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PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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Armação do Itapocorói, em Penha (SC)
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Victor Carlson
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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editorial
um segmento em plena perspectiva de crescimento
A
produção brasileira de pescados, especialmente a proveniente da aquicultura, vem crescendo graças às estratégias implementadas pelo setor público e à determinação dos empreendedores do ramo. E a tendência é a continuidade da expansão, pois a ampliação da atividade da aquicultura, inclusive com a concessão de águas da União ainda está em fase inicial, assim como a pesca industrial em águas profundas de nossa Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Ou seja, crescemos e temos a crescer com base no aumento da área utilizada. A estratégia é válida e deve ser continuada. Mas já é hora de melhorar também a produtividade do setor. A produção média por pescador ou fazenda aquícola na América Latina e no Caribe é de 6,6 toneladas ao ano, bem aquém das 24,7 toneladas obtidas na Europa, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Melhores taxas podem ser atingidas com o uso de técnicas mais modernas e eficientes, como sistemas de produção com reutilização da água (que também agrega valor por ser sustentável), rações mais apropriadas a certas espécies e embarcações equipadas adequadamente à pesca oceânica. Otimizar o uso da área de cultivo é outra forma de aumentar a produtividade. A criação de uma ou mais espécies no mesmo criatório, além de resultar no aumento direto da produção total, gera uma relação simbiótica que diminui os seus custos. Da mesma forma, é possível conjugar a aquicultura com outras atividades agropecuárias. Por exemplo, a água utilizada nos criatórios pode ser usada na hidroponia, e os detritos retirados de alguns sistemas fechados podem ser aplicados como adubo orgânico. Também é possível – e recomendado – potencializar os ganhos do setor associando-o ao turismo. É o caso da pesca desportiva; o Brasil ainda não explora seu imenso potencial, tanto de sua extensa malha hidrográfica quanto de seu litoral, que apresenta excelentes pontos para captura de marlin azul, a espécie mais cobiçada dessa prática. No caso da aquicultura, a atividade pode ser um atrativo a mais para as propriedades que exploram o turismo rural, seja de forma recreativa, seja na culinária. Se bem trabalhados gastronomicamente, alguns produtos viram iguarias que se tornam quase indispensáveis no roteiro de algumas cidades, como ostras em Florianópolis (SC) e caranguejos em Fortaleza (CE). Nossa revista existe para valorizar o setor da pesca e aquicultura no Brasil. A publicação tem como principal objetivo divulgar informações sobre a atividade, visando contribuir com o desenvolvimento do segmento, em plena perspectiva de crescimento.
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| PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
Panorama da Pesca e Aquicultura no Brasil Editora Union Coordenador geral Victor Emmanuel Carlson Editor-executivo Alexsandro Vanin Editora Assistente Ana Letícia da Rosa Editora de Arte Catia Herreiro Reportagem Adão Pinheiro, Camila Stähelin, Daniele Martins, Fabiana Henrique, Flávio Cardoso Jr., Leda Malysz, Leo Laps, Marco Túlio Bruning, Mariana Rosa, Mateus Boing, Sandro Waltrich e Wendel Martins Infografia Rogério Moreira Jr. Fotografia Arquivo do Ministério da Pesca e Aquicultura e Shutterstock.com Capa Arquivo do Ministério da Pesca e Aquicultura e Eugene Sergeev/ Shutterstock.com Revisão Elisângela Liberatti Tradução Alissander Balemberg e Marcos Castro Júnior (inglês) e Noemi Teles (espanhol) Circulação 20.000 exemplares Distribuição Marcello Acelino dos Santos / Organiza Eventos Gráfica Floriprint Rua Rosendo Joaquim Sagas, 3350 Palmas – Gov. Celso Ramos CEP 88190-000
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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editorial
A segment in full growth potential
B
razil’s fish production, especially aquaculture, has been growing thanks to strategies implemented by the public sector and to the industry entrepreneurs’ determination. And the trend is the to continue this expansion, taking into consideration the increase of aquaculture activity, including the granting of governmental controlled water areas is still in early stages, as well as industrial fishing in deep waters of the Brazilian Exclusive Economic Zone (EEZ). However, it is time to change the productivity of the sector. The average production per fisherman or aquaculture farm in Latin America and the Caribbean is 6.6 tons per year, falling far short of the 24.7 tons obtained in Europe, according to data provided by the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). Best rates can be achieved with the use of more modern and efficient techniques. Another way to increase productivity would be optimize the area under cultivation. The breeding of one or more species in the same facility creates a symbiotic relationship that lowers their costs. Likewise, it is possible to combine aquaculture with other agricultural activities. Also, it is possible – and recommended as well – to enhance the sector gains by linking it to tourism. That is the case of sport fishing; Brazil still does not explore its huge potential, both extensive hydrographic basin and coastline, that features great spots for the catching of blue marlin, the most coveted species in this practice. When it comes to aquaculture, this activity may be the most attractive one for properties that explore rural tourism, whether recreationally or as a gastronomy option. In addition, if well explored gastronomically some products may become delicacies that are almost indispensable in the roadmap of some cities, such as oysters in Florianópolis (SC) and crabs in Fortaleza (CE). Our magazine exists to value the fishery and aquaculture sector in Brazil. The publishing aims to disseminate information on the activities and to contribute to the development of the segment in full growth potential.
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Un segmento en plena perspectiva de crecimiento
L
a producción brasileña de peces, en especial la que proviene de la acuicultura, ha crecido gracias a las estrategias implementadas por el sector público y a la determinación de los empresarios del sector. La tendencia es la continua expansión, dada la expansión de la actividad de la acuicultura, incluida la concesión de aguas del Gobierno Federal se encuentra todavía en las primeras etapas, así como la pesca industrial en las aguas profundas de nuestra Zona Económica Exclusiva (ZEE). Pero también es el momento de mejorar la productividad del sector. Mejores tasas se pueden lograr con el uso de las técnicas más modernas y eficientes, como los sistemas de producción con reutilización de agua (que también añade valor por ser sostenible), raciones más adecuadas a determinadas especies y embarcaciones debidamente equipadas para la pesca en el océano. Optimizar el uso del área del cultivo es otra manera de aumentar la productividad. La creación de una o más especies en el mismo creadero genera una relación simbiótica que reduce sus costos. Asimismo, es posible combinar la acuicultura con otras actividades agrícolas, por ejemplo: el agua utilizada en los criaderos se puede aprovechar en la hidroponía, y los residuos retirados de algunos sistemas cerrados puede ser utilizados como fertilizante orgánico. También es posible potencializar las ganancias del sector vinculándolo al turismo. Es el caso de la pesca deportiva. En el caso de la acuicultura, la actividad puede ser un atractivo para las propiedades que exploran el turismo rural, sea de forma recreativa o en la culinaria. Si bien explotados gastronómicamente, algunos productos se transforman en manjares que se convierten casi indispensable en el turismo de algunas ciudades, como las ostras en Florianópolis (SC) y cangrejos en Fortaleza (CE). Nuestra revista existe para valorar el sector de la pesca y la acuicultura en Brasil. La publicación tiene como principal objetivo difundir informaciones sobre la actividad, con vistas a contribuir al desarrollo del segmento, en plena perspectiva de crecimiento.
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Itajaí (SC) 10
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Victor Carlson
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sumário
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opinião Especialistas de diversas áreas expõem o que pensam sobre o setor
Panorama O cenário do setor no mundo e no Brasil, e a situação da cadeia produtiva nacional
Entrevista O ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, fala das estratégias para o setor atingir todo seu potencial
Opinion Experts from different areas express their thoughts on the industry Opinión Expertos de diversas áreas exponen lo que piensan sobre el sector 14 Uma janela para o segmento que mais cresce no mundo 26 A Revolução Azul 46 Aquicultura: uma nova fronteira para a proteína animal 50 Roraima: a revolução silenciosa da piscicultura na melhor água do Brasil 102 Pesca e aquicultura: construindo o conhecimento 108 Em defesa dos oceanos para alimentar o mundo
Overview The world’s and Brazil’s industry background, and the current situation of Brazil’s production chain Panorama El escenario del sector en el mundo y en Brasil, y la situación de la cadena de producción nacional 16 Multiplicação dos peixes 28 Made in Brazil 30 Passos curtos 48 Seleção nacional 54 Elos fortes 78 Desafios dentro e fora d’água 112 Hora de fisgar 116 O valor da beleza
Interview The Minister Eduardo Lopes talks about the industry strategies for achieving its full potential Entrevista El ministro de Pesca y Acuicultura, Eduardo Lopes, habla de las estrategias para que el sector alcance su pleno potencial
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59 Cultura em expansão 60 Pequenos robustos 61 Comida típica 62 Água boa
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64 Peixe atraente
Casos de sucesso Exemplos de empresas de diferentes partes da cadeia produtiva que se destacam por seus diferenciais competitivos
68 Quitute mineiro
Success stories Examples of companies that stand out for their competitive edge éxitos Ejemplos de empresas de diferentes que se destacan por sus diferenciales competitivos
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58 Presente da ciência
66 Rede cheia 70 Mexilhões longa vida 72 Nobre das conchas 74 Persistência premiada 76 Algo a mais 82 Superação premiada 83 Descoberta ao acaso
Divulgação
92 Pesquisa A infraestrutura científica brasileira voltada para o setor e exemplos de projetos em desenvolvimento
84 Inovação Quais são os desafios para o setor agregar valor aos seus produtos e exemplos de empresas que já atingiram esse objetivo Innovation The challenges faced by the industry when adding value to its products and examples of companies that have already added Innovación Desafíos para agregar valor a los productos y ejemplos de empresas que ya han alcanzado esta meta 84 Menos é mais 86 Salto de produtividade 88 Novo destino 90 Na mesa de casa e do shopping
Research Brazil’s scientific infrastructure focused on the industry and examples of projects under development Investigación Infraestructura científica brasileña direccionada al sector y ejemplos de proyectos en desarrollo 92 Base científica 94 Ponto certo 96 Espécie promissora 98 Em busca de mutações 100 Dose ideal
104 Crédito Onde buscar recursos para investir no setor Credit Where to find resources to invest in the industry Crédito Dónde buscar recursos para invertir en el sector
106 Sustentabilidade Os cuidados necessários para garantir a biodiversidade aquática brasileira Sustainability The necessary precautions to ensure the Brazilian aquatic biodiversity Sostenibilidad Precauciones necesarias para garantizar la biodiversidad acuática brasileña
110 Controle sanitário As medidas implementadas para assegurar a qualidade e a sanidade dos organismos aquáticos na mesa dos consumidores
52 Benefícios do consumo de pescados
118 Catálogo da indústria do pescado
125 Legislação
126 Encontro Marcado
129 Agenda
Health control The measures implemented to ensure aquatic organisms quality Control sanitario Medidas implementadas para garantizar la calidad y la salud de los organismos acuáticos
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opinião
A conjuntura internacional, e mais particularmente a brasileira, nunca foi tão favorável à produção de pescado. O mercado exportador de peixes e frutos do mar é o maior de proteína animal do mundo em termos de valor, e contribui com aproximadamente 60% das exportações mundiais de proteína. O consumo cresce em grande velocidade. As pessoas, hoje, buscam alimentos saudáveis e qualidade de vida. Inclusive no Brasil, onde a população aumentou o consumo de pescado em mais de 100% em uma década (2003-2013). Porém, essa expansão ocorre em um momento em que os rios e oceanos já não podem oferecer o pescado demandado, para não colocar em risco a sobrevivência das espécies. A solução, além do aumento de produtividade da pesca sustentável, é a aquicultura, ou seja, o cultivo de pescado. Diante desse quadro, com a atividade pesqueira o Brasil tem extraordinária oportunidade para impulsionar sua economia. Assim, poderemos atender à demanda interna e aumentar a participação do pescado brasileiro no mercado internacional. Poucos países possuem condições de aumentar a produção como o nosso: temos grandes reservatórios, açudes e rios, bem como litoral extenso e milhares de propriedades rurais. Somos, em realidade, a maior nação em termos de disponibilidade de água doce no mundo. Com o crescimento no setor, vamos gerar emprego e renda em toda a cadeia produtiva do pescado, desde a produção de alevinos até sua comercialização, passando pela fábrica de ração, pela conservação e pelo beneficiamento. O espaço para crescer é enorme. Apenas em 14
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Kenedy Banray
Uma janela para o segmento que mais cresce no mundo
Eduardo Lopes Ministro da Pesca e Aquicultura
2013, a quantidade de pescado produzido no mundo cresceu o equivalente a toda a produção brasileira. A qualidade e a diversidade serão diferenciais do Brasil. Além da tilápia, podemos criar espécies nativas como o tambaqui, o pintado e o pirarucu. E ainda produzir peixes ornamentais da Amazônia e do Pantanal, que possuem alto valor agregado e um mercado bastante diferenciado. Nada melhor, portanto, para o leitor do que contar com esta publicação, Panorama da Pesca e Aquicultura no Brasil, para melhor compreender a situação do pescado no mundo, acompanhar as políticas públicas que preparam o País para se tornar uma potência em pescado e tomar conhecimento de avanços tecnológicos e temas básicos para o segmento. São ações que envolvem pesquisa, crédito, infraestrutura, desburocratização de processos, lançamento de parques aquícolas, assistência técnica, modernização de frota e sanidade pesqueira.
A qualidade e a diversidade serão diferenciais do Brasil. Além da tilápia, podemos criar espécies nativas como o tambaqui, o pintado e o pirarucu. E ainda produzir peixes ornamentais.
The segment with the largest growth in the world
El seguimiento que más crece en el mundo
The international situation, particularly in Brazil, has never been more favorable to the production of fish. The export market for fish and seafood is the largest one in animal protein in the world in terms of value, and contributes about with 60% of the world exports of protein. Consumption increases at a high speed. People today seek healthy food and quality of life, including in Brazil, where the population increased fish consumption by more than 100% within a decade (2003-2013). And this expansion occurs in a moment when rivers and oceans can no longer offer the necessary amount of fish in order not to put in danger the survival of the species. The solution, besides the increase of productivity in fisheries in a sustainably way, is aquaculture, or, in other words, fish farming. In this context, Brazil has a tremendous opportunity to boost its economy with the fishing activity. Few countries have conditions to increase production like Brazil does: we have large reservoirs, ponds and rivers, as well as a long coastline and thousands of rural properties. We are, in fact, the greatest nation in terms of availability of fresh water in the world. With the growth in the industry, we will create jobs and income in the entire production chain of fish, starting from the juvenile fish production to the market, passing through feed mill, conservation and improvement. In 2013, only the growth of the fish production worldwide is equivalent to the entire fish production in Brazil. Therefore, there is no better option for the reader than relying on this publication of Overview of Fisheries and Aquaculture in Brazil for a better understanding of the situation of fish in the world, monitoring public policies that prepare the country to become a fish power and be aware of technological advances and basic issues of the area. Furthermore, the reader learns about actions involving research, credit, infrastructure, bureaucracy processes, the launching aquaculture parks, technical assistance, and modernization of the fishing sanitary issues.
La situación internacional y en particular en Brasil, nunca ha sido tan favorable para la producción de peces. El mercado de exportación de pescados y mariscos es el más grande de proteína animal del mundo en términos de valor y aporta aproximadamente 60% de las exportaciones mundiales de proteína. El consumo aumenta a gran velocidad. La gente hoy en día busca alimentos saludables y calidad de vida, incluso en Brasil, donde la población aumentó el consumo de pescado en más del 100% en una década (20032013). Y esta expansión se produce en un momento en que los ríos y los océanos ya no pueden ofrecer pescado de acuerdo con la demanda, para no poner en peligro la supervivencia de la especie. La solución, además de aumentar la productividad en la pesca sostenible es la acuicultura, o sea, el cultivo de pescado. Teniendo en cuenta este contexto, Brasil tiene una gran oportunidad para impulsar su economía con la actividad pesquera. De esa forma, podremos satisfacer la demanda interna y aumentar la participación del pescado brasileño en el mercado internacional. Pocos países tienen las condiciones para aumentar la producción como Brasil: tenemos grandes embalses, estanques y ríos, así como una larga costa y miles de propiedades rurales. Somos, de hecho, la nación más grande en términos de disponibilidad de agua dulce en el mundo. Nada mejor, por lo tanto, para el lector, que contar con esta publicación, Panorama de Pesca y Acuicultura en Brasil, para comprender mejor la situación de los peces en el mundo, acompañar las políticas públicas que preparan el país para convertirse en una potencia en pescado y tomar conciencia de los avances tecnológicos y temas básicos para el sector. Acciones que implican investigación, crédito, infraestructura, procesos para disminuir la burocracia, creación de parques acuícolas, asistencia técnica, modernización de flota y sanidad pesquera.
Eduardo Lopes
Eduardo Lopes
Minister of Fisheries and Aquaculture
Ministro de Pesca y Acuicultura
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Panorama
Multiplicação dos peixes O futuro da produção de pescados está na aquicultura, que já atende a mais da metade do consumo mundial de animais aquáticos
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té 2030, aproximadamente dois terços do consumo de pescado no mundo virão da aquicultura, o que o torna um método crucial para reduzir a pobreza e assegurar a segurança alimentar e nutricional. Em no máximo oito anos, segundo as projeções mais recentes, a aquicultura mundial vai superar a pesca extrativista. Em 2012, última estatística oficial divulgada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a produção pesqueira atingiu um máximo histórico de 157 milhões de toneladas (em 2013, a produção estimada pela instituição foi de 160 milhões de toneladas), das quais a aquicultura contribuiu com 43%. Atualmente, mais de 200 milhões de pessoas no mundo têm o peixe como principal fonte de proteína. Em média, a proteína do peixe contribui com 17% do consumo proteico mundial. Embora a pesca destine
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Arquivo MPA
Pescados
X População:
crescimento mundial nas últimas 5 décadas
População: 1,6% ao ano Produção de pescados: 3,2% ao ano Consumo de pescados: 1,3% ao ano Fonte: FAO
O cultivo de algas marinhas em Rio do Fogo (RN) substitui a extração predatória
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Panorama
pelo menos 18% da produção para a elaboração da farinha de peixe, a aquicultura destina 100% para consumo direto humano. Portanto, atualmente, mais de 50% do consumo mundial de pescado se origina da aquicultura. De acordo com Alejandro Flores Nava, oficial superior de Pesca e Aquicultura do Escritório Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, a demanda vai continuar aumentando devido ao crescimento da população e, também, à maior conscientização sobre a necessidade de uma alimentação mais saudável, geralmente
X Aquicultura:
crescimento mundial nos últimos 6 anos
Pesca: 0,09% ao ano Aquicultura: 4,93% ao ano Fonte: (FAO)
Arquivo MPA
Pesca
associada ao consumo de peixes. “Portanto, a aquicultura poderá produzir a quantidade suficiente para atingir a demanda futura”, diz. A FAO contabilizou mais de 560 espécies cultivadas no mundo em 2012, mas aproximadamente 70% da produção aquícola global se concentra em menos de 10 grupos taxonômicos: salmonídeos, camarões marinhos, tilápias, carpas, mexilhões e ostras. No entanto, as pesquisas sobre o aumento de espécies com potencial de cultivo para diversificar a atividade aquícola mundial continuam. “Creio que, como em outras atividades zootécnicas existentes, o espectro das espécies aquícolas do mundo não será muito maior, embora na região da América Latina e do Caribe algumas espécies amazônicas como o pacu, o tambaqui e o surubim terão uma maior participação nos cultivos e nos mercados regionais”, explica Nava. No mundo, o principal produtor aquícola é a China, que contribui com mais de 60% da produção global. Em seguida, no ranking, estão a Índia (6,3%), o Vietnã (4,6%) e a Indonésia (4,6%). Fora do continente asiático, o país com a maior produção é a Noruega (2% do total). Na América Latina, o Chile aparece na oitava posição mundial (1,6%) e, pela primeira vez, o Brasil atinge uma produção aquícola que o coloca na segunda posição das Américas e na 12ª posição no ranking mundial (1,1%). Mesmo assim, a produção de toda a América Latina e do Caribe só contribui com menos de 4% do total mundial. Produção aquícola mundial
(em milhões de toneladas)
2012
2013**
variação
Pescado 66,6
70,5 5,85%
Algas 23,8
26,1 9,66%
Fonte: FAO
** Estimativa
Pesca marinha X continental mundial (em milhões de toneladas)
2007
2012
Marinha 80,7
79,7 -1,24%
Continental 10,1
11,6
Fonte: FAO
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variação
14,85%
Arquivo MPA
Produção mundial de pescados
(em milhões de toneladas)
2007
2012
variação
2022**
Pesca 90,8
91,3 0,55% 95,5
Aquicultura 49,9
66,6
33,47% 99,3
Total
158
12,29% 194,8
140,7 Fonte: FAO
** Estimativa (FAO Fish Model)
Aquicultura mundial por tipos e grupos de espécies (em milhões de toneladas)
continental maricultura subtotal participação
Peixes 38,6
5,5
44,1 66,3%
Crustáceos 2,5
3,9
6,4
Moluscos 0,3
14,9
15,2 22,8%
Fonte: FAO
9,7%
Evolução da participação da aquicultura na produção total de pescados
1990 13,4% 2000 25,7% 2012 42,2% Fonte: FAO
Por causa dos limites naturais da pesca, a aquicultura é a saída para atender ao aumento da demanda mundial por pescados
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Panorama
Fish multiplication
Aquicultura marinha X continental no mundo
(em milhões de toneladas)
2007
2012
variação
Marinha 20
24,7 23,5%
Continental 29,9
41,9
40,1%
Fonte: FAO
Por Adão Pinheiro
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Tanques de criação de tilápia na Barragem do Castanhão, em Nova Jaguaribara (CE)
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Multiplicación de los pescados Más del 50% de la producción pesquera en el mundo provendrá de la acuicultura, razón por la cual este método será crucial para reducir la pobreza y combatir la inseguridad alimentaria. Según proyecciones recientes, en un máximo de 8 años, la acuicultura mundial superará la pesca extractiva. En 2012, las últimas estadísticas oficiales publicadas por la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO), la producción de pescado alcanzó un máximo histórico de 156 millones de toneladas de las cuales la acuicultura contribuyó con el 43%. La pesca se estancó en el nivel de 90 millones de toneladas capturadas. Según Alejandro Flores Nava, oficial Superior de Pesca y Acuicultura de la Oficina Regional de la FAO para América Latina y el Caribe, la demanda seguirá aumentando debido al crecimiento de la población y también a una mayor conciencia de la necesidad de una alimentación saludable, por lo general asociado al consumo de pescado. “Por lo tanto, la acuicultura podrá producir lo suficiente para satisfacer la futura demanda”, dice.
Arquivo MPA
De acordo com a FAO, hoje, aproximadamente 38% de todo o pescado produzido no mundo é exportado e, em termos de valor, mais de dois terços das exportações da pesca são direcionados de países em desenvolvimento para países desenvolvidos. Nesse contexto, a China é um mercado crescente no setor e, em 2030, deve consumir em torno de 38% da produção de peixes. O sul e o sudeste da Ásia, a China e o Japão sozinhos devem responder por 70% do consumo de peixes daqui a 16 anos. Por causa disso, esses países estão investindo na aquicultura para ajudar a atender a crescente demanda. Para Alejandro Flores Nava, o aumento do consumo pode ser bem aproveitado pelos países em desenvolvimento por meio da produção sustentável de peixes. Ele adverte, no entanto, que as medidas devem ser cuidadosamente pensadas, para garantir que o recurso seja gerido de forma sustentável. “A pesca e a aquicultura são fontes vitais de empregos, são alimentos nutritivos e oferecem boas oportunidades econômicas, especialmente para as pequenas comunidades de pescadores. No entanto, as grandes ameaças de surtos de doenças e os impactos relacionados à mudança climática podem alterar dramaticamente esse cenário”, afirma Nava.
More than 50% of the global fish production will come from aquaculture, resulting in a crucial method to reduce poverty and tackle food security issues. According to latest projections, in a maximum of eight years global aquaculture will overcome the extractive fishery. In 2012, according to the latest official statistic data published by the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), fishery production has reached the historical mark of 156 million tons, whereas aquaculture accounted for 43% of it. Fishing has stagnated in 90 million tons. According to Alejandro Flores Nava, Fisheries and Aquaculture Officer at FAO Regional Office for Latin America and the Caribbean, the demand will continue to increase due to population growth and also a greater awareness of healthy eating by society, usually associated with fish consumption. “Therefore, aquaculture could produce enough food to meet the future quantity demand,” he said.
Pan Xunbin/Shutterstock.com
Sistemas de reutilização de água proporcionam uma produtividade bem maior e são sustentáveis PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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Mapa mundi da EUA
Noruega
Terceiro maior pescador de peixes em águas marinhas (5,1 milhões de toneladas)
Maior produtor de piscicultura marinha, na maior parte salmão (1,3 milhão de toneladas)
Maior importador de pescados (US$ 19 bilhões em 2013)
Segundo maior exportador de pescados (US$ 10,4 bilhões em 2013)
Peru
Índia
Quarto maior pescador de peixes em águas marinhas (4,8 milhões de toneladas – basicamente “anchoíta”)
Segundo maior pescador em águas continentais (1,5 milhão de toneladas) Segundo maior produtor aquícola (4,2 milhões de toneladas)
Chile Oitavo maior pescador em águas marinhas (2,6 milhões de toneladas)
Brasil
Oitavo maior produtor aquícola (1 milhão de toneladas)
Décimo maior pescador em águas continentais (266 mil toneladas)
Terceiro maior produtor de piscicultura marinha (758 mil toneladas)
12º maior produtor aquícola (707 mil toneladas)
Sexto maior exportador de pescados (US$ 4,4 bilhões)
Oitavo maior produtor de piscicultura de água doce (611 mil toneladas) Fonte: FAO
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pesca e aquicultura China
Rússia
Japão
Maior pescador em águas marinhas (13,9 milhões de toneladas)
Quinto maior pescador de peixes em águas marinhas (4 milhões de toneladas)
Segundo maior importador de pescados (US$ 15,3 bilhões)
Maior pescador em águas continentais (2,3 milhões de toneladas)
Quinto maior produtor de algas (440 mil toneladas)
Maior produtor aquícola (41,1 milhões de toneladas) Maior produtor de algas (12,9 milhões de toneladas)
Coréia do sul Quarto maior produtor de algas (1 milhão de toneladas)
Vietnam Terceiro maior produtor aquícola (3,1 milhões de toneladas)
Bangladesh Quarto maior pescador em águas continentais (957 mil toneladas)
Tailândia
Quinto maior produtor aquícola (1,7 milhão de toneladas)
Terceiro maior exportador de pescados (US$ 7 bilhões em 2013)
Maior exportador de peixes e produtos da pesca (US$ 19,6 bilhões em 2013) Terceiro maior importador de pescados (US$ 8 bilhões em 2013) Consumo per capita anual de 35,1 kg em 2010
Legenda Pesca em águas marinhas Pesca em águas continentais Piscicultura marinha Piscicultura de água doce
Myanmar (Birmânia) Terceiro maior pescador em águas continentais (1,2 milhão de toneladas)
Camboja Quinto maior pescador em águas continentais (449 mil toneladas)
Filipinas Terceiro maior produtor de algas (1,7 milhão de toneladas)
Indonésia
Aquicultura
Segundo maior pescador em águas marinhas (5,4 milhões de toneladas)
Algicultura
Quarto maior produtor aquícola (3,1 milhões de toneladas) Segundo maior produtor de algas (6,5 milhões de toneladas)
Exportação de peixes e produtos da pesca Importação de pescados Exportador de pescados Consumo per capita anual
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opinião Divulgação
A Revolução Azul A produção mundial de pescado em 2012 foi de 156 milhões de toneladas, das quais 136,2 milhões de toneladas se destinaram ao consumo humano. Desse total, a aquicultura contribuiu com 66,6 milhões de toneladas, ou 48,9% do total (FAO, 2014). Na década de 70, a aquicultura era responsável por menos de 1% da produção de pescado no mundo. No trabalho intitulado FISH TO 2030, a FAO estima que a produção de pescado em 2030 será de 151,7 milhões de toneladas, das quais a aquicultura será responsável por produzir 93,6 milhões de toneladas, ou 61,7% do total. Diante desse novo cenário, quais seriam as tendências e as perspectivas para um futuro próximo? Atualmente, há um fato peculiar e de bastante relevância em nível mundial: o aumento do número de pessoas incluídas na classe média (na China, estima se que em 2030 serão 600 milhões de pessoas, o que equivale à população de dois Estados Unidos), que proporciona aumentos nos consumos de bens e serviços, dentre os quais se incluem os alimentos e, particularmente, o pescado. O consumo mundial de pescado em 2012 foi o maior da história, tendo atingido 19,2 kg/habitante (FAO, 2014). Como não haverá estoques pesqueiros disponíveis para atender a essa nova demanda, certamente a aquicultura terá que suprir essa oferta. A questão é: de que forma fazer isso? Certamente, deveria ser por meio de: (a) sistemas aquícolas mais sustentáveis (multitróficos, aquaponia, utilização de águas subterrâneas); (b) novas tecnologias que melhorem a qualidade da água e a produtividade desses sistemas (bioflocos, probióticos, etc.); (c) sistemas de pouco uso de água e reutilização de água; (d) rações mais eficientes e utilização de
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Felipe Matias Secretário-executivo da Rede de Aquicultura das Américas (RAA)
fontes proteicas alternativas para a composição dessas rações; entre outros. Assim, a aquicultura – A Revolução Azul – poderá continuar a cumprir com seu papel de ser um dos melhores agronegócios do mundo – US$ 144 bilhões em 2012 (FAO, 2014) – e de contribuir com a diminuição da fome e da pobreza no mundo de forma sustentável.
A aquicultura poderá continuar a cumprir com seu papel de ser um dos melhores agronegócios do mundo – US$ 144 bilhões em 2012.
The Blue Revolution World production of fish in 2012 reached 156 million tons, of which 136.2 million tons were destined for human consumption. Of this total, aquaculture contributed with 66.6 million tons, or 48.9% of the total (FAO, 2014). In the 70’s, aquaculture was responsible for less than 1% of the production of fish in the world. In the study entitled FISH TO 2030, the FAO estimates that fish production will reach 151.7 million tons in 2030, of which aquaculture will be responsible for producing 93.6 million tons, or 61.7% of the total. In this new scenario, what are the trends and expectations for the near future? Currently there is a single fact with a lot of worldwide relevance: the increase in the number of people included in middle class (in China it is estimated that in 2030 it will include 600 million people, equivalent to the population of two United States), and they provide increases in consumption of goods and services, among them is food, particularly fish. The world consumption of fish in 2012 was the biggest in history and has reached 19.2 kilograms per inhabitant (FAO, 2014). As there will be no fishing stocks available to meet this new demand, certainly aquaculture will have to supply this offer. The question is how to do that? Certainly should be through (i) more sustainable aquaculture systems (multitrophic systems, aquaponic, use of groundwater); (ii) new technologies that improve both water quality and productivity of these systems (bio flakes, probiotics, etc.); (iii) systems using low level of water and water reuse; (iv) more efficient rations and use of alternative protein sources for the composition of these rations, etc. Thus, aquaculture – the Blue Revolution – will be able to continue to fulfill its role of being one of the best agribusiness in the world – it generated $144 billion in 2012 (FAO, 2014) – and also continue to contribute to the reduction of hunger and poverty in the world in a sustainable way.
La Revolución Azul La producción mundial de pescado en 2012 fue de 156 millones de toneladas, de las cuales 136,2 millones de toneladas se destinan al consumo humano. De este total, la acuicultura contribuyó con 66,6 millones de toneladas, o el 48,9% del total (FAO, 2014). En los años 70 la acuicultura representó menos de 1% de la producción de pescado en el mundo. En la obra titulada FISH TO 2030, la FAO estima que la producción de pescado en 2030 será de 151,7 millones de toneladas, de las cuales la acuicultura será responsable por producir 93,6 millones de toneladas, o el 61,7% del total. Ante este nuevo escenario, ¿cuáles son las tendencias y las perspectivas para el futuro cercano? Actualmente hay un hecho peculiar y muy importante en todo el mundo: el creciente número de personas en la clase media (en China se estima que en 2030 serán 600 millones de personas, lo que equivale a la población de los dos Estados Unidos), y que proporciona incremento en el consumo de bienes y servicios, entre los que se incluyen los alimentos y sobre todo el pescado. El consumo mundial de pescado en 2012 fue el mayor de la historia con 19,2 kg por persona (FAO, 2014). Como no habrá peces disponibles para satisfacer esta nueva demanda, sin duda la acuicultura tendrá que suplir esta oferta. La pregunta es cómo hacerlo. Ciertamente debería ser a través de (a) los sistemas de acuicultura más sostenibles (multitróficos, acuaponia, utilización de aguas subterráneas); (b) de las nuevas tecnologías que mejoran la calidad del agua y la productividad de estos sistemas; (c) de sistemas de poco uso de agua y reutilización de agua; (d) de raciones más eficientes y de la utilización de fuentes de proteínas alternativas para la composición de la alimentación animal de estas raciones, etc. De esa forma, la acuicultura - La Revolución Azul – podrá seguir cumpliendo su papel de ser uno de los mejores agronegocios del mundo – US$ 144 mil millones en 2012 (FAO, 2014) y de contribuir a la reducción del hambre y de la pobreza en el mundo de forma sostenible.
Felipe Matias
Felipe Matias
Executive Secretary of the Aquaculture Network of the Americas
secretario ejecutivo de la Red de Acuicultura de las Américas
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Panorama Ueslei Marcelino / MPA
Estados Unidos, Península Ibérica e Países Baixos são compradores do camarão brasileiro
Made in Brazil Crustáceos, tilápias e peixes amazônicos são as grandes promessas de comércio exterior do Brasil no segmento
O
Brasil tem uma perspectiva positiva quando se fala na exportação de pescado no mundo. Nos últimos anos, criou-se no País uma cultura que incentiva a aquicultura, ou seja, a produção de peixes em tanques ou criadores. Hoje, o Brasil produz em torno de 2,5 milhões de toneladas de pescado, segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) para o ano de 2013, enquanto a produção mundial é da ordem de 160 milhões de toneladas anuais. Mas o País pretende produzir cerca de 20 milhões de toneladas por ano dentro de aproximadamente duas décadas. De acordo com Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o setor é provavelmente a indústria mais globalizada e dinâmica na produção mundial de alimentos: quase 38% do pescado produzido no mundo é exportado. E o Brasil, assim como outros países emergentes (Rússia, México e Egito), vem ganhando relevância no mercado interna-
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cional. Segundo dados de 2011 do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), entre as categorias de pescado, os congelados respondem por 63% do total vendido e apresentam preço médio de US$ 3,4 o quilo, gerando US$ 91 milhões em vendas. Os crustáceos vêm em segundo lugar, com preço médio de US$ 25,1 o quilo e receita de US$ 86 milhões. A terceira posição é dos óleos e sucos, com faturamento de US$ 29 milhões e preço médio de US$ 15,5 o quilo. A grande aposta brasileira é na tilápia, que, conforme o MPA, é a espécie com o maior potencial de exportação. De acordo com João Donato Scorvo Filho, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, além da tilápia, outras espécies com potencial exportador são o pacu, o tambaqui, o pintado, o pirarucu e o camarão vannamei. “O foco estaria na demanda internacional. Grandes consumidores de pescado podem estar interessados
MongPro / Shutterstock
Arquivo MPA
A lagosta pescada no Nordeste é um dos principais itens de exportação do setor no Brasil
As tilápias estão entre os peixes de maior circulação no comércio internacional de pescados
Made in Brazil Destaques no mercado internacional*
Alto valor: camarão e moluscos Fonte: FAO * (espécies cultivadas no Brasil)
em espécies conhecidas, como a tilápia, mas também no camarão e na lagosta. Outra opção são espécies ainda não muito conhecidas no mercado global, como bagres, surubins e peixes redondos em geral, mas que tenham preço competitivo”, aponta o pesquisador. Segundo João Donato, para diminuir o déficit na balança comercial é necessário estruturar a cadeia produtiva brasileira e tornar os produtos brasileiros mais competitivos. Um caminho é a desoneração dos insumos estratégicos como ração e material genético, além da diminuição da burocracia ambiental. O pesquisador científico também salienta que é necessário que o Brasil participe de feiras de âmbito internacional, promovendo campanhas de degustação em outros países e outras ações de divulgação de nossa aquicultura. “Espécies excêntricas com apelo à selva amazônica são o grande diferencial do País”, afirma. É o caso do pirarucu.
Domestic production generates around 2.5 million tons, according to the Ministry of Fishery and Aquaculture (MPA), but it is intended to reach 20 million tons per year within about two decades. According to the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), the sector is probably the most globalized and dynamic of global food production: nearly 38% of the fish produced are exported worldwide. The Brazilian big bet is on tilapia, but other species with export potential are pacu, tambaqui, pintado, piracuru and shrimp.
Producido en Brasil La producción nacional es de alrededor de 2,5 millones de toneladas, según el Ministerio de Pesca y Acuicultura (MPA), pero se pretende llegar a los 20 millones de toneladas por año, dentro de unas dos décadas. De acuerdo con la FAO, el sector es probablemente el más globalizado y dinámico en la producción mundial de alimentos: se exportan casi el 38% de los peces producidos en todo el mundo. La gran apuesta brasileña es en la tilapia, pero otras especies con potencial de exportación son el pacu, tambaqui, pintado, pirarucu y el camarón.
Por Wendel Martins
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Panorama
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Caio Coronel / Itaipu Binacional
Passos curtos O Brasil ainda está longe de aproveitar seu potencial aquícola mundial; suprir o mercado interno ainda é um desafio, mas também uma oportunidade
R A cessão de águas da União, como as do Lago de Itaipu, é o trunfo brasileiro para aumentar a produção aquícola
ecente e promissora, a aquicultura, que precisa de grandes investimentos no Brasil, engatinha para dar passos maiores. De acordo com o pesquisador João Donato Scorvo Filho, do Polo Regional de Monte Alegre do Sul da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), o País praticamente ainda não começou a produzir pescados em cativeiro, se levado em consideração seu potencial aquícola. “O Brasil seria capaz de produzir mais de 30 milhões de toneladas”, afirma. De acordo com o pesquisador, a expectativa dos aquicultores – e daqueles que têm muita vontade de investir na atividade – é que possam se legalizar e tirar proveito de programas como o Plano Safra para poderem incrementar a produção de pescado no Brasil. A demanda por peixes e frutos do mar no Brasil cresce ano após ano. Somente no período de 2010-2011, a média foi de 23,7%, segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). De acordo com estatísticas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), entre 2008 e 2009, o consumo de peixe per capita no Brasil aumentou 30%, ao passo que o da carne bovina subiu 10%. Hoje, os brasileiros consomem, em média, 14,5 quilos de pescado por habitanPANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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Panorama Caio Coronel / Itaipu Binacional
O Lago de Itaipu, sozinho, tem potencial de produção equivalente à metade da produção aquícola nacional atual
O valor da pesca e aquicultura no brasil
Produto Interno Bruto (PIB) pesqueiro nacional: R$ 5 bilhões Empregos no setor: 3,5 milhões de pessoas Produção total: 2,5 milhões de toneladas Fonte: MPA
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te por ano. Há dez anos, a população consumia menos da metade disso, conforme o MPA. O aquecimento da demanda motivou a indústria do pescado a incrementar sua produção, sobretudo a da aquicultura, modalidade com mais espaço para atender ao crescimento do consumo. Em 2013, segundo dados do MPA, a produção nacional alcançou pouco mais de 2,5 milhões de toneladas, volume que estava estabelecido como meta do Plano Safra da Pesca e Aquicultura para o final de 2014. O Brasil é um mercado cobiçado no mundo por seu potencial de consumo interno: mais de 200 milhões de habitantes. Isso torna mais vantajoso vender peixe no mercado interno do que exportar. “Não estamos conseguindo atender o mercado interno, mas se conseguirmos produzir em maior escala e a preços competitivos, o mercado mundial está ávido por pescado”, lembra Donato.
Arquivo MPA
Evolução da aquicultura por regiões
África 11,7% ao ano 2000-2012
América Latina e Caribe 10% ao ano 2000-2012
Ásia* 4,8% ao ano 1990-2000 Consumo de peixes no Brasil cresce acima de 10% ao ano
Vocação
O Brasil tem grande potencial para a aquicultura, devido a suas condições naturais, seu clima favorável e sua matriz energética. Esse potencial está relacionado à sua extensão costeira de mais de 8 mil quilômetros, à sua zona econômica exclusiva (ZEE) de 3,5 milhões de km2 e à sua dimensão territorial, que concentra, aproximadamente, quase 13% da água doce renovável do planeta. Em relação às águas continentais, fazem parte desse volume as áreas alagadas artificialmente pela construção de barragens, contidas em reservatórios de usinas hidrelétricas, bem como as áreas particulares para produção em viveiros de terra escavados. Entre elas, destaca-se a possibilidade de utilização das águas da União, tanto as de reservatórios de hidrelétricas como as de estuários, para a instalação de parques aquícolas. O marco legal que autoriza a utilização das águas da União para fins de aquicultura foi estabelecido em até 1% da área ou da capacidade de suporte do rio, lago ou estuário (o menor dos dois critérios). Para Donato, é a forma organizada
8,2% ao ano 2000-2012
China 12,7% ao ano 1990-2000
5,5%ao ano 2000-2012
Mundo 9,5% ao ano 1990-2000
6,2% ao ano 2000-2012
* exceto China Obs.: na América do Norte, houve queda na produção entre 2000 e 2012 Fonte: FAO
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Panorama
Produção aquícola brasileira (em toneladas)
Peixes 611,3 mil Crustáceos 74,4 mil Moluscos 20,7 mil Outras espécies 1 mil Total 707,5 mil Fonte: FAO
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de explorar um rico potencial de que dispomos – 5 milhões de hectares de áreas alagadas. Em 2013, o MPA ofertou 900 hectares de lâmina d’água em represas e no litoral para a produção de pescados. Esses novos parques aquícolas, implantados em 13 estados, permitirão a produção de mais de 210 mil toneladas de pescado por ano, entre peixes, ostras e mexilhões. Mais de 92% das áreas são “não onerosas” (sem pagamento pelo uso) e beneficiam aquicultores familiares ou moradores de comunidades tradicionais e ribeirinhas. Foi um dos maiores avanços que o setor viveu, segundo Maria Fernanda Nince, secretária nacional de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura, do MPA. “A expectativa é de que a cessão dessas áreas resulte na criação de aproximadamente 10 mil empregos nos próximos anos”, afirma. Ainda assim, há muito a fazer na atividade, diante de uma produção brasileira que não alcança 10% dos 20 milhões de toneladas previstos pela FAO em 2030. “O que está atrapalhando é a falta de conhecimento dos órgãos ambientais sobre a atividade, o que dificulta a emissão das licenças ambientais”, afirma Donato.
Arquivo MPA
Cultivo de ostras em Florianópolis (SC), o maior produtor da espécie no Brasil
Mapa do Brasil da pesca e aquicultura maior produção de pesca extrativa (142,9 mil toneladas)
maior produção aquícola marinha (29,1 mil toneladas)
Amazonas
Ceará
Pará
maior produção de pesca extrativa continental (63,7 mil toneladas)
maior produção nacional de pescados (194,9 mil toneladas)
maior produção aquícola (74 mil toneladas)
Paraná Santa Catarina maior produção de pesca extrativa marinha (122 mil toneladas)
maior produção aquícola continental (73,8 mil toneladas) Fonte: FAO
Por regiões Norte Maior produção de pesca extrativa continental (137,1 mil toneladas)
Maior produção aquícola continental (153,7 mil toneladas)
Sul
Nordeste
Maior produção de pesca extrativa (142,9 mil toneladas)
Maior produtor de pescados (454,2 mil toneladas)
Maior produção de pesca extrativa (248,5 mil toneladas)
Maior produção de pesca extrativa marinha (186 mil toneladas)
Maior produção aquícola (199,5 mil toneladas)
Maior produção aquícola marinha (65,2 mil toneladas)
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Panorama
Short steps Arquivo MPA
Maricultura em Florianópolis (SC) começou na década de 1990
The recent and promising aquaculture in Brazil, which needs large investments, takes baby steps towards bigger ones. According to researcher João Donato Scorvo Filho, from the Agency of Agribusiness Technology (APTA) in São Paulo, the country has not yet started to fish farm if taken into consideration its aquaculture potential. “Brazil would be able to produce over 30 million tons,” he said. According to him, the expectation of farmers is that they can legalize and take advantage of the aid provided by programs like Plano Safra. Brazil has a coastline longer than 8,000 kilometers, 3.5 million km² of Exclusive Economic Zone (EEZ) and a territory that concentrates almost 13% of renewable freshwater of the planet. Among them, there is the possibility of using Union waters, both of hydroelectric and reservoirs, such as water estuaries for the installation of fish farms. The legal framework that authorizes the use of the Union waters for aquaculture was established in up to 1% of the area or on the supporting capacity of the river, lake, or estuary (the smaller of the two criteria).
Pasos cortos De acordo com o pesquisador da APTA, além da tilápia, que é uma espécie exótica, o Brasil é rico em diversidade piscícola. Entre as espécies nativas, que podem ser produzidas em cativeiro, o pesquisador destaca o pirarucu, cobiçado em várias partes do mundo, e os peixes redondos (pacu, tambaqui, pirapitinga e seus híbridos), que são bastante apreciados no Brasil e têm muitas chances de se tornarem peixes gourmet na Europa e na Ásia. Outra alavanca importante para a aquicultura, conforme o pesquisador, é investir na produção de crustáceos. Segundo João Donato, as espécies com maior potencial são o camarão rosa e o branco (espécies nativas), que possuem sabor e aparência muito melhores que o vannamei – espécie exótica, a única produzida no Brasil. “Entre os moluscos, ainda não estamos explorando várias conchas (berbigão e vieira, entre outras) e nem polvos, todos muito apreciados pelos consumidores”, aponta Donato.
Por Adão Pinheiro
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Reciente y prometedora, la acuicultura, la cual necesita grandes inversiones en Brasil, crece poco a poco y pretende dar pasos más grandes. Según el investigador João Donato Scorvo Filho, de la Agencia Paulista de Tecnología de los Agronegocios (APTA), el país aún no ha comenzado a producir peces en cautiverio, si se toma en cuenta su potencial acuícola. “Brasil sería capaz de producir más de 30 millones de toneladas”, dice. De acuerdo con el investigador, la expectativa de los acuicultores es que puedan legalizarse y usufruir de programas como el Plano Safra (Plan cosecha). Brasil cuenta con más de 8 mil kilómetros de costa, 3,5 millones de km2 de Zona Económica Exclusiva (ZEE) y un territorio que concentra casi el 13% del agua dulce renovable del planeta. Entre ellas, está la posibilidad de utilizar aguas del gobierno federal, tanto los embalses hidroeléctricos, como los de los estuarios para la instalación de parques acuícolas. El uso de aguas del gobierno federal para la acuicultura está permitido en hasta el 1% del área o a la capacidad de soporte del río, laguna o estuario (el menor de los dos criterios).
Victor Carlson
As ostras se tornaram um atrativo indispensável no roteiro turístico de Florianópolis (SC), como no restaurante Porto do Contrato, no Ribeirão da Ilha
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entrevista
Hora de armar a rede Características naturais favorecem a atividade aquícola no Brasil e ainda permitem o avanço sustentável da pesca industrial em águas profundas
O ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, destaca na entrevista a seguir as estratégias para que o País aumente significativamente sua produção de pescados, tanto na pesca extrativa artesanal e industrial, quanto na aquicultura. Mas é no cultivo de organismos aquáticos, ressalta Lopes, que reside o grande potencial do Brasil, e as espécies nativas constituem o trunfo brasileiro para competir no mercado internacional com produtos de maior valor agregado.
Quais são as perspectivas para a pesca e a aquicultura no Brasil nos próximos anos? Eduardo Lopes O Brasil, por sua extensão territorial, possui características únicas que permitem o desenvolvimento de uma atividade de pesca sustentável ao longo de sua costa. Além disso, sua variedade climática e sua disponibilidade de água doce favorecem esse cenário, com grande e real potencial para o desenvolvimento de atividades de cultivo de organismos aquáticos, especialmente a criação de peixes. A atividade de pesca e aquicultura possui ainda uma característica única frente a outras atividades de produção de proteína animal: a elevada importância social e econômica para um enorme contingente de trabalhadores nas regiões, permitindo inclusão social, melhoria da renda da população, entre outros aspectos econômico e sócio integradores. No caso da pesca extrativa, o aumento da produção está associado à melhoria da produtividade, atrela38
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da à sustentabilidade dos recursos ao longo dos anos. Isso ocorre por meio da implantação de melhorias em toda a cadeia produtiva, incluindo ações que visem à redução do desperdício do pescado, política ativa de arrendamento de embarcações estrangeiras para suprir deficiências internas, capacitação de pessoal, disponibilização de linhas de crédito, investimento em “pesquisa e desenvolvimento”, gerenciamento dos recursos existentes, prospecção de novos recursos e renovação da frota pesqueira nacional. De forma a obter medidas de ordenamento eficientes e consensuais para o setor, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) adotou o sistema de “comitês permanentes de gestão de recursos”, em que participam representantes da sociedade civil (inclusive empresários), da academia e da área governamental. Entretanto, considerando-se a alta migração dos estoques pesqueiros de muitas espécies, que atravessam diversos países, e o perfil de explotação desses recursos nas últimas décadas, é inegável que, embora ainda te-
Tânia Rêgo / Agência Brasil
Ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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entrevista
O Brasil conta com mais de 250 reservatórios aptos para o desenvolvimento da aquicultura.
nhamos possibilidade de crescer de forma sustentável na pesca extrativa no Brasil, o grande salto quantitativo da produção brasileira está associado à aquicultura. Ainda sobre a questão da pesca extrativa, em termos mundiais estima-se que exista, hoje, cerca de 250% a mais da capacidade, em termos de embarcações, do que os mares podem prover de pescado de forma sustentável. A questão da sobrecapacidade e da sobrepesca é um problema global que precisa ser enfrentado por todas as nações, sendo motivo de debates constantes nas organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para o caso dos subsídios pesqueiros e de outras políticas públicas que resultem em crescimento no esforço de pesca. Já no caso do Brasil, a aquicultura cresce em ritmo acelerado e continuado nos últimos anos. A aquicultura já responde por aproximadamente 40% da produção nacional, e estima-se que a produção aquícola nacional chegue, em 2014, a 1,3 milhão de toneladas, um crescimento de aproximadamente 30%. De 2010 até 2013, a produção de pescado mais que dobrou no país, saltando de 480 mil toneladas para aproximadamente 1 milhão de toneladas. O Brasil tem enorme potencial na aquicultura. Se utilizarmos 0,5% da lâmina d´água disponível somente em nossos reservatórios, temos capacidade de produzir 20 milhões de toneladas de pescado/ano. Dez vezes mais que toda a produção atual em todo o País, incluindo a pesca extrativa. Esse crescimento está diretamente associado a diversas políticas públicas desenvolvidas para o segmento, que 40
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incluem ações continuadas de estruturação da cadeira produtiva, capacitação técnica dos produtores, pesquisas, repasse de tecnologias e linhas de financiamento para a atividade. Uma das principais políticas públicas desenvolvidas para o segmento da aquicultura tem sido a concessão de uso de águas públicas. A estimativa é que a cessão dessas áreas resulte no crescimento da produção em 210 mil toneladas de pescado por ano e na criação de aproximadamente 10 mil empregos. Além disso, com o objetivo de prover celeridade à implementação de investimentos aquícolas, foi aprovada, em setembro de 2013, resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que torna o licenciamento ambiental para empreendimentos aquícolas unificado, simplificado e com maior agilidade, sem perder as devidas análises de sustentabilidade, que sempre estarão presentes. Com o objetivo de aumentar a qualidade e a segurança do pescado brasileiro, o País se engajou em diferentes formas de cooperações com outros países para o intercâmbio de conhecimentos e também para a incorporação de novas tecnologias no setor aquícola.
O País vem registrando um aumento no consumo de pescado. Em sua opinião, qual a explicação para esse aumento? Eduardo Lopes Durante muitos anos, o consumo de pescado no Brasil sofreu com duas questões principais – o elevado custo do pescado para a maioria da população e a “marginalização” que o consumo de pescado sofria em função de problemas associados à sua salubridade. Entretanto, nos últimos anos, com a melhoria da renda de grande parte da população brasileira, um novo contingente de consumidores passou a poder acessar o produto “pescado”. Assim, sendo reconhecida pela Organização Mundial da Saúde – OMS – como a proteína animal mais saudável de todas as proteínas animais, passou a frequentar, de forma relativamente rotineira, o cardápio das famílias brasileiras e o consumo em bares e restaurantes por todo o Brasil. Entretanto, o mercado de comercialização do pescado apresenta uma característica bastante diferenciada em relação aos mercados de outras proteínas animais, como de porco, o de frango e o de gado – a abundância de espécies existentes, com ampla variedade de gostos completamente diferentes entre si. Assim, grandes na-
ções produtoras de pescado no mundo, apesar de produzirem uma quantidade substancial do produto e, em alguns casos, uma grande variedade, nunca serão capazes de satisfazer seu mercado consumidor em relação a espécies que simplesmente não podem ser produzidas ou capturadas em seu território. No caso do Brasil, a importação tradicional de bacalhau e de salmão exemplifica bem essa nuance bastante especial do setor de proteína de peixe frente às outras proteínas animais. No que se refere à sanidade pesqueira, muito se evoluiu nos últimos anos, principalmente por meio de ações conjuntas entre o Ministério da Pesca e Aquicultura e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A atuação mais eficaz em relação à fiscalização sanitária, em coordenação com órgãos estaduais, propiciou elevação significativa nas condições de higiene, manuseio e apresentação do pescado nos diversos pontos do Brasil.
Iniciativas como o caminhão do peixe podem ajudar a melhorar o consumo de pescados? Eduardo Lopes A comercialização de pescado no Brasil sofre muito com os processos intermediários, que aumentam o preço do produto final, reduzem o valor repassado ao produtor e também afetam sua qualidade e forma de apresentação. O “caminhão do peixe” é uma importante ferramenta na cadeia de comercialização do pescado oriundo da pesca artesanal e da aquicultura familiar. Como o pescado é uma proteína sensível e de rápida decomposição, é necessária uma série de cuidados, desde a captura ou despesca até a aquisição do produto pelo consumidor final. O caminhão do peixe evita que a cadeia de frio seja interrompida, prolongando a vida útil do produto, contribuindo para ofertar um produto com mais qualidade ao consumidor final e associando um preço mais baixo para a venda a uma melhor remuneração do produtor.
A pesca e a aquicultura podem ser alternativas para garantir a segurança alimentar? Eduardo Lopes Quando se fala em “segurança alimentar e nutricional” é inegável que estamos falando também, e principalmente, do pescado. Um estudo do Comitê das Nações Unidas para a Segurança Alimentar Global (CSA/FAO) aponta que os pescados são fonte primária de proteína e nutrientes essenciais, sendo considera-
dos um alimento de alta qualidade nutricional e que promove saúde. Os pescados, quando incluídos nas dietas das populações de baixa renda (incluindo gestantes e crianças), contribuem para a redução da fome e da má nutrição e para a promoção de modos de vida mais saudáveis. No âmbito desse comitê, foi recomendado tornar a pesca elemento integrante das políticas e dos programas nacionais intersetoriais, com atenção especial para a promoção da produção de pequena escala e para os arranjos locais. No caso particular do Brasil, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que, no ano de 2013, atingiu o montante de R$ 58 milhões, a inclusão do pescado na alimentação escolar é um exemplo concreto da associação do pescado à segurança alimentar e nutricional.
Como o ministério está trabalhando a interiorização da produção de pescados? Eduardo Lopes A interiorização da produção de pescados se dá basicamente por meio da “Política Nacional de Implementação de Parques Aquícolas Continentais”. Essa implementação ocorre em reservatórios de usinas hidrelétricas. O Brasil conta com mais de 250 reservatórios aptos para o desenvolvimento da aquicultura. Em 2013, novos parques aquícolas foram implementados em 13 estados de todas as regiões do País. Por meio de licitação ou concorrência pública, o governo federal ampliou o acesso dos aquicultores a águas públicas a partir da oferta de 900 hectares de áreas aquícolas. Até meados de 2014, foram lançados novos editais para a oferta de mais 226 áreas destinadas à criação de pescado. Além disso, é incentivada a implementação de viveiros escavados para o cultivo de pescado. Esses incentivos incluem o fornecimento de máquinas para a escavação dos tanques (cedidas às prefeituras ou aos consórcios de municípios), o fomento à capacitação técnica e o fornecimento de apoio aos produtores para facilitar o acesso a créditos com juros mais baixos.
Como funciona esse processo de cessão das águas públicas? Eduardo Lopes O Ministério da Pesca e Aquicultura autoriza a implantação de projetos aquícolas em águas públicas mediante a cessão dessas águas, por meio de licitações ou concorrências públicas, com o objetivo de PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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entrevista
Competitividade é a palavra-chave tanto para um fluxo salutar de pescados brasileiros no mercado doméstico quanto sua exportação.
aproveitá-las para a produção de pescado (aquicultura). Em termos legais, o instrumento de cessão se faz necessário na medida em que as águas são um recurso natural de domínio público, de valor econômico, essencial à vida. A regulação do uso desse bem cabe ao governo federal. Existem basicamente duas possibilidades de utilização de águas públicas – de forma onerosa ou de forma não onerosa. As licitações estão associadas à cessão das chamadas “Áreas Aquícolas Onerosas”, ou seja, em que há custos de aquisição para o produtor interessado. Essas áreas são destinadas à produção econômica em média ou grande escala. As “Áreas Aquícolas Não Onerosas” são oferecidas por meio de concorrência pública e cedidas, sem custos, para a produção de pescado em pequena escala ou para fins de aquicultura familiar. Vale ressaltar que mais de 92% das áreas cedidas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura são não onerosas, ou seja, sem custos e destinadas a aquicultores familiares ou a moradores de comunidades tradicionais e ribeirinhas.
A indústria pesqueira nacional reclama da entrada de pescados de outros países a preços mais baixos que o produzido no Brasil. Como o ministério pode ajudar a reverter essa situação? Eduardo Lopes Competitividade é a palavra-chave tanto para um fluxo salutar de produtos pesqueiros brasileiros no mercado doméstico quanto para sua exportação. Nesse sentido, diversas ações vêm sendo implementadas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura 42
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com o objetivo de aumentar a competitividade do pescado produzido no Brasil, principalmente no que diz respeito à sua equivalência tributária em relação às outras proteínas animais. No âmbito do “Plano Brasil Maior”, o governo federal tem buscado a inovação e o adensamento produtivo do parque industrial, objetivando ganhos sustentados da produtividade do trabalho, inclusive no segmento dos organismos aquáticos. Na área creditícia, temos o lançamento do “Plano Safra da Pesca e Aquicultura”, que organizou as políticas econômicas voltadas à cadeia produtiva, com o objetivo de ampliar a efetividade das ações governamentais e o desenvolvimento por meio de medidas de estímulo à competitividade e ao empreendedorismo. Esse plano prevê investimentos de R$ 4,1 bilhões para expandir a aquicultura, modernizar a pesca e fortalecer a indústria e o comércio pesqueiros. Temos ainda o “Programa de Subvenção ao Preço do Óleo Diesel”, que oferece combustível mais barato ao pescador profissional que seja proprietário ou arrendatário de embarcações pesqueiras. Com o benefício, o pescador pode adquirir o óleo diesel livre de ICMS e com auxílio pecuniário do governo federal, que chega a até 25%, para equalizar a diferença de preço do nacional frente ao internacional.
O Brasil tem potencial para alavancar a exportação de pescados. Quais seriam as alternativas para aumentar o volume de negócios com o mercado externo? Eduardo Lopes A exportação de pescado passa obrigatoriamente pela competitividade do produto nacional para atingir os mercados externos. Além disso, o MPA tem procurado participar, de forma rotineira, das principais feiras internacionais, com o objetivo de prover um espaço negociador a empresários brasileiros, para que possam divulgar seus produtos. Segundo os empresários que vêm participando rotineiramente desses eventos internacionais, as espécies com constante demanda negociadora têm sido: atum, dourado, meca, ova de voador, peixe sapo (tamboril), peixe-galo, arraia, corvina, castanha, cavalinha, pargo, pitu, peixe-espada, ariacó, pescada, tilápia, lagosta, rã e camarão. Nesse processo de divulgação do pescado brasileiro no exterior, é importante ressaltar o diferencial que as espécies nativas possuem em termos de colocação no mercado internacional, bem como seu elevado valor frente a outros pescados tradicionais.
Por Adão Pinheiro
The fish’s takeoff The Minister of Fishery and Aquaculture, Eduardo Lopes, highlights in the interview the strategies for the country to substantially increase its production of fish in extractive, artisanal and industrial fishing as in aquaculture as well. But it is in the aquatic organisms farming, Lopes points out, that lies the great potential of Brazil, and Brazilian native species constitute the asset to compete in the international market with products of higher added value. “The territorial extension of Brazil has unique characteristics that allow the development of a sustainable fishing activity along its coast as well as the climatic variety and availability of fresh water, a great and true potential for the development of aquatic organisms farming. The activity of fishing and aquaculture has also a unique feature compared to other production of animal protein – a high social and economic importance for a huge number of workers, enabling social inclusion and improving income levels. In the case of capture fishing, the increased production is associated to an improvement of productivity linked to the sustainability of resources over the years. In the case of aquaculture, it has been growing at an accelerated and continued rate over the last years. Aquaculture accounts for approximately 40% of national production and it is estimated that domestic aquaculture production reaches 1.3 million tons in 2014, an increase of about 30%. From 2010 to 2013, fish production in the country has more than duplicated, passing from 480,000 tons to about 1 million tons. Brazil has a huge potential in aquaculture. If we use only 0.5% of the water available only in our reservoirs, we have the capacity to produce 20 million tons of fish per year. It is ten times more than the entire current production throughout the country, including the capture fishing. One of the major public policies developed for the aquaculture sector has been the granting of the use of public waters. It is estimated that the assignment of these areas will result in an increase of the production in more the 210,000 tons of fish per year and create around 10,000 jobs”.
El crecimiento de los pescados El ministro de Pesca y Acuicultura, Eduardo Lopes, destaca en la entrevista las estrategias para que el país aumente su producción de pescado de manera exponencial, tanto en pesca extractiva, artesanal e industrial, cuanto en la acuicultura. Pero, es en el cultivo de organismos acuáticos, dice Lopes, que se encuentra el gran potencial de Brasil, y las especies nativas son el diferencial de Brasil para competir en el mercado internacional con productos de mayor valor agregado. “Brasil, por su extensión territorial, tiene características únicas que permiten el desarrollo de una actividad pesquera sostenible a lo largo de su costa; así como la variedad climática y la disponibilidad de agua dulce, un gran y real potencial para el desarrollo del cultivo de organismos acuáticos, especialmente, el cultivo de peces. La actividad de la pesca y la acuicultura también tiene una característica única en comparación con otro tipo de producción de proteínas de origen animal – elevada importancia social y económica para un gran número de trabajadores en las regiones, lo que permite la inclusión social, la mejora de los niveles de ingresos, entre otros aspectos económicos y socio integradores. En el caso de la pesca extractiva, el aumento de la producción se asocia con una mejora de la productividad vinculada a la sostenibilidad de los recursos a lo largo de los años. Ya en el caso de la acuicultura, crece a un ritmo acelerado y continuo en los últimos años. La acuicultura representa aproximadamente el 40% de la producción nacional y se estima que la producción acuícola nacional alcance, en 2014, 1,3 millones de toneladas, un aumento de alrededor del 30%. De 2010 a 2013, la producción de pescado en el país ha crecido bastante, pasando de 480 mil toneladas a alrededor de 1 millón de toneladas. Brasil tiene un enorme potencial en la acuicultura. Una de las principales políticas públicas desarrolladas para el sector de la acuicultura ha sido la concesión de uso de aguas públicas. Se estima que la donación de estas áreas resulte en el aumento de la producción en más de 210 mil toneladas de pescado al año y en la creación de alrededor de 10 mil puestos de trabajo”.
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Tainhas com ova no Mercado Público de Itajaí (SC)
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Victor Carlson
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opinião
A aquicultura é uma das atividades zootécnicas que mais tem crescido nos últimos anos. Desempenha papel importante para a alimentação humana, com a disponibilidade de proteína de origem animal diferenciada, devido à sua alta qualidade nutricional. No cenário mundial, pela primeira vez, as estimativas indicam que as pessoas estão consumindo mais peixes provenientes das fazendas de criação do que da pesca extrativa. E a produção mundial de proteína animal da aquicultura ultrapassou a produção mundial de carne bovina. Nesse contexto, o Brasil, que detém aproximadamente 12% da água doce do mundo, uma grande extensão territorial e um litoral de mais de 8 mil quilômetros, possui enorme potencial para o desenvolvimento da aquicultura, assim como é responsável pela gestão dessa produção com sustentabilidade social, ambiental e econômica. É um dos poucos países que possuem condições de atender, com o aumento da produção, a crescente demanda mundial de alimentos. Hoje, o País produz aproximadamente 1 milhão de toneladas de pescado (peixes, camarões e moluscos bivalves) oriundo da aquicultura. No entanto, segundo as perspectivas da FAO, o Brasil poderá se tornar um dos maiores produtores de pescado do mundo, alcançando produção aquícola anual de 20 milhões de toneladas até o ano de 2030. Para isso, o governo federal, por meio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), estabeleceu políticas consistentes e sustentáveis para estimular a criação de pescado, seja na aquicultura continental ou marinha, com ações de apoio à organização da cadeia produtiva, ao desenvolvimento da aquicultura nas propriedades rurais e ao aproveitamento de grandes reservatórios públicos para a atividade. Nesse mesmo sentido, o MPA tem buscado avançar na adequação 46
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Divulgação
Aquicultura: uma nova fronteira para a proteína animal
Adalmyr Morais Borges Diretor de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura (Ministério da Pesca e Aquicultura)
de uma legislação específica para o setor, na oferta de programas específicos de assistência técnica e extensão aquícola, no apoio aos arranjos produtivos existentes e na ampliação dos instrumentos e das linhas de créditos junto aos aquicultores. Outro aspecto são os investimentos em infraestrutura pesqueira e aquícola em parceria com estados e municípios, como a implantação de sistemas de produção, unidades de beneficiamento de pescado e unidades de produção de formas jovens. Dessa forma, a aquicultura abre uma grande fronteira de oportunidades para o Brasil.
Produção Mundial de 1950 a 2010 (em milhões de toneladas)
Global Production (Million tons) Producción mundial (en millones de toneladas) 70 60 50 40
Bovinos Bovinos Cattle
30 20
Aquicultura Acuicultura Aquaculture
10 0 1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Aquaculture: a new frontier for the production of animal protein Aquaculture is one of the zootechnical activities with the major growth over the past few years, playing a significant role in human consumption, with the availability of a distinguished animal protein due to its high nutritional quality. For the first time in the global scenario, estimates indicate that people are consuming more fish from fish farming than from extractive fishery. Furthermore, the global production of aquaculture animal protein exceeded the global production of beef. In this context, Brazil – which holds around 12% of the world’s fresh water and a coastline longer than 4,970 miles –, has high potential for the development of aquaculture, as well as the responsibility to manage this production within the social, environmental and economic sustainability perspective. Today Brazil produces about 1 million tons of fish (fish, shrimp and bivalve molluscs) from aquaculture. However, according to FAO perspectives, Brazil could become one of the largest fish producers in the world, reaching an annual aquaculture production of 20 million tons by the year of 2030. For this, the Federal Government, through the Ministry of Fishery and Aquaculture (MPA), established consistent and sustainable policies to stimulate the creation of fish, along with actions to support the production chain, for the development of aquaculture in rural properties and use of large public reservoirs for the activity. In the same sense, the MPA has been seeking to advance the appropriateness of a specific legislation for that sector, by offering specific programs of technical assistance and aquaculture extension. Another aspect concerns the investment in fishing and aquaculture infrastructure with States and municipalities partnerships, such as the implementation of production systems, fish processing units and units of production of juveniles. Adalmyr Morais Borges
Acuicultura: una nueva frontera para la producción de proteína animal La acuicultura es una de las actividades zootécnicas que más ha crecido en los últimos años, jugando un papel importante para la alimentación humana, con la disponibilidad de proteína animal diferenciada por su alta calidad nutricional. En el escenario mundial por primera vez estudios indican que la gente está consumiendo más pescados provenientes de granjas que de pesca extractiva. Y la producción mundial de proteína animal de la acuicultura ha superado la producción mundial de carne vacuna. En este contexto Brasil tiene un enorme potencial para el desarrollo de la acuicultura, así como la responsabilidad de gestión de esta producción con sostenibilidad social, ambiental y económica. Siendo uno de los pocos países que tiene condiciones para atender, con el aumento de la producción, la creciente demanda mundial de alimentos. Actualmente el país produce cerca de 1 millón de toneladas de productos del mar (pescado, camarones y moluscos bivalvos) provenientes de la acuicultura. Para ello, el Gobierno Federal estableció políticas consistentes y sostenibles para estimular la creación de pescado, ya sea en la acuicultura continental o marina, con acciones de apoyo a la organización de la cadena productiva, al desarrollo de acuicultura en propiedades rurales y al aprovechamiento de grandes embalses públicos para la actividad. En el mismo sentido, el MPA ha tratado de avanzar en la adecuación de una legislación específica para el sector, en la oferta de programas específicos de asistencia técnica y extensión de la acuicultura, en el apoyo a los acuerdos de producción existentes y en la ampliación de los instrumentos y líneas de créditos junto a los piscicultores. De esa manera, la acuicultura abre una gran frontera de oportunidades para Brasil.
Director of Aquaculture Planning and Management Ministry of Fishery and Aquaculture
Adalmyr Morais Borges Director de Planificación y Ordenación de la Acuicultura Ministerio de la Pesca y Acuicultura
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Ueslei Marcelino / MPA
Panorama
O pirarucu é uma das espécies nativas com maior potencial de inserção no mercado internacional
Seleção nacional O Brasil ainda carece de tecnologias de cultivo para explorar o potencial de espécies nativas
A
aquicultura no Brasil é secular, mas foi estabelecida a partir de espécies exóticas, como as carpas e o black bass. O desenvolvimento de técnicas e tecnologias para o cultivo de espécies nativas é recente, e ainda há muito a evoluir, especialmente no que diz respeito à reprodução artificial, ao melhoramento genético e às necessidades nutricionais. Um dos melhores exemplos dessa cadeia produtiva é o cultivo da tilápia, peixe exótico que é a grande aposta do País para os próximos anos e que responde por metade da produção nacional em tanques. Segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), essa cultura cresce em média 17% ao ano. E a estimativa do órgão é que o cultivo de tilápia alcance uma produção de aproximadamente 700 mil toneladas em 48
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2014, ou seja, quase 200% de crescimento em relação a 2011, quando foram registradas 253,8 mil toneladas. Entre as espécies nativas, o campeão de produção – e o segundo no ranking da piscicultura nacional – é o tambaqui, com 111,1 mil toneladas em 2011. Em seguida vem o tambacu, com 49,8 mil toneladas. O pacu, com 21,7 mil toneladas, só aparece depois de outra espécie exótica, a carpa (38,1 mil toneladas). Em relação à piscicultura marinha, de produção ainda incipiente no País, a espécie com maior potencial para desenvolvimento é o bijupirá, que, de acordo com o MPA, já tem tecnologia de cultivo estabelecida. Outros exemplos de espécies que vêm sendo sistematicamente estudadas são o robalo- peva e o robalo-flecha, além do linguado.
Por Wendel Martins
Roraima Amapá
Pará Maranhão Amazonas Piauí
Espécies nativas da piscicultura continental (em toneladas)
Tambaqui 111.084 Tambacu 49.818 Pacu 21.689
Acre
Tocantins Rondônia
Bahia
Mato Grosso Goiás
Distrito Federal
Legenda Pintado Tambaqui Pirarucu
Mato Grosso do Sul
Rio Grande do Sul
Tambatinga 14.326 Pirapitinga 9.858 Pintado 8.824 Curimatã 7.143 Bagre 7.048 Matrinxã 5.702 Fonte: Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura 2011/MPA
National selection Aquaculture in Brazil is secular, but it was created from exotic species. The development of techniques and technologies for the farming of native species is recent and still there is a lot to be improved, especially regarding the artificial reproduction, genetic improvement, and nutritional needs. The more advanced farming is of the following native fishes: tambaqui, tambacu, pacu, and tambatinga, but there is a large potential market for pirarucu as well.
Selección nacional La acuicultura en Brasil es secular, pero se estableció a partir de especies exóticas. El desarrollo de técnicas y tecnologías para el cultivo de especies nativas es reciente, y todavía hay mucho que mejorar, sobre todo en lo que respecta a la reproducción artificial, mejoramiento genético y necesidades nutricionales. Las crías más avanzadas de peces nativos son de tambaqui, tambacu, pacu y tambatinga. PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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opinião
Roraima, como um estado novo, com logística de produção muito difícil, com uma única estação de alevinagem, com a ração mais cara do Brasil, sem assistência técnica e mão de obra qualificada, sem escala de produção, sem a existência de um programa de biossegurança, se colocaria como última opção saudável para investimento em piscicultura. Todos esses gargalos, ao contrário, serviram de estímulo e motivação para que eu fizesse diferente, desenvolvendo um novo modelo de piscicultura para a Amazônia: a criação de peixes em açudes, com baixo custo de implantação, produção e mão de obra. Ao meu lado, está o fato de Roraima ter a melhor água do Brasil, devido a suas características únicas de alcalinidade e dureza, o que gera um efeito tampão para a criação de peixes. Houve a necessidade de trabalhar toda a cadeia produtiva da piscicultura, com a definição de oito setores estratégicos de atuação: reprodução de alevinos; fábrica de ração; tecnologia e inovação; financiamentos; frigorífico; assistência técnica e qualificação de mão de obra; gestão e controle e parcerias com setores públicos. Atuamos na piscicultura há 14 anos e possuímos aproximadamente 1.400 hectares (ha) de lâmina d’água, com produção estimada de 11 mil toneladas de tambaqui, matrinchã e pirarucu ao ano. A meta é atingirmos 3.000 ha em 2018. Foi inaugurada, em 2009, a Fábrica de Rações Criação, com capacidade inicial de 1.200 t/mês, que agora está sendo ampliada para 6.000 t/mês, em um processo 100% automatizado. Para a redução de custos, também foi implantada uma esmagadora de soja, com capacidade de 1.200 t/mês. A consolidação de toda a cadeia produtiva virá com a implantação de um frigorífico. O Selo de Inspeção Federal (SIF) já está aprovado. O frigorífico terá insta50
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Divulgação
Roraima: a revolução silenciosa da piscicultura na melhor água do Brasil
Aniceto Wanderley Presidente da Fábrica de Rações “Criação”
lações modernas, equipamentos de alta tecnologia e rígido controle sanitário. A nossa meta é ajudar a consolidar a cadeia produtiva do peixe em Roraima e possibilitar a estruturação dos pequenos produtores no estado, além de alcançar o mercado internacional. O Centro Tecnológico de Aquicultura (CTA), inaugurado em 2013, com 31 ha para pesquisa e inovação nas áreas de melhoramento genético, nutrição, reprodução, sanidade, qualificação de mão de obra e assistência técnica, já está em plena atividade, com parcerias com a Embrapa Pesca e Aquicultura para reprodução de pirarucu e com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFERR) para qualificação de mão de obra.
O Centro Tecnológico de Aquicultura (CTA) trabalha, em parceria com a Embrapa Pesca e Aquicultura, na reprodução do pirarucu.
Roraima: the silent revolution of fish farming on Brazil’s best waters Roraima as a new state, counts with a very difficult production logistic, with a single fish fingerlings station, the most expensive ration in Brazil, no technical assistance or skilled labor and lack of a biosecurity program, which means that it would be the last option for investment in fish farming. All these limitations served as encouragement for me to develop a new model for fish farming for the Amazon area, raising fish in ponds with low implementation costs, production and labor. As a natural help, I had the fact that Roraima has the best water in Brazil, because of physical and natural characteristics, creating a fostering effect for fish farming. It was necessary to work the entire aquaculture production chain, setting eight strategic areas of activity: fingerlings reproduction; feed mill; technology and innovation; financing, cold storage; technical assistance and manpower qualification; management and control; and, partnerships with public sectors. We have been engaged in fish farming for 14 years and own about 1.400ha water depth with an estimated production of 11 thousand tons per year of tambaqui, matrinchã and arapaima. The goal is to achieve 3.000ha in 2018. In 2009, Rações Criação ration factory was opened with an initial capacity of 1,200 t/month, which is now being expanded to 6,000 t/month in a 100% automated process. In order to reduce costs, a soybean crusher with the capacity of 1,200 t/month had been also deployed. The consolidation of the entire supply chain will occur with the implementation of a cold storage. The quality seal from the Federal Inspection Service (SIF) has already been approved. The Aquaculture Technology Center (CTA), inaugurated in 2013, with 31ha is already in fully operating, counting with partnerships with EMBRAPA Fishery and Aquaculture and the Federal Institute of Education, Science and Technology of Roraima (IFRR) in the manpower qualification.
Roraima: la revolución silenciosa de la piscicultura Roraima como una provincia nueva, con una logística de producción muy difícil, con una sola estación de alevinaje, con la ración más cara de Brasil, sin asistencia técnica y mano de obra calificada de producción, sin escala de producción y la ausencia de un programa de bioseguridad, se situaría como la última opción saludable para la inversión en piscicultura. Todas estas dificultades sirvieron de estímulo y motivación para que hiciera las cosas de manera diferente, desarrollando un nuevo modelo de piscicultura en la Amazonia, la cría de peces en estanques con bajo costo de implementación, producción y mano de obra. Sumando a eso, un factor positivo importante es el hecho de Roraima tener la mejor agua de Brasil, debido a características de alcalinidad y dureza únicas, más de 40, creando un efecto de amortiguación a la cría de los peces. Nos dedicamos a la piscicultura desde hace 14 años y tenemos alrededor de 1.400ha de profundidad del agua con una producción estimada de 11mil toneladas por año de tambaqui; matrinchã y pirarucu. El objetivo es lograr 3.000ha en 2018. En 2009, se inauguró la fábrica de raciones Criação con una capacidad inicial de 1.200 toneladas al mes, que ahora se está ampliando a 6.000 toneladas al mes en un proceso automatizado al 100%. Para la reducción de costes también se implementó un triturador de sojas con capacidad de 1.200 toneladas al mes. La consolidación de toda la cadena de producción vendrá con la implementación de un frigorífico. El sello de la Inspección Federal (SIF) ya está aprobado. El frigorífico contará con instalaciones modernas y equipos de alta tecnología y un rígido control sanitario. El Centro Tecnológico de Acuicultura (CTA), inaugurado en 2013, con 31ha para investigación, ya está en plena actividad con asociaciones con EMBRAPA Pesca y Acuicultura en la reproducción de pirarucu y con el Instituto Federal de Educación, Ciencia y Tecnología Roraima (IFERR) en la cualificación de la mano de obra. Aniceto Wanderley
Ancieto Wanderley President of Plant Industry and Trade “Rações Criação”
Presidente de la Fabrica Industria y Comercio “Rações Criação”
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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saúde
coma peixes e frutos do mar Além de saboroso, o pescado é extremamente saudável, sendo recomendado seu consumo ao menos duas vezes por semana
P
eixes são ricos em gorduras insaturadas e poliinsaturadas e contêm pouquíssimo colesterol. O consumo dessas gorduras é extremamente importante para a prevenção de doenças como osteoporose e Alzheimer. O benefício mais conhecido do consumo aparece no sistema cardiovascular. Pescados combatem a hipertensão, diminuem o risco de acidente vascular cerebral e baixam o colesterol e os triglicérides, devido à grande quantidade de Ômega-3. Esta substância diminui a agregação das plaquetas (evitando a formação de coágulos), tem ação anti-inflamatória e também desacelera a produção do LDL, chamado de “colesterol ruim”. Robalo, namorado, salmão, bacalhau, pintado, truta, atum, sardinha e arenque são especialmente ricos em Ômega-3. Há uma infinidade de outros fatores positivos: formação da pele, dos cabelos e das unhas; prevenção da osteoporose; redução do risco de Alzheimer; melhoria da ansiedade e das alterações do sono, graças à presença de minerais como cálcio, magnésio, e ferro, além da presença de vitaminas, em especial as do grupo B, e, em menor quantidade, as vitaminas A e D; entre outros fatores. Os crustáceos também são ricos em proteínas, porém contêm uma quantidade maior de colesterol quando comparados com os peixes. O camarão tem propriedades no combate à artrite e à artrose, graças à glicosamina. Os moluscos contêm pouca gordura e pouco colesterol, boa quantidade de ferro e bastante zinco. Dietas pobres em zinco podem estar relacionadas à redução da força e da coordenação muscular, à baixa motivação e à maior predisposição para depressão. A ostra também tem boa quantidade de cobre, Ômega-3 e Ômega-6. O polvo é rico em vitaminas A e B e taurina (antioxidante). 52
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Benefits of fish consumption The most known benefit of consumption appears in the cardiovascular system. Fish fight hypertension, reduce the risk of stroke and lower cholesterol and triglycerides, due to the large amount of Omega 3 and other unsaturated and polyunsaturated fats. There are a plenty of other positive factors: formation of skin, hair, and nails, prevention of osteoporosis, decreased risk of Alzheimer’s, decrease of anxiety and sleep disorders, thanks to the presence of minerals and vitamins, especially the B group, and vitamins A and D, both in smaller quantities.
Beneficios del consumo de pescado El beneficio más conocido de consumo aparece en el sistema cardiovascular. Comer pescados ayuda a combatir la hipertensión, disminuye el riesgo de accidente cerebrovascular y reduce el colesterol y los triglicéridos, debido a la gran cantidad de Omega 3 y otras grasas insaturadas y poliinsaturadas. Hay muchos otros factores positivos: la formación de la piel, del pelo y de las uñas, la prevención de la osteoporosis, disminución del riesgo de enfermedad de Alzheimer, la mejora de los trastornos de ansiedad y del sueño, gracias a la presencia de minerales y vitaminas, especialmente del grupo B, y menos cantidad, vitaminas A y D.
Joff Lee / Arquivo MPA
Os peixes possuem todos os aminoácidos essenciais para o crescimento e manutenção de um corpo saudável PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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Ueslei Marcelino / MPA
Panorama
A produção nacional de rações, no primeiro semestre de 2014, foi de 386 mil t para peixes e 44 mil t para camarões
Patrick Grosner/Arquivo MPA
Elos fortes O crescimento da aquicultura e da competitividade do setor depende do fortalecimento e da integração de todas as partes da cadeia produtiva
O Pesca de atuns e de outras espécies de águas profundas exige modernização da frota pesqueira nacional
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Brasil apresenta imenso potencial de crescimento na pesca e na aquicultura. No entanto, para que as potencialidades brasileiras sejam, de fato, aproveitadas, é preciso intensificar os esforços para que a cadeia produtiva se torne mais competitiva, integrada e sustentável. Isso significa um aprofundamento das relações entre os diversos elos que a integram em elevada interdependência. A cadeia é formada pelos segmentos de insumos e serviços, sistemas produtivos, setores de transformação, de comercialização e de consumo, além dos ambientes organizacionais e institucionais e da pesquisa científica.
Oportunidades
Obstáculos ao fortalecimento da aquicultura e da pesca são diversos, mas, diante do potencial brasileiro, significam também oportunidades de crescimento. Essa é a opinião defendida pelos economistas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Ueslei Marcelino/Arquivo MPA
Na base da estrutura, as rações representam uma questão relevante, antes de tudo por serem responsáveis por cerca de 50% dos custos de produção. Mas não é só isso. A qualidade da alimentação é crucial para o desenvolvimento de espécimes maiores e mais resistentes às moléstias, assegurando aos produtores uma melhor relação custo/benefício. A melhoria das rações utilizadas no Brasil tem sido substancial, contribuindo inclusive para a redução relativa de seus preços – hoje, em comparação com uma década atrás, quando representavam quase 70% dos custos totais, estão mais adequadas às exigências nutricionais de cada espécie, o que permite ao produtor estabelecer dietas eficazes para o ganho de peso animal, com utilização de menores quantidades de insumos. A evolução deve-se, em grande medida, à adoção de técnicas eficazes de processamento, como no caso das dietas por extrusão, em que há cocção da ração, e à criação de tipos diferenciados de alimentos que podem ser utilizados de modo específico nas diversas fases de desenvolvimento dos peixes. Entretanto, os ganhos têm sido comprometidos em razão da insuficiente integração da cadeia produtiva – por exemplo, a soja, matéria prima da ração, é prioritariamente destinada à exportação, e os preços internos sobem ao sabor do câmbio e da demanda internacional (a soja é cotada pela Bolsa de Chicago), não havendo tratamento diferenciado para a aquicultura. Outro fator limitante é a ainda insatisfatória relação entre os grandes fabricantes e a comunidade acadêmico-científica, cuja produção teórica pode contribuir de forma mais robusta para a produção de novas variedades de ração, mais baratas e eficientes, especialmente em relação às espécies nativas, como a tilápia, ainda pouco exploradas pelos piscicultores se comparando ao uso majoritário de espécies exóticas. De todo modo, com a expansão da aquicultura brasileira, que deverá ficar em torno de 10% em 2014, o segmento estima crescimento de 4,9% para peixes e 5% para camarões, em relação a 2013, quando a produção passou de 730 mil toneladas. No primeiro semestre de 2014, a produção de rações alcançou 430 mil toneladas.
Frigorífico em Porto Velho (RO) é exceção na Região Norte, onde a falta de câmaras frias causa a perda de 30% da produção local
(BNDES) Luiza Sidonio, Isabel Cavalcanti e Rafael Mungioli ao analisarem as perspectivas da aquicultura brasileira. Persistem entraves como “demora na obtenção de licenças, carência de assistência técnica, falta de padronização da produção, manejo inadequado, insuficiência de pacotes tecnológicos e grande necessidade de capital de giro por parte da maioria dos estabelecimentos produtores”, os quais são, em sua maioria, de pequeno porte. De acordo com o estudo do BNDES, a cadeia produtiva da pesca e aquicultura precisa se espelhar nas cadeias que sustentam a produção das carnes mais consumidas pelos brasileiros – bovinas, suínas e de aves –, que já atingiram um padrão invejável de competitividade internacional. Grande impulso ao setor será dado se as maiores empresas nacionais que processam proteína animal se interessarem pelo pescado. Para que isso venha a ocorrer, é imprescindível maior profissionalização do setor. A mesma opinião é defendida pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Pesca da Federação das Indústrias de São Paulo (Compesca), coordenado pelo administrador Roberto Imai. Criado em 2011 exatamente para disseminar a percepção sobre a importância de se ter uma visão sistêmica da cadeia produtiva no setor, o Compesca procura, entre outras iniciativas, colaborar para a instituição de políticas setoriais com visão estratégica de longo prazo. E se esforça também para esclarecer produtores a respeito dos instrumentos que lhes podem ser úteis para progredir na atividade. A falta de uma visão sistêmica tem impedido maiores progressos em temas vitais para todo o complexo da pesca e aquicultura. É o caso da desoneração tributária. A isenção dos tributos PIS e Cofins, estabelecida em janeiro de 2013, por exemplo, beneficia apenas parte da caPANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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Panorama Arquivo MPA
Strong links
A indústria de beneficiamento é um elo importante para agregar valor à produção nacional de pescados
deia. O segmento de rações segue com alta tributação, o que acarreta impactos sobre os demais elos da produção. E, sem uma política consolidada de longo prazo, que estimule a pesca industrial nacional, o país segue com elevada importação. De acordo com Vanildo Oliveira, engenheiro de pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o país precisa investir pesado na pesca oceânica, ainda mais que quase todos os estoques de plataforma hoje se encontram no perigoso nível de sobrepesca. “Temos um potencial imenso, principalmente com relação à pesca do atum. O governo tem um bom programa, o Profrota Pesqueira, mas precisa reduzir a burocracia, para que um número maior de pessoas possa acessá-lo”, explica Vanildo. Para o engenheiro de pesca da UFRPE, uma metodologia de pesca sustentável precisa contemplar, também, a resolução de dois outros obstáculos: a excessiva concentração de entrepostos pesqueiros em poucos locais e as estruturas deficientes e insuficientes de recepção e acondicionamento do pescado. “Sem isso, fica difícil fazer com que uma cadeia de produção alcance o País inteiro e seja capaz de atuar com eficiência e rapidez, multiplicando os negócios e evitando o desperdício, que hoje é bem expressivo”, relata. Em alguns casos, como na Região Norte do País, a escassez de câmaras frigoríficas chega a provocar a perda de mais de 30% da produção. O Brasil detém recursos para se tornar um grande player mundial na produção de pescado. Aperfeiçoar os elos da cadeia produtiva é o caminho a ser percorrido.
Por Flávio Cardozo Jr.
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Brazil needs to make greater efforts to become more competitive, integrated and sustainable in the supply chain. That means an increase in the relations between the many links that integrates that, in a high interdependence. At the base of the structure, rations are a relevant issue; they represent about 50% of the production costs. The improvement of rations used in Brazil has been proved substantial, even contributing to the relative reduction of their prices – nowadays they are better suited to the nutritional requirements of each species, in comparison to a decade ago, when accounted for almost 70% of the total costs. A limiting factor is still unsatisfactory relationship between the major manufacturers and the scientific community. Another issue is the lack of a systemic view. This is the case of tax exemption. The exemption of PIS and COFINS, established in 2013, relies only in part of the production chain. The ration segment has a high taxation.
Fuertes vínculos Brasil necesita intensificar los esfuerzos para que la cadena productiva se vuelva más competitiva, integrada y sostenible. Esto significa una profundización de las relaciones entre los distintos eslabones que la integran en alta interdependencia. En la base de la estructura, las raciones son muy relevantes, pues representan alrededor del 50% de los costes de producción. Además, la calidad de la alimentación es fundamental para el desarrollo de los especímenes más grandes y más resistentes a las enfermedades, asegurando a los productores una mejor relación costo/beneficio. Un factor limitante es todavía la insatisfactoria relación entre los principales fabricantes y la comunidad científica, cuyas investigaciones pueden contribuir a la producción de nuevas variedades de raciones, más baratas y eficientes, especialmente en relación a las especies nativas. Otro problema es la falta de una visión sistémica. Este es el caso de la reducción de impuestos. La exención de tributos PIS y Cofins, establecida en 2013, beneficia solo una parte de la cadena. El segmento de raciones sigue con altos impuestos, resultando impactos en otros eslabones de la producción.
bikeriderlondon/Shutterstock.com
O Brasil ainda busca tecnologia para a pesca oceânica de atum, uma das espécies de maior valor no comércio internacional
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caso de sucesso Divulgação
Presente da ciência A piscicultura AquaPorto investe no melhoramento de alevinos e cresce em média 50% ao ano
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oi graças à experiência com a suinocultura que o empresário Jorge Vieira Barbosa, fundador da AquaPorto Piscicultura, encontrou a resposta para qualificar sua produção de matrizes de tilápias às margens do reservatório de Furnas, em Alfenas (MG). Durante os primeiros anos do negócio, Barbosa trabalhava apenas com a produção de juvenis e adquiria alevinos de outros produtores. Porém, o desempenho abaixo do esperado o fez procurar outros fornecedores até chegar a uma conclusão: assim como na criação de suínos, em que ele trocava suas matrizes a cada ano, a solução passava pela produção própria de alevinos, além de investir no melhoramento genético dos reprodutores. Em 2007, Barbosa foi o primeiro produtor a trabalhar com a linhagem GIFT (do inglês “criação de tilápia geneticamente qualificada”), em conjunto com o responsável pela introdução e pelo melhoramento genético dessa cultura no Brasil, o professor Ricardo Pereira Ribeiro, da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Três anos depois, foi montado o primeiro laboratório de incubação de ovos, que gerou na safra 2010/2011 os primeiros alevinos provenientes do processo de incubação artificial. O novo arranjo produtivo fez a empresa decolar. Nos dois primeiros anos, o crescimento chegou a quase 600%, lembra o doutor em Zootecnia Rodrigo de Sousa, diretor técnico da AquaPorto. “No início, os principais clientes da empresa eram da região situada ao redor do Lago de Furnas, principalmente pequenos e médios produtores. Com o crescimento do mercado, a empresa continuou investindo no melhoramento genético. Como a demanda é elevada, hoje a AquaPorto cresce pelo menos 50% ao ano”, explica Sousa.
Por Fabiana Henrique
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Ovas de tilápia são retiradas para incubação artificial
Gift from science In 2007, Jorge Vieira Barbosa, entrepreneur from Aquaporto Piscicultura, pioneered the work with the GIFT strain (Genetically Improved Farmed Tilapia) along with the responsible for the introduction and breeding of this cultivation in Brazil, Professor Ricardo Pereira Ribeiro, from Universidade Estadual de Maringá (UEM). Three years later, the first laboratory of eggs incubation was built, as a result, in the harvest in 2012/2011, it generated fingerlings derived from the artificial incubation process. The company took off with the new production arrangement. In the first two years the growth of the company reached almost 600%. Today, Aquaporto grows at least 50% per year.
Regalo de la ciencia En 2007, el empresario Jorge Vieira Barbosa, de Aquaporto Piscicultura, fue pionero en el trabajo con el linaje GIFT, en conjunto con el responsable por la introducción y mejoramiento genético de este cultivo en Brasil, el profesor Ricardo Pereira Ribeiro. Tres años más tarde, se montó el primer laboratorio de incubación de los huevos, lo que ha generado en la producción de 2010/2011 alevines provenientes del proceso de incubación artificial. El nuevo modelo de producción provocó un crecimiento en la empresa. En los dos primeros años el crecimiento alcanzó casi el 600%. Actualmente crece al menos el 50% por año.
caso de sucesso
Cultura em expansão
As ostras viraram atração turística de Florianópolis (SC)
Divulgação
A Blue Water é pioneira na produção de sementes de ostras triploides, resistentes a águas mais quentes
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nica empresa do País que comercializa sementes de ostras triploides, a Blue Water está ajudando a expandir a ostreicultura para além das baías norte e sul da llha de Santa Catarina, região que responde sozinha por mais de 90% da produção nacional. “As ostras triploides sobrevivem em águas mais quentes e por isso têm interessado produtores do Sudeste e do Nordeste”, conta o engenheiro de aquicultura Eduardo da Luz. A Blue Water passou a produzir sementes de ostras triploides há dois anos, após firmar parceria com empresas chilenas. Na última safra, comercializou perto de quatro milhões de sementes, a R$ 29 o milheiro. Já as sementes da diploide Crassostrea gigas, a variedade mais cultivada na Ilha, têm preço fixado a R$ 11 o milheiro pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), única fornecedora do País. Os produtores de ostras compram a semente da Blue Water para amenizar um problema comum nos meses de janeiro e fevereiro, período de reprodução da Crassostrea gigas que acarreta na diminuição de seu tamanho, justamente quando a cidade está repleta de turistas ávidos pela iguaria. Como as triploides não se reproduzem, não sofrem essa variação de tamanho na vida adulta. Para ampliar a oferta, a Blue Water desenvolveu um processo próprio para preservar as sementes por até seis meses. A preservação é obtida pelo controle de nutrientes, mas o que faz a diferença é uma técnica descoberta por tentativa e erro na própria empresa. “É o nosso segredo”, diz o diretor Carlos Rogério Poli, pesquisador aposentado da UFSC, institutição pela qual foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do cultivo de ostras na Ilha.
Diferenças entre as ostras Triploides (três conjuntos de cromossomos) • Maior taxa de sobrevivência • Crescimento duas vezes mais rápido • Mais carne • Por ser híbrida, não varia de tamanho nem afeta o ecossistema local; não se reproduz • Mais resistente a águas acima de 22ºC
Diploides (dois conjuntos de cromossomos) • Menor custo
Expanding farming Blue Water, the only Brazilian company that produces triploids oyster’s seeds, is helping to expand the oyster culture beyond Florianopolis, region which accounts for over 90% of national production. “The triploid oysters survive in warmer waters and have producers interested in the Southeast and Northeast of Brazil,” said the aquaculture engineer Eduardo da Luz.
Cultura en expansión Blue Water amplia el cultivo de ostras para más allá de las baías norte y sur de la lsla de Santa Catarina, que representa más del 90% de la producción nacional. “Las ostras triploides sobreviven en aguas más calientes y ha interesado a productores del sudeste y nordeste,” según el ingeniero de acuicultura Eduardo da Luz.
Por Mateus Boing
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Pequenos robustos
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ocalizada na Praia de Barreta, no município de Nísia Floresta, a 38 quilômetros de Natal (RN), a Aquasul produz mensalmente 150 milhões de pós-larvas de camarão-cinza (Litopenaus Vannamei) e 750 milhões de nauplius, primeiro estágio larval do crustáceo marinho de origem asiática. Há sete anos, a empresa potiguar vem aperfeiçoando seus produtos, comercializados em todo o litoral do Nordeste, através do melhoramento genético dos animais. “Selecionamos os melhores reprodutores e, com isso, conseguimos oferecer aos clientes um camarão com alta taxa de crescimento e muito resistente a doenças, o que diminui o tempo de cultivo, aumentando a lucratividade dos produtores”, explica o fundador da Aquasul, Saulo Guedes – que entrou no mercado em 2001 e hoje comanda a empresa de 40 funcionários. A alimentação é um elemento essencial para complementar a melhoria genética dos crustáceos, que atingem, quando adultos, peso médio de 10 a 12 gramas. As pós-larvas têm dietas ricas em proteínas, obtidas a partir do consumo de artêmias salinas e microalgas, que são criadas dentro da empresa e também comercializadas em todo o litoral nordestino para larviculturas. Antes de serem comercializadas, as pós-larvas passam por análises micro e macroscópicas e também são submetidas a testes de estresse com o objetivo de avaliar a resistência dos animais. “Nosso trabalho de melhoramento genético tem resultado em uma alta taxa de sobrevivência dos camarões”, garante Guedes.
Por Leo Laps
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Ueslei Marcelino / Arquivo MPA
A partir do melhoramento genético, a Aquasul oferece ao mercado produtor larvas de camarão mais resistentes e com alta taxa de crescimento A primeira etapa do melhoramento genético é a classificação de reprodutores
Little sturdy ones Aquasul produces 150 million gray-shrimp post-larvae (Litopenaus Vannamei) and 750 million nauplii a month, which is the larval stage of the Asiatic marine crustacean. For seven years the company has been improving its products marketed throughout the northeast coast through animal genetic improvement. “We offer customers a shrimp with high growth rate and a great resistance to disease, which shortens the duration of cultivation, thus increasing producers’ profitability,” said the owner of Aquasul, Saul Guedes.
Pequeños robustos Aquasul produce mensualmente 150 millones de pos larvas de camarón-gris (Litopenaus Vannamei) y 750 millones de nauplios, larvas de crustáceos marinos de origen asiático. Hace siete años, la empresa ha estado mejorando sus productos, comercializados a lo largo de la costa noreste, a través de la mejora genética de los animales. “Ofrecemos a nuestros clientes un camarón con una alta tasa de crecimiento y muy resistente a las enfermedades”, dice el propietario Saulo Guedes.
caso de sucesso Divulgação
Comida típica
Rações para peixes nativos são essenciais para o fortalecimento da piscicultura do País
A Nutrizon se destaca por produzir rações específicas para peixes amazônicos, como o tambaqui e o pirarucu, e para espécies carnívoras, como o pintado
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om oito anos de atuação e sede em Rolim de Moura (RO), a Nutrizon já atende a uma boa parcela do mercado da região. Segundo o presidente Savio Franzner, hoje a empresa detém 40% do mercado de Rondônia e Acre, e atua também no Mato Grosso. A Nutrizon vende rações para aves, bovinos, equinos, cães e gatos, mas a atuação na aquicultura é referencial. “Fomos a primeira empresa a produzir rações para peixes nativos da região. Até então, os criadores só podiam recorrer a fornecedores de outros estados, como Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás, que produzem rações para peixes que não temos aqui e não atendem às necessidades nutricionais das criações locais”, afirma Franzner. Entre as inovações criadas por uma equipe técnica formada por engenheiros de pesca e biólogos, está a ração para peixes amazônicos como o tambaqui, que chega a três quilos em um ano de cativeiro, o dobro do que engordaria no ambiente natural. Também são pioneiros no estado na produção de rações para peixes carnívoros como o pirarucu e o pintado. “Além de investirmos no desenvolvimento de novos produtos, damos muita atenção ao atendimento e à relação com os integrantes do mercado. Não utilizamos produtos químicos como conservantes, e mesmo os antibióticos são orgânicos. Às vezes, a matéria prima orgânica é mais cara, mas ela é mais eficiente”. Hoje com 90 funcionários, a Nutrizon apresenta crescimento anual de 8%, com produção de 23 toneladas prevista
para o segundo semestre de 2014. As rações para peixes representam 78% das operações comerciais da empresa.
Por Leda Malysz
Typical food With an eight-year experience and based in Rondonia, Nutrizon already supplies a share of 40% of the market of the state of Acre, also reaching Mato Grosso. Among the innovations created by the company is the ration for Amazonian fishes such as tambaqui, which grows up to three kilos over a year when cultivate in a farm, twice than compared to the natural environment. Nutrizon also pioneers in Rondonia in the ration production for carnivorous fishes.
Comida típica Con ocho años de experiencia y con sede en Rondônia, Nutrizon ya abastece un 40% del mercado de la provincia y de Acre, alcanzando también Mato Grosso. Entre las innovaciones creadas por la empresa está la ración para peces amazónicos como el tambaqui, que llega a tres quilos en un año en cautiverio, el doble de lo que engordaría en el entorno natural. En Rondônia también son pioneros en la producción de raciones para peces carnívoros como el Pirarucu y el Pintado. PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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caso de sucesso
Água boa Preamar desenvolve equipamentos e processos para garantir a qualidade dos meios aquáticos para criação
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uando criança, aos quatro anos, Marcelo Shei ganhou um aquário de presente de seu pai e nunca mais se desligou do mundo das criaturas aquáticas. Adolescente, investia em livros sobre aquários e Biologia Marinha. O hobby virou profissão. Fez graduação em biologia marinha em São Paulo e mestrado e doutorado em Aquicultura pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), com experiência em manejo, reprodução e larvicultura de peixes marinhos, sistemas de recirculação, produção de alimentos vivos e espécies ornamentais. Já doutor, Shei retorna para São Paulo e funda a Preamar, em 2012, ao lado dos sócios investidores Ademir Ribeiro e Valdir Tenório.
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A Preamar produz tanques rotomoldados em titânio, material que suporta as águas doce e salgada, com sistema que aquece e resfria o líquido conforme as necessidades ambientais. Outro produto desenvolvido é o Skimmer, filtro que retém partículas orgânicas finíssimas. “Microbolhas com água são injetadas, e por estarem com a carga elétrica semelhante à das partículas, se ligam em polaridades, formando uma espuma que é posteriormente retirada”. O sistema é autolimpante e tem programação eletrônica conforme o tempo e o intervalo de limpeza necessários. “Oferecemos assistência e atendimento pós-venda em todo o País”, garante. Em novembro de 2014, Shei
Fotos Divulgação
Entre os diferenciais da Preamar está o desenvolvimento de uma base de dados para os clientes
Base de dados compreende fluxo de água, bombeamento e detalhamentos e datas com as medidas
Good water
Além de empresas, a Preamar atende a universidades e aquários públicos
apresentou suas soluções ao mercado internacional em feiras de aquicultura. No atendimento, a equipe da Preamar realiza visitas a centros de produção, aquários públicos ou institutos de pesquisa e aponta o que pode ser melhorado no processo, oferecendo soluções de transferências de líquido, filtração mecânica ou biológica, controle térmico, manutenção, peças e projetos de criatórios, tudo para manter a qualidade da água. Depois da visita, o acompanhamento. “Muitos criadores montaram construções sem embasamento técnico e isso precisa ser corrigido. Em casos de desinfecção da água, analisamos a patogenia e as formas específicas de aplicações de correções. Analisamos a nutrição, o manejo, o nível de ozônio, enfim, toda uma gama de soluções”, explica Shei.
Preamar produces rotational molded tanks in titanium, which support both saltwater and freshwater, including a water heating/cooling system based on environmental needs. Another product is Skimmer, a filter able to retain very fine organic particles. When providing attendance, Preamar team conducts visits to production centers, public aquariums, and research institutes, providing solutions for liquid transfer, mechanical or biological filtration, thermal control, maintenance, parts, and farm projects, all of them aiming to maintain the water quality.
Agua de calidad Preamar produce tanques rotomoldeados en titanio, que apoyan tanto el agua salada cuanto dulce, con sistema que calienta y enfría el agua de acuerdo con las necesidades ambientales. Otro producto es el Skimmer, filtro que retiene las partículas orgánicas muy finas. Preamar realiza visitas a centros de producción, acuarios públicos e institutos de investigación, proporcionando soluciones para la transferencias de líquido, filtración mecánica o biológica, control térmico, mantenimiento, piezas y proyectos de granjas, todo para mantener la calidad del agua.
por Leda Malysz PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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caso de sucesso
Peixe atraente A Geneseas aposta suas fichas na tilápia, espécie que agrada ao gosto dos consumidores brasileiros e possui grande mercado nos Estados Unidos
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Dificuldade em obter licenças ambientais é um dos entraves do setor, segundo Capobianco Jr.
aquicultura desenvolvida de forma sustentável é a grande esperança para a manutenção dos estoques de peixes selvagens nos rios, mares e oceanos. Entre 1995 e 2011, a produção mundial de pescados subiu de 116 milhões de toneladas para 154 milhões, um crescimento suprido pelo setor, cuja participação passou de 21% do mercado (25 milhões de toneladas), em meados da década de 1990, para 41% em 2011 (63,6 milhões de toneladas), mantendo estável a contribuição da pesca de captura. Os números estão na cabeceira do empresário Tito Livio Capobianco Jr., um dos sócios-fundadores da Geneseas, empresa criada em 2001 e que atua em diversos elos da
Divulgação
Produtores ainda carecem de fornecedores de produtos e serviços adequados, diz Capobianco Jr.
Criação de tilápia ao redor do mundo:
135 países de 5 continentes* * De acordo com a FAO, é a espécie mais globalizada
Produção brasileira 253,8 mil
toneladas
Fonte: Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura 2011/MPA
cadeia produtiva de tilápia, da produção do alevino a sua engorda, beneficiamento e distribuição. Além de Capobianco, outros dois sócios (todos executivos do mercado financeiro) começaram a empresa após vasta pesquisa no setor de aquicultura para identificar qual seria a espécie mais promissora a ser cultivada. A escolha pela tilápia se deu em função do grande potencial de consumo desse peixe, que tem as características mais demandadas pelos consumidores: coloração branca no filé, sem espinhos e com sabor suave. Com sedes nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a Geneseas tem uma carteira de quase três mil clientes ativos (de supermercados a redes de food service, hotéis e restaurantes), e deve fechar 2014 com o abate de sete mil toneladas de tilápia inteira. A média de crescimento da empresa é de 30%. Cerca de 5% da produção é exportada, e o principal mercado são os Estados Unidos. A Geneseas tem quatro unidades produtoras de alevinos e juvenis de tilápia, em tanques escavados, que abastecem quatro fazendas de engorda, em tanques redes. Essa estratégia de divisão da produção tem como objetivo a diminuição do risco de falta de abastecimento. “Caso alguma das fazendas sofra intempéries climáticas que afetem sua produção, conseguiremos manter um fornecimento adequado, por meio das outras unidades”, explica Capobianco Jr.
An attractive fish The Geneseas operates in various links of the production chain of tilapia, from fingerlings production to fattening, processing and distribution. It had been chosen due to its great potential for consumption, which has the most desired features by fish consumers: white colored fillet, no thorns, and mild flavor. With offices in São Paulo and Mato Grosso do Sul, Geneseas has a portfolio of nearly 3,000 active customers and should end the year of 2014 with the slaughter of 7,000 tons of whole tilapias. About 5% of the production is exported, and the main market is the United States.
Pescado atractivo Geneseas opera en diferentes eslabones de la cadena de producción de tilapia, de la producción de alevín al engorde, beneficiamiento y distribución. La elección por la especie se debe al gran potencial de consumo de este pez, que tiene las características más demandadas por los consumidores: coloración blanca en el filete, sin espinas y sabor suave. Con sedes en las provincias de São Paulo y Mato Grosso do Sul, Geneseas cuenta con casi 3 mil clientes activos y debe terminar el año de 2014 con 7 mil toneladas de tilapia entera. Alrededor del 5% de la producción se exporta y el principal mercado es Estados Unidos.
Por Fabiana Henrique
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A Delicious Fish atua do desenvolvimento genético à venda de cortes temperados e congelados
Rede cheia Delicious Fish espera crescer 20% ao ano e atingir a produção de 20 mil toneladas em até seis anos, a partir de melhorias genéticas e de tecnologias de cultivo de espécies nativas
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O
estado do Mato Grosso, maior produtor de soja do País, espera ser reconhecido em breve como o líder nacional na produção de pescados. O estado deve produzir, em até três anos, um volume de 700 mil toneladas/ano, o que representaria aproximadamente 70% da produção nacional atual. Isso se deve à vocação natural da região para a piscicultura – recursos hídricos, clima e topografia favoráveis, além da grande oferta de insumos (milho e soja), o que reduz custos de produção. Mas não são apenas os fatores naturais que alavancam a piscicultura no Mato Grosso. O investimento em pesquisa e tecnologia para cultivo de espécies nativas tem feito a diferença na produtividade de empresas
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caso de sucesso
como a Delicious Fish, que inaugurou em maio deste ano o maior frigorífico de peixes nativos no Brasil, na cidade de Sorriso. A empresa foi criada na década de 1990 pelo empresário do agronegócio João Pedro da Silva, controlador do Grupo Gaspar, que pretendia agregar valor à produção de grãos transformando proteína vegetal em proteína animal. Em 2010, o Grupo Gaspar passa a investir também em pesquisa e produção de alevinos de pirarucu em cativeiro, e no ano seguinte foi criada a Genetic Fish Rise, constituída por pesquisadores doutores em piscicultura que já haviam trabalhado em parceria com a Delicious Fish e com a Embrapa em um projeto de melhoramento genético de espécies nativas, como cachara e tambaqui. Segundo o zootecnista Darci Carlos Fornari, um dos três sócios da empresa, o principal objetivo é desenvolver tecnologias aplicadas a piscicultura, ao melhoramento genético, ao uso de biotecnologias reprodutivas e à elaboração de projetos para otimizar a produtividade. Hoje, a Delicious Fish é responsável pela produção de 3,5 toneladas de tambaqui e 1,5 mil toneladas de pintado amazônico – a meta é crescer 20% ao ano e atingir a produção de 20 mil toneladas até 2020. “Os
principais mercados-alvo estão nas regiões Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, resume Fornari. A empresa opera com três sistemas de criação: extensivo (para ambientes grandes, com até 100 hectares, e com pouco uso de tecnologia), semi-intensivo (áreas de 1 a 50 hectares) e intensivo raceway (cultivo adensado, com criação de até 100 toneladas por hectare). “O grande desafio é a elaboração de projeto eficiente, com adoção de tecnologia e dimensões adequadas para peixes nativos, assistência técnica especializada para cuidar da ração e do manejo da qualidade da água, além do controle de custos e da aquisição de alevinos de qualidade”, ressalta o pesquisador.
Por Fabiana Henrique
Full fishnet
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The research and technology investment for the native species cultivation was a differential in the productivity of companies like Delicious Fish, which opened the biggest cold storage and meat market of native fish in Brazil, located in Sorriso (MT), in May, 2014. It was founded in the 1990s by Gaspar Group, who intended to add value to the grain production turning vegetable protein in animal one. Today, Delicious Fish accounts for the production of 3.5 tons of tambaqui and 1.5 thousand tons of pintado Amazon fish – their goal is to grow 20% annually and reach the production of 20 thousand tons by 2020.
Red completa
Atualmente, a Gaspar Piscicultura produz 15 milhões de alevinos por anopara criação própria e venda
La inversión en investigación y tecnología para cultivar especies nativas ha hecho una diferencia en la productividad de las empresas como Delicious Fish, que inauguró en mayo de este año el mayor frigorífico de peces nativos en Brasil, en la ciudad de Sorriso (Mato Grosso). La empresa fue creada en 1990 por el Grupo Gaspar, que pretendía agregar valor a la producción de granos transformando proteína vegetal en proteína animal. Hoy, Delicious Fish es responsable por la producción de 3,5 toneladas de tambaqui y 1,5 mil toneladas de pintado amazónico - la meta es crecer un 20% al año y alcanzar una producción de 20 mil toneladas hasta 2020. PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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Quitute mineiro
Dependência de fornecedores distantes não é garantia consistência de produção
Fazenda centenária de Minas Gerais investe em larvicultura própria para aumentar a produção de camarão-da-malásia 68
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inas Gerais não possui litoral. Mas é no estado que funciona uma empresa que se tornou referência nacional na criação de uma espécie que, para a maioria das pessoas, só combina mesmo com água salgada: o camarão. A carcinicultura foi introduzida em 1996 na Fazenda São Pedro, no município de Prata, por Maria Aldeide da Costa Borges, descendente de uma família que há 160 anos administra a propriedade. Com a recente conclusão do seu laboratório de larvicultura, a empresa pretende produzir até 10 toneladas anuais de camarão da malásia (Macrobrachium rosenbergii), uma espécie de água doce que atinge peso médio de 30 gramas – podendo chegar a 120 gramas – e com até 30% menos colesterol que o sete barbas. Atualmente, a empresa Camarão de Prata vem produzindo quatro toneladas anuais do crustáceo, quantidade que só dá conta de um restrito mercado formado por restaurantes da Região Sudeste. Com o novo laboratório, a empresa pretende atingir mais estados brasileiros e exportar para países como Portugal, Espanha e Estados Unidos. “A criação de larvas era o único estágio do nosso processo que ainda dependia de fornecedores distantes, o que não nos garantia consistência na produção. Com a conclusão do laboratório de larvicultura, podemos ter maior controle. Planejamos criar 2,6 milhões de pós-larvas por ano”, afirma Maria Aldeide. As pesquisas para montar o laboratório de larvicultura começaram logo nos primeiros anos de fundação da Camarão de Prata. A parceria com instituições como a Universidade Estadual Paulista (Unesp – Campus Jaboticabal), a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e o Centro Universitário do Triângulo Mineiro (Unitri) foi essencial para fazer o projeto avançar. E todo o conhecimento desenvolvido durante essas pesquisas não fica guardado a sete chaves na Camarão de Prata. Há alguns anos, Maria Aldeide oferece cursos e estágios para quem deseja aprender a cultivar camarão de água doce, recebendo estudantes e empreendedores de todo o mundo. As aulas teóricas e práticas são ministradas pela proprietária, que pretende disseminar a carcinicultura não apenas na região do Triângulo Mineiro, mas em outras partes do País. “O Brasil é um país muito rico em água doce, e o camarão da malásia tem alto valor agregado. Isso pode ajudar muitos pequenos produtores a exportarem, juntos, um produto de grande qualidade”, projeta a empresária.
Camarão de água doce tem bom potencial de exportação
A delicacy from Minas Gerais Shrimp farming was introduced in 1996 at Fazenda São Pedro, in Prata (MG), by Maria Aldeide da Costa Borges. Currently, Camarão de Prata produces 4 tons of crustaceans, which is sufficient to attend only the market formed by restaurants in the Southeast region. With the recent opening of the laboratory’s own hatchery, with a capacity of 2.6 million post-larvae per year, the company plans to produce up to 10 tons of shrimp from Malaysia (Macrobrachium rosenbergii), and sell it to internal market and countries as Portugal, Spain and the US.
Especialidad de Minas Gerais La cría de camarones se introdujo en 1996 en Fazenda São Pedro, en la ciudad de Prata (MG), por Maria Borges. Actualmente, Camarão de Prata produce 4 toneladas anuales del crustáceo, cantidad que abastece un restricto mercado de la región Sudeste del país. Con la finalización del laboratorio de larvicultura propio, con capacidad para 2,6 millones de pos larvas por año, la empresa planea producir hasta 10 toneladas anuales de camarón de Malasia (Macrobrachium rosenbergii), y vender a otras regiones de Brasil y países como Portugal, Espanã y Estados Unidos.
Por Leo Laps
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caso de sucesso Mateus Boing
Mexilhões longa vida Uso da tecnologia de atmosfera modificada aumenta a validade do alimento e ajuda a Cavalo Marinho a se consolidar no mercado nacional A Cavalo Marinho agora se prepara para entrar no mercado internacional
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atmosfera modificada foi o pulo do gato da Cavalo Marinho, maior indústria de mexilhões frescos do Brasil. A tecnologia era novidade quando o engenheiro de alimentos Alexandre Paupitz a conheceu na Fispal de 2006, a feira internacional de embalagens. Naquele mesmo ano, adaptou para os produtos da empresa a mistura de gases que substitui o ar de dentro da embalagem e aumenta de cinco para vinte dias o prazo de validade do alimento. “Foi fundamental para a consolidação da Cavalo Marinho no mercado. Nos permitiu quadruplicar o shelf life de itens resfriados como o mexilhão, o polvo, o vôngole, os ingredientes para paella e a carne de siri”, diz o presidente da empresa, Luiz Valle. Hoje, a Cavalo Marinho opera no mercado nacional de mexilhões frescos sem concorrentes à altura. Localizada na Enseada do Brito, em Palhoça (SC), a fábrica processa 400 toneladas de matéria-prima por ano, com o mexilhão como carro-chefe do mix de produtos. O próximo passo é partir para a exportação. Estão previstas para 2016 a automatização do desconche e aquisição de novas balsas de plantio, colheita e transporte do mexilhão, com investimento total de R$ 6,5 milhões. “Sairemos de uma capacidade instalada de 480 toneladas de matéria-prima por ano para 4,3 mil toneladas por ano. A meta do grupo é chegar a 2018 com 7,5 toneladas por ano”, afirma Luiz Valle. O plano de negócios para exportar o mexilhão brasileiro tem o suporte de um player importante do setor de pesca, o Grupo Leardini, que adquiriu o controle acionário da Cavalo Marinho em 2011. Um dos desafios atuais da empresa é ampliar sua área 70
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de produção. A Cavalo Marinho está autorizada a cultivar em uma área de 16 hectares, mas tem em tramitação final nos órgãos competentes um pedido de mais 64 ha e quer obter outros 150 ha em 2016. A clandestinidade no setor também é uma pedra no sapato. “Basta ir aos mercados públicos, por exemplo, para ver mexilhão sendo vendido sem rótulo do produtor, sem SIF, em pacotes sem identificação alguma de nada”, diz Valle.
Por Mateus Boing
Long life mussels The modified atmosphere was a distinguishing approach set out by Cavalo Marinho, the fresh mussels’ largest industry in Brazil. The technology, which extends the expiry date of the food from five to 20 days, allowed the company to be consolidated in the country and pursuit the international market. The factory processes 400 tons of raw materials per year, and aims to reach 7.5 tons per year in 2018.
Mejillones de larga vida La atmósfera modificada fue el gran negocio de Cavalo Marinho. La tecnología, que aumenta de cinco a 20 días la vida útil del alimento, permitió a la compañía consolidar en el país y aspirar el mercado internacional. La fábrica procesa 400 toneladas de materia prima por año, y su objetivo es llegar a 2018 con 7,5 toneladas por año.
Bernd Juergens/Shutterstock.com
Tecnologia que aumenta a validade de mexilhões frescos facilitará o cesso da iguaria em restaurantes distantes das áreas de produção
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caso de sucesso
Nobre das conchas A região de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, vem se consolidando como o principal centro produtor de vieiras do Brasil, molusco muito apreciado na alta gastronomia
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região de Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro, está se convertendo em um dos mais importantes centros produtores de vieira (Nodipecten nodosus), ou coquille, um molusco nobre muito apreciado pelos aficionados da boa gastronomia. De quebra, a localidade, pertencente ao município de Angra dos Reis, conquista um forte aliado para a divulgação de suas belezas naturais: como a vieira exige águas limpas para se reproduzir,
isenta de poluentes orgânicos, o sucesso de sua produção constitui um atestado natural de excelência ambiental. Desde 1998, a Associação dos Maricultores da Baía da Ilha Grande (AMBIG) vem desenvolvendo o cultivo de coquilles, atendendo hoje a diversos estabelecimentos comerciais do Rio e de São Paulo. O desenvolvimento da maricultura, e, em particular, da vieira em Ilha Grande, é um exemplo de como uma região pode desenvolver de forma susten-
André Araújo
As vieiras têm um sabor diferenciado, mais adocicado em relação aos mexilhões e às ostras
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tável seu potencial econômico. Esta história de sucesso teve início no começo dos anos 1990, quando técnicos chilenos prestaram assistência para os primeiros experimentos com o molusco. Empresários e pesquisadores da região entusiasmaram-se, criando o Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande (IED-BIG) e um laboratório. O tiro foi certeiro. Com a adesão de empresas como Petrobras, Eletronorte e Furnas Centrais Elétricas, e com uma parceria estabelecida com a prefeitura de Angra e com a Fundação Instituto de Pesca do Rio de Janeiro (Fiperj), um laboratório maior foi implantado no município. “Os esforços foram tão bem sucedidos que hoje o carro-chefe de nossa produção é o coquille”, explica André Luiz de Araújo, responsável técnico do Projeto Maricultura na Costa Verde, da Prefeitura de Angra. Além dos ganhos com a atividade, os associados da AMBIG, em torno de cem pessoas, quase todas ex-pescadores artesanais, conquistaram outra grande vantagem: se antes eram obrigados a ficar longe de suas famílias durante dias, em busca de cardumes, agora trabalham em casa junto com seus familiares – e gastando muito menos do que se estivessem embarcados. A comercialização é feita de forma individual, pelos associados, que vendem sua produção para turistas e restaurantes do Rio e de São Paulo. A produção é de cerca de 25 mil dúzias/ano, e o preço, em torno de R$ 35 a dúzia. O IED-BIG fornece as sementes; o material utilizado (lanternas) é adquirido no mercado nacional. O sabor diferenciado, mais adocicado em relação aos mexilhões e às ostras, assegura uma clientela fiel. No Rio, restaurantes como o Satyricon, o Anriquarius e o Olympe têm nos pratos à base de vieiras seus maiores atrativos. “Quem aprecia a boa mesa com certeza terá no coquille uma de suas preferências gastronômicas”, assegura o empresário, mergulhador e maricultor Carlos Kazuo Tonaki, que comanda a AMBIG.
André Araújo
Em Santa Catarina, o cultivo de vieiras não foi bem-sucedido, pois esse molusco é sensível às variações de salinidade, comuns na região
Noble of shells The region of Ilha Grande in Rio de Janeiro coast is becoming one of the most important production centers of scallop (Nodipecten nodosus), or coquille, a noble mollusk, highly appreciated by gourmand. Also, the localization in the municipality of Angra dos Reis helps a lot for the dissemination of its natural beauty. As the scallop requires clean water for breeding, free of organic pollutants, the success of its production is a natural certificate of environmental excellence. The Aquacultures Association of Ilha Grande Bay (Ambig) produces about 25,000 dozen per year, distributed to retailers in Rio and São Paulo. The price is around BRL 35 per dozen.
Noble de las conchas La región de Ilha Grande, en la costa de Rio de Janeiro, se está convirtiendo en uno de los centros de producción más importantes de vieira (Nodipecten nodosus). La región pertenece a la ciudad de Angra dos Reis, conquista un fuerte aliado para la difusión de su belleza natural: como la vieira requiere agua limpia para reproducirse, libre de contaminantes orgánicos, el éxito de su producción es un certificado natural de excelencia ambiental. La Asociación de maricultores de la Baía da Ilha Grande (Ambig) produce alrededor de 25 mil docenas por año. El precio es alrededor de R$ 35,00 la docena.
por Flávio Cardozo Jr.
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Cephas / Creative Commons
Caso de sucesso
Persistência premiada A Ranasul conseguiu vencer as adversidades com muita engenhosidade e hoje é referência em ranicultura, fornecendo 500 quilos de carne por mês para mercados e restaurantes do estado
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Ariana Zimmer
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m município de pouco mais de 17 mil habitantes, localizado no litoral norte gaúcho, é palco de uma história de superação. Foi ali em Imbém que, em 1999, surgiu a Ranasul, empresa dedicada à produção e à comercialização de rãs. Os tempos eram difíceis no País, especialmente para quem pretendesse ingressar em um ramo de negócio em que a informação e a assistência técnica eram praticamente inexistentes. Mesmo assim, o empresário Jorge Raimundo Zimmer pôs mãos à obra e, com a ajuda da família, conseguiu consolidar um empreendimento que hoje é referência no Rio Grande do Sul. A Ranasul Criação e Comércio de Rãs do Sul sofreu um baque logo de saída. Jorge importou do Canadá 100 matrizes de rã-touro, mas, em razão da dificuldade de adaptação ao clima do Sul do País, 35 delas morre-
O sistema de alimentação dos animais foi desenvolvido pelo próprio proprietário, ex-diretor de metalúrgica
ram logo nos primeiros dias. “Demorou um pouco para percebermos que criar rãs por aqui é bem diferente de criá-las em outras regiões do Brasil. Não havia técnicos para nos ajudar, e a literatura sobre o assunto também era muito escassa, como, aliás, é ainda hoje”, conta a administradora Ariana Zimmer, filha de Jorge. Uma das dificuldades iniciais foi contornada por Jorge, 67 anos, de forma engenhosa. Ele utilizou os conhecimentos adquiridos como diretor industrial em uma metalúrgica para facilitar a alimentação dos animais. Como as rãs não comem nada que esteja parado, o criador construiu recipientes vibratórios para manter a ração em suspensão. Funcionou. Mais tarde, a instalação de um filtro biológico assegurou não só uma melhor qualidade da água utilizada, mas a racionalização de seu uso. Antes, eram consumidos 15 mil litros de água por dia; hoje, ela pode ser reutilizada, representando uma redução de 30% nos gastos com energia. Como os processos de produção são automatizados, a empresa necessita de apenas dois funcionários nesta área e de outros dois na administração. O abatedouro e a criação são inspecionados pelos órgãos competentes. Agora, a empresa prepara-se para receber um selo de certificação que permitirá à Ranasul ingressar em outros mercados do Brasil. É o que falta para elevar sua produção, hoje em torno dos 500 quilos de carne por mês, direcionada em sua maior parte a supermercados e restaurantes de Porto Alegre. Para Ariana, um grande incentivo ao setor poderia
ser uma maior divulgação dos benefícios que a carne de rã oferece – tem pouco colesterol, baixo índice de calorias, alta digestibilidade e excelente sabor, sendo especialmente indicada para quem apresenta alergia a proteínas. “Nosso consumidor padrão é de classe média alta, mas uma boa divulgação certamente auxiliará na popularização deste produto, que é excelente para a saúde”, diz Ariana.
Por Flávio Cardoso Jr.
Rewarded persistence Ranasul faced many challenges when it was created due to the lack of available knowledge. But the difficulties were overcome with a lot of creativity by the owner Jorge Zimmer. He used the knowledge acquired as a metallurgical industrial director to facilitate the feeding of animals. Later, the installation of a biological filter assured not only a higher quality of water used, but the rationalization of its use, which decreased the energy costs in 30%. Once the production processes are automated, the company needs only two employees in this area. The current production generates around 500 kilos of meat per month, distributed mostly to supermarkets and restaurants of Porto Alegre.
Persistencia premiada Ariana Zimmer
Automatização do sistema de produção torna necessário o trabalho de apenas dois funcionários
Ranasul enfrentó muchos desafíos cuando fue creada, debido a la falta de conocimientos disponibles. Por otro lado, el propietario Jorge Zimmer ha superado con mucha creatividad las dificuldades. Él utilizó los conocimientos adquiridos como director industrial metalúrgico para facilitar la alimentación de los animales. Más tarde, la instalación de un filtro biológico aseguró no sólo una mayor calidad del agua utilizada, pero también la racionalización de su uso, lo que garantizó una reducción del 30% en costos de energía. Como los procesos de producción son automatizados, la empresa necesita sólo dos empleados en esta área. La producción actual es de alrededor de 500 kilos de carne al mes, direccionadas principalmente a los supermercados y restaurantes de Porto Alegre. PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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caso de sucesso
Algo a mais A Claeff desenvolve tecnologias de cultivo e aproveitamento energético de microalgas
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cultivo de microalgas é considerado por pesquisadores uma importante alternativa de alimento e energia limpa para as próximas décadas. Tradicionalmente utilizadas como aditivo para nutrição de processos fermentativos de bactérias e leveduras, as microalgas já são fonte também para biodiesel e para produção de alimentos e cosméticos, graças ao avanço de técnicas inovadoras empregadas na área. Um exemplo de empresa que vem concentrando esforços em pesquisa e desenvolvimento para novos produtos e abertura a outros mercados no Brasil é a Claeff Engenharia, localizada no município de Paudalho (PE). Há 16 anos em atividade, a empresa começou atuando na desinfecção de águas para consumo humano, e hoje desenvolve soluções técnicas nas áreas de energia reno-
Divulgação
O uso de microalgas para obtenção de energia vem sendo pesquisado por vários países
a introdução de produtos no mercado e a obtenção de investimentos para os vários processos produtivos desenvolvidos”, afirma Truchlaeff. A favor desse mercado, considera o diretor, estão a procura de instituições internacionais para parcerias e a alta taxa de crescimento no cultivo da empresa, em virtude de o Nordeste estar muito próximo da linha do Equador e ter água salobra em abundância. “Não conseguimos ainda olhar para fora do País”, justifica. Em relação à produção de biogás, Truchlaeff acredita que ainda não é o momento. “Apesar de os números mostrarem a viabilidade, temos que ter muito investimento em pesquisas e altos investimentos para cultivo em maior porte. O biodiesel com microalgas será uma realidade quando sentirmos o grande aperto do aquecimento global e tivermos que pagar preços mais altos pelo combustível”.
Por Fabiana Henrique
Going the extra mile The micro-algae cultivation is considered an important food and clean energy alternative for the coming decades. Traditionally used as a nutritional feed additive in the fermentation process of bacteria and yeast, micro-algae are also used as a source for biodiesel, and food and cosmetic production. Claeff Engenharia is an example of company that has been focusing on research and development for new products and opening other markets in Brazil, producing an average of 40 kilos (105 pounds) of micro-algae dry mass per month and already having patents for cultivation in large dams. vável, tratamento de resíduos, controle biológico e cultivo de microalgas. A empresa produz em média 40 quilos de massa seca de microalgas por mês e já tem patentes para cultivo em grandes represas, “da maneira como se criam tilápias em tanques flutuantes”, compara Cláudio Truchlaeff, diretor de pesquisa e desenvolvimento. A Claeff conta com quatro laboratórios nas áreas de cultivo, produção, análise de contaminantes e produção de nutrientes. Nos últimos cinco anos, o foco foi o desenvolvimento de tecnologias e depósitos de propriedade intelectual para buscar novos mercados – a empresa já venceu diversos projetos de inovação (Finep em 2007, 2009 e 2012; CNPQ) e firmou parceria com o Senai de Pernambuco e com universidades federais do estado. “Ainda somos uma microempresa, mas dobramos o faturamento do ano passado para cá. Nosso foco atual é
Algo más El cultivo de microalga es considerado una alternativa de alimento y energía limpia. Tradicionalmente utilizadas como un aditivo para nutrición de procesos de fermentaciones de bacterias y levaduras, las microalgas también ya son fuente para biodiesel y para la producción de alimentos y cosméticos. Un ejemplo de una empresa que se ha centrado en la investigación y desarrollo de nuevos productos y apertura a otros mercados en Brasil es Claeff Ingeniería, que produce un promedio de 40 quilos de masa seca de microalgas por mes y ya cuenta con patentes para el cultivo en grandes represas. PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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Arquivo MPA
Panorama
A pesca de atuns e outros peixes de águas profundas é o atual desafio no Brasil
Desafios dentro e fora d’água Aumento da produção da pesca extrativa exige investimentos na renovação e modernização da frota e um maior equilíbrio nas relações de comércio exterior
A
pesca industrial representa um importante elemento do desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Reconhecida como indústria de base desde 1966, a atividade engloba a captura de espécies de peixes, crustáceos e moluscos e se diferencia da pesca artesanal pelos tipos de embarcações utilizadas, que são maiores, e também pelas vinculações trabalhistas que envolvem pescadores e empresas. Apesar de registrar bom desempenho,
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o setor apresenta gargalos que comprometem o incremento da produção. Entre eles, estão a dificuldade de mão de obra especializada, a concorrência com produtos importados, a adaptação à legislação de inspeção sanitária e de trabalho nos barcos e a falta de subsídios para renovação da frota e dos equipamentos. Para o empresário Evaldo Kowalsky, diretor da Indústria de Pescados Kowalsky, de Itajaí (SC), o grande entrave para o setor, atualmente, está nas relações co-
tecnologia e aprimorarmos em toda a cadeia produtiva. O primeiro dos grandes desafios é fazer com que a atividade seja de fato equiparada aos demais segmentos do agronegócio, buscando também essa equivalência no cenário mundial”.
merciais de importação e exportação e na valorização da moeda americana. “Entre os anos de 1990 e 2003, chegamos a ter 65% do nosso faturamento vinculado à exportação. Hoje, com o aumento do dólar e a falta de uma política clara de incentivo federal, esses números representam cerca de 25%. E, nesse mesmo contexto, nosso mercado interno foi tomado por produtos importados, que recebem subsídios e entram com preços que prejudicam e tornam a competitividade desigual”, relata o empresário. O setor pesqueiro pleiteia que a alíquota sobre a entrada no País de produtos processados – que deve representar 50% das importações em 2014 – passe de 10% para 35%. A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) tem participado da busca por melhorias e desenvolvimento do setor por meio da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Pesca. Entre os esforços está o Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC) para a economia do mar e para o relacionamento direto com os vários representantes do setor em escala estadual e nacional. Para o presidente da Câmara da Pesca, Dario Luiz Vitali, apesar do crescimento, o setor ainda está distante de países mais desenvolvidos nessa atividade. “Podemos, sim, melhorar muito ao longo dos próximos anos, se definitivamente investirmos em
Expoente
Santa Catarina é um dos destaques nacionais na produção de pescado de origem marinha, de acordo com o último Boletim Estatístico da Pesca Industrial no estado, divulgado em março de 2014 e com período de estudos relativos ao ano de 2012. Igualmente, possui o maior parque pesqueiro industrial. Os números apresentados são realmente animadores. O volume de pescados desembarcado na costa catarinense ultrapassou as 157 mil toneladas (15% do total da produção brasileira), o que representa um recorde nacional nos últimos 22 anos e um acréscimo de quase 30% em relação ao ano anterior das análises. Para o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, a relevante participação decorre de alguns diferenciais. “Santa Catarina corresponde a 7,2% de toda a extensão da costa brasileira e é privilegiada com cinco portos, com destaque para Navegantes e Itajaí, facilitando a logística para as indústrias de pes-
Arquivo MPA
Ranking da pesca extrativa estado
marinha (t) continental (t) total (t)
Pará
87.509,3 55.402,7 142.912,0
Santa Catarina 121.960,0 Rio de Janeiro 78.933,0
643,3 122.603,3 1.366,9 80.299,9
Bahia
59.293,0 17.508,4 70.620,4
Maranhão
44.599,0 25.743,5 70.342,5
Amazonas
0,0 63.743,3 63.743,3
Fonte: Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura, 2011.
A modernização das embarcações é outra carência da indústria pesqueira brasileira para atuar na captura em águas oceânicas
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panorama
ca. Além disso, temos um litoral favorável à captura do pescado, rico em espécies presentes nos mares da costa brasileira. O estado tem ainda uma tradição na indústria pesqueira com um alto grau de profissionalização e tecnologia”, destaca o secretário. A maior concentração de empresas e produção da pesca industrial de Santa Catarina está na região que compreende os municípios de Itajaí, Navegantes e Porto Belo, respondendo por mais de 20% do volume nacional de pescados. É o maior polo pesqueiro do Brasil, responsável por mais de 90% dos postos de trabalho do setor, com 10 empresas de processamento e gerando cerca de 3 mil empregos diretos e 1,5 mil indiretos. Além disso, a cadeia produtiva da pesca impacta a economia com empregos nas áreas de construção naval, reparos de embarcações, insumos e produtos. No estado todo, o setor é responsável por 8,5 mil trabalhadores.
Por Sandro Waltrich
Principais espécies da pesca continental (em toneladas)
Principais espécies da pesca marinha (em toneladas)
Curimatã
28,6 mil
Peixes
482,3 mil
Piramutaba
24,8 mil
Sardinha-verdadeira
75,1 mil
Jaraqui
16,6 mil
Corvina
43,4 mil
Dourada
14,5 mil
Bonito listrado
30,6 mil
Pescada
13,1 mil
Crustáceos
57,3 mil
Pacu
11,1 mil
Camarão-sete-barbas 15,4 mil
Camarão
5,8 mil
Camarão-rosa
10,3 mil
Caranguejo-uçá
6,9 mil
Moluscos
14 mil
Mexilhão
3,8 mil
Sururu
2,1 mil
Polvo
2,1 mil
fonte: Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura, 2011.
fonte: Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura, 2011.
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Arquivo MPA
Apesar de crescente, a produção pesqueira do Brasil não está entre as 20 maiores do mundo
Challenges in and out of water The fish industry is an important element of socioeconomic development in Brazil, but faces limitation that compromise the increase in production. Among them is the difficulty of skilled labor, competition with imported products, adaptation to sanitary and work legislation on the boats, and the lack of subsidies for fleet and equipment renewal. For the entrepreneur Evaldo Kowalsky, director of the Kowalsky Fish Industry, of Itajaí (SC), the currently major obstacle for the industry lies in the import and export trade and the US currency appreciation. The industry claims that the tax rate for the imported processed product in the country may rise from 10% to 35%. For the president of Federation of Industries of the State of Santa Catarina (FIESC), Dario Luiz Vitali, despite recording growth, the industry is still far from the most developed countries in this activity: “Yes, we can improve a lot over the next few years if we definitely invest in technology and improvements in the entire production chain. The first of the main challenges is to make the activity become in fact equivalent to other agribusiness segments.”
Desafíos dentro y fuera del agua La pesca industrial es un elemento importante del desarrollo socioeconómico de Brasil, pero enfrenta dificultades que comprometen el aumento de la producción. Entre ellos, la dificultad de mano de obra calificada, la competencia con productos importados, la adaptación a la legislación de inspección sanitaria y de trabajo en los barcos y la falta de subsidios para la renovación de la flota y equipamiento. Para el empresario Evaldo Kowalsky, director de la Industria de Pescados Kowalsky, de la ciudad de Itajaí (Santa Catarina), el principal obstáculo para el sector se encuentra actualmente en el comercio de importación y exportación y en la valoración de la moneda estadounidense. El sector espera que la tasa sobre la entrada de productos procesados en el país suba del 10% al 35% . Para el presidente de la Cámara de la Pesca de la Federación de Industrias de Santa Catarina (FIESC), Dario Luiz Vitali, apesar de registrar crecimiento, el sector aún está lejos de los países más desarrollados en esta actividad. “Podemos mejorar mucho en los próximos años invirtiendo en tecnología y mejoras en toda la cadena productiva. El primer gran reto es hacer que la actividad sea de hecho equivalente a los otros segmentos de la agroindustria. PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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caso de sucesso
Superação valorizada
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peixaria São Pedro, em São Francisco do Sul (SC), foi o cenário do primeiro ato de uma instigante jornada. Após a demissão causada pela falência da empresa em que trabalhava, David Kowalsky resolveu aproveitar uma área ao lado da casa onde residia com a família para abrir uma modesta peixaria. No final da década de 1970, a Indústria de Pescados Kowalsky passou a funcionar no município de Itajaí, de tradição portuária e pesqueira. Em 1989, os filhos Evaldo e José Francisco Kowalsky assumiram o comando dos negócios, entrando nos anos 1990 em franca expansão. Hoje, a Indústria de Pescados Kowalsky destaca-se como uma das mais expressivas do País, sendo a única empresa da Região Sul credenciada para exportar pescado fresco por via aérea. A Kowalsky conta com frota de 10 barcos, um deles com 38 metros e capacidade para até 200 toneladas congeladas a bordo, além de caminhões específicos, estrutura de armazenagem e logística. “Quando meu pai começou, eram 200 quilos de pescado por dia, e hoje já atingimos por volta de 8 mil toneladas por ano, com destaque para a sardinha e o atum”, ressalta Evaldo Kowalsky.
Por Sandro Waltrich
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Após perder o emprego, há 50 anos, David abriu uma peixaria que se tornou a Indústria de Pescados Kowalsky
The awarded overcome After the firing caused by the bankruptcy of the company where he worked for 50 years, David Kowalsky decided to take advantage of the area next to his home and open a modest fishmonger with the aid of his family. Nowadays called Today Kowalsky Fish Industry, the company has a fleet of 10 boats, trucks, warehouse and logistics structure. It creates 200 direct jobs, attending the Brazilian market and other countries. The annual production is around 8000 tons per year, mainly of sardines and tuna.
Superación premiada Tras la dimisión provocada por la quiebra de la empresa donde trabajó, hace 50 años, David Kowalsky decidió aprovechar un pequeño espacio al lado de su casa para abrir una modesta pescadería. Hoy la Industria de Pescados Kowalsky cuenta con una flota de 10 barcos, atiende al mercado brasileño y mantiene negocios de exportación con países de América del Sur y Europa, además de Estados Unidos. La producción anual es alrededor de 8 mil toneladas.
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caso de sucesso
descoberta ao acaso A INACE, um dos maiores estaleiros do Brasil, começou quando o jovem Gil Bezerra construiu um barco de madeira para pescar lagosta
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udo começou com a pesca da lagosta em Fortaleza (CE). Era 1965 e o jovem Gil Bezerra, bancário e apreciador da pesca, resolveu aplicar na captura da lagosta o pouco dinheiro de que dispunha. Para facilitar a atividade, Gil construiu um barco de madeira. A embarcação chamou a atenção e logo foi comprada. Marcava-se ali uma mudança de rumo, e o jovem empreendedor percebeu o sinal. O foco passou a ser a construção de barcos, negócio que rapidamente prosperou em um período em que a pesca iniciava vertiginoso crescimento. Em 1969 era inaugurada a Indústria Naval do Ceará – INACE. O estaleiro é precursor de inúmeras técnicas de construção naval na iniciativa privada do Brasil, entre elas o uso de alumínio. Ao longo das décadas, a empresa não parou de prosperar. Instalada em mais de 118 mil m², a INACE conta com um cais de atracação com mais de 350 metros e possui capacidade de processamento mensal de 200 toneladas de aço ou 70 toneladas de alumínio, gerando mais de 650 empregos diretos. A empresa também tem até um hotel 5 estrelas, ao lado do estaleiro e de frente para a Praia de Iracema, permitindo a hospedagem de clientes de todo o mundo.
Entrepreneurship It all started with lobster fishing in Fortaleza. In 1965, the young Gil Bezerra, banking and lover of fishing, decided to invest his own little money in catching lobster. In order to facilitate the activity Bezerra decided to build a wooden boat. His boat drew attention and was soon purchased. That moment Bezerra shifted the focus to boatbuilding, at the same time that fishing had started to be developed at a fast pace. In 1969, the Naval Industry of Ceará State (INACE) was opened.
Emprender e innovar Todo comenzó con la pesca de la langosta en Fortaleza. Era el año de 1965 y el joven Gil Bezerra, bancario y aficionado a la pesca, se decidió aplicar el poco dinero que tenía en la captura de langosta. Para facilitar la actividad, Bezerra decidió construir un barco de madera. La embarcación llamó la atención y pronto la compraron. Comenzaba entonces un nuevo negocio, cuyo foco se convirtió en la construcción de barcos, en un período en que la pesca presentaba un rápido crecimiento. En 1969, inauguró la Industria Naval de Ceará – INACE.
Por Sandro Waltrich
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inovação
Menos é mais Sistemas produtivos com reutilização de água geram menos custos e agregam valor ao pescado por serem sustentáveis
O
s processos e produtos de aquicultura no Brasil enfrentam a dificuldade de uma cultura relativamente nova e a falta de formação técnica e de parâmetros para a exploração da atividade. Atualmente, entre os principais gargalos do setor estão a produção de ração e o licenciamento ambiental, áreas que têm recebido o apoio de pesquisas de instituições como a Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (AQUABIO). Mas, assim como em outros países, o uso da água é um dos principais entraves e tem exigido a experimentação de novas tecnologias de cultivo e processamento. 84
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A incoerência na legislação é um dos complicadores para a questão do licenciamento ambiental, segundo Katt Lapa, pesquisadora responsável pela comunicação da AQUABIO. “Muitas vezes, fomenta-se a produção sem que se saiba que tipo de efluente ela vai gerar.” A professora avalia que, apesar de alguns esforços do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), como a simplificação do cadastro no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), ainda é necessária muita mão de obra para alcançar a formalização. “Há muita movimentação neste sentido, mas ainda é algo bastante polêmico”, afirma Katt, que coordena um projeto de extensão de fomento à legalização de produtores no Departamento de Aquicultura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Uma padronização da quantidade mínima de água para o processamento de alguns tipos de pescado deve ser concluída até dezembro de 2015 pela pesquisa “Gerenciamento hídrico aplicado a entrepostos de pescado”, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Coordenado pela unidade de Pesca e Aquicultura, em Tocantins, o projeto é realizado em parceria com mais duas unidades da Embrapa e com cinco universidades. O objetivo é validar um modelo que sirva como balizamento para a indústria e possa ser utilizado futuramente pelo MPA para normatização e fiscalização do setor. Participam do estudo quatro empresas de diferen-
tes País e diferentes nichos de atuação, como conserva e processamento de tilápia, tambaqui e pintado. Segundo o pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, Giovani Bergamin, a proposta é que seja empregada a menor quantidade de água possível com a reutilização do recurso, hoje feita por poucas empresas. Além de diminuir o custo, a alternativa pode agregar valor ao pescado. “A tendência é que o produto seja valorizado também pela questão da sustentabilidade”, destaca Bergamin. Fora o aspecto sustentável, a diminuição das trocas de água pode reduzir o risco de proliferação de doenças que afetam determinadas espécies e melhorar significativamente sua produtividade, como tem sido comprovado por algumas tecnologias de cultivo de camarão desenvolvidas por empresas especializadas da Região Nordeste. “O sistema de produção com renovação de água é extremamente arriscado porque pode estar contaminado”, afirma o engenheiro de aquicultura Bruno Scopel, que trabalha na MCR Aquicultura e na Acquazul Soluções para Aquicultura, focada em produtos especializados. A partir de produtos naturais, muitos deles importados, é possível construir um sistema de baixa troca de água, ecologicamente equilibrado e mais produtivo, adequado para produções de alta densidade. O sistema possibilita a interiorização do cultivo, demanda crescente devido ao preço elevado das áreas no litoral brasileiro e ao licenciamento ambiental complicado. A alternativa também pode ser utilizada com tilápia e há pesquisas em andamento para a tainha. Segundo Scopel, as dificuldades para a disseminação da tecnologia, que foi desenvolvida nos Estados Unidos, são a falta de mão de obra especializada no Brasil e o investimento, que costuma ser inviável para produtores menores. Principalmente para esse grupo, o acesso a crédito é também um obstáculo. “Como o setor é muito pulverizado, muitas vezes as empresas não conseguem financiamento devido ao seu porte”, explica Luis Felipe de Souza, gerente do Departamento de Agronegócios e Alimentos da Finep. Além do programa Inova Agro, que em 2013 contemplou algumas empresas de piscicultura, a Finep não possui uma linha voltada para o setor. Segundo Souza, a instituição deve continuar lançando programas de integração de instrumentos semelhantes, mas ainda não há definição de tema ou data para os próximos editais. Atualmente, a opção para os pequenos e médios produtores é o Finep 30 dias, que contempla projetos de até R$ 10 milhões para empresas com faturamento máximo de R$ 90 milhões.
Less is more Both processes and products of aquaculture in Brazil face the difficulties of a relatively new culture, lack of training, and technical parameters to explore the activity. Among the major limitations in industry today is the production of ration and environmental licensing, but, as in other countries, water use is a major constraint and has been requiring experimentation with new cultivation and processing technologies. A standardization of the minimum amount of water for processing some types of fish has been defined by a piece of research called “Water Management Applied to Fish Warehouses”, carried out by Embrapa. The proposal is to use the least possible amount of water by reusing it, a process that has been adopted by a few companies. Besides lowering the costs, this alternative can add value to the fish based on the issue of sustainability. Also, decrease of the exchange of water can reduce the risk of spreading diseases that affect certain species and significantly improve productivity, as has been shown, as has been proven by some of shrimp farming technologies developed by specialized companies in Northeast Brazil.
Menos es más La acuicultura en Brasil enfrenta la dificultad de una cultura relativamente reciente, la falta de formación técnica y de parámetros para la exploración de la actividad. Entre los principales desafíos del sector están la producción de ración y la licencia ambiental. Pero, así como en otros países, el uso del agua es uno de los principales obstáculos. La propuesta consiste en utilizar la menor cantidad de agua posible con la reutilización del recurso, procedimiento adoptado por pocas empresas. Además de reducir el costo, la alternativa puede agregar valor al pescado por la cuestión de sostenibilidad. Por otro aspecto, la reducción de cambios de agua puede reducir el riesgo de propagación de enfermedades. que afectan a determinadas especies y mejorar significativamente su productividad.
por Mariana Rosa
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INOVAÇÃO
Salto de produtividade Fazenda aquícola Squilla conseguiu aumentar a produção em 10 vezes na última década com uso de sistema mixotrófico
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de água, sendo necessário complemento de 5% de água devido à evaporação. “Até então, eu não conhecia os produtos com bactérias nitrificantes, era tudo muito caro, muito difícil”. Nobre ressalta que, além dos probióticos, para alcançar o crescimento é fundamental o uso da larva HB12 fornecida pela Aquatec, uma larva híbrida própria para altas densidades. “Hoje, posso diDivulgação
om as dificuldades que envolvem a produção no litoral, a interiorização dos cultivos tem se mostrado boa aposta mesmo para aquicultores de espécies tipicamente marinhas, como o camarão-branco-do-pacífico (Litopenaeus vannamei). É o caso de Diego Nobre, que experimentou variados sistemas de baixa troca de água e alta densidade e já conseguiu duplicar a capacidade da sua produção, localizada na Cidade de Aperibé (RJ). Pioneiro na produção do crustáceo no estado, atualmente o empreendedor se dedica a um projeto em parceria com o governo estadual do Rio para incentivar o modelo de cultivo na cidade, com fornecimento de linhas de crédito de até R$ 60 mil, cujo lançamento está previsto para o início de 2015. O objetivo é melhorar a economia local e atender ao consumo de aproximadamente de 1,4 mil toneladas de camarão por mês, volume que hoje é suprido pela produção da Região Nordeste. Trabalhando com aquicultura há aproximdamente 14 anos, Nobre teve sua primeira experiência com baixa troca de água em 2005, com o sistema floco bacteriano, obtendo produção máxima de 40 unidades de camarão por metro cúbico. Em 2008, adotou o sistema heterotrófico e alcançou a produção de 200 unidades por metro cúbico. Há aproximadamente seis meses, utiliza o sistema mixotrófico na Fazenda Squilla, em Aperibé, e tem produzido em média 400 unidades por metro cúbico. Controlado com produtos naturais, como fitôplanctons e probióticos, o sistema possui 0% de troca
Animais sofrem menos estresse com o sistema de produção utilizado na Fazenda Aquícola Squilla, de Aperibé (RJ)
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zer com segurança que o sistema pode ser utilizado para criar até 500 unidades de camarão por metro cúbico.” Além do aumento da produção, o sistema mixotrófico simplifica o processo de controle da amônia, o que diminui a necessidade de mão de obra especializada, e garante o equilíbrio iônico da água, fator que é importante para controlar o estresse dos animais. Outras vantagens em relação ao sistema heterotrófico são que não há risco de contaminação com nitrito e os resíduos podem gerar subprodutos sustentáveis com o uso de um clarificador, que transforma os sólidos em suspensão em adubo orgânico. Por Mariana Rosa
A surge in productivity The cultivation internalization has been proven being worthy for those who farms typical marine species, such as the Pacific white shrimp (Litopenaeus vannamei). Diego Nobre tested different systems with low water exchange and high density and has already doubled the capacity of its production. For the last six months he has been using the mixotrophic system on the Squilla farm, producing an average of 400 units per cubic meter. Controlled by natural products, the system has 0% of water exchange, being necessary an addition of 5% water due to evaporation. Furthermore, it requires less manpower.
Salto de productividad La interiorización de los cultivos ha demostrado una buena apuesta incluso para los agricultores de especies típicamente marinas como el camarón blanco del Pacífico (Litopenaeus vannamei). Diego Nobre experimentó diferentes sistemas con bajo intercambio de agua y alta densidad y ya ha logrado duplicar la capacidad de su producción. Hace seis meses utiliza el sistema mixotrófico en la granja Squilla y ha producido un promedio de 400 unidades por metro cúbico. Controlado con productos naturales, el sistema posee un 0% de cambio de agua, siendo necesario la adición de un 5% de agua debido a la evaporación. Además, requiere menos mano de obra.
Atual sistema de produção adotado por Diego Nobre exige apenas reposição de água perdida por evaporação
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INOVAÇÃO
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Presunto defumado de tilápia preserva todas as propriedades funcionais do pescado
Novo destino A Pescados Pinhal, em parceria com o SENAI, espera dar um aproveitamento de maior valor agregado à metade dos resíduos gerados na produção de filés de tilápia
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specializada na produção de filés de tilápia, a cooperativa catarinense Pescados Pinhal, de Chapecó, procurou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) da região para encontrar uma destinação ao alto volume de resíduos gerado na produção, que chega a 70% do volume da produção diária de uma tonelada. Contemplada com um edital interno do Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas de Santa Catarina, a demanda resultou no desenvolvimento de um presunto defumado de tilápia. O alimento é baseado na norma IN no. 20, que define como fonte para apresuntado o membro superior do animal – no caso do peixe, o filé que se localiza na parte externa –,
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e ficou em segundo lugar na última edição do prêmio Inova SENAI. A empresa tinha problema com o resíduo de tilápia, precisava agregar valor e não sabia como”, afirma Riveli Brigido, pesquisadora do Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas que coordenou o projeto. A cooperativa utilizava a carcaça e o filé menor para confecção de ração animal e buscava uma alternativa com valor de mercado mais elevado. Tendo em vista as propriedades funcionais do pescado, os pesquisadores sugeriram a elaboração de um produto para alimentação humana. Segundo Riveli, a composição do presunto mantém as características nutricionais de filés in natura, como a presença de todos os aminoácidos essenciais, vi-
Testes de degustação mostraram boa aceitação do presunto de tilápia
New destination
Evisceração e outras etapas da produção de filés de tilápia geram resíduos equivalentes a 70% do volume original
taminas lipossolúveis e do complexo B e a alta quantidade de ácidos graxos insaturados, como o Ômega-3. “Acreditamos que do resíduo podemos extrair de 40% a 50% de polpa para a produção de presunto”, afirma Lauro Munaretto, gerente da cooperativa, que aguarda a aquisição de uma despolpadora para cálculos mais precisos. A fabricação na Pescados Pinhal deve começar em 2015, após a conclusão da construção de instalações próprias para a produção do presunto. Além das obras, custeadas com financiamento de R$ 480 mil junto ao governo estadual e ao SICOOB Crediauc, o novo produto deve demandar a contratação de ao menos cinco novos funcionários.
Specialized in tilapia fish filet production, the cooperative from the State of Santa Catarina, Pescados Pinhal, contacted SENAI to find a destination for the high volume of residue created, which reaches 70% of a ton in a daily production. The demand resulted in the development of the smoked tilapia filets. The product composition keeps the nutritional characteristics of the nature filet, as well as the presence of all essential amino acids, fat-soluble vitamins and B complex, and the high level of unsaturated fatty acids such as omega 3.
Nuevo destino Especializada en la producción de filetes de tilapia, la cooperativa catarinense Pescados Pinhal ha buscado SENAI (Servicio Nacional de Aprendizaje Industrial) para encontrar un destino a la gran cantidad de residuos generados, que alcanza el 70% del volumen de la producción diaria de una tonelada. Esta demanda ha resultado en el desarrollo de un jamón ahumado de tilapia. La composición del producto mantiene las características nutricionales de los filetes como la presencia de todos los aminoácidos esenciales, vitaminas liposolubles, complejo B y la alta cantidad de ácidos grasos insaturados, como el omega 3.
Por Mariana Rosa
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na mesa de casa e do shopping Mais do que um novo canal de vendas, a franquia de restaurantes especializados em pescados, criada pela Colpani, valoriza a produção e aproxima a marca do consumidor 90
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INOVAÇÃO
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ma vantagem da piscicultura sobre a pesca extrativista é a possibilidade de controle sobre o produto fornecido. A fim de explorar ao máximo este diferencial, a Colpani Pescados, parte do Grupo Águas Claras, investiu em um projeto de franquia de restaurantes especializados em frutos do mar, a Colpani Fish Grill. A experiência com a nova modalidade de sistema de vendas começou em 2010, quando o grupo chegou a possuir quatro unidades em operação, utilizadas como base para protocolar o processo e apresentar o projeto ao franqueado. Duas delas eram churrascarias que já pertenciam ao grupo, onde o peixe foi introduzido como estratégia para agregar valor ao churrasco. “Todos os modelos atingiram seus objetivos para o grupo no sentido de trazer as informações de gerenciamento que precisávamos captar”, avalia Martinho Colpani, um dos fundadores da empresa, que atualmente possui apenas uma unidade de treinamento, e trabalha com a oferta de dois modelos principais de franqueamento, o de restaurante de rua e o de shopping. Além dos pratos básicos, como a tilápia à milanesa e à parmegiana, há a possibilidade de acrescentar ao cardápio opções regionais, de acordo com o local da franquia. “Estamos em contato com o cliente no supermercado e agora também durante seu lazer, no shopping e no restaurante, levando confiabilidade ao consumo de pescado”, afirma Martinho. Mais do que escoar parte da produção de pescados do grupo, que no caso da tilápia é de 50 toneladas por mês, o objetivo do sistema de vendas é aproximar a marca do consumidor final e apresentar a ele a cadeia produtiva que garante a qualidade do alimento oferecido. “A ideia principal é o sinergismo da marca”, explica Martinho. O investimento inicial varia entre R$ 230 mil e R$ 340 mil, de acordo com o modelo, e a previsão de faturamento médio é de R$ 60 mil a R$ 80 mil por mês. A princípio, a ideia é atuar no entorno do estado de São Paulo, devido à logística da produção dos pratos, que é realizada em cozinha industrial na sede da empresa, em Mococa (SP), com capacidade para atender até dez franquias. Colpani, no entanto, não descarta propostas de outras regiões: “estamos abertos à avaliação de cada caso”.
A Colpani Fish Grill é a única rede brasileira de franquias de restaurantes especializada em peixes
Always with consumers The Colpani Pescados company, from Grupo Águas Claras, is placing their bets on a new type of sales system, a project of restaurants franchise specialized in seafood, the Colpani Fish Grill. Besides the basic dishes such as crunchy tilapia and parmigiana, there is the possibility of adding regional menu options based on the location of the franchise unit. Besides aiding on the distribution of the fish production in the group, which in the case of tilapia is 50 tons per month, the goal of the sales system is to bridge the gap between brand and ultimate consumer.
Siempre al lado de los consumidores Colpani Pescados, del Grupo Águas Claras, está apostando por un nueva modalidad de sistema de ventas, un proyecto de franquicia de restaurantes especializados en pescados y mariscos, la Colpani Fish Grill. Además de los platos básicos tales como tilapia empanada y a la parmigiana, existe la posibilidad de añadir al menú opciones regionales de acuerdo con la ubicación de la unidad. Más que aprovechar parte de la producción de peces del grupo, que en el caso de la tilapia es de 50 toneladas por mes, el objetivo del sistema de ventas es acercar la marca al consumidor final.
Por Mariana Rosa
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pesquisa
Futuras instalações da Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO)
Base científica
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sucesso da agricultura e da pecuária brasileira não pode ser dissociado das pesquisas científicas desenvolvidas nos últimos 40 anos por universidades e institutos de pesquisa, em especial a Embrapa, e da transferência desses conhecimentos para o setor produtivo. Essa estrutura permitiu a criação de um modelo próprio e adequado às condições de solos e as condições climáticas do Brasil, que ao longo desse período passou de importador de alimentos básicos a um dos maiores produtores mundiais de carnes, grãos e outros itens do agronegócio. Estratégia semelhante vem sendo aplicada para desenvolver o setor de aquicultura no País, que nos últimos 10 anos viveu um boom de produtores, mas ainda apresenta produção bem aquém de seu potencial. De acordo com informações do Ministério de Pesca e Aquicultura (MPA), nos últimos cinco anos o número de bolsas de produtividade concedidas em todo o País aumentou em torno de 25%, passando de 12 mil em 2008 para 15 mil 92
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Pesquisas são o caminho para o setor nacional de aquicultura desenvolver todo o seu potencial
em 2013. Já o número de pesquisadores subiu de 112, em 2009, para 276, em 2013. “As instituições como a Embrapa e as universidades vêm cada vez mais conseguindo organizar suas estruturas e seus laboratórios para gerar uma pesquisa de qualidade”, afirma Eric Routledge, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura, unidade criada em 2009 em Palmas (TO) justamente com o objetivo de intensificar a geração de novas tecnologias para a aquicultura e a pesca no Brasil. A prevenção de doenças é uma das grandes preocupações, segundo Routledge. “Você pode perder 20 toneladas de peixes de um dia para o outro se não houver remédio para determinada doença, ou se não foi feito um trabalho de diagnóstico e prevenção”, esclarece. As necessidades nutricionais também variam de acordo com a espécie e a idade do peixe. “Muitas espécies não têm requerimento definido e precisamos descobrir isso para que a indústria de ração atenda às necessidades reais”. Uma enquete entre pesquisadores divulgada em
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Scientific basis The success of Brazilian agriculture and animal husbandry cannot be dissociated from scientific research carried out in the last 40 years by universities and research institutes, especially Embrapa, and the transfer of this knowledge to the productive sector. This structure enabled the creation of a suitable model for the conditions of soil and climate of Brazil, which over that period has gone from basic importer to one of the largest producers of meats, grains, and other agribusiness food items. A similar strategy has been applied to develop the aquaculture industry in the country, which experienced a boom of producers in the last 10 years, but is still far from achieving its potential. Disease prevention is a major concern, according to Eric Routledge, Head of Research and Development of Embrapa Fishery and Aquaculture. Another concern regards the definition of the nutritional needs based on native species in order to create specific rations.
Base científica 2012 pela Sociedade Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (AQUABIO) revelou cinco áreas de pesquisa que deveriam ser contempladas com editais específicos: melhoramento genético, exigências nutricionais, sistemas de produção, boas práticas de manejo e transferência de tecnologia. Segundo Katt Regina Lapa, editora da AQUABIO, “é importante olhar para as informações levantadas na época e atualizá-las acrescentando como demanda o licenciamento ambiental, que é uma das dificuldades do setor produtivo”. Para atender às demandas do setor, Routledge explica que “para a aquicultura, necessita-se de laboratórios para manter os peixes reprodutores e as pesquisas nas áreas de biologia e reprodução, tanques para testes de diferentes dietas na nutrição e laboratórios específicos para trabalhar com doenças, além de estratégias para fazer a informação chegar ao produtor”. Segundo ele, as questões referentes às boas práticas de manejo, por exemplo, já foram bastante exploradas pelos pesquisadores, mas ainda há dificuldade para os produtores se apropriarem dessas técnicas. “Não se trata apenas de gerar conhecimento, mas tirá-lo das prateleiras das universidades e repassá-lo”, avalia.
El éxito de la agricultura y de la ganadería brasileña no puede disociarse de la investigación científica llevada a cabo en los últimos 40 años por las universidades e institutos de investigación, en particular, la Embrapa (Empresa brasileña de Pesquisa Agropecuaria), y en la transferencia de estos conocimientos al sector productivo. Esta estructura permitió la creación de un modelo propio y adecuado a las condiciones de suelo y de clima de Brasil, que a lo largo de este período ha pasado de importador de alimentos básicos a uno de los mayores productores de carnes, granos y otros alimentos de la agroindustria . Una estrategia similar se ha aplicado para desarrollar el sector de la acuicultura en el país, que en los últimos 10 años experimentó un auge de productores, pero todavía tiene una producción muy por debajo de su potencial. La prevención de enfermedades es una de las grandes preocupaciones, según Eric Routledge, Jefe de Investigación y Desarrollo de Embrapa Pesca y Acuicultura. Otra preocupación está relacionada a las necesidades nutricionales de las especies nativas para la formulación de raciones específicas.
Por Daniele Martins
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pesquisa
Ponto certo Trabalhos da UEM sobre farinha de peixe apontam a quantidade ideal a ser inserida nas receitas para que não haja alteração de sabor e odor
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processamento da carne de pescado, cada vez com mais espaço no mercado, gera resíduos altamente nutritivos, que podem ser incorporados em alimentos para consumo humano. É o que descobriu a pesquisadora Maria Luiza Rodrigues de Souza Franco, professora do Curso de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Desde 2004, ela vem trabalhando em pesquisas no preparo de farinha com esses resíduos, e agora já apresenta opções que podem ser
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inseridas em vários produtos sem que haja comprometimento do sabor ou do cheiro original do alimento. “A tilápia voltada para a industrialização gera de 60% a 70% de resíduos na produção do filé”, explica a pesquisadora. Essa sobra, normalmente reutilizada na fabricação de farinha de peixe para consumo animal, é rica em proteínas e minerais que podem contribuir para uma melhoria da qualidade da dieta humana. “Usamos o espinhaço e a cabeça para produzir um concentrado a partir de técnicas de processamen-
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Objetivo da pesquisa é aproveitar o máximo possível dos pescados para alimentação humana
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Hitting the jackpot The processing of fish, with an increasing market share, generates highly nutritious waste that can be incorporated into foods for human consumption. This is what the researcher the Maria Luiza Rodrigues de Souza Franco, researcher of the animal husbandry program at Universidade Estadual de Maringá discovered. Since 2004 she has been carrying out research the on preparation of flour with such waste and currently presents options that can be inserted into various products without compromising the original taste or the original smell either.
Punto justo El procesamiento de la carne de pescado, cada vez con más espacio en el mercado, genera residuos altamente nutritivos que pueden ser incorporados en los alimentos para el consumo humano. Fue lo que descubrió la investigadora Maria Luiza Rodrigues de Souza Franco, profesora del Curso de Zootecnia de la Universidade Estadual de Maringá. Desde 2004 ha estado trabajando en investigaciones en la preparación de harina con este tipo de residuos y actualmente ya tiene opciones que se pueden insertar en varios productos sin comprometer el sabor o el olor original. to. Essa farinha tem alto teor de proteínas, minerais e ácidos graxos, e pode substituir a farinha normal em vários alimentos”, esclarece. Na pizza, por exemplo, é possível utilizar 20% dessa farinha no lugar da farinha normal. Segundo a professora, é essa a quantidade necessária para que se obtenha um bom resultado sem que o gosto ou cheiro do pescado seja percebido. “Além da massa, estamos fazendo inclusão em carne, o que é uma ótima opção para que pessoas que não gostam de peixe tenham acesso aos seus nutrientes”, avalia. A inclusão da farinha de peixe já foi testada em salgados, como no biscoito de polvilho. O resultado foi surpreendente: com 15% de substituição de farinha normal pela farinha de peixe, o teor de proteína do produto aumen-
Maria Luiza Rodrigues de Souza Franco, da UEM, trabalha desde 2004 na pesquisa
tou de 1,93% para 10,29%. O desafio foi acertar a mão nas receitas doces. Para bolachas, a quantidade de farinha substituída depende do sabor. Biscoitos caseiros, que têm sabor mais leve, aceitam apenas 12% de farinha de pescado. Se a receita tiver chocolate, baunilha ou cravo, que são mais acentuados, essa porcentagem pode subir para 30% sem comprometimento do gosto. Como a técnica requer infraestrutura, a inserção dessa farinha de peixe no mercado ainda depende de parcerias com o setor produtivo. “Além de servir para a alimentação humana, o reaproveitamento dos resíduos é um favor para o meio ambiente”, afirma Maria Luiza.
Por Daniele Martins
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Espécie promissora Udesc desenvolve tecnologias de cultura de robalo-flecha, peixe marinho de alto valor comercial e ainda não cultivado no mundo
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ma pesquisa realizada pelo Laboratório de Aquicultura da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), pode ser a porta de entrada para o cultivo comercial de robalo-flecha no mundo. Sob o aspecto econômico, a aposta na espécie é certeira porque apresenta alto valor comercial. A carne, considerada nobre, tem atualmente preço médio de R$ 38 o quilo. “Se pararmos para pensar, há 20 anos o salmão era comida de rico. Com o desenvolvimento da salmonicultura no Chile, segundo maior produtor mundial da espécie, o preço caiu consideravelmente, e hoje, inclusive, é comum encontrar no mercado filés de tilápia mais caros do que filés de salmão”, avalia Giovanni Lemos de Mello, coordenador do Laboratório de Aquicultura. “Atualmente, um salmão pode levar apenas dois dias entre a retirada da gaiola no Chile e a mesa do brasileiro”, completa. Para ele, só o cultivo e o aumento da produção do robalo-flecha farão com que o seu preço caia. Mas, segundo o professor, “para desenvolver o pacote tecnológico de qualquer espécie de peixe, ainda mais de peixe marinho, é necessário muito investimento governamental 96
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em pesquisa”. Outro gargalo apontado é a falta de rações comerciais para o cultivo dos robalos no Brasil. Como o robalo-flecha é um peixe carnívoro, não consegue aproveitar o alimento natural presente nos sistemas de produção, como faz a tilápia, por exemplo. Ele depende exclusivamente de ração. Os estudos foram iniciados pela Rede Catarinense de Pesquisa em Piscicultura Marinha (UFSC, Udesc, Epagri e Univali), a partir de sua criação em 2009. A Udesc é responsável pelas pesquisas com o robalo-flecha em fazendas de cultivo de camarão, como também em sistemas de recirculação de água em laboratório. “O nosso papel neste processo é desenvolver pesquisas dos sistemas de cultivo para a espécie, focando nas etapas de pré-engorda e engorda, ou seja, desde a produção de peixes juvenis de 3 gramas até espécimes de 500 gramas ou 1 quilo, pesos comerciais de abate”, explica Mello. Duas espécies de robalo estão entre os 10 peixes marinhos mais cultivados no mundo: o robalo-europeu, cultivado em vários países da Europa, principalmente em gaiolas no Mar Mediterrâneo, e o robalo-asiático, muito produzido também em vários países da Ásia e da Oceania. Já o robalo-flecha ainda não é cultivado comercialmente em nenhum país. “Produzir peixes marinhos de alto valor de mercado, em áreas bem pequenas, dentro de galpões, representa acabar com as fronteiras entre o mar e os principais centros consumidores do País”.
Por Daniele Martins
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Pesquisas são desenvolvidas em sistemas de recirculação de água em laboratório e também em fazendas de criação de camarão no litoral sul de Santa Catarina
Os estudos do laboratório da UDESC envolvem desde a produção de juvenis de 3 gramas até espécimes com peso de abate, de 500 gramas a 1 quilograma
A promising species
O trabalho analisa efeitos de salinidade, temperatura e alimentação na sobrevivência, no crescimento e na atividade de enzimas digestivas da espécie, de forma a gerar um pacote tecnológico de criação
A piece of research carried out in Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Laguna campus, can be the starting point to the commercial cultivation of “common snook” in the world. Considering the economic aspect, the promising species can be taken for granted based on its high commercial value. Considered a high quality meat, it currently has the average price of BRL 38 per kilo. “Producing marine fish of high market value in very small areas within warehouses represents bridging the gap between sea and the main consuming centers of the country,” said Giovanni Lemos de Mello, the Coordinator of the Aquaculture Laboratory.
Especie próspera Una investigación realizada por la Universidad del Estado de Santa Catarina (UDESC), en la ciudad de Laguna, puede ser la puerta de entrada al cultivo comercial del pescado robalo blanco en el mundo. Bajo el aspecto económico, la apuesta es exacta porque la especie tiene un alto valor comercial. La carne, considerada noble, cuesta actualmente alrededor de R$ 38 el kilo. “Producir peces marinos de alto valor de mercado, en zonas muy pequeñas, en cobertizos, representa acabar con las fronteras entre el mar y los principales centros de consumo del país”, dice el coordinador del Laboratorio de Acuicultura, Giovanni Lemos de Mello. PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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Em busca de mutações O mapeamento genético do tambaqui, do pacu e do híbrido tambacu está sendo desenvolvido pelo INPA para aprimorar seus cultivos
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nálises cromossômicas de tambaqui (Colossoma macropomum), pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus) e tambacu (resultado do cruzamento entre as duas espécies, amplamente cultivadas na piscicultura brasileira e com grande semelhança morfológica, principalmente em estágios juvenis), foram realizadas para o mapeamento de suas sequências de DNA. Apesar de o tambaqui e o pacu-caranha serem muito cultivados e possuírem forte apelo comercial, ainda há poucos estudos sobre a genética dessas espécies e de seus híbridos. O projeto foi desenvolvido pela pesquisadora Leila Braga Ribeiro, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). A pesquisa permitiu a observação de diferenças importantes na organização do genoma desses indivíduos. Embora a hibridação – cruzamento de espécies – seja um procedimento comum na aquicultura, os híbridos apresentam riscos biológicos para o meio ambiente, uma vez que, se forem férteis, podem contaminar geneticamente estoques naturais e estoques de criadouro. Estudos de identificação, caracterização e monitoramento genético são necessários para viabilizar o uso sustentável desses recursos pesqueiros sem prejuízo para as espécies selvagens e para o ambiente natural. “O tambacu é a espécie que requer maior atenção
nesse sentido. Estudos já relataram casos de hermafroditismo nesse híbrido, inclusive com presença de gametas bem desenvolvidos em gônadas masculinas e femininas, e o cruzamento do híbrido tambacu com suas espécies parentais já foi relatado em algumas pisciculturas”, explica a pesquisadora. Para ela, “o desenvolvimento de técnicas genéticas que possibilitem a correta manipulação e obtenção de marcadores de estoques é uma área promissora, em plena expansão dentro da piscicultura”. O diagnóstico é uma forma de identificar os indivíduos ainda jovens por cultura de sangue para saber
O mapeamento genético também tem como objetivo a preservação dos biomas
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In pursuit of mutations Chromosome analysis of tambaqui fish (Colossoma macropomum), pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus) and tambacu (a cross between the two previous species), widely cultivated in Brazilian fish farming and with great morphological similarity, especially during the juvenile stages, were carried out to map their DNA sequences. Coordinated by the researcher Leila Ribeiro Braga of the National Institute of Amazon Researches (INPA), the studies of identification, characterization and genetic monitoring are necessary to make the sustainable use of such fishery feasible without jeopardizing the wildlife and the natural environment.
En búsqueda de mutaciones se está se trabalhando com uma espécie parental ou com um híbrido. A partir da pesquisa, com base no padrão detectado pelo mapeamento cromossômico de elementos transponíveis (sequências genéticas móveis responsáveis em parte por gerar variabilidade genética nos genomas de organismos) do tambacu, também foi possível levantar as hipóteses de que a espécie apresenta maior resistência à baixa temperatura e que o crescimento mais rápido pode estar associado ao aumento dessas sequências.
Por Daniele Martins
Análisis cromosómicos de tambaqui (Colossoma macropomum), pacu-caranha (Piaractus mesopotamicus) y tambacu (un cruce entre las dos especies), ampliamente cultivados en la piscicultura brasileña y con gran similitud morfológica, se llevaron a cabo para la asignación de sus secuencias de ADN. Coordinados por la investigadora Leila Ribeiro, del Instituto Nacional de Investigaciones de la Amazonia (INPA), los estudios de identificación, caracterización y monitoreo genético son necesarios para que posibilite el uso sostenible de estos recursos pesqueros sin perjuicio a las especies silvestres y al ambiente natural. PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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Dose ideal Pesquisa da FURG revela que restrição de alimentação pode aumentar a saciedade de tainhas e reduzir custos
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alimentação dos peixes representa a maior parte dos custos do seu cultivo. A tainha, por ser onívora e necessitar de menor consumo de proteínas, demanda menor uso de farinha de peixe em suas rações e, consequentemente, tem produção mais barata que a dos peixes carnívoros. Para reduzir ainda mais esse custo e aumentar seu potencial de produção, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) revelou que a restrição alimentar a uma taxa 100 | PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
de 80% aumenta o índice de saciedade da tainha. Isso implica uma redução de 20% na quantidade da ração e tem como resultado uma economia de 28% no investimento destinado à alimentação. “O estudo de aspectos ligados à alimentação dos peixes é um fator primordial para o desenvolvimento da aquicultura, e a taxa de alimentação adequada é um deles”, avalia o pesquisador Eduardo Martins da Silva. “Este trabalho mostra que não é preciso alimentar os peixes à vontade até que parem de comer para
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Ideal dose The feeding of the fish represents the largest part of the costs of its cultivation. The farming of mullets, for being omnivorous and requiring a lower consumption of proteins, is cheaper than the farming of the carnivorous ones. To further reduce these costs, a piece of research conducted by Universidade Federal do Rio Grande (FURG) revealed that restricting feeding to a rate of 80% increases the mullet’s satiety level. Consequently, feeding reduces in 20%, which results in a saving of 28% in the feeding costs. crédito de foto
La dosis ideal La alimentación de los peces representa la mayor parte de los costos de su cultivo. La tainha, por ser omnívora y necesitar un menor consumo de proteínas, tiene una producción más barata que los peces carnívoros. Para reducir aún más este costo, una investigación realizada por la Universidade Federal de Rio Grande (FURG) ha revelado que la restricción de alimentos de un 80% aumenta el índice de saciedad de la tainha. Esto implica una reducción del 20% de la cantidad de ración y da como resultado un ahorro del 28% en gastos con alimentación.
A tainha é um dos principais produtos da pesca no Sul do Brasil
conseguir um desempenho satisfatório dos animais, e que um regime de restrição alimentar pode melhorar a utilização do alimento consumido por eles. Isso diminui o custo de operação da atividade, e propicia maior lucratividade para o produtor”, explica. O resultado da pesquisa aponta a taxa correta de alimentação que os peixes necessitam para ter bom desempenho, sem ficar com fome, mas sem que haja exposição a um consumo excessivo de alimento, que, além de trazer custos para o produtor, diminui seu
próprio potencial de desenvolvimento. “Muita comida pode provocar diversas alterações no metabolismo dos animais, entre elas, o acumulo de gordura, que pode diminuir o rendimento do pescado e seu tempo de prateleira”, esclarece. Um ponto que deve ser levado em conta é que a restrição alimentar pode provocar o surgimento de hierarquias, segundo as quais os peixes maiores têm mais acesso ao alimento. Essa é uma condição desfavorável à criação, pois pode provocar a ocorrência de canibalismo e agressividade entre os peixes. A taxa de 80% apontada pela pesquisa é o ponto de equilíbrio entre o montante de energia e proteína consumidas e os gastos energéticos para a manutenção metabólica e o crescimento somático.
Por Daniele Martins
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opinião
Muito tem se falado sobre o potencial brasileiro em aquicultura: o país possui costa marítima de 8.500 km e 12% da água doce do planeta. São condições favoráveis para as atividades pesqueira e aquícola. Por ser um alimento saudável, o consumo de pescado tem aumentado em todo o mundo. Por consequência, o mercado também está em alta. O grande desafio da pesquisa, hoje, é gerar conhecimento e tecnologia que permitam estruturar a cadeia produtiva das espécies nativas que possuem grande potencial produtivo e econômico. O pirarucu da Amazônia é um exemplo. A Embrapa Pesca e Aquicultura lidera um projeto de pesquisa que já tem como resultado tecnologias adaptadas e validadas, como o kit de sexagem pelo sangue dos animais adultos e os experimentos de formação de casais de pirarucu. Além disso, técnicas de manejo genético e tecnologias com base em DNA foram apresentadas para avaliação da qualidade genética dos planteis de reprodutores na região amazônica. A indústria de processamento de pescado é outro foco da pesquisa. Um projeto coordenado pela unidade visa estabelecer a quantidade mínima de água gasta no processamento de determinadas espécies de peixe, garantindo a qualidade sanitária dos produtos e gerando mais economia e sustentabilidade ao setor. Outros dois importantes projetos em execução na unidade focam na estruturação do banco de germoplasma de espécies nativas e no desenvolvimento de metodologias para estimar a capacidade de suporte para cultivo de peixes em reservatórios. Os quatro projetos juntos somam aproximadamente R$ 6,8 milhões. Ainda temos mais 11 projetos em andamento na área de aquicultura, com ênfase em sistemas de produção, gerenciamento, processamento de pescado 102 | PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
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Pesca e aquicultura: construindo o conhecimento
Carlos Magno Chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura – Palmas/TO
e transferência de tecnologia. A Embrapa Pesca e Aquicultura conta hoje com 92 empregados, sendo que 29 deles são doutores. A sede da unidade está sendo construída em área doada pelo governo do estado do Tocantins e a previsão de inauguração é para o segundo semestre de 2015. A estrutura terá 14 laboratórios, sala multiuso equipada para realização de capacitações e além de três campos experimentais em fase de implantação. Com o apoio da Embrapa e das instituições de assistência técnica e extensão rural, nossos produtores vão poder agregar valor aos seus produtos, para que a população consuma um pescado de alta qualidade e alto valor nutritivo.
O grande desafio é gerar conhecimento e tecnologia para estruturar a cadeia produtiva das espécies nativas com grande potencial produtivo.
Fishery and aquaculture: building knowledge
Pesca y acuicultura: construyendo el conocimiento
Much has been said about the Brazilian aquaculture potential: the country has a coastline 8.500 kilometerslong and 12% of the freshwater on the planet. These conditions are favorable for fishing and aquaculture activities. Since it is a healthy food, fish consumption has increased around the world. Therefore, the market is also on the rise. Today, the great challenge in research is to build the knowledge and create the technology that can make possible the structuring of the productive chain of the native species that possesses great productive and economical potentials. In addition, genetic management techniques and DNA-based technologies were presented for the genetic quality evaluation of brood stock routines in the Amazon region. Another focus of the research is the fish processing industry. Project coordinated by the unit aims to establish the minimum amount of water used in the processing of certain species of fish, ensuring the sanitary quality of the products and generating more savings and sustainability in the sector. Two other important projects running on the unit focus on structuring the native species germplam bank and on the development of methodologies to estimate the ability to support cultivation of fish in reservoirs. The four projects together totals about R$ 6.8 million. We still have more 11 projects in progress in the aquaculture field with emphasis on production systems, management, fishing processing, and technology transfer. The Embrapa Fishery and Aquaculture currently has 92 employees, of these 29 are doctors. The unit headquarters is being built in an area donated by the Government of the State of Tocantins and the inauguration is schedule to the second semester of 2015. The structure has 14 laboratories, equipped multipurpose room for realization of trainings, as well as three experimental fields under implementation stage. With the support of Embrapa and institutions of technical assistance and rural extension, our producers will be able to add value to their products so that the population can consume fish of high quality and nutritional value.
Se ha hablado mucho en el potencial de Brasil en la acuicultura: el país tiene una costa de 8500 kilómetros y el 12% del agua dulce del planeta. Son condiciones favorables para las actividades de pesca y acuicultura. El hecho de que el pescado sea un alimento saludable, su consumo ha aumentado en todo el mundo y por consecuencia, el mercado también está creciendo. Actualmente, el gran desafío de la investigación es generar conocimiento y tecnología para estructurar la cadena de suministro de las especies nativas que tienen un gran potencial productivo y económico. Además, técnicas de gestión genético y tecnologías basadas en ADN se presentaron para evaluación de calidad genética de los planteles de reproductores en la región amazónica. La industria de procesamiento de pescado es otro foco de la investigación. Proyecto coordinado por la unidad tiene por objetivo establecer la cantidad mínima de agua gasta en el tratamiento de ciertas especies de peces, lo que garantiza la salud y la calidad de los productos, generando más ahorro y sostenibilidad al sector. Otros dos proyectos importantes en marcha tienen foco en la estructuración del banco de germoplasma de especies nativas y en el desarrollo de metodologías para estimar la capacidad de carga para el cultivo de peces en los embalses. Los cuatro proyectos conjuntamente suman alrededor de R$ 6,8 millones. Todavía tenemos más 11 proyectos en curso en el ámbito de la acuicultura con énfasis en sistemas de producción, gestión, procesamiento de pescado y de transferencia de tecnología. Embrapa cuenta actualmente con 92 empleados, entre ellos 29 doctores. La sede de la unidad se está construyendo en área donada por el gobierno de la provincia de Tocantins y está programado para inaugurar en el segundo semestre de 2015. La estructura tendrá 14 laboratorios, sala polivalente equipada para realización de capacitaciones, además de tres campos experimentales en fase de implantación. Con el apoyo de Embrapa y de las instituciones de asistencia técnica y extensión rural, nuestros productores serán capaces de agregar valor a sus productos para que la gente pueda consumir un pescado de alta calidad y valor nutricional.
Carlos Magno
Carlo Magno
General Head of Embrapa Fishery and Aquaculture – Palmas/TO
Jefe general de Embrapa Pesca y Acuicultura (Tocantins).
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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crédito Empreendedores do ramo contam com a linha específica Proaquicultura
Recursos para crescer
A
través do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo decidiu apostar na produção de pescados e no crescimento do apetite do brasileiro por frutos do mar, . Caracterizado como um instrumento que organiza as políticas econômicas e sociais do governo federal voltadas à cadeia produtiva da pesca e aquicultura, o Plano Safra prevê investimentos de R$ 4,1 milhões para expandir a aquicultura, modernizar a pesca e fortalecer a indústria e o comércio pesqueiro. O objetivo é ampliar a efetividade das ações governamentais e o desenvolvimento sustentável por meio de medidas de estímulo à competitividade e ao empreendedorismo. A meta é produzir 2 milhões de toneladas anuais de pescado até o final de 2014. Para atender às demandas sociais e de fomento das 104 | PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
Arquivo MPA
Ueslei Marcelino / MPA
Pescadores artesanais são considerados produtores rurais
Pescadores e aquicultores podem recorrer a programas do governo federal e a linhas especiais do BNDES
atividades de pesca artesanal, industrial e esportiva, e ainda da aquicultura continental e marinha, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) conta com os recursos diretos do orçamento da União e com verbas provenientes das emendas parlamentares. Os recursos destas emendas de deputados e senadores são destinados a projetos geridos por prefeituras, órgãos de governos estaduais e entidades sem fins lucrativos. O pescador artesanal pode acessar as linhas de financiamento do BNDES como produtor rural, especialmente os programas do Plano Agrícola e Pecuário (PAP). Dos R$ 156,1 bilhões anunciados para o PAP 2014-2015, o BNDES participa com R$ 13,713 bilhões em recursos próprios, com juros equalizados pelo Tesouro Nacional. Sob gestão da Área Agropecuária e de Inclusão
Ueslei Marcelino / MPA
Pronaf financia máquinas e equipamentos
Resources to grow The goal of the Federal Government is to produce 2 million tons of fish a year by the end of 2014, thus making Brazil become self-sufficient. Most of the funds to make the industry take off come from Plano Safra, which foresees investments of R$ 4.1 million to expand the aquaculture industry, modernize the fishing industry, and strengthen both fishing industry and commerce. Another important tool is the Proaquicultura program, which aims to support producers’ and fish processing industry’s investments in the construction, expansion, and modernization of production capacity.
Recursos para crecer
Social (AGRIS), o banco tem um orçamento de R$ 11,363 bilhões para os programas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), 36,8% a mais que no ano agrícola anterior, e de R$ 2,35 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Ao todo são 10 programas, todos já disponíveis. Algumas alterações foram introduzidas para a safra 2014-2015, como a inclusão de novos itens financiáveis nos programas ABC, Moderinfra e PCA, além do Moderfrota, que agora voltam a financiar máquinas e equipamentos novos. Outras alterações também merecem destaque, como a criação de novas linhas de apoio e o aumento de limite financiável em programas como o Moderinfra e o ProcapAgro. No Pronaf Mais Alimentos, uma nova linha passa a financiar a aquisição de picapes e motos, com prazo de reembolso específico de seis anos, incluso até um ano de carência. Já o Pronaf Jovem passa a admitir a concessão de até três financiamentos por beneficiário, com a contratação do novo crédito condicionada à liquidação do financiamento anterior. Para fortalecer a aquicultura nacional, o BNDES conta com o Proaquicultura. O programa tem como objetivo apoiar os investimentos dos produtores de pescados e da indústria processadora para a construção, a expansão e a modernização da capacidade produtiva,
La meta del gobierno federal es producir 2 millones de toneladas de pescado hasta el final de 2014, lo que dejaría al país en una situación de autosuficiencia. Gran parte de los recursos para impulsionar el sector proviene del Plano Safra (Plan de cosecha), que prevé inversiones de R$ 4,1 millones para expandir la acuicultura, modernización y fortalecimiento de la industria pesquera y el comercio de la pesca. Otra herramienta importante es la Proaquicultura, cuyo objetivo es apoyar la inversión de los productores de pescados y de la industria procesadora para la construcción, ampliación y modernización de la capacidad de producción. além de apoiar o capital de giro associado e não associado aos projetos de aquicultura. O plano também beneficia iniciativas voltadas para modernização ou implementação de melhorias na estrutura organizacional, administrativa, de gestão, de comercialização, de distribuição e de logística das sociedades atuantes no setor aquícola (produção aquícola, indústria de processamento de pescados e fábrica de ração para pescados). O BNDES Proaquicultura se divide em dois subprogramas, de acordo com o tipo de investimento. O BNDES Proaquicultura Produção é destinado ao aumento de competitividade das empresas do setor aquícola por meio de financiamento da capacidade produtiva (construção, expansão e modernização) e de melhorias organizacionais. Já o BNDES Proaquicultura Giro é um apoio financeiro para capital de giro para as empresas do setor aquícola.
Por Adão Pinheiro
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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estoques em risco
Arquivo MPA
sustentabilidade
Estimativas indicam que se não forem tomadas medidas de conservação, o segmento da pesca entrará em colapso até a metade do século
A
tualmente, 80% dos principais estoques disponíveis encontram-se em exploração plena, em exploração acima de seu nível de sustentabilidade, em fase de esgotamento ou em fase de recuperação, segundo Roberta Aguiar dos Santos, coordenadora do Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (CEPSUL), de Itajaí (SC). “Se for mantida a tendência, haverá um colapso da atividade até a metade deste século.” Para ela, primeiro deve ser avaliado o estado de conservação dessas espécies, ou seja, se suas populações estão em níveis de declínios que levem ao risco de extinção – algumas espécies, por características próprias como maturação tardia, baixa fecundidade e grande suscetibilidade ao intenso esforço pesqueiro, não suportam o impacto da pesca. Um exemplo é o peixe-serra, que já não mais existe no Sudeste e no Sul do Brasil, e as populações do Norte estão criticamente em perigo, com a possibilidade de serem extintas a médio prazo. O CEPSUL está vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que, em parceria com inúmeras instituições, fez a avaliação do estado de conservação de mais de 1,3 mil espécies de peixes marinhos e de mais de 3 mil espécies de peixes
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continentais. Aquelas que apresentaram a pesca como uma das principais pressões exigem medidas de gestão e recuperação de suas populações. Essas ações compõem os Planos de Ação Nacional de Conservação, que podem ser direcionados a espécies ou a ambientes. “A gestão dos recursos envolve estratégias, por exemplo, limitar o número de barcos. E colocar a sociedade do nosso lado. Não adianta ter 100 mil fiscais se o consumidor comer uma espécie ameaçada, e todo o setor pesqueiro tem que ser sensível a essa causa”, diz a coordenadora do CEPSUL. Roberta cita o exemplo do Projeto Tamar: “Já são mais de 30 anos e agora é que estão aparecendo seus frutos. Antes capturava-se a tartaruga como se fosse qualquer peixe. Até entrar na cabeça do pescador que não deve tirar o ovo, que não deve coBarco Atlântico Sul, utilizado no levantamento de estoques
Divulgação
mer tartaruga, demorou. A conscientização demora, e a conversação não pode esperar”. Carlos Vinicius Ferreira, chefe de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) em Florianópolis (SC), explica que as ações da fiscalização ainda ficam muito em cima do defeso, ou do fechamento de estações de pesca. “Temos um calendário anual em que as operações principais visam fiscalizar a pesca da tainha e o consumo de pescados durante a semana santa”. Ferreira cita a falta de aparelhamento e de mais recursos humanos como um empecilho para o desenvolvimento de melhores estratégias de combate à atividade pesqueira ilícita. No entanto, lembra que a tecnologia pode compensar parte desses fatores: “uma das armas mais eficientes é o sistema de rastreamento das embarcações por satélite, disponibilizado pela Marinha. Com ele, podemos identificar movimentações suspeitas e flagrar embarcações em desacordo com o ordenamento pesqueiro”, destaca Carlos. “A maior atuação hoje em dia é feita em cima da legalidade da embarcação. Há também operações em cima de petrecho proibido e do tamanho da rede. A pesca ilegal não tem só a ver com o defeso, mas com barcos que operam de forma ilegal, totalmente irregulares”, diz Roberta sobre a captura, em especial a marítima. Ela destaca ainda alguns limites impostos à pesca de determinadas espécies: em relação ao camarão-rosa e ao camarão-branco, indivíduos com tamanho inferior a 90 mm de comprimento total não podem ser capturados; em relação à sardinha, proibição para as com menos de 17 cm de comprimento; para a anchova, proibição para menores de 40 cm de comprimento total; o bagre deve ter pelo menos 30 cm de comprimento; já o caranguejo-uça, pelo menos 5 cm de carapaça. A regulamentação da atividade de pesca é feita por meio do programa Gestão Compartilhada dos Recursos Pesqueiros entre o Ministério da Pesca e Aquicultura e o Ministério do Meio Ambiente. Os Comitês Permanentes de Gestão, formados pelo governo e por representantes da sociedade e do setor pesqueiro, orientam as decisões. Roberta explica que as Instruções Normativas estão ligadas não somente à extinção de espécies, mas a vários outros aspectos da atividade. Características de petrecho, tamanho de malha, tamanho de embarcação, captura, pesca incidental (fora da espécie foco), áreas de exclusão, rastreamento da frota pesqueira e outros assuntos também estão envolvidos.
Roberta dos Santos (à frente, de uniforme laranja), do CEPSUL, e equipe em embarcação para trabalhos de pesquisa
Stocks at risk Currently, 80% of major stocks have been fully exploited above their level of sustainability, being now dried up or at a recovery stage, according to Roberta Aguiar dos Santos, coordinator of the Fishery Research and Management Center of Southeastern and Southern Brazil (CEPSUL). “Is this trend is continued until the middle of this century the activity is going to collapse.” For her, the conservation status of these species should be the first thing to be assessed, if their population is at a declining level that may lead to extinction.
Depósitos en riesgo Actualmente, el 80% de los principales depósitos están en pleno funcionamiento, operando por encima de su nivel de sostenibilidad, en fase de agotamiento o de recuperación, según Roberta Aguiar dos Santos, coordinadora del Centro de Investigación y Conservación de la Biodiversidad Marina en el Sudeste y Sur (CEPSUL). “Si la tendencia continúa, habrá un colapso de la actividad hasta mediados de este siglo.” Para ella, primero se debe evaluar el estado de conservación de estas especies, si sus poblaciones están en niveles de disminución que conducen al riesgo de extinción.
Por Marco Túlio Bruning
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opinião
A Oceana é a maior organização mundial que trabalha exclusivamente em defesa dos oceanos. Os escritórios da América do Norte, da Europa, da América do Sul e da América Central trabalham em campanhas nacionais voltadas ao ordenamento da pesca e à conservação marinha, com objetivo principal de manter e recuperar a riqueza e a abundância natural dos mares de cada um desses países. Conhecendo as limitações e os impactos ambientais da agricultura e da pecuária, a Oceana entende que os oceanos são a única fonte de alimento capaz de sustentar uma população mundial crescente. Se bem manejados, os oceanos podem produzir mais de 700 milhões de refeições por dia, alimentando o mundo. A Oceana Brasil, criada recentemente, trabalhará com uma equipe de profissionais brasileiros qualificados atuando junto ao governo, à sociedade, ao setor produtivo e a cientistas, para garantir a produtividade natural dos nossos mares e, com isso, manter ou recuperar o rendimento econômico, os empregos, a renda e a segurança alimentar através de pescarias bem manejadas. Para isso, devemos evitar a sobrepesca, garantindo que a exploração seja compatível com a abundância dos recursos; devemos evitar o desperdício, garantindo que a captura de espécies acompanhantes seja mínima; e devemos proteger berçários, agregações reprodutivas, espécies e ambientes vulneráveis. Acreditamos especialmente na importância da ciência para identificar problemas e encontrar soluções. Essa é a receita que está dando certo em outras regiões do mundo e que deve ser seguida no Brasil 108 | PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
Divulgação
Em defesa dos oceanos para alimentar o mundo
Mônica Peres Representante da Oceana no Brasil
para proteger nossos mares e sustentar nossa pesca e nossa gente. O oceano é fonte da vida e nossa herança global comum. A pesca é uma atividade insubstituível e capaz de alimentar o mundo. É possível manejar a pesca.
Se bem manejados, os oceanos podem produzir mais de 700 milhões de refeições por dia, alimentando o mundo.
In favor of the oceans to feed the world Oceana is the world’s largest organization working exclusively in defense of the oceans. The offices in North America, Europe, South and Central America has been working on national campaigns focused on the management of fisheries and marine conservation, with the main objective of maintaining and restoring the natural wealth and abundance of the seas in each one of those countries. Aware of the limitations and the environmental impacts of agriculture and livestock, OCEANA understands that the oceans are the only food source capable of sustaining a growing world population. If well managed, the oceans can produce more than 700 million meals a day to feed the world. The recently created Oceana Brazil is going to work with a Brazilian professional and qualified team, along with the Brazilian government, society, the production sector and scientists to ensure the natural productivity of our oceans and, as a result, to maintain or regain the economic output, employment, income and food security through well-managed fisheries. In order to do this we must avoid overproduction in fishing, thus ensuring that exploitation is compatible with the abundance of resources; we should avoid wastage, ensure that the capture of by-catch species is minimal; and we also must protect nurseries, spawning aggregations, vulnerable species and environments. We especially believe in the importance of science to identify problems and find solutions. This is the recipe that has been working in other regions of the world and that must be followed to protect our seas and sustain our fisheries and our people. The ocean is the source of life and our common global heritage. Fishing is an irreplaceable activity able to feed the world. It is possible to manage fisheries. Mônica Peres Representative of oceana in brazil
En defensa de los océanos para alimentar el mundo Oceana es la organización más grande del mundo que trabaja exclusivamente en defensa de los océanos. Las oficinas de América del Norte, Europa, Sudamérica y Centroamérica trabajan en campañas nacionales destinadas a la gestión de la pesca y la conservación marina, con el objetivo principal de conservar y recuperar la riqueza natural de los mares de cada uno de estos países. Conociendo las limitaciones y los impactos ambientales de la agricultura y la ganadería, OCEANA entiende que los océanos son la única fuente de alimento capaz de sostener a una población mundial cada vez mayor. Si se maneja bien, los océanos pueden producir más de 700 millones de comidas al día para alimentar al mundo. Oceana Brasil, creada recientemente, trabajará con un equipo de profesionales brasileños cualificados actuando en conjunto con el gobierno, la sociedad, el sector productivo y los científicos para asegurar la productividad natural de los océanos y por lo tanto mantener o recuperar la producción económica, empleos, renta y seguridad alimentaria a través de las pesquerías bien gestionadas. Para eso, hay que evitar el exceso de pesca garantizando que la explotación sea compatible con la abundancia de los recursos; debemos evitar el desperdicio, asegurando que la captura de especies acompañantes sea mínima y; debemos proteger los viveros, las agregaciones de desove, las especies y entornos vulnerables. Sobre todo creemos en la importancia de la ciencia para identificar problemas y encontrar soluciones. Esta es la manera en la cual otras regiones del mundo está trabajando con buenos resultados, así que se debe seguir con esa idea para proteger nuestros mares y sostener nuestra pesca y nuestra gente. El océano es la fuente de vida y nuestro patrimonio global común. La pesca es una actividad insustituible y capaz de alimentar el mundo. Es posible gestionar la pesca. Mônica Peres
Representante de Oceana en Brasil
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controle sanitário
O governo federal vem estabelecendo normas sanitárias para o setor e fortalecendo a estrutura de fiscalização, para garantir a qualidade dos ambientes de criação e dos produtos
A
té a criação do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em 2009, a sanidade na cadeia produtiva do setor era uma atribuição do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Atualmente, o MPA é o responsável pela saúde animal de organismos aquáticos, enquanto o MAPA responde pela segurança dos alimentos de origem animal – no caso, o pescado. O acordo de cooperação técnica favorece o estabelecimento de programas de controle e erradicação de enfermidades de animais aquáticos e do monitoramento e controle de resíduos e contaminantes nos sistemas produtivos. Conseguir diagnosticar as doenças e contaminações precocemente é fundamental para o desenvolvimento da cadeia aquícola. Por isso, o médico veterinário e coordenador-geral de sanidade pesqueira do MPA, Eduardo Cunha, afirma que “um grande passo foi criar uma rede de laboratórios, chamada Renaqua, que pudessem garantir o diagnóstico das doenças que ocorrem com os animais aquáticos. Essa rede já consegue responder à demanda de diagnósticos dentro do compromisso internacional do Brasil de relatar a ocorrência ou não de algumas doenças para a Organização Mundial de Saúde Animal. Em um ano após a criação da Renaqua, conseguimos saltar de dois diagnósticos para 40
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Arquivo MPA
Alimento seguro
diagnósticos implantados”. Atualmente são quatro unidades laboratoriais, duas delas em Santa Catarina, uma em Minas Gerais e outra no Maranhão. Outro destaque, segundo Cunha, é a Instrução Normativa nº 7, de 2012, que instituiu o Programa Nacional de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos Bivalves. Foi o que possibilitou à Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) fazer uma parceira com o MPA para o monitoramento da cadeia produtiva – é dos estados a responsabilidade pela execução das políticas públicas sanitárias na origem. “Mas os riscos existentes não são totalmente eliminados pelas práticas determinadas pela normativa. Tem a questão da manipulação. A partir do momento em que é retirado do mar, esse produto é muito perecível. Tem que ficar estocado de forma higiênica, em compartimentos sempre limpos, com controle da temperatura. Independentemente de estar adequado durante a produção, ele pode se tornar inadequado durante a manipulação até chegar ao consumidor”, diz o gerente estadual de defesa sanitária animal da Cidasc, Marcos Neves. A solução está na inspeção sanitária. O selo, que já existe há 60 anos no Brasil, ainda está sendo implantado para os animais aquáticos em nível municipal. “Já existe em esfera estadual e federal, mas são muito poucos produtores que pro-
Arquivo MPA
O Programa Nacional de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos Bivalves é um dos destaques do controle sanitário brasileiro
curam essa certificação. A inspeção garante a inocuidade e a segurança do produto, se ele está próprio para consumo”. Mas, para Pedro Mansur, médico veterinário da Cidasc, “é preciso ainda a consciência de quem consome, que muitas vezes não está preocupado se aquele produto passou por processo de inspeção. Esse é o maior fator de risco, seguido pela deficiência de recursos humanos e pela pouca maturação da cadeia de produção”. Segundo ele, a informalidade na cadeia em Santa Catarina ainda é maior do que 50%. Os próximos passos a serem tomados pelo MPA, segundo Eduardo Cunha, são as certificações na cadeia da tilápia, que representa a maior fração dos animais produzidos no Brasil, na cadeia dos camarões marinhos, ainda em 2015, e em seguida na cadeia dos peixes nativos brasileiros, de grande importância para o Centro-Oeste e para o Norte do País. Em meados do próximo ano também entra em operação o programa Embarque Nessa, de controle higiênico e sanitário de embarcações e terminais de desembarques de pescados, que define condições mínimas a serem observadas na manipulação, no armazenamento e no processamento a bordo. Está prevista ainda, segundo Cunha, a discussão pública do programa Aquicultura com Sanidade, que servirá para qualquer produção de animal aquático – peixes, crustáceos, anfíbios, moluscos e répteis. O programa regras básicas de manejo, boas práticas e biossegurança na cadeia primária, além de listar doenças de notificação obrigatória e outros procedimentos de cunho técnico-operacional. São normas genéricas, mas que observam as peculiaridades da cadeia produtiva, que precisa ter diretrizes sanitárias.
Safe food Being able to diagnose diseases and contamination at an early stage is essential for the development of the aquaculture chain. Therefore, the veterinarian and general coordinator of Fishery Health in the Ministry of Fisheries and Aquaculture (MPA), Eduardo Cunha, states that “It was a major step to create a network of laboratories that could guarantee the diagnosis of diseases that affect aquatic animals, called Renaqua.” It is expected the public discussion of the program called “Aquaculture combined with Health”, which establishes basic rules for handling, good practices, and biosecurity in the primary chain, obligatory and notifiable diseases list, and other technical-operational procedures for the aquatic animals production.
Alimento seguro Lograr diagnosticar enfermedades y contaminaciones de forma precoce es esencial para el desarrollo de la cadena. Por eso, el veterinario y coordinador general de la sanidad pesquera del Ministerio de Pesca y Acuicultura (MPA), Eduardo Cunha, afirma que “un paso importante fue la creación de una red de laboratorios que pudiera garantizar el diagnóstico de las enfermedades que ocurren con los animales acuáticos, llamado Renaqua”. Está prevista todavía la discusión pública del programa de Acuicultura con Sanidad, que establecerá normas básicas y otros procedimientos técnico operacional.
Por Marco Túlio Bruning
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panorama
Hora de fisgar O Brasil tem potencial para se transformar em um dos principais destinos da pesca recreativa, segmento que movimenta ampla cadeia produtiva
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Luciano Queiroz / Shutterstock.com
E
squeça aquele velho visual do pescador na beira do rio esperando o peixe fisgar a isca. Agora, esse dinâmico mercado é orientado pela inova ção, que abrange, desde varas leves, molinetes e carretilhas com tecnologia japonesa a roupas de rápida secagem, sonares e GPS. Esse novo cenário torna a pesca a maior modalidade esportiva no mundo. Estudos recentes mostram que somente nos Estados Unidos existem mais de 45 milhões de praticantes, que geram uma receita anual de US$ 64 bilhões. A pesca recreativa promove o lazer e desporto e está intimamente relacionada com um dos setores econômicos que mais crescem no mundo: o turismo. Mas, apesar de movimentar ampla cadeia produtiva, a atividade é pouco explorada no Brasil. Estimativas da Associação Nacional de Ecologia e Pesca (ANEPE) mostram que, no País, existem aproximadamente 7 milhões de pescadores; destes, cerca de 410 mil cadastrados no Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). A receita anual é estimada em torno de R$ 2 bilhões. Para o presidente da ANEPE, Helcio Honda, advogado de formação e pescador há trinta anos, o potencial é gigantesco. O Brasil possui a rede hidrográfica mais extensa do globo, com 55.457 quilômetros quadrados de rios e afluentes. Também conta com 100 milhas náuticas para exploração. Essas características já fazem do Brasil um importante destino para turistas adeptos da pesca recreativa da América do Norte, da América do Sul e da Europa, especialmente de países como França, Espanha e Itália. Honda é otimista, mas exemplifica a série de desafios que o País precisa enfrentar, como legislação, fiscalização, melhorias na infraestrutura e fomento a esse segmento do turismo. “Somente com a proteção ambiental podemos aumentar os negócios de toda a cadeia, desde o guia que acompanha o pescador, passando por hotéis, lojas especializadas, agências de viagens, enfim, todo o trade”, afirma. Um exemplo é Costa Rica, onde a pesca esportiva
Dourado, uma das espécies mais procuradas por pescadores esportistas
gera aproximadamente de US$ 600 milhões por ano e emprega por volta de 73 mil pessoas diretamente. Lá, o mercado da pesca para consumo é estimado em US$ 527 milhões. “Outro exemplo é que 70 mil pescadores brasileiros vão anualmente para a Argentina pescar o dourado, espécie que também existe no Brasil. No país vizinho, ela é protegida por lei, aqui sofre com o extrativismo. O gasto médio de uma viagem é de R$ 5 mil por pessoa. Pode-se estimar que os brasileiros deixam por lá cerca de R$ 280 milhões por ano”, diz Honda. Alison Fontoura, gerente de e-commerce da Sugoi Big Fish, maior rede nacional de lojas do segmento, também afirma que o incremento do mercado de pesca esportiva está atrelado à proteção ambiental. Segundo ele, o setor pode aumentar as vendas com os pesqueiros – também chamados de pesque e pague. “Temos que incentivar a criação em tanques e a cota zero de abate nos rios”, segundo Fontoura. A coordenadora-geral de Acompanhamento e Estruturação de Produtos, da Diretoria de Produtos e Destinos da Embratur, Delma Andrade, lembra que o termo
It is time to hook Recreational fishing promotes leisure and sport and is closely related to one of the fastest growing economic sectors in the world: tourism. Recent studies show that only in the US there are over 45 million practitioners, generating annual revenues of US$ 64 billion. The president of the National Association of Ecology and Fisheries (ANEPE), Helcio Honda, says that Brazil has a great potential in the area, but also a number of challenges to face, such as law enforcement and infrastructure improvements. “Only with environmental protection we can increase the business throughout the chain, from the guide that accompanies fishermen, including attending hotels, specialty shops, travel agencies, in short, all the trade”. The fishermen’s preferred native species are the peacock bass, sea bass, and goldfish. The most attractive regions are in Amazonas, Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, as well cities such as Angra dos Reis (RJ), Florianopolis (SC), and Natal (RN).
Tiempo de pescar de cooperação entre a instituição e o MPA foi firmado em outubro de 2013, e que as ações de promoção para o segmento ainda são preliminares. O foco principal está no mercado americano, e as ferramentas são a participação em feiras como a Icast Fishing, mundialmente a maior do setor, além de investimentos em marketing digital, como em mídias sociais e em revistas segmentadas. “Estamos num levantamento para descobrir a organização da oferta, a grade de produtos e os principais destinos da pesca esportiva”, afirma Delma. Segundo Fontoura, as espécies preferidas dos pescadores são o tucunaré, o robalo e o dourado, entre as nativas, e o black bass, peixe de origem americana introduzido com sucesso no País. Já as regiões mais atrativas, de acordo com a coordenadora da Embratur, estão no Amazonas, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, além de em cidades como Angra dos Reis (RJ), Florianópolis (SC) e Natal (RN). “Estamos num processo de qualificação dos destinos para o investimento em promoção internacional. Esse é nosso dever de casa”, aponta Delma.
La pesca recreativa promueve el ocio y el deporte y está estrechamente relacionado con uno de los sectores económicos que más crece en el mundo: el turismo. Estudios recientes muestran que sólo en Estados Unidos hay más de 45 millones de practicantes, lo que genera unos ingresos anuales de US$ 64 mil millones dólares. El presidente de la Asociación Nacional de Ecología y Pesca (Anepe), Helcio Honda afirma que Brasil tiene un gran potencial en el área, pero al mismo tiempo una serie de retos que enfrentar, como la legislación, la fiscalización y mejoras en la infraestructura. “Sólo con la protección ambiental podemos incrementar los negocios de toda la cadena, desde el guía que acompaña al pescador pasando por hoteles, tiendas especializadas, agencias de viajes, en fin, todo el comercio”. Las especies nativas preferidas de los pescadores son el tucunaré, el robalo y el dourado. Ya las regiones más atractivas están en Amazonas, en Mato Grosso y Mato Grosso do Sul, además de ciudades como Angra dos Reis (RJ), Florianópolis (SC) y Natal (RN).
Por Wendel Martins
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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panorama
15 quilos mais um exemplar 10 quilos mais um exemplar 10 quilos, um exemplar e cinco piranhas 5 quilos mais um exemplar 5 quilos ou 5 quilos ou um exemplar Fonte: ibama
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Cotas para pesca desportiva em รกguas continentais no brasil
Peixes esportivos do Brasil Conheça algumas espécies brasileiras apreciadas pelos pescadores devido à resistência na hora da captura Peixes de água doce
Peixes de água salgada
Dourado
Marlin Azul
Jaú
Cação
Pintado
Bijupirá
Caparari
Dourado do mar
Aruanã
Garopa
Pirandirá
Miraguaia
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
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O valor da beleza Com clima favorável e diversidade de espécies à mão, criadores agora esperam a desburocratização dos procedimentos para explorar o mercado de peixes ornamentais
P
ara crescer no mercado de peixes ornamentais (aquariofilia), o Brasil conta com clima favorável, diversidade de espécies e incentivos do governo para desburocratizar a produção e o transporte. Dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) mostram que o setor movimenta quase US$ 1 bilhão por ano no mundo. No País, existem cerca de 10 mil criadores somente na região amazônica e aproximadamente15 mil lojas de peixes ornamentais. De acordo com Felipe Mendonça, que coordena um grupo de trabalho sobre o tema no MPA, não existia uma política de fomento, e, com isso, nas últimas décadas o Bra-
sil perdeu relevância no cenário externo. Mendonça explica as novas diretrizes para o segmento: “queremos aumentar a renda do produtor familiar; recuperar as exportações, especialmente para a Ásia; possibilitar que aproximadamente duas mil espécies possam ser cultivadas; diminuir o tráfico internacional das matrizes; além de investir na sustentabilidade”. Uma das ações do MPA foi a publicação de instrução normativa que permite a destinação de matrizes selvagens para cultivo e reprodução. O ministério também simplificou o processo de transporte dos peixes ornamentais. Agora o sistema é online, sendo que a guia de transporte é
Histórico das Exportações de Peixes Ornamentais
(em US$)
2009 7,1 milhões
2012 9,3 milhões
2010 6,8 milhões
2013 10,4 milhões
2011 7,3milhões
Principais destinos
1º Hong Kong 2º Taiwan 3º Tailândia 4º Japão
fonte: Aliceweb/MDIC
116 | PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
5º Estados Unidos
The value of beauty a nota fiscal eletrônica. Antes, o trâmite demorava até 30 dias. “O cadastro dos produtores só era realizado na capital de cada estado, em alguns casos fazendo com que esses produtores tivessem que viajar mil quilômetros somente para preencher formulários”, comenta Mendonça. O engenheiro exemplifica o aumento de renda do aquicultor ao investir neste segmento. Peixes como o jaraqui têm preço de R$ 0,30 o quilo para consumo humano. Na aquariofilia, o valor sobe para US$ 5 a unidade. Algumas espécies de arraias podem custar até US$ 7 mil a unidade. Os principais mercados são Ásia, Europa e Estados Unidos. Um dos desafios é o fato de que o transporte aéreo subiu de US$ 0,8 para US$ 8 por unidade em uma década. “O frete ainda é alto, mas vale a pena investir no comércio exterior, sem desabastecer o mercado interno, que ainda importa muito”, afirma Mendonça. por Wendel Martins
El valor de la belleza Para crecer en el mercado de peces ornamentales, Brasil cuenta con un clima favorable, diversidad de especies e incentivos del gobierno para reducir la burocracia de la producción y del transporte. Datos del Ministerio de Pesca y Acuicultura (MPA) muestran que el sector mueve alrededor de US$ 1 mil millones por año en todo el mundo. Pescados como jaraqui cuesta R$ 0,30 el kilo para el consumo humano; en la acuariofilia, el valor se eleva a US$ 5 cada uno. Algunas especies de rayas pueden llegar a costar hasta US$ 7 mil la unidad. En el país, hay cerca de 10 mil creadores sólo en la región amazónica.
Divulgação
In order to grow in the ornamental fish market, Brazil counts with favorable weather, species diversity, and general incentives from the government. The Ministry of Fishery and Aquaculture (MPA) shows that the industry generates nearly US$ 1 billion per year worldwide. Fish like jaraqui costs R$ 0.30 per kilo for human consumption; as to aquarium, the price rises to US$ 5 per unit. Some species of stingray can cost up to US$ 7,000 a unit. In Brazil there are about 10,000 stingray farmers only in the Amazon area.
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
117
indústria do pescado
Nome da Empresa
Cidade/Estado
Homepage
Telefone
Belém/PA
www.amazoniacuia.com
(91) 9282-9065
Bexiga natatória de peixe (grude) Amazônia Cuia Importação e Exportação de Derivados de Pescado Ltda.
Cabeça, cauda e bexiga natatória (grude) de peixe Irmãos Braga Exportadora Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3242-1111
Oriental Importação e Exportação Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3258-0548
Cabeça, cauda e bexiga natatória (grude) de peixe; preparação de barbatana de tubarão Koden Indústria Comércio Importação e Exportação Ltda.
Santos/SP
–
(13) 3261-1821
Outros peixes, exceto fígados, ovas e sêmen Brasfish Indústria e Comércio Ltda.
Cabo Frio/RJ
–
(22) 2645-1313
Goldfish Comércio de Pescados Ltda. Epp
Vigia/PA
–
(91) 3233-1611
M. E. Burle Arcoverde-Me (OMEGA Pescados)
Recife/PE
–
(81) 3327-8484
Pacífico Pesca Indústria e Comércio Ltda. – Epp.
Belém/PA
–
(91) 3227-3644
Rio & Mar Produtos da Pesca Ltda. – Me.
Rio Grande/RS
–
(53) 3231-3457
Fortaleza/CE
–
(85) 3265-1201
Peixe e lagosta congelados Brazex Comercial Exportadora Ltda.
Peixes congelados, frescos ou refrigerados, secos, salgados ou em salmoura, exceto fígado, ovas e sêmen Ita Fish – Swf Importação e Exportação Ltda.
Santos/SP
Poseidon Indústria e Comércio de Pescados Ltda.
Penha/SC
www.itafish.com.br
(13) 3227-2770
(48) 3263-7212
Peixes e frutos do mar congelados, exceto fígado, ovas, sêmen e filés Água Bonita Comércio, Exportação e Serviços Ltda.
São Paulo/SP
118 | PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
www.aguabonita.com
(11) 3032-6088
Nome da Empresa
Cidade/Estado
Homepage
Telefone
Blaze Comércio Exterior Ltda. – Me.
Águas Mornas/SC
www.blazecomex.com
(48) 9969-6738
Discefa Brasil Ltda.
São Paulo/SP
discefa.com.br
(11) 3832-2101
Itasul Indústria e Comércio de Pescados S.A.
Itajaí/SC
–
(47) 3348-0902
Kanemar Comércio Exterior Ltda.
São Paulo/SP
www.kanemar.com.br
(11) 3641-1545
Leardini Pescados Ltda.
Navegantes/SC
www.leardini.com.br
(47) 3342-9900
Ms Pescados Comércio Importação e Exportação Ltda. (ALLMARE Alimentos)
Acaraú/CE
www.allmarealimentos.com.br/pt/
(85) 3472-7602
Pesqueira Pioneira da Costa S.A.
Porto Belo/SC
www.pesqueirapioneira.com.br/
(48) 3248-5688
Pesqueira Raymi Ltda.
Natal/RN
–
(84) 3221-0009
Navegantes/SC
www.femepe.com.br
(47) 3342-4088
Amazonas Indústrias Alimentícias S.A. – Ama S.A.
Belém/PA
www.amaS.A..com.br/Default.htm
(91) 3258-6900
Brazex Comercial Exportadora Ltda.
Fortaleza/CE
www.brazex.com.br
(85) 3265-1201
Camanor Produtos Marinhos Ltda.
Canguaretama/RN
www.camanor.com.br
(84) 3221-5954
Celm – Aquicultura S.A.
Aracati/CE
www.facebook.com/pages/ Escritório-CELM-AquiculturaSA/491439204222864
(88) 3433-3421
Condess. Importação Exportação Ltda.
Fortaleza/CE
–
(11) 3101-4734
Full Comex Importação e Exportação Ltda.
Itajaí/SC
fullcomex.com
(47) 3346-3001
Geneseas Aquacultura Ltda.
Promissão/SP
www.geneseas.com.br
(11) 3045-2576
Ms – Pescados Ltda.
Jaboatão dos Guararapes/PE
–
(81) 2123-7000
Netuno Internacional S.A.
Recife/PE
www.netunopescados.com.br
(81) 2121-6868
Peixes, fígado, ovas e sêmen congelados
Peixes, fígado, ovas e sêmen congelados e conserva de peixes Femepe Indústria e Comércio de Pescados S.A. Pescado congelado
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
119
Nome da Empresa
Cidade/Estado
Homepage
Telefone
Norte Pesca S.A.
Natal/RN
www.nortepesca.com.br
(84) 3211-3764
Potiguar Alimentos do Mar Ltda.
São Bento do Norte/RN
potiguarLTDA.ind.br
(84) 3212-1852
Queiroz Galvão Alimentos S.A.
Petrolina/PE
portal.queirozgalvao.com/web/grupo/ alimentos
(81) 3265-9620
Salinas Indústria de Pesca Ltda.
Areia Branca/RN
www.salinas.ind.br
(84) 3221-0701
Waxtrade Industrial de Ceras Ltda.
Icapuí/CE
–
(88) 3432-1800
Pescado congelado e em conserva, exceto fígado, ovas, sêmen e filés Empreendimento Comercial Industrial Ecil Ltda.
São Paulo/SP
www.ecil-trading.com.br
(11) 5507-3416
Pescado congelado, exceto fígado, ovas e sêmen Atummar Comércio e Indústria de Pesca Ltda.
Cabedelo/PB
–
(83) 3228-3737
Cabedelo Pesca Ltda.
João Pessoa/PB
–
(83) 3228-4010
Campasa Camarões do Pará S.A.
Curuçá/PA
–
(91) 3722-1515
Costa Atlântica Importação e Exportação Ltda.
Rio Grande/RS
–
(53) 3293-1963
Costa Norte Comércio de Pescados Ltda.
Belém/PA
www.cnpescados.com
(91) 3252-0808
Costa Sul Pescados Ltda.
Navegantes/SC
www.costasul.com.br
(47) 3342-4045
Crismar Pesca Captura Exportação Importação Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3227-1917
EBP – Empresa Brasileira de Pescados Ltda. (BOMAR Pescados)
Itarema/CE
bomarpescados.com.br
(85) 3270-6562
Exotic Foods Indústria Comércio e Exportação Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3258-1736
Fish Brasil Ltda.
Sobral/PB
–
(88) 3614-3572
Gilvan de P. Silva – G Pesca
Bragança/PA
www.facebook.com/pages/Gilvan-deP-Silva-Gpesca/119654471492581
(91) 3425-1314
Ipesca Indústria de Pesca Ltda.
Fortaleza/CE
–
(85) 3219-9055
Krustapeixe Comércio Importação e Exportação de Alimentos Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3258-0060
120 | PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
Nome da Empresa
Cidade/Estado
Homepage
Telefone
Lapesca Pescados Ltda. – Me.
São Paulo/SP
lapesca.com.br
(11) 2476-9897
Li Si Industria Comércio Importação e Exportação Ltda.
Belo Horizonte/MG
–
(31) 3497-8998
Nortemar Comércio e Exportação Ltda.
Belém/PA
www.nortemarpesca.com.br
(91) 3229-1947
Ntrade Exportação Importação e Representações Ltda.
Itajaí/SC
–
(47) 3348-7656
Ocean Indústria Pesqueira, Comércio e Exportação Ltda.
Fortaleza/CE
–
(85) 3264-8420
Oceanos Importação e Exportação de Alimentos Ltda. Me.
Itapema/SC
okpeixe.com.br
(47) 3368-1291
Orion Pesca Ltda. Me.
Belém/PA
–
(91) 3258-0577
Pará Alimentos do Mar Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3258-2230
Pesca Transoceânica Ltda.
Cabedelo/PB
–
(83) 228-3765
Pesqueira Maguary Ltda.
Belém/PA
www.pesqueiramaguary.com.br
(91) 4005-2100
Salute Importadora e Exportadora Ltda.
Caxias do Sul/RS
www.salutealimentos.com.br
(54) 3026-1466
Vitalmar Comércio e Indústria de Pescados Ltda.
Itajaí/SC
www.vitalmar.com.br
(47) 3248-6500
Pescado congelado, exceto fígado, ovas, sêmen ou filés Albano de Oliveira e Cia Ltda.
Rio Grande/RS
–
(53) 3035-3856
Amazon Catfish Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3258-2230
Ártico S.A. (GALUS.A. Intercontinental Group Ltda.)
Rio Grande/RS
www.galuS.A..com.br
(53) 3231-3341
Compex Indústria e Comércio de Pesca e Exportação Ltda.
Fortaleza/CE
www.compexpescados.com.br
(85) 3454-2133
Ecomar Indústria de Pesca S.A.
Vigia/PA
www.ecomar.com.br
(91) 3731-3500
Incogel Indústria e Comércio de Gelo e Pescado Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3222-6941
Indústria e Comércio de Pescados Dona Rose Ltda.
Itapema/SC
www.pescadosdonarose.com.br
(47) 3368-2008
Mm Monteiro Pesca e Exportação Ltda.
Itarema/CE
www.monteiropescados.com.br
(88) 3667-1210
Pesqueira Noé do Brasil
São Sebastião/SP
–
(12) 3892-5788
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
121
Nome da Empresa
Cidade/Estado
Homepage
Telefone
Tervedi Trading Brasil Ltda.
São Paulo/SP
www.tvdtrading.com
(11) 3062-4187
–
(83) 3228-6768
Pescado congelado, fresco ou refrigerado Pesqueira Nacional Ltda.
Cabedelo/PB
Pescado congelado, fresco ou refrigerado, exceto fígado, ovas ou sêmen Cida-Central de Ind. e Distribuição de Alimentos Ltda.
Natal/RN
–
(84) 4006-2000
Comércio de Pescados Villa Importação e Exportação Ltda.
Santos/SP
–
(13) 3224-8027
Empresa Pesqueira Barra de São João
Rio de Janeiro/RJ
–
(22) 2774-5045
Furtado S.A. Comércio e Indústria
Rio Grande/RS
–
(53) 3231-1133
Garcia Indústria e Comércio de Pescados Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3258-2896
Mar & Terra Indústria e Comércio de Pescados Ltda.
Itaporã/MS
www.mareterra.com.br
(11) 5501-7777
Nativ – Industria Brasileira de Pescados Amazonicos S.A.
Sorriso/MT
www.nativpescados.com.br
(11) 3234-2200
Rb Alimentos do Mar – Eireli
Natal/RN
–
(84) 3322-1056
Red Fish Comércio de Alimentos Ltda. – Me.
Fortaleza/CE
www.redfish.com.br
(85) 3248-9593
Riopont Br Indústria e Comércio de Pescado Ltda.
Niterói/RJ
–
(21) 2620-1916
Torquato Pontes Pescados S.A.
Rio Grande/RS
www.torquatopescados.com.br/
(53) 3231-1044
Transporte e Comércio de Pescados Magalhães Ltda.
Cabo Frio/RJ
–
(22) 2647-2728
Pescado congelado, fresco ou refrigerado, exceto fígado, ovas, sêmen ou filés Acaraú Pesca Distribuidora de Pescado Imp. e Exp.
Acaraú/CE
–
(88) 3661-1121
Frigepe Frigoríficos, Gelo e Pesca Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3258-0946
Frigorífero Calombé Indústria e Comércio Ltda.
Duque de Caxias/RJ
frescatto.com
(21) 3527-9393
Guajara Comércio Varejista, Atacadista e Exportação Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3247-8955
122 | PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
Nome da Empresa
Cidade/Estado
Homepage
Telefone
Irmãos Amaral Captura Indústria e Comércio da Pesca Ltda.
Navegantes/SC
–
(47) 342-1024
Produmar – Exportadora de Produtos do Mar Ltda.
Natal/RN
www.produmar.ind.br
(84) 4006-2000
Pescado e fabricação de conservas de pescado Gdc Alimentos S.A (Gomes da Costa)
Itajaí/SC
www.gomesdacosta.com.br
(47) 3341-2600
Natubrás Pescados Ltda.
Balneário Piçarras/SC
www.natubras.com.br
(47) 3347-4800
Pescado e fabricação de conservas de pescado, exceto fígado, ovas, sêmen e filés Indústrias Alimentícias Leal Santos Ltda.
Rio Grande/RS
–
(53) 3231-1500
Camil Alimentos S.A.
São Paulo/SP
www.camil.com.br
(11) 3649-1000
Great Food Produtos Alimentícios Ltda.
Cotia/SP
–
(11) 4612-2310
Projeto Arapaima, Importação e Exportação de Aquicultura
Belém/PA
–
(91) 3258-1808
Smg Industrial Ltda.
Navegantes/SC
www.nautiquealimentos.com.br
(47) 3342-5363
Truta Itamonte Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda.
Maricá/RJ
www.truta.com.br
(21) 9462-4018
www.asiamerica.com.b
(53) 3231-0598
Pescado em conserva
Pescado fresco ou refrigerado e congelado Asiamerica Indústria e Comércio de Pescados Ltda.
Rio Grande/RS
Pescado fresco ou refrigerado e congelado, exceto fígado, ovas e sêmen Comércio e Indústria de Pescados Kowalsky Ltda.
Itajaí/SC
www.kowalsky.com.br
(47) 3346-1064
Pescado fresco ou refrigerado, exceto fígado, ovas, sêmen e filés A. A. Couto Transportes Marítimos Ltda. – Epp.
Natal/PA
–
(84) 3201-9590
Atum do Brasil Captura Indústria e Comércio Ltda.
Itapemirim/ES
www.atumdobrasil.com.br
(28) 3529-1145
Europesca Indústria e Comércio de Pescado Ltda.
Natal/RN
–
(84) 3222-0542
PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014 |
123
Nome da Empresa
Cidade/Estado
Homepage
Telefone
Junção Indústria e Comércio de Pescados Ltda.
Rio Grande/RS
–
(53) 3230-2001
Natal Pesca Ltda.
Natal/RN
–
(91) 3247-2938
Norpeixe Indústria e Comércio de Pescado Ltda.
Natal/RN
–
(84) 3211-7355
Pescado congelado, em conserva, seco, salgado ou em salmoura, exceto fígado, ovas e sêmen Exportação e Importação Tca Ltda.
São Paulo/SP
–
Gerbi Pescados Indústria Comércio Importação e Exportação Ltda.
Estiva Gerbi/SP
–
(19) 3868-9728
Golfo Dorado Importação e Exportação Ltda. Me.
Itajaí/SC
–
(47) 3249-1059
Newsymbol Comércio e Exportação de Pescados Ltda.
Santos/SP
–
(13) 3227-7368
Pescado em conserva, congelado, fresco ou refrigerado, exceto fígado, ovas, sêmen e filés Imaipesca Indústria e Comércio de Pescados Ltda.
Santos/SP
–
(13) 3227-5845
Unimar Industrail S.A.
Fortaleza/CE
–
(85) 3252-3484
Boa Vista/RR
agropecuariaacordi.blogspot.com.br
(95) 9113-5852
Porto Belo/SC
–
(47) 3348-5536
Preparação de alevinos e larvas de peixes Agropecuária Acordi Ltda. Preparação de barbatana de tubarão Kdn Indústria e Comércio de Pescados Ltda. – Epp.
Preparação de barbatana de tubarão e bexiga natatória de peixe Sigel do Brasil – Comércio, Importação e Exportação Ltda.
Belém/PA
–
(91) 3258-3338
Fontes: Diretório Das Empresas Brasileiras Exportadoras www.vitrinedoexportador.gov.br, visitado em outubro de 2014. Site do Conselho Nacional da Pesca e Aquicultura (Conepe) www.conepe.org.br, visitado em outubro de 2014. Catálogo de Exportadores Brasileiros, da Confederação Nacional de Indústria (CNI) www.brazil4export.com, visitado em outubro de 2014. Infoplex Informações Cadastrais Ltda. www.infoplex.com.br, visitado em outubro de 2014.
124 | PANORAMA DA pesca e aquicultura NO BRASIL 2014
legislação
Ementário de leis e normas da Pesca e Aquicultura no Brasil Dispõe sobre o Conselho Diretivo do Ministério da Pesca e Aquicultura – Portaria MPA, n° 1 de 08/01/2014. Dispõe sobre a realização de reuniões periódicas destinadas ao monitoramento e a avaliação das políticas do Ministério da Pesca e Aquicultura – Portaria MPA, n° 2 de 08/01/2014. Institui e regulamenta a Política de Monitoramento e Avaliação e dispõe sobre a gestão dos programas constantes do Plano Plurianual 2012-2015 e das ações da Lei Orçamentária Anual – Portaria MPA, n° 3 de 08/01/2014. Institui grupo de acompanhamento de Acordo MMAGoverno do Paraná – Portaria MMA, n° 22 de 21/01/2014.
Torna obrigatória, a toda embarcação pesqueira autorizada no âmbito do RGP, a posse a bordo das respectivas autorizações de pesca emitidas – Instrução Normativa MPA, nº5 de 27/03/2014. Estabelece a nota fiscal do pescado como documento de comprovação da sua origem para fins de controle de trânsito de matéria prima – Instrução Normativa MPA-MAPA, nº4 de 02/06/2014. Altera prazo e documentos para manutenção da licença de pescador profissional – Instrução normativa MPA, nº 15 de 12/08/2014.
Institui o grupo de acompanhamento MMA-Instituto Nacional de Direitos Humanos – Portaria MMA, n° 31 de 27/01/2014.
Estabelece critérios e procedimentos para concessão de autorização de captura de exemplares selvagens de organismos aquáticos para constituição de plantel de reprodutores em empreendimentos de aquicultura – Instrução normativa MPA, nº 16 de 13/08/2014.
Dispõe sobre grupo de trabalho sobre gestão da fauna brasileira e dá outras providências – Portaria MMA, n° 37 de 27/01/2014.
Normas e procedimentos de inscrição e licenciamento no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) – Instrução Normativa MPA, nº 17 de 13/08/2014.
Revoga portarias Ibama nº 67 e nº 100, de 2006, e nº 3, de 2009 – Portaria Normativa IBAMA, n° 1 de 08/01/2014.
Critérios e procedimentos para preenchimento e entrega de mapas de bordo das embarcações registradas no RGP – Instrução Normativa MPA, nº 18 de 27/08/2014.
Retifica Resolução CONAMA n° 460 de 30 de dezembro de 2013 – Resolução MMA-CONAMA, de 02/01/2014. Institui o calendário de reuniões ordinárias do CONAMA para o ano de 2014 – Resolução MMA-CONAMA, n°461 de 13/01/2014. Prorroga a redução temporária da descarga mínima defluente em Sobradinho e Xingó, Rio São Francisco – Resolução MMA-ANA, n° 102 de 30/01/2014. Regulamenta, no período da “andada”, a pesca do caranguejo-uça nos estados do Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia – Instrução Normativa Interministerial MPAMMA, nº8 de 02/01/2014. Nova redação da Instrução Normativa nº 5 de 13/06/2012 – Instrução Normativa MPA, nº 1 de 06-02-2014. Altera Instrução Normativa nº 21 de 30/12/2013 – Instrução Normativa MPA, nº2 de 12/02/2014. Obrigatoriedade de posse da Autorização de Pesca e do Certificado de Licença de Embarcação – Instrução Normativa MPA, nº3 de 12/02/2014. Determina aos órgãos e unidades descentralizadas do MPA que emitam carteiras de pescador profissional artesanal – Instrução Normativa MPA, de 25/02/2014. Altera prazo para embarcações de pesca amadora aderirem ao RGP – Instrução Normativa MPA, nº 1 de 06/02/2014.
Cria o Grupo Técnico de Trabalho de Ciência, Tecnologia e Inovação (GTT Inovação) – Portaria MPA, nº27 de 06/02/2014. Cria grupo de trabalho para análise de prestação de contas de processos de convênio e de outros instrumentos de transferência voluntária – Portaria MPA, nº65 de 21/03/2014. Estabelece a cota anual de óleo diesel atribuída aos pescadores profissionais, armadores de pesca e indústrias pesqueiras – Portaria MPA, nº177 de 02/06/2014. Regulamenta procedimentos de convênios e dá outras providências – Portaria MPA, nº178 de 03/06/2014. Estabelece a cota anual de óleo diesel atribuída aos pescadores profissionais, armadores de pesca e indústrias pesqueiras – Portaria MPA, nº204 de 16/06/2014. Cria Grupo Técnico de Trabalho - GTT para instituir o Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Embarcações Pesqueiras e Infraestruturas de Desembarque Embarque Nessa – Portaria MPA, nº 277 de 12/08/2014.
A legislação anterior a 2014 pode ser consultada no e-book
Institui o Grupo Técnico de Trabalho de Políticas de Pesca e Aquicultura Ornamentais – Portaria MPA, nº 278 de 13/08/2014.
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agenda Manu Dias/Secom/Governo da Bahia/Divulgação
crédito de foto
encontro marcado Não perca!
4ª Aquapesca Brasil Quando: 12 a 14 de junho de 2015 onde: Itajaí (SC) site: www.aquapescabrasil.com.br
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Um dos principais eventos do setor no País será realizado no fim do primeiro semestre de 2015, em Itajaí (SC)
rincipal evento do setor de pesca e aquicultura no País, a Feira Internacional Aquapesca Brasil volta a ocorrer após um intervalo de dois anos. A quarta edição da Feira será realizada de 12 a 14 de junho de 2015, em Itajaí, no litoral de Santa Catarina. Paralelamente à programação técnica voltada para produtores e empresas do setor, na retomada serão organizadas atrações para o público em geral. Além do workshop gastronômico, sucesso de edições anteriores, haverá um festival gastronômico aberto ao público, com pratos à base de pescado preparados por chefs renomados. “Teremos um momento mais técnico, de negócios e oportunidades, mas vai ser também um grande evento
para o público em geral”, afirma Marcelo Acelino, da Organiza Eventos, responsável pela organização da Aquapesca. “O visitante vai poder desfrutar de gastronomia e ter um momento de lazer com família, degustar e ouvir uma boa música”. A expectativa é que o público para os três dias de evento seja de 20 mil pessoas. O debate sobre as tendências para o futuro do setor terá espaço durante o IV Simpósio Internacional de Aquicultura e Pesca (SIAP), que levará à Aquapesca palestrantes nacionais e internacionais para discutir projeções para o setor até o ano de 2020. Outro destaque da programação técnica é a realização de rodadas de negócios entre empresários brasileiros e estrangeiros. As edições anteriores contaram com delegações de países que hoje são importantes mercados produtores e consumidores do setor, como China, Tailândia, Peru e Noruega. A exposição de produtos variados em estandes será também uma oportunidade de negócios – os interessados devem acompanhar o site do evento (www.aquapescabrasil.com.br) que está sendo atualizado com informações sobre participação como expositor e inscrições, além da programação completa. Depois de passar por Salvador (BA) na segunda edição, em 2012, a Feira volta à cidade de origem. Segundo Acelino, o intuito é fortalecer o mercado local, um dos maiores polos de pescado em Santa Catarina. Em 2011 e 2012, foram R$ 25 milhões em negócios gerados durante o evento. Já passaram pela Aquapesca ao todo mais de 100 expositores e 150 mil visitantes.
Histórico
Mais de 100 expositores Participação de 19 países
100 palestras nacionais e internacionais
200 apresentações de projetos de pesquisa
R$ 25 milhões de negócios gerados
Por Mariana Rosa Manu Dias/Secom/Governo da Bahia/Divulgação
Evento envolve desde palestras, debates e workshops à feira com estandes de empresas e institutos de pesquisa
Perfil do público Armadores; empresários e industriais da pesca e aquicultura; empresários e investidores; políticos; entidades financeiras; profissionais e pescadores artesanais; acadêmicos e instituições que atuam no segmento de pesca, aquicultura e seus subprodutos, bem como meio ambiente e sustentabilidade.
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Meeting Considered the main event of fish and aquaculture in Brazil, the Aquapesca Brasil international Fair will be held once more after a 2-year break. The fourth edition of the fair will be held during June 12-14, 2015 in Itajaí, in the coast of Santa Catarina. At the same time of the events focused on producers and industry companies, this edition will also provide attractions for the public. Besides the gastronomic workshop, success of previous editions, there will be a food festival open to the public, with fish-based dishes prepared by renowned chefs. “We will have a more technical moment, concerning business and opportunities, but this event will also be great for the public in general,” says Marcelo Acelino, from Organiza Eventos, responsible for organizing the Aquapesca. “The visitors will be able to enjoy food and good music, and also have a leisure time with their families.” Around 20 thousand people are expected during the three-day event. A debate on the trends for the future of the industry is going to take place during the IV International Symposium of Aquaculture and Fishery (SIAP), counting with national and international speakers to discuss projections for the sector by the year 2020. Another highlight of the technical schedule is the conduction of business meetings between Brazilian and foreign businessmen. The previous editions had delegations from countries that are now major market producers and consumers in the sector, such as China, Thailand, Peru and Norway. The exposition of various products in stands will also be a business opportunity – those interested should follow the event website (www.aquapescabrasil.com.br) which has been updated with information about participation as an exhibitor and registration, besides providing the full schedule. After the second edition being held in Salvador (BA), in 2012, the Fair comes back to its home town. According to Acelino, the goal is to strengthen the local market, one of the largest zones of fish in Santa Catarina. In 2011 and 2012, R$ 25 million were generated in business conducted during the event. More than 100 exhibitors and 150 thousand visitors have attended Aquapesca.
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Reunión agendada Principal evento del sector de pesca y acuicultura en el país, la Feria Internacional de Aquapesca Brasil reaparece después de un intervalo de dos años. La cuarta edición de la Feria se celebrará del 12 al 14 junio de 2015 en la ciudad de Itajaí, costa de Santa Catarina. Paralelamente a la programación técnica direccionada a productores y a empresas del sector, también se organizará atracciones para el público en general. Además del taller gastronómico, que ha sido un éxito en las ediciones anteriores, habrá un festival gastronómico abierto al público, con platos a base de pescado preparados por chefs de renombre. “Vamos a tener un momento más técnico, de negocios y oportunidades, pero también será un gran evento para el público en general”, dice Marcelo Acelino, de la Organiza Eventos, responsable por la organización de Aquapesca. “El visitante podrá disfrutar de la comida, tener un tiempo de ocio con la familia y escuchar buena música.” La expectativa es que la audiencia para el evento de tres días sea de 20 mil personas. El debate sobre las tendencias para el futuro del sector tendrá espacio durante el IV Simposio Internacional de Acuicultura y Pesca (SIAP), que llevará a Aquapesca ponentes nacionales e internacionales para discutir proyecciones para el sector hasta el año de 2020. Otro destaque de la programación técnica es la realización de reuniones de negocios entre empresarios brasileños y extranjeros. Las ediciones anteriores contaron con delegaciones de países que son ahora los principales productores y consumidores del sector, tales como China, Tailandia y Noruega. La exposición de diversos productos en stands también será una oportunidad de negocio - los interesados deberán acompañar el sitio web del evento (www.aquapescabrasil.com.br) que se actualiza con informaciones sobre la participación como expositor e inscripciones, además de la programación completa. Después de pasar por Salvador (BA) en la segunda edición, en 2012, la Feria vuelve a la ciudad de origen. Según Acelino, el objetivo es fortalecer el mercado local, uno de los mayores centros de peces en Santa Catarina. En 2011 y 2012, fueron R$ 25 millones en negocios generados durante el evento. Ya pasaron por la Aquapesca más de 100 expositores y 150 mil visitantes.
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agenda FEV | 15
1 a 6 — 21º Encontro Brasileiro de Ictiologia [SBI]
Recife (PE) www.ebi2015.com.br
19 a 22 — Aquaculture America 2015 [World Aquaculture Society]
JUL | 15
1 a 30 — Busan International Seafood & Fisheries Expo 2015 [BISFE]
Bisan (KOR) www.bisfe.com
Nova Orleans, Louisiana (EUA) www.was.org
SET | 15
MAR | 15
www.seafoodexpo.com/asia
15 a 17 — Seafood Expo North America [Global Seafood]
Boston (EUA) www.seafoodexpo.com/north-america
ABR | 15
21 a 23 — Seafood Expo Global [Global Seafood]
Bruxelas (BEL) www.seafoodexpo.com/global
MAI | 15
26 a 30 — World Aquaculture 2015 [World Aquaculture Society]
Jeju (KOR) www.was.org
27 a 29 — 25º Congresso Brasileiro de Zootecnia ZOOTEC 2015
Fortaleza (CE) www.zootec2015.com.br
8 a 10 — Seafood Expo Asia [Global Seafood] Wanchai (HKG) 21 a 23 — Seafood Expo Southern Europe [Global Seafood]
Barcelona (ESP) www.seafoodexpo.com/southern-europe
OUT | 15
6 a 8 — 17ª Feria Internacional de Productos del Mar Congelados [CONXEMAR]
Vigo (ESP) www.conxemar.com
NOV | 15
16 a 19 — 12ª Feira Nacional do Camarão FENACAM [ABCC]
Fortaleza (CE) www.fenacam.com.br
16 a 19 — LACQUA 2015 [World Aquaculture Society]
Fortaleza (CE) www.was.org
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