make itmag positive
Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento
JOVENS
SUPERPODERES
O reconhecimento das forças pessoais na infância favorece o desenvolvimento de competências socioemocionais. Certas forças estão ligadas a um maior nível de bem-estar em crianças e adolescentes
Veja também:
Emoções positivas – novos achados • Empresas – muito além da qualidade de vida • Neurociência – a importância do encantamento • Medicina Comportamental – Psicologia Positiva sob o guarda-chuva de uma abordagem integrativa e multidisciplinar
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VIRTUDES E FORÇAS PESSOAIS
Virtudes e Forças Pessoais (Character Strengths) são sem dúvida, os temas mais importantes da Psicologia Positiva. Sendo assim, não é possível um trabalho em PP consistente sem um profundo conhecimento acerca do significado de cada uma das forças pessoais. PRINCIPAIS TÓPICOS: • As Virtudes Ubíquas • Significado das Forças Pessoais • O Modelo CIVUA de trabalho com as Forças • Exercícios para o desenvolvimento das Forças
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editorial
Florescimento infantojuvenil
Ano II – n o 7 – abr./mai./jun. 2017 www.makeitpositivemag.com
H
á uma grande possibilidade de contribuição da Psicologia Positiva no desenvolvimento de competências socioemocionais entre crianças e jovens nos moldes em que a educação brasileira hoje nos pede. Na edição passada, foi evidenciado um campo fértil nesse sentido e, neste número de nossa MIP Mag destacamos mais especificamente a educação emocional positiva em sala de aula e o uso do inventário de forças pessoais como importante aliado no desenvolvimento de tais competências. O trabalho com as forças pessoais e virtudes daria conta dessa demanda, sendo estas identificadas, ainda, como importantes promotoras de um maior bem-estar e satisfação com a vida entre os pequenos. Já a educação emocional positiva, quando aplicada também aos educadores, dá um importante suporte na prevenção de problemas comuns hoje existentes no ambiente escolar, como o absenteísmo de profissionais por transtornos como ansiedade, depressão e burnout. Para cada competência enumerada na Base Curricular Comum Nacional, há uma virtude ou força claramente correlacionada, que pode potencializar o seu desenvolvimento. Um grande desafio seria, no âmbito de escolas e instituições positivas em geral, a aplicação coletiva do inventário de forças para identificá-las entre os estudantes, algo que exigirá dos educadores criatividade em torná-la lúdica e o mais breve possível para crianças e jovens. O conhecimento das respectivas forças pessoais entre valentões e vítimas de bullying, por sua vez, pode melhorar as relações entre estes, interferindo positivamente para minimizar ou prevenir a prática, que atinge, em maior ou menor grau, 30% da população escolar no Brasil. Ainda nesta edição, confira a continuação de material voltado à aplicação da Psicologia Positiva nas escolas e, ainda, novidades em pesquisas sobre emoções positivas. Artigo de Marco Calegaro, na coluna de Neurociência trata, ainda, do papel de nossa sensação de encantamento com o mundo e seus desdobramentos ou correlações encontrados em nosso humor, cognição e saúde. Enfim, eis mais um exemplar da revista em suas mãos, seguindo o ciclo democrático proposto de disseminação de informações sobre o movimento da Psicologia Positiva. A partir deste número, somente em Português. Boa leitura!
MIP Mag é uma publicação trimestral do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). É proibida a reprodução sem autorização do IPPC e dos autores. As informações ou opiniões contidas nesta publicação não refl etem necessariamente a posição do IPPC. DIRETORIA Lilian Graziano Fabio Appolinário CONSELHO EDITORIAL Lilian Graziano MEMBROS DO INSTITUTO Arthur Ranieri Claudia Ribeiro Cléa Graziano Fabiola Bernardo Frank Roman Lidia Pagni Mara Laimgruber APOIO
Associação de Psicologia Positiva da América Latina REALIZAÇÃO:
PONTO A
comunicação & conteúdo www.ponto-a.com • comunicacao@ponto-a.com @PontoA_falecom
Edição e coordenação: Jussara Goyano Arte e projeto gráfi co: Monique Elias Revisão: Marina Werneck CONTATOS COM A REDAÇÃO: E-mail: mipmag@psicologiapositiva.com.br Endereço para correspondência/ Adress: Rua Helena, 140, cj. 111/112, Vila Olímpia, S. Paulo – SP – Brasil CEP: 04552-050 COMERCIAL E MARKETING: E-mail: secretaria@psicologiapositiva.com.br
Jussara Goyano, Coach positiva e editora desta publicação
Tel.: +55 11 9 5328 4010
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SUMÁRIO
• clique nos assuntos para ler o conteúdo! •
make itmag
EDITORIAL
positive ENTREVISTA José Roberto Leite fala sobre Medicina Comportamental e Psicologia Positiva
Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento
JOVENS
SUPERPODERES
O reconhecimento das forças pessoais na infância favorece o desenvolvimento de competências socioemocionais. Certas forças estão ligadas a um maior nível de bem-estar em crianças e adolescentes
Veja também:
Emoções positivas – novos achados • Empresas – muito além da qualidade de vida • Neurociência – a importância do encantamento • Medicina Comportamental – Psicologia Positiva sob o guarda-chuva de uma abordagem integrativa e multidisciplinar
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imagem da capa: freepik/montagem: Monique Elias
NEUROCIÊNCIA A experiência do encantamento e seus efeitos físicos e psíquicos
LEITURAS Handbook of Positive Supervision – for Supervisors, facilitators, and Perr Groups, de Fredrike Bannik E MAIS...
EDUCAÇÃO Forças pessoais e virtudes no ensino brasileiro
Positive News Positive WIKI
IMAGENS: FREEPIK
EMPRESAS Etapas para a implantação de um Mindset Positivo (parte II)
IMAGENS: FREEPIK/DIVULGAÇÃO
BEM-ESTAR Emoções positivas melhoram a saúde física
Sua Felicidade
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entrevista
Medicina
Comportamental
para integração
corpo e mente
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Abordagem multidisciplinar abraçou a Psicologia Positiva em seu escopo de aplicações • Por Equipe Mip Mag • 5
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entrevista
A
Medicina Comportamental (MC), segundo nos explica seu principal expoente no Brasil, professor doutor José Roberto Leite, é uma “área do conhecimento com um caráter multidisciplinar que envolve a participação dos vários profissionais das áreas da saúde, bem como de áreas de gestão de recursos humanos, tendo como objetivo a mudança de comportamento humano para a promoção da saúde e do bem-estar”. No País, de acordo com Leite, pode-se considerar que sua introdução teve início em meados da década de 1990, quando se iniciaram pesquisas na Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em temas como biofeedback , transtornos de ansiedade,
terapia cognitiva e meditação. Apesar de isso ter sido há aproximadamente 20 anos, ainda estaríamos “engatinhando” no que diz respeito à exploração dessa abordagem. O destaque a ela, no entanto, tem aumentado, desde a inclusão de práticas integrativas no sistema nacional de saúde (muitas das intervenções aplicadas no âmbito da MC são assim consideradas no âmbito da medicina complementar ou integrativa). Professor livre-docente e pesquisador da Unifesp/ EPM; especialista em Medicina Comportamental e criador e coordenador do curso de especialização em Medicina Comportamental pela mesma universidade, formação que se iniciou em 2002; com mais de 80 trabalhos científicos publicados
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“Por estarmos ainda em uma fase inicial de consolidação dessa área no país, o tema ‘Medicina Comportamental’ está sendo desenvolvido, em termos acadêmicos, somente na Universidade Federal de São Paulo”
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em periódicos internacionais, ele comenta à MIP Mag o escopo de práticas e trabalho dessa área de conhecimento e sua relação com a Psicologia Positiva. A MC JÁ ATINGIU, NO PAÍS, O MESMO PATAMAR DE DIFUS ÃO QUE POSSUI NO EXTERIOR? QUAIS S ÃO AS SUAS APLICAÇÕES NO BRASIL?
Pode-se considerar que a introdução mais efetiva dessa área em nosso meio, teve início em meados da década de 1990, quando iniciamos as pesquisas na Escola Paulista de Medicina em temas como biofeedback, transtornos de ansiedade, terapia cognitiva e meditação. Já em 2002, iniciamos o curso de especialização em medicina comportamental, sendo mantido até o presente, por meio do qual cerca comportamento, algumas disciplinas básicas de 450 alunos. Por estarmos ainda são de muita importância para a formação em uma fase inicial de consolidação dos profissionais dessa dessa área no país, o tema Assim, temas como “Medicina Comportamental” “Por contribuição área. neuroanatomofisiologia está sendo desenvolvido, do comportamento, em termos acadêmicos, da psiconeuroimunologia, somente na Universidade psicopatologia e Federal de São Paulo, sob minha coordenação. foram psicofarmacologia seriam alguns dos temas Lamentavelmente nosso introduzidas na que destacamos como trabalho de difusão dessa área de tão grande relevância MC as práticas do relevantes. No âmbito de temas de práticas em nível internacional, para a cl ínicas destacaríamos os saúde e bem-estar, pode ser procedimentos que envolvem considerado no início. Esse e programas de estados de consciência fato não é observado em como hipnose e meditação, países desenvolvidos como modalidades de terapias os Estados Unidos, Inglaterra e controle cognitivo-comportamentais. etc. que já atingiram um grau de desenvolvimento muito ” DE QUE FORMA A PSICOLOGIA significativo.
visão da Psicologia Positiva
‘life coaching’
gestão de vida de estresse
POSITIVA (PP) É MAIS COMUMENTE APLICADA NO ÂMBITO DA MC? EL A SE ALINHA A PR ÁTICAS COMO, POR EXEMPLO, O COACHING PARA PROMOVER BEM-ESTAR, SAÚDE OU MODIFICAR COMPORTAMENTOS E DESEMPENHO DO INDIVÍDUO?
NO SEU ESCOPO MULTIDISCIPLINAR, QUAIS S ÃO OS CAMPOS DE CONHECIMENTO TOCADOS PEL A MC?
Como área de conhecimento que envolve temas de neurociência e
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entrevista
Mais recentemente podemos considerar que, por contribuição da visão da Psicologia Positiva foram introduzidas na MC as práticas do “life coaching” e programas de gestão de vida e controle de estresse. O QUE H Á DE MAIS INOVADOR SOB O GUARDACHUVA DA ABORDAGEM? A PP ESTÁ INSERIDA NESTE CONTEXTO?
Em termos de perspectivas futuras, vem surgindo uma corrente que valoriza principalmente a associação das práticas denominadas contemplativas (várias modalidades de meditação principalmente o mindfulness) e as terapias cognitivo comportamentais como a terapia de aceitação e compromisso. Também se destacam, dentro da visão da Psicologia Positiva, as práticas que envolvem o bem-estar e dentre outras destacaríamos o “wellness coaching”, o “life coaching” e o “behavioral coaching”. [Estudo publicado em 2010 na revista Perceptual and Motor Skills, coordenado por Leite, mostrou que a meditação, em um programa de cinco semanas e em comparação a um grupo de controle, reduziu significantemente os índices de depressão e melhorou a atenção dos voluntários.] DE UMA MANEIRA GERAL – VERIFICAMOS – A MC E A PP VÊM SE DESENVOLVENDO SOB CONVERGÊNCIAS: O ENFOQUE MULTIDISCIPLINAR, PR ÁTICA CLÍNICA
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“Destacam-se, dentro da visão da Psicologia Positiva,
as práticas que envolvem o bem-estar ”
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SOB FORTE ORIENTAÇ ÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL, O APOIO NAS MAIS RECENTES DESCOBERTAS NEUROCIENTÍFICAS E ESTUDOS DA PSICOSSOMÁTICA RELACIONANDO BEM-ESTAR FÍSICO E MENTAL, O SUPORTE DE FILOSOFIAS MILENARES E/ OU PR ÁTICAS INTEGRATIVAS COMO MEDITAÇ ÃO, YOGA, MINDFULNESS…
No âmbito acadêmico algumas iniciativas em nosso meio vêm sendo desenvolvidas como pesquisas científicas nesse sentido. Destacamos alguns dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos na Unifesp sob minha orientação, estudando a prática do yoga na produção do bem-estar, o uso de Terapia de Aceitação e Compromisso no controle de dor crônica e Programa de Gestão de Vida e Estresse. [Uma pesquisa realizada anteriormente sob coordenação do professor, publicada no periódico Psychological Reports, revelou que a prática regular de yoga Samadhi reduziu significativamente índices de ansiedade e depressão, segundo inventários cl ínicos respondidos pelos participantes do estudo. Os níveis de bem-estar, pelo contrário, subiram.]
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bem-estar
Saúde de ferro Revisão recente sugere que bem-estar e emoções positivas são definitivos para uma melhor saúde e maior longevidade • Por Equipe Mip Mag •
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omo as emoções positivas compõem o construto de bem-estar subjetivo já é algo conhecido daqueles que aplicam a Psicologia Positiva na cl ínica ou no contexto organizacional. Para Ed Diener, um de seus maiores expoentes, sua definição operacional estabelece ser este uma composição de itens como “satisfação com a vida, afeto positivo e afeto negativo”. Afeto, por sua vez, refere-se a humores e emoções positivas e desagradáveis, ao passo que a satisfação com a vida se refere a um senso cognitivo dessa satisfação. Já Martin Seligman, em uma revisão de sua teoria sobre felicidade, define esse estado sob condições propícias para o florescimento humano, sintetizadas no acróstico PERMA, no qual, na correspondência
em inglês à sigla, encontramos Positive Emotions (emoções positivas); Engagement (engajamento); Positive Relationships; Meaning (significado); Accomplishment (realização). Tomando-se qualquer um destes mixes ao pé da letra, e segundo os últimos achados científicos, temos uma receita para uma maior longevidade e uma saúde de ferro, segundo evidências científicas. Uma recente revisão, comandada por Diener e colegas e publicada em julho, no periódico Applied Psychology: Health and Well-Being coloca o bem-estar definitivamente na pauta da saúde pública, mostrando evidências empíricas em larga escala de que muitas doenças podem ser evitadas por um maior nível de bemestar. A longevidade também é maior entre aqueles que experienciam mais
A longevidade também é maior entre aqueles que
experienciam mais emoções positivas
e possuem hábitos mentais saudáveis, incluindo
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otimismo e gratidão em suas vidas 10
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bem-estar
Um estudo com 4.000 pessoas na faixa de 50 anos mostrou que ter uma visão positiva
emoções positivas e possuem hábitos mentais saudáveis, incluindo otimismo e gratidão em suas vidas. O desafio da pesquisa agora está em entender como e quais são as condições ideais para favorecer esse efeito. Mas de que há uma correlação positiva entre bem-estar, longevidade e boa saúde a comunidade científica não tem dúvidas. Tomando-se alguns exemplos pontuais, um estudo divulgado no ano passado no Journal of Gerontology, envolvendo 4.000 pessoas na faixa de 50 anos mostrou que ter uma visão positiva do envelhecimento afetou a saúde e a longevidade dos voluntários. Uma maior presença de afetos positivos no dia a dia dessas pessoas, com significativa redução do estresse e a crença individual em suas próprias habilidades, foi determinante para uma menor presença de proteínas envolvidas em processos inflamatórios e doenças cardiovasculares. Equacionando-se fatores
do envelhecimento afetou a saúde e a longevidade
como idade, estado de saúde, sexo, raça e educação entre o grupo positivo e aquele com uma perspectiva negativa da vida, os primeiros adoeceram menos e viveram significativamente mais tempo. Um outro estudo, desta vez acompanhando 9050 idosos na faixa dos 65 anos, verificou que o maior bem-estar psicológico, incluindo maior propósito de de vida e maior vivência de emoções positivas entre esses indiv íduos elevou sua expectativa de vida em aproximadamente 30% (o equivalente a uma média de dois anos). A pesquisa foi publicada no The Lancet em 2014. Doenças como diabetes tipo 2 também podem melhorar significativamente com o aumento da positividade na vida, o que inclui um maior nível de emoções positivas e treino de estratégias emocionais para a lida com o estresse e adversidades em geral. Segundo pesquisa publicada no Journal of Positive Psychology no início deste ano, realizada com 49 indivíduos submetidos a um curso on-line de habilidades emocionais positivas, ter sentimentos positivos relacionou-se fortemente a um melhor controle do açúcar no sangue, aumento da atividade f ísica e alimentação saudável, menor uso de tabaco e risco de morte. Em se tratando de câncer de mama avançado, o mesmo treinamento on-line de habilidades emocionais diminuiu a
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dos voluntários
DNA sob o fenômeno da epigenética são herdadas, sobretudo a partir da memória epigenética das mães. Foi verificado que rótulos genéticos estabelecidos por experiências de estresse, doença ou dietas específicas também são armazenados em nossas células. Em particular provocam alteração da cromatina, encontrada no núcleo celular e responsável por controlar a expressão gênica. Como essas alterações atuam nas gerações subsequentes ainda não foi descoberto.
saiba mais
Em outra pesquisa, ter
sentimentos positivos
relacionou-se fortemente a um melhor controle do açúcar no sangue, aumento da atividade física e alimentação saudável, menor uso de tabaco e risco de morte depressão entre mulheres com a doença, numa experiência-piloto que envolveu 39 voluntárias, cujos resultados foram publicados na revista Psychooncology no fim do ano passado.
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DE GERAÇ ÃO PARA GERAÇ ÃO A necessidade de hábitos mentais saudáveis e sua relação com saúde f ísica ganham ainda maior importância no contexto de outro estudo recente, que foi capaz de mostrar o quanto nossos comportamentos podem influenciar as gerações futuras. No Instituto Max Planck de Imunobiologia e Epigenéticam, em Freiburg, Alemanha, cientistas mostram que as alterações causadas em nosso
Ed Diener, Sarah D. Pressman, John Hunter, Desiree Delgadillo-Chase. If, Why, and When Subjective Well-Being Influences Health, and Future Needed Research. Applied Psychology: Health and Well-Being. 2017; 9 (2): 133 Steptoe, A.; Deaton, A. e Stone, A.A. Subjective wellbeing health and ageing. The Lancet. 2014; 385: 640-648. Cohn MA, Pietrucha ME, Saslow LR, Hult JR, Moskowitz JT. An online positive affect skills intervention reduces depression in adults with type 2 diabetes. The journal of positive psychology. 2014; 9(6): 523-534. Cheung, E. O., Cohn, M. A., Dunn, L. B., Melisko, M. E., Morgan, S., Penedo, F. J., Salsman, J. M., Shumay, D. M., and Moskowitz, J. T. (2016) A randomized pilot trial of a positive affect skill intervention (lessons in linking affect and coping) for women with metastatic breast cancer. Psycho-Oncology, doi: 10.1002/pon.4312. Zenk F, Loeser E, Schiavo R, Kilpert F, Bogdanovic O, Iovino N. Germ lineinherited H3K27me3 restricts enhancer function during maternal-to-zygotic transition. Science, Vol. 357, Ed. 6347, pp. 212-216; Jul. 14, 2017.
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Inserindo o
Mindset Positivo
nas Empresas – Parte II
PROMOVER O FLORESCIMENTO HUMANO DIZ RESPEITO A ALGO QUE VAI ALÉM DE COMBATER O ADOECIMENTO (OU SOFRIMENTO) NO TRABALHO E POR ISSO TRANSCENDE ÀS MEDIDAS COMPENSATÓRIAS DOS PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA • POR LILIAN GRAZIANO •
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o último número da nossa MIP Mag, tecemos algumas considerações sobre os desafios de se inserir um mindset positivo nas empresas. Nesse sentido, destacamos que a essência de um trabalho organizacional em Psicologia Positiva diz respeito à promoção do florescimento humano e à superação da cultura do gap. Promover o florescimento humano diz respeito a algo que vai além de combater o adoecimento (ou sofrimento) no trabalho e por isso transcende às medidas compensatórias dos programas de qualidade de vida. Florescimento humano é, antes de tudo, prevenção. Trata-se também de promover um ambiente capaz de levar as pessoas ao desenvolvimento de todo o seu potencial, o que significa a exata medida entre a promoção de experiências desafiadoras
e o predomínio das chamadas emoções positivas. Ao incentivar as pessoas a conhecerem e utilizarem aquilo que possuem de melhor, um ambiente promotor do florescimento humano vai ainda mais além, pois permite o encontro de significado no trabalho. Mas, para tanto, é necessário que a empresa supere a chamada cultura do gap na qual o olhar para o desenvolvimento humano recai, exclusivamente, na identificação e no suprimento das deficiências. Considerando a costumeira urgência das demandas organizacionais, olhar para o gap seria uma política que, de acordo com Buckingham e Clifton, acabaria por promover a mediocridade corporativa. Se, em linhas gerais, essa seria a essência de um trabalho de Psicologia Positiva nas organizações, resta saber por onde começar. Nesse sentido, conforme já dissemos em nosso texto
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Trabalhar com Psicologia Positiva significa tratar de temas que despertam
anterior, a inserção da PP nas organizações apresenta 3 diferentes níveis de aprofundamento: 1- Superação de Resistências 2- Disseminação da cultura 3- Ampliação da geração de valor para os stakeholders Uma vez que já o fizemos em nosso texto anterior, não iremos nos ater aqui na discussão do primeiro nível que representa a superação das resistências. Vale, contudo, lembrar que trabalhar com Psicologia Positiva significa tratar de temas que, embora despertem um imenso interesse por parte do público, desperta também uma ainda maior desconfiança por parte do mundo corporativo, visto terem sido costumeiramente tratados de maneira leviana por gurus e manuais de autoajuda. Resta-nos então a adoção de uma postura científica, porém capaz de se fazer entender para além dos muros acadêmicos. Sendo assim e uma vez superadas as resistências, o trabalho em Psicologia Positiva
nas organizações deve se preocupar com a disseminação da cultura. Mantendo em mente que estamos trabalhando, conforme discutimos inicialmente, em uma mudança de mindset, vale destacar que muitos acreditam apenas na mudança top down, gerada e conduzida pelo alto escalão corporativo. Embora talvez essa seja uma maneira mais rápida de mudança, é uma armadilha acreditarmos ser ela a única possível. Isso porque, sobretudo considerando o caráter “contagioso” tanto das emoções quanto do próprio comportamento (vide conceito de aprendizagem vicariante de Albert Bandura), a mudança é sempre multidirecional e esquecer-se disso é o mesmo que esconder-se naquilo que chamo de “cinismo corporativo, espécie de atitude do tipo “as coisas são assim mesmo” que, em sua essência, esconde o bom e velho comodismo que, por sua vez, talvez se configure em um dos maiores males organizacionais. Sendo assim, fazer com que os funcionários “comprem” a ideia da Psicologia Positiva passa a ser estratégico, pois são eles que, a partir de seu comportamento, estabelecerão o ciclo virtuoso capaz de levar à mudança efetiva. Chegamos então a um impasse porque, enquanto consultoria, devemos promover a autonomia do cliente muito antes de visar a sua fidelização. Em outras palavras, as ações em Psicologia Positiva não podem ocorrer apenas por meio de uma consultoria externa. Para que esse mindset seja devidamente disseminado, a empresa tem que ser capaz de gerar diversas ações internas que garantirão a continuidade da nova cultura. Isso significa que uma boa consultoria em Psicologia Positiva deve ser capaz também
imenso interesse,
mas também
desconfiança
por parte do mundo corporativo, que é tratado de maneira
de auto-ajuda
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leviana por gurus e manuais
de “preparar a sua saída”, oferecendo ao seu cliente uma assessoria na concepção das ações internas capazes de garantir essa continuidade. Quando a cultura da Psicologia Positiva consegue ser devidamente disseminada por meio de múltiplas e diferentes ações organizacionais, esse mindset começa a romper os próprios muros da organização. É quando podemos perceber que o trabalho em Psicologia Positiva atingiu seu nível mais profundo: a ampliação da geração de valor para os stakeholders. Nesse momento a empresa, por meio dessa nova cultura, passa a gerar valor não apenas para seus acionistas e funcionários, mas também a fornecedores, consumidores e comunidades. A Zappos, empresa americana que vende sapatos pela internet, jamais imaginou que, ao implementar uma cultura apreciativa na qual os funcionários podiam se divertir durante o trabalho, estaria
Quando a cultura da Psicologia Positiva consegue ser devidamente
despertando o desejo nos mesmos de levarem amigos e familiares para visitarem e empresa e conhecerem de perto sua cultura. Muito menos que tal interesse seria também expandido a seus fornecedores e mais tarde se configurasse em visitas estruturadas, disponibilizadas a qualquer pessoa interessada em conhecer de perto uma verdadeira cultura de florescimento. Jamais saberemos quantas pessoas foram positivamente “contaminadas” pela cultura da Zappos muito menos quantas dessas pessoas levaram para suas próprias empresas e lares os princípios da Psicologia Positiva. Uma coisa é certa: quando uma cultura organizacional de florescimento consegue se expandir para além dos muros da empresa, o ganho é não apenas dos acionistas, mas de toda uma sociedade.
disseminada
por meio de múltiplas e diferentes ações
organizacionais, IMAGENS: FREEPIK
esse mindset começa a romper os
LILIAN GRAZIANO é psicóloga, doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). graziano@psicologiapositiva.com.br. Site: www.psicologiapositiva.com.br
próprios muros
da organização
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Forças pessoais
infantojuvenis Práticas e pesquisas ao redor do mundo evidenciam necessidade de mostrar às crianças e jovens os seus “superpoderes”. Cenário educacional brasileiro é terreno fértil para o trabalho com forças e virtudes junto a essa população • Por Equipe MIP Mag •
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este ano (2017), seguindo tendências e discussões internacionais, foram incluídas competências socioemocionais na Base Nacional Curricular Comum (BNCC) da educação brasileira. Na edição anterior da MIP Mag, um artigo abordou o debate a respeito desse tema, que afeta todo o ensino básico do país, e divulgou o trabalho de entidade nacional junto à OCDE para criar um instrumento capaz de avaliar tais competências no âmbito educacional. Em que pese a eficácia ou não da aplicação dessa nova abordagem das socioemocionais no ensino, esta nova edição da revista discute a importância de se trabalhar com o inventário de forças pessoais e virtudes para auxiliar no desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes. Evidências dessa importância não faltam, difundidas por meio de estudos empíricos espalhados ao redor do mundo e na prática de educadores e outros especialistas visionários nesse sentido. Assim como o trabalho com as forças e as virtudes pode promover habilidade emocional, e assim melhorar gestão de conflitos e relacionamentos, aumenta gradativamente o bem-estar subjetivo. Não se trata de apenas de visar
Saber quais são os nossos principais
pontos fortes
nos leva a uma maior
o adulto que um dia esses menores serão, mas de promover uma vida mais preenchida de emoções positivas, sentido e condições de florescimento humano ainda em tenra idade. Focando em uma realidade presente no cotidiano de muitas crianças e jovens, e na necessidade de “florescêlos” o quanto antes, um artigo divulgado no site www.viacharacter. org, de contribuição da educadora norte-americana Fiona Trembath, promove insights para a lida com o bullying, que afeta não só a saúde emocional dos menores, mas até mesmo o seu desempenho escolar. Transpondo o problema para o dia a dia de crianças e jovens brasileiros, vale lembrar que cerca de 30% deles sofrem ou já sofreram bullying – 5% destes em um nível intenso, resultando em transtornos psicológicos –, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – e ONG Plan Brasil. Para acabar com esta perseguição que “derruba” a autoestima de crianças e jovens que sofrem o assédio de
consciência emocional, empatia e engajamento 19
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educação
Competências gerais da Base Nacional Curricular Comum, forças pessoais e virtudes: possíveis relações 1. CONHECIMENTO – relaciona-se com a Virtude da Sabedoria e do Conhecimento, associada às forças cognitivas (forças como Amor ao Aprendizado, Curiosidade, Mente Aberta etc.)
5. ARGUMENTAÇÃO – relaciona-se com forças agrupadas nas virtudes da Justiça e da Humanidade, tais como Inteligência Social e Liderança e com as forças cognitivas
2. PENSAMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO E CRIATIVO – também se relaciona com forças cognitivas, – destaca-se a força da Perspectiva.
6. CULTURA DIGITAL – também relacionada a forças cognitivas.
3. SENSO ESTÉTICO – relaciona-se com a Virtude da Transcendência, com a força da Apreciação da Beleza e da Excelência. 4. COMUNICAÇÃO – relaciona-se com forças agrupadas nas virtudes da Justiça e da Humanidade, tais como Inteligência Social e Liderança.
7. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO – relaciona-se com virtudes da Coragem e da Temperança, com forças como Autenticidade e Autocontrole. 8. AUTOGESTÃO – relacionase com virtudes da Coragem e da Temperança, com forças como Persistência, Entusiasmo e Autocontrole.
10. AUTONOMIA – relaciona-se às forças das virtudes da Temperança e da Coragem.
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9. EMPATIA E COOPERAÇÃO – relaciona-se às virtudes da Humanidade, cujas forças são Bondade, Amor, Inteligência Social, e da Justiça, com as forças do Trabalho em Equipe, Liderança e Equidade.
valentões (e evidencia o pouco traquejo social e emocional destes últimos), é necessária uma intervenção precisa dos educadores no que diz respeito a valorizar pontos fortes desses indivíduos. “Quando sabemos quais são os nossos principais pontos fortes, quem somos no mundo está validado. Somos vistos. Isso nos leva a uma maior consciência emocional, empatia, engajamento e, finalmente, aumenta nossa resiliência”, defende Fiona. Afinal, algo deve mudar quando valentão e vítima reconhecem pontos fortes entre si. E obviamente isso terá implicações substanciais em suas vidas adultas. O exposto é só o começo. Depois que essas crianças e jovens definitivamente se apropriam de suas forças, eles podem dar um salto em seus níveis de bem-estar subjetivo. Assim como o verificado entre adultos, importantes correlações entre o desenvolvimento de determinadas forças pessoais e a satisfação com a vida entre crianças e jovens foram encontradas em estudo de expoentes da Psicologia Positiva como Cristopher Peterson e Naason Park, entre outros pesquisadores norte-americanos. As forças da esperança, do amor e da gratidão estão fortemente ligadas à vida satisfatória. Esperança e otimismo, por sua vez, foram capazes de promover maior satisfação com a vida em adolescentes com dificuldades de aprendizagem. Prudência e trabalho em equipe aparecem como essenciais para promover maior bem-estar das crianças e adolescentes.
O bem-estar subjetivo, por sua vez, está fortemente relacionado a desempenho. Uma revisão de literatura a respeito evidencia estudos que provam tal relação. Por exemplo, em uma amostra de 397 adolescentes, estudantes em pleno “florescimento” apresentaram notas superiores, maior autocontrole e menor procrastinação do que alunos menos saudáveis mentalmente. Outro estudo com 300 alunos relacionou o maior bemestar entre eles ao melhor desempenho acadêmico e menores taxas de ausências escolares. Somado a este importante assessment (o inventário das forças) o uso estruturado de escalas de desempenho, mais instrumentos desenvolvidos no âmbito da Psicologia Positiva com o intuito de medir o bemestar, a satisfação com a vida, entre outros construtos, fornece aos educadores uma métrica completa para avaliar o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.
O uso estruturado de escalas de
desempenho,
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mais instrumentos desenvolvidos no âmbito da Psicologia Positiva com o intuito de medir o bem-estar, a satisfação com a vida, entre outros construtos, fornece aos educadores
uma métrica completa 21
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educação
Miriam Rodrigues, psicóloga brasileira, e o trabalho com forças e virtudes nas escolas: desafio é a aplicação coletiva do inventário
ESCOLA, O AMBIENTE IDEAL OBSTÁCULOS PARA O TRABALHO COM SOCIOEMOCIONAIS E FORÇAS PESSOAIS ENTRE EDUCADORES BRASILEIROS
O
cenário que se revela é propício para que as escolas e profissionais do mundo inteiro o abracem e invistam logo em capacitação para o trabalho com a Psicologia Positiva e as forças pessoais com crianças e adolescentes. No âmbito dos pilares desta abordagem, as instituições positivas se propagam como maiores protagonistas na revolução do florescimento humano que se empreende desde o fim dos anos 1990. No Brasil, no entanto, com a inserção do desenvolvimento de competências socioemocionais como meta educacional, certas mazelas de nosso sistema vêm à tona. Há barreiras postas pelos educadores em relação à nova determinação e alguns obstáculos de ordem prática a serem vencidos em relação à aplicação
da Psicologia Positiva e do inventário de forças pessoais nas escolas, com a finalidade de promover maior saúde emocional e desenvolver as competências socioemocionais. Atuando neste setor desde 2012, a psicóloga positiva brasileira Miriam Rodrigues não tem dúvidas de que a PP é um grande aporte nesse novo cenário do ensino. Até a obrigatoriedade do trabalho com as competências socioemocionais, no entanto, ela observou resistência de professores e escolas em abraçar o seu Programa de Educação Emocional Positiva. “As escolas reconheciam que precisavam investir nisso, mas não era prioridade”, ela observa. Hoje a obrigatoriedade de se aderir a uma educação emocional para auxiliar no desenvolvimento das competências
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obrigatórias se dá sem o suporte adequado para este trabalho. “Uma das coisas que eu mais escuto dos professores é: ‘quem vai cuidar da gente?’”, relata a psicóloga. “Quando montei um programa socioemocional positivo foi para também ‘cuidar de quem cuida’”, explica, certa de que esta é uma demanda importante. Miriam lembra que ansiedade, depressão e burnout são algumas das principais causas de afastamento de profissionais tanto no ensino público quanto no privado. “São sofrimentos semelhantes, mas por temas diferentes.” “Na escola pública sofre-se por falta de recursos. Em algumas escolas que participaram do programa, havia até atraso de salários”, conta a especialista. Na escola particular, por sua vez, os professores têm medo da pressão dos pais. Por queixas dos pais, nem sempre fundadas, mas quase sempre acolhidas pela escola/ empresa, não é incomum que hajam demissões, cenário
Cadernos facilitam a aplicação do questionário sobre forças
que favorece a instabilidade emocional dos educadores. Vencida esta barreira, Miriam identifica três grupos distintos em relação à aplicação da Psicologia Positiva no trabalho com as competências socioemocionais na escola: os resistentes (que discordarão dos métodos de qualquer maneira, não obstante seu embasamento científico); os “em cima do muro” e os open-minded. Trabalhando com os dois últimos grupos, de modo que os indecisos logo se rendam aos seus ensinamentos, Miriam capacita-os em intervenções que evidenciam as forças pessoais dos educadores e os ensina a reproduzir as técnicas com os estudantes. Ensina também a desbancar esquemas mentais distorcidos, exercícios de interiorização (práticas integrativas, como mindfulness, por exemplo), princípios da PP e a estrutura das emoções humanas. Quando se refere à aplicação das forças pessoais propriamente dita, Miriam revela que é necessário conhecer bem a fundo o Inventário e criar meios de acelerar e tornar mais lúdica a sua aplicação. Já na clínica as crianças menores precisam de certo esforço do terapeuta no acompanhamento da resposta ao questionário, lembra Miriam. Na sala de aula, o trabalho nesse sentido é dobrado. Pensando nesse esforço, Miriam desenvolveu, no escopo de seus treinamentos, cadernos que sintetizam o teste de uma forma lúdica e auxiliam os professores nessa aplicação coletiva, entre outras atividades. No entanto, inspirando-se na criatividade que observa entre educadores do ensino infantil e fundamental, recomenda a busca por conhecimento extra e por soluções próprias. “Nós vamos co-criar”, avisa a Psicóloga.
É necessário
conhecer bem a fundo o Inventário e criar meios de acelerar e tornar
mais lúdica a sua aplicação
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neurociência
A importância da
A EMOÇÃO POSITIVA DA SUBLIMIDADE OU ENCANTAMENTO ENVOLVE ADMIRAÇÃO E MARAVILHAMENTO COM ALGO PERCEBIDO COMO GRANDIOSO • POR MARCO CALLEGARO •
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emoção positiva do Encantamento 26/07/2017 00:40:17
V
ocê fica encantado com a beleza e as maravilhas da vida? Já teve uma sensação de excitação positiva, muitas vezes com arrepios ou choro, ao contemplar natureza, música, arte ou ideias incríveis? Essa emoção positiva chama-se awe, em língua inglesa, um termo que tem uma difícil tradução em Português. Uma consulta ao dicionário informa várias possibilidades de tradução da palavra, como medo, temor, receio, intimidação, respeito, admiração, reverência... Portanto, existe a noção de que se trata de algo que nos desperta admiração e reverência, mas também respeito e intimidação por nos percebermos como pequenos frente a algo muito maior. Na literatura científica a tradução de awe tem sido sublimidade ou enlevo. Sublimidade é um termo que dá uma boa noção, pois envolve a percepção do sublime na vida. Enlevo já é um termo pouco conhecido. Minha tradução livre daquilo que considero o significado principal da palavra é encantamento, um termo que carrega certa força poética e afetiva. O encantamento, ou sublimidade, ocorre quando encontramos coisas que desafiam nosso senso do que é normal ou possível, e de certa forma transcendem nosso conhecimento sobre o mundo, não sendo compreendidas imediatamente. Nos encantamos com arte notável, natureza exuberante, ideias incríveis, pessoas talentosas, atos de habilidade surpreendente, entre outras coisas. Existe um componente de humildade perante algo maior do que nosso próprio self, a sensação de redução da importância do self diante de algo muito maior e mais poderoso com o qual nos sentimos conectados. Essa redução do self tem implicações importantes para nossa conduta ética na vida, segundo demostram os estudos do psicólogo de Berkeley, professor Paul Piff. Este
pesquisador tem estudado essa emoção e através de uma série de experimentos demonstrou que as pessoas em estado de encantamento tendem a ser mais generosas, e de fato tomar decisões ou agir de forma mais ética com os outros. Foram justamente as pessoas que mais relataram o efeito de sentir-se pequenos frente a algo maior que tiveram maior resposta em termos de generosidade. Em um estudo, os participantes que sentiram-se maravilhados mostraram mais tendência a comportamento pró-social e ajudar os outros do que aqueles que sentiram amor ou compaixão, por exemplo. Em outro estudo de Piff, os participantes que assistiram belos vídeos de cenas de gotas caindo em câmera lenta mostraram mais capacidade de ser justos quando eram submetidos a situações de distribuição de recursos entre si e outros indivíduos. Para sentir-se encantado, não é preciso exatamente estar frente as cataratas do
Cultivar o olhar
atento ao sublime na vida traz enormes benefícios a saúde e sociedade humana
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Iguaçu ou de algo bombástico. Cenas de documentários sobre natureza ou admirar a paisagem no topo de árvores bem altas provou-se ser um estímulo suficiente para despertar o maravilhamento. Sentir encantamento está ligado a aumento de generosidade, humildade, melhor saúde e pensamento mais penetrante. O encantamento tende a aumentar com a idade, chegando a um platô aos sessenta anos, talvez por que com a progressão da idade exista a tendência a direcionar nossos recursos para metas e atividades que tem maior significado. E as experiências de encantamento estão entre aquelas que produzem maior significado em nossas vidas. Para aumentar o encantamento em nossas vidas cotidianas, podemos nos programar para passar mais tempo na natureza ou com nossa tipo de arte favorita. Assistir documentários sobre aspectos fabulosos do mundo animal, ler uma história inspiradora, caminhar ou contemplar a natureza de forma mindfull podem despertar esse belo sentimento. A espiritualidade pode ser descrita como um sentimento de conexão como algo maior do que si mesmo. Em geral, pessoas espiritualizadas buscam ativamente significado e crescimento pessoal em suas vidas. Desde o início da história humana, os sentimentos de sublimidade eram reservados aos seres divinos, e despertados em rituais religiosos ou em experiências de comunhão com Deus. Em função destas características, existe proximidade entre a espiritualidade e a tendência para maravilhar-se. Um levantamento mostrou que quanto mais as pessoas
relatavam serem espirituais, maior sua inclinação para sentirem encantamento. A evolução desta emoção incrível do encantamento tem relação direta com a nossa origem como espécie ultra-social. Dependemos, durante a evolução, de colaboração coletiva para nos defender, caçar, se reproduzir e criar a prole. Nossa sobrevivência depende de convivência coletiva, que requer equilíbrio entre a gratificação do interesse próprio e a capacidade de atender às demandas dos outros. Experimentar o encantamento pode ter contribuído a diminuir o interesse em si mesmo ao redefinir nosso self de forma menos individualística e mais coletiva, e assim nos impelir para comportamentos socialmente colaborativos. O encantamento estimula a curiosidade, que é a mãe da ciência. Darwin e Einstein, como outros inovadores, tinham elevada tendência para o encantamento. A condição de sublimidade impulsiona mudança de paradigmas e criação de novas ideias. Um experimento onde se mostravam vídeos do planeta Terra de perspectiva mais elevada levava os participantes a serem mais criativos, mais persistentes e curiosos. Nossa saúde pode ser muito beneficiada com a sublimidade. Um estudo avaliou a produção de citocinas, mensageiros químicos que são produzidos em resposta ao dano de tecidos, desencadeando uma resposta inflamatória que deixa o organismo vulnerável a doenças. A investigação mostrou que pessoas que experimentam encantamento mais frequentemente têm menores níveis da interleucina 6, uma citocina que tem forte papel inflamatória. Foram testadas várias emoções positivas, e somente o encantamento reduziu significativamente a produção de citocinas. A sublimidade pode ser cultivada com quatro estratégias que foram testadas em pesquisa, e que promovem bem-estar subjetivo, gentileza, sentimento de conexão e resiliência. A primeira delas é escrever sobre uma experiência pessoal de encantamento. A
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Existe proximidade entre a espiritualidade e a tendência para maravilhar-se. Um levantamento mostrou que quanto mais as pessoas relatavam serem espirituais, maior sua inclinação para tanto
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Cultivar o encantamento
em nossas vidas pode ser um caminho importante para melhorar
nossa satisfação e para construir uma
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sociedade melhor
narrativa de maravilhamento envolve escrever com detalhes e recordar a experiência de forma vívida. Pessoas que fazem este exercício relatam maior bem estar, sentimentos mais fortes de encantamento, menos senso de pressão do tempo e mais disposição para ser voluntario em atividades beneficentes. Uma segunda estratégia é a caminhada de encantamento, onde se escolhe uma lugar inspirador para uma volta, como uma caminho cercado de arvores, o topo de uma colina ou um museu. O mais importante nesse caso não é o lugar, mas a atitude, o olhar que transforma em extraordinário e faz perceber as maravilhas do mundo. A terceira dica é o vídeo de sublimidade, onde admiramos cataratas, baleias ou maravilhas do sistema solar. Finalmente, ler uma narrativa de literatura em segunda pessoa, ou uma biografia, pode nos fazer vivenciar a sublimidade como se estivéssemos passando pela experiência. Embora a sublimidade possa trazer inúmeros benefícios e aumentar o bem estar, nossa cultura caminha na direção oposta, tornando os indivíduos cada vez mais privados de encantamento. Temos hoje menos tempo ao ar livre e natureza, menos convivência com os outros, e muito tempo olhando uma tela de celular sem prestar atenção e notar as
maravilhas e beleza do mundo natural, bem como perceber atos de gentileza, duas experiências que mobilizam a sublimidade. Nossa cultura se torna progressivamente mais individualista, materialista, narcisista e menos conectada com os outros. Cultivar o encantamento em nossas vidas pode ser um caminho importante para melhorar nossa satisfação com a vida e para construir uma sociedade melhor. MARCO CALLEGARO é psicólogo, mestre em Neurociências e Comportamento, diretor do Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva (ICTC) e do Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva (IPTC). Autor do livro premiado O Novo Inconsciente: Como a Terapia Cognitiva e as Neurociências Revolucionaram o Modelo do Processamento Mental (Artmed, 2011). É ex-presidente da Associação de Psicologia Positiva para a América Latina (APPAL). www.appal.org.br (Associe-se!)
saiba mais http://greatergood.berkeley.edu/article/ item/how_awe_makes_us_generous http://greatergood.berkeley.edu/article/ item/who_experiences_the_most_awe http://greatergood.berkeley.edu/article/ item/why_do_we_feel_awe
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Desempenho positivo
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Livro aponta caminhos para supervisão profissional baseado em construtos da Psicologia Positiva • por Andréa Perez •
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S
empre que começo a escrever esta coluna, profissionais que treinam, orientam, deparo-me com um conflito interno que, aconselham, supervisionam outros acredito, está correlacionado à minha força indivíduos multiplicadores de ações de caráter de Amor pelo Aprendizado. De e atuantes em processos voltados ao alguma forma, o ato de buscar novos conhecimentos é desenvolvimento humano, organizacional tão prazeroso para mim que acabo achando, às vezes, ou educacional. que preciso tomar muito cuidado em não tirar do A obra que escolhi apresentar a vocês leitor – que assim como eu pode adorar aventurar-se nesta edição traz uma abordagem pessoalmente nas páginas dos livros – a chance de, por que se propõe a oferecer esse viés, o sua conta, desvendar as nuances da obra. A sensação é Handbook of Positive Supervision – for de uma spoiler maker – mesmo que de obras técnicas Supervisors, facilitators, and Perr Group, de não-ficção – que vem estragar o prazer intrínseco e de Fredrike Bannik. pessoal de leitores apaixonados como eu. Mas ainda O tema central do livro, logicamente, bem que essa sensação passa rapidamente, e vem é o processo de supervisão, seja ela no substituída por uma intenção genuinamente positiva contexto da psicoterapia, como muito de oferecer aos leitores da MIP Mag, um atalho útil disseminado, seja em outros contextos, a e favorecedor, não apenas do conteúdo de obras em exemplo de organizações e educação. Psicologia Positiva, mas da apresentação de temáticas Intrínseca a essa abordagem está a desse campo científico que relação entre o supervisor possam ser ainda desconhecidas O tema central do (sênior) e os supervisionados e reveladoras a algum de vocês. (juniores), os quais buscam livro é o Digo isso, pois – longe, mas naquele primeiro – com muito longe, mesmo, de cogitar expertise na área de atuação a hipótese absurda de que – o favorecimento, o sabemos tudo acerca de uma aconselhamento e a orientação no contexto da temática, por mais ínfima que na condução de seu trabalho psicoterapia e seja – sempre me surpreendo no trato com clientes ou em pesquisas literárias, sejam também em outros pacientes. em bases acadêmicas, sejam em A autora, para chegar contextos a exemplo à concepção prateleiras físicas ou virtuais, do que com o estado da arte das nomeia como Supervisão de temáticas ou com o surgimento Positiva, perpassa por uma de novas abordagens que apresentação de concepções abraçam a Psicologia Positiva. tradicionais de supervisão, A aplicabilidade de seus temas, a cada dia, parece cujo foco concentra-se no tratamento avolumar-se em novas concepções conceituais, o que dos processos, no que diz respeito a favorece, com toda certeza, a possibilidade de alcançar uma abordagem voltada à solução de um maior número de indivíduos com os benefícios problemas, enquanto na supervisão que as pesquisas generalizam sobre a vida ótima e o apresentada é proposta a construção de florescimento humano,no trato individual, dos grupos ou soluções ou resultados. das organizações, o que, com certeza, Martin Seligman Para melhor conceber a sua proposta, agradece com relação à sua proposta do PERMA 51 *. são elencadas as diferenças existentes Esse crescimento vem atrelado à necessidade entre as duas modelagens que acabam de capacitar, sob a óptica da Psicologia Positiva, contrapondo-se de alguma forma em certos aspectos. Enquanto que, na tradicional, analisa-se o que está ruim, * De acordo com pesquisas sobre o atual estado de florescimento da verificando-se um modelo causa-efeito, população de diversos continentes, Seligman prevê que, em 2051, 51% da população estará florescendo. a fim de solucionar o problema
processo de supervisão
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organizações e educação
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Ao longo dos identificado, na supervisão e aumento das competências positiva, volta-se a atenção para doze capítulos, a através da construção de a identificação do que funciona soluções” (BANNNK, 2015, p. 17 – autora apresenta livre tradução). bem, buscando, por meio de perguntas positivas, descobrir É importante destacar que essa aS potencialidades com foco em modelagem da supervisão positiva força e potencialidades, para não é restritiva ou única, havendo, que seja idealizado um resultado já, concepções que abordam esse baseada na futuro positivo. tipo de processo, também tendo Em sua proposta positiva, Psicologia Positiva como base a Psicologia Positiva, os supervisores convidam como pode ser observado em ea seus supervisionados a atuar Positive Supervision and Trainng, como “coexperts”, fazendo com Janice E. Jones e John C. Focada de que a condução do processo Wade, artigo no qual os autores na Solução seja estabelecida a partir da contemplam sua concepção participação plena desses de supervisão positiva, com supervisionados, que trazem ao processo o que têm de destaque ao trato de temas voltados à melhor e mais valoroso, enquanto que, nas abordagens área da educação. O que é observável tradicionais, os supervisores aconselham, tão somente, é que as abordagens concebem o uso como experts que são no campo de atuação. Distingueme desenvolvimento de construtos do se, assim, na supervisão positiva, os supervisores como campo da Psicologia Positiva, cada um facilitadores, e, na tradicional, como conselheiros. em formas distintas e em momentos Ao longo dos doze capítulos, a autora apresenta a oportunos dos frameworks sugeridos. Supervisão Positiva baseada na Psicologia Positiva Retomando: cada um dos pilares e a Terapia Breve Focada na Solução, destacando apontados é detalhado ao longo de as emoções positivas no que tange a primeira e a capítulos específicos nas 204 páginas formulação de metas com foco em resultados futuros da da obra, quando deparamo-nos com segunda abordagem. várias temáticas da Psicologia Positiva, A apresentação das duas abordagens se dá por meio tais como forças de caráter, teoria da da apresentação das similaridades e das diferenças esperança, flow, gratidão, com sugestões existentes entre ambas, que elucidam o leitor sobre de aplicação de intervenções positivas. a pertinência das temáticas para a concepção da A partir dos quatro pilares, a autora supervisão positiva. No que tange às similaridades, é importante destacar que é possível identificar, reportandome ao que apontei no início desta resenha, que a Psicologia Positiva se reproduz e conversa com inúmeros campos do conhecimento humano e com novas abordagens de forma extremamente coerente, produtiva e harmoniosa, gerando, a meu ver, uma dimensão cada vez maior de suas práticas em diversos contextos. Diante desses dois alicerces apontados, a Supervisão Positiva é apresentada com quatro pilares: Formulação de Metas; Identificação de Competências; Trabalhando no Progresso; e Reflexão; e definida como “a orientação dos supervisores para uma maior competência
upervisão Positiva
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Terapia Breve
mais
estrutura o processo e o acompanhamento de Um dos aspectos de supervisão positiva profissionais de áreas da obra é em seis etapas: Começo correlatas, e, ainda, para Positivo com Construção que cada uma das etapas coaches, tamanha a riqueza de Rapport; Formulação de indicações de condução da Supervisão Positiva de Meta, Encontrando de processos com temáticas Competências e Exceções; da Psicologia Positiva, é extremamente Trabalhando no Progresso, bem como de exercícios e Reflexão e Feedback e práticas de fácil aplicação, , o que sessões de Follow-up. destacando, em especial, permite que o leitor possa Essas etapas podem, a etapa relacionada a ainda, ser utilizadas para competências. com a estruturação de uma Apesar das referências uma sessão de supervisão autorais das conceituações positiva e não apenas para e abordagens apresentadas, como supervisor o processo como um todo. não considero que o texto Um dos aspectos mais se propõe acadêmico, mas favoráveis da obra é que cada uma muito mais didático, o que o torna fluido, linear, claro e das etapas da Supervisão Positiva é de compreensão facilitada, permitindo uma leitura leve extremamente bem detalhada, o que e agradável, coadunando com o conteúdo, cuja aplicação permite que o leitor possa conduzir-se pode se dar de imediato para o profissional interessado. com uma nova postura como supervisor, O título da obra que indica tratar-se de um handbook é instrumentalizando-se para atuar de pertinente, por essa característica instrucional, mas acaba forma favorável e positiva em seus diferindo de muitos outros handbooks que se encontram processos de supervisão. Adiciona-se, no mercado da área da Psicologia Positiva e de outras, ainda, que a abordagem sugerida não cuja estruturação, apesar de abordar uma temática única, se pretende apenas como uma melhoria é revelada através das reflexões de diversos autores com do processo per se, mas concebe-se concepções distintas. com a proposta de potencializar as Se eu indico a obra? Claro que sim. competências dos supervisionados, Boa leitura. a fim de que estes, de forma similar, possam ter uma postura de trabalho ANDRÉA PEREZ CORRÊA é pós-graduada em Psicologia Positiva e coaching, mestranda em Sistemas de Gestão na mais favorecedora e eficaz junto a Universidade Federal Fluminense, membro-fundadora do Instituto seus clientes. Brasileiro de Psicologia Positiva (IBRPP), docente do MBA Como a própria autora aponta e eu Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva do Instituto de destaco, a temática e consequentemente Pós-Graduação (IPOG). Dedica-se à disseminação da Psicologia a obra é voltada – e de maneira muito Positiva e é criadora da Biblioteca Positiva. E-mail: acorrea97@ instrucional – a profissionais seniores hotmail.com. Site: www.ibrpp.com.br. Facebook Andréa: http://on.fb. me/1O97CZm. e Biblioteca Positiva: http://on.fb.me/1Mejd8T de juniores ou trainees, psicoterapeutas, coaches, gestores de conflitos, supervisores em educação e esportes, Ficha técnica professores, supervisionados e colegas de peer supervison. Handbook of Positive Supervision Considero que o conteúdo apresentado – for Supervisors, facilitators, and Perr Groups traz inúmeras contribuições e Autoria: Fredrike Bannik enriquecimento a quem já atua não Editora: Hogrefe apenas com supervisão, mas também Ano: 2015 com a mentoria, o aconselhamento
favoráveis
detalhada
bem
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conduzir-se nova postura
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Uma boa noite de sono pode proteger contra os efeitos danosos relacionados ao estresse ocasionado pelo trabalho. Excessos e más escolhas alimentares, efeitos colaterais conhecidos de uma jornada estressante, seriam os danos evitados por uma noite bem-dormida, segundo pesquisa realizada com trabalhadores na China, em cooperação com pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan (UEM), e Illinois, nos Estados Unidos. A pesquisa envolveu dois estudos com 235 indivíduos no total. Um estudo tratou de funcionários da área da tecnologia da informação que experimentavam, regularmente, alta carga de trabalho e sentiam que nunca havia tempo suficiente no dia útil. O segundo estudo envolveu trabalhadores de call center que muitas
vezes ficaram estressados por terem que lidar com clientes rudes e exigentes. Em ambos os casos, o estresse da jornada de trabalho foi vinculado ao humor negativo dos funcionários durante o expediente, o que, por sua vez, estava relacionado a alimentação não saudável durante a noite. Para resolver o problema, os pesquisadores enfatizam que as empresas devem promover gestão de saúde e qualidade de vida entre seus funcionários, conscientizar sobre a necessidade de dormir o número de horas adequado e abrir a possibilidade do cumprimento de horários flexíveis. Make It Positive recomenda, seriamente, também, que se dê uma maior atenção ao clima e à cultura organizacionais, verificando se estes não compõem os fatores a serem corrigidos para que se promova uma jornada de trabalho mais prazerosa e menos estressante.
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A relação entre emoções negativas, alimentação e sono
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Redes sociais versus emoções positivas Instagram é considerada a pior rede social para a saúde mental dos jovens, segundo relatório da Royal Society for Public Health (RSPH) e do Young Health Movement (YHM), no Reino Unido. O YouTube seria a que proporciona mais emoções positivas, junto ao Twitter e ao Facebook. O Snapchat divide o pódio, junto ao Instagram, das mais prejudiciais para o bemestar dos jovens. Uso demasiado, prejudicando a rotina, e sensação de insatisfação com a própria vida e a aparência, ao acompanhar os passos virtuais e a aparência de outrem, são problemas comuns no uso das redes sociais, sobretudo entre usuários daquelas que são apontadas como as mais prejudiciais. As entidades responsáveis pelo relatório solicitam junto aos órgãos governamentais
e aos
mantenedores das próprias redes sociais a criação de mecanismos que promovam os aspectos positivos das mídias, ao mesmo tempo em que mitiguem os potenciais danos e proporcionem maior segurança aos usuários. Um alerta de uso excessivo das redes sociais para os usuários é uma das sugestões propostas. Indicações discretas de ajuda para aqueles usuários que aparentem problemas de saúde mental também integram as sugestões de mecanismos. Outra solicitação são notificações informando quando as fotos de pessoas são manipuladas digitalmente.
Savoring e chocolate, experiência que melhora a cognição?
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Não se pode considerar exatamente um sinal verde para se consumir todo o chocolate que puder, mas um novo estudo de pesquisadores das universidades de L’Aquila e Sapienza, na Itália, sugere que derivados do cacau podem exercer efeitos de neuromodulação e neuroproteção, prevenindo declínio cognitivo e melhorando a cognição. Alimento comumente associado a experiências de savoring, assim como o vinho, o chocolate, caso tenha alta concentração de cacau, pode ser uma importante fonte de flavonóides. Pode conter principalmente a subclasse flavanóides, que já havia demonstrado exercer benefícios cardiovasculares em pesquisas preliminares e, agora, esses novos efeitos. No que diz respeito ao desempenho cognitivo, o alimento empreende melhorias na na atenção, na velocidade de processamento cognitivo e na memória de trabalho. Já em relação à proteção cardiovascular, foi demonstrado que este age prevenindo danos causados por problemas com o sono em indivíduos saudáveis.
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Transporte afeta o humor Pesquisa publicada no International Journal of Workplace Health Management investigou o impacto de vários tipos de transporte e deslocamento no estresse e humor dos profissionais ao chegarem ao trabalho. Os dados sobre estresse e humor foram coletados depois que 123 funcionários chegaram ao trabalho por bicicleta, carro ou transporte público. Para dar conta da flutuação natural do estresse e do humor ao longo do dia, a avaliação das variáveis dependentes foi feita nos primeiros 45 minutos de chegada ao trabalho.
Aqueles que foram de bicicleta para o trabalho estavam menos estressados do que seus colegas que chegaram de carro. No entanto, não houve diferença de humor entre os diferentes usuários desses meios de transporte. Sendo assim, os pesquisadores concluíram que um nível mais baixo de estresse inicial entre os ciclistas oferece evidências adicionais para a promoção de meios de transporte mais ativos. (Fonte: http://www.emeraldinsight.com/doi/ abs/10.1108/IJWHM-10-2015-0059)
Uma iniciativa chamada “Fé para os Direitos” foi lançada em um recente encontro de atores religiosos e de sociedade civil de todo o mundo, e tem como objetivo unir comunidades religiosas de várias religiões para combater a discriminação e a violência religiosa, através de um objetivo compartilhado de promover os direitos humanos e defender a liberdade de religião ou crença. “Nosso objetivo é fomentar o desenvolvimento de sociedades pacíficas, onde a diversidade não é apenas tolerada, mas totalmente respeitada e celebrada”, disse o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, em uma mensagem de vídeo aos participantes na reunião de dois dias organizada pelo Escritório dos Direitos Humanos das Nações Unidas em Beirute. “Os líderes religiosos, com sua
influência considerável nos corações e mentes de milhões de pessoas, são potencialmente atores de direitos humanos muito importantes”, disse o Sr. Zeid. Com base no Plano de Ação de Rabat de 2012 que estabeleceu as principais responsabilidades dos líderes religiosos em contrariar a incitação ao ódio, a Declaração de Beirute expande essas responsabilidades para todo o espectro de direitos humanos. Ele convida os crentes de todas as religiões a se unirem às mãos e aos corações de forma articulada em que eles podem permanecer juntos na defesa dos direitos fundamentais contra a discriminação e a violência. (Fonte: Good News Agency - http:// www.goodnewsagency.org/m/issue. php?number=257&lang=en )
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A Declaração de Beirute reforça o papel das religiões na promoção dos direitos humanos
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PV2 ANDREW W. MCGALLIARD/WIKIPEDIA
A realidade é virtual, mas a inspiração é real
Drop to Zero
(Fonte: Good News Agency - http:// www.goodnewsagency.org/m/issue.
(Fonte: https://www.rotary.org/pt/rotary-usesvirtual-reality-inspire-others)
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Líderes globais se reuniram na Convenção do Rotary em Atlanta, Geórgia, para prometer recursos adicionais e reafirmar seu compromisso de alcançar um mundo sem pólio. No ano passado, um número recorde de crianças contraiu poliomielite - apenas 37 em três países. Esta é uma redução dramática desde apenas três décadas atrás, quando 40 crianças foram paralisadas por pólio a cada hora. Para terminar o trabalho, o programa de pólio precisa de US $ 1,5 bilhão adicional. Com este financiamento, os profissionais de saúde poderão chegar a centenas de milhões de crianças todos os anos até a certificação com vacinas contra a poliomielite, além de fornecer outras vacinas que salvam vidas e serviços essenciais de saúde. Este financiamento também apoiará todos os países na manutenção de redes rigorosas de vigilância de doenças para que eles possam rastrear atentamente o poliovírus e garantir que ele não ganhe o ponto de apoio. Em um evento intitulado “Drop to Zero”, os líderes globais voltaram a se comprometer com a importância de um mundo sem pólio e celebraram o incrível progresso alcançado até agora.
Trabalhando com a equipe de realidade virtual do Google, o Rotary oferecerá uma experiência incrível aos participantes da Convenção. Um filme de realidade virtual de três minutos dará ênfase na paz e no combate à pólio, que mostrará como o trabalho para erradicar a paralisia infantil contribui ao aumento da estabilidade mundial. Graças à tecnologia de ponta trazida pela realidade virtual, o espectador poderá acompanhar a jornada de uma criança que tem sua vida destruída por um conflito, e ver o impacto causado por pequenos gestos de compaixão e gentileza. A premiére do filme aconteceu no dia 13 de junho, durante a Convenção Internacional em Atlanta, EUA. O lançamento mundial, no entanto, ocorrerá antes do Dia Mundial de Combate à Pólio, em 24 de outubro. Esta não será a primeira incursão do Rotary no mundo da realidade virtual. Com o apoio do Fundo dos EUA para o Unicef, o Rotary lançou o filme I Dream of an Empty Ward, em outubro de 2016. O curta-metragem conduz numa viagem à Índia, que está livre da pólio desde 2011, mostrando a vida de Alokita, que ficou paralítica ainda criança por causa da poliomielite. Nele, é possível ver claramente as ruas de Nova Délhi e se emocionar na parte que mostra Alokita dando seus primeiros passos, depois de 11 anos sem andar.
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positive news
Austrália anuncia financiamento para melhorar a nutrição no Paquistão
Esta seção prestigia o trabalho da Good News Agency, que proporciona boas notícias às mídias do mundo inteiro, com material em inglês, italiano e português. (clique no LINK para saber mais)
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U.S. AIR FORCE PHOTO BY TECH. SGT. JEROMY K. CROSS/RELEASED/WIKIPEDIA
O governo australiano anunciou um apoio adicional no valor de um milhão de dólares ao Governo do Paquistão e ao Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PAM) no Paquistão para melhorar a nutrição, eliminar a fome e alcançar a segurança alimentar através da fortificação de alimentos. O anúncio seguiu o lançamento oficial de uma estratégia, que conta com o apoio do PAM no Paquistão, da Aliança Nacional de Fortificação (NFA) e do Ministério dos Serviços Nacionais de Saúde, Regulamentos e Coordenação (MNHSRC) e tem como objetivo traçar ações-chave para superar as deficiências de micronutrientes no Paquistão, conhecidas como “fome escondida”. A estratégia afirma que a adição de vitaminas e minerais a alimentos comuns é uma medida eficaz, acessível e segura para diminuir a carga de deficiências de micronutrientes. De acordo com o National Nutrition Survey de 2011, mais da metade das mulheres e dois terços das crianças no Paquistão sofrem de deficiências de micronutrientes. Este é um grave problema de saúde pública, e resulta em lento desenvolvimento físico e cognitivo em crianças, desempenho escolar inferior e diminuição da produtividade em adultos. O problema impõe ao Paquistão um fardo econômico anual de cerca de 3,5 bilhões de dólares, equivalente a cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paquistão. (Fonte: Good News Agency - http://www.goodnewsagency.org/m/issue.php?number=257&lang=en)
positive wiki
Nesta seção você verá conceitos e definições da Psicologia Positiva abordados ao longo da revista. (Elaboração: Equipe IPPC)
Flow
Felicidade:
Partindo da ideia de felicidade de Aristóteles (eudaimonia), ainda no século IV a.C., a Psicologia Positiva acredita na felicidade como resultado de uma vida virtuosa. Não parte da ideia de que só devemos ter ocorrências positivas na vida para nos considerarmos felizes, mas, sim, colocarmos na balança todos os momentos e ter uma percepção positiva da vida, um foco no que há de bom e que pende a balança para uma vida feliz.
Savoring
Enquanto as correntes tradicionais da psicologia tendem a buscar meios de lidar com experiências negativas, a Psicologia Positiva busca maximizar os efeitos das experiências positivas. O Savoring, por sua vez, visa a saborear os bons momentos, e é uma forma de intensificar e ampliar seus poderes, de modo a fazer as lembranças, reminiscências e antecipações positivas mais fortes e ativas do que as negativas em nosso funcionamento mental.
O conceito de flow foi desenvolvido pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, que, a partir do estudo do processo criativo, interessou-se pelo fenômeno da motivação intrínseca. O estado de flow, também chamado de experiência máxima, faz com que o indivíduo se envolva completamente na atividade que está exercendo, empregando nela aquilo que de melhor ele tem a oferecer. Por essa razão, nos momentos de flow, atividade e sujeito tornam-se um só. Ao agir na sua zona de excelência, o sujeito que experimenta o estado de flow não precisa de supervisão, controle ou qualquer tipo de monitoramento externo na medida em que a atividade exercida lhe é intrinsecamente recompensadora. O flow pode ser conseguido em qualquer tipo de experiência. Porém há pessoas que o conquistam no exercício profissional, tornando seu trabalho uma importante fonte de gratificação e, por extensão, de felicidade. Hoje já existem empresas no mundo todo interessadas em promover o flow no ambiente organizacional, numa típica iniciativa na qual todos saem ganhando.
Eudaimonia e hedonismo
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O hedonismo se refere à busca por experiências prazerosas, enquanto a eudaimonia, um conceito originalmente formulado por Aristóteles, envolve ter propósito e direcionamento profundos na vida. A felicidade eudaimônica, proveniente de uma vida com significado, é aquela que se propõe nas bases da Psicologia Positiva.
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positive wiki
Forças pessoais
Peak performance
A partir do conceito de felicidade como resultado de uma vida virtuosa, os pesquisadores estudaram vários códigos de conduta da cultura oriental e ocidental, tais como bíblia, alcorão, bushidô etc., procurando virtudes comuns a todos eles. Chegaram, assim, a seis virtudes: sabedoria, coragem, humanidade, justiça, moderação e transcendência. O próximo passo surgiu do questionamento: quais as características que um ser humano deveria ter para conquistar tais virtudes? Os pesquisadores chegaram, assim, a 24 características, as quais denominaram de forças pessoais. Nesse sentido, as forças pessoais são: • Gratidão • Bravura e Valor • Justiça e Equidade • Humor • Liderança • Perdão • Bondade e Generosidade • Cidadania • Entusiasmo e Energia • Criatividade e Originalidade • Curiosidade • Espiritualidade e Senso de Propósito • Apreciação da Beleza e da Excelência • Capacidade de Amar e Ser Amado • Humildade e Modéstia • Esperança • Amor pelo Conhecimento • Inteligência Social • Integridade e Autenticidade • Perspectiva e Sabedoria • Prudência • Pensamento Crítico e Lucidez • Perseverança • Autocontrole e Autorregulação
Peak performance, ou performance de pico, é um conceito bastante confundido com o estado de flow. Porém, especialistas costumam fazer a seguinte diferenciação: flow seria um estado mental, enquanto a performance de pico diria respeito a um desempenho físico ótimo, que por sua vez favoreceria o estado de flow.
Trata-se de um constructo que visa explicar de onde o indivíduo percebe ser a fonte de controle de sua vida. Existem dois tipos de locus de controle: o locus de controle externo (quando o indivíduo percebe sua vida como sendo controlada por fatores externos a ele mesmo) ou o locus de controle interno (quando o indivíduo sente estar ele próprio no controle de sua vida). Embora oscilem entre essas duas percepções, as pessoas têm um estilo de locus de controle predominante, e na pesquisa de Lilian Graziano sobre felicidade e locus de controle, essa pesquisadora encontrou uma correlação positiva significativa entre locus de controle interno e felicidade. (Para saber mais acesse: http://www. teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/ tde-23052006-164724/pt-br.php)
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Locus de controle
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ARQUIVO PESSOAL
sua felicidade
Apreciando a jornada “S
er feliz é estar bem consigo mesmo. Ter familiares para amar, amigos com os quais se possa contar, sonhos para realizar. É conhecer novas pessoas, lugares, culturas e perspectivas. É perceber que somos tanto e tão pouco ao mesmo tempo. Que o mundo é uma imensidão e que cada amanhecer é único. É entender que as nossas diferenças são muito menores do que as semelhanças. Que a distância que nos separa é meramente geográfica e que as barreiras são invisíveis. Que devemos construir mais pontes do que muros. Ser feliz, para mim, é ter muitas asas, mas manter as raízes. É viver experiências únicas e inesquecíveis, pois a felicidade precisa ser vivida. Não se compra, nem empresta. É um estado de espírito. É o caminho, não o fim.” Bruna Hernandez Borges, advogada, 28 anos (brasileira em Coimbra, Portugal)
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