its Teens Joinville - 23 by Revista its

Revista Its Teens Joinville nº 23 2017 | R$ 9,80

PRÊMIO EDUCADOR NOTA 10

NOSSO TRABALHO É 10 LIBRAS

O SILÊNCIO DE ESTER

CURTA AS NOSSAS

PÁGINAS. A Revista ITS reúne muito conteúdo, informação e fotos. E reúne também a galera de todos os colégios do estado. Não fique de fora dessa.

TAMO JUNTO

na escola,

TAMO JUNTO

no mundo.

CULTURA POP

WI-FI

PRÊMIO

CAPA

JOVEM AUTOR

LIBRAS

conteúdo 8 | CULTURA POP

10 | WI-FI

Guarde bem este nome: Danny Ocean. O moço é o primeiro cantor latino independente, isso mesmo, independente, a entrar para o top 50 do Spotify com a música “Me rehuso”. A letra é de chorar os corações apaixonados, já que o jovem escreveu para o seu grande amor que ficou na Venezuela, enquanto ele se jogou para ganhar a vida em Miami, nos Estados Unidos. Será que teremos um retorno depois dessa?! A gente espera que sim, Brasil!

14 | PRÊMIO EDUCADOR NOTA 10

18 | CAPA

Quando o desperdício de comida vira sequência didática e os animais que vivem na região perto da escola viram material para conteúdo pedagógico, o resultado não poderia ser outro: selecioná-los para estar entre os 50 melhores trabalhos enviados para o 20º Prêmio Educador Nota 10. Com reconhecimento nacional, duas professoras da rede municipal de ensino colocaram Joinville, mais uma vez, como destaque na educação.

24 | JOVEM AUTOR

28 | LIBRAS

Foi no relógio parado na sala de casa que Carolina da Rosa Billes, 15, buscou inspiração para escrever a sua crônica para o Prêmio Jovem Autor 2017, promovido pela Escola do Legislativo e Câmara de Vereadores de Joinville. Com o tema “Cidadania não tem idade”, a aluna do 9º ano da Escola Municipal Prefeito Max Colin comparou as pessoas aos ponteiros de um relógio quebrado. A ideia não só deu certo como rendeu a ela o primeiro lugar na categoria crônica deste ano.

Entre os barulhos e sons que existem no espaço escolar, Ester do Nascimento Alves, 10, aluna do quarto ano da Escola Municipal Doutor Abdon Baptista, carrega-o no modo mudo. Diagnosticada com surdez severa, a aluna, ainda em fase de alfabetização, é a primeira na rede municipal de ensino a receber aula uma vez por semana na plataforma “surdo para surdo” que a conecta também com uma professora surda para ensinar a Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa.

4 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

CHEGOU A HORA DE decidir o seu futuro!

Cursos superiores Cursos técnicos Profissionalizantes

Pós-graduação Supletivo (EAD)

Fone: (47) 3451-0400

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EDITORIAL Grupo RIC Fundador e Presidente Emérito Mário J. Gonzaga Petrelli Grupo RIC SC Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ricsc.com.br

Salve, galera its!

JÉSSICA STIERLE

nesse relacionamento sério com a @revistaits, algumas histórias se tornaram memoráveis ao ponto de eu sempre gostar de compartilhar com quem conheço. Há um tempo atrás ir para Joinville sempre era um misto de liberdade e solidão. Sair da redação e me aventurar por essa cidade (que eu amo de paixão) era sinônimo de novas situações malucas que rendem (até hoje) muitas risadas. Quando fiquei sabendo que a matéria de capa seria realizada na Escola Agrícola Municipal Carlos Hens Funke, um filme passou na minha cabeça. Em uma das minhas primeiras pautas, essa escola me acolheu para a apuração de uma forma um tanto quanto surpreendente: alunos corriam atrás de animais; outros tantos trabalhavam em hortas perfeitas de tão verdinhas e professores eram dedicados ao campo e a sala de aula sem perder os laços que a tecnologia nos amarra. Saí de lá pensando: “eu gostaria de ter estudado aqui!”. Anos depois, a mesma escola continuou me surpreendendo e deixando essa mesma vontade. Acho incrível que na Carlos Hens Funke os alunos podem se sentir cidadãos de uma maneira diferente, experimentando de tudo um pouco, seja no meio rural, tecnológico ou de linguagens, a unidade se mostra capacitada para fazer o que de melhor a educação tem: criar cidadãos para o mundo! Termino essa edição com um sentimento bom, já que estamos com tantos projetos e iniciativas bacanas sendo apresentadas neste mês. Estou feliz em saber que as golear tantos perrengues na intenção de oferecer aos alunos experiências únicas que contribuem para o crescimento social e didático de todos.

Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ricsc.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC

Jornalistas têm sempre essa mania de querer contar histórias. Comigo não é diferente e,

escolas de Joinville têm se esforçado para

Diretor Superintendente Reynaldo Ramos Jr. | reynaldo@ricsc.com.br

O SOM QUE ROLOU NA REDAÇÃO, ENQUANTO FECHÁVAMOS A EDIÇÃO: Shawn Mendes - There’s nothing holding’ me back Charlie Puth - Attention

Jéssica Stierle

Coordenador Núcleo Jovem Gilvan Saragosa Junior | gilvan.jr@ricsc.com.brr Conteúdo Jéssica Stierle | jessica.stierle@portalits.com.br Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Eduardo Motta Supervisora de Distribuição Marina Rosa - distribuicao@noticiasdodia.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ricsc.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Gabriel Habeyche | gabriel.habeyche@ricsc.com.br Gerências Comerciais SC Gerente Comercial Oeste Eliane Salete Sante Mattos | eliane.mattos@ricsc.com.br Gerente Comercial Joinville Cristian Vieceli | cristian@ricsc.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ricsc.com.br Gerente Comercial Itajaí Robson Fiamoncini Cordeiro | robson.cordeiro@ricsc.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Graziela Silveira | graziela.silveira@ricsc.com.br Florianópolis Crystiano Parcianelli crystiano.parcianelli@ricsc.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3,000 mil exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville

OS CULPADOS

facebook.com/revistaits @revista_its

LUCAS INÁCIO

6 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

PRISCILA ANDREZA DE SOUZA

RENATA BOMFIM

instagram.com/revistaits

CULTURA POP

VEM, COLDPLAY ESTAMOS NO CHÃO Guarde bem este nome: Danny Ocean. O moço é o primeiro cantor latino independente, isso mesmo, independente, a entrar para o top 50 do Spotify com a música “Me rehuso”. A letra é de chorar os corações apaixonados, já que o jovem escreveu para o seu grande amor que ficou na Venezuela, enquanto ele se jogou para ganhar a vida em Miami, nos Estados Unidos. Será que teremos um retorno depois dessa?! A gente espera que sim, Brasil!

8 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Que os ingressos para os shows do Coldplay aqui no Brasil no mês de novembro já esgotaram, isso você já deve saber… se não sabia, deveria suspeitar, pelo menos. Mas não é essa a novidade, o babado é que quem fará a abertura dessa banda maravilhosa nada mais é que a cantora pop Dua Lipa, estouradíssima com um hit atrás do outro com “Blow Your Mind”, “Be the one” e também com “New Rules”. Isso que é álbum de estreia, ok, jovens?! A moça mal chega e já vem sambando na nossa cara.

RESSUSCITA! Se até agora todo o sucesso de Pabllo Vitar já deu mais que K.O, meus caros, imagina agora que temos parceria de sucesso já assinada e carimbada: vai ter gravadora Sony Music lançando mais hits de Vitar, sim, senhor! Prepara que vai ser muita lacração!

DEZEMBRO VEM O NATAL…. … mas parece que para Sia já começou em agosto mesmo. A novidade é que a cantora deve lançar em breve um CD só com músicas natalinas feitas por ela junto com Greg Kurstin. A informação divulgada no mês de agosto veio seguida de mais uma novidade: a cantora agora é a mais nova integrante da Atlantic Records, gravadora responsável pelos seus próximos álbuns.

ALGUÉM ENTENDEU? Quem aí já viu o novo clipe da Selena Gomes chamado “Fetish”? Feito em parceria com a cantora Gucci Mane, a ideia foi inspirada em filmes de terror, gênero que as duas adoram, por sinal. Se você, assim como a gente também ficou sem entender o clipe do vídeo, releva que Selena é Selena, né, mores.

WI-FI Por Lucas Inácio

O VÍDEO DE TRÊS BILHÕES DE VISUALIZAÇÕES

Quantas vezes você já se pegou cantarolando Despacito sem mais nem menos?! Calma, galera, você não está no Cultura Pop. Estamos falando da música de Luis Fonsi no Wi-Fi porque esse clipe foi o primeiro a chegar às 3 bilhões de visualizações no YouTube. No último mês, a música ultrapassou Gangnam Style (PSY) e See You Again (Wiz Khalifa) para alcançar o feito. Por ser uma informação relacionada à tecnologia, não poderíamos deixar de falar disso aqui, até porque quem tem canal no YouTube sabe o quanto é difícil chegar nos milhares de views, imagina nos bilhões.

MARAVILHAS DA

TECNOLOGIA Fique ligado nas dicas da equipe its

CONHEÇA O ROBÔ QUE É BALÃO E SALVA VIDAS

Chegar a lugares de difícil acesso e erguer grandes pesos são desafios para bombeiros e outros profissionais que trabalham com resgates. Foi pensando nesse tipo de tarefa que pesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram um robô que pode tomar várias formas como um balão, mas resistente a pregos, fogo e outras condições desfavoráveis. Sua tecnologia foi desenvolvida pensando nas raízes das plantas e, orientados por uma câmera na parte frontal, funcionam como tentáculos. Uma vez posicionado, o robô-balão pode ser inflado ao ponto de erguer estruturas e fechar válvulas de gás, por exemplo, ajudando no resgate de pessoas em escombros. Sensacional.

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IMPRESSORA PISTOLA Diferente do que a gíria da moda pode sugerir, essa não é uma impressora que está p* da vida ou qualquer coisa do tipo. A Handjet EBS-260 é um aparelho da empresa alemã EBS que permite fazer impressões em vários tipos de superfícies, em vários ângulos e, principalmente, grandes superfícies. Grandes caixas, galões, containers poderão ser marcados de forma bem mais simples. O conteúdo da impressão pode ser programada por uma tela LCD ou pelo computador via Wi-Fi. A princípio, o uso dela é industrial e isso explica o preço salgado de US$4,3 mil. Então, se você quiser inventar uns grafites muito loucos, vai ter que fazer à moda antiga mesmo.

O APP PARA DAR UM TOQUE SINCERO NO AMIGO

Nas últimas semanas, um aplicativo se tornou febre nos EUA e chegou no Brasil prometendo a mesma intensidade. O Sarahah permite receber mensagens anônimas em seu usuário ou enviar mensagens anônimas para outros. Desenvolvido por um programador Saudita, seu nome significa “franqueza” em árabe e essa é justamente a ideia, dar aquele toque sincero ou contar um segredo para alguém sem se queimar. Basta pegar seu nome de usuário e divulgar para as pessoas que você está a fim de ouvir críticas. Além disso, se tiver alguém te incomodando, é só bloquear a pessoa. E nada de se esconder no anonimato para cometer crimes na internet, pois o Sarahah usa uma conta de e-mail para fazer a conta e pode rastrear o usuário. Então vamos nos ligar aí, galera.

WAR PARA CELULAR

War é um dos jogos de tabuleiro de maior sucesso no país – ou foi, na época em que esse tipo de jogo estava em alta. Agora um aplicativo levou o jogo para o celular e com possibilidade de jogar online. O jogo RISK: Global Domination é uma versão do clássico e tem vários modos: contra amigos (em vários dispositivos ou apenas um), contra desconhecidos ou contra a máquina. Tem um contador de tempo para ninguém ficar se enrolando e ainda conta com umas animações para ilustrar as jogadas. O único porém, é que ainda não tem uma versão em português, mas vale a pena, pois War... quer dizer, RISK é muito massa.

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ESCOLA ABERTA

Notícias das

Escolas

JOINVILLE REALIZA EVENTO PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL JOVENS E ADULTOS cação, ela também foi consultora da Unicef. Carolina falou sobre Políticas Públicas na Educação Infantil. “Fiquei emocionada em saber que Joinville se dedica e traz, desde o berçário, oportunidades e experiências que as crianças aqui vivenciam. Nos mostra um engajamento ecológico e humanitário que as crianças vão sendo colocadas. Os espaços externos aqui são bem utilizados, fiquei impressionada com a utilização de recursos materiais que viraram produtos pedagógicos e como as diretoras e coordenadoras têm diálogos empoderados”, disse a palestrante. O secretário de Educação de Joinville, Roque Mattei, destacou a qualidade da educação no município. “São mais de 20 mil crianças na nossa Educação Infantil. Somos o primeiro município em qualidade

de educação no sul do Brasil e um dos primeiros no país. Temos investido em capacitação e informatização. Joinville e Santa Catarina estão à frente na implantação do plano nacional de educação”, disse o secretário de Educação Roque Mattei. A abertura do evento contou com apresentações da cantora Jussara Gossen, do CEI Bem Me Quer e da Escola Municipal Pedro Ivo Campos. A Semana de Educação Infantil pretende promover diálogo sobre a área, compartilhar experiências e abordar educação inclusiva, entre outros objetivos. Entre 21 e 25 de agosto, os centro de educação infantil de Joinville abriram as portas à comunidade para Mostra Pedagógica. O público teve a oportunidade de conferir as atividades feitas com as crianças em sala de aula. Foto: Phelippe José/Secretaria de Comunicação de Joinville

Joinville realizou no mês de agosto dois eventos para incentivar a capacitação de professores e mostrar o que é feito em sala de aula. Foi o Seminário de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a Semana Nacional de Educação Infantil. Nos dias 11 e 14 de agosto, os professores do EJA participaram de oficinas e depois tiveram palestra que tratou dos Cenários e Desafios da educação, com o professor doutor Lourival José Martins Filho da UDESC. Já os profissionais de Educação Infantil tiveram duas semanas inteiras para formação, entre 14 e 25 de agosto. O evento de abertura contou com a palestra de Carolina Helena Micheli Velho, professora mestre em educação pela Universidade de Brasília, coordenadora geral de Educação Infantil do Ministério da Edu-

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JOINVILLE REALIZA VACINAÇÃO CONTRA HPV E MENINGITE C NAS ESCOLAS As Unidades Básicas de Saúde (UBS), por orientação do Serviço de Imunização da Vigilância em Saúde, promoveu vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano) e a Meningite C nas escolas municipais e estaduais, durante o horário das aulas. O público-alvo para vacinas contra o HPV foram meninas de 9 até o último dia antes de completarem 15 anos; assim como os meninos de 11 anos até o último dia antes de completarem 15 anos, já que a campanha seguiu até o dia 25 de agosto. As doses contra Meningite C são destinadas a meninos e meninas de 12 anos até o último dia antes de completarem 14 anos. As crianças são vacinadas apresentando o Termo de Autorização assinado pelos pais ou responsáveis e a carteira de vacinação.

A imunização contra o HPV é feita em duas doses, com intervalo de seis meses. Portanto, quem recebeu a primeira dose agora, deve procurar uma unidade de saúde em seis meses para receber a outra dose. As crianças e adolescentes receberam informações sobre a importância da prevenção. Segundo o Ministério da Saúde, é de fundamental importância a participação das escolas para reforçar a adesão dos jovens à vacinação e, consequentemente, atingir o objetivo de redução futura de câncer de colo de útero, terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres e a quarta causa de óbito por câncer no Brasil.

HPV O papilomavírus humano, conhecido como HPV, é um vírus que se instala na pele ou em mucosas. Há mais de 100 diferentes tipos de HPV. Alguns tipos de HPV podem causar verrugas genitais, provocar infecções e o câncer de pênis, garganta e de colo do útero. A vacina previne essas doenças e por isso é recomendada. MENINGITE A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, fungos dentre outros, e por agentes não infecciosos. A vacina é contra a Meningite C.

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PRÊMIO EDUCADOR NOTA 10

NOSSO TRABALHO

É 10!

Professoras da rede municipal de ensino ficaram entre os 50 finalistas do Prêmio Professor Nota 10 14 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Quando o desperdício de comida vira sequência didática e os animais que vivem na região da escola tornam-se material para conteúdo pedagógico, o resultado não poderia ser outro: selecioná-los para estar entre os 50 melhores trabalhos enviados para o 20º Prêmio Educador Nota 10. Com reconhecimento nacional, duas professoras da rede municipal de ensino colocaram Joinville, mais uma vez, como destaque na educação. Unindo ciências, português e matemática, a professora Gislane do Amaral Freitag, da Escola Municipal Professor Orestes Guimarães, trabalhou com os alunos do 5º ano o projeto “Prato Limpo” – desenvolvido pela Secretaria de Educação – com a matriz curricular da turma sobre o sistema do corpo humano. Nessa união, a turma estudou alimentação saudável, obesidade infantil e desperdício.

Por Renata Bomfim

espantar ainda mais no final do mês. Para Júlia Rodrigues, 11, esse trabalho a ajudou a se alimentar de forma mais saudável e ter consciência da quantidade que se pode colocar no prato. “Eu pegava comida demais e não dava conta de comer. Agora tenho mais consciência”, comenta. Segundo ela, a pesquisa constatou que peixe ensopado não está no cardápio favorito da escola, mas quando é dia de pão ou salada de fruta, a sobra quase zera. De acordo com a professora, esse trabalho contribuiu para ajudar as cozinheiras a determinar quais alimentos são menos apreciados pelos alunos e, assim, prepará-los em menor quantidade.

Fotos: Renata Bomfim

mês. A ideia era tabular e colocar em forma de gráfico a quantidade de alimento desperdiçado. Nesse bate-papo, Bárbara Coelho, 10, ficou encantada com uma coisa: “Todo o cuidado para preparar os alimentos”. A ideia de Gislane foi aproximar os alunos do refeitório para entender todo o processo de preparação da comida servida na escola. “Eu os levei para conversar com as cozinheiras e elas os convidaram para fazer essa mensuração diária e avaliar o que sobrava”, destaca a professora. Divididos em duplas, os alunos chegaram a pesar até quatro quilos de comida jogada fora. Pensando que isso pode ser multiplicado por cinco na semana, o valor pode bater na casa dos 20 e

“Eu fiz a sequência para trabalhar o projeto Prato Limpo. Nisso surgiu a inscrição para o prêmio e eu pensei: ‘por que não?’ Eu li o regulamento e resolvi me inscrever”, relembra a professora, que não havia comentado com ninguém sobre a inscrição. A surpresa da classificação foi para todos na escola, que hoje a vê como inspiração e, quem sabe, também tentar nos próximos anos, porque se depender de Gislane, ano que vem vai se inscrever de novo. “Já estou pensando numas idéias.” Como parte do estudo, a turma passou a frequentar o refeitório todo dia depois do intervalo, durante um

Alunos da EM Professor Aluízius Sehnem que participaram do projeto feito pela professora Raquel Gullini

Turma da EM Professor Orestes Guimarães que colocou a professora Gislane do Amaral Freitag entre os 50 finalistas do Prêmio Educador Nota 10 deste ano

Mira no Ideb e acerta o Prêmio Educador Nota 10 Para melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da Escola Municipal Professor Aluízius Sehnem, que está em 7,2, uma reunião pedagógica ainda no final do ano passado propôs criar a primeira Feira de Matemática na escola, que está para acontecer em outubro deste ano. Foi com esta meta que a professora Raquel Gullini pensou qual seria a melhor forma de trabalhar com as turmas do segundo ano como forma de já prepará-los para a prova, que eles só devem fazer quando chegarem ao último ano do ensino fundamental I. “Eu pensei nas grandezas e medidas, que é a matéria que eles têm mais dificuldade, porque é muito abstrato para eles. Então, como fazer?”, questiona a professora. “Com um projeto que existe na escola que busca dialogar com a comunidade, eu pensei em fazer com eles os animais da região em tamanho real.” Nesse processo – que envolveu as disciplinas de artes para fazer a pintura dos animais; a matemática para medir todos os lados e fazer a reprodução do animal mais próxima do real possível; a língua portuguesa para desenvolver o jogo da carta trunfo com informações de vida do animal; e visitas à sala informatizada para estudar cada um dos 12 animais representados –, Raquel mirou no Ideb da escola, mas acertou com o trabalho que a deixou entre os 50 melhores educadores do Brasil e ainda a classificou para a etapa estadual da 19ª Feira de Matemática, de que também participa este ano. Ufa! Isso tudo em meio ano de ensino.

16 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

O incentivador! Na escola Municipal Professor Aluízius Sehnem desde 2013, quando se iniciou uma proposta na unidade escolar chamada “dialogando com a comunidade, impactos no planejamento escolar e um olhar para além dos muros da escola”, o supervisor Reginaldo Silva viu a classificação da professora Raquel como parte de uma consolidação desse trabalho. “A gente procura incentivar os professores a irem além da sala de aula e dos muros da escola, porque não tem como pensar na riqueza dessa comunidade e não olhar para isso.”

CAPA Por Renata Bomfim

A ALEMANHA

TAMBÉM É AQUI!

18 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Escola Agrícola Carlos Heins Funke oferece o ensino de alemão na grade curricular do ensino fundamental Fotos: Emily Milioli

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

A Vila Germânica, espaço em construção na escola, busca relembrar pontos turísticos da cidade e ser espaço de criação de aves aquáticas e exóticas

Quando soube que passou na seleção para entrar na Escola Agrícola Carlos Heins Funke, em Pirabeiraba, Isabela Martini Pereira, 15, chegou a chorar de emoção. No teste, feito para ingressar no sexto ano, ainda lá em 2014, não sabia do ensino da língua alemã na escola, o que, de quebra, trouxe mais uma surpresa para a aluna, já que ela não tinha nenhum conhecimento do idioma. Junto com Isabela, Ryan Alexandre Borges, 15, também passou na seleção. Assim, os amigos que se conhecem desde o Centro de Educação Infantil (CEI), depois na Escola Municipal João Valentim da Rocha, passaram a dividir a sala de aula também na escola agrícola. Na reta final do 9º ano e em ritmo de despedida do ensino fundamental, a dupla já começa a sentir saudade dos aprendizados e amizades feitas nos últimos quatro anos. Mas, apesar da expectativa com a chegada no ensino médio, Isabela até já se inscreveu para entrar no Instituto Federal Catarinense (IFC) e tentar o Técnico em Agropecuária, pois durante a sua passagem pela escola agrícola o que não faltou foi experiência e desenvolvimento das

20 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

habilidades para despertar esse interesse. Além disso, no próprio certificado de conclusão do ensino fundamental, Isabela – assim como todos os alunos que chegam a concluir o 9º ano na Escola Agrícola Carlos Heins Funke – recebe junto a pré-qualificação em agropecuária. Com 38 aulas semanais, de segunda a sexta-feira, no período integral, a Escola Agrícola Municipal Carlos Hens Funke, a única do gênero em Joinville, chegou a receber, no fim do ano passado, 427 inscritos para concorrer a 90 vagas para ingressar no sexto ano. A alta procura se dá por tudo o que o espaço pode oferecer nos cerca de 60 mil metros quadrados: práticas agrícolas e práticas zootécnicas, entre outras, além da língua estrangeira ofertada, o alemão. Com o segundo maior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (6,9), o aluno que passa pela escola agrícola tem a oportunidade de receber, junto com o diploma de conclusão do ensino fundamental, uma pré-qualificação em agropecuária. Além disso, ao final do 9º ano, tem a oportunidade de fazer uma prova que pode dar a ele o certificado de nível básico no idioma.

ENTENDA SOBRE O ENSINO DA

LÍNGUA ALEMÃ

Foi no ano 2000, num projeto criado para incluir no ensino regular na Escola Agrícola Carlos Heins Funke o ensino da língua alemã – e não como disciplina optativa –, que a professora Ana Andreia Karnopp Bruske apresentou uma proposta para a Secretaria de Educação, que aprovou a ideia. Desde então, todos os alunos do 6º ao 9º ano passaram a ter o ensino de dois idiomas na grade curricular. Com 48 minutos de aula semanal e mais aula de reforço, o aluno que chega sem conhecimento nenhum de alemão nem precisa se desesperar. De acordo com a professora, é feito um teste para avaliar o nível de cada aluno. “A gente integra de uma forma na aula que eles têm que pedir para ir ao banheiro, por exemplo, em alemão. Isso se torna não normal que fica fácil”, comenta a professora. Junto com a Ana, Inácio Leitzke também leciona aulas de alemão há dez anos na escola. Para ele, o aluno não enxerga a mesma dificuldade que o adulto vê ao se deparar com o ensino de uma nova língua. “Nós procuramos exercitar as quatro

Alunos do 9ºA

habilidades em sala de aula”, comenta o professor, que recentemente ganhou uma viagem para a Alemanha pelo Institut Goethe para participar de um curso de aprimoramento. “Foram 30 dias, mas valeu muito, porque você renova o seu vocabulário e vai para estudar muito.” No final do 9º ano, todos os alunos participam da prova ZDP A+1 (que este ano passa a ser FIT A1) para testar o conhecimento adquirido ao longo dos quatro anos de ensino. Só no ano passado, dos 65 alunos que participaram, 61 receberam no dia da formatura o certificado de nível básico no idioma, sendo que 39 foram aprovados com louvor e receberam o certificado completo, aprovados nas quatro habilidades. Ryan e Isabela devem fazer a prova no final deste ano e já começaram a se preparar para a avaliação. “Tem um aplicativo que ajuda muito, o Duolingo, que eu uso para estudar alemão, por conta da prova”, afirma o aluno, que chegou à escola com noção de inglês, o que, para ele, o ajudou no aprendizado do alemão.

REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Professores de língua alemã, alunos e o diretor da escola ao meio

scolar o espaço e os , o d to o A • 60 mil metr conta com . quadrados r Ideb de maio ,9. • Segundo rina, com 6 Santa Cata

COM A PALAVRA:

QUEM TEM A EXPERIÊNCIA

Com aulas no período integral, de segunda a sexta-feira, acaba sendo natural passar a maior parte do tempo na escola, mais do que em casa. Para Amanda Santos da Silva, 14, aluna do 9º ano, a escola é a segunda família. “A gente vai pegando uma intimidade com todo mundo”, comenta a aluna, que já veio de escola rural e interessou-se pela agrícola quando fez um passeio para conhecer a unidade escolar. Não muito diferente de Amanda, Bruna Loefller, 14, diz que a estrutura da escola é uma das coisas de que ela gosta, sem contar o espaço ao ar livre, que os coloca em contato com a natureza. “Quando eu entrei nessa escola, eu não sabia que ia ser tão incrível”, diz Bruna. Para ela, até as segundas-feiras são o melhor dia da semana, afinal, voltam as aulas. Depois dessa, alguma dúvida de como não gostar desta escola?

GRADE CURRICULAR Para compor a grade curricular, a escola precisa ministrar as disciplinas obrigatórias da Base Comum, como ensino de língua portuguesa, matemática, geografia, ciências, educação física, artes, ensino religioso, história e língua estrangeira – no caso, inglês e alemão. Além dessas, fazem parte da grade dos alunos as disciplinas técnicas, como práticas de gerenciamento agrícola, práticas agrícolas, práticas zootécnicas e práticas industriais.

RESUMÃO! Ficou interessado em tudo o que falamos sobre as atividades e o que você pode encontrar na Escola Agrícola Carlos Heins Funke? Então, se liga nesse resumo que fizemos para reforçar tudo o que de mais bacana tem na unidade escolar e para ver se você, quem sabe, se interessa em participar do teste de aptidão, que acontece apenas com os alunos que ingressam no 6º ano:

Alunos do 9ºB

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Alunos do 9ºC

• No tota l, o a aulas sem luno tem 38 • Aulas d anais. e pr las, ensin áticas agrícoo a agricult voltado para ura.

• Aulas de práticas zootécnicas, ensino voltado ao cuidado dos animais. • Aulas de gerenciamento agrícola, noções básicas de contabilidade.

• Ensino de língua alemã com direito a certificado de nível básico. • Toda a escola tem rede de internet instalada.

• As salas de aula contam com o apoio de televisão de LED. • Espaço Vila Germânica voltado para criação de aves exóticas e aquáticas.

• Cada aluno tem o direito a dois armários: um para deixar os materiais das aulas e outro para as roupas das atividades práticas. • Formação com pré-qualificação em agropecuária.

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JOVEM AUTOR

Alunos que participaram do Prêmio Jovem Autor, em sessão solene, na Câmara de Vereadores de Joinville

OS PREMIADOS DA VEZ! Foi no relógio parado na sala de casa que Carolina da Rosa Billes, 15, buscou inspiração para escrever a sua crônica para o Prêmio Jovem Autor 2017, promovido pela Escola do Legislativo e Câmara de Vereadores de Joinville. Com o tema “Cidadania não tem idade”, a aluna do 9º ano da Escola Municipal Prefeito Max Colin comparou as pessoas aos ponteiros de um relógio quebrado. A ideia não só deu certo como rendeu a ela o primeiro lugar na categoria crônica deste ano. “O relógio tem o ponteiro das horas que é o mais usado, seguido dos minutos e dos segundos, e eu comparei esses três ponteiros com as pessoas: os idosos, os adultos, e as crianças”, destaca Carolina. “Os adultos, praticamente, são eles a sociedade, eles trabalham, eles quem sustentam o resto. Então, é como se eles fossem o ponteiro das horas, que é o mais usa-

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do. Mas eles não vivem sem os outros dois: idosos e crianças.” Além de Carolina, João Pedro Polzin Strohmeyer, 8, aluno do 2º ano, também teve seu trabalho premiado no concurso, na categoria desenho. Com o terceiro lugar conquistado, a Escola Municipal Prefeito Max Colin foi a única da rede municipal que teve dois trabalhos premiados no concurso. Para a professora Janete Ricken Becker Schotten, que orientou a crônica de Carolina, o resultado de participação da escola neste ano é fruto de uma caminhada. “Eu, particularmente, fico muito feliz quando vejo meus alunos sendo premiados, vendo o resultado de todo um trabalho e empenho. Isso também para os próximos alunos acaba sendo um incentivo, porque eles veem que há um resultado nessa caminhada. Então, a importância

da leitura, do texto, da assiduidade, de se fazer tarefa. Há um conjunto de coisas que precisam funcionar”, destaca a professora. Para orientar João Pedro, a auxiliar de educadora Rosangela de Medeiros Rank precisou mostrar imagens na sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE), onde a professora Edicir dos Santos Cidral também o atende no contraturno escolar. Encantado por personagens de desenhos, quando soube do desafio de desenhar algo relacionado a cidadania, precisou de ajuda. A pesquisa deu certo e ele levou para casa o prêmio de terceiro lugar no concurso. O Prêmio Jovem Autor 2017 contou este ano com mais de 20 mil trabalhos inscritos, que abrangeu alunos matriculados nos ensinos fundamental e médio, dividido em cinco categorias de redação e desenho.

Foto: Nilson Bastian

Por Renata Bomfim

#meutrabalhonaits

Como a Escola Municipal Prefeito Max Colin foi a única na rede municipal de ensino com dois trabalhos premiados, nós visitamos a unidade escolar e divulgamos aqui os trabalhos desenvolvidos (crônica da aluna Carolina e desenho do aluno João Pedro). Parabéns a todos!

Carolina da Rosa Billes, autora da crônica abaixo que ficou em primeiro lugar

UNIVERSO PARTICULAR

Carolina da Rosa Billes

Inútil. Ele se negava a andar, fosse para frente, fosse para trás. Mantinha-se teimosamente imóvel, naquela falha posição. Não importava quanta corda déssemos, ou qual de suas minúsculas peças tirássemos para limpar: o antigo relógio de ébano encerrara, naquela fatídica tarde primaveril, sua incumbência temporal. Os que no princípio se mostraram tão angustiados, tão zelosos com o refinado instrumento, aos poucos foram esquecendo de se preocupar. Afinal, de que lhes adiantava um relógio que não informasse as horas? Ele perdera sua serventia, tornando-se apenas um pálido reflexo do que fora, do que poderia ser. Deste modo – prescindível – o majestoso objeto acabou por degradar-se. Outrora venerado e admirado por todos, encontrava-se então em meio ao lixo, às sobras, à repugnante escória rejeitada por seus senhores. Vendo eu aquela cena, pensava em como o relógio e seus donos eram, de um modo geral, semelhantes à sociedade: havia ali idêntica devolução de gentilezas, idêntica transição justa de benefícios. Uma eterna dependência de diferentes partes. Enquanto o ponteiro badalasse precisamente o tempo, seu dono garantir-lhe-ia meticulosa limpeza e manutenção. E ambos se entendiam, assim, numa perfeita harmonia. Em perfeita simetria. Em virtuosa união. União esta que não se encontra entre a nação, entre o país de suposta “ordem e progresso”. Pois quem de nós nunca soube de um pai

abandonado pelo próprio filho? Ou de um filho abandonado por seus pais? Aquela união, aquela justiça íntegra tão respeitada pelo relógio, se encontrava apenas ali, em uma máquina. No frio instrumento desprovido de vida, de emoções. Ele, diferente de nós, honrava a ordem, o direito e dever de cada um fazer sua parte. Mas mais que isso, o relógio se assimilava a nós por outro aspecto iminente: naquele infinito ciclo temporal, naquele tiquetaquear tão constante, havia sempre três ponteiros trabalhando, juntos. Não somente o das horas, mais visado, ou o dos minutos. Em tal ofício, mesmo o dos ínfimos segundos era essencial para o funcionamento eficaz da complexa máquina. Eu vi, novamente ali, a população. Os idosos, os adultos e as crianças. Cada peça fundamental para a edificação da pátria, do governo. Da cidadania. Pois o que seria dos adultos, engrenagens das cidades, sem os sensatos conselhos de seus pais? O que seria do futuro sem seus pequeninos filhos? E, então, o que seria destes sem aqueles aptos ao expediente? Todos são primordiais nesta volta, uma vez que os aprendizes de hoje trabalham no amanhã, e então ensinam aos que hão de chegar. Todos são indispensáveis, singulares. Nenhuma peça pode faltar. Se não o relógio se quebra, e seu valor, elementar, se perde na vastidão do universo. Deste infinito universo particular.

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E este é o João Pedro Polzin Strohmeyer que ficou em terceiro lugar na categoria desenho

CATEGORIA ARTIGO DE OPINIÃO

Os premiados deste ano!

Os vencedores de cada categoria participaram de uma sessão solene, na Câmara de Vereadores, bem no Dia do Estudante, 11 de agosto. No total, 15 finalistas receberam a medalha de mérito e também notebook para o primeiro lugar; tablet de dez polegadas para o segundo e de sete polegadas para o terceiro. Nós, da revista its, parabenizamos todos os professores, alunos e escolas pelo resultado que você confere abaixo:

CATEGORIA DESENHO

CATEGORIA CARTA

1º lugar | MARIA EDUARDA BRITO DE CARVALHO | Professor Rogério Pereira Guimarães | EM Paul Harris

1° lugar | SARA LETÍCIA FRANZOSI | Professora Andréia Betina L. Klitzke

2ª lugar | BÁRBARA CRISTINA DA SILVA | Elizangela Carvalho de Souza Reis | Sociedade Educacional Santo Antônio

2° lugar | GIULIA AONNY VENANCIO DE OLIVEIRA | Professora Lídia Costa Cecílio | EM Governador Heriberto Hulse

3° lugar | JOÃO PEDRO POLZIN STROHMEYER | Sandra Eliane Rodrigues | EM Prefeito Max Colin

3° lugar | LUANA LIMA GAZOLA | Professora Tatiana Cristina Ferreira | EM Professor Avelino Marcante

CATEGORIA POEMA

CATEGORIA CRÔNICA

1° lugar | TALITA EMANUELLI DELLA BRUNA | Professora Jaqueline Roberta Venera | EM Professor Orestes Guimarães

1° lugar | CAROLINA DA ROSA BILLES | Professora Janete Ricken Becker Schotten

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LIBRAS

Ester O SILÊNCIO DE

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Sinais e Língua Portuguesa. As aulas tiveram início em novembro do ano passado, quando a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) Juliane Pereira de Pinho conheceu Fernanda Martins, uma das fundadoras da plataforma Surdo para Surdo, em um dos encontros que teve depois de ter iniciado as aulas para aprender a se comunicar em libras. “Ela conversou comigo e eu falei que tinha uma aluna surda e que estava preocupada, porque não tinha

libras”, relembra Juliane. Desse encontro, surgiu a parceria entre Fernanda e Juliane. Em um mês, Ester foi apadrinhada pela plataforma e passou a ter acesso ao ensino a distância durante as atividades no AEE, uma vez na semana, com duração de uma hora. “Como o atendimento tem uma hora e meia, a meia hora que sobra nós fazemos atividades”, diz a professora. Designer e especialista em educação bilíngue para surdos, Fernanda foi alfabetizada aos sete anos, quan-

Fotos: Renata Bomfim

Aluna da rede municipal de ensino é pioneira em receber aulas particulares numa plataforma que conecta educador e aluno surdos

Por Renata Bomfim

do passou a frequentar o ensino regular. Filha de pais surdos, a primeira língua que aprendeu foi libras. Por conta disso, desde a faculdade desenvolve projetos para os surdos. “Participei de alguns projetos de extensão que ensinavam línguas de sinais para ouvintes, e o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi a criação de uma babá eletrônica para pais surdos, com uma lâmpada que pisca quando o bebê chora.” Ter conhecido a Ester, como conta a professora Juliane, a deixou mais humana. “A gente fica com mais vontade de aprender e ensinar, de fazer com que o outro seja entendido”, comenta emocionada. “É muito difícil quando você tem um aluno que você não o entende ou ele não é entendido. Com a Ester, eu vi que avancei bastante nesse sentido e consigo entender cada criança do jeito que ela é.” O curso, que durou um ano e meio, deu à professora o certificado de nível avançado na língua e melhorou a relação com a aluna, que, apesar de tímida, já consegue se expressar melhor e ser entendida pela professora e pela auxiliar que a acompanha em sala de aula. Sempre rodeada pelos amigos na escola, a auxiliar de sala Elenice da Costa Sentenário passou a acompanhar Ester este ano e repassa para a aluna o conteúdo por meio dos sinais. Na escola, quando perguntei à Ester o que gosta de fazer, ela respondeu que educação física é a sua área favorita e que gosta das aulas que faz no AEE, uma vez na semana,

Auxiliar de sala e professora do AEE em troca de ensino e aprendizagem com a aluna Ester

no contraturno escolar.

Mas como funciona a plataforma? Com funcionalidade há pouco mais de um ano, a plataforma nasceu logo depois da equipe ser aprovada para participar do Social Good Brasil, um laboratório que tem o objetivo de disseminar ideias que alinhem a tecnologia e o impacto social. Nessa junção, a plataforma Surdo para Surdo – que conecta alunos e professores surdos – ficou entre os quatro projetos aprovados no evento do ano passado. Com disciplinas disponíveis de libras, português e matemática, os profissionais são escolhidos por meio de uma entrevista que a Fernanda mes-

mo faz para alinhar os objetivos da plataforma com a procura que vem dos alunos. Até o fechamento da matéria, eram seis inscritos. A ideia da plataforma é bem simples: o aluno surdo se conecta por meio do site www.surdoparasurdo.com.br com um professor também surdo que oferece aulas à distância, mas em tempo real. “Nós somos uma empresa que busca ajudar os surdos no Brasil. Nós fizemos uma pesquisa que as pessoas querem ter aulas de conteúdos específicos e até de reforço escolar”, comenta Robson Mafra.

“É muito difícil quando você tem um aluno que você não o entende ou ele não é entendido. Com a Ester, eu vi que avancei bastante nesse sentido e consigo entender cada criança do jeito que ela é.” Juliane Pereira de Pinho, professora de AEE

Gostou do projeto? Se você se interessou pela plataforma e quer ajudar para que crianças que, assim como a Ester, não têm condições de pagar pelo ensino possam ter acesso às aulas, você pode contribuir por meio de doações. Basta acessar o site www.globalgiving.org/ projects/surdo-para-surdo/ e fazer a sua contribuição. Para saber mais informações, você também pode entrar em contato pelo email contato@surdoparasurdo.com.br ou procurar por Surdo para Surdo nas redes sociais.

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#KERO

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Os nossos queridinhos do momento também podem ser o de vocês, né? Prestem atenção o que roubou os nossos corações nesta edição:

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GALERIAS

Professor André e Beatriz

Julia e Larissa

Fotos: Estudio BEND

ESCOLA

EM PREFEITO NILSON WILSON BENDER PARANAGUAMIRIM

Turma da 8º D

32 REVISTA ITS | É NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Thayna, Beatriz e Sara

Supervisora e Luan

Jean e Adriano

Alex, Professor Ronaldo e Reinaldo

Supervisora, Emanuelle, Larissa e Sara

Camily e Suzana

Kauã, Diretora e Vanilson

Camili e Maria

Turma do 8º ano

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GALERIAS

Vitor, Jackson, Thiago e Vitor

Jackson, Nicole e Gustavo

Fotos: Estudio BEND

ESCOLA

EM PROFESSORA KARIN BARKEMEYER VILA NOVA

Camila, Steffany, Gabriela e Maria

Gabriel e Gustavo

34 REVISTA ITS | Ã&#x2030; NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Eduardo, Mateus, professora Danielle, Matheus e Supervisora Janes

Pedro Henrique, Rhuan e Gabriel

Beatriz, Dalthon e Lidiane

Wellen, Mariana e Marina

Turma da 9B

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GALERIAS

Erika e Fernanda

Djenyffer, Carlos e Vitรณria

Fotos: Estudio BEND

ESCOLA

EM VEREADOR ARINOR VOGELSANGER VILA NOVA Amanda e Isabelly

Eduarda e Leticia

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Matheus e Ivo

Guilherme e Leonardo

Meninas da turma 9A

Meninos da turma 9A

Turma 9A

Turma 9b

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GALERIAS

Larissa, Jussara e Julia

Diego, Nicolas e Yuri

Fotos: Estudio BEND

ESCOLA

EM PROFESSORA ZULMA DO ROSÁRIO MIRANDA COSTA E SILVA

Turma 8C

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Leonardo, Gabriel, Eduardo e Muriel

Milena, Thamiris e Eduarda

Turma 9C

Mariana, Julia e Gabriela

Estephani, Atalia e Nicolle

Hemily e Mara

Matheus, Gustavo, Tayller e Marcus

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GALERIAS

Emyli, Beatriz e Samar

Bruno e Lucas

Fotos: Estudio BEND

ESCOLA

EM GOVERNADOR PEDRO IVO CAMPOS COSTA E SILVA

Caio, Henrique e Guilherme

40 REVISTA ITS | Ã&#x2030; NA ESCOLA QUE A GENTE ACONTECE

Sthefany, Jamily e Kesia

Giuliana e Sarah

Alice, Adriana e Carla

Matheus, Lucas e Cauã

MAtheus, Leandro e Davi

Ryan, João vitor e Gabriel

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SAIDEIRA Por Priscila Andreza de Souza

Convite

Eu sabia que esse dia iria chegar, mas tinha esperança que a minha vez chegaria primeiro. No fim você estava certo, tem o direito de esfregar a felicidade na minha cara. Só achei injusto me enviar o convite, eu sei eu tinha que saber que era com ela. Você deve estar sorrindo agora. “Culpa sua” — você disse umas três vezes quando liguei perguntando se era verdade. Você me acusou de não saber perder e de não saber me relacionar também. Nós nos dávamos bem quando éramos somente amigos, por longos três anos. Quem quis namorar foi você e quem terminou fui eu, alegando que não tinha maturidade para um compromisso tão sério. Maturidade que adquiri assim que te vi com ela. Quando eu terminei, você chorou, disse que me amava e eu quis continuar na amizade, mas você não quis, disse para eu seguir a minha vida que era para eu parar de te atormentar. Eu parei, deixei-te em paz, até eu te ver com ela. Achei uma puta sacanagem você me enviar o convite por correio, sério. Primeiro, deveria ter respeitado a minha posição de ex e não mandado nada. Poderia ter deixado eu saber do casório por algum falso amigo fofoqueiro. Mas não, você quis que eu soubesse e não teve a decência de me entregar em mãos, porque sabia que eu iria gritar, espernear e te abraçar. Covarde. Mandou pelo correio e deve estar morrendo de curiosidade para saber qual foi a minha reação. Você ainda deve se lembrar daquele dia que peguei minha irmã usando a minha escova de dente para pentear a sobrancelha. Bom, a minha cara está parecida. Eu tenho nojo de vocês juntos.

Eu não sei ainda se vou ao casamento. O prudente seria não ir, mas me resta uma ponta de curiosidade de vê-la de vestido. Ela vai estar linda, eu sei. Ela sempre foi mais linda do que eu e apaixonada por você, diferente de mim nos dois adjetivos. Se fosse com qualquer uma, eu iria para desejar felicidades e fingir que ainda mantemos contato, afinal, foram sete anos juntos, contando os três de amizade. Porém, é com ela. Ficarei tentada a gritar assim que o padre começar a falar: “se alguém tem algo contra esta união, que fale agora ou…”. Pensando bem, é melhor não, daria um fuzuê e eu não gosto de barracos. Ok, menti. Eu gosto e você sabe, mas eu teria que ser mais original. Esse de interromper o casório é um clichê de comédias românticas, aquelas que você assistia comigo nos domingos à tarde com cara de tédio. Será que você assiste comédia romântica com ela? Por que você me mandou esse convite? É pra rir da minha cara, mesmo? Ou será que quer voltar a ser meu amigo? Afinal, já faz cinco anos desde o nosso término e quatro que está junto com ela. Credo! O convite é todo branco, sem nenhum charme. Eu acho que vou sim, antes vou contratar um acompanhante bem gato, para você ver que eu não fiquei sozinha, como você praguejou quando rompemos. Ok, fiquei. Você tinha toda a razão eu não sei me relacionar, mas estou disposta a aprender com você. PS: não resisti de responder por carta via Correio. Afinal, foi assim que começamos a namorar, você lembra?

Priscila é jornalista, autora do livro "Expectativas" e chocólatra. Para ler mais crônicas, você pode acessar o site priscilaandreza.com.br

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