its Teens Joinville - 44

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Revista Its Teens Joinville nยบ 44 2019 | R$ 11,77




conteúdo dezembro 2019

22 | CAPA

Ao abrir as cortinas do Teatro Juarez Machado, um grupo com 18 violeiros deu o tom da noite: a música tem o poder de compartilhar a riqueza cultural no nosso país e de despertar a sensibilidade tanto de quem se apresenta quanto de quem assiste. Na 18ª Mostra do Programa Música na Escola que teve “Brasilidades” como tema deste ano, o resultado da atividade oferecida no contraturno escolar para mais de 870 alunos têm refletido em sala de aula: com consciência e conhecimento, quem participa do projeto tem um desempenho diferenciado.

18 | FEIRA DE MATEMÁTICA

Para que qualquer mudança de comportamento aconteça, um dos primeiros passos é desenvolver a consciência sobre essa necessidade. Foi assim que a aplicação dessa prática começou na Escola Municipal Vereador Arinor Vogelsanger sobre o habitual desperdício da merenda escolar. Com observações que começaram ainda no ano passado, o professor Rubens Teles Rezende, com o apoio de toda a equipe pedagógica, implementou na unidade escolar o projeto Prato Limpo, instituído pela rede de ensino por incentivo da Secretaria Municipal de Educação.

28 | REINVENTANDO OS ESPAÇOS 14 | IDEB

Apesar de já ser um hábito a Escola Municipal Anita Garibaldi abrir o portão de entrada da unidade às 7 horas da manhã, no carro a aluna Alice Melissa Soares, 10, já aguardava antes do horário combinado. Primeira a chegar para realizar a Prova Brasil, documento que avalia a qualidade do ensino das escolas públicas, estava com dificuldade para conter a ansiedade.

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A hora do recreio é o momento em que o aluno sai de um espaço guiado por um educador para, dentro de um tempo estipulado, ter a liberdade de escolher o que e como fazer durante esse período livre. Para tornar esse momento mais prazeroso e acalmar os alunos no refeitório, a Escola Municipal Nove de Março resolveu fazer das mesas um lugar para expor os trabalhos feitos em sala de aula. A iniciativa partiu do programa Reinventando os Espaços Escolares, promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Joinville.



EDITORIAL Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br

Salve, galera da revista its!

Diretor Comercial Gilberto Kleinübing | gilberto.k@ricsc.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br Diretor de Planejamento e Estratégia Derly Massaud de Anunciação Diretor de Conteúdo Luís Meneghim | meneghim@ricsc.com.br Diretor Regional Florianópolis Roberto Ivan Bertolin | bertolin@ricsc.com.br Diretor Regional Joinville, Itajaí e Blumenau Silvano Silva | silvano@ricsc.com.br Diretor Regional Oeste Cristiano Mielczarski | cristiano.mielczarski@ricsc.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Conteúdo Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Leonardo Messias de Jesus Coordenador de Operações Rodrigo de Oliveira | rodrigo@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Diego Ibarreta | diego.ibarreta@ricsc.com.br

Ao longo de todo o período letivo deste ano, visitei unidades escolares em bairros de norte a sul de Joinville para divulgar projetos e atividades que valorizam desde ações do brincar até metodologias diferenciadas para melhoria do ensino. Em toda escola que entro, tenho a oportunidade de validar cada vez mais a qualidade da educação municipal que os alunos da rede têm acesso e de compartilhar entre as escolas as melhores práticas para que seja um meio de trocas e inspirações. Na matéria de capa da edição de dezembro, o programa Música na Escola é o destaque pela relevância que tem para 877 crianças que, no contraturno escolar, aprendem sobre técnica vocal e, em algumas unidades, a tocar instrumentos. Ensinar sobre música é exercer o coletivo, a concentração e a noção de tempo, pontos que se cruzam diretamente com o desenvolvimento do aluno em sala de aula. Nesta última revista its teens do ano, espero que você tenha conseguido aproveitar a sua escola, todas as boas práticas que ela oferece e que tem um papel diferenciado para a sua formação enquanto aluno e cidadão. Aproveite este período das férias para descansar, fazer boas leituras, aproveitar os dias de sol… e de chuva também, afinal de contas, não dá para desperdiçar um dia de descanso por conta do tempo, não é mesmo?! Curta mais esta edição super especial produzida para você. Renata Bomfim

Gerente Comercial Joinville Flavia Borba Vieira | flavia.vieira@ricsc.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ricsc.com.br Gerente Comercial Itajaí Ivonete Cristina de Castro | ivonete.castro@ricsc.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Jéssica Falk | jessica.falk@ricsc.com.br

Ei! Tem algum projeto bacana ou já fez um trabalho que merece ser divulgado entre as escolas? Manda pra gente, vai! Anota aí: renata.bomfim@portalits.com.br

Florianópolis Crystiano Parcianelli | crystiano.parcianelli@ricsc.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.

OS CULPADOS

Tiragem: 3.220 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville

Lucas Inácio 6 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Neise do Nascimento



CULTURA POP

BTS DIVULGA TRAILER DO NOVO DVD Para quem já suspeitava na passagem do BTS pelo Brasil, em maio deste ano, São Paulo está nas gravações do novo DVD. A confirmação veio com a divulgação do trailer do novo projeto “Love yourself: speak yourself”. Com apenas um dia de divulgação, a prévia bateu mais de um milhão de visualizações no YouTube. Apesar de o vídeo não ter nenhuma legenda, as imagens da explosão que o grupo teen alcançou no mundo todo fala por si só: espaços lotados e emoção no rosto de cada integrante da banda. E aí, ansiosos para divulgação oficial?

Spotfy AWARDS Segurem seus forninhos porque o gigante serviço de streaming, Spotfy, está muito mais que ousado: foi dada a largada para a sua primeira premiação musical. Isso mesmo, a premiação vai ser com base nos dados e nas experiências de cada usuário. A ideia é criar um laço ainda maior com os fãs da plataforma, ou seja, você é mais monitorado do que pode imaginar. O evento está marcado para o dia 5 de março de 2020, no México, e vai premiar os maiores sucessos da plataforma em 2019. E aí, será que vamos ter brasileiro nessa lista?!

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O NATAL está aí...

Quem acompanha o trabalho de Little Mix já deve ter escutado a canção especial que as meninas fizeram para esta época do ano: o Natal. A faixa “One I’ve been missing” fala sobre saudade e amor, numa melodia nostálgica e que embala os corações saudosistas.

A letra diz o seguinte: “Sinto muito por não ter estado por perto / Mas você estava na minha mente um milhão de vezes / Vou te compensar agora / Nós vamos embrulhar presentes e montar a árvore juntos / Estar juntos / Baby, não tem presente melhor”.

TEVE “SIM” NO ALTAR COM influenciadora digital Se você não viu circular na internet pelo menos uma foto do casamento da influenciadora digital Fabi Santina e Leandro Munhós, você muito que olhou as redes sociais erradas. A chuva de fotos e vídeos que a própria youtuber divulgou no seu canal até parece que entrou #vlogando no altar. Mas não. Mas não era por menos: quem ganhou um pedido de casamento em plena Avenida Paulista tinha que fazer uma festa de abalar as estruturas. Sotisticado e elegante, os pombinhos subiram ao altar numa cerimônia que contou com muitos amigos e poucos (para não dizer quase nada) convidados famosos. Reservados, né, mores.

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Por Lucas Inácio

Qual é o emoji?

Você sabia que existe um órgão internacional responsável pela criação e padronização de emojis? Pois é, a Unicode é a responsável pelas principais decisões que envolvem o mundo das carinhas felizes e outras centenas de símbolos, além de ser a responsável por levantar informações sobre o assunto. Em outubro deste ano, foi divulgada uma pesquisa sobre o uso dos emojis e o mais utilizado é o “chorando de rir” (9,9%), seguido pelo coração (6,6%) e o rosto com olhos de coração (4,2%). O top 10 conta com muitas imagens positivas e apenas uma de significado triste, a do “chorando muito”. Emojis de várias plataformas foram contabilizados para a pesquisa, divulgada pela primeira vez.

os mais utilizados: (9,9%)

(6,6%)

(4,2%)

MARAVILHAS DA

TECNOLOGIA

Fique ligado nas dicas da equipe its

Bike elétrica na mochila

A Xiaomi criou uma bicicleta elétrica e portátil que fica do tamanho de uma folha A3 e pesa apenas 13 quilos. Parece difícil de acreditar, mas é verdade. A bicicleta Himo H1 foi lançada recentemente no mercado chinês pelo preço de 3 mil yuans, aproximadamente R$ 1,8 mil, uma novidade que deixou muita gente boquiaberta. Sem previsão de chegada ao Brasil, o diferencial é a portabilidade da bicicleta que é feita em alumínio para pesar menos, contando com uma bateria que dá autonomia de 30 quilômetros, precisando ser carregada por seis horas após o uso. Possui um painel de led que informa a velocidade e o nível de bateria, além de um descanso de pés, já que não tem pedal. No aguardo pela chegada no Brasil, mas parece ser um ótimo presente de Natal para 2020.

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Brincando no Planalto

Entender a realidade da política brasileira dos últimos anos não tem sido fácil, com tantas notícias todos os dias, até nós, adultos, ficamos perdidos com a quantidade de coisas acontecendo. Mas eis que um jogo de celular pode ajudar a compreender melhor isso tudo: o aplicativo Era de Modernidade - Simulador do Presidente é um game de estratégia em que o presidente (você, no caso) tem que gerenciar um país a sua escolha, indo desde a diplomacia internacional à administração de recursos. O que impressiona são os dados que vêm de indicadores internacionais, o que deixa o jogo ainda mais fiel.

Libertadores na EA Sports

O FIFA 2020 anunciou na semana da final da Libertadores que a atualização do game em março incluirá a competição com times tradicionais do futebol Sul-Americano, como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Vasco da Gama e outros times brasileiros, mesmo os que não participaram da edição 2019 da competição, já que a Copa Sul-Americana estará na atualização gratuita. Antes, o segundo maior torneio de clubes do mundo estava apenas no PES, mas agora mudou de mãos.

Em busca da feita tacada per ou até taco

ball um jogo de sinuca, base Pelo título, poderia ser nesse caso, a s ma –, tivo de taco? lica ap e ist ex e qu rá – se ser praticalfe. O esporte é difícil de go de é o tiv lica ap de dica ções e uma celular há algumas op no s ma te, en alm sso do pe dos mais traa versão mobile de um lf, Go e Te n lde Go o é delas customizar . Com possibilidade de rte po es do s me ga ais dicion a, o objetivo discreta ou espalhafatos ma for de eta atl ua seu/s ro de tacadas. buraco no menor núme da ca ar ert ac é o sm me nar o circuito? e você consegue termi qu rá se tas an qu em E aí,

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NOTÍCIA DAS ESCOLAS

A Rede Municipal de Ensino de Joinville celebrou o Dia da Consciência Negra com diversas atividades educativas e culturais nas escolas municipais e centros de educação infantil (CEIs). Os alunos participaram de ações como palestras, exposições de trabalhos, roda de capoeira, apresentações de música, dança e teatro. Os assuntos como igualdade racial, cultura e história afro-brasileira são abordados com tema integrador em todas as disciplinas nas unidades escolares. “O mês de novembro se torna uma oportunidade de expor todos os trabalhos feitos durante o ano e compartilhá-los com a comunidade escolar”, explica a técnica pedagógica da secretaria de Educação Denize Aparecida da Silva. Entre as atividades apresentadas nas escolas municipais e CEIs, está a roda de capoeira com o Centro Cultural Aruandê na Escola Municipal Professor Aluizius Sehnem, bairro Espinheiros. Os alunos do programa Educação Plena, no contraturno escolar, apresentaram um histórico de lutas e conquista dos negros no Brasil simulando um telejornal, além dança, música e teatro. Na Escola Municipal Nilson Bender, os estudantes mostraram os negros que se destacaram no Brasil e em outras partes do mundo. Na Escola Municipal CAIC Professor Mariano Costa, Adhemar Garcia, a exposição de trabalhos chamou atenção para o combate ao racismo, desigualdade racial e social. A Rede Municipal de Ensino de Joinville atende cerca de 78 mil alunos em 86 escolas e 70 centros de educação infantil.

Foto: Phelippe José/Secom/Prefeitura de Joinville

Escolas municipais e Ceis de Joinville celebram o Dia da Consciência Negra

O mês de novembro se torna uma oportunidade de expor todos os trabalhos feitos durante o ano e compartilhálos com a comunidade escolar." Denize Aparecida da Silva, técnica pedagógica

Rede Municipal de Ensino de Joinville realiza formação para construção de currículo conforme BNCC

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Até 2020, devem ser realizadas formações de professores, construção do currículo da Rede Municipal de Ensino seguido de adequação dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das unidades escolares.

Foto: Divulgação/Prefeitura de Joinville

A Secretaria de Educação de Joinville mobilizou no mês de novembro cerca de cinco mil professores, gestores e técnicos pedagógicos para o Encontro Formativo Pró-BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Os dois dias de formação foram dedicados para o aprofundamento do Currículo Base do Território Catarinense, aprovado em junho deste ano pelo Conselho Estadual de Educação. O texto serve como referencial para a construção do documento curricular da Rede Municipal de Ensino. Para a secretária de Educação Sônia Victorino Fachini, “é necessário engajamento de todos, pois será um processo contínuo que exigirá o comprometimento dos educadores ao longo dos próximos anos. O resultado trará mudanças nas políticas educacionais, não só de currículo, mas se estenderá a formação de professores, processos avaliativos e materiais didáticos”. Na mobilização, professores e a equipe técnico-pedagógica participaram de palestra com Cássia Ferri, doutora em educação e integrante de grupos de pesquisa na Furb e Unicamp. Outros grupos, espalhado por 86 escolas municipais e 70 centros de educação infantil, se aprofundaram no Currículo Base do Território Catarinense, BNCC e Diretriz Municipal de Educação Infantil.


Prefeitura de Joinville entrega novos espaços Join.Maker em escolas municipais A Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Educação, entregou novos espaços do projeto Join.Maker e laboratórios de ciências nas escolas municipais. O projeto Join.Maker é uma expansão do programa Escola Digital, iniciado em 2013, que aplica o conceito de educação

maker (mão na massa) e robótica para desenvolver nos alunos múltiplas habilidades e competências. No mês de novembro, foram entregues seis espaços Join.Maker nas Escolas Municipais Prefeito Joaquim Félix Moreira, Julio Machado da Luz, Paul Harris, Padre

Valente Simioni, Lacy Luiza da Cruz Flores e Nelson de Miranda Coutinho, que também recebeu um novo laboratório de ciências. Na Escola Municipal Julio Machado da Luz, a unidade também recebeu recursos do Rotary Internacional por meio do Rotary Club Joinville Manchester.

Foto: Jaksson Zanco/Secom/Prefeitura de Joinville

Duas alunas da Escola Municipal Professora Virgínia Soares venceram o 5º Concurso de Redação da Defensoria Pública da União (DPU). A escola também foi uma das vencedoras na categoria mobilização escolar. Na edição deste ano, o tema foi “Defender diretos, evitar desastres: como o acesso à justiça contribui para o desenvolvimento sustentável”. A diretora da escola Katia dos Santos explica que todos os estudantes se envolveram no tema com pesquisas e palestras para dar subsídio no momento da redação. “Convidamos a Defensoria Pública da União para conhecermos o trabalho que realizam, a Defesa Civil para orientar os alunos sobre prevenção de desastres naturais na nossa cidade e o papel de cada cidadão na defesa do meio ambiente”, conta.

A estudante Beatriz Cercal Cachoeira, 11, ficou em primeiro lugar na categoria de 6º ao 9º ano e irá ganhar um tablet. Na redação com o título “Carta aberta ao planeta terra” ela escreveu: “Minha geração precisa acordar, nossas escolas, igrejas, prefeituras precisam ser nossos QGs na guerra pela vida”. A aluna Ana Luiza Flavia, 13, também foi destaque e ficou em segundo lugar no concurso que premia os vencedores pelo estado. Ambas foram orientadas pela professora de língua portuguesa Jaqueline Roberta Venera que receberá uma medalha. O concurso de redação também premiou escolas na categoria mobilização escolar a nível nacional. A Escola Municipal Professora Virgínia Soares foi um das vencedoras e irá receber o prêmio de R$ 10 mil para ser aplicado na unidade.

Foto: Divulgação

Alunas e escola municipal de Joinville vencem concurso de redação da Defensoria Pública da União

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IDEB

SILÊNCIO:

ESTAMOS EM PROVA Entre os meses de outubro e novembro, os quintos e nonos anos da rede municipal de ensino de Joinville fizeram a avaliação do Saeb 2019. Nesta edição, acompanhamos a aplicação em duas unidades escolares

Alunos da Escola Municipal Anita Garibaldi foram recebidos na biblioteca com lanche e uma conversa para acalmar os ânimos ansiosos

Apesar de já ser um hábito a Escola Municipal Anita Garibaldi abrir o portão de entrada da unidade às 7 horas da manhã, no carro a aluna Alice Melissa Soares, 10, já aguardava antes do horário combinado. Primeira a chegar para realizar a Prova Brasil, documento que avalia a qualidade do ensino das escolas públicas, estava com dificuldade para conter a ansiedade. “A gente não quer que baixe a nota da escola”, desabafa. ”Fizemos atividades, provas, tarefas e eu estou confiante. Eu quero ajudar a escola, que ela seja boa, porque eles nos tratam muito bem”. Para Alice, a prova vai além da qualificação do ensino. Enquanto aluna desde o primeiro ano da unidade escolar, ela entende a importância que o espaço educativo teve e continua tendo para a sua formação. Na última avaliação feita, a escola alcançou nota 8,4, seis décimos a mais que a

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prova realizada em 2015, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que tem o papel de atualizar as informações educacionais. Com atendimento apenas nos anos iniciais, a equipe pedagógica preparou na biblioteca um espaço de acolhimento para os estudantes que realizaram a prova, com orientação da Secretaria Municipal de Educação. Com toalhas esticadas com cores vibrantes, uma mensagem motivacional e um bombom, os alunos foram recebidos meia hora antes da aplicação da prova. Além disso, a escola também cuidou de entregar um lanche especial para as crianças. “A preparação para a prova começa desde a primeira semana de aula, com muita leitura, interpretação de texto e, pouco antes das férias, ela fica mais intensa. Os alunos estão bem preparados, porque foi trabalhado nos moldes da prova”, comenta a diretora da unidade, Fabiane Cristina do Nascimento.


Por Renata Bomfim como é o grau de dificuldade. “Eu estudei todos os dias e em alguns fiz simulados na internet. Eu busquei pelas provas realizadas em 2017 e eu pegava as questões para estudar.” Em sala, os cuidados para a aplicação da prova seguem normas: somente em cima da carteira lápis, borracha e caneta. Alunos com celulares, mantiveram-os desligados e dentro de um saco lacrado. Para fazer a aplicação, dois monitores de fora do ambiente escolar acompanham as duas horas e meia de prova. Nesse dia, a rotina escolar sofre mudanças, já que o recreio para os alunos que fazem a prova é mais tarde. Para não atrapalhar com o barulho, atividades de educação-física ao ar livre ficam restritas, ao menos esse foi o acordo feito na Escola Municipal Avelino Marcante. No período da manhã, turmas de quinto e nonos anos fizeram a prova.

Alice Melissa Soares

Fotos: Renata Bomfim

Com uma rotina de estudos intensificada desde o mês de fevereiro, a professora Luciane Lukasinski Gums, responsável pelas duas turmas de quintos anos da unidade escolar, abraçou a missão de preparar os alunos. Para isso, passou a incluir na rotina escolar a aplicação de simulados semanal, intercalados entre conteúdos de língua portuguesa e matemática. “Uma semana antes da prova, nós aplicamos um simulado no mesmo tempo da prova, com cadernos e gabarito”, comenta a professora. A Prova Brasil é dividida em quatro blocos e cada um com 11 questões, sendo 22 questões de língua portuguesa e 22 de matemática. Além dessa rotina, a aluna Joana Schroeder Jablonski, 11, também vestiu a camisa da escola e levou a aplicação dos estudos para a sua rotina em casa. Atenta ao universo da internet, ela se baseou em provas aplicadas em anos anteriores para treinar e sentir

Lanche oferecido para os alunos da EM Anita Garibaldi

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Fotos: Renata Bomfim

Aparelhos eletrônicos ficaram desligados e guardados em um saco lacrado durante todo o período de prova

Unidades em prova

Ao todo, 74 unidades escolares da rede municipal passaram pela aplicação das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com avaliações que foram aplicadas do dia 21 de outubro ao dia primeiro de novembro. Além disso, a Secretaria Municipal de Educação aplicou avaliações em outras 11 escolas que não atendem os critérios de aplicação. Como diferencial deste ano e em caráter de teste, os alunos dos nonos anos também tive-

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Para recebê-los, toda a escola se mobilizou ao longo da semana e cartazes com frases motivacionais e desenhos foram produzidos por turmas do segundo período até os oitavos anos para demonstrar todo o apoio e incentivo dos alunos e do corpo docente. “Nas salas de aula, um grupo entregou um kit com lápis, borracha, caneta, um bombom e uma carta feita pelos pais para os alunos dos nonos anos. Já para os estudantes dos quintos, a turma do segundo ano foi quem fez as cartas. É um preparativo que vem desde o mês de setembro", comenta a diretora da escola Edinéia Boing. Para recepcioná-los, a biblioteca ganhou uma mesa com frutas frescas e lanche de rápida digestão para despertá-los para a prova. Todo o cuidado nessa preparação veio como recomendação da própria Secretária de Educação para todas as unidades participantes da prova. A recepção é uma forma de motivar os alunos e acalmá-los para realizar uma avaliação importante não só para a unidade escolar, como também para a qualificação do ensino oferecido pela rede municipal de Joinville. E a responsabilidade não é pequena. Na última avaliação aplicada do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Joinville teve uma escola pública, a Escola Municipal Adolpho Bartsch, considerada a melhor do Sul do país. Para Ana Paula de Araújo Dorner, 14, aluna da Escola Municipal Avelino Marcante e que também fez a prova quando estava no quinto ano, sabe o peso que ela representa. “Joinville tem qualidade no ensino e, de certa forma, todo mundo tem que se esforçar.”

Alunos dos nonos anos da EM Avelino Marcante receberam uma carta dos familiares antes da prova ram assuntos de ciências da natureza e ciências humanas como forma de amostragem. Além disso, o Ministério da Educação (MEC) também quer avaliar o desempenho da alfabetização no segundo ano do Ensino Fundamental. Já para professores de creche e pré-escola se tem previsto a aplicação de um teste eletrônico, este último ponto, em questão, tem como proposta ajudar o Inep sobre a efetividade de aplicação de provas eletrônicas.



FEIRA DE MATEMÁTICA

Por Renata Bomfim

NO PRATO, SOMENTE O

NECESSÁRIO Na Escola Municipal Vereador Arinor Vogelsanger, o projeto Prato Limpo virou conteúdo pedagógico e participação na Feira Nacional de Matemática, em 2020 Para que qualquer mudança de comportamento aconteça, um dos primeiros passos é desenvolver a consciência sobre essa necessidade. Foi assim que a aplicação dessa prática começou na Escola Municipal Vereador Arinor Vogelsanger sobre o habitual desperdício da merenda escolar. Com observações que começaram ainda no ano passado, o professor Rubens Teles Rezende, com o apoio de toda a equipe pedagógica, implementou na unidade escolar o projeto Prato Limpo, instituído pela rede de ensino por incentivo da Secretaria Municipal de Educação. Ao longo de todo este ano, a conscientização ganhou protago-

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nismo na unidade escolar e os professores abraçaram o tema dentro das suas disciplinas. Em matemática, por exemplo, a professora Maria Cristina Lopes desenvolveu o projeto “Usando a matemática contra o desperdício” com as turmas dos quintos anos e, como resultado, foram selecionados para a Feira Nacional de Matemática, que está prevista para 2020, em Campos Novos. Alinhado ao projeto “Prato Limpo”, a professora Maria Cristina usou dos recursos matemáticos que fazem parte da ementa escolar dos quintos anos, como gráficos, tabelas e porcentagens, para analisar o desperdício da merenda escolar.

Com duração de quatro meses, o projeto desenvolvido com duas turmas se expandiu para mobilizar toda a unidade escolar que produziu cartazes e debateu sobre o assunto. “Hoje, nós ensinamos o aluno a voltar várias vezes na fila da merenda e pegar a quantidade na qual ele come. Foram várias ações e eu acompanho diariamente o recreio. Ainda tem criança que não aprendeu, mas a gente sabe que demora um tempo. Da quantidade que nós tínhamos, já chegou em 100/200 gramas num período desperdiçado”, comemora Rubens ao relembrar que apenas em um recreio já havia sido jogado fora cerca de nove quilos de alimento.


Leonardo Meurer Pereira e Nicolly Isabelly Desidério se preparam para a Feira Nacional de Matemática

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Fotos: Renata Bomfim

Todo essa iniciativa foi inscrita para participar da Feira Municipal de Matemática. Apresentado pelos alunos Leonardo Meurer Pereira, 11, e Nicolly Isabelly Desidério, 11, o trabalho passou pela etapa municipal, regional e agora segue com o destaque e indicação para a Feira Nacional, que ainda não tem data. “Lá não é só o público escolar ou de Joinville, mas a gente também vai conseguir espalhar para outras cidades. A gente sabe que escolas também têm o mesmo projeto, só que a gente quer levar o projeto da nossa escola”, comenta Leonardo. Para a aluna Nicolly, estudar os conteúdos de matemática com um assunto tão importante de conscientização facilitou o aprendizado da teoria com a prática. “A gente olha para as contas e pensa: ‘quando que eu vou usar isso na minha vida?’. Mas na hora em que a gente fez toda a fórmula para achar a porcentagem, nós usamos todas as continhas que aprendemos. Até para o desperdício nós usamos todas as contas”, relembra. Apesar de o conteúdo de matemática ter um prazo e uma ementa para ser seguida, a escola segue com a intenção de levar adiante a conscientização. A missão abraçada por uma turma e o resultado das feiras participantes é fruto de um trabalho que começou na cozinha com as merendeiras e chegou na sala de aula como estudo.

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DESTAQUES NACIONAIS Além do projeto da Escola Municipal Vere ador Arinor Vogelsanger, mais três trabalhos da rede ganharam destaque com indicação para a Feira Naci onal de Matemática. Veja sobre os projetos e unid ades: EM PROFESSORA ELADIR SKIBINSKI Somando e brincando com a matemáti ca Voltado para a Educação Infantil, o proj eto trabalhou a educação financeira com os pequenos por meio de compreensão dos números e resoluçõ es matemáticas em cenas do dia a dia, como os valores dos produtos nos mercados. EM ENFERMEIRA HILDA ANNA KRIS

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A matemática na revitalização da quad ra Para unir os estudos de sala de aula e alinh ar com os cuidados de zelar e cuidar do espaço educ ativo, os alunos do Ensino Fundamental, anos finais, fizeram a revitalização da quadra escolar com o apoio dos estudos matemáticos por meio do uso da regra de três, escala, medida, circunferência e mais conteúdos da ementa escolar de cada ano. A matemática na acessibilidade Fazer do espaço educativo um local aces sível para a inclusão social, o projeto aplicado com o Ensino Fundamental, anos finais, construiu maq uetes com sugestões de melhorias no espaço esco lar para tornálo mais acessível. Para isso, os alunos usaram os estudos matemáticos, como análise de espaço e escala.

se lares também unidades esco as tr : ou ue o, aq ss Além di nrosa e dest m menção ho destacaram co IS

ANOS INICIA

ittch Freitag ções EM Prefeito W jogos e intera matemática/ na o çã za ti be lfa A osa menção honr eyer Karin Barkem EM Professora s” | destaque eu D “olho de A geometria na ANOS FINAIS

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Fotos: Renata Bomfim

+ destaques


acafe.org.br

Quem faz

ACAFE faz bem O Sistema ACAFE reúne 16 instituições de ensino superior espalhadas em 53 cidade por todo o estado. E todas elas tem algumas coisas em comum: Ensino de qualidade, infraestrutura e a tradição de formar grandes profissionais. Uma verdadeira rede de inovação, tecnologia e produtora de conhecimento. Tudo isso é um superdiferencial para sua formação profissional. Na hora de escolher o seu futuro, pense bem, escolha uma das instituições que fazem parte do Sistema ACAFE.


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Foto: Coral Fotografia

Por Renata Bomfim

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EM Professor Saul Sant'Anna de Oliveira Dias, EM João Costa, EM Nelson de Miranda Coutinho, EM Professor Edgar Monteiro Castanheira e EM Professora Anna Maria Harger

A Escola Municipal Professor João Bernardino da Silveira Junior

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o abrir as cortinas do Teatro Juarez Machado, um grupo com 18 violeiros deu o tom da noite: a música tem o poder de compartilhar a riqueza cultural no nosso país e de despertar a sensibilidade tanto de quem se apresenta quanto de quem assiste. Na 18ª Mostra do Programa Música na Escola que teve “Brasilidades” como tema deste ano, o resultado da atividade oferecida no contraturno escolar para mais de 870 alunos têm refletido em sala de aula: com consciência e conhecimento, quem participa do projeto tem um desempenho diferenciado. Na Escola Municipal Professor João Bernardino da Silveira Junior, a comprovação veio em reunião pedagógica. “Como aluna, você até pode ver na escola que quem ganha os destaques são todos, praticamente, alunos de música”, comenta Bianca Mohr Vicente. A pesquisa foi feita pela mãe da estudante e também professora do projeto de extensão da Casa da Cultura na unidade escolar. “Em um dos conselhos de classe, ela foi fazendo a listagem dos alu-

nos que estavam ganhando destaque, acima de 8, e que participam de Olimpíadas de Matemática: a maior parte deles estão na música”, comenta Pedro Romão Mickucz, professor do Programa Música na Escola. Com cerca de 80 alunos que participam das aulas oferecidas de piano, violino, flauta e coral, o professor Pedro destaca o apoio recebido pela comunidade escolar. “Hoje, eles valorizam mesmo e até criaram uma cultura musical.” Para o prefeito da cidade, Udo Döhler, a presença da família na escola tem se fortalecido cada vez mais com projetos como esse e, principalmente, com as participações na Associação de Pais e Professores (APP) que contribuem para uma melhor gestão de cada unidade. “Isso propicia uma dupla integração entre os pais e os demais estudantes. A música torna a educação uma leitura mais ampla: cultura, ensino, esporte, turismo e lazer se confundem, mas a música mostra essa oportunidade. É na música que nós buscamos os valores que constroem alegria, paz, talento, descontração e harmonia”, acredita.


lar brasileira. Participante do projeto desde o início, atualmente a professora está com o ensino voltado, exclusivamente, para o programa em cinco unidades escolares, o que envolve a participação de quase 120 alunos. “A música desenvolve muitas habilidades. Eu já tive alunos que, na sala de aula, não conseguiam se desenvolver ou apresentavam problemas de comportamento e, vindo para participar das aulas de música, melhoraram: na questão da sociabilidade com os outros, comportamento, educação, concentração”, destaca. Além de Claudia, Rodrigo Costa, professor do programa na Escola Municipal Prefeito Baltasar Buschle também passou a observar a melhora da interação entre os estudantes. “Com a música, a gente percebe que, se o aluno tem dificuldade em uma determinada matéria, ele pode ter um outro tipo de inteligência que pode se encaminhar para as artes, para música, por exemplo.”

Foto: Coral Fotografia

Em encontros individuais ou nas trocas em grupo, fortalecer o projeto musical na escola, de acordo com a secretária de educação da rede municipal de ensino de Joinville, Sônia Fachini, contribui não só para uma melhor desenvoltura de palco do aluno, que reflete na oratória dele em sala de aula, mas os aproxima de seus pares. “Trabalha-se muitas questões emocionais e até em níveis comportamentais”, destaca. “São momentos como esse que enriquecem a nossa vida do lado humano, social. Educar numa escola não é só levar para eles conhecimento científico, mas é também proporcionar a cada um o desenvolvimento da sua sensibilidade.” Foi ainda na escola, enquanto estudante, que a professora Claudia de Oliveira Costa se interessou pela música. Não que não ela tivesse contato em outras ocasiões, mas a memória de criança a fez lembrar do coral que participava e do quanto, ali, aprendeu sobre a música popu-

Escola Municipal Professora Rosa Maria Berezoski Demarchi

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Sem tempo para perder Muito tempo antes de virar legislação e que obriga o ensino de música nas escolas, os alunos da rede municipal de ensino de Joinville, desde 2000, têm a oportunidade de participar no contraturno escolar do Programa Música na Escola, que este ano completa 18 anos. Com mais de 870 alunos inscritos, o projeto oferece aula de violão, flauta e coral, tendo até em uma, das 14 unidades participantes, o ensino de piano e violino, tudo gratuito. Com a lei número 11.769, a obrigatoriedade de incluir o ensino de música nas escolas de educação básica alterou a Lei de Diretrizes e Bases Orçamentárias (LDB), ainda em agosto de 2008, pela então Presidência da República. Mesmo que, em todo o território nacional, ainda não tenha sido completamente implementada, as escolas da rede municipal de ensino de Joinville estão um passo à frente. “ O que o município faz, desde quando não se tinha uma exigência tão grande, é ter esse trabalho com os próprios professores

CEI Estrelinha Brilhante

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da rede”, destaca a secretária de educação, Sônia Fachini. Por ainda não ter professores concursados na área de música e para buscar alcançar o que se está estabelecido por lei, a Secretaria Municipal de Educação de Joinville conta com oito professores concursados em outras disciplinas para fazer parte do programa. “Durante todos esses anos, os professores fazem curso na Casa da Cultura e nós oferecemos aperfeiçoamento durante todo o ano, uma vez na semana, dentro da hora atividade”, destaca a secretária. Para Claudeli Ana Braz, técnica de apoio da Secretaria de Educação e organizadora da Mostra, é nítida a evolução do programa a cada ano que passa. “Eu vejo um crescimento dos professores: tanto de experiência, como questão pedagógica e musical”, elogia. “Porque muitos tinham o conhecimento pedagógico e iniciavam o conhecimento musical de forma muito particular. Com essa parceria na Casa da Cultura, nós temos os conhecimentos musicais.”


Tome nota!

de lei nacional. na Escola faz parte - Projeto Música coral. o, técnica vocal e uta, violino, pian fla o, olã vi : as id - Aulas oferec de é oferecida no Joinville, a ativida de o sin : en de l pa educação infantil - Na rede munici es e um centro de ad id un 13 em lar contraturno esco Brilhante sé R. de Oliveira 1) CEI Estrelinha . Des. Francisco Jo of Pr IC CA l pa ici 2) Escola Mun nio Navarro Lins l Doutor José Anto 3) Escola Municipa l João Costa 4) Escola Municipa stião Scarzello l Monsenhor Seba 5) Escola Municipa a Coutinho nd l Nelson de Mira 6) Escola Municipa r l Pauline Paruke 7) Escola Municipa llo Branco l Presidente Caste pa 8) Escola Munici es m Go iz l Prefeito Lu a 9) Escola Municipa onteiro Castanheir M r ga Ed r so es of Pr l or pa ici un no da Silveira Juni 10) Escola M sor João Bernardi es of Pr l pa ici un 11) Escola M ia Regina Leal pal Professora Mar as 12) Escola Munici nna de Oliveira Di ofessor Saul Sant’A Pr l pa ici un M i la 13) Esco rezoski Demarch pal Rosa Maria Be 14) Escola Munici de ojeto participam e fazem parte do pr qu s re so es of pr - Todos os . na Casa da Cultura formação semanal o. imeiro ao nono an s envolvidos, do pr - Mais de 870 aluno

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Foto: Coral Fotografia

Escola Municipal Professor João Bernardino da Silveira Junior

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REINVENTANDO OS ESPAÇOS

Por Renata Bomfim

DIGERINDO

CONHECIMENTO

Os alunos passaram a ter autonomia na hora da merenda escolar, sempre com a monitoria de um adulto por perto

A hora do recreio é o momento em que o aluno sai de um espaço guiado por um educador para, dentro de um tempo estipulado, ter a liberdade de escolher o que e como fazer durante esse período livre. Para tornar esse momento mais prazeroso e acalmar os alunos no refeitório, a Escola Municipal Nove de Março resolveu fazer das mesas um lugar para expor os trabalhos feitos em sala de aula. A iniciativa partiu do programa Reinventando os Espaços Escolares, promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Joinville. Com trabalhos expostos de tur-

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mas da Educação Infantil ao Ensino Fundamental/anos iniciais, as mesas viraram um espaço de divulgação. A ideia já está em prática na escola há mais de um ano e tornou o ambiente da alimentação mais prazeroso. “Não é só o momento da refeição, mas de socialização também: de sentarem juntos, conversarem e fazer a leitura das imagens da maneira deles”, destaca a professora da Educação Infantil Elisângela Aparecida da Silveira, que já notou a mudança no comportamento dos estudantes que aprenderam a sentir prazer em sentar e se alimentar com calma. Para a exposição, cada turma é

responsável por uma mesa e os temas variam de acordo com os assuntos estudados. “Toda a produção textual que a gente fazia com eles, às vezes, ficava no caderno. Agora, é uma forma de todo mundo ver o que eles produzem e também de motivá-los, porque eles sabem que alguém está lendo”, comenta a professora Leidiane Souza, responsável pelas turmas de primeiro ao terceiro ano. Desde o aviso do cardápio do dia, os alunos ocupam o espaço e se tornam responsáveis pela atualização. Dessa forma, as professoras alinham, dentro de cada ementa, o incentivo à escrita e leitura.

Fotos: Renata Bomfim

Com o projeto “Toalha literária”, alunos da Escola Municipal Nove de Março compartilham os trabalhos de sala de aula nas mesas do refeitório


Tudo isso só começou porque a equipe escolar passou a notar como era difícil fazer com que as crianças tirassem um tempo para se alimentar com tranquilidade antes de sair correndo para explorar os lugares da escola. Por mais que boa parte dos espaços da unidade sejam pensados em promover uma melhor interação com os estudantes, a unidade busca fazer desse período da merenda mais um momento a ser explorado.

Além disso, a unidade escolar pensa na autonomia e independência do aluno, desde a Educação Infantil, para se servir e colocar no prato a quantidade de alimento que se sentir mais à vontade. Com a segurança de serem monitorados pela cozinheira e professora, os alunos além de escolherem o que querem comer, passam a se alimentar com o uso de garfo e faca.

Benefícios de uma alimentação consciente Não é por acaso que os est udiosos dizem que a dig estão do alimento começa pel a boca. Isso porque o cui dado em mastigá-los e fazer isso com calma e em um am biente adequado faz toda a dif erença para o processo dig estivo. Ter uma alimentação con sciente vai muito além de selecionar alimentos sau dáveis e ricos em benefíc ios, por isso veja a importância de se alimentar com calma : - Vai com calma aí: para que o cérebro entenda que você está saciado, é preciso se alimentar com calma par a que a mensagem chegue até ele. Caso contrário, qua nto mais rápido o alimento é ingeri do, mais demorado torna esse processo de conexão ent re comer rápido e estar saciado. - Com tempo, irmão: no mundo ideal, tirar 30 mi nutos para a hora do almoço ser ia o sonho e o desejo par a qualquer organismo. Alé m disso, escolher um lug ar calmo e adequado para esse tipo de refeição tam bém influencia para a tranquil idade do processo digest ivo. Aliás, vai com calma e pac iência com o seu estômago : quanto menos mastigado cair no alimento para ele fazer a digestão, mais demora do será o processo.

Equipe pedagógica

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Educação financeira

Deixe as contas em dia para começar o ano

sem dívidas

Período de festas chegando e com ele chega também as confraternizações, presentes, viagens e, claro, contas inevitáveis. É muito comum o brasileiro utilizar seu 13º salário, cartão de crédito e até mesmo empréstimos para as compras de Natal e Ano Novo. Mas esta atitude é arriscada e pode transformar suas contas em uma grande bola de neve, se já tiver dívidas acumuladas feitas no início do ano. 30 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE


Por Neise do Nascimento

Para que todos tenham um 2020 com o orçamento equilibrado, as dicas deste mês são: Faça um levantamento do que tem de conta para pagar e as que podem estar atrasadas – ligue para as empresas que está devendo e negocie o pagamento destas contas, já que você terá um salário extra para pagar (13º salário e até férias); Planeje seus gastos – procure pagar à vista a alimentação do final de ano. Para presentes e lembranças para família e amigos, estipule um valor máximo de gasto. Vale lembrar que o início do ano tem material escolar e é importante já ter uma reserva. Também vence no início do ano IPTU e IPVA: verifique o desconto dado e se vale a pena pagar à vista; Faça listas para todas as suas compras, assim não se corre o risco de comprar algo sem necessidade. Uma dica é não fazê-la sozinha: compartilhe com sua família; Faça compras antecipadas, antes das festas, para não correr o risco de pagar mais caro por ser produto que está com muita procura; Procure alternativas para presentear e se divertir – faça festas na sua casa, isso ajuda a baratear os custos. Ao invés de comprar roupas novas para essas festas, que tal ver o que tem no seu guarda roupa e que não está sendo usado faz um tempo, hein? Faça uma reforma, a roupa antiga pode se transformar num novo look; Pague suas compras à vista, você pode conseguir grandes descontos; Não empreste seu cartão de crédito, nem seu CPF e nem dinheiro para ninguém, pois pode a pessoa não pagar e você irá perder seu dinheiro e seu amigo; Projete seu próximo ano sempre pensando no ano presente: os anos passam, mas as contas continuam. REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

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galerias

ISADORA

LUIS, ANDERSON E DAVI

JULIA B. E JULIA

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BRUNO

LIANARA E DANIELY

LUCAS E LUCAS ANTONIO

AMANDA, EDUARDA E LETICIA


Santa Catarina

Escola Municipal Plรกcido Xavier Vieira

VINICIUS E LUIS FERNANDO

LUANA E BRENDA

RAFAEL E BRUNO

Fotos: Foco Eventos

DAVID, RUAN, DAVID E RUAN

ISABEL

ISABEL, ISADORA, MARIA

ANA JULIA

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galerias

NICOLE, BEATRIZ E JÚLIA

DANIELA E THAINA

DANIELA E INGRID

INGRID E NICOLE

INGRID

34 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

JÚLIA

DANIELA


Boa Vista

Escola Municipal Presidente Castello Branco

BEATRIZ E NICOLE

INGRID, THAINA E DANIELA

JÚLIA E BEATRIZ

Fotos: Foco Eventos

DANIELA E JÚLIA

NICOLE

THAINA

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galerias

TATIANE, JULIA E GABRIELA

ALICE, ANA E EMANUELE

MARCO E VINICIUS

FERNANDA, JULIA E HELOYSA

JULIA

36 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

VICTOR E CAUÃ

LETICIA


Guanabara

Escola Municipal Professora Anna Maria Harger

LEANDRO E JÚLIO

LARISSA E ANA PAULA

Fotos: Foco Eventos

WESLEY, LUCAS E ALAN

ISABELE, NICOLE E CLARA

LUCAS, JOÃO E FELIPE

JULIA E GABRIELA

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galerias

KAUANY

MARCO, DIOGO E JOÃO

JULIA E NATHALIA

KAUANY, NATHALIA E JÚLIA

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DHUANY, VICTOR E KAUANY

LETICIA E DANIEL


Espinheiros

Escola Municipal Professora Maria Regina Leal

DHUANY, VITÓRIA E ANA

NICOLAS, JAIR E HALLAN

BRUNA E JÚLIA

Fotos: Foco Eventos

KAUANY, VALDINEI E NATHALIA

NATHALIA E KAUANY

NATHALIA E BRUNA

DAVI MOURA

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galerias

Prefeito de Joinville, Udo Döhler

Secretária de Educação de Joinville, Sônia Fachini

EM Prof. Saul Sant'Anna de Oliveira Dias, EM João Costa, EM Nelson de MIranda Coutinho, EM Prof. Edgar Monteiro Castanheira e EM Prof. Anna Maria Harger

EM Prefeito Baltasar Buschle

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CEI Estrelinha Brilhante

EM Professora Rosa Maria Berezoski Demarchi


Programa Música na Escola

EM Professora Maria Regina Leal

Equipe Secretaria Municipal de Educação de Joinville

Fotos: Coral fotografias

EM Professor João Bernardino da Silveira Junior

EM Doutor José Antônio Navarro Lins

EM Prof. Edgar Monteiro Castanheira, EM Pauline Parucker, EM Pres. Castello Branco, EM CAIC Prof. Des. Francisco José Rodrigues de Oliveira e EM Monsenhor Sebastião Scarzello

Apresentação dos professores do Programa Música na Escola

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saideira

Por Lucas Inácio

Fim de ano

Está quase acabando. Eu juro, 2019 está quase terminando e já é possível sentir as férias no horizonte com as pequenas mudanças: o calor chegando, a demora do anoitecer mesmo sem horário de verão – saudades –, as várias provas finais acumuladas. São tantos indicadores que não tem como negar: é quase 2020. Inclusive, esta é a última edição da its teens e, consequentemente, a última Saideira do ano, então, aproveitem. Não, não, não. calma. Não era exatamente sobre a crônica que eu estava me referindo, mas de tudo que está acabando agora e que só retorna no ano que vem. A presença dos amigos e amigas na escola, aquela professora fera que, talvez, não continuará dando aula para você, o ambiente de coletividade e aprendizado que só a escola proporciona. É o fim de um ciclo que se iniciou em fevereiro e aconteceu tanta coisa que, certamente, teve aquele momento que parecia que não iria mais terminar, mas terminou. Agora começa o ciclo das férias, mais leve, de passar mais tempo fazendo o que tiver vontade sem as obrigações escolares, apenas com as tarefas de casa. Isso me lembra uma frase que sempre diziam após a última aula do ano: “estudar agora, só ano que vem” e eu sempre ficava “como assim?! É proibido ir atrás de aprendizado só porque as férias vão começar?” Claro que não. Usar o tempo de férias para começar

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a tocar um instrumento é estudar. Se você quer zerar aquele jogo que ganhou no Natal e precisa aprender inglês para passar de uma determinada fase, vai precisar estudar inglês. Caso você queira aprender a dar um drible de futebol e foi procurar vídeos na internet que ensinam a técnica, você está estudando. Ou seja, aprendizado não se faz apenas no período escolar. A natureza é feita em ciclos, seja o do dia, seja o da vida, e as nossas atividades são baseadas nesses espaços de tempo em que se completa algo, faz parte. Porém, nesse processo, muitos dos ciclos são desnecessários e que, na verdade, é mais uma convenção social que outra coisa. As promessas de fim de ano são um grande exemplo disso em que diversas pessoas estão há meses traçando os objetivos para 2020. Então quer dizer que se eu quiser aprender a praticar um esporte, tocar um instrumento ou algo do tipo, só vai ser possível ano que vem? A resposta é: definitivamente não. Vai lá, quebre o ciclo. Aproveite essas férias para fazer alguma leitura que não deu tempo ao longo do ano, assista a uma série ou um documentário, faça experiências em casa (com a supervisão de um adulto). São vários exemplos e não é preciso esperar pelo início das aulas em 2020 para aprender, afinal de contas, o próximo ano está chegando e, até lá, ainda é Feliz 2019. Aproveita que dá tempo.


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