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Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento

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A SEGUNDA

ONDA Nova fase da Psicologia Positiva lança olhar diferente sobre emoções e comportamentos negativos

Nesta edição, você também verá:

A origem do mindfulness

Felicidade aprendida Flow, na prática Rumos da pesquisa brasileira Senso comum e Ciência em Psicologia Positiva

ENTREVISTA: TAL BEN-SHAHAR TRAZ RECOMENDAÇÕES PARA UMA VIDA MAIS FELIZ

Como o cérebro “degusta” o prazer

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PSICOLOGIA POSITIVA FAZENDO A DIFERENÇA NO MUNDO:

A FORMAÇÃO

Neste curso de Psicologia Positiva (PP), além do sólido embasamento teórico, o diferencial é a oportunidade de constituir uma jornada de 320h em contato com suas forças pessoais e desenvolver um projeto prático em PP, desde a ideia até a execução.

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2 R. Helena, 140 – Edifício Delta One – Cjs. 111-112 – Vila Olímpia CEP: 04552-050 – São Paulo, SP – Tel. 11-95328-4010


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A nova onda

Ano I – n o 2 – jan./fev./mar. 2016 www.makeitpositivemag.com

E

nquanto nos cercamos de tudo aquilo que aumenta nosso bem-estar e nos mantém seguros, eis que a vida nos prega uma peça. Incluam-se aí fatos trágicos ou simplesmente capazes de nos tirar violentamente de nossa zona de conforto. Nossa reação a isso poderia ser um ataque súbito de raiva. Ou, numa segunda possibilidade, nos fecharíamos em um casulo de melancolia, tristeza. Numa terceira situação, poderíamos, contudo, seguir otimistas com o futuro, sendo pragmáticos com as soluções dos problemas, retirando deles aprendizados e evitando as lamúrias. Atendo-nos a essas três alternativas, qual comportamento seria o mais positivo no quadro apresentado? Como observadora e seguidora do movimento da Psicologia Positiva (PP) tal como foi inicialmente proposto, tenderia a dizer, sem pestanejar, que o terceiro caso se converte na melhor opção de resposta. É ao maniqueísmo original da PP que eu recorreria para classificar os sentimentos e as reações acima descritos, em noções absolutas de positivo e negativo, bom e mau, o que me faria optar pela terceira situação. A análise, em que pese seu reducionismo didático, serve para nos lembrar de que, na criação desse movimento, foi preciso assim definir emoções, sentimentos, comportamentos: positivos e negativos, lançando a PP como um novo paradigma, em oposição à psicologia tradicional (negativa, focada nos aspectos disfuncionais do indivíduo, nas doenças). Também como recurso didático, recorro a experiências pessoais e vejo, porém, que a raiva muitas vezes me serviu de motivação para superar grandes desafios. A tristeza, por sua vez, me trouxe reflexões tão inesperadas quanto definitivas na construção de uma vida com mais propósito. Posso me lembrar das várias vezes, ainda, em que o otimismo se converteu em profunda decepção e prejuízos emocionais e materiais. Emoções ditas negativas assumiram, em minha vida, papéis relevantemente funcionais, enquanto o otimismo, por outro lado, mostrou-se pouco adaptativo. É dessa linha tênue e ambígua entre os conceitos de positividade, funcionalidade e seus ditos opostos que trata a “segunda onda da Psicologia Positiva”, que surge realinhando o movimento dentro da dialética hegeliana inicialmente adotada para fazer “estourar” o movimento. Quem esmiuça um pouco mais essa nova fase da PP, movimento que completa, em 2016, seus 18 anos de existência, é a psicóloga Lilian Graziano, em artigo de capa desta edição da MIP Mag. Convido você, leitor(a), a vivenciar profundos momentos de flow nessa leitura (este, aliás, tema de outro artigo deste número). Jussara Goyano

(Coach certificada pelo Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento e jornalista, editora desta publicação)

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MIP Mag é uma publicação trimestral do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). É proibida a reprodução sem autorização do IPPC e dos autores. As informações ou opiniões contidas nesta publicação não refletem necessariamente a posição do IPPC. DIRETORIA Lilian Graziano Fabio Appolinário CONSELHO EDITORIAL Lilian Graziano MEMBROS DO INSTITUTO Arthur Ranieri Claudia Ribeiro Cléa Graziano Fabiola Bernardo Frank Roman Lidia Pagni Mara Laimgruber APOIO

Associação de Psicologia Positiva da América Latina REALIZAÇÃO:

PONTO A

comunicação • conteúdo • desenvolvimento humano www.ponto-a.com • comunicacao@ponto-a.com @PontoA_falecom • Tel./Fax (11) 3042-5900

Edição e coordenação (coordinator): Jussara Goyano Arte e projeto gráfico (design): Monique Elias Tradução (translator): Fabíola Bernardo Revisão: Marta Sá (Português) e Marina Werneck (Inglês) CONTATOS COM A REDAÇÃO: Tel./ Phone number: +55 11 3042 5900 E-mail: mipmag@psicologiapositiva.com.br Endereço para correspondência/ Adress: Rua Helena, 140, cj. 111/112, Vila Olímpia, S. Paulo – SP – Brasil CEP: 04552-050 COMERCIAL E MARKETING: Cléa Graziano E-mail: clea@psicologiapositiva.com.br Tel.: +55 11 9 5328 4010


SUMÁRIO

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EDITORIAL

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ESTADO DA ARTE

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Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento

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Senso comum e cientificidade na Psicologia Positiva (PP)

A SEGUNDA

ONDA Nova fase da Psicologia Positiva lança olhar diferente sobre emoções e comportamentos negativos

A nova onda em pesquisa e prática da PP Caminhos das investigações no Brasil

Nesta edição, você também verá:

A origem do mindfulness

Felicidade aprendida Flow, na prática Rumos da pesquisa brasileira Senso comum e Ciência em Psicologia Positiva

ENTREVISTA: TAL BEN-SHAHAR TRAZ RECOMENDAÇÕES PARA UMA VIDA MAIS FELIZ

Como o cérebro “degusta” o prazer

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24/01/2016 23:01:28

imagem da capa: freepik/montagem: Monique Elias

ENTREVISTA Tal Ben-Shahar, psicólogo, escritor e ex-professor do aclamado curso de psicologia positiva de Harvard

NEUROCIÊNCIA O prazer, no cérebro TESTIMONIAL Felicidade na maturidade Vinho e savoring

PERFORMANCE O flow da excelência

LEITURA

BEM-ESTAR A felicidade pode ser aprendida

The Oxford Handbook of Positive Organizational Scholarship, de Kim Cameron e Gretchen M. Spreitzer (org.)

E MAIS... Positive News Positive WIKI

Mindfulness, a origem

Sua Felicidade 4


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Entendimento

necessário

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SENSO COMUM, MULTIDISCIPLINARIDADE E CIENTIFICIDADE EM PSICOLOGIA POSITIVA • POR ANDRÉA PEREZ CORRÊA •

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esde o primeiro contato com a Psicologia Positiva (PP), em 2011, com seu principal difusor, Martin Seligman, na I Conferência Brasileira de Psicologia Positiva, que me dedico, como muitos, ao seu estudo. Contudo, apesar desse contagioso deslumbramento, precisamos estar alertas – como especialistas – para transmitirmos legitimamente ao público e às organizações os conceitos teóricos e científicos desse movimento. Mas por quê? É fato que a Psicologia Positiva tem crescido muito. Numa busca a partir dos termos “positive psychology” no Google, feita por Christopher Peterson, um dos principais expoentes da PP, em 2003, foram encontrados 419 mil links, e agora, em 2015, essa busca chega a 2 milhões de links, com crescimento de 1,581 milhão em 12 anos. Já pelo Google Books NViewer, no período de 1998 a 2008 (datalimite de busca) houve um crescimento na aparição de livros do tema de quase 450%. Essa evolução deve trazer certa cautela de conduta, em especial, no que se refere ao senso comum que envolve os temas da Psicologia Positiva. Em 2000, com a publicação do Special Issue on Happiness, Excellence, and Optimal Human Functioning (2000) da revista American Psychologist da American Psychological Association, foi apresentado formalmente o arcabouço teórico inicial deste estudo. A partir das discussões nos encontros em Akumal, os pilares da Psicologia Positiva foram definidos – emoções positivas, traços positivos e instituições positivas – e, naquele momento, Martin Seligman e Mihalyi Csikszentmihaly, outro personagem-chave

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Muitos leigos, quando se deparam com temas abordados pela PP em palestras, discussões e entrevistas, se sentem absolutamente “experts” em virtude de esses assuntos fazerem parte de suas vidas

da PP, mostraram a amplitude com que esse tema deveria ser construído e aplicado. Com esse arcabouço, os temas trouxeram abordagens consideradas de conhecimento do “senso comum” – como felicidade, emoções positivas, qualidades humanas, gratidão, entre tantas outras. E, levando em conta a subjetividade de avaliação pessoal desses temas, muitas pessoas consideram ter “propriedade” para discorrer sobre o assunto. Isso ocorre porque existem vários temas em Psicologia Positiva costumeiramente abordados pelo senso comum. Um exemplo é a felicidade, definida por Robert Biswas-Diener, outro importante expoente da PP, como uma taquigrafia linguística. Muitos – ainda leigos quando se deparam com tais temas em palestras, discussões e entrevistas – se sentem absolutamente “experts” em virtude de esses assuntos fazerem definitivamente parte de suas vidas.

MULTIDISCIPLINARIDADE AMPLA E QUASE IRRESTRITA

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De alguma forma, a multidisciplinaridade da Psicologia Positiva acaba contribuindo para que esse suposto “notório saber” se intensifique. E nesse ponto é preciso apenas sintonizar os discursos sem fundamentação dos não especialistas à cientificidade

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marcante do estudo da PP. Nitidamente, com a inclusão do pilar das instituições positivas, a multidisciplinaridade se legitimou, o que fez com que esse estudo e sua aplicação não se restringissem apenas ao campo da Psicologia. O funcionamento ótimo promulgado pela Psicologia Positiva não abraça apenas os indivíduos, mas também os grupos e as organizações. Percebemos também a nuance da multidisciplinaridade em outros momentos. De posse do Psychology Network Concept Paper 1999 – Positive Psychology for a Network (SELIGMAN, 1999) – relatório do encontro Akumal I –, deparamo-nos com um manancial de referências de diversas áreas do conhecimento humano, ao qual os estudiosos recorreram para conceber a Psicologia Positiva. Verificamos outra presença da multidisciplinaridade no projeto Character Strengths and Virtues: A Handbook and Classification (2004). Ao folhear esse livro, conhecemos a diversidade de fontes utilizadas para compor as definições e características das chamadas forças pessoais que incluíram áreas como Psiquiatria,


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! Psicologia, Filosofia, religiões, inventários eruditos e as mais curiosas referências, como cartas de tarô, grafites e perfis de personagens Pokemon, entre outros. Essa multidisciplinaridade – ainda não “aceita” por muitos – trouxe uma dimensão extraordinária de pesquisa e aplicação, e totalmente alinhavada à proposta de desenvolver um campo da ciência para “uma vida que vale a pena”, como diria Peterson. A multidisciplinaridade parece ter sido uma das grandes condutas estratégicas de Seligman para fortalecer a Psicologia Positiva e legitimar o direito de todos a uma vida significativa. O aspecto multidisciplinar não se esgotou nas origens da Psicologia Positiva. Hoje, observamos áreas do conhecimento humano e segmentos profissionais pesquisando e instituindo novas práticas. Na base Scopus de publicações acadêmicas, por exemplo, uma busca por “positive psychology” revela que em novembro de 2015 já tinham sido publicados 1971 documentos de áreas como: psicologia, ciências sociais, artes e humanidades, negócios, gerenciamento e contabilidade, profissões de saúde, ciência da computação, economia, finanças e neurociências.

Na aplicação profissional, numa pesquisa da International Positive Psychology Association (IPPA) em 2014, sobre o perfil de sua comunidade, verificou-se representatividade em áreas como: organizações, pesquisa, educação, coaching, saúde, terapia, além de fitness e bem-estar, políticas governamentais e tecnologia. Diante desse quadro multidisciplinar – que, a meu ver, dignifica significativamente a Psicologia Positiva –, conjugado com a postura equivocada de todos se sentirem aptos a discorrer sobre seus temas, é que precisamos destacar a cientificidade que embasa sua proposta.

CIENTIFICIDADE COMO RESPOSTA No discurso de posse na American Psychological Association em 1998, Seligman orienta a missão de instituir a Psicologia Positiva embasada em pesquisa científica de qualidade. Quando reuniu os temas que comporiam inicialmente esse estudo, da mesma forma, trouxe trabalhos de autores que já se dedicavam a pesquisas com evidências empíricas. Tratada por muitos como a “Ciência da Felicidade”, a Psicologia Positiva em várias definiçõesícones carrega sempre consigo esta, digamos assim, condicionante de cientificidade. E esse aspecto foi uma das condições apontadas para que o movimento da Psicologia Positiva instituído por Seligman tivesse mais impacto sobre o estudo dos aspectos positivos

A multidisciplinaridade, no entanto, parece ter sido uma das grandes condutas estratégicas de Seligman para fortalecer a Psicologia Positiva e legitimar o direito de todos a uma vida significativa 7


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É a cientificidade que deve permear o nosso discurso enquanto especialistas e disseminadores dos temas da Psicologia

das pessoas, originariamente, já contemplado pelos humanistas; ponto polêmico até hoje. Alguns segmentos recorreram à cientificidade da Psicologia Positiva, como o do Comportamento Organizacional Positivo, desenvolvido por Fred Luthans, que logo em 2002, fugindo do boom de modismos de práticas empresariais de autoajuda não fundamentadas, trouxe para seu estudo as abordagens dos aspectos positivos dos recursos humanos, para teorizar e redefinir condutas organizacionais. Críticas sobre a bandeira do rigor científico utilizado nas pesquisas e nos estudos da Psicologia Positiva são indicadas na literatura, o que, num ambiente de produção de conhecimento, é sempre importante. Entre alguns, Willian Tillier aponta, inclusive, como supostamente não convenientes pesquisas ditas científicas, sobre o funcionamento humano positivo, realizadas por Seligman por meio de questionários distribuídos pela internet. (TILLIER, 2012) Contudo as pesquisas empíricas que utilizam métodos científicos e apresentam resultados reconhecidamente aplicáveis continuam crescendo em renomadas universidades no mundo, instituindo aplicações consideradas válidas, confiáveis e legítimas. E é esta cientificidade que deve permear o nosso discurso enquanto especialistas e disseminadores dos temas da Psicologia Positiva. Como profissionais, precisamos, de forma responsável, destacar que nosso trabalho se embasa em métodos científicos e que seus resultados e suas definições podem, muitas vezes, não ser os mesmos que os interpretados pelo senso comum nos contextos multidisciplinares. Já em nossa atuação como disseminadores, com públicos mais diversificados em palestras, entrevistas ou mesmo em redes sociais e na internet, a atenção precisa ser intensificada, considerando os desdobramentos que esses ambientes favorecem. Estruturar nossa explanação na importância da

Positiva

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cientificidade da Psicologia Positiva é a resposta que precisamos para que possamos transitar por todos os segmentos multidisciplinares, que tanto favorecem o crescimento deste estudo, e também para que seja melhor a nossa forma de lidar e fazer entender o que faz parte do senso comum. ANDRÉA PEREZ CORRÊA é pós-graduada em
Psicologia Positiva e Coaching, mestranda em
Sistemas de Gestão na Universidade Federal
Fluminense, membro-fundadora do Instituto Brasileiro de Psicologia Positiva – IBRPP, docente do MBA Desenvolvimento
Humano e Psicologia Positiva do Instituto de
Pós-Graduação (IPOG). Dedica-se à disseminação
da Psicologia Positiva e é criadora da Biblioteca Positiva. 
E-mail: acorrea97@hotmail.com. Site: www.ibrpp.com. br. Facebook
Andréa: http://on.fb.me/1O97CZm. e Biblioteca Positiva: http://on.fb.me/1Mejd8T

saiba mais e referências CSIKSZENTMIHALY, Mihaly; SELIGMAN, Martim. E. P. (2000). Special Issue on Happiness, Excellence, and Optimal Human Functioning. American Psychologist. Washington, DC. American Psychological Association. PETERSON, Christopher. Pursing The Good Life – 100 Reflections on Positive Psychology (2013). New York: Oxford University Press. PETERSON, Christopher; SELIGMAN, Martin E. P. Character Strengths and Virtues. A Handbook and Classification (2004). New York: Oxford University Press, American Psychology Association. SELIGMAN, Martin E. P. Psychology Network Concept Paper 1999 – Positive Psychology for a Network. American Psychological Association. http://www. sas.upenn.edu/psych/seligman/ppgrant. htm. TILLIER, William. Positive Pyschology (2012). Calagary, Alberta. http:// www. positivedisintegration. com/ positivepsychology.htm.


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Segunda Onda

da Psicologia Positiva? COMO SINAL DE MATURIDADE, A PSICOLOGIA POSITIVA ENTRA EM UMA NOVA FASE. VALE A PENA CONHECÊ-LA • POR LILIAN GRAZIANO •

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este ano de 2016 a Psicologia Positiva completa 18 anos de existência. Se fosse um ser humano, teria atingido a maioridade, segundo as leis da maioria dos países do mundo. De fato, a julgar por seu crescimento exponencial, trata-se de um movimento científico que demonstra sinais incontestes de solidez e há muito deixou para trás os críticos que, em seu surgimento, diziam ser apenas mais um modismo. Para alguns autores, tais como o psicólogo canadense Paul Wong, a Psicologia Positiva efetivamente mudou o cenário e até mesmo a linguagem do mainstream da Psicologia como um todo. Contudo é este mesmo autor que, ao lado de outros pesquisadores, parece deixar clara a necessidade de

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darmos um passo além em direção a uma maturidade mais profunda desse movimento, dando origem a uma espécie de nova fase da Psicologia Positiva na qual ideias e propostas iniciais seriam tratadas de uma maneira mais séria e, sobretudo, menos maniqueísta. No entanto, para compreendermos melhor o que significa a segunda onda da Psicologia Positiva, doravante denominada simplesmente SOPP, precisamos destacar alguns pontos importantes referentes às origens desse movimento, ou seja, aspectos relativos ao que poderíamos chamar de “primeira onda”.


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COMO TUDO COMEÇOU

Para alguns autores, tais como o psicólogo canadense Paul Wong, a Psicologia Positiva efetivamente

A Psicologia Positiva nasceu em meio ao alarde. Fundada pelo então presidente da American Psychological Association, Martin Seligman, ela naturalmente ganharia a atenção da comunidade acadêmica graças à sua relação com esta que seguramente é uma das mais proeminentes associações de Psicologia do mundo. Porém era preciso mais do que isso para que este movimento científico rompesse as barreiras de dentro e de fora da própria Psicologia, espalhando-se por todo o globo. Seligman estava perfeitamente consciente desse fato, o que podemos observar até mesmo pelo nome que escolheu para seu movimento, diferenciando-o, ainda que a partir de uma ciência fragmentada como a Psicologia, de tudo aquilo que havia sido feito até então e que genericamente chamou de “Psicologia Negativa”. Entretanto o que inicialmente pode ter sido interpretado como falta de delicadeza ou mesmo como simples jogada de marketing para atrair a atenção de todos, na verdade, se justificou por uma razão bem mais nobre que foi a de construir uma identidade para o seu movimento por meio da simples diferenciação em relação àquilo que se conhecia, utilizando-se, para tanto, da dialética hegeliana na qual a Psicologia Positiva seria proposta como uma antítese a uma ciência psicológica que privilegiava o aspecto disfuncional do ser humano. Nesse sentido, não tardou para que a PP assumisse uma retórica polarizada na qual os termos positivo e negativo eram utilizados de maneira dicotômica e, muitas vezes, excludente. Se pudéssemos recorrer a algum elemento da cultura POP para melhor compreendermos o equívoco que muitas

vezes cercou a PP desde o seu surgimento, a saga de Star Wars talvez nos fosse bastante útil; como se a psicologia convencional representasse “o lado negro da força”, juntamente com tudo aquilo que pudesse ser designado na vida do sujeito por meio do adjetivo “negativo”: situações, emoções, comportamentos etc. Consequentemente, e ainda utilizando-me da mesma metáfora, a verdadeira “força” estaria nas qualidades e em tudo aquilo a que se pudesse chamar de “positivo” (incluindo aí a própria psicologia). Talvez tenha sido preciso enxergarmos as coisas de forma maniqueísta para conquistarmos uma Psicologia Positiva mais madura, e este simples fato já denota o quanto as fronteiras entre positivo e negativo são, de fato, bastante tênues. Afinal, uma visão maniqueísta (e supostamente equivocada) pode ser necessária para atingir outro patamar de compreensão mais acurado e preciso desse conceito. Nesse sentido, essa visão equivocada seria negativa ou positiva? Difícil responder, não é? Pois bem, é disso que se trata a segunda onda da PP.

mudou o cenário e até mesmo a linguagem do mainstream da Psicologia como um todo

A SEGUNDA ONDA DA PP

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Curiosamente a expressão “segunda onda da PP” foi utilizada pela primeira vez em 2004 por uma das principais críticas da Psicologia Positiva, a

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psicóloga americana Barbara Held. Esse fato por si só já exprime a essência da SOPP na medida em que é mais uma demonstração do quão ambivalentes podem ser as expressões positivo e negativo, uma vez que é sobre uma crítica (algo negativo) que estamos hoje aprofundando nossas reflexões e até mesmo aprimorando a própria PP (algo positivo). Atualmente temos na Europa um importante polo de pesquisadores que estudam a SOPP, formado por Itai Ivtzan, Tim Lomas, Kate Hefferon e Piers Worth, todos professores de pós-graduações em Psicologia Positiva na Inglaterra. Mas, afinal, o que é a SOPP? Em linhas gerais, a Segunda Onda da Psicologia Positiva (SOPP) ou Psicologia Positiva 2.0, como foi denominada pelo psicólogo canadense Paul Wong, é caracterizada por uma abordagem mais cheia de nuances em relação aos conceitos de positivo e negativo, e pelo reconhecimento da natureza ambivalente da chamada boa vida. Mais especificamente, dizemos que a SOPP é simbolizada pelo reconhecimento da natureza fundamentalmente dialética do bem-estar. Esta natureza é revelada por três princípios distintos. O primeiro é chamado de “princípio da avaliação”. Este princípio diz que pode

ser difícil avaliarmos determinados fenômenos (tais como emoções) a fim de categorizá-los como positivos ou negativos, uma vez que em muitos casos tais avaliações dependem do contexto ao qual se referem. Tomemos o exemplo do otimismo. Inicialmente considerado como uma emoção positiva, pode, em alguns casos, ser prejudicial ao indivíduo e, portanto, revelar-se como algo negativo. Nessa mesma linha temos o exemplo da raiva, frequentemente considerada como uma emoção negativa e que, conforme o contexto, pode ser positiva, por provocar o afastamento de algo potencialmente prejudicial ao indivíduo. O segundo princípio é o da covalência. De acordo com este princípio, não apenas é difícil categorizarmos um dado fenômeno como positivo ou negativo, mas, muitas vezes, nos deparamos com fenômenos complexos que guardam em si mesmos matizes entrelaçados de claro e escuro. A esperança, por exemplo, se constitui em uma mistura frágil do anseio por um resultado desejado, um grau de confiança de que isso tem alguma chance de ocorrer e, ao mesmo tempo, uma sutil ansiedade que leva a imaginar que talvez não ocorra. Sem esse tom de ansiedade não teríamos propriamente a “esperança”, mas sim uma simples certeza de que algo bom aconteceria. Outro exemplo bem mais complexo que demonstra o princípio da covalência é o chamado crescimento póstraumático, que revela seu caráter covalente na própria nomenclatura. O terceiro e último princípio que revela a natureza dialética do bem-estar é o princípio da complementaridade, segundo o qual o bemestar deve ser visto como

Talvez tenha

sido preciso enxergarmos as coisas de forma

maniqueísta

para conquistarmos uma Psicologia Positiva mais

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resultado de uma dialética inevitável entre aspectos positivos e negativos da vida. Esta ideia se baseia no modelo dual contínuo de Keyes, no qual bem-estar e mal-estar não são dois polos de um mesmo continuum, mas sim duas dimensões separadas do funcionamento humano. Este modelo tem sido corroborado por outros trabalhos que mostram que o bem-estar não é simplesmente a ausência de mal-estar e que o distress não é necessariamente incompatível com o bem-estar subjetivo (leia-se felicidade). Sendo assim, o princípio da complementaridade sustenta que o bem-estar envolve fundamentalmente uma harmonização dinâmica de estados dicotômicos. Nesse sentido é bom lembrarmos que este princípio pode ser verificado até mesmo no próprio conceito de felicidade chamado academicamente de bem-estar subjetivo, que implicitamente admite a existência de humores negativos: “Trata-se de uma avaliação do que fazemos de nossa vida que inclui experiências emocionais agradáveis, baixos níveis de humores negativos e alta satisfação em relação à vida.”

Acredito que os termos “positivo” e “negativo” utilizados pela Psicologia Positiva para designar as emoções deveriam ser compreendidos não por seus aspectos

valorativos

A “MAIORIDADE” DA PSICOLOGIA POSITIVA A partir do que discutimos até agora, parece claro que a SOPP representa uma fase mais madura deste movimento, ou, em termos hegelianos, a nova tese surgida a partir da antítese proposta por Seligman no que poderíamos chamar de primeira onda da PP. Contudo vale dizer que esta nova tese (SOPP) não se trata de uma oposição à antítese de Seligman nem mesmo à tese à qual ele se contrapôs (Psicologia Negativa). Trata-se de uma nova tese que traz em si elementos de ambas para que haja mais compreensão do chamado florescimento humano. Além disso, particularmente, acredito que os termos

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“positivo” e “negativo” utilizados pela Psicologia Positiva para designar as emoções deveriam ser compreendidos não por seus aspectos valorativos com base nos quais positivas seriam as emoções que trazem bons resultados ao indivíduo enquanto negativas seriam o contrário. Em minha pesquisa de doutorado, classifiquei as emoções positivas como aquelas que, em geral, são agradáveis de sentir e que promovem a aproximação entre as pessoas, ao passo que negativas seriam as que em geral são desagradáveis de sentir e promovem o afastamento. Nesse sentido, creio que o foco da Psicologia Positiva deveria ser não o de estudar as emoções (e até mesmo os comportamentos) positivas, mas sim as emoções funcionais, estas, sim, vistas como as que trazem bons resultados aos indivíduos, ainda que se tratem de emoções negativas. LILIAN GRAZIANO é psicóloga, doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). graziano@ psicologiapositiva.com.br. Site: www. psicologiapositiva.com.br

saiba mais LOMAS, T & IVTZAN, I. (2015). Second Wave Positive Psychology: Exploring the position: New York: Springerve-negative dialectics of wellbeing. Journal of Happiness Studies, 16, 3-18. IVTZAN, I. et all. (2016). Second Wave Positive Psychology: Embrancing the dark side of life; London: Routledge.


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Desafios brasileiros na pesquisa em

Psicologia Positiva english version click

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ADAPTAÇÃO DE INSTRUMENTOS REQUER TRABALHO MINUCIOSO, JUNTO A OUTRAS MEDIDAS PARA AVANÇO DO MOVIMENTO DA PP NO BRASIL • POR CLÁUDIO HUTZ •

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sicologia Positiva é um enfoque recente na Psicologia. Embora haja alguma controvérsia (Pacico & Bastianelo, 2014), geralmente se considera que sua origem ocorre na transição para este século com o artigo de Seligman e

Csikszentmihalyi (2000) e com o desafio lançado aos psicólogos no sentido de transformar a Psicologia e criar um novo enfoque que priorizasse as forças e as virtudes dos seres humanos.

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Porém é interessante observar que o termo Psicologia Positiva foi utilizado pela primeira vez por Maslow (1954), em seu livro Motivation and Personality. Nesse livro, havia um capítulo denominado “Toward a Positive Psychology”. Porém, na terceira edição, esse capítulo foi retirado. Maslow (1970) alegava então que já não era mais necessário um capítulo como esse no livro, pois já vivíamos numa época em que esses valores estavam incorporados em diferentes teorias psicológicas. A pesquisa na área da Psicologia Positiva começa na segunda metade do século XX, embora sem utilizar esse termo. Desde a década de 1960, temos pesquisas sobre Satisfação de vida (Diener et al., 1985), Afetos positivos e negativos (Watson & Clark, 1994), Autoestima (Rosenberg, 1965), Otimismo (Scheier e Carver, 1985), Resiliência (Werner & Smith 1982), entre outros. No Brasil, a pesquisa na área começa na década de 1990, de forma um pouco mais lenta. Aparentemente, o primeiro trabalho publicado na área foi sobre resiliência (Hutz, Koller & Bandeira, 1996). O grupo do Laboratório de Mensuração da UFRGS foi pioneiro nessa área. Iniciou com

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As diferenças

culturais precisam ser levadas em conta. Um exemplo disso ocorreu quando adaptamos a escala

de Esperança Cognitiva

pesquisas sobre resiliência e fatores de risco e proteção. Também na década de 1990, já pesquisava autoestima e satisfação de vida. Em 1996, Claudia Giacomoni iniciou seu mestrado realizando pesquisa nessa área e, a seguir, realizou seu doutorado dando prosseguimento aos seus estudos. Essas devem ter sido as primeiras dissertações e teses na área da Psicologia Positiva defendidas no Brasil. A dissertação foi sobre Eventos de Vida como preditores de bem-estar subjetivo em crianças, e a tese, sobre Bem-Estar Subjetivo Infantil (Giacomoni, 2002). No início, o trabalho do nosso grupo estava voltado principalmente para o desenvolvimento de instrumentos para a avaliação na área da Psicologia Positiva. Esta é uma tarefa fundamental para que pesquisas teóricas e sobre aplicações possam ser desenvolvidas. É importante salientar que o desenvolvimento ou a adaptação de escalas, sua validação para uso no Brasil e a produção de normas para a população local é um trabalho complexo que não pode se limitar a simples tradução dos instrumentos. As diferenças culturais precisam ser levadas em consideração


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na adaptação dos instrumentos. Um exemplo disso ocorreu quando adaptamos a escala de Esperança Cognitiva, The Hope Index, de Staats (1989). Se apenas os procedimentos mais usuais tivessem sido utilizados (tradução, tradução reversa, análise fatorial) a escala com seus 16 itens teria sido validada para uso no Brasil. Porém, quando realizamos estudos de validade de conteúdo (similares aos que a própria Staats realizou para construir a escala), observamos que esperança para brasileiros é diferente de esperança para americanos. A escala original apresenta validade de construto e pode ser usada no Brasil para pesquisas transculturais, por exemplo. Mas, se quisermos uma avaliação efetiva dos níveis de esperança, é melhor utilizar a escala com os novos itens que foram agregados. Esses itens dizem respeito a expectativas com relação a uma vida amorosa mais plena, sucesso dos filhos, possibilidade de viagens e de conhecer novos lugares. Uma descrição completa dos procedimentos pode ser vista em Pacico et al. (2013).

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Nos últimos anos, nossa equipe adaptou, validou e normatizou vários instrumentos. Entre eles, destacamse a Escala de Satisfação de Vida (Diener et al., 1985), a Escala de Afetos Positivos e Negativos (PANAS) (Watson e Clark, 1994), Escala de Otimismo (LOT-R) (Scheier, Carver & Bridges, 1994, 1985), Escalas de Esperança (Staats, 1989; Snyder et al., 1991), Escala de Autoestima (Rosenberg, 1965), Escala de Autoeficácia (Pacico, Ferraz & Hutz, 2014). Todos esses instrumentos estão disponíveis e podem ser utilizados livremente no livro Avaliação em Psicologia Positiva (Hutz, 2014). Uma resenha desse livro pode ser visualizada em http://pepsic.bvsalud. org/pdf/avp/v14n1/v14n1a19.pdf. Continuamos desenvolvendo projetos


estado da arte

Seguiremos

para validar instrumentos na área da Psicologia Positiva no Brasil. Pretendemos lançar um novo livro de avaliação em Psicologia Positiva no Segundo Congresso Brasileiro de Psicologia Positiva (www. psicopositiva.com.br). Dois desses instrumentos já estão prontos. Um é a escala de Engajamento no Trabalho (Vazquez et al., 2015). Na perspectiva da Psicologia Positiva, este conceito é trabalhado no modelo teórico Job Demand Resources (Schaufeli, Dijkstra & Vazquez, 2013). Outro instrumento desenvolvido, com aplicações importantes na área da saúde, é a escala de Suporte Social que avalia a percepção que a pessoa tem da rede de suporte social que recebe (família, amigos, etc.) e também sua percepção do suporte que oferece a outros. Este é um fator importante para a motivação para aderir a tratamentos. Se uma pessoa considera que é importante para outras pessoas (filhos, familiares), a motivação de continuar vivendo é sempre maior, e isso impacta adesão ao tratamento. O número de pesquisadores em Psicologia Positiva no Brasil cresce sistematicamente. Temos uma Associação Nacional de Programas de PósGraduação em Psicologia (ANPEPP) que realiza simpósios a cada dois anos. Nesses simpósios se reúnem grupos de trabalhos de pesquisadores de áreas específicas. Em 2012, tínhamos cerca de 60 grupos de todas as áreas da Psicologia. Nesse simpósio decidiu-se criar um grupo de trabalho em Psicologia Positiva que se reuniu pela primeira vez em 2014 no simpósio realizado em Bento Gonçalves (RS). Éramos então 12 pesquisadores do RS, de SP e do RJ. No próximo simpósio, em Maceió, seremos 18 pesquisadores do RS, de SP, do RJ, de GO e do AM. Isso é importante porque demonstra o crescimento da área, mas também porque um dos nossos objetivos é formar redes de pesquisa nacionais. Pretendemos também internacionalizar a pesquisa e desenvolver estudos transculturais. Já

estamos realizando estudos com parceiros na Europa e nos Estados Unidos. Recentemente, realizamos um estudo examinando a relação entre personalidade, otimismo, esperança e bem-estar subjetivo em americanos e brasileiros (Hutz et al., 2014) (ver http://dx.doi.org/10.4236/ psych.2014.56061). Temos pesquisas em andamento com pesquisadores na Alemanha, na Itália, na Holanda e nos Estados Unidos. Mas queremos ampliar essa rede. Enfim, se considerarmos o progresso dos últimos quinze anos, tudo indica que temos boas razões para sermos otimistas e esperançosos com relação ao futuro próximo. Seguiremos produzindo conhecimento e instrumentalizando profissionais para trabalharem com mais eficiência e eficácia, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar de seus pacientes, clientes e da comunidade em geral.

produzindo conhecimento

e instrumentalizando

profissionais

para trabalharem com mais eficiência e eficácia

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CLÁUDIO HUTZ é psicólogo, mestre e doutor pela University of Iowa (EUA) e tem pósdoutorado na Arizona State University (EUA). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, coordenador do Laboratório de Mensuração do PPG Psicologia da UFRGS e presidente da Associação Brasileira de Psicologia Positiva (ABP+). E-mail: claudio.hutz@gmail.com.

saiba mais Hutz, C. S. (2014). Avaliação em Psicologia Positiva. Porto Alegre: Artmed Schaufeli, W., Dijkstra, P. Vazquez, A. C. (2013). Engajamento no Trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo.


entrevista

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versão em inglês

Entre o rigor da academia e a

diversão

da autoajuda WWW.SPEAKINGMATTERS.ORG/

Tal Ben-Shahar, um dos principais disseminadores da Psicologia Positiva, destaca o papel desse movimento como ponte entre a “torre de marfim” do academicismo e o conhecimento aplicado • Por Jussara Goyano (colaborou Marina Werneck) •

O

entrevistado da edição é um popular ex-professor de Harvard (EUA), que ministrou nessa universidade um aclamado curso de Psicologia da Liderança, além do curso de Psicologia Positiva, que sob sua regência tornou-se o mais procurado da instituição. Trata-se do psicólogo Tal Ben-Shahar, que respondeu brevemente algumas questões enviadas pela equipe de MIP Mag, entre eventos de sua atribulada agenda de palestrante, consultor e escritor. Para o psicólogo, é claro o papel da Psicologia Positiva como ponte entre a ciência da felicidade e o bem-estar efetivo, dado que se trata de um movimento baseado em descobertas científicas, e traz preceitos de fácil

absorção e aplicação nesse sentido – ao que ele credita o sucesso de suas aulas. A formação de Ben-Shahar se deu toda em Harvard, em Psicologia e Filosofia (bacharelado), com doutorado em Comportamento Organizacional. Seu ingresso como professor da instituição ocorreu pouco tempo depois dessa trajetória completa. Longe dessa universidade, ele segue, por meio de empresa própria, com suas palestras e workshops sobre felicidade, autoestima, educação, inovação e mindfulness, dentre outros temas. Por meio de sua consultoria, oferece ferramentas e conteúdo didaticamente organizado a educadores, para que apliquem todo o conhecimento científico hoje disponível sobre bem-estar e desenvolvimento

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entrevista

difícil

humano no trabalho com seus alunos, Unidos. Hoje, ele nada, dança, “É , e em sala de aula. Atua, ainda, junto pratica yoga. muitas vezes a populações em situação de risco Seus livros foram traduzidos (zonas de guerra, desastres, pobreza), 25 línguas diferentes e falar sobre para utilizando preceitos da Psicologia figuram em listas de best-sellers Positiva para tornar a vida dessas de diversos países. No Brasil, a felicidade com pessoas mais tolerável, em meio a versão em português do aclamado uma pessoa condições que nem sempre evoluem livro Happier: Learn the Secrets to para um quadro mais favorável. Daily Joy and Lasting Fulfillment que em O psicólogo fundou, ainda, a Happier. (2007) (Seja Mais Feliz, da Editora uma TV, um canal online que disponibiliza Academia) aparece esgotada nas vídeos on demand sobre bemprincipais prateleiras virtuais e ou estar, felicidade, forças pessoais e offline das livrarias. propósito de vida em linguagem bem Mais detalhes sobre suas de próxima da população em geral. atividades e publicações ” No universo corporativo, ele se encontram no site www. também ajuda a formar líderes talbenshahar.com, e a rápida bem-sucedidos, atendendo, com a entrevista o leitor confere a seguir. consultoria formada em parceria com Angus Ridgway, ex-diretor e consultor O MUNDO JÁ ASSIMILOU A MUDANÇA DE PARADIGMA da McKinsey & Company, a Potentialife, QUE REPRESENTA A PSICOLOGIA POSITIVA? inúmeras companhias do ranking das 500 Não, mas já está começando. Você pode ver mudanças “mais mais” da revista Fortune. em algumas escolas e organizações, e mais pessoas Em que pese saber que este homem estão falando sobre isso. É um primeiro passo, e aplicado à Psicologia Positiva pratica o esperamos que em breve o ponto de virada chegue. [Benque prega (uma vida equilibrada, levando Shahar não arriscou, porém, uma previsão.] em consideração hobbies, lazer e atividade física), Ben-Shahar foi campeão nacional de QUE SETORES CARECEM DE MAIS INTERVENÇÕES NESSE squash de Israel, e várias vezes campeão SENTIDO (ESCOLAS, EMPRESAS, CLÍNICAS ETC.)? universitário da modalidade nos Estados Todos os setores.

fútil,

vive zona de guerra opressão política

O QUE O SENHOR CONSIDERA UM GRANDE AVANÇO EM SE TRATANDO DE PSICOLOGIA POSITIVA APLICADA?

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O fato de que o aumento dos níveis de bem-estar melhora o desempenho das pessoas no trabalho e na escola e de que o estresse pode ser útil se percebido corretamente. [Ben-Shahar cita como referência, a respeito, o trabalho de Alia Crum.] NESSE SENTIDO, O SENHOR ATUA JUNTO A COMUNIDADES QUE VIVEM EM SITUAÇÃO DE RISCO. PODERIA DETALHAR COMO É ESSA ATUAÇÃO? COMO FALAR SOBRE FELICIDADE E AUTOESTIMA A POPULAÇÕES QUE, MUITAS VEZES, NÃO TÊM SEQUER SEUS DIREITOS BÁSICOS ATENDIDOS?

A Psicologia Positiva fortalece nossa resiliência – uma pessoa que se concentra nos seus pontos fortes, por exemplo, é mais capaz de lidar com as dificuldades e o fracasso. Direitos básicos são fundamentais para a

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entrevista

felicidade e o bem-estar, mas infelizmente os direitos de milhões de pessoas são massacrados diariamente. É difícil, e muitas vezes fútil, falar sobre felicidade com uma pessoa que vive em uma zona de guerra ou de opressão política. Isso não é uma panaceia!

Aqui estão algumas “lições de felicidade”: Lição 1 – Permita-se ser humano. Quando aceitamos as emoções – como medo, tristeza ou ansiedade – como naturais, nos tornamos mais propensos a superá“Com o passar Rejeitar as nossas dos anos, as pessoas las. emoções, positivas ou negativas, leva à frustração se tornaram e à infelicidade. Somos em relação uma cultura obcecada pelo prazer e acreditamos que a à . marca de uma vida digna é Por outro lado, a ausência do desconforto; temos a academia, e quando sentimos dor, nós encaramos isso como um com a escrita e indicativo de que algo deve estar errado com a gente. Na a pesquisa que é verdade, há algo errado com a gente se não sentirmos tristeza ou ansiedade às mas que vezes – que são emoções o seu humanas. O paradoxo é que, quando aceitamos nossos caminho para sentimentos – quando nos permitimos ser humanos e a sentir dores –, ficamos mais das famílias” propensos a nos abrirmos para as emoções positivas. Lição 2 – A felicidade está na intersecção entre prazer e sentido. Seja no trabalho, seja em casa, o objetivo é se engajar em atividades que são tão significativas quanto agradáveis. Quando isso não for possível, verifique se você tem boosters de felicidade (incentivos a sua felicidade), momentos ao longo da semana que te proporcionam prazer e significado. Pesquisas mostram que uma ou duas horas de uma experiência significativa e prazerosa pode afetar a qualidade de um dia inteiro, ou até mesmo de uma semana inteira.

céticas autoajuda

significativa, não encontra maioria

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PODERIA COMENTAR ALGUNS DOS PASSOS MAIS IMPORTANTES QUE O SENHOR PROPÕE EM SEU TRABALHO E EM SEUS LIVROS PARA CONSTRUIR UMA JORNADA ORIENTADA À FELICIDADE?

Lição 3 – Lembre-se de que a felicidade depende principalmente do nosso estado de espírito, não do nosso status ou da nossa conta bancária. Salvo circunstâncias extremas, o nosso nível de bem-estar é determinado pelo que optamos enfocar e pela nossa interpretação de eventos externos. Por exemplo, nós focamos a parte vazia ou a parte cheia do copo? Nós vemos nossas falhas como catastróficas, ou as vemos como uma oportunidade de aprendizado? Lição 4 – Simplifique! Nós estamos, em geral, muito ocupados, tentando “espremer” mais e mais atividades em cada vez menos tempo. Quantidade influencia qualidade, e nós acabamos comprometendo a nossa felicidade ao tentar fazer coisas demais. Saber quando dizer “não” para os outros, muitas vezes, significa dizer “sim” para nós mesmos. Lição 5 – Lembre-se da conexão mente-corpo. O que fazemos – ou não fazemos – com nosso corpo influencia nossa mente. O exercício físico regular, o sono adequado e os hábitos alimentares saudáveis ​​levam tanto à saúde física quanto à saúde mental. Lição 6 – Expresse gratidão sempre que possível. Nós também muitas vezes


entrevista

“Quantidade

influencia

qualidade, e nós acabamos comprometendo a nossa felicidade ao tentar fazer coisas demais. Saber quando dizer ‘não’ para os outros, muitas vezes, significa dizer ‘sim’ para nós mesmos”

não valorizamos nossas vidas. Aprenda a apreciar e saborear as coisas maravilhosas na vida, de pessoas a comida, da natureza a um sorriso. Lição 7 – O maior indicativo de felicidade é o tempo que passamos com as pessoas com quem nos preocupamos e que se preocupam com a gente. A mais importante fonte de felicidade pode ser a pessoa sentada ao seu lado. Aprecie-a, saboreie o tempo que passam juntos.

maneiras de encontrar o seu par perfeito. Essas são geralmente promessas vazias e, com o passar dos anos, as pessoas se tornaram céticas em relação à autoajuda. Por outro lado, temos a academia, com a escrita e a pesquisa que é significativa, mas que não encontra o seu caminho para a maioria das famílias. A meu ver, o papel da Psicologia Positiva – e que minhas aulas desempenham – é construir uma ponte entre a “torre de marfim” e a “rua principal”, entre o rigor da academia e a diversão do movimento da autoajuda. Os alunos são atraídos por esse tipo de aula porque sentem que isso está fazendo uma real diferença em suas vidas. O QUE O SENHOR SABE SOBRE A EXISTÊNCIA DE UMA “SEGUNDA ONDA DA PSICOLOGIA POSITIVA”?

A AFIRMATIVA QUE SERVE DE LINHA-GUIA PARA UM DE SEUS LIVROS – YOU DON’T HAVE TO BE PERFECT TO LEAD A RICHER, HAPPIER LIFE (“VOCÊ NÃO TEM DE SER PERFEITO PARA LEVAR UMA VIDA MAIS RICA E FELIZ”, EM LIVRE TRADUÇÃO) – NOS TRAZ UMA REFLEXÃO MUITO ATUAL. NO MUNDO EM QUE VIVEMOS, OU OS INDIVÍDUOS ESTÃO PRESOS AO SEU PASSADO (IMPERFEITO) OU ESTÃO ANSIOSOS E PREOCUPADOS EM GARANTIR UM FUTURO (PERFEITO). O MOMENTO PRESENTE SE PERDE. QUAIS SÃO SUAS RECOMENDAÇÕES A QUEM VIVE ESSA DICOTOMIA?

É um movimento importante que traz uma melhor compreensão de como uma vida feliz pode e deve parecer. [Ver, a respeito, artigo de capa desta edição.] A QUE O SENHOR É GRATO, EM SUA JORNADA?

A minha família e a meu trabalho.

Pratique a atenção plena (mindfulness), estando presente em tudo o que faz, seja meditando, seja simplesmente fazendo o que quer que esteja fazendo. [Veja artigo a respeito nesta edição.]

Até recentemente, o tema “felicidade” – no que se refere a melhorar a qualidade de nossas vidas – tem sido dominado pela psicologia pop. Em muitos dos seminários e livros de autoajuda que estão sendo oferecidos, há um monte de diversão e carisma, e relativamente pouca substância. Eles prometem cinco passos rápidos para a felicidade, os três segredos do sucesso e quatro

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FALE, POR FIM, SOBRE SUA EXPERIÊNCIA EM HARVARD. A QUE O SENHOR CREDITA O FATO DE A AULA DE PSICOLOGIA POSITIVA TER SE TORNADO TÃO PROCURADA NA UNIVERSIDADE, MESMO POR ALUNOS DE CURSOS NÃO RELACIONADOS À PSICOLOGIA?


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FLOW, O ESTADO DA

EXCELÊNCIA HUMANA

COMO O ESTADO DE FLOW PODE AJUDAR A ATINGIR A EXCELÊNCIA E FAZER A NOSSA VIDA FLUIR • POR HELDER KAMEI •

P

ense em uma atividade que você gosta muito e que, quando a realiza, fica extremamente absorvido e concentrado, a ponto de se esquecer de todos os seus problemas e não perceber o tempo passar. Agora lembre-se de uma ocasião da sua vida em que você desempenhou esta atividade excepcionalmente bem, um momento específico em que você se sentiu no seu melhor. Esse estado de excelência chama-se flow (ou experiência de fluxo), cujo conceito foi desenvolvido pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi — na época, professor da University of Chicago. Csikszentmihalyi é um dos fundadores da Psicologia Positiva, mas seu insight sobre flow surgiu trinta anos antes, quando fazia seu doutorado em criatividade nas

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artes. O pesquisador, de ascendência húngara, queria saber em que momento o artista era mais criativo, e para isso entrevistou e observou estudantes de artes plásticas pintando. Ele percebeu que, nos momentos mais criativos, os artistas entravam em um estado mental de profunda concentração, em que não sentiam fome, cansaço ou stress, esqueciam-se de tudo que não estava relacionado com a atividade presente, e frequentemente ficavam horas nesse estado sem perceber o tempo passar. Posteriormente, Csikszentmihalyi entrevistou músicos, alpinistas,

FREEPIK

versão em inglês


performance

Nas escolas, é comum os alunos com mais facilidade ficarem entediados na aula, porque o nível de desafio é menor que o de suas habilidades

corredores, atletas, jogadores de xadrez, e verificou que em todas as atividades humanas é possível entrar em flow. Em minha pesquisa de mestrado realizada na Universidade de São Paulo, utilizei o mesmo método de Csikszentmihalyi, porém, observando e entrevistando vinte praticantes de dança de salão, profissionais e amadores, sendo dez homens e dez mulheres. O que constatei foram exatamente as mesmas características descritas pelo autor: 1. Concentração profunda – o indivíduo fica 100% focado na atividade. 2. Foco no presente – durante o estado de flow, não existe passado nem futuro, somente o aqui e agora. 3. Sensação de controle – a pessoa sente-se no domínio da situação, mesmo que este controle seja apenas parcial. 4. Distorção do tempo – o indivíduo não percebe o tempo passar. A sensação é de que o tempo para ou que passa rápido demais. 5. Autotranscendência – há uma sensação de transcendência dos limites do corpo e fusão de si mesmo com todos os elementos da atividade. 6. Motivação intrínseca – a atividade torna-se um fim em si mesma, não necessita de recompensa externa. O prazer e a satisfação obtidos durante a atividade já são a própria recompensa.

cognitivas

ler, dirigir e cozinhar. Não apenas em atividade de lazer ou hobbies, mas também no trabalho, o que ocorre frequentemente com pessoas que gostam do que fazem. E não apenas em trabalhos criativos, mas também em trabalhos rotineiros, como o de operários em uma linha de produção.

COMO ENTRAR EM FLOW? Csikszentmihalyi descobriu que havia três condições absolutamente necessárias para a ocorrência do flow:

Hoje sabemos que é possível entrar em flow não apenas em atividades artísticas ou esportivas, mas também em atividades simples do cotidiano, como

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1. Metas claras – é preciso saber não apenas qual é a meta final, mas principalmente a meta passo a passo, ou seja, o que se pretende alcançar com cada movimento ou ação. 2. Feedback imediato – é preciso ter uma forma de saber rapidamente se a ação alcançou seu propósito ou não, podendo, assim, decidir manter ou corrigir o comportamento. 3. Altos desafios, altas habilidades – a atividade precisa ser suficientemente desafiadora. Se for fácil demais, o indivíduo ficará entediado; se for difícil demais, ele ficará ansioso. Se os desafios e as habilidades forem baixos, o estado será de apatia; e quando os desafios e as habilidades são altos e equivalentes, obtém-se o estado de flow.


baixas habilidades

altas habilidades

ansiedade

flow

apatia

tédio FREEPIK

baixos desafios

altos desafios

performance

BENEFÍCIOS DO FLOW Alta performance – o primeiro benefício do flow é que, neste estado de excelência, alta concentração e motivação, o indivíduo obtém o seu melhor desempenho na atividade. Autoconfiança – a sensação de controle e alta performance gera autoconfiança, autoeficácia e autoestima, acompanhadas de um senso de realização, que é percebido logo após o término da atividade. Desenvolvimento de forças e virtudes – geralmente o flow ocorre em atividades nas quais o indivíduo usa seus talentos, seus pontos fortes e suas virtudes de caráter. E cada vez que o flow acontece, ele se torna um pouco melhor, tanto em suas habilidades físicas e mentais quanto em virtudes utilizadas, tais como perseverança, disciplina, determinação e coragem.

FLOW NAS ORGANIZAÇÕES E NAS ESCOLAS Logo que apresentou seu conceito ao público, em 1975, Csikszentmihalyi afirmou que as duas aplicações mais importantes da sua teoria seriam na escola e no trabalho, pois estes são os locais onde crianças e adultos passam a maior parte do tempo.

Nas escolas, é comum os alunos com mais facilidade ficarem entediados na aula, porque o nível de desafio é menor que o de suas habilidades cognitivas. Por outro lado, os alunos com mais dificuldade ficam ansiosos, o que prejudica ainda mais o seu desempenho. Nas organizações, o flow é benéfico tanto para o funcionário, que se sentirá mais motivado, autoconfiante e feliz, quanto para a empresa, pois seus funcionários terão mais engajamento e melhor desempenho. Quando o funcionário não consegue dar conta das demandas do trabalho, ele entra em estado de ansiedade, que, se for crônico, pode levar ao burn-out. Por outro lado, funcionários que estão fazendo a mesma coisa durante muitos anos podem sentir-se entediados por falta de desafios, o que gera desmotivação e desengajamento. O cansaço físico e mental pode fazer com que crianças e adultos busquem fuga em atividades pouco desafiadoras e que não exijam nenhuma habilidade, como passar horas assistindo a TV. Esse estado é chamado de apatia. A solução para o tédio, a ansiedade e a

Nas organizações, o flow é benéfico tanto para o funcionário, que se sentirá mais motivado,

autoconfiante e feliz, quanto para a empresa 23


performance

apatia é procurar equilibrar os desafios com o nível de habilidades, e assim propiciar o flow, que levará ao desempenho ótimo, ao desenvolvimento de talentos pessoais e à autoconfiança.

NO FLUXO DA VIDA Você já teve a sensação de nadar contra a correnteza? Já sentiu que, apesar do trabalho duro e de muito esforço, a cada momento parecia surgir uma nova dificuldade e as coisas simplesmente não andavam? Talvez você já tenha tido a experiência oposta. De repente, tudo começa a dar certo, as oportunidades surgem, suas ações geram os resultados desejados e você tem a maravilhosa sensação de que sua vida está fluindo, quase sem esforço, em perfeita harmonia com o universo. Pois este é o conceito que estou aprimorando – o flow na vida –, e acredito ser minha contribuição à Teoria do Flow. Percebi que artistas que chegaram à excelência, como Michael Jackson ou o pintor Jackson Polock, não conseguiram transferir essa experiência ótima para as outras áreas da vida. Não conseguiram desenvolver bons relacionamentos, tiveram problemas com depressão, álcool, drogas e morreram cedo. Eles certamente vivenciavam muito flow, mas o problema é que não é possível dançar ou pintar o tempo todo. Por isso, em vez de entrarmos em flow em uma única atividade, precisamos encontrar uma maneira de entrar em flow com a vida. E como conseguimos isso? Tendo um propósito grande e significativo, que seja desafiador e difícil o bastante para unificar todos os esforços de sua vida, e que te engaje a utilizar todos os seus talentos e as suas virtudes a serviço de uma causa

Percebi que

artistas

que chegaram à

excelência,

como Michael Jackson ou o pintor Jackson Polock, não

maior do que a si mesmo, trazendo benefícios para as pessoas, os animais, a natureza ou o planeta. Quando conheci a Psicologia Positiva, dez anos atrás, senti o meu chamado, descobri o meu propósito de vida, e desde então a minha vida começou a fluir. Conheci pessoas incríveis, propostas surgiram e oportunidades maravilhosas apareceram. Hoje trabalho como pesquisador, psicoterapeuta, coach, professor, palestrante e escritor, e tudo isso está relacionado ao meu propósito maior. Por isso, baseado em conhecimentos da Psicologia Positiva e em minha pequena experiência pessoal, encerrarei este artigo com um pequeno conselho:

“Tenha um propósito grande e significativo, e sua vida irá fluir.” HELDER KAMEI é psicólogo e mestre em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP). É pesquisador da área de Ciências do Bem-Estar na Natura, professor do MBA em Desenvolvimento do Potencial Humano na Franklin Covey Business School, no IPOG e no Instituto Brasileiro de Coaching. Atende como psicoterapeuta e coach no Higienópolis Medical Center. Foi orador do TEDx O Poder de um Sorriso e é autor do blog www.flowpsicologiapositiva.com. Contato: helderkamei@flowpsicologiapositiva.com.

saiba mais (e referências)

conseguiram

KAMEI, H. (2014). Flow e Psicologia Positiva: Estado de motivação, concentração e alto desempenho. Goiânia: Editora IBC.

experiência

CSIKSZENTMIHALYI, M. (1990) Flow: The Psychology of Optimal Experience. New York: Harper Perennial.

transferir essa

ótima para as outras

áreas da vida

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CSIKSZENTMIHALYI, M. (2004). Gestão qualificada: a conexão entre felicidade e negócio. Porto Alegre: Artmed.


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f-e-l-i-c-i-d-a-d-e! ESTUDOS CIENTÍFICOS MOSTRAM QUE BOA PARTE DE NOSSA FELICIDADE SURGE DE NOSSAS AÇÕES E DE NOSSOS PENSAMENTOS INTENCIONAIS E PODE SER ESTIMULADA • POR RENATA LIVRAMENTO •

A

felicidade parece ser um desejo universal. Diante da indagação sobre o que queremos da vida, a maior parte de nós responde “ser feliz”. Mas o que exatamente é ser feliz? Como definir a felicidade? Há quem diga que por ser um conceito altamente subjetivo, não é passível de definição. Mas a ciência vem mostrando que não só é possível compreender a felicidade, mas principalmente que, em última instância, ser feliz é uma questão de escolha! Atualmente a felicidade tem sido alvo de muitos estudos, que têm por objetivo compreender de maneira científica o que ela é e como desenvolvê-la2. Tais estudos ganharam muita força a partir de 1998 com a criação da Psicologia Positiva. A partir de então, estudiosos dos principais centros de excelência em pesquisa do mundo começaram a se dedicar a compreender mais profundamente o fenômeno da felicidade, para poder ajudar mais pessoas, organizações,

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No clima

Que tal já entrar no espírito da Felicidade antes mesmo de começar a ler sobre ela? Acesse https://www. youtube.com/watch?v=s2IAZHAsoLI e aprecie o momento! “Felicidade – palavra tão singular que o ser humano usa no plural, associando a ela intuitivamente dezenas de sinônimos: arrebatamento da alma, prazer dos sentidos, alegria do coração, leveza do ser, contentamento, mas também bem-estar, contemplação, vida longa, realização...” (COHEN, 2010, p.17)1 comunidades e até mesmo sociedades a serem mais felizes. Segundo Kahneman (1999)3, quando falamos em felicidade há quatro possíveis níveis de análise.

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versão em inglês


bem-estar

Kahneman nos mostra que a felicidade realmente tem

Chamada para reflexão

Quão satisfeito você está com sua vida em geral?

diferentes domínios e muitas nuances,

Que tipo de emoção (positiva e negativa) você costuma experienciar em seu dia a dia?

e por isso muitos autores focam em aspectos distintos ao se referirem a ela

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Em um primeiro nível, mais geral, quando digo que sou feliz, estou dizendo que minha vida está indo bem, que tenho um bom nível de bem-estar. Em um segundo nível, a felicidade é como um traço de personalidade, ou seja, quando digo que sou feliz, quer dizer que sou uma pessoa entusiasta, ou com uma genética que me favorece a ser mais otimista e feliz. Em um terceiro nível, a felicidade se refere a uma emoção específica que estou sentindo em um dado momento. E por fim, em um quarto nível, quando digo que estou feliz, posso estar me referindo a uma experiência sensorial, como felicidade ao sentir o calor do sol na pele em um dia frio. Kahneman nos mostra que a felicidade realmente tem diferentes domínios e muitas nuances, e por isso muitos autores focam em aspectos distintos ao se referirem a ela. Martin Seligman, considerado um dos principais autores da Psicologia Positiva, apresentou em 2002 sua teoria denominada Felicidade Autêntica4. De acordo

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com esta teoria, a felicidade é composta de três elementos: emoções positivas, engajamento e sentido/propósito de vida. O primeiro elemento são as emoções que sentimos, como prazer, entusiasmo, conforto, satisfação, dentre outras. O segundo elemento, o engajamento, diz respeito a uma postura de entrega completa a uma atividade envolvente, de maneira que se perca a noção de tempo e consciência de si durante tal atividade. E por fim, o terceiro elemento, o sentido, se refere a nos sentirmos parte de algo maior do que nós mesmos, a encontrar e servir a um propósito de vida mais amplo. Tal propósito pode ser uma religião, uma causa social, um partido político, um movimento ecológico ou até mesmo a vida em família. O sentido é algo pessoal, cada um encontra (ou pode encontrar) o seu. (SELIGMAN, 2002) Seligman continuou revendo e desenvolvendo a sua teoria, até que em 20115 apresentou uma nova versão, denominada agora de “Teoria do Bem-Estar”, em que apresenta os cinco componentes do bem-estar: emoções positivas, engajamento, sentido, relacionamentos positivos e realização. O autor afirma que os relacionamentos positivos ou significativos são uma forma confiável para se ter bons momentos e funcionam como um antídoto para os maus momentos. Afirma ainda que a realização,


bem-estar

Emoções positivas

Focando no papel das emoções positivas para nossa felicidade e nosso bem-estar, a pesquisadora Barbara Fredrickson (2001) desenvolveu uma teoria denominada Potencializar e Construir 8 9 . Segundo esta teoria, no momento em que experienciamos emoções positivas, como alegria, interesse, amor, dentre outras, elas ampliam nossa mente, literalmente. Ao sentir emoções positivas, a sua percepção se abre, você passa a ver as coisas de uma forma muito mais ampla e fortalece sua vontade de fazer algo naquele dado momento. Além disso, as emoções positivas também potencializam os recursos que a pessoa tem. Então, quanto mais você constrói para você recursos que aumentem a experiência de emoções positivas em sua vida, mais você muda e se torna mais resiliente, com mais recursos internos

e mais conectado consigo mesmo. Esse processo vai gerando uma espiral ascendente positiva, de forma que a pessoa se torne cada vez mais uma melhor versão de si mesma. transformar as pessoas e gerar espirais ascendentes construir recursos pessoais duradouros

ampliar repertórios de pensamento-ação momentâneos experiências de emoções positivas

Fig. 1: Espiral Ascendente de Emoções Positivas Fonte: Fredrickson, B., Joiner, T. (2002). Positive emotions trigger upward spirals toward emotional well-being. Psychological Science, 13 (2).

De acordo com a teoria de Seligman, a felicidade é composta de três elementos: emoções positivas,

o sucesso e a vitória são buscados por si mesmos, podendo ou não ser de forma positiva (ex.: trapacear para vencer). Ainda assim, o senso de realização é um dos elementos do bem-estar humano. Para Ed Diener (2000)6, renomado professor da Universidade de Illinois, a felicidade é, por um lado, um senso geral de bem-estar que lhe permite dizer o quão satisfeito você está com sua vida; e por outro, uma variedade de emoções positivas que você sente regularmente em seu dia a dia. Sendo que a frequência das experiências emocionais positivas pode ser separada da sua intensidade, isto é, você pode sentir-se feliz por ter emoções positivas frequentes, mesmo que elas não sejam tão intensas. Assim, Diener derruba o senso comum de que felicidade é um estado de euforia constante.7

Já que a felicidade é algo tão almejado, não seria ótimo que houvesse uma fórmula para ela? Pois a teoria de Lyubomirsky, Sheldon e Schkade (2005)10 tem sido conhecida como “a fórmula da felicidade”. Trata-se de um modelo que integra os papéis personalidade/genética e fatores circunstanciais/ demográficos na felicidade. Segundo este modelo, o nível de felicidade crônica de uma pessoa (ou seja, o quão feliz é a pessoa em um dado período de sua vida) é regido por três fatores: um ponto de partida geneticamente determinado, circunstâncias de vida significativas e

engajamento e sentido/

propósito de vida

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A FÓRMULA DA FELICIDADE


bem-estar

Para Ed Diener, a felicidade é, por um lado, um senso geral de bem-estar que lhe permite dizer o quão satisfeito você está com sua vida

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atividades intencionais em direção à felicidade. Além disso, Lyubomirsky11 e seus colegas propuseram, com base em pesquisas passadas, que a genética responde a 50% do total de felicidade da pessoa; as circunstâncias de vida, a 10%; e a as ações intencionais, a 40%. Portanto a felicidade pode ser assim representada:

F = G + C + AI 100%= 50%+10%+40% em que F = Felicidade G = Genética C = Circunstâncias AI = Atividades Intencionais. Tais resultados apontam que há uma

Algo em comum

boa porcentagem da nossa felicidade que depende somente de nós mesmos, sendo, portanto, uma escolha. E você vai escolher ser mais feliz? RENATA LIVRAMENTO é psicóloga, doutora em Administração, master coach e presidente do Instituto Brasileiro de Psicologia Positiva (www.ibrpp.com.br). Idealizadora do Programa Felicidade em Ação (www.felicidadeemacao.com. br). Contato: renata@renatalivramento.com.br.

saiba mais (referências) COHEN, M. (2010). A História da Felicidade. São Paulo: Saraiva. 1

² Para uma descrição detalhada do que é Psicologia Positiva, ver número 1 desta revista. ³ KAHNEMAN, D. (1999). Objective happiness. Well-being: The foundations of hedonic psychology, 3-25. SELIGMAN, M. (2002). Authentic Happiness: Using the new positive psychology to realize your potential for lasting fulfillment. New York: Free Press. 4

SELIGMAN, M. (2011). Florescer: Uma nova compreensão sobre a natureza da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro: Objetiva. 5

DIENER, E. (2000). Subjective well-being: The science of happiness, and a proposal for a national index. American Psychologist, 55, 34-43 6

https://www.youtube.com/ watch?v=EdxbmVbr3NY 7

“Algumas emoções positivas – alegria, interesse, contentamento, orgulho e amor –, apesar de serem fenomenologicamente diferentes, têm em comum a habilidade de ampliar momentaneamente os repertórios de

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Tradução livre de “Broaden and Build”

FREDRICKSON, B. (2001). The Role of Positive Emotions in Positive Psychology: The Broaden-and-Buid Theory of Positive Emotions. American Psychologist, 56, 218226. 9

LYUBOMIRSKY, S., Sheldon, K. M., Schkade, D. (2005) Pursuing Happiness: the architecture of sustainable change. Review of General Psychology, 9, 11-131. 10

pensamento-ação das pessoas, e construir recursos pessoais duradouros, que vão desde recursos físicos e intelectuais a recursos sociais e psicológicos.” (FREDRICKSON, 2001, p. 219) 28

http://www.huffingtonpost.com/ dr-ali-binazir/the-how-of-happiness-ani_b_663790.html 11


bem-estar

mindfulness (parte 1) FREEPIK

ORIGEM, TERMINOLOGIA E APRESENTAÇÃO DA PRÁTICA, QUE TEM PROFUNDAS IMPLICAÇÕES NA SAÚDE, NA EDUCAÇÃO, NOS NEGÓCIOS E EM MUITAS OUTRAS ÁREAS DO COMPORTAMENTO HUMANO • POR FABIO

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APPOLINÁRIO •

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ema de grande relevância para a Psicologia Positiva e um dos tópicos mais presentes nas atuais discussões das neurociências, com implicações para as áreas da saúde em geral (e mental em especial), educação, negócios, liderança, relacionamento interpessoal, dentre outros, o conjunto de ideias agrupadas sob a designação de mindfulness é impressionante – assim como a enorme profusão de livros acadêmicos e não acadêmicos, bem como artigos científicos e populares a respeito do tema. Mas o interessante acerca dessa exuberância na quantidade de fontes e referências sobre mindfulness é exatamente a dificuldade de encontrar uma conceituação coerente e consensual sobre o tema – ao menos foi essa a impressão que tive quando iniciei minhas pesquisas sobre o assunto há tempos, e que ainda permanece. Depois de muita reflexão, adotei uma hipótese de trabalho, alinhada ao pensamento da professora Ellen Langer, da Universidade de Harvard: possivelmente, a esmagadora maioria dos nossos problemas – quer sejam

eles pessoais, interpessoais, profissionais, quer sejam sociais – reside no fato de estarmos, na maior parte do tempo, mindless (ou seja, não mindful ou, se preferir, sem mindfulness). Daí a enorme importância desse tema, bem como da minha motivação de escrever sobre ele. Por outro lado, peço desculpas pelos anglicismos (este artigo está sendo escrito originalmente em português), mas esses termos têm grande tradição na literatura científica dos últimos quarenta anos: de fato, o termo mindfulness parece ter sido introduzido na língua inglesa já em 1881, como tradução da palavra sati (da língua páli, falada em vários países, como Índia, Tailândia e Sri Lanka). Bem, partindo dessa hipótese básica – a de que a falta de mindfulness em nossas vidas seja a causa da grande maioria dos nossos problemas tanto como indivíduos quanto como sociedade –, tenho a intenção de produzir uma pequena sequência de artigos abordando as diversas facetas do tema a partir deste segundo número da MIP Mag, começando justamente por abordar o problema da origem desse conceito.

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UM POUCO DE TRADIÇÃO ORIENTAL Como já mencionei no parágrafo anterior, o termo inglês “mindfulness” vem da língua páli, que é uma língua litúrgica. Línguas litúrgicas são consideradas sagradas porque são utilizadas em rituais ou liturgias de determinadas religiões com a finalidade de preservar as tradições originais dessas religiões (como o latim para o catolicismo, o hebraico para o judaísmo e o iorubá para o candomblé, por exemplo). O páli é a língua litúrgica de uma escola específica do budismo, denominada Theravada. Acreditase ter sido a língua utilizada pelo próprio Sidarta Gautama – o fundador do budismo, por volta do século V a.C., para redigir seus ensinamentos. Na tradição budista, o caminho da iluminação começa com a compreensão das chamadas Quatro Nobre Verdades: a primeira nos diz que a vida é abundante em sofrimentos; a segunda, que esses sofrimentos são causados por nosso apego à ilusão. A terceira informa que é possível nos liberarmos desses sofrimentos e atingirmos a iluminação. Finalmente, a quarta nobre verdade nos explica como podemos fazer isso. As três primeiras Nobres Verdades representam uma

autêntica “dissecação” das causas do sofrimento humano e guardam profunda relação com a falta de harmonia do ser humano consigo mesmo e com o mundo, fruto da ilusão de que, de fato, existem “coisas” dentro e fora de nós que são as causadoras da nossa insatisfação básica com a vida. Em certo momento, Buda teria dito a seu discípulo Shariputra: “É a essa ilusão que se apegam os homens ignorantes da verdade. Eles consideram todas as coisas como reais, quando, na verdade, nenhuma é real.” (extraído dos sutras Prajnaparamita – escritos sagrados budistas) A forma de acabar com o sofrimento encontra-se descrita na Quarta Nobre Verdade, que descreve um caminho a ser percorrido pelo discípulo em sua crescente compreensão acerca da eliminação de todo o sofrimento. Essa versão “detalhada” da Quarta Verdade é denominada de Nobre Caminho Óctuplo, ou seja, os oito elementos fundamentais para a prática budista. São eles a compreensão correta (em páli, samma significa “correto” ou “perfeito”), o pensamento correto, a palavra correta, a ação correta, o meio de vida correto, o esforço correto, a atenção correta e a concentração correta. Atenção correta (samma sati) ou vigilância plena correta consiste numa tomada de consciência das atividades do corpo (kaya), das sensações (vedana), dos diferentes estados da mente, das ideias e dos pensamentos (citta) e da harmonia com as leis que regem o universo (dharma). Já a concentração correta (“samma samadhi”)

Possivelmente, a esmagadora maioria dos nossos problemas – quer sejam eles pessoais, interpessoais, profissionais, quer sejam sociais – reside no fato de estarmos, na maior parte do tempo, mindless (ou seja, não mindful ou, se preferir, sem mindfulness) 30


Outras tradições orientais já exploraram esse mesmo tema, tanto do ponto de vista das religiões (hinduísmo, jainismo e taoísmo) como das práticas derivadas dessas religiões

refere-se à ferramenta da meditação – um meio pelo qual podemos entrar num profundo estado de concentração ou equilíbrio. É sempre bom salientar que nas diversas escolas de budismo há certa controvérsia acerca do significado preciso desses termos todos – isso para não mencionar o óbvio problema inerente à tradução de palavras e conceitos que encontramse inseridos num contexto social, histórico e cultural bastante diferente do nosso, ocidental, judaico-cristão, do século XXI. De qualquer forma, segundo a maioria dos autores, o termo “sati” englobaria pelo menos três acepções: a) “consciência” (no sentido de capacidade de perceber); b) “atenção” (no sentido de direcionar intencionalmente a consciência para algum objeto interno ou externo); e c) “lembrar-se” ou “manter em mente” (provavelmente no sentido de manter em mente o dharma). Daí a definição ocidental e acadêmica de mindfulness ser algo parecido com “o estado mental de consciência plena e não julgadora do momento presente”. Provavelmente, também é decorrente da influência budista associar a ideia de mindfulness com meditação (afinal de contas, sati e samadhi são pares indissociáveis na chamada disciplina da mente explicitada no Nobre Caminho Óctuplo), muito embora alguns autores (Langer, p. ex.) insistam na ideia de que a meditação seria apenas um dos caminhos possíveis para o desenvolvimento de um indivíduo mindful. De tudo o que foi dito até agora, talvez se possa depreender que o estado mental de mindfulness (até por ter sido introduzido no Ocidente por meio de um termo páli) de fato é um conceito derivado exclusivamente da psicologia budista. Bem, eu pessoalmente discordo desse argumento. Outras tradições orientais já exploraram esse mesmo tema, tanto do ponto de vista das religiões (hinduísmo, jainismo e taoísmo) como das práticas derivadas dessas religiões (como o yoga, o kung-fu, o tai-chichuan e o chi-kung). No entanto, exploraremos essas

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relações com mais profundidade em textos futuros. Antes de terminarmos este primeiro artigo sobre o tema, gostaria de, por um breve momento, voltar à questão da terminologia. No Brasil, o termo mindfulness tem sido traduzido frequentemente por “atenção plena”. Em minha visão, no entanto, esse termo nos distancia muito do sentido original da palavra sati. Os franceses optaram por usar pleine conscience ou ainda présence attentive, que, acredito, seja mais fiel ao sentido original. Então, em português, vejo mais sentido no uso de termos como “presença atencional” ou “consciência plena”. O problema é que, até onde tenho percebido, os anglicismos mindfulness / mindlessness (substantivos) e mindful / mindless (adjetivos) já se tornaram parte do vocabulário nas discussões nos meios profissionais e mesmo na grande mídia. Desta forma, por motivos práticos, nos próximos artigos adotarei a terminologia inglesa, uma vez que esta já é dominante, e não faria sentido trazer mais confusão à discussão. FABIO APPOLINÁRIO é doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo, consultor, coach e psicoterapeuta; diretor científico do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento. E-mail: appoli@psicologiapositiva.com.br

saiba mais DIDONNA, F. (Ed.) Clinical handbook of mindfulness. New York: Springer, 2009. LANGER, E. Counter Clockwise: mindful health and the power of the possibility. New York: Ballantine Books, 2009. TRUNGPA, C. As quatro nobres verdades do budismo e o caminho da libertação. São Paulo: Cultrix, 2013. YÜN, H. Budismo: significados profundos. São Paulo: Editora de Cultura, 2003.


neurociência

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Saboreando emoções positivas

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NOVAS INVESTIGAÇÕES MOSTRAM COMO O CÉREBRO PROCESSA A DEGUSTAÇÃO DE EVENTOS PRAZEROSOS • POR MARCO CALLEGARO •

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m novo estudo realizado pela equipe do neurocientista Richard Davidson mostrou que uma região do cérebro conhecida como estriado ventral está diretamente ligada à sustentação de emoções positivas e sensação de recompensa. Esta descoberta pode ajudar a inspirar as pessoas a usar o conhecimento proveniente das pesquisas sobre o processamento cerebral para aumentar a capacidade de saborear as emoções positivas, uma vez que a ativação do estriado ventral está, em certa medida, sob nosso controle. De forma geral, pessoas com níveis mais altos de atividade no estriado ventral relatam um maior bemestar mental e também têm menores níveis do chamado “hormônio do estresse”, o cortisol. Estudos anteriores já haviam ligado o processamento mental relacionado ao saborear um evento positivo — como a apreciação de um pôr do sol e as emoções positivas provenientes deste processamento mental — ao aumento do bem-estar mental e da felicidade subjetiva. Neste novo estudo, o objetivo foi identificar como e por que algumas pessoas parecem

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melhores ao manter os sentimentos positivos vivos durante mais tempo. A identificação de uma região cerebral específica ligada à sustentação das emoções positivas torna mais fácil visualizar uma espécie de comutador cerebral que tem poder de ligar ou desligar este processamento, e coloca a ativação desta área dentro de nossa capacidade de controle consciente. Para exercer controle voluntário sobre esta estrutura cerebral, é necessário mergulhar na experiência de experimentar e sustentar emoções positivas. É preciso prestar atenção consciente nos sentimentos positivos e focar a sustentação destas sensações. De certa forma, remete ao conceito de mindfullness, ou prática da atenção plena na apreciação da vida. A habilidade de sustentar emoção positiva é um componente-chave do bem-estar


neurociência

psicológico, enquanto a falha em manter emoções positivas ao longo do tempo é uma marca da depressão e de outras psicopatologias. No entanto, até o momento, não se conhecem os mecanismos que tornam possível prolongar a experiência positiva. Nesta pesquisa, foram conduzidos dois experimentos no mundo real com humanos, condições que são importantes para aumentar a confiança na capacidade de generalização dos resultados. Um dos estudos foi de neuroimageamento através de ressonância magnética funcional das respostas de recompensa, e o segundo envolveu a mensuração das respostas emocionais que seguiram uma recompensa obtida em campo, na vida real. A sustentação da ativação na região do estriado ventral está associada à duração das respostas emocionais positivas no mundo real. Examinar esta dinâmica pode facilitar a melhor compreensão das associações entre cérebrocomportamento que estão subjacentes às emoções negativas e positivas. O estriado ventral inclui o núcleo acumbente e os componentes do sistema de recompensa, por meio dos quais a liberação do neurotransmissor dopamina provoca sensações de prazer. Esta área está relacionada à tomada de decisão baseada em avaliação de risco e de recompensa. Pensamentos de ganho induzem liberação de dopamina e sensação subjetiva de prazer, enquanto pensamentos de perda têm efeito contrário. O estriado ventral está envolvido na motivação do sujeito, ou na falta de motivação, como acontece na depressão, na dependência química ou no transtorno obsessivo-compulsivo. É importante considerar não somente quanta emoção positiva experimentamos, mas também o quanto estas emoções persistem. As descobertas desta pesquisa são excitantes, pois mostram que uma duração de segundos na atividade de circuitos específicos, como no estriado ventral, resulta na persistência das emoções positivas de uma pessoa por minutos ou horas depois. O neurocientista sênior do estudo, Richard Davidson, afirmou que o padrão neural que foi observado no estriado ventral se mostrou ligado a níveis mais altos

A ativação da região do estriado ventral está ligada à duração e à

intensidade da apreciação de emoções

positivas

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Estriado ventral em vermelho Fonte: Wikimedia| lifescience database

de bem-estar mental. Segundo Davidson, saboreamos melhor quando adotamos práticas compassivas, que geram ternura, amor e compaixão perante os outros, e quando cultivamos certas formas de emoções positivas. Portanto formas simples de meditação podem melhorar a capacidade de sustentar as emoções positivas por muito mais tempo, ao manter a ativação dos neurônios da região do estriado ventral na posição “on”. Decisões conscientes sobre prestar atenção e saborear a comida, ou um passeio de bicicleta, percebendo os detalhes e as sensações, podem levar a prolongar nosso bem-estar, conforme os estudos da Psicologia Positiva já haviam salientado. Com esta investigação em Neurociência Positiva, agora sabemos mais sobre os circuitos neurais envolvidos e a importância de cultivar uma atitude de saborear a vida. MARCO CALLEGARO é psicólogo, mestre em Neurociências e Comportamento, diretor do Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva (ICTC) e do Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva (IPTC). Autor do livro premiado O Novo Inconsciente: Como a Terapia Cognitiva e as Neurociências Revolucionaram o Modelo do Processamento Mental (Artmed, 2011). É presidente atual da Associação de Psicologia Positiva para a América Latina (APPAL). www.appal.org.br (Associe-se!)

saiba mais (referências) The Neurodynamics of Affect in the Laboratory Predicts Persistence of RealWorld Emotional Responses. Heller AS, Fox AS, Wing EK, McQuisition KM, Vack NJ, Davidson RJ. J Neurosci. 2015 Jul 22;35(29):10503-9. doi: 10.1523/ JNEUROSCI.0569-15.2015.


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Felicidade na

maturidade

Em um mundo cada vez mais velho e no qual a juventude é cultuada obsessivamente, exemplos inspiradores nos remetem ao culto da sabedoria e da alegria, entre outras características e emoções positivas, para envelhecer feliz e com tranquilidade • por Cléa Graziano •

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elicidade tem prazo de validade? Existe um ponto da vida em que devemos abandonar os nossos sonhos? O que a maturidade nos traz, além de rugas e flacidez? Se você nunca se fez essas perguntas, é melhor que comece a pensar no assunto, pois, segundo o IBGE, daqui a quinze anos – portanto, logo mais – o Brasil terá mais pessoas com mais de 60 anos do que crianças que tenham até 14 anos. Por esta razão é importante que você comece a dispensar o mesmo tratamento que gostaria de receber quando chegar lá. O lado bom desse fato é que, devido à evolução na

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saúde, em saneamento, mim nunca esteve na imagem do Temos que em infraestrutura, etc., a meu espelho. expectativa de vida está Apesar das dificuldades de serem cada vez maior: no Brasil, continuamente aceitos e de se aceitarem, há (sempre) nos últimos cinquenta anos, uma luz no fim do túnel. Não tenho para ela saltou de 55,6 para 73,6 a pretensão de (fazê-los) acreditar anos. Nossos idosos já se que possa ser fácil envelhecer, pois a e reconhecem muito mais até ser feliz tem suas dificuldades! recebê-la com sadios, ativos e produtivos Mas temos, sim, que trabalhar do que seus pais e avós. E a para aceitar a velhice e , continuamente tendência é a evolução recebê-la com tranquilidade, equilíbrio desse quadro. e bom humor. Existem muitos Mas a sociedade está recursos e exemplos de vida que nos e preparada para acolher servirão de incentivo e inspiração, mas esse grupo cada vez maior? o fundamental é a força de vontade A nossa cultura, que impõe a ditadura do culto para ser mais do que à juventude, à beleza e ao corpo perfeito, não mais um. está muito preocupada com a sabedoria que só CLÉA GRAZIANO a maturidade é capaz de trazer. Também estou é responsável pelo envelhecendo, fato este que me inspirou nas marketing do Instituto reflexões deste artigo. Sei bem das dificuldades de de Psicologia Positiva olhar para uma imagem no espelho que não condiz e Comportamento mais com os padrões “ornamentais” da sociedade, (IPPC). E-mail:clea@ apesar de ter plena consciência de que o melhor de psicologiapositiva.com.br

trabalhar

aceitar idade

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ARQUIVO PESSOAL

tranquilidade equilíbrio bom humor


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O vinho e o desenvolvimento

humano

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Por exigir organização, planejamento e paciência em sua produção, o vinho pode ser considerado um marco no processo civilizatório humano e um ponto focal na busca do bem-estar • por Frank Roman •

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ste pequeno artigo é fruto de um desafio. Uma amiga instigou-me a montar uma palestra sobre o vinho para a Confraria do Saber de seu Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). Uma proposta irrecusável, porém eu deveria abordar o tema sob uma óptica específica: o vinho como um elemento civilizatório. Bem, confesso que de saída não achei que houvesse muita dificuldade nisso, afinal adoro história e vinhos. Porém qual não foi a minha surpresa ao descobrir que se fala muito sobre o vinho e existem obras importantes sobre a história do vinho (dentre as quais eu cito o autor inglês Hugh Johnson e seu clássico A História do Vinho), mas quase nada sobre a importância do vinho para a nossa civilização. E nada sobre como o vinho teria sido um fator importante no processo civilizatório da humanidade. E me vi procurando todas as fontes históricas possíveis: Heródoto, Plínio (o velho), Virgílio, até a Bíblia (Noé), chegando até os autores modernos. Há muita informação sobre o vinho e a cultura do vinho, porém, dentre diversos compêndios sobre o vinho – para a minha grande frustração –, não consegui encontrar nada a respeito de como o vinho teria sido fundamental para o desenvolvimento da humanidade e, principalmente, para a civilização dita ocidental. O desafio passou então a me interessar ainda mais. E a grande luz viria da constatação

de que a história do vinho começa antes da nossa história escrita. Atualmente, sabemos que o vinho surgiu há mais de 8 mil anos na região do Cáucaso (Geórgia, Armênia). Já o primeiro historiador teria sido Homero, na Grécia Antiga. Homero muito nos falou sobre o vinho e sobre a sua importância para a cultura e a economia da Grécia. Mas Homero viveu em uma sociedade na qual o vinho já estava presente. Isso me remeteu às civilizações e aos povos pré-gregos. No Egito Antigo, o vinho era conhecido e importante. O vinho foi utilizado no Egito Antigo em cerimônias religiosas e em outras celebrações. Da mesma forma que a cerveja também foi fabricada e consumida no Egito. As duas bebidas eram importantes, mas o vinho tinha uma função cerimonial nos rituais religiosos que a cerveja jamais teve. E finalmente veio o insight! O vinho é muito mais difícil de produzir do que a cerveja. As matérias-primas são intrinsecamente diferentes (a uva e a cevada, ou o trigo). E é esta


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vinho

cerimônias religiosas

complexidade marco

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época longínqua de nossa história, em que não havia grandes cidades, tampouco muita segurança. Esta decisão foi coletiva, uma vez que uma pessoa sozinha não poderia levar avante um projeto tão complexo e longevo. É exatamente isso que faz do vinho um elemento do nosso processo civilizatório. O vinho é uma empresa que demanda grande esforço, tanto do ponto de vista temporal como do labor em si. Enquanto a produção de grãos nos proporciona uma recompensa “rápida” — ao final de uma estação já podemos colher e usar os grãos para a produção de alimentos (seja pão ou cerveja) —, o vinho requer de quatro a cinco anos de cuidados e trabalhos contínuos para ser produzido. Nossos ancestrais, há mais de 8 mil anos, na região do Mar Negro, no Cáucaso, resolveram deliberadamente apostar neste novo produto. Eles deram um passo importante para toda a humanidade ao postergar seu impulso por satisfação e investir seu tempo e seu trabalho em algo superior. O vinho é reconhecidamente um produto com qualidades e complexidades tais que demandam algum treino de nossa parte para que possamos degustá-lo e apreciá-lo no seu todo. E, como tal, é um elemento cultural importante de socialização, celebração e — por que não? — de sofisticação. A humanidade evoluiu com o vinho e o incorporou a nossa cultura e ao nosso dia a dia. O vinho passou a expressar tanto o sagrado como o profano. Através do vinho expressamos nossos sentimentos – seja ao produzirmos ou ao degustarmos. E, por tudo o aqui exposto, termino este artigo convidando os nossos caros leitores a apreciar uma merecida taça de um bom vinho. Saúde! FRANK ROMAN é economista e enófilo.

ARQUIVO PESSOAL

complexidade do vinho que o torna um marco em nosso desenvolvimento. Mas o que é que isso significa, afinal? A grande mudança comportamental e essencial da humanidade foi a escolha pelo caminho mais difícil, ou seja, a humanidade havia conquistado um importante upgrade ao passar de caçadores/coletores para a categoria de agricultores. E, então, alguém tomou a decisão de passar a cultivar uvas e a produzir o vinho. Isto quer dizer que, em vez de seguir o caminho mais fácil (já conhecido, ou dominado) de produzir grãos, alguns dos nossos ancestrais decidiram produzir videiras. Para quem não está afeito aos tempos da agricultura, é preciso informar que podemos produzir grãos rapidamente – entre três e seis meses – ou em uma estação do ano. Porém a videira leva em torno de quatro anos para produzir os primeiros frutos e depois disso pelo menos mais seis a oito meses para proporcionar uma bebida tragável. E por que então se organizar para produzir um produto que só nos gratificaria depois de tanto tempo? A resposta é: para obter uma recompensa maior. Ora, este é um turning point importantíssimo em nossa evolução. Nós tomamos contato com algo superior e gostamos tanto que resolvemos fazer um esforço coletivo para O foi utilizado incorporarmos esta nova conquista (o vinho) no Egito Antigo de forma permanente em nossas vidas. em Resolvemos trabalhar e em duro ao longo das outras celebrações. É a quatro estações do ano e durante muitos do anos para podermos um produto vinho que o torna um elaborar que já foi comparado em nosso ao “néctar dos deuses”. Esse momento sublime desenvolvimento de degustarmos algo superior nos inebria e nos remete ao Savoring. (Ver Positive Wiki.) O vinho demandou um nível de organização, de técnica e de segurança jamais alcançado pela humanidade até aquele momento, pois se fazia necessário garantir um mesmo território durante longos períodos. Esse é o maior indicador de que foi conquistada uma vontade – e uma organização – coletiva para atingir esta meta ambiciosa. Lembrem-se de que estou falando de uma


leituras

Guia para organizações evoluídas

Obra reúne conhecimento acadêmico de abordagem positiva sobre desenvolvimento humano nas empresas

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• por Andréa Perez Corrêa •

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ermitam-me que eu utilize algumas poucas linhas para deleitar-me numa explanação sobre este meu momento inaugural na coluna Leituras e esclarecer alguns pontos sobre esta participação. É quase compulsória a minha necessidade de expressar a imensurável satisfação de estar iniciando meu trabalho como colunista neste espaço na MIP Mag a convite de Lilian Graziano. Nossa relação de poucos anos para cá, depois de um estreitamento no curso de Coaching Positivo, do qual fui participante, acabou se intensificando – acreditamos

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nisso – pela nossa intencionalidade de colaborar com o crescimento e a disseminação da Psicologia Positiva em diversos contextos sociais. Além disso, estamos, junto a muitos representantes da área, embutindonos o propósito de unir instituições, profissionais e estudiosos da área de Psicologia Positiva do Brasil e até de outros países. Uma de minhas iniciativas para conduzir estas propostas, à qual


leituras

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Aqui, vocês terão uma abordagem sobre os temas de cada publicação, com pinceladas teóricas, ao lado de um retrato instantâneo sobre a carreira acadêmica e profissional dos autores ou editores das obras. Além disso, sempre que pertinente, teremos um alinhamento com outros assuntos entrelaçados com os temas e uma análise sobre a quê e a quem a publicação pode ser contributiva. Feitas estas declarações sobre as emoções positivas que nutrem este momento e dados os devidos esclarecimentos sobre a estruturação de nossas indicações, vamos ao que interessa a todos. Apesar de, no Brasil, os avanços das pesquisas e aplicações dos temas da Psicologia Positiva no contexto organizacional ainda serem ínfimos e embrionários, em outros países, O texto é a proliferação nesses ambientes é promissora. desenvolvido com A utilização de práticas e venho me dedicando há intervenções, fundamentadas em uma alguns meses, é oferecer pesquisas científicas do campo ao público leigo ou técnico da Psicologia Positiva, vem uma explanação com análise sendo foco de muitos líderes, da literatura crítica sobre publicações da que buscam estratégias que acadêmica, área da Psicologia Positiva aumentem a sua produtividade que chega, a partir deste nutrida de muitos organizacional, por meio de seu exemplar, a um novo e mais maior capital – o capital humano. de amplo universo. Diversos estudiosos, voltados Teremos aqui, além de a credibilizar novos resultados estudos, sugestões indicações de publicações de melhoria de performance nas originariamente importantes, de , organizações, vêm desenvolvendo aquelas que estejam pesquisas que ampliem a reflexões sobre abordando assuntos mais dimensão do favorecimento para latentes no momento, para futuras a melhoria da qualidade das que tenhamos um referencial atividades dos recursos humanos, de onde buscar o aprofundamento em temas que dos resultados organizacionais e da possamos utilizar para construir nossos trabalhos na competitividade no mercado. Psicologia Positiva aplicada e em pesquisas. Esta obra é um exemplo dessa É importante destacar que minha proposta nesta abrangência que os temas da Psicologia coluna não é apenas de indicar literatura, como muitos Positiva vêm galgando, e que, acredito, sites já fazem – “nome do livro + sinopse + preço + será um segmento de muita significância onde comprar”. para a perpetuação de sua temática

linguagem peculiar

resultados

frameworks

pesquisas

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leituras

nos contextos sociais, econômicos e políticos. Isso Gretchen M. Spreitzer. porque o segmento organizacional, seja por suas áreas Assim como outros handbooks, este de planejamento estratégico, liderança ou gestão de apresenta uma considerável – sendo recursos humanos, é suscetível e acolhedor de novas absolutamente humilde – quantidade temáticas que visem a promover diferenciais tangíveis de artigos da abordagem intitulada ou intangíveis. Positive Organizational Scholarship –, Contudo, da mesma forma que novas temáticas são que numa versão mais aproximada para bem-vindas e aceitas como molas propulsoras de o português seria Estudo Acadêmico mudança, é preciso que tenhamos atenção – como Organizacional Positivo. profissionais da área da Psicologia Positiva – para Dividido em oito partes e mais uma que a inserção de seus temas conclusão, o livro aborda nas empresas ou indústrias não as seguintes áreas: A conta com Atributos Positivos seja apenas mais uma “vibe” momentânea, como costuma Individuais, Emoções 149 , acontecer com outros modismos Positivas, Forças e dividida testados nestes contextos. Virtudes, Relacionamentos Precisamos contribuir – e isso Positivos, Práticas em 79 , não é uma tarefa fácil e nem rápida Positivas de Recursos – para que a Psicologia Positiva Humanos, Liderança e, nela, venha para ficar e se solidificar, Positiva e Mudança, Lentes encontramos pois são ambientes que podem Positivas em Problemas ser absolutamente frutíferos e Desafios e Expansão até que para a melhoria do bem-estar, do Estudo Acadêmico nem imaginávamos em que uma significativa fatia da Organizacional Positivo. população mundial passa a maior A obra conta com que pudesse ser parte de suas vidas. 149 autores, dividida aplicado ao Vamos à dica: o livro The em 79 artigos, e, nela, Oxford Handbook of Positive encontramos o que Organizational Scholarship, pensamos e até aquilo que organizado por Kim Cameron e nem imaginávamos que pudesse ser aplicado ao contexto organizacional. Dentre seus autores, encontramos figuras já muito representativas na área da Psicologia Positiva e das abordagens “organizacionais positivas”, tais como Bruce J. Avolio, David L. Cooperrider, Jane E. Dutton, Aam M. Grant, Barbara Fredrickson, Fred Luthans e Carolyn M. Youssef, entre muitos outros. Nas 1.076 páginas, você é apresentado(a) a um conteúdo rico, detalhado e, acima de tudo, em sua maioria, aplicável nos contextos organizacionais, que poderá permitir que sejam aprofundadas práticas que favoreçam as instituições com os temas da Psicologia Positiva.

obra autores

artigos

aquilo

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contexto organizacional

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leituras

deseja

Seus organizadores já tamanho não sugerem uma Se você são reconhecidamente leitura do início ao fim. Trata-se começar a se relevantes no estudo e de uma fonte de consulta para em pesquisas na área dar início ao desenvolvimento de organizacional, mas, acima trabalhos voltados ao ambiente tecnicamente, de tudo, desenvolvem de trabalho. Contudo, para maior efetivamente trabalhos em contemplação dos temas, a utilizando as empresas e organizações revisão da literatura em diversas em diversos países. Até fontes sempre será muito bemporque, para estar à frente vinda e essencial, visto que, da Psicologia de uma obra que conta apesar de ser uma publicação Positiva, associadas com esta quantidade e recente (2013), sabemos que a qualidade de estudiosos, construção de seus conteúdos às não poderia ser diferente. data de anos anteriores, e Começando por Kim acessar o estado da arte sempre Cameron – nem me será uma ótima escolha. tenha certeza prenderei a enumerar Se você deseja começar a seus diversos títulos, pois se capacitar tecnicamente, de que esta seria extensivo –, destaco utilizando as temáticas da obra é um em seu trabalho a sua Psicologia Positiva, associadas dedicação a alguns temas, às práticas organizacionais, cujas abordagens crescem tenha certeza de que esta obra em favorecimento dos é um excelente início. ambientes organizacionais: efetividade Boas leituras! organizacional, redimensionamento, cultura e desenvolvimento de competências de liderança. ANDRÉA PEREZ CORRÊA é pós-graduada Com publicações acadêmicas de mais de 130 artigos em
Psicologia Positiva e Coaching, mestranda e participação em 15 livros, Cameron é destaque em em
Sistemas de Gestão na Universidade temas como virtuosidade nas e das organizações, Federal
Fluminense, membro-fundadora do voltando a atenção de seus estudos que focam Instituto Brasileiro de Psicologia Positiva – IBRPP, docente do MBA Desenvolvimento
Humano e em gratidão, compaixão e generosidade e suas Psicologia Positiva do Instituto de
Pós-Graduação correlações com performance. (IPOG). Dedica-se à disseminação
da Psicologia Já Gretchen M. Spreitzer, que acompanha Kim Positiva e é criadora da Biblioteca Positiva. 
E-mail: em muitos trabalhos, publicações e pesquisas, acorrea97@hotmail.com. Site: www.ibrpp.com. também é autora de livros, e sua ênfase de estudo br. Facebook
Andréa: http://on.fb.me/1O97CZm. e e práticas concentra-se em áreas como capacitação Biblioteca Positiva: http://on.fb.me/1Mejd8T de funcionários, desenvolvimento de liderança em contextos de mudança, desvio positivo e como as Ficha técnica organizações colaboram com a prosperidade dos The Oxford empregados. Handbook of Positive O texto é desenvolvido com uma linguagem peculiar Organizational da literatura acadêmica, nutrida de muitos resultados Scholarship de estudos, sugestões de frameworks, reflexões sobre Autores: Kim pesquisas futuras; tudo isso com o aprofundamento Cameron e Gretchen M. Spreitzer (org.) ideal para o leitor que deseja conhecer e se Publicação: Oxford desenvolver em temáticas da Psicologia Positiva em University Press contextos organizacionais. Ano: 2013 É claro que handbooks com essa proporção e esse

capacitar

temáticas

práticas organizacionais,

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DIVULGAÇÃO

excelente início


positive news

Ciclistas arrecadam mais de 4 milhões de dólares para erradicar a poliomielite

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do passeio desde 2009, quando a campanha End Polio Now, também da entidade, foi designada uma beneficiária oficial da corrida, permitindo que os ciclistas arrecadassem fundos para a iniciativa. No primeiro ano, 27 ciclistas arrecadaram 35 mil dólares. O número tem crescido exponencialmente desde então. (Fonte: Maureen Vaught/ Good News Agency via Rotary News. Arquivo original: https://www.rotary. org/myrotary/en/news-media/news-features/ cyclists-raise-nearly-3-million-miles-end-polio-ride)

FREEPIK

A luta para erradicar a poliomielite recebeu um grande impulso financeiro do anual Miles to End Polio, um passeio de bicicleta que aconteceu em 21 de novembro no Arizona (EUA), em apoio ao fundo PolioPlus do Rotary International. A arrecadação chegou a 4,4 milhões de dólares e a Fundação Bill & Melinda Gates vai dobrar esse valor, trazendo a contribuição total do PolioPlus para mais de 13 milhões de dólares. Mais de cem membros do Rotary do Arizona e pessoas de todo o mundo acompanharam o passeio. Membros da instituição participam

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Esta seção prestigia e divulga o trabalho da Good News Agency, que proporciona boas notícias às mídias do mundo inteiro, com material em inglês, italiano e português. (clique no link para saber mais)

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positive news

Treinamento cognitivo regula emoções negativas

Mais compromisso com a fome

(Fonte: http://medicalxpress.com/news/2016-01-brainnegative-emotions.html)

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(Fonte: Aramis Castro e Milagros Salazar/ Good News Agency. Arquivo original: http://www.ipsnews. net/2015/11/latin-american-legislatorsfind-new-paths-to-fight-hunger)

IMAGENS: FREEPIK

Um treinamento não emocional, que melhora a capacidade de ignorar informações irrelevantes, pode resultar em reações cerebrais reduzidas para eventos emocionais e alterar as conexões do cérebro, diz Noga Cohen, da Universidade Ben-Gurion, do Negev, Sul de Israel. A conclusão de Cohen e sua equipe foi recentemente publicada no periódico NeuroImage. A saber, são as informações irrelevantes na resolução de um problema, por exemplo, que nos tiram do foco de um comportamento pragmático, capaz de gerar aprendizados significativos e soluções efetivas e de minimizar o stress da situação. Trata-se de um treinamento cognitivo computadorizado, que foi testado em 26 voluntários saudáveis, monitorados por ressonância magnética funcional. Os participantes que completaram a versão mais intensa do treinamento mostraram ativação reduzida em sua amígdala, uma região do cérebro envolvida em emoções negativas, incluindo tristeza e ansiedade. Além disso, o treinamento intenso resultou também em aumento na conectividade entre a amígdala dos participantes e uma região no córtex frontal que está envolvida na regulação da emoção. Os pesquisadores da equipe de Cohen pretendem examinar o impacto da iniciativa em indivíduos que apresentam depressão ou ansiedade. Ela também pode ser útil para aqueles com alto risco de desenvolver pressão arterial elevada em reação ao recebimento de informações emocionais. A princípio, o treinamento não tem contraindicações para adultos jovens, idosos, crianças ou pessoas com distúrbios neurológicos ou psiquiátricos.

Para pressionar formalmente as leis e as políticas sobre a segurança e a soberania alimentares, entre outras áreas prioritárias, foram firmados oito compromissos por legisladores de 17 países no VI Fórum da Frente Parlamentar contra a Fome na América Latina e no Caribe no final de 2016. Os acordos também abrangem, com prioridade, a agricultura familiar e programas de alimentação escolar, e fazem parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU). A declaração final destacou que é essencial que a Frente Parlamentar trabalhe em conjunto com os governos de cada país para criar programas e aprovar leis destinadas a erradicar a fome. Para avançar nesse objetivo, legisladores da Frente devem participar do debate sobre os fundos do orçamento público, a fim de garantir que os governos financiem os programas.


positive news

A felicidade de uma nação está representada também nos genes de sua população

IMAGENS: FREEPIK

Analisando dados de pesquisas representativas entre 2000 e 2014, cientistas encontraram uma forte correlação entre a felicidade de uma nação e a presença de um gene específico na população. Trata-se do alelo A na amida hidrolase de ácidos graxos (em inglês, Fatty Acid Amide Hydrolase [FAAH]), gene variante rs324420. Esse alelo ajuda a impedir a degradação química da anandamida, uma substância que aumenta o prazer sensorial e ajuda a reduzir a dor. Entre as nações com a maior prevalência do alelo A, cujos cidadãos seguem mais propensos a se declararem “muito felizes”, estão Gana e Nigéria, na África Ocidental, e nações latino-americanas do Norte, como México e Colômbia, com descendentes de ameríndios e euro-americanos. As nações árabes do Iraque e da Jordânia e as nações da Ásia Oriental da China, de Hong Kong, da Tailândia e de Taiwan, que demonstraram menor prevalência deste alelo, foram consideradas menos propensas a se classificar como “muito felizes”. A genética também sugere explicações para as diferenças de felicidade entre as nações europeias. Os europeus do Norte, como os suecos, demonstraram ter uma prevalência muito maior do alelo A — e mais frequentemente se classificam como sendo “muito felizes” — do que seus primos do Sul ou do centro da Europa. Vale lembrar que a genética não é o único determinante da felicidade. Os cientistas envolvidos neste levantamento mostram que países do Leste da Europa, com frequentes crises políticas e econômicas, por exemplo, têm baixa classificação de felicidade, apesar da relativamente alta prevalência do alelo A nos genes de suas populações. (Fonte: ScienceDaily.com)

PARA SABER MAIS: Michael Minkov, Michael Harris Bond. A Genetic Component to National Differences in Happiness. Journal of Happiness Studies, 2016; DOI: 10.1007/s10902-015-9712-y. http://www. sciencedaily.com/releases/2016/01/160114113520.htm

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Mortalidade infantil: balanço positivo em 2015

Um balanço geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi divulgado recentemente mostrando que, em 2015, a mortalidade infantil global (incluindo todas as suas possíveis causas) reduziu para menos da metade desde 1990. Isso significa que menos 6,7 milhões de crianças com menos de 5 anos morrem a cada ano em relação a 1990. Quase 7 milhões de famílias evitaram a dor de enterrar seus filhos em 2015, o que teria acontecido se o mundo não tivesse passado por duas décadas e meia de progresso historicamente sem precedentes contra doenças infantis. O ano de 2015 também apresentou a proporção mais baixa (em comparação a outros anos) de crianças fora da escola primária. Também de acordo com a ONU, esse índice chegou a menos de uma criança em cada dez. O número de crianças fora da escola caiu de 100 milhões em 2000 para uma estimativa de 57 milhões em 2015. (Fonte: The Atlantic – http://www. theatlantic.com/international/ archive/2015/12/good-news-in2015/421200/?utm_source=SFFB)


FREEPIK

positive news

Doações evitam a suspensão de alimentos às pessoas afetadas pela seca na Etiópia No fim do ano passado, doações financeiras de diversos países mantiveram em dia a distribuição planejada de alimentos do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) a 1,5 milhão de pessoas da região de Somali, na Etiópia. O montante arrecadado garantiu a ajuda até o final de novembro, auxílio que envolve a nutrição de mais de 700 mil crianças e mães que amamentam em áreas mais afetadas pela seca. O PAM encara ainda o desafio de manter essa ajuda em 2016, pois tem apenas 7% do orçamento de 228 milhões de dólares necessário para as intervenções de alimentação e nutrição até junho de 2016. A interrupção cogitada do programa

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já em novembro, no entanto, foi evitada com a contribuição do Canadá, da Noruega, da Suécia, da Suíça, do Fundo de Resposta de Emergência Central das Nações Unidas e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. Um aumento dramático no número de pessoas que necessitam de ajuda humanitária cresceu de 2,5 milhões em janeiro de 2015 para 8,2 milhões em outubro nesse mesmo ano. (Fonte: Good News Agency. Arquivo original: http:// www.wfp.org/news/news-release/crucial-fundingwfp-avoids-suspension-food-assistance-droughtaffected-people-ethi)


positive wiki

Nesta seção você verá conceitos e definições da Psicologia Positiva abordados ao longo da revista. (Elaboração: Equipe IPPC)

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Flow

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IMAGENS: FREEPIK/WIKIPEDIA

O conceito de flow foi desenvolvido pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, que, a partir do estudo do processo criativo, interessou-se pelo fenômeno da motivação intrínseca. O estado de flow, também chamado de experiência máxima, faz com que o indivíduo se envolva completamente na atividade que está exercendo, empregando nela aquilo que de melhor ele tem a oferecer. Por essa razão, nos momentos de flow, atividade e sujeito tornam-se um só. Ao agir na sua zona de excelência, o sujeito que experimenta o estado de flow não precisa de supervisão, controle ou qualquer tipo de monitoramento externo na medida em que a atividade exercida lhe é intrinsecamente recompensadora. O flow pode ser conseguido em qualquer tipo de experiência. Porém há pessoas que o conquistam no exercício profissional, tornando seu trabalho uma importante fonte de gratificação e, por extensão, de felicidade. Hoje já existem empresas no mundo todo interessadas em promover o flow no ambiente organizacional, numa típica iniciativa na qual todos saem ganhando.

Felicidade:

Partindo da ideia de felicidade de Aristóteles (eudaimonia), ainda no século IV a.C., a Psicologia Positiva acredita na felicidade como resultado de uma vida virtuosa. Não parte da ideia de que só devemos ter ocorrências positivas na vida para nos considerarmos felizes, mas, sim, colocarmos na balança todos os momentos e ter uma percepção positiva da vida, um foco no que há de bom e que pende a balança para uma vida feliz.

Savoring

Enquanto as correntes tradicionais da psicologia tendem a buscar meios de lidar com experiências negativas, a Psicologia Positiva busca maximizar os efeitos das experiências positivas. O Savoring, por sua vez, visa a saborear os bons momentos, e é uma forma de intensificar e ampliar seus poderes, de modo a fazer as lembranças, reminiscências e antecipações positivas mais fortes e ativas do que as negativas em nosso funcionamento mental.

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positive wiki

A partir do conceito de felicidade como resultado de uma vida virtuosa, os pesquisadores estudaram vários códigos de conduta da cultura oriental e ocidental, tais como bíblia, alcorão, bushidô etc., procurando virtudes comuns a todos eles. Chegaram, assim, a seis virtudes: sabedoria, coragem, humanidade, justiça, moderação e transcendência. O próximo passo surgiu do questionamento: quais as características que um ser humano deveria ter para conquistar tais virtudes? Os pesquisadores chegaram, assim, a 24 características, as quais denominaram de forças pessoais. Nesse sentido, as forças pessoais são: • Gratidão • Bravura e Valor • Justiça e Equidade • Humor • Liderança • Perdão • Bondade e Generosidade • Cidadania • Entusiasmo e Energia • Criatividade e Originalidade

Locus de controle

• Curiosidade • Espiritualidade e Senso de Propósito • Apreciação da Beleza e da Excelência • Capacidade de Amar e Ser Amado • Humildade e Modéstia • Esperança • Amor pelo Conhecimento • Inteligência Social • Integridade e Autenticidade • Perspectiva e Sabedoria • Prudência • Pensamento Crítico e Lucidez • Perseverança • Autocontrole e Autorregulação

Trata-se de um constructo que visa explicar de onde o indivíduo percebe ser a fonte de controle de sua vida. Existem dois tipos de locus de controle: o locus de controle externo (quando o indivíduo percebe sua vida como sendo controlada por fatores externos a ele mesmo) ou o locus de controle interno (quando o indivíduo sente estar ele próprio no controle de sua vida). Embora oscilem entre essas duas percepções, as pessoas têm um estilo de locus de controle predominante, e na pesquisa de Lilian Graziano sobre felicidade e locus de controle, essa pesquisadora encontrou uma correlação positiva significativa entre locus de controle interno e felicidade. (Para saber mais acesse: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/ tde-23052006-164724/pt-br.php)

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FREEPIK

Forças pessoais


sua felicidade english version click

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ARQUIVO

PESSOAL/

FREEPIK

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em casa e minhas cachorras “T r abalho me fazem companhia o dia inteiro.

Sempre dão um jeitinho de chamar minha atenção, roubando um chinelo ou alguma coisa esperando que eu saia correndo atrás delas (e eu sempre saio!). São resgatadas da rua e foram adotadas por mim e meu marido com muito amor! Não vivo sem elas!” Monique Elias, designer gráfica

Este espaço é seu! Conte pra gente suas vivências no email mipmag@psicologiapositiva.com.br 48


APROVEITE A PROGRAMAÇÃO DE 2016! CURSO INTENSIVO DE PSICOLOGIA POSITIVA

TURMA EM FORMAÇÃO!

O Curso Intensivo de Psicologia Positiva oferece uma visão ampla desse movimento científico e de seu estado da arte. Além disso, o curso discute todas as áreas de estudo da Psicologia Positiva, bem como suas diferentes possibilidades de aplicação. Realizado sempre em um único final de semana, este curso é ideal para pessoas que residem em outros estados. 25 horas/aula 11/3/2016 a 13/3/2016 Local: Sede do IPPC Matrículas e mais informações AQUI

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make itmag positive

Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento

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THE SECOND

WAVE New phase of positive psychology shows a different perspective on negative emotions and behaviors

Also in this issue:

The origin of mindfulness Happiness can be learned

Flow in practice Outlook of Brazilian research Common sense and science in Positive Psychology

INTERVIEW: TAL BEN-SHAHAR’S RECOMMENDATIONS FOR A HAPPIER LIFE

How the brain “tastes” the pleasure

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Positive Psychology • neuroscience • coaching • health • knowledge

A

Ano I – n 2 – jan./ fev./ mar. 2016 www.makeitpositivemag.com o

s we surround ourselves with everything that maximizes our wellbeing and keeps us safe, along comes life and plays a trick on us. It may come as a tragic event or just one that violently drags us out of our comfort zone. Our reaction could be a sudden burst of anger or, on a different note, we could hide in a cocoon of melancholy and sadness. A third possibility would be to keep on being optimistic about the future, pragmatic in the solution of problems - and able to learn from them, and avoid grievances. Bearing these three alternatives in mind, which behavior would be the most positive in light of the situation presented? As an observer and follower of the Positive Psychology (PP) movement as it was initially proposed, I would tend to say, without batting an eyelid, that the third option is the best answer. I resort to PP’s original Manichaeism to categorize the feelings and reactions described above as absolute notions of positive and negative, functional or dysfunctional, which leads me to choose the third alternative. Despite its didactic reductionism, this analysis is a reminder that at the movement’s inception it was necessary to define emotions, feelings, behaviors as such: positive and negative, functional and dysfunctional, which made PP a new paradigm as opposed to traditional Psychology (negative, focused on the dysfunctional aspects of individuals, on disorders). As a didactic resource, I also resort to personal experiences and see, however, that anger many times was a motivation to overcome great challenges. Sadness, in turn, brought me such unexpected as decisive reflections towards a life with more purpose. I can remember the many times when optimism turned into acute disappointment as well as emotional and material damage. Emotions considered negative had relatively functional roles in my life, whereas optimism did not prove to be very adaptive. The “second wave of Positive Psychology” is about this tenuous and ambiguous line between the concepts of positivity, functionality, and its so-called opposites. It comes to detach the movement from its initial Hegelian dialectics and cause it to boom. This new era of the now 16-year-old Positive Psychology movement is further detailed by psychologist Lílian Graziano, in the cover article of this MIP Mag issue. Now I invite you to experience moments of flow (which, by the way, is another theme covered in this issue) with your reading of our newest MIP Mag. Jussara Goyano

(Coach certified by the Institute of Positive Psychology and Behavior and journalist, editor of this issue)

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MIP Mag é uma publicação trimestral do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento (IPPC). É proibida a reprodução sem autorização do IPPC e dos autores. As informações ou opiniões contidas nesta publicação não refletem necessariamente a posição do IPPC. DIRETORIA Lilian Graziano Fabio Appolinário CONSELHO EDITORIAL Lilian Graziano MEMBROS DO INSTITUTO Arthur Ranieri Claudia Ribeiro Cléa Graziano Fabiola Bernardo Frank Roman Lidia Pagni Mara Laimgruber APOIO

Associação de Psicologia Positiva da América Latina REALIZAÇÃO:

PONTO A

comunicação • conteúdo • desenvolvimento humano www.ponto-a.com • comunicacao@ponto-a.com @PontoA_falecom • Tel./Fax (11) 3042-5900

Edição e coordenação (coordinator): Jussara Goyano Arte e projeto gráfico (design): Monique Elias Tradução (translator): Bruno Tripode Bartaquini Revisão: Marta Sá (Português) e Marina Werneck (Inglês) CONTATOS COM A REDAÇÃO: Tel./ Phone number: +55 11 3042 5900 E-mail: mipmag@psicologiapositiva.com.br Endereço para correspondência/ Adress: Rua Helena, 140, cj. 111/112, Vila Olímpia, S. Paulo – SP – Brasil CEP: 04552-050 COMERCIAL E MARKETING: Cléa Graziano E-mail: clea@psicologiapositiva.com.br Tel.: +55 11 9 5328 4010


SUMMARY

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EDITORIAL

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THE STATE OF THE ART

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Psicologia Positiva • neurociência • coaching • saúde • conhecimento

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THE SECOND

WAVE

Common sense and science in Positive Psychology (PP)

New phase of positive psychology shows a different perspective on negative emotions and behaviors

The new wave in Positive Psychology research and practice Paths of investigations in Brazil

Also in this issue:

The origin of mindfulness Happiness can be learned The flow in practice Outlook of Brazilian researches Common sense and the science character in Positive Psychology

INTERVIEW: TAL BEN-SHAHAR’S RECOMMENDATIONS FOR A HAPPIER LIFE

How the brain “tastes” the pleasure

1

cover image: freepik/montagem: Monique Elias

INTERVIEW Tal Ben-Shahar, psychologist, writer and former teacher of the acclaimed course in positive psychology at Harvard

NEUROSCIENCE Pleasure: the process in the brain TESTIMONIAL Happiness in old age Wine and savoring

PERFORMANCE The flow of excellence

READING

WELLNESS Happiness can be learned

The Oxford Handbook of Positive Organizational Scholarship, by Kim Cameron and Gretchen M. Spreitzer (ed.)

AND MORE... Positive News Positive WIKI

Mindfulness, the origin

Your happiness 4


state of art english version

essential understanding

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COMMON SENSE, MULTIDISCIPLINARITY AND SCIENTIFIC APPROACH IN POSITIVE PSYCHOLOGY • BY ANDRÉA PEREZ CORRÊA •

FREEPIK

E

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ver since I first came into contact with Positive Psychology (PP) in 2011 through its main spokesperson, Martin Seligman, in the I Brazilian Conference of Positive Psychology, I devote myself to studying it, as do many others. However, despite such endearing dazzle, we need to stay alert – as experts – in order to appropriately convey the theoretical and scientific concepts of this movement to the public and to organizations. But, why is that? It is a fact that Positive Psychology has greatly progressed. A Google search of the words “positive psychology” made in 2003 by Christopher Peterson, one of the main exponents of PP, returned 419,000 entries whereas the same search today, in 2015, reaches 2 million entries, an increase of 1,581 million in 12 years. At Google Books NViewer between 1998 and 2008 (limit date for the search) there was an increase in the number of books on the topic of nearly 450%. That evolution should entail a certain caution in conduct, especially in regards to the common sense involved in Positive Psychology themes. In 2000, with the release of the Special Issue on Happiness, Excellence, and Optimal Human Functioning (2000) of the American Psychologist magazine from the American Psychological Association, the initial theoretical framework of the field was formally. As a result of the discussions held in the Akumai meetings, the pillars of Positive Psychology were defined – positive emotions, positive traits, and positive institutions – and Martin Seligman and Mihalyi Csikszentmihaly, another key figure in PP, showed the extent to which it could be developed and applied.


state of art

Based on that framework, the resulting themes brought along approaches considered “common sense” knowledge – such as happiness, positive emotions, human qualities, gratitude among many others. And considering the subjectivity of the personal evaluation of such themes, many people reckon they have the “authority” to dissert upon the subject. There are many topics that may be placed in the realm of common sense. One example is happiness, which Robert Biswas-Diener, another exponent of PP, considers a linguistic shorthand. Many lay people when coming across such themes in lectures, discussions, and interviews feel as though they are absolute “experts” since such matters are definitely part of their lives.

WIDE AND NEARLY UNRESTRICTED MULTIDISCIPLINARITY

FREEPIK

Somehow the multidisciplinarity of Positive Psychology ends up contributing to the intensification of this presumed notorious knowledge. In that respect, one has simply to set apart the unfounded speech of non-experts and the remarkable scientific foundation that distinguishes the study of PP.

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Many lay people when coming across PP themes in lectures, discussions and interviews feel as though they are absolute “experts” since such matters are definitely part of their lives The inclusion of the positive institutions’ pillar clearly ratified the multidisciplinarity of the field, which caused its study and application to overreach the realm of Psychology. The optimal functioning advocated by Positive Psychology not only includes individuals, but also groups and organizations. The characteristic of multidisciplinarity is also noticeable in other occasions. In the Psychology Network Concept Paper 1999 – Positive Psychology for a Network (SELIGMAN, 1999)– report on the Akumal I meeting – we are presented with a wealth of references from several areas of human knowledge, to which scholars have resorted in order to conceive Positive Psychology. Multidisciplinarity is also seen in the Character Strengths and Virtues: A Handbook and Classification (2004) project. A closer look at that inventory reveals the variety of sources that were used in its definitions and characteristics, which includes areas like Psychiatry, Psychology, Philosophy, religions, scholarly inventories and very curious references such as tarot cards, graffiti and Pokemon character profiles, among others.


state of art

FREEPIK

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health professions, computer science, economics, finance, and neurosciences. As for professional applied use, a research conducted in 2014 by the International Positive Psychology Association (IPPA) on its community’s profile showed that areas like organizations, research, education, coaching, health, therapy, fitness and wellbeing, governmental policies, and technology were represented. The multidisciplinary background of Positive Psychology – which, in my opinion, significantly dignifies it – associated with the mistaken attitude that causes everyone to feel qualified to dissert upon its topics, make it necessary for us to emphasize the scientific framework that supports the field.

SCIENCE AS AN ANSWER Such multidisciplinarity – not yet “accepted” by many people – entailed an extraordinary dimension of research and application, completely aligned with the proposal of developing a scientific field for the “life worth living”, as Peterson would put it. It seems that multidisciplinarity was one of the great strategic approaches used by Seligman to strengthen Positive Psychology and legitimize the right everyone has to a significant life. The multidisciplinary aspect was not exhausted in the origins of Positive Psychology. There are areas of human knowledge and professional sectors that are currently producing research and introducing new practices. In the academic articles database called Scopus, for example, a search for “positive psychology” shows that in November 2015 a total of 1971 papers had been published in areas such as psychology, social sciences, arts and humanities, business, management and accounting,

In his acceptance speech at the American Psychological Association in 1998, Seligman states the mission of establishing Positive Psychology based on quality scientific research. Similarly, when he assembled the themes that would initially be part of this field of study, he chose authors that were already conducting researches with empirical evidence. Positive Psychology, which is seen by many people as the “Science of Happiness”, always bears this scientific condition on its signature concepts. This characteristic was one of the conditions appointed as a cause of the greater impact of Seligman’s Positive Psychology over the study of people’s positive aspects, which had been originally contemplated

Multidisciplinarity, however, seems to have been one of the great strategic approaches used by Seligman to strengthen Positive Psychology and legitimize the right everyone has to a significant life 7


state of art

by humanistic scholars – an issue that remains controversial to this day. Some areas resorted to Positive Psychology’s scientific character, such as Positive Organizational Behavior, developed by Fred Luthans. Early in 2002, dodging the boom of unsupported self-help corporate practices, Luthans incorporated the approaches of human resources positive practices in his study to theorize and redefine organizational conducts. Criticism about the banner of scientific rigor used in Positive Psychology’s research and study is found in the literature, which is always important in a knowledge production environment. Among others, Willian Tillier classifies even as supposedly inopportune some researches, said to be scientific, about positive human functioning conducted by Seligman through questionnaires available on the internet.(TILLIER,2012) However, the scientific researches that present admittedly applicable results continue to grow in prestigious universities around the world, establishing valid, trustworthy and legitimate applications. And this is the scientific character that should be conveyed in our words as experts and advocates of Positive Psychology themes. As professionals we need to emphasize, in a responsible manner, that our work is based on scientific methods and that its results and definitions may frequently be different from those interpreted by using common sense in multidisciplinary contexts. As for our work as PP advocates faced with the most diversified audiences in lectures, interviews or even in social networks and the internet, our attention must be intensified, considering the developments favored by that these environments. Structuring our explanation on the importance of the scientific character of Positive Psychology is the

It is Positive Psychology’s

scientific character that should be

conveyed

in our words as experts and advocates of

its themes

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response we need to be able to navigate across all multidisciplinary areas that so favor the growing of this field, and also to improve how we deal with and make comprehensible everything that is in the realm of common sense. ANDRÉA PEREZ CORRÊA has a postgraduate degree in Positive Psychology and Coaching and is currently undertaking an M.A. degree in Management Systems at the Fluminense Federal University. She is a professor at the Human Development and Positive Psychology MBA at the Post-graduation Institute – IPOG. She devotes herself to the research and dissemination of Positive Psychology, developing projects such as the Positive Library. E-mail: acorrea97@hotmail.com. Site: www. ibrpp.com.br. Facebook Andréa: http://on.fb. me/1O97CZm. Facebook Positive Library: http:// on.fb.me/1Mejd8T

Learn more (and references) CSIKSZENTMIHALY, Mihaly; SELIGMAN, Martim. E. P. (2000). Special Issue on Happiness, Excellence, and Optimal Human Functioning. American Psychologist. Washington, DC. American Psychological Association. PETERSON, Christopher. Pursing The Good Life – 100 Reflections on Positive Psychology (2013). New York: Oxford University Press. PETERSON, Christopher; SELIGMAN, Martin E. P. Character Strengths and Virtues. A Handbook and Classification (2004). New York: Oxford University Press, American Psychology Association. SELIGMAN, Martin E. P. Psychology Network Concept Paper 1999 – Positive Psychology for a Network. American Psychological Association. http://www.sas. upenn.edu/psych/seligman/ppgrant.htm. TILLIER, William. Positive Pyschology (2012). Calagary, Alberta. http:// www. positivedisintegration. com/ positivepsychology.htm.


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second wave

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of positive psychology? AS A SIGN OF MATURITY, POSITIVE PSYCHOLOGY ENTERS A NEW PHASE. IT IS WORTH KNOWING IT • BY LILIAN GRAZIANO •

I

n 2016, Positive Psychology is celebrating 18 years of existence. If it were a person, we could say it came of age, according to the laws of most countries. In fact, based on its exponential growth, it is a scientific movement that shows undeniable signs of stability, and has long silenced critics that, in its early years, claimed that it was just another fad. To some scholars, such as the Canadian psychologist Paul Wong, Positive Psychology actually changed the scenario and even the language of mainstream Psychology as a whole. However, Wong and other researchers seem to make clear the need for a further step towards greater maturity for the movement, giving rise to a sort of new phase for Positive Psychology in which its

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initial ideas and propositions would go through deeper analyses and, most of all, become less Manicheistic. To better understand the meaning of the second wave of Positive Psychology, hereafter referred to as SWPP, we need to emphasize some important points regarding the origin of the movement, that is, aspects of what we could call the “first wave”.

HOW IT ALL BEGAN Positive Psychology was created in the midst of fanfare. Founded by the then president of the American


state of art

for some

Psychological Association, Martin Seligman, it would naturally get the attention of the academic community given its connection to what is undoubtedly one of the most prominent Psychology associations in the world. But more than that was necessary to make this scientific movement break barriers within and out of the Psychological field, and spread across the world. Seligman was perfectly aware of this fact, even the name he chose for the movement shows it; he wanted to set it apart, even within such a fragmented field as Psychology, from everything that had been done so far and that he generically referred to as “Negative Psychology”. But what initially may have been interpreted as lack of courtesy, or even as a simple marketing ploy to get everyone’s attention, was actually justified by a much nobler reason, which is building an identity for the movement through the mere differentiation from everything else. In order to do that, he resorted to Hegelian dialectics through which Positive Psychology would be the antithesis of a psychological science that prioritized the dysfunctional aspect of individuals. Therefore, it was not long before PP embraced a polarizing rhetoric in which the terms positive and negative were used dichotomously and were often mutually exclusive. If we were to take an element of pop culture to better understand the misconception frequently associated with PP since its inception, the StarWars saga perhaps might be very

useful; as if conventional Psychology were the “the dark side of the force”, along with everything that could be labeled as “negative” in life: situations, emotions, behaviors, etc. Consequently, still according to the same metaphor, the true “force” would be in the qualities and in everything that could be described as “positive” (including psychology itself). Perhaps it was necessary to see things through Manicheistic glasses to arrive at a more mature Positive Psychology and this simple fact already shows how tenuous the limits between positive and negative are. After all, a Manicheistic (and supposedly mistaken) view may be necessary to reach another, more accurate, level of understanding for that concept. Hence, this erroneous view would be negative or positive? Hard to say, right? Well, that is what the second wave of PP is about.

scholars, such

as the Canadian psychologist Paul Wong, Positive Psychology actually changed

the scenario

and even the language of mainstream

Psychology

THE SECOND WAVE OF PP Curiously, the expression “second wave of PP” was used for the first time in 2004 by one of the major critics of Positive Psychology, the American psychologist Barbara Held. That fact alone expresses the essence of the SWPP, as it is another proof of how ambivalent the expressions positive

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as a whole

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state of art

and negative can be: today we are deepening our reflections about a criticism (something negative) and even improving PP (something positive). Nowadays, there is an important research pole dedicated to the study of SWPP in England, including researchers Itai Ivtzan, Tim Lomas, Kate Hefferon, and Piers Worth, all of which are professors in graduate Positive Psychology courses in England. But what is SWPP after all? Generally speaking, the second wave of Positive Psychology (SWPP) or Positive Psychology 2.0, as it was called by the Canadian psychologist Paul Wong, is characterized by a more nuanced approach towards the concepts of positive and negative, and by the acknowledgment of the ambivalent nature of the so called good life. More specifically, we say that SWPP is characterized by the appreciation of the essentially dialectical nature of wellbeing. Such nature is revealed by three different principles. The first one is called the “principle of appraisal” which states that it might be difficult to evaluate certain phenomena (such as emotions) in

order to categorize them as positive or negative since many times such appraisals depend on the context. Take optimism as an example: originally considered a positive emotion, at times it can be damaging and, therefore, become something negative. The same way, anger is an example of an emotion generally considered negative that, depending on the context can be positive as it allows keeping something potentially damaging at a distance. The second principle is the principle of co-valence. According to this principle, not only is it difficult to categorize particular phenomena as positive or negative, but also many times we are faced with complex phenomena that inherently involve intertwined shades of light and dark. Hope, for instance, is a fragile mix of longing for an expected outcome, a degree of confidence that it has some chance of happening and, at the same time, a subtle anxiety that it might not occur. Without such anxiety tone, there would be no actual “hope”, just a simple certainty that something would happen. Another, considerably more complex example that illustrates the principle of co-valence is the so-called posttraumatic growth, whose name itself reveals its covalent nature. The third and last principle is the principle of complementarity, which reveals the dialectic nature of wellbeing, and according to which wellbeing should be seen as the result of an inevitable dialectics

Perhaps it was necessary to see things through

Manicheistic

glasses to arrive at a more mature Positive Psychology and this simple fact already shows how

tenuous the limits between positive and negative are 11


between positive and negative aspects of life. This idea is based on Keyes dual-continua model, which proposes that wellbeing and ill-being are not two poles of the same continuum, but two separate dimensions of human functioning. This model has been corroborated by other works that show that wellbeing is not simply the absence of ill-being, and that distress is not necessarily incompatible with subjective wellbeing (that is happiness). Thus, the principle of complementarity supports that wellbeing basically involves a dynamic harmony between dichotomous states. In that sense, it is important to remember that this principle applies even for the concept of happiness itself, academically called subjective wellbeing, which implicitly admits the existence of negative moods: “It is a person’s evaluation of her own life and that includes experiencing pleasant emotions, low levels of negative moods, and high life satisfaction”.

I believe that the terms positive and negative used by Positive Psychology to name emotions should not be understood as

valuation terms upon which positive emotions would be the ones that bring good outcomes whereas negative emotions would be the opposite

POSITIVE PSYCHOLOGY’S “COMING OF AGE” In light of what we discussed so far, it seems clear that SWPP represents a more mature phase of the movement, or to put it in Hegelian terms, the new thesis originated from the antithesis proposed by Seligman that can be called first wave of PP. However, this new thesis (SWPP) is not about an opposition to Seligman’s antithesis, not even to the thesis to which he opposed (Negative Psychology); it is a new thesis that brings elements of both for a better comprehension of the so called human flourishing. Moreover, I particularly believe that the terms positive and negative used by Positive Psychology

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FREEPIK

state of art

to name emotions should not be understood as valuation terms upon which positive emotions would be the ones that bring good outcomes whereas negative emotions would be the opposite. In my PhD research, I categorized positive emotions as those that are generally pleasant to feel and that foster proximity between people; negative emotions, in turn, were defined as those that are generally unpleasant to feel and promote estrangement. Therefore, I believe that the focus of Positive Psychology should not be the on the study positive emotions (or even positive behaviors), but on functional emotions – the ones that actually result in beneficial outcomes to individuals, even if they are labeled as negative. LILIAN GRAZIANO is psychologist who earned a PhD in psychology from the University of São Paulo (USP) and is also the director of the IPPC. E-mail: graziano@psicologiapositiva.com.br. Site: www.psicologiapositiva.com.br

Learn more LOMAS, T & IVTZAN, I. (2015). Second Wave Positive Psychology: Exploring the position: New York: Springerve-negative dialectics of wellbeing. Journal of Happiness Studies, 16, 3-18. IVTZAN, I. et all. (2016). Second Wave Positive Psychology: Embrancing the dark side of life; London: Routledge.


state of art

IMAGENS: FREEPIK

Brazilian challenges in Positive Psychology research

ADAPTATION OF INSTRUMENTS REQUIRES METICULOUS WORK, ALONG WITH OTHER MEASURES, TO ALLOW THE PROGRESS OF PP IN BRAZIL • BY CLÁUDIO HUTZ •

P

ositive Psychology (PP) is a recent approach in the field of Psychology. Despite some controversy (Pacico & Bastianelo, 2014), its origin is generally traced back to the beginning of this century with the publishing of the

article by Seligman and Csikszentmihalyi (2000) and the challenge posed to psychologists: transforming Psychology and creating a new approach that would focus on human being’s strengths and

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state of art

FREEPIK

virtues. Nevertheless, it is important to observe that the term Positive Psychology was first introduced by Maslow (1954) in his book Motivation and Personality, which contains a chapter titled Toward a Positive Psychology. That chapter was, however, suppressed in the book’s third edition. Maslow (1970) claimed that such chapter was no longer necessary since the values it contains were already incorporated in different psychological theories at the time. Research in the field of Positive Psychology starts in the second half of the 20 th century, although this term was not used then. There has been research since the 1960’s on topics like Life satisfaction (Diener et al., 1985), Positive and negative affect (Watson & Clark, 1994), Self-esteem (Rosenberg, 1965), Optimism (Scheier e Carver, 1985), Resilience (Werner & Smith 1982), among others. In Brazil, research in PP began in the 1990’s at a somewhat slower pace. Apparently, the first work published in the field was about resilience (Hutz, Koller, & Bandeira, 1996). The group from the measurement lab at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS) was a pioneer in the field;

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The adaptation

of instruments needs

to take cultural differences in account, as it occurred when we adapted The Hope Index scale starting with research on resilience and factors of risk and protection. They were also already conducting research on self-esteem and life satisfaction in the 1990’s. In 1996, Claudia Giacomoni conducted research in the area for her Masters degree, and continued the work for her Doctoral thesis. These studies must have been the first Post-Graduate work in the field of Positive Psychology conducted in Brazil. Her Masters dissertation was about Life Events as predictors of subjective wellbeing in children whereas the Doctoral thesis was on the Subjective Wellbeing of Children (Giacomoni, 2002). At first, our group’s work was mainly focused on developing evaluation instruments in the field of Positive Psychology. This is an essential task for the development of theoretical and applied research. It is important to emphasize that the development or adaptation of scales, their validation for use in Brazil, and the production of standards for the local population is complex work that must not be limited to the mere translation of the instruments. The adaptation of instruments needs to take cultural differences in account, as it occurred when we adapted The Hope Index scale from Staats (1989). In this example, if only the most usual


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state of art

procedures had been used (translation, reverse translation, factor analysis), the scale with its 16 items would have been validated for use in Brazil. However, when we conducted content validity studies (similar to those Staats conducted to build the scale), we noticed that the concept of hope for Brazilians is different from hope for Americans. The original scale has construct validity and it can be used in Brazil for transcultural research, for example, but if we want an effective evaluation of hope levels, the best option is to use the scale with the new added items. These items refer to expectations in terms of a more fulfilling love life, the success of one’s children, the possibility of travelling and getting to know new places. A complete description of the procedures is available in Pacico et al. (2013). In the last few years, our team adapted, validated and standardized several instruments, such as the Satisfaction With Life Scale (Diener et al, 1985),

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the Positive and Negative Affect Scale (PANAS) (Watson e Clark, 1994), Optimism Scale (LOT-R) (Scheier, Carver & Bridges, 1994, 1985), Hope Scales (Staats, 1989, Snyder et al. (1991), Self-Esteem Scale (Rosenberg. 1965), Self-Efficacy Scale (Pacico, Ferraz & Hutz, 2014). All of these instruments are available in the book Avaliação em Psicologia Positiva (Evaluation in Positive Psychology) (Hutz, 2014) and may be used freely. A review of the book is available at http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/ v14n1/v14n1a19.pdf. We continue to develop projects aimed at validating Positive Psychology instruments in Brazil. We intend to launch a new book on Positive Psychology evaluation in


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We will continue

the II Brazilian Congress on Positive Psychology (www. psicopositiva.com.br). Two of the instruments to be featured are ready. One of them is the Work Engagement scale (Vazquez et al., 2015); a concept that, from a Positive Psychology standpoint, is understood based on the theory of Job Demand Resources (Schaufeli, Dijkstra & Vazquez, 2013). The scale of Social Support, which has important applied uses in the field of health, has also been developed. It is the Social Support scale that evaluates people’s perception of the social support network they have (family, friends, etc.) and also their perception of the support they offer others. This is an important factor for motivation to adhere to health treatments. If someone thinks they are important to others (their children, family members), the motivation to go on living is always higher, and that has an impact on adhesion to the treatment. The number of Positive Psychology researchers in Brazil has continuously grown. We have a National Association of Psychology Post Degree Programs (ANPEPP in the Brazilian acronym), which organizes biannual symposiums where work groups of researchers from specific areas meet. In 2012 we had approximately 60 groups working on all areas of Psychology. The decision to create a Positive Psychology work group was made at that symposium, and the group’s first meeting was held in 2014 at the symposium in Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul (RS). Then, our group comprised 12 researchers from RS, São Paulo (SP), and Rio de Janeiro (RJ). On the next symposium, to be held in Maceió, we will be a group of 18 researchers from RS, SP, RJ, Goiás (GO) and Amazonas (AM). This is important because it shows the expansion of research in the area, and also because one of our goals is to create national research networks. We also plan to make our research work international and develop transcultural studies. We are already developing work with partners in Europe and the

developing knowledge and equipping

United States and recently conducted a study on the relationship between personality, optimism, hope, and subjective wellbeing with American and Brazilians (Hutz et al., 2014) (see http://dx.doi.org/10.4236/ psych.2014.56061). We have ongoing work with researchers in Germany, Italy, the Netherlands, and the United States; and we wish to further expand this network. Finally, considering the progress made in the last 15 years, we have reasons to be optimistic and hopeful for the near future. We will continue developing knowledge and equipping professionals to work more effectively and efficiently, improving the quality of life and the wellbeing of their patients, clients, and the community in general.

professionals to work more

effectively and efficiently

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CLÁUDIO HUTZ is a psychologist, he holds a Masters and a Doctorate degree from the University of Iowa (USA) and he did his PostDoc at the Arizona State University (USA). He is currently a Full Professor at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), coordinator of the Measurement Lab of the Psychology PPG at UFRGS and President of the Brazilian Association of Positive Psychology (ABP+). He also coordinates the Undergraduate Psychology Course at UFRGS. He was president of the National Association of Research and Graduate Studies in Psychology (ANPEPP) and of the Brazilian Institute of Psychological Evaluation (IBAP). Email: claudio.hutz@gmail.com

learn more Hutz, C. S. (2014). Avaliação em Psicologia Positiva. Porto Alegre: Artmed Schaufeli, W., Dijkstra, P. Vazquez, A. C. (2013). Engajamento no Trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo.


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Between the rigor of academia and the fun of self-help WWW.SPEAKINGMATTERS.ORG/

Tal Ben-Shahar, one of the main disseminators of Positive Psychology, emphasizes the role of the movement as a bridge between the “ivory tower” of academia and applied knowledge • by Jussara Goyano (collaboration of Marina Werneck) •

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his issue’s interview features the psychologist Tal Ben-Shahar, a popular former professor of Harvard University who taught the acclaimed course of Psychology of Leadership and also Positive Psychology, which became the most popular course in Harvard’s history. BenShahar kindly made time in his busy agenda as a lecturer, consultant, and writer to answer the questions sent by MIP Mag’s team. In his opinion the role of Positive Psychology as a bridge between the Science of happiness and effective wellbeing is clear, since it is a movement based on scientific discoveries and it provides principles that are

easy to understand and to apply – a feature to which he credits the success of his classes. Ben-Shahar graduated in Psychology and Philosophy and also did his PhD in Organizational Behavior at Harvard; shortly after that he became a professor there. Away from Harvard, he carries on with his lectures and workshops on happiness, self-esteem, education, innovation and mindfulness, among other themes, through his consulting company. It offers didactically organized tools and content to educators, so that they can apply all the scientific knowledge currently available on wellbeing and human development in class, in the work

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interview

“It’s difficult, and often futile, to talk about happiness to a person living in a

and several times university champion in the United States. Nowadays he swims, dances, and practices yoga. His books have been translated into more than 25 different languages and are in the best-sellers’ list in many countries. In Brazil, the Portuguese version of the acclaimed Happier: Learn the Secrets to Daily Joy and or under Lasting Fulfillment (2007) (Seja Mais Feliz, published by Editora Academia) is sold out ” in the major online and offline bookstores. More information on his activities and publications is available in the Website www.talbenshahar.com, and you can read his brief interview to MIP Mag below.

war zone

political oppression

HAS THE WORLD ALREADY ASSIMILATED THE PARADIGM SHIFT THAT IS POSITIVE PSYCHOLOGY?

NO, but it’s starting to. You see changes in some schools and organizations, and more people talking about it. It’s a first step, and hopefully soon the tipping point will come. [Ben-Shahar did not make a forecast on when!] WHICH SECTORS STILL REQUIRE INTERVENTIONS IN THAT REGARD (SCHOOLS, BUSINESS, CLINICS, ETC.)?

All sectors. WHAT DO YOU CONSIDER A MAJOR BREAKTHROUGH IN APPLIED POSITIVE PSYCHOLOGY?

The fact that increasing levels of wellbeing enhances performance, at work and in school, and that stress can be helpful if perceived correctly. [Ben-Shahar mentions the work of Alia Crum] from Stanford University as a reference

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with their students. He also works with at-risk populations (people in war zones, victims of disaster or that suffer from poverty), using the principles of Positive Psychology to make their lives more tolerable in situations that not always evolve to a more favorable scenario. Ben-Shahar founded the Happier. TV, an online channel that features on demand videos on wellbeing, happiness, personal strengths, and life purpose in a language understood by the general population. In the corporate arena, he helps develop successful leaders through Potentialife, the consulting company formed in partnership with Angus Ridgway, former director and consultant of McKinsey & Company. Potentialife has several top Fortune 500 companies in its client list. It is important to mention that this Positive-Psychology-dedicated man actually practices that which he preaches (he leads a balanced life, one that includes hobbies, leisure and physical activity). Ben-Shahar was a national squash champion in Israel,

YOU ALSO WORK WITH AT-RISK COMMUNITIES. COULD YOU GIVE US A LITTLE MORE DETAIL OF HOW THAT WORKS? HOW DO YOU MANAGE TO TALK ABOUT HAPPINESS AND SELF ESTEEM TO PEOPLE WHO OFTEN DON’T EVEN HAVE BASIC RIGHTS?

Positive psychology strengthens our resilience, so a person who focuses on strengths for example

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interview

is better able to deal with hardship and failure. Basic rights are critical for happiness and wellbeing, and unfortunately millions of people’s rights are trampled on a daily basis. It’s difficult, and often futile, to talk about happiness to a person living in a war zone or under political oppression. Positive psychology is not a panacea, unfortunately!

Here are some “Happiness Lessons”: Lesson 1 – Give yourself permission to be human. When we accept emotions – such as fear, “Over the years or anxiety – as people have become sadness, natural, we are more likely to overcome them. about Rejecting our emotions, positive or negative, leads to frustration and On the other unhappiness. We are a side we have culture obsessed with pleasure and believe that academia, with the mark of a worthy writing and life is the absence of discomfort; and when we research that experience pain, we take it is to indicate that something must be wrong with us. In but that fact, there is something wrong with us if we don’t its experience sadness or way into anxiety at times – which are human emotions. The households” paradox is that when we accept our feelings – when we give ourselves the permission to be human and experience painful emotions – we are more likely to open ourselves up to positive emotions. Lesson 2 – Happiness lies at the intersection between pleasure and meaning. Whether at work or at home, the goal is to engage in activities that are both personally significant and enjoyable. When this is not feasible, make sure you have happiness boosters, moments throughout the week that provide you with both pleasure and meaning. Research shows that an hour or two of a meaningful

cynical self-help.

substantive, does not find most

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REGARDING YOUR BOOKS. COULD COMMENT ON SOME OF THE MOST IMPORTANT STEPS YOU SUGGEST FOR A LIFE JOURNEY GUIDED BY HAPPINESS?

and pleasurable experience can affect the quality of an entire day, or even a whole week. Lesson 3 – Keep in mind that happiness is mostly dependent on our state of mind, not on our status or the state of our bank account. Barring extreme circumstances, our level of well being is determined by what we choose to focus on and by our interpretation of external events. For example, do we focus on the empty part of the full part of the glass? Do we view failures as catastrophic, or do we see them as learning opportunities? Lesson 4 – Simplify! We are, generally, too busy, trying to squeeze in more and more activities into less and less time. Quantity influences quality, and we compromise on our happiness by trying to do too much. Knowing when to say ‘no’ to others often means saying ‘yes’ to ourselves. Lesson 5 – Remember the mindbody connection. What we do – or don’t do – with our bodies, influences our mind. Regular exercise, adequate sleep, and healthy eating habits lead to both physical and mental health.


interview

“Quantity

Lesson 6 – Express gratitude, whenever possible. We too often take our lives for granted. Learn to appreciate and savor the wonderful things in life, from people to food, from nature to a smile. Lesson 7 – The number one predictor of happiness is the time we spend with people we care about and who care about us. The most important source of happiness may be the person sitting next to you. Appreciate them, savor the time you spend together.

ways to find your perfect lover. These are usually empty promises, and over the years people have become cynical about self-help. On the other side we have academia, with writing and research that is substantive, but that does not find its way into most households. As I see it, the role of positive psychology – and what my class does – is to bridge between the ivory tower and main street, between the rigor of academe and the fun of the self-help movement. And students are attracted to this kind of class, because they feel that it’s making a real difference in their lives.

THE STATEMENT THAT SERVES AS A GUIDE IN ONE OF YOUR BOOKS “YOU DO NOT HAVE TO BE PERFECT TO LEAD A RICHER, HAPPIER LIFE” BRINGS US A VERY CURRENT REFLECTION. IN THE WORLD WE LIVE IN, THE INDIVIDUALS ARE EITHER STUCK IN THEIR PAST (IMPERFECT) OR ARE EAGER AND ANXIOUS TO SECURE A FUTURE (PERFECT). THE PRESENT MOMENT, HOWEVER, ENDS UP GETTING LOST. WHAT ARE YOUR RECOMMENDATIONS TO THOSE WHO LIVE THIS?

It’s an important movement bringing a more nuanced understanding to what a happy life can and ought to look like. [Read more about this topic in this issue’s cover article.]

influences

quality, and we compromise on our happiness by trying to do

too much.

Knowing when to say ‘no’ to others often means saying ‘yes’ to ourselves”

WHAT DO YOU KNOW ABOUT THE EXISTENCE OF A “SECOND WAVE OF POSITIVE PSYCHOLOGY”?

WHAT ARE YOU GRATEFUL FOR?

My family and my work.

Practice mindfulness, being present in whatever you do – whether actually meditating, or focusing on whatever it is that you’re doing. [See article about mindfulness in this issue.]

Up until recently, the topic of happiness – of enhancing the quality of our lives – has been dominated by pop-psychology. In many of self-help seminars and books that are currently being offered, there’s a lot of fun and charisma, and relatively little substance. They promise five quick steps to happiness, the three secrets of success, and four

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COULD YOU TELL ME ABOUT YOUR EXPERIENCE AT HARVARD? WHAT DO YOU THINK IS THE REASON WHY SO MANY STUDENTS SEEK FOR THE POSITIVE PSYCHOLOGY CLASS IN THE UNIVERSITY, EVEN THE STUDENTS THAT ARE NOT IN COURSES RELATED TO PSYCHOLOGY?


performance

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FLOW, the state of

human excellence HOW THE STATE OF FLOW MIGHT HELP ACHIEVE EXCELLENCE AND MAKE LIFE GLIDE ON • BY HELDER KAMEI •

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hink about an activity you really enjoy, one that makes you incredibly excited and focused on the course of doing it, to the point where you forget all your troubles and lose track of time. Now remember a time in your life when you performed that activity exceptionally well, a specific moment when you felt you were at your best. That state of excellence is called flow (or flow experience), a concept developed by psychologist Mihaly Csikszentmihalyi, who was then a professor at the University of Chicago. Csikszentmihalyi is one of the founders of Positive Psychology, but his insight about flow came 30 years earlier when he was working on his doctorate studies about creativity in the arts. The Hungarian descent researcher wanted to know the exact moment in which

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an artist was the most creative, and in order to do that he interviewed and watched fine arts students painting. He noticed that, at their most creative moments, the artists entered in a mental state of deep concentration during which they did not feel hungry, tired or stressed and forgot everything that was not related to their present activity, and they often spent hours in that state without noticing time passing by. Later, Csikszentmihalyi interviewed musicians, mountain climbers, runners, athletes; chess players and saw that it is possible to experience flow doing all human

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performance

In schools, it is common to see more skilled students get bored in class because the level of challenge is lower then that of their

activities. In my masters research project, conducted in the University of S達o Paulo, I used the same method applied by Csikszentmihalyi, but I watched and interviewed 20 ballroom dancers, ten men and ten women, some professionals and others amateurs. What I found were the exact same characteristics described by the referred author: 1. Deep concentration: the individual is 100% focused on the activity. 2. Focus on the present moment: during the state of flow there is no past or future, just here and now. 3. Sense of control: the person has the feeling of being in control over the situation, even if such control is partial. 4. Distortion of time: the individual does not notice as time passes. He feels as if time stops or goes by too fast. 5. Self-transcendence: there is a feeling of transcending the limits of the body and uniting oneself with all the elements of the activity. 6. Intrinsic motivation: the activity becomes an end in itself; it does not demand an external reward. The pleasure and satisfaction one gets from doing it are the reward itself.

cognitive skills

experienced at work, and that occurs frequently to people who enjoy what they do. Also, it is not restricted to creative work; it can be experienced while performing routine tasks like those of production line workers.

HOW TO ENTER A STATE OF FLOW? Csikszentmihalyi found out there were three conditions that were absolutely essential in order to experience flow:

Today we know that it is possible to enter a state of flow not only by performing artistic or sporting activities, but also by doing everyday simple activities such as reading, driving and cooking. Flow is not exclusive to entertainment or hobbies, it can also be MON TWE WED

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1. Clear goals: it is not only necessary to know the final goal, but especially the step-by-step goal, that is to say, what one intends to attain with each movement or action. 2. Immediate Feedback: it is necessary to have a way to quickly find out if an action reached its purpose or not, and thus being able to decide on whether to maintain or correct a behavior. 3. High challenges, high skills: the activity needs to be sufficiently challenging. If it is too easy, the individual will get bored; if it is too difficult, he will be anxious. If challenges and skills are low, there will be a state of apathy; and when challenges and skills are high and equivalent, the state of flow is reached.


performance

anxiety

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high skill level

flow

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low challenge level

high challenge level

low skill level

BENEFITS OF FLOW High performance: the first benefit of flow is that, in such state of excellence, high concentration, and motivation the individual obtains his best performance in the activity. Self-confidence: the feeling of control and high performance generates self-confidence, selfefficacy, and self-esteem, followed by a sense of accomplishment immediately after the activity is complete. Development of strengths and virtues: generally flow occurs during many activities in which the individual uses his talents, strengths and character virtues. And each time that the state of flow occurs, he becomes a little better, both in terms of physical and mental skills and in terms of the virtues used, such as perseverance, discipline, determination, and courage.

In schools, it is common to see more skilled students get bored in class because the level of challenge is lower then that of their cognitive skills. On the other hand, students who experience more difficulty get anxious, which further hinders their performance. In organizations, flow is beneficial both for the employees, who will feel more motivated, self-confident and happy, and for the company, as its employees will feel more engaged and have a better performance. When an employee is not able to cope with the work demands, s/he enters in a state of anxiety, which if chronic can lead to burnout. On the other hand, employees who have been doing the same thing for years may feel bored due to lack of challenges, which generates discouragement and disengagement. Physical and mental tiredness can make adults and children look for low-challenge activities that do not demand any skill, such as spending hours watching TV. Such state

In organizations, flow is

beneficial

FLOW IN ORGANIZATIONS AND SCHOOLS As soon as he made his concept public, in 1975, Csikszentmihalyi claimed that the two most important applications of his theory would be in school and at work, since those are the places where children and adults spend most of their time.

both for the employees, who will feel more

motivated, self-confident and happy, and for the company 23


performance

is called apathy. The solution for boredom, anxiety and apathy is to seek balance between challenges and the level of skills, and thus allow the flow that will lead to optimal performance, development of personal talents and self-confidence.

IN THE FLOW OF LIFE Have you ever felt as if you were swimming against the stream? Have you ever felt that, despite the hard work and great effort, a new obstacle seemed to appear at any given time and things just would get stuck? Maybe, you have had the opposite experience. All of a sudden everything seems to go right, opportunities come up, your actions result in the expected outcomes and you have the wonderful feeling that your life is flowing, almost effortlessly, in perfect harmony with the universe. Well, this is the concept I am working to improve – the flow in life – and I believe that is my contribution to the Theory of Flow. I noticed that the artists who achieved excellence, like Michael Jackson or painter Jackson Pollock, could not transfer that optimal experience to the other areas of life. They were not able to build good relationships, they had problems such as depression, alcohol addiction, drug abuse, and they died young. They certainly experienced a lot of flow, but the problem is that it is not possible to dance or paint all the time. That is why instead of engaging in flow with a single activity, we need to find a way to enter in flow with life. And how can we achieve that? By having a great and significant goal; one that is challenging enough to combine all the efforts you make in life, and that engages you to exercise your talents and virtues

I noticed that the artists who achieved

excellence,

like Michael Jackson or painter Jackson Pollock, could not transfer that optimal experience to the other

areas of life

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to the service of a cause greater than yourself, producing benefits to people, animals, nature or the planet. When I came in contact with Positive Psychology, ten years ago, I felt my calling. I found out what my life purpose was and since then my life started to flow. I met amazing people, proposals arose, and wonderful opportunities came up. Today I work as a researcher, psychotherapist, coach, professor, lecturer, and writer, and all that is related to my greater purpose. That is why, based on Positive Psychology knowledge and on my small personal experience, I will conclude this article with a little advice:

“Have a great and significant purpose, and your life will flow”. HELDER KAMEI is a psychologist. He has an MA in Social and Work Psychology from the University of São Paulo (USP). He is a researcher in the area of Well Being Sciences at Natura. Professor at the MBA in Human Potential Development at the Franklin Covey Business School, at IPOG, and at the Brazilian Coaching Institute. He works as a psychotherapist and coach at the Higienópolis Medical Center. He was a speaker at TEDx O Poder de um Sorriso (The Power of a Smile) and he created the blog www.flowpsicologiapositiva.com. Contact: helderkamei@flowpsicologiapositiva.com.

Further readings KAMEI, H. (2014). Flow e Psicologia Positiva: Estado de motivação, concentração e alto desempenho. Goiânia: Editora IBC. CSIKSZENTMIHALYI, M. (1990) Flow: The Psychology of Optimal Experience. New York: Harper Perennial. CSIKSZENTMIHALYI, M. (2004). Gestão qualificada: a conexão entre felicidade e negócio. Porto Alegre: Artmed.


wellness

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h-a-p-p-i-n-e-s-s! SCIENTIFIC STUDIES SHOW THAT A SIGNIFICANT SHARE OF OUR HAPPINESS DERIVES FROM OUR INTENTIONAL ACTIONS AND THOUGHTS AND IT CAN BE STIMULATED • BY RENATA LIVRAMENTO •

H

appiness seems to be a universal wish. When asked about what we want from life, most of us will reply: “to be happy”. But what does being happy exactly entail? How to define happiness? Some say it is a fairly subjective concept that cannot be defined. However, science shows that not only it is possible to understand happiness, but also that being happy is ultimately a matter of choice! Happiness has been the subject of many recent studies whose aim is to have a scientific understanding of what happiness is, and how to develop it. Studies on the theme have become more important since 1998 with the creation of Positive Psychology. 2 Since then, scholars from the main research excellence centers in the world have been dedicated to achieve a deeper understanding of the happiness phenomenon in order to help more people, organizations, communities and even societies to be happier.

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In the mood

What about getting in the Happiness mood even before start reading about it? Access: https://www. youtube.com/watch?v=s2IAZHAsoLI and enjoy the moment! “Happiness – such a singular word that people use in the plural (in Portuguese it is also used in the plural), intuitively linking dozens of synonyms to it: enchantment of the soul, pleasure of the senses, delight of the heart, lightness of being, contentment, but also wellbeing, contemplation, long life, fulfillment...” (COHEN, 2010, p:17)1 According to Kahneman (1999)3, there are four levels from which happiness may be analyzed. In the first and more general level,

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wellness

Kahneman shows that happiness has in fact

Call for reflection

Overall how satisfied are you with your life?

different domains and many nuances

What kind of emotions (positive and negative) do you usually experience in your daily life?

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happiness is basically saying that one’s life is going well, that someone has a good level of wellbeing. In the second level, happiness is similar to a personality trait, that is, being happy means being an enthusiast or having genetics that favor being more optimist and happy. In a third level, happiness refers to a specific emotion that one feels at a given moment. And finally, in a fourth level, when I say I am happy I might be referring to a specific sensation, such as being happy for feeling the heat of the sun on my skin in a cold day. Kahneman shows that happiness has in fact different domains and many nuances and that is why many authors focus on different aspects when referring to it. In 2002, Martin Seligman, who is considered one of the most important authors in the field of Positive Psychology, presented his theory of Authentic

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and that is the reason why many authors focus on different aspects when referring to it Happiness4. It states that happiness is made of three elements: positive emotions, engagement, and life’s meaning/purpose. The first element comprises emotions such as pleasure, enthusiasm, comfort, satisfaction, and the like. Engagement, the second element, is about the complete involvement of a person in an activity, in a way that time and consciousness of one’s self are lost while it is performed. And finally, the third element, meaning, refers to feeling as part of something bigger than the self, to find and serve a greater purpose in life. It might be a religion, a social cause, a political party, an ecological movement, or even family life. The purpose is personal, everyone finds (or may find) their own. (SELIGMAN, 2002). Seligman went on to review and develop his theory, and in 2011 5 he presented a new version called the “Wellbeing Theory”, in which he presents five elements of wellbeing: positive emotions, engagement, meaning, positive relationships and accomplishment. The author states that positive or meaningful relationships are a reliable way to have good moments and they work as an antidote to the bad ones. He also says that accomplishment,


wellness

Positive Emotions

Researcher Barbara Fredrickson (2001) focused on the role that positive emotions have on our happiness and wellbeing to develop her Broadenand-Build theory 8 9 . It states that the moment we experience emotions such as joy, interest, love, and others, they literally broaden our mind. When feeling positive emotions, one’s perception opens, things are seen in a broader way, and the will to do something at that given moment is strengthened. Furthermore, positive emotions also expand a person’s resources. Thus, the more resources someone builds to experience positive emotion experiences in life, the more they change and become more resilient, more internally resourceful and more

connected with themselves. This process generates a positive upward spiral, allowing people to increasingly become a better version of themselves. Transform people and generate upward spirals Build enduring personal resources

Broaden momentary though-action repertoires Positive emotion experiences

Fig1: Upward Spiral of Positive Emotions Fonte: Fredrickson, B., Joiner, T. (2002). Positive emotions trigger upward spirals toward emotional wellbeing. Psychological Science, 13 (2).

According to Seligman’s theory, happiness is made of three elements: positive emotions,

success, and victory as sought as end in themselves; and that can be made in a positive way or not (e.g.: cheating to win). Even so, the sense of accomplishment is one of the elements of human wellbeing. Ed Diener (2000)6, renowned professor at the University of Illinois states that happiness on one hand is an overall sense of wellbeing that allows people to say how happy they are with their lives; and on the other hand is a variety of positive emotions that people feel regularly in their daily lives. And it is possible to separate the frequency of positive emotional experiences from their intensity, that is, one might feel happy for having frequent positive emotions, even if they are not very intense. Thus, Diener knocks over the common sense belief that happiness is a constant state of euphoria.7

As happiness is something so frequently pursued, it would be great to have a formula for it, right? Well, the theory of Lyubomirsky, Sheldon and Schkade (2005)10 has been acknowledged as “the formula of happiness”. It is a model that integrates the roles of personality/ genetics and circumstantial/ demographic factors in the concept of happiness. According to this model, a person’s chronic happiness level (that is, how happy the person is at a given period of his/her life) is regulated by three factors: a genetically determined set point, significant life circumstances and intentional happiness-related activities. Furthermore, Lybomirsky11 and

engagement,

and life’s meaning/

purpose

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THE HAPPINESS FORMULA


wellness

To Ed Diener, happiness on one hand is an overall sense of wellbeing that allows people to say how happy they are with their lives

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her colleagues, based on previous research, proposed that genetics account for 50% of the person’s total level of happiness, whereas circumstances respond for 10%, and intentional actions for 40%. Therefore, happiness can be represented as follows:

H = G + C+ IA 100%= 50%+10%+40%

happiness depends solely on ourselves and is, therefore, a personal choice. What about you? Will you choose to be happier? RENATA LIVRAMENTO is a psychologist, PhD in Business Administration, Master Coach and president of the Brazilian Institute of Positive Psychology (www.ibrpp.com.br). She is the creator of the Happiness in Action Program (www.felicidadeemacao. com.br). Contact: renata@renatalivramento.com.br.

learn more (references) COHEN, M. (2010). A História da Felicidade. São Paulo: Saraiva. 1

² For a detailed description of what Positive Psychology is, see MipMag’s issue number 1. ³ KAHNEMAN, D. (1999). Objective happiness. Wellbeing: The foundations of hedonic psychology, 3-25. SELIGMAN, M. (2002). Authentic Happiness: Using the new positive psychology to realize your potential for lasting fulfillment. New York: Free Press. 4

Where: H= Happiness G= Genetics C= Circumstances AV= Intentional Activities.

SELIGMAN, M. (2011). Florescer: Uma nova compreensão sobre a natureza da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro: Objetiva. 5

DIENER, E. (2000). Subjective wellbeing: The science of happiness, and a proposal for a national index. American Psychologist, 55, 34-43 6

These results show that a relevant portion of our

Something in common

7

“Some positive emotions – joy, interest, contentment, pride and love – although phenomenologically distinct, share the ability to broaden people’s momentary thought-action repertoires and build enduring

8

https://www.youtube.com/ watch?v=EdxbmVbr3NY

personal resources, ranging from physical and intellectual resources to social and psychological resources.” (FREDRICKSON, 2001, P: 219)

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Tradução livre de “Broaden and Build”

FREDRICKSON, B. (2001). The Role of Positive Emotions in Positive Psychology: The Broaden-and-Buid Theory of Positive Emotions. American Psychologist, 56, 218226. 9

LYUBOMIRSKY, S., Sheldon, K. M., Schkade, D. (2005) Pursuing Happiness: the architecture of sustainable change. Review of General Psychology, 9, 11-131. 10

http://www.huffingtonpost.com/ dr-ali-binazir/the-how-of-happiness-ani_b_663790.html 11


wellness

mindfulness (part 1) ORIGIN, TERMINOLOGY, AND PRESENTATION OF MINDFULNESS, A PRACTICE WITH DEEP IMPLICATIONS IN HEALTH, EDUCATION, BUSINESS, AND SEVERAL OTHER HUMAN BEHAVIOR FIELDS

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• BY FABIO APPOLINÁRIO •

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– reside in the fact that most of the time we are mindless (that is, not-mindful or with no mindfulness, if you will); hence, the great importance of that theme as well as my motivation to write about it. On the other hand, I apologize for the use of English words (this article is originally written in Portuguese), but these terms have great tradition in the scientific literature of the last forty years: in fact, the term mindfulness seems to have been introduced in the English language in 1881, as a translation of the word sati (from the Pali language, spoken in countries like India, Thailand and Sri Lanka). Well, based on that essential hypothesis – the lack of mindfulness in our lives is the cause of the vast majority of our problems both as individuals and as a society – it is my intention to produce a small sequence of articles to cover several aspects of the theme, starting on this second issue of the MIP Mag by addressing the origin of the concept. FREEPIK

indfulness is a major Positive Psychology theme and one of the most recurring topics in current neuroscience discussions; it has implications in the areas of health in general (particularly mental health), education, business, leadership, interpersonal relationship, among others. The set of ideas comprised under the name mindfulness is impressive – as it happens with the overwhelming number of academic and non-academic books, as well as scientific and popular papers on the topic. But the interesting thing about such an abundance of sources and references on mindfulness is precisely the difficulty in finding a coherent and consensual concept for it – at least I was (and still am) under that impression ever since I first started my research on the topic, long ago. After much reflection, I adopted a working hypothesis aligned to that of Professor Ellen Langer, of Harvard University: possibly, the vast majority of our problems – be they personal, interpersonal, professional or social

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wellness

A LITTLE ON EASTERN TRADITION As I mentioned in the previous paragraph, the word “mindfulness” comes from Pali, which is a liturgical language. Liturgical languages are considered sacred because they are used in rituals or liturgies in order to preserve the original traditions of the religions that use them (such as Latin for Catholicism, Hebrew for Judaism and Yoruba for Candomblé, for example). Pali is the liturgical language of Therevada, a specific school of Buddhism. It is believed to be the language used by Sidarta Gautama, the founder of Buddhism, to write his teachings around the 5th Century BC. In the Buddhist tradition, the path to enlightenment starts with the understanding of the so-called Four Noble Truths: the first tells us that life has abundant suffering; the second states that such suffering is caused by attachment to desires. The third informs that it is possible to cease suffering and achieve enlightenment. Finally, the fourth noble truth explains how this can be done. The first three Noble

Truths scrutinize the causes of human suffering, and are deeply related to the lack of harmony individuals have toward themselves and the world, as a result of a delusion that there are “things” both within us and outside that cause basic dissatisfaction with our life. At a certain point, Buddha is believed to have said to his disciple Shariputra: “That is the illusion to which those who ignore the truth get attached. They consider all things real, when in fact none of them is real” (excerpt from sutras Prajnaparamita – Buddhist sacred writings). The way to end the suffering is described in the Fourth Noble Truth, which details a path to be taken by the disciple towards his/her growing comprehension of the elimination of all suffering. This “detailed” version of the Fourth Truth is called the Noble Eightfold Path, comprising the eight essentials of Buddhist practice: right understanding (in Pali, samma means “correct” or “perfect”), right thought, right speech, right action, right livelihood, right effort, right mindfulness, and right concentration. Right mindfulness (samma sati) or right full awareness refers to the awareness of the body (kaya), of sensations (vedana), the activities of the mind, ideas and thoughts (citta) and the harmony of the laws that govern the universe (dharma). As for the right concentration (“samma samadhi”), it refers to the meditation tool – a means to get in a deep state of concentration or balance. It is always good to emphasize that there is some controversy over the precise meaning of

Possibly, the vast majority of our problems – be they personal, interpersonal, professional or social – reside in the fact that most of the time we are mindless (that is,

not-mindful or with no mindfulness, if you will) 30


wellness

Other Eastern traditions have already explored that same theme, both from a religious perspective (Hinduism, Jainism, and Taoism) and from the standpoint of the practices derived from such religions

all those terms among the several schools of Buddhism – not to mention the obvious problem of the translation of words and concepts originated in a social, historical, and cultural context that is completely diverse from our 21 st century Western, Judeo-Christian status. In any event, according to most authors, the term “sati” comprises at least three meanings: a) “awareness” (the ability to perceive), b) “attentiveness” (to intentionally direct one’s awareness to an internal or external object), and c) “remember” or “bear in mind” (probably in the sense of bearing the dharma in mind). Hence the Western academic definition of mindfulness as something like “a state of full awareness of everything as-it-is in the present moment”. The association of the idea of mindfulness and meditation probably also stems from Buddhism influence (after all sati and samadhi are inseparable pairs of the discipline of the mind described in the Noble Eightfold Path), although some authors (Langer, p. ex.) insist on the idea that meditation is only one of the possible ways for the development of a mindful individual. From everything that has been said thus far, we might assume that the mental state of mindfulness (among other reasons because it was introduced in the West through a Pali term) is in fact a concept derived exclusively from Buddhist psychology. Well, I personally do not agree with this argument. Other Eastern traditions have already explored that same theme, both from a religious perspective (Hinduism, Jainism, and Taoism) and from the standpoint of the practices derived from such religions (such as yoga, kung fu, tai chi chuan, and chi-kung). These relationships will be further examined in future texts. Before completing this first of a series of articles on the theme, I would like to briefly go back to the matter of terminology. In Brazil, the term mindfulness has

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been frequently translated as “atenção plena” (full attention). In my opinion, however, this term is very far from the original sense of the word sati; the French chose to use pleine conscience (full awareness) or présence attentive (attentive presence), terms that I believe are closer to its original sense. Therefore, I think the best way to express the concept in Portuguese would be “presença atencional” (attentive presence) or “consciência plena” (full awareness). The problem is that, as far as I am concerned, the English terms mindfullness/ mindlessness (nouns) and mindful / mindless (adjectives) have already become usual vocabulary in professional discussions and even in the general media. That being said, I will, for pragmatic reasons, use the English terms in the forthcoming articles once those are already widely used and it would not make sense to add fog to the discussion. FABIO APPOLINÁRIO has a PhD in Psychology from the University of São Paulo. He is a consultant, coach, and psychotherapist, as well as the Scientific Director of the Institute of Positive Psychology and Behavior (IPPC). E-mail: appoli@psicologiapositiva.com.br

Learn more DIDONNA, F. (Ed.) Clinical handbook of mindfulness. New York: Springer, 2009. LANGER, E. Counter Clockwise: mindful health and the power of the possibility. New York: Ballantine Books, 2009. TRUNGPA, C. As 4 nobres verdades do budismo e o caminho da libertação. São Paulo: Cultrix, 2013. YÜN, H. Budismo: significados profundos. São Paulo: Editora de Cultura, 2003.


neuroscience

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Savoring positive emotions

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NEW RESEARCH SHOW HOW THE BRAIN PROCESSES THE SAVORING OF PLEASANT EVENTS • BY MARCO CALLEGARO •

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new study conducted by neuroscientist Richard Davidson’s team revealed that a region of the brain known as ventral striatum is directly linked to the persistence of positive emotions and feeling of reward. Such findings can help inspire people to use knowledge from brain processing researches to increase the ability to savor positive emotions, once the activation of the ventral striatum is, to a certain extent, under our control. Generally, people with high levels of ventral striatum activity report higher mental wellbeing and also lower levels of cortisol, the so-called “stress hormone”. Previous studies had already associated the neural processes involved in savoring a positive event, such as the appreciation of a sunset, and the positive emotions that result from such neural processing, to the increase of mental wellbeing and subjective happiness. This new study aimed to identify how and why some people seem to be better at keeping positive feelings alive for more time.

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The identification of a specific region of the brain associated with the persistence of positive emotions makes it easier to visualize a sort of brain switch with the power to turn such processing on or off, and puts the activation of that area within the reach of our conscious control. To exercise voluntary control over this brain structure, it is necessary dive in the experience of experimenting and sustaining positive emotions. It is imperative to pay conscious attention to positive feelings and focus on sustaining those sensations. In a way, it refers to the concept of mindfulness, or full attention in the appreciation of life. The ability to sustain positive emotion is a key component of psychological wellbeing, whereas the failure to sustain positive emotions over time is an


neuroscience

attribute of depression and other psychopathologies. However, the mechanisms that make it possible to sustain positive experiences remain unknown. This research involved two real-world experiments in humans, which are conditions that increase confidence in the general applicability of the results. One of the studies had neuroimaging through fMRI of reward responses, and the second one involved measuring emotional responses to a reward obtained in the field, in real life. Sustained activation of the ventral striatum region is associated with the duration of realworld positive emotional responses. Examining such dynamics may facilitate understanding of the brainbehavior associations that underlie negative and positive emotions. The ventral striatum comprises the nucleus accumbens and the components of the reward system, in which the release of the neurotransmitter dopamine causes sensations of pleasure. This area is related to decision-making based on the evaluation of risk and reward. Thoughts of gain induce the release of dopamine and promote a subjective sensation of pleasure, whereas thoughts of loss have the opposite effect. The ventral striatum is related to the subject’s motivation, or to their lack of motivation, as it happens in depression, drug addiction or obsessive-compulsive disorder. It is important to consider not only how much positive emotion we experience, but also how long those emotions persist. This research results are exciting as they show that an activity of seconds in specific circuits, such as the ventral striatum, results in the persistence of a person’s positive emotions minutes or hours later. The senior neuroscientist in the study, Richard Davidson, says the neural pattern observed in the ventral striatum is connected to higher levels of mental wellbeing. According to Davidson, we increase savoring when we have compassionate behavior that generates

The activation of the ventral striatum region is linked to the duration and

intensity of positive emotion appreciation

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Ventral striatum in red Source: Wikimedia|lifescience database

tenderness, love, and compassion towards others and when we cultivate certain forms of positive emotion. Therefore, simple forms of meditation may increase the ability to sustain positive emotion much longer, as it maintains the activation of neurons in the ventral striatum region turned “on”. Conscious decisions about paying attention and savoring food, or a bike ride in which one is aware of details and sensations, may lead to prolonged wellbeing, as Positive Psychology studies had already pointed out. This Positive Neuroscience study brought us further knowledge about the neural circuits involved and the importance of cultivating an attitude of savoring towards life. MARCO CALLEGARO is a psychologist, master in Neuroscience and Behavior, director of Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva (ICTC ) and Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva (IPTC ).The author of the award-winning book Novo Inconsciente: Como a Terapia Cognitiva e as Neurociências Revolucionaram o Modelo do Processamento Mental (Artmed, 2011). He is the current president of the Latin America Positive Psychology Association (APPAL). www.appal.org.br (Become an associate!)

Further readings

The Neurodynamics of Affect in the Laboratory Predicts Persistence of RealWorld Emotional Responses. Heller AS, Fox AS, Wing EK, McQuisition KM, Vack NJ, Davidson RJ. J Neurosci. 2015 Jul 22;35(29):10503-9. doi: 10.1523/ JNEUROSCI.0569-15.2015.


testimonial

Happiness in

old age

In an increasingly ageing world, in which the veneration of youth is an obsession, inspiring examples lead us to the cult of wisdom and joy, among other positive attributes and emotions, as a means to attain happiness and serenity while growing old. • by Cléa Graziano •

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oes happiness have an expiration date? Is there a point in life when we should simply let go of our dreams? What does old age entail, besides wrinkles and sagging? If you have never asked yourself these questions, you had better start thinking about the matter because, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), in 15 years – which means sooner than later – there will be more people in their 60s than people aged 14 and younger in Brazil. That is reason more than enough to start granting the same treatment you would like

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testimonial

We have to to receive when you reach that time Despite how difficult it is (for in your life. elderly) to be accepted and nonstop the The bright side is that due to to accept themselves, there is improvements in health, basic (always) a light in the end of the to sanitation, infrastructure, etc., life tunnel. I do not pretend I can make with expectancy in Brazil is increasingly them believe that it is easy to higher, having gone from 55.6 to grow old, for even being happy , 73.6 years in the last 50 years. has its struggles! But we do have The elderly in Brazil already see to work nonstop to welcome age , themselves as healthier, more active with serenity, balance, and high and and more productive than their spirits. Life offers many resources parents and grandparents, and this and examples that encourage and scenario tends to evolve. inspire us; but it is vital to have But is our society ready to the willpower to be more than just accommodate this growing bunch? Our culture - which another someone. dictates the cult of youth, beauty, and the perfect body – does not pay much attention to wisdom, a CLEA GRAZIANO quality only gained at a mature age. The fact that I am is in charge of Marketing at the also growing old inspired the reflections I share in this Institute of Positive article. I know all too well how difficult it is to look at Psychology and oneself in the mirror and see an image that does not Behavior (IPPC). live up to society’s “ornamental” standards, although E-mail:clea@ I am perfectly aware that the best of me was never in psicologiapositiva. my mirror’s image. com.br 35

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work welcome age serenity balance high spirits


testimonial

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Wine and human development

As wine requires organization, planning, and patience to be produced, it may be considered a milestone in the human civilization process, as well as a focal point on the quest for wellbeing • by Frank Roman •

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his short article is the result of a challenge. A friend has encouraged me to give a lecture about wine in the Institute of Positive Psychology and Behavior (IPPC) at their monthly event called “Brotherhood of Knowledge”. That was an offer I could not refuse, although I would have to address the topic under a specific approach: wine as a civilizing factor. Well, I confess I thought that it would not be difficult for me to do that, given that I greatly appreciate both history and wine. However, I was very surprised to find out that despite the great amount of material about wine and even some important works about the History of Wine (among which I point out British author Hugh Johnson and his classic: The History of Wine), I found almost nothing regarding the importance of wine for our civilization or how winemaking could have been an important factor to mankind’s civilization process; and I found myself searching all possible historical sources: Herodotus, Pliny (the Elder), Virgil, and even the Bible (Noah), as well as modern authors. There is a lot of information about wine and the culture of wine but in the many compendiums about wine – to my great distress - I could not find anything about how wine had been essential for the development of humankind and, especially to the Western Civilization. The challenge then became even more interesting to me; and the great insight

came from the acknowledgement that the history of wine predates written records. Nowadays we know that the origin of wine dates back more than 8,000 years and that it comes from the Caucasus (Georgia,Armenia) whereas Homer of Ancient Greece is considered the first historian. Homer told us a lot about wine, about its importance to Greek’s culture and economy, but Homer lived in a society where wine already existed, which led me to look into pre-Greek civilizations and peoples. In Ancient Egypt, wine was known and considered important. There is plenty of written (papyrus) and painted (frescoes and ceramic) information dating back to 3000 BCE about how wine was used in religious ceremonies and other celebrations in Ancient Egypt. The same way, there was also beer production and consumption in Egypt. Both drinks were important, but wine had a ceremonial role in religious rituals that beer never had. And finally came the insight! Wine is much more difficult to produce than beer. The raw ingredients are


testimonial

Wine religious ceremonies

complexity

milestone

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ambitious goal. Remember that I am referring to a distant time in our history when there were no big cities or much safety. This was a collective decision as a single person could not have carried out such a complex and long-term project. That is exactly what makes wine an element of our civilizing process. Wine is an enterprise that demands great effort, both in terms of time and labor; whereas the production of grains provides a “quick” reward, since in the end of a season we can already harvest and use the grains to make food or beverage products (bread or beer). Winemaking requires 4 to 5 years of care and continuous work. Our ancestors in the Mar Negro region, Caucasus deliberately decided to bet on this new product: wine. They took an important step to all mankind when they postponed their impulse for satisfaction and invested their time and work in something superior. Wine is acknowledged as a product with such qualities and complexities that it requires some training from our part to be able to taste and appreciate it to the fullest. And as such, it is an important cultural element of socialization, celebration, and, why not say sophistication as well. Humankind evolved with wine and incorporated it in our culture and in our daily lives. Wine became an expression of both sacred and profane. Wine promotes the expression of our feelings – whether it is through its production or when we taste it. And after all that said, I wrap up this text by inviting our dear readers to enjoy a well-deserved glass of a good wine. Cheers! FRANK ROMAN is an economist and an oenophile.

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intrinsically different (grapes as opposed to barley or wheat). That complexity is what makes wine a milestone in our development. But what does that mean after all? Humanity’s greatest and most essential behavioral change meant choosing the hardest way, that is to say, mankind had achieved an important upgrade when it went from being hunters-collectors to becoming farmers. And then somebody made the toughest decision, which was start growing grapes and producing wine. That meant that instead of following the easiest choice (one that was already known and controlled) of producing grains, some of our ancestors decided to produce grapevines. For those that are not familiar with the world of agriculture it is necessary to mention that grains are produced quickly – 3 to 6 months – or during one season of the year whereas the grapevine takes nearly four years to produce the first fruit and after that it is necessary at least another 6 to 8 months to obtain a drinkable beverage. And why people chose to get organized to grow a product that would only was used reward them after such a long time! The answer is in to get a greater reward. Well, this is a cardinal turning point in our and other evolution. We came into contact with something celebrations in superior and liked it so Ancient Egypt. much that we decided to make a collective effort Its to incorporate this new is what makes wine accomplishment (wine) as a permanent asset in a in our lives. We chose to work hard all year round our development and for long years to create a product that has been described as the ”nectar of the Gods”. That sublime moment when we taste something superb inebriates us and leads to Savoring. (see Positive Wiki) Wine demanded a level of organization, technique and security never before witnessed by humankind up to that moment, as it was necessary to safeguard the same territory for at long periods. This is the greatest indication that a collective willingness –and organization – was accomplished to achieve that


reading

Guide for developed organizations

Book provides a wealth of academic knowledge about human development in companies from a positive approach

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• por Andréa Perez Corrêa •

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llow me a few lines to indulge myself in the elucidation of my kickoff at MIP Mag’s Readings column and the clarification of some points about my participation in it. My need to express my unbounded satisfaction in starting as a writer for this MIP Mag column, after an invitation by Lilian Graziano, is almost compulsory. We have known each other for a few years and our relationship, which became closer after I took part in

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her Positive Coaching course, gained strength – we believe – due to our mutual intent to collaborate with the growing and dissemination of Positive Psychology in several social contexts. In addition to that, we, along with other representatives of the area, are together in the determination to connect institutions, professionals and scholars in the Positive Psychology


reading

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this column is not simply to suggest readings, as many websites already do: “name of the book + abstract + price + where to buy� Here, you will be offered an approach on the topics of each publication, with some theoretical aspects, along with a snapshot of the academic and professional career of the books’ authors or editors. Furthermore, whenever it is relevant, we will provide an alignment with other subjects related to the topics and an analysis about what and whom the publication can contribute to. That being said about the positive emotions that fulfill this moment and the proper clarifications regarding how the suggestions will be structured here, let us move on to our main interest. Although the advances in research and application of Positive Psychology themes The text is in the organizational context in Brazil are developed with still insignificant and inceptive, in the field from Brazil and even from other countries their of other countries. multiplication in that One of my initiatives to drive scholarly literature, environment is promising. such purposes, to which I have The use of practices and comprises been dedicating myself for a and interventions few months, is to offer to nongrounded on scientific technical or technical audiences research in the field of of studies, reviews with critical analysis of Positive Psychology publications in the area of Positive has been the focus of suggestions of Psychology, and now, with this many leaders, who seek publication, that reaches a new strategies that increase and broader audience. their organizational reflections The column will bring, in productivity through addition to originally important their greatest capital: on publications, the ones that are human capital. covering the most current latent Several scholars, topics in order to provide a devoted to giving reference about where to seek further knowledge credence to new results on on topics we can use in our work in applied Positive performance improvement in Psychology and in research work. organizations, have developed It is important to point out that my purpose in researches that broaden the extent

peculiar language

many results frameworks, future research

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reading

of favoring for the quality improvement of human and solid in organizations, as those resources activities, organizational results and environments can positively be fruitful market competitiveness. for the improvement of wellbeing, and This book is an example of such comprehensiveness it is there that a significant portion of of Positive Psychology themes in a segment that I the world’s population spends most of believe will be very significant for the perpetuation their lives. of the subject area in the social, Now to the hint, economic and political realms. The the book The Oxford The book reason is that the organizational Handbook of Positive a segment, whether in its areas of Organizational strategic planning, leadership or Scholarship, organized collection of human resources management, is by Kim Cameron and 79 articles written Gretchen M. Spreitzer. very susceptible and supportive of new themes that aim to promote As in other handbooks, by 149 authors. tangible or intangible differentials. this book presents a In it we found However, as much as new themes considerable – to put are welcome and acknowledged as it humbly – amount content drivers of change, we need to be of articles on the careful – as Positive Psychology approach named and professionals – not to make Positive Organizational content the inclusion of such themes in Scholarship. companies just another momentary The book is divided no idea could be “vibe”, as it is usual with other fads in eight sections plus a applied to the tested in such contexts. conclusion. It covers the We need to contribute – and that following areas: Positive is not an easy or swift task – to Individual Attributes, make Positive Psychology enduring Positive Emotions, Strengths and Virtues, Positive Relationships, Positive Human Resources Practices, Positive Leadership and Change, Positive Lens on Problems and Challenges, and Expanding Positive Organizational Scholarship. The book features a collection of 79 articles written by 149 authors. In it we found content we know and content we had no idea could be applied to the organizational context. Among its authors, we found names that are already very emblematic in the area of Positive Psychology and in “positive organizational” approaches, such as Bruce J. Avolio, Davida L. Cooperrider, Jane E. Dutton, Aam M. Grant, Barbara Fredrickson, Fred Luthas and Carolyn M. Youssef, among many others.

features

we

know we had

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organizational context

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wish

If you In its 1076 pages, you are a source of consultation presented a rich, detailed to start the development to begin your content that is specially, for of works focused on work the greatest part, applicable environment. However, for to organizational contexts, better contemplation of the on which can allow the themes, review of literature consolidation of practices Positive Psychology from several sources will that favor institutions with always be very welcome and topics linked to Positive Psychology themes. essential, and although this The book’s editors are is a recent publication (2013), already acknowledged as we know that the construction relevant in organizational of its content dates back to study and research, but more previous years, and accessing rest assured that importantly, they actively the state of the art is always a develop work in companies great strategy. this book is and organizations in several If you wish to begin your an countries. It could not be technical training on Positive different to take the lead of a Psychology topics linked to book that has such profusion organizational practices, rest of qualified scholars. assured that this book is an Starting with Kim Cameron – I will not bother excellent start. listing his several titles as this would be extensive Good Readings. – what I point out in his work is the dedication to some topics, whose approaches escalate in favor ANDRÉA PEREZ CORRÊA has a postgraduate degree in Positive Psychology and Coaching of organizational environments: organizational and is currently undertaking an M.A. degree effectiveness, resizing, culture and development in Management Systems at the Fluminense of leadership competence. Having published more Federal University. She is a professor at the than 130 academic articles and participated in Human Development and Positive Psychology 15 books, Cameron stands out in themes such as MBA at the Post-graduation Institute – virtuousness in organizations, with studies focused IPOG. She devotes herself to the research and dissemination of Positive Psychology, on gratitude, compassion and generosity and their developing projects such as the Positive Library. correlations with performance. E-mail: acorrea97@hotmail.com. Site: www. Gretchen M. Spreitzer, who partners with Kim in ibrpp.com.br. Facebook Andréa: http://on.fb. several works, publications and researches, is also me/1O97CZm. Facebook Positive Library: http:// an author of several books and her studies focus on.fb.me/1Mejd8T on areas like: employee empowerment, leadership development in contexts of organizational change, positive deviance and how organizations enable Specifications employees to prosper. The Oxford The text is developed with the peculiar language Handbook of Positive of scholarly literature, and comprises many results Organizational of studies, suggestions of frameworks, reflections Scholarship on future research; all of which with ideal deepening Editors: Kim Cameron of the theme for readers interested in knowing and and Gretchen M. Spreitzer (org.) getting further development on Positive Psychology Publisher: Oxford in organizational contexts. University Press Of course handbooks of this magnitude and size are Year: 2013 not to be read from beginning to end. This is rather

technical training

organizational practices, excellent start

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positive news

Cyclists raise over US$ 4 million for eradication of Polio The fight to eradicate poliomyelitis was given a big financial push from the annual Miles to End Polio, a bike ride held on November 21 st in Arizona, USA, to support the PolioPlus fund from Rotary International. The event raised US$ 4.4 million and the Bill & Melinda Gates Foundation will double that amount, making the PolioPlus donation to total over US$ 13 million. More than 100 members of the Arizona Rotary and people from all over the world joined the ride. Rotary members have taken

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part in the ride since 2009, when Rotary’s End Polio Now campaign was chosen as an official beneficiary of the event, allowing cyclists to raise funds for the initiative. In the first year, 27 cyclists raised more than US$ 35,000, a number that has grown exponentially ever since.

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(Source: Maureen Vaught/ Good News Agency via Rotary News. Original File: https://www.rotary.org/ myrotary/en/news-media/news-features/cyclistsraise-nearly-3-million-miles-end-polio-ride)

This section spreads the work of the Good News Agency, wich publishes good news in English, Italian and Portuguese languages.

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positive news

Cognitive training regulates negative emotions

More commitment

(Source: http://medicalxpress.com/news/2016-01-brainnegative-emotions.html)

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(Source: Aramis Castro e Milagros Salazar/ Good News Agency. Original File: http://www.ipsnews.net/2015/11/ latin-american-legislators-find-newpaths-to-fight-hunger)

IMAGES: FREEPIK

A non-emotional training that improves the ability to ignore irrelevant information may result in decreased brain reactions for emotional events and change brain connections, says Noga Cohen, from the Ben-Gurion University of the Negev, in southern Israel. Cohen’s findings were recently published in the NeuroImage journal. The study reports, for example, that the irrelevant information for solving a problem is what takes our focus away from pragmatic behavior that could generate meaningful learning and effective solutions, and minimize the stress caused by the situation. It was a computer-based cognitive training tested on 26 healthy volunteers, who were monitored by functional magnetic resonance. The participants who completed the most intense version of the training showed reduced activation in their amygdala, a brain region involved in negative emotions, including sadness and anxiety. Furthermore, the intense training also resulted in increased connectivity between the participant’s amygdala and a region of the frontal cortex involved in emotion regulation. The researchers involved in the study intend to examine the impact of the training in individuals with depression or anxiety. It can also be useful for those with increased risk of developing high blood pressure as a reaction to emotional information. It seems the training has no contraindications to young adults, elderly adults, children or people with neurological or psychiatric disorders.

In order to formally push through laws and policies on food security and sovereignty, among other priority areas, eight commitments were formalized by legislators from 17 countries, in the Sixth Forum of the Parliamentary Front Against Hunger in Latin America and the Caribbean, in the end of 2016. The agreements also comprise family farming and school feeding programs, and are part of the United Nation’s (UN) Millennium Development Goals. The final declaration highlighted that the Parliamentary Front work in partnership with each country’s government to create programs and approve laws aimed at eradicating hunger. To achieve this goal, legislators need to take part in the debate on public budget funds to ensure that governments finance the programs.


positive news

The happiness of a nation is also represented in the genes of its population

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In the analysis of data from representative surveys conducted between 2000 and 2014, scientists found a strong correlation between the happiness of a nation and the presence of a specific gene in its population: the A allele in the fatty acid amid hydrolase (FAAH) gene variant rs324420. This allele helps prevent the chemical degradation of anandamide, a substance that increases sensory pleasure and helps to reduce pain. Among the nations with highest prevalence of the A allele, whose citizens are more prone to declare themselves as “very happy”, are Ghana and Nigeria, in West Africa, and northern Latin American nations, such as Mexico and Colombia, whose people descend from Amerindians and Euro-Americans. The Arab nations of Iraq and Jordan, and the East Asian nations of China, Hong Kong, Thailand and Taiwan, which showed the lowest prevalence of the A allele, were considered the least likely to rate themselves as “very happy”. Genetics also suggests explanations for differences in happiness among European nations. Northern Europeans, such as Swedes, showed a much higher prevalence of the A allele – and more frequently rated themselves as “very happy” – than their cousins from Southern or Central Europe. It is important to remember that genetics in not the only determinant for happiness. The scientists involved in this study show that Eastern European countries, which face frequent political and economical crises, for example, have low happiness score despite the relatively high prevalence of the A allele in the genes of their populations. (Source: ScienceDaily.com)

TO LEARN MORE: Michael Minkov, Michael Harris Bond. A Genetic Component to National Differences in Happiness. Journal of Happiness Studies, 2016; DOI: 10.1007/s10902-015-9712-y. http://www. sciencedaily.com/releases/2016/01/160114113520.htm

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Child mortality: positive balance in 2015 A general report from the United Nations (UN) was recently released showing that in 2015 global child mortality (including all its possible causes) was reduced to less than half since 1990. That means that 6.7 million fewer children under the age of five are dying each year compared to 1990. Almost 7 million families avoided the pain of burying their child in 2015, which would have happened had the world not witnessed two and a half decades of historically unprecedented progress against childhood illness. 2015 also had the lowest ever proportion of children out of primary school. Also according to the UN, this number reached less than one child in 10. The number of children out of school dropped from 100 million in 2000 to an estimated 57 million in 2015. (Source: The Atlantic – http://www.theatlantic. com/international/ archive/2015/12/good-news-in2015/421200/?utm_source=SFFB)


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positive news

Donations avoid suspension of food assistance to drought victims in Ethiopia Late last year, financial donations from several countries allowed the continuity of the United Nations’ World Food Program (WFP) food distribution to 1.5 million people from the Somali region, in Ethiopia. The amount raised ensured the assistance until the end of November, a benefit that contributes to the nutrition of more than 700,000 children and nursing mothers in the most drought-affected areas. WFP also faces the challenge of keeping such assistance in place in 2016, as it has only 7% of the US$228 million budget that is necessary for the food and nutrition interventions until June 2016. The interruption of the program as early

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as November was, however, avoided thanks to the contributions from Canada, Norway, Sweden, Switzerland, UN’s Central Emergency Response Funds and the United States Agency for International Development. There was a dramatic increase in the number of people in need of humanitarian assistance, going from 2.5 million in January 2015 to 8.2 million in October of the same year. (Source: Good News Agency/ original text: http:// www.wfp.org/news/news-release/crucial-fundingwfp-avoids-suspension-food-assistance-droughtaffected-people-ethi)


positive wiki

In this section you will see psychology concepts and definitions covered throughout the magazine. (Preparation: Team IPPC)

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Flow

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IMAGES: FREEPIK/WIKIPEDIA

The concept of flow was developed by the psychologist Mihaly Csikszentmihalyi who, by the study of the creative process, became interested in the phenomenon of intrinsic motivation. The state of flow, also called “optimal experience”, causes the individual to fully engage in the activity he/she is carrying out, employing the best of what he/she has to offer. Therefore, in times of flow, activity and subject become one. By acting in his area of excellence, ​​ the subject experiencing flow state needs no super vision, control, or any type of external monitoring to the extent that the activity carried is intrinsically rewarding to him. The flow can be achieved in any experiment. But there are people who achieve it in professional practice, making their work an impor tant source of gratification and, by extension, of happiness. Today there are companies around the world interested in promoting the flow in the organizational environment, in a typical initiative in which everyone wins.

Happiness: Starting from Aristotle’s idea of happiness (eudaimonia), as early as in the fourth century BC, Positive Psychology believes in happiness as a result of a virtuous life. It doesn’t start from the idea that we should only have positive occurrences in life to consider ourselves happy, but rather to put all the moments we live in the balance and have a positive perception of life, which includes experiencing positive emotions, low levels of negative moods and high satisfaction in relation to life. Savoring

Whereas traditional psychology approaches tend to look for ways to deal with negative experiences, Positive Psychology seeks to maximize the effects of positive experiences. Savoring, in turn, aims the appreciation of good moments and a way to enhance and magnify their power on our mental function in order to make positive memories, reminiscences and anticipation stronger and more active than their negative counterpar ts.

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positive wiki

Character Strenghts

Starting from the concept of happiness as a result of a virtuous life, the researchers studied various codes of conduct of Eastern and Western culture, such as the Bible, the Koran, bushido, etc, looking for common virtues in all of them. Thus they reached six virtues: wisdom, courage, humanity, justice, temperance and transcendence. The next step came up from the question: What traits a human being should have to achieve such virtues? Researchers then arrived at 24 features, which they have called character strenghts. In this sense, the character strengths are:

Social Intelligence Teamwork Fairness Leadership Forgiveness Modesty & Humility Prudence Self-regulation Appreciation of Beauty & Excellence Gratitude Hope Humor Spirituality

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Creativity Curiosity Judgment Love of learning Perspective Bravery Perseverance Honesty Zest Love Kindness

Locus of control

It ’s a construct that tries to explain where the source of control of a person’s life is perceived. There are two types of locus of control: The External locus of control (when people see their life as controlled by external factors) or the internal locus of control (When people feel they are in control of their own lives). Although people alternate between these two perceptions, they have a predominant locus of control style and in Lilian Graziano’s research on Happiness and locus of control, the researcher found a significant and positive correlation between internal locus of control and happiness. (Learn more in: ht tp://www.teses.usp.br/teses/ disponiveis/47/47131/tde-23052006-164724/pt-br.php)

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REEPIK

versão em português

“I wmoer kc oamt phaonmy e aal ln dd amy .y Tdhoegys akl eweapy s

fi n d a way t o g e t my at t e nt io n, lik e stealing my slipper or something just waitin g for me to r un af ter t hem (a n d I a l w a y s d o ! ) . T h e y w e r e r e s c u e d from the streets and adopted by me and my husband with lots of love! I c a n’ t l i v e w i t h o u t t h e m ! ” Monique Elias, graphic designer

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49 CEP: 04552-050 – São Paulo, SP – Tel. 11-95328-4010 R. Helena, 140 – Edifício Delta One – Cjs. 111-112 – Vila Olímpia


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