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Veja também:

Caminhos para a pesquisa: E se Jung conhecesse a Psicologia Positiva?

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Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento

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versão em inglês

Os cinco fatores essenciais de bem-estar A relação entre sucesso e interações sociais na empresa O papel da natureza na regulação das emoções

TECNOLOGIA POSITIVA Games e apps promovem aprendizados, flow, mindfulness e emoções positivas 1 MIP_MAG_ed5.indd 1

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CONHEÇA o novo SITE e os NOVOS CURSOS do : Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento! CERTIFICAÇÃO EM COACHING POSITIVO COMO APLICAR PSICOLOGIA POSITIVA NAS EMPRESAS MINDFULNESS: CONSCIÊNCIA PLENA EM AÇÃO PSICOLOGIA POSITIVA NA CLÍNICA: AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO VIRTUDES E FORÇAS PESSOAIS FELICIDADE 360º:

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editorial

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Psicologia Positiva 2.0

E

mbora este título possa nos remeter a uma nova fase da Psicologia Positiva (algo que abordamos na edição número 2 desta revista), neste caso, ele se refere a uma nova maneira de aplicar seus preceitos e achados científicos, com um maior uso de tecnologia. Aliás, esse é um mercado de bilhões de dólares para desenvolvedores que apostam exatamente nessas descobertas para criar jogos eletrônicos voltados para a educação básica e os treinamentos corporativos, tema de destaque nesta MIP Mag. Já se fala até mesmo em uma Tecnologia Positiva, aquela usada para “influenciar três características específicas de nossa experiência – qualidade afetiva, engajamento/atualização e conexão – que servem para promover comportamentos adaptativos e funcionamento positivo”, segundo pesquisadores como o italiano Giuseppe Riva, da Universidade Católica do Sagrado Coração, de Milão, na Itália, um dos entusiastas desse movimento tecnológico. Nesse contexto há um considerável grupo de cientistas a estudar e colocar em prática os games positivos, aqueles cujo uso na maioria das vezes é mediado por especialistas em desenvolvimento humano, como psicólogos e educadores, sem contraindicações. Os ganhos, neste caso, são inegáveis. Na onda da “gamificação”, que engloba tanto o uso de games para além do divertimento quanto o uso de elementos de games em interfaces tecnológicas diversas (com diferentes aplicações), há o desenvolvimento de apps que prometem trazer mais positividade à vida de seus usuários. Papas do movimento da Psicologia Positiva, como Rick Hanson, Barbara Friedrickson, Shawn Archor e Sonja Liubomirsky, são alguns dos que encabeçam a lista de proprietários de start ups milionárias com aplicativos para essa finalidade (no caso deles, com o diferencial de fazer divulgação científica de suas pesquisas em meio às opções de diários, jogos e inventários de que podemos fazer uso por meio do site www. happify.com). Outros apostam em mecânicas que ajudem o usuário a meditar, a entrar em modo mindful, entre outras alternativas que nos colocam em contato com emoções e pensamentos mais positivos. Na onda da Tecnologia Positiva temos, ainda, o biofedback , uma técnica pouco difundida no Brasil que nos mostra o quanto estamos sendo bem-sucedidos em evocar estados positivos, por meio da avaliação de determinados marcadores fisiológicos exibida em tempo real ao usuário. Marco Fabio Coghi, um dos responsáveis por equipamento brasileiro de biofeedback , é o entrevistado desta edição. Arrisco dizer que MIP Mag está intensamente ligada a esse movimento tecnológico: é digital, inovadora, e sua missão é tão somente ampliar conexões, trazer boas notícias, levar conhecimento, criar engajamento no universo da Psicologia Positiva. E assim iniciamos mais um ano de MIP Mag! Boa leitura! Equipe MIP Mag

Ano II – n o 5 – out./nov./dez. 2016 www.makeitpositivemag.com

MIP Mag é uma publicação trimestral do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). É proibida a reprodução sem autorização do IPPC e dos autores. As informações ou opiniões contidas nesta publicação não refl etem necessariamente a posição do IPPC. DIRETORIA Lilian Graziano Fabio Appolinário CONSELHO EDITORIAL Lilian Graziano MEMBROS DO INSTITUTO Arthur Ranieri Claudia Ribeiro Cléa Graziano Fabiola Bernardo Frank Roman Lidia Pagni Mara Laimgruber APOIO

Associação de Psicologia Positiva da América Latina REALIZAÇÃO:

PONTO A

comunicação • conteúdo • desenvolvimento humano www.ponto-a.com • comunicacao@ponto-a.com @PontoA_falecom • Tel./Fax (11) 3042-5900

Edição e coordenação (coordinator): Jussara Goyano Arte e projeto gráfi co (design): Monique Elias Tradução (translator): Fabíola Bernardo Revisão: Marta Sá (Português) e Marina Werneck (Inglês) CONTATOS COM A REDAÇÃO: Tel./ Phone number: +55 11 3042 5900 E-mail: mipmag@psicologiapositiva.com.br Endereço para correspondência/ Adress: Rua Helena, 140, cj. 111/112, Vila Olímpia, S. Paulo – SP – Brasil CEP: 04552-050 COMERCIAL E MARKETING: Cléa Graziano E-mail: clea@psicologiapositiva.com.br Tel.: +55 11 9 5328 4010

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SUMÁRIO

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EDITORIAL

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positive

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EMPRESAS Como as nossas relações na empresa determinam nosso sucesso

Veja também:

Caminhos para a pesquisa: E se Jung conhecesse a Psicologia Positiva?

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Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento

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VERSÃO EM INGLÊS

Os cinco fatores essenciais de bem-estar A relação entre sucesso e interações sociais na empresa O papel da natureza na regulação das emoções

TECNOLOGIA POSITIVA

ENTREVISTA Marco Fabio Coghi, especialista em biofeedback cardíaco

Games e apps promovem aprendizados, flow, mindfulness e emoções positivas

imagem da capa: freepik/montagem: Monique Elias MIPMAG_5_capa.indd 5

ESTADO DA ARTE E se Jung conhecesse a Psicologia Positiva?

LEITURA A Ciência da Felicidade – Psicologia Positiva em Poucas palavras, de Ilona Boniwell

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BEM-ESTAR O equilíbrio necessário entre cinco áreas estratégicas da vida

NEUROCIÊNCIA As conexões entre a imersão na natureza e o aumento do bemestar mental, da alegria e da calma

E MAIS... Positive News Positive WIKI Sua Felicidade

FREEPIK

PERFORMANCE A relação entre os games e a Psicologia Positiva

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empresas

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FREEPIK

a arte de doar-se PARA GRANT, O SUCESSO DEPENDE MUITO DE COMO PROMOVEMOS NOSSAS INTERAÇÕES COM OUTRAS PESSOAS • POR ANA KRUEL • 5 MIP_MAG_ed5.indd 5

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empresas

N

o livro Dar e receber (lançado no Brasil pela Sextante), Adam Grant, ph.D. em Psicologia Organizacional pela University of Michigan e bacharelado pela Harvard University, por meio de sua atuação como psicólogo organizacional e do trabalho e como professor da Wharton School, dedicou mais de dez anos de sua vida profissional ao estudo das pessoas bem-sucedidas e encontrou duas características em comum entre elas – capacidade e motivação –, além de estas terem tido acesso a determinadas oportunidades. Também constatou que o sucesso depende muito de como promovemos nossas interações com outras pessoas. Ao analisar uma série de estudos, cientistas sociais descobriram que as pessoas são muito diferentes em suas opções por reciprocidade, que seria a combinação do quanto desejam tomar para si e quanto desejam doar. No trabalho, para Grant, haveria dois grupos situados nos extremos opostos do espectro da reciprocidade, denominados por ele como tomadores – takers – e doadores – givers. Os tomadores gostam mais de receber do que de dar, colocando os seus interesses à frente das necessidades de outrem. Os tomadores têm como crença que o mundo é um lugar competitivo e que para atingir sucesso precisam ser melhores do que os demais. Assim, para comprovar sua competência, lutam para demonstrar seus esforços a todo custo. Já os doadores, no trabalho, costumam ser incomuns. Fazem a reciprocidade pender na direção dos outros, optando por dar mais do que receber. Ajudam sem esperar nada em troca. O doador se esforça para ser generoso ao compartilhar seu tempo e conhecimento com outras pessoas. Ser doador demanda manter sua energia em ajudar os outros, trocar ideias e dar orientações. É interessante notar que, fora do ambiente corporativo, esse tipo de comportamento torna-se mais frequente. De acordo com uma pesquisa liderada por Margaret

Os doadores costumam ser incomuns no trabalho. Fazem a

Clark, psicóloga de Yale (in Grant 2012), a maioria das pessoas age como doadora em seus relacionamentos pessoais. Já no trabalho, contudo, dar e receber torna-se algo mais complexo. Na esfera organizacional, segundo Grant, poucas pessoas agem simplesmente como doadoras ou tomadoras, adotando assim um terceiro estilo, os compensadores – matchers –, que cultivam o equilíbrio de dar e receber. Dessa forma, os compensadores agem por meio do princípio da igualdade, e suas redes de relacionamento são pautadas por trocas de favores. Para o autor, então, dar, receber e trocar seriam três estilos básicos de interação social. Em sua opinião, qual desses três tipos atingiria o topo de uma escala de sucesso no mundo dos negócios? Tomadores, doadores ou compensadores? Inicialmente você poderia se perguntar como alguém que tem perfil de doador poderia alcançar sucesso, uma vez que essa pessoa tenderia a sacrificar suas próprias necessidades em prol de ajudar os outros. E, em certo aspecto, você estaria correto. Provavelmente os doadores apresentariam desvantagem, pois, ao ajudar outras pessoas, acabam sacrificando seu próprio sucesso. A probabilidade de os doadores se situarem na base desta escala de sucesso seria certa. Se os doadores se situam nesta base, quem estaria mais propenso a alcançar o topo? Seriam os tomadores ou os compensadores? Conforme os estudos de Grant, nenhum dos dois. Porém o mais surpreendente nesta análise é a agradável notícia de que, quando ele analisou as informações por outra perspectiva, um padrão inesperado surgiu: no topo da pirâmide

reciprocidade pender na direção dos outros, optando por

dar mais do que receber. Ajudam sem

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esperar nada em troca


Em ambos os extremos da pirâmide

de sucesso não estavam nem os compensadores, tampouco os tomadores. Este lugar também pertencia aos doadores. Isso significa que em ambos os extremos dessa pirâmide de sucesso encontramos os doadores. Já os compensadores e os tomadores tendem a se posicionar no meio da escala. Mas como é possível que os doadores estejam, ao mesmo tempo, em lugares opostos? Bem, de fato, os doadores do topo e da base dessa pirâmide não são, exatamente, os mesmos. Grant observou existirem dois tipos de doadores, aos quais denominou selfless e otherish. Os doadores do tipo selfless são aqueles que atendem prontamente à necessidade dos outros em detrimento das suas próprias, daí a sua denominação. Este é o

do sucesso

encontramos os doadores. Já os

doador que se encontra na base da pirâmide. Os doadores do tipo otherish, por sua vez, além de não sacrificarem suas próprias necessidades, englobam algumas estratégias ao serem generosos com os outros: têm filtros sobre para quem dar, quando dar e quanto dar; ajudam várias pessoas ao mesmo tempo; permitem a si mesmos sentir gratidão, orgulho, etc., e, acima de tudo, sabem dizer “não” quando necessário. É verdade que os três estilos têm condições de ser bem-sucedidos. No entanto, quando os doadores (do tipo otherish) alcançam o topo, o sucesso se espalha, gerando um efeito cascata, uma espécie de corrente do bem que em Psicologia Positiva chamamos de espiral ascendente positiva, na qual a vitória de um também contribui para o sucesso de outros. Seria o que no universo corporativo costumamos chamar de jogo de ganha-ganha. De acordo com os estudos de Grant, em múltiplos exemplos descritos no livro, os doadores bem-sucedidos lançam mão de estratégias assertivas em quatro áreaschave, a saber: networking1 , colaboração, avaliação e influência. Networking: conforme especialistas em networking, a reconexão é uma experiência diferente para os doadores, especialmente na gestão contemporânea, em um mundo totalmente conectado. São pessoas generosas que compartilham suas experiências, seus conhecimentos e suas habilidades, ajudando os outros a encontrar novas oportunidades sem gastar energia pensando o que receberiam em troca. Desenvolvem, assim, relações interpessoais mais duradouras.

compensadores e os tomadores

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tendem a se posicionar no meio da escala

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Rede de contatos.

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empresas

têm condições de ser bem-sucedidos. No entanto,

quando os doadores alcançam o topo, o sucesso se espalha, gerando

um efeito cascata

Colaboração: os doadores trabalham de forma a colaborar tanto para o próprio sucesso quanto para o de outras pessoas. Ao afinar-se melhor uns com os outros, é possível ter equipes que apresentem excelente desempenho. Avaliação: os doadores logram êxito reconhecendo o potencial de outras pessoas. Identificar e cultivar talentos são habilidades fundamentais. Ao adotar comportamentos que fortalecem a confiança, se acelera o aprendizado, promovendo desenvolvimento por meio de diálogos mais positivos, na atribuição de atividades mais incentivadoras. São líderes confiantes e otimistas. Influência: existem duas vias para ter influência – domínio ou prestígio. Assim como demonstramos domínio, praticamos influência, porque os outros nos consideram importantes, e ao obter prestígio, nos tornamos influentes em virtude da admiração que causamos. Os tomadores com o objetivo de dominar comunicam-se de forma verbal e não verbal com autoritarismo. Esse estilo nem sempre é válido na arte de comunicar-se. Já os doadores apresentam um estilo de comunicação não autoritária, que se mostra essencial na concepção do prestígio por se tratar de um valor mais duradouro. Logo, é interessante examinar os pressupostos clássicos sobre a consideração da

assertividade e da autoconfiança quando se exerce a influência. Nesse sentido, a principal mensagem que os estudos de Grant nos deixam é a de que a generosidade pode levar mais facilmente ao sucesso do que a própria competitividade, e que, há anos, o mundo corporativo vem se equivocando ao acirrar esta última. Se você ficou interessado em conhecer seu estilo de reciprocidade dominante, confira o site www.giveandtake.com para fazer um assessment2 gratuito (disponível em inglês) que indica seu Quociente de Doação. 2

Uma avaliação.

ANA KRUEL é pós-graduada em Psicologia Positiva, numa integração com o coaching; é personal e professional coach com gestão em RH. Atualmente cursa pós-graduação em Neurociência Pedagógica. É filiada à International Positive Psychology Association (IPPA), à Associação de Psicologia Positiva da América Latina (APPAL) e à Associação Brasileira de Psicologia Positiva (ABP+). Ampla vivência corporativa no desenvolvimento dos Recursos Humanos. E-mail: qualidadeshumanas@gmail.com www.qualidadeshumanas.com.br

saiba mais Grant, Adam. Dar e receber – Uma abordagem revolucionária sobre sucesso, generosidade e influência. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.

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É verdade que os três estilos

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entrevista english version click

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versão em inglês

Um

auxílio

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tecnológico Biofeedback cardíaco é ferramenta para promover estados emocionais positivos, com treino de comportamentos que geram melhor equilíbrio fisiológico • Por equipe MIP Mag •

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E

mbora nos últimos Jogos Olímpicos tenham sido utilizadas e divulgadas entre atletas brasileiros, técnicas de biofeedback, em geral, ainda são novidade no Brasil. Para citar algum número oficial, estima-se que haja, atualmente, algo em torno de oitenta profissionais cadastrados na Associação Brasileira de Biofeedback (ABBIO) que supõe-se que tenham sido treinados para o uso dessa ferramenta (a regulamentação e a fiscalização desses profissionais, no entanto, não são efetivas no País, como acontece em muitos outros lugares em que o biofeedback

é mais difundido). Os equipamentos que dão suporte à técnica, porém, surgiram nos Estados Unidos nos anos 60 por meio do trabalho do pesquisador americano Hershel Toomim e de seus colegas. Desde seus protótipos, a aplicação de biofeedback consiste no uso de sensores dispostos em alguma parte do corpo do indivíduo para captar suas respostas fisiológicas. Por meio de um computador ou equipamento específico, essas respostas são exibidas. Um terapeuta ou mesmo interfaces visuais contidas no próprio sistema oferecem

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em seu software. Por meio de sensores ligados a computadores com sistema operacional Windows, o programa opera mostrando a variabilidade da frequência cardíaca, em telas que correspondem a espécies de jogos, em que o usuário tem como meta atingir a coerência cardíaca. Quem explica como surgiu e como funciona o cardioEmotion e a relação entre coerência cardíaca e estados emocionais positivos é Marco Fabio Coghi, especialista em biofeedback, fisioterapeuta pós-graduado e químico. Um dos responsáveis pela criação do equipamento brasileiro, Coghi é professor dos cursos de especialização e pós-graduação em Medicina Comportamental na Universidade Federal Paulista (Unifesp), em Gerenciamento de Stress, na International Stress Management Association (ISMA) capítulo Brasil, em Terapias Integradas pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), entre outros. O QUE É COERÊNCIA CARDÍACA E COMO ELA INFLUENCIA NOSSO HUMOR E NOSSA RESPOSTA AO STRESS?

No Brasil, há em alguma ajuda para o indivíduo corrigi-las, se necessário. torno de No esporte a técnica tem sido usada para controlar o Coerência cardíaca é stress físico e mental dos cadastrados na um termo que denota um atletas, e na área da medicina comportamental tem sido Associação Brasileira estado cardiovascular especial quando uma utilizada como coadjuvante na de Biofeedback pessoa está no equilíbrio do terapêutica de casos de stress pós-traumático, ansiedade (ABBIO) que supõe-se sistema nervoso autônomo. Esse sistema nervoso e depressão, entre outros que regula automaticamente transtornos. Os aparelhos atividade de nossas desenvolvidos – a maioria, para o avísceras, do coração, dos importados –, muitas vezes, dispensam ajuda profissional, uso dessa ferramenta vasos sanguíneos e das glândulas, e também, de com operação simples para que certa forma, nosso sistema imunológico. o próprio usuário possa monitorá-lo e ao seu Por meio de exercícios de concentração estado fisiológico. mental, respiração controlada e uso de Uma das interfaces amigáveis encontradas no imaginação positiva, podemos atingir mercado é o software cardioEmotion, de patente esse estado de equilíbrio, que tem nacional. Em sua versão Home, pode ser utilizado em repercussões imediatas em nossa saúde. casa, com o auxílio de tutoriais bem simples contidos

oitenta profissionais

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tenham sido treinados

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O QUE É EXATAMENTE UM APARELHO DE BIOFEEDBACK CARDÍACO?

Biofeedback cardíaco é uma moderna tecnologia baseada em evidências científicas, muito usada em vários países há mais de dez anos. No aparelho de biofeedback cardíaco, os sinais de batimentos cardíacos são captados por sensores não invasivos e enviados para um computador, onde são processados. É, então, avaliado um parâmetro cardíaco importante, conhecido como variabilidade da frequência cardíaca. Esse parâmetro é deprimido em pessoas que apresentam estados psicoemocionais negativos, como ansiedade, depressão, stress, pânico, stress póstraumático, e também com problemas de saúde física, como algumas disfunções cardíacas, asma, hipertensão arterial, entre outros. O biofeedback cardíaco é utilizado para que possamos modificar de forma fácil e simples certas respostas fisiológicas de nosso organismo, ou seja, fazer a sonhada integração mente-corpo para que possamos melhorar nossa própria saúde. Por meio de exercícios, cuja resposta nos é mostrada diretamente no aparelho de biofeedback, podemos volitivamente reequilibrar termo que determinados parâmetros fisiológicos até então tidos como automáticos e sem nervoso controle consciente.

emocional. Onde há equilíbrio emocional não há stress, ansiedade, depressão, etc. Assim, por meio de uma intervenção direta em suas funções neurobiológicas, esse estado vai se instalando na pessoa e ocorre o fenômeno que chamamos de neuroplasticidade – a capacidade de nosso sistema nervoso modificar e se adaptar. QUAIS TECNOLOGIAS SÃO UTILIZADAS NO BRASIL COM INTUITO DE PROMOVER/MEDIR A COERÊNCIA CARDÍACA?

Coerência cardíaca é um

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QUE RELAÇÃO PODEMOS ESTABELECER ENTRE PSICOLOGIA POSITIVA (PP) E O TRABALHO FEITO COM BASE NO BIOFEEDBACK CARDÍACO?

A Psicologia Positiva reconhece que estados positivos levam à saúde. Quando a pessoa faz os exercícios de forma consistente e monitorada pelo biofeedback, ela alcança o tão sonhado equilíbrio

denota o equilíbrio do sistema autônomo. Esse sistema nervoso regula automaticamente a atividade de

nossas vísceras,

do coração, dos vasos sanguíneos e das glândulas, e também, de certa forma, de

nosso sistema imunológico

O biofeedback cardioEmotion é o único equipamento desenvolvido e fabricado no Brasil e foi concebido no Centro de Inovação da Universidade de São Paulo por um grupo de doze pessoas, incluindo psicólogos, engenheiros, cientistas da computação, fisiologistas, programadores e designers gráficos. Engloba programas de computador para medir os batimentos cardíacos e conduzir o usuário ao aumento da variabilidade da frequência cardíaca. O programa cardioEmotion Home é de fácil instalação e utilização. Os exercícios são ensinados no próprio tutorial que acompanha o produto. É autoexplicativo.

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Por meio de exercícios, cuja resposta nos é mostrada diretamente no aparelho de biofeedback, podemos volitivamente reequilibrar determinados parâmetros fisiológicos, até então tidos como sendo automáticos e sem controle consciente na neurociência e na neurocardiologia estofo científico que desse segurança e rumo firme ao desenvolvimento. Estávamos no Centro de Inovação da USP e tínhamos de zelar pela qualidade de nosso trabalho. Vários estudos relacionados à Psicologia Positiva foram analisados. Obtivemos preciosos insights na ioga, da qual sou instrutor pós-graduado, e na medicina aiurvédica (da Índia), que estudo e pratico há muitos anos. Encontramos na meditação mindfulness o mesmo tipo de sabedoria. Observei que todas essas correntes falam a mesma coisa com diferentes linguagens. Defendem sempre o mesmo ponto: viva de forma positiva. Não é só pensar durante dez minutos por dia em coisas saudáveis que vai fazer a vida mudar. Portanto, quando desenvolvemos o cardioEmotion, já tínhamos uma base muito sólida de como estruturar os programas e o treinamento.

ESSE SOFTWARE É UMA TECNOLOGIA REALMENTE BRASILEIRA OU HÁ ALGO DE SEUS SIMILARES, COMO A LINHA AMERICANA HEARTMATH, POR EXEMPLO?

O cardioEmotion foi totalmente desenvolvido no Brasil, por cientistas brasileiros, sem qualquer transferência de tecnologia externa. Foram cinco anos de estudos, testes e desenvolvimento. Comparado com produtos similares importados, além de o preço ser bem mais em conta, ter garantia, assistência técnica e treinamento locais, o programa e as instruções estão em português, o que facilita muito seu uso. O cardioEmotion tem um visual avançado, gráficos em 3D de alta qualidade, contém músicas que em sua grande maioria foram compostas por musicoterapeutas para ajudar no treinamento. Contém dois sensores (de dedo e de lobo da orelha – atóxicos, antialérgicos, reutilizáveis), nove telas para exercícios interativos de alta definição. Usamos os mais avançados softwares para desenvolvimento do cardioEmotion. A INTERFACE DO CARDIOEMOTION É BASTANTE LÚDICA E NOS REMETE O TEMPO TODO A PRECEITOS DA PSICOLOGIA POSITIVA, COMO O DESENVOLVIMENTO DE EMOÇÕES POSITIVAS (PELAS MENSAGENS QUE APARECEM NO APLICATIVO E DURANTE OS EXERCÍCIOS), O DESENVOLVIMENTO DE FLOW POR MEIO DAS METAS E DOS DESAFIOS CONTIDOS NAS ETAPAS DOS EXERCÍCIOS... COMO ESSA RELAÇÃO FOI PENSADA NO ÂMBITO DA PP?

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Quando começamos o desenvolvimento do cardioEmotion, fizemos extensa pesquisa científica sobre os benefícios de a pessoa “estar sempre positiva” em relação à vida, vivendo o aqui e o agora, de forma integral e sem julgamentos. Encontramos estudos demonstrando que esses estados positivos possibilitam que a pessoa resgate o bem-estar, a paz interna, evitando e mesmo curando certas doenças de fundo psicossomático. E a explicação está na liberação de neurotransmissores e neurormônios. Buscamos

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As emoções positivas, quando

bem incorporadas e vividas, aumentam a variabilidade da frequência cardíaca, aumentando, também, a coerência cardíaca. O inverso é verdadeiro: quanto mais tempo eu me exercitar em coerência cardíaca, mais positivo ficarei em

relação à vida

A parte da eletrônica veio nos ajudar a demonstrar em tempo real o que essas ciências e filosofias nos dizem e dar uma orientação firme no caminho a percorrer no desenvolvimento do cardioEmotion. Saímos do “achismo” para uma ciência sólida, baseada em evidências, demonstrada em diversos artigos científicos feitos em diferentes países. A Psicologia Positiva é uma forma de orientar as pessoas sobre o caminho do viver bem. O cardioEmotion demonstra que isso é verdadeiro, não é conversa fiada, como diz popularmente. É ciência.

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AS EMOÇÕES POSITIVAS MELHORAM A COERÊNCIA CARDÍACA OU A RELAÇÃO SERIA INVERSA?

As pessoas que são positivas em relação à vida, que têm baixo stress, sem ansiedade ou depressão tendem a ficar menos doentes. Elas têm melhor equilíbrio do sistema nervoso autônomo. Esses estados impedem a homeostase, e há o desequilíbrio na fisiologia, que provoca graves doenças físicas, psicológicas ou psiquiátricas. As emoções positivas, quando bem incorporadas e vividas, aumentam a variabilidade da frequência cardíaca, aumentando, também, a coerência cardíaca. O inverso é verdadeiro: quanto mais tempo eu me exercitar em coerência cardíaca usando o biofeedback cardíaco, mais positivo ficarei em relação à vida. Nós dizemos: “ver a vida de forma diferente”. É o que realmente ocorre segundo minha própria experiência. Há um preciso aumento na resiliência pessoal, de como enfrentar os desafios do dia a dia de forma mais tranquila e emocionalmente mais estável. O biofeedback cardíaco, sobretudo o cardioEmotion, é

uma ferramenta preciosa para indicar à pessoa se ela está no caminho certo e como corrigir o rumo, caso necessário. Por exemplo, você não tem como saber se está praticando [a meditação] mindfulness de forma correta, pois não existe um parâmetro de medida de seu grau de concentração, de foco. Com o software você sabe exatamente onde está e como melhorar a cada sessão. Está demonstrado em tempo real na tela do computador. Ele é indicado para todas as pessoas de qualquer idade. Não tem contraindicação. Como se qualquer coisa relacionada à Psicologia Positiva tivesse contraindicação...

saiba mais Vida e obra de Hershel Toomim – http://www.resourcenter.net/images/ AAPB/Files/ /2008/biof_hershel_toomim. pdf Coerência cardíaca e bem-estar psicológico – https://www.ncbi.nlm.nih. gov/pmc/articles/PMC4179616/ Revisão de literatura – http://www. scielo.org.co/scielo.php?pid=S179447242014000200002&script=sci_ arttext&tlng=es

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bem-estar

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A Roda da Vida

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sintetizada

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A SATISFAÇÃO EQUILIBRADA EM CINCO ÁREAS ESTRATÉGICAS DA VIDA GARANTE UM NÍVEL DE BEM-ESTAR MAIS ELEVADO • POR JUSSARA GOYANO •

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nquanto a figura tradicional da Roda da Vida, ferramenta popular entre coaches, engloba doze áreas estratégicas às quais devemos nos dedicar igualmente para sermos mais felizes, o Instituto Gallup sugere há anos, no entanto, que seriam apenas cinco os fatores essenciais de nosso bem-estar. A saber, seriam os setores profissional, de finanças, saúde, vida social – englobando família e relacionamentos – e vida em comunidade – no sentido de nossas contribuições à sociedade. Um score elevado de satisfação com cada um deles, mas sobretudo equilibrado entre todos, levaria a uma maior percepção de bem-estar, segundo estudo global da entidade. A pesquisa mobilizou um séquito de cientistas. Líderes proeminentes do levantamento, Tom Rath e Jim Harter viram nele uma oportunidade de adaptar a ferramenta elementar dos coaches e patentear uma nova Roda, que desta vez elenca os cinco fatores essenciais de bem-estar. Em que pese o interesse capitalista dos pesquisadores, para que essa nova ferramenta fosse validada, um longo caminho foi percorrido, resultando no livro O fator bem-estar (Rath & Harter, Saraiva, 2011), cujo original, em inglês, é vendido junto ao tal assessment adaptado, em formato eletrônico (apenas para citar mais um exemplo de Tecnologia Positiva, tema recorrente desta edição de MIP Mag). Em primeiro lugar, foi preciso verificar, em mais de cinquenta anos de estudos da instituição, um método de pesquisa que funcionasse em diversas culturas, situações e idiomas, levando às conclusões mais contundentes sobre o tema. Estabelecida a metodologia, entrevistas realizadas em mais de 150 países (uma amostra correspondente a 98% da população mundial) geraram respostas que levaram, estatisticamente, à definição dos cinco fatores estratégicos de bem-estar. Segundo Rath e Harter, trata-se de elementos importantes para as pessoas em todas as situações estudadas e de

60% das pessoas

têm ido bem em

pelo menos uma das áreas estratégicas de bem-estar, enquanto apenas 7% têm

prosperado

em todas as cinco; tal disparidade teria origem exatamente na atenção

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desbalanceada

que esses setores recebem da maioria

das pessoas

“setores da vida sobre os quais podemos fazer algo”. O pragmatismo científico norte-americano é profícuo em produzir diretrizes acessíveis de mudanças em nossas vidas. O que se evidenciou, inicialmente (e aqui cabe ressaltar que, além de entrevistas, o Instituto utilizou, em muitos casos, certos marcadores fisiológicos para avaliar o nível de bem-estar da população estudada), foi que 60% das pessoas têm ido bem em pelo menos uma das áreas estratégicas de bemestar, enquanto apenas 7% têm prosperado em todas as cinco. Tal disparidade teria origem exatamente na atenção desbalanceada que esses setores recebem da maioria das pessoas, ficando o maior nível de bem-estar entre os 7% prósperos em todos os fatores estratégicos.

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bem-estar

projetos em que nos envolvemos, não há gestão por prioridades. Todos os fatores que levam a ele são importantes e estão interligados, concluem Rath e Harter.

PONTO A PONTO Na área do bem-estar profissional, de acordo com as conclusões do Gallup, as pessoas mais prósperas são as que têm um objetivo profundo na vida, amam o que fazem todos os dias e trabalham sob lideranças inspiradoras. Outro achado da pesquisa é que esses indivíduos trabalham menos do que se pensa e curtem mais a vida. Apenas para demonstrar que as áreas estratégicas de bem-estar estão interligadas, vale mencionar que a presença de um “melhor amigo” no trabalho é fator de mais produtividade e mais bem-estar profissional. Aí já entramos na seara do bem-estar social.

Suas chances de felicidade aumentam em 10% se um amigo de sua rede estiver feliz. (Vale lembrar que um estudo de Harvard avaliou que o inverso também é válido, ainda que em proporções menores. Amigos infelizes aumentam a probabilidade de sua infelicidade em 7%)

Números e curiosidades do bem-estar profissional

– Apenas 19% de mais de 10 mil entrevistados sobre o tema responderam sim à pergunta “Você gosta do que faz todos os dias?”.

– Nas atualizações do levantamento global sobre bemestar do Gallup, a vida profissional aparece sempre com os scores mais baixos de satisfação.

Mas como inverter esse panorama? Ninguém, nem mesmo esses 7% com a vida equilibrada, nem Rath nem Harter consideram essa uma tarefa fácil. O equilíbrio exige esforço, disciplina, labilidade emocional, assim como Seligman propõe a respeito da própria felicidade: trata-se de algo pelo qual se deve lutar! Um bom início, no entanto, pode ser trilhado a partir das pistas de sucesso encontradas em cada área, revelam os pesquisadores. A armadilha estaria em mudar constantemente o foco de uma área para outra, a cada momento crítico que surge em uma delas. No quesito bem-estar, diferente de outros

– Para além de oito horas de trabalho, ninguém estaria livre de stress e exaustão. A única emoção cuja melhora foi verificada para além desse período foi o orgulho. Fonte: O fator bem-estar/ Gallup® Global Wellbeing

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– O chefe é a companhia menos apreciada.


Pessoas com bem-estar físico elevado dormem o suficiente para acordarem descansadas (geralmente sete a oito horas por noite) e

Mais bem-estar social, por sua vez, está relacionado a mais investimento em seus relacionamentos sociais. Entre as pessoas mais prósperas nesse quesito verificou-se uma dedicação de aproximadamente seis horas diárias a esses relacionamentos, marcados, também, por constantes encontros e viagens que reforçam ainda mais as conexões. Um dado interessante é que suas chances de felicidade aumentam em 10% se um amigo de sua rede estiver feliz. (Vale lembrar que um estudo de Harvard avaliou que o inverso também é válido, ainda que em proporções menores. Amigos infelizes aumentam a probabilidade de sua infelicidade em 7%.) A mesma relação é encontrada entre a saúde alheia e a sua. Provavelmente porque certos hábitos alimentares e de exercícios são influenciados mutuamente entre você e seu amigo. E aí já entramos na área do bem-estar físico como uma variável do bem-estar global. Pessoas com bem-estar físico elevado dormem o suficiente para acordarem descansadas (geralmente sete a oito horas por noite) e praticam exercícios diariamente. Normalmente, fazem boas escolhas alimentares e não deixam a saúde para depois. Mesmo que sua genética trabalhe contra seu organismo, uma boa dieta e hábitos saudáveis podem mudar, por exemplo, a expressão de genes ligados a inflamações crônicas e alergias. Ainda sobre a relação entre bem-estar social e físico, vale mencionar que a obesidade também é influenciada pelo

seu círculo de amigos. Se um deles se tornar obeso, suas chances de engordar superam 50% (mais do que se um irmão ou irmã engordarem, ou se o seu cônjuge se tornar obeso, o que aumenta a taxa, respectivamente, em apenas 40% e 37%). Mudando o enfoque para o campo econômico, já se verificou que a satisfação de necessidades básicas das populações nesse sentido elevam o seu bem-estar geral, ficando os países mais ricos em vantagem nesse sentido. No entanto o levantamento do Gallup logo minimizou essa relação. No estudo, Costa-Rica, um país em desenvolvimento, aparece com um nível de bem-estar idêntico ao da Nova Zelândia, e com percepção diária de bem-estar maior do que a desse país. Suas taxas também superam a da maioria dos países europeus, como os mitos de bem-estar social da Suécia e Suíça, por exemplo, perdendo apenas para a Dinamarca. O Brasil, por sua vez, está em 36º lugar nesse ranking de bem-estar, apresentando,

praticam exercícios

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diariamente; normalmente, fazem boas escolhas alimentares e não deixam a saúde para depois

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bem-estar

Impacto do bem-estar financeiro

– A percepção de que temos mais dinheiro do que o suficiente para fazer o que queremos tem uma influência três vezes maior em nossa vida do que o impacto do que nossa renda sozinha em nosso score geral de bem-estar. Fonte: O fator bem-estar

Se o assunto é dinheiro, para contribuir no score geral, o bem-estar financeiro deve ser incrementado por hábitos que proporcionem segurança financeira, tais como gastos equivalentes ao padrão de vida possível e investimentos

constantes

natureza competitiva do ser humano se evidencia. Por último, mas não menos importante, encontra-se o bem-estar

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também, percepção de prosperidade diária nesse quesito maior que a encontrada em países como Bélgica, Itália e Alemanha. (Apenas mais uma prova de que bemestar depende muito mais da inter-relação entre os cinco fatores aqui destacados do que do sucesso em um ou outro deles…) Se o assunto é dinheiro, para contribuir no score geral, o bem-estar financeiro deve ser incrementado por hábitos que proporcionem segurança financeira, tais como gastos equivalentes ao padrão de vida possível e investimentos constantes. Pessoas prósperas nesse quesito não vivenciam o stress diário causado por dívidas e gastam dinheiro com experiências e outras pessoas e não apenas com bens materiais e consigo mesmas. Além dessa evidência de que o bemestar financeiro também pode ser influenciado por nossa necessidade de conexão, a percepção de nossa satisfação financeira pode ser afetada pelo nosso círculo social, por meio das comparações que fazemos entre os nossos bens e os dos colegas. Em um estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology, quando questionados sobre se preferiam uma renda de US$ 50 mil/ano, enquanto as pessoas ao seu redor ganhariam US$ 25 mil/ano, ou uma renda de US$ 100 mil/ano, enquanto colegas ganhariam US$ 200 mil/ano, a maioria dos voluntários dessa pesquisa escolheu a menor renda, pois isso significaria ganhar o dobro de seus convivas – eis um setor em que a

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Pessoas com bem-estar elevado na comunidade encontram maneiras de contribuir com ela segundo suas paixões e os pontos fortes; elas se sentem seguras e satisfeitas com o rumo seguido por suas comunidades e também influenciam tais fatores com

sua contribuição

na comunidade, o que Rath e Harter consideram “o diferencial entre uma vida boa e uma ótima”. Pessoas com bem-estar elevado na comunidade encontram maneiras de contribuir com ela segundo suas paixões e os pontos fortes. Em um sistema de retroalimentação, elas se sentem seguras e satisfeitas com o rumo seguido por suas comunidades e também influenciam tais fatores com sua contribuição. Para concluir, Harter afirma que, postas todas essas pistas de sucesso, uma solução global de bem-estar estaria na promoção conjunta entre indivíduos e instituições dos fatores essenciais

enumerados. “Os indivíduos podem definir metas, individualizar suas ações e acompanhar suas melhorias. Mas as instituições podem fornecer recursos, definir padrões positivos que incentivam as pessoas a fazer o que é do seu interesse, além de definir uma expectativa social por meio de lideranças”, disse o pesquisador, em entrevista à autora deste artigo, por ocasião de outra reportagem. Harter e Rath, e toda a equipe do Gallup, talvez tenham se esquecido de estabelecer e pesquisar, em âmbito global, um fator de “bem-estar espiritual”, área que certamente perpassa todas as outras, definindo valores que regem nossas relações sociais, familiares e com o dinheiro. Setor que muito tem a ver com a forma como nos relacionamos com a saúde e a natureza, com nossa vida em comunidade, que desde os primórdios da civilização era regida pelo desconhecido, sagrado e simbólico, que mais tarde levou o nome de religioso ou espiritual. Quem sabe, talvez, em um próximo levantamento… JUSSARA GOYANO é jornalista e coach, responsável pelo projeto editorial e pela edição desta publicação.

saiba mais

RATH, T.; HARTER, J. O fator bemestar: Os cinco elementos essenciais para uma vida profissional de qualidade. São Paulo: Saraiva, 2011. Gallup Global Welbeing, disponível em: <http://www.gallup.com/poll/126965/ gallup-global-wellbeing.aspx>. Acesso em: 18 out. 2016. SOLNICK, S.J.; HEMENAY, D. “Is more always better? A survey on positional concerns”. Journal of Economic Behavior & Organization, 37(3), p. 373383, 1998.

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Games do bem UMA ESTREITA (E BENÉFICA) RELAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA POSITIVA E TECNOLOGIA ESTÁ IMPULSIONANDO O DESENVOLVIMENTO HUMANO E NOSSA POSITIVIDADE NO DIA A DIA

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• POR EQUIPE MIP MAG •

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nquanto em nossos lares muitos de nós ainda estamos discutindo se um determinado jogo eletrônico é bom ou mau para nossos filhos, procurando estabelecer os limites para o uso de videogames, tablets e celulares, o mercado de jogos com fins educacionais caminha para movimentar mais de 5 bilhões de dólares até 2020 (dados recentes da consultoria americana Markets and Markets). Trata-se dos chamados serious games, utilizados tanto na educação básica quanto em treinamentos corporativos. Mas por que os games estão na crista da onda em termos de desenvolvimento humano? E o que isso tem a ver com Psicologia Positiva (PP)? (Deixemos o estudo de seus efeitos negativos e a questão dos limites para o uso de tecnologia e jogos por nossos filhos para outro tipo de publicação e ocasião e vamos a essas explicações.) Uma das principais características dos games é o engajamento que estes proporcionam, algo possível à medida que, seja qual for o tema do jogo em questão, cada vez mais eles são capazes de suprir, por meios virtuais, certas demandas psicológicas essenciais à nossa motivação intrínseca. Se pensarmos bem, quer algo mais demonstrativo de nossa proatividade que nossa disponibilidade em ultrapassar desafios e obstáculos (irreais) voluntariamente? Pois bem, é isso que acontece quando estamos jogando – aplicamos uma energia real para combater “vilões” e “dragões” que não existem, o que nos deixa profundamente satisfeitos com nosso desempenho e motivados a prosseguir no jogo, um sentimento inteiramente real. Todo esse processo a que nos

submetemos nos jogos está relacionado à Teoria da Autodeterminação. De acordo com seus autores, Edward Deci e Richard Ryan, da Universidade de Rochester, uma boa conexão social, um senso de habilidade ou competência satisfatório e a percepção da existência de autonomia (controle de algo ou de nossas vidas) são fatores fundamentais. Os games, por sua vez, nos suprem a demanda social, à medida que são cada vez mais utilizados em rede ou em grupo presencial, com dispositivos que promovem o relacionamento entre os jogadores. Ainda nos fazem sentir plenos, ao conseguirmos ultrapassar as fases da saga eletrônica em questão, com aprendizados que nos permitem avançar cada vez mais na trama. Quando nossas decisões

Uma das principais

características dos games é o engajamento que estes proporcionam, algo possível à medida que, seja qual for o tema do jogo em questão, cada vez mais eles são

capazes de suprir, por meios virtuais, certas demandas

psicológicas essenciais à nossa

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motivação intrínseca

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Por que jogamos?

Pela competição: a experiência de derrotar outros

Pelo desafio: a experiência de sucesso após esforço Pela diversão: para escapar de uma experiência de stress

Pela fantasia: experimentar estímulos novos ou irreais

Pela interação social: para ter uma experiência social com alguém de mesmos interesses Pela excitação: experimentar emoções positivas ativadas

Fonte: Przybylski, A. K., Rigby, C. S. & Ryan, R. M. (2010) “A motivational model of video game engagement”. Review of General Psychology. 14 (2), 154-166

A partir da própria experiência de engajamento já encontramos forte sinergia entre os games e os preceitos da PP. A imersão e o prazer que os jogos bem-feitos proporcionam estão estreitamente relacionados ao nível de flow [consUlTe, A resPeiTo, clicAnDo AQUi] que estes são capazes de produzir. Entramos nesse chamado “estado de fluxo” quando um game oferece desafios adequados à habilidade do jogador, conforme este vai aprendendo a mecânica do jogo (de modo que jogálo não gere nem tédio nem frustração). Para tanto, o jogo também deve ter metas e regras claras e oferecer feedback positivo e constante das conquistas obtidas,

A partir da própria experiência de engajamento já encontramos forte sinergia entre os games e os preceitos da PP. A imersão e o prazer que os jogos bem-feitos proporcionam estão estreitamente relacionados ao nível de flow que estes são capazes de produzir além de dispor de interface que facilite o modo mindfull de funcionamento mental (totalmente concentrado no presente, nas articulações do game, sem julgamentos). Aliás, a teoria do flow, proposta por Mihaly Csikszentmihalyi, é uma das vertentes estudadas por desenvolvedores em geral (não se sabe o que veio primeiro, a galinha ou o ovo – a noção de flow ou a experiência perfeita de engajamento virtual –, de modo que, no universo acadêmico das tecnologias, alguns arriscam dizer que houve uma influência mútua entre pesquisadores dos jogos e de Mihaly). Além disso são muitos os aspectos positivos dos games, e a diversão e as emoções positivas que provocam obviamente saltam aos olhos, sem mencionar os benefícios já citados a alguns parágrafos acima. Embora tenhamos feito um pacto, no início deste artigo, de não discutirmos os efeitos maléficos dos jogos, cabe ressaltar que, em 2013, uma revisão científica desbancou

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definem nossa trajetória nos games, sobretudo quando somos bem-sucedidos, é quando nos sentimos autônomos e poderosos. Sob essas demandas satisfeitas, desenvolvedores de tecnologia, pedagogos, neurocientistas e psicólogos, entre outros especialistas, criam tarefas, conteúdos e interfaces específicos que, inseridos nos games, podem operar benefícios cognitivos, motores e psicológicos, desenvolver habilidades comportamentais específicas e fixar conhecimentos técnicos ou acadêmicos. E então temos os tais jogos com fins educativos e para treinamento humano.


Para jovens, jogar videogame moderadamente está associado a emoções positivas, à melhora e à regulação do humor, a maior estabilidade emocional e redução de distúrbios emocionais. Os games seriam, ainda, um meio saudável de relaxamento

tais malefícios (potencial de adicção, promoção de violência e isolamento entre os jogadores jovens), sugerindo que os efeitos benéficos de jogar videogame seriam tantos que tais problemas não seriam significativos. Daniel Johnson, Christian Jones e Jane Burns, das universidades americanas de Queensland, Sunshine Coast e Melbourne, respectivamente, chegaram às seguintes conclusões: – Para jovens, jogar videogame moderadamente está associado a emoções positivas, à melhora e à regulação do humor, a maior estabilidade emocional e redução de distúrbios emocionais; – Jogados moderadamente, os games são um meio saudável de relaxamento e socialização, que ajuda a reduzir o stress; – Jogar com moderação diminui as chances de depressão, melhora a autoestima, quando comparamos os jogadores a pessoas que não jogam ou que jogam em excesso. Por conta desses achados, seriam os games uma espécie de “tecnologia positiva”?

experiência – qualidade afetiva, engajamento/ atualização e conexão – que servem para promover comportamentos adaptativos e funcionamento positivo”. Levando-se em conta a intencionalidade do desenvolvedor em trabalhar tais características, ao menos os serious games poderiam ser classificados desse modo. Para Riva e seus colaboradores, eles cabem no guarda-chuva das tecnologias positivas porque promovem experiências contínuas de aprendizagem combinadas com oportunidades de capacitação humana. Apoiam a criação de ambientes, onde a interconexão entre seres humanos e a tecnologia incentiva o surgimento de formas inovadoras de pensamento, práticas criativas e o desenvolvimento individual e coletivo. Além disso, têm aspectos fortemente relacionados à manutenção e ao restabelecimento da boa saúde, a exemplo de jogos que auxiliam pacientes a monitorar sua saúde, detectando sintomas, apoiando tratamento de problemas físicos e mentais e contribuindo para o processo de reabilitação. Podem ajudar as pessoas a aumentar seu bem-estar físico, mental e social. Um exemplo de serious games são os jogos de

e socialização

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UM NOVO OLHAR SOBRE AS TECNOLOGIAS Pois bem. Tal expressão já é um profícuo campo de pesquisa e desenvolvimento pelo mundo, tendo como base a PP. Segundo pesquisadores como o italiano Giuseppe Riva, da Universidade Católica do Sagrado Coração, de Milão, na Itália, um dos entusiastas desse movimento, tecnologias positivas seriam aquelas usadas para “influenciar três características específicas de nossa

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realidade alternativa (em inglês, com a sigla ARGs, de Alternate Reallity Games). São jogos projetados para melhorar vidas reais, resolvendo problemas reais. Uma das principais expoentes do design desses jogos é a estadunidense Jane McGonighal. Entre seus games estão aqueles em que o jogador é levado a pensar soluções para problemas globais como a fome, a pobreza, as alterações climáticas e a paz mundial, a exemplo de World Without Oil, Superstruct e Evoke. A saúde mental e física também está no foco de seu trabalho. Superbetter, desenvolvido em 2012 e disponível para smartphones, vem ganhando adeptos em todo o mundo, com mais de meio milhão de usuários. Sua mecânica é pensada para desenvolver resiliência nos jogadores, que veem no jogo uma ferramenta para combater depressão, ansiedade, insônia, dor crônica, e até minimizar os danos de lesão cerebral traumática. Em um estudo conduzido pela Universidade da Pensilvânia, constatou-se que o jogo elimina seis sintomas de depressão em seis semanas. A pesquisa observou 283 jogadores com o transtorno, resultando em um ensaio randomizado publicado em 2015 no Games for Health Journal. Vale dizer que McGonighal é declaradamente uma entusiasta da PP. “A pergunta-chave que sempre faço ao desenhar um jogo é: como ele pode levar a impactos reais e positivos? Em outras palavras, como esse jogo pode ajudar os jogadores a cultivar: a gama completa de emoções positivas e engajamento; relações sociais mais fortes; mais resiliência face aos desafios e obstáculos; realizações mais ambiciosas e surpreendentes?”, revela a designer de jogos em seu site.

atividades e contextos, como é o caso dos serious games. No entanto o termo se refere a algo muito mais amplo e presente em nosso dia a dia do que imaginamos. A gamificação se refere, também, aos insights e interfaces surgidos a partir dos games, mas com aplicações diversas, para além do jogo em si. Plataformas de educação a distância, lousas interativas, terminais eletrônicos de autoatendimento e softwares para os mais diversos fins, apenas para citar alguns exemplos, utilizam-se de elementos dos games para melhorar o engajamento de seus usuários com a tecnologia e o conteúdo que oferecem. Papas do movimento da Psicologia Positiva, como Rick Hanson, Barbara Friedrickson, Shawn Archor e Sonja Liubomirsky, são alguns dos que encabeçam a lista de proprietários de start ups milionárias no contexto da gamificação positiva. Eles desenvolveram um aplicativo que combina jogos a outras tarefas com a finalidade de promover felicidade (no caso deles, com o diferencial de fazer divulgação científica de suas pesquisas em meio às opções de diários, desafios e inventários de que podemos fazer uso por meio do site www.happify.com). Outros apostam em mecânicas que ajudam o usuário a meditar, a entrar em modo mindfull, entre outras alternativas que nos colocam em contato com emoções e pensamentos mais positivos. No caso do Happify, toda a base de dados obtida a partir do aplicativo ainda

Tecnologias positivas seriam

aquelas usadas para “influenciar três características específicas de nossa experiência – qualidade

afetiva,

engajamento/ atualização e conexão – que servem para promover comportamentos

adaptativos

GAMIFICATION Enquanto isso, outro movimento se insere no universo das tecnologias positivas. É a “gamificação” – da tradução do inglês “gamification” –, vista muitas vezes como a aplicação de jogos eletrônicos em diferentes

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e funcionamento positivo”


Alguns jogos e aplicativos positivos *

SuperBetter (iOS e Android) Neste jogo, os obstáculos são aqueles encontrados pelo jogador em sua vida real, tais como parar de fumar, emagrecer, recuperar-se de um trauma. Para vencê-los, o jogador deve seguir tarefas diárias propostas pelo desenvolvedor. É possível compartilhar suas vitórias com outros jogadores – essa possibilidade gera encorajamento mútuo e facilita o cumprimento das metas. Happify (iOS, Android e web) No aplicativo é possível escolher objetivos específicos para alcançar, como mais presença no momento, lidar melhor com o stress e aumentar o nível de emoções positivas no seu dia. As interfaces são desde jogos a diários de gratidão, entre outras, com constantes questionários sobre como vai o seu humor (o que ajuda os desenvolvedores dos jogos a sugerir experiências ao usuário). Zen (iOS e Android) Primeiro aplicativo brasileiro de meditações guiadas. Ele contém mensagens, trilhas sonoras e vídeos de relaxamento, além de termômetro das emoções. É dividido em módulos com objetivos diferentes, tais como obter mais energia e diminuir o stress.

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*testados pela redação servirá de suporte a novas pesquisas envolvendo tecnologia e Psicologia Positiva. Recentemente os cientistas anunciaram o lançamento do HappifyLab, que dará andamento a diversos estudos nesse setor. O fato é que não é mais possível ignorar a tecnologia também no âmbito da PP. Um ganho importante já foi obtido nessa adesão tecnológica. Hoje as pesquisas

sobre o impacto das tecnologias na vida das pessoas vão muito mais ao encontro dos achados positivos do que meramente atrás dos prejuízos que porventura possa causar, como ocorreu durante muitos anos. E o que se tem buscado é essencialmente pautado no desenvolvimento humano e na diminuição do sofrimento emocional. Que há resultados positivos dessa interação homem-máquina, para além das tecnologias ditas médicas e de reabilitação, já sabemos. O grande desafio está, agora, em detalhar o quanto possível como cada uma das experiências entre homem e máquina provoca melhorias em nosso humor, nosso engajamento, nosso aprendizado, nosso cérebro e no sistema nervoso, em geral. Mesmo sem saber como isso funciona exatamente, enquanto você acaba de ler este artigo, a equipe de MIP Mag certamente está se divertindo, aprendendo ou relaxando com as opções de games e apps que conheceu e testou durante a composição deste texto.

saiba mais Alexiou, A.; Schippers, M. & Oshr, I, (2012). Positive Psychology and Digital Games: The Role of Emotions and Psychological Flow in Serious Games Development. Psychology. 3 (12A):1243-1247 Ryan, R. M., Rigby, C. S & Przybylski, A. K., (2006). “The motivational pull of video games: a self-determination theory approach”. Motivation and Emotion. 30, 347-364. Riva G. et al, (2012) Positive technology: using interactive technologies to promote positive functioning. Cyberpsychology Behaviour Social Network. 15(2): 69-77. Roepke A. M. et al, (2015). Randomized Controlled Trial of SuperBetter, a Smartphone-Based/Internet-Based SelfHelp Tool to Reduce Depressive Symptoms. Games Health Journal. 4(3):235-46.

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neurociência

Natureza e

regulação emocional

positiva

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UM MODELO EVOLUCIONÁRIO DE REGULAÇÃO EMOCIONAL POSITIVA SUGERIDO POR PAUL GILBERT MOSTRA AS CONEXÕES ENTRE A IMERSÃO NA NATUREZA E O AUMENTO DO BEM-ESTAR MENTAL, DA ALEGRIA E DA CALMA

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versão em inglês

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• POR MARCO CALLEGARO •


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A natureza traz balanço e

magine um remédio que possa trazer equilíbrio emocional e contentamento, alegria, calma e emoções positivas como maravilhamento e sublimidade, turbinando o sistema imunológico e o bemestar. Imagine, ainda, que é algo abundante, gratuito e disponível para todos. O contato com a natureza exerce todos estes poderosos efeitos e funciona como um remédio universal, altamente eficaz, sem contraindicações ou efeitos colaterais, sem dependência ou tolerância, e nutre em vez de intoxicar. O contato com a natureza pode influenciar decisivamente o equilíbrio emocional, regulando os ritmos do coração. Pesquisas em neurociências têm demonstrado não só uma enorme gama de benefícios advindos da imersão na natureza, mas também como evoluíram sistemas cerebrais que são regulados pela exposição ao meio natural. O cérebro é um órgão que evoluiu ao longo de milhares de gerações em ambientes ecologicamente ricos e que não está adaptado para a vida urbana. Nossos sistemas dependem criticamente de sinais que recebemos da natureza, e as funções do organismo se desregulam na ausência ou distorção desses sinais. A natureza encoraja felicidade e calma, bem como o êxtase e o maravilhamento, e a emoção positiva pouco conhecida do enlevo, ou sublimidade, criando condições favoráveis para o cultivo da espiritualidade. Passar um breve tempo em um bosque, por exemplo, tem um mágico efeito curativo na mente e no corpo, ajudando no equilíbrio emocional. Ambientes ecologicamente equilibrados, se comparados a ambientes urbanos, nos ajudam a regular as emoções positivas. O contato com o mundo natural regula o funcionamento do coração, segundo pesquisas recentes, despertando sentimentos positivos, equilibrando o sistema nervoso autônomo e reduzindo

equilíbrio

os sentimentos de ameaça que nós experimentamos todo dia. Estas pesquisas têm demonstrado como a natureza regula emoções e o coração e mostram que passar tempo na natureza altera positivamente a saúde e o bem-estar. A exposição à natureza tem enorme impacto emocional, e estas emoções que ocorrem quando nos encontramos na natureza têm uma base neurofisiológica cujos caminhos estão sendo identificados. Foi feita uma investigação que forneceu um argumento decisivo para o convencimento da necessidade da natureza em nossa vida cotidiana. Foram analisados três estudos desenvolvidos com 870 pessoas, comparando os efeitos de ambientes urbanos versus ecológicos. Os ambientes ecológicos ajudam a regular o jogo entre o sistema simpático, que está associado à ativação e a um aumento no impulso ou na ameaça, e o parassimpático, ligado a sentimentos afiliativos e de conexão. Uma alternação entre os dois sistemas produz uma gama de emoções positivas, como, por exemplo, sentir-se contente, mas também excitado. A natureza traz balanço e equilíbrio sobre

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sobre nossas emoções e o sistema nervoso que influenciam a função de nossos órgãos internos, como o coração, revelando o poder da natureza de reduzir o nosso stress

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neurociência

nossas emoções e o sistema nervoso que influenciam a função de nossos órgãos internos, como o coração, revelando o poder da natureza de reduzir nosso stress. A medida da taxa de variabilidade cardíaca é uma forma de investigar o equilíbrio dinâmico exercido entre a atividade excitatória simpática e inibitória do parassimpático no coração. Uma taxa baixa indica dominância do simpático, enquanto uma taxa alta reflete um bom equilíbrio entre os dois sistemas. A exposição à natureza aumenta a taxa de variabilidade e, de forma geral, aumenta a atividade parassimpática e diminui a atuação do simpático que predomina nos ambientes urbanos. A biofilia, ou o impulso de amor à vida, se baseia em uma perspectiva evolucionária de que os seres humanos têm uma necessidade biologicamente baseada em se afiliar à vida no mundo

natural e reconhecer e procurar recursos que o mundo natural provê, como água, alimento e abrigo. O cérebro humano também é produto da evolução, e transtornos mentais aparecem quando nos tornamos ignorantes das suas origens como parte da natureza. Emoções e afeto positivo devem ser considerados em relação à nossa conexão com a natureza e aos benefícios que derivam dessa relação. O psicólogo Paul Gilbert procurou assimilar a pesquisa de variadas abordagens da regulação das emoções em modelo acessível, elaborando o modelo dos três círculos da emoção ou regulação do afeto. Este modelo não somente se baseia na teoria existente e na literatura, mas também leva em consideração avanços na compreensão das emoções positivas e afiliativas com respeito a circuitos de recompensa, e o papel da dopamina e oxitocina. Também enfatiza a pesquisa sobre o balanço entre o sistema simpático e o parassimpático. Os três círculos deste modelo representam o impulso, a ameaça e o contentamento e são facilmente compreendidos no contexto de nossa vida cotidiana. Foco em busca de recursos, querer, perseguir e realizar são impulsos que estão associados a sentimentos de excitação, alegria e prazer e ligados ao sistema de recompensa dopaminérgico. A função desse sistema de impulso é nos dirigir para recursos e recompensar com dopamina, despertando o prazer. Já o sistema de contentamento envolve a sensação de ficar seguro e em conexão, com

O psicólogo Paul Gilbert procurou assimilar a pesquisa de variadas abordagens da

acessível, elaborando o modelo dos três círculos da emoção ou regulação

do afeto

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regulação das emoções em modelo


Os três círculos do modelo representam o impulso, a ameaça e o contentamento e são facilmente compreendidos no contexto de nossa

foco afiliativo, e está associado a sentimentos de satisfação, segurança e calma sendo ligados a sistemas opioides. A função desse sistema é agir como uma espécie de botão que desliga os sistemas de ameaça e de impulso para restaurar a energia. Este sistema também evoluiu para permitir o attachment (sentimento de ligação emocional) e funciona provendo um processo suave de se acalmar quando sinais afiliativos estão presentes, de forma que indivíduos podem se engajar com comportamentos de confiança e ligação. O terceiro sistema é relacionado à ameaça, tem foco em ansiedade, proteção, busca de segurança e está associado a sentimentos de ansiedade, raiva e tristeza, que dependem de secreção aumentada de cortisol, adrenalina e noradrenalina. A função deste sistema é defensiva e protetiva e nos mantém alerta para ameaças e para buscar segurança. A figura a seguir ilustra os três sistemas e os neurotransmissores e hormônios que estão criticamente envolvidos na sua regulação.

uma conexão com a natureza, em especial quando se dá com atenção mindfull e autorreflexão. Estamos começando a entender como funcionam os mecanismos nervosos, imunológicos e hormonais que regem os benefícios do contato com as grandes harmonias da natureza, e esta compreensão pode nos conduzir, como indivíduos e como sociedade, a uma valoração ampliada da importância da conservação do equilíbrio ecológico neste planeta e da relação que a espécie humana estabelece com o restante do mundo natural.

vida cotidiana

Contentamento

Alegria Aproximação Apetitivo Estimulante Vitalidade Positivo

Calma Relaxamento Consumatório Afiliação Conexão Segurança

Dopamina

Opiácios, oxitocina

saiba mais RICHARDSON, M. MCEWAN; K. MARATOS, F.; SHEFFIELD, D. (2016) Joy and Calm: How an Evolutionary Functional Model of Affect Regulation Informs Positive Emotions in Nature. Evolutionary Psychological Science DOI 10.1007/s40806-016-0065-5

Ameaça Ansiedade Inibição Esquiva Adrenalina, cortisol

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Parassimpático

Impulso

Aproximação – Deleite – Esquiva

Simpático

Excitação – Ativação – Relaxamento

MARCO CALLEGARO é psicólogo, mestre em Neurociências e Comportamento, diretor do Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva (ICTC) e do Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva (IPTC). Autor do livro premiado O Novo Inconsciente: Como a Terapia Cognitiva e as Neurociências Revolucionaram o Modelo do Processamento Mental (Artmed, 2011). É presidente atual da Associação de Psicologia Positiva para a América Latina (APPAL). www.appal.org.br (Associe-se!)

O modelo dos três círculos da regulação emocional positiva fornece uma nova perspectiva para entender os benefícios no bem-estar humano produzidos por

GILBERT, P. (2014). The origins and nature of compassion focused therapy. British Journal of Clinical Psychology, 53(1), 6–41.

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estado da arte

O que Jung pensaria da Psicologia Positiva?

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INTERSEÇÕES E QUESTÕES EPISTEMOLÓGICAS PARA REFLETIR (E ENRIQUECER O MOVIMENTO) • POR FABIO APPOLINÁRIO •

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ste título é uma provocação, é claro. Jamais poderíamos saber o que Carl G. Jung (falecido há mais de meio século) pensaria sobre o mundo de hoje, quanto mais sobre a psicologia positiva. Mas, mesmo assim, o exercício especulativo me é irresistível. Primeiro, uma questão básica: por que a esmagadora maioria dos psicólogos envolvidos explicitamente no movimento da psicologia positiva é oriunda do campo teórico-cognitivo? É interessante observar que, ao analisarmos esse movimento hoje, percebemos que esse viés cognitivo (para o bem e para o mal) encontra-se presente na maioria dos processos e métodos estudados pelos psicólogos positivos (se pudéssemos chamá-los dessa forma). Desde os inventários de autorrelato, passando pelas técnicas e pelos exercícios para trazer ao foco da consciência a vivência explícita das emoções positivas por meio dos esforços do pensamento, até o respaldo


desses processos amparados por inúmeras pesquisas acadêmicas que fazem uso de amostras robustas e estatisticamente significantes, a psicologia positiva hoje encontra-se perfeitamente alinhada ao mainstream da psicologia cognitiva e das neurociências. Alguns pressupostos-chave parecem sobressair-se: a) os processos de pensamento (conscientes e intencionais) têm o poder de alterar hábitos e comportamentos, levando a pessoa a produzir mudanças consistentes em seus níveis de bem-estar subjetivos; b) enquanto método, os melhores conhecimentos psicológicos podem ser obtidos por meio da pesquisa – notadamente a quantitativa, que faz uso das generalizações estatísticas para induzir princípios replicáveis; e c) uma aproximação acentuada com o campo das neurociências, no esforço de correlacionar esses princípios psicológicos a eventos neurobiológicos antecedentes ou consequentes. Parece seguro dizer que a interseção entre psicologia cognitiva e psicologia positiva é elevada. Há, entretanto, alguns poréns. A incorporação de ideias oriundas da filosofia e mesmo da metafísica na Psicologia Positiva é inegável. Podemos ver isso nitidamente no resgate do estudo das virtudes (sabedoria, coragem, humanidade, transcendência, justiça e temperança), dos valores e também de princípios centrais da psicologia humanista como

Jung provavelmente

significado e propósito de vida. Acho que Jung teria apreciado muito esse resgate. Também acredito que aprovaria sem reservas o viés positivo, pois ele mesmo acreditava e defendia os princípios do crescimento do self, da individuação e da necessidade da busca de significado dos problemas de seus pacientes, em vez da tradicional investigação causalística freudiana. Por essa óptica, Jung poderia até mesmo ser considerado um precursor da psicologia positiva. Por outro lado, temos o problema do “inconsciente”. Os psicólogos positivos quase não tocam nesse assunto e, quando o fazem, são tão politicamente corretos que pouco compreendemos suas posições teóricas. Bem, vamos deixar claro: a não ser por alguns autores mais atuais que advogam a ideia de um “processamento cognitivo inconsciente”, esse constructo não tem sido o foco da psicologia cognitiva nos últimos sessenta anos. Jung (assim como Freud, Adler e virtualmente todos os teóricos psicodinâmicos, mesmo que com modelos diferentes) acreditava que processos e conteúdos

criticaria o fato de que a Psicologia Positiva atual não busca fazer com que a pessoa estabeleça um

contato com seu mundo interior, a

não ser por meio da reflexão

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cognitiva consciente

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inconscientes afetam de modo determinante a nossa vida consciente. Ele também provavelmente diria que muitos dos exercícios propostos pela psicologia positiva (exercícios de perdão e gratidão, por exemplo) provavelmente influenciariam estruturas inconscientes, e estas, por sua vez, provocariam mudanças comportamentais. Possivelmente criticaria o fato de que a psicologia positiva atual não busca fazer com que a pessoa estabeleça um contato com seu mundo interior, a não ser por meio da reflexão cognitiva consciente. É claro que Jung propunha outros caminhos. Vejamos, por exemplo, a ideia da busca de uma existência eudaimônica, tal como proposta pela psicologia positiva – ou seja, a felicidade oriunda do exercício das virtudes. Certamente ele argumentaria que a integração da virtude em nossas vidas seria algo extremamente proveitoso, mas que, por si só, não levaria uma pessoa a ser mais feliz. Ele nos lembraria de que padrões intrapsíquicos inconscientes tais como tendências autodestrutivas, medo de que a própria felicidade represente uma “traição” ao amor dos outros, ganhos secundários obtidos pelo sofrimento e diversos outros possíveis elementos

ocultos na sombra da psique (na linguagem junguiana a “sombra” representa uma parte de nós que não reconhecemos em nós mesmos ou nos outros) comprometeriam o alcance do tão desejado bem-estar subjetivo. Jung argumentaria que, a menos que examinássemos esses padrões ocultos subjacentes, jogando-os para o plano da consciência, não lograríamos sucesso sustentável com essas ginásticas cognitivas. Outro desafio refere-se às questões metodológicas. Para Jung, o conhecimento oriundo da clínica e dos processos fenomenológicos individuais era muito importante. Para a psicologia positiva, o mais importante são os dados de pesquisa com tratamento estatístico cuja validade depende do princípio da replicabilidade. Aqui temos, realmente, um nó epistemológico irreconciliável. Jung usa como guia os eventos de vida individuais, as sincronicidades, a simbologia, a linguagem onírica e mesmo os registros mitológicos

Jung poderia ter encarado as forças pessoais como semelhantes aos seus padrões arquetípicos, o que a moderna psicologia arquetípica de James Hillman postulou serem elementos que “informam” nossa personalidade e nossas ações

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estado da arte


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A curiosidade intelectual e científica sem limites de Jung provavelmente o LEVARIA a estabelecer um diálogo fértil e produtivo com os psicólogos atuais, que teriam, por sua vez, o ganho da ampliação do escopo de uma psicologia focada no ego

presentes naquilo que denominou inconsciente coletivo. Mas, ainda assim, temos aqui algumas possibilidades de interseção: passa-me pela cabeça a ideia de que ele teria encarado as forças pessoais (as 24 forças tão estudadas pela psicologia positiva) como semelhantes aos padrões arquetípicos que ele tanto valorizou e que a moderna psicologia arquetípica de James Hillman postulou serem elementos ancestrais que teimam em “informar” nossa personalidade e nossas ações, estabelecendo com elas uma dinâmica ainda não totalmente desvendada. É claro que não podemos nos esquecer do grande interesse que Jung tinha nos fenômenos meditativos, particularmente os de tradição oriental. Então acredito que ele ficaria fascinado com os esforços sistemáticos para integrar a sabedoria budista que ele tanto estudou (representada disfarçadamente hoje por termos mais assépticos como “atenção plena” ou “mindfulness”) num amplo campo de aplicações médicas, psicológicas e até empresariais. Também a experiência do flow certamente seria reconhecida por ele como o mágico momento da suspensão do tempo profano (cronológico), substituído pelo tempo sagrado (psicológico) no êxtase da vivência mitológica. Bem, não consigo divisar claramente como seria uma conversa entre um Jung atualizado pelas novas cosmologias científicas com os teóricos atuais do campo da Psicologia Positiva. Divirto-me imaginando sua mente fluida e aberta interagindo com as inteligências racionalistas e deterministas que prevalecem atualmente no desencantado e higienizado establishment acadêmico e científico. Enquanto um defenderia seu caso propondo a investigação da correlação estatística entre a capacidade de perdoar (devidamente “mensurada” por um inventário previamente “validado”) e a eficiência do sistema imunológico, ele provavelmente argumentaria que o homem busca conhecer mas ama não compreender e que, para compreender,

é necessário que o objeto em análise seja inesgotável, eludindo nossa cognição e deitando por terra nossas certezas. Sua curiosidade intelectual e científica sem limites provavelmente o levariam a estabelecer um diálogo fértil e produtivo com os psicólogos atuais, que teriam, por sua vez, o ganho extraordinário da ampliação do escopo de uma psicologia focada no ego (ou seja, na consciência cognitiva) para modelos mais amplos e provocativos gerados por métodos de pesquisa mais variados e disruptivos. Pura lucubração minha, é claro...

FABIO APPOLINÁRIO é psicólogo, além de mestre e doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Consultor, escritor, coach e psicoterapeuta. Diretor científico do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento e da Positive Business School (PBS). Email: appoli@psicologiapositiva.com.br

saiba mais Callegaro, M. O novo inconsciente: como a terapia cognitiva e as neurociências revolucionaram o modelo do processamento mental. Porto Alegre: Artmed, 2011. Hillmann, J. Re-vendo a psicologia. Petrópolis: Vozes, 2010. Kihlstrom, J. F. The cognitive unconscious. Science, n. 237, p. 1445-52, 1987. Roth, W. Introdução à psicologia de C. G. Jung. Petrópolis: Vozes, 2011.

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leituras

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versão em inglês

Mais conteúdo em língua portuguesa Ilona Boniwell aborda a Psicologia Positiva em linguagem acessível e com exemplos práticos e ferramentas uma satisfação indescritível constatar que a literatura da Psicologia Positiva contém cada vez mais obras traduzidas para a língua portuguesa. À época da elaboração de minha monografia na pósgraduação, isso era absolutamente inquietante para mim, pois algumas áreas acabam cerceando o conhecimento, à medida que não permitem que outros públicos _ não conhecedores de língua inglesa _ tenham condição de estudo e aprofundamento em um tema. Logicamente este não é, de forma alguma, o único motivo que reduz a possibilidade do acesso ao conhecimento, mas, com certeza, é um dos motivos que ainda atingem uma quantidade significativa de pessoas. Desde que comecei a estudar e a atuar em Psicologia Positiva em 2011, percebi rapidamente que o aprofundamento em seus temas não

seria possível não fosse pelas publicações internacionais, em livros ou artigos acadêmicos que trazem o “estado da arte” de qualquer campo do conhecimento. Diante disso, comecei a observar que alunos, profissionais, especialistas e até indivíduos dedicados ao autodidatismo tinham o idioma como barreira para aprimorar seus trabalhos e estudos. Este desconforto foi mais um dos motivos que me impulsionaram, à frente de pilhas de livros de Psicologia Positiva, a construir o grupo Biblioteca Positiva, no Facebook, oferecendo ao público em geral resenhas críticas em português de uma infinidade de publicações em inglês, numa tentativa de favorecer o estudo e a disseminação de obras de muita importância nesse campo. Felizmente avança a produção dessas publicações no Brasil e em Portugal. Um dos

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• por Andréa Perez Corrêa •


linguagem

esforços nacionais nesse Positiva Aplicada na Europa Sua sentido é a obra Psicologia e por seus trabalhos em abandona uma Positiva: Teoria e Prática, diversas áreas. Foi ela quem que organizei e lancei pela fundou o European Network versão de Editora Leader, com outros of Positive Psychology e foi 34 coautores. a primeira vice-presidente Por isso fico imensamente da International Positive satisfeita por trazer, Psychology Association nesta edição da MIP Mag, (IPPA). mas reveste-se a um exemplar de uma autora Se eu tivesse que resumir todo tempo renomada do campo da numa expressão o que é o Psicologia Positiva, em nossa livro, eu diria que a obra da língua portuguesa, com traz “de tudo um pouco”, as pequenas peculiaridades como costumamos dizer, do “português de Portugal” o que está absolutamente os autores ícones de de acordo com o que ela se como é pertinente denominá-lo. cada tema abordado propôs diante do interesse Vamos à dica: o livro A de seu público nos temas Ciência da Felicidade – Psicologia Positiva em Poucas da Psicologia Positiva, considerando Palavras, de Ilona Boniwell. o contratempo de leituras muito Com sua 1ª edição em português lançada em maio longas. Sua linguagem abandona uma de 2016, há muito a publicação já estava devidamente versão de escrita mais acadêmica, inserida no meu “carrinho de compras”, só que na sua mas reveste-se a todo tempo da 3ª edição, de 2012, em inglês, Positive Psychology in a preocupação de designar os autores Nutshell – The Science of Happiness. ícones de cada tema abordado. Segundo a própria autora, a obra manteve-se durante muito tempo como a primeira em vendas na Amazon. co.uk, entre aquelas voltadas à Psicologia Positiva. Nesta edição, traz uma versão ampliada, tendo em vista os desdobramentos ocorridos ao longo dos anos. Com sua atuação em pesquisa, palestras em diversos segmentos, entre outros trabalhos, Ilona percebeu a necessidade de oferecer ao público uma obra que não assustasse ou desmotivasse tanto as pessoas, como percebia acontecer quando indicava certos handbooks, obras de excelência em informações, mas com grande número de páginas. Com isso, partiu para a confecção de uma obra para psicólogos e não psicólogos, com conteúdo rico e sério, numa linguagem acessível, mas sem tratar-se de um exemplar de autoajuda, mesmo com a apresentação de “exercícios e ferramentas” para aplicação. O trabalho de Ilona já me chama atenção há muito tempo, e sua notoriedade é grande, em especial, pelo seu pioneirismo em criar o primeiro curso de mestrado em Psicologia

escrita mais acadêmica,

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preocupação de designar

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leituras

De forma muito breve, o livro começa com a – tocando o leitor com temas que apresentação do que é a Psicologia Positiva, mais podem envolvê-lo em seu cotidiano, a com indicações do que com descrições longas autora aborda a Psicologia Positiva e sobre as vertentes de estudo que a conceberam ou as adversidades e os desafios da vida, influenciaram. contemplando o capítulo 9 com noções A partir daí chega-se a uma sequência total de quinze de sabedoria, passando deste ao 10, capítulos, nos quais são contemplados diversos temas: no qual aborda a nossa liberdade de – as emoções positivas, sem deixar de abordar as escolha e as consequências desse negativas e pincelando alguns aspectos da inteligência aspecto em nosso mundo atual; emocional; – já o capítulo 11 traz a temática – o otimismo e a esperança também são destacados, das forças pessoais, apresentando o sob as concepções de Martin Seligman (estilo atributivo estudo sobre os talentos humanos da pessimista e otimista) e Rick Gallup, das virtudes e forças Snyder (esperança), num texto de caráter de Christopher E como todo breve que, em minha percepção, Peterson e Martin Seligman deseja apresentar ao leitor certa bom livro – cujos e, surpreendentemente, utilidade desses conceitos em suas a temática do Realise desdobramentos trazendo vidas, no lugar de uma abordagem 2, pouquíssimo disseminado meramente conceitual; no Brasil – citei-o no início do que – chegando ao capítulo 4, a do livro Psicologia Positiva: aborda autora neste momento aprofundaTeoria e Prática. Além disso, ao se sobre flow, aproveitando para final do capítulo, Ilona destaca são ainda diferenciá-lo das experiências de algumas reflexões que –a pico [leia a respeito em Positive precisam de atenção sobre a Wiki], ao mesmo tempo que aponta autora finaliza a temática das forças humanas, a necessidade de estudos futuros considerando, em sua opinião, obra com sobre outros “estados ideais da que a modelagem do trabalho experiência humana”; do Realise 2 lhe parece a mais suas – em dois capítulos, o leitor pertinente. é apresentado aos conceitos de – o capítulo 12 contempla felicidade e bem-estar, com diversas o tema de amor, abordando da indicações teóricas, permitindo teorias e modelos, passando distinções entre diversos aspectos Psicologia Positiva ao capítulo 13, onde as relacionados, a exemplo de intervenções já mais hedonismo e eudaimonia [a definição e a diferença entre conhecidas são apresentadas ao lado esses conceitos você encontra em Positive Wiki]; de outras ainda não devidamente – debruçando-se sobre temas que influenciam a testadas e chegando ao capítulo construção de uma “vida ideal”, a autora destaca 14 com a aplicação da psicologia conjuntamente questões como valores, motivação e positiva, com mais ênfase no que se objetivos de vida; refere ao processo de coaching, de – neste ponto da obra, chega-se também ao tema do terapia – apontando as diferenças “tempo”, com as perspectivas de passado, presente e similaridades entre ambos – e futuro, destacando a importância de um foco acrescentando a educação e a área equilibrado nessas passagens, mais uma vez trazendo de negócios. “dicas” ao leitor enquanto teoriza o tema — fora isso, E como todo bom livro – cujos apresenta o que realmente influencia o tempo em desdobramentos do tema que aborda nossas vidas, para que possamos usá-lo de uma forma são ainda latentes – a autora finaliza a mais favorável ao bem-estar; obra com o capítulo 15, onde apresenta

tema

latentes

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reflexões sobre o futuro


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o entendimento dos conteúdos apresentados por um leitor leigo, que é, com certeza, o público-alvo desta obra. Além disso, o livro é o que se propõe ser – destacando parte de seu título “... Psicologia Positiva em Poucas Palavras” –, mas, com certeza, resguardando um entendimento básico e legítimo dos temas que apresenta. Logicamente, com essa configuração, não é um livro para quem busca aprofundamento ou um estudo mais científico. Destaco a obra como um veículo de acesso a mais pessoas que buscam um entendimento preliminar sobre o que é a Psicologia Positiva, de forma simples e rápida. Com louvor, dou grande relevância à iniciativa de publicação em língua portuguesa, considerando que é um idioma falado em países nos cinco continentes, por aproximadamente 250 milhões de pessoas, as quais podem favorecer suas vidas conhecendo um pouco mais da ciência da felicidade e das qualidades humanas. Se eu indico a obra? Claro. Boas leituras!

suas reflexões sobre o futuro da Psicologia Positiva, partindo de uma análise do que existe de bom e ruim neste campo de estudo. Nas 223 páginas do livro, há listas de sites interessantes sobre a Psicologia Positiva, além de inúmeras referências bibliográficas que sempre são um começo para quem deseja se aprofundar nos temas. Acrescenta-se que, em cada um dos capítulos, a autora apresenta dicas e ferramentas aos leitores, o que, a meu ver, sempre acaba cativando mais o leitor, aproximando-o mais das temáticas da Psicologia Positiva. A linguagem utilizada em toda a obra, apesar das partes conceituais, é absolutamente coloquial, diretiva e simples, o que permite, sem dificuldades,

ANDRÉA PEREZ CORRÊA é pós-graduada em Psicologia Positiva e coaching, mestranda em Sistemas de Gestão na Universidade Federal Fluminense, membro-fundadora do Instituto Brasileiro de Psicologia Positiva (IBRPP), docente do MBA Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva do Instituto de Pós-Graduação (IPOG). Dedica-se à disseminação da Psicologia Positiva e é criadora da Biblioteca Positiva. E-mail: acorrea97@hotmail.com. Site: www.ibrpp.com.br. Facebook Andréa: http://on.fb.me/1O97CZm. e Biblioteca Positiva: http://on.fb.me/1Mejd8T

Ficha técnica

A Ciência da Felicidade – Psicologia Positiva em Poucas palavras Autora: Ilona Boniwell Editora: 4 Estações Ano: 2016

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Memória de trabalho contra eventos negativos A memória de trabalho, responsável pela capacidade de processar informações, pode desempenhar papel importante no confronto de eventos negativos, de acordo com estudo de Tracy Alloway, professor na University of North Florida. Os pesquisadores testaram mais de 2 mil voluntários, entre 16 e 79 anos. Houve três conclusões: a idade é um fator importante na determinação do pessimismo (os indivíduos mais jovens, 16-29 anos, tiveram escores mais elevados de pessimismo); a perspectiva pessimista prediz a depressão; uma forte memória de trabalho pode reorientar a atenção para um resultado positivo. (Fonte: https://www.sciencedaily.com/ releases/2016/11/161121111324.htm)

FAO e SEWA da Índia unem esforços para capacitar jovens e mulheres no campo

para Acabar com a Fome e a Desnutrição”, que acontecerá em 16 de dezembro em Roma e está sendo coorganizado pela FAO, pela Presidência Eslovaca do Conselho da União Europeia e pela Comissão Europeia, em estreita colaboração com parceiros-chave da ONU. http://www.FAO.org/news/story/en/item/433019/ icode/

Esta seção prestigia o trabalho da Good News Agency, que proporciona boas notícias às mídias do mundo inteiro, com material em inglês, italiano e português. (clique no link para saber mais)

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A Associação de Mulheres Trabalhadoras Autônomas da Índia (SEWA) e a FAO estão reforçando sua colaboração para impulsionar o desenvolvimento rural e reduzir a pobreza na Ásia e na África por meio de iniciativas locais voltadas à capacitação de mulheres e jovens no campo. Após anos de uma parceria de sucesso, as duas organizações assinaram hoje um Memorando de Entendimento (MoU), intensificando esforços conjuntos, a fim de construir capacidades para que pessoas pobres nas zonas rurais se beneficiem de economia rural, garantindo que mulheres e jovens estejam envolvidos e capacitados. O MoU de hoje precede um evento de alto nível, “Crescendo junto com as Mulheres Rurais


Conselho de Segurança adota resolução sobre a não proliferação nuclear e o desarmamento nuclear

Reafirmando que a proliferação de armas de destruição em massa e seus meios de distribuição ameaçam a paz e a segurança internacional, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou hoje uma resolução que encoraja todos os Estados que ainda não assinaram o Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares a fazê-lo. Com catorze votos a favor e uma abstenção (Egito), a resolução exaltou o progresso feito na universalização do Tratado, observando que 183 Estados assinaram o Tratado e 166 Estados depositaram seus respectivos instrumentos de ratificação. O Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares proíbe todas as explosões nucleares para fins civis e militares. Adotado pela Assembleia Geral da ONU sob a resolução nº 50 (1996), o Tratado entrará em vigor 180 dias após a data de depósito dos instrumentos de ratificação por todos os Estados listados em seu Anexo 2.

http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsId=55068#.VtyW4VOKM8

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Curiosidade X criatividade Os empregadores que procuram pessoas que solucionem problemas de forma criativa devem considerar os fortes traços de curiosidade. Testes de personalidade podem ser uma forma de esclarecer esses traços, segundo pesquisa da Oregon State University. As pessoas com esse perfil tiveram melhor desempenho em tarefas criativas, e aqueles com forte traço de curiosidade diversificada, associada a explorar tópicos desconhecidos, foram mais propensos a achar soluções criativas. Os pesquisadores pediram a 122 universitários que fizessem testes de personalidade para medir curiosidade diversificada e específica. (Fonte: https://www.sciencedaily.com/ releases/2016/11/161117145211.htm)

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Novo aplicativo da web da FICV, virtualvolunteer.org, traz informações vitais a migrantes

28 de setembro – A Comissão Europeia concedeu hoje dois subsídios diretos equivalentes a 600 milhões de euros para apoiar refugiados sírios e comunidades de acolhimento na Turquia nas áreas de educação e saúde. Desde março deste ano, a UE mobilizou mais de 2 bilhões de euros fora de seu orçamento total de 3 bilhões a fim de financiar a instalação para refugiados na Turquia. A instalação oferece suporte à implementação do Plano de Ação Conjunta da UE e da Turquia e à Declaração da UE-Turquia e é projetada para atender às necessidades mais críticas dos refugiados sírios e hospedar as comunidades que vivem na Turquia hoje.

http://www.ifrc.org/en/news-and-media/pressreleases/general/new-ifrc-web-applicationvirtualvolunteerorg-brings-life-savinginformation-to-migrants/

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Instalação para refugiados na Turquia: União Europeia (UE) assina financiamento equivalente a 600 milhões de euros para ajudar os refugiados na educação e na saúde

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) está lançando um novo aplicativo web chamado virtualvolunteer.org, que coloca informações práticas, confiáveis e potencialmente vitais na ponta dos dedos de migrantes ou pessoas que têm a intenção de migrar. A FICV e a IBM se uniram no início deste ano para projetar e desenvolver o virtualvolunteer.org, que é universalmente acessível com qualquer dispositivo conectado, projetado para baixas larguras de banda e facilmente adaptável às necessidades dos migrantes em todo o mundo. A IBM Cloud fornece acesso nacional, regional e global para o aplicativo virtualvolunteer.org, que atualmente está sendo pilotado na Grécia e em breve será lançado para pessoas que morem ou estejam chegando na Turquia, Itália e Suécia, além de outros países no futuro. O aplicativo da web fornece informações úteis e oportunas sobre assistência disponível e serviços em países específicos e detalha procedimentos, direitos, opções legais e dicas de segurança.

http://europa.eu/rapid/pressrelease_IP-15-4965_en.htm

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Cirurgiões da Índia atendem pacientes carentes na Ruanda

Superação do medo

Pesquisadores descobriram um novo jeito de remover medos específicos do cérebro, usando uma combinação de inteligência artificial e tecnologia de escaneamento cerebral. Essa técnica, publicada na revista Nature Human Behaviour, pode levar a um novo jeito de tratar stress pós-traumático e fobias. Uma equipe da University of Cambridge, do Japão e dos Estados Unidos descobriu uma maneira de remover inconscientemente uma memória relacionada ao medo do cérebro. O grupo desenvolveu um método para ler e identificar uma lembrança ligada ao medo usando uma nova tecnologia chamada Feedback Neural Decodificado.

(Fonte: https://www.sciencedaily.com/ releases/2016/11/161121175251.htm)

medicina e residentes. Durante a cirurgia, os médicos visitantes demonstram técnicas e aprendem com os médicos do país anfitrião. https://www.Rotary.org/myrotary/en/News-Media/ Surgeons-India-Bring-Relief-underserved-patients-Rwanda

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Centenas de pessoas se reúnem em um pátio ao ar livre no Hospital Central Universitário em Kigali, Ruanda. (…) Durante os próximos oito dias, uma equipe de dezoito médicos especializados (doze dos quais são rotarianos) irá realizar cirurgias em 268 pacientes ruandeses, incluindo procedimentos em ortopedia e urologia. O projeto, iniciado pelo distrito 3080 (Índia) e acolhido pelo distrito 9150 (África Central), é financiado pela Rotary Foundation com o apoio do governo da Ruanda. (…) Rajendra Saboo, presidente do Rotary International de 1991-1992, está ocupado coordenando a logística de última hora da missão. (…) A Ruanda, um país africano central compacto com topografia montanhosa, talvez seja mais conhecido por seu momento mais sombrio: a morte de cerca de 1 milhão de cidadãos, na sua maioria, membros da minoria Tutsi, no genocídio de 1994. Vinte e dois anos depois, é uma das economias que mais cresce na África. Kigali, a capital, está entre as cidades mais organizadas do continente. Desde 1994, a expectativa de vida mais do que duplicou na Ruanda, enquanto os índices de mortalidade materna e infantil diminuíram. (…) A missão do Rotary também oferece treinamento: médicos em missão ensinam técnicas cirúrgicas de ponta para médicos locais, estudantes de

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Campanha de acesso: MSF dá boas-vindas à decisão da GSK de baixar o preço da vacina contra a pneumonia destinada a algumas das crianças mais vulneráveis do mundo A instituição Médicos Sem Fronteiras (MSF) acolhe a decisão da GlaxoSmithKline (GSK) de baixar o preço da sua vacina pneumocócica conjugada (VPC) para as organizações humanitárias que atendem refugiados e crianças afetadas pela crise. Há sete anos, a MSF participa de discussões com a GSK e a Pfizer – os únicos dois fabricantes que produzem a vacina contra pneumonia – para negociar um preço mais acessível. A redução de preço da GSK é um significativo passo em direção à proteção de crianças vulneráveis que são beneficiadas por organizações humanitárias como a MSF. A MSF espera agora que a Pfizer corresponda à oferta da GSK, e que ambas as empresas reduzam o preço da vacina para os governos de países em desenvolvimento que ainda não podem pagar para adicionar a VPC ao seu pacote básico de imunização infantil. (…) A pneumonia é a principal causa de mortalidade infantil em todo o mundo e mata quase 1 milhão de crianças todos os anos. http://www.MSF.org/en/article/Access-Campaign-MSF-welcomes-GSK%E2%80%99sDecision-Lower-Price-pneumonia-Vaccine-some-World%E2%80%99s-Most

Trazendo o Acordo de Paris sobre alterações climáticas cada vez mais perto de sua entrada em vigor, a Índia hoje se juntou ao novo acordo global na sede das Nações Unidas em Nova York e se tornou o 62º país a depositar o seu instrumento de ratificação. Ações sobre mudanças climáticas são fundamentais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e criar um futuro mais próspero, equitativo e habitável para todas as pessoas. O Acordo, que chama a atenção de países para combater a mudança climática e limitar o aumento da temperatura global para menos de 2 graus Celsius, terá efeito trinta dias após o depósito dos instrumentos de ratificação de pelo menos 55 países, responsáveis por 55% das emissões de gases de efeito estufa global. Com a ação de hoje executada pela Índia, que é responsável por 4,1% das emissões, o Acordo só precisa de pouco mais de 3 pontos percentuais para atingir o limiar de 55%. O requisito de “55 países” já tinha sido atendido. http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewSID=55185#.V_ExFdSLQUQ

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Índia ratifica o pacto de Paris sobre o clima na ONU e deixa sua entrada em vigor mais próxima do que nunca


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Nesta seção você verá conceitos e definições da Psicologia Positiva abordados ao longo da revista. (Elaboração: Equipe IPPC)

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Savoring

Enquanto as correntes tradicionais da psicologia tendem a buscar meios de lidar com experiências negativas, a Psicologia Positiva busca maximizar os efeitos das experiências positivas. O Savoring, por sua vez, visa a saborear os bons momentos, e é uma forma de intensificar e ampliar seus poderes, de modo a fazer as lembranças, reminiscências e antecipações positivas mais fortes e ativas do que as negativas em nosso funcionamento mental.

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Eudaimonia e hedonismo

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versão em inglês

O hedonismo se refere à busca por experiências prazerosas, enquanto a eudaimonia, um conceito originalmente formulado por Aristóteles, envolve ter propósito e direcionamento profundos na vida. A felicidade eudaimônica, proveniente de uma vida com significado, é aquela que se propõe nas bases da Psicologia Positiva.

“Aristotle” por Francesco Hayez (1791–1882)

Flow

O conceito de flow foi desenvolvido pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, que, a partir do estudo do processo criativo, interessou-se pelo fenômeno da motivação intrínseca. O estado de flow, também chamado de experiência máxima, faz com que o indivíduo se envolva completamente na atividade que está exercendo, empregando nela aquilo que de melhor ele tem a oferecer. Por essa razão, nos momentos de flow, atividade e sujeito tornam-se um só. Ao agir na sua zona de excelência, o sujeito que experimenta o estado de flow não precisa

de supervisão, controle ou qualquer tipo de monitoramento externo na medida em que a atividade exercida lhe é intrinsecamente recompensadora. O flow pode ser conseguido em qualquer tipo de experiência. Porém há pessoas que o conquistam no exercício profissional, tornando seu trabalho uma importante fonte de gratificação e, por extensão, de felicidade. Hoje já existem empresas no mundo todo interessadas em promover o flow no ambiente organizacional, numa típica iniciativa na qual todos saem ganhando.

IMAGENS: FREEPIK/WIKIPEDIA

Felicidade:

Partindo da ideia de felicidade de Aristóteles (eudaimonia), ainda no século IV a.C., a Psicologia Positiva acredita na felicidade como resultado de uma vida virtuosa. Não parte da ideia de que só devemos ter ocorrências positivas na vida para nos considerarmos felizes, mas, sim, colocarmos na balança todos os momentos e ter uma percepção positiva da vida, um foco no que há de bom e que pende a balança para uma vida feliz.

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positive wiki

A partir do conceito de felicidade como resultado de uma vida virtuosa, os pesquisadores estudaram vários códigos de conduta da cultura oriental e ocidental, tais como bíblia, alcorão, bushidô etc., procurando virtudes comuns a todos eles. Chegaram, assim, a seis virtudes: sabedoria, coragem, humanidade, justiça, moderação e transcendência. O próximo passo surgiu do questionamento: quais as características que um ser humano deveria ter para conquistar tais virtudes? Os pesquisadores chegaram, assim, a 24 características, as quais denominaram de forças pessoais. Nesse sentido, as forças pessoais são: • Gratidão • Bravura e Valor • Justiça e Equidade • Humor • Liderança • Perdão • Bondade e Generosidade • Cidadania • Entusiasmo e Energia • Criatividade e Originalidade • Curiosidade • Espiritualidade e Senso de Propósito • Apreciação da Beleza e da Excelência • Capacidade de Amar e Ser Amado • Humildade e Modéstia • Esperança • Amor pelo Conhecimento • Inteligência Social • Integridade e Autenticidade • Perspectiva e Sabedoria • Prudência • Pensamento Crítico e Lucidez • Perseverança • Autocontrole e Autorregulação

Peak performance

Peak performance, ou performance de pico, é um conceito bastante confundido com o estado de flow. Porém, especialistas costumam fazer a seguinte diferenciação: flow seria um estado mental, enquanto a performance de pico diria respeito a um desempenho físico ótimo, que por sua vez favoreceria o estado de flow.

Locus de controle

Trata-se de um constructo que visa explicar de onde o indivíduo percebe ser a fonte de controle de sua vida. Existem dois tipos de locus de controle: o locus de controle externo (quando o indivíduo percebe sua vida como sendo controlada por fatores externos a ele mesmo) ou o locus de controle interno (quando o indivíduo sente estar ele próprio no controle de sua vida). Embora oscilem entre essas duas percepções, as pessoas têm um estilo de locus de controle predominante, e na pesquisa de Lilian Graziano sobre felicidade e locus de controle, essa pesquisadora encontrou uma correlação positiva significativa entre locus de controle interno e felicidade. (Para saber mais acesse: http://

www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde23052006-164724/pt-br.php)

IMAGENS: FREEPIK

IMAGENS: FREEPIK

Forças pessoais

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sua felicidade english version click

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ARQUIVO PESSOAL/FREEPIK

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Girassol, gira-mundo “N

o contato com a natureza eu posso ter a certeza da presença de Deus. O milagre da vida se manifesta em cada semente que com carinho ponho no berço da mãe terra. É dela tudo o que preciso pra viver, o ar, a água, o sol, o alimento. Então, no momento em que zelo por ela, me sinto em equilíbrio com o universo e percebo qual o nosso verdadeiro propósito aqui neste planeta!” Flora Leiva, produtora rural

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make itmag positive

Positive Psychology • neuroscience • coaching • wellbeing • knowledge Seeenglish also:

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The five essential elements of wellbeing How success is related to social interactions at work Nature’s role in the regulation of emotions

POSITIVE TECHNOLOGY Games and apps promote learning, flow, mindfulness, and positive emotions 1 MIP_MAG_ed5_ingles.indd 1

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editorial

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Positive Psychology 2.0

A

lthough this title may remind us of the new phase of Positive Psychology (a topic featured in the second issue of the magazine), here it refers to a new way to use its concepts and scientific findings, which is with greater use of technology. In fact, that is a market worth billions of dollars to developers, who rely precisely on those findings to create electronic games aimed for basic education and corporate training – topic featured in this edition of MIP Mag. There is even talk of a Positive Technology, one used to “influence three specific features of our experience – affective quality, engagement/ actualization and connectedness – that serve to promote adaptive behaviors and positive functioning”, as originally coined by Italian researcher Giuseppe Riva, from the Catholic University of Milan, Italy, one of the enthusiasts of this technological movement. In the realm of Positive Technologies there is a considerable group of scientists studying and applying positive games, which most of the time are used through mediation of specialists in human development, such as psychologists and educators, and have no contraindications. In this case, the benefits are unquestionable. In the “gamification” wave, that encompasses the use of games beyond entertainment purposes as well as the use of games in different technological interfaces (with different applications), there is the development of apps that promise to bring more positivity to their users’ lives. Iconic representatives of the Positive Psychology movement such as Rick Hanson, Barbara Friedrickson, Shawn Archor and Sonja Liubomirsky lead the list of owners of millionaire start-ups with applications for those purposes (in their case with the additional benefit of doing scientific dissemination of their research through options of journals, games and inventories that we can access and use in the website www.happify.com). Others rely on mechanics that help users to meditate, to enter in mindful mode, among other alternatives that put us in contact with more positive emotions and feelings. In the Positive Technology wave we also have biofeedback. The technique, still little known in Brazil, shows our success in evoking positive states through the evaluation of certain physiological markers which are displayed to the user in real time. Marco Fabio Coghi, the interviewee of this issue, is one of the people responsible for the Brazilian biofeedback equipment. I dare to say that MIP Mag is strongly connected to this technological movement: it is digital, innovative, and its mission is to expand connections, bring good news, spread knowledge, create engagement in the universe of Positive Psychology. And as such we welcome another year of MIP Mag!

Ano II – n o 5 – out./nov./dez. 2016 www.makeitpositivemag.com

MIP Mag é uma publicação trimestral do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). É proibida a reprodução sem autorização do IPPC e dos autores. As informações ou opiniões contidas nesta publicação não refl etem necessariamente a posição do IPPC. DIRETORIA Lilian Graziano Fabio Appolinário CONSELHO EDITORIAL Lilian Graziano MEMBROS DO INSTITUTO Arthur Ranieri Claudia Ribeiro Cléa Graziano Fabiola Bernardo Frank Roman Lidia Pagni Mara Laimgruber APOIO

Associação de Psicologia Positiva da América Latina REALIZAÇÃO:

PONTO A

comunicação • conteúdo • desenvolvimento humano www.ponto-a.com • comunicacao@ponto-a.com @PontoA_falecom • Tel./Fax (11) 3042-5900

Edição e coordenação (coordinator): Jussara Goyano Arte e projeto gráfi co (design): Monique Elias Tradução (translator): Fabíola Bernardo Revisão: Marta Sá (Português) e Marina Werneck (Inglês) CONTATOS COM A REDAÇÃO: Tel./ Phone number: +55 11 3042 5900 E-mail: mipmag@psicologiapositiva.com.br Endereço para correspondência/ Adress: Rua Helena, 140, cj. 111/112, Vila Olímpia, S. Paulo – SP – Brasil CEP: 04552-050 COMERCIAL E MARKETING: Cléa Graziano E-mail: clea@psicologiapositiva.com.br Tel.: +55 11 9 5328 4010

Enjoy your reading, The MiP Mag Team

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SUMMARY

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EDITORIAL

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CORPORATE How relationships at work shape success

make itmag positive

Veja também:

Caminhos para a pesquisa: E se Jung conhecesse a Psicologia Positiva?

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Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento

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VERSÃO EM INGLÊS

Os cinco fatores essenciais de bem-estar A relação entre sucesso e interações sociais na empresa O papel da natureza na regulação das emoções

TECNOLOGIA POSITIVA

INTERVIEW Marco Fabio Coghi, expert in cardiac biofeedback

Games e apps promovem aprendizados, flow, mindfulness e emoções positivas

cover image: freepik. design: Monique Elias MIPMAG_5_capa.indd 5

STATE OF THE ART What if Jung knew about Positive Psychology?

IMAGENS: FREEPIK/DIVULGAÇÃO

WELLBEING The necessary balance between five strategic areas of life

NEUROSCIENCE The connections between immersion in nature and the increase in mental wellbeing, joy, and calmness

READING The Science of Happiness – Positive Psychology in a Few Words, by Ilona Boniwell

AND MORE... Positive News Positive WIKI

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PERFORMANCE The relationship between games and Positive Psychology

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Your Happiness 4

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corporate

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The Art of Giving Oneself

ADAM GRANT CLAIMS THAT THE GREATER THE GENEROSITY, THE MORE SUCCESS IN THE CORPORATE WORLD • BY ANA KRUEL • 5

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corporate

A

dam Grant, author of the book Give and Take (launched in Brazil by Sextante publishing house), Ph.D in Organizational Psychology from the University of Michigan and a Harvard graduate, through his work as an organizational psychologist and as a professor at Wharton School has dedicated more than 10 years of his professional life to the study of successful people and found two characteristics that they have in common – ability and motivation – , in addition to having had access to certain opportunities. He also found that success is highly dependent on how we approach our interactions with other people. When analyzing a series of studies, social scientists found that people are very different in their preferences for reciprocity, which is the combination of how much they wish to take and how much they wish to give. Grant states that at work there are two groups that fall at opposite ends of the reciprocity spectrum, which he named takers and givers. Takers like to get more than they give, putting their own interests ahead of the needs of others. Takers believe that the world is a competitive place and that in order to be successful they need to be better than others. In order to prove their competence, they strive to show their efforts at all costs. Givers, on the other hand, are generally rare in the workplace. They make reciprocity tilt towards others, choosing to give more than to take. They help without expecting anything in return. Givers make an effort to be generous in sharing their time and knowledge with others. Being a giver demands maintaining your energy in helping others, exchanging ideas and providing guidance. It is interesting to see that outside the corporate environment, this type of behavior becomes more frequent.

According to a research led by Yale psychologist Margaret Clark (in Grant 2012), most people act like givers in close personal relationships. At work, however, giving and taking becomes somewhat more complex. According to Grant, in the organizational context few people act purely as givers or takers, most people adopt a third style: the matchers, who try to preserve the balance between giving and taking. Therefore, matchers act based on the fairness principle and their relationship networks are based on exchange of favors. The author believes that giving, taking, and matching are three basic styles of social interaction. In your opinion, which of the three styles would be at the top of a success scale in the business world - takers, givers or matchers? At first, you could ask yourself how someone with a ‘giver’ profile could achieve success, once those people tend to sacrifice their own needs for the sake of helping others. And, you would be somewhat right. Probably, givers would be in disadvantage, because in helping other people they end up sacrificing their own success. The likelihood of givers being on the basis of that success scale is real. If givers are in the basis, who would be more likely to be at the top – takers or matchers? According to Grant’s studies, neither of them. However, the most striking fact in the analysis is the pleasant news that when he looked at the facts under another perspective, an unforeseen pattern emerged: the top of the

Givers are generally rare

more than to take. They help without expecting anything in return

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in the workplace. They make reciprocity tilt towards others, choosing to give


Givers are in

success pyramid did not belong to matchers or takers. The top also belonged to givers. That means that givers are in both ends of the pyramid. In turn, matchers and takers tend to be in the middle of the scale. But how is it possible that givers are in opposite ends at the same time? Well, in fact givers at the top of that pyramid are not exactly the same as the givers in its basis. Grant noted two types of givers whom he named selfless and otherish. Selfless givers are those who promptly meet others’ needs, to the detriment of their own needs, thus their denomination. The givers in the basis of

the success pyramid are the selfless ones. Otherish givers, on the other hand, in addition to not compromising their own needs, also have some strategies when they are generous to others: they have filters for WHO to give, WHEN to give and HOW MUCH to give; they help several people at the same time; they allow themselves to feel gratitude, pride, etc., and above all they know how to say NO when necessary. It is true that the three styles can be successful. However, when givers (otherish ones) achieve the top, success spreads, causing a ripple effect, chain of goodness that is called a positive upwards spiral in Positive Psychology, in which one’s victory also contributes to the success of others. It is what is called a win-win game in the corporate world. According to Grant’s studies, in several examples described in the book, successful givers use assertive strategies in four key areas: networking, collaboration, evaluation and influence. Networking: according to networking specialists, reconnection is a different experience to givers, especially in contemporary management, in a world that is entirely connected. They are generous people that share their experiences, knowledge, and abilities, helping others find new opportunities, without wasting energy thinking about what they would get in return. Therefore, they develop more lasting interpersonal relationships. Collaboration: givers work in a way that collaborates for their own success and also for the success of other people. By adjusting better

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both ends of the pyramid. In turn, matchers and takers tend to be in the middle of the scale

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corporate

It is true that the three styles

In that sense, the primary message from Grant’s studies is that generosity can more easily lead to success then competitiveness and that for years the corporate world has been wrong in encouraging the latter. If you want to find out what is your dominant reciprocity style, visit www.giveandtake.com for a free assessment (available in English).

However, when givers achieve the top, success spreads,

causing a ripple effect to each other, it is possible to have teams with excellent performance. Evaluation: givers succeed by acknowledging other people’s potential. Identifying and cultivating talents are essential abilities. When adopting behaviors that improve trust, learning is accelerated and development improves by means of more positive dialogues and the assignment of more encouraging activities. They are confident and optimistic leaders. Influence: there are two ways to have influence – dominance or prestige. The same way we show dominance, we practice influence, because others consider us important, and when one has prestige, they become influent due to the admiration caused in others. Takers who aim to dominate have an authoritative style of verbal and non-verbal communication. That style is not always valid in the art of communication. Givers, in turn, have a nonauthoritative style of communication, which is essential in the conception of prestige as it is a more lasting value. Therefore, it is interesting to examine the classic assumptions about consideration of assertiveness and self-trust when one exercises influence.

ANA KRUEL has a post-graduate degree in Positive Psychology in integration with Coaching. Personal & Professional Coach and HR Management. She is currently taking a post-graduate course on Educational Neuroscience. She is a member of the International Positive Psychology Association (IPPA), the Latin America Positive Psychology Association (APPAL) and the Brazilian Positive Psychology Association (ABP+). She has an extensive corporate experience in Human Resources development. Email: qualidadeshumanas@gmail.com Site: www.qualidadeshumanas.com.br

to learn more Grant, Adam. Dar e receber – Uma abordagem revolucionária sobre sucesso, generosidade e influência. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. Original title: Give and Take: A Revolutionary Approach to Success

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can be successful.


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A

Technological IMAGENS: DIVULGAÇÃO

Aid

Cardiac biofeedback is a tool that promotes positive emotional states by training of behaviors that lead to better physiological balance • By the Mip Mag Team •

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A

lthough in the last Olympic Games biofeedback techniques were used and disseminated among Brazilian athletes, for the most part these techniques are a novelty in Brazil. An official number we can mention is the estimated 80 professionals currently registered in the Brazilian Biofeedback Association (ABBIO) who presumably have been trained to use the tool (however regulation and inspection of such professionals is not commonplace in Brazil unlike other countries where biofeedback use is more disseminated). The first pieces of

equipment to support the technique were made in the United States in the 1960’s, and resulted from the work of American researcher Hershel Toomim and his colleagues. Since its prototypes, biofeedback application has been based on the use of sensors placed in a specific part of a person’s body to capture physiological responses, which are then displayed through a computer or another specific equipment. A therapist or even visual interfaces contained in the system itself help users to correct their responses, if necessary. In sports, the technique has

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interview

means of sensors linked to computers with a Windows operational system, the program shows the variability of cardiac frequency in screens that correspond to games in which users’ aim is to achieve cardiac coherence. In this issue we interviewed Marco Fabio Coghi who explains the origin of cardioEmotion and how it works, as well as the relationship between cardiac coherence and positive emotional states. Marco is an expert in biofeedback, a postgraduate physical therapist and a chemist. He is one of the people responsible for the creation of the Brazilian equipment. Coghi is also a professor of specialization and post graduation courses of Behavioral Medicine at the Paulista Federal University (Unifesp), of Stress Management at the International Stress Management Association (ISMA) in Brazil, of Integrated Therapies at the University City of São Paulo (Unicid), among others. WHAT IS CARDIAC COHERENCE AND HOW DOES IT INFLUENCE PEOPLE’S MOOD AND THEIR RESPONSE TO STRESS?

been used to control athletes’ In Brazil, there physical and mental stress is an estimated Cardiac coherence is and in behavioral medicine it a term that expresses a has been used as an aid in the number of special cardiovascular state treatment of post-traumatic present when a person’s stress, anxiety, and depression, autonomous nervous among other disorders. The registered in the system is in balance. Such existing machines, most of Brazilian Biofeedback system automatically them imported, often do not require professional help, Association (ABBIO) regulates the activities of our bowels, heart, blood with simple operation so who presumably vessels and glands, and that users themselves can also, in a way, our immune monitor the machine and their system. By means of mental physiological state. concentration exercises, One of the user-friendly to controlled breathing and the interfaces in the market is use the tool use of positive imagination, the software cardioEmotion, we can reach that state of whose patent is Brazilian. In its balance, which has immediate effects Home version, it can be used at home, with the help in our health. of fairly simple tutorials included in its software. By

have been trained

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80 professionals


WHAT IS A CARDIAC BIOFEEDBACK MACHINE EXACTLY?

Cardiac biofeedback is a modern technology based on scientific evidence. It has been widely used in several countries for over ten years. In the cardiac biofeedback machine, heart beat signs are captured by non-invasive sensors and sent to a computer where the data is processed. Then, an important cardiac parameter known as cardiac frequency variability is evaluated. That parameter is low on people who present negative psycho-emotional states such as anxiety, depression, stress, panic, post-traumatic stress, and also physical health problems like some cardiac disorders, asthma, high blood pressure, among others. is a Cardiac biofeedback is used so that we are able term that expresses to change, in an easy and simplified manner, certain of physiological responses of our body, that is to say, to make the much soughtafter mind-body integration Such system to improve our own health. Through exercises, whose automatically response is directly shown in the biofeedback machine, regulates the it is possible to rebalance certain physiological parameters that were heart, blood vessels considered automatic and and glands, and also, not subject to conscious control. in a way,

Cardiac coherence

balance autonomous nervous system. activities of our bowels,

etc. Thus, by means of a direct intervention in their neurobiological functions, such state becomes increasingly settled in the person and the phenomenon we call neuroplasticity takes place – the ability of our nervous system to change and adapt itself. WHICH TECHNOLOGIES ARE USED IN BRAZIL TO PROMOTE/ MEASURE CARDIAC COHERENCE?

The cardioEmotion biofeedback is the only piece of equipment developed and manufactured in Brazil. It was conceived in the Innovation Center of the University of SĂŁo Paulo by a group of 12 people, including a psychologist, engineers, a computer scientist, physiologists, programmers and graphic designers. It has computer programs to measure heartbeats and lead the user to an increase in the cardiac frequency variability. The cardioEmotion Home program is easy to set up and use. Exercises are taught in the tutorial supplied with the product. It is self-explanatory.

our immune system

IMAGES: PERSONAL FILE/FREEPIK

WHAT IS THE RELATIONSHIP WE CAN ESTABLISH BETWEEN POSITIVE PSYCHOLOGY (PP) AND THE WORK DONE WITH CARDIAC BIOFEEDBACK?

Positive Psychology acknowledges that positive states lead to health. When people do the exercises in a consistent manner, monitored by the biofeedback machine, they reach the much dreamed of emotional balance. When there is emotional balance, there is no stress, anxiety, depression,

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interview

Through exercises, whose response is directly shown in the biofeedback machine, it is possible to rebalance certain physiological parameters that were considered automatic and not subject to conscious control THIS SOFTWARE IS TRULY BRAZILIAN TECHNOLOGY, OR DOES IT HAVE SOMETHING OF ITS EQUIVALENT PRODUCTS SUCH AS THE AMERICAN HEARTMATH LINE, FOR EXAMPLE?

The cardioEmotion was completely developed in Brazil, by Brazilian scientists, with no foreign transference of knowledge. It took five years of studies, tests and development. Compared to similar imported products, in addition to being considerably cheaper, having local warranty, technical assistance, and training, the program and its instructions come in Portuguese, which makes its use much easier. The cardioEmotion has an enhanced design, high quality 3D graphs, music that was composed for the most part by a musical therapist to help with the training. It contains two sensors (for the finger and for the earlobe – non-toxic, anti-allergenic, reusable), nine high-definition interactive exercise screens. We used the most advanced software in the development of cardioEmotion. CARDIOEMOTION’S INTERFACE IS FAIRLY LUDIC AND CONSTANTLY TAKES US BACK TO POSITIVE PSYCHOLOGY PRINCIPLES, SUCH AS THE DEVELOPMENT OF POSITIVE EMOTIONS (THROUGH THE MESSAGES THAT POP UP IN THE APPLICATION AND DURING THE EXERCISES), THE DEVELOPMENT OF FLOW THROUGH THE GOALS AND CHALLENGES PROPOSED IN THE EXERCISE STAGES...HOW WAS THAT RELATIONSHIP CONCEIVED WITHIN THE SCOPE OF PP?

a steady course for the development. We were at the USP’s Innovation Center and we had to ensure the quality of our work. Several studies related to Positive Psychology were reviewed. We had precious insights from the Yoga – of which I am a post-graduate instructor – and from the Ayuverdic medicine (from India), a theme that I have studied and practiced for many years. We found the same type of knowledge in Mindfulness meditation. I noticed that all those knowledge traditions say the same thing with different languages. They always advocate the same point: live life in a positive way. It is not only about thinking of healthy things for ten minutes every day and your life will change. Therefore, when we developed cardioEmotion we already had a very solid base of how to structure the programs and the training. The electronic part came to help us show in real time what those sciences

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When we began to develop cardioEmotion, we did an extensive scientific research about the benefits of people “being always positive” towards life, living the here and now, in a full, integrated manner, free of judgment. We found studies showing that such positive states allowed people to restore wellbeing, interior peace, avoiding and even curing certain psychosomatic conditions. And the explanation lies in the release of neurotransmitters and neurohormones. We turned to neuroscience and neurocardiology for the scientific basis that would provide reliability and

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Positive emotions,

when well

incorporated and experienced, increase cardiac frequency variability thus increasing cardiac coherence.

The opposite is also true: the longer I exercise cardiac coherence using cardiac biofeedback, the more positive I will be towards life

and philosophies tell us, and give strong direction towards cardioEmotion development. We abandoned “guesswork” to move towards solid science, based on evidence, shown in several scientific papers from different countries. Positive Psychology is a way to guide people on the path to good living. CardioEmotion shows that this is real; it is not idle talk. It is science.

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DO POSITIVE EMOTIONS IMPROVE CARDIAC COHERENCE OR IS IT THE OTHER WAY ROUND?

People who are positive towards life, with low level of stress, no anxiety or depression tend to get sick less frequently. They have a better-balanced autonomous nervous system. The states listed above prevent homeostasis and lead to physiological unbalance that causes serious physical, psychological or psychiatric disorders. Positive emotions, when well incorporated and experienced, increase cardiac frequency variability thus increasing cardiac coherence. The opposite is also true: the longer I exercise cardiac coherence using cardiac biofeedback, the more positive I will be towards life. We use to say “see life in a different way”. That is really what happens according to my own experience. There is a precise increase in personal resilience, in the ability to face daily challenges in a calmer, more emotionally stable manner. Cardiac biodeedback, particularly cardioEmotion, is a valuable tool to indicate if someone is on the right track and to correct the direction, if necessary. For example,

you are not able to know if you are practicing Mindfulness [the meditation] correctly as there is no parameter to measure your degree of concentration, of focus. The software allows you to know exactly where you stand and how to improve at each session. The information is displayed in real time on the computer screen. It is recommended to everyone, at any age. There are no contraindications. As if anything related to Positive Psychology had contraindications...

To learn more Vida e obra de Hershel Toomim (Life and work of Hershel Toomim) http://www.resourcenter.net/images/ AAPB/Files/Biofeedback/2008/biof_ hershel_toomim.pdf Coerência cardíaca e bem-estar psicológico (Cardiac coherence and psychological well-being) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/ articles/PMC4179616/ Review of Literature – http://www. scielo.org.co/scielo.php?pid=S179447242014000200002&script=sci_ arttext&tlng=es

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wellness

The

condensed

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Wheel of Life

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BALANCED SATISFACTION IN FIVE KEY AREAS OF LIFE ENSURE HIGHER LEVEL OF WELLBEING • BY JUSSARA GOYANO •

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W

here as the regular Wheel of Life diagram – a popular tool among coaches – displays 12 strategic areas to which we should dedicate equal attention in order to be happier, the Gallup Institute has suggested for years that there are only five essential elements to our wellbeing. These elements are: professional, financial, health, social life – including family and relationships –, and community life – in the sense of our contribution to society. A high satisfaction score in each of those areas, but most importantly balanced between them, would lead to a higher perception of wellbeing, according to a global study of the Institute. The research mobilized hosts of scientists. Leading figures in the survey, Tom Rath and Jim Harter, saw it as an opportunity to adapt the basic tool of coaches and patented a new Wheel, which lists the five essential elements of wellbeing. Despite the capitalist interest of the researchers, it was a long way to validate the tool, which resulted in the book O fator bem-estar (Rath & Harter, Saraiva, 2011). The original book in English (Wellbeing: the five essential elements) includes the adapted assessment, in electronic format (just to name another example of Positive Technology, recurring theme of this Mip MAG issue). First, it was necessary to find, in more than 50 years of the Institution’s studies, a research method that would work in different cultures, situations and languages, leading to the most compelling findings on the theme. Once the methodology was established, interviews conducted in more than 150 countries (a sample that corresponds to 98% of the world’s population) produced answers that statistically lead to the definition of the five essential elements of wellbeing. According to Rath and Harter, they are important elements for people in every one of the situations studied and from “sectors of life about

60% of the people

have been doing well in at least one

of the wellbeing strategic areas, whereas only 7%

had prospered

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in all five of them. Such disparity might derive exactly from the unbalanced attention that

most people give those sectors

which we can do something”. American scientific pragmatism is fruitful in the production of guidelines to change people’s lives. One fact that initially stood out (and it is important to note here that the Institute used, in many cases, physiological markers to evaluate the level of wellbeing in the population studied) was that 60% of the people had been doing well in at least one of the wellbeing strategic areas, whereas only 7% had prospered in all five of them. Such disparity might derive exactly from the unbalanced attention that most people give those sectors, with the highest wellbeing level among the 7% that prosper in all strategic areas. But, how is it possible to reverse such display? No one, not even those 7% who have a balanced life, neither Rath nor

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wellness

One’s chances of happiness increase 10% if a friend in their network is happy. (It is important to note that a Harvard study found that the reverse is also true, even if in lower proportions. Unhappy friends increase the likeliness of one’s unhappiness in 7%

POINT TO POINT

In the area of professional wellbeing, according to Gallup’s conclusions, the most prosperous people are those with a deep goal in life, who love what they do everyday and who work under inspiring leadership. Another finding is that those individuals work less then one might think and enjoy life more. And to show that the wellbeing strategic areas are interconnected, it is worth mentioning that the presence of a “best friend” at work is a factor for greater productivity and more professional wellbeing. We then enter the realm of social wellbeing.

Numbers and facts about professional wellbeing

– Only 19% from more than 10,000 respondents answered yes to the question “Do you like what you do every day?”;

Harter consider it an easy task. Balance demands effort, discipline, emotional lability, just as Seligman suggests about happiness itself: it is something we should fight for! A good departing point, however, is to start with the success tips from each area, claim the researchers. The trick would be constantly changing the focus from one area to another, at each critical moment that comes up in one of them. In terms of wellbeing, unlike other projects we get involved in, there is no management by priorities. All the factors that lead to it are important and are interconnected, sum up Rath and Harter.

– In Gallup’s global survey on wellbeing, professional life always presented the lowest satisfaction scores; – One’s boss is their least appreciated company;

– With more than eight hours of work, no one would be free from stress and exhaustion. The only emotion whose improvement was observed beyond such working hours was pride.

A higher social wellbeing, on its turn, is related to more investment on social relationships. Among the most prosperous people when it comes to that aspect, there

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Source: O fator bem-estar / Gallup Global Wellbeing


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People with high physical wellbeing sleep enough to weak up rested (usually 7 to 8 hours every night) and exercise daily. They normally make good dietary choices and do not postpone health matters

was a dedication of approximately six hours every day to relationships, also marked by frequent get-togethers and trips that further reinforce those bonds. An interesting fact is that one’s chances of happiness increase 10% if a friend in their network is happy. (It is important to note that a Harvard study found that the reverse is also true, even if in lower proportions. Unhappy friends increase the likeliness of one’s unhappiness in 7%.) The same relationship is found between other people’s health and one’s own health; probably because certain eating and exercising habits are mutually influenced between one and one’s friend. And here we enter the realm of physical wellbeing as a global wellbeing variable. People that have high physical wellbeing sleep enough to weak up rested (usually 7 to 8 hours every night) and exercise daily. They normally make good dietary choices and do not postpone health matters. Even if their genetics work against their body, a good diet and healthy habits can change, for example, the expression of genes related to chronic inflammation and allergies. Still regarding the relationship between social and physical wellbeing it is important to mention that obesity is also influenced by one’s group of friends. If one of them becomes obese, your chances of getting fat exceed 50% (more than if a brother or sister get fat, or if your spouse gets obese, which would increase the chances in only 40 and 37% respectively).

Shifting the focus to the economical arena, it has been verified that the satisfaction of basic needs of populations increase their general wellbeing; therefore, richer countries have an advantage in that sense. However, Gallup’s survey is quick to minimize that relationship. In the study, Costa-Rica, a developing country, shows a wellbeing level similar to that of New Zealand, and with a daily perception of wellbeing that is superior to the latter’s. Its levels also exceed those of most European countries, such as the social wellbeing legends of Sweden and Switzerland, for example, and loose only to Denmark. Brazil, on its turn, is in 36th place in the wellbeing ranking, also presenting daily perception of prosperity in that matter higher than that of countries like Belgium, Italy, and Germany (just another proof that wellbeing depends more on the interconnection between the five factors than on success in one or another of those…) If the topic is money, in order to contribute to the general score, the financial wellbeing must be

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wellness

Impact of financial wellbeing

– The perception that we have more than enough money to make what we want has 3 times more influence than the impact that our income alone has in our general wellbeing score. Source: O fator bem-estar

If the topic is money, in order to contribute to the general score, the financial wellbeing must be improved by habits that provide

financial security, such as expenses that are consistent with one’s possible standard of living and constant

investments

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improved by habits that provide financial security, such as expenses that are consistent with one’s possible standard of living and constant investments. People that are prosperous, in that sense, do not live the daily stress caused by debt and spend money on experiences and other people, not only on material goods or on themselves. In addition to the evidence that financial wellbeing can also be influenced by our need for connection, the perception of our financial satisfaction may also be affected by our social circle, through the comparisons we make between our goods and those of our peers. In a study published in the Journal of Personality and Social Psychology, when asked if they would prefer an income of US$50,000 / year, while people around them made US$ 25,000 / year, or an income of US$100,000 / year, while colleagues made US$200,000 /year, most volunteers in that research chose the lower income, as it meant to make the double of their peers – now that is a sector in which people’s competitive nature is emphasized.

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People with high level of wellbeing in the community find ways to contribute with it according to their passions and strengths. They feel safe and satisfied with the course taken by their communities and also influence such factors with their

At last, but not least important, we have wellbeing in the community, which is what Rath and Harter consider “the difference between a good and a great life”. People with high level of wellbeing in the community find ways to contribute with it according to their passions and strengths. In a feedback system, they feel safe and satisfied with the course taken by their communities and also influence such factors with their contribution. In conclusion, Harter states that considering all these success tips, a global wellbeing solution would be the joint promotion of the essential factors listed by individuals and institutions. “Individuals may define goals, personalize their actions and monitor their improvements. But the institutions can provide the resources, define

contribution

positive standards that encourage people to make what is in their best interest, in addition to shaping social expectation through leadership”, the researcher told the author of this article, in an interview for another article. Harter and Rath, and the entire Gallup team may have forgotten to establish and research, in a global scope, the “spiritual wellbeing”, an area that certainly cuts across all the others, defining values that govern our social and family relationships, as well as how we relate to money. It also has a lot to do with the way we relate to health and nature, and with our community life, which since the dawn of civilization was ruled by the unknown, the sacred, and the symbolic and that later was called religious or spiritual. Who knows, maybe in the next survey…

JUSSARA GOYANO is journalist and coach, publisher of MIP Mag.

to learn more

RATH, T.; HARTER, J. O fator bemestar: Os cinco elementos essenciais para uma vida profissional de qualidade. São Paulo: Saraiva, 2011. Gallup Global Welbeing, disponível em: <http://www.gallup.com/poll/126965/ gallup-global-wellbeing.aspx>. Acesso em: 18 out. 2016. SOLNICK, S.J.; HEMENAY, D. “Is more always better? A survey on positional concerns”. Journal of Economic Behavior & Organization, 37(3), p. 373383, 1998.

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The Good Games A CLOSE (AND BENEFICIAL) RELATIONSHIP BETWEEN POSITIVE PSYCHOLOGY AND TECHNOLOGY IS BOOSTING HUMAN DEVELOPMENT AND POSITIVITY IN PEOPLE’S EVERYDAY LIFE

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• By The Mip Mag Team •

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E

nquanto em nossos lares muitos de nós ainda estamos discutindo se um determinado jogo eletrônico é bom ou mau para nossos filhos, procurando estabelecer os limites para o uso de videogames, tablets e celulares, o mercado de jogos com fins educacionais caminha para movimentar mais de 5 bilhões de dólares até 2020 (dados recentes da consultoria americana Markets and Markets). Trata-se dos chamados serious games, utilizados tanto na educação básica quanto em treinamentos corporativos. Mas por que os games estão na crista da onda em termos de desenvolvimento humano? E o que isso tem a ver com Psicologia Positiva (PP)? (Deixemos o estudo de seus efeitos negativos e a questão dos limites para o uso de tecnologia e jogos por nossos filhos para outro tipo de publicação e ocasião e vamos a essas explicações.) While in our homes, many of us are still debating whether a particular electronic game is good or bad for our children, and trying to determine the limits for the use of videogames, tablets and mobile phones, the market of educational games is on its way to exceed US$ 5 billion by 2020 (according to recent data from American consulting company Markets and Markets). They are the so-called serious games, used both in basic education and in corporate training. But why are games a hit in terms of human development? And what does that have to do with Positive Psychology (PP)? (Let us leave the study of its negative effects and the issue of limits for the use of technology and games by children to another place and time and let us proceed with the explanations to the questions above.) One of the main characteristics of games is the engagement they foster. That is possible because regardless

One of the main

of their theme games are increasingly able to meet, by virtual means, certain psychological demands that are essential for our intrinsic motivation. If we think about it, what can be more indicative of our proactivity than our willingness to voluntarily overcome (unreal) challenges and obstacles? Well, that is what happens when we are playing – we apply real energy to fight nonexistent “villains” and “dragons”, leaving us deeply satisfied with our performance and motivated to move forward in the game, which is an entirely real feeling. The whole process we put ourselves through with games is related to the Self-Determination Theory. According to its creators, Edward Deci and Richard Ryan, from the University of Rochester, they are: good social connection, a satisfactory sense of ability and

characteristics

of games is the engagement they foster. That is possible because regardless of their theme games

are increasingly able to meet, by virtual means, certain

psychological demands that are

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essential for our intrinsic motivation

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performance

Why do we play?

For the competition: the experience of defeating others For the challenge: the experience of success after making an effort For the fun: to escape a stressful situation

For the fantasy: experimenting new or unreal stimuli

For the social interaction: having a social experience with someone who shares the same interests For the excitement: experimenting activated positive emotions

Source: Przybylski, A. K., Rigby, C. S. & Ryan, R. M. (2010) “A motivational model of video game

engagement”. Review of General Psychology. 14 (2), 154-166

Based on the engagement experience itself, it is possible to find strong synergy between games and PP’s notions. The immersion and pleasure provided by well-conceived games are closely related to the

Based on the engagement experience itself, it is possible to find strong synergy between games and PP’s notions. The

immersion and pleasure provided by

well-conceived games are closely related to the level of flow they are able to generate level of flow [click here to read about it] they are able to generate. We enter this so-called “state of flow” when a game offers appropriate challenges to its players, as they become familiar with its mechanics (in such a way that playing it does not lead to boredom or frustration). For this purpose, the game should also have goals and clear rules, and offer positive and continuous feedback of the achievements made. It also should have an interface that facilitates a mindful operating mode (completely focused on the present, in the game’s articulations, with no judgment). In fact, the theory of flow, conceived by Mihaly Csikszentmihalyi, is one of those studied by developers in general (we do not know which came first the chicken or the egg – the notion of flow or the perfect experience of virtual engagement, thus, in the academic world of technologies some venture to say that there was a mutual influence between researchers of games and Mihaly). Furthermore, games have many positive

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competence, and the perception that there is autonomy (control of something or of our lives). Games, in turn, meet the social demand once they are increasingly more used in networks or in on-site groups, with devices that promote relationship between players. They also make us feel fulfilled, when we are able to progress through the phases of the electronic saga at hand, providing lessons that allow us to advance more and more into the plot. We feel autonomous and powerful when our decisions define our journey in the games, especially when we are successful. Under such satisfied demands, technology developers, educators, neuroscientists, and psychologists, among other specialists, create specific tasks, contents, and interfaces to be inserted in the games in order to provide cognitive, motor, and psychological benefits, develop specific behavioral abilities and retain technical or academic knowledge. As a result, we have the games with educational purposes or human training purposes.


For young players,

aspects and the fun and positive emotions they provide obviously stand out, not to mention the benefits already mentioned in previous paragraphs. Although in the beginning of this article we said we would not discuss the negative effects of games, it is important to mention that in 2013, a scientific review contested such negative effects (potential to cause addiction, promotion of violence and isolation among young players), suggesting that the positive effects of playing videogames would be so many that such problems were not significant. Daniel Johnson, Christian Jones and Jane Burns, from the Australian Universities of Queensland, Sunshine Coast and Melbourne, respectively, reached the following conclusions: – For young players, playing videogames is moderately associated to positive emotions, mood improvement and regulation, higher emotional stability and reduction of emotional disorders; – If played in moderation, games are a healthy way to relax and socialize that help reduce stress; – Playing moderately decreases depression, improves self-esteem, comparing players with people who do not play or those who play excessively. Based on these findings, would games be a sort of “positive technology”?

Giuseppe Riva from the Catholic University of Milan, one of the enthusiasts of this movement, positive technologies are those used to used to “influence three specific features of our experience – affective quality, engagement/ actualization and connectedness – that serve to promote adaptive behaviors and positive functioning”. Taking in consideration that developers intend to work on such characteristics, at least the so-called serious games can be placed in that category. Riva and his colleagues believe that they fit into the category of positive technologies because they promote continuous learning experiences combined with opportunities for human capacity building. They support the creation of environments where the interconnection between human beings and technology foster the emergence of innovative ways of thinking, creative practices, and individual and collective development. In addition to that, some of their aspects that are strongly related to the maintenance and restoration of good health, such as the games that help patients monitor their health by detecting symptoms, supporting the treatment of physical and mental problems, and contributing to the rehabilitation process. They might help people increase their physical, mental, and social wellbeing.

playing videogames

moderately is associated to positive emotions, mood improvement and regulation, higher emotional stability and reduction of emotional disorders. Games are also a healthy way to relax and socialize

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A NEW LOOK OVER TECHNOLOGIES Well, that expression itself would be a fruitful field for research and development, with PP as its basis. According to researchers like Italian

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performance

Alternative reality games (ARGs) are an example a serious game. They are games designed to improve real lives, solving real problems. One of the main exponents in the designs of such games is American Jane McGonighal. Some of her games lead players to think of solutions to global problems such as famine, poverty, climate changes, and world peace, some examples are World Without Oil, Superstruct and Evoke. Mental health and physical health are also focused in her work. Superbetter, developed in 2012 and available to smartphones, has been gathering fans all over the world, with more than half a million users. Its mechanic is thought to develop resilience in players, who see the game as a tool to fight depression, anxiety, insomnia, chronic pain, and even to minimize the damage caused by traumatic brain injury. A study conducted by the University of Pennsylvania found that the game suppresses six symptoms of depression in six weeks of game. The research studied 283 players with the disorder, resulting in a randomized trial published in 2015 at the Games for Health Journal. It is worth mentioning that McGonighal is a declared advocate of PP. “The key question I always ask myself when designing a game is: how can it lead to real and positive impacts? In other words, how can this game help players to nurture the full range of positive emotions and engagement, stronger social relationships, more resilience towards challenges and obstacles, more ambitious and surprising achievements?” says the game designer in her website.

happens to the serious games. However, the term refers to something that is wider and more present in our daily lives than we think. Gamification also refers to the insights and interfaces that came from games but have different uses, beyond the game itself. Platforms of distance education, interactive blackboards, self-service electronic terminals, and software for several different purposes, only to name a few examples, use elements of games to improve engagement of their users with the technology and the content they offer. Main figures of the Positive Psychology movement like Rick Hanson, Barbara Friedrickson, Shawn Archor and Sonja Liubomirsky top the list of owners of millionaire start ups in the context of positive gamification. They developed an application that combines games to other tasks in order to promote happiness (in their case with the additional benefit of doing scientific dissemination of their research through options of journals, games, and inventories that can be accessed and used in the website www.happify.com). Others rely on mechanics that help users to meditate, to enter in mindful mode, among other alternatives that put us in contact with more positive emotions and feelings. In the case of Happify, the entire database obtained through the application will also be used as basis to new research about technology and

Positive technologies

are those used to used to “influence three specific features of our experience – affective quality, engagement/ actualization and

connectedness positive

functioning”

GAMIFICATION Meanwhile, another movement falls within the universe of positive technologies. It is the “gamification”, frequently seen as the use of electronic games in different activities and contexts, as it

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– that serve to promote adaptive behaviors and


Positive Psychology. The scientists recently announced the launching of the HappifyLab, which will carry on several studies in that field.

Some positive games and applications * SuperBetter (iOS and Android) In this game, the obstacles are found by players in their real life, such as to quit smoking, lose weight, or recover from trauma. In order to win, players have to follow daily tasks proposed by the developer. It is possible to share victories with other players – which generates mutual encouragement and makes it easier to meet goals. Happify (iOS, Android and web) The application allows users to choose specific goals to achieve, such being more present in the current moment, having better ability to deal with stress and increased levels of positive emotions in their day. Interfaces vary from games to gratitude journals, among others, with frequent queries about users’ mood (which helps developers suggest experiences to users). Zen (iOS and Android) It is the first Brazilian application for guided meditation. It contains relaxation messages, soundtracks, and videos, as well as an emotion thermometer. It is divided in modules with different objectives, such as how to get more energy and how to decrease stress.

WIKIPEDIA

*tested by the editorial staff It is no longer possible to ignore technology, and that is also true in the scope of PP. The field already had an important gain obtained with the adoption of

technology. Today research about the impact of technology on people’s lives go much more after positive findings than merely after the damages that they might cause, as it happened for many years. Human development and the decrease of emotional suffering are the essence of what is sought after nowadays. It is a fact that we already know that positive results come from this manmachine interaction, beyond medical and rehabilitation technologies. The great challenge now is in detailing, as much as possible, how each one of the experiences between man and machine generate improvements in our mood, our engagement, our learning, our brain and nervous system. Although we do not know exactly how that works, while you finish reading this article, the Mip MAG team is certainly having fun, learning or relaxing with the options of games and apps that we discovered and tested for the writing of this article.

To learn more Alexiou, A.; Schippers, M. & Oshr, I, (2012). Positive Psychology and Digital Games: The Role of Emotions and Psychological Flow in Serious Games Development. Psychology. 3 (12A):1243-1247 Ryan, R. M., Rigby, C. S & Przybylski, A. K., (2006). “The motivational pull of video games: a self-determination theory approach”. Motivation and Emotion. 30, 347-364. Riva G. et al, (2012) Positive technology: using interactive technologies to promote positive functioning. Cyberpsychology Behaviour Social Network. 15(2): 69-77. Roepke A. M. et al, (2015). Randomized Controlled Trial of SuperBetter, a Smartphone-Based/Internet-Based Self-Help Tool to Reduce Depressive Symptoms. Games Health Journal. 4(3):235-46.

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neuroscience

Nature and positive

emotional regulation

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AN EVOLUTIONARY MODEL OF POSITIVE EMOTIONAL REGULATION SUGGESTED BY PAUL GILBERT SHOWS THE CONNECTIONS BETWEEN IMMERSION IN NATURE AND INCREASING MENTAL WELLBEING, JOY, AND CALM

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• BY MARCO CALLEGARO •


I

magine a medicine that brings emotional balance and contentment, joy, calm and positive emotions such as awe and sublimity, leveraging the immune system and wellbeing. Also imagine that it is something abundant, free and available to everyone. Contact with nature has all of these powerful effects and works as a universal medicine, highly efficient, with no contraindications or side effects, free from risks of addiction or tolerance and that nurtures instead of intoxicating. Contact with nature may significantly influence emotional balance, regulating heart rates. Research on neurosciences have shown not only a wide array of benefits derived from immersion in nature, but also how the brain systems regulated by exposure to the natural environment evolved. The brain is an organ that evolved along thousands of generations in ecologically rich environments, and that is not adapted to urban life. Our systems depend critically on the signs we receive from nature, and body functions deregulate in the absence or distortion of such signs. Nature encourages happiness and calm, as well as ecstasy and awe, and the little known positive emotion of delight or sublimity, creating favorable conditions for cultivating spirituality. Spending some time in the woods, for example, has a magical healing effect on the mind and the body, helping with emotional balance. Ecologically balanced environments, if compared to urban environments, help us regulate positive emotions. According to recent research, contact with the natural world regulates heart functioning, awakening positive feelings, balancing the autonomous nervous system and reducing daily experienced feelings of threat. Such research has shown how nature regulates emotions and the heart, and that spending time in natural environments has a positive effect on health and wellbeing. Exposure to nature has enormous emotional

Nature brings balance to our

impact, and the emotions present when we are in a natural environment have a neurophysiological basis whose paths are being identified. One investigation provided a decisive argument in favor of the need for nature in our everyday life. Three studies made with 870 people were analyzed, comparing the effects of urban environments versus ecological ones. The ecological environments help regulate the sympathetic system, which is associated with the activation and increase in the drive or threat, and the parasympathetic system, connected to feelings of affiliation and connection. An alternation between the two systems produces a variety of positive emotions such as a feeling of contentment but also excitement. Nature brings balance to our emotions and to our nervous system, which influences the functions of our internal organs like the heart, revealing the power of nature to reduce stress. The measure

emotions and to our nervous system, which

influences the functions of our internal organs like the heart, revealing the power of nature

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to reduce stress

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neuroscience

Psychologist Paul Gilbert’s intent was to assimilate

positive affect

regulation research from different approaches into a

straightforward model – the three circle

model of emotion or

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of the cardiac variability rate is a way to investigate the dynamic balance between the sympathetic excitatory activity and parasympathetic inhibitory activity in then heart. A low rate indicates dominance of the sympathetic system, whereas a high rate reflects good balance between the two systems. Exposure to nature increases the variability rate, and generally increases the parasympathetic activity and decreases the action of the sympathetic, which prevails in urban environments. Biophilia, or the drive toward love for life, is based

on an evolutionary perspective that human beings have a biological need to affiliate with life in the natural world, and to acknowledge and seek natural resources such as water, food, and shelter. The human brain is also a product of evolution, and mental disorders emerge when we become ignorant of their origins as part of nature. Emotions and positive affect must be considered in terms of our connection to nature, and to the benefits that derive from that relationship. Psychologist Paul Gilbert’s intent was to assimilate positive affect regulation research from different approaches into a straightforward model – the three circle model of emotion or affect regulation. Not only it is based on existing theory and in literature, but the model also takes in account the latest developments in the understanding of positive and affiliation emotions in terms of reward circuits and the role of dopamine and oxytocin. It also emphasizes research on the balance between the sympathetic and the parasympathetic systems. The three circles in the model represent drive, threat, and contentment and are easily understood in the context of our everyday lives. Focus on the search for resources, on wanting, pursuing and achieving are associated with feelings of excitement, joy and pleasure, and connected to the dopaminergic reward system. The function of that drive system is to direct us to resources and reward us with dopamine, triggering pleasure. The contentment


The three circles in the model represent drive, threat, and contentment and are easily

system, in turn, involves the feeling of being safe and connected, with an affiliation focus; it is associated with feelings of satisfaction, security, and calmness, and it is linked to opioid systems. This system works as a button that turns off the threat and drive systems in order to restore energy. It also evolved to allow attachment (feeling of emotional connection) and works providing a smooth process of calming when affiliation signs are present, so that individuals can engage in trust and connection behaviors. The third system is related to threat; it focus on anxiety, protection, search for security and it is associated with feelings of anxiety, anger, and sadness, which rely on an increased discharge of cortisol, adrenalin and noradrenalin. Its function is defensive and protective, and it keeps us alert to threats and to seek safety. The figure shows the three systems, as well as the neurotransmitters and hormones that are critically involved in their regulation.

the benefits that a connection with nature produces on human wellbeing, especially when it is associated with mindful attention and self-reflection. We are beginning to understand how the nervous, immune, and hormonal mechanisms that influence the benefits from contact with nature work, and that understanding may lead us, as individuals and as a society, to an improved valuation of the importance of conservation of the planet’s ecological balance, and the relationship that the human species has with the natural world.

understood

in the context of our

everyday lives

Contentment

Joy Approach Appetitive Stimulating Vitality Positive

Calm Relaxation Consummatory Affiliation Connection Safety

Dopamine

Opiates, Oxytocin

to learn more RICHARDSON, M. MCEWAN; K. MARATOS, F.; SHEFFIELD, D. (2016) Joy and Calm: How an Evolutionary Functional Model of Affect Regulation Informs Positive Emotions in Nature. Evolutionary Psychological Science DOI 10.1007/s40806-016-0065-5

Threat Anxiety Inhibiting Avoid Adrenaline, cortisol

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Parasympathetic

Drive

Approach – Pleasantness – Avoid

Sympathetic

Arousal – Activation – Relaxation

MARCO CALLEGARO is a psychologist, master in Neuroscience and Behavior, director of Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva (ICTC ) and Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva (IPTC ).The author of the award-winning book Novo Inconsciente: Como a Terapia Cognitiva e as Neurociências Revolucionaram o Modelo do Processamento Mental (Artmed, 2011). He is the current president of the Latin America Positive Psychology Association (APPAL). www.appal.org.br (Become an associate!)

The three-circle model of positive emotional regulation offers a new perspective to understand

GILBERT, P. (2014). The origins and nature of compassion focused therapy. British Journal of Clinical Psychology, 53(1), 6–41.

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state of the art

What would Jung think of Positive Psychology?

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SIMILARITIES AND EPISTEMOLOGICAL ISSUES TO REFLECT UPON (AND ENHANCE THE MOVEMENT) • BY FABIO APPOLINÁRIO •

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T

his title is of course a provocation. We could never know what Carl G. Jung (deceased for more than half a century) would think of the world today, let alone of Positive Psychology. Nevertheless, the exercise of speculation is irresistible to me. First, I pose a basic question: why the overwhelming majority of the psychologists expressly involved in the positive psychology movement come from a cognitive theoretical field? It is interesting to see that when we analyze this movement today, we notice this cognitive bias (for better or for worse) in most of the processes and methods studied by positive psychologists (if we could call them such). From self-report inventories, going past the techniques and exercises to bring the explicit experience of positive emotions to the focus of consciousness through thinking efforts, to the backing


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?

of such processes supported by countless academic researches that have robust and statistically significant samples, positive psychology today is perfectly in line with the mainstream of cognitive psychology and neurosciences. Some key assumptions seem to stand out: a) (conscious and intentional) thought processes have the power to change habits and behaviors, leading people to produce consistent changes in their levels of subjective well-being; b) as a method, the best psychological knowledge can be obtained through research – notably quantitative research, which uses statistical generalizations to induce replicable principles; and c) a strong proximity to the neurosciences field, in an effort to associate these psychological principles to prior or subsequent neurobiological events. It seems safe to say that the intersection between cognitive psychology and positive psychology is strong. However, there are some caveats. The incorporation of ideas from philosophy and even metaphysics in Positive Psychology is undeniable. It is clearly seen in its recovery of the study of virtues (wisdom, courage, humanity, transcendence, justice, and temperance), values, and also of the core principles of humanist psychology such as meaning and life purpose. I think Jung would have immensely appreciated

Jung would

such recovery. I also believe that he would approve the positive bias without reservations since he believed in and supported the principles of self-growth, individuation and the need to seek meaning in his patients’ problems, in contrast with the traditional Freudian causalistic reasoning. From this point of view, Jung could even be considered a pioneer of positive psychology. On the other hand, we have the problem of the “unconscious”. Positive psychologists rarely mention this notion and, when they do mention it, they are so politically correct that we almost do not understand their theoretical points of view. Well, let us be clear: except for a few more contemporary authors who advocate the idea of an “unconscious cognitive processing”, this construct has not been the focus of cognitive psychology in the last 60 years. Jung (just as Freud, Adler and virtually all the psychodynamic theorists, even if they had different models) believed that unconscious processes and contents have a determining effect on our conscious

probably criticize the fact that current positive psychology does not seek to put people in contact

with their inner world,

except through

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conscious cognitive reflection

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life. He would also probably say that many of the exercises proposed by positive psychology (forgiveness and gratitude exercises, for example) would probably influence unconscious structures and these, in turn, would cause behavioral changes. He would possibly criticize the fact that current positive psychology does not seek to put people in contact with their inner world, except through conscious cognitive reflection. Of course, Jung had other paths. Let us see, for example, the idea of the quest for a eudaimonic existence as it is proposed by positive psychology – that is to say, happiness from the exercise of virtues. He would certainly argue that the integration of virtue in our lives would be extremely fruitful, but it would not in itself lead people to being happier. He would remind us that unconscious intrapsychic patterns such as self-destructive tendencies, fear that one’s own happiness represents “betrayal” to the love of others, secondary gains obtained by suffering, and several other possible elements hidden in the psyche’s shadow (in Jungian language, the “shadow” represents a part of ourselves that we do not acknowledge

in ourselves or others) would compromise the achievement of the much desired subjective wellbeing. Jung would argue that, unless we examined such underlying hidden patterns, bringing them to consciousness, we would not have sustainable success with such cognitive gymnastics. Another challenge refers to methodological issues. Jung considers the knowledge deriving from clinical experience and individual phenomenological processes very important. For positive psychology, research data with statistical treatment whose validity depends on the repeatability principle is what matters the most. What we have here is certainly an irreconcilable epistemological knot. Jung uses as guidance the individual life events, synchronicities, symbolism, dream language and even the mythological registers that are present in what is called collective unconscious. However, we still have some possible intersections: it is possible to claim that he would have seen the character strengths (the twenty-four

Jung could have seen the inner character strengths as similar to his archetypal patterns, which James Hillman’s modern archetypal psychology postulated to be elements that “inform” our personality and our actions 32 MIP_MAG_ed5_ingles.indd 32

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state of the art


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Jung’s limitless intellectual and scientific curiosity would probably have led him to establish a fertile and fruitful dialogue with current psychologists who would, in turn, have the extraordinary gain of extending the scope of an ego-focused psychology

strengths much studied by positive psychology) as similar archetypal patterns that he valued so much and that James Hillman’s modern archetypal psychology postulated to be ancestral elements that insist on “informing” our personality and our actions, establishing a dynamic with those elements that is not yet completely unraveled. It is clear that we should not forget the great interest that Jung had in meditative phenomena, particularly those in the Eastern tradition. So I believe that he would be fascinated by the systematic efforts to integrate the Buddhist wisdom which he studied so hard (represented in disguise today by more aseptic terms such as “full attention” or “mindfulness”) in a wide field of medical, psychological, and even business applications. He would also certainly acknowledge the experience of flow as the magic moment of suspension of the profane (chronological) time, and its replacement by the sacred (psychological) time in the ecstasy of mythological existence. Well, I am not able to discern clearly what a conversation between a Jung updated by the new scientific cosmologies and the current Positive Psychology theorists would be like. I amuse myself imagining his fluid and open mind interacting with the rational and deterministic minds that currently prevail in the disenchanted and sterile academic and scientific establishment. While one would argue his case by suggesting an investigation of the statistical correlation between the ability to forgive (duly “measured” by a previously “validated” inventory) and the immune system’s efficiency, the other would probably argue that men seek knowledge about things but they love not being able to understand them and that, in order to understand it is necessary that the object under analysis be inexhaustible, shirking our cognition and shattering our certitudes.

His limitless intellectual and scientific curiosity would probably have led him to establish a fertile and fruitful dialogue with current psychologists who would, in turn, have the extraordinary gain of extending the scope of an ego-focused psychology (that is, in the cognitive consciousness) for wider and more provocative models produced by more varied and disruptive research methods. Merely my own speculation, of course… FABIO APPOLINÁRIO is a psychologist. He has a Masters degree and a PhD in Psychology from the University of São Paulo. He is a consultant, coach, and psychotherapist, as well as the Scientific Director of the Institute of Positive Psychology and Behavior – IPPC and the Positive Business School (PBS). Email: appoli@psicologiapositiva.com.br

to learn more Callegaro, M. O novo inconsciente: como a terapia cognitiva e as neurociências revolucionaram o modelo do processamento mental. Porto Alegre: Artmed, 2011. Hillmann, J. Re-vendo a psicologia. Petrópolis: Vozes, 2010. Kihlstrom, J. F. The cognitive unconscious. Science, n. 237, p. 1445-52, 1987. Roth, W. Introdução à psicologia de C. G. Jung. Petrópolis: Vozes, 2011.

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reading

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Portuguese language content Ilona Boniwell addresses Positive Psychology in straightforward language and practical examples and tools t is a joy to see that an increasing number of Positive Psychology books are being translated to Portuguese. At the time I was writing my post-graduation research paper, the fact that some areas would taper knowledge by denying access to study and deepen knowledge on a theme to everyone that is not fluent in English was absolutely disturbing to me. Of course that is not the only obstacle to accessing knowledge but it is certainly one that still affects a significant amount of people . Since I began studying and working with Positive Psychology in 2011, I quickly realized that it would not be possible to deepen its study without international publications, books and articles that bring the ‘state of the art’ of any knowledge

field. I then noted that the language was an obstacle preventing students, professionals, and even self-taught individuals from improving their work or studies. That feeling of discomfort was one of the reasons that made me, in face of piles of Positive Psychology books, begin the Biblioteca Positiva (Positive Library) group on Facebook. It offers the general public critical reviews in Portuguese of a variety of publications in English, in an attempt to foster the study and dissemination of important works in the field. Fortunately, the production of those publications is progressing in Brazil and in Portugal. One of the national efforts in that regard is the book Psicologia Positiva: Teoria e Prática (Positive Psychology: Theory and

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I

• by Andréa Perez Corrêa •


Practice) which I organized Positive Psychology Masters The author chooses and launched through Leader degree in Europe and for her publishing house, along with her work in several fields. 34 co-authors. She was the founder of the language from a For that reason I am European Network of Positive more academic extremely pleased to Psychology and the first vicebring in this issue of MIP President of the International version, but she Mag, the review of a work Positive Psychology from a renowned Positive Association – IPPA. Psychology author, which If I had to sum up the with the importance was published in Portuguese, book in one expression, I of all the would say that it has “a with the singularities of the Portuguese from Portugal“ little bit of everything”, iconic authors for as it is wise to note. which is absolutely in line Here is the tip: the book with the author’s intent to The Science of Happiness address her public’s interest – Positive Psychology in a for Positive Psychology, Few Words written by throughout the book considering the obstacles of Ilona Boniwell. excessively long readings. When its 1 st edition She chooses to distance in Portuguese was published on May 2016, the her language from a more academic book’s 3rd edition in English from 2012 - Positive version, but she shows concern with Psychology in a Nutshell – The Science of Happiness the importance of naming all the - had long been part of my “shopping cart”. iconic authors for each theme covered According to the author herself, the book has been throughout the book. number one on the Positive Psychology best-seller list at Amazon.co.uk for years. This edition brings an extended version due to the developments that took place along the years. The author’s work on research and lectures on various themes made her realize the need for a book that would not scare people away or discourage them, as she realized was the case with certain handbooks she recommended, which would be an excellent source of information but excessive in number of pages. Bearing that in mind, she set off to develop a book for psychologists and non-psychologists, rich and serious in content, and that is not a self-help book despite the fact that it is written in plain language and that it contains application “exercises and tools”. Ilona’s work has caught my attention for a long time and she has great prestige, especially for her pioneering role in the creation of the first course for an Applied

to distance

shows concern naming

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each theme covered

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reading

In a very brief way, the book starts with the notions of wisdom in chapter 9 and presentation of what Positive Psychology is, and addressing our freedom of choice and that is done more in the form of referrals than with its consequences in the contemporary long descriptions of the lines of study that were part world in chapter 10; of its inception or that influenced it. - chapter 11 is dedicated to character Next, the book features a sequence of 15 chapters strengths; it presents Gallup’s that address various topics: study on human talents, Christopher - positive emotions, but also referring to the Peterson and Martin Seligman’s work negative ones and addressing some aspects of on character strengths and virtues emotional intelligence; and surprisingly bringing the Realise - optimism and hope are also highlighted, as 2, which is very little known in Brazil– conceived by Martin Seligman (pessimistic and I mention it in the introduction of optimistic explanatory style) and Psicologia Positiva: Teoria Rick Snyder (hope), in a brief text e Prática. Furthermore, As in every that in my opinion aims to show in the end of the chapter, the reader how these concepts Ilona emphasizes some – whose can be somewhat useful in their reflections on human lives instead of presenting a strengths that demand merely conceptual approach; attention considering that on the theme it - in chapter 4, the author the Realise 2 work model explores flow in depth, and takes addresses are still seems the most pertinent the chance to distinguish it from in her opinion [learn more in latent – in the peak experiences, while pointing Positive Wiki]. out the need for future studies - chapter 12 talks about final 15th chapter on the “optimal states of human love, addressing theories the author existence”; and models on it. The book - in two chapters, the reader then progresses to chapter presents is presented to the concepts of 13 in which the best known happiness and well-being, with interventions are presented several theoretical statements alongside others that are on the that allow distinctions between not yet duly tested, and several related aspects such as going on to chapter 14 with of Positive hedonism and eudaimonia [see the the application of Positive Psychology definition and difference between Psychology, emphasizing these concepts at P ositive Wiki]; the processes of coaching - addressing themes that influence the building on and therapy – pointing out the an ‘ideal life’, the author jointly emphasizes topics differences and similarities between such as values, motivation and life goals; these processes – and also talking - at this point in the book, the topic of “time” is about the areas of education and also addressed, with the past, present, and future business. perspectives as well as the importance of a balanced And, as in every good book – focus, and once again presenting the reader with “tips” whose developments on the theme it while presenting the theory on the theme. Other than addresses are still latent – in the final that, it presents what really influences time in our lives, 15th chapter the author presents her reflections on the Future of Positive so that we can use it in a way that favors well-being; Psychology, with an analysis of the - touching readers with topics related to their daily good and the bad in that field of study. lives, the author addresses Positive Psychology In the book’s 223 pages there are and life’s difficulties and challenges, talking about

good

book developments

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her reflections Future


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who are undoubtedly the book’s target audience. The book is what is intended to be, as its title states “...Positive Psychology in a Few Words” –while it still certainly provides a basic and legitimate understanding of the themes presented. Of course, given such configuration, it is not a book for those who seek deeper knowledge or a more scientific approach. I regard the book as a fast and simple access tool for those who seek a preliminary understanding of Positive Psychology. I see with great relevance the initiative to publish the book in Portuguese, considering that it is a language spoken by approximately 250 million people, whose lives can be improved as they are able to know a little more about the science of happiness and the human qualities. Do I recommend the book? Of course I do. Good Reading.

lists of interesting websites on Positive Psychology, as well as countless bibliographical references, which are always a start for those who wish to deepen their knowledge on the topics. In each chapter the author also presents readers with tips and tools, something that in my opinion always leads to more captivated readers, bringing them closer to Positive Psychology themes. The language used throughout the book, despite the conceptual sections, it is absolutely colloquial, straightforward and simple, which allows easy and smooth understanding of the content by lay readers

ANDRÉA PEREZ CORRÊA has a postgraduate degree in Positive Psychology and Coaching and is currently undertaking an M.A. degree in Management Systems at the Fluminense Federal University. She is a professor at the Human Development and Positive Psychology MBA at the Post-graduation Institute – IPOG. She devotes herself to the research and dissemination of Positive Psychology, developing projects such as the Positive Library. E-mail: acorrea97@hotmail.com. Site: www. ibrpp.com.br. Facebook Andréa: http://on.fb. me/1O97CZm. Facebook Positive Library: http:// on.fb.me/1Mejd8T

Specifications

A Ciência da Felicidade – Psicologia Positiva em Poucas palavras Author: Ilona Boniwell Publishing House: 4 Estações Year: 2016

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positive news portuguese version clique

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Work Memory Work memory, related to the ability to process information, may play a significant role in coping with negative life events, according to a study by Tracy Alloway, professor at the University of North Florida. Researchers tested more than 2,000 volunteers, aged 16 to 79. There were three main findings: age is an important factor in determining how pessimistic people are (younger individuals, aged 16-29, had higher pessimism scores); a pessimistic perspective is predictive of depression; a strong work memory can refocus attention to a positive outcome. (Source: https://www.sciencedaily.com/ releases/2016/11/161121111324.htm)

FAO and India’s SEWA join efforts to empower rural women and youth

event, “Stepping It Up Together for Rural Women to End Hunger and Malnutrition,” which will take place 16 December in Rome and is being co-organized by FAO, the Slovak Presidency of the Council of the European Union and the European Commission in close collaboration with key UN partners. http://www.fao.org/news/story/en/item/433019/icode/

This section spreads the work of the Good News Agency, wich publishes good news in English, Italian and Portuguese languages. (click on Link to learn more)

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September 13, Rome - India’s Self Employed Women’s Association (SEWA) and FAO are strengthening their collaboration to boost rural development and reduce poverty in Asia and Africa via local initiatives focused on empowering rural women and youth. Building on years of successful partnership, the two organizations have signed a Memorandum of Understanding (MoU) today to intensify joint efforts aimed at building the capacities of the rural poor to fully benefit from rural economies, with particular emphasis on ensuring that women and youth are engaged and empowered. Today’s MoU comes ahead of a high-level


Security Council adopts resolution on nuclear non-proliferation and nuclear disarmament

Reaffirming that proliferation of weapons of mass destruction, and their means of delivery, threatens international peace and security, the United Nations Security Council today adopted a resolution urging all States who haven’t done so to sign the Comprehensive Nuclear-Test-Ban Treaty.With 14 votes in favour and one abstention (Egypt), the resolution welcomed progress made towards universalization of the Treaty, noting that 183 States have signed the Treaty and 166 States have deposited their instruments of ratification. The Comprehensive Nuclear-Test-Ban Treaty bans all nuclear explosions for both civilian and military purposes. The Comprehensive Nuclear-Test-Ban Treaty bans all nuclear explosions for both civilian and military purposes. Adopted by the UN General Assembly under resolution 50 (1996), the Treaty will enter into force 180 days after the date of deposit of the instruments of ratification by all States listed in its Annex 2.

http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsId=55068#.VtyW4VOKM8

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Curiosity Employers looking for people that solve problems creatively should take in account the strong curiosity traits. Personality tests may be a way to identify such traits, according to a research from Oregon State University. People with that profile performed better in creative tasks, and those with a strong trait of diversive

curiosity, associated with interest in exploring unfamiliar topics, were the most likely to find creative solutions. Researchers asked 122 undergraduate college students to take personality tests to measure their diversive and specific curiosity traits. (Source: https://www. sciencedaily.com/ releases /2016/

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positive news

New IFRC web application,

virtualvolunteer.org,

brings life-saving information to migrants

Today, the European Commission signed two direct grants worth €600 million to support Syrian refugees and host communities in Turkey in the areas of education and health. Since March this year, the EU has mobilised more than €2 billion out of its total budget of €3 billion under the Facility for Refugees in Turkey. The Facility supports the implementation of both the EU-Turkey Joint Action Plan and the EUTurkey Statement and is designed to address the most critical needs of Syrian refugees and host communities living in Turkey today.

http://www.ifrc.org/en/news-and-media/pressreleases/general/new-ifrc-web-applicationvirtualvolunteerorg-brings-life-savinginformation-to-migrants/

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Facility for Refugees in Turkey: EU signs grants worth €600 million to help refugees on education and health

The International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies (IFRC) is rolling out a new web application called virtualvolunteer.org that puts practical, trustworthy and potentially life-saving information at the fingertips of migrants or people considering migrating. IFRC and IBM joined forces earlier this year to design and develop virtualvolunteer.org, which is universally accessible with any connected device, designed for low bandwidth settings, and is easily adaptable for migrants’ needs anywhere in the world. IBM Cloud provides national, regional and global access to the application. virtualvolunteer. orgis currently being piloted in Greece and will soon be rolled out for people in or arriving in Turkey, Italy and Sweden and will later expand to other countries. The web application provides useful and timely information about available assistance and services in specific countries and details procedures, rights, entitlements, legal options and safety tips.

http://europa.eu/rapid/ press-release_IP-16-3191_ en.htm

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Surgeons from India bring relief to underserved patients in Rwanda

Overcoming Fear

Researchers found a new way to remove specific fears from the brain using a combination of artificial intelligence and brain scanning technology. The technique, published in Nature Human Behaviour magazine may lead to a new way of treating post-traumatic stress disorder and phobias. A team from the University of Cambridge, Japan and the US found a way to unconsciously remove a memory connected to fear from the brain. The group developed a method to read and identify a fear memory using a new technology called Decoded Neurofeedback.

Hundreds of people gather in an open-air courtyard at University Central Hospital in Kigali, Rwanda. (…) Over the next eight days, a team of 18 specialized doctors (12 of whom are Rotarians) will perform surgeries on 268 Rwandan patients, including procedures in orthopedics and urology. The trip, initiated by District 3080 (India) and hosted by District 9150 (Central Africa), is funded by The Rotary Foundation with support from the Rwandan government. (…) Rajendra Saboo, 1991-92 Rotary International president, is busy coordinating the last-minute logistics of the mission.(…) Rwanda, a compact central African country with mountainous topography (…) is perhaps best-known for its darkest moment: the slaughter of up to a million citizens, mostly members of the Tutsi minority, in the 1994 genocide. Twenty-two years later, it’s one of the fastest-growing economies in Africa. Kigali, its capital, is among the tidiest cities on the continent. Since 1994, life expectancy has more than doubled in Rwanda while maternal and child mortality rates have fallen. (…) The Rotary mission (…) also provides training: mission doctors teach cutting-edge surgical techniques

(Source: https://www.sciencedaily.com/ releases/2016/11/161121175251.htm)

to local physicians, medical students, and residents. During surgery, the visiting doctors demonstrate techniques and learn from host country doctors (…)

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https://www.rotary.org/myrotary/en/news-media/ surgeons-india-bring-relief-underserved-patients-rwanda

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positive news

Access campaign: MSF welcomes GSK’s decision to lower the price of the pneumonia vaccine for some of the world’s most vulnerable children Médecins Sans Frontières (MSF) welcomes the decision by GlaxoSmithKline (GSK) to lower the price of its pneumococcal conjugate vaccine (PCV) for humanitarian organisations that serve refugee and crisisaffected children. For seven years, MSF has been in discussions with GSK and Pfizer – the only two manufacturers producing the pneumonia vaccine – for access to a more affordable price. GSK’s price reduction is a significant step forward in protecting vulnerable children who are reached by humanitarian organisations like MSF. MSF now hopes that Pfizer will match GSK’s offer, and that both companies will additionally reduce the price of the vaccine for governments of developing countries which still can’t afford to add the PCV vaccine to their standard childhood immunisation package. (…) Pneumonia is the leading cause of child mortality worldwide, killing almost one million children every year. http://www.msf.org/en/article/access-campaign-msf-welcomes-gsk%E2%80%99sdecision-lower-price-pneumonia-vaccine-some-world%E2%80%99s-most

Bringing the Paris Agreement on climate change ever closer to its entry into force, India today joined the new global accord at the United Nations Headquarters in New York and became the 62nd country to deposit its legal instrument of ratification. Action on climate change is crucial for achieving the Sustainable Development Goals and creating a more prosperous, equitable and livable future for all people. The Agreement, which calls on countries to combat climate change and limit global temperature rise to well below 2 degrees Celsius, will take effect 30 days after at least 55 countries, responsible for 55 per cent of global greenhouse gas emissions, deposit their instruments of ratification. With today’s action by India, which accounts for 4.1 per cent of the emissions, the Agreement only needs slightly more than 3 percentage points to reach the 55 per cent threshold. The “55 countries” requirement had already been met. http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=55185#.V_ExFdSLQUQ

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India ratifies Paris climate pact at UN, brings it ever closer to taking effect


positive wiki

In this section you will see psychology concepts and definitions covered throughout the magazine. (Preparation: Team IPPC)

Savoring

Whereas traditional psychology approaches tend to look for ways to deal with negative experiences, Positive Psychology seeks to maximize the effects of positive experiences. Savoring, in turn, aims the appreciation of good moments and a way to enhance and magnify their power on our mental function in order to make positive memories, reminiscences and anticipation stronger and more active than their negative counterparts.

Eudaimonia and hedonism

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Hedonism refers to the search for pleasant experiences whereas eudaimonia, which is a concept originally formulated by Aristotle, involves having deep purpose and direction in life. Eudaimonic happiness derives from a meaningful life, and that is the type of happiness in which proposed by Positive Psychology.

“Aristotle” by Francesco Hayez (1791–1882)

Flow

The concept of flow was developed by the psychologist Mihaly Csikszentmihalyi who, by the study of the creative process, became interested in the phenomenon of intrinsic motivation. The state of flow, also called “optimal experience”, causes the individual to fully engage in the activity he/she is carrying out, employing the best of what he/she has to offer. Therefore, in times of flow, activity and subject become one. By acting in his area of excellence, the subject experiencing flow state needs no

supervision, control, or any type of external monitoring to the extent that the activity carried is intrinsically rewarding to him. The flow can be achieved in any experiment. But there are people who achieve it in professional practice, making their work an important source of gratification and, by extension, of happiness. Today there are companies around the world interested in promoting the flow in the organizational environment, in a typical initiative in which everyone wins.

IMAGES: FREEPIK/WIKIPEDIA

Happiness:

Starting from Aristotle’s idea of happiness (eudaimonia), as early as in the fourth century BC, Positive Psychology believes in happiness as a result of a virtuous life. It doesn’t start from the idea that we should only have positive occurrences in life to consider ourselves happy, but rather to put all the moments we live in the balance and have a positive perception of life, which includes experiencing positive emotions, low levels of negative moods and high satisfaction in relation to life.

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positive wiki

Character Strenghts

Peak performance

Starting from the concept of happiness as a result of a virtuous life, the researchers studied various codes of conduct of Eastern and Western culture, such as the Bible, the Koran, bushido, etc, looking for common virtues in all of them. Thus they reached six virtues: wisdom, courage, humanity, justice, temperance and transcendence. The next step came up from the question: What traits a human being should have to achieve such virtues? Researchers then arrived at 24 features, which they have called character strenghts. In this sense, the character strengths are:

Locus of control

It ’s a construct that tries to explain where the source of control of a person’s life is perceived. There are two types of locus of control: The External locus of control (when people see their life as controlled by ex ternal factors) or the internal locus of control (When people feel they are in control of their own lives). Although people alternate between these two perceptions, they have a predominant locus of control style and in Lilian Gra ziano’s research on Happiness and locus of control, the researcher found a significant and positive correlation between internal locus of control and happiness. (Learn more in: ht tp://www.teses.usp.br/teses/ disponiveis/47/47131/tde-23052006164724/pt-br.php)

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Creativity Curiosity Judgment Love of learning Perspective Bravery Perseverance Honesty Zest Love Kindness Social Intelligence Teamwork Fairness Leadership Forgiveness Modesty & Humility Prudence Self-regulation Appreciation of Beauty & Excellence Gratitude Hope Humor Spirituality

Peak performance is a concept frequently confused with the state of flow. Specialists often make the following distinction: flow is a mental state whereas peak performance refers to an optimum physical performance which would, in turn, favor the state of flow.

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your happiness portuguese version clique

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Sunflower, spinning round the world “W

PERSONAL FILE/FREEPIK

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hen I am in contact with nature I am certain of God’s presence. The miracle of life is witnessed in every seed that I tenderly place in the mother Earth’s womb. It is nature that provides everything I need to live: air, water, sun, nourishment. So, when I take care of it, I feel in harmony with the universe and I realize what is our main purpose in this planet!” Flora Leiva, farmer, Monteiro Lobato city – Brazil

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