nº2 Setembro 2013
´ BLUMENAU e nº2 Setembro 2013
Para conhecer mais sua cidade
Panorâmica
Mercado de tecnologia se expande para além da produção de softwares Horizontes
EDIÇÃO DE ANIVER SÁRIO Blumenau 163 anos
As expectativas do setor produtivo com o início da duplicação da BR-470 Almanaque
A variedade da gastronomia local em um roteiro que vai além da culinária germânica
Tradição e desenvolvimento Blumenau completa 163 anos BUSCANDO CRESCER DE FORMA ORGANIZADA E SUSTENTÁVEL, SEM PERDER SUAS RAÍZES
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Editorial
FUNDADOR e Presidente Emérito
Mário J. Gonzaga Petrelli
Grupo RIC SC presidente-Executivo
Marcello Corrêa Petrelli Diretor Comercial
Reynaldo Ramos Diretor Administrativo e Financeiro
Albertino Zamarco Jr. Diretor Operacional
Paulo Hoeller Diretor Regional blumenau
Marco Salgado Diretor de Redação Notícias do Dia
Luís Meneghim
Revista BLUMENAU É Coordenação Geral e diagramação
Victor Emmanuel Carlson Gerente Comercial
Marcos Roberto Fernandes da Silva Editor-executivo
Diógenes Fischer REPORTAGEM
Adão Pinheiro, Felipe Adam, Giselle Zambiazzi, Leo Laps e Luciana Zonta fotografia
Leo Laps e Victor Emmanuel Carlson Foto da capa
Leo Laps REVISÃO
Sergio Luiz Meira distribuição
Hannah Mattos IMPRESSÃO
Gráfica Posigraf www.ricmais.com.br/sc/revistablumenaue Rua das Missões, 190 – Ponta Aguda CEP 89051-000 – Blumenau/SC Fone (47) 3381-3200
Estrutura para crescer A duplicação da BR-470 é uma das demandas mais antigas e importantes da comunidade blumenauense e do Vale do Itajaí. A rodovia é a espinha dorsal do nosso transporte rodoviário e tem importância significativa para o desenvolvimento regional. O início das obras não será o fim da ansiedade causada por uma ligação saturada, mas é ao menos uma esperança de que logo teremos uma via condizente com a importância econômica da região. Ainda faltam dois trechos para terem as ordens de serviço assinadas, correspondentes ao trajeto entre Navegantes e Gaspar. Por isso, urge que as lideranças locais mantenham a cobrança sobre o governo federal. O Grupo RIC vem reforçar e apoiar esse pleito da comunidade. Entre as demais matérias presentes na Blumenau É estão os preparativos da cidade para receber mais uma edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC). Blumenau corre contra o tempo para preparar a estrutura necessária e conta com os talentos da casa para lutar pelo 40º trófeu da competição em 53 edições do JASC. Nossa reportagem foi conhecer alguns dos atletas “pratas da casa” que estarão competindo nos jogos. Esta edição de Blumenau É também destaca cinco personagens, nascidas ou criadas em Blumenau, que representam dois traços marcantes da mulher blumenauense: a determinação em buscar seus objetivos e a paixão pelo trabalho que fazem na cidade. Trazemos ainda o avanço das empresas de tecnologia, as novidades do futebol (com o retorno do BEC e a ótima fase do Metropolitano) e destacamos o espaço para a expressão artística local no Teatro Carlos Gomes. Temos orgulho de participar das comemorações dos 163 anos da cidade presenteando a população com a segunda edição da Blumenau É. Um feliz aniversário a todos e boa leitura!
Marcello Corrêa Petrelli Presidente-Executivo Grupo RIC SC
“ A BR-470 é a espinha dorsal do nosso transporte rodoviário e tem importância significativa para o desenvolvimento regional. (...) O Grupo RIC vem reforçar e apoiar esse pleito da comunidade blumenauense.”
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Índice
Panorâmica
Almanaque
Tecnologia de amplo alcance.........................................8
Diversidade no menu......................42
Dedicadas e determinadas............................................12
A casa das artes............................48
Criatividade para manter a clientela..............................20 Fotos Leo Laps
Comércio de rua em Blumenau se qualifica após a chegada dos novos shoppings
Limites para a expansão................................................24 O melhor amigo também na polícia.............................26 O prefeito que sabe ouvir.............................................28
Teatro Carlos Gomes abre as portas para a arte local
Duas vezes mais bola.....................52
Horizontes De olho em mais um troféu............................................32
Sede dos Jasc desse ano, Blumenau prepara seus atletas em busca de medalhas
Abrindo caminho para o desenvolvimento......................36
Metropolitano em alta e BEC de volta aos gramados
Uma nova Oktoberfest..................................................40
Um craque do jornalismo esportivo...56
BLUMENAU É
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Panor창mica
Tecnologia de amplo alcance
Texto e Fotos Leo Laps
Tecnologia de amplo alcancePanorâmica
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RECONHECIDA NACIONALMENTE COMO UM POLO DE CRIAÇÃO DE SOFTWARE, BLUMENAU TAMBÉM CONTA COM EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA QUE VÃO MUITO ALÉM DA INFORMÁTICA
F
oi graças a um dos segmentos industriais mais antigos da região do Vale do Itajaí que o pioneirismo de Blumenau no setor de Tecnologia foi estimulado e consolidado. Não fosse a grande demanda de indústrias têxteis como Hering, Sulfabril e Karsten a partir da década de 1970, talvez hoje a cidade não contasse com empresas como HBSIS, Cetil, Senior, Benner e outras centenas que, juntas, empregam cerca de 10 mil pessoas e faturam aproximadamente R$ 400 milhões por ano – o equivalente a 25% da receita catarinense no setor. Mas se o desenvolvimento de softwares continua sendo o carro-chefe quando se fala de tecnologia em Blumenau, há um nicho mais recente sendo explorado pelos empreendedores locais: o da sustentabilidade. “Nos últimos 20 anos, a palavra tecnologia foi sendo cada vez mais associada à informática. Na verdade, tecnologia significa ciência aplicada: é o desenvolvimento não só de softwares, mas de novos materiais e novos processos”, explica o presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), Guilherme Stark Bernard. “No campo da sustentabilidade essa demanda cresce em nível mundial, pois para diminuir os danos ao meio ambiente causados pela ação do homem é preciso inovar, é preciso criar tecnologias”, completa. Uma das empresas blumenauense que investe nesse segmento é a Umwelt, fundada em 1996 e especializada em ações na área de biotecnologia. Com um setor próprio de Pesquisa e Desenvolvimento, a empresa
localizada no bairro da Velha já criou produtos como o Biolux, um kit de biomassa com bactérias marinhas usado para monitorar a qualidade de águas e efluentes, bem como a toxicidade de produtos químicos e resíduos sólidos. Grandes empresas como Hering e Brasil Foods estão entre os clientes da empresa, que também trabalha com projetos de otimização e adequação de plantas e estações de tratamento, assessoria jurídica e análises laboratoriais. “As novidades na legislação ambiental têm gerado uma série de demandas para a indústria, que precisa padronizar métodos e provar que evita ao máximo impactos ao meio ambiente”, diz Gerson Luiz Zimmer, um dos sócios da Umwelt. Outro destaque na área da sustentabilidade é a Redefinir, um dos mais
Zimmer: biotecnologia aplicada em soluções sustentáveis para a indústria BLUMENAU É
novos empreendimentos ligados à inovação tecnológica em Blumenau. Aprovada em 2012 no edital “Sinapse da Inovação”, da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc), a startup tem como missão atuar no recolhimento, transporte, desmonte e destinação de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. A meta da empresa até o final do ano é conseguir processar até três toneladas mensais desses resíduos, que na maioria das vezes não são descartados corretamente pela população. Com a aprovação há três anos da Lei Nacional de Resíduos Sólidos, as empresas que fabricam geladeiras, fogões, computadores e artigos do gênero passaram a ser responsáveis pela destinação destes produtos após seu descarte. Por meio de uma parceria com a Universidade Regional de Blumenau (Furb), a Redefinir vai usar um software para conectar seus serviços aos consumidores e fabricantes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Através do 0800 de cada marca, um pedido de coleta é gerado, encaminhado para a Redefinir via internet e realizado por funcionários terceirizados da empresa. “Fizemos uma pesquisa junto à Furb e descobrimos que ainda falta informação às pessoas e também meios de realizar o descarte correto desses resíduos. Percebemos esta demanda e estamos criando as soluções”, diz Fabiana Dallacorte, uma das sócias da startup. O ambiente propício para inovações como as desenvolvidas pela Umwelt e pela Redefinir já existia em Blumenau quando a Cetil abriu suas portas, em março de 1969. Uma das
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Panorâmica4Tecnologia de amplo alcance
pioneiras catarinenses na área de Tecnologia da Informação (TI), a companhia nasceu da parceria entre seus dois primeiros sócios diretores, Ingo Greuel e Décio Salles, com 12 empresários do ramo têxtil blumenauense. Com o nome de Centro Eletrônico da Indústria Têxtil, surgiu com o objetivo de otimizar a produção do setor com a aplicação das novas tecnologias computacionais que surgiam na época. A implantação da Cetil motivou a criação de outras centenas de empresas que hoje tornam a cidade um polo nacional de TI, especialmente no segmento de softwares de gestão empresarial – que respondem por 90% da produção local, de acordo com dados da Blusoft, associação criada em 1992 para unir as empresas do setor. Em 44 anos, a Cetil passou por algumas mudanças de estratégia mercadológica. Hoje, tem atuação cada vez mais forte no setor público em parceria com a GOVBR, empresa especializada em softwares para gestão pública presente em 12 estados brasileiros. São mais de 1,2 mil clientes que geram negócios no valor de R$ 80 milhões ao ano. “A administração pública vem incorporando cada vez mais práticas já estabelecidas no setor privado, tornando-se mais exigente e consumindo mais soluções”, observa a diretora de tecnologia da Cetil, Ana Cristina Godzesky.
Já no setor privado, a HBSIS é uma das empresas que mais crescem na área de TI em Blumenau. Com 170 clientes em todo o país – entre eles Unimed, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Ambev – a companhia dirigida por João Luiz Kornely vem apostando há mais de duas décadas no potencial deste mercado. Segundo Kornely, o plano é manter os índices atuais de crescimento, que chegam a 20% ao ano. “A superação é algo que
ção de doenças e promoção da saúde, e o HB.Conselhos, software presente em 20% das seccionais brasileiras da OAB que padroniza procedimentos e garante a segurança dos dados.
Mas ainda há desafios PARA
Ana Cristina: mercado de R$ 80 milhões por ano em soluções para a gestão pública precisa acontecer diariamente, pois o conhecimento no mundo dobra a cada seis meses”, afirma o empresário. Entre os produtos desenvolvidos pela HBSIS estão o HB.Prever, que auxilia empresas e operadoras de planos de saúde em ações de preven-
Kornely: grandes empresas na carteira de clientes e um crescimento anual de 20% BLUMENAU É
superar. O maior deles continua sendo a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada em quantidade suficiente para suprir a demanda gerada pelo crescimento do setor. Para formar novos trabalhadores, empresas e o setor público buscam alternativas. O Geração Tec, por exemplo, é um programa do governo de Santa Catarina, gerenciado pela Blusoft, para formar jovens de famílias de baixa renda. “É um programa excelente. Os alunos já chegam às empresas com uma base tecnológica e com muita determinação e vontade de aprender”, conta a diretora de planejamento da Cetil, Virgínia Kaiser. A empresa participa do programa desde 2011 e o índice de sucesso é altíssimo: na primeira turma de estagiários contratados, 19 dos 20 foram mantidos em seu quadro funcional. A HBSIS, por sua vez, conta com o programa Universidade Corporativa, que acaba de receber o Prêmio Educorp 2013, e oferece cursos e treinamentos tanto para gestores de alto escalão quanto para estagiários, trainees e interessados em trabalhar no ramo. A empresa também é parceira do Geração Tec e de outros programas de formação, como o Entra21-Blusoft e o Menor Aprendiz. “Ao apoiar essas iniciativas criamos um movimento constante de formação de mão de obra, aproveitando talentos locais e desenvolvendo a economia local”, garante Kornely, acrescentando que o setor de TI, além de apresentar rendimentos acima da média para os profissionais, é conhecido por investir na qualidade de vida de seus colaboradores.l
A PORTONAVE ESTÁ EM UMA LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA: EM PRIMEIRO LUGAR NA MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES EM SANTA CATARINA.
MAIS QUE UM PORTO, UM POLO LOGÍSTICO COMPLETO. A Portonave é o porto responsável pela movimentação de 44% das cargas conteinerizadas de Santa Catarina e está preparada para aumentar cada vez mais esse número. Com investimentos em infraestrutura e equipamentos, está inserida em um complexo portuário consolidado e com serviços integrados. Venha crescer com a Portonave.
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Panorâmica
Dedicadas e determinadas CINCO PERSONAGENS SINTETIZAM DOIS TRAÇOS MARCANTES DAS MULHERES BLUMENAUENSES: NÃO DESISTIR DOS OBJETIVOS E COLOCAR O CORAÇÃO EM TUDO AQUILO QUE FAZ
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Texto Giselle Zambiazzi Fotos Leo Laps
las são completamente distintas uma da outra, mas todas combinam com Blumenau e fazem uma grande diferença para a cidade onde vivem. Nascidas ou criadas blumenauenses, poderiam escolher qualquer lugar do mundo para viver, mas preferem ficar aqui. Emocionam-se quando param para pensar naquilo que as move e ao mesmo tempo as faz fincar raízes às margens do Rio Itajaí-Açu. “É a emoção de uma vida dedicada a uma cidade”, diz Sueli Petry, sem disfarçar as lágrimas que brotam a uma simples pergunta sobre a sua relação com Blumenau. “É uma cidade inigualável. Não a troco por nenhuma outra. Quantas vezes abri mão da minha família em prol dela... Faria tudo de novo”, reflete a diretora do patrimônio histórico e museológico da Fundação Cultural de Blumenau. Nas prateleiras que rodeiam sua sala, no andar de cima da Biblioteca Pública Municipal, estão guardadas as trajetórias de centenas de outras mulheres que marcaram a história de Blumenau, um lugar essencialmente industrial, de ambiente austero e historicamente dominado por figuras masculinas em cargos de liderança. De certa forma isso acontece ainda hoje, mas a evolução é visível. “A mulher já conquistou o mercado, mas quando assume a gerência de uma indústria metalmecânica, por exemplo, ainda tem quem olhe atravessado”, analisa Paula Decarle, coordenadora da Câmara da Mulher Empresária da Associação Empresarial de Blumenau. “Mas muitas chegaram lá e venceram essa barreira”, comemora. Contudo, há horas em que o lado mãe fala mais alto e elas são capazes de abrir mão do mundo para
cuidar dos filhos. Foi o que fez a jogadora de handebol Fabiana Kuestner Gripa. Depois de representar Blumenau e o Brasil nas Olimpíadas de Atenas, seus dias agora são repletos de pequenas alegrias como procurar os ninhos das galinhas que cria em casa, ao lado do filho de três anos e da filha de dois meses. “Ainda acompanho o esporte, não quero me afastar, mas o foco agora é a minha família”, pondera. Blumenau também tem mulheres que estendem o conceito de família para fora de sua casa e para toda a comunidade. É o caso de Aglaê Nazário de Oliveira, que preside uma das mais importantes organizações do terceiro setor do país, a Rede Feminina de Combate ao Câncer. À frente de cerca de 400 mil voluntárias atuantes em todo o território nacional, ela foi a grande responsável por transformar a ONG de Blumenau em uma referência brasileira. “Não existe explicação para os momentos que tenho vivido na Rede. Quero espalhar pelo Brasil a mesma união que consegui plantar em Santa Catarina”, almeja. Esse mesmo senso de responsabilidade é transmitido por uma mulher que parece não alterar nunca o seu tom de voz. E nessa linearidade, diz o que pensa sem pestanejar. Rodeada por milhares de partituras, livros e instrumentos musicais antigos, a diretora artístico-pedagógica da Escola de Música do Teatro Carlos Gomes, Noemi Kellermann, cumpre expediente diário na biblioteca da escola e afirma que a melhor maneira de aproveitar a vida é continuar trabalhando no que mais ama: a educação. “Blumenau é uma cidade que tem me dado retornos maravilhosos, tanto profissional como afetivamente”, declara.
BLUMENAU É
Dedicadas e determinadasPanorâmica
A ARTE DE EDUCAR É como se Noemi Kellermann tivesse nascido no Rio Grande do Sul por engano. Ainda na década de 1960 ela passava férias na praia de Cabeçudas, em Itajaí, e resolveu estender o passeio para conhecer Blumenau. Aqui, entrou em uma loja de antiguidades, foi atendida por um rapaz e foi embora. Voltou para Porto Alegre e mais ou menos 10 anos se passaram sem que ela sequer lembrasse daquele dia. Em 1971 foi chamada para integrar uma equipe que atuaria no extinto Conservatório Curt Hering com a missão de reformular o ensino da música. Sabe-se lá de que jeito ela e o moço da loja de antiguidades se reencontraram. “Ele nem tinha mais a loja, foi por acaso”. Hoje, ela e o agora artista plástico Roy Kellermann comemoram 37 anos de casados. Foi “por acaso” que muita coisa aconteceu na vida da mulher que esta à frente de uma das mais importantes instituições artísticas de Santa Catarina. Foi assim que ela conquistou uma bolsa de estudos na Áustria. “Sabe aquelas amigas que te convidam para tomar um café na casa delas, mas não te passam o endereço?”, diverte-se. “Na hora em que me falaram dessa bolsa, achei que fosse um caso desses. Fiz a inscrição, mas esqueci. E não é que me chamaram?”, lembra. Além da importante atuação junto ao Teatro Carlos Gomes, Noemi também deixou a sua marca na Universidade Regional de Blumenau, onde lecionou diversas disciplinas e também chefiou o setor de cultura dos campi. A professora está aposentada pela universidade desde 2006, mas não consegue deixar de exercer algo que simplesmente faz parte da sua essência. Ela fala com propriedade sobre música. Mas sente mesmo que a sua missão é educar. “Educar é ensinar a viver. Ensinar a técnica e a viver com ela. Não se trata apenas de um pianista e seu ins-
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Noemi: “Educar é ensinar a viver. Ensinar a técnica e a viver com ela. Não se trata apenas de um pianista e seu instrumento, mas do ser humano que está sentado atrás do piano.” trumento, mas do ser humano que está sentado atrás do piano”, observa. “Conheço excelentes instrumentistas que são péssimos de caráter e pouco profissionais”, completa. BLUMENAU É
Tanto tempo depois Blumenau está no coração de Noemi. “Sinto que a cidade me ama e eu amo Blumenau. Espero que esta escola que ajudei a criar permaneça sempre crescendo”, finaliza.
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Panorâmica4Dedicadas e determinadas
Fabiana já recusou convites para jogar em várias partes do mundo: “Não quero. Aqui está tudo o que eu amo, principalmente minha família”
DE VITóRIA EM VITÓRIA É difícil de acreditar, mas ela teve uma filha há pouco mais de dois meses. Barriga? Não no corpo de Fabiana Kuestner Gripa, blumenauense criada nas quadras esportivas. Sempre ativa, ela lembra que desde os nove anos de idade se envolvia em tudo e mais um pouco do que a escola – pública, diga-se de passagem – oferecia. “Teatro, dança, esportes. Tudo o que dava eu fazia”, conta. “Chegou uma hora que tive que escolher e fiquei com o handebol”, completa. É possível que ela fosse bem sucedida em qualquer uma das escolhas, mas parece ter seguido o caminho certo. Não demorou para que logo fosse convocada para a seleção catarinense de handebol, aos 14 anos. Vitória após vitória, Fabiana foi conquistando cada vez mais espaço e consolidou uma carreira respeitável. As Olimpíadas de Atenas, em 2004, e os Jogos Pan Americanos do Rio de Ja-
neiro, em 2007, foram alguns dos seus grandes momentos. Mas ela lista dezenas de boas lembranças que o esporte proporcionou. “Uma das finais da Liga Nacional com o Sesi lotado, quatro mil pessoas na arquibancada e minha família ali comigo. Vencer aquela partida foi uma das maiores emoções da minha vida”, conta. Aliás, essa é a principal disputa no coração de Fabiana hoje. E a opção família parece estar com uns pontinhos a mais. Desde o final de 2012 ela está longe das quadras por conta da segunda gravidez. Mas nem por isso está afastada de tudo. Com o devido acompanhamento médico, disputou os Jogos Abertos de Santa Catarina e a Liga Nacional até os quatro meses de gestação. Só largou a bola quando a barriguinha começou a aparecer. Antes disso, foram vários os convites para jogar em diversas partes do Brasil e BLUMENAU É
do mundo. Mas os pés de Fabiana estão bem fincados em Blumenau. “Não quero. Esta aqui é a minha cidade. Aqui é o meu lugar. Aqui está tudo o que eu amo, principalmente minha família”, responde, sem pestanejar. Tanto que cada vez em que era convocada para a seleção e tinha que ir a São Paulo, ela lembra do misto de alegria e tristeza que sentia. “Ficava feliz por representar o país que eu amo, mas triste por ter que deixar a minha cidade”, relata. Os planos para o futuro são incertos. O que ela sabe é que não vai conseguir ficar muito tempo longe das quadras. Talvez não necessariamente jogando. Formada em Educação Física e mestre em Educação, oportunidades não faltam. Outra possibilidade é o trabalho como doula. “Tive a experiência do parto humanizado e amei. Quero proporcionar isto a outras mulheres”, cogita Fabiana.
Dedicadas e determinadasPanorâmica
PAIXÃO POR UMA CAUSA O rosa é a cor de Aglaê Nazário de Oliveira. Ela pode não estar toda vestida assim, mas sempre vai ter detalhes que façam alguma referência ao tom adotado para representar a Rede Feminina de Combate ao Câncer. Mas, independente de ela ser a presidente nacional da entidade, poderia-se afirmar que Aglaê é uma “pessoa cor de rosa”. Sempre doce, deixa evidente que em cima daquele salto alto caminha, antes de tudo, um ser humano que tem necessidade de ajudar o próximo. Graduada em Serviço Social, Aglaê não é daquelas pessoas que abraçam uma causa depois de ser atingida por ela. Não mesmo. Ela nunca teve câncer e nem houve casos na família. “Na verdade, eu sempre gostei de trabalho voluntário. Um dia uma amiga me convidou e estou aqui até hoje”, conta, resumindo uma história de 25 anos. Foi com essa simplicidade que ela subiu cada um dos degraus para tornar-se a líder da maior entidade do terceiro setor do Brasil. “Nunca imaginei ser presidente. Fui convidada para fazer parte da diretoria e aquela mesma equipe foi reeleita. Em 2006, fui eleita por unanimidade para a presidência de Blumenau”, lembra. Daí para frente, o trabalho foi cada vez mais intenso. Em 2010, durante o congresso nacional da Rede em Maceió, quando Aglaê foi anunciada a presidente em Santa Catarina, foi aplaudida de pé por todo o auditório. “Eles gritavam meu nome. Senti um misto de alegria e medo. Ficava me perguntando se eu merecia aquilo mesmo. O que eu fiz por aquelas voluntárias?”, emociona-se. O trabalho consistente em Santa Catarina não deu outro resultado. No dia 8 de novembro de 2012 as 24 presidentes estaduais e a nacional a elegeram por unanimidade para ocupar
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Aglaê tem a missão de coordenar voluntárias em todo o país: “Quero que o Brasil se conheça entre as Redes Femininas. Então vou dar o meu melhor para que isso aconteça” o cargo máximo da Rede. Para Aglaê o maior desafio é congregar as presidentes estaduais na mesma linha de trabalho. “Quero que o Brasil se conheça BLUMENAU É
entre as Redes Femininas”, afirma. “O futuro é hoje. Amanhã não sei se poderei fazer. Então, vou dar o meu melhor para que isso aconteça”, garante.
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Panorâmica4Dedicadas e determinadas
INTIMIDADE COM A CIDADE Dois celulares, um telefone fixo que toca a todo momento, vários e-mails para verificar, solicitações das mais diversas que nunca deixam de ser atendidas. Se a vida de Sueli Petry não fosse assim, ela daria um jeito para que ficasse. Parece ligada na tomada. Simplesmente não para. A não ser quando perguntada sobre o seu amor por Blumenau. Aí parece se transportar a algum lugar inominável que a faz refletir. Depois de alguns segundos suspensos, as lágrimas. Não chegam a escorrer pelo rosto, mas ela admite que não consegue controlar a emoção. “Essa é a minha cidade, a cidade do meu coração. Blumenau é inigualável. Não troco por nenhuma outra”, afirma. É que Sueli é realmente íntima de Blumenau. Uma das mais importantes historiadoras de Santa Catarina, ela começou a carreira pesquisando os primórdios da cidade. No mestrado levantou a história dos clubes de caça e tiro e não parou mais. Trabalhando há 40 anos na Fundação Cultural de Blumenau, Sueli é referência. É a verdadeira enciclopédia dos blumenauenses. Se alguém tem uma dúvida sobre algum acontecimento, certamente será o telefone de Sueli que irá tocar. E ela sempre responde. “Essa é a minha prestação de serviços. Acho que é a minha missão”, conclui. De personalidade forte, a historiadora e arquivologista não manda recado. Com ela o papo é sempre reto. “Ah, eu sou do signo de áries. Gosto das coisas certas”, define-se. Apesar da aparência imponente, nem por isso ela impõe. “Paciência, persistência e perseverança. Estes são os elementos que me conduzem”, completa. Casada, mãe de um filho e avó de um garoto de oito anos, Sueli se considera uma mulher plena, 100% realizada, ainda que mantenha a sua rotina de levantar às 5h e não ter hora para parar. Aliás, Sueli Petry não para.
Sueli tem orgulho em guardar a memória de Blumenau: “Essa é a minha prestação de serviços. Acho que é a minha missão.” BLUMENAU É
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Panorâmica4Dedicadas e determinadas
Paula: “Sinto vontade de orientar os jovens para que tenham uma vida planejada e contribuir para que se sintam mais seguros quando forem para o mercado de trabalho’
conhecimento compartilhado A coordenadora da Câmara da Mulher Empresária, entidade ligada à Associação Empresarial de Blumenau, tem só 34 anos. Mas quem a escuta falar imagina uma mulher bem mais madura, experiente. Não que ela tenha aparência de mais velha. Ao contrário. Paula Angélica Decarle está sempre alinhada, pronta para treinar homens, mulheres e crianças. Na Facilitação Treinamentos ela dá palestras, presta consultoria e faz treinamentos com gente de todas as idades. “Porque ninguém nasceu sabendo”, é o slogan da sua empresa. Se bem que Paula é dessa geração que, se não sabe, aprende tudo rapidinho. Formada em Ciências Contá-
beis, ela logo percebeu que tinha um vasto campo para explorar na área de planejamento. Oratória, atendimento, liderança são alguns dos assuntos que ela trata com empresários, colegas de trabalho e estudantes da rede pública de ensino. Essa rotina foi o que a tornou apta a encarar algo que ela reconhece que é um desafio: liderar mulheres. Participante de outras entidades e organizações, Paula está acostumada com o trabalho em equipe. Mas esta é a primeira vez que encara uma equipe só de mulheres. Ela percebe nítidas diferenças. “É uma tarefa difícil porque todas se sobressaem. Mulher gosta de liderar, quer estar à frente, não perde as oportunidades”, avalia. “Todas gosBLUMENAU É
tam de falar. Este é um grande aprendizado. Percebi que tem momentos de simplesmente ficar quieta, ouvir e decidir depois”, complementa. Além do trabalho na própria empresa e na câmara, Paula também atua como voluntária fazendo o que sabe e gosta. Uma das atividades é oferecer treinamento a estudantes da rede pública de ensino, especialmente em oratória e planejamento. “Para mim é algo gratificante. Sinto vontade de orientar os jovens para que tenham uma vida planejada e também de contribuir para que se sintam mais seguros quando forem para o mercado de trabalho disputar uma vaga de emprego”, afirma Paula, como se não fosse ela mesma, uma jovem empreendedora.l
IMPAR – Índice das Marcas de Preferência e Afinidade Regional. Categoria de Lojas de Eletrodomésticos. Regiões: Grande Florianópolis e Extremo Sul do Estado de Santa Catarina.
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Panorâmica Fotos Leo Laps
As lojas da Rua XV de Novembro mantêm o charme tradicional do comércio de rua, mas sempre de olho nas tendências do mercado
Criatividade para manter a clientela
O ACIRRAMENTO DA CONCORRÊNCIA TEM LEVADO LOJISTAS E CENTROS COMERCIAIS A BUSCARem ALTERNATIVAS PARA CONQUISTARem A PREFERÊNCIA DO CONSUMIDOR
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Texto Felipe Adam
iante da abertura de novos negócios e centros comerciais na cidade nos últimos anos, os lojistas blumenauenses têm investido na busca por diferenciais, do atendimento ao ambiente de vendas, para atrair o consumidor. É preciso exercitar a criatividade e a atenção ao cliente para se destacar em meio ao ambiente cada vez mais concorrido do comér-
cio local. “Tem que se reinventar a cada instante”, resume o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau, Paulo Cesar Lopes. Ele lembra que as lojas de rua sempre foram muito fortes na cidade, pois cada vez mais a população quer comodidade, consumir próximo do bairro onde mora. “É o comércio que mais cresce em Blumenau, seguindo uma tendência mundial”, ressalta. Entretanto, quando os dois novos
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Criatividade para manter a clientelaPanorâmica
shoppings começaram a ser construídos na cidade, no ano de 2009, a orientação da CDL para os lojistas foi de alerta. Segundo o presidente da entidade, a estrutura dos shoppings possui um atrativo que os diferenciam das lojas de rua: opções de lazer e de serviços, como cinemas, segurança, estacionamento coberto, ambientes climatizados e praças de alimentação que servem de fast-food a pratos sofisticados. “Os shoppings saíram na frente”, diz Lopes. Para capacitar o varejo local, a CDL promoveu treinamentos em relação a vitrines, além de organizar conversas em plenárias e reuniões nos bairros para tentar diminuir o choque da provável queda de clientes com a chegada dos shoppings. “Nossa preocupação era com a concorrência agressiva. A disputa é acirrada com as grandes empresas”, recorda Lopes. Porém, ao contrário do que se esperava, na maioria, as lojas de rua em Blumenau não sofreram quase nada com os novos concorrentes. Muitas, já consolidadas, se fortaleceram ainda mais. É o caso da Crispim Calçados, com 29 anos de mercado e especialista na linha de bolsas, sapatos e tênis. Há cinco anos no Centro Comercial Fortaleza, próxima ao terminal urbano do bairro, possui um bom movimento e mesmo com a inauguração do Shopping Park Europeu, em dezembro de 2011, manteve uma clientela fiel. Janine da Silva Steil, uma das donas da loja, até concorda que houve uma concorrência sutil, mas nada que prejudicasse as vendas. “Nós temos um perfil de cliente bem definido, a maioria é do próprio bairro”. Janine ainda acredita que, pelos preços acessíveis e por não possuir um concorrente direto, o shopping não tenha a influenciado: “Nos últimos dois anos, fizemos uma reforma e ampliamos o espaço”. Apesar de estar com 74% do espaço locado, o Park Europeu tem apresenta-
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rem comprar em ambientes onde se sintam bem”, ressalta. Mesmo não estando no Centro, o Park Europeu se situa num ponto chave de Blumenau: a Via Expressa, principal entrada da cidade pela BR-470. Mais de 100 mil carros passam por ali todos os meses, em um fluxo que vem aumentando a cada semestre. Segundo o superintendente, o empreendimento é focado essencialmente no público blumenauense. “Mas não descarto que 30 a 40% do público seja também do Vale Europeu”, pondera.
Lopes: shoppings saíram na frente e lojistas têm que se reinventar a cada instantante do um crescimento sustentável e, aos poucos, vai atendendo às expectativas geradas com sua abertura. Marcelo Manton, superintendente do shopping, acredita que, mesmo sem atingir 90% de área locada, o conjunto de lojas implantadas já oferece muito ao cliente, com marcas exclusivas na cidade. “Produto todo mundo tem. Mas as pessoas prefe-
No Centro da cidade, a palavra de ordem entre os comerciantes também é inovar nos serviços para concorrer com os shoppings. A lojista Janice Müller de Menezes até chegou a investir em roupas fitness. Mas há 12 anos, nove deles com loja na rua XV de Novembro, tem sido bem-sucedida com a linha de vestidos para festas: “É um trabalho diferenciado. Vou até à casa da cliente e faço um tipo de assessoria personalizada”, conta a proprietária da loja Monique&Cia. De olho na fidelidade das clientes, Janice investe no bom atendimento e em certos “mi-
Janice: bom atendimento e “mimos” são as estratégias para manter uma clientela fiel BLUMENAU É
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Panorâmica4Criatividade para manter a clientela Divulgação
O Shopping Park Europeu (esq.) e o Blumenau Norte Shopping chegaram em 2011 e aumentaram o nível da concorrência no varejo local mos” para manter a preferência delas. Na compra de um vestido de festa, a loja dá de presente uma maquiagem num salão de beleza conceituado de Blumenau, além de uma capinha para preservar a roupa. Há um ano e meio, Janice integra o Núcleo da XV, setor da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) que tem como objetivo fortalecer a imagem e o charme da rua mais tradicional do comércio na cidade. Segundo ela, valorizar essa importante via é prestigiar não apenas a atividade comercial de Blumenau, mas também sua história. “É possível sim revitalizar a Rua XV. E não abro mão de sair daqui, mesmo recebendo propostas de shoppings”, garante Janice, cuja loja está localizada a alguns metros do Shopping Neumarkt, um dos mais populares centros comerciais da cidade e que está prestes a completar 20 anos.
Quando
o
NEUMARKT
foi
inaugurado, Blumenau não possuía parques de lazer, e a antiga Proeb (hoje Vila Germânica) não contava com o mix de entretenimento, comércio e serviços que hoje oferece. Um dos mais antigos do estado, o shopping apresenta uma arquitetura ousada, com focos em infraestrutura e mercado. “Ele nasceu para organizar o comércio e ajudou a povoar o Centro”, diz Mário Goldberg,
seu superintendente. “O Neumerkt é como uma cidade e eu tenho que administrá-lo como se fosse um prefeito”, compara o executivo. Com o fluxo mensal entre 450 mil a 500 mil pessoas, o shopping mais antigo da cidade apresenta um público diversificado de domingo a domingo. A localização é seu forte, já que está próximo dos principais colégios particulares, da Furb, do centro comercial e dos hotéis tradicionais de Blumenau. Segundo Goldberg, o maior desafio de manter a grife “Neumarkt”, tão presente na cidade, é a inovação. “O segredo é o ponto. Se você possui um negócio ruim em um ponto bom, ele pode sobreviver. Caso contrário, se tem um negócio bom num ponto ruim, morre”. Outro empreendimento que chegou para reforçar ainda mais a concorrência entre os shoppings locais é o Blumenau Norte Shopping, inaugurado em maio de 2011 prometendo trazer modernidade, desenvolvimento e qualidade de vida para a cidade e a região. Fabiano Bussi, gerente de marketing do Norte Shopping, esclarece que 90% da área comercial está locada e, mês a mês, o movimento vem melhorando. “Estimamos que daqui a três anos o shopping deva estar maduro. O que ainda falta são serviços como farmácia e salão de beleza, além de operações de moda”. BLUMENAU É
A cada mês, aproximadamente 400 mil pessoas visitam o Blumenau Norte Shopping, que tem no sábado seu dia de maior movimento. Por estar localizado em um local estratégico, em plena BR-470, metade desse público vem dos bairros da região norte de Blumenau. Segundo o diretor de Marketing do shopping, os outros 50% são formados por consumidores das 44 cidades do Médio e Alto Vale, principalmente Gaspar, Indaial, Pomerode, Timbó e Rio do Sul. “O sentimento do nosso consumidor é o de encontrar tudo em um só local”, destaca. O fato é que o comércio em geral, e o segmento dos shoppings em particular, tem vivido um bom momento em Blumenau. Mas segundo os empresários, ainda é necessário se investir em mobilidade para impulsionar o comércio local. Avelino Lombardi, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Blumenau (Acib) comenta que, mesmo sendo uma cidade polo, com vocação empreendedora e mão de obra qualificada, não existem terrenos apropriados para grandes empresas do setor varejista. “Blumenau carece de algumas infraestruturas básicas”, diz o dirigente. “Mas acredito que o comércio na cidade possa se desenvolver ainda mais do que agora. O cenário é propício”.l
BLUMENAU 163 ANOS Uma cidade que caminha com inovação, sem perder a tradição.
HAVAN, APAIXONADA POR BLUMENAU. 4 LOJAS EM BLUMENAU: - Havan Castelo - Havan Shopping Neumarkt
- Havan Park Europeu - Havan Norte Shopping
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Panorâmica
Limites para a expansão BLUMENAU CRESCE EM DIREÇÃO ÀS REGIÕES NORTE E LESTE, MAS JÁ HÁ SINAIS DE ESGOTAMENTO NO ESPAÇO DISPONÍVEL PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL Texto Adão Pinheiro
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pregos e contribui para a expansão imobiliária. “Nunca foi tão fácil conquistar a casa própria no município, pois há bastante oferta de imóveis e de linhas de crédito para facilitar a compra”, atesta Rogério Isnar Patrício, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais de Blumenau e Região (Secovi). De acordo com Patrício, o índice de crescimen-
to do setor, em volume de negócios, deve fechar o ano em 3%. O presidente do Secovi acrescenta que a indústria da construção foi um dos segmentos que evitou que o Brasil sentisse todo o impacto da crise que sacudiu a estrutura da economia mundial entre 2008 e 2009. Segundo o empresário, nestes dois anos o segmento mudou em todo o país motivado pelo crédito imobiliário, especialmente por
Leo Laps
vaivém de caminhões betoneiras nas ruas de Blumenau testemunha que a indústria da construção civil – um dos principais termômetros da economia – anda em alta na cidade. O município mais populoso às margens do Itajaí-Açu, com cerca de 300 mil habitantes, passa por um processo de verticalização que transforma a paisagem, cria em-
Limites para a expansãoPanorâmica Divulgação
são Victor Konder e Ponta Aguda. O presidente do Sinduscon confirma que o direcionamento dos empreendimentos para as duas regiões geográficas fez com que a construção civil local mudasse o foco e ampliasse a oferta de imóveis do programa Minha Casa Minha Vida. “Esse fato, no entanto, gerou uma escassez de terrenos e o aumento do preço da construção, que foi repassado ao consumidor”, avalia.
Segundo Amauri Buzzi, um
Patrício: mercado prevê aumento de 3% na compra e venda de imóveis para este ano
Divulgação
meio do programa Minha Casa Minha Vida. Em Blumenau não foi diferente. “De lá para cá, o mercado de imóveis no município teve um crescimento bastante significativo”, afirma Patrício. Como em outras regiões do País, o avanço do setor imobiliário local é atribuído, sobretudo, à melhoria do poder aquisitivo das famílias, ao crescimento da população e à oferta de crédito com taxas de juros que variam entre 4,5% a 7,5% ao ano. A ampliação dos negócios é verificada em todas as classes sociais, em especial nas de renda mais baixa. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Blumenau (Sinduscon), Amauri Alberto Buzzi, a expansão imobiliária tem direcionado o crescimento de Blumenau para as regiões Norte e Leste do município. No Norte, onde há maior segurança geológica e menor risco de enchentes, os bairros mais procurados para novos investimentos são Itoupava Norte, Fortaleza, Badenfurt, Salto do Norte, Itoupavazinha e Itoupava Central. Na região Leste os principais bairros
indicador da expansão do mercado imobiliário blumenauense é a facilidade de fechar negócios com os próprios moradores da cidade. Ele explica que o foco das construtoras locais sempre foi a comunidade de Blumenau e das cidades circunvizinhas. “O investidor da fase inicial busca uma possibilidade de revenda a preço melhor, bem como a oportunidade de comprar um imóvel para aluguel”, explica. Na opinião do presidente do Sinduscon, para manter a atenção de novos investidores a cidade precisa investir continuamente
O bairro Victor Konder é um exemplo do crescimento em direção ao leste da cidade BLUMENAU É
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em infraestrutura. Com o objetivo de definir o perfil imobiliário de Blumenau, o Sinduscon encomendou uma pesquisa que ainda está em andamento. A análise foi dividida em duas etapas: a primeira com os consumidores e a segunda com as construtoras. Como o planejamento da construção civil de Blumenau está sendo orientado a partir do Plano Diretor da Cidade, do Código Florestal do Brasil e das Normas de Regulamentação do Trabalho, existe uma preocupação do setor quanto ao esgotamento das áreas disponíveis para a construção nos próximos anos. O presidente do Sinduscon destaca que o próximo passo da indústria da construção é tentar ajustar um plano adequado para que o setor não fique estagnado, bem como resolver os entraves legais que dificultam a atividade. A rigor, segundo Amauri Buzzi, Blumenau ainda tem espaço para abrigar novos empreendimentos, mas o novo Código Florestal Brasileiro alterou o potencial de investimentos em 75% das áreas livres do município. “São terrenos que antes faziam parte de um planejamento costumeiro, segundo as leis ambientais municipais”, comenta o presidente do Sinduscon. A dificuldade, segundo ele, está na distância necessária entre as construções e os cursos d’água, as chamadas Áreas de Preservação Permanente (APPs). Hoje, para construir ao lado de um ribeirão é necessário manter uma distância mínima de 30 metros. Para o Itajaí-Açu, a distância mínima é de 100 metros. Como Blumenau é cortada por mais de 40 ribeirões, a expectativa do sindicato é que o governo federal crie mecanismos para gerenciar a legislação a partir das peculiaridades de cada município.l
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Panorâmica
O melhor amigo também na polícia CONHEÇA O TRABALHO DOS BRAVOS INTEGRANTES DO GRUPO DE POLICIAMENTO COM CÃES DA POLÍCIA MILITAR DE BLUMENAU
Divulgação
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uito mais que animais, colegas. Companheiros fiéis que desafiam todos os obstáculos em prol da amizade. A vontade e a alegria com que cumprem suas missões fazem com que Átila, Ayron e Apolo sejam tratados como verdadeiros integrantes do 10º Batalhão de Polícia Militar. Em um município do porte de Blumenau, o trabalho com cães é fundamental para a PM como um serviço especializado de combate à criminalidade. Mas tudo depende da estrutura do batalhão e também da capacitação dos treinadores. Na cidade, apenas os soldados Emerson, Cernucky e Bonanoni possuem a habilitação. O amor para com os animais é exercido diariamente por eles e os cuidados com veterinário, ração e moradia são frequentes. O apego dos três pode ser resumido nas palavras do comandante do canil, tenente Iuri Lima: “Não basta gostar, tem que amar. É como se fosse um filho que adotamos”. O mais velho destes “filhos” é Átila, de quatro anos e meio, que chegou à PM como doação de um canil-escola situado em Balneário Camboriú. Da raça pastor belga, ele é treinado para ação intensa e situações ostensivas,
Texto Felipe Adam
Especializado em farejar drogas, o labrador Ayron é um dos três cães treinados pela PM como abordagens no presídio, eventos festivos ou mesmo jogos de futebol. “É um cão de combate que possui alto poder de inibição”, conta o tenente Lima. Já o labrador Ayron, de três anos e meio, também foi doado, só que veio de Rio do Sul. O “meninão” é muito dócil, personalidade marcante da raça. Pelo jeito tranquilo, foi habilitado para que farejasse drogas. “Ele gosta de brincar e isso o favorece. O faro tem que ser exercitado para que conheça o odor da droga em objetos que servem de ‘brinquedo’ para ele”, explica o soldado Fernando Cesar Cernucky. O mais novo da turma é o filhote Apolo, um pastor belga de apenas quatro meses. Natural de ItaBLUMENAU É
jaí, o cão está sendo treinado para duas finalidades, tanto para auxiliar no policiamento quanto para farejar. Para encarar treinamentos diários, muito carinho por parte dos soldados e uma deliciosa recompensa: ração especial de alto rendimento, para garantir a disposição e a resistência. Por mês, são 40 quilos. “É o tipo de trabalho que não é fácil, mas é prazeroso para ambos”, comenta o soldado Edinei Fabiano Bonanoni. Além de participar das ações da PM, os cães do 10º BPM prestam apoio às Polícias Civis das cidades de Gaspar, Ituporanga, Pomerode e Ibirama, auxiliando também no cumprimento de mandados de busca e apreensão em Indaial e Timbó.l
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Panorâmica4O prefeito que sabe ouvir Leo Laps
As habilidades de comunicação e a simplicidade no trato com as pessoas são características marcantes da personalidade de Napoleão Bernardes
Panorâmica
O prefeito que sabe ouvir INTELIGENTE, ACESSÍVEL E DISPOSTO A APRENDER. É ASSIM QUE NAPOLEÃO BERNARDES É DEFINIDO PELOS INTEGRANTES DE SUA EQUIPE DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL Texto Giselle Zambiazzi
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ão são raros os dias em que Napoleão Bernardes deixa sua equipe quase maluca. A agenda do prefeito de Blumenau, sempre lotada, está organizada nos seus mínimos detalhes para que os horários sejam cumpridos à risca. Napoleão costuma ser um homem extremamente disciplinado. Isso até o momento em que chega ao seu gabinete e tem alguém esperando para “falar com o prefeito”. Os assessores podem até insistir, mas ele com certeza vai parar para ouvir aquela pessoa com muita atenção. “O Napoleão é sempre muito simpático, acessível, quer falar com todo mundo, conversar e às vezes acaba atrasando um pouco”, conta Jean Henrique Havenstein, amigo há 12 anos e assessor especial de processos da prefeitura de Blumenau. Mas no fundo todos os que se propõem a trabalhar com o prefeito não esperam uma atitude diferente. Antes de ser um político, Napoleão Bernardes é essencialmente um comunicador. Passou pelo menos metade da vida com um microfone nas mãos. E começou cedo. Aos 15 anos sonhava em apresentar um programa de rádio, mas não tinha experiência alguma e mal tinha idade para trabalhar. Acompanhado da mãe, o garoto de nome forte e voz imponente bateu à porta de Edélcio José Vieira, dono da Rádio Nereu Ramos. “Assim que o conheci, senti que tinha futuro. Era educado, simpático e muito talentoso”, lembra o empresário.
O jovem comunicador podia não saber muito bem como funcionava o mundo do trabalho ou o dia a dia de uma emissora de rádio, mas tinha plena convicção de que era exatamente aquilo que queria fazer. E fez. Lá se vão 15 anos desde o primeiro contato com a rádio, com Vieira e com o público. “Abrimos um espaço aos sábados à noite, quando a audiência é mais baixa, assim não teríamos tantos problemas com o que aqueles garotos pudessem falar no ar”, diverte-se Vieira, que hoje é chefe de gabinete do garoto a quem deu a primeira oportunidade de trabalho. Desde aquela época, Napoleão já chamava a atenção por desempenhar com competência funções comumente exercidas por pessoas com mais idade. Considerado jovem para assumir uma prefeitura – tem apenas 30 anos e exerceu somente um mandato como vereador – a pouca experiência quando comparado aos demais concorrentes nas últimas eleições municipais não é problema. “Ele é jovem e muito inteligente, mas reconhece suas limitações. Depois de eleito, um político normalmente acha que sabe tudo. Napoleão não. Ele mantém a sua grande capacidade de ouvir as pessoas”, avalia Vieira. Aos 59 anos, é possível que ele esteja entre os assessores mais velhos de Napoleão. A maioria dos integrantes da sua equipe é de jovens abaixo dos 40 anos com expectativas de modernizar a administração da cidade. “Acho que ele representa as mudanças que as pessoas esperam. Ele vem com uma nova forma de pensar e agir”,
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Panorâmica4O prefeito que sabe ouvir
NAPOLEÃO DO DIA A DIA
Acácio Bernardes, pai de Napoleão, morreu em um acidente de carro quando o filho tinha 14 anos. A mãe precisou contar com a ajuda dele e de seus dois irmãos para manter a casa. Sozinho, o garoto “correu atrás” e conseguiu pagar os próprios estudos até se formar na faculdade de Direito, em 2005. “Acho que tudo isso exerce uma influência muito grande na personalidade dele e faz com que se comova com as situações das pessoas; por isso a vontade de fazer algo e a necessidade de ouvi-las”, acredita o secretário e amigo. “Napoleão herdou do pai esse carisma. Não é algo que se aprende”, garante Luis Eduardo de Oliveira, velho conhecido da família Bernardes e atual motorista do prefeito. “Ele pode almoçar com pessoas muito simples e à noite jantar com empresários, mas todos são tratados igualmente. É sempre a mesma pessoa”, destaca Oliveira, que diz sentir-se orgulhoso do trabalho de transportar o prefeito para seus compromissos oficiais. Segundo quem convive com o prefeito, outra característica de sua personalidade é não ter problemas em deixar claras suas dúvidas. “Ele pede opiniões. Se não sabe sobre algo pergunta, pesquisa, mas nunca compra a ideia de ninguém. Toma as decisões por si mesmo”, avalia o motorista. A facilidade de expressão verbal também é marcante. “Ele não precisa de discursos prontos. Com o raciocínio muito rápido a gente passa as informações básicas e ele vai longe. É impressionante”, ressalta Vieira. Pela simplicidade e ao mesmo tempo seriedade na condução dos trabalhos, a expectativa em torno do atual prefeito de Blumenau é unânime. Todos acreditam que a carreira política de Napoleão Bernardes como uma liderança estadual está apenas começando. Ele pode não ter muita experiência em administração pública, mas sabe bem o que quer e aonde quer chegar.l
Fotos Divulgação
avalia o secretário municipal da Fazenda, Alexandro Eduardo Fernandes. Amigo de Napoleão há mais de 15 anos, ele conta que os interesses do colega de colégio sempre espantaram a turma. “Ele sempre leu muito e gostava de assuntos diferentes. Na adolescência já discutia a Constituição com o pai, que também era advogado”, lembra Fernandes.
Em Brasília, com o deputado Pizzolatti e o ministro Aguinaldo Ribeiro
Nas ruas, conferindo de perto as obras de implantação do sistema de esgoto
Participando do XI Congresso da Federação Catarinense de Municípios BLUMENAU É
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Horizontes
De olho em mais um troféu
Com novos reforços e apoio dos patrocinadores, o time de basquete prepara-se para voltar à elite do esporte nacional e é forte candidato a uma medalha nos Jasc
De olho em mais um troféuHorizontes
BLUMENAU SEDIA NOVAMENTE OS JOGOS ABERTOS DE SANTA CATARINA E APOSTA NOS TALENTOS LOCAIS PARA VOLTAR A DISPUTAR A LIDERANÇA NO QUADRO DE MEDALHAS
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Texto e Fotos Leo Laps
ntre 20 e 30 de novembro, mais de 5 mil atletas de toda Santa Catarina estarão reunidos em Blumenau. Disputando provas de atletismo, voleibol, natação, remo, basquete, ciclismo, tiro, ginástica artística e outras modalidades, eles vão representar seus municípios na 53a edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina. A volta da tradicional competição à cidade que mais vezes a venceu – são 39 títulos contra oito da segunda maior campeã, Florianópolis – não estava nos planos até o último mês de março, quando Joinville, que sediaria os Jasc, anunciou sua desistência. Desde então, o município do Vale do Itajaí que há dez anos organizou o evento pela última vez corre contra o tempo para deixar tudo pronto para receber as competições. Já os atletas da casa contam as semanas para lutar, diante da sua torcida, pelo 40o troféu de campeão para a cidade. O número de conquistas nos Jasc é prova da longa tradição esportiva da cidade, que nunca deixou de revelar novos talentos para o país. Cada modalidade tem sua história: algumas revelam uma incrível estabilidade, enquanto outras passam por momentos de altos e baixos. O time de basquete masculino, por exemplo, tem planos de voltar a disputar a elite nacional já em 2014: a Associação de Pais e Amigos do Basquetebol de Blumenau (Apab), que administra o time, fechou parceria com o Metropolitano e está conseguindo bons patrocinadores e apoiadores. Um deles pode ser o ala/pivô Tiago Splitter, que surgiu nas categorias de base da cidade e hoje é um dos principais jogadores do San Antonio Spurs, atual vice-campeão da NBA, nos Estados Unidos. Reforçada por atletas experientes como Ricardo Probst, 37 anos (que saiu de Blumenau aos 17 para chegar à Seleção Brasileira), a equipe tem planos sólidos para os próximos meses: vencer os Jasc e disputar a Copa Brasil, no início de 2014, lutando por uma vaga na NBB. “Ri-
cardo voltou para dar um retorno à cidade que o revelou. Viu que temos um projeto sólido e quis encerrar sua carreira aqui”, conta o técnico Sérgio Carneiro, o “Serjão”, que fez carreira em movimento oposto. Chegou do Rio de Janeiro em 1987 para reforçar o time blumenauense nos Jasc. Gostou, ficou e, desde 1990, treina e revela novos jogadores na modalidade. Serjão é um dos exemplos positivos de um método utilizado até hoje por alguns municípios para brigar pelo título dos Jasc: trazer, apenas para a competição, atletas de outras cidades e estados. São os polêmicos “importados”, que muitas vezes custam mais que um ano inteiro de investimento em categorias de base. “Sou um desses importados que acabaram ficando. E desde então continuo trabalhando para o esporte da cidade”, avalia o treinador da equipe de Blumenau.
Probst (dir.) saiu de Blumenau aos 17 anos, chegou à seleção, e voltou para reforçar o basquete da cidade
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Horizontes4De olho em mais um troféu
A blumenauense Flávia Bilsland, revelação na natação aos 21 anos, treina em Porto Alegre, mas representará sua cidade natal nos JASC Blumenau abandonou quase por completo os “importados”. Em 2013, apenas 12 dos 600 atletas que vão representar a cidade serão trazidos especialmente para os Jasc, sempre com o investimento de patrocinadores. Uma delas é a nadadora Flávia Bilsland, 21 anos, blumenauense que hoje treina pelo Grêmio Náutico União, de Porto Alegre. Segundo o técnico João Henrique Negrão de Castro, o reforço representa muito mais que medalhas nos Jogos Abertos. “É importante para a natação feminina, que tem uma longa tradição de conquistas nos Jasc, ter visibilidade e aumentar o interesse pela prática. A Flávia é um espelho para meninas que estão nas categorias de base. Aprendeu a nadar aqui e agora é atleta de Seleção Brasileira”, observa. “Representar Blumenau nos Jasc é sempre especial”, garante a jovem nadadora, que quando está de férias da
faculdade de Fisioterapia aproveita para nadar nas raias do Complexo Esportivo do Sesi. “Treinando aqui em Blumenau consegui construir minha carreira de atleta, graças à boa estrutura e aos excelentes técnicos que a cidade possui”, afirma Flávia.
Quem ganhou muito com AS melhorias de infraestrutura foram os irmãos Haiko e Anke Zimmermann, que treinam em uma pista de piso sintético de alto padrão, também no Sesi. “O meu desempenho melhorou bastante desde que começamos a correr na pista nova. Antes, treinávamos em pista de pó de brita”, lembra Anke, que aos 19 se despede da categoria juvenil do atletismo. Nem tudo é perfeito: além de a academia ser pequena e com equipamentos velhos, segundo eles segue faltando mais visibilidade e apoio para o atletismo e outras modalidades. “Acredito BLUMENAU É
que faltam investimentos, não só em Blumenau, mas no Brasil inteiro. O país valoriza muito o futebol, mas acaba esquecendo de investir e dar condições para o treinamento e a formação de atletas que possam brigar em alto nível nas Olímpiadas”, afirma Haiko, 24 anos. No azul da pista sintética do Sesi, a dupla supera as dificuldades e diminui, cada vez mais, suas marcas. Em cálculos precisos, Haiko sabe o caminho para representar o Brasil no Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016: hoje entre os dez melhores do país nos 100 metros rasos, com tempo de 10s44, ele conclui que com dois décimos a menos pode chegar lá. Anke, atual terceira colocada no ranking brasileiro juvenil da mesma prova, também sonha em participar da maior competição esportiva do planeta. Antes, porém, pode passar uma temporada no exterior. Em julho, a atleta chamou a atenção de técnicos da
De olho em mais um troféuHorizontes
Universidade de St. John, nos Estados Unidos, que ofereceram uma bolsa de estudos integral para a blumenauense. “Estou analisando a proposta, pois aqui tenho a bolsa de estudos da FURB e bolsas-atleta municipal e federal. Mas gostaria muito de ir, acho que será um grande aprendizado. Talvez no final do ano”, avalia Anke, que ao lado do irmão espera garantir pelo menos mais duas medalhas de ouro nos Jogos Abertos – a dupla também deve disputar outras provas, como o revezamento 4x100 metros rasos – e, quem sabe, quebrar alguns recordes. “Atuar em Blumenau é diferente, competir na pista na qual treino faz eu me sentir confiante”, garante Haiko.
No comando da Fundação Municipal de Desportos está um dos maiores campeões dos Jasc – um ex-pedreiro que conheceu mais de 30 países através do esporte. Com 16 medalhas de ouro em 17 participações na mar-
Galdino: ex-campeão agora trabalha para o sucesso dos Jogos Abertos de Blumenau cha atlética, o agora dirigente Sérgio Galdino, que lidera a Comissão Central Organizadora dos Jogos, acredita que Blumenau pode fazer uma das melhores edições da história da competição.
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A cidade recebeu R$ 1,5 milhão do Governo de Santa Catarina para investir nos jogos. Como já conta com uma boa estrutura, o município vai usar a maior parte do dinheiro no Ginásio Sebastião Cruz, o Galegão – palco do encerramento dos Jasc 2013. O espaço, que já havia sido repaginado em 2008, terá o piso reformado depois dos danos sofridos nas enchentes de 2008 e 2011. Mas um dos maiores desafios encarados por Galdino – mais até do que voltar a vencer a competição pela cidade depois de seis anos – é conseguir recuperar o prestígio dos Jasc, que em outros tempos ganhava grande cobertura da imprensa, o que contagiava a população. “Os Jasc sempre foi atraente. É um evento importante, que hoje está escondido. Queremos investir na comunicação, engajando os blumenauenses e fazendo um trabalho ágil e competente na divulgação e cobertura das provas”, afirma o dirigente. l
Os irmãos Zimmermann treinam na nova pista sintética do Sesi e se preparam para os Jasc com um olho nas Olimpíadas do Rio de Janeiro BLUMENAU É
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Horizontes
Abrindo caminho para o desenvolvimento BLUMENAU PROJETA NOVOS RUMOS PARA A ECONOMIA com o INÍCIO DAS OBRAS DE DUPLICAÇÃO DA BR-470 Texto Adão Pinheiro Fotos Leo Laps
Abrindo caminho para o desenvolvimento Horizontes
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uando as máquinas começarem a rasgar o chão do Vale do Itajaí para duplicar o trecho de 74 quilômetros da BR-470 que liga Navegantes a Indaial, finalmente terá início a parte visível de uma das obras mais aguardadas da região. A rodovia é a espinha dorsal do transporte rodoviário do Estado e uma das principais ligações entre o Oeste Catarinense e o Litoral. Apesar da sua importância econômica e estratégica, a estrada não se encontra em boas condições e necessita urgentemente de investimentos e modernização. Um dos trechos mais críticos, que atravessa as cidades do Médio Vale e o perímetro urbano de Blumenau, aguarda há cerca de seis anos pelo começo da duplicação. As obras foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal em 2007, mas somente em julho deste ano a ordem de serviço dos lotes 3 e 4, de Gaspar a Indaial, foram assinados. Os outros dois trechos, correspondentes aos lotes 1 (de Navegantes a Ilhota) e 2 (de Ilhota a Gaspar) devem ter a ordem de serviço assinada até o fim do ano. O lote 3, chamado de Trecho Blumenau, tem custo esti-
mado em cerca de R$ 170 milhões e corresponde ao segmento compreendido entre o km 44,87 e o km 57,78. O lote 4, que receberá investimentos de R$ 200 milhões, vai do km 57,78 ao km 73,18. Trata-se da duplicação do trecho que vai de Blumenau a Indaial, além do acesso a este último município. Estão previstas ainda a implantação de marginais, ciclovias, recuperação, reforço, reabilitação e a construção de obras de arte especiais, como pontes e viadutos. O prazo para execução de cada lote é de três anos e onze meses. Nesses quase quatro anos, enquanto as obras não acontecem, a economia da região sofre as consequências. Pela BR-470, passam 40% das cargas transportadas em Santa Catarina, 4 mil contêineres por mês e quase 70 mil veículos por dia na temporada de verão. Projetada há quatro décadas para abrigar 5 mil veículos por dia, a rodovia se encontra hoje com sua capacidade defasada. A falta de infraestrutura causa prejuízos econômicos, decorrentes da dificuldade de transportar as mercadorias que embarcam pelos portos de Itajaí e Navegantes. Carlos Tavares D’Amaral, presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib),
Incluída no PAC desde 2007, somente em julho deste ano a ordem de serviço para a duplicação foi assinada BLUMENAU É
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Horizontes4Abrindo caminho para o desenvolvimento
D’Amaral: empresários estão cansados de ver a duplicação constantemente adiada afirma que a expectativa dos empresários locais é que a obra contribua efetivamente para o desenvolvimento da economia da região e para a redução do número de acidentes, além de facilitar o acesso rodoviário ao sistema portuário do Estado. O empresário destaca que a grande preocupação do setor, no entanto, é com o andamento das obras, pois em governos anteriores a duplicação da BR-470 foi anunciada sem que os serviços fossem realizados. Na opinião de Carlos D’Amaral dois pontos precisam ser levados em consideração para a imediata execução das obras: a possibilidade de redução dos custos de transportes com gastos de óleo diesel e a necessidade urgente do aumento da segurança dos usuários da rodovia.
O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Jorge José Cenci, explica que nesse momento o desejo da população blumenauense é que a obra seja realizada dentro do cronograma. “Isso não pode levar 10, 12 anos. Tem que andar e terminar nos prazos estabeleci-
dos”, diz. A maior expectativa, na opinião do secretário, é que a duplicação atraia outros investimentos para a região. “Os empresários podem investir mais, tomar a decisão de construir novas fábricas ou abrir novos negócios, tendo em vista que a duplicação não é mais uma promessa”, destaca. Contudo, na opinião do secretário, o principal impacto a curto prazo será a valorização dos imóveis comerciais. Segundo Leonardo Moser, presidente do Conselho de Desenvolvimento da Itoupava Central (Codeic), a duplicação é de suma importância para a economia do município, principalmente por causa da revitalização da rua Dr. Pedro Zimmermann, que tem um fluxo diário de 35 mil veículos. “Se tivermos a duplicação, vai diminuir muito o volume de trânsito que hoje é todo deslocado para essa rua. Além disso, se os empresários perceberem que a duplicação vai facilitar o deslocamento até os portos, não tenha dúvidas que haverá muitos empreendimentos na região”, acrescenta Moser. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau, Paulo Cesar Lopes, acredita que a duplicação da BR-470 consolidará ainda mais a cidade como polo econômico da região metropolitana. “Assim, aumentam as chances de fortalecermos o turismo de compras, trazendo pessoas de outras cidades para Blumenau e conquistando turistas que visitam a região”, destaca. Ele acrescenta que o comércio só tem a ganhar com a melhoria na mobilidade para pessoas e empresas, além da redução nos custos do transporte de mercadorias. Com a construção de novos acessos para a cidade, a comunidade empresarial vislumbra também a possibilidade de reativação dos voos de carreira no Aeroporto Regional de Blumenau. Osmar Ricardo Labes, presidente do Sindicato das EmBLUMENAU É
Cenci: início das obras vai valorizar imóveis e estimular novos investimentos na região presas de Logística e Transporte de Cargas no Estado de Santa Catarina (SETCESC), explica que vai acompanhar de perto a evolução da obra. “O momento é de cautela”, destaca o dirigente. Labes espera ainda que não ocorram surpresas, especialmente no que tange às questões ambientais e outras relacionadas às desapropriações ao longo dos 28,31 quilômetros dos primeiros lotes contratados. O governo federal garante que as obras seguirão em frente e desta vez a duplicação não recuará.l
O que passa pela BR-470 l 40% das cargas de Santa Catarina passam pela rodovia l Mais de 90 mil toneladas de produtos
por mês l Pelo menos 4 mil caminhões por mês
Números da obra l 28 viadutos l 11 pontes l 900 desapropriações l R$ 1,3 bilhão em verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
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Uma nova Oktoberfest COM MENOS PÚBLICO E MAIS SEGURANÇA, A MAIOR FESTA ALEMÃ DO PAÍS CHEGA À SUA 30ª EDIÇÃO REPLETA DE NOVIDADES PARA AUMENTAR O CONFORTO DO PÚBLICO Texto Felipe Adam
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o alto de um prédio com telhado pontiagudo e madeiras entrecruzadas, o ponteiro do relógio indica 11h. Mesmo faltando uma hora para o almoço, o aroma de um típico prato germânico toma conta do ambiente, enquanto a música ritmada que sai das caixas de som embala a manhã de inverno. Ao caminhar pelo Parque Vila Germânica, tradicional sede da Oktoberfest de Blumenau, o visitante se sente num vilarejo em plena Europa. Preservar essa sensação ao longo do tempo, sem descaracterizá-la, é o desafio da nova administração municipal, na visão do secretário de Turismo Ricar-
do Stodieck. Segundo ele, a festa a partir deste ano terá como fio condutor a qualidade e não mais a quantidade. “Não vamos mais nos preocupar em bater recordes de público ou de consumo de chope. O que realmente será o foco desta edição é o cuidado com o conforto e a segurança dos participantes”, assegura. Desde o início do ano, com a posse do prefeito Napoleão Bernardes, a Secretaria de Turismo se fundiu com a administração do Parque Vila Germânica. Aos 48 anos de idade, sendo 28 de atuação no setor privado, Stodieck foi o escolhido para comandar a secretaria e cuidar de cada detalhe para que a edição de trinta anos da Oktoberfest seja um evento inesquecível tanto para Leo Laps
os turistas quanto para os moradores da cidade. Com sua vasta experiência no meio empresarial, Stodieck gosta de comparar a gestão da Vila Germânica à de uma empresa. “Organizar uma Oktoberfest é como administrar um verdadeiro negócio”, afirma. Um empreendimento que continua dando certo há três décadas e cujo formato será mais uma vez posto à prova a partir do próximo dia 3 de outubro. Sob a nova gestão, o Parque Vila Germânica investiu na compra de bafômetros e vem promovendo uma nova abordagem para o consumo do chope, com a valorização da família e atrelado a campanhas educativas. Tanto que uma das principais atrações da festa, o Concurso Nacional de Tomadores de Chope em Metro, será feito à base de cerveja sem álcool. Mas os apreciadores de um bom chope, que prezam a qualidade e a diversidade de opções, podem ficar tranquilos. A partir deste ano, foi determinado que pelo menos 20% das cervejas servidas na festa terão que estar de acordo com a Lei de Pureza Alemã, que não permite outros aditivos à bebida além de malte, lúpulo e água.
Além de moderar o consumo
Stodieck: organização da Oktoberfest vai deixar de lado os recordes de público ou de consumo de chope para se concentrar no conforto e na segurança dos participantes BLUMENAU É
de chope, outra preocupação é com o número máximo de participantes que a festa pode comportar. Ao caminhar pelo maior centro de eventos de Santa Catarina é possível entender o motivo: fica difícil imaginar um público de 46 mil pessoas dividindo um espaço de
Uma nova OktoberfestHorizontes Marcelo Martins/Divulgação
Os tradicionais desfiles terão novas regras para que todos os interessados possam participar tário municipal de Defesa do Cidadão e presidente da comissão. “É possível comprar pela internet e imprimir em casa,evitando filas para retirar o ingresso no dia da festa”.
Durante
todo
o
primeiro
semestre, o trabalho da Comissão de Segurança incluiu diversas vistorias do Corpo de Bombeiros e também da Polícia Militar nas instalações do Parque Vila Germânica. Alguns ajustes tiveram que ser realizados a fim de deixar o ambiente mais bem preparado para a realização de grandes eventos. Foram providenciadas a ampliação do tamanho das placas de emergência, a instalação de um gerador para manter o sistema de som em caso de queda de energia, além da adoção de produtos anti-inflamáveis para compor toda a decoração dos pavilhões. Outra novidade da edição 2013 envolve o visual da festa. Este ano, cada setor da Vila Germânica vai seguir uma linha temática: o setor 1 lembrará as cervejarias antigas, o setor 2 fará referência às cervejarias modernas e o setor 3 abordará a inovação tecnológica na produção da bebida, enquanto o Biergarten dará destaque para a agricultura. De acordo com o novo edital BLUMENAU É
de licitação para a escolha da cervejaria oficial da Oktoberfest, a empresa vencedora será a responsável por toda a decoração da festa. Até o ano passado, a decoração do setor 1 e do Biergarten ficava a cargo da Vila Germânica, representando uma despesa de R$ 300 mil para a organização da festa. Com os recursos economizados este ano, a prefeitura pôde investir em diversas melhorias no parque, como as reformas no piso dos setores 1 e 3. Marcas registradas da Oktoberfest, os desfiles de sociedades tradicionais e grupos de amigos também terão mudanças. A principal delas é a redução do tempo reservado para cada grupo. A intenção é incentivar a participação de mais grupos e valorizar a iniciativa de quem vive a cultura alemã durante os 365 dias do ano. “Vamos dar uma atenção especial aos clubes de caça e tiro, em respeito a quem sobrevive da preservação da cultura germânica há mais de um século”, diz Stodieck. “A redução no tempo não tem a intenção de prejudicar nenhum outro grupo, apenas estamos tentando dar espaço para todos.”l Leo Laps
26 mil m2, como ocorreu no momento mais movimentado da edição do ano passado. A festa agora contará com painéis eletrônicos que mostrarão, em tempo real, a quantidade de pessoas dentro da Vila Germânica. Ao ser atingida a marca de 38.960 participantes, ninguém mais poderá entrar. No ginásio Galegão, que vai receber crianças de até 12 anos, a capacidade será de 1.256 pessoas. A limitação foi planejada para garantir o bem-estar e a integridade física de quem participa do evento. “Será a Oktoberfest com o maior nível de segurança até hoje”, garante Stodieck. A Comissão de Segurança da Oktoberfest, formada por integrantes do Corpo de Bombeiros, das Polícias Militar e Civil e do governo municipal, decidiu mudar o local das bilheterias para a área em frente ao Galegão. O número de ingressos passará a ser limitado e não serão mais oferecidos “pacotes”, que antes valiam para todos os dias. A abertura, as duas segundas-feiras e o encerramento, no dia 20, terão entrada gratuita. Mas para entrar na festa às quintas, sextas e sábados, será preciso comprar bilhetes com data específica. “Vamos incentivar o ingresso antecipado”, afirma Marcelo Schrubbe, secre-
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Schrubbe: novidades incluem ingressos específicos para dias de maior movimento
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Diversidade no menu UM tour gastronômico PELOS RESTAURANTES LOCAIS MOSTRA QUE AS OPÇÕES PARA COMER BEM EM BLUMENAU VÃO MUITO ALÉM DA CULINÁRIA GERMÂNICA Texto Adão Pinheiro Fotos Victor Carlson
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restaurante Moinho do Vale é a junção de tudo o que há de mais tradicional na gastronomia local. Localizado em um dos principais pontos turísticos blumenauenses, oferece uma vista majestosa da cidade à beira do Rio Itajaí-Açu e um menu com os pratos mais populares da cultura alemã. Mas serve também uma grande variedade de carnes, aves, peixes, massas, pratos quentes, saladas, entradas, sobremesas e até oferece um menu para crianças. A variedade está também nos quatro diferentes ambientes disponíveis. Aqui o jantar pode ser servido em um deque ao ar livre ou em sofás românticos à beira do jardim. Além da comida alemã, outra paixão do blumenauense é por um bom churrasco. Para quem busca um ambiente descontraído para curtir uma carne na brasa com os amigos, o lugar ideal é o Na Moita Churrascaria e Galeteria, com música ao vivo de sexta a domingo. São várias opções de carnes grelhadas acompanhadas de tudo aquilo que não pode faltar para que o churrasco fique completo: arroz, feijão, pão com alho, farofa e maionese de batatas. E se quiser variar um pouco do chope gelado, a opção é a caipirinha feita com cachaça artesanal produzida na região. Pelo menos na hora de comer, em Blumenau também é possível dar a volta ao mundo. Quando Ping Hsiao veio
de Taiwan para Blumenau, há 40 anos, teve uma ideia ousada: montar um restaurante chinês na terra dos alemães. “Imagine que na primeira semana não veio ninguém e ainda deu uma enchente. Até o cozinheiro foi embora”, conta o filho, Adriano Hsiao. Não é a toa que existe a expressão “paciência oriental”. Quatro décadas depois, o Restaurante Chinês tornou-se uma referência em comida oriental na cidade, com mais de 200 opções no cardápio. Da China para o Japão. Siguekatsu Akaishi tem até sotaque, mas nasceu em São Paulo. Visitou Blumenau durante um Stammtisch e, depois de morar por quatro anos na terra do sol nascente, quis voltar ao Brasil. “Escolhemos Blumenau pela semelhança na organização e limpeza”, revela o chef. E assim surgiu o Restaurante Akatorii, que mais parece uma grande casa pronta para receber os amigos. “Hoje percebo que as pessoas estão cada vez menos resistentes a comer o que chamam de peixe cru”, brinca. “Mas também temos pratos quentes, para quem prefere ir se familiarizando, se bem que já tem criança de cinco anos que chega pedindo sushi”, completa. Com tanta coisa boa no cardápio de Blumenau fica difícil escolher só um prato para mostrar. As quatro opções que apresentamos nas páginas seguintes são apenas uma pequena amostra de tudo o que a cidade pode oferecer para quem gosta de comer bem.
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Almanaque4Diversidade gastronômica
Camarão ao Lego Antes que a sua imaginação remeta às pecinhas de plástico de um brinquedo infantil, saiba que o nome é inspirado em um amigo do chef Siguekatsu Akaishi. “Um cliente chamado Lego viu o prato em um restaurante e pediu para eu fazer. Resolvi fazer essa homenagem a ele”, conta. Em tamanhos grandes, os camarões empanados são enrolados em tiras de salmão com cream cheese, tudo ao molho tare, de sabor agridoce. Restaurante Akatorii Rua Thomé Braga, 105, Jardim Blumenau. Abre de segunda a sábado das 18h30min às 23h30min. (47) 3322 9411.
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Diversidade gastronômicaAlmanaque
Carré de Cordeiro com Jus de Uvas Frescas Ideal para ser consumido em dias frios, o prato à base de vinho do porto foi incorporado ao cardápio pelas mãos da chef Dirce Patrício. O molho que vai sobre a carne ganha um charme extra com a adição de uvas itália roxas. Para acrescentar ainda mais sabor e textura, batatas empanadas com crosta de amêndoas e queijo. “O cordeiro combina muito com o vinho e com o frio. Durante o preparo uso temperos variados como vinho branco, hortelã e limão”, explica a chef. Moinho do Vale Rua Porto Rico, 66, Ponta Aguda. Aberto de terça a sábado das 11h30 à meia-noite. Domingos e feriados das 11h30 às 15h. (47) 3322 3440.
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Picanha Fatiada Suficiente para alimentar duas pessoas, é a reprodução do típico churrasco com os amigos, mas com a qualidade que um restaurante de primeira linha oferece. Acompanhada de tudo aquilo que nunca falta em um churrasco, pode ser temperada com alho ou não, de acordo com o gosto do freguês. “A caipirinha feita com cachaça artesanal é a opção mais procurada pela clientela”, afirma a gerente Gabriela Lenzi. Na Moita Restaurante Rua Joinville, 365, Vila Nova. Funciona de segunda a sexta das 11h30 às 14h e das 18h à meia-noite, Sábados das 11h30 às 15h e das 19h à meia-noite. Aos domingos, não abre à noite. (47) 3322 8417.
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Diversidade gastronômica Almanaque
Tepanyaki de Camarão Antes de chegar à boca, ele já enche os olhos. Servido sobre uma chapa bem quente, é preparado com camarões grandes. Legumes refogados e molho shoyu completam o sabor típico preparado por alguém que nasceu e cresceu na China. “O oriental come muito legume com peixes e frutos do mar. Esse é um prato bastante tradicional”, explica Adriano Hsiao. Se quiser seguir o costume à risca, um chá é o mais indicado para acompanhar. Para os menos tradicionais, um vinho branco é uma boa pedida. Restaurante Chinês Rua XV de Novembro, 340, Centro. Oferece serviço de entrega. Aberto de segunda a sexta das 11h às 14h e das 18h30 às 23h30. Sábados e domingos das 11h às 14h30 e das 18h30 às 23h30. (47) 3322 5753 ou 3322 4541.
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A casa das artes HÁ 74 ANOS, O TEATRO CARLOS GOMES VEM FORMANDO NOVOS TALENTOS E ABRINDO SUAS PORTAS PARA A EXPRESSÃO ARTÍSTICA DOS BLUMENAUENSES
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s acordes de piano soam como trilha musical para uma tarde comum no Teatro Carlos Gomes. Nas salas ao lado, um aluno de cravo e outro de violino parecem completar um ensaio de orquestra aos ouvidos de quem atravessa os corredores largos de um dos mais tradicionais centros culturais de Santa Catarina. O vaivém de bailarinas e atores completa a miscelânea de jovens talentos que frequentam diariamente as dependências do teatro, que já contribuiu para formar gerações de artistas ao longo de sua história.
Texto Luciana Zonta Fotos Leo Laps Inaugurado em 1939, o imponente prédio no coração de Blumenau é hoje um verdadeiro monumento cultural em homenagem à forte ligação da cidade com as artes cênicas, a música e a dança. Além de shows e apresentações periódicas que atraem público de toda a região, o local abriga três tradicionais escolas de arte: a Escola de Música do Teatro Carlos Gomes, a Cia. Carona Escola de Teatro e a Pro-Dança de Blumenau, uma das poucas escolas de ballet credenciadas pela Royal Academy of Dance, de Londres. Desde a criação do Conservatório Curt Hering, em 1948, o teatro tem BLUMENAU É
sido uma das principais referências de formação musical de qualidade no Estado. Atualmente, são 400 alunos que cursam aulas variadas de instrumentos como piano, saxofone, clarinete, violino, flauta transversa, guitarra, percussão e violoncelo. A escola conta ainda com a Orquestra Prelúdio, formada por alunos e professores, que se apresenta em eventos da região. A escola de dança também é outra importante referência para Blumenau. Há 26 anos na direção do Pró-Dança, a professora e bailarina Beatriz Niemeyer conta que sua história no Carlos Gomes começou aos
A casa das artesAlmanaque
quatro anos de idade, quando tinha aulas de ballet como uma professora húngara que morava em Blumenau e fazia as apresentações de final de ano no palco principal do teatro. Aos sete anos, foi estudar no próprio Teatro Carlos Gomes com a bailarina Mara Probst Schloegel, uma referência na história da dança da cidade. “Sem tecnologias para amplificação do som, nos shows ao público, nos apresentávamos ao som da orquestra do conservatório regida pelo maestro Heinz Geyer. Era um grande espetáculo”, lembra. Na adolescência, Beatriz teve aulas como a professora inglesa Pauline Stringer, responsável por introduzir a metodologia da Royal Academy of Dance. “Foi quando descobri que minha missão na vida era ensinar dança”, diz. Beatriz formou-se em Direito, casou-se e teve filhos, mas não abandonou a arte que tanto ama. Aos 56 anos de idade, a diretora do Pro-Dança ainda dá aulas de balé para professores e corpo de dança do teatro. A Cia. de Dança do Teatro Carlos Gomes é formada por grupos avançados de sapateado, balé clássico e dança contemporânea.
Já a escola de teatro busca a formação de atores através de um trabalho continuado. Fundada em 1995, a Cia. Carona ministra cursos que ensinam desde a percepção corporal até o trabalho de ator e a ação dramática. Ao final de cada semestre, a escola monta e apresenta um novo espetáculo desenvolvido pelos próprios alunos durante as aulas. Quem busca a profissionalização na área se submete à prova do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão (Sated) após cinco semestres de curso. Um projeto lançado em abril deste ano e aprovado pela Lei Rou-
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Cerca de 400 alunos frequentam hoje as aulas de música no Conservatório Curt Hering
Dal Molin: iniciativas como o coletivo cultural Colmeia aproximam o público da arte local BLUMENAU É
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Almanaque4A casa das artes
Beatriz: das aulas de balé no teatro aos quatro anos de idade até a coordenação do Pro-Dança, uma vida dedicada à arte e ao Carlos Gomes anet do Ministério da Cultura oferece bolsas de estudos nas três escolas do Teatro Carlos Gomes. O Cultura Para Todos abriu 128 vagas graças aos R$ 200 mil captados junto a empresas de Blumenau. As bolsas são disponibilizadas para beneficiários escolhidos pelas empresas e alunos selecionados pela comissão técnica do teatro. Resultante da então Sociedade Teatral de Blumenau – com origem em 1859 – o Teatro Carlos Gomes mantém parte de sua estrutura original, incluindo pisos, lustres e poltronas de 1939. Situado na Rua XV de novembro, o prédio ocupa uma quadra inteira da disputada região central de Blumenau. O auditório Heinz Geyer é sua principal sala de teatro e palco para apresentações de ballet, concertos de orquestras e eventos artísticos nacionais, a exemplo do Festival Universitário de Teatro. Com capacidade para 822 pessoas, o audi-
tório conserva os mesmos camarotes de 65 anos atrás. A preservação da arquitetura interna confere um charme extra ao teatro, remetendo a uma Blumenau onde todos se conheciam e se reconheciam no Carlos Gomes. A ampla caixa cênica é uma das poucas no Sul do Brasil com palco giratório, que permite variações múltiplas de montagens de cenários. A estrutura é hoje movida a motor, bem diferente da engrenagem manual que necessitava da força de quatro pessoas para ser posta em movimento.
Um evento que reúne shows de música, espetáculos teatrais e intervenções culturais tem ajudado a aproximar ainda mais o público da cidade do Teatro Carlos Gomes. Em agosto, o teatro abrigou a segunda edição do Coletivo Laboral Multicultural de Experimentações e IntervenBLUMENAU É
ções Artísticas (Colmeia), com 140 apresentações em uma maratona de dois dias. Quase 5 mil pessoas se espalharam por auditórios, corredores, escadas, sacada e na Praça Carlos Gomes para conferir simultaneamente dança, música, cinema, teatro, literatura e artes visuais produzidas por artistas de Blumenau e região. A segunda edição do Colmeia confirmou a inserção do evento no calendário cultural anual da cidade. O coordenador artístico do Teatro Carlos Gomes, Rodrigo Dal Molin, explica que um dos objetivos do coletivo cultural – que incluiu ainda oficinas e rodas de conversa – foi o de abrir horizontes e quebrar paradigmas entre os próprios artistas. “Há uma interação e uma intensidade entre a arte e o público, como uma espécie de teia que vai construindo uma linha e uma história”, explica Dal Molin.l
O Instituto RIC de Atitude Social foi criado pelo Grupo RIC para ser o seu braço nas ações sociais, ambientais e educacionais. Tem desenvolvido, desde sua fundação, uma série de projetos relevantes e conta com parceiros que buscam atuar de forma objetiva e com bons resultados sociais. Veja a seguir alguns dos projetos desenvolvidos ou em desenvolvimento do Instituto RIC e se torne nosso parceiro dando mais visibilidade para as ações da sua empresa.
Ações realizadas entre 2012 e 2013
Ações temáticas no dia da mulher, dia do combate ao sedentarismo, dia de combate ao tabagismo, dia mundial de
Em Blumenau, a presença do Instituto RIC tem proporcionado
atividade física e dia mundial da saúde.
em vários eventos o acesso a serviços de saúde que contribuem na melhor qualidade de vida da comunidade todos os anos.
Série de matérias para o Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, comemorado em 31/05, com o objetivo de alertar a
A presença no RIC Na Praça, por exemplo, traz ao público
população para uma das maiores epidemias do mundo.
aferição de pressão, teste de glicose e outras diversas ações relacionadas à área.
Dentro do projeto de gerenciamento do estresse, foram realizadas blitezes posturais no grupo, visando conscientizar os cola-
Na tradicional festa do trabalhador, o público teve acesso a
boradores quanto a melhor postura para manutenção da saúde.
dicas de saúde para mulher e teste de capacidade pulmonar. Além disso, foram explorados os seguintes temas: incentivo Participação no evento RIC no Parque, reaizado no Parque Ra-
a doação de sangue, esclarecimentos sobre a doação de ór-
miro Ruediger no dia 29/08, dia Nacional de Combate ao fumo.
gãos, Dia Mundial da Água e proposta de reflexão para as novas atitudes em prol de um mundo melhor.
Aulas de ginástica laboral trabalhando o fortalecimento dos músculos com atividades ligadas ao tema mensal encaminhado pelo Instituto RIC.
institutoric.org.br facebook.com/instituto.ric
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Duas vezes mais bola
Quase uma década longe dos gramados, mas o BEC entra em campo novamente para disputar uma vaga na 2a divisão do Catarinense
O RETORNO DO BEC E O DESEMPENHO CADA VEZ MELHOR DO METROPOLITANO, faz BLUMENAU VOLTAr A CONTAR COM DOIS TIMES PARA DIVIDIR O CORAÇÃO DA TORCIDA
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Texto e Fotos Leo Laps
oram quase dez anos, mas uma rivalidade que ensaiou os primeiros passos no começo dos anos 2000 acaba de renascer para o futebol blumenauense. De volta aos gramados desde o dia 3 de agosto, quando estreou pela Divisão de Acesso (a terceira divisão estadual), o Blumenau Esporte Clube (BEC), voltou a disputar o coração dos torcedores locais com o Metropolitano, time que completou 11 anos de atividade e disputa a Divisão Principal do Campeonato Catarinense (primeira divisão estadual). Ainda não há previsão de confronto entre os dois clubes. Mas, além de dividir o mando de campo no gramado do Estádio do Sesi, ambas as equipes têm um mesmo desafio: garantir um calendário mais extenso de
jogos para poder fortalecer sua estrutura e crescer no difícil e disputado mercado da bola. A história do BEC remonta ao primeiro time da cidade: o Brasil Football Club, fundado em 1919. Após a Segunda Guerra Mundial, por determinação da Presidência da República, mudou seu nome para Palmeiras Esporte Clube. Em 1980, o time se uniu ao Olímpico – única equipe da cidade a conquistar um campeonato estadual – para formar o Blumenau Esporte Clube, que acabou fechando suas portas em 2004, depois de vários anos de dificuldades financeiras e cada vez mais longe das principais competições do Estado. Na época, um novo clube já começava a conquistar sua própria torcida na cidade: o Metro-
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Duas vezes mais bolaAlmanaque
politano. O “Verdão”, como é conhecido pelos torcedores, subiu para a primeira divisão do Catarinense em 2005 e nunca mais caiu. O desempenho nos gramados foi evoluindo pouco a pouco e, nos últimos dois anos, o time chegou muito perto de obter uma inédita vaga nas semifinais da competição. Desde 2010, o clube também participa de todas as edições do Campeonato Brasileiro da Série D e este ano já garantiu sua passagem para as oitavas-de-final, melhor resultado desde que começou a participar da competição nacional. Para o presidente do Metropolitano, Marcelo Romeu Georg, conquistar uma vaga na Série C é essencial para os planos do clube. “A competição garante um calendário anual de 18 jogos para os participantes. Na Série D, se o time não passa de fase, acabou. E isso gera um grande baque financeiro”, explica Georg, que encerra seu mandato no ano que vem. Até lá, quer deixar como legado, além da loja situada na Avenida Beira-Rio – “que aproximou os torcedores”, garante o presidente –, o novo Centro de Treinamento, cujas obras iniciaram em agosto no bairro Fidélis e preveem uma pista de caminhadas e academia ao ar livre para uso da comunidade. “Atualmente, o time reveza seus treinamentos em quatro lugares diferentes na cidade, e as categorias de base também treinam separadamente. Isso prejudica a preparação dos atletas e também nossa organização. Com o Centro de Treinamento tudo vai ficar em um só lugar, e isso vai resultar em melhores resultados dentro de campo”, projeta o presidente do Verdão, que divide a tarefa de liderar o clube com a administração da rede de lojas de materiais de construção que leva o nome de seu pai, Romeu Georg. Falecido em 2005, ele foi um dos maiores apoiadores do esporte blumenauense, principalmente o basquetebol masculino, modalidade
Georg: centro de treinamento vai ajudar o Metropolitano a se preparar para a Série C que o Metropolitano também passou a apoiar a partir deste ano.
Desde o fechamento do Blumenau Esporte Clube, em 2004, o sonho de ressuscitar o clube acompanha a vida de seu presidente, Eduardo Corsini. Ex-meia esquerdo do time, ele comandava o Madureira no campeo-
Corsini: o ex-jogador e atual presidente do BEC aposta firme no retorno do tricolor BLUMENAU É
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nato amador da cidade no ano em que o tricolor decretou oficialmente seu fim Desde então, aliou-se a um grupo de fiéis entusiastas para trazer o amado BEC de volta. Nestes quase dez anos eles tiveram que suportar, além da ausência do time em campo, a demolição do Estádio Aderbal Ramos da Silva, o Velho Deba, vendido para pagar as dívidas do clube. Foram várias tentativas frustradas até que, no início do ano, o retorno aos gramados voltou a ser assunto na mídia esportiva da cidade. Mais uma vez não faltaram incrédulos. Até que, em uma tarde ensolarada de inverno, torcedores puderam, finalmente, cantar das arquibancadas do Sesi que “o tricolor voltou”. Podia não ser o mesmo CNPJ e nem o mesmo escudo na camisa dos jogadores. Mas a torcida era, sem dúvida, a mesma. “Eles são o maior patrimônio de um clube. Não desisti de fazer isso acontecer por causa deles”, revela Corsini. Não foi exatamente a estreia dos sonhos: o time teve gol anulado e acabou derrotado pelo Inter de Lages por 1 a 0. Mas nada que faça o presidente do BEC mudar os planos: “Queremos ser campeões para subir para a segunda divisão (Divisão Especial) em 2014. Tínhamos o objetivo de apenas voltar com o time, mas conseguimos juntar uma equipe e uma comissão técnica com condições de buscar essa taça”, avalia o presidente do tricolor blumenauense. O título da Divisão de Acesso é fundamental, segundo ele, para ampliar o calendário da equipe já no próximo ano. Caso os planos de Corsini se concretizem, existe uma possibilidade de Metropolitano e BEC se encontrarem em 2014, pela Copa Santa Catarina. O Verdão já tem vaga garantida na edição deste ano, que garante ao campeão vagas no Brasileiro da Série D e na Copa do Brasil de 2014. A estreia já está agendada: 16 de outubro, às 20h30, contra o XV de Outubro de Indaial.l
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Victor Carlson
O menino que sonhava em ser jogador de futebol deixou a carreira nos gramados e hoje ĂŠ comentarista da RICTV Record
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Um craque do jornalismo esportivo SEJA NO RÁDIO, NA TV OU NA INTERNET, O APRESENTADOR EMERSON LUIS DÁ UM SHOW DE BOLA, ESBANJANDO COMPETÊNCIA E CONHECIMENTO SOBRE O ESPORTE LOCAL Texto Luciana Zonta
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sonho cultivado na infância de ser um jogador de futebol famoso ajudou Emerson Layr Schelenski a continuar próximo da modalidade mesmo não seguindo a carreira de atleta. Quando criança, chegou a jogar futsal nas categorias de base da Associação Atlética do Branco do Brasil (AABB) e também futebol no Clube Vasto Verde. Por conta de uma mudança de bairro houve incompatibilidade de horários entre os treinos e a escola. Como tinha apenas 11 anos, os pais não o deixaram abandonar as aulas e a saída foi passar a acompanhar o futebol profissional local pelo rádio e nos estádios. Com o passar do tempo, o amor pelo esporte continuou o mesmo, mas foi direcionado para uma nova profissão: o jornalismo. Hoje, aos 42 anos, Emerson é reconhecido como um dos profissionais da área que mais conhecem a história do futebol na região do Vale do Itajaí. Ele apresenta o bloco de esportes no Jornal do Meio Dia, da RICTV Record de Blumenau, e diz ter orgulho da carreira que iniciou no rádio e atualmente ganha repercussão não só na TV, mas também na internet, com uma coluna diária no site ND Online (www.ndonline.com.br/vale). Desde 1990, Emerson Luis já passou pelas principais emissoras da cidade. Co-
meçou na Unisul, hoje CBN, quando se dispôs a fazer cobertura do futebol local para suprir a saída do repórter Isaías de Souza, então setorista responsável por transmitir as notícias do Blumenau Esporte Clube. A namorada de Emerson, que trabalhava na emissora, fez a ponte entre ele e o diretor da rádio. “Me propus a fazer o noticiário mesmo sem qualquer experiência de transmissão, porque entendia que os torcedores não podiam ficar sem informações do time. O responsável pela emissora ficou curioso e me chamou”, lembra o jornalista, que hoje é casado com a jornalista e editora do Jornal do Meio Dia, Roberta Koki, e pai de Taysa, de apenas sete meses. De lá para cá, Emerson passou pelas rádios Nereu Ramos, Clube, Blumenau e Menina, sempre atuando na cobertura esportiva e também como apresentador de programas de jornalismo. Há nove anos, a direção da Rede SC, que mais tarde se transformou em RIC SC, o chamou para conversar sobre futuros projetos para a TV. Até então, ele nunca tinha pensado em atuar em televisão, mas topou na hora o desafio de fazer notícia em um espaço de tempo mais breve do que no rádio. “E foi a melhor escolha que fiz na carreira”, pontua. Em nove anos de RIC Record, o jornalista não esquece de duas coberturas mar-
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Almanaque4Um craque do jornalismo esportivo Victor Carlson
Emerson, ao lado de Alexandré José (esq.) e Peninha: trabalho reconhecido pelos colegas e pelos telespectadores do Jornal do Meio Dia cantes: a dos Jogos Abertos de Joaçaba, em 2006, quando viajou com a missão de mostrar o dia a dia da delegação de Blumenau na competição; e a mudança forçada no foco de cobertura em 2008, quando estava em Timbó para acompanhar os Jogos Abertos, que foram cancelados por causa da grande enchente que matou dezenas de pessoas em todo o Vale do Itajaí. Por conta da queda de barreiras e do transbordamento do rio Itajaí-Açu, ele e o cinegrafista deixaram o esporte de lado e passaram a registrar imagens e a colher depoimentos emocionantes no caminho entre Timbó e Blumenau, até conseguirem chegar na sede da emissora. “Nos juntamos ao resto da equipe de jor-
nalismo da TV, trabalhamos dias e noites e só retomamos a cobertura do esporte quando a situação começou a se normalizar. Foi marcante na minha carreira”, comenta.
A rotina de trabalho do jornalista é intensa. De segunda a sexta-feira, ele chega à redação da RIC Record Blumenau às oito e meia da manhã e segue trabalhando até uma e meia da tarde. De uma a duas vezes por semana, à tarde ou à noite, e também nos finais de semana, produz reportagens variadas sobre esporte e faz a cobertura dos jogos de futebol da região. Além de produzir e apresentar o quadro no Jornal do Meio Dia, também escreve a coluna diária no site do grupo. Um sábado BLUMENAU É
por mês, fica responsável por apresentar o Jornal do Meio Dia inteiro. Nas ruas, Emerson consegue sentir a repercussão de seu trabalho. As pessoas o abordam no shopping e na fila do mercado para comentar matérias e pedir abraços ao vivo durante o bloco, estratégia que a emissora criou para aproximar o público dos apresentadores. O debate sobre futebol predomina nas conversas de rua, mas sugestões de pauta e de perfis para o quadro Memórias do Esporte, que vai ao ar todas as terças-feiras, também são bem-vindas para o apresentador. “São telefonemas e e-mails que recebo pedindo para que determinado ex-atleta ou dirigente seja lembrado no programa. Isso me enche de orgulho”, diz o apresentador.l
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