chapecó
98 anos
CHAPECÓ
é nº 4 Agosto 2015
ENTREVISTA
Prefeito José Cláudio Caramori fala sobre a gestão municipal em tempos de crise
Negócios
Sustentabilidade e tecnologia criam novas possibilidades para a economia local
SAÚDE
Novos investimentos ampliam a oferta de serviços nas redes pública e privada
turismo e desenvolvimento com um movimentado calendário de eventos, A CIDADE recebe cada vez mais visitantes e descobre SEU potencial PARA a atividade turística
CHAPECÓ
ANOS
Olha só
AQUI SE INVESTE MAIS NA EDUCAÇÃO! Aqui é um lugar especial, com mais de 20 mil alunos na rede municipal.Temos ainda as Escolas Parque com ensino em tempo integral e a merenda, feita com carinho e muitos produtos da Agricultura Familiar. CONFIRA A PROGRAMAÇÃO EM WWW.CHAPECO.SC.GOV.BR
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l esporte l grupo RIC
Guilherme Conrado @conradogui Luzes da cidade
UM horizonte de possibilidades Eles chegam aos milhares pelo Aeroporto Municipal Serafim Enoss Bertaso, vindos de diversos pontos do País para participar de uma das dezenas de feiras e eventos organizados na cidade. São os turistas de negócios, que além de movimentar a economia, estão começando a despertar a incipiente indústria de turismo local. Já se tornou um hábito entre os participantes de eventos de negócios reservar um dia a mais na agenda para ficar na cidade e conhecer melhor o que ela tem para oferecer ao visitante. O Grupo RIC SC – que sempre apoiou iniciativas para desenvolver o turismo em todas as regiões do Estado – destaca nesta edição da revista Chapecó É o trabalho de quem aposta na expansão da atividade turística na Capital do Oeste. Mas o setor do turismo é apenas uma das possibilidades que surgem no horizonte de uma cidade empenhada em garantir o futuro investindo na inovação e na diversificação da atividade econômica. Ao completar 98 anos de fundação, a Chapecó de hoje é reconhecida nacionalmente não apenas pelas feiras de negócio ou pela força de sua agroindústria, mas também por dezenas de micro e pequenas empresas inovadoras e altamente competitivas em segmentos como Sustentabilidade e Tecnologia da Informação. Nesta edição, duas reportagens especiais mostram um pouco mais destas novas ideias de negócio que estão transformando a economia do município. O retrato de uma cidade moderna e cosmopolita que trazemos em mais esta Chapecó É se completa com um amplo panorama de assuntos que refletem os elevados índices de qualidade de vida e desenvolvimento alcançados pela cidade: desde a ampliação da infraestrutura para a saúde até os talentos da cultura e do esporte que enchem de orgulho o chapecoense. Tudo isso você encontra nas páginas a seguir, em mais um presente do Grupo RIC SC para Chapecó no dia do seu aniversário. Uma boa leitura e parabéns a todos os chapecoenses! Marcello Corrêa Petrelli Presidente-Executivo Grupo RIC SC
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editorial l
índice l minha cidade l #chapecó l entrevista l matéria de capa l saúde l economia l empreendedores l ação social l cultura
l esporte l grupo RIC
6 um horizonte de possibilidades editorial
10 EDUARDO PERONE minha cidade
FUNDADOR e Presidente Emérito
Mário J. Gonzaga Petrelli
SÉRGIO BADALOTTI
Grupo RIC SC
PLíNIO DE NÊS
16 retratos dA CIDADE #chapecó
presidente-Executivo Michel G. de Cam
pos @michelgc Are
na Condá
Diretor Comercial
Reynaldo Ramos
18 expansão na ponta do lápis entrevista
Diretor Administrativo e Financeiro
Albertino Zamarco Jr.
22 IMPULSO PARA O TURISMO
Diretor de planejamento e estratégia
matéria de capa
Derly Massaud de Anunciação Diretor REGIONAL CHAPECÓ
NO ROTEIRO DOS NEGÓCIOS
30 preparados para atender
Marcello Corrêa Petrelli
Roberto Winter Diretor de Redação Notícias do Dia
saúde
Luís Meneghim Guilherme Conrado @conradogui Arco-íris duplo
36 celeiros de inovação economia
Revista CHAPECÓ É EXECUTIVO DE VENDAS
Jorge Furtado
mercado sustentável
Editor-executivo
Diógenes Fischer
46 café com história
Fernanda Moro, Lilian Simioni, Lisiane
cachaça gourmet
Kerbes, Suellen Santin e Tarla Wolski
empreendedores
50 prazer em ajudar
REPORTAGEM
fotografia
ação social
Guilherme Conrado (capa) e Tarla Wolski Dete Olivotto @deteolivotto Catedral Sto. Antônio
56 a arte do encontro
Diógenes Fischer
cultura
REVISÃO
Lu Coelho
58 UM GOLAÇO DE GESTÃO esporte
Distribuição
RIC Editora IMPRESSÃO
62 EXPANSÃO DIGITAL grupo RIC
Coan Gráfica www.ricmais.com.br/sc/revistachapecoe
NO CAMINHO DO BEM DIRETO DO CAMPO
Diagramação
Rua Sete de Setembro, 1920D – Presidente Raquel de Oliveira @raque
CHAPECÓ É l 2015
ldeoliv Cerração
Médici – CEP 89806-150 – Chapecó/SC (49) 3319 2500
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.Lisiane Kerbes NTarla Wolski / Divulgação PMC
editorial l índice l
minha cidade l #chapecó l entrevista l matéria de capa l saúde l economia l empreendedores l ação social l cultura l esporte l grupo RIC
TORcedor de carteirinha “A Arena Condá é um dos meus lugares favoritos. É o lugar para ver o meu Verdão. Procuro ir sempre quando há jogos. Tenho a carteirinha, visto a camisa e vou sempre ao estádio. Embora o meu time do coração seja o Grêmio, quando cheguei a Chapecó, há 15 anos, a Chapecoense me conquistou.” A Arena Condá fica na Rua Clevelândia, Centro. (49) 3905 3700.
ENCANTO NATURAL
A CHAPECÓ DE
Eduardo perone Em cinco sugestões de LUGARES PARA SE CONHECER em Chapecó, o DIRETOR-EXECUTIVO DO SICOM faz um roteiro com esporte, LAZER, CULTURA E NATUREZA
“Um passeio que gosto muito de fazer é
À frente do Sindicato do Comércio da Região de Chapecó (Sicom), o consultor empresarial
observar a paisagem e o Rio Uruguai.
Eduardo José Perone conquistou por dois anos consecutivos (2008/2009) destaque
Tem um mirante bom, a gastronomia é
nacional, levando a instituição a ser referência em gestão sindical no sindicalismo
boa. Quando vou, costumo almoçar no
patronal brasileiro. Ele implantou o programa de Gestão por Excelência, modernizando
Calenda. Para curtir Chapecó, o Goio-En é
os processos e o sistema de gestão institucional. Ele nasceu em Sarandi (RS), mas se
um ótimo lugar, muito bonito.”
pela serra do Goio-En, de moto. Desço devagar, paro em alguns locais para
considera um “chapecoense de coração” e procura levar o nome da cidade aos eventos e
A serra fica na SC-480 e faz parte do Vale do Rio
missões empresariais das quais participa no Brasil e no exterior.
Uruguai. A ponte sobre o rio faz divisa com o RS e fica aproximadamente a 15 km do Centro.
SÁBADO NO CENTRO cultura Na teLA
COMER, BEBER E CONVERSAR
“Sempre que posso vou ao Centro da
“O cinema é um lugar onde vou com
cidade. Gosto de caminhar pelas avenidas
frequência, geralmente acompanhado
nos sábados de manhã, da Pittol até a
do meu filho. Gosto muito de cinema.
“Para degustar uma boa cerveja
praça. Chapecó tem uma característica que
É uma das poucas coisas periódicas
artesanal e bater um papo com os
poucas cidades do Brasil têm: as avenidas
em Chapecó ligadas à cultura, embora
amigos gosto do Chacal. Chapecó tem
são amplas, bonitas. Com uma caminhada
tenhamos o Centro de Eventos Plínio
muitos lugares bons para comer, fazer
pela Getúlio Vargas, Nereu Ramos, Fernando
Arlindo De Nês, o Sesc e outros lugares
um happy hour ou um jantar mais
Machado e outras vias do centro comercial
com vários atrativos culturais. A cidade
aprimorado. Alguns até subestimados.
dá para fazer uma radiografia da cidade.”
tem avançado muito culturalmente.”
Eu gosto de ir e experimentar, existem
A Av. Getúlio Vargas é a principal via pública do
O Arcoplex Cinema fica no Shopping Pátio
vários lugares bacanas e baratos.”
Centro de Chapecó, corta a cidade e concentra
Chapecó, na Av. Fernando Machado, Bairro
O Chacal fica na Rua Rui Barbosa, 751-E, Centro,
grande parte do comércio local.
Líder. (49) 3312 3600.
(49) 3328 7790.
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.Lisiane Kerbes NTarla Wolski / Divulgação PMC
editorial l índice l
minha cidade l #chapecó l entrevista l matéria de capa l saúde l economia l empreendedores l ação social l cultura l esporte l grupo RIC
A CHAPECÓ DE
SÉRGIO BADALOTTI
O COMENTARISTA ESPORTIVO DA RICTV RECORD FAZ UMA ESCALAÇÃO DOS LUGARES QUE MAIS GOSTA DE FREQUENTAR NA CIDADE COM A FAMÍLIA E OS AMIGOS
COMPROMISSO e devoção
“Outro lugar que não abro mão de ir é à Catedral Santo Antônio. Minha
Sérgio “Badá” Badalotti é
família é muito religiosa. Minha mãe me
reconhecido na cidade pelo
acostumou a frequentar a igreja todas
trabalho que realiza há anos
as terças-feiras à noite. Já ouvi algumas
na comunicação esportiva. É
pessoas comentando: ‘Se você quer ver
registrado como radialista desde
o Badá é só ir à missa nas terças’.”
1991. Nascido em Chapecó, mora
A Catedral fica na Avenida Getúlio Vargas, 93 S,
desde criança a menos de uma
no Centro. (49) 3322 2278 ou (49) 3322 2237.
quadra da Arena Condá, local que hoje mistura trabalho e memórias de infância. Como comunicador,
VIDA NOTURNA
iniciou carreira na antiga TV
“Uma das coisas que mais gosto de
Desbravador (atual NET) em 1998.
Chapecó são as opções da noite local.
Em 1999 foi para o SBT, atual RICTV.
Há muitos bares, restaurantes, casas
Neste ano também começou
de shows com qualidade, boa estrutura
sua atuação no meio impresso,
e uma ótima culinária. Considero a
escrevendo para o jornal Sul Brasil.
gastronomia e as casas noturnas uma
Atualmente, além da telinha, atua
atração turística da cidade.”
também na rádio Chapecó e nos
Os principais bares e restaurantes de Chapecó
jornais Diário do Iguaçu e Folha de
ficam na região central da cidade.
Chapecó.
COMPRAS E GASTRONOMIA
CHAPECOENSE DESDE GURI
REFÚGIO NA NATUREZA
“O primeiro lugar para mim é a Arena
“O Goio-En é um local que frequento
uma novidade na cidade. É um lugar
Condá, por eu morar perto desde os 10
há 20 anos. Sempre que posso vou nos
agradável, com ótima gastronomia, várias
anos de idade, pelo meu trabalho. Passei
fins de semana. Temos um grupo de
opções de bons lugares para comer. Gosto
muito tempo da minha vida dentro do
amigos chamado Kalanga, e há duas
de ir com meu sobrinho e com amigos, e
estádio. Joguei nas escolinhas da Chape,
décadas temos uma casa no Goio-En.
tomar um chope também. Eu curto. Era um
depois no juvenil. Não foi por acaso que
É um lugar onde vou e onde realmente
lugar que faltava em Chapecó.”
me tornei comentarista esportivo.”
me sinto bem.”
O Shopping Pátio Chapecó fica na Avenida
A Arena Condá fica na Rua Clevelândia, Centro.
O distrito do Goio-En fica na SC-480, na divisa
Fernando Machado, Bairro Líder.
(49) 3905 3700.
com o RS, a aproximadamente 15 km do Centro.
(49) 3312 3600.
CHAPECÓ É l 2015
“Destaco o Shopping Pátio Chapecó como
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editorial l índice l
minha cidade l #chapecó l entrevista l matéria de capa l saúde l economia l empreendedores l ação social l cultura l esporte l grupo RIC
A CHAPECÓ DE
PeLO CALÇADÃO
PLíNIO DE NÊS COMBINANDO LEMBRANÇAS DE INFÂNCIA, HISTÓRIA E NEGÓCIOS, O EMPRESÁRIO SUGERE UM ROTEIRO PELA CIDADE QUE O RECEBEU HÁ MAIS DE SEIS DÉCADAS
“O calçadão é outro lugar que eu gosto muito, tem bons restaurantes. Gosto da forma como foi construído, perto do antigo moinho, uma construção muito antiga da cidade. Tem um córrego ali que foi fechado, canalizado, quando meu pai, Plínio Arlindo De Nês, era prefeito. Acompanhei todo o melhoramento realizado no local.” O calçadão fica na Rua Benjamin Constant, entre as ruas Nereu Ramos e Fernando Machado.
MEMÓRIAS DE MENINO “Um ponto muito bonito de Chapecó é a Rua Índio Condá, onde tem a Praça Emílio Zandavalli e onde se concentram hoje grandes prédios residenciais. Quando eu era menino, para chegar ao colégio São Francisco, passava no meio de um carreiro, era puro mato, com muitas araucárias. Hoje é um local encantador para morar.” A Índio Condá é uma das principais ruas da cidade,
Plínio David De Nês Filho nasceu em Faxinal dos Guedes (SC), em 1946, e aos seis anos
passando ao lado da Arena Condá.
de idade veio para Chapecó. Aos 14 começou a trabalhar no Frigorífico Chapecó e em 1971 assumiu a vice-presidência executiva. Em 1988 tornou-se presidente-executivo. Na direção de uma das mais tradicionais empresas chapecoenses, foi um forte impulsionador
MOVIMENTO NO AR
de iniciativas de cunho comunitário – entre elas a Fundeste, primeira instituição de ensino superior de Chapecó – e se destacou pelo apoio a diversas modalidades esportivas. Em dezembro do ano passado assumiu a presidência do Conselho Deliberativo da Chapecoense.
REFERÊNCIA NO ESPORTE
POTENCIAL TURÍSTICO
“Sempre gostei muito da Arena Condá
“Um lugar que me chama muito a
porque ali se encontram pessoas que,
atenção é a serra do Rio Uruguai.
“Um lugar que eu gosto muito desde
em comum comigo, gostam do esporte.
Sempre imaginei o potencial do local
quando era no Bairro São Cristóvão é o
As melhorias realizadas deram mais
para empreendimentos de lazer, hotéis,
aeroporto. O movimento cada vez maior de
qualidade ao estádio, mas sempre
etc. Hoje, com a barragem, já começam
pessoas que saem e retornam a Chapecó
admirei o lugar como espaço para a
a surgir as primeiras construções. É um
representa a pujança de uma região inteira.
prática de esportes, como atletismo e
lugar propício ao desenvolvimento do
Gosto também do cafezinho do aeroporto,
natação, além do futebol.”
turismo em Chapecó.”
do bar da dona Maria.”
A Arena Condá fica na Rua Clevelândia, Centro.
A serra do Rio Uruguai fica na SC-480 e vai até o
O Aeroporto Municipal Serafim Enoss Bertaso fica a
(49) 3905 3700.
Goio-En, na divisa com o Rio Grande do Sul.
10 km do Centro. Acesso pela Rua Florenal Ribeiro.
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RETRATOS Da CIDADE Fotógrafos amadores e profissionais compartilham pelo aplicativo Instagram imagens que mostram as belezas de Chapecó dos mais variados ângulos
Débora W. B. @debora
Laura Bordin @laubealbordin Arena
Tadeo Bueno @tadeoding
Condá
wb Praça Coronel Bertaso
Agles Pereira @aglespereira Céu de
domingo
o Vista aérea
Débora W. B. @deborawb Antiga prefeitura
Raquel de Oliveira @raqueldeoliv Estrada na chuva
Ivana Philippi @1palhadeseda1 Entard CHAPECÓ É l 2015
ecer na sacada
Marcelo Fogolari @marcelofogolari Av. Getúlio Vargas
Gustavo Oliveira @gustavogugaz
Pinhão na chapa
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Jaison Rocha @jaisonroch
a Chevette
Guilherme Conrado @conradogui
Arena Condá
Ivana Philippi @1palhadeseda1 Linha Cascavel
Sanver Missel @sanvermissel Pôr-do-sol 1 Natalia Migliorini @natimi
g Paraíso rural
Ivana Philippi @1palhadeseda1 Temp
estade
Fernando Stella @fernando_stella Tirolesa Marina Faé Débora W. B. @deborawb Catedral
Thiago Geremias @thiagogeremias
Arco-íris
Elisandra Santolin @elis_s
Santo Antônio
antolin Costelão em fam
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Elisandra Santolin @elis_s
antolin Linha Água Ama
ília Sanver Missel @sanvermissel Pôr-do
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EXPANSÃO NA PONTA DO LÁPIS com medidas firmes para cortar despesas, o prefeito josé caramori BUSCA MANTER A AUSTERIDADE NAS CONTAS PÚBLICAS SEM DEIXAR DE INVESTIR EM SAÚDE, EDUCAÇÃO E MOBILIDADE URBANA À frente de uma cidade em franca expansão, José Cláudio Caramori administra a prefeitura em um momento de crise econômica nacional e redobra seus esforços para colocar nos eixos as finanças municipais, sem prejudicar o investimento em áreas prioritárias. Apesar das medidas duras, como a exoneração de comissionados, ele vê a Chapecó do futuro como uma cidade melhor e mais organizada. Nesta entrevista, exclusiva para a Chapecó É, o prefeito Caramori faz um balanço das dificuldades enfrentadas no atual mandato e aponta o que considera seus principais acertos na gestão municipal. Como melhorar a situação financeira do município num cenário de queda de receita e muitas demandas da sociedade? É preciso ser ainda mais eficiente na administração, considerando que as receitas são insuficientes e que responsabilidades são passadas aos municípios acima de suas capacidades. Medidas estão sendo tomadas agora, mas há algum tempo estávamos nos preparando para uma crise que já era anunciada. Se havia dificuldades antes, há ainda mais agora que as receitas despencaram. De maio para
junho, o FPM caiu em torno de 19%, o ICMS caiu 17%, o IPVA caiu 11% e o Fundeb caiu 5%. Assim, foi preciso reduzir cargos comissionados, horas extras, gratificações e salários. Para
“Medidas estão sendo tomadas agora, mas há algum tempo estávamos nos preparando para uma crise que já era anunciada” fazer economia, estamos revisando contratos de obras e especialmente de serviços: combustível, café, luz, água, telefone. Considerando uma prefeitura do tamanho da nossa, com 5 mil funcionários, até a conta do café se torna expressiva. Numa situação em que é preciso priorizar alguns investimentos em detrimento de outros, que áreas CHAPECÓ É l 2015
são consideradas prioritárias para a prefeitura? Saúde e educação são prioridades absolutas. Em 2014 gastamos 27% do orçamento na saúde, quando a Constituição obriga os municípios a investir 15%. Estamos gastando quase o dobro para manter a qualidade, já que não há recurso suficiente via SUS. Da mesma forma na educação, cuja obrigatoriedade é de 25% do orçamento e estamos sempre entre 27% e 29%. Como o senhor avalia o impacto dos cortes feitos recentemente nos cargos comissionados da prefeitura? Os funcionários dispensados estavam em diversas secretarias e poucos estavam nas prioritárias: Saúde e Educação. Obviamente farão falta. Mas vamos suprir isso buscando os cedidos, que são em torno de 160. As poucas secretarias que não trabalhavam oito horas por dia estão voltando ao turno integral, evitando horas extras e promovendo a eficácia e a eficiência entre os que ficaram. Vai sobrecarregar certamente alguns setores, mas trabalhamos com previsibilidade – não podemos ter a despesa maior que a receita. Como a cidade deve enfrentar a questão da expansão urbana após a
19 .Lilian Simioni NTarla Wolski
“O corte nos cargos comissionados vai sobrecarregar certamente alguns setores, mas trabalhamos com previsibilidade – não podemos ter a despesa maior que a receita”
aprovação do Plano Diretor e a conclusão do Plano de Mobilidade? O Plano Diretor partiu de nossa área técnica e foi realizado com uma ampla discussão com a cidade. E ficou muito bom, com um aproveitamento melhor das áreas, planejando um crescimento baseado no desenho original dos nossos pioneiros e com um índice construtivo bem abaixo do normal priorizando a área verde, espaçamento e insolação. Também procuramos criar novas possibilidades de vias, como a Ernesto José de Marco e o Contorno Viário Oeste. Obras como o Contorno Viário Leste, a abertura da Licínio Córdoba e da Rua Brusque já estão
projetadas, faltando apenas acertar a cessão dessas áreas com a Epagri e a Embrapa. Estamos concluindo este ano o nosso Plano de Mobilidade, que aponta a necessidade de criar vias alternativas, com a possibilidade de ciclovias em algumas ruas. É importante destacar que se pensa muito na proteção do pedestre, com passarelas e passeios públicos. Teremos canaletas de ônibus específicas para o transporte coletivo, criando vias de mão única e incentivando o usuário a deixar seu veículo em casa. O lançamento do edital deve ocorrer a partir de setembro e até o fim do ano deveremos estar com o processo licitatório realizado. CHAPECÓ É l 2015
No início do ano o senhor esteve em Brasília pleiteando recursos para obras importantes. De lá para cá o que evoluiu nesse sentido? Temos inúmeros projetos tramitando em Brasília. Recapeamentos, revitalização e alargamento de vias. Há também o de micro e macrodrenagem, que é algo de grande porte e vai resolver problemas com alagamentos. Ainda temos o projeto de ligação da BR283 com a BR-282, que não está em Brasília, mas depende de lá porque é financiado a fundo perdido pelo Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). O Fundo é composto por US$ 100 milhões/ano, sendo que 70% são pagos pelo Brasil. Chapecó conseguiu habilitar um projeto no Focem. O dinheiro só não foi liberado porque o País está inadimplente. Quais são os planos da prefeitura para o aeroporto? Existe a possibilidade de terceirizá-lo? O plano é que o Governo Federal efetive a obra do novo terminal. O recurso de R$ 35 milhões já está assegurado no Orçamento da União. Depois, é a definição da forma de administração
20
NTarla Wolski
do aeroporto. Ou ele fica nas mãos do município – o que não é o ideal, já que tem atividades mais atinentes à gestão – ou será administrado por uma empresa especializada. Esta decisão tem que ser tomada de forma conjunta – município, Estado e União. Mas todo o patrimônio do aeroporto é do cidadão chapecoense. E para que possamos fazer o concessionamento é preciso que o município seja reembolsado, já que Chapecó investiu recursos até acima de sua capacidade. A agroindústria ainda é a base da economia local, mas a cidade vem desenvolvendo novas potencialidades. De que forma o poder público contribui para diversificar a matriz econômica de Chapecó? O município contribui de várias formas: com legislação específica de estímulo à vinda de novas empresas, com benefícios fiscais e materiais, a criação de distritos industriais, a oferta de um parque de exposições e de uma estrutura que nos torna capital esta-
“Tenho consciência de que temos hoje uma Chapecó muito melhor do que há dez anos. Estamos deixando um legado de organização para a cidade” dual do turismo de eventos. Estamos nos consolidando na área tecnológica. A partir do núcleo das empresas de Inovação Tecnológica da ACIC, e do Deatec, que é uma associação de empresas do Oeste de Santa Catarina, os governos municipal e estadual viabilizaram a criação de um polo tecnológico. Chapecó criou uma legislação de incentivos fiscais às empresas de tecnologia, com possibilidade CHAPECÓ É l 2015
de incentivos materiais. E está em fase adiantada de planejamento de um parque industrial condominial voltado exclusivamente a essas empresas. Para finalizar, como o senhor avalia até agora seu segundo mandato à frente da prefeitura de Chapecó? Uma autoavaliação sempre é difícil. Estou fechando o sétimo ano de mandato – passei um ano como vice-prefeito e assumi a prefeitura em março de 2010. De lá para cá foram muitas conquistas em todas as áreas, o que é muito realizador. As maiores dificuldades foram conseguir recursos para atender às demandas do município, que cresce a passos tão largos. Mas tenho consciência de que temos hoje uma Chapecó muito melhor do que há dez anos. Estamos deixando um legado de organização para a cidade: Plano Diretor, Plano de Mobilidade Urbana, Plano de Resíduos Sólidos, Plano de Saneamento Básico, Plano de Educação, de Cultura. Chapecó hoje respira progresso.
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editorial l índice l minha cidade l #chapecó l entrevista l
matéria de capa l saúde l economia l empreendedores l ação social l cultura l esporte l grupo RIC
IMPULSO PARA O TURISMO CONSAGRADA COMO POLO DOS EVENTOS DE NEGÓCIOS, A CIDADE QUER ATRAIR TAMBÉM VISITANTES EM BUSCA DE LAZER, CULTURA, HISTÓRIA, GASTRONOMIA E BELEZAS NATURAIS
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23 .Lilian Simioni NDivulgação PMC
O simples, o cotidiano, o que parece comum. É justamente da história, do que se faz de melhor por aqui e dos lugares (ainda) pouco explorados que brotam experiências únicas para quem vem de fora e quer saber mais sobre Chapecó. Quando se fala em atividade turística no município logo se pensa em grandes eventos e feiras de negócios. Afinal, Chapecó é reconhecidamente – inclusive segundo a Lei Estadual 14.071, de 31 de julho de 2007 – a Capital Catarinense dos Eventos de Negócios. Mas nem só desta modalidade vive o turismo no maior município do Oeste de Santa Catarina. Há muito o que ver, viver e conhecer em Chapecó. É com essa certeza que trabalha a difusora de turismo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Danieli Jannuzzi. Conhecida por
participar ativamente de todas as iniciativas turísticas na cidade, a turismóloga se entusiasma quando o assunto é turismo de lazer em Chapecó. “Para quem vem de outras regiões do País, tudo é diferente aqui”, ressalta. Ela conta que é cada vez maior o número de pessoas que vêm para os eventos de negócio e costumam ficar pelo menos um dia a mais para aproveitar atividades paralelas, como um city tour ou rotas turísticas pelo interior. “Os visitantes se surpreendem, ficam encantados.” Para ela, a cidade é um polo indutor de diversas modalidades de turismo e tem potencial para crescer cada vez mais nesta área. Um exemplo das oportunidades geradas pela expansão da atividade turística na cidade é a empreendedora Marines Onghero, que inaugurou no dia 7 de agosto,
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na comunidade de Colônia Cella, o Pinhais Eventos. O local faz parte da Rota Italiana, um circuito organizado pela prefeitura que reúne uma série de atrações culturais, turísticas e gastronômicas de comunidades no interior de Chapecó. Além de Colônia Cella, fazem parte do roteiro as localidades de Colônia Bacia, Sede Figueira e Linha Batistello. Colonizadas predominantemente por gaúchos descendentes de italianos, por muitos anos estas áreas tiveram como base econômica a extração das araucárias. Rústico e simples, o galpão onde fica a empresa foi construído com um enorme pinheiro que caiu depois de ser atingido por um raio. Além de receber eventos, o lugar passou a ser uma referência para a alimentação dos turis-
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Uma das paradas da Rota Italiana é o museu na localidade de Colônia Cella, que guarda objetos pessoais das famílias de descendentes de italianos que colonizaram a região
tas que fazem a Rota Italiana. Pão caseiro, queijo, salame, polenta, vinho e outras comidas típicas são servidos numa mesa farta à italiana para o fechamento de um passeio pelos locais que compõem o roteiro. “Trabalho na roça e tenho orgulho disso, mas fiz curso de guia turístico no Senac e o turismo entrou na veia. Penso que a alimentação era um gargalo para a Rota Italiana que poderemos dar conta agora”, avalia a proprietária Marines. “Gerar renda e divulgar a comunidade: isso me deixa muito orgulhosa.” A Rota Italiana tem, entre seus atrativos, o Museu da Cultura Italiana, na própria Colônia Cella. Idealizado por Eugênio Milan, que foi reunindo ao longo dos anos os objetos de famílias para compor o acervo, o museu é cuidado e mantido pela própria comunidade. Anos após o falecimento de seu fundador, o museu segue recebendo objetos. A história se mantém viva por meio de pessoas como Leila Aline de Conto Milan, neta de Eugênio, que recebe
os visitantes e explica, com orgulho, sobre as peças do museu, além de angariar novos objetos para o acervo com colegas da escola. A Festa Italiana, que há 14 anos acontece em forma de rodízio em
Marines, do Pinhais Eventos: “Trabalho na roça e tenho orgulho disso, mas fiz curso de guia turístico no Senac e o turismo entrou na veia”
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uma das quatro comunidades, também é uma atração tradicional de Chapecó. Quem estiver na cidade na época da festa – que geralmente acontece no primeiro sábado de julho – pode aproveitar a comida típica, apresentações culturais, músicas, decoração e o resgate das tradições e costumes coloniais. Na última festa, mais de mil pessoas participaram. Também na Rota Italiana é possível conhecer a Capela São Carlos, na Colônia Bacia. Na década de 1950, a Capela São Carlos e outras 16 igrejas foram construídas seguindo o mesmo estilo: em madeira e telhas de zinco. No distrito de Sede Figueira, religião e natureza se misturam na gruta que leva o mesmo nome da localidade. No local é realizada a Romaria Luminosa em homenagem a Nossa Senhora de Lourdes, no mês de dezembro. Na rocha, três grutas naturais, e, em meio à mata, quedas d’água de até 8 metros. Na trilha colorida por folhas caídas, em que é possível ouvir somente o vento me-
25 NTarla Wolski / Luciano da Luz (Divulgação PMC)
xendo a copa das árvores, esculturas em pedra arenito feitas pelo artista Cyro Sosnoski sobre a Via Sacra. Entre dezembro até meados de fevereiro, um programa imperdível para quem visita a cidade é conhecer as delícias do Sítio das Parreiras de Elton Werlang. Em uma propriedade com 3 hectares de pés de uvas plantados, é possível caminhar livremente pelo parreiral, escolher os cachos que deseja e colher a uva na hora. É o sistema “Colha e Pague”. “É uma forma diferenciada de comercializar a uva, oferecendo ao consumidor a experiência de tirar a fruta do pé, algo que a maioria das pessoas que moram na cidade nunca fez na vida”, destaca Werlang. A propriedade familiar tem aproximadamente 6 mil pés, com uma produção de 35 toneladas de uvas por safra. Além da uva Niágara, há variedades finas para vinhos (Malbec e Cabernet) e finas de mesa (Rainha Itália, Alphonse Lavallée, além das recentemente plantadas Benitaka, Super Rubi e Black Magic). Todas as plantas são cobertas e os cachos enormes provocam a curio-
Durante o verão, quem visita o Sítio das Parreiras tem a oportunidade de colher cachos gigantes de uvas no pé
sidade dos visitantes. “Os cachos chegam a 2 quilos e o visual é encantador. O passeio já vale a vinda até a propriedade, mas o visitante acaba não resistindo e sempre leva uva”, comenta Werlang. Outra iniciativa recente, que também oferece uma opção de lazer para quem vem a Chapecó – mesmo que seja para uma feira de negócios, desde que tenha um turno de folga –,
No distrito de Sede Figueira, a trilha leva a três grutas naturais e quedas d’água de até 8 m em meio ao verde
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é a empresa Eco Eventos e Turismo. Já atuando no ramo, Levina Fátima Berti vislumbrou a possibilidade de oferecer o turismo receptivo a partir de um curso de organização de eventos que concluiu em 2014 pelo Senac. Ela foi até a prefeitura e, com a ajuda da turismóloga Danieli – além de muita pesquisa, conversas e visitas –, formatou cinco roteiros locais, que passou a oferecer desde o fim do ano passado: City Tour Express, City Tour Full Day, Do Campo à Mesa (leite), Do Campo à Mesa (suíno) e Rural Tour. Segundo Levina, o retorno dos clientes tem sido excelente. “Uma pessoa que veio para um evento em Chapecó nos procurou para fazer um dos roteiros. Mostramos aspectos da história, da colonização, das tradições, da natureza e culinários. Fomos a locais que para os chapecoenses são normais, mas que para o turista são surpreendentes – como uma indústria de salames, por exemplo. Para eles, foi muito bacana comer o torresmo feito na hora”, conta a empresária. O sucesso foi tanto que outros quatro grupos foram monta-
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NTarla Wolski
No distrito do Goio-En as atrações vão de tranquilos passeios de barco a trilhas offroad a bordo de quadriciclos
PROGRAME-se Rota Italiana (49) 3321 8422 Pinhais Eventos http://on.fb.me/1KfQw7K Eco Eventos e Turismo (49) 9106-0035 Tirolesa Radical (49) 8821-8880 Passeios de Barco (Faé) (49) 3322 3889 e 3321 4804
dos com participantes daquele mesmo evento. Levina agora se prepara para oferecer uma nova modalidade de passeio: levar os turistas para conhecer um pedacinho de Chapecó a cavalo. Os grupos terão um período inicial de contato com os animais e orientações sobre montaria, para só então saírem galopando pelo interior do município. Em outro lado da cidade, no distrito do Goio-En, os turistas também começam a descobrir um lugar que CHAPECÓ É l 2015
até pouco tempo era mais frequentado pelo público local. Com vista para o Rio Uruguai e em meio à mata, o empresário Gilmar Alves da Silva, proprietário da Tirolesa Radical, conta que sua maior clientela já é justamente de pessoas de fora da cidade. Nos fins de semana ou com horário agendado é possível fazer descidas eletrizantes no equipamento. São quatro modalidades: light, com paraquedas para reduzir a velocidade da descida; tradicional, sentado na cadeirinha, mas sem redução de velocidade; radical, de cabeça para baixo; e super-radical, de cabeça para baixo e com os braços abertos. Apaixonado por adrenalina, Gilmar também oferece passeios de jipe 4x4 e quadriciclo em meio à mata – com “mais ou menos emoção”, dependendo do gosto dos clientes. Mas tudo, é claro, com instrução e segurança. São duas pistas: uma, com trajeto de 3,5 a 4 quilômetros e duração de meia hora, e outra mais longa, de 7 a 8 quilômetros e duração de uma hora. A última leva os aventureiros muito próximos do rio, até uma cachoeira onde há uma parada de 10 a 15 minutos para banho. No verão, estão à disposição passeios de caiaque. Descendo mais o Vale do Rio Uruguai há dois empreendimentos conhecidos: a Marina Faé e a Tirolesa Interestadual. Mas este ano o empresário Rogério Faé resolveu inovar: comprou uma embarcação e começou a oferecer também passeios de barco. São 45 a 60 minutos pelos rios Uruguai e Passo Fundo, passando por uma cachoeira e chegando próximo à Barragem Monjolinho. Na embarcação cabem oito pessoas e os passeios são feitos com agendamento prévio. Para a temporada, Faé estuda também ofertar banana boat.
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A Mercoagro, que em sua edição de 2014 recebeu 35 mil visitantes, é uma das muitas feiras de negócios que aquecem a atividade turística e toda a economia da cidade
NA ROTA DOS NEGÓCIOS COM UM MOVIMENTADO CALENDÁRIO DE FEIRAS E EVENTOS, CHAPECÓ Aprimora sua ESTRUTURA PARA RECEBER BEM O TURISTA Nos últimos anos, Chapecó tem um número cada vez maior de feiras, simpósios, seminários e rodadas de negócios, que atraem público nacional e até mesmo internacional. São atividades que envolvem setores diversos e praticamente lotam as agendas dos equipamentos públicos
destinados a eventos. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Diógenes Lang, tanto no Parque de Exposições Tancredo Neves (Efapi) como no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo De Nês, está difícil encontrar brechas para tantas atividades. Além de feiCHAPECÓ É l 2015
ras tradicionais, como Mercomóveis, Logistique, Metal Mecânica, Mercoláctea e Mercoagro, surgem novas, como a Expoeste, que acontecerá em 2015, e a Mercoflora, em 2016. “Há atividades paralelas muito fortes na busca de novos eventos como, por exemplo, do Chapecó e Região Convention & Visitors Bureau (CVB) e do Conselho Municipal de Cultura. O evento não acontece sem uma motivação, e nosso município tem buscado essa motivação. Muitas entidades estão constantemente empenhadas nisso”, salienta o secretário. Porém, para ele, outro equipamento público de Chapecó teve papel essencial para proporcionar essa expansão: o Aeroporto Municipal Serafim Enoss Bertaso. “Tudo isso não aconteceria sem o aeroporto. Ele nos possibilita maior proximidade com os grandes centros”, enfatiza Lang.
29 .Lilian Simioni NDivulgação Mercoagro / Tarla Wolski / Divulgação CVB
O administrador do aeroporto, Eglon Buraseska, concorda e aponta números que referendam a afirmação. Segundo ele, um estudo de 2005 realizado pelo Departamento de Aviação Civil (atual Agência Nacional de Aviação Civil) previa que em Chapecó haveria um movimento de 18 mil passageiros por mês no aeroporto a partir de 2020. Conforme Buraseska, somente em junho de 2015, cinco anos antes da data prevista, a média mensal foi de quase 45 mil passageiros. Apesar de ser municipal, o aeroporto conta com três empresas com voos regulares – Azul, Avianca e Gol – e chega a ter uma média de 80 pousos e decolagens diárias, incluindo voos militares, de instrução, de aeroclubes e particulares. O aeroporto de Chapecó é o único no País com tal movimentação que ainda não teve suas operações concedidas e é administrado pelo poder público municipal. De acordo com Buraseska, mesmo com esse porte ainda há um apelo popular
Clarice, do CVB: é preciso aproveitar o movimento de turistas de negócios para atrair suas famílias e mostrar o que há de encantador na identidade local
Com média mensal de 45 mil passageiros, o aeroporto é fundamental para ligar Chapecó aos grandes centros
para que o aeroporto tenha novos voos. O mais pedido, de acordo com uma pesquisa feita pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC), é um direto a Curitiba. A empresa TAM, segundo ele, tem interesse, mas questões técnicas com o Corpo de Bombeiros mantêm a classificação do aeroporto e a limitação do número de voos. Porém, não basta que os turistas cheguem aqui. Para atendê-los bem também é necessário uma sólida rede hoteleira e de alimentação. Atualmente, conforme o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Chapecó (Sihrbasc), Edinei Scalvi, o município conta com 28 hotéis, com capacidade para atender 2.750 pessoas por dia. Com o objetivo de melhorar os serviços prestados ao turista, conforme Scalvi, o sindicato busca oferecer qualificações para os funcionários, como cursos de atendimento, garçom, recepcionista e camareira. E para alavancar ainda mais os bares e restaurantes, o Sihrbasc, numa parceria com o Sebrae e CVB, com o apoio do Senac, promovem, de 21 de CHAPECÓ É l 2015
agosto a 11 de setembro, o 1o Festival Oeste Gastronômico. O principal objetivo é valorizar a gastronomia regional, vendo-a, inclusive, como oferta turística. Todos concordam que é essencial a facilidade em chegar, ficar bem hospedado e ter ofertas variadas de alimentação. Mas se, além de tudo isso, a pessoa que estiver em Chapecó para um evento puder conhecer as particularidades da cidade, melhor ainda. Num paralelo histórico, Chapecó pode se posicionar muito bem: conforme a presidente do CVB, Clarice Bressiani, o primeiro Convention surgiu em Detroit, uma cidade norte-americana com características predominantemente industriais – assim como Chapecó. “A cidade recebia muitas pessoas da indústria que a visitavam a negócios e que começaram a levar suas famílias ou cônjuges. Em um momento, precisaram oferecer um encantamento com a cidade. Os empresários se reuniram para descobrir o que cada um poderia fazer para oferecer esse encantamento. É isso que precisamos mostrar: nossa identidade”, finaliza.
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l esporte l grupo RIC
PREPARADOS PARA ATENDER Chapecó SE CONSOLIDA COMO polo regional NA ÁREA DE saúde COM pROJETOS QUE Vão AMPLIAR A OFERTA DE serviços E A formação de novos profissionais
Diariamente, centenas de pessoas de outras cidades catarinenses chegam a Chapecó procurando atendimento na área da saúde, seja para a realização de exames, procedimentos cirúrgicos ou consultas médicas. Calcula-se que aproximadamente 1 milhão de habitantes de toda a Região Oeste dependem dos serviços oferecidos no município. Não é à toa que a cidade é hoje considerada um dos mais importantes polos regionais no atendimento de saúde do Estado.
Para a secretária municipal de Saúde, Cleidenara Weirich, Chapecó oferece muitos serviços e o desafio agora é manter o alto nível. “Para continuar sendo referência é preciso evoluir, buscar inovação para atender as pessoas com mais qualidade”, destaca. Grande parte do fluxo de pacientes que vêm de fora da cidade tem como destino o Hospital Regional do Oeste (HRO), que funciona desde outubro de 1982. Com o passar dos anos, os 60 leitos iniciais não conse-
Uma das unidades de saúde mais procuradas é o Hospital Regional do Oeste, que em breve deve ganhar uma nova torre com 156 novos leitos e um centro cirúrgico
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31 .Fernanda Moro NTarla Wolski / Divulgação Unimed
guiram mais atender a demanda e a estrutura foi sendo ampliada até chegar aos atuais 319 leitos. Da mesma forma que o espaço físico, os serviços também evoluíram e acompanharam o crescimento de Chapecó. A procura por especialidades cresceu e agora o hospital passa mais uma vez por um processo de ampliação. A nova torre que está sendo construída vai praticamente dobrar a capacidade de atendimento do HRO, que se tornará o maior hospital público de Santa Catarina. A estrutura terá nove pavimentos, um heliponto, 156 novos leitos e um novo centro cirúrgico, e oferecerá serviços na área vascular, hemodinâmica, UTI cardiológica e UTI e oncologia pediátrica. De acordo com Severino Teixeira Filho, presidente da Associação Hospitalar Leonir Vargas Ferreira, responsável pela administração do HRO, as obras representam não só uma ampliação física, mas também a oportunidade de ampliar o acesso ao serviço público de saúde. “Com a nova ala, além de ampliar o atendimento que já prestamos, vamos oferecer novas especialidades. E o mais importante: atendimento de qualidade aos moradores da região para que eles não precisem mais se deslocar para outros estados”, afirma Severino. Acompanhando a demanda crescente pelos serviços de saúde, a rede particular também investe para aumentar sua capacidade de atendimento. O Hospital da Cooperativa Médica Unimed está concluindo a construção de uma nova ala, que contará com uma estrutura de internação com 30 leitos e a Unidade de Internação de Terapia Intensiva (UTI) com 10 leitos para adultos, cinco para crianças e outros cinco para recém-nascidos. De acordo com o presidente da Unimed em Chapecó, Geraldo Antunes Córdova, a ampliação é uma
Quase pronta, a nova ala do Hospital da Unimed terá 30 leitos de internação, além de UTI infantil e neonatal
resposta às necessidades de saúde do Grande Oeste catarinense. “Os investimentos no hospital marcarão um novo tempo na área da saúde do Oeste catarinense, permitindo equiparação aos grandes centros de saúde do País”, garante Córdova. Segundo o presidente da cooperativa, Chapecó
Teixeira: “Com a nova ala do HRO vamos oferecer novas especialidades e evitar que moradores da região precisem se deslocar para outros estados”
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já está definitivamente consolidada como um polo de referência em saúde. “Contudo, acreditamos na necessidade e na viabilidade da ampliação dos serviços para que a evolução ocorra de maneira contínua e segura”, completa. A previsão é de que a primeira fase da obra hospitalar seja inaugurada no segundo semestre deste ano. Futuramente, a estrutura deve receber outros dois andares. Enquanto termina as obras da nova ala, a construção de um hospital universitário também está nos planos da Unimed. Ainda não há projeto nem previsão para o início das obras, mas um convênio já foi firmado com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) para ceder parte do futuro espaço para as aulas práticas necessárias na formação profissional dos estudantes da instituição de ensino. Por isso, a edificação, o equipamento e a gestão do futuro estabelecimento dependerão de projetos e convênios com a universidade, Ministério da Educação e Ministério da Saúde. A rede municipal de saúde também desempenha papel importan-
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Andrioli: foco do novo curso de Medicina da UFFS, que abriu sua primeira turma de 40 alunos em julho deste ano, é formar mão de obra para atender demandas locais
te não só para a cidade de Chapecó como também para diversos municípios vizinhos. O sistema conta com espaços como Hospital Dia, Hospital da Criança, Clínica Renal e Centro de Especialidades Odontológicas, que atendem pacientes de toda a Região Oeste, além de estruturas implantadas recentemente, como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o Pronto Atendimento da Efapi, que oferecem atendimento de urgência e emergência aos chapecoenses. Ações pontuais também foram realizadas pelo poder público municipal para promover a saúde na cidade. Entre os programas de destaque estão o “Ação Saúde”, que contabiliza 17.493 atendimentos somente aos sábados; o “Programa Saúde em Casa”, que já registrou mais de 3 mil atendimentos domiciliares; e o “Programa Infância Mais Amor”, que orienta gestantes e familiares a promoverem o cuidado e o desenvolvimento dos filhos. Este último projeto foi fundamental para que Chapecó alcançasse a redução de 50% da taxa de morta-
lidade infantil, conforme indicador apresentado pela Organização Mundial da Saúde. Com a estruturação da rede, o município colabora também para formar novos profissionais da área.
Cleidenara: atualmente, as unidades de saúde do município oferecem vagas de estágio para 2 mil estudantes dos cursos de Medicina e Enfermagem
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As práticas de estágios realizadas principalmente nas Unidades Básicas de Saúde recebem atualmente 2 mil estagiários, entre estudantes de Medicina e Enfermagem. “É um trabalho muito importante, porque prepara os estudantes para atuar no SUS. Nos postos, os jovens podem ter contato com a comunidade, com a realidade de Chapecó e da futura profissão”, explica a secretária de Saúde, Cleidenara Weirich. Além de ser um polo de serviços, Chapecó também é referência na formação de recursos humanos para a área de saúde, tanto para o serviço público quanto para o particular. Nos últimos anos a cidade viu aumentar a oferta de cursos de ensino superior voltados à saúde. A implantação do primeiro curso de Medicina gratuito, por exemplo, foi um marco para o desenvolvimento regional. Como parte do esforço para a formação de novos profissionais promovido pelo Programa Mais Médicos do Governo Federal, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) iniciou em
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julho deste ano as aulas da primeira turma de seu curso de Medicina. Inicialmente são oferecidas 40 vagas por ano, mas a partir de 2017 o curso será o maior de Santa Catarina, com a abertura de 80 vagas por ano. Para formação dos estudantes, o campus preparou uma moderna estrutura com laboratórios e salas de ensino e já garantiu espaço para as aulas práticas. Hospitais da região estão conveniados com a instituição e devem receber os acadêmicos para estágios nos próximos anos. A universidade pretende criar cotas regionais para formar profissionais que colaborem para o desenvolvimento, principalmente, das cidades menores. Para o vice-reitor da UFFS, Antonio Andrioli, este será um trabalho de promoção de saúde em diversos municípios. “A proposta do curso segue o que é recomendado pelo Ministério da Saúde. Queremos
promover a interação dos estudantes com a realidade do SUS, inserindo o profissional na rede pública de saúde da região para atender as principais demandas locais”, explica Andrioli. O vice-reitor conta ainda que em breve o HRO deve se tornar Hospital Escola e oferecer mais espaço aos estudantes. Com isso, uma nova ampliação será feita para abrigar a ala acadêmica. Além de Medicina, a instituição forma profissionais de Enfermagem. A segunda turma concluiu o curso no final de 2014 e, anualmente, 40 novas vagas de graduação são oferecidas. Outro curso gratuito de Enfermagem disponível em Chapecó é do polo da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). A Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) também investe na formação de profissionais na área da saúde. O primeiro curso de Medicina da cidade foi
implantado pela instituição em 2006, com o objetivo de formar médicos para suprir a demanda crescente por serviços no Oeste do Estado. De lá para cá já foram formados 153 profissionais. Destes, 43 ficaram na região e aos poucos vão ajudando a mudar a realidade do atendimento da saúde pública, especialmente em Chapecó. Conforme o diretor da área de Ciências da Saúde da Unochapecó, Altamir Dutra, outros sete cursos da universidade formam profissionais para a rede de saúde e desempenham papel importante na ampliação do atendimento na região. “Há 17 anos formamos profissionais que atuam em defesa do SUS e da qualidade de serviços e espaços, com um perfil voltado para identificar a realidade das pessoas e as necessidades de saúde. Isso resulta em um processo que melhora as políticas públicas nos municípios da região”, ressalta o diretor.
Pioneira no ensino da Medicina na região, a Unochapecó conta com uma área de ciências da saúde que inclui outros sete cursos ligados, como Odontologia e Farmácia
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Cuidar da sa煤de de Chapec贸
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CELEIROS DE INOVAÇÃO Empresas cada vez mais competitivas no mercado da tecnologia, taxas altas de crescimento e negócios em expansão são uma combinação que promete REVOLUCIONAR o cenário econômico de Chapecó
Pompeo: pioneirismo e visão de mercado levaram a Desbravador a se tornar a maior empresa de TI da região, com mais de 3 mil clientes pelo País
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37 .Suellen Santin NTarla Wolski / Divulgação Deatec / Suellen Santin
Os escritórios espalhados pelos quatro cantos do Brasil e a presença em outros cinco países da América Latina são testemunho do sucesso profissional do empresário Marcelo Pompeo da Silva. Em 1987, quando concluiu a graduação, ele se estabeleceu como um dos primeiros profissionais de Tecnologia da Informação (TI) da Região Oeste e logo conseguiu emprego na área em uma das maiores indústrias de alimentos de Chapecó. Um ano depois, abriu a própria empresa de soluções em informática e em 1989 descobriu um nicho de mercado que o levaria a alcançar reconhecimento em âmbito nacional. Junto do sócio, ele desenvolveu o software Desbravador, focado em hotelaria. O pedido partiu de um hotel da cidade, que queria se informatizar e não encontrava nenhum sistema específico para o ramo. Depois de criar a primeira versão do programa, não demorou para que novos clientes surgissem. Nesse momento, eles tiveram que tomar uma grande decisão: apostar pesado em um segmento específico ou continuar a atender uma gama diversificada de empresas para não correr riscos. A escolha pela segmentação lhes trouxe a consagração no ramo hoteleiro. Com dedicação exclusiva, conseguiram aperfeiçoar o sistema até agradar aos mais exigentes consumidores. Segundo Marcelo, a maior dificuldade na época foi provar que uma empresa do interior tinha competência para desenvolver um software capaz de concorrer com o que era produzido nos grandes centros. “O fato de estar no interior foi motivo de questionamento de muitos hoteleiros, que buscaram tecnologia nas principais capitais e se depararam com alguém de Chapecó oferecendo uma solução para eles”, lembra. Para reafirmar sua capacidade, os
Bortolini: “Ter várias empresas pequenas, cada uma especializada em uma demanda, favorece a competitividade, pois conseguimos nos sobressair”
empresários decidiram estar sempre um passo à frente na qualidade dos serviços. Não só o programa em si precisava ser bom, mas o suporte tinha que se destacar. E essa estratégia deu certo. A falta de barreiras físicas para que o negócio expandisse levou a Desbravador a um crescimento de 40% ao ano. Hoje são mais de 3 mil
clientes em mais de 400 cidades e cerca de 250 funcionários. Foi seguindo a mesma receita de focar em soluções tecnológicas para um público-alvo bem definido que anos mais tarde outras empresas instaladas no município perceberam que há um vasto mercado lá fora para quem tem boas ideias. Ancorados na necessidade crescente por tecnologia, os empreendimentos já existentes ganharam corpo e novos foram surgindo. Assim, o lugar que antes poderia parecer pouco competitivo no ramo da inovação ganhou da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) o título de uma das cidades destaque na indústria de base tecnológica catarinense, junto de Blumenau, Criciúma, Joinville e da Grande Florianópolis. De acordo com a Fiesc, as empresas catarinenses de TI têm conquistado notoriedade nos cenários nacional e mundial, com crescimento a taxas de até 20% ao ano. Para o presidente da Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec), Cesar Bortolini, um dos fatores para o sucesso do merca-
Especializar-se em soluções para o ramo hoteleiro foi a principal estratégia da Desbravador para ganhar mercado
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NTarla Wolski / Divulgação ACIC
Muxfeldt e a equipe da Raffinato: com um aplicativo de ponta para gestão de restaurantes a empresa expandiu 30% no ano passado e quer crescer o dobro disso em 2015
do de TI em Chapecó é o fato de ele ser dominado pelos pequenos empreendedores. “Enquanto há cidades de porte semelhante onde este ramo da indústria é marcado por uma ou duas grandes empresas âncoras, aqui há um número significativo de micro e pequenas empresas instaladas”, observa. Mesmo num cenário de desaceleração na economia, o setor cresce em torno de 20% ao ano na Capital do Oeste catarinense, segundo o presidente da Deatec. Os serviços para as áreas de gastronomia, transportes, hotelaria, cooperativas e comércio são os que mais têm despontado. “Ter várias empresas pequenas, com cada uma se especializando em uma demanda, favorece a competitividade, pois conseguimos nos sobressair.” A prova de que há capacidade para progredir deu respaldo para que a Deatec conseguisse emplacar um projeto de incentivo fiscal junto à prefeitura. Neste ano foi assinado o decreto que reduz a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercado-
rias e Serviços (ICMS) em 50% para algumas organizações que trabalham com tecnologia. Também está na pauta da associação a construção de um condomínio tecnológico em Chapecó. O espaço – que já está com área de terra definida, mas não tem
Martinelli: núcleo da ACIC fomenta a interação e a união entre os empresários da área de tecnologia para dar visibilidade e respaldo às empresas locais
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data para ficar pronto – prevê um total de 45 terrenos. “Trinta e duas empresas, das 60 associadas, já fizeram aporte financeiro. Temos ainda investimento da Companhia de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Codesc)”, explica Cesar. Na avaliação do coordenador do Núcleo das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (NTIC) da ACIC, Taylor Martinelli, a união do setor é essencial para dar visibilidade às empresas locais que, juntas, têm ganhado mais respaldo. O NTIC foi fundado em 2005 justamente para incentivar a integração dos empresários como forma de alcançar melhores resultados. Nesses dez anos de entidade, ele avalia que o mercado da tecnologia em Chapecó passou por grandes transformações e olha para o futuro com otimismo. “Nós estamos cada vez mais aparecendo lá fora e temos competência para conquistar mais investimentos.” O empresário Marcio Muxfeldt viu nesta mesma década a empresa
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NTarla Wolski / Divulgação Unochapecó
Zottis, da Infogen, percebeu o nicho de mercado em 2000 e hoje é referência em software para cooperativas
ascender no segmento gastronômico. Trabalhando com o desenvolvimento de sistemas desde 1990, ele percebeu que era preciso estar atento às necessidades do mercado até descobrir uma área-chave onde inovar. Assim nasceu, em 2006, o software Rafinatto, exclusivo para restaurantes, bares e similares. A intenção de Marcio sempre foi criar um produto de ponta, que pudesse competir nacionalmente. Quando começou a receber os ajustes necessários, a ferramenta virou referência na região. A meta para os próximos anos é tornar a Raffinato uma das maiores desenvolvedoras de sistemas para gastronomia do Brasil. “No ano passado crescemos em torno de 30% e em 2015 o objetivo é dobrar.” Na mesma maré promissora, Ernani Zottis, um dos proprietários da Infogen, considera o investimento em tecnologia inevitável e essencial para reduzir custos. “Mesmo se a situação econômica não for a melhor, não há mais como viver sem essas ferramentas, por isso as organizações de TI continuarão crescendo.”
Contudo, quando sua empresa nasceu, ele diz que não imaginava Chapecó despontando neste setor. Em 2000, ao perceber que a cidade carecia de soluções em inovação, avaliou que era a hora certa para empreender. Criou um software especializado em cooperativas e, de lá para cá,
Jacoski: criação do Parque Científico e Tecnológico é fundamental para fomentar o desenvolvimento de novas matrizes produtivas para o município
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só aumentou em faturamento, clientes e funcionários. Referência em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a Infogen coleciona duas vitórias estaduais do MPE Brasil – Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas. “Temos um bom respaldo e em nossos planos está a abertura de duas novas filiais em regiões estratégicas do País”, destaca. Para levar a empresa a outro patamar de competitividade, Ernani pontua a necessidade de investimento em infraestrutura e em mão de obra qualificada na cidade. Há alguns anos, estratégias começaram a se alinhar neste sentido. Na Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), uma parceria com o governo do Estado e a iniciativa privada dá forma ao Parque Científico e Tecnológico Chapecó@ (ver box na pág. ao lado). A estrutura vai abrigar espaço para capacitações, empresas já incubadas pela instituição e outras que tiverem interesse em ser parceiras no desenvolvimento de novos produtos. A área destinada para as obras é de 9.530,54 m² e o primeiro prédio deve ser concluído no início de 2016. As empresas terão disponíveis suporte técnico e todos os laboratórios da universidade. Para os estudantes, os planos são aliar educação e ciência ao empreendedorismo. Segundo o vice-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da Unochapecó, Claudio Jacoski, o empreendimento âncora do primeiro prédio do Chapecó@ vai desenvolver um projeto direcionado à saúde, na área de biossensores. “É uma matriz inovadora, que dará condições para criar novos negócios e trazer inovação tecnológica para o Oeste”, aponta. Na visão do vice-reitor, o sucesso do parque pode servir de alicerce para o fomento de novas matrizes produtivas em Chapecó.
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FUTURO EM REDE Unochapecó promove inovação e tecnologia para expandir o modelo econômico da região A Rede de Inovação é uma estrutura de apoio à gestão do conhecimento, encarregada de fomentar a articulação dos agentes do setor produtivo entre si e com as universidades. Além disso, apoia e intensifica a captação de recursos públicos e privados para investir em atividades acadêmicas e no desenvolvimento de novos produtos e processos produtivos. Lançada em novembro de 2013, é uma parceria da Unochapecó com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e se constitui em um mecanismo de captação de recursos que permitirão o desenvolvimento de pesquisas e de suporte à inovação da universidade e de empresas da região. De acordo com o vice-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, professor Claudio Alcides Jacoski, é preciso avançar no discurso acadêmico baseado no tripé ensino, pesquisa e extensão. “O desenvolvimento regional em nossos dias se dá pela produção de uma economia do conhecimento, que está intrinsecamente ligada ao que a Unochapecó vem desenvolvendo.” O vice-reitor comenta, ainda, que por meio da
Rede é possível acessar recursos disponíveis em editais em diferentes esferas, assim como ser um suporte ao Parque Científico e Tecnológico Chapecó@. “O futuro da economia catarinense e brasileira começa a ser planejado a partir do momento que a produção de inovações se fortalece”, salienta. O Escritório de Projetos e Prestação de Serviços, por exemplo, realiza o planejamento e controle de projetos de captação de recursos, disponibilizando-se aos professores na elaboração e gestão de projetos ou, também, na identificação de agentes financiadores de projetos – sejam eles públicos ou privados. Desde sua criação, o Escritório já coletou R$ 3,4
Localização do Parque Científico e Tecnológico
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milhões em recursos e hoje aguarda a liberação de aproximadamente R$ 7,4 milhões. Iniciada na metade de 2014, a implantação do Parque Científico e Tecnológico Chapecó@ surge com a finalidade de fomentar e estruturar projetos inovadores. A iniciativa, estimada em R$ 46 milhões, é uma parceria entre os três entes federativos e marca o começo de uma nova época para a macroeconomia da Região Oeste de Santa Catarina. O Chapecó@ integrará um conjunto de iniciativas que fortalecem a produção científica. “As regiões e organizações que não conseguirem produzir inovação a partir do conhecimento terão dificuldade de firmação no cenário mundial”, afirma o reitor da Unochapecó, professor Odilon Poli. “Então, cabe às universidades promoverem a aproximação dos setores produtivos e do conhecimento.” Ele acredita que a construção do Parque vai elevar o fomento de processos de inovação e desenvolvimento de produtos à décima potência. “O espaço físico potencializa o contato das empresas com a universidade e, assim, promove a inovação com base no conhecimento.”
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MERCADO CONSCIENTE A Eco faz clonagem de espécies nativas e produz cerca de 1 milhão de mudas por ano
Pensar em sustentabilidade e em preservação ambiental são coisas relativamente novas no Brasil. Porém, investir na área ambiental está se tornando mais atraente não só devido à necessidade de atender a legislação, mas também para acompanhar a mentalidade do mercado consumidor, que vem dando uma importância cada vez maior a temas como a consciência ambiental e o consumo sustentável. Seguindo esta tendência, Chapecó vê surgir os mais variados tipos de negócios, aplicando conceitos sustentáveis nas mais diferentes áreas de atuação. Um exemplo é a Eco Empreendimentos Ambientais, que trabalha
com MODELOS DE NEGÓCIO baseados na PRESERVAÇÃO ambiental, empresas locais criam produtos e serviços que priorizam ATITUDES SUSTENTÁVEIS com a produção e comercialização de mudas florestais nativas e exóticas, projetos de florestamentos e reflorestamentos, além de planejamento da produção e avaliação econômica da área florestal. A empresa trabalha com aproximadamente 100 espécies de árvores nativas do bioma da Mata Atlântica, produzindo em torno de 1 milhão de mudas por ano. “Não existe procura espontânea para reflorestamento. As pessoas procuram quando são obrigadas, quando precisam recuperar uma área degradada ou formar uma área de APP, por exemplo”, explica o sócio-proprietário Joselito Luiz Lovatto. O gerente de vendas da Eco, João CHAPECÓ É l 2015
Pedro Morello Lovatto, frisa que a obrigação legal traz a consciência da preservação. “As pessoas estão seguindo uma linha mais natural, é a tendência”, diz. Na região, o carro-chefe da empresa são as espécies exóticas (pinus e eucalipto). Outro serviço bastante procurado é a clonagem de mudas de eucalipto, que é usado para produção de madeira, MDF e biomassa. Para se manter no mercado e estimular o plantio de árvores, a empresa firmou um convênio com a Embrapa Florestas para produção de araucária anã, que dentro de cinco a oito anos de vida começa a produzir pinhão. “É uma tecnologia desenvol-
43 .Lisiane Kerbes NAnderson Bernardes
vida pela Embrapa e a finalidade é a produção de pinhão”, explica o empresário. Outra tecnologia de ponta em processo de implantação é a clonagem de mudas de erva-mate, que vai permitir um ganho de produtividade e de sabor ao produto. A empresa também está iniciando trabalhos com clonagem das espécies nativas de cedro, louro, grápia e guajuvira. A intenção é melhorar a produtividade destas espécies para produção de madeira. A Eco também atua no mercado de produção de biomassa e está com três projetos novos baseados na produção de eucalipto para geração de energia. “É uma energia totalmente renovável e ainda tem potencial de geração de emprego, renda e sequestro de carbono”, observa Lovatto. A utilização de madeira de reflorestamento já é realidade em muitos setores. Em Chapecó, diversas empresas passaram a basear seus produtos nesse tipo de matéria-prima. A Trataclave é uma delas. A empresa trabalha com tratamento de madeira de eucalipto para construção civil, decoração de ambientes e parques infantis, entre outros. “Antigamente, para se ter durabilidade, era preciso de madeira de lei. O tratamento de eucalipto e pinus começou nos EUA e chegou ao Brasil há pouco mais de 20 anos”, expõe o proprietário da empresa, Claudemir Barichello, acrescentando que o tratamento é realizado com cobre, cromo e arsênio. “Sustentabilidade é consumir madeira tratada. Quem usa este tipo de madeira incentiva o plantio dessas árvores e contribui com a preservação porque não é necessário desmatar”, frisa Barichello. Outra forma de contribuir com a preservação ambiental é investir em energia solar. Fundada em 2012 por um grupo de empresários de
Os sócios da Buzzk apostam em um nicho bem específico: soluções sustentáveis para ambientes domésticos
Chapecó, a Renovigi Engenharia de Sustentabilidade é um exemplo de consolidação no mercado de energia elétrica por captação solar. A empresa oferece um sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica. Oito painéis solares, por exemplo, são suficientes para abastecer uma residên-
Belache, da Renovigi: aumento no preço da energia elétrica fez crescer a procura dos consumidores por painéis fotovoltaicos para gerar energia solar
CHAPECÓ É l 2015
cia que gasta em torno de R$ 160 a R$ 180 por mês com energia elétrica. Conforme o diretor Alcione Belache, a procura por esse tipo de energia começou efetivamente no início deste ano. “Principalmente pelo fato de a taxa de energia elétrica subir constantemente”, afirma. A Renovigi atua em todo o território nacional e possui 150 credenciados no Brasil, além de parcerias internacionais. Em 2014, a empresa recebeu uma comitiva da China. O país asiático é o maior fornecedor mundial de painéis solares, e a empresa estuda a possibilidade de implantar uma fábrica de painéis e inversores em Chapecó. “É um tipo de energia que ainda engatinha no Brasil. Em Santa Catarina há cerca de 60 sistemas fotovoltaicos instalados e 2 milhões e 800 mil unidades consumidoras, segundo a Celesc”, informa Belache. O sistema pode ser instalado em qualquer residência ou empresa desde que as condições de radiação solar sejam satisfatórias. A análise de viabilidade é realizada levando em consideração a orientação e o sombreamento dos telhados.
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Loana, da Cetric: ao adotar um serviço especializado na gestão de resíduos as indústrias diminuem os riscos de danos ambientais e contaminação de recursos naturais
O sistema tem durabilidade de pelo menos 25 anos e o retorno do investimento se dá aproximadamente entre quatro e cinco anos. Os painéis solares da Renovigi são comercializados em outro empreendimento que se destaca pelo diferencial ambientalmente correto. A Buzzk Conforto Renovável é uma loja de soluções para ambientes domésticos que trabalha exclusivamente com marcas que buscam a sustentabilidade e oferece desde o projeto inicial até a mão de obra especializada com engenheiros de bioenergia. Administrada por Vinicius Mazonetto e Vanda Belusso, oferece produtos como aquecimento solar, sistema fotovoltaico, iluminação natural, tinta mineral, aberturas em PVC, pisos vinílicos, revestimentos cimentícios e atérmicos e outros produtos. A loja possui parcerias com empresas de renome nacional como a Fibratec Engenharia, Kroten,
Weiku do Brasil, Revitech, 1st Floor, Tubo Luz, entre outras. No setor de serviços, a pegada sustentável também ganha espaço e encontra cada vez mais demanda na região. Um dos mercados mais aquecidos é o da gestão de resíduos para empresas dos mais diversos setores. De acordo com Loana Defaveri Fortes, engenheira química da Cetric, uma das empresas que presta este tipo de serviço em Chapecó, os materiais poluentes resultantes das atividades industriais e comerciais precisam de coleta, transporte, tratamento e destinação final específicos. “As ações sustentáveis estão cada vez mais presentes nas atividades empresariais, com empresas buscando se adequar às normas ambientais e prestar contas à comunidade sobre o impacto de suas atividades. Dentro desse contexto, o monitoramento do transporte e da destinação de resíduos é muito importante”, avalia.
CHAPECÓ É l 2015
O trabalho da Cetric se inicia com análises do material para verificar sua classificação e periculosidade. Entre os resíduos considerados perigosos estão latas de tinta, estopas e EPIs contaminados, latas de solvente, pilhas, baterias e lâmpadas; os considerados não perigosos e não inertes são lodos orgânicos, papel, plástico, etc. E os não perigosos inertes são materiais como vidros e entulhos de construção civil. Esses materiais são destinados em aterro especialmente projetados para cada tipo de resíduo. Além do aterro, a Cetric possui uma estação de tratamento de efluentes e uma área de triagem para onde são encaminhados os resíduos com potencial de reciclagem. Loana ressalta que a não-destinação adequada desses resíduos pode provocar sérios danos ao meio ambiente por contaminação das águas, poluição do ar e extinção de espécies.
CHAPEC
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.NTarla Wolski
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Miguel Arcanjo Alfredo
CAfé com história CHAPECÓ É l 2015
Mais do que uma simples bebida, o café é parte da história da vida do empresário Miguel Arcanjo Alfredo, que chegou a Chapecó em 2001 disposto a montar seu próprio negócio. A ideia de abrir uma cafeteria veio de uma paixão de infância. Miguel nasceu em Porto Alegre, mas cresceu na cidade litorânea de Imbituba (SC), onde sua bisavó Hormínia fazia a colheita, a secagem e a venda dos grãos de café na propriedade da família. A arte do café artesanal o conquistou desde então e o café moído na hora impregnou suas memórias, para então direcionar suas escolhas. Dos 25 aos 30 anos, Miguel morou no exterior. Passou cinco anos nos EUA, e nesse período trabalhou em algumas cafeterias americanas. Quando retornou ao Brasil, casou-se com Carla e passou quatro meses de lua-de-mel pelo litoral brasileiro. Foi durante a viagem que surgiu a ideia de abrir um café. Segundo ele, a escolha por Chapecó se deveu ao fato de ser uma cidade menor, menos competitiva e com invernos frios. O Café Brasiliano foi o primeiro com uma proposta diferenciada na cidade. Original, com uma pegada “cult”, o ambiente tem livros expostos para quem quiser acompanhar o café com uma boa leitura e uma vitrola com discos de vinil, o que dá um toque retrô ao local. O café também costuma sediar eventos culturais envolvendo poesia, teatro e música. Em março deste ano, Miguel lançou sua própria marca de café: o Hormínia. O nome é uma homenagem a sua bisavó e a logomarca remete ao morro onde ficava o cafezal da família. O café, no entanto, vem de Minas Gerais e tem certificado de origem da Cooperativa Associação de Cafeicultores. A torra é feita de forma artesanal em equipamento profissional. Em grãos ou moído na hora, o produto é embalado em saquinhos de papel à moda antiga, com 500 gramas ou 1 quilo. Há também a opção de 250 gramas já moído, pronto para levar.
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A “branquinha” saiu dos alambiques para ocupar o salão principal. Que o diga Gilnei Langhinotti, proprietário do Armazém da Cachaça, loja gourmet especializada em cachaças artesanais inaugurada em novembro do ano passado. A ideia para o empreendimento veio quando ele e seu irmão Ademir começaram a perceber o sucesso do produto em outros estados brasileiros e decidiram montar um lugar que permitisse aos chapecoenses não apenas comprar, mas degustar e conhecer cachaças de alta qualidade. “Para ser boa a cachaça deve ser envelhecida no mínimo por um ano, em uma barrica de menos de 700 litros. Quanto mais tempo, melhor para reduzir a acidez”, afirma Gilnei, que começou a estudar sobre a bebida e tirar dúvidas com especialistas após entrar no ramo. Ele faz questão de vender apenas cachaças artesanais, oriundas de diversas regiões do Brasil. A maior parte vem de Salinas (região de Minas Gerais considerada a “capital mundial” da bebida), mas também é possível encontrar bons rótulos catarinenses e gaúchos. Com o sucesso da loja, o próximo objetivo de Gilnei é abrir ainda este ano uma espécie de “confraria da cachaça”. A proposta consiste em cadastrar as garrafas compradas por cada cliente e deixá-las guardadas para que possam ser desfrutadas com calma nas horas de folga, de preferência junto a outros membros do grupo. “Funciona da mesma forma que uma confraria de vinhos ou de cervejas. Desta forma todos podem experimentar novos sabores de cachaça e vão apreciando outras madeiras e marcas”, explica. Para quem ainda duvida do caráter gourmet da popular “marvada”, Gilnei ensina: “Há séculos a cachaça é usada em sobremesas e está na carta de grandes restaurantes, chefs e pratos. Trata-se de uma especiaria brasileira que deve ser apreciada em pequenas quantidades, sempre alternando com água para hidratar”.
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Gilnei Langhinotti
CACHAÇA GOURMET CHAPECÓ É l 2015
Limão
Limão
Limão
Foto: Blad Meneghel
Foto: Blad Meneghel
Foto: Blad Meneghel
LÍDER DE LÍDER DE LÍDER DE LÍDER DE LÍDER DE LÍDER DE AUDIÊNCIA AUDIÊNCIA AUDIÊNCIA AUDIÊNCIA AUDIÊNCIA AUDIÊNCIA
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HorárioHorário Periodicidade Programa Índice Índice de audiência Periodicidade Programa de audiência Horário Periodicidade Programa Índice de audiência 12h feira Jornal Jornal do Meio-Dia (Líder)(Líder) 24,9 24,9 12h 2ª a 6ª 2ª a 6ª feira do Meio-Dia 12h 2ª a 6ª feira Jornal do Meio-Dia (Líder) 24,9 13h20 13h202ª a 6ª 2ª feira Ver Mais (Líder) 14,8 14,8 a 6ª feira Ver Mais (Líder) 13h20 2ª a 6ª feira Ver Mais (Líder) 14,8 19h feira CidadeCidade Alerta SC 10,8 10,8 19h 2ª a 6ª 2ª a 6ª feira Alerta SC 19h 2ª a 6ª feira Cidade Alerta SC 10,8 20h feira RIC Notícias 13,8 20h 2ª a 6ª 2ª a 6ª feira RIC Notícias 13,8 20h 2ª a 6ª feira RIC Notícias 13,8 20h30 20h302ª a 6ª 2ª feira Mandamentos 14,4 14,4 a 6ª feira Os DezOs Dez Mandamentos 20h30 2ª a 6ª feira Os Dez Mandamentos 14,4 21h30 21h302ª a 6ª 2ª feira Jornal da Record 10,6 10,6 a 6ª feira Jornal da Record 21h30 2ª a 6ª feira Jornal da Record 10,6
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Fonte: Ibope Media Workstation Standard –Standard Rat% e Shr% Domiciliar – Chapecó–- Chapecó Período da Pesquisa: a 10 de 04 maio dede 2015 – Base Total de Ligados Especial – Dados Fonte: Ibope Media Workstation – Rat% e Shr% Domiciliar - Período da04 Pesquisa: a 10 maio de 2015 – Base Total de Ligados Especial – Dados 1 arredondados para Media uma casa decimal. |Standard �decimal. Lideranças: Jornal do Meio-Dia: x FaixaRIC Horária 12h00 às 13h15 daàs concorrência Seg a Sex, Ver Mais: xMais: FaixaRIC Horária 13h15 às 13h15 às arredondados para uma casa �1Lideranças: Jornal doRIC Meio-Dia: x Faixa Horária 12h00 concorrência Seg a Sex,RIC Ver x Faixa Horária Fonte: Ibope Workstation –| Rat% e Shr% Domiciliar – Chapecó - Período da Pesquisa: 04 a 13h15 10 de da maio de 2015 – Base Total de Ligados Especial – Dados 14h00arredondados Seg14h00 a Sex. Segpara a Sex. uma casa decimal. | �1Lideranças: Jornal do Meio-Dia: RIC x Faixa Horária 12h00 às 13h15 da concorrência Seg a Sex, Ver Mais: RIC x Faixa Horária 13h15 às 14h00 Seg a Sex.
RICTV Record Chapecó RICTV Record Chapecó Record Chapecó Rua RICTV 7 de Setembro, 1920 D – Presidente Médici -Médici (49) 3319-2500 Rua 7 de Setembro, 1920 D – Presidente - (49) 3319-2500 Rua 7 de Setembro, 1920 D – Presidente Médici - (49) 3319-2500 /RICTVRECORD @RICTVRECORDSC /RICTVMEDIAGROUP WWW.RICMAIS.COM.BR/SC | /RICTVRECORD @RICTVRECORDSC /RICTVMEDIAGROUP WWW.RICMAIS.COM.BR/SC | /RICTVRECORD @RICTVRECORDSC /RICTVMEDIAGROUP WWW.RICMAIS.COM.BR/SC |
A B E R TA AB E P R AT RA A P O V ON O V O A R NA O O A B E R T A P A R A O N O V O
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Na Rede Feminina de Combate ao Câncer, uma equipe de 40 voluntárias se divide entre o artesanato e a organização de eventos e grupos de apoio a pacientes com câncer
PRAZER EM AJUDAR O ESPÍRITO DO VOLUNTARIADO ESTÁ MAIS VIVO DO QUE NUNCA ENTRE OS CHAPECOENSES QUE SE DEDICAM A DOAR SEU TEMPO PARA AUXILIAR O PRÓXIMO CHAPECÓ É l 2015
Trabalhar sem receber dinheiro. Doar seus talentos, seu tempo e energia para o outro. E mesmo assim se sentir útil e ter certeza de que está ganhando muito mais do que oferece em troca. Parece pouco racional, mas é com um brilho no olhar e um sorriso no rosto que voluntários de Chapecó fazem cotidianamente seus trabalhos como contribuições para um mundo um pouco melhor. O foco dessas ajudas pode ser diferente, mas o sentimento é o mesmo. Seja por meio de entidades, ONGs, associações ou até em grupos não formalizados, as ações desses voluntários se complementam, formando
51 .Lilian Simioni NTarla Wolski
uma corrente do bem para diminuir o sofrimento de algum ser vivo. A organização e o entusiasmo estão sempre presentes na Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) em Chapecó. Dentre os muitos trabalhos desenvolvidos por voluntários está a própria administração da entidade. Depois da aposentadoria, Tanis Legal, presidente da RFCC de Chapecó, conta que “se encontrou” como voluntária. “Não é uma vontade, é uma missão”, ressalta. O entusiasmo é compartilhado pelo restante da equipe. Celete Dornsbach, que atua há mais de dez anos nas atividades de costura e no bazar, diz que deixa as coisas de casa para “correr” para a RFCC. “Me sinto bem. Me sinto sempre pronta e às vezes até procuro quem precisa de ajuda”, afirma. A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Chapecó tem mais de 40 voluntárias. As atividades se dividem na venda de peças do brechó, na confecção de artesanato, na contribuição ao grupo de apoio a pacientes, na administração, na limpeza, na tesouraria, no patrimônio, na recepção e no banco de perucas. As voluntárias de todas as áreas ajudam nas promoções, como os chás e a venda de camisetas durante o Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de colo de útero. Com um número ainda maior de voluntários e também com foco na área de saúde, a Associação dos Voluntários do Hospital Regional do Oeste (Avhro) conta com o trabalho de 300 pessoas em sua equipe. Atividade para tanta gente é o que não falta. A Avhro tem um brechó, produz fraldas infantis e geriátricas e absorventes pós-parto, costuras – que resultam em kits para recém-nascidos, por exemplo –, artesanato, cursos de costura para presidiá-
Produção de fraldas geriátricas na Associação dos Voluntários do HRO, que conta com 300 colaboradores
rias, oficina de fantoches, além de montar e doar cestas básicas para pacientes carentes da quimioterapia e radioterapia e auxiliar em atividades no próprio hospital, como o “Posso Ajudar?”. A associação também presta auxílio a vítimas de desastres naturais e já mandou aju-
Liria Simioni: “Trabalho não é castigo, mas realização. Se o que me realiza faz bem a alguém, melhor ainda”
CHAPECÓ É l 2015
da aos desabrigados pelas cheias no Acre, pelos tornados em Guaraciaba, Xanxerê e Ponte Serrada, e aos desabrigados pelas enxurradas em Coronel Freitas e Maravilha. Odila Moretto Folle coordena a área de artesanato da Avhro há mais de dez anos. “Saber que ajudo as pessoas é muito gratificante, a recompensa é maravilhosa. Depois de trabalhar aqui, esqueço tudo e vou para casa bem feliz.” As mãos caprichosas de Odila mostram com orgulho as peças que são vendidas para embelezar casas e ajudar no bem-estar de anônimos. Segundo a presidente da associação, Édia Lago, “basta ter boa vontade para poder contribuir”. Segundo ela, mesmo quem pensa não ter nenhum talento especial pode ajudar com alguma coisa, seja no desmanche de peças, na separação e avaliação das doações ou na confecção de fraldas. “Sou voluntária para agradecer as bênçãos recebidas e ajudar aqueles que estão necessitando no momento, além de contribuir para o desenvolvimento da região e da comuni-
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NTarla Wolski
Neuza Isaias se curou de uma depressão depois que passou a ser voluntária na Pastoral da Criança: “Me sinto útil aqui. Fazendo este trabalho me sinto muito mais feliz”
QUER SER UM VOLUNTÁRIO? Sempre há espaço e formas para que mais pessoas se engajem no voluntariado. Para saber mais, entre em contato com as entidades abaixo: Rede Feminina de Combate ao Câncer Rua Assis Brasil, 372E, Bairro Maria Goretti. (49) 3322 5634 Associação dos Voluntários do Hospital Regional do Oeste Rua Israel, 750D, Bairro Santa Maria. Pastoral da Criança Na Paróquia Santo Antônio. Avenida Getúlio Vargas, 93S. (49) 3322 2271 Voluntários Amigos dos Bichos Facebook: http://on.fb.me/1UnZibb Força Animal Facebook: http:// on.fb.me/1OQA01u Programa Verde Vida Rua Marechal Floriano Peixoto, 2151L, Bairro Bom Pastor. (49) 3322 2776
dade”, destaca Édia, acrescentando que todos os dias procura fazer algo para e pela entidade. Em Chapecó, alguns rostos se repetem nas entidades de trabalho voluntário. Liria Simioni é uma dessas pessoas que se envolve em diversas atividades para ajudar o próximo. Além de coordenar a comunidade católica do bairro onde vive e de ser ministra, levando apoio a doentes e famílias que perderam entes queridos e realizando batizados, por exemplo, ela ajuda a RFCC há quatro anos e a Avhro há 14 com o que aprendeu durante a vida. O comprometimento é tanto que muitas tarefas ela leva para fazer em casa, sem pensar em reclamar. “Sempre achei que o trabalho não é castigo, mas realização. Se o que me realiza faz bem a alguém, melhor ainda”, afirma Liria. “O serviço voluntário é a minha parcela de colaboração com o mundo. Se juntarmos um pouco do que cada um pode dar, penso que o mundo seria melhor.” CHAPECÓ É l 2015
O mesmo entusiasmo com a ação social é facilmente percebida quando se fala do programa Verde Vida com Lorena Bolzani. Os olhos da voluntária ficam marejados de lágrimas ao lembrar das vezes em que encontrou pessoas que fizeram parte do programa quando adolescentes e que atualmente estão vivendo bem com seus empregos. Além de levar educação ambiental a uma região de bairros carentes, o Verde Vida oferece oficinas, reforço escolar, e uma noite cultural anual, idealizada por Lorena. Segundo ela, o principal objetivo do programa é transformar a vida desses jovens reforçando suas noções de cidadania. “Estava trabalhando no programa e tive a carteira furtada por gente de fora do Verde Vida”, conta a voluntária. “Sequer tinha percebido quando alguém a encontrou com meus documentos, ligou para minha casa e foi marcado o encontro para a entrega.
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NTarla Wolski
Chegando lá, agradeci ao rapaz e o parabenizei por sua honestidade. E ele respondeu: ‘Essa honestidade eu aprendi no Verde Vida’. Foi emocionante.” Provando que quem faz o bem recebe muito mais do que doa, Neuza Isaias conta que deve seu bem-estar ao trabalho voluntário que realiza na Pastoral da Criança – entidade católica que atua com visitas, orientações, além de um evento que promove a pesagem das crianças e visa, de maneira geral, contribuir para a saúde das famílias de comunidades carentes. Moradora da Vila Betinho, Neuza sofria havia alguns anos com os sintomas da depressão. “Os problemas me fizeram querer morrer na época. A Pastoral ajudou a salvar minha vida. Me sinto útil aqui. Recebo amor, carinho, conhecimento, paz. Fazendo esse trabalho me sinto muito mais feliz.” No amplo universo dos serviços voluntários há quem prefira dedicar seus esforços àqueles que não
Eliane Albrecht se uniu a duas amigas para organizar o Força Animal, que cuida de animais abandonados, busca lares adotivos e recursos para castrações
O Pet Love Day, organizado pela ONG Amigos dos Bichos, é uma das ações para promover o bem-estar animal
sabem pedir ajuda. É o caso da ONG Voluntários Amigos dos Bichos, que tem como foco a castração de cães e gatos de rua ou de famílias de baixa renda. Com as castrações, a ONG, em parceria com a prefeitura, evita o nascimento de 700 filhotes diretos por ano, isto é, filhos dos animais castrados. Isso sem contar os prováveis netos e bisnetos. Além de ajudar a arrecadar fundos com promoções e venda de rifas, por exemplo, os voluntários costumam participar de resgates de animais em situação de risco ou vítimas de maus-tratos. Outra ação promovida pela ONG é o Pet Love Day, quando os animais que não podem retornar para o lugar de onde vieram ficam à disposição para que os possíveis adotantes os conheçam. Pelo Facebook, também formam uma corrente que ajuda animais a encontrarem lares temporários e serem adotados. Voluntárias da ONG, como a presidente Antonieta Stoffel, Jovane Bottin e Juliana Rammé, são unânimes: o bem-estar de um animal é a recompensa para qualquer trabalho. CHAPECÓ É l 2015
A mesma motivação levou à criação do grupo Força Animal, que trata animais doentes, busca recursos para a castração e lares adotivos, além de fazer resgates em casos extremos. Sabrina Oliveira, Eliane Albrecht e Lais Fragoso já faziam sua parte sozinhas, mas perceberam que em grupo o trabalho fica mais forte. Elas contam que já deixaram de comprar coisas para si para dar alimento, vacinas ou mesmo bancar uma castração de um animal. “Uma vez me vi sem condições. Peguei R$ 20 emprestados do meu cunhado, juntei umas moedas e comprei um pacote de 7 quilos de ração. No outro dia, cozinhei 5 quilos de arroz e pedi retalhos de ossos a um estabelecimento para cozinhar e dar aos bichos”, conta Eliane, que dá lar temporário e busca adotantes a vários animais. Mesmo com as dificuldades, elas garantem que não há como mensurar o que recebem em troca. “É amor, carinho e gratidão que vemos nos olhos de um animal, que é indefeso e não tem voz, salvo”, relata Sabrina.
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cultura
l esporte l grupo RIC
A ARTE DO ENCONTRO A inclinação pela arte levou Fernando Perri e Manon Alves a se unirem na vida pessoal e nos palcos. Desse laço surgiu, em 2009, a Cia de La Curva. Em um trabalho focado na pesquisa cômica, a dupla soma a experiência dele nas artes circenses e dela no teatro para apresentações de clown. Nas vestes divertidas e narizes de palhaço, os dois se reinventam em cada personagem que compõe um repertório de quatro espetáculos
ROCK DO VELHO OESTE De Queen a Legião Urbana, as influências dos músicos da
– Los Ridículos, Varieté, Magnus e Todo Passa –, onde a
Carlota Joaquina perpassam gerações. Os clássicos do
palhaçaria é vista como a arte do encontro com a plateia. Todas
rock mundial se traduzem no repertório cover do grupo,
as peças já ganharam o público, desde praças até festivais, por
que divide os shows entre a interpretação de ícones do
cinco estados brasileiros. Neste ano, os dois artistas se dedicam
gênero e produções autorais. Formada pelos irmãos
a um projeto de formação de plateia em escolas de Chapecó.
Ricardo (baixo) e Eduardo Menezes (guitarra) nos vocais e João Amilton na bateria, a banda lançou em 2014 um DVD que tem pautado as apresentações deste ano. Juntos eles conquistaram uma boa recepção nos palcos do Oeste catarinense e do Rio Grande do Sul. Em paralelo à agenda de shows, o foco agora é na pré-produção de um novo disco para 2016.
criatividade urbana Estilo de vida, válvula de escape, profissão, terapia e diversão. É tudo isso que o grafite representa para Digo Cardoso. Desde o primeiro contato com a arte urbana, em 2001, ele passou a transformar paredes e muros em tela. Seus traços marcantes ganharam até projeção no exterior. No ano passado, Digo passou 34 dias na Europa, percorrendo festivais e exposições. Depois da experiência internacional, a ideia é difundir o grafite por Chapecó e região. O primeiro passo foi tirar do papel a antiga vontade de promover o primeiro evento local dedicado a esta arte: o Aerosol Grafitti Festival. chapecó É l 2015
57 .Suellen Santin NCia de La Curva/Carlota Joaquina/Eric Oliveira/Mariane Kerbes/Mari Baldissera/Divulgação
RITMO DAS RUAS
O SC na Rima começou a movimentar o cenário musical do Bairro Santo Antônio em 2004 e aos poucos espalhou seu ritmo e
baú de histórias
poesia por toda a cidade. Misturando talentos, Dorga, Fejão (foto) e DJ Carioca transformam experiências cotidianas em rap. Atentos às
Narrativas que misturam folclore e superstição ganham vida na interpretação da
questões sociais, eles combinam elementos
atriz e contadora de histórias Josiane Geroldi. Decidida a resgatar contos e difundir
da cultura hip hop com mensagens de
a cultura oral brasileira, em 2010 ela criou a Cia ContaCausos. Cada espetáculo da
conscientização e veem a música como um
companhia é um mergulho pela tradição popular, onde elementos como o humor,
meio para aproximar pessoas e quebrar
o medo e o imaginário são colocados no palco para dar força à arte da narração.
preconceitos. Sete anos depois do primeiro
Com um repertório de cinco peças – Esticando as Canelas, Tem Coroa, mas não é
álbum (Eu não quero ser mais um a não ser
Rei, Nem te Conto, Visagem e É coisa de Saci – a Cia já se apresentou em escolas,
ouvido, de 2008), eles prometem para este
universidades, feiras, maratonas de conto e festivais por todo o País.
ano uma nova leva de composições inéditas.
comédia E sensibilidade De estilo inconfundível e comportamento expansivo, Cambito não passa despercebido nem mesmo em grandes aglomerações. Quem dá vida a este palhaço desprendido é o ator Henrique Sagave, que há sete anos se descobriu no universo do clown durante visitas a casas de repouso, hospitais e escolas. Na palhaçaria, ele transita entre o cômico e o que há de mais sensível no ser humano para provocar risos nas pessoas. Agora, o chapecoense circula pelo Estado com seu primeiro espetáculo solo: Cambito Vocacionado. O roteiro acompanha as inquietações de um palhaço que sai de casa em busca de uma nova vida. Nessa trajetória, ele percebe que há um mundo de possibilidades lá fora e incentiva as pessoas a se redescobrir e a rir de si mesmas.
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UM Golaço de gestÃO
CHAPECÓ É l 2015
esporte l
grupo RIC
A ADMINISTRAÇÃO EQUILIBRADA DE RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROS FaZ DA CHAPECOENSE UMA REFERÊNCIA PARA O FUTEBOL BRASILEIRO
59 . Fernanda Moro NFran Constante (Divulgação Chapecoense) / Tarla Wolski
Nos últimos anos a Chapecoense cresceu e presenteou a torcida com feitos históricos, como o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro e a conquista da vaga para a Copa Sul-Americana, primeira competição internacional de sua história. Mas não é apenas por estar na elite do futebol nacional que o Verdão do Oeste tem se tornado cada vez mais conhecido e respeitado. Além do desempenho dentro de campo, a boa gestão financeira do clube, que se mantém entre os grandes gastando pouco, também é destaque. Em 2014, a diretoria chegou a antecipar o pagamento do 13º salário dos funcionários e jogadores. Para esta temporada, o orçamento cresceu e permitiu a chegada de reforços com salários mais altos. Mesmo assim, o valor gasto com folha de pagamento não compromete a saúde financeira do clube, que deve arrecadar R$ 36 milhões até o final de 2015. Com a experiência adquirida em 2014, a diretoria trabalhou para montar uma equipe capaz de encarar toda a temporada, com foco principal no Brasileirão. “Procuramos atletas que se encaixem no perfil da Chapecoense, um time guerreiro e hoje bem-visto no Brasil”, explica o diretor de futebol da Chapecoense, Mauro Stumpf. “Temos facilidade de encontrar boas peças pela sequência de uma gestão equilibrada, que tem nos ajudado a formar times competitivos com salários menores.” No ano passado, a Chapecoense gastou menos de R$ 20 milhões no pagamento de salários. Para este ano, o orçamento do departamento de futebol chega aos R$ 22 milhões, menor do que o de muitos de seus adversários nos campeonatos estadual e nacional. A valorização dos jogadores é uma das causas apontadas para o bom desempenho do time, princiCHAPECÓ É l 2015
palmente dentro da Arena Condá. No Campeonato Catarinense foram 70,4% de aproveitamento em casa. E no Brasileirão os pontos somados em Chapecó estão sendo fundamentais para que o time cumpra o objetivo de permanecer na primeira divisão. Além do salário em dia, a Chapecoense tem outros atrativos para os atletas. Desde a confirmação do acesso para a Série A, o time vem investindo em estrutura física. Só neste ano, R$ 2 milhões foram aplicados na conclusão do Centro de Treinamentos. Um novo espaço para o departamento médico e uma moderna academia também integram a lista de melhorias. “Precisamos fornecer uma boa estrutura para atrair atletas. Hoje temos jogadores que já vestiram a camisa de clubes tradicionais e que decidem vir para Chapecó porque a estrutura daqui é boa, oferece oportunidades de crescimento. Se fosse diferente, seria complicado trazer atletas”, afirma o diretor financeiro do clube, Nilson Folle Junior. Outro
Pallaoro: “Diferente de outros clubes, onde o conselho só serve para fiscalizar a diretoria, aqui nós trabalhamos juntos para implantar uma visão empresarial da gestão”
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NDivulgação Fesporte / Tarla Wolski
investimento é feito com a nova sede administrativa, que deve ficar pronta dentro de alguns meses. Para o presidente da Chapecoense, Sandro Pallaoro, é importante desenvolver um trabalho com transparência e contar com pessoas capacitadas não só na administração do dia a dia, mas também no Conselho Deliberativo. “Diferente de outros clubes, onde o conselho só serve para fiscalizar a diretoria, aqui nós trabalhamos juntos para implantar uma visão empresarial da gestão. Pequenos, médios e grandes empresários trazem experiências das próprias empresas para administrar a Chapecoense”, afirma o presidente. Neste ano, 53% da receita do clube vem dos direitos de transmissão de TV, 11,71% dos patrocinadores e 30,19% dos sócios e da bilheteria da Arena Condá. O valor pago pela emissora detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão não agrada à diretoria, pois a Chapecoense está entre os clubes que menos recebem, assim como os demais catarinenses e a Ponte Preta. A verba bruta desses times é de cerca de R$ 19 milhões, enquanto o Vasco da Gama, que voltou a disputar a primeira divisão neste ano, recebe R$ 70 milhões. “Os valores pagos são muito distantes. Além disso, nós temos contrato só de um ano, enquanto muitos clubes têm de três temporadas”, explica Pallaoro. “Um contrato maior dá mais segurança, é possível planejar e investir em longo prazo. Permanecendo na Série A, na próxima negociação vamos buscar uma verba maior, até porque muito se fala no crescimento do futebol de Santa Catarina, mas o reconhecimento não aparece no papel”, desabafa o presidente da Chapecoense. Além dos patrocinadores, que devem injetar cerca de R$ 4,3 milhões no time este ano, o torcedor também
Em 2015, cerca de R$ 2 milhões serão investidos no desenvolvimento de novos jogadores nas categorias de base
é peça importante para manter o saldo positivo nas finanças. Somente de bilheteria o valor arrecadado poderá chegar aos R$ 4 milhões até o final de 2015. Apesar do número de sócios ter diminuído com relação ao ano passado, atualmente a Chapecoense conta com 8,5 mil sócios apoiadores, que
Stumpf: valorização do elenco e boas condições de trabalho ajudam o clube no presente, mas o foco nos jovens talentos é que vai garantir o futuro da Chape
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juntos deixam nos cofres do clube R$ 650 mil por mês. E se o presente tem sido generoso com a Chapecoense, o clube não deixa de pensar no futuro. Em julho começaram os trabalhos do projeto Craque Cidadão Verde e Branco, uma ação que busca a formação mais ampla dos pequenos atletas. Neste ano cerca de R$ 2 milhões devem ser investidos nas categorias de base. “É daí que virá o futuro da Chapecoense, não só com a formação de atletas, mas também de cidadãos. Desse grupo, alguns podem reforçar nossa equipe ou trazer boas negociações para o clube”, afirma Mauro Stumpf. Com os investimentos na base, o time se prepara para prolongar as conquistas dos últimos anos apostando nos jovens da região. Para o presidente, esta é uma das principais estratégias para garantir o crescimento da Chapecoense nos próximos anos. “Queremos ser referência nas categorias de base. Isso fará bem ao futuro elenco profissional e poderá ser a oportunidade para que milhares de jovens realizem sonhos aqui na Chapecoense”, enfatiza o presidente Pallaoro.
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grupo RIC
NO CAMINHO DO BEM MOVIMENTO SOU BEM CHAPECÓ CONVIDA TODOS A CONTRIBUÍREM COM PEQUENOS GESTOS PARA UMA CIDADE CADA VEZ MELHOR PARA SE VIVER
Ser mais cordial no trânsito, preservar o meio ambiente, receber bem o turista, cuidar dos animais e respeitar os idosos são atitudes simples e um primeiro passo para a construção de uma cidade ainda melhor. Pensando nisso, o Grupo RIC/SC criou em outubro de 2013 o Movimento Sou Bem Floripa. Desde então, o projeto mobiliza a população da capital para discutir temas de interesse da sociedade e incentiva pequenas atitudes positivas que juntas podem gerar grandes resultados. A iniciativa fez tanto sucesso que foi expandida em março deste ano para outras quatro cidades catarinenses, entre elas Chapecó. Para promover a proposta do Movimento Sou Bem Chapecó, a emissora passou a dar mais espaço para pautas positivas no conteúdo editorial, especialmente no Jornal do Meio-Dia e no Programa Ver
Mais. Entre os temas abordados estão Respeito no Trânsito, Cuidado Coletivo com a Segurança e Educação no Transporte Público. Também foram valorizadas ações de voluntários em hospitais, mobilizações para doação de sangue, economia de água, revitalização de pontos da cidade e iniciativas de pessoas que dedicam seu tempo para alimentar os mais necessitados.
faça sua parte E você, é bem Chapecó? Para conhecer e participar do movimento, basta ficar ligado na programação da RICTV Record e acessar a página do Sou Bem Chapecó no Facebook: facebook.com/soubemchapeco Você também pode postar fotos da cidade no Instagram com a tag #soubemchapeco
Já os totens customizados, ícones da campanha, caíram no gosto popular e geraram dezenas de fotos compartilhadas nas redes sociais por moradores e turistas com a hashtag #soubemchapeco. Localizados em frente ao Monumento Desbravador, no Centro, e no Ecoparque, os totens têm um design exclusivo para a cidade, com uma textura que lembra folhas e sementes, fazendo uma referência à força econômica da agroindústria local. “A campanha já vinha sendo solicitada pelo poder público da região por valorizar, incentivar atitudes positivas e trazer a seus habitantes o orgulho de morar em Chapecó”, observa o diretor regional da RICTV Record Chapecó, Roberto Winter. “Os totens chamam a atenção e trazem uma boa repercussão nos veículos de comunicação da cidade”, conclui.
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.Lisiane Kerbes NDivulgação
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grupo RIC
direto do campo PRODUZIDO EM CHAPECÓ, O PROGRAMA Ric Rural SAI DO ESTÚDIO PARA MOSTRAR HISTÓRIAS DE SUCESSO DO AGRONEGÓCIO CATARINENSE Transmitido para todo o Estado pela RICTV Record, o programa RIC Rural mostra de perto o trabalho das pessoas que fazem de Santa Catarina um dos principais polos agroindustriais brasileiros. Com duração de meia hora, o programa vai ao ar no domingo, às 9h, com reprise na segunda-feira, às 14h. Na pauta, boas iniciativas nas áreas de agronegócio, cooperativismo, pecuária e pesca. Apesar de ser finalizado em Chapecó, o programa conta com a ajuda das emissoras das outras regiões do Estado com a produção de matérias, fazendo um panorama do setor em toda Santa Catarina. O RIC Rural estreou em março de 2014, depois de ter sido projetado durante cinco anos pela RICTV. Em
março de 2015 o programa ganhou um novo formato e passou a ser gravado direto das propriedades rurais. “Com um ano de programa houve essa mudança de cenário para se aproximar dos produtores”, observa a jornalista Elizandra Gomes, que apresenta e produz o RIC Rural desde julho do ano passado. “É muito legal essa troca com os produtores, eles se sentem valorizados. O programa é uma forma de reconhecer o trabalho que eles fazem e que coloca o Estado nesse status de um dos maiores produtores e exportadores do País”, acrescenta. De acordo com Elizandra, o programa não trabalha com notícias factuais. “Buscamos sempre contextualizar, buscar outras abordagens”, CHAPECÓ É l 2015
comenta a apresentadora. Além das matérias, há ainda o quadro de culinária “Sabor da Terra” e uma entrevista. “No quadro de culinária buscamos receitas que o agricultor possa fazer em casa. As sugestões servem para aproveitar os excedentes da propriedade ou mesmo como complemento de renda. Já a entrevista é o espaço para as lideranças do agronegócio catarinense discutirem o setor”, explica Elizandra. O conteúdo do programa é pensado para informar desde os pequenos agricultores do Estado até as grandes agroindústrias. “Por isso usamos uma linguagem simples com uma boa estética, deixando o RIC Rural atraente para todos os públicos”, finaliza Elizandra.
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.Divulgação NAnderson Bernardes
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EXPANSÃO DIGITAL COM INVESTIMENTOs DE MAIS DE R$ 3 MILHÕES, A RICTV RECORD leva PROGRAMAção em alta definição para O TELESPECTADOR DO OESTE Desde 2013 a RICTV Record vem implantando o sistema HD (digital) nas suas emissoras em Santa Catarina. No momento em que se comemora a forte audiência em Chapecó e a consolidação no horário nobre, com Cidade Alerta, RIC Notícias, Os Dez Mandamentos e Jornal da Record, a região passa a receber os investimentos da tecnologia HD. A novidade traz sinal livre de interferências e com mais qualidade de som e imagem, um presente para a região
que é a capital brasileira da agroindústria e de turismo de negócios. A novidade vai beneficiar, além de Chapecó, as cidades de Concórdia, Cunha Porã, Maravilha e São Miguel do Oeste. Para isso a emissora está investindo mais de R$ 3 milhões em equipamentos novos, como transmissor e antena. Uma prova de que a RICTV Record não mede esforços para estar sempre em sintonia com o que há de mais moderno em tecnologia de transmissão. CHAPECÓ É l 2015
grupo RIC
O investimento é porta aberta para uma programação com mais qualidade de som e imagem, disponível não só na TV, mas também em dispositivos móveis, como smartphones. Assim os chapecoenses podem ficar bem informados em qualquer lugar da região. “A expectativa é muito grande, dos telespectadores e anunciantes. Além disso, nossas antenas estão bem posicionadas, o que nos dá um ganho na cobertura”, afirma Roberto Winter, diretor regional da RICTV Record Chapecó. A emissora é consagrada por sua proximidade com o público, sendo líder na produção de conteúdo regional em Santa Catarina. Agora, os chapecoenses terão acesso a tudo isso com mais qualidade, podendo assistir aos programas de auditório, jornalísticos, filmes e novelas, como Os Dez Mandamentos, em alta definição. A tecnologia já está disponível nas cidades de Florianópolis, Joinville, Blumenau, Itajaí, Brusque, Balneário Camboriú, Laguna, Tubarão, Criciúma, São Bento do Sul e Jaraguá do Sul.