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Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento Especial: Brené Brow nea receita do su cesso baseado em vulnerabilid ade
FELICIDADE E LUCRO NAS EMPRESAS Abordagem modifica relacionamentos, clima, níveis de produtividade e gestão de empresas brasileiras. Entenda o passo-a-passo para a implantação de um mindset positivo
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Autocompaixão nos torna mais felizes Emoções e características positivas como política pública educacional no Brasil e no mundo Livro desvenda relação entre Coaching e Psicologia Positiva
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editorial
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Uma questão de números e de humanidade
Q
ue o mundo empresarial já esgotou os tradicionais modelos de gestão nós sabemos. Ninguém tolera mais a liderança autoritária, a competitividade exacerbada e o foco em produtividade a todo e qualquer custo, gerando pressões pouco eficazes em trazer resultados consistentes e contínuos. Sabe-se o quanto de dinheiro se perde com tais “estratégias” que, em longo prazo, não sustentam o crescimento da empresa. Nesta era em que o “Capital Humano” é o maior ativo das companhias, temos conhecimentos em neurociências para amparar nossas decisões em gestão de pessoas. E o arcabouço de teorias, pesquisas e práticas em Psicologia Positiva para transformar o fiasco das escolas tradicionais de gestão em algo que, além de mais humano, é mais eficaz. Felicidade, afinal, dá lucro, sim! Equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos colaboradores, trabalho com mais propósito, maior engajamento em prol dos resultados das empresas – tudo isso é possível por meio de uma gestão baseada em Psicologia Positiva e sua meta final é a felicidade de todos na organização. Isso enquanto as vendas aumentam em quase 40%, a produtividade também aumenta e o consumidor percebe algo diferente no ar – e melhor. Os talentos permanecem na companhia e o turn-over cai. Precisa dizer mais? Empresas brasileiras estão acordando para essa realidade e aderindo, em maior número e intensidade, aos preceitos da Psicologia Positiva. As lideranças encabeçam a mudança de mindset e a transmitem para outros escalões. Mas isso de forma mais horizontal, por meio de exemplos próprios, de maior entrosamento e empatia com a equipe e, principalmente, num exercício de conhecer e desenvolver as forças pessoais dos liderados, numa cultura de florescimento. Psicologia Positiva nas empresas, hoje, é uma questão de números e de humanidade. E sua ascensão é tema de capa desta edição da revista, entre outros temas e artigos não menos instigantes. Não deixe de acompanhar, também, a próxima edição, que traz a sequência do artigo de Lilian Graziano, sobre como implementar, nas corporações, a mudança para um mindset positivo. Boa leitura! Jussara Goyano, Coach positiva e editora desta publicação
Ano II – n o 6 – jan./fev./mar. 2017 www.makeitpositivemag.com
MIP Mag é uma publicação trimestral do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). É proibida a reprodução sem autorização do IPPC e dos autores. As informações ou opiniões contidas nesta publicação não refl etem necessariamente a posição do IPPC. DIRETORIA Lilian Graziano Fabio Appolinário CONSELHO EDITORIAL Lilian Graziano MEMBROS DO INSTITUTO Arthur Ranieri Claudia Ribeiro Cléa Graziano Fabiola Bernardo Frank Roman Lidia Pagni Mara Laimgruber APOIO
Associação de Psicologia Positiva da América Latina REALIZAÇÃO:
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Edição e coordenação (coordinator): Jussara Goyano Arte e projeto gráfi co (design): Monique Elias Tradução (translator): Fabíola Bernardo Revisão: Marina Werneck CONTATOS COM A REDAÇÃO: Tel./ Phone number: +55 11 3042 5900 E-mail: mipmag@psicologiapositiva.com.br Endereço para correspondência/ Adress: Rua Helena, 140, cj. 111/112, Vila Olímpia, S. Paulo – SP – Brasil CEP: 04552-050 COMERCIAL E MARKETING: E-mail: secretaria@psicologiapositiva.com.br Tel.: +55 11 9 5328 4010
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SUMÁRIO
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EDITORIAL
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ENTREVISTA Brené Brown e o poder da vulnerabilidade
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Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento Especial: Brené Brow nea receita do suces so baseado em vulnerabilidade
FElicidAdE E lucro nAs EmprEsAs Abordagem modifica relacionamentos, clima, níveis de produtividade e gestão de empresas brasileiras. Entenda o passo a passo para a implantação de um mindset positivo
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Veja também:
Autocompaixão nos torna mais felizes Emoções e características positivas como política pública educacional no Brasil e no mundo
EMPRESAS O retorno do investimento em Felicidade
Livro desvenda relação entre Coaching e Psicologia Positiva
imagem da capa: freepik/montagem: Monique Elias
NEUROCIÊNCIA A autocompaixão como fator de bem-estar mental
LEITURAS Positive Psychology in Coaching – Applying Science to Executive and Personal Coaching, de Sandra l. Foster e Jeffrey Ethan Auerbach
IMAGENS: FREEPIK/DIVULGAÇÃO
Etapas para a implantação de um Mindset Positivo
E MAIS... Positive News
EDUCAÇÃO Emoções positivas e competências socioemocionais nas bases curriculares brasileiras
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Positive WIKI Sua Felicidade
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A vulnerabilidade como catalisadora da força e da coragem
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Brené Brown, pesquisadora do tema, explica como pessoas que se deixam ser vulneráveis substituem medo e vergonha por trajetórias felizes e repletas de autenticidade • Por Jussara Goyano •
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entrevista
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rené Brown é de webinars, cursos e Entender a uma assistente publicações, muitos deles é apenas social, professora disponíveis em seu site e pesquisadora da www.brenebrown.com. uma variável que Universidade de Houston, EUA. Seus livros estão entre os Passou os últimos quinze anos best-sellers do New York de sua vida estudando temas Times – um deles, The Gifts . como coragem, vulnerabilidade, of Imperfection, traduzido vergonha e empatia, chegando no Brasil como A Arte da O Wholehearted a achados surpreendentes. Imperfeição (editora Novo identifi ca a Embora a vulnerabilidade Conceito), é obra introdutória seja nossa condição intrínseca, vulnerabilidade como à sua pesquisa. Sua palestra muitos de nós lutamos contra O Poder da Vulnerabilidade é um ela diariamente, na ideia uma das cinco mais vistas no errônea de nos tornarmos portal TED, com mais de 25 de seres perfeitos e inatingíveis milhões de visualizações. – tal fato era evidente Brené também é CEO nas pesquisas de Brené. de COURAGEworks - uma Ela, porém, notou que as plataforma que oferece aulas pessoas que se permitiam ser de empoderamento acerca vulneráveis, sem paralisar-se diante da vulnerabilidade para indivíduos e famílias, além do medo e da vergonha, eram mais de manter a Brave Leader INC., outra plataforma, que felizes, transformando a condição da traz suas últimas pesquisas sobre desenvolvimento vulnerabilidade, associada ao fracasso e à fraqueza, em autenticidade, como um enorme catalizador de força e coragem de viver. Trata-se dos indivíduos denominados pela pesquisadora como Wholehearted (em inglês, palavra para designar aqueles que são sinceros, genuínos em seus sentimentos). Tal descoberta trouxe profundas modificações também para a vida de Brené. “Passei muitos anos tentando ultrapassar ou superar a vulnerabilidade ao tornar as coisas certas e definitivas, em preto e branco, boas e ruins”, conta. ”Minha incapacidade de me inclinar para o desconforto da vulnerabilidade limitou a plenitude de experiências importantes que são feitas com incerteza: amor, pertencimento, confiança, alegria e criatividade, apenas para citar alguns. Aprender a ser vulnerável tem sido uma luta de rua para mim, mas valeu a pena”, revela. Para promover seus achados, Brené mantém uma extensa programação
vergonha
contribui para a integridade
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catalisador coragem, compaixão e conexão
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de liderança e mudança de cultura para equipes, líderes, empresários, educadores e outros agentes de transformação cultural. A pesquisadora vive em Houston, Texas, com seu marido, Steve, e seus filhos Ellen e Charlie – entre sua agenda familiar e profissional apertada, falou à MIP Mag sobre vulnerabilidade, vergonha, empatia, coragem e conexões humanas. Confira, a seguir. COMO VOCÊ CHEGOU AO TEMA DA “VULNERABILIDADE” EM SUA PESQUISA?
Na verdade, eu estudava conexões humanas. Estudar conexões era uma idéia simples, mas antes que eu soubesse, eu tinha sido “sequestrada” por meus participantes da pesquisa que, quando pediram para falar sobre suas relações mais importantes e experiências de conexão, continuavam me contando sobre A vulnerabilidade é desgosto, traição e muito sobre a vergonha”. Mas vergonha – o medo de eu estava errada. Entender a não ser digno de conexão a vergonha é apenas uma real. Por acidente, torneique procuro em você e variável que contribui para a me uma pesquisadora da integridade. O Wholehearted a que identifica a vulnerabilidade vergonha e da empatia, passando seis anos como um catalisador de estou disposta a lhe desenvolvendo uma coragem, compaixão e conexão. mostrar. Em você, teoria que explica o que é Na verdade, a vontade de ser vergonha, como funciona vulnerável surgiu como o valor é e e como cultivamos a mais claro e único compartilhado ousadia. Em mim, resiliência diante da por todas as mulheres e crença de que não somos homens que eu descreveria é suficientes ou não dignos como Wholehearted. Eles de amor e pertença. atribuem tudo – do seu sucesso profissional aos seus Em 2006, percebi que, além de casamentos aos seus mais orgulhosos momentos de compreender a vergonha, eu tinha que parentalidade – à sua capacidade de serem vulneráveis. entender o outro lado: o que as pessoas PODERÍAMOS DIZER QUE A VULNERABILIDADE É que são mais resistentes à vergonha, O MOTOR DA EVOLUÇÃO HUMANA, DE UMA CERTA que acreditam em sua dignidade – eu MANEIRA? chamo essas pessoas de Wholehearted Desde o início de minhas investigações, a – têm em comum? Eu esperava que a vulnerabilidade surgiu como uma categoria resposta a essa pergunta seria: “Para importante a se abraçar. Também compreendi as ser Wholehearted, você tem que saber
primeira coisa
última coisa coragem
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fraqueza
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relações entre a vulnerabilidade e as outras emoções meta que nós não realizamos nos que estudei. Mas em meu trabalho anterior, eu assumi faça indignos de conexão. “Eu não sou que as relações entre vulnerabilidade e construções digno ou bom o suficiente para o amor, diferentes como vergonha, pertencimento e dignidade pertencimento ou conexão. Eu não sou eram coincidência. Só depois de doze anos, de cair amável. Eu não pertenço. “ mais e mais fundo nesse trabalho eu finalmente Vulnerabilidade é sobre aparecer e compreendi o papel que ela desempenha em nossas ser visto. É difícil fazer isso quando vidas. A vulnerabilidade é o núcleo, o coração, o centro estamos aterrorizados com o que de experiências humanas as pessoas podem significativas. Não há dados para apoiar ver ou pensar. Quando Nossa rejeição estamos alimentados que a vergonha seja uma da vulnerabilidade pelo medo do que outras frequentemente decorre pessoas pensam ou para o da nossa associação com daquele gremlin que bom comportamento. emoções obscuras como está constantemente medo, vergonha, tristeza sussurrando “você não Na verdade, é muito e desapontamento é bom o suficiente” em mais provável que a – emoções que não nosso ouvido, é difícil queremos discutir, aparecer. vergonha seja a causa de mesmo quando elas A vergonha é altamente afetam profundamente correlacionada com nossa maneira de viver, dependência, violência, e prejudiciais amar e trabalhar. agressão, depressão, O que a maioria de nós transtornos alimentares do que uma solução não consegue entender e bullying. Não há – e o que me levou uma década de pesquisa para dados para apoiar que essa vergonha aprender – é que a vulnerabilidade é também o seja uma bússola útil para o bom berço das emoções e experiências que desejamos. A comportamento. Na verdade, é muito vulnerabilidade é o berço do amor, da pertença, da mais provável que a vergonha seja a alegria, da coragem e da criatividade. É a fonte de causa de comportamentos destrutivos esperança, empatia, responsabilidade e autenticidade. e prejudiciais do que uma solução. Se quisermos uma maior clareza em nosso propósito O QUE AS PESSOAS TÊM TANTO MEDO, ou vidas mais profundas e mais significativas, a SE A ÚNICA CERTEZA QUE ELES TÊM vulnerabilidade é o caminho.
bússola útil
comportamentos destrutivos
O difícil é que a vulnerabilidade é a primeira coisa que procuro em você e a última coisa que estou disposta a lhe mostrar. Em você, é coragem e ousadia. Em mim, é fraqueza. É aqui que a vergonha entra em jogo. A vergonha é o sentimento intensamente doloroso ou a experiência de acreditar que somos defeituosos e, portanto, indignos de amor e pertença. É o medo de que algo que nós fizemos ou não fizemos, um ideal que nós não vivemos até então, ou uma
Se somos suficientemente corajosos o bastante, cairemos. Essa é a física da vulnerabilidade. O processo de recuperar a nossa base emocional no meio da luta é sempre assustador – é também onde a nossa coragem é testada e os nossos valores são forjados. A vergonha é uma das razões mais poderosas de termos medo de falhar. “O que as pessoas pensam?” “Eu vou ser
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É QUE ELES VÃO UM DIA FALHAR E ISSO TERÁ DE ALGUMA FORMA CONSEQUÊNCIAS?
E NO QUE DIZ RESPEITO À CONTRIBUIÇÃO DA VERGONHA E DA CORAGEM? ELAS ESTÃO RELACIONADOS A ESSA IMPORTANTE CARACTERÍSTICA INTRÍNSECA DE TODOS NÓS?
VEZ DE UMA FALHA) É ABRAÇADA PELA PSICOLOGIA POSITIVA DE MARTIN SELIGMAN. QUAL É O SEU ENVOLVIMENTO COM O MOVIMENTO DA PSICOLOGIA POSITIVA?
Venho de uma tradição de trabalho social onde o foco está na contextualização da prática– temos de olhar para o contexto cultural, psicológico, biológico, econômico e político de todas as questões. Ao fazer este trabalho, muitas das minhas conclusões apoiam e são apoiadas por conclusões do movimento da Psicologia Positiva. Não é minha base, mas certamente aprendi com essa linha de investigação. PENSANDO NO DESENVOLVIMENTO DE SOCIEDADES MAIS AUTÊNTICAS E OTIMISTAS, QUAL SERIA SEU CONSELHO MAIS VALIOSO PARA INDIVÍDUOS E INSTITUIÇÕES?
julgado.” “Eles vão fazer Nossa disposição de nos Se queremos pouco de mim.” Estas são envolvermos com nossa experimentar as tarjas da vergonha vulnerabilidade determina que aparecem em nossas a profundidade de nossa cabeças e precisamos coragem e a clareza do nosso , propósito. Por medo de entrar estar conscientes delas quando estamos na arena – para aparecer mais inovação e considerando tentar algo em nossas vidas – nós criatividade, e mais novo ou testando uma sacrificamos relacionamentos nova idéia. A vergonha é oportunidades que podem alegria em nossas vidas, enão paralisante. ser recuperáveis. temos que encontrar A vulnerabilidade, por Desperdiçamos nosso precioso outro lado, é ousada. É tempo e voltamos as costas uma maneira de nos quando dizemos: “Isso aos nossos dons, aquelas pode não funcionar, mas com nossa contribuições únicas que só nós vou tentar. Se eu falhar, podemos fazer. Se queremos aprenderei com meus experimentar relacionamentos erros e seguirei em frente. mais significativos, mais A idéia ou projeto pode falhar, mas isso não significa inovação e criatividade, e mais alegria que eu sou um fracasso. Significa que sou um inovador. em nossas vidas, temos que encontrar uma maneira de nos envolver com PERCEBEMOS QUE O PARADOXO DA nossa vulnerabilidade. Temos de VULNERABILIDADE (QUE É A DEFINIÇÃO DE CORAGEM estar dispostos a tentar coisas novas, EM VEZ DE FRAQUEZA, QUE É A EXPRESSÃO DA a arriscar o fracasso, a falar com AUTENTICIDADE HUMANA COMO UMA VIRTUDE EM nossas mentes.
relacionamentos mais significativos
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envolver vulnerabilidade
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Retorno do investimento em felicidade IMAGENS: FREEPIK
Para as etapas de implementação de um mindset positivo, não deixe de ler o artigo a seguir. Acesse-o rapidamente clicando AQUI
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O
que empresas como Natura, 3M e Elektro, de setores tão distintos têm em comum? Têm o uso da Psicologia Positiva (PP) na implementação de mudanças comportamentais significativas e melhoria do clima organizacional. E o que elas ganham com essa medida? Muito. E seus colaboradores, mais ainda. Essas companhias perseguem uma gestão mais humanizada e horizontal, sendo a satisfação e o bem-estar dos profissionais suas prioridades máximas – porém, elas não perdem de vista os números promissores gerados por esse modelo positivo. Segundo estudo conduzido pelo norte-americano Shawn Archor, atualmente um dos principais expoentes da PP, as vendas chegam a ser 37% maiores nas organizações adeptas dessa filosofia de gestão. A produtividade dessas companhias, por sua vez, aumenta em mais de 30%, ao passo que a efetividade no cumprimento de metas e tarefas torna-se quase 20% maior entre os colaboradores que gozam de um estado mental mais positivo. A percepção dos clientes também é influenciada pela implementação desse mindset, pois eles avaliam como mais satisfatórios
ESTATÍSTICAS DE PRODUTIVIDADE E FATURAMENTO ESTÃO FAZENDO EMPRESAS NACIONAIS “ACORDAREM” PARA A NECESSIDADE DE UMA GESTÃO POSITIVA E DE PROMOVER O BEM-ESTAR DO BRASILEIRO
e
• POR EQUIPE MIP MAG (COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA FAPESP) •
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Mesmo as expectativas de retorno mais conservadoras são vantajosas. O menor nível de intervenções pode representar 2% de retorno financeiro, o que, em algumas empresas pode significar
milhões de dólares
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médio esse percentual pode representar cerca de meio bilhão de dólares anuais. Outro grande passivo das organizações – a reincidência de problemas de saúde entre seus colaboradores e ausências decorrentes dessas questões – também é minimizado por meio de uma filosofia empresarial positiva. E a melhoria ocorre verticalmente, dos altos e médios para os menores escalões do time. Líderes mais felizes (e cuja prática de gestão seja baseada nos pilares de uma liderança positiva) são mais saudáveis e tendem a ter equipes igualmente mais felizes e saudáveis, num efeito chamado por Barbara Friedrickson de Espiral Ascendente Positiva. As mudanças de comportamento por meio de intervenções positivas e disseminadas sob os preceitos da PP geram um ciclo que se retroalimenta e expande a partir de seus resultados, influenciando mutuamente os colaboradores. Ainda sobre saúde na empresa, vale lembrar que, de maneira geral, pessoas mais felizes desenvolvem 50% mais anticorpos para algumas doenças – e mesmo após poucos meses de intervenções positivas esse resultado já é possível. Estados mentais positivos reduzem não só gripes e outras doenças pulmonares, mas problemas
Na Elektro, os custos operacionais baixaram em 22% (mais de R$ 100 milhões), mas, ao mesmo tempo, foi possível melhorar em mais de 15% a qualidade dos serviços os atendimentos que recebem. Isso sem falar na redução do turn-over e da perda de talentos, hoje um passivo importante para as companhias. Mesmo as expectativas de retorno mais conservadoras são vantajosas. Ted Luthans e sua equipe, na Universidade de Nebraska, trabalham criando modelos para medir o retorno dos investimentos em felicidade e bem-estar nas empresas. O menor nível de intervenções, promovendo esperança, otimismo, e resiliência nos colaboradores gera quase 2% de retorno financeiro/ano, o que pode parecer pouco, sem observar o fato de que, numa empresa norte-americana de porte
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Na Natura,
cardiovasculares, articulares e, claro, transtornos de humor – um verdadeiro “chute” nas principais causas de absenteísmo nas companhias. Cabe ressaltar, também, que saúde e produtividade são apenas alguns dos campos da vida beneficiados pelas intervenções positivas. Centenas de estudos conduzidos por pesquisadores como Sonja Lyiubomirsky, Ed Diener e Laura King dão conta de melhorias não só nesses campos, mas também na criatividade, na sociabilidade e nos níveis de entusiasmo e energia dos indivíduos. A felicidade e suas consequências se tornam ativos que os colaboradores podem levar para suas casas.
Desenvolvem uma relação mais positiva com seus colegas, com a própria companhia, e aumentam o nível de confiança em si mesmos. “Temos eletricistas querendo ser engenheiros e eles querem participar dos nossos recrutamentos internos”, revelou Fernandes, em palestra sobre sua gestão a empresários do setor. Na Elektro, há, hoje, fácil comunicação entre níveis hierárquicos diferentes e não existem divisórias entre os departamentos. O clima é de colaboração e o líder é apenas um facilitador do crescimento de cada um e dos resultados da organização. Sob essa filosofia, a companhia encabeçou, por 6 vezes, a lista dos melhores lugares para se trabalhar no País, segundo o ranking Great Place to Work, na categoria Grande Porte (com mais de 1.000 funcionários). Também foi eleita a melhor no quesito em toda a América Latina, em 2015. Outra conquista da empresa foi que, atuando em um setor passível de grandes acidentes, estes foram reduzidos a praticamente zero. Os custos operacionais baixaram em 22% (mais de R$ 100 milhões), mas,
a experiência interna resultou no
investimento de R$20 milhões em um centro de pesquisas acadêmicas sobre
bem-estar
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UM BOM LUGAR PARA TRABALHAR Cerca de 99% de satisfação dos colaboradores com a empresa é o percentual obtido pela Elektro, do setor de energia elétrica, sob a gestão de seu CEO, Márcio Fernandes. Em seu livro Felicidade dá Lucro (Portfolio Penguin, 2015), ele transpõe para o universo corporativo sua crença pessoal no sucesso e felicidade advindos de uma postura pró-ativa, resiliente, flexível e otimista diante da vida. Com a autonomia e o exemplo dados pelos pais – em episódios que ele também narra em seu livro – ele aprendeu que uma liderança mais inspiradora e horizontalizada empodera os colaboradores. Eles não se sentem menos que seus líderes e colocam-se como parte importante na história da empresa e, portanto, peça-chave em seus resultados.
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INVESTINDO EM PESQUISAS
Na 3M, Cultura de
para avaliação e promoção do bemestar da população brasileira. Formado por uma rede de pesquisadores das áreas de Psicologia e Neurociências da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), o Centro, sediado no Instituto de Psicologia da USP (IPUSP), é o primeiro na área de Humanidades criado a partir de modelo de financiamento compartilhado entre uma empresa privada e a Fundação de Apoio à pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp). “O Centro tem uma característica inovadora, pelo fato de conciliar dois pilares: o da psicologia – com ênfase na psicologia positiva e sua noção de bemestar, incluindo as condições objetivas de vida, saúde, alimentação, habitação – e o da neurociência”, afirma Emma Otta, do Instituto de Psicologia da USP, também responsável pelo Centro. Os investimentos previstos para sua implantação e condução de suas atividades chegarão a R$ 40 milhões em dez anos, dos quais R$ 20 milhões serão divididos igualmente entre Natura e FAPESP. Outros R$ 20 milhões serão dispendidos como contrapartida pelas universidades, em forma de apoio institucional e administrativo aos pesquisadores envolvidos, incluindo salários e infraestrutura.
GAPs não entra. Empresa espera dobrar
seu faturamento em relação ao consolidado em 2014
Também figurando no ranking Great Place to Work, praticamente desde a criação do levantamento, a Natura por diversas vezes recorreu a treinamentos e modelos de gestão baseados em preceitos da PP. Desde os recursos humanos até os produtos da companhia, a preocupação é com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Cabe observar que a companhia mantém um departamento de Ciências de Bem-Estar, liderado atualmente pela biotecnóloga Patrícia Tobo. Sob sua gestão, também, a maior empresa brasileira do setor de cosméticos desenvolve pesquisas acadêmicas sobre o bem-estar humano e a felicidade. A empresa criou, no ano passado, o Centro de Pesquisa Aplicada em Bem-Estar e Comportamento Humano, voltado para estudos nas áreas de neurociências, Psicologia Positiva, Psicologia Social, Neuroimagem, Neuropsicofisiologia, Psicometria, estudos populacionais e longitudinais. A proposta é realizar pesquisas multidisciplinares, a fim de gerar novos conhecimentos, conceitos, metodologias, tecnologias, ações de educação, desenvolvimento de indicadores e a estruturação de uma base sólida
SUPERANDO A CULTURA DE GAPS Um dos grandes desafios nas organizações é fazer seus executivos superarem a Cultura de GAPs e
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ao mesmo tempo, foi possível melhorar em mais de 15% a qualidade dos serviços. A Elektro teve lucro líquido de R$ 371,2 milhões em 2015 (último número consolidado).
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focar nos pontos fortes, soluções e resultados positivos que os colaboradores desenvolvem (ver mais a respeito, aqui). Na 3M, indústria química multinacional, o combate a essa cultura é diário, rendendo à companhia o status de uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil por 15 anos consecutivos. O empenho tem se intensificado nesse sentido – desde 2014, com Jorge Lopez como presidente, um entusiasta da PP, a empresa recebe consultoria do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC) e torna sua gestão cada vez afinada com os preceitos desse movimento. O trabalho junto ao IPPC começou com uma programação oferecida na Universidade Corporativa da empresa, por meio de workshops, apresentando as bases da Psicologia Positiva aos líderes das equipes de executivos. Embora a ideia fosse disseminar os preceitos da PP a outros escalões por meio da liderança, após diversas vivências e treinamentos, toda a empresa passou a ter acesso a informação sobre o movimento, sobre como promover uma cultura positiva e o bem-estar dos profissionais da empresa. A Intranet da companhia foi uma aliada nesse caso, bem como o canal direto estabelecido de comunicação entre a presidência e os colaboradores, expondo o entusiasmo de Lopez frente a uma gestão mais positiva. Apenas o boca a boca sobre as experiências nos workshops e as informações circulando pelos corredores já surtiram grande efeito na cultura organizacional.
Cerca de 400
Logo de início, os líderes foram convidados a conhecer as suas 24 forças pessoais. “Aquilo que eu acho que é uma fraqueza do indivíduo pode estar contribuindo no time”, diz Cristiane Lo Ré, então gerente de Desenvolvimento de Pessoas da 3M, sobre a importância de se conhecer as forças dos colegas de equipe e entender seus modelos mentais e de ação sob a ótica dessas características. Conhecendo e valorizando seus pontos fortes, os colaboradores vão se afastando cada vez mais da Cultura de GAPs e atuam com mais produtividade e engajamento. Além das forças pessoais, mindfulness, resiliência, gestão de mudança e investigação apreciativa também são direcionadores corporativos da 3M, impactando direta e fortemente na cultura da organizacional. Cerca de 400 executivos da companhia acompanharam o programa proposto pelo IPPC e aplicam em seu dia a dia o que aprendem. O faturamento previsto pela companhia para o balanço de 2016 (ainda não consolidado) é de praticamente dobrar os quase R$3 bilhões obtidos em 2014.
executivos
da companhia acompanharam o programa proposto pelo IPPC e aplicam
em seu dia a dia o que aprendem
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Mindset Positivo
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COMO INSERI-LO NAS ORGANIZAÇÕES E OS NÍVEIS DE INTERVENÇÕES NECESSÁRIOS • POR LILIAN GRAZIANO • 16 MIP_MAG_6.indd 16
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À
Para Edward Freeman, da Virginia University, o motor do capitalismo não é
frente de uma consultoria em desenvolvimento humano que atua exclusivamente com Psicologia Positiva nas organizações há mais de 14 anos (www.psicologiapositiva.com.br), sinto-me à vontade para tecer algumas considerações acerca da inserção da Psicologia Positiva (PP) nas empresas, dos desafios encontrados nesse contexto, bem como sobre as melhores práticas para superá-los. É fato que, ao longo desse tempo tenho assistido, com alegria, um crescente interesse por parte das empresas em temas como felicidade, flow, gratidão, propósito e vários outros que gravitam pelo universo da Psicologia Positiva. Sem dúvida nenhuma, a abertura a esses assuntos por si só já diz muito sobre melhoria das condições de trabalho que, em geral, testemunhamos nos últimos 50 anos. E àqueles perdidos no tempo da mais valia, que por inércia ou ideologia escolheram ignorar o potencial de crescimento e realização pessoal que também podemos obter por meio do trabalho, faço minhas as palavras do professor de ética da escola de negócios da Virginia University, Edward Freeman, que afirma que o motor do capitalismo não é a competição e sim a colaboração, aliada ao nosso desejo de criar e fazer algo maior do que nós mesmos. Enfim, existe espaço para a Psicologia Positiva nas organizações. Ainda assim, o que temos a oferecer por meio de nossos estudos é, no mínimo, ousado, além do fato de representar uma mudança de mindset acerca do desenvolvimento humano e, em última instância, acerca do próprio trabalho, razão pela qual trata-se também de um imenso desafio.
– À superação da Cultura do GAP Pode parecer simples, mas cada um desses itens possui diversas implicações. Promover o florescimento humano vai muito além do que se compreende, por exemplo, como qualidade de vida no trabalho, que durante muito tempo foi vista como um conjunto de ações compensatórias voltadas à prevenção do sofrimento e, sobretudo, das doenças ocupacionais. Talvez estejamos falando de um outro momento em que evitar a doença, embora necessário, já não seja mais o suficiente. É preciso que por meio do trabalho, o indivíduo se desenvolva em todo o seu potencial e, desta feita, experimente o verdadeiro engajamento dos momentos de flow, dando sentido para o seu trabalho e, quiçá, um propósito para o seu “estar-no-mundo”. Não há dúvidas de que o segundo item encontra-se profundamente relacionado ao primeiro, já que a melhor maneira de desenvolver uma pessoa em todo o seu potencial, significa fazer um investimento
a competição e sim a colaboração,
aliada ao nosso desejo de criar e fazer algo
maior do que nós mesmos
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O QUE TEMOS A OFERECER Existem muitas intervenções diferentes que podemos fazer junto às empresas, porém acredito que a essência de um trabalho organizacional em Psicologia Positiva diz respeito a duas coisas: – À promoção do florescimento humano (e de um ambiente que o suporte)
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mencionado. Contudo, quando o tema é desenvolvimento humano, poucas vezes nos deparamos com o cenário ideal. Nesse sentido o segredo está em fazer um bom trabalho dentro do nível que a empresa está disposta a suportar (a maioria das vezes o primeiro), a fim de deixarmos as portas abertas para uma intervenção mais profunda quando (e se) esta for conveniente.
Trabalhar com Psicologia Positiva significa tratar de temas que despertam curiosidade, que têm apelo, enfim, que são populares. E ao mesmo tempo que isso pode significar um interesse natural por parte das pessoas, no universo corporativo o efeito costuma ser o oposto. Não que as empresas sejam sempre criteriosas. Muito pelo contrário, às vezes contratam “profissionais”, (muitas vezes famosos) que, como professores, são excelentes animadores de auditório e que acabam por “queimar” os temas tratados pela Psicologia Positiva. Isso acontece porque, ao serem tratados de forma leviana e não científica, tais temas passam a ser vistos internamente como variações do que, à boca pequena, os gestores costumam chamar de treinamentos de “abraçar árvores”. Ou seja, para cada treinamento que ministramos a partir da leitura de dezenas de livros e artigos científicos, existe um “famoso” ( ou um “nem tanto”) que oferece o “mesmo” treinamento sentando (literalmente) no colo dos participantes, vomitando obviedades, conceitos cientificamente equivocados ou ainda “dinâmicas” de eficácia duvidosa. Eis então o nosso paradoxo: Tratamos de temas que interessam a todos mas
naquilo que ela tem de melhor. Isso implica na quebra do dogma que diz que o maior potencial de desenvolvimento de um indivíduo encontra-se nas áreas em que ele tem o seu ponto mais fraco, o que é válido não apenas para indivíduos, mas também para organizações. Como diria Coperrider, empresas se desenvolvem na direção daquilo que investigam, e olhar exclusivamente para dificuldades e deficiências, muitas vezes transforma empresas inteiras em meras solucionadoras de problemas e seus funcionários em simples “apagadores de incêndio”, cujas energias vão sendo drenadas em um fluxo interminável. E o pior, todos cada vez mais dependentes dos problemas e dos incêndios para, afinal, justificarem sua razão de ser. Mudar esse estado de coisas é o que a Psicologia Positiva tem a oferecer ao mundo corporativo.
OS TRÊS NÍVEIS De acordo com esse propósito, acredito que a inserção da PP nas organizações apresenta 3 diferentes níveis de aprofundamento: 1- Superação de Resistências 2- Disseminação da cultura 3- Ampliação da geração de valor para os stakeholders Se pensarmos no cenário ideal, a consultoria em Psicologia Positiva deveria se iniciar num primeiro nível mais superficial de profundidade, até ir ganhando corpo para, finalmente, atingir o terceiro nível acima
O trabalho com a Psicologia Positiva nas empresas deve essencialmente promover o florescimento humano (e um ambiente que o suporte), e a superação da
cultura do GAP 18
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PRIMEIRO NÍVEL: A SUPERAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS
precisamos vencer a desconfiança de um público cada vez mais crítico e cansado de ser ludibriado. E como fazer isso? Engana-se quem pensa se tratar apenas de se manter atualizado em relação ao conhecimento científico. Esse é um começo fundamental, mas jamais suficiente para quem deseja se dedicar à consultoria em Psicologia Positiva. Sobretudo quando pensamos em treinamentos, tão importante quanto o conteúdo é a didática, saber transmitir os conceitos, simplificá-los sem assassiná-los, ter presença de palco (sim, isso também é importante embora nunca exclusivamente). Por fim, é necessária a capacidade de agregar valor. No universo corporativo (acredito que até mesmo fora dele) nenhuma teoria, por mais linda que seja, tem sentido se estiver desconectada da realidade daqueles que entram em contato com ela. E é aí que se encontra o “pulo do gato”. Falar sobre Psicologia Positiva, quase qualquer um que tenha lido Felicidade Autêntica é capaz de falar. Fazê-lo com presença de palco, qualquer um que tenha feito um curso de palestrante ou de pastor evangélico (sim, eles fazem curso para isso), também. Mas e quanto à agregar valor? Garantir o que em didática chamamos de transferência de aprendizagem e no universo corporativo chamamos de R.O.I? Durante um treinamento posso ter participantes interessados, impactados, mas se ao final do dia esses participantes não souberem como aplicar aquilo no seu cotidiano, é porque eu falhei. E o pior, deixei que todos saíssem com a impressão de que a Psicologia Positiva é maravilhosa, porém utópica, coisa de psicólogo que vive nas nuvens. Amanhã, quando estiver tentando vender consultoria para uma outra empresa,
Como diria Coperrider, empresas se desenvolvem na direção daquilo que investigam, e olhar exclusivamente para dificuldades e deficiências, muitas vezes transforma empresas inteiras em meras
solucionadoras de problemas
terei que lidar com o “passivo” do meu trabalho anterior mal feito. Isso porque as pessoas mudam de empresas. E, ao terem sido submetidas a treinamentos mal conduzidos no passado, tornam-se resistentes ao risco de vê-los repetidos em suas empresas atuais. Nesse sentido, difícil é sermos obrigados a lidar com um passivo gerado por outros “especialistas”. A saída, nesse caso, é encararmos isso como um efeito colateral da popularização da Psicologia Positiva e, sobretudo, como uma oportunidade para a construção do nosso diferencial no mercado. Isto posto, resta ainda discutirmos sobre os outros dois níveis mais profundos da inserção da Psicologia Positiva nas organizações. Mas isso faremos apenas no próximo número da nossa MIP Mag. Até lá!
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LILIAN GRAZIANO é psicóloga, doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). graziano@psicologiapositiva.com.br. Site: www.psicologiapositiva.com.br
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educação
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habilidades
socioemocionais
Elas serão o foco de políticas públicas educacionais nos Estados Unidos e no Brasil – não sem ressalvas. Como a Psicologia Positiva se insere nesse contexto? • Por Equipe MIP Mag •
O
Ministério da Educação brasileiro e o governo estadunidense estão adotando novas políticas educacionais que dão maior foco ao desenvolvimento de competências socioemocionais na escola. Em ambos os países o anúncio foi feito este ano e, no Brasil, a Base Nacional Curricular Comum, sob esse olhar, passará a impactar na formação de três macrocompetências entre os estudantes: cognitivas, emocionais/ sociais e comunicacionais. O texto da nova Base tramitará por conselhos do setor antes de ser aprovado, ainda neste primeiro semestre. A inclusão do treino em competências socioemocionais no ensino, porém, já é parte de um projeto piloto tocado sob a parceria entre Instituto Ayrton Senna (IAS) e governo do Rio de Janeiro, destacando-se medidas aplicadas no colégio Chico Anysio, na capital fluminense. Junto à Organização das Nações Unidas para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Instituto também encabeça a definição de instrumentos para medir essas habilidades em larga escala. Trata-se de uma iniciativa mundial pioneira, uma vez que ainda não há medições em escala de tais competências. Em torno de 25 mil alunos, de 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio, participaram da primeira bateria de avaliações realizadas nesse processo. E o processo de calibragem desses instrumentos continua. Trata-se do sistema SENNA
(sigla em inglês para “Avaliação Nacional de Socioemocionais ou Não-cognitivas”), que consiste em um questionário com pouco mais de 90 itens, além de informações sociais e econômicas, de desempenho acadêmico e cognitivo, bem como sobre o ambiente de aprendizagem. Os quesitos avaliados se baseiam na síntese transcultural de características da personalidade humana que apoiam o desenvolvimento pleno, intitulada por Gordon Allport e colegas de Big Five, correspondendo a: abertura a novas experiências, extroversão, amabilidade, consciência e estabilidade emocional. Resultados preliminares da aplicação do questionário desenvolvido pelo IAS e pela OCDE indicam que as competências Big Five bem desenvolvidas estão definitivamente associadas a um melhor desempenho escolar. Por meio do projeto piloto realizado no Rio foi possível verificar, ainda, que essas competências podem perfeitamente ser desenvolvidas por meio de políticas públicas educacionais. Afinal de contas, o que se pretende com isso é tornar a educação positiva? Talvez mais
Nos Estados Unidos, o trabalho em resiliência vem mostrando a importância do treino das competências socioemocionais nas escolas, implantado sob a forma de política educacional 21
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No topo do Ranking
Cingapura, primeira no PISA em 2016, vem mudando o foco de suas políticas educacionais, baseadas em “trabalho duro”, acesso universal aos estudos e meritocracia. O país viu na educação, em 50 anos de boas colocações no índice, a única forma de promover coesão e igualdade social. Os modelos e escolas do país, tornados competitivos e estratificados, hoje buscam alternativas que se concentram em promover uma postura mais positiva dos estudantes e em prepará-los para as adversidades da vida, com base em caráter e princípios. Uma decisão simples: o ensino baseado no mérito não promove mais a mobilidade social como antes. E há a necessidade clara de contribuição para a formação de uma sociedade mais justa e empática. Na pauta de educadores do país estão a teoria de Seligman e as descobertas neurocientíficas adjacentes, modelos de educação baseados em virtudes, bemestar e vida saudável. Exames tradicionais de desempenho e admissão estão em cheque – escolas estudam maneiras de incluir nas avaliações as aptidões e competências socioemocionais do alunos. Um programa chamado SkillsFuture (“habilidades do futuro”) dá 500 dólares cingapurenses (cerca de R$ 1,2 mil) a jovens a partir de 25 anos para que invistam em suas paixões, hobbies ou aprendizados, como caminho para seu desenvolvimento integral.
positiva, à medida que toda educação assim o é, por pressuposto, sem que tomemos como “positiva” uma abordagem centrada nos preceitos criados por Martin Seligman. Vale lembrar, ainda, que o treino de habilidades socioemocionais não é novidade nas salas de aula. Na verdade, o que os especialistas preconizam é que ele seja absolutamente intencional (e que os professores sejam preparados para fazê-lo – ponto em que teoria e prática em Psicologia Positiva se tornam essenciais), aliando o fortalecimento das emoções e a mudança de comportamentos ao desempenho acadêmico dos alunos. O modelo de avaliação global proposto para medir resultados da implantação das socioemocionais nas escolas, no entanto, desenvolve-se sob críticas. “O desenvolvimento socioemocional ou socioafetivo é, assim como o cognitivo, um processo de construção do sujeito, intermediado por questões sociais, culturais, ambientais que não pode ser medido por meio de itens de testes de larga escala. O que se intenta é torná-lo mensurável e quantificável para apoiar classificações?”, perguntam os integrantes da Associação Nacional de de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), em carta aberta à sociedade, atenta ao perigo de rotulações e de mais um índice internacional, a exemplo do PISA (índice de desempenho global em matemática, leitura e ciências entre países membros da OCDE) em que, se o país não for competente, alimentará ainda mais a baixa autoestima dos alunos de escolas públicas. Trata-se, na opinião de muitos especialistas, de uma medida esquizofrênica, de se utilizar ou partir de um modelo capitalista e meritocrático de avaliação, quando se quer humanizar a educação, promovendo-a integralmente e com base em características subjetivas.
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educação
Mas como disseminar uma educação mais positiva (referindo-se, de fato, aos preceitos de Seligman) em larga escala, sem criar modelos de avaliação de resultados? Ou, mesmo, sem partir dos outros índices existentes, sempre atrelados em demasia a fatores socioeconômicos, mesmo quando tratam de bem-estar e desenvolvimento pleno do ser humano? Talvez os fins possam justificar os meios e tudo vá se ajustando na perspectiva de que vivemos um novo paradigma de vida, educação e economia.
RESULTADOS Nos Estados Unidos, o trabalho em resiliência vem mostrando a importância do treino das competências socioemocionais nas escolas, implantado sob a forma de política educacional. O PROGRAMA DE RESILIÊNCIA PENN, desenvolvido pela Universidade da Pensilvânia em estabelecimentos de ensino, aumenta efetivamente a capacidade dos alunos em lidar com adversidades cotidianas. Em mais de 20 anos de implantação, com mais de 20 estudos publicados, envolvendo mais de 3 mil crianças e adolescentes com idade entre 8 e 22 anos, ele previne a depressão, a ansiedade e diversos problemas de conduta entre os jovens. Obviamente, associado ao modelo de ensino, também os prepara para a vida e situações típicas do universo profissional e do mercado de trabalho. No Brasil, a métrica piloto e outras existentes nos mostram caminhos para minimizar, além desses problemas, as desigualdades sociais. Isso além de melhorar nossos indicadores de desempenho acadêmico. “Os resultados preliminares do Inaf
2015 demonstram que, dentre os brasileiros menos favorecidos, aqueles que atingem os patamares maiores de alfabetismo e realizações na vida (medidas por renda e escolaridade final atingida) são justamente os que possuem maior grau de abertura, persistência e autoestima. Esse dado revela que a promoção dessas competências pode ser uma poderosa aliada para diminuição das desigualdades sociais”, diz uma análise no âmbito do Índice Nacional de Analfabetismo Funcional (INAF). Mencionando apenas uma única característica socioemocional entre os alunos, elevar a sua abertura a novas experiências significa acelerar o seu aprendizado, para que avance um até um terço do ano letivo em Português. Já para matemática, o desempenho pode ser elevado em um terço do ano letivo com um aumento na dimensão da consciência, entre outros ganhos. Seja qual for a mudança ou a métrica implantada em escolas públicas no Brasil, nesse sentido, é essencial que os esforços e investimentos sejam coesos e constantes, caso contrário, qualquer diretriz curricular se tornará letra morta. A preparação dos professores é medida tão urgente e prioritária quanto as melhorias no ensino, bem como entender que é pela educação que se modifica o projeto de um país inteiro, sob inúmeros aspectos.
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Entre os alunos brasileiros, elevar a sua abertura a novas experiências significa acelerar o seu aprendizado, para que avance até um terço do ano letivo em Português
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www.porvir.org
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neurociência
CRÍTICA EXCESSIVA VOLTADA PARA NOSSO PRÓPRIO COMPORTAMENTO AUMENTA O ESTRESSE E ESTÁ RELACIONADA À ANSIEDADE E À DEPRESSÃO. UMA DAS MAIS EFICAZES FORMAS DE ALIVIAR A PRESSÃO CONSTANTE É SENDO COMPASSIVOS E GENTIS EM NOSSA AUTOAVALIAÇÃO, SEGUNDO ESTUDO
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Compaixão consigo mesmo e bem-estar mental
• POR MARCO CALLEGARO •
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U
ma pesquisa com estudantes do primeiro ano da faculdade, conduzida no Canadá e publicada no periódico Personality and Individual Differences, revelou um mecanismo psicológico interessante que permite reduzir altos níveis de cobrança com o próprio desempenho. Segundo a investigação, uma frase curta e simples pode servir como uma das melhores formas de aliviar a intensa pressão psicológica que assola estudantes, e a presunção de efeito positivo provavelmente pode ser estendida para profissionais e pessoas de qualquer idade com um auto nível de exigência com sua própria performance. A frase mágica é “não seja tão duro consigo mesmo”. Para entender a razão de tamanhos benefícios e alívio psicológico, temos que revisar o que é compaixão, e particularmente, o que é a autocompaixão. A compaixão envolve vários processos psicológicos como empatia, tolerância ao estresse, coragem, sabedoria, motivação e atos de bondade que interagem em nível intra-pessoal e interpessoal. A compaixão envolve sentimentos positivos frente aos outros, envolve se importar realmente, um desejo de que os outros fiquem bem e não sofram, e também é referida na literatura de neurociências como preocupação empática. Estudos de neurociências com uso de neuroimagem mostraram que situações que despertam compaixão estão ligadas à ativação
A compaixão envolve vários processos psicológicos como
empatia, tolerância ao estresse, coragem, sabedoria, motivação e atos de bondade que interagem em nível intra-pessoal e interpessoal
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neurociência
se for efetiva na redução da autocrítica que bloqueia os afetos positivos. Entendendo melhor a autocompaixão, podemos ver por que a frase mágica funciona tão poderosamente. Pesquisas têm apontado que o aumento da autocompaixão está associado a uma sensível redução do estresse, otimismo, sentir-se vivo e com energia. O estudo canadense mostrou que o bem-estar mental aumenta, pois as necessidades psicológicas de autonomia, competência e conexão são atendidas. Segundo os pesquisadores canadenses, a autocompaixão tem três componentes-chave. O primeiro ingrediente da receita autocompassiva é a autogentileza, a habilidade de ser carinhoso e terno consigo mesmo, mais do que ser excessivamente crítico. O segundo é a humanidade comum, que representa uma compreensão de que todo mundo comete erros e têm falhas, e que estamos no mesmo barco que o restante da humanidade. Finalmente, existe o componente do mindfulness, que significa estar presente e atento, mantendo os pensamentos em equilíbrio, mais do que focando ou destacando exageradamente alguns pensamentos. Com base nestes ingredientes, podemos compor uma receita que produza bem-estar mental e alívio do estresse. Um exercício escrito pode aumentar nosso senso de autocompaixão, mas deve necessariamente ser acompanhado de um sentimento compassivo do indivíduo enquanto ele escreve. Os investigadores canadenses sugerem que se escolha uma experiência negativa recente, e se escreva como foi, sem ser critico demais e reconhecendo que todos
ele escreve
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Um exercício escrito pode aumentar nosso senso de autocompaixão, mas deve necessariamente ser acompanhado de um sentimento compassivo do indivíduo enquanto
dos circuitos cerebrais da dor na pessoa que empatiza com quem está sofrendo. Um experimento examinou os circuitos cerebrais do córtex anterior cingulado, região que normalmente se ativa com a própria experiência de dor. Quando os participantes foram expostos a vídeos exibindo pessoas sofrendo, notouse que, à medida que estes relatavam maior compaixão subjetiva, mais ativação era exibida na região do córtex cingulado anterior. A autocompaixão, por sua vez, é um conceito muito utilizado pelo psicólogo britânico Paul Gilbert. Segundo Gilbert, criador de um tipo de Terapia Cognitiva que foi chamado de “focada na compaixão”, a autocompaixão é uma reguladora natural do humor e está ligada às emoções positivas pró-sociais, como sentimento de conexão com os outros, valor pessoal, cuidado e proteção. Dentro desta abordagem, uma intervenção que encoraje a autocompaixão pode funcionar como um antídoto para depressão e ansiedade,
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Lembre-se da lógica
cometem erros. Um estudo com mais de 5000 participantes, realizado pela instituição filantrópica Action for Happiness, confirmou uma forte associação entre felicidade e autoaceitação. Nesse estudo, foram registrados os dez hábitos diários que promovem bemestar segundo pesquisa científica. Os hábitos estão enumerados por ordem do mais praticado até o menos praticado: 1. Doação: fazer coisas pelos outros 2. Relacionar-se: conectar-se com as pessoas 3. Exercitar-se: cuidar do seu corpo 4. Apreciar: notar o mundo ao redor 5. Aprender: se manter aprendendo novas coisas 6. Direção: ter metas a perseguir 7. Resiliência: achar caminhos para dar a volta por cima 8. Positividade: ter uma abordagem positiva 9. Aceitação: estar confortável com o que você é 10. Significado: fazer parte de algo maior Curiosamente, a maior associação encontrada entre estes hábitos e a felicidade foi com o hábito de autoaceitação. No entanto, a visão autocompassiva teve a menor pontuação em termos de ser efetivamente praticada. A receita deste estudo foi de três passos para turbinar a autocompaixão
1. Seja gentil consigo mesmo como você é com os outros. Veja seus erros como oportunidades para aprender. Note as coisas boas e que você faz bem, mesmo que pequenas. 2. Pergunte a um amigo no qual você confia para falar quais são suas forças e o que ele valoriza a respeito 3. Despenda algum tempo sendo gentil consigo mesmo. Tente sintonizar em como esta se sentido e tente ficar em paz consigo mesmo. Cultivar a autocompaixão é algo simples e pode ter um efeito muito importante para aliviar o tormento da autocrítica, que muitas vezes está associado a perfeccionismo e padrões muito elevados de exigência. Lembre-se desta lógica autocompassiva na próxima vez que perceber seus pensamentos açoitando sua mente com chibatadas críticas. Não seja tão duro consigo mesmo...
autocompassiva
na próxima vez que perceber seus pensamentos
açoitando sua mente com
chibatadas críticas. Não seja tão duro
consigo mesmo...
MARCO CALLEGARO é psicólogo, mestre em Neurociências e Comportamento, diretor do Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva (ICTC) e do Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva (IPTC). Autor do livro premiado O Novo Inconsciente: Como a Terapia Cognitiva e as Neurociências Revolucionaram o Modelo do Processamento Mental (Artmed, 2011). É ex-presidente da Associação de Psicologia Positiva para a América Latina (APPAL). www.appal.org.br (Associe-se!)
saiba mais
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Katie E. Gunnell et al. (2017) Don’t be so hard on yourself! Changes in selfcompassion during the first year of university are associated with changes in well-being, Personality and Individual Differences, Volume 107, 1 Março 2017, Pg 43-48, ISSN 0191-8869, http://dx.doi. org/10.1016/j.paid.2016.11.032.
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leituras
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Parceria indissociável
Livro comenta contribuição da Psicologia Positiva para o Coaching e traz aplicações práticas conjuntas de ambos
esde seu surgimento, a Psicologia Positiva demonstrou uma sintonia significativa com o Coaching em suas aplicações. Na voz de Martin Seligman (2011), Robert Biswas-Diener (2007) e Linley e Joseph (2004), para não citar outros, essa aliança entre os dois já se configurava. E nesse caso, certamente, naquele tipo de relação ganha-ganha, em via de mão dupla, já que ambos se beneficiam reciprocamente um do outro. Temáticas correlatas entre as duas abordagens que justifiquem sua aplicação conjunta não faltam. Pode-se citar: as potencializações
humanas primária ou secundária para indivíduos funcionais; a aplicabilidade multidisciplinar da Psicologia Positiva que casa perfeitamente com diversos nichos de Coaching; o campo fértil de aplicação de intervenções positivas tanto em sessões de coaching como em “To Do’s”; o uso de assessments de qualidades humanas positivas, que permitem a identificação de recursos internos, necessários ao atingimento de metas dos processos de Coaching; o rigor científico dos métodos de pesquisa da Psicologia Positiva que dá ao Coaching a credibilidade que muitos de seus modelos/escolas não oferecem; a elevação
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• por Andréa Perez •
do bem-estar, favorecido pelas estratégias e ações sente exatamente da mesma forma; intencionais, que traz benefícios ao cliente de Coaching ou seja, fica difícil, depois de colocar e, consequentemente, ao processo, com o aumento em prática as temáticas da Psicologia da perspectiva, a melhoria da criatividade e melhores Positiva e ver o sucesso dos clientes, conexões mentais que esse estado permite. Enfim, dissociar uma abordagem da outra. seria possível ficar aqui enumerando muitas outras E já que fica complicado, o melhor é correlações pertinentes. aprofundar e cada vez mais Outro ponto importante a melhorar nossos processos ser levantado é o indubitável de coaching com base na crescimento do Coaching em PP e essa obra é um ótimo dos diversas vertentes, desde “manual” para isso. um manancial significativo Por que chamo de manual? métodos de pesquisa de cursos de formação até porque, da Psicologia Positiva Simplesmente o interesse de uma gama aqui, os autores entregam robusta da sociedade que vê ao leitor coach, sempre dá ao Coaching a no Coaching a possibilidade de sedento de conteúdo, dicas, que transformação de suas vidas. perguntas poderosas, forma Apesar das contribuições de condução de sessões, muitos de desse crescimento para o práticas, escalas, indicações seus mercado de trabalho – já que de assessments e muito mais, muitas pessoas estão vendo cuja aplicação é pertinente não nessa atividade profissional acima de tudo. E por que um saída para suas carreiras–, “leitor coach”? Porque o livro oferecem há que se tomar extremo não vai ensinar ninguém a ser cuidado com certas práticas de coaching, com os coach. (Se é isso que você procura, sugiro milhares de novos “experts do desenvolvimento buscar primeiramente uma formação.) humano”, saídos muitas vezes sem preparo de cursos Como diferencial, nos 12 capítulos e de formação a cada mês, induzidos pelas próprias 316 páginas, a publicação apresenta escolas onde se formam a acreditarem que tudo podem, inúmeras temáticas de ambos os campos que já detêm o que precisam para “mudar vidas”. de estudo por meio do relato de vivências Nesse ponto, a Psicologia Positiva pode agregar profissionais dos autores, não apenas conteúdo, teoria e prática a esses profissionais de com citações de estudos de casos Coaching, baseando-se em evidências empíricas, com relacionados a nichos específicos, mas mais critério, seriedade e possibilidade de resultados indicando de forma mais instrucional e evitando o uso das ferramentas de Coaching como caminhos para intervenções de Coaching verdadeiras “poções mágicas”. com base na Psicologia Positiva. Nesse cenário, a dica desta edição da MIP Mag é uma obra que pode permitir um entendimento mais abrangente sobre os pontos de contato entre ambas as abordagens: o livro Positive Psychology in Coaching – Applying Science to Executive and Personal Coaching. Já de início, para que você entre no clima cativante que essas duas abordagens favorecem, destaco uma frase dos autores “Agora que a psicologia positiva é usada extensivamente no coaching, é difícil para nós imaginar um sem o outro uma vez que se complementam lindamente” ( p.1) Quem trabalha com o Coaching, assim como eu,
O rigor científico
credibilidade
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modelos/ escolas
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O trecho que aborda a integração entre as duas abordagens é essencial ao coach que pretende atuar nesse segmento – considero como ponto de partida sine qua non o entendimento dos pontos de contato entre ambas. Sempre digo a meus alunos que para trabalhar com o Coaching de Psicologia Positiva, é preciso, antes de tudo, entender o alinhamento existente entre ambos, entender os ganhos que a felicidade traz ao processo e o quanto o coach precisa ter convicção sobre os resultados que as intervenções positivas, assessments, escalas e outros temas podem trazer ao processo. E essa parte do livro vai favorecer o seu entendimento sobre isso.
Vale destaque o
cuidado dos autores em
discorrer sobre os temas de forma a permitir que um leitor leigo – sendo o livro o seu primeiro contato com a Psicologia Positiva – tenha
uma noção
extremamente ampla do que é a
abordagem
Temáticas como emoções positivas, ações intencionais, gratidão, generosidade, forças pessoais, virtudes, talentos, engajamento, significado, realização, mindset, bem-estar, florescimento, relacionamentos, metas, satisfação com a vida, teorias, intervenções, emoções negativas, crenças, entre outros, são apresentadas conceitualmente e com informações mais recentes, inclusive quanto a desdobramentos e reconsiderações que alguns estudos já tiveram ao longo do tempo, o que permite que a obra seja um referencial importante por sua atualidade para seus estudos como coach. Alguns capítulos trazem vários temas, enquanto
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leituras
outros apresentam um Assim teríamos: Muito A obra como um aprofundamento ainda Fácil para quem já atua todo é de maior, o que acontece como coach de PP, Fácil com o flow, conjugado não só para quem é coach, mas não ao significado, e quem já atua com PP, Pouco Fácil para o coach, mas para para quem conhece PP e trabalha com essa escola de Coaching positivo sabe não é coach e Difícil para quem atua no da importância desse quem não conhece nenhum tema, como impulsionador dos temas. em de novas formas de É claro que se escolhi especial na área de comportamento que o livro para estar aqui na favorecem o processo. MIP-Mag é porque super Nessa parte, os autores indico a obra. Mas como enfatizam a aplicação do Experience sou uma apaixonada por ambas as abordagens, a minha Sampling Method (ESM), visando à escolha tem ainda aquela pitada de intencionalidade de identificação das experiências de flow tentar nutrir em vocês essa mesma paixão. nos coachees e como promover a sua Boa leitura! aplicação durante o processo e quais ANDRÉA PEREZ CORRÊA é pós-graduada em Psicologia benefícios pode produzir. Positiva e coaching, mestranda em Sistemas de Gestão na Outros capítulos concentram-se Universidade Federal Fluminense, membro-fundadora do Instituto fortemente no contexto organizacional, Brasileiro de Psicologia Positiva (IBRPP), docente do MBA trazendo temáticas como happiness Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva do Instituto de Pós-Graduação (IPOG). Dedica-se à disseminação da Psicologia workplace, clientes, lideranças, Positiva e é criadora da Biblioteca Positiva. E-mail: acorrea97@ estratégias organizacionais, processos hotmail.com. Site: www.ibrpp.com.br. Facebook Andréa: http://on.fb. de mudança, entre outras, nas quais me/1O97CZm. e Biblioteca Positiva: http://on.fb.me/1Mejd8T o coaching lança mão da Psicologia Positiva no contextos corporativo. Aliás, a obra como um todo é de extrema Ficha técnica importância não só para o coach, mas Positive Psychology in Coaching para quem atua nesse cenário, em – Applying Science to Executive especial na área de recursos humanos, and Personal Coaching Autores: Sandra l. Foster e Jeffrey para conhecer a pertinência de iniciativas Ethan Auerbach de Coaching com Psicologia Positiva, Editora: Executive College Press já que se trata do setor onde recaem Ano: 2015 as demandas quanto às melhorias de comportamento, performance e relacionamentos dos stakeholders. saiba mais Vale destaque o cuidado dos autores em discorrer sobre os temas de forma BISWAS-DIENER, Robert; DEAN, Ben. Positive a permitir que um leitor leigo – sendo Psychology Coaching. Putting Science of Happiness to o livro o seu primeiro contato com Work for your Clients. Hoboken, NJ: John Wiley&Sons, Inc., a Psicologia Positiva – tenha uma 2007. noção extremamente ampla do que é a LINLEY, P. Alex & JOSEPH, Stephen. Positive Psychology Psicologia Positiva, mesmo sendo um in Practice. Hoboken, NJ: Wiley & Sons Inc., 2004. livro específico de coaching. SELIGMAN, Martin E. P.. Florescer. Uma Nova Em termos da facilidade da leitura, eu Compreensão sobre a Natureza da Felicidade e do Bemoptaria por desmembrar a minha análise estar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. em escala em função do público leitor.
extrema importância
cenário corporativo,
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recursos humanos
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positive news
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Pessoas criativas têm cérebro mais conectado Os pesquisadores não encontraram diferenças estatísticas de conectividade dentro dos hemisférios cerebrais, nem entre homens e mulheres. Mas quando compararam os 15% mais bem pontuados nos testes de criatividade com aqueles voluntários 15% menos pontuados, as pessoas de alta pontuação tinham significativamente mais conexões entre os hemisférios direito e esquerdo. Dunson disse que sua abordagem também pode ser usada para prever a probabilidade de uma pessoa ser altamente criativa com base simplesmente na estrutura de rede de seu cérebro. “Talvez ao escanear o cérebro de uma pessoa podemos dizer no que eles provavelmente serão bons”. (Fonte: Robin Ann Smith – Duke University)
Esta seção prestigia o trabalho da Good News Agency, que proporciona boas notícias às mídias do mundo inteiro, com material em inglês, italiano e português. (clique no LINK para saber mais)
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Uma série de livros de autoajuda e seminários nos dizem para explorar o lado direito do cérebro para estimular a criatividade. Mas esqueça o mito do “cérebro direito” – um novo estudo sugere que, na verdade, é a qualidade da comunicação entre os dois hemisférios cerebrais que distingue as pessoas altamente criativas das demais. Para o estudo, os estatísticos David Dunson da Duke University e Daniele Durante da Universidade de Padova analisaram a rede de conexões de substância branca em 68 regiões cerebrais de voluntários saudáveis de idade universitária através de uma série de testes de criatividade. As respostas foram utilizadas para elaborar uma pontuação de criatividade para cada um dos voluntários.
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A leitura das emoções de acordo com a forma com que o olho vê Usamos os olhos dos outros – se eles são alargados ou estreitos – para reconhecer estados emocionais, e as inferências que fazemos alinham com a função ótica dessas expressões, de acordo com uma nova pesquisa. A pesquisa revela, por exemplo, que as pessoas muitas vezes associam olhos estreitos com emoções relacionadas à discriminação, incluindo repulsa e suspeita. “Nossos resultados mostram que a forma como vemos se relaciona diretamente com a forma como os outros nos vêem, através de nossas expressões faciais”, diz o cientista Daniel H. Lee da Universidade de Colorado Boulder. “Esta é uma clara demonstração de personificação emocional, que ocorre do remetente para o receptor.” “Voltamos para as argumentações de Darwin”, diz Lee. “Suas teorias sobre como nossas expressões evoluíram para ter uma função sensorial para o remetente mostrou como também co-evoluiu para ter função de comunicação para o receptor.” Abrir nossos olhos amplifica a sensibilidade
visual, permitindo que entre mais luz, algo que nos ajuda a ver todas as ameaças que possam espreitar nas proximidades. Estreitar nossos olhos, no entanto, pode aumentar a acuidade visual, nos ajudando a diferenciar pequenos detalhes. Lee e Anderson levantaram a hipótese de que esses tipos opostos de expressões, que se originaram para fins óticos, podem ter sido cooptados para fins sociais, operando como sinais de estados mentais conceitualmente relacionados. (Fonte: Association for Psychological Science)
América Latina e Caribe podem ser a primeira região em desenvolvimento a erradicar a fome
IMAGENS: FREEPIK
A América Latina e o Caribe poderão ser a primeira região em desenvolvimento a erradicar completamente a fome se seus governos reforçarem a implementação de um plano de segurança alimentar desenvolvido pelo bloco CELAC, disse o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva. Aprovado pela CELAC em 2015, o plano promove políticas públicas abrangentes para reduzir a pobreza, melhorar as condições rurais, adaptar a agricultura às mudanças climáticas, acabar com o desperdício de alimentos e enfrentar os riscos de desastres. (Fonte original: http://www.fao.org/news/story/en/item/468062/icode/)
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positive news
Bélgica contribui para o apoio à resposta e à capacidade de resiliência a catástrofes e crises Bélgica, um apoiador de longa data do trabalho da FAO em situações de emergência, aprofundou seu compromisso de proteger a agricultura nos países atingidos por desastres, com uma contribuição € 14 milhões. Isso aumenta a capacidade da FAO e dos seus países membros de responder a catástrofes e crises de forma imediata e de fortalecer a resiliência de agricultores e pastores vulneráveis a longo prazo. A maior parte da contribuição destina-se a reforçar a capacidade dos agricultores de resistir aos choques através de programas plurianuais – uma abordagem inovadora para o financiamento de respostas humanitárias. Comumente, os projetos humanitários são financiados em ciclos de seis meses ou um ano, deixando um tempo limitado para
reabilitar a produção agrícola e para melhorar as práticas sensíveis ao risco. Estes ciclos de projeto de longo prazo são particularmente importantes para a agricultura, pois permitem o apoio por meio de várias estações e colheitas. Eles estavam entre as recomendações Cúpula Mundial da Ajuda Humanitária de 2016, que focou na redução do sofrimento humano e na entrega de melhor ajuda para as pessoas que enfrentam crises ao redor do mundo. A proteção de gado valioso com alimentação de emergência e vacinações é outra ação precoce importante em muitas crises, de modo que os animais continuam fornecendo proteína, leite e renda para as comunidades de pastores. (Fonte original: http://www.fao.org/news/ story/en/item/463210/icode/)
Destacando os desafios trazidos pela necessidade de enfrentar o extremismo violento e a radicalização nas prisões. a agência das Nações Unidas, mandatada para prevenir o crime internacional e apoiar a reforma da justiça criminal, revelou um novo manual que oferece conselhos práticos sobre a gestão de prisioneiros violentos extremistas, desvinculando-os da violência e facilitando sua reintegração social após a liberação. O Manual de Gestão da Presos extremistas violentos e a prevenção da radicalização à Violência nas Prisões , lançado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime ( UNODC ) visa fortalecer componentes-chave da gestão prisional, incluindo a formação do pessoal prisional, gestão de riscos e esforços de reabilitação. “Ele também adverte contra hipóteses generalizadas a respeito de um tema muito complexo, assim como adverte contra “soluções rápidas” quando se trata de gestão de prisioneiros extremistas violentos”, disse o UNODC em um comunicado à imprensa anunciando o manual. Além da perda de vidas e de danos econômicos, o extremismo violento - um desafio enfrentado por muitos países ao redor do mundo - pode dividir comunidades e dar origem a pontos de vista cada vez mais reacionários e extremistas. Além desses desafios, a gestão desses elementos violentos que acabam na custódia do Estado é igualmente importante e urgente. (Fonte original: http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=55977#.WJe9drGh3o0)
IMAGENS: FREEPIK/DIVULGAÇÃO/FOTOS PÚBLICAS
Novo manual da ONU visa abordar a gestão de extremistas violentos
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PESQUISADORES CONCLUEM QUE AS EMOÇÕES SÃO COGNITIVAS E NÃO INATAS
As emoções não são programadas de forma inata em nosso cérebro, mas, na verdade, são estados cognitivos resultantes do processamento de informações, concluem Joseph LeDoux, professor da Universidade de Nova York, e Richard Brown, professor da Universidade da Cidade de Nova York na última edição da revista Proceedings da Academia Nacional de Ciências. “Nós argumentamos que as experiências conscientes, independentemente do seu conteúdo, surgem de um sistema no cérebro”, explica LeDoux, professor do Centro de Ciências Neurais da Universidade de Nova York. “As diferenças entre os estados emocionais e não emocionais são os tipos de insumos que são processados por uma rede cortical geral de cognição, uma rede essencial para experiências conscientes”. Como resultado, LeDoux e Brown observam que “os mecanismos cerebrais que dão origem a emoções conscientes não são fundamentalmente diferentes daqueles que dão origem a experiências conscientes perceptivas”. Trabalhos já existentes argumentam que as emoções são programadas de forma nata nos circuitos subcorticais do cérebro. Como resultado, as emoções são muitas vezes tratadas como diferentes dos estados cognitivos de consciência, como aqueles relacionados com a percepção de estímulos externos. Em outras palavras, as emoções não são encaradas como uma resposta ao que nosso cérebro absorve de nossas observações, mas sim como algo intrínseco à nossa composição. No entanto, depois de levar em conta o conhecimento existente sobre cognição e emoção, LeDoux e Brown vêem uma arquitetura bastante diferente para as emoções – uma mais centrada no processo do que na composição. Eles concluem que as emoções são “estados de ordem superior” incorporados em circuitos corticais. Portanto, ao contrário das teorias atuais, eles vêem estados emocionais como semelhantes a outros estados de consciência. (Fonte: New York University)
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positive news
O Rotary anunciou US $ 35 milhões em doações para apoiar o esforço global para acabar com a pólio, elevando a contribuição da organização de serviços humanitários para US $ 140 milhões desde janeiro de 2016. Cerca de metade dos fundos anunciados (US $ 16,15 milhões) vão apoiar as campanhas de resposta de emergência na Nigéria e na Bacia do Lago Chade (Chade, Camarões setentrional, sul do Níger e República Centro-Africana) (...) Embora tenham sido registados progressos significativos com relação à doença, com apenas 35 casos em 2016, a poliomielite continua sendo uma ameaça nas áreas de difícil acesso e pouco atendidas e zonas de conflito. Para sustentar esse progresso e proteger todas as crianças contra a poliomielite, os especialistas dizem que são necessários US $ 1,5 bilhão. (...) O Rotary contribuiu com
mais de US $ 1,6 bilhão, incluindo fundos de contrapartida da Fundação Bill e Melinda Gates e incontáveis horas de voluntariado desde o lançamento de seu programa de imunização contra a poliomielite, PolioPlus, em 1985. Em 1988, o Rotary se tornou um parceiro de liderança na Iniciativa Global de Erradicação da Pólio com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a UNICEF, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, e mais tarde se juntou à Fundação Bill & Melinda Gates. Desde que a iniciativa foi lançada, a incidência de pólio despencou em mais de 99,9 por cento, de cerca de 350.000 casos por ano para 35 confirmados em 2016, e nenhum caso em 2017 (…) (Fonte original: https://www.rotary.org/pt/ rotary-announces-35-million-support-poliofree-world)
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IMAGENS: FREEPIK/WIKIPEDIA
Rotary anuncia doação de US $ 35 milhões em campanha para um mundo sem pólio
positive wiki
Nesta seção você verá conceitos e definições da Psicologia Positiva abordados ao longo da revista. (Elaboração: Equipe IPPC)
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Felicidade:
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Partindo da ideia de felicidade de Aristóteles (eudaimonia), ainda no século IV a.C., a Psicologia Positiva acredita na felicidade como resultado de uma vida virtuosa. Não parte da ideia de que só devemos ter ocorrências positivas na vida para nos considerarmos felizes, mas, sim, colocarmos na balança todos os momentos e ter uma percepção positiva da vida, um foco no que há de bom e que pende a balança para uma vida feliz.
Eudaimonia e hedonismo
O hedonismo se refere à busca por experiências prazerosas, enquanto a eudaimonia, um conceito originalmente formulado por Aristóteles, envolve ter propósito e direcionamento profundos na vida. A felicidade eudaimônica, proveniente de uma vida com significado, é aquela que se propõe nas bases da Psicologia Positiva.
Savoring
Enquanto as correntes tradicionais da psicologia tendem a buscar meios de lidar com experiências negativas, a Psicologia Positiva busca maximizar os efeitos das experiências positivas. O Savoring, por sua vez, visa a saborear os bons momentos, e é uma forma de intensificar e ampliar seus poderes, de modo a fazer as lembranças, reminiscências e antecipações positivas mais fortes e ativas do que as negativas em nosso funcionamento mental.
IMAGENS: FREEPIK/WIKIPEDIA
Flow
O conceito de flow foi desenvolvido pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, que, a partir do estudo do processo criativo, interessou-se pelo fenômeno da motivação intrínseca. O estado de flow, também chamado de experiência máxima, faz com que o indivíduo se envolva completamente na atividade que está exercendo, empregando nela aquilo que de melhor ele tem a oferecer. Por essa razão, nos momentos de flow, atividade e sujeito tornam-se um só. Ao agir na sua zona de excelência, o sujeito que experimenta o estado de flow não precisa
de supervisão, controle ou qualquer tipo de monitoramento externo na medida em que a atividade exercida lhe é intrinsecamente recompensadora. O flow pode ser conseguido em qualquer tipo de experiência. Porém há pessoas que o conquistam no exercício profissional, tornando seu trabalho uma importante fonte de gratificação e, por extensão, de felicidade. Hoje já existem empresas no mundo todo interessadas em promover o flow no ambiente organizacional, numa típica iniciativa na qual todos saem ganhando.
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positive wiki
A partir do conceito de felicidade como resultado de uma vida virtuosa, os pesquisadores estudaram vários códigos de conduta da cultura oriental e ocidental, tais como bíblia, alcorão, bushidô etc., procurando virtudes comuns a todos eles. Chegaram, assim, a seis virtudes: sabedoria, coragem, humanidade, justiça, moderação e transcendência. O próximo passo surgiu do questionamento: quais as características que um ser humano deveria ter para conquistar tais virtudes? Os pesquisadores chegaram, assim, a 24 características, as quais denominaram de forças pessoais. Nesse sentido, as forças pessoais são: • Gratidão • Bravura e Valor • Justiça e Equidade • Humor • Liderança • Perdão • Bondade e Generosidade • Cidadania • Entusiasmo e Energia • Criatividade e Originalidade • Curiosidade • Espiritualidade e Senso de Propósito • Apreciação da Beleza e da Excelência • Capacidade de Amar e Ser Amado • Humildade e Modéstia • Esperança • Amor pelo Conhecimento • Inteligência Social • Integridade e Autenticidade • Perspectiva e Sabedoria • Prudência • Pensamento Crítico e Lucidez • Perseverança • Autocontrole e Autorregulação
Peak performance
Peak performance, ou performance de pico, é um conceito bastante confundido com o estado de flow. Porém, especialistas costumam fazer a seguinte diferenciação: flow seria um estado mental, enquanto a performance de pico diria respeito a um desempenho físico ótimo, que por sua vez favoreceria o estado de flow.
Locus de controle
Trata-se de um constructo que visa explicar de onde o indivíduo percebe ser a fonte de controle de sua vida. Existem dois tipos de locus de controle: o locus de controle externo (quando o indivíduo percebe sua vida como sendo controlada por fatores externos a ele mesmo) ou o locus de controle interno (quando o indivíduo sente estar ele próprio no controle de sua vida). Embora oscilem entre essas duas percepções, as pessoas têm um estilo de locus de controle predominante, e na pesquisa de Lilian Graziano sobre felicidade e locus de controle, essa pesquisadora encontrou uma correlação positiva significativa entre locus de controle interno e felicidade. (Para saber mais acesse: http://www.teses.usp.
br/teses/disponiveis/47/47131/tde-23052006164724/pt-br.php)
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Forças pessoais
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sua felicidade english version click
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ARQUIVO PESSOAL
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Contemplação e amizade “M
inha felicidade é estar com amigos, nas ocasiões em que compartilhamos ideias, lembranças, risadas. É isso que torna a vida mais poética e bonita. Um lugar para esse encontro pode ser qualquer um. Uma mesa de bar, a sala de estar, a calçada ou a grama mais próximas – espaço para contemplar a nossa história, a música que gostamos, a (baixa) culinária ou simplesmente a beleza do tempo livre para as amizades.” Jussara Goyano, 38 anos, coach e editora desta publicação (foto tirada em Monteiro Lobato – SP – Brasil)
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make itmag positive
Positive Psychology • neuroscience • coaching • wellbeing • knowledge Special featur e: Brené Brow n and the recipe fo r success base d on vulnerability
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HAPPINESS AND PROFIT IN ORGANIZATIONS Approach changes relationships, climate, productivity levels and management in Brazilian companies. See the step by step to implement a positive mindset Plus:
Self-compassion makes us happier Positive emotions and positive characteristics as public education policy in Brazil and globally Book explores the relationship between Coaching and Positive Psychology
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editorial
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A matter of numbers and humanity
I
t’s no news that the corporate world has exhausted the traditional management models. No one can still stand authoritarian leadership, aggressive competitiveness and focus on productivity at all costs causing pressures that are not efficient in bringing consistent and continuous outcomes. It is well known that a lot of money is lost on such “strategies” that do not support the company’s growth in the long run. In this era where “Human Capital” is the greatest asset for companies, there is neuroscience knowledge to support our people management decisions. And the body of theories, research and practices in Positive Psychology to transform the fiasco of traditional management schools in something that, in addition to being more human, is also more efficient. Happiness, after all, is indeed profitable! Balance between employees’ personal and professional life, working with more purpose, greater engagement towards companies’ results – all of this is possible through a management model based on Positive Psychology whose final goal is the happiness of everyone in the organization. That happens while sales increase almost 40%, productivity also rises up, and consumers sense something different – and better – in the air. Talents remain in the company and turnover rates drop. Need we say more? Brazilian companies are waking up to that reality and adhering in greater number and intensity to Positive Psychology principles. Leadership heads the change in mindset and passes it on to other ranks. But that happens in a more horizontal way by means of examples, of greater integration and empathy with the team and, mainly, in an exercise of knowing and developing the character strengths of subordinates, in a culture of personal flourishing. Nowadays, Positive Psychology in companies is a matter of numbers and humanity, and its growth is our cover story for this issue, among other topics and articles that are not less inspiring. Be sure to also read our next issue, which brings the sequence of Lilian Graziano’s article on how to implement the change to a positive mindset in organizations. Good reading! Jussara Goyano, Positive Coach and editor of the MIP Mag
Ano II – n o 6 – jan./fev./mar. 2017 www.makeitpositivemag.com
MIP Mag é uma publicação trimestral do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). É proibida a reprodução sem autorização do IPPC e dos autores. As informações ou opiniões contidas nesta publicação não refl etem necessariamente a posição do IPPC. DIRETORIA Lilian Graziano Fabio Appolinário CONSELHO EDITORIAL Lilian Graziano MEMBROS DO INSTITUTO Arthur Ranieri Claudia Ribeiro Cléa Graziano Fabiola Bernardo Frank Roman Lidia Pagni Mara Laimgruber APOIO
Associação de Psicologia Positiva da América Latina REALIZAÇÃO:
PONTO A
comunicação & conteúdo www.ponto-a.com • comunicacao@ponto-a.com @PontoA_falecom • Tel./Fax (11) 3042-5900
Edição e coordenação (coordinator): Jussara Goyano Arte e projeto gráfi co (design): Monique Elias Tradução (translator): Fabíola Bernardo Revisão: Marina Werneck (Inglês) CONTATOS COM A REDAÇÃO: Tel./ Phone number: +55 11 3042 5900 E-mail: mipmag@psicologiapositiva.com.br Endereço para correspondência/ Adress: Rua Helena, 140, cj. 111/112, Vila Olímpia, S. Paulo – SP – Brasil CEP: 04552-050 COMERCIAL E MARKETING: E-mail: secretaria@psicologiapositiva.com.br Tel.: +55 11 9 5328 4010
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SUMMARY
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EDITORIAL
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ENTREVISTA Brené Brown and the power of vulnerability
make itmag positive
Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento Especial: Brené Brow nea receita do suces so baseado em vulnerabilidade
FElicidAdE E lucro nAs EmprEsAs Abordagem modifica relacionamentos, clima, níveis de produtividade e gestão de empresas brasileiras. Entenda o passo a passo para a implantação de um mindset positivo
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Veja também:
Autocompaixão nos torna mais felizes Emoções e características positivas como política pública educacional no Brasil e no mundo
COMPANIES The return on investment in Happiness
Livro desvenda relação entre Coaching e Psicologia Positiva
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NEUROSCIENCE Self-compassion as a factor for mental wellbeing
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Steps for the Implementation of a Positive Mindset
READING Positive Psychology in Coaching – Applying Science to Executive and Personal Coaching, de Sandra l. Foster e Jeffrey Ethan Auerbach AND MORE... PLUS...
EDUCATION Positive emotions and socio-emotional competences in the Brazilian curricular framework
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Positive Positive News News Positive Positive WIKI WIKI
Sua YourFelicidade Happiness 4
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interview
Vulnerability
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as a catalyst of strength and courage
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Researcher Brené Brown explains how people who allow themselves to be vulnerable replace fear and shame for happy paths filled with authenticity • By Jussara Goyano •
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interview
B
shame
rené Brown is are available in her website Understanding a social worker, www.brenebrown.com. is only one variable that professor and Her books are among the best researcher sellers of the New York Times from the University – one of them, The Gifts of of Houston, USA. She Imperfection, is an introductory spent the past 15 years work to her research. The Wholehearted of her life researching Her lecture The Power of themes like courage, Vulnerability is one of the five identify vulnerability, shame and most watched at TED, with over vulnerability as the empathy with surprising 25 million views. discoveries. Brené is also the CEO of Although vulnerability COURAGEworks – a platform is our intrinsic condition, that offers empowering for many of us struggle lessons on vulnerability against it every day in for individuals and families; the mistaken notion and she also maintains of becoming perfect Brave Leader INC., another and unattainable beings – this was platform that features her latest research on evident in Brené’s research. However, leadership development and culture change she noticed that people who allowed themselves to be vulnerable, and who were not paralyzed in the face of fear and shame, were happier and turned vulnerability, something associated with failure and weakness, into authenticity, making it a huge catalyst of strength and courage to live. The researcher called those individuals Wholehearted (sincere, genuine in their feelings). That discovery also entailed deep changes in Brené’s life. “I spent many years trying to outsmart or overcome vulnerability by making things certain and definite, black and white, good or bad”, she says. ”My inability to lean towards the discomfort of vulnerability limited the wholeness of important experiences that are made of uncertainty: love, belonging, trust, joy, and creativity, just to name a few. Learning to be vulnerable has been a street fight to me, but it was worth it”, she declares. Brené keeps an extensive schedule of webinars, courses and publications to promote her findings, many of which
contributes to Wholeheartedness.
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catalyst courage, compassion, and connection
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for teams, leaders, entrepreneurs, educators, and other agents of cultural transformation. The researcher lives in Houston, Texas, with her husband Steve, and her children Ellen and Charlie – amidst her busy family and professional schedule, she talked to MIP Mag about vulnerability, shame, empathy, courage, and human connections. Here is what she told us. HOW DID YOU COME TO THE SUBJECT OF “VULNERABILITY” IN YOUR RESEARCH?
I actually started out studying connection. Studying connection was a simple idea, but before I knew it, I had been hijacked by my research participants who, when asked to talk about their most important relationships and experiences of connection, kept telling me about heartbreak, betrayal, and shame – the fear of not being worthy of real connection. By accident, then, I became a shame and empathy researcher, spending six years developing a theory that explains what shame is, how Vulnerability it works, and how we are shame researchers. To be cultivate resilience in Wholehearted, you have to is the the face of believing know a lot about shame.” But that we’re not enough – I look I was wrong. Understanding that we’re not worthy of shame is only one variable that for in you and the love and belonging. contributes to Wholeheartedness. In 2006 I realized The Wholehearted identify I’m that in addition to vulnerability as the catalyst willing to show you. for courage, compassion, understanding shame, I had to understand and connection. In fact, the In you, it’s the flip-side: “What willingness to be vulnerable and daring. do the people who are emerged as the single clearest the most resilient to value shared by all of the In me, it’s shame, who believe in women and men whom I would their worthiness – I describe as Wholehearted. They call these people the attribute everything – from their Wholehearted – have in common?” professional success to their marriages to their I hoped like hell that the answer proudest parenting moments – to their ability to to this question would be: “They be vulnerable.
first thing
last thing
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courage
weakness
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interview
flawed and therefore unworthy of love and belonging. It’s the fear that From the very beginning of my investigations, something we’ve done or failed to do, embracing vulnerability emerged as an important an ideal that we’ve not lived up to, or category. I also understood the relationships a goal that we’ve not accomplished between vulnerability and the other emotions that makes us unworthy of connection. I’ve studied. But in my previous work, I assumed “I’m not worthy or good enough for that the relationships between vulnerability and love, belonging, or connection. I’m different constructs unlovable. I don’t belong.” like shame, belonging, Vulnerability is about There are no data and worthiness were showing up and being seen. to support that shame coincidence. Only It’s tough to do that when after twelve years we’re terrified about what is a of dropping deeper people might see or think. for good behavior. and deeper into this When we’re fueled by the work did I finally fear of what other people In fact, shame is much understand the role think or that gremlin that’s more likely to be it plays in our lives. constantly whispering Vulnerability is the “You’re not good enough” in the cause of destructive core, the heart, the our ear, it’s tough to show and center, of meaningful up. We end up hustling for human experiences. than it is to be the solution our worthiness rather than Our rejection standing in it. of vulnerability Shame is highly often stems from our associating it with dark correlated with addiction, violence, emotions like fear, shame, grief, sadness, and aggression, depression, eating disappointment— emotions that we don’t want to disorders, and bullying. There are discuss, even when they profoundly affect the way no data to support that shame is a we live, love, work, and even lead. helpful compass for good behavior. In What most of us fail to understand and what fact, shame is much more likely to be took me a decade of research to learn is that the cause of destructive and hurtful vulnerability is also the cradle of the emotions behaviors than it is to be the solution. and experiences that we crave. Vulnerability is WHAT PEOPLE ARE SO AFRAID OF, the birthplace of love, belonging, joy, courage, IF THE ONLY CERTAINTY THEY HAVE and creativity. It is the source of hope, empathy, IS THAT THEY WILL SOMEDAY FAIL accountability, and authenticity. If we want AND THIS WILL SOMEHOW HAVE greater clarity in our purpose or deeper and more CONSEQUENCES? meaningful lives, vulnerability is the path. If we are brave enough often enough, AND HOW ABOUT THE CONTRIBUTION OF SHAME we will fall; this is the physics AND COURAGE? ARE THEY RELATED TO THIS of vulnerability. The process of IMPORTANT INTRINSIC CHARACTERISTIC OF US ALL? regaining our emotional footing in the The difficult thing is that vulnerability is the midst of struggle is always scary – first thing I look for in you and the last thing it’s also where our courage is tested I’m willing to show you. In you, it’s courage and and our values are forged. daring. In me, it’s weakness. This is where shame Shame is one of the most powerful comes into play. Shame is the intensely painful reasons that we’re afraid to fail. feeling or experience of believing that we are “What will people think?” “I’ll be COULD WE SAY THAT VULNERABILITY IS THE MOTOR OF THE HUMAN EVOLUTION IN A CERTAIN WAY?
helpful compass
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hurtful behaviors
IS THE EXPRESSION OF HUMAN AUTHENTICITY AS A VIRTUE RATHER THAN A FAILLURE) IS EMBRACED BY MARTIN SELIGMAN’S POSITIVE PSYCHOLOGY. WHAT IS YOUR INVOLVEMENT WITH THE POSITIVE PSYCHOLOGY MOVEMENT?
I come from a social work tradition where the focus is on the contextualization of practice – we have to look at the cultural, psychological, biological, economic, and political context of all issues. In doing this work, many of my findings support and are supported by findings from the Positive Psychology movement. It’s not my foundation, but I certainly have learned from that line of inquiry. THINKING ABOUT THE DEVELOPMENT OF MORE AUTHENTIC AND OPTIMISTIC SOCIETIES, WHAT WOULD BE YOUR MOST VALUABLE ADVICE(S) TO INDIVIDUALS AND INSTITUTIONS?
Our willingness to own judged.” “They’ll think and engage with our If we want to less of me.” These are vulnerability determines more the shame tapes that the depth of our courage play in our heads and we and the clarity of our need to be aware of when purpose. By fearing to we’re considering trying step into the arena – to something a new way or show up in our lives – we more innovation and testing a new idea. Shame sacrifice relationships and is paralyzing. Vulnerability creativity, and more joy opportunities that may on the other hand is daring. not be recoverable. We in we have That’s when we say, “This squander our precious time might not work, but I’m to find a way to engage and we turn our backs on going to try it. If I fail I’ll our gifts, those unique learn from my mistakes contributions that only we and move forward. The idea can make. If we want to or project might fail, but experience more meaningful that doesn’t mean that I’m relationships, more a failure. It means I’m an innovator. innovation and creativity, and more joy in our lives, we have to find a way to WE PERCEIVE THAT THE PARADOX OF engage with our vulnerability. We have VULNERABILITY (WHICH IS THE DEFINITION OF to be willing to try new things, to risk COURAGE RATHER THAN WEAKNESS, THAT IT failure, to speak our minds.
experience meaningful relationships, our lives,
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with our vulnerability
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corporate
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Return in happiness
the of investment
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For the steps of implementing a positive mindset, be sure to read the following article. Get a quickly access by clicking HERE
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hat companies like Natura, 3M, and Elektro, from such different sectors, have in common? They have the use of Positive Psychology (PP) in the implementation of significant behavioral changes and improvement of the organizational environment. And what do they gain by using this method? A lot, and their collaborators and employees even more. These companies pursue a more humane and horizontal management, with the satisfaction and well-being of their professionals being on their top priorities – but they do not lose sight of the promising numbers generated by this positive environment. According to a study conducted by the North American Shawn Archor, currently one of the main experts of PP, sales are up to 37% higher in organizations that join this philosophy of management. The productivity of these companies increases by more than 30%, while the effectiveness in achieving goals and tasks becomes almost 20% higher among employees who enjoy a more positive state of mind. Even the costumer’s perceptions are influenced by the implementation of this mindset. It also
PRODUCTIVITY AND BILLING STATISTICS ARE MAKING BRAZILIAN COMPANIES AWARE OF THE NEED FOR POSITIVE MANAGEMENT AND THE NEED TO PROMOTE WELL-BEING • BY MIP MAG TEAM (WITH INFORMATION FROM FAPESP AGENCY/ TRANSLATOR: MARINA WERNECK) •
Even the most conservative
return expectations
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are advantageous. The lower level of interventions can represent 2% of financial returns, which in some companies can mean
millions of dollars
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At Elektro, operating costs fell by 22% (over US $ 30 million), but at the same time it was possible to
and well-being in companies. The lower level of interventions, promoting hope, optimism, and resilience in employees generates almost 2% of financial return per year, which may seem slight without considering the fact that in a medium-sized US company this percentage may represent about half a billion dollars a year. Another great liability of organizations – the recurrence of health problems among their employees and absences arising from these issues – is also minimized through a positive business philosophy. And the improvement occurs vertically, from the higher to the lower positions in the team. Happier leaders (and whose management practice is based on the pillars of positive leadership) are healthier and tend to have equally happier and healthier teams in an effect called Barbara Friedrickson’s
improve the quality of services by more than 15% promotes the reduction of the turn-over and the loss of talent, which today is an important liability for companies. Even the most conservative return expectations are advantageous. Ted Luthans and his team at the University of Nebraska work to create models to measure the financial return of investments in happiness
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At Natura, the internal
Positive Upward Spiral. Behavioral changes through disseminated and positive interventions under the precepts of PP generate a cycle that feeds and expands from its results, influencing the collaborators mutually. Still about health in the company it is worth mentioning that, in general, happier people develop 50% more antibodies for some diseases – and even after a few months of positive interventions this result is already possible. Positive mental states reduce not only flu and other lung diseases, but cardiovascular, joint and, of course, mood disorders – a real “kick” in the main causes of absenteeism in companies. It should also be noted that health and productivity are only some of the fields of life benefited by positive interventions. Hundreds of studies conducted by researchers such as Sonja Lyiubomirsky, Ed Diener, and Laura King account for improvements not only in these fields but also in creativity, sociability and the levels of enthusiasm and energy of individuals. Happiness and its consequences become assets that employees can take to their homes.
proactive, resilient, flexible and optimistic attitude towards life. With the autonomy and the example set by his parents - in episodes he also tells in his book - he learned that a more inspiring and horizontal leadership empowers employees. They do not feel smaller than their leaders and think of themselves as an important part in the company’s history and, therefore, as a key component in its results. They develop a more positive relationship with their peers, with the company itself, and increase the level of trust in themselves. “We have electricians wanting to be engineers and they want to participate in our internal recruitments”, Fernandes said in a speech about his management to businessmen in the sector. At Elektro, the communication is easy between the different hierarchical levels and there are no divisions between the departments. The environment is collaborative and the leader is only a facilitator in the growth of each collaborator and of the organization’s results. In this philosophy, the company headed 6 times the list of the best places to work in the country, according to the Great Place to Work ranking in the
experience resulted in the investment of US $ 6,5 million in an academic wellness
research center
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A GOOD PLACE TO WORK About 99% of collaborators’ satisfaction with the company is the percentage obtained by Elektro, from the electric power sector, under the management of its CEO, Márcio Fernandes. In his book, Felicidade da Lucro (Portfolio Penguin, 2015), he transposes his personal belief in success and happiness to the corporate universe, coming from a
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At 3M, Culture of
Last year, the company created the Center for Applied Research in Welfare and Human Behavior, focused on studies in the areas of neurosciences, Positive Psychology, Social Psychology, Neuroimaging, Neuropsychophysiology, Psychometry, population and longitudinal studies. The proposal is to carry out multidisciplinary research in order to generate new knowledge, concepts, methodologies, technologies, educational actions, development of indicators and the structuring of a solid base for evaluation and promotion of the well-being of the Brazilian population. Formed by a network of researchers from the areas of Psychology and Neurosciences of the University of São Paulo (USP), the Federal University of São Paulo (Unifesp) and the Mackenzie’s Presbiterian University, the Center, based at the Institute of Psychology of USP (IPUSP), is the first in the area of Humanities created from a shared funding model between a private company and the Foundation for Research Support in the State of São Paulo (Fapesp). “The Center has an innovative feature, because it combines two pillars: psychology – with emphasis on positive psychology and its notion of wellbeing, including the objective conditions of life, health, food and housing – and neuroscience” , Says Emma Otta, from the Institute of Psychology at USP, also responsible for the Center. The investments planned for its implementation and conduction of its activities will reach US $ 10 million in ten years, of which US $ 6,5 million will be divided equally between Natura and FAPESP. Another US $ 6 million
GAPs does not apply. Company expects to double
its revenues in relation to consolidated billings in 2014
INVESTING IN SURVEYS Also appearing in the Great Place to Work ranking, practically since the creation of the survey, Natura has repeatedly resorted to training and management models based on precepts of PP. From human resources to company products, their concern is with improving the quality of life of people. It should be noted that the company maintains a Department of Welfare Sciences, currently headed by biotechnologist Patrícia Tobo. Under her management, also, the largest Brazilian company in the cosmetics sector develops academic research on human wellbeing and happiness.
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Large companies category (with more than 1,000 employees). It was also voted the best in all Latin America in 2015. Another achievement of the company was that, operating in a sector liable to major accidents, these were reduced to practically zero. Operating costs fell by 22% (over U$ 30 million), but, at the same time, it was possible to improve the quality of services by more than 15%. Elektro had a net income of US $ 106.2 million in 2015 (last consolidated number).
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will be spent as a counterpart by the universities, in the form of institutional and administrative support to the researchers involved, including wages and infrastructure.
OVERCOMING GAP CULTURE One of the big challenges in organizations is to get their executives out of GAP Culture and focus on the strengths, solutions, and positive results that employees develop (see more here). At 3M, the multinational chemical industry, the fight against this culture is daily, giving the company the status of one of the best companies to work in Brazil for 15 consecutive years. The commitment has intensified in this sense – since 2014, with Jorge Lopez as president, a PP enthusiast, the company receives advice from the Institute of Positive Psychology and Behavior (IPPC) and makes its management increasingly in tune with the precepts of this movement. The work with the IPPC started with a program offered at the company’s Corporate University, through workshops, presenting the bases of Positive Psychology to the leaders of the executive teams. Although the idea was to spread the precepts of PP to other levels through leadership, after various experiences and training, the whole company had access to information about the movement, how to promote a positive culture and the well-being of the professionals of the company. The company’s intranet was an ally in this case, as well as the established direct channel of communication between the presidency and employees,
About 400 company executives have followed the IPPC program and apply what they learn in their daily lives
exposing Lopez’s enthusiasm for more positive management. The conversations about the workshop experiences and the information circulating in the corridors by themselves had a great effect on the organizational culture. From the get-go, leaders were invited to meet their 24 personal strengths. “What I think is a weakness of the individual may be contributing to the team,” says Cristiane Lo Ré, Manager on the sector of People Development at 3M in 2015, about the importance of knowing the strengths of your teammates and understanding their mental and behavioral models. Knowing and valuing their strengths, employees are increasingly moving away from the Culture of GAPs and work with more productivity and engagement. In addition to personal strength, mindfulness, resilience, change management and appreciative inquiry are also 3M’s corporate drivers, impacting directly and strongly on organizational culture. About 400 company executives have followed the IPPC program and apply what they learn in their daily lives. The company’s expected billing for the balance sheet of 2016 (not yet consolidated) is to almost double the nearly US $ 1 billion from 2014.
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Positive
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HOW TO FIT IT IN ORGANIZATIONS AND THE LEVELS OF INTERVENTION TO DO SO • BY LILIAN GRAZIANO • 16 MIP_MAG_6_ingles.indd 16
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For Edward Freeman, from the University of Virginia, capitalism
s head of a human developing consulting company working exclusively with Positive Psychology in organizations for more than 14 years (www. psicologiapositiva.com.br), I feel rather comfortable to reflect on the integration of Positive Psychology (PP) in companies, the challenges related to it, as well as the best practices to overcome those challenges. It is a fact that during those years I have joyfully watched the increasing interest of companies for themes such as happiness, flow, gratitude, purpose and several others related to the realm of Positive Psychology. Undoubtedly, an open mind about topics such as these in itself says a lot about the improvement of working conditions that we have witnessed in the past 50 years. And for those stuck in the times of surplus value, who either for inertia or ideology have chosen to ignore the potential for growth and personal fulfillment that can be drawn from work, I echo the words of University of Virginia’s ethics professor Edward Freeman, who says that capitalism is not driven by competition but it is rather driven by collaboration, along with our willingness to create and do something bigger than ourselves. That is to say, there is a place for Positive
is not driven by competition but it is rather driven by
collaboration,
along with our willingness to create and do something
Psychology in organizations. Nonetheless, what we have to offer by means of our studies on PP is bold, to say the least. Apart from the fact that it represents a change in mindset about human development and ultimately about work itself, which also makes it a huge challenge.
WHAT WE HAVE TO OFFER
There are several different interventions that can be carried out in organizations, although I believe that the core of organizational work based on Positive Psychology involves the following two components: – The fostering of human flourishing (and of an environment that supports it); – The overcoming of the GAP-based mindset; It might seem simple, but each of those points entails several implications. Fostering human flourishing, for example, goes way beyond what we understand as quality of life at work, a concept that for a long time was viewed as a set of compensatory actions aimed at preventing suffering and, most importantly, occupational diseases. Perhaps we are at another moment in which avoiding disease, although a necessity, is no longer enough. It is necessary that through one’s work they are able to develop to their full potential and therefore experience the true engagement from the moments of flow, giving meaning to their work and perhaps a purpose for their “being-in-the-world”. There is no doubt that the second aspect is deeply related
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bigger than ourselves
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consulting work would begin in a first, more superficial, level and it would gain shape until it finally reaches the third level mentioned above. However, when it comes to human development, there is rarely an ideal scenario to begin with. In that sense, the secret is delivering a good work within the level the company is willing to support (most of the time the first one), so that the doors are left open for a deeper intervention when (and if) it is convenient. to the first, since the best way to develop people to their full potential is investing on their best features. That implies breaking the dogma that states that the highest potential for people’s development is found in their weakest areas, believed to be true not only for individuals, but also for organizations. As Coperrider would say, companies develop towards what they investigate, and looking exclusively at difficulties and deficiencies often turns entire companies into mere problem solvers, and their employees into mere “firefighters” whose energy is drained time and again on an infinite stream. And the worst part is that everyone becomes increasingly dependent on the problems and fires to justify their raison d’être. Positive Psychology offers the corporate world a way for changing that state of things.
Working with
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THE THREE LEVELS In line with this purpose, I believe the inclusion of PP in organizations has 3 different depth levels for its full development: 1- Overcoming resistances 2- Dissemination of culture 3- Expanding the creation of value to stakeholders If we think about the ideal picture, a Positive Psychology
FIRST LEVEL: OVERCOMING RESISTANCES Working with Positive Psychology means addressing themes that raise curiosity, themes that are appealing and ultimately popular. And while that may mean a natural interest from people, in the corporate world the effect is usually the opposite. It is not that companies are always meticulous. On the contrary, sometimes they hire “professionals”, (often famous ones) who as teachers are excellent entertainers, and end up discrediting the themes addressed by Positive Psychology. That happens because, when treated carelessly and in a non-scientific way inside organizations such themes become variations of what managers covertly call “treehugging” training sessions. In other words, for each training session we deliver based on the study of dozens of books and scientific papers, there is a “famous professional” (or “not quite that famous”) that offers the “same” training (literally) sitting on participants’ laps, pouring out obviousness and scientific
Positive Psychology in companies should essentially promote the fostering of human flourishing (and of an environment that supports it), and the
overcoming of the GAP-based mindset 18
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As Coperrider would say, companies develop towards what they investigate, and looking exclusively at difficulties and deficiencies often turns misconceptions or even conducting ”dynamics” of questionable efficacy. Hence our paradox: we address themes that interest everyone but we need to overcome the mistrust of an audience that is increasingly critical and tired of being deceived. And how to do that? Wrong to think it is enough to keep yourself updated on the latest scientific knowledge out there. No doubt this is an essential starting point, but it is far from enough for those who want to dedicate themselves to Positive Psychology consulting. Didactics is as important as content, especially in terms of training, as it is being able to convey concepts, elucidate them while preserving their meaning, and having stage presence (yes, that is also important although not exclusively). Finally, the ability to add value is necessary. In the corporate world (and I believe even out of it) no theory, as great as it may be, makes sense if it is dissociated from the reality of those who come in contact with it. And that is the “wrinkle” of the trade. Almost anyone who has read Authentic Happiness is able to talk about Positive Psychology. Doing it with stage presence is also possible for those who have taken a speech course or have trained to be an evangelical preacher (yes, they take courses for that). But what about adding value? What about ensuring what we call transference of knowledge in didactics and R.O.I in the corporate world? In a training session I might have participants who are interested in it, and are impacted by it; however if at the end of the day they are not able to apply the content in their daily lives, I have failed. And what is worse, I allowed everyone to leave with a notion that Positive
entire companies into mere problem solvers
Psychology is wonderful but utopian, something for psychologists who have their heads in the clouds. The next time I try to sell consulting work to a company, I will have to deal with the liability of my previous poor job. That is because people change companies. And if they have had poorly conducted training in the past, they become reluctant to the idea of repeating that experience in their current company. In that sense, it is difficult to be forced to deal with the liability created by other “experts”. In such case, the solution is to see it as a side effect of Positive Psychology’s popularization and, most importantly, as an opportunity to make a difference in the market. That being said, we have yet to discuss the two other deeper levels of the inclusion of Positive Psychology in organizations. But let us leave that for the next MIP Mag issue. See you then! LILIAN GRAZIANO is psychologist who earned a PhD in psychology from the University of São Paulo (USP) and is also the director of the IPPC. E-mail: graziano@psicologiapositiva.com.br. Site: www.psicologiapositiva.com.br
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Social and emotional Skills
They will be the focus of public education policies in the United States and in Brazil – not without reservations. How does Positive Psychology fit within this context? • By The MIP Mag Team •
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he Brazilian Ministry of Education and the United States government are adopting new education policies that place greater focus on the development of social and emotional skills in schools. Both countries announced the decision this year; in Brazil, the Regular National Curriculum Framework shall impact on students’ development on three macro competencies: cognitive, emotional / social and communicational. Sector councils will work on the text of the new framework before its approval, a process that should take place on the first half of the year. Nevertheless, the inclusion of social and emotional skills training in education is already part of a pilot program run under the partnership between the Ayrton Senna Institute (IAS) and the government of Rio de Janeiro, with emphasis on special procedures used at Chico Anysio School, located in the state capital. Along with the United Nations Organization for Economic Cooperation and Development (OECD), the Institute leads the definition of the instruments used to measure those skills on a large scale. It is a pioneering initiative in global terms, once such skills have not yet been measured on massive scale. Approximately 25,000 students from the 5th to the 9th year of secondary education and from the 3rd
year of high school participated on the first series of assessments in the process, in which the fine tuning of the instruments used still ongoing. It is called the SENNA (Social and Emotional or Non-cognitive Nationwide Assessment) system, which is a questionnaire with over 90 items, as well as information on social and economical conditions, cognitive and academic performance and about the learning environment. The aspects assessed are based on cross-cultural aspects and the human personality traits that support full development, which called by Gordon Allport and his colleagues the Big Five: openness to new experiences, extraversion, agreeableness, conscientiousness and emotional stability. Preliminary results of the application of the questionnaire developed by the IAS and the OCDE indicate that well-developed Big Five skills are definitely associated with a better school performance. The pilot project developed in Rio also showed that it is perfectly possible to develop those skills by means of public policies.
The Regular National Curriculum Framework shall impact on students’ development on three macro competencies: cognitive,
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At the top of the ranking
Is this intended to make education positive, after all? Perhaps to make it more positive, since all education is assumed to be positive per se, with no implication of “positive” in terms of the approach centered in the principles created by Martin Seligman. It is also important to remember that training social and emotional skills in classrooms is nothing new. Actually, what subject matter experts advocate is that it should become completely intentional (and that teachers should be prepared to do it – the very point where theory and practice of Positive Psychology become essential), combining the emotions’ strengthening and behavior changes to the academic performance of students. However, the global assessment model proposed to measure results of the implementation of social and emotional skills training in schools has been developed under criticism. “The socio-emotional or socio-affective development is, as the cognitive one, a process of construction of the subject, mediated by social, cultural, and environmental issues that cannot be measured through items of large-scale tests. Is the aim to make it measurable and quantifiable so as to support classifications?” a question that members of the National Association of Graduate Studies and Research in Education (Anped) ask in an open letter to society, raising awareness to the danger posed by labels and by another international index – such as the PISA (Program for International Student Assessment – a global performance index on mathematics, reading and sciences conducted in the countries that are members of the OECD) – which upon bad results from a country, further increases the low self-esteem of public school students there. That is, in the opinion of many experts, a schizophrenic measure of using a capitalist and meritocratic model of evaluation when the aim is to humanize education, promoting it
Singapore, PISA’s top rated country in 2016, has been changing the focus of its education policies, which are based on “hard work”, universal access to education and meritocracy. The country saw education, in 50 years of good positions in the ranking, as the only way to promote social cohesion and equality. Their models of school , which became competitive and stratified, are currently in the path of seeking alternatives that focus on promoting a more positive attitude in students and preparing them for the adversities in life, based on character and principles. A simple decision: teaching based on merit no longer promotes social mobility as it once did; and there is the clear need of contribution to the making of a fairer and more empathic society. In the country’s educators’ agenda are Seligman’s theory and its adjacent neuroscience findings, education models based on virtues, wellbeing, and a healthy life. Traditional performance and admission exams are at stake – schools consider ways to include social and emotional skills in students’ evaluations. A program named SkillsFuture gives $500 Singapore dollars to young people from the age of 25 to invest on their passions, hobbies or apprenticeships as a path for them to develop to their fullest.
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education
in its integrity and based on subjective characteristics. But how are we to disseminate a more positive education (actually referring to Seligman’s principles) in a large scale, without creating models to evaluate results? Or even without taking the other existing indexes as a basis (since they are always too attached to social and economical factors, even when talking about wellbeing and the full development of the human being)? Perhaps the ends can justify the means and everything adjusts to the perspective that we are living a new paradigm for life, education and economy.
RESULTS In the United States, the work on resilience has shown the importance of training social and emotional skills in schools, implemented as an education policy. The PENN RESILIENCY PROGRAM, developed by the University of Pennsylvania in educational institutions, effectively increases students’ abilities to deal with adversity in everyday life. In more than 20 years, with more than 20 published empirical studies, and involving more than 3,000 children and teenagers aged 8 to 22, the program prevents depression, anxiety, and several conduct problems among young people. Obviously, when coupled with the educational model, it also prepares them for life and for situations related to the professional world and the job market. In Brazil, the pilot metric and other existing metrics present us with ways to minimize social inequalities, in addition to the problems previously mentioned; and also improve our academic performance indicators.
Here is a statement from an analysis made within the scope of the National Index of Functional Illiteracy (INAF): “The preliminary results of Inaf 2015 demonstrate that among less privileged Brazilians those with and the highest levels of literacy and accomplishments in life (measured by income and level of education) are precisely those with higher level of openness, persistence and selfesteem. This fact shows that promoting such skills may be a powerful way of decreasing social inequalities”. To mention one single socio-emotional characteristic in students, increasing their openness to new experiences means to streamline their learning so that it advances the equivalent to one to one-third of the school year in Portuguese. As for mathematics, the performance can be raised by one third of the school year with an increase in the dimension of conscientiousness, which can also entail other gains. Irrespective of the changes or metrics implemented in public schools in Brazil, it is essential that the efforts and investments be coherent and continued, otherwise any curricular guideline becomes a dead letter. The training of teachers is an issue as urgent and primary as the improvements in schooling, as it is to understand that education, in many aspects, is the means to change an entire country’s project.
In the United States,
the work on resilience has
shown the importance of training social
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and emotional skills in schools, implemented as an education policy
to learn more:
www.porvir.org
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EXCESSIVE CRITICISM TOWARDS ONE’S OWN BEHAVIOR INCREASES STRESS AND IS RELATED TO ANXIETY AND DEPRESSION. NEW RESEARCH SHOWS THAT ONE OF THE MOST EFFECTIVE WAYS TO RELIEVE CONSTANT PRESSURE IS TO BE COMPASSIONATE AND KIND WHEN ASSESSING ONESELF
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Compassion towards oneself and mental wellbeing
• BY MARCO CALLEGARO •
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research conducted in Canada with firstyear college students, and published in the academic journal Personality and Individual Differences, found an interesting psychological mechanism that allows the reduction of high-level expectations related to one’s own performance. According to the investigation, a simple short sentence can be one of the best ways to relieve the intense psychological pressure that strikes students, and the assumption of a positive effect can probably be extended to professionals and virtually anyone that is too demanding with themselves. The magic sentence is “don’t be so hard on yourself”. In order to understand the reason for such many benefits and psychological relief, we have to understand the concept of compassion, particularly self-compassion. Compassion involves several psychological processes such as empathy, tolerance to stress, courage, wisdom, motivation, and kind actions, which interact on an intrapersonal and interpersonal level. Compassion involves positive feelings towards others and genuine care for others’ welfare; it is also referred to in neurosciences literature as empathic concern. Neuroscience studies using neuroimaging showed that situations that trigger compassion are linked to activation of the brain circuits related to pain in the person that empathizes with the one in suffering. An experiment tested the brain circuits in the cingulate anterior cortex,
Compassion involves several psychological processes such as
empathy, tolerance to stress, courage, wisdom,
motivation, and kind actions, which interact on an intrapersonal
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When we understand self-compassion better, we can see why the magic sentence is so powerful. Research has shown that increased self-compassion is associated with a significant reduction of stress, it also relates with optimism, and feeling alive and full of energy. The Canadian study showed that mental wellbeing increases because the psychological needs of autonomy, competence, and relatedness are met. According to the Canadian researchers, self-compassion has three key components. The first ingredient of the selfcompassion recipe is self-kindness, the ability to be caring and kind to oneself, other than being overly critical. The second ingredient is common humanity, which represents the understanding that everyone makes mistakes and has flaws, and that we are on the same boat as every other human being. And finally, there is the mindfulness component, which means being present and aware, keeping thoughts in balance instead of overly focusing on certain thoughts and emphasizing them. Based on those ingredients, we can make a recipe that produces mental wellbeing and stress-relief. A written exercise may increase one’s sense of self-compassion, but it should necessarily be accompanied by the writer’s cultivation of a compassionate feeling during the writing task. The Canadian investigators suggest choosing a recent negative experience and describing it in written form without too much criticism and acknowledging that everyone makes mistakes.
A written exercise
a region that is normally activated by the experience of pain itself. When participants were exposed to videos showing people suffering, evidence showed that as they reported increasing subjective compassion, more activation was seen in the cingulate anterior cortex. Self-compassion, on its turn, is a concept widely used by British psychologist Paul Gilbert. According to Gilbert, creator of a Cognitive Therapy type called “focused on compassion”, self-compassion is a natural mood regulator and is linked to pro-social positive emotions, such as feeling of connectedness with others, personal value, care and protection. In line with this approach, an intervention that encourages selfcompassion may work as an antidote for depression and anxiety, if it is effective in the reduction of the self-criticism that blocks positive affect.
may increase one’s sense of
self-compassion,
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but it should necessarily be accompanied by the writer’s cultivation of a compassionate feeling during the writing task
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Remember the
A study with more than 5000 participants conducted by the charitable organization Action for Happiness confirmed a strong association between happiness and self-acceptance. The study listed the ten daily habits that promote wellbeing according to scientific research. The habits are listed from the most commonly practiced to the least practiced: 1. Donating: doing things for others 2. Relating: connecting with other people 3. Exercising: caring for your body 4. Appreciate: noticing the world around 5. Learning: keep learning new things 6. Direction: having goals to achieve 7. Resilience: finding ways to bounce back 8. Positivity: having a positive approach 9. Acceptance: being confortable with who you are 10. Meaning: to be part of something bigger Interestingly, the highest association found between these habits and happiness was the one related to self-acceptance. However, self-compassion had the lowest punctuation in terms of being effectively practiced. The study suggests three steps to boost self-confidence
1. Be kind to yourself the same way you are to others. See your mistakes as opportunities to learn. Notice the good things you do well, even the small things. 2. Ask a friend you trust to say what your strengths are and what s/he values about them 3. Spend some time being king to yourself. Try to get in touch with your feelings and be in peace with yourself. Cultivating self-compassion is simple and it may have an important effect to relieve the ordeal of self-criticism, which is often related to perfectionism and overly high performance standards. Remember this selfcompassion perspective the next time overly critical thoughts hammer in your mind. Don’t be so hard on yourself...
self-compassion perspective the next time
overly critical
thoughts hammer in your mind. Don’t be so hard
on yourself...
MARCO CALLEGARO is a psychologist, master in Neuroscience and Behavior, director of Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva (ICTC ) and Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva (IPTC ).The author of the award-winning book Novo Inconsciente: Como a Terapia Cognitiva e as Neurociências Revolucionaram o Modelo do Processamento Mental (Artmed, 2011). He is the current president of the Latin America Positive Psychology Association (APPAL). www.appal.org.br (Become an associate!)
to learn more
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Katie E. Gunnell et al. (2017) Don’t be so hard on yourself! Changes in selfcompassion during the first year of university are associated with changes in well-being, Personality and Individual Differences, Volume 107, 1 March 2017, Pg 43-48, ISSN 0191-8869, http://dx.doi. org/10.1016/j.paid.2016.11.032.
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An Indissoluble Association
S
ince its inception, Positive Psychology presented a significant affinity with Coaching in regard to its applications. In the words of Martin Seligman (2011), Robert Biswas-Diener (2007) and Linley and Joseph (2004), not to mention others, that association between PP and Coaching was already set in the early days. And it is certainly a win-win situation since one benefits from the other. There are plenty of related themes between the two approaches to justify their joint application. Some of those themes are the
primary or secondary human potentiation for functional individuals; the multidisciplinary application of Positive Psychology that perfectly matches several Coaching niches; the fertile field of application for positive interventions both in coaching sessions and in “To Do’s”; the use of assessments for positive human qualities, which allow the identification of internal resources necessary to reach the goals in Coaching processes; the scientific rigor of Positive Psychology research methods that give coaching the credibility that many of its models/schools do not offer; the increasing
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Book explores the contribution of Positive Psychology to Coaching and features joint practical applications • by Andréa Perez •
wellbeing favored by strategies and intentional Those who work with Coaching, as I actions, which brings benefits to the Coaching client, do, feel exactly the same way, that is to and consequently to the process, such as increasing say, after putting Positive Psychology perspective, improvement of creativity and better in practice and seeing clients succeed mental connections allowed by such state; and that it is difficult to separate one approach is not all, it would be impossible to list so many other from the other. And since it is pertinent correlations here. complicated to do so, the best Another important point to solution is to improve our The be taken in consideration is coaching processes based on the undeniable growing of PP, and this book is a great of Positive Coaching in several fronts, “manual” to do that. from a significant number Why do I call it a manual? Psychology research of training courses to the Simply because the authors s that interest of a relevant portion deliver to the coach reader, of society that sees Coaching always thirsty for content, give coaching as a possibility to transform tips, powerful questions, ways their lives. Despite the to conduct sessions, practices, contributions of this increased scales, recommendations of that many of its interest to the job market – assessments and much more, since many people see this whose application is pertinent models/schools professional activity as a way above all. And why do I say out for their careers–, we “coach reader”? Because this need to be extremely careful book is not going to teach when it comes to certain coaching practices, to the anyone how to be a coach (If that is thousands of new “human development experts”, what you are looking for, I suggest you who are still unprepared as they complete their seek formal training first.) training courses and join the market each month, As a distinct feature, in its 12 led by the very schools where they were trained to chapters and 316 pages the book believe they can do everything, that they already presents countless topics from both have what it takes to “change lives”. fields by means of reports from the In that sense, Positive Psychology can add authors’ professional experiences, content, theory, and practice to coaching not only references from case studies professionals, based on empirical evidence, with a related to specific niches, but also more solid foundation, dependability and possibility paths for Coaching interventions of results, and avoiding the use of coaching tools as based on Positive Psychology in a “magic potions”. more institutional manner. This setting stages MIP Mag’s reading recommendation for this issue. It is a book that allows a deeper understanding of the points of contact between Positive Psychology and Coaching: Positive Psychology in Coaching – Applying Science to Executive and Personal Coaching. In order to put you in the captivating mood favored by these two approaches, I begin by quoting the authors “Now that positive psychology is used extensively in coaching, it is hard for us to imagine the one without the other since they complement each other beautifully” (p.1)
scientific rigor method
the credibility
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do not offer
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The section that explores the integration between the two approaches is essential to coaches who intend to work with this niche – I consider the understanding of their points of contact a sine qua non starting point. I always tell my students that in order to work with Positive Psychology Coaching it is necessary, first and foremost, to understand the alignment between PP and Coaching, understand the benefits that happiness engenders to the process and how important it is for the coach to be convinced of the results that positive interventions, assessments, scales, and other tools can bring to the process. This section of the book will help you understand that.
It is worth
mentioning the careful attention the authors give to discussing topics in a way
that allows
the laymen – if the book is their first contact with Positive Psychology – to have an
extremely wide notion of what PP is
Topics such as positive emotions, intentional actions, gratitude, generosity, character strengths, virtues, talents, engagement, meaning, accomplishment, mindset, wellbeing, flourishing, relationships, goals, satisfaction with life, theories, interventions, negative emotions, beliefs, among others, are presented conceptually and with more recent information, including developments and reconsiderations that some studies already had since their publication, which also makes the book an important updated reference for your studies as a coach. Some chapters address several topics whereas
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reading
others present a more who do not work with PP; The entire book in depth analysis slightly easy for those who is associated with are familiar with PP but do the meaning, as it not work as coaches; and not only happens with the difficult for people with no for coaches, but for chapter on flow, and knowledge of either theme. those who work with Of course that if I have who works chosen this type of Coaching the book to be in organizations, specially featured here at MIP-Mag, it is know the importance of flow as a driver for because I strongly recommend in new behaviors that it. But as I am passionate favor the process. In about both approaches, my this section, the authors emphasize the choice also reflects a hint of intentionality aimed at application of the Experience Sampling fostering that same passion in you. Method (ESM), aimed at identifying Good reading! flow experiences in coaches and ways to promote their application during the ANDRÉA PEREZ CORRÊA has a postgraduate degree in Positive Psychology and Coaching and is currently undertaking an M.A. process, as well as the benefits that degree in Management Systems at the Fluminense Federal such experiences can produce. University. She is a professor at the Human Development and Other chapters focus strongly on Positive Psychology MBA at the Post-graduation Institute – the organizational context, featuring IPOG. She devotes herself to the research and dissemination of topics such as happiness workplace, Positive Psychology, developing projects such as the Positive clients, leadership, organizational Library. E-mail: acorrea97@hotmail.com. Site: www.ibrpp.com.br. Facebook Andréa: http://on.fb.me/1O97CZm. Facebook Positive strategies, change processes, among Library: http://on.fb.me/1Mejd8T others in which the coach uses Positive Psychology in the corporate context. In fact, the entire book is extremely Specifications important not only for coaches, but for everyone who works in organizations, Positive Psychology in Coaching – Applying Science to Executive specially in human resources, in order and Personal Coaching to learn about Coaching initiatives Authors: Sandra l. Foster e with Positive Psychology, since HR is Jeffrey Ethan Auerbach the sector that gets the demands for Publishing House: Executive behavior improvements, performance College Press and relationship with stakeholders. Month/Year: 2015 It is worth mentioning the careful attention the authors give to discussing topics in a way that allows the laymen to learn more – if the book is their first contact with Positive Psychology – to have an BISWAS-DIENER, Robert; DEAN, Ben. Positive Psychology extremely wide notion of what PP is, Coaching. Putting Science of Happiness to Work for your even though the book is specifically Clients. Hoboken, NJ: John Wiley&Sons, Inc., 2007. about coaching. LINLEY, P. Alex & JOSEPH, Stephen. Positive Psychology In terms of readability, I choose to in Practice. Hoboken, NJ: Wiley & Sons Inc., 2004. split my analysis and scale it in terms of .SELIGMAN, Martin E. P.. Florescer. Uma Nova the reading audience. Thus, the book is Compreensão sobre a Natureza da Felicidade e do Bemvery easy for those who already work estar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011. as PP coaches; it is easy for coaches
extremely important
everyone
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human resources
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positive positivenews news
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Creative people have better-connected brains
This section spreads the work of the Good News Agency, wich publishes good news in English, Italian and Portuguese languages. (click on LINK to learn more)
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They found no statistical differences in connectivity within hemispheres, or between men and women. But when they compared people who scored in the top 15 percent on the creativity tests with those in the bottom 15 percent, high-scoring people had significantly more connections between the right and left hemispheres. The differences were mainly in the brain’s frontal lobe. Dunson said their approach could also be used to predict the probability that a person will be highly creative simply based on his or her brain network structure. “Maybe by scanning a person’s brain we could tell what they’re likely to be good at,” Dunson said. Robin Ann Smith – Duke University) IMAGENS: FREEPIK
Seemingly countless self-help books and seminars tell you to tap into the right side of your brain to stimulate creativity. But forget the “right-brain” myth – a new study suggests it’s how well the two brain hemispheres communicate that sets highly creative people apart. For the study, statisticians David Dunson of Duke University and Daniele Durante of the University of Padova analyzed the network of white matter connections among 68 separate brain regions in healthy college-age volunteers. The responses were used to calculate a composite creativity score for each person. Dunson and Durante trained computers to sift through the data and identify differences in brain structure.
We read emotions based on how the eye sees We use others’ eyes – whether they’re widened or narrowed – to infer emotional states, and the inferences we make align with the optical function of those expressions, according to new research. The research reveals, for example, that people consistently associate narrowed eyes – which can enhance visual discrimination – with discriminationrelated emotions including disgust and suspicion. “Our findings show that how we see directly relates to how others see us, through our facial expressions,” says psychological scientist Daniel H. Lee of the University of Colorado Boulder. “This is a clear demonstration of emotional embodiment, from sender to receiver.” “We went back to Darwin,” says Lee. “His theories on how expression appearance evolved to have a sensory function for the sender showed how it also co-evolved to have communication function for the receiver.” Opening our eyes wide boosts visual sensitivity by allowing more light in, helping us to see any threats that might lurk nearby.
Narrowing our eyes to a squint, on the other hand, can increase visual acuity, helping us to discriminate fine details. Lee and Anderson hypothesized that these opposing types of expressions, which originated for optical purposes, may have been co-opted for social purposes, operating as signals of conceptually related mental states. (Source: Association for Psychological Science)
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Latin America and the Caribbean could be first developing region to eradicate hunger Latin America and the Caribbean could be the first developing region to completely eradicate hunger if its governments further strengthen their implementation of a food security plan developed by the CELAC bloc, FAO’s Director-General José Graziano da Silva said today. Approved by CELAC in 2015, the plan promotes comprehensive public policies to reduce poverty, improve rural conditions, adapt agriculture to climate change, end food waste and face disaster risks. (Original source: http://www.fao.org/news/story/en/item/468062/ icode/)
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positive positivenews news
Belgium contributes €14 million to support response and resilience to disasters and crises Belgium, a long-time supporter of FAO’s work in emergencies, has deepened its commitment to protecting agriculture in countries struck by disaster with a €14 million contribution. This boosts FAO and its member countries’ capacity to respond immediately to disasters and crises, and to strengthen the long-term resilience of vulnerable farmers and herders. The lion’s share of the contribution is aimed at building farmers’ ability to withstand shocks through multi-year programmes - an innovative approach to funding humanitarian responses. Commonly, humanitarian projects are funded in six-months or one-year cycles, leaving limited time to rehabilitate agriculture
production and to improve risk-sensitive practices. These longer-term project cycles are particularly important for agriculture, as they allow support through multiple seasons and harvests. They were among the recommendations of the 2016 World Humanitarian Summit, which focused on reducing human suffering and delivering better aid for people facing crises around the world. Protecting valuable livestock with emergency feed and vaccinations is another important early action in many crises, so animals continue to provide protein, milk and income to pastoralist communities. (Original source: http://www.fao.org/ news/story/en/item/463210/icode/)
Highlighting the challenges brought on by and the need to address violent extremism and radicalization in prisons, the United Nations agency mandated to prevent international crime and assist criminal justice reform unveiled a new manual that offers practical advice on managing violent extremist prisoners, disengaging them from violence and facilitating their social reintegration upon release. The Handbook on the Management of Violent Extremist Prisoners and the Prevention of Radicalization to Violence in Prisons, launched by the UN Office on Drugs and Crime (UNODC) aims to strengthen key components of prison management, including training of prison staff, risk management and rehabilitation efforts. “It also cautions against generalized assumptions regarding a very complex topic, as well as against ‘quick fix solutions’ when it comes to the management of violent extremist prisoners,” said UNODC in a news release announcing the manual. In addition to loss of life and economic damage, violent extremism – a challenge confronting many countries around the world – can divide communities and give rise to increasingly reactionary and extremist views. On top of these challenges, management of such violent elements who end up in custody of the State is equally important and urgent. (Original source: http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=55977#.WJe9drGh3o0)
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New UN manual aims to address management of violent extremists
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EMOTIONS ARE COGNITIVE, NOT INNATE, RESEARCHERS CONCLUDE
Emotions are not innately programmed into our brains, but, in fact, are cognitive states resulting from the gathering of information, New York University Professor Joseph LeDoux and Richard Brown, a professor at the City University of New York, conclude in the latest issue of the journal Proceedings of the National Academy of Sciences. “We argue that conscious experiences, regardless of their content, arise from one system in the brain,” explains LeDoux, a professor in New York University’s Center for Neural Science. “Specifically, the differences between emotional and nonemotional states are the kinds of inputs that are processed by a general cortical network of cognition, a network essential for conscious experiences.” As a result, LeDoux and Brown observe, “the brain mechanisms that give rise to conscious emotional feelings are not fundamentally different from those that give rise to perceptual conscious experiences.” Existing work posits that emotions are innately programmed in the brain’s subcortical circuits. As a result, emotions are often treated as different from cognitive states of consciousness, such as those related to the perception of external stimuli. In other words, emotions aren’t a response to what our brain takes in from our observations, but, rather, are intrinsic to our makeup. However, after taking into account existing scholarship on both cognition and emotion, LeDoux and Brown see a quite different architecture for emotions -- one more centered on process than on composition. They conclude that emotions are “higher-order states” embedded in cortical circuits. Therefore, unlike present theories, they see emotional states as similar to other states of consciousness. (Source: New York University)
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WIKIPEDIA
positive news
Rotary announces $35 million to support a polio-free world Rotary announced $35 million in grants to support the global effort to end polio, bringing the humanitarian service organization’s contribution to $140 million since January 2016. Nearly half of the funds Rotary announced today ($16.15 million) will support the emergency response campaigns in Nigeria and the Lake Chad Basin (Chad, northern Cameroon, southern Niger and Central African Republic)(…) While significant strides have been made against the paralyzing disease, with just 35 cases in 2016, polio remains a threat in hard-to-reach and underserved areas, and conflict zones. To sustain this progress, and protect all children from polio, experts say $1.5 billion is needed. (…) Rotary has contributed more than $1.6
billion, including matching funds from the Bill and Melinda Gates Foundation, and countless volunteer hours since launching its polio immunization program, PolioPlus, in 1985. In 1988, Rotary became a spearheading partner in the Global Polio Eradication Initiative with the World Health Organization (WHO), UNICEF, U.S. Centers for Disease Control and Prevention, and was later joined by the Bill & Melinda Gates Foundation. Since the initiative launched, the incidence of polio has plummeted by more than 99.9 percent, from about 350,000 cases a year to 35 confirmed in 2016, and no cases in 2017 (…) (Original source: https://www.rotary.org/en/ rotary-announces-35-million-support-poliofree-world)
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positive wiki
In this section you will see psychology concepts and definitions covered throughout the magazine. (Preparation: Team IPPC)
Happiness:
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versão em Starting from Aristotle’s idea of happiness português (eudaimonia), as early as in the fourth century BC, Positive Psychology believes in happiness as a result of a virtuous life. It doesn’t start from the idea that we should only have positive occurrences in life to consider ourselves happy, but rather to put all the moments we live in the balance and have a positive perception of life, which includes experiencing positive emotions, low levels of negative moods and high satisfaction in relation to life.
Eudaimonia and hedonism
Hedonism refers to the search for pleasant experiences whereas eudaimonia, which is a concept originally formulated by Aristotle, involves having deep purpose and direction in life. Eudaimonic happiness derives from a meaningful life, and that is the type of happiness in which proposed by Positive Psychology.
Savoring
Whereas traditional psychology approaches tend to look for ways to deal with negative experiences, Positive Psychology seeks to maximize the effects of positive experiences. Savoring, in turn, aims the appreciation of good moments and a way to enhance and magnify their power on our mental function in order to make positive memories, reminiscences and anticipation stronger and more active than their negative counterparts.
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Flow
The concept of flow was developed by the psychologist Mihaly Csikszentmihalyi who, by the study of the creative process, became interested in the phenomenon of intrinsic motivation. The state of flow, also called “optimal experience”, causes the individual to fully engage in the activity he/she is carrying out, employing the best of what he/she has to offer. Therefore, in times of flow, activity and subject become one. By acting in his area of excellence, the subject experiencing flow state needs no
supervision, control, or any type of external monitoring to the extent that the activity carried is intrinsically rewarding to him. The flow can be achieved in any experiment. But there are people who achieve it in professional practice, making their work an important source of gratification and, by extension, of happiness. Today there are companies around the world interested in promoting the flow in the organizational environment, in a typical initiative in which everyone wins.
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positive wiki
Character Strenghts
Peak performance
Peak performance is a concept frequently confused with the state of flow. Specialists often make the following distinction: flow is a mental state whereas peak performance refers to an optimum physical performance which would, in turn, favor the state of flow.
Creativity Curiosity Judgment Love of learning Perspective Bravery Perseverance Honesty Zest Love Kindness Social Intelligence Teamwork Fairness Leadership Forgiveness Modesty & Humility Prudence Self-regulation Appreciation of Beauty & Excellence Gratitude Hope Humor Spirituality
Locus of control
It ’s a construct that tries to explain where the source of control of a person’s life is perceived. There are two types of locus of control: The Ex ternal locus of control (when people see their life as controlled by ex ternal factors) or the internal locus of control (When people feel they are in control of their own lives). Although people alternate between these two perceptions, they have a predominant locus of control style and in Lilian Gra ziano’s research on Happiness and locus of control, the researcher found a significant and positive correlation between internal locus of control and happiness. (Learn more in: ht tp://www.teses.usp.br/ teses/disponiveis/47/47131/tde23052006-164724/pt-br.php)
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Starting from the concept of happiness as a result of a virtuous life, the researchers studied various codes of conduct of Eastern and Western culture, such as the Bible, the Koran, bushido, etc, looking for common virtues in all of them. Thus they reached six virtues: wisdom, courage, humanity, justice, temperance and transcendence. The next step came up from the question: What traits a human being should have to achieve such virtues? Researchers then arrived at 24 features, which they have called character strenghts. In this sense, the character strengths are:
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ARQUIVO PESSOAL
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Contemplation and friendship “H
appiness for me is being with friends in the occasions we share ideas, memories, laughter. That is what makes life more poetic and beautiful. The place for such an encounter is any place. A table at a bar, the living room, the sidewalk or the nearest patch of grass – a place to contemplate our history, the music we like, the cuisine or simply the beauty of free time for friendships.” Jussara Goyano, 38, coach and editor of MipMAg, (photo taken in Monteiro Lobato – SP – Brazil)
This space is yours! Tell to us your experiences in mipmag@psicologiapositiva.com.br 39 MIP_MAG_6_ingles.indd 39
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