its Teens Joinville - 65

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Revista its Teens Joinville nº 65 2022 | R$ 13,50



UMA EDIÇÃO ESPECIAL TODO MÊS


editorial

Na Capital da Dança, o que não faltam nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Joinville são projetos que incentivam, apoiam e desenvolvem o estudante na sua forma integral, como é o caso do programa “Dança na Escola”. Com estilos diferentes, quase 500 alunos têm a oportunidade de aprender na prática sobre uma das artes mais completas.

Na matéria de capa desta edição – e no mês em que a cidade está em festa com o acontecimento do maior festival de dança do mundo – conheça mais sobre o sapateado, estilo de dança que foi desenvolvido culturalmente como uma forma de aquecer o corpo com os movimentos dos pés. Ainda na imersão cultural, veja como as crianças da Educação Infantil de um CEI estudam a cultura indígena na prática por meio das brincadeiras, comidas, costumes e tradições e leia sobre a iniciativa

pioneira de uma escola de adotar dois cães e desenvolver projetos de educação financeira para ajudar nos cuidados com alimentação e higiene dos animais. Nesta edição especial, nosso time de embaixadores somou com sugestões de conteúdos que têm tudo a ver com a cara da nossa galera: segurança das informações na internet e, principalmente, nos chats dos jogos online. Para ficar por dentro dos assuntos destaques do mês, confira a produção completa!

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embaixadores

Alann Raphael Meira de Barros EM Professora Isabel Silveira Machado

Ana Carolina de Oliveira EM Professor Oswaldo Cabral

Brenda Kristyn Müller EM Professor Oswaldo Cabral

Bruna Gabriele Ponciano EM Professor Oswaldo Cabral

Eshily Vitória de Oliveira EM Professor Oswaldo Cabral

Fernanda Santos Tagliati EM Professor Oswaldo Cabral

Fernando Braz Safanelli EM Professora Isabel Silveira Machado

Fernando de Aquino EM Professor Oswaldo Cabral

Gabryely Eduarda Forte EM Professor Oswaldo Cabral

Isabelly C. de Medeiros da Cunha EM Professora Isabel Silveira Machado

Lucas Gabriel Mendonça EM Professor Oswaldo Cabral

Maria Clara Ferreira EM Professor Oswaldo Cabral

Nicolly Fabiane Duarte EM Professora Isabel Silveira Machado

Nicoly Medeiros Ruaro EM Professora Isabel Silveira Machado

Paola Cristine Borges EM Professor Oswaldo Cabral

Victor Salomão da Mota EM Professor Oswaldo Cabral

expediente MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI

GABRIEL COSTA HABEYCHE

FABIANO AGUIAR

IN MEMORIAM | FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO GRUPO ND E GRUPO RIC

DIRETOR REGIONAL CRICIÚMA gabriel.habeyche@ndtv.com.br

GERENTE MERCADO NACIONAL | PLATAFORMA JOVEM fabiano@ndtv.com.br

MARCELLO CORRÊA PETRELLI PRESIDENTE EXECUTIVO GRUPO ND mpetrelli@ndtv.com.br

CRISTIANO MIELCZARSKI DIRETOR REGIONAL OESTE cristiano.mielczarski@ndtv.com.br

ALBERTINO ZAMARCO JR.

CYBELLY REGINA DA SILVA MEIRA

DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO albertino@ndtv.com.br

GERENTE COMERCIAL BLUMENAU cybelly.meira@ndtv.com.br

DERLY MASSAUD DE ANUNCIAÇÃO DIRETOR DE PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA

GILBERTO KLEINÜBING DIRETOR COMERCIAL gilberto.k@ndtv.com.br

LUÍS MENEGHIM DIRETOR DE CONTEÚDO meneghim@ndmais.com.br

ROBERTO BERTOLIN DIRETOR REGIONAL FLORIANÓPOLIS bertolin@ndtv.com.br

SILVANO SILVA

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A REVISTA ITS É UMA PUBLICAÇÃO DA EDITORA NOTÍCIAS DO DIA RENATA BOMFIM EDITORA-CHEFE renata.bomfim@portalits.com.br

ANA CAROLINE ARJONAS REPÓRTER

LETÍCIA MARTENDAL ESTAGIÁRIA

DIRETOR REGIONAL JOINVILLE silvano@ndtv.com.br

LEONARDO MESSIAS DE JESUS

CRISTIAN VIECELI

DIEGO ALMEIDA

DIRETOR REGIONAL ITAJAÍ E BLUMENAU cristian@ndtv.com.br

its Teens // julho 2022

FLAVIA BORBA VIEIRA GERENTE COMERCIAL JOINVILLE flavia.vieira@ndtv.com.br

DESIGNER GRÁFICO SUPERVISOR DE DISTRIBUIÇÃO diego.almeida@ndmais.com.br

FELIPE MUCHENSKI GERENTE COMERCIAL ITAJAÍ felipe.m@ndtv.com.br

ANA ZAHIA JUMA SUPERVISORA COMERCIAL SUL ana.juma@ndtv.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte.

TIRAGEM: 3.235 EXEMPLARES NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas da Rede Municipal de Joinville



conteúdo

8-9 DIÁRIO ESCOLAR

6 ideias diferentes para aproveitar melhor o recreio escolar

10-11 PROFISSÃO DO MÊS

Saiba o que é preciso fazer para se tornar um(a) escritor(a)

12-13 CULTURA INDÍGENA

Você realmente sabe como começou a história do nosso país?

14-15 NOTÍCIAS DAS ESCOLAS 16-17 BOM PARA CACHORRO

Você sabe o que é a posse responsável?

18-23 CAPA

Percussão nos pés

24 DIVERSÃO

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26-27 CULTURA POP 28-29 WI-FI

6 dicas para cuidar da sua segurança digital

30-31 BLOCO DE NOTAS

Chats de jogos: quando é a hora de ligar o sinal de alerta?

32 SPOILER 34-35 EU, REPÓRTER NA ITS Geloteca

36-41 GALERIAS 42 SAIDEIRA



diário escolar

Lucas Inácio

Chegou aquele momento tão aguardado e que todos nós estávamos esperando: o recreio. Tocou o sinal e, de repente, os corredores, que estavam vazios, enchem de gente. O silêncio é quebrado pela sineta tal qual uma final olímpica dos 100 metros rasos. Foi dada a largada e… e agora, o que fazer?! Além de ser uma hora para as necessidades básicas, como comer e ir ao banheiro, o recreio é um tempo valioso entre os dois blocos de aulas. Isso pode ser usado das mais diversas formas, então resolvemos dar seis dicas do que fazer no recreio.

Assimilar o que foi passado nas aulas Muitas vezes a aula foi pesada, com muito conteúdo em pouco tempo, e a cabeça está fervendo. Eis que o recreio pode ser o tempo que você precisava para organizar e guardar a informação de um jeito que não esqueça mais. Assimilar os ensinamentos enquanto a cuca está fresca é o melhor jeito de firmar novas informações. Não precisa se apressar para ir para o recreio, faça as coisas com calma que pode ser um ótimo investimento de tempo.

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Por outro lado, a sua mente pode estar precisando apenas de um descanso. Então, use esse tempo do intervalo para levar seus pensamentos a outro lugar. Fazer meditação, ouvir música, podcast, coisas que não tenham informação visual – até por isso, vídeos no celular não são muito indicados nesses casos.

Depois de horas sentado, tirar o tempo para exercícios leves e dar aquela esticada pode ser interessante. Então, procure um lugar com um solzinho bem gostoso, especialmente no inverno, junte uns amigos e faça alongamentos ou até yoga. Nada muito agitado que faça suar, mas algo mais tranquilo, que ajude a se sentir disposto e a ter uma boa postura enquanto está sentado. Busque por alongamento no YouTube – que tem várias dicas – e aproveite.


Nessa mesma ideia, aproveitar para colocar a leitura em dia, ou terminar aquele capítulo, pode ser uma alternativa. Nem sempre é fácil achar um canto mais quieto para ficar na escola, mas arranjar um espaço que dê pra sentar confortavelmente e ler pode ser muito bom para a continuidade do seu dia. Relaxar para ler um livro, mangá, quadrinho ou qualquer outra obra que faça esquecer um pouco das aulas pode ser bem proveitoso.

E que tal jogar? É divertido, você interage e ainda assim tem a competição para dar uma adrenalina. Nesse caso, você pode juntar o pessoal para jogos rápidos, que dê para começar e terminar no recreio. Dá para ir de jogos de cartas como Uno, pife, truco ou até canastra – se bem que esse demora um pouco mais. E tem também o divertido stop, que você aproveita para treinar o raciocínio rápido e também ampliar seu vocabulário de curiosidades gerais. E, claro, o clássico dos clássicos, o xadrez, sempre uma boa pedida.

Tanto quanto um espaço de aprendizagem, a escola é um espaço de integração – percebemos a importância disso não faz muito tempo, né?! E vimos que uma das coisas que o ambiente escolar proporciona são as convivências. Não é apenas um local de formar profissionais, mas de formar pessoas, por isso a primeira dica é: conviva com seus colegas. Vá conversar, colocar os assuntos em dia, falar de suas alegrias, das suas angústias, trocar experiências e ideias. Às vezes, esse é o único momento do dia que a gente tem para ficar com a nossa galera. Aproveite esses momentos não só para fazer bagunça – algo de que a gente gosta bastante –, mas para falar sobre coisas mais profundas e pessoais. ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens

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profissão do mês

Saiba o que é preciso fazer para se tornar um(a) Conheça sobre a formação, dia a dia e como funciona o processo de escrita na prática Renata Bomfim

O mundo da leitura tem o poder de nos fazer viajar, conhecer novas culturas e liberar o nosso imaginário para fantasiar as cenas com as histórias lidas. Mas além dos livros, quem trabalha com escrita pode atuar em diversas outras áreas, como na produção de roteiros, revisão de conteúdos, oferecer palestras, escrever filmes, séries e diversas outras áreas que têm a escrita como base. Para saber mais sobre esta carreira, conheça a história de Marlete Cardoso, escritora que já foi aluna da Rede Municipal de Ensino de Joinville, educadora e que tem livros publicados na área de histórias infantis/juvenis. Confira a entrevista!

Nome completo:

Marlete Cardoso Escola onde estudou no Ensino Fundamental:

Escola Municipal Professor Oswaldo Cabral

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minha escola a biblioteca se resumia a um armário de livros, e de tempos em tempos recebíamos a visita de uma Kombi cheia de livros lindos que emprestávamos. Pois bem, eu peguei um livro (grosso pra minha idade), “O Bom Diabrete”, da Virgínia Lefévre, onde os protagonistas eram uma menina cega e seu amigo peralta, o tal diabrete. Lembro que, ao final da história, eu fiquei com raiva da escritora porque a menina continuou cega e pensei que eu teria dado a ela um destino diferente. E comecei a pensar que talvez fosse possível, embora nunca tivesse visto um escritor de verdade. Sempre fui muito curiosa e adorava saber quem havia escrito os livros. Procurava fotos dele ou dela e ficava imaginando de onde tinham vindo aquelas histórias. Aliás, nem mesmo acreditava que aquelas pessoas existiam. Eu vivia em um universo muito distante. O interessante é que quando trabalhei com uma moça deficiente visual, a Malu Pavesi, eu a tratei logo com muita naturalidade e ficamos bem amigas. Mas só quando revi o livro lido na infância que me dei conta de que já havia convivido com uma pessoa cega através da literatura. Penso que os livros têm esse poder de nos fazer viver várias vidas em uma. E ser escritor é criar essas vidas que podem influenciar outras pessoas. Durante o período em que lecionei, eu sentia que meus cadernos enormes de planos de aula eram os meus livros e guardei o desejo de publicar um livro com histórias próprias por muitos anos, e nunca deixei de escrever cartas, diários, mensagens de aniversário aos amigos mais próximos, contos, crônicas e histórias infantis. Mas a oportunidade de publicar surgiu quando fui trabalhar na Biblioteca Pública Municipal, em 2009, e criamos a Confraria do Escritor, onde minhas crônicas e contos começaram a pular da gaveta e se intrometer nas coletâneas propostas por escritores mais experientes que passaram a reunir-se.

its Teens A sua graduação influenciou na escolha deste caminho profissional?

Marlete Cardoso: Desisti de uma bolsa integral em um colégio particular porque queria fazer o “Magistério”. E comecei a atuar em sala de aula com esse curso. Depois fiz Pedagogia. Ser professora foi um sonho realizado, porque considerei que era o mais perto que eu poderia ficar de livros e crianças ao mesmo tempo. Então, posso dizer que sim, influenciou.

Marlete Cardoso: Muitos de meus textos foram classificados como narrativa poética, e tenho contos e crônicas publicadas em antologias, que são os livros com vários autores. Penso que o cronista é como um pintor de quadros, com o poder de escolher e destacar alguns tons. Por exemplo, quando escreve sobre um problema social, ele foca no que acredita e deixa o leitor completar o quadro, e todos pensam a respeito e crescem. Mas optei por histórias infantis/juvenis porque sempre amei esse gênero, por minha ligação com o Ensino Fundamental e pelas muitas possibilidades de interação com os alunos. Admiro a cultura indígena, leio, pesquiso e participo de grupos ligados aos povos indígenas. Há muito para aprender. Gosto de refletir sobre os caminhos que os seres humanos trilham, e os adolescentes e mesmo as crianças pequenas gostam de conversar e filosofar sobre a vida. É apaixonante! Meu próximo livro infantojuvenil será com esse tema e estou feliz com a escolha pela causa dos povos originários. Também estou com outro projeto de um livro de pesquisa na área social. Um novo desafio.

its Teens Quais são as possibilidades de carreira para quem escolhe ser escritor(a)?

Marlete Cardoso: Primeiro não aconselho ninguém a escolher qualquer profissão visando o lucro material. Pense primeiro em sua satisfação como ser humano. Há, sim, os escritores que ficaram e ainda ficarão muito ricos com a escrita, mas a maioria tem outras ocupações como fonte de renda, e tá tudo certo. Há lugar para todos, assim como no céu há lugar para grandes e pequenas estrelas. Se quiser ser um escritor criativo, acredito que fatalmente escolherá algo ligado à área de ciências humanas e pode ser o que quiser, pois se não parar de escrever, continuar alimentando-se de literatura e mostrar seus textos sem temer as críticas, creio que sua habilidade irá crescer, será descoberta e valorizada.

its Teens Quais são as habilidades importantes que precisam ser desenvolvidas para quem deseja seguir carreira nesta área? Marlete Cardoso: Primeiramente, gostar de ler e não ter medo de ser influenciado por um ou outro escritor, pois ao escrever, cada um vai imprimir sua própria maneira. Também procure ler todos os gêneros. Depois é importante gostar de aprender, porque há muitos cursos de aprimoramento de escrita criativa, de narrativa, de literatura comentada etc. E o mais importante é escrever, escrever diariamente. Eu costumo dizer que nos dias atuais todos são escritores, pois todos escrevem muito, seja uma pequena mensagem ou um texto para postar nas redes sociais, e há textos ótimos. Então os escritores que publicam suas obras deveriam se chamar ESCRIAUTORES. Viu? Outra coisa boa da profissão é que a gente pode inventar palavras novas!

its Teens Como é o dia a dia de trabalho de um escritor? Como funciona seu processo de escrita?

Marlete Cardoso: Eu sempre gostei de acordar cedo e aproveito a casa silenciosa, medito, leio um pouco e escrevo. As ideias se ampliam no silêncio. Costumo criar nesses momentos e corrijo mais tarde. Mas as ideias podem surgir a qualquer momento, então eu gravo se estou longe de papel ou notebook. Costumo alternar escrita com leitura. Escrever é um processo solitário, mas nada se consegue refestelando-se sobre plumas, e muito menos querendo saber tudo o que acontece na web. E não basta ter uma boa ideia, é preciso trabalhar nela e ter disciplina para não se deixar arrastar pelos sons e brilhos do celular que nunca param.

its Teens No mercado de trabalho, quais funções podem ser exercidas para quem trabalha com escrita? Marlete Cardoso: Pode ministrar aulas, criar cursos específicos para ensinar técnicas de escrita, ser roteirista de cinema, criar, revisar textos em empresas, criar sua própria editora, ser criador de conteúdo para empresas de comunicação, fazer assessoria política, enfim, o campo é bem vasto e os jovens sabem tirar proveito das possibilidades da internet, claro.

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Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

its Teens its Teens Como você se tornou escritora? Qual é o seu gênero de escrita Marlete Cardoso: Quando era menina, na e como foi sua escolha por ele?

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cultura indígena

VOCÊ REALMENTE SABE COMO COMEÇOU A

Crianças da Educação Infantil desenvolvem seus conhecimentos culturais com experiências de saborear, tocar e provar elementos da história do Brasil; veja como é isso na prática

O quecovnotrcêar vai en aqui: por VALORIZAÇÃO E CONHECIMENTO SOBRE ELEMENTOS DA HISTÓRIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA. CEI DESENVOLVE PROJETO CULTURAL SOBRE OS POVOS ORIGINÁRIOS DO BRASIL. CURIOSIDADES SOBRE A CULTURA INDÍGENA. Renata Bomfim Tempo de leitura: 4 minutos Desde muito pequenos, para todos nós, o mundo é um lugar de descobertas. A cada nova fase da vida, novos conhecimentos, novas experiências e novos sabores se tornam parte do nosso conhecimento cultural. No período escolar, um dos papéis da Educação Infantil é justamente esse: usar da observação, da exploração e da investigação ferramentas que somam e contribuem no processo de aprendizagem da criança. Valorizar a riqueza cultural do nosso país por meio da alimentação, da cantiga, da brincadeira e até da linguagem tem sido o caminho escolhido pela professora Simoni Oliveira de Lara Morais e da auxiliar de educador Caroline Neckel Xavier Rosane Souza com as crianças do maternal do Centro de Educação Infantil (CEI) Espaço da Criança. Para estimular o respeito às diferenças e desenvolver a empatia, as educadoras exploraram a história do Brasil por meio da cultura indígena. “Nós, inicialmente, começamos com uma cantiga de roda. Em uma dessas cantigas, a gente começou a cantar ‘um, dois, três indiozinhos’ e despertou a curiosidade deles de saber quem eram os indiozinhos, o que era uma canoa, a oca…”, relembra a professora Simoni. A iniciativa pedagógica faz parte do

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projeto institucional “Sentindo na pele”, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação de Joinville. A ideia, de acordo com a estrutura de projeto desenvolvida pela professora Simoni, é mostrar para as crianças que elas “são diferentes umas das outras, mas que essas diferenças se complementam e precisam ser não somente respeitadas, mas valorizadas”. O mergulho cultural na história sobre os povos formadores da sociedade brasileira levou para dentro do espaço educativo novos conhecimentos, como o contato com a raiz de mandioca e suas diversas possibili-

dades alimentícias; o sabor da erva-mate; a textura da argila; a estrutura das folhas de bananeira, além de outras experiências nas quais as crianças tiveram de tocar, cheirar e provar iguarias que nos foram apresentadas pelas tribos indígenas. “(...) Resolvemos construir com as crianças de uma maneira leve, descontraída e cheia de surpresas uma concepção da cultura indígena, desconstruindo estereótipos e valorizando a história de um povo tão importante que é parte integrante de nossa própria cultura”, escreve a professora Simoni em seu projeto.


5 curiosidades

sobre a cultura indígena que provavelmente você não sabia Falar da história do Brasil tem a ver com valorização e respeito aos povos que estavam aqui antes mesmo da chegada da trupe europeia – como por muito tempo se contou nos livros sobre a história de descobrimento do nosso país. Muito além dos estereótipos pelos quais esses povos costumam ser lembrados (e caracterizados), confira cinco curiosidades sobre a cultura indígena que talvez você não soubesse… mas agora está sabendo. Veja só:

pertencem a 305 etnias, de acordo com o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

culinária 2 Na brasileira,

alimentos como pipoca, tapioca, pirão e beiju são de origem indígena.

proteger e zelar pelos direitos 4 Para das políticas indigenistas existe a

Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

nosso hábito de tomar banho 3 Oé uma herança da cultura

indígena. Na história, conta-se que muitos estranharam o forte cheiro dos portugueses, que não tinham o hábito de fazer a higiene pessoal todos os dias.

política, o primeiro 5 Na deputado federal brasileiro

de etnia indígena foi Mario Juruna, que pertenceu a uma aldeia no Mato Grosso.

Crianças provam beiju em atividade prática no CEI Atividade para conhecer e provar o sabor da erva-mate com as crianças ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens

Fotos: CEI Espaço da Criança/Divulgação

no Brasil, existem 1 Só 274 línguas faladas que

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notícias das escolas

Alunos de escola municipal de Joinville criam

aplicativo inovador Sete adolescentes de Joinville de 12 a 16 anos tornaram-se os participantes mais jovens da história da Jornada de Empreendedorismo, Desenvolvimento e Inovação, a Jornada JEDI. O evento é realizado pelo Join.Valle para ajudar empresários no desenvolvimento de suas ideias de startups. Mesmo em meio aos adultos, os meninos enfrentaram todas as etapas de workshops, treinamentos e mentorias enquanto trabalhavam em seu projeto: um aplicativo que busca resolver o problema de indisponibilidade das pessoas para receber produtos comprados online. Eles são alunos do sétimo ao nono ano da Escola Municipal Padre Valente Simioni e integram o Clube de Robótica. No início de 2022, receberam o desafio de criar um projeto inovador focado em transporte e logística para participarem da etapa regional do torneio de robótica

FIRST LEGO League (FLL), que ocorreu em março. Para isso, precisavam escolher um problema real e apresentar uma solução possível. O diretor-executivo do Join. Valle, Fabiano Dell Agnollo, tomou conhecimento do projeto e os convidou para a 8ª edição da Jornada JEDI. A participação ocorreu paralelamente à preparação para o 2º Campeonato de Robótica Joinvilense, para o qual os garotos precisavam criar outro projeto de inovação, e em meio às aulas e provas do Ensino Fundamental. Mesmo assim, o grupo não desistiu. Na final da Jornada Jedi, que ocorreu em 26 de junho, das 19 equipes que participaram do evento, seis tiveram os projetos totalmente aprovados. Entre eles, os alunos da EM Pe. Valente, que ficaram com a terceira melhor média.

Diretores se reúnem para Formação em Liderança e Equidade

No início de julho, diretores e diretoras das escolas da Rede Municipal de Ensino de Joinville e de Águas Mornas participaram de uma imersão em educação, promoção de equidade social e gestão durante o Programa de Formação de Lideranças Educacionais do Centro Lemann. O objetivo era fortalecer o compromisso e a capacidade das lideranças educacionais, em especial de diretoras e diretores escolares, em promover a aprendizagem e o desenvolvimento integral com equidade em suas escolas. O programa teve início em março de 2022, de forma online e com a participação de 2.135 lideranças de 49 municípios de todo o país – a Rede Municipal de Joinville é a maior, com a participação de mais de 170 profissionais. O encontro presencial marcou o início do Módulo 2. A programação incluiu momentos de reflexões individuais e coletivas, assim como exercícios práticos de priorização, co-criação de soluções e prototipação a partir de problemas reais, enfrentados pelas redes e escolas brasileiras. 14

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Crianças do CEI Antônio Brühmuller criam campinho de futebol O incentivo ao protagonismo infantil faz parte do dia a dia de Centros de Educação Infantil e escolas municipais de Joinville. No CEI Antônio Bruhmuller, no bairro João Costa, essa prática gerou um campo de futebol bem do jeito que Daniel Bernardo da Maia sonhou. O menino tem apenas três anos mas, a partir de sua provocação, a equipe da unidade de educação infantil se movimentou para criar o espaço para os jogos de futebol das crianças. “Eu estava fazendo atividades com as crianças e eles demonstraram muito interesse no futebol. Quis incentivar isso, mostrando a eles desenhos e levantando quais conhecimentos tinham sobre esse esporte. Foi quando o Daniel questionou: ‘professor, mas como vamos jogar se não temos um campo de futebol?’”, conta o professor de educação física Maykon Caldeira. A demanda de Daniel foi atendida e o


CONHEÇA JOINVILLE: MIRANTE DO MORRO DA BOA VISTA

professor começou o processo para transformar um espaço de gramado do CEI em campinho – tudo isso engajando as crianças, mesmo que elas tenham apenas três e quatro anos. As turmas de maternal participaram da conversa com a diretora para solicitar o campo de futebol, escolheram o local ideal, demarcaram o campo e plantaram a grama. Em 29 de junho, os jogadores do JEC Futsal Daniel Ferreira da Cruz e Luis Fernando Saydel, o Xuxa, inauguraram o campinho com um “jogo festivo” com os pequenos e deixaram seus autógrafos registrados em um azulejo do CEI. Foi uma forma de marcar a data em que as crianças viveram sua primeira grande conquista.

serviço

Foto: Prefeitura Municipal de Joinville/Divulgação

Foto: Prefeitura Municipal de Joinville/Divulgação

Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

Joinville é uma cidade lindíssima, e se você duvida, precisa olhá-la do alto do Mirante do Morro da Boa Vista. De lá, é possível ver como existem espaços verdes em meio à área urbana e atestar que estamos em meio à serra e o mar: ao olhar para o Norte, é possível ver a serra Dona Francisca, enquanto, ao Sul, dá pra enxergar o brilho das águas da Baía da Babitonga. O Mirante possibilita ver a cidade do topo do Morro da Boa Vista, que tem 250 metros. Chegando lá em cima, é necessário subir alguns lances de escada (há elevador para pessoas idosas e com mobilidade reduzida): a estrutura tem 14,5 metros. A visão é panorâmica, de 360 graus. Na plataforma, há ainda um local do piso metálico que é vazado, de onde é possível olhar para baixo e perceber (com um friozinho na barriga) que você está sobre as árvores. Além do Mirante, o espaço conta ainda com uma trilha ecológica, que permite um passeio em meio à Mata Atlântica. Há indicações de espécies de plantas encontradas no caminho, e às vezes alguns dos animais que vivem no local aparecem bem pertinho, especialmente aves e saguis. O acesso ao Mirante é feito pela rua Saguaçu, no bairro de mesmo nome. Pode ser feito a pé (vá preparado, com fôlego, roupas leves e calçados confortáveis), de bicicleta (se você estiver acostumado com este tipo de desafio) ou por meio da linha de ônibus Mirante, que circula somente aos finais de semana, de meia em meia hora, entre as 10h e as 18h30, se você quiser somente apreciar o passeio, sem fazer muito esforço.

Endereço: acesso pela rua Saguaçu, no bairro Saguaçu. Horário de funcionamento: o acesso ao topo do Morro da Boa Vista pode ser feito em qualquer horário. Para subir no Mirante, o horário é entre 5h30 e 20h30.

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bom para cachorro

Escola desenvolve projeto “Tutela responsável, um compromisso com a vida” com cães adotados que convivem no ambiente educativo

O quecovnotrcêar vai en aqui: por

ESCOLA DESENVOLVE PROJETO SOBRE TUTELA RESPONSÁVEL. DEVERES DE QUEM ADOTA UM PET. FATORES IMPORTANTES PARA LEVAR EM CONTA ANTES DA ADOÇÃO.

Renata Bomfim Tempo de leitura: 8 minutos Quem decide ter a guarda responsável de um animal de estimação assume, junto com o compromisso da tutela, garantir condições de vida, alimentação, segurança, bem-estar e uma série de fatores que são importantes ao ter um bicho de companhia. E sabe o que pode acontecer quando essas questões não são seguidas? Quem abandona, maltrata ou desrespeita os cuidados de proteção com o pet infringe leis e é considerado como crime. Na Escola Municipal CAIC Professor Desembargador Francisco José Rodrigues de Oliveira, os alunos do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental desenvolvem

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na prática a compreensão sobre o tema de forma interdisciplinar. Com o projeto “Tutela responsável, um compromisso com a vida”, a escola – com mais de 700 alunos – divide o espaço educativo com dois amigos caninos adotados: o Franja e a Maria Flor, que também é chamada de Belinha. No histórico de adoção da escola, além dos que vivem atualmente na unidade, outros dois moram nas lembranças de quem conviveu com a Bisteca e o Filé – o último, inclusive, tem música composta pela fanfarra e um desenho ilustrado pela aluna do nono ano Ana Luiza de Souza, que estuda há nove anos na escola e, em toda a sua memória de estudante, lembra de ter um cachorro por perto. “Eles participam do meio em que a gente vive. Nós damos carinho para eles e recebem muito bem”, comenta. Para inserir o Franja e a Maria Flor no contexto escolar e alinhar os cuidados de adoção responsável, os alunos, a partir do terceiro ano, estudam educação financeira e aplicam ações empreendedoras na escola com venda de bolos, brigadeiros e outras produções caseiras. O motivo? Arrecadar dinheiro para comprar ração, fazer a castração, manter a tosa e todos os cuidados de higiene com os cães da unidade.

Recentemente, os cachorros adotados ganharam um “cãodomínio”: com construção de duas casas conjuntas de alvenaria, o espaço reforça para a comunidade a importância do projeto implementado na escola, além de garantir o bem-estar e qualidade de vida dos pets. Responsável pelo desenvolvimento do projeto na unidade, Roselena Bertolotto, professora de atividades complementares, desenvolve ações sobre posse responsável desde 2016. Com histórico de voluntariado relacionado à causa, Roselena conheceu bem de perto a realidade dos problemas de abandono animal. Durante 13 anos frequentou escolas da Rede Municipal de Ensino de Joinville com palestras sobre a tutela responsável. “Assim que cheguei, eles (moradores da comunidade) deixavam muitos cachorros na lixeira da escola, era desesperador. E eu pensei que isso não poderia continuar e comecei a pensar nesse projeto efetivo aqui dentro, já que a escola tinha um cachorro e era simpatizante”, relembra a professora. Com quatro anos de história e conscientização vivida na prática no espaço educativo, o problema de animais abandonados na escola foi resolvido. Para a diretora da unidade, Jurcélia da Silva, isso significa a efetivação de um projeto bem implementado. “As pessoas e crianças tomaram consciência que ninguém mais deposita um animal na lixeira e nem aqui não jogam”, comenta. Para ela, a presença dos dois cães na escola constrói uma relação saudável entre as crianças e os animais. “Isso faz com que eles se tornem cidadãos com olhar diferente para os animais. O animal é um ser social, não é como nós, humanos, e pode conviver muito bem com eles.”


Tornar-se responsável por um pet é uma decisão que precisa ser tomada com muita consciência. Isso porque ter um bichinho de estimação em casa requer uma série de cuidados (e gastos) que vão além do carinho e da alegria de se ter um animalzinho. Para decidir com segurança sobre como integrar um pet de companhia ao seu novo lar, o tutor precisa saber que será de sua responsabilidade atender as necessidades físicas, psicológicas e ambientais do seu mais novo bichinho de estimação. Para saber quais são elas, separamos quatro (mas existem muito mais) deveres que fazem parte das obrigações de um tutor de pet.

1 Responsabilidade

Antes de adotar um pet no calor da emoção, converse com a sua família e veja se todos estão de acordo com a chegada de um novo integrante ao lar, analisando todas as obrigações, cuidados e responsabilidades.

2 Idade

Ao optar por adotar um pet, é importante analisar a idade adequada para a posse responsável. Se escolher um filhote, lembre-se que eles têm muita energia, gostam de atenção e precisam de espaço; enquanto os idosos já são mais calmos, gostam de tranquilidade e um cantinho para chamar de seu.

3 Para a vida toda

Ter um animal de companhia não é algo temporário. Lembre-se de que ele faz parte da família e deve ser incluído em todas as fases, como mudanças e, sempre que possível, viagens programadas. É de responsabilidade do tutor proteger e cuidar durante toda vida.

Foto: Renata Bomfim

4 Inclusão nos gastos

Nem só de amor e beleza vive um pet, mas de investimento mensal que necessita de compra de ração certa, cuidados com a vacina, higiene, além de um lugar confortável para dormir, manta, brinquedos e outros custos.

Foto: CAIC Professor Desembargador Francisco José Rodrigues de Oliveira/Divulgação

4 deveres que fazem parte das obrigações de um tutor de pet

Quer adotar um pet? Faça o check list e veja se você pode fazer a adoção responsável

Ensino sobre tutela responsável nas escolas públicas é lei em Joinville

O ensino sobre os direitos dos animais e os cuidados para uma guarda responsável se tornaram tema transversal obrigatório na Educação Básica de Joinville em 2022. Ele atende a Lei Municipal 8.849/2020, que acrescenta o tema à grade curricular das escolas públicas de Joinville na forma de conteúdos que colaborem para a construção da compreensão da realidade deste tema, e que podem ser trabalhados em qualquer disciplina. Por isso, a Secretaria de Educação de Joinville criou o Programa Garra - Educação pelos Direitos dos Animais. O conjunto de ações para conscientização de crianças e adolescentes começou a ser colocado em prática em forma de projeto piloto no segundo semestre de 2021. Entre os objetivos estão a sensibilização dos alunos de todas as faixas etárias a respeito do bem-estar dos animais, especialmente dos animais domésticos, a conscientização sobre as obrigações e os custos de ser tutor de um animal doméstico e ensinar sobre os perigos do crescimento desenfreado da população animal, que leva a abandono e zoonoses nas cidades.

Se você deseja ter um animal de estimação, saiba que existem pontos importantes que precisam ser levados em conta antes de levar o bichinho para sua casa. Nos abrigos, muitos aguardam seu dia feliz de pertencer a uma família, mas para dar este passo listamos medidas importantes a serem levadas em conta antes de tomar a decisão. Faça o check list e veja se você pode fazer a adoção responsável. Espaço para que o pet possa brincar, descansar e fazer as suas necessidades. Investimento nos cuidados da saúde, principalmente nas vacinas. Dinheiro para fazer a castração do animal. Disposição e tempo para brincar com o seu pet todos os dias. Visita ao veterinário quando necessário. Higiene e limpeza do pet com banho e tosa. Apoio para cuidados, em caso de viagem em que o tutor não pode levá-lo. Paciência com a fase de adaptação, que pode levar meses. Compra mensal de ração e alimentos adequados à idade e necessidades do pet. Condições de zelar, dar amor, carinho e atenção todos os dias para o seu bichinho.

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Foto: Leve Fotografia com Propósito

Renata Bomfim Tempo de leitura: 7 minutos

O quecovnoctrêar vai en aqui: por Breve história da dança e seus benefícios. Escola oferece aula de sapateado americano. Conheça o programa Dança na Escola.

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C

onsiderada uma das artes mais completas (e uma das mais antigas também), a dança já fazia parte da humanidade desde os tempos da Era Primitiva, como uma forma de expressão corporal e descoberta do homem com o som, ritmo e movimento. Desde esse tempo, a dança está atrelada como forma de expressão artística que envolve, em sua estrutura, também teatro e pintura. No período escolar, aproveitar a fase para incluir a dança na rotina pode trazer benefícios ao processo de aprendizagem, como despertar para novas habilidades e liberdade para desenvolver o seu próprio conhecimento. Como ferramenta de expressão, não é apenas “quem canta seus males espanta”, como já diria um forte ditado popular, mas quem dança também. Os movimentos da dança educacional ajudam o estudante a desenvolver o seu lado emocional e a lidar com suas angústias, medos e aflições por meio dos movimentos do seu próprio corpo.

Sophia Ferreira de Souza

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Aluno do oitavo ano da Escola Municipal Padre Valente Simioni, José Henrique Amâncio Régis, 14, participa do programa “Dança na Escola” desde 2018. “Eu sempre gostei muito da arte e eu nunca fui tímido com o palco. Mas eu fiquei bem feliz que voltou este ano, porque eu iniciei na dança aqui”, relata o estudante. “A dança cura, quando você entra no palco é uma emoção inexplicável.” Ainda que quando desenvolvida dentro do espaço escolar o objetivo não seja diretamente o de descobrir e formar bailarinos, a dança busca somar com a formação do estudante. Atualmente, cinco modalidades são oferecidas nas escolas que integram o programa. Na EM Padre Valente Simioni, por exemplo, este ano teve início uma oferta inédita: aulas gratuitas de sapateado americano. Ao todo, 36 alunos, do quarto ao nono ano do Ensino Fundamental, participam das aulas duas vezes na semana, no contraturno escolar. A ideia partiu da própria professora de dança, Marise Moreira, que já oferecia outras modalidades na escola. Bailarina com passagem pelo Festival de Dança de Joinville, o maior do mundo, para ela o sapateado tem algo especial. “Traz benefícios como as outras danças, mas acho o sapateado bem peculiar: pelo domínio que a criança precisa ter, no som, na música, na harmonia musical”, lista a professora. “É uma bateria nos pés.” Além de aproximar os alunos com a arte, a dança, para a professora Marise, também tem um papel importante no desenvolvimento social que está por trás da aprendizagem técnica. “A dança tem outros significados. Eles (alunos) virem para cá, fazer aula e se apresentar, não é só isso, existe todo um contexto por trás disso tudo, que é desenvolver esse cidadão ativo, consciente, saudável, independente – e acredito que eles vão ter uma fase adulta bem mais notáveis nos seus trabalhos, relacionamentos…” Nesse processo, a dança tem feito diferença no desenvolvimento pessoal de Sophia Ferreira Souza, 10, aluna do quinto ano, integrante do programa “Dança na Escola”. A atividade tem ajudado no seu processo de concentração e foco para além do tablado. “Eu tinha muita timidez, mas agora foi parando.” Em toda a Rede Municipal de Ensino de Joinville, cerca de 500 alunos participam do programa, de acordo com a coordenadora Claudeli Ana Braz. Como forma de valorizar e compartilhar com a comunidade todo o trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo, uma vez por ano a Mostra de Dança aproxima professores, alunos e pais para prestigiar os resultados do “Dança na Escola”.


Fotos: Leve Fotografia com Propósito

Alunos que participam do programa “Dança na Escola” na EM Padre Valente Simioni

PROGRAMA DANÇA NA ESCOLA ATENDE APROXIMADAMENTE 500 ALUNOS NO CONTRATURNO O Programa “Dança na Escola” existe há 23 anos na Rede Municipal de Joinville. Nos anos de 2020 e 2021, no entanto, as aulas ficaram suspensas devido às regras do Plano de Contingenciamento Escolar contra a Covid-19 (PlanCon). Em fevereiro de 2022, nove escolas reativaram o projeto, com atendimento a cerca de 500 alunos do Ensino Fundamental em contraturno. Nas aulas, são realizadas atividades para trabalhar a aptidão física, a coordenação motora e a flexibilidade, com a dança servindo como uma ferramenta para o desenvolvimento integral do estudante. As professoras trabalham também as diferentes formas de expressão, a criatividade, a disciplina e o trabalho em grupo. Tradicionalmente, cada turma cria uma coreografia a partir de ideias desenvolvidas em conjunto com os alunos.

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Conhecimento cultural:

Na Capital da Dança, o que não faltam são motivos para praticar essa arte tão completa que une movimento, sensações e sentimentos por meio das expressões corporais. Para romper com as limitações, é preciso deixar de lado a ideia de que a dança é apenas uma modalidade performática. Para incentivar no seu processo de escolha e participar das oportunidades que são oferecidas aí na sua escola, veja como a dança é importante para além de uma música coreografada.

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ao escolher uma modalidade, a dança permite que você conheça a cultura, a história e o costume de um povo apenas por meio do estilo escolhido. O legal disso é que, por meio do movimento do corpo, você amplia o seu repertório e conhecimento histórico.

Estado de presença:

manter o corpo em movimento desperta para que você traga e mantenha sua mente no momento presente, desenvolvendo o foco e a concentração.

Coordenação motora fina:

desperta para o domínio corporal, principalmente dos pequenos músculos que são encontrados nas mãos e nos pés.

Liberação de hormônios do bem-estar:

ajudam na melhora do humor e liberação da pressão pela qual você pode estar passando nessa fase escolar.


Fotos: Leve Fotografia com Propósito

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diversão

DE VO LTA À

O recesso escolar terminou e o segundo semestre do ano já começou. Para não se perder no caminho e levar a sério esta reta final do ano letivo, a nossa missão é que você encontre a saída certa que leve nosso estudante de volta à escola.

Será que você consegue?

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Para continuar a leitura...

Vire a revista para a carinha ficar feliz.


cultura pop

Um cineminha em casa nunca foi tão propício, ainda mais quando há tantos filmes legais disponíveis com facilidade. Você já escolheu o próximo?

Gustavo Bruning

O primeiro semestre do ano letivo ficou para trás, mas ainda há uma importante escolha a fazer: qual filme assistir na sessão pipoca? Há opções para todos os gostos, a um clique de distância, em plataformas de streaming como Netflix e Disney+. Quer uma aventura ensolarada? Um clássico da animação? Algo que anda fazendo sucesso? Personagens antigos ganhando uma nova vida? Uma equipe formada por vários heróis parecidos? Então chame os amigos, se jogue no sofá e confira as dicas para se divertir em casa!

Um novo ar para a Pixar “Luca” (Disney+)

A amizade entre Luca e Alberto e a empolgação da dupla para participar de uma corrida em uma vila na costa da Itália leva essa incrível animação da Pixar a um outro patamar. O segredo que os amigos guardam, no entanto, é chocante: eles são, na verdade, dois monstros marinhos, que quando ficam fora d’água ganham a aparência de pessoas comuns. E o problema? Os habitantes da comunidade têm o antigo hábito de caçar tais criaturas. Esta história sobre curiosidade e amadurecimento, ambientada em um verão inesquecível e repleto de momentos engraçados, também é um espetáculo visual com cenários que parecem até reais. Destaque para a Giulia, a nova e corajosa amiga da dupla!

Animação asiática de qualidade “Meu Amigo Totoro” (Netflix) Não é só de grandes lançamentos que vive uma boa sessão pipoca! Esse clássico desenho japonês surgiu nos anos 1980 e foi um dos responsáveis pelo sucesso do hoje grandioso Studio Ghibli. A divertida aventura agora está na Netflix e pode ser a sua porta de entrada para conhecer as animações orientais, com seus traços únicos e detalhes encantadores feitos à mão. 26

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Heróis de todos os universos “Homem-Aranha no Aranhaverso” (Netflix)

Se você gosta do principal superherói da Marvel (temos que concordar que ele é o mais incrível, não é?) essa é a pedida. Um filme de ação com apenas um HomemAranha não é o suficiente, então a ideia aqui é reunir diversas versões desse personagem em uma missão conjunta. Essa é a estreia do Miles Morales como o amigo da vizinhança no cinema – e o retorno dele já foi confirmado em dois outros longas. O estilo de animação é um dos elementos mais interessantes, mas nada consegue superar o Porco-Aranha, um porco hilário que ganhou superpoderes.


Direto da França “Frangoelho e o Hamster das Trevas” (Netflix)

Figurando no top dez dos sucessos da plataforma de streaming no começo do mês, essa animação francesa é protagonizada por uma criatura peculiar: um híbrido de frango e coelho com o sonho de se tornar um grande aventureiro. Ele se junta a uma tartaruga sarcástica e uma gambá especialista em artes marciais em uma caçada cercada de desafios perigosos, repletos de referências ao icônico Indiana Jones. Destaque para a bela mensagem de aceitação e valorização das diferenças.

O segundo semestre de 2022 reserva bons filmes para as telonas. Veja alguns destaques e planeje a sessão! Se quiser assistir aos trailers, é só escanear os QR Codes.

“DC Liga dos Superpets”

É hora de conhecer o cachorro do Superman e outros cães super-heróis cheios de poderes, que precisam se unir para salvar os humanos.

Remodelados e renovados “Tico e Teco: Defensores da Lei” (Disney+)

Quando os mundos dos desenhos, dos personagens 3D e dos humanos se juntam, geralmente o resultado é uma experiência divertida. “Space Jam” e “Uma Cilada para Roger Rabbit” são dois bons exemplos, agora acompanhados do novo longa-metragem dos esquilos mais famosos da Disney. A missão? Desvendar o que está provocando o sumiço de vários personagens de animação. Várias figuras do estúdio dão as caras, e as homenagens a outros projetos são impagáveis – há até ratos fazendo cosplay de Star Wars!

“Além da Lenda – O Filme”

A Cuca, o Curupira, a Iara e outras lendas brasileiras juntam forças para recuperar um livro mágico nesta animação nacional.

“Dragon Ball Super: Super-Heróis”

“O Lendário Cão Guerreiro”

O popular anime ganha mais um capítulo neste embate monumental, no qual Goku e seus amigos têm que enfrentar dois novos androides enviados pelo Exército da Fita Vermelha.

Será que é possível que um cachorro se torne um samurai? É o que essa aventura promete responder, trazendo treinamentos, duelos e grandes batalhas entre os animais.

Muito além dos videogames “Sonic: O Filme” (Netflix) A primeira adaptação do ouriço azul para o cinema também está bombando na Netflix. A comédia começa quando o veloz protagonista invade o nosso mundo e passa a ser perseguido pelo exército – e por um vilão com um bigode cafona interpretado pelo Jim Carrey. Ele precisa contar com a ajuda de um policial para escapar, mas não sem antes mostrar os seus poderes. O filme deu tão certo que uma continuação acabou de ser lançada neste ano! ndmais.com.br/revista-its-teens // its Teens

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wi-fi

Cuide bem do seu aparelho A primeira dica parece meio óbvia, mas é importante de ser ressaltada, pois adolescentes, em geral, são distraídos: cuide bem do seu aparelho. Além do desfalque financeiro que a perda de um smartphone dá, é importante entender que perdê-lo é o maior risco que se pode correr. Então, mantenha seu celular sempre junto de si. Se tiver que deixá-lo na mochila, garanta que esteja bem trancada ou vigiada. Desacostume de deixá-lo sobre a mesa, mesmo quando você está junto. Cuide ao andar com o celular na mão pela rua, especialmente à noite.

PARA CUIDAR DA SUA SEGURANÇA DIGITAL Lucas Inácio

Na época em que os celulares não eram computadores de bolso, os adolescentes tinham que se preocupar mesmo era com os perigos físicos e palpáveis. Os riscos que envolviam os celulares eram os golpes por telefone e, claro, o perigo de um deles cair da rampa da escola na cabeça de alguém, porque eram grandes e pesados. Porém, cada vez mais, nossa vida na internet é uma realidade, tudo é feito digitalmente e dados estão sempre circulando. Por mais que nós tenhamos logins que exigem senhas de acesso, ter cuidado com essas informações é importante. Por isso, aqui vão seis dicas de cuidados digitais que devemos ter (se não souber como fazer, procure tutoriais no YouTube).

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Não faça login em qualquer lugar Além da segurança com o aparelho em si, você deve garantir a segurança em suas contas de e-mail, redes sociais e demais locais. Muitas vezes, usamos um computador da escola ou em algum laboratório; outras pedimos o computador de um colega ou o celular emprestado. Porém, é sempre perigoso esquecer suas informações abertas

em um desses, seja para ser alvo de brincadeira, seja para alguém se aproveitar disso. A primeira dica é: não deixe nada logado e nem use as configurações de lembrar endereço e, muito menos, de lembrar senha em outro aparelho. Fez login?! Não se esqueça de fazer o logout. Por isso, na dúvida, use sempre a aba anônima: Ctrl + Shift + N.

Fui roubado, e agora?!

Caso aconteça de você ser roubado, seja celular ou computador, a primeira coisa é manter a calma. Se estiver muito nervoso, procure a ajuda de alguém mais velho. Mas é importante se ligar em alguns passos padrões:

Faça o Boletim de Ocorrência (B.O.). É possível fazer por telefone, online ou pessoalmente com a polícia. Esse é o primeiro ponto para conseguir reivindicar tudo relacionado aos roubos. Entre em um computador e faça logout remoto de todas as suas contas. Nas contas Google é rápido e fácil de fazer isso. Nas redes sociais também. O mais difícil é o WhatsApp, se todos seus aparelhos logados forem roubados. Aí o jeito é mandar um e-mail. Mude a senha de tudo o que é importante. A maioria das pessoas costuma usar senha padrão para todas as redes, então troque a senha de tudo. E não esqueça: quanto mais difíceis suas senhas, maior sua segurança. Rastreie seu celular: há um modo de rastreamento que deve ser ativado no menu Android para esses casos. Procure um tutorial e ative desde já para garantir. Bloqueie o número do celular com a operadora.

Backup

Bloqueador de anúncios

Ao navegar na internet, tome muito cuidado ao clicar em anúncios e tenha um bloqueador para frear esses perigos – já que vários desses são usados como estratégia para tentar invadir algum computador. Leia todo e cada aviso ou pedido de permissão de seu computador antes de dar ok. Isso acontece em vários aplicativos também, inclusive de jogos. Muitos são anúncios inofensivos, mas não todos. Então, cuide quais permissões de acesso e para quais aplicativos você vai dar essa passagem. Pode ser crucial para sua segurança.

Para evitar dores de cabeça relacionadas a uma perda, roubo, assalto ou furto, tenha backup das coisas mais importantes que você considera que não pode perder. Faça cópias de segurança de fotos, vídeos, documentos e coisas importantes que quer guardar. Coloque na nuvem e também em dispositivos físicos, como HDs externos. Não marque bobeira.

Tenha Antivírus

Outra forma de ser roubado é digitalmente. Somos bombardeados por vírus e malwares (programas para causar danos) e é sempre importante ter bastante cuidado com as autorizações que damos às ações na internet. O principal é ter bons antivírus! É possível estar seguro mesmo com programas de segurança gratuitos (se der, pague um), então, tenha um de confiança em seu celular e computador.

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bloco de notas

Interagir durante as partidas e criar novas amizades são as consequências dos chats de jogos, mas é preciso estar atento antes de compartilhar informações pessoais

Ana Caroline Arjonas

Seja nos campeonatos ou testando um novo game, a conversa com os outros jogadores é o ponto de partida para entender o desafio e ainda conferir algumas dicas que podem ajudar a conseguir o resultado desejado. Mas você sabe quando é hora de parar? A interação no mundo digital é instantânea. Bastam alguns cliques para conseguir conversar com alguém que você nunca viu ou interagiu antes – e toda atenção é necessária para conhecer melhor quem está do outro lado. Isso porque muitos acabam utilizando o espaço para enviar mensagens indevidas, criando casos de cyberbullying ou assédio virtual. Saber o momento certo de acionar o sinal de alerta é essencial para garantir a sua segurança, minimizando as chances de compartilhar informações e dados importantes. Lembre-se que quem está atrás da tela não convive com você e todo cuidado é pouco para manter a proteção e a diversão.

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Se você é novo neste assunto e ainda não sabe como criar amizades no espaço digital, em especial nos chats de jogos, confira cinco dicas que podem garantir a sua segurança nesses ambientes virtuais: Não compartilhe informações importantes Pode até parecer simples e fácil, mas muitos ainda usam o bate-papo para compartilhar endereços, nomes e senhas das redes sociais. O resultado: aqueles que estão no jogo podem usar as informações de forma errada. Por isso, por mais que você esteja criando um vínculo com outra pessoa, não compartilhe dados pessoais – nem seus, nem de família. Não há nada de errado em conversar com um colega, mas é preciso estar atento para fugir de golpes e ciladas.

Denuncie atitudes suspeitas Não há nada mais chato do que terminar uma amizade que estava começando, não é mesmo? Mas é preciso ter em mente que a sua segurança está em primeiro lugar! Se perceber qualquer atitude suspeita ou uma mudança repentina, fique atento. Converse com os adultos, conte o que está acontecendo e, se necessário, faça uma denúncia. Além de conversas com você, o jogador pode estar dialogando com outros – e a sua atitude é essencial para evitar ciladas.

Diga não aos convites Você já recebeu algum convite enquanto estava jogando? Alguma mensagem que fosse inapropriada para o ambiente? Infelizmente, a situação ainda é vivenciada por algumas crianças. Neste caso, o primeiro passo é sair do bate-papo e evitar a conversa. Conte o acontecido para um adulto e peça ajuda para manter a segurança do espaço digital. Atitudes como essas são perigosas e podem causar sérios danos.

Divirta-se! Depois de avaliar as situações, o próximo passo é um dos mais importantes: a diversão! Teste um novo jogo, faça parte de um grupo e se aventure em algo desconhecido. Aproveite os momentos de lazer para extrair o máximo de conhecimento que a tecnologia pode oferecer e lembre-se: sempre que surgirem dúvidas, converse com alguém mais experiente e peça ajuda.

Mantenha a privacidade Antes de ligar as câmeras, fique por alguns dias em contato com o grupo em que você está jogando. Converse e conheça as demais pessoas antes de decidir que é a hora de aparecer. Expor a própria imagem é uma decisão que deve ser pensada – e os pais ou responsáveis devem estar de acordo. Compartilhar as redes sociais também é um passo importante e você precisa estar seguro, afinal, esse é um convite para ter os amigos próximos todos os dias, decisão que requer cautela.

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Derize Oliveira Marques, auxiliar escolar EM Prefeito Baltasar Buschle

O Chamado do Monstro é um livro de ficção inglesa escrito por Patrick Ness e traduzido por Antonio Xerxenesky, edição de 2013. Essa obra foi inspirada em Siobhan Dowd, falecida em 2007, vítima de câncer. Patrick recebeu o convite para a elaboração da história, porém hesitou por receio de não conseguir imitar o romance dela. Mas ele não resistiu, sentiu vontade de começar a escrever e assim o fez, em Londres, em fevereiro de 2011. A história começa com um garoto de 13 anos chamado Conor, tendo terríveis pesadelos. Algo nesses pesadelos o fazia querer se esconder. Foi tentando afastar esses pesadelos, mas à 0h07 ouviu seu nome ser chamado. Ele não acreditava em monstros, mas seu nome era chamado diversas vezes por uma voz desconhecida. Como ele enfrenta um terrível drama com a sua mãe, com câncer, ele não se deixa assombrar quando vê uma árvore teixo sendo transformada em um monstro. Esse monstro sabe que o menino esconde um segredo. Conor é uma criança que sofre com a doença da mãe e enfrenta problemas de bullying na escola por causa dessa situação. Filho de pais separados e com pai ausente, vê-se obrigado a conviver com a avó, com quem ele não se dá bem, além da convivência com o pai não ser das melhores. O monstro conta três histórias para Conor e avisa que, ao final da terceira história, o menino terá que contar a sua história, a sua verdade. Aquela verdade que ele mais teme em pronunciar em voz alta. O teixo afirma ter sido chamado pelo menino, mas Conor nega tê-lo

chamado. O monstro aparece não para assombrar Conor, mas, sim, para ajudá-lo a enfrentar seus piores medos. Essa é a história mais linda e cativante que eu li em muito tempo. Transborda emoções que nos fazem refletir sobre nossos medos mais ocultos, que, mesmo dolorosos, temos que enfrentar. O título faz referência a monstro, e a capa induz o leitor a acreditar que seria gênero de terror, mas aquele leitor que não se atém à leitura da sinopse vai ter uma linda e emocionante surpresa. Alerta de perigo iminente de lágrimas de emoção. É uma história triste que vai mostrando o processo de aceitação do menino para lidar com a morte. Triste, porém necessária, pois muitos não conseguem lidar com temas tão profundos e necessitam de inspiração para auxiliar nesse fardo. O autor teve uma sensibilidade extraordinária em aceitar esse desafio, pois conseguiu transcrever algo tão comovente. Um livro que indico nas aulas de leitura e sobre o qual tenho coletado muitos elogios de alunos de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.

Sugestões de

para o mês

a. c. ... antes da Carolina, d. c. depois da Carolina Mário Cezar da Silveira

Ponte para Terabítia

Autor: Katherine Paterson Tradução: Ana Maria Machado

O menino que caiu no buraco Autor: Ivan Jaf

O menino do pijama listrado Autor: John Boyne

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eu, repórter na its

Agatha Macedo Hiantt Alann Raphael Meira de Barros Brayan Manoel da Silva Marques Cauã de Souza Magalhães Elias de Souza Eliza de Souza Felipe Luiz da Silva Rodrigues Fernando Braz Safanelli Guilherme Oliveira Salgado Gustavo José Maurer Igor Pereira Gomes Isabela Della Giustina Isabelly Cristina de Medeiros da Cunha João Victor Coser Ribeiro Johny Matheus Maurer Julia Miriã de Borba Luciana Vieira Maria Gabriela Dumke Matheus Piancó Gonçalves Miguel Becker da Silva Nathaly Cristini de Oliveira Nicolly Fabiane Duarte Nicoly Medeiros Ruaro Renato Samuleski Gardini

Professora Viviane Roberta dos Santos Camilo EM Professora Isabel Silveira Machado

A geloteca é uma geladeira com livros criada para entretenimento das crianças. Ela foi criada em 2019 e idealizada pelas professoras Leocadia e Ivorlene. Ela foi criada com uma geladeira real, mas que não funcionava mais e não tinha conserto, então colocaram livros dentro dela. Ela foi criada com o intuito de entreter as crianças, além de ser também feita para incentivar a leitura dos pequenos. Na pandemia, os alunos estavam no sistema híbrido, (uma semana presencial, outra em casa) e podiam levar os livros para casa.

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Nicoly Ruaro, Isabela e supervisora Leocadia


Confira a entrevista com a supervisora Leocadia Isabela e Nicoly Ruaro:

Isabela e Nicoly Ruaro:

O que levou a fazer a geloteca?

Como foi a experiência com o resultado?

Supervisora Leocadia:

Supervisora Leocadia:

Nós não tínhamos a biblioteca ainda e queríamos um espaço para que as crianças tivessem acesso aos livros.

Muito feliz e gratificante. Isabela e Nicoly Ruaro:

Isabela e Nicoly Ruaro:

Supervisora Leocadia:

Supervisora Leocadia:

Eu e a professora Ivorlene. Isabela e Nicoly Ruaro:

Quando vocês fizeram a geloteca? Supervisora Leocadia:

Em 2019.

Para incentivar a leitura em diversos momentos na escola. Isabela e Nicoly Ruaro:

Onde encontraram a geladeira? Supervisora Leocadia:

A geladeira era da escola, mas estragou, então nós a utilizamos.

Escola Municipal Professora Isabel Silveira Machado/Divulgação

Quem fez e quem ajudou?

Por que colocaram os livros?

A geloteca na Educação Infantil A professora Vanessa da Educação Infantil falou que “é um projeto muito bacana da escola, ela oportuniza as crianças a levarem esses livros e ter contatos diários, eles podem abrir e escolher os livros a qualquer momento, os pequenos da educação infantil gostam muito”. Ela relata que em um desses momentos uma aluna achou um livro sobre a dengue e, como estavam trabalhando sobre esse tema, esse livro chamou muito a atenção das crianças e os próprios alunos tomaram a iniciativa de levar para casa para fazer a leitura em família.

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galerias

Cartaz confeccionado no encontro de líderes

Desenvolvimento do cartaz faz parte do projeto com intervenção coletiva

ESCOLA MUNICIPAL ENFERMEIRA HILDA ANNA KRISCH JARDIM IRIRIÚ JOINVILLE - SC O Projeto Conte Comigo, que ocorre nas salas do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Enfermeira Hilda Anna Krisch, tem como objetivo promover uma liderança diferente a cada mês. O papel do líder é de dar suporte emocional para os estudantes em sala, acolhendo e ajudando as vítimas de bullying, racismo, preconceito, homofobia, entre outros. Os líderes de todas as turmas se juntam uma vez por mês para refletir sobre o que foi visto como demanda dentro de sala e, com isso, estruturam um projeto de intervenção coletiva na escola.

Encontro com líderes de turma ocorre no contraturno escolar

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Líderes de sala


O encontro de líderes faz parte do projeto escolar Conte Comigo No cartaz, alunos destacam temas de assuntos que precisam ser discutidos na escola

No projeto, os alunos líderes trabalham em equipe

Projeto desenvolve empatia e respeito

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galerias

Eduardo, João Pedro, Henrique, professora Débora, Matheus e Lucas

Eduardo, João Pedro, Matheus e Henrique

Daniel, José, Gustavo e Kauã Maria Vitoria, Ana Júlia e Angélica

Kauany

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Letícia Souza, Sabrina, Letícia Bianchini, Victoria e Jamily


ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA ELIZABETH VON DREIFUSS MORRO DO MEIO JOINVILLE - SC Alunos confeccionam mini maquetes, com dispositivos elétricos, para aprender na prática sobre os tipos de energia e eletricidade. O trabalho foi uma proposta da professora Débora Cândido Terço com os alunos dos 8° anos.

Brayan, Maria Vitoria, Ana Júlia, Gissele e Kauany

João Victor

Melissa, Ketlen, professora Débora, Pierre, Eduardo e Maria Clara

Gabriele, Camily, Lucas, Matheus, Renan e Teylor

Gabriel

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galerias

Isaac e Thalia Confraternização

ESCOLA MUNICIPAL PREFEITO WITTICH FREITAG AVENTUREIRO JOINVILLE - SC O piquenique, realizado no pomar da unidade, aconteceu a partir de uma roda de conversa sobre os contextos familiares e seus costumes. Foi um momento de celebração com as turmas de 1º e 2º período da Educação Infantil da Escola Municipal Prefeito Wittich Freitag, visando ao aproveitamento dos espaços da escola, considerando-se a importância de permitir às crianças relacionarem-se e explorarem a natureza.

Turma do 2° período

Piquenique organizado na escola com as crianças da Educação Infantil Piquenique da Educação Infantil

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Piquenique escolar

Yuri, Isaac e Caleb

Samuel, Miguel, Isabelly, Fábio, Maria Cecília, Isac, Matheus Felipe Samuel e Luan Maradona

Turma do 1°periodo

Maria Cecília, Carolina e Lavínia

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saideira

Beatriz Cercal Cachoeira Escola Municipal Professora Virgínia Soares

Em plena era digital, em que tudo se busca e se vive num mundo virtual, nossa antiga Colônia Dona Francisca e atual Manchester Catarinense restaura sonhos, resgata memórias e vivências, indispensáveis para o entendimento da evolução, frustrações, lutas e progresso da maior cidade de Santa Catarina. Com a revitalização dos museus de Joinville, citando aqui o Museu de Imigração e Colonização, que mais especificamente nos remete a uma Joinville inimaginável para os dias atuais. Temos a oportunidade, agora com mais conforto e acessibilidade, de instantaneamente nos transportar a situações e momentos nostálgicos de um povo trabalhador, desbravador, com uma rica cultura, que nos faz, hoje, voltar orgulhosamente ao museu, ver de perto, sentir a emoção de, por instantes, transcender aquela época. O trabalho, a alimentação, o descanso, a mobília,

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utensílios, vestuário, transporte, o convívio, tudo relatado ali na nossa frente, “ao vivo”, sem fotos ou vídeos, mas com uma vida, um entusiasmo que somente quem visita sai com a sensação de resgate, de conhecimento, de orgulho, de poder dar continuidade a uma luta iniciada há séculos, de largar o celular e imaginar como eram as noites naqueles quartos, almejando – em sonhos e orações – condições dignas, uma evolução que parece tão óbvia, mas impensável à época. A arquitetura imponente e preservada, em frente à Rua das Palmeiras, voltou depois de quatro anos de reformas, despertando o culto pelo passado em um presente tão futurista. O avanço, que chegou com tanta força, misteriosamente nos instiga a respirar antiguidades, para exalar conhecimento e entendimento, de quem orgulhosamente somos e em quem nos transformamos. Meu desejo para o futuro? Que este palacete continue acumulando histórias, vidas e sonhos. Que o joinvilense mergulhe nesta onda de conhecimento, nos instigando a aprimorar ainda mais nosso aprendizado sobre a trajetória daquele povo. Que o passado, o presente e o futuro continuem lado a lado, preservados, encontrando-se lá.



Revista its Teens Joinville nº 65 2022 | R$ 13,50


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