its Teens Joinville - 38

Page 1

Revista Its Teens Joinville nยบ 38 2019 | R$ 11,77




conteúdo junho 2019

22 | CAPA

Bastou baixar um aplicativo no celular e apontar o leitor de realidade aumentada para o cubo confeccionado nas aulas de Educação Plena da Escola Municipal Padre Valente Simioni, que os 27 alunos que participam do programa no contraturno escolar puderam conhecer o sistema solar e todos os planetas numa viagem guiada totalmente pelo uso da tecnologia.

28 | EDUCAÇÃO FÍSICA

Com colchonetes espalhados pelo pátio, os alunos do terceiro ano da Escola Municipal Professora Isabel Silveira Machado se dividem em trios para tentar reproduzir as diferentes posições de ginástica acrobática. Para auxiliálos na atividade, a professora de educação física, Cristiane Goedert, imprimiu imagens e criou cartões ilustrativos com posições para serem feitas em duplas e até cinco crianças.

14 | JEITO CATARINENSE

Durante uma semana, o recreio dos alunos que participam das aulas de Educação Plena na Escola Municipal CAIC Professor Mariano Costa teve um intuito: observar ações de respeito às diferenças, cuidado com o meio ambiente e o desperdício de comida e água. A atividade, que usou como base as orientações da cartilha “Jeito Catarinense”, auxiliou os alunos para que pudessem analisar em como ensinar os mais de 1000 estudantes da unidade escolar a desenvolver ações positivas de cidadania e orientar, quando necessário, sobre as atitudes negativas.

4 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

42 | SAIDEIRA

Desde que eu me lembro, a certeza de que queria ser escritora é a mais latente em minha vida. Este sonho nunca foi fantasiado e desejado sozinho. Meus pais sempre estiveram ali por mim, me deram livros, incentivaram a leitura, abriram as portas para minha imaginação e ficaram perto o suficiente para que qualquer conversa sobre o tema fosse construtiva.



EDITORIAL

Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br Diretor Comercial Gilberto Kleinübing | gilberto.k@ricsc.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Conteúdo Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Leonardo Messias de Jesus Coordenador de Operações Rodrigo de Oliveira | distribuicao@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Gabriel Habeyche | gabriel.habeyche@ricsc.com.br Gerências Comerciais SC Gerente Comercial Oeste William Morelo | william.morelo@ricsc.com.br Gerente Comercial Joinville Cristian Vieceli | cristian@ricsc.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ricsc.com.br Gerente Comercial Itajaí Ivonete Cristina de Castro | ivonete.castro@ricsc.com.br

Salve, galera da revista its!

RENATA BOMFIM

Entrar em uma escola pública e ver todo o aparato tecnológico à disposição dos professores e alunos é de se pensar o quanto as gerações vêm mudando e como é importante ter um olhar que acompanha essas mudanças. Antes, tecnologia nas escolas era ter uma sala de informática para fazer pesquisa, uma televisão para o professor passar o filme na aula e um único projetor para ser usado em apresentações grandes na escola. Hoje, a sala de informática está em transformação na rede municipal de ensino de Joinville e é chamada de espaço maker, em que reúne tecnologia e ambiente para desenvolvimento de ideias. As salas de aula passaram a ser equipadas com lousas digitais, dando a oportunidade de o professor ter acesso ao material de uma forma mais didática. Além disso, tem a sua disposição um notebook e os alunos podem usar os tablets fornecidos também pela Secretaria de Educação para fazer pesquisas e desenvolver atividades em sala de aula com o apoio da tecnologia. Diante disso, não é só o fato de se ter o uso da tecnologia à favor do ensino, o que eu pude observar durante as pautas que já fiz sobre a importância do uso dessa ferramenta e, mais uma vez, para a produção de capa desta edição, é que os alunos interagem muito mais com o conteúdo, passam a ter interesse em buscar o aprendizado e o conhecimento, esse, sim, é mais fácil de ser buscado. Na matéria de capa deste mês, visitei duas escolas que dão um show quando usam o combo tecnologia + conteúdo + interesse dos alunos. O resultado, claro, reflete na nota e no aprendizado que se torna cada vez mais efetivo. Espero que você goste de mais uma edição que foi preparada para você. Com carinho, Renata Bomfim #falhanossa Na edição de maio, a galeria de fotos da Escola Municipal CAIC Professor Desembargador Francisco José Rodrigues de Oliveira foi divulgada como CAIC Professor Mariano Costa.

EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Graziela Silveira | graziela.silveira@ricsc.com.br Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Marília Mendonça - Todo mundo vai sofrer Tiago Iorc - Hoje lembrei do teu amor Ed Sheeran feat Justin Bieber - I don’t care

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3.220 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000

OS CULPADOS

Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville

Lucas Inácio 6 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Neise do Nascimento

Ana Beatriz Brandão



CULTURA POP

CASTANHARI FECHA PARCeria COM A NETFLIX

QUEM É VIVO...

sempre aparece! Não foi fácil viver essa espera por uma notícia ou saber, de fato, por onde andava Tiago Iorc! Até reportagens especiais foram produzidas em horário nobre da televisão aberta para saber do paradeiro do cantor que, ainda lá em 2018, anunciou que iria se afastar e cumpriu com o prometido. Depois de um ano sem publicar nada em suas redes sociais, sem lançar uma música ou um flagra por aí que fosse, o cantor voltou e foi com tudo desta vez: o novo álbum “Reconstrução” chegou com os “dois pés na porta”, como dizem por aí, sem pedir licença. Ao todo, são 13 músicas inéditas e todas com produção de videoclipe. Nas redes sociais, Tiago, que havia apagado todas as publicações, postou apenas uma foto que gerou mais de um milhão de curtidas e mais de 100 mil comentários. Podemos dizer que voltou e quebrou a internet?!

8 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Para quem acompanha o Canal Nostalgia, do Felipe Castanhari, notou que este ano o youtuber não havia mais postado vídeos. Na dúvida se ele ainda iria continuar produzindo conteúdos para a plataforma, no primeiro vídeo publicado este ano no mês de maio, veio a justificativa da demora: produção de uma série com oito episódios para a Netflix. No vídeo, Felipe fala da sua história como criador de conteúdo para a internet e agradece aos seguidores que o ajudaram a fazer o canal crescer e conquistar este sonho. Em fase de produção, a série não tem data de lançamento, mas a previsão é que saia ainda este ano. “Este é um vídeo de anúncio, mas também de agradecimento e eu não sei nem por onde começar a agradecer vocês que são os grandes responsáveis por eu ter recebido essa oportunidade.” Para os seguidores do Castanhari no YouTube, para quem sempre o procura para entender mais de história e ciência ou para os professores que usam o material do youtuber em sala de aula, fiquem tranquilos: o canal não vai acabar. Ufa!


ED SHEERAN E JUSTIN BIEBER juntos?

Depois de um longo período sabático sem nenhum lançamento, Justin Bieber voltou a ser o assunto no mundo musical depois da parceria com Ed Sheeran. Juntos, eles lançaram “I don’t care” que tem tudo para colocar Bieber, de novo, nas paradas de sucesso. Mas se engana quem acha que esta é a primeira parceria dos cantores, porque não é. Quem lembra do sucesso de “Love Yourself” lançada por Justin Bieber em 2015? Pois é, a composição da música é dos dois, acredita?!

MILEY CYRUS APARECE NA QUINTA TEMPORADA DE BLACK MIRROR

Quem já assistiu Black Mirror sabe que a série é focada em falar sobre o futuro da tecnologia. Com episódios independentes, cada assunto tratado até parece muito distante da realidade, mas não é. Já parou para pensar o quão dependente estamos da tecnologia? O quanto somos dependentes do outro no amor e não sabemos lidar com perdas? O quanto a presença digital e os likes mexem com a nossa existência em uma rede social? Pois é, tudo isso a série de ficção científica aborda e, até para quem não é fã nesse gênero, reconhece que tudo o que acontece na série nem sempre é de um mundo paralelo. Mas toda essa contextualização tem um propósito: Netflix anunciou a quinta temporada e a participação de Miley Cyrus. Para os fãs da série e da cantora, um combo de sucesso, certamente. Vamos ver o que o futuro nos espera.

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

9


Por Lucas Inácio

Falando em todas as línguas

Já imaginou você falando mandarim? Que tal holandês? Ou, então, Zulu? No mundo existem, aproximadamente, sete mil idiomas e a esmagadora maioria da população mundial fala apenas sua língua natal, mas as evoluções tecnológicas estão aproximando cada vez mais as pessoas. Para dar mais um passo nessa direção, a novidade agora é o Translatotron, uma inteligência artificial do Google que vai além do Translator, pois faz as traduções em tempo real e imita a voz do usuário. Ao usar o Translatotron, a IA utiliza a sua própria voz para fazer a tradução para outro idioma, mantendo as características como sotaque e o próprio tom. A novidade ainda está em testes e tem muito a evoluir, mas é uma promessa de facilitar a comunicação entre as pessoas – não nas sete mil línguas existentes, é claro. Porém, não pense que isso é motivo o suficiente para deixar de conhecer outro idioma, pois é um aprendizado que vai muito além da comunicação.

MARAVILHAS DA

tecNoloGia Fique ligado nas dicas da equipe its

Olhos de lince

IMT Atlantique, uma renomada escola de engenharia francesa, revelou a criação de uma “lente inteligente” que aumenta a capacidade visual de quem a usa. A descoberta abriu os olhos dos estadunidenses – com o perdão do trocadilho –, tanto do exército quanto da Microsoft que querem entrar de vez no projeto. O desenvolvimento da lente de contato com microbateria flexível, nome técnico da tecnologia, poderá começar já neste ano e testada em 2020 entre os militares, tal qual várias das invenções que temos hoje em dia que começaram nos departamentos de defesas, como internet, câmeras digitais, GPS, entre muitas outras coisas. 10 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


O retorno do Flip

Durante muitos anos, antes dos smartphones serem populares como hoje, os celulares de flip eram uma moda entre os viciados em tecnologia e a Motorola era uma das marcas com destaque na área. Hoje a marca está sob a batuta da Lenovo que pode estar prestes a resgatar o flip, mas agora com a novidade das telas dobráveis. Um vídeo vazado de uma apresentação do Moto Razr V3 com tela flexível circula pela internet dando uma nova cara ao celular de flip com uma screen pequena na parte da frente quando está fechado e tornando-se um smartphone como nós conhecemos quando aberto. Fora isso, não há muitas novidades sobre data de lançamento, preço ou até se não é apenas especulação, mas claro que todas as novidades de tela flexível que virão pelos próximos meses chegarão com preços altos.

Conhecimento rápido

Ler um livro é sempre algo que ajuda bastante, mas a gente sabe que em meio à tanta correria fica difícil ler tudo que a gente tem vontade e algumas tecnologias ajudam a amenizar a vontade de ler aquele livro que não temos tempo. O aplicativo 12minutos é um desses, pois traz resumos de livros e audiobooks de nãoficção em áudios que sintetizam a ideia da obra com máximo de 12 minutos, tal qual o nome do app. O foco fica nos livros com conteúdos de economia, história, cultura e assuntos mais objetivos voltados também à parte profissional. A versão gratuita tem limitações, mas ainda assim vale conhecer e aprender.

Guerrinha de neve

Quando criança, todo mundo que assistiu aqueles filmes de Natal já teve vontade de fazer uma briga de bola de neve, mas como aqui no Brasil isso não é uma tarefa fácil, dá para se virar de outras formas, tipo jogos pelo celular. Um deles é o SnowWar.io, um jogo que lembra aquelas batalhas de Mario Kart, mas com limpadores de neve. A ideia é jogar o oponente para fora da arena lançando bolas de neve que são feitas pelo próprio caminhão: quanto mais você anda pela arena, maior o tamanho da bola de neve, pelo menos até que você a solte no adversário. Um jogo divertido e simples que pode te ajudar a relaxar entre um estudo e outro. REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

11


NOTÍCIA DAS ESCOLAS

Prefeitura de Joinville realiza o 5º Seminário da Educação de Jovens e Adultos

A Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Educação, realizou no mês de maio o 5º Seminário da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O evento foi voltado para profissionais da área de educação, além de acadêmicos e interessados na EJA. A programação contou com a palestra de abertura, no Teatro Juarez Machado com o tema “O Impacto das Funções Executivas na Educação de Jovens e Adultos”. A mes-

tre em psicologia Juliana Lautenschlaeger Damari falou sobre o desenvolvimento de habilidades e competências cognitivas que permitem controlar e regular pensamentos, emoções e ações diante dos conflitos. No segundo dia do evento, ocorreram oficinas nas áreas de tecnologia, robótica, relações escolares, educação financeira, entre outros. A atividade ocorreu na Escola Municipal Valentim João da Rocha, no Vila Nova.

EJA

Atualmente, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), oferecida pela Secretaria de Educação de Joinville, atende cerca de 1.500 alunos com idade a partir de 15 anos para a conclusão do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano). As aulas ocorrem no período noturno em 11 escolas municipais e no Cesita, bairro Itaum, na parte da manhã.

Consultor do MEC conhece a escola bilíngue Libras/Português em Joinville O consultor do Ministério da Educação (MEC), André Reichert, esteve em Joinville para conhecer a escola bilíngue Libras/ Português mantida pela Rede Municipal de Ensino. A visita ocorreu na Escola Municipal Monsenhor Sebastião Scarzello e na Secretaria de Educação. No dia anterior, foi até a Casa Brasil Sul, unidade da Secretaria de Educação, onde é oferecido curso de Libras - Língua Brasileira de Sinais em parceria com o Instituto Joinvilense de Assistência aos Surdos. 12 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

“A educação de Joinville é muito conhecida no Brasil por sua metodologia e famosa pela qualidade”, declarou o consultor que é surdo e se comunicou por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). André Reichert afirmou que o MEC irá fazer uma implementação do ensino bilíngue em Libras/Português e capacitar os professores em todos país. A secretária de Educação, Sônia Fachini, ressalta a importância da visita e reconhecimento do trabalho de toda equipe de

professores e gestores. “A escola bilíngue Libras/Português é algo que construímos junto com a comunidade para melhorar o atendimento dos alunos surdos.” O projeto da escola bilíngue Libras/ Português na Rede Municipal de Ensino iniciou a atividades em formato piloto com os alunos em 2018 na Escola Municipal Monsenhor Sebastião Scarzello. A unidade foi toda equipada para atender os estudantes surdos. Este modelo é pioneiro em Santa Catarina para ensino fundamental.


Fotos: Rogério da Silva/Secom/Prefeitura de Joinville

Fotos: Anderson Alberton/Divulgação

Defesa Civil de Joinville leva alunos de escola para conhecer estação hidrometeorológica e maregráfica A turma do programa Educação Plena da Escola Municipal Professor Oswaldo Cabral conheceu de perto a estação hidrometeorológica e maregráfica no Joinville Iate Clube (JIC). A ação, que ocorreu em maio, fez parte da Semana da Defesa Civil, realizada pela Secretaria de Proteção Civil e Segurança Pública de Joinville (Seprot). Primeiro, os estudantes participaram de uma aula animada em sala sobre os equipamentos com o engenheiro agrônomo da Defesa Civil, Dieter Klostermann. O engenheiro explicou como funcionam as estações e mostrou uma a uma as ferramentas de controle e como funcionam. Depois de conhecerem o anemômetro (mede a velocidade e a direção dos ventos), o piranômetro (mede a energia produzida pelo sol), o higrômetro (mede a umidade), os instrumentos que medem a pressão da água, o pluviômetro (mede a quantidade de chuva) e também o datalogger, que é o computador da estação, a turma visitou a estação hidrometeorológica em funcionamento. O projeto Educação Plena oferece oficinas para alunos dos quartos e quintos anos das escolas municipais no contraturno escolar.

Alunos conhecem criador do Menino Caranguejo Os alunos da Escola Municipal Professor Orestes Guimarães receberam a visita do fundador do Instituto Menino Caranguejo, Professor Chico Lam. Na ocasião, os estudantes dos 6º anos puderam aprender sobre os mangues da nossa cidade e, além disso, tiveram a oportunidade de discutir temas relacionados aos cuidados com o meio ambiente. Tudo aconteceu sob a perspectiva do herói dos mangues, o personagem das Histórias em

Quadrinhos “Menino Caranguejo”, que juntamente com a sua turma ensinou aos estudantes os cuidados que devemos ter para preservar as belezas naturais da nossa amada Joinville. A proposta faz parte da disciplina de Língua Portuguesa, nas turmas da professora Jussara Cascaes Longarzo, para aproximar os estudantes de escritores joinvilenses, como forma de incentivar a produção textual, neste caso a criação de histórias em quadrinhos.

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

13


EDUCAÇÃO PLENA

DE OLHO NAS BOAS AÇÕES Professores de Educação Plena recebem formação para usar cartilha da campanha “Jeito Catarinense” com os alunos no contraturno escolar

Durante uma semana, o recreio dos alunos que participam das aulas de Educação Plena na Escola Municipal CAIC Professor Mariano Costa teve um intuito: observar ações de respeito às diferenças, cuidado com o meio ambiente e o desperdício de comida e água. A atividade, que usou como base as orientações da cartilha “Jeito Catarinense”, auxiliou os alunos para que pudessem analisar em como ensinar os mais de 1000 estudantes da unidade escolar a desenvolver ações positivas de cidadania e orientar, quando necessário, sobre as atitudes negativas.

14 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Com as observações anotadas, a professora Graziele Barros Lorenzo tabelou os dados para trabalhar, também, experiências matemáticas com os 25 alunos de quarto e quinto ano da turma. Diante do levantamento, os estudantes encontraram um problema e precisavam buscar uma solução: o único aluno cadeirante da escola sempre estava sozinho no recreio. Para tomar a atitude certa, Thuanny Agra Prebrianca, 10, precisou deixar a timidez de lado e diminuir o espaço entre o nervosismo e a vontade de ter um novo amigo.

Junto dela, outros alunos da Educação Plena também se aproximaram do colega cadeirante. Uma dessas aproximações até foi registrada por uma professora que enviou as imagens para Graziele que se emociona ao vê-las. “Foi uma atitude que partiu deles”, comenta. Para Thuanny, que hoje passa o recreio com o novo amigo, a forma como os outros colegas se relacionam com ele a fez perceber como a indiferença é tratada na prática. “Eu percebo que ele dá tchau para as pessoas e que ele até as chama para me mostrar”, desabafa a aluna.


Alunos produziram cartazes com pesquisa feita na escola com o apoio da cartilha "Jeito Catarinense"

Por Renata Bomfim Para a professora Graziele, as práticas da cartilha podem ser trabalhadas ao longo de todo o ano, mas antes de fazer com que as crianças saiam com os cartões pela escola é preciso, primeiro, entender o propósito do projeto. “Eu apresentei a cartilha, que muitos já conheciam pela mídia, mostrei os vídeos no YouTube e fomos discutindo”, relembra a professora que recebeu formação oferecida pela Secretaria Municipal de Educação de Joinville para fazer o melhor uso do material em sala. “A ideia é essa:

que eles sejam encorajados pela mudança e depois contagiar os outros. Eles já querem sair mostrando o cartão, mas nós precisamos nos conscientizar.” Sentados em equipes de quatro alunos e divididos de acordo com o ano escolar, os estudantes discutem ideias para apresentar as ações que pretendem aplicar na escola com o Jeito Catarinense. Com os cartazes produzidos durante as aulas, as crianças querem levar para fora da sala de aula todo o aprendizado construído com o uso da cartilha.

A ideia é essa: que eles sejam encorajados pela mudança e depois contagiar os outros. Eles já querem sair mostrando o cartão, mas nós precisamos nos conscientizar.” Graziele, professora

JEITO CATARINENSE

Fotos: Renata Bomfim

O jeito certo de fazer as coisas.

Alunos da Educação Plena vivem, na prática, o jeito certo de respeitar e integrar às diferenças

JEITO CATARINENSE

O jeito certo de fazer as coisas.

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

15


Educação plena como extensão da sala de aula

Ainda no primeiro ano como professora de Educação Plena, Graziele Barros Lorenzo não consegue encontrar outro adjetivo que a caracterize à frente dessa turma que não seja como o próprio nome: plena. A definição faz parte de todo um trabalho que a professora desenvolve de segunda a quinta-feira no contraturno escolar com 25 alunos participantes. Atrelado ao resgate de valores e ideias, Graziele busca desenvolver atividades que tenham relação com experiências matemáticas e linguagem. “A princípio, as atividades foram planejadas mais como um reforço, até para que eu pudesse conhecer mais as atividades de cada um”, comenta a professora. “Eu trouxe atividades de aula deles e faço uma sondagem para propor exercícios diferenciados.”

Jeito Catarinense, o jeito certo de fazer as coisas

Com a intenção de inspirar crianças e adolescentes a desenvolver ações positivas e desestimular atitudes negativas, a cartilha “Jeito catarinense, o jeito certo de fazer as coisas”, desenvolvida pela Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), começou a ganhar espaço nas escolas da rede municipal de ensino de Joinville. O projeto, que passou a ser desenvolvido já no ano passado com as escolas da rede estadual, este ano alunos das escolas municipais das 20 maiores cidades do estado têm acesso ao material que, por meio de ilustrações de exemplos do dia a dia do que é certo ou não fazer, busca contribuir para a formação do aluno, alinhado aos conteúdos já desenvolvidos como pedagógico nas escolas. Cuidado com o trânsito, com a saúde, a natureza e respeito às diferenças são assuntos tratados na cartilha que se inspirou em práticas que já foram desenvolvidas fora e dentro do país de ações educativas. Com dois cartões, um verde para boas práticas e outro vermelho para ações erradas, o público-alvo, alunos entre oito e 12 anos, são motivados a ser observadores e monitores das atitudes dos colegas da escola e da sociedade.

16 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE



FEIRA DE MATEMÁTICA

Por Renata Bomfim

MESTRE DO

JOGO E DAS NOTAS

Jogar Free Fire para estudar números positivos e negativos é mais uma forma de aproximar o ensino da matemática com a realidade dos alunos

18 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


Não foram poucas as vezes que Juliana da Silva Alano, professora de matemática do sétimo ano da Escola Municipal CAIC Professor Desembargador Francisco José Rodrigues de Oliveira, entrou em sala de aula e ouviu os alunos comentando sobre o jogo Free Fire, um game que coloca 50 jogadores num mesmo local e tem o objetivo de fazer com que o jogador se mantenha vivo até o final por, pelo menos, dez minutos. Com a curiosidade aguçada para saber o motivo de um passa-

com que eles se sintam menos pressionados com a matemática e mais à vontade para que comecem a trabalhar. Eu já senti um avanço do começo do ano até aqui e a tendência é melhorar, ainda mais com jogo que faz parte da realidade deles”, comenta a professora. Como resultado do estudo, os alunos levaram o jogo para Feira de Matemática interna da escola, como forma de socializar o conteúdo de sala de aula e desafiar os colegas das outras turmas com o estudo da disciplina.

Na adaptação, os jogadores precisam resolver questões de matemática que envolvam as quatro operações (adição, subtração, multiplicação e divisão) com os números positivos e negativos para subir de fase. “O jogo original também utiliza de cartas com perguntas e respostas e as nossas estão relacionadas a matemática e eu também relacionei com questões financeiras”, diz Juliana. Para os alunos que conhecem e jogam Free Fire, trazer o jogo para dentro da sala de aula tornou o ensi-

no mais divertido. Vinícius Alexandre Borba da Silva, 12, joga há dois anos e passou a ter mais gosto pela disciplina depois que a professora trouxe o conteúdo para dentro do universo em que ele vive. “A gente cria mais interesse com a matemática”, diz. Assim como Vinícius, Jennyfer Mayara Ferreira, 12, também é fã do game mobile e passou a jogá-lo este ano. Para ela, a relação do jogo com o ensino só ficou clara quando a professora fez a associação. “Eu nunca tinha percebido a matemática envolvida no jogo.”

Fotos: Phelippe José/Secom/Prefeitura de Joinville

tempo prender tanto o interesse dos estudantes que a professora resolveu baixar no celular o aplicativo e também começar a jogar. Com um modo de ranqueamento que torna o jogo competitivo, os jogadores podem ganhar ou perder pontos, influenciando diretamente no valor do saldo. E foi aqui, neste ponto, que Juliana associou a matriz curricular do sétimo ano com o Free Fire: o estudo dos números positivos e negativos. “Eu procuro com o jogo fazer

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

19


Raciocínio lógico e a preparação para a OBMEP

Participe!

A forma de instigar o raciocínio lógico dos alunos é, também, uma preparação para as questões da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que já teve este ano a primeira fase realizada. Com questões que trabalham lógica, raciocínio e interpretação de texto, Juliana sabe que são esses pontos que mais sente dificuldade dos alunos na hora de resolver uma questão. Dessa forma, em todas as provas que aplica, última questão é sempre um desafio.

Neste mês, todas as escolas da rede municipal de ensino de Joinville têm a oportunidade de compartilhar os trabalhos desenvolvidos em sala de aula na 20ª Feira Municipal de Matemática, que está marcada para o dia 27 deste mês, na Escola Municipal Professora Zulma do Rosário Miranda, das 9h às 16h. Ao todo, 25 trabalhos destaque receberão medalhas e a classificação direta para participar da 17ª Mostra Regional de Matemática, marcada para o mês de agosto, na EEB Governador Celso Ramos.

20 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Fotos: Phelippe José/Secom/Prefeitura de Joinville

Toda vez que a professora Juliana está prestes a iniciar um novo conteúdo, os alunos já sabem que antes ela prepara um desafio. Sem explicação de como resolver ou sequer ter ensinado sobre o conteúdo, no quadro a questão instiga o interesse dos alunos que, caso acerte a resposta, pode ser bonificado. “Ninguém sabe, então, todo mundo tem o mesmo nível de conhecimento, teoricamente. Quem vem, faz e erra, só apaga e senta. Porque ninguém sabe mais que o outro”, diz a professora.



capa

22 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


Foto: Emily Milioli

Por Renata Bomfim

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

23


Com o recurso da realidade aumentada, alunos usam aplicativo para conhecer o sistema solar de forma mais interativa

B

astou baixar um aplicativo no celular e apontar o leitor de realidade aumentada para o cubo confeccionado nas aulas de Educação Plena da Escola Municipal Padre Valente Simioni, que os 27 alunos que participam do programa no contraturno escolar puderam conhecer o sistema solar e todos os planetas numa viagem guiada totalmente pelo uso da tecnologia. Nativos digitais, como costumam caracterizar a geração Y, escolas da rede municipal de ensino de Joinville, alinhada com o núcleo de tecnologia da Secretaria de Educação do município, buscam aproximar os conteúdos por meio de ferramentas que dão sentido e significado para a aprendizagem.

24 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Atenta às novidades tecnológicas e sempre em busca de ferramentas que possam contribuir com o ensino do professor em sala de aula, Gilmara dos Santos, professora da sala de informática da escola, encontrou o aplicativo depois de pesquisar com colegas da área algum material disponível que pudesse servir como apoio para os estudos e preparação para a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). Fascinada com a novidade, o aplicativo é um compilado de apoio didático com conteúdos para as aulas de ciências. “A gente tem que sempre buscar coisas novas e atrativas para trazer algo significativo e prazeroso”, comenta. Mesmo não estando conectado a

toda hora, quem vê Pedro Henrique Cardoso de Souza, 9, aluno do quinto ano, sabe que se precisar de qualquer registro em vídeo, ele vai ter no celular. Já quase sem espaço na memória, o aluno não deixa passar nada despercebido pelas lentes da câmera. “Eu gosto de tirar foto e gravar”, dispara Pedro quando questionado sobre o que ele costuma fazer com o aparelho. O aluno, que até pensa em ser repórter, sabe que o celular que tem em mãos vai muito além dessas duas funções. “Na tecnologia, a gente aprende mais rápido porque tem a pesquisa inteira e na biblioteca só tem um pouco.”


REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Fotos: Emily Milioli

Mas não é só esse objetivo de fazer com que as escolas estejam amparadas pela tecnologia. De acordo com a gerente de tecnologias educacionais da Secretaria de Educação, Sandra Trapp, a intenção é fazer com que o conteúdo de sala de aula seja repassado ao aluno de uma forma mais lúdica, palpável e que facilite o aprendizado. “Essas iniciativas da Gilmara e de outros que a gente tem na rede, elas são essenciais. Os nossos alunos já são nativos digitais, somos nós quem não somos”, destaca. “Nós precisamos falar a língua deles e quando a gente faz isso aqui, a gente se posiciona no mundo deles e leva o que eles, de fato, gostam de aprender, da forma como gostam. São iniciativas que a gente tende valorizar e tende a reforçar cada vez mais na rede.” Além de buscar aplicativos atuais e contextualizados com o ensino, Gilmara também participa de um projeto piloto na escola encabeçado pela Google que busca ajudar os alunos a usar as ferramentas que a plataforma oferece. A cada 15 dias, uma turma de sétimo ano da escola recebe formação para melhor uso da tecnologia. “Às vezes, eles têm um trabalho para fazer em grupo e os pais não deixam ir na casa do amigo, por exemplo, e ela ensina como é possível fazê-lo online.” Todas essas iniciativas abraçadas pela escola com uso da tecnologia disponível no espaço educativo ou até mesmo que o aluno tem um único intuito: promover a inclusão. “Tudo é muito acessível para eles e a educação tem que mudar, não dá para ficar na mesmice, porque isso (tecnologia) faz parte da realidade deles e a gente quer fazer ir para além dos muros da escola”, diz Gilmara.

25


Refletindo no corpo por fora como é por dentro Parece difícil de entender, mas não tem nada de complicado. A história é a seguinte: foi explicando o conteúdo sobre como é o corpo humano por dentro que um aluno questionou a professora Monica Asquino sobre como

é possível tantos órgãos caber dentro de uma pessoa. A dúvida ligou o alerta na professora de que os estudantes até poderiam entender o assunto, mas não sabiam na prática como aplicá-lo. Na busca em tornar o co-

nhecimento mais efetivo, ela projetou no corpo do aluno uma imagem de como os órgãos se organizam dentro de cada corpo. A ideia não só deu certo que até hoje, passados dois anos da iniciativa, Monica, que atualmente trabalha como professora da sala de informática na Escola Municipal Dom Jaime de Barros Câmara, aplicou mais uma vez o trabalho, em parceria com a professora de ciências, Tatiane de Jesus Andrade Ramos, com uma turma do quinto ano. Na sala de informática, o ambiente ficou organizado da seguinte forma: enquanto os meninos se divertiam nos computadores com jogos relacionados aos sistemas do corpo humano; as meninas faziam fila em frente a lousa digital para ter refletido o sistema digestório no corpo. A divisão por sexo na hora da atividade é simples: os sistemas são diferentes entre homens e mulheres. “É mais divertido quando a gente consegue ver”, relembra Raisa Kassiane Peres Jacinto, 10. Além da diversão, a aula prática guiada pelo uso da tecnologia também refletiu em outro ponto importante: as notas. “Na hora da prova foi bem mais fácil, porque a gente conseguiu ver bem os órgãos.”

Na hora da prova foi bem mais fácil, porque a gente conseguiu ver bem os órgãos.” Raisa Kassiane Peres Jacinto, aluna

26 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


órgão e funções são complexos, mas dessa forma foi bem lúdica e foi uma forma de a gente se apropriar de uma ideia da Monica, porque a gente sabe que essa é a linguagem dessa geração.” Quando os alunos têm aula na sala de informática, Monica chega a notar como chegam entusiasmado. “Eles estão fazendo a mesma coisa que em sala de

aula, mas aqui eles estão gostando”, relembra Monica o comentário feito por uma professora. A diferença não está no conteúdo, mas na abordagem dada. Uma geração que nasceu em um mundo digital, certamente, é em um ambiente com todo aparato tecnológico que sentem mais à vontade, integrados e, claro, conectados.

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Fotos: Renata Bomfim

Para a professora Tatiane, que sempre busca alinhar o ensino da teoria com a prática, o uso da tecnologia das aulas motivam os alunos a se interessarem mais pelo assunto e o impacto, claro, é sempre positivo. “Já foi feita uma avaliação e as notas foram bem boas. E olha que em ciências notas costumam ser bem baixas e, assim, trabalhar cada

27


EDUCAÇÃO FÍSICA

Por Renata Bomfim

ACROBACIA NA ESCOLA?

A prática da ginástica escolar possibilita ao aluno a conscientização do corpo, o contato com o movimento e o desenvolvimento motor

Com o uso de imagens acrobáticas, alunos tentam reproduzir as poses com os colegas da turma

28 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Com colchonetes espalhados pelo pátio, os alunos do terceiro ano da Escola Municipal Professora Isabel Silveira Machado se dividem em trios para tentar reproduzir as diferentes posições de ginástica acrobática. Para auxiliá-los na atividade, a professora de educação física, Cristiane Goedert, imprimiu imagens e criou cartões ilustrativos com posições para serem feitas em duplas e até cinco crianças. A ideia veio de um grupo de mensagens em que a professora participa com educadores de todo o Brasil. Com espaço para trocar experiências e iniciativas feitas nas escolas, um professor compartilhou o seu trabalho com os colegas e Cristiane resolveu adaptar para a realidade dos alunos e deu certo. “A gente está trabalhando bastante a conscientização corporal, eles aprendem a ver o limite e aonde podem chegar”, comenta. Concentrados e atentos a posição de cada um precisa fazer para desenvolver a atividade, eles não perdem tempo e nem querem ficar parados. “Professora, já fizemos”, diz um grupo. “Professora, podemos fazer a mesma pose de novo?”, questiona outro. Ao observar o interesse dos alunos, é possível notar a forma como eles se relacionam e de acertar em fazer o exercício. Alana Salm Siqueira, 8, está no terceiro ano e, para ela, ter aulas de ginástica é mais interessante que praticar esportes. “A gente faz poses diferentes, não fica correndo”, desabafa a aluna que, antes mesmo de começar a desenvolver a atividade na escola, já começou a treinar em casa algumas poses para praticar. Com boa elasticidade, resultado das aulas de dança que já participou, reproduzir as posições de ginástica acrobática não foi difícil para a aluna, que até já sabia fazer algumas posições. Para a professora, propor essa atividade que está na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), desperta o interesse dos alunos pelo diferente, além de promover a importância da prática de atividade física, como comentou o aluno João Pedro Gonçalves: “a gente se alonga mais”.


Fotos: Renata Bomfim

Ginástica escolar: como torná-la efetiva? Poucas vezes você se depara com um aluno que não coloque educação física como uma das suas aulas favoritas na escola, não é? Já parou para pensar em todas as vezes que você questionou um aluno sobre o motivo de ele escolher essa disciplina como favorita e, normalmente, fala que é porque brinca, faz atividade e pratica esportes? Dentro disso, é importante também ressaltar que todas essas atividades desenvolve no aluno a colaboração, quando pratica algum jogo em

equipe; o senso de liderança, toda vez que precisa liderar um grupo; tomada de decisão, quando precisa escolher a hora de criar o seu time; estratégia para escolher uma forma de melhorar o seu posicionamento e ganhar um jogo… enfim, mas e a ginástica, qual é a parte que a torna efetiva e importante neste processo? Promover aulas de ginástica, sejam elas de qualquer linha, faz com que o aluno tenha total controle sobre o movimento e domínio do seu corpo. Além disso, de acordo com um

estudioso da área chamado Nieman, a atividade também trabalha as questões emocionais, exercendo uma forte influência nos efeitos psicológicos a curto e longo prazo. Ter a prática de ginástica na escola é mais uma forma de o professor ter a sua disposição de mostrar todo o potencial das aulas de educação física para além dos esportes já estabelecidos na sociedade e dá ao aluno a oportunidade de trabalhar uma nova expressão corporal alinhada a pedagogia de ensino.

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

29


Educação financeira

Porque eu preciso da

Nota fiscal?

Basicamente, a nota fiscal é a comprovação de que ocorreu uma venda ou prestação de serviço. Trata-se de um documento de grande importância, tanto para a empresa quanto para o cliente. Vale lembrar que cupons e notas fiscais são documentos obrigatórios emitidos por empresas que vendem diretamente ao consumidor. Mas existe diferença entre os dois: O cupom fiscal é emitido pelo emissor de cupom fiscal, uma impressora especial, aprovada pela Receita Federal. Já a nota fiscal utiliza um arquivo e um formulário do governo para sua impressão. É a certidão de nascimento da compra. Ela mostra onde e quando o cliente adquiriu o produto. Além de comprovar a garantia, informa o tipo, modelo, marca, série e garante o direito na hora de registrar a reclamação nos Órgãos de Defesa do Consumidor. Com ela está garantindo a arrecadação de impostos que auxiliam na construção de escolas, creches, hospitais etc.

BENEFÍCIOS COM A NOTA FISCAL Em São Paulo, o Programa Nota Fiscal Paulista devolve 30% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) recolhido pelo estabelecimento a seus clientes, incentivando os cidadãos a pedirem sempre a nota fiscal. Quem informa o CPF ou CNPJ no momento da compra, por exemplo, pode ainda escolher como receber o dinheiro de volta e concorrer a prêmios em dinheiro. Já no Rio de Janeiro, o Programa Nota Fiscal Carioca promove a devolução parcial do Imposto sobre Serviços (ISS) e descontos no IPTU de residência em até 50%. Em Belo Horizonte, o programa BH Nota 10 promove também o desconto gradual do IPTU de acordo com os valores obtidos na requisição de notas fiscais dos estabelecimentos. Aqui na nossa cidade também temos este benefício: basta entrar no site da nota fiscal eletrônica de serviços e fazer seu cadastro, a cada nota fiscal de serviços emitida para o seu CPF dentro do ano você consegue descontos no seu IPTU. 30 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


Por Neise do Nascimento

NA PRÁTICA! Toda vez que efetuamos algum tipo de compra, nem sempre recebemos ou até mesmo pedimos a nota fiscal, mas ela é uma comprovação importante e necessária de se ter em mãos e, na matéria deste mês, eu explico o por quê. É muito comum encontrar por aí quem ache que o cupom fiscal basta como garantia de determinado produto, mas deixemos bem claro: não vale. O cupom fiscal é um documento que até pode corresponder a nota fiscal, mas enquanto o cupom fiscal serve apenas para quem fez a aquisição do produto, a nota fiscal funciona como garantia e, por isso, na hora que você compra algo que precise dessa comprovação, é comum você se direcionar ao atendimento que gere esse documento.

Cupom fiscal Nome, endereço e inscrição do vendedor O comprador pode pedir para não ser impresso o detalhe das compras. Assim o documento será menor

Resumo de compras e formas de pagamento

O endereço para consulta pela CHAVE DE ACESSO permite verificar se o documento é autêntico

Identificação do CPF do comprador

O código de barras facilita a consulta por meio de dispositivos móveis (smartphones e tablets) O procotolo de autorização confirma que o documento foi transmitido para a SEFAZ

nota fiscal

Numero da NF Data da prestação de serviço

Nome do cliente e endereço completo

Imagem: Reprodução | Internet

Nome do prestador de serviço com endereço completo

Serviço prestado Neise do Nascimento é fundadora da Quales Treinamentos Empresariais e especialista em Docência do Ensino Superior e em Finanças, Controladoria e Auditoria. REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

31


GALERIAS

VITOR, BRENO E MATHEUS

LORENZO E VÍTOR

MELLANY, JULIA E MARIA

32 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

JULIA, MARIA E MELLANY

LUIZA, AMANDA E LUIZA

LORENZO, VÍTOR, ARTHUR E IGOR

ALEXANDRE E VITOR


glória

Escola Municipal Pastor Hans Müller

ARTHUR E IGOR

ISABELLE, MARCELLA E GABRIELA

Fotos: Foco Eventos

DAVI, THALES E EMANUEL

BIANCA, ISABELA E HELENA

MANUELA, JÚLIA E ELISA

MARIA, ELISA, MANOELA E JULIA

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

33


GALERIAS

ANA, ANA JULIA, GABRIELA E TUANY

KETLYN, ADAILTON, JULIA, GUSTAVO, GABRIEL E WESLEY

ISABELI, NICOLAS, IASMIN, JÚLIA E FERNANDA

34 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

KETLYN, JULIA, GUSTAVO, GABRIEL E WESLEY

IASMIN E NICOLAS

LUCAS, GUSTAVO, ANDREI, WESLEY E VÍTOR


Adhemar Garcia

Escola Municipal CAIC Professor Mariano Costa

ADAILTON, BRUNA, FERNANDA, MARIANA, ISABELA E FLAVIA

OTTOH, NICOLLAS, HERNIQUE, GUILHERME E VINICIUS

Fotos: Foco Eventos

GABRIEL E GABRIEL PEREIRA

NATAN, GABRIEL, DAVI E RUAN

MYLENA, JONA E BEATRIZ

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

35


GALERIAS

VITÓRIA E EVELYN

VANESSA E HELOÍSA

ISABELLY, JULIANA, EDUARDA, GUILHERME E KAUÃ

36 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

JULIA, LUISA, CÁSSIA, LARISSA, JULIA C., TAINARA E HAGATA

PEDRO, JEAN, LUCAS, NICOLAS, VINICIUS, BRUNO ALEXANDRE, BRUNO B.

LUIZA, VITORIA E BEATRIZ


Adhemar Garcia

ESCOLA MUNICIPAL JOÃO DE OLIVEIRA

VITOR e GABRIEL

GIULIANNA, NIKAELI, HEMILLY E NICOLE

Fotos: Foco Eventos

KAMILA, KAUANE E MARIA

RUAN, KAUE, MATHEUS, VÍTOR E KAUE

JULIA, LUISA, CÁSSIA E LARISSA

KAMILA

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

37


GALERIAS

NICOLE E LETICIA

JOÃo, GUSTAVO, BRAYAN E PRISCILA

CAUAN, BRAYAN E GUSTAVO

MARCOS, GUSTAVO e WILLIAM

38 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

JOÃO, NICOLAS E GABRIEL

PRISCILA, YASMIN, LETÍCIA, NICOLE, NUBIA E PROFª DANI


João Costa

Escola Municipal Prof. João Bernardino da Silveira Jr

ESTER, NUBIA E YESKEL

LEONARDO, JEFERSON E CAUAN

DANIEL, AMANDA E NAYARA

Fotos: Foco Eventos

YASMIN, ESTEFANI, ANDREA, VITHORIA E KATIANE

PRISCILA, LETICIA E NICOLE

GABRIEL E NICOLAS

VITORIA E KATIANE

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

39


GALERIAS

MARIA E ARIANE

HENRIQUE E JOÃO

JOÃO, HENRIQUE E GABRIEL

40 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

GEOVANA, LUANA, MARIA, SARA E PROF VIVIANE

MARIA E LUANA

MATEUS E MATHEUS TAVARES

JOÃO, HENRIQUE , GABRIEL, THIAGO E PROF VIVIANE


João Costa

Escola Municipal João Costa

GIOVANA, KETLYN E CAMILLA

THIAGO E GABRIEL

SARA, LUANA E MARIA

Fotos: Foco Eventos

SARA E GIOVANA

GABRIEL, THIAGO, DIOGO, MATEUS, JOÃO VITOR, HENRIQUE E MATHEUS F.

MARIANE, MARIA E KETLYN

MATEUS, CAMILLY E MATHEUS F.

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

41


SAIDEIRA

Por Ana Beatriz Brandão

uma conversa sobre amor

Reciprocidade,

Desde que eu me lembro, a certeza de que queria ser escritora é a mais latente em minha vida. Este sonho nunca foi fantasiado e desejado sozinho. Meus pais sempre estiveram ali por mim, me deram livros, incentivaram a leitura, abriram as portas para minha imaginação e ficaram perto o suficiente para que qualquer conversa sobre o tema fosse construtiva. Hoje, adulta, observo como algumas crianças não têm o que eu tive e percebo a importância e o peso que essas atitudes tiveram no meu crescimento pessoal e profissional. Contei com o apoio da minha mãe e do meu pai em diversos momentos, não só durante a infância e muito menos apenas para tomar as decisões que compõem minha personalidade, mas também em fases difíceis. O ponto é que qualquer relação para ser boa precisa de reciprocidade. Todos nós precisamos de ajuda, mas também precisamos ajudar. Você deve estar se perguntando: o que eu poderia fazer por meus pais? Bom, primeiro procurar compreendê-los. Depois buscar por

um diálogo quando algo não vai bem, isso de forma aberta. Se, por acaso, você não vive em um ambiente que te permita ter essas facilidades procure outros adultos, professores ou responsáveis. O que importa mesmo é procurar apoio, o combustível para o amor. Sentimento que nos move por essa vida cheia de obstáculos, mas também de alegrias e momentos inesquecíveis! Eu escrevo porque amo o que faço e assim compartilho meu sonho, mas também porque acredito que a literatura seja uma troca constante, quem lê recebe um pouco do autor, mas também doa um pouco de si. Exatamente como eu acredito que a vida deva ser. Reciprocidade. Então, aproveite o seu tempo para construir uma vida de boas escolhas para você e a para as pessoas que estão a sua volta. Se você, pai, responsável ou professor estiver lendo isso, ajude na construção de uma excelente pessoa e acredite nos sonhos de suas crianças, afinal, elas são capazes de chegar aonde quiserem.

Sobre a autora: Com cinco anos já era uma ávida leitora, aos treze iniciava uma jornada cercada de magia junto aos seus personagens e atualmente, com dezoito anos, já publicou cinco livros e embarca na forte emoção de acompanhar o filme baseado em seus dois best-sellers, O Garoto do Cachecol Vermelho e A Garota das Sapatilhas Brancas. Targaryen, potterhead, narniana, semideusa e tributo, Ana Beatriz Brandão vive intensas aventuras todos os dias e cele-

42 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

bra suas publicações, desde a mais recente obra Sob a Luz da Escuridão, até aquela que pela primeira vez cativou o público, Sombra de um Anjo. Não esquece as emoções vivenciadas em Caçadores de Almas que também tem um valor inestimável à jovem escritora. Seu maior sonho é poder continuar contando suas histórias para todos aqueles que, assim como ela, acreditam que os livros são a melhor forma de tocar o coração das pessoas e mudar suas vidas.

/anabiabrandao

www.anabeatrizbrandão.com.br


nd+

MAIS PARA A CIDADE MAIS PARA VOCÊ

ENTRE TENI MENTO O melhor conteúdo regional atualizado em tempo real. É opinião, interação, colunistas, esportes, novidades e muito mais. O novo portal de notícias do Grupo RIC está no ar, muito mais interativo e com um super aplicativo, disponível em android e ios. ND+. Mais para a cidade. Mais para você.

Disponível em:

ndmais.com.br



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.