its Teens Joinville - 47

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Revista Its Teens Joinville nยบ 47 2020 | R$ 13,50


CURTA AS NOSSAS

PÁGINAS. A Revista ITS reúne muito conteúdo, informação e fotos. E reúne também a galera de todos os colégios. Não fique de fora dessa.

TAMO JUNTO

na escola,

TAMO JUNTO

no mundo.



editorial

Grupo ND Fundador e Presidente Emérito “in memoriam” Mário J. Gonzaga Petrelli Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ndtv.com.br Diretor Comercial Gilberto Kleinübing | gilberto.k@ndtv.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ndtv.com.br Diretor de Planejamento e Estratégia Derly Massaud de Anunciação Diretor de Conteúdo Luís Meneghim | meneghim@ndmais.com.br Diretor Regional Florianópolis Roberto Ivan Bertolin | bertolin@ndtv.com.br Diretor Regional Joinville, Itajaí e Blumenau Silvano Silva | silvano@ndtv.com.br Diretor Regional Oeste Cristiano Mielczarski | cristiano.mielczarski@ndtv.com.br

Esta edição que chega até você faz parte de um momento que vai entrar para a história do nosso país e do mundo. Com as escolas vazias, aulas ofertadas por plataforma com salas virtuais e plantões nas unidades escolares apenas para entrega de materiais impressos e atendimentos pontuais para a comunidade, a nossa forma de ser e estar em sociedade tem se ressignificado e mudado as nossas relações. Dentro de todas as recomendações repassadas para os cuidados de prevenção a Covid-19, para apurar as pautas desta edição nos atentamos para o uso de máscara higienizada, álcool em gel 70 e os distanciamentos necessários durante as entrevistas. Dessa forma, todas as matérias deste mês falam sobre a educação não presencial e de como todas as partes envolvidas neste processo são importantes e necessárias para superar este período de pandemia. Os temas selecionados abordam o planejamento implementado pela Secretaria de Educação de Joinville para atender todos os alunos e professores neste modelo de ensino, em como as escolas estão funcionando neste período, a importância da participação da família no acompanhamento das atividades repassadas aos filhos e como a tecnologia tem servido para superar barreiras tecnológicas entre gerações. Desejo uma ótima leitura e que você e toda a sua família estejam bem. Isso vai passar, mas para isso, por favor, siga as instruções de cuidados e fique em casa.

Com carinho, Renata Bomfim

A Revista its é uma publicação da Editora Mais SC Editora Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Leonardo Messias de Jesus Coordenador de Operações Rodrigo Oliveira | rodrigo@ndmais.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ndtv.com.br

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#mandapau

Este espaço é seu: tem algum projeto bacana sendo produzido na escola ou que já foi feito, mas vale estar nas páginas da its teens? Manda a sua sugestão aqui, ó: renata.bomfim@portalits.com.br

Relembre as edições anteriores. Aponte a câmera do seu celular para este tas código de QR Code e tenha todas as revis is icipa mun as its teens produzidas nas escol e. toqu um de Joinville a apenas

Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Diego Ibarreta | diego.ibarreta@ndtv.com.br Gerente Comercial Joinville Flavia Borba Vieira | flavia.vieira@ndtv.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ndtv.com.br Gerente Comercial Itajaí Ivonete Cristina de Castro | ivonete.castro@ndtv.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Jéssica Falk | jessica.falk@ndtv.com.br

s

#osculpado

Florianópolis Crystiano Parcianelli | crystiano.parcianelli@ndtv.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3.235 exemplares

Anelise Trentini

Daniela Pereira

Gilmara dos Santos

Jefferson M. Alves

Lucas Inácio

Neise A. dos Santos

NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville

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Nosso sinal de respeito a você vem do coração. Janinha - Assistente Administrativa

Nesta época de distanciamento social, novos comportamentos estão sendo adotados. Por isso, lançamos uma saudação simbólica para marcar este cenário. Estendemos a nossa mão a você com um gesto que vem do coração. Ele simboliza todo o carinho, aproximação e dedicação que nossos profissionais têm por você. Com a colaboração de todos, vamos superar este momento.

www.donahelena.com.br

Diretor Técnico: Dr. Bráulio Barbosa – CRM-SC 3379

Nanderson - Enfermeiro

Thiago - Técnico em Enfermagem


conteúdo

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Artigo Cultura pop No divã Educação financeira Wi-fi Notícias das escolas Plano de ação Coronavírus: mudanças na estrutura e formas de ensino

20 Plantão escolar 24 Capa

Como medida para controlar a pandemia causada pelo novo coronavírus, pais têm trabalhado de casa e as aulas dos filhos passaram a ser não presenciais

30 Nova adaptação 32 Galerias 42 Saideira

A distância, mas não distantes

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PÓS ACE/FGG

• Corpo Docente com Mestres e Doutores • Experiência e Tradição de mais de 50 anos • Descontos para Egressos e Empresas Conveniadas • Programa de Bolsas de Estudo • Reestruturação da Matriz curricular atendendo às demandas do mercado de Trabalho

NOSSOS CURSOS: • Avaliação Psicológica • Ciências Penais e Segurança Pública • Direito Ambiental e Urbanístico • Direito e Processo do Trabalho • Direitos Fundamentais e Políticas Públicas • Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica • Gerontologia

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ACE/FGG

INSCRIÇÕES ABERTAS www.ace.br

• Metodologias Ativas e Educação 4.0 • Processo Civil (Novo CPC) • Psicologia Clínica: Teoria Psicanalítica • Psicologia Organizacional e do Trabalho • Psicologia Social • Psicopedagogia Clínica e Institucional • Transtornos Psíquicos na Infância e Adolescência


artigo

Os desafios na educação durante a pandemia Covid-19

Texto colaborativo feito a distância entre as professoras Daniela Pereira, Gilmara dos Santos e o instrutor Jefferson Mendonça Alves

C

om as definições via decreto estadual de quarentena devido a pandemia da Covid-19 e interrupção das aulas presenciais no território catarinense por inicialmente 30 dias, a Secretaria de Educação de Joinville começou a traçar estratégias para encarar o desafio de promover o acesso da educação básica a ferramentas pedagógicas de aprendizagem em ambientes virtuais. Foi, mais uma vez, o momento da educação de Joinville mostrar força e competência que a torna referência nacional em qualidade do ensino. Diante dessa demanda, fomos designados, como grupo de trabalho, para estabelecer alternativas de ferramentas de acesso e aprendizagem. Dentre as opções, buscamos escolher meios que permitissem proporcionar aos estudantes, com ou sem acesso a internet, situações pedagógicas de ensino semelhantes.

A alternativa encontrada, de forma intuitiva, foi o Google Sala de Aula (Google Classroom). Essa ferramenta funciona como sala de aula virtual, é de fácil entendimento, integra vários aplicativos e o mais importante: pode ser vista pelo estudante por meio do smartphone, atendendo, naquele momento, ao que necessitávamos. Foi iniciada a formação, primeiramente, com os professores integradores de mídias para que pudessem, em seguida, auxiliar no processo de formação por meio de uma sala virtual em que os professores viraram alunos e exercitaram a cultura digital. Durante nove módulos, os professores tiveram a oportunidade de relembrar* formas de potencializar o desenvolvimento de habilidades e competências por ferramentas digitais integradas ao Classroom. O ápice do processo aconteceu quando os professores colocaram em prática todo o aprendizado: planejando, interagindo e postando suas primeiras atividades nas suas salas virtuais. A preocupação com a qualidade das aulas esteve sempre presente. Foi um trabalho de ajuda mútua, em que uma rede toda se mobilizou para proporcionar alternativa de ensino e aprendizagem, minimizando assim os efeitos da pandemia aos estudantes. Aos alunos com dificuldade de entrar na internet, as escolas proporcionam o acesso dos materiais impressos. Nosso grupo de trabalho e os integradores de mídia seguem no auxílio aos professores em um processo de melhoria contínua, buscando novas ferramentas e formas de melhorar como o conhecimento é apresentado às crianças e aos alunos. A qualidade da nossa educação se mantém e é superada por nós mesmos, sendo refletida no comprometimento de todos os professores, equipes gestoras das escolas, CEIs e o envolvimento das famílias. Estamos vencendo esse desafio.

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Bem Catarinense.


cultura pop

OLAR,

KATY PERRY

A mais nova gravidinha do pedaço, Katy Perry não descansa nem quando o assunto é gravidez. A última foi com o anúncio do single “Daisies” que faz parte do seu novo projeto. Além disso, ainda circula boato de que está confirmado ainda para este ano o lançamento do KP5 para o segundo semestre.

SAUDOSISTA DE CREPÚSCULO:

sua hora voltou

Parece que a saga Crepúsculo ainda não teve seu fim e podemos provar: a Editora Intrínseca confirmou a data de lançamento do mais novo livro “Sol da Meia-Noite”, na versão brasileira. Porém vai ser preciso segurar a ansiedade. De acordo com divulgação, o livro só chega em terras tupiniquins a partir do dia 4 de agosto. A autora Stephenie Meyer bateu mais de 100 milhões de cópias com Crepúsculo e mais de três bilhões de dólares com os filmes lançados.

em e lá v nte? u q a id la fre m duv Alguém sucesso pe mais u

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VITOR KLEY E VITÃO

LANÇAM NOVO SINGLE Se as músicas de Vitor Kley e Vitão separadas já viciam, imagina agora com a parceria musical entre os dois: já grudou na mente. Jacarandá é o nome da faixa e conta com a produção de Rick Bonadio. E, como se não bastasse a faixa liberada para todas as plataformas, a dupla já divulgou até o videoclipe oficial. Ainda no período de quarentena, Vitor Kley também lançou um outro single chamado “O amor é o segredo”. As duas composições fazem parte do seu novo projeto, “A bolha”.

boa,

instagram! De olho nas necessidades e cuidados com a saúde mental dos seus usuários, o Instagram estreiou um novo recurso em oito países e incluiu o Brasil. Agora, com uma chamada “Guia”, a rede social vai oferecer sugestões de atividades que possam ser feitas pelas pessoas em casa durante este período de isolamento social, como recomendar dicas de filmes, leituras, receitas e o que unir na plataforma relacionado ao assunto.

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no divã

Foto: Divulgação/Freepik

Este material é para você, educador (a)

Desejo de aprender Anelise Muxfeldt Trentini Psicopedagoga

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observada em muitas situações no processo de aprendizagem do aluno, uma ausência do desejo, principalmente diante de conteúdos relacionados a uma dificuldade de aprender. Em uma visão psicopedagógica, pode-se dizer que seu movimento desejante apresenta-se aprisionado impedindo que ele aprenda e se constitua como sujeito pensante. Este desejo deve estar presente na relação entre o aprendente e o ensinante. O ensinante deve propiciar um ambiente de construção do conhecimento, sendo um mediador, no qual o aprendente tenha espaço para o surgimento do desejo de conhecer e possa desenvolver a metacognição para a construção de uma autoria de pensamento. Assim, torna-se inerente à aprendizagem um aluno ativo, podendo

entrar em contato com seus desejos e criar um vínculo com o aprender a fim de encontrar prazer e desaprisionar o conhecimento, tornando-se autor do seu saber. A aprendizagem pode ser realizada pela vida inteira em qualquer momento e com qualquer pessoa desde que haja, antes de tudo, o desejo de aprender e, como decorrência, um outro que o autorize neste processo. Desta forma, pode-se afirmar que o desejo de conhecer torna-se a mola propulsora para a aprendizagem. Assim, se perguntássemos ao aluno: o que faz você vir para a escola todos os dias, em tempos de rotina normal? Além de termos como resposta primeira o encontro com os amigos, poderíamos esperar também ouvir como resposta o desejo de aprender!

Referência: PAIN, Sara. Subjetividade e Objetividade: Relação entre Desejo e Conhecimento. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2009.

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educação financeira

A evolução

Professor (a), sugestão de conteúdo para a disciplina de história

Foto: Divulgação/Freepik

do dinheiro no tempo Neise do Nascimento

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dinheiro foi umas das maiores e melhores criações da humanidade. Ele permitiu a sociedade sair do escambo e chegar num processo produtivo e complexo. Mas antes de falar dessa etapa, precisamos lembrar das várias evoluções da moeda: a primeira delas é de que a história conta que povos nômades não desenvolveram a agricultura e não se fixaram em comunidades. Não havia acumulação de bens, então, não havia o escambo. Mas o que era o escambo? O escambo era a troca de bens entre pessoas. Funcionava da seguinte maneira: João plantava arroz e Maria feijão. Como João gostava de comer arroz com feijão, trocava com a Maria um pouco do arroz que ele plantou por um saco de feijão que ela colheu. Assim funcionava o escambo, na base do poder da troca. Como isso começou a se tornar mais complexo e envolver pessoas e produtos, e nem todos tinham o que os outros queriam, começou a se pensar em mercadorias com a utilização de moeda. Mas era necessário ter algumas características especiais para ter valor, como durabilidade, facilidade de transporte, utilidade e possibilidade de ser fracionado. Tipos de mercadorias da época:

Sal (por isso do nome hoje de salário); Concha; Grão; Peixe seco; Tabaco; Pele de animal.

Mas como essas mercadorias começaram a ficar escassas, foi necessária a motivação de criar a moeda metálica e isso começou por volta do século 7 a.C., ainda que de forma privada e logo após os governos começaram a criar as suas próprias moedas. Antigamente, as pessoas precisavam produzir o que desejavam consumir, mas com a chegada da moeda tudo mudou. Apesar de toda evolução, ainda tinha um porém: as moedas eram feitas de metais preciosos e iniciou-se a preocupação da segurança de carregar grandes fardos, foi aí que nasceram as casas de custódia em que eram depositados os fardos de moedas e trocados por certificados conhecidos como moeda-papel. As casas de custódia começaram a observar que nem tudo era usado e começaram a emitir novos certificados de vale ouro e emprestar para pessoas que precisavam dos valores, mas com cobranças de juros. A ligação com o ouro e prata começou a se perder e, a partir da Idade Média, os certificados foram trocados pelo nosso papel-moeda de hoje e as moedas de ouro e prata por metais menos valiosos. Atualmente, as casas de custódia são nossos bancos. No Brasil, o primeiro papelmoeda surgiu em 1771. Em 1923, o Banco do Brasil fez a última emissão bancária dos certificados. Atualmente, a Casa da Moeda do Brasil é o órgão que produz as cédulas de real. Ela possui uma das maiores tecnologias mundiais na fabricação de papel-moeda. De lá para cá, o sistema monetário sofreu grandes alterações e os banqueiros do passado se espantariam com as facilidades que dispomos hoje em dia. maio 2020 its

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wi-fi

ec

h

Algo que naturalmente aconteceria neste período de quarentena seria o aumento nas vendas de utensílios domésticos em geral, afinal, ficando em casa as pessoas prestam mais atenção e cuidam cada vez mais de seus espaços. Porém, talvez a área não pensasse que o crescimento fosse tão grande quanto vem sendo. Por exemplo: sabem aqueles robôs aspiradores de pó que dão altos memes?! No Brasil, sua venda disparou e foi de 5,5 mil unidades vendidas em janeiro para 17 mil em abril, de acordo com a consultora GfK. E esse é apenas um dos itens que ganharam popularidade nesse período, mas fica o aviso: não há tecnologia que substitua pessoas no cuidado com a casa, então não esqueçam de fazer sua parte.

Casa t

Fique em casa,

a tecnologia pode ajudar

Laaaaaaaaaaata Velha

Ficar em casa é uma necessidade, todos nós já sabemos disso e, quem puder, realmente deve ficar o máximo de tempo em suas residências. Por mais difícil que seja esse período, a tecnologia está aí para ajudar nesses tempos de prevenção ao novo coronavírus, seja para facilitar a comunicação com as pessoas, para entretenimento, aprendizado e até para informações como os aplicativos específicos lançados pelas esferas públicas. A essa altura do campeonato, vocês já devem ter instalado alguns apps e desinstalado outros, mas sempre bom parar e pensar em como a tecnologia tem nos ajudado e, dentro desse processo, desenvolver uma concepção cada vez mais humana da área. É o que buscamos.

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Agora vamos sair de casa um pouco (no sentido figurado) e falar de transportes. Programas de reforma de carros são uma tradição na televisão há muitos anos, mas certamente nenhum deles daria conta de reformar a “American Dream”, a maior limusine do mundo com mais de 30 metros. Porém, o museu do Parque Deezerland, em Orlando (EUA), topou o desafio de reformar o veículo e será necessário mais que mecânicos para fazê-lo. Criada em 1986 por Jay Ohrberg (o designer do DeLorean, carro da trilogia De Volta Para o Futuro), a limusine tem 24 rodas, 32 janelas laterais, sala de estar, cama, piscina, jacuzzi e UM HELIPONTO!!! Tamanha estrutura só funciona com uma articulação que une as duas partes do carro que necessita de dois motoristas para rodar, um deles manobrando essa articulação para possíveis curvas. A reforma já está em fase final e a previsão inicial era de entrega ainda em 2020, mas talvez fique para o próximo ano, o que não diminui em nada o feito da equipe.

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Lucas Inácio

Um jogo de

autodescoberta

Um jogo introspectivo, emocional e uma jornada de autodescoberta. Parece profundo demais para um aplicativo de celular, mas é isso que Sky: Filhos da Luz desperta em quem joga. Uma combinação de trilhas bem compostas, cenários magníficos e uma boa jogabilidade que ganhou em abril uma versão para Android (antes já estava disponível no iOS). Em resumo, o jogador explora um mundo mágico com sete reinos para visitar, cada um deles como um estágio diferente da vida. Nessa jornada você pode fazer amizades, conhecer outros personagens online e se conectar com essas pessoas, estabelecendo uma rede de amizades. Não é um jogo de objetivos, mas de jornada como seu antecessor Journey. Não há muito o que explicar, afinal, é mais uma experiência que um jogo de cumprir tarefas, mas vale a pena entrar nessa.

Scooter

inflável

Algumas das notícias que mais se destacaram neste início de quarentena são sobre o meio ambiente, principalmente a qualidade do ar que melhorou com a diminuição de circulação de veículos, entre outras coisas. Essa é uma busca antiga e a Universidade de Tóquio (Japão) apresentou uma novidade – ainda em fase de pesquisa – que pode ajudar muito a sociedade a alcançar esse objetivo: uma scooter elétrica e inflável. Na capital japonesa, 60% dos deslocamentos de carros são de pequenas distâncias e foi esse dado que motivou o desenvolvimento do protótipo. É um meio de transporte feito para andar em ciclovias e calçadas, pode ser carregada em uma mochila (pesa 5,5 kg) e leva um minuto para ser montada e inflada com uma bomba elétrica. O motor fica na roda e é acionado pelo controle remoto no guidão. Ainda há um caminho a ser percorrido até se tornar um produto, mas a ideia pode ajudar muito a todos nós.

Conectando os

Aplicativos

Todo entusiasta de redes sociais e aplicativos em geral adora combinar as coisas, fazer um post para uma rede e aproveitar algo em outra, mas sempre tem coisas que a gente esquece de fazer ou desconhece. Porém, há uma grande ajuda nessa integração entre aplicativos e adivinha: é um outro aplicativo. O nome dele é IFTTT , sigla para “If This Then That”, algo que passa a ideia de “se eu fiz isso, então posso fazer aquilo”, ou seja, com base em uma ação sua no celular, ele indica uma outra ação que pode ser feita. Ficou meio confuso, né?! Imagina que você tirou uma foto, então esse aplicativo vai te indicar para postá-la no Twitter, Instagram, Tik-Tok ou outros. Pois é, isso pode ajudar muito, principalmente os influencers. maio 2020 its

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Foto: Rogério da Silva/Secom/Prefeitura de Joinville

notícias das escolas

Alunos recebem

kits de alimentação escolar

durante suspensão das aulas presenciais A Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Educação, realiza a entrega do kit alimentação escolar para alunos da rede municipal de ensino durante o período de suspensão das aulas presenciais em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus. A distribuição começou por estudantes beneficiários do programa Bolsa Família em dias e horários agendados. O kit é composto por hortifruti produzidos pela agricultura familiar. São distribuídos cerca 27.600 kits conforme solicitação feita pelo responsável do aluno durante período de cadastro de 6 a 10 de maio. O aviso de retirada do kit foi enviado por mensagem de celular via SMS. Os alunos beneficiários do programa Bolsa Família tiveram o kit garantido sem necessidade de cadastramento.

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Cuidados com

a dengue

Em meio a pandemia do novo coronavírus, a cidade de Joinville também passa por um surto de dengue. Com as aulas não presenciais e a permanência em casa, é momento de atenção para evitar água parada, pois é o ambiente propício para a reprodução do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença. Pensando na prevenção, a professora Giovanna Maria Rosa Vieira, da Escola Municipal João de Oliveira, incentivou os alunos dos 5º anos A e B a usarem a criatividade. O resultado foi o uso de slogan para alertar sobre os cuidados com a dengue. Dois trabalhos que se destacam foram o cartaz da Amanda Fernandes do 5º B e o folder do Cauã Felipe de Sousa do 5º B.

Cauã Felipe 5º B

Amanda Fernandes 5º B

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plano de ação

Fotos: Renata Bomfim

Além da secretária de educação, Sônia Regina Victorino Fachini, diretores e gerente de ensino apresentam o plano de ação desenvolvido para atender a comunidade escolar

Coronavírus: mudanças na estrutura e formas de ensino Secretária de Educação de Joinville, Sônia Regina Victorino Fachini, junto com sua equipe, explica o desenvolvimento da plataforma virtual para atender alunos e professores neste período de aulas não presenciais Renata Bomfim

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esde o mês de março deste ano, com o decreto do Governador do Estado de Santa Catarina para o isolamento social por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus que, a princípio, seriam para os primeiros 30 dias, mas que ainda segue sem expectativa de retorno passado pouco mais de dois meses, a rotina das unidades escolares de Joinville foram ressignificadas. Com o adiantamento dos 15 dias de recesso escolar, programado sempre para o mês de julho, a Secretaria de Educação mobilizou técnicos pedagógicos e equipe do núcleo de tecnologia para criar um planejamento de ensino capaz de atender os professores e alunos neste novo período de aulas não presenciais.

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Desde o dia 3 de abril, uma plataforma gratuita sem sido o espaço de interação para a toda a comunidade escolar, atendendo a Educação Infantil até o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) com salas virtuais separadas por escolas e turmas. Além disso, a secretaria se atentou em alfabetizar todos os usuários da plataforma com disponibilização de tutoriais autorais para entendimento de todas as funcionalidades dos recursos oferecidos, e ainda ofereceu formações online para mais de quatro mil professores e equipes de direção das unidades para entendimento da ferramenta. “Foram nove módulos de formação nesses 15 dias em que os professores estavam recebendo as informações necessárias para conseguir interagir pela plataforma e extrair dela todos

os recursos que oferece”, conta José Luiz Cercal Lazzaris, diretor executivo de tecnologia e inovação. “Nossa preocupação foi de olhar os dois lados: treinar os professores para que eles conseguissem produzir um material de qualidade com tamanho correto e que dessa forma o aluno também conseguisse ter acesso de forma fácil. Cada unidade escolar tem as suas turmas virtuais, inseridos os professores, os tutoriais para que os alunos possam aprender a mexer tanto na plataforma, como para criar seu próprio email para poder estar lá. Teve toda uma preocupação em manter a união e não ter esse laço interrompido e, ao mesmo tempo, que o gestor e todo o pessoal que coordena isso pudesse ter acesso e monitorar todas as turmas.”

Foram nove módulos de formação nesses 15 dias em que os professores estavam recebendo as informações necessárias para conseguir interagir pela plataforma e extrair dela todos os recursos que oferece.” José Luiz Cercal Lazzaris

Ainda que neste momento nem todos os alunos possuem acesso a plataforma por não terem internet em casa, as equipes de direção tem se revezado em plantões nas unidades escolares para que o mesmo material oferecido nas salas virtuais sejam impressos e entregues aos alunos que não têm esse recurso. A cada semana, ao devolver as atividades feitas na escola, o estudante leva uma nova remessa e o professor se responsabiliza de buscar o material entregue para fazer acompanhamento das atividades. Enquanto isso, nas formações digitais, a presença dos integradores de mídia das escolas têm papel fundamental e ainda segue sendo como fonte de apoio nesse modelo de ensino. Além de servir como tutores, esses profissionais são o suporte para ajudar os professores na hora de dúvida relacionada a plataforma, já que todos usam o espaço virtual para subir materiais. “A gente recebeu mensagens de várias cidades de Santa Catarina que queriam usar o nosso material”, diz a secretária de Educação, Sônia Regina Victorino Fachini, sobre os materiais produzidos para o Educa Joinville. “As ações foram tomadas e estamos realizando aquilo que desenhamos num primeiro momento, enquanto nós estamos sem ter aula presencial. Por mais que se estenda isso, as coisas vão voltar e no retorno sabemos que serão diferentes: a escola vai estar diferente, as crianças estarão diferentes, os pais também. Vai ser um outro momento e essa é uma preocupação que temos de, juntos, também preparar esse retorno.” Plataforma Educa Joinville

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plano de ação

Com essa atenção ao período de pós-pandemia, a rede municipal de ensino de Joinville tem entendido um ensino híbrido, com aulas presenciais e a distância, além de manter ativo todos os esforços virtuais desenvolvidos para atender estas necessidades. “Chegou um momento em que vão se dar saltos e é um processo que, agora, não se justifica não se utilizar. O professor também vai olhar isso como lugar de reestruturação de trabalho”, comenta Vanessa Cristina de Melo Randig, diretora executiva de políticas educacionais. Ainda em 2013, quando a rede municipal de ensino de Joinville começou a dar vida ao projeto Escola Digital com entrega de salas de informática, notebooks para professores, tablets para os alunos, lousas digitais em salas de aula e formações pedagógicas para domínio de todas as ferramentas disponíveis, o que não se tinha em mente é que, oito anos depois, tudo isso teria o papel primordial para manter o vínculo entre aluno, professor e escola em um momento de pandemia causado pelo coronavírus para atender aulas não presenciais.

Parada pedagógica Desde que se deu início ao modelo de educação não presencial em toda a rede de ensino, os conteúdos repassados aos alunos pelos professores seguem em forma de retomada de assunto ou até mesmo de reforço, é o que explica a secretária de Educação de Joinville. “Como nós tínhamos começado há pouco tempo, cada professor já sabia onde tinha ficado a turma. O que eles vão sugerindo aos nossos alunos são atividades que devem ser devolvidas e aí essa devolução faz com que o professor perceba se ele está realmente conseguindo realizar e o que ele ainda tem que retomar.” Com a Parada Pedagógica neste mês de maio, a secretaria de Educação parte do princípio de manter vínculos. “Se a gente não repensar esse currículo, a criança quando recebe as atividades pedagógicas propostas pelos professores gera frustração, ansiedade e abandono, assim como para o professor”, destaca Vanessa. Sônia Fachini diz que essa ação, ainda que virtual, é um momento de retomada com os professores para entender sobre decretos e repensar o calendário escolar. “São quase três meses sem aula, expectativa de retorno ainda não se tem e isso demanda meios de pensar diferente, compreendendo toda a dinâmica na escola e entender a segurança para o professor de como isso vai funcionar dali para frente.”

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Como nós tínhamos começado há pouco tempo, cada professor já sabia onde tinha ficado a turma. O que eles vão sugerindo aos nossos alunos são atividades que devem ser devolvidas e aí essa devolução faz com que o professor perceba se ele está realmente conseguindo realizar e o que ele ainda tem que retomar.” Sônia Regina Victorino Fachini

Transmissão de conteúdos pelo rádio Além de toda uma mecânica de entrega de conteúdos para todos os alunos da rede municipal de ensino de Joinville pela plataforma, grupos de virtuais de conversa, contatos via e-mails e entregas de materiais impressos, a secretaria de Educação do município também entende que o rádio é mais uma frente possível de conteúdo e de fácil acesso. Por isso, com programas fechados na programação da Rádio Joinville Cultural, na frequência 105,1 FM, as gravações rodam todos os dias, de segunda a sextafeira, divididos de acordo com o público de interesse. A escolha dos temas partem dos assuntos apresentados aos alunos como forma de retomar ou reforçar o tema ensinado por seus professores.



Fotos: Renata Bomfim

plantão escolar

Para organizar as turmas no digital, escolas se organizam por meio de salas de aula virtuais

Posso ajudar? Além das aulas oferecidas pela plataforma, equipes de direção se revezam em plantões nas unidades escolares para tirar dúvidas de pais ao entregar apostilas e receber as atividades passadas pelos professores Renata Bomfim

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lém de atender alunos em salas virtuais desenvolvidas pela Secretaria de Educação de Joinville, do outro lado também estão as equipes de direção nos plantões para garantir que estudantes sem acesso a plataforma possam receber os mesmos conteúdos por meio de apostilas impressas. Todos os dias, as secretarias escolares funcionam, ainda que em horários reduzidos, para fazer entrega, receber atividades e tirar dúvidas dos pais durante este período de aula não presencial.


Na Escola Municipal Professora Isabel Silveira Machado, cerca de 80% dos alunos necessitam do material impresso. Para atender essa demanda, logo no primeiro horário de segunda-feira, o barulho do sino deu espaço para o som da impressora. Ainda que seja temporário, essa é a nova rotina da equipe para organizar os conteúdos enviados pelos professores das dez turmas da unidade. “Nós estamos com 100% dos nossos alunos assistidos. A nossa metodologia durante esse atendimento de atividades pedagógicas não presenciais é que seja para dar dignidade à criança de ter acesso ao conhecimento”, diz Elainer dos Santos, diretora na unidade. “Os pais têm carinho pela escola, mas eu acho que isso fortaleceu a importância da escola e do professor na vida de uma criança.”

Os pais têm carinho pela escola, mas eu acho que isso fortaleceu a importância da escola e do professor na vida de uma criança.” Elainer dos Santos

Ao todo, são cerca de 150 apostilas organizadas por turmas na unidade escolar. Para supervisionar os materiais preparados e os objetos de conhecimento trabalhados, Ivorlene Egner, auxiliar de direção, é quem faz toda a revisão dos planejamentos e devolve para o professor com as considerações antes de liberar para os alunos na plataforma e para a produção das apostilas. Além disso, as famílias também têm sido assessoradas por grupos de conversa no Whastapp. Depois de a equipe de direção ter reunido todos os contatos dos pais, no primeiro momento, para passar as informações recebidas de início, logo após o retorno do recesso escolar adiantado, os professores passaram a criar grupos específicos para as turmas que atendem para orientar e tirar dúvidas sempre que necessário. “A gente se sente mais valorizada, porque o pai viu a importância do professor que atende sozinho em sala de 25/30 alunos”, destaca a auxiliar de direção. maio 2020 its

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Foto: Emily Milioli


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único computador na casa da família Marcelino nunca foi tão disputado como nos últimos meses. Desde que foi decretado isolamento social como medida para controlar a pandemia causada pelo novo coronavírus, ele tem servido como ferramenta de trabalho para Sirlene Marcelino, que cumpre a jornada em caráter de home office, e apoio de estudo com as salas de aulas virtuais para Ana Clara Marcelino Wisbecki, aluna do quarto ano da Escola Municipal Professora Maria Regina Leal e também para Maria Eduarda Marcelino Wisbecki, estudante do primeiro ano do ensino médio na rede estadual. Com expediente de trabalho no período da tarde, Sirlene e as filhas passaram a planejar a rotina da família. “De manhã, a Ana Clara faz as tarefas. O que ela não consegue fazer no computador, ela faz no caderno, a gente fotografa e manda para o professor”, explica. “A Maria Eduarda usa até umas 14h, depois eu começo. Se ela tem muita coisa para fazer, continua depois que eu saio do trabalho.” Em casa, a família tem se virado como pode para que todas possam dar conta das obrigações, sem perder a privacidade do lar. Isso porque até encontrar uma forma de organização que favorecesse as três, algumas adaptações foram necessárias. No espaço em que ficava apenas o computador, foi substituído pelo novo local de estudo. Entre apostilas, cadernos e livros, as irmãs se organizam para deixar o ambiente do jeito delas. A mesa central da sala, em alguns dias da semana, também se torna ambiente de aprendizagem. No quarto de Sirlene, uma mesa adaptada com os materiais do trabalho, o computador e fone de ouvido é a nova estrutura para a atendente de telemarketing cumprir com a jornada de seis horas diárias. “Como a gente percebeu que iria ser prolongado, eu consegui uma internet mais veloz e organizei no meu quarto, porque eu trabalhando ali (na mesa do computador), uma estudando na sala, ou precisando fazer lanche, e eu trabalho falando o tempo todo, fazia barulho, então, elas estavam sendo privadas.” Agora, com espaços definidos e uma nova rotina estabelecida entre mãe e filhas, o desafio passou em entender as demandas das plataformas em que Ana Clara e Maria Eduarda optaram para receber as atividades das escolas. Atenta em pensar nos benefícios que o uso do computador, como suporte de ensino nesse período de aulas não presenciais, pode oferecer para a pequena Ana Clara de nove anos, Sirlene acredita que isso deve contribuir para o desenvolvimento dela frente ao uso da tecnologia.

De manhã, a Ana Clara faz as tarefas. O que ela não consegue fazer no computador, ela faz no caderno, a gente fotografa e manda para o professor.” Sirlene Marcelino 26

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Fotos: Emily Milioli

Com todas em casa, a família Marcelino tem entendido o valor das relações e a importância de estarem sempre juntas

Como mãe, eu percebo que ela está aprendendo a fazer coisas que não sabia. Eu até ensinei ela a converter para o PDF, digitar, mas agora ela já faz a tarefa na plataforma mesmo.” Sirlene Marcelino

“Como mãe, eu percebo que ela está aprendendo a fazer coisas que não sabia. Eu até ensinei ela a converter para o PDF, digitar, mas agora ela já faz a tarefa na plataforma mesmo”, comenta Sirlene. Isso porque a Ana, até por conta da pouca idade, ainda não sabia usar o computador para além de digitar textos ou usar programa de desenho. “Já consegui aprender a entrar na plataforma e a mexer no email”, diz Ana. Com as tarefas em dia e até com exercícios adiantados, Ana conseguiu, enfim, entrar no novo ritmo de estudo, mas sente falta do convívio escolar. Para ela, recursos de chamadas de vídeo poderia ser a saída para rever os colegas de sala e professores nesse período de afastamento

social. “Às vezes, eu fico na janela por uns 15 minutos, quero sair. Eu fico cansada de ficar dentro de casa”, desabafa. “Quando isso passar, eu quero ficar um mês na casa da minha madrinha.” O desejo de Ana se dá em um período em que, há pouco mais de dois meses, sair de casa só em casos de necessidade. A explosão de um vírus, ainda que invisível, tem causado impacto no mundo inteiro, alterado rotinas e ressignificado as relações. “Mês que vem é o meu aniversário e a gente vai ter que comemorar em casa. Eu ia fazer uma festa na casa da minha madrinha, convidar umas amigas, mas não vai acontecer. Como eu vou fazer dez anos, eu queria fazer uma festinha”, diz a estudante.

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capa Todo mundo em casa? Dicas para criar uma rotina! Com o decreto de isolamento social e o pedido de ficar dentro de casa, cuidar da saúde mental e desenvolver uma rotina para garantir uma boa convivência entre pais e filhos nesse período, é importante e pode ser a chave para passar por esse momento de forma saudável e mais tranquila. Em famílias em que os pais passaram a trabalhar em caráter de home office e as aulas dos filhos seguem de forma não presencial, o nível de cobrança para dar conta de todas as demandas e conciliar as entregas podem ser conflitantes, por isso a importância de se criar uma rotina especial para esse período e, quem sabe, ter validade de seguir ainda quando tudo isso passar.

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2. Na sala virtual, Ana Clara já consegue fazer as atividades pela plataforma

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Identifique seu espaço de trabalho Com a rotina dos pais de trabalho em casa, ainda é difícil dos filhos entenderem como isso realmente funciona. Para isso, uma ideia que pode ser muito útil é escrever à mão, em uma folha, a frase “no trabalho” e deixar no ambiente preparado para isso. Assim, além de fazer com que a criança entenda que os pais estão em casa, mas cumprindo com suas obrigações, é uma forma leve e de aprender a respeitar os espaços.

Que tal uma leitura em família? Pode ser que esse ponto até seja um dos mais feitos em casa ultimamente, já que é preciso orientar os filhos na hora das atividades escolares. Mas a proposta é ir além: que tal buscar um livro que tenha uma história simples, que possa ser entendido por todos e ainda conseguir fazer comparações com a realidade? Isso pode gerar diálogo entre a família, sem contar no valor de todos estarem juntos e ser um momento para se desligar das obrigações e pressões do dia.


Fotos: Emily Milioli

O novo espaço de estudo de Ana Clara

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E o futuro?

E como nada dura para sempre, a certeza de que esse período vai passar é o que tem mais sido dito em todos os lares. Por isso, sabe aquela viagem adiada? Aquele aniversário cancelado ou o encontro com os amigos que não pode acontecer? Não esqueça deles! Refaça, pense nas coisas que deseja fazer quando tudo isso passar e planeje. Afinal, você já sabe a primeira coisa que vai fazer quando chegar o fim disso tudo?

Jogue junto com a tecnologia Nesse período de isolamento, são tantas regras importantes e necessárias para prestar atenção, que dentro de casa isso até pode ter se perdido nos últimos meses. São horas a mais com o celular na mão e até aquele tempo ilimitado de jogo. E já que a tecnologia virou importante aliada nesse período, que tal jogar junto com ela? Na internet, é possível encontrar uma lista de cursos gratuitos para fazer e se atualizar. Para as crianças, buscar vídeos educativos que desenvolvam habilidades manuais podem ser aliados para explorar a coordenação motora.

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nova adaptação

Reinvenção do professor e do ensino

Com a pandemia do novo coronavírus e o afastamento das aulas presenciais, professores precisam se reinventar para usar a tecnologia como principal ferramenta de ensino Renata Bomfim

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os 26 anos de sala de aula, Aurélia Regina Pereira Martins, professora do segundo ano na Escola Municipal Professora Ada Sant’Anna da Silveira, se viu angustiada e com muita dificuldade ao ter que se reinventar para o formato de aula não presencial. Com a pandemia do novo coronavírus, ela se deparou com uma nova rotina, até então desconhecida e com quase nada de conhecimento: salas virtuais por meio de uma plataforma. Até pouco tempo, Aurélia não sabia abrir email, selecionar material para impressão ou até mesmo usar, por conta própria, o apoio da tecnologia em sala de aula.”A minha dificuldade foi enorme. Nós recebemos bastante formações, mas eu não enxergava o cursor. Chegou um dia que eu comecei a chorar sozinha dentro de casa de nervosa”, desabafa. Para ela, a preocupação estava em como conseguir atender os 14 dos 28 alunos da turma que têm acesso a internet de casa pela ferramenta digital disponível, já que a outra metade ela disponibiliza, uma vez na semana, os mesmos

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conteúdos para que possam buscar impresso na escola. Ao dividir a preocupação com outra professora da unidade, juntas encontraram uma saída. Com todos os cuidados recomendados de distanciamento e proteção, elas passaram a se encontrar para que uma pudesse ser o apoio da outra e ensinar a professora Aurélia a usar a tecnologia. “Eu conversei com uma outra professora do segundo ano pelo telefone e disse que não estava conseguindo. Eu fui na casa dela e ela me ajudou nas minhas dúvidas, que eram bastante”, conta. Para a diretora da unidade, Giani Magali da Silva de Oliveira, é preciso entender que o professor também está no processo de inclusão digital. “A escola tinha uma rotina no presencial que aquilo (tecnologia) não estava fazendo falta para ele e dava conta sem essa ferramenta de ensino, mas agora não. Ele teve que mergulhar e aprender muita coisa na parte tecnológica e entrar de cabeça, senão não dava conta.”


Fotos: Renata Bomfim

Com muita dedicação e esforço, Aurélia conseguiu romper com a limitação do digital e usar o espaço ao seu favor. Além dos tutoriais disponíveis para entendimento da plataforma Educa Joinville e toda rede de apoio da unidade escolar à disposição para que pudesse desenvolver as aulas, hoje ela consegue salvar os arquivos, subir na plataforma, fazer comentários nos exercícios e ainda, no processo de pós-pandemia, repensar nas aulas presenciais de forma a usar ainda mais a tecnologia como ferramenta no ensino. “Agora vai mudar bastante, por eu sei fazer pesquisa, baixar vídeo, salvar atividades…”, diz ao se sentir mais confortável com as adaptações ao meio. Franciele Padoim é integradora de mídia na escola e também recebeu a formação oferecida pela Secretaria de Educação para uso do novo ambiente digital e diz que a aplicação no dia a dia é o ponto de maior dúvida entre os profes-

sores. “Os desafios maiores são as dúvidas geradas por todo o processo. Quando você faz a formação, você entende, mas na hora de planejar para o aluno é que começam surgir as dúvidas.” Mas para além do desafio de se adaptar ao uso e entendimento da plataforma, é preciso, também, rever o planejamento de ensino para mudança de aplicação entre os meios. “Já na primeira reunião que a gente fez, eu passei para os professores que é muito mais difícil você planejar para o ensino não presencial do que para o presencial”, diz Giani. “Porque no presencial você está com o olho no aluno e está vendo se ele está entendendo ou não. Quando você trabalha no não presencial, você precisa de uma dedicação muito maior: a linguagem tem que ser fácil e clara para que o aluno consiga entender o que o professor está pedindo. Exige muito mais pesquisa, dedicação e comprometimento do professor”, pontua.

Salas de aula organizadas com caixas identificadas por turmas para retirada das apostilas

E para que toda essa mobilização tenha efeito, em casa os pais também precisam ser aliados da escola. Silvana Costa Arnold tem uma filha no terceiro ano na unidade escolar e passou a valorizar, ainda mais, o trabalho do professor. Sem nenhum conhecimento no universo digital, precisou buscar ajuda para conseguir auxiliar a Yasmin Costa Arnold a estudar em casa. “Eu tive que aprender, porque eu nunca mexia. Conversei com a professora, falei que não sabia nada e ela, muito amorosa, querida e com uma paciência enorme, me ensinou”, relembra. Com a rotina de trabalho e cuidados da casa, ainda precisa encontrar tempo para ajudar a filha com as atividades escolares. Sempre pela manhã, antes de começar a rotina diária, separa os materiais de estudo de Yasmin, acorda a pequena e orienta sobre quais as atividades precisam ser feitas. Ainda que a filha tenha demonstrado sinais de angústia pelo período, o desejo de voltar para a rotina escolar e estar com os amigos, Silvana também se atenta com a saúde mental da menina e, com calma e paciência, repete a frase que já virou mantra para todos que estão nesse processo: vai passar. maio 2020 its

Fotos: Renata Bomfim

Professora Aurélia Regina Pereira Martins

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galerias

Bruno - EM CAIC Professor Mariano Costa

Yasmin - EM CAIC Professor Mariano Costa

Anna Luiza - EM Vereador Curt Alvino Monich

Rede conect@da

Agatha - EM CAIC Professor Mariano Costa Pâmela - EM Professor Orestes Guimarães

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André - EM Professor Orestes Guimarães

Rafaela - EM Vereador Curt Alvino Munich

Vinícius - EM Professor Orestes Guimarães

Yuri - EM Dr. Ruben Roberto Schmidlin Prof. Silvana - EM CAIC Professor Mariano Costa

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galerias

Prof. Elen - EM CAIC Professor Mariano Costa

Davi - EM CAIC Professor Mariano Costa

Vinicius - EM CAIC Professor Mariano Costa

Pedro - EM CAIC Professor Mariano Costa

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Carlos - EM CAIC Professor Mariano Costa


Carlos - EM Padre Valente Simioni

Danna - EM CAIC Professor Mariano Costa

Prof. Glรณria - EM Dr. Ruben Roberto Schmidlin

Yohanna - EM CAIC Professor Mariano Costa

Rede conect@da

Carolina - EM Vereador Curt Alvino Monich

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galerias

Matheus - EM CAIC Professor Mariano Costa

David - EM CAIC Professor Mariano Costa

Rede conect@da

JĂŠssica - EM Vereador Curt Alvino Monich

Eduarda - EM Vereador Curt Alvino Monich Eduarda - EM Professor Orestes GuimarĂŁes

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Emanuelly - EM CAIC Professor Mariano Costa

Fernanda - EM Vereador Curt Alvino Monich

Pedro - EM CAIC Professor Mariano Costa

Milena - EM Vereador Curt Alvino Monich Eloรก - EM CAIC Professor Mariano Costa

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galerias

Wagner - EM Vereador Curt Alvino Monich

Rafaela - EM CAIC Professor Mariano Costa

JoĂŁo - EM Professora Lacy Luiza da Cruz Flores

Gabriel - EM Dr. Ruben Roberto Schmidlin

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Gustavo - EM Vereador Curt Alvino Monich


Virginia - EM Dr. Ruben Roberto Schmidlin

Gabriel - EM Professora Lacy Luiza da Cruz Flores

Samuel - EM CAIC Professor Mariano Costa

Graziela - EM Professor Orestes GuimarĂŁes Julia - EM Dr. Ruben Roberto Schmidlin

Rede conect@da

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galerias

Vinicius - EM Dr. Ruben Roberto Schmidlin

Isabela - EM CAIC Professor Mariano Costa

Heloisa e Ariela - EM Dom Jaime Barros Câmara

Rede conect@da

Sara - EM Dr. Ruben Roberto Schmidlin Gustavo - EM Professor Orestes Guimarães

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Sebastian - EM CAIC Professor Mariano Costa

Vinicius - EM CAIC Professor Mariano Costa

Isabella - EM Dom Jaime Barros Câmara

Izabela - EM Professora Lacy Luiza da Cruz Flores Henrique - EM CAIC Professor Mariano Costa

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Foto: Divulgação/Freepik

saideira

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Lucas Inácio

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ala, galera! Quanto tempo, que saudades de vocês! Da última vez que nos falamos, o mundo estava diferente, né?! Pois é, parece que faz mais de dois anos, mas, na verdade, passou pouco mais de dois meses e, de lá para cá, o mundo mudou quase que completamente. Algumas mudanças são provisórias; outras permanentes. É difícil prever como vai ser daqui para frente, mas mudou muito e em tão pouco tempo. Tanto que isso é menos do que aquele período em que a gente fica sem se falar entre o fim de um ano letivo e o começo do próximo. Porém, vale sempre lembrar: quarentena não é férias!

Essa frase já virou hashtag e pode soar como um clichê para alguns, mas ela é muito significativa, pois fala de iniciativa. Não podemos ser passivos em uma situação inédita para a nossa geração e que exige ação de todas as partes da sociedade, sejam elas instituições (públicas e privadas) ou pessoas. Soluções e condições têm que ser criadas pelas instituições, mas também cumpridas pelas pessoas. Dentro desse contexto, sabemos que para os estudantes o momento é um pouco mais delicado, pois a escola é um ambiente social fundamental na vida de cada um de nós e a companhia diária das amizades faz falta. A gente pode até compartilhar posts, mas não estamos compartilhando o ambiente, os sons, os cheiros, as imagens, os gostos, as texturas, e conexão – no sentido mais amplo da palavra – se faz por experiências. Deu saudades dos amigos, né, minha filha?! Porém, vamos ver as coisas por outra perspectiva. Da última vez que a humanidade passou por algo do tipo – na gripe espanhola entre 1918 e 1920 –, falar com uma pessoa a distância era um desafio enorme. A humanidade tinha à disposição carta ou telefone, mas a tecnologia era restrita aos muito ricos e, aproximadamente, 71% da população brasileira era analfabeta. Por outro lado, atualmente, 70% dos brasileiros têm acesso à internet de acordo com o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), o que diminuiu muito as distâncias, não apenas para assuntos pontuais, mas integralmente. Isso gerou uma alternativa para continuarmos com atividades fundamentais da sociedade como no caso as escolas. Sabemos que não é a situação ideal e que as desigualdades ficam ainda mais evidentes nesse momento, mas quando as condições de aprendizado são criadas – seja com material online ou físico –, cabe a nós tomarmos a iniciativa e fazermos a nossa parte. O mundo mudou quase que completamente, mas uma das coisas que nunca vai mudar é que conhecimento nunca é demais. E a principal fonte do conhecimento é o estudo.

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