fica copiando, a gente não presta muita atenção no que está fazendo, Mas quando a gente faz algo, desenha ou lê, aprende mais fácil.” Além dos desenhos, a próxima etapa é construir o mapa da África com destaque para as diferenças de cada região, com base na técnica de quadriculado. O trabalho, segundo a professora, deve ficar exposto na Semana da Consciência Negra, na unidade escolar.

Escolas e Ceis em movimento Para marcar a Semana da Consciência Negra nas escolas da rede municipal de ensino de Joinville e nos Centros de Educação Infantil (Ceis), as atividades produzidas dentro do conteúdo pedagógico devem ganhar espaço para além da sala de aula. De acordo com Denize Aparecida da Silva, técnica pedagógica no setor do ensino fundamental, os gestores de cada unidade escolar são orientados a fazer a culminância dos trabalhos produzidos nesta semana temática. “Como é de prática, este ano as escolas e ceis programaram várias e diferentes atividades para comemorar a Semana da Consciência Negra e, principalmente, socializar com a comunidade parte de seu trabalho”, destaca.

Alunos retratam a África em desenho

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POR DENTRO DA HISTÓRIA:

VOCÊ CONHECE ZUMBI?

Por Alessandra Cristina Bernardino Não me refiro à um fantasma que, segundo a imaginação popular, vagueia pelas casas, que só sai à noite, que vive a perambular e a agir de forma estranha e instintiva; refiro-me ao líder maior da resistência contra a tirania dos senhores das senzalas na luta pela liberdade durante a escravidão do povo negro no Brasil que viviam no Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, no estado de Alagoas, e alcançou uma população de aproximadamente 30 mil habitantes, sendo a maioria negros, mas também existindo índios e brancos que lutavam pela mesma causa. Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue ao padre jesuíta católico Antônio Melo, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa, latim, álgebra e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Aos 15 anos de idade, fugiu para viver no quilombo dos Palmares. Na comunidade, deixou de ser Francisco para ser chamado de Zumbi (que significa aquele que estava morto e reviveu, no dialeto da tribo Imbagala ou Mbangala eram grupos do século 17 de guerreiros e saqueadores angolanos). Em 20 de novembro de 1695, morria aos 40 anos de idade, degolado após uma intensa batalha do qual o quilombo foi totalmente destruído. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra. E por que comemorar o Dia da Consciência Negra no Brasil? É uma forma de integrar a etnia negra em meio a sociedade brasileira, lembrando toda a luta e

sofrimento que esse povo passou para poder ter seus direitos como ser humano respeitado, combater o racismo contra os negros e demonstrar a importância da população negra para a cultura e desenvolvimento da nação brasileira. A semana, conhecida como a Semana da Consciência Negra, acontecem vários eventos: assuntos como inclusão dos negros no mercado de trabalho, cotas em universidades, discriminação por parte da polícia, moda e beleza negra, entre outros, são os assuntos tratados com mais ênfase durante essa semana. É importante ressaltar que a escola é o ambiente do conhecimento e formação cidadã com o objetivo de transformar todos envolvidos em protagonistas, contemplando valores que tratem o respeito às diferenças nas relações sociais, contribuindo para o desenvolvimento dos indivíduos para o fortalecimento da valorização da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira. Cabe salientar que não podemos substituir o conceito de “consciência negra” serve para “consciência humana”. Não podemos falar em humanidade enquanto o povo negro sofre com as estatísticas da marginalidade, da exclusão e do abandono. E que as oportunidades e os direitos só serão igualitários a todos os brasileiros, sem prejuízo a qualquer um em decorrência do seu pertencimento racial e que a consciência negra estará firmada no imaginário de todos os brasileiros, que estarão, então, humanizados. “Desacorrentem a história, recuperem a memória... Salve o Dia da Consciência Negra!”

Alessandra Cristina Bernardino é pesquisadora da cultura africana e afro brasileira e foi a nossa convidada desta edição para escrever um artigo exclusivo para a its sobre o assunto.

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A data com o Dia da Consciência Negra foi incluída no calendário escolar nacional em 2003!

CURTIÇÃO É SER VOCÊ.

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bgroficial

CAPA

Mara Clara Fernandes, medalhista de bronze

Fotos: Emily Milioli

Por Renata Bomfim

João Maestri Ferreira, medalhista de bronze

18 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Desde muito cedo, Artur Ricardo Trentini, 13, aluno do nono ano da Escola Municipal Pastor Hans Muller viu despertar um gosto pela astronomia. Fã do assunto, viu seus interesses mergulhar sobre os estudos do universo e até pensa, em um futuro próximo, enveredar-se na área de engenharia aeroespacial. Mas, até lá, segue participando da Olimpíada Brasileira de Astronomia e este ano conquistou medalha de ouro, nota acima de nove e é um dos 15 alunos da unidade escolar classificados para conquistar uma vaga em representar o Brasil na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, sigla em inglês) e na Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA). No total, a rede municipal de ensino de Joinville conquistou 211 medalhas. Desses, 53 medalhistas são da EM Pastor Hans Muller e a diretora da unidade escolar, Silvana Maria da Silva Ravache, acredita que o sucesso no resultado se deu por convidar todos os alunos do sexto ao nono ano para participar da prova. “Eles foram cativados, motivados a participar e inspirados pela professora que deu esse resultado excelente”, comenta. Para essa preparação, todos os alunos do fundamental II tiveram aulas com a mesma professora de geografia, Cheila Schilckmann Peixer, que se atentou em fazer uma apostila para servir como auxílio nos estudos para a prova. Na unidade escolar há quatro anos, a professora acredita que o bom desempenho na prova também é fruto da experiência dos alunos que participam desde o sexto ano. Com brilho nos olhos e orgulhosa pelo resultado, já está

atenta para a missão que está por vir no próximo ano. Alinhada aos conteúdos da ementa escolar para cada ano, Cheila presta atenção em tudo o que está acontecendo no mundo para aproximar os alunos aos assuntos atuais. “Aqueles que não entram no nosso currículo, eu trabalho extra. Trago junto encaixando assim que possível”, relembra a professora, que preparou um conteúdo exclusivo de estudo, também, para quem passou para participar da etapa internacional. Além disso, a sala de aula da professora Cheila é inspirada em um planetário. Chamada de sala ambiente, a escola desenvolve espaços exclusivos para cada disciplina e permite que o aluno tenha aulas em espaços preparados e equipados para cada ensino. “Essa foi uma grande mudança que ocorreu na formatação do conteúdo de um ano para o outro que foi bem expressiva e, com certeza, repercutiu neste grande resultado”, destaca a diretora da unidade escolar, Silvana.

A prova de que um lugar adequado estimula e incentiva os estudos foi comprovado quando a aluna Maria Clara Fernandes da Silva, 14, visitou um planetário ainda no Rio de Janeiro, cidade natal. Foi ali, naquela visita, que viu despertar a curiosidade pelo universo. “Quando eu entrei, pensei: ‘o que vou fazer aqui dentro?’. Eu sentei na cadeira e comecei a olhar para cima e admirar aquele céu enorme”, relembra a medalhista de bronze que participou da prova pela primeira vez. Na linha de principiante e medalhista também tem o aluno Caio Rafael Uliano Ferreira, 12. Ele é aluno do sexto ano e, assim que soube da OBA, buscou logo formar um grupo de estudo para se preparar e alcançar o objetivo de conquistar uma medalha. Usou a apostila feita pela professora, mas foi além: entre um estudo e outro em casa, incluiu na rotina os conteúdos da prova e a determinação deu certo. “Da sala, eu fui o único que ganhei medalha”, diz o medalhista de bronze.

Professora Cheila Schilckmann Peixer leciona geografia para todas as turmas que participa da OBA

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ASTRONOMIA + SALA DE AULA =

COMBINAÇÃO QUE DÁ CERTO! Quem acha que astronomia é assunto só de geografia ou física, já pode parar por aí. O conteúdo, apesar de ainda não ser tema transversal nas escolas, pode ser muito bem aplicado em disciplinas que não estão, necessariamente, com o tema explícito na ementa curricular. Segundo o físico com doutorado em Astrofísica, Alexandre Zabot, os alunos têm uma curiosidade natural sobre o assunto e é ideal para promover a conexão entre as disciplinas. “Por exemplo, um professor de biologia sempre pode explorar a questão de vida fora da Terra ou discutir os fenômenos astronômicos que influenciaram determinado aspecto evolutivo, como o papel das marés causadas pela Lua. Já um professor de geografia pode introduzir facilmente o estudo do relevo marciano em paralelo ao relevo terrestre, pois são estruturas semelhantes em muitos aspectos”, aponta Alexandre. “Poderia dar inúmeros outros exemplos, mas o importante é que o professor saiba que pode ter esses conhecimentos mínimos sem a necessidade de um curso formal em Astronomia.”

ASTROFÍSICA PARA TODOS! O programa de extensão da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) “Astrofísica para todos” é coordenado pelo professor Alexandre Zabot e tem como objetivo levar os conhecimentos de astrofísica para todos os lugares do Brasil. Além disso, o programa oferece há quatro anos, pela unidade pólo em Joinville, um curso online chamado “astrofísica geral” e formou cerca de 200 pessoas, mas o professor quer mais. “Neste momento, eu estou trabalhando no curso de astronomia & astronáutica, que irá ter como público alvo os estudantes e professores que se preparam para a OBA, enfoque maior às questões de geofísica, sistema solar, estrelas e astronáutica.”

20 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Caio Rafael Uliano Ferreira, 12, incluiu na rotina de estudos a preparação para a prova

JUNTOS NA MISSÃO! O primeiro ano que a Olimpíada Brasileira de Astronomia ampliou para o ensino fundamental a possibilidade de classificação para participar da prova internacional, escolas da rede municipal de ensino de Joinville se destacaram e tiveram 38 alunos dos oitavos e nonos anos convocados para disputar vaga na equipe brasileira. Desse total, 15 estudantes são da Escola Municipal Pastor Hans Mueller. Confira quais são as outras unidades escolares que embarcaram também nesta missão:

EM Governador Pedro Ivo Campos; Escola Municipal Professor Oswaldo Cabral; Escola Municipal Prefeito Baltasar Buschle; Escola Municipal Avelino Marcante; Escola Municipal Valentim João da Rocha; Escola Municipal Vereador Curt Alvino Monich; Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke.

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medalhas

Chuva de

Nem precisa abrir guarda-chuva, porque o que as escolas da rede municipal de ensino de Joinville querem é mais se molhar mesmo com a intensidade de chuva de medalha que só aumenta a cada prova feita na OBA. Veja só a crescente que as unidades escolares apresentam desde 2015:

2 3

1 MEDALHISTAS DE

Ouro

22 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

OURO PRATA BRONZE TOTAL

2015 6 11 25 42

2016 10 16 21 47

2017 7 39 35 81

2018 56 55 100 211

2 MEDALHISTAS DE

Prata

3 MEDALHISTAS DE

Bronze ENTENDA A OBA Com a intenção de fomentar o interesse dos estudantes por assuntos relacionados a astronomia e astronáutica, a OBA é uma prova nacional que pode ser aplicada nas escolas de ensino fundamental e médio, dividida por níveis. O objetivo é promover a difusão do conhecimento de forma lúdica e cooperativa.

ETAPA INTERNACIONAL Para representar o Brasil nas olimpíadas internacionais, os alunos convidados a participar do processo seletivo fazem o cadastro em um site orientado pela comissão da OBA e participam de um simulado cronometrado como forma de treinamento e mais três provas online. Com o resultado final, 150 alunos com as maiores médias são selecionados para uma prova presencial, sendo que apenas 30 passam para um treinamento intensivo à distância, para depois formar duas equipes para participar da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, sigla em inglês) e na Olimpíada Latino Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA).

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PRÊMIO

Angel

ANJOS DÃO ASAS À

IMAGINAÇÃO

24 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Fotos: Renata Bomfim

Por Renata Bomfim

Vestidos como “anjos mensageiros”, os alunos dos oitavos e nonos anos da Escola Municipal Pauline Parcuker carregam a missão de incentivar a leitura para os estudantes do segundo período e primeiro, os “querubins receptores”. Com aulas de leitura uma vez na semana, os alunos do ensino fundamental II passam a inserir as crianças em fase de alfabetização no mundo dos livros por meio de relações de afeto, respeito e cuidado. O projeto “A leitura e suas inter(faces): INteração, TERnura e aprendizado” ganhou como destaque no 11º Prêmio Professores do Brasil, na categoria de sexto ao nono ano do ensino fundamental. Com mais de 200 alunos envolvidos, a iniciativa começou na metade de 2017, quando a professora de língua portuguesa, Jussara Cascaes Longarzo, recebeu um pedido da direção da unidade escolar para desenvolver um projeto de leitura. “Eu queria fazer algo que os alunos tivessem envolvimento afetivo entre eles, porque era uma dificuldade que nós tínhamos”, comenta. “Também queria que a leitura desse um novo horizonte.” Apaixonada pelo mundo da leitura, Débora Camila, 14, não passa um mês sem conhecer uma história nova. Mesmo sendo leitora assídua, sentiu-se desafiada ao ser responsável por incentivar um “anjo querubim” e até chegou a pensar que não daria certo. “No começo, eu não sabia como reagir com uma criança. Nesse processo, eu tive uma grande evolução”, destaca.

Da esquerda à direita: Iris Eloah Sehnem Procópio da Silva, Samuel Lino Passos e Isadora Nasato Siqueira são alunos do primeiro ano e participam do projeto de leitura

PROJETO DE LEITURA DA EM PAULINE PARUCKER FICA ENTRE OS DESTAQUES DO 11º PRÊMIO PROFESSORES DO BRASIL

Uma vez na semana, alunos de oitavos e nonos anos contam histórias para crianças em fase de alfabetização REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Para a estudante, incentivar alguém a fazer algo novo é um caminho para que vire rotina. “Ele (aluno pela qual é responsável), não sabia ler e reconhecia só algumas palavras. Agora ele pega o livro e começa a contar as histórias que ele mesmo cria com as próprias palavras.” Como forma de incentivo, o Ministério da Educação (MEC) enviou quatro caixas de livros e, entre eles, leituras de imagem. Para ajudá-los, a professora Jussara ofereceu uma oficina para os alunos dos nonos anos aprenderem a contar história sem texto pronto. “No começo, eles diziam: ‘professora, não posso ler, só tem imagem’”, relembra. As leituras oferecidas contam com os livros de literatura clássica e que tenham relação com a afetividade e as emoções. “A afetividade e a interação que eles têm agora é linda de se ver.” Para o aluno Leonardo Silveira, 15, deveriam ter mais projetos como este nas escolas, para que as crianças possam crescer com boa influência. “Eu não tinha esse hábito de leitura, mas eu vi como é importante e percebo que a relação que elas (crianças) têm com a gente é verdadeira.” Segundo a professora, que participou pela primeira vez do prêmio, a maior conquista se dá por fazer tudo com carinho e dedicação. “O que mais foi valoroso, para mim, foi justamente por ser uma escola em que os alunos não acreditam neles mesmos. Eles sentem falta de perspectiva e o entusiasmo que ficaram com o prêmio foi o que mais valeu a pena para mim”, desabafa. “Eu estudei em escola municipal, sou resultado desse ensino. Eu acho que eles (alunos) têm muito a ganhar com professores engajados e projetos sérios que os fazem perceber que a vida pode ser melhor.”

Anjos mensageiros se caracterizam para as aulas de leitura

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“Eu estudei em escola municipal, sou resultado desse ensino. Eu acho que eles (alunos) têm muito a ganhar com professores engajados e projetos sérios que os fazem perceber que a vida pode ser melhor.” Jussara Cascaes Longarzo, professora de língua portuguesa

PROJETO COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA Como parte do projeto de leitura, antes de encerrar o ano letivo, os alunos apresentam um relatório final em que contam todo o processo que a criança em fase de alfabetização passou e ele, como aluno responsável, também evoluiu durante a atividade pedagógica. “Como ponto final do projeto, eles concluem relatando a experiência que eles tiveram durante todos esses meses de leitura para os alunos”, diz Jussara. Para compartilhar o trabalho, a escola promove um evento para socialização dos relatórios produzidos e as experiências acumuladas. Além disso, as crianças correspondem produzindo cartinhas como forma de agradecimento e afeto pela dedicação em ajudá-los a viver no mundo da leitura.

ESTÃO DE PARABÉNS, HEIN! Além da EM Pauline Parucker conquistar a categoria de destaque entre o sexto e nono ano do ensino fundamental, outras seis unidades escolares da rede municipal de ensino de Joinville tiveram os projetos premiados. Confere só: CRECHE VENCEDOR: CEI PROFESSORA ALZELIR TEREZINHA GOLÇALVES PACHECO Projeto | Filhos da chuva: conhecendo nossa cidade pela ótica de Juarez Professora Luciana Bossy Demetrio DESTAQUE: CEI ESPAÇO DA CRIANÇA Projeto | O que tem no mato: mistérios da natureza! Professora Jocelaine Silveira PRÉ-ESCOLA VENCEDOR: CEI PROFESSORA JULIANA DE CARVALHO VIEIRA Projeto | O que tem no mato: mistérios da natureza! Professora Jocelaine Silveira DESTAQUE: CEI PARAÍSO DA CRIANÇA Projeto | Reciclar, transformar e florescer! Professora Jaqueline Finder Floriano DESTAQUE: CEI MIOSOTIS Projeto | Mãos na terra, mãos no coração, mãos que fazem arte Professora Roseli Guckert CICLO DE ALFABETIZAÇÃO: 1º, 2º e 3º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL VENCEDOR: EM PADRE VALENTE SIMIONI Projeto | Caranguejo não é peixe, e a toninha, o que é? Professora Jucemar Aparecida Pereira

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CONCURSO TEATRAL Por Renata Bomfim

Concurso Teatral Águas para Sempre promove a conscientização sobre os cuidados com os rios No total, 34 unidades escolares da rede municipal de ensino de Joinville participaram da 12ª edição do evento Os sentimentos que sondam a vida de um adolescente pode levá-lo a tomar ações precipitadas ou aprender a ter consciência sobre os seus atos. Lidar com esse turbilhão de emoções não é fácil, por isso é preciso ouvir (ou estar atento) a todos os lados para saber o melhor caminho a ser seguido. A descrição poderia se encaixar para inúmeras ações, mas ela foi retratada pelos alunos de sexto ao nono ano da EM professora Lacy Luiza da Cruz Flores em uma peça de teatro que retratou a atenção com as nascentes próximas da escola por meio dos sentimentos. A escola foi a vencedora na categoria C do Concurso Teatral Águas para Sempre, promovido pela Companhia Águas de Joinville.

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Com o tema desta edição “O caminho da água: do rio ao rio, passando por você”, a escola uniu o conteúdo pedagógico com a construção do roteiro para o teatro. Em sala de aula, a professora de ciências, Karoline da Silva Torres, discutiu com os alunos a ideia de visitar as nascentes de rios que ficam próximos da escola, no Itinga. “Não adiantava fazer todo um trabalho pedagógico sem que eles tivessem a ideia de onde está vindo aquele rio, de onde nasce”, comenta. “Depois de uma conversa e ideias que eles tiveram, nós moldamos aquilo e fizemos um levantamento histórico de conversar com os moradores da região, ver como era antes e agora, falar um pouco sobre a importância dessa preservação, o que aconteceu quando veio a urbanização e os impactos ambientais que surgiram.” Na saída de campo, os alunos visitaram dois lugares: um em que a intervenção humana já havia causado sujeira na nascente; enquanto a outra o dono da região não permitiu que os estudantes pudessem entrar na parte de

Fotos: Renata Bomfim

EM Professora Lacy Luiza da Cruz Flores vence Concurso Teatral Águas para sempre, na categoria C

mata preservada. “Isso despertou neles o sentimento do cuidado e do amor com o meio ambiente, já que nós vivemos nele. E eu sempre falo para eles: nós temos que respeitar”, destaca a professora. É a primeira vez que a escola vence nesta categoria e para a diretora da unidade escolar, Celina Bertol, a maior lição aprendida com o teatro é a da conscientização. “Os sentimentos tentaram mostrar o que a gente sente em relação ao que a gente vai fazer e que depende da gente para se tomar alguma atitude.”

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Fotos: Renata Bomfim

Donos do pódio!

Para as unidades escolares que ficaram em primeiro lugar de cada categoria, o Instituto Cau Hansen fez a doação de um sistema de reúso de água, uma ação que tem o impacto de 40% de economia. Já quem ficou em segundo e em terceiro deve ganhar kit de esporte. Além dessas premiações, a Companhia Águas de Joinville premiou o vencedor da categoria A (CEI - maternal II) com uma dia de brincadeira em uma casa de festa infantil, enCATEGORIA A 1º lugar: CEI Miraci Dereti 2º lugar: CEI Juarez Machado 3º lugar: CEI Teresa Campregher Moreira CATEGORIA B 1º lugar: EM Valesca May Engelmann 2º lugar: EM Francisco Rieper 3º lugar: EM Padre Valente Simioni CATEGORIA C 1º lugar: EM Professora Lacy Luiza da Cruz Flores 2º lugar: EM Professor Saul Sant’Anna 3º lugar: EM Orestes Guimarães 30

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quanto os vencedores da categoria B ( ensino fundamental I - primeiro ao quinto ano) e C (ensino fundamental - sexto ao nono ano) um passeio no Beto Carrero World. Os coordenadores de cada peça premiada também ganharam prêmio: uma viagem para assistir a uma peça teatral. Confira os vencedores e veja se a sua escola está entre os #donosdopódio:

DICAS DA MARI

Por Mariana Emerim

Case de

CELULAR Oi, oi, tudo bem? Pode confessar, você é daquelas pessoas que passa horas no celular e depois fica chocada quando para e percebe como o tempo passou voando? Confesso que eu sou assim! Mas para compensar todo esse tempo nas redes sociais, que tal a gente customizar uma capinha gastando muito pouco?

Você vai precisar de uma capinha transparente, caneta permanente, esmaltes coloridos, fita adesiva, tesoura e um desenho que você preferir. Eu escolhi o Pikachu (me julguem), sempre amei Pokémon!

Agora você recorta o desenho (ele precisa ser do tamanho da capinha), cole-o com a fita e copie o desenho escolhido com a caneta permanente! Como a capinha é transparente fica super fácil!

Com os esmaltes coloridos pinte seu desenho. Capricha que o acabamento é por sua conta!

Prontinho! Agora você tem uma capinha personalizada! Você pode escrever frases, desenhos, enfim, seja criativo e tenha vários modelos para seu celular!

Quando fizer sua case personalizada publique uma foto com #diymariemerim que eu vou lá curtir e comentar! Beijo, beijo, beijo! Tchau, tchau, tchau, tchau!

GALERIAS

JENIFER E DOMINA Fotos: FOCO EVENTOS / TAINARA FIDENCIO

ANA CLAUDIA E AMANDA

ESCOLA

EM PRESIDENTE CASTELLO BRANCO BOA VISTA ANA CLAUDIA E KIMBERLY

GIOVANA, ODETE, RAISSA, ALINE E AMANDA

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JULIA, AMANDA E EMILY

KAROLINA E LARISSA

LIANDRA E DÉBORA

LIANDRA, JOÃO, DEBORA E NIKOLAS

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ELISAMA

EVELIN E ANA JULIA

ESCOLA

EM ENFERMEIRA HILDA ANNA KRISCH JARDIM IRIRIÚ

ELISAMA, JOÃO E MAYLI

MAYLI

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MURILO

Fotos: FOCO EVENTOS / TAINARA FIDENCIO

GALERIAS

TURMA 7º ANO

JOÃO, YASMIN, DIEGO E EDUARDA

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ADRIELI

ADRIELI, GABRIELE E LETICIA

ESCOLA

EM PROFESSORA ELISABETH VON DREIFUSS MORRO DO MEIO

KARLA E ADRYELI

DEBORAH, KAYLANE E AMANDA

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DANIEL, LUIZ E FELIPE

Fotos: FOCO EVENTOS / TAINARA FIDENCIO

GALERIAS

FELIPE, ÉRIC, GABRIEL, FERNANDO E ALEX

HENRIQUE,MURILO E BREJO

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GALERIAS

AMANDA E ISADORA Fotos: FOCO EVENTOS / TAINARA FIDENCIO

ALINE E FERNANDA

ESCOLA

EM VALENTIM JOÃO DA ROCHA VILA NOVA

JENIFER, ISADORA, JULIA, KAIANE E AMANDA

CLEMERSON E HENRIQUE

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GABRYELA E HELLEN

MENINAS 9 ยบ A

HELLEN E VICTORIA

PEDRO E RAFAEL

TURMA DO 9ยบ A

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GALERIAS

YURI E MATHEUS FRANCISCO Fotos: FOCO EVENTOS / TAINARA FIDENCIO

NICOLE E GABRIELA

ESCOLA

EM ANITA GARIBALDI

ANITA GARIBALDI MATHEUS, DANIEL, VITORIA E GIOVANA

NATALI, HERING, GABRIEL E GIOVANA

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JULIA, VITORIA, KAUAN E ARTHUR

HELIO PEDRO E JOÃO

ESTEVÃO E GABRIEL

TURMA DA ANITA GARIBALDI

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SAIDEIRA Por Priscila Andreza de Souza

A felicidade de se ter uma

AMIGA DE INFÂNCIA Esta crônica demorou para ser escrita, mas você nunca pediu. Porque amiga é assim, deixa a gente livre pra fazer o que quiser e sem julgamentos. Com você, eu sempre desfrutei da liberdade de dizer qualquer coisa sem nenhum pingo de receio, de virada de olho ou de cara feia. Você sempre ouviu meus dramas e não ridicularizou minhas bobagens. Depois de 20 anos, a mensagem de hoje via Whatsapp de “boa noite” seguida por “eu amo você” fez eu refletir. Primeiro respondi sem pensar duas vezes “eu também te amo”. Bem, a gente sabe que eu sou super cuidadosa com as palavras, porque odeio mentiras. Esse nosso amor é verdadeiro e relembrar o dia que a gente se conheceu é fascinante. Nossas mães eram colegas de profissão, professoras do ensino fundamental. Você me viu na escola e quis mostrar a sala de aula da sua mãe, se exibir com a lousa e o giz. Mal imaginava que a minha mãe também “tinha” uma sala de aula. Lembrar aquela cena de você me dizendo que sua mãe era muito importante por ser professora e blá blá blá é engraçado. A nossa parceria foi provada com tatuagens iguais de coração no dedinho depois do dedão (sempre esqueço o nome) no pé esquerdo, meu presente de aniversario de 2013. Eu estava me borrando de medo enquanto você dizia: “relaxa que é só um risquinho!”.

A nossa conexão foi instantânea, logo uma não saía da casa da outra. Revezávamos um final de semana você na minha; o outro eu na sua. Claro que nos finais de semana que você passava na minha casa, eu fazia você levar um ursinho na missa de domingo. Você morria de vergonha de sair com um urso na rua. Afinal, você já tinha oito anos enquanto eu era uma pirralha de seis. Veio a fase de fãs inveteradas por bandas pops internacionais. Cada uma iria casar com um dos Backstreet Boys: eu com o Nick e você com o Brian. As bancas ficaram ricas somente com a quantidade de revistas e pôsteres que comprávamos. Outra coisa que colecionávamos eram adesivos. Usamos aparelhos nos dentes na mesma época, você adorava; eu odiava. A única graça era combinar as borrachinhas do aparelho com a cor da blusa e a mania de usar uma borrachinha de cada cor? Que fase! Veio meu primeiro namorado com aliança de prata e tudo mega brega. Eu lá com 14 anos namorando e me achando a madura. Depois veio a fase de eu ser a própria Britney Spears. Saímos para as baladinhas de 15 anos e o modelito era sempre o mesmo: mini blusa e calça jeans de cintura baixa. Você foi a primeira a fazer tatuagem, determinada e corajosa que é. Eu fiquei pensando por longos cinco anos. Eu con-

tei para você quando passei no vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e estava me mudando para Florianópolis, estava aterrorizada. Você me acolheu quando meus pais se separaram. Quando desisti de dois cursos e voltei para Joinville. E quando cortei meu cabelo bem baixinho. Oh, céus, que fase alternativa aquela! Sim, eu e você sabíamos que minhas bochechas não combinavam com aquele cabelo curto, mas nessa hora um “tá bonita, amiga”, vale. Comentamos esses dias que a rotina das nossas saídas mudaram. Antes era bar e chope, caipirinhas nas quintas-feiras e festa nas noites de comemoração. Agora rola aquele cafezinho da tarde com bolo e sorvete, que é gostoso da mesma forma, porque é a nossa troca de vivência que faz nossa amizade forte. Eu ouço com frequência sobre o mito de que amizade entre mulheres sempre rola uma competição: quem é mais bonita, mais inteligente, mais não sei o quê. Com a gente nunca rolou, não precisamos competir uma com a outra e nem provar algo para alguém, deve ser por isso que nunca brigamos. Somos perfeitas juntas, amigas, irmãs e confidentes. Eu te amo, amiga. Vou estar ao seu lado para o que der e vier, não importa se as situações mudam ou se o nosso dia a dia é tão diferente uma da outra. Nossa parceria é de longa data, 20 anos de amizade não se acha em cada esquina.

Priscila é jornalista, autora do livro "Expectativas" e chocólatra. Para ler mais crônicas, você pode acessar o site priscilaandreza.com.br