Revista Its Teens Joinville nยบ 50 2020 | R$ 13,50
CURTA AS NOSSAS
PÁGINAS. A Revista ITS reúne muito conteúdo, informação e fotos. E reúne também a galera de todos os colégios. Não fique de fora dessa.
TAMO JUNTO
na escola,
TAMO JUNTO
no mundo.
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editorial
Grupo ND Fundador e Presidente Emérito “in memoriam” Mário J. Gonzaga Petrelli Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ndtv.com.br Diretor Comercial Gilberto Kleinübing | gilberto.k@ndtv.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ndtv.com.br Diretor de Planejamento e Estratégia Derly Massaud de Anunciação Diretor de Conteúdo Luís Meneghim | meneghim@ndmais.com.br Diretor Regional Florianópolis Roberto Ivan Bertolin | bertolin@ndtv.com.br Diretor Regional Joinville Silvano Silva | silvano@ndtv.com.br Diretor Regional | Itajaí e Blumenau Cristian Vieceli | cristian@ndtv.com.br Diretor Regional Oeste Cristiano Mielczarski | cristiano.mielczarski@ndtv.com.br A Revista its é uma publicação da Editora Notícias do Dia Editora Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Leonardo Messias de Jesus
Se fosse necessário usar apenas uma palavra para explicar esta edição de agosto da revista its teens, certamente, a escolhida seria empatia. Em todas as matérias, desde o pensar nas atividades educativas que servem de complemento para a aprendizagem dos alunos no modelo de ensino não presencial, até a conscientização de uso de máscara de proteção facial por meio de releitura de obra de arte, o que permeia essas ações, subentendidas nas atividades, está a empatia. Basta uma busca rápida sobre o que essa palavra significa, e logo entendemos que o efeito dela pode estar no sentir, compreender, agir ou desenvolver identificação com o sentimento alheio. É o simples ato de sair da zona de conforto e fazer o exercício de se colocar no lugar do outro: e se fosse comigo? Despertar essa palavra nas ações e atitudes do dia a dia, ainda mais neste período de pandemia, demonstram o cuidado e atenção com o próximo. E a escola, espaço construído pela experiência da troca e formação do indivíduo, é um ambiente que contribui e desperta para a reflexão do cuidado, respeito e consciência. Para encontrar essa palavra, basta refletir: quando você lê sobre a atenção de pensar nas diferentes formas de aprender e em como construir módulos de ensino que sejam claros e acessíveis para todos, é empatia. Quando você dá uso ao material escolar, entregue no início do ano letivo e que nem chegou a ser usado por conta da pandemia, e resolve pensar em formas de usá-lo para que possa auxiliar os alunos nos estudos em casa, para além dos conteúdos entregues, é empatia. Quando consegue pensar na rotina exaustiva do profissional da saúde que está na linha de frente no combate ao novo coronavírus e escreve uma frase de agradecimento, é empatia. Quando entende que a arte não está só nos museus, mas que a releitura dela pode trazer consciência e falar da realidade de uma cultura, é empatia. Todas essas colocações estão divididas entre as quatro matérias produzidas para esta edição. Os trabalhos, planejamentos, projetos e atitudes, ela vai estar lá. Ações como essa, de pensar na formação de cada aluno por completo, para além do conhecimento que cumpre um calendário escolar, mas que contribui para a formação integral de cada estudante, é também empatia. Afinal, o simples ato de ensinar e aprender também não é sair da zona de conforto? Desejo uma leitura empática para você!
Com carinho, Renata Bomfim
Coordenador de Operações Rodrigo Oliveira | rodrigo@ndmais.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ndtv.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Diego Ibarreta | diego.ibarreta@ndtv.com.br Gerente Comercial Joinville Flavia Borba Vieira | flavia.vieira@ndtv.com.br
ta
#mandapau
Este espaço é seu: tem algum projeto bacana sendo produzido na escola ou que já foi feito, mas vale estar nas páginas da its teens? Manda a sua sugestão aqui, ó: renata.bomfim@portalits.com.br
Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ndtv.com.br
Relembre as edições anteriores. Aponte a câmera do seu celular para este tas código de QR Code e tenha todas as revis is icipa mun as its teens produzidas nas escol e. toqu um as de Joinville a apen
Gerente Comercial Itajaí Felipe Muchenski | felipe.m@ndtv.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Jéssica Falk | jessica.falk@ndtv.com.br Florianópolis Crystiano Parcianelli | crystiano.parcianelli@ndtv.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3.235 exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville
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#osculpado
conteúdo
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Educação financeira Cultura pop No divã Wi-fi Ensino bilíngue Ao todo, 11 crianças matriculadas nos anos iniciais na Escola Municipal Monsenhor Sebastião Scarzello recebem os materiais das aulas em Libras e Português, além de vídeos autorais traduzidos na língua de sinais
20 Jogos educativos
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Na Escola Municipal Prefeito Geraldo Wetzel, alunos recebem jogos educativos para auxiliar nos estudos em casa
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Por meio da Pop Art, alunos da Escola Municipal Pauline Parucker criam trabalhos inspirados no movimento artístico que marcou os anos 60
30 Dia do estudante 32 Galerias 42 Saideira 6
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educação financeira
Vocabulário financeiro: você conhece? Neise do Nascimento
O
nosso idioma conta com uma infinidade de riqueza nas palavras e existem diversas com significados bem interessantes que não são usadas habitualmente e, por isso, sempre bate aquela dúvida: o que isso significa? Quando se trata de assuntos relacionados a questões financeiras e o uso de siglas, seja no dia a dia, em uma leitura ou nos estudos, existem inúmeros termos que não são muito comuns e, por vezes, o receio de usá-lo ou de interpretá-lo errado é grande. Quando fazemos compras de produtos, por exemplo, recebemos uma nota fiscal e nela vem inúmeros campos com nomes que precisamos conhecer para saber o que estamos pagando. Uma delas é a palavra alíquota, que significa a porcentagem de imposto que está embutido no valor da mercadoria, normalmente aparece descrita como ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). Em outra situação, é possível observar palavras diferentes na fatura de energia e telefone. Lá, estão os nomes de dois impostos que pagamos e não sabemos seus significados. Sabe quais são? O PIS (Programa de Integração Social) e o COFINS (Contribuição para o Fim Social). Enquanto o primeiro é destinado a promover a integração social do empregado; o segundo é uma contribuição para o financiamento da Seguridade Social – incluindo a Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde Pública.
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Já na conta bancária, nos cartões de crédito, nas compras e vendas de títulos públicos e em empréstimos, é comum ler a cobrança do imposto IOF que significa Imposto sobre Operações Financeiras. Para cada operação, existe um percentual a ser cobrado que varia de 0,00082% a 25%, ou seja, cada vez que uma dessas ações sejam feitas, cobra-se um percentual do valor. Nas folhas de pagamento de trabalho também é possível encontrar termos diferentes. No registro estão os encargos sociais que, muitas vezes, também não identificamos o conceito das siglas, como INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que é o encargo cobrado sobre o salário bruto que será investido para uma utilização em auxílio doença, maternidade ou até mesmo para a aposentadoria. Também tem o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), que é o imposto cobrado sobre o salário bruto que será devolvido aos cofres públicos do governo e é destinado para gestão, melhorias e desenvolvimento de serviços públicos na esfera municipal, estadual e federal.
Foto: Divulgação/Freepik
Professor(a) de Língua Portuguesa, este planejamento de aula é para você!
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cultura pop
DEPOIS DE
flores...
Uma olhada no K-Pop, uma mistura de funk aqui, pop brasileiro ali. Esses são os ingredientes do novo hit “Toma” de Luiza Sonza em parceria com o MC Zaac que estourou mais de quatro milhões de visualizações em apenas três dias de divulgação do clipe oficial. A nova música chega logo depois de a cantora ter divulgado “Flores”, em parceria com Vitão. Com uma pegada colorida e inspirada nos anos 80, o clipe conta com um estilo academia fashion e promete ser o combo perfeito para viralizar nas coreografias do TikTok. Estourada com alguns lançamentos seguidos e até já com shows em drive-in, Sonza está confirmada no Baja Beach Fest, evento que acontece no México no próximo ano.
HOMEMARANHA 3:
CHEEEEECK
A Sony Pictures confirmou a data de lançamento do filme Homem-Aranha 3 no Brasil: 16 de dezembro de 2021. Tem um tempo ainda pela frente, mas depois de ser adiado por conta da pandemia do novo coronavírus, vale o conforto no coração dos fãs e a certeza de que: quer queira, quer não, o filme vem!
ou? Tá “Gost o”, como d gosta Anitta. ia dir
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TRAVA NA NOVIDADE:
DISNEY ESTÁ A CAMINHO
Agora destrava e aguenta o coração. A Disney oficializou a notícia do canal de streaming mais aguardado dos últimos tempos: em novembro, o serviço vai estar disponível em território brasileiro e para toda a América Latina. Agora, os fãs vão precisar de tempo para maratonar as coleções originais e tudo em um único lugar. Engana-se quem acha que a Disney+ vai trazer só conteúdos da marca, pode confirmar que também vão estar lá a Marvel, Star Wars, Pixar e National Geographic. Ainda sem a data de estreia definida, só se sabe uma coisa: este será o único canal que contará com as produções cinematográficas da marca. É bom já indo preparar o cadastro.
ELA FAZ O
FURO DELA
Antes mesmo do lançamento oficial do novo álbum, Taylor Swift surpreendeu os fãs por ter divulgado antes da hora. E, se não bastasse, a cantora já soltou o dedo e liberou “Cardigan”, a primeira faixa do do álbum “Folklore” com clipe e tudo. Em estilo porta retrato, o vídeo retrata cenas de Taylor em diferentes momentos do ensaio fotográfico do álbum. agosto 2020 its
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no divã
Foto: Divulgação/Freepik
Este material é para você, educador (a)
A sala de aula está dentro de casa. E agora?
Anelise Muxfeldt Trentini Psicopedagoga
O
distanciamento social imposto pela pandemia da Covid-19 promoveu significativas mudanças nas escolas e nas famílias, mas o objetivo continua o mesmo: prover a educação. O ensino da sala de aula está dentro da casa dos alunos e a pergunta sobre o papel da família e o da escola, por vezes confusa, está em pauta. A família e a escola são vistas agora, muito mais do que antes, como parceiras e colaboradoras no processo de ensino e de apren-
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dizagem dos alunos. Diante disso, de que maneira professores e pais podem contribuir para a aprendizagem dos estudantes, que neste momento são obrigados a trazer a sala de aula para dentro de casa? O necessário fortalecimento nas relações de cumplicidade e união confirmam a importância do papel da escola e da família em relação a segurança, a estabilidade, a afetividade e a compreensão de que os alunos precisam para se sentirem adequados e
com impulso para aprender a lidar com essa nova modalidade de aprendizagem, imposta por este contexto tão singular em que vivemos atualmente. Enfocar neste período a presença dos pais na mediação da aprendizagem dos filhos é procurar trabalhá-los para este fim, fazendo-os perceber que a sua contribuição afetará de forma positiva no desenvolvimento da criança. Priorizar a manutenção do vínculo professor-aluno é fundamental na medida em que a qualidade dessa relação nesse momento contribui para uma aprendizagem qualitativa. Além disso, no retorno às aulas presenciais, esse vínculo cultivado hoje vai ajudar o aluno a enfrentar a readaptação na rotina regular. Ao final desse período turbulento, o que ficará será a aprendizagem construída em conjunto família-escola e o fortalecimento emocional possibilitado aos alunos, por meio do afeto no enfrentamento ao isolamento social. Ainda assim, esse momento abre novas perspectivas para a educação e para uma maior valorização das relações interpessoais.
wi-fi
O game dos
games
O anúncio do lançamento do PlayStation 5 parou o mundo gamer da internet e repercutiu bastante com todos fascinados pelo lançamento do console mais famoso do mundo. Por outro lado, a Microsoft aposta na eficiência para vencer a Sony nesta disputa comercial com seu novo lançamento: o Xbox Series X. O design do novo videogame até lembra uma CPU, com a aparência de uma torre alta e um formato realmente de uma caixa, mas são as novidades de serviços do Xbox Series X que deve levar vantagem. Com integração aos jogos das versões antigas pela nuvem (até do primeiro Xbox), tudo indica que o próximo console terá também uma versão mais barata (e menos potente), podendo ter o preço de 25% menor do que o PS5. Em breve, devemos ter mais informações, até porque o lançamento será no fim deste ano.
nova
entrega?!
Pode estar surgindo um novo aplicativo de entregas nas grandes cidades brasileiras. Nos últimos meses percebemos o quão essencial são os trabalhadores e serviços do tipo, sendo um dos setores que mais cresceu durante a quarentena. Com tantos aplicativos do tipo, geralmente criados por grandes empresas, os entregadores estão se organizando para criar seu meio de distribuição e estudando a possibilidade de criar um aplicativo próprio. Apesar de os custos para desenvolver um aplicativo são altos, as possibilidades já estão sendo avaliadas diretamente com cooperativas que funcionam em países da Europa e do Canadá. Pode ser que em breve teremos mais uma opção para pedir comida quentinha sem sair de casa.
deLIVeRY
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Lucas Inácio
O sonho do
ar-condicionado próprio Recentemente, a Sony lançou no mercado japonês um ar-condicionado individual. O aparelho chamado Reon Pocket pesa 85 gramas, tem o tamanho de um mouse e é fino como um controle remoto. Ele é colocado num bolso de uma camiseta especial que fica localizado na parte de cima das costas e é controlado por um aplicativo no celular podendo diminuir a temperatura em até 13° graus. Por enquanto, o aparelho está sendo comercializado apenas no Japão com o custo de U$130 (aproximadamente R$680), além das camisetas que custam aproximadamente R$100 e são oferecidas em diferentes cores. A duração da bateria é entre duas e três horas. Ainda não tem previsão de chegar no Brasil, mas provavelmente nós vamos sentir falta de um desses no verão.
Os milagres
da edição barata Com o distanciamento físico, o vídeo ganhou uma importância ainda maior para a comunicação direta e, com isso, ter uma boa qualidade em suas produções passou a ser algo importante para se comunicar melhor. E olha que editar não é tão difícil quanto parece, mas dá trabalho, por isso é uma boa ferramenta para aprender o quanto antes. Então, aqui vamos dar a dica de duas opções gratuitas para editar no seu computador. A primeira é o Kapwing que é online, funciona no navegador e pode ser usado no celular também. Os recursos são básicos, mas é uma ótima opção para quem quer começar e entender um pouco mais de edição. Já um programa que precisa ser instalado e com uns recursos mais adiantados é o Shotcut, que tem como principal característica ser um programa relativamente leve, ou seja, seu computador não precisa ser super poderoso para fazer opções ótimas. O único problema dos dois programas é que ambos são em inglês, mas você já pode aproveitar e treinar para a english class, que tal?!
Pokémon
lol
Uma novidade foi anunciada em julho e chegará tentando movimentar o mercado dos chamados jogos MOBA (sigla em inglês para “Multijogadores Online em Batalha de Arena”), que tem como principais nomes o LoL e DotA 2. A tradicional franquia Pokémon vai lançar o Pokémon Unite seguindo o mesmo formato MOBA, mas com os bichinhos e seus mestres como protagonistas. Ainda não tem data de estreia, porém alguns detalhes já foram revelados: será gratuito para Android, iOS e Nintendo Switch; partidas de 5x5; e o objetivo é capturar o máximo de Pokémons selvagens e/ou impedir que seu adversário também colete. Serão dez personagens, incluindo o quarteto clássico Pikachu, Charmander, Squirtle e e Bulbassauro (e suas respectivas evoluções). temos qu
los! pegá-
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ensino bilíngue
Professora ouvinte, Sônia Márcia Marcílio Fambomel
Educação inclusiva no ensino regular: cuidado e garantia de direitos para os alunos surdos no ensino não presencial
Ao todo, 11 crianças matriculadas nos anos iniciais na Escola Municipal Monsenhor Sebastião Scarzello recebem os materiais das aulas em Libras e Português, além de vídeos autorais traduzidos na língua de sinais Renata Bomfim
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segunda-feira que antes seria de aula presencial, numa rotina escolar que antecedeu a pandemia causada pelo novo coronavírus, agora abre espaço para um período inteiro de planejamento de módulo e só se encerra quatro dias depois, na quinta-feira, quando o material é finalizado. É que com o distanciamento social e o modelo de aula aplicada pela plataforma Educa Joinville, a rotina escolar passou por modificações. Professora ouvinte dos 11 alunos surdos matriculados na primeira escola bilíngue em Libras e Português de Santa Catarina, Escola Municipal Monsenhor Sebastião Scarzello, Sônia Márcia Marcílio Fambomel é quem reúne os materiais compartilhados entre as professoras da turma, organiza os conteúdos das disciplinas e, com as sugestões trocadas, faz as adequações necessárias e importantes para compreensão dos alunos.
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Fotos: Divulgação/acervo pessoal
Assim, de segunda a sexta-feira, entre planejar e produzir o módulo da semana seguinte, é preciso ter tempo para tirar dúvida dos pais, dar assistência para as dificuldades na plataforma, responder o grupo de Whatsapp da turma, corrigir as atividades e gravar vídeos. Há pouco mais de quatro meses, essa tem sido a rotina da professora que chegou este ano na unidade escolar, mas que há 19 trabalha com alunos deficientes auditivos. “Momentos assim, eu penso: eu vou pirar”, brinca Sônia. É que com a rotina sem horário de começar ou terminar o dia, a necessidade de estar disponível vai além de qualquer tempo determinado. Além disso, ela também teve que se reinventar e aprender a usar novas ferramentas tecnológicas para que o ensino e a aprendizagem repassada aos alunos, seja no digital ou impresso, tenha efeito positivo na retomada das aulas presenciais. “Muito tutorial, muito YouTube para aprender a fazer e, assim, um vídeo postado, quer dizer que você gravou três, quatro, cinco. Demanda tempo. Quando eu vou gravar um vídeo, é uma manhã ou uma tarde”, comenta a professora que faz da cozinha de casa o estúdio de gravação, e da parede o quadro escolar.
Eliane Kuhnen e Lucas Kuhnen
A atenção e o cuidado de Sônia com os vídeos produzidos seguem na mesma linha que a auxiliar de educador, Simone Carvalho Flores, tem na produção desses materiais complementares. Intérprete de libras na escola para as crianças surdas da Educação Infantil e também dos anos iniciais do Ensino Fundamental, ela, em parceria com Angelica Esper, também auxiliar de educador, atenta-se para os cuidados dos ruídos sonoros do ambiente, a atenção com a iluminação do local e a clareza dos gestos emitidos pelos sinais. “Nós recebemos o planejamento das professoras. Fazemos a leitura, pesquisamos os sinais, fazemos as traduções. Trocamos muito conhecimento e fazemos pesquisa na internet, no dicionário e com amigos surdos. Muitas vezes, o vídeo pode ter um minuto, mas todo o processo para chegar a este resultado leva muito mais tempo”, conta Simone. “Na turma bilíngue, quando tem assunto novo, ele é explicado pela professora. Nós, eu e a Angélica, fazemos os vídeos de toda a parte textual postada na plataforma.”
Auxiliar de educador, Angelica Esper
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ensino bilíngue Para que todo este material chegue até o aluno, a parceria entre família e escola tem sido fundamental. É por meio dessa troca que as professoras conseguem ter o retorno sobre a produção dos materiais e deixá-los cada vez mais acessíveis para os alunos. “Ele adora ver os vídeos. Até vai fazendo os sinais junto e, muitas vezes, ele conversa em libras com o vídeo”, comenta Eliane Kuhnen, mãe de Lucas Kuhnen, 6, estudante do primeiro ano do Ensino Fundamental. Para ela, que é o ponto de contato nessa mediação entre o filho e a escola, já notou uma evolução significativa na comunicação do pequeno. Diagnosticado com perda auditiva bilateral profunda, Lucas faz uso de implante coclear bilateral por orientação de profissionais de saúde, já que ele não se desenvolvia na fala. Na escola há pouco mais de um ano, por já ter sido inserido na Educação Infantil com acompanhamento de intérprete de libras, o estudante tem conseguido compreender, aos poucos, a língua de sinais. E o choro, que antes fazia parte da rotina na hora de ir à aula pela angústia de não conseguir se comunicar com os colegas, hoje foi trocado pela ansiedade de não ver a hora disso tudo passar e poder colocar de novo o uniforme escolar.
Auxiliar de educador, Simone Carvalho Flores
Neste período de isolamento social, Lucas tem passado a maior parte do tempo com os avós, no sítio
É que com as aulas não presenciais e os pais divididos na rotina de trabalho, Lucas tem ficado com os avós no sítio. O pouco tempo que passa em casa, é o período que tem para acompanhar os vídeos produzidos, já que é o único momento em que pode ter acesso à internet. Para produzir as atividades e acompanhar os módulos, Eliane imprime as tarefas e orienta o filho sobre os conteúdos por meio da comunicação estabelecida entre eles e do que consegue conversar em libras, já que no ano passado a escola ofereceu curso gratuito para a comunidade. Com o desenvolvimento da autonomia e compreensão dos sinais, hoje é Lucas quem ensina os avós a se comunicarem com ele, tendo o caderno de libras da escola como apoio. Com saudade do ambiente escolar, toda vez que volta para casa, o pequeno alimenta a expectativa de que também retor-
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nará à escola. “Eu explico que está fechada e ele diz que vai abrir em libras”, comenta Eliane. O pensamento de Lucas se alinha com o mesmo mundo de oportunidade que se abriu ao conseguir se comunicar dentro e fora do ambiente escolar, porque, para ele, a única limitação estava na compreensão da sua fala, o que hoje já não é mais uma realidade. “A criança com deficiência auditiva ou surdez, ela não tem nenhum problema intelectual, ela tem um problema linguístico que não está acessível para ela”, pontua a professora Sônia. E, com seu direito garantido, o conhecimento de libras ainda não é o suficiente para acabar uma pandemia ou eliminar qualquer vírus agressivo a saúde física, mas pode ser uma forte aliada para buscar a solução para uma doença limitante: a do preconceito.
Nosso sinal de respeito a você vem do coração. Janinha - Assistente Administrativa
Nesta época de distanciamento social, novos comportamentos estão sendo adotados. Por isso, lançamos uma saudação simbólica para marcar este cenário. Estendemos a nossa mão a você com um gesto que vem do coração. Ele simboliza todo o carinho, aproximação e dedicação que nossos profissionais têm por você. Com a colaboração de todos, vamos superar este momento.
www.donahelena.com.br
Diretor Técnico: Dr. Bráulio Barbosa – CRM-SC 3379
Nanderson - Enfermeiro
Thiago - Técnico em Enfermagem
jogos educativos
Professora de AEE, Maria Clarete Heidemann, com os materiais produzidos para complementar o estudo dos alunos
Escola incentiva estudo por meio da brincadeira Na Escola Municipal Prefeito Geraldo Wetzel, alunos recebem jogos educativos para auxiliar nos estudos em casa Renata Bomfim
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s vozes que ecoam pelos corredores da Escola Municipal Prefeito Geraldo Wetzel vem de uma sala de aula com carteiras afastadas, quadro sem conteúdo e alunos isolados. Neste período de afastamento social, o espaço não atende estudantes fisicamente, mas as necessidades que apresentam a distância. Nela, auxiliares de educadores trabalham na produção de jogos educativos produzidos de forma autoral para ajudar no ensino e aprendizagem dos alunos que, de casa, tornam-se protagonistas da educação. Como é o caso da pequena Nathália Laís da Silva Hruschka, 6, que além de receber os módulos escolares pela plataforma Educa Joinville ou também impresso, a estudante brinca com os jogos que recebe da escola como
complemento das atividades passadas. Em fase de alfabetização, o primeiro ano escolar da aluna começou marcado com mudança, ainda que temporária, no modelo de ensino, mas desperta a autonomia na aprendizagem. “Os trabalhos desenvolvidos pelas professoras demonstram atenção aos detalhes, sendo estruturados de maneira coesa para aplicação, e mesmo a distância a escola se faz presente com ferramentas lúdicas”, descreve Valdir Hruschka, pai de Nathália. Para ele, os jogos educativos que busca na unidade escolar contribuem na aprendizagem da filha. “Propiciam uma maneira dinâmica de aprendizado, mantendo a criança focada na execução da tarefa e criando um vínculo maior com o conteúdo que está sendo trabalhado.”
Aluno Miguel Elias Borba, acompanhado do pai, na retirada dos kits com jogos para os alunos do AEE
Auxiliares de educadores na produção dos jogos
Esse material é uma brincadeira e com ela é muito mais gostoso de aprender, que é brincando através do lúdico.” Jaqueline Malaquias da Costa
Nathália Laís da Silva Hruschka
Além dos materiais produzidos nos módulos das turmas, Maria Clarete também organiza kits educacionais para os alunos que atende no AEE. Com identificação na sacola sobre os jogos enviados e o que eles desenvolvem na criança, também envia materiais adequados para ajudar na atividade, como tesoura com mola, lápis engrossados e materiais plastificados para que tenha maior durabilidade. Dessa forma, com a devolutiva das atividades, o estudante retira um novo kit com diferentes atividades. Todos esses materiais passam pelas mãos das auxiliares de educadores que fazem desde o processo de leitura da atividade proposta até a finalização. Com produção diária desde o início do isolamento, os alunos recebem os jogos separados em envelope nomeados para o controle da entrega. Para Jaqueline Malaquias da Costa, essa iniciativa valoriza a aprendizagem no brincar. “Esse material é uma brincadeira e com ela é muito mais gostoso de aprender, que é brincando através do lúdico.” De acordo com a auxiliar de direção, Cristiane Reis, a ideia surgiu para facilitar a aprendizagem a distância dos alunos. “Os pais agradecem bastante, porque isso favorece muito a aprendizagem dos alunos, até na questão de entretenimento, porque eles brincam com os irmãos”, diz. É o que acontece na casa da família Hruschka. Nos momentos de brincadeira compartilhada de Nathália, a irmã Stéfany Beatriz da Silva Hruschka, 4, também sai ganhando nas atividades que participa que envolvem reconhecimento das letras, números e formação de sílabas. Para o pai Valdir, são benefícios que a menor recebe e logo deve colher os frutos, quando ingressar no Ensino Fundamental. agosto 2020 its
Fotos: Divulgação/acervo pessoal
É que com os alunos em casa, os materiais escolares entregues no início do ano letivo estavam todos parados. Para dar um significado a tudo isso, a escola tem se mobilizado na confecção de jogos escolares, de acordo com o planejamento dos professores, para alunos desde o primeiro até o nono ano do Ensino Fundamental. Numa parceria entre o professor de sala de aula e a professora de Atendimento Educacional Especializado (AEE), todos os planejamentos são vistos e adequado para atender os alunos. Para fazer essa mediação entre necessidades dos professores e o trabalho das auxiliares, Maria Clarete Heidemann é quem faz essa conexão junto com a supervisão. Com produção diária de materiais interativos, todos os jogos preparados também são adaptados para atender os alunos com deficiência. “Eu entro na plataforma, vejo o planejamento dos professores, do primeiro ao primeiro ano. No processo, eu fiz várias reuniões virtuais com a equipe de gestão e todos os professores para ver as dificuldades deles em relação às adequações e adaptações das atividades para os alunos. Verifiquei, também, as necessidades que eles tinham em realizar essas atividades para serem contempladas por todos”, conta.
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Madalena Vitรณria de Borba Pinto
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Fotos: Emily Milioli
Rosiane Ribeiro Justino, integradora de tecnologia
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á pouco mais de um mês, todas as vezes que Joissa Alessandra Joselli chega no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt para cumprir com mais um dia de jornada de trabalho, o espaço de entrada e saída dos funcionários virou um ambiente acolhedor. É que com o projeto “Olhar que acolhe”, desenvolvido pela Escola Municipal Nelson de Miranda Coutinho, alunos do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental produziram cartas, desenhos e mensagens de carinho pelo trabalho dos profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate ao novo coronavírus. Com a palavra gratidão impressa em um banner com fotos dos alunos e um portfólio carregado de recados que abraçam e confortam os profissionais, o ambiente que servia apenas como local de passagem, virou de parada. Ali, para além de ler, sente-se. A escola, que fica pouco mais de 11 quilômetros de distância do hospital, conseguiu romper com a limitação geográfica e o isolamento social por meio das palavras e desenhos. “Receber essa cartinha é um abraço, porque a gente sabe que eles estão bem e que estão enxergando o esforço que a gente está tendo”, comenta Joissa emocionada.
Receber essa cartinha é um abraço, porque a gente sabe que eles estão bem e que estão enxergando o esforço que a gente está tendo.” Joissa Alessandra Joselli A profissional de saúde é mãe de Bianca Isadora Joselli, aluna do sexto ano da unidade escolar, que também mandou um recado para quem trabalha nesses ambientes e fazem a diferença no cuidado e atenção ao próximo. Na carta que escreveu, agradeceu pelo trabalho dos médicos e de todos os profissionais de saúde. “Eu coloquei para homenagear até quem limpa, porque também é muito importante a limpeza, a higienização”, conta a estudante. Atenta aos cuidados também está a família de Madalena Vitória de Borba Pinto. Com o pai que trabalha na área da saúde, a rotina de casa passou por adequações. Com a mudança de setor para atender os pacientes internados com a Covid-19, precisou readequar a casa em que mora. É que com o contato diário com os pacientes na UTI, ele passou a dividir uma casa com os colegas de trabalho, enquanto constrói um quarto e um banheiro isolados da família. “A gente foi pego de surpresa. Ele trabalhava no centro cirúrgico, mas como começou a aumentar o número de pacientes, abriram mais uma UTI e a chefe dele, de um dia para o outro, falou dessa alteração”, comenta a mãe de Madalena. A filha do casal, de apenas sete anos, acabou de ingressar no primeiro ano escolar e, mesmo em fase de alfabetização, também quis participar da homenagem. No hospital particular em que o pai trabalha, vê diariamente a foto da filha no cartaz produzido pela escola com uma mensagem de agradecimento: obrigada por cuidar da gente.
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A iniciativa mobilizou toda a comunidade escolar que desenvolveu a Semana Cor-Ação, com a proposta de sensibilizar e despertar a gratidão e empatia com as pessoas que trabalham na área da saúde. Ao todo, cerca de 250 mensagens foram feitas pelos alunos e expostas em unidades de saúde da cidade. Desde o posto de atendimento do bairro, o Pronto Atendimento até os hospitais. No Hospital Municipal São José, as mensagens geraram frutos na árvore da gratidão. Com o trabalho feito pela professora de atividades complementares Valmiria Leite, a árvore ganhou flores amarelas, feitas em EVA, e trouxe vida ao ambiente dos profissionais. Na exposição, também está a carta da aluna do quinto ano Camila Simas. Com saudades do ambiente escolar e do convívio com os amigos, ela agradeceu aos profissionais que se arriscam para cuidar da vida de outras pessoas. “Eles são muito importantes para nós.” No PA Sul, unidade próxima a escola, a homenagem foi bem recebida pelos profissionais. De acordo com Leandro Grassi, coordenador da unidade, o trabalho dos alunos fez com que se sentissem valorizados pelo empenho dedicado no combate à pandemia. “A homenagem da escola foi bem marcante, pois neste período em que vivemos, receber uma homenagem das crianças emocionou a todos”, descreveu. Além dos trabalhos expostos, Rosiane Ribeiro Justino, integradora de tecnologia, reuniu cerca de 100 fotos que recebeu dos alunos dos primeiros e segundos anos do Ensino Fundamental para a produção de um vídeo que circula entre os grupos de Whatsapp dos profissionais de Santa Catarina e até fora do estado. “Para mim, viver esse momento foi bem gratificante, porque eu digo que foi uma pausa da pausa. Nós estamos em um outro formato de ensino, porém a gente fica muito focado na educação, no meu espaço, no meu contexto. E você para e olha para quem está fora. Acho que foi muito bacana esse olhar humano”, comenta Rosiane. Para ver o vídeo produzido, basta apontar a câmera do celular neste código de QR Code.
Fotos: Emily Milioli
Equipe de gestão da escola
Loizee Piffer, professora de Língua Portuguesa
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Foto: Divulgação
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Profissionais da saúde em atendimento no PA Sul
Educação fora da caixa
Ensinar os alunos com a prática, por vezes, torna o ensino mais efetivo e atraente, tanto para quem ensina quanto para quem aprende. Para além de mexer com as emoções dos profissionais e produzir uma homenagem que envolveu não apenas o lado social, filosofia característica da escola, mas também o educativo, de alinhar uma ação com conteúdo pedagógico, o envolvimento das turmas surpreendeu os professores. “Eu comecei trabalhando a palavra empatia e gratidão, para depois partir para um texto jornalístico e lançar a proposta”, descreve a professora de Língua Portuguesa dos nonos anos, Cleonice Rohling Rech. Com frases que completavam a mensagem “sou grato a você por…”, a professora acredita que o projeto foi semeado, antes de tudo, nas casas dos estudantes pela ajuda que tiveram e pelo alto número de materiais entregues na escola. Professora de Língua Portuguesa dos sextos e sétimos anos, Loize Piffer, aponta que o rendimento dos alunos foi muito maior por pensarem nas pessoas que iriam receber o trabalho. “Saíram mensagens maravilhosas que eles escreveram pensando nos pais, tios e parentes que saem todos os dias para ajudar as pessoas” diz a professora. Para a diretora da unidade escolar, Marta Aparecida Bonardi, a escola tem como marca presente em todas as atividades que realiza o envolvimento de olhar para o próximo, e com as aulas não presenciais isso estava fazendo falta. “O não estar presente começa a fazer com que você se distancie. E eu comecei a perceber que nós, enquanto escola e comunidade, a gente estava ausente daquilo que é a filosofia da escola. A gente trabalha muito essas questões do olhar, da proximidade, de ajudar um ao outro e sempre tem um professor que faz algum projeto neste sentido”, comenta. Ao compartilhar a ideia com a equipe de gestão e professores, o trabalho logo foi acolhido. Para Maria Ivonete May Verber, supervisora, este projeto de despertar a empatia também contribuiu para ser refletido na escola. “a gente está aprendendo a se comunicar mais, a se falar mais e até a nossa interação de professor e supervisão é muito maior hoje, no processo online, que no presencial”, diz. “Mesmo com a distância, a nossa escola continua viva, presente na casa do aluno com os professores. Eu acho que veio mesmo para coroar o nosso trabalho.”
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de Maria Eduarda
Maia
Miguel Silva Se vegnani
Valmiria Leite, atividades complementares
Cuidar de si para cuidar do outro
As informações que chegam sobre o novo coronavírus são diárias. Seja nos telejornais, nos assuntos em casa, nas conversas de Whatsapp, não tem como fugir: é o assunto mais falado e, também, o que mais tem deixado dúvidas e preocupações. Diante desse momento histórico, que devastou famílias com mais de 100 mil mortes e mais de três milhões de casos confirmados desde o início da pandemia no país, uma das medidas de segurança que se tem, em meio a um inimigo invisível, é clara: cuidar de si é um ato de cuidado com o outro. Ainda com vacinas em fase de testes e os cuidados alternativos para combater a Covid-19, uma das saídas para ajudar no controle da transmissão do vírus são a atenção com a higiene. Os cuidados básicos com a saúde são aliados que contribuem para evitar o contágio e a transmissão, como manter as mãos sempre limpas, usar máscaras todas as vezes que precisar sair de casa, além de manter os espaços higienizados, bem ventilados e o distanciamento mínimo de contato entre as pessoas. Mas, se mesmo com todos as medidas, ainda sentir sintomas como os listados em seguida, a Prefeitura Municipal de Joinville disponibiliza atendimento para a comunidade por meio de aplicativo. Com o Web-Saúde Joinville, o serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19 horas, e serve como um espaço para tirar dúvidas relacionadas ao novo coronavírus e também um serviço de apoio psicológico às pessoas que estão trabalhando na área da saúde. Em dúvidas, basta salvar o telefone 3481-5165 na lista de contatos do celular e, ao enviar mensagem, seguir as instruções solicitadas.
Cleonice Rohling Rech, professora de Língua Portuguesa
Borba Pinto Madalena V. de
Ana Lúcia Chav es
Beatriz Alves de Oliveira
Você sabe quais são os sintomas?
De acordo com o Ministério da Saúde, se você sentir esses pontos mais comuns, fique atento e entre em contato com o atendimento disponibilizado na cidade para fazer o acompanhamento e o teste, em caso de necessidade. ● Tosse; ● Febre; ● Coriza; ● Dor de garganta; ● Dificuldade para respirar; ● Perda de olfato (anosmia); ● Alteração do paladar (ageusia); ● Distúrbios gastrintestinais (náuseas/vômitos/diarreia); ● Cansaço (astenia); ● Diminuição do apetite (hiporexia); ● Dispnéia ( falta de ar).
Camila Simas agosto 2020 its
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arte
Milena Alves
de Mora es ikon John Ma
Xavier
Pop máscara: apropriação da arte permite releitura sobre o período de pandemia
Por meio da Pop Art, alunos da Escola Municipal Pauline Parucker criam trabalhos inspirados no movimento artístico que marcou os anos 60 Renata Bomfim
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ara recriar uma versão de qualquer obra de arte, antes, é preciso conhecê-la, saber do contexto histórico, estudar sobre o movimento e romper com as crenças individuais para que se tenha uma visão desconstruída daquilo que se vê e daquilo que a obra permite sentir. Em tempos de pandemia e o afastamento da rotina escolar, as aulas não presenciais de arte da professora Janine Willemann, da Escola Municipal Pauline Parucker, dão asas a imaginação e são um convite para viajar e conhecer diferentes movimentos artísticos, nas mais diversas culturas e contextos históricos. Com estudos da Pop Art como parte do objeto de
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conhecimento dos alunos dos nonos anos, a atividade proposta permitiu com que os estudantes fizessem uma releitura das obras de Andy Warhol, um dos principais artistas do movimento. Em suas obras, o destaque se dá para o consumo de massa não apenas de produtos da publicidade, mas também de artistas conhecidos nos anos 60, tanto na música popular como no cinema. Inspirados nos traços do artista e nesta linha de arte popularizada, os alunos fizeram a releitura das obras em contexto pandêmico: todas as artes carregam em seus desenhos o uso de máscara de proteção facial, acessório recomendado para ajudar no controle da Covid-19.
“Desenvolver o trabalho foi muito divertido, mas também um pouco desafiador, porque nunca tinha feito um”, conta Rayssa Scotti Siedschag que escolheu desenhar o Bob Esponja, personagem de desenho animado e também consumido pela cultura de massa. “O fato de poder escolher o personagem que você mais gosta já deixa o trabalho mais interessante. Essa obra de Pop Art que nós fizemos, também serve de conscientização para que todas as pessoas usem máscara nesse período que estamos passando. Uma das coisas que mais acredito na arte é que ela pode mudar a vida das pessoas de maneira bem simples.” Longe da escola há mais de cinco meses, todo o processo de ensino e aprendizagem dos alunos têm sido feito pela plataforma Educa Joinville e também com a entrega de material impresso disponibilizado na escola. Assim, numa rotina que cumpre com o planejamento do calendário escolar, mas que abre mão do contato presencial colaborativo, da vivência de uma rotina e da troca em grupo por necessidade de cuidados com a saúde, acelerou um processo que, de acordo com Janine, é um ponto positivo deste período: de tornar o estudante como pesquisador. “Mesmo que a gente esteja disponível para o aluno o tempo inteiro, não é a mesma coisa que estar ao vivo e isso faz com que o aluno corra atrás. Ele vai pesquisar, vai buscar com os colegas a distância solução para aquele problema, coisa que no presencial não acontecia.” E nesse processo de ver o aluno pesquisador, ele passa a ocupar o papel de protagonista do conhecimento que recebe do professor toda a base e orientação para que este espaço seja ocupado. Assim, quando a aluna Milena Alves de Moraes pensou na sua releitura da Pop Art, ao invés de escolher algo distante da sua realidade, escolheu a si mesma. “Eu não escolhi retrato de famosos ou celebridades, porque eu quero que as pessoas vejam meu exemplo. Porque se eu quero mudar o mundo, tem que partir de mim mesma: eu tenho que pedir para as pessoas usarem máscaras, proteger-se. Que meu exemplo possa passar para essas pessoas também”, conclui.
Mesmo que a gente esteja disponível para o aluno o tempo inteiro, não é a mesma coisa que estar ao vivo e isso faz com que o aluno corra atrás. Ele vai pesquisar, vai buscar com os colegas a distância solução para aquele problema, coisa que no presencial não acontecia.” Janine Willemann
Pedro H. de Mora is
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Oliveira
Essa tipo de leitura com a obra, de acordo com a professora Janine, é um das limitações que a Pop Art quebra: aproximação e popularização. Com obras coloridas e reprodução em série, o movimento artístico chama a atenção dos alunos pelo rompimento da arte abstrata ou elitista. John Maikon Xavier resolveu fazer a sua releitura de conscientização com o Mickey Mouse, personagem conhecido e com forte apelo por representar o mundo mágico de Walt Disney. “Eu fiquei pensando e combinando quais cores usar e escolhi diferentes tonalidades para criar algo legal e que chamasse atenção para o que nós estamos vivendo.” Dessa forma, seja no presencial ou a distância, a arte segue com a missão de cumprir com o seu papel de desenvolver habilidades que vão além do universo pedagógico, mas social. “Ela não é importante, ela é imprescindível. Dentro do processo de ensino e aprendizagem nas escolas, a arte tem um papel primordial, porque o aluno desenvolve dentro da disciplina a característica de criar soluções, de ser inovador, de encontrar saídas que não são óbvias, a ver as coisas de um outro jeito e descobrir que nenhuma solução é simples: ele olha sempre o complexo.” agosto 2020 its
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dia do estudante
Quero parabenizar a todos que estão comprometidos com as atividades escolares e se esforçando da melhor forma possível para entregar um bom trabalho. Vocês estão no caminho certo, pois se há uma maneira de alcançar todos os seus objetivos e serem bem sucedidos na vida, com certeza será através do conhecimento! Continuem se esforçando, não para serem melhores do que ninguém, mas para serem ainda melhores do que já são! Professora Silvana
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ara ser estudante, não tem dia e nem hora. Com rotina diária de assunto novo para aprender, atividade para fazer, prova para estudar, conteúdos para revisar… ufa! Ser estudante vai além do cumprimento das obrigações escolares, mas de uma busca sem fim pelo conhecimento. Mas existe um dia no calendário, marcado como dia 11 de agosto, em que essa data é marcada para relembrar de que a educação recebida contribui para
a formação integral dos direitos de cidadania, além de ser uma oportunidade para mudar a realidade. Para prestar uma homenagem aos estudantes pelo seu dia, os professores dos anos finais do Ensino Fundamental da Escola Municipal Doutor Abdon Baptista escreveram mensagens de incentivo e motivação nesse período em que a data foi comemorada de forma diferente, por conta da pandemia do novo coronavírus, mas não menos especial.
“Estude hoje, amanhã e sempre, pois o estudo é o que nos concede as ferramentas para construirmos um futuro melhor”. Desconheçam limitações, quebrem barreiras, superem obstáculos. Com certeza o resultado será o sucesso. Professora Alessandra
Parabéns a você que se esforçou e concluiu suas atividades com determinação e responsabilidade. As grandes conquistas futuras também serão fruto de sua dedicação. Continue assim! Professora Luciane
Tenham sabedoria e discernimento neste momento que estamos passando, pois com certeza logo estaremos juntos! Foco e determinação em seus estudos. Supervisora Rosana
Quero parabenizá-los pelo esforço, dedicação e resiliência neste momento tão novo em que estamos passando. Há um tempo atrás não conhecíamos, nem dominávamos essas ferramentas e a forma de ensinar e aprender remotamente. Agora, vejo o quanto já progredimos em todos os trabalhos. Torço pelo sucesso de cada um de vocês, pois o sucesso de vocês, também será o sucesso da escola. Assim que tudo isso passar (e vai passar) estaremos juntos para comemorarmos essas vitórias que trilhamos a cada dia. Contem comigo sempre e continuem firmes em seus estudos. Diretora Patricia
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Este ano de 2020 foi um ano diferente, não imaginávamos que ficaríamos longe um do outro e sentiríamos saudades de coisas tão simples como respirar sem ter que cobrir com uma máscara, poder abraçar ou pegar na mão sem nenhuma restrição. Tivemos que nos adaptar com o jeito de ensinar e aprender. Nesse momento consigo pensar em uma frase que carrego comigo, pois tirei de um quadro que meu pai tem em casa e está escrito assim: “Momentos difíceis fazem parte da vida, mas são passageiros”. E, quando tudo isso passar, vamos aprender que as melhores coisas se encontram na simplicidade de um sorriso, um carinho e um tempo de qualidade com quem a gente ama! Professora Jeniffer
Estudar é uma porta aberta para o próprio crescimento e evolução. É construir possibilidades dentro de si! Tenha fé! Esforce e foque no seu diferencial: é o caminho para alcançar seus objetivos! Invista na sua educação! Invista em você! Orientadora Andreia
Frente ao momento em que estamos passando, lembremse que estudar é uma porta aberta para seu próprio crescimento e conhecimento. Assim, continuem acreditando no seu potencial, pois sei que são capazes de construir um mundo inteiro de possibilidades dentro de si. Logo estaremos juntos novamente. Nesse momento tão difícil, gostaria de compartilhar uma frase que carrego sempre comigo: “Não deseje que as coisas sejam mais fáceis, deseje que você seja melhor”. Alguns obstáculo da vida parece muitas vezes impossível, mas o foco é seguir em frente, humildemente, e aprender com cada oportunidade que a vida nos oferece.
Professor Jeferson
Professora Ketily
Saudades dos meus alunos tão inteligentes, cheios de alegria e energia! Eu acredito no sucesso de cada um de vocês! Não permitam que os obstáculos os impeçam de sonhar e de estudar também! Professora Lourdes agosto 2020 its
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galerias
André - EM Pastor Hans Müller
Andreina - EM Professor Sylvio Sniecikovski
Wilson - EM Professor Sylvio Sniecikovski
Vitória - EM Professor Sylvio Sniecikovski
Rede conect@da
Beatriz - EM Pastor Hans Müller Vinicius - EM Pastor Hans Müller
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Vinicius - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
Julia - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
Vinicius - EM Professor Sylvio Sniecikovski
João - EM Pastor Hans Müller
Julia - EM Pastor Hans Müller Kaio - EM Prefeito Max Colin
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galerias
Gustavo - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
Betina - EM Prefeito Max Colin
Helena - EM Pastor Hans Müller
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Emily - EM Professor Sylvio Sniecikovski
Roger - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
Débora - EM Pastor Hans Müller
Heloiza - EM Pastor Hans Müller
Christian - EM Pastor Hans Müller
Helena - EM Pastor Hans Müller
Eduarda - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
Rede conect@da
Dylan - EM Prefeito Max Colin
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Thalita - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
Sara - EM Prefeito Max Colin
Camilla - EM Professor Sylvio Sniecikovski
Rede conect@da
Raphaela - EM Pastor Hans MĂźller
Carolina - EM Professor Sylvio Sniecikovski Pedro - EM Pastor Hans MĂźller
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Rafaela - EM Prefeito Max Colin
Bruno - EM Pastor Hans MĂźller
Sarah - EM Professor Sylvio Sniecikovski
Bianca - EM Pastor Hans MĂźller
Sofhia - EM Prefeito Max Colin Mayana - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
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Maria Clara - EM Professor Sylvio Sniecikovski
Thiago - EM Prefeito Max Colin
Evellyn - EM Professor Sylvio Sniecikovski
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Maria Eduarda - EM Prefeito Max Colin
Gabriel - Escola Municipal Pastor Hans MĂźller
Maria Eduarda - EM Prefeito Max Colin
Mariana - EM Pastor Hans MĂźller
Marlon - EM Professor Sylvio Sniecikovski
Gabriel - Escola Municipal Pastor Hans MĂźller
Gustavo - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira Fernanda - EM Prefeito Max Colin
Rede conect@da
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galerias
Kendra - EM Prefeito Max Colin
Kemilly - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
LetĂcia - EM Prefeito Max Colin
Rede conect@da
Gabriel - EM Prefeito Max Colin Luiza - EM Pastor Hans MĂźller
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Gabriela - EM Prefeito Max Colin
Gustavo - EM Pastor Hans MĂźller
Thomas - EM Pastor Hans MĂźller
Luiza Hellena - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira
Luiza - EM Professor Edgar Monteiro Castanheira Manoel - EM Prefeito Max Colin
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Foto: Divulgação/Freepik
saideira
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ual foi a última coisa que vocês aprenderam e que foi empolgante? A minha foi jogar basquete. Quero dizer, não a jogar necessariamente, porque é um esporte bem difícil e coletivo, então não dá para aprender sozinho. Peguei alguns fundamentos básicos como driblar com as duas mãos, passar a bola entre as pernas, o movimento de arremesso, entre outras coisas. Mas confesso que demorou um pouco. No começo errava muito. Passava mais tempo buscando a bola do que jogando, mas entre boladas na canela e alguns vasos de planta quebrados, a coisa foi melhorando. Lá se vão quatro meses, ainda dá para melhorar muito, mas aprender
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Lucas Inácio
é isso: demora, às vezes parece que a gente não vai dar certo, mas aos pouquinhos consegue, pega o básico, se empolga, e continua treinando para virar craque. Quero dizer, eu não vou ser craque, mas vocês entenderam a ideia. É quase um ciclo e eu só me toquei disso quando a minha sobrinha me viu jogando e disse: “uau, como você aprendeu a fazer tudo isso?” Eu estufei o peito e pensei em como é fácil impressionar uma criança. Mas para explicar, dei o exemplo que ela está vivendo com a alfabetização. Nessa hora me toquei que o ciclo do aprendizado acontece o tempo todo.
Enfim, eu já estava bem orgulhoso que havia impressionando minha sobrinha de seis anos, mas ela resolveu cortar meu barato: “e vai ser jogador igual aqueles que você assiste na televisão?” Até que gostei da ideia, mas comecei uns 20 anos depois, então não dá mais tempo. Respondi, voltei a treinar, mas ela mandou mais uma: “então, por que você está treinando se não vai ser jogador?” Tem que ter paciência com criança, não tem jeito. Eu respondi que adulto também brinca, ela entendeu e voltou a andar de bicicleta. Ufa! Mas falando a real, curiosidade é bom, tem que perguntar mesmo. Além disso, fiquei matutando sobre aquela última pergunta. Ela foi boa, tanto que me trouxe outras questões: será que todo aprendizado tem que servir para alguma coisa prática? Não podemos aprender a fazer algo simplesmente porque a gente gosta? Claro que podemos! Devemos fazer isso, inclusive. Temos várias responsabilidades a cumprir, mas também faz parte da vida aprender “habilidades inúteis” – que de inúteis não têm nada. A quantidade de amigas e amigos que a gente faz nessas atividades de dança, esporte, games, música e em tantas outras coisas que valem muito a pena. E mesmo se for uma atividade para fazer sozinho, se os nossos conhecimentos servem apenas para nos divertir, eles já são o suficiente, não é?! Agora vocês me dão licença, mas vou treinar com a minha sobrinha porque ela ainda tem tempo de ser uma jogadora profissional. Só se ela quiser, é claro. Caso contrário, só de a gente brincar já valeu a pena. agosto 2020 its
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Bem Catarinense.